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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Luis Fernando Vargas de Oliveira


Maurício Oliveira da Silveira
Thauan Fischer Pascoal
Vitor Vielmo Cogo
Yuri Aquino dos Santos

TRABALHO DA DISCIPLINA DE REFRIGERAÇÃO E AR


CONDICIONADO

Santa Maria, RS
2017
1. INTRUDUÇÃO

A refrigeração e a climatização são áreas correlatas, a refrigeração é uma área


(setor ou segmento) em que seus sistemas proporcionam baixas temperaturas, como
por exemplo o congelamento de produtos, já a climatização ou o condicionamento de
ar, também chamada de ar condicionado, é uma área em que seus sistemas
proporcionam o conforto de um ou mais ambientes através da ventilação, resfriamento
e/ou aquecimento.
Dentre as áreas em que a refrigeração tem fundamental importância, pode-se
destacar a agroindústria, como por exemplo, frigoríficos de abate de frangos, que
necessitam de grandes volumes de ar e água com baixas temperaturas para
resfriamento, congelamento e estocagem dos produtos, tornando indispensável o uso
de sistemas de refrigeração.
No que tange o setor energético, os sistemas de refrigeração e climatização
podem responder por 40 a 70% do consumo total de uma edificação, que pode ser
um prédio de escritórios, um shopping center ou um supermercado. As ações para a
redução do consumo destes sistemas podem ser alcançadas mediante projetos bem
feitos assim como na sua correta instalação, operação e manutenção.
2. OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo a discussão dos seguintes tópicos:


- Conservação do frio;
- Conservação dos alimentos;
- Entrepostos frigoríficos.
3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Conservação de alimentos


