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Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

1 Introdução
O fenômeno da desertificação é mundial, com ocorrência em mais de 110 países. Um
fenômeno com diversas manifestações, uma delas é a degradação dos solos. Essa degradação,
segundo a FAO (2007), aumenta em gravidade e extensão, com incidência em mais de 20,0%
das terras agrícolas, 30,0% das florestas e 10,0% das áreas de pastagens, precedendo à
desertificação antrópica, fase final com seus efeitos em cerca de 2,0 bilhões de pessoas, a
terceira parte da população mundial, de acordo com dados das Nações Unidas (2006).
Alerta da situação acerca das comunidades que vivem à margem de âmbitos ecológicos,
econômicos e sociais e onde a pobreza, o ordenamento insustentável dos recursos da terra e as
mudanças climáticas fazem das terras áridas desertos. Deve-se destacar que as terras secas
são responsáveis por aproximadamente 22,0% da produção de alimentos do mundo. No
Brasil, essas terras correspondem a 15,7% do total do território.
A desertificação, por sua vez, leva à pobreza ou a exacerba, com evidência de que a
degradação da terra e a competição por recursos naturais cada vez mais escassos, além de
poder levar à conflitos, aumentam os contingentes de refugiados por motivos ambientais e
econômicos.
A desertificação é um processo difícil de reverter, porém, com possibilidades de prevenir
ao proteger zonas frágeis; aliviar as pressões dessas zonas com a recuperação de terras
parcialmente degradadas; e, principalmente, utilizar os recursos dentro de critérios de
conservação e manejo integrado que possam internalizar as suas fragilidades e aproveitar as
suas potencialidades. É um processo com diferentes percepções e visões, entre outras, as de
cientistas - pesquisadores e de governos; as de países (regiões) desenvolvidos e países
(regiões) em desenvolvimento; as de domínios econômicos que fazem dele uma indústria e
das comunidades afetadas.
Por se tratar de um processo “lento” (em termos relativos e apenas para a desertização), as
conseqüências só passaram a ser observadas nas últimas décadas, a partir dos anos 30, no
Meio Oeste Americano, na forma de tempestades de areias (Dust Boowl: bacias de poeiras) e
onde a intensa degradação dos solos afetou cerca de 380 mil km 2, assolou campos e forçou
migração de milhares de pessoas com graves problemas socioeconômicos como desemprego e
pressão sobre infra-estruturas de cidades.
Tomou destaque na Conferência da Eco 92 – Rio de Janeiro / Agenda 21 e, em 2002,
na Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, com mais de 180 países
signatários, passou a se constituir um marco de referência. A adesão do Brasil foi em 1994,
ratificada e em vigor a partir de 1997.
Na Agenda 21, cap. 12: desertificação e seca, em que se estabelece como sendo
essencial, Na luta contra a desertificação e seca, a participação das comunidades
locais, organizações rurais, governos nacionais, ONGs e organizações
internacionais e regionais.
Em áreas programáticas (AP), dessa Agenda, tais como na AP - 2, preconiza-se a
cooperação entre todos os atores envolvidos, desde a população local como agricultores, até o
governo central; a AP - 6 recomenda a participação (...) ao reconhecer que “A experiência
acumulada sobre sucessos e fracassos de programas e projetos aponta para a necessidade de
apoio das populações às atividades relacionadas com o combate à desertificação. É necessário
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ir para além do ideal teórico de participação do público e obter o envolvimento ativo das
populações, baseado no conceito de parcerias. Isto implica a partilha de responsabilidades e o
envolvimento de todos os atores”.
A Agenda 21 recomenda seis passos contra a desertificação, mencionados a seguir:
a) estabelecer um fórum e grupos de trabalhos com atores da administração, políticos,
empresas, sociedade civil (...);
b) discutir e analisar os problemas [este passo é fundamental para definir planos, ações
etc.];
c) identificar [definir] os objetivos e conceitos de ações orientadas para o
desenvolvimento sustentável;
d) definir um plano de ação integrado numa agenda local [ênfase nessa especificidade:
agenda local];
e) implementar o plano [conforme orientações ou diretrizes, uma delas, alcançar o
desenvolvimento sustentável do local ou região sujeita à desertificação e à seca];
f) determinar INDICADORES para gerir (os destaques de problemas, em negrito, locais
e INDICADORES, MAIÚSCULA, estão ausentes da fonte consultada, porém são
importantes para o documento).
Na Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação é um instrumento
jurídico negociado pelos países membros da ONU, com força de lei para aqueles que a
assinaram e ratificaram, o caso do Brasil (por exemplo, com o Decreto Legislativo n o. 28, de
12/06/1997 ou a Resolução no. 238, de 22/12/1997), com possibilidades de contribuir para a
proteção e a conservação – manejo dos recursos naturais das regiões com clima áridos e semi-
árido. Elementos fundamentais de um plano de combate à desertificação, segundo a
perspectiva e orientação dessa Convenção (…), são apresentados na Figura 1.
Dois aspectos são destacados da Figura 1, tanto no problema como na abordagem: não se
trata apenas de identificar fatores contribuintes, mas de caracterizá-los em termos espaciais e
temporais; de avaliá-los e ordená-los e como se relacionam, às vezes, complementando-se; em
outras, com sinergismos (…). Parte do conhecimento de interações, interdependências (….)
entre fatores causais acena para definir ou especificar obrigações de afetados pelo problema e
interessados na sua solução.
Na parte de abordagem se destacam (Figura 1): a erradicação da pobreza extrema e da
fome até 2015, como metas de desenvolvimento acordadas internacionalmente, porém com
escassos ou nulos avanços com resultados com efetividade, em função da pouca ou da falta de
coordenação e de coerência de ações e de estratégias entre nações ricas – desenvolvidas e
nações pobres – em desenvolvimento; tal vez exista uma visão, uma intenção (…), mas não se
tem feito o necessário para implementá-la e convertê-la em resultados com efetividade, na
solução do problema, sendo que países ricos como em desenvolvimento são responsáveis.
Os esforços do combate à desertificação e de mitigação – convívio com a seca tem-se
orientado de forma desarticulada e inclusive sem o suficiente conhecimento do problema que
deveria acenar para a sua solução, conforme se depreendo do Fórum de Cooperação para o
Desenvolvimento (DCF).
Nesse Fórum tem sido mencionadas deficiências como na integração de fatores da divisão
do trabalho para setores específicos; na gestão sem alicerce em resultados; e nos obstáculos
para a concessão de ajuda, entre outras. Segundo o Secretario – Geral da ONU, Ban Ki-moon,
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Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

“a ajuda nem sempre tem sido destinada a quem mais precisa: razões políticas ou militares
(…); alguns países gozam de atenção da comunidade internacional, enquanto para outros fica
difícil atrair fundos (…); a ajuda tem ficada atada a requisitos que afetam a autonomia
nacional, levam a distorção na destinação de recursos, têm resultados pobres na melhora do
desempenho econômico (…); há tendências preocupantes como as de aumento dos preços dos
alimentos e combustíveis e a crise financeira (…) que se relacionam à perda de recursos da
terra”.
Na abordagem se destaca, também, deficiências (não-adequações, simplismos, omissões
de modernas metodologias etc.) de procedimentos e instrumentos, de técnicas e métodos (…)
para definir o problema em contextos como os de cenário, prospectivos, de integração (…).

AÇÕES

Elaborar e implementar um programa de ação


OBJETIVOS nacional de combate à desertificação, com a
Combater a desertificação e participação da população e de comunidades (...),
os efeitos da seca, em com parcerias, cooperações e coordenações.
abordagens consistentes com
Um programa com flexibilidade para se ajustar
a Agenda 21
às mudanças, com ênfase em medidas
preventivas e com possibilidades de revisões
periódicas.
PROBLEMA
Identificar fatores contri-
buintes * à desertificação e
definir-especificar
COMBATE À
obrigações ** dos DESERTIFICAÇÃO E AOS
envolvidos (…). EFEITOS DE SECAS

RECOMENDA
Recomenda a criação de ABORDAGEM
sistemas de alerta precoce e a
preparação da sociedade com Integrada [sistêmica], considerando aspectos
planos de contingências para físicos, biológicos e socioeconômicos do
lidar com a seca. problema.
Inclusão do fortalecimento de Associando suas estratégias de erradicação da
sistemas como o de segurança pobreza * com os esforços de combater a
alimentar. desertificação ** e mitigar os efeitos da seca.

Figura 1 Elementos de um plano de combate à desertificação indicados pela Convenção (...)


Fonte: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008).
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2 Conceitos
O conceito, como entidade abstrata (do pensamento, da comunicação, do conhecimento)
para designar uma categoria, um evento, uma relação (...) em uma proposição, ainda que
eventualmente seja provisório, tenha certo enfoque (…) facilita o entendimento pela concisão
e clareza do texto uniformizada sobre uma base conceitual facilitadora do entendimento. Daí
sua importância e a necessidade de se explicitar em qualquer documento técnico.

