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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE
CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE

INTRODUÇÃO À METALURGIA EXTRATIVA E


PROCESSOS DE PRODUÇÃO DE CROMO
METÁLICO

DISCIPLINA: METALURGIA EXTRATIVA


DOCENTE: EVALDINEY MONTEIRO
DISCENTES: CAROLINA FORMENTINI ARAUJO SOUZA
ELYLA CHRISTAL BARBOSA MARTINS
ESTER OLIVEIRA SILVA
LEO RICHARD DA SILVA FREITAS
LUCAS FREIRE SAMPAIO GOUVEIA

MARABÁ-PA
2018
ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................3
2 PROCESSOS UNITÁRIOS EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DO CROMO ...........4
2.1 Processo Aluminotérmicos ......................................................................................4
3 MATÉRIAS-PRIMAS ...................................................................................................9
4 APLICAÇÕES E USOS ..............................................................................................10
4.1 Indústria Metalúrgica ...............................................................................................9
4.2 Indústria de Refratários ...........................................................................................9
4.3 Indústria Química ....................................................................................................9
4.4 Indústria de Fundição ..............................................................................................9
5 LIGAS METÁLICAS ..................................................................................................10
6 CONCLUSÃO .............................................................................................................10
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .........................................................................10

1 INTRODUÇÃO

2
O elemento cromo foi descoberto em 1797, pelo químico francês Louis Valquelin,
quando o mesmo estudava o mineral crocoíta (PbCrO4), porém somente em 1854
conseguiu-se isolá-lo, feito este alcançado por Busen. De inicio sua principal aplicação era
como pigmento, sua utilização de forma mais intensa se deu já no século XX, quando foi
descoberto que ele proporciona propriedades inoxidáveis às ligas de aço, ganhando amplo
campo de utilização nas indústrias metalúrgicas e de refratários.
Atualmente, a cromita (FeCr2O4) é o principal mineral de cromo, sendo utilizada até
mesmo como areia nos processos de fundição. Devido as suas características peculiares, a
indústria metalúrgica é tida como sua principal finalidade.
Com o crescimento da indústria metalúrgica, no início de século XX, a cromita e
outros minerais tornaram-se importantes como commodities e, mais ainda, a difusão dos
aços inoxidáveis fez do cromo um produto vital na indústria metalúrgica (Maliotis, 1996).
Segundo dados do USGS – United States Survey Geological (2018), os detentores
das maiores reservas mundiais atualmente são o Cazaquistão (49,1%) e a África do Sul
(39,2%).

Figura 1 - Produção e reservas mundiais de cromo medidas


Fonte: United States Survey Geological, 2018.

O cromo é consumido na forma de ferrocromo para produzir aço inoxidável. A


China é o principal país consumidor de cromo e produtor de aço inoxidável. A África do Sul
foi o principal produtor de cromo [...], do qual os produtores mundiais de aço inoxidável
dependem direta ou indiretamente para o fornecimento de cromo, com base em dados de
produção. A produção de ferrocromo é intensiva em energia elétrica, portanto, restrito
fornecimento de energia elétrica resulta em produção restrita de ferrocromo. O recente
comissionamento de novos fornos de ferro-cromo na África do Sul e na China tem o
potencial de aumentar a produção de ferrocromo em 630.000 toneladas por ano (USGS,
2018).
O total das reservas brasileiras (medidas mais indicadas) é de 15 milhões de
toneladas, que equivale a 4.992 mil toneladas de Cr2O3 contido, distribuídas entre os
estados (Gonçalves, 2007). As maiores reservas estão presentes na Bahia, seguido por
Amapá e Minas Gerais. 3
Devido aos custos de operações, atualmente tem-se que a cromita é o único mineral
de cromo com a exploração viável economicamente. Podendo ser encontrado em diversos
minerais, tanto na forma de óxidos quanto silicatos, porém não ocorrendo na forma
metálica, devido à sua elevada reatividade com o oxigênio. Ocorre ainda o magnésio e o
alumínio na estrutura da cromita, em substituião ao ferro. Podendo ser encontrado também
em sua estrutura em menores quantidades óxidos de titânio, zinco, níquel, manganês,
vanádio e cobalto.
[...] os minérios de cromo são sempre monometálicos, isto é, não há subprodutos no
seu processamento. Com raras exceções, ocorrem platinas ou minerais pesados. Outra
característica consiste na diferença significativa entre a densidade da cromita e dos minerais
de ganga (CETEM, 2008).
A FERBASA - Companhia de Ferro e Ligas da Bahia S/A responde por 70% de toda
a produção nacional de cromita e 100% da produção de ligas de ferro-cromo no Brasil [...].
A concentração do minério, que segue métodos convencionais de separação gravítica,
permite obter produtos para as indústrias metalúrgicas, químicas e de refratários. A
FERBASA também produz areia de cromita destinada às indústrias de fundição (CETEM,
2008).