Pelo simples fato de um produto ser comestível, já se pressupõe (devido a sua
composição orgânica) que o mesmo seja deteriorável com o tempo. Vários são os
processos adotados para preservação dos alimentos, alguns dos quais datam de
muitos séculos.
A utilização destes processos em escala industrial, entretanto, começou no fim
do século XVIII, com a descoberta da esterilização pelo calor ao abrigo do ar ambiente.
Logo a seguir se desenvolveram vários outros processos como a secagem artificial, a
defumação a conservação pelo sol, pelo vinagre, açúcar, etc.
Além disso, há muito tempo era conhecida a possibilidade de prolongar
consideravelmente a duração dos alimentos perecíveis pelo frio, utilizando adegas
subterrâneas, gelo natural, neve misturada com sais, etc., entretanto, foi com a
invenção da máquina frigorífica na metade do século XIX que a conservação dos
alimentos pelo frio tomou um grande impulso.
Inicialmente os alimentos eram apenas resfriados, mas logo a seguir, em 1860,
verificou-se que o período de conservação dos mesmos processos poderia ser
bastante dilatado pela redução de sua temperatura abaixo de 0ºC e, passou-se à
técnica do congelamento (carnes congeladas).
Ao contrário de outros processos de conservação de alimentos o frio é o único
capaz de manter inalterado o sabor, o odor e o aspecto natural do produto fresco. A
conservação pelo frio, entretanto não consiste apenas num tratamento inicial, do
produto a conservar, ela exige a manutenção permanente das condições ótimas de
conservação como sejam a temperatura, a umidade relativa e o deslocamento do ar,
o que pressupõe a existência de uma completa cadeia de frio que inclui: preparação,
transporte, armazenamento e venda, isto é, a proteção do produto desde a sua
produção até o consumo.
Modernamente a técnica do frio, é suplementada por outras técnicas de
conservação como: uso de atmosfera controlada, agentes químicos, proteções
superficiais com óleos, sais, açucares, envoltórios de papel tratado quimicamente, etc.
Por outro lado, a técnica do frio pode constituir-se tratamento para outros processos
de conservação como a secagem (desidratação pelo frio – liofilização), tecnologia
considerada como uma das mais avançadas no setor da conservação de produtos
perecíveis.
Alimentos
Para preencher as suas necessidades estruturais, funcionais e energéticas, os
organismos vivos necessitam de alimentos. Estes, de uma maneira geral, são
constituídos de minerais e compostos orgânicos mais ou menos complexos, cuja
carência varia com as diversas formas de vida. As substâncias alimentícias são
classificadas quanto a composição química em:
- Substâncias formadoras (albuminoides ou proteínas);
- Substâncias energéticas (glicídios e lipídios);
- Substâncias protetoras (sais minerais e vitaminas).
Alterações dos alimentos
As alterações sofridas pelos alimentos com o tempo podem ser classificadas
como físicas, químicas e biológicas.
As alterações físicas são ocasionadas principalmente pela evaporação da água
que entra na sua constituição, provocando o seu ressecamento e a volatilização de
elementos aromáticos que alteram o odor e o sabor dos alimentos.
As alterações de natureza química são essencialmente a intervenção das
enzimas, que provocam, tanto nos alimentos de origem animal como vegetal,
complexos processos químicos.
As enzimas são catalizadoras orgânicos (fermentos biológicos) elaborados
pelos organismos vivos, com a finalidade de controlar as reações físico-químicas que
caracterizam a vida. Nos alimentos de origem animal, estes processos químicos
provocam inicialmente (pela ação do glicogênio) a coagulação das proteínas, com o
consequente endurecimento da carne (rigidez cadavérica), no qual se verifica de 8 a
20h após a morte.
Refrigeração
O efeito conservador do frio baseia-se na inibição total ou parcial dos principais
agentes responsáveis pela alteração dos alimentos. Quanto mais baixa for a
temperatura, mais reduzida será a ação química, enzimática e o crescimento
microbiano. A utilização de baixas temperaturas na conservação dos alimentos
também age como um importante fator de manutenção na conservação das
características sensoriais e de valor nutricional. O processo de conservação pelo frio
se dá das seguintes maneiras: refrigeração (conservação a curto prazo) e
congelamento (conservação a longo prazo).
Para utilizar-se destes processos para a conservação dos alimentos devem-se
verificar pontos importantes, como a boa qualidade do produto, ser submetido a baixas
temperaturas logo após colheita, abate ou seu preparo, e permanecer nessa cadeia
de frio até o momento do consumo.
Processo de refrigeração: É a conservação a baixas temperaturas (entre -1 a 8ºC).
Esse processo conserva as características do produto, sendo um método temporário
de conservação. Geralmente é utilizado em combinação com outras técnicas ou
matérias primas, esperando para que ocorra o processamento. Fatores que devem
ser considerados durante o armazenamento sob refrigeração são: temperatura,
umidade relativa, circulação do ar, luz e composição da atmosfera de armazenamento.
Processo de congelamento: É a operação na qual a temperatura de um alimento é
reduzida abaixo do seu ponto de congelamento e uma parte da água sofre alterações
no seu estado, se transforma em gelo. É um método para conservação a longo prazo
e deve respeitar-se a cadeia de frio (desde o processo de produção até o consumo).
Tem como princípio de conservação uma baixa temperatura combinada com uma
redução na atividade de água do alimento, além de uma baixa atividade enzimática
devido às baixas temperaturas. Geralmente, as temperaturas são abaixo de 0ºC.
O congelamento pode ser lento ou rápido, dependendo da velocidade de
congelamento. O congelamento lento demora de 3 a 12 horas para ocorrer, havendo
um decréscimo na temperatura gradativamente. Em um primeiro estágio haverá a
formação de cristais de gelo nos espaços intracelulares que irão estimular a migração
de água para o interior das células, ocasionando o aumento do tamanho dos cristais.
Porém, ao se descongelar um alimento que passou por congelamento lento, ocorre
uma grande perca nas características nutricionais e organolépticas. No congelamento
rápido o alimento é submetido a um abaixamento muito brusco de temperatura, e a
água presente nos espaços intracelulares congela-se rapidamente. E nesse caso,
durante o processo de descongelamento, não é possível verificar nenhuma alteração
na qualidade do alimento. Utilizam-se temperaturas entre -25 e -40ºC para realização
do congelamento. Após, armazena-se o produto a -18ºC.

Figura 1 – Tempo de congelamento de carne moída, peixe fresco, leite, carne fresca,
etc.

