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A Constituição de 1824

Dom Pedro Primeiro, por Graça de Deos, e Unanime Acclamação dos


Povos, Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil:
Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que tendo-Nos requerido
os Povos deste Imperio, juntos em Camaras, que Nós quanto antes
jurassemos e fizessemos jurar o Projecto de Constituição, que
haviamos offerecido ás suas observações para serem depois
presentes á nova Assembléa Constituinte; mostrando o grande desejo,
que tinham, de que elle se observasse já como Constituição do
Imperio, por lhes merecer a mais plena approvação, e delle esperarem
a sua individual, e geral felicidade Politica: Nós Jurámos o sobredito
Projecto para o observarmos e fazermos observar, como Constituição,
que d’ora em diante fica sendo deste Imperio; a qual é do theor
seguinte:1

A Constituição de 1824 foi a primeira Constituição da tão jovem nação, hoje


chamada de República Federativa do Brasil. Nascida em uma época conturbada,
a Constituição de 1824 buscava responder e atender às necessidades de sua
época.
Processos de independência estavam ocorrendo em grande parte do que é
chamado de Civilização Ocidental. França e Estados Unidos da América tinham
adotados modelos constitucionalistas. A nobreza portuguesa pressiona Dom
Pedro I, pedindo seu retorno à nação. A metrópole portuguesa, ainda, fomentava
desgosto dos colonos cobrando altos impostos e prejudicando
consideravelmente a economia da colônia.
Diante disso, a Independência do Brasil (chamado de Império do Brasil) ocorre.
Porém, longe de ser o que era esperado, uma demonstração de liberdade
política de um povo, mostrou-se, infelizmente, a imposição da vontade do poder
político, representado por Dom Pedro I.
A forma de governo manteve-se, monárquico hereditário, porém, constitucional
e representativo (art. 3º). A Carta da Lei de 25 de março de 1824, ou Constituição
de 1824, foi a resposta de Dom Pedro I as demandas dos colonos (não mais
colonos após a Independência, mas brasileiros). Porém, diga-se de passagem,
a resposta de D. Pedro foi uma imposição de sua parte – já que o mesmo
dissolveu a Assembleia Constituinte anterior. A Constituição de 1824 foi, então,
outorgada – tendo como única força política principal o rei2.
Quanto à sua forma de Estado, o Império do Brasil era unitarista. Com capital do
Império sendo a cidade do Rio de Janeiro. O Poder estava concentrado nas
mãos do Imperador. Algo que é bem particular da Constituição de 1824 é a
existência do Poder Moderador. Segundo José Antônio Pimenta Bueno, a
Constituição vigente permitia o controle do rei sobre os demais Poderes.

1 NOGUEIRA, Octaviano, Coleção constituições brasileiras, v.1, 3.ed. Brasília: Senado Federal,
2012, p.65.
2 BONAVIDES, Paulo, Curso de direito constitucional, 31.ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 89.
São os Poderes do Império do Brasil: “Os Poderes Politicos reconhecidos pela
Constituição do Imperio do Brazil são quatro: o Poder Legislativo, o Poder
Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial.”3
O Imperador, como Chefe Supremo da nação, e seu Primeiro representante,
deveria, então, manter a harmonia entre os Poderes. Todavia, para isso, o
próprio Dom Pedro I poderia interferir em todos os demais Poderes quando lhe
fosse devido. Diante de tantos privilégios, não seria exagero acrescentar que o
Imperador era considerado inviolável, sagrado e não podendo ser
responsabilizado por coisa alguma (arts. 98 e 99). Porém, vale ressaltar que o
Imperador poderia ser impedido de algumas medidas como: sair do país sem o
consentimento da Assembleia Geral, se o fizesse, entender-se-ia que o mesmo
abdicou (art. 104).
A Constituição de 1824 é a única na história brasileira a se considerar
confessional, adotando a Religião Católica Apostólica Romana (art. 5) como
religião oficial do Império do Brasil, o que não significava que outras religiões
não pudessem coexistir entre a população brasileira – todavia, com trás expresso
no texto constitucional, haviam algumas restrições para todas as outras religiões
permitidas. O texto constitucional diz no art. 5º: “A Religião Catholica Apostolica
Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as outras Religiões serão
permittidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso
destinadas, sem fórma alguma exterior de Templo”4. Vale ressaltar, inclusive,
que nem mesmo a Igreja Católica estava fora de certos controles – uma das
principais atribuições do Imperador como, também, Chefe do Poder Executivo,
era a de nomear Bispos (art 102, II). A relação Igreja e Estado, desde o início do
Brasil nação demonstrou-se problemática – a Igreja, inclusive, foi uma das
principais forças para o fim da monarquia no Império do Brasil.
A Carta de 25 de março de 1824 é considerada uma Constituição semirrígida
devido sua disposição do art. 178, que diz: “E’ só Constitucional o que diz
respeito aos limites, e attribuições respectivas dos Poderes Politicos, e aos
Direitos Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional,
póde ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias”5.
Em matéria Judiciária (o Poder Judiciário era chamado de Poder Judicial), os
juízes, Juízes de Direito, poderiam ser suspendidos pelo Imperador por queixas
contra “elles feitas, precedendo audiencia dos mesmos Juizes, informação
necessaria, e ouvido o Conselho de Estado. Os papeis, que lhes são
concernentes, serão remettidos á Relação do respectivo Districto, para proceder
na fórma da Lei”(art.154)6.
Em matéria eleitoral, infelizmente a Constituição de 1824 não trouxe grandes
avanços. O voto era censitário e para homens maiores de vinte cinco anos são
algumas disposições prescrições expostas para os eleitores da época. As