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2 PROCESSOS UNITÁRIOS EMPREGADOS NA PRODUÇÃO DO CROMO

2.1 PROCESSO ALUMINOTÉRMICO

O processo aluminotérmico, de nome comercial e patenteado "Thermit®", é usado


para diversos fins como soldagem de trilhos de ferrovias, soldagem de cabos e fios elétricos,
tratamento térmico de soldas, reciclagem de alumínio, além da obtenção de ligas ferro-
cromo e de cromo metálico. Surgiu em 1898, quando o químico Hans Goldschmidt
apresentou sua descoberta à comunidade científica em um congresso da sociedade
eletroquímica alemã: a reação exotérmica entre o pó de alumínio e um óxido metálico pode
ser iniciada por uma fonte externa de calor.

Dessa forma, a "Thermit®" trata-se tipicamente de um processo que envolve a


reação do alumínio com outro óxido metálico, dando como resultado o metal envolvido e o
óxido de alumínio, com liberação de calor (BRACARENSE, 2000).

O processo aluminotérmico tem como base o fato do alumínio extrair oxigênio de


óxidos de outros metais para formar óxido de alumínio e liberar grande quantidade de calor.
Por outras palavras, o processo aluminotérmico consiste na redução de óxidos metálicos a
partir do alumínio para a obtenção dos respectivos metais. (BRACARENSE, 2000). A
reação, exemplificada a seguir, mostra como ocorre a redução da cromita a partir do
alumínio, gerando óxido de alumínio e cromo metálico.

2 𝐴𝑙 + 𝐶𝑟2 𝑂3 → 𝐴𝑙2 𝑂3 + 2 𝐶𝑟 (1)

Em princípio, qualquer metal pode ser usado em lugar do alumínio. Entretanto,


raramente há essa substituição, pois, o alumínio tem as propriedades ideais para uma reação
aluminotérmica perfeita. Entre os metais mais reativos, o alumínio é o mais barato; e ainda é
mais seguro de se manusear do que os outros metais. Ele tem um ponto de fusão
relativamente baixo (660ºC), o que faz com que seja um metal fácil de derreter, portanto a
reação ocorre principalmente na fase líquida, resultando numa reação muito rápida. Ao
mesmo tempo, seu alto ponto de ebulição (2519ºC) ajuda a reação a alcançar temperaturas
altas (LOW, 2000).

Em geral, fitas de magnésio são usadas como detonadores. O magnésio queima a


aproximadamente a mesma temperatura de uma reação aluminotérmica, cerca de 2330 ºC.
Todavia, o método tem desvantagens: o próprio magnésio é difícil de incendiar, e em
condições adversas (vento e água), os feixes podem se apagar antes de se iniciar a reação.
5 E,
os feixes de magnésio não têm seu próprio suprimento de oxigênio, portanto, não podem ser
usadas em locais pequenos (FERNANDEZ, 2010).

A Figura 2 a seguir ilustra o esquema do sistema experimental do processo


aluminotérmico, mostrando seus componentes.