2.1 Desertificação
Processo de degradação e/ou de destruição - perda do potencial produtivo da terra em
regiões / zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, que resulta de vários fatores agindo
isolada ou, com freqüência, simultaneamente, incluindo, entre esses fatores, as variações bio-
climáticas e as atividades humanas. São atividades com efeitos - impactos negativos,
desenvolvidas nessas zonas de ecossistemas frágeis e com limitadas capacidades de
regeneração, de disponibilidades de bens e serviços ambientais excedentes (...).
Correspondem a atividades que aceleram processos como os de erosão geológica
(desertização), alteram significativamente a
paisagem e levam às mudanças de ambientes
bióticos e com determinadas riquezas, como é a
Caatinga, para ambientes abióticos empobrecidos
e sem água, como são os núcleos de desertificação
(Tabela 2).
É preciso, no combate à desertificação, romper
ciclos ao agir nos fatores controláveis (atividades
humanas) que levam à degradação ao potencializar Área não-degradada; Jaguaribara (CE)
variações bio-climáticas.
A taxa de degradação, na trilha da
desertificação, ilustrada na figura ao lado (Figura
14), pode ser reduzida, em níveis toleráveis, os
naturais, mediante práticas de conservação –
manejo integrado substituindo usos e manejo
inadequados; períodos suficientes para
recomposição (pousios) de fontes e/ou reservas;
tecnologias adequadas às condições (...), conforme
se indica, em termos gerais (referência para
adequar em cada caso), neste documento. Área degradada; erosão laminar; Jaguaribara
(CE)
O termo desertificação surgiu, no final da
década de 40, século XX, para identificar áreas que ficavam parecidas com desertos: um
problema grave. Esse problema está associado com outros não menos graves, com inter-
relacionamentos complexos que a comunidade científica aceita, tais como a perda da
diversidade biológica e mudanças climáticas associadas à desertificação. Por conveniências de
setores e países e pelas implicações com a internalização de passivos ambientais que
decorrem desses inter-relacionamentos, ao não se assumirem custos da desertificação nas
fontes responsáveis, são questionáveis e até rejeitáveis, em parte, por países ricos e
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Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

desenvolvidos renuentes em acatar e se comprometer com metas que podem reduzir causas de
mudanças climáticas, de perdas da biodiversidade e da desertificação.
A Figura 2 indica relações entre três grandes problemas ambientais contemporâneos, com
poucos exemplos de ciclos, destacando-se, para o caso considerado, a desertificação. Nela, a
degradação dos solos é um dos aspectos que se discute por causa da relação direta com a
missão e objetivos do MAPA. Mas a degradação do solo é, também, assunto relacionado com
outros problemas uma vez que tal degradação é responsável, em mais de 30%, pela emissão
de gases do “efeito estufa”: as perdas de biomassa e matéria orgânica liberam carbono na
atmosfera; tem implicações para a redução e a adaptação às mudanças climáticas e na
biodiversidade.

Desertificação
Desertificação

Reduções de plantas
e da diversidade de
Reduções da produção primária organismos do solo
Redução do seqüestro Reduções da produção primária
de carbono em (…)
e de ciclos de nutrientes Redução da
e de ciclos de nutrientes conservação do solo

Aumentos de
eventos extremos: Reduções da diversidade
secas, enchentes etc. Erosão
Reduções de reservas do
de solo
Perdas de nutrientes e na estrutura de coberturas
Erosãodedo dasolo
carbono e aumentos umidade do solo vegetais e nos micro-
emissões de CO2 organismos do solo

Mudança Perda da
climática biodiversidade

Aumento – redução Mudança na estrutura e


de espécies como (…) na diversidade como (...)

Figura 2 Relações entre desertificação (fenômeno local), mudança climática (fenômeno


global) e perda - degradação da biodiversidade (processo local, regional e global)
Fonte: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008)
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O semi-árido pode ser considerado uma das regiões mais vulneráveis do Brasil, sob o
aspecto social, pois o aquecimento global pode resultar em acentuada redução da pluviosidade
média, com efeitos na vegetação típica da caatinga, sendo substituída, provavelmente, por
vegetação de regiões áridas; inviabilizar a agricultura familiar / de subsistência; aumentar a
emigração humana; e até reduzir o volume de água do rio São Francisco, com possíveis
implicações em projetos como o da Transposição do rio São Francisco (...).
Em termos gerais, os processos de desertificação são complexos e compreendem
dimensões não apenas do conhecimento técnico – científico do meio ambiente (físico,
químico e biológico) aplicado em um local ou região em que ocorrem esses processos, mas
conhecimentos técnico–científicos sociais, culturais, econômicos; de planejamento e gestão
em abordagens integradas e prospectivas; de organização do território utilizando modernas e
adequadas tecnologias; de sistemas de informações (…).
Conhecimentos de saberes tradicionais, de práticas de uso e manejo dos recursos nesses
ecossistemas frágeis; de lições – experiências de comunidades no convívio com a seca (…).
No documento se destaca a complexidade da própria definição de desertificação,
pressupondo-se indispensável e a mais completa possível, em determinado momento, para
definir ações e estratégia de combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca, com
notável viés para as ações na incumbência do Mapa.

2.2 Combate à desertificação


Um inimigo que é preciso conhecê-lo. Combater a degradação da terra pressupõe
conhecer as causas caracterizadas pelos seus efeitos que podem levar à desertificação e,
principalmente, evitar os fatores, condições (…) que a provocam. Esse combate tem sido, para
a agricultura sustentável, um tema recorrente tanto na Convenção das Nações Unidas de
Combate à Desertificação como em outras convenções, agendas, planos (…). Um tema em
destaque que, a partir de 2007/08, motivou novas preocupações pelas relações diretas com a
produção de alimentos e de fontes bio-renováveis de energia, constituindo-se um problema
ambiental, social e econômico. Quais são essas causas? Suas manifestações são:
desmatamentos indiscriminados; utilização de tecnologias agropecuárias inadequadas para as
condições do semi-árido; exploração / super-exploração em áreas de equilíbrios frágeis e
instáveis; queimadas sem controle; mineração sem adequados critérios de exploração; abuso
de agrotóxicos que poluem; uso – manejo inadequado do solo, água e vegetação (...).
O combate à desertificação compreende o entendimento além de manifestações para
fundamentar atividades que fazem parte do aproveitamento (racional, sustentável e integrado)
de ambientes e recursos da terra em terras secas (zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas
secas), ecossistemas frágeis e de limitada capacidade de regeneração (…). São atividades
orientadas para o desenvolvimento sustentável dessas zonas ao valorizar esses ambientes
(conhecê-los para apreciá-los e com base nessa avaliação, conservá-los), tendo como
objetivos: a prevenção e/ou redução da degradação da terra; a reabilitação de terras
parcialmente degradadas; e a recuperação de terras degradadas.
Aliado a esse combate se tem a mitigação dos efeitos da seca, não pelo pressuposto
controle direto desse fenômeno natural, mas mediante ações que possam amenizá-lo, seja em
sua ocorrência ao preservar equilíbrios ecológicos, matas ciliares, fontes de água (…), seja em
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Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

seus efeitos, tornando-os toleráveis. É o caso da previsão da seca, dirigida à redução da


vulnerabilidade das comunidades e dos sistemas naturais, no que se refere ao combate à
desertificação, com a apresentação de alternativas que possam suavizar esses efeitos.
Pela avaliação de previsões de seca com a máxima confiabilidade possível e decorrente
implantação de ações (p.ex., emergenciais, transitórias e permanentes, segundo seja o caso) e
seus monitoramentos oportunos é possível minimizar danos da seca “anunciada”. Informações
sobre as características das secas, formas de proteção em cada período do ano, mudanças de
comportamento das comunidades, alternativas de produção e consumo (…) estarão
contribuindo para o convívio com a seca, outro conceito no lastro do combate à desertificação.
No combate à desertificação e na
mitigação – convivência com a seca Pontos para reflexão no combate à desertificação:
são valiosas e imprescindíveis as Foco: o ser humano em seu meio, com a sua cultura,
contribuições do MAPA que busca perspectivas, possibilidades (…).
delinear suas ações no
O progresso, com objetividade no foco, depende de:
desdobramento dessa luta ao definir
ações como as de pesquisa – - A implementação de programas de ação local (...).
extensão para inovações adequadas à - Necessidade de cooperação internacional e parceria.
cultura e saber tradicional e suas
estratégias como as de parcerias (…) - Participação plena: mulher e homem.
que possam potencializar o resultado - Imprescindível engajamento da comunidade.
tecnológico nesse combate. Condições necessárias objetos de atendimentos:
O combate à desertificação, - Conhecer o problema por suas causas, efeitos (…).
para que seja eficiente, deve ter
- Ordenar / priorizar as causas com base em
objetividade em seu foco e
indicadores, critérios, diretrizes, objetivos (...).
efetividade de suas ações,
estratégias, parcerias, resultados (...) - Relacionar e avaliar as causas em lógicas estruturas.
de seus planos. Isso significa: - Alocar recursos suficientes e com objetividade.
a) Definir as vulnerabilidades - Encorajar a participação: motivar, conscientizar (...)
das zonas relacionadas com as Papel da P&D no combate à desertificação:
práticas agrícolas de uso e
manejo dos recursos naturais e - Melhorar o conhecimento do problema e os meios (...).
a fraca capacidade de - Atender objetivos e metas conforme diretrizes (…).
reorganizar a estrutura - Projetar/integrar/valorizar o conhec. novo e tradicional
produtiva nesses ambientes.
Esse entendimento é básico - Fortalecer a P&D para esse combate, com direção.
para desenvolver ações de - Definir relações: pobreza– migração–desertificação.
conservação com relações
- Agir, com objetividade, em redes, parcerias (…).
simbióticas com o clima, com a
recomposição de sistemas EDUCAR PARA PREVENIR, TREINAR PARA AGIR
hídricos (proteção de nascentes NA CONSERVAÇÃO E MANEJO INTEGRADO (...)
PARA O COMBATE
e matas ciliares), com a
diversidade biológica.
b) Entender (pelas causas, pela
lógica – racionalidade das fontes, pelos critérios técnico-científicos) as pressões da
agricultura e pecuária extensiva, da exploração madeireira e com fins energéticos, da
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erosão dos solos, da concentração de recursos como terra e água por distorções de
estruturas como as de posse (...) sobre o meio ambiente e seus recursos naturais.
Um dos fatores que favorece o desmatamento da vegetação nativa é o incentivo
econômico quando tais ações omitem o valor de bens e serviços ambientais dessa
vegetação, da diversidade biológica (...) do bioma Caatinga.
A vegetação desempenha importante papel no equilíbrio da água no solo ao permitir que
parte da chuva se infiltre através das raízes (…) para a recarga de lençol freático, além
de se constituir proteção contra a erosão.
A queimada que segue ao desmatamento é uma prática rudimentar e tradicional que o
agricultor utiliza para controlar pragas, limpar áreas para o plantio, renovar pastagens
etc., Com o passar do tempo se tem a degradação física, química e biológica do solo, a
perda de biodiversidade e da dinâmica do ecossistema, o favorecimento à erosão, além
de outros efeitos negativos como incêndios.
c) Compreender efeitos de sobre-utilizações de ambientes e recursos naturais; da
salinização da irrigação; de perdas da diversidade biológica pelos usos e manejos
impróprios desses recursos.
d) Avaliar os fatores causais e suas inter-relações, naturais e antrópicas, que provocam à
erosão dos solos, as perdas de produtividades agropecuárias, a desnutrição e fome (…)
em perversos ciclos.
O entendimento poderá apontar e/ou destacar fatores aparentemente sem importância,
mas que complementam ou potencializam efeitos de outros fatores e, portanto, precisam
de tratamentos conjuntos em planos de combate à desertificação.
e) Reconhecer as deficiências de dados e informações com qualidade, valor e utilidade
para o planejamento e a tomada de decisões, para completar uma base de informações.
Reconhecer, também, as fragilidades institucionais para indicar formas de fortalecer
essas instituições no combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca.
Definir, entender, compreender, avaliar e reconhecer (...) são fases de um processo com
origem no conceito de desertificação capaz de acenar e se constituir ponto de partida para:
a) estabelecer os objetivos e metas do combate à desertificação: prevenção e/ou redução
da degradação das terras; reabilitação de terras parcialmente degradadas; recuperação
de terras degradadas;
b) escolher os procedimentos metodológicos necessários na obtenção, tratamento e
difusão de informações e tecnologias necessárias para o combate;
c) calcular os indicadores de síntese de dados e informações, úteis e valiosas, para a
gestão ambiental, para a educação de conservação e manejo integrado do solo – água -
vegetação (…);
d) orientar o atendimento às demandas por soluções conforme indicações do problema.
É preciso notar que o entendimento do problema da desertificação no local ou região,
básico para acenar na definição de objetivos e metas consistentes com o problema e ambientes
específicos; escolher meios, tanto metodológicos como de recursos financeiros e outros, para
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Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

