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reito. Para a teoria personalista e anticlássica, o direito real não passa de
uma obrigação passiva universal. Coube a PLANIOL opor-se à concepção
clássica, sustentando a sua inviabilidade com base na afirmação de que não
se poderia conceber uma relação jurídica entre a pessoa e a coisa. A relação
jurídica é sempre entre duas pessoas, entre dois sujeitos, o ativo e o passivo.
Nunca poderia ser entre uma pessoa e uma coisa, porque esta não teria
capacidade para estabelecê-la com a pessoa. Sustentou PLANIOL que, no
direito real, há uma obrigação passiva universal, uma obrigação de absten-
ção de todas as pessoas. Essa teoria sofreu, no entanto, a objeção de que
não se concebe uma obrigação que não tenha conteúdo patrimonial, pois é
próprio das obrigações resolverem-se em dinheiro. Faltaria, na obrigação
passiva universal, essa capacidade de adquirir expressão pecuniária, con-
vertendo-se em um valor patrimonial. A humanidade não poderia, como tal,
ser chamada a responder pela pretensa obrigação passiva universal. O
próprio PLANIOL teve que formular retificações à sua teoria. Na obra poste-
riormente escrita em colaboração com RIPERT (Traité élémentaire du droit
civil), substituiu ele a concepção da obrigação passiva universal pela do
devedor indeterminado. Haveria, segundo a modificação introduzida, um
dever geral ou universal de respeito pelo direito real, mas a figura do deve-
dor somente surgiria, determinadamente, quando se violasse tal obrigação.
O que equivale a dizer que, sob o aspecto interno, da relação jurídica em si,
o poder jurídico é exercitável diretamente contra os bens e coisas em geral,
independentemente da participação de um sujeito passivo. Na realidade, a
abstenção coletiva não representa a verdadeira essência do direito real, senão
apenas uma simples consequência do poder direto e imediato do titular do
direito sobre a coisa20;

DIREITO DAS COISAS

POR ROBERTO CESCHIN

I – INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS COISAS (OU REAL)

CONCEITO: é o conjunto de normas que regem as relações jurídicas concernentes aos bens
(tudo o que satisfaz uma necessidade humana) materiais (móveis ou imóveis) ou imateriais
(propriedade literária, científica e artística - direito autoral; propriedade industrial - marcas e
patentes) suscetíveis de apropriação pelo homem (Clóvis Beviláqua).

FINALIDADE: visa regulamentar as relações entre os homens e as coisas, traçando normas


tanto para a aquisição, exercício, conservação e perda de poder dos homens sobre esses bens
como para os meios de sua utilização econômica.

* nem todos os bens interessam ao direito das coisas, pois o homem só se apropria de bens
úteis à satisfação de suas necessidades; de maneira que se o que ele procura for uma coisa
inesgotável ou extremamente abundante, destinada ao uso da comunidade (ex.: luz solar, ar
atmosférico, água do mar etc.), não há motivo para que esse tipo de bem seja regulado por
norma de direito, porque não há nenhum interesse econômico em controlá-lo; logo, só serão
incorporados ao patrimônio do homem as coisas úteis e raras que despertam as disputas entre
os homens, dando, essa apropriação, origem a um vínculo jurídico, que é o domínio; o direito
das coisas compreende tanto os bens materiais (móveis ou imóveis) como os imateriais (os
direitos autorais, uma vez que o legislador pátrio preferiu considerá-los "como modalidade
especial de propriedade, isto é, como propriedade imaterial ou intelectual"; incluímos a
propriedade literária, científica e artística no direito das coisas, embora haja uma tendência
doutrinária que a classifica entre os direitos de personalidade, sem contudo desconhecermos
seu cunho moral, inerente à personalidade do autor, que está intimamente ligado às questões
pecuniárias; trata-se de bem imaterial de caráter patrimonial).

DISTINÇÃO ENTRE "DIREITOS REAIS" E "DIREITOS PESSOAIS"

- CONCEITOS:

- direito real (ou das coisas): é o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa,
com exclusividade e contra todos ("erga omnes"); no pólo passivo incluem-se os membros da
coletividade, pois todos devem abster-se de qualquer atitude que possa turbar o direito do
titular; no instante em que alguém viola esse dever, o sujeito passivo, que era indeterminado,
torna-se determinado; têm como elementos essenciais, o sujeito ativo, a coisa e a relação ou
poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio; existe um vínculo direto entre uma
pessoa e uma coisa, devendo esse vínculo ser respeitado por todos ("erga omnes"); o dever
jurídico recai indistintamente sobre todas as pessoas (direito absoluto).

- direito pessoal (ou das obrigações): é uma relação jurídica pelo qual o sujeito ativo pode
exigir do sujeito passivo uma determinada prestação; constitui uma relação entre pessoas e
tem, como elementos, o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação; existe um vínculo entre
pessoas determinadas, não envolvendo terceiros, alheios à relação obrigacional; o dever
jurídico recai sobre determinada ou determinadas pessoas (direito relativo).

* a principal diferença entre eles, é que o direito pessoal é oponível apenas contra uma
pessoa ou um grupo de pessoas, enquanto do direito real opõe-se "erga omnes", ou seja,
contra todos, contra a coletividade.

- TEORIAS:

- Teses unitárias

- Teoria personalista(Ferrara, Ortolan, Ripert, Planiol, Windscheid) – para esta teoria todo
direito é uma relação entre pessoas, sendo o direito real uma obrigação passiva universal;
Demogue, adepto dessa teoria, acrescenta uma ligeira diferença relativa à eficácia, sendo que
o direito real passa a ser absoluto e o pessoal, relativo.
- Teoria monista-objetivista ou impersonalista (Gaudemet, Saleilles) – procura essa teoria
despersonalizar o direito, patrimonializando-o; afirma que a obrigação tem um valor econômico
que independe do devedor, sendo que o direito real extrai seu valor patrimonial dos bens
materiais e o pessoal, da subordinação de uma vontade que se obriga a fazer ou não fazer.

- Teoria clássica ou realista (adotada pelo Código Civil Brasileiro) – para ele o direito real
possui 3 elementos: o sujeito passivo, a coisa e a inflexão imediata do sujeito ativo a coisa; o
direito pessoal é uma relação entre pessoas, tendo sujeito ativo, passivo e prestação.

REQUISIÇÃO: É um acto administrativo onde um órgão competente impõe verificadas as


circunstâncias previstas na lei e mediante indemnização, a obrigação de prestar serviços, a
obrigação de ceder coisas móveis ou imóveis, ou consentir na utilização temporária de
quaisquer bens necessários a realização do interesse público e que não convenha procurar no
mercado. Ela é sempre limitada no tempo. Art. 1309º do Código Civil.

Quanto ao objecto, a requisição respeita tanto a móveis como a imóveis, enquanto a


expropriação é privativa.

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