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GABRIELLA CABRAL
Tijucas
2008
GABRIELLA CABRAL
Tijucas
2008
GABRIELLA CABRAL
Esta Monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em Direito e
aprovada pelo Curso de Direito do Centro de Ciências Sociais e Jurídicas, Campi de Tijucas.
Orientador
Ao meu noivo Cristian Manoel Pinheiro, pela compreensão, apoio, amor, carinho e por toda
sua ajuda durante esses seis anos de companheirismo.
A minha amiga Fabiana Hartmann, pela parceria, companheirismo em todos os momentos que
precisei, na qual sempre estava do meu lado com seus sábios conselhos, enfim, agradeço pela
verdadeira amizade.
A amiga Karla Francieli Dalsasso pela amizade e apoio por todos os momentos que passamos,
principalmente na reta final dessa trajetória.
Aos meus amigos Tony Serpa e Leonardo Borba, pelos seus ensinamentos, por todas as
conversas e os momentos divertidos que passamos durante esses cinco anos.
Aos que colaboraram com suas críticas e sugestões para a realização deste trabalho.
Aos colegas de classe, pelos momentos que passamos juntos e pelas experiências trocadas.
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte
ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca
do mesmo.
Gabriella Cabral
Graduanda
RESUMO
A presente monografia tem como objeto analisar as principais ações de revisão de benefícios
previdenciário no Regime Geral de Previdência Social, com o intuito de buscar argumentos
para efetivar a revisão de benefícios aos segurados e a seus dependentes. No desenvolvimento
da pesquisa, primeiramente será demonstrado a evolução histórica da Seguridade Social no
Brasil e no mundo, conceituando e discorrendo sobre sua natureza jurídica e seus princípios
específicos no que se refere a Seguridade Social, passa-se também sobre o sistema de
financiamento da Seguridade Social, fazendo menção sobre sua divisão. Na seqüência, passa-
se pelos aspectos históricos da Previdência Social, demonstrando quais são os beneficiários do
Regime Geral de Previdência Social e conceituando cada benefício de renda mensal.
Seguidamente, trata sobre as hipóteses de revisão e reajustamento de benefícios
previdenciários no Regime Geral da Previdência Social após a Constituição Federal de 1988,
discorrendo sobre a previsão legal e justificativa da revisão dos benefícios, a irredutibilidade
do valor dos benefícios. A pesquisa se encerra com as Considerações Finais, nas quais são
apresentadas as questões conclusivas, procurando estimular mais estudo acerca do tema
principal.
Palavras-chave:
This Monograph’s goals is to analyze the main shares of review of welfare benefits in the
Social Security Administration in order to seek for arguments carry out a review of benefits to
holders and their dependents. The research development will be first demonstrated the
historical development of social security in Brazil and in the world talking about their
conceptual and legal and its specific principles with regard to Security Social, is also on the
system's financing Social Security, making mention of their division. In sequence is the
historical aspects of Welfare Social, showing which are the beneficiaries of the General Social
Welfare and conceptual each benefits from income monthly. Next comes the chance to review
and readjustment of benefits in the General Administration of Welfare after the Constitution
of 1988 talking about providing legal justification and the review of benefits the irreducibility
value of the benefits. The research finishes with the final considerations, which are the issues
presented conclusive, seeking to further stimulate study on the main theme.
Word-key:
% Por cento
§ Parágrafo
ac. Acórdão
Ag. Agravo
ampl. Ampliada
EC Emenda Constitucional
n. Número
Súm. Súmula
Aposentadoria
Benefício de pagamento continuado da Previdência Social que substitui o rendimento do
trabalho do segurado, em caráter permanente ou duradouro, podendo ser concedido em razão
da idade avançada, do tempo de contribuição, da invalidez e em decorrência do exercício de
atividades consideradas especiais1.
Beneficiários
Beneficiários é toda pessoa protegida pelo sistema previdenciário, seja na qualidade de
segurado ou dependente. Os beneficiários são os sujeitos ativos das prestações
previdenciárias2.
Benefícios Previdenciários
Os benefícios previdenciários são direito conferidos à um indivíduo, como forma de auxílio
monetário por força da legislação social. Os benefícios previdenciários concedidos no RGPS
são: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente, aposentadoria por idade,
aposentadoria por tempo de contribuição, auxílio-reclusão, salário-família, salário-
maternidade, aposentadoria especial e pensão por morte3.
Previdência Social
A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário,
idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem
dependiam economicamente4.
1
LAZZARI, João Batista. Aposentadoria especial como instrumento de proteção social e de concretização
do princípio da dignidade da pessoa humana. 2004. p. vi.
2
HORVATH JR., Miguel; TANACA, Priscila. Resumo jurídico de direito previdenciário. 2. ed., São Paulo,
Quartier Latin do Brasil, 2005, p.25.
3
SOUZA, Leny Xavier de Brito e. Previdência social normas e cálculos de benefícios. 7 ed. São Paulo: LTr,
2003, p.31-61.
4
Conforme artigo 1º da Lei n. 8.213/91.
Principal regime previdenciário na ordem interna, o RGPS abrange obrigatoriamente todos os
trabalhadores da iniciativa privada, ou seja: os trabalhadores que possuem relação de emprego
regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (empregados urbanos, mesmos os que estejam
prestando serviços a entidades paraestatais, os aprendizes e os temporários), pela Lei nº.
5.889/73(empregados rurais) e pela Lei nº. 5.859/72 (empregados domésticos); os
trabalhadores autônomos, eventuais ou não; os empresários titulares de firmas individuais ou
sócios de regimes de economia familiar; e outras categorias de trabalhadores como
garimpeiros, empregados de organismo internacionais, sacerdotes, etc5.
Revisão
Revisão é o ato ou efeito de rever. É o novo exame ou análise de uma lei ou decreto com o
fim de reformar, retificar ou anular6.
Segurados
É segurado da Previdência Social, nos termos do art. 9° e seus parágrafos do Decreto n.
3.048/99, de forma compulsória, a pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou
eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título precário ou
não, bem como aquele que a lei define como tal, observadas, quando for o caso, as exceções
previstas no texto legal, ou exerceu alguma atividade das mencionadas acima, no período
imediatamente anterior ao chamado “períodos de graça”7.
Seguridade Social
Conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social8.
5
Cf. STEPHANES, Reinhold apud CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de
direito previdenciário. 4. ed. São Paulo: LTr, 2005 p.102.
6
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. 3 ed. Revisto e Ampliado, Rio
de Janeiro: Fronteira, 1999, p. 288.
7
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 7.ed. São
Paulo: LTr, 2006, p. 172.
8
BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2007. Cf. art. 194, caput, da
CRFB/88.
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. 7
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 17
O presente trabalho tem por objeto9 o estudo das principais ações de revisão de
benefícios previdenciários no Regime Geral de Previdência Social.
9
Nesta Introdução cumpre-se o previsto em PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica: idéias e
ferramentas úteis para o pesquisador do Direito, p. 170-181.
18
na base lógica dedutiva10, já que se parte de uma formulação geral do problema, buscando-se
posições científicas que os sustentem ou neguem, para que, ao final, seja apontada a
prevalência, ou não, das hipóteses elencadas.
Com este itinerário, espera-se alcançar o intuito que ensejou a preferência por este
estudo: aspectos destacados sobre as principais ações de revisão de benefício previdenciário
no RPGS.
10
Sobre os “Métodos” e “Técnicas” nas diversas fases da pesquisa científica, vide PASOLD, Cesar Luiz.
Prática da Pesquisa Jurídica: idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do Direito, p. 99-125.
11
Quanto às “Técnicas” mencionadas, vide PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa Jurídica: idéias e
ferramentas úteis para o pesquisador do Direito, p. 61-71, 31- 41, 45- 58, e 99-125, nesta ordem.
2 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL
SANTOS12 dispõe em sua obra, que desde tempos remotos, surgiu movimentos que
inicia o direito da seguridade social. Na Antiguidade, as primeiras notícias da proteção foram
baseadas no “[...] socorro mútuo de pessoas que se associavam para a formação de um fundo
comum para atender a eventuais contingências que o futuro poderia lhes reservar”13
Conforme OLIVEIRA14, em sua obra, afirma que a primeira data que se tem a
preocupação do homem com relação ao infortúnio é de 1344, é nesse ano que o “[...] primeiro
contato de seguro marítimo, surgindo mais tarde a cobertura contra os riscos de um
incêndio”15.
12
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social. 1. ed. São Paulo: LTr, 2004, p.
31.
13
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007, p. 4.
14
OLIVEIRA, Aristeu de. Seguridade e previdência social: benefícios, instrução normativa n. 78. São Paulo:
Atlas, 2003, p. 17.
15
OLIVEIRA, Aristeu de. Seguridade e previdência social: benefícios, instrução normativa, p.17.
16
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social. São Paulo: Pillares, 2008, p. 16.
21
aos Pobres (Poor Relief Act17) com caráter mais paliativo, para os desempregados doentes e
com idade avançada, surgindo, neste caso, a assistência pública ou social.
A Lei de Amparo aos Pobres, foi editada na Inglaterra pela Rainha Elizabeth, em 19
de dezembro de 1601.
17
MARTINS, Sergio Pinto. Direito da seguridade social. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007, p. 3.
18
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p.3.
19
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p.3.
20
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 4.
21
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, 2003, p. 4.
