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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT)

NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO


(TEORIA E EXERCÍCIOS)
AULA 3 - EXTRA
PROF: RICARDO GOMES

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS


(TJDFT)
Prezados Alunos!
Segue uma pequena Aula EXTRA com os respectivos
assuntos da Aula 2.
Bons estudos...
Ricardo Gomes
AVISOS:
• Para o concurso do TJDFT lançamos os seguintes Cursos:

• REGIMENTO INTERNO DO TJDFT, PROVIMENTO GERAL DA CORREGEDORIA


APLICADO AOS JUÍZES E OFÍCIOS JUDICIAIS, E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS – TODOS OS CARGOS (TEORIA E
EXERCÍCIOS) – ISOLADO e PACOTE.

• DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA AJAJ – TEORIA E EXERCÍCIOS.

• NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA TÉCNICO – TEORIA E


EXERCÍCIOS.

Outros Cursos:

• REGIMENTO INTERNO DO CNJ;

• LEGISLAÇÃO ESPECIAL DO CNJ

• CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS SOBRE O BNDES;

• DIREITO ELEITORAL PARA TRE/MG;

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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO
(TEORIA E EXERCÍCIOS)
AULA 3 - EXTRA
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QUADRO SINÓPTICO DA AULA:

1. Órgãos Judiciários e Auxiliares da Justiça: Do juiz;


Dos auxiliares da justiça (Do serventuário e do
oficial de justiça; Do perito).

1. Órgãos Judiciários e Auxiliares da Justiça: Juiz;


Auxiliares da justiça (Serventuário e Oficial de
justiça; Perito).

a) JUIZ.

Juiz. Poderes e Deveres.


Todos os sujeitos envolvidos no processo detém uma carga de
direitos (poderes) e de deveres. Enquanto a parte tem direito de interpor uma
ação perante o Poder Judiciário, ou mesmo de apresentar sua respectiva
defesa (réu), ao Juiz cabe garantir estes direitos por meio da correta e hígida
prestação da tutela jurisdicional. Estes deveres decorrem do estudado
Monopólio da jurisdição assumido pelo Estado em sede constitucional. Se é
o Estado quem deve prestar a tutela jurisdicional, o Juiz arcará com os deveres
inerentes a este encargo público.
O art. 125 e seguintes do Código de Processo Civil elencam alguns
dos deveres do Juiz na condução dos processos afetos a sua responsabilidade,
que vale destacar e logo à frente tecer as pertinentes considerações.

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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre
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Cabe ao Juiz na condução dos processos a ele incumbidos os


seguintes DEVERES:

1. assegurar às partes igualdade de tratamento – isonomia


no tratamento das partes (dever de imparcialidade);
2. velar pela rápida solução do litígio – celeridade no
julgamento e deslinde da demanda;
3. prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade
da Justiça;
4. tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes.

1. Dever de tratamento igual entre as partes – o Juiz não


pode ser parcial (defender ou tratar com deferência uma parte em detrimento
da outra). O Juiz não pode estabelecer tratamento desigual a pessoas que são
iguais perante a lei (autor e réu).
Este dever de tratamento isonômico das partes relaciona-se com o
Princípio do Contraditório, no sentido de que todas as partes têm o direito de
manifestar-se no processo contrariamente às alegações da parte contrária. O
Juiz, consciente de seu dever, deve abrir à outra parte a possibilidade de
contraditar, sob pena de incorrer em desvio de conduta por parcialidade
(tratamento desigual entre as partes envolvidas no processo). Exemplo: se o
Juiz conferiu o direito do autor de apresentar novas provas, deverá propiciar
que o réu possa delas se defender.
Vale registrar que, para certos casos, a própria Lei confere
determinados direitos a uma parte que não têm correspondência à outra.
Exemplo: concessão de prazos diferenciados para recorrer à Fazenda Pública
e ao Ministério Público. Este tratamento legal visa, inclusive, reequilibrar uma
desigualdade fática por meio de uma igualação jurídica, propiciando às partes
desiguais maiores mecanismos jurídicos para atuarem no processo. Nestes
casos, é dever do Juiz observar os direitos assegurados na Lei, não incorrendo
em qualquer parcialidade.

2. Velar pela rápida solução do litígio – o Juiz tem a


competência de imprimir rapidez na finalização do processo, por meio de
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre
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impulso oficial. Após o autor deflagrar o processo, cabe ao Judiciário dar


andamento para a rápida e eficaz solução do conflito de interesses a ele
apresentado. Para tanto, o Juiz possui um arsenal de poderes instrutórios
(probatórios) e ordinatórios (de ordenação) no processo.
Esta previsão normativa, apesar de antiga, tem forte ligação com a
nova previsão constitucional, que instituiu como garantia fundamental do
processo a sua razoável duração (Princípio da Celeridade Processual). Se
antes, apenas com a Lei, já era uma obrigação do magistrado solucionar
rapidamente a lide, tanto o mais agora, com a obrigação impressa em sede
constitucional.

CF-88
Art. 5
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.

3. Prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da


Justiça – as partes não podem fazer do processo um meio para prática de ato
ilegal, simulado ou proibido, o que atenta contra o respeito e a dignidade da
Justiça. Com isso, o Juiz deverá reprimir qualquer ato contrário a este respeito,
como por exemplo, punir as partes que tenham atuado com litigância de má-fé
(art. 17 do CPC), com ato atentatório ao processo de execução (art. 600-601
do CPC), etc.
Nesta linha, se o Juiz verificar que o autor e o réu utilizaram-se do
processo para prática de ato simulado ou com fim proibido em lei, deverá
proferir sentença de extinção do processo sem resolução de mérito (obstando
os objetivos das partes). Exemplo: autor e réu de reclamação trabalhista na
Justiça do Trabalho que simulam a lide para simplesmente homologarem por
sentença acordo , em troca de benefícios oferecidos pelo ex-empregador (caso
de lide simulada).

CPC
Art. 129. Convencendo-se, pelas circunstâncias da causa, de
que autor e réu se serviram do processo para praticar ato
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simulado ou conseguir fim proibido por lei, o juiz proferirá


sentença que obste aos objetivos das partes.

4. Tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes – a conciliação


poderá ser realizada em qualquer momento processual! O poder judiciário
só deve atuar quando as partes não mais consigam resolver seus conflitos por
conta própria. Após iniciado o processo, as partes não estão impedidas de
conciliarem, ao contrário, é dever do Juiz sempre tentar que as partes entre
em acordo e resolvam de pronto a lide. A lógica é simples, se houver a
conciliação, ali mesmo o processo se encerra, não cabendo, inclusive, a
possibilidade de recurso.

