• A legislação brasileira, por meio da Portaria n. 2.616, de 12 de maio de 1998, e da RDC n. 50, de 21 de fevereiro 2002, estabelece, respectivamente, as ações mínimas a serem desenvolvidas com vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde e as normas e projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. • Esses instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das mãos como ação mais importante na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde. • Entretanto, apesar das diversas evidências científicas e das disposições legais, nota-se que grande parte dos profissionais de saúde ainda não segue a recomendação de mistério da saúde em suas práticas diárias. • A Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, também tem dedicado esforços na elaboração de diretrizes e estratégias de implantação de medidas visando à adesão à prática de higienização das mãos. • É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. • Recentemente, o termo lavagem das mãos foi substituído por higienização das mãos devido à maior abrangência deste procedimento. • O termo engloba a higienização simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos, que serão abordadas mais adiante. • Suas finalidades são muitas, alguns delas são: remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato; prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas. • A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória. • A microbiota residente é constituída por microrganismos de baixa virulência, como estafilococos, corinebactérias e micrococos, pouco associados às infecções veiculadas pelas mãos. • Microbiota transitória: microorganismos aparecem em determinado local, que não o habitual, de maneira temporária, sendo eliminada por mecanismos naturais de defesa ou por ações de limpeza como antissepsia. • Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado; • As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico Tipos de Higiene das mãos Higienização simples das mãos: Remover os microorganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia á permanência e à proliferação de microrganismos.
Higienização antisséptica das mãos: Promover a remoção de sujidade e de
microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxilio de um antisséptico. Técnica é igual àquela utilizada para a higienização simples das mãos, substituindo-se o sabonete comum por um associado a antisséptico.
Fricção das mãos com antisséptico (preparações alcoólicas): Reduzir a carga
microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel alcoólico preferencialmente a 70% ou de solução alcoólica a 70% com 1%-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e sabonete quando as mão não estiverem visivelmente sujas. Técnica é igual àquelas utilizada para a higienização simples das mãos, substituindo-se o sabonete comum por preparações alcoólicas.
Antissepsia cirúrgica ou preparo pré- operatório das mãos:
Finalidade: Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profissional. Outros aspectos da higienização das mãos Na higienização das mãos, devem ser observadas, ainda, as seguintes recomendações: • Manter as unhas naturais, limpas e curtas. • Não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes. • Evitar o uso de esmaltes nas unhas. • Evitar utilizar anéis, pulseiras e outros adornos quando assistir o paciente. • Aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual) diariamente, para evitar ressecamento da pele.