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Conceito: ato administrativo do estado, consubstanciado em medida cautelar (efêmera) de natureza processual que dispensa ordem
escrita e é prevista expressamente na CF.
Dura 24H, depois disso, o agente pode ser liberado ou será relaxada a prisão pela autoridade judiciária ou será convertida em prisão
preventiva (medida cautelar)
Inviolabilidade de domicílio
Art. 5º, XI da CF: a casa é asilo inviolável do indivíduo ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito...
Informativo 806 – STF: “Entrada forcada em domicilio sem mandado judicial somente é lícita, mesmo em período noturno, quando
amparada em fundadas razoes justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob
pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados”.
**casa, conceito amplo, abrange qualquer aposento de habitação coletiva desde que ocupada.
**caminhão não pode ser considerado extensão de sua residência, mas mero meio para se chegar a um fim laboral. (ex. arma de
fogo apreendida em boleia de caminhão)
Natureza Jurídica: modalidade de prisão que dispensa ordem judicial, sendo prevista na própria CF, tendo cabimento quando o
agente:
Para Renato Brasileiro, citando Luiz Flávio Gomes “a prisão em flagrante é precautelar, porquanto não se dirige a garantir o resultado
final do processo, mas apenas objetiva colocar o capturado à disposição do Juiz para que adote uma verdadeira medida cautelar: a
conversão em prisão preventiva (ou temporária), ou a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada ou não com
as medidas cautelares da prisão”.
Pode prisão em flagrante na Ação Penal Pública: crime de grave ameaça, crime contra a dignidade sexual.
Nesses casos, a vítima deve estar presente! Senão não será possível a lavratura do auto de prisão em flagrante. Caso não possa
comparecer imediatamente à delegacia – por ter sido conduzida ao hospital (por exemplo) ou por qualquer motivo relevante, a vítima
poderá fazê-lo no prazo de entrega da nota de culpa, isto é, até 24H; caso a vítima não emita autorização, deve a autoridade policial
liberar o ofensor, sem nenhuma formalidade, documentando o ocorrido em Boletim de Ocorrência – BO, para efeitos de praxe.
Ao autor de fato que, após a lavratura do termo (termo circunstanciado), for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumiu o
compromisso de comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá
determinar, como medida cautelar, seu afastamento do lar, domicilio ou local de convivência com a vítima. (art. 69 da Lei 9.099/95)
**Nas infrações de menor potencial ofensivo (crimes com pena máxima de até 2 anos cumulados ou não com multa) e as
contravenções penais, ao invés da lavratura do auto de prisão em flagrante, tem-se a realização do termo circunstanciado. Desde
que o infrator seja imediatamente encaminhado aos juizados especiais criminais ou assuma o compromisso de comparecer, quando
devidamente notificado. Caso contrário, o auto será lavrado recolhendo-se o agente ao cárcere, salvo se for admitido prestar fiança.
MOMENTO
A prisão pode ser efetuada a qualquer dia e a qualquer hora, respeitando-se as restrições relativas a inviolabilidade de domicílio.
SUJEITO ATIVO
Qualquer do povo PODE e as autoridade DEVEM prender quem se encontra em flagrante delito.
“A prisão em flagrante é compulsória ou facultativa. A compulsória decorre da obrigação do agente policial de fazê-la
(seja policial civil, federal ou policial militar). Pouco importa que o policial esteja fora de seu horário de serviço
ou em férias, a obrigação subsiste. O policial que se omite pode ser considerado partícipe do delito praticado (artigo
13 do CP – O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-
se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido (…) § 2º – A omissão é penalmente relevante
quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância). É facultativa quando levada a efeito por qualquer
cidadão. Quando realizada por policial, trata-se de estrito cumprimento de dever legal. Por qualquer cidadão constitui
exercício legal de um direito (artigo 23, inciso III, do CP).” Fonte: MEDEIROS, Flávio Meirelles. CPP – Código de
Processo Penal Comentado. Disponível em <http://www.flaviomeirellesmedeiros.com.br/principal.htm#flagr>
SUJEITO PASSIVO
Exceções:
doente mental. PODE SER PRESO EM FLAGRANTE. No fim do processo é absolvido por sentença absolutória
imprópria – medida de segurança.