alcançar os objetivos e metas; e definir procedimentos como os de acompanhamento,


avaliação e (re)orientações nesse combate (...), é imprescindível na atuação do Mapa.
Atuação que se orienta para estimular o aumento da produção agropecuária e o
desenvolvimento do agronegócio, em bases sustentáveis, para atender o consumo interno e
formar excedentes para exportação.
São objetivos consistentes com a missão do Mapa que tem como conseqüência a
geração de emprego e renda, a promoção da segurança alimentar, a inclusão social e a redução
de desigualdades sociais: aspectos notáveis no semi-árido que precisam melhorias.
Para cumprir essa missão, o Mapa formula e executa políticas, integrando aspectos
metodológicos, tecnológico-científicos, organizacionais e ambientais ao gerar / adaptar e
difundir / disponibilizar soluções tecnológicas para tratar ou para contribuir na solução de
problemas sociais como segurança alimentar e desnutrição. Essa missão coloca em evidência
cuidar de ambientes e recursos naturais da terra relativamente frágeis degradáveis.

2.3 Degradação da terra


Perdas ou reduções significativas de
produtividades ou produções econômicas e ou Migração
Fome

biológicas de um ecossistema, como as que


Queda Prod. Agrícola (...)
ocorrem nos solos, nos recursos hídricos e na
vegetação, com efeitos na redução da
qualidade de vida de comunidades Deseq. ciclo água
vulneráveis e dependentes de recursos desses
ecossistemas.
Perda fertil. solo
As terras secas são ecossistemas frágeis,
Tecnologias inapropriadas

vulneráveis de zonas áridas, semi-árias e sub-


Uso-manejo inadequado

úmidas secas, delimitadas conforme o índice Degradação da terra:


Sobre-utilizações (...)

- ambientes abiótico e biótico


de aridez (Chuva/Evaporação + transpiração - recursos naturais: água,
ou evapotranspiração potencial) na classifi- solo, vegetação (...)
cação climática de Thorthwaite, com valores,
variações de intervalos e terras afetadas, em
Degradação
milhares de km2, apresentados, em termos
globais, na Tabela 1.
Perda - degradação da
São vários ciclos compreendidos na
biodiversidade (...)
degradação da terra, alguns deles ilustrados
no gráfico ao lado. São ciclos, processos em
forma de espiral e/ou efeitos em cascata que Degradação
levam aos desequilíbrios, por efeitos ou
causas do aquecimento global, da danificação
Mudança climática
da camada de ozônio, da desertificação de
solos, da perda da biodiversidade (...), sendo
necessário conhecê-los e determinar em que
fase e como proceder para a ruptura do ciclo.
Em geral, a ruptura de ciclos, processos espirais ou efeitos em cascata de, p.ex., no campo:
miséria–dependência-miséria que, pela emigração leva para o meio urbano: desemprego-
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miséria-precariedade serviços básicos-marginalidade-miséria-desemprego pode ser provo-


cada em vários elos e por várias, uma delas o Mapa: conservação–agricultura sustentável etc.
Pressões como alta dos preços dos alimentos e (bio)combustíveis, apesar de serem
temporariamente mitigáveis pelas novas possibilidades tecnológicas no aumento da produção
agrícola, poderão não ser suficientes para deter a degradação da terra. Isso poderá acontecer,
se tais aumentos não forem devidamente sustentáveis em bases como as de conservação e
manejo integrado capaz de romper elos de estruturas – cadeias que levam à insegurança
alimentar, à alta de preços de bens agrícolas, à fome, à migração rural – urbana, à miséria (...).

Tabela 1 Clima, índice de aridez e terras afetadas pela desertificação nos continentes.
AMER. AMER.
CLIMA ÍNDICE ÁFRICA ÁSIA AUSTRÁLIA EUROPA
NORTE SUL
Hiper-árido < 0,05 6.720 2.770 0 0 30 260
Árido 0,05  0,20 5.040 6.260 3.030 110 820 450
Semi-árido 0,21  0,50 5.140 6.930 3.090 1.050 4.190 2.650
Subúmido
0,21  0,65 2.690 3.530 510 1.840 2.320 2.070
Seco
Subúmido e
>0,65 - - - - - -
úmido
TOTAL - 19.590 19.490 6.630 3.000 7.360 5.430
Fonte. Atlas Mundial Times, 1995.

2.4 Desenvolvimento sustentável (DS)


Conceito fundamental e necessária referência para, no início, definir problemas, e, ao
final, aplicar soluções: especificar objetivos, meios e recursos, estratégias etc.
O conceito D∩S surgiu em 1987, no Relatório Brundtland, considerado, neste
documento, de forma simples e operacional como o aumento criterioso e “seguro” da
capacidade do ambiente para atender necessidades disciplinadas na perspectiva de longo
prazo. Nessa formulação simples se tem pressupostos e implicações nem sempre aceitos:
abertura e disposição para o diálogo, para acordos, para contínuos progressos e melhorias.
O conceito original, em geral, tem sido utilizado de forma exagerada, com viés e, por
vezes, errada, indiscriminada e banalizada que o tornam “vazio”, sendo objeto de críticas, tais
como: incorreto, insustentável, utópico, inútil, artificioso, capcioso (…); contraditório em seus
termos “desenvolvimento”  fazer crescer no sentido econômico, de competição
(concorrência) e “sustentável”  manter ou suportar, no sentido biológico como equilíbrio
dinâmico de cooperação, negando-se mutuamente; com lógicas diferentes ao aduzir como
causa aquilo que é efeito; impreciso, incompossível e ambíguo, possibilitando seu uso no
discurso com objetivos – meios diferentes, p.ex., entre países (regiões, locais etc.)
“desenvolvidos” e países (…) “em desenvolvimento”, propício, portanto, “para defender”
interesses contrários à essência do conceito.
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Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

