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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Juizado Especial - Grupo Jurisdicional de Belo Horizonte


Turma Recursal de Jurisdição Exclusiva

Recurso n° 0700201-17.2015.8.13.0024
Recorrente: Itau Uni banco S/A
Recorrido: António Arnaldo Fernandes Silva
Relator: Juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga

EMENTA

AÇÃO DDECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO


C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - CONTA-
CORRENTE CONTRATADA PELO CONSUMIDOR -
COBRANÇA DE ENCARGOS RELATIVOS AOS MESES EM
QUE HOUVERAM MOVIMENTAÇÕES E NOS PRIMEIROS
SEIS MESES DE INATIVIDADE - POSSIBILIDADE -
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
1 - Durante o período em que o consumidor movimentar a sua
conta-corrente e nos primeiros seis meses da sua inatividade
são devidas as cobranças dos encargos decorrentes da
manutenção, na forma estabelecida pela Resolução n°
2.025/93, do Banco Central do Brasil.
2 - Decorridos seis meses sem qualquer movimentação da
conta-corrente, ele passa automaticamente à condição de
inativa e a cobrança de encargos para a sua manutenção
torna-se abusiva.
3 — Dar parcial provimento ao recurso.

VOTO

António Arnaldo Fernandes Silva acionou Itau Unibanco S/A,


visando a declaração de inexigibilidade do débito que lhe foi imputado e o
recebimento de indenização pelos danos morais decorrentes da inclusão de seu
nome no SERASA.

A r. sentença julgou procedentes os pedidos iniciais,


determinando a exclusão do nome do autor dos cadastros de proteção ao crédito,
declarando a inexistência do débito discutido nos autos e condenando o réu ao
pagamento de indenização por danos morais arbitrada em R$ 5.000,00 (cinco mil
reais).

Itau Unibanco S/A, inconformado, recorreu, explorando a


linha de raciocínio traçada na contestação, qual seja, a regularidade da cobrança e,
por conseguinte, a ausência de ato ilícito apto a ensejar reparação por danos
morais. Pugnou pelo provimento do recurso para julgar-se improcedentes os
pedidos iniciais ou, alternativamente, se acomodar o valor dos danos morais em
patamar razoável.

Comprovou-se o recolhimento do preparo.

O recorrido apresentou contrarrazões, requerendo a


manutenção da sentença.

Relatados, na essência, delibero.


Recebo o recurso, eis que presentes os pressupostos de sua
admissibilidade.

Com a devida vénia, a sentença merece parcial reforma.

Relatou o recorrido que foi titular de conta-corrente gerida


pelo recorrente até o ano de 2008, data em que solicitou o seu cancelamento,
devolvendo o cartão magnético ao gerente da conta. Entretanto, em novembro de
2013, foi notificado pelo recorrente para quitar o débito de R$19.161,28 (dezenove
mil, cento e sessenta e um reais e vinte e oito centavos), decorrente de encargos de
manutenção da referida conta-corrente, com o qual não concordou.

O banco recorrente, em contestação, alegou que o recorrido


não solicitou o cancelamento formal da mencionada conta, sendo devedor,
portanto, dos encargos contratuais de manutenção da conta.

Ressalta-se, de início, que enquanto o consumidor não


promover o cancelamento formal da conta-corrente contratada com a instituição
financeira, na forma estabelecida pela Resolução n° 2.025/93, do Banco Central do
Brasil, é devido o pagamento dos encargos, ainda que ele não a utilize.

Entretanto, a resolução limita a mencionada cobrança aos seis


primeiros meses de inatividade da conta-corrente, já que considera inativa a conta-
corrente sem movimentação por período superior.

Nesse sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACAO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA. EXCLUSÃO DO NOME DE CADASTROS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO. VEROSSIMILHANÇA.
DEMONSTRAÇÃO. CONTA CORRENTE INATIVA.
INCIDÊNCIA DE ENCARGOS. PRÁTICA ABUSIVA.
RECURSO PROVIDO.
I - A incidência de encargos em conta-corrente sem
movimentação há mais de seis meses configura prática
abusiva.
II - Verificado que o saldo negativo da conta corrente decorre
de lançamento de débitos indevidos, ilegal se mostra eventual
negativação do nome do correntista.
(TJMG. Agravo de Instrumento-Cv 1.0024.13.104346-5/002.
Relator Desembargador Leite Praça. Dje 09/05/2014)

Assim, não tendo o recorrido comprovado o efetivo


cancelamento da conta-corrente contratada com o recorrente, são devidos os
encargos de manutenção da conta-corrente nos seis primeiros meses da sua
{natividade.

Pelos mesmos motivos, não pode ser tida como abusiva a


negativação do nome do consumidor, porque apesar de ser muito inferior ao
cobrado, há débito em aberto.

Pelo exposto, dou parcial provimento ao recurso para


declarar inexigíveis apenas os débitos apurados pela ré, a título de encargos pela
manutenção da conta-corrente contratada com o autor, a partir do sétimo mês de
inatividade da mencionada conta-corrente no ano de 2008. Julgou procedentes os
pedidos de baixa da negativação do nome do autor e de indenização por danos
morais.

Sem condenação em custas e honorários advocatícios.

E como voto.

Carlos HenriquVPerpétuo Braga


Juiz de Direito
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Turma Rccursal de Jurisdição Exclusiva dos Juizados Especiais da Capital

Recurso n° 0700201-17.2015.813.0024

Peço vénia ao inalienável e independente entendimento da autoridade judicial


primeva para acompanhar o voto do igualmente digno e culto relator, conquanto
busque valorizar o hercúleo trabalho de base, especialmente por vislumbrar maior
razoabilidade na divergência lançada em segundo grau!

Belo Horizonte, 14 de julho de 2015.

Paulo Gastãò de Abreu


Revisor-
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Secretaria da Turma Recursal de Jurisdição Exclusiva de Belo Horizonte, Betim e Contagem
Rua Padre Rolim, 424 - Ed. Anexo - 1° andar - Santa Efigênia
CEP 30130-090 Tel. (31)3289-9416

TURMA RECURSAL DE JURISDIÇÃO EXCLUSIVA

ATA DE SESSÃO DE JULGAMENTO

PROCESSO N* 0700201-17.2015.8.13.0024

Data: 21/07/2015 - Horário: 08H30

Juizes presentes:
Juiz Relator: Dr(a). CARLOS HENRIQUE PERPÉTUO BRAGA
Juiz 1° Vogal; Dr(a). GASTÃO DE ABREU
Juiz 2° Vogal: Dr(a). RODRIGO PARREIRAS

Classe: Recurso Inominado

Vara de origem: Cível -

Recorrente: ANTÓNIO ARNALDO FERNANDES SILVA


Recorrido : ITAU UNÍBANCO S/A

Processo n°. 0700201-17.2015.8.13.0024 - CARLOS HENRIQUE PERPÉTUO BRAGA - Fundamentação sucinta e


dispositivo:
Deram parcial provimento ao recurso, à unanimidade, nos termos do voto do juiz relator.

Sustentação Oral:.
As partes ficam intimadas nesta oportunidade.

Juizes

CARLOS HENRIQUfPERPETUO BRAGA

GASTÃO DE ABREU RODRIGO PARREIRAS

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