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Entre 1822 e 1889, o Brasil foi um império governado por uma monarquia
hereditária, isto é, o rei transmitia o poder para seus descendentes. D.
Pedro I ficou no poder até 1831, quando retornou a Portugal, deixando em
seu lugar, seu filho, também chamado Pedro, que ainda era uma criança
e não poderia assumir o governo.
A forma com que esses conflitos foram reprimidos permite perceber que a
violência repressiva do Estado contra conflitos sociais que pretendiam
alterar a ordem vigente passou também a ser constitutiva da identidade
nacional. A cultura da violência estatal permeou desde o início a formação
da identidade nacional.
Interessante notar que já após a independência, a imigração passou a
fazer parte da política Imperial, pois o Sul do Brasil continuava despovoado
e alvo da cobiça dos países vizinhos. O governo passou a incentivar a
implantação de núcleo de colonos imigrantes no Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul.
No Brasil, o uso do escravo como mão de obra teve início com a atividade
açucareira, nos engenhos de cana, atravessou todo o período colonial e
só foi oficialmente extinto em 1888, já no fim do Império. Durante
praticamente todo esse período, o trabalho compulsório (forçado)
constituiu a base da economia do país: eram os escravos que realizavam
a coleta, a pesca, o serviço doméstico e a agricultura.
Inicialmente foram escravizados apenas os indígenas; depois, os
africanos, que logo se tornaram majoritários. Trazidos pelo tráfico
negreiro – que dava enorme lucro à metrópole -, os negros, assim como
os índios, eram mantidos subjugados mediante uma política desumana de
repressão e controle.
Resistência
os negros sempre lutaram contra a escravidão. Algumas práticas adotadas
eram a fuga, a queima de plantações, os atentados a feitores e a senhores
e até mesmo a morte de recém-nascidos e o suicídio. Mas a mais
expressiva forma de resistência foi a organização de quilombos,
comunidades autossuficientes formadas por escravos fugidos.
Havia quilombos por todo o país. O mais importante foi o de Palmares,
criado no fim do século XVI, em uma área onde fica a divisa de Alagoas
com Pernambuco. Em seu auge, chegou a ser formado por nova aldeias,
denominadas mocambos, contando com uma população de 20 mil
habitantes. Tinha uma economia bem organizada, realizando comércio
com o entorno. Abrigava, além de negros fugidos, índios e brancos
marginalizados.
A existência de Palmares estimulava ainda mais a fuga de escravos. Com
isso, já no século XVII, os fazendeiros da região decidiram reunir milícias
para atacá-lo. O líder da comunidade, Ganga Zumba (“grande chefe”),
firmou um acordo de paz com os brancos em 1678. Contudo os conflitos
continuaram com o inexplicado assassinato de Ganga Zumba.
Seu sucessor, Zumbi, liderou a resistência contra os invasores até 1694,
quando o principal mocambo de Palmares caiu diante de um batalhão
comandado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado pelas
autoridades coloniais. Nos meses seguintes, as outras aldeias
capitularam. Zumbi fugiu, mantendo a resistência. Mas, em 1695, traído,
teve o esconderijo descoberto e foi morto numa emboscada.
Leis Emancipacionistas
A partir de 1830, já no período imperial, a expansão da cultura cafeeira
aumentou a necessidade de mão de obra. Ao mesmo tempo cresciam as
pressões contra o tráfico negreiro, principalmente da Inglaterra,
preocupada com a concorrência, já que nas colônias inglesas no Caribe o
comércio de escravos havia sido proibido, e os produtos exportados
tinham ficado mais caros.
Movimento Abolicionista
Só por volta de 1880 surgiu uma movimento pró-abolição, que contava
com jornalistas, políticos, artistas, etc. Foi nessa época que o termo
“abolição” passou a ser utilizado. Até então toda e qualquer ação no
sentido de promover a libertação dos escravos era nomeada
de emancipacionista.
O movimento abolicionista correspondeu a uma das mais significativas
manifestações sociopolíticas ocorridas na sociedade brasileira na década
de 1880. Mobilizou letrados, escravos, forros, grupos médios urbanos e
tantos outros segmentos sociais da época, estimulando debates que, em
alguns casos, coincidiram com críticas à ordem monárquica. As camadas
urbanas não mais aceitavam o domínio político das antigas aristocracias
agrárias. Identificadas com o trabalho assalariado e com a
industrialização, queriam um novo regime político no qual tivessem maior
representatividade.
Sob a liderança de dom Pedro II, a economia foi impulsionada pelo café,
que contribuiu para uma série de mudanças, ocorridas no fim do período,
que acabariam colaborando para a queda da monarquia: a substituição
da mão de obra escrava pela assalariada e a vinda em massa de
imigrantes europeus.
O café foi o maior responsável pelas transformações sociais e econômicas
pelas quais o Brasil passou durante o Segundo Reinado (1840 -1889).
Inicialmente produzido apenas para o consumo interno, a partir do começo
do século XIX o café passou a ser explorado para os Estados Unidos e
para a Europa. Na década de 1830, já era o principal produto da nossa
economia. O cultivo, de início restrito ao Rio de Janeiro, expandiu-se no
decorrer do século pelo interior do Sudeste, encontrando, no oeste paulista
seu polo de desenvolvimento.
O produto teve papel fundamental na disseminação do uso da mão de
obra assalariada. Em 1850 quando a pressão inglesa pelo fim da
escravidão levou à proibição do tráfico negreiro o café estava em plena
expansão, e os imigrantes europeus passaram a ser alternativa aos
escravos negros.
Industrialização
Desde 1844, os preços dos produtos importados estavam mais elevados
em razão da Tarifa Alves Branco, aprovada com objetivo de aumentar a
arrecadação do governo.
CRISE NO IMPERIO
Por volta da década de 1870, as forças políticas que apoiavam o império
brasileiro e o governo de D. Pedro II começaram a enfraquecer. Com o
tempo, o imperador foi perdendo o apoio dos principais setores sociais que
sustentavam a estrutura política do seu governo. Estes setores eram a
Igreja Católica, o Exército e as elites de cafeicultores do Sudeste,
especialmente, de São Paulo e do Rio de Janeiro.