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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA

Discente: Valesca D. Both Ames

PIRES, Álvaro P. Amostragem e pesquisa qualitativa: ensaio teórico e metodológico. In:


POUPART, Jean et all. A pesquisa qualitativa; enfoques epistemológicos e metodológicos.
Petrópolis: Vozes, 2008. pp. 154-211.

RESENHA

O artigo de Pires, intitulado Amostragem e pesquisa qualitativa: ensaio teórico e


metodológico tem como objetivo produzir um ensaio metodológico sobre a amostragem nas
pesquisas qualitativas em ciências sociais, buscando “lançar luz” sobre o conceito de
“amostra” e de “população”, por meio da apresentação das suas distintas possibilidades na
pesquisa qualitativa. Mais especificamente, o autor irá apresentar algumas questões teóricas e
metodológicas que envolvem o processo de amostragem, bem como os distintos tipos de
amostras na pesquisa qualitativa.
Iniciando o debate a respeito das questões teóricas e metodológicas que envolvem a
amostragem na pesquisa em ciências sociais, Pires salienta que as diversas amostras devem
ser apresentadas em função dos tipos de dados (qualitativos ou quantitativos) a que se
referem, e não a partir da distinção entre as modalidades de amostragem (probabilística e não
probabilística). Pires justifica esta posição tendo em vista que o ordenamento das amostras
qualitativas com as amostras quantitativas não probabilísticas imprime uma conotação
negativa as primeiras, pois a amostragem probabilística é considerada a forma por excelência
de amostragem. Além disso, a distinção entre as distintas modalidades de amostragem não é
pertinente para os dados qualitativos, que são distinguidos por meio de caso único ou casos
múltiplos, bem como não permite descrever as espécies de amostras qualitativas de forma
razoável.
Após essa consideração inicial, Pires irá apresentar uma distinção entre pesquisas com
estruturas “fechadas” e “abertas”, a partir da presença ou não da noção de amostra. No
primeiro caso, o pesquisador retira uma amostra da população alvo de seu estudo, analisa-a e
posteriormente generaliza seus resultados para a totalidade de seu universo de análise,
realizando, igualmente, uma generalização teórica com a finalidade de abranger universos
gerais de pesquisa. Na estrutura aberta, não é definida uma amostra operacional. O
pesquisador analisa uma população em sua totalidade e posteriormente generaliza
teoricamente seus resultados.

Depois de definir os conceitos de “amostra”, “população”, “universos de análise” e


“universo geral”, Pires irá apresentar alguns tipos de amostras na pesquisa qualitativa. Entre
eles, o autor destaca a “amostragem por caso único das microunidades sociais” e a
“amostragem por casos múltiplos das microunidades sociais”.
Segundo Pires, a “amostragem por caso único das microunidades sociais” engloba a
amostra de ator, a amostra de meio, geográfico ou institucional e a amostra de acontecimento.
Além disso, o autor salienta que os estudos de caso único se caracterizam por três eixos de
finalidades teórico-metodológicas: o eixo do específico e do geral, o eixo dos
comportamentos e da sociedade, o eixo da descrição em profundidade e da comparação.
Segundo o autor, frequentemente as pesquisas se articulam em torno de um dos polos que
compõe o eixo, sendo este o que detém um papel dominante no decorrer da investigação.
A “amostragem por casos múltiplos das microunidades sociais” podem tomar duas
formas, segundo Pires: as entrevistas com vários indivíduos e a dos “estudos coletivos de
casos”. As pesquisas por entrevistas seriam caracterizadas por um quarto eixo de finalidades
teórico-metodológicas: o eixo das representações sociais e das experiências de vida. Além
disso, o autor apresenta os critérios para orientar a pesquisa qualitativa, como o princípio de
diversificação e de saturação.
Por fim, Pires apresenta dois tipos de amostra que tem por objetivo realizar uma
comparação externa, a amostra por contraste-aprofundamento e a amostra por contraste-
saturação. A amostra por contraste-aprofundamento é considerada como estudos coletivos de
casos, realizados com o objetivo de comparação. A amostra por contraste-saturação tem por
objetivo comparar diferentes subgrupos e posteriormente aprofundar a análise sobre alguns
deles, eliminando o contraste.
O artigo de Pires estabelece comparações interessantes que nos permitem visualizar as
diferentes possibilidades de pesquisa utilizando a noção de amostragem. Mais do que realizar
uma diferenciação entre pesquisas qualitativas e quantitativas a partir das estratégias de
amostragem, Pires afirma que ambas as pesquisas utilizam amostras, embora as pesquisas
com estrutura aberta não utilizem essa noção de forma explícita.

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