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Promoção da cooperação com outros Estados e partes interessadas

No que tange à cooperação da Islândia no Ártico pode-se destacar algumas


iniciativas. Em primeiro lugar, a tentativa de estabelecer um Centro Internacional de
Busca e Resgate para coordenar as atividades de busca e resgate no Ártico atualmente
realizadas por seis dos oito países árticos. A proposta tentava amenizar as dificuldades de
realização desse trabalho na área, como a distância de infraestrutura e conectividade
limitada, mas até agora não angariou o apoio necessário (Greil; Kaldal, 2017).
A parceria com a China tem ganhado importância para a Islândia, principalmente
desde a assinatura do Acordo Quadro para Cooperação no Ártico em 2012. Prova disso
foi a construção de um Observatório Conjunto no norte do país e a utilização de um porto
islandês como porto de escala para o quebra-gelo chinês (Gudjonsson; Nielsson, 2015).
Além disso, a pesca na Islândia, bem como na Groelândia, se beneficiou da cooperação
técnica e econômica internacional com a população local (Gudjonsson; Nielsson, 2015).

Salvaguardar interesses de segurança amplamente definidos na região do Ártico


por meios civis

Apesar de se posicionar contra a militarização do Ártico, a Islândia mantém uma


relação relativamente boa com a Rússia (que adota uma posição reconhecidamente
militarista em relação ao Ártico), se comparada com outros países da OTAN, da qual o
país é membro fundador não- militar (Gudjonsson; Nielsson, 2015). Alguns incidentes,
no entanto, como o voo de bombardeiros russos próximo à Islândia em 2016, sugeriram
um retorno de narrativas militares da Guerra Fria.
Por outro lado, a Islândia tem um acordo de defesa com os Estados Unidos desde
1951, e este manteve presença militar em território islandês desde a Segunda Guerra
Mundial até 2006 (Gudjonsson; Nielsson, 2015), quando a Base aeronaval de Klefavik
foi fechada (Degeorges, 2014). Desde então a OTAN faz o policiamento aéreo do país,
que também estabeleceu uma série de acordos bilaterais com outros países árticos.

Ampliar o conhecimento dos islandeses sobre questões do Ártico e promover a


Islândia no exterior como um local para encontros

No campo de difusão do conhecimento e promoção de conferências sobre o


Ártico, a Universidade de Akureyri é de fundamental importância, sendo parte da rede
Universidade do Ártico e tendo um bem-sucedido programa de mestrado em Direito Polar
(Baruchello, 2016). Ademais, vale a pena ressaltar a presença de dois grupos de trabalho
do Conselho Ártico na Islândia, o de Conservação da Flora e da Fauna do Ártico e o de
Proteção do Meio Ambiente Marinho Ártico (ICELAND GOVERNMENT, s.d.).

Aumento de consultas e cooperação no nível doméstico

Se tratando de um país na fronteira do Ártico, a região recebe importância no


âmbito interno, o aumento de atenção governamental podendo ser traçado até pelo menos
a primeira presidência do Conselho Ártico (Johnstone, 2016). O desejo do governo em
promover o Ártico no debate político doméstico pode ser visto, por exemplo nas consultas
promovidas em preparação à presidência do Conselho Ártico, a ser assumida pela Islândia
em 2019, em que participaram mais de 100 pessoas de ministérios, agências
governamentais, academia, política e ONGs (Sigurdsson, 2017).

Conclusão

De forma geral, as políticas da Islândia em relação ao Ártico são condizentes com


a sua posição na região. Sendo um país de pouca relevância econômica ou militar no
cenário internacional, além de população e extensão territorial pouco expressivas, a
Islândia prioriza espaços em que pode exercer influência, como foros multilaterais, sendo
o Conselho Ártico o principal deles, em que se beneficia do procedimento de tomada de
decisões por unanimidade. Ao mesmo tempo, os esforços por reconhecimento como
Estado costeiro do Ártico demonstram que a Islândia não se oporia a um “Arctic Six”, se
ocupasse o lugar de sexto membro.
De forma análoga, uma expressão pouco significativa no plano internacional, leva
a uma busca por alianças regionais (sendo a OTAN o exemplo militar mais relevante) e
cooperação. Pode-se entender nesse sentido a aproximação com a Groelândia e as Ilhas
Faroé, semelhantes à Islândia nos aspectos mencionados, exceto em uma questão em que
esta detém uma vantagem: independência.
Similarmente, a valorização da resolução de conflitos por meio da UNCLOS,
reflete a necessidade de assegurar soluções pacíficas (sendo o uso da força uma opção
inviável) e garantias jurídicas para controvérsias externas com implicações internas
significativas (econômicas, sobretudo, como no caso da pesca). Do lado da mudança
climática, a preocupação deriva de riscos tangíveis, mas ainda permite a visualização de
oportunidades como a abertura de rotas de navegação no Ártico, se aproximando do
conceito de “adaptação oportunista” (Johnstone, 2016), em certo sentido descritivo da
política da Islândia para o Ártico.

Referências Bibliográficas

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SIGURDSSON, Arni Thor. Iceland on deck. Thin Ice Blog, 1º de maio de 2017.
Disponível em: <http://arctic.blogs.panda.org/default/iceland-on-deck/>. Acesso em 25
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