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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


Faculdade de Enfermagem

Trabalho de Conclusão de Curso

Prevalência de coinfecções em portadores do Vírus da Imunodeficiência


Humana, acompanhados em um serviço de atendimento especializado, na
região sul do Rio Grande do Sul

Endrigo Schuch Mendes

Pelotas, 2017
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Endrigo Schuch Mendes

Prevalência de coinfecções em portadores do Vírus da Imunodeficiência


Humana, acompanhados em um serviço de atendimento especializado, na
região sul do Rio Grande do Sul

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado à Faculdade de Enfermagem
da Universidade Federal de Pelotas, como
requisito parcial para a obtenção do título
de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profª. Ms. Sidnéia Tessmer Casarin


Coorientador: Prof. Dr. Bruno Pereira Nunes

Pelotas, 2017
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Agradecimentos
A Deus, por ter me concedido saúde, força, sabedoria e fé, para superar as
dificuldades.
A minha mãe, por estar sempre ao meu lado, me incentivando, encorajando e
acreditando nos meus potenciais. Sem o seu imenso apoio, nada disso teria sido
possível.
Ao meu pai, que apesar de não estar mais entre nós, tenho certeza zela guia
meus passos. Toda minha trajetória é dedicada a ele, para que tenha orgulho das
minhas escolhas e do seu humano que sou, onde quer que esteja.
A minha orientadora, que sempre acreditou no meu potencial e me encorajou
para superar os obstáculos.
As minhas avós que, mesmo sem entender o significado da minha profissão,
sempre tiveram a certeza de que eu seria um bom profissional.
Aos meus professores, que durante a graduação, passaram seu conhecimento
e ensinamentos de como deveria ser um bom enfermeiro, com carinho e amor pelo
ser humano.
Aos meus colegas que, apesar das divergências, me ensinaram a compreender
e respeitar as diferenças.
Aos meus amigos queridos, que estiveram sempre ao meu lado, acreditando
nas minhas habilidades, oferecendo apoio nos momentos difíceis e celebrando
minhas conquistas.
Aos excelentes profissionais que tive a honra de conhecer e conviver,
compartilhando vivências, ensinamentos e o amor comum à ao cuidado ao ser
humano. Seus exemplos serão levados por toda minha vida profissional.
Aos pacientes que, mesmo em situações difíceis e muitas vezes de luta pela
vida, demonstraram sua gratidão pelo meu trabalho e dedicação.
E também, àqueles que demonstraram desavenças ao longo da minha
trajetória. De todas as pessoas que tive a oportunidade de conviver, tirei o melhor
aprendizado possível, e levarei o melhor deles comigo, durante toda minha vida
profissional e pessoal.
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"A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito".


(DIDEROT, 1818, p. 361).
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Resumo

MENDES, Endrigo Schuch. Prevalência de coinfecções em portadores do Vírus


da Imunodeficiência Humana, acompanhados em um serviço de atendimento
especializado, na região sul do Rio Grande do Sul. 2017. 94f. Trabalho de
Conclusão de Curso. Graduação em Enfermagem. Universidade Federal de Pelotas,
Pelotas.

Cerca de 6.000 pessoas adquirem a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana


adquirida diariamente. Atualmente, estima-se que 36,7 milhões de pessoas vivem com
HIV/AIDS no mundo. Esse estudo teve como objetivos investigar a prevalência de
coinfecções e outras comorbidades em pacientes portadores do HIV e descrever o
perfil sociodemográfico dos mesmos Trata-se de uma pesquisa documental, de corte
transversal que utilizou dados secundários captados dos prontuários dos usuários
cadastrados no ano de 2016 em um serviço especializado para o atendimento do
HIV/AIDS no sul do Rio Grande do Sul. Evidenciou-se que no ano de 2016 houveram
308 cadastros no serviço de referência para tratamento do HIV, e esses, em sua maior
parte, foram de homens, com idade entre 20 a 39 anos, de cor branca, com ensino
fundamental incompleto, trabalhadores em geral e residentes no município de Pelotas.
De todos os prontuários verificados, cerca de 80% apontaram o uso de terapia
antirretroviral; 54,7% apresentaram resultados de exame de contagem de linfócitos T
CD4+, superiores a 350 cél./mm³; 53,9% apresentaram resultados detectáveis para
quantificação da carga viral do HIV; 5,6% quanto a presença de coinfecção por HBV;
5,6% HCV; 10,9% tuberculose; 16,5% sífilis; 25,8% toxoplasmose e 4,1% para HPV.
A respeito do tratamento para as coinfecções supracitadas, haviam registros de 20%
para HBV; 53,3% para HCV; 69% para tuberculose; 68,2% para sífilis; 15,9% para
toxoplasmose e 50% para HPV. Foi identificada a presença de 92 tipos de outras
coinfecções e/ou comorbidades além das pesquisadas em 25,5% dos prontuários
analisados, sendo as mais frequentes: depressão, hipertensão arterial sistêmica,
herpes zoster e citomegalovirose. Destaca-se também que foi encontrado um grande
número de prontuários com informações faltantes, o que prejudicou a análise dos
dados, bem como a caracterização das demais variáveis pesquisadas. Conclui-se
com o presente estudo a importância da identificação da prevalência das coinfecções
em portadores do vírus HIV, bem como a presença de outras comorbidades
associadas, para que se possa oferecer um melhor suporte à população assistida,
visando aprimorar o atendimento prestado e assim, melhorar a qualidade de vida dos
seus usuários, sendo este serviço, protagonista no que diz respeito à evolução do
quadro de saúde dos indivíduos que dele fazem uso.

Palavras-chave: Prevalência; Coinfecção; HIV; Prontuários; Enfermagem.


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Abstract

MENDES, Endrigo Schuch. Prevalence of coinfections in patients with Human


Immunodeficiency Virus, accompanied at a specialized care service, in the
southern region of Rio Grande do Sul. 2017. 91f. Completion of Course Work.
Nursing Graduation. Federal University of Pelotas, Pelotas.

About 6.000 people acquire the infection from Human Immunodeficiency Virus daily.
Currently, it is estimated that 36.7 million people are living with HIV/AIDS worldwide.
The purpose of this study has been to investigate the prevalence of coinfections and
other comorbidities in patients who are living with HIV and to describe their
sociodemographic profile. This is a documentary research, cross-sectional, that used
secondary data from patients' records which were registered in the year 2016, in a
specialized service for HIV/AIDS care, in the south of Rio Grande do Sul. It became
clear that in the year 2016, there were 308 registrations in the referral service for HIV
treatment, and those, for the most part, were men, aged from 20 to 39 years, white,
with incomplete elementary education, laborers, in general, and who lived in Pelotas
city. Of all the records verified, about 80% indicated the use of antiretroviral therapy;
54.7% presented exam results of T Helper Lymphocyte count above 350 cells/mm³;
53.9% presented detectable results for quantification of HIV viral load; 5.6% regarding
the presence of HBV coinfection; 5.6% HCV; 10.9% tuberculosis; 16.5% syphilis;
25.8% toxoplasmosis and 4.1% for HPV. Regarding the treatment for the
aforementioned coinfections, there were 20% records for HBV; 53.3% for HCV; 69%
for tuberculosis; 68.2% for syphilis; 15.9% for toxoplasmosis and 50% for HPV. It was
identified the presence of 92 types of other coinfections and/or comorbidities in addition
to those investigated in 25.5% of the analyzed records, being the most frequent:
depression, systemic arterial hypertension, herpes zoster and cytomegalovirus
infection. It is also stands out that it has been found a large number of records with
missing information, which impaired the data analysis, as well as the characterization
of the other variables researched. It has been concluded with the present study the
importance of coinfections prevalence identification, in HIV virus carriers, as well as
the presence of other associated comorbidities, so as to offer a better support to the
assisted population, aiming to ameliorate the provided care, and so to improve the
quality of life of its users, being this service, protagonist in what concerns to the
evolution of the individuals health framework that make use of it.

Keywords: Prevalence; Coinfection; HIV; Records; Nursing.


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Lista de Figuras

Figura 1 - Estrutura do HIV. ................................................................................................. 19


Figura 2 - Critério CDC adaptado para maiores de 13 anos. ................................................ 22
Figura 3 - Critério CDC adaptado para menores de 13 anos. .............................................. 22
Figura 4 - Sistema de classificação da infecção pelo HIV/AIDS. .......................................... 26
Figura 5 - Recomendações para início de TARV em PVHA. ................................................ 27
Figura 6 - Fluxograma para indicação de PEP. .................................................................... 29
Figura 7 - Perfil dos usuários cadastrados no serviço. ......................................................... 46
Figura 8 - Caracterização do usuário quanto ao diagnóstico de HIV/AIDS . ......................... 48
Figura 9 - Percentual de registros de coinfecções identificadas nos prontuários. ................. 50
Figura 10 - Percentual de realização de tratamento para as coinfecções ............................ 52
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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Tipo de exposição sexual e risco de transmissão após contato com pessoa
soropositiva para o HIV. ....................................................................................................... 20
Tabela 2 - Variáveis sociodemográficas............................................................................... 38
Tabela 3 - Variáveis relacionadas ao diagnóstico de HIV/AIDS, coinfecções e comorbidades.
............................................................................................................................................ 39
Tabela 4 - Variáveis relacionadas ao óbito dos pacientes acompanhados no SAE. ............. 39
Tabela 5 - Caracterização sociodemográfica. ...................................................................... 45
Tabela 6 - Municípios de residência dos usuários cadastrados no serviço. ......................... 46
Tabela 7 - Tempo de diagnóstico, última consulta, uso de TARV, contagem de CD4+ e
quantificação da carga viral. ................................................................................................ 48
Tabela 8 - Coinfecções relacionadas ao HIV. ...................................................................... 50
Tabela 9 - Registro da realização de tratamento para as coinfecções. ................................ 51
Tabela 10 - Coinfecções e/ou comorbidades associadas, além das pesquisadas. .............. 53
Tabela 11 - Informações faltantes nos prontuários analisados. ............................................ 55
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Lista de Abreviaturas e Siglas

AIDS/SIDA Síndrome da Imunodeficiência Adquirida


CDC Centers for Disease Control and Prevention
CMV Citomegalovírus
CNS Conselho Nacional de Saúde
COFEn Conselho Federal de Enfermagem
CRS Coordenadoria Regional de Saúde
CTA Centro de Testagem e Aconselhamento
DH Doença de Hodgkin
DNA Ácido desoxirribonucleico
HAART/HAARV Terapia antirretroviral altamente ativa
HAS Hipertensão arterial sistêmica
HBV Hepatite B
HCV Hepatite C
HHV-8 Herpes Vírus Humano tipo 8
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
HPV Papilomavírus Humano
HSH Homens que fazem sexo com homens
HTLV Vírus Linfotrópico da Célula T Humana
ISTs Infecções sexualmente transmissíveis
LT CD4+ Linfócito T Auxiliar
MS Ministério da Saúde
N/A Não se aplica
OMS Organização Mundial da Saúde
PEP Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição
PrEP Profilaxia Antirretroviral Pré-Exposição
PVHA Pessoas vivendo com HIV/AIDS
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RNA Ácido ribonucleico


SAE Serviço de atendimento especializado
SK Sarcoma de Kaposi
SUS Sistema Único de Saúde
TARV Terapia antirretroviral
TB Tuberculose
Toxo Toxoplasmose
UBS Unidade Básica de Saúde
UFPel Universidade Federal de Pelotas
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Sumário

1 Introdução ....................................................................................................................... 13
2 Objetivos ......................................................................................................................... 16
2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 16
2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 16
3 Revisão de Literatura...................................................................................................... 17
3.1 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) ........................................................... 17
3.2 Fisiopatologia da infecção pelo HIV ............................................................................... 18
3.3 Transmissão do HIV ...................................................................................................... 19
3.4 Prevenção da infecção pelo HIV .................................................................................... 20
3.5 Diagnósticos da infecção pelo HIV ................................................................................. 20
3.6 Critérios de definição de casos de AIDS, segundo o Ministério da Saúde ...................... 21
3.7 Sistema de classificação da infecção pelo vírus HIV e definição de caso de vigilância da
AIDS expandida para adolescentes e adultos, segundo Centers for Disease Control and
Prevention - CDC................................................................................................................. 22
3.7.1 Infecção primária (infecção aguda/recente pelo HIV ou síndrome aguda)................... 23
3.7.2 HIV assintomático (categoria A do CDC: > 500 linfócitos T CD4+/mm³) - (1) .............. 23
3.7.3 HIV sintomático (categoria B do CDC: 200 a 499 linfócitos T CD4+/mm³) - (2) ........... 24
3.7.4 AIDS (Categoria C do CDC: < 200 linfócitos T CD4+/mm³) – (3)................................. 25
3.8 Tratamento para infecção pelo HIV ................................................................................ 26
3.8.1 Terapia antirretroviral (TARV) ..................................................................................... 26
3.8.2 Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição ao HIV (PEP) ................................................ 28
3.9 Coinfecções associadas ao HIV/AIDS ........................................................................... 30
3.9.1 Coinfecção por hepatite B relacionada ao HIV ............................................................ 30
3.9.2 Coinfecção por hepatite C relacionada ao HIV ............................................................ 30
3.9.4 Coinfecção por HTLV relacionada ao HIV ................................................................... 31
3.9.5 Coinfecção por sífilis relacionada ao HIV .................................................................... 32
3.9.6 Coinfecção por toxoplasmose relacionada ao HIV ...................................................... 33
3.10 Relação entre cânceres e o HIV................................................................................... 33
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3.10.1 Relação entre o Sarcoma de Kaposi e a infecção pelo HIV ...................................... 33


3.10.2 Relação entre o câncer de colo de útero e a infecção pelo HIV ................................ 34
3.10.3 Relação entre o Linfoma não-Hodgkin e a infecção pelo HIV .................................... 34
4 Metodologia ..................................................................................................................... 36
4.1 Caracterização da pesquisa ........................................................................................... 36
4.2 Local de realização ........................................................................................................ 36
4.3 Participantes do estudo .................................................................................................. 37
4.4 Critérios de seleção dos participantes ............................................................................ 37
4.4.1 Critérios de inclusão.................................................................................................... 37
4.5 Variáveis do estudo ....................................................................................................... 37
4.6 Aspectos éticos .............................................................................................................. 40
4.7 Logística ........................................................................................................................ 41
4.8 Instrumento para coleta de dados .................................................................................. 42
4.9 Análise dos dados ............................................................................................... 42
4.10 Divulgação dos resultados ................................................................................ 42
5 Resultados ...................................................................................................................... 43
5.1 Caracterização sociodemográfica dos usuários cadastrados ......................................... 43
5.1 Características dos usuários frente a convivência com o vírus HIV, comorbidades e
coinfecções associadas ....................................................................................................... 47
5.2 Informações referente ao óbito dos pacientes, segundo registros nos prontuários ........ 53
6 Discussão dos resultados .............................................................................................. 56
7 Considerações Finais ..................................................................................................... 63
Apêndices .......................................................................................................................... 76
Anexos................................................................................................................................ 86
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1 Introdução
Cerca de 6000 pessoas adquirem a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV) diariamente e, embora o percentual global tenha se estabilizado desde
o ano 2000, a taxa permanece inaceitavelmente alta (GURARALDI, et al, 2015).
Segundo o relatório mais recente da UNAIDS (2016a), estima-se que cerca de 36,7
milhões de pessoas vivem atualmente com HIV/AIDS no mundo. Por outro lado, o
nível de novas infecções declinou de 03 milhões em 2001 (WILLBERG, et al, 2008)
para 2,1 milhões em 2016 (UNAIDS, 2016a).
Embora haja um considerável progresso mundial no fornecimento de
tratamento aos indivíduos infectados, ainda existem lacunas significativas, visto que
cerca de apenas 49% das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) no mundo estão
em terapia para combater a infecção. Até junho de 2016, cerca de 1,1 milhão de
mortes no mundo foi relacionada a complicações referentes ao HIV e destas, 10% são
crianças (menores de 15 anos) (UNAIDS, 2016b).
Algumas populações são mais afetadas que outras. Ao passo que a estimativa
geral de PVHA seja de 0,4% a 0,7%, o percentual cresce para 10,5% entre homens
que fazem sexo com homens (HSH), enquanto as outras populações mais afetadas
no Brasil são usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo. É possível
observar quedas importantes no coeficiente de mortalidade, entre 2003 e 2014, em
estados como o Rio Grande do Sul (-10,9%), Santa Catarina (-19,8%), São Paulo (-
40,2%) e Goiás (-12,5%). Estes números representam positivamente à adesão das
PVHA ao tratamento, oriundo à implantação do novo Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em adultos. De janeiro a outubro de
2015, mais de 65 mil novas PVHA entraram em tratamento pelo SUS, um crescimento
de 7% comparado ao mesmo período do ano anterior (BRASIL, 2015a).
A AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome) ou Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é uma doença infectocontagiosa, causada pelo
vírus HIV, que afeta o sistema imunológico, incapacitando progressivamente seus
mecanismos de defesa. A transmissão do vírus HIV ainda hoje é considerada uma
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pandemia, isto é, mesmo com os avanços em relação aos tratamentos e à sobrevida,