22
O Estado liberal, não achou nenhum modo para concretizar práticas anteriores, na qual
substituiu as obras de previdência e assistência colocadas em exercício pelas extintas
corporações de ofício e grêmios, e organizada pelo Cristianismo por vários séculos.
22
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 4.
23
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 4.
24
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 4.
25
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 4.
26
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 5.
23
destinado aos operários da indústria e do comércio, criando um sistema novo, que mais tarde
seria adotado por outros países”27.
Os empregados tinham direito à proteção social, mas desde que contribuíssem para
tanto. Referia-se de seguro, sem a contribuição, não direito a benefícios.
No ano de 1911 foi estabelecido o seguro social para os empregados e, também, toda
legislação de Previdência Social foi instituído no Regulamento de Seguro do Reich30.
Com o término das corporações e auxílio aos trabalhadores mais humildes, estes
sofreram as conseqüências do liberalismo, pelos seus patrões cruéis e ambiciosos.
Diante dessa desordem social, a Igreja pensou numa forma para melhorar as condições
dos trabalhadores, na qual MARTINS, em sua obra aduz que:
Desse modo, foi estabelecido o chamado seguro social voluntário, subsidiando por
fundos especiais do Estado. Essas subvenções eram destinadas às entidades particulares da
Previdência Social, “[...] entre elas as Caixas dos Sindicatos, proporcionando-lhes o aumento
do valor dos benefícios, a inclusão de novos riscos no plano de benefícios, principalmente a
doença”32. Entretanto, essa política não atingiu o sucesso como esperado, pois os mais “[...]
27
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 5.
28
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 4.
29
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. p. 3.
30
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 5.
31
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. p. 3.
32
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 5.
24
Em 1917, “[...] a primeira Constituição que incluiu o seguro social no seu texto foi a
do México”34. E na Constituição de Weimar, no ano de 1919, “[...] também inseriu em seu
bojo disposições previdenciárias”35.
33
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 7.
34
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 5.
35
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social. 1. ed. São Paulo: LTr, 2004, p.
32.
36
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social, p. 4.
37
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 31.
25
38
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 8.
39
FERREIA, Lauro Cesat Mazetto. Seguridade social e direitos humanos. 1. ed. São Paulo: LTr, 2007, p. 124.
40
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social, p. 4.
41
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 11.
42
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 6.
43
FERREIRA, Lauro César Mazetto. Seguridade social e direitos humanos, p.124.
26
Conforme ressalta FERREIRA, em 1925, a Lei Eloy Chaves “[...] foi reformada e
ampliada pelo Decreto Legislativo n. 5.109, de 20.12.1925, que estendeu seu regime para os
portuários e marítimos”45.
44
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 33.
45
FERREIRA, Lauro César Mazetto. Seguridade social e direitos humanos, p.125.
46
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 7.
47
OLIVEIRA, Aristeu de. Seguridade e previdência social: benefícios, instrução normativa n. 78, p. 17.
48
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social. São Paulo: Pillares, 2008, p. 17.
27
Legislativas para legislar sobre as casas de socorros públicos. A referida matéria foi regulada
pela Lei n. 16, de 12/08/1834”49.
A Lei Fundamental de 1934, em seu art. 170, §3º, instituiu a aposentadoria para os
funcionários públicos que completassem 68 anos de idade. No mesmo diploma legal,
assegurava:
49
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
50
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 11.
51
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 35.
52
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 9.
53
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 12.
28
A expressão “seguro social” foi abolida pela Constituição de 1946, destacando pela
primeira à expressão “previdência social”, na qual foi disposto no seu art. 157. No inciso XVI
do referido artigo referia-se que a “previdência social custeada através da contribuição da
União, do empregador e do empregado deveria garantir a maternidade, bem como os riscos
socais, tais como: a doença, a velhice, a invalidez e a morte”56. Já no inciso XVII, mencionava
sobre o pagamento obrigatório do seguro de acidente de trabalho por conta do empregador.
54
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 36.
55
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 18.
56
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
57
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 18.
58
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 36.
29
No início dos anos 50, quase toda população urbana assalariada estava beneficiada por
um sistema de previdência, salvo os trabalhadores autônomos e domésticos. “A uniformização
da legislação sobre a previdência social ocorreu com o advento pelo Decreto n. 35.448, de
01/05/1954”59.
No ano de 1960, foi elaborada a Lei Orgânica da Previdência Social, LOPS – Lei n.
3.807/1960, “[...] que padronizou os critérios de concessão dos benefícios pelos diversos
institutos”60, e ampliou os benefícios surgindo novos auxílios, tais como: “auxílio-natalidade,
funeral e reclusão, e ainda estendeu a área de assistência a outras categorias profissionais”61.
Essa lei tinha como objetivo garantir aos beneficiários (os segurados e seus
dependentes) prestações pecuniárias ou benefícios, no caso de interrupção
do salário por motivo de idade avançada, incapacidade para o trabalho,
tempo de serviço, prisão ou morte, e prestar-lhes determinados tipos de
assistência ou serviços62.
No mesmo ano, foi elaborada a Lei n. 3.841, tratava sobre a contagem recíproca, “[...]
para efeito de aposentadoria, do tempo de serviço prestado por funcionários à União, às
autarquias e às sociedades de economia mista”63.
59
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
60
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 7.
61
OLIVEIRA, Aristeu de. Seguridade e previdência social: benefícios, instrução normativa n. 78, p. 17.
62
FERREIRA, Lauro César Mazetto. Seguridade social e direitos humanos, p.126.
63
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 37.
30
foram implantados alguns serviços de assistência, que diferenciavam dos previstos para o
trabalhador urbano.
64
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
65
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 7.
66
OLIVEIRA, Aristeu de. Seguridade e previdência social: benefícios, instrução normativa n. 78, p. 17.
67
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 9.
68
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 7.
69
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social, p. 12.
70
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 39.
31
social. “Não havia contribuição por parte do trabalhador, este tinha direito à aposentadoria por
velhice, invalidez, pensão e auxílio-funeral”71.
71
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
72
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. p. 6.
73
OLIVEIRA, Aristeu de. Seguridade e previdência social: benefícios, instrução normativa n. 78, p. 18.
74
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. p. 6.
75
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 40.
32
De acordo com SANTOS, em sua obra, arremata que, a atual Carta dedicou todo um
capítulo sobre a seguridade social, em seus artigos 193 a 204, e são subdivididos em
previdência social, assistência social e saúde. “A previdência social, a assistência social e a
saúde passaram a fazer parte do gênero seguridade social”77.
Além disso, com as normas estabelecidas pela Constituição de 1988, “[...] tem como
um dos fundamentos a preservação da dignidade da pessoa humana, com o amplo
reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais”78, incluindo a seguridade social.
A Seguridade Social tem como finalidade de proteger “[...] o homem como indivíduo,
mais precisamente como segurado do sistema, independentemente de ser trabalhador ou não,
contribuinte do custeio ou não”79.
76
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 8.
77
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 33.
78
FERREIRA, Lauro César Mazetto. Seguridade social e direitos humanos, p.127.
79
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 19.
80
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 13.
33
81
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
82
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 13.
83
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 41.
84
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 41.
85
Art. 59. Os projetos de lei relativos à organização da seguridade social e aos planos de custeio e de benefício
serão apresentados no prazo máximo de seis meses da promulgação da Constituição ao Congresso Nacional, que
terá seis meses para apreciá-los. Parágrafo único. Aprovados pelo Congresso Nacional, os planos serão
implantados progressivamente nos dezoito meses seguintes.
86
OLIVEIRA, Aristeu de. Seguridade e previdência social: benefícios, instrução normativa n. 78, p. 18.
87
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 34.
34
2.3 CONCEITO
88
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 42.
89
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
90
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
91
Redação do artigo, 194, caput, da Constituição Federal de 1988.
35
A Seguridade Social, de acordo com o conceito exposto pela atual ordem jurídica,
“[...] compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade nas áreas da saúde, previdência e assistência social, conforme previsto no Capítulo
II do Título VII da Constituição Federal”96.
92
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 20.
93
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. p. 8.
94
OLIVEIRA, Aristeu de. Seguridade e previdência social: benefícios, instrução normativa n. 78, p. 27.
95
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 36.
96
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 7. ed. São Paulo:
LTr, 2006, p. 141.
36
E, ainda, MARTINS, arremata em sua obra, que a Seguridade Social é constituída por
princípios próprios, “que são colocações genéricas das quais derivam as demais normas”99,
mas não é estipulada apenas por um feixe de princípios e normas, “[...] mas também de
instituições, de entidades, que criam e aplicam o referido ramo do Direito”.100
Para delimitar a natureza jurídica da seguridade social faz necessária a análise entre
direito público e direito privado, pois conforme a inserção nessas duas categorias “[...] traz
diferenças nos próprios princípios e regras de interpretação”102.
97
Contingências sociais são situações previstas na legislação que, quando verificadas, deflagram o mecanismo
de proteção descrito na norma. São consideradas contingências sociais, para fins de seguridade social, por
exemplo, invalidez, doença, desemprego, maternidade e deficiência. Conceito elaborado por MIRANDA, Jadiel
Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência social e saúde,
p. 9.
98
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 9.
99
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 44.
100
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 45.
101
SANTOS, Marisa Ferreira dos Santos. O princípio da seletividade das prestações de seguridade social. 1.
ed. São Paulo: LTr, 2003, p. 163.
102
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 43.
