Vous êtes sur la page 1sur 152
PROJETO MECANICO VASOS de PRESSAO e TROCADORES DE CALOR CASCO e TUBOS Carlos Falcao 1 Critérios e Cédigos de Projeto Os vasos de presséo e trocadores de calor so equipamentos usados principalmente em indastrias de processo, refinarias de petréleo, petroquimicas e induistrias alimenticia e farmacéutica. Estes equipamentos devem ser projetados e fabricados de forma a evitar as suas principais causas de falha, que sao’ Deformago eléstica excessiva, incluindo instabilidade elastica; Deformagao plastica excessiva, incluindo instabilidade plastica: Alltas tensées localizadas; Fluéncia a alta temperatura; Fratura fragil a baixa tomporatura; Fadiga * Corrosao Como conseqiiéncia de varios acidentes graves, ocorridos principalmente nos Estados Unidos no inicio do século XX, foram criados grupos de trabalho para definirem critérios seguros de projeto, fabricagao e inspegao de vasos de pressiio e, desta forma, surgiram os cédigos de projeto. primeiro eédigo americano, para vasos, foi editado pelo ASME (American Society of Mechanical Engineers), em 1925, intitulado “Rules for Construction of Pressure Vessels”, Section Vill, 1925 Edition Todos os cédigos tem como finalidade estabelecer regras seguras para projeto e fabricagao apresentando metodologia ¢ critérios para dimensionamento, fabricagSo, realizacao de exames nao destrutivos, além de materiais aplicaveis com respectivas tensdes admissiveis. Periodicamente os cédigos sao submetidos a revisdes e noves edigdes para incorporarem novos tépicos e alteracdes decorrentes de avango tecnolégico. Cada cédigo adota critérios e metodologias proprias, sendo que no Brasil os mais adotados so os americanos ASME Section Vill, Division 1 e Division 2, 0 inglés BS-5500 e o alemao ‘AD-Merkblater. Existem outros cddigos importantes como a Diviséo 3 do ASME, o francés (SNTC/AFNOR — Calcul des Appareils a Pression) e o japonés (JIS). ‘S40 apresentadas, a seguir as principais caracteristicas dos cédigos adotados com mais freqéncia, referentes apenas a parte dedicada ao dimensionamento mecanico e com maior énfase para os codigos ASME Segdo VIII Divisdo 1 e Divisao 2. 1.1 ASME Section Vill, Division 1 - Rules for Construction of Pressure Vessels E 0 cédigo de maior aplicagao no Brasil. Estabelece regras apenas para dimensionamento dos componentes principais (casco, tampos, redugdes, flanges bocais e reforgos), submetidos a pressao interna ou externa. Informa que outros carregamentos, como cargas de vento € sismica, peso proprio e do contetido, esforgos localizados em suportes soldados no equipamento ou em bocais, cargas ciclicas devidas a flutuagses de pressdo e temperatura, gradientes e expansées térmicas, devem ser consideradas, porém nao estabelece metodologia para esta avaliagao. Este cédigo é limitado a press6es intema, maxima de 20685 e minima de 103 kPa, ou pressao externa maxima de 103 kPa. Tem como critério de projeto a teoria da “maxima tensdo de ruptura”. Apresenta critérios e tabelas para obtengdo de tensdes admissiveis de tracZo e curvas para as tensdes admissiveis de compressao na Seca Il Para diferentes tipos de materiais ferrosos e nao ferrosos (exceto parafusos), as tensdes admissiveis de tragao s40 obtidas da seguinte forma’ * para temperaturas ab: valores: + 1/3,5 da minima tensao de ruptura na temperatura ambiente; + 113.5 da tensdo de ruptura na temperatura de projeto: * 2/3 da minima tensao de cisalhamento na temperatura ambiente; 23 da tensdo de cisalhamento na temperatura de projeto da faixa de fluén a tensao admissivel de tracao 6 o menor dos Em 1998, através do “Code Case 2290", que foi incorporado a adenda 1999 do cédigo, ASME estabeleceu que para alguns materiais 0 coeficiente de seguranga 6 3,5 em vez de 4, ‘como considerado nas edicées anteriores. * para temperaturas na faixa de fluéncia a tensdo admissivel de tragao é 0 menor dos valores: '* 100% da tensao média para uma razao de fluéncia de 0,01% / 1000 horas; * 67% da tenso média de ruptura ao fim de 1000000 horas; * 80% da tensdo minima de ruptura a 1000000 horas. Para alguns materiais no ferrosos e acos inoxidaveis austeniticos as tabelas de tens6es admissiveis de tracao apresentam dois niveis de tensdes. Como regra geral, para componentes que permitem pequenas deformages (cascos e tampos) adota-se os maiores valores e para componentes onde deformagies sao prejudiciais ao desempenho (flanges) adota-se os menores valores. As tensées primarias de membrana, normais as paredes do vaso, induzidas pelos carregamentos impostos aos equipamentos nao deverao ultrapassar os valores estabelecidos para as tensdes admissiveis, admitindo que quando existirem tensdes devidas a cargas de vento ou sismicas, as tensdes admissiveis poderdo ser majoradas em 20%. Apesar de ndo estabelecer critérios para classificacao de tenses, admite que a combinacao das tensbes primdrias de membrana e flexéo poderdo ser limitadas a 1,5 vezes o valor das tenses adinissiveis, Apesar de prever flutuagdes de presséo e temperatura nao apresenta critérios para analise de fadiga codigo somente trata de dimensionamento para presses nos componentes principais, nao apresentando métodos para computacdo e avaliagao, nestes componentes, das tensdes resultantes de esforcos localizados tais como cargas nos suportes de sustentagdo (saias, pemas, selas, sapatas ou anéis), cargas em suportes de acessorios (tubulagoes ou plataformas) e cargas em booais devidas esforgos de tubulacdo. Para esta avaliagdo & necessario consultar a literatura complementar, indicada nas segdes sequintes deste texto e também nas referéncias. No caso de dimensionamento que exija uma analise mais detalhada de tensées (incluindo tensdes localizadas), normelmente emprega-se a teoria da maxima tens&o de cisalhamento Ver segao 2. O cédigo também estabelece uma metodologia para obtenoao da temperatura minima de projeto, para evitar fratura fragil, em funedo da tensZo atuante, das espessuras requerida nominal, da corroso e do material. 1.2 ASME Section VIII, Division 2 Rules for Construction of Pressure Vessels — Alternative Rules A Divisdo 2 do cédigo ASME Se¢do VIll foi criada em 1969, como alternativa a Diviso 1, adotando critérios e detalhes de projeto, fabricagao, exames e testes mais rigorosos ¢ tensdes adimissiveis superiores, além de nao limitar a presséo de projeto O ctiterio de projeto adota classificagao de tensoes para as mais usuals combinagoes de carregamento, andlise de fadiga para equipamentos submetidos a condigées ciclicas € gradientes térmicos e projeto altemativo baseado em andlise de tensdes em descontinuidades geometricas. Da mesma forma que a Diviséio 1, nao adota procedimentos para avaliagao de tenses localizadas em suportes e bocais, sendo também necessario consullar a literatura complementar. E adotada a teoria da “maxima tens&o de cisalhamento” (ruptura pelo cisalhamento maximo), conhecida como critério de Tresca, por sua facilidade de aplicagao por ser adequada para a anilise de fadiga. Esta tensdo é igual a metade da maior diferenca algébrica entre duas das tensOes principais (7;, 72, 7 ) de um corpo submelido a tragao. Nos sélidos de revolugao estas tenses principais ocorrem nas diregdes longitudinal, tangencial e radial as paredes do vaso. Se 01> 02> 03=> T = 0,5(04- 03) A intensidade de tenses (S) & definida como: S = 2 7 A intensidade de tensdo resultante nao deve ultrapassar a tensdo maxima admissivel Sm, Apresenta metodologia de célculo de espessuras com formulas simplificadas, da mesma forma que a Divisdo 1, ou célculo altemativo baseado em anélise e classificagao de tensdes em categorias Caso seja adotada a alternativa de calculo com classificago e combinagdo de tensdes, a tensdo maxima admissivel devera ser multiplicada por um fator de intensificagao (K), obtido em figuras e tabelas do codigo, além de permit tenses majoradas dependendo da combinagao da categoria das tensdes atuantes envolvidas. Apresenta citérios e tabelas para obtengdo de tensdes admissiveis de tragao e curvas para as tensdes admissiveis de compressao na Segao II Para diferentes tipos de materiais ferrosos e nao ferrosos (exceto parafusos), as tensées admissiveis de tragao sao obtidas da seguinte forma: + a tensdo admissivel de tracdo é o menor dos valores: + 1/3 da minima tensdo de ruptura na temperatura ambiente; + 1/3 da tensdo de ruptura na temperatura de projeto; + 2/3 da minima tensdo de cisalhamento na temperatura ambiente; + 2/3 da tensdo de cisalhamento na temperatura de projeto. As tensdes de ruptura deve ser multiplicadas por 1,1 Rr e as de cisalhamento por Ry, onde Rr € Ry sao fatores de razo entre o valor médio das tensées nas curvas de tendéncia de temperatura dependente e as tensdes na temperatura ambiente (de ruptura e cisalhamento respectivamente). ‘Adota critérios e procedimentos para avaliagao de baixa temperatura, de forma similar a Divisdo 1 1.3. ASME Section VIII, Division 3— Rules for Construction of Pressure Vessels — Alternative Rules for High Pressure Vessels A Divisao 3 do codigo ASME surgiu recentemente, com aplicagao vollada para equipamentos projatados para operarem com altas pressdes, em geral acima de 68965 kPa. Entretanto, pode ser usada para pressdes inferiores e nao restringe a aplicabildade, em fungao da pressao, das Divisbes 1 e 2 Embora seja parecida com a Divisdo 2 nos critérios de projeto, adotando também a “teoria da maxima tenséo de cisalhamento”, classificagao e anélise de tensGes e avaliacéo de fediga & mais rigorosa do que esta divisao. A utilizago de materiais ¢ restrita a poucas especificagdes e, por exemplo acos carbono como as chapas em SA-515 e SA-516 e forjados em SA-105 ndo 30 permiticos. A andlise de fadiga 6 mandatéria para equipamentos projetados por esta divisdo. Para evitar fratura fragil € exigido teste de impacto, quando as tensées primarias de membrana ultrapassarem o valor de 41,4 MPa [referéncia 35]. Ver também segdo 15. Prevé adicionalmente avaliagao de mecdnica da fratura e projeto usando as tensdes residuais favoraveis, devidas a deformagao plistica nas paredes causadas por pressao (autofrettage). ‘As espessuras so calculadas em fungao das tensdes de cisalhamento dos materiais, obtidas na Segao Il 1.4 Critérios para escolha entre Divisao 1 e Divisao 2 Existem condicdes de projeto em que a utiliza¢do da Divisao 2 6 mandatoria. Sempre que um vaso esté sujeito a carregamentos ciclicos e gradientes térmicos, deve ser projetado por esta Divisdo, pois apenas nela esta prevista metodologia de calculo para estas exigéncias. Também 6 0 caso de equipamentos com pressdo intema de projeto superior a 20685 kPa, pois a Diviso 1 limita 0 seu escopo de aplicagao a esta pressao. Caso nao haja nenhuma das condigées acima deve ser feita uma anélise de custos e prazos para a selecdo da Divisdo a ser adotada. A Divisdo 2 permite espessuras mais finas, devidas a tensdes admissiveis mais altas (ver tabela 1.1), porém exige exames, testes e inspecao mais rigorosos (por exemplo: radiografia total), o mesmo ocorrendo com detalhes construtivos. Entretanto, existem algumas consideragées, de carter pratico, que indicam a Divisdo 2 como a mais apropriada: '* quando o didmetro for maior que 1500 mm e a pressdo interna ultrapassar 7,0 MPa; * quando 0 vaso for construido de material de qualidade superior aos agos carbono do grupo P.1 ea pressdo for superior a 2,0 MPa; ‘* quando 0 vaso for do tipo multicamada; * quando a razo diametrolespessura for menor que 16; * quando a espessura for maior que 75,0 mm. A titulo de exemplo, a tabela 1.1 apresenta uma comparagao entre as tenses admissiveis de Divisdo 1 e da Divisio 2, para dois agos carbono de largo emprego na fabricacao de vasos no Brasil (chapas SA-515-70 e SA-516-70). ee | Bp" | 93 | 149 | 204 | 260 | ats | 349 | a7 | 360 | 427 | 454 | 02 | sto | 528 DWI=S | 438 | 138 | 138 | 138 | 138 | 136 | 129 | 125 | 102 | 83 | 64 | 46 | 27 | 17 | wiPa) le - DW2 Se [sor | 450 | 195 | 140 | vas | 126 | 127 | 26 | ne | ne | we | ve | ne | ne Sr(MPay | 262 | 240 | 232 | 224 | 214 | 200 | 194 | 187 | 181 | 176 | 170 | 165 | 160 | 155 ‘Su (MPa) 482 | 482 | 482 | 482 | 482 | 482 | 482 | 482 | 476 | 443 | 404 | 360 | 316 | 156 ‘Sy - tensdo de escoamento; Sy — tensao de ruptura; NP — nao permitido Tabela 1.1 - Tensdes Admis: is - ASME Secio VIII, Divisao 1 e Divisdo 2 1.5 BS-5500~ British Standard Specifications for Unfired fusion welded pressure vessels Este cédigo é muito similar 3 Divisio 2 do ASME, adotando os mesmos critérios de projeto (teoria da maxima tensdo de cisalhamento), ¢ também com calculo alternative baseado em classificagao e analise de tensdes, além de avaliagao de fadiga As tensdes admissiveis, indicadas em tabelas, so obtidas adotando-se o seguinte critério: * para temperaturas abaixo da faixa de fluéncia, deve ser o menor dos valores: © Sy/15; + Su/2,35 (para agos ferriticos) ou Su/ 2,5 (para agos austeniticos). ‘Sy tensdo de escoamento; Su ~ tensdo de ruptura * para temperaturas na faixa de fluéncia: + 1/1,3da tensdo média que provoca ruptura a uma determinada temperatura. © cédigo ainda apresenta quatro niveis de tenses admissiveis, dependendo da vida util do equipamento, que pode ser de 100000, 150000, 200000 e 250000 horas. SegSes muito interessantes deste cédigo so as que apresentam, nos Apéndices De E, detalhes tipicos de soldas dos componentes principais de forma muito completa (incluindo detelhes especiais para baixas temperaturas), € os procedimentos para avaliagao de tensdes localizadas em bocais e suportes soldados, além de dimensionamento de selas e suportes de apoio, apresentados no Apéndice G. Desta forma, este cédigo pode dispensar consulta complementar para estes assuntos. E interessante notar que os cédigos ASME recomendam a uitilizagao do Apéndice G da BS-5500, como critério para avaliagao de tensdes localizadas. ‘Também alguns programas de célculo, de utilizagao muito difundida, incorporam 0 Apéndice G. ‘Adota critérios @ procedimentos para operagao em baixa temperatura, para agos carbono e gos liga, em fungdo da tensdo de membrana atuante na parede do equipamento. 1.6 AD-Merkblatter © cddigo alemao € muito simples de ser usado e adota o critério da maxima tensdo de membrana. E composto de varias seg6es, especificas para cada assunto ou componente. Adota altas tensdes admissiveis, baseadas no critério a seguir: ‘+ para temperaturas abaixo da faixa de fluéncia: + KIS ‘+ para temperaturas na faixa de fluéncia deve ser o menor dos valores: + KIS; * tensdo para 1% de deformagao por fluéncia. K €a resisténcia que pode ser especifica para um determinado material, com valores indicados na segao W da norma (por exemplo: agos austeniticos) ou 0 valor das tensGes de escoamento estabelecidas nas normas DIN (por exemplo: DIN 17155 — Boiler Plates) e S é um fator de 6 seguranga estabelecido para determinada forma de material e temperatura de projeto e flu€ncia ( para agos laminados S = 1,5) e para temperatura de teste (S = 1,1 para aos laminados), Para compensar as altas tens6es admissiveis s40 adctados materiais de alta qualidade & oritérios extremamente rigorosos para detalhes de fabricagdo, exames, testes e inspegao. Normaimente um equipamento calculado pela AD-Merkblatter, apresenta espessuras requeridas menores do que as outras normas. No Brasil, em alguns casos especiais de vasos com altas press6es, como esferas de armazenamento de gs liqueteito, adota-se esta norma para obtengao de reducdo de espessura e, inclusive, evitando em alguns casos 0 tratamento térmico de alivio de tenses. No entanto, devem ser tomados cuidados especiais com a qualidade do material e com a escoina do fabricante/montador de forma a atender criteriosamente os requisitos da norma dota requisitos especiais para materiais, incluindo procedimentos e criterios, que operem em baixa temperatura (inferiores a — 10°C). 1.7 Comparacao de dimensionamento entre ASME Segao Vill, Di © AD-Merkblatter Ges 1 © 2, BS-5500 Para comparagao das diferengas de resultados de calculo, 6 apresentado um exemplo simples de espessuras requeridas, para um clindro submetido apenas a pressdo interna e sem corrosao, para chapa em ago carbono acalmado, adotando-se materiais equivalentes para os cédigos em referéncia. Para efeito de equalizagao dos cdlculos seré adotado exame radiografico total para a solda longitudinal, para 0 ASME Divisdo 1 e o AD-Merkblatter. Para o ASME Divisdo 2 e equipamentos classe 1 do BS-5500 este exame total ¢ mandatério. A tabela 1.2 apresenta um resumo dos resultados. Anomenclatura adotada é: P: pressao intema; D: diametro interno; D,: diémetro externo; R: raio interno; S, f, K: tensdes admissiveis, fator de seguranga; + |, e: espessuras requeridas; +E, v:eficiéncia de solda 8880 interna: 1,50 MPa imetro interno: 4000 mm; diametro externo: 4044,4 mm (adotando chapa de 22,2 mm); Temperatura de projeto: 200°C; Material: ASME: SA-515-70/SA-516-70; BS-1501-224-400A; DIN 17155 -19 Mn 5 Tensdes admissiveis na temperatura de projeto: ASME Divisdo 1 (tabela 1A da Segao Il Parte A): S = 117,9 MPa; ASME Divisdo 2 (tabela 2A da Secdo Il Parte A): S =126,2 MPa; BS-5500 (tabela 2.3 para vida util de 100000 horas e espessura > 16 mm): f =170 MPa; AD-Merkblatter (tabela 2. da DIN 17155): K = 270 MPa; Eficiéncia de solda: E = 1,0 (ASME VIII Divisao 1); v= 1,0 (AD-Merkblatter; Fator de seguranga (AD-Merkblatter): S = 1,5, codigo Limite Espessura requerida] Espessura adotada Ss (mm) | (vm) ASME Vil, Divisio 4 RI(SE-0,6P)_ | 2564 | 236 ASME Vill, Divisio 2 RI (S=0, 25,4 BS-5500 PD/ (2i-P) = 19,05 [AD-Merkblatter | s = PD,/ (2K/S + P) 16,78 19.05 Tabela 1.2 - Espessuras requeridas e adotadas para ago carbono acalmado Observar que as espessuras requeridas so diferentes para todos os cédigos. Pode-se adotar a mesma espessura nominal para BS-5500 e para AD- Merkblatter, que so as menores. 2 Categorias, Combinacao e Limites de Tensées Nas paredes dos vasos de pressao existem tensdes de membrana e flex4o devidas a pressaio € esforgos localizados. As tensées de membrana sao tensdes normais e atuam uniformemente distribuidas na se¢ao transversal das paredes. As tensdes de flexdo também sao normais, porém variam linearmente em relacao ao eixo neutro da secao transversal da parede do equipamento. Além disto, as tensdes podem atuar uniformemente em toda a parede do equisamento (tensdes gerais), oriundas de um carregamento uniforme como pressao, ou atuar localizadamente numa regio restrita (tensdes locais) como, por exemplo, tenses em bocais € aberturas. Como vimos na segao anterior, alguns cédigos de projeto como o ASME Se¢éo VIII, Divisdo 2 € Divisdo 3 e 0 BS-5500 apresentam procedimentos de calcul mais apurado, com critérios baseados em classificagdo de tensdes em categorias. Sdo apresentadas, a seguir, as varias categorias de tensdes, em conformidade com estes codigos. 21 Tens6es primérias (Pm, Pye P.) ‘Sao tens6es causadas por esforcos mecdnicos permanentes, no incluindo as tensdes devidas a concentragées e descontinuidades. Sua principal caracteristica é nao ser auto-limitante. As tensdes auto-limitantes tem como caracteristica a sua redugao, em fungdio de deformagées. Caso estas tensdes levem ao escoamento do material poderao ocorrer deformacées excessivas que causardo a ruptura. S40 subdivididas nas categorias de tensdes primérias gerais ¢ locais 2.1.1 Tensées primérias gerais de membrana (Pp) @ primérias de flexéo (Ps) Sao tens6es necessarias para equilibrar as forgas mecanicas intenas ou externas, Havendo deformacao nas paredes do vaso as tensdes nao serio reduzidas e, frequentemente, ievam ao colapso da estrutura. Por exemplo, a pressdo intema provoca deformacaio que tende @ aumentar o diametro, sem que esta deformacao provoque redugdo na pressao e consequentemente diminuigdo da tensdo. Estas tenses podem ser gerais de membrana (Pm) ou de flexBo (Ps). Como exemplo das tensdes primérias gerais de membrana pode-se citar as causadas por prosséio, peso préprio © cargas de vento. Exemplos de tenses primarias de flexdo so as causadas por pressdo em placas planas e na regido esférica de tampos conformados (ver segdo 3). 2.1.2 Tensdes primérias locais de membrana (PJ) ‘S40 tens6es produzidas localizadamente por cargas mecanicas internas ou externas e tem caracteristicas auto-limitantes. Quando ha deformacao o carregamento ¢ distribuido e absorvido pela parede do equipamento, na vizinhanga do ponto de aplicagao da carga. Estas tensdes tém valores maximos no local de aplicagao do carregamento e diminuem significativamente com o afastamento deste ponto. Havendo escoamento, estas tensées podem causar deformagées plasticas excessivas, necessitando que sejam estabelecidos niveis de tenses admissivels inferiores aos das tensdes secundarias. Como exemplo destas tensdes pode-se citar as tensdes nas vizinhangas de um bocal ou de suportes, devidas a forcas e momentos, ou causadas pela pressao nas descontinuidades estruturais, como flanges ou transiges geométricas (por exemplo: jungdo de casco cilindrico com tampos) e ainda em componentes com diferentes espessuras. Para estas tensées so admitidas maiores deformagdes do que para as tenses primarias gerais de membrana e as tensdes de flexao. 22 Tensées secundérias (Q) So tens6es normais ou de cisalhamento, cuja principal caracteristica & ser auto-limitante. Pequenas deformagées plasticas locais reduzem estas tensdes que, geralmente, no provocam falhas nos equipamentos, e por este motivo tém tenses admissiveis superiores aos das tensdes primatias loca's. Sao divididas em duas subcategorias: membrana e flexdo. Como exemplo destas tenses pode-se considerar: + tensdes de flexéo causadas pela pressao em descontinuidades, como jungao de tampos conformados com casco (ver seco 3); + tensdes de flexéo e de membrana causadas por forcas e momentos devidas expanséo térmica; + tensdes de flexéo causadas por forgas e momentos em bocais ¢ suportes. Observar que as tensées locais de flexdo so classificadas como tensdes secundarias. 