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LAVAGEM DE DINHEIRO – LEI 9.

613 DE 03 DE MARÇO DE 1998 – DOU 04/03/1998

=> ANOTAÇÕES <=

APRESENTAÇÃO

Trata-se de um resumo do conteúdo de vários dos assuntos tratados nos dois


livros abaixo discriminados e colação de alguns casos jurisprudenciais obtidos via “internet”
nos “sites” de tribunais, ou abordados nesses mesmos livros, com o objetivo de servir de base
inicial de algum conhecimento do ponto de vista jurídico da Lei 9613/1998. Objetiva, também,
subsidiar o entendimento e aplicação dos normativos nas atividades no Banco Central do
Brasil relacionadas com lavagem de capitais, que ganharam maior amplitude com a instituição
do DECIC.
- “Lavagem de Dinheiro” – Márcia Monassi Mougenot Bonfim e Edílson Mougenot
Bonfim – Malheiros Editores – 2005;
- “Lavagem de Capitais e Obrigações Civis Correlatas” – Marco Antonio de Barros –
Editora Revista dos Tribunais – 2004.

α ⇒ NORMATIVA INTERNACIONAL

α1) CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA O TRÁFICO ILÍCITO DE


ENTORPECENTES E SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS - “CONVENÇÃO DE
VIENA” – dezembro/1988
a) exigiu, pela primeira vez, que os Estados contratantes incriminassem a lavagem
de dinheiro procedente de tráfico de drogas;
b) reafirmou princípio de que “o sigilo bancário não deve impedir as investigações
penais no âmbito da cooperação internacional”;
c) no Brasil a Convenção de Viena foi ratificada através do Decreto 154 de
26/06/1991 (?).

α2) GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL – GAFI


d) Criado em 1989 pelo grupo dos sete países mais industrializados – G7 –
(Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido);
e) Abril/1990 – 40 Recomendações (questões penais, financeiras e de cooperação
internacional) sem caráter obrigatório;
i. Atualizadas em 1996
ii. Nova redação em junho/2003.
f) Brasil é membro do GAFI desde junho/2000;
g) Em outubro/2001 => 8 Recomendações especiais com a finalidade de combater
o financiamento de atos e organizações terroristas;
i. amplia rol de delitos prévios retirando a
exclusividade do narcotráfico.

α3) COVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA A DELINQUÊNCIA


ORGANIZADA TRANSNACIONAL – “CONVÊNÇÃO DE PALERMO” – dezembro
/2000;
h) protocolos para prevenir, reprimir e sancionar o tráfico de imigrantes por via
terrestre, marítima e aérea e o tráfico de pessoas (em especial mulheres e
crianças);
i) técnicas especiais de investigação;

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i. ação controlada;
ii. infiltração de agentes;
iii. vigilância eletrônica;
j) instituição de Unidades de Inteligência Financeira – reunir informações sobre
as atividades de lavagem de capitais;
k) confisco de bens;
l) conceito de “grupo criminoso organizado”; “grupo de três ou mais pessoas, que
existe a algum tempo e que atua concertadamente, com o propósito de cometer
uma ou mais infrações graves ou enunciadas na presente Convenção, com a
intenção de obter, direta ou indiretamente, um benefício econômico ou outro
benefício material”;
m) a Convenção de Palermo foi ratificada através do Decreto 231 de 30/05/2003.

α4) TIPIFICAÇÃO NO DIREITO COMPARADO


n) Itália – primeiro país a ter dispositivo sobre lavagem de dinheiro – 1978;
i. Pena de prisão e multa para quem realizasse fatos ou atos destinados a
substituir dinheiro ou outros valores procedentes dos delitos de roubo
agravado, extorsão agravada ou seqüestro de pessoas com a finalidade
extorsiva............ou ajudar os autores dos citados delitos a garantir o
proveito do delito”;
o) Espanha – delito de lavagem de dinheiro procedente do tráfico de drogas
criminalizado em 1988 (lei Orgânica 1 de 21/03/1988 tipificando a lavagem
dos “benefícios econômicos derivados do tráfico de drogas”)
p) Portugal – crime de branqueamento de capitais;
i. Decreto-Lei 15/1993 (Lei da Droga);
ii. Decreto-Lei 325/1995 – ampliação dos crimes antecedentes; obrigações
às entidades financeiras e outros organismos (p. ex. cassinos)
q) Argentina – encubrimiento y lavado de activos de origen delitivo – capítulo
XIII do Código Penal.

