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E S PCEX

Escola Preparatória de Cadetes do Exército

Oficial de Carreira do Exército Brasileiro


Edital Nº 01/SCONC, de 28 de Abril de 2017
AB094-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Escola Preparatória de Cadetes do Exército - EsPCEx

Cargo: Oficial de Carreira do Exército Brasileiro

(Baseado no Edital Nº 01/SCONC, de 28 de Abril de 2017)

• Física
• Química
• Geografia
• História
• Inglês
• Matemática
• Português
• Redação

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Suelen Domenica Pereira

Capa
Rosa Thaina dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno

Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Física
1) Mecânica: Introdução ao método científico na Física, conceitos básicos de cinemática, movimento uniforme, movi-
mento uniformemente variado, movimentos sob a ação da gravidade, movimentos circulares, gráficos da cinemática,
composição de movimentos e cinemática vetorial, dinâmica, energia, trabalho, impulso, potência, rendimento, quan-
tidade de movimento, choques mecânicos, estática de um ponto material e de um corpo extenso rígido, hidrostática,
princípios de conservação, leis de Kepler e gravitação universal.......................................................................................................... 01
2) Termologia: Conceitos fundamentais de termologia, termometria, calorimetria, mudanças de fase, diagramas de fase,
propagação do calor, dilatação térmica de sólidos e líquidos, gases ideais e termodinâmica................................................. 12
3) Óptica: Princípios da óptica geométrica, reflexão da luz, espelho plano, espelhos esféricos, refração luminosa, lentes
esféricas, instrumentos ópticos, olho humano e defeitos da visão...................................................................................................... 14
4) Ondas: Movimento harmônico simples, conceitos básicos de ondas e pulsos, reflexão, refração, difração, interferên-
cia, polarização, ondas sonoras e efeito Doppler. ...................................................................................................................................... 15
5) Eletricidade: Carga elétrica, princípios da eletrostática, processos de eletrização, força elétrica campo elétrico, po-
tencial elétrico, trabalho da força elétrica, energia potencial elétrica, condutores em equilíbrio eletrostático, capacidade
elétrica, corrente elétrica, potência e energia na corrente elétrica, resistores, resistência elétrica, associação de resisto-
res, associação de capacitores, energia armazenada nos capacitores, aparelhos de medição elétrica, geradores e recep-
tores elétricos, .......................................................................................................................................................................................................... 33
Leis de Kirchhoff, conceitos iniciais do magnetismo, campo magnético, força magnética, indução eletromagnética, cor-
rente alternada, transformadores e ondas eletromagnéticas................................................................................................................. 42

Química
1) Matéria e Substância: Propriedades gerais e específicas; estados físicos da matéria-caracterização e propriedades;
misturas, sistemas, fases e separação de fases; substâncias simples e compostas; substâncias puras; unidades de matéria
e energia...................................................................................................................................................................................................................... 01
2) Estrutura Atômica Moderna: Introdução à Química; evolução dos modelos atômicos; ....................................................... 05
elementos químicos: principais partículas do átomo,................................................................................................................................ 06
número atômico e número de massa, íons, isóbaros, isótonos, isótopos e isoeletrônicos;....................................................... 07
configuração eletrônica: diagrama de Pauling, regra de Hund (Princípio de exclusão de Pauli) e números quânticos. ...........08
3) Classificações Periódicas: Histórico da classificação periódica; grupos e períodos;................................................................. 09
propriedades periódicas: raio atômico, energia de ionização, afinidade eletrônica, eletropositividade e eletronegativi-
dade. ............................................................................................................................................................................................................................. 10
4) Ligações Químicas: Ligações iônicas, ligações covalentes e ligação metálica; .......................................................................... 12
fórmulas estruturais: reatividade dos metais. ............................................................................................................................................... 13
5) Características dos Compostos Iônicos e Moleculares: Geometria molecular: polaridade das moléculas; forças inter-
moleculares; número de oxidação; polaridade e solubilidade. ............................................................................................................. 14
6) Funções Inorgânicas: Ácidos, bases, sais e óxidos; nomenclaturas, reações, propriedades, formulação e classificação. ..............17
7) Reações Químicas: Tipos de reações químicas; previsão de ocorrência das reações químicas: balanceamento de equa-
ções pelo método da tentativa e oxirredução.............................................................................................................................................. 18
8) Grandezas Químicas: Massas atômicas e moleculares; massa molar; quantidade de matéria e número de Avogrado. ......... 19
9) Estequiometria: Aspectos quantitativos das reações químicas; cálculos estequiométricos; reagente limitante de uma
reação e leis químicas (leis ponderais). ........................................................................................................................................................... 21
10) Gases: Equação geral dos gases ideais; leis de Boyle e de Gay-Lussac: equação de Clapeyron; princípio de Avogrado
e energia cinética média; misturas gasosas, pressão parcial e lei de Dalton; difusão gasosa, noções de gases reais e
liquefação. .................................................................................................................................................................................................................. 21
11) Termoquímica: Reações endotérmicas e exotérmicas; tipos de entalpia; Lei de Hess, determinação da variação de
entalpia e representações gráficas; e cálculos envolvendo entalpia.................................................................................................... 23
12) Cinética: Velocidade das reações; fatores que afetam a velocidade das reações; e cálculos envolvendo velocidade da
reação............................................................................................................................................................................................................................ 29
13) Soluções: Definição e classificação das soluções; tipos de soluções, solubilidade, aspectos quantitativos das so-
luções; concentração comum; concentração molar ou molaridade, título, densidade; relação entre essas grandezas:
diluição e misturas de soluções; e análise volumétrica (titulometria)................................................................................................. 30
14) Equilíbrio Químico: Sistemas em equilíbrio; constante de equilíbrio; princípio de Le Chatelier; constante de ioniza-
ção; grau de equilíbrio; grau de ionização; efeito do íon comum; hidrólise; pH e pOH; produto de solubilidade; reações
envolvendo gases, líquidos e gases. ................................................................................................................................................................ 32
15) Eletroquímica: Conceito de ânodo, cátodo e polaridade dos eletrodos; processos de oxidação e redução, equacio-
namento, número de oxidação e identificação das espécies redutoras e oxidantes; aplicação da tabela de potenciais
padrão; pilhas e baterias; equação de Nernst; corrosão; eletrólise e Leis de Faraday. ................................................................ 33
SUMÁRIO

16) Radioatividade: Origem e propriedade das principais radiações; leis da radioatividade; cinética das radiações e cons-
tantes radioativas; transmutações de elementos naturais; fissão e fusão nuclear; uso de isótopos radioativos; e efeitos
das radiações. ........................................................................................................................................................................................................... 40
17) Princípios da química orgânica: Conceito: funções orgânicas: tipos de fórmulas; séries homólogas: propriedades
fundamentais do átomo de carbono, tetravalência, hibridização de orbitais, formação, classificação das cadeias carbô-
nicas e ligações.......................................................................................................................................................................................................... 43
18) Análise orgânica elementar: determinação de fórmulas moleculares. ....................................................................................... 51
19) Funções orgânicas: Hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, éteres, cetonas, fenóis, ésteres, ácidos carboxílicos, sais de
ácidos carboxílicos, aminas, amidas e nitrocompostos: nomenclatura, radicais, classificação, propriedades físicas e quí-
micas, processos de obtenção e reações........................................................................................................................................................ 52

Geografia
1) Geografia Geral: a) Localizando-se no Espaço: orientação e localização: coordenadas geográficas e fusos horários;
cartografia: a cartografia e as visões de mundo, as várias formas de representação da superfície terrestre, projeções
cartográficas, escalas e convenções cartográficas. .................................................................................................................................... 01
b) O Espaço Natural: estrutura e dinâmica da Terra: evolução geológica, deriva continental, placas tectônicas, dinâmica
da crosta terrestre, tectonismo, vulcanismo, intemperismo, tipos de rochas e solos, formas de relevo e recursos minerais;
as superfícies líquidas: oceanos e mares, hidrografia, correntes marinhas....................................................................................... 04
– Tipos e influência sobre o clima e a atividade econômica, utilização dos recursos hídricos e situações hidroconfliti-
vas;........................................................................................................................................................................................................................05
A dinâmica da atmosfera: camadas e suas características, composição e principais anomalias.............................................. 06
– El Niño, La Niña,..................................................................................................................................................................................................... 07
Buraco na camada de ozônio e aquecimento global: elementos e fatores do clima e os tipos climáticos;........................ 08
Os domínios naturais: distribuição da vegetação e características gerais das grandes paisagens naturais;....................... 09
E os impactos ambientais: poluição atmosférica, erosão, assoreamento, poluição dos recursos hídricos e a questão da
biodiversidade. ......................................................................................................................................................................................................... 10
c) O Espaço Político e Econômico: indústria: o processo de industrialização, primeira, segunda e terceira revolução in-
dustrial, tipos de indústria, a concentração e a dispersão industrial, os conglomerados transnacionais, os novos fatores
de localização industrial, as fontes de energia e a questão energética,............................................................................................. 10
Impactos ambientais; agropecuária: sistemas agrícolas, estrutura agrária, uso da terra, agricultura e meio ambiente,
produção agropecuária, comércio mundial de alimentos e a questão da fome;............................................................................ 14
Globalização e circulação: os fluxos financeiros, transportes, os fluxos de informação, o meio tecnocientífico-informa-
cional, comércio mundial, blocos econômicos, conflitos étnicos e as migrações internacionais; a Divisão Internacional
do Trabalho (DIT) e as trocas desiguais; a Nação e o Território............................................................................................................. 18
Os Estados territoriais e os Estados nacionais: a organização do Estado Nacional; e o poder global, nova ordem mundial,
fronteiras estratégicas............................................................................................................................................................................................ 21
d) O Espaço Humano: demografia: teorias demográficas, estrutura da população, crescimento demográfico; transição
demográfica e migrações; urbanização: processo de urbanização, espaço urbano e problemas urbanos; e os principais
indicadores socioeconômicos............................................................................................................................................................................. 23
2) Geografia do Brasil: a) O Espaço Natural: características gerais do território brasileiro: posição geográfica, limites e
fusos horários; geomorfologia: origem, formas e classificações do relevo: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Saber e Jurandyr
Ross e a estrutura geológica;............................................................................................................................................................................... 27
a atmosfera e os climas: fenômenos climáticos e os climas no Brasil; domínios naturais: distribuição da vegetação, ca-
racterísticas gerais dos domínios morfoclimáticos, aproveitamento econômico e problemas ambientais; e os recursos
hídricos: bacias hidrográficas, aquíferos, hidrovias e degradação ambiental.................................................................................. 30
b) O Espaço Econômico: a formação do território nacional: economia colonial e expansão do território, da cafeicultura
ao Brasil urbano-industrial e integração territorial;.................................................................................................................................... 36
a industrialização pós Segunda Guerra Mundial: modelo de substituição das importações, abertura para investimentos
estrangeiros, dinâmica espacial da indústria, pólos industriais.............................................................................................................. 38
A indústria nas diferentes regiões brasileiras e a reestruturação produtiva;.................................................................................... 42
O aproveitamento econômico dos recursos naturais e as atividades econômicas: os recursos minerais, fontes de energia
e meio ambiente, o setor mineral e os grandes projetos de mineração;........................................................................................... 43
Agricultura brasileira: dinâmicas territoriais da economia rural, a estrutura fundiária,................................................................ 44
Relações de trabalho no campo,........................................................................................................................................................................ 45
A modernização da agricultura,.......................................................................................................................................................................... 45
Êxodo rural,................................................................................................................................................................................................................. 46
Agronegócio e a produção agropecuária brasileira; e o comércio: globalização e economia nacional, comércio exterior,
integração regional (Mercosul e América do Sul), eixos de circulação e custos de deslocamento......................................... 47
SUMÁRIO

c) O Espaço Político: formação territorial – território, fronteiras, faixa de fronteiras, mar territorial e ZEE; estrutura polí-
tico-administrativa, estados, municípios, distrito federal e territórios federais; a divisão regional, segundo o IBGE, e os
complexos regionais; e políticas públicas............................................................................................................................................................
d) O Espaço Humano: demografia: transição demográfica, crescimento populacional, estrutura etária, política demo-
gráfica e mobilidade espacial (migrações internas e externas);............................................................................................................. 66
mercado de trabalho: estrutura ocupacional e participação feminina; desenvolvimento humano: os indicadores socioe-
conômicos;.................................................................................................................................................................................................................. 66
e a urbanização brasileira: processo de urbanização, rede urbana, hierarquia urbana, regiões metropolitanas e RIDEs,
espaço urbano e problemas urbanos............................................................................................................................................................... 68

História
1) A Sociedade Feudal (Século V ao XV)......................................................................................................................................................... 01
2) O Renascimento Comercial e Urbano......................................................................................................................................................... 02
3) Os Estados Nacionais Europeus da Idade Moderna, o Absolutismo e o Mercantilismo........................................................ 03
4) A Expansão Marítima Europeia...................................................................................................................................................................... 04
5) O Renascimento Cultural, o Humanismo e as Reformas Religiosas................................................................................................ 05
6) A Montagem da Colonização Europeia na América: Os Sistemas Coloniais Espanhol, Francês, Inglês e dos Países
Baixos............................................................................................................................................................................................................................ 06
7) O Sistema Colonial Português na América: Estrutura Político-Administrativa; estrutura socioeconômica; invasões
estrangeiras; expansão territorial; rebeliões coloniais............................................................................................................................... 08
Movimentos Emancipacionistas: Conjuração Mineira e Conjuração Baiana..................................................................................... 09
8) O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido................................................................................................................................................ 10
9) As Revoluções Inglesas (Século XVII) e a Revolução Industrial (Século XVIII a XX)................................................................... 12
10) A Independência dos Estados Unidos da América.............................................................................................................................. 13
11) A Revolução Francesa e a Restauração (o Congresso de Viena e a Santa Aliança)................................................................ 14
12) O Brasil Imperial: O processo da independência do Brasil: o Período Joanino; Primeiro Reinado; Período Regencial;
Segundo Reinado; Crise da Monarquia e Proclamação da República................................................................................................. 17
13) O Pensamento e a Ideologia no Século XIX: O Idealismo Romântico; o Socialismo Utópico e o Socialismo Científico;
o Cartismo; a Doutrina Social da Igreja; o Liberalismo e o Anarquismo; o Evolucionismo e o Positivismo......................... 18
14) O Mundo na Época da Primeira Guerra Mundial: O imperialismo e os antecedentes da Primeira Guerra Mundial; a
Primeira Guerra Mundial; consequências da Primeira Guerra Mundial; a República Velha no Brasil; conflitos brasileiros
durante a República Velha.................................................................................................................................................................................... 20
15) O Mundo na Época da Segunda Guerra Mundial: O entre-guerras; a Segunda Guerra Mundial;.................................... 23
O Brasil na Era Vargas; a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial................................................................................. 24
16) O Mundo no Auge da Guerra Fria: A reconstrução da Europa e do Japão e o surgimento do mundo bipolar; os
principais conflitos da Guerra Fria – a Guerra da Coréia (1950 – 1953),............................................................................................. 29
A Guerra do Vietnã (1961 – 1975)...................................................................................................................................................................... 31
Os conflitos árabes-israelenses entre 1948 e 1974;.................................................................................................................................... 32
A descolonização da África e da Ásia;.............................................................................................................................................................. 33
A República Brasileira entre 1945 e 1985........................................................................................................................................................ 37
17) O Mundo no Final do Século XX e Início do Século XXI: Declínio e queda do socialismo nos países europeus (Ale-
manha, Polônia, Hungria, ex-Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária, Albânia, ex-Iugoslávia) e na ex-União Soviética; os
conflitos do final do Século XX – a Guerra das Malvinas,......................................................................................................................... 38
A Guerra Irã-Iraque (1980 – 1989),.................................................................................................................................................................... 39
A Guerra do Afeganistão (1979 – 1989), a Guerra Civil no Afeganistão (1989 – 2001),............................................................... 39
A Guerra do Golfo (1991),..................................................................................................................................................................................... 40
A Guerra do Chifre da África (1977 – 1988);.................................................................................................................................................. 41
A Guerra Civil na Somália (1991);....................................................................................................................................................................... 42
O 11 de Setembro de 2001 e a nova Guerra no Afeganistão;................................................................................................................ 42
A República Brasileira de 1985 até os dias atuais........................................................................................................................................ 43

Inglês
A prova de Língua Inglesa do Concurso de Admissão estina-se a avaliar a habilidade de compreensão geral de textos
na língua inglesa, bem como a compreensão específica de expressões, frases, palavras e o conhecimento das seguintes
estruturas gramaticais: adjectives, adverbs, nouns, articles, conjunctions, modal auxiliaries, prepositions, pronouns, pos-
sessive adjectives, determiners, quantifiers, verb forms, wh-questions. Os textos abordarão temas variados e poderão
ser extraídos das mais diversas fontes (livros, revistas, jornais e internet)........................................................................................ 01
SUMÁRIO

