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AULA 5
BALANÇO DE MASSA E DE ENERGIA
META
Avaliar dados de um processo industrial para realização de cálculos de balanço de massa
e de energia.
OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
1. INTRODUÇÃO
Esta aula possui uma característica diferente das aulas de Química X estudadas até o
momento: é predominantemente composta por exercícios. Fazer contas é a melhor
maneira de aprender balanço de massa e de energia! Além disso, será uma ótima
oportunidade de fixar as informações vistas nas Aulas 3 e 4, uma vez que serão
apresentadas situações que envolvem uso de reatores e operações unitárias.
Com esta aula, nós concluímos o segundo módulo de Química X, cujo objetivo foi
apresentar uma noção dos conhecimentos e das ferramentas necessários para realização
de uma transformação química em escala industrial.
2. BALANÇO DE MASSA
Se num dado ∆t, sair mais material do sistema do que entrar, o acúmulo será negativo.
Isso representa que há um decréscimo de matéria no sistema. Quando o acúmulo é igual
a zero, conclui-se que a razão de entrada é igual à razão de saída e que; portanto, a
massa do sistema não varia com o tempo. Geralmente, esta é a situação nas operações
industriais contínuas. Os balanços materiais tornam-se bastante simples nestes casos,
pois a massa de qualquer elemento químico alimentado ao sistema durante certo tempo
terá de ser igual à massa total desse elemento que deixa o sistema no mesmo ∆t.
Boxe de Atenção
A realização de balanços materiais torna-se bastante complexa quando o número de
correntes que entram e saem do processo em estudo é muito grande ou quando ocorrem
muitas reações paralelas.
Fim do boxe de atenção
4o) Escolher uma base de cálculo apropriada, ou seja, uma referência, e indicá-la com
clareza e destaque. A base de cálculo é uma quantidade arbitrária de reagentes ou
produtos em relação à qual se referem todos os cálculos efetuados. Pode ser a massa de
um determinado reagente ou de um único produto, podendo também ser escolhido um
intervalo de tempo de operação. Ocorrendo reações químicas, a base molar é quase
sempre mais vantajosa;
5o) Selecionar o sistema (ou os sistemas) em torno do qual serão feitos os balanços;
Exemplo: Suponhamos que uma coluna de destilação está sendo alimentada com uma
solução a 50 mol % de etanol em água, a uma vazão constante, para produzir um
destilado com 70 mol % do álcool e um fundo (resíduo do destilado) com 1 mol % do
álcool. Sendo F o número de mols alimentados à coluna num dado intervalo de tempo e D
e W os números de mols de destilado e de produto de fundo nesse mesmo intervalo de
tempo, duas equações poderiam ser estabelecidas para resolver o problema da
determinação de D e W em função de F:
Solução:
(D + W = 100 W = 100 – D)
F = D + W → 100 = 71 + W → W = 29 mol
Como você pode observar, a escolha de uma base de cálculo facilitou o trabalho.
1. Balanços materiais totais: aplicam-se ao balanço, envolvendo todo o material que entra
ou sai de um processo.
Já havia no tanque 250 m3 e foi encontrado um acúmulo positivo (entrada > saída) de 144
m3. Logo, ao final do dia, o tanque terá 394 m3 de água, ou seja, 79 % de sua capacidade
total.
2. Processos com reação química: nestes processos o emprego de unidades molares é
mais vantajoso.
Solução:
Equação do processo: CaC2 + 2 H2O → C2H2 + Ca(OH)2
Base de cálculo: 2 Kg de carbeto (na verdade 1,8 Kg, pois apresenta 90 % de
pureza)
1,8 Kg → 28,1 mol de CaC2 → 28,1 mol do gás C2H2
Na CNTP, 1 mol de gás corresponde a 22,4 L. Logo, nestas condições, 28,1 mols de
CaCl2 produziriam 630 L de acetileno. A 27 oC (300 K) e 700 mmHg, 28,1 mol produziu
um volume de 751,6 L do gás (usando a equação (P1V1)/T1 = (P2V2)/T2 onde P1 = 760
mmHg, V1 = 630 L e T1 = 273 K)
Sendo o gás queimado a 376 L/h, 751,6 L são consumidos em aproximadamente 2 horas
e este é o tempo de funcionamento do maçarico.
De acordo com a equação, para combustão de 1 mol de C2H2 são necessários 2,5 mols
de O2. Logo são gastos 940 L de O2 por hora (376 x 2,5).