β ⇒ TERMINOLOGIA & EXPRESSÃO “LAVAGEM DE DINHEIRO”

β1) origem => Estados Unidos 1982 em processo judicial por tráfico de cocaína – money
laundering – termo usado originalmente pelas máfias que usavam lavanderias automáticas
para investir dinheiro e encobrir sua origem (tráfico de entorpecentes);
β2) dicotomia terminológica;
i. Lavar – Brasil, Argentina (lavado de dinero), México, Estados
Unidos;
ii. Branquear – Espanha (blanqueo de capitales, blanqueo de
dinero), França (blanchiment d’argent), Portugal;
iii. Itália = riciclaggio del denaro
dinheiro negro – que precisa ser branqueado (operações legais mas que
fogem do fisco - dinheiro frio)
dinheiro sujo – que necessita ser lavado (tráfico de drogas, de armas, de
crianças, de mulheres)

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γ ⇒ CONCEITO DE LAVAGEM DE DINHEIRO


γ1) Lei 9613/1998 - Art. 1º (inspirado no art 3.1, “b”, II, da Convenção de Viena): “Ocultar ou
dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:
I - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; (ver lei 6368-1976 – art 12)
II – de terrorismo e seu financiamento; (Redação dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)
III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção (ver
lei 10826-2003);
IV - de extorsão mediante seqüestro (ver Código Penal art 159);
V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de
atos administrativos; (ver Código Penal Título XI, lei 8666/1993......)
VI - contra o sistema financeiro nacional ( ver lei 7492/1986 e lei 6385-1976 - mercado de
valores mobiliários);
VII - praticado por organização criminosa.(ver lei 9034-1995 )
VIII – praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 337-B, 337-
C e 337-D do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal). (Inciso
incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
Pena: reclusão de três a dez anos e multa.”

γ2) processo composto por fases realizadas sucessivamente, que tem por objetivo introduzir na
economia ou no sistema financeiro bens, direitos ou valores procedentes soa crimes previstos
no rol do artigo 1º caput da lei 9613 ocultando sua origem delitiva.

γ3) necessidade de que os bens tenham origem delitiva restrita aos crimes do art 1º;
γ4) características doutrinárias do processo de lavagem de dinheiro;
a) processo de partida identificável e não o ponto final;
b) finalidade não só ocultar ou dissimular origem, mas conseguir o uso
na economia legal.

γ5) amplitude do objeto material => incluiu não só o produto imediato do delito, mas também
os acréscimos e as sucessivas mudanças e transformações que ele experimente posteriormente
(ex. ganhos derivados).

γ6) quem pode lavar: qualquer um inclusive o autor do delito antecedente.

γ7) crime antecedente: no Brasil ou no exterior??:


Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta
Lei:
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento
comum dos crimes punidos com reclusão, da competência do
juiz singular;
II - independem do processo e julgamento dos crimes
antecedentes referidos no artigo anterior, ainda que praticados
em outro país;
III - são da competência da Justiça Federal:

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a) quando praticados contra o sistema financeiro e a


ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens,
serviços ou interesses da União, ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas;
b) quando o crime antecedente for de competência da
Justiça Federal”.

γ8) o rol de crimes do artigo 1º: rol taxativo, ou genérico, ou misto???


R- misto em função do inciso que prevê “VII - praticado por
organização criminosa” – amplitude!!

γ9) rol de crimes – crítica => não prevê sonegação fiscal, receptação e a contravenção do jogo
do bicho. E se praticados por organização criminosa????
“ ...no Brasil a lavagem de dinheiro está primordialmente relacionada
a drogas, corrupção e contrabando” - Robert B. Charles, Secretário-
assistente do Escritório Internacional de Narcóticos (EUA) na Folha de
São Paulo de 02/03/2004.

γ10) Lei 9613/1998 art 2º § 1º: A denúncia será instruída com indícios suficientes da
existência do crime antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que
desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime.

δ ⇒ DELAÇÃO PREMIADA

δ1) Artigo 1 º § 5º da Lei 9613/1998: “A pena será reduzida de um a dois terços e começará a
ser cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena
restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as
autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de
sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime”.

δ2) art 13/14 da Lei 9807/1999 (Estabelece normas para a organização e a manutenção de
programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa
Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de
acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à
investigação policial e ao processo criminal):

Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o


perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo
primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o
processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:

I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;

II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;

III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

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Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a


personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e
repercussão social do fato criminoso.

Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a


investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores
ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou
parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a
dois terços.

δ3) HC Nr. 75226 STF = “PROVA - DELAÇÃO - VALIDADE. Mostra-se fundamentado o


provimento judicial quando há referência a depoimentos que respaldam delação de co-réus.
Se de um lado a delação, de forma isolada, não respalda condenação, de outro serve ao
convencimento quando consentânea com as demais provas coligidas.”

ε ⇒ FERRAMENTAS DE INVESTIGAÇÃO
ε1) Quebra dos sigilos fiscal. bancário e financeiro => um dos meios mais utilizados
§ 4o do art 1º da Lei Complementar 105/2001:
A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para
apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito
ou do processo judicial, e especialmente nos seguintes crimes:
I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;
III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material
destinado a sua produção;
IV – de extorsão mediante seqüestro;
V – contra o sistema financeiro nacional;
VI – contra a Administração Pública;
VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;
IX – praticado por organização criminosa.

ε2) delação premiada


ε3) escutas telefônicas - LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996
ε4) interceptação ambiental - LEI Nº 9.034, DE 3 DE MAIO DE 1995 (Esta Lei define e
regula meios de prova e procedimentos investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes
de ações praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de
qualquer tipo):
Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos
já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de
provas: (Redação dada pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)
I - (Vetado).

