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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

NÍVEIS DE PROTEÍNA BRUTA E ENERGIA METABOLIZÁVEL PARA


FRANGOS DE CORTE MACHOS MANTIDOS EM DIFERENTES
AMBIENTES TÉRMICOS DOS 8 AOS 42 DIAS DE IDADE

Relatório Final, referente ao período de


Agosto/2009 a julho/2010, apresentado à
Universidade Federal de Viçosa, como parte das
exigências do PIBIC/CNPq.

Viçosa – MG
AGOSTO de 2010
ÍNDICE
Págs
RESUMO ................................................................................................................ iii
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 3
2.1 Ambiente e índice de temperatura de globo e umidade (ITGU) .............. 3
2.2 Temperatura ambiente e desempenho de frangos de corte ....................... 6
2.3 Redução da proteína bruta em rações para frangos de corte .................... 8
2.4 Redução da proteína bruta e temperatura ambiente .................................. 10
2.5 Energia metabolizável e temperatura ambiente ........................................ 11
3 OBJETIVO ....................................................................................................... 13

Experimento 1
Rações com diferentes cargas termogênicas para frangos de corte mantidos
em termoneutralidade dos 22 a 42 dias de idade ................................................ 14
1. Metodologia .............................................................................................. 14
2. Resultados e Discussão ............................................................................. 17
3. Conclusão ................................................................................................. 20

Experimento 2
Rações com diferentes cargas termogênicas para frangos de corte mantidos
em ambiente de alta temperatura dos 22 a 42 dias de idade ............................. 21
1. Metodologia .............................................................................................. 21
2. Resultados e Discussão ............................................................................. 24
3. Conclusão .................................................................................................. 27

Experimento 3
Níveis de energia metabolizável em rações com baixo nível de proteína para
frangos de corte mantidos em ambiente termoneutro dos 22 aos 42 dias de
idade ........................................................................................................................ 28
1. Metodologia .............................................................................................. 28
2. Resultados e Discussão ............................................................................. 31
3. Conclusão .................................................................................................. 35

Experimento 4
Níveis de energia metabolizável em rações com baixo nível de proteína para
frangos de corte mantidos em ambiente de estresse por calor dos 22 aos 42
dias de idade ........................................................................................................... 36
1. Metodologia .............................................................................................. 36
2. Resultados e Discussão ............................................................................. 39
3. Conclusão .................................................................................................. 42

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 43

ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

RESUMO

NÍVEIS DE PROTEÍNA BRUTA E ENERGIA METABOLIZÁVEL PARA


FRANGOS DE CORTE MACHOS MANTIDOS EM DIFERENTES
AMBIENTES TÉRMICOS DOS 8 AOS 42 DIAS DE IDADE

Foram conduzidos quatro experimentos para avaliar os efeitos de rações com


diferentes cargas termogênicas e níveis de energia metabolizável em rações com baixo
nível de proteína sobre o desempenho e as características de carcaça de frangos de corte
criados em ambiente termoneutro (22°C) e de calor (32°C). Para os experimentos de
diferentes cargas termogênicas (experimentos 1 e 2) foram utilizados, em cada
experimento, 336 frangos de corte machos da linhagem Cobb, na fase de 22 a 42 dias de
idade, distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis
tratamentos (amido de milho + 21,50% PB; amido + 18,50% PB; óleo de soja + 21,50%
PB; gordura de coco + 21,50% PB; óleo de soja + 18,50% PB e gordura de côco +
18,50% PB), oito repetições e sete aves por repetição. As rações experimentais foram
formuladas a base de milho e farelo de soja e suplementadas com vitaminas e minerais.
No experimento 1 (ambiente termoneutro), a carga termogênica das raçoes não
influenciou (P>0,05) as variáveis de desempenho avaliadas (consumo de ração, ganho
de peso e conversão alimentar). O peso absoluto de carcaça e de peito foram maiores
nas aves que receberam as rações contendo óleo de soja + 21,50% PB e gordura de coco
+ 21,50% PB que não diferiram entre si. Nos frangos alimentados com as rações com
amido de milho (amido de milho + 21,50% PB e amido + 18,50% PB) o peso absoluto
de sobrecoxa foi inferior ao das rações contendo óleo de soja + 21,50% PB e gordura de
coco + 21,50% PB. O peso absoluto e o rendimento de coxa foram influenciados
(P<0,05) pela fonte de energia e pelo nível de proteína, sendo que as aves que
receberam as rações com óleo de soja + 21,50% PB e gordura de coco + 21,50% PB
apresentaram maiores valores de peso absoluto e os frangos alimentados com amido +
18,50% PB, o maior rendimento de coxa. A gordura abdominal foi influenciada
(P<0,05) pelos tratamentos, apresentado maiores valores de peso absoluto para as rações

iii
contendo óleo de soja e gordura de coco e menor peso relativo para as aves alimentadas
com amido + 21,50% PB. No experimento 2 (ambiente de calor) o consumo de ração, o
ganho de peso e a conversão alimentar não foram influenciados (P>0,05) pela carga
termogênica da ração. De forma similar os parâmetros de carcaça (peso absoluto e
rendimento de carcaça, cortes nobres e gordura abdominal) também não foram
influenciados pela fonte energética (amido, óleo de soja e gordura de coco) e pelo nível
de proteína (21,50 e 18,50% PB) das rações. Conclui-se que a carga termogênica não
alterou o desempenho de frangos de corte criados em ambiente termoneutro e ambiente
de calor. A ração com óleo de soja e 21,50% PB e gordura de coco e 21,50% PB
proporcionaram os melhores resultados de composição de carcaça para frangos de corte
criados em ambiente termoneutro. Nos experimentos de níveis de energia metabolizável
(experimentos 4 e 5), foram utilizados, em cada experimento, 280 frangos de corte
machos da linhagem Cobb, distribuídos em delineamento experimental inteiramente
casualizado, com cinco tratamentos, oito repetições e sete aves por repetição. Os
tratamentos consistiram de uma ração basal, formulada a base de milho e farelo de soja,
com 3.100 Kcal EM/ kg e 23,17% PB e mais quatro rações com 19,66% PB e redução
da energia metabolizável (3.100, 3.050; 3.000 e 2.950 Kcal/kg). No experimento 4
(ambiente termoneutro) não foi observado diferença significativa (P>0,05) para as
variáveis de desempenho (ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar e
consumo de energia metabolizável) quando se considerou apenas as rações com baixo
nível de proteína (19,66%) e redução da energia metabolizável (3.100, 3.050, 3.000 e
2.950 Kcal EM/kg). A comparação entre a ração basal com os demais tratamentos foi
significativa (P<0,01) para ganho de peso e conversão alimentar, sendo que a ração com
3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB proporcionou o maior ganho de peso e a melhor
conversão alimentar. O consumo de ração das aves alimentadas com ração basal foi
menor que o consumo da ração com baixa proteína (19,66%) e com 3.100 Kcal/kg
(P<0,05), 3.000 Kcal/ kg (P<0,01) e 2.950 Kcal/kg (P<0,01). O consumo de energia
metabolizável para as aves alimentadas com rações de baixa proteína diminuiu (P<0,01)
de forma linear com a redução do nível de energia metabolizável da ração. Não foi
observado efeito (P>0,05) da redução do nível de energia para peso absoluto e
rendimento de carcaça, peito e sobrecoxa e peso absoluto de coxa. O rendimento de
coxa variou (P<0,05) de forma linear crescente com a redução do nível de energia
metabolizável. Os frangos alimentados com a ração basal apresentaram maior
rendimento de carcaça (P<0,01) e de sobrecoxa (P<0,05) quando comparado com a

iv
ração contendo 3.050 Kcal/kg + 19,66% PB. Não foi observado diferença ao se
comparar os valores de rendimento de peito e coxa das aves que receberam a ração
basal com o grupo de frangos alimentados com as rações de baixa proteína e redução do
nível de energia metabolizável. No experimento 5 (ambiente de calor), não foi
observada diferença significativa (P>0,05) para as variáveis de desempenho avaliadas
considerando exclusivamente os frangos alimentados com as rações contendo baixo
nível de proteína (19,66%) e redução da energia metabolizável. Não foi constatada
diferença (P>0,05) entre as variáveis de desempenho quando se comparou as aves que
receberam a ração basal (3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB) com o grupo de frangos
alimentados com os demais tratamentos. Considerando apenas as rações de baixo nível
de proteína (19,66%) não foi observada diferença significativa (P>0,05) para peso
absoluto e rendimento de carcaça, peito e coxa e para peso absoluto de sobrecoxa. O
rendimento de sobrecoxa variou (P<0,01) de forma quadrática até o nível estimado de
2.986,37 Kcal EM/kg de ração. O rendimento de peito (P<0,10) e o rendimento de
sobrecoxa (P<0,01) das aves que receberam ração basal diferiu da ração com 3.100 Kcal
EM/kg + 19,66% PB, apresentando maior valor para rendimento de peito e menor para
rendimento de sobrecoxa. O rendimento de coxa observado para a ração basal diferiu do
rendimento de coxa das aves alimentadas com as rações com baixa proteína e 3.100
Kcal EM/kg (P<0,05), 3.050 Kcal EM/kg (P<0,10) e 2.950 Kcal EM/kg (P<0,01).
Conclui-se que ração com 3.100 Kcal EM/kg e 23,17% PB proporcionou os melhores
resultados de desempenho e composição de carcaça para frangos de corte criados em
ambiente termoneutro e rações com 2.950 Kcal EM/kg e 19,66% PB podem ser
utilizadas sem comprometer o desempenho de frangos de corte criados em ambiente de
alta temperatura.

______________________________ ___________________________________
Amanda Dione Silva Prof (a) Rita Flávia Miranda de Oliveira
Bolsista CNPq Orientador (a)

v
vi
1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de linhagens de frangos de corte com alto potencial


genético, associado ao contínuo desenvolvimento tecnológico nas áreas de nutrição,
ambiência, sanidade e manejo, tem possibilitado a produção de alta quantidade de carne
por unidade de área, além de redução no tempo de alojamento das aves. Para a produção
de carne de qualidade ser otimizada torna-se necessário, entre outros fatores, adequado e
preciso suprimento de nutrientes, obtidos por meio de rações balanceadas, formuladas
de acordo com o potencial genético das aves e as condições ambientais de criação
(Valério, 2003).
A temperatura ambiente tem sido considerada o fator de maior efeito no
desempenho de frangos de corte. Segundo Curtis (1983), o estresse causado pelo
ambiente térmico influencia a produtividade dos animais por alterar sua troca de calor
com o meio, modificando o consumo, o ganho de peso e, conseqüentemente, as
exigências de nutrientes.
Na ocorrência de qualquer alteração do ambiente, fora da faixa de conforto
térmico, os animais homeotérmicos (aves e mamíferos) necessitam de ajustes de
natureza comportamental e/ou fisiológica, como tentativa de se adaptarem à nova
condição ambiental. Entre estes ajustes destaca-se o consumo de ração, que é reduzido
quando a temperatura ambiental aumenta (Borges et al., 2002). Considerando que, na
formulação de rações para frangos de corte, normalmente os níveis nutricionais são
expressos em porcentagem da ração, e que a alta temperatura ambiental reduz o
consumo pelas aves, conseqüentemente, a ingestão de nutrientes é comprometida. Esse
comportamento justifica, em parte, a redução do desempenho de aves mantidas sob
condições de estresse ambiental (Sakomura, 1998; Valerio, 2003).
Segundo Sakomura (1998), quando o consumo de um nutriente é alterado pela
temperatura, o comprometimento no desempenho animal pode ser minimizado pelo
ajuste dos níveis nutricionais da ração proporcionalmente às alterações do consumo de
ração. Nesse sentido, a utilização de aminoácidos industriais nas rações tem
proporcionado facilidade no ajuste das formulações, por possibilitar melhor balanço
entre aminoácidos (Costa et al., 2006) além de possibilitar redução do conteúdo de
proteína da ração, o que pode resultar em decréscimo na produção de calor corporal e
ajudar a ave a manter seu balanço de calor, principalmente em condições de alta
temperatura.

1
Adicionalmente, Laganá et al., 2005, relata que aumentos na energia da ração,
para compensar a redução no consumo são frequentementes usadas em ambientes de
alta temperatura. No entanto, o mesmo autor afirma ainda que, é indicado substituir
carboidratos por gordura, como fonte energética, em razão do menor incremento
calórico da gordura assegurando a qualidade da carcaça e um bom desempenho das
aves.
Para Leeson (1995), a composição da carcaça é influenciada mais facilmente
pelo balanço entre a energia metabolizável (EM) e a proteína bruta (PB) da dieta.
Quando essa relação EM:PB aumenta ocorre uma redução no rendimento de carne,
tanto em machos como em fêmeas, sendo que esta relação pode variar em função de
fatores como temperatura ambiental, fonte de energia e pela quantidade e qualidade da
proteína da ração.
Considerando que em condições a campo, a temperatura ambiental está sujeita
as freqüentes oscilações, as exigências nutricionais determinadas para condições
termoneutras podem não representar as necessidades dos animais mantidos em outras
condições ambientais. Esse fato evidencia a necessidade de que recomendações
nutricionais, principalmente para proteína e energia, levem em consideração a relação
entre a temperatura ambiente, a ingestão de nutrientes e o desempenho animal
(Rostagno, 1995).
Assim, este estudo é proposto para avaliar os efeitos de rações com cargas
termogênicas diferentes, bem como de rações com diferentes níveis de energia
metabolizável com ou sem redução da proteína bruta e suplementação com aminoácidos
industriais sobre o desempenho, características carcaça e rendimento de cortes nobres de
frangos de corte mantidos em diferentes ambientes térmicos.