Indeclinabilidade de jurisdição.
O Juiz não pode recusar-se a decidir sob o fundamento de que há
lacuna, obscuridade ou omissão da lei. Isto porque a jurisdição é inafastável,
mesmo que a lei não seja das melhores...rs. O Estado tem o dever de cumprir
a jurisdição, aplicando o direito correspondente ao caso concreto, seja o
previsto em lei, costumes, princípios gerais do direito, etc. O direito a ser
aplicado não se restringe aos elencados nas Leis formalmente editadas, por
isso o Juiz poderá socorrer-se de outras fontes do direito como subsídio para a
decisão do conflito.

Princípio Constitucional da Inafastabilidade


CF-88
Art. 5
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;

Em regra, se não houver lei específica, o Juiz poderá adotar a


analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
A Analogia é um meio de integração do direito para aplicação de
uma norma jurídica pré-existente a um caso semelhante, não previsto por ela
inicialmente. Isto é, aplica-se uma norma a um caso similar/semelhante aos
nelas previstos.

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Se não existir norma legal aplicável e nem a possibilidade de


aplicação analógica, o Juiz decidirá com base nos costumes (normas
costumeiras ou consuetudinárias). Exemplo: aplicação do costume das pessoas
de utilizarem o cheque como um meio de pagamento pós-datado, sendo que,
pela lei, o cheque é um instrumento de pagamento à vista; tal costume é
reconhecido pelo direito e afasta a configuração de crime.
Acaso não sendo possível a aplicação da lei, da analogia, dos
costumes, o Magistrado poderá socorrer-se dos Princípios Gerais do Direito.
Exemplo: Princípio da Autonomia das Partes; a Boa-fé é presumida, devendo a
má-fé ser comprovada; pacta sunt servanda – as obrigações pactuadas devem
ser efetivamente observadas; só há crime com previsão legal; a pena não deve
passar da pessoa criminosa, etc. O rol de Princípios gerais é bastante extenso,
a depender da área jurídica por ele regida.
Portanto, a regra instituída pelo CPC é que, para o Juiz decidir,
utilize-se das seguintes ferramentas, em ordem de prioridades:

LEI Analogia Costumes Princípios Gerais do Direito

A equidade poderá ser utilizada pelo Juiz como critério para a


decisão do Juiz. No entanto, dada a ampla abertura subjetiva dessa forma de
decisão, somente será possível quando prevista tal possibilidade em
LEI. Exemplos de possibilidade de decisão por meio da equidade: indenização
a ser paga por ato ilícito praticado por menor (art. 928 do CC-02);
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano pode ser reduzida
equitativamente pelo Juiz (art. 944, parágrafo único, do CC-02); fixação do
valor de alimentos (art. 1.701 do CC-02).

CPC
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar
alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide
caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à
analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.
Art. 127. O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos
em LEI.
CC-02
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as
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pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou


não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá
ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou
as pessoas que dele dependem.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
eqüitativamente, a indenização.
Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar
o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do
dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.
Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem,
fixar a forma do cumprimento da prestação.

Limites ao Juiz para decisão.


O Juiz, diante do seu dever de inércia, não pode decidir sobre
questões não postas em juízo pelas partes. Isto porque o pedido e a causa de
pedir (fatos e fundamentos jurídicos) do autor bitolam (limitam) a decisão do
Magistrado, devendo ele conhecer somente das questões arguidas pelas
partes (os fatos e os fundamentos jurídicos levantados pelo autor e pelo
réu).
Assim, o Juiz não pode decidir sobre um fato que não foi aduzido
pelas partes. Contudo, o Juiz poderá apreciar de forma livre as provas, os fatos
e as circunstâncias constantes dos autos (que já se encontram nos autos),
mas ainda não alegados expressamente pelas partes.
O Juiz vincula-se às provas produzidas nos autos. Ou seja, não
poderá decidir por elementos estranhos, não constante do processo. No
entanto, terá livre apreciação sobre as provas que entender robustas para sua
decisão, seja pelo deferimento ou indeferimento do pedido do autor. Em todo
caso, sempre deverá indicar na Sentença os motivos (fatos e fundamentos
jurídicos) que lhe formaram o convencimento, isto é, quais as provas que
acatou no seu julgamento.
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No estudo a respeito da Sentença do Magistrado, analisamos que


esta não pode decidir questões fora do pedido (extra-pedido – extra petita),
questões além do pedido (ultra petita) e aquém do pedido (menos do que foi
pedido - citra petita). Estas são formas mais especializadas de limites à
decisão do Juiz.

CPC
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta,
sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo
respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos
e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados
pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que
Ihe formaram o convencimento.

Poderes instrutórios do Juiz.


Em linhas gerais, o Juiz tem amplos poderes instrutórios (de
ordenar a produção de provas no processo), podendo determinar as provas e
diligências necessárias à instrução do processo, bem como indeferir as provas
solicitadas que reputar inúteis ou meramente protelatórias. Exemplo: poderá
indeferir oitiva de um número excessivo de testemunhas; determinar a
condução coercitiva de testemunha para prestar depoimento; indeferir perícia
técnica inútil, etc.

Princípio da identidade física do Juiz.


O Princípio da Identidade Física do Juiz consiste na vinculação do
Juiz (Titular ou Substituto) que concluir a audiência ao julgamento da
Ação. Em outros termos, a regra é que o Juiz que fizer a audiência deverá
julgar o processo. Este princípio tem razão de ser: aquele Juiz que presenciou
o depoimento das partes em audiência tem mais condições de julgamento do
que aquele apenas analisará os autos do processo.
Somente não seguirá esta regra (Juiz que concluir a audiência será
o que julga) quando o Magistrado estiver convocado, licenciado, afastado
por qualquer motivo, promovido ou aposentado. Nestes casos, o
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julgamento do processo ficará a cargo de seu sucessor. Exemplo: se o titular


realizou a audiência, este deve julgar; no entanto, foi promovido para outra
entrância ou Seção judiciária; o julgador será o seu sucessor na titularidade do
juízo.
Em qualquer caso de afastamento do Juiz que presenciou a
audiência, o novo Juiz que for proferir a sentença poderá mandar repetir as
provas já produzidas se assim entender necessário.

Responsabilidade do Juiz.
Os atos irregulares dos Magistrados poderão ter repercussões nas
esferas CÍVEL (perdas e danos), CRIMINAL (sanção penal) e
ADMINISTRATIVA (sanção disciplinar).
Com efeito, o Juiz poderá ser CIVILMENTE responsabilizado,
por meio de Ação Civil própria contra o Juiz e/ou contra o Estado, quando:

a. no exercício de suas funções, proceder com DOLO ou


FRAUDE – imagine o Juiz que negocie a venda de uma
determinada Sentença;
b. recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo,
providência que deva ordenar de ofício, ou a
requerimento da parte – para configurar tais
hipóteses, é preciso que a parte requeira
expressamente ao Juiz, por meio do Escrivão, e o
Magistrado não atenda o pedido no prazo de 10 DIAS.

Imparcialidade do Juiz e os Impedimentos e Suspeição.