a infecção ainda cresce no mundo todo e em todos os níveis socioeconômicos
(UNAIDS, 2008). A AIDS é uma condição crônica que exige terapia medicamentosa
diária e embora lesione o sistema imune significativamente, a taxa de sobrevida
cresce diariamente (SMELTZER; BARE, 2011).
Enquanto o Brasil foi um dos países precursores, dentre os de baixa e média
renda, no fornecimento de tratamento gratuito para portadores do vírus HIV em 1996,
através do Sistema Único de Saúde (SUS), a maioria dos outros países aguardava
financiamento internacional para iniciar estratégias de controle e combate à doença.
Em consequência desta política de universalidade, o Brasil teve uma queda acentuada
associada à AIDS e tem hoje uma das maiores coberturas na terapia antirretroviral
(TARV) entre os países de mesma faixa socioeconômica, com mais da metade (64%)
das pessoas infectadas pelo HIV recebendo tratamento regularmente, enquanto a
média global no ano de 2015 foi de 46% (BRASIL, 2015b).
Com a inserção da terapia antirretroviral de alta potência no tratamento à
PVHA, a partir da década de 90, a infecção pelo vírus HIV passou a ser considerada
uma condição crônica, passível de controle, resultando na queda dos indicadores de
morbidade, diminuição das doenças oportunistas e melhora na qualidade de vida
destas pessoas no Brasil. Por outro lado, a longevidade de PVHA contribuiu para o
aparecimento de outros agravos à saúde, seja pelo efeito da TARV ou variantes virais
resistentes ao tratamento. Quando é identificada uma coinfecção, é de suma
importância planejar e elaborar estratégias que resultem na redução dos agravos à
saúde destes indivíduos, sendo também de grande valia para os serviços de
assistência relacionados à promoção e prevenção à saúde, assim como para a
população, já que tais estratégias proporcionarão uma melhor qualidade de vida à
estas pessoas (RIGHETTO; REIS; REINATO; GIR, 2014).
Quando o indivíduo é acometido por duas ou mais doenças
concomitantemente, é denominada uma coinfecção. No caso de pacientes infectados
pelo vírus HIV, as coinfecções dificultam o tratamento, pois debilitam mais sua
condição de saúde. Visando o melhor manejo no caso de coinfecções, é necessário
adotar estratégias específicas para facilitar o tratamento, assim como um contínuo
acompanhamento, a fim de amezinhar as interações medicamentosas, pois com a
terapia adicional, podem surgir novos efeitos colaterais (DIAZ; VÁZQUEZ, 2012).
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No Brasil as coinfecções mais frequentes em pacientes portadores do vírus HIV


são as hepatites B e C e tuberculose, porém alguns tipos de cânceres, infecção pelo
vírus linfotrópico da célula T humana (HTLV), sífilis e doenças cardiovasculares
progressivas podem surgir (KITAHATA et al, 2009). Quanto ao surgimento destas
coinfecções, é preciso investigar o motivo da manifestação, seja por falhas na TARV,
fatores culturais, socioeconômicos ou biológicos, para um melhor suporte à saúde
destes indivíduos (GUIMARÃES, 2011).
Enquanto acadêmico de enfermagem de formação generalista, inserido em um
contexto onde, apesar da infecção por HIV/AIDS estar presente em todos os cenários
socioeconômicos, houve poucas experiências ao longo da graduação com a temática.
Por outro lado, mostraram-se e ainda mostram-se evidentes as dificuldades que os
serviços de saúde enfrentam para desempenhar um acompanhamento efetivo e de
qualidade aos seus usuários, bem como a oferta de suporte à todas as suas
necessidades, não apenas relacionadas à(s) patologia(s), mas também às suas
demandas como individuo ímpar, inserido em um contexto socioeconômico e cultural
único, carecendo de um olhar integral como ser humano, principalmente frente ao
grande índice de discriminação relacionada ao HIV hoje no mundo.
Com o levantamento e análise dos dados a serem coletados, será possível
identificar o padrão de acompanhamento efetivo dos usuários do serviço, identificando
a renúncia dos mesmos, sejam por irregularidades no serviço de acompanhamento,
nas terapias medicamentosas, fatores socioambientais, etc. Desta forma, este estudo
visa o aperfeiçoamento e melhoria na assistência à estas pessoas, beneficiando
assim, a população assistida, bem como o serviço de saúde.
A partir das necessidades anteriormente citadas, chegou-se à seguinte questão
de pesquisa: qual a prevalência de coinfecções em portadores do vírus HIV,
acompanhados em um serviço de atendimento especializado, na região sul do Rio
Grande do Sul?
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2 Objetivos

2.1 Objetivo geral

Investigar a prevalência das coinfecções em pacientes portadores do Vírus da


Imunodeficiência Humana, em acompanhamento em um serviço de atendimento
especializado, na região sul do Rio Grande do Sul.

2.2 Objetivos específicos

- Descrever o perfil sócio demográfico dos pacientes portadores do Vírus da


Imunodeficiência Humana.
- Identificar a prevalência das coinfecções e outras comorbidades nos
portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana.
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3 Revisão de Literatura

3.1 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA)


A SIDA foi abordada pela primeira vez no início dos anos 1980, na África e
Estados Unidos, e o seu caráter epidêmico passou a adquirir relevância no decorrer
desta década. Não chegando a nenhuma conclusão de sua origem, a teoria mais
aceita até hoje é que o vírus precursor, HIV, teria sido adquirido pelos seres humanos
através dos primatas, apesar de não se ter certeza do seu surgimento, pois após
milhares de anos de coexistência de homens e primatas no continente africano,
somente a partir da década de 80 se deu a emergência da infecção humana pelo vírus
(FORATTINI, 1993).
Desde que a doença foi identificada há três décadas, foi desenvolvido um
notável progresso na melhora da qualidade e expectativa de vida das pessoas
infectadas pelo vírus HIV. Durante a primeira década, o processo deteve-se em
reconhecer e tratar as doenças oportunistas, bem como a profilaxia destas doenças
mais comuns entre os infectados. Durante a segunda década ocorreu o
desenvolvimento e aprimoramento das primeiras terapias antirretrovirais altamente
ativas (HAART). Já a terceira década visou a adesão à terapia dos antirretrovirais,
desenvolvimento de fármacos de segunda geração que afetam diferentes estágios do
ciclo de vida do vírus e a necessidade emergente de uma vacina efetiva (SMELTZER;
BARE, 2011).
O teste laboratorial do anticorpo para HIV, um ensaio enzimático que mede a
velocidade das reações enzimáticas em relação às mudanças na concentração de
substratos ou produtos para medir a taxa da reação (HADVARY, et al., 1991), foi
disponibilizado em 1984, possibilitando o diagnóstico precoce da infecção por HIV
antes do surgimento dos sintomas e desde então tem sido tratada em ambiente
ambulatorial, com olhar de doença crônica, enquanto a AIDS pode envolver condições
agudas, necessitando intervenções hospitalares com internação (SMELTZER; BARE,
2011).
18

3.2 Fisiopatologia da infecção pelo HIV


Os vírus são parasitas intracelulares, isto é, só são capazes de sobreviver,
realizar replicação e desempenhar sua função dentro da célula do hospedeiro. O vírus
HIV pertence à família taxionômica dos retrovírus, pois transportam seu material
genético em forma de ácido ribonucleico (RNA), no lugar do ácido desoxirribonucleico
(DNA). Conforme a figura 1, o HIV é constituído por um cerne viral contendo o RNA
viral, circundado por um envelope constituído de glicoproteínas que fazem protrusão
(SMELTZER; BARE, 2011).
Todos os vírus possuem células-alvo específicas. O HIV tem como célula-alvo
principal o linfócito T que possui em sua superfície os marcadores CD4+ e CD8+
(também chamados de linfócitos T auxiliares e linfócitos T citotóxicos,
respectivamente), além de monócitos e células dendríticas. O linfócito T CD4+, que é
a célula mais atingida pelo HIV, tem como função coordenar a função imunológica do
organismo contra vírus, bactérias e fungos, principalmente através da produção e
liberação de citocinas e interleucinas, que são proteínas capazes de emitir sinais entre
as células imunitárias durante uma resposta imune, seja para realizar a regulação
desta resposta, recrutar células efetoras para as áreas da infecção, ou simplesmente
promover a ativação e/ou suspensão do sistema imune (NETO et al, 2009).
A maioria das pessoas imunocompetentes, isto é, aquelas cujo seu sistema
imunológico responde normalmente quando exposto à um antígeno, possuem cerca
de 500 a 1.200 linfócitos T CD4+/mm³ de sangue, no entanto, em PVHA, a presença
de um baixo número de até 350 células/mm³ pode ser considerado dentro dos limites
normais (BRUNNER; SUDDARTH; LIPPINCOTT, 2011).
A infecção pelo vírus HIV provoca a queda do número de linfócitos T CD4+
através de diversos mecanismos, entre os quais a apoptose das células espectadoras,
morte viral das células infectadas e morte dos referidos linfócitos T CD4+, através da
ação citotóxica dos linfócitos T CD8+, que reconhecem a infecção (LAZZAROTTO;
DERESZ; SPRINZ, 2010).
Morfologicamente, o HIV é constituído por proteínas estruturais e funcionais e
um genoma de RNA, protegidos por um envelope viral. Este envelope é constituído
por uma bicamada lipídica, contendo uma proteína complexa denominada Env, que
codifica as glicoproteínas do envelope viral gp41 e gp120 (exposta à camada externa
do envelope viral. Em sua face interior, o HIV possui uma proteína matriz, denominada
p17 e, envolvido por esta proteína, o capsídeo, composto pela proteína p24. Na parte
19

mais interna da molécula viral, encontram-se os elementos mais importantes: dois


filamentos simples de RNA, a proteína p7 (nucleocapsídeo); e três enzimas
essenciais: a transcriptase reversa, protease e integrasse (ou p51, p11 e p31,
respectivamente) (ANDRADE; TOMÁS; LOURENÇO, 2003).
A entrada do HIV nas células-alvo é mediada pela interação entre as
glicoproteínas gp120 do envelope viral e os marcadores “CD4” e através de
correceptores de quimiocina. Para infectar a célula, o HIV usa correceptores de
quimiocina denominados CCR5. As glicoproteínas do vírus HIV (gp120 e gp41) devem
se ligar à ambos os locais de ligação (CD4 e CCR5) para se fixarem à membrana
celular do linfócito em questão, ocasionando fusão do vírus HIV com a membrana da
célula T (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2011).

Figura 1 - Estrutura do HIV.


Fonte: ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2011.

3.3 Transmissão do HIV


As partículas virais que iniciam a infecção estão presentes geralmente no
sangue, sêmen e alguns outros fluidos corporais de um indivíduo e são introduzidos
em outro por via sexual, seja ela oral, anal ou vaginal; através de agulhas
contaminadas, objetivos perfurocortantes; e por via vertical, seja ela transplacentária
20

ou por aleitamento. As Infecções através de transfusão de sangue contaminado ou


hemoderivados, atualmente embora que raras, constituem-se como uma forma de
transmissão (BENN; FISHER; KULASEGARAM, 2011).
Segundo indicativos do Brasil (2015f), o tipo de exposição sexual com mais alto
risco de transmissão onde um dos indivíduos é soropositivo, é a penetração anal
receptiva, na qual a pessoa exposta é penetrada por um parceiro soropositivo na
relação sexual. Em segundo lugar, encontra-se a penetração vaginal receptiva, na
qual a mulher é penetrada por um parceiro soropositivo em uma relação sexual
(Tabela 1).
Tabela 1 - Tipo de exposição sexual e risco de transmissão após contato com pessoa soropositiva para
o HIV.

Tipo de exposição Risco de transmissão/exposição


Penetração anal receptiva 0,1 – 3,0
Penetração vaginal receptiva 0,1 – 0,2
Penetração vaginal insertiva 0,03 – 0,09
Penetração anal insertiva 0,06
Sexo oral receptivo 0 -0,04
Fonte: Brasil (2015f)

3.4 Prevenção da infecção pelo HIV


Atualmente no Brasil, adota-se uma nova abordagem pelo Ministério da Saúde
no que se refere à prevenção da infecção ao HIV, que compreende oito formas de
prevenção, às quais devem ser escolhidas e combinadas por cada pessoa, de acordo
com cada situação vivida. São elas: a utilização do preservativo masculino e/ou
feminino (denominada a forma de prevenção mais eficaz); redução de danos (não
compartilhamento de objetos perfuro cortantes; testagem regular para HIV; exames
de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no pré-natal; profilaxia
pré-exposição (PrEP) e profilaxia pós-Exposição (PEP) (vide subcapítulo 2.8:
Tratamento para infecção pelo HIV); diagnosticar e tratar outras ISTs; e realizar o
tratamento para todas as pessoas (BRASIL, 2016c).

3.5 Diagnósticos da infecção pelo HIV


Com relação ao diagnóstico da infecção pelo HIV, este é feito a partir da
realização de teste sorológicos e moleculares, em laboratórios, ou por meio de testes
rápidos, durante consultas médica ou atendimentos em CTAs, unidades móveis, em
domicílios, etc. No Brasil, o diagnóstico da infecção é regulamentado pela portaria 29
de 17 de dezembro de 2013, que aprova o Manual Técnico para Diagnóstico da
21

Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças. Uma vez diagnosticado como portador do
vírus HIV, o indivíduo deve ser encaminhado para um serviço de referência, seja UBS
ou SAE, porém deve-se levar em consideração o tempo necessário para que o exame
detecte a presença do HIV no sangue ou fluído corporal utilizado para o diagnóstico
(chamado de janela imunológica), em caso de risco de infecção recente e resultado
negativo de sorologia anti-HIV (BRASIL, 2016a).
Janela imunológica é o intervalo de tempo entre o momento da infecção pelo
HIV e a possibilidade de detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelos linfócitos.
Na maioria dos casos, este período compreende os primeiros 30 dias, a partir da
infecção, podendo variar dependendo de cada indivíduo frente à referida infecção e
os tipos de testes diagnósticos. Em caso de risco de infecção, se o teste for realizado
dentro do período de janela imunológica, este deve ser repetido após 30 dias, através
da coleta de uma nova amostra, salientando que, se o indivíduo for portador do HIV,
mesmo com resultado não reagente, o vírus pode ser transmitido antes que os
anticorpos possam ser detectados através dos novos testes a serem realizados
(BRASIL, 2010b).

3.6 Critérios de definição de casos de AIDS, segundo o Ministério da Saúde


A primeira definição de casos de AIDS adotada no Brasil, pelo Ministério da
Saúde (MS), foi em 1987, restrita aos indivíduos maiores de quinze anos, tendo como
referência para esta definição os critérios do CDC (Centers for Disease Control and
Prevention), criado em 1985. Desde então, a definições de AIDS no Brasil passou por
constantes revisões, com o objetivo de adequar estes critérios às condições e
necessidades dos indivíduos acometidos pela infecção no país, sendo criado assim,
o “Critério CDC Modificado” (BRASIL, 2004).
A última revisão das definições de AIDS no Brasil é datada de 1998, que
incorporou as doenças da então mais nova revisão do CDC, retirando do Critério CDC
Modificado a coccidioidomicose, por se tratar de um evento raro no país, e a
tuberculose pulmonar, por se tratar de uma doença prevalente. Incluiu-se o carcinoma
cervical invasivo de colo de útero, tendo em vista a importância clínica e o valor
estratégico na assistência e saúde da mulher. Este critério, denominado “Critério CDC
Adaptado” é uma adequação brasileira das categorias A, B e C definidoras de
imunodeficiência, da classificação do CDC, visando que para a definição de caso de
AIDS, além da evidência laboratorial de infecção pelo vírus HIV, passam a ser
22

necessárias pelo menos duas situações clínicas consideradas leves ou uma situação
clínica moderada ou grave (BRASIL, 2016a).
Na figura 2, são apresentados resumidamente, os critérios adotados pelo MS,
para definições de AIDS em indivíduos com idade maior ou igual a 13 anos, para fins
de vigilância epidemiológica. Por conseguinte, na figura 3, estão os critérios adotados
pelo MS, para definições de AIDS em indivíduos menores de 13 anos, para fins de
vigilância epidemiológica.
Existência de dois (2) testes de triagem reagentes ou um (1) confirmatório para detecção
de anticorpos anti-HIV
+
Evidência de imunodeficiência:
Diagnóstico de pelo menos uma (1) doença indicativa de AIDS
e/ou
Contagem de linfócitos T CD4+ < 350 células/mm3
Figura 2 - Critério CDC adaptado para maiores de 13 anos.
Fonte: BRASIL, 2016a.

