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O interesse é um juízo formulado por um sujeito acerca de

uma necessidade, sobre a utilidade ou sobre o valor de


um bem, enquanto meio para a satisfação dessa
necessidade. Por conseguinte, o interesse é um ato da
inteligência. Podendo ser:
TEORIA GERAL DO DIREITO
PROCESSUAL a) Mediato e Imediato: quando uma posição ou situação
se presta diretamente à satisfação de uma necessidade, o
CONCEITOS INTRODUTORIOS interesse se diz imediato. Ex. a posição de quem possui o
alimento, o qual se presta diretamente à satisfação da
necessidade de alimentar-se. Se, no entanto, a posição do
S OC IEDADE E D IREITO homem apenas indiretamente se presta à satisfação de
uma necessidade, enquanto dela possa derivar outra
O estudo das civilizações tem demonstrado que a situação, que se presta à satisfação da necessidade, diz-se
sociedade, em seus vários graus de desenvolvimento, interesse mediato. Ex. a posição de quem possui o
inclusive os mais primitivos, sempre esteve erigida dinheiro para adquirir o alimento.
segundo regras de convivência. O ser humano possui uma
vocação, que lhe é eminente, de viver em grupo, b) Individual e Coletivo: se diz individual quando a
associado a outros seres da mesma espécie. É, portanto, posição ou situação favorável à satisfação de uma
predominante o entendimento de que não há sociedade necessidade pode determinar-se em relação a um
sem direito: ubi societas ibi jus. Ao lado dos que assim indivíduo, isoladamente. Ex. o uso de uma casa, porque
pensam, formam ainda os autores que sustentam ter o cada um pode ter uma. Se diz coletivo quando a situação
homem vivido uma fase evolutiva pré-jurídica. Mas, sem favorável à satisfação de uma necessidade não se pode
divergência, os historiadores reconhecem que a sociedade determinar senão em relação a vários indivíduos,
e o direito nasceram e caminham lado a lado. A razão da considerados em conjunto. Ex. o uso de uma grande via
correlação entre a sociedade e o direito está na função de comunicação.
ordenadora que este exerce naquela, representando o
canal de compatibilização entre os interesses que se
C ONFLITO DE I NTERESSES
manifestam na vida social, de modo a traçar as diretrizes,
visando prevenir e compor os conflitos que brotam entre
seus membros. A tarefa da ordem jurídica é a de Caracterizam-se por situações em que uma pessoa,
harmonizar as relações intersubjetivas. pretendendo para si determinado bem, não pode obtê-lo -
seja porque aquele que poderia satisfazer a sua pretensão
não a satisfaz, seja porque o próprio direito proíbe a
N ECESSIDADE satisfação. O conflito que envolve dois interesses e uma só
pessoa pode ser chamado de conflito subjetivo. Há
A necessidade advém do fato que o homem depende de também o que se pode chamar de conflito intersubjetivo,
certos elementos, não só para sobreviver, como para que é o conflito de interesse que envolve duas ou mais
aperfeiçoar-se social, política e culturalmente, podendo pessoas.
ser dito que o homem é dependente.
P RETENSÃO
B EM
A pretensão é caracterizada pelo sentimento de
Sendo a necessidade satisfeita mediante determinados propriedade que tem alguém sobre determinado bem e a
elementos, emerge o conceito de bem ou bem da vida. disposição de retirá-lo do interesse alheio ou é a
Carnelut lecionava que bem é o ente capaz de satisfazer exteriorização do interesse e o querer que a outra parte se
uma necessidade. Assim, bem deve ser entendido de submeta a sua vontade. Têm-se dois sentidos:
forma ampla, abrangendo tanto os materiais como os
imateriais. a) Pretensão no sentido estático: faculdade do titular de
um direito subjetivo de exigir de outrem que atenda ao
U TILIDADE seu interesse juridicamente protegido;

Utilidade é a capacidade ou a aptidão de uma coisa para b) Pretensão no sentido dinâmico: o exercício dessa
satisfazer uma necessidade. Alvim, porém, diz que nem faculdade (atuar na expectativa de que o obrigado
sempre que haja utilidade num bem, haverá também um atenda).
interesse a ele compreendido. Temos o homem com as
suas necessidades e os bens com a sua utilidade. L IDE

