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Fundamentos de
Corrosão
Marcelo Schultz
Cezar Jambo
- Por que estudar corrosão ?
- Na vida pessoal:
. Antiguidade (A.D. e D.C.)
. Há alguma relação com corrosão
. Fenômeno afeta o nosso dia-a-dia
O que é corrosão?
• "A corrosão é o processo inverso da
metalurgia extrativa, em que o metal retorna
ao seu estado original, ou seja, ao minério
do qual foi extraído.“
• CC Technologies / DNV
• NACE – National Association of
Corrosion Engineers
US$ 276 bilhões nos EUA em 2002
3 a 4% do PIB
US$ 300 bilhões estimado atualmente
Efeitos da Corrosão
Perdas econômicas e de segurança:
• Redução de resistência mecânica
• Parada de equipamento
• Vazamento de fluido
• Perda das propriedades de superfície
• Redução do valor comercial
As consequências da corrosão são muitas e variadas, entretanto,
os efeitos na segurança, confiabilidade e eficiência operacional
do equipamento ou estruturas são mais sérias que a simples perda
de massa do material metálico.
Os vários tipos de falhas e a necessidade de substituições de valor
vultoso podem ocorrer mesmo que a quantidade de material
destruído seja pequena.
Corrosão pelo Solo
• REAÇÕES
ELETROQUÍMICAS
– A superfície de um metal é
composta por várias micro-
regiões anódicas e catódicas,
intercambiando-se com o
tempo.
Corrosão Eletroquímica
• PILHAS DE
CORROSÃO
ELETROQUÍMICA
– COMPONENTES
• Anodo
– Reações de
oxidação
(corrosão)
• Catodo
– Reações de
redução
• Eletrólito
• Ligação Elétrica
Corrosão Eletroquímica
• REAÇÕES ELETROQUÍMICAS
– Reações que ocorrem no anodo
M → Mn+ + ne-
– Reações que ocorrem no catodo
• Meio Neutro ou Básico, não-aerado
2H2O + 2e- → H2 + 2OH-
• Meio Neutro ou Básico, aerado
H2O + ½ O2 + 2e- → 2OH-
• Meio Ácido, não-aerado
2H+ + 2e- → H2
• Meio Ácido, aerado
2H+ + ½ O2 + 2e- → H2O
Corrosão Eletroquímica
(b)
Classificação da corrosão
Quanto à fenomenologia :
- Galvânica
- Célula oclusa
- Corrosão-erosão
- Corrosão-fadiga
- Corrosão sob tensão
- Corrosão atmosférica
- Corrosão microbiológica
- Ataque pelo hidrogênio
Processos
Corrosivos
CORROSÃO GALVÂNICA
CORROSÃO POR CÉLULA OCLUSA
anódica
CORROSÃO POR CÉLULA OCLUSA
CORROSÃO SOB TENSÃO
CORROSÃO SOB TENSÃO
CORROSÃO-EROSÃO
CORROSÃO-FADIGA
CORROSÃO ATMOSFÉRICA
EFEITO DOS CONTAMINANTES NA CORROSÃO ATMOSFÉRICA
O filme d’água condensado sobre a superfície metálica pode
conter substâncias que afetam a corrosão, tais como: oxigênio,
óxidos de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de
carbono (CO2), cloretos e íons metálicos, alguns oriundos da
atmosfera, outros do próprio metal.
- Óxidos de nitrogênio
- Cloretos
- Sujeira e fuligem
- Influência da temperatura
CLASSIFICAÇÃO DA ATMOSFERA QUANTO À CORROSÃO
- Atmosfera rural - Baixo nível de poluição. Deposição de SO2 menor que 10mg/m2 dia e NaCl
menor que 5mg/m2 -dia.
- Atmosfera urbana - Alto nível de contaminantes, tais como fuligem e poeiras. SO2 entre 10 e
80 mg/m2 .dia.
- Atmosfera marinha - Taxa de deposição média de NaCl entre 5 a 500 mg/m2 .dia. Rente ao
mar este valor pode chegar a 1500mg/m2.dia.