Figura 2 – Tempo de congelamento de carnes vermelhas, aves, peixes e legumes.


Métodos de refrigeração:
Resfriamento por ar:
O ar frio que sai do evaporador entra pela parte superior do ambiente, sob o
teto. E move-se horizontalmente sobre o produto, embalado ou não, retornando ao
evaporador através do produto, por um caminho que lhe cause a menor resistência
possível. Esse é o método mais simples, mas podem existir modificações no sistema
para melhorar a circulação do ar entre as embalagens de produto. As vantagens desse
método é a simplicidade da operação, inexistência de picos na carga térmica e pode
ser usado com produtos que são comercializados logo após a colheita, com produtos
que são armazenados sem embalagem e com aqueles que requerem temperaturas
amenas de resfriamento.
Resfriamento por água:
Um resfriamento eficiente depende da quantidade de água usada sobre o
produto, sendo a água distribuída de maneira uniforme em todo o produto. O tempo
de resfriamento com água gelada depende do tamanho do produto.
A água usada no resfriamento é mantida a 0ºc e 0,5ºc, mediante a refrigeração
mecânica. Os produtos que são sensíveis à injúria pelo frio podem ser resfriados em
água a 0ºc, desde que o tempo de resfriamento seja limitado. As unidades de
resfriamento por água gelada requerem um grande potencial de refrigeração em um
curto período de tempo. Por isso o gelo é quase sempre utilizado para auxiliar no
sistema de refrigeração e é normalmente adicionado a um tanque de água para
resfria-la, ou então é usada em uma espécie de sistema de refrigeração com
acumulador de gelo.
Resfriamento por gelo:
O uso de gelo como meio de resfriamento é uma alternativa para aumentar as
vantagens do resfriamento com água. A capacidade frigorífica aumenta
significativamente, porque o gelo pode fornecer frio de forma prolongada. O
resfriamento dá-se em função da colocação do gelo acima dos produtos, no interior
das embalagens, ou mesmo na parte superior dos pallets, que depois de
armazenados e transportados, mantém a temperatura do produto próxima daquela
recomendada até a comercialização. O contato com a superfície do produto faz com
que o gelo absorva o calor dos produtos durante as operações posteriores à
embalagem, havendo a diminuição da temperatura, na medida em que o gelo derrete.
O gelo pode ser fabricado em forma de neve (gelo tipo frappé), escamas ou gelo
amassado, e dependendo como o gelo for distribuído, poderá haver falta de
homogeneidade no resfriamento dos produtos.
Resfriamento a vácuo:
Esse método consiste em eliminar o ar de uma câmera que contenha o
produto até que a pressão interna seja tão baixa a ponto de evaporar a água da
superfície do produto. A evaporação da água da superfície do produto que causa o
abaixamento de temperatura. O calor de evaporação da água (calor latente) é
fornecido pelo produto, pelo calor sensível do produto, o que provoca a redução de
temperatura.
O vapor de água evaporada não é eliminado, mas condensado, usando a
refrigeração auxiliar. A taxa de evaporação e resfriamento depende da relação
entre temperatura do produto e a pressão em volta dele. Assim, será mais rápido o
resfriamento, quanto mais quente estiver a superfície do produto,
independentemente de onde estiverem. Esse fenômeno produz um resfriamento
uniforme da parte externa até o centro do produto.
Congelamento
Ocorre a formação de gelo necessitando-se de temperaturas mais baixas e
conserva por períodos longos.
Para o congelamento ser eficiente, necessitamos de temperaturas de - 18˚c
ou inferiores. Existem microrganismos que ainda crescem a temperaturas de -10˚C
o que acarreta um perigo para o congelamento mal monitorado. Sabemos, porém,
que a temperatura de -18˚c ou menos ocorre a inibição total de microrganismos
(figura 1).
Quando o produto é congelado, além da temperatura muito baixa prejudicar os
microrganismos, a formação do gelo diminui a quantidade de água do produto que
poderia ser utilizada para o crescimento dos microrganismos, fazendo com que
possa ser conservado por longos períodos de tempo, meses e até anos.
Figura 3 - relação entre a temperatura, as reações de deterioração e o
crescimento e a produção de toxinas de alguns micro-organismos de interesse
dos alimentos.
Congelamento lento
Nesse processo, que dura de 3 a 12 horas, a temperatura vai