2.3 Tensées de pico (F) Tensées de pico sao tensées incrementais. A principal caractoristica destes tensdes é que néo geram nenhuma deformacao previsivel, mas podem causar ruptura por fadiga ou fratura, So consideradas como tensdes de pico as tensdes térmicas em chapas cladeadas com aco inoxidavel, as tensdes devidas a concentragées © descontinuidades, Geralmente estas tensdes somente sao analisadas em equipamentos sujeitos a cargas ciclicas. 10 Para maiores detalhes sobre tensées de pico e concentragao de tens6es, consultar a secao 14 24 — Combinagio e limites de intensidade de tensdes Todos os cédigos estabelecem limites de tenses, em funcdo da combinacao dos carregamentos e das categorias de tensdes. Tensdes primdrias de flexao, tensdes locais de membrana, tensdes secundarias e tensdes de pico, como ja visto, admitem deformagoes maiores do que as deformacdes decorrentes das tensdes primarias de membrana, e por este motivo, pode-se majorar os limites de tensdes admissiveis, quando pelo menos uma destas categorias esta envolvida na combinaco das tensdes atuantes. Quando existem cargas ciclicas ou tens6es de pico, deve-se adotar 0 procedimento que evite falha por fadiga e, desta forma o critério de tens&o admissivel ¢ baseado nas curvas de tenséo em fungao do nimero de ciclos admissiveis dos carregamentos. 24.1 Critério do ASME Segao VIll, Divisio 1 Para as tensdes ‘arias gerais de membrana 0 cédigo estabelece os seguintes limites: Pm < S, quando a carga 6 apenas de pressio; P,, < 1,2 S, quando combina-se pressdo com cargas devidas a vento,cargas de terremoto e cargas de peso proprio e de acessérios, Quando existem tensées primdrias de flexdo, adota-se: Pmt Pp<158 Embora 0 cédigo reconhega a existéncia de tensées localizadas (P, © Q), dovidas a descontinuidades, no inclui estas categorias na combinagao de tensdes. De acordo com 0 Cédigo, os limites devem ser estabelecidos com a experiéncia do projetista do equipamento, Normalmonto, adota-se 0 critério de Trosca (teoria da maxima tenso de cisalhamento) Ppt Pi +P,+Q<2S O cédigo nao estabelece limites de tens6es para fadiga, por ndo incluir esta analise no seu escopo de projeto. Vasos com cargas ciclicas ou tensdes de pico, devem ser projetados pela Divisao 2. "1 Para 0 dimensionamento mecdnico, com esforgos combinados envolvendo tensées primarias de membrana e flexao e tensdes secundarias, varias firmas projetistas e fabricantes de equipamentos estabelecem seus critérios de combinagao de esforgos, com respectivo critério de tensdes admissiveis, que so muito semelhantes entre si, conforme tabela 2.1 ‘Combinacao de Carregamentos Condigao Presséo ] Peso | Cargade | cargas ] Carges | Tenses _ Proprio | Vento | Lovalizadas | Térmicas | Admissiveis Montagem Nao [Sim Sim a Nao 12S Operagao Sim Sim Sim Nao Nao 128 Operago com Expanséo {Sim | Sim | Sim Nao Sim | 1,25 (S+Say Térmica ‘Operagao com Cargas Sim] Sim ‘Sim Sim Nao [2,0 S<8y Localizadas: z | Teste Hidrostatico, Sim [Nao Nao Nao 085) Notas: 1- Na condigao de montagem adotar espessuras nao co 2 Na condicao de teste adotar espessuras da época de teste; 3 S~ tensao admissivel de tragao ra temperatura da condigao considerada; Sa — Tensao admissivel de tragdo na temperatura ambiente; Sy -tensdo de escoamento na temperatura da condigao considerada 4- Caso as tenses calculadas sejam de compressao as tenses admissiveis so as estabelecidas pelo cédigo. Tabela 2.1 — Combinacao de carregamentos e tensdes admissiveis Na combinagaio que inclui operagaio com expansdo témica o limite de tensdo 1,25 (S+Sa), é baseado no critério do ASME B 31.3 - ASME Code for Pressure Piping. 2.4.2 Critério do ASME Sogéio VIll,Divis6os 2 0 3 0 BS-5500 Os cbdigos ASME Secdo VIll, Divisdes 2 e 3 eo BS-5500, que adotam classificagao de tensdes, apresentam tabelas com as catagorias om fun¢do do carregamento e da respectiva localizago de atuacao no equipamento. O critério para combinagao das categorias e limites adimissiveis para as intensidades de tensdes atuantes, é apresentado a seguir: Pa Oc=Prit No ASME Segdo Vill Divisdo 1 esta tenso é definida como: S = (Pr/t)+0,6P Atuando na secdo circunferencial: Pre= OL2nrt>G_=Pr/2t No ASME Segao VIII Divisdo 1 esta tensao é definida como: $ = (Pr/2t) ~0,4P 14 Figura 3.1 Diagrama de corpo livre de cilindro 3.2 Esferae semi esfera Nas esferas e semi esferas as tensdes circunferenciais (atitudinais) e longitudinais (meridionais) so iguais. Do equilibrio de forgas mostrado na figura 3.2, tem-se: PRe= O.2nrt> OL=Pr/2t No ASME Seco Vill Diviséo 1 esta tensdo é definida como: $ = (P r/2t)+0,2P. Figura 3.2- Diagrama de corpo livre de esfera e semi esfera 3.3. Cone cone tem tensdes diferentes para cada segdo transversal, devidas a variagao do raio tangencial. Cada secao pode ser considerada como um cilindro com raio tangenclal ra, Considerando a segao A-A da figura 3.3, tem-se 0 equilibrio de forcas: =R/ cosa PRR?= OL 2 tat= O27 Roos OL=P r/2tcoso como Og =20,.=> OL=Pr/ tos No ASME Segdo VIII Diviséo 1, para O\ = 30° maximo, esta tensdo é definida como: S=(Pr/tcosc) +0,6P 15 Figura 3.3- Diagrama de corpo livre de cone 3.4 Torisféricos Os tampos torisféricos so compostos de duas regides, conforme mostrado na figura 3.4. Uma calota esférica na regido central (2-4), com raio Le uma sega térica (1-2) e (4-5), com raio r, que 6 uma ragido de transi¢ao para concordancia com 0 casco cilindrico. A parte torica é muito pequena e as forcas de descontinuidade nos pontos 2 e 4 tem grande influéncia nas tensdes dos pontos 1 @ 5, que so 0s pontos de concordancia com o cilindro. Ocorrem tens6es longitudinais (1 e tensdes circunferenciais 2. Da teoria geral das tensdes de membrana, aplicada aos pontos 2¢ 4, tem-se o eauilibrio: Oylr + OQiL =P It Como na regido esférica a tensdo & 74 =P L/2t, tem-se: (PL/2t/r + Og/L +P/t > G2=(PL/H(1-L/2n) Enquanto, ra regido térica, as tenses circunferenciais variam e séio maximas de compressao nos pontos 2 e 4, nestes mesmos pontos, considerando-se a calota esférica, estas tenses s4o iguais as longitudinais, de tracao: O4= 02 =PL/2t, para a calota esférica Figura 3.4 — Tenses nos tampos torisféricos 16 As tensdes de compressao nestes pontos, sofrem a influéncia das tensdes de tracéo. Um trabalho de L-P. Zick, Circunferencial Stresses in Pressure Vessels of Revolution (ASME Paper n° 62-PET-4), determina que a tensao média nos pontos 2 ¢ 4 é: PL/4t)(3-L/n) A aproximacao feita pelo ASME Segao VIll, Divisdo 1 resulta na seguinte formula: S=(PLM/2t)+0,1P, onde M é um fator de forma: M = 0,25[3+(R/L)") A variagao das tensdes, num tampo torisférico, pode ser observada na figura 3.5: | | ; 5 Figura 3.5 — Distribuicao de tensdes em tampos torisféricos (Fonte: AD-Merkblatter) Na regio cilindrica as tens6es séo de membrana e nao variam, sendo a tensdo circunferencial (2) 0 dobro da longitudinal (74). Na calota esférica, regido 2 a 3, as tenses também nao variam e sao de membrana, sendo a longitudinal igual a circunferencial (4 = G2). Na parte térica, regio 1 a 2, as tensdes variam de compresséo a tracéo e vice-versa, sendo diferentes para as paredes interna (i) e externa (e). Os tampos torisféricos, chamados de 2:1, com L = 0,904 D e r= 0,173 D, e consequentemente M = 1,32, tem geometria simiiar a uma semi elipse e so conhecidos como “falsa elipse”, sendo 17 que 0 ASME Seco VIII, Divisao 1 permite que sejam calculados adotando a formula de célculo da elipse, fato que proporciona pequena redugao da espessura requerida Os tampos torisféricos, devidos a sua conformagdo, sofrem reducao por estricgo na espessura da chapa. Esta reducdo ocorre, geralmente, na parte torica ou préximo a ela. Deve-se tomar cuidado na escolha da espessura nominal da chapa pois, apos a conformagao, a espessura minima encontrada deve ser igual ou superior a espessura requerida. 3.5 Semielipticos Os tampos semi elipticos s4o similares aos tampos torisféricos. Devido a dificuldade de fabricagao, que exige ferramenta especial para a estampagem, nao muito comum o seu ‘emprego no Brasil A aproximagéo feita pelo ASME Se¢do VIII, Divisdo 1 resulta na seguinte formula, para a tenséo: S=(PLM/2t)+01P. ‘Onde K 6 um fator de forma que varia em fungéo da relagdo D/ 2h, onde h é o semi eixo menor. © tampo mais comum é 0 chamado 2:1, onde a relagéo D / 2h é 2, com K 3.6 Toricénico © tampo toricénico, a exemplo do torisférico, tem uma regido térica de transigéo, entre a geratriz do cone ¢ o cilindro. So utilizados quando 0 semi angulo de vertice (CX) 6 maior que 30°, que é o limite estabelecido pelo ASME para os tampos simplesmente cénicos Deve ser calculado, de acordo com 0 ASME Secao VIII, Divisao 1, em duas etapas, obtendo-se as seguintes tensdes: ‘como cone, utilizando 0 diametro (D)) da maior seg&o cénica; * como torisiérico, utilizando como raio L o raio tangencial do cone (L = D)/ 2 cos) A tens de referéncia, para determinagao da espessura requerida, devera ser o maior dos valores calculados. Da mesma forma que para os tampos torisféricos, a espessura minima da chapa, apés a perda de espessura na conformagao, deve ser igual ou superior a requerida. 18 Go —Syh Conico Figura 3.6 — Tipos e geometria dos tempos 4 Materiais e Corrosao O otjetivo desta segao é fomacer os requisitos minimos para a escolha mais adequada do material a ser empregado no equipamento. Serao apresentados quais os fatores mais importantes que influenciam nesta escolha, alguns problemas que ocorrem com freqiiéncia e qual a solugéo para contorna-los. Nao serd feita nenhuma descrigao detalhada dos materi de suas propriedades, pois existe literatura especifica sobre 0 assunto. e Os materiais mais usados em projetos de vasos de presso so os ages carbono, agos liga & acos inoxidaveis, abrangendo uma ampla faixa de temperatura entre -250 °C e 1100 °C. A escolha do material basico (aco carbono, ago inoxidavel, ligas de niquel, etc.), em geral, é feita pela engenharia basica, que tem detém a tecnologia do processo a que 0 aquipamento esta submetido e tem conhecimento da natureza e concentragao do fluido, PH, fatores de contaminacéo e taxas anuais de corros4o. Cabe ao projetista mecdnico do equipamento a especificaco final do material, de acordo com 0 cédigo de projeto a ser adotado, considerando a resisténcia mecanica e outros fatores como temperatura e corrosdo sob tensdo, se houver. Pela grande utilizagao dos cédigos ASME, no Brasil, toda as especificagdes de materiais, aqui apresentadas, serdo feitas com base nas especificagdes ASME Section Il, Part A — Materials — Ferrous Materials, ASME Section II, Part B — Materials — Nonferrous Materials e ASME Section Il, Part D — Materials — Properties. Os materiais destas especificagoes sao iguals ou muito simiiares aos materiais ASTM (American Sociaty for Testing and Materials) que podem ser utilizados desde que sejam exatamente iguais aos materiais ASME, ou quando houver alguma diferenga, 0 fabricante requalfica-los conforme as exigéncias do ASME. A tabela 4.1 apresenta uma referéncia para a utilizagao destes materiais, para acos carbono, agos liga e agos inoxidaveis, em fungao da temperatura e do componente do equipamento. Varios outros fatores, frutos da experiéncia e de resultados de testes, também sao relevantes para a selegdo do material e sero vistos a seguir . 4.1. Corrosao por perda de espessura e vida itil Os equipamentos, em geral, so projetados para determinada vida util, dependendo da sua classificaco, que considera 0 custo, tipo de equipamento e sua importancia para a instalagdo em que opera, além da corrosio, devida @ perda de espessura, © quo no projet mecanico 6 compensada com a sobre-espessura para corrosao, Normalmente, a vida util adotada para cada tipo de equipamento 6: * torres de fracionamento, reatores, vasos de alta pressao e trocadores de calor tipo casco e tubos: 20 anos; + vasos de ago carbono: 10 a 15 anos. 20 so | Temperature ; Paratisos 6 sevigo. | rp Chapas Tubes | Forjados | Parafusone | Acaseoros Seis | SRBOTOS | STEPH | SAAS teers | savaeis | axziooo, [anata aout | sarozr ann, | GaooGa | A0a.we 2044 5 Sates? |“Siansaive | “SioHazie' | Sasose | “Stsuazie : sir ir Sem g 538.2 583 ‘SA387 Gr 22 ‘SA-335P 22 SA182-F 22 SAAS3-BS ‘SA234-WP 22 Skies 2 470. 537 ‘SA-387 Gr 11 | SA-335-P 11 @ 12 | SA-182-F 116 12 ‘SA-193-B7 ‘SA-234-WP 112 s ran | satoean 12 s 414 3 469. 'SA-204-Gr Be C SAREP 1 SA182-F 4 Fy | stasis | Mon GrOVe ay ae Shas GC Ria snstscrce | SAB sates | S819387 | saz wes 23 4.4950 *0 a sAsicrone | "0 | a rae See) [SERENE g [zen 0) Shieean i _ sassoura S$ | 45029 | SAcisGraDe | SASIIG6 ‘SA420-WLP 6 aie eo - SAR20L7 ; aE | wea semane | eee | SRO | exasemers s 104-60 | SA-203GrCeE ‘SA-333 Gr 3 insite ‘SA-420-WLP 3 scare | SRE 308 | SARE TRIO | _SATOAFIO. TTP TT, g OH s16e S16 | Soi S100 3104 | 20H, T0031 soa 3166316 3 canoes 2 2530-196 | SA20-204, | SA.312-TPI04, | SA-182-F 304, ‘SA1958 | SA4o3.WP 204, 3 | ee soaLesa7 | 30MLe347 308L © 347 ‘Sale 347 | (1) Material nfo especticado pelo ASME (2) Verificar necessidace de teste de impacto (ver item 4.2.2) (3) Material normalizado (4) Curvas, tés, redugies © caps Tabela 4.1 — Selecdo de Materiais 4.2, Resisténcia para condigées de temperatura A temperatura é um fator extremamente importante na selegéo dos materiais, por apresentarem resisténcia e caracteristicas diferentes para temperaturas distintas. 4.21 Alta temperatura ‘A partir de 350 °C 0s agos carbono entram na faixa de fluéncia do material, porém nao representando grandes problemas até aproximadamente 420 °C, quando a tensao admissivel diminui significativamente com o aumento da temperatura e, devida @ baixa resisténcia, deve- se optar pelos agos liga ou inoxidaveis, conforme mostrado na tabela 4.1. 4.22. Baixa temperatura Em baixas temperaturas os agos carbono apresentam susceptibllidade a fratura fragil (ver seco 15), requerendo teste de impacto e/ou normalizacao. Os codigos de projeto apresentam procedimentos para determinagao da necessidade de teste de impacto, que dependem do tipo e espessura do material, para temperaturas entre -48 °C 21 e 49 °C. Também apresentam critérios para redueao da temperatura que requer o teste de impacto, baseado num critério de *razdo de utilizacao da resisténcia” do material, ou seja a azo entre a espessura requerida corroida de cdlculo e a espessura nominal corroida, adotada para cada componente do equipamento, e que também pode ser entendida como a razdo entre a tensdo atuante e a tensdo admissivel deste componente. ‘A segdo 15 desoreve 0 procedimento adotado pelo ASME Seco VIll, Divisdo 1, para obtencao destas temperaturas. Os agos inoxidéveis austeniticos, por terem temperatura de transigdo (temperatura onde ocorre a fragilizacao do material), em tomo de -250 °C, sao largamente empregados para servigos com baixa temperatura e criogénicos, pois nao requererem teste de impacto. 4.3 Custo © custo € um dos fatores determinantes para a selegao do material, pois na pratica ha varios materiais que podem ser especificados para uma mesma condi¢ao. Dependem também dos procedimentos de cada fabricante e das condigdes de soldabilidade. Como exemplo, pode-se estabelecer, a titulo apenas informativo, o seguinte custo médio, relalivo entre alguns agos carbono e agos liga: SA-285 Gr C: 1,0 SA-515-70: 1,04 SA-516-70: 1,07 SA-204 Gr B: 1,72 SA-387 Gr 12: 2,08 SA-387 Gr 12: 2,20 SA-387 Gr 22: 2,14 Alguns fluidos contidos nos vasos de pressdo, devidos a corrosdo, exigem o emprego de material de maior custo como agos inoxidaveis, ligas de niquel (por exemplo: monel) ¢ algumas ligas especiais como hastelloy, inconnel e titanio. Neste caso, para evitar altos custos, pode-se adotar chapas bimetdlicas (chapas clad), que so chapas com material base (estrutural) em ago carbone e com um revestimento no material desejado. A espessura do revestimento, normalmente entre 1,5 e 3,0 mm, deve ser adequada a taxa de corrosdo. Estas chapas podem ser fabricadas pelos processo de co-laminagao ou de explosgo. O material do revestimento também podera contribuir para a resisténcia da chapa, caso seja conveniente, obtendo-se a tenséo admissivel como a média ponderada das tensdes de cada material em relacao as suas espessuras, ‘Outro aspecto que envolve custo é a necessidade de tratamento térmico de alivio de tensdes que, em alguns casos, pode ser dificil de executar. Este tratamento depende do material, da espessura € de alguns servigos especiais que veremos no item 4..6. Os cédigos normalmente exigem este tratamento para agos carbono com espessuras iguais ou superiores a 38,0 mm. 4.4 Facilidade de fabricagéo Existem alguns fatores que podem dificultar a fabricaco, tais como dificuldade de conformagao e soldabilidade. Na pratica a boa soldabilidade é garantida quando 0 teor de carbono 6, no 22 Apresentacao. A finalidade deste texto é fonecer orientago basica e interpretagao dos topicos que mai causam dividas, além do incluir 0s assuntos quo nao so aprosontados nos principals cédigos de projeto de vasos de pressdo e trocadores de calor casco e tubos, necessérios ao correto dimensionamento mecanico destes equipamentos. A apresentacao esta feita em dezesseis segdes, cada uma tratando de um assunto especifico. Para evitar que se tornasse demasiadamente extenso e repetitive, nao foram incorporados, a no ser quando absolutamente necessdrios 2 compreensao, os graficos, formulas, figuras e tabelas constantes dos cédigos de projeto e de artigos de emprego consagrado e universal, tais como, os critérios de avaliago de tensdes localizadas em bocais, publicados pelo WRC. Boletins 107 e 297 E claro que. devido a dinamica das normas e cédigos de projeto, incorporando periodicamente alteragBes © complementagGes, é necessario consulté-los nas suas tiltimas edicbes Maio de 2002 Texto registrado sob 0 numero 65030 no Escritério de Direitos Autorais do Ministerio da Cultura Sumério Griterios e Codigos de Projeto .... 1.1 ASME Section Vill, Diision 1 Rules for Construction of Pressure Vessols.. 1.2 ASME Section Vill, Division 2 — Rules for Construction of Pressure Vessels — Altemative Rules 1.3 ASME Secton Vill, Division 3 - Rules for Construction of Pressure Vessels — Alternative Rules for High Pressure Vessels... 1.4 Critérios para escolha entre Divisdo 1 ¢ Diviséo 1.5 BS-5500 — British Standard Specifications for Unfred fusion welded pressure vessels. 1.6 AD-MerKblatter ns. nssnnnenesennnr 1.7 Comparagéo de dimensionamento entre ASME Segdo Vil, Divsbes 1 62 BS-5500 @ AD-Merkblatter. = see Categorias, Combinagdo e Limites de Tensdes 2.1 Tensées primérias.(Pm Ps @ PU 2.2 Tensoes secundarias (Q) 2.3 Tensdes de pico (F) ‘ 2.4 Combinagao e limites de intensidade de tonsées . Tensdes em Vasos de Presséo ..... 3.1 Cilindro 3.2 Estera e semiestere 3.3 Cone .. 3.4 Tovistéricos.. 3.5 Semi-elipticos 3.6 Toricénico .. Materiais e Corroséo 4.4 Corso por perda de espessura e vida itil 4.2 Resistencia para condigdes de temperatura 4.3 Custo 4.4 Facilidade de fabricagao ... 4.5 Disponibilidade no mercado 4.6 Servigos especiais e corroséo sob tensdo Vasos Verticais, ee 5.1 Tensées circunferenciais devidas a presséo 5.2 Tens6es longitudinais . 5.3 Deflexao estatica 5.4 Vibragées induzidas pelo vento ‘Vasos Horizontais 6.1 Anélise de tensées .. : 6.2 Notas e consideragées geras.. maximo, 0,26% @ quando o “carbono equivalente” for menor que 0.42%. O carbono equivalente é uma taxa, em fungo do teor de alguns dos elementos da composi¢ao da liga do material definido como: E = C + Mn/6 + (Cr+ Mo+V)/5+(Cu+Ni)/15 4.5 Disponibilidade no mercado Ao se selecionar 0 material deve-se considerar esta disponibifdade, para a espessurae dimensoes requeridas de cada especificagao. Por exemplo, materiais com certficado DIN sao dificeis de se encontrar no Brasil, assim como agos liga e inoxidaveis, além de ligas especiais como monel ¢ hastelloy. Estes materiais, na maioria das vezes, tm de ser importados ou Fequerem quantidade minima de fornecimento, 4.6 — Servicos especiais e corrosao sob tensao Alguns produtos e substancias que operam nos vasos de presso provocam tipos diferentes de corrosao, sendo a mais freqdente a chamada "corrosao sob tensao”. Serao apresentados, a seguir, os servigos com corroséo sob tensao mais comuns que atuam nos equipamentos de proceso. 