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Política

Memórias da Ditadura Militar

A tortura e os mortos na ditadura militar


João Paulo Caldeira

 Memórias da Ditadura Militar

qui, 05/12/2013 - 07:18


Atualizado em 25/03/2014 - 18:42

Sugerido por IV Avatar

Do blog Jeocaz

A tortura no Regime Militar

O século XX ficou marcado como o século dos genocídios. A presença de regimes


opressivos e totalitários, que se mantiveram através da força bruta, originaram os métodos
científicos de tortura, disseminados por todas as nações do planeta. Quem pensa que a
tortura é fruto do século que passou engana-se, desde os primórdios da história universal
que o homem convive com ela. Dos antigos egípcios aos mesopotâmios, da inquisição
medieval aos regimes totalitaristas nazistas, fascistas e stalinistas; a tortura foi uma forma
que se desenvolveu para extrair depoimentos de oposicionistas, intimidar a população e
consolidar os governos ilegítimos, construídos sem a participação ou o consentimento
popular.

No Brasil do século XX, a tortura foi praxe nos dois maiores períodos ditatoriais que o
país viveu, na época do Estado Novo (1937-1945) e do regime militar (1964-1985), sendo
institucionalizada neste último período, banalizando-se e revelando-se como um método
eficaz de garantir um Estado de ilegalidade.

Foi durante a ditadura militar que as maiores atrocidades foram cometidas contra os que
se opunham ao regime. Neste período os estudantes, os intelectuais, os engajados
políticos, foram as principais vítimas do sistema que contestavam. Em plena Guerra Fria,
a elite brasileira posicionou-se do lado dos Estados Unidos e da direita ideológica. Ser
comunista passou a ser terrorista. Combatê-los era, segundo a visão do regime, defender
a pátria de homens que comiam criancinhas, pregavam o ateísmo e destruíam as igrejas e
os conceitos familiares. No engodo de proteger o Brasil da ameaça comunista, instalou-
se uma ditadura, que para manter os princípios da caserna ortodoxa, calou, torturou e
matou sem o menor constrangimento, centenas de brasileiros.

A tortura durante o período do regime militar não livrou o Brasil dos militantes de
esquerda, tão pouco destituiu da mente das pessoas o direito à liberdade de expressão que
todos sonhavam. Se na sua propaganda o regime salvou o Brasil de terroristas comunistas,
nos seus porões ela garantiu a sobrevivência de 20 anos de um Estado ilegítimo, feito sob
a força bruta e o silêncio dos seus cidadãos.
Identificação dos Torturados

Para que se perceba os princípios que regeram a tortura na época do regime militar, é
preciso que se perceba também quem eram os torturados, ou os que se enquadravam nesse
perfil de sórdida arbitrariedade. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa e o
mundo foram divididos pelos aliados vencedores e por suas ideologias. Objetivamente,
Estados Unidos e União Soviética formaram duas forças antagônicas que ao encerrarem
uma guerra, construíram uma outra, a chamada Guerra Fria.

Antes de entrar no turbilhão da Guerra Fria e posicionar-se em um dos lados, o Brasil


encerrou a ditadura do Estado Novo, em 1945. Em 1946 o país promulgou uma nova
Constituição, entrando numa nova fase democrática. Graças à nova Constituição, o
Partido Comunista do Brasil, que se iria tornar Partido Comunista Brasileiro em 1960, o
PCB, existente desde 1922, pôde finalmente ser legalizado. Quando da legalização, o
PCB era o quarto partido do país, com dezessete deputados, um senador e a maioria dos
vereadores da Câmara do Distrito Federal, na época o Rio de Janeiro.

Em 1947 os princípios da Guerra Fria foram estabelecidos, espalhando-se pelo mundo.


Neste ano realiza-se a Conferência Interamericana de Manutenção da Paz e Segurança,
em Petrópolis; dela participou o então presidente argentino Juan Perón. Na conferência
foi assinado o Tratado de Assistência Recíproca, que permitia a intervenção norte-
americana onde quer que a paz e a segurança estivessem ameaçadas. O Brasil entrava
para a gestação da Guerra Fria, posicionando-se ao lado dos EUA. Já integrado nos
princípios da Guerra Fria, neste 1947, deputados do PTB propuseram a cassação do PCB
baseado no texto da Constituição, que vedava qualquer partido que contrariasse em seu
programa o regime democrático, e os comunistas, contrários às posições difundidas por
Washington, passaram a ser vistos como inimigos do regime vigente. Em outubro o Brasil
rompe relações diplomáticas com a União Soviética. O PCB, que obtivera o terceiro lugar
do total de votos nas eleições estaduais, tem a legenda cassada numa decisão tomada pela
diferença de um voto. No começo de 1948 os deputados, senadores e vereadores eleitos
pela legenda tiveram seus mandatos cassados e o PCB entrou definitivamente na
clandestinidade. Desde então o partido escondeu-se por trás de outras legendas.
No princípio da Guerra Fria, a doutrina francesa do “inimigo interno” é adotada pelos
norte-americanos. O inimigo não era mais uma nação expansionista, como na época da
Segunda Guerra Mundial, mas o cidadão invisível, que habitava o seu país, mas era contra
o regime nele estabelecido. O inimigo era todo aquele cidadão que se opunha aos
princípios da democracia desenhada pelos americanos, da sua visão de mundo livre,
posicionando-se favorável ao mundo socialista.

Estabelecido o conceito de “inimigo interno” (no caso os comunistas), a ele juntou-se a


doutrina da “segurança nacional”. As Forças Armadas do Brasil e da América Latina,
formadas por uma elite histórica e de forte conotação de direita, deixaram-se seduzir por
estes conceitos. Dentro da caserna, os princípios que identificavam os “inimigos internos”
eram passados hierarquicamente, e esses inimigos ganhavam identidades ideológicas:
eram os próprios compatriotas comunistas, os de esquerda e todos aqueles que se
opunham ao lado ocidental da Guerra Fria, ou seja, ao regime estabelecido pelos norte-
americanos.

Os “inimigos internos” do Brasil, especificamente os comunistas, quando estabelecida a


ditadura militar em 1964, paradoxalmente eram considerados traidores dos princípios
“democráticos” e tornar-se-iam o principal alvo da tortura, os comunistas seriam os
torturados.

Atos Institucionais e Órgãos de Informação Moldam a Ditadura e os Princípios da


Tortura

Uma vez estabelecida a ditadura militar no Brasil, em 1 de abril de 1964, era preciso
sustentá-la e legitimá-la. Apoiada logisticamente pelos EUA, baseando-se principalmente
nos princípios anticomunistas da Guerra Fria, será dentro da Escola Superior de Guerra
que se formulará os princípios da doutrina da segurança nacional, tendo como alvo o
combate à esquerda, à eliminação dos “inimigos internos”. Para que se estabeleçam tais
princípios, atos institucionais e leis repressivas dão legitimidade ao regime, e órgãos de
informação são criados para que possam vigiar, identificar e eliminar o inimigo.

Em 9 de abril de 1964 é editado o primeiro Ato Institucional, que passaria para a história
como AI-1, que legitimava o governo, estabelecendo 60 dias para que se acabasse o
regime de exceção. O AI-1 dava poderes ao regime militar para cassar mandatos,
suspendendo os direitos políticos por dez anos. João Goulart, Luiz Carlos Prestes,
Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Leonel Brizola são os primeiros cassados. O
expurgo atingiu governadores, 50 deputados, 49 juízes, 1200 militares e 1400 civis.

Em 27 de outubro de 1965 foi editado o AI-2, estabelecia-se que as eleições para


presidente seriam de forma indireta e sem possibilidades de reeleição; dissolvia os
partidos existentes desde 1945, criando o bipartidarismo, formado pela Arena (Aliança
Renovadora Nacional), partido de base de apoio ao regime, e o MDB (Movimento
Democrático Brasileiro), a oposição consentida. Para garantir a maioria do governo no
STF (Supremo Tribunal Federal), o AI-2 aumentava o número de ministros de 11 para
16.

O AI-3 é editado em 5 de fevereiro de 1966, reafirmando o regime militar estabelecido


em 1964, definindo as eleições indiretas para os governadores dos estados, com votação
nominal nas Assembléias Legislativas estaduais. Estabelecia ainda, que os prefeitos de
capitais seriam nomeados pelos governadores. Com este último ato, o governo militar,
estabelecido na figura do presidente general Humberto de Alencar Castelo Branco,
consolida a ditadura no Brasil.

Legitimada através de atos institucionais, ao mesmo tempo a ditadura criava órgãos para
vigiar e manter sob controle o pensamento em todos os setores da população. Sob as
perspectivas mencionadas, surgiu, em 13 de junho de 1964, o Serviço Nacional de
Informações (SNI), com a finalidade de coordenar por todo o território nacional as
atividades de informação e contra-informação, assegurando assim, os conceitos
estabelecidos pela doutrina da Segurança Nacional. Criado pelo general Golbery do
Couto e Silva, o SNI veio à tona com um acervo de três mil dossiês e cem mil fichas com
informações sobre as principais lideranças políticas, sindicais, estudantis e empresariais
do Brasil. O SNI espalhou os seus tentáculos por toda a parte, funcionando durante a
ditadura como uma polícia secreta comparável às SS de Hitler. Seus agentes infiltrados
acompanhavam os considerados subversivos, doutrinavam colaboradores, arrebanhando
voluntários por todas as partes, vigiando desde as igrejas aos meios de comunicação.

A partir do SNI, um eficiente mecanismo repressivo foi montado, com métodos eficazes
de vigilância e controle sobre o cotidiano dos brasileiros, obedecendo a uma hierarquia.
O SNI assessorava diretamente ao presidente do Brasil; os ministérios eram atendidos
pelas DSIs (Divisões de Segurança e Informação); sendo os ministérios civis, autarquias,
empresas e órgãos públicos atendidos pelas ASIs (Assessorias de Segurança e
Informações).

Órgãos de Informação Militares e das Polícias Federais e Civis Exercem a Tortura

Subordinados ao SNI, órgãos de repressão e tortura foram estabelecidos. Dentro das


Forças Armadas, as três armas montaram individualmente os seus centros de informação.

No governo de Castelo Branco o Exército quis criar o seu centro de informações, mas
com as restrições do presidente, o CIEX (Centro de Informações do Exército) só teve o
seu projeto implementado no governo Costa e Silva. O CIEX teria grande alcance
nacional, tornando-se um dos principais órgãos de tortura e repressão.

A Marinha tinha o seu órgão de informações, o CENIMAR (Centro de Informações da


Marinha), desde 1955, para tratar das questões fronteiriças e da diplomacia. Aos poucos
o órgão foi perdendo as suas reais funções, enredando-se cada vez mais na política
repressiva, especializando-se em combater a luta armada.

Em 1968 a aeronáutica toma a iniciativa de criar o seu órgão de informações, CISA


(Centro de Informações da Aeronáutica), sendo os seus mentores treinados no exterior.
Mas a sua montagem só ocorreu já no governo Médici, adotando em 1970, a estrutura de
combate e repressão à luta armada, tendo grande atuação na repressão aos guerrilheiros.

Ainda subordinados ao SNI estavam a polícia federal e as polícias estaduais e o DOPS


(Departamento de Ordem Política e Social). A partir de 1969, surgiu em São Paulo a
Operação Bandeirantes (Oban), organização clandestina, formada por militares, agentes
e delegados civis e federais, que torturavam e desapareciam com militantes comunistas.
A Oban agia à margem da lei, tornando-se poderosa, financiada por grandes empresas
como a General Motors, Ford e Ultragaz. A experiência da Oban serviu para unir todos
os órgãos repressivos, desde então passaram a atuar em conjunto os órgãos de informação
da polícia federal, polícia militar e DOPS. Em janeiro de 1970 foram criados os DOI
(Departamento de Operações e Informações) e os CODI (Centro de Operação e Defesa
Interna). O DOI-CODI na prática integrava todos os órgãos repressores e legalizava a
Oban.

O DOI-CODI transformar-se-ia numa máquina de repressão e tortura, estendendo os seus


tentáculos além das fronteiras do país, infiltrando-se no Chile, Uruguai, Bolívia e
Argentina. O DOI-CODI, assim como a antiga Oban, recebia grandes recursos
financeiros, sendo dotado de tecnologia, tendo as suas atividades orientadas pela lógica
da disciplina militar.

Todos estes órgãos institucionalizaram a tortura, constituindo um grande aparelho


repressivo que agiria de forma brutal e sanguinária sobre aqueles que contestavam o
regime militar. Agentes especiais eram formados na ESNI (Escola Nacional de
Informações), criada em 1971. Os melhores alunos eram enviados para o Panamá,
cursando a Escola das Américas, mantida pela CIA, lugar onde formaram grandes
ditadores militares, que depois de um golpe, assumiram o poder em vários países da
América Latina.

Em dezembro de 1968 Costa e Silva fechou o Congresso, o AI-5 foi decretado, dando
plenos poderes ao presidente e, entre outras coisas, abolindo o hábeas corpus aos presos
políticos, legalizando a tortura. Nos ventos do AI-5, foi promulgado em 1969 o AI-14,
que estabelecia a pena de morte, a prisão perpétua e o banimento do país dos que eram
considerados terroristas e atentavam contra a nova Lei de Segurança Nacional.

A Tortura Propriamente Dita

A tortura do regime militar instalou-se no Brasil desde o primeiro dia que foi dado o
golpe, em 1 de abril de 1964. A primeira vítima de tortura foi o líder camponês e
comunista Gregório Bezerra. No dia do golpe, o coronel Vilocq amarrou Gregório
Bezerra com cordas, ordenando que soldados o arrastasse pelas ruas de Recife,
humilhando-o com vitupérios verbais, espancando-o com uma vareta de ferro. O coronel
incitava o povo para ver o “enforcamento do comunista”. Diante do horror, religiosos
telefonaram para o general Justino Alves Bastos, que pressionado, impediu um martírio.
Gregório Bezerra levou coronhadas pelo corpo, além de ter os pés queimados com soda
cáustica. No dia do golpe, Recife foi um dos lugares que mais sofreu atrocidades dos
golpistas, tendo civis agredidos e mortos em passeatas que protestavam a favor da
democracia.
Um mês depois do golpe, presos políticos eram conduzidos para o navio Raul Soares,
rebocado do Rio de Janeiro até o estuário de Santos, litoral paulista. A prisão flutuante
era dividida em três calabouços, batizados com nomes de boates famosas da época: El
Moroco, salão metálico, sem ventilação, ao lado da caldeira, ali os prisioneiros eram
expostos a uma temperatura que passava dos 50 graus; Night in Day, uma pequena sala
onde os presos ficavam com água gelada pelos joelhos; Casablanca, lugar que se
despejava as fezes do navio. Os três calabouços eram usados para quebrar a resistência
dos presos. Sindicalistas e políticos da Baixada Santista passaram pela prisão flutuante
do Raul Soares, que foi desativada no dia 23 de outubro de 1964.
Mesmo diante de tantas evidências, o governo militar jamais admitiu que havia tortura no
Brasil, o presidente Castelo Branco chegou a negar publicamente a existência de
truculência em seu governo. Mas contrariamente às palavras do presidente, no dia 24 de
agosto de 1966, foi encontrado boiando no rio Jacuí, afluente do rio Guaíba, em Porto
Alegre, o corpo do sargento Manoel Raimundo Soares, já em estado de putrefação, com
as mãos amarradas para trás. O sargento fazia parte dos militares expurgados do exército
por causa do seu envolvimento com a militância política no governo João Goulart. O seu
corpo trazia marcas de tortura, causando grande comoção e revolta da população na
época. Este foi o primeiro caso de tortura e morte que causou grande repercussão, ficando
conhecido popularmente como o “caso das mãos atadas”. Os militares prometeram
investigar as circunstâncias da morte do sargento e punir culpados, mas arquivaram o
caso e jamais tiveram o trabalho de investigá-lo.

Os Métodos de Tortura nos Porões Militares

Quanto mais tempo durava o regime militar, mais pessoas faziam oposição às atrocidades
por ele cometidas. Estudantes, padres, intelectuais e vários setores da sociedade passaram
a contestar o regime. Aumentava a contestação, a resposta era a intensificação da tortura,
conseqüentemente, a sofisticação dos métodos ocasionava um grande número de mortos.

Métodos científicos de tortura foram desenvolvidos. Monstros torturadores escreveriam


o seu nome em letras gigantes nas páginas pungentes da história do Brasil. Nomes como
o de Sérgio Fleury, uma espécie de Torqueimada da ditadura militar. Fleury levou a
tortura para as celas do DOPS de São Paulo, situado na Luz, no prédio que é hoje a
Pinacoteca do Estado. Outro lugar de tortura em São Paulo era o DOI-CODI do Paraíso,
conhecido como a Casa da Vovó. Os prisioneiros chegavam às mãos de Fleury e dos seus
homens já espancados e feridos, sangrando e muitos vezes, já agonizantes. Ali eram
pendurados no pau-de-arara, recebendo descargas elétricas. Furadeiras elétricas eram
usadas para perfurar corpos, navalhas rasgavam a carne, cigarros queimavam órgãos
genitais, mulheres sofriam abusos sexuais. Socos, pontapés, afogamentos, eram
complementos às torturas, que ficavam cada vez mais elaboradas.

Os métodos de tortura engendrados recebiam diversos nomes simbólicos, entre eles, os


mais comuns registrados e confirmados por aqueles que os sofreu, são:

Pau-de-Arara – O preso era posto nu, abraçando os joelhos e com os pés e as mãos
amarradas. Uma barra de ferro era atravessada entre os punhos e os joelhos. Nesta posição
a vítima era pendurada entre dois cavaletes, ficando a alguns centímetros do chão. A
posição causava dores e atrozes no corpo. O preso ainda sofria choques elétricos,
pancadas e queimaduras com cigarro. Este método de tortura já existia na época da
escravidão, sendo utilizado em várias fases
sombrias da história do Brasil.

Cadeira do Dragão – Os presos eram sentados nus em uma cadeira elétrica, revestida de
zinco, ligada a terminais elétricos. Uma vez ligado, o zinco do aparelho transmitia
choques a todo o corpo do supliciado. Os torturadores complementavam o mecanismo
sinistro enfiando um balde de metal na cabeça da vítima, aplicando-lhe choques mais
intensos.

Choques Elétricos – O torturador usava um magneto de telefone, acionado por uma


manivela, conforme a velocidade imprimida, a descarga elétrica podia ser de maior ou
menor intensidade. Os choques elétricos eram deferidos na cabeça, nos membros
superiores e inferiores e nos órgãos genitais, causando queimaduras e convulsões,
fazendo muitas vezes, o preso morder a própria língua. As máquinas usadas nesse método
de tortura eram chamadas de “maricota” ou “pimentinha”.

Balé no Pedregulho – O preso era posto nu e descalço em local com temperatura abaixo
de zero, sob um chuveiro gelado, tendo no piso pedregulhos com pontas agudas, que
perfuravam os pés da vítima. A tendência do torturado era pular sobre os pedregulhos,
como se dançasse, tentando aliviar a dor. Quando ele “bailava”, os torturadores usavam
da palmatória para ferir as partes mais sensíveis do seu corpo.

Telefone – Entre as várias formas de agressões que eram usadas, uma das mais cruéis era
o vulgarmente conhecido como “telefone”. Com as duas mãos em posição côncava, o
torturador, a um só tempo, aplicava um golpe violento nos ouvidos da vítima. O impacto
era tão violento, que rompia os tímpanos do torturado, fazendo-o perder a audição.

Afogamento na Calda da Verdade – A cabeça do torturado era mergulhada em um


tambor, balde ou tanque cheio de água, urina, fezes e outros detritos. A nuca do preso era
forçada para baixo, até o limite do afogamento na “calda da verdade”. Após o mergulho,
a vítima ficava sem tomar banho vários dias, até que o seu cheiro ficasse insuportável. O
método consistia em destruir toda a auto-estima do torturado.

Afogamento com Capuz – A cabeça do preso era encapuzada e afundada em córregos ou


tambores de águas paradas e apodrecidas. O prisioneiro ao tentar respirar, tinha o capuz
molhado a introduzir-se nas suas narinas, levando-o a perder o fôlego, produzindo um
terrível mal-estar. Outra forma de afogamento consistia nos torturadores fecharem as
narinas do preso, pondo-lhe, ao mesmo tempo, uma mangueira ou um tubo de borracha
dentro da boca, obrigando-o a engolir água.
Mamadeira de Subversivo – Era introduzido na boca do preso um gargalo de garrafa,
cheia de urina quente, normalmente quando o preso estava pendurado no pau-de-arara.
Usando uma estopa, os torturadores comprimiam a boca do preso, obrigando-o a engolir
a urina.

Soro da Verdade – Era injetado no preso pentotal sódico, uma droga que produz
sonolência e reduz as inibições. Sob os efeitos do “soro da verdade”, o preso contava
coisas que sóbrio não falaria. De efeito duvidoso, a droga pode matar.

Massagem – O preso era encapuzado e algemado, o torturador fazia-lhe uma violenta


massagem nos nervos mais sensíveis do corpo, deixando-o totalmente paralisado por
alguns minutos. Violentas dores levavam o preso ao desespero.

Geladeira – O preso era posto nu em cela pequena e baixa, sendo impedidos de ficar de
pé. Os torturadores alternavam o sistema de refrigeração, que ia do frio extremo ao calor
exacerbado, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. A tortura na “geladeira”
prolongava-se por vários dias, ficando ali o preso sem água ou comida.

As mulheres, além de sofrer as mesmas torturas, eram estupradas e submetidas a realizar


as fantasias sexuais dos torturadores. Poucos relatos apontaram para os estupros em
homens, se houveram, muitos por vergonha, esconderam esta terrível verdade.

O Que Fazer aos Corpos dos Mortos Pela Tortura

Para que se desenvolvessem métodos tão sofisticados de tortura, praticados com grandes
requintes, era preciso que o governo militar desenvolvesse a propaganda do culpado, cada
torturado era culpado, era o temível comunista que assaltava bancos, o terrorista que
comia criancinhas, que ameaçava a família, assim, era criado o preconceito contra os
torturados, que eram culpados e merecedores de todos os suplícios que se lhe eram
impostos em uma sala de tortura.

Os recrutados para exercer a tortura eram indivíduos que recebiam favorecimentos dos
seus superiores, gratificações e reconhecimento de heróis, pois ajudavam a livrar o país
dos terroristas comunistas. Eram pessoas intimamente agressivas, com desvio de
personalidade, que legitimadas em seus atos sem limites, tornavam-se incapazes de ter
sentimentos por quem torturava.

Se por um lado a tortura coibia, causava medo e terror em quem se deixara apanhar e,
principalmente, em quem ainda estava livre, militando na clandestinidade, por outro lado
ela causava um grande problema, como esconder os torturados mortos. O que fazer com
os corpos, uma vez que o regime militar negava veementemente a existência da tortura
nos seus calabouços?

Para resolver o problema dos torturados mortos, médicos legistas passaram a fornecer
laudos falsos, que escondiam as marcas da tortura, justificando a morte da vítima como
sendo de causas naturais. Muitos dos mortos pela repressão tinham no laudo médico o
suicídio como a causa mais comum, vários foram os “suicidas” da ditadura. Outras causas
que ocultavam a tortura nos laudos eram a dissimulação de atropelamentos, acidentes
automobilísticos ou que tinham sido mortos em tiroteios com a polícia, jamais eram
reveladas as torturas.
Muitos legistas chegavam a apresentar laudos de torturados mortos como se desfrutassem
da mais perfeita saúde. Quando não se podia ocultar as evidências da tortura, muitos
cadáveres eram enterrados como anônimos, sem que os familiares jamais soubessem o
que aconteceu aos corpos dos seus mortos. As valas clandestinas dos mortos da ditadura
ocultavam dos familiares a marca das torturas neles praticadas. Entre os médicos legistas
que assinaram laudos falsos para encobrir a tortura, tornaram-se notórios Harry Shibata,
Isaac Abramovitch e Paulo Augusto Queiroz Rocha.

Mas nem sempre os falsos laudos conseguiram esconder a tortura. Em novembro de 1969,
Chael Charles Schreier, militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-
Palmares), foi preso, torturado e morto. O seu corpo foi enviado para um hospital,
portanto ele já estava morto quando lá deu entrada. No relatório do exército,

foi dito que Chael Charles Schreier ao ser


preso com dois outros companheiros, reagira violentamente com disparos de revólver. Na
troca de tiros, os três terroristas saíram feridos, sendo Chael o que estava em estado mais
grave, sendo medicado no hospital, entretanto Chael sofreu um ataque cardíaco, vindo a
falecer. O que os militares não sabiam é que Chael era judeu, e que para ser sepultado nas
tradições da sua família, era realizado o ritual da lavagem do corpo. Durante o ritual,
constatou-se que Chael não tinha morrido por um ataque cardíaco, muito menos por
ferimentos de balas, mas sim por tortura. O caso veio à tona, tornando-se matéria da
revista “Veja” em dezembro daquele ano, a revista trazia na capa o título “Tortura”. Esta
exposição constrangeu profundamente o governo do presidente Médici, apesar da
reportagem da “Veja” isentá-lo da culpa da tortura e da morte de Chael, responsabilizando
os que cercavam o presidente, sem citar nomes ou culpados.

Outro laudo falso, assinado por Harry Shibata, foi o que dizia que a causa da morte do
jornalista Vladimir Herzog, ocorrida nos porões da ditadura, em 1975, tinha sido suicídio.
Desmascarada a farsa, o assassínio de Herzog por tortura teve grande repercussão,
fazendo com que o então presidente, general Ernesto Geisel, admitisse que havia tortura
nos porões da ditadura, iniciando um processo para desmantelar a máquina científica da
institucionalização de tão vergonhosa e sanguinária prática. Também o caso da morte do
operário Manoel Fiel Filho alcançou repercussão nacional, provando que a ditadura
torturava e matava os seus opositores.

Conseqüências da Tortura no Brasil do Regime Militar

A tortura na ditadura militar tornou-se um instrumento fundamental para assegurar,


através do medo e da repressão, a ideologia da caserna, amparada pela Guerra Fria e
justificada pelos militares como necessária numa época de perigo à segurança nacional,
ameaçada por terroristas comunistas.

Durante o período da ditadura militar, o povo brasileiro foi excluído do direito de


participar da vida nacional. Através da força bruta, refletida na tortura, criou-se o medo
na população, que por algumas décadas inibiu-se até mesmo dos direitos civis e de
consumidor, formando um pacifismo involuntário que se tornou uma característica
manipulada do brasileiro.

O governo instalado no dia 1 de abril de 1964, manteve-se contrariando todos os


princípios que regem os direitos humanos, traduzidos na Declaração Universal dos
Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948. Estes
direitos foram negligenciados pelos Estados Unidos, que para manter a sua ideologia e
democracia interna, apoiou e financiou sangrentas ditaduras militares em toda a América
Latina, exportando para esses países, seus sofisticados métodos de tortura e combate ao
perigo da ideologia soviética.

Na violação dos direitos humanos, americanos ensinavam aos policiais brasileiros a


seqüestrarem mendigos, e neles desenvolverem métodos eficazes de tortura, que seriam
usados nos inimigos do regime.

No período mais intenso da tortura militar, no início da década de setenta, os brasileiros


foram ideologicamente divididos pelo governo em dois grupos: o grupo dos “verdadeiros
cidadãos” e o grupo dos “inimigos internos”, tornando o princípio arbitrário a principal
arma de propaganda difundida pelo regime.

Oficialmente, os inimigos internos do regime militar no período de intensificação total da


tortura, de 1969 a 1974, eram os guerrilheiros e revolucionários de esquerda, vistos como
terroristas, e que militavam principalmente, no Movimento Revolucionário 8 de Outubro
(MR-8); Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares); Partido
Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Partido Comunista do Brasil (Pc do B),
que promoveu a Guerrilha do Araguaia; Vanguarda Popular Revolucionária (VPR),
liderada por Carlos Lamarca, que se tornou ao lado de Carlos Marighella, os principais
inimigos do regime; a Ação Libertadora Nacional (ALN), que de destacou na guerrilha
urbana; e, o Partido Comunista Brasileiro (PCB), combalido por sucessivas divisões que
deram origem à maioria dos grupos de resistência à ditadura mencionados. Das
organizações citadas, cinco a seis mil pessoas participou da luta armada, um número
insignificante quando o país chegava a 100 milhões de habitantes, não justificando a
máquina mortífera que as polícias brasileiras e as Forças Armadas criaram, sustentadas
na aplicação da tortura como método de repressão.

Além dos mortos e desaparecidos (também mortos, mas jamais tendo sido encontrados
os seus corpos), a tortura deixou danos indeléveis aos que sobreviveram a ela, levando
alguns ao suicídio, como aconteceu ao dominicano Frei Tito de Alencar Lima. Os que
sobreviviam à tortura, eram permanentemente ameaçadas e vigiadas pelo regime
opressivo. Até hoje, os torturados têm dificuldade na sua maioria, em falar dos horrores
que sofreram nos porões da ditadura.

Os que ousaram a contestar a ditadura eram na sua maioria, jovens idealistas, muitos
politizados e engajados, outros em processo de politização, que se atiravam aos ideais,
dispostos até mesmo a morrer por eles. A maioria dos torturados que morreram eram
jovens.

Mas a ditadura não matou somente os opositores engajados, os chamados comunistas,


guerrilheiros e revolucionários, vários foram os inocentes apanhados nas malhas da
delação, que pereceram sob tortura sem jamais descobrirem porque estavam a ter tão
nefasto destino. Aos inocentes a tortura poderia ser mais intensa, já que nada sabiam,
nada podiam revelar.
Findo o regime militar, a tortura foi justificada pelos ex-presidentes ditadores como um
mal necessário, como arma de defesa diante de uma guerra que se vivia. Nenhum
torturador foi preso ou punido por seus atos, todos foram beneficiados pela lei da Anistia,
que em 1979 anistiou os presos políticos, os exilados e os torturadores da ditadura militar.
A tortura continua a ser a maior página negra da recente história do Brasil.

Mortos e Desaparecidos

O modelo de tortura empregado pelos órgãos de informação da ditadura militar chegou a


ser exportado para alguins países asiáticos, onde governos repressivos assumiram o
poder. Curiosamente, países que adotaram regimes socialistas, como o Camboja, foram
os que “importaram” os métodos da direita brasileira.

Uma lista oficial dos mortos e desaparecidos no período da ditadura militar (1964-1985),
foi divulgada pelo Grupo Tortura Nunca Mais. São considerados desaparecidos casos que
se tem dados da tortura cometida contra o militante e da sua eventual morte, mas que o
seu corpo jamais foi encontrado ou identificado. Entre os casos está o do Stuart Edgard
Angel Jones, que apesar das evidências do seu assassínio, é oficialmente um
desaparecido, uma vez que não apareceu um cadáver para oficializar a sua morte. Os
mortos foram divididos na lista como militantes políticos e outros, é o caso de Zuleika
Angel Jones, mãe de Stuart, cuja morte jamais foi esclarecida. Segue a lista dos mortos e
desaparecidos da ditadura militar. Esta lista pode ser encontrada no site do Grupo Tortura
Nunca Mais, onde a ficha de cada morto ou desaparecido é divulgada, podendo ser
pesquisada.

Mortes Oficiais:

1964
Albertino José de Oliveira
Alfeu de Alcântara Monteiro
Ari de Oliveira Mendes Cunha
Astrogildo Pascoal Vianna
Bernardinho Saraiva
Carlos Schirmer
Dilermando Mello do Nascimento
Edu Barreto Leite
Ivan Rocha Aguiar
Jonas José Albuquerque Barros
José de Sousa
Labib Elias Abduch
Manuel Alves de Oliveira

1965

Severino Elias de Melo

1966

José Sabino
Manoel Raimundo Soares

1967

Milton Palmeira de Castro

1968

Clóvis Dias Amorim


David de Souza Meira
Edson Luiz de Lima Souto
Fernando da Silva Lembo
Jorge Aprígio de Paula
José Carlos Guimarães
Luis Paulo Cruz Nunes
Manoel Rodrigues Ferreira
Maria Ângela Ribeiro
Ornalino Cândido da Silva

1969

Antônio Henrique Pereira Neto (Padre)


Carlos Marighella
Carlos Roberto Zanirato
Chael Charles Schreier
Eremias Delizoikov
Fernando Borges de Paula Ferreira
Hamilton Fernando Cunha
João Domingos da Silva
João Lucas Alves
João Roberto Borges de Souza
José Wilson Lessa Sabag
Luiz Fogaça Balboni
Marco Antônio Brás de Carvalho
Nelson José de Almeida
Reinaldo Silveira Pimenta
Roberto Cietto
Sebastião Gomes da Silva
Severino Viana Colon

1970

Abelardo Rausch Alcântara


Alceri Maria Gomes da Silva
Ângelo Cardoso da Silva
Antônio Raymundo Lucena
Ari de Abreu Lima da Rosa
Avelmar Moreira de Barros
Dorival Ferreira
Edson Neves Quaresma
Eduardo Collen Leite
Eraldo Palha Freire
Hélio Zanir Sanchotene Trindade
Joaquim Câmara Ferreira
Joelson Crispim
José Idésio Brianesi
José Roberto Spinger
Juarez Guimarães de Brito
Lucimar Brandão Guimarães
Marco Antônio da Silva Lima
Norberto Nehring
Olavo Hansen
Roberto Macarini
Yoshitame Fujimore
1971

Aderval Alves Coqueiro


Aldo de Sá Brito de Souza Neto
Amaro Luís de Carvalho
Antônio Sérgio de Matos
Carlos Eduardo Pires Fleury
Carlos Lamarca
Devanir José de Carvalho
Dimas Antônio Casemiro
Eduardo Antônio da Fonseca
Flávio de Carvalho Molina
Francisco José de Oliveira
Gerson Theodoro de Oliveira
Iara Iavelberg
Joaquim Alencar de Seixas
José Campos Barreto
José Gomes Teixeira
José Milton Barbosa
José Raimundo da Costa
José Roberto Arantes de Almeida
Luís Eduardo da Rocha Merlino
Luís Hirata
Luiz Antônio Santa Bárbara
Manoel José Mendes Nunes de Abreu
Marilene Vilas-Boas Pinto
Mário de Souza Prata
Maurício Guilherme da Silveira
Nilda Carvalho Cunha
Odijas Carvalho de Souza
Otoniel Campos Barreto
Raimundo Eduardo da Silva
Raimundo Gonçalves Figueiredo
Raimundo Nonato Paz ou “Nicolau 21”
Raul Amaro Nin Ferreira
1972

Alex de Paula Xavier Pereira


Alexander José Ibsen Voeroes
Ana Maria Nacinovic Corrêa
Antônio Benetazzo
Antônio Carlos Nogueira Cabral
Antônio Marcos Pinto de Oliveira
Arno Preis
Aurora Maria Nascimento Furtado
Carlos Nicolau
Danielli Célio Augusto Valente da Fonseca
Fernando Augusto Valente da Fonseca
Frederico Eduardo Mayr
Gastone Lúcia Beltrão
Gelson Reicher
Getúlio D’Oliveira Cabral
Grenaldo de Jesus da Silva
Hélcio Pereira Fortes
Hiroaki Torigoi
Ismael Silva de Jesus
Iuri Xavier Pereira
Jeová de Assis Gomes
João Carlos Cavalcanti Reis
João Mendes Araújo
José Bartolomeu Rodrigues de Souza
José Inocêncio Pereira
José Júlio de Araújo
José Silton Pinheiro
Lauriberto José Reys
Lígia Maria Salgado Nóbrega
Lincoln Cordeiro Oest
Lourdes Maria Wanderly Pontes
Luís Andrade de Sá e Benevides
Marcos Nonato da Fonseca
Maria Regina Lobo Leite Figueiredo
Míriam Lopes Verbena
Ruy Osvaldo Aguiar Pfitzenreuter
Valdir Sales Saboya
Wilton Ferreira
1973

Alexandre Vannucchi Leme


Almir Custódio de Lima
Anatália de Souza Alves de Mello
Antônio Carlos Bicalho Lama
Arnaldo Cardoso Rocha
Emanoel Bezerra dos Santos
Eudaldo Gomes da Silva
Evaldo Luís Ferreira Sousa
Francisco Emanoel Penteado
Francisco Seiko Okama
Gildo Macedo Lacerda
Helber José Gomes Goulart
Henrique Ornelas Ferreira Cintra
Jarbas Pereira Marques
José Carlos Novaes da Mata Machado
José Manoel da Silva
José Mendes de Sá Roriz
Lincoln Bicalho Roque
Luís Guilhardini
Luís José da Cunha Manoel Aleixo da Silva
Manoel Lisboa de Moura
Merival Araújo
Pauline Philipe Reichstul
Ranúsia Alves Rodrigues
Ronaldo Mouth Queiroz
Soledad Barret Viedma
Sônia Maria Lopes Morais

1975

José Ferreira de Almeida


Pedro Gerônimo de Souza
Vladimir Herzog
1976

Ângelo Arroyo
João Baptista Franco Drummond
João Fosco Penito Burnier (Padre)
Manoel Fiel Filho
Pedro Ventura Felipe de Araújo Pomar

1977

José Soares dos Santos

1979

Alberi Vieira dos Santos


Benedito Gonçalves
Guido Leão
Otacílio Martins Gonçalves
Santo Dias da Silva

1980

Lyda Monteiro da Silva


Raimundo Ferreira Lima
Wilson Souza Pinheiro

1983

Margarida Maria Alves

Outras Mortes:

Afonso Henrique Martins Saldanha


Antônio Carlos Silveira Alves
Ari da Rocha Miranda
Catarina Abi-Eçab
Iris Amaral
Ishiro Nagami
João Antônio Abi-Eçab
João Barcellos Martins
José Maximiniano de Andrade Neto
Luiz Affonso Miranda da Costa Rodrigues
Newton Eduardo de Oliveira
Sérgio Correia
Silvano Soares dos Santos
Zuleika Angel Jones

Mortes no Exílio:

Ângelo Pezzuti da Silva


Carmem Jacomini
Djalma Carvalho Maranhão
Gerosina Silva Pereira
Maria Auxiliadora Lara Barcelos
Nilton Rosa da Silva
Therezinha Viana de Assis
Tito de Alencar Lima (Frei)

Desaparecidos no Brasil:

Adriano Fonseca Fernandes Filho


Aluísio Palhano Pedreira Ferreira
Ana Rosa Kucinski Silva
André Grabois
Antônio “Alfaiate”
Antônio Alfredo Campos
Antônio Carlos Monteiro Teixeira
Antônio de Pádua Costa
Antônio dos Três Reis Oliveira
Antônio Guilherme Ribeiro Ribas
Antônio Joaquim Machado
Antônio Teodoro de Castro
Arildo Valadão
Armando Teixeira Frutuoso
Áurea Eliza Pereira Valadão
Aylton Adalberto Mortati
Bergson Gurjão Farias
Caiupy Alves de Castro
Carlos Alberto Soares de Freitas
Celso Gilberto de Oliveira
Cilon da Cunha Brun
Ciro Flávio Salasar Oliveira
Custódio Saraiva Neto
Daniel José de Carvalho
Daniel Ribeiro Callado
David Capistrano da Costa
Dênis Casemiro
Dermeval da Silva Pereira
Dinaelza Soares Santana Coqueiro
Dinalva Oliveira Teixeira
Divino Ferreira de Souza
Durvalino de Souza
Edgard Aquino Duarte
Edmur Péricles Camargo
Eduardo Collier Filho
Elmo Corrêa
Elson Costa
Enrique Ernesto Ruggia
Ezequias Bezerra da Rocha
Félix Escobar Sobrinho
Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira
Francisco Manoel Chaves
Gilberto Olímpio Maria
Guilherme Gomes Lund
Heleni Telles Ferreira Guariba
Helenira Rezende de Souza Nazareth
Hélio Luiz Navarro de Magalhães
Hiram de Lima Pereira
Honestino Monteiro Guimarães
Idalísio Soares Aranha Filho
Ieda Santos Delgado
Ísis Dias de Oliveira
Issami Nakamura Okano
Itair José Veloso
Ivan Mota Dias
Jaime Amorim Miranda
Jaime Petit da Silva
Jana Moroni Barroso
João Alfredo Dias
João Batista Rita
João Carlos Haas Sobrinho
João Gualberto
João Leonardo da Silva Rocha
João Massena Melo
Joaquim Pires Cerveira
Joaquinzão
Joel José de Carvalho
Joel Vasconcelos Santos
Jorge Leal Gonçalves Pereira
Jorge Oscar Adur (padre)
José Humberto Bronca
José Lavechia
José Lima Piauhy Dourado
José Maria Ferreira Araújo
José Maurílio Patrício
José Montenegro de Lima
José Porfírio de Souza
José Roman
José Toledo de Oliveira
Kleber Lemos da Silva
Libero Giancarlo Castiglia
Lourival de Moura Paulino
Lúcia Maria de Sousa
Lúcio Petit da Silva
Luís Almeida Araújo
Luís Eurico Tejera Lisboa
Luís Inácio Maranhão Filho
Luiz Renê Silveira e Silva
Luiz Vieira de Almeida
Luíza Augusta Garlippe
Manuel José Nurchis
Márcio Beck Machado
Marco Antônio Dias Batista
Marcos José de Lima
Maria Augusta Thomaz
Maria Célia Corrêa
Maria Lúcia Petit da Silva
Mariano Joaquim da Silva
Mario Alves de Souza Vieira
Maurício Grabois
Miguel Pereira dos Santos
Nelson de Lima Piauhy Dourado
Nestor Veras
Norberto Armando Habeger
Onofre Pinto
Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior
Orlando Momente Osvaldo Orlando da Costa
Paulo César Botelho Massa
Paulo Costa Ribeiro Bastos
Paulo de Tarso Celestino da Silva
Paulo Mendes Rodrigues
Paulo Roberto Pereira Marques
Paulo Stuart Wright
Pedro Alexandrino de Oliveira Filho
Pedro Carretel
Pedro Inácio de Araújo
Ramires Maranhão do Vale
Rodolfo de Carvalho Troiano
Rosalino Souza
Rubens Beirodt Paiva
Ruy Carlos Vieira Berbert
Ruy Frazão Soares
Sérgio Landulfo Furtado
Stuart Edgar Angel Jones
Suely Yumiko Kamayana
Telma Regina Cordeiro Corrêa
Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto
Tobias Pereira Júnior
Uirassu de Assis Batista
Umberto Albuquerque Câmara Neto
Vandick Reidner Pereira Coqueiro
Virgílio Gomes da Silva
Vitorino Alves Moitinho
Walquíria Afonso Costa
Wálter de Souza Ribeiro
Wálter Ribeiro Novaes
Wilson Silva
Desaparecidos no Exterior:

Argentina

Francisco Tenório Júnior


Jorge Alberto Basso
Luiz Renato do Lago Faria
Maria Regina Marcondes Pinto
Roberto Rascardo Rodrigues
Sidney Fix Marques dos Santos
Walter Kenneth Nelson Fleury

Bolívia

Luiz Renato Pires de Almeida

Chile

Jane Vanini
Luiz Carlos Almeida
Nelson de Souza Kohl
Túlio Roberto Cardoso Quintiliano
Wânio José de Matos

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