gradativamente abaixando até chegar à temperatura desejada. Os primeiros
cristais são formados no interior da célula, forçando a água migrar do interior da
célula, o que causa ruptura de algumas paredes celulares (figura 2).
Quando ocorre o descongelamento, grandes quantidades de fluidos
celulares são liberadas, provocando alterações na qualidade nutricional e
organolépticas (como perda de nutrientes, modificações de textura e aparência).
Esse suco liberado é rico em vitaminas hidrossolúveis, sais minerais e proteínas.
Congelamento rápido
Congelamento no qual a queda de temperatura é muito brusca, congelando a
água dos espaços intercelulares imediatamente, formando pequenos cristais de
gelo sem danificar as membranas celulares. O processo é ideal, pois ao
descongelar, o alimento reassume suas condições iniciais sem que haja perda
significativa de nutrientes e de propriedades sensoriais. A temperatura mais
utilizada é de -25°c com circulação de ar ou de -40°c com ou sem circulação de ar.
Após o congelamento, a armazenagem é feita a 18°C.
MÉTODOS DE CONGELAMENTO
Congelamento por ar:
O ar utilizado no congelamento pode ser insuflado ou sem movimento.
No método sem movimento o alimento é mantido na câmara até o
congelamento, variando o tempo necessário de acordo com a temperatura da
câmara, a qualidade do alimento, temperatura inicial, tipo, tamanho e forma do
alimento.
No método com ar insuflado, o ar frio se movimenta em alta velocidade,
ocasionando um congelamento rápido que pode ocorrer em uma câmara em túnel
adaptado. O movimento do ar pode ser paralelo ou oposto à entrada do alimento,
porém, esses tipos de congeladores podem causar desidratação.
Congelamento por contato:
Método no qual o alimento é colocado em contato com uma placa resfriada
por líquido refrigerante ou dentro de um recipiente que é submerso no refrigerante
ou ainda dentro de caixas que são colocadas em contato com placas de metal
resfriada. As placas podem ser fixas ou móveis e o líquido refrigerante com ou sem
movimentação turbulenta.
Congelamento por imersão:
A imersão pode ser direta no meio refrigerante ou pela pulverização do
líquido sobre o alimento, o que provoca um congelamento quase instantâneo. O
líquido deve ser puro, sem odores e sabores, não pode ser tóxico, entre outros
requisitos. Líquidos com baixos pontos de congelamento são utilizados para
alimentos não embalados, como salmouras para peixes e soluções de açúcar ou
glicerol para frutas, porém, não pode ser usado para alimentos onde o sabor doce
ou salgado seja inaceitável.
Congelamento por aspersão com líquidos resfriados:
Congelamento por pulverização do meio congelante sobre o produto, é
utilizado soluções de baixo ponto de congelação (cloreto de sódio, glicerol,
propileno glicol) e álcool resfriado.
Descongelamento
O descongelamento deve ser lento e sob refrigeração. O congelamento e
descongelamento sucessivos não são recomendados, pois podem ocasionar
problemas com microrganismos ou ativar algumas enzimas. Deve-se evitar o
aquecimento excessivo, o tempo deve ser reduzido e quando utilizado ar, deve- se
evitar a desidratação.
3.2 Entrepostos frigoríficos
Definição
Entrepostos frigoríficos são conjuntos de câmaras frias visando a conservação
e congelamento de gêneros perecíveis. Estes entrepostos são compostos por setores
vitais para seu funcionamento, tais como a casa de máquinas.
A casa de máquinas compreende os equipamentos responsáveis pela
produção de frio, além disso, possui uma subestação de energia para suprir a possível
falta de energia elétrica.
Também possui a setor responsável pela administração, manutenção e
logística do entreposto, composto por escritórios, laboratórios de bromatologia,
oficinas de manutenção, plataformas de recepção e expedição, e vestiários.
Em alguns casos ainda podem de um hall de classificação e embalagem dos
gêneros e corredores de manutenção. Além das instalações vitais para seu
funcionamento, os entrepostos frigoríficos ainda podem dispor de setores anexos.
Dentre estas instalações destacam-se:
- Fábrica de gelo;
- Abate e preparação de carne de gado;
- Abate e preparação de aves;
- Salga;
- Tratamento de vinhos e sucos de frutas;
- Cremes gelados;
- Triagem, calibragem e embalagem de frutas e legumes;
- Local para comercialização por atacado dos produtos do frigorífico;