Uma das facetas do Princípio do Juiz Natural é a garantia da
imparcialidade do Juiz. Todo magistrado deve exercer sua função de forma
imparcial, equidistante das partes. É garantia da Justiça Material
(independência e imparcialidade dos Magistrados).
Para que ele seja considerado imparcial, não poderá guardar
vinculação com as partes que atuam no processo, nem dele ter tomado
conhecimento em instância anterior, entre outras hipóteses legais. Por isso, a
lei criou as figuras do IMPEDIMENTO e da SUSPEIÇÃO do Magistrado
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para exercer suas funções em determinados processos.


Características do Impedimento e da Suspeição:

IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO

Fato mais gravoso Fato menos gravoso

Pode ser arguido a qualquer tempo Somente poderá ser arguido até o
do processo, inclusive após a coisa início do julgamento. Se não
julgada, por meio de Ação arguido, precluirá o direito, sendo
Rescisória (art. 485, II, do CPC). É abarcado pela coisa julgada.
questão de ordem pública que não
preclui.

Hipóteses legais objetivas, Hipóteses legais subjetivas que


comprovadas de plano. dependem de provas.

Presunção absoluta (juris et de Presunção relativa (juris tantum)


jure) de parcialidade do Juiz. de parcialidade do Juiz.

Hipóteses legais de IMPEDIMENTO do Juiz de atuar no processo


(de jurisdição voluntária ou contenciosa):

a. de que for PARTE – se o Juiz é o autor ou o réu do


processo, é lógico que jamais poderá julgar tal
processo!
b. em que já interveio como mandatário da parte,
oficiou como perito, funcionou como órgão do
Ministério Público, ou prestou depoimento como
testemunha – se o Juiz já participou do processo de
alguma forma, ele, antes mesmo de estudar os autos
já terá uma opinião formada, o que macula sua
imparcialidade. Com isso, se o Juiz já foi Advogado da
parte no processo, já foi perito, era Promotor no caso
ou foi testemunha de uma das partes, ele jamais
poderá julgar este processo.
c. que conheceu em 1º GRAU de jurisdição, tendo-
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lhe proferido Sentença ou Decisão – se o Juiz que foi


promovido a Desembargador ou Membro de Tribunal já
tiver atuado em processo iniciado na 1ª Instância (1º
Grau), também não poderá atuar novamente no caso.
Seria possível o Desembargador julgar o recurso de sua
própria decisão, quando era Juiz de 1º grau? NÃO!
d. quando o seu CÔNJUGE (marido ou mulher) ou
qualquer PARENTE seu (de TODOS os Graus),
consangüíneo ou afim, em linha RETA, ou na linha
COLATERAL até o 2º GRAU for ADVOGADO da parte
(Advogado do Autor ou do Réu) – se qualquer parente
na linha reta do Juiz for Advogado da parte, não faz
qualquer sentido o magistrado julgar o processo.
Observe-se que na linha colateral a limitação é até o 2º
grau. Vejam quadro de parentesco abaixo.
Obs: Interessante notar que somente será impedido o Juiz
se o Advogado parente já estiver exercendo o patrocínio
da causa no momento em que tomar conhecimento do
processo. Isto porque, se o Advogado parente ingressar
posteriormente na tentativa de causar o impedimento do
Juiz, tal ato não surtirá efeito impeditivo (o Juiz
continuará como Juiz do processo). Esta previsão evita a
proliferação de fraudes processuais de afastamentos
deliberados de Juízes de determinadas causas.
e. Quando ele for CÔNJUGE, parente, consangüíneo ou
afim, de alguma das PARTES, em linha reta ou, na
colateral, até o 3º GRAU – o Juiz não pode julgar uma
causa de um parente seu até o 3º GRAU. Ressalte-se
que parentes de graus superiores (ex: primo – parente
de 4º grau), em tese, não são vedados.
f. quando for Órgão de direção ou de Administração
de pessoa jurídica, Parte na causa – é o caso do Juiz
que era, por exemplo, Diretor de uma Associação, de
uma Instituição Pública ou Privada, etc. Hoje este
dispositivo quase não tem mais aplicação, pois a CF-88
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proíbe aos Magistrados o exercício de qualquer outra


atividade pública ou privada, a de magistério.

Muitos doutrinadores civilistas tentam definir os graus de


parentesco, mas muitas vezes o fazem de forma um pouco complexa. Para
um melhor entendimento, faço uso de Tabela de Grau de Parentesco
disponibilizada no Sítio do TRE/SP, que esquematiza de forma simplificada os
vínculos consanguíneos e afins1:
TABELA DE GRAU DE PARENTESCO
LINHA COLATERAL FEMININA LINHA RETA LINHA COLATERAL MASCULINA

Trisavô(ó)
4º grau
Bisavô(ó)
3º grau
Tia-avó Avô(ó) Tio-avô
4º grau 2º grau 4º grau
Filha da Pai-mãe Filho do
Tia Tio
Tia-avó Sogro(a) Tio-avô
3º grau 3º grau
5º grau 1º grau 5º grau
Neto da Irmã Irmão Neto do
Prima EU Primo
Tia-avó Cunhado Cunhada Tio-avô
4º grau Cônjuge 4º grau
6º grau 2º grau 2º grau 6º grau

Bisneto da Filho da Filho do Bisneto do


Sobrinha Filho(a) Sobrinho
Tia-avó Prima Primo Tio-avô
3º grau 1º grau 3º grau
7º grau 5º grau 5º grau 7º grau

Trineto da Neto da Neto do Neto do Trineto do


Neto da Irmã Neto(a)
Tia-avó Prima Irmão 4º Primo Tio-avô
4º grau 2º grau
8º grau 6º grau grau 6º grau 8º grau
Bisneto da Bisneto da Bisneto do Bisneto do
Bisneto(a)
Prima Irmã Irmão Primo
3º grau
7º grau 5º grau 5º grau 7º grau
Trineto da Trineto da Trineto do Trineto do
Trineto(a)
Prima Irmã Irmão Primo
4º grau
8º grau 6º grau 6º grau 8º grau

Para uma melhor análise do parentesco, basta partir sempre da


pessoa referência e ir contando sucessivamente os graus de parentesco,
conforme gráfico ilustrativo abaixo2:

1
Extraído do site do TRE/SP: http://www.tre-sp.gov.br/eleicoes/elei2002/parentesco.htm.
2
Extraído do site: http://direitofipmoc.blogspot.com/2011/04/direito-de-familia.html.