- Micro-clima
CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
ATAQUE PELO HIDROGÊNIO
Corrosão Eletroquímica
• POTENCIAL DE ELETRODO
– Ao imergir um metal em uma solução aquosa passa a
existir uma diferença de potencial entre a fase sólida
(metal) e a fase líquida (eletrólito ou meio).
– Ela é chamada de Potencial Eletroquímico, pois é de
natureza elétrica e química, ou Potencial de Eletrodo ou
apenas Potencial.
– O Potencial de Eletrodo pode ser positivo, negativo ou
nulo, dependendo da liga metálica, da composição do
eletrólito e de outras variáveis (temperatura, agitação,
etc).
– É um valor absoluto que não pode ser medido.
Corrosão Eletroquímica
• POTENCIAL DE ELETRODO
Corrosão Eletroquímica
• POTENCIAL DE ELETRODO
– Definição
• Eletrodo = Metal + Eletrólito vizinho
– Considerações
• O sistema Metal/Solução tende a evoluir até
atingir um estado de equilíbrio:
– M0 (metal) → Mn+ (solução) + ne- (metal)
• Esta passagem de íons para solução varia de
metal para metal, caracterizando diferentes
DIFERENÇAS DE POTENCIAL ELETROQUÍMICO
Corrosão Eletroquímica
• POTENCIAL DE ELETRODO
– Considerações
• Quando o potencial dos íons metálicos na rede
cristalina do metal for maior que o potencial dos
íons metálicos em solução, haverá uma tendência
espontânea a passagem dos íons para a solução
e o metal fica carregado negativamente.
• O potencial do metal diminui e fica mais difícil a
passagem de novos íons metálicos para a
solução.
• Esta passagem continuará até que os potenciais
sejam iguais (equilíbrio).
Corrosão Eletroquímica
• POTENCIAL DE ELETRODO
– Considerações
• Quando o potencial dos íons metálicos na rede
cristalina do metal for menor que o potencial dos
íons metálicos em solução, haverá uma
tendência espontânea a passagem dos íons da
solução para o metal e este fica carregado
positivamente.
• O potencial do metal aumenta e fica mais difícil
a passagem de novos íons metálicos para o
metal.
• Esta passagem continuará até que os potenciais
sejam iguais (equilíbrio).
Corrosão Eletroquímica
• POTENCIAL DE ELETRODO
– Considerações
• Haverá o estabelecimento de uma igualdade
de potencial eletroquímico entre o metal e a
solução a custa do estabelecimento de uma
diferença de potencial elétrico entre a fase
líquida (solução) e a fase sólida (metal)
DUPLA CAMADA
• O Potencial de Eletrodo (E) mostra a tendência
de uma reação se passar no eletrodo ou a
facilidade que o eletrodo perde elétrons ou que
os íons ganham elétrons
Corrosão Eletroquímica
• POTENCIAL DE ELETRODO
– DUPLA CAMADA
Corrosão Eletroquímica
E = Emetal - Esolução
Corrosão Eletroquímica
Mn+ + ne- ↔ M
EoRedução = – EoOxidação
Cobre imerso em uma solução de 0,1M de Cu++. O voltímetro indica o seu potencial de eletrodo
corrigido para esta concentração.
Corrosão Eletroquímica
• ELETRODOS DE REFERÊNCIA
– Laboratório
• Eletrodo de Hidrogênio
– Pt; H2/H+ (1M) +0,0000 V
• Eletrodo de Calomelano
– Hg; Hg2Cl2(s)/KCl (0,1M) +0,3337 V
– Hg; Hg2Cl2(s)/KCl (1M) +0,2800 V
– Hg; Hg2Cl2(s)/KCl (sol. sat.) +0,2415 V
– Instalações submarinas
• Eletrodo de Prata/Cloreto de Prata
– Ag; AgCl/KCl (0,1 M) +0,2881 V
– Ag; AgCl/KCl (1 M) +0,2224 V
Qual o valor do potencial de eletrodo do cromo, em relação ao eletrodo
padrão de calomelano saturado, em uma solução 0,001 M de Cr3+ ? Sabe-se
que a referência do calomelano saturado em relação ao de hidrogênio é de
+0,2415 V.