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II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que


se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado, desde
que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se
concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e
fornecimento de informações;
III - o acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias,
financeiras e eleitorais.
IV – a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos,
óticos ou acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada
autorização judicial; (Inciso incluído pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)
V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de
investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante
circunstanciada autorização judicial. (Inciso incluído pela Lei nº 10.217, de
11.4.2001)
Parágrafo único. A autorização judicial será estritamente sigilosa e
permanecerá nesta condição enquanto perdurar a infiltração. (Parágrafo incluído
pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)

ε5) ação controlada – art 2º inciso II da Lei 9034/1995


&
art 4º § 4º da Lei 9613/1998:
“A ordem de prisão de pessoas ou da apreensão ou seqüestro
de bens, direitos ou valores, poderá ser suspensa pelo juiz,
ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata
possa comprometer as investigações”

ε6) infiltração de agentes de polícia ou de inteligência: na operação “Green Ice” (coordenada


pelo DEA – Drug Enforcement Administratio – órgão do Depto de Justiça dos EUA), em
1992, 45 agentes de diversos países foram infiltrados em organizações criminosas,
constituindo uma falsa corretora em San Diego, resultando na prisão de mais de 100 pessoas e
apreensão de USD 150 milhões. => organizações criminosas envolvidas: Cosa Nostra, US
Máfia, Carlel de Cali.

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ζ ⇒ TÉCNICAS E EXEMPLOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO

ζ1) TÉCNICAS
a) “smurfing” ou “schtoumpfage” - fracionamento de valores em quantias menores para
fuga do dever de informação/fiscalização;
b) troca de moeda – compra de USD em pequenas quantias e contrabando de $$$ em
espécie;
c) venda fictícia de ações – vendedor e comprador fixam um preço artificial para as
ações;
d) compra de bens que possam ser postos em rápida circulação => ex: ouro, jóias e
pedras preciosas;
e) negócios imobiliários (mecanismo mais usado na fase final do processo de lavagem –
integrar os valores no sistema legal)
i. aquisição a preço real ou simulado mediante contratos privados sem
mencioná-los na escritura;
ii. aquisição em nome de pessoa interposta (testa-de-ferro) ou sociedades
de fachada;
iii. criação de benfeitorias reais ou fictícias que permitam a venda por valor
mais elevado que o da compra;
f) constituição de empresas de fachada - em especial quando localizadas em paraísos
fiscais - que podem realizar negócios imobiliários, emitir falsas faturas (de importação
e exportação) e simular créditos (os agentes emprestam a si mesmos o dinheiro
lavado, fingindo uma operação legítima);
g) o recurso de testas-de-ferro sem disponibilidade econômica real sobre os bens.

ζ2) EXEMPLOS

♣ empréstimo endossado
- depositam-se valores a serem lavados num banco off-shore, no Caribe por exemplo,
transferindo-os depois para Luxemburgo;
- a quantia se lava em uma conta bancária servindo de garantia a um empréstimo que o
lavador toma com um banco em Londres;

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- o dinheiro colocado à disposições por Londres não tem nenhuma ligação aparente com
o dinheiro depositado em Luxemburgo;
- o lavador não paga o empréstimo e o banco de Londres usa a garantia fazendo com que
Luxemburgo lhe pague; ou; o lavador utiliza o empréstimo de Londres num
investimento rentável e paga o empréstimo servindo o $$$ em Luxemburgo para
garantir outra operação.

♣ ganhos falsos em jogos


- compra de fichas de jogo com dinheiro sujo;
- cúmplices jogam e perdem dinheiro sujo em uma mesa de jogo;
- um deles recebe o $$$ lavado pelo jogo.

♣ técnica de Franklin Jurado (Franklin Jurado aperfeiçoou nos anos 80 a tipologia de


lavagem do Cartel de Cali)
- o dinheiro vindo da Colômbia é colocado num paraíso fiscal;
- o $$$ é transferido para a conta do Sr. X na Alemanha;
- da Alemanha o $$$ vai para a conta do Sr. Y em Mônaco;
- o Sr. Y transfere $$$ para contas de empresas na Suíça e em Luxemburgo;
- o $$$ é transferido para a conta de um pseudônimo na Áustria;
- o $$$ volta à Colômbia através de sociedades européias sob a forma de investimentos
industriais – essa sociedades estão sob o controle de fato pelos membros do cartel.

♣ procedimento abreviado 123/1992 – Sala Penal de Audiência Penal, Seção 1º, Juiz Diaz
Delgado – Madri/Espanha, 1992
- recebimento de elevadas quantias de dinheiro em espécie;
- entrega dessas quantias em diferentes lugares da Espanha;
- translado clandestino do dinheiro ao Principado de Andorra;
- depósito em contas bancárias abertas exclusivamente para tal fim;
- saídas imediatas de $$$ mediante transferências e cheques bancários a pessoas físicas e
jurídicas diversas;
- cobrança de elevadas comissões nas diferentes operações que realizavam como
intermediários.

♣ STS 198 de 04/02/2002 Juiz Diego Ramos Gancebo – Sentença do Tribunal Supremo da
Espanha em relação ao delito do art. 301 do Código Penal (Espanhol)
- construção em 1995 de restaurante de luxo por cerca de 51 milhões de pesetas;
- acusada sem dinheiro para a obra, sem origem de financiamento;
- atividade anterior não justifica juntada de dinheiro suficiente;
- narrou empréstimo por amigo do marido do qual não sabia o nome;
- pagamento aos empregados na construção com dinheiro do marido – prova
testemunhal;
- marido sem negócios ou atividade lícitas que justificassem o dinheiro;
- marido condenado em duas ocasiões por tráfico de drogas;
- acusada e marido com relações familiares com pessoas no mundo ilegal do tráfico de
drogas já com condenações.

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♣ Operação Farol da Colina – Polícia Federal – 2004


- Folha de São Paulo 19/08/2004 (Folha on line)
O chefe da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal,
delegado Paulo Roberto Falcão, disse ontem que os documentos apreendidos no
Rio de Janeiro, na operação Farol da Colina, confirmam a existência de um
sistema financeiro paralelo, criado por doleiros, para remessa de dinheiro ilegal
para o exterior.
Segundo o delegado, doleiros do Rio de Janeiro movimentaram US$ 873,5 milhões
em 13 subcontas no banco Chase Manhattan, de Nova York, entre 1997 e 2002,
período em que se concentram as investigações da PF.
As subcontas faziam parte de uma conta maior aberta no mesmo banco pela
empresa Beacon Hill, de Nova York, extinta no início do ano, que atendia a
doleiros de países da América Latina.
Segundo Paulo Falcão, 40 doleiros do Brasil mantiveram subcontas no Chase, em
Nova York, dentro da conta-mãe aberta pela Beacon Hill, fora outras 20 contas
descobertas em outros bancos, que teriam movimentado, ao todo, cerca de US$ 20
bilhões.
As maiores remessas para o exterior partiram de São Paulo. Segundo o delegado,
duas subcontas paulistas da Beacon Hill movimentaram mais de US$ 500 milhões
cada uma. A maior delas, chamada de Medler, movimentou US$ 580 milhões. A
outra, Ridler, chegou a US$ 516 milhões.
A conta de maior valor descoberta no Rio, Eleven, movimentou US$ 220 milhões.
.........................
O dinheiro enviado para o exterior, por doleiros, segundo o delegado, teria
origem, principalmente, no subfaturamento de exportações e no superfaturamento
de importações.

- mediante pagamento de comissões, doleiros recebiam R$ no Brasil e, paralelamente,


acionavam uma conta em NY para reenviar valor equivalente para paraísos fiscais;
- o possuidor inicial dos R$ conseguia disponibilizar valores fora do País independente de
cheques ou depósitos facilmente identificáveis no SFN.

♣ Supremo Tribunal Federal - HC 84.869 / SP - Decisão: A Turma indeferiu o pedido de


habeas corpus.Unânime. 1ª. Turma, 21.06.2005.
“Os presentes autos foram instaurados objetivando apurar os crimes de Lavagem de
dinheiro previsto na norma do artigo 1º, inciso II, da Lei 9.613/98, e Sonegação fiscal
capitulado no art. 2º, inciso I, da Lei 8.137/90, decorrentes da “operação diamante”
desencadeada pelo Setor de Repressão a Entorpecente da Polícia Federal e que
culminou na prisão em flagrante delito por tráfico de entorpecente de Orlando Marques
dos Santos, Valdemar Ferreira de Santana, Deise Rodrigues dos Santos, Wanderlei
Aparecido Vidal, Ricardo Mendes dos Santos e Antonia Gonzaga. No procedimento
criminal que apurou o tráfico de entorpecente, descortinou-se um outro fato
importantíssimo, qual seja, uma considerável movimentação financeira e patrimonial
pertencentes aos integrantes da quadrilha, não deixando dúvidas que os bens e valores
auferidos pelos membros da organização tiveram origem no lucro das operações

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referente a venda de substância entorpecente. O crime de Lavagem de dinheiro como


crime subseqüente, prende-se ao fato que os valores e patrimônio movimentado pelos
autuados, e constatado na investigação criminal, distoa das atividades desempenhadas
pelos seus membros, levando a crer que o dinheiro e bens amealhados são provenientes
de suas atividades criminosas. Como exemplo, citamos o caso de Orlando Marques dos
Santos, pessoa a quem se reputa ser o líder da quadrilha, e que teria adquirido uma
fazenda recentemente no município de Palmeirópolis no valor de R$ 500.000,00
(quinhentos mil) reais.Segundo informações extra-oficiais, em poder de Antonia
Gonzaga, foram apreendidos, somente em jóias, aproximadamente R$ 200.000,00
(duzentos mil) reais, e neste caso, importante registrar que a mesma é proprietária de
uma Imobiliária em Alphaville, empresa esta que poderia estar sendo utilizada para a
“limpeza” do dinheiro, merecendo especial atenção desta investigação. O depoimento de
Orlando Marques dos Santos (fls. 127/142) também merece destaque pelo volume
financeiro movimentado pelo líder da quadrilha, o qual, há anos se encontrava recluso e
com uma lista de antecedentes criminais e condenações que faz inveja aos maiores
delinqüentes do país. Quando do desencadeamento da operação que resultou na prisão
de todos os membros da quadrilha, foram apreendidos inúmeros veículos, dinheiro em
espécie, grande volume de jóias e até uma aeronave. Aliás, quanto ao avião apreendido,
de propriedade de Orlando Marques, vale a pena tecermos alguns comentários neste
particular, pois, até o momento, não consegui compreender o porque este tal Orlando
Gomes mantém um avião angariado no aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, se o
mesmo já está preso a vários anos. (...............) ,somente uma investigação ampla e
irrestrita poderá demonstrar a participação e o efetivo envolvimento de todos no crime
de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.(..................) razão pela qual, esta autoridade
Policial representa pela quebra de sigilo BANCÁRIO E FISCAL das pessoas físicas e
jurídicas abaixo nominadas, salientando, que a decretação da quebra do sigilo bancário
seja extensivo ao cadastro do cliente, bem como, a identificação dos depositantes e
favorecidos nas movimentações financeiras, devendo o Banco Central do Brasil proceder
levantamento das contas correntes de titularidades das citadas pessoas e proceder a
entrega dos documentos bancários a Justiça visando a instrução deste feito. (...)”

♣ Superior Tribunal de Justiça - MANDADO DE SEGURANÇA Nº 9.491 – DF - Primeira


Seção do Superior Tribunal de Justiça denegou a segurança - 14 de setembro de 2005 (Data
do Julgamento)

“Versam os autos sobre mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por
Servecred Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários Ltda. e outros, contra ato
supostamente ilegal praticado pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda
consubstanciado na decisão administrativa que julgou improcedente "recurso
interposto pelos impetrantes contra decisão proferida pela diretoria de fiscalização do
Banco Central do Brasil no processo administrativo n. 9900952559"... Narram, em
suma, que a impetrante que principia o rol das requerentes é corretora de câmbio de
valores mobiliários e os demais integrantes do polo ativo constituem seus
administradores. ....... em junho de 1999, receberam intimação sobre instauração de
processo administrativo, tendo em vista a operação realizada com clientes sem a devida
observação das normas do BACEN.

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...a Servecred...... ter efetivado compra de moeda estrangeira de agência de turismo,


"em montantes fortemente discrepantes e fora dos padrões normais". Constou da
intimação que o proceder da corretora estava a evidenciar o delito de "lavagem" ou
ocultação de bens, direitos e valores, tipificado na Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998.
Ficou consignado, ainda, que, em vista da origem suspeita da moeda estrangeira em
negociação, deveria a corretora observar as regras de prudência inseridas em norma
do BACEN (Circular 2.852/98 e Resolução 1.620), de maneira que o desprezo às
normas, "sujeita diretores e gerentes de instituições financeiras às penalidades
previstas no art. 44 da Lei n. 4.595/64 e no art. 12 da Lei n. 9.613/98" (...). Para melhor
visualizar a quaestio iuris, extrai-se que o modo de agir que estava sendo objeto de
processo administrativo decorre da circunstância de que uma empresa, integrante do
grupo da corretora indiciada, teria comprado valores inferiores a US$10.000,00, sem
identificação do vendedor. Esses valores, somados, estariam a superar a cifra de
US$10.000.000,00.
........................
.....afirmam que a senhora Diretora do Banco Central, com base no artigo 12, inciso II,
da Lei n.9.613/98, acabou por 'aplicar, individualmente à empresa SERVECRED -
Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários Ltda. e aos Srs. ... pena de Multa
Pecuniária equivalente, em moeda nacional, a US$716.584,50 (setecentos e dezesseis
mil, quinhentos e oitenta e quatro dólares do Estados Unidos e cinqüenta centavos),
correspondente a 10% do valor das operações irregulares, ....... Restou fixada, também,
a multa de R$25.000,00, em decorrência da inobservância da Resolução 1.620/89.
..........................................
Do exame dos autos, constata-se que a senhora Diretora do Banco Central do Brasil
verificou as seguintes irregularidades perpetradas pelos impetrantes: "a. realização, no
período de 27.1 a 16.3.99, de compras de moeda estrangeira de agência de turismo, em
montante fortemente discrepante e anormal em relação à realidade da empresa e da
praça de Fortaleza - US$ 10.122.722,00 - , sem observar as obrigações de natureza
prudencial estabelecidas na Resolução 1.620, itens III e IV; e b) não ser dispensada
especial atenção às operações com fortes indícios de existência de crime definido na
Lei 9.613/98; tampouco elas foram comunicadas a este Banco Central, nos termos,
respectivamente, dos artigos 2º e 4º da Circular 2.852/98".”

♣ https://www.fazenda.gov.br/coaf - 100 casos de lavagem de dinheiro – caso 22


“Os integrantes da família Smith, cidadãos de um país da Europa oriental, já eram
proprietários do banco local há vários anos. Desde o início das atividades do banco, Jessica e
Kirk Smith eram os maiores acionistas. O filho Stan era o presidente e a filha Lisa era
diretora.Embora o banco fosse relativamente pequeno e não dispusesse de muito capital (e,
por essa razão, não tinha uma classificação de crédito (credit rating) muito alta nos mercados
nacional e internacional), os negócios iam bem. Foram assinados grandes acordos de
financiamento, em valores que ficavam bem acima do capital registrado do banco.
Funcionários da FIU nacional leram nos jornais histórias de que alguns dos clientes do
banco eram ligados ao tráfico de drogas. Isso foi razão suficiente para a FIU iniciar uma
investigação dos acionistas e dos diretores do banco. No decorrer da investigação, ficou claro
que a família Smith estava lavando o srecursos clandestinos de diversas operações
criminosas. Ao prepararem documentos falsos, como cartas de crédito e cartas de garantia de
bancos de primeira linha, criavam para seus clientes meios de ocultar as receitas oriundas do

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=> ANOTAÇÕES <=

tráfico de drogas e de outros crimes. Em troca, seus serviços eram remunerados com uma alta
comissão.
Para dar à comissão uma origem plausível, a família recorreu ao mecanismo do
retroempréstimo (loan back method). Ao indicar que o dinheiro era proveniente de acordos de
crédito, supostamente concedidos por instituições financeira sestrangeiras, a comissão
assumia a forma de créditos lícitos obtidos no exterior. A FIU também percebeu que os
membros da família não tinham passivos tributários embora tivessem muito dinheiro no banco
dos Smith. O dinheiro nessas contas também era ocultado usando o mecanismo do retro-
empréstimo. A FIU encaminhou as informações para a promotoria pública, para que esta
pudesse indiciar a família Smith por lavagem de dinheiro. Cada membro foi condenado a dois
anos de prisão e a uma multa de aproximadamente US$ 2.000.000. Além disso, foi confiscado
um total de US$ 5.000.000.
Indicadores:· Cobertura da imprensa sobre as atividades de titulares de contas”

♣ STJ RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 14.629 – CE – negado provimento - 27 de


setembro de 2005
“....relata, em tese, a prática do ilícito penal 'lavagem de dinheiro' em operação de remessa
de valores ao exterior, através das contas 'CC5' cujo depositante foi CONSTRUTORA
MARQUISE S/A, no valor de R$11.082.496,67 (onze milhões, oitenta e dois mil, quatrocentos
e noventa e seis reais e sessenta e sete centavos), caracterizando-se o delito tipificado no art.
22, parágrafo único da Lei 7.492/86, c/c Inciso I do art. 1º da Lei 8.137/90.
As remessas dos valores para o exterior, realizadas pela Construtora Marquise S/A,
foram efetivadas através das chamadas contas “CC-5”, denominação que tem origem na
Carta Circular n° 05 do Banco Central do Brasil, de 27/02/1969, que regulamentava as
transferências internacionais de divisas, e que foi revogada em 22/04/1996 pela Circular n°
2.677, que passou a regulamentar essas modalidades de operações.
As referidas transferências internacionais se deram por conta de 04 (quatro) contratos
de empréstimos, onde a Construtora é credora, firmados com o BOSITOWN FINANCE
CORPORATION S/A, empresa com domicílio na Praça da Independência, n° 811, P. B.,
Montevidéu, Uruguai, ......
.........Quanto à prática, em tese, do delito previsto no art. 1º, inciso I, da Lei nº
8.137/90, argumentam que "É SÓ EXAMINAR AS FLS. 30 E SEGS. DOS AUTOS QUE
CONSTA A DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA, OS VALORES REMETIDOS AO
EXTERIOR FORAM TRIBUTADOS. " (fl. 328). Salienta que "Quem dá ciência ao Fisco
acerca de operação que realizou não pode estar cometendo delito contra a ordem tributária
porque nada está omitindo ou falseando." (fl. 337). Ao final, sustenta que as remessas foram
registradas no Banco Central - SISBACEN, que a exigência de identificação da destinação
dos recursos restou atendida...............
........ foram juntadas informações prestadas pelo Banco Central do Brasil......
“Trata-se do Oficio nº 1139/DP, de 11.3.2005 (fls.1), por intermédio do
qual o Exmo. Sr. Ministro Felix Fischer do Superior Tribunal de Justiça, a
fim de instruir o julgamento do Hábeas Corpus no 14629/CE (2003/108534-
8), solicita informações pormenorizadas, relativas ao resultado do processo
administrativo que apurou a remessa de valores ao exterior feita pela
Construtora Marquise S.A.