Evidência laboratorial de infecção pelo HIV


+
Evidência de imunodeficiência:
Diagnóstico de pelo menos duas (2) doenças indicativa de AIDS de caráter leve
e/ou
Diagnóstico de pelo menos uma (1) doença indicativa de AIDS de caráter moderado ou
grave
e/ou
Contagem de linfócitos T CD4+ menor do que o esperado para a idade atual
Figura 3 - Critério CDC adaptado para menores de 13 anos.
Fonte: BRASIL, 2016a.

3.7 Sistema de classificação da infecção pelo vírus HIV e definição de caso de


vigilância da AIDS expandida para adolescentes e adultos, segundo Centers for
Disease Control and Prevention - CDC
O estadiamento da doença pelo HIV ou classificação da infecção baseia-se na
história clínica, exame físico, evidências laboratoriais de disfunção imune, sinais e
sintomas e neoplasias malignas. A definição de padronização do diagnóstico da AIDS
segundo o CDC, categoriza a infecção pelo HIV e a AIDS em adultos e adolescentes,
com base nas condições clínicas associadas à tal infecção e contagens de células T
CD4+. O sistema de classificação agrupa as condições clínicas em três categorias: A,
B e C (CDC, 2013).
23

3.7.1 Infecção primária (infecção aguda/recente pelo HIV ou síndrome aguda)


O período que compreende desde a exposição ao HIV até o desenvolvimento
de anticorpos específicos contra o mesmo é conhecido como infecção primária.
Inicialmente existe um período de janela imunológica, durante o qual o indivíduo HIV-
positivo apresenta um resultado negativo no exame laboratorial para anticorpos anti-
HIV, embora esteja infectado e altamente infeccioso, decorrente de uma carga viral
muito alta. Após duas a três semanas, anticorpos dirigidos contra as glicoproteínas do
envelope do vírus podem ser detectados no soro sanguíneo do indivíduo infectado,
porém a maioria desses anticorpos carece da capacidade de controlar totalmente o
vírus. No momento em que podem ser detectados no exame os anticorpos, o HIV está
firmemente estabelecido no hospedeiro. As principais manifestações clínicas incluem
febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e cefaleia, sendo que tal infecção
primária pode cursar com febre alta, sudorese e linfadenomegalia. Sintomas
gastrintestinais como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais podem
estar presentes, entretanto, o comprometimento do pâncreas e fígado é raro
(SMELTZER; BARE, 2011).
Os sinais e sintomas que caracterizam a infecção primária/aguda é autolimitado
e a maior parte destes sintomas desaparece em três a quatro semanas e a
manifestação clínica superior a 14 dias pode estar associada à progressão mais
rápida da doença (DAAR, et al., 2001). O organismo produz anticorpos numa tentativa
de conter as partículas de HIV livres (fora da célula), uma vez que nesta fase primária,
a taxa de replicação do vírus é muito alta. A quantidade restante do vírus no organismo
após esta resposta imune inicial é designada como ponto de equilíbrio viral, isto é,
resulta em um equilíbrio dinâmico da infecção a qual pode durar anos, porém quanto
mais longo o período deste ponto de equilíbrio, mais negativo o prognóstico e rápida
progressão da doença (SMELTZER; BARE, 2011).

3.7.2 HIV assintomático (categoria A do CDC: > 500 linfócitos T CD4+/mm³) - (1)
Após ter alcançado o equilíbrio viral, o paciente HIV-positivo entra em um
estágio crônico, no qual o sistema imune é incapaz de eliminar o vírus, apesar de seus
esforços. Este ponto de equilíbrio varia de paciente para paciente e determina a
velocidade da progressão da infecção e, em média, varia de 8 a 10 anos até que haja
o surgimento de complicações importantes oriundas da infecção pelo HIV (CDC,
2013).
24

Segundo CDC (2013), inclui-se um ou mais dos seguintes itens em um adulto


ou adolescente com infecção confirmada pelo vírus HIV, não apresentando quaisquer
condições nas categorias B e C:
• Infecção assintomática pelo vírus HIV;
• Linfadenopatia generalizada e persistente;
• Infecção aguda (primária) pelo vírus HIV com doença associada ou história
de infecção aguda pelo HIV.

3.7.3 HIV sintomático (categoria B do CDC: 200 a 499 linfócitos T CD4+/mm³) -


(2)
Com o passar do tempo, a contagem de células T CD4+ cai gradualmente. A
categoria B é definida por condições sintomáticas em pacientes infectados pelo vírus
HIV (que não se incluem na categoria C). Estas condições devem preencher os
seguintes critérios: (1) a condição deve-se à infecção pelo HIV ou causada por uma
deficiência imunológica celular, ou (2) a condição apresenta uma evolução clínica e
necessita de tratamento que é complicado pela infecção relacionada ao HIV. Quanto
a pessoa foi anteriormente tratada para uma condição da categoria B e não
desenvolveu uma doença da categoria C, ou encontra-se assintomática, permanece
inserida na categoria B (CDC, 2013).
Segundo CDC (2013), inclui-se um ou mais dos seguintes itens em um adulto
ou adolescente com infecção confirmada pelo vírus HIV, na categoria B:
• Angiomatose bacilar;
• Candidiase orofaríngea ou vulvovaginal (persistente, frequente ou que
apresenta resposta satisfatória ao tratamento);
• Displasia cervical (moderada a grave) ou carcinoma cervical
• Sintomas constitucionais, como febre (> 38,5ºC) ou diarreia persistente há
mais de 1 mês;
• Leucoplasia pilosa oral;
• Herpes-zoster, envolvendo pelo menos dois episódios distintos ou mais de um
dermátomo;
• Púrpura trombocitopênica idiopática;
• Listeriose;
• Doença inflamatória pélvica associada à abcesso tubo-ovariano;
• Neuropatia periférica.
25

3.7.4 AIDS (Categoria C do CDC: < 200 linfócitos T CD4+/mm³) – (3)


Quando a contagem de células T CD4+ reduz abaixo de 200 células/mm³ de
sangue, confere-se o diagnóstico de AIDS. Na medida em que os níveis de células T
CD4+ diminuem para <100 células/mm³ de sangue, o sistema imune está
significativamente comprometido. Quando um paciente apresentou anteriormente
uma condição da categoria C, ele permanece nessa categoria, mesmo se houver
rebote da contagem de células T CD4+ com o tratamento (CDC, 2013). A classificação
na categoria C traz implicações para benefícios sociais (benefícios de incapacidade,
alojamento, ticket-alimentação, etc.), pois estes programas encontram-se
frequentemente ligados a um diagnóstico de AIDS (SMELTZER; BARE, 2011).
Conforme o CDC (2013), o sistema de classificação da infecção pelo vírus HIV
e definição de caso de vigilância da AIDS é dividido em três principais categorias
(figura 4).
Segundo o CDC (2013), as condições clínicas definidoras de AIDS são:
• Candidíase nos brônquios, traqueia, pulmões ou esôfago;
• Câncer cervical invasivo;
• Coccidioidomicose disseminada ou extrapulmonar;
• Criptococose extrapulmonar;
• Criptosporidiose intestinal crônica (há mais de 1 mês);
• Doença por citomegalovírus (diferente do fígado, baço ou linfonodos);
• Retinite por citomegalovírus (com perda de visão);
• Encefalopatia relacionada ao vírus HIV;
• Herpes simples (há mais de 1 mês);
• Histoplasmose disseminada ou extrapulmonar;
• Isosporíase intestinal crônica (há mais de 1 mês);
• Sarcoma de Kaposi
• Linfoma de Burkitt
• Complexo Mycobacterium avium ou M. kansasii disseminado ou
extrapulmonar;
• Mycobacterium tuberculosis (pulmonar ou extrapulmonar);
• Pneumonia por Pneumocystis jiroveci;
• Pneumonia recorrente;
• Leucoencefalopatia multifocal progressiva;
• Septicemia por Salmonella recorrente;
26

• Toxoplasmose cerebral;
• Síndrome consumptiva relacionado ao HIV
A B C
HIV agudo, assintomático Sintomático, não incluso nas Condições indicadoras de
(primário ou linfadenopatia categorias A ou C AIDS
generalizada e persistente)
A1 B1 C1
A2 B2 C2
A3 B3 C3
Figura 4 - Sistema de classificação da infecção pelo HIV/AIDS.
Fonte: CDC, 2013.

Também, segundo o CDC (2013), as categorias diagnósticas são de (1) ≥ 500


células T CD4+ por microlitro de sangue; (2) 200 a 499 células T CD4+ por microlitro
de sangue e (3) < 200 células T CD4+ por microlitro de sangue. Pessoas inseridas na
categoria clínica C, A3 ou B3 são consideradas portadoras de AIDS.

3.8 Tratamento para infecção pelo HIV


Atualmente são utilizados três principais métodos terapêuticos para tratar (e em
alguns casos prevenir) a infecção pelo HIV. Entre eles, o principal: terapia
antirretroviral (TARV); e os métodos terapêuticos profiláticos: profilaxia pós-exposição
ao HIV (PEP) e profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) (BRASIL, 2015).

3.8.1 Terapia antirretroviral (TARV)


O estabelecimento da TARV sempre teve como objetivo diminuir a
morbimortalidade das PVHA, melhorando assim sua qualidade e expectativa de vida,
tendo claro que (ainda) não é possível erradicar a infecção do organismo (FUCHS;
WANNMACHER, 2012).
Desde o surgimento dos primeiros esquemas antirretrovirais, objetivou-se
definir critérios para iniciar o tratamento com base nas estimativas de risco de
coinfecções, bem como avaliar seu possível risco-benefício e evolução para o óbito
dos pacientes em decorrência da AIDS. Ao longo das últimas décadas, os referidos
esquemas terapêuticos eram indicados apenas àqueles pacientes com baixas
contagens de linfócitos T CD4+, que apresentassem sintomas e que já tivessem
desenvolvido complicações em decorrência da infecção. Entretanto, desde 2013,
foram comprovadas evidências de que, mesmo em portadores assintomáticos com
27

contagem elevadas de linfócitos T CD4+, a taxa de replicação viral está associada ao


desenvolvimento de doenças não tradicionalmente relacionadas ao HIV, como por
exemplo eventos cardiovasculares (ABIH, 2013).
Também é possível constatar que pessoas em uso de TARV, que mantêm uma
taxa de linfócitos T CD4+ elevada (acima de 500 cél./mm³) e carga viral indetectável
(< 40 ou <50 cópias virais por mm³), atingem uma expectativa de vida semelhante à
população não portadora do vírus. É importante ressaltar que, quando a TARV é
iniciada precocemente, as chances de alcançar níveis elevados de linfócitos T CD4+
aumentam potencialmente. É importante salientar também, que independente da
contagem de linfócitos T CD4+ e/ou quantificação da carga viral, é extremamente
importante estimular o indivíduo a iniciar o mais imediato possível a TARV, na
perspectiva da redução da transmissibilidade do HIV, considerando a motivação da
PVHA, buscando sempre os melhores resultados possíveis no que se refere à adesão
ao tratamento (BRASIL, 2015d) (figura 5).
Todas as PVHA, independente da contagem de linfócitos T CD4+
Estimular o início imediato da TARV, a fim de reduzir o risco de transmissão, considerando a
motivação da PVHA.
Pacientes sintomáticos (incluindo TB ativa), independente da contagem de linfócitos CD4+
Iniciar a TARV
Pacientes assintomáticos
CD4+ ≤ 500 cél./mm³ Iniciar TARV
CD4+ > 500 cél./mm³ Iniciar a TARV na coinfecção por HBV, com indicação de
tratamento para hepatite B.
Considerar TARV nas seguintes situações:
 Neoplasias não definidoras de AIDS com indicação de
quimioterapia ou radioterapia.
 Doença cardiovascular estabelecida ou risco
cardiovascular elevado;
 Coinfecção por HCV;
 Carga viral acima de 100.000 cópias/ml.
Ausência de exames de Na impossibilidade de obtenção de contagem de CD4+, não
contagem de linfócitos T CD4+ adiar o início da TARV.
Gestantes
Iniciar TARV.
Figura 5 - Recomendações para início de TARV em PVHA.
Fonte: BRASIL, 2015d.
28

3.8.2 Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição ao HIV (PEP)


A partir de 2015, o Ministério da Saúde implantou, no SUS, a Profilaxia
Antirretroviral Pós-Exposição de risco para a infecção pelo HIV, que consiste em um
conjunto de medidas de prevenção combinada, com o principal objetivo de ampliar
formas de intervenção, a fim de evitar novas infecções pelo vírus no mundo.
Anteriormente, as condutadas adotadas através da PEP eram divididas, dependendo
do tipo de exposição (sexual consentida, ocupacional ou de violência) e com decisões
individualizadas quanto à recomendação de iniciar ou não a referida profilaxia. Hoje,
devido à extensão e multiplicidade de esquemas profiláticos existentes, havia
dificuldades em sua utilização nos serviços não especializados. Em vista disso, o novo
protocolo de PEP apresenta uma abordagem mais simplificada, breve e objetiva,
primando pela qualidade das recomendações, sendo que a escolha do esquema
terapêutico passou a ser baseada na avaliação de risco individual e não pela categoria
de exposição, assim, existindo um único fluxograma que compreende todas as
avaliações, como mostra a figura 6 (BRASIL, 2015f).

3.8.3 Profilaxia Antirretroviral Pré-Exposição ao HIV (PrEP)


Profilaxia Antirretroviral Pré-Exposição, é uma prática adotada pelo MS em
2017, que trata-se do uso profilático e contínuo de antirretrovirais, a fim de reduzir o
risco de adquirir a infecção pelo HIV (BRASIL, 2017). Essa estratégia mostra-se eficaz
àquelas pessoas com risco aumentado de adquirir a referida infecção (FONNER, et
al, 2016). No Brasil, o dito “risco aumentado” concentra-se em determinados
segmentos populacionais que correspondem à maioria dos casos de infecção pelo
HIV, como HSH, pessoas transexuais, profissionais do sexo, adolescentes, jovens e
casais sorodiscordantes, que além de apresentarem maior risco, frequentemente
estão sujeitos à situações de discriminação, sendo alvo de estigma e preconceito,
aumentando, assim, sua vulnerabilidade ao HIV/AIDS. Porém, o pertencimento à
estes grupos não é suficiente para caracterizar indivíduos em situações de exposição
ao HIV, assim, sendo definido por práticas sexuais desprotegidas, parcerias e/ou
contextos específicos que determinem mais chances de caracterizar a exposição
(BRASIL, 2017).
29

Figura 6 - Fluxograma para indicação de PEP.


Fonte: BRASIL, 2015.
30

3.9 Coinfecções associadas ao HIV/AIDS


Quando o indivíduo é acometido por duas ou mais doenças ao mesmo tempo,
é denominada uma coinfecção. No caso de pacientes infectados pelo vírus HIV, as
coinfecções dificultam o tratamento, pois debilitam mais a condição de saúde do
indivíduo. Visando o melhor manejo no caso de coinfecções, é necessário adotar
estratégias específicas para facilitar o tratamento, bem como o acompanhamento e
evitar interações medicamentosas, pois com o tratamento adicional, podem surgir
novos efeitos colaterais (RIGHETTO; REIS; REINATO; GIR, 2014).
No Brasil as infecções mais frequentes em pacientes portadores do vírus HIV
são hepatite B (HBV), hepatite C (HCV) e tuberculose (TB), porém alguns tipos de
cânceres, infecção pelo vírus linfotrópico da célula T humana (HTLV), sífilis e doenças
cardiovasculares pregressas podem surgir (BRASIL, 2012a).
Para não haver abandono do tratamento e piora da condição de saúde do
paciente, o profissional da saúde deve adotar medidas como abordagem adequada
sobre dúvidas e reações adversas às medicações, manter um tratamento
supervisionado, principalmente nos casos de tuberculose e manter um curto intervalo
entre as consultas, sendo semanal no primeiro mês, quinzenal no segundo mês e
mensal a partir do terceiro mês (BRASIL, 2016a).

3.9.1 Coinfecção por hepatite B relacionada ao HIV


Em pacientes infectados pelo vírus HIV, a coinfecção com hepatite B aumenta
em até seis vezes o risco desta se tornar uma doença crônica e o desenvolvimento
de cirrose. Nos pacientes acometidos por HBV, o vírus HIV aumenta a replicação
deste, levando às formas mais severas da doença hepática. A coinfecção de HBV e
HIV está altamente associada à pior resposta ao tratamento para a hepatite, contudo,
o real impacto da infecção crônica por HBV sobre a evolução do HIV é
incompreendido, embora a coinfecção esteja relacionada ao aumento da mortalidade
(BRASIL, 2016b).

