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ESPÉCIES:
B.3. CITAÇÃO:
1. SENTIDO:
Definição:
• Citação é o ato processual que, comunicando ao demandado, ou ao interessado,
a existência do processo, integra-o, independente de sua vontade, à relação
jurídica processual, permitindo-lhe participar da construção do procedimento em
contraditório.
• Definição legal: CPC, 238 – “Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o
executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Características da citação:
✓ Ato processual: é um ato processual assim como a demanda (partes) e a decisão
liminar (juiz). Se a decisão liminar for positiva, o juiz ordenará a citação. Será
praticado pelos auxiliares do juízo que varia dependendo da modalidade (pelo
escrivão, ou pelo oficial de justiça ou pelos correios).
✓ Ato de informação: ato de comunicação que informa ao demandado ou ao
interessado a existência do processo. Principal ato de informação em um
processo. O vício na citação é tão grave, que é um vício transrecisório. Ato que
inaugura o contraditório para o réu. Não se limita a informar, abrindo a
oportunidade do demandado reagir contra a pretensão deduzido pelo autor.
Correlacionar informação e contraditório: citação é informação, mas
possibilidade de reação.
✓ Ato de formação da relação jurídica processual: a relação jurídica processual
começa a se formar com o ajuizamento da demanda, mas tem uma formação
linear, visto que só temos autor e juiz. A citação vai trazer o demandado a
relação, mesmo contra sua vontade, estando sujeito aos resultados do processo.
Possui a forma de vincular o réu ao processo e seus respectivos efeitos.
✓ A quem se dirige a citação: demandado (réu do processo cognitivo ou executado
do processo de execução) ou interessado (sujeito que é chamado a participar de
um processo de jurisdição voluntária, CPC, 730; terceiro interveniente
provocado a intervir, como o litisdenunciado; litisconsorte necessário na
hipótese de litisconsórcio necessário ativo, aquele que ainda não é autor mas vai
se tornar autor com a citação).
Citação x Intimação:
• “Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do
processo” (CPC, 269).
• Semelhança entre intimação e citação: ambas são atos de
informação/comunicação.
1ª distinção – finalidade: a finalidade da citação é de integrar o demandado ao
processo, sendo um ato de formação da relação jurídica processual, onde há a
integração do destinatário da citação (citando) à relação jurídica processual; já a
intimação não é ato de formação da relação jurídica processual, sendo sua
finalidade a de informar a alguém que um ato foi praticado no processo, para
que esse alguém possa fazer ou deixar de fazer algo (ex.: juiz dá uma sentença e
intima as partes, nascendo para as partes o ônus de recorrer; juiz intima uma
testemunha para participar da audiência de instrução e julgamento, nascendo
para ela o dever de depor; juiz intima o MP para que ele se manifeste como
custos legis, nascendo para ele o dever-poder de intervir).
2ª distinção – campo de aplicação: no CPC, temos dois atos de comunicação:
intimação e citação. O campo de aplicação é residual, visto que se aplica a
intimação quando não é caso de citação.
Obs.: algumas leis (leis extravagantes) utilizam outro termo que é a notificação.
Na verdade, esse ato de comunicação se enquadra em algumas dessas categorias:
citação ou intimação.
3ª distinção – destinatário: o destinatário da citação é o demandado ou
interessado; o da intimação é alguém, que pode ser as partes (são intimadas na
pessoa do advogado), MP como custos legis, advogado (quando ele leva os autos
físicos para o escritório e não devolve no prazo), terceiro desinteressado
(testemunhas), auxiliar do juízo (perito), etc.
3. Efeitos:
Indução de litispendência:
• Obs. Inicial: art. 240 x art. 312
• “Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência,
torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398
da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.”
• “Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for
validamente citado.”
• O art. 240 dá a ideia que a indução da litispendência, torna litigiosa a coisa e
constitui em mora o devedor são efeitos da citação.
• No entanto, segundo Gláucio, o art. 340 nos dá a ideia que isso é efeito da
propositura da ação, sendo a citação uma condição suspensiva para que esses
efeitos sejam produzidos.