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São hipóteses legais de SUSPEIÇÃO da parcialidade do Juiz,


quando:

for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das


partes (Autor ou Réu) – se o Juiz figurar em dos dois polos
de amizade (amizade íntima ou inimizade mortal) do autor ou
do réu, será considerado suspeito;
alguma das partes (Autor ou Réu) for credora ou devedora
do próprio Juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes,
em linha reta ou na colateral até o 3º GRAU – relação de
crédito ou débito do Juiz ou seus parentes até 3º GRAU para
com uma das partes;
herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de
alguma das partes:
O herdeiro presuntivo é aquele que, se não mudarem as
circunstâncias legais e fáticas, certamente será o herdeiro do
que vier a falecer;
O donatário é o beneficiário de uma doação.
Se o Juiz for herdeiro presuntivo, donatário ou empregado de
alguma das partes, a relação entre eles é tão estreita que a lei o
considera suspeito.
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receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo;


aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa,
ou subministrar meios para atender às despesas do litígio
– se uma das partes agraciar o Juiz com benefícios diretos ou
indiretos (dádivas); se o Juiz vier a aconselhar a parte acerca
da melhor forma de proceder no processo, bem como
efetivar o pagamento das despesas processuais (Ex: pagar as
custas e os honorários do Advogado), este também será
considerado suspeito de sua parcialidade.
for interessado no julgamento da causa em favor de uma
das partes – este interesse é jurídico e não simplesmente
pessoal (ex: o Juiz é um fiador de um contrato de aluguel
objeto de uma ação judicial, no qual litigam autor e réu;
neste caso o Juiz não é inicialmente parte, mas é
juridicamente interessado).
o Juiz se autodeclarar suspeito por motivo íntimo – o Juiz
pode entender que no caso específico ele é parcial,
decorrente de questões íntimas (pessoais). Exemplo: por
questões religiosas o Juiz pode abster-se de julgar um
processo de autorização de intervenção médica. O Juiz não
está obrigado a manifestar a causa da suspeição por foro
íntimo.

Impedimento entre Juízes parentes no Tribunal.


Quando 2 ou + Juízes, parentes entre si, forem Membros de
Tribunal (TJ, TRF, TREs, TRTs, etc), o que 1º conhecer do processo impedirá
que o outro participe do julgamento. Este 2º parente deverá recusar sua
participação no julgamento, remetendo os autos ao Substituto Legal.
Para este caso, os juízes podem ser parentes em qualquer grau
na linha RETA e até 2º GRAU na linha COLATERAL.

Aplicação dos motivos de Impedimento e Suspeição.


Os motivos de Impedimento e de Suspeição são aplicáveis aos

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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre
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Juízes e também:
a. ao Órgão/Membro do Ministério Público, quando
não for PARTE (Fiscal da Lei – custus legis), e, sendo
PARTE, em todos os casos, salvo a hipótese em que
for interessado no julgamento da causa, dado o fato
que já é parte juridicamente interessada.
b. ao serventuário de justiça;
c. ao perito;
d. ao intérprete.

Exceção de Suspeição e de Impedimento.


A regra é que o próprio Juiz declare que é impedido ou suspeito
para atuar no processo (dever de abstenção do Juiz). Se assim não o fizer,
será recusado por qualquer das partes mediante a demanda denominada de
Exceção de Suspeição ou Exceção de Impedimento.
A exceção de suspeição ou de impedimento é um incidente
processual que tramita em apenso aos autos principais. O procedimento da
exceção é analisado em outro momento, quando do estudo dos procedimentos
especiais.
De todo modo, vale frisar que a parte interessada deve arguir a
exceção de impedimento ou suspeição na 1ª oportunidade em que lhe couber
falar nos autos (o quanto antes).
A petição da Exceção deve ser dirigida ao próprio Juiz reputado
como suspeito ou impedido, que poderá reconhecer sua suspeição ou
impedimento, remetendo os autos ao substituto, ou, se não concordar com a
exceção, poderá juntar suas razões e provas, encaminhando-as ao Tribunal no
prazo de 10 DIAS.
Se o Juiz suspeito ou impedido for um Membro de Tribunal
(Desembargador ou Ministro), a exceção será julgada por um Membro
Relator.

CPC
Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição
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aos juízes de todos os tribunais. O juiz que violar o dever de


abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser recusado por
qualquer das partes (art. 304).
Art. 136
§ 1o A parte interessada deverá argüir o impedimento ou a
suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na
primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos; o juiz
mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da
causa, ouvindo o argüido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a
prova quando necessária e julgando o pedido.
§ 2o Nos tribunais caberá ao relator processar e julgar o incidente.
Art. 312. A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de
suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A
petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com
documentos em que o excipiente fundar a alegação e conterá o rol
de testemunhas.
Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o
impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu
substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) dias, dará
as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de
testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao
tribunal.

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b) Auxiliares da justiça (Serventuário e Oficial de


justiça; Perito).

São Auxiliares da Justiça os seguintes servidores:


1. Escrivão;
2. Oficial de Justiça;
3. Perito;
4. Depositário;
5. Administrador;
6. Intérprete.

Escrivão e Oficial de Justiça.


O ESCRIVÃO tem as seguintes atribuições:
redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas
precatórias e mais atos que pertencem ao seu ofício – se é
Escrivão tem que escrever! Rsrs.
executar as ordens judiciais, promovendo citações e
intimações, bem como praticando todos os demais atos, que
lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;
comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo,
designar para substituí-lo escrevente juramentado, de
preferência datilógrafo ou taquígrafo;
ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não
permitindo que saiam de cartório (o Escrivão é o guardião
dos autos dos processos), exceto:
o quando tenham de subir à conclusão do Juiz – para
julgamento;
o com vista aos Procuradores, ao Ministério Público ou à
Fazenda Pública;
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o quando devam ser remetidos ao contador ou ao


partidor;
o quando, modificando-se a competência, forem
transferidos a outro juízo;
dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer
ato ou termo do processo, com a ressalva dos processos que
tramitam em segredo de justiça (certidões só às partes).
Se o Escrivão estiver impedido para prática de atos processuais, o
Juiz poderá convocar substituto ou nomear pessoa idônea para substituí-lo no
ato.
A Lei determinada que em cada Juízo (Comarca) haverá 1 ou +
Oficiais de Justiça, com atribuições da prática de diversos atos,
especialmente externos e de comunicação processual (Ex: intimação,
notificação, citação, etc).
Em resumo, o Oficial de Justiça detém as seguintes atribuições:
a. fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras,
arrestos e mais diligências próprias do seu ofício,
certificando no mandado o ocorrido, com menção de
lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível,
realizar-se-á na presença de 2 testemunhas;
b. executar as ordens do Juiz a que estiver subordinado;
c. entregar, em cartório, o mandado, logo depois de
cumprido;
d. estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na
manutenção da ordem.
e. efetuar avaliações.

