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Discretamente, Marina busca

manter pontes com as igrejas


evangélicas
Ela faz defesa do Estado laico e diz que suas convicções não vão
interferir no governo se eleita
Marina, ao lado do coordenador Julio Pereira, deixa a Assembleia de Deus na campanha de 2010 -
Eduardo Knapp - 3.out.10/Folhapress

12.jul.2018 às 2h02

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2018/07/12/)

Joelmir Tavares

SÃO PAULO Marina Silva (Rede) (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/marina-silva-se-desculpa-por-


mencao-a-ufc-apos-queixa-de-lutadora.shtml) costuma agradecer a Deus no início de suas

falas em público. Ela –que quase foi freira, mas se converteu ao


protestantismo em 1996– é a única evangélica entre os principais pré-
candidatos a presidente.

A três meses da eleição presidencial, a ex-senadora, missionária da


Assembleia de Deus, busca manter pontes com diferentes denominações,
em meio a críticas de pessoas que compartilham de sua fé.
Discretamente, obedecendo a um mantra pessoal de "não fazer do palanque
um púlpito nem do púlpito um palanque", ela participa de cultos e fala com
lideranças religiosas.

Marina tem 18% de intenção de voto entre seus pares, de acordo com o
Datafolha.

No total, incluindo entrevistados de outras crenças e sem religião, a ex-


parlamentar alcança 15% das preferências em cenário sem o ex-presidente
Lula (PT). É a segunda colocada na corrida ao Planalto.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) lidera a disputa, com 19%,


(https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/com-ausencia-de-lula-bolsonaro-e-marina-lideram-pesquisa-datafolha.shtml)

mas chega a 22% entre evangélicos. Católico, ele abraçou bandeiras do


público religioso conservador. Sua mulher é fiel da Igreja Batista.
Evangélicos representam hoje a segunda maior camada religiosa do país,
segundo o Datafolha: 32% da população. Católicos são maioria (52%).

Em junho, Marina aproveitou passagens por São Paulo para ir a pelo menos
duas igrejas. Os compromissos não estavam na agenda dela divulgada à
imprensa. Sua assessoria afirma que não eram atividades da esfera política.

A presença da pré-candidata na Igreja Presbiteriana de Pinheiros (zona


oeste), onde deu testemunho no palco após um culto para mulheres, teve
repercussão ruidosa.

O templo passou a ser cobrado em redes sociais por dar espaço à ex-
senadora. No Facebook, veio uma enxurrada de críticas, com adjetivos
como comunista e "abortista" sendo relacionados a ela.

"Depois da palestra da Marina, quando será com a Judith Butler?",


perguntou um rapaz, citando a filósofa americana que estuda teoria de
gênero e foi agredida por manifestantes autointitulados pró-família em
visita ao Brasil em 2017.
A presidenciável, via assessoria, diz lamentar o uso de "rótulos e adjetivos
ofensivos".
"Infelizmente, muitos se expressam sem cuidar de checar informações para
ver se são verdadeiras e acabam reproduzindo preconceitos", afirma.

Na ida ao local, a líder da Rede estava com integrantes da coordenação de


sua campanha e lideranças do partido.

"Quero agradecer aos irmãos que estão orando e pedir para aqueles que
ainda não começaram poder começar a partir de hoje. Temos uma grande
jornada", discursou ela, aludindo à eleição.

Com tom de voz mais suave que o habitual, Marina falou de sua trajetória
de superação, estendendo a pronúncia de algumas sílabas.

Segurou o choro ao relembrar o dia em que, aos 16 anos, deixou a casa do


pai. "Tudo que aconteceu em minha vida eu creio que foi a mão bondosa do
nosso Deus", afirmou.

Arival Casimiro, pastor que a chamou, não quis falar à Folha sobre as
reações negativas.

Três dias antes, Marina havia participado de culto dominical na Igreja


Batista de Água Branca, na Barra Funda (zona oeste). O líder ali é o pastor
Ed René Kivitz, amigo dela e cabo eleitoral em 2010 e 2014. Ele também não
quis conversar com a reportagem.

Na Batista, a ex-senadora não foi ao microfone. Assistiu à celebração no


auditório e, no fim, atendeu a alguns pedidos de fotos com outros fiéis.

A equipe da pré-candidata diz que participações do tipo são frequentes, que


o diálogo dela com evangélicos é (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/religiao-tem-pouca-
influencia-no-voto-dos-eleitores-da-marcha-para-jesus.shtml) permanente e que tende a se

intensificar no período eleitoral.

Em Brasília, onde mora, Marina frequenta semanalmente a Assembleia de


Deus do Plano Piloto. Quando está em viagem, vai a outras igrejas fazer suas
orações. Ela diz "congregar de forma itinerante".

Duas pessoas que trabalharam nas campanhas anteriores da ex-senadora


disseram à Folha que ela era aconselhada a evitar aparições em igrejas no
período eleitoral.

O argumento, de acordo com os relatos, era o de que isso poderia ser usado
por adversários para tachá-la de fundamentalista ou acusá-la de querer
impor sua religião.

"Não há uma intenção de promover nem de preservar a imagem da


candidata", diz sua assessoria. A regra, afirma, é não explorar politicamente
atividades religiosas.

Publicamente, Marina faz defesa enfática do Estado laico e diz que suas
convicções pessoais não vão interferir no governo caso se eleja. Ela já
reclamou que, mais do que por ser mulher ou negra, sofre preconceito por
expor sua fé.

Em temas cruciais para a comunidade evangélica --como aborto, drogas e


casamento gay–, a pré-candidata adota posturas que desagradam a parte do
eleitorado religioso.

Nos dois primeiros temas, defende plebiscitos para que a população decida
sobre a liberação. Pessoalmente, é contra.

Sobre união de pessoas do mesmo sexo, diz que defende direitos


igualitários e que a Justiça assegura o casamento.

Nesta sexta-feira (13), a pré-candidata participará de debate sobre reforma


política a convite da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São
Paulo.

ENDEREÇO DA PÁGINA
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busca-manter-pontes-com-as-igrejas-evangelicas.shtml

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