➢ Litispendência:
• É a pendência da lide (do processo).
• De quando a quando ela existe? Rigorosamente, há litispendência desde o
ajuizamento da ação para o autor e desde a citação válida para o réu e vai até o
trânsito em julgado.
• A finalidade desse instituto é promover o princípio da segurança jurídica (mesma
finalidade da coisa julgada), ou seja, de evitar que a mesma lide seja submetida
sucessivas vezes ao Poder Judiciário.
• O que ocorre se forem ajuizadas duas ações debatendo a mesma lide? Irá ocorrer
a extinção sem resolução do mérito de uma das ações (sentença terminativa em
um dos processos, CPC, 485, V). A ação que será extinta é aquela em que a
citação houver ocorrido por último. Dai a relevância de estudarmos esse efeito.
• Ex.: ação “A” ajuizada em 18/02/2017 e citação dia 18/06/2017 e ação “B”
ajuizada em 26/02/2017 e citação dia 20/04/2018. Qual será extinta? Ação “A”,
visto que foi citada posteriormente.
➢ Caracterização da litispendência:
• A princípio, mostrando que as duas ações são idênticas, ou seja, que elas
possuem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido
(elementos identificadores da ação). Utilização da teoria da tríplice identidade
(CPC, 337, §1° a §3°): não resolve todos problemas.
• Como a teoria anterior não resolve todos problemas, deve-se utilizar a teoria da
identidade da relação jurídica: permite a alegação de litispendência ou coisa
julgada como defesa ainda que a segunda ação não seja idêntica a primeira. Há
uma ampliação em relação a primeira. É possível alegar litispendência ou coisa
julgada desde que a relação jurídica debatida no segundo processo seja a mesma
debatida no primeiro processo e desde que haja o risco de decisões
incompatíveis.
Interrupção da prescrição:
• Quando o juiz profere uma decisão liminar positiva temos a causa para
interromper a prescrição, pelo despacho que ordena a citação. Somente vai
interromper quando for decisão liminar positiva. Art. 340, §1º.
• CC, 202, I. De acordo com o CC02 a citação é uma condição suspensiva para
que a decisão liminar positiva produza seu efeito.
✓ De lege lata:
Demanda DL+ Citação
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✓ Dispositivos:
• Momento: CPC, 240, §§1º e 2º. Necessário destacar que a lei estabelece a
retroatividade deste efeito, para que seja produzido desde a propositura da
ação. O prazo prescricional considerar-se-á interrompido desde a demanda. A
justificativa se dá pelo fato de a prescrição ser uma sanção destinada a punir a
inércia do credor. Deixa de haver inércia no momento em que o credor
protocoliza a petição inicial. Requisito para retroatividade: CPC, 240, §2°.
Viabilização da citação pelo autor no prazo de 10 dias. A interpretação do
parágrafo é restritiva. Não obedecer ao prazo afasta apenas a retroatividade,
sendo que a prescrição será interrompida na próxima decisão positiva do juiz,
após o prazo. A retroatividade da interrupção só vai ocorrer se o autor
viabilizar a citação dentro do prazo de 10 dias. O que é viabilizar a citação? A
lei nova utiliza “viabilizar”, ao invés do verbo “promover”. Significa fazer o
autor tudo o que a ele cabe para que a citação possa realizar-se. Nisso insere-se
adiantar o pagamento das despesas, indicar o endereço do réu, entre outros.
Isso significa que o autor terá que realizar a citação dentro de 10 dias? Não.
Significa que ele terá que informar os dados que cabem à ele, dentro de 10 dias.
E se o autor somente adotar as providências após o prazo de 10 dias? Haverá
interrupção da prescrição? Sim. Haverá retroatividade da interrupção? Não,
porque o art. 240, §2º estabelece um requisito para que haja a retroatividade e
se ele não é cumprido, não haverá retroatividade. Observação: esse prazo
normalmente não correrá se o autor, na petição inicial, já informar os dados do
réu (indicação do endereço do réu, pagamento das despesas processuais para
que haja a citação, qualificação do réu).