3 NOGUEIRA, Octaviano, Op. Cit., p. 66.


4 NOGUEIRA, Octaviano, Op. Cit., p. 65.
5 Idem, p. 85.
6 Idem, p. 82.
oligarquias eram comuns nesta época, e serão presentes, também no período
chamado de República Velha.
Todavia, outra característica importante da Constituição Imperial é o seu rol de
direitos e garantias individuais, com o título de Direitos Civis e Políticos dos
Cidadãos Brasileiros, dispostos nos incisos do art. 179. Mesmo sendo de
tendência liberal, existiam dispositivos que tratavam de direitos sociais como
saúde (XXXI), educação primária gratuita a todos os cidadãos (XXXII) no texto
constitucional de 1824. E, há, inclusive, certa proteção jurídica por parte do texto
constitucional (XXXIV) dos Direitos Civis e Políticos dos Cidadãos Brasileiros7.
A Constituição de 1824 é a constituição brasileira que vigorou por mais tempo.

A Constituição de 1891

O povo brasileiro cansara-se da monarquia, cuja modéstia espartana


não incutia nos espíritos a mística e o esplendor dos tronos europeus.
O Imperador vestia trajes civis, pretos, como qualquer sujeito
respeitável da época, sem as fardas de dourados, de almirante e
general, as condecorações, crachás que impressionam o homem da
rua. Conta-se que a Princesa Imperial trazia consigo, no decote,
fósforos para acender ela mesma as velas à boca da noite. 8

O desgosto dos ex-senhores de escravos, as péssimas relações entre Igreja-


Estado e a grande participação do exército no cenário político e a com a
expansão industrial contribuíram com a malfadada República dos Estados
Unidos do Brasil. Como deixam claro Paulo Bonavides e Paes de Andrade: a
República adveio de várias forças socioculturais e econômicas ocorridas no
Segundo Reinado9. O golpe republicano pôs, então, fim no período monárquico
brasileiro. Marechal Deodoro, foi eleito o primeiro presidente do Brasil – e o
primeiro a renunciar também.
O novo título do Estado Brasileiro claramente sua nova forma: um Estado
Federativo – buscando se espelhar nos moldes norte-americanos. Podemos ver,
também, em suas outras disposições, a grande influência liberal no texto
constitucional. As antigas Províncias tornaram-se o que chamamos hoje de
Estados e tais entes federados formam a União, de caráter perpétuo, como
consta no texto constitucional:
Art. 1º A Nação Brasileira adopta como fórma de governo, sob o
regimen representativo, a Republica Federativa proclamada a 15 de