Solução: Devemos primeiramente conhecer o valor do potencial do cromo nesta concentração
(resolução idêntica ao do exemplo anterior):
Algebricamente temos:
ECr(VECS) = - 0,769 - 0,2415 = - 1,01VECS
Corrosão Eletroquímica
• EQUAÇÃO DE NERNST
– Na prática a condição de concentração
de íons igual a 1M nem sempre é possível.
Portanto, os valores dos potenciais são
diferentes dos valores padrões
– Para achar estes novos potenciais, Nernst
desenvolveu a seguinte equação:
RT aPRODUTOS 0,0591 a
E = E0 + ln = E0 + log PRODUTOS
nF aREAGENTES n aREAGENTES
Corrosão Eletroquímica
• EQUAÇÃO DE NERNST
RT aPRODUTOS 0,0591 aPRODUTOS
E=E + 0
ln =E +
0
log
nF aREAGENTES n aREAGENTES
onde:
– E - potencial observado
– E0 - potencial padrão
– R - constante dos gases perfeitos (8,314 J/K.mol)
– T - 298°K (25°C)
– n - número de elétrons envolvidos na reação
– F - constante de Faraday (96500 C)
– aprodutos - atividade ou concentração efetiva dos
produtos da reação
– areagentes - atividade ou concentração efetiva dos
reagentes da reação
Corrosão Eletroquímica
• EQUAÇÃO DE NERNST
– Para
Fe → Fe2+ + 2e-
onde, [Fe2+] = 0,01 M
0,0591 1
E = −0,440+ log = −0,4991V
2 [0,01]
NOTA:
– Vale ressaltar que os potenciais definidos até o
momento, incluindo o potencial definido pela
equação de Nernst, são Potenciais de Eletrodo
Reversíveis
Corrosão Eletroquímica
• TERMODINÂMICA
– A espontaneidade de uma reação é
definida através da energia livre de Gibbs
(∆G).
• É dito que
∆G = -nFE (J/mol)
• POLARIZAÇÃO
– Ao colocar metal em uma solução o
potencial Metal/Solução evolui até uma
situação de equilíbrio. Qualquer
alteração neste potencial, quer por
mudança na quantidade de carga na
superfície do metal quer por variações na
composição do eletrólito, afastam o
Eletrodo de sua situação de equilíbrio
– Dizemos que o eletrodo está Polarizado
Corrosão Eletroquímica
• POLARIZAÇÃO
– Atingido o equilíbrio, pelo princípio de Le
Chatelier, temos que
M → Mn+ + ne-
• desloca-se para esquerda quando as
concentrações de Mn+ ou e- aumentam
• desloca-se para direita quando as
concentrações de Mn+ ou e- diminuem
Corrosão Eletroquímica
• POLARIZAÇÃO
– O potencial do eletrodo (meia célula) é:
E = Emetal - Esolução
– Se aumento o número de e- o Emetal fica
mais negativo
– Se aumento a concentração de Mn+ o
Esolução fica mais positivo
– Nos dois casos o E fica mais negativo
• O eletrodo está polarizado catodicamente
Corrosão Eletroquímica
• POLARIZAÇÃO
– O potencial do eletrodo (meia célula) é:
E = Emetal - Esolução
– Se diminuo o número de e- o Emetal fica
mais positivo
– Se diminuo a concentração de Mn+ o
Esolução tende a zero
– Nos dois casos o E fica mais positivo
• O eletrodo está polarizado anodicamente
Corrosão Eletroquímica
• POLARIZAÇÃO
– Quanto mais polarizado o eletrodo estiver
maior será a força ou tendência para
voltar ao equilíbrio.
– Assim:
• quanto maior a polarização anódica maior a
taxa de corrosão.
• quanto maior a polarização catódica menor
será a taxa de corrosão.