3.9.2 Coinfecção por hepatite C relacionada ao HIV


Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 30% das infecções por
HCV no mundo estão relacionadas ao vírus HIV. A coinfecção por HCV e HIV pode
estar relacionada ao uso de drogas (pregresso ou atual), alcoolismo e distúrbios
31

psicológicos e psiquiátricos, como a depressão, que comprometem a adesão ao


tratamento e agravam o estado de saúde (BRASIL, 2015c).
Os de pacientes coinfectados com HIV e hepatite C devem ser priorizados para
receber um esquema terapêutico compatível com sua terapia antirretroviral. As
recomendações gerais para estes pacientes se restringem à dois grupos de
indivíduos. Tratando-se de pacientes assintomáticos com contagem de células T
CD4+ > 500/mm³, sem uso de TARV e indicações de terapia para HCV, é
recomendado priorizar o tratamento da hepatite C, porém este pode levar à redução
dos níveis de LT-CD4+ e ser recomendado o início da TARV. Já para pacientes
sintomáticos ou assintomáticos com contagem de LT-CD4+ ≤ 500/mm³, sem uso de
TARV, recomenda-se o início desta e o início da terapia para HCV deve ser estudado
em cada caso e iniciado após haver estabilização clínica e imunológica do paciente
(BRASIL, 2015d).

3.9.3 Coinfecção por tuberculose relacionada ao HIV


Estima-se que, das 33 milhões de pessoas infectadas pelo vírus HIV no mundo,
cerca de 25% estão coinfectadas com tuberculose. Entre as intervenções
preconizadas pelo MS para o controle da coinfecção TB-HIV, destacam-se a testagem
para HIV em todos por indivíduos diagnosticados com TB com uso de teste rápido,
realização de prova tuberculínica e tratamento da infecção latente pelo M. tuberculosis
em HIV-positivos. De modo geral, o diagnóstico de TB em pacientes coinfectados por
HIV é semelhante ao da população em geral, entretanto, a apresentação clínica da
doença é frequentemente maior em relação às formas extrapulmonares e
disseminadas. Deste modo, a investigação requer procedimentos mais invasivos,
como coleta de líquido pleural, líquor e biópsias, além de exames como tomografias e
ressonâncias (BRASIL, 2015d).

3.9.4 Coinfecção por HTLV relacionada ao HIV


O vírus linfotrópico da célula T humana (HTLV) é semelhante ao HIV, embora
causem diferentes tipos de doenças, principalmente porque o HTLV se multiplica
menos que o HIV e não causa morte da célula e essa infecção (pelo HTLV) não implica
necessariamente em processos patogênicos (BRASIL, 2014a).
Atualmente, a sorologia para HTLV em paciente infectados com HIV está
indicada apenas àqueles que vivem em regiões onde existe prevalência da doença,
32

bem como usuário de drogas injetáveis ou pessoas que apresentem manifestações


neurológicas (BRASIL, 2015d).

3.9.5 Coinfecção por sífilis relacionada ao HIV


Ainda hoje a sífilis é considerada um importante problema de saúde pública,
sendo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima 1 milhão de casos por ano
entre as gestantes, preconizando a detecção precoce e tratamento adequado para
estas pacientes e seus respectivos parceiros, portadores da doença, considerando
ainda, que a infecção pode acarretar danos graves ao feto (BRASIL, 2015e).
Em PVHA, a prevalência da sífilis é até oito vezes mais elevada (CDC, 2011),
sendo que as doenças genitais ulcerativas podem propiciar a transmissão sexual e
perinatal do HIV, pois o rompimento do epitélio mucoso, onde se localiza a lesão,
ocasiona uma importante via de entrada para o vírus, bem como um influxo local de
linfócitos T CD4+ e o aumento da expressão de correceptores de CCR5 em
macrófagos, que aumentam a possibilidade da infecção (KARUMUDI;
AUGENBRAUN, 2005).
Assim como as demais coinfecções, a sífilis pode causar alterações
imunovirológicas, ocasionando queda de linfócitos T CD4+ e aumento da carga viral
do HIV, no entanto, observa-se que tais alterações tendem a ser transitórias e que
não interferem na progressão para AIDS (BRASIL, 2008).
O curso natural da sífilis, que é dividido em dois estágios clínicos: recente e
tardio, separados por uma latência clínica, pode ser alterado em pacientes portadores
do vírus HIV, ocasionando manifestações incomuns e mais agressivas. Geralmente
as apresentações clínicas de cada estágio são semelhantes a pacientes não
infectados pelo vírus HIV, contudo, algumas características da coinfecção devem ser
salientadas: 1. Surgimento de cancros múltiplos e profundos, onde apresentam cura
mais lentificada; 2. Concomitância entre os estágios (primário e secundário) em
relação às lesões, no momento do diagnóstico; 3. A forma clínica secundária é mais
frequente; 4. Predisposição para desenvolver lesões neurológicas, onde a progressão
para neurosífilis pode ser precoce (CDC, 2011).
O diagnóstico de sífilis em PVHA é feito da mesma forma que na população em
geral, porém em pacientes infectados pelo HIV, é frequente a presença de altos títulos
de marcadores sorológicos, assim como falso-negativos e testes não-treponêmicos,
33

os falsos positivos podem atingir até 11% dos casos (ZELLAN, J.; AUGENBRAUN,
M., 2004).

3.9.6 Coinfecção por toxoplasmose relacionada ao HIV


A toxoplasmose (toxo) é a causa mais frequente de lesões neurológicas focais,
com efeitos em massa em PVHA ou com contagem de linfócitos T CD4+ < 200
células/mm3. A apresentação clínica da doença varia de acordo com a localização e
a quantidade de lesões cerebrais, bem como a presença de hipertensão intracraniana.
Assim, pacientes coinfectados com toxoplasmose geralmente apresentam cefaleia,
sendo que febre, convulsões e alterações do estado mental podem estar presentes
(BRASIL, 2010a).
Embora o diagnóstico definitivo para toxoplasmose, principalmente com
manifestações neurológicas, envolva biópsia, esta fica restrita apenas aos casos que
não apresentarem melhora clínica, portando, recomenda-se que todas as PVHA, que
estejam apresentando sinais clínicos compatíveis com a coinfecção e exame de
imagem sugestivo, sejam tratadas empiricamente para a infecção (MESQUITA, et al,
2010).

3.10 Relação entre cânceres e o HIV


A relação do vírus HIV com determinados tipos de cânceres ainda não é clara,
porém acredita-se que a deficiência do sistema imunitário tenha relação direta com
algumas neoplasias que são mais frequentes em pacientes infectados. Os tipos de
cânceres que mais comumente acometem pessoas infectadas pelo HIV são Sarcoma
de Kaposi, Linfoma não-Hodgkin e câncer cervical (associado à infecção pelo
Papilomavírus humano (HPV) (BRASIL, 2012a).

3.10.1 Relação entre o Sarcoma de Kaposi e a infecção pelo HIV


O Sarcoma de Kaposi (SK) é uma neoplasia maligna endotelial causada pelo
herpes vírus humano tipo 8 (HHV-8), no qual seu incidente, associado ao HIV, é
considerado o mais agressivo e frequente, porém o risco deste acometimento é muito
mais elevado em PVHA que não estão em TARV (LUPIA, et al, 2015).
A cavidade oral é o primeiro local onde se manifesta o SK (22%), porém as
lesões associadas ao HIV tendem a se espalhar, multiplicar e tornassem-se mais
nodulares, concomitantemente à deterioração imunológica e queda na contagem de
34

linfócitos T CD4+ (STOLKA et al, 2014). A contagem de linfócitos T CD4+ inferior a


200 células/mm³ está altamente associada ao aparecimento de neoplasias, enquanto
a dor ocorre somente quando as lesões atingem estruturas nervosas (ZARAA, et al,
2012).
Apesar da ocorrência do SK ser alta em PVHA, a taxa de mortalidade é maior
naqueles pacientes que não recebem o tratamento antirretroviral adequado. Há
evidências de que o SK, na maioria dos casos, entra em remissão com HAART, em
relação aos pacientes que não recebem TARV (CARVALHO, et al, 2016).

3.10.2 Relação entre o câncer de colo de útero e a infecção pelo HIV


Devido ao progresso da infecção pelo HIV na população feminina, o câncer de
colo uterino se justifica pelo estado de imunossupressão, que torna favorável a rápida
evolução das lesões cervicais, principalmente àquelas causadas pelo vírus HPV
(SIRIVONGRANGSON, et al, 2007).
Mulheres infectadas pelo vírus HIV tem cinco vezes mais probabilidade de
apresentar lesões de precursoras do câncer de colo de útero, em comparação às
mulheres não portadoras do vírus, assim como, na coinfecção pelo HPV, onde o risco
aumenta em três vezes. Estudos verificaram que, em mulheres não infectadas pelo
HIV, o intervalo para a progressão à doença invasiva (neoplasia cervical) em relação
apenas ao HPV, é de 15,7 anos, enquanto em mulheres coinfectadas com HPV-HIV,
este intervalo é de 3,2 anos (BRASIL, 2005). Estes resultados apontam uma
necessidade emergente da intensificação de um acompanhamento ginecológico mais
efetivo, bem como acompanhamentos específicos para esta população de mulheres
infectadas pelo HIV (GALVÃO, et al, 2010).

3.10.3 Relação entre o Linfoma não-Hodgkin e a infecção pelo HIV


A doença de Hodgkin (DH), até então, não define diagnóstico de AIDS, porém
a mesma apresenta achados clínicos e biológicos específicos, quando verificada em
PVHA, levando a um prognóstico diferenciado, em comparação à pessoas não
infectadas pelo HIV (BARRETO, 2002).
As características mais relevantes da DH em PVHA são a agressividade e a
extensão da doença em relação ao diagnóstico. Em pacientes não infectados pelo HIV
a DH se espalha tipicamente para órgãos nodais contíguos, por outro lado, em PVHA,
35

é comumente verificado um acometimento em órgãos não contíguos (VACCHER;


SPINA; TIRELLI, 2001).
Pacientes com DH-HIV são mais suscetíveis à doenças oportunistas durante a
quimioterapia e também após a mesma, visto que não se pode aguardar a
recomposição imediata do sistema imunológico, por se tratar de um paciente em
imunossupressão. As citopenias ligadas ao HIV dificultam ainda o uso de agentes
quimioterápicos, porém verifica-se melhora imunológica em pacientes em uso de
HAARV e, consequentemente, elevação dos níveis de linfócitos T CD4+, diminuindo
o número das infecções oportunista, possibilitando o uso de quimioterápicos mais
potentes no combate à DH (BARRETO, 2002).
36

4 Metodologia

4.1 Caracterização da pesquisa


Foi desenvolvida uma pesquisa documental, de corte transversal, caráter
descritivo e de abordagem quantitativa.
O estudo transversal quantifica a prevalência da doença, onde as variáveis são
identificadas em um determinado ponto do tempo, resultando em informações
instantâneas da situação a ser estudada, com base na avaliação de cada membro que
compõe a pesquisa (SOUSA; DRIESSNACK; MENDES, 2007), sendo assim, os
dados obtidos através deste tipo de corte são úteis para avaliar as necessidades
relacionadas à saúde da população. Em um estudo descritivo, o fenômeno é
observado, descrito e documentado. Descreve-se o que existe de fato, determinando
a frequência em que este fato ocorre, sendo um passo primordial para uma
investigação epidemiológica (BONITA; BEAGLEHOLE; KJELLSTRÖM, 2010).
A pesquisa quantitativa é caracterizada por considerar que tudo pode ser
quantificável (PRODANOV; FREITAS, 2013), adotando estratégias sistemáticas,
objetivas e rigorosas, traduzindo opiniões ou comportamentos em números, centrada
na objetividade. Ela considera que a realidade só pode ser compreendida com base
na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e
neutros, onde os conceitos foram reduzidos à variáveis (SOUSA; DRIESSNACK;
MENDES, 2007).

4.2 Local de realização


A pesquisa foi desenvolvida em um serviço de atendimento especializado
(SAE), no município de Pelotas, vinculado à Universidade Federal de Pelotas, onde
são atendidos portadores do vírus HIV.
O SAE conta com uma equipe constituída por sete médicos clínicos, dois
pediatras, uma enfermeira, uma farmacêutica e uma assistente social, além da equipe
de recepcionistas e profissionais administrativos.
37

O serviço funciona em dois turnos (manhã e tarde) de segunda à sexta-feira.


Salienta-se que a chegada dos pacientes no referido serviço é proveniente de
encaminhamentos oriundos de Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Centro de
Testagem e Aconselhamento (CTA), além de meios próprios, desde o paciente tenha
comprovação diagnóstica quanto à infecção pelo HIV.
O SAE foi instaurado no ano de 1999 no município de Pelotas e nele
encontram-se aproximadamente 4.800 usuários cadastrados.

4.3 Participantes do estudo


Como trata-se de uma pesquisa documental, foram analisados 267 prontuários
cadastrados no SAE entre o período de 01/01/2016 à 31/12/2016. Verificou-se 308
cadastros durante o período, porém destes, 41 prontuários não foram encontrados no
serviço durante o período de coleta de dados.
Pesquisa documental é aquela realizada a partir de documentos,
contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos, como
relatórios, notas, informativos, etc., armazenados em repartições públicas, hospitais,
etc. (SANTOS, 2000), sendo que estes documentos ainda não receberam um
tratamento analítico (GIL, 2008).

4.4 Critérios de seleção dos participantes

4.4.1 Critérios de inclusão


Foram incluídos todos os prontuários localizados no serviço, referentes aos
usuários cadastrados no período de 01/01/2016 à 31/12/2016.

4.5 Variáveis do estudo


As variáveis do estudo foram compostas por três categorias: variáveis
sociodemográficas; variáveis relacionadas ao diagnóstico de HIV, última consulta no
serviço, uso de TARV, contagem de linfócitos T CD4+, quantificação da carga vital do
HIV, coinfecções e comorbidades; e variáveis relacionadas aos óbitos, (tabelas 2, 3 e
4).
38

Tabela 2 - Variáveis sociodemográficas.

Variável Descrição Escala


Sexo Dicotômica Masculino/feminino
Idade Quantitativa discreta Anos completos
Cor Qualitativa nominal Branca/preta/parda/amarela/indígena/IGN
Escolaridade Qualitativa nominal Ensino fundamental incompleto/ensino
fundamental completo/ensino médio
incompleto/ ensino médio completo/ensino
superior incompleto/ ensino superior
completo/analfabeto/IGN
Renda Quantitativa contínua Valor em reais (R$)/IGN
Ocupação/profissão Qualitativa nominal Nome da ocupação ou profissão que
desempenha/IGN
Município de Qualitativa nominal Nome do município/IGN
residência
39

Tabela 3 - Variáveis relacionadas ao diagnóstico de HIV/AIDS, coinfecções e comorbidades.

Variável Descrição Escala


Tempo de diagnóstico da infecção Quantitativa discreta Data que recebeu o
pelo HIV diagnóstico/IGN
Última consulta no SAE Quantitativa discreta Data da última consulta/IGN
Uso de TARV Dicotômica Sim/não/IGN
Contagem de linfócitos T CD4+ Quantitativa discreta Número de células/mm³
/IGN
Coinfecção por hepatite B Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza ou realizou tratamento para Dicotômica Sim/Não/IGN
coinfecção por HBV?
Coinfecção por hepatite C Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza ou realizou tratamento para Dicotômica Sim/Não/IGN
coinfecção por HCV?
Coinfecção por tuberculose Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza ou realizou tratamento para Dicotômica Sim/Não/IGN
coinfecção por Tuberculose?
Coinfecção por HTLV Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza ou realizou tratamento para Dicotômica Sim/Não/IGN
coinfecção por HTLV?
Coinfecção por sífilis Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza ou realizou tratamento para Dicotômica Sim/Não/IGN
coinfecção por sífilis?
Coinfecção por toxoplasmose Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza ou realizou tratamento para Dicotômica Sim/Não/IGN
coinfecção por toxoplasmose?
Coinfecção por HPV Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza ou realizou tratamento para Dicotômica Sim/Não
coinfecção por HPV?
Sarcoma de Kaposi Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza tratamento para sarcoma de Dicotômica Sim/Não/IGN
Kaposi?
Linfoma de não-Hodgkin Dicotômica Sim/não/IGN
Realiza tratamento para linfoma não- Dicotômica Sim/Não/IGN
Hodgkin?
Possui outra (s) coinfecção (s) e/ou Dicotômica Sim/Não/IGN
comorbidade (s)?
Se possui outra (s) coinfecção (s) Quantitativa discreta Número de coinfecções e/ou
e/ou comorbidade (s), quantas são? comorbidades
Se possui outra (s) coinfecção (s) Quantitativa nominal Nome da (s) outra (s)
e/ou comorbidade (s), qual o nome? coinfecção (s) e/ou
comorbidade (s)

Tabela 4 - Variáveis relacionadas ao óbito dos pacientes acompanhados no SAE.

Variável Descrição Escala


Foi à óbito? Dicotômica Sim/não/IGN
Se foi à óbito, qual a data? Quantitativa contínua Data do óbito/IGN
Se foi à óbito, qual motivo? Qualitativa nominal Motivo do óbito/IGN
40

4.6 Aspectos éticos


Neste estudo, foi respeitado o capítulo III da resolução do Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN) 311 de 2007, artigo 89, 90, 91, 92 e 931, das responsabilidades
e deveres, e também do artigo 94, 96, 97, 98, 99 e 1002 das proibições, bem como a
resolução 466/20123 do Conselho Nacional de Saúde (CSN) do MS, referente à
pesquisa com seres humanos (BRASIL, 2012b).
Previamente foi enviada uma cópia do presente projeto de pesquisa,
juntamente com a carta de apresentação (Anexo A) à direção da Faculdade de
Medicina e à instituição de saúde, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel),
responsável pelo SAE, local de coleta dos dados. Por conseguinte, solicitada
autorização através da carta de anuência (Anexo B) à direção da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Pelotas para a coleta dos dados nos prontuários.
Além disso, foi também assinado um termo de compromisso de utilização de dados
(Anexo C). Somente então o projeto foi submetido à Plataforma Brasil, através do
endereço eletrônico <www.saude.gov.br/plataformabrasil>, para apreciação do
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). O projeto foi avaliado no CEP da Faculdade de
Medicina da UFPEL e foi aprovado mediante o parecer parecer número nº 2.054.056

1
Código de ética dos profissionais de enfermagem. Capítulo III (responsabilidades e deveres): Art. 89-
Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres humanos, segundo a especificidade da
investigação. Art. 90- Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo à vida e à integridade da
pessoa. Art. 91- Respeitar os princípios da honestidade e fidedignidade, bem como os direitos autorais
no processo de pesquisa, especialmente na divulgação dos seus resultados. Art. 92- Disponibilizar os
resultados de pesquisa à comunidade científica e sociedade em geral. Art. 93- Promover a defesa e o
respeito aos princípios éticos e legais da profissão no ensino, na pesquisa e produções técnico-
científicas.
2
Capítulo III (proibições): Art. 94- Realizar ou participar de atividades de ensino e pesquisa, em que o
direito inalienável da pessoa, família ou coletividade seja desrespeitado ou ofereça qualquer tipo de
risco ou dano aos envolvidos. Art. 96- Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da
pessoa, família ou coletividade. Art. 97- Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como, usá-
los para fins diferentes dos pré-determinados. Art. 98- Publicar trabalho com elementos que
identifiquem o sujeito participante do estudo sem sua autorização. Art. 99- Divulgar ou publicar, em seu
nome, produção técnico-científica ou instrumento de organização formal do qual não tenha participado
ou omitir nomes de co-autores e colaboradores. Art. 100- Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua
autorização expressa, dados, informações, ou opiniões ainda não publicados.
3
A resolução nº 466 de 12/12/12 aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas
envolvendo seres humanos, trazendo termos e condições a serem seguidos, relacionada ao Sistema
CEP/CONEP, integrado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/CNS/MS do CN) e
pelos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) compondo um sistema, que utiliza mecanismos,
ferramentas e instrumentos próprios de inter-relação que visa à proteção dos participantes da pesquisa.
A resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais de bioética, tais como
autonomia, não maleficência, beneficência, justiça, equidade, e visa assegurar os direitos e deveres
dos participantes da pesquisa.
41

Após a liberação do parecer de aprovação do CEP através da Plataforma Brasil, foi


dado início à coleta de dados (Anexo D).
Devido à pesquisa ter sido realizada em prontuários (dados secundários), esta
não ofereceu riscos, visto que não se tratou de indivíduos, e sim de documentos.
A prevalência das coinfecções abordadas na pesquisa em referência, bem
como o reconhecimento do perfil sociodemográfico dos indivíduos, é o primeiro passo
para um planejamento, elaboração e desenvolvimento de estratégias efetivo que
resultem na redução dos agravos à saúde destes indivíduos, sendo também de
grande valia para o serviço em termos de promoção e prevenção à saúde, bem como
para a população acompanhada, já que tais estratégias proporcionarão uma melhor
qualidade de vida a estas pessoas.

4.7 Logística
Para a realização do presente estudo, primeiramente, foram observados os
preceitos éticos, conforme o item 4.6 deste projeto. Após, a aprovação do projeto no
CEP, foi efetuado no SAE, o levantamento dos prontuários de todos os usuários
cadastrados no período de 01/01/2016 à 31/12/2016. Para tanto, foi solicitado a
relação destes, incialmente à enfermeira responsável pelo serviço e, posteriormente,
providenciada a reprodução do instrumento de coleta de dados (Apêndice A) em
número suficiente para efetuar a coleta dos dados em todos os prontuários
selecionados.
Os dados foram coletados pelo próprio autor do estudo, juntamente com um
grupo composto por cinco auxiliares de pesquisa previamente convidados, através de
uma rede social, e capacitados pelo referido autor, tendo como subsídio um manual
de apoio a coleta de dados (Apêndice B). Salienta-se que a coleta de dados teve
supervisão constante da orientadora da pesquisa. Durante a fase de coletas, também
ocorreram encontros, previamente marcados, com a orientadora e o autor, para
discussão do andamento do trabalho de campo.
Os instrumentos de coleta de dados completos foram codificados e,
posteriormente, duplamente digitados pelo autor da pesquisa e um dos auxiliares,
respectivamente, em um banco de dados constituído especificamente para este fim,
no programa EpiData Analisys (versão 3.1), onde foi realizada uma análise de
inconsistência.
42

Os instrumentos físicos de coleta de dados foram armazenamos no núcleo de


pesquisa da Faculdade de Enfermagem da UFPel, bem como no computador do autor
da pesquisa, onde permanecerão pelo período de 5 anos, e posteriormente
descartados permanentemente.

4.8 Instrumento para coleta de dados


Para a realização da coleta de dados, foi utilizado um instrumento pré-
codificado (Apêndice A), o qual foi dividido em três blocos: dados relacionado à
caracterização sociodemográfica (sexo, idade, cor, escolaridade, renda,
ocupação/profissão e município de residência); dados relacionados ao diagnóstico da
infecção pelo HIV, última consulta no SAE, uso de TARV, resultado do exames de
contagem de linfócitos T CD4+ e quantificação de carga viral, presença de
coinfecções, realização do tratamento para as coinfecções, diagnóstico de cânceres,
presença de outras coinfecções e/ou comorbidades; e dados relacionados ao registro
de óbitos nos prontuários.

4.9 Análise dos dados


Após a realização da coleta, os dados foram duplamente digitados no software
EpiData Analysis (versão 3.1). Por conseguinte, foi realizada uma análise de
inconsistência, bem como as devidas correções do banco. Após, os dados foram
exportados para o software Stata/SE (versão 14.0), onde foi realizada a análise
descritiva dos mesmos, por meio de frequências e médias, conforme o tipo de variável.

4.10 Divulgação dos resultados


Os resultados da pesquisa serão divulgados em forma de resumos, a serem
apresentados em seminários e congressos da área. Também foi elabora um fôlder
com os principais achados da pesquisa, o qual será entregue para os profissionais
que atuam no local onde foi realizado o estudo (Apêndice C).
5 Resultados

Neste capítulo são apresentados os resultados referentes à coleta de dados


secundários dos prontuários dos pacientes cadastrados no SAE, no ano de 2016,
realizada no período de 19/05/2017 a 27/06/2017, através da utilização de um
instrumento pré-codificado, melhor exposto no apêndice D deste trabalho.
As variáveis foram agrupadas em três categorias para melhor compreensão,
sendo estas divididas: em caracterização sociodemográfica; relacionadas ao
diagnóstico de HIV, uso de TARV, contagem de linfócitos T CD4+, quantificação da
carga vital do HIV, coinfecções e comorbidades; e relacionadas aos óbitos dos
pacientes acompanhados no SAE.
Durante o ano de 2016, foram cadastrados no SAE 308 usuários. Durante o
período da coleta de dados, não foram localizados 41 prontuários, sendo então,
coletados os dados de 267 prontuários.

5.1 Caracterização sociodemográfica dos usuários cadastrados

O sexo masculino foi o mais predominante entre os usuários cadastrados no


ano de 2016, no SAE, totalizando 64,8% (n=173). Salienta-se que 1,1% (n=3) dos
prontuários coletados não apresentavam essa informação.
A idade variou dos 15 aos 80 anos, com média de 37,3 anos. A faixa etária com
maior frequência foi a dos 20 aos 29 anos (30,3%, n=81), seguida por 30 a 39 anos
(28,1%, n=75). Os adolescentes com até 19 anos corresponderam a 3,8% da amostra
(n=10) e os idosos (60 anos ou mais), corresponderam a 7,1% (n=19).
A cor mais registrada foi a branca (57,3%, n=153). Negros e pardos
corresponderam a 21,8% (n=60), porém foi verificado um percentual elevado de
prontuários sem essa informação (20,2%, n= 54).
Em relação a escolaridade, o ensino fundamental incompleto (19,1%, n=51) foi
a mais frequente. O percentual de analfabetos foi de 1,1% (n=3).
44

A respeito da ocupação/profissão, foram encontradas 54 nomenclaturas


diferentes (Apêndice D). Para melhor compreensão, estas foram agrupadas em seis
categorias, sendo elas: aposentado; do lar; estudante; desempregado; trabalhadores
em geral e pessoas privadas de liberdade. Do total, 40,1% da amostra correspondeu
a categorias de trabalhadores em geral.
Quanto ao local de residência, foram encontradas informações de usuários
provenientes de 18 municípios, sendo que a maior parte deles compreendidos na
região da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). O município de Pelotas teve o
maior percentual de usuários cadastrados (58,8%, n=157)
A tabela 5 detalha a caracterização sociodemográfica e tabela 6, os municípios
de residência dos usuários, enquanto a figura 6 sumariza o perfil sociodemográficos
dos usuários cadastrados.
Salienta-se que, nos prontuários analisados, houve um grande percentual de
informações não localizadas, em todas as variáveis sociodemográficas. Referente ao
sexo, não foi localizada a informação para 1,1% (n=3) dos prontuários; quanto a idade,
não havia informação para 1,5% (n=4); cor, 20,2% (n=54); escolaridade, 52,4%
(n=143), renda, 92,5% (n=247); ocupação/profissão, 26,6% (n=71); município de
residência, 27,3% (n=73).
45

Tabela 5 - Caracterização sociodemográfica.

Variáveis n %
Sexo
Masculino 173 64,8
Feminino 91 34,1
Informação não encontrada 3 1,1
Idade
Até 19 anos 10 3,8
20 – 29 anos 81 30,3
30 – 39 anos 75 28,1
40 – 49 anos 50 18,7
50 – 59 anos 28 10,5
60 anos ou mais 19 7,1
Informação não encontrada 4 1,5
Cor
Branca 153 57,3
Preta 39 14,6
Parda 21 7,9
Amarela/indígena - -
Informação não encontrada 54 20,2
Escolaridade
Ensino fundamental incompleto 51 19,1
Ensino fundamental completo 18 6,7
Ensino médio incompleto 5 1,9
Ensino médio completo 15 5,6
Ensino superior incompleto 14 5,2
Ensino superior completo 18 6,7
Analfabeto 3 1,1
Informação não encontrada 143 53,5
Renda (em salários mínimos)
Sem rendimento 2 0,7
Até 1 4 1,5
Entre 1 e 2 8 3
Entre 2 e 3 4 1,5
Mais de 4 2 0,7
Informação não encontrada 247 92,5
Ocupação/profissão
Aposentado 14 5,2
Do lar 43 16,1
Estudante 26 9,7
Trabalhador geral 107 40,1
Desempregado 4 1,5
Privado de liberdade 2 0,7
Informação não encontrada 71 26,6
Total 267 100
46

Tabela 6 - Municípios de residência dos usuários cadastrados no serviço.

CRS Município(s) n %

1ª CRS Porto Alegre 2 0,7

2ª CRS Camaquã 1 0,4

3ª CRS Arroio grande 2 0,7


Canguçu 1 0,4
Capão do leão 5 1,9
Cerrito 1 0,4
Herval 3 1,1
Jaguarão 5 1,9
Morro Redondo 1 0,4
Pedro Osório 1 0,4
Pelotas 157 58,8
Pinheiro Machado 4 1,5
Piratini 1 0,4
Rio Grande 2 0,7
Santa Vitória do Palmar 1 0,4
Santana da Boa Vista 2 0,7
São Lourenço do Sul 4 1,5

7ª CRS Caçapava do Sul 1 0,4

Informação não encontrada 73 27,3


Total 267 100

70,0% 64,8%
58,4% 57,3% 58,8%
60,0%

50,0%
40,1%
40,0%

30,0%
19,1%
20,0%

10,0%

0,0%
Sexo Idade entre 20 Cor branca Ensino Trabalhadores Município de
masculino - 39 anos fundamental em geral Pelotas
incompleto

Figura 7 - Perfil dos usuários cadastrados no serviço.


Fonte: dados da pesquisa, 2017.
47

5.1 Características dos usuários frente a convivência com o vírus HIV,


comorbidades e coinfecções associadas
Foram buscadas nos prontuários informações acerca do tempo de diagnóstico
da infecção pelo HIV, da data da última consulta no serviço, do uso de terapia
antirretroviral, de resultados do último exame de contagem de linfócitos T CD4+,
exame de quantificação da carga viral do HIV, registros de coinfecção por hepatite B,
hepatite C, tuberculose, HTLV, sífilis, toxoplasmose e HPV, bem como o diagnóstico
de sarcoma de Kaposi e linfoma não-Hodgkin, além da existência de outras
coinfecções e/ou comorbidades associadas.
No que se refere ao tempo de diagnóstico da infecção pelo HIV, a maioria dos
registros encontrados nos prontuários analisados mostraram predominância entre 6
meses a 2 anos (67,4%, n=180).
Em relação à data da última consulta do SAE, esta foi dividida em três
categorias para melhor compreensão: até 6 meses; de 6 meses a 1 ano; e mais de 1
ano. Verificou-se nos prontuários analisados, que houve um predomínio de até 6
meses (61%, n=163).
No que se refere ao uso de TARV, a maioria dos prontuários alisados afirmou
o referente uso (80,8%, n=215).
Em relação ao resultado dos exames de contagem de linfócitos T CD4+, este
foi dividido em duas categorias: menor que 350 células por mm³ de sangue; e maior
ou igual a 350 células por mm³ de sangue. Acerca dos valores supracitados, a maior
parte dos prontuários analisados apresentaram registros maiores de 350 células/mm³
de sangue (54,7%, n=146).
Acerca do resultado do último exame de quantificação da carga viral do HIV,
registrado nos prontuários analisados, estes foram divididos em “indetectável” (menor
que 40 cópias do vírus por mm³ de sangue) e “detectável” (maior que 50 cópias do
vírus por mm³ de sangue). O registro predominante nos prontuários analisados foi
referente à carga viral detectável (53,9%, n=144). A tabela 7 detalha o tempo de
diagnóstico, a última consulta, o uso de TARV, a contagem de CD4+ e a quantificação
da carga viral, enquanto a figura 7 sumariza a caracterização do usuário quanto ao
diagnóstico e acompanhamento no serviço.
48

Tabela 7 - Tempo de diagnóstico, última consulta, uso de TARV, contagem de CD4+ e quantificação
da carga viral.

Variável N %
Tempo de diagnóstico pelo HIV
Inferior a 6 meses 10 3,7
De 6 meses a 1 ano 90 33,7
De 1 a 2 anos 90 33,7
De 2 a 3 anos 6 2,2
Mais de 3 anos 21 7,9
Informação não encontrada 50 18,7
Última consulta no SAE
Até 6 meses 163 61
De 6 meses a 1 ano 57 21,3
Mais de 1 ano 25 9,4
Informação não encontrada 22 8,2
Uso de TARV
Sim 215 80,8
Não 26 9,7
Informação não encontrada 26 9,7
Contagem de linfócitos T CD4+
< 350 cél./mm³ de plasma 86 32,2
≥ 350 cél./mm³ de plasma 146 54,7
Informação não encontrada 35 13,1
Quantificação da carga viral
Indetectável 88 32,9
Detectável 144 53,9
Informação não encontrada 35 13,1
Total 267 100

100,0%

90,0%
80,8%
80,0%

70,0% 67,4%
61,0%
60,0% 54,7% 53,9%
50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
Tempo de Data da última Afirmação do uso LT CD4+ ≥ 350 Carga viral
diagnóstico: de 6 consulta: < 6 de TARV cél./mm³ "detectável"
meses a 2 anos meses

Figura 8 - Caracterização do usuário quanto ao diagnóstico de HIV/AIDS.


Fonte: dados da pesquisa, 2017.
49

Em relação às coinfecções por hepatite B e hepatite C, nos prontuários


analisados foram encontradas as mesmas informações para ambas, onde 70%
(n=187) negaram a presença das mesmas. Também referente à coinfecção por
tuberculose, a maior parte dos prontuários analisados que continham informações a
respeito, negaram a presença (41,2%, n=110).
Quanto à coinfecção por HTLV, 19,5% (n=52) dos prontuários analisados
negaram a presença da coinfecção. Da mesma forma que a coinfecção por sífilis,
onde a maioria dos prontuários negou a presença desta (55,8%, n=149).
Acerca da coinfecção por toxoplasmose, 31,1% (n=83) dos prontuários
analisados negaram a presença desta. Também, a maior parte dos prontuários negou
a presença da coinfecção por HPV (97,8%, n=261).
A respeito dos registros sobre diagnóstico de Sarcoma de Kaposi e Linfoma
não-Hodgkin nos prontuários analisados, a totalidade destes não continham
informações acerca das patologistas supracitadas (100%, n=267). As tabelas 8 e 9
apresentam a prevalência das coinfecções pesquisadas, bem como a realização do
tratamento destas, respectivamente.
A respeito do tratamento para as coinfecções, havia registros de que 20% (n=3)
dos casos de hepatite B estavam sendo tratados; 53,3% (n=8) dos casos de hepatite
C; 69% (n=20) dos casos de tuberculose; 68,2% (n=30) dos casos de sífilis; 15,9%
(n=11) dos casos de toxoplasmose; e 50% (n=3) dos casos de HPV (tabela 9). A figura
8 representa o percentual de registros de coinfecções identificadas nos prontuários e
a figura 9, o percentual que está realizando tratamento.
50

Tabela 8 - Coinfecções relacionadas ao HIV.

Variável n %
Coinfecção por hepatite B
Sim 15 5,6
Não 187 70
Informação não encontrada 65 24,3
Coinfecção por hepatite C
Sim 15 5,6
Não 187 70
Informação não encontrada 65 24,3
Coinfecção por tuberculose
Sim 29 10,5
Não 110 41,2
Informação não encontrada 128 48,3
Coinfecção por HTLV
Sim 2 0,8
Não 52 19,5
Informação não encontrada 213 79,8
Coinfecção por sífilis
Sim 44 16,5
Não 149 55,8
Informação não encontrada 74 27,7
Coinfecção por toxoplasmose
Sim 69 25,8
Não 83 31,1
Informação não encontrada 115 43,1
Coinfecção por HPV
Sim 6 2,2
Não 261 97,8
Diagnóstico de sarcoma de
Kaposi
Sim - -
Não 267 100
Diagnóstico de linfoma não-
Hodgkin
Sim - -
Não 267 100
Total 267 100

100,0%
90,0%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0% 25,8%
20,0% 16,5%
10,5%
10,0% 5,6% 5,6%
0,8% 2,2%
0,0%
HBV HCV TB HTLV Sífilis Toxo HPV

Figura 9 - Percentual de registros de coinfecções identificadas nos prontuários.


Fonte: dados da pesquisa, 2017.
Tabela 9 - Registro da realização de tratamento para as coinfecções.

Variável n %
Tratamento da coinfecção por
hepatite B
Sim 3 20
Não 2 13,3
Informação não encontrada 10 66,7
Total 15 100
Tratamento da coinfecção por
hepatite C
Sim 8 53,3
Não 5 33,3
Informação não encontrada 2 13,3
Total 15 100
Tratamento da coinfecção por
tuberculose
Sim 20 69
Não 4 13,8
Informação não encontrada 5 17,2
Total 29 100
Tratamento da coinfecção por
HTLV
Sim 1 50
Não - -
Informação não encontrada 1 50
Total 2 100
Tratamento da coinfecção por
sífilis
Sim 30 68,2
Não 2 4,5
Informação não encontrada 12 27,3
Total 44 100
Tratamento da coinfecção por
toxoplasmose
Sim 11 15,9
Não 3 4,3
Informação não encontrada 55 79,7
Total 69 100
Tratamento da coinfecção por
HPV
Sim 3 50
Não 1 16,7
Informação não encontrada 2 33,3
Total 6 100
52

100,0%
90,0%
80,0%
69,0% 68,2%
70,0%
60,0% 53,3%
50,0% 50,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
20,0% 15,9%
10,0%
0,0%
HBV HCV TB HTLV Sífilis Toxo HPV

Figura 10 - Percentual de realização de tratamento para as coinfecções


Fonte: dados da pesquisa, 2017.

Sobre a presença de outras coinfecções e/ou comorbidades além das


pesquisadas, em 38,6% (n=103) dos prontuários analisados, constavam registro
negando a presença destas, porém em 36% (n=96), não havia nenhuma informação
a respeito, sendo então considerado como informação não encontrada.
Para os demais, 25,5% (n=68) dos prontuários havia registro de outras
coinfecções e/ou comorbidades. Desses, 75% (n=51) apresentavam mais uma; 14,7%
(n=10) mais duas e 10,3% (n=7) mais três coinfecções e/ou comorbidades
associadas. Assim, foram identificados registros de 92 outras coinfecções e/ou
comorbidades, sendo que as mais frequentes foram: depressão (25%, n=23),
hipertensão arterial sistêmica (15,2%, n=14), herpes zoster (7,6%, n=7), asma (4,3%,
n=4) e citomegalovirose (4,3%, n=4).
A tabela 10 evidencia o registro da presença de outras coinfecções e/ou
comorbidades, bem como a prevalência das mesmas, de acordo com as informações
encontradas nos prontuários analisados.
53

Tabela 10 - Coinfecções e/ou comorbidades associadas, além das pesquisadas.

Variável n %
Presença de outra (s) coinfecções
(s) e/ou comorbidades
Sim 68 25,5
Não 103 38,6
Informação não encontrada 96 36
Total 267 100
Número de outras coinfecções e/ou
comorbidades
Uma 51 75
Duas 10 14,7
Três 7 10,3
Total 68 100
Identificação da
coinfecção/comorbidade
Alcoolismo 3 3,3
Anemia 1 1,1
Anemia Falciforme 1 1,1
Asma 4 4,3
Bronquite 3 3,3
Candidíase 2 2,2
Carcinoma prostático 1 1,1
Citomegalovirose 4 4,3
Depressão 23 25
Diabetes Mellitus 3 3,3
Doença pulmonar obstrutiva crônica 1 1,1
Epilepsia 1 1,1
Esquizofrenia 1 1,1
Hepatite A 1 1,1
Herpes labial 1 1,1
Herpes zoster 7 7,6
Hipertensão arterial sistêmica 14 15,2
Hipolactasia 1 1,1
Hipotireoidismo 2 2,2
Insuficiência cardíaca congestiva 3 3,3
Labirintite 1 1,1
Miomatose 1 1,1
Obesidade 2 2,2
Osteoporose 1 1,1
Parkinson 1 1,1
Pneumonia 1 1,1
Reumatismo 1 1,1
Síndrome de Stevens-Johnson 1 1,1
Sopro cardíaco 1 1,1
Transtorno afetivo bipolar 2 2,2
Transtorno do pânico 1 1,1
Varicela 2 2,2
Total 92 100

5.2 Informações referente ao óbito dos pacientes, segundo registros nos


prontuários
Também foram pesquisadas informações acerca do óbito dos usuários
acompanhados no SAE. Em relação a esses registros, 100% (n=267) dos prontuários
cadastrados não apresentaram informações a respeito.
54

5.3 Incompletude dos prontuários


Durante a realização do presente estudo, foi encontrado um grande número de
prontuários com informações faltantes, destes, 1,1% referente ao sexo; 1,5% idade;
20,2 cor; 53,5% escolaridade; 92,5% renda; 26,6% ocupação; 27,3% município de
residência; 18,7% tempo de diagnóstico pelo HIV; 8,2% data da última consulta; 9,7%
uso de TARV; 13,1% exames de contagem de linfócitos CD4+, e também 13,1% aos
exames de quantificação de carga viral do HIV. Outrossim, foram encontradas
informações faltantes referentes à presença de coinfecções, evidenciando 24,3% em
relação à coinfecção por HBV; 24,3% HCV; 48,3% tuberculose; 79,8% HTLV; 27,7%
sífilis; 43,1%, toxoplasmose.
Referente a falta de informações nos prontuários sobre a realização de
tratamento, foi evidenciado 66,7% referentes ao tratamento da coinfecção por HBV;
13,3% ao tratamento da coinfecção por HCV; 17,2% ao tratamento da coinfecção por
tuberculose; 50% ao tratamento da coinfecção por HTLV; 27,3% ao tratamento da
coinfecção por sífilis; 79,7% ao tratamento da coinfecção por toxoplasmose; 33,3% ao
tratamento da coinfecção por HPV; e 36% referentes à presença de outras
coinfecções e/ou comorbidades. A tabela 11 detalha o percentual de informações
faltantes nos prontuários analisados.
55

Tabela 11 - Informações faltantes nos prontuários analisados.

Informações não encontradas n %


Sexo 3 1,1
Idade 4 1,5
Cor 54 20,2
Escolaridade 143 53,4
Renda 247 92,5
Ocupação/profissão 71 26,6
Município de residência 73 27,3
Tempo de diagnóstico pelo HIV 50 18,7
Última consulta no SAE 22 8,2
Uso de TARV 26 9,7
Contagem de linfócitos T CD4+ 35 13,1
Quantificação da carga viral 35 13,1
Coinfecção por HBV 65 24,3
Coinfecção por HCV 65 24,3
Coinfecção por tuberculose 128 48,3
Coinfecção por HTLV 213 79,8
Coinfecção por sífilis 74 27,7
Coinfecção por toxoplasmose 115 43,1
Óbitos 267 100
Presença de outras coinfecções e/ou comorbidades 96 36
Tratamento da coinfecção por HBV 10 66,7
Tratamento da coinfecção por HCV 2 13,3
Tratamento da coinfecção por tuberculose 5 17,2
Tratamento da coinfecção por HTLV 1 50
Tratamento da coinfecção por sífilis 2 27,3
Tratamento da coinfecção por toxoplasmose 55 79,7
Tratamento da coinfecção por HPV 2 33,3
56

6 Discussão dos resultados

O presente estudo verificou que no ano de 2016 houve 308 cadastros de


usuários no serviço de referência para tratamento de HIV. Esses cadastros, em sua
maior parte, foram de homens (64,8%), com idade entre 20 a 39 anos (58,4%), de cor
branca (57,3%), com ensino fundamental incompleto (19,1%), trabalhadores em geral
(40,1%) e residentes no município de Pelotas (58,8%).
No ano de 2015, foram notificados 32.321 casos de HIV no Brasil, sendo 70,1%
referentes ao sexo masculino e 29,8% ao sexo feminino (BRASIL, 2015b). No estado
do Rio Grande do Sul (RS, 2017), no ano de 2016, a faixa etária de 20 a 39 anos
também foi a mais prevalente, representando 59,6% de ocorrências.
A faixa etária menos prevalente foi a de até os 19 anos (3,8%, n=10). Embora
esta percepção de baixo risco de infecção, o uso insuficiente de preservativo e de
baixas taxas de testagem do HIV, o que corrobora com um alto índice de infecção,
têm sido bastante evidenciada entre os jovens (UNAIDS, 2016a). A faixa de 60 anos
ou mais (7,1%, n=19) também tão foi pouco evidenciada, em apenas 1,5% (n=4) dos
prontuários. Destaca-se que, a proporção de pessoas em tratamento não corresponde
à ocorrência da doença, contudo, isso também não justifica a menor proporção de
pessoas jovens identificadas no presente estudo.
No que diz respeito à cor, a prevalência dos casos notificados em âmbito
nacional, no ano de 2014, a parda foi, com 43,5%, seguida pela branca, com 41,1%
(BRASIL, 2014b). Já em relação à escolaridade, o estudo de Bassichetto et al (2004),
realizado no município de São Paulo, evidenciou que o ensino médio completo era o
mais frequente entre portadores de HIV, totalizando 31,8% da amostra. Nesse mesmo
estudo, o ensino fundamental incompleto correspondeu a 29,9%.
Referente às ocupações/profissões de PVHA, segundo Lucena e Vizeu (2008),
as mais prevalentes são trabalhadores em geral (66,7%, n=40), seguida por
aposentados (15%, n=9). Salienta-se que, conforme este mesmo estudo, a ocupação
do lar corresponde a apenas 3,3% (n=2) da amostra.
57

Em relação ao município de residência das PVHA, segundo boletim


epidemiológico do estado do RS (2017), estes foram agrupados por regiões de
residência, sendo maior prevalência dos casos ocorreu na região 10 (29,3%, n=420)
que compreende o município de Porto Alegre. A região 21, que compreende a maioria
dos municípios citados no presente estudo, incluindo Pelotas, teve 9,9% (n=142) dos
casos.
De todos os prontuários verificados, cerca de 80% apontaram que os usuários
cadastrados faziam uso de TARV. Estudo realizado no Distrito Federal (DF), em dois
serviços especializados da rede pública, em 2007, evidenciou que 72,8% destes,
possuíam boa adesão ao tratamento medicamentoso (SEIDL et al, 2007). Em
Salvador (BA), no ano de 2015, 75% dos usuários faziam uso de TARV (SILVA et al,
2015).
Quanto à contagem de linfócitos T CD4+, 86,9% (n=232) dos prontuários
analisados apresentaram informações a este respeito. Destes, prevaleceram valores
superiores a 350 cél./mm³ para 54,7% dos prontuários. Um estudo realizado em Belo
Horizonte (MG), no ano de 2009, mostrou que 82,6% dos prontuários analisados
possuíam resultados para este exame, sendo que 88,7% deles se referiam à valores
inferiores a 350 cél./mm³ (FERNANDES, et al, 2009). Já, em um estudo mais recente,
realizado no estado da Paraíba, 66% dos prontuários continham registros superiores
a 350 cél./mm³ (PEREIRA et al, 2012).
Em relação aos resultados dos exames de quantificação da carga viral do HIV,
estes foram divididos em duas variáveis: indetectável (menor que 40 cópias/mm³) e
detectável (maior que 40 cópias/mm³), baseando-se nas técnicas ultrassensíveis de
detecção (BERNARD, 2008). Embora alguns estudos definam que valores abaixo de
50 cópias/mm³ já sejam considerados indetectáveis (SHIU et al, 2009), foi adotado o
valor menor que 40 cópias/mm³, devido aos laudos analisados no presente estudo
apresentarem-se desta forma. Acerca dos valores supracitados, 53,9% (n=144) dos
prontuários pesquisados apresentaram resultados detectáveis.
Um estudo realizado no município de Campo Grande (MS), no ano de 2008,
mostrou que 56,1% da amostra apresentaram exames de quantificação da carga viral
indetectável (FERREIRA; OLIVEIRA; PINIAGO, 2012). Semelhante ao exposto, outro
estudo, realizado no período de 2015 a 2016, no município de São Paulo, mostrou
que 67,5% da amostra se referia a resultados indetectáveis (FORESTOB et al, 2017).
58

Segundo Tancredi (2010), a partir da inserção da terapia antirretroviral


altamente ativa (HAARV) no tratamento à PVHA, além da implementação de
estratégias mais amplas e efetivas de acompanhamento, notou-se uma grande
melhoria na qualidade de vida dessas pessoas, inclusive no que diz respeito à adesão
ao tratamento, uma vez que este é um dos fatores mais determinantes para a
sobrevida. Dados estes, que podem ser evidenciados através dos dados supracitados
de exames de contagem de linfócitos T CD4+ e quantificação da carga viral.
Quanto a presença de coinfecções, 5,6% tinham diagnóstico para HBV; 5,6%,
HCV; 10,9% para, tuberculose; 16,5% para sífilis; 25,8% para toxoplasmose e 4,1%
para HPV.
O estudo de Beloto (2014) mostrou que a hepatite B relacionada ao HIV, estava
presente em 47% dos pacientes pesquisados. Já em relação à coinfecção por hepatite
C, um estudo realizado no município de Goiás (GO), evidenciou que 90,3% da amostra
afirmava a presença da coinfecção (BRANDÃO, 2013).
Acerca da coinfecção por tuberculose, Neto, et al (2012), demostraram que
apenas 23% dos casos de tuberculose estavam relacionados à infecção pelo HIV. Já,
Barbosa e Costa (2014) evidenciaram que, dos casos de tuberculose, apenas 7,9%
destes, estavam relacionados ao vírus.
Acerca da coinfecção por sífilis relacionada ao HIV, um estudo no Paraná
mostrou que apenas 12,3% possuíam tal coinfecção (MELO et al, 2016).
Similarmente, Souza (2015), evidenciou que 19,4% de sua amostra, apresentavam a
mesma coinfecção. Por fim, um terceiro estudo, realizado em um banco de sangue de
Medellín, na Colômbia, mostrou que apenas 1,2% da totalizada da amostra possuía
sorologia reagente para sífilis (RIBEIRO; JACOCIUNAS, 2016).
No que se refere à coinfecção por toxoplasmose, um estudo realizado no
estado do Ceará, evidenciou que 14,8% da amostra apresentava a coinfecção, em
sua totalidade na forma neurológica (mais frequente em PVHA) (ARAÚJO et al, 2012).
Similarmente, outro estudo mais recente, realizado no estado do Rio Grande do Sul,
mostrou que a prevalência da coinfecção por toxoplasmose entre os participantes da
amostra era de apenas 5% (SILVA et al, 2016).
Em relação à coinfecção por HPV, a alta ocorrência da infecção em mulheres
portadoras de HIV é bastante documentada na literatura, com estimativas que variam
entre 49,5% a 100%, dependendo do método de diagnóstico (HEARD et al, 2000). O
estudo de Vaz et al (2011), detectou o DNA do HPV em 49,5% dos casos, usando a
59

técnica de reação em cadeia da polimerase, sendo que 24,8% dessas mulheres


apresentaram alterações em células escamosas de significado indeterminado e 27%
apresentaram neoplasia intraepitelial escamosa (sendo 13,7% com lesão intraepitelial
escamosa de baixo grau e 13,3% com lesão intraepitelial escamosa de alto grau).
Acerca do diagnóstico de sarcoma de Kaposi e linfoma não-Hodgkin, a
incidência destes pode ser maior em pacientes HIV soropositivos, provavelmente
devido à deficiência imunitária (BRASIL, 2012a). Outrossim, estudos apontam que a
prevalência destes é de até 4,4% para sarcoma de Kaposi e de até 4,5% para linfoma
não-Hodgkin, (TANCREDI et al, 2017; SILVERBERG et al, 2015).
No que se refere ao tratamento para a coinfecção por hepatite B, Beloto (2014)
mostrou que apenas 37,2% dos pacientes coinfectados estavam realizando ou já
haviam realizado tratamento. Já Brandão (2013), evidenciou que, dos casos de
coinfecção por HCV, 71,6% não realizaram tratamento.
Em relação ao tratamento para a coinfecção por tuberculose, Neto, et al (2012)
relata que 57% dos pacientes coinfectados realizaram tratamento, apesar de que
atualmente, há poucas opções terapêuticas em TARV para uso concomitante com a
terapia para TB, problema este que dificulta a obtenção de melhores resultados para
os pacientes (JAMAL; MOHERDAUI, 2007).
Acerca da coinfecção por HTLV relacionada ao HIV, salienta-se que, segundo
Brasil (2015d), a preconização para testagem sorológica anti-HTLV em paciente HIV
soropositivos, se refere apenas àqueles que vivem em regiões endêmicas, tais como
sudeste e nordeste (SANTOS; LIMA, 2005). Por este motivo, não é possível discutir
os dados epidemiológicos da referida coinfecção com os do presente estudo, uma vez
que os municípios de residência encontrados nos prontuários analisados não fazem
parte de zonas endêmica.
No que se refere ao tratamento para coinfecção por sífilis, um estudo realizado
no município do Rio de Janeiro, em 2005, evidenciou que 72,7% dos usuários da
amostra realizaram tratamento (SIGNORINI et al, 2007). Por outro lado, acerca do
tratamento para coinfecção por toxoplasmose, o estudo de Araújo et al (2012)
evidenciaram que, dos pacientes com diagnóstico para a coinfecção, 73,3%
realizaram tratamento.
O grau de imunidade dos pacientes HIV soropositivos e a agressividade viral
estão relacionados à maiores taxas de prevalência, severidade, persistência e recidiva
no que diz respeito ao tratamento do HPV. Os referentes dados podem encontrados
60

em diversas literaturas, porém com resultados variáveis relacionados a cada método


diagnóstico específico (NADAL; MANZIONE, 2001; PINCINATO et al, 2009).
Portando, é inviável a discussão com os achados do presente estudo, devido aos 4,1%
dos registros nos prontuários analisados informando a coinfecção HPV-HIV não
apresentarem as especificações relacionadas ao diagnóstico e, por conseguinte,
tratamento.
Acerca do tratamento para sarcoma de Kaposi e linfoma não-Hodgkin, devido
ao presente estudo não ter identificado nenhum registro de diagnostico para as
patologias supracitadas, é inviável a discussão com os achados literários.
Sobre a presença de outras coinfecções e/ou comorbidades além das
pesquisadas, em 38,6% (n=103) dos prontuários analisados, constavam registro
negando a presença destas, porém em 36% (n=96), não havia nenhuma informação
a respeito, sendo então considerado como informação não encontrada.
Para os demais, 25,5% (n=68) dos prontuários haviam registro de outras
coinfecções e/ou comorbidades. Desses, 75% (n=51) apresentavam mais uma; 14,7%
(n=10) mais duas e 10,3% (n=7) mais três coinfecções e/ou comorbidades
associadas. Assim, foram identificados registros de 92 outras coinfecções e/ou
comorbidades, sendo que as mais frequentes foram: depressão (25%, n=23),
hipertensão arterial sistêmica (15,2%, n=14), herpes zoster (7,6%, n=7) e
citomegalovirose (4,3%, n=4).
Conhecer essas comorbidades e coinfecções permite refletir em conjunto com
a equipe multidisciplinar medidas específicas de identificação precoces que possam
ser planejadas, implementadas e avaliadas constantemente. Além de acelerar o
encaminhamento e acesso das PVHA ao manejo adequado dos potenciais fatores de
risco associados a elas (RIGHETTO et al, 2014).
Proporcionar uma boa qualidade de vida às PVHA tem sido um dos objetivos
primordiais dos estudos sobre a infecção pelo HIV, visto que devido ao aumento da
sobrevida, houve uma notável diminuição quanto aos agravos à saúde dessas
pessoas. Outrossim, um dos fatores mais presentes nesses estudos é a presença da
depressão, sendo prejudicial em todas as dimensões que dizem respeito à qualidade
de vida dessas pessoas (BRASIL, 2015d).
A depressão é uma condição comum entre pessoas que convivem com
doenças crônicas, o que causa incapacidade e afeta a evolução da doença,
interferindo na sua recuperação e, possivelmente, aumentando a morbimortalidade
61

dessas pessoas (REIS et al, 2011). Estudo de Leite, et al (2007) evidenciou que 80%
dos pacientes que compunham a amostra apresentavam sintomas depressivos em
decorrência do HIV, seja pelo diagnóstico ou outros fatores estressores. Já Reis et al,
(2011), evidenciaram que 27,6% dos pacientes de sua amostra não apresentavam
sintomas depressivos. Portando é variável os casos de depressão em PVHA, porém
apresenta-se como um fator agravante, bem como recorrente.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é, entre outras, um dos agravos
cardiovasculares consequente da própria infecção pelo HIV, e um dos fatores mais
agravantes é que, devido ao aumento da sobrevida das PVHA, as manifestações
crônicas começam a surgir ao longo da vida destas pessoas (JÚNIOR, 2009).
Observa-se que as principais causa de HAS em PVHA são o aumento sérico da taxa
de lipídios em decorrência dos efeitos colaterais dos antirretrovirais. Além dos
agravantes supracitados, outros fatores de risco devem ser levados em consideração,
como tabagismo, etilismo, história familiar de doenças cardíacas e diabetes (FRISS-
MOLLER, et al, 2003).
Em relação a herpes zoster, sabe-se que sua patogenia está diretamente
relacionada ao estado imunológico do indivíduo e, especificamente, em PVHA
(BIGBY, 2001). A incidência da herpes zoster está diretamente relacionada também,
à baixa contagem de linfócitos T CD4+, idade, episódios prévios e o não uso de TARV.
Volkweis et al (2003), evidenciou a existência média 2,5% de casos de herpes zoster
em HIV soropositivos, porém este risco triplica quando a contagem de linfócitos T
CD4+, está abaixo de 200 cél./mm³ de sangue.
A respeito da coinfecção por citomegalovírus (CMV) em relação ao HIV,
Luchetti, Porto e Moura (2015) evidenciaram que dos 88 pacientes portadores do HIV
de sua amostra, 20,5% estavam coinfectados por CMV-HIV, fazendo-se necessário o
acompanhamento médico minucioso a fim de prevenir a coinfecção e o paciente ter
uma melhor qualidade de vida, sem agravo da doença primária (HIV) já instalada
(BRASIL, 2015d).
O prontuário reúne todas as informações referentes ao atendimento de saúde
prestado a cada paciente. Essas anotações são imprescindíveis para alcançar uma
boa qualidade neste atendimento, sendo que a falta destas informações pode, de
maneira potencial, prejudicar o acompanhamento do indivíduo e, com isso, acometer
seu estado de saúde de forma negativa (CRUZ; MOURA; SANTOS, 2011).
Segundo o artigo 299 do Código Penal brasileiro:
62

A anotação incorreta, incompleta, falseada ou inexistente no prontuário


quanto aos fatos relacionados com o paciente pode caracterizar falsidade
ideológica: “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele
devia constar ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar
a verdade sobre fato juridicamente relevante. Pena – reclusão de 1 (um) a 5
(cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 (um) ano a
3 (três) anos, e multa, se o documento é particular”. Se o agente for
funcionário público e cometer o crime, prevalecendo-se do cargo, aumenta-
se a pena de sexta parte (BRASIL, 1940).
63

7 Considerações Finais

A identificação da presença de coinfecções em PVHA é fundamental para


oferecer um suporte adequado à saúde desses indivíduos, sendo que a
caracterização do perfil sociodemográfico é o primeiro passo para identificar a
prevalência dessas coinfecções, bem como possíveis falhas no acompanhamento de
saúde dos mesmos. Contribuindo assim para um planejamento, elaboração e
desenvolvimento de estratégias efetivas que resultem na redução dos agravos à
saúde destas pessoas.
O presente estudo identificou a prevalência de coinfecções em pessoas
infectadas com o vírus da imunodeficiência adquirida, evidenciando que no ano de
2016 houveram 308 cadastros de usuários no serviço de referência para tratamento
de HIV. Esses cadastros, em sua maior parte, foram de homens (64,8%), com idade
entre 20 a 39 anos (58,4%), de cor branca (57,3%), com ensino fundamental
incompleto (19,1%), trabalhadores em geral (40,1%) e residentes no município de
Pelotas (58,8%).
De todos os prontuários verificados, cerca de 80% apontaram que os usuários
cadastrados faziam uso de TARV. Quanto à contagem de linfócitos T CD4+, dos
86,9% prontuários que continham informações a este respeito, 54,7% eram referentes
à valores superiores a 350 cél./mm³.
Acerca dos resultados dos exames de quantificação da carga viral do HIV,
53,9% dos prontuários pesquisados apresentaram resultados detectáveis. Já, quanto
a presença de coinfecções, 5,6% tinham diagnóstico para HBV; 5,6%, HCV; 10,9%
para, tuberculose; 16,5% para sífilis; 25,8% para toxoplasmose e 4,1% para HPV.
A respeito do tratamento para as coinfecções supracitadas, os registros
evidenciaram baixo percentual de usuários sendo tratados, uma vez apenas 20% dos
casos de hepatite B; 53,3% dos casos de hepatite C; 69% dos casos de tuberculose;
68,2%dos casos de sífilis; 15,9% dos casos de toxoplasmose; e 50% dos casos de
64

HPV estavam recebendo tratamento. Fato este preocupante, já que se trata de um


serviço especializado de referência.
Sobre a presença de outras coinfecções e/ou comorbidades além das
pesquisadas, em 25,5% dos prontuários pesquisados, haviam registros de outras
coinfecções e/ou comorbidades. Desses, 75% se referiam a mais uma; 14,7% mais
duas e 10,3% mais três coinfecções e/ou comorbidades associadas. Assim, foram
identificados 92 outras coinfecções e/ou comorbidades, sendo que as mais frequentes
foram: depressão (25%), hipertensão arterial sistêmica (15,2%), herpes zoster (7,6%)
e citomegalovirose (4,3%), as quais também são identificadas como mais prevalentes
na literatura consultada.
As facilidades observadas, na realização do estudo, foram a receptividade da
equipe em relação a equipe de coleta de dados e a organização dos prontuários, que,
em sua maioria, estavam corretamente identificados e guardados por ordem de data
do cadastro no serviço. Contudo, houve um grande percentual de informações não
localizadas para muitas variáveis, sendo esta, uma das limitações mais observadas
durante o desenvolvimento da pesquisa. Também salienta-se que 13,1% dos
prontuários não foram localizados no serviço, fato este que além de prejudicar o
andamento da pesquisa pode ser prejudicial ao acompanhamento dos usuários sendo
o serviço, protagonista no que diz respeito à evolução do quadro de saúde dos
indivíduos que o utilizam.
Apesar das dificuldades enfrentadas, principalmente em relação à falta de
informações nos prontuários, foram alcançados os objetivos supracitados, visto que
foi possível descrever o perfil sociodemográfico, bem como evidenciar a prevalência
das coinfecções nos pacientes cadastrados no serviço, no ano de 2016.
Ressalta-se que apesar da temática HIV/AIDS estar presente em todos os
cenários do cotidiano, ainda existem poucos estudos relacionados ao cuidado das
pessoas que convivem com o vírus. Também são poucos os estudos que coloquem
em evidencia as dificuldades/facilidades que os serviços de saúde enfrentam para
desempenhar um acompanhamento efetivo e de qualidade aos seus usuários. Outro
ponto que carece de pesquisa é a oferta de suporte as necessidades de saúde dos
usuários, não apenas relacionadas à(s) patologia(s), mas também às suas demandas
como individuo ímpar, inserido em um contexto socioeconômico e cultural único,
carecendo de um olhar integral como ser humano, principalmente frente ao grande
índice de discriminação relacionada à infecção hoje no mundo.
65

Outro ponto que cabe destacar é a importância do trabalho do enfermeiro na


abordagem ao HIV/AIDS. Apesar da desvalorização e falta de reconhecimento que os
profissionais de enfermagem enfrentam, é necessária a apropriação desta temática,
que possibilita diversas reflexões acerca do cuidado ao ser humano em suas múltiplas
faces, ao tanger de um tema que ainda mostra-se como tabu em uma sociedade que
vivencia tamanha discriminação e preconceito.
Conclui-se com o presente estudo, que é de grande importância a identificação
da prevalência das coinfecções em portadores do vírus HIV, visando aprimorar o
atendimento prestado e assim, melhorar qualidade de vida dos seus usuários,
considerando o serviço como protagonista no que diz respeito à evolução do quadro
de saúde dos indivíduos que o usufruem.
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Acesso em 11 dez 2016.
76

Apêndices
Apêndice A - Instrumento de coleta de dados

Universidade Federal de Pelotas


Faculdade de Enfermagem
Prevalência de coinfecções em portadores do Vírus da
Imunodeficiência Humana acompanhados em um serviço de atendimento
especializado, na região sul do Rio Grande do Sul
1. Número do questionário: nquest ________________
2. Data da coleta: _ _ / _ _ / _ _ _ _ datcol _________________
3. Prontuário encontrado? (1) Sim (2) Não pront__________________

BLOCO A – DADOS SÓCIO DEMOGRÁFICOS DOS USUÁRIOS

4. Ano de cadastro no SAE anocad _______________


5. Sexo: (1) Masculino (2) Feminino (999) IGN sexo __________________
6. Idade: em anos completos / (999) IGN Idade _________________
7. Cor:
(1) Branca (2) Preta (3) Parda (4) Amarela
(5) Indígena (999) IGN cor ___________________
8. Escolaridade:
(1) Ensino Fundamental Incompleto
(2) Ensino Fundamental Completo
(3) Ensino Médio Incompleto
(4) Ensino Médio Completo
(5) Ensino Superior Incompleto
(6) Ensino Superior Completo
(7) Analfabeto (a)
(999) IGN escol _________________
9. Renda: em reais / (999) IGN rend __________________
10. Ocupação/profissão: nome da ocupação ____/ (999) IGN ocup __________________
11. Município de residência: nome do município / (999) IGN munic _________________

BLOCO B – DADOS RELACIONADOS AO DIAGNÓSTICO DE HIV/AIDS,


COINFECÇÕES E COMORBIDADES

12. Data do diagnóstico do HIV: data ___/___/___ / (999) IGN datadiag _____________
13. Última consulta no SAE: data ___/___/_____ / (999) IGN ultcon _________________
14. Em tratamento com TARV?
(1) Sim (2) Não (999) IGN tarv ___________________
15. Resultado do último exame de contagem de linfócitos
T CD4+/mm³: nº de células por mm³ / (999) IGN contcd ________________
16. Resultado do último exame de quantificação de carga
viral do HIV:
(1) Indetectável (2) Detectável (999) IGN carga__________________
17. Coinfecção por Hepatite B?
(1) Sim (2) Não (999) IGN hbv ___________________
18. Se está coinfectado com Hepatite B, realiza ou realizou
tratamento? (1) Sim (2) Não (999) IGN trathbv ________________
19. Coinfecção por Hepatite C?
(1) Sim (2) Não (999) IGN hcv ___________________
78

20. Se está coinfectado com Hepatite C, realiza ou realizou


tratamento? (1) Sim (2) Não (999) IGN trathcv ________________
21. Coinfecção por Tuberculose?
(1) Sim (2) Não (999) IGN tub ___________________
22. Se está coinfectado com Tuberculose, realiza ou
realizou tratamento? (1) Sim (2) Não (999) IGN trattb __________________
23. Coinfecção por HTLV?
(1) Sim (2) Não (999) IGN htlv ___________________
24. Se está coinfectado com HTLV, realiza ou realizou
tratamento? (1) Sim (2) Não (999) IGN trathtlv ________________
25. Coinfecção por Sífilis?
(1) Sim (2) Não (999) IGN sif ____________________
26. Se está coinfectado com Sífilis, realiza ou realizou
tratamento? (1) Sim (2) Não (999) IGN tratsif _________________
27. Coinfecção por Toxoplasmose?
(1) Sim (2) Não (999) IGN tox ___________________
28. Se está coinfectado com Toxoplasmose, realiza ou
realizou tratamento? (1) Sim (2) Não (999) IGN trattox _________________
29. Coinfecção pelo vírus HPV?
(1) Sim (2) Não hpv ___________________
30. Se está coinfectado com HPV, realiza ou realizou
tratamento? (1) Sim (2) Não (999) IGN trathpv ________________
31. Sarcoma de Kaposi? (1) Sim (2) Não sarck _________________
32. Realiza tratamento para Sarcoma de Kaposi?
(1) Sim (2) Não (999) IGN tratsarck _______________
33. Linfoma de não-Hodgkin? (1) Sim (2) Não linfnh _________________
34. Realiza tratamento para linfoma não-Hodgkin?
(1) Sim (2) Não (999) IGN tratlinfnh _______________
35. Possui outra (s) coinfecção (s) e/ou comorbidade (s)?
(1) Sim (2) Não (9) IGN comorb ________________
36. Se possui outra (s) coinfecção (s) e/ou comorbidade (s),
quantas são? Quantidade das outra (s) coinfecção (s) e/ou
comorbidade (s): ncomorb_______________
37. Se possui, qual o nome da coinfecção/comorbidade? nomecomorb1 __________
38. Se possui, qual o nome da coinfecção/comorbidade? nomecomorb2 __________
39. Se possui, qual o nome da coinfecção/comorbidade? nomecomorb3___________

BLOCO C – DADOS RELACIONADOS AO ÓBITO DOS PACIENTES


ACOMPANHADOS NO SAE

40. Foi à óbito? (1) Sim (2) Não obit ___________________


41. Se foi à óbito, qual a data? ___/___/____ / (999) IGN dataobit _______________
42. Se foi à óbito, qual o motivo? ___________ / (999) IGN motobit ________________
Apêndice B - Manual de apoio à coleta de dados

QUESTÃO DO INSTRUMENTO ONDE ENCONTRAR A INFORMAÇÃO


DE COLETAS
1. Número do questionário  Previamente preenchido pelo autor da pesquisa.
Seguir os números dos questionários em ordem
crescente!
2. Data da coleta Data do dia da coleta de cada prontuário.
3. Prontuário encontrado? Se o prontuário foi localizado (ou não) e/ou se possui o mínimo
de informações necessárias para a coleta dos dados
4. Sexo  Folha de cadastro do paciente (folha de rosto);
 Folha de evolução (pré-preenchida);
 Laudos dos exames de CD4+ e/ou Carga Viral;
 Em último caso, se guiar pelo nome do paciente, desde
que tenha certeza (exemplo: João).
5. Idade Calcular através da data de nascimento localizada:
 Folha de cadastro (folha de rosto);
 Folha de relatório sócio econômico;
 Folha de evolução (pré-preenchida);
 Laudos dos exames de CD4+ e/ou Carga Viral.
Prestar atenção no cálculo, sendo em anos completos!
6. Cor/etnia  Folha de cadastro (folha de rosto);
 Folha de evolução (pré-preenchida).
7. Escolaridade  Folha de cadastro (folha de rosto);
 Folha de relatório sócio econômico.
8. Renda  Folha de relatório sócio econômico.
9. Ocupação  Folha de cadastro (folha de rosto);
 Folha de relatório sócio econômico;
 Folha de evolução (pré-preenchida).
10. Município de residência  Folha de cadastro (folha de rosto);
 Requisições pré-preenchidas de exames de CD4+ e Carga
Viral;
 Folha de notificação (SINAN);
 Qualquer parte das evoluções médicas e/ou de
enfermagem.
Prestar atenção no município de residência e não de
nascimento!
11. Data do diagnóstico do HIV  Cabeçalho da folha de fluxograma (canto superior direito);
 Quaisquer laudos diagnósticos em anexo ao prontuário
(testes laboratoriais ou testes rápidos com resultado
reagente para HIV (sempre valendo a data mais antiga);
 Em último caso, nas evoluções médicas e/ou de
enfermagem, porém priorizar laudos diagnósticos. Não
levar muito em considerações datas relatadas pelo
paciente.
12. Última consulta no SAE Data da última evolução médica ou de enfermagem em que o
paciente compareceu ao serviço (data mais próxima).
13. Em tratamento com TARV No verso da folha do fluxograma, no quadro “terapia
antirretroviral” (exemplo: TDF+3TC+EFZ) – confirmar durante
a evolução se o paciente ainda se encontra em TARV, valendo
80

sempre a evolução mais recente. Exemplo: “paciente em


TARV regular”, “paciente sem uso de TARV”, etc.
14. Último exame de CD4+ Resultado do último exame realizado de CD4+ (prestar
atenção na data mais recente). Resultado da coluna de CD4+.
Não confundir com CD8+.
15. Último exame de Carga Viral Resultado do último exame realizado de Carga Viral (prestar
atenção na data mais recente). Resultado da coluna de Nº de
cópias. Não confundir com “Log”.
16. Coinfecção por Hepatite B  Consultar a folha de fluxograma, procurando os exames
de HBsAG e AntiHBC IgG Total (resultados numéricos -
reagentes);
 Laudos de testes rápidos reagentes para Hepatite B;
 Informações de infecção por Hepatite B nas evoluções
médicas e de enfermagem.
17. Tratamento para coinfecção Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
por Hepatite B não) da coinfecção por Hepatite B.
18. Coinfecção por Hepatite C  Consultar a folha de fluxograma, procurando os exames
de Anti-HCV, PCR do Vírus C (resultados numéricos -
reagentes);
 Laudos de testes rápidos reagentes para Hepatite C;
 Informações de infecção por Hepatite C nas evoluções
médicas e de enfermagem.
19. Tratamento para coinfecção Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
por Hepatite B não) da coinfecção por Hepatite C.
20. Coinfecção por Tuberculose  Consultar a folha de fluxograma, procurando o exame de
PPD (resultados numéricos – reagentes);
 Laudos diagnósticos para Tuberculose em anexo ao
prontuário;
 Informações de infecção por Tuberculose nas evoluções
médicas e de enfermagem.
21. Tratamento para coinfecção Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
por Tuberculose não) da coinfecção por Tuberculose.
22. Coinfecção por HTLV  Procurar laudos diagnósticos para HTLV em anexo ao
prontuário;
 Informações de infecção por HTLV nas evoluções médicas
e de enfermagem.
23. Tratamento para coinfecção Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
por HTLV não) da coinfecção por HTLV.
24. Coinfecção por Sífilis  Consultar a folha de fluxograma, procurando o exame de
VDRL (com valores reagentes e/ou títulos acima de 1:4);
 Testes rápidos reagentes para Sífilis, em anexo ao
prontuário;
 Exames de VDRL ou FTA-ABS reagentes, em anexo ao
prontuário;
 Informações de (co)infecção por Sífilis nas evoluções
médicas e de enfermagem.
25. Tratamento para coinfecção Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
por Sífilis não) da coinfecção por Sífilis.
26. Coinfecção por Toxoplasmose  Consultar a folha de fluxograma, procurando o exame de
IgG Toxo (reagente);
 Informações de (co)infecção por Toxoplasmose nas
evoluções médicas e de enfermagem.
81

27. Tratamento para coinfecção Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
por Toxoplasmose não) da coinfecção por Toxoplasmose.
28. Coinfecção por HPV Procurar durante as evoluções o diagnóstico de HPV
e/ou:
 Condiloma aculminado;
 Lesão/ferida compatível/sugestiva de HPV/condiloma
aculminado.
29. Tratamento para coinfecção Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
por HPV ou Condiloma Aculminado não) da coinfecção por HPV ou Condiloma Aculminado.
30. Sarcoma de Kaposi  Procurar nas evoluções ou anexo ao prontuário,
documentos ou laudos de biópsias com diagnóstico de
Sarcoma de Kaposi;
 Laudos/transferências de acompanhamento oncológico
para Sarcoma de Kaposi.
31. Tratamento para Sarcoma de Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
Kaposi não) do Sarcoma de Kaposi (exemplo: quimioterapia).
32. Linfoma de não-Hodgkin  Procurar nas evoluções ou anexo ao prontuário,
documentos ou laudos de biópsias com diagnóstico de
Linfoma de não-Hodgkin;
 Laudos/transferências de acompanhamento oncológico
para Linfoma de não-Hodgkin.
33. Tratamento para Linfoma não- Procurar nas evoluções informações sobre o tratamento (ou
Hodgkin não) do Linfoma não-Hodgkin (exemplo: quimioterapia).
34. Outras (co)infecções e/ou Procurar em todo prontuário:
comorbidades  (Co)infecções: quaisquer doenças infecciosas
(principalmente virais) documentadas durante qualquer
parte do prontuário, que já não tenham sido contempladas
nas questões anteriores;
 b) Comorbidades: quaisquer doenças de carácter crônico
que o paciente esteja acometido (exemplos: HAS
(hipertensão), DM (diabetes), depressão, obesidade,
doenças cardíacas, asma, endometriose, cânceres, etc).
35. Número de coinfecções e/ou Quantificar no máximo 3 coinfecções e/ou comorbidades.
comorbidades
36. Nome das coinfecções e/ou comorbidades (se houverem).
37.
38.
39. Paciente foi à óbito? Geralmente ao final da última evolução (procurar no
40. Qual data do óbito? prontuário).
41. Qual motivo do óbito?
Apêndice C - Material de divulgação dos resultados, entregue ao serviço de referência para pessoas vivendo com HIV/AIDS (SAE)
83
Apêndice D - Lista completa de ocupações/profissões evidenciadas nos prontuários

Variável Profissão n individual % individual n variável % variável

Aposentado 14 5,2

Do lar 43 16,1

Estudante 26 9,7

Trabalhador geral Administrador 3 1,1 107 40,3


Arquiteto 1 0,4
Biólogo 1 0,4
Engenheiro 1 0,4
Professor 4 1,5
Contador 1 0,4
Militar 2 0,7
Técnico em 1 0,4
enfermagem
Agricultor 2 0,7
Artesão 1 0,4
Babá 1 0,4
Barbeiro 1 0,4
Cabeleireiro 6 2,2
Caminhoneiro 1 0,4
Cantor 1 0,4
Carpinteiro 1 0,4
Costureiro 2 0,7
Cozinheiro 5 1,9
DJ 1 0,4
Diarista 6 2,2
Encanador 1 0,4
Ferreiro 1 0,4
Marceneiro 1 0,4
Mecânico 1 0,4
Músico 1 0,4
Pecuarista 2 0,7
Pedreiro 5 1,9
Pescador 1 0,4
Pintor 3 1,1
Profissional do sexo 3 1,1
Servente 2 0,7
Soldador 1 0,4
Tatuador 1 0,4
Assador 1 0,4
Balconista 1 0,4
Cobrador de ônibus 1 0,4
Comerciante 6 2,2
Domador de cavalos 1 0,4
Esteticista 1 0,4
Gari 2 0,7
Industriário 1 0,4
Lojista 1 0,4
85

Motorista 7 2,6
Operador de 3 1,1
máquinas
Operário 1 0,4
Porteiro 2 0,7
Serviços gerais 9 3,4
Servidor público 1 0,4
Vendedor 4 1,5

Desempregado 4 1,5

Privado de 2 0,7
liberdade

Informação não 71 26,6


encontrada
Total 267 100
Anexos
Anexo A – Carta de Apresentação da Pesquisa
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE ENFERMAGEM

Pelotas, _____ de _________________de 2017.


Sr. (a)_____________________
Chefe do Serviço

Venho respeitosamente, por meio desta, solicitar sua autorização para o


desenvolvimento da minha pesquisa intitulada: “Prevalência de coinfecções em
portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana acompanhados em um
serviço de atendimento especializado, na região sul do Rio Grande do Sul”.
Sou acadêmico do 9° semestre de graduação em Enfermagem, da
Universidade Federal de Pelotas, devidamente matriculado e tendo como orientadora
a Profª Dda Sidnéia Tessmer Casarin e como coorientador o Profº Bruno Pereira
Nunes.
A pesquisa tem por objetivo identificar a prevalência das coinfecções em
pacientes portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana, em acompanhamento
em um serviço de atendimento especializado, na região sul do Rio Grande do Sul,
portanto gostaria de solicitar a autorização para a aplicação do instrumento de
pesquisa, o qual será direcionando aos prontuários dos pacientes acompanhados.
Terei o compromisso de preservar os sujeitos envolvidos no estudo, assim como a
instituição, respeitando todos os aspectos éticos.
Na certeza de contar com seu apoio, desde já agradeço, colocando-me ao
seu dispor para quaisquer esclarecimentos.

Endrigo Schuch Mendes Profª Sidnéia Tessmer Casarin


Anexo B - Carta de Anuência da Direção da Faculdade de Medicina, da
Universidade Federal de Pelotas
89
90

Anexo C – Termo de Compromisso para a Utilização dos Dados

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS


Faculdade de Enfermagem

Termo de Compromisso de Utilização de Dados

Eu, Endrigo Schuch Mendes, do curso de Enfermagem da Faculdade de


Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas, sob orientação do (a) Profª Sidnéia
Tessmer Casarin e coorientação do Prof° Bruno Pereira Nunes, no âmbito do projeto
de pesquisa intitulado “Prevalência de coinfecções em portadores do Vírus da
Imunodeficiência Humana acompanhados em um serviço de atendimento
especializado, na região sul do Rio Grande do Sul”, comprometo-me com a utilização
dos dados coletados nos prontuários dos usuários cadastrados no Serviço de
Acompanhamento Especializado (SAE), a fim de obtenção dos objetivos previstos, e
somente após receber a aprovação do sistema CEP-CONEP.
Comprometo-me a manter a confidencialidade dos dados coletados nos
prontuários, assim como com a privacidade de seus conteúdos.
Esclareço que os dados a serem coletados se referem às informações sócio
demográficas (nome, idade, sexo, cor, escolaridade, renda, ocupação e município de
residência); ao diagnóstico de HIV/AIDS, coinfecções e comorbidades (tempo de
diagnóstico, última consulta, adesão à terapia antirretroviral, contagem de células T
CD4+, coinfecção por hepatite B, hepatite C, tuberculose, vírus linfotrópico da célula
humana (HTLV), sífilis, toxoplasmose, relação do HIV com Sarcoma de Kaposi,
linfoma de não-Hodgkin, câncer de colo de útero (relacionado à infecção pelo
papiloma vírus humano) e manifestação de outras comorbidades); e ao óbito dos
usuários, no período de 01/01/2012 à 31/12/2016.
Declaro entender que é minha a responsabilidade de cuidar da integridade das
informações e de garantir a confidencialidade dos dados e a privacidade dos
indivíduos que terão suas informações acessadas.
Também é minha a responsabilidade de não repassar os dados coletados ou o
banco de dados em sua íntegra, ou parte dele, às pessoas não envolvidas na equipe
da pesquisa.
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Por fim, comprometo-me com a guarda, cuidado e utilização das informações


apenas para cumprimento dos objetivos previstos nesta pesquisa aqui referida.
Qualquer outra pesquisa em que eu precise coletar informações serão submetidas a
apreciação do CEP.

Pelotas, 13 de março de 2017.

________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Anexo D – Parecer de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
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