37
Conforme RUGGIERO citado por SANTOS, “[...] público será o direito que tenha
como desiderato regular as relações do Estado com outro Estado ou as deste como seus
subordinados. Privado, por sua vez, será o direito que regule as relações entre pessoas”104,
predominando de forma imediata o interesse de forma particular.
Segundo MIRANDA, em sua obra, reafirma que “[...] adere-se à doutrina tradicional
que concebe o direito social como um dos braços da ciência jurídica do direito público,
porquanto predominam em suas regras interesses públicos”108.
103
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social. p. 43.
104
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 46.
105
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
106
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 52.
107
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social, p. 11.
108
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 10.
38
TSUTIYA dispõe em sua obra, que “[...] o Direito da Seguridade Social é ramo de
direito público, haja vista que o Estado, por intermédio de seus órgãos, encontra-se num dos
pólos da relação jurídica”110.
Para uma melhor análise dos princípios que norteiam o direito da seguridade social é
necessária a conceituação de princípio, na linguagem corrente, FERREIRA defini como “[...]
momento ou local ou trecho em que algo tem origem”114.
109
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 46.
110
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 13.
111
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 52.
112
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 52.
113
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 10.
114
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da língua portuguesa, 2. ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1998.
39
A grande parte dos princípios da Seguridade Social estão previstos no art. 194,
parágrafo único da Constituição Federal de 1988, in verbis:
Cumpre analisar que os referidos incisos acima citados têm natureza jurídica de “[...]
princípios constitucionais, de caráter setorial”118.
115
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 23.
116
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. p. 14.
117
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
118
SANTOS, Marisa Ferreira dos. O princípio da seletividade das prestações de seguridade social. p. 174.
40
Segundo SANTOS, em sua obra, explica que são princípios “[...] porque caracterizam
pela generalidade de suas disposições, e também porque seu conteúdo se refere a valores que
o sistema jurídico deve preservar e são setoriais, porque são aplicáveis apenas à Seguridade
Social”119.
Conforme o referido artigo acima citado, “[...] a construção de uma sociedade solidária
é objetivo fundamental do Estado brasileiro, regra que também informa o princípio da
solidariedade na seguridade social”122.
119
SANTOS, Marisa Ferreira dos. O princípio da seletividade das prestações de seguridade social. p. 174.
120
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 27.
121
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 29-30.
122
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 28.
123
MARTINS, Sergio Pinto. Direito da seguridade social, p. 14.
41
gerações de trabalhadores, setores econômicos e regiões, tendo por fim a realização de justiça
social, bem-estar e redução de desigualdades sociais”124.
No artigo 40, da Lei das Leis, dispõe que o regime de previdência do servidor público
é contributivo e solidário. “Em nenhum outro dispositivo constitucional há menção expressa
ao fato de que existe solidariedade no Regime Geral de Previdência Social”126.
Cumpre ressaltar, o que já foi dito anteriormente, que a solidariedade atribui uma
posição importante para seguridade social, visto que a solidariedade é o princípio cardeal, do
direito da seguridade, e de tal relevância, sem a presença do mesmo não há que se falar em
seguridade social.
O primeiro dos princípios que está instituído pela Carta Magna de 1988, está expresso
no inciso I, do parágrafo único do artigo 194, como a: universalidade da cobertura e do
atendimento.
124
MIRANDA, Jadiel Galvão Miranda. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística,
assistência social e saúde, p. 28.
125
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 71.
126
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 77.
127
BALERA, Wagner. Noções preliminares de direito previdenciário. São Paulo: Quartier Latin, 2004, p. 82.
42
128
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 78.
129
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
130
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social, p. 60.
131
BALERA, Wagner. Noções preliminares de direito previdenciário, p. 83.
43
132
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 37.
133
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social, p. 61.
134
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 37-38.
135
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 31.
44
O princípio da uniformidade, não terá “[...] idêntico valor para os benefícios, já que a
equivalência não significa igualdade”136.
136
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 110.
137
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 79.
138
FERREIRA, Lauro César Mazetto. Seguridade social e direitos humanos, p.168.
139
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 79.
140
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 38.
45
Pode-se concluir que o poder aquisitivo dos benefícios não pode ser onerado, mas
deve ser feita de acordo com a lei, “sendo indevida a adoção de fórmulas não admitidas pela
legislação específica para a conservação do valor das prestações pecuniárias, tais como
equivalência ao número de salários mínimos (salvo nos casos do art. 58 do ADCT)”143.
141
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 38.
142
MIRANDA, Jadiel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 30.
143
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 30
144
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 80.
145
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 33.
46
Observa-se, que a garantia constitucional para a fixação do piso, qual seja, um salário
mínimo, para fins de pagamento diz respeito apenas aos benefícios pagos em substituição ao
salário-de-contribuição e não a todo e qualquer benefício. Desta forma, o benefício que tem o
intuito indenizatório, poderá ter valor inferior ao mínimo legal.
De acordo com RÁO citado por BALERA, “[...] a eqüidade é uma atributo do direito
que se constitui em particular aplicação do princípio da igualdade às funções do
legislador”148. E, o custeio, “[...] deve conformar o esquema de contribuições ao critério
supremo da isonomia entre os diferentes contribuintes”149.
Segundo BALERA, “a justa proporção entre as quotas com que cada um dos atores
social irá contribuir para a satisfação da seguridade social”150.
146
ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez.
2006. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9311>. Acesso em: 22 maio de 2008.
147
MIRANDA, Jadiel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 31.
148
BALERA, Wagner. Noções preliminares de direito previdenciário, p. 89.
149
BALERA, Wagner. Noções preliminares de direito previdenciário, p. 89.
150
BALERA, Wagner. Noções preliminares de direito previdenciário, p. 89.
47
econômica, não significando necessariamente atribuir maior carga a quem possui maior
capacidade econômica”151.
O princípio em tela “[...] não é dirigido ao juiz, na aplicação da norma, nem ao Poder
Executivo. Parece que a eqüidade na forma de participação no custeio é dirigido ao legislador
ordinário, que deverá observá-la quando tratar de custeio”153.
Além do caput do art. 195, da CRFB/88, nos incisos I a IV do artigo citado, “[...]
prevê diversas formas do financiamento da seguridade social, por meio de empresa, dos
trabalhadores, dos entes públicos, dos concursos de prognósticos e do importador de bens ou
serviços do exterior”155.
151
FERREIRA, Lauro César Mazetto. Seguridade social e direitos humanos, p.170.
152
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 81.
153
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 81.
154
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 77.
155
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente do
trabalho – assistência social – saúde, p. 82.
48
Podem ainda, ser instituídas outras fontes de custeio, desde que por meio de lei
complementar. “A nova contribuição não poderá ter fato gerador ou base de cálculo de
imposto previsto na Constituição, nem ser cumulativa (art. 195, §4º c/c art. 154, I, do Estatuto
Supremo)”157. Há também, diversidade na base de financiamento na contribuição do produtor
rural sobre o resultado da comercialização da produção, conforme o art. 195, §5º, da
CRFB/88.
Dessa maneira, visando um maior respaldo financeiro para a seguridade social, bem
como uma maior segurança econômica, as bases de custeio da mesma serão diversas.
156
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 82.
157
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social, p. 16.
158
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 112.
159
FERREIRA, Lauro César Mazetto. Seguridade social e direitos humanos, p. 172.
160
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 41.
49
Para tanto, “[...] exige a Constituição que referida gestão se dê de forma quadripartite,
mediante a participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e do próprio Governo,
por meio de órgãos colegiados, estabelecidos em lei para esse fim”162.
161
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 41.
162
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 34.
163
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
164
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 112.
50
165
FERREIRA, Lauro César Mazetto. Seguridade social e direitos humanos, p. 173.
166
MIRANDA, Jadiel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 33.
167
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 225.
51
Conforme o art. 165, §5º da CRFB/88, o orçamento da Seguridade Social tem receita
própria, que não se confunde com a receita tributária federal, na qual é destinada somente para
as prestações da Seguridade Social nas áreas da Saúde Pública, Previdência Social e
Assistência Social, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Além das fontes de custeio previstas na Constituição Federal de 1988, este autoriza a
elaboração de outras fontes, através de lei complementar, conforme art. 154, I, da
CRFB/88169, “[...] seja para manter os já existentes, sendo certo que é ao legislador criar ou
estender benefício ou serviço, ou aumentar seu valor, sem que, ao menos simultaneamente,
institua fonte de custeio capaz de atender às despesas daí decorrentes”170.
168
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 225.
169
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
170
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 226.
171
MIRANDA, Jadiel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 35.
52
Contudo, a Emenda Constitucional n. 20, em seu art. 12, previu que, até que produzam
efeitos as leis que irão dispor sobre as contribuições de que trata o art. 195, “[...] são exigíveis
as estabelecidas em lei, destinadas ao custeio da Seguridade Social e dos diversos regimes
previdenciários”173.
172
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social, p. 70.
173
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 227.
174
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 227.
175
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 226.
176
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 228.
53
Conforme prevê no art. 195 da CRFB/88 que a “a seguridade social será financiada
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”177.
No art. 165, §5º, III, da Carta Magna dispõe, ainda, a regra segundo a qual a lei
orçamentária anual compreenderá “o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos
e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público”179.
177
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
178
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 142.
179
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
180
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 56.
181
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 230.
54
Conforme SANTOS, “poderá a União constituir fundo integrado por bens, direitos e
ativos, para o pagamento dos benefícios concedidos pelo RGPS (art. 165 da CR)”182. Segundo
o art. 18 da Lei n. 8.212/91, também podem ser utilizados os recursos da Seguridade Social
para custear despesas com o pessoal e administração feral do INSS, exceto os provenientes da
arrecadação da contribuição sobre concursos de prognósticos, cuja finalidade é somente para
custeio de benefícios e serviços prestados pela Seguridade Social.
