Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Grande do Norte-UFRN
1.- Introdução.
1
Trabalho apresentado na “I JORNADA DE DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL”, promovida pelo
DAAC-Diretório Acadêmico Amaro Cavalcanti do Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte-UFRN.
2
2
Nesse período, realizou-se, aqui no Brasil, o XV Congresso Internacional de Direito Penal.
3
crime 3 ; depois, com a aplicação da pena, que deve ser corporal, em cerimonial
realizado diante da sociedade, para servir de exemplo e atuar como medida de
prevenção geral. A prisão era prevista, apenas, como a forma de deter-se o homem
para a aplicação da pena corporal correspondente.
3
Na época da concepção política da justiça penal, segundo MICHEL FOUCAULT, “O corpo supliciado se insere em
primeiro lugar no cerimonial judiciário que deve trazer à lume a verdade do crime.”(Vigiar e Punir, tradução de Lígia M.
Pondé Vassalo, Vozes, 1977, pág. 35). MICHEL FOUCAULT realça que, na maior parte dos países europeus, incluindo
aí a França, apresentando como exceção a Inglaterra, o processo, até a sentença, era secreto.
5
4
Coube a VOLTAIRE expor as conclusões filosóficas de NEWTON formuladas com base na lei da gravidade.
5
LOCKE queria que o juiz não passasse da boca que pronuncia as palavras da lei.(Novos Rumos do Sistema Penal,
Miguel Reale Jr., Forense, 1ª ed., pág. 5)
6
VOLTAIRE dizia que o Estado ideal seria aquele em que não se obedece senão às leis(Miguel Reale Jr., obra citada).
6
7
O problema Criminológico, a ser pesquisado no processo antes de se proferir a sentença, não consiste na forma
simplista de enquadrar, o agente do delito, em uma das diversas categorias de delinqüentes preestabelecidas, mas sim a
pesquisa efetiva das peculiaridades do caso, no desiderato de saber por que o homem que está sendo julgado, diante das
circunstâncias presentes, aliadas aos seus antecedentes e específica constituição biológica, se comportou de forma
criminosa.
8
Ob. cit., pág. 301.
9
Ob. cit., pág. 357.
10
Ob. cit.
12
11
O autor do projeto do Código Penal - Decreto-Lei nº 2.848, de 7.12.40 - foi ALCÂNTARA MACHADO, passando
por Comissão Revisora composta pelos magistrados NÉLSON HUNGRIA, VIEIRA BRAGA, NARCÉLIO DE
QUEIROZ e por ROBERTO LIRA, representante do Ministério Público. Quanto ao Código de Processo Penal -
Decreto-Lei nº 3.689, de 3.10.41, os autores do projeto foram NÉLSON HUNGRIA, NARCÉLIO DE QUEIROZ,
ROBERTO LIRA, Desembargador FLORÊNCIO DE ABREU e o Professor CÂNDIDO MENDES DE
ALMEIDA.
12
A respeito da Lei do Crime Organizado, em trabalho outro, defendo que, diante das inconstitucionalidades nela
sentidas, em que tem lugar até mesmo à separação do processo em duas partes, uma pública e outra secreta, só há, dentre
as duas possíveis, uma alternativa: o Congresso Nacional revogá-la, ou, então, a sua suspensão em razão de ação direta
de inconstitucionalidade.
13
Dito isto, não se pense, ainda, que a reforma penal que está
sendo processada seja capaz de aplacar, ou diminuir, a criminalidade crescente.
Não se resolve a problemática do delito com as leis. As leis, por si, não são
suficientes para reprimir o crime. Por mais hedionda que seja, a lei não tem se
mostrado capaz de amedrontar o agente do ilícito.
13
O Estatuto determina que seja realizado relatório por equipe interprofissional(v. art. 151 e § 4º, do art. 186).
17
14
É demógrafo e economista francês, em entrevista na Revista Veja de 13.09.95. Essa conclusão do professor francês
quanto à diminuição da criminalidade na Europa a partir do Século XVIII é compartilhada por MICHEL FOUCAULT,
em seu livro “Vigiar e Punir”.
18
15
O problema racial vivido nos Estados Unidos é muito forte. O fomento do desemprego de milhares de americanos
em razão da mão-de-obra barata gerada pelos imigrantes que invadem o País, até mesmo pelas vias ilegais, acentua a
insatisfação ante a inexistência de política mais protecionista aos interesses dos nacionais. Ademais, as divergências
raciais entre negros e brancos é tão profunda, que em um julgamento como o Caso O. J. Simpson, para 90% dos negros,
ele é inocente, enquanto para 90% dos brancos, ele é culpado. Por isso mesmo, se diz que a justiça americana, após a
decisão final, qualquer que ela seja, legará profundas conseqüências de ordem social. Em casos dessa natureza, a
opinião do americano, quanto à culpabilidade, ou não, não é formada em relação ao fato criminoso, nem muito menos
em consideração à pessoa: o que importa é a cor. Principalmente, como no caso em foco, em que o acusado é negro,
pesando contra ele a acusação de ter cometido o crime de homicídio contra duas pessoas brancas.
16
Pág. 10.
19
7.- CONCLUSÃO.
BIBLIOGRAFIA
17
Carnelutti, no formidável ensaio “As misérias do Processo Penal”, diz que o problema do delito e da pena deixa de
ser um problema judiciário para adentrar na seara da moral, estando, cada um de nós, “comprometido, pessoalmente,
na redenção do culpado, e por isto somos responsáveis”, e que “Cada um de nós, em outras palavras, é um
colaborador invisível dos órgãos da justiça.”.
21