• Causa: CC, 202, I + CPC, 340, §1º. Causa da interrupção do prazo prescricional
não é a citação, mas o “despacho” (decisão liminar positiva) que ordena a citação.
NCPC regula a matéria no Art. 240, §1º, confirmando que a causa de interrupção
da prescrição é o “despacho” que ordena a citação.
• Condição suspensiva: CC, 202, I.
✓ De lege ferenda:
Demanda DL+ Citação
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4. Modalidades:
➢ Exceções:
• CPC, 247, IV. Nessas hipóteses, realiza-se a citação por oficial de justiça.
Ou, não sendo possível e se for o caso, a citação por edital.
• CPC, 246, III. Se o citando for a secretaria do tribunal, o escrivão pode e deve
citá-lo, mesmo que não haja pedido do autor.
➢ Oficial de justiça:
• Oficial de justiça é um auxiliar permanente do juízo. As atribuições do oficial
de justiça estão previstas no CPC, 154 (no caso do estudo da citação, especial
atenção aos incisos I, III e VI, bem como ao p. único).
➢ Mandado:
• Possui dois sentidos:
(1) Mandado é o mesmo que ordem (ordem dada pelo juiz para que proceda a
citação do demandado ou do interessado).
(2) Mandado é um documento que é lavrado por um escrivão, e que contém
uma ordem a ser cumprida pelo oficial de justiça. Esse documento é levado em
duas vias (uma é entregada ao réu – contrafé –, e a outra ficará com o oficial,
sendo necessária a assinatura do réu nesta última, declarando que recebeu e foi
citado). Após a diligência, o oficial redige a certidão, junta ao mandado e integra
aos autos do processo.
Admissibilidade:
• A citação por oficial de justiça é cabível em três casos:
Quando a lei expressamente exigir. Exemplo: art. 829 do CPC (regra
especial em relação à regra geral do art. 247, caput).
Quando frustrar-se a citação pelo correio. Quando isso acontece? Se o
carteiro não localiza o citando ou se o citando se recusa a assinar o AR.
Quando vedada a citação pelo correio. Exemplo: réu incapaz; nas ações de
estado.
• O dispositivo CPC, 249 prevê a admissibilidade da citação por oficial de
justiça.
Classificação:
• A citação por oficial de justiça pode ser de duas espécies: citação por oficial
de justiça ordinária (citação ordinária) ou citação por oficial de justiça com
hora certa (citação com hora certa)
➢ O que ocorre se o citando estiver em foro diverso daquele onde corre o processo?
• Neste caso, em regra, um oficial de justiça do foro onde corre o processo
não pode realizar a citação. Por que não? Em virtude do princípio da
aderência ao território {vide caderno de TGP}. Assim, deve-se solicitar a
cooperação de juízo de foro diverso, normalmente, mediante carta, a qual
pode ser rogatória, de ordem ou precatória.
• Excepcionalmente, o oficial de justiça poderá cumprir o mandado de
citação em foro diverso. Quando? Nos casos previstos no CPC, 255
(comarcas vizinhas1). Trata-se de uma exceção ao princípio da aderência ao
território.
➢ Diligência da citação: Comentado [FB8]: Art. 243. A citação poderá ser feita
em qualquer lugar em que se encontre o réu, o
• Onde é realizada a diligencia da citação? CPC, 243, “caput” e 251, “caput” executado ou o interessado.
oficial de justiça possui o poder-dever de procurar o citando caso haja a Comentado [FB9]: Art. 212. Os atos processuais
informação de que ele não se encontra em sua residência. serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20
• Quando? CPC, 212, §2º; 214, I, e 216. (vinte) horas.
§ 1o Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos
• Como? CPC, 251, I, II e III. iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a
diligência ou causar grave dano.
§ 2o Independentemente de autorização judicial, as
citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no
II. Citação com hora certa: período de férias forenses, onde as houver, e nos
feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste
➢ Noção: artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da
• O oficial de justiça vai até a residência do citando 2 vezes e em nenhuma dessas Constituição Federal.
