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Comunicação Empresarial
CARLOS EDUARDO DAMIAN LEITE
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
1ª Edição
Taubaté
Universidade de Taubaté
2014
Copyright©2014.Universidade de Taubaté.
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade.
Administração Superior
Reitor Prof.Dr. José Rui Camargo
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Pró-reitor de Administração Prof.Dr.Francisco José Grandinetti
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Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais Profa. Dra. Lídia Maria Ruv Carelli Barreto
Revisão ortográfica-textual Prof. Me. João de Oliveira
Projeto Gráfico e Diagramação Me.Benedito Fulvio Manfredini
Autor Carlos Eduardo Damian Leite
Bibliografia
ISBN - 978-85-62326-23-3
Palavra do Reitor
Bons estudos!
v
vi
Apresentação
Os conceitos apresentados neste material, além dos que discorrem a respeito dos meios
de comunicação e o modo como eles realizam a transmissão de mensagens específicas,
também discutirão o modo como o ser humano interpreta e representa o mundo ao seu
redor, por meio de novos significados oferecidos pelo pensamento simbólico. A partir
do símbolo será considerada a linguagem, produto da interpretação do mundo com
características socioculturais únicas em cada grupo social.
Com foco na questão empresarial, será também considerada a realidade das empresas, o
modo como a comunicação se processa em meio às demais realizações. Também será
visto como retórica e oratória podem ser empregadas no âmbito empresarial, para que
possam ser utilizadas em meios de comunicação oral e escrita.
Por fim, serão expostos os recursos utilizados pela empresa para divulgação e
manutenção de sua relação com os públicos; na medida em que ela consegue efetivar
em sua cultura organizacional a ideia de que a comunicação não é algo isolado, mas
parte importante e decisiva dentre suas atividades.
Espero que aprove os conteúdos abordados e que este material o ajude, e muito, em sua
formação acadêmica. O tema é relevante; os exemplos e indicações de livros, filmes e
sites são atuais e, de certo modo, podem ser aplicados na teoria e na prática de sua
atividade profissional, de maneira única e pessoal.
vii
viii
Sobre o autor
ix
x
Caros(as) alunos(as),
Caros( as) alunos( as)
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo
estudado.
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais
atores desta formação.
Equipe EAD-UNITAU
xi
xii
Sumário
Palavra do Reitor .............................................................................................................. v
Apresentação .................................................................................................................. vii
Sobre o autor.................................................................................................................... ix
Caros(as) alunos(as) ........................................................................................................ xi
Ementa .............................................................................................................................. 1
Objetivos........................................................................................................................... 2
Introdução ......................................................................................................................... 3
Unidade 1. Aspectos Socioculturais do processo comunicacionalicacional .............. 5
1.1 O simbólico na linguagem e cultura humanas ............................................................ 6
1.2 Considerações sobre a capacidade de falar................................................................. 8
1.3 A comunicação em sua ordem sistêmica .................................................................. 10
1.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 13
1.5 Para saber mais ......................................................................................................... 14
1.6 Atividades ................................................................................................................. 16
Unidade 2. Considerações sobre os meios de comunicação ..................................... 17
2.1 Breve histórico dos meios de comunicação .............................................................. 18
2.2 As mídias na sociedade de informação..................................................................... 21
2.3 As tecnologias digitais de informação e comunicação ............................................. 24
2.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 26
2.5 Para saber mais ......................................................................................................... 27
2.6 Atividades ................................................................................................................. 28
Unidade 3. Elementos e técnicas da expressão oral e escrita .................................... 29
3.1 Questões filosóficas sobre o discurso ....................................................................... 30
3.2 Retórica e Oratória como recursos midiáticos .......................................................... 32
3.3 Elementos de técnica redacional............................................................................... 34
3.4 A análise de discurso na compreensão do cotidiano empresarial ............................. 36
3.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 37
3.6 Para saber mais ......................................................................................................... 38
xiii
3. 7 Atividades ................................................................................................................ 39
Unidade 4. Meios e procedimentos da comunicação empresarial ............................ 41
4.1 O contexto empresarial contemporâneo ................................................................... 42
4.2 Sobre a comunicação empresarial ............................................................................ 45
4.3 Meios externos e internos de comunicação .............................................................. 47
4.4 O papel das mídias no ambiente corporativo ........................................................... 52
4.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 54
4.6 Para saber mais ......................................................................................................... 54
4.7 Atividades ................................................................................................................. 55
Referências ..................................................................................................................... 57
Bibliografia complementar sugerida .............................................................................. 58
xiv
Comunicação
Empresarial ORGANIZE-SE!!!
Você deverá usar de 3
a 4 horas para realizar
cada Unidade.
Ementa
EMENTA
1
Objetivo Geral
Contextualizar os alunos quanto ao desenvolvimento da comunicação
empresarial, relacionando-a ao ambiente histórico e empresarial brasileiro
perante as demandas provocadas pela globalização e pela internacionalização
dos mercados. Apresentar os conceitos e as aplicações da comunicação
organizacional, institucional, corporativa e empresarial.
Objetivos Específicos
2
Introdução
3
4
Unidade 1
Unidade 1 . Aspectos Socioculturais do processo
comunicacional icacional
Aspectos como a questão da mitologia e dos valores serão também analisados, focando-
se no modo como eles são transmitidos em meio ao contexto social, considerando
inclusive a diversidade que apresentam. Diante da ideia da transmissão de um conteúdo
em comum como sendo o processo comunicacional, o ato de falar também será
considerado, em seus aspectos fisiológicos e socioculturais, apresentando-se o aparelho
fonador e o que envolve o ato humano de se comunicar.