4.6.1 Servigo com hidrogénio © hidrogénio provoca fissura induzida pelo hidrogénio, nos agos, conhecida como HIC (hydrogen induced cracking). O servigo com hidrogénio & considerado quando a pressao parcial do hidrog€nio é igual ou superior a 0,45 MPa. A norma API-941- “Steels for Hydrogen Sorvice at Elevated Temperatures and Pressures in Petroleum Refineries and Petrochemical Plants", do American Petroleum Institute, estabelece condigdes seguras para utilizago de agos cartono e agos liga com este tipo de servigo. As “curvas de Nelson” apresentadas nesta norma @ reproduzida na figura 4.1, indicam os limites para emprego destes materiais om fungao da temperatura e pressao parcial de hidrogénio. Os agos inoxidaveis austeniticos apresentam boas condigses de utilizagdo, independentemente dos parametros acima. Para os agos carbono, requisitos adicionais sao exigidos, tais como’ + tratamento térmico de alivio de tensdes; * dureza das soldas e das zonas termicamente afetadas (ZTA): maximo 200 Brinell (HB), apés 0 tratamento térmico; + material para chapas totalmente acalmado e normalizado; + radiografia total; ‘+ tubos sem costura para trocadores de calor; * tadas as soldas dos componentes dos equipamentos sujeitos 4 pressdo e em contato com 0 fluido devem ser de penetragao total; * reforcos integrais para bocais: n&o so admitidos reforgos com chapas sobrepostas; + exame de ultra-som, conforme ASTM-A-578, para chapas com espassuras acima de 12,5 mm; * carbono equivalente (ver item 4.4): © SA-515/516-60: CE < 0.41% + SA515/516-70: CE 0.45% © SA-105/SA-106: CE < 0,45% 23 * adicionalmente 4 composic&o quimica das especificagdes, se aplicam as seguintes restrigdes:acicionalmente 4 composi¢ao quimica das especificagdes, se aplicam as seguintes restrigdes: + SA-515/SA-516: S = 0,003% max.; P = 0,020% max.; Al = 0,055% max; + SA-105/SA-106: C = 0,30% max; S = 0,45% max; P = 0,025% max; ‘A dureza das soldas e ZTA’s deve ser medida de acordo com os procedimentos da pratica ‘API RP-942- "Controlling Weld Hardness of Carbon Steel Refinery Equipment to Prevent Environmental Craking' 2 250r— tel Pressoo Parcicl de HZ (MPa) obs Figura 4.1- Limite de ut ‘ago de materiais para servigo com hidrogénio (Fonte: API-941) 4.6.2. Servigo com HS Acido sulfidrico, em presenga de umidade, provoca nos agos carbono corroséio sob tensao por sulfetos, conhecida como SSC (sulfide stress cracking), nas regiées de alta dureza dos equipamentos, normalmente soldas © zonas termicamente afatadas. O enquadramento dos equipamentos neste tipo de servigo pode ser obtido da norma da NACE (National Association ‘of Corrosion Engineers) Standard MR-01-75, “Sulfide Stress Cracking Resistent Metallic Material for Oil Field Equipment”, através de curvas em funcao da pressao parcial e da concentragao (em ppm) de H,S, além da pressdo total do sistema, Esta mesma norma estabelece uma série de requisites para diferentes materiais, de forma a permitir seu uso estas condigdes de servica. Para as acos carbono e acos liga a dureza maxima deve ser de 200 Brinell (HB), apds tratamento térmico, com medigao conforme API-942. Também sao requeridos: tratamento térmico de alivio de tensées; radiogratia total; ‘exame ultra-som nas chapas; materiais com resisténcia inferior a 490 MPa; 24 dureza maxima para parafusos 235 Brinell (HB) para alguns niveis de servico é exigido controle de carbono equivalente e restriges na composig&o quimica: © para chapas’ * S=variando entre 0,008% max a 0,002% max; + P=variando de 0.020% max a 0,010% max; © SA-515/516-60: CE <0,41% © SA-515/516-70: CE <0,45% © para tubos SA-106 e forjados SA-105: © CE<0,45% = C=0,30% max. 4.6.3. Servigo com soda céustica Dependendo da concentracdo e da temperatura de NaOH podera ocorter corrosao sob tensao, conhecida com “fragilizacao cdustica’, que exige tratamento térmico de alivio de tensdes nas soldas e partes conformadas de equipamentos fabricados em ago carbono ou, a utilizacdo de acos inoxidaveis ou ligas de niquel. A figura 4.2, baseada na NACE - Corrosion Data Survey — Metal Section, mostra trés diferentes regides para emprego de materiais: Regio |: permitido 0 emprego de aco carbono, sem tratamento térmico; Regidio II: permitido o emprego de ago carbono, com tratamento térmico; Regido II: ndo permitido emprego de ago carbono: deve-se adotar ago inoxidavel austenitico para temperaturas até 100 °C e ligas de niquel (Monel) para temperaturas até 150 °C. 2 NoOH em p Figura 4.2 Limites de utilizagao de materials para servigo com soda caustica (Fonte: NACE) 25 5 Vasos Verticais Os vasos verticais normalmente so cilindricos e, no caso de haver segdes com diferentes didmetros, utiliza-se transigdes cénicas. As tenses atuam no equipamento em duas ditegSes: circunferencial e longitudinal. Como ja visto na seo 3, para a pressdo interna a tensdo mandatéria é a circunferencial, que @ 0 dobro da longitudinal. No entanto, em vasos com grandes alturas como as torres de fracionamento, as tensdes longitudinais de compressdo, devidas a varios carregamentos como peso proprio do equipamento, peso de plataformas e acessérios, momento devido a vento € tubulagbes e, se for 0 caso, pressdo externa podem ser mandatorias para a espessura requerida. Normaimente o cdlculo de um equipamento deste tipo, tanto para as segées cilindricas como Para as transigoes cdnicas, inicia-se pela espessura requerida para a pressao interna ou externa e, posteriormente, verifica-se as tensdes longitudinais, © vento também pode causer vibragdo, havendo a possibilidade de ocorrer falha por ruptura ou fadiga. As tensdes atuantes sao: 5.1 Tensées circunferenciais devidas a presséo o=PRIt(cilindros); Jo =PR/tcosa (cones) As tenses so positivas (trago) para pressdo interna, e negativas (compressao) para pressé0 externa 5.2 Tens6es longitudinais As tensoes longitudinais se subdividem em: 5.2.1 Devidas a pressao: O.=PR/2t (cllindros); O. =P R/2t cosa (cones) As tensées so positivas (tracdo) para presséo interna, e negativas (compressdo) para presséo externa. 26 5.2.2 Devidas ao vento As forgas de vento, no Brasil, so regidas pela norma da ABNT NBR-6123 — Forgas devidas ao vento em edificagdes. A pressao do vento, na area projetada do vaso vertical, 6, em N/m”: q = 0,613 V*; sendo V = Vo S; Sp Ss onde: Vo é a velocidade basica do vento, para diferentes regi6es do Brasil, em mis, 'S; € um fator topografico Sp é um fator de rugosidade ‘Ss 6 um fator estatistico Todos estes fatores sao obtidos diretamente da norma através de figuras e tabelas. Para efeito de cdlculo, 0 vaso vertical & dividido em varias segdes, em fungdo da presséo do vento, geometria e espessuras, conforme mostrado na figura 5.1. © momento na linha inferior de cada seqao 6: M, == Fa Hs, onde F, é a forga cortante e H, & a distancia desta forga até a sepdo analisada A forga que atua em cada sepdo é: Fn = qh fn Dreq, Onde qn & a pressao de vento, h, é a altura © Dizq 6 0 diémetro equivalente de cada segdio. Dea Do C1 C2 Ca C, - fator de forma (normalmente 0,7 para cilindros e cones); C2-fator de plataformas e esbeltez do vaso, conforme tabela 5.1; C; — fator de isolamento e tubulagdes. Ca=14[(2t+0)/D,] t\— espessura do isolamento; © — diametro da tubulacao de topo: Dp — Diametro externo da sec4o D. (mM) Ce <08 2,00 >08a<1,2 1,80 >1,2a<2,0 1,60 >2,0a<3,0 1,40 | >30a<50 [1.25 >5,0a<80 15 >8,0 1,10 Tabela 5.1 —Fatores Cz 27 Figura 5.1 — Segées de um vaso vertical Nos cascos cilindricos a tens&o longitudinal na linha inferior de cada segdo sera: O=+MIZ Z=(xD?t)/4, sendo Z o modulo resistente a flexdo Desta forma, 0. =+ 4M/(xD*t) De maneira andloga, tem-se para cones: O.=+ 4M/ (x D’tcos a) As tenses so de tracdio no lado do vento e de compressao no lado oposto ao vento. 5.2.3. Devidas aos pesos As tensées devidas aos pesos (proprio, plataformas, acessérios, tubulagées, isolamento, revestimento, etc.) so: OL=WIA, onde W € 0 peso atuante @ A é a drea metalica na se¢ao considerada. Observar que 0 peso atuante numa secao 6 o peso desta secdo mais 0 peso das segdes superiores. 28 Desta forma, tem-se: . =-W/ (nD t), para cilindros; O.=-W 1 (xD t cos a), para cones. As tensdes devidas aos pesos sdo de compressao. 5.2.4 Tensdes combinadas As tens6es combinadas em cada seco sao: Ov=[4PR/2t + 4M/(eD°t)-W/(xDt) J, paracilindros; O.=[4PR/2tcosa + 4M/(xD?tcos a)—W/ (xD tcos a) J, para cones. E importante notar que estas tensdes dependem da situagao e temperatura do vaso (novo ou corroido e quente ou frio), conforme cada condigao de verificacdo: operagao = corroido e quente, com acess6rios; fabricado => novo e frio, sem acessérios; * montado = novo e frio, com acessorios; * teste hidrostatico > novo e frio, sem acessérios ou corroido e quente com acessérios. As tenses atuantes devem ser consideradas para cada condigao, e comparadas com as tensdes adnissiveis: + de tragdo, para equipamentos projetados pelo ASME Secao VIII, Divisdo 1, conforme Segdo Il, tabela 1A; ‘+ de compressao, conforme tensdo admissivel do cédigo (por exemplo: no ASME Segdo Vill, Diviso 1 é o fator B, obtido na Segdo II). 5.3 Deflexao estatica A deflexao estatica, no topo do vaso vertical deve ser inferior a H / 200, onde H é a altura total do equipamento. 5.4 Vibragées induzidas pelo vento O vento induz vibragdes nos vasos horizontais, que ocorrem na diregao do fluxo e com mais intensidade na direcao transversal a este fluxo. Para vasos considerados esbettos, normalmente com relag4o H / D > 15, deve ser feita uma andlise dinamica deste efeito. Um critério para estabelecer a necessidade desta andlise, que ¢ largamente empregado, fol proposto por Zorrila (referéncia 13): se, W/H D* < 20 deve ser feita analise dinamica; se, 20 25 nao 6 necessdria andlise dinar 29 Onde D é 0 didmetro médio da metade superior do vaso, em pés, W 6 0 peso total em libras, incluindo acessérios, isolamento, etc., e H é a altura total em pés. A vibrago ocorre quando ha ressonancia, ou seja, quando houver a possibilidade da velocidade do vento ser igual a velocidade critica (V.,), que é determinada conforme proposto por Von Karman: Ve=D/ ST, UVa =DE/S, T 80 periodo natural de vibracao; { €a freqiiéncia natural de vibragao, em Hz; S £0 nlimero de Strouhal (0,2 para corpos cilindricos); Dé 0 diametro médio da parte superior do vaso, em metros. Entao: Ver= 5 Df, para cilindros. AA frequiéncia natural de vibragao é obtida pela formula de Rayleigh Onde W, 6 0 peso total aplicado no centro de gravidade da segdo ie y;é a deflexéo nesta mesma seco: segte 1 aia - “) Figura 5.2 — Deflexdo de vasos verticais para determinagao da freqiiéncia 5.4.1. Critérios de andlise da velocidade critica Existem varios critérios de avaliacao da velocidade critica, adotados por normas, empresas de engenharia, fabricantes e proprietarios de equipamentos. Dois destes critérios so mostrados a seguir. 30 5.4.2 Critério simpiificado Este critério avalia a velocidade critica e estabelece as condigées de redimensionamento, caso necessério. Quando a relagao H / D > 15 e para uma velocidade de projeto do vento V em mis, deve-se considerar: +O projeto é aceitavel se a velocidade critica Ver > V; * Caso a velocidade critica seja 18 m/s < V. < V, 0 vaso deve ser redimensionado; + Quando a velocidade critica for V.. < 18 m/s, as tensdes dinamicas devem ser verificadas, usando pressdo do vento, em N/m’, q = 9,2 V..7. E necessario redimensionar se estas tensées, combinadas com os outros carregamentos, ultrapassar os valores admissiveis; Quando for necessério redimensionar 0 vaso, adotar uma ou mais das seguintes altemnativas: alterar a geometria; aumentar a espessura das chapas; adotar ou aumentar a espessura do revestimento ou isolamento para aumentar 0 peso; adotar estabilizadores (ver item 5.4.4), 5.4.3. Critério da British Standard ‘A norma inglesa BS-4076 “Specification of Stee! Chimneys” estabelece o seguinte procedimento para andlise da velocidade critica: * Se a velocidade critica (V..) for maior que a velocidade de projeto (Vp), considera-se que nao ha efeito de ressonancia; + Sea velocidade critica (V..) for menor ou igual a velocidade de projeto (Vs), a tendéncia a haver oscilagao pode ser avaliada pela formula: C= 0,6 K [(10 D?/ W) + (1,5.4/ D)], Onde: A éa deflexdo estatica, em metros, para uma carga equivalente e uniformemente disiribuida de 1,0 kN/n, considerando a situagao corroida; K 60 fator de construgdo (3,5 para vasos soldados e 2,5 para vasos flangeados), baseado no decréscimo logaritimico. Se: C< 1,0 nao haverd oscilaga 1,0 < C < 1,3 reprojetar 0 vaso com nova velocidade de projeto V’ = C V. 1.3 6 > 120°; + Largura recomendavel para a sola: b; = ( 6 r)", em mm; ‘+ Largura efetiva do casco, atuante como resisténcia aos esforgos: by = by = 1,56 (r t)' (valor proposto por Zick); ‘+ Enrijecimento do casco (mantendo a circularidade) pelo efeito dos tampos, quando A = #/2; Havendo chapa de contato da sela (flange de topo), conforme figura 6.4, para que seja considerada como reforgo extendido deve ter largura e Angulo suficientes para contribuir na resistencia aos esforgos: respectivamente: be > b; + 10 te 9 + 12° (minimo). O material da chapa devera ter a mesma resisténcia do costado. A sela deve ter nervuras verticais com largura by As selas devem ser posicionadas com distancia A até a linha de tangéncia dos tampos, em fungéo do diametro, do comprimento cilindrico e da espessura do casco, de forma a minimizar as lenses e evitar que sejam requeridos reforgos ou anéis enrijecedores. A maioria das ‘empresas de projeto, fabricantes e proprietarios de equipamentos possuem padrées com indicagao desta locacao, bem como das dimensdes e espessuras dos elementos das selas. ~ ue a ] — — - 2 era |, ou | 3g +, [estes zur ORCA winRocTArroa was exrneMtoncEs =r pa Ee jura 6.2 — Momentos fletores longitudinais e forcas cortantes 6.1 Anélise de tensdes Como a espessura da parede do casco, devida a presséo, é determinada pela tensao circunferencial 7¢=Pr/ t e como esta tensdo € 0 dobro da longitudinal 0. = P r/2t, assume-se que metade da espessura do vaso € disponivel para suportar as tensdes 35 longitudinais causadas pelo momento no meio do vao € no plano das selas, devida ao peso do equipamento e do seu conteido. A figura 6.2 mostra as cargas, reagdes e diagramas de momento fletor longitudinal e forca cortante em um vaso cilindrico, apoiado em duas selas dispostas simetricamente, considerando que 0 comprimento efetivo do casco é L + 4 b/3 € a reagdo em cada sela 6 W,. O raio considerado, r, & 0 raio médio do casco, 6.1.1 Tensées longitudinais no meio do véo Da figura 6.2 tem-se que 0 momento fletor no meio do vao é: Ms =0,25 (WL) (4+ 2(?-b?y/2)/ (1+ (4b/3L))- 4a/L] A tensdo longitudinal &: S.=M,/ 71 t, de compressao na parte superior e tragdo na parte inferior do casco. 17 16 0 médulo resistente a flexao. ‘A combinagao com a tenso devida 4 pressao interna ou externa &° S,=+Pr/2t -Ma/7 Pt, na parte superior; S.=+Pr/2t +My/77 tna parte inferior. Estas tenses ndo devem ultrapassar os valores admissiveis de tragao ¢ compressao dos codigos de projeto. 6.1.2. Tenses longitudinais no plano das selas O casco, na segao superior do plano das seles, sofre ovalizagao caso nao seja devidamente enrjecido. A segao superior do casco tem numa drea considerada inefetiva contra o momento longitudinal, mostrada na figura 6.3. A regiao enrijecida pela sela, compreendida num arco efetivo 2 A, nao sofre ovalizagao. 2.A= [1 /180° (6 2+ 8 /6)], em radianos e B = 80° -0/2 Caso 0 casco seja enrijecide por antis ou sofra agao de enrijecimento pelo tampo (se a sela é préxima ao tampo, isto 6, quando A S,=-(W,/4tbe)—(12KeWir/Lt) Onde a largura atuante do casco é be = b; + 10, conforme BS-5500. Um valor menos conservativo para a largura efetiva do ‘casco bz = b; + 1,56 (r t)'”, pode ser usado de acordo com o artigo de Zick. O fator Ke 6 obtido da figura 6.7. 0 valor de Ks para selas soldadas é 10% do valor apresentado na figura 6.7 (BS-5500), j4 considerado na expresso de Ss, com o valor 0,1Ks. Se a chapa for extendida (ver figura 6.4), com bz > b; + 10 t, com espessura minima (ts) igual 4 do casco e tendo um Angulo minimo de contato com o casco 8 + 12°, as tensées podem ser reduzidas, com a contribuigao da espessura (t,), adotando-se t, = t; + t no lugar de t nas exoressdes das tensdes Ss € Sz. Neste caso, as tensdes também devem ser verificadas na exiremidade da chapa, considerando-se apenas a espessura do asco (t) e com fator Ke obtido: com um Angulo de 0 + 12° As tensdes admissiveis so: Ss < S; Sg < 1,25 S, onde S é a tensdo admissivel dos cédigos. Caso as tensées ultrapassem estes valores ha a necessidade de se instalar anéis, enrijecedores ou aumentar 0 Angulo da sela ou ainda aproximar a sela do tampo para haver enrijecimento. 61.3.2 Casco enrijecido por anéis casco pode ser enrijecido, se as condigSes de tensdes do item anterior nao forem atendidas, por anéis, no plano das selas ou adjacenies as selas, conforme mostrado na figura 6.6. A area resistente, da seco transversal do anel e da parte do casco considerada como solidaria ao anel, também podem ser observadas na mesma figura. Outras configuragdes de anéis, como erfis laminados, também podem ser usadas. O momento de inércia do anel (I) deve ser considerado no eixo paralelo ao casco e a rea resistente é “a”. 38 Caso a chapa seja extendida, pode-se adotar a espessura combinada com 0 casco tp=t, + teo Angulo 6 + 12° para obtencdo dos fatores Kr @ Ks no célculo das tensdes. Os valores de Ks, Kr, @ Ks S80 obtidos da figura 6.7 e de C © Cs da tabela 6. 6.1.3.2.1 Comumaneino plano das selas © momento maximo € no topo da sela. As tensdes sao! Sr Ca Kr Wr c/ bo)—Ke Ws /'a (no topo da sela, tensées no casco); Se= (C5 Kr Ws rd / lax) —KeW; /a (no topo da sela, tensdes na extremidade do anel). As tensdes admissiveis sdo: S; < 1,25 S e Sp < 1,25 S, onde S 6 a tensdo admissivel dos cédigos. 6.1.3.2.2 Comdois anéis adjacentes as selas O momento maximo @ préximo a linha do equador. As tensdes so: ‘Ss =~ Ks W;/ tbs (no ponto inferior do casco); S7= (Cy Ky Wir e/ Ix )— Ke Ws /.a (tensdes no casco, proximo a linha do equador); Se = (Cs Kr Wi Fd / Ixx ) — Ke Ws / a (tensdes na extremidade do anel, proximo a linha do equador). As tensdes admissiveis sao: Ss < S; S; < 1,25 S e Ss < 1,25 S, onde S é a tensao admissivel dos cédigos. yp 7 Moment a Mawime 6 Figura 6.5 — Diagrama dos momentos fletores circunferenciais (Fonte: BS-5500) 39 “aloes [__ARBIS no plano das selas ‘Andis proximos 8s Solas io intemos interes ‘exteros @ 5 Ca A A 4 + + + 4 =a [+t Cs + #1 Hi i 4 a 4 + Tabela 6.1 — Fatores G, @ G, (Fonte: BS-5500) ihe qpe eye - ¢ & : t s : oa weblbanas ess | Figura 6.6 — Anéis enrijecedores 40 ph 08 (sno.6) YIdL thc SE Figura 6.7 - Fatores K (Fonte: BS-5500) a1 (87038) yah Cet 08k MEL OF oe ore wero aan er0-0 Ny en oro ‘ NQ 9500 —Fatores K (Fonte: BS-5500) Figura 6.7 (continuagao) 42 6.1.4 Tensées tangenciais de cisalhamento As forgas cortantes que atuam no casco estéo mostradas na figura 6.2, com distribuig&o distinta de tensdes, dependendo do tipo de enrijecimento. Num ponto remoto das selas as tenses, devidas a no haver ovalizacio do costado, so distribuidas de forma senoi¢al, sendo nulas no ponto superior e no ponto inferior do costado e maxima no equador. Estas tenses nao so consideradas nos cAlculos por terem momentos cortantes menores e distribuigo mais favordvel do que na regido das selas As tensdes determinantes para o dimensionamento esto nas vizinhangas do plano das selas deverdo ser inferiores a 0,8 S (no casco, nos anéis e nos tampos), onde S é a tensdo admissivel dos cédigos. 6141 Cascos néo enrijecidos pelos tampos (A > 1/2) Para os cascos com anel no plano das selas as tensoes também tém distribuigao senoidal, sendo nula nos pontos superior e inferior do costado @ maxima no equador. Quando nao ha anéis ou quando ha dois anéis adjacentes as selas, as tenses ocorrem apenas no setor inferior do casco, sendo nula no ponto inferior, e maxima num ponto ligeiramente acima do topo da sela. As tensées sao: q=(keWy/rt) [(L-2a)/ (0 +4b/3)] Os valores de Ks so obtidos da figura 6.7 e sao diferentes para cada uma das dist tenso. Esta expresso s6 ¢ valida quando A < L/4. No entanto, esta proporgao dificilmente nao & respeitada. 6.1.4.2 Cascos enrijecidos pelos tampos (A < 1/2) Neste caso, como 0 tampo sofre influéncia do carregamento, as tensées so atuantes no setor inferior do casco, onde esté a sela, ¢ transferidas para o tampo, onde atuam no setor acima da sela. A distribuicdo de tensdes depende da largura da sela (bi): * Se A>; as tensdes no casco s4o nulas no ponto inferior e maximas num ponto ligeiramente acima do topo das sela. Neste ponto, sdo transferidas para o tampo. com valor maximo menor que o valor maximo do casco e diminuindo até zero no ponto superior do tampo; * Seb; 2 A> 0,5b; as tensdes no casco so nulas no ponto inferior e maximas num ponto ligeiramente acima do topo das sela. Neste ponto so transferidas para o tampo, com valor igual ao do casco e diminuindo até zero no ponto superior do tampo. As tens6es sao: * no casco: a= Ks Wi/rt 43 = no tampo: q Ka Wy I trans Estas tensdes ndo devem ser adicionadas a tensao circunferencial devida a pressao. Se a chapa da sela for extendida, a mesma néo contribui para a resisténcia ao cisalhamento sua espessura nao pode ser considerada no calculo destas tensdes. Os fatores Kz e Ky Sao obtidos da figura 6.7. 6.2 Notas e consideragées gerais 1 —Devida a concentragao de tens6es no plano das selas deve-se evitar soldas circunferenciais no casco, nesta regiao. 2-0 c6digo BS-5500 apresenta procedimentos altemativos para vasos com selas ndo soldadas ao casco e para vasos apoiados em dois pares de pernas com anéis enrijecedores. 3 -Os valores de Ks indicados na figura 6.7, séo para selas nao soldadas ao casco. Para selas soldadas ao casco adotar 10% do valor de Ks obtido da figura 4—Nas tensdes admissiveis a tragdo adotar a eficiéncia para as soldas categorias A e B (ver segdo 16) 5 Para dimensionamento das selas ver sego 7. 6 - Com relagao ao fator Ka, obsorvar as seguintes consideragbes da figura 6.7: a) para cascos sem anel no plano das selas ou enrijecidos por anéis adjacentes as selas no enrijecidos pelos tampos (A> r/ 2). b) para cascos enriecidos pelos tampos (A r/2). 7 -Para diagramas de distribuigdo das tensées de cisalhamento consultar 0 artigo de Zick 8 - Os valores dos coeficientes K,, indicados na figura 6.7, s4o orientativos. Valores precisos podem ser obtidos das expressdes do Apéndice do artigo de Zick, respeitando-se a convengao adotada. 7 Suportes de Vasos de Pressao Os vasos tém dispositivos de suportagdo, para apoio ou fixagdo, que produzem tensdes adicionais no seu casco. Os procedimentos de avaliagdo desias tensdes, bem como 0 dimensionamento dos suportes propriamente ditos, nao fazem parte do escopo dos principais cédigos de projeto. Os suportes devem ser projetados para absorverem os carregamentos de peso proprio do equipamento e de acessorios, cargas externas como esforgos de tubulagao nos bocais, além dos momentos devidos a forga de vento. Normalmente, as empresas projetistas, fabricantes e proprietérios de equipamentos tém padronizagées para os suportes, com um pré-dimensionamento que apenas necesita de verificagao, Nesta segao este assunto € explorado, para vasos verticais e horizontais, 7.1 Suportes de vasos verticais Os vasos verticais so apoiados de varias maneiras diferentes, dependendo nao sé do carater estrutural, como também das condigSes e necessidades de espago e do lay-out da instalagao do equipamento. Normalmente estes apoios sao: + Para vasos médios e pequenos: sapatas ou anéis soldados diretamente no costado ou colunas (pernas) de sustentacao; + Para vasos grandes e pesados, como torres de fracionamento € reatores: saias cilindricas. 