2
2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Ambiente e índice de temperatura de globo e umidade (ITGU)

O ambiente pode ser definido como todos os fatores físicos, químicos,


biológicos, sociais e climáticos que interagem com o animal, produzindo reações no seu
comportamento e definindo assim, o tipo de relação animal-ambiente. Dessa forma, o
animal porta-se como um sistema termodinâmico, que continuamente, troca energia
com o ambiente. Nestes processos, os fatores externos do ambiente, tendem a produzir
variações internas no animal, influenciando na quantidade de energia trocada entre
ambos, o que leva à necessidade de ajustes de natureza comportamental e fisiológica,
para ocorrência do balanço de calor (Bueno, 2004).
Segundo Baêta & Souza (1997), a caracterização do microambiente animal
envolve os efeitos da temperatura, da umidade relativa, da movimentação do ar e da
radiação. Considerando a variação desses elementos, as condições determinantes do
microambiente nem sempre são compatíveis com as necessidades fisiológicas das aves
em um sistema de produção (Macari, 2001).
Silva (2002) afirmou que condições ambientais inadequadas afetam,
consideravelmente, a produção de frangos de corte. O excesso de frio e principalmente,
o excesso de calor, comum em nossa condição de país tropical, reverte em menor
produtividade das aves, afetando o desempenho, a saúde e levando a situações extremas
como altas taxas de mortalidade.
O frango de corte é um animal geneticamente aprimorado para apresentar rápido
crescimento e eficiente desempenho. Com os progressos ocorridos nas áreas de
genética, nutrição, manejo e sanidade, houve aumento considerável na velocidade de
ganho de peso, redução da idade de abate e melhoria acentuada na conversão alimentar
(Laganá, 2005). Entretanto, a capacidade termorreguladora do frango continuou
deficiente para enfrentar os grandes desafios do ambiente térmico, principalmente as
altas temperaturas, refletindo em perdas econômicas para o produtor, com redução no
consumo de ração e, conseqüente, redução do ganho de peso (Lana et al., 2000; Borges
et al., 2002; Laganá, 2005).
Os avanços tecnológicos têm feito com que o frango de corte tenha uma taxa de
crescimento corporal alta, o que determina um aumento na demanda sanguínea tecidual,
devido à alta taxa metabólica. Entretanto, o sistema cárdio-respiratório tem sido

3
ineficiente para oxigenar devidamente toda a massa muscular, provocando transtornos
em diversos órgãos (Macari et al., 2004). Segundo Yahav (2000), a alta suscetibilidade
do frango de corte a temperaturas elevadas pode ser atribuída, em parte, ao pouco
desenvolvimento dos sistemas cardiovascular e respiratório, em comparação ao seu
elevado potencial para crescimento rápido. Outro fator é a elevada capacidade de
consumo de ração, o que eleva a produção de calor metabólico, associado à limitada
capacidade de dissipação de calor corporal do frango de corte (Teeter, 1994; Rosa,
2005).
Segundo Curtis (1983), o estresse causado pelo ambiente térmico influencia a
produtividade dos animais por alterar sua troca de calor com o ambiente, a taxa de
consumo de ração, o ganho de peso e a exigência de nutrientes, devendo haver uma
faixa de temperatura ambiental efetiva onde o desempenho animal é otimizado.
O mesmo autor afirmou que a temperatura ambiental efetiva expressa,
teoricamente, o efeito total combinado dos elementos do clima e do ambiente (como a
temperatura, umidade relativa, radiação térmica, precipitação e vento) sobre o balanço
térmico animal. Em concordância, Moura (2001) e Silva (2002) relataram que a
temperatura ambiental efetiva não se refere unicamente à temperatura do ambiente, mas
sim à combinação dos efeitos da temperatura do ar, umidade relativa, radiação solar e
velocidade do vento.
Moura (2001) afirmou que a produtividade ideal das aves destinadas para corte
pode ser obtida quando o animal estiver submetido a uma temperatura efetiva adequada,
sem nenhum desperdício de energia, tanto para compensar o frio, como para acionar seu
sistema de refrigeração, a fim de resistir ao calor ambiental.
De acordo com Furlan & Macari (2002), a zona de conforto térmico pode ser
definida como sendo uma faixa de temperatura ambiental efetiva onde a taxa metabólica
é mínima e a homeotermia é mantida com menos gasto energético. Assim, na zona de
conforto térmico, a fração de energia utilizada para termogenese é mínima e a energia
para produção é máxima.
Segundo Ojano-Diram & Waldroup (2002), a zona de conforto térmico para
frangos de corte declina de 32°C, logo após a eclosão, para em torno de 24°C, na
terceira e quarta semana de idade, e para 21,1°C após essa idade.
Em concordância Furlam & Macari (2002) afirmaram que, como a tolerância
das aves ao estresse térmico varia em função da idade, fica implícito que a zona de
conforto térmico varia em função da idade e peso dos animais. Assim, para pintinhos de

4
1 a 7 dias de vida a zona de conforto está entre 31 e 33°C, diminuindo para 21 a 23°C
para frangos com idade de 35 a 42 dias de vida, considerando uma umidade do ar entre
65 e 70%.
Corroborando com esses relatos, May & Lott (2001), verificaram que frangos de
corte machos aos 28, 35, 42 e 49 dias de vida e pesando 0,85; 1,50; 2,50 e 2,60 kg
apresentaram melhor desempenho quando submetidas a temperaturas de 27, 24, 19 e
18°C, respectivamente, sugerindo que a temperatura ambiental que resulta em ótimo
desempenho decresce com o aumento da idade e peso das aves.
A temperatura do ar é, provavelmente, o elemento bioclimático que mais
influencia o ambiente físico do animal, porém, apenas a temperatura não é suficiente
para avaliar as condições térmicas ambientais, uma vez que ela pode modificar ou ser
modificada por diversos componentes do clima, como vento, umidade relativa,
precipitações, radiação térmica ou superfície de contato (Curtis, 1983).
Considerando que o ambiente térmico envolve a interação de um complexo de
fatores que interagem para determinar a magnitude dos processos de troca de calor entre
o animal e o ambiente (Bueno, 2004), vários índices bioclimáticos têm sido
desenvolvido com o objetivo de expressar o conforto e o desconforto do animal em
relação a determinado ambiente, além de permitir a comparação do desempenho dos
animais criados em diferentes regiões (Ferreira, 1998).
Dentre os diversos índices bioclimáticos, o Índice de Temperatura de Globo e
Umidade (ITGU), proposto por Buffington et al. (1981), é considerado o mais adequado
para avaliar o conforto térmico nas condições em que os animais são expostos à
radiação solar (condições tropicais), uma vez que combina os efeitos da temperatura do
ar, umidade relativa, velocidade do ar e radiação em um único valor (Ferreira, 1998;
Silva, 2002), sendo representado pela equação:

ITGU = Tgn + 0,36 Tpo – 330,08

Em que:
Tgn: temperatura de globo negro (°K)
Tpo: temperatura de ponto de orvalho (°K)

Segundo Valério et al. (2003) ambientes cujos valores de ITGU variam entre 74
e 80 não afetam o desempenho dos frangos de corte, no período de 8 a 21 dias de idade.

5
Ainda, de acordo com Silva (2002), valores de ITGU variando entre 65 e 77 não
prejudica a produção de frangos de corte, no período de 21 a 42 dias de idade, enquanto
ITGU acima de 77 pode refletir em piora na conversão alimentar e redução no ganho de
peso das aves, indicando desconforto em virtude de estresse por calor. Esta proposição
esta coerente com o relato de Oliveira Neto et al. (1999), que caracterizou o ambiente
com ITGU de até 72 como de conforto para frangos de corte de 21 a 42 dias de idade.

2.2. Temperatura ambiente e desempenho de frangos de corte

A temperatura ambiente tem sido considerada o fator físico de maior efeito no


desempenho de frangos de corte (Laganá et al., 2007).
Segundo Zanusso et al. (1999) e Borges et al. (2002), na ocorrência de
qualquer alteração do ambiente fora da faixa de conforto térmico, os animais
homeotérmicos (aves e mamíferos) necessitam de ajustes de natureza comportamental e
fisiológica como tentativa de se adaptarem às novas condições ambientais. Entre estes
ajustes destaca-se a redução do consumo de ração quando a temperatura ambiental
aumenta, ocasionando diminuição na taxa de crescimento das aves e piora na conversão
alimentar (Rostagno, 1995; Baziz et al., 1996; Lana et al., 2000; Borges et al., 2002;
Laganá et al., 2007).
De acordo com Morgan (1990), a primeira resposta da ave ao estresse por
calor é o decréscimo no consumo de alimento, com conseqüente redução na ingestão de
nutrientes essenciais para a produção e seu bem estar. Para Forbes (1995), a redução no
consumo de ração observada em frangos de corte submetidos a altas temperaturas pode
ser considerada um mecanismo termorregulador que resulta na diminuição da produção
de calor associado à digestão, à absorção e ao metabolismo do alimento. No entanto,
Harrison (1995) afirmou que a redução no consumo de alimentos, como tentativa de
combater o estresse por calor, leva a queda no ganho de peso tornando-se, dessa forma,
uma das mais difíceis conseqüências econômicas enfrentadas no manejo avícola em
ambientes quentes.
Avaliando a influência da temperatura ambiente sobre o desempenho de
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade, Oliveira Neto (1999), verificou redução
de, respectivamente, 20,5 e 37,6% no consumo de ração diário e no ganho de peso das
aves mantidas em ambiente quente (32°C) quando comparado aos das aves mantidas em

6
ambiente termoneutro (23°C). Os mesmos autores também observaram influência da
temperatura sobre a conversão alimentar que piorou em 9,9% nas aves mantidas no
ambiente de alta temperatura.
Posteriormente, Oliveira et al. (2006 b), estudando o efeito da temperatura e da
umidade relativa sobre o desempenho de frangos de corte, de 1 a 49 dias de vida,
observaram que as aves mantidas no calor apresentaram redução média de 22% no
consumo de ração, o que equivale a um decréscimo de 2,2% ou de 111g de ração por
1°C de elevação na temperatura ambiente, em relação às aves alojadas no ambiente de
conforto. Os autores também verificaram redução de, aproximadamente, 13,9% no
ganho de peso das aves submetidas à alta temperatura. Por outro lado, foi observada
melhora na conversão alimentar nas aves expostas ao calor.
Altas temperaturas ambientais promovem ainda acentuadas modificações no
peso dos órgãos internos das aves, visando diminuir a taxa metabólica dos animais, com
conseqüente redução na produção de calor (Borges et al., 1994).
Segundo Tavares et al. (1999), a redução no peso dos órgãos, principalmente
os metabolicamente mais ativos (fígado, coração e intestino) observados em animais
expostos à altas temperaturas, pode ser considerada um mecanismo de termorregulação
utilizado na tentativa de reduzir a produção de calor corporal e, assim, contribuir para a
manutenção na eficiência de utilização da energia para crescimento. Corroborando este
relato, Oliveira Neto et al. (2000), observaram que frangos de corte submetidos a altas
temperaturas apresentam menores pesos relativos de moela, proventrículo, intestino,
fígado, coração e pulmões.
De forma semelhante, Lana et al. (2000) encontraram redução de 4,4% no
peso de fígado de aves mantidas em ambiente quente em relação às aves mantidas em
ambiente termoneutro. Oliveira et al. (2006 a), avaliando o efeito da temperatura
ambiente sobre o desempenho de frangos de corte, na fase de 22 a 42 dias de idade,
submetidos a diferentes ambientes térmicos (16, 20, 25 e 32°C), também verificaram
redução no peso relativo de fígado e coração com a elevação da temperatura ambiente
de 16 para 32°C.
Siqueira et al. (2007), avaliando o efeito da temperatura ambiente sobre o
desenvolvimento das vísceras de frangos de corte machos, durante o período de 22 a 42
dias de idade, verificaram que o peso absoluto do coração, pulmão, fígado, moela e
intestino, bem como os pesos relativos do coração, fígado e intestino reduziram com os
aumentos progressivos da temperatura ambiente no intervalo de 18,5 a 27°C.