Bons estudos!
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1.1 O simbólico na linguagem e cultura humanas
Ao longo do processo de desenvolvimento dos seres, hábitos que se tornam
característicos tornam-se essenciais para a sobrevivência destes. Um exemplo é a
“dança” realizada por abelhas para indicar perigo na colméia ou uma fonte de néctar
apropriada; ou ainda o cortejo de machos às fêmeas, em diversas espécies.
6 simbólicos.
Dentre estas características, destaca-se a plasticidade, que permite ao ser humano
desenvolver a capacidade de representar o mundo ao seu redor, além de transmitir todo
o conteúdo desenvolvido pela fala.
Você, caro (a) aluno (a), verá de forma mais específica o modo pelo qual o ser humano
exerce a função de falar no subtítulo a seguir. Neste instante, basta destacar que por
meio da fala o desenvolvimento cultural pode-se dar de forma única e diversificada,
inclusive se forem consideradas as diferenças geográficas e étnicas.
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capitalista, uma vez que as notas e moedas se reduzem a pedaços de papel ou pequenos
discos de metal. A análise simbólica de mundo, portanto, não se reduz ao objeto ou
pessoa, mas sim àquilo que, em um segundo momento, este ou aquele podem
representar.
No que diz respeito ao ato de transmitir, será discutido no item a seguir a importância da
fala como meio que possibilita ao homem concretizar a comunicação, assim como os
elementos que possibilitam ao homem ter a capacidade de falar, produzir sons que
ganham um significado determinado de acordo com o que se deseja compartilhar.
A partir desta cultura formada pelos símbolos, os valores, as crenças e ideias que são
determinados pela sociedade assumem um caráter de representação em um ou mais
aspectos, destacando a característica de que objetos e pessoas podem assumir uma
segunda importância em diversos contextos.
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O aparelho fonador, primordial para a capacidade humana de pronunciar palavras de
forma compreensível, para a devida transmissão de conteúdos, compreende a região da
boca (lábios, dentes, língua, fossas nasais, palato duro e mole – conhecido popularmente
como “céu da boca”), complementada pela ação do esôfago, traquéia, laringe, glote,
pregas vocais e pulmões.
Ou, ainda, elabora um discurso totalmente inovador, o que pode ser considerado apenas
na aparência, pois todo discurso tem como fundamento aquilo que foi dito
anteriormente, em algum momento na história em que as palavras já eram pronunciadas.
Na Unidade 3, quando for abordada a Análise de Discurso, serão discutidos com mais
detalhes os elementos pertinentes aos conteúdos proferidos pelos indivíduos.
10
num misto de repetição e criação, já que, de acordo com a Análise de Discurso, as
palavras ditas se baseiam nas que anteriormente, em algum ponto da história humana,
foram utilizadas para descrever uma determinada situação. Mais um aspecto deve ser
considerado na questão discursiva: o que diz respeito à comunicação fazer parte de um
sistema, assim como os seres humanos de modo individual contribuem para um sucesso
da sociedade.
A “Teoria dos Sistemas” foi formalizada pelo biólogo Ludwig Von Bertalanffy. Nela a
sociedade é comparada a um organismo; cada função de um ser, inclusive o humano,
diz respeito à manutenção desse organismo; trata-se de compreender as interações,
desenvolvendo-se a complexidade deste sistema como um conjunto de relações
múltiplas e dialéticas.
O sistema está, portanto, aberto às mudanças que podem ser realizadas pelos agentes,
desde que eles possam se comunicar entre si. O processo comunicacional se formaliza
nesta sociedade, analisada tal qual um organismo que enfrenta diversos conjuntos de
tensões a todo o momento. A eficácia ao se lidar com tais tensões depende do modo
como os indivíduos transmitem os conteúdos pertinentes para se lidar com elas.
do processo comunicacional.
11
ou mesmo o código não seja o correto para a situação, pode ocorrer o chamado “ruído
de comunicação”.
O ruído nada mais é do que qualquer elemento que, dentro do processo comunicacional,
impossibilite a compreensão devida da mensagem transmitida. Pode ser ainda um
elemento que não necessariamente estará presente no processo, mas depende deste para
que, dentro da questão sistêmica de emissão de mensagens, a comunicação possa manter
seu fluxo.
Este elemento é a falta de interesse por parte do receptor, objeto comunicacional a ser
analisado posteriormente neste livro-texto, e que possui diversas causas, inserido tanto
em um esquema simplificado como nas complexas inter-relações estabelecidas entre os
indivíduos no cotidiano social.
Para que a comunicação seja compreendida como processo social, pode-se entender o
esquema, figura 1.3, como algo que se repete diariamente, independente dos meios
utilizados para que a transmissão seja realizada de maneira eficaz e com sucesso. No
caso de um diálogo, o meio de comunicação é o próprio ar no qual a voz pode vibrar e
transmitir os sons específicos para a emissão de palavras. Um ruído nesta comunicação
seria literalmente algo que impedisse a compreensão da fala do emissor por parte do
receptor; mas, em outro âmbito, o ruído pode ser o indicativo de uma falha no processo,
sem que seja facilmente encontrado, ao contrário de um diálogo imediato.
