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Já se passaram mais de 20 anos desde It has been more than 20 years since the
que o regime do apartheid foi extinto; removal of the apartheid system, yet, for
porém, para quem viveu na África do Sul those who lived in apartheid South Africa,
dos tempos do apartheid a racialização racialization remains a central feature of
ainda é um elemento central de sua their subjectivity both inside and outside of
subjetividade, tanto dentro quanto fora the country. For the South African diaspora
do país. Para a diáspora sul-africana na in Australia there are contextually specific
Austrália há processos psicossociais, psychosocial processes, socio-structural
arranjos socioestruturais e sistemas de arrangements, and meaning systems
significados específicos ao seu contexto that need to be negotiated, including the
que precisam ser negociados, inclusive relationship with their home country. In this
a relação com o país natal. Neste artigo article, we outline aspects of the Apartheid
apresentaremos aspectos do Projeto Archive Project, which seeks to expand
Arquivo do Apartheid (Apartheid Archive the official history through the inclusion
Project, ou AAP), cujo objetivo é expandir of everyday people’s personal stories and
a história oficial pela inclusão de histórias narratives of life during apartheid.
e narrativas de pessoas comuns sobre a
vida durante o apartheid. Keywords: Apartheid Archive Project;
apartheid; racism; narrative; histories;
Palavras-chave: Apartheid Archive memory; diasporas.
Project; apartheid; racismo; narrativa;
histórias; memória; diásporas.
Marcos Santos/USP Imagens
O
movimento geográfico hu- e suas subjetividades, para outra sociedade
mano não é um fenômeno de colonizadores em que a raça é também
novo, mas a história da marcante. Apresentamos temas de nossa pes-
modernidade ocidental é quisa e discutimos sua significância usando
particularmente marcada os instrumentos conceituais e teóricos que
pelo tráfico negreiro foram desenvolvidos no Apartheid Archive
entre o Atlântico e o Project (AAP) (www.apartheidarchive.org).
Pacífico, a colonização
de muitas nações do O APARTHEID ARCHIVE PROJECT,
Sul global e o desloca-
PSICOPOLÍTICA E MIGRAÇÃO
mento forçado de mui-
tos de seus povos. Além
disso, alguns estudiosos O AAP foi criado para estudar a his-
observaram que, em razão da magnitude tória e a persistência continuada da raça
contemporânea do transnacionalismo e do e do racismo na África do Sul por meio
deslocamento humano global, a migração do uso de ferramentas e recursos psico-
pode se tornar a característica definidora políticos dos estudos da memória, estudos
do século XXI e ocasionar diásporas tanto psicossociais, pesquisa crítica sobre raça
voluntárias quanto involuntárias (Betts & e outras áreas (Stevens, Duncan & Hook,
Collier, 2017). Neste artigo utilizaremos 2013a). Neste artigo usamos ferramentas
nossa pesquisa sobre as pessoas que migra-
ram da África do Sul para a Austrália para
explorar algumas das complexidades da imi-
gração e do processo de estabelecimento. CHRISTOPHER C. SONN é professor
associado em Psicologia Comunitária
Enfocaremos especificamente a centralidade da Universidade de Victória, na Austrália.
da mudança de um contexto em que a raça
GARTH STEVENS é psicólogo clínico
desempenha um papel determinante na for- e professor da Universidade de
mação da nação, no cotidiano das pessoas Witwatersrand, na África do Sul.
social pela comunidade. A institucionalização diversas maneiras pelas quais elas reagiram
do rótulo coloured significou a atribuição ao rótulo de identidade imposto na Austrália.
