Vous êtes sur la page 1sur 13

EXISTENCIALISMO DEUS

FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE

( 1844 - 1900 )

“Todo trabalho importante – deves ter sentido em ti mesmo – exerce uma

influência moral. O esforço para concentrar uma determinada matéria e dar-lhe

uma forma harmoniosa, eu o comparo a uma pedra atirada em nossa vida

interior: o primeiro círculo é estreito, mas amplos se destacam”. (Carta de

Nietzsche a Deussen.)

VIDA e OBRA

O século XX inaugura-se com morte de F. Nietzsche, que se revela como o seu

pensador mais significativo. Sua vida é breve e solitária, embora mantenha

sempre vivo um laço de afeto com a mãe e a irmã Elisabeth. Mesmo em sua

solidão, ele se mantém em constante contato epistolar com alguns fiéis amigos

e amigas.

1844- Friedrich Wilhel Nietzsche, nasce em Rócken, na Prússia, no dia 15 de


outubro. Seu pai e seus avós eram pastores protestante. Nietzsche pensou em

seguir a mesma carreira.

1849- Morre seu pai e seu irmão, em decorrência disso, sua mãe mudou-se com

a família para Namburg.

1858- Obtém uma bolsa de estudos, ingressando no Colégio Real de Pforta,

local onde havia estudado o poeta Novales e o filósofo Fichte. Influenciado por

alguns filósofos e professores, Nietzsche progressivamente começa a afastar-se

do cristianismo. Exímio aluno em grego e nos estudos bíblicos além do alemão e

latim, inclinou-se à leitura dos clássicos de Platão e Ésquilo.

1864- Inicia a carreira acadêmica na Universidade de Bonn, on’de se dedicou aos

estudos de filosofia e teologia, mas tarde acaba por abandonar a teologia.

1865- Transfere-se para a Universidade de Leipziz onde sob a influência de seu

professor Ritschl, eminente helenista, passa então a dedicar-se exaustivamente

ao estudo da filologia clássica. Seguindo as pegadas de seu mestre, se debruçou

na investigação de obras clássicas tais como: Homero, Diógenes Laércio (séc. II),

Hesíodo (séc. VIII aC.). Nesta época entra em contato com as obras de Arthur

Schopenhauer.
1867- Incorporado ao serviço militar sofre um acidente de montaria e é

dispensado, voltando a se dedicar aos estudos em Leipziz, onde consegue o

cargo precoce de professor de Filologia Clássica na Universidade de Leipziz.

Ainda em Leipziz, conhece Richard Wagner onde a notável influência deste

homen o faz a dedicar-se a música e poesia. Nesta mesma época apaixona-se

por Cosima, filha de Liszt que vem a ser a musa inspiradora de sua obra

posterior a "Sonhada Ariane".

1869- É nomeado professor de Filologia Clássica na Universidade de Basiléia, na

Suíça. Todas as manhãs, de segunda a sábado, a partir das sete horas, dava

cursos sobre Ésquilo e sobre a poesia lírica grega. Para um público numeroso faz

palestras “Sobre a Personalidade de Homero”, “Sócrates e a Tragédia” e “O

Drama Musical Grego”. Redige “A Visão Dionisíaca do Mundo”, primeiro capítulo

de um ensaio que pretendia escrever sobre a “Origem e Finalidade da Tragédia”

1870- Devido a guerra entre Alemanha e França é convocado ao serviço militar

como enfermeiro, permanecendo por pouco tempo, pois adoece ao contrair

difteria e dessinteria. Retorna a Basiléia a fim de prosseguir em seus cursos.

1871- Acaba de redigir, O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música,

publicado em janeiro de 1872.


1872- Passa todo o ano imerso em ocupações: prepara os cursos para a

Universidade, escreve e, de quando em quando, compõe. Redige, nessa época,

um pequeno ensaio sobre “A Kusta de Homero” e dedica-se ao estudo dos

filósofos pré-socráticos.