Matemática
1) Teoria dos Conjuntos e Conjuntos Numéricos: representação de conjuntos, subconjuntos, operações: união, in-
terseção, diferença e complementar. Conjunto universo e conjunto vazio; conjunto dos números naturais e inteiros:
operações fundamentais, Números primos, fatoração, número de divisores, máximo divisor comum e mínimo múlti-
plo; conjunto dos números reais: operações fundamentais, módulo, representação decimal, operações com intervalos
reais; e números complexos: operações, módulo, conjugado de um número complexo, representações algébrica e
trigonométrica. Representação no plano de Argand-Gauss, Potencialização e radiciação. Extração de raízes. Fórmulas
de Moivre. Resolução de equações binomiais e trinomiais.................................................................................................................01
2) Funções: definição, domínio, imagem, contradomínio, funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras, funções pares e
ímpares, funções periódicas; funções compostas; relações; raiz de uma função; função constante, função crescente,
função decrescente; função definida por mais de uma sentença; as funções y=k/x, y= raiz quadrada de x e seus gráfi-
cos; função inversa e seu gráfico; e translação, reflexão de funções................................................................................................14
3) Função Linear, Função Afim e Função Quadrática: gráficos, domínio, imagem e características; variações de sinal;
máximos e mínimos; e inequação produto e inequação quociente. ...............................................................................................16
4) Função Modular: o conceito e propriedades do módulo de um número real; definição, gráfico, domínio e imagem
da função modular; equações modulares; e as inequações modulares..........................................................................................18
5) Função Exponencial: gráficos, domínio, imagem e características da função exponencial, logaritmos decimais, ca-
racterística e mantissa; e as equações e inequações exponenciais. .................................................................................................19
6) Função Logarítmica: definição de logaritmo e propriedades operatórias; gráficos, domínio, imagem e características
da função logarítmica; e equações e inequações logarítmicas...........................................................................................................21
7) Trigonometria: trigonometria no triângulo (retângulo e qualquer); lei dos senos e lei dos cossenos; unidades de
medidas de arcos e ângulos: o grau e o radiano; círculo trigonométrico, razões trigonométricas e redução ao 1º qua-
drante; funções trigonométricas, transformações, identidades trigonométricas fundamentais, equações e inequações
trigonométricas no conjunto dos números reais; fórmulas de adição de arcos, arcos duplos, arco metade e transfor-
mação em produto; as funções trigonométricas inversas e seus gráficos, arcos notáveis; e sistemas de equações e
inequações trigonométricas e resolução de triângulos.........................................................................................................................26
8) Contagem e Análise Combinatória: fatorial: definição e operações; princípios multiplicativo e aditivo da contagem; arran-
jos, combinações e permutações; e o binômio de Newton: desenvolvimento, coeficientes binomiais e termo geral. ............33
9) Probabilidade: experimento aleatório, experimento amostral, espaço amostral e evento; probabilidade em espaços
amostrais equiprováveis; probabilidade da união de dois eventos; probabilidade condicional; propriedades das pro-
babilidades; e a probabilidade de dois eventos sucessivos e experimentos binomiais. ..........................................................37
10) Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares: operações com matrizes (adição, multiplicação por escalar, trans-
posição produto); matriz inversa; determinante de uma matriz: definição e propriedades; e os sistemas de equações
lineares.....................................................................................................................................................................................................................41
11) Sequências Numéricas e Progressões: sequências Numéricas; progressões aritméticas: termo geral, soma dos
termos e propriedades; progressões Geométricas: termo geral, soma dos termos e propriedades....................................47
12) Geometria Espacial de Posição: posições relativas entre duas retas; posições relativas entre dois planos; posições
relativas entre reta e plano; perpendicularidade entre duas retas, entre dois planos e entre reta e plano; e a projeção
ortogonal. ..............................................................................................................................................................................................................51
13) Geometria Espacial Métrica: prismas: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; pirâmide: con-
ceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; cilindro: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes
e troncos; cone: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; esfera: elementos, seção da esfera, área,
volumes e partes da esfera; projeções; sólidos de revolução; e inscrição e circunscrição de sólidos..................................53
14) Geometria Analítica Plana: ponto: o plano cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio de um segmento
e condição de alinhamento de três pontos; reta: equações geral e reduzida, interseção de retas, paralelismo e perpen-
dicularidade, ângulo entre duas retas, distância entre ponto e reta e distância entre duas retas, bissetrizes do ângulo
entre duas retas, Área de um triângulo e inequações do primeiro grau com duas variáveis; circunferência: equações
geral e reduzida, posições relativas entre ponto e circunferência, reta e circunferência e duas circunferências; proble-
mas de tangência; e equações e inequações do segundo grau com duas variáveis; elipse: definição, equação, posições
relativas entre ponto e elipse, posições relativas entre reta e elipse; hipérbole: definição, equação da hipérbole, posi-
ções relativas entre ponto e hipérbole, posições relativas entre reta e hipérbole e equações das assíntotas da hipér-
bole; parábola: definição, equação, posições relativas entre ponto e parábola, posições relativas entre reta e parábola;
reconhecimento de cônicas a partir de sua equação geral..................................................................................................................60
15) Geometria Plana: Ângulo: definição, elementos e propriedades; Ângulos na circunferência; Paralelismo e perpen-
dicularidade; Semelhança de triângulos; Pontos notáveis do triângulo; Relações métricas nos triângulos (retângulos
e quaisquer); Relação de Stewart; Triângulos retângulos, Teorema de Pitágoras; Congruência de figuras planas; Feixe
SUMÁRIO

de retas paralelas e transversais, Teorema de Tales; Teorema das bissetrizes internas e externas de um triângulo; Qua-
driláteros notáveis; Polígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos; Perímetro e área de po-
lígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos; Fórmula de Heron; Razão entre áreas; Lugares
geométricos; Elipse, parábola e hipérbole; Linha poligonal; e a inscrição e circunscrição.......................................................... 73
16) Polinômios: função polinomial, polinômio identicamente nulo, grau de um polinômio, identidade de um polinômio,
raiz de um polinômio, operações com polinômios e valor numérico de um polinômio; divisão de polinômios, Teorema
do Resto, Teorema de D’Alembert e dispositivo de Briot-Ruffinni; relação entre coeficientes e raízes. Fatoração e multi-
plicidade de raízes e produtos notáveis. Máximo divisor comum de polinômios;......................................................................... 84
17) Equações Polinomiais: teorema fundamental da álgebra, teorema da decomposição, raízes imaginárias, raízes racio-
nais, relações de Girard e teorema de Bolzano............................................................................................................................................ 86

Português
1) Leitura, Interpretação e Análise de Textos: Leitura, interpretação e análise dos significados presentes num texto e
relacionamento destes com o universo em que foi produzido............................................................................................................. 01
2) Fonética: Fonemas, sílaba, tonicidade, ortoépia, prosódia, ortografia, acentuação gráfica, notações léxicas, abreviatu-
ras, siglas e símbolos............................................................................................................................................................................................... 08
3) Morfologia: Estrutura das palavras, formação das palavras, sufixos, prefixos, radicais gregos e latinos, origens das pa-
lavras da Língua Portuguesa. Classificação e flexão das palavras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção, interjeição, conectivos e formas variantes). .............................................................................. 18
4) Semântica: Significação das palavras. ........................................................................................................................................................ 58
5) Sintaxe: Análise sintática, termos essenciais da oração, termos integrantes da oração, termos acessórios da oração,
período composto, orações coordenadas, orações principais e subordinadas, orações subordinadas substantivas, ora-
ções subordinadas adjetivas, orações subordinadas adverbiais, orações reduzidas, estudo complementar do período
composto, sinais de pontuação, sintaxe de concordância, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de colocação,
emprego de algumas classes de palavras, emprego dos modos e dos tempos, emprego do infinitivo, emprego do verbo
haver.............................................................................................................................................................................................................................. 64
6) Teoria da Linguagem: História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo; níveis de linguagem e fun-
ções da linguagem. ................................................................................................................................................................................................. 89
7) Estilística: Figuras de linguagem, língua e arte literária. ...................................................................................................................103
8) Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado
em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste, aprovado no Brasil pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008
e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012. .......................................................................................................106
9) Literatura Brasileira: literatura e a história da literatura; os gêneros literários; a linguagem poética; elementos da
Narrativa; Trovadorismo; Humanismo; Classicismo; Quinhentismo; Barroco; Arcadismo; Romantismo prosa e poesia;
Realismo/ Naturalismo; Parnasianismo; Simbolismo; Pré-Modernismo; movimentos de Vanguarda Europeia no Brasil;
Modernismo Brasileiro prosa e poesia (1ª, 2ª e 3ª gerações); e as tendências da Literatura Contemporânea.................115

Redação
Dissertação – Tema: é a colocação do título; a correta interpretação do tema central; capacidade de reflexão; o não tan-
genciamento, desvio ou fuga parcial do tema; ........................................................................................................................................... 01
a estrutura dissertativa, com introdução, desenvolvimento e conclusão, em que não haja características de relato puro,
pela incidência recorrente ou pela predominância de verbos no pretérito. Na introdução, a apresentação do assunto
geral, o direcionamento ou delimitação do tema e o posicionamento do aluno, ou objetivo do trabalho; no desenvol-
vimento, a abordagem do tema, a apresentação de no mínimo duas ideias-força, o aprofundamento necessário para
alicerçar cada uma delas, a clara intenção persuasiva, o grau de conhecimento, maturidade e capacidade de abstração
mental; na conclusão, a retomada do tema, a ratificação do objetivo do trabalho e o fecho. ................................................ 02
Linguagem: ADEQUAÇÃO VOCABULAR (coerência, coesão textual, clareza, estruturação frasal, períodos gramaticalmen-
te íntegros, impessoais, sem prolixidade, não utilização de pronome de tratamento “você”, não utilização de texto ape-
lativo, verbos no imperativo, aconselhamentos; utilização da norma culta da Língua, sem repetição viciosa, sem marcas
de oralidade e/ou gírias, não utilização de clichês). APRESENTAÇÃO (sem rasuras, letra padrão da Língua, marginação,
capricho). .................................................................................................................................................................................................................... 06
Gramática: cumprimento das normas gramaticais, de acordo com a norma culta da Língua................................................... 21
FÍSICA

1) Mecânica: Introdução ao método científico na Física, conceitos básicos de cinemática, movimento uniforme, movi-
mento uniformemente variado, movimentos sob a ação da gravidade, movimentos circulares, gráficos da cinemática,
composição de movimentos e cinemática vetorial, dinâmica, energia, trabalho, impulso, potência, rendimento, quan-
tidade de movimento, choques mecânicos, estática de um ponto material e de um corpo extenso rígido, hidrostática,
princípios de conservação, leis de Kepler e gravitação universal.......................................................................................................... 01
2) Termologia: Conceitos fundamentais de termologia, termometria, calorimetria, mudanças de fase, diagramas de fase,
propagação do calor, dilatação térmica de sólidos e líquidos, gases ideais e termodinâmica................................................. 12
3) Óptica: Princípios da óptica geométrica, reflexão da luz, espelho plano, espelhos esféricos, refração luminosa, lentes
esféricas, instrumentos ópticos, olho humano e defeitos da visão...................................................................................................... 14
4) Ondas: Movimento harmônico simples, conceitos básicos de ondas e pulsos, reflexão, refração, difração, interferên-
cia, polarização, ondas sonoras e efeito Doppler. ..................................................................................................................................... 15
5) Eletricidade: Carga elétrica, princípios da eletrostática, processos de eletrização, força elétrica campo elétrico, po-
tencial elétrico, trabalho da força elétrica, energia potencial elétrica, condutores em equilíbrio eletrostático, capacidade
elétrica, corrente elétrica, potência e energia na corrente elétrica, resistores, resistência elétrica, associação de resistores,
associação de capacitores, energia armazenada nos capacitores, aparelhos de medição elétrica, geradores e receptores
elétricos, ...................................................................................................................................................................................................................... 33
Leis de Kirchhoff, conceitos iniciais do magnetismo, campo magnético, força magnética, indução eletromagnética, cor-
rente alternada, transformadores e ondas eletromagnéticas................................................................................................................. 42
FÍSICA
FÍSICA

tação da “velocidade média” de um automóvel em deter-


MECÂNICA: INTRODUÇÃO AO MÉTODO minada volta. Podemos definir a velocidade escalar média
CIENTÍFICO NA FÍSICA, CONCEITOS (Vm) de um móvel por meio da relação entre a variação do
BÁSICOS DE CINEMÁTICA, MOVIMENTO espaço ΔS e o intervalo de tempo Δt. Assim, temos:
UNIFORME, MOVIMENTO UNIFORMEMENTE
VARIADO, MOVIMENTOS SOB A AÇÃO DA
GRAVIDADE, MOVIMENTOS CIRCULARES,
GRÁFICOS DA CINEMÁTICA, COMPOSIÇÃO
DE MOVIMENTOS E CINEMÁTICA VETORIAL,
DINÂMICA, ENERGIA, TRABALHO, IMPULSO, Velocidade escalar instantânea
POTÊNCIA, RENDIMENTO, QUANTIDADE
DE MOVIMENTO, CHOQUES MECÂNICOS, Podemos entender a velocidade escalar instantânea (V)
ESTÁTICA DE UM PONTO MATERIAL E DE UM como sendo a velocidade escalar média para um intervalo
CORPO EXTENSO RÍGIDO, HIDROSTÁTICA, de tempo extremamente pequeno, ou seja, o tempo ten-
PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO, LEIS DE dendo a zero.
KEPLER E GRAVITAÇÃO UNIVERSAL.

Aceleração escalar média


Embora frequentemente nos passem despercebidos, Podemos relacionar o termo aceleração com a variação
os fenômenos físicos estão sempre presentes no nosso co- da velocidade de um móvel no decorrer do tempo. Assim,
tidiano. Poderíamos mesmo dizer que a Física aparece, de podemos definir aceleração escalar média αm de um mó-
uma forma ou de outra, em todas as atividades do homem. vel da seguinte maneira:
A cinemática é a parte da física que estuda o movimen-
to das “coisas” sem levar em consideração o que provocou
seu movimento. Mas para entendermos melhor essa parte
da física, vamos descrever os conceitos iniciais.

Referencial Aceleração escalar instantânea


Podemos dizer que referencial é o corpo em relação ao Podemos entender a aceleração escalar instantânea
qual identificamos o estado de repouso ou movimento de como sendo uma aceleração escalar média para um tempo
um móvel. Assim, dizemos que um móvel está se movendo muito pequeno, que tende a zero. Assim, podemos definir
em relação a um determinado referencial se a sua posição aceleração escalar instantânea como sendo:
se altera, com o passar do tempo, em relação a ele.

Espaço de um móvel
Para localizarmos um móvel ao longo de uma trajetó-
ria, devemos orientá-la e adotar um ponto como origem.
A medida em relação ao ponto de origem até um ponto Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ci-
qualquer é chamada de espaço S. nematica-escalar.htm

Variação do espaço Cinemática Vetorial


Vamos considerar um móvel que parte da cidade A que Na Cinemática Escalar, estudamos a descrição de um
se encontra no Km 235 de uma rodovia. O móvel demora movimento em trajetória conhecida, utilizando as grande-
cerca de 4h para chegar até a cidade B, que fica localizada zas escalares. Agora, veremos como obter e correlacionar
no Km 672 da mesma rodovia. Chamamos de variação de as grandezas vetoriais descritivas de um movimento, mes-
espaço a diferença entre o espaço de chegada e o espaço mo que não sejam conhecidas previamente as trajetórias.
de saída.
Grandezas Escalares – Ficam perfeitamente definidas
por seus valores numéricos acompanhados das respectivas
Onde: unidades de medida. Exemplos: massa, temperatura, volu-
ΔS é a variação do espaço me, densidade, comprimento, etc.
Si é o espaço de saída do móvel
Sf é o espaço de chegada do móvel Grandezas vetoriais – Exigem, além do valor numérico
e da unidade de medida, uma direção e um sentido para
Velocidade escalar média que fiquem completamente determinadas. Exemplos: des-
Em corridas automobilísticas é comum ouvirmos a ci- locamento, velocidade, aceleração, força, etc.

1
FÍSICA

VETORES Movimento Oblíquo


Para representar as grandezas vetoriais, são utilizados
os vetores: entes matemáticos abstratos caracterizados por Um movimento oblíquo é um movimento parte verti-
um módulo, por uma direção e por um sentido. cal e parte horizontal. Por exemplo, o movimento de uma
Representação de um vetor – Graficamente, um vetor é pedra sendo arremessada em um certo ângulo com a ho-
representado por um segmento orientado de reta: rizontal, ou uma bola sendo chutada formando um ângulo
com a horizontal.
Com os fundamentos do movimento vertical, sabe-se
que, quando a resistência do ar é desprezada, o corpo sofre
apenas a aceleração da gravidade.

Lançamento Oblíquo ou de Projétil

Elementos de um vetor: O móvel se deslocará para a frente em uma trajetória


Direção – Dada pela reta suporte (r) do vetor. que vai até uma altura máxima e depois volta a descer, for-
Módulo – Dado pelo comprimento do vetor. mando uma trajetória parabólica.
Sentido – Dado pela orientação do segmento.
Resultante de vetores (vetor-soma) – Considere um au-
tomóvel deslocando-se de A para B e, em seguida, para C.
O efeito desses dois deslocamentos
combinados é levar o carro de A para C. Dizemos, en-
tão, que o vetor é a soma ou resultante dos vetores e
.

Regra do Polígono – Para determinar a resultante


dos vetores e , traçamos, como na figura acima, os ve- Para estudar este movimento, deve-se considerar o
tores de modo que a origem de um coincida com a extre- movimento oblíquo como sendo o resultante entre o mo-
midade do outro. O vetor que une a origem de com a vimento vertical (y) e o movimento horizontal (x).
extremidade de é o resultante . Na direção vertical o corpo realiza um Movimento Uni-
Regra do paralelogramo – Os vetores são dispostos de formemente Variado, com velocidade inicial igual a e
modo que suas origens coincidam. Traçando-se um para- aceleração da gravidade (g)
lelogramo, que tenha e como lados, a resultante será Na direção horizontal o corpo realiza um movimento
dada pela diagonal que parte da origem comum dos dois uniforme com velocidade igual a .
vetores. Observações:
• Durante a subida a velocidade vertical diminui,
chega a um ponto (altura máxima) onde , e desce
aumentando a velocidade.
• O alcance máximo é a distância entre o ponto do
lançamento e o ponto da queda do corpo, ou seja, onde
y=0.
• A velocidade instantânea é dada pela soma
vetorial das velocidades horizontal e vertical, ou seja,
. O vetor velocidade é tangente à trajetória

Componentes ortogonais de um vetor – A componen- em cada momento.


te de um vetor, segundo uma dada direção, é a projeção
ortogonal (perpendicular) do vetor naquela direção. De- Exemplo:
compondo-se um vetor , encontramos suas componen- Um dardo é lançado com uma velocidade inicial
tes retangulares, x e y, que conjuntamente podem subs- v0=25m/s, formando um ângulo de 45° com a horizontal.
tituí-lo, ou seja, = x + y. (a) Qual o alcance máximo (b) e a altura máxima atingida?

2
FÍSICA

temos:

(2)

E o tempo é igual para ambas as equações, então pode-


mos isolá-lo em (1), e substituir em (2):

(1)

Para calcular este movimento deve-se dividir o movi- e , então:


mento em vertical e horizontal.
Para decompor o vetor em seus componentes são ne-
cessários alguns fundamentos de trigonometria:

onde substituindo em (2):

(2)

e onde o alcance é máximo . Então te-


Genericamente podemos chamar o ângulo formado de mos:
.

Então:

logo:
mas , então:
e:

logo:

resolvendo esta equação por fórmula de Baskara:


(a) No sentido horizontal (substituindo o s da função do
espaço por x):

sendo mas

temos:

(1)
então:
No sentido vertical (substituindo h por y):

sendo

3
FÍSICA

mas

Então

Substituindo os dados do problema na equação:

(b) Sabemos que quando a altura for máxima . Então, partindo da equação de Torricelli no movimento vertical:

e substituindo os dados do problema na equação, obtemos:

Movimento Circular

Grandezas Angulares

As grandezas até agora utilizadas de deslocamento/espaço (s, h, x, y), de velocidade (v) e de aceleração (a), eram úteis
quando o objetivo era descrever movimentos lineares, mas na análise de movimentos circulares, devemos introduzir novas
grandezas, que são chamadas grandezas angulares, medidas sempre em radianos. São elas:

• deslocamento/espaço angular: φ (phi)


• velocidade angular: ω (ômega)
• aceleração angular: α (alpha)

4
FÍSICA

Saiba mais...
Da definição de radiano temos:

Desta definição é possível obter a relação:

E também é possível saber que o arco correspondente a 1rad é o ângulo


formado quando seu arco S tem o mesmo comprimento do raio R.
Espaço Angular (φ)
Chama-se espaço angular o espaço do arco formado, quando um móvel encontra-se a uma abertura de ângulo φ
qualquer em relação ao ponto denominado origem.