7.1.1 Sapatas de apoio e anéis enrijecedores 7444 Sapatas ‘As sapatas de apoio podem ser conforme figura 7.1, com nervura simples ou dupla, podendo ainda ter uma chapa de reforgo entre a sapata e 0 casco, para redugdo das tensdes. Em gera, so utilizadas para vasos pequenos, com diémetros 300 mm < D < 3000 mm e relagao altura/diametro 2 = H/D=5. Figura 7.1 — Sapatas 45 As sapatas transferem o carregamento para o costado, que trabalha como um anel de altura b=h+2g, com cargas radiais (f,) iguais e eqiiidistantes em relagdo ao perimetro do casco. A distribuigdo das forgas radiais no casco pode ser observada na figura 7.2 Figura 7.2 — Sapatas — distribuic¢ao de forgas radiais, As tenses que ocorrem no casco, causadas pelo carregamento na sapata, esto mostradas na figura 7.3 e so, conforme procedimento estabelecido por Blodgett [referéncia 41} + Tensdes circunterenciais de tragao (61) devidas a forga tangencial de traao e tenses circunferenciais de flexao (62) causadas pelo momento fletor devido as forgas radiais; * Tensées de cisalhamento causadas pelas foreas radiais e longitudinais, que sao consideradas despreziveis; As tonsdes devidas presséo, para 0 casco cilindrico, s40: Gs, circunforoncial 0 6, longitudinal. 63=PR/t, Gg=PR/2t; Figura 7.3 - Tensdes no casco 46 Sendo F a fora que atua na nervura, na mais critica das condigdes de projeto (montado, operacdo ou teste), tem-se que o momento é: M=FL=fh A altura efetiva de atuagao do casco, para distribuigdo das forgas é b=h+2g,sendo g = 0,78(Rt.)"*, e t, aespessura corroida do casco. As forcas radiais f; so cargas unitarias, igualmente espagadas com angulo 0 = 360°/n, num anel de altura b, sendo no ntimero de sapatas. A forga maxima em cada sapata &: f Mi((h+a)+(+29)) A forga de tragao (T) 0 momento fletor (M), na posi¢do das sapatas, sdo obtidos das soguintes expressées: T=K:f; @ M:=Kef; R, onde os fatores K; e Kz sdo conforme tabela 7.1 Numero de | Nas sapatas Enire sapatas sapatas_ | K, ‘K, 2 0,000 | 0,318 [3 0,289 | 0,188 4 0,500 | 0,136 6 0,866 0,089 1,000 | - 0,046 8 1,207, 0,065, 1,306_| - 0,033 Tabela 7.1 — Fatores K, e Kz As tensdes de flexao so de tragéio nos pontos de aplicagéo das cargas (posigéo das sapatas) e de compressdo entre as sapatas. Com rolagéo ao anel tom- Oy 2S 'S 6a tensdo admissivel do cddigo. Para vasos de grande didmetro, podera ser necessaria a utilizagdo de nervures intermediérias, entre os apoios, para evitar a flambagem lateral dos anéis, adotando-se 0 procedimento do comprimento maximo nao suportado, previsto pelo AISC [referéncia 20] 741.3 Nervuras Normaimente as sapatas tém uma ou duas nervuras, conforme figura 7.1, @ os anéis tem duas nervuras no apoio, que devem ter estabilidade estrutural para resistir a0 esforgo atuante. A geometria das nervuras € mostrada na figura 7.6. Figura 7.6 — Nervuras Li=asena; e=(L~-0,5a)sena; A forga que atua em cada nervura 6 F / N, onde N é a quantidade de nervuras por apcio. 50 ‘Sendo R a reagdo de compressao na nervura, do equilibrio de momentos tem-se: (FIN)L=RLsena = R=F/N sena ‘A maxima tens&o de compressdo atuante em cada nervura 6 R/(Litg)]+[6Re/(L?G)] = fe F(6L—2a)/(Ntga?sen’a ) A tensao admissivel 4 compressao, conforme AISC (referéncia 20) é: F, = 124,1/[ 1 + (A?/ 18000) } , para 2< 120, em MPa Onde a esbeltez da nervura é: 2=H/ (0,289 ty sena: ) fas Fa TAA Chapa base e barra superior carregamento na chapa base é uma carga uniformemente distribuida (q) na area da sapata Para sapata com duas nervuras: q = 0,5 F/ (0,5 (ab)=> q=F/(ab); Para sapata com uma nervura q = F/ (ab ). A chapa base é considerada uma placa retangular engastada em dois lados e livre nos outros dois, no caso de uma nervura, ou simplesmente apoiada em trés lados ¢ livre no outro, no caso de duas nervuras. A maxima tensdo de flexdo na chapa é O=Bqbste A tensao admissivel é 151,5 MPa, conforme AISC pera ASTM-A-36 Os fatores i so obiidos da tabela 7.4 Caso seja adotada uma barra superior, conforme mostrado na figura 7.6., a maxima tensao na chapa 6, considerando a barra como uma viga de comprimento b, simplesmente apoiada com carga uniformemente distribuida q e aplicada na face externa A forga que atua na barra devida ao bindiio é: F,=FL/h; q=F)/D=>q=FL/nb Onde b 6 a distancia entre nervuras. O momento maximo na barra 6: M= qb’/8>M=FLDb/6h 51 A tensdo na barra é: 6M/t,c* S=M/w; w=h07/6 > S=(6FLb/8h)/ (tc) A espessura requerida da barra 6 : \75(FLb)/(Se?h) t= S 6a tensdo admissivel, 151,5 MPa conforme AISC para ASTM-A-36 Gatat Gass OSI URE GRIER 62) afb | 050 os7 10 1s 20 a | 038 oa? 07 ato 97s 050.075 19 0.35) 063 L246 1.709 5 - seportedo a tiie Tabela 7.4 — Fatores para placas submetidas a flexao (Fonte: Roark — referéncia 21) 741.5 Chumbadores Normalmente, devidos ao seu tamanho, os vasos apoiados em sapatas ou anéis nao tém forca de tragao nos chumbadores, pois as forgas de vento sao despreziveis. Neste caso € comum adotar chumbadores de 3/4” ou 1” como diémetro minimo. Caso haja forga de tragao nas sapatas, devida a momentos, deve-se dimensionar os chumbadores: A reagéo em cada chumbadbs é: Fo=F/n, Onde F é a forca que atua em cada apoio en é a quantidade de chumbadores por apoio. A area de raiz do chumbador é determinada por: Ac=Fb/ Se, onde Sc 6 a tenséo admissivel no chumbador (137,9 MPa para ASTM-A- 307) 52 7.1.2. Apoio em colunas Vasos verticais, em fungdo do tamanho, peso e local de instalacao, podem ser apoiados em pemas de sustentacao. As pernas s4o colunas, normalmente feitas de perfis , como cantoneiras e perfis ‘I’, ou ainda em colunas tubulares. Dependendo da altura, diametro e peso, é preferivel o apoio em colunas tubulares que, por ter rea transversal totalmente simétrica, nao tem a chamada diregao “fraca” dos perfis laminados, correspondente ao eixo de menor momento de inércia. Este ¢ 0 caso especifico das esferas de armazenamento de GLP que, devidas ao seu porte, além das colunas serem tubulares necessitam de contraventamento As colunas transferem para o casco as seguintes cargas, conforme figura 7.7: © Forga vertical: V =P; = Pz; * Momento longitudinal: M.=[(Ry)+(FL/4)] Onde y é a distancia do chumbador até 0 costado: y=0,5(D-D») Estas cargas produzem tensdes localizadas que devem ser avaliadas por um dos procedimentos deseritos na segao 11. As colunas so dimensionadas como estruturas submetidas a esforgos de compressao momentos fletores, devidos ao peso do equipamento e de seus acessorios e momentos, ¢ forgas cortante, por exemplo devidas ao vento. O procedimento usualmente adotado estabelecido pelo AISC [referéncia 20] Os esforgos ¢ os carregamentos a que esto submetidos 0 vaso e as colunas bem como os parametros necessarios para o dimensionamento, mostrados na figura 7.7, s&o: F -forga cortante, no caso de vento calculada conforme segao 5; W peso do equipamento ¢ acessorios, nas condigbes montado, em operagao e em teste: ~ excentticidade do centro de gravidade da coluna; D, — didmetro do circulo de chumbadores; N- quantidade de colunas. Os momentos atuantes sao: + na base da coluna: M, = F (H +L) + na linha de tangéncia do costado: Ma = FH 53 jura 7.7 - Vaso apoiado em colunas As reagdes, entao sao: R W/N +(4M)/N Dp ), na base da coluna P,=-W/N -(4M,/ND), na extremidade da coluna, lado oposto ao momento P,=-W/N +(4M,/ ND ), naextremidade da coluna, lado do momento Na condigao de teste nao é necessario considerar momento de vento. A forga lateral atua na coluna, a uma altura correspondente a 0,75 L: F IN As tens6es na coluna sao: + compressao: f,= R/ A, sendo a rea da secdo transversal de cada coluna; * flex4o: f, = P; e / w + F’ (0,75 L)/ w, sendo w o médulo resistente a flexdo da coluna, correspondent ao menor momento de inércia da secdo. A tensao total entao 6: f= fat he De acordo com os critérios do AISC, para colunas submetidas @ compressao e flexdo, tem-se; fal Fa + fo / Fy <1,0, para f,/ Fy <0,15 ou, fal Fa *[(Cmfo)/[(1-fal F'e) Fill <1,0 , para fy/ Fy > 0,15 Onde: Cy 6 um fator de eplicago de momentos. Para 0 caso destas colunas Cn, = 1,0; F’, 6a tensdio de Euler definida como: F',= 12.1 E / 23.2? E @ 0 médulo de elasticidade e 2. € a elbeltez da coluna : k= KL /r. K & 0 fator efetivo de comprimento da coluna conforme tabela 7.5; JA 1 €0 raio minimo de giragao da coluna r As tensdes admissiveis sao: = a flexdo: F, = 137,3 MPa, para agos estruturais; ‘+ A compressdio, conforme AISC: Fa = 124,1/[ 1 + (A?/18000)] , para A < 120, em MPa tt rasan \ i t cin wakes -[ a5] OF pera condigees oes | om} 22 | 10 | 210) 20 commieke: a “Das Ld ? Tabela 7.5 - Fator K (Fonte: AISC) 55 74.24 Dimensionamento da solda com 0 casco As tens6es que atuam em cada cordao de solda com comprimento L; so: f.=P;/2 L,, cisalhamento; f=[(Ry/w)+(FL/4w)]. flexdo Onde w 6 o médulo linear resistente a flexéio do cordao de solda e y é a distancia do chumbador até o costado. y=0,5(D-Dp) w=(L;)*/3, para duas soldas paralelas com comprimento L; A tensio total na solda é: f= (42442) ‘A dimenso da pena do cordao da solda de filete é determinada por: (, =1/0.6 ES. onde S é a tensdo admissivel do metal base e E é a eficiéncia da solda de filete, normalmente 0,55. 74.2.2 Chapa base ‘As chapas base de colunas devem ser conforme figura 7.6. Para colunas tubulares a chapa base deve ser circular e, normalmente com nervuras soldadas na chapa e na coluna nervura Figura 7.8 — Chapa base 56 A carga uniformemente distribuida na chapa, devida a carga R é: + Chapas retangulares: a=R/BL ‘A espessura da chapa retangular é: te=(3qx/S)'? Onde x € a menor dimensao entre ye z da figura 7.6. + Para chapas circulares: q=4Rind® A espessura das nervuras t, e da chapa circular t, devem ser calculadas com 0 mesmo procedimento dos itens 7.1.1.3 e 7.1.1.4, Para o calculo da espessura t, , considerar placa com dimensées ‘a’ e “b", simplesmente apoiada em trés lados e livre em um dos lados. S éa tensdo admissivel da chapa (considerar 137,9 MPa para acos estruturais ASTM-A-36) 7.1.2.3 Chumbadores (Os chumbadores séo dimensionados para suportar a maxima reagdo de tragao R, que ocorre quando 0 equipamento tem 0 menor peso (na condigao vazio e sem acessories). A carga de cisalhamento, normalmente, ndo é 2 condigao mais desfavoravel no chumbador. Desta forma, a érea requerida no chumbador 6: A.=R/S,, onde S, é a tensao admi sel no chumbador (137,9 MPa para ASTM-A- 307) 7.13 Saias E froquente a suportacdo de vasos verticais, principalmente os que so muito pesados ou altos, em saias. As saias s0 os suportes mais resistentes ao peso e momentos, permitem boa distribuigdo de chumbadores e minimizam os efeitos da carga no casco do equipamento. Em geral as saias so cilindricas, com 0 mesmo diémetro médio do casco. No entanto, caso seja preciso aumentar 0 didmetro do circulo de chumbadores ou melhorar as condigées de estabilidade estrutural, para vibrago devida ao vento, podem ser cénicas. Normalmente a saia é fixada ao costado com uma solda conforme figura 7.9. Para o dimensionamento da espessura da saias, do anel base, do anel de compressao e dos. chumbadores so consideradas as seguintes cargas, cujos procedimentos de cdlculo jé foram apresentados na segdo 5. * W-peso do equipamento e acessérios; + M-momento; ST Figura 7.9 - Si indrica A saia deve ser dimensionada para a mais critica das seguintes condig6es: + montada (vazia, sem acessérios); + operagao (com liquido de operagao e acessérios); + teste hidrostatico, sem incluir o peso de acessérios, porém incluindo o peso de dgua, e sem carga de vento. As maximas tens6es longitudinais que atuam séo: + (4M/ 1D,’ t.} ~(Wrontada / ™ Ds ts )] < Se, na condigdo montada; oL= [+ (4M/x D2 t,) -( Wopragao/ Dy t, )] 2100 95 Tabela 7.6 - Espessuras minimas de saias 59 09 sbjes wo esnjeredwie} ep ogSinquisia — OFZ eunBi4 RRe sae = altura do nivel considerade Cm - temperatura no nivel 0 °C) - temperatura no nivel 4 ¢°C = espessura da sala Cm = 1 para sais com (solamente 74.7 para saia com protege Sentra fege 2.7 para sala sem isolamento & [s,- 20) oe 1.2 1.0 0.2 10 15 Kh co tt 71.34 Ane! base (ane! de ancoragem) A ancoragem da saia é feita através de um anel continuo, apoiado diretamente sobre base de conereto. Este anel pode ser simples, com apenas duas nervuras na cadeira dos chumbadores, conforme figura 7.11 a, ou além das nervuras ter uma barra superior, conforme figura 7.11 b. A a-simples UL b-com barra superior Figura 7.11 — Anéis base para saias Assumindo-se que a carga (p), devida 4 compressao no anel, é uniformemente distribuida numa largura a, devida ao momento e 20 peso (na condigdo mais critica: operagao ou teste), tem-se P=[(4M/D,)+Woperacao ]/(% Ds a), ou Wreste/ (Dea ) Sendo D. 0 diémetro externo do anel, tem-se a largura externa do anel: L = 0.5 (Do ~ Ds). Entdo a maxima tensao de flexao no anel é: Op = (pl?/2) (6/ Te?) < Sp To=(3pL?/ Sy)? ‘Onde T, é a espessura do anele S, 6 2 tensao admi A-36). vel do material (137.9 MPa para ASTM- 61 Observar que a carga distribuida “p" deve ser menor que a tenséo admissivel de esmagamento do concreto, para ndo danificar a fundagdo. Caso contrario é necessario aumentar a largura 2 71.3.2 Chumbadores Os chumbadores so dimensionados para a condigdo de maior forca de tragao, correspondente a condigao critica de equipamento montado. E recomendavel que a quantidade de chumbadores seja miiltiplo de “4”, observando-se as seguintes condigdes N= D,/ 100, onde N é a quantidade de chumbadores; d,> 3/4”, onde d,€ 0 diametro nominal do chumbador. Atensdo atuante em cada chumbador &: S=[(4M/De)~Wrentae ]/ (NAc) SS: Onde D, é 0 diametro do circulo de locagao dos chumbadores , A, 6 a area da raiz de cada chumbador e S. é a tens4o admissivel (137,9 MPa para ASTM-A-307), 71.3.3 Nervuras e barra superior Deverdo ser dimensionados pelos procedimentos dos itens 7.1.1.3 e 7.1.1.4 respectivamente. 7.2 Suportes de vasos horizontais ‘Como ja visto na segao 6, os vasos horizontais normalmente s4o apoiados em duas selas. Os oritérios de locagao, dimensées principais e avaliagao das tensdes no casco também jé foram amplamente discutidos nesta segao. Sera apresentado apenas 0 dimensionamento estrutural da sela propriamente dita, com um procedimento simplificado. Assumindo que a chapa da sela 6 extendida e utilizada para reduzir as tensdes no casco, considera-se que 6 parte integrante do vaso € nao deve ser cimensionada como elemento da sela. Um procedimento mais detalhado é adotado na referéncia 6. A forga horizontal (H) que atua na sela é fung&o da carga Wy, que é a reagdo em cada sela devida ao carregamento do equipamento. Esta forca atua no centro da area efetva de resisténcia da sela, correspondente a uma distancia de r/ 3 (ver figura 7.12) a partir do casco, sendo ro raio do equipamento. H= Kg W;, onde Kg é um fator obtido da figura 7.13 A seodo transversal, efetiva da sela deverd resistir a forga H. Desta forma a espessura da alma da sela 6: 3HITS, Onde S, 6 a tensdo admissivel da sola: S, 0,66 S, sondo S 6 a tensao admissivel do cédigo. 62 Figura 7.12 — Carga atuante na sela Acchapa base da sela dave ser dimensionada para nia provocar o esmagamento da hase de concreto, Sendo a 4rea da chapa A = b, L, onde L 6 o comprimento compreendido no angulo 28, tem-so a pressao no concreto: f=W, b; L < fc, onde f, 6 a tenso admissivel de esmagamento do concreto. Uma das selas devera ter os furos para passagem dos chumbadores com forma oblonga, tendo um comprimento minimo que permita a dilatacdo horizontal do equipamento, evitando esforgos excessivos no casco e na sela, bem como na base de concreto. wl ozs wee TETA (graus) Figura 7.13 — Fator Ko 63 Asela deve ter nervuras verticais para impedir a flambagem da alma. Na pratica recomenda-se que a quentidade de nervuras seja de tal forma que a distancia maxima entre nervuras seja de 600 mm, com as seguintes espessuras minimas: * 9,5 mm para diametro do vaso menor que 1100 mm; + 12,5 mm para didmetro do vaso de 1100 mm até 2000 mm; * 16,0 mm para diémetro do vaso superior a 2000 mm. Como a carga de vento é desprezivel para um vaso horizontal e ndo é considerada no célculo, 0s chumbadores no tem carga de tracao e nem de cisalhamento, ja que uma das selas possui furos oblongos para evitar 0 carregamento horizontal. Na pratica recomenda-se os seguintes diametros minimos, para os chumbadores: + 3/4" para diametro do vaso menor que 1100 mm; + 7/8" para didmetro do vaso de 1100 mm até 2000 mm; ‘+ 1" para diémetro do vaso superior a 2000 mm. 64 8 Bocais e Reforcos A retirada de uma ego parcial da parede de um casco submetido a pressao interna, para a instalagao de um bocal, gera uma concentragao de forgas na vizinhanga da abertura. Tomando como exemplo um casco cilindrico, conforme figura 8.1, a forca total, devida a pressao, é uniformemente distribuida na parede com comprimento total L =PA, ondeA é a rea total da parede: A= tL Com a retirada de uma area (dt) para a abertura, a parcela de forca correspondente a esta area é AT=Pdt Esta parcela de forga 6 transferida para uma regio proxima da abertura, conforme mostrado na figura 8.1, gerando uma concentragao de forgas neste local: Fett af Para que a forga se mantenha no nivel original, é necessario que a parcela adicional de forca seja anulada, através da introduco de um elemento que reforce esta regido. A area de reforco, para atender a redugdo de forcas é Ag= AIP > Ag=dt De forma simplificada, conclui-se que a introdugao de uma drea, exatamente igual a area retirada, é suficiente para manter 0 nivel de tenses uniforme em toda a extensao da parede do casco. Na pratica pode-se considerar esta area um pouco menor, j4 que parte do bocal também contribui para o reforgo. Figura 8.1 - Concentragao de forgas em abertura 65 8.1 — Teoria das Aberturas Reforcadas Como ja visto, as aberturas para bocais em vasos de pressdo so reforgadas para compensar a retirada do material do casco. O reforco deve ser integral com 0 casco e com o proprio bocal, obtido através da soldagem de chapas sobrepostas, ou de chapas inseridas no casco, ou ainda com elementos forjados integrados ao bocal s requisitos basicos para reforgo sao: * material suficiente deve ser adicionado ao casco, para compensar o efeito da fragilidade causada pela abertura; + omaterial de reforgo deve ser colocado adjacente a abertura. Se a area transversal da abertura no casco é A; = 2 rt, devida a retirade do material, e a Area de reforgo é Ay, para uma razdo A,/ A; entre 65% e 115%, andlises fotoelasticas em bocais de cascos cilindricos e esféricos mostraram n&o haver aumento significativo nas tensdes atuantes: nas paredes do equipamento, devidas a pressdo interna, Os limites efetivos para reforgos podem ser obtidos pela analise do gradiente de tensdes na segdo transversal da abertura, onde as tensées decrescem significativamente com 0 afastamento da extremidade do furo, conforme é visto na figura 8.2. tttattre” Peete a” Eixo Longitudinal T “bebe bebe bed Heedbd, cilindro esfera Figura 8.2 — Niveis de tensées em aberturas 66 As tensdes so: Cascos cilindricos: 6; = 0,256 [4+3(a/r)?+3(a/r)*] Cascos estéricos: 6; = [1+(a/r)?] Onde o éa tenséo circunterencial devida a pressao. Observando-se a figura 82, a uma distancia r = 2 a do centro do furo, 0 efeito da abertura pode ser desprezado (6; = 1.23 0 para cilindros e G; = 1.25 6 para esferas). Desta maneira, pode- se admitir como aceitavel o limite de reforgo efetivo como “2a” a partir do centro da abertura, no sentido transversal do casco. O limite no sentido longitudinal do casco (L) pode ser determinado em funcéo da espessura e do diametro do bocal. Para bocais cilindricos: L=0,78(0,5dt,)"” Os cédigos adotam, para esta expresso, um valor médio para a espessura do bocal como sendo 10% do seu raio. Desta forma, o limite é: L=2,46 ty , com aproximagao é adotado L = 2,5 tp 82 — Critérios para reforcos conforme ASME Seco Vill Diviséo 1 Todos os cédigos de projeto adotam critérios e procedimentos de reforco semelhantes. Nesta segdo é apresentada a matodologia do ASME Seco VIll, Divisao 1, por ser a de uso mais frequente. 0 cédigo recomenda que, preferencialmente, as aberturas sejam circulares, elipticas ou oblongas. Outras formas de aberlura sao aceitaveis desde que os cantos vivos sejam arredondados, para evitar concentragdes de tensdio, Para cascos cilindricos a tabela 8.1 estabelece a dimensao maxima recomendada da abertura (d) em fungao do diametro interno do vaso (0). Para tampos esféricos e tampos conformados, caso a dimensao do bocal seja superior 4 metade do raio deve ser adotada, em substituigao ao tampo, uma transig4o cénica entre 0 bocal e 0 casco cilindrico, Para tampos torisféricos o bocal e seu reforgo devem estar preferencialmente contides na regido central esférica (correspondente a aproximadamente 0,8 D) sem que atinja a parte torica. Neste caso, é permitido que a espessura requerida do tampo, para efeito de reforgo, seja calculada como uma esfera de raio equivalente ao raio da parte osférica do tampo. ‘d(mm) ‘© menor de: 0,5 D ou 508 ‘o menor de: D/3 ou 1.016 Tabela 8.1 — Limites para aberturas: Caso bocais nos cascos cilindricos excedam estas dimensdes, conhecidos como bocais de grande abertura, 0 cédigo estabelece regras mais rigidas, onde 2/3 do reforgo devem estar Contidos dentro dos seguintes limites: + paralelamente a parede do vaso: 0 maior de 0,75 d ou (Ra + ts + t), ver figura 8.4; * perpendicular & parede do vaso: 0 menor valor dos limites da figura 8.4. 67 8.2.1 Area do reforco cédigo exige que em todos os planos transversais as paredes do vaso e que passam pelo centro da abertura, a area de reforgo deve ser no minimo, igual 4 érea que foi retirada, correspondente @ espessura requerida do casco para a pressdo interna. A rea reposta deve ser ajustada proporcionalmente as tensdes admissiveis, caso 0 material empregado no reforgo seja de resisténcia diferente ao do casco. A verificagao para todos os planos transversais 6 absolutamente necesséria pois, existem casos onde as aberturas tem dimensdes diferentes, dependendo do plano analisado, Por exemplo, para estes dois casos em cascos cilindricos: + Bocais deslocados em relacao linha de centro (bocais tipo “hill side”, ver figura 14.5), onde a abertura é eliptica com eixo maior na seco circunferencial, que € 0 caso mais desfavoravel para esferas; + Bocais angulares com o costado (ngulo Y, ver figura 14.6), onde a abertura também 6 eliptica, com eixo maior no plano longitudinal, que é o caso mais desfavoravel para cilindros Para os cascos cilindricos, como as tensdes atuantes variam em fungao da dire¢ao em relacao ao seu eixo longitudinal (s40 maximas no sentido circunferencial e minimas, metade da circunferencial, no sentido longitudinal) a érea pode ser corrigida proporcionalmente ao nivel das tensées, conforme mostrado na figura 8.3. No plano longitudinal o reforgo esté submetido a uma tensao G,, € para o plano circunferencial esta tensdo 6 O..