de uma posição e status em uma hierarquia Sonn (2003) relatou que as pessoas reagi-
racial. Conforme observou Sonn e Lewis ram de várias maneiras ao rótulo. Algumas
(2009, p. 121), a construção política do grupo o contestaram, dizendo que era usado com
“em muitos aspectos significou que o rótulo o propósito político de subjugação e frag-
tinha um efeito homogeneizante, ocultando mentação da comunidade negra, e outras o
múltiplas camadas de raízes sociais, cultu- viam como inevitável e parte do sistema:
rais, políticas e materiais que compunham “Era normal para as pessoas (serem vistas
as subjetividades das pessoas que eram clas- como coloureds), você nasce dentro do sis-
sificadas como coloured”. Erasmus (2001, p. tema”. Outras relataram que a classificação
24) observou que: acabou por forçar as pessoas a viver uma
existência “no meio do caminho”, na condi-
“As identidades das pessoas chamadas de ção intermediária entre comunidades brancas
coloured foram formadas no contexto de e negras, que era em parte o seu propósito.
relações racializadas de poder e privilégio. Lewis (2009), em seu estudo com mulheres
Elas não eram ‘simplesmente diferentes’, sul-africanas que vieram jovens para a Aus-
mas foram formadas em uma relação hie- trália e cresceram com o rótulo coloured,
rárquica tanto com identidades africanas também relatou negociações complexas rela-
brancas quanto negras; elas eram vividas e cionadas ao rótulo. Entre outros achados, ela
construídas como sendo inferiores aos bran- relatou que na Austrália muitas das mulhe-
cos e melhores do que os negros”. res disseram que eram classificadas como
negras com base na cor de sua pele, mesmo
Ela também destacou a complexidade quando não se identificavam como negras.
dos significados das identidades denomi- Na Austrália, o rótulo coloured não carrega
nadas coloured por serem moldadas por o mesmo sentido; na verdade, muitas pessoas
experiências de dominação branca, assim questionam o uso do rótulo relacionando-o
como pela cumplicidade com discursos de ao período dos Direitos Civis nos Estados
inferioridade africana. Em sua visão, esta Unidos. Na Austrália, há um conjunto binário
posição é difícil e demandará a negociação de categorizações: os brancos e os outros
com entraves e o reconhecimento de que imigrantes, que são geralmente chamados de
não há raízes puras para as quais se possa negros. Um exemplo de Sonn et al. (2017)
voltar. Ao contrário, o processo implica a ilustra os modos de questionamento especí-
reivindicação e a ligação com os “fragmentos ficos do contexto pelos quais os rótulos de
e origens de branquitude, africanidade, india- identidade são negociados:
nidade oriental no processo de criar novas
formas culturais, práticas e identidades que “Na Austrália somos chamados como negros,
não precisam ser coerentes e/ou completas” e na África do Sul somos chamados de
(Erasmus, 2001, p. 24). coloured. Então, é natural que quando os
Na pesquisa feita com pessoas que emi- australianos me identificam como negra eu
graram da África do Sul, documentamos as me sinta obrigada a corrigi-los, pois não sou
zantes de racismo na África do Sul. Isso é nome estava visivelmente escrito na porta do
semelhante ao que Stevens, Swart e Franchi meu escritório e que eu esperava que ele se
(2006, p. 17) chamaram de desracialização, apresentasse antes de entrar. Bem, ele não
um processo que ficou muito contente e me delatou ao meu
chefe de departamento, que ao final do dia
“[...] envolve trespassar e perfurar os contex- concordou plenamente comigo que ele deveria
tos que produzem a racialização, desasso- ter batido na porta e perguntado se havia
ciando os binários de categorização e hierar- alguém com quem ele pudesse conversar a
quização de grupos, e buscar possibilidades respeito de seja lá o que fosse que o havia
[…] nas quais essas formas de predetermina- trazido até ali” (AN4) (Sonn, 2012, p. 247).
ção não funcionem como o modelo principal
para as relações sociais”. Algumas pessoas contam histórias
de tratamento desigual dispensado pelos
As pessoas contam histórias de modo irô- empregadores, como, por exemplo, o fato
nico, em meio a muitas risadas, relembrando de receberem menos que funcionários bran-
experiências de desumanização. Algumas cos mesmo quando têm mais qualificações
experiências foram aparentemente menos e desempenham funções de liderança em
graves e outras envolveram violência física. uma organização. Outra pessoa contou uma
Este trabalho enfatizou a função importante história sobre quando certa vez visitou a
do humor como estratégia de sobrevivência e casa de uma família branca após o trabalho.