E é calculado por:

Deslocamento angular (Δφ)

Assim como para o deslocamento linear, temos um deslocamento angular se calcularmos a diferença entre a posição
angular final e a posição angular inicial:

Sendo:

5
FÍSICA

Por convenção:
No sentido anti-horário o deslocamento angular é positivo.
No sentido horário o deslocamento angular é negativo.

Velocidade Angular (ω)

Análogo à velocidade linear, podemos definir a velocidade angular média, como a razão entre o deslocamento angular
pelo intervalo de tempo do movimento:

Sua unidade no Sistema Internacional é: rad/s


Sendo também encontradas: rpm, rev/min, rev/s.
Também é possível definir a velocidade angular instantânea como o limite da velocidade angular média quando o
intervalo de tempo tender a zero:

Aceleração Angular (α)


Seguindo a mesma analogia utilizada para a velocidade angular, definimos aceleração angular média como:

Algumas relações importantes


Através da definição de radiano dada anteriormente temos que:

mas se isolarmos S:

derivando esta igualdade em ambos os lados em função do tempo obteremos:

mas a derivada da Posição em função do tempo é igual a velocidade linear e a derivada da Posição Angular em função
do tempo é igual a velocidade angular, logo:

onde podemos novamente derivar a igualdade em função do tempo e obteremos:

mas a derivada da velocidade linear em função do tempo é igual a aceleração linear, que no movimento circular é tan-
gente à trajetória, e a derivada da velocidade angular em função do tempo é igual a aceleração angular, então:

Então:
Linear Angular
S = φR
v = ωR
a = αR

6
FÍSICA

Período e Frequência

Período (T) é o intervalo de tempo mínimo para que um fenômeno ciclico se repita. Sua unidade é a unidade de tempo
(segundo, minuto, hora...)

Frequência(f) é o número de vezes que um fenômeno ocorre em certa unidade de tempo. Sua unidade mais comum é
Hertz (1Hz=1/s) sendo também encontradas kHz, MHz e rpm. No movimento circular a frequência equivale ao número de
rotações por segundo sendo equivalente a velocidade angular.

Para converter rotações por segundo para rad/s:

sabendo que 1rotação = 2πrad,

Movimento Circular Uniforme

Um corpo está em Movimento Curvilíneo Uniforme, se sua trajetória for descrita por um círculo com um “eixo de rota-
ção” a uma distância R, e sua velocidade for constante, ou seja, a mesma em todos os pontos do percurso.
No cotidiano, observamos muitos exemplos de MCU, como uma roda gigante, um carrossel ou as pás de um ventilador
girando.
Embora a velocidade linear seja constante, ela sofre mudança de direção e sentido, logo existe uma aceleração, mas
como esta aceleração não influencia no módulo da velocidade, chamamos de Aceleração Centrípeta.

Esta aceleração é relacionada com a velocidade angular da seguinte forma:

Sabendo que e que , pode-se converter a função horária do espaço linear para o espaço angular:

então:

Movimento Circular Uniformemente Variado

Quando um corpo, que descreve trajetória circular, e sofre mudança na sua velocidade angular, então este corpo tem
aceleração angular (α).
As formas angulares das equações do Movimento Curvilíneo Uniformemente Variado são obtidas quando divididas
pelo raio R da trajetória a que se movimenta o corpo.
Assim:

7
FÍSICA

MUV MCUV

Grandezas lineares Grandezas angulares

E, aceleração resultante é dada pela soma vetorial da aceleração tangencial e da aceleração centípeta:

Exemplo:

Um volante circular como raio 0,4 metros gira, partindo do repouso, com aceleração angular igual a 2rad/s².
(a) Qual será a sua velocidade angular depois de 10 segundos?
(b) Qual será o ângulo descrito neste tempo?
(c) Qual será o vetor aceleração resultante?

(a) Pela função horária da velocidade angular:

(b) Pela função horária do deslocamento angular:

8
FÍSICA

(c) Pelas relações estabelecidas de aceleração tangencial e centrípeta:

Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Cinematica/mc2.php

Força gravitacional

Ao estudar o movimento da Lua, Newton concluiu que a força que faz com que ela esteja constantemente em órbita é
do mesmo tipo que a força que a Terra exerce sobre um corpo em suas proximidades. A partir daí criou a Lei da Gravitação
Universal.

Lei da Gravitação Universal de Newton:


“Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância
que separa seus centros de gravidade.”

Onde:
F=Força de atração gravitacional entre os dois corpos
G=Constante de gravitação universal

9
FÍSICA

M e m = massa dos corpos


d=distância entre os centros de gravidade dos corpos.

Nas proximidades da Terra a aceleração da gravidade varia, mas em toda a Litosfera (camada em que há vida) esta pode
ser considerada constante, seus valores para algumas altitudes determinadas são:

Altitude (km) Aceleração da Gravidade (m/s²) Exemplo de altitude


0 9,83 nível do mar
8,8 9,80 cume do Monte Everest
maior altura atingida por balão
36,6 9,71
tripulado
400 8,70 órbita de um ônibus espacial
35700 0,225 satélite de comunicação

Leis de Kepler

Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de uma referência para identificar as épocas de plantio e
colheita.
Ao observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que alguns astros descrevem um movimento regular, o que pro-
piciou a eles obter uma noção de tempo e de épocas do ano.
Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas observados giravam em torno da Terra. Mas este modelo,
chamado de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que incentivaram o estudo deste sistema por milhares de
anos.
Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apresentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol estava no
centro do universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor.
No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que regem o movimento planetário, utilizando anotações
do astrônomo Tycho Brahe (1546-1601).
Kepler formulou três leis que ficaram conhecidas como Leis de Kepler.

1ª Lei de Kepler - Lei das Órbitas

Os planetas descrevem órbitas elipticas em torno do Sol, que ocupa um dos focos da elipse.

10
FÍSICA

2ª Lei de Kepler - Lei das Áreas

O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

3ª Lei de Kepler - Lei dos Períodos

O quociente dos quadrados dos períodos e o cubo de suas distâncias médias do sol é igual a uma constante k, igual a
todos os planetas.

Tendo em vista que o movimento de translação de um planeta é equivalente ao tempo que este demora para percorrer
uma volta em torno do Sol, é fácil concluirmos que, quanto mais longe o planeta estiver do Sol, mais longo será seu período
de translação e, em consequência disso, maior será o “seu ano”.

Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/GravitacaoUniversal/lk.php

11
FÍSICA

Escala Fahrenheit
2) TERMOLOGIA: CONCEITOS Outra escala bastante utilizada, principalmente nos
FUNDAMENTAIS DE TERMOLOGIA, países de língua inglesa, criada em 1708 pelo físico alemão
TERMOMETRIA, CALORIMETRIA, Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), tendo como refe-
rência a temperatura de uma mistura de gelo e cloreto de
MUDANÇAS DE FASE, DIAGRAMAS DE FASE,
amônia (0 °F) e a temperatura do corpo humano (100 °F).
PROPAGAÇÃO DO CALOR, DILATAÇÃO
Em comparação com a escala Celsius:
TÉRMICA DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS, GASES 0 °C = 32 °F
IDEAIS E TERMODINÂMICA. 100 °C = 212 °F

Escala Kelvin
TERMOMETRIA Também conhecida como escala absoluta, foi verifica-
Temperatura da pelo físico inglês William Thompson (1824-1907), tam-
Chamamos de Termologia a parte da física que estuda bém conhecido como Lorde Kelvin. Esta escala tem como
os fenômenos relativos ao calor, aquecimento, resfriamen- referência a temperatura do menor estado de agitação de
to, mudanças de estado físico, mudanças de temperatura, qualquer molécula (0 K) e é calculada apartir da escala Cel-
etc. sius.
Por convenção, não se usa “grau” para esta escala, ou
Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado seja 0 K, lê-se zero kelvin e não zero grau kelvin. Em com-
térmico de um corpo ou sistema. paração com a escala Celsius:
Fisicamente o conceito dado a quente e frio é um pou- -273 °C = 0 K
co diferente do que costumamos usar no nosso cotidiano. 0 °C = 273 K
Podemos definir como quente um corpo que tem suas mo- 100 °C = 373 K
léculas agitando-se muito, ou seja, com alta energia ciné-
tica. Analogamente, um corpo frio, é aquele que tem baixa Conversões entre escalas
agitação das suas moléculas. Para que seja possível expressar temperaturas dadas
Ao aumentar a temperatura de um corpo ou sistema em uma certa escala para outra qualquer deve-se estabele-
pode-se dizer que está se aumentando o estado de agita- cer uma convenção geométrica de semelhança.
ção de suas moléculas. Por exemplo, convertendo uma temperatura qualquer
Ao tirarmos uma garrafa de água mineral da geladei- dada em escala Fahrenheit para escala Celsius:
ra ou ao retirar um bolo de um forno, percebemos que
após algum tempo, ambas tendem a chegar à temperatura
do ambiente. Ou seja, a água “esquenta” e o bolo “esfria”.
Quando dois corpos ou sistemas atingem o mesma tem-
peratura, dizemos que estes corpos ou sistemas estão em
equilíbrio térmico.

Escalas Termométricas
Para que seja possível medir a temperatura de um cor-
po, foi desenvolvido um aparelho chamado termômetro.
O termômetro mais comum é o de mercúrio, que con-
siste em um vidro graduado com um bulbo de paredes
finas que é ligado a um tubo muito fino, chamado tubo
capilar.
Quando a temperatura do termômetro aumenta, as
moléculas de mercúrio aumentam sua agitação fazendo
com que este se dilate, preenchendo o tubo capilar. Para
cada altura atingida pelo mercúrio está associada uma
temperatura. Pelo princípio de semelhança geométrica:
A escala de cada termômetro corresponde a este valor
de altura atingida.

Escala Celsius
É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países,
oficializada em 1742 pelo astrônomo e físico sueco Anders
Celsius (1701-1744). Esta escala tem como pontos de refe-
rência a temperatura de congelamento da água sob pres-
são normal (0 °C) e a temperatura de ebulição da água sob
pressão normal (100 °C).

12
FÍSICA

Exemplo:
Qual a temperatura correspondente em escala Celsius para a temperatura 100 °F?

Da mesma forma, pode-se estabelecer uma conversão Celsius-Fahrenheit:

E para escala Kelvin:

13
FÍSICA

Algumas temperaturas:

Escala Celsius E s c a l a
Escala Kelvin (K)
(°C) Fahrenheit (°F)

Ar liquefeito -39 -38,2 243


Maior Temperatura na superfície da
58 136 331
Terra
Menor Temperatura na superfície
-89 -128 184
da Terra
Ponto de combustão da madeira 250 482 523
Ponto de combustão do papel 184 363 257
Ponto de fusão do chumbo 327 620 600
Ponto de fusão do ferro 1535 2795 1808
Ponto do gelo 0 32 273,15
Ponto de solidificação do mercúrio -39 -38,2 234
Ponto do vapor 100 212 373,15
Temperatura na chama do gás
660 1220 933
natural
Temperatura na superfície do Sol 5530 10000 5800
Zero absoluto -273,15 -459,67 0

Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/Calorimetria/calor.php

3) ÓPTICA: PRINCÍPIOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA, REFLEXÃO DA


LUZ, ESPELHO PLANO, ESPELHOS ESFÉRICOS, REFRAÇÃO LUMINOSA,
LENTES ESFÉRICAS, INSTRUMENTOS ÓPTICOS, OLHO HUMANO E
DEFEITOS DA VISÃO.

Óptica é o ramo da física que estuda os fenômenos relacionados à luz. Devido ao fato do sentido da visão ser o que
mais contribui para a aquisição do conhecimento, a óptica é uma ciência bastante antiga, surgindo a partir do momento
em que as pessoas começaram a fazer questionamentos sobre o funcionamento da visão e sua relação com os fenômenos
ópticos.

Os princípios fundamentais da óptica são:

1º - Princípio da Propagação Retilínea: a luz sempre se propaga em linha reta;


2º - Princípio da Independência de raios de luz: os raios de luz são independentes, podendo até mesmo se cruzarem,
não ocasionando nenhuma mudança em relação à direção dos mesmos;
3º - Princípio da Reversibilidade da Luz: a luz é reversível. Por exemplo, se vemos alguém através de um espelho, cer-
tamente essa pessoa também nos verá. Assim, os raios de luz sempre são capazes de fazer o caminho na direção inversa.

A luz pode ser propagada em três diferentes tipos de meios.


Os meios transparentes permitem a passagem ordenada dos raios de luz, dando a possibilidade de ver os corpos com
nitidez. Exemplos: vidro polido, ar atmosférico, etc.
Nos meios translúcidos a luz também se propaga, porém de maneira desordenada, fazendo com que os corpos sejam
vistos sem nitidez. Exemplos: vidro fosco, plásticos, etc.
Os meios opacos são aqueles que impedem completamente a passagem de luz, não permitindo a visão de corpos
através dos mesmos. Exemplos: portas de madeira, paredes de cimento, pessoas, etc.
Quando os raios de luz incidem em uma superfície, eles podem ser refletidos regular ou difusamente, refratados ou
absorvidos pelo meio em que incidem. A reflexão regular ocorre quando um raio de luz incide sobre uma superfície e é
refletido de forma cilíndrica, diferentemente da reflexão difusa, onde os feixes de luz são refletidos em todas as direções.

14
FÍSICA

A refração da luz ocorre quando os feixes de luz mu- mos. Isso significa que o ponto próximo se afasta do olho
dam de velocidade e de direção quando passam de um e, portanto, a pessoa presbiope não enxerga bem de perto.
meio para outro. A absorção é o fenômeno onde as super- Da mesma maneira que a hipermetropia, a correção é feita
fícies absorvem parte ou toda a quantidade de luz que é com o uso de lentes convergentes.
incidida.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ Astigmatismo
optica.htm
O astigmatismo consiste em uma imperfeição do olho
Podemos dizer que um dos sentidos mais importantes (córnea) cujo raio de curvatura varia conforme a secção
que temos é a visão. Graças a ela podemos ver o mundo considerada. Por isso a luz sofre refrações diferentes nas
a nossa volta. Podemos ver o filme que está em cartaz no diferentes secções. Consequentemente, a imagem que se
cinema, podemos ver as cores dos objetos, etc. Algumas forma na retina do olho astigmático apresenta deforma-
pessoas não possuem uma boa visão, ou seja, apresentam ções. A correção para o astigmatismo é feita usando lentes
alguns “defeitos” que podem trazer certo desconforto. Ge- cilíndricas, que podem ser convergentes ou divergentes.
ralmente, como forma de corrigir alguns defeitos na visão, Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/fisica/defeitos-
as pessoas fazem uso de óculos. visao.html

É importante salientar que devemos realizar exames


rotineiros no consultório oftalmológico, a fim de preservar
uma boa visão. Exames de visão devem ser feitos em todas 4) ONDAS: MOVIMENTO HARMÔNICO
as etapas de nossas vidas, pois o diagnóstico antecipado SIMPLES, CONCEITOS BÁSICOS DE ONDAS E
de doenças oculares ajuda a evitar futuros problemas de PULSOS, REFLEXÃO, REFRAÇÃO, DIFRAÇÃO,
visão. Abaixo vamos conhecer os principais defeitos da vi- INTERFERÊNCIA, POLARIZAÇÃO, ONDAS
são, que são: miopia, hipermetropia, astigmatismo e apres- SONORAS E EFEITO DOPPLER.
biopia.

Miopia ONDAS
Classificação das ondas
A miopia é um defeito que não permite a visão níti- Uma onda é um movimento causado por uma pertur-
da de um objeto ao longe, porque, estando os músculos bação, e esta se propaga através de um meio.
ciliares relaxados, o foco imagem do olho está antes da Um exemplo de onda é tido quando joga-se uma pe-
retina. Dessa forma, a imagem de um objeto distante for- dra em um lago de águas calmas, onde o impacto causará
ma-se antes da retina. O olho míope apresenta uma exces- uma perturbação na água, fazendo com que ondas circula-
siva convergência ou um alongamento na direção do eixo res se propagem pela superfície da água.
anteroposterior, o que leva a um encurtamento da faixa
de visão. Sendo assim, o míope apresenta dificuldade para
enxergar ao longe, porém, enxerga muito bem a curtas dis-
tâncias. A miopia pode ser corrigida fazendo uso de lentes
divergentes.

Hipermetropia

A hipermetropia é um defeito oposto à miopia, carac-


terizando-se por um achatamento do olho na direção do
eixo anteroposterior ou por uma convergência diminuída,
em relação ao olho normal. Em consequência, se o olho
não estiver realizando esforço de acomodação, o foco ima-
gem estará depois da retina. Para que o hipermetrope pos-
sa enxergar nitidamente objetos próximos a ele, deve-se
aumentar a convergência de seu olho, o que se consegue
com o uso de lentes convergentes ou com cirurgias que Também existem ondas que não podemos observar a
modificam a curvatura da córnea, deixando-a mais conver- olho nu, como, por exemplo, ondas de rádio, ondas de te-
gente. levisão, ondas ultra-violeta e microondas.
Além destas, existem alguns tipos de ondas que co-
Presbiopia ou vista cansada nhecemos bem, mas que não identificamos normalmente,
como a luz e o som.
Com o passar dos anos, o cristalino perde a capacidade Mas o que elas têm em comum é que todas são ener-
de acomodação, de modo que suas faces não adquirem a gias propagadas através de um meio, e este meio não
curvatura necessária que permita a visão de objetos próxi- acompanha a propagação.

15
FÍSICA

Conforme sua natureza as ondas são classificadas em:

• Ondas Mecânicas: são ondas que necessitam de um meio material para se propagar, ou seja, sua propagação en-
volve o transporte de energia cinética e potencial e depende da elasticidade do meio. Por isto não é capaz de propagar-se
no vácuo. Alguns exemplos são os que acontecem em molas e cordas, sons e em superfícies de líquidos.