Sendo o ar composto por 21 % de O2, serão gastos 4476 L de ar seco por hora.
A vazão de CO2 produzido é de 752 L/h e a vazão de vapor de H2O produzida é de 376
L/h. Logo, a vazão dos gases produzidos na combustão será:
(4476 – 940) + 752 + 376 = 4664 L/h de gases produzidos
79 % do ar CO2 H2O
que não reage
Solução:
Solução:
a) Se 14,6 mols de O2 saem junto com os gases da queima, 8,1 mols foram consumidos,
isto é, (22,7-14,6). Considerando que 8,1 mols de O2 podem gerar 16,2 mols de H2O, isto
significa que 32,4 “mols de hidrogênio” foram consumidos. A relação H/C então será
32,4/10,8 = 3.
A fórmula é CnH3n e quando H/C > 2 são hidrocarbonetos parafínicos de fórmula geral
CnH2n+2.
Então 2n+2 = 3n → n = 2 → C2H6 etano.
b) A quantidade de gás úmido é de 116,2 mols, ou seja, 100 mols de gás seco + 16,2
mols de água.
A quantidade de etano é de 5,4 mols, pois cada 5,4 mols de C2H6 geram 10,8 mols de
CO2.
Sendo Vgás = 116,2R(273+450)/P e Vcombustível = 5,4R(273+20)/P
A relação Vgás/Vcombustível é 53,1
c) A vazão do combustível é de 210 Kg/60 min = 3,5 Kg/min, equivalente a 116,7 mols de
etano por minuto. Sendo 21,5 a relação molar gás/combustível, 116,7 mols de
combustível geram 2509 mols de gases. Na CNTP, 1 mol de gás equivale a 22,4 L a 273
K. Logo 2509 mols correspondem a 56.202 L a 273 K. A 723 K equivale a 148.800 L, ou
seja, aproximadamente 149 m3/min.
Resposta Comentada
Faça o fluxograma, seguindo os exemplos mostrados anteriormente. Use como base de
cálculo 1 tonelada de mistura final, monte um balanço para cada ácido individualmente e
considere a soma das massas dos ácidos concentrados mais o ácido residual igual a
1000 Kg. As massas serão 200 Kg de H2SO4, 200 Kg de HNO3, 150 Kg de HCl e 450 Kg
de ácido residual.
Fim da resposta comentada
6.2. Processos químicos com purga: Em muitos processos químicos com reciclagem as
matérias-primas contêm materiais inertes que algumas vezes não são eliminados com os
produtos. Nestas situações, os inertes vão sendo acumulados no sistema, podendo o seu
teor atingir valores prejudiciais ao bom funcionamento do processo. Para evitar que os
inertes ultrapassem uma quantidade máxima permissível no sistema, costuma-se fazer a
purga de uma parte do reciclo.
Verbete
Purga - Significa a retirada de material acumulado no processo que não é material de
partida nem produto. A sua retirada pode ser feita através de uma “torneira”, por onde sai
o contaminante e também uma porção do produto, ou como no caso acima, do reciclo do
processo.
Fim do verbete
Resposta Comentada
Esse é um caso típico em que a aplicação de unidades molares facilita bastante o
trabalho de cálculo. Calcule a composição molar de cada componente. As respostas são:
a) 17,2 Kg de K2CO3, 0,85 Kg de K2O, 15,20 Kg de CaCO3, 11,59 Kg de CaO e 55,00 Kg
de H2O. b) 65,6 % de excesso de CaO.
Fim da resposta comentada
3. BALANÇO DE ENERGIA
Na indústria química, energia é utilizada sob as mais diversas formas. Nos processos em
que ocorrem reações químicas, há liberação ou absorção de energia geralmente sob a
forma de calor. Nos processos de combustão, a energia interna do combustível é usada
para a geração de calor, como nos fornos e caldeiras, ou para produção de trabalho como
nos motores e nas turbinas. Nas bombas e compressores, é fornecido trabalho para
acelerar ou comprimir fluidos e, nos trocadores de calor, transfere-se calor de um fluido
quente para outro mais frio.
Boxe Explicativo
Um moinho de bolas é constituído por um cilindro horizontal rotativo, parcialmente
preenchido com esferas cujo diâmetro varia entre uma e três polegadas. Ao girar, esse
cilindro, provoca o cascateamento das esferas e as ações combinadas de choque, e
cisalhamento provocam a dispersão do material que está sendo moído.