resistência para pessoas sujeitas ao racismo Ele bateu à porta e uma criança pequena
e à opressão, à medida que elas encontram atendeu. Sua mãe perguntou quem era e
maneiras de desconstruir o poder dos ata- a criança respondeu que era um homem
ques à sua dignidade. negro de cabelo liso. O cabelo era certa-
Sonn (2012) relatou um exemplo de não mente um dos critérios usados pelo estado
reconhecimento em que uma pessoa branca do apartheid (no infame teste do lápis) para
afirmou seu privilégio por ser branca e relegou tomar decisões sobre classificações raciais
pessoas negras à condição de inferiores e não caso houvesse dúvidas. Em uma série mais
humanas em um ambiente de trabalho. Uma recente de entrevistas, foram narradas algu-
mulher narrou a seguinte história: mas das maneiras pelas quais os brancos
intimidavam os coloureds que ascendiam
“Eu estava ao fone no meu escritório um dia socialmente e queriam comprar uma casa
quando um representante de outra empresa em um subúrbio branco (Sonn et al., 2017).
entrou sem bater na porta e perguntou: ‘Não O entrevistado contou que eles compraram
tem ninguém aqui?’. Bem, eu fiquei tão estu- uma casa ao lado da de uma família afri-
pefata que minha resposta foi: ‘O quê? Nós câner. No dia da mudança para a nova casa
nos parecemos com um bando de macacos?’. ele encontrou uma bala de revólver amarrada
Ele estava claramente procurando por alguma a um cordão e pendurada na maçaneta da
pessoa branca. Disse a ele para sair do meu porta de entrada. Esse era o recado a ele e
escritório, bater na minha porta e esperar até sua família: eles não eram bem-vindos no
que eu dissesse para entrar. Disse que meu subúrbio. O entrevistado contou que, apesar
permite que se esteja dentro e fora simul- Outra sul-africana branca de origem afri-
taneamente, gerando uma distância e certo câner falou das maneiras pelas quais o pas-
grau de transgressão nem sempre possíveis sado do país interfere em sua vida:
no habitat original de uma pessoa, propícios
à esperança e às possibilidades. “Sim, eles me perguntam de onde eu sou,
eles notam meu sotaque. E aí eles me per-
NEGOCIANDO A guntam por que eu não sou negra. Depois
nos perguntam por que nós temos escravos. E
HISTÓRIA NO PRESENTE
eles estudam um pouco de história da África
do Sul na escola, sobre o apartheid, meu
Desconstruir rótulos de raça e dar sen- filho me mostrou. Aí eu olho e digo: ‘Que
tido às memórias de racismo são alguns dos bom, mas isso é apenas parte da história’.
processos psicossociais que fazem parte da A ideia é de que alguma coisa muito ruim
experiência de migração e estabelecimento. aconteceu e foram os brancos que fizeram. E
Esses processos podem ser extremamente é incrível o grau de ignorância, muitas pes-
árduos para as pessoas, como quando retra- soas nem sabem onde fica” (mulher, branca,
tam uma sensação de desarraigamento e faixa dos 50 anos).
perda de sistemas de significados conhe-
cidos e apoio social quando elas trilham Os trechos acima revelam experiências
um novo contexto. Uma sul-africana falou semelhantes ao que Straker (2013) chama
sobre os desafios de sair da África do Sul: de “branquitude insegura” no contexto da
África do Sul pós-apartheid. Ela sugere que
“Significou muita coisa, acho. Significou algo em um ambiente sociopolítico no qual o pri-
ligado à identidade, então, ter de me rein- vilégio histórico da branquitude é desafiado,
ventar, me reinventar de alguma maneira, desfeito ou comprometido, os brancos geral-
significou uma perda, há perdas considerá- mente têm de se debater com sentimentos
veis ligadas a esse processo. Também sig- de perda, tristeza, confusão de identidade e
nificou ganhos, me sinto feliz na Austrália, melancolia, e ao mesmo tempo lidar com
apareceram oportunidades profissionais para sentimentos de culpa, vergonha e cumpli-
mim aqui que eu não teria tido na África do cidade. Para os sul-africanos brancos que
Sul, e contatos profissionais. […] Sim, sou migraram para a Austrália, enfrentar esses
uma pessoa muito ansiosa e morar na África sentimentos é fundamental para alcançarem
do Sul meio que alimentou essa ansiedade um grau de integridade psicológica e um
de algum modo. Costumo dizer para uma novo sentimento de pertencimento.