• Ondas Eletromagnéticas: são ondas geradas por cargas elétricas oscilantes e sua propagação não depende do meio
em que se encontram, podendo propagar-se no vácuo e em determinados meios materiais. Alguns exemplos são as ondas
de rádio, de radar, os raios x e as microondas.
Todas as ondas eletromagnéticas tem em comum a sua velocidade de propagação no vácuo, próxima a 300000km/s,
que é equivalente a 1080000000km/h.

Por que as ondas do mar quebram?

Sabendo que as ondas em geral têm como característica fundamental propagar energia
sem que haja movimentação no meio, como explica-se o fenômeno de quebra das ondas
do mar, causando movimentação de água, próximo à costa?
Em águas profundas as ondas do mar não transportam matéria, mas ao aproximar-se
da costa, há uma brusca diminuição da profundidade onde se encontram, provocando a
quebra destas ondas e causando uma movimentação de toda a massa de água e a formação
de correntezas.
Após serem quebradas, as ondas do mar deixam de comportar-se como ondas.

Quanto a direção de propagação as ondas são classificadas como:

• Unidimensionais: que se propagam em apenas uma direção, como as ondas em cordas e molas esticadas;
• Bidimensionais: são aquelas que se propagam por uma superfície, como as água em um lago quando se joga uma
pedra;
• Tridimensionais: são capazes de se propagar em todas as dimensões, como a luz e o som.
Quanto à direção da vibração as ondas podem ser classificadas como:
• Transversais: são as que são causadas por vibrações perpendiculares à propagação da onda, como, por exemplo,
em uma corda:

• Longitudinais: são ondas causadas por vibrações com mesma direção da propagação, como as ondas sonoras.

16
FÍSICA

Componentes de uma onda

Uma onda é formada por alguns componentes básicos


que são:

Velocidade de propagação das ondas

Como não transportam matéria em seu movimento, é


previsível que as ondas se desloquem com velocidade con-
tínua, logo estas devem ter um deslocamento que valide a
expressão:
Sendo A a amplitude da onda.
É denominado comprimento da onda, e expresso pela
letra grega lambida (λ), a distância entre duas cristas ou
dois vales consecutivos.
Que é comum aos movimentos uniformes, mas conhe-
Chamamos período da onda (T) o tempo decorrido até cendo a estrutura de uma onda:
que duas cristas ou dois vales consecutivos passem por um
ponto e frequência da onda (f) o número de cristas ou vales
consecutivos que passam por um mesmo ponto, em uma
determinada unidade de tempo.

Portanto, o período e a frequência são relacionados


por:

A unidade internacionalmente utilizada para a fre-


quência é Hertz (Hz) sendo que 1Hz equivale à passagem
de uma crista ou de um vale em 1 segundo.
Para o estudo de ondas bidimensionais e tridimensio-
nais são necessários os conceitos de:
Podemos fazer que ΔS=λ e que Δt=T
• frente de onda: é a fronteira da região ainda não Assim:
atingida pela onda com a região já atingida;

• raio de onda: é possível definir como o raio de
onda a linha que parte da fonte e é perpendicular às frentes
de onda, indicando a direção e o sentido de propagação.

17
FÍSICA

Sendo esta a equação fundamental da Ondulatória, Para este caso costuma-se dizer que há inversão de
já que é valida para todos os tipos de onda. fase já que o pulso refletido executa o movimento contrá-
É comum utilizar-se frequências na ordem de kHz (1qui- rio ao do pulso incidente.
lohertz = 1000Hz) e de MHz (1megahertz = 1000000Hz)
Com extremidade livre:
Exemplo: Considerando uma corda presa por um anel a uma
(1) Qual a frequência de ondas, se a velocidade des- haste idealizada, portanto sem atrito.
ta onde é de 195m/s, e o seu comprimento de onda é de
Ao atingir o anel, o movimento é continuado, embo-
1cm?
ra não haja deslocamento no sentido do pulso, apenas no
1cm=0,01m
sentido perpendicular a este. Então o pulso é refletido em
direção da aplicação, mas com sentido inverso. Como mos-
tra a figura:

Reflexão de ondas

É o fenômeno que ocorre quando uma onda incide so-


bre um obstáculo e retorna ao meio de propagação, man-
tendo as características da onda incidente.
Independente do tipo de onda, o módulo da sua ve-
locidade permanece inalterado após a reflexão, já que ela
continua propagando-se no mesmo meio.

Reflexão em ondas unidimensionais


Esta análise deve ser dividida oscilações com extremi-
dade fixa e com extremidade livre:

Com extremidade fixa:


Quando um pulso (meia-onda) é gerado, faz cada pon-
to da corda subir e depois voltar a posição original, no en-
tanto, ao atingir uma extremidade fixa, como uma parede,
a força aplicada nela, pelo princípio da ação e reação, rea-
ge sobre a corda, causando um movimento na direção da
aplicação do pulso, com um sentido inverso, gerando um
pulso refletido. Assim como mostra a figura abaixo:

Para estes casos não há inversão de fase, já que o pulso


refletido executa o mesmo movimento do pulso incidente,
apenas com sentido contrário.
É possível obter-se a extremidade livre, amarrando-se
a corda a um barbante muito leve, flexível e inextensível.

Reflexão de ondas bidimensionais


Quando uma frente de onda, propagando-se em su-
perfície líquida, incide sobre um obstáculo, cada ponto da
frente reflete-se, então é possível representá-las por seus
raios de onda.
A reflexão dos raios de onda é regida por duas leis da
reflexão, que são apresentadas como:

18
FÍSICA

• 1ª Lei da Reflexão: O raio incidente, o raio refletido e a reta perpendicular à superfície refletora no ponto de inci-
dência estão contidos sempre no mesmo plano;

• 2ª Lei da Reflexão: Os ângulos formados entre o raio incidente e a reta perpendicular e entre o raio refletido e a
reta perpendicular têm sempre a mesma medida.
Assim:

Como afirma a 2ª Lei, os ângulos têm valor igual, portanto:

Então pode-se imaginar que a reflexão das ondas aconteça como se fosse refletida em um espelho posto perpendi-
cularmente ao ponto de incidência.
Considere a reflexão de ondas circulares:

Refração de ondas

É o fenômeno que ocorre quando uma onda passa de um meio para outro de características distintas, tendo sua dire-
ção desviada.
Independente de cada onda, sua frequência não é alterada na refração, no entanto, a velocidade e o comprimento de
onda podem se modificar.

19
FÍSICA

Através da refração é possíveis explicar inúmeros efeitos, como o arco-íris, a cor do céu no pôr-do-sol e a construção
de aparelhos astronômicos.
A refração de ondas obedece duas leis que são:
• 1ª Lei da Refração: O raio incidente, a reta perpendicular à fronteira no ponto de incidência e o raio refratado
estão contidos no mesmo plano.
• Lei de Snell: Esta lei relaciona os ângulos, as velocidades e os comprimentos de onda de incidência de refração,
sendo matematicamente expressa por:

Aplicando a lei:

Conforme indicado na figura:

20
FÍSICA

Como exemplos da refração, podem ser usadas ondas Este tipo de superposição é chamado interferência
propagando-se na superfície de um líquido e passando por construtiva, já que a superposição faz com que a amplitude
duas regiões distintas. É possível verificar experimental- seja momentaneamente aumentada em módulo.
mente que a velocidade de propagação nas superfícies de
líquidos pode ser alterada modificando-se a profundidade Situação 2: os pulsos são dados em oposição de fase.
deste local. As ondas diminuem o módulo de velocidade ao
se diminuir a profundidade.

Superposição de ondas
A superposição, também chamada interferência em al-
guns casos, é o fenômeno que ocorre quando duas ou mais
ondas se encontram, gerando uma onda resultante igual à
soma algébrica das perturbações de cada onda.
Imagine uma corda esticada na posição horizontal, ao
serem produzidos pulsos de mesma largura, mas de dife-
rentes amplitudes, nas pontas da corda, poderá acontecer
uma superposição de duas formas:

Situação 1: os pulsos são dados em fase. Novamente, ao se encontrarem as ondas, suas ampli-
tudes serão somadas, mas podemos observar que o sen-
tido da onda de amplitude é negativo em relação ao
eixo vertical, portanto <0. Logo, o pulso resultante terá
amplitude igual a diferença entre as duas amplitudes:

No momento em que os pulsos se encontram, suas


elongações em cada ponto da corda se somam algebrica-
mente, sendo sua amplitude (elongação máxima) a soma
das duas amplitudes:

Numericamente:

Sendo que o sinal negativo está ligado à amplitude e


elongação da onda no sentido negativo.
Após o encontro, cada um segue na sua direção inicial,
com suas características iniciais conservadas.
Numericamente:

Após este encontro, cada um segue na sua direção ini-


cial, com suas características iniciais conservadas.

Este tipo de superposição é chamado interferência


destrutiva, já que a superposição faz com que a amplitude
seja momentaneamente reduzida em módulo.

21
FÍSICA

Superposição de ondas periódicas

A superposição de duas ondas periódicas ocorre de maneira análoga à superposição de pulsos.


Causando uma onda resultante, com pontos de elongação equivalentes à soma algébrica dos pontos das ondas so-
brepostas.

A figura acima mostra a sobreposição de duas ondas com períodos iguais e amplitudes diferentes (I e II), que, ao serem
sobrepostas, resultam em uma onda com amplitude equivalente às suas ondas (III). Este é um exemplo de interferência
construtiva.

Já este outro exemplo, mostra uma interferência destrutiva de duas ondas com mesma frequência e mesma amplitude,
mas em oposição de fase (I e II) que ao serem sobrepostas resultam em uma onda com amplitude nula (III).
Os principais exemplos de ondas sobrepostas são os fenômenos ondulatórios de batimento e ondas estacionárias.
• Batimento: Ocorre quando duas ondas periódicas de frequência diferente e mesma amplitude são sobrepostas,
resultando em uma onda com variadas amplitudes dependentes do soma de amplitudes em cada crista resultante.
• Ondas estacionárias: É o fenômeno que ocorre quando são sobrepostas duas ondas com mesma frequência, velo-
cidade e comprimento de onda, na mesma direção, mas em sentidos opostos.

• Superposição de ondas bidimensionais

• Imagine duas ondas bidimensionais circulares, geradas respectivamente por uma fonte F1 e F2, com, amplitudes e
frequências iguais, e em concordância de fase.

22
FÍSICA

• Considere a esquematização da interferência causada como:

• Na figura a onda da esquerda tem cristas representadas por linhas contínuas pretas e vales por linhas tracejadas
vermelhas e a onda da direita tem cristas representadas por linhas contínuas verdes e vales por linhas tracejadas azuis.
• Os círculos preenchidos representam pontos de interferência construtiva, ou seja, onde a amplitude das ondas é
somada.
• Os círculos em branco representam pontos de interferência destrutiva, ou seja, onde a amplitude é subtraída.

• Ressonância
• É o fenômeno que acontece quando um sistema físico recebe energia por meio de excitações de frequência igual
a uma de suas frequências naturais de vibração. Assim, o sistema físico passa a vibrar com amplitudes cada vez maiores.
• Cada sistema físico capaz de vibrar possui uma ou mais frequências naturais, isto é, que são características do sis-
tema, mais precisamente da maneira como este é construído. Como por exemplo, um pêndulo ao ser afastado do ponto de
equilíbrio, cordas de um violão ou uma ponte para a passagem de pedestres sobre uma rodovia movimentada.
• Todos estes sistemas possuem sua frequência natural, que lhes é característica. Quando ocorrem excitações perió-
dicas sobre o sistema, como quando o vento sopra com frequência constante sobre uma ponte durante uma tempestade,
acontece um fenômeno de superposição de ondas que alteram a energia do sistema, modificando sua amplitude.
• Conforme estudamos anteriormente, se a frequência natural de oscilação do sistema e as excitações constantes
sobre ele estiverem sob a mesma frequência, a energia do sistema será aumentada, fazendo com que vibre com amplitudes
cada vez maiores.

23
FÍSICA

• Um caso muito famoso deste fenômeno foi o rom- • Se a ponte não tiver uma resistência que suporte a
pimento da ponte Tacoma Narrows, nos Estados Unidos, amplitude do movimento, esta sofrerá danos podendo até
em 7 de novembro de 1940. Em um determinado momen- ser destruída como a ponte Tacoma Narrows.
to o vento começou soprar com frequência igual à natural
de oscilação da ponte, fazendo com que esta começasse • Princípio de Huygens
a aumentar a amplitude de suas vibrações até que sua es-
trutura não pudesse mais suportar, fazendo com que sua • Christian Huygens (1629-1695), no final do século
estrutura rompesse. XVII, propôs um método de representação de frentes de
• O caso da ponte Tacoma Narrows pode ser con- onda, onde cada ponto de uma frente de onda se com-
siderado uma falha humana, já que o vento que soprava
porta como uma nova fonte de ondas elementares, que se
no dia 7 de Novembro de 1940 tinha uma frequência ca-
propagam para além da região já atingida pela onda ori-
racterística da região onde a ponte foi construída, logo os
engenheiros responsáveis por sua construção falharam ginal e com a mesma frequência que ela. Sendo esta ideia
na análise das características naturais da região. Por isto, conhecida como Princípio de Huygens.
atualmente é feita uma análise profunda de todas as possí-
veis características que possam requerer uma alteração em
uma construção civil.
• Imagine que esta é uma ponte construída no estilo
pênsil, e que sua frequência de oscilação natural é dada por:

• Ao ser excitada periodicamente, por um vento de


frequência:

• A amplitude de oscilação da ponte passará a ser • Para um considerado instante, cada ponto da fren-
dada pela superposição das duas ondas: te de onda comporta-se como fonte das ondas elementa-
res de Huygens.
• A partir deste princípio, é possível concluir que,
em um meio homogêneo e com as mesmas características
físicas em toda sua extensão, a frente de onda se desloca
mantendo sua forma, desde que não haja obstáculos.
• Desta forma:

24
FÍSICA

Difração de ondas

Partindo do Princípio de Huygens, podemos explicar um outro fenômeno ondulatório, a difração.


O fenômeno chamado difração é o encurvamento sofrido pelos raios de onda quando esta encontra obstáculos à
propagação.
Imagine a situação em que uma onda se propaga em um meio, até onde encontra uma fenda posta em uma barreira.

Este fenômeno prova que a generalização de que os raios de onda são retilíneos é errada, já que a parte que atinge a
barreira é refletida, enquanto os raios que atingem a fenda passam por ela, mas nem todas continuam retas.
Se esta propagação acontecesse em linha reta, os raios continuariam retos, e a propagação depois da fenda seria uma
faixa delimitada pela largura da fenda. No entanto, há um desvio nas bordas.
Este desvio é proporcional ao tamanho da fenda. Para o caso onde esta largura é muito inferior ao comprimento de
onda, as ondas difratadas serão aproximadamente circulares, independente da forma geométrica das ondas incidentes.

Experiência de Young

Por volta do século XVII, apesar de vários físicos já defenderem a teoria ondulatória da luz, que afirmava que a luz era
incidida por ondas, a teoria corpuscular de Newton, que descrevia a luz como um partícula, era muito bem aceita na co-
munidade científica.
Em 1801, o físico e médico inglês, Thomas Young foi o primeiro a demonstrar, com sólidos resultados experimentais,
o fenômeno de interferência luminosa, que tem por consequência a aceitação da teoria ondulatória. Embora, hoje em dia,
a teoria aceita é a dualidade onda-partícula, enunciada pelo físico francês Louis-Victor de Broglie, baseado nas conclusões
sobre as características dos fótons, de Albert Einstein.

25
FÍSICA

Na experiência realizada por Young, são utilizados três anteparos, sendo o primeiro composto por um orifício, onde
ocorre difração da luz incidida, o segundo, com dois orifícios, postos lado a lado, causando novas difrações. No último, são
projetadas as manchas causadas pela interferência das ondas resultantes da segunda difração.
Ao substituir-se estes orifícios por fendas muito estreitas, as manchas tornam-se franjas, facilitando a visualização de
regiões mais bem iluminadas (máximos) e regiões mal iluminadas (mínimos).

Observa-se que o máximo de maior intensidade acontece no centro, e que após este máximo, existem regiões de me-
nor intensidade de luz, e outras de mínimos, intercalando-se.

Som e sua propagação


O som é definido como a propagação de uma frente de compressão mecânica ou onda longitudinal, se propagando
tridimensionalmente pelo espaço e apenas em meios materiais, como o ar ou a água.
Para que esta propagação ocorra, é necessário que aconteçam compressões e rarefações em propagação do meio.
Estas ondas se propagam de forma longitudinal.
Quando passa, a onda sonora não arrasta as partículas de ar, por exemplo, apenas faz com que estas vibrem em torno
de sua posição de equilíbrio.
Como as ondas sonoras devem ser periódicas, é válida a relação da velocidade de propagação:

A audição humana considerada normal consegue captar frequências de onda sonoras que variam entre aproximada-
mente 20Hz e 20000Hz. São denominadas ondas de infra-som, as ondas que tem frequência menor que 20Hz, e ultra-som
as que possuem frequência acima de 20000Hz.
De maneira que:

A velocidade do som na água é aproximadamente igual a 1450m/s e no ar, à 20°C é 343m/s.


A propagação do som em meios gasosos depende fortemente da temperatura do gás, é possível inclusive demonstrar
experimentalmente que a velocidade do som em gases é dada por:

26
FÍSICA

Onde: Terça maior 5:4


k=constante que depende da natureza do gás;
Terça menor 6:5
T=temperatura absoluta do gás (em kelvin).
Sexta maior 5:3
Como exemplo podemos tomar a velocidade de pro- Sexta menor 8:5
pagação do som no ar à temperatura de 15° (288K), que Tom maior (M) 9:8
tem valor 340m/s. Tom menor (m) 10:9
Semitom (s) 16:15
Exemplo:
Sabendo que à 15°C o som se propaga à 340m/s, qual As notas musicais de mesmo nome são separadas por
será sua velocidade de propagação à 100°C? um intervalo de uma oitava (2:1)
Lembrando que:
15° = 288K
100° = 373K

O timbre de um som é a característica que permite di-


ferenciar dois sons de mesma altura e mesma intensidade,
mas que são emitidos por instrumentos diferentes.
Desta forma, uma música executada por um violino e
um piano se diferencia pelo timbre.