182
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 114.
183
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 230-231.
184
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 231.
185
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 36.
55
2.6.2.1 Conceituação
186
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 231.
187
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 19. ed. ver. e atual. São Paulo:
Malheiros, 2002, p. 351.
188
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 36.
189
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 231.
56
contribuam para as despesas dos regimes de seguridade social, com base em determinados
critérios legais”190.
Constituem contribuições sociais, as quais são exigidas com base nas leis que as
instituíram, e que estão agrupadas no Regulamento da Previdência Social (parágrafo único do
art. 195 do Decreto n. 3.048/99):
190
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 232.
191
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 28. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2007, p. 313
192
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 232.
57
193
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 90.
194
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 36.
195
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 90.
196
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 36.
58
Acrescenta-se que outros tipos de segurados, que também têm direito aos benefícios,
não desempenham atividades que sejam remuneradas por salários, tal qual ocorre com os
profissionais liberais.
Para GIUSTI a teoria do salário social “prega que a contribuição previdenciária seria
uma espécie de salário socializado que seria pago ao empregado, quando da inatividade, por
toda a sociedade”200.
197
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 91.
198
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 40.
199
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 36.
200
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 40.
201
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 92.
59
Na teoria do salário atual, entende-se nesse caso, que a contribuição social é uma das
“[...] contraprestações devidas pelo empregador ao empregado, porém recolhida à seguridade
social, visando garantir a subsistência futura do segurado, quando verificada a contingência
social apontada em lei”203.
202
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 93.
203
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 36.
204
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 93.
205
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 40.
60
Critica-se tal teoria, “[...] pois não há atualidade em tal salário, nem este é pago
diretamente pelo empregador (art. 457 da CLT). Não pode o referido salário ser exigido de
imediato, apenas se atendidas determinadas condições especificadas em lei, e não outras206.
Os que criticam tal teoria fundamentam-se no Código Tributário Nacional que, em seu
art. 5º, “[...]determina como espécies tributárias apenas os impostos, as taxas e as
206
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 93.
207
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 37.
208
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 233.
209
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 94.
61
De acordo com CASTRO e LAZZARI, para tal teoria, há que se diferenciar os tributos
fiscais e parafiscais, senão confira-se:
210
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 41.
211
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 37.
212
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 233-234.
213
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 95.
62
Essa teoria seria criticada sob o argumento de que o “[...] fato de o sujeito ativo não
ser a própria entidade estatal, mas outra pessoa especificada pela lei, que arrecada a
contribuição, em nada iria alterar o regime tributário, sendo que a contribuição continuaria a
ter natureza de tributo”215.
A teoria da exação sui generis “[...] defende que a contribuição social para a
seguridade social não é tributo, tratando-se de exigência legal distinta, que tem características
próprias”216.
Portanto, entende-se que tal teoria é uma exigência distinta, com previsão em lei, que
não pode ser enquadrada como tributo.
214
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 41.
215
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 95.
216
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 37.
217
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 234.
218
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 95.
63
Em sentido contrário, MARTINEZ sustenta que tal exação não possui natureza
jurídica tributária, senão confira-se:
219
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 95-97.
220
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário, p. 345.
64
A Seguridade Social, conforme o artigo 194 da Carta Magna de 1988, está dividida
constitucionalmente em três segmentos: saúde, previdência e a assistência social.
2.7.1 Saúde
De acordo com o artigo, a saúde é um direito de todos e dever do Estado, deve ser
garantida por meio de políticas sociais econômicas que visem à redução do risco de doença e
221
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Curso de direito previdenciário: tomo I – noções de direito previdenciário.
São Paulo: LTr, 1997, p. 272
222
Nesse sentido, vide: RE n. 217.252-1/MG, 2ª Turma, rel. Ministro Nelson Jobim, DJU de 16.4.99; AGRAG n.
174.540-2/AP, 2ª Turma, rel. Min. Maurício Corrêa, DJU de 26.4.96.
223
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 235
224
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
65
As bases de regramento acerca da saúde estão previstas nos artigos 196 a 200 da
Constituição Federal, cuja matéria foi tratada no nível infraconstitucional pela Lei n.
8.080/1990.
Ademais, segundo TAVARES, aduz em sua obra, que não há que se confundir “[...] a
exploração de saúde privada com a prestação de saúde pública por entidades privadas. A
225
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 149.
226
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
227
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 289.
66
primeira é livre aos profissionais habilitados profissionalmente (art. 199), cobrando o preço
que entenderem justo na prestação de seus serviços”228.
Conforme o art. 201 da Constituição Federal de 1988, a previdência social tem por
finalidade “[...] garantir aos segurados e aos seus dependentes prestações indispensáveis à sua
subsistência, diante de determinados eventos produtores de necessidades sociais”229.
O Regime Geral de Previdência Social está disciplinado pelo art. 201 da Constituição
Federal e pela Lei n. 8.213/91, esta regulamentada pelo Decreto n. 3.048/1999, sendo que
“compreende todos os trabalhadores que prestam serviços na área privada. Incumbe ao INSS
228
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito previdenciário. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Juris, 2005, p.
15.
229
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 138.
230
Vide artigo 201 da Constituição Federal de 1988.
231
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 302.
67
a gestão do regime, sendo responsável pela concessão das prestações devidas aos
segurados”232.
Nos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos estão sujeitos às
regras gerais estabelecidas pela Lei n. 9.717/1998, “observados os preceitos constitucionais
previstos no art. 40 da Constituição Federal, com a redação dada pelas Emendas
Constitucionais n. 19/98, 20/98, 41/2003 e 47/2005”233.
É parte integrante da Seguridade Social, e tem previsão nos artigos 203 e 204 da CF,
sendo disciplinada em plano infraconstitucional pela Lei 8.742/93 (também conhecida como
Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) e regulamentada pelo Decreto 1.744/95.
232
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 138.
233
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 138-139.
234
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 498.
235
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
68
Segundo MIRANDA, atuam na assistência social não somente os entes estatais, mas
também “[...] as entidades e organizações que, sem fins lucrativos, prestam atendimento e
assessoramento, bem como trabalham na defesa e garantia de direitos daqueles que são
protegidos pela legislação de assistência social (art. 3º da LOAS)”237. As entidades e
organizações de tal espécie, que são de natureza privada, mas têm finalidade pública, são
denominados de terceiro setor, como por exemplo, as organizações não-governamentais
(ONGs). O primeiro setor é o Estado, o segundo setor é o mercado.
236
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito previdenciário, p. 17-18.
237
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 272.
69
3.1 INTRODUÇÃO
Neste norte, pode-se identificar que o RGPS é destinado aos trabalhadores em geral e
possui as seguintes características: caráter contributivo, filiação obrigatória, critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e, trata-se de um regime de repartição simples.
238
COIMBRA, José dos Reis Feijó. Direito previdenciário brasileiro. rev. e atual. 9. ed. Rio de Janeiro:
Edições Trabalhistas, 1998, p. 73.
239
STEPHANES, Reinhold. Reforma da previdência sem segredos. Rio de Janeiro: Record, 1998, p. 34.
70
Segundo o SANTOS, em sua obra leciona sobre alguma das características acima
elencadas, senão confira-se:
Sua gestão é executada pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia
federal responsável pela arrecadação de contribuições sociais para a Seguridade Social e,
também, pela concessão de benefícios e serviços do RGPS.
240
SANTOS, Leandro Luís Camargo. Curso de direito da seguridade social, p. 201.
241
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 123.
242
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 123.
243
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 141.
71
Nesse diapasão, conclui-se que beneficiário é aquele que se beneficia das prestações
da previdência social, ou ainda, aquele que é favorecido pelos benefícios oferecidos pelo
RGPS.
3.2.1 Segurados
De acordo com MARTINS, segurado “[...] é tanto o que exerce ou exerceu atividade
remunerada, como aqueles que não exerce atividade (desempregado) ou que não tem
remuneração por sua atividade (dona-de-casa)”248.
244
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 70.
245
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Curso de direito previdenciário: tomo II – previdência social. São Paulo:
LTr, 1998, p. 120.
246
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 144.
247
HORVATH JÚNIOR, Miguel; TANACA, Priscila. Resumo jurídico de direito previdenciário, p. 25.
248
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social – benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 312.
72
Para MIRANDA, segurados “[...] são pessoas físicas que se acham vinculadas à
previdência social em decorrência do exercício de atividade remunerada ou em face do
recolhimento de contribuições previdenciárias”250, e, nessa condição, são detentoras de
direitos e deveres próprios da relação jurídica previdenciária.
249
GIUSTI, Miriam Petri Lima de. Direito da seguridade social, p. 85.
250
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 144.
251
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 172.
252
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
253
HORVATH JÚNIOR, Miguel; TANACA, Priscila. Resumo jurídico de direito previdenciário, p. 25.
73
Conforme MIRANDA, em sua obra, dispõe que são segurados obrigatórios aqueles
que, “[...] em virtude do exercício de atividade remunerada, de qualquer natureza, com ou sem
subordinação, não abrangida por regime próprio de previdência social, encontram-se
compulsoriamente vinculados ao RGPS”256.