7
Considerando a influência que órgãos metabolicamente ativos, como fígado,
intestino e coração, têm sobre a produção de calor e, conseqüentemente, sobre o gasto
de energia dos frangos, pode-se deduzir que a exigência de mantença das aves expostas
ao calor é menor que a das aves expostas ao frio (Oliveira et al., 2006 b). Assim, torna-
se necessária a correta manipulação do ambiente para reduzir o custo energético dos
ajustes fisiológicos visando o melhor desempenho produtivo das aves (Macari, 2001).

2.3. Redução da proteína bruta em rações para frangos de corte

O suprimento das necessidades protéicas de frangos de corte teve como


princípio durante muitos anos, as formulações com base na proteína bruta (PB) ou
aminoácidos totais dos ingredientes. Considerando que a composição e a digestibilidade
dos aninoácidos das diferentes fontes protéicas utilizadas na alimentação de aves são
variáveis, a formulação de rações com base no conceito de proteína bruta tem se
apresentado como uma prática inadequada (Schutte, 1999).
Gomide et al. (2007), ressaltaram que rações formuladas com base no conceito
de proteína bruta resultam em dietas com quantidades de aminoácidos superiores às
necessidades dos animais, ocasionado aumento na excreção de nitrogênio e nos custos
de produção.
Segundo Dionizio et al. (2005), o metabolismo do excesso de aminoácidos
circulantes pode conduzir a maior gasto de energia para excretar estes aminoácidos,
além de promover um incremento calórico desnecessário, comprometendo o
desempenho dos animais, principalmente em condições de alta temperatura, uma vez
que a ingestão de proteína em excesso aumenta a carga de calor corporal a ser dissipado.
Atualmente, com o aumento da produção de aminoácidos industriais, a prática
de se incorporar aminoácidos às rações, permitindo reduzir os teores de proteína bruta
em níveis abaixo do recomendado, tem sido crescente (Valerio et al., 2003).
Vários autores (Rostagno,1997; Borges, 2002; Silva, 2002; Valerio et al.,
2003; Nagata et al., 2005) afirmaram ser possível reduzir o nível de proteína da ração,
sem afetar o desempenho das aves, quando suplementadas com aminoácidos.
Han et al. (1992), suplementando rações de baixa proteína (19% PB) a base de
milho e soja, com aminoácidos industriais (metionina, lisina, arginina, valina e treonina)
e não essenciais (àcido glutâmico), verificaram que o desempenho das aves de 1 a 21

8
dias foi comparável ao das aves que receberam a ração controle de 23% PB
suplementada apenas com metionina. Para a fase de 21 a 42 dias com rações com 16%
PB, o desempenho dos frangos foi equivalente aos do controle com 20% PB
suplementada apenas com metionina.
Jeroch & Pack (1995), trabalhando com aves de 29 a 48 dias de idade,
recebendo rações que variavam no seu teor de proteína bruta e suplementadas com
aminoácidos sulfurosos, concluíram que o desempenho, inclusive a deposição de
gordura, das aves que receberam rações com 18 e 18,7% PB suplementadas, foi igual ao
das aves alimentadas com rações de 20,4 e 21,5% PB.
Em outro estudo, Faria Filho (2003) verificou que frangos de 21 a 42 dias de
idade, alimentados com rações com 17% PB, formuladas no conceito de proteína ideal,
apresentaram o mesmo rendimento de carcaça, peito, coxa, sobrecoxa e asas que de
frangos alimentados com 20% PB, independente da temperatura ambiental. Por outro
lado, Oliveira et al. (2007), avaliando o efeito da redução do nível de proteína bruta em
rações para frangos de corte dos 22 a 42 dias de idade, com suplementação de
aminoácidos, concluíram que o nível de proteína bruta da ração pode ser reduzido de
21,6 para 17,6% sem influenciar negativamente o desempenho e o rendimento de cortes
nobres de frangos submetidos a altas temperaturas (32,2°C).
Entretanto, alguns autores verificaram que a redução protéica das rações
suplementadas com aminoácidos industriais para frangos de corte acarreta diminuição
do desempenho das aves.
Leeson (1995), avaliando o uso de rações de menor nível protéico (17 e 20%),
suplementados com metionina ou metionina + lisina, observou que as aves alimentadas
com rações de menor nível protéico apresentaram maior porcentagem de gordura na
carne de peito que as aves que receberam a ração controle com 23% de proteína e que
este efeito foi mais significativo para as rações com 17% de proteína. De fato Cabel &
Waldroup (1990) afirmaram que a redução dos níveis protéicos em rações para frangos
de corte está associada a uma maior deposição de gordura na carcaça, explicado em
parte, pelo aumento da energia líquida da dieta, resultante da redução do incremento
calórico causado pela digestão e metabolismo da proteína.
Temim et al. (1999) verificaram que a utilização de rações com 25% de PB
para frangos de corte machos na fase de crescimento, melhorou o ganho de peso e a
conversão alimentar em relação a rações com 20% de PB, para frangos expostos a
temperatura de 32°C.

9
Gonzales-Esquerra & Leeson (2005), utilizando rações com níveis crescentes
de proteína (18, 20, 23 e 26%) em rações para frangos de corte na fase de 21 a 42 dias
de idade, submetidos a diferentes ambientes térmicos (20,3; 27,3 e 31,4°C) verificaram
que a conversão alimentar melhorou com o aumento dos níveis de proteína em todos os
ambientes testados.
De acordo com Surisdirato & Farrel (1991), aves alimentadas com rações de
menor proteína e balanço ideal de aminoácidos, apresentam desempenho inferior às
aves alimentadas com níveis mais altos de proteína bruta. Segundo os mesmos autores,
este efeito pode ter sido causado pela maior quantidade de aminoácidos industriais
nestas rações e que as aves poderiam ter necessidades de peptídeos e não apenas
aminoácidos livres.
Adicionalmente, Faria Filho (2003), observaram que os aminoácidos livres das
rações suplementadas com aminoácidos industriais, aparecem em menores
concentrações no sangue portal do que os provenientes da proteína intacta, indicando
que os aminoácidos livres são preferencialmente metabolizados pelos enterócitos,
diminuindo sua biodisponibilidade em comparação aos aminoácidos na forma de
peptídeos, oriundos da proteína intacta.
Segundo Rutz (2002), os peptídeos provenientes da digestão da proteína
intacta são absorvidos de maneira mais rápida pelos enterócitos do que os aminoácidos
livres presentes nas rações suplementadas. Essa menor taxa de absorção pode resultar
em menor disponibilidade de aminoácidos essenciais para a síntese protéica (Pinchasov
et al 1990). Sendo assim, um nível mínino de proteína intacta na ração deve ser
fornecido para que o desempenho dos frangos de corte não seja prejudicado (Rostagno,
1997; Faria Filho, 2003).

2.4. Redução da proteína bruta e temperatura ambiente

A proteína bruta da ração é considerada o nutriente que proporciona o maior


incremento calórico durante o processo digestivo (Musharaf & Latshaw,1999), desta
forma, a redução do nível de proteína pode ser benéfica para frangos de corte criados
em ambientes de alta temperatura (Faria Filho, 2003). Segundo Alleman & Leclercq
(1997), a redução do nível protéico da ração de frangos de corte, com suplementação

10
com aminoácidos industriais, proporcionou melhor balanço aminoacídico e diminuição
do incremento calórico devido à eliminação do excesso de nitrogênio.
Entretanto, Gomide et al. (2007), afirmaram que, apesar do grande número de
estudos realizados avaliando rações com níveis reduzidos de proteína bruta, há
controvérsia quanto aos resultados. Alguns autores verificaram que a redução protéica
das rações suplementadas com aminoácidos industriais para frangos de corte criados em
ambiente de alta temperatura acarreta diminuição do desempenho das aves.
Alleman & Leclerq (1997), observaram que a redução do teor de proteína da
ração de frangos de 20 para 16% agravou a queda do desempenho das aves criadas em
ambiente de estresse por calor (32°C). De forma semelhante, Temin et al. (2000),
fornecendo rações para frangos de corte com níveis crescentes de proteína bruta (10; 15;
20; 28 e 33% PB), no período de quatro a seis semanas de idade, observaram que as
rações com os maiores níveis de PB (28 e 33%) resultaram em melhores valores de
ganho de peso e conversão alimentar para as aves criadas em ambiente de temperatura
elevada (32°C).
De acordo com Faria Filho (2003), rações com baixo teor protéico, formuladas
com base no conceito de proteína ideal, pioram o ganho de peso e a conversão alimentar
de frangos de corte de 21 a 42 dias de idade, criados em condições de estresse por calor
(33°C), no entanto, em ambiente de 20 a 25°C, a redução protéica não alterou o
desempenho das aves. Segundo o autor, o calor promove redução do consumo de ração,
o que associado ao baixo teor de proteína pode gerar deficiência de peptídeos e
aminoácidos suficientes para prejudicar o desempenho das aves, assim, a elevação do
teor de proteína da ração, mesmo em ambientes de alta temperatura, poderá ser benéfica
para ave por compensar a queda no consumo de proteína e aminoácidos.

2.5. Energia metabolizável e temperatura ambiente

A alimentação constitui um dos fatores de maior relevância na exploração


avícola, sendo que, as decisões mais importantes que podem ser tomadas na formulação
de rações para frangos de corte são relacionadas as concentrações de proteína e energia,
cujos níveis podem influenciar significativamente no desempenho dos frangos de corte
(Leandro et al., 2003).

11
Segundo Laganá (2005), têm sido estabelecidas relações positivas entre o
aumento dos níveis de energia da ração, o ganho de peso e a melhora na conversão
alimentar de frangos de corte. Em concordância, Leeson et al. (1995), afirmaram que
frangos de corte alimentados com rações com altos níveis de energia apresentam maior
rendimento de carcaça.
De forma semelhante, Zanusso et al. (1999), avaliando os efeitos de rações com
níveis crescentes de energia metabolizável (2850; 2925; 3000; 3075 e 3150 kcal EM/
kg), para frangos de corte na fase de 1 a 21 dias de idade, mantidos em ambiente
termoneutro, verificaram melhora linear crescente no ganho de peso e na conversão
alimentar.
Sakomura (1998), estudando o metabolismo de frangos de corte em função de
diferentes níveis de energia metabolizável da ração (3059; 3200 e 3350 kcal EM/Kg),
concluíram que o nível de energia mais alto proporcionou melhor desempenho das aves.
Entretanto, rações para frangos de corte, geralmente, são formuladas sem
considerar as alterações das exigências nutricionais das aves em relação à temperatura
ambiental. Assim, em períodos em que as condições ambientais não são favoráveis, as
rações se mostram inadequadas para permitir o desempenho ótimo dos frangos de corte
(Zanusso et al., 1999).
Segundo Daghir (1995) e Zanusso et al. (1999), o ambiente térmico influencia o
processo produtivo dos animais, principalmente, por alterar a troca e o fracionamento de
energia da ração, entre o ganho de energia e a dissipação de calor. Por ajustarem a
ingestão de energia ao atendimento das exigências de mantença, ocorre um expressivo
efeito da temperatura ambiente sobre o consumo de ração pelas aves, visto que estas
exigências são afetadas pela temperatura ambiental (Daghir, 1995; Sakomura, 1998;
Macari, 2001).
Segundo Laganá (2005), o consumo de energia é um dos fatores mais
importantes que limitam o desempenho de frangos de corte submetidos a ambientes de
alta temperatura, uma vez que, a energia para mantença das aves decresce com o
aumento da temperatura ambiental e os frangos precisam ingerir menos para satisfazer
suas necessidades energéticas (Daghir, 1995; Sakomura, 1998).
Bertechini et al. (1991), verificaram que frangos de corte recebendo rações com
níveis crescentes de energia metabolizável (2800; 3000 e 3200 kcal EM/kg), mantidos
em ambientes de diferentes temperaturas (17,1; 22,2 e 27,9°C), reduziram o consumo de
ração e, consequentemente, o ganho de peso, à medida que a temperatura ambiental foi

12
elevada. Os autores concluíram que para todos os ambientes térmicos estudados,
quanto maior o nível de energia metabolizável, maior o ganho de peso dos frangos.
De acordo com Leandro et al. (2003) e Laganá (2005), ajustes na densidade
nutricional das rações podem ser uma alternativa para permitir o atendimento das
necessidades nutricionais dos frangos de corte e também para minimizar alguns
problemas decorrentes da redução do consumo de ração pelas aves, que ocorre em
condições de estresse por calor. No entanto, alguns autores recomendam a substituição
de carboidratos por gordura como fonte de energia para as aves. O uso de gordura seria
justificado pelo aumento da palatabilidade da ração (Plavnik, 2003) e por seu menor
incremento calórico (Laganá, 2005), quando comparada à proteína e carboidratos.

3. OBJETIVO

Avaliar os efeitos de rações com diferentes níveis de energia metabolizável com


ou sem redução da proteína bruta e suplementação com aminoácidos industriais sobre o
desempenho, características carcaça e rendimento de cortes nobres de frangos de corte
mantidos em diferentes ambientes térmicos.