I NTERESSE Lide, segundo Carnelut, é o “conflito de interesses,


qualificado pela pretensão de um dos interessados e pela
resistência do outro”. A lide tem um elemento material, As fontes do direito processual são os meios de revelação
que é o conflito de interesses, e um elemento formal, que do conteúdo dos princípios, regras e normas que
são a um só tempo a pretensão e a resistência. compõem o sistema processual. São fontes formais a
Constituição Federal, as convenções e tratados
Lide = conflito de interesses + qualificado por uma internacionais, as leis federais ordinárias, as leis de
pretensão resistida ou insatisfeita. organização judiciária e o regimento interno dos tribunais.
NOÇÕES PROPEDÊUTICAS Há ainda as fontes complementares como o costume,
analogia, os princípios gerais do direito, além da
jurisprudência e da equidade.
TEORIA GERAL DO PROCESSO F UNÇÕES DO E STADO M O DERNO

Tudo que diz a respeito do processo comporta distinções e


Hoje, prevalece as ideias do Estado social, em que o
especificações conforme a análise se dirija ao processo
Estado se reconhece a função fundamental de promover a
civil, trabalhista, etc. Apesar dessas distinções, há pontos
plena realização dos valores humanos, isso deve servir, de
em comum que permitem integrar todos eles em um só
um lado, para pôr em destaque a função jurisdicional
quadro e inseri-los em um único universo do direito.
pacificadora como fator de eliminação dos conflitos que
Como resultado tem-se a formação da teoria geral do
afligem as pessoas é lhes trazem angústia; de outro, para
processo, definida como um sistema de conceitos e
advertir os encarregados do sistema, quanto à
princípios elevados ao grau máximo de generalização útil
necessidade de fazer do processo um meio efetivo para a
e condensados indutivamente a partir do confronto dos
alcançar a justiça.
diversos ramos do direito processual. A teoria geral
permite identificar a essência dogmática do direito
processual, em seus institutos: COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR

a) Jurisdição: é a função do Estado de dizer o direito em Compete à União legislar privativamente (art. 22, I da
face do caso concreto; CF/88). Ressalvada a hipótese do parágrafo único do art.
22, o que faculta que, autorizados por lei complementar
b) Ação: é o direito de exigir do Estado o exercício da federal, possam vir os Estados a legislar sobre as questões
jurisdição; específicas de matérias de competência privativa da
União.
c) Processo: é o meio, o instrumento através do qual se
exerce a jurisdição. DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL

O cenário atual é marcado por uma constitucionalização


de direitos e princípios, isso porque a constituição de 1988
é analítica e abrangente e trazem os direitos e princípios
Processo
Jurisdição
expostos em seu texto. Essa é uma questão topológica,
Ação
onde a norma, mesmo não sendo materialmente
constitucional, uma vez colocada na constituição, toma-se
formalmente constitucional. O pensamento jurídico pós-
moderno traz um novo paradigma, onde a palavra-chave é
a efetividade, seguindo um instrumentalismo. É visado um
neoconstitucionalismo que diz respeito a uma
D IREITO PROC ES SUAL constituição, que se quer efetividade, é uma nova forma
de ver o direito, onde a jurisdição se amplia e o princípio
O Direito Processual é o ramo do Direito Público que da legalidade passa a ser substancial. A Constituição em
consiste na reunião dos institutos, das regras e dos seu próprio texto declara que o direito processual não é
princípios que definem a atividade jurisdicional estatal e o apenas um conjunto de regras acessórias, aos demais
modo de solução dos conflitos surgidos no meio social, ramos do direito material, mas sim que se trata de um
abrangendo o exercício do direito de ação e o processo, instrumento público para que se tenha a realização da
como instrumentos para se obter a paz na sociedade. justiça.
Portanto, ao conjunto de atos das partes, do juiz e de seus
auxiliares, até a final solução da lide, obedecendo a um PRINCÍPIOS GERAIS
sistema de normas legais e princípios, fazendo com que
esses atos processuais se desenvolvam de modo ordenado
Os princípios de qualquer ciência, configuram a
e não arbitrariamente, chama-se Direito Processual ou
essencialidade de um real conhecimento, a partir deles se
Direito Judiciário.
alcança a gênese de cada norma ou de cada instituto. De
acordo com a CF os princípios gerais são:
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL
a) Devido Processo Legal: é à base de todos os demais h) Oralidade: os atos processuais devem ser praticados
Princípios. No Processo, na solução do conflito, o Estado verbalmente, sempre que possível. Isso é diferente de sua
tem que respeitar o Devido Processo Legal. O Art. 5°, LIC documentação, que pode ser feita de diversas formas. A
da CF diz que ninguém será privado da sua liberdade ou oralidade tem as seguintes vantagens: Imediação
dos seus bens sem o devido processo legal. Assim, para (identidade física do juiz), concentração dos atos
que o ato praticado por autoridade ser considerado processuais (é possível ser feito em apenas uma
válido, eficaz e completo, deve seguir todas as etapas audiência) e celeridade.
previstas em lei.
i) Livre Convencimento/persuasão radical: o juiz forma
seu convencimento livremente, mas dentro do que está
b) Imparcialidade do juiz/juiz natural: o processo tem que nos autos e através de uma crítica racional, porém isso
ser dirigido por um juiz que não tenha tendência a não é necessário quando de fato público e notório. Ex.
julgamento. Se volta para proteger o cidadão contra o Furacão. É por isso que as partes procuram convencer o
tribunal de exceção (criado para julgar casos específicos. juiz das suas razões, elas estão persuadindo. O autor
Ex. tribunal de Nuremberg), esse tipo de tribunal é apresenta sua tese e o réu sua antítese.
problemático em relação a justiça, porque já se teria um
juízo pré-determinado. Contra isso existem três j) Exigência de motivação das decisões judiciais: as
elementos: Imparcialidade (independência), competência decisões dos juízes devem ser devidamente
em concreto (vinculação legitima) e investidura fundamentadas.
(atribuição oficial segundo normas pré-estabelecidas. Ex. k) Publicidade: todos os atos processuais e todo conteúdo
ONU). do processo são de acesso irrestrito a todo e qualquer
cidadão. É uma garantia ao jurisdicionado. A possibilidade
c) Igualdade das Partes: determina que ambas as partes de vistas dos processos, audiências e todos os atos do
tenham as mesmas oportunidades e os mesmos processo são a garantia de fiscalização do processo por
instrumentos de fazerem suas alegações e produzirem parte da sociedade, com exceção dos processos com
suas provas. A igualdade que se tem em vista é a segredo de justiça. A lei destaca que há possibilidade de
igualdade substancial, tratando os iguais como iguais e os restrição, onde se mede o prejuízo que a publicidade pode
desiguais de forma desigual a medida de sua desigualdade causar.
(proporcionalidade). Ex. Proteção do consumidor.
l) Lealdade Processual: todos que atuam no processo têm
d) Contraditório e da Ampla defesa: o contraditório o dever de probidade na apuração da verdade e na