grande amiga minha que ficou que, de algum Os escritos sobre os estudos da migra-
modo, a ansiedade ou falta de ansiedade dela ção também frequentemente destacam as
permite que ela viva feliz na África do Sul, maneiras nostálgicas pelas quais as pes-
porque ela não acha que tem necessidade de soas brancas se lembram do país natal ao se
se trancar em casa, ela simplesmente vive estabelecerem em um novo contexto. Dados
como se nada fosse acontecer” (sul-africana das entrevistas de nossa pesquisa mostram
branca, faixa dos 40 anos). as diferentes maneiras com que as pessoas
coloured. Ela descreve como os negros são ticular da história, introduzindo por meio
vistos em uma loja de departamentos: dos métodos de narrativas e relatos as vozes
daqueles cujas experiências foram suprimi-
“Quando eu olho as promoções tenho a das. As histórias das pessoas às margens
nítida impressão de ter umas cem pessoas são importantes para introduzir na memória
me olhando, porque eu pareço uma aborígine pública, expandir e lançar uma nova luz na
ou porque eles simplesmente não conseguem história da África do Sul. Argumentamos
entender. Então é óbvio que é muito intri- que a metodologia de mnemônica psicos-
gante ver pessoas aborígines lá [na loja] que social crítica, que pode incluir a narração
não estejam lá para furtar. Isso é muito inte- de histórias (Stevens et al., 2013b), é um
ressante. O que as pessoas supõem, acho que mecanismo importante para a recuperação
baseadas no sotaque e, claro, na aparência, da memória histórica e para produzir mate-
não é que eu seja muito africana no que se rial que possa ser questionado de maneira
refere à cor negra, mas é evidente que eu crítica, para entender como as pessoas inter-
não sou australiana; e se eu sou, então eu pretam experiências passadas e geram novos
sou aborígine”. entendimentos e narrativas sobre si mesmas
e outras sob circunstâncias diferentes em
Se, por um lado, as histórias de experi- comunidades de diáspora.
ências racializadas do país natal podem ser As histórias dos imigrantes sul-afri-
assimiladas de maneiras diversas por muitos, canos mostram que a racialização conti-
por outro, o caráter racializado do contexto nua a influenciar suas vidas na Austrália,
da sociedade australiana pode também ativar tanto em relação às experiências passadas
essas histórias de novas maneiras. A aborda- quanto aos contatos do cotidiano no novo
gem de Said (2000) sobre uma consciência contexto, no qual a branquitude considera
exílica (ou migratória) também revela que, os aborígines e certos grupos de migrantes
apesar de essas posições permitirem novas como não australianos. As pessoas falaram
possibilidades entre as comunidades exila- do trabalho de restabelecimento e recon-
das, elas se encontram, contudo, assentadas ciliação pessoal, e também das memórias
em uma constante posição precária no novo dos modos de vida que lhes proporciona-
ambiente, pois estão propensas a ser outri- vam segurança durante o apartheid. Essas
zadas de novas maneiras, que se valem de memórias formam a base de uma nostalgia
clivagens de diferença globais e específicas redentora que indica como as pessoas se
de um determinado contexto. lembram do país natal no novo país, e como
essas memórias, as redes e práticas sociais,
CONCLUSÃO por meio das quais elas são preservadas,
são usadas para orientar a construção da
Neste artigo apresentamos o Apartheid comunidade e da identidade na diáspora.
Archive Project (AAP) e alguns de seus As oportunidades para as pessoas con-
instrumentos teóricos e metodológicos. Um tarem histórias, tanto informal quanto for-
impulso decisivo para o AAP foi a neces- malmente, são importantes para processar o
sidade de interferir na versão oficial e par- trauma do apartheid e a desracialização. A
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