O requisito básico para alguém ter a condição de segurado do RGPS é ser pessoa
física, conforme o artigo 12 da Lei n. 8.212/91257. E, ainda, segundo CASTRO e LAZZARI,
lecionam acerca do requisito para ser segurado obrigatório, não é qual é imprescindível “[...] o
exercício de uma atividade com objeto ilícito não remunerado e lícito, pois o exercício de
atividade com objeto ilícito não encontra amparo na ordem jurídica”258.
3.2.2 Dependentes
254
A relação integral está disposta no artigo 9º do Decreto n. 3.048/99.
255
A relação completa poderá ser analisada no artigo 11 do Decreto n. 3.048/99.
256
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 144.
257
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 18.
258
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 172.
259
Segundo o Decreto n. 3.048/99, somente é a partir dos 16 anos de idade.
260
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 198.
74
econômico com o segurado”261. O vínculo jurídico pressupõe dos laços de família ou relação
de parentesco, ainda que por afinidade e o vínculo econômico por que é exigível que a pessoa
eleita como dependente seja sustentada pelo segurado.
261
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 148.
262
HORVATH JÚNIOR, Miguel; TANACA, Priscila. Resumo jurídico de direito previdenciário, p. 38.
263
HORVATH JÚNIOR, Miguel; TANACA, Priscila. Resumo jurídico de direito previdenciário, p. 38.
264
CASTRO, Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 213.
265
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Curso de direito previdenciário – tomo I – noções de direito
previdenciário. São Paulo: LTr, 1997, p. 201-208.
266
FERREIRA, Rosni; FERREIRA, Deyse. Guia prático de previdência social. volume I. 3. ed. rev. atual. São
Paulo: LTr, 1999, p. 59.
75
Conforme MARTINS enumera em sua obra, acerca dos dependentes, senão confira-se:
A Lei n. 8.213/91, no artigo 16, elenca o rol de dependentes, divididos em três classes,
a saber: Classe I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; Classe II – os pais; Classe III – o irmão não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido269.
267
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social, p. 231.
268
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 314.
269
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 47.
270
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 207.
271
Neste sentido, no TRF-4ª Região, vide: AC n. 200071000093470/RS, Relator Ministro Quáglia Barbosa, DJU
06/02/2006.
76
este respeito a Instrução Normativa n. 57/01 dispõe sobre as regras para inscrição de
companheiro homossexual como dependente, devendo ser efetuada diretamente no INSS”272.
272
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 208.
273
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 50.
274
FERREIRA, Rosni; FERREIRA, Deyse. Guia prático de previdência social, p. 82.
275
OLIVEIRA, Aristeu de. Manual prático da previdência social. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 310.
77
De acordo com SANTOS, “na previdência social a idéia é exatamente esta, para que o
segurado tenha direito a benefícios, é necessário ter pago um número certo de contribuições
mensais”276.
276
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 210.
277
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, 462.
278
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, 79.
279
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 210.
78
IV – serviço social;
V – reabilitação profissional;
280
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, 462-463.
281
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, 50.
79
282
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, 466-467.
283
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, 467.
80
Segundo preleciona MIRANDA, “os benefícios, como prestações pecuniárias que são,
devem ser calculados de acordo com a situação particular de cada segurado, com a
observância de algumas regras”285.
284
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 159.
285
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 160.
286
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, 222.
287
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com
a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3. ed.
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007.
81
Segundo MARTINS, leciona em sua obra que a aposentadoria por invalidez é devida
ao segurado que, “[...] estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz
para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, sendo o benefício pago enquanto permanecer nessa condição”288, conclui-se, que
é um benefício temporário.
288
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios – acidente
do trabalho – assistência social – saúde, p. 345.
289
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 181.
290
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 53-54.
291
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em: <http://www.mpas.gov.br/>. Acesso em 07 de
setembro de 2008.
82
Salienta-se que conforme o artigo 201, §7º, II, da Carta Magna, que esses limites de
idades são reduzidos para cinco anos para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os
que exercem suas atividades em regime de economia familiar, neste incluídos o produtor
rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
292
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 182.
293
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 184.
294
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 188.
295
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, 561.
83
Art. 51. A aposentadoria por idade, uma vez cumprida a carência exigida,
será devida ao segurado que completar sessenta e cinco anos de idade, se
homem, ou sessenta, se mulher, reduzidos esses limites para sessenta e
cinqüenta e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais,
respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na
alínea j do inciso V e nos incisos VI e VII do caput do art. 9º, bem como
para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em
regime de economia familiar, conforme definido no §5º do art. 9º296.
Deve-se salientar que fazem jus à aposentadoria por idade o empregado, empregado
doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial e o facultativo, ou
seja, todos os segurados.
Além da idade mínima para requerer o benefício, GIUSTI expõe em sua obra, que
“[...] o segurado também deverá cumprir o respectivo período de carência que, nos termos do
art. 25, II, da Lei 8.213/91, corresponde a 180 contribuições mensais”297.
296
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 86.
297
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 125.
298
OLIVEIRA, Aristeu de. Manual prático da previdência social, 393.
299
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em: <http://www.previdenciasocial.gov.br>. Acesso
em: 15 de agosto de 2008.
84
requerida após o período de 90 dias. Para os demais segurados, o termo de início do benefício
se dá a partir da entrada do requerimento300.
As regras gerais referente a aposentadoria por idade estão elencadas, além da Emenda
Constitucional n. 20/98, estão dispostas nos artigos 48 a 51 da Lei n. 8.213/91, bem como nos
artigos 51 a 55 do Decreto n. 3.048/99.
300
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 231.
301
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 189.
302
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em: <http://www.previdenciasocial.gov.br>. Acesso
em: 15 de agosto de 2008.
303
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 562-
563.
85
De acordo com MIRANDA, em sua obra explica sobre o tempo de contribuição, senão
confira-se:
Tal benefício está fundamentado no artigo 201, §7º, I, da CRFB/88307, que dispõe:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral,
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
304
HORVATH JR., Miguel; TANACA, Priscila. Resumo jurídico de direito previdenciário, p. 80.
305
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 199.
306
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 570.
307
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 12.
86
O segurado filiado até 15.12.1998, que cumpriu a carência exigida, terá direito à
aposentadoria proporcional, quando cumulativamente, contar com 53 anos ou mais de idade,
para o homem e 48 anos ou mais para a mulher; contar o tempo de contribuição de 30 anos,
para homem e 25 anos, para mulher; e contar um período adicional de contribuição
equivalente a 40% do tempo que, na data de 16.12.98, faltaria para atingir o limite de tempo
de contribuição de 30 anos para o homem e 25 anos para a mulher, conforme artigo 9º, da
Emenda Constitucional n. 20/98.
308
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 121.
309
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 572.
310
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 199.
87
que se refere o inciso I, §1º do art. 9º da Emenda Constitucional n. 20/98, até o limite de
100%”311.
A aposentadoria por tempo de contribuição tem previsão legal no artigo 201, §7º,
inciso I, da Constituição Federal. No plano infraconstitucional o benefício se encontra
previsto no art. 18, inciso I, c, da Lei n. 8.213/1991, com a redação dada pela Lei
Complementar n. 123/2006, regulamentados pelos artigos. 55 a 63 do Decreto n. 3.048/1999.
3.4.4Aposentadoria Especial
311
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social; benefícios; acidente de
trabalho; assistência social; saúde, p. 351.
312
OLIVEIRA, Aristeu de. Manual prático da previdência social, p. 406.
313
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 13.
88
314
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social; benefícios; acidente de
trabalho; assistência social; saúde, p. 381.
315
FERREIA, Rosni; FERREIRA, Deyse. Guia prático de previdência social, p. 146.
316
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 129.
317
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 91.
89
3.4.5 Auxílio-doença
O benefício em tela, dever ter curta duração e renovável a cada oportunidade em que o
segurado dele necessite. É um benefício pago em decorrência de incapacidade temporária.
318
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 297.
319
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 599.
320
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 177.
321
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 254.
90
O benefício cessa “[...] por ocasião da alta médica ou, formalmente, por disfunção, no
dia anterior ao início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-acidente”324.
O auxílio-doença tem previsão legal nos artigos 59 a 64 da Lei n. 8.213/91, bem como
nos artigos 71 a 80 do Decreto n. 3.048/99.
3.4.6 Salário-família
322
OLIVEIRA, Aristeu de. Manual prático da previdência social, p. 436.
323
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 93.
324
MARTINEZ, Wladimir. Curso de direito previdenciário: tomo II – previdência social, p. 651.
325
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_11.asp> . Acesso em: 01 out. 2008.
91
326
CASTRO, Carlos Alberto; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 616.
327
OLIVEIRA, Aristeu de. Manual prático da previdência social, p. 440.
328
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 215.
329
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_11.asp> . Acesso em: 01 out. 2008.
92
incapacidade do filho equiparado; a contar do mês seguinte ao óbito do filho equiparado; pelo
desemprego do segurado330.
3.4.7 Salário-maternidade
330
Os termos estão estabelecidos no artigo 88 do Decreto n. 3.048/99.
331
CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de direito da seguridade
social, p. 285.
332
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 134.
333
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social, p. 107.
334
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 282.
93
De acordo com SANTOS, “na hipótese de natimorto (criança que nasce morta), desde
que seja a partir do 6º mês de gestação, a segurada fará jus a 120 dias do benefício, caso esse
fato se dê antes do 6º mês, trata-se de aborto não criminoso”337.
Nos abortos espontâneos ou previstos em lei (estupro ou risco de vida para a mãe),
será pago o salário-maternidade por duas semanas338.