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=> ANOTAÇÕES <=

2. O pedido foi encaminhado à Dejur, que, pelo despacho exarado em


29.3.2005 (fls.2), requisita deste Decec as informações de que trata a
solicitação judicial, no prazo de 5 dias, para efeito de resposta ao Superior
Tribunal de Justiça.
3. Dessa forma, efetuamos pesquisa na transação PCOP300 do Sistema de
Informações Banco Central (SISBACEN), logrando encontrar o registro de 5
processos tendo como titular a mencionada construtora (fls. 4/8).
4. Como o assunto de um desses processos (Pt. 0101072486) estava
relacionado com “controle cambial - monitoramento (transferências
internacional em reais - mútuo)” cadastrado pelo Decif/GTSPA,
encaminhamos o presente processo para aquela Unidade que pelo despacho
de 31.3.2005 (fls. 3), informou que não há processo administrativo
instaurado, no âmbito do Decif, contra a Construtora Marquise S.A. ou o
Sr. José Carlos Valente Pontes, oportunidade em que esclareceu que o Pt.
0101072486 examinou diversas remessas efetuadas pela referida
construtora ao exterior, mas não apurou quaisquer irregularidade capazes
de ensejar a abertura de processo administrativo.
5. Isto posto, cabe-nos destacar que os demais processos registrados em
nome da construtora, três tratam de operação de empréstimo externo,
arquivados em encerrados, e um, Pt. 0301214767, tem como assunto
“capital brasileiro no exterior -irregularidade (ausência de declaração -
acompanhamento)”.
6. Assim, ao que nos parece, a requisição do STJ estaria relacionada a esse
último processo (Pt. 0301214767), sobre o qual temos a informar: em
29.05.2003 rol encaminhada a correspondência Decec/Conar-2003/325 (fls.
9/10) à Construtora Marquise S.A. solicitando esclarecimentos pelo fato da
não prestação declaração de capitais brasileiros no exterior estabelecida
pela Resolução n° 2.911, 29.9.2001, não obstante houvéssemos verificado a
existência de registros em nosso banco de dados de transferências
internacionais em reais feitas pela empresa em 1997, a título de “capital
brasileiro de curto prazo - empréstimo a residentes no exterior”, da ordem
de R$10.500.000,00. Tal processo encontra-se arquivado, aguardando a
manifestação daempresa, não havendo ainda, portanto, resultado conclusivo
a seu respeito.
7. Por oportuno, cabe-nos consignar que apuramos outra transferência
internacional em reais por parte da empresa em 14.03.2000, no valor de
R$2.614.650,00 a título de “capital estrangeiro de longo prazo - empréstimo
a residente no Brasil - outros”, que aplicando-se a paridade da data da
transferência (R$ 1 ,7364/USD1,00) resulta em valor aproximado a
USD1.500.000,00.
8. Considerando que o principal do empréstimo externo contratado pela
empresa mediante lançamento de títulos no mercado externo, objeto de
registro no módulo RDE/ROF sob o no TA2 17108 é de USD 1.500.000,00, a
operação de TIR da ordem de R$2.614.650,00 apresenta indícios de ter sido
utilizada no seu pagamento. Uma vez que o vencimento do empréstimo
externo no registro está previsto para 2007, que o respectivo ROF está em
aberto e que a operação conta com beneficio fiscal em função do prazo de

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=> ANOTAÇÕES <=

permanência dos recursos no País, a situação deverá ensejar ação por parte
da nossa Gerência Técnica em Recife no sentido de fazer o
acompanhamento da atual situação do endividamento externo da empresa.

................. o e.Tribunal a quo ao denegar a ordem o fez sob os seguintes argumentos: a) que
apesar do vulto das operações realizadas que à época correspondiam à cerca de 1/5 do
patrimônio líquido da empresa, não houve qualquer nota explicativa aos acionistas como
determina o art. 176, § 4º, da Lei nº 6.404 (Lei das Sociedades Anônimas), b) que no Estatuto
Social da construtora não há qualquer alusão a possibilidade da empresa atuar como agente
financeiro, sendo esta hipótese totalmente distinta do seu objetivo social; c) que não há
qualquer referência às autorizações do Banco Central a respeito das operações financeiras
realizadas; d) que não ficou sobejamente esclarecido que as exigências legais para a remessa
de divisas para o exterior foram atendidas e e) que apesar dos quatro contratos de
empréstimo terem sido firmados em datas diferentes, seus vencimento ocorreram todos em
16/04/1998 e não há qualquer notícia nos autos sobre o retorno dos valores.”

♣ STJ RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 17.353 – SP - Recurso desprovido - 28 de


junho de 2005
“ Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus interposto por Ismael Rodrigues
Pires, em face de v. acórdão prolatado pela c. Segunda Turma do e. Tribunal Regional
Federal da 3ª Região que, à unanimidade, denegou o writ.
...................................................
Vejamos, inicialmente, excertos da peça em que o Parquet Federal requereu a quebra
de sigilo bancário e fiscal, litteris:
“Tratam-se de Peças de Informação originadas em ofício emitido pelo COAF à
Procuradoria-Geral da República, enviando lista de pessoas que teriam operações típicas de
lavagem de dinheiro. As operações consistiam em reiterados resgates de prêmios de loterias
por pessoas com ficha criminal. Sabe-se que uma das formas de dar origem lícita a dinheiro
ilícito é pela compra de bilhetes de loteria premiados. Assim, quem tem dinheiro que não
podia justificar a origem, através desta operação passa a poder fazê-lo, dando aparência de
legalidade a produto ou proveito de crime anterior.Considerando que os jogos de loteria são
disputados por muita gente, é improvável o ganho deste jogo, por diversas vezes, por uma
mesma pessoa. Nos presentes autos, apura-se o fato de Ismael Rodrigues Pires, CPF n°
466.346.658-34, ter resgatado 21 prêmios de loterias no valor de R$ 100.718,00 (cem mil,
setecentos e dezoito reais). Ressalte-se, outrossim, que o investigado é sócio Sidney
Trevisan,de CPF n° 699.919.368-15, nas empresas Ellofer Produtos Siderúrgicos Ltda.,
CNPJ n°61.152.112/0001-52 e Ellolajes Comércio de Materiais para Construção Ltda, CNPJ
n° 05.003.958/0001-50. Este sócio também teria resgatado 14 prêmios de loterias no valor de
R$ 100.150,00. (cem mil, cento e cinqüenta reais) Note-se às fls. 14 que o investigado teria
apresentado bilhetes premiados de diferentes concursos da Lotomania, Mega-Sena e Quina à
Caixa Econômica Federal todos no mesmo dia 18/04/2002. Esta postura indica que, de fato,
não teria sido ele o premiado, mas que teria obtido posteriormente todos estes bilhetes. Mais
curioso ainda é que seu sócio também resgatou os 18 prêmios no dia 18/04/2002. Em ofício
do Superintendente Nacional de Loterias e Jogos, foi esclarecido não ser possível verificar
quais os bilhetes premiados e as casas lotéricas onde foram adquiridos. Por telefone, o
Gerente Nacional de Loterias esclareceu que apenas com o código de validação constante dos
bilhetes poderia ser obtida esta última informação. Contudo, era procedimento regular

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=> ANOTAÇÕES <=

destruir os bilhetes após o pagamento deles, para evitar inclusive segunda cobrança
perdendo-se tal registro.
Para que se proceda à presente apuração, é necessário que se obtenha a
quebra de sigilo fiscal e bancário do investigado e de suas empresas onde figura como
sócio o investigado pela mesma conduta no procedimento 1.34.001.005228/2002-12.
.......................................
Pelo exposto e pela necessidade de salvaguardar o direito constitucional ao
sigilo, que só deve ser afastado por decisão judicial, o Ministério Público Federal requer
a Vossa Excelência:
1) que decrete o sigilo destes autos;
2) que determine a quebra do sigilo bancário do investigado e das empresas Ellofer Produtos
Siderúrgicos Ltda., CNPJ n° 61.152.112/0001-52 e Ellolajes Comércio de Materiais para
Construção CNPJ n° 05.003.958/0001-50, oficiando ao Banco Central do Brasil para que
sejam enviados a este Juízo comprovantes de movimentação bancária detalhada deles, no
período de maio de 2001 a maio de 2002, solicitando este órgão que sejam formados autos
suplementares para eventuais informações negativas;
3) que oficie à Receita Federal, para que forneça as declarações do
Imposto de Renda do investigado e das empresas mencionadas relativas ao ano de 2001,
bem como para que envie a declaração, assim que prestada àquele órgão, relativa ao
exercício de 2002.
4) que requisite atestado de antecedentes criminais do investigado às polícias estadual e
federal"

♣ HABEAS CORPUS Nº 29.684 - RJ (2003/0137916-4) - 3 de fevereiro de 2004 – HC


denegado

Pacote

ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

- Rio de Janeiro:
CV – Comando Vermelho
ADA – Amigos dos Amigos
TC – Terceiro Comando
TCP – Terceiro Comando Puro

Junho/2004 – Folha de São Paulo – No Rio o tráfico teria cerca de 2500


fuzis (estimativa do serviço de inteligência da Polícia Civil do RJ);

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- São Paulo
PCC – Primeiro Comando da Capital
TCC – Terceiro Comando da Capital

- Projeções do FMI e do Banco Mundial estimam que o volume de recursos submetido ao


processo de lavagem varia de 2 a 5% da economia global (o que implicaria em aprox. USD
500 bilhões/ano lavados). Do total lavado 80% (cerca de USD 400 bilhões) seriam gerados
pelo narcotráfico.

- Estima-se em mais de 180 milhões de consumidores de drogas no mundo e que essa indústria
criminosa movimente:
o dobro do que fatura a industria mundial de produtos químicos;
o equivalente ao comércio mundial de petróleo e gás;
um pouco mais do que as receitas de turismo.
(O Estado de São Paulo 09/06/1998)

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