13
Experimento 1

RAÇÕES COM DIFERENTES CARGAS TERMOGÊNICAS PARA FRANGOS


DE CORTE MANTIDOS EM TERMONEUTRALIDADE DOS 22 A 42 DIAS DE
IDADE

1. Metodologia

O experimento foi conduzido no Laboratório de Bioclimatologia Animal do


Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de
Viçosa, em Viçosa, MG.
Foram utilizados 336 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, na fase de 22
a 42 dias de idade, com peso médio inicial de 0,834 ± 0,002 kg, mantidos em câmaras
climáticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas. As câmaras foram
ajustadas para permanecerem com temperatura do ar constante de 22°C e umidade
relativa de 65%, caracterizando um ambiente de termoneutralidade, de acordo com o
manual de criação da linhagem Cobb (2005).
Durante a fase inicial (1 a 21 dias de idade), as aves foram criadas em galpão
convencional, recebendo ração com 3.000 kcal de EM/kg e 20,79% de PB para
satisfazer as suas exigências nutricionais, segundo Rostagno et al. (2005), sendo
manejadas conforme o manual de criação da linhagem Cobb (2005).
No 21° dia de idade os frangos foram pesados e transferidos para as câmaras
climáticas, onde foram alojados em gaiolas metálicas (0,85 x 0,85m), com piso telado,
providas de comedouro e bebedouro tipo calha.
As condições ambientais das câmaras climáticas foram monitoradas diariamente,
duas vezes ao dia (7h30min e 17h30min), por meio de termômetros de bulbo seco,
bulbo úmido e de globo negro, mantidos no centro das salas. O programa de luz adotado
durante todo o período experimental foi o contínuo (24 horas de luz artificial).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com seis
tratamentos, oito repetições e sete aves por unidade experimental, totalizando 56 aves
por tratamento.
Durante o período experimental, as aves receberam rações experimentais
(Tabelas 1) formuladas à base de milho e de farelo de soja, contendo ainda soja
micronizada e soja integral extrusada e suplementadas com minerais e vitaminas para
atenderem as suas exigências nutricionais segundo Rostagno et al. (2005).

14
Tabela 1 – Composições centesimal e calculada das rações experimentais (22 a 42 dias)
Tratamentos
Ingredientes (%)
1 2 3 4 5 6
Milho (7,8%) 45,585 53,574 45,585 45,585 53,574 53,574
Farelo de soja (45%) 21,901 13,850 21,901 21,901 13,850 13,850
Soja micronizada 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000
Soja integral extrusada 13,650 13,650 13,650 13,650 13,650 13,650
Óleo de soja ..... ..... 4,050 ..... 3,510 .....
Gordura de coco ..... ..... ..... 4,490 ..... 3,900
Amido 8,500 8,500 ..... ..... ..... .....
Fosfato bicálcico 1,645 1,690 1,645 1,645 1,690 1,690
Calcário 0,795 0,810 0,795 0,795 0,810 0,810
1
Vitamina 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100
Mistura mineral2 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
3
Antioxidante 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125
4
Avilamicina (10%) 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
DL-metionina (99%) 0,199 0,264 0,199 0,199 0,264 0,264
L-lisina HCl (98%) ..... 0,259 ..... ..... 0,259 0,259
L-treonina (99%) ..... 0,081 ..... ..... 0,081 0,081
Ácido glutâmico 0,400 0,005 0,400 0,400 0,005 0,005
L-valina (99%) ..... 0,042 ..... ..... 0,042 0,042
Anticoccidiano5 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
Sal comum 0,480 0,480 0,480 0,480 0,480 0,480
Caulim 0,500 0,450 4,950 4,510 5,440 5,050
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Composição calculada6
Proteína bruta (%) 21,50 18,50 21,50 21,50 18,50 18,50
Energia metab. (Kcal/kg)3.100 3.146 3.100 3.100 3.146 3.146
Lisina digestível (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073
Met + cis. digestível (%)0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773
Treonina digestível (%) 0,728 0,697 0,728 0,728 0,697 0,697
Triptofano digestível (%)0,238 0,198 0,238 0,238 0,198 0,198
Valina digestível (%) 0,912 0,826 0,912 0,912 0,826 0,826
Isoleucina digestível (%)0,852 0,719 0,852 0,852 0,719 0,719
Arginina digestível (%) 1,381 1,152 1,381 1,381 1,152 1,152
Sódio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205
Cálcio (%) 0,825 0,825 0,825 0,825 0,825 0,825
Fósforo disponível (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411
1
Conteúdo/kg: vit. A: 2.500.000 UI; vit. D3: 500.000 UI; vit. E: 7000 mg; vit. K3: 500 mg; vit. B12: 4.5000
mcg; vit. B1: 450 mg; vit. B2: 2000 mg; piridoxina: 400 mg; biotina: 30 mg; ácido fólico: 350 mg; ácido
pantotênico: 3000 mg; ácido nicotínico: 9000 mg; colina: 100 g; metionina: 450 g; agente anticoccidiano: 125
g; antioxidante: 2,0 g .
2
Conteúdo/kg: ferro: 12.500 mg; cobre: 15.000 mg; manganês: 15.000 mg; zinco: 12.000; iodo: 250 mg;
selênio: 35 mg; e veículo q. s. p.: 1.000g.
3
Hidroxi-butil-tolueno (BHT).
4
Surmax.
5
Salinomicina sódica: 60 ppm.
6
Segundo Rostagno et al. (2005).

15
Os tratamentos foram assim distribuídos: T1: ração basal com 21,50% de
proteína bruta (PB) e amido de milho como fonte de energia; T2: ração basal com
18,50% de PB e suplementação com aminoácidos; T3: ração basal (21,50% de PB) com
substituição da fonte energética (amido) por óleo de soja; T4: ração basal (21,50% de
PB) com substituição da fonte energética por gordura de coco; T5: ração com 18,50%
de PB e suplementação com aminoácidos (ração T2), com óleo de soja como fonte
energética e T6: ração com 18,50% de PB suplementação com aminoácidos e gordura
de coco como fonte de energia. As rações com redução de proteína foram
suplementadas com aminoácidos industriais à medida que a relação dos aminoácidos
com a lisina digestível ficaram abaixo da relação preconizada na proteína ideal para
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade por Rostagno et al. (2005).
O fornecimento das rações experimentais e de água às aves foi à vontade durante
todo o período experimental, sendo a água trocada três vezes ao dia (7h30min,
13h00min e 17h30min).
As aves foram pesadas no início e no final do período experimental para
determinação do ganho de peso. O consumo de ração foi calculado pela diferença entre
o total de ração fornecido e as sobras dos comedouros e do chão. Posteriormente, foi
calculada a conversão alimentar.
No final do experimento (42° dia de idade), os frangos foram pesados e quatro
aves de cada unidade experimental (gaiola), com peso mais próximo à média da gaiola
(10% acima ou abaixo da média) foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas.
Posteriormente, as aves foram insensibilizadas por atordoamento elétrico (com corrente
elétrica de 100 V), abatidas, e após serem sangradas e depenadas, foram evisceradas e
as carcaças pesadas.
As variáveis avaliadas foram o consumo de ração, ganho de peso, conversão
alimentar e peso absoluto (g) e relativo (%) da carcaça e dos cortes nobres (peito, coxa e
sobrecoxa) e da gordura abdominal.
Para a determinação do rendimento de carcaça foi considerado o peso vivo após
jejum e para determinação dos rendimentos de cortes nobres e peso relativo da gordura
abdominal foi considero o peso da carcaça.
As análises estatísticas das variáveis de desempenho, carcaça, cortes nobres e
gordura abdominal avaliadas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Análises
Estatística e Genética (SAEG), desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa –
UFV.

16
2. Resultados e Discussão

Durante o período experimental, a temperatura do ar e a umidade relativa


mantiveram-se em 23,3 ± 1,88 °C e 68,4 ± 6,34%, respectivamente. Com esses valores,
pode-se afirmar que as aves foram criadas em ambientes de termoneutralidade, uma vez
que, o manual da linhagem Cobb (2005) preconiza como ambiente ótimo para a criação
de frangos de corte, temperatura do ar de 22 a 25°C e umidade relativa de 60 a 80%, no
período de 22 a 42 dias de idade.
Os resultados de desempenho dos frangos, aos 42 dias de idade, estão
apresentados na tabela 2. A carga termogênica das rações não influenciaram (P>0,05) o
consumo de ração médio (CR) das aves. O padrão de CR dos frangos de corte
verificados neste estudo evidenciou que o incremento calórico associado à digestão e
metabolismo das diferentes fontes de energia utilizadas (amido de milho, óleo de soja e
gordura de coco) e dos níveis de proteína bruta (21,50 e 18,50% PB) não foram
suficientes para influenciar o consumo voluntário de alimento das aves.
Não foi observada diferença significativa (P>0,05) para ganho de peso médio
(GP) e conversão alimentar (CA) das aves, independente da fonte de energia e do nível
de proteína bruta da ração. Os resultados de desempenho obtidos neste estudo
contradizem o relato de alguns autores (Laganá et al., 2005; Lara et al., 2005) de que a

Tabela 2 – Desempenho de frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade mantidos


em ambiente termoneutro
Variável
Tratamento
Consumo de ração (g) Ganho de peso (g) Conversão alimentar
T1 2738 1635 1,68
T2 2809 1707 1,66
T3 2848 1740 1,64
T4 2899 1793 1,62
T5 2828 1706 1,66
T6 2879 1744 1,65
CV (%) 4,08 6,38 4,97
T1: Amido de milho + 21,50% PB; T2: Amido de milho + 18,50% PB + aminoácidos industriais; T3: Óleo de soja +
21,50% PB; T4: Gordura de côco + 21,50% PB; T5: Óleo de soja + 18,50% PB + aminoácidos industriais, T6:
Gordura de côco + 18,50% PB + aminoácidos industriais.
a, b: médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P<0,05).
CV (%): coeficiente de variação.
substituição de carboidratos por óleo e gordura como fonte de energia na alimentação de
aves proporciona aumento no consumo de ração e melhora a conversão alimentar, uma
vez que, óleos e gorduras otimizam a eficiência de utilização de energia devido ao
menor incremento calórico, aumentam a absorção de nutrientes da ração por diminuir a

17
taxa de passagem do alimento pelo trato intestinal, diminuem a pulverulência e
melhoram a palatabilidade das rações.
Os resultados de peso absoluto e rendimento de carcaça, cortes nobres (peito,
sobrecoxa e coxa) e gordura abdominal dos frangos, aos 42 dias de idade, são
apresentados na tabela 3. Observou-se diferença significativa (P<0,05) no peso absoluto
de carcaça, sendo que os frangos que receberam as rações referentes aos tratamentos T3

Tabela 3 – Peso absoluto e rendimento de carcaça, cortes nobres (peito, coxa e


sobrecoxa) e gordura abdominal de frangos de corte aos 42 dias de idade
mantidos em ambiente termoneutro
Variável
Tratamento Carcaça Peito Sobrecoxa Coxa Gordura abdominal
Peso absoluto (g)
T1 1987 a 662 ab 291 a 240 ab 9,500 a
T2 1982 a 654 a 289 a 228 a 13,067 ab
T3 2103 b 703 b 312 b 249 b 13,625 ab
T4 2118 b 703 b 315 b 247 b 15,625 ab
T5 2072 ab 689 ab 304 ab 241 ab 15,875 b
T6 2060 ab 687 ab 304 ab 246 b 16,467 b
CV (%) 4,65 6,62 6,43 5,84 43,50
Rendimento (%)
T1 83,77 33,31 14,64 12,06 a 0,46 a
T2 84,54 32,97 14,61 11,52 b 0,66 ab
T3 84,59 33,45 14,82 11,86 ab 0,66 ab
T4 83,77 33,15 14,89 11,67 ab 0,74 ab
T5 84,22 33,25 14,69 11,65 ab 0,77 b
T6 83,43 33,33 14,76 11,95 ab 0,78 b
CV (%) 2,39 4,58 4,91 4,32 43,23
T1: Amido de milho + 21,50% PB; T2: Amido de milho + 18,50% PB + aminoácidos industriais; T3: Óleo de soja +
21,50% PB; T4: Gordura de côco + 21,50% PB; T5: Óleo de soja + 18,50% PB + aminoácidos industriais, T6:
Gordura de côco + 18,50% PB + aminoácidos industriais.
a, b: médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P<0,05)
CV (%): coeficiente de variação.
(óleo de soja + 21,50% PB) e T4 (gordura de coco + 21,50% PB) apresentaram maior
peso de carcaça quando comparado com as aves alimentadas com as rações contendo
amido como fonte energética (T1: amido + 21,50% PB e T2: amido + 18,50% PB), não
diferindo, no entanto, do peso absoluto de carcaça dos frangos que receberam as rações
com baixo nível de proteína bruta (18,50% PB) e com óleo de soja (T5) e gordura de
coco (T6) como fontes de energia.
Não foram observadas diferenças (P>0,05) no rendimento de carcaça dos
frangos, independente da fonte de energia (amido, óleo de soja e gordura de coco) e do
nível de proteína bruta (21,50 e 18,50% PB) das rações. Os resultados obtidos neste