Q – W = ∆U
A variação da energia total, ∆E, será a soma das variações destas diversas espécies de
energia que podem ser armazenadas no sistema:
1 1 ∆E p = mg∆x = mg (x f − xi )
∆E c =
2 2
(
m∆v 2 = m v 2f − vi2 )
Q – W = ∆U
Muitas vezes, o único trabalho realizado pelo sistema é o de expansão, calculado por:
Vf
onde, P = pressão; Vi = volume inicial
Wexp = ∫ PdV
Vi Vf = volume final
Na disciplina Química II, vimos também que o calor recebido ou cedido por um sistema
em um processo a volume constante é dado por: Q = mcV(Tf-Ti) = mcV(∆T) onde m =
massa do sistema e cV é o calor específico médio a volume constante. Dessa forma,
podemos também escrever que ∆U = mcV(∆T). Como U é função de estado, o valor ∆U
assim calculado vale também para qualquer outro processo isocórico, realizado entre Ti e
Tf, ainda que haja trabalho realizado, que não seja de expansão, ou que ocorram
variações de energia cinética, potencial etc.
Os casos mais simples onde esses tipos de processos especiais ocorrem na indústria
química são os exemplificados pelas operações de transferência de calor, em trocadores
de calor, ou mesmo por contato direto entre dois fluidos. Constituem exemplos os
aquecedores, condensadores, evaporadores industriais, fervedores etc. Em todos eles,
um fluido (fluido quente) aquece outro (o fluido frio) durante sua passagem pelo
equipamento.
Na Figura 5.3, vemos um trocador de calor que será o nosso sistema termodinâmico sob
exame. Ele é constituído de duas partes, sistema I e sistema II (Figura 5.3a). Supondo o
equipamento isolado e desprezando os efeitos cinéticos e gravitacionais, como
geralmente para este tipo de operação, para o sistema I (Figura 5.3a), constituído pelo
compartimento por onde circula o fluido frio, Q = ∆H = H2 – H1, isto é, o calor recebido
pelo fluido frio (Q > 0) é igual a variação de entalpia desse fluido, já que a troca de calor é
realizada à pressão constante. Por outro lado, para o sistema II (Figura 5.3a), constituído
pelo compartimento por onde circula o fluido quente, Q’ = ∆H’ = H2’ – H1’. A quantidade Q’
é o calor fornecido pelo fluido quente (Q’ < 0) ao fluido frio que circula no sistema I. Como
o equipamento (trocador de calor), por suposição, forma um sistema isolado, a quantidade
de calor cedida pelo fluido quente é integralmente absorvida pelo fluido frio: Q = - Q’ e ∆H
= - ∆H’. Considerando agora o sistema com um todo (Figura 5.3b), ∆H = 0.
(a) (b)
Como vimos em aula anterior, os trocadores de calor podem operar de três maneiras
distintas:
a) em corrente paralela, quando os dois fluidos são alimentados pelo mesmo lado do
equipamento e escoam paralelamente pelo seu interior;
b) em contracorrente, quando cada fluido é alimentado por uma extremidade do trocado e
c) em correntes cruzadas.
Na operação em corrente paralela, a razão inicial de troca de calor é maior. Por isso, usa-
se este tipo de operação, quando se deseja um resfriamento rápido do fluido quente. Por
exemplo, os produtos de uma reação química podem sair do reator a uma temperatura
onde outras reações indesejáveis podem ocorrer. Neste caso, esses produtos devem ser
rapidamente resfriados para evitar as reações indesejáveis.
∆H = mcP∆T ou ∆H = nmcP∆T
Quando num dado processo as reações que ocorrem não se completam integralmente ou
quando um ou mais reagentes apresentam-se em excesso, deve-se levar em conta esse
fato ao calcular a variação de entalpia, durante a reação. Nesses casos, somente o
número de mols que reagiram devem ser considerados para efeito de cálculo do calor
produzido ou consumido durante a reação. Por outro lado, devem ser levados em conta
os excessos de reagentes ao se calcular as entalpias iniciais e finais. Da mesma forma,
os reagentes que não se transformarem em produtos não poderão ser ignorados, ao se
calcular a entalpia dos produtos. Se ocorrerem reações sucessivas ou paralelas entre os
reagentes, todas as alterações térmicas decorrentes dessas reações deverão ser
consideradas no cálculo.
RESUMO