= 0,5 01. Consequentemente a rea no plano circunferencial pode ser a metade da area no plano longitudinal A érea requerida de reforgo para equipamentos submetidos a presso interna devera ser’ A=dtF+2ttF (1- i), considerando a parcela do bocal. No caso dos vasos submetidos a pressdo externa a area requerida é 50% da area requerida para pressio interna. Para tampos pianos A,=0,5d (+ tat;(1— fy), considerando a parcela do bocal. F - Fator de correcdo de drea em cascos ci longitudinal do vaso, conforme figura 8.3; ricos, para diferentes planos em relagdo ao eixo fi) — Fator de corregao de area, proporcional as tensdes do bocal e do Casco: fr: = Srocai / Svase porém nao maior que 1,0; t,— Espessura requerida do casco ou tampo plano. No caso do bocal e seu reforgo nao interferirem com soldas do casco esta espessura pode ser calculada com eficiéncia de solda E=1 t~ Espessura nominal do bocal. Considerar 87,5% do valor das tabelas para tubos padronizados conforme ASME B38.10 B36.19, devida a tolerancia da espessura. 68 A figura 8.4 mostra a area requerida, as areas disponiveis e os limites de reforgo. Bocais considerados de pequeno diémetro, conforme indicado abaixo, nao requerem reforco, * bocais com tubos soldados: didmetro do furo acabado (interno do bocal) < 89 mm, em cascos com espessura < 10 mm diametro do furo acabado (interno do bocel) < 60 mm, em cascos com ‘espessura > 10 mm + conexdes roscadas: metro do furo no casco (externo do bocal) < 60 mm Quando houver bocais miltiplos, isto é, dois ou mais bocais adjacentes com distancia entre ceniros menor que a soma dos seus diémetros, ocorreré a sobreposicao dos seus limites de reforco e conseqiientemente na regiao de sobreposicao havera tensdes acumuladas. Neste caso, deve ser adotada uma das alternativas: + Concentrar a area requerida para cada bocal, em limites inferiores a seus diametros, de forma a no ocorrer sobreposicao. Isto pode ser obtido, por exemplo, com bocais auto- reforgados onde o reforgo esta no proprio tubo do bocal; © Repartira drea de sobreposicao, proporcionalmente a razao dos diémetros de cada bocal. Caso a Area contida entre os bocais seja inferior a 50% da area total requerida para os doi bocais, deve-se adotar as mesmas medidas de redugdo do limite aplicadas a bocais de grande abertura. Fotor F os teto “(grous) Figura 8.3 — Fator de corre¢ao da area de reforgo para diferentes planos em cascos cilindricos (Fonte: ASME Seco VIII Divisdo 1) 69 Os reforgos podem ser obtidos através das seguintes formas: * _utilizagao de chapas inseridas no casco, com espessura maior do que a da parede do vaso; * discos sobrepostos soldados ao vaso: + bocais auto reforgados forjados, jé fabricados com o reforco requerido, ou 2st t ‘ou 25in MENOR OF 251 MENOR OE 251 Ars © = corrosio tr = espessura requerida do casco trn = espessura requerida do bocal @r = Area requerida de reforso Areas disponiveis : As = no casco 3 Az = no bocal @3 = na projecéo interna do bocal Aa = nas sodas 3 As == no reforco As + Az + As + Ae + As 2 Ar Figura 8.4 — Areas e limites de reforco (Fonte: ASME Seco VIII isdo 1) Todas as 4reas devem ser corrigidas, com o fator f, em fungdo das tensdes admissiveis de cada elemento: 70 = Scioments / Svaco, porém nao maior que 1,0 No caso das soldas adotar a menor tensao entre os elementos soldados. As areas disponi is devem ser calculadas na condigao do vaso corroido Caso o bocal passe por uma solda do casco a espessura nominal do casco, deve ser corrigida pela eficiéncia desta solda (E), para efeito do calculo da area Ay 8.2.2 Resisténcia das soldas Algm do dimensionamento do reforgo, em termos de area, & necessario que seus elementos sejam adequadamente soldados para resistir a forga que é transmitida para a solda. Desta forma, tem-se: F mi 10 (F 1 ou Fs) + Linha 2-2 Ry = Reo + Rss + Rex > minimo (Fz. ou Fe) + Linha 3-3 Rag = Rs: + Reg > minimo (F33 ou Fs) Observar ainda que a solda da chape de reforgo como costado deve ser suficientemente resistente para evitar 0 colapso da chapa, ou seja, maior que a resisténcia da chapa: Rs; > Ry Re= A, Sretorco 14 9 Flanges Os flanges sao elementos de ligagdo entre as partes removiveis de um equipamento e também 0 utilizados para conexdo de bocais com as tubulagdes externas. Podem ter dimensdes padronizadas (ver item 9.5), normalmente utilizados para bocais, ou serem dimensionados especialmente, como para interligagao do casco com carretéis © cabecotes de trocadores de calor casco e tubos. Uma conexao flangeada consiste do flange propriamente dito, da junta de vedacao e dos parafusos. ‘Sao recomendados cuidados especiais na escolha do tipo de flange e da junta de vedacao quando houver carregamentos ciclicos de pressao, gradientes térmicos ou cargas externas. Estruturalmente sao considerados como anéis elasticos, submetidos a um momento radial linear, M, conforme mostrado na figura 9.1 Figura 9.1 Devido a simetria axial, a segao transversal do anel tem rotagao de um Angulo a. em torno do seu centréide. Devido a esta rotagao, uma parte do anel tende a se aproximar da linha de centro, isto é diminuindo 0 raio externo e gerando tensées radiais de compressao, enquanto outra parte tem comportamento inverso, aumentando o raio extermo e gerando tensées radiais de tragdo. Podemes observar que para 0 equilibrio de momentos, num elemento d@ tem-se: MR, do = M, sen(d0/2) Onde M, 6.0 momento intemo da seco. Como sen(d0/2) = d0/2 temos: M=MRa 75 As tensdes tangenciais maximas sao S =6M/Ke Onde, K=Ral1-(h/2Rm)]In[(1+h/2Ry)/(1—h/2ZRm) | Conseqiientemente a rotagao do anel pode ser expressa como: A= 2SRy/Et Sendo E 0 médulo de elasticidade do material do flange. Pelo fato de estarem solidarios a0 equipamento, seja em bocais ou no proprio corpo, as tensdes e deformagdes que ocorrem nos flanges ndo sao determinades tao simplesmente como foi visto, Geralmente, a unio do flange com o equipamento & do tipo integral ou sobreposta (/oose). A figura 9.2 mostra, para estes tipos de ligagdo, os elementos estruturais dos flanges. a tik re elite 2 cm re . ce | pes st J Tenet T bal fe na} eso «| ck INTEGRAL LOOSE Figura 9.2 — Elementos dos flanges Alem do momento radial, causado pelo carregamento do anel, existem esforgos, devido & descontinuidade geométrica entre os elementos, provocados pela pressdo atuante no interior do equipamento. Para 0 caso mais representativo, flange do tipo integral, os esforgos atuantes podem ser observados no diagrama de corpo livre apresentado na figura 9.3. rH v—— — Ae oe Pp Figura 9.3 - Esforgos atuantes em flanges 76 9.1 Tenses atuantes Simplficadamente, desconsiderando as forgas de ligagdo (F) entre os elementos, as tenses no anel e nos elementos sao devidas aos momentos (Mo, Mn) € forcas de cisalhamento (P;, Po). A forga linear hidrostatica, agindo radialmente na face interna dos elementos, devida pressdo interna, P, é: mrP As tensdes so’ + Tensées longitudinais no cubo ‘Sao tens6es causadas pelos momentos Mr € Mn; que atuam nas extremidades do cubo. + Tensdes do ane! Os esforgos que atuam no anel, decorrentes do carregamento apresentado no diagrama de corpo livre do flange, so mostrados na figura 9.4 e geram tens6es radiais e tangenciais. My ™, © tangencisl linear e amento radial linear Figura 9.4 —Esforcos no anel —Tensdes radiais So divididas em duas componentes: de flexdo, causada pelo momento radial M,, e de membrana, causada pela forga P; que atua no diametro interno. ~ Tensdes tangenciais Também so tensdes com duas componentes: de flexao, devido ao momento tangencial M,, e de membrana causada pela forga P; aplicada na circunferéncia interna e distribuida através da espessura do anel. O estudo das tenses e deformagdes que ocorrem nos flanges bastante complexo © pode ser analisado mais detalhadamente [referencias 12, 38 e 39]. Os flanges também podem ter formas ndo circulares e ligagdes néio aparafusadas, porém estes tipos s4o empregados esporadicamente e por este motivo nao fazem parte desta seco. 7 9.2 Tipos de flanges Os principais tipos de flanges podem ser observados na figura 95: «Flange integral (figura 9.5 a) ‘Séo flanges forjados integralmente com 0 pescogo do bocal,, ou com fixag&o ao casco ou tubo, através de solda, que garanta uma ligagdo considerada como uma estrutura integral. + Sobreposto (loose — figura 9.5, g, h, i) ‘Sao flanges cujo método de ligagaio do tubo com o anel ou cubo nao fornece boa resisténcia mecanica, ao contrario do que ocorre nos flanges integrais. + Opcionais (figura 9.5 b, ©, d, e) Estes flanges, apesar de nao serem integrais, para efeito de cdlculo podem ser considerados como tal, pois a solda com 0 tubo do bocal ou com o casco proporciona uma ligaco resistente. Para facilidade de dimensionamento podem, opcionalmente, serem adotados os mesmos critérios dos flanges sobrepostos, desde que nenhum dos valores abaixo seja ultrapassado: Go = 16 mm ; B/g. = 300 ; P = 2.07 MPa e T= 370°C. Figura 9.5 - Tipos de flanges 8 9.3. Dimensionamento de flanges Um método pratico de determinagao das cargas e tensGes atuantes em flanges circulares e aparafusados foi desenvolvido pela Taylor Forge [referéncia 26], permitindo 0 célculo de maneira simples e segura. Os cédigos de projeto apresentam procedimentos de cdlculo inteiramente baseados neste trabalho, avaliando as seguintes condigdes de cargas atuantes, observadas na figura 9.6. + Condigao de assentamento da junta E 2 condigdo necessaria para promover o assentamento da junta, através de uma carga os paratusos, que permita uma pressao residual na junta, garantindo a estanqueidade na condigao de operagao. O dimensicnamento é feito nas condigdes ambientes de temperatura € pressao. ial Esta carga 6 fun¢do apenas do material da junta e da area efetiva de contato. * Condigao de operagao E 2 condigao requerida para resistir 4 forga hidrosiética, produzida pela pressdo interna, mantendo na junta e na superficie de contato uma pressao suficiente para garantir uma vedagao sem vazamentos, na temperatura de opeacao do equipemento. © carregamento no flange € fungao da pressdo, do material da junta e da drea efetiva de contato necessaria para manter a estanqueidade. O dimensionamento do flange é feito para o carregamento mais critico, assentamento da junta ou operacao, avaliando as seguintes tensées atuantes, devidas ao momento maximo M, , entre as duas condigdes. Estas tens6es deverdo ser inferiores as admissiveis estabelecidas pelos cédigos de projeto: + longitudinal no cubo; + radial no flange (anel); + tangencial no flange (anel). O procedimento de célculo também fornece a drea de raiz requerida para os parafusos Como os carregamentos que ocorrem nos flanges dependem do tipo de junta utilizada para obtengao da vedagao e, por ser 0 elemento mais importante de uma conexdo flangeada é conveniento que também soja consultada a sogao 10 - Juntas de Vedagai, além de catélogos dos principais fabricantes de juntas e de literatura especifica [referéncia 43]. 79 Wen tem, Heh ate weet (ot Je condigao de operagao condigao de assentamento da junta Figura 9.6 — Cargas nos flanges Flanges cegos Flanges cegos, figura 9.7, s40 usados como tampo plano aparafusado. Devem ser caiculados conforme as formulas estabelecidas nos cédigos, utiizando-se as mesmas cergas obtidas no dimensionamento do flange companheiro. Figura 9.7 Flanges cegos 80 9.4 — Parametros adicionais para dimensionamento Embora nao constem de alguns cédigos de projeto, como 0 ASME Segao Vill Diviséo 1, um bom dimensionamento deve considerar as seguintes informagées, baseadas nas referéncias ja citadas e também no TEMA. A nomenciatura adotada é a mesma dos codigos de projeto. 9.4.1 Diametro do circulo de parafusos Como a espessura requerida do flange é fungdo do momento atuante, é evidente que este deve ser o menor possivel. Portanto, a distancia dos parafusos até o centro da junta deve ser: hy 0,5 (CG) = minimo O TEMA fomece estas distancias minimas, em fungao do diémetro dos parafusos. 9.42 Numero minimo de parafusos A carga sobre a junta deve ser distribuida da melhor maneira possivel. Para tanto, recomenda- se que 0 espagamento maximo entre os parafusos seja: Loox = 2d +6t/(m+0,5) m 6 0 fator de junta, obtido nos cédigos de projeto. Adota-se, para os parafusos, sempre um nimero miiplo de 4 @ um diametro minimo de 13 mm. 9.4.3 Largura minima da junta Apés a escolha dos parafusos deve-se verificar a largura da junta, para prevenir o seu esmagamento causado por aperto excessivo dos parafusos. A largura minima, conforme recomendacao da Taylor Forge é: Nmn = Ap Se/( 2" GY) Y &a tensdo para assentamento da junta, obtida nos cédigos de projeto 9.44 Estimativa inicial da espessura do flange Como 0 dimensionamento do flange 6 interativo (as tenses atuantes dependem da espessura adotada) é conveniente adotar-se uma espessura inicial, com valor estimado proximo do ideal. Esta estimativa pode ser obtida da expressao: t=0,72[(MY)/BS)] Onde Y 6 um fator de forma em fungSo da razo entre os didmetros extemo e interno do anel do flange, e que é obtido nos cédigos de projeto. 81 9.5 Flanges padronizados Os flanges padronizados, normalmente s4o usados em bocais para conex4o com tubulacées. Numa padronizagao so definidos tipos, dimensées, materiais e classe de pressdo dos flanges. Para cada classe de pressao sao também fomecidas as presses maximas admissiveis, em funcdo da temperatura e material ‘A padronizagao de uso mais freqiiente consta das seguintes normas: + ASME B16.5 — Pipe Flanges and Flanged Fittings, para diametros nominais de 1/2" até 24", ASME 816.47 — Large Diameter Steel Flanges, para diametros nominais de 26” até 60". Os cédigos ASME Seco VIII Divisdes 1 e 2, permitem o emprego de flanges padronizados, conforme estas normas, sem necessidade de dimensionamento, evidentemente respeitando-se a pressdo maxima estabelecida. AA figura 9.8, fornece curvas com as pressdes maximes, para cada classe de pressdo ¢ para materiais do grupo 1.1 (aco forjado SA-105 e SA-350 Gr LF2 e chapas SA-515-70 e SA-516- 70), conforme ASME B16.5 e ASME B16.47. Esta figura é orientativa. Para as pressGes exatas deve-se consultar as normas. Temperatura « “c > Figura 9.8 - Presses do flanges, conforme ASME B16.5 e ASME B16.47 materiais grupo 1.1 82 10 Juntas de Vedagao ‘A fungdo de uma junta manter uma boa vedago entre partes desmontaveis de um equipamento. Na verdade nao existe vedacdo perfeita, com vazamento “zero. No caso de vasos de pressio € trocadores de calor esta vedagdo necessdria na unio dos flanges dos bocais com as tubulacdes, de tampos removiveis, de flanges que subdividem o equipamento em varias partes e na montagem de espelhos com cascos e carretéis. Em alguns casos é possivel a obtengao desta vedagdo sem o emprego de juntas, apenas forgando-se um encaixe adequado das superficies usinadas. No entanto, devido deiormagées sofridas pelos flanges e imperfeigdes de usinagem é preferivel o emprego de juntas com a finalidade de obtencao de um funcionamento, com estanqueidade, mais seguro e econémico. Devido ao constante avango tecnolagico, com introdugao de novos materiais e tipos de juntas, 6 recomendavel consultar os catalogos dos principais fabricantes de juntas e literatura espectfica [referéncia 43] 10.1 Mecénica da selagem Os principais esforgos que atuam numa vedagao estdo mostrados na figura 10.1 carga ce compresseo forga hidrostatica pressao do fluido Figura 10.1 - Esforcos atuantes As cargas de compressdo na junta so obtidas através do aperto dos parafusos do flange. Esta carga deve produzir um escoamento do material da junta, de forma que a mesma penetre nas imperfeigdes e irregularidades das superficies que devem ser vedadas. 83 Esta carga deve também ser suficiente para compensar a forca hidrostatica causada pela pressdo. Portanto, deve haver na junta esforgo residual, que é a diferenga entre a carga de compressao e a forca hidrostatica, de forma a manter a vedaco. A presséo também age na superficie exposta da junta forcando-a a um deslocamento radial sobre as faces de assentamento. Nao é intenedo a apresentagao, nesta segdo, de metodologia de obtengao destas forgas, pois este assunto ja foi amplamente explorado na secao 9. Apresentaremos aqui apenas os fatores que influenciam na escolha correta da junta. 10.2 Fatores de sele¢éo Para se obter a escolha do tipo de junta a ser empregada, uma série de requisitos deve ser analisada. Quaisquer destes fatores, que determinam a escolha da junta, sendo desconsiderado provavelmente acarretara numa vedacdo ineficiente. Estes fatores so: dimens6es adequadas da face de assentamento (ver segéio 9); fluido a ser vedado (vapor, agua, dleos, substancias quimicas, etc): pressdo de operacdo e teste: temperaturs tipos de flange; material e tipo de junta (determinam a carga de assentamento); acabamento da face do flange; + ciclos térmicos; ciclos de pressao; vibragéo; * corrosdo da junta pelo fluido. 10.3 Materiais das juntas ‘Aescolha do material a ser empregado é fundamental para uma vedacdo eficiente e deve considerar a corroséo causada pelo fluido, a pressdo e a temperatura de trabalho, além da forca de assentamento. As juntas, geralmente, s4o fabricadas de elastémeros (borrachas, neoprene, etc), metalicas (agos, cobre, latao, etc), de papelao hidraulico ou plasticas (teflon, viton, etc). E comum, também, a fabricagao de juntas que empreguem uma combinagao destes materiais. Para cada material empregado, a temperatura a que sera submetido é fator extremamente importante, pols as deformag6es provocadas na junta prejudicam a vedagao. Temperaturas limites, para os principais materiais, constam da tabela 10.2. 10.4 Tipos e faces de flanges Como jé visto, um dos fatores que mais influenciam no bom funcionamento das juntas ¢ 0 tipo de flange e sua face de assentamento. Os flanges possuem diferentes tipos e acabamento das 84 faces, com aplicagbes especificas para cada tipo de junta, que podem ou ndo ser confinadas Os principais tipos e faces de flanges esto mostrados na figura 10.2 Comercialmente os flanges tém acabamento das faces de acordo com a norma MSS-SP6 [referéncia 13] em fungao do seu material. Os principais tipos de acabamento das faces sao: * face lisa com rugosidade média de 63 RMS, 125 RMS ou 250 RMS, onde RMS 6 “root mean square”; * face com ranhuras concéntricas ou espiraladas. Em geral, as ranhuras sao em de 90° com passo que varia de 0,6 mm a 1,0 mm e profundidade aproximada de 0,03 mma 0,15 mm. acabamento também determina o tipo de junta a ser empregado. Por exemplo: juntas de papelao hidraulico podem ser utilizadas em flanges de face lisa ou ranhurada; ja as juntas com camisas metalicas ou espiraladas s6 devem ser empregadas em flanges com faces lisas. SS I WN NSS Losi lieeao) face plana sobreposte +H face com rensalto Hea eae gree (nao confinada Yeontinags) SS eacho © tenes tipo anei (parciamente continaga) (autorcontinaga) Figura 10.2 — Tipos e Faces de Flange 85 10.5 Tipos de juntas Existe uma grande variedade de tipos de juntas, que devem ser adotadas em funcao do flange, fluido e temperatura de trabalho. O tipo de junta também é decorrente do material, que deve permitir a sua fabricacao dentro das condigdes preestabelecidas. Para flanges padronizados as juntas metélicas seguem as dimensdes da norma ASME 816.20 e as nao metélicas conforme ASME B16.21 [referéncia 5]. Os principais tipos sao: 10.5.1. Juntas nao metalicas (figura 10.3 a) So as juntas de maior emprego e uso generalizado. Consistem de um anel plano, fabricado com os mais variados tipos de materiais: papel6es, plasticos, borrachas, teflon, etc Podem ser usadas em flanges com faces planas ou com ressalto e acabamento liso ou ranhurado. 10.5.2. Juntas planas metélicas (figura 10.3 b) Da mesma forma que as juntas nao metélicas este tipo consisie de um anel plano fabricado geralmente em ago-carbono, ago liga, ago inoxidavel, monel, cobre, latéo e aluminio. E importante que estas juntas sejam especificadas com material de dureza inferior ao material dos flanges, para nao danificd-los (ver item 10.7). 10.5.3. Juntas de anel metélicas (figuras 10.3 ¢, d) ‘Sao especificadas para uso em flanges do tipo anel ou “tongue and groove". Sao fabricadas los mesmos materiais do item anterior e também devem ter dureza inferior ao material dos flanges (ver iter 10.7). 10.6.4 Juntas metélicas corugadas (figura 10.3 e) $40 utilizadas em flanges com face com ressalto. Estas juntas so fabricadas com uma fina folha de material metalico, com ondulagdes que proporcionam elasticidade e um efeito de labirinto aumentando a performance da vedacdo. Sdo adequadas para servico com cargas ciclicas e gradientes térmicos. Os materiais mais utlizados para sua fabricagdo so os agos inoxidaveis. 10.5.5 Juntas semi-metélicas ‘So juntas feitas com material metélico e possuem um enchimento de material mais macio, geralmente amianto. 86 s principais tipos sao: + comugadas (figura 10.3 f) E um tipo de junta que possui enchimento com corddo de amianto ou grafite, preenchendo as ondulag6es da folha metélica que geralmente é de ago inox austenitico (304, 316), aluminio ou ferro macio. E adequada para pressdes até 4 MPa, em superficies grandes e desniveladas. Também s&0 adequadas para servicos com cargas ciclicas e gradientes térmicos. ‘+ espiraladas (figura 10.3 g, h, i) ‘So fabricadas com fitas metélicas (inox, monel, lato, aluminio, etc) com formatos geralmente em “V", que proporcionam um efeito de mola. Entre as varias fitas metalicas feito 0 enchimento geralmente com amianto. A vedacao perfeita quando a junta & comprimida até a espessura especificada, resultando no fluxo de metal e de enchimento que preenchem os espagos e imperfeigoes das superficies a serem vedadas. Sao utllizadas em flanges com face lisa, preferencialmente de 125 RMS a 250 RMS. Podem ter anéis metalicos (interno e/ou exteno) para faceamento com os parafusos ou com 0 diametro interno, permitindo uma perfeita centralizacao da junta Estas juntas sao especialmente indicadas para conjuntos sujeitos a choques, vibragdes & ciclos de temperatura e presséo. Também, devidas ao seu efeito de mola, s4o empregadas em situagdes onde possam ocorrer eventuais relaxamentos do aperto das partes vedadas, ‘© encamisadas (figura 10.3 j,k, |, m, n) Estas juntas possuem enchimento de amianto com uma cobertura metélica (camisa) que pode ser simples ou dupla, lisa ou corrugada. Devido ao alto valor da tensao de assentamento necessitam de pequenas larguras e podem ser usadas em vedagées com pequenas dimensées. Seus principais empregos sao para trocadores de calor e flanges com revestimento de vidro. Também podem ser fornecidas em formas no circulares. Para que a vedagdo seja perfeitamente atingida & necessario que haja uma compressibilidade de 20% a 30% da espessura. Quando é empregada camisa corrugada 6 obtido o efeito de labirinto, muito favordvel & vedacao. Os materiais mais empregados para as camisas 40: ago carbono, ago inoxidavel, latao, cobre, monel, aluminio e chumbo. 