12
Em conteúdos
posteriores deste
material, você
caro(a) aluno(a)
poderá
compreender
outros modos
pelos quais o
ruído
Figura 1.3 - Esquema do processo comunicacional e seus elementos,
em uma visualização simples de uma ação sistêmica e repetida de comunicacional
acordo com a necessidade de compreensão.
Fonte: http://esdpedroial.ccems.pt/edvisual/comunicacao.htm pode ser
Acesso em 14 jan. 2010.
determinado.
Dentro ainda do esquema sistêmico, na próxima unidade serão analisados diferentes
meios de comunicação, compreendendo o modo como uma mesma mensagem pode ser
veiculada por meio destes, além de ser apresentado um breve histórico sobre eles, assim
como o uso das mídias pela chamada “sociedade de informação”.
13
Em um contexto sistêmico, a comunicação se dá em um fluxo de duas vias: a mensagem
transmitida pelo emissor e devolvida pelo receptor em um determinado meio de
comunicação, em uma ação denominada feedback, a resposta adequada ao processo
comunicacional realizado de maneira eficaz.
Filmes
O modo como a apreensão de informações – feita de forma automática por meio de uma
ligação direta com o cérebro, por um cabo conector, como se o órgão fosse um
dispositivo eletrônico – e o simbólico – abordando questões como a transposição de
limites por parte do ser humano e como este interpreta o seu meio – são tratados pelo
filme merecem destaque, principalmente se o pensamento do espectador for guiado pelo
questionamento de Morpheus a Neo (Laurence Fishburne), quando os personagens
discutem a diferença entre simples percepções do mundo e os significados que o ser
humano atribui às tais percepções, perguntando: “o que é real?”.
Espanglês (Ano: 2004 /Direção: James L. Brooks /Elenco: Adam Sandler, Téa
Leoni, Paz Vega/ Gênero: Comédia). O filme trata das dificuldades de compreensão
entre uma empregada mexicana (Paz Vega) e seu patrão, o chefe de cozinha (Adam
Sandler), pois enquanto ela fala espanhol, ele só fala inglês; por isso, nenhum dos dois
consegue se fazer compreender por um bom tempo. O recurso complementa a noção
sobre o processo comunicacional, principalmente no que diz respeito ao código
14
utilizado, que intensifica os ruídos que possuem probabilidade de existir, sem que, no
entanto, a comunicação como um todo seja prejudicada, pois entre eles surge um
sentimento que supera tal dificuldade.
Livros
Sites
15
1.6 Atividades
Questão 1: Consulte o dicionário de símbolos online, relacionado na seção anterior, e
encontre conteúdos simbólicos que considere relevantes. Exponha sua pesquisa no
Fórum (com data a ser definida) e discuta com seus colegas os significados obtidos, em
busca da compreensão destes no contexto sociocultural (utilize o espaço abaixo para
listagem dos símbolos escolhidos no site citado, se desejar):
16
Unidade 2
Unidade 2 . Considerações sobre os meios de
comunicação
Nesta Unidade, serão tratados os meios de comunicação, como recursos para estender a
transmissão de mensagens e ampliar capacidades como a velocidade e a quantidade de
informações que podem ser propagadas. Também serão analisadas as características das
tecnologias digitais, também chamadas novas tecnologias, no que diz respeito à
propagação de conhecimento e à interatividade.
Bons estudos!
17
2.1 Breve histórico dos meios de comunicação
A principal modificação realizada na troca de informações entre o homem e a natureza,
com o desenvolvimento das novas tecnologias, foi a colocação da máquina como um
elemento entreposto. Porém, ao contrário das indústrias, que em plena Revolução
Industrial substituíram o trabalho manual pelo maquinário, a invenção da imprensa e o
progresso da comunicação não foram tão criticados, pois, ao invés de substituir o
homem, o meio de comunicação inovador necessitava da presença humana para
funcionar. Afinal, sua finalidade era auxiliar e facilitar a primordial troca de
informações entre o homem e seu ambiente.
A invenção da imprensa por meio de tipos móveis, em 1450, por Johannes Gutenberg,
causou grande impacto na reprodução de publicações, sem que, contudo, fossem
enfrentadas rejeições. “Em comparação com a Revolução Industrial, a invenção da
imprensa e o progresso das comunicações não encontraram hostilidades relevantes;
aliás, quase sempre foram aplaudidos e acompanhados por previsões eufóricas”
(SARTORI, 2001, p. 16).
Apesar do decreto do Papa Clemente XII que excomungou todos que possuíssem a
“Enciclopédia”, foram impressos 24 mil exemplares entre 1751 e 1789, tornando sua
propagação irrefreável, diante deste número colossal. Mas, até hoje, a tecnologia das
comunicações desperta temores e previsões catastróficas sobre seu uso, porém estes
jamais se concretizam. As previsões mais usuais, ao contrário, nunca são consideradas.
Assim foi o caso do telégrafo, em que havia um monopólio sobre as informações por
parte de quem instalava primeiro os fios.
18
Sartori (2001, p. 19) indica como exemplo a associação entre a Western Union (que
detinha o monopólio do serviço telegráfico) e a Associated Press (primeira agência de
notícias), que influenciou a produção de jornais impressos: “(...) tal aliança pré-
fabricava os jornais, pois a Associated Press determinava quais notícias deviam ser
divulgadas, e a Western Union fazia o noticiário chegar ao destino”.
