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Peso
O peso é uma força que é sempre dirigida para o centro da terra: trata-se da força
da gravidade. A magnitude desta força depende de todas as partes do avião, mais
a quantidade de combustível, mais toda a carga (pessoas, bagagens, etc.). O peso
é gerado por todo o avião. Mas nós podemos simplesmente imaginá-la como se
atuasse num único ponto, chamado centro de gravidade. Em vôo, o avião gira
sobre o centro de gravidade, e o sentido da força do peso dirige-se sempre para o
centro da terra. Durante um vôo, o peso do avião muda constantemente à medida
que o avião consome combustível. A distribuição do peso e do centro de gravidade
pode também mudar, e por isso o piloto deve constantemente ajustar os controles,
ou transferir o combustível entre os depósitos, para manter o avião equilibrado.
Sustentação
Para fazer um avião voar, deve ser gerada uma força para compensar o peso.
Esta força é chamada sustentação e é gerada pelo movimento do avião através do
ar. A sustentação é uma força aerodinâmica ("aero" significa ar, e " dinâmica"
significa movimento). A sustentação é perpendicular (em ângulo reto) ao sentido
do vôo. Tal como acontece com o peso, cada parte do avião contribui para uma
única força de sustentação. Mas a maior parte da sustentação do avião é gerada
pelas asas. A sustentação do avião funciona como se atuasse num único ponto,
chamado centro de pressão. O centro de pressão é definido tal como o centro de
gravidade, mas usando a distribuição da pressão em torno de toda a aeronave, em
lugar da distribuição do peso.
Arrasto
À medida que o avião se move através do ar, há uma outra força aerodinâmica
presente. O ar resiste ao movimento do avião, e esta força de resistência é
denominada arrasto. Tal como a sustentação, há muitos fatores que afetam a
magnitude da força de arrasto, incluindo:
· a forma do avião
· a velocidade
Impulso
Para superar o arrasto, a maioria de aviões tem algum tipo de propulsão para
gerar uma força chamada impulso. O valor do impulso depende de muitos fatores
associados com o sistema de propulsão:
· o tipo de motor
· o número de motores
· o ajuste da aceleração
· a velocidade
Um planador é um tipo especial de avião que não tem nenhum motor. Alguma
fonte externa da potência tem que ser aplicada para iniciar o movimento. Os
aviões de papel são um exemplo óbvio, mas há muitos outros tipos de planadores.
Alguns planadores são pilotados e rebocados para o alto por um outro avião, e a
seguir são deixados livres para deslizar em distâncias longas antes de aterrar.
Uma vez no alto, a energia cinética é responsável pelo impulso, mas ela vai-se
perdendo à medida que o planador perde altitude. No entanto os planadores
recorrem também a uma outra fonte de energia disponibilizada pela natureza: as
correntes de ar ascendente
Um avião parado no ar não gera impulso, nem arrasto, nem sustentação, e por
isso "cai como uma pedra", movido pela única força que resta: o peso. Só a partir
de uma certa velocidade é que a sustentação gerada é suficiente para contrariar o
peso. Essa velocidade denomina-se velocidade de perda, pois abaixo dela o
peso supera a sustentação e o avião "entra em perda" e cai. A velocidade de
perda varia de avião para avião, sendo mais baixa para aviões do tipo "Piper Cub"
e mais alta para aeronaves do tipo dos modernos "caças" a jacto.
A velocidade de perda pode ser diminuída com a extensão dos "flaps", cujo efeito
é modificarem o perfil das asas e consequentemente aumentarem a sustentação.
Com uma maior sustentação gerada pelas asas o avião pode, por exemplo, aterrar
a uma velocidade mais baixa. No entanto a utilização dos flaps também faz
aumentar o arrasto pelo que, com o mesmo impulso, o avião avança mais devagar.
É por esta razão que os aviões equipados com flaps os utilizam para descolar e
aterrar, mas recolhem-nos para o vôo de cruzeiro.
Este aspecto deve ser tido em conta pelo aeromodelista: quando o seu modelo voa
contra o vento, a velocidade que gera sustentação é sempre maior do que
aparenta à sua percepção. Pelo contrário, quando o modelo voa com vento pelas
costas, a velocidade que gera sustentação é sempre menor do que aparenta:
empurrado pelo vento, o modelo parece deslocar-se a grande velocidade e no
entanto pode cair por falta de sustentação.
Quando um avião vem a fazer uma aterragem contra o vento e o vento diminui ou
pára subitamente, o avião pode perder sustentação ao ponto de cair. Recorde-se
que a velocidade que gera sustentação depende também da velocidade do vento.
Por vezes os aeromodelistas estranham que o seu modelo, que vinha a aterrar tão
suavemente, rodopie sobre uma asa e caia: trata-se de uma notória perda de
sustentação, e não do efeito de uma "rajada" como por vezes se pensa. Para
contrariar esta hipótese deve-se aterrar (e descolar) sempre com um pouco mais
de velocidade do que seria estritamente necessário