335
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social, p. 107.
336
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_10.asp> . Acesso em: 01 out. 2008.
337
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 266.
338
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_10.asp> . Acesso em: 01 out. 2008.
339
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 625-
626
94
Por fim, o salário-maternidade não pode ser cumulado com auxílio-doença, por
disposição expressa no artigo 124, IV, da Lei n. 8.213/91.
Para concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é
necessário que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado.
340
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_10.asp> . Acesso em: 01 out. 2008.
341
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 266.
342
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_10.asp> . Acesso em: 01 out. 2008.
343
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 218.
95
Segundo art. 105 do Decreto n. 3.048/99345, estabelece acerca da pensão por morte,
senão confira-se:
Art. 105. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do
segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:
a) pelo dependente maior de dezesseis anos de idade, até trinta dias depois;
b) pelo dependente menor até dezesseis anos de idade, até trinta dias após
completar essa idade;
A pensão poderá ser concedida por morte presumida nos casos de desaparecimento do
segurado em catástrofe, acidente ou desastre. Serão aceitos como prova do desaparecimento:
Boletim de Ocorrência da Polícia, documento confirmando a presença do segurado no local
do desastre, noticiário dos meios de comunicação e outros. Nesses casos, quem recebe a
344
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_09.asp>. Acesso em: 01 out. 2008.
345
MARTINS, Sergio Pinto. Legislação previdenciária, p. 98.
346
OLIVEIRA, Aristeu de. Manual prático da previdência social, p. 459.
96
pensão por morte terá de apresentar, de seis em seis meses, documento sobre o andamento do
processo de desaparecimento até que seja emitida a certidão de óbito347.
A pensão por morte cessará pela ocorrência das situações previstas no artigo 77 da Lei
n. 8.213/91: a) pela morte do pensionista; b) para o pensionista menor, quando completar 21
anos de idade ou for emancipado, salvo se for inválido; c) para o pensionista inválido, pela
cessação da invalidez; d) pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos
pais biológicos, salvo se a adoção foi feita pelo cônjuge ou companheiro do segurado
falecido.
3.4.9 Auxílio-reclusão
O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, “[...] aos
dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem
estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono permanência em serviço”348.
347
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível:
<http://www.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_09.asp>. Acesso em: 01 out. 2008.
348
GIUSTI, Miriam Petri Lima de Jesus. Direito da seguridade social, p. 135.
349
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de direito da seguridade social, p. 295.
350
MARTINS, Sérgio Pinto. Legislação previdenciária, p. 47.
97
dará direito à sua família de auferir o benefício”351. Deve-se salientar que o conceito de “baixa
renda” não foi ainda estabelecido pelo legislador, permanecendo como conceito aberto, ou
seja, com maior liberdade de ação da doutrina e jurisprudência.
351
SANTOS, Leandro Luís Camargo dos. Curso de direito da seguridade social, p. 276.
352
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.presidencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_08.asp>. Acesso em: 04 out. 2008.
353
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.presidencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_08.asp>. Acesso em: 04 out. 2008.
354
GIUSTI, Miriam Petri Limade Jesus. Direito da seguridade social, p. 136.
355
OLIVEIRA, Aristeu. Manual prático da previdência social, p. 464.
98
3.4.10 Auxílio-acidente
356
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 226.
357
GIUSTI, Miriam Petri Limade Jesus. Direito da seguridade social, p. 136.
358
FERREIRA, Rosni; FERREIRA, Deyse. Guia prático de previdência social, p. 187.
359
BRASIL. Ministério da previdência social. Disponível em:
<http://www.presidencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_07.asp>. Acesso em: 08 out. 2008.
99
dizer, dependentes de pessoa que nunca tenha contribuído para o RGPS, ou tenha perdido a
qualidade de segurado, não tem direito a este benefício.
Neste sentido, MIRANDA complementa acerca das hipóteses citadas acima, senão
confira-se:
O auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser acumulado com outros
benefícios pagos pela Previdência Social exceto aposentadoria. O benefício deixa de ser pago
quando o trabalhador se aposenta.
360
MARTINS, Sergio Pinto. Legislação previdenciária, p. 97.
361
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 184-185.
100
362
COSTA, Hertz Jacinto. Previdência social: estudos sobre o auxílio-acidente. Jus Navigandi, Teresina, ano 7,
n. 64, abr. 2003. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/ doutrina/texto.asp?id=3971>. Acesso em: 08 out. 2008.
4 ASPECTOS DESTACADOS DAS PRINCIPAIS AÇÕES DE REVISÃO
DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS NO REGIME GERAL DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL APÓS O ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988
No artigo 194, parágrafo único, inciso IV, da Constituição Federal de 1988 dispõe
sobre a irredutibilidade do valor dos benefícios e no artigo 201, §4º autoriza o reajustamento
dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei. Nesse sentido, CASTRO e LAZZARI prelecionam:
Após a edição da Lei supra citada, foi alterada a redação do artigo 41 da Lei n.
8.213/91, passando, a partir de 2004, a estabelecer o reajuste geral dos benefícios na mesma
data em que for majorado o salário mínimo, mantida a regra que determina o reajustamento
363
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 485.
proporcional. O benefício reajustado não poderá exceder o limite máximo do salário de
benefício na data do reajustamento, respeitados, todavia, os direitos adquiridos e as hipóteses
de aposentadoria por invalidez, quando acrescida de 25% para os que dependam de
assistência permanente. E não poderá ser inferior ao salário mínimo, salvo em relação ao
salário família e ao auxílio-acidente364.
É necessário observar alguns critérios dispostos no artigo 41, da Lei n. 8.213: (i)
preservação do valor real do benefício. A preservação não é exatamente um critério, inclusive
pelo fato de que já tem previsão no §4º, do artigo 201 da Constituição; (ii) atualização anual;
(iii) variação de preços de produtos necessários e relevantes para a aferição da manutenção do
valor de compra dos benefícios. A remissão do porcentual ao regulamento implica que, por
decreto, o governo poderá fixar o percentual que quiser, que nem sempre será o da inflação do
período365.
364
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 486.
365
MARTINS, Sergio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios, acidente do
trabalho, assistência social, saúde, p. 336.
366
THIESEN, Ana Maria Wickert, apud CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual
de Direito Previdenciário, p. 486.
benefícios da Previdência Social, com intuito de apurar irregularidades e falhas existentes.
Nesse sentido, MARTINEZ explana acerca de revisão:
367
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Comentários à lei básica da previdência social. Tomo I – Plano de
Custeio. 4ª ed. São Paulo: LTr, 2005. p.702.
4.3 DO REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS
Ionas Dega Gonçalves que “para a proteção desses benefícios contra o fenômeno
inflacionários, a legislação deve prever a incidência de índices de atualização monetária
periodicamente aplicáveis no reajustamento das prestações pagas pelo INSS”371.
368
MARTINEZ, Wladimir Novaes. CD – Comentários à lei básica da previdência social. Brasília, Rede
Brasil/LTr, fev./1999.
369
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios, acidente do
trabalho, assistência social, saúde, p. 335.
370
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 485.
371
GONÇALVES, Ionas Dega. Direito previdenciário. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p.150.
372
GONÇALVES, Ionas Dega. Direito Previdenciário, p.150.
A periodicidade de reajustamento e os índices são fixados pelo legislador
infraconstitucional. Várias foram às formas de reajustamento criadas por
sucessivas leis, desde a promulgação da CF/88: reajustamentos mensais,
bimensais, quadrimensais com ou sem antecipação, índice do INPC, IRSM,
IGP, DI, IPC-r, dentre outros.
373
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social: custeio da seguridade social, benefícios, acidente do
trabalho, assistência social, saúde, p. 335-336.
É importante salientar que o critério em lei está previsto no artigo 41-A, introduzido
com a Lei n.11.430/2006, na qual o artigo 41 da Lei n 8.213/91 foi novamente alterado,
passando o então artigo 41 a ser o artigo 41-A, redigido nos seguintes termos:
374
BRASIL. Decreto n. 3.048/99. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 14 out. 2008.
§3º (Revogado pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
Art. 42. Nenhum beneficio reajustado poderá ser superior ao limite máximo
do salário-de contribuição, nem inferior ao valor de um salário mínimo.
375
FERREIRA, Rosni. Guia prático de previdência social, p.107.
376
Em sua redação originária, anterior à Emenda Constitucional n. 20, de 15.12.1998.
De acordo com CASTRO e LAZZARI, a Lei n. 8.213/91, ao regulamentar tal
dispositivo constitucional, determinou a revisão dos benefícios concedidos no período de
5.10.88 a 5.4.91, para aplicar o novo critério de cálculo da renda mensal inicial, declarando,
entretanto, que não seriam devidas às diferenças decorrentes dessa revisão (art.144, §
único)377.
A equivalência salarial teve curta duração no período previsto no artigo 58 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT na qual dispõe:
377
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 490.
378
Nesse sentido, podem ser consultados, no Supremo Tribunal Federal – STF, o Mandado de Injunção n. 306, o
Recurso Extraordinária n. 163.478 e o Recurso Extraordinário n. 64.931.
379
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 490.
esse critério de atualização até a implantação do plano de custeio e
benefícios referido no artigo seguinte.
380
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 491.
381
MS n. 1.233-DF, STJ, 1ª Sessão, RSTJ30/260. Importante observar que, no âmbito administrativo, o INSS
aplicou o referido artigo 58 somente até setembro de 1991.