O Escrivão e o Oficial de Justiça respondem na esfera CÍVEL:


quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro
do prazo, os atos que lhes impõe a lei, ou os que o Juiz, a
que estão subordinados, lhes comete;
quando praticarem ato NULO com DOLO ou CULPA.
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Perito.
O Perito é um Auxiliar da Justiça de grande relevância,
especialmente pela carência de profissionais aptos a realizarem as respectivas
perícias (exames, vistorias ou avaliações).
Sempre que a prova do fato depender de um conhecimento técnico
ou científico, o Juiz solicitará a intervenção de um Perito especializado.
Exemplo: para caracterização de um dano ambiental é necessário um laudo
pericial conclusivo a respeito de sua efetiva ocorrência; o Juiz não tem
conhecimentos técnicos especializados em todas as áreas, razão pela qual
necessita da ajuda de profissionais com conhecimentos específicos (peritos).
Peculiaridades dos Peritos:
o A escolha dos peritos será entre Profissionais de nível
universitário (formação em nível superior),
devidamente inscritos no órgão de classe
competente (Ex: Engenheiros devem ser inscritos no
CREA; Contabilistas, no CRC; Médicos, no CRM, etc).
Para tanto, os Peritos devem comprar sua
especialidade com Certidão dos respectivos órgãos
profissionais da Classe a que pertencem (ex: CREA,
CRC, CRM, etc).
o Se não houver profissionais devidamente qualificados
na localidade (Ex: Município onde não possua indivíduo
com nível superior especializado), o Juiz poderá
designar como Perito pessoa a sua livre escolha.
o O Perito poderá escusar-se do encargo alegando
motivo legítimo. Esta escusa deve ser apresentada
dentro de 5 DIAS, contados da intimação ou do
impedimento superveniente, sob pena de se reputar
renunciado o direito a alegá-la. Se passar o prazo de 5
DIAS sem a escusa, o Perito não poderá mais
abandonar o encargo.
o Como qualquer servidor, o perito que, por DOLO ou
CULPA, prestar informações inverídicas,
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responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará


inabilitado, por 2 ANOS, a funcionar em outras perícias
e incorrerá em sanção criminal (crime especial).

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

QUESTÃO 78: TRE - AM – Administrativa [FCC] - 31/01/2010.


O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas
a) ficará inabilitado, por dois anos, a funcionar em outras perícias.
b) ficará inabilitado, por um ano, a funcionar em outras perícias.
c) ficará inabilitado, por cinco anos, a funcionar em outras perícias.
d) ficará inabilitado a funcionar em qualquer perícia por prazo indeterminado.
e) não ficará inabilitado a funcionar em outras perícias.

COMENTÁRIOS:
O perito que, por DOLO ou CULPA, prestar informações inverídicas,
responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2
ANOS, a funcionar em outras perícias e incorrerá em sanção criminal (crime
especial).

CPC
Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações
inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará
inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e
incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 79: TRT - 7ª Região - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] -


11/10/2009.
O Juiz, de conformidade com o Código de Processo Civil,
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a) sempre poderá decidir um litígio por equidade.


b) está proibido de exercer as suas funções no processo contencioso ou
voluntário quando nele estiver postulando, como advogado da parte, qualquer
parente seu, consanguíneo ou afim na linha colateral até o segundo grau.
c) poderá se eximir de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou
obscuridade da lei.
d) é considerado suspeito para exercer as suas funções no processo
contencioso ou voluntário quando for órgão de direção ou de administração de
pessoa jurídica, parte na causa.
e) é considerado suspeito para exercer as suas funções no processo
contencioso ou voluntário em que funcionou como órgão do Ministério Público.

COMENTÁRIOS:

Item A – errado.

A equidade poderá ser utilizada pelo Juiz como critério para a decisão do Juiz.
No entanto, dada a ampla abertura subjetiva dessa forma de decisão,
somente será possível quando prevista tal possibilidade em LEI.
Exemplos de possibilidade de decisão por meio da equidade: indenização a ser
paga por ato ilícito praticado por menor (art. 928 do CC-02); desproporção
entre a gravidade da culpa e o dano pode ser reduzida equitativamente pelo
Juiz (art. 944, parágrafo único, do CC-02); fixação do valor de alimentos (art.
1.701 do CC-02).

CPC
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar
alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide
caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à
analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.
Art. 127. O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos
em LEI.

Item B – correto.

Hipóteses legais de IMPEDIMENTO do Juiz de atuar no


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processo (de jurisdição voluntária ou contenciosa):

a. de que for PARTE – se o Juiz é o autor ou o


réu do processo, é lógico que jamais
poderá julgar tal processo!
b. em que já interveio como mandatário da
parte, oficiou como perito, funcionou
como órgão do Ministério Público, ou
prestou depoimento como testemunha –
se o Juiz já participou do processo de
alguma forma, ele, antes mesmo de
estudar os autos já terá uma opinião
formada, o que macula sua imparcialidade.
Com isso, se o Juiz já foi Advogado da
parte no processo, já foi perito, era
Promotor no caso ou foi testemunha de
uma das partes, ele jamais poderá julgar
este processo.
c. que conheceu em 1º GRAU de jurisdição,
tendo-lhe proferido Sentença ou Decisão
– se o Juiz que foi promovido a
Desembargador ou Membro de Tribunal já
tiver atuado em processo iniciado na 1ª
Instância (1º Grau), também não poderá
atuar novamente no caso. Seria possível o
Desembargador julgar o recurso de sua
própria decisão, quando era Juiz de 1º
grau? NÃO!
d. quando o seu CÔNJUGE (marido ou
mulher) ou qualquer PARENTE seu (de
TODOS os Graus), consangüíneo ou afim,
em linha RETA, ou na linha COLATERAL até
o 2º GRAU for ADVOGADO da parte
(Advogado do Autor ou do Réu) – se
qualquer parente na linha reta do Juiz for
Advogado da parte, não faz qualquer
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sentido o magistrado julgar o processo.


Observe-se que na linha colateral a
limitação é até o 2º grau. Vejam quadro de
parentesco abaixo.
e. Quando ele for CÔNJUGE, parente,
consangüíneo ou afim, de alguma das
PARTES, em linha reta ou, na colateral,
até o 3º GRAU – o Juiz não pode julgar
uma causa de um parente seu até o 3º
GRAU. Ressalte-se que parentes de graus
superiores (ex: primo – parente de 4º
grau), em tese, não são vedados.
f. quando for Órgão de direção ou de
Administração de pessoa jurídica, Parte
na causa – é o caso do Juiz que era, por
exemplo, Diretor de uma Associação, de
uma Instituição Pública ou Privada, etc.
Hoje este dispositivo quase não tem mais
aplicação, pois a CF-88 proíbe aos
Magistrados o exercício de qualquer outra
atividade pública ou privada, a de
magistério.

Item C – errado.

O Juiz não pode recusar-se a decidir sob o fundamento de que há lacuna,


obscuridade ou omissão da lei. Isto porque a jurisdição é inafastável, mesmo
que a lei não seja das melhores...rs. O Estado tem o dever de cumprir a
jurisdição, aplicando o direito correspondente ao caso concreto, seja o previsto
em lei, costumes, princípios gerais do direito, etc.

CPC
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar
alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide
caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à
analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.