Intensidade sonora

A intensidade do som é a qualidade que nos permite


caracterizar se um som é forte ou fraco e depende da ener-
gia que a onda sonora transfere.
A intensidade sonora (I) é definida fisicamente como
a potência sonora recebida por unidade de área de uma
superfície, ou seja:

Intervalo Acústico
Mas como a potência pode ser definida pela relação de
A audição humana é capaz de diferenciar algumas ca- energia por unidade de tempo:
racterísticas do som como a sua altura, intervalo e timbre.
A altura do som depende apenas de sua frequência,
sendo definida como a diferenciação entre grave e agudo.
Um tom de maior frequência é agudo e um de menor
é grave. Então, também podemos expressar a intensidade por:
Os intervalos entre dois sons são dados pelo quo-
ciente entre suas frequências. Ou seja:

As unidades mais usadas para a intensidade são J/m²


Como o intervalo é um quociente entre duas medidas e W/m².
de mesma unidade, este não tem dimensão. É chamada mínima intensidade física, ou limiar de
Na música é dada uma nomenclatura para cada inter- audibilidade, o menor valor da intensidade sonora ainda
valo: audível:

Intervalo Acústico Razão de frequência É chamada máxima intensidade física, ou limiar de


Uníssono 1:1 dor, o maior valor da intensidade sonora suportável pelo
Oitava 2:1 ouvido:
Quinta 3:2
Quarta 4:3

27
FÍSICA

Conforme um observador se afasta de uma fonte so- Se este intervalo de tempo for inferior à persistência
nora, a intensidade sonora ou nível sonoro (β) diminui acústica (t < 0,1s), o som ouvido após ser refletido parecerá
logaritmicamente, sendo representado pela equação: apenas um prolongamento do som direto. A este efeito dá-
se o nome de reverberação. Para intervalos maiores que
a persistência acústica (t > 0,1s) é instintivo perceber que
esta reflexão será ouvida como eco.
Os outros fenômenos acontecem da mesma forma que
para as outras ondas estudadas. Tendo uma utilização bas-
A unidade utilizada para o nível sonoro é o Bel (B), mas tante conhecida a de interferência do som, onde é possível
como esta unidade é grande comparada com a maioria dos aplicar uma frequência anti-ruído, a fim de suavizar o som
valores de nível sonoro utilizados no cotidiano, seu múlti- do ambiente.
plo usual é o decibel (dB), de maneira que 1B=10dB.
Tubos sonoros
Reflexão do som
Assim como para qualquer outra onda, as ondas so- Assim como as cordas ou molas, a ar ou gás contido
noras, ao atingirem um obstáculo fixo, como uma parede, dentro de um tubo pode vibrar com frequências sono-
são refletidas. ras, este é o princípio que constitui instrumentos musicais
como a flauta, corneta, clarinete, etc. que são construídos
A reflexão do som acontece com inversão de fase, mas basicamente por tubos sonoros.
mantém a mesma velocidade de propagação, mesma fre- Nestes instrumentos, uma coluna de ar é posta a vibrar
quência e o mesmo comprimento de onda do som inci- ao soprar-se uma das extremidades do tubo, chamada em-
dente. bocadura, que possui os dispositivos vibrantes apropria-
dos.
Um efeito muito conhecido causado pela reflexão do Os tubos são classificados como abertos e fechados,
som é o efeito de eco. Que consiste na reflexão do som sendo os tubos abertos aqueles que têm as duas extremi-
que bate em uma parede afastada. dades abertas (sendo uma delas próxima à embocadura) e
os tubos fechados que são os que têm uma extremidade
aberta (próxima à embocadura) e outra fechada.
As vibrações das colunas gasosas podem ser estudadas
como ondas estacionárias resultantes da interferência do
som enviado na embocadura com o som refletido na outra
extremidade do tubo.
Em uma extremidade aberta o som reflete-se em fase,
formando um ventre (interferência construtiva) e em uma
extremidade fechada ocorre reflexão com inversão de fase,
formando-se um nó de deslocamento (interferência des-
trutiva).
Quando uma pessoa emite um som em direção a um
obstáculo, este som é ouvido no momento da emissão, Tubos abertos
chamado som direto, e no momento em que o som refle-
tido pelo obstáculo retorna a ele. Considerando um tubo sonoro de comprimento ℓ,
cujas ondas se propagam a uma velocidade v.
Sabemos que a velocidade é dada pela distância per- Assim as possíveis configurações de ondas estacioná-
corrida pelo som em um determinado tempo, esta distân- rias são:
cia é dada por duas vezes a distância ao obstáculo refletor,
já que o som vai e volta. Assim:

E a velocidade é a de propagação do som no ar.


Ao receber um som, este “permanece” em nós por
aproximadamente 0,1s, sendo este intervalo conhecido
como persistência acústica.
Pela relação da velocidade:

28
FÍSICA

As maneiras de vibrar podem, partindo destes exemplos, ser generalizadas como:

E a frequência dos harmônicos será dada por:

Como n não tem restrições, no tubo aberto, obtêm-se frequências naturais de todos os harmônicos.

Tubos fechados

Considerando um tubo sonoro de comprimento ℓ, cujas ondas se propagam a uma velocidade v.


Assim as possíveis configurações de ondas estacionárias são:

29
FÍSICA

As maneiras de vibrar podem, partindo destes exemplos, ser generalizadas como:

E a frequência dos harmônicos será dada por:

Em um tubo fechado, obtêm-se apenas frequências naturais dos harmônicos ímpares.

Efeito Doppler

Este efeito é descrito como uma característica observada em ondas emitidas ou refletidas por fontes em movimento
relativo ao observador. O efeito foi descrito teoricamente pela primeira vez em 1842 por Johann Christian Andreas Doppler,
recebendo o nome Efeito Doppler em sua homenagem.
Para ondas sonoras, o efeito Doppler constitui o fenômeno pelo qual um observador percebe frequências diferentes
das emitidas por uma fonte e acontece devido à velocidade relativa entre o a onda sonora e o movimento relativo entre o
observador e/ou a fonte.
Considerando:

30
FÍSICA

Podemos determinar uma fórmula geral para calcular a frequência percebida pelo observador, ou seja, a frequência
aparente.

• Supondo que o observador esteja em repouso e a fonte se movimente:


Para o caso onde a fonte se aproxima do observador, há um encurtamento do comprimento da onda, relacionado à
velocidade relativa, e a frequência real será menor que a observada, ou seja:

Mas, como a fonte se movimenta, sua velocidade também deve ser considerada, de modo que:
Substituindo no cálculo da frequência observada:

Ou seja:

Para o caso onde a fonte se afasta do observador, há um alongamento aparente do comprimento de onda, nesta situa-
ção a dedução do cálculo da frequência observada será análoga ao caso anterior.

No entanto:

Então:

31
FÍSICA

Podemos escrever uma fórmula geral para os casos onde a fonte se desloque e o observador fique parado,

se utilizarmos:

Sendo o sinal negativo utilizado no caso onde a fonte se aproxima e positivo no caso em que a fonte se
afasta.

Supondo que a fonte esteja em repouso e o observador se movimente:


No caso em que o observador se aproxima da fonte, em um mesmo intervalo de tempo ele encontrará mais frentes de
onda do que se estivesse parado. Assim a frequência observada deverá ser maior que a frequência emitida pela fonte. Neste
caso, o comprimento de onda não é alterado, mas a velocidade de propagação é ligeiramente aumentada.

Mas:

Quando estes dois valores são substituídos no cálculo da frequência observada temos:

Então:

No caso em que o observador se afasta da fonte, em um mesmo intervalo de tempo ele encontrará menor número de
frentes de onda do que se estivesse parado. Assim a frequência observada deverá ser menor que a frequência emitida pela
fonte. A dedução do cálculo da frequência observada será análoga ao caso anterior, no entanto a velocidade de propaga-
ção é ligeiramente reduzida.

Mas:

e
Quando estes dois valores são substituídos no cálculo da frequência observada temos:

Então:

32
FÍSICA

Podemos escrever uma fórmula geral para os casos onde o observador se desloque e a fonte fique parada,

se utilizarmos:

Sendo o sinal negativo utilizado no caso onde a fonte se aproxima e positivo no caso em que a fonte se
afasta.

Conhecendo estas quatro possibilidades de alteração na frequência de onda observada podemos escrever uma fórmu-
la geral para o efeito Doppler se combinarmos todos os resultados, sendo ela:

Sendo utilizados os sinais convenientes para cada caso.

5) ELETRICIDADE: CARGA ELÉTRICA, PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA, PROCESSOS DE


ELETRIZAÇÃO, FORÇA ELÉTRICA CAMPO ELÉTRICO, POTENCIAL ELÉTRICO, TRABALHO
DA FORÇA ELÉTRICA, ENERGIA POTENCIAL ELÉTRICA, CONDUTORES EM EQUILÍBRIO
ELETROSTÁTICO, CAPACIDADE ELÉTRICA, CORRENTE ELÉTRICA, POTÊNCIA E ENERGIA NA
CORRENTE ELÉTRICA, RESISTORES, RESISTÊNCIA ELÉTRICA, ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES,
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES, ENERGIA ARMAZENADA NOS CAPACITORES, APARELHOS
DE MEDIÇÃO ELÉTRICA, GERADORES E RECEPTORES ELÉTRICOS,.

ELETRODINÂMICA
Corrente Elétrica

Ao se estudarem situações onde as partículas eletricamente carregadas deixam de estar em equilíbrio eletrostático
passamos à situação onde há deslocamento destas cargas para um determinada direção e em um sentido, este desloca-
mento é o que chamamos corrente elétrica.
Estas correntes elétricas são responsáveis pela eletricidade considerada utilizável por nós.
Normalmente utiliza-se a corrente causada pela movimentação de elétrons em um condutor, mas também é possível
haver corrente de íons positivos e negativos (em soluções eletrolíticas ou gases ionizados).
A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial elétrico (d.d.p./ tensão). E ela é explicada pelo conceito
de campo elétrico, ou seja, ao considerar uma carga A positiva e outra B, negativa, então há um campo orientado da car-
ga A para B. Ao ligar-se um fio condutor entre as duas os elétrons livres tendem a se deslocar no sentido da carga positi-
va, devido ao fato de terem cargas negativas, lembrando que sinais opostos são atraídos.
Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido oposto ao campo elétrico, e este é chamado sentido
real da corrente elétrica. Embora seja convencionado que a corrente tenha o mesmo sentido do campo elétrico, o que
não altera em nada seus efeitos (com exceção para o fenômeno chamado Efeito Hall), e este é chamado o sentido con-
vencional da corrente.
Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção transversal de um condutor se considera o módulo da
carga que passa por ele em um intervalo de tempo, ou seja
:

Considerando |Q|=n e

33
FÍSICA

A unidade adotada para a intensidade da corrente no SI é o ampère (A), em homenagem ao físico francês Andre Ma-
rie Ampère, e designa coulomb por segundo (C/s).
Sendo alguns de seus múltiplos:

Continuidade da corrente elétrica


Para condutores sem dissipação, a intensidade da corrente elétrica é sempre igual, independente de sua secção trans-
versal, esta propriedade é chamada continuidade da corrente elétrica.
Isto implica que se houver “opções de caminho” em um condutor, como por exemplo, uma bifurcação do fio, a cor-
rente anterior a ela será igual à soma das correntes em cada parte desta bifurcação, ou seja:

Resistência Elétrica
Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor qualquer se estabelece nele uma corrente elétrica de intensidade i. Para
a maior parte dos condutores estas duas grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, conforme uma aumenta o
mesmo ocorre à outra.
Desta forma:

A esta constante chama-se resistência elétrica do condutor (R), que depende de fatores como a natureza do mate-
rial. Quando esta proporcionalidade é mantida de forma linear, chamamos o condutor de ôhmico, tendo seu valor dado
por:

Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei de Ohm: Para condutores ôhmicos a intensidade da corrente elétrica é
diretamente proporcional à tensão (ddp) aplicada em seus terminais.

34
FÍSICA

A resistência elétrica também pode ser caracterizada Geradores térmicos


como a “dificuldade” encontrada para que haja passagem São aqueles capazes de converter energia térmica em
de corrente elétrica por um condutor submetido a uma energia elétrica, diretamente.
determinada tensão. No SI a unidade adotada para esta
grandeza é o ohm (Ω), em homenagem ao físico alemão Quando associados dois, ou mais geradores como pi-
Georg Simon Ohm. lhas, por exemplo, a tensão e a corrente se comportam da
Pode-se também definir uma grandeza chamada Con- mesma forma como nas associações de resistores, ou seja:
dutância elétrica (G), como a facilidade que uma corrente • Associação em série: corrente nominal e tensão é
tem em passar por um condutor submetido à determina- somada.
da tensão, ou seja, este é igual ao inverso da resistência: • Associação em paralelo: corrente é somada e
tensão nominal.

Corrente contínua e alternada


Se considerarmos um gráfico i x t (intensidade de cor-
rente elétrica por tempo), podemos classificar a corrente
conforme a curva encontrada, ou seja:

Corrente contínua
E sua unidade, adotada pelo SI é o siemens (S), onde: Uma corrente é considerada contínua quando não
altera seu sentido, ou seja, é sempre positiva ou sempre
negativa.
A maior parte dos circuitos eletrônicos trabalha com
corrente contínua, embora nem todas tenham o mesmo
“rendimento”, quanto à sua curva no gráfico i x t, a cor-
Geradores de corrente elétrica rente contínua pode ser classificada por:
A corrente sempre existe enquanto há diferença de
potencial entre dois corpos ligados, por um condutor, por Corrente contínua constante
exemplo, mas esta tem pequena duração quando estes
corpos são eletrizados pelos métodos vistos em eletrostá-
tica, pois entram rapidamente em equilíbrio.
A forma encontrada para que haja uma diferença de
potencial mais duradoura é a criação de geradores elé-
tricos, que são construídos de modo que haja tensão por
um intervalo maior de tempo.
Existem diversos tipos de geradores elétricos, que são
caracterizados por seu princípio de funcionamento, alguns
deles são:
Diz-se que uma corrente contínua é constante, se seu
Geradores luminosos gráfico for dado por um segmento de reta constante, ou
seja, não variável. Este tipo de corrente é comumente en-
São sistemas de geração de energia construídos de contrado em pilhas e baterias.
modo a transformar energia luminosa em energia elétrica,
como por exemplo, as placas solares feitas de um com- Corrente contínua pulsante
posto de silício que converte a energia luminosa do sol
em energia elétrica.

Geradores mecânicos

São os geradores mais comuns e com maior capacida-


de de criação de energia. Transformam energia mecânica
em energia elétrica, principalmente através de magnetis-
mo. É o caso dos geradores encontrados em usinas hi-
droelétricas, termoelétricas e termonucleares.

Geradores químicos
São construídos de forma capaz de converter energia Embora não altere seu sentido as correntes contínuas
potencial química em energia elétrica (contínua apenas). pulsantes passam periodicamente por variações, não sen-
Este tipo de gerador é muito encontrado como baterias e do necessariamente constantes entre duas medidas em
pilhas. diferentes intervalos de tempo.

35
FÍSICA

A ilustração do gráfico acima é um exemplo de cor- Associação em Série


rente contínua constante. Associar resistores em série significa ligá-los em um
Esta forma de corrente é geralmente encontrada em único trajeto, ou seja:
circuitos retificadores de corrente alternada.

Corrente alternada

Como existe apenas um caminho para a passagem da


corrente elétrica esta é mantida por toda a extensão do
circuito. Já a diferença de potencial entre cada resistor irá
variar conforme a resistência deste, para que seja obede-
cida a 1ª Lei de Ohm, assim:

Dependendo da forma como é gerada a corrente, esta


é invertida periodicamente, ou seja, ora é positiva e ora é
negativa, fazendo com que os elétrons executem um mo- Esta relação também pode ser obtida pela análise do
vimento de vai-e-vem. circuito:

Este tipo de corrente é o que encontramos quando


medimos a corrente encontrada na rede elétrica residen-
cial, ou seja, a corrente medida nas tomada de nossa casa.

Resistores
São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem
como principal função converter energia elétrica em ener-
gia térmica, ou seja, são usados como aquecedores ou
como dissipadores de eletricidade.

Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso co- Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos
tidiano são: o filamento de uma lâmpada incandescente, o inicial e final do circuito é igual à:
aquecedor de um chuveiro elétrico, os filamentos que são
aquecidos em uma estufa, entre outros.

Em circuitos elétricos teóricos costuma-se considerar


toda a resistência encontrada proveniente de resistores,
ou seja, são consideradas as ligações entre eles como
condutores ideais (que não apresentam resistência), e Analisando esta expressão, já que a tensão total e a
utilizam-se as representações: intensidade da corrente são mantidas, é possível concluir
que a resistência total é:

Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das


propriedades de um circuito em série é:
Associação de Resistores
Em um circuito é possível organizar conjuntos de re-
sistores interligados, chamada associação de resistores.
O comportamento desta associação varia conforme a
ligação entre os resistores, sendo seus possíveis tipos: em
série, em paralelo e mista.

36
FÍSICA

Tensão (ddp) (U) se divide


Intensidade da corrente (i) se conserva
Resistência total (R) soma algébrica das resistência em cada resistor.

Associação em Paralelo:

Ligar um resistor em paralelo significa basicamente dividir a mesma fonte de corrente, de modo que a ddp em cada
ponto seja conservada. Ou seja:

Usualmente as ligações em paralelo são representadas por:

Como mostra a figura, a intensidade total de corrente do circuito é igual à soma das intensidades medidas sobre
cada resistor, ou seja:

Pela 1ª lei de ohm:

E por esta expressão, já que a intensidade da corrente e a tensão são mantidas, podemos concluir que a resistência
total em um circuito em paralelo é dada por:

37
FÍSICA

Associação Mista:

Uma associação mista consiste em uma combinação, em um mesmo circuito, de associações em série e em paralelo,
como por exemplo:

Em cada parte do circuito, a tensão (U) e intensidade da corrente serão calculadas com base no que se conhece sobre
circuitos série e paralelos, e para facilitar estes cálculos pode-se reduzir ou redesenhar os circuitos, utilizando resistores
resultantes para cada parte, ou seja:
Sendo:

Efeito Joule
A corrente elétrica é resultado de movimentação de ânions, cátions ou elétrons livres, como já vimos. Ao existir cor-
rente elétrica as partículas que estão em movimento acabam colidindo com as outras partes do condutor que se encontra
em repouso, causando uma excitação que por sua vez irá gerar um efeito de aquecimento. A este efeito dá-se o nome
efeito Joule.
O aquecimento no fio pode ser medido pela lei de joule, que é matematicamente expressa por:

38
FÍSICA

Esta relação é valida desde que a intensidade da


corrente seja constante durante o intervalo de tempo de
ocorrência.