7 A Constituição de 1824 dizia quem eram considerados Cidadãos Brasileiros no art. 6º de seu
texto.
8 BALEEIRO ALIOMAR, Coleção Constituições brasileiras, v.2, 3.ed. Brasília: Senado, p.11
9 BONAVIDES, Paulo; ANDRADE, Paes de, História constitucional do Brasil, ed. OAB, Brasília,

p 213
novembro de 1889, e constitue-se, por união perpetua e indissoluvel
das suas antigas provincias, em Estados Unidos do Brasil.
Art. 2º Cada uma das antigas provincias formará um Estado, e o antigo
município neutro constituirá o Districto Federal, continuando a ser a
capital da União, emquanto não se der execução ao disposto no artigo
seguinte.10

A Constituição de 24 de janeiro de 1891 consagrou a fórmula tripartite de


Poderes. O regime presidencialista foi afirmado, respondendo as demandas
contrárias a forma monárquica do antigo regime. E, mais uma vez em sua
relação Igreja-Estado, a Constituição dispunha da separação da união, já
moribunda desde o Império, união entre Igreja e estado (art. 72 § 6º). E a figura
do habeas corpus demonstram o grande avanço das tendências liberais na
política nacional brasileira. Também foram abolidos os institutos da pena de
morte e do Poder Moderador.
No âmbito eleitoral, garantiu certa liberdade partidária, estabeleceu eleições
diretas para o Senado, a Câmara de Deputados e a Presidência da República
com quatro anos de mandato. O universal (homens acima de vinte um anos,
vetado para analfabetos, soldados, mulheres e religiosos) e não-secreto (o que,
infelizmente, proporcionou a formação do que foi chamado voto de cabresto).
Referente as eleições para Presidência e Vice da República, existiam dois
turnos. O primeiro por via direta. O segundo, caso não houvesse maioria
absoluta, por via indireta pelo Congresso, por maioria dos votos dos presentes.
E, em caso de empate, considerar-se-á o mais velho (art. 47).
E, em matéria de sua capital, o texto constitucional diz:
Art. 3º Fica pertencendo á União, no planalto central da Republica, uma
zona de 14.400 kilometros quadrados, que será opportunamente
demarcada para nella estabelecer-se a futura Capital Federal.
Paragrapho unico. E ffectuada a mudança da capital, o actual Districto
Federal passará a constituir um Estado.11

Outra mudança importante em matéria constitucional foi a adoção de um sistema


rígido, diferente do empregado na Constituição de 1824, para alterações
constitucionais.
Há, apesar de sua influência liberal, um aumento significativo no rol de seus
direitos e garantias, chamados de Declarações de Direito, como pode ser visto
no art. 72 da Constituição. E vale um adendo, o rol de direitos e garantias incluía
também os estrangeiros – diferente do disposto na Constituição do Império.
A Constituição de 1891, porém, não resistiu diante das pressões sociais,
culturais e que surgiram com o final do século XIX e do início do século XX.
A Constituição de 1891 vigorou por 34 anos.

10 BALEEIRO ALIOMAR, Op. Cit., p. 65.


11 Idem, p. 65.
Constituição de 1934
De repente, o mundo tomara consciência de situações dramáticas que
iriam pôr em risco a felicidade imaginada por abstrações liberais. Não!
O mundo não vai por si só! Não é possível deixar fazer e assistir à
passagem da vida. O Estado precisa intervir. Impõe-se ao homem a
direção da História. A fome representa um fantasma, também, para as
sociedades capitalistas mais prósperas. O Direito não há de apenas
garantir a liberdade, porque esta gera quase sempre a escravidão em
face das desigualdades naturais.12

O século XX foi marcado por grandes mudanças mundiais –, novas ideias,


relativo abandono de certos paradigmas, novos questionamentos, novos
horizontes, novas frustrações; guerras e revoluções. Doutrinas socialistas
ganham espaço nas camadas populares, demandando dos governantes
medidas diante malefícios de uma economia sem freios. É neste cenário que
surge a Constituição de 1934.
Com forte caráter social, a Carta de 1934, teve como principal protagonista
Getúlio Vargas, líder da Revolução de 1930. Manteve sua estrutura
organizacional: Republicana, Federativa, Tripartite, Presidencialista e de regime
representativo. E, vem a instituir, ao lado do Tribunal de Contas e o Ministério
Público, os Conselhos Técnicos.
A Constituição de 16 de julho de 1934, porém, trouxe grandes avanços para a
política nacional brasileira. Manteve o voto obrigatório e secreto aos maiores de
dezoito anos e o voto feminino do Código Eleitoral de 193213. E, fixou alguns
direitos sociais (como o salário mínimo e a jornada de trabalho de oito horas,
como dispostos no art. 124, § 1º, II e III)14.
O texto constitucional também trouxe grandes avanços no que se refere a
medida de segurança, a ser utilizado quando houvesse direito “certo e
incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou
ilegal de qualquer autoridade”15.
No entanto, em matéria de forma de Estado, o governo Vargas, com todos os
avanços promovidos, demonstrou-se ser centralizador demais, mesmo a
Constituição vigente consagrando o federalismo.
A Constituição de 1934 foi a que menos tempo vigeu, três anos. O primeiro
período varguista demonstrou-se conturbado demais, proporcionando o Golpe
de 1937, instaurando o Estado Novo.