382
Súmula n. 687 do STF: “A revisão de que trata o art. 58 do ADCT não se aplica aos benefícios concedidos
após a promulgação da Constituição de 1988”.
383
Recurso Extraordinário n. 145895-0/SP. Relator Ministro Celso de Mello, DJU de 18.8.95.
A norma inscrita no artigo 58 do ADCT foi editada com específico objetivo de
“assegurar aos beneficiários do Regime Geral da Previdência Social o direito à preservação do
valor real das prestações que, mantidas pelo sistema previdenciário oficial, já lhes vinham
sendo pagas na data da promulgação da Constituição”384.
Finalmente, não se deve olvidar que, muito embora já não vigore a paridade
salarial, seus reflexos se fazem sentir nas rendas mensais posteriores, sendo
de todo cabíveis aos pleitos que aportam em juízo buscando sua aplicação,
mesmo que no restrito período de sua vigência. Isto porque a renda mensal
de dezembro de 1991, de acordo com a equivalência em salários mínimos,
serviu de base aos reajustes posteriores. Ademais, há sempre a possibilidade
de algum segurado obter recálculo na renda mensal inicial, p.ex., por
384
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 492.
385
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 492.
alteração dos critérios de correção do período básico de cálculo, e lograr
direito ao maior número de salários mínimos386.
4.4.3 Manutenção do valor real dos benefícios equivalência do valor dos benefícios em
números de salários mínimos
De acordo com CASTRO e LAZZARI, em sua obra asseveram que “manter o valor
real do benefício significa reajustá-lo de acordo com a variação inflacionária, de modo a
evitar a diminuição injusta de seu poder de compra”387.
Por ofensa ao art. 7º, IV da CF, que veda vinculação ao salário mínimo para
qualquer fim, a Turma, julgando recurso extraordinário interposto pelo
INSS, reformou acórdão do TRF da 2ª Região que adotara o índice de
variação do salário mínimo como critério permanente de reajuste do
benefício previdenciário percebido pelo recorrido. Recurso extraordinário
conhecido e provido para reformar o acórdão recorrido no ponto em que
determinara a atualização do benefício previdenciário pela variação do
salário mínimo na vigência da atual CF, ressalvando o período
compreendido pelo art. 58, caput e § único, do ADCT388.
386
THIESEN, Ana Maria Wickert, apud CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual
de direito previdenciário, p. 492.
387
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 493.
388
CASTRO Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p.493.
inferior ao salário mínimo, conforme dispõe artigo 201, §5º da CRFB/88. Entretanto, a
Previdência Social entendeu que “[...] esta norma não tinha aplicabilidade imediata,
necessitando de lei regulamentadora, e, por isso, continuou a pagar benefícios (aposentadorias
em geral e auxílio doença) em valor abaixo do salário mínimo”389.
389
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 493.
390
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 493.
391
MIRANDA, Jediel Galvão. Direito da seguridade social: direito previdenciário, infortunística, assistência
social e saúde, p. 174.
392
Súmula n. 24: “São auto-aplicáveis os §§ 5º e 6º do artigo. 201 da Constituição Federal de 1988”.
Destarte, os beneficiários fazem jus à gratificação natalina integral nos anos de 1988 e
1989 descontando os valores já pagos pelo INSS. Atualmente, como observa a doutrina, estes
valores encontram-se prescritos393.
393
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 494.
394
Nesse sentido, podem ser observadas as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIns) n. 694-1/DF e nº
726-2/SP. Esta mesma posição foi seguida pelo Superior Tribunal de Justiça e Tribunais Regionais Federais.
395
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 494.
396
Dispõe a Súmula n. 26: “O valor dos benefícios previdenciários devidos no mês de junho de 1989 tem por
base o salário mínimo de NCz$ 120 (art. 1º da Lei n. 7.789/89)”.
jurisprudência dominante, que entendeu inexistir direito adquirido a eles. Nesse sentido foram
as disposições da Súmula n. 36 do Tribunal Regional Federal da 4ª Região397, e a Súmula n.
21 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais398.
397
Dispõe a Súmula n. 36: “Inexistem direito adquirido a reajuste de benefícios previdenciários com base na
variação do IPC – Índice de Preços do Consumidor – março e abril de 1990”.
398
Dispõe a Súmula n. 21: “Não há direito adquirido a reajuste de benefícios previdenciários com base na
variação do IPC (Índice de Preço ao consumidor) de janeiro de 1989 (42,72%) e abril de 1990(44,80%)”.
399
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 495.
O abono concedido com base na Lei n. 8.178/91 (54,60%) ficou inserido no reajuste
total de 147,06%, sendo descabida a percepção conjunta desses índices, sendo oportuno citar
a observação que faz MARTINEZ:
De acordo com o artigo 41, II, da Lei 8.213/91, os benefícios previdenciários passaram
a ser reajustados de acordo com a variação integral do INPC, na mesma época em que o
salário mínimo foi reajustado.
400
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Comentários à lei básica da previdência social, p.738.
401
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p.496.
[...] O INSS não aplicou redutor de reajuste, em percentual correspondente a
variação do IRSM excedente a 10% (dez por cento) no mês anterior ao do
deferimento da antecipação, a qual, na forma da Lei n°. 8.700/93, deveria
ser compensadas na data-base (setembro, janeiro, maio), ocasião na qual
seria acertado o resídua do índice inflacionário, pelo IRSM ou pelo FAZ, a
ser aplicado aos benefícios previdenciários na data-base, tudo nos termos do
art. 9° da Lei 8.542/92, na redação da Lei 8.700/93402.
Essa conversão dos benefícios para URV, foi objeto de milhares de ações proposta
contra o INSS, pois esta conversão dos proventos para a Unidade Real de Valor URV,
consoante a Lei n. 8.880/94, ocasionou a perda do valor real dos beneficio, pela não aplicação
402
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p.497.
403
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 497.
404
Decisão proferida no Recurso Extraordinário n. 313.382, julgado em 26/09/2002.
dos percentuais de inflação com base no IRSM dos meses de novembro e dezembro de 1993 e
janeiro e fevereiro de 1994, ferindo o disposto no artigo 201, §2º, da CRFB/88405.
405
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 498.
406
Recurso Especial n. 167993-SP, STJ, 5ª Turma, Relator: Ministro Edson Vidigal, DJU de 22.6.98.
407
Dispõe a Súmula n. 32: “No cálculo de liquidação de débito judicial, inclui-se o índice de 42,72% relativo à
correção monetária de janeiro de 1989”.
Região. O Superior tribunal de Justiça - STJ manteve o mesmo posicionamento, na qual, “a
incidência dos expurgos inflacionários, ainda que de ofício, no calculo da correção monetária
em conta de correção monetária em conta de liquidação de sentença, não ofende a qualquer
texto legal”409.
Nas ações previdenciárias as parcelas em atraso devem ser atualizadas com base no
IGP-DI, pois a partir de maio de 1996, por força da redação dada pela Medida Provisória nº.
1.415, de 29.04.96, ao artigo 8º da Medida Provisória n. 1.398, de 11.04.96, o IGP-DI
substituiu o INPC para fins previstos no § 6º do artigo 20 e no § 2º do artigo 21 da Lei n.
8.880/94. Tal determinação tem se mantido válida, pois a matéria foi renovada na Medida
Provisória n. 1.633, depois convertida na Lei n. 9.711, de 20.11.98410.
A Lei nº. 8213/91 escolheu vários índices para correção monetária dos
salários de contribuição que integram o período básico de cálculo.
Primeiramente o INPC (Art. 31), que foi substituído a partir de janeiro de
1993, pelo IRSM (Art. 9 da Lei nº. 8.542/92). Na seqüência, a Lei nº.
408
Dispõe a Súmula n. 37: “Na liquidação de débito resultante de decisão judicial, incluem-se os índices
relativos ao IPC de março, abril e maio de 1990 e fevereiro de 1991”.
409
Recurso Especial. n. 157614/SP, 5ª Turma, Relator: Ministro Flaquer Scartezzini, DJU de 30.03.98, p. 124.
410
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 499.
8.880/94 estabeleceu que os salários de contribuição anteriores a março de
1994 serão corrigidos pelo IRSM, antes da conversão em URV (Art.21 e
§§1º e 2º)411.
411
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 500.
412
Dispõe a Súmula n. 19: “Para o cálculo da renda mensal inicial do benefício previdenciário, deve ser
considerada, na atualização dos salários de contribuição anteriores a março de 1994, a variação integral do IRSM
de fevereiro de 1994, na ordem de 39,67% (art. 21, § 1º, da Lei n. 8.890/94)”.
413
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 500.
414
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 500.
4.4.14 Aplicação do IGP-DI nos meses de junho de 1997 a 2000 e 2002 a 2003
A revisão da renda mensal dos benefícios previdenciários pela variação integral dos
índices do IGP-DI de 6/1997, 6/1999, 6/2000 e 6/2001, vinha sendo considerada como devida
pela jurisprudência, sendo inclusive objeto da Súmula n. 3, da Turma de Uniformização dos
Juizados Especiais Federais.
415
Recurso Extraordinário nº. 376.846/SC, decidido por maioria, em Sessão Plenária do dia 24 de setembro de
2003 (DJU de 21.10.2003) de que foi relator o Ministro Carlos Velloso.
416
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário, p. 501.