• Desse modo, ele intima um parente, vizinho ou porteiro, designando dia e hora
Comentado [FB11]: Art. 251. Incumbe ao oficial de
para o retorno (avisa que voltará em dia x e em hora x para que o citando esteja justiça procurar o citando e, onde o encontrar, citá-lo:
lá no dia e hora determinados). I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III - obtendo a nota de ciente ou certificando que o
citando não a apôs no mandado.
1
Comarcas contíguas de fácil acesso e comarcas pertencentes à mesma região metropolitana.
• Assim, o oficial de justiça retorna no dia combinado.
• Se o citando estiver presente, ele realizará a citação ordinária (citação pessoal e
real). Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça verá por que razão
ele não está.
• Se não houver motivo plausível, realiza-se a citação com hora certa (citação
ficta).
• O oficial de justiça dará como havendo sido realizada a citação.
• A lei estabelece que uma vez recebido a certidão em mão, o escrivão mandará
uma carta, telegrama ou correspondência eletrônica avisando ao citando que
ele foi citado. É importante destacar que a citação com hora certa não se
aperfeiçoa com a carta, com o telegrama ou com a correspondência eletrônica.
Não transforma a citação ficta em real. A prova disso está tanto no CPC, 72,
II; 231, II, §4°. Visa apenas maximizar o conhecimento da citação pelo citando.
• CPC 252, 253 e 254.
➢ Citação ficta:
• Trata-se de uma citação ficta.
• Se houver revelia: 1ª - não se produz o efeito material da revelia (CPC, 344 –
presunção da veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor na
petição inicial); 2ª curador especial (CPC, 72, II).
d) Citação e carta:
O que fazer se o citando estiver em foro diverso daquele onde corre o
processo; e se os foros não forem vizinhos; e se não for o caso de citação
pelo correio?
• Nesse caso, o órgão jurisdicional deve requerer o pedido de cooperação, ou
seja, deve pleitear a cooperação do órgão jurisdicional do foro diverso em
que se encontra o citando. Essa cooperação é pleiteada por meio de uma
carta (CPC, 236, §1° e §2°). Comentado [FB12]: § 1o Será expedida carta para a
prática de atos fora dos limites territoriais do tribunal, da
comarca, da seção ou da subseção judiciárias,
Modalidades: ressalvadas as hipóteses previstas em lei.
Carta de ordem (CPC, 237, I): tribunal poderá expedir carta para juízo a ele § 2o O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele
vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos
vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos limites territoriais do local limites territoriais do local de sua sede.
de sua sede. É uma carta expedida por um órgão jurisdicional a um órgão que
lhe é inferior.
Carta rogatória (CPC, 237, II): para que órgão jurisdicional estrangeiro
pratique ato de cooperação jurídica internacional, relativo a processo em
curso perante órgão jurisdicional brasileiro. A carta rogatória é expedida por
uma autoridade jurisdicional que não pode realizar a citação fora do país sem
ofender a soberania do Estado brasileiro, realizando uma comunicação entre
Estados diversos.
Carta precatória (CPC, 237, III): para que órgão jurisdicional brasileiro
pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial,
de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão
jurisdicional de competência territorial diversa. A carta precatória é realizada
por exclusão, sendo que não é caso de carta de ordem ou carta rogatória.
Carta arbitral (CPC, 237, IV): para que órgão do Poder Judiciário pratique ou
determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato
objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral,
inclusive os que importem efetivação de tutela provisória. A carta arbitral
ocorre quando um juízo arbitral solicita ao poder judiciário a adoção de
determinada medida.
Admissibilidade:
• Sua admissibilidade é excepcionalíssima, porque ele é uma citação ficta.
• Hipóteses: CPC, 256.
Citando: se o citando for incerto ou desconhecido. Ex.: ação de reintegração
de posse em que há uma coletividade de invasores (CPC, 554 a 566 –
incerto); ação de demarcação de terras em que o réu já morreu e eu não sei
quem são os herdeiros.