AGENTE DIPLOMÁTICO
FUNCIONÁRIOS CONSULARES
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Enquanto não sobrevier sentença penal condenatória não pode, nas infrações penais comuns, sofrer prisão em flagrante,
nem preventiva e nem temporária. Somente podendo ser responsabilizado, salvo se tratar de crimes funcionais, após o
mandato.
**esta prerrogativa não se estende aos demais chefes do poder executivo, pois prerrogativa é atribuída em razão da condição
de chefe de estado.
MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL
Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável. Neste caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas a Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
seus membros, resolva sobre a prisão.
Não tem prisão preventiva! Muitas vezes o sujeito perde, antes, o mandato e depois sofre a prisão!
Somente podem ser presos em flagrante caso o crime seja inafiançável. Além disso, a prisão de um magistrado ou de um
membro do MP deve ser comunicada imediatamente ao presidente do Tribunal ou ao Procurador-Geral de Justiça. Também
a eventual prisão em flagrante de um Defensor Público deve ser comunicada de imediato ao Defensor Público-Geral.
Já os Advogados somente podem ser presos em flagrante por motivo de exercício da profissão (FUNCIONAL) caso o
crime seja inafiançável.
APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA
Pressupõe que não há prisão em flagrante, por não ser (compatível) situação flagrancial. Isso só impede o flagrante, mas
não obsta a prisão preventiva e nem a temporária. Assim, presente os requisitos legais (art. 312 do CPP) poderá a
autoridade policial representar ao judiciário pela declaração de prisão preventiva.
ESPÉCIES DE FLAGRANTE
atenção: iniciada a perseguição, não há prazo para seu término não precisa nem ter contato visual,
desde que ininterrupta. Ou seja, encerrada a perseguição por diligências concretas morre o flagrante.
veja que a perseguição deve ser lógica e coordenada até a prisão do agente. Logo, se a prisão ocorrer
por mera causalidade (deveria ser casualidade), em local diverso da pratica do crime e seus responsáveis
ignoravam que o detido era criminoso, não há que se falar em situação de flagrância.
Flagrante Presumido/Ficto/Assinalado
considera-se em flagrante delito quem é encontrado (casualidade), logo depois (não pode-se falar logo
após), com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir a autoria dos fatos (infração).
é uma forma irregular de prisão e não tem valor como peça coercitiva de liberdade SV STF nº 45.
Flagrante Forjado/Maquinado/Fabricado
é aquele armado, ou seja, realizado para incriminar pessoa inocente.
Flagrante Esperado
É aquele em que a policial toma conhecimento prévio e aguarda a ocorrência do delito no local de sua
consumação para realizar o flagrante.
Flagrante Prorrogado/Retardado
aguarda-se o melhor momento para a interdição policial (voz de prisão em flagrante) para identificar o
maior numero de integrantes de operações ilícitas.
essa comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que
possam indicar a operação a ser efetuada.
até o encerramento das diligencias, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao MP e ao
delegado de policia para garantir o êxito das investigações, elaborando-se auto circunstanciado
de ação controlada.
Ação controlada no crime de tráfico de drogas: Em qualquer fase da persecução criminal relativa
aos crimes previstos nesta Lei (11.343/06), são permitidos, além dos previstos em lei, mediante
autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
“A investigação policial que tem como única finalidade obter informações mais concretas
acerca de conduta e de paradeiro de determinado traficante, sem pretensão de identificar
outros suspeitos, não configura a ação controlada do art. 53, II, da Lei 11.343/2006, sendo
dispensável a autorização judicial para a sua realização.” STJ. Informativo n. 570. RHC 60.251-
SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 17/9/2015
PRISAO EM FLAGRANTE E CRIMES PERMANENTES
Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
**há possibilidade de prisão em flagrante mesmo que já haja a instauração de IP – crime permanente.
**apreensão de moeda falsa/droga/arma etc. na residência do agente e simultânea prisão em local diverso caracteriza o
flagrante delito – crime permanente.
**o crime pelo qual o paciente é acusado de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins permite a dilatação temporal do
estado de flagrância, na medida em que que possuem natureza de delitos permanentes, razão pela qual a prisão em local
diverso daquele em que foi encontrada a droga não desnatura o estado de flagrância.
“1. O paciente foi acusado da prática de delitos de natureza permanente, quais sejam, tráfico de entorpecentes e receptação
na modalidade “ocultar”.
2. É dispensável o mandado de busca e apreensão quando se trata deflagrante de crime permanente, podendo-se realizar a
apreensão sem que se fale em ilicitude das provas obtidas.”
STJ – HC: 188195 DF 2010/0193763-8, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento: 27/09/2011
“No caso dos delitos denominados ‘continuados’, cada um dos delitos poderá ser objeto de prisão em flagrante”.
“O crime habitual é aquele que materializa o modo de vida do infrator, exigindo, para a consumação, a reiteração de
condutas, que por sua repetição, caracterizam a ocorrência da infração.”
Ex: 1) Casa de prostituição (art. 229 do CP); 2) Rufianismo (art. 230 do CP); 3) Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou
farmacêutica (art. 282 do CP); 4) Charlatanismo (art. 283 do CP); 5) Curandeirismo (art. 284 do CP).
PRISAO EM PERSEGUIÇÃO
Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no
lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de
flagrante, providenciará para a remoção do preso (Art. 290, CPP)
Se tem uma perseguição, seja de flagrante delito ou de ordem de prisão, e passar a outra circunscrição poderá ser
realizada a prisão se flagrante, o executor apresenta o preso a autoridade local, se houver, e faz o APF ali mesmo,
voltando com o preso para sua circunscrição. Se for ordem judicial, executa a prisão e apresenta para autoridade
local, voltando para a circunscrição em cumprimento ao mandato judicial.
Apresentado o preso à autoridade competente ouvirá esta o condutor e colherá desde logo sua assinatura, entregando a este
cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida procederá a oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao
interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo a cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando a
autoridade ao final do auto. (art. 304 do CPP).
1) Homologar o flagrante (Pois o delegado pode entender não ser um flagrante – art. 302)
2) Providenciar Escrivão (Pode ser designado escrivão ad-hoc.)
3) Comunicar imediatamente a prisão (para a família ou pessoa por ele indicada, juiz - CF, MP - CPP)
4) Proceder à oitiva com a colheita desde de logo das assinaturas:
a. Condutor
Incomunicáveis b. Testemunhas (se houver e na quantidade que o delegado julgar pertinente: testemunhas do fato, ou de
apresentação se não houver)
c. Vítima (sempre que possível)
5) Interrogatório do Suspeito/Flagranteado
a. direito ao silêncio
b. assistência de advogado
c. cabe entrevista prévia mas não a interferência no interrogatório
d. pode ser gravado mas não de forma sub-reptícia
b. se for a Vítima que não puder assinar o APF será assinado por 1 testemunha instrumental.
7) Indiciamento
a. Boletim de Vida Pregressa
i. Perguntas:
1. local de nascimento
2. se o flagranteado sabe ler
3. etc
10) Comunicação com cópia do APF (até 24H) ao juiz, MP, defensor/advogado do acusado (a demora a autoridade
judiciaria e nem mesmo a ausência, por si só não acarreta o relaxamento/a nulidade da prisão)
a. atenção a existência de filhos, com ou sem deficiência, nome e contato de eventual responsabilidade pelo
cuidado dos filhos, indicado pelo preso (Inovação do CPP 2016)
**STJ: a ausência de advogado por ocasião da lavratura do APF não nulifica o ato.
**gravação clandestina de conversa informal dos policiais com o flagranteado de forma sub-reptícia será ilícita.
STJ ”Os defeitos porventura existentes no APF não têm o condão de, por si só, contaminarem o processo e ensejarem a
soltura do réu, ainda mais se os autos demonstrarem ter havido o recebimento da denúncia e o motivado indeferimento do
pedido de relaxamento da custodia cautelar.”
Na falta ou impedimento do escrivão qualquer pessoa designada pelo autoridade lavrará o auto depois de prestado o
compromisso legal. AD-HOC