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Itens D e E – errados. Casos de IMPEDIMENTO e não de Suspeição.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 80: TJ - PI - Técnico Judiciário - Técnico Administrativo


[FCC] - 06/09/2009.
O juiz, na condução do processo,
a) pode recusar-se a proferir sentença sempre que não houver norma legal
que discipline o assunto.
b) deve assegurar igualdade de tratamento às partes e velar pela rápida
solução do litígio.
c) deve evitar acordo entre as partes, para assegurar o império da lei.
d) pode sempre decidir por equidade.
e) por iniciativa própria, não pode determinar a realização de provas.

COMENTÁRIOS:

Item A – errado. Vimos que não pode.

Item B – correto. Item C – errado.

Cabe ao Juiz na condução dos processos a ele incumbidos os


seguintes DEVERES:

1. assegurar às partes igualdade de tratamento – isonomia


no tratamento das partes (dever de imparcialidade);
2. velar pela rápida solução do litígio – celeridade no
julgamento e deslinde da demanda;
3. prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade
da Justiça;
4. tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes.

Item D – errado. Equidade só com previsão legal.


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Item E – errado. O Juiz tem amplos poderes instrutórios (de ordenar a


produção de provas no processo), podendo determinar as provas e diligências
necessárias à instrução do processo, bem como indeferir as provas solicitadas
que reputar inúteis ou meramente protelatórias. Exemplo: poderá indeferir
oitiva de um número excessivo de testemunhas; determinar a condução
coercitiva de testemunha para prestar depoimento; indeferir perícia técnica
inútil, etc.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 81: MPE - PE - Promotor de Justiça [FCC] - 07/09/2008.


O juiz está legalmente impedido de exercer as suas funções no processo
contencioso em que
a) for cliente do advogado de uma das partes.
b) for amigo íntimo do advogado de uma das partes.
c) seu cunhado estiver postulando, como advogado de uma das partes.
d) tiver aconselhado o advogado de uma das partes.
e) tiver recebido dádivas do advogado de uma das partes.

COMENTÁRIOS:

Item A – errado. Não há qualquer vedação legal. Essa foi difícil!

Item B – errado. Caso de suspeição.

Item C – correto. Cunhado é parente afim de 2º GRAU, portanto gera


IMPEDIMENTO.

Item D – errado. Caso de suspeição.

Item E – errado. Caso de suspeição.

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RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 82: TRF - 5 ª Região - Técnico Judiciário – Administrativa


[FCC] - 16/03/2008
O perito nomeado pelo Juiz poderá escusar-se do encargo, sob pena de se
reputar renunciado este direito
a) no prazo de 48 horas, contados da intimação, independentemente de
justificativa motivada.
b) no prazo de cinco dias, contados da intimação, independentemente de
justificativa motivada.
c) alegando motivo legítimo, no prazo de dez dias, contados da intimação ou
do impedimento superveniente.
d) no prazo de dez dias, contados da intimação, independentemente de
justificativa motivada.
e) alegando motivo legítimo, no prazo de cinco dias, contados da intimação ou
do impedimento superveniente.

COMENTÁRIOS:

O Perito poderá escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. Esta


escusa deve ser apresentada dentro de 5 DIAS, contados da intimação ou do
impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a
alegá-la. Se passar o prazo de 5 DIAS sem a escusa, o Perito não poderá mais
abandonar o encargo.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 83: OAB - SP - 137º Exame de Ordem [CESPE] -


11/01/2008.
O dever de imparcialidade do magistrado é inerente ao exercício da jurisdição.
A legislação processual civil prevê dois institutos por meio dos quais é possível
afastar o juiz da demanda: o impedimento e a suspeição. Não se enquadra
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nas hipóteses de suspeição previstas no CPC o fato de


a) o juiz conhecer o processo contencioso ou voluntário em primeiro grau de
jurisdição e ter-lhe proferido sentença ou decisão.
b) o juiz ser herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das
partes.
c) alguma das partes ser credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de
parentes deste, em linha reta ou na colateral até terceiro grau.
d) o juiz ser interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

COMENTÁRIOS:

Item A – correto. Caso de IMPEDIMENTO. Os demais itens são hipóteses de


suspeição.

RESPOSTA CERTA: A

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EXERCÍCIOS com GABARITO

QUESTÃO 120: TRE - AM – Administrativa [FCC] - 31/01/2010.


O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas
a) ficará inabilitado, por dois anos, a funcionar em outras perícias.
b) ficará inabilitado, por um ano, a funcionar em outras perícias.
c) ficará inabilitado, por cinco anos, a funcionar em outras perícias.
d) ficará inabilitado a funcionar em qualquer perícia por prazo indeterminado.
e) não ficará inabilitado a funcionar em outras perícias.
QUESTÃO 121: TRT - 7ª Região - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] -
11/10/2009.
O Juiz, de conformidade com o Código de Processo Civil,
a) sempre poderá decidir um litígio por equidade.
b) está proibido de exercer as suas funções no processo contencioso ou
voluntário quando nele estiver postulando, como advogado da parte, qualquer
parente seu, consanguíneo ou afim na linha colateral até o segundo grau.
c) poderá se eximir de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou
obscuridade da lei.
d) é considerado suspeito para exercer as suas funções no processo
contencioso ou voluntário quando for órgão de direção ou de administração de
pessoa jurídica, parte na causa.
e) é considerado suspeito para exercer as suas funções no processo
contencioso ou voluntário em que funcionou como órgão do Ministério Público.
QUESTÃO 122: TJ - PI - Técnico Judiciário - Técnico Administrativo
[FCC] - 06/09/2009.
O juiz, na condução do processo,
a) pode recusar-se a proferir sentença sempre que não houver norma legal
que discipline o assunto.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO
(TEORIA E EXERCÍCIOS)
AULA 3 - EXTRA
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b) deve assegurar igualdade de tratamento às partes e velar pela rápida