Efeito Joule
A corrente elétrica é resultado de movimentação de Mas sabemos que , então podemos escrever
ânions, cátions ou elétrons livres, como já vimos. Ao existir que:
corrente elétrica as partículas que estão em movimento
acabam colidindo com as outras partes do condutor que
se encontra em repouso, causando uma excitação que por
sua vez irá gerar um efeito de aquecimento. A este efeito Por exemplo:
dá-se o nome efeito Joule. Qual a corrente que passa em uma lâmpada de 60W
O aquecimento no fio pode ser medido pela lei de em uma cidade onde a tensão na rede elétrica é de 220V?
joule, que é matematicamente expressa por:

Pela 1ª Lei de Ohm temos que , então pode-


mos definir duas formas que relacionem a potência elétri-
ca com a resistência.
Esta relação é valida desde que a intensidade da
corrente seja constante durante o intervalo de tempo de
ocorrência.

Potência Elétrica
A potência elétrica dissipada por um condutor é defi-
nida como a quantidade de energia térmica que passa por
ele durante uma quantidade de tempo.

A unidade utilizada para energia é o watt (W), que


designa joule por segundo (J/s)
Ao considerar que toda a energia perdida em um cir-
cuito é resultado do efeito Joule, admitimos que a energia
transformada em calor é igual a energia perdida por uma
carga q que passa pelo condutor. Ou seja:

Então se utilizando do exemplo anterior, qual a resis-


tência do filamento interno da lâmpada?
Mas, sabemos que:

Então:

Consumo de energia elétrica


Cada aparelho que utiliza a eletricidade para funcio-
nar, como por exemplo, o computador de onde você lê
Logo: esse texto, consome uma quantidade de energia elétrica.

39
FÍSICA

Para calcular este consumo basta sabermos a potência do aparelho e o tempo de utilização dele, por exemplo, se qui-
sermos saber quanta energia gasta um chuveiro de 5500W ligado durante 15 minutos, seu consumo de energia será:

Mas este cálculo nos mostra que o joule (J) não é uma unidade eficiente neste caso, já que o cálculo acima se refere a
apenas um banho de 15 minutos, imagine o consumo deste chuveiro em uma casa com 4 moradores que tomam banho
de 15 minutos todos os dias no mês.
Para que a energia gasta seja compreendida de uma forma mais prática podemos definir outra unidade de medida,
que embora não seja adotada no SI, é mais conveniente.
Essa unidade é o quilowatt-hora (kWh).
Para calcularmos o consumo do chuveiro do exemplo anterior nesta unidade consideremos sua potência em kW e o
tempo de uso em horas, então teremos:

O mais interessante em adotar esta unidade é que, se soubermos o preço cobrado por kWh, podemos calcular quan-
to será gasta em dinheiro por este consumo.
Por exemplo:
Considere que em sua cidade a companhia de energia elétrica tenha um tarifa de 0,300710 R$/kWh, então o consu-
mo do chuveiro elétrico de 5500W ligado durante 15 minutos será:

Se considerarmos o caso da família de 4 pessoas que utiliza o chuveiro diariamente durante 15 minutos, o custo
mensal da energia gasta por ele será:

Segunda lei de Ohm


Esta lei descreve as grandezas que influenciam na resistência elétrica de um condutor, conforme cita seu enunciado:
A resistência de um condutor homogêneo de secção transversal constante é proporcional ao seu comprimento e da
natureza do material de sua construção, e é inversamente proporcional à área de sua secção transversal. Em alguns mate-
riais também depende de sua temperatura.
Sendo expressa por:

40
FÍSICA

Onde:
ρ= resistividade, depende do material do condutor e de sua temperatura.
ℓ= largura do condutor
A= área da secção transversal.

Como a unidade de resistência elétrica é o ohm (Ω), então a unidade adotada pelo SI para a resistividade é .

Capacitores

Em circuitos eletrônicos alguns componentes necessitam que haja alimentação em corrente contínua, enquanto a
fonte está ligada em corrente alternada. A resolução deste problema é um dos exemplos da utilidade de um capacitor.
Este equipamento é capaz de armazenar energia potencial elétrica durante um intervalo de tempo, ele é construído
utilizando um campo elétrico uniforme. Um capacitor é composto por duas peças condutoras, chamadas armaduras e um
material isolante com propriedades específicas chamado dielétrico.
Para que haja um campo elétrico uniforme é necessário que haja uma interação específica, limitando os possíveis
formatos geométricos de um capacitor, assim alguns exemplos de capacitores são:

Capacitores planos

Capacitores cilíndricos

Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/CampoMagnetico/imasemagnetos.php

41
FÍSICA

LEIS DE KIRCHHOFF, CONCEITOS INICIAIS DO MAGNETISMO, CAMPO


MAGNÉTICO, FORÇA MAGNÉTICA, INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA, CORRENTE
ALTERNADA, TRANSFORMADORES E ONDAS ELETROMAGNÉTICAS..

Ímãs e magnetos
Um ímã é definido com um objeto capaz de provocar um campo magnético à sua volta e pode ser natural ou artificial.
Um ímã natural é feito de minerais com substâncias magnéticas, como por exemplo, a magnetita, e um ímã artificial é
feito de um material sem propriedades magnéticas, mas que pode adquirir permanente ou instantaneamente característi-
cas de um ímã natural.
Os ímãs artificiais também são subdivididos em: permanentes, temporais ou eletroímãs.
• Um ímã permanente é feito de material capaz de manter as propriedades magnéticas mesmo após cessar o pro-
cesso de imantação, estes materiais são chamados ferromagnéticos.
• Um ímã temporal tem propriedades magnéticas apenas enquanto se encontra sob ação de outro campo magné-
tico, os materiais que possibilitam este tipo de processo são chamados paramagnéticos.
• Um eletroímã é um dispositivo composto de um condutor por onde circula corrente elétrica e um núcleo, normal-
mente de ferro. Suas características dependem da passagem de corrente pelo condutor; ao cessar a passagem de corrente
cessa também a existência do campo magnético.

Propriedades dos ímãs


Polos magnéticos
São as regiões onde se intensificam as ações magnéticas. Um ímã é composto por dois polos magnéticos, norte e sul,
normalmente localizados em suas extremidades, exceto quando estas não existirem, como em um ímã em forma de disco,
por exemplo. Por esta razão são chamados dipolos magnéticos.
Para que sejam determinados estes polos, se deve suspender o ímã pelo centro de massa e ele se alinhará aproxima-
damente ao polo norte e sul geográfico recebendo nomenclatura equivalente. Desta forma, o polo norte magnético deve
apontar para o polo norte geográfico e o polo sul magnético para o polo sul geográfico.

Atração e repulsão
Ao manusear dois ímãs percebemos claramente que existem duas formas de colocá-los para que estes sejam repelidos
e duas formas para que sejam atraídos. Isto se deve ao fato de que polos com mesmo nome se repelem, mas polos com
nomes diferentes se atraem, ou seja:

42
FÍSICA

Esta propriedade nos leva a concluir que os polos norte e sul geográficos não coincidem com os polos norte e sul
magnéticos. Na verdade eles se encontram em pontos praticamente opostos, como mostra a figura abaixo:

A inclinação dos eixos magnéticos em relação aos eixos geográficos é de aproximadamente 191°, fazendo com os seus
polos sejam praticamente invertidos em relação aos polos geográficos.

Interação entre polos


Dois polos se atraem ou se repelem, dependendo de suas características, à razão inversa do quadrado da distância
entre eles. Ou seja, se uma força de interação F é estabelecida a uma distância d, ao dobrarmos esta distância a força ob-
servada será igual a uma quarta parte da anterior F/4. E assim sucessivamente.

Inseparabilidade dos polos de um ímã

Esta propriedade diz que é impossível separar os polos magnéticos de um ímã, já que toda vez que este for dividido
serão obtidos novos polos, então se diz que qualquer novo pedaço continuará sendo um dipolo magnético.

Campo Magnético
É a região próxima a um ímã que influencia outros ímãs ou materiais ferromagnéticos e paramagnéticos, como cobalto
e ferro.
Compare campo magnético com campo gravitacional ou campo elétrico e verá que todos estes têm as características
equivalentes.

Também é possível definir um vetor que descreva este campo, chamado vetor indução magnética e simbolizado por
. Se pudermos colocar uma pequena bússola em um ponto sob ação do campo o vetor terá direção da reta em que a
agulha se alinha e sentido para onde aponta o polo norte magnético da agulha.

Se pudermos traçar todos os pontos onde há um vetor indução magnética associado veremos linhas que são chamadas
linhas de indução do campo magnético. estas são orientados do polo norte em direção ao sul, e em cada ponto o vetor
tangencia estas linhas.

43
FÍSICA

Supondo:
• campos magnéticos estacionários, ou seja, que o
vetor campo magnético em cada ponto não varia com
o tempo;
• partículas com uma velocidade inicial no mo-
mento da interação;
• e que o vetor campo magnético no referencial
adotado é ;
Podemos estabelecer pelo menos três resultados:

Carga elétrica em repouso


“Um campo magnético estacionário não interage com
cargas em repouso.”
Tendo um Ímã posto sobre um referencial arbitrário
R, se uma partícula com carga q for abandonada em sua
vizinhança com velocidade nula não será observado o sur-
gimento de força magnética sobre esta partícula, sendo ela
positiva, negativa ou neutra.
As linhas de indução existem também no interior do Carga elétrica com velocidade na mesma direção do
ímã, portanto são linhas fechadas e sua orientação interna campo
é do polo sul ao polo norte. Assim como as linhas de força, “Um campo magnético estacionário não interage com
as linhas de indução não podem se cruzar e são mais den- cargas que tem velocidade não nula na mesma direção do
sas onde o campo é mais intenso. campo magnético.”
Sempre que uma carga se movimenta na mesma dire-
Campo Magnético Uniforme ção do campo magnético, sendo no seu sentido ou con-
De maneira análoga ao campo elétrico uniforme, é de- trário, não há aparecimento de força eletromagnética que
finido como o campo ou parte dele onde o vetor indução atue sobre ela. Um exemplo deste movimento é uma carga
magnética é igual em todos os pontos, ou seja, tem mes- que se movimenta entre os polos de um Ímã. A validade
mo módulo, direção e sentido. Assim sua representação desta afirmação é assegurada independentemente do sinal
por meio de linha de indução é feita por linhas paralelas e da carga estudada.
igualmente espaçadas.
Carga elétrica com velocidade em direção diferente
do campo elétrico
Quando uma carga é abandonada nas proximidades
de um campo magnético estacionário com velocidade em
direção diferente do campo, este interage com ela. Então
esta força será dada pelo produto entre os dois vetores,
e e resultará em um terceiro vetor perpendicular a am-
bos, este é chamado um produto vetorial e é uma operação
vetorial que não é vista no ensino médio.
Mas podemos dividir este estudo para um caso pe-
culiar onde a carga se move em direção perpendicular ao
campo, e outro onde a direção do movimento é qualquer,
exceto igual a do campo.
• Carga com movimento perpendicular ao cam-
po
Experimentalmente pode-se observar que se aproxi-
marmos um ímã de cargas elétricas com movimento per-
pendicular ao campo magnético, este movimento será des-
viado de forma perpendicular ao campo e à velocidade, ou
A parte interna dos imãs em forma de U aproxima um seja, para cima ou para baixo. Este será o sentido do vetor
campo magnético uniforme. força magnética.
Para cargas positivas este desvio acontece para cima:
Efeitos de um campo magnético sobre carga
Como os elétrons e prótons possuem características
magnéticas, ao serem expostos à campos magnéticos, in-
teragem com este, sendo submetidos a uma força magné-
tica .

44
FÍSICA

E para cargas negativas para baixo.

Para o cálculo da intensidade do campo magnético se


considera apenas o componente da velocidade perpendi-
cular ao campo, ou seja, , sendo o ângulo for-
mado entre e então substituindo v por sua compo-
nente perpendicular teremos:

A intensidade de será dada pelo produto vetorial Aplicando esta lei para os demais casos que vimos an-
teriormente, veremos que:
, que para o caso particular onde e são • se v = 0, então F = 0
perpendiculares é calculado por: • se = 0° ou 180°, então sen = 0, portanto F = 0
• se = 90°, então sen = 1, portanto
.

Regra da mão direita


A unidade adotada para a intensidade do Campo mag- Um método usado para se determinar o sentido do ve-
tor é a chamada regra da mão direita espalmada. Com
nético é o tesla (T), que denomina , em homena- a mão aberta, se aponta o polegar no sentido do vetor ve-
locidade e os demais dedos na direção do vetor campo
gem ao físico iugoslavo Nikola Tesla. magnético.
Consequentemente a força será calculada por: Para cargas positivas, vetor terá a direção de uma
linha que atravessa a mão, e seu sentido será o de um vetor
que sai da palma da mão.
Para cargas negativas, vetor terá a direção de uma
linha que atravessa a mão, e seu sentido será o de um vetor
Medida em newtons (N)
que sai do dorso da mão, isto é, o vetor que entra na palma
da mão.
• Carga movimentando-se com direção arbitrá- Efeito Hall
ria em relação ao campo Em 1879, durante experiências feitas para se medir di-
retamente o sinal dos portadores de carga em um condu-
Como citado anteriormente, o caso onde a carga tem tor Edwin H. Hall percebeu um fenômeno peculiar.
movimento perpendicular ao campo é apenas uma pecu- Na época já se sabia que quando o fio percorrido por
liaridade de interação entre carga e campo magnético. Para corrente elétrica era exposto a um campo magnético as
os demais casos a direção do vetor será perpendicular cargas presentes neste condutor eram submetidos a uma
ao vetor campo magnético e ao vetor velocidade . força que fazia com que seu movimento fosse alterado.

45
FÍSICA

No entanto, o que Edwin Hall descreveu foi o surgimento de regiões com carga negativa e outras com carga positiva
no condutor, criando um campo magnético perpendicular ao campo gerado pela corrente principal.
Em sua homenagem este efeito ficou conhecido como Efeito Hall.

Força magnética sobre um fio condutor


Sempre que uma carga é posta sobre influência de um campo magnético, esta sofre uma interação que pode alterar
seu movimento. Se o campo magnético em questão for uniforme, vimos que haverá uma força agindo sobre a carga com
intensidade , onde é o ângulo formado no plano entre os vetores velocidade e campo magnético. A
direção e sentido do vetor serão dadas pela regra da mão direita espalmada.
Se imaginarmos um fio condutor percorrido por corrente, haverá elétrons livres se movimentando por sua secção
transversal com uma velocidade . No entanto, o sentido adotado para o vetor velocidade, neste caso, é o sentido real da
corrente ( tem o mesmo sentido da corrente). Para facilitar a compreensão pode-se imaginar que os elétrons livres são
cargas positivas.
Como todos os elétrons livres têm carga (que pela suposição adotada se comporta como se esta fosse positiva), quan-
do o fio condutor é exposto a um campo magnético uniforme, cada elétron sofrerá ação de uma força magnética.

Mas se considerarmos um pequeno pedaço do fio ao invés de apenas um elétron, podemos dizer que a interação con-
tinuará sendo regida por , onde Q é a carga total no segmento do fio, mas como temos um compri-
mento percorrido por cada elétron em um determinado intervalo de tempo, então podemos escrever a velocidade como:

Ao substituirmos este valor em teremos a força magnética no segmento, expressa pela notação :

Mas sabemos que indica a intensidade de corrente no fio, então:

Sendo esta expressão chamada de Lei Elementar de Laplace.


A direção e o sentido do vetor são perpendicular ao plano determinado pelos vetores e , e pode ser determi-
nada pela regra da mão direita espalmada, apontando-se o polegar no sentido da corrente e os demais dedos no sentido

do vetor .
Saiba mais...
Se quisermos determinar a força magnética que atua em fio extenso (com
dimensões não desprezíveis) devemos fazer com que os comprimentos
sejam cada vez menores e somar os vetores em cada , de modo que toda o
fio seja descrito, uma forma avançada para se realizar este cálculo é utilizando-se
integral de linha.
Para o caso particular onde o condutor é retilíneo, todos os vetores serão iguais,
então podemos reescrever a Lei elementar de Laplace como .

46
FÍSICA

Força magnética sobre uma espira retangular Então podemos escrever o fluxo de indução magné-
Da mesma forma como um campo magnético unifor- tica como o produto do vetor indução magnética (campo
me interage com um condutor retilíneo pode interagir com magnético) pela área da superfície A e pelo cosseno do
um condutor em forma de espira retangular percorrido por ângulo θ, formado entre e uma linha perpendicular à
corrente. superfície, chamada reta normal. Assim:
Quando a corrente passa pelo condutor nos segmen-
tos onde o movimento das cargas são perpendiculares ao
vetor indução magnética há a formação de um “braço de
alavanca” entre os dois segmentos da espira, devido ao
surgimento de . Nos segmentos onde o sentido da cor- A unidade adotada para se medir o fluxo de indução
rente é paralelo ao vetor indução magnética não há surgi- magnética pelo SI é o weber (Wb), em homenagem ao fí-
mento de pois a corrente, e por consequência , tem sico alemão Wilhelm Webber, e caracteriza tesla por metro
mesma direção do campo magnético. quadrado .
Se esta espira tiver condições de girar livremente, a for-
ça magnética que é perpendicular ao sentido da corrente É possível também se associar o fluxo de indução mag-
e ao campo magnético causará rotação. À medida que a nética à quantidade de linhas de indução que atravessam a
espira gira a intensidade da força que atua no sentido ver- superfície, de modo que:
tical, que é responsável pelo giro, diminui, de modo que • Se a reta normal à superfície for perpendicular
quando a espira tiver girado 90° não haverá causando ao vetor indução magnética, nenhuma linha de indução o
giro, fazendo com que as forças de cada lado do braço de atravessará, portanto o fluxo será nulo. O que é comprova-
alavanca entrem em equilíbrio. do pela equação do fluxo magnético já que
No entanto, o movimento da espira continua, devido à
inércia, fazendo com que esta avance contra as forças .
Com isso o movimento segue até que as forças o anu-
lem e volta a girar no sentido contrário, passando a exercer
um movimento oscilatório.
Uma forma de se aproveitar este avanço da posição
de equilíbrio é inverter o sentido da corrente, fazendo com
que o giro continue no mesmo sentido. Este é o princípio
de funcionamento dos motores de corrente contínua, e a
inversão de corrente é obtida através de um anel metálico
condutor dividido em duas partes.
Fluxo de Indução
Para que se entenda o que é, e como se origina a indu-
ção magnética é necessário que definamos uma grandeza
física chamada fluxo de indução magnética. Esta grandeza
é vetorial é simbolizada por Φ.
Mesmo que haja fluxo de indução magnética sobre
qualquer corpo, independente de sua forma ou material,
vamos defini-lo apenas para o caso particular de uma su- • Se a reta normal à superfície for paralela ao vetor
perfície plana de área superficial A, podendo ser a área de- indução magnética, o número máximo de linhas de indu-
limitada por uma espira, imersa em um campo magnético ção o atravessará, logo o valor do fluxo será máximo já que
uniforme, desta forma:
• e que onde .