10.5.6 Juntas de teflon (figura 10.3 0, p,q, FS, t) As juntas de teflon (PTFE) sao largamente empregadas por apresentarem as seguintes propriedades: + material quase quimicamente inerte; alta resisténcia a baixas temperaturas, inclusive criogénicas: boa resistencia mecAnica até aproximadamente 220° C; alta resisténcia a corrosao; alta resisténcia ao impacto; baixo coeficiente de atrito. 87 Juntas deste tipo podem ser fabricadas de material sélido, anel plano, conforme figura 10.3 0 ‘ou com uma combinagao de membrana de teflon (envelope) envolvendo um enchimento de material macio, que pode ser amianto, silica, fibra de vidro, borracha ou grafite, conforme mostrado na figura 10.3 p. q, r,s, t. ‘S20 muito empregadas em equipamentos com revestimentos frageis, como vidro, ceramica ou borrachas. ‘As desvantagens destas juntas devem-se ao fato de nao serem resistentes ao calor e necessitarem de aperto excessivo dos parafusos. 10.6 Dureza maxima das juntas metélicas Para uma perfeita vedagdo, sem que o flange seja danificado pelas juntas metélicas do tipo anel ou planas, os flanges devem ter dureza superior a das juntas no minimo 30 Brinell A dureza maxima, em fungo do material, deve ser: material da junta Gureza maxima (rinell) ferro 90 ‘ago carbono 120 ago liga 4% a 6% Cr 130 ‘ago liga 0.5% Mo 130) ‘ago inox tipo 304 460 _ agoinoxtipo3i6 160 ago inox tipo 321 160 ago inox tipo 347 160 ago inox tipo 410 170 Tabela 10.1 Dureza maxima dos flanges 10.7 Problemas de veda¢éo Como ja visto, uma série de fatores contribui para que uma vedagao apresente problemas. Desta forma, deve-se evitar, principalmente, as seguintes condigées: + especificaco incorreta do material da junta para condig6es de operacao e fluido; ciclos térmicos e de pressao; gradientes térmicos; * _esforgos excessivos ou ciclicos devidos a cargas extemas; acabamento da face dos flanges dissimilar para uma mesma junta; especificagdo incorreta da espessura da junta; + compressdo insuficiente, excessiva ou desigual; + ms condigdes da face de assentamento (empenamento ou corroso) ‘+ juntas metalicas formando par galvanico com os flanges. 88 az ° x Pp aS . ES . aa t Figura 10.3 - Tipos de Juntas 89 Tipo e Material Temperatura Maxima (°C) Borracha natural 70 Borracha sintética 90 Neoprene 120 Asbestos (amianio) 450 Encamisadas de ferro com enchimento 450 de amianto Encamisadas de aluminio com enchimento 450 de amianto Encamisadas de aco inox (304, 316) com 450 enchimento de amianto Espiralada de ago inox (304, 316) com 675 enchimento de am nel de ferro 600 ‘Anel de cobre: 320 ‘Anel de aluminio 450 [Anel de monel ‘800 Anel de ago inox (304, 316) 800) Envelope de teflon com enchimento 260 de amianto Envelope de teflon com enchimento 260 de fibra de vidro Tabela 10.2 - Temperatura Limite para Juntas 90 11 Tensées Localizadas em Bocais e Suportes Esforgos devidos a cargas de tubulagdes em bocais e cargas em suportes soldados para fixagdo de tubulagdes e acessérios, provocam tensdes adicionais de membrana, flexao e cisalhamento em cascos cilindricos e esféricos. Os principais carregamentos aplicados aos cascos sdo vistos na figura 11.1 oe & a ~ forga radial; Mc — momento circunferencial; M, — momento longitudinal; Mr— momento torgor; V — forga tangencial; Figura 11.1 — Carregamentos localizados © método original de se computar estas tensdes foi desenvolvido por P. P. Bijillard [referéncia 22] 6 adotado, com modiicagées, nas normas, artigos e livros que tratam do assunto. Os carregamentos geram cargas lineares no eixo circunferencial (>) € no eixo longitudinal (x) No, x- carga linear de membrana; Mo, x - carga linear de flexao. As tensGes atuantes, devidas as cargas lineares, so: No. «/ T — tensdo primaria local de membrana, classificada como P, , na seco 2. 6 Mp, x/ T? - tensao local de flexao, classificada como Q, na se¢do 2. 1 A tensao total de membrana e flexdo é: G4. = Nod Tt 6 Ms.0/ TP Dependendo do sentido do carregamento e da supericie atuante (face intema ou externa do casco) estas tensdes padem ser da trac (+) au de compresséa (-), conforme figura 11.2 As tensdes de cisalhamento, devidas a0 momento torgor e forga tangencial sao: TSMs/2ePT + VI eT, Onde r é 0 raio extemo do bocal ¢ T 6 a espessura do casco, As tensdes de cisalhamento sao também tensdes secundarias Q. As tensdes localizadas devem ser combinadas com as tensdes de membrana, devidas & pressao, P;: © Para cilindros: Oe=P,RIT Gx =P,R/2T * Para esieras: Go.x=P,R/2T Como as tensdes atuam diferentemente para a superiicie externa (e) ¢ interna (i) do cesco, conforme pode ser observado na figura 11.2, é mais recomendavel a utilizagao das formulas de Lamé, para obtengao das tensdes de pressao: «Para cilindros: Oe = 2P,R?/ (Re? - R? ), circunferencial externa; Ge = P,(R’ + Re’) / (Re? - R’), circunferencial interna; Ox =PARP/ (Re? ), longitudinal, externa e interna + Para esferas: Ge,x= 0,5 P,[ (Ri + Re’) / (Re®- Re) ], externa e intema. Para efeito de tensées localizadas, as tensdes de pressdo séo classificadas como tensées primarias locais de membrana P 92 A figura 11.2 mostra as cargas localizadas, com a nomenclatura e convengao de sinais, baseadas no Boletim WRC 107, e que sao tradicionalmente adotadas pelos principais procedimentos de calculo, A intensidade total de tensdes atuantes é calculada conforme Von Mises: quando T = 0, sera 0 maior valor absoluto entre: S1=05 [Gx+ 09 t[(Ox-59 +47 ]"?] , ou St=[(6x- 59 +477]? quando T = 0, sera o maior valor absoluto entre: S1= maximo [0x. 4, (Ox-Se)] Para efeito de combinacao deve-se adotar: Vasos conforme ASME Segao VIII, Divisdo 1: Pm + Pi <1,5 S, conforme ASME; Como a Divisio 1 nao tem critério que inclua as tenses locais de flexéo (Q), adota-se o critério da maxima tensao de cisalhamento: Pat PL+Q<28 © Vasos conforme ASME Segao Vill, Diviséo 2 Pm + PL<1,5 S , conforme ASME. Pn*PL+Q<3kS, conforme ASME. S 6 a tonsdo admissivel dos cédigos. Para o ASME Sogao VII, Divisdio 2 com carregamentos ciclicos, considerar a média das tensées na temperatura maxima e minima de cada ciclo, e K é um fator de intensificagao de tensdes, que para tensées localizadas pode ser considerado 1,0 93 Figura 11.2 - Cargas localizadas: nomenclatura e convengao de sinais pattegamento | —| Lecalizacao | Tensées | 3 = AA 2 = BB) Membrana = a CoG, Nox! T = + De D, [_- E Ae + . = A : Bee 8 + : B Flexéo [= : Ce 6 Mex! T? Lo+ + iz Cc i + De + z D, *—ndo provoca tensées nestes pontos Tabela 11.1 ~ Tensdes de flexao e membrana — conforme figura 11.2 As tensées de cisalhamento, t= Mr/2 xT + V / <6 T, so iguais para todos os pontos, extemos e internos. Para bocais com chapa de reforgo sobreposta, conforme figura 11.3, 0 calculo deve ser feito para duas posigées: + Na intersego do bocal com 0 casco/chapa de reforco utilizando r e T, * Na borda da chapa de reforco utilizando r, e T, pois a chapa de reforgo é considerada rigida e transmite as cargas para a sua extremidade. 94 sem reforgo ou reforco integral com reforgo de chapa sobreposta Figura 11.3 - Configuragao tipica de bocais 11.1. Procedimentos de avaliacao das tensées localizadas Os principais procedimentos de avaliagéo das tens6es localizadas séio baseados nos artigos de P.P. Bijlard, com algumas modificagoes. Os mais importantes 0 utilizados so: ‘* WRC Bulletin 107 — Local Stresses in Spherical and Cyilindrical Shells due to External Loadings; * WRC Bulletin 297 — Local Stresses in Cylindrical Shells Due to External Loadings on Nozzles — Supplement to WRC Bulletin 107; + BS-5500 Appendix G — Stresses from local loads, thermal gradients, etc.: reccomended methods of calculations. Estes métodos sao bastante precisos, permitem que seja feita classificagao de tensées e so recomendados pelo ASME como procedimentos de calculo de tensées localizadas. No entanto, so métodos que exigem muito trabalho, caso sejam executados manualmente, Outros métodos, mais simplificados e conservativos, baseados na mesma teoria de Billard, so utilizados por projetistas e apresentados em livros ou artigos. Um método preciso e de facil ufilizagdio consta do livro Pressure Vessel Design Handbook {referéncia 6] e outros dois sao apresentados nos itens 11.3 11.4. No entanto, com a grande difusdo e comercializacao dos programas de computador para calculo de vasos de pressao, estes métodos estéo sendo preteridos pelos mais precisos. Quase todos os programas incluem 0 Boletim WRC-107 e alguns ainda incluem o Boletim WRC-297 e 0 Apéndice G da BS-5500. 95 11.2 _Escopo de aplicacao, limites e vantagens do Boletim WRC-107, Boletim WRC-297 @ BS-5500 Apéndice G Este paragrafo apresenta o campo de aplicagao e as vantagens de cada um dos trés procedimentos. 11.24 Boletim WRC-107 ‘+ Escopo de aplicagao: bocais e suportes rigidos em cascos cilindricos e esféricos; oli 140: d,/ D; < 0,33, para esferas e d;/ D, < 0,25 para cilindros; * Vantagens: para cilindros avalia as tens6es nos varios planos em relagao ao eixo longitudinal. 11.22 Boletim WRC-297 + Escopo de aplicacdo: bocais em cascos cilindricos; © Limitagdo: d, / Dy < 0,50; Dm / T < 2500 + Vantagens: amplia o escopo de aplicagao do WRC-107 e também avalia as tensdes localizadas no pescogo dos bocais. 11.2.3 BS-5500 Apéndice G ‘+ Escopo de aplicagao: bocais e suportes rigidos em cascos cilindricos e esféricos; + Limitagao: esferas: dy / Dm < 0,33; Cilindros: L > 0,5 Dm; 2 Cx/ Dy <0,25; dm / Dn < 0,25; relaciona uma curva de aplicacdo, de dependéncia entre os fatores 2 Co / Dm ‘ou dy / Dm (que devem ser <0,25) ¢ Dm / T (que deve ser < 300) * Vantagens: considera cilindros abartos ou fechados por tampos, sendo que neste caso avalia as tensdes considerando o enrijecimento do casco pelos tampos (ver segdo 6), em fungdo da distancia (Lx) entre o pescogo bocal ou a extremidade do suporte até o tampo; Lx 2 0,25 Dm, d—diametro do bocal; D- diametro do casco; Cx — metade do lado, na diregdo longitudinal de um suporte retanguler; Cy — metade do lado, na diregao circunferencial de um suporte retangular; L — compri i, indica interno; m, 96 11.3 Procedimento simplificado para calcul de tensées localizadas em bocais Este procedimento ¢ aplicado ao calculo de tenses em cascos cilindricos e esféricos, devido aos esforgos extemos de tubulagdo em bocais, com as seguintes simplificagoes: * Considera apenas uma curva de tensdes atuantes, para cada tipo de carregamento, que combina as tensdes de membrana e flexao. Como ndo ha distingao entre estas tensées, que so respectivamente tens6es locais de membrana (P,) ¢ locais de flexio (Q), este método é recomendavel apenas para equipamentos projetados pelo ASME Seco VIII, Divisao 1; ‘+ Para cascos cilindricos nao considera se as tensdes atuam na superficie externa ou interna do casco, somente fornecendo os valores mais criticos de tragao ou de compressao. Caso 0 bocal tenha chapa de reforco sobreposta, conforme figura 11.3, as fatores adimensionais B, e j1 devem também serem calculados para a borda da chapa de retorgo, para avaliacdo das tensdes neste ponto, conforme ja visto anteriormente. 11.34 Cascos cilindricos Fatores: B=0875r/R) y=R/T _ Carregamento __ Tensdes Longitudinais (Ox ) | Tensdes Circunferenciais (Go) BP Ox=tK PIT? | Go ==K,P/T? M x= +KsM/ BRT? Ge=+tKiM/ BRT Me Ox= + KsMe/ BRT? Gp =+KeM/BRT? Pressdo (interna / extema) Py Ox=2P,R/2T Oo =2P,RIT Lox Low Tabela 11.2 - tensdes em cascos cil \dricos Os sinais positivo e negativo referem-se as superficies tracionadas ou comprimidas, dos pontos A,B, Ce D, conforme mostrado na tabela 11.1 Os fatores “k” so obtidos da figura 11.4. As tons6es de cisalhamonto, t= Mr/2 1 T + V / x6 T, devem ser combinadas com Gy © 6 x., para obtengdo da intensidade total de tenses, Sr , conforme critério de Von Mises. 97 quando T + 0, sera o maior valor absoluto entre: S1=05 [Ox+ 59 £[(6x-G9 +47 J") ou Sr=[(0x-G9 +47]? quando T = 0, sera o maior valor absoluto entre: Sr=maximo[o x, Op, (Ox-¢)] Fator Ks Fator Ky Figura 11.4 - Fatores K para cascos cilindricos 98 Fator Ks Fator Ke Figura 11.4 (continuagao) - Fatores K para cascos cilindricos 11.3.2 Cascos esféricos Fatores: B=(RT)?7R; w= (1,82r/R)(RT)? Nos cascos esféricos, como no hé necessidade de longitudinal, é adotado o momento resultante: fing&o de eixo circunferencial ¢ My = (Mi? + MG? )"? As tenses so dadas na face interna e externa do casco. Carregamento Tensées (face externa) ‘Tensées (face interna) m Ky PIT? a= tke P/T Ma Ge = +B Ks Mal T i= + BK, Mal T? Pressao (intema / externa) P, Ge.i= +05P,[ (R°+R,)/(Re?-R?) |, Loe Lo Tabela 11.3 tensdes em cascos esféricos Os sinais positivo e negativo referem-se as superficies tracionadas ou comprimidas, dos pontos A,B, Ce D, conforme mostrado na tabela 11.1 Os fatores “kK” so obtidos da figura 11.5. 99 Onde Z; @ Zc so médulos lineares de resisténcia a flexdo, respectivamente nos sentidos longitudinal e circunferencial, e L é o comprimento total do suporte. As tensdes sao: O1= 147i (RT)? O27 1,75 f( RT) 17? 03 = 1,75 f3(RT)2/7? Onde T é a espessura do casco ou, no caso do suporie ter chapa de reforgo, é a espessura do casco somada a da chapa de reforco, fy 1 |" be fe L=2(C+D) Ws Te Figura 11.6 — Suportes estruturais Estas tensdes devem ser combinadas com a parcela devida a pressdo, no sentido circunferencial e longitudinal: Ox=P/2T+04+03<28 Oe = Pel T+ 02403525 S €a tensdo admissivel do cbdigo. 101 11.5 Calculo por elementos finitos Com as facilidades atuais do uso de programas especificos para cdlculo por elementos finitos, & cada vez mais freqiiente 0 emprego deste recurso para calculos em vasos de presséo, principalmente para os casos nao considerados pelos cédigos ou pelos procedimentes usuais, como tensées localizadas em bocais. A grande vantagem da utilizagao de elementos finitos € a precisao dos resultados de tensoes & deformagées, para qualquer combinacao de carregamentos. Os programas fornecem os resultados de tenses, empregando o critério de Von Mises e fazendo classificagao em tensées primarias, locais de membrana e flexao e secundarias, conforme critérios dos codigos de projeto, Como exemplo de calculo, onde esta metodologia ¢ aplicada, pode-se citar a verificagao de tensdes localizadas num bocal instalado em um fundo cénico, que & uma configuragéo n&o prevista nos Boletins 107 e 297, e nem na BS-5500. Para ilustrar, a figura 11.7 mostra esquematicamente as deformagées, para um bocal enquadrado neste caso, e submetido a pressao intema e momento fietor. A figura 11.8 indica 08 varios niveis de intensidade de tenses, conforme Von Mises, com as maiores tensdes ocorrendo na jun¢zo do bocal com o fundo cénico. Figura 11.7 — Deformagées em bocal de fundo cénico 102 Figura 11.8 - Distribuigdo de tensées localizadas em bocal de fundo cénico 103 12 Pressdo Maxima de Trabalho Admissivel (PMTA) A pressdo maxima admissivel 6 um parametro importantissimo no projeto de um vaso de pressdo, pois determina a verdadeire capacidade do equipamento, em termos de pressao. E determinada para todos os componentes principais, como casco, tampos, e para todos os componentes secundarios, como flanges, bocais e reforgos. Cada um destes componentes tem uma presséo maxima propria, sendo a PMTA do equipamento a menor destas press6es. Em 1995, a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho, NR-13 - Caldeiras e Vasos de Pressdo foi revisada, incluindo a obrigagéio da determinacao do valor da PMTA para todos os vasos em operago no Brasil, inclusive para os vasos jd instalados. Pode-se também entender a PMTA de um vaso, como sendo a pressdo que leva 0 componente mais solicitado a ter uma tensdo atuante igual 4 tensao admissivel, na temperatura correspondente, e considerando-se ainda a eficiéncia de solda Normaimente as espessuras dos componentes principais (cascos e tampos), que quase sempre sao feitos de chapa, sa0 malores do que as espessuras requeridas de calculo, conseqiiéncia da padronizacao comercial de espessuras. Sendo assim, estes componentes podem suportar uma pressdo maior do que a de projeto. Excegdes a este principio so os anges nao padronizados, como os de interligagao entre componentes principais, tampos planos e os espelhos de trocadores de calor que, por seu alto custo de fal normalmente tem as espessuras exatas de célculo 12.1 Determinagéo da PMTA A PMTA deve ser determinada para pressdo interna ou externa em cada componente, descontando-se a pressdo devida a coluna de liquido correspondente ao componente analisado, © considerando-se duas condigdes: ‘* Equipamento novo e frio, com corrosdo zero e tensdes admissiveis na temperatura ambiente. Esta PMTA serve basicamente para determinar a pressdo de teste hidrostatico ou pneumatico do vaso novo; + Equipamento corroido e quente, descontando-se a espessura de corroséio e com fensées admissiveis na temperatura de projeto. Esta PMTA determina as condigdes de seguranca do equipamento. ‘APMITA final do equipamento seré a menor das presses méximas de cada componente, ‘medida no ponto mais alto (topo) do vaso. Para exemplificar a determinagéo da PMTA de um vaso, incluindo as pressées dos ‘componentes secundarios, seré considerada a seguinte situacao, aveliada progressivamente ao longo desta seco, com conclusao final no item 12.3.3: 104 Um vaso com casco cilindrico em SA-516 70, didmetro interno 2500 mm, tem pressao de projeto 2,0 MPa e temperatura 120 °C. O vaso tem um bocal de 10°, schedule 40, com tubo em SA-106 Gr B, com flange classe 150°, em SA-105. A espessura nominal do casco é 19,0 mm. O vaso armazena gas e tem corrosao zero, com coluna hidrostatica desprezivel. 12.2, PMTA dos componentes principais Para os componentes principais, como cascos, tampos e transig6es o oalculo ¢ bastante simples, ou seja, com a espessura nominal, com a tensao admissivel e a geometria do componente determina-se a pressao maxima de cada componente, utiizando-se as expressdes dos cédigos de projeto, Para 0 exemplo apresentado, a espessura requerida, com radiografia total, @ 18,29 mm, Adota- se a espessura comercial mais proxima, de 19,0 mm, que pode suportar uma pressao maior, de 2,1 MPa, devida ao excesso de 0,71 mm na espessura, Esta é a PMTA casco. 12.3. PMTA dos componentes secundarios Para componentes secundérios, como bocais e reforgos, flanges e espelhos de trocadores 0 caloulo é muito mais complexo. Alguns elementos destes componentes podem limitar a PMTA num valor inferior ao do componente principal em que estao instalados. Por isto, num calculo de PMTA é importantissimo se efetuar as verificagbes, com as consideragdes apresentadas a seguir 123.4 Pescogo de bocais Os tubos dos booais, na jungdo com 0 casco, devem ter espessuras minimas, que nao sao necessariamente as espessuras requeridas para a presséo. O ASME Secao Vil Diviséo 1 determina, no paragrafo UG-45, que a espessura minima de um bocal de processo (exceto bocas de visita e bocais de inspegao) deve ser o maior valor entre a espessura requerida, incluindo a corrosdo, ou a espessura de um tubo de parede “standard”, ndo corroido. No entanto, esta espessura ndo necesita ser maior do que a espessura requerida para 0 componente, também incluindo a corios4o, em que este bocal esta instalado, por exemplo, ‘asco ou tampo. O procedimento do ASME Seco VIII, Divisdo 2, 6 idéntico, conforme paragrafo AD-602. Resumidamente: tin = minimo ( tre , (Maximo ( te , ts )) Onde: te ¢ a espessura requerida do casco ou tampo, te 6 a espessura requerida do bocal € tas 6 a espessura de um tubo de parede “standard”. Caso um bocal tenha uma espessura que nao atenda os requisitos acima limita a PMTA. Como © casco ou tampo tem diémetro maior do que o do bocal e, normalmente, so fabricados com matariais similares, com tensdes admissiveis de valores proximos ou iguais a do bocal, a espassura requerida do casco é maior do que a espessura requerida do bocal. Para atender a condigéo de espessura minima do bocal, é necessario que 0 casco ou o tampo tenham a 105 mesma espessura inadequada do bocal que, sendo menor do que sua propria espessura nominal, limita a PMTA a um valor inferior. Simplificadamente: para um bocal de processo com espessura inadequada, a PMTA seré a pressao maxima do casco ou tampo em que esta instalado, adotando-se a espessura do bocal para verificagao. Caso o bocal nao passe por uma solda categoria A (ver seco 16), esta pressdo pode ser calculada com eficiéncia E = 1,0, mesmo que o componente tenha uma eficiéncia de calculo menor. ‘Supondo que o vaso que serve de exemplo, tenha tido uma utilizacdo inadequada acarretando uma corrosdo de 3,0 mm. A espessura corroida do casco &, nesta condigéo, 16,0 mm o que leva a uma nova PMTA de 1,7 MPA, evidentemente inferior pressao de projeto. © bocal 10” schedule 40 tem espessura nominal 9,27 mm e espessura minima 8,11 mm, com a tolerancia inferior de 12,5%. Aplicando a corrosao de 3,0 mm, a espessura 6 5,11 mm. Um tubo 10” schedule standard é 0 mesmo tubo schedule 40. Portanto, a espessura corroida do bocal (5,11 mm) é inferior a espessura minima do tubo standard (8,11 mm), nao atendendo 0 cédigo. Para que a espessura de 8,11 mm seja aceitavel para o bocal, o casco também deve ter uma espessura maxima nominal de 8,11 mm, em vez de 19,0 mm. Isto reduz sua PMTA para 0,56 MPa, na condi¢ao corroido, que é muito menor do que a pressao maxima do casco de 1,7 MPa. © bocal se nao houvesse corrosdo, seria adequado, com PMTA de 7,2 MPa. Na condigao corroido, considerando-se apenas como tubo tem pressao maxima de 4,5 MPa, que ainda é maior que a pressao de projeto. No entanto, como bocal tem PMTA final de 0,56 MPa, devida a0 requisito de espessura minima que n&o foi atendido. Para que nao haja esta redugao é necessério adotar uma espessura maior para 0 bocal. Um tubo schedule 80 atende 0 cédigo, pois a espessura minima corroida, jé aplicada a tolerancia & 11,18 mm, maior que a espessura nao corroida do schedule standard. Com este pequeno aumento de espessura a PMTA do bocal passa a ser 12,0 MPa, muito superior a do casco. Conclui-se que havendo corroséo deve-se tomar cuidado ao selecionar a espessura de um bocal, pois sendo inadequada diminui significativamente a PMTA. Este procedimento também é aplicavel aos bocais feitos com luvas de 3000* ou 6000*, tomando-se como referéncia o tubo de diametro externo imediatamente superior ao didmetro externo da luva. A titulo de comparagao, a tabela 12.1 apresenta, para bocais de 3°, 4 e 6" , com corrosao de 3,0 mm e tubo padronizado conforme ASME B36.10. as espessuras que podem ser adotadas para atender o ASME Seco VIII, Divisao 1, paragrafo UG-45 ou Divisdo 2, paragrafo AD-602.. 