solução do litígio.
c) deve evitar acordo entre as partes, para assegurar o império da lei.
d) pode sempre decidir por equidade.
e) por iniciativa própria, não pode determinar a realização de provas.
QUESTÃO 123: MPE - PE - Promotor de Justiça [FCC] - 07/09/2008.
O juiz está legalmente impedido de exercer as suas funções no processo
contencioso em que
a) for cliente do advogado de uma das partes.
b) for amigo íntimo do advogado de uma das partes.
c) seu cunhado estiver postulando, como advogado de uma das partes.
d) tiver aconselhado o advogado de uma das partes.
e) tiver recebido dádivas do advogado de uma das partes.
QUESTÃO 124: TRF - 5 ª Região - Técnico Judiciário – Administrativa
[FCC] - 16/03/2008
O perito nomeado pelo Juiz poderá escusar-se do encargo, sob pena de se
reputar renunciado este direito
a) no prazo de 48 horas, contados da intimação, independentemente de
justificativa motivada.
b) no prazo de cinco dias, contados da intimação, independentemente de
justificativa motivada.
c) alegando motivo legítimo, no prazo de dez dias, contados da intimação ou
do impedimento superveniente.
d) no prazo de dez dias, contados da intimação, independentemente de
justificativa motivada.
e) alegando motivo legítimo, no prazo de cinco dias, contados da intimação ou
do impedimento superveniente.
QUESTÃO 125: OAB - SP - 137º Exame de Ordem [CESPE] -
11/01/2008.
O dever de imparcialidade do magistrado é inerente ao exercício da jurisdição.
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A legislação processual civil prevê dois institutos por meio dos quais é possível
afastar o juiz da demanda: o impedimento e a suspeição. Não se enquadra nas
hipóteses de suspeição previstas no CPC o fato de
a) o juiz conhecer o processo contencioso ou voluntário em primeiro grau de
jurisdição e ter-lhe proferido sentença ou decisão.
b) o juiz ser herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das
partes.
c) alguma das partes ser credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de
parentes deste, em linha reta ou na colateral até terceiro grau.
d) o juiz ser interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

GABARITOS OFICIAIS

120 121 122 123 124 125


A B B C E A

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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (TJDFT)
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL TÉCNICO JUDICIÁRIO
(TEORIA E EXERCÍCIOS)
AULA 3 - EXTRA
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RESUMO DA AULA

Cabe ao Juiz na condução dos processos a ele incumbidos os


seguintes DEVERES:

1. assegurar às partes igualdade de tratamento – isonomia


no tratamento das partes (dever de imparcialidade);
2. velar pela rápida solução do litígio – celeridade no
julgamento e deslinde da demanda;
3. prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade
da Justiça;
4. tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes.

O Juiz não pode recusar-se a decidir sob o fundamento de que há


lacuna, obscuridade ou omissão da lei. Isto porque a jurisdição é inafastável,
mesmo que a lei não seja das melhores...rs. O Estado tem o dever de cumprir
a jurisdição, aplicando o direito correspondente ao caso concreto, seja o
previsto em lei, costumes, princípios gerais do direito, etc. O direito a ser
aplicado não se restringe aos elencados nas Leis formalmente editadas, por
isso o Juiz poderá socorrer-se de outras fontes do direito como subsídio para a
decisão do conflito.
A regra instituída pelo CPC é que, para o Juiz decidir, utilize-se das
seguintes ferramentas, em ordem de prioridades:

LEI Analogia Costumes Princípios Gerais do Direito

O Princípio da Identidade Física do Juiz consiste na vinculação do


Juiz (Titular ou Substituto) que concluir a audiência ao julgamento da
Ação. Em outros termos, a regra é que o Juiz que fizer a audiência deverá
julgar o processo. Este princípio tem razão de ser: aquele Juiz que presenciou
o depoimento das partes em audiência tem mais condições de julgamento do
que aquele apenas analisará os autos do processo.

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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre
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O Juiz poderá ser CIVILMENTE responsabilizado, por meio de


Ação Civil própria contra o Juiz e/ou contra o Estado, quando:

a. no exercício de suas funções, proceder com


DOLO ou FRAUDE – imagine o Juiz que negocie
a venda de uma determinada Sentença;
b. recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo,
providência que deva ordenar de ofício, ou a
requerimento da parte – para configurar tais
hipóteses, é preciso que a parte requeira
expressamente ao Juiz, por meio do Escrivão, e o
Magistrado não atenda o pedido no prazo de 10
DIAS.

Características do Impedimento e da Suspeição:

IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO

Fato mais gravoso Fato menos gravoso

Pode ser arguido a qualquer tempo Somente poderá ser arguido até o
do processo, inclusive após a coisa início do julgamento. Se não
julgada, por meio de Ação arguido, precluirá o direito, sendo
Rescisória (art. 485, II, do CPC). É abarcado pela coisa julgada.
questão de ordem pública que não
preclui.

Hipóteses legais objetivas, Hipóteses legais subjetivas que


comprovadas de plano. dependem de provas.

Presunção absoluta (juris et de Presunção relativa (juris tantum)


jure) de parcialidade do Juiz. de parcialidade do Juiz.

Hipóteses legais de IMPEDIMENTO do Juiz de atuar no processo


(de jurisdição voluntária ou contenciosa):

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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre
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a. de que for PARTE – se o Juiz é o autor ou o


réu do processo, é lógico que jamais
poderá julgar tal processo!
b. em que já interveio como mandatário da
parte, oficiou como perito, funcionou
como órgão do Ministério Público, ou
prestou depoimento como testemunha –
se o Juiz já participou do processo de
alguma forma, ele, antes mesmo de
estudar os autos já terá uma opinião
formada, o que macula sua imparcialidade.
Com isso, se o Juiz já foi Advogado da
parte no processo, já foi perito, era
Promotor no caso ou foi testemunha de
uma das partes, ele jamais poderá julgar
este processo.
c. que conheceu em 1º GRAU de jurisdição,
tendo-lhe proferido Sentença ou Decisão
– se o Juiz que foi promovido a
Desembargador ou Membro de Tribunal já
tiver atuado em processo iniciado na 1ª
Instância (1º Grau), também não poderá
atuar novamente no caso. Seria possível o
Desembargador julgar o recurso de sua
própria decisão, quando era Juiz de 1º
grau? NÃO!
d. quando o seu CÔNJUGE (marido ou
mulher) ou qualquer PARENTE seu (de
TODOS os Graus), consangüíneo ou afim,
em linha RETA, ou na linha COLATERAL até
o 2º GRAU for ADVOGADO da parte
(Advogado do Autor ou do Réu) – se
qualquer parente na linha reta do Juiz for
Advogado da parte, não faz qualquer
sentido o magistrado julgar o processo.
Observe-se que na linha colateral a
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limitação é até o 2º grau. Vejam quadro de


parentesco abaixo.
e. Quando ele for CÔNJUGE, parente,
consangüíneo ou afim, de alguma das
PARTES, em linha reta ou, na colateral,
até o 3º GRAU – o Juiz não pode julgar
uma causa de um parente seu até o 3º
GRAU. Ressalte-se que parentes de graus
superiores (ex: primo – parente de 4º
grau), em tese, não são vedados.
f. quando for Órgão de direção ou de
Administração de pessoa jurídica, Parte
na causa – é o caso do Juiz que era, por
exemplo, Diretor de uma Associação, de
uma Instituição Pública ou Privada, etc.
Hoje este dispositivo quase não tem mais
aplicação, pois a CF-88 proíbe aos
Magistrados o exercício de qualquer outra
atividade pública ou privada, a de
magistério.

