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FL.488
0101425-24.2006.8.12.0043
12 de dezembro de 2013
5ª Câmara Cível
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os juízes da 5ª
Câmara Cível do Tribunal de Justiça, na conformidade da ata de julgamentos, por
unanimidade e contra o parecer, afastar a preliminar e dar provimento aos recursos, nos
termos do voto do relator.
R E L A T Ó R I O
O Sr. Des. Vladimir Abreu da Silva.
V O T O
O Sr. Des. Vladimir Abreu da Silva. (Relator)
Preliminares:
Alega o Estado que não pode ser compelido a "elaborar leis" sob
pena de ofensa ao princípio da separação dos Poderes, daí o óbice jurídico à pretensão
executiva.
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul TJ-MS
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quanto à tese de iliquidez e incerteza do título executivo, vez que não individualiza as
obrigações impostas, nem dispõe quanto a eventuais juros e correção monetária.
Omissão inexiste, conquanto opostos embargos de declaração a matéria foi
suficientemente analisada, conforme se infere às f. 219/221.
Nesse passo, não se deve olvidar que cabe ao Juiz indeferir as provas
consideradas inúteis ou meramente protelatórias, conforme inteligência do artigo 130 do
Código de Processo Civil. Assim, se as provas constantes dos autos são suficientes para
formar o convencimento motivado do juiz a respeito da questão, torna-se desnecessária
a produção de outras provas.
Mérito:
Tribunal a quo.
Pois bem. A novel legislação, como toda lei em seu princípio, traz à
baila discussões ainda não sedimentadas na doutrina e na jurisprudência, como ocorre
no caso acerca da aplicabilidade da lei nova a um termo de ajustamento de conduta já
homologado.
ou regeneração da área.
V) É de se afastar a obrigatoriedade de apresentação de projeto de
instituição e demarcação da reserva legal ao órgão ambiental, mesmo que
determinada por antecipação de tutela na vigência da lei anterior,
sobretudo em atenção aos prazos concedidos pela nova lei.
VI) Também é de se confirmar a determinação da lei que entende
pela desnecessidade de averbação da reserva legal na matrícula do
imóvel, junto ao Cartório de Registro de Imóveis, bastando, em sua
substituição, que se inscreva a reserva legal no CAR Cadastro
Ambiental Rural.
VII) É de se afastar, por fim, a aplicação dos prazos previstos pela
legislação revogada para cumprimento da reserva legal, bem como a
determinação para imediato início de recuperação da reserva florestal.
(Grifou-se).
Por sua vez, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais considerou o
termo de ajustamento de conduta ato jurídico perfeito, não devendo sofrer alterações
aqueles já pactuados em virtude da instituição do novo Código Florestal, senão vejamos
o acórdão a seguir colacionado:
aplicá-la.
Não se trata, pois, de violação a um ato jurídico perfeito, mas de
superveniência de Lei Federal, que possui efeito imediato e geral e pode alcançar os
efeitos de atos produzidos antes de sua entrada em vigor. Nos dizeres de José de
Oliveira Ascensão, "a retroatividade encontra espaço para se expandir no que tange a
efeitos ainda em aberto4". Esse é o caso dos autos, uma vez que a execução permanece
suspensa por longos anos, estando o TAC com os efeitos ainda em aberto.
A meu ver, o mais adequado ao caso seria a realização, entre
compromitente e compromissário, de um termo aditivo adequando-se o que foi
estabelecido às exigências do novo Código Florestal. Contudo, como não foi efetivada
tal prática, deve-se analisar o feito no estado em que se encontra.
Assim, diante da incompatibilidade do TAC com o novo Código
Florestal, não se pode falar em descumprimento da cláusula décima nona, parágrafos
segundo e terceiro pelo interveniente, eis que, na prática, o compromitente não lograria
êxito em cumprir o pactuado com base na velha legislação. Se descumprimento não há,
igualmente não há falar na incidência da multa prevista na cláusula vigésima, porquanto
esta somente incidiria se estivesse efetivamente caracterizado o descumprimento das
obrigações assumidas.
Dessa feita, a conclusão não é outra senão a de que a cláusula décima
nona e seus parágrafos do título exequendo (termo de ajustamento de conduta) tornaram-
se inexigíveis, uma vez que as obrigações ali assumidas não encontram meios práticos
de ser impostas, pois encontram óbices nas exigências na Lei n. 12.651/12.
Nesses moldes, o art. 618, I do Código de Processo Civil culmina de
nulidade a execução lastreada em título despido dos caracteres reclamados pelo art. 586,
caput. Reconhecida a inexequibilidade do título executivo nos termos legais, não possui
o apelado interesse de agir. Via de consequência, a reforma da sentença objurgada é o
caminho que se impõe.
Por fim, em virtude da falta de exigibilidade do título e da extinção
da execução, fica prejudicada a análise da alegação de inconstitucionalidade de
estipulação de pagamento de honorários em favor do Parquet.
4 ASCENSÃO, José de Oliveira. Introdução à ciência do direito. 3 ed. Rio de Janeiro: Renovar,
2005.
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D E C I S Ã O
Como consta na ata, a decisão foi a seguinte:
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