Corrosão Eletroquímica
• POLARIZAÇÃO
Corrosão Eletroquímica
• POLARIZAÇÃO
– No campo prático da corrosão o mais
importante é a determinação das
diferenças de potenciais que se
estabelecem sob a influência da
polarização e de outros fatores
– Estas diferenças vão determinar as
intensidades de corrente de corrosão, ou
seja, a velocidade de dissolução das
áreas anódicas
Corrosão Eletroquímica
• POLARIZAÇÃO
– Não se tem potenciais de eletrodo
reversíveis.
– Normalmente o metal está em contato com
íons diferentes dos seus. Isto impede o
eletrodo em atingir o equilíbrio, que faria o
processo de oxidação “parar”.
– Atinge-se um Potencial de Eletrodo
Irreversível ou Potencial de Corrosão (Ecorr).
– Os íons metálicos vão formando produtos de
corrosão insolúveis, por exemplo Fe(OH)2 ou
Fe(OH)3, que não permite que o equilíbrio
seja atingido.
Corrosão Eletroquímica
CURVA DE POLARIZAÇÃO
Corrosão Eletroquímica
CURVA DE POLARIZAÇÃO
Corrosão Eletroquímica
CURVA DE POLARIZAÇÃO
Corrosão Eletroquímica
CURVA DE POLARIZAÇÃO
Taxa de Corrosão
Corrosão Eletroquímica
Potencial de Equilíbrio
Corrosão Eletroquímica
• PILHAS ELETROQUÍMICAS
– Uma pilha eletroquímica é composta de:
• Anodo
• Catodo
• Eletrólito
• Ligação entre anodo e catodo
– Retirando-se um destes componentes
destroi-se a pilha e, portanto, acaba-se
com o processo corrosivo
• PILHAS DE CORROSÃO ELETROQUÍMICA
– COMO COMBATER
• Isolando o Anodo e/ou Catodo do meio aquoso
– Aplicação de revestimentos Metálicos ou Orgânicos (pintura)
– Utilização de inibidores de corrosão
• Isolando eletricamente o Anodo do Catodo
– Utilização de juntas isolantes
– Alterando o projeto
• Alterando o Meio Aquoso
– Substituição do meio
– Remoção dos agentes agressivos (O2, Cloretos, etc)
– Alteração do processo (Temp., vazão, etc)
• Alterando o Anodo
– Uso de materiais de metalurgia mais nobre
– Uso de Proteção Catódica
• DIAGRAMAS E x pH
– São representações gráficas dos domínios
de estabilidade de íons metálicos, óxidos
e outras espécies em solução.
– São a representação gráfica da
equação de Nernst.
– As linhas entre domínios expressam o
valor do E0 entre duas espécies como
função do pH, onde elas podem coexistir
sem a tendência de se transformar uma
na outra
• DIAGRAMAS E x pH
– Linhas verticais representam o equilíbrio
de reações ácido-base que são
independente dos potenciais
– A região (domínio) de estabilidade do
metal, onde não há corrosão, é
chamada de Região de Imunidade
– A região de estabilidade dos óxidos é
dita Região de Passivação
– A região de estabilidade dos íons é dita
Região de Corrosão
• DIAGRAMAS E x pH
– Os diagramas indicam a possibilidade de
ocorrer corrosão, mas não informam a
que taxa
– Os diagramas são construídos para
determinadas espécies. A inclusão de
novas espécies implica em novos
equilíbrios, alterando o diagrama original.
Corrosão Eletroquímica
• DIAGRAMS E x pH
– Para construir um diagrama E-pH existem
3 tipos de reação de interesse:
• Reações de pura transferência de carga
• Reações envolvendo elétrons e íons H+
• Reações ácido-base puras
NOBREZA
TERMODINÂMICA E
NOBREZA PRÁTICA
Prevenção da Corrosão
Tratamento do material
- Revestimento superficial
- Seleção do material
Modificação do meio
- Remoção do oxigênio (Sequestrante)
- Controle do pH
- Injeção de inibidores
Mudança do potencial eletroquímico
- Proteção Catódica
- Proteção Anódica
Bibliografias recomendadas:
- Corrosão
Vicente Gentil
- Corrosão - Fundamentos, Monitoração e
Controle
Hermano Cezar Medaber Jambo
- Corrosion Engineering
Mars G. Fontana