Local que se encontra o citando: a incerteza ou determinação diz respeito
ao local em que ele se encontra. Eu sei quem é o citando, mas eu não sei
onde ele se encontra ou eu não consigo ter acesso a ele. Citando que esteja
em local ignorada, incerto ou inacessível.
o Local ignorado: é o mesmo que local desconhecido, não sabendo onde
ele se encontra. Local incerto: é o local que eu não consigo precisar
com o grau de detalhamento imprescindível a realização da citação
pessoal (Ex.: o réu está em São Paulo. Mas onde? Não sei). Nesses dois
casos, é necessário que haja o esgotamento prévio das pesquisas. A
citação por edital só poderá acontecer depois que se esgotarem a
possibilidade de pesquisar para a localização do citando (CPC, 256, §3°). Comentado [FB13]: § 3o O réu será considerado em
Antes de ordenar a citação por edital, o juiz vai expedir ofício ao cartório local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de
sua localização, inclusive mediante requisição pelo
eleitoral, as concessionárias de serviços públicos, etc., que possam ter juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros
informações sobre o local. Por que isso? Em virtude do caráter de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços
públicos.
excepcionalíssimo da citação por edital.
o Local inacessível: possui duas modalidades: inacessibilidade física e
inacessibilidade jurídica. A inacessibilidade física é por exemplo o caso
em que o citando está na mata, está em local que tem guerra, está em
um local dominado pelo crime (Alexandre Freitas Câmara diz que é uma
inacessibilidade social), está em local que tem uma epidemia. A
inacessibilidade jurídica acontece quando o citando está em um país que
se recusa a cumprir cartas rogatórias. Em ambos os casos, a lei
Comentado [FB14]: Art. 259. Serão publicados editais:
determina que além do edital, utiliza-se o rádio para ampliar o alcance I - na ação de usucapião de imóvel;
da citação. II - na ação de recuperação ou substituição de título ao
Lei: se dá nos casos em que a lei julgue conveniente impor a citação por portador;
III - em qualquer ação em que seja necessária, por
edital. CPC 259, I, II e III; 554, §1° a 3°. determinação legal, a provocação, para participação no
processo, de interessados incertos ou desconhecidos.
Requisitos:
• CPC, 257. Comentado [FB15]: Juiz não determina de ofício a citação
por edital. É provocado pelo autor ou pelo oficial de justiça.
• Art. 257. São requisitos da citação por edital: Se o autor dolosamente informar que esteja presente os
I – a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das elementos para citação por edital e essa se realizar tem que
pagar 5% do valor da causa (258). No casso de mentira
circunstâncias autorizadoras; correndo o processo à revelia do réu, o processo será
invalidado.
II – a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do
respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de
Justiça, que deve ser certificada nos autos;
III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60
(sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma,
da primeira; Comentado [FB16]: Prazo de dilação, prazo de validade e
IV – a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia. prazo de divulgação que visa maximizar as chances de o réu
tomar conhecimento do edital e defender-se
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja tempestivamente. É um prazo de amortecimento. Art. 257 e
feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, art. 231, IV. Exemplo: quando eu tenho uma contestação o
considerando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção prazo é de 15 dias, eu conto depois desse prazo de dilação.
judiciárias.
Sobre o cadastramento do setor público: CPC, 246, §§1º e 2º, 242, §3º, 1050 e
1051.
• Pessoas naturais.
B.4. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO:
1. RELAÇÃO ENTRE A AC/M E OS ATOS QUE A PRECEDEM:
D DL+ AC/M
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Citação
• Durante a vigência do CPC/73, o réu era citado para contestar citação para a
contestação, abrindo-se o prazo para contestar.
• Atualmente, com o CPC/2015, o réu passa a ser citado para comparecer à
audiência de conciliação/mediação. O prazo para contestar não é aberto pela
citação, sendo iniciado, talvez, após a audiência de conciliação/mediação (talvez,
porque há a possibilidade de se chegar a um acordo na AC/M).
