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O coeficiente de reação vertical pode ser avaliado por meio de três métodos:
• Valores padronizados (tabelados);
• Ensaio de placa;
• Previsão do recalque estimado.
Na falta de ensaios realizados no maciço de solo sobre o qual será construída a obra, é
possível avaliar o coeficiente de reação vertical a partir de tabelas que apresentam valores
típicos e/ou padronizados. Tais tabelas são encontradas na bibliografia especializada.
Tabela 1 - Valores de coeficiente de reação vertical (kv)placa (em kN/m3) definidos em ensaio de placa
quadrada de 0,30 m de lado, de acordo com Terzaghi (1955).
Argilas Rija Muito Rija Dura
qu (MPa) 0,1 a 0,2 0,2 a 0,4 > 0,4
Faixa de valores 16.000 a 32.000 32.000 a 64.000 > 64.000
Valor proposto 24.000 48.000 96.000
Mediamente
Areias Fofas Compacta
Compacta
Faixa de valores 6.000 a 19.000 19.000 a 96.000 96.000 a 320.000
Areia acima NA 13.000 42.000 160.000
Areia submersa 8.000 26.000 96.000
qu corresponde à resistência à compressão não-drenada. Os resultados foram determinados por
meio de ensaios de placa, de tal modo que necessitam de correção em função da forma e
dimensão da sapata.
A Tabela 1 contém os valores padronizados, sugeridos por Terzaghi (1955), para
diferentes características de solos. A Tabela 2, apresentada no manual CAD/TQS (2006),
tem como base as referências Calavera (2000) e Bowles (1997). Ambas as tabelas foram
elaboradas a partir de resultados obtidos de ensaios de placa quadrada com 30 cm de lado.
É importante frisar que os valores das Tabelas 1 e 2 (definidos em ensaios de placa)
precisam ser corrigidos em função das dimensões e da forma da fundação real (sapata ou
radier). Tal correção pode ser feita com o uso das Equações 2 ou 3, ou ainda, com a
Equação 4.
Tabela 2 - Valores de coeficiente de reação vertical (kv)placa (em kN/m3) obtidos em ensaio de placa
quadrada de 0,30 m de lado - Calavera (2000) e Bowles (1997).
Tipo de solo (kv)placa
Areia fina de praia 10.000 – 15.000
Areia fofa seca úmida 10.000 – 30.000
Areia média seca úmida 30.000 – 90.000
Areia compacta seca úmida 90.000 – 200.000
Areia pedregulhosa fofa 40.000 – 80.000
Areia pedregulhosa fofa 90.000 – 250.000
Pedregulho arenoso fofo 70.000 – 120.000
Pedregulho arenoso compacto 120.000 – 300.000
Rochas brandas ou alteradas (saprófitos) 300.000 – 5.000.000
• Para argilas
⎛ 0,30 ⎞
kv = ⎜ ⎟.(k v )placa (3)
⎝ B ⎠
Onde:
kv é o coeficiente de reação vertical a ser utilizado na análise da fundação real;
(kv)placa é o coeficiente de reação vertical obtidos do ensaio de placa;
B é a largura (menor dimensão) da fundação, em metros.
n
⎛b⎞
k v = ⎜ ⎟ .(k v )placa (4)
⎝B⎠
Onde:
b é a menor dimensão da placa;
B é a menor dimensão da fundação;
n é um coeficiente que varia entre 0,5 e 0,7.
1.3 Previsão do recalque estimado
(5)
Onde:
E é o módulo de elasticidade do solo (vide Tabela 4 ou Tabelas 7 e 8);
ν é o coeficiente de Poisson do solo (vide Tabela 5 ou Tabela 9);
B é a menor dimensão da fundação superficial;
I é o fator de influência (forma) da fundação superficial, que depende da forma da mesma
(vide Tabela 6).
E = α.K.N (6)
Onde:
N é o índice de resistência à penetração da sondagem SPT;
α e K são obtidos a partir das tabelas 7 e 8, respectivamente.
1. Pelo resultado do ensaio SPT, classificar o solo de acordo com a compacidade (areias)
ou consistência (argilas), segundo a NBR 6484 (ABNT, 2001) – vide Tabela 3.
2. Em seguida, entrar na Tabela 1 sugerida por Terzaghi (1955) e, de acordo com a
compacidade ou consistência do solo, obter o valor mais adequado de (kv)placa.
3. Depois, aplicar a Equação apropriada para corrigir o valor de (kv)placa em função das
dimensões reais da fundação (Equação 2, 3 ou 4), obtendo-se assim o valor de kv que
será utilizado no projeto da fundação.
Para uma camada espessa de solo, sugere-se fazer uma média aritmética dos valores
de N dentro daquela camada, na região localizada entre a cota de apoio da fundação e a
profundidade de 3B a partir desta (fim do bulbo de pressão, sendo B a menor dimensão em
planta da fundação). Utilizar este valor de Nmed para classificar o solo, obter (kv)placa e calcular
kv da fundação real.
Se no caso anterior o solo for caracterizado como uma mistura de dois tipos, calcular os
valores de kv para a areia e para a argila, e fazer a média aritmética entre os dois valores
obtidos (vide manual do CYPECAD).
Para solos estratificados (mais de uma camada), sugere-se:
1. Fazer média aritmética dos valores de N dentro de cada camada.
2. Classificar cada camada com o Nmed.
3. Achar os respectivos valores de (kv)placa e kv.
4. Realizar uma média ponderada, pela espessura das camadas, desses valores de kv
para obter o definitivo.
Cota N SPT
0,0m
14
11
14
Argila arenosa, cor variegada, plástica,
14 consistência média à rija
17
13
-7,0m 14
Areia média muito pouco argilosa, cor cinza escuro,
-8,0m 12
friável, compacidade medianamente compacta
12
Argila arenosa com silte, cor variegada, pouco
22
plástica, consistência rija à dura
-11,0m 28
Esse valor deve ser corrigido em função das dimensões reais da fundação. Utilizando-
se a Equação 4 proposta pelo ACI 336.2R-88, com n=0,5, tem-se que:
n
⎛b⎞
k v = ⎜ ⎟ .(k v )placa
⎝B⎠
0,5
⎛ 0,30 ⎞
kv = ⎜ ⎟ × 16000 = 2642kN / m3
⎝ 11,0 ⎠
Pode-se optar por uma média ponderada dos valores dos módulos de elasticidade
para que a mesma represente um maciço de solo equivalente e homogêneo. A ponderação
pode levar em conta a espessura de cada camada.
25000 × 7,0 + 50000 × 1,0 + 40000 × 3,0
E= = 31364 kN / m2
11,0
Assumindo-se um valor de coeficiente de Poisson único e igual a ν = 0,40 para o
maciço equivalente, tem-se com base na Equação 5:
4. REFERÊNCIAS
TQS Informática Ltda. Sistemas CAD/TQS 9.0. SISEs (Sistema de Interação Solo-Estrutura):
Manual Teórico. São Paulo, 2006.