1873- Redige "A Filosofia na Época Trágica dos Gregos" e "Introdução Teorética

sobre Verdade e Mentira no Sendito Extra-Moral". David Strauss, o devoto e o

escritor. Primeiras crises de saúde.

1874- São editadas a Segunda Consideração Extemporânea: Da utilidade e

Desvantagens da História para a Vida, e a Terceira: Schopenhauer educador.

1876- Aparece a Quarta Consideração Extemporânea: Richard Wagner em

Bayreuth.

1878- Publica Humano, demasiado Humano.

1879- Apresenta carta de demissão junto à Universidade de Basiléia, doente

abraça uma vida errante, volta à cátedra e escreve mais 2 apêndices a Humano,

demasiado Humano: Miscelânea de Opiniões e Sentenças e O andarilho e sua

Sombra.
1880- Nietzsche publica O Andarilho e sua sombra.

1881- Publica Aurora - pensamentos sobre os preconceitos morais. Em Sils Maria,

é atravessado pela visão do eterno retorno. Durante o verão reside em Hante, é

nessa pequena aldeia de Silvaplana que durante um passeio, teve a intuição de

O Eterno Retorno, redigido logo após. Em outubro de 1881 vai a Gênova, depois

a Roma.

1882- Aparece Gaia Ciência. Em abril, conheceu em Roma uma jovem russa

chamada Lou Salomé. Sua presença de espírito e capacidade de escuta

atraíram-no; seu ardor intelectual e desejo de vida seduziram-no. Aos trinta e

sete anos, apaixonou-se. Embora o pedido de casamento tivesse sido recusado,

uma afetuosa amizade nasceu entre eles. A família de Nietzsche interpôs-se:

temia que uma ligação escandalosa viesse a macular sua reputação. Arrastado

por sentimentos contraditórios, ele não sabia mais em quem confiar, rompendo

com todos. Idéias de suicídio perseguiram-no; por três vezes, chegou a tomar

uma quantidade abusiva de narcóticos. Retorna à Itália.

1883/5- De volta à Alemanha escreve: Assim falou Zaratustra: Um Livro Para

Todos e Para Ninguém.

1886- Surge Para Além de Bem e Mal - prelúdio a uma filosofia do porvir.
Escreve os prefácios ao primeiro e segundo volumes de Humano, demasiado

Humano, O Nascimento da Tragédia, Aurora e A Gaia Ciência, assim como a

quinta parte deste livro.

1887- Redige "O Niilismo Europeu" e publica Para a Genealogia da Moral - um

escrito polêmico em adendo a Para Além de Bem e Mal como complemento e

ilustração. Instala-se em casa de sua mãe, em Naumburgo. Após a morte dela a

irmã leva-o para sua residência em Weimar e ali ficaram a viver os dois.

1888- Escreve O Caso Wagner, Crepúsculo dos Ídolos, O Anticristo, Ecce Homo e

elabora Nietzsche contra Wagner e Ditirambos de Dioniso. Alguns de seus livros

só foram editados depois de sua morte. Em vida financiou todas as suas obras.

Neste período passa a escrever cartas estranhas aos amigos. Até então não

havia sinal decisivo de loucura, tratava-se de uma doença orgânica do cérebro

com caráter de paralisia, onde constatou-se a loucura psicológica.

1889- Em Turim, no auge da sua enfermidade, passa a assinar as suas cartas ora

como Dionísio, ora como o crucificado. Sendo internado nesta época, numa

clínica psiquiátrica em Basiléia, com o diagnóstico de paralisia progressiva,

provavelmente de origem sifilítica. É transferido para Jena.

1890- Deixa a clínica de Jena sob a tutela da família.


1900- Morre a 25 de agosto em Weimar, vitimado por uma pneumonia. A irmã

refere à hora do seu passamento, precedido duma grande trovoada, o que a fez

supor que ele patiria deste mundo entre relâmpagos e trovões. “Assim partiu

Zaratrusta” Nietzsche foi sepultado em Röchen, e Peter Gast seu dedicado

amigo, pronunciou um curto elogio fúnebre ‘a beira assim como para o seu

Autor, a quem ele havia negado.