determina a permissão no processo do pleno celeridade do processo. Existindo um compromisso ético.
desenvolvimento das posições contrapostas, dizendo Ex. Um desvio em relação a isso é o falso testemunho.
respeito ao autor e o réu. Existe dois critérios que
asseguram esse princípio: A ciência (conhecimento dos m) Princípio da Adstrição: é derivado do princípio da
atos e fatos) e reação (oportunidade de reagir contra ele). ação, onde o juiz está vinculado aos limites do pedido,
Tem-se uma exceção em relação as liminares que é havendo nulidade da sentença ultra ou extra petita (além
concedida inaudita altera pars. A ampla defesa só diz ou fora).
respeito ao réu, é a plenitude dos meios e recursos a sua
reação frente à postulação do autor. n) Dispositivo e da Livre Investigação das Provas:
dispositivo diz que a iniciativa das alegações e das provas
e) Ação ou Demanda: determina que a jurisdição é inerte, devem ser das partes, sendo um reflexo da
o juiz não atua de oficio, tendo que ser provocado. Essa imparcialidade. Na livre investigação das provas o juiz tem
inercia tem como objetivo preservar a imparcialidade. plena liberdade para investigar, afim de obter a verdade
Com isso, busca-se evitar os processos inquisitórios, onde real.
o juiz atua de oficio. Tem como exceções: execução
trabalhista, habeas corpus de oficio, etc. o) Economia Processual: deve-se buscar o máximo de
resultado com o mínimo de dispêndio de esforço, tempo e
f) Disponibilidade e indisponibilidade: a disponibilidade gastos financeiros.
diz respeito ao poder que o indivíduo tem de ajuizar ou
não a ação e até de desistir da mesma, porém existem p) Instrumentalidade das Forças: se o ato processual, em
restrições quando o próprio direito material é relação a pratica em desconformidade da lei, atingiu sua
indisponível. Ex. Pretensão punitiva do Estado da ação finalidade e não causou prejuízo, deve ser aproveitado.
penal pública incondicionada, onde o MP é obrigado a Sendo uma exceção a relevância das formas. Seguindo um
denunciar, onde a denúncia não pode ser retratada. sentido finalístico da formalidade; seu caráter
instrumental. Será um nulo eficaz - um ato nulo que
g) Impulso oficial: Por ele o juiz é obrigado a mover o causará efeitos.
processo fase a fase até o julgamento da causa, depois de
provocado pela parte inicialmente. q) Duplo grau de jurisdição: possibilidade de revisão das
decisões de primeiro grau por um colegiado de juízes,
desembargadores, por meios dos recursos.
r) Inafastabilidade da atuação jurisdicional: o Poder uma regência direta da vida intersubjetiva, descrevendo
Judiciário não excluirá da apreciação ameaça ou lesão a comportamentos considerados adequados.
direito. Não obstante existem equivalentes jurisdicionais,
o acesso ao Poder Judiciário não poderá ser afastado ou b) Norma instrumental: contribui de forma indireta,
condicionado. Em face desses princípios temos, por sendo um mecanismo de tutela de 2º ordem. É uma
exemplo, regras que preveem a gratuidade da Justiça. regência indireta da vida intersubjetiva. Tendo como
espécies:
s) Celeridade: por intermédio desse princípio, pretende-se
chegar ao resultado final com o menor número de atos
I. Norma processual: indica o agir para conseguir
possíveis. Ademais, a realização do processo célere não é
atingir o direito material.
voltada tão somente para a certificação do direito, ou seja,
para a sentença, mas para a efetivação e satisfação do
direito reconhecido de forma que se fala expressamente II. Norma de sobredireito: é uma norma jurídica
em “solução integral de mérito” em tempo razoável. que visa regulamentar outras normas. Podendo ser
referentes ao processo legislativo, interpretativo,
t) Cooperação: postula por um equilíbrio, sem em conflitos de leis e a própria LINDB.
preponderância das partes ou do magistrado. Todos os
envolvidos no processo devem atuar de forma CONCEITO E OBJETO
cooperativa.
Define-se o que é norma processual por seu objeto (o que
u) Identidade Física do Juiz: o juiz que concluir a a norma regula) e não por sua localização (estar situado
audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, no CPC ou CC). Não obstante, usualmente a norma
licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou
processual localiza-se no CPC e em legislação processual
aposentado.
extravagante. O objeto é: Disciplinar o modo processual
O princípio da identidade física é de natureza
de solucionar conflitos; atribuir ao juiz poderes para
infraconstitucional e pode ser suprimido do ordenamento
jurídico em eventual reforma realizada pelo legislador solucionar os conflitos; atribuir às partes instrumentos
ordinário. para a postulação;