Classificação
Os entrepostos frigoríficos podem ser classificados de três formas: quanto à
natureza dos gêneros, quanto à situação jurídica e quanto à zona de implantação.
Com relação à natureza dos gêneros, os entrepostos são divididos em
polivalentes e especialistas. Entrepostos polivalentes são os que trabalham com
diversos produtos, já os especialistas destinam sua produção para produtos definidos,
geralmente produtos relacionados à produção agrícola.
Quando se trata da classificação jurídica dos entrepostos, estes podem ser
públicos, quando administrados pelo estado. Também podem ser privados, quando
controlados por empresas particulares.
No que diz respeito à zona de implantação, os entrepostos são classificados
em entreposto de produção, de trânsito ou de consumo. Entrepostos de produção são
localizados junto à fonte de produção. Entrepostos de trânsito são localizados junto a
locais de grande fluxo, como portos e aeroportos. Já os entrepostos de consumo
encontram-se junto aos centros de consumo.
Implantação
A implantação de um entreposto frigorífico demanda uma serie de coleta de
informação, estas são necessárias para avaliação da viabilidade de retorno da
construção deste complexo em determinado local.
O primeiro passo consiste na identificação do tipo de zona o local de enquadra:
produção, transporte ou consumo. Deve-se definir o raio de atuação do entreposto.
Atualmente um raio de 50 km é considerado razoável.
Quando identificado que a zona de implantação é do tipo de consumo, deve-se
determinar a densidade populacional da região, assim, estimando o potencial de fluxo
de mercadorias. Estima-se que para cada 1000 habitantes seja necessário 35 m³ de
câmaras frias.
Quando tratar-se de uma zona de produção, deve-se estimar a produção
agrícola da região para que haja fornecimento necessário de produtos para o
beneficiamento.
3.3 Conservação do frio
Isolantes
Definição
Isolantes são materiais destinados para redução de troca térmica entre dois
meios, normalmente citados como interno e externo. Geralmente isolantes são
sólidos, onde a transferência de calor se dá através da condução, onde em alguns
casos encontramos interstícios vazios no material isolante aplicado, onde temos desta
forma transferência de calor por convecção e radiação, no entanto, essas são
praticamente desprezíveis. Para que seja reduzida esse fenômeno, devemos reduzir
ao máximo a condutividade térmica (k) do material ou em outras palavras, aumentar
a resistência à transferência de calor. A menor condutividade térmica naturalmente
possível é a condutividade térmica do ar puro em repouso, cujo valor é em torno de
0.02W/mK. De acordo com alguns valores de referência para materiais porosos,
quanto menor a massa especifica (ρ) do material e maior o número de poros, maior
será o seu poder de isolamento.
Em resumo, algumas propriedades desejadas em um isolante são:
Baixa condutividade térmica;
Boa resistência mecânica;
Não ser combustível;
Não sofrer influência física da temperatura nele aplicada;
Ser pouco permeável ao vapor d’água.
Tipos de isolantes
Tabela 1 – Condutividade térmica de materiais.

