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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO
Santa Maria, RS
2017
1. INTRUDUÇÃO
Figura 1 – Tempo de congelamento de carne moída, peixe fresco, leite, carne fresca,
etc.
Classificação
Os entrepostos frigoríficos podem ser classificados de três formas: quanto à
natureza dos gêneros, quanto à situação jurídica e quanto à zona de implantação.
Com relação à natureza dos gêneros, os entrepostos são divididos em
polivalentes e especialistas. Entrepostos polivalentes são os que trabalham com
diversos produtos, já os especialistas destinam sua produção para produtos definidos,
geralmente produtos relacionados à produção agrícola.
Quando se trata da classificação jurídica dos entrepostos, estes podem ser
públicos, quando administrados pelo estado. Também podem ser privados, quando
controlados por empresas particulares.
No que diz respeito à zona de implantação, os entrepostos são classificados
em entreposto de produção, de trânsito ou de consumo. Entrepostos de produção são
localizados junto à fonte de produção. Entrepostos de trânsito são localizados junto a
locais de grande fluxo, como portos e aeroportos. Já os entrepostos de consumo
encontram-se junto aos centros de consumo.
Implantação
A implantação de um entreposto frigorífico demanda uma serie de coleta de
informação, estas são necessárias para avaliação da viabilidade de retorno da
construção deste complexo em determinado local.
O primeiro passo consiste na identificação do tipo de zona o local de enquadra:
produção, transporte ou consumo. Deve-se definir o raio de atuação do entreposto.
Atualmente um raio de 50 km é considerado razoável.
Quando identificado que a zona de implantação é do tipo de consumo, deve-se
determinar a densidade populacional da região, assim, estimando o potencial de fluxo
de mercadorias. Estima-se que para cada 1000 habitantes seja necessário 35 m³ de
câmaras frias.
Quando tratar-se de uma zona de produção, deve-se estimar a produção
agrícola da região para que haja fornecimento necessário de produtos para o
beneficiamento.
3.3 Conservação do frio
Isolantes
Definição
Isolantes são materiais destinados para redução de troca térmica entre dois
meios, normalmente citados como interno e externo. Geralmente isolantes são
sólidos, onde a transferência de calor se dá através da condução, onde em alguns
casos encontramos interstícios vazios no material isolante aplicado, onde temos desta
forma transferência de calor por convecção e radiação, no entanto, essas são
praticamente desprezíveis. Para que seja reduzida esse fenômeno, devemos reduzir
ao máximo a condutividade térmica (k) do material ou em outras palavras, aumentar
a resistência à transferência de calor. A menor condutividade térmica naturalmente
possível é a condutividade térmica do ar puro em repouso, cujo valor é em torno de
0.02W/mK. De acordo com alguns valores de referência para materiais porosos,
quanto menor a massa especifica (ρ) do material e maior o número de poros, maior
será o seu poder de isolamento.
Em resumo, algumas propriedades desejadas em um isolante são:
Baixa condutividade térmica;
Boa resistência mecânica;
Não ser combustível;
Não sofrer influência física da temperatura nele aplicada;
Ser pouco permeável ao vapor d’água.
Tipos de isolantes
Tabela 1 – Condutividade térmica de materiais.
Condutividade
Material Descrição
térmica (k) [W/mK]
Isolante na forma de placas porosas de
Fibra de
baixa densidade obtido de fibras de
madeira 0.0325
madeira tratas mecânica e
aglomerada
quimicamente.
Material produzido a partir de casca de
Cortiça corticeira, geralmente cordado em 0.0523
placas ou prensado em pedaços.
Fios de vidro, obtidos pelo
Lã de vidro derramamento de vidro líquido em jato De 0.029 a 0.052
de vapor de alta velocidade.
Obtido pelo derramamento de rocha
Lã de rocha derretida em jato de vapor de alta De 0.029 a 0.052
velocidade.
Material mineral de baixa massa
especifica que pode ser misturado ao
Vermiculite 0.0465
concreto para gerar argamassa
isolante.
Mistura de cimento Portland e areia,
Concreto
que durante a cura, por meio de gases, De 0.057 a 0.14
celular
forma estrutura porosa.
Espuma de Material de estrutura porosa que pode
0.035
borracha ser fabricado em célula de estanque.
Derivado do petróleo que expandido
Poliestireno por meio de vapor d’água se torna um
0.0325
expandido material plástico e praticamente
impermeável.
Espuma Mistura de resina Formo-Fenólica com
Fenólica agente de expansão e catalizador. 0.03
rígida
Obtida através da reação de Isocianato
Espuma de
e Poli-hidroxilo em presença de 0.0325
poliuretano
catalizadores.
Obtida pela expansão a quente do vidro
Foamglass quimicamente puro a cerca de 15 vezes 0.0535
seu volume.
𝛼2 = 29.08𝑊/𝑚2 𝐾
De acordo com a norma NBR-10, no Brasil, o ΔT deverá ser de acordo com a
média das temperaturas máximas no verão, quando à sombra, e quando ao sol uma
outra diferença de temperatura é acrescida à anterior.
Considerando apenas o isolamento, como resistência térmica, ficamos com:
∆𝑇 𝑙𝑖
𝑅𝑡 = =
𝑄 𝑘𝑖 𝑆
𝑄
Considerando valores de 𝑆 de acordo com a tabela abaixo, para a qualidade do
isolamento, podemos obter as espessuras da camada isolante.
Tabela 2 – Classificação do isolamento.
𝑸
Classificação do Isolamento Valores de 𝒌𝒄𝒂𝒍/𝒎𝟐 𝒉
𝑺
Excelente 8
Bom 10
Aceitavel 12
Regular 15
Mau >15
Tabela 3 – Valores de ∆𝑻
K isolante em kcal/mhºC
∆𝑇
0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07
10 2cm 3cm 4cm 5cm 5cm 7cm
20 4 6 8 10 12 14
30 6 9 12 15 18 21
40 8 12 14 20 24 28
50 10 15 20 25 30 35
60 12 18 24 30 36 42
70 14 21 28 35 42 49
80 16 24 32 40 48 56
90 18 27 36 45 54 63
100 20 30 40 50 60 70
Condensação
Condensação Externa
Com intuito de que não haja condensação do vapor d’água presente no ar, para
não danificar a parte externa do isolamento ou outros problemas, o resfriamento da
superfície externa não poderá atingir a temperatura de orvalho considerada para a
temperatura ambiente.
Condensação Interna
Através da impregnação de vapor d’água em um isolante causa uma redução
no seu poder de isolamento. Dessa forma com o aumento em 1% de massa de
umidade no isolante, gera um aumento de cerca de 1 a 3% de sua condutividade
térmica. Quanto a umidade se encontra em temperaturas abaixo de 0ºC, a água
congela e causa a destruição do isolamento. O nível de penetração da água em um
isolante depende de dois fatores: a ação higroscópica do material, e principalmente a
permeabilidade ao vapor d’água. A permeabilidade é definida como a quantidade de
material em gramas por hora, por metro quadrado de superfície de passagem que
atravessa um metro de espessura do mesmo por mmHg de diferença de pressão de
vapor.
Isolamento de equipamento e canalização
Para dimensionarmos a espessura de material isolante necessária em dutos,
partimos das expressões para condução de calor em cilindros no sentido radial.
Considerando uma umidade relativa máxima de 90%. Desta forma chegamos a:
10𝑅2 𝑅2
𝑇 = 𝑇𝑎 − 1.5 − ( ln( ))
𝑘𝑖 𝑅1