NORMA
v) Instrumentalidade: se o ato processual, em relação a PROCESSUAL
pratica em desconformidade da lei, atingiu sua finalidade
e não causou prejuízo, deve ser aproveitado. Sendo uma
exceção à relevância das formas. Seguindo um sentido Atribui
finalístico da formalidade; seu caráter instrumental. Será Solução de Atribuir
instrumentos
conflitos poderes ao juiz
um nulo eficaz, ou seja, um ato nulo que causará efeitos. para as partes

w) Tempestividade: esse é o chamado princípio da


NATUREZA E NORMA PROCESSUAL
duração razoável do processo. O processo tem que durar
um tempo razoável.
Incidindo sobre a atividade estatal, através da qual se
x) Estabilidade do Processo: feita a citação, é defeso ao desenvolve a função jurisdicional, a norma de processo
autor modificar o pedido, ou a causa de pedir, sem o integra-se no direito público. E, com efeito, a relação
consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, jurídica que se estabelece no processo não é uma relação
salvo as substituições permitidas por lei. de coordenação, mas, de poder e sujeição, predominando
sobre os interesses divergentes dos litigantes o interesse
y) Preclusão: é a perda de um poder jurídico processual. público na resolução dos conflitos e controvérsias. A
Refere-se tanto da parte quanto do juiz. natureza de direito público da norma processual não
importa em dizer que ela seja necessariamente cogente.
z) Eventualidade: Incumbe ao réu alegar, na contestação, Em regra, as normas processuais são cogentes, ou seja,
toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de não há opção das partes em segui-las ou não (ex: não se
direito, com que impugna o pedido do autor e pode alterar o prazo de contestação). Contudo, por vezes
especificando as provas que pretende produzir. é possível que alguma questão processual dependa da
vontade das partes, daí se falar em normas dispositivas
NORMAS PROCESSUAIS (ex.: suspensão do processo por acordo entre as partes,
CPC, art. 265).
ESPÉCIES DE NORMAS
APLICAÇÃO SUPLETIVA OU SUBSIDIÁRIA
a) Norma Substancial: também denominadas de normas
materiais, é um mecanismo de tutela de 1º ordem. Sendo Na ausência de normas que regulem processos eleitorais,
trabalhistas ou administrativos, as disposições do CPC lhes
serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Quanto ao eficácia em território nacional. Isto, porque a norma
processo penal, malgrado o silêncio do citado art. 15, processual tem por objeto disciplinar a atividade estatal, e
impõe-se também a aplicação supletiva do CPC, pois o art. essa atividade é manifestação do poder soberano do
3º do CPP admite expressamente a aplicação analógica. Estado, desse modo, não poderia ser regulada por leis
Aliás, alguns dispositivos do CPP fazem expressa remissão estrangeiras.
à aplicação do CPC. Exemplos: art. 139 (depósito e
administração dos bens arrestados), 362 (citação por hora Territorialidade em caráter absoluto: no território
certa) e 790 (homologação de sentença estrangeira). nacional, somente se aplica lei processual brasileira.

NORMA PROCESSUAL NO TEMPO INTERPRETAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL

No tempo, as leis processuais estão reguladas na Lei de Interpretar a lei consiste em determinar o seu significado
Introdução às normas do Direito Brasileiro - LINDB. A lei e fixar o seu alcance. Compreendendo diversos momentos
nova tem presunção de melhor qualidade – supõe-se e aspectos, a tarefa interpretativa apresenta, contudo, um
melhor adequada às vicissitudes que vem regular ao seu tal caráter unitário, que não atinge o seu objetivo senão
surgimento -, por isto deve ser aplicada imediatamente na sua inteireza e complexidade.
(respeitado, apenas, algum período de adaptação –
vacatio legis). O Brasil adota o sistema do isolamento dos Quanto ao método
atos processuais. Assim, a lei nova não pode incidir
retroativamente, pois agrediria a certeza e segurança das a) Gramatical ou Literal-linguístico: interpretação da
relações jurídicas; não pode prejudicar o ato jurídico norma tal qual como ela se apresenta, de acorda com o
perfeito (ato praticado de acordo com a lei então vigente), que ela diz, está disposta.
a coisa julgada (decisão jurisdicional que se torne
definitiva) ou o direito adquirido (o direito que já se b) Sistemático: em conjunto com outras leis.
incorporou ao patrimônio da pessoa que atendeu a todos
os elementos e pressupostos de fato e de direito à sua c) Teleológico: busca o objetivo, a finalidade, da lei.
aquisição). Exemplo: a questão do salário mínimo ser determinado
APLICAÇÃO DA LEI EM PROCESSO EM CURSO por X reais, pergunta-se qual o objetivo disto.
d) Histórico: antecedentes da norma. Pergunta-se, por
a) Unidade processual: apesar de se desdobrar em uma exemplo, a respeito do surgimento de determinada
série de atos diversos, o processo apresenta tal unidade norma, por que ela foi alterada.
que somente poderia ser regulado por uma única lei, a
nova ou a velha, de modo que a velha teria de se impor Quanto ao Resultado
para não ocorrer a retroação da nova, com prejuízo dos
atos já praticados até a sua vigência; a) Declarativa: coincide o texto legal com a extensão da
norma, isto é, a interpretação coincide com a lei.
b) Fases processuais: distinguir-se-iam fases processuais
autônomas (postulatória, ordinatória, instrutória, b) Extensiva ou Ampliativa: conclui-se que o texto legal
decisória e recursal), cada uma suscetível, de per si, de ser diz menos do que o legislador queria dizer. Exemplo: as
disciplinada por uma lei diferente; partes podem produzir todos os meios de prova possíveis.
Diante deste dispositivo, o juiz tem que ampliar essa
c) Isolamento dos atos processuais: a lei nova não atinge interpretação, possibilitando a prova testemunhal,
os atos já praticados, nem seus efeitos, mas se aplica aos documental etc.
atos processuais a praticar, sem limitações relativas às
chamadas fases processuais. c) Restritiva: ao contrário da extensiva, o texto legal diz
mais do que o legislador queria dizer.
O Brasil adota o sistema do isolamento dos atos
processuais. Assim, a lei processual tem validade geral e FASES METODOLÓGICAS PROCESSUAIS
posterior, não retroagindo. Dessa forma os atos
processuais praticados na vigência da lei antiga não serão
a) Praxismo: antecede o aparecimento do direito
afetados pela lei nova, salvo no processo penal para
processual enquanto ciência. No praxismo, a postura era a
beneficiar o réu.
do processo sincrético, isto é, o processo tendo sua
existência ligada ao direito substantivo. Em relação à
NORMA PROCESSUAL NO ESPAÇO
racionalidade envolvida tinha-se na fase praxista um
modelo de racionalidade prática, vinculada a solução dos
Quanto ao espaço, a lei processual é regulada pelo casos concretos, com possibilidade dos atores processuais
princípio da territorialidade. Assim, a lei processual tem lançarem argumentos na persecução do justo particular,
donde segue-se que no modelo praxista o sentido ético da consubstancia na legítima defesa e do estado de
jurisdicidade encontra-se arraigada ao próprio modelo de necessidade.
direito envolvido.
II. Autotutela: Pontes de Miranda denomina como justiça
de mão própria, denotação que explicita a sua natureza.
b) Processualismo: o processualismo dá cientificidade ao
Não é um mero ato de evitamento, pois a transgressão já
direito processual civil, o método era o científico, através
foi consumada no mundo jurídico. Consiste na
do qual seria possível extirpar do direito processual todo e
substituição do juiz por uma das partes, que deduz a
qualquer resíduo de direito material, uma vez que a ideia pretensão perante si mesmo e realiza o ato pela
era justificar a possibilidade científica do direito imposição da sua decisão.
processual civil como um ramo próprio e autônomo. O
modelo do processualismo tem especial influência no A autotutela indiscriminada é incriminada nos dias de
direito processual civil brasileiro, em especial pela hoje pelos arts. 345 e 350 do código penal, porque ela
formação do Código de Processo Civil de 1973, o chamado torna a realização da justiça precária e aleatória.
código Buzaid.
REQUISITOS PARA A AUTOTUTELA
c) Instrumentalismo: em crítica ao processualismo surge o
modelo instrumentalista do processo civil, que tem por Autotutela, como justiça de mão própria, entra em
objetivo resgatar em certa medida o vínculo entre confronto com o Princípio do Monopólio Estatal da
processo e direito material, que havia sido rompido. Aqui, Justiça. Este princípio presume que o Estado estaria em
o processo é um instrumento para se alcançar o direito todo lugar, à disposição do cidadão e com capacidade de
material. eficácia com relação à tutela jurisdicional. Mas este é um
princípio que se mostra relativo, porque haverá algumas
situações em que o Estado não estará presente. E é diante
d) Formalismo-valorativo: propugna por uma construção
da impossibilidade de o cidadão recorrer ao Estado que se
de um modelo processual civil baseado em duas
configura a hipótese de utilização da autotutela. Para que
premissas, a saber: o abandono do formalismo
seja garantida a incidência da norma especial de exclusão
exacerbado; a cooperação entre o órgão judicial e as da ilicitude, é necessária a presença dos seguintes
partes. pressupostos:

MODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITO a) não ser possível obter a tempo a tutela jurídica
prometida pelo Estado;
Por mais pacífico e civilizado que seja um grupo de
pessoas, nem sempre haverá harmonia dentro da b) não ser possível aguardar sem dano irreparável ou de
diversidade de vontades e opiniões que marcam a difícil reparação que a tutela jurídica estatal se dê;
humanidade. A inevitável ocorrência de lides no âmbito
da coletividade, por sua vez, impõe à comunidade a c) justiça res ducta, em que uma parte exerça a pretensão
necessidade de proporcionar aos litigantes meios de para a qual será atendido se fosse para juízo estatal.
pacificação de tais conflitos, em virtude da evidente O fato da possível utilização da autotutela não extingue a
tensão social gerada e do natural desgaste decorrente de possibilidade de controle jurisdicional a posteriori. Se
tal tensão. São três os caminhos básicos da composição: a houver provocação do juízo, ele examinará, por meio
autotutela, a autocomposição e a heterocomposição. daquele que sofreu dano, se houve de fato a autotutela ou
não. Se qualquer um dos pressupostos não for atendido,
prevalecerá a norma geral de ilicitude.
AUTOTUTELA

Nesse meio de solução de conflitos uma das partes impõe EXEMPLOS DE AUTOTUTELA
a prevalência do seu interesse sobre o do seu adversário,
usando ou ameaçando usar qualquer espécie de força a) Direito Administrativo: auto-executoriedade dos atos
para assegurar o triunfo de sua pretensão. Há, assim, administrativos que consistirá na possibilidade de que
composição do conflito de forma intra partes, sem a certos atos administrativos ensejem imediatamente a
intervenção de um terceiro, mediante a materialização ou direta execução pela Administração, sem necessitar contar
a ameaça de concretização de alguma forma de coerção. com ordem judicial, pois é vista como legítima.
Trata-se da exceção, e não da regra: se assim não fosse,
equivaleria a legitimar a justiça com as próprias mãos. Só b) Direito Civil: Desforço possessório imediato (art. 1210,
pode ser aplicado se estiver previsto no ordenamento § 1º do CC); Corte de raízes e ramos limítrofes
jurídico. Justifica-se diante da impossibilidade da presença ultrapassadores da extrema do prédio (art. 1283 do CC).
do Estado-juiz e a ausência de confiança no altruísmo da Direito de retenção (art. 578, 644, 1219 e 1433, II, do CC).
autocomposição. Penhor legal (art. 1467 do CC). Legítima defesa e estado
de necessidade (arts. 188, I e II, 929 e 930 do CC).
I. Autodefesa: há o ato de evitamento, que tenta evitar
que o ato de violência se consume. A autodefesa se
c) Direito Penal: legítima defesa e estado de necessidade
(arts. 23 a 25 do CP);

d) Direito Internacional: agressão bélica, ocupação,


invasão, intervenção (inclusive econômica) e julgamento
de inimigos por tribunais de adversários);

e) Direito Processual Penal: prisão em flagrante (arts. 5º,


LXI da CF e 301 do CPP);

f) Direito Trabalhista: “lock-out” (art. 722 da CLT) e greve


(Lei nº 7.783/89).

AUTOCOMPOSIÇÃO

A solução é intra partes, ou seja, definida pelos próprios


litigantes, mas (ao menos na sua forma pura) não há uso
ou ameaça de uso de qualquer espécie de força. Em tal
forma de composição, a lide é encerrada de forma
pacífica, sem a tensão decorrente da índole coativa
inerente à autodefesa. Consiste num método de resolução
de conflitos entre pessoas e consiste em: um dos
indivíduos, ou ambos, abrem mão do seu interesse por
inteiro ou de parte dele. Portanto, pode-se afirmar que é
um ajuste de vontades entre as partes, podendo haver a
participação de terceiros (conciliador ou mediador),
podendo participar até mesmo um juiz, mas não é ele
quem decide. A autocomposição pode ocorrer por:

I. Desistência: consiste em dar início a proteção do


Direito lesado ou ameaçado de lesão, e desistir de
protegê-lo (renúncia à pretensão).

II. Submissão: consiste na aceitação de resolução de


conflito oferecido pela parte contraria. (renúncia à
resistência oferecida à pretensão)

III. Transação: consiste na troca equilibrada e recíprocas


entre as partes. (concessões recíprocas).
Segundo Alcalá Zamora, a autocomposição é uma solução
altruística, em que as partes conhecem seus problemas e
possibilidades, promovendo um resgate da cidadania.
Pode-se dizer que a autocomposição é estimulada porque
tem um elevado grau de sucesso em relação ao
cumprimento das obrigações, no sentido quantitativo.

BIBLIOGRAFIA

CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada


Pellegrino; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do
Processo. 28ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2012.

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