São críticas, insustentáveis e/ou com parciais fundamentos e notáveis exageros,


propositadamente não-considerados neste documento, admitindo-se a viabilidade de intenções
da ECO-92 ao aceitar o D∩S como um processo que “atende às necessidades presentes sem
comprometer a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas próprias
necessidades”, sem colocar a eqüidade inter-geração por cima da equidade intra-geração, sem
sobre-valorizar a capacidade moralista para decidir nem sub-estimar a dinâmica que tornariam
assimétricas as situações comparadas.
Nessa aceitação, prévio acordos para arranjos que viabilizem esse atendimento,
combinam-se o crescimento de “fluxos” (conservação e manejo de ambientes e recursos
naturais, pelo aumento criterioso da capacidade ambiental das fontes), com a preservação -
proteção “melhorada” desses “estoques”, de reservas e ciclos naturais (...), em equilíbrios
dinâmicos para atenderem às necessidades: fluxos de bens e serviços devidamente
reconhecidos pelos mercados. O próprio reconhecimento do valor de bens e serviços
ambientais pelo mercado deverá contribuir para eliminar “usos – consumos” indevidos ou
superfluos em benefícios de “(...) as gerações futuras satisfaçam as suas próprias
necessidades” Referem-se a equilíbrios monitorados que possam assegurar o atendimento às
necessidades disciplinadas na “otimização condicionada” de uma “função objetiva”.
A busca desse atendimento, facilitado pela educação, transita e se sustenta em
INDICADORES confiáveis, consistentes (...) para comunicar – informar, alertar–
prognosticar (...) realidades de pelo menos três pilares ou dimensões do D∩S, conforme se
ilustra no gráfico ao lado: pela
nogociação, acordo e/ou imposi-
ção é possível, ao disciplinar o
crescimento econômico e inter-
nalizsar passivos ambientais em
suas fontes, transferir parte de
benefícios econômicos às dimen-
sões social e meio ambiente –
ecológica, com melhorias (indi-
cadas nas setas brancas).
No “estado inicial” se tem a a’ a”
uma relativa baixa sustentabili-
dade ambiental e pouco desen-
volvimento social, ambos
canalizados para a maximização de benefícios econômicos.
O “disciplinamento” desses benefícios poderá se traduzir, por imposições, em proteção
– preservação de fontes, ciclos (...) sem considerar potencialidades e possibilidades de
extração de excedentes, atingindo níveis do preservacionismo (a”), excludentes, portanto, do
crescimento e de melhorias sociais: desertificação antrópica. Mas o combate à desertificação
com foco no ser humano elimina essa possibilidade e destaca a conservação e manejo de
recursos naturais em perspectivas como a da agricultura sustentável.
A “negocição” que alicerça o disciplinamento econômico e a transferência de recursos
dessa dimensão para as outras, evidencia melhorias sociais: a desertificação não é apenas
ambiental, mas, também, antrópica. Dessa forma considerada, a transferência de benefícios
econômicos beneficiará tanto o meio ambiente (a’) como o social, entre outras dimensões
12

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(não consideradas no exercício simplista) com uma nova configuração indicada pelo triângulo
traçejado. É importante notar, nesse exercício de combate à desertificação, alguns
condicionantes ou situações que a favorecem, tais como (relação preliminar);
a) ambiental: conscientização social, fruto da educação, da capacitação (...) da fragilidade
de sistemas naturais (solos, água e flora – fauna) e dos efeitos antrópicos de certas
atividades (aquelas sem critérios técnicos adequados) sobre esses sistemas, sem a
polarização de visões estreitas nem a intransigência do preservacionismo;
b) econômico: sensibilidade dos limites do potencial de crescimento, da necessidade de
discipolinamento com base em indicadores da capacidade de suporte ambiental, sem
viés para a “quantidade” e o “ter” maximizados e concentrados;
c) social: compreensão, envolvimento, participação e consideração de valores,
diversidades, saberes tradicionais e perspectivas da soceidades no DS: foco na
“qualidade” e o “ser”, conforme mencionado anteriormente.
Pelo exposto, pode-se concluir que o conceito D∩S e sua desenvolução em um local ou
região não é apenas um problema técnico-científico, mas, principalmente político, que
depende de múltiplos e, com freqüência, conflitantes interesses, objetivos, recursos,
possibilidades (...) diferentes e complexas, ainda em locais ou regiões específicas. É o caso do
semi-árido, com espaços geográficos diversos, dentro de arranjos que refletem desigualdades
e situações acomodadas e de conforto, como as de estrutura de posse de recursos naturais,
para poucos e de exclusão e miséria para muitos.
Nesse conceito, criar novas oportunidades e as condições para que “todos” sejam capazes
de optar (para uns, “ceder”, para outros “aceitar”, ambos como preço da sustentabilidade) e
escolher os melhores caminhos evidencia fatores do combate à desertificação, vontade e
decisão política para perceber a situação dos recursos necessários para o desenvolvimento e
os conflitos, tanto os que resultam da violência explicita de marginalização, quanto de
violência implícita que discrimina.
O documento Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca apresenta
conceitos complementares e desdobramentos do conceito D∩S no contexto da desertificação.

2.5 Plano de convivência com a seca


É preciso entender que fatores determinam essa convivência: para quem, em que
condições etc.; como se busca a harmonia entre atividades econômicas e proteção –
preservação de fontes, de reservas (...), condição necessária para a conservação – manejo de
fluxos de bens e serviços ambientais; quais são as exigências de ações e estratégias
cooperativas, multidisciplinares e multi-institucionais, implícitas nessa convivência; que é o
que se busca e é possível alcançar em cada caso.
Nesse entendimento se destaca o foco do combate à desertificação: o ser humano em seu
meio, que precisa entender como prevenir, descontinuar e reverter processos de degradação e
qual é seu papel nessa prevenção e/ou na reversão: a educação, o treinamento para auxiliá-lo.
O plano deve compreender ou prever o re-ordenamento de espaços agro-econômicos
diversos e complexos do semi-árido, portanto, com especificações baseadas em critérios e
evidências (dados e informações confiáveis e atualizadas) de fragilidades, limitações e
13

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

potencialidades a serem internalizadas, com sustentabilidade, nas atividades econômicas de


cada caso, local ou região.
Os fundamentos do plano de convivência com a seca são:
a) oferecer opções tecnológicas para amenizar a escassez de água e as limitações da
capacidade produtiva do solo, entre outras; é oportuno destacar que esse plano
compreende um forte, imprescindível, componente político, propositadamente não
considerado nesta síntese;
b) desenvolver e disponibilizar técnicas de
dimensionamento, construção e uso – manejo de sistemas
de abastecimento de água como, p.ex., cisternas rurais
(para beber, para produzir etc.; figura ao lado), barragens,
subterrâneas poços com dessalinizadores etc.;
c) disponibilizar critérios técnicos e operacionais para a
conservação e manejo integrado do solo - vegetação;
d) motivar – mobilizar as comunidades para participar e
usufruir de projetos como os de educação ambiental,
capacitação e valorização de ambientes e recurso a serem
protegidos.
O plano de convivência da seca no semi-árido começa e
se desenvolve – aprimora em base ao potencial (limitações,
restrições) dessas zonas, incluindo, entre outros aspectos:
a) O regime pluvial médio de 750 mm com grande potencial (perspectiva) de
armazenamento de parte desses 750 bilhões de m 3/ano de água para uso – manejo
criterioso.
Essa perspectiva parece ser interpretada em ações como, p.ex., o projeto de construção
de um milhão de cisternas, incluindo, entre outras atividades: a implantação de projetos
demonstrativos e capacitações em gerenciamento de recursos hídricos, gestão
administrativo-financeira de cisternas em nível de comunidades e capacitação de
pedreiros.
b) A diversidade de plantas e animais do bioma da caatinga que deve ser conhecida e
valorizada: proteção de habitats e possíveis melhorias para gerar excedentes
econômicos sustentáveis.
c) O ser humano, o sertanejo: experiência, saberes tradicionais e organizações –
movimentos sociais a serem resgatados, valorizados e internalizados em ações do
plano, além de projetos de capacitações como os ilustrados acima.

2.6 Erosão
Na degradação ambiental se destaca, dentre as atividades antrópicas da desertificação, a
erosão do solo causada pela ação do vento e, principalmente, pela ação da água favorecida por
práticas de uso e manejo inadequadas do solo, água e vegetação.
14

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A erosão é um processo natural (erosão geológica) de desagregação, transporte e


deposição de materiais da rocha e solos, agindo sobre a superfície terrestre; um processo que
tem sido acelerado pela falta de conservação e manejo integrado (erosão antrópica) dos
recursos naturais. É favorecida, também, pela perda da cobertura vegetal que o protege a
superfície, pela ação das chuvas e ventos responsáveis pelo arraste das partículas que o
compõem. Nesse processo há causas físicas e causas mecânicas, agentes passivos e agentes
dinâmicos (...), com interações entre essas causas e agentes que devem ser conhecidas para
propor a conservação e manejo do solo e água.
No documento Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca se
apresentam exemplos e ilustrações dessas interações e de efeitos conjuntos na determinação
de perdas, com indicações quantitativas que acenam para o controle e, principalmente, para a
prevenção e proteção dos recursos da terra.
A erosão do solo provoca a perda de imenso
patrimônio da riqueza natural do País, representado
pela capa do solo agricultável que se perde por causa
desse fenômeno. Essa perda representa redução da
fertilidade natural do solo; redução significativa da
produtividade agrícola e pecuária; aumento do
consumo de fertilizantes com o aumento de custos
de produção; encarecimento da produção
agropecuária; assoreamento de rios, açudes,
barragens, entre outros prejuízos econômicos e
ambientais discutidos (análise de fatores, interações Formação de sulcos. Picui - PB
e condições) no documento Combate (...).