47
FÍSICA

Se o vetor indução magnética e a área são valores Então, se pensarmos em um ímã qualquer, este terá
constante e apenas o ângulo θ é livre para variar, então po- campo magnético mais intenso nas proximidades de seus
demos montar um gráfico de Φxθ, onde veremos a varia- polos, já que as linhas de indução são mais concentradas
nestes pontos. Portanto, uma forma de fazer com que Φ
ção do fluxo em função da variação de θ, em uma senoide varie é aproximar ou afastar a superfície da fonte magnéti-
defasada de (gráfico do cosseno). ca, variando

Variação do fluxo devido à variação da área

Outra maneira utilizada para se variar Φ é utilizando


um campo magnético uniforme e uma superfície de área A.
Como o campo magnético uniforme é bem delimitado,
é possível variar o fluxo de indução magnética movimen-
tando-se a superfície perpendicularmente ao campo, entre
a parte sob e fora de sua influência. Desta forma, a área
efetiva por onde há fluxo magnético varia.

Variação do fluxo devido à variação do ângulo θ

Além das duas formas citadas acima, ainda é possível


variar Φ fazendo com que varie o ângulo entre a reta nor-
mal à superfície e o vetor . Uma maneira prática e possi-
velmente a mais utilizada para se gerar indução magnética
é fazendo com que a superfície por onde o fluxo passa gire,
fazendo com que θ varie
Indução Eletromagnética
Quando uma área delimitada por um condutor sofre
variação de fluxo de indução magnética é criado entre seus
Variação do Fluxo Magnético terminais uma força eletromotriz (fem) ou tensão. Se os
Saber apenas calcular o fluxo magnético não resolve terminais estiverem ligados a um aparelho elétrico ou a um
nossos problemas de indução, pois para que esta exista, é medidor de corrente esta força eletromotriz ira gerar uma
necessário que haja variação no fluxo magnético. corrente, chamada corrente induzida.
Sabendo que o fluxo magnético é calculado por: Este fenômeno é chamado de indução eletromagné-
tica, pois é causado por um campo magnético e gera cor-
rentes elétricas.
A corrente induzida só existe enquanto há variação do
fluxo, chamado fluxo indutor.
Como a equação nos mostra, o fluxo depende de três Lei de Lenz
grandezas, B, A, e θ. Portanto, para que Φ varie é neces- Segundo a lei proposta pelo físico russo Heinrich Lenz,
sário que pelo menos uma das três grandezas varie, como a partir de resultados experimentais, a corrente induzida
veremos a seguir. tem sentido oposto ao sentido da variação do campo mag-
nético que a gera.
Variação do fluxo devido à variação do vetor indu- • Se houver diminuição do fluxo magnético, a cor-
ção magnética rente induzida irá criar um campo magnético com o mes-
mo sentido do fluxo;
Imagine um tubo capaz de conduzir em seu interior • Se houver aumento do fluxo magnético, a cor-
as linhas de indução geradas por um ímã, por exemplo. Se rente induzida irá criar um campo magnético com sentido
em um ponto do tubo houver uma redução na área de sua oposto ao sentido do fluxo.
secção transversal, todas as linhas que passavam por uma Se usarmos como exemplo, uma espira posta no plano
área A terão de passar por uma área A’, menor que a ante- de uma página e a submetermos a um fluxo magnético
rior. A única forma de todas as linhas de indução passarem, que tem direção perpendicular à página e com sentido de
ou seja, de se manter o fluxo, por esta área menor é se o entrada na folha.
vetor indução aumentar, o que nos leva a concluir que as • Se for positivo, ou seja, se a fluxo magnético
linhas de indução devem estar mais próximas entre si nas aumentar, a corrente induzida terá sentido anti-horário;
partes onde a área é menor. Como as secções transversais • Se for negativo, ou seja, se a fluxo magnético
no tubo citadas são paralelas entre si, esta afirmação pode diminuir, a corrente induzida terá sentido horário.
ser expressa por: Correntes de Foucault
Quando um fluxo magnético varia através de uma su-
perfície sólida, e não apenas delimitada por um condutor

48
FÍSICA

como foi visto em indução eletromagnética, há criação de S=200km


uma corrente induzida sobre ele como se toda superfície t=4h
fosse composta por uma combinação de espiras muito fi- v=?
nas justapostas.
O nome dado a estas correntes é em homenagem ao
físico e astrônomo francês Jean Bernard Léon Foucault, que
foi quem primeiro mostrou a existência delas. Mesmo o carro tendo ficado parado algum tempo du-
Devido à suas dimensões consideráveis, a superfície rante a viagem, para o cálculo da velocidade média não le-
sofre dissipação de energia por efeito Joule, causando vamos isso em consideração.
grande aumento de temperatura, o que torna possível uti-
lizar estas correntes como aquecedores, por exemplo, em 3. No exercício anterior, qual foi a velocidade nos in-
um forno de indução, que têm a passagem de correntes de tervalos antes e depois de o pneu furar? Sabendo que o
Foucault como princípio de funcionamento. incidente ocorreu quando faltavam 115 km para chegar à
Em circuitos eletrônicos, onde a dissipação por efei- cidade B.
to Joule é altamente indesejável, pois pode danificar seus
componentes. É frequente a utilização de materiais lamina- • Antes da parada:
dos ou formados por pequenas placas isoladas entre si, a S= 200-115=85km
fim de diminuir a dissipação de energia.
t=1hora
Lei de Faraday-Neumann v=?
Também chamada de lei da indução magnética, esta
lei, elaborada a partir de contribuições de Michael Faraday, • Depois da parada:
Franz Ernst Neumann e Heinrich Lenz entre 1831 e 1845,
quantifica a indução eletromagnética. S= 115km
A lei de Faraday-Neumann relaciona a força eletro- t= 4h-1h-1h20min= 1h40min=1,66h (utilizando-se re-
motriz gerada entre os terminais de um condutor sujeito gra de três simples)
à variação de fluxo magnético com o módulo da variação
do fluxo em função de um intervalo de tempo em que esta
variação acontece, sendo expressa matematicamente por: v=?

4. Um bola de basebol é lançada com velocidade igual


a 108m/s, e leva 0,6 segundo para chegar ao rebatedor. Su-
O sinal negativo da expressão é uma consequência da pondo que a bola se desloque com velocidade constante.
Lei de Lenz, que diz que a corrente induzida tem um sen- Qual a distância entre o arremessador e o rebatedor?
tido que gera um fluxo induzido oposto ao fluxo indutor.
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletro-
magnetismo/InducaoMagnetica/transformadores.php.
, se isolarmos S:

Exercicios
Velocidade:

1. Um macaco que pula de galho em galho em um


zoológico, demora 6 segundos para atravessar sua jaula,
que mede 12 metros. Qual a velocidade média dele? 5. Durante uma corrida de 100 metros rasos, um com-
petidor se desloca com velocidade média de 5m/s. Quanto
S=12m tempo ele demora para completar o percurso?
t=6s
v=?

, se isolarmos t:

2. Um carro viaja de uma cidade A a uma cidade B,


distantes 200km. Seu percurso demora 4 horas, pois de-
corrida uma hora de viagem, o pneu dianteiro esquerdo
furou e precisou ser trocado, levando 1 hora e 20 minutos
do tempo total gasto. Qual foi a velocidade média que o
carro desenvolveu durante a viagem?

49
FÍSICA

6. Um carro desloca-se em uma trajetória retilínea 8. O gráfico a seguir mostra as posições em função
descrita pela função S=20+5t (no SI). Determine: do tempo de dois ônibus. Um parte de uma cidade A em
(a) a posição inicial; direção a uma cidade B, e o outro da cidade B para a cidade
(b) a velocidade; A. As distâncias são medidas a partir da cidade A. A que
(c) a posição no instante 4s; distância os ônibus vão se encontrar?
(d) o espaço percorrido após 8s;
(e) o instante em que o carro passa pela posição 80m;
(f) o instante em que o carro passa pela posição 20m.

Comparando com a função padrão:

(a) Posição inicial= 20m


(b) Velocidade= 5m/s

(c) S= 20+5t
S= 20+5.4
S= 40m

(d) S= 20+5.8
S= 60m
Para que seja possível fazer este cálculo, precisamos sa-
ber a velocidade de algum dos dois ônibus, e depois, calcular
a distância percorrida até o momento em que acontece o
(e) 80= 20+5t encontro dos dois, onde as trajetórias se cruzam.
80-20=5t Calculando a velocidade ônibus que sai da cidade A em
60=5t direção a cidade B (linha azul)
12s =t

(f) 20= 20+5t


20-20= 5t
t=0 Sabendo a velocidade, é possível calcular a posição do
encontro, quando t=3h.
7. Em um trecho de declive de 10km, a velocidade má-
xima permitida é de 70km/h. Suponha que um carro inicie
este trecho com velocidade igual a máxima permitida, ao
mesmo tempo em que uma bicicleta o faz com velocidade
igual a 30km/h. Qual a distância entre o carro e a bicicleta
quando o carro completar o trajeto?
• Carro:
• 9. Um carro, se desloca a uma velocidade de 20m/s
S=10km em um primeiro momento, logo após passa a se deslocar
v=70km/h com velocidade igual a 40m/s, assim como mostra o gráfi-
t=? co abaixo. Qual foi o distância percorrida pelo carro?
S=70t
10=70t
0,14h=t
t=8,57min (usando regra de três simples)
• Bicicleta

O tempo usado para o cálculo da distância alcançada


pela bicicleta, é o tempo em que o carro chegou ao final do
trajeto: t=0,14h
v=30km/h
t=0,14h
S=?
S=0+30.(0,14)
S=4,28Km

50
FÍSICA

Tendo o gráfico da v x t, o deslocamento é igual à área 13. Um automóvel encontra-se parado diante de um
sob a reta da velocidade. Então: semáforo. Logo quando o sinal abre, ele arranca com ace-
S= Área A + Área B leração 5m/s², enquanto isso, um caminhão passa por ele
S=20 5 + 40 (15-5) com velocidade constante igual a 10m/s.
S=100+400 (a) Depois de quanto tempo o carro alcança o cami-
S=500m nhão?
(b) Qual a distância percorrida até o encontro.
10. Dois trens partem simultaneamente de um mesmo
local e percorrem a mesma trajetória retilínea com veloci- Escreve-se as equações do muv para o carro e do mu
dades, respectivamente, iguais a 300km/h e 250km/h. Há para o caminhão:
comunicação entre os dois trens se a distância entre eles Carro:
não ultrapassar 10km. Depois de quanto tempo após a saí-
da os trens perderão a comunicação via rádio?
Para este cálculo estabelece-se a velocidade relativa en-
tre os trens, assim pode-se calcular o movimento como se o
trem mais rápido estivesse se movendo com velocidade igual
a 50km/h (300km/h-250km/h) e o outro parado.
Assim:
v=50km/h
S=10km
t=? Caminhão:

Quando os dois se encontram, suas posições são iguais,


então:

11. Durante uma corrida de carros, um dos competido-


res consegue atingir 100km/h desde a largada em 5s. Qual
a aceleração média por ele descrita?

(b) Sabendo o momento do encontro, só é necessário


aplicá-lo em uma das duas funções (do caminhão ou do car-
ro).

Logo o carro encontra o caminhão 4 segundos após a


12. Um móvel, partindo do repouso com uma acelera- sinaleira abrir, a uma distância de 40 m.
ção constante igual 1m/s² se desloca durante 5 minutos. Ao
final deste tempo, qual é a velocidade por ele adquirida? 14. Uma motocicleta se desloca com velocidade cons-
tante igual a 30m/s. Quando o motociclista vê uma pes-
soa atravessar a rua freia a moto até parar. Sabendo que
a aceleração máxima para frear a moto tem valor absoluto
igual a 8m/s², e que a pessoa se encontra 50m distante da
motocicleta. O motociclista conseguirá frear totalmente a
motocicleta antes de alcançar a pessoa?

51
FÍSICA

Como a aceleração utilizada para frear a moto se opõe do uma das crianças lança a bola para cima, esta chega a
ao movimento, tem valor negativo, então: uma altura de 15 metros. E retorna ao chão em 6 segundos.
Qual a velocidade inicial do lançamento?
Para realizar este cálculo deve-se dividir o movimento
em subida e descida, mas sabemos que o tempo gasto para
a bola retornar é o dobro do tempo que ele gasta para subir
ou descer. Então:
• Subida (t=3s)

A motocicleta não irá parar antes de atingir a pessoa.

15. Um corredor chega a linha de chegada em uma


corrida com velocidade igual a 18m/s. Após a chegada ele
anda mais 6 metros até parar completamente. Qual o valor
de sua aceleração?

18. Durante a gravação de um filme, um dublê deve


cair de um penhasco de 30m de altura e cair sobre um col-
chão. Quando ele chega ao colchão, este sofre uma defor-
mação de 1m. Qual é a desaceleração que o dublê sofre até
parar quando chega colchão?
16. Uma pedra é abandonada de um penhasco de A desaceleração sofrida pelo dublê se dará quando a
100m de altura. Com que velocidade ela chega ao solo? velocidade inicial for a velocidade de chegada ao solo na
Quanto tempo demora para chegar? queda vertical, a velocidade final for zero, e a distância do
deslocamento for 1m de deformação do colchão. Então o
primeiro passo para chegar a resolução é descobrir a veloci-
dade de chegada ao solo:
Como no exercício não é dado o tempo, a maneira mais
rápida de se calcular a velocidade é através da Equação de
Torricelli para o movimento vertical, com aceleração da gra-
vidade positiva, já que o movimento é no mesmo sentido da
gravidade.

O segundo passo é calcular o movimento uniformemen-


te variado para a desaceleração da queda. Com velocidade
inicial igual a 24,5m/s.

17. Em uma brincadeira chamada “Stop” o jogador


deve lançar a bola verticalmente para cima e gritar o nome
de alguma pessoa que esteja na brincadeira. Quando a
bola retornar ao chão, o jogador chamado deve segurar a
bola e gritar: “Stop”, e todos os outros devem parar, assim
a pessoa chamada deve “caçar” os outros jogadores. Quan-

52
FÍSICA

19. Um fazendeiro precisa saber a profundidade de Tendo os tempos de cada movimento, podemos cal-
um poço em suas terras. Então, ele abandona uma pedra cular a altura utilizando qualquer uma das duas funções:
na boca do poço e cronometra o tempo que leva para ouvir
o som da pedra no fundo. Ele observa que o tempo crono-
metrado é 5 segundos. Qual a altura do poço?
Podemos dividir o movimento em movimento da pedra
e o deslocamento do som.

• Movimento da Pedra:

20. Durante uma partida de futebol, um goleiro chu-


ta uma bola com velocidade inicial igual 25m/s, formando
um ângulo de 45° com a horizontal. Qual distância a bola
alcançará?

• Deslocamento do som:

Sabendo que a altura do poço é a mesma para as duas 21. Um tiro de canhão é lançado formando um ângulo
funções e que : de 30° com a horizontal, conforme a figura abaixo:

mas , então:

, mas quando a altura for máxima


a velocidade final será zero:

Sabendo que

Então a altura que o tiro do canhão alcança é igual a


50m+30m=80m

53
FÍSICA

22. Suponha que você precise jogar um livro, do se-


gundo andar de um prédio, para um amigo que esteja a
10m de distância de você. Qual deve ser a velocidade ini-
cial com que você deverá lançá-lo? Sabendo que você vai
realizar o lançamento verticalmente e que a janela de um
segundo andar está a 4 metros de altura do chão.

25. Uma roda de 1 metro de diâmetro, partindo do re-


pouso começa a virar com aceleração angular igual a 2rad/
s². Quanto tempo ele demora para atingir uma velocidade
linear de 20m/s?
O primeiro passo para a resolução é transformar a ve-
locidade linear pedida em velocidade angular, considerando
que o raio da roda é igual a metade do diâmetro. Então:

23. Os ponteiros do relógio realizam um movimento A partir daí, apenas se aplica a função horária da velo-
circular uniforme. Qual a velocidade angular dos ponteiros cidade angular:
(a) das horas, (b) dos minutos (c) e dos segundos?
(a) O ponteiro das horas completa uma volta (2π) em 12
horas (12∙3600s)
ωh=∆φt
ωh=2π12∙3600=1,45∙10-4 rad/s
(b) O ponteiro dos minutos completa um volta (2π) em
uma hora (3600s)
ωm=∆φt
ωm=2π3600=1,74∙10-3 rad/s
(c) O ponteiro dos segundos completa uma volta (2π) em
um minuto (60s) 26. Uma bola de bilhar, com raio igual a 2,5cm, após
ωs=∆φt ser acertada pelo jogador, começa a girar com velocidade
ωs=2π60=0,105 rad/s angular igual a 5rad/s, e sofre uma desaceleração igual a
-1rad/s² até parar, qual o espaço percorrido pela bola?
24. Se considerarmos um relógio, no exercício anterior,
com ponteiro das horas de 10cm, dos minutos de 15cm e
dos segundos de 20cm. Qual será a aceleração centrípeta
de cada um dos ponteiros?
O primeiro passo para a resolução é transformar a velo-
cidade linear pedida em velocidade angular

(b)

(c)