Figura 2 – Esquema do sistema experimental: 1 – Fita de magnésio; 2 – Camada


Isolante de CaO; 3 – Vaso; 4 – Isolante Térmico; 5 – Mistura Reacional; 6 – Ignitor.
Fonte: FERNANDEZ, 2010.

Em escala laboratorial, o processo aluminotérmico consiste no preparo da carga, a


partir da mistura dos reagentes; essa mistura é colocada em um cadinho e o mesmo é
inserido em vaso contendo isolante térmico; em seguida, as fitas de magnésio, ou seja, os
detonadores são colocadas na mistura e é acrescentada uma camada superficial de óxido de
cálcio para isolamento da carga reacional em relação ao meio ambiente, como mostra a
Figura 3. Logo em seguida, dá-se a ignição da reação através da queima (com chama) da fita
de magnésio, que se consome até atingir o ignitor (composto de alumínio e clorato de
potássio). A queima do ignitor, por sua vez, libera a energia necessária para a ativação da
reação aluminotérmica. A reação entre o alumínio e o óxido de cromo se propaga
rapidamente, entre 20 e 30 segundos, cessando após oxidar todo o alumínio.

6
Figura 3 – Ignitor e cadinho com mistura reacional inseridos no vaso do experimento.
Fonte: FERNANDEZ, 2010.

Após o resfriamento da amostra, é observada a formação de duas fases distintas –


metal de cromo (Figura 4) e escória (constituída do óxido de alumínio como produto da
reação).

Figura 4 – Cromo metálico obtido por processo aluminotérmico.


Fonte: FERNANDEZ, 2010.

7
3 MATÉRIAS-PRIMAS

Para a obtenção do cromo metálico, o qual é obtido a partir da aluminotermia, faz-se


necessário a utilização do óxido de cromo (𝐶𝑟2 𝑂3) e o próprio alumínio. Como supracitado,
a principal e exclusiva fonte deste óxido é a cromita, onde, a depender do teor de cromo e da
relação Cr/Fe, irá atuar em uma indústria específica.
No caso da indústria metalúrgica, o consumo mundial de cromita está na casa dos
80%, representando o setor que mais demanda este material. (Sampaio, Andrade e Paiva,
2008) Dentro das especificações necessárias para a cromita de grau metalúrgico, temos:

Tipo % de 𝑪𝒓𝟐 𝑶𝟑 Razão Cr/Fe Aplicação


Minério Compacto 45 - 56 2,5 – 4,3 Ligas metálicas de
(lump) alto cromo. (Ex.
Ligas Fe-Cr)
Areia de Cromita 43 – 44,5 2,10 – 2,2 Processo de fundição
do aço
Tabela 1 - Especificações da utilização de fontes de cromo.
Fonte: Adaptada de Gonçalves, 2001.

Segundo Sampaio, Andrade e Paiva (2008), a obtenção de concentrados ou produtos


de cromita para a indústria de refratário, química ou metalúrgica compreende as etapas de
britagem, moagem e concentração. Os processos de ustulação e fundição em fornos elétricos
são etapas subsequentes na cadeia de obtenção dos produtos de cromo e obtém-se areia de
cromita mediante o emprego de processos convencionais de separação gravítica.
Atualmente inexistem substitutos para a cromita no que diz respeito a obtenção de
concentrado de cromo e na fabricação de ligas metálicas Fe-Cr, que é sua principal
aplicação.

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4 APLICAÇÕES E USOS
Os concentrados de cromita podem ser agrupados nos tipos grau metalúrgico grau
químico e grau refratário. A classificação baseia-se no teor de Cr2O3 e na relação Cr/Fe. A
Tabela 3 ilustra os detalhes dessa classificação evidenciando a inter-relação entre os
diversos usos dos produtos de cromita, como fonte do metal cromo. É essencial esclarecer a
diferença entre o consumo do metal cromo e do mineral cromita. O primeiro envolve, além
do consumo da própria cromita, as ligas do metal e substâncias químicas, enquanto o
segundo inclui apenas o concentrado de cromita

Figura 5 - Fluxo dos produtos de cromo desde o minério até o uso final do metal
Fonte: Papp, 1994.