A Problematicidade de Deus em Nietzsche

“Já ouviu falar daquele louco que acendeu uma lanterna numa manhã clara,

correu para a praça do mercado e pôs-se a gritar incessantemente: “Eu procuro

Deus! Eu procuro Deus!". Como muito dos que não acreditam em Deus

estivessem justamente por ali naquele instante, ele provocou muita risadas...

“Onde está Deus!”, ele gritava. “Eu devo dizer-lhes: nós o matamos – você e eu.

Todos somos assassinos... Deus está morto. Deus continua morto. E nós o

matamos...” (Friedrich Nietzsche, Gaia Ciência (1882), parte 125.)

Nietzsche, em seu filosofar, não pode ser identificado como um filósofo

portador de um discurso periculoso e trágico. Pelo contrário, essa suposta carga


negativista e pessimista que se verifica nos seus escritos, ressoam, em quase

todas as suas abordagens, como um manifesto de reivindicação e de superação

da condição existencial humana. Em Assim falou Zaratustra, Nietzsche destaca a

necessidade do anúncio do super-homem. Nele, Zaratustra, seu personagem

principal, proclama a falência da civilização e a aurora de uma nova era. É o

anúncio de que o homem deve superar a si mesmo, à sua potencialidade

negada. Procurando sacudir o velho homem, que vivia enclausurado no seu

pessimismo e ilusão, o novo pretende ser substituto daquele. O superar típico

do super-homem, entendido como ato de abertura para o nada ou para o

sagrado, nada mais é do que a própria vontade de poder. O super-homem

como superação implica a dimensão do divino, que, segundo Nietzsche, seria

um “ponto” na vontade de poder. Sendo assim, o divino não é uma coisa

separada do homem, tampouco uma realidade para fora de si e que tem poder

de manipulação, mas o divino e o humano se encontram no ato contínuo e

ininterrupto de superação do objeto conhecido e, por conseguinte, na

consciência do não-poder em relação ao não-objeto, isto é, ao nada (Penzo,

1999).

Desta forma, é revertida a concepção metafísica do conhecer como esperança e

a de Deus como causa última de segurança. Para Nietzsche, a segurança na raiz

metafísica leva o homem a experiênciar a convicção e a segurança, levando-o a

ver Deus como objeto último de sua esperança, donde provêm a sua fé e a sua
verdade absolutizada. Nessa linha, seria catastrófico para o homem,

sedimentado em terreno metafísico, ouvir a proclamação da morte de Deus,

pois ela acentua a natureza do medo e da dramaticidade existencial, visto que

pensar na sua ausência assinalaria o declínio da esperança e o estabelecimento

da incerteza. O anúncio da morte de Deus, portanto, não se trata de propagar

idéias anti-teístas. Não pretende ser a disseminação do ateísmo. Mas em erigir

um novo conceito sobre o homem e sobre Deus. A morte de Deus, para

Nietzsche, representa o fim e o declínio da formulação do Deus que a metafísica

clássica ocidental construiu: o de ser absoluto e supremo. Quer dizer que a idéia

do Deus do cristianismo deveria morrer na consciência do ser humano enquanto

mantenedor do sistema tradicional de valores. Como resultado disso, alguém

deveria ocupar o seu lugar – o próprio homem.

No passado, o ser humano obedecia irrestritamente ao “farás” e “não farás”, da

parte de Deus ou dos códigos doutrinais rigidamente patrocinados e

construídos pela religião burocratizada. Para Nietzsche, esse ditos e sentenças

estavam com os dias contados. Uma nova ordem de valores estava para ser

estabelecida. O homem não mais podia se inclinar aos mandamentos divinos.