12 POLETTI, Ronaldo, Coleção Constituições brasileiras, 3.ed. Brasília: Senado Federal, 2012,
p. 11.
13 Constituições brasileiras, Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações,

2005, p. 7.
14 BONAVIDES, Paulo; ANDRADE, Paes de. Op. Cit. p. 329-330.
15 Idem, p. 328.
Constituição de 1937
Como não lembrar, em relação a esses dois vultos, Maquiavel?
Quanto ao mineiro que, cortejando “o novo Príncipe”, elabora, para o
Chefe, a receita do poder sem disfarces; que lhe justifica o mando; e
que mergulha, como o florentino, na tragédia do servidor recusado.
Quanto ao gaúcho, a aproximação foi muitas vezes feita. Um livro de
Affonso Henriques leva, mesmo, esse título: Vargas, o Maquiavélico.16
Skidmore comenta: “Essa denominação era exata. Vargas também a
teria achado lisonjeira”.16

O eco do golpe nunca deixou o nosso país, mais uma vez aquele é ouvido. “No
início de novembro de 1937. Tropas da polícia militar do Distrito Federal
cercaram o Congresso e impediram a entrada dos parlamentares”17. O canhão
venceu a palavra mais uma vez, mas esta não será a última vitória. Começava
assim uma nova fase na política brasileira, o Estado Novo.
A Constituição de novembro de 1937, ou “A Poloca”, demonstrou ter grande
influência da Constituição Polonesa, de 23 de março de 1935. Autoritária e
centralizadora, estas eram algumas marcas da nova constituição brasileira no
final dos anos 30. Fortaleceu o Poder Executivo – com o mandado presidencial
de 6 anos. Permitindo a Vargas uma intervenção maior na elaboração das leis,
com a possibilidade da expedição de decretos-leis.
A Constituição de 1937 manteve em seu texto a República e a estrutura
Federativa como forma de Estado – claro, com várias restrições para o sistema
federalista. Porém, em seu sistema presidencialista, aboliu a figura do Vice-
presidente. Anulou a independência dos Poderes. Em matéria político-partidária,
ela retrocedeu muito com relação aos direitos e liberdades. E, houve um repúdio
por parte da Carta de 1937 da Justiça Eleitoral.
Além disso, a Constituição de 1937 mostrou-se fortemente estatizante e
nacionalista, dando ao Estado a função de coordenar a economia brasileira,
como demonstra o texto constitucional da seguinte forma:
Art. 143. As minas e demais riquezas do sub-solo, bem como as
quedas d’agua, constituem propriedade distincta da propriedade do
solo para o effeito de exploração ou aproveitamento industrial. O
aproveitamento industrial das minas e das jazidas mineraes, das aguas
e da energia hydraulica, ainda que de propriedade privada, depende
de autorisação federal.18

Vale ressaltar que: o Banco do Brasil passou a ter o monopólio de câmbio nesta
época.

16 PORTO, Walter Costa, Coleção Constituições brasileiras, v. 4. 3.ed. Brasília: Senado


Federal, 2012, p. 18
17 Constituições brasileiras, Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações,

2005, p. 8.
18 PORTO, Walter Costa, Op. Cit, p.86-87
A Constituição do “Estado Novo” demonstrou-se bastante repressiva instituindo
a pena de morte e a censura prévia nos meios de comunicação.
Apesar disso, a Carta Constitucional pretendeu assegurar as liberdades
individuais – com certas restrições, punições severas para os opositores do
governo. E, aumentou a proteção dos direitos dos trabalhadores.
Mas, como a Constituição anterior, a Carta de 1937 teve pouca duração, vigeu
por 8 anos. O colapso do nacional-socialismo e o espírito da “Guerra Fria”
influenciaram a reorganização mundial – o que atingiu, claro, o Brasil, que esteve
ao lado dos Aliados na Segunda Guerra.