A televisão, por sua vez, seria uma revolução no modo do homem ver o mundo: à
distância (tele-ver), todos os objetos e formas conhecidas no planeta, sem a necessidade
do contato com eles.
Com o progresso tecnológico da televisão, o ser humano entrou aos poucos na era da
cibernética, utilizando-se, em troca dos comandos dados pelo homem à máquina, ordens
vindas diretamente da tela aos sentidos do telespectador. Seria o início da manipulação
da imagem com fins comerciais, educacionais ou até mesmo de entretenimento.
A natureza da
comunicação sofreria
um impacto muito
grande com a
utilização em massa
de imagens pela
televisão. Se antes a
linguagem, escrita e
Figura 2.1 - A evolução dos meios de comunicação acompanha
falada, era valorizada mudanças no modo pelo qual o homem apreende e transmite
nos meios de informações, e compreende o mundo ao seu redor
Fonte: http://akio.com.br/?tag=mkt
Acesso em 15 fev. 2010.
19
comunicação, e em consequência os valores que se destacavam culturalmente eram os
“invisíveis” (de caráter simbólico), a imagem e o visível sobrepuseram-se à cultura do
símbolo – esta que, de certa maneira, auxiliou na evolução e na compreensão do mundo
pelo homem.
20
As novas tecnologias conduzem, portanto, a uma nova experiência de convívio social,
em que níveis sociais e de conhecimento se tornam mais flexíveis, exigindo uma
readaptação humana em relação à compreensão de seu ambiente. Une-se a tais questões
a existência do virtual, que auxilia ainda mais a propagação e volatilidade das
descobertas, pensamentos e realizações, em uma escala planetária.
Tais sinais, que permitem a representação de ideias, objetos e ações, são chamados
símbolos; estes, como visto anteriormente, tornam a comunicação da espécie como o
processo de transmissão da informação, enriquecida pela reflexão e posta em símbolos,
com o propósito de provocar uma reação essencialmente simbólica.
21
O esquema era linear e, entre os pólos de emissão e recepção da mensagem, estavam a
fonte (produtora da mensagem), o emissor ou codificador (que transforma a mensagem
em sinais transmissíveis), o canal (meio de transporte dos sinais), o decodificador ou
receptor (reconstrói a mensagem a partir dos sinais emitidos) e a destinação (para a qual
a mensagem é transmitida) (idem, p. 59). A ideia de Shannon era, com a
correspondência linear, diminuir o maior número possível de ruídos que impedem o
isomorfismo (plena correspondência entre os dois pólos).
A palavra virtual vem do latim virtualis, derivada, de virtus, força, potência. “(...) O
virtual tende a atualizar-se, sem ter passado, no entanto, à concretização efetiva ou
formal” (LÈVY, 1996, p. 15). Com esta sentença, Pierre Lévy resume a essência do
virtual e seu conteúdo informacional como algo dinâmico, sem depender diretamente de
uma fonte precisa no
mundo real (com
exceção das
informações
jornalísticas nele
divulgadas).
O elemento principal
da comunicação
realizada a partir do Figura 2.2 - A interface digital possibilita a interação “homem-
máquina”, na projeção do real no virtual
(e/ou no) ambiente Fonte: http://www.uh.edu/engines/epi2514.htm
Acesso em 16 fev. 2010.
virtual é a questão da
interface digital. A comunicação “homem-máquina” é realizada antes da “homem-
22
homem”, pois antes mesmo de a mensagem ser enviada a outrem uma relação com o
meio de propagação é admitida.
Seja na questão de assumir várias faces em uma sala de bate-papo tal qual uma máscara,
seja na criação de personagens para a interação em jogos eletrônicos on-line – que na
forma mais atual são uma mistura de chat e RPG simultâneos – o homem necessita criar
uma nova identidade, apreciando o resultado da interface como em um jogo de
imitação.
23
Não é mais perceptível a “presença” do computador no processo da comunicação e
apreensão de informações, como se por meio deste o homem pudesse compartilhar não
só conhecimento, mas muito daquilo que pertence à sua essência.
24
reforço das desigualdades, repensando de forma mais dinâmica e com novos enfoques a
questão dos conhecimentos gerados. Faz-se necessário trabalhar com as tecnologias de
maneira séria, sem ilusões, pois tanto podem servir para a elitização e o aprofundamento
das contradições sociais como para a democratização do conhecimento.
Sua origem foi um projeto de 1969, do Departamento de Defesa (DOD) dos Estados
Unidos: a Arpanet, uma rede inicial de computadores que utilizava o mesmo protocolo
de interconexão (TCP/IP) e que fez surgir a Internet. O sistema de redes tornou-se tão
complexo que é possível utilizar o termo ciberespaço, ou ainda cibersociedade.
O termo ciberespaço,
criado pelo ciberpunk
William Gibson em seu
livro Neuromancer, pode
ser considerado atualmente
como um conjunto de
computadores interligados.
Tal sentença só confirma a
inconstância inerente do
virtual: ele nunca será algo
pronto, acabado. Portanto,
tudo o que for por ele
composto terá também uma
estrutura de constantes Figura 2.3 - As novas tecnologias propõem, além do uso do
virtual para a transmissão do conhecimento, a superação dos
modificações; o limites geográficos, para que a transmissão de mensagens
ocorra do modo mais eficaz
ciberespaço é uma espécie Fonte: http://cirandas.net/associacao-publicitaria-perola-negra
Acesso em 10 fev. 2010.
25
de corredor onde toda a informação circula, um não-lugar.
Propor discussões é uma atividade da ciberssociedade, sendo exercida com todo direito
pelo cibercidadão. Por esse e outros motivos, a cibercultura é considerada uma expansão
da realidade, colaborando com a quarta camada de inteligência com uma realidade
ampliada.
Do contato virtual dos chats, como em um baile de máscaras contemporâneo, aos jogos
em três dimensões, em um teletransporte para dentro dos cenários e da evolução de
enredos e personagens, pode-se extrair a ideia de que o virtual e a realidade parecem
reproduzir a si mesmos, com um corpo ou ambiente entre eles, num incessante processo
de projeções e de criações contínuas.
Passando pela “Grande Enciclopédia” de Diderot, feita graças aos tipos móveis de
Gutenberg, pôde ser analisado não somente como as informações eram transmitidas,
mas também o impacto que delas socioculturalmente.
26
divulgavam com eficácia as informações, mas de outro alienavam a população,
escolhendo previamente o que seria divulgado.
Com o telefone, o rádio e a televisão, quebrou-se tal monopólio, passando estes meios a
ser fontes exclusivas de informação para quem os possuía.
O computador conectado à Internet, que por sua vez é a rede mundial de redes de
computadores, torna-se ícone de uma sociedade que desenvolve seus conteúdos de
maneira dinâmica e única.
Filmes
Tron (Direção: Steven Lisberger. Roteiro: Steven Lisberger. Elenco: Jeff Bridges,
Bruce Boxleitner, David Warner, Cindy Morgan. Gênero: Ficção Científica). Enquanto
acessa o computador de seu ex-chefe para tentar provar que foi trapaceado por outro
executivo, o programador de computadores Kevin Flynn (Jeff Bridges) é levado,
literalmente, para dentro do mundo virtual. Transformado no programa Clu, junta-se a
gladiadores computadorizados para enfrentar um programa especializado em segurança,
Tron (Bruce Boxleitner). Destaque como primeira obra cinematográfica a reproduzir
uma ideia sobre o ciberespaço, em suas dimensões físicas e tecnológicas.
27
2.6 Atividades
Texto 1: Relate e justifique, com suas ideias, qual é o meio de comunicação mais
relevante, em toda a evolução das mídias e da comunicação em si, considerando
elementos do próprio meio e do contexto sociocultural no qual se inseria (ou insere).
Texto 3: Sugira, no Fórum (evento a ser marcado previamente), que seja discutida a
importância da Educação a Distância, no contexto de uma sociedade pautada pelas
novas tecnologias. Se desejar, esboce sua experiência abaixo, antes da publicação e
discussão.
28
Unidade 3
Unidade 3 . Elementos e técnicas da expressão
oral e escrita
Também foi considerada a relação que se estabelece entre homem e máquina, focada
nas tecnologias digitais, especificamente o computador com conexão à Internet, a rede
mundial de redes de computadores. A interatividade existe tanto com o computador, em
um ambiente específico, virtual, denominado ciberespaço, como também com outros
indivíduos, independente da distância que houver entre eles.
Bons estudos!
29
3.1 Questões filosóficas sobre o discurso
Você, caro (a) aluno (a), já pôde analisar na Unidade 1 a importância da linguagem no
desenvolvimento humano. Agora, na Unidade 3, com foco no discurso e suas funções
socioculturais, este subtítulo vem tratar do discurso visto do ponto de vista filosófico.
Sabe-se que a Filosofia é a forma pela qual o homem analisa o mundo a seu redor por
meio da reflexão, questionando todas as coisas, por mais simples ou óbvias que sejam.
Tornam-se corriqueiras, portanto, perguntas de cunho filosófico que investiguem a
essência da humanidade, ou mesmo o porquê da existência de todas as coisas.
Se o discurso propaga ideias que dizem respeito aos saberes e realizações sociais e,
principalmente se as ações são pautadas pela ética,
Retórica se refere principalmente ao
também existe um conjunto de preceitos que se emprego devido das palavras, em
ocasiões diversas, na preocupação de
referem à utilização do discurso, para a devida que se propague uma mensagem da
maneira mais coerente e eficaz possível
divulgação das mensagens, aos mais diversos (GUATTARI, 1994, p. 46).
públicos. A tais preceitos referentes ao discurso se dá
o nome de retórica.
A retórica, por estar voltada à utilização devida das palavras, era a base da elaboração
discursiva filosófica. Ou seja, o emprego dos vocábulos na transmissão dos
ensinamentos se fazia fundamental, não somente pela importância que a divulgação oral
30
do saber possuía para os filósofos, mas também porque as sentenças corretamente
usadas poderiam ou não conduzir seus discípulos à verdadeira reflexão.
A retórica era utilizada para que, no meio das explicações que a outra pessoa se sentia
obrigada a dar, fosse formulada uma ou mais perguntas seguidas, com a finalidade de
que se revelasse que tudo no mundo pode ser constante e insistentemente questionado.
O filósofo também esclarecia aos indivíduos questionados, neste processo de auto-
reflexão, que as respostas que a Filosofia procura, na verdade, não se encontram fora,
mas sim no interior do ser humano.
31
um poderoso recurso, a fim de tornar as ideias claras, concisas, num jogo vocabular que
não somente transmitia, mas também obtinha respostas com olhares, postura e
questionamentos vários, que possibilitavam a continuidade daquele processo de
construção filosófica.