4.1 Indústria Metalúrgica

Este setor da indústria responde por 80% do consumo mundial de cromita


compacta ou concentrado de alto teor de Cr2O3, que são utilizados principalmente para
obtenção de ligas de ferro-cromo, fonte básica para obtenção de aço inoxidável e ligas
especiais. Assim, são fabricadas as ligas com ferro, silício e carbono. Na fabricação de aços
especiais, o cromo tem a função de proporcionar às ligas tratáveis termicamente as seguintes
propriedades: elevada temperabilidade, dureza e tenacidade. A maior demanda na indústria
metalúrgica acontece na fabricação de aço inoxidável, que contém, em média, 18% de
cromo, e proporciona à liga elevada resistência à oxidação e aos ataques químicos.
Os aços inoxidáveis são ligas à base de ferro, cujo principal elemento é o cromo,
9
participando nestes materiais com, no mínimo, 10,5% em peso. Porém, dependendo do tipo
de aço, sua participação isolada pode frequentemente ultrapassar 30%. Nestes casos, os aços
têm por finalidade resistir aos ambientes muito corrosivos. O cromo, em solução sólida,
possibilita a obtenção de um óxido de cromo com espessura da ordem de dezenas de Å na
superfície metálica. Este óxido é estável na maioria dos meios industriais e domésticos e,
por isso, reduz a taxa de corrosão a valores insignificantes, tornando-o seguro para
aplicações nas indústrias farmacêuticas, nucleares, alimentícias, de arquitetura, dentre outras
(http://www.nucleoinox.org.br).
O cromo usado nas ligas de níquel confere às mesmas elevada resistência ao calor e
à eletricidade. Já nas ligas com cobalto, o cromo reforça sua alta resistência à corrosão em
temperaturas elevadas.
Constata-se também elevada utilização do metal no revestimento de placas
metálicas, basicamente nos processos de cromagem nas indústrias automobilística, e de
eletrodomésticos, entre outras.

4.2 Indústria de Refratários

Os refratários de cromita-magnesita são usados em fornos elétricos de fusão


metálica, na zona de queima dos fornos de cimento e nas coberturas de diversos fornos de
reverberação para metais não-ferrosos. Os tijolos de cromita-magnesita possuem muitas
propriedades físicas importantes, em virtude da sua composição especial, da granulometria
dos seus constituintes, da elevada pressão de prensagem e da alta temperatura de queima.
Na indústria de refratários, o produto de cromita é também utilizado na fabricação
de tijolos unidos ao caulim, bauxita, magnesita ou outros materiais. O produto deve conter
elevado teor de alumínio (Cr2O3 + Al2O3 = 58%) e conteúdo de Cr2O3 entre 31 e 34%.
Quando o minério contém elevado teor de serpentina na rocha portadora de cromita, a
resistência de seus produtos às altas temperaturas diminui. Nesses casos, são indicados
processos de concentração adequados para remoção dos minerais de ganga.
Os maiores consumidores dos refratários de cromita são as indústrias de cimento,
cobre, vidro, níquel e aço. Os refratários básicos são usados nos fornos para processamento
de cobre e níquel. Na indústria de vidro, os refratários de cromita são usados nos
regeneradores de tanques de vidro e, na indústria de cimento, são aplicados primariamente
nas zonas de transição dos fornos. Os refratários básicos são empregados, tipicamente, nos
fornos com soleira aberta para fabricação de aço e, também, nos fornos elétricos a arcos.