2.7 Outros conceitos


Em um plano, programa, projeto (...) de combate à desertificação são utilizam outros
importantes conceitos, diretamente ou como referências, tais como:
a) cenários e estudos prospectivos: novos procedimentos e técnicas - métodos aplicáveis
ao caso, em especial quando se trata de planos em horizontes de longo prazo;
b) conservação e manejo integrado de ambientes e recursos naturais, com base em
critérios, entre outros, os tecnológicos;
c) a agricultura sustentável, definida em bases da conservação e manejo integrado;
d) participação e solidariedade, ao considerar que o foco desse combate é o ser humano;
e) educação, capacitação (...) para a conscientização cidadão e o comprometimento,
responsabilidade e participação em planos de combate à desertificação.
f) Conceitos basilares para se definirem ações, tanto de execução direta como as de apoio,
incentivo ou objeto de financiamento, refere-se à missão, visão e objetivos do MAPA.
g) Conceitos de novas abordagens metodológicas: sistemas, simulação, riscos (...).
h) Indicador. Pela sua importância o conceito é considerado em sessão especial, com
exemplos e ilustrações.
15

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

3 O problema da desertificação no País


O Brasil, ao consultar e se fundamentar em recomendações da
Convenção (...), com ajustes à realidade, elaborou seu Programa de Ação
Nacional de Combate à Desertificação – PAN, com ações orientadas para
áreas crítica, susceptíveis à desertificação e áreas afetadas por processos
de desertificação, conforme se indica na Figura 3: 1.482 municípios e
mais de 32 milhões de habitantes (2005).

1,45 mil km2


2
1,24 mil km

27,75 mil km2

+ 25,00 mil
km2

52,50 mil km2

365,28 393,89 mil km2


247,83 81,87 mil km2
52,42 98,6 mil km2

Figura 3 Áreas susceptíveis à desertificação e áreas afetadas pela desertificação


Fonte: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008)
São áreas susceptíveis à desertificação e áreas afetadas por processos de desertificação em
três níveis com estimativas de duas fontes consultadas para dois períodos diferentes.
16

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As ações integráveis em eixos temáticos do PAN-Brasil são mostradas na Figura 4.

O conceito norteador do PAN-


Brasil é o D∩S: promovê-lo em
sua concepção abrangente:
econômica, social, ambiental e
institucional, com ampla
participação e controle social.
Suas ações são integradas em
quatro eixos, destacando-se a
educação na redução da pobreza
e no conhecimento para proteger,
conservar (...).
Enfatizam-se as sinergias entre as
convenções, dado o estreito e
direto relaciona-mento, conforme
indicado

Figura 4 Eixos do PAN – Brasil a


serem integrados para o combate à
desertificação.

A Figura 5 mostra os nú-


cleos de desertificação, isto é,
áreas concentradas, onde se
observam proces-sos de
degradações pro-gressivas da
cobertura vegetal e dos
horizontes superficiais do
solo, acele-rados por usos e
manejos indevidos a que são
sub-metidos esses instáveis –
frágeis ecossistemas. No caso
de Gilbués (verme-lho) á área
é sub-úmida seca; e Seridó
(amarelo), Irauçuba (azul) e
Cabrobó (verde) a área
´comum é a semi-árida.

Figura 5 Núcleos de desertificação na Região Nordeste


Fonte: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008)
17

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

A desertificação no Brasil se concentra em núcleos conforme se indicam na Fig. 5,


com especificações na Tab. 2.

Tabela 2 Núcleos de desertificação na Região Nordeste. 1998


NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO (km2)
ESTADO
POPULAÇÃO
MUNICÍPIO ÁREA PRINCIPAIS CAUSAS E
ATINGIDA
AFETADOS TOTAL ILUSTRAÇÕES
(mil hab.)
Foi o primeiro núcleo a ser
Pernambuco:
identificado na década de 70.
Núcleo de Cabrobó 7.133 71,68
Sobre-pastoreio, salinização do
Cabrobó. Belém de São 1.623 26,74
solo (irrigação mal conduzida),
Francisco. Floresta 1.835 20,21
agricultura inadequada,
Retrato da desertificação 3.675 24,73
desmata-mento generalizado.
Piauí:
Núcleo de Gilbués Início na década de 40. Sobre-
Gilbués. Barreiras do pastoreio, garimpo de
Piauí 7.694 23,56 diamantes, desmatamento
Monte Alegre de Piauí 3.475 10,23 generalizado, agricultura
(S.Gonçalo do Gurguéia, 1.955 3,10 inadequada. O Problema se
Correne, Curimatá e 2.264 10,29 agrava no inverno pela
Riacho Frio). Área - - enxurrada e no verão pelo
atingida era, em 2004, vento.
33% do Estado
Ceará:
Núcleo do Irauçubá.
Jaguaribe (23,5%)
Jaguaretama (17,6%), 4,04 192,32
Sobre-pastoreio,
Jaguaribara (11,3%) 1,38 19,57
desmatamento generalizado
S.J, Jaguaribe (8,7%) 0,55 17,49
Alto Santo 2,12 155,28
(7,15),Irauçubá.
Forquilha. Sobral

Rio Grande do Norte (PB) 2,86 91,67


Núcleo de Seridó. 0,88 40,79
Desmatamento generalizado,
Currais Novos. Cruzeta. 0,29 8,14
Mineração e agricultura
Equador 0,31 5,66
inadequada.
Carnaúba do Dantas. 0,24 6,57
Acaraí. Pareolha 0,61 11,19
0,52 19,32

Fonte: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008)


18

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Outras características físicas são indicadas nas Fig. 6 – 11

Na ASD se observa uma


alta variabilidade espacial
dos índices médios de
chuva, oscilando entre 600
a 2.100mm, sendo a sub-
região central a mais
crítica, na divisa entre os
Estados da Bahia e
Pernambuco. Nessa área de
influência seca se encontra
o núcleo de desertificação
Cabrobó/PE. Em contraste,
em área com altos índices
médios de chuva acima de
1.00mm, encontra-se o
núcleo de Gilbués/PI.
A caracterização do clima
com base em series de pelo
menos 30 anos e com
detalhamentos da distribui-
ção em períodos cursos é
de especial importância
para determinar um dos
componentes mais impor-
tantes na erosão dos solos:
a erosividade: quantidade,
intensidade, distribuição e
freqüência, entre outras.

Figura 6 Mapa de isoietas: precipitações médias anuais (1960 – 1990)


Fonte: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008)
19

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

A água é o insumo básico de sobrevivência de todas as espécies e indicador de


desenvolvimento sendo, por isso, objeto de atenção especial e de gestão criteriosa para,
conforme prescreve a Política Nacional de Recursos Hídricos, “proporcionar o uso
múltiplo das águas”; em situações de escassez, garantir o uso prioritário para o consumo
humano e a dessedentação de animais e geri-los de forma descentralizada.
O clima semi-árido é caracterizado, entre outros importantes descritores, pela
insuficiência de chuvas com grande irregularidade quanto à distribuição espacial e
temporal (Fig. 6), concentrada em uma estação de 2,0 a 5,0 meses de duração e como
variações entre 30,0% a 50,0%
A Figura 7 apresenta as estimativas, em termos percentuais, de dias com déficits
hídricos, em dez níveis, calculados para o período out. de 1970 a dez. de 1990

Figura 7 Percentual de dias com déficit hídrico estimado pelo CPTE /


INPE (complementado), para um período de dez anos
20

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As ASD foram classificadas em seis


níveis de potencialidades agrícolas dos
solos, em função de fertilidade,
características físicas, morfológicas e
limitações topográficas, verificando-se
que os solos aptos (nível “boa”) para a
agricultura estão distribuídos de forma
dispersa e cobrem apenas 5,0% desse
território; 27,5%, na categoria regular e
22,0%, na classe regular a restrita.
Potencialidade é um dos fatores mais
importantes a considerar na especificação
da conservação e manejo integrado de
recursos naturais.

Figura 8 Níveis de potencialidades agrícolas dos solos do Nordeste


Fonte: MAPA: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008)
21

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

Os tipos de cobertura vegetal da


ASD foram agrupados em dez
grupos, com destaques para a área
antropizada (40,7%), a Caatinga
(27,3% ou 364,8 mil km2) o
Cerrado (14,1%) e as áreas de
tensão ecológica (13,4%). A
determinação das áreas
antropízadas é de espe-cial
importância para o estudo da
desertificação. dos fatores

Figura 9 Mapa de cobertura vegetal do Nordeste


Fonte: MAPA: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008).

O tipo de cobertura vegetal, proteção dos solos, é um dos fatores considerados na


estimativa de perdas desses recursos, pelos efeitos potencializados de erosividade e
erodibilidade na erosão. O tipo de cobertura, variável objeto de manejo, influencia o
escoamento e a produção de sedimentos. No Combate à desertificação (...) se estabelecem
relações, com base em dados de pesquisas realizadas no semi-árido, para entender a
importância dessa proteção e orientar práticas de conservação e manejo.
22

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A divisão hidrográfica é feita conforme prescreve a Política


Nacional de Recursos Hídricos, considerando seis regiões
hidrográficas na ASD, definidas:

ÁREA
ASD VAZÃO
REGIÂO TOTAL (mil km2) (m3/s)
(mil km2)
Atlântico Leste 388,1 284,6 1.492
Atlân.Nord.Ocid 274,3 26,3 2.683
Atlânt.Nord.Ori. 286,8 261,5 779
Atlânt.Sudeste 214,6 11,3 3.179
Parnaíba 333,0 267,6 763
S.Francisco 638,5 488,2 2850

Figura 10 Divisão hidrográfica da Região Nordeste


Fonte: MAPA: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008).
23

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

Nas ASD se tem uma ampla variedade


e dispersão de solos, com predomínio
dos Latossolos (30,0%: foto):de
relevos planos, fertilidade baixa a
média, bem drenados e aptos para a
irrigação; os Neossolos Litó-licos
(15,0%: foto), pouco desen-volvidos,
rasos e normalmente pedregosos, com
relevos ondulados a acidentados;
susceptíveis à erosão; e os Neos-solos
Quartzarenicos (9,0%), baixa
fertilidade e aptos para a irrigação

Figura 11 Tipos de solos da Região Nordeste


Fonte: MAPA: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008)
24

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Em termos gráficos, o problema da desertificação pode ser indicado pelas suas causas e
correspondentes conseqüências na Figura 12.

Sociais; efeitos tais como:


- Migração rural → urbana (...) descontrolada que (...)
- Queda na qualidade de vida: aumento da mortalidade
infantil, redução expectativa de vida; crescimento de
conseqüências patológicas / escassez de água (...)
- Desestrutura familiar e da unidade de produção
C devido à redução de áreas, de produtividade (…)

o Econômicas; efeitos como:


n - Redução na produtividade e produção
- Quedas na renda e consumo por (…)
s - Desorganização do mercado devido à
e - Instabilidade – insegurança por (…)
q
Urbanas; efeitos como:
ü - Crescimento da pobreza (...)
e - Aumento desemprego (...)
- Desorganização urbana (...)
n - Crise da infra-estrutura e serviços básicos
c Ambientais; efeitos como:
i - Perda da biodiversidade (biota), do solo, da água (…)
- Perda de serviços ambientais, tais como (…)
a - Perdas de oportunidades para a P&D e C&T em (…)
s

DESERTIFICAÇÃO

Desmatamento - queimada
Exposição do solo à (…)
Uso intensivo Práticas inadequadas C
Além capacidade de suporte De irrigação e drenagem
Facilidade erosão devido à… Cultivo impróprio porque... De manejo e uso a
u
s
Ineficientes, obsoletas, incompletas informações para a educação, capacitação, assistência –
extensão, prevenção-proteção, conservação e manejo do solo integrado à (...). a
Pobreza rural e deficiências de políticas a ações de combate s

Figura 12 Indicações de causas e correspondentes efeitos no problema de desertificação


Fonte: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008).
25

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

4 Objetivos e Metas
Ajustam-se tanto às competências e propósitos do Mapa, no que se refere à política
agrícola, à produção e abastecimento; à proteção, conservação e manejo do solo voltado ao
processo produtivo agrícola e pecuário e à assistência técnica e extensão rural, quanto aos
propósitos da política de combate à desertificação. São objetivos e metas que se conformas ao
estabelecido pela Convenção (art. 10º.), ao considera: “o objetivo do programa de ação
nacional consiste em identificar os fatores que contribuem para a desertificação e as medidas
de ordem prática necessárias ao seu controle e à mitigação dos efeitos das secas”.
A Lei Agrícola, em seu cap. VI, relativo à proteção do meio ambiente e da conservação
dos recursos naturais, define, entre outros objetivos, os de atendimento às demandas regionais
com características específicas como é o caso do problema de desertificação e convivência
com a seca no Nordeste exigente por ações específicas.
No DEPROS consta, entre outros propósitos, elaborar planos, programas e projeto de
desenvolvimento de sistemas especiais de produção agropecuária, ambientalmente sustentável
e “implementar programas, projetos, ações e atividades de fomento, visando à melhoria da
eficiência e à sustentabilidade dos sistemas convencionais de produção agropecuária,
avaliando os impactos ambientais, sociais, econômicos e estruturais”. Na implementação
desses programas, projetos e ações relacionam-se: a produção agropecuária integrada; a
recuperação de áreas degradadas; e o manejo, proteção e conservação do solo e água no
contexto de bacias hidrográficas como unidades de planejamento e gestão.
Em desdobramentos ou aplicações do Regimento Interno do Mapa se registram, entre
outros propósitos consistentes com o combate à desertificação e mitigação - convívio com a
seca, os seguintes:
a) a promoção de treinamento sobre [o planejamento] a gestão da empresa agrícola com
vistas às melhorias de controles administrativos da propriedade;
b) a realização de cursos para técnicos [lideres da comunidade] e produtores rurais em
áreas de manejo e conservação do solo e da água e sobre sistemas agrícolas.
Com base nas informações anteriores é possível definir proposições gerais, algumas
delas com desdobramento no documento Combate à desertificação e mitigação – convívio
com a seca, que compreendem orientações na especificação de objetivos e metas de um dos
projetos prioritários para o desenvolvimento agropecuário sustentável: a proteção de áreas
vulneráveis e a recuperação de áreas degradadas. Algumas dessas proposições são:
a) Promover a prevenção, proteção e recuperação de áreas vulneráveis e de áreas afetadas
pela desertificação. Entre os meios dessa promoção, prevenção e recuperação se tem a
capacitação - treinamento, a educação ambiental, a pesquisa – extensão (…) orientadas
para a otimização na conservação dos recursos naturais, portanto, sem comprometa-los
na perspectiva de longo prazo.
b) Participar, incentivar, financiar (…) ações de monitoramento e de controle de áreas
sujeitas à desertificação. Um dos meios para efetivar essa participação é o dado com
qualidade, valor e utilidade a ser sintetizado no indicador utilizado no planejamento e
gestão ambiental e na conservação e manejo integrados recursos hídricos – solos –
vegetação do semi-árido nordestino. Parte das ações do Mapa é para completar uma
base de dados que permita desencadear o processo de D∩S, prevenir, recuperar (...).
26

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No combate à desertificação é preciso compreender, com a necessária efetividade, as


comunidades: suas atividades, interesses, perspectivas, formas de organização produtiva,
estados culturais (…) como parte imprescindível desse combate, não apenas para legitimar
planos de governos, mas para efetivá-los com a participação comprometida delas.
Em termos gerais, para o combate do problema de desertificação, sintetizado na Figura
12, têm-se os objetivos e metas correspondentes, sintetizadas na Figura 13. Com essa mesma
lógica, definem-se os meios (recursos, técnicas, procedimentos etc.) para atingi-los.

Sociais, entre outros resultados consistentes com D∩S:


- Fixação do homem no meio rural → redução de problemas
- Aumento ou manutenção de sua qualidade de vida:
Redução da mortalidade infantil, aumento da expectativa de
E vida, segurança alimentar, saneamento (...) em seu meio rural.
- Consolidação familiar e da unidade de produção (...).
f
e
Econômicas, entre outros:
i - Aumento da produtividade e da produção agropecuária.
t - Aumento sustentável e distribuído na renda e no consumo.
o -Estruturação e organização do mercado como efeito de (…)
s - Estabilidade – segurança: riscos aceitáveis e incertezas red.

p Urbanas, entre outros:


o - Diminuição da pobreza em periferias urbanas porque (...).
s - Menor pressão de aumento do desemprego (...)
- Menor pressão de desequilíbrio urbano e regional (…)
i
t
Ambientais, entre outras:
i - Resgate e proteção: biodiversidade, solo, água (...).
v - Valorização de serviços ambientais como retenção da
o água no solo, purificação (assoreamento), amenizar
s secas, oportunidades de melhorias.

CONTROLE DA DESERTIFICAÇÃO C
o
Controle desmatamento: Conservação: Práticas adequadas (...):
n
Cobertura (proteção) do solo Dentro capacidade/suporte De irrigação e drenagem (...) t
Impedir a erosão mediante (...) Cultivos adequados (...) De manejo integrado solo (...) r
o
Eficientes, atualizadas, completas informações para a educação, capacitação, assistência – extensão, l
prevenção-proteção, conservação e manejo do solo integrado à água, à vegetação (...): educação.
Redução da pobreza rural e eficiências de legislações, políticas e ações-estratégias de combate (…)
e

Figura 13 Ilustração do controle de causas e de seus efeitos que evitam a desertificação


Fonte: Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008).
27

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

5 Indicadores
Referências importantes na definição de indicadores para atividades, ações, estratégias de
planos, projetos (...), como os de combate à desertificação, quando se tem como base o
conceito de D∩S, são: Brasil 3 tempos, o PPA em vigor e informações do IBGE (p.ex.
Indicadores de desenvolvimento sustentável: Brasil 2004). No documento Combate à
desertificação e mitigação – convívio com a seca se evidenciam conceitos, roteiros técnicas
(...) dessas referências.
Indicador é um valor, numérico ou descritivo (número, percentual, razão, gráfico, figura,
imagem de satélite, proposição descritiva etc.), que sintetiza a(s) medição(ões) ou resume um
ou mais dado(s), variável (eis), associadas através de diferentes formas para relevar
significados específicos de uma atividade, ação ou estratégia, de um aspecto ou situação /
estado, de um programa ou projeto (...) com o objetivo de informar, comunicar, comparar (...)
atendendo determinados propósitos como os propostos em políticas.
Um propósito geral é o desenvolvimento. Nesse caso, os “indicadores de desenvolvimento
sustentável são instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a
avaliação do progresso alcançado rumo ao desenvolvimento sustentável” segundo
conceituação do IBGE (2004).
Os propósitos a serem atendidos (para o caso do Mapa, esse atendimento é, também, de
cobranças do TCU em relatórios de gestão), os indicadores devem, quanto possível:
a) Destacar os problemas, principais fatores – causais, as inter-relações (este aspecto é
destacado pelo IBGE) entre causas notáveis, as dificuldades operacionais (...), acenando
para:
a.1) situações que requerem atenção prioritária; a degradação da terra é uma dessas
situações; o abando da terra ou de projetos de assentamentos pode ser um indicador;
a.2) possíveis definições de objetivos - metas, meios – recursos necessários para atingi-los
conforme determinadas expectativas; o entendimento das dificuldades da agricultura de
sequeiro ou da agricultura por irrigação apontam como indicadores que apontam para
especificar objetivos concretos;
a.3) cronogramas e previsões de desdobramentos, elos ou entraves que geram custos
desnecessários.
Os indicadores devem diferenciar ecossistemas “saudáveis” (terem as necessárias
referências) daqueles degradados (caracterizados mediante índices de degradação):
sensíveis para prover informações sobre mudanças do ecossistema; para prevenir
sistemas susceptíveis à degradação (...).
b) Internalizar e assegurar o atendimento de requisitos, condições, possibilidades (...) do
cliente, neste caso, os tomadores de decisão, planejadores, gestores, formuladores de
políticas e, principalmente, o cliente em seu meio, o sertanejo na caatinga, as
comunidades afetadas / vulneráveis à seca que podem ser atendidas com ações, projetos
de combate à desertificação.
Os indicadores estabelecem medições da resiliência do ecossistema: habilidade /
capacidade em se recuperar depois de cessadas as perturbações que o levam a estados
críticos: a desertificação. Se não cessam tais perturbações, os indicadores informam –
28