Como observado
anteriormente na Unidade 2,
foram vários os meios de
comunicação, para que
houvesse uma evolução da
forma pela qual o ser
humano transmite
suas Figura 3.2 - Na realização de uma palestra, por esta ser um
opiniões. Contudo, mesmo recurso comunicacional oral e estar voltada a muitas pessoas,
a retórica e a oratória assumem importância no emprego de
com a atual tecnologia ideias e na eficácia de todo o processo.
Fonte: http://gcncomunica.wordpress.com/2008/12/04/no-quintal-
digital usada para tal da-crise/
Acesso em 15 fev. 2010.
atividade, as precauções no
emprego da linguagem e na divulgação de ideias devem ser mantidas. Eis porque se faz
necessário utilizar a retórica e a oratória como recursos junto às mídias convencionais e
inovadoras.
Assim como a cultura se diversifica, o mesmo ocorre com o modo de realizar o processo
comunicacional sem ruídos – compreendendo-se tal processo sob a visão linear ou
matemática de Shannon –, pois cada indivíduo, com seus valores e opiniões, possui
algum elemento que lhe prenda mais a atenção em meio a um discurso ou explanação.
Isso é natural do ser humano, inclusive porque foi visto que, mesmo no virtual, com
tantas informações a serem apreendidas, o conhecimento se dá pela seleção destas, pois
somente aquilo que realmente interessa à pessoa será armazenado de modo efetivo no
cérebro, na memória de quem ouve, estuda, lê ou recorda.
Dentre as regras que estão inseridas nestas duas técnicas, pode-se citar, em relação à
retórica, que seja evitado o emprego de palavras muito complexas, ainda mais se não
fizerem parte do universo sociocultural do público em questão. Deve-se interpretar os
termos técnicos que fizerem parte do discurso, principalmente se for sabido que os
presentes não possuem o devido conhecimento, ou o possuem de modo superficial. Com
tal iniciativa, sentenças que seriam difíceis de interpretar ficam facilmente passíveis de
interpretação, garantindo a assimilação das ideias transmitidas e a dinamicidade do
processo comunicacional.
33
Em relação à oratória, as regras são voltadas à utilização prática das palavras, ou seja,
do discurso em si, no momento da fala. Para que a compreensão das palavras seja
efetiva, basta que o orador – tal qual um emissor preocupado com a transmissão de sua
mensagem, assim como o feedback que pode obter de seus receptores – trabalhe sua
locução, atentando para o modo e velocidade com que produz as palavras.
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escolher as palavras certas no momento certo e a interpretá-las quando deve, para o
melhor entendimento de seus ouvintes; também contribui com a comunicação escrita,
em relação aos gêneros textuais que a compõem, principalmente no âmbito empresarial.
Da mesma forma que a explanação oral, a comunicação escrita exige que as palavras
sejam bem colocadas. Os termos técnicos, dentro de uma empresa, não precisam ser
esclarecidos, a não ser que sejam muito recentes ou muito específicos (no caso, por
exemplo, do documento em questão ser dirigido ao setor de marketing, com termos
relacionados à produção empresarial).
A descrição dos detalhes é outra questão específica dos documentos empresariais, a que
se deve empregar também a retórica como recurso redacional, Seja para relatar ideias
sobre a criação ou renovação de um produto, seja para realizar um evento ou uma
campanha promocional, detalhar todos os procedimentos é fundamental em âmbito
empresarial.
Tal precaução garante que as ideias sejam compreendidas passo a passo, fazendo com
que os processos cotidianos não sejam prejudicados por um mal entendido. A retórica,
portanto, faz com que tal procedimento tenha esse caráter voltado ao entendimento
pleno, com a preocupação de que, ao ler um documento, o leitor possa aplicar o que for
necessário, em relação ao objeto indicado, no setor descrito, sob as determinações
colocadas por escrito.
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3.4 A análise de discurso na compreensão do cotidiano
empresarial
Já foram discutidas questões referentes à retórica e à oratória, bem como à devida
elaboração de explanações orais e textos, visando à apreensão e compreensão
simultânea do que é transmitido. Outra técnica voltada ao discurso, com questões mais
específicas, que também auxilia na assimilação de informações importantes em diversos
âmbitos do cotidiano, é a análise de discurso.
A análise de discurso, como o próprio termo diz, foca a análise dos discursos proferidos
em diversas ocasiões, considerando o significado principal (explícito) e os secundários
(implícitos). Considera como discurso tudo o que é proferido no contato de um
indivíduo com outros, com conteúdos e formas de transmissão específicas em um
contexto determinado, assim como os elementos que complementam tal processo
comunicacional.
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caracteriza por ter base no ritual em si e nos dogmas da religião em questão, o científico
no que é comprovado pelas experiências, o político pelas ideologias sociais e o
acadêmico pelas normas metodológicas, o discurso corporativo baseia-se nos princípios
de mercado.
A oratória era utilizada pelos filósofos no que diz respeito à difusão das ideias em
público, com a preocupação de transmitir as ideias a um grande número de pessoas, de
forma clara e concisa, auxiliando no processo de assimilação dos conteúdos. Da mesma
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forma, nos dias atuais, existe a preocupação de se utilizar meios de comunicação que
contribuam na divulgação a grandes públicos, em reuniões, palestras e apresentações.