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4.3 Indústria Química

O cromo é usado na indústria química para fabricar uma variedade de produtos,


incluindo: catalisadores, inibidores de corrosão, cromagem, produtos de acabamento,
pigmentos, compostos de tingimento, dentre outros. Para fabricar esses produtos, a indústria
química consome 8% da produção mundial de cromita e, de início, utiliza o metal como
pigmento e compostos de tingimento. No começo do século XX, iniciou-se o emprego do
cromo na eletrodeposição, na qual se utiliza o metal de uma solução de ácido crômico. Já o
uso mais recente do cromo está relacionado à fabricação de produtos para conservação de
madeira, protegendo-a do intemperismo e da ação dos insetos.
A cromita também é usada na indústria química para produzir dicromato de sódio,
do qual outros produtos químicos são manufaturados. A cromita pulverizada é misturada
com carbonato de sódio (barrilha) e um diluente que, em geral, pode ser óxido de cálcio
(cal). A mistura é ustulada em forno rotativo para produzir um composto contendo cromato
de sódio, que é, subseqüentemente, lixiviado e tratado com ácido para produzir dicromato
de sódio a ser purificado. Muitos produtos químicos de cromo são manufaturados com base
no dicromato de sódio. O cromo metálico ou cromo puro pode ser obtido por eletrólise de
solução de sulfato de cromo e ácido crômico. No fluxograma da Figura 5, encontram-se
listados vários desses produtos e seus usos finais.

4.4 Indústria de Fundição

Uma moderna aplicação da cromita acontece com a areia de fundição, na qual esse
produto é empregado para enformar o metal fundido até que o mesmo se solidifique. A areia
usada nas indústrias de fundição deve ser de baixo custo, lavada, seca, com granulometria e
especificações químicas padronizadas (Tabela 5). A areia de quartzo, muito usada na
fundição, é mais abundante e de baixo custo, razão pela qual é a preferida pelos
consumidores. Entretanto, quando a fundição exige condições físicas e químicas especiais,
outras areias são escolhidas, tais como as areias de cromita, zirconita, magnesita, bauxita,
entre outras.
A areia de cromita é compatível com os processos de fundição de aço. Ela usufrui
da vantagem técnica sobre a areia de quartzo, na fundição das ligas de aço austenítico de
manganês, em que o produto de cromita não reage com o manganês existente no aço. A
cromita e a zirconita possuem um ponto de fusão mais elevado que o do quartzo, por isso
são escolhidas quando a temperatura de fundição excede àquelas aceitáveis para a areia de
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quartzo.
A África do Sul foi o primeiro país a utilizar o produto de cromita como areia de
fundição. Isso aconteceu na década de 1950 e, somente na segunda metade da década
seguinte, o produto foi difundido em todo o mundo.
A carência no suprimento e o elevado preço da areia de zirconita favoreceram o
uso da areia de cromita na indústria de fundição, quando as areias de quartzo não atendem
aos requisitos de ordem técnica. Além disso, o produto de cromo possui características
especiais que garantem o seu uso na indústria de fundição, entre as quais destacam-se:
(i) estabilidade térmica, o que reduz as variações dimensionais do molde;
(ii) difusibilidade térmica, o que permite menor tamanho do grão metálico;
(iii) relativa impermeabilidade aos metais fundentes, o que assegura melhor acabamento
superficial dos aços;
(iv) resistência à penetração dos metais sob solidificações;
(v) (v) elevado ponto de fusão, o que possibilita fundir metais refratários;
(vi) quimicamente não reativa, que impede reações indesejáveis como a descarbonetação de aço.
Suas desvantagens, comparadas à areia de zirconita, incluem: maior expansão
térmica e presença ocasional de minerais hidratados, como impurezas e reatividade química
com os ligantes. Devido ao seu custo, é freqüentemente empregada como areia de
faceamento conjugada à de quartzo para enchimento ao molde.
A separação da areia de cromita em misturas com areia de quartzo e de zirconita é
possível por intermédio de espirais ou por separação magnética com campos superiores a
1,5 T. Essa rota técnica é possível devido à susceptibilidade magnética do quartzo e da
zirconita, inferior à da cromita.

