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Grandes partidos estão unidos para

acabar com a Lava Jato, diz Marina


Silva
(http://afp.com)
Da AFP, em Brasília 09/07/2018 18h41

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AFP PHOTO / EVARISTO SA

6.jul.2018 - Marina Silva, pré-candidata à Presidência pela Rede, em entrevista exclusiva à


AFP

Em um país sacudido pela instabilidade política, os escândalos de corrupção e a


crise econômica, a ambientalista Marina Silva (Rede) fará em outubro a terceira
tentativa de chegar à Presidência com uma proposta para restaurar a credibilidade
do Brasil.

"Uma coisa muito importante é tirar o país da crise pela falta de investimento. Hoje
não tem investimento no Brasil porque está todo mundo esperando que chegue um
governo que tenha credibilidade, legitimidade, para saber o que vai acontecer, ter
alguma segurança", explica em entrevista à AFP em Brasília.

A sede do Rede Sustentabilidade, partido do qual é fundadora e pelo qual é pré-


candidata às eleições de 7 de outubro, fica relativamente próxima à Esplanada dos
Ministérios e à Praça dos Três Poderes, cenários dos esquemas e corrupção e
intriga que jogaram na lama o prestígio da classe política brasileira.

Mas a ex-ministra de Meio Ambiente e ex-senadora de 60 anos se vangloria de não


haver acusações contra ela e defende o "voto da mudança" para fechar o rombo da
corrupção nas instituições, através de uma profunda reforma política.

Trata-se de um grande desafio para a jovem democracia brasileira, depois das


experiências traumáticas do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em
2016, da prisão de seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), em abril deste ano, e das denúncias de corrupção que encurralaram seu
sucessor, Michel Temer (MDB), bem como grande parte de seus ministros e de
membros do Congresso.

"Já se tem a clareza de que aqueles que criaram o problema não têm como resolvê-
lo (...) Os grandes partidos, que aparentemente são contra um o outro, estão unidos
num único objetivo: acabar com a 'Lava Jato'", a investigação que desvendou um
gigantesco esquema de corrupção montado dentro da Petrobras, explicou.
Segundo pesquisas de opinião, se a Justiça eleitoral inabilitar a candidatura do ex-
presidente Lula (2003-2010) por ter sido condenado em segunda instância, como
prevê a Lei da Ficha Limpa, Marina Silva ficaria em segundo lugar no primeiro turno,
com 10% dos votos, atrás do ultradireitista Jair Bolsonaro (PSL-RJ), a quem
venceria com facilidade no segundo turno.

Mediação na Venezuela

Entre 2003 e 2008, Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, então
aliado do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez nos anos dourados da
esquerda latino-americana.

Mas desde que rompeu com Lula e o PT, que a levou a se apresentar à Presidência
em 2010 e 2014, a ex-senadora mostrou-se abertamente crítica aos governos de
Chávez e de seu sucessor, Nicolás Maduro.

"Hoje na Venezuela temos um problema humanitário. A Venezuela não é mais uma


democracia, é preciso que haja uma coalizão independente de partidos para ajudar
na situação em que está [o país]", declarou.

A profunda crise econômica, provocada por uma hiperinflação, e a escassez de


produtos básicos são sentidas no estado de Roraima, fronteiriço ao país vizinho,
onde entraram desde 2015 mais de 25.000 migrantes venezuelanos.

"É uma questão delicada porque o que deve prevalecer é a diplomacia, a


mediação", advertiu, sem dar maiores detalhes.

Não à reeleição

A ex-senadora, de confissão evangélica, propõe um referendo para discutir


questões como a legalização do aborto e das drogas. Mas centra seu programa na
necessidade de grandes reformas para estabelecer as bases das fragilizadas
instituições democráticas. Promete, assim, eliminar a reeleição e instaurar
mandatos de cinco anos.

"Se ganhar, vou acabar com a reeleição, instituir mandato de cinco anos para
aquele que vier depois de mim. Eu terei apenas quatro anos, depois disso serão
cinco anos. A reeleição no Brasil é um problema. As pessoas não fazem o que é
necessário pelo país (...) Fazem o que é necessário para se reeleger", acrescentou.

Nascida no estado do Acre, filha de uma família paupérrima de seringueiros que se


tornou uma ambientalista respeitada, Marina se comprometeu a trabalhar na
Presidência para frear o desmatamento que, segundo ela, voltou a disparar na
Floresta Amazônica, a maior reserva de biodiversidade do planeta.

No campo econômico, não se coloca entre os "dogmáticos" favoráveis ou contrários


ao mercado e promete recuperar o Plano Real - "uma conquista do povo brasileiro",
implantado em 1994 para combater a hiperinflação -, e garante que não está em
seus planos privatizar grandes estatais, como a Petrobras, para fazer caixa.

"Temos que enfrentar problemas que são graves. Temos uma dívida pública muito
alta e é preciso resolver o problema do déficit, mas não vamos fazer isso em
prejuízo dos interesses sociais estratégicos", advertiu.

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