417
Dispunha a Súmula n. 3 (revogada): “Benefícios previdenciários. Os benefícios de prestação continuada, no
regime geral Previdência Social, devem ser reajustados com base no IGP – DI nos anos de 1997, 1999, 2000 e
2001”.
418
Dispõe a Súmula n. 08: “Benefícios previdenciários. Os benefícios de prestação continuada, no regime geral
Previdência Social, não serão reajustados com base no IGP – Di nos anos de 1997, 1999, 2000 e 2001”.
4.4.15 O real significado do §2º do artigo 3º da Lei n. 9.876/99 para a aferição do valor
da renda mensal inicial do benefício. A equivocada interpretação dada ao dispositivo
pelo INSS e a necessidade do reparo pela via judicial
Art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data
de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a
concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no
cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples
dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta
por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência
julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da
Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei.
Na seqüência procede-se uma identificação, parte por parte, dos elementos do cálculo
do salário-de-benefício segundo a redação da Lei n. 9.876/99.
419
MASOTTI, Viviane. Análise crítica da renda mensal inicial dos benefícios do RGPS. Revista de
Previdência Social n. 315, Ano XXXI. São Paulo: LTr, fevereiro de 2007, p. 150-151.
Na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondente a,
no mínimo, oitenta por cento: equivale dizer que se fará a somatória de salários de
contribuição, dividido pela quantidade de contribuições respectivas.
O divisor considerado cálculo da média a que se refere o caput e o §1º não poderá ser
inferior a sessenta por cento: trata-se da quantidade de contribuições consideradas no cálculo.
O INSS considera tal previsão legal, ora como limite para a desconsideração dos menores
salários-de-contribuição, ora como possibilidade de achatamento do salário-de-benefício dos
segurados que contem com menos que 60% de contribuições efetivas.
Em relação ao limitado cem por cento de todo o período contribuição dispõe que: é a
expressão misteriosa, cuja existência é ignorada pela interpretação que vem sendo dada ao §
2º do artigo. 3º da Lei 9.876/99 pelo INSS. Sem dúvida, o procedimento utilizado pelo INSS
está absolutamente equivocado. De acordo com MASOTTI420 demonstra os elementos de
cálculo:
420
MASOTTI, Viviane. Análise crítica da renda mensal inicial dos benefícios do RGPS, p. 151.
A = contribuições efetivas = Ce
B = contribuições possíveis = Cp
Contudo, este procedimento ignora a última expressão do §2º, do artigo 3º, da Lei n.
9.876/99: Limitado a 100% de todo o período contributivo.
A expressão faz parte do texto legal por um motivo, sendo que não compõe a norma à
toa. Se o que a norma estabelece são apenas dois elementos no cálculo: “contribuições
efetivas” e “contribuições possíveis” (ou meses em quantidade equivalente), a “tese do não
achatamento” é a única que tem lógica, que faz sentido dentro de todo o contexto
legislativo421.
421
MASOTTI, Viviane. Análise crítica da renda mensal inicial dos benefícios do RGPS, p. 151.
E a expressão só pode equivaler às contribuições efetivas, pois a outra opção seria
ilógica: divisor mínimo de 60% das contribuições possíveis limitado a 100% das mesmas
contribuições possíveis.
Sabe-se que, pela Lei n. 9.876/99, o período básico de cálculo (PBC) considera as
contribuições do segurado desde julho/94 até a data do requerimento do benefício. A referida
Lei ampliou o PBC, em substituição aos 36 últimos salários-de-contribuição do segurado,
previstos na redação original do artigo 202 da CRFB/88. Veja-se, aliás, o teor dessa Lei n.
9.876/99:
Art. 3o Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data
de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a
concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no
cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética
simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no
mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido
desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II
do caput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta
Lei. (grifou-se).
Art. 3o [...]
422
MASOTTI, Viviane. Análise crítica da renda mensal inicial dos benefícios do RGPS, p. 151.
Pela análise do dispositivo supracitado, a Lei n. 9.876/99 determina que, em todo o
período básico de cálculo – PBC (julho/94 em diante), o segurado possua, no mínimo, 60%
das contribuições preenchidas, limitada a 100% de todo o período contributivo, ou seja: por
essa regra, se no PBC de determinado segurado existem 100 meses desde a competência
julho/94 até a data do requerimento do benefício (DER), no mínimo haverá a necessidade de
que se apurem 60 contribuições mensais.
Art. 3º [...].
Como, em todo o PBC desse segurado, existe apenas 1 contribuição, sendo que essa
contribuição foi recolhida à época sobre uma base de cálculo de R$ 2.500,00, a regra acima
(do artigo 3º, § 2º da Lei n. 10.666/2003) não se lhe aplica, aplicando-se, agora sim, a regra da
parte final do § 2º do artigo 3º da Lei n. 9.876/99 (“limitado a cem por cento de todo o
período contributivo”)
Este é o valor que deveria ter sido tomado como referência para o cálculo do salário-
de-benefício e para a aferição do valor da renda mensal inicial do benefício desse segurado. O
INSS deverá pagar esse salário-de-contribuição corrigido e, ao invés de dividi-lo por 1, como
manda e determina expressamente a parte final do § 2º do artigo 3º da Lei n. 9.876/99, o
dividirá por 84 (60% de todos os meses que compõe o PBC desse segurado), ignorando
descaradamente a regra contida na parte final do § 2º do artigo 3º da Lei n. 9.876/99
(“limitado a cem por cento de todo o período contributivo”), o que fará, obviamente, que esse
segurado tenha seu benefício erroneamente concedido no valor de 1 salário mínimo. Veja-se,
à propósito, o teor da Carta de Concessão simulada desse segurado:
Comunicamos que lhe foi concedido APOSENTADORIA POR IDADE (41) número 000.000.000-
00 requerido em 16/03/2006 com renda mensal de R$ 300,00 calculada conforme abaixo, com início de
onde,
Tc - Tempo de contribuição em anos =
Es - Expectativa de Sobrevida em anos = 17,3
Id - Idade em anos = 65
a - alíquota = 0,31
onde,
média - Média dos 80% maiores salários de contribuição = 2.505,75 ÷ 84 = 29,83
y - Número de meses, após a Publicação da Lei = 76
Art. 50. A aposentadoria por idade, observado o disposto na Seção III deste
Capítulo, especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal de 70%
(setenta por cento) do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste,
por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem
por cento) do salário-de-benefício”.
É esse que deveria, portanto, ser o valor da renda mensal inicial da aposentadoria por
idade desse segurado em 16.03.2006, e não o valor de 1 salário mínimo como
equivocadamente tem entendido o INSS, não incidindo, na espécie em apreço, o disposto no
artigo 3º, § 2º, da Lei n. 10.666/2003, uma vez que esse segurado possuía salário-de-
contribuição em seu PBC, ao passo que a regra da Lei n. 10.666/2003 só seria aplicável se
esse segurado, em seu PBC, não possuísse NENHUM salário-de-contribuição, devendo,
então, ser concedido o benefício de valor mínimo.
“Voto
“Art. 3º [...].
§ 2o No caso das aposentadorias de que tratam as alíneas b, c e d do inciso
I do art. 18, o divisor considerado no cálculo da média a que se refere o
caput e o § 1o não poderá ser inferior a sessenta por cento do período
decorrido da competência julho de 1994 até a data de início do benefício,
limitado a cem por cento de todo o período contributivo”.
Tenho que a sentença deve ser confirmada também neste particular, pois o
procedimento defendido e aplicado pelo INSS nega vigência à parte final do
dispositivo legal em questão (limitado a cem por cento de todo o período
contributivo).
Para bem analisar a questão, considero válido trazer alguns exemplos, todos
eles partindo de um suposto benefício com DIB em 10- 2002, onde 100
meses terão se passado desde 07-1994:
Assim:
Como se percebe, toda a linha de argumentação narrada nos itens acima encontra-se
também firmada e pacificada na jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais
Federais em Santa Catarina, sendo direito de todo segurado ter recalculado o valor da Renda
Mensal Inicial de sua aposentadoria por idade desde à época da sua concessão nos exatos
termos do § 2º do artigo 3º da Lei n. 9.876/99, e não na forma da absurda interpretação
conferida pelo INSS ao dispositivo em tela, sob pena de abandonar-se um direito
expressamente conferido aos segurados pela dita Lei, em detrimento desses segurados, que
têm no benefício previdenciário sua única fonte de subsistência.
423
MARTINEZ, Wladimir Novaes.Curso de direito previdenciário, p.633 e 634.
424
GONÇALVES, Ionas Dega. Direito previdenciário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p.16
425
MARTINEZ, Wladimir Novaes.Curso de direito previdenciário, p 643.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente monografia teve como objeto a pesquisa das principais ações revisão de
benefícios previdenciários no Regime Geral de Previdência Social. No entanto, mesmo sendo
a etapa finalizadora desta pesquisa, não há que se falar em conclusão, uma vez que o tema
poderá estar em modificação.
Para apresentar uma idéia clara e lógica, buscou-se apresentar no presente trabalho,
primeiramente uma análise da Seguridade Social, discorrendo sobre a evolução histórica no
direito estrangeiro, na qual faz menção como marco histórico a Lei de Amparo aos Pobres, em
1601, na Inglaterra, estabelecendo uma contribuição obrigatória representada pelo
denominado imposto de caridade, que era exigida pelos juízos, para que o produto de sua
arrecadação fosse destinado aos mais necessitados, e nos antecedentes históricos no Brasil,
foram destacados a seguridade social nas leis constitucionais e infraconstitucionais.
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