Mas deveria ele mesmo conduzir os seus próprios desígnios. Somente ele é que

poderá fazer as suas escolhas. E, acima de tudo, optar por uma delas, sejam elas

boas ou más. É o que Nietzsche emblematicamente denomina de: “a

transvalorização de todos os valores”. Os valores antigos e tradicionais


caducaram. Esse arcaicos valores devem ceder espaço para o surgimento de

novos valores. Não mais centrados em afirmações religiosas ou metafísicas. Mas

redigidas e assinadas pelo próprio homem. Porém não é qualquer homem. Tem

de ser um homem superior. Não o que prometa felicidade e gozo na

transcendentalidade, mas concretamente, existencialmente. Este homem

superior, portanto, é o Ubermensch, literalmente homem superior, passando a

ser denominado também de super-homem. Entretanto, esse super-homem não

tem qualquer conexão com o herói em quadrinhos.

Nas reflexões de Nietzsche, este homem superior era proveniente do

desenvolvimento da humanidade num sentido darwinista. Ele aceitava as idéias

de Darwin no que tange ao processo seletivo e natural da vida, no qual as

espécies mais fracas são aniquiladas e as mais fortes sobrevivem para produzir

espécies mais fortes ainda.

A teoria evolucionária de Darwin fundamenta e alimenta os pressupostos

nietzschianos, sobretudo em relação ao homem superior. Porém, ele não

pensou apenas numa nova raça desenvolvida nos níveis educacional ou

espiritual que partisse do inferior para o superior. Ele tomou a idéia de Darwin

literalmente. Pensava que o homem superior haveria de ser fisicamente mais

forte. Deveria ter poder no soma [corpo] e na psique [alma]. Metaforicamente,

deveria ser uma espécie de “besta-fera”, um centauro [metade gente, metade


animal], bastante desenvolvido intelectualmente, não irracional, mas poderoso,

representando, assim, uma nova formatação existencial completamente acima e

superior do homem europeu massificado. O homem massificado evita a

qualquer custo a controvérsia. É conformista, indiferentista e não têm

preocupações supremas, acha a vida aborrecida e é cínico e vazio. É o que

chama de niilismo (ex nihilo), para o qual a nossa cultura se dirige (Tillich). A

bem da verdade, ao anunciar o super-homem como superação de si mesmo,

Nietzsche sublinha e apresenta, em Assim falou Zaratustra, uma nova

transcendência filosófica, pautada no nível existencial, na qual se abre o

horizonte “nadificado” entendido positivamente, que se resolve como o

horizonte do sagrado.

Assim, em seu pensamento sobre o sagrado, Nietzsche observa que a morte de

Deus é um acontecimento cultural, existencial e extremamente necessário para

purificar a face de Deus e, por conseqüência, a própria fé em Deus. Deste modo,

Nietzsche não mata Deus. Mas limita-se a constatar a ausência do divino na

cultura do seu tempo, acusando, pelo contrário, por essa ausência e morte, a

teologia metafísica. Com base na rejeição da tese da fé-segurança, que a priori

funda-se numa certeza típica da ciência, Nietzsche também crítica o espírito que

levará a secularização inautêntica ou ao secularismo do cristianismo.

Logo, matar a Deus significa, noutras palavras, matar o “dogma”, o


“conformismo”, a “superstição” e o “medo”, é não aceitar mais a imposição de

regras cristalizadas, que impossibilitam a superação e a transcendência, além da

auto-afirmação do ser humano, que luta incansavelmente para libertar-se

elevar-se em sua saga existencializada.

Referências Bibliográficas

COPLESTON, Frederick S. J. Nietzsche: filósofo da cultura. Coleção Filosofia e

Religião, Porto, Portugal, Livraria Tavares e Martins, 1953.

MARTON, Scarlett. Nietzsche. 4ª ed., In: Coleção Encanto Radical, São Paulo,

Brasiliense, 1986.

PENZO, Giorgio. O divino como problematicidade. In: Deus na filosofia do século

XX, São Paulo, Loyola, 1999.

TILLICH, Paul. Perspectivas da teologia protestante nos séculos XIX e XX. Trad.

Jaci Maraschin, 2ª ed., São Paulo, ASTE, 1999.

http://www.geocities.com/Athens/4539/deusestamorto.htm

Vous aimerez peut-être aussi