18
estudo corroboram o relato de Olonu & Offiong (1980) de que o rendimento de carcaça
de frangos de corte é pouco influenciado pelos níveis nutricionais da ração.
Foi constatada diferença significativa (P<0,05) do peso absoluto de peito, sendo
que os frangos que receberam as rações contendo óleo de soja + 21,50% PB (T3) e
gordura de coco + 21,50% PB (T4) apresentaram peso absoluto de peito superior aos
frangos alimentados com rações contendo amido + 18,50% PB (T2), não diferindo,
entretanto, das aves que receberam as rações com amido + 21,50% PB (T1), óleo de
soja + 18,50 % PB (T5) e gordura de coco + 18,50% PB (T6).
Com relação ao peso absoluto de sobrecoxa, observou-se diferença significativa
(P<0,05) dos frangos que receberam a ração contendo amido + 21,50% PB (T1) e amido
+ 18,50% PB (T2) quando comparado ao peso absoluto de sobrecoxa dos frangos que
consumiram as rações com óleo de soja + 21,50% PB e gordura de coco + 21,50% PB,
sendo que as rações com amido de milho como fonte de energia (T1 e T2)
proporcionaram menor peso absoluto de sobrecoxa. De forma similar ao rendimento de
peito, o rendimento de sobrecoxa também não foi influenciado (P>0,05) pela carga
termogênica das rações.
Os frangos alimentados com amido + 18,50% de PB (T2) apresentaram menor
peso absoluto de coxa (P<0,05) quando comparados com as aves que receberam as
rações contendo óleo de soja + 21,50% PB (T3), gordura de coco + 21,50% PB (T4) e
gordura de coco + 18,50% PB (T6), não diferindo das aves alimentadas com as rações
com amido + 21,50% PB e óleo de soja + 18,50% PB.
O rendimento de coxa também foi influenciado (P<0,05) pela carga termogênica
da ração, sendo que os frangos de corte que receberam a ração referente ao tratamento
T1 (amido + 21,50% PB) apresentaram rendimento de coxa superior as aves
alimentadas com a ração contendo amido + 18,50% PB (T2), sendo estatisticamente
igual ao do grupo de frangos que receberam as rações com óleo de soja (T3 e T5) e
gordura de coco (T4 e T6).
Os resultados de peso absoluto de cortes nobres (peito, sobrecoxa e coxa)
obtidos, refletem o aumento do peso absoluto da carcaça, que foi significativamente
maior para os frangos de corte alimentados com as rações com óleo de soja + 21,50%
PB (T3) e gordura de coco + 21,50% PB (T4).
A carga termogênica da ração influenciou (P<0,05) o peso absoluto e relativo da
gordura abdominal, sendo que os frangos alimentados com a ração contendo amido
como fonte de energia e 21,50% de PB (T1) apresentaram peso absoluto e relativo de

19
gordura superior ao grupo de aves alimentadas com as rações referentes aos tratamentos
T5 (óleo de soja + 18,50% PB) e T6 (gordura de coco + 18,50% PB). A redução na
gordura abdominal observada nos frangos alimentados com amido + 21,50% PB pode
estar relacionada à menor disponibilidade de energia excedente para a deposição, em
razão do maior incremento calórico proporcionado pelo amido e pelo maior nível de
proteína bruta (21,50% PB) da ração. De acordo com alguns autores a utilização de
óleos e gorduras como fonte de energia para frangos de corte em substituição aos
carboidratos reduz o incremento calórico, melhorando a eficiência de utilização da
energia consumida pela ave e aumentando a energia líquida da ração, o que pode
resultar em maior deposição da energia excedente na forma de gordura.

3. Conclusão

A substituição do amido por óleo de soja e gordura de coco como fonte de


energia e a redução da proteína bruta não alterou o desempenho de frangos de corte
criados em ambiente termoneutro.
A ração com óleo de soja e 21,50% PB e gordura de coco e 21,50% PB
proporcionaram os melhores resultados de composição de carcaça para frangos de corte
criados em ambiente termoneutro.

Experimento 2

RAÇÕES COM DIFERENTES CARGAS TERMOGÊNICAS PARA FRANGOS


DE CORTE MANTIDOS EM AMBIENTE DE ALTA TEMPERATURA DOS 22
A 42 DIAS DE IDADE

1. Metodologia

O experimento foi conduzido no Laboratório de Bioclimatologia Animal do


Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de
Viçosa, em Viçosa, MG.

20
Foram utilizados 336 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, na fase de 22
a 42 dias de idade, com peso médio inicial de 0,864 ± 0,002 kg, mantidos em câmaras
climáticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas. As câmaras foram
ajustadas para permanecerem com temperatura do ar constante de 32°C e umidade
relativa de 65%, caracterizando um ambiente de estresse por calor, de acordo com o
manual de criação da linhagem Cobb (2005).
Durante a fase inicial (1 a 21 dias de idade), as aves foram criadas em galpão
convencional, recebendo ração com 3.000 kcal de EM/kg e 20,79% de PB para
satisfazer as suas exigências nutricionais, segundo Rostagno et al. (2005), sendo
manejadas conforme o manual de criação da linhagem Cobb (2005).
No 21° dia de idade os frangos foram pesados e transferidos para as câmaras
climáticas, onde foram alojados em gaiolas metálicas (0,85 x 0,85m), com piso telado,
providas de comedouro e bebedouro tipo calha.
As condições ambientais das câmaras climáticas foram monitoradas diariamente,
duas vezes ao dia (7h30min e 17h30min), por meio de termômetros de bulbo seco,
bulbo úmido e de globo negro, mantidos no centro das salas. O programa de luz adotado
durante todo o período experimental foi o contínuo (24 horas de luz artificial).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com seis
tratamentos, oito repetições e sete aves por unidade experimental, totalizando 56 aves
por tratamento.
Durante o período experimental, as aves receberam rações experimentais
(Tabelas 1) formuladas à base de milho e de farelo de soja, contendo ainda soja
micronizada e soja integral extrusada e suplementadas com minerais e vitaminas para
atenderem as suas exigências nutricionais segundo Rostagno et al. (2005).
Tabela 1 – Composições centesimal e calculada das rações experimentais (22 a 42 dias)
Tratamentos
Ingredientes (%)
1 2 3 4 5 6
Milho (7,8%) 45,585 53,574 45,585 45,585 53,574 53,574
Farelo de soja (45%) 21,901 13,850 21,901 21,901 13,850 13,850
Soja micronizada 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000
Soja integral extrusada 13,650 13,650 13,650 13,650 13,650 13,650
Óleo de soja ..... ..... 4,050 ..... 3,510 .....
Gordura de coco ..... ..... ..... 4,490 ..... 3,900
Amido 8,500 8,500 ..... ..... ..... .....
Fosfato bicálcico 1,645 1,690 1,645 1,645 1,690 1,690
Calcário 0,795 0,810 0,795 0,795 0,810 0,810
Vitamina1 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100
Mistura mineral2 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

21
Antioxidante3 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125
Avilamicina (10%)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
DL-metionina (99%) 0,199 0,264 0,199 0,199 0,264 0,264
L-lisina HCl (98%) ..... 0,259 ..... ..... 0,259 0,259
L-treonina (99%) ..... 0,081 ..... ..... 0,081 0,081
Ácido glutâmico 0,400 0,005 0,400 0,400 0,005 0,005
L-valina (99%) ..... 0,042 ..... ..... 0,042 0,042
5
Anticoccidiano 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
Sal comum 0,480 0,480 0,480 0,480 0,480 0,480
Caulim 0,500 0,450 4,950 4,510 5,440 5,050
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Composição calculada6
Proteína bruta (%) 21,50 18,50 21,50 21,50 18,50 18,50
Energia metab. (Kcal/kg)3.100 3.146 3.100 3.100 3.146 3.146
Lisina digestível (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073
Met + cis. digestível (%)0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773
Treonina digestível (%) 0,728 0,697 0,728 0,728 0,697 0,697
Triptofano digestível (%)0,238 0,198 0,238 0,238 0,198 0,198
Valina digestível (%) 0,912 0,826 0,912 0,912 0,826 0,826
Isoleucina digestível (%)0,852 0,719 0,852 0,852 0,719 0,719
Arginina digestível (%) 1,381 1,152 1,381 1,381 1,152 1,152
Sódio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205
Cálcio (%) 0,825 0,825 0,825 0,825 0,825 0,825
Fósforo disponível (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411
1
Conteúdo/kg: vit. A: 2.500.000 UI; vit. D3: 500.000 UI; vit. E: 7000 mg; vit. K3: 500 mg; vit. B12: 4.5000
mcg; vit. B1: 450 mg; vit. B2: 2000 mg; piridoxina: 400 mg; biotina: 30 mg; ácido fólico: 350 mg; ácido
pantotênico: 3000 mg; ácido nicotínico: 9000 mg; colina: 100 g; metionina: 450 g; agente anticoccidiano: 125
g; antioxidante: 2,0 g .
2
Conteúdo/kg: ferro: 12.500 mg; cobre: 15.000 mg; manganês: 15.000 mg; zinco: 12.000; iodo: 250 mg;
selênio: 35 mg; e veículo q. s. p.: 1.000g.
3
Hidroxi-butil-tolueno (BHT).
4
Surmax.
5
Salinomicina sódica: 60 ppm.
6
Segundo Rostagno et al. (2005).

Os tratamentos foram assim distribuídos: T1: ração basal com 21,50% de


proteína bruta (PB) e amido de milho como fonte de energia; T2: ração basal com
18,50% de PB e suplementação com aminoácidos; T3: ração basal (21,50% de PB) com
substituição da fonte energética (amido) por óleo de soja; T4: ração basal (21,50% de
PB) com substituição da fonte energética por gordura de coco; T5: ração com 18,50%
de PB e suplementação com aminoácidos (ração T2), com óleo de soja como fonte
energética e T6: ração com 18,50% de PB suplementação com aminoácidos e gordura
de coco como fonte de energia. As rações com redução de proteína foram
suplementadas com aminoácidos industriais à medida que a relação dos aminoácidos

22
com a lisina digestível ficaram abaixo da relação preconizada na proteína ideal para
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade por Rostagno et al. (2005).
O fornecimento das rações experimentais e de água às aves foi à vontade durante
todo o período experimental, sendo a água trocada três vezes ao dia (7h30min,
13h00min e 17h30min).
As aves foram pesadas no início e no final do período experimental para
determinação do ganho de peso. O consumo de ração foi calculado pela diferença entre
o total de ração fornecido e as sobras dos comedouros e do chão. Posteriormente, foi
calculada a conversão alimentar.
No final do experimento (42° dia de idade), os frangos foram pesados e quatro
aves de cada unidade experimental (gaiola), com peso mais próximo à média da gaiola
(10% acima ou abaixo da média) foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas.
Posteriormente, as aves foram insensibilizadas por atordoamento elétrico (com corrente
elétrica de 100 V), abatidas, e após serem sangradas e depenadas, foram evisceradas e
as carcaças pesadas.
As variáveis avaliadas foram o consumo de ração, ganho de peso, conversão
alimentar e peso absoluto (g) e relativo (%) da carcaça e dos cortes nobres (peito, coxa e
sobrecoxa) e da gordura abdominal.
Para a determinação do rendimento de carcaça foi considerado o peso vivo após
jejum e para determinação dos rendimentos de cortes nobres e peso relativo da gordura
abdominal foi considero o peso da carcaça.
As análises estatísticas das variáveis de desempenho, carcaça, cortes nobres e
gordura abdominal avaliadas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Análises
Estatística e Genética (SAEG), desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa –
UFV.
2. Resultados e Discussão

A temperatura e a umidade relativa do ar mantiveram-se, durante o período


experimental, em 32,0 ± 0,56°C e 69,3 ± 6,51%, respectivamente, caracterizando o
ambiente de estresse por calor em que as aves foram criadas, uma vez que, o manual da
linhagem Cobb (2005) preconiza, para o período de 22 a 42 dias de idade, temperatura
do ar de 22 a 25°C e umidade de 60 a 80% como ambiente ótimo para a criação de
frangos de corte.