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5 LIGAS METÁLICAS

A cromita, único mineral-minério do qual se obtém o cromo metálico, trata-se de um


mineral constituído por proporções variadas de cromo, ferro, alumínio e magnésio, além de
minerais acessórios, da ordem de ppm. Devido a composição dos óxidos presentes, se
distinguem as seguintes espécies minerais mais importantes: a cromita propriamente dita
(𝑭𝒆𝑪𝒓𝟐 𝑶𝟒 ), a magnesiocromita (𝑴𝒈, 𝑭𝒆𝑪𝒓𝑶𝟒 ), a aluminocromita 𝑭𝒆(𝑪𝒓, 𝑨𝒍)𝟐 𝑶𝟒 e a
cromopicotita (𝑴𝒈, 𝑭𝒆)(𝑪𝒓, 𝑨𝒍)𝟐 𝑶𝟒 .
A indústria metalúrgica responde por 80% do consumo mundial de cromita
compacta ou concentrada com teor de 45 a 56% de 𝑪𝒓𝟐 𝑶𝟑 e razão Cr/Fe de 2,5 a 4,3,
utilizada principalmente para produção de aço inoxidável e ligas especiais. Na fabricação
desses últimos, o cromo assume a função de elevar a temperabilidade, dureza e tenacidade
das ligas. Já na fabricação de aço inoxidável, maior demanda na indústria metalúrgica, o
cromo atua com a função de elevar a resistência à oxidação e combate dos ataques químicos
das ligas.
Os aços inoxidáveis são, fundamentalmente, ligas à base de ferros resistentes à
corrosão atmosférica, cujo principal elemento é o cromo com participação de no mínimo
10%, mas dependendo do tipo de aço sua participação pode ultrapassar 30%. Nestes casos,
os aços têm por finalidade resistir aos ambientes muito corrosivos. O cromo possibilita a
obtenção de um óxido com espessura da ordem de dezenas de Å na superfície metálica. Este
óxido é estável na maioria dos meios industriais e domésticos e, por isso, reduz a taxa de
corrosão a valores insignificantes.

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Figura 6 – Aços-cromo expostos durante 10 anos a uma atmosfera industrial
Fonte: CHIAVERINI, 1986.

O cromo é o elemento mais eficiente e importante empregado na produção do aço


inoxidável, quando empregado em teores acima de 10%. A medida que se aumenta o teor do
cromo no aço, este passa, de metal de grande corrosibilidade a um metal praticamente
indestrutível pela corrosão. Conforme mostrado na Figura 6.
Nesse setor, onde as propriedades mais valorizadas são a resistência à oxidação, ao
calor, à abrasão, à corrosão e à fadiga, o cromo é o componente crucial de vários tipos de
ligas. As mais comuns são as ligas de alto, médio e baixo teor de carbono (Fe-Cr-AC, Fe-
Cr-MC e Fe-Cr-BC) assim como as de ferrosilício-cromo (Fe-Si-Cr). O Quadro 1 mostra as
principais características dessas ligas.
O Ferro Cromo Alto Carbono (Fe-Cr-AC) é uma liga de ferro, cromo, silício e
outros elementos utilizada na fabricação de um grande número de tipos de aço e ligas
especiais. Tem como característica fundamental carbono acima de 4%. As principais
utilizações ocorrem na produção de aço resistentes à corrosão, na produção de aços de alta
resistividade elétrica, aços alta liga (indústria de automóveis), anti-oxidação e na produção
de aços inoxidáveis quando a aciaria adota o processo AOD (Argon Oxigen
Descarburatization).”
O Ferro Cromo Baixo Carbono (Fe-Cr-BC) é uma liga de ferro, cromo, silício e
carbono com teor máximo de 0,15%. É usado durante a produção de aços para corrigir os
teores de cromo, sem provocar variações indesejáveis no teor de carbono. A sua utilização
industrial é a mesma do Fe-Cr-AC, ou seja, na produção de aços inoxidáveis, que tem larga
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aplicação nas indústrias de bens de consumo.
O Ferro Silício Cromo (Fe-Si-Cr) é uma liga de ferro, cromo, silício e outros
elementos. Sua aplicação principal é a produção de ferro cromo baixo carbono.