São hipóteses legais de SUSPEIÇÃO da parcialidade do Juiz,


quando:

for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das


partes (Autor ou Réu) – se o Juiz figurar em dos dois polos
de amizade (amizade íntima ou inimizade mortal) do autor ou
do réu, será considerado suspeito;
alguma das partes (Autor ou Réu) for credora ou devedora
do próprio Juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes,
em linha reta ou na colateral até o 3º GRAU – relação de
crédito ou débito do Juiz ou seus parentes até 3º GRAU para
com uma das partes;
herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de
alguma das partes:
receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo;
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aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa,


ou subministrar meios para atender às despesas do litígio
– se uma das partes agraciar o Juiz com benefícios diretos ou
indiretos (dádivas); se o Juiz vier a aconselhar a parte acerca
da melhor forma de proceder no processo, bem como
efetivar o pagamento das despesas processuais (Ex: pagar as
custas e os honorários do Advogado), este também será
considerado suspeito de sua parcialidade.
for interessado no julgamento da causa em favor de uma
das partes – este interesse é jurídico e não simplesmente
pessoal (ex: o Juiz é um fiador de um contrato de aluguel
objeto de uma ação judicial, no qual litigam autor e réu;
neste caso o Juiz não é inicialmente parte, mas é
juridicamente interessado).
o Juiz se autodeclarar suspeito por motivo íntimo – o Juiz
pode entender que no caso específico ele é parcial,
decorrente de questões íntimas (pessoais). Exemplo: por
questões religiosas o Juiz pode abster-se de julgar um
processo de autorização de intervenção médica. O Juiz não
está obrigado a manifestar a causa da suspeição por foro
íntimo.

Os motivos de Impedimento e de Suspeição são aplicáveis aos


Juízes e também:
a. ao Órgão/Membro do Ministério Público,
quando não for PARTE (Fiscal da Lei – custus
legis), e, sendo PARTE, em todos os casos,
salvo a hipótese em que for interessado no
julgamento da causa, dado o fato que já é parte
juridicamente interessada.
b. ao serventuário de justiça;
c. ao perito;
d. ao intérprete.

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São Auxiliares da Justiça os seguintes servidores:


1. Escrivão;
2. Oficial de Justiça;
3. Perito;
4. Depositário;
5. Administrador;
6. Intérprete.
O Escrivão e o Oficial de Justiça respondem na esfera CÍVEL:
quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro
do prazo, os atos que lhes impõe a lei, ou os que o Juiz, a
que estão subordinados, lhes comete;
quando praticarem ato NULO com DOLO ou CULPA.

O Perito poderá escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.


Esta escusa deve ser apresentada dentro de 5 DIAS, contados da intimação
ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito
a alegá-la. Se passar o prazo de 5 DIAS sem a escusa, o Perito não poderá
mais abandonar o encargo.
Como qualquer servidor, o perito que, por DOLO ou CULPA,
prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à
parte, ficará inabilitado, por 2 ANOS, a funcionar em outras perícias e
incorrerá em sanção criminal (crime especial).

Até a próxima Aula!


Ricardo Gomes
Por sua aprovação!

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LEGISLAÇÃO ESTUDADA

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

CAPÍTULO IV

DO JUIZ

Seção I

Dos Poderes, dos Deveres e da responsabilidade do Juiz

Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-
lhe:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela rápida solução do litígio;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça;

IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)

Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou


obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as
havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1973)

Art. 127. O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos em lei.

Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso
conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.

Art. 129. Convencendo-se, pelas circunstâncias da causa, de que autor e réu se


serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim proibido por lei, o juiz
proferirá sentença que obste aos objetivos das partes.

Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas


necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.

Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias
constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença,
os motivos que Ihe formaram o convencimento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)

Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se
estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos
em que passará os autos ao seu sucessor. (Redação dada pela Lei nº 8.637, de 1993)

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender


necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas. (Incluído pela Lei nº 8.637, de
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1993)

Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando:

I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de
ofício, ou a requerimento da parte.

Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no no II só depois que


a parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não
Ihe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias.

Seção II
Dos Impedimentos e da Suspeição

Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou


voluntário:

I - de que for parte;

II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;

III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou


decisão;

IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer
parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;

V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta
ou, na colateral, até o terceiro grau;

VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.

Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já


estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo,
a fim de criar o impedimento do juiz.

Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:

I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;

II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes
destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;

III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;

IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das


partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;

V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.

Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consangüíneos ou afins, em linha
reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal,
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impede que o outro participe do julgamento; caso em que o segundo se escusará, remetendo
o processo ao seu substituto legal.

Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os


tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser
recusado por qualquer das partes (art. 304).

Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição:

I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos
previstos nos ns. I a IV do art. 135;

II - ao serventuário de justiça;

III - ao perito; (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 1992)

IV - ao intérprete.

§ 1o A parte interessada deverá argüir o impedimento ou a suspeição, em petição


fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos
autos; o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da causa, ouvindo
o argüido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a prova quando necessária e julgando o
pedido.

§ 2o Nos tribunais caberá ao relator processar e julgar o incidente.

CAPÍTULO V
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas
pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário,
o administrador e o intérprete.

Seção I
Do Serventuário e do Oficial de Justiça

Art. 140. Em cada juízo haverá um ou mais oficiais de justiça, cujas atribuições são
determinadas pelas normas de organização judiciária.

Art. 141. Incumbe ao escrivão:

I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos que
pertencem ao seu ofício;

II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem como


praticando todos os demais atos, que Ihe forem atribuídos pelas normas de organização
judiciária;

III - comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo
escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo;

IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que saiam de
cartório, exceto:

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a) quando tenham de subir à conclusão do juiz;

b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;

c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;

d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo;

V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo do


processo, observado o disposto no art. 155.

Art. 142. No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á o substituto, e, não o


havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.

Art. 143. Incumbe ao oficial de justiça:

I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais diligências próprias


do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção de lugar, dia e hora. A
diligência, sempre que possível, realizar-se-á na presença de duas testemunhas;

II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;

III - entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido;

IV - estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da ordem.

V - efetuar avaliações. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).

Art. 144. O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis:

I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos que Ihes
impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, Ihes comete;

II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

Seção II
Do Perito

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz
será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.

§ 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente


inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste
Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 1984)

§ 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar,


mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído pela Lei nº
7.270, de 1984)

§ 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os


requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
(Incluído pela Lei nº 7.270, de 1984)

Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei,
empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo
legítimo.
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Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da


intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a
alegá-la (art. 423). (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 1992)

Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá
pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras
perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em
5 de outubro de 1988. 33. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
CÂMARA, Alexandre. Lições de Direito Processual Civil. Lumem júris: 2010.
DIDIER JR., Fredie. Direito Processual Civil, Volume 1. 2010.
DONIZETE, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 12ª Edição.
Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2010.
FAGA, Tânia Regina Trombini. Julgamentos e Súmulas do STF e STJ. São
Paulo: Método, 2009.
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio: Introdução ao estudo de direito:
técnica, decisão, dominação. 3.Ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 25.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PLÁCIDO E SILVA. Vocabulário Jurídico. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2001.

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