Condutividade
Material Descrição
térmica (k) [W/mK]
Isolante na forma de placas porosas de
Fibra de
baixa densidade obtido de fibras de
madeira 0.0325
madeira tratas mecânica e
aglomerada
quimicamente.
Material produzido a partir de casca de
Cortiça corticeira, geralmente cordado em 0.0523
placas ou prensado em pedaços.
Fios de vidro, obtidos pelo
Lã de vidro derramamento de vidro líquido em jato De 0.029 a 0.052
de vapor de alta velocidade.
Obtido pelo derramamento de rocha
Lã de rocha derretida em jato de vapor de alta De 0.029 a 0.052
velocidade.
Material mineral de baixa massa
especifica que pode ser misturado ao
Vermiculite 0.0465
concreto para gerar argamassa
isolante.
Mistura de cimento Portland e areia,
Concreto
que durante a cura, por meio de gases, De 0.057 a 0.14
celular
forma estrutura porosa.
Espuma de Material de estrutura porosa que pode
0.035
borracha ser fabricado em célula de estanque.
Derivado do petróleo que expandido
Poliestireno por meio de vapor d’água se torna um
0.0325
expandido material plástico e praticamente
impermeável.
Espuma Mistura de resina Formo-Fenólica com
Fenólica agente de expansão e catalizador. 0.03
rígida
Obtida através da reação de Isocianato
Espuma de
e Poli-hidroxilo em presença de 0.0325
poliuretano
catalizadores.
Obtida pela expansão a quente do vidro
Foamglass quimicamente puro a cerca de 15 vezes 0.0535
seu volume.

Cálculo de espessura do isolamento


A espessura do isolamento pode ser obtida pela expressão da resistência
térmica:
∆𝑇 1 1 𝑙 1
𝑅𝑡 = = = +∑ +
𝑄 𝐾𝑆 𝛼1 𝑆 𝐾𝑆 𝛼2 𝑆
Onde 𝛼1 e 𝛼2 são correspondentes à transmissão de calor entre a parede e o
ar, então podem ser tomados como:
𝛼1 = 8.1 𝑎 17.45 𝑊/𝑚2 𝐾
Dependendo da movimentação do ar.

𝛼2 = 29.08𝑊/𝑚2 𝐾
De acordo com a norma NBR-10, no Brasil, o ΔT deverá ser de acordo com a
média das temperaturas máximas no verão, quando à sombra, e quando ao sol uma
outra diferença de temperatura é acrescida à anterior.
Considerando apenas o isolamento, como resistência térmica, ficamos com:
∆𝑇 𝑙𝑖
𝑅𝑡 = =
𝑄 𝑘𝑖 𝑆
𝑄
Considerando valores de 𝑆 de acordo com a tabela abaixo, para a qualidade do
isolamento, podemos obter as espessuras da camada isolante.
Tabela 2 – Classificação do isolamento.
𝑸
Classificação do Isolamento Valores de 𝒌𝒄𝒂𝒍/𝒎𝟐 𝒉
𝑺
Excelente 8
Bom 10
Aceitavel 12
Regular 15
Mau >15

Considerando um bom isolamento, obtemos os seguintes valores de acordo com ∆𝑇:

Tabela 3 – Valores de ∆𝑻

K isolante em kcal/mhºC
∆𝑇
0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07
10 2cm 3cm 4cm 5cm 5cm 7cm
20 4 6 8 10 12 14
30 6 9 12 15 18 21
40 8 12 14 20 24 28
50 10 15 20 25 30 35
60 12 18 24 30 36 42
70 14 21 28 35 42 49
80 16 24 32 40 48 56
90 18 27 36 45 54 63
100 20 30 40 50 60 70

Condensação
Condensação Externa
Com intuito de que não haja condensação do vapor d’água presente no ar, para
não danificar a parte externa do isolamento ou outros problemas, o resfriamento da
superfície externa não poderá atingir a temperatura de orvalho considerada para a
temperatura ambiente.
Condensação Interna
Através da impregnação de vapor d’água em um isolante causa uma redução
no seu poder de isolamento. Dessa forma com o aumento em 1% de massa de
umidade no isolante, gera um aumento de cerca de 1 a 3% de sua condutividade
térmica. Quanto a umidade se encontra em temperaturas abaixo de 0ºC, a água
congela e causa a destruição do isolamento. O nível de penetração da água em um
isolante depende de dois fatores: a ação higroscópica do material, e principalmente a
permeabilidade ao vapor d’água. A permeabilidade é definida como a quantidade de
material em gramas por hora, por metro quadrado de superfície de passagem que
atravessa um metro de espessura do mesmo por mmHg de diferença de pressão de
vapor.
Isolamento de equipamento e canalização
Para dimensionarmos a espessura de material isolante necessária em dutos,
partimos das expressões para condução de calor em cilindros no sentido radial.
Considerando uma umidade relativa máxima de 90%. Desta forma chegamos a:
10𝑅2 𝑅2
𝑇 = 𝑇𝑎 − 1.5 − ( ln( ))
𝑘𝑖 𝑅1

Espessura econômica de isolamento


A medida que aumentamos a espessura do isolamento, aumentamos assim o
seu custo. A espessura econômica do isolamento ocorrerá onde a soma dos custos
das perdas térmicas e do custo de amortização do material isolante é um mínimo.