• Embora seja essa a regra, excepcionalmente, o réu será citado para contestar
(CPC, 334, §4º, II). Essa exceção se dá naquelas ações em que a controvérsia gira
em torno de um direito que não admite autocomposição, não será realizada a
AC/M2.
• Exemplos da exceção (o réu é citado para contestar): ação de anulação de
casamento (sem filhos e sem bens); Lei 8.429/92, 17, §1º (Lei de improbidade
administrativa).
• CPC/15 Conciliação desarmada. Essa tentativa de solução consensual
prevista no Novo Código de Processo Civil foi denominada de conciliação
desarmada, pelo simples fato de ela anteceder o momento de oferta da
contestação. O legislador partiu da pressuposição de que, neste momento, há
mais chances de se atingir uma solução consensual.
• CPC, 695, §1º: Determina que o réu será citado para a audiência de
conciliação/mediação, porém no mandado não seguirá cópia da petição inicial 3.
• Questionamento: não seria mais interessante para o réu que a citação fosse
acompanhada pela PI? Afinal, ele deve saber previamente o que o autor deseja
para que possa pensar em um possível acordo se a citação para a AC/M.
2
Examinar Unidade B, Admissibilidade da solução consensual – caderno de TGP.
3
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação,
observado o disposto no art. 694.
§ 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar
desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a
qualquer tempo.
Intimação do autor:
• A intimação do autor para a audiência de conciliação ou mediação será feita
segundo o CPC, 334, §3º, o qual prevê que a intimação será feita na pessoa
do advogado.
• Isso ocorre de acordo com o princípio da eficiência, buscando maior celeridade
no processo. Entretanto, tal previsão está em descompasso com a tradição,
pois, tradicionalmente, têm-se duas regras: (1) se a lei determina a intimação da
parte, pura e simplesmente, então a parte é intimada na pessoa de seu
advogado; e (2) se da intimação decorre para a parte um ônus ou um dever,
então a intimação deve ser pessoal.
• Como o legislador, então, se afastou da tradição (pois, tradicionalmente, seria
uma intimação pessoal devido à presença de um dever: uma multa no caso de
não comparecimento), foi necessário colocar expressamente que a intimação é
feita na pessoa do advogado no caso de AC/M.
Partes:
4
CPC, 166, “caput” e §§1º e 2º; Lei 13.140/2015, 2º, 30 e 31.
• Art. 334, §4°: § 4o A audiência não será realizada: I - se ambas as partes
manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II -
quando não se admitir a autocomposição.
Confidencialidade:
• É um princípio que rege a AC/M, mesmo em processos que não corra em
segredo de justiça. Isso implica em sigilo e restrições ao acesso à sala de
audiências.
• Mesmo que o processo seja público, a AC/M deverá ter essa ilha de
confidencialidade, visto que não pode ter acesso a sala de audiência de
conciliação e mediação e não pode divulgar o que foi dito na audiência.
Representação gráfica:
Demanda – Decisão liminar – Citação – Intimação do autor – AC/M –
Contestação
✓ Inércia:
• O réu cruza os braços, deixando transcorrer in albis o prazo que tinha para
responder.
• Ocorre preclusão temporal. Preclusão: perda da oportunidade de se praticar
um ato no processo.
• Ocorre o fenômeno da revelia. A revelia é a não apresentação tempestiva da
contestação. Nesse caso, presumem-se verdadeiras as alegações do autor, mas
essa presunção é relativa. E o que acontece? O ônus da prova passa a ser do
réu e não do autor.
✓ Apresentação de resposta:
• Duas espécies: defesa e contra-ataque.
• O contra-ataque se dá por meio da denominada reconvenção. A reconvenção
é uma ação proposta pelo réu reconvinte contra o autor no mesmo processo.
Deduz uma pretensão nova contra o autor.
• A principal espécie de defesa é a contestação. Existem outras, como por
exemplo, a petição simples que se alega o impedimento ou suspeição do juiz.
2. Sentido:
Definição:
• “Contestação é a peça fundamental da defesa do réu, em que se concentram
todas as razões de resistência à demanda inicial do autor, que não sejam
necessariamente canalizadas as outras respostas”.
3. PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE:
Denominação:
• Princípio da eventualidade ou princípio da concentração.
Sentido:
• É uma definição inicial.
• Norma jurídica da qual se extrai o ônus imposto ao réu de alegar todas as suas
defesas cumulativamente na contestação.
• Na contestação deve se concentrar todas defesas do réu.
• Há exceções: certas defesas que podem ser apresentadas por outra via. Ex.:
suspeição do juiz. Mas não é objeto de análise agora.
• Réu deve apresentar suas defesas em cumulação eventual.
Previsão legal:
• Art. 336, CPC: “Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria
de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido
do autor e especificando as provas que pretende produzir”.
Defesas incompatíveis:
• Mesmo que incompatíveis as defesas devem todas elas ser veiculadas na
contestação. Não haverá nova oportunidade para a apresentação das defesas.
• O que são as defesas incompatíveis? Defesas incompatíveis são aquelas que
não podem ser acolhidas simultaneamente, pois o acolhimento de uma impede
o exame das demais. Obs.: noção de incompatibilidade é a mesma da
incompatibilidade do pedido.
• Exemplo: ação de cobrança em que o réu alega ilegitimidade ativa, invalidade
do negócio jurídico material, prescrição e compensação. É incompatível, mas
é permitido.
➢ Espécies de preclusão:
• Há três espécies de preclusão: temporal, lógica e consumativa.
Temporal: perda da oportunidade de praticar o ato, porque o ato não foi
praticado dentro do prazo. Não apresentou tempestivamente à contestação.
Lógica: não vai falar hoje.
Consumativa: perda da oportunidade de se praticar um ato porque ele já foi
praticado. O direito de praticar aquele ato já se consumou, já se exauriu. Esse
direito não se renovou. Se eu apresentei a contestação eu devo apresentar
todas essas defesas nessa contestação. É então uma “sanção” (consequência
jurídica) imposta ao desrespeito ao princípio da eventualidade.
4. DEFESAS PROCESSUAIS:
Sentido:
➢ Definição:
• Defesa processual é aquela que o réu oferece contra o processo ou contra a
ação, ou seja, contra a admissibilidade do exame do mérito.
• Visa evitar o exame do mérito.
• Desta definição, nós extraímos que o réu alega a inobservância de um
pressuposto processual ou a ausência de uma condição da ação.
• Observação: com o novo código, alguns doutrinadores entendem que não há
mais condição da ação. Mas Gláucio entende que continua havendo utilidade
dessa categoria jurídica.
➢ Finalidade:
• Evitar o exame de mérito do processo.
• Quando o réu veicula uma defesa processual, ele visa impedir ou pelo menos
adiar o exame do mérito.
• Ele visa impedir quando ele alega um vício insanável e adiar quando ele alega um
vício sanável.
• Exemplos: ilegitimidade ativa (impedir - CPC, 485, IV); ilegitimidade passiva (dá
a oportunidade de correção, adiar – CPC, 338 e 339), ilegitimidade ad processum
(visa a adiar – CPC, 76; CPC, 485, IV).
Questão preliminar:
➢ A apresentação de uma defesa processual faz surgir no processo uma questão
preliminar.
✓ Questão:
• Questão é um ponto controvertido.
• A controvérsia surge quando uma parte rebate as alegações feitas pela outra a
cerca de um determinado ponto
• É importante a estar atento aos pontos de fato, porque se eu não rebatê-los, o
juiz vai partir do ponto que aquele fato é verdade.
✓ Questão prévia:
• Aquela que tem precedência lógica diante de outra questão que, em relação a ela,
é tida como principal.
• Há uma confrontação dela com outra que eu considero principal.
• As questões prévias devem ser analisadas antes da questão principal. Quando o
juiz for decidir antes de analisar as questões de mérito (principais), ele deve
analisar as questões prévias.
• Existem dois tipos de questão prévia: a questão preliminar e a questão
prejudicial.
✓ Questão preliminar:
• É a questão prévia de cuja decisão depende a admissibilidade da apreciação da
questão principal.