A retórica, por sua vez, é utilizada para reforçar a comunicação escrita, desenvolvendo a
capacidade de escolha das palavras, para se produzir um discurso o mais coerente com a
realidade empresarial. Por fim, para se compreender os elementos que caracterizam a
comunicação no âmbito empresarial, pode-se recorrer à análise de discurso, que destaca
os elementos específicos do discurso das empresas, voltado para o mercado, atento às
suas exigências e termos técnicos.
Sites
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3. 7 Atividades
39
40
Unidade 4
Unidade 4 . Meios e procedimentos da
comunicação empresarial
A oratória, por sua vez, era empregada na divulgação de conteúdos para um grande
número de pessoas, modo pelo qual os filósofos divulgavam suas ideias. Atualmente a
preocupação com a oratória está voltada para reuniões, palestras e apresentações, enfim,
os eventos realizados no âmbito empresarial, para a transmissão de concepções
pertinentes à própria empresa.
Bons estudos!
41
4.1 O contexto empresarial contemporâneo
O contexto empresarial nos dias de hoje se caracteriza por uma valorização dos recursos
humanos, enquanto colaboradores com uma bagagem de hábitos, valores e opiniões,
que pode ser utilizada em benefício da própria empresa, em busca de seu diferencial no
mercado.
Também no que diz respeito às relações de poder, existem questões que determinam o
modo como os superiores lidam com seus subordinados, variando o grau de
autoritarismo de acordo com as concepções daqueles. Estas concepções refletem na
cultura organizacional, assim como o modo pelo qual os superiores valorizam, de
maneira mais ou menos justa, os colaboradores da empresa. Os graus de relacionamento
entre funcionários são determinados por processos empresariais diferenciados, que serão
caracterizados a seguir.
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Como sistemas de punições e recompensas, o administrador pode adotar um esquema de
punições que consiga a obediência por meio da imposição de castigos e medidas
disciplinares, com ênfase na intimidação e no medo. Contudo, pode também adotar um
esquema de recompensas materiais e simbólicas para obter a motivação positiva, por
meio da meritocracia bem empregada, alcançando ainda a aceitação e o
comprometimento das pessoas, com ênfase nas recompensas e estímulos.
No que diz respeito ao clima organizacional, existe ainda uma grande desconfiança das
pessoas, mas permite-se algum relacionamento entre elas, como certa condescendência
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da organização. O sistema utiliza punições e castigos, mas já se preocupa com
recompensas, que são estritamente materiais e salariais, frias e calculistas.
O terceiro sistema, o consultivo, é mais aberto do que os anteriores. Ele deixa de ser
autocrático e impositivo para dar alguma margem à contribuição das pessoas, como uma
breve consulta, vindo disto sua denominação de sistema consultivo. Proporciona
descentralização e delegação das decisões, permitindo que as pessoas possam se
envolver no processo decisorial da organização.
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As comunicações constituem o núcleo de integração do sistema, tornando o clima
organizacional o mais favorável possível; seu fluxo é tanto vertical como horizontal,
para proporcionar envolvimento total das pessoas no negócio da organização.
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Este subtítulo irá focar a comunicação empresarial e o processo que a conduziu a
adquirir importância no cotidiano das corporações. Têm-se diante da comunicação
empresarial diversos conceitos, de acordo com as concepções que as empresas possuíam
em relação à própria efetivação comunicacional. Antes da década de 70, as atividades
de comunicação nas empresas eram totalmente fragmentadas, devido à falta da
concentração dessas atividades em um só setor, específico para a função.
Era como se a comunicação fosse uma atividade residual, algo feito apenas como uma
obrigação formal, diante de tantas outras atividades corporativas, consideradas mais
importantes.
A maioria das empresas começa a criar um setor específico para lidar com as atividades
comunicacionais específicas. Os gêneros literários começam a ser desenvolvidos no
cotidiano corporativo: realização de eventos, assessoria de imprensa e implantação de
meios de comunicação de âmbito interno.
46
O case da Rhodia foi o primeiro bem
sucedido de transparência e
compromisso aplicados ao exercício
da comunicação empresarial.
Amplamente divulgado pela mídia e
pelo mercado, influenciou outras
organizações e explicitamente
posicionou a comunicação
Figura 4.2 - A empresa Rhodia, em meados da
década de 1980, revolucionou o conceito sobre empresarial como fundamental no
comunicação empresarial no Brasil. processo de tomada de decisões,
Fonte: http://www.sealtelecom.com.br/clientes_cases
/clientes_cases.php situação que se consolidaria na
Acesso em 20 fev. 2010
década seguinte.
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comunicação a um patamar, não de procedimento paralelo, mas conjunto às demais
atividades empresariais.
Este subtítulo centra-se nos meios de comunicação utilizados nos procedimentos das
empresas, sendo divididos, de acordo com o público, em meios externos e internos. Os
meios de comunicação externa visam ao Stakeholders equivalem a todos os interessados
em uma empresa, direta ou indiretamente,
público de fora do âmbito da própria contribuindo para sua ascensão socioeconômica,
dentre os acionistas ou empresas que possuam
organização, ou seja, aqueles que não
uma relação comercial (BUENO, 2003, p 53).
participam de suas atividades cotidianas.
Como já foi explicado, as mídias podem ser classificadas em externas e internas. Dentre
os meios de comunicação voltados ao público externo, podem ser destacados a
propaganda, as notícias corporativas, o atendimento ao consumidor, os sites e as
pesquisas de opinião. Estes meios externos, como pôde ser notado, acompanham os
públicos no cotidiano; diferentemente dos meios internos, que estão inseridos no
cotidiano de quem trabalha ou acompanha o dia a dia empresarial.
Hoje, além de trabalhar com o produto ou serviço em si, a propaganda ainda pode se
referir à própria empresa, associando produtos e serviços de qualidade a uma
corporação que exibe suas características e diferenciais.
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O SAC pode ser realizado por telefone, mas também tem seu espaço nos sites das
empresas, podendo o consumidor acessá-lo em um espaço específico em tal mídia,
registrar suas opiniões, críticas ou elogios e enviar para a empresa em questão, como
uma mensagem eletrônica. Este
procedimento de verificar a opinião do
consumidor em relação a alguma
realização da empresa (seja produto,
serviço ou mesmo a imagem dela
perante a sociedade) é chamado de
pesquisa de opinião.
O mural de informações, como o próprio nome diz, é um quadro fixado a uma parede,
normalmente em um corredor. Seu tamanho deve estar de acordo com o ambiente
organizacional. Quanto mais pessoas transitarem e quanto maior for o ambiente, mais o
mural terá de chamar a atenção com suas cores, tamanho e diagramação (forma como
nele as informações se encontram dispostas).
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Podem ser utilizados fotos, charges, notícias de jornal, textos digitados e informes sobre
datas importantes. A utilidade principal do mural de informações é ser um veículo
prático, de divulgação cotidiana, assumindo, portanto, a troca constante das informações
nele inseridas. É o meio de comunicação interna mais comum de ser encontrado no
ambiente organizacional, devido inclusive a tal praticidade.
O jornal interno é um jornal elaborado com notícias que dizem respeito aos
acontecimentos relevantes da organização. Pode até conter notícias que façam
referência ao contexto político, socioeconômico ou mesmo cultural, mas o foco são os
dados estatísticos, as metas, as conquistas e os responsáveis por elas, as decisões
tomadas pela cúpula da empresa e os eventos a serem realizados.
Outro meio de comunicação interna bastante utilizado é a rádio interna que, tal qual o
jornal, obedece aos padrões de uma rádio convencional, trabalhando muitas vezes com
uma programação similar, de músicas e anúncios. Os acontecimentos internos são o
foco dessa mídia, voltada principalmente a ajudar os funcionários a fixar a data de um
evento importante, ou ainda relembrá-los das atividades programadas para o dia.
Os relatórios, por sua vez, são meios de comunicação interna bem específicos, voltados
para um tema delimitado; normalmente são exigidos, pelos patamares superiores da
pirâmide organizacional, em forma de uma descrição ou análise crítica – caso seja
pedida uma avaliação –, como comprovante de um trabalho realizado. São considerados
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meios de comunicação interna por também propagarem, mesmo que de maneira mais
restrita, as informações pertinentes às realizações da organização.
Em momentos de crise
organizacional, portanto, os
meios de comunicação interna
podem ser um recurso que
Figura 4.4 - Em momentos de crise, o elemento principal
dentro de uma empresa deve ser a liderança bem estabilize o clima entre os
conduzida, no estabelecimento de metas e objetivos
funcionários, colocando-se a
específicos.
Fonte: http://ricardocampos.wordpress.com/2008/12/ importância do trabalho em
Acesso em 20 fev. 2010.
conjunto, da realização de
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atividades e obtenção de metas que não prejudiquem ainda mais a organização; focando
na compreensão e, simultaneamente, na finalização de tal questão.
Com tais reações, logo a organização assimila, até mesmo como elemento de sua
cultura, que os momentos de crise também podem ser de aprendizado e crescimento.
Assim como na sociedade tem-se problemas diversos, que são enfrentados e superados a
cada dia, ao longo do desenvolvimento político, econômico e sociocultural humano; a
organização também enfrenta seus desafios.
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4.5 Síntese da Unidade
Nesta Unidade foram desenvolvidos conceitos relativos à comunicação empresarial,
com foco em seu processo histórico e nas mídias que foram e são utilizadas, garantindo
seu compromisso com os públicos interno e externo. Na classificação destes, o público
interno seriam os funcionários e fornecedores, enquanto o público externo é formado
pelos consumidores, governo, imprensa, stakeholders e concorrentes.
Para cada público existe uma mídia específica, visando trabalhar com informações que
sejam pertinentes àquilo que ele deseja saber. São utilizados com o público externo: a
propaganda, a notícia corporativa, o atendimento ao consumidor, os sites e as pesquisas
de opinião. Já com o público interno são utilizados o mural de informações, o jornal
interno, a rádio interna, os relatórios e a Intranet.
Tudo isto, visando garantir o consumo de seus produtos e serviços, assim como a
construção e a manutenção da imagem positiva da empresa em questão perante a
sociedade.
Filmes
54
Sites
4.7 Atividades
Texto 1: Discorra a respeito dos meios de comunicação que atuam de modo mais eficaz
no âmbito empresarial, justificando sua resposta.
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Referências
MATTELART, Armand & Michèle. História das Teorias da Comunicação. 2. ed. São
Paulo: Loyola, 1999.
MATTELART, Armand & Michèle. História das Teorias da Comunicação. 2. ed. São
Paulo: Loyola, 1999.
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Bibliografia complementar sugerida
ROSAS, V. de B. Afinal, o que é Conhecimento? Disponível em:
http://www.mundodosfilosofos.com.br/vanderlei22.htm Acesso em: 13 fev. 2010.
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