Técnicas de execução do isolamento


A colocação do isolamento de ser feito de forma a evitar falhas de isolação,
superfícies de menor isolamento, condensação interna e pontos de congelamento.
Assim quando colocado sobre paredes de alvenaria, devem ser colocados em duas
camadas de forma defasada. Além de ser colocado com asfalto de baixo ponto de
pressão, é aconselhável chumbar alguns pontos do isolamento. Diversas formas para
colocação de isolantes devem ser estudadas e fiscalizadas durante a aplicação para
que seja feita de acordo com o projeto especificado.
Portas frigorificas
As portas de câmaras frigorificas deve ser feita de forma a ser considerada
praticamente isotérmica, e sempre que possível igual a espessura das paredes.
Normalmente as portas são feitas em madeiras, chapas metálicas ou plástico, e no
seu interior dotado de material isolante.
Recipientes para conservação do frio
Podemos classificar os recipientes em três grupo:
Isotérmicos:
São aqueles simplesmente isolados, como por exemplo caixas térmicas.
Refrigerados:
São aqueles que possuem ambiente isolado e ocupam uma forma descontinua
de produção de frio, fusão de gelo d’água, fusão de soluções eutéticas, sublimação
de neve carbônica, vaporização de nitrogênio líquido e etc.
Frigoríficos:
São aqueles isolados que dispõe de sistema continuo de produção do frio, seja
mecânico ou por absorção. Os quais podem ser separados em:
Refrigeradores domésticos;
Refrigeradores comerciais;
Câmaras frigorificas.
4. Conclusão
Com isso, mostra-se a importância da conservação do frio no conjunto de
necessidades humanas de hoje, com a geração e conservação de baixas
temperaturas conseguimos criar uma rede de comercialização intercontinental de
carnes e alimentos perecíveis, bem como estoca-los em casa por longos períodos,
reduzindo assim perdas de alimentos devido a decomposição.
É um grande progresso para a sociedade a tecnologia de eliminar calor para o
ambiente, assim como preservar o ambiente frio através de materiais isolantes. A
refrigeração mantém alimentos perecíveis consumíveis longos períodos de tempo,
algo que não era possível antigamente devido à ausência de gelo.
5. Referências Bibliográficas
STOECKER, W.F. e JONES, J.W. Refrigeração e ar condicionado. São Paulo:
Editora McGraw-Hill do Brasil,1985.
MILLER, R. e MILLER, M.R. Ar Condicionado e Refrigeração. Rio de Janeiro:
Editora LTC, 2014.
P. J. Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e prática.
Tradução Florencia Cladera Oliveira et al. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
REGULAMENTO Técnico: Portaria no 540 – SVS/MS, de 27 de outubro de
1997. Diário Oficial da União, 28 out. 1997.
SILVA, J. A. Tópicos da tecnologia de alimentos. São Paulo: Livraria Varela,
2000.
SOUZA, Michele C. Et al. Emprego do frio na conservação de alimentos.
Disponível em:
<http://www.conhecer.org.br/enciclop/2013a/agrarias/EMPREGO%20DO%20F
RIO.pdf>. 2013.
TERUEL, Bárbara J.M. Tecnologias de Resfriamento de Frutas e Hortaliças:
Revisão Bibliográfica. - Campinas-SP. R. Bras. Agrociência, Pelotas, v.14,
n.2, p.199-220, abr-jun, 2008.

VASCONCELOS, Margarida A. S.; MELO, Artur B. Filho. Técnico em


alimentos: Conservação de alimentos. Recife, EDUFRPE, 2010.

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