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1. INTROITO
A pena, sem dúvidas, atrelada às indagações que lhe são inerentes (funções,
finalidades, fundamentos, etc), é o fenômeno jurídico que mais intriga os
operadores do Direito desde sempre. Essa questão envolve a própria justificação
de implementação do Direito Penal, o qual, basicamente, sempre se valeu do
instrumento da pena para implementar-se.
A história é construída com base em muitas correntes que fluem, uma mais
depressa, outras mais devagar (...) Não se pode ignorar até que ponto a disputa
ou guerra das teorias da pena tenha se tornado prisioneira das mutáveis
concepções filosóficas.
2. A PENA NA CONTEMPORANEIDADE
3. RETRIBUIÇÃO
A primeira delas foi desenvolvida por Immanuel Kant, filósofo alemão do século
XIX, o qual lançou a semente das teorias absolutas[4].
Não obstante, não deveria a pena ser mera imposição de um mal apenas em
decorrência de ter ocorrido outro mal anterior (crime), mas por uma necessidade
que visa a restauração ideal do ordenamento jurídico e tudo que ele simboliza,
sendo a negação da vontade especial (individual) do apenado em detrimento da
vontade geral da sociedade, exposta no Direito.
4. PREVENÇÃO
Sendo assim, podemos falar que esta teoria visa prevenir a criminalidade
atuando psicologicamente tanto em quem já delinquiu, fazendo com que o
mesmo, através da ressocialização não torne-se reincidente, e também junto
aos deliquentes em potencial, para que os mesmos, intimidados pelas
consequências dos delitos, não cometam as infrações.
Visando, ainda, clarear este ponto do estudo, valiosa a lição de Zakidalski, o qual
afirma que na teoria da prevenção (relativa), “o delito não é causa ou fundamento
da pena, senão motivo para sua aplicação, ela não tem alicerce na justiça ou na
culpabilidade e sim na necessidade de segurança social e na ressocialização
que busca acabar com a periculosidade do agente.[7]” E, complementando, o
mesmo nos diz que “Assim denomina-se por ser contrária à absoluta e ser
relativa à coletividade e ao indivíduo.”[8]
Podemos falar que houve uma formulação inicial acerca da matéria por parte de
A. Feuerbach (1775-1833), o qual teve uma assídua preocupação em distinguir,
metodologicamente, a prevenção geral da especial. Para ele, a missão estatal
era impedir a violação do ordenamento jurídico. Contudo, tal atribuição não podia
ser alcançada por meio de uma onipresença dos mecanismos de controle
estatais, senão por meio de uma ampla intimidação da sociedade.
Por outro lado, podemos falar que há a chamada prevenção geral positiva,
quando ocorre de fato a imposição da pena ao infrator, e sua consequente
execução se dá do modo previsto pela cominação abstrata do Direito Penal.
Coligando agora com o prisma da prevenção especial, podemos falar que esta
se subdivide, ratificando o já exposto, em duas modalidades: negativa e positiva.
As formas especiais de prevenção, ao contrário da geral, visam atuar no próprio
delinquente, apenado, fazendo com que o mesmo não torne à delinquir,
evitando, destarte, a reincidência.
Podemos afirmar que essa concepção, obteve sua retomada, após o idealismo
retribuicionista alemão de Kant e Hegel, com a obra de Franz von Liszt, uma vez
que aqueles postulados haviam falido na missão de conter o avanço da
criminalidade.
5. CONCLUSÃO
[1] MAURACH, Reinhart. apud GOMES, Luis Flávio; MOLINA, Antônio García-
Pablo. Direito Penal Parte Geral. Vol. 2. Ed. 2. São Paulo: Revista dos Tribunais.
pp. 457.
[2] NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6ª ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais. pp. 379 e pp. 389
[5] FRANCO, Helena Lahude Costa.O problema dos fins da pena criminal. Breve
análise da legislação portuguesa. Disponível em: www.ibccrim.org.br
[6] GOMES, Luis Flávio; MOLINA, Antônio García-Pablo. Direito Penal Parte
Geral. Vol. 2. Ed. 2. São Paulo: Revista dos Tribunais. pp. 472
[8] Idem
[9] GOMES, Luis Flávio; MOLINA, Antônio García-Pablo. Direito Penal Parte
Geral. Vol. 2. Ed. 2. São Paulo: Revista dos Tribunais. pp. 472
[10] Cf. GOMES, Luis Flávio; MOLINA, Antônio García-Pablo. Direito Penal Parte
Geral. Vol. 2. Ed. 2. São Paulo: Revista dos Tribunais. pp. 481.