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Florianópolis – SC
2018
LUIZ GABRIEL RIBEIRO LOCKS
Florianópolis – SC
2018
Introdução
Desenvolvimento
1
LEMOS, Miguel. Pequenos Ensaios Positivistas. Rio de Janeiro: Brown & Evaristo, 1877.
propostos são suficientemente peculiares a ponto de obrigar o pesquisador a
apontar tais singularidades e elucidá-las. Ambas tem como objetivo, seja desde os
responsáveis pela publicação, ou até o nome que o periódico leva, em propagar as
ideias republicanas, contrária ao regime político vigente no Brasil a época. Segundo
apontado por Zicman (1985, P. 90):
2
Ver PESSOA, Reynaldo Carneiro. O Primeiro Centenário do Manifesto Republicano de
1870. São Paulo. USP.
maxime, sendo todos os poderes - delegações da nação,
reconhecida assim a soberania do povo, fonte pura e
christalina, dos mais sacrosantos dogmas da liberdade. (1875,
P. 1)
Além do mais, é nessa falha, nesse “desequilíbrio de forças” que encontra-se o
motor desse Processo Histórico. O problema alongava-se e finca raízes desse mal
“despótico” a perder de vista. Aponta o sistema colonial, o regime monárquico que
apossou-se do anseio popular por liberdade democrática e sufocou-a logo em
seguida. ‘’A espada vitoriosa da tirania cortou assim violentamente o unico laço que
a podia podia prender á existencia nacional e envenenou a unica fonte que lhe
podia prestar o baptismo da legitimidade.” (1870, P. 1)
Um ponto comum específico entre as duas narrativas que estão sendo
trabalhadas aqui trata-se do fixação da ideia de que ora monarchia portugueza
(1870, P. 1) ora dymnastia (1875, P. 1) pecava ao legitimar-se pela autoridade, e
não pelo direito, como por reduzir o povo a impotência e ao servilismo.
Paralalelamente ambos os textos possuem uma exaltação a indole do povo que era
“sinceramente devotadas á causa do paiz”. (1870, P. 1) A saber, uma dessas
manifestações dos anseios populares, desse povo positivado como vítimas de uma
violência que usurpe as suas liberdades, foi a Revolução de 7 de Abril, ou pelo
menos a narrativa empregada por ambas as fontes sobre tal evento que, trata-se da
abdicação de Dom Pedro I e sua volta para Portugal.
Mas cabe destacar a diferente leitura que os dois documentos fazem acerca da
instituição do segundo reinado. O Manifesto trata em ser mais pessimista, e apontar
que foram feitos ‘’nobres, mas infructiferos esforços.” (1870, P. 1) Como também a
ineficácia de romper o vício das instituições deficientes democraticamente e
perpetuadoras da força absoluta. O periódico A Liberdade romantiza esse processo
ao falar que o povo esquecendo das suas glórias, alimentou a pequena víbora que
morria de frio da hypocrisia constitucional. (1875, P. 2)
Igualmente a hipocrisia ainda apontada pelo tópico A bôa indole do povo (1875,
P. 2), seria o conselho de estado, que serviria para aconselhar os principios
constitucionaes, mas ao contrário, ria do povo nos bastidores. 3
Em conclusão 4
Mediante ao exposto foi possível compreender os artifícios das narrativas
empregadas por ambas as fontes acerca de diversos episódios e fatos da vida
política do país, principalmente durante o Segundo Reinado . Salienta-se que, a
análise partiu da compreensão através da lógica positivada e que buscava a toda
formar o caráter nacional para poder justificar o anseio em alterar os mecanismos
sociais de forma tão complexa.
Como também foi desenvolveu-se através da análise crítica do discurso que tais
documentos propagavam sobre o cenário político vigente à época, e suas
interpretações sobre constitucionalidade, harmonia de poderes, legitimidade, Antigo
Regime x Novo Regime.
3
Sobre Clientelismo, ver RICHARD GRAHAM. Braudel Papers. TOMA LÁ DA CA: Clientelismo na
cultura política brasileira. 1996.
4
A REPÚBLICA. Rio de Janeiro, 03 dez. 1870. P. 3.
Referências Bibliográficas