54
QUÍMICA

1) Matéria e Substância: Propriedades gerais e específicas; estados físicos da matéria-caracterização e propriedades;


misturas, sistemas, fases e separação de fases; substâncias simples e compostas; substâncias puras; unidades de matéria
e energia...................................................................................................................................................................................................................... 01
2) Estrutura Atômica Moderna: Introdução à Química; evolução dos modelos atômicos; ....................................................... 05
elementos químicos: principais partículas do átomo,................................................................................................................................ 06
número atômico e número de massa, íons, isóbaros, isótonos, isótopos e isoeletrônicos;....................................................... 07
configuração eletrônica: diagrama de Pauling, regra de Hund (Princípio de exclusão de Pauli) e números quânticos. ...........08
3) Classificações Periódicas: Histórico da classificação periódica; grupos e períodos;................................................................. 09
propriedades periódicas: raio atômico, energia de ionização, afinidade eletrônica, eletropositividade e eletronegativida-
de. .................................................................................................................................................................................................................................. 10
4) Ligações Químicas: Ligações iônicas, ligações covalentes e ligação metálica; .......................................................................... 12
fórmulas estruturais: reatividade dos metais. ............................................................................................................................................... 13
5) Características dos Compostos Iônicos e Moleculares: Geometria molecular: polaridade das moléculas; forças inter-
moleculares; número de oxidação; polaridade e solubilidade. ............................................................................................................. 14
6) Funções Inorgânicas: Ácidos, bases, sais e óxidos; nomenclaturas, reações, propriedades, formulação e classificação. ..............17
7) Reações Químicas: Tipos de reações químicas; previsão de ocorrência das reações químicas: balanceamento de equa-
ções pelo método da tentativa e oxirredução.............................................................................................................................................. 18
8) Grandezas Químicas: Massas atômicas e moleculares; massa molar; quantidade de matéria e número de Avogrado. ......... 19
9) Estequiometria: Aspectos quantitativos das reações químicas; cálculos estequiométricos; reagente limitante de uma
reação e leis químicas (leis ponderais). ........................................................................................................................................................... 21
10) Gases: Equação geral dos gases ideais; leis de Boyle e de Gay-Lussac: equação de Clapeyron; princípio de Avogra-
do e energia cinética média; misturas gasosas, pressão parcial e lei de Dalton; difusão gasosa, noções de gases reais e
liquefação. .................................................................................................................................................................................................................. 21
11) Termoquímica: Reações endotérmicas e exotérmicas; tipos de entalpia; Lei de Hess, determinação da variação de
entalpia e representações gráficas; e cálculos envolvendo entalpia.................................................................................................... 23
12) Cinética: Velocidade das reações; fatores que afetam a velocidade das reações; e cálculos envolvendo velocidade da
reação............................................................................................................................................................................................................................ 29
13) Soluções: Definição e classificação das soluções; tipos de soluções, solubilidade, aspectos quantitativos das solu-
ções; concentração comum; concentração molar ou molaridade, título, densidade; relação entre essas grandezas: dilui-
ção e misturas de soluções; e análise volumétrica (titulometria).......................................................................................................... 30
14) Equilíbrio Químico: Sistemas em equilíbrio; constante de equilíbrio; princípio de Le Chatelier; constante de ioniza-
ção; grau de equilíbrio; grau de ionização; efeito do íon comum; hidrólise; pH e pOH; produto de solubilidade; reações
envolvendo gases, líquidos e gases. ................................................................................................................................................................ 32
15) Eletroquímica: Conceito de ânodo, cátodo e polaridade dos eletrodos; processos de oxidação e redução, equacio-
namento, número de oxidação e identificação das espécies redutoras e oxidantes; aplicação da tabela de potenciais
padrão; pilhas e baterias; equação de Nernst; corrosão; eletrólise e Leis de Faraday. ................................................................ 33
16) Radioatividade: Origem e propriedade das principais radiações; leis da radioatividade; cinética das radiações e cons-
tantes radioativas; transmutações de elementos naturais; fissão e fusão nuclear; uso de isótopos radioativos; e efeitos
das radiações. ........................................................................................................................................................................................................... 40
17) Princípios da química orgânica: Conceito: funções orgânicas: tipos de fórmulas; séries homólogas: propriedades
fundamentais do átomo de carbono, tetravalência, hibridização de orbitais, formação, classificação das cadeias carbô-
nicas e ligações.......................................................................................................................................................................................................... 43
18) Análise orgânica elementar: determinação de fórmulas moleculares. ....................................................................................... 51
19) Funções orgânicas: Hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, éteres, cetonas, fenóis, ésteres, ácidos carboxílicos, sais de
ácidos carboxílicos, aminas, amidas e nitrocompostos: nomenclatura, radicais, classificação, propriedades físicas e quí-
micas, processos de obtenção e reações........................................................................................................................................................ 52
QUÍMICA
QUÍMICA

SUBSTÂNCIA E MISTURA
1) MATÉRIA E SUBSTÂNCIA: PROPRIEDADES Analisando a matéria qualitativamente (qualidade)
GERAIS E ESPECÍFICAS; ESTADOS FÍSICOS chamamos a matéria de substância.
DA MATÉRIA-CARACTERIZAÇÃO E Substância  – possui uma composição característica,
determinada e um conjunto definido de propriedades.
PROPRIEDADES; MISTURAS, SISTEMAS,
Pode ser simples (formada por só um elemento químico)
FASES E SEPARAÇÃO DE FASES; ou composta (formada por vários elementos químicos).
SUBSTÂNCIAS SIMPLES E COMPOSTAS; Exemplos de substância simples: ouro, mercúrio, ferro,
SUBSTÂNCIAS PURAS; UNIDADES DE zinco.
MATÉRIA E ENERGIA. Exemplos de substância composta: água, açúcar (saca-
rose), sal de cozinha (cloreto de sódio).
Mistura  – são duas ou mais substâncias agrupadas,
MATÉRIA onde a composição é variável e suas propriedades tam-
O QUE É MATÉRIA bém.
Exemplo de misturas: sangue, leite, ar, madeira, grani-
Matéria é tudo o que tem massa e ocupa espaço. to, água com açúcar.
Qualquer coisa que tenha existência física ou real é ma- CORPO E OBJETO
téria. Tudo o que existe no universo conhecido manifesta- Analisando a matéria quantitativamente chamamos a
se como matéria ou energia. matéria de Corpo.
A matéria pode ser líquida, sólida ou gasosa. São exem- Corpo - São quantidades limitadas de matéria. Como
plos de matéria: papel, madeira, ar, água, pedra.  por exemplo: um bloco de gelo, uma barra de ouro.
Os corpos trabalhados e com certo uso são chamados
de objetos. Uma barra de ouro (corpo) pode ser transfor-
mada em anel, brinco (objeto).

FENÔMENOS QUÍMICOS E FÍSICOS


Fenômeno é uma transformação da matéria. Pode ser
química ou física.
Fenômeno Químico  é uma transformação da matéria
com alteração da sua composição. 
Exemplos: combustão de um gás, da madeira, forma-
ção da ferrugem, eletrólise da água.

Química – é a ciência que estuda os fenômenos quími-


cos. Estuda as diferentes substâncias, suas transformações
e como elas interagem e a energia envolvida.
Fenômenos Físicos  - é a transformação da matéria
sem alteração da sua composição.
Exemplos: reflexão da luz, solidificação da água, ebuli-
ção do álcool etílico.
Física – é a ciência que estuda os fenômenos físicos.
Estuda as propriedades da matéria e da energia, sem que
haja alteração química.

1
QUÍMICA

líquida para a fase sólida, respectivamente.


Ponto de ebulição e de liquefação  – são as tempe-
raturas onde a matéria passa da fase líquida para a fase
gasosa e da fase gasosa para a líquida, respectivamente.
Calor específico – é a quantidade de calor necessária
para aumentar em 1 grau Celsius (ºC) a temperatura de
1grama de massa de qualquer substância. Pode ser medida
em calorias.
Densidade absoluta – relação entre massa e volume
de um corpo.
d=m:V
Propriedade magnética – capacidade que uma subs-
tância tem de atrair pedaços de ferro (Fe) e níquel (Ni).
Maleabilidade – é a propriedade que permite à maté-
ria ser transformada em lâmina. Característica dos metais.
  Ductibilidade – capacidade que a substância tem de
ser transformada em fios. Característica dos metais.
PROPRIEDADES DA MATÉRIA Dureza – é determinada pela resistência que a super-
O que define a matéria são suas propriedades. fície do material oferece ao risco por outro material. O dia-
Existem as propriedades gerais e as propriedades es- mante é o material que apresenta maior grau de dureza na
pecíficas. natureza.
As propriedades gerais são comuns para todo tipo de Tenacidade – é a resistência que os materiais oferecem
ao choque mecânico, ou seja, ao impacto. Resiste ao forte
matéria e não permitem diferenciar uma da outra. São elas:
impacto sem se quebrar.
massa, peso, inércia, elasticidade, compressibilidade, ex-
As propriedades químicas são as responsáveis pelos
tensão, divisibilidade, impenetrabilidade.
tipos de transformação que cada substância é capaz de so-
Massa – medida da quantidade de matéria de um cor- frer. Estes processos são as reações químicas.
po. Determina a inércia e o peso. Fonte: http://www.soq.com.br/conteudos/ef/materia/
Inércia – resistência que um corpo oferece a qualquer p2.php
tentativa de variação do seu estado de movimento ou de
repouso. O corpo que está em repouso, tende a ficar em Matéria – Definição
repouso e o que está em movimento tende a ficar em mo- A matéria não tem uma definição universal, nem é um
vimento, com velocidade e direção constantes. conceito fundamental na física hoje. A matéria também é
Peso – é a força gravitacional entre o corpo e a Terra. usado livremente como um termo geral para a substância
Elasticidade – propriedade onde a matéria tem de re- que compõe todos os objetos físicos observáveis
tornar ao seu volume inicial após cessar a força que causa Todos os objetos da vida cotidiana que podemos tocar
a compressão. ou espremer são compostas de átomos. Esta matéria atô-
Compressibilidade – propriedade onde a matéria tem mica por sua vez é composta de interação de partículas ge-
de reduzir seu volume quando submetida a certas pres- ralmente subatômicas um núcleo de prótons e nêutrons, e
sões. uma nuvem de elétrons em órbita. Normalmente, a ciência
Extensão – propriedade onde a matéria tem de ocupar considera estas partículas compostas importantes, porque
lugar no espaço. eles têm tanto a massa e volume.
Divisibilidade – a matéria pode ser dividida em por- Em contraste, partículas sem massa, como fótons, não
ções cada vez menores. A menor porção da matéria é a são considerados matéria, porque eles não têm massa e
molécula, que ainda conserva as suas propriedades. nem volume.
Impenetrabilidade – dois corpos não podem ocupar o Matéria – O que é
mesmo espaço ao mesmo tempo. A  matéria  é tudo ao seu redor. Átomos e moléculas
As propriedades específicas são próprias para cada são todos compostos de matéria. Matéria é tudo que tem
tipo de matéria, diferenciando-as umas das outras. Podem massa e ocupa espaço. A matéria é, por vezes, relacionada
ser classificadas em organolépticas, físicas e químicas. com luz e radiação eletromagnética.
Mesmo que matéria possa ser encontrada em todo o
As propriedades organolépticas podem ser percebidas
Universo, você só vai encontrá-lo em algumas formas na
pelos órgãos dos sentidos (olhos, nariz, língua). São elas:
Terra. Nós cobrimos cinco estados da matéria no site. Cada
cor, brilho, odor e sabor.
um desses estados é às vezes chamado de uma fase. Há
As propriedades físicas são: ponto de fusão e ponto
muitos outros estados de matéria que existem em ambien-
de ebulição, solidificação, liquefação, calor específico, den-
tes extremos. Os cientistas provavelmente irão descobrir
sidade absoluta, propriedades magnéticas, maleabilidade, mais estados à medida que continuamos a explorar o Uni-
ductibilidade, dureza e tenacidade. verso.
Ponto de fusão e ebulição – são as temperaturas onde Você deve saber sobre sólidos, líquidos, gases, plas-
a matéria passa da fase sólida para a fase líquida e da fase mas, e um estado chamado o condensado de Bose-Einstein

2
QUÍMICA

(BEC). téria.
Os cientistas sempre souberam a respeito de sólidos, Energia
líquidos e gases. A energia é a capacidade de causar a mudança ou fazer
Plasma era uma ideia nova, quando foi identificado por o trabalho.
William Crookes em 1879. Os cientistas que trabalharam O calor que nos aquece, a luz do Sol, de outras estrelas
com o condensado de Bose-Einstein receberam o Prêmio ou das lâmpadas, são formas de energia. Todas as substân-
Nobel por seu trabalho em 1995. cias que formam os materiais que encontramos na Terra,
na Lua, nos outros planetas, nos seres vivos, nos alimen-
Matéria e Energia – Diferença tos, nos objetos, são formas diferentes de matéria. Todos
os seres vivos são feitos de matéria e precisam de energia
para que seu organismo funcione, seja ele uma planta, uma
bactéria ou um ser humano.
Em nossas atividades cotidianas precisamos de vários
tipos de matéria e energia. Para nossa sobrevivência preci-
samos dos alimentos, para que estes nos forneçam ener-
gia para nossas funções vitais. Para o mais leve movimento
que realizamos, como um piscar de olhos, precisamos de
energia.
Além dos alimentos, precisamos de materiais para
produzir todos os objetos, utensílios, ferramentas que
utilizamos:  como um abridor de latas, uma mesa, um
copo, uma máquina de lavar roupa, um fogão a gás, um
computador, um caminhão. Para que qualquer instrumen-
to, máquina ou ferramenta funcione precisamos de algum
tipo de energia, por exemplo, para que um computador
funcione precisamos de energia elétrica, para o funciona-
mento de um abridor de latas precisamos da energia dos
Matéria e Energia nossos músculos.
Tudo no universo é feito de matéria e energia. Além de massa e volume existem outras características
A curiosidade natural do homem, o leva a explorar o comuns a toda matéria e são denominadas propriedades
ambiente que o cerca, observando, analisando, realizando gerais.
experiências, procurando saber o porquê das coisas. Nes- Quando um ônibus arranca a partir do repouso, os
ta atividade, exploradora e investigativa, o homem adquire passageiros tendem a deslocar-se para trás, resistindo ao
conhecimentos. Muitos desses conhecimentos são usados movimento. Por outro lado, quando o ônibus já em movi-
para melhoria de sua vida. mento freia, os passageiros deslocam-se para frente, ten-
O homem aprendeu a utilizar o fogo como fonte de luz dendo a permanecer com a velocidade que possuíam, isto
e calor, a água para mover uma roda, o vapor de água para é devido a uma outra característica da matéria, a inércia.
movimentar máquinas, o vento para movimentar o moinho Inércia: é a propriedade da matéria de resistir a qual-
e barcos a vela, dessa maneira atingiu um conhecimento quer variação de seu estado de repouso ou de movimen-
tecnológico. to.
Por outro lado, essa curiosidade natural o leva a sis- É mais fácil empurrar um carro do que um caminhão,
tematizar os conhecimentos adquiridos, procurando saber porque os corpos que apresentam maior inércia são aque-
como e porquê acontecem, fazer comparações e analogias, les que apresentam maior massa.
Peso:  é a força de atração gravitacional que a Terra
estabelecer relações de causa e efeito, que lhe permitam
exerce sobre um corpo.
fazer previsões. Neste caso ele adquire um conhecimento
Todos os corpos abandonados próximos à superfície
científico dos fatos.
da Terra caem devido aos seus pesos, com velocidades
O Universo é constituído de Matéria e Energia. crescentes, sujeitos a uma mesma aceleração, denominada
aceleração da gravidade. A aceleração da gravidade é re-
Matéria presentada pela letra g.
Se você observar o ambiente que o rodeia, notará coi- A aceleração da gravidade varia de um local para ou-
sas que pode pegar, como uma bola, lápis, caderno, ali- tro, quanto mais distante do centro da Terra o corpo se
mentos, outras que pode ver, como a lua, as estrelas, e ou- encontrar, menor será a ação da atração gravitacional.
tras ainda que pode apenas sentir, como o vento, a brisa. Na superfície da Terra, a aceleração da gravidade varia
Se você colocar algumas destas coisas em uma balança, muito pouco e o valor desta é aproximadamente 9,8 m /
perceberá que todas elas possuem uma quantidade de s2,ou seja, a cada segundo a sua velocidade aumenta em
massa, medida em relação a um padrão pré-estabelecido. 9.8 m/s.
Todas essas coisas que você observou, comparou Peso e massa de um corpo não são a mesma coisa, o
e cuja quantidade você mediu, têm características co- peso de um corpo depende do valor local da aceleração da
muns: ocupam lugar no espaço e têm massa. gravidade e a massa é a quantidade de matéria, além de
Tudo que ocupa lugar no espaço e tem massa é ma- ser uma propriedade exclusiva do corpo, não depende do

3
QUÍMICA

local onde é medida. A energia cinética é a energia do movimento. A bola


Peso e massa estão relacionados entre si, o peso de um tem energia cinética quando ela voa através do ar – possui
corpo é proporcional a sua massa. a capacidade de fazer trabalho uma vez que age sobre ou-
p = mg tros objetos com os quais colide.
Energia potencial  é um tipo de energia armazenada
Cálculo do peso de um corpo na Terra, na Lua e no que os objetos têm devido a sua posição ou configuração.
Espaço: Um copo em uma tabela possui energia potencial; se você
bater o copo em cima da mesa, a gravidade irá acelerar
N a N a o cálice, e sua energia potencial irá converter em energia
No Espaço cinética.
Terra Lua
Muitos outros tipos de energia existem, incluindo elé-
Massa do corpo trica, química, térmica e eletromagnética nuclear.
3 kg  3 kg  3 kg 
(m) No início do século 20, os cientistas teorizaram que
massa e energia estão intimamente ligados. Albert Einstein
Aceleração da 9,8 m/ 1 , 6 aproximadamente
descreveu esta chamada equivalência massa-energia com
gravidade (g) s2 m/s2 0 m/s2
a sua famosa equação E = mc2, onde “E” significa “energia”,
p= 3 “m” significa “massa” e “c” é a velocidade da luz.
p = 3 Energia – Definição
x 1,6 aproximadamente
Peso (p = mg) x 9,8 = Medida da capacidade de um organismo ou sistema
= 4,8 0N
29,4 N para fazer o trabalho ou produzir uma mudança, expressa
N
geralmente em joules ou quilowatts-hora (kWh). Nenhuma
Observação: Peso é praticamente 0 N, porque a força atividade é possível sem energia e seu montante total no
gravitacional é mínima. universo é fixo. Em outras palavras, não pode ser criado ou
Um objeto na Lua, na Terra e no Espaço possuem a destruído, mas apenas pode ser mudado de um tipo para
mesma massa, mas possuem peso muito diferentes, por- outro.
que a ação da força de atração gravitacional da Lua é bem Os dois tipos básicos de energia são:
menor, equivalente a 1/6 da força gravitacional da Terra. E 1) Potencial: energia associada com a natureza, po-
no espaço a aceleração da gravidade é quase inexistente. sição ou estado (como a energia química, energia elétrica,
Se o Super-Homem, viesse de um outro planeta no energia nuclear).
qual a força gravitacional fosse muito maior que a da Terra, 2) Energia Cinética:  a energia associada com o movi-
ele daria saltos imensos, nos dando a impressão que esta- mento (como um carro em movimento ou uma roda gira-
ria voando. tória).
Na Lua seríamos como o super-homem, pois daríamos Matéria e Energia – Química
saltos tão altos que teríamos a sensação de estarmos voan- A Química estuda as transformações que envol-
do. vem matéria e energia.
Se em um copo completamente cheio com água você A matéria
colocar uma pedra, notará que a água transbordará, isto Denomina-se matéria tudo aquilo que tem massa e
ocorre em função de uma outra propriedade da matéria, ocupa lugar no espaço e, desse modo, possui volume. Po-
denominada impenetrabilidade. demos citar como exemplos de matéria a madeira, o ferro,
Impenetrabilidade: dois corpos não podem ocