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CRIMINOLOGIA
Maceió/AL
Novembro de 2015
Escopo das teorias sociológicas do crime
Teorias do consenso
Teorias do conflito
Para as teorias que se alinham à perspectiva do conflito, a coesão e a ordem social são
fundadas na força e na coerção, e não em uma concordância geral em torno das regras sociais.
A aplicação de regras pressupõe, portanto, a dominação de uns e a sujeição de outros. Desta
forma, não há acordo em torno dos valores que justificam o próprio estabelecimento da força
punitiva para fazer valer as regras vigentes.
Nessa perspectiva, é a força, ou, para usar a terminologia utilizada pela sociologia do
direito, a coerção que faz com que os sistemas sociais permaneçam coesos. Isso porque a
sociedade é, essencialmente, conflituosa1. E, como exato oposto à premissa funcionalista da
perspectiva consensual, o conflito essencial faz com que cada indivíduo em um dado sistema
1
Vertente inaugurada por Karl Marx, no século XIX. Diz Marx no célebre Manifesto comunista, de 1848:
“Até hoje, a história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história da luta de
classes”.
social contribui para a sua desintegração e mudança.
A concepção de que “toda sociedade é baseada na coerção de alguns de seus
membros por outros”2 cria um amplo espaço para a discussão do crime nessa sociedade.
Afinal, não se poderia mais afirmar que há uma mera disfunção social se há a consideração
que não há função para todos os indivíduos em uma sociedade capitalista e, nessa sociedade, o
Direito Penal pode ser utilizado para encobrir uma confrontação violenta entre as classes
sociais. Passa-se a ponderar o papel da reação do Estado ao crime nesse contexto, e qual o
papel da estigmatização do delinqüente no reforço desse papel “estabilizador” do Direito
Penal.
As principais escolas criminológicas que seguiram a vertente crítica são a da rotulação
(ou labelling approach, década de 1960) e as teorias críticas (intensificadas na década de
1960) e radicais (década de 1970).
Conclusão
2
Dahrendorf, Ralf. O conflito social moderno: um ensaio sobre a política da liberdade. Apud SHECAIRA,
Sérgio Salomão. Criminologia. p. 137.
Bibliografia
FIGUEIREDO DIAS, Jorge de; COSTA ANDRADE, Manuel da. Criminologia :O homem
delinqüente e a sociedade criminógena. 2ª reimpressão. Coimbra: Coimbra Editora, 1997.