23
Os resultados de desempenho dos frangos, aos 42 dias de idade, estão na tabela
2. Não foi contatada diferença significativa (P>0,05) para consumo de ração médio
(CR), ganho de peso médio (GP) e conversão alimentar das aves, independente da fonte
de energia (amido de milho, óleo de soja e gordura de coco) e do nível de proteína bruta
(21,50 e 18,50%) das rações. A falta de ajuste no CR das aves observadas neste estudo
sugere que o incremento calórico associado à digestão e metabolismo das diferentes
fontes de energia e do nível de proteína bruta das rações não foi suficiente para
influenciar o consumo voluntario dos frangos.
A ausência de diferenças significativas para os parâmetros de desempenho
obtidas no presente trabalho contradiz o relato de alguns autores de que a substituição
de carboidratos por óleos e gorduras como fonte de energia (Braga & Baião, 2001;

Tabela 1 – Desempenho de frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade mantidos


em ambiente de estresse por calor
Variável
Tratamento
Consumo de ração (g) Ganho de peso (g) Conversão alimentar
T1 2132 1127 1,91
T2 2186 1134 1,94
T3 2171 1096 2,00
T4 2332 1181 1,99
T5 2173 1137 1,94
T6 2173 1110 1,97
CV (%) 7,34 13,54 8,16
T1: Amido de milho + 21,50% PB; T2: Amido de milho + 18,50% PB + aminoácidos industriais; T3: Óleo de soja +
21,50% PB; T4: Gordura de côco + 21,50% PB; T5: Óleo de soja + 18,50% PB + aminoácidos industriais, T6:
Gordura de côco + 18,50% PB + aminoácidos industriais.
a, b: médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P<0,05)
CV (%): coeficiente de variação.
Laganá et al., 2005; Lara et al., 2005) e a redução da proteína bruta da ração com a
suplementação com aminoácidos industriais, segundo o conceito de proteína ideal
(Valério et al., 2003, Faria Fillho, 2003; Dionizio et al., 2005; Nagata et al., 2005) reduz
o incremento calórico da ração, promovendo maior consumo de ração e melhores
valores de ganho de peso e conversão alimentar para os frangos criados em ambiente de
alta temperatura.
Os resultados de peso absoluto e rendimento de carcaça, cortes nobres (peito,
sobrecoxa e coxa) e gordura abdominal dos frangos, aos 42 dias de idade, são
apresentados na tabela 3. Não foi observada diferença significativa (P>0,05) para peso

24
Tabela 3 – Peso absoluto e rendimento de carcaça, cortes nobres (peito, coxa e
sobrecoxa) e gordura abdominal de frangos de corte aos 42 dias de idade
mantidos em ambiente de estresse por calor
Variável
Tratamento Carcaça Peito Sobrecoxa Coxa Gordura abdominal
Peso absoluto (g)
T1 1698 526 254 216 9,69
T2 1630 501 244 204 12,94
T3 1635 494 248 203 9,88
T4 1690 513 252 212 11,19
T5 1676 509 248 213 11,44
T6 1684 514 256 211 11,50
CV (%) 8,36 11,69 10,65 8,99 48,80
Rendimento (%)
T1 86,80 30,93 14,95 12,73 0,56
T2 86,39 30,66 14,96 12,57 0,78
T3 87,21 30,04 15,27 12,43 0,60
T4 86,03 30,34 14,91 12,55 0,65
T5 87,99 30,37 14,79 12,72 0,67
T6 87,54 30,51 15,19 12,51 0,67
CV (%) 2,99 6,02 7,55 5,72 45,35
T1: Amido de milho + 21,50% PB; T2: Amido de milho + 18,50% PB + aminoácidos industriais; T3: Óleo de soja +
21,50% PB; T4: Gordura de côco + 21,50% PB; T5: Óleo de soja + 18,50% PB + aminoácidos industriais, T6:
Gordura de côco + 18,50% PB + aminoácidos industriais.
a, b: médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste Tukey (P<0,05)
CV (%): coeficiente de variação.
absoluto de carcaça, independente da ração utilizada. Este resultado contradiz o relato
de alguns autores de que o maior incremento calórico de alguns nutrientes utilizados nas
rações para frangos de corte interferem na quantidade de energia disponível para a ave,
afetando significativamente a deposição de gordura e proteína na carcaça. No que se
refere ao rendimento de carcaça, também não foi observado influencia (P>0,05) da
fonte de energia e do nível de proteína da ração, confirmando o relato de Olonu &
Offiong (1980) de que os nutrientes das rações pouco influenciam no rendimento e
carcaça de frangos de corte.
Não foi constatada influencia (P>0,05) da carga termogênica das rações sobre o
peso absoluto e rendimento dos cortes nobres (peito, sobrecoxa e coxa). Com base nos
resultados obtidos, pode-se inferir que o excedente de energia líquida gerada nas rações
contendo óleo de soja e gordura de coco como fonte energética e redução do nível de
proteína bruta, devido ao menor incremento calórico produzido pela digestão e
metabolismo dos nutrientes das rações foi utilizado para a termorregulação das aves em
detrimento à deposição de proteína e gordura, refletidos na ausência de diferenças
significativas no ganho de peso, peso absoluto e rendimento de carcaça e cortes nobres,
mesmo quando se compara os parâmetros de caraça dos frangos que receberam a ração

25
contendo amido de milho + 21,50% PB (maior carga termogênica) com o grupo de aves
alimentadas com a ração contendo gordura de coco + 18,50% PB (menor carga
termogênica).
As fontes de energia e o nível de proteína das rações não influenciaram (P>0,05)
o peso absoluto e o peso relativo da gordura abdominal. Com base nos resultados
obtidos e no fato de que a utilização de óleo de soja e gordura de coco em substituição
ao amido de milho como fonte de energia e a redução de proteína (de 21,50 para
18,50%) na ração de frangos de corte diminuem o incremento calórico e melhora a
eficiência energética pelo incremento de energia líquida, pode-se inferir que o excedente
de energia gerado nas rações de menor carga termogênica foi utilizado para a regulação
de temperatura corporal das aves, não sendo, portanto, armazenada na forma de gordura,
o que pode explicar parcialmente, a ausência de diferenças significativas nos valores de
gordura abdominal, independente da carga termogênica das rações.

3. Conclusão

A substituição do amido por óleo de soja e gordura de coco como fonte de


energia e a redução da proteína bruta não alterou o desempenho e a composição de
carcaça de frangos de corte criados em ambiente de alta temperatura

26
Experimento 3

NÍVEIS DE ENERGIA METABOLIZÁVEL EM RAÇÕES COM BAIXO NÍVEL


DE PROTEÍNA PARA FRANGOS DE CORTE MANTIDOS EM AMBIENTE
TERMONEUTRO DOS 22 AOS 42 DIAS DE IDADE

1. Metodologia

O experimento foi conduzido no Laboratório de Bioclimatologia Animal do


Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de
Viçosa, em Viçosa, MG.
Foram utilizados 280 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, na fase de 22
a 42 dias de idade, com peso médio inicial de 0,708 ± 0,006 kg, mantidos em câmaras
climáticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas. As câmaras foram
ajustadas para permanecerem com temperatura do ar constante de 22°C e umidade
relativa de 65%, caracterizando um ambiente de termoneutralidade, de acordo com o
manual de criação da linhagem Cobb (2005).

27
Durante a fase inicial (1 a 21 dias de idade), as aves foram criadas em galpão
convencional, recebendo ração com 3.000 kcal de EM/kg e 20,79% de PB para
satisfazer as suas exigências nutricionais, segundo Rostagno et al. (2005), sendo
manejadas conforme o manual de criação da linhagem Cobb (2005).
No 21° dia de idade os frangos foram pesados e transferidos para as câmaras
climáticas, onde foram alojados em gaiolas metálicas (0,85 x 0,85m), com piso telado,
providas de comedouro e bebedouro tipo calha.
As condições ambientais das câmaras climáticas foram monitoradas diariamente,
duas vezes ao dia (7h30min e 17h30min), por meio de termômetros de bulbo seco,
bulbo úmido e de globo negro, mantidos no centro das salas. O programa de luz adotado
durante todo o período experimental foi o contínuo (24 horas de luz artificial).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com
cinco tratamentos (1+4), oito repetições e sete aves por unidade experimental.
Durante o período experimental, as aves receberam rações experimentais
(Tabela 1) formuladas à base de milho e farelo de soja, suplementadas com minerais e
vitaminas para atenderem as exigências nutricionais segundo Rostagno et al. (2005).

Tabela 1 – Composições centesimal e calculada das rações experimentais (22 a 42 dias)


Ingredientes Tratamentos
1 2 3 4 5
Milho (7,8%) 51,493 61,921 61,921 61,921 61,921
Farelo de soja (45%) 36,280 25,773 25,773 25,773 25,773
Óleo de soja 4,350 3,016 2,450 1,878 1,310
Glúten de milho (60%) 4,000 4,000 4,000 4,000 4,000
Fosfato bicálcico 1,612 1,670 1,670 1,670 1,670
Calcário 0,846 0,866 0,866 0,866 0,866
Vitamina1 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100
2
Mistura mineral 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
Antioxidante3 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125
Avilamicina (10%)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
DL-metionina (99%) 0,104 0,188 0,188 0,188 0,188
L-lisina HCl (98%) ..... 0,318 0,318 0,318 0,318
L-treonina (99%) ..... 0,046 0,046 0,046 0,046
Anticoccidiano5 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
Sal comum 0,470 0,471 0,471 0,471 0,471
Caulim 0,500 1,386 1,952 2,524 3,092
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Composição calculada6
Proteína bruta (%) 23,17 19,66 19,66 19,66 19,66
Energia metab. (Kcal/kg) 3.100 3.100 3.050 3.000 2.950
Lisina digestível (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073

28
Met + cis. digestível (%) 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773
Treonina digestível (%) 0,793 0,697 0,697 0,697 0,697
Triptofano digestível (%) 0,246 0,194 0,194 0,194 0,194
Valina digestível (%) 0,994 0,828 0,828 0,828 0,828
Isoleucina digestível (%) 0,926 0,752 0,752 0,752 0,752
Arginina digestível (%) 1,425 1,127 1,127 1,127 1,127
Sódio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205
Cálcio (%) 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824
Fósforo disponível (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411
1
Conteúdo/kg: vit. A: 2.500.000 UI; vit. D3: 500.000 UI; vit. E: 7000 mg; vit. K3: 500 mg; vit. B12:
4.5000 mcg; vit. B1: 450 mg; vit. B2: 2000 mg; piridoxina: 400 mg; biotina: 30 mg; ácido fólico: 350
mg; ácido pantotênico: 3000 mg; ácido nicotínico: 9000 mg; colina:100 g; metionina: 450 g; agente
anticoccidiano: 125 g; antioxidante: 2,0 g .
2
Conteúdo/kg: ferro: 12.500 mg; cobre: 15.000 mg; manganês: 15.000 mg; zinco: 12.000; iodo: 250 mg;
selênio: 35 mg; e veículo q. s. p.: 1.000g.
3
Hidroxi-butil-tolueno (BHT).
4
Surmax.
5
Salinomicina sódica : 60 ppm.
6
Segundo Rostagno et al. (2005).

Os tratamentos consistiram de uma ração basal com 23,17% de PB (1,073%


lisina) e 3.100 Kcal de EM (testemunha positiva) e mais quatro rações com 19,66% de
PB, suplementadas com aminoácidos industriais (1,073% de lisina) em que o nível de
EM correspondeu a 3.100; 3.050; 3.000 e 2.950 kcal. As rações com redução de
proteína foram suplementadas com aminoácidos industriais à medida que a relação dos
aminoácidos com a lisina ficaram abaixo da relação preconizada na proteína ideal para
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade por Rostagno et al. (2005).
O fornecimento das rações experimentais e de água às aves foi à vontade durante
todo o período experimental, sendo a água trocada três vezes ao dia (7h30min,
13h00min e 17h30min).
As aves foram pesadas no início e no final do período experimental para
determinação do ganho de peso. O consumo de ração foi calculado pela diferença entre
o total de ração fornecido e as sobras dos comedouros e do chão. Posteriormente, foi
calculada a conversão alimentar.
No final do experimento (42° dia de idade), os frangos foram pesados e quatro
aves de cada unidade experimental (gaiola), com peso mais próximo à média da gaiola
(10% acima ou abaixo da média) foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas.
Posteriormente, as aves foram insensibilizadas por atordoamento elétrico (com corrente
elétrica de 100 V), abatidas, e após serem sangradas e depenadas, foram evisceradas e
as carcaças pesadas.

29
As variáveis avaliadas foram o consumo de ração, ganho de peso, conversão
alimentar, consumo de energia metabolizável e peso absoluto (g) e relativo (%) da
carcaça e dos cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa).
Para a determinação do rendimento de carcaça foi considerado o peso vivo após
jejum e para determinação dos rendimentos de cortes nobres foi considero o peso da
carcaça.
As análises estatísticas das variáveis de desempenho, carcaça e cortes nobres
avaliadas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Análises Estatística e Genética
(SAEG), desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa – UFV.
Foi realizado contraste entre o tratamento controle (ração basal) e os demais
tratamentos e regressão polinomial entre os tratamentos que apresentavam 19,66% de
PB e redução do nível de energia metabolizável (T2, T3, T4 e T5).

2. Resultados e Discussão

Durante o período experimental, a temperatura do ar manteve-se em 21,9 ±


0,78°C e a umidade relativa em 70,0 ± 4,45%, caracterizando o ambiente de
termoneutralidade em que as aves foram criadas. Esta proposição está coerente com o
manual da linhagem Cobb (2005) que preconiza temperatura do ar de 22 a 25°C e
umidade relativa de 60 a 80% como ambiente ótimo para a criação de frangos de corte,
no período de 22 a 42 dias de idade.
Os resultados de desempenho dos frangos, aos 42 dias de idade, são
apresentados na Tabela 2. Ao comparar as rações contendo diferentes níveis de energia
e baixa proteína com a ração controle, observou-se que o ganho de peso (GP) dos
frangos alimentados com a ração contendo 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (ração
controle) foi significativamente maior (P<0,01) que o GP das aves que receberam as
rações referentes aos tratamentos T2, T3, T4 e T5. Este resultado confirma o relato de
alguns autores de que a redução do nível de proteína bruta da ração, mesmo com a
suplementação com aminoácidos industriais, e aumento na relação EM:PB pode
prejudicar o desempenho e a composição da carcaça de frangos de corte.

30
Considerando somente o grupo de aves que receberam rações contendo baixo
nível de PB e redução da energia metabolizável (T2, T3, T4 e T5), foi constado, pela
análise de regressão, que a variação dos níveis de energia avaliados não foi suficiente
para influenciar (P>0,05) o GP dos frangos de corte.
Observou-se diferença significativa no consumo de ração (CR) quando se
comparou o grupo de frangos que receberam ração contendo 3.100 Kcal EM/kg +
23,17% PB (ração controle) com os frangos que receberam as rações com baixo nível de
proteína (19,66% PB) e redução da energia metabolizável 3.100 (P<0,05); 3.050
(P<0,05) e 2.950 Kcal/kg (P<0,10), correspondendo, respectivamente, aos tratamentos
T2, T3 e T5. Por outro lado, não houve diferença (P>0,10) do CR quando se comparou
as aves consumindo a ração controle em relação aquelas consumindo a ração com baixo
nível protéico e 3.000 kcal de energia metabolizável/kg de ração.
Considerando somente o grupo de aves que receberam rações com baixo nível
de PB e redução da energia metabolizável (T2, T3, T4 e T5), ficou evidenciado, pela
análise de regressão, que os níveis de energia metabolizável não influenciaram (P>0,05)
o CR das aves, indicando que a variação dos níveis energéticos das dietas não foi
suficiente para alterar o consumo voluntário dos frangos de corte.
Tabela 2 – Desempenho de frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade em função
dos tratamentos, mantidos em ambiente termoneutro
Variável
Tratamento
GP (g) CR (g) CA ConEM (Kcal)
T1 1576 2506 1,59 7769
T2 1497 2546 1,70 7893 L
T3 1496 2563 1,71 7817
T4 1492 2540 1,70 7618
T5 1487 2540 1,71 7492
Contrastes
1x2 * ** * **
1x3 * ** * ns
1x4 * ns * *
1x5 * *** * *
CV (%) 2,72 1,42 2,28 1,41
T1: 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (tratamento controle); T2: 3.100 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T3: 3.050 Kcal
EM/kg + 19,66% PB; T4: 3.000 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T5: 2.950 Kcal EM/kg + 19,66% PB.
GP: Ganho de peso; CR: Consumo de ração; CA: Conversão alimentar; ConEM: Consumo de Energia Metabolizável
ns: não significativo; * (P<0,01); ** (P<0,05); *** (P<0,10).
L: efeito linear (P<0,01).
CV (%): coeficiente de variação.

31
Ao comparar as rações contendo diferentes níveis de energia e baixa proteína
com a ração controle, observou-se que a conversão alimentar (CA) dos frangos
alimentados com a ração contendo 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (ração controle) foi
significativamente melhor (P<0,01) que a CA das aves que receberam as rações
referentes aos tratamentos contendo 3.100; 3.050; 3.000 e 2.950 Kcal EM/kg de ração.
Da mesma forma que observado para o GP e CR, a CA dos frangos de corte também
não foi influenciada (P>0,05) pelos níveis de energia metabolizável da ração.
Ao aplicar contrastes, observou-se diferença significativa para o consumo de
energia metabolizável (ConEM) entre os frangos que receberam a ração correspondente
ao tratamento controle (3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB) e os que receberam ração com
baixo nível de proteína e 3.100 (P<0,05) ; 3.000 (P<0,01) e 2.950 (P<0,01) Kcal EM/kg
de ração. Avaliando somente os níveis energéticos, foi constatado efeito linear
decrescente (P<0,01) dos tratamentos sobre o ConEM de acordo com a redução do nível
de energia metabolizável da ração, segundo a equação Ŷ = -74013 + 0,279232X (r² =
0,97%).
Com base nos resultados de desempenho observados, pode-se afirmar que a
redução do nível energético da ração, associado com a redução da proteína, mesmo
suplementada com aminoácidos industriais, comprometeu o desempenho dos frangos de
corte criados em ambiente termoneutro.
Os resultados de peso absoluto e rendimento de carcaça e cortes nobres (peito,
coxa e sobrecoxa) dos frangos de corte, aos 42 dias de idade, estão apresentados na
Tabela 3. Observou-se diferença significativa no peso absoluto de carcaça quando se
aplicou o contraste entre os tratamentos, sendo que os frangos que receberam a ração
controle (23,17% PB + 3.100 Kcal EM/kg) apresentaram maior peso de carcaça quando
comparados as aves que receberam as rações correspondentes aos tratamentos T2: 3.100
Kcal EM/kg + 19,66% PB (P<0,05); T3: 3.000 Kcal EM/kg + 19,66% PB (P<0,05); T4:
3.000 Kcal EM/kg + 19,66% PB (P<0,10) e T5: 2.950 Kcal EM/kg + 19,66% PB
(P<0,05).
Com relação ao rendimento de carcaça, verificou-se diferença significativa
(P<0,01) apenas quando se comparou o grupo de frangos que receberam a ração
controle com o grupo de aves que receberam a ração contendo 3.100 Kcal EM/kg +
19,66% PB, sendo que a ração controle proporcionou menor rendimento da carcaça de
frangos de corte. Não foi constatado efeito (P>0,05) dos níveis de energia avaliados
sobre o peso absoluto da carcaça.

32
O peso absoluto de peito apresentou diferença significativa (P<0,05) quando se
comparou os frangos que receberam a ração controle com o grupo de aves que
receberam a ração contendo 3.000 Kcal EM/kg + 19,66% PB (T3), sendo que os frangos
que receberam a ração controle apresentaram maior peso absoluto de peito. O peso
absoluto e o rendimento de peito dos frangos não foram influenciados (P>0,05) pelos
níveis de energia metabolizável das rações.
Foi constatada diferença significativa (P<0,05) do peso absoluto de coxa quando
se comparou a ração controle com os demais tratamentos, sendo que os frangos que
receberam as rações contendo 3.100Kcal EM/ kg + 19,66% PB (T2) e 3.050 Kcal
EM/kg + 19,66% PB (T3) apresentaram peso absoluto de coxa inferior aos frangos que
receberam a ração controle (3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB).

Tabela 3 – Peso absoluto e rendimento de carcaça e cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa) de
frangos de corte aos 42 dias de idade em função dos tratamentos, mantidos em
ambiente termoneutro
Variável
Tratamento Peso absoluto (g) Rendimento (%)
Carcaça Peito Sobrecoxa Coxa Carcaça Peito Sobrecoxa Coxa
T1 1848 588 249 230 82,87 31,82 13,48 12,44
T2 1802 569 237 221 83,10 31,60 13,16 12,25 L
T3 1801 562 233 219 84,25 31,23 12,92 12,15
T4 1803 573 244 223 83,59 31,76 13,55 12,38
T5 1803 581 242 225 83,55 32,21 13,44 12,49
Contrastes
1x2 ** ns ** ** ns ns ns ns
1x3 ** ** * ** * ns ** ns
1x4 *** ns ns ns ns ns ns ns
1x5 ** ns ns ns ns ns ns ns
CV (%) 3,38 5,89 5,55 7,14 1,72 4,60 4,26 5,81
T1: 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (tratamento controle); T2: 3.100 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T3: 3.050 Kcal EM/kg + 19,66%
PB; T4: 3.000 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T5: 2.950 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T6: 2.900 Kcal EM/kg + 19,66% PB.
L: efeito linear (P<0,05).
ns: não significativo; * (P<0,01); ** (P<0,05); *** (P<0,10).
CV (%): Coeficiente de variação.

Embora não tenha sido observado efeito (P>0,05) das rações com baixa proteína
bruta e redução da energia metabolizável (T2, T3, T4 e T5) sobre o peso absoluto de
coxa, os tratamentos avaliados influenciaram significativamente (P<0,05) o rendimento
de coxa, que aumentou de forma linear com o aumento do nível de energia das rações,
segundo a equação Ŷ = 19,4363 – 0,00234931X (r² = 0,84).

33
De forma similar ao peso absoluto de coxa, o peso absoluto de sobrecoxa
também apresentou diferença significativa ao se comparar os frangos que receberam a
ração controle com os frangos que foram alimentados com as rações contendo 3.100
Kcal EM/ kg + 19,66% PB (P<0,05) e 3.050 Kcal EM/kg + 19,66% PB (P<0,01), com
maior valor de peso absoluto de sobrecoxa para as aves que receberam a ração controle
(3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB).
Com relação ao rendimento de sobrecoxa, observou-se diferença significativa
(P<0,05) dos frangos que receberam a ração contendo 3.050 Kcal EM/kg e 19,66% PB
(T3) quando comparado ao rendimento de sobrecoxa dos frangos alimentados com a
ração com 3.100 Kcal EM/kg e 23,17% PB (ração controle), sendo que a ração com
3.050 Kcal EM/kg + 19,66% PB proporcionou menor rendimento de sobrecoxa.
Considerando apenas as rações com baixo nível de PB e redução da energia
metabolizável (T2, T3, T4 e T5), não foi observado efeito significativo (P>0,05) dos
níveis de energia metabolizável das rações sobre o peso absoluto e o rendimento de
sobrecoxa dos frangos de corte.

3. Conclusão

A ração com 3.100 Kcal EM/kg e 23,17% PB proporcionou os melhores


resultados de desempenho e composição de carcaça para frangos de corte criados em
ambiente termoneutro.

34
Experimento 4

NÍVEIS DE ENERGIA METABOLIZÁVEL EM RAÇÕES COM BAIXO NÍVEL


DE PROTEÍNA PARA FRANGOS DE CORTE MANTIDOS EM AMBIENTE
DE ESTRESSE POR CALOR DOS 22 AOS 42 DIAS DE IDADE

1. Metodologia

O experimento foi conduzido no Laboratório de Bioclimatologia Animal do


Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de
Viçosa, em Viçosa, MG.
Foram utilizados 280 frangos de corte, machos, da linhagem Cobb, na fase de 22
a 42 dias de idade, com peso médio inicial de 0,732 ± 0,004 kg, mantidos em câmaras
climáticas com temperatura do ar e umidade relativa controladas. As câmaras foram
ajustadas para permanecerem com temperatura do ar constante de 32°C e umidade
relativa de 65%, caracterizando um ambiente de estresse por calor.
Durante a fase inicial (1 a 21 dias de idade), as aves foram criadas em galpão
convencional, recebendo ração contendo 3.000 kcal de EM/kg e 20,79% de PB para
satisfazer as suas exigências nutricionais, conforme Rostagno et al. (2005), sendo
manejadas conforme o manual de criação da linhagem Cobb (2005).
No 21° dia de idade os frangos foram pesados e transferidos para as câmaras
climáticas, onde foram alojadas em gaiolas metálicas (0,85 x 0,85m), com piso telado,
providas de comedouro e bebedouro tipo calha.
As condições ambientais das câmaras climáticas foram monitoradas diariamente,
duas vezes ao dia (7h30min e 17h30min), por meio de termômetros de bulbo seco,

35
bulbo úmido e de globo negro, mantidos no centro das salas. O programa de luz adotado
durante todo o período experimental foi o contínuo (24 horas de luz artificial).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com
cinco tratamentos (1+4), oito repetições e sete aves por unidade experimental.
Durante o período experimental, as aves receberam rações experimentais
(Tabela 1) formuladas à base de milho e de farelo de soja e suplementadas com minerais
e vitaminas para atenderem as suas exigências nutricionais segundo Rostagno et al.
(2005).
Os tratamentos consistiram de uma ração basal com 23,17% de PB (1,073%
lisina) e 3.100 Kcal de EM (testemunha positiva) e mais quantro rações com 19,66% de
PB, suplementadas com aminoácidos industriais (1,073% de lisina) em que o nível de
EM correspondeu a 3.100; 3.050; 3.000 e 2.950 kcal. As rações com redução de
proteína foram suplementadas com aminoácidos industriais à medida que a relação dos

Tabela 1 – Composições centesimal e calculada das rações experimentais (22 a 42 dias)