Características das Ligas de Ferro Cromo


TIPO
Cr (min) C (max) Si (max) P (max) S (max)
Fe-Cr-AC 50-55 6a9 5 0,035 0,030
Fe-Cr-BC 56-60 0,15 1 0,035 0,015
Fe-Si-Cr 28-32 0,10 44-48 0,035 0,25
Quadro 1 – Características das Ligas Ferro-Cromo
Fonte: Adaptado de Balanço Mineral 2001.

Pode-se mencionar ainda outras ligas resistentes a corrosão e que apresentam o


cromo, são elas:
 Ligas níquel-molibdênio: Entre elas, podem ser citadas os tipos Hastelloy C, contém
58% Ni, 16% Mo, 16% Cr, 4% W e 5% Fe e possui excelente resistência à ação de
soluções oxidantes, sobretudo as com cloretos. Hastelloy F, com 47% Ni, 7% Mo, 22%
Cr e 17% Fe, com resistência à ação corrosiva de ácidos alcalinos, oxidantes e
redutores. Hastelloy X, com 47% Ni, 9% Mo, 22% Cr e 18% Fe.
 Ligas níquel-cromo-molibdênio-cobre: Designadas de Ílio B, Ílio G, Ílio R e Ílio 98.
Contém, de acordo com o tipo, de 21 a 28% Cr, 5 a 8% Mo, 3 a 6,5% Cu e o restante é
níquel.
 Aços-cromo: Com teor de cromo de 4 a 27%. Pode ser aplicado em válvula de motores
de automóveis e aviões.
 Aços cromo-níquel: Apresenta cromo de 16 a 26% e níquel de 8 a 22%. Utilizados em
peças de motores a jato, ventaneiras, tubos de caldeiras, etc.
 Aços níquel-cromo: Apresenta níquel de 15 a 32% e cromo de 12,5 a 25%.
Empregadas em tubulações para serviços em altas temperaturas e peças para turbina a
gás.

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6 CONCLUSÃO

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BRACARENSE, A. Q. Aluminotermia – Processo de Soldagem. CEFET-MG. Belo


Horizonte, 2000.

CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1986.

FERNANDEZ, C. S. Obtenção de uma Liga Ferro-Cromo por Redução


Aluminotérmica de Cinzas da Incineração de Resíduos de Couro. Trabalho de
Conclusão de Curso de Graduação, Departamento de Engenharia Química, UFRGS. Porto
Alegre, 2010.

GONÇALVES, M. M.. Cromo. IN: Balanço Mineral Brasileiro. DNPM, 2001.

LOW, M. Determinação do estágio inicial da recristalização em ligas de alumínio por


difração de raios X. Dissertação de Mestrado, Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares, USP. São Paulo, 2000.

LUZ, A. B.(Ed.); LINS, F. A. F.(Ed). Rochas & minerais Industriais: usos e


especificações. 2.Ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2008. 990p.

MALIOTIS, G. (1999). Chromium: Uses & Markets, Published by Industrial Minerals


Information Ltd, Worcester, England, p. 1-161.

MME - Ministério de Minas e Energia. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação


Mineral. Perfil da Mineração do Cromo. Brasília: DNPM, 2009.

SAMPAIO, J. A.; ANDRADE, M. C.; PAIVA, P. R. P.. Cromita. IN: Rochas e Minerais
Industriais no Brasil: usos e especificações. 2.ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCTI, 2008. p.
403-425

U.S. Geological Survey, 2018, Mineral commodity summaries 2018: U.S. Geological
Survey, 200 p., <https://doi.org/10.3133/70194932>.

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