Constituição de 1946
Os constituintes de 1946 partiam do princípio filosófico kantiano de que
o Estado não é fim em si mesmo, mas meio para o fim. Este fim seria
o homem. O Estado deveria fazer convergir seus esforços
precipuamente para elevar material, física, moral e intelectualmente o
homem.19

Período Pós-Segunda Guerra, o movimento de redemocratização do Brasil se


inicia. Após a queda de Vargas alguns partidos políticos surgem para tomarem
seus lugares no cenário político nacional. A União Democrática Nacional (UND),
com fortes tendências antivarguista. O Partido Social Democrático (PSD),
representado por ruralistas e antigos representantes do Estado Novo. E o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), que apoiava a causa trabalhadora. Destes, a
população elegeu o General Eurico Gaspar Dutra, do PSD. Este período
democrático brasileiro perdurou por 19 anos.
A Constituinte de 1946 foi composta por várias tendências políticas (direta,
centro-democrático, progressistas, comunistas e socialistas) o que demonstrou
um grande avanço no âmbito político-partidário nacional.
Com relação a distribuição de Poderes entre a União, Estados e Municípios,
buscou retornar ao que estava disposto no texto da Constituição de 1934. Houve
a tentativa de restauração do federalismo nos moldes da Primeira Constituição
da República, a Carta de 1891.
Porém, podemos ver que o texto Constitucional de 1946 – talvez, devido sua
última experiência de grandes poderes nas mãos do Poder Executivo –
enfraquecia demasiadamente o Executivo diante do Poder Legislativo. Todavia,
diferente do regime anterior, havia uma maior autonomia e independência entre
os Três Poderes.
O presidente possuía um mandato de cinco anos.

19BALEEIRO, Aliomar, Coleção Constituições brasileiras, v.5, 3.ed. Brasília: Senado Federal,
2012, p. 13.
Na área dos direitos sociais, os direitos trabalhistas foram reafirmados e
protegidos – a influência socialista e comunista fez diferença na Constituinte de
1946. Por exemplo, o direito a greve é reafirmado (art. 158), associação sindical
(art. 159) e a assistência aos desempregados (art. 157, XV).
Um grande avanço, no campo dos direitos individuais foi dado na Carta de 1946.
Segundo o dispositivo 141 § 4º, que disciplina: “A lei não poderá excluir da
apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão de direito individual”20. Ou seja, a
inafastabilidade do controle jurisdicional.
Podemos ver, também, a preocupação do constituinte com relação a censura,
que foi muito presente no antigo regime varguista. A Constituição de 1961 diz
em seu artigo 141:
§ 5º E’ livre a manifestação do pensamento, sem que dependa de
censura, salvo quanto a espetáculos e diversões públicas,
respondendo cada um, nos casos e na forma que a lei preceituar, pelos
abusos que cometer. Não é permitido o anonimato. E’ assegurado o
direito de resposta. A publicação de livros e periódicos não dependerá
de licença do poder público. Não será, porém, tolerada propaganda de
guerra, de processos violentos para subverter a ordem política e social,
ou de preconceitos de raça ou de classe.21

A pena de morte também teve certas restrições país. A que pese:


§ 31. Não haverá pena de morte, de banimento, de confisco nem de
caráter perpétuo. São ressalvadas, quanto à pena de morte, as
disposições da legislação militar em tempo de guerra com país
estrangeiro. 22

Em 1961 adotou o parlamentarismo, que foi, posteriormente, anulado pelo


plebiscito de 1963, restaurando o regime presidencialista.
Ocorriam vários movimentos no mundo, alguns na América Latina (Revolução
Cubana), que provocaram a desestabilização de vários governos democráticos
– dando força a doutrina da segurança nacional, com apoio dos Estados Unidos.

20 BALEEIRO, Aliomar, Op. Cit, p. 81


21 Idem, p. 81-82.
22 Idem, p. 83.

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