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comunicam quais são os níveis críticos e os riscos que devem ser assumidos a partir de
determinadas causas, ignoradas, de degradação da terra.
c) Ao internalizar, com fidelidade, atualidade, pertinência (...) os requisitos do cliente
traduzidos em dados – informações valiosas e úteis, os indicadores devem proporcionar,
de forma simples e operacional, critérios (ou padrões adequados à realidade) de
comparações relevantes e de visibilidades para a auto-avaliação, além de se constituírem
meios para o atendimento de “cobranças” (ação gerencial do Mapa) na aplicação de
recursos econômicos públicos.
d) Meio para justificar atividades, ações ou estratégias, planos ou projetos (...), com
indicações de pertinência ou oportunidade, de racionalidades (entre outras, as definidas
por relações como de custo / benefícios), de integrabilidade dessas ações (...) e/ou entre
essas ações com outras.
Na base dos propósitos dos indicadores se encontram alguns requisitos (relação preliminar,
suficiente para esta síntese), tais como:
a) Dispor de dados com qualidade (conforme referências adequadas), valor (para o cliente,
para os propósitos da representação do atributo ou fato pelo indicador) e utilidade: o
dado, além de ser fiel representação do atributo, deve ser de fácil tratamento e
entendimento para o cliente: são características da informação primária que se
comunicam no indicador que os sintetiza.
b) O atributo a ser representado pelo dado deve ser fácil de observar / apurar, medir,
registrar e sintetizar no indicador: da qualidade e aplicabilidade do dado depende a
qualidade e aplicabilidade do indicador.
c) Tanto os dados que se utilizam na construção de indicadores como os próprios
indicadores desses devem ser objetos de observações, medições, registros e avaliações
periódicas; os indicadores, por sua vez, devem ser coerentes com os demais indicadores.
No documento Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca se
apresentam, ilustram e exemplificam diversos aspectos relacionados com a construção de
indicadores e com a aplicação (...) em planos e projetos de combate à desertificação.
Para tratar da complexidade de desertificação, com tantas causa e conseqüências inter-
relacionadas desse fenômeno é preciso dispor de muitos dados e informações valiosas e úteis;
de uma metodologia adequada para avaliar efeitos-causas, interações (...); de uma percepção
sistêmica para relacionar peças de um todo (...). Na elaboração de um plano de combate à
desertificação não se tem essa condição, sendo necessário que o próprio plano considera ações
para uma melhor compreensão do problema na forma de uma base de dados consistidos.
Gestores, planejadores e tomadores de decisão desejam que os dados da desertificação
sejam simplificados e apenas comuniquem o que for essencial: é o sentido do indicador ao
representar fatores abióticos (climático, hidrológico, geomorfológico e edafológico), bióticos,
agronômicos (técnicas agrícolas e pecuárias), socioeconômico, cultural, institucional (...) da
desertificação e para monitorar, avaliar – agir (...) nas ações e estratégias de combate. Isso
pode ser facilitado com uma síntese da complexidade da desertificação para se ter uma
percepção integrada – sistêmica de partes indissociáveis e interativas colocadas. Esse
29

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

processo pode ser auxiliado por modernas técnicas de informações georeferenciadas (…), de
tecnologias da informação (...).
No Quadro 1 são sintetizados (um exemplo) possíveis indicadores de informação-
comunicação de aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos.
Quadro 1 Exemplos de indicadores no combate à desertificação
INDICADOR ESPECIFICAÇÃO ILUSTRAÇÃO
Desmatamento Porcentual desmatado (tipo de vegetação, por período etc.) / Área total
Percentual da cobertura, com especificações e tipificações relevantes e
Cobertura vegetal
necessárias na informação – comunicação, comparação.
Biomassa da caatinga Estimativa massa foliar em t ou m3 / ha: (especificações ou tipificação)
Uso do solo / ambiente Área utilizada em (...) / formas de uso e manejo
Percentual (ou calculo) de solo erodido para determinadas condições
de uso e manejo, de ambientes, de perspectivas (...). Exemplos:
- Índices - indicadores de erodibilidade, incluindo dados como os de
Erosão tipo de solo, declividade, forma ou natureza do uso e manejo.
- Índices - indicadores de erosividade para diferentes condições de
previsão de intensidade da chuva, distribuição e defasagens, de
freqüência (...).
Disponibilidade – vazão, m3/s (por período, por fonte etc.) /
Uso – consumo de água Necessidades atendidas (por tipo ou classe de uso – consumo)
Vazões sazonais e temporais entre períodos
Qualidade da água
Índice de qualidade da água
Possíveis indicadores
climáticos. Exemplos:
Indicador do problema de
mudança climática (IBGE,
2004): Consumo de
substâncias destruidoras da
camada de ozônio, 1992 -
2003

Área total dos núcleos de


desertificação e das regiões
vulneráveis à desertificação
na Região Norte – Brasil.
1998 (IBGE, 2004)
30

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Continuação (b)
Quadro 1 Exemplos de indicadores no combate à desertificação
INDICADOR ESPECIFICAÇÃO ILUSTRAÇÃO

Vulnerabilidade climática à
desertificação e núcleos de
desertificação na Região
Nordeste. 1998 (IBGE, 2004)

Sociais Migração: taxa líquida; especificação ( jovens, adultos etc.)


Dinâmica demográfica, sociocultural.
Escolaridade: media de anos; deserção
31

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

% : no. mulheres chefes de família / total de famílias.


Saneamento básico: água potável, serviços sanitários etc.
Renda relativa entre períodos e por tipos de atividades Índice Gini.
Econômicos Estrutura fundiária. Índice Gini.
Excedentes comercializáveis entre períodos
(kg/ha)|tf / (kg/ha)|to: comparação entre períodos (inicial: t o e final tf)
Produtividade agrícola para diferentes formas de uso – manejo, tipo de cultura etc.
pecuária
Taxas de lotação (UA)|tf / (UA)|to
Associação de municípios
Institucionais e organizacionais Cooperativas e associações de classes
Comitês como os de microbacias hidrográficas

Continuação (c)
Quadro 1 Exemplos de indicadores no combate à desertificação
INDICADOR ESPECIFICAÇÃO ILUSTRAÇÃO

100%
90
80
70
60
50
40
30

IDH
20

TA TMI IDH
10

NE: 22,4% 33,9 0,676


Brasil 11,4 22,5 0,766

ILUSTRAÇÂO GERAL
PARA O CASO DE SEIS
VARIÁVEIS DE UM MESMO X2
TA X1 TMI
PERÍODO E DOIS ESPAÇOS
GEOGRÁFICOS Taxa de analfabetismos (TA), taxa de mortalidade infantil (TMI) e
nível médio (índice) de desenvolvimento humano (IDH) no Brasil
X1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 Semi-árido Nordeste
(_____) e no Nordeste (_ _ _ _) em 2005.
NE: .. ... ... ... ... ... ... ... ...
Sem-árido .. .. ... ... ... ... ... ... ..

X4 10 20 30
100%
40 50 60 70 80 90
X3

X5 X5
32

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As Figuras 14 e 15 mostras indicadores descritivos da dinâmica de cobertura vegetal.

Período t0 (ano base: veg. nativa)


Período tm (alguns anos depois)

Período t
f m+n (estado final)

Figura 14 Indicador descritivo da dinâmica - evolução do


processo de degradação de uma área no intervalo t0 a tf
Fonte: Schiller et ali, 2001 / Accioly (2008), citado em Combate à
desertificação e mitigação – convívio com a seca (2008).
33

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

Áreas com processos avançados de desertificação definidos conforme a susceptibilidade (...)


Áreas com processos iniciais de desertificação: critérios
Áreas sem manifestações do processo de desertificação, porém vulneráveis (critérios)
Áreas isentas de desertificação potencial (critérios)

A definição do critério de susceptibilidade pode compreender diversos indicadores. No caso ilustrado


(KAZMIERCZAK, 1996), foram considerados seis indicadores: chuva (X 1); erodibilidade (X2); cobertura
vegetal e uso do solo (X 3); pressão exercida pela pecuária (X 4); índice de vegetação com diferença
normalizada (X5); e índice de Repelli (anomalias de precipitação para o semi-árido) (X 6), dispostos em
um modelo aditivo: ISD =  Xi.