106 Usa US45 io adequado eo aceauad ‘adequado ‘adequado ‘exequado ‘adequado Tabela 12.1 — Selegao de espessuras de tubos 12.3.2 Reforgo de bocais O reforgo de um bocal pode limitar a PMTA do componente principal em que esta instalado. Para que isto ndo ocorra é necesséria a reposigo total da area nominal retirada, com o mesmo material ou outro de resisténcia superior ao do costado. Esta area ¢ maior do que a area requerida para a pressao de projeto. © limite da PMTA pode ocorrer porque para uma area de reforco corresponde uma determinada espessura equivalente retirada do casco, que define qual é a pressdo maxima suportavel. E evidente que quanto maior for a area de reforgo maior sera a PMTA. O célculo exato desta PMTA é bastante complexo e interativo e, ainda pode envolver materiais de resisténcia diferentes, que necessitam de correcao do valor das areas disponiveis. No entanto, 6 possivel se fazer uma avaliaco estimativa desta PMTA, considerando os materiais com a mesma resistencia. Esta avaliacdo deve ter uma verificagao, para comparar a convergéncia dos resultados, assumindo-se como pressdo de verificagao o valor encontrado para a PMTA e obtendo-se um valor comparativo para a area requerida. Como ja visto na sego 8, para haver 0 equilibrio de forcas, devidas a pressao atuante numa regiéo do vaso em que hd uma abertura, @ preciso que toda a forca, correspondente a uma area retirada do casco, seja absorvida pelo reforco. A forga maxima que o reforgo pode: 107 absorver, devida a PMTA que atua nesta regido, corresponde a area total disponivel de reforco Ag Para um reforgo de chapa sobreposta, de acordo com a figura 8.4, esta area é: Aa=Ar+ Aot Ag+ Aut As A forga maxima que atua nesta area tem de ser a mesma que atuaria no casco, na area compreendida na abertura de didmetro d, correspondente a uma determinada espessura equivalente t.. Esta area estaria submetida a mesma pressao maxima do reforgo. Desta forma, Frnax= Prax Aa = Pmaxd te => te= Ag/d Esta espessura equivalente t. , do casco, é capaz de suportar uma determinada pressao, que & a PMTA do reforgo. Resumindo: A PMTA do reforgo & a PMTA do casco para a espessura equivalente t, Um reforco est bem dimensionado, para a pressao de projeto (P), quando a area requerida do asco &, no minimo, reposta no reforgo: Ag2A Para um reforgo inadequade esta relagao € Ay < A, de forma que a espessura equivelente do ‘asco, que 6 adotada para a estimativa da PMTA, menor que a espessura requerida tc < t= PMTA do reforgo < Pressao de projeto; Se um reforgo é dimensionado exatamente com a rea requerida, por exemplo, bocais com pescogo autoreforgado em ago forjado, tem-se: t.= => PMTA do reforgo = Pressdo de projeto; Para um reforgo com drea em excesso: te> t= PMTA do reforgo > Prossio de projeto; Caso a area de reforgo corresponda a uma espessura equivalente t, igual ou maior que a espessura nominal do casco, t t, 2 t => PMTA do reforgo = PMTA do casco; Para evitar que a PMTA de um reforgo de bocal possa limitar a PMTA do vaso a um valor inferior & do casco, limitando assim uma maior capacidade do equipamento, deve-se, de forma simplificada, ¢ independentamente das areas disponiveis no bocal (Az @ A) 2 nas soldas (A.) que normaimente nao s4o muito significativas, considerar como area adicional (As), na chapa de reforgo, toda a 4rea correspondente a espessura nominal do casco. Aszdt Este procedimento também é aplicdvel a outros tipos de reforco, nao se limitando a reforco de chapas sobrepostas. 108 Outro recurso é dimensionar o reforgo do bocal para a pressao maxima do casco ou tampo onde esta instalado. Para 0 bocal de 10° do vaso que adotou-se para exemplo, pode-se fazer uma andlise da variagao da PMITA em fungao do reforgo adotado. A pressdo de projeto ¢ 2,0 MPa e a PMTA original do casco é 2,1 MPa, para uma chapa de 19,0 mm. ‘Sendo a espessura requerida do casco 18,29 mm tem-se um excedente de 0,71 mm na espessura, em relagdo a espessura nominal, que é usada como reforco. Os varios reforgos adotados, para esta analise, s4o com chapa sobreposta e tem o mesmo diametro externo de 515 mm, que corresponde ao dobro do diémetro da abertura, variando apenas a espessura da chapa de reforco. * Caso A: bocal sem chapa de reforgo, com PMTA de 1,1 MPa, inferior & pressdo de projeto; * Caso B: reforgo insuficiente, com espessura 12,5 mm: PMTA de 1,7 MPa, inferior @ pressao de projeto; * Caso C: reforgo com reposigao total da area correspondente a espessura requerida do casco de 18,29 mm: PMTA de 2,0 MPa, igual 4 press4o de projeto; * Caso D: reforgo excessivo com a mesma chapa do costado (19,0 mm): PMTA de 2,1 MPa, igual 4 PMTA do casco. O reforgo selecionado deve ser 0 caso D, que é com chapa de espessura comercial, e nao limita a PMTA do casco. Para ilustrar, a figura 12.2 apresenta a variagao da PMTA do reforgo, para este caso wo o 2 PMTA (MPa) 2° a we uo we wo we Espessura do reforgo (enm) Figura 12.2 — Variagdo da PMTA com a espessura de reforgo de bocal 109 12.3.3 Flanges padronizados Os flanges para bocais normalmente sao padronizados em classes de pressdo, e tem pressoes maximas em fungdo da temperatura e do material. A pressdo maxima é indicada em tabelas das normas de padronizagao e podem limitara PMTA do bocal. Para estabelecer a PMTA do flange ver curvas de pressao no item 9.5 da se¢ao 9. Para 0 flange do bocal de 10°, do vaso que serve de exemplo, classe 150°, em ago carbono forjado SA-105, a PMTA é 2,0 MPa, igual a presso de projeto. Notar que, para este vaso a PMTA é 2,0 MPa, limitada pelo flange do bocal, pois: + PMTA casco = 2,1 MPa (ver item 12.2); + PMTA pescoco de boca = 7,2 MPa (ver item 12.3.1, na condigao nao corroido); + PMTA retorgo dobocai = 2,15 MPa (ver item 12.3.2); + PMTA fange do oca = 2,0 MPa; 4 PMTA vaso = minimo (PMTA casco, PMTA pescoco éo bocals PMTA reforpo 40 boca! PMTA tiange do toca) = PMTA vaso = 2,0 MPa, limitada pelo flange do bocal. 12.3.4 Flanges n&o padronizados e espelhos de trocadores de calor Estes componentes, dependendo da espessura requerida para o projeto, podem nao ser fabricados com chapas. Neste caso, 0 material empregado é aco forjado que, pelo seu alto custo, exige que os flanges e espelhos sejam fabricados com espessura exatamente igual a de projeto. Evidentemente a PMTA é limitada ao valor da pressdo de projeto. 12.4 PMTA considerando cargas localizadas As cargas lovalizadas, como as dos suportes de apolo e de tubulagdes em bocais, geram tensbes adicionais que requerem uma determinada parcela da espessura nominal, como j visto nas segdes anteriores. E evidente que esta parcela de espessura limita a espessura rosistente a pressdio, do componente no qual esta insialado o suporte (por exemplo: casco para vaso horizontal) ou 0 bocal, conseqiientemente limitando a PMTA deste componente. Para ovitar 0 céloulo desta PMTA, que no é um célculo simples, pode-se assumir que o valor maximo desta pressao 6 0 mesmo valor da pressao de projeto, o que é permitido pelos cédigos. No entanto, as empresas proprietarias de equipamentos normalmente exigem este célculo para poderem utilizar a capacidade maxima do equipamento, num eventual aproveitamento em nova fungéo ou modificagdes nas condigdes de operagao, que podem exigir uma pressdo maior do que a original. Para evitar esta redugao da presséio maxima deve-se executar o projeto, para cargas localizadas, adotando-se a PMTA do componente como pressdo de verificagao. 110 13 Dimensionamento Mecanico de Trocadores de Calor Casco e Tubos Tipo “TEMA” Trocadores de calor tipo casco e tubo so freqiientemente utiizados, devidos ao baixo custo de fabricacdo, facilidade operacional e aplicacdo bastante ampla So vasos de presséo constituidos de um feixe de tubos paralelos envolvidos por um casco, Por onde circula um dos fluidos da troca térmica. Fixados ao casco existem carretéis e cabegotes para promoverem a entrada, retomo e saida do outro fluido circulante. Os componentes principais do equipamento, com a nomenclatura usualmente adotada, podem ser vistos na figura 13.1 Existem trés tipos basicos de trocadores casco e tubos, em fungao do tipo de feixe tubular, conforme figura 13.2: + Com espelhos fixos, nos quais a expanséo térmica diferencial entre os cascos e os tubos, devida a temperaturas diferentes para os dois circuitos de fluido, induzem tensdes longitudinais adicionais, no casco e nos tubos, que necessitam ser verificadas; * Com espelhos flutuantes nos quais o espetho mais proximo ao tampo do casco tem movimento livre para permitir a expanso térmica dos tubos; ‘+ Com tubos em “U" onde o proprio tubo absorve a sua dilatacao. Normalmente, os trocadores de calor s4o projetados de acordo com a norma TEMA (Standards of Tubular Exchanger Manufactures Association), complementada pelo ASME Se¢o Vill, Divisio 1, que 6 exigida pelo proprio TEMA, como cédigo para dimensionamento dos componentes tipicos de vasos de pressao. Além do dimensionamento mecdnico, ou de sua complementacdo, 0 TEMA define aspectos de fabricaco, tolerancias, instalaco, operagao e manutencao e também parametros para troca térmica e mecénica dos fluidos. De acordo com esta norma os equipamentos podem ter imetro nominal do casco de 150 mm até 2540 mm e sao classificados conforme o tipo de cabegotes € cascos, com nomenclatura de acordo com a figura 13.3. Por exemplo, um trocador com carretel removivel com tampo plano, fluido com 1 passe no ‘casco, espelho fixo e cabegote de retorno boleado sera um tipo AEM. TEMA ainda apresenta trés classes para os trocadores de calor, em ordem crescente de exigéncias: * Classe C: trocadores para servigos amenos ou servigos comerciais, + Classe B: trocadores para servigos em indiistria quimica; ‘© Classe R: trocadores para servigos severos, usados em refinarias de petréleo. 11 As principais diferencas de exigéncias entre as trés classes so: corroso admissivel; passo dos tubos do feixe; espessuras minimas para cascos, carretéis, cabegotes, chicanas, placas suporte © espelhos; didmetro minimo para tirantes e parafusos de fixago das chicanas; materiais de juntas de vedaco; fixagao dos tubos nos espelhos: quantidade de ranhuras e comprimento de expansdo de tubos. © custo de um trocador é determinante para a escolha do seu tipo, a menos que ocorram exigéncias mecdnicas ou processueis. Em ordem crescente o custo dos trocadores &: © Espelhos fixos; © Tubos “U"; + Espelhos fixos com junta de expansdo; + Espelhos flutuantes. Nesta seco sao apresentados os incipais requisitos do TEMA, para o dimensionamento mecdnico, bem como suas exigéncias adicionais para os componentes calculados conforme ASME Segéo VII, Divisdo 1. 112 > Casco - Sampo de Casco + Flance do carretel - Flange do cabegote - Bocal do Casco ~ Espeiho Flutuante + Cabecote flutuante + Flange do Cabecote - Placa Divisora + Espelho Fixo a 32 aa a4 a5 16 a7 18 ag 20 21 Carretel Tampo do Carretel Bocal do Carretel Tirantes e Espacadores Chicanas e Placas Suporte Chapa de Impacto Respizo Dreno Conexio de Teste Selas Olhal de Igamento Figura 13.1 - Componentes dos trocadores de calor casco e tubos 113 FLUTUANTE b) Espetho flutuante | Sesreiso ©) Tubes "yu" Figura 13.2 Tipos de feixe tubular 114 seas eaeas “Oe ee Eisasrs, Figura 13.3 — Nomenclatura de trocadores — Classificacao TEMA. 115 13.1 Condi¢ées de projeto Devido a existéncia no equipamento de dois circuitos diferentes de fluido, lado do casco e lado dos tubos, com pressdes e temperaturas especificas, o dimensionamento dos componentes submetidos as duas condig6es simultaneamente, deve ser feito para a condigao mais desfavordvel. O TEMA permite que 0 dimensionamento de espelhos fixos seja feito com a pressao diferencial, entre o lado do casco e 0 lado dos tubos. Porém esta condigao reramente 6 adotada e aceita pelos proprietarios de trocadores de calor. Para os componentes que tenham contato com os dois fluidos, por exemplo, os espelhos, a corroso deve ser considerada para ambos os lados. Nao € requerida sobre espessura de corrosao para os tubos, parafusos e anéls bipartidos. 13.2 Dimensionamento mecanico Como os trocadores de calor s40 vasos de pressao, alguns dos componentes devem ser dimensionados como vasos, sendo que ainda requerem complementacao ou espessuras minimas conforme TEMA. Outros componentes so tipicos de trocadores e tém dimensionamento apenas conforme TEMA. Célculos mais detalhados, para casos especiais, podem ser encontrados na referéncia 12. ‘As tenaées admissiveis sfio de acordo com ASME Socio VIII, Divisao 1, a menos do procedimento especifico para as tensdes admissiveis de compressao dos tubos, exigido pelo TEMA. Os programas de computador para dimensionamento de vasos de pressao podem ser adotados para o calculo de trocadores pois, tém os procedimentos do TEMA para dimensionamento dos espelhos. Existem programas especificos para trocadores, que normalmente vinculam o dimensionamento mecdnico ao cdloulo térmico. 13.2.1 Dimensionamento do corpo cilindrico Entende-se como corpo do trocador os seguintes componentes: ‘+ casco e tampo + carretel e cabegote Devem ser calculados de acordo com o ASME Secao Vill, Divisao 1 No caso de trocadores com espelhos fixos, a dilatacao diferencial. entre os tubos e 0 casco, provoca tensdes adicionais, no casco, de compressdo ou tracdo, que devem ser verificadas Conforme procedimento do TEMA. Caso estas tensdes sejam excessivas é necessario 0 uso de juntas de expansdo, para absorverem a dilatagdo diferencial, ou a escolha de trocadores com espelho flutuante ou feixe “U". As tensdes longitudinais admissiveis, de tragao e compressao, 80 conforme ASME. 116 Independentemente do valor calculado para a espessura, o TEMA exige espessuras minimas ‘em fungio do diametro do casco, do material empregado e da classe R, C ou B. 13.2.2 Dimensionamento dos tampos Os tampos dos trocadores podem ser planos (flanges cegos) ou conformados (elipticos ou torisiéricos). Ambos os tipos também tém dimensionamento conforme ASME Secao Vill, Divisdo 1 Para os tampos conformados deve-se também atender as espessuras minimas requeridas pelo TEMA, em funcdo do didmetro do casco, do material empregado e da classe R, C ou B. No caso de tampos planos de trocadores multipasse, onde sao empregadas juntas de vedacao entre a chapa divisora de fluxo e 0 proprio tampo, é necessario verificar a deflexao, de forma que néo seja excessiva e prejudique a estanqueidade, provocando “by-pass” e misturando os fluxos de entrada e saida do fluido do lado dos tubos, conforme mostrado na figura 13.4. O TEMA exige que esta deflexo seja limitada aos seguintes valores YY < 0,8 mm para diametros nominais até 610 mm; Y <0,125% do diémetro nominal acima de 610 mm. A deflexdo é calculada conforme procedimento do TEMA, em fungao da pressdo, espessura & médulo de elasticidade do tampo, além de outros parametros obtidos do calculo do tampo, conforme ASME, que é um tampo plano aparafusado (ver segao 9). Para trocadores de passe inico nao ha necessidade desta verificacéo. Havendo necessidade de ranhuras no tampo para acomodacdo da junta e fixagdo da chapa divisora, a espessura requerida do tampo deverd considerar a profundidade destas ranhuras — Deflexéio em tampo plano 7 13.2.3 Tubos Em geral, os tubos devem ter um comprimento de 6 metros, ou submiltiplo deste valor. O comprimento, didmetro, espessura e quantidade de tubos so em funcdo do dimensionamento térmico. As espessuras sao padronizadas, em BWG, e devem ser verificadas para pressdo intema e externa (devidas aos dois circuitos independentes), de acordo com os procedimentos do ASME. Segao Vill, Divisdo 1 O TEMA, estabelece 0 vo maximo nao suportado dos tubos (maior afastamento entre chicanas com cortes alternados, chicana-placa suporte ou chicana-espelho), em fungao do ‘material, diémetro e temperatura dos tubos. No caso de trocadores com espeihos fixos a dilatagao diferencial, entre os tubos e 0 casco, provoca tensdes adicionais de compressao ou tracao, que devem ser verificadas conforme procedimento do TEMA. Caso estas tensdes sejam excessivas 6 necessario 0 uso de juntas de ‘expansdo, para absorverem a dilatagao diferencial. As tensdes longitudinais admissivei tragio so conforme ASME e as de compresszio devem seguir procedimento do TEMA. 13.2.4 Flanges Os flanges do carretel @ cabegote também devem ser calculados de acordo com o ASME Segéo Vill, Diviso 1, (ver segao 9), com as seguintes recomendagdes adicionals do TEMA: * espacamento maximo entre parafusos: Byax= 2 dp + 6 t/ (m +0,5) - ver seco 9; Caso 0 espagamento seja maior do que o especificado acima, deve ser aplicado um fator de Correo no momento M,, para calculo do flange conforme ASME. Se B > Brngx =? M’o = My ( B/ Brox )'” B © Bmax — espagamento entre parafusos 13.2.5 Espelhos O ealculo de espethos é bastante trabalhoso © comploxo, principalmento no caso de espelhos fixos. Serd apresentado aqui apenas o conceito basico para seu dimensionamento, devendo ser consultado 0 TEMA para obtengo das expressées de célculo e da nomenclatura empregada ‘A espessura do espetho é calculada para duas con *° Flexdo T=(FG/3)[P/nS]” Cisalhamento T=[ 0,31 D,/( 1-d,/passo) ](P/S) 118 T = espessura efetiva do espelho P = pressao efetiva (‘ado do casco ou lado dos tubos) S = tensdo admissivel a tragéo do ASME G = diametro médio da junta, para espelhos vedados com junta, ou diametro interno do casco para espelhos soldados ao casco metro extemno dos tubos iametro equivalente do perimetro do feixe tubular F = fator de fixago do espelho 11= fator do arranjo dos tubos Nao haverd necessidade de calculo a cisalhamento se’ P/S<1,6( 1—d,/ paso)? A espessura efetiva do espelho deve adicioner as profundidades para encaixe da junta e das ranhuras para fixagao de chapas divisoras, se houver. Caso os espelhos sejam usados para conexdo aparafusado com os flanges do carretel ou do cabegote, a parte extendida do flange, externa ao casco e onde sao posicionados os parafusos de fixaco, deve ter espessura dimensionada de acordo com procedimento do TEMA, em fungao dos parametros obtidos do calculo de flanges, de acordo com ASME. A pressdo efetiva do projeto (P) depende do tipo do trocador e das pressdes co lado do casco e do lado dos tubos e é definida para cada tipo de feixe tubuler: * Espethos fixos (ver figuras 13.22 e 13.3) E 0 maior valor absoluto de uma série de express6es com diversas combinagées das soguintes presses, sendo avaliada distintamente para o lado do casco e o lado dos tubos: + Prosso equivalente de diferencial do oxpansio térmica, quo considera a forga exercida no espelho devida a dilatacao. Esta pressao depende da espessura adotada para o espelho. E avaliada distintamente, considerando 800 casco tem ou nao junta de expans&o; ‘+ Press&o equivalente de aperto dos parafusos, para espelhos extendidos e fixados nos flanges por parafusos; + Pressdo de projeto do lado dos tubos ou do lado do casco. As cargas admissiveis, da jungdo tubo-espelho sao obtidas do ASME Seco Vill, Diviséo 1, Apéndice A Alterativamente, 0 cdlculo pode ser feito adotando-se um critério de pressao equivalente diferencial, que prevé as mesmas combinagdes, porém adotando como pressio de projeto a diferenga entre as presses do lado do casca e do lado dos tubos. Esta alternativa s6 deve ser adotada com o consentimento do proprietario do trocador. 119 calculo da espessura dos espelhos fixos 6 um cdlculo interativo, pois depende da espessura adotada para avaliagao da pressao equivalente de diferencial de expansao térmica, e por este ‘motivo extremamente trabalhosa, caso seja feita manualmente. ‘+ Espelhos para cabegotes tipo P (ver figura 13.3) E uma pressao obtida em fungdo das pressées do lado do casco e lado dos tubos, e do fatores © parametros relacionados com 0 diametro do espelho. E avaliada de forma distinta para a flexéo e cisalhamento. ‘+ Espethos para cabegotes tipo W (ver figura 13.3) E definida como a pressdo de projeto do lado dos tubos acrescida da presséo do lado do casco, se for negaliva + Espelhos para os outros tipos de feixes tubulares; Deve ser a maior das pressdes de projeto entre o lado dos tubos e 0 lado do casco. No caso de haver pressao negativa (vacuo) em um dos lados, para efeito de célculo deve ser adicionada a pressao do outro lado. Os espelhos para feixes com tubos “U’ ou com espelhos fixos, também podem ser calculados pelo ASME seco VIII, Divisdo 1, Apéndice AA, que normalmente requer espessuras menores que as do TEMA. 13.2.6 Acessérios 13.261 Placa divisora de passes O calculo desde acessério 6 feito da mesma maneira que para uma placa plana, sujeita a flexéo causada por carga uniformemente distribuida (pressao diferoncial dovide a perda de carga entre os passes do fluido do lado dos tubos). Esta placa, dependendo da sua fixagao a0 carretel e espelho pode ser considerada em um dos seguintes casos: * placa retangular, com trés lados engastados e um lado simplesmente apoiado; + placa retangular, com os lados maiores engastados e os lads menores simplesmento apoiados; + placa retangular, com os lados menoras engastadcs e os lados maiores simplesmente apoiados. 13.2.6.2 __Dispositivo de fixago do cabecote flutuante - Anel bipartido Trocadores com espelho flutuante adotam um anel bipartido para fixagdo do cabegote no espelho flutuante, trocadores com cabegote tipo S (ver figuras 13.2 b e 13.5), possibilitando a desmontagem do cabegote e permitindo a remogdio do feixe tubular. Devido ao aperto dos parafusos 0 anel sofre deformacdo, permitindo um mau assentamento da junta e com isto causando vazamento. Para evitar este tipo de problema pode-se construir 0 120 espelho e o anel com um entalhe para encaixe, conforme a figura 13.5 e desta forma evitar a deformagao, Este acessorio 6 um flange bipartido aparafusado e tem dimensionamento conforme procedimento do TEMA, utilizando alguns dos parémetros do calculo de flanges do ASME. abesote ~.anel bipartide tante 7 Figura 13.5 — Anel bipartido 132.63 Juntas de expansao Nos trocadores de espelhos fixos, caso as tenses longitudinais no casco ou nos tubos, devidas & expansdo térmica, sejam excessivas, 6 necessdrio a instalaco de juntas de expanso no casco, para absorverem a expansdo diferencial e ndo causarem tensdes adicionais. Estas juntas podem ser dimensionadas, seguindo um destes proce’ ‘= procedimento do proprio TEMA; ‘© procedimento do ASME Secao Vill, Divisdo 1, Apéndice CC; + procedimentos da EJMA (Expansion Joint Manufacturers Association), referéncia 44 calculo das juntas de expanso é bastante complexo e, normalmente, fazem parte dos programas de computador. 1.2.6.4 Chicanas, placas suporte e tirantes Estes acessorios, por nao sofrerem esforgos mecanicos, nao necessitam de dimensionamento mecdnico. O TEMA estabelece espessuras, didmetros e quantidades minimas, dependendo do material, diametro do trocador e dasse R, C ou B. 13.2.6.5 Suportes Os trocadores de calor so horizontais, apoiados em selas, ou verticais apoiados em sapatas ouanéis. Para avaliagao das tons6es atuantes, devidas a suportago, e dimensionamento dos suportes ver segies 6 7. 124 14 Fadiga e Concentragao de Tensdes Como a maioria dos vasos de pressao é projetada pelo ASME Secdo VIII Divisio 1, nao se considera anilise de fadiga. No entanto, quando se adota o ASME Segéo Vill Diviséo 2 ou Divisdo 3 e o BS-5500 os efeitos dos carregamentos ciclicos devem ser considerados. Desta forma, serio apresentados os concsitos basicos destes codigos. 14.1 Introdugao a fadiga ‘Quando ocorre uma deformacao plastica repetida, que causa ruptura, 0 equipamento tem falha por fadiga. Esta ruptura se inicia com uma pequena trinca, praticamente imperceptivel, que se desenvolve num ponio de descontinuidade geométrica, por exemplo, um furo, mudanca de espessura ou de forma no casco. Esta trinca aumenta rapidamente, devido a0 efeito de concentragao de tensdes, até que ocorre a fala do material. A Iadiga pode ser causada por carregamentos auto limitados e nao auto limitados, e podem ocorrer localizadamente num determinado ponto (por exemplo, na juno de um bocal com 0 asco) ou de maneira generalizada no equipamento como um todo. Sao considerados dois tipos de fadiga: = fadiga no regime elastico; + fadiga no regime elastico-plastico. O critério adotado para os vasos de pressdo, que estabelece a resisténcia a fadiga para um determinado ntimero de ciclos, esta baseado no regime elastico. ‘A fadiga ocorre quando a tenséo provocada por um carregamento ciclice tem flutuagao (amplitude) superior ao limite de fadiga (endurance limi), ver figura 14.3, que é fungao de cada material e cujos valores so obtidos experimentalmente através de testes. 14.2 Tensées médias e amplitude das tensées alternadas. Determinagao do ntimero de ciclos admissiveis Para se estabelecer 0 nimero de ciclos que uma carga ciclica pode admitir 6 importante se entender 0 conceito de tensdes médias (S,,) © de amplitude das tensées alternadas (Sw) Imaginando que um equipamento, submetido a ciclos de flutuacao de presses, tenha como tensées principais 1, 62 € 03 122 As intensidades de tensées so: Si2= 01-02 Sos = 02-63 Sor = 63-01 ‘Como 3 = 0 e sendo G+ > 02 a maxima intensidade de tensdes S=01-03=64 Para um carregamento ciclico, esta intensidade sera variavel entre um valor maximo (Sirex) © um valor minima (Sy). De acordo com a figura 14.1 temos: | tenstes reversas e cieles oan cieles tenses repeticas Figura 14.1 — Tenses alternadas Sm= 0,5 (Smax* Smin) , tensdo média; S,= Snax Snin, intervalo de tensdes (sires range) S_= 05 S;, amplitude de tensées A determinacao do nimero de ciclos admissiveis é obtida da figura 14.3 usando-se S, 123 14.3. Danos acumulados E comum um equipamento estar submetido a varios carregamentos ciclicos com diferentes numeros de ciclos e diferentes “stress range”, agindo simultaneamente ou nao. Como cada cartegamento provoca um certo tipo de dano ao equipamento teremos um efeito de danos acumulados. Os efeitos individuais sao comparados linearmente, obtendo-se o fator de utilizacdo: us Ny +e / No +... #1 Ni< 1,0 Onde: ntimero de ciclos esperado do carregamento i; numero de ciclos admissiveis do carregamento i (obtido da figura 14.3) N Para exemplificar, considere-se a seguinte condig&o: Um vaso esté sujeito a uma pressdo com variagdo de 1000 ciclos que provoca uma flutuacao de tensa de 0 (zero) a +500 MPa e também esta submetido a um transiente térmico, com 10000 ciclos, com flutuagdes de tens4o de 0 (zero) a -300 MPa. O material tem tensao de rutura de 450 MPa. Observando a figura 14.2 tem-se: 800. S (MPa) ~200! ~00: numero de ciclos Figura 14.2 — Flutuagao de tonsées para ciclos depressao e temperatura 124 O maximo valor de S, atuaré até 1000 ciclos e 0 minimo valor de S, atuaré em 9000 ciclos. Sas = 0.5 [500 — (-350)] = 425 MPa Sa2= 0,5 [0 ~(-350)] = 175 Mpa Da figura 14.3 obtém-se: para Sax: N; = 3000 ciclos ara Sz: N, = 40000 ciclos U = (1000/3000) + (9000/4000) = 0.5583 < 1,0 equipamento nd terd falha por fadiga 144 Critérios do ASME Sec¢aoVill, Divisio 2 e BS-5500 para avaliagao de fadiga Tanto 0 ASME Segao VIII Divisao 2 quanto o BS-5500 adotam critérios, semelhantes, para verificagao das condigdes que determinam se um equipamento esta sujeito ou nao a falha por fadiga. Estes cédigos estabelecem um procedimento para esta avaliacdo que analisa os seguintes ciclos. * Ciclos de pressao total (full range) para paradas/partidas do equipamento; + Ciclos de flutuagao de presso de operagaio, onde esta flutuagao ultrapassa um percentual da pressao de projeto; * Ciclos de variagao de temperatura para pontos considerados adjacentes (ver item 14.7, nota 2), + Ciclos de temperatura envolvendo componentes soldados entre si, que tenham diferentes coeficientes de expansao térmica; * Ciclos de temperatura envolvendo componentes soldados entre si, que tenham diferentes médulos de elasticidade; + Ciclos de gradientes térmicos durante a operacao normal e paradas/partidas do equipamento. Caso algum dos carregamentos estabelega que 0 equipamento estd sujeito a fadiga, deve-se seguir 0 seguinte procedimento, para cada de carregamento: + Passo 1: determinar o intervalo de tensdes (stress range) de cada ciclo: 01 = O1max = O1min + 62 = G2max ~ G2nin » 03 = Camax ~ Famin ‘+ Passo 2: determinar as diferengas dos intervalos de tensdes e obter 0 intervalo de intensidade maxima: Si2= G4 - G2 ; Szs = 02 - G3; S31 = G3- 01 Smae = MAXIMO (S12, Soa. Sai), 125 Passo 3: determinar as tensées alternadas: Sta =0,5 Stmar , S2a = 0,5 Samar» + Sna = 0,5 Samax Onde n é 0 néimero de carregamentos. Passo 4: se necessério, corrigir as tensdes alternadas para o médulo de elasticidade do material ( ver item 14.7, nota 4) S'sq = Sra (210 x 10? / Emotorai), S'2n = Soa (210 x 10° / Eman) S'pa = Spa (210 X 10° / Emote!) Passo 5: da figura 14.3, determinar 0 niimero de ciclos admissivel para cada carregamento: S'1a=> Ny: S’x9=> No S'na=> Ny Passo 6: determinar os danos acumulados: Uy = ny. Ny ; Uz = ne! No 5 Un = Mal Ny Onde n é 0 niimero de ciclos esperado de cada carregamento, Uy # U2 + ccscenct Un < 1,0 126 10* 3 So (MPo) 107 10 | 10 107 10? 10° 10° 10° Numero de Ciclos (N) Ss 5 552 WPa Chota 2 708 5 Su 5 008 Hrs = 2100 10" MPa Chote Se © Lense al ternada Figura 14.3 — Curva de fadiga para ac¢o-carbono, aco liga e aco de alta resisténcia com temperaturas até 375° C (Fonte ASME Se¢ao VIll Divisao 2) 127 14.5 Tensées de pico Tensdes de pico sao provocadas por carregamentos que ocorrem normalmente nos equipamentos (press4o, diferencial térmico etc), multiplicadas por fatores de concentrago (k) pois atuam localizadamente em descontinuidades geométricas. ‘So tens6es que acarretam em falha por fadiga e so classificadas na categoria F, conforme secdo 2. 14.6 Fatores de concentragao de tensées Para alguns casos especificos, que serao mencionados adiante, estes fatores so obtidos de curvas e tabelas que constam dos cédigos de projeto e literatura especializada em vasos de press4o. Para casos ndo mencionados neste item, podem ser obtidos de referéncias sobre concentraco de tensées [referéncia 33} Os fatores para tensdes devidas a pressio e cargas localizadas em bocais referem-se a geometria mostrada na figura 14.4. t = espessura do becal T = espessura do casco Figura 14.4 — Geometria tipica de descontinuidade na juncdo de bocal com casco 14.6.1 Fatores de concentragdo para tensées devidas 4 pressdo interna em jungées de bocais Sao fatores obtidos através de resultados de testes de fotoelasticidade ou analise com elementos finitos e podem ser encontrados em intimeros artigos sobre o assunto [referéncias 29, 30 e 31]. Os cédigos de projeto que possuem analise de fadige incluem tabelas e/ou graficos com valores para estes fatores, 128 O codigo ASME Seco VIII, Divisdo 2 adota valores conservatives, resultado de inimeros testes aplicados em vasos e bocais de varias dimensdes, para os principais pontos da jungao do bocal com o casco, apresentados nas tabelas 14.1 e 14.2. Tenstes © -/-__________FatorK _______| pontos internos | _pontos extemnos normais Gy 2.0 20 tangenciais of 0,2 2,0 | radiais 6, UR a intensidade S 22 20 Tabola 14.1 — Fatores de concentragao de tensées para cascos esféricos ou partes esféricas de tampos Sie in ~ Ot, para pontos internos $= Gn - Gr, para pontos externos On.t.r=KPRn/2t Fator K i onsbes ‘plano longitudinal plano transversal pontos pontos | pontos pontos internos externos internos externos circunferenciais oy 34 1.2 0) 2.4 -0,2 1.0 -0.2 26 “UR 0 [ “UR 0 intensidade S 33 12 | 12 26 Tabela 14.2 — Fatores de concentracao de tensées para cascos ci $= Gy - Ox, para pontos intemos $ = Gy ~ Ox. para pontos externos no plano longitudinal S = 6x - Gy, para pontos extemos no plano transversal Oq.xr=K PRm/t Para ambos os casos, t é a espessura nominal do casco ou tampo sem considerar qualquer acréscimo de espessura devido a reforgos (integral ou sobreposto). 129 Para bocais nao radiais (deslocados ou laterais), conforme figuras 14.5 ¢ 14.6, os fatores de concentracao devem ser corrigidos da seguinte forma, sendo K é o fator para bocais radiais definidos anteriormente ‘+ Bocais deslocados em cilindros e esferas kK, K [1 + sen26] Figura 14.5 — Bocal deslocado (hill side) * Bocais laterais em cilindros Ki =K [1+ (tan 6y"°] Figura 14.6 — Bocal lateral (ngulo Y) Como iformagao, um estudo realizado com elementos finitos, utilizando elementos solidos tridimensionais com 20 nés isoparamétricos [referéncia 37], obteve uma comparacdo com os, fatores adotados pelo ASME, para um bocal com 835 mm de diametro, num casco cilindrico com raio de 1980 mm e espessura de 228,6 mm. O vaso foi submetido a uma pressao de 6,9 MPa 130 Os resultados deste estudo podem ser observados na tabela 14.4. Fator K Tensées |___plano longitudinal plano transversal pontos pontos pontos pontos. internos. externos internos externos circunferenciais Gg 2620 | 0.888 0,445 1,150 longitudinais 6 -0,010 0,760 0,164 1,522 radiais Gy 0145 0 -0,128 0 intensidade S 2,720 ogi2 0,558 1,131 Tabela 14.4 — Fatores de concentracao de tensées obtidas por slementos finitos Comparando estes resultados concluimos que o ASME € realmente conservative e que uma analise por elementos finitos em casos complexas pode ser interessante apesar de trabalhosa e cara. 14.6.2 Fatores de concentrago para tens6es devidas a cargas localizadas Sio fatores obtidos do Apéndice B do Boletim 107 [referéncia 23] e sao diferenciados para tensdes membrana (Ki) e tensées de flexo (K.). Com referéncia a figura 14.4 estes fatores so determinados pelas expressdes abaixo, que est4o representadas na figura 14.7. K=1+[1/(28r/7))* Koa t+ [11 (4.7 1/7)" 8.00 yonee ene 3.00 Figura 14.7 — Fatores de concentragao K;e Ke 131 14.6.3 Fatores de concentragao para tensdes devidas a gradients térmico ‘Sao fatores com valores muito variéveis, dependendo da fonte de consulta utilizada. Podemos- adotar, conservativamente, um valor K = 3,0 [referéncia 32] 14.7 Notas 1 — Pode-se adotar 0 uso de protegdes térmicas para reduzir as diferengas de temperatura e choques termicos. 2- So considerados pontos adjacentes, em cascos e tampos, quando a distdncia entre eles for inferior a 2,5 (Rt) 3 - Interpolar para valores entre 552 MPa e 793 MPa. 4~ Para outros valores de médulo de elasticidade corrigir 0 valor de Ss Sa= (210 x 10° )/E 132 15 Fratura Fragil e Baixa Temperatura em Vasos de Pressao Construidos com Aco Carbono Materiais como ago carbono podem apresentar falha por fratura fragil. Esta falha ocorre quando © equipamento esta sujeito a temperaturas préximas da temperatura de transigao e haja inicializagao de trincas decorrentes da fragilizagao do material. A temperatura de transigao, também chamada de temperatura de ductilidade nuta (nil ductile transition temperature — NDT), é aquela na qual o material deixa de ter comportamento dictil (falha por deformagées plasticas excessivas) para ter comportamento fragil (falhas por pequenas deformagées causadas por tensdes abaixo da tensdo de escoamento). Esta tomporatura 6 especifica para cada material e estabelecida através de testes. 15.1 Mecnica da fratura A fratura fragil ocorre com 0 aparecimento de uma trinca que tende a se propagar, causando a ruptura do material. Em termos geométricos pode-se considerar a trinca como uma pequena elipse com pequena razo eixo menor/eixo maior. Um carregamento aplicado perpendicularmente a trinca gera tenses na sua vizinhanga, conforme mostrado na figura 15.1, com as seguintes intensidades: Gx = [K)/ (2 x1)" ] [cos (0/2)] [1 — sen (0/2) sen (30/2)] oy =[K/ (2 «r)"] [oos (0/2)] [1 + sen (6/2) sen (38/2)] t= [KJ (2m1)"? ] [cos (0/2)] [sen (8/2 ) cos (8/2) cos (38/2)] ‘Onde K; 6 0 fator de intensidade de tensdes. KI=OF F 6 0 fator de forma, obtido da teoria da elasticidade, que depende da geometria da trinca. A figura 15.2. mostra uma trinca tipica em vasos de pressao. Para esta trinca o fator é: F=[ 112 (ma)']/[0,125 x(3+a7/c?)-0,12 07/8 ]'? Onde: o é a tensao atuante e S, é a tensdo de escoamento do material 133 r™ plastica zona elastica — Figura 15.1 — Tensées na trinca A propagasao o fendmeno pelo qual a trinca aumenta de tamanho sem que haja acréscimo de tensdes, o que leva a ruptura do material. Isto ocorre quando o fator de intensidade de tensdes (Kj) atinge um valor critico (Kic), que é funcao das propriedades e da temperatura do material. Estes fatores sdo determinados experimentalmente e podem ser obtidos da especificacdo ASTM-E-399 [referéncia 34] Aresisténcia a fragilidade do material pode ser entendida como a razo Kic ! Sy. Geralmente materiais com tenses de escoamento elevadas (materiais de alta resisténcia) so mais suscetiveis & fragilizagao. Para Kic/ S,> 1.5 0s materiais podem ser considerados com boa resisténcie. ST, Figura 15.2 — Trinca eliptica superficial em placa fina infinita 134 \Vasos operando com tensdes primarias inferiores a 41,4 MPa ndo apresentam susceptibilidade a fratura fragil [referéncia 35] Para equipamentos que operem em condigdes favoraveis 4 ocorréncia de trincas deve-se evitar a construgéo de bocais com reforgos do tipo chapa sobreposta (pad). Este tipo de reforco tem tendéncia a formacdo de trincas no casco, principalmente na regido da extremidade da solda de filete com 0 plano transversal e também na jungao do pescoco com 0 casco, no plano longitudinal [referéncia 36]. Em casos de temperaturas muito baixas & recomendavel o emprego de agos inoxidaveis austeniticos por terem temperatura de transica0 muito baixa (-250" C) e, desta forma, nao requererem teste de impacto. Agos liga especiais também podem ser adotados para baixas temperaturas (ver tabela 4.1). Os codigos de projeto adotam critérios, baseados na mecAnica da fratura, que indicam a escolha adequada do material, a determinagao da temperatura minima de prjeto - MDMT (minimum design metal temperature) e a necessidade de realizagao de teste de impacto, prevenindo desta forma a ocorréncia de fratura fragil 15.2 Critérios do ASME Segao VIll Divisao 1 @ Divisao 2 para baixa temperatura E adotado um critério simplificado para evitar a falha por fratura fragil em equipamentos fabricados em ago carbono. A consideracdo basica é a necessidade ou ndo de teste de impacto (corpo de prova Charpy-V): dependendo do material e da espessura adotada, obtém- ‘se a minima temperatura de projeto (MDMT — minimum design metal temperature), para a qual o teste é dispensado. © cédigo estabelece, a principio © como excegdio a determinagéo da MDMT, que o teste de impacto no é requerido para temperaturas iguais ou superiores a -29 °C, nos seguintes casos: * quando 0 material for enquadrado na curva A da figura 15.3 e tiver espessura igual ou menor que 13,0 mm; * quando 0 material for enquadrado nas curvas B, Ce D da figura 15.3 e tiver espessura igual ou menor que 25,0 mm; Esta consideragdo sé ¢ valida se todas as seguintes condigdes forem atendidas: + 50.0 equipamento for testado hidrostaticamente; * sea temperatura maxima de projeto ndo for superior a 343 °C; * quando as cargas térmicas, de choques mecdnicos ou ciclicas ndo so os requisitos mandatorios para o dimensionamento do equipamento. 135 18.21 Curva de determinagao da temperatura minima A temperatura minima sem teste de impacto é obtida das curvas da figura 15.3, em funcdo da espessura de referéncia para componentes soldados, que podem ter elementos com espessuras diferentes, como bocal com chapa de reforgo (espessuras envolvidas: da chapa de reforgo, do bocal e do casco), ou para componentes nao soldados, como flanges aparafusados e, em alguns casos, espelhos de trocadores de calor. Esta figura estabelece temperaturas minimas, sem teste de impacto, de acordo com a espessura de referéncia e o grupo do material, sendo que a minima temperatura possivel € -48 ‘C. As temperaturas ainda podem ser reduzidas, dependendo do nivel de solicitagao de cada componente. As curvas da figura 15.3 sao obtidas com o seguinte procedimento: 2 Bre = (1/t) [ Kic Sy J ‘Onde fic € © fator critico de determinagao da temperatura, t 6a espessura e S, 6 a tensdo de escoamento do material. De acordo com a experiéncia este fator deve estar limitado aos seguintes valores: 0.45 Be <1.5 Conservativamente 0 cédigo ASME adota o valor de 1.5, que substituido na expresso fornece: t= 0.66 [ Kio/ Sy Experimentalmente constata-se que ha uma relacao entre Kic com a temperatura e a tensdo de escoamento, de forma que, obtém-se a seguinte expressao: Kic= Sy/(X:~XeT) Onde T é a temperatura € X; € X2 Sao constantes obtdas experimentaimente, para determinados grupos de material ‘Substituindo esta expresso na expresso que envolve a espessura, lem-se a base para a obtengao das curvas da figura 15.3: T=[(%1X)= (1/7 (1,5 tX2)"? J 136 $ ) & ce | Temperatura 150 Espessure (mm) grapes de aateriais {8,B,¢ ¢ 9) esto ¢efinidos na nota 1 Figura 15.3 — Temperatura para teste de impacto (Fonte: ASME Segao VIII, Divisao1) Para a figura 15.3 as curvas indicam os seguintes grupos para os materiais mais empregados’ * GrupoA SA-515 Gr 65 e 70. * Grupo B SA-515 Gr 60, SA-516 Gr 65 € 70 (no normalizado), SA-105, SA-106 Gr B e SA-234 WPB. © Grupo ¢ SA-182 Gr 21 € 22 (normalizado e temperado), SA-387 Gr 21 @ 22 (normalizado e temperado), ‘SA-516 Gr 55 e 60 (nao normalizado). © Grupo D SA-516 Gr 55/60/65 @ 70 (normalizado), Para uma lista completa dos materiais de cada curva consultar 0 ASME Secdo VIII, Divisdo 1. 137 15.2.2 Curva de redugao de temperatura Nos casos em que a solicitacao atuante nos elementos soldados ou em partes nao soldadas, for menor do que a solicitagao maxima admissivel, na condicao corroida, é permitida que a temperatura obtida da figura 15.3 saja reduzida, até um limite 10 de -104 °C, sem teste de impacto. O fator de solicitagdes é: F=LE/(t-c)ouF=S*E*/SE Onde: t, 6a espessura requerida, E 6 a eficiéncia de solda usada para calcular t,, E* 6 a eficiéncia de solda minima (E* =E e caso E seja menor que 0,8, adotar E* = 0,8), S é a tensao admissivel, S* é a tensdo atuante primaria geral de membrana, t é a espessura nominal e c é a espessura prevista para corrosao. Este fator também representa uma razo de intensidades de tensdes (tensdo atuante / tensdo admissivel). Como os vasos operando com tensdes primérias inferiores a 41,4 MPa nao apresentam fratura fragil, isto representa, para os agos carbono, um fator médio F entre 0,44 € 0,28. O ASME Segao VIII, Divisdo 1 considera que para elementos que tenham F < 0,35 a temperatura minima que dispensa 0 teste de impacto é — 104 °C, independentemente da temperatura obtida da figura 15.3. A curva de redugao de temperatura é baseada numa relacdo de dependéncia dos fatores de intensificagdo, nas trincas, para tensdes atuantes e de escoamento, com a temperatura de ductilidade nula (NOT- nil ductile transition temperature). Para obtengdo da curva o ASME adota 0 seguinte procedimento, considerando: +E adotada trinca do tipo eliptico superficial, figura 15.3, tendo como dimensdes médias: tla=6 a=0.25t ‘Onde / é 0 eixo maior, a é 0 semi-eixo menor da trinca e t é a espessura da parede do vaso. * _O fator de intensidade da tensdo atuante é definido como: K,)=[S(xa/Q)'?] Onde $ 6 a tensdo atuante e Q é um fator de forma, 138

Vous aimerez peut-être aussi