Ingredientes Tratamentos
1 2 3 4 5
Milho (7,8%) 51,493 61,921 61,921 61,921 61,921
Farelo de soja (45%) 36,280 25,773 25,773 25,773 25,773
Óleo de soja 4,350 3,016 2,450 1,878 1,310
Glúten de milho (60%) 4,000 4,000 4,000 4,000 4,000
Fosfato bicálcico 1,612 1,670 1,670 1,670 1,670
Calcário 0,846 0,866 0,866 0,866 0,866
1
Vitamina 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100
Mistura mineral2 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
3
Antioxidante 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
Cloreto de colina (60%) 0,125 0,125 0,125 0,125 0,125
Avilamicina (10%)4 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010
DL-metionina (99%) 0,104 0,188 0,188 0,188 0,188
L-lisina HCl (98%) ..... 0,318 0,318 0,318 0,318
L-treonina (99%) ..... 0,046 0,046 0,046 0,046
Anticoccidiano5 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050
Sal comum 0,470 0,471 0,471 0,471 0,471
Caulim 0,500 1,386 1,952 2,524 3,092
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Composição calculada6
Proteína bruta (%) 23,17 19,66 19,66 19,66 19,66
Energia metab. (Kcal/kg) 3.100 3.100 3.050 3.000 2.950
Lisina digestível (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073
Met + cis. digestível (%) 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773
Treonina digestível (%) 0,793 0,697 0,697 0,697 0,697
Triptofano digestível (%) 0,246 0,194 0,194 0,194 0,194
Valina digestível (%) 0,994 0,828 0,828 0,828 0,828

36
Isoleucina digestível (%) 0,926 0,752 0,752 0,752 0,752
Arginina digestível (%) 1,425 1,127 1,127 1,127 1,127
Sódio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205
Cálcio (%) 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824
Fósforo disponível (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411
1
Conteúdo/kg: vit. A: 2.500.000 UI; vit. D3: 500.000 UI; vit. E: 7000 mg; vit. K3: 500 mg; vit. B12:
4.5000 mcg; vit. B1: 450 mg; vit. B2: 2000 mg; piridoxina: 400 mg; biotina: 30 mg; ácido fólico: 350
mg; ácido pantotênico: 3000 mg; ácido nicotínico: 9000 mg; colina:100 g; metionina: 450 g; agente
anticoccidiano: 125 g; antioxidante: 2,0 g .
2
Conteúdo/kg: ferro: 12.500 mg; cobre: 15.000 mg; manganês: 15.000 mg; zinco: 12.000; iodo: 250 mg;
selênio: 35 mg; e veículo q. s. p.: 1.000g.
3
Hidroxi-butil-tolueno (BHT).
4
Surmax.
5
Salinomicina sódica : 60 ppm.
6
Segundo Rostagno et al. (2005).
aminoácidos com a lisina ficou abaixo da relação preconizada na proteína ideal para
frangos de corte dos 22 aos 42 dias de idade, segundo Rostagno et al. (2005).
O fornecimento das rações experimentais e de água às aves foi à vontade durante
todo o período experimental, sendo a água trocada três vezes ao dia (7h30min,
13h00min e 17h30min).
As aves foram pesadas no início e no final do período experimental para
determinação do ganho de peso. O consumo de ração foi calculado pela diferença entre
o total de ração fornecido e as sobras dos comedouros e do chão. Posteriormente, foi
calculada a conversão alimentar.
No final do experimento (42° dia de idade), os frangos foram pesados e quatro
aves de cada unidade experimental (gaiola), com peso mais próximo à média da gaiola
(10% acima ou abaixo da média) foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas.
Posteriormente, as aves foram insensibilizadas por atordoamento elétrico (com corrente
elétrica de 100 V), abatidas, e após serem sangradas e depenadas, foram evisceradas e
as carcaças pesadas.
As variáveis avaliadas foram o consumo de ração, ganho de peso, conversão
alimentar, consumo de energia metabolizável e peso absoluto (g) e relativo (%) dos
cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa).
Para a determinação do rendimento de carcaça foi considerado o peso vivo após
jejum e para determinação dos rendimentos de cortes nobres foi considero o peso da
carcaça.
As análises estatísticas das variáveis de desempenho, carcaça e cortes nobres
avaliadas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Análises Estatística e Genética
(SAEG), desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa – UFV.

37
Foi realizado contraste entre o tratamento controle (ração basal) e os demais
tratamentos e regressão polinomial entre os tratamentos que apresentavam 19,66% de
PB e redução do nível de energia metabolizável (T2, T3, T4 e T5).

2. Resultados e Discussão

A temperatura e a umidade relativa do ar mantiveram-se, durante o período


experimental, em 32,0 ± 0,56°C e 69,3 ± 6,51%, respectivamente. Com esses valores,
pode-se afirmar que as aves foram mantidas em condições de estresse por calor, uma
vez que, segundo o manual da linhagem Cobb (2005), a faixa de temperatura do ar
ótima para a criação de frangos de conte, no período de 22 a 42 dias de idade, estaria
entre 22 e 25°C.
Os resultados de desempenho dos frangos, aos 42 dias de idade, são
apresentados na Tabela 2. Não foi observada diferença significativa (P>0,05) das
variáveis de desempenho avaliadas (ganho de peso, consumo de ração, conversão
alimentar e consumo de energia metabolizável) das aves que receberam o tratamento
controle (3.100 Kcal EM/kg e 23,17% PB) quando comparado às variáveis de
desempenho dos frangos que receberam as demais rações experimentais.

Tabela 2 – Desempenho de frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade em função


dos tratamentos, mantidos em ambiente de estresse por calor
Variável
Tratamento
GP (g) CR (g) CA ConEM (Kcal/kg)
T1 1069 2018 1,90 6257
T2 1059 2013 1,93 6240
T3 1070 2044 1,95 6234
T4 1078 2073 1,97 6218
T5 991 1990 2,03 5871
Contrastes
1x2 ns ns ns ns
1x3 ns ns ns ns

38
1x4 ns ns ns ns
1x5 ns ns ns ns
CV (%) 17,95 10,37 13,15 10,36
T1: 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (tratamento controle); T2: 3.100 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T3: 3.050 Kcal
EM/kg + 19,66% PB; T4: 3.000 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T5: 2.950 Kcal EM/kg + 19,66% PB.
GP: Ganho de peso; CR: Consumo de ração; CA: Conversão alimentar; ConEM: Consumo de Emergia Metabolizável
ns: não significativo
CV (%): coeficiente de variação

Os resultados de desempenho obtidos neste estudo contradizem o fato de que o


aumento do conteúdo energético da ração compromete o consumo, reduzindo o ganho
de peso e piorando a conversão alimentar das aves criadas em ambiente de alta
temperatura.
Considerando somente as variáveis de desempenho das aves que receberam as
rações com 19,66% de PB e redução do nível de energia metabolizável (3.100, 3.050,
3.000 e 2.950 Kcal/kg), não foi observado efeito significativo (P>0,05) dos níveis de
energia da ração sobre o GP, CR e CA dos frangos.
A ausência de diferença significativa para o ConEM pode, em parte, explicar a
não ocorrência de diferenças entre as variáveis de desempenho GP, CR e CA, já que,
para diversos autores, o consumo de energia metabolizável é um importante fator que
pode limitar o desempenho de frangos de corte submetidos a ambientes de alta
temperatura, uma vez que, a energia de mantença da ave decresce com o aumento da
temperatura e, por ajustarem a ingestão de energia ao atendimento das exigências de
mantença, os frangos necessitam ingerir menos para satisfazer suas necessidades
energéticas, ocorrendo um expressivo efeito da temperatura ambiente sobre o consumo
e, conseqüentemente sobre o GP e a CA.
Os resultados de peso absoluto e rendimento de carcaça e de cortes nobres
(peito, coxa e sobrecoxa) dos frangos, aos 42 dias de idade, são apresentados na Tabela
3. Não foi verificada diferença significativa (P>0,05) quando se comparou o peso
absoluto de carcaça de frangos que receberam a ração com 3.100Kcal EM/kg e 23,17%
PB (tratamento controle) com o peso da carcaça das aves que receberam as demais
rações experimentais (19,66% PB e redução da energia metabolizável: 3.100; 3.050;
3.000 e 2.950 Kcal/kg de ração).
Considerando somente o peso absoluto e o rendimento de carcaça dos frangos de
corte que receberam as rações contendo 19,66% PB e redução do nível de energia
metabolizável (tratamentos 2, 3, 4 e 5), constatou-se que não houve influência (P>0,10)
dos tratamentos, independente do nível de energia metabolizável da ração.

39
Com relação à sobrecoxa, foram observadas diferenças significativas para peso
absoluto (P<0,05) e rendimento (P<0,01), somente quando comparado o grupo de
frangos que receberam a ração controle (3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB) com os
frangos que receberam rações com 3.100 Kcal EM/kg e 19,66% PB (correspondente ao
tratamento 2).

Tabela 3 – Peso absoluto e rendimento de carcaça e cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa) de
frangos de corte aos 42 dias de idade em função dos tratamentos, mantidos em
estresse por calor
Variável
Tratamento Peso absoluto (g) Rendimento (%)
Carcaça Peito Sobrecoxa Coxa Carcaça Peito Sobrecoxa Coxa
T1 1468 429 208 193 85,89 29,20 14,12 13,13
T2 1450 445 190 181 85,73 30,71 13,10 Q 12,48
T3 1400 416 194 179 85,39 29,48 13,90 12,79
T4 1479 452 213 187 85,53 30,48 14,43 12,69
T5 1407 425 193 174 85,79 30,11 13,78 12,69
Contrastes
1x2 ns ns ** ns ns *** * **
1x3 ns ns ns *** ns ns ns ns
1x4 ns ns ns ns ns ns ns ***
1x5 ns ns *** ** ns ns ns *
CV (%) 11,08 15,17 12,35 12,29 3,20 7,84 7,57 5,92
T1: 3.100 Kcal EM/kg + 23,17% PB (tratamento controle); T2: 3.100 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T3: 3.050 Kcal EM/kg +
19,66% PB; T4: 3.000 Kcal EM/kg + 19,66% PB; T5: 2.950 Kcal EM/kg + 19,66% PB.
Q: efeito quadrático (P<0,01).
ns: não significativo; * (P<0,01); ** (P<0,05); *** (P<0,10).
CV (%): Coeficiente de variação.

Considerando exclusivamente os frangos de corte alimentados com as rações


com baixo nível de proteína bruta (19,66%) e com redução do nível de energia
metabolizável (3.100; 3.050; 3.000 e 2.950 Kcal EM/kg), ficou evidenciado, por meio
de análise de regressão, que apenas o rendimento de sobrecoxa foi influenciado
significativamente (P<0,01) pelos tratamentos, variando de forma quadrática (Ŷ = -
725,925 + 0,495679X - 0,0000829902X², r² = 0,81), aumentando até o nível estimado
de 2.986,37 Kcal de EM/kg de ração.
Com relação ao peso absoluto e rendimento de peito, apenas o rendimento de
peito apresentou diferenças significativas (P<0,10) quando se comparou a ração
controle (3.100 Kcal EM/kg e 23.17% PB) com os demais tratamentos, sendo que os
frangos que receberam a ração com 3.100 Kcal EM/kg + 19,66% PB (tratamento 2),

40
apresentaram maior rendimento de peito comparado às aves que receberam a ração
controle.
Observaram-se diferenças significativas no peso absoluto de coxa quando se
comparou os frangos à ração controle com as aves que receberam as rações com baixo
nível de proteína bruta (19,66%) contendo 3.050 Kcal EM/kg (P<0,10) e 2.950 Kcal
EM/kg (P<0,05), sendo que as aves alimentadas com a ração controle (3.100 Kcal
EM/kg + 23,17% PB) apresentaram maior peso absoluto de coxa. No que se refere ao
rendimento de coxa, também houve diferença significativa entre os frangos que
receberam a ração controle e os frangos que receberam os demais tratamentos. O
rendimento de coxa das aves alimentadas com a ração contendo 23,17% PB e 3.100
Kcal EM/kg (ração controle) obtiveram valor de rendimento de coxa superior aos dos
frangos que receberam as rações com baixo nível de proteína bruta (19,66%) e
contendo: 3.100 Kcal EM/kg (P<0,05); 3.000 Kcal EM/kg (P<0,10) e 2.950 Kcal
EM/kg (P<0,01).
No entanto, quando se considerou apenas os tratamentos com baixo nível de PB
(19,66%) e com redução do nível de energia metabolizável (3.100; 3.050; 3.000 e 2.950
Kcal EM/kg), não foi observado efeito significativo (P<0,10), pela analise de regressão
polinomial, para os dados de peso absoluto e rendimento de peito e coxa.

3. Conclusão

Rações com 2.950 Kcal EM/kg e 19,66% de proteína bruta podem ser utilizadas
sem comprometer o desempenho de frangos de corte criados em ambiente de alta
temperatura.

41
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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