Figura 15 Imageameno de áreas susceptíveis à desertificação no Nordeste: descritores de seis indicadores

6 Propostas de ações do Mapa para o combate a desertificação


e mitigação – convivência cm a seca
Onde se inserem e como se faz a inserção de ações, estratégias, projetos (...) do MAPA, no
âmbito de sua missão, visão de futuro e objetivos, para o controle da desertificação e
mitigação – convívio com a seca no semi-árido nordestino?
Todas as ações e estratégias que dire-
tamente sejam pla- nejadas, gerenciadas
e desenvolvidas ou ∩ que sejam objetos de
incentivos, finan- ∩  ciamento (...) tem
orientações de duas fontes; a primeira é a
missão, visão e ∩ objetivos institucio-
nais do Mapa: “formular e imple-
mentar as políticas para o desenvolvi-
mento do agromegó- ∩ cio, integrando os
aspectos de mercado, tecnológicos, organi-
zacionais e ambien- tais, para o atendi-
mento dos consumi- dores; promover a
segurança alimentar, a geração de empre-go,
a redução das desigualdades e a
inclusão social”. Conforme o PPA


34

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2004-2007, o Mapa orienta seus esforços no sentido de fortalecer objetivos setoriais, um deles
é manejo e conserva-ção de solos na agricultural: “assegurar o uso e o manejo adequados do
solo e promover a recuperação de áreas degradadas com vistas a garantir a produção
sustentável de alimentos e a disponibilidade de água para o consumo humano e animal. A
justificativa, nesse contexto setorial, é o de que a agricultura sustentável deve minimizar os
impactos ecológicos decorrentes da perda da biodiversidade pela retirada da cobertura natural
e a redução da erosão, da degradação da terra, observando sua capacidade de uso e a aplicação
adequada de tecnologias (...).
A segunda fonte de orientações das atividades do Mapa é buscar a integração ( )com
parceiros, nesse combate, conforme se ilustra na figura central e se ajustar – complementar
conforme orientações básicas, entre outras, as seguintes:
a) PAN – Brasil; nele se destacam a proteção – preservação de fontes e reservas naturais,
processos, ciclos (…); a conservação e manejo integrado de ambientes e recursos
naturais; e o subsídio ao desenvolvimento sustentável. São ações delineadas em eixos,
conforme se indica na Figura 4.
b) Atlas das áreas susceptíveis à desertificação no Brasil. Brasília: MMA, Secretaria de
Recursos Hídricos. 2007.
c) Plano estratégico de desenvolvimento sustentável do Semi-árido.
d) Estudos chaves como os dos Projeto Áridas, SUDENE e CONSLAD, entre outros.
e) Informações técnico-científicas da Embrapa, de Universidades e Centros de pesquisa
localizados ou com atuação na Região do Nordeste.
f) Estudos e recomendações de Governos Estaduais do Nordeste, da Bahia e do Espírito
Santo.
g) Programa de combate à desertificação no âmbito do proágua semi-árido.
h) “Garimpagens” de informações e dados relativos aos saberes tradicionais, experiências
e lições de comunidades. Avaliação, ordenamento – classificação dessas informações.
Como ações a serem desenvolvidas pelo Mapa, destacam-se (relação preliminar: em fase de
discussão):
1) FORNMAÇÃO DE UM REPOSITÓRIO (BANCO DA AGRICULTURA
SUSTENTÁVEL PARA O SEMI-ÁRIDO) DE INFORMAÇÕES EM UM SISTEMA
QUE POSSA ATENDER DEMANDAS PARA ESSE COMBATE. Ênfase para a
sustentação de atividades diretamente relacionadas com a missão, visão e objetivos –
metas do MAPA.
Esta é uma das ações que se insere, de forma harmônica, com propostas – sugestões da
Convenção (...), com indicações do PAN – Brasil ao destacar o fortalecimento da base de
conhecimento e desenvolvimento de sistemas de informações para monitorar e avalia –
agir na ASD.
2) PREPARAÇÃO DE MATERIAL DE REFERÊNCIA PARA TREINAMENTOS,
CURSOS, ORIENTAÇÕES, FORMAIS OU NÃO, EM TRÊS NÍVEIS: ENSINO,
ORGANIZAÇÃO – GESTÃO E PRODUTOR – COMUNIDADES
35

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

Parte dessa preparação se encontra em andamento com a elaboração de um documento


norteador Combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca com o seguinte
sumário (preliminar):

1 Introdução

2 O Problema da Desertificação e a Importância de sua Solução no


Contexto do Desenvolvimento Sustentável

11

2.1 Desertificação: Perda – Degradação da Biodiversidade

17

2.2 Desertificação: Degradação de Fontes e Perdas de Ambientes e


Recursos Naturais

23

2.3 Desertificação e Aquecimento Global

23

2.4 A Definição de Desertificação para Planejar a Solução

30

2.4.1 A importância da definição do problema de desertificação em


uma proposta de solução

51

2.4.2 O problema da desertificação em agendas e convenções

58

2.4.3 A desertificação: alguns indicadores globais

70

2.4.4 A desertificação: alguns indicadores para o semi-árido

76

2.4.5 Fatores diretamente relacionados com o problema de


desertificação do semi-árido

87
36

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2.4.6 Causas e condicionantes, gravidade e conseqüências do


problema da desertificação no Nordeste

99

2.5 Processo de Erosão de Solos do Semi-árido Brasileiro

146

2.5.1 Erosividade das chuvas

164

2.5.2 Erodibilidade dos solos

171

2.5.3 Outros elementos da erosão dos solos

203

2.5.4 Estimativas de erosões para ambientes típicos: modelos


matemáticos para evidenciar efeitos e relações

2.5.5 O custo social da erosão dos solos no semi-árido

2.5.6 A simulação para o melhor entendimento do processo de erosão

2.5.6.1 Exercícios

2.6 Salinização e Desertificação no Semi-árido Brasileiro

2.6.1 Avaliações e custos da (...)

3 Objetivos e Metas do combate à desertificação e mitigação –


convívio com a seca

3.1 Desdobramentos dos objetivos (...)

4 Aspectos metodológicos na formulação de propostas: planejamento,


gestão, monitoramento, avaliação

4.1 Cenários, diagnósticos e estudos prospectivos

4.2 Esquema do Marco Lógico

4.3 Esquemas de difusão de resultados

5 Indicações para as Propostas de Projetos

5.1 Metodologia para (...)


37

Combate à desertificação e mitigação – convivência com a seca: síntese

6 Ações e resultados Esperados

6.1 Protótipos

6.2 Estudos de casos

7 Referências

ANEXOS E APÊNDICES (CD-Room):

Convenções: clima, diversidade biológica e desertificação


Material didático: livros sobre desertificação, conservação etc.
Estudos e imagens do Projeto Radambrasil
Relatórios do Projeto Áridas

PARTE DO MATERIAL SE ORIENTA POR TÓPICOS, TAIS COMO:


a) Caracterização (ênfase em diagnósticos do problema) e importância para a
diversificação (ênfase em aspectos de conservação para a valorização) de sistemas
produtivos na sustentabilidade da agricultura: efeitos de simplificações induzidas pela
monocultura e diversificação – integração lavouras – pecuárias – floresta.
b) Consorciações e rotações: condições, exigências e possibilidades para determinados
conjuntos de recursos e ambientes; estudo de casos. Protótipos, com flexibilidades,
para possibilitar encontrar / adaptar soluções à diversidade de agroecossistemas e de
condições ambientais, econômicas, sociais – culturais (...).
c) Os benefícios da agrofloresta e as possibilidades de projetos com mecanismos de
desenvolvimento limpo, em alternativas como as captação – seqüestro de CO 2.
Estudos de casos de sistemas agroflorestais menos complexos que combinam
vegetação nativa com potenciais de mercados em atividades fitoterapeúticas (...).
d) Plantio direto; técnicas e procedimentos adequados às condições e, quando possível,
complementados com saberes – praticas tradicionais.
e) Adubação verde, como prática importante de conservação e melhoria de propriedades
dos solos.
f) Adubação orgânica (biofertilizantes).
g) Controle integrado de pragas, controle biológico e alternativas de uso de agrotóxicos:
evidências de benefícios de policultivos, rotações de culturas, integração com a
produção animal, uso de variedades adaptadas às condições edafoclimáticas locais,
conservação da estrutura e das propriedades dos solos por meio da adubação orgânica,
da adubação verde, do plantio direto sem herbicidas, dentre outras técnicas diminuem a
incidência de pragas e de doenças nas lavouras.
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h) Opções de proteção, conservação e manejo dos solos e dos recursos hídricos. A


racionalidade econômica, em evidência, da prevenção se comparada com recuperações,
despoluições (...).
Planos de bacias hidrográficas: protótipos e estudo de casos
Instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e suas implicações na
agricultura (...): outorga para o uso; cobrança pelo uso; planos diretores de bacias
hidrográficas; enquadramentos em classes de usos (...) da água à luz de realidades
como as de poluição, degradação de áreas estratégicas (matas ciliares, nascentes etc.).
A necessidade de gerenciamento com elementos e critérios integráveis das bacias
hidrográficas tem sido um dos principais argumentos da transposição de águas do Rio
São Francisco: o “Plano de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio São
Francisco e do Semi-Árido Nordestino”, da Companhia de Desenvolvimento do Vale
do São Francisco.
Estudos de viabilidades técnico-econômica, operacional (...) de aproveitamento
racional de mais de 35 milhões de ha não – irrigáveis, segundo Embrapa, e ênfase em
melhorias da capacidade de convivência com a seca, mediante o aumento da
disponibilidade de água, inclusive com a viabilização de dessalinização de águas de
poços subterrâneos.
Estudos de alternativas para aumentar a capacidade de captação e armazenamento de
água: “um milhão de cisterna”
i) Estudo de casos da diversidade de agroecossistemas representativos de zonas litorâneas,
agreste e sertão (semi-árida).
j) O zoneamento agroecológico como instrumento de planejamento e gestão, de
monitoramento e controle, de prevenção e alocação de recursos (...). Modernas técnicas
de geoprocessamento, de sistemas de informações geográficas (...) para auxiliar o
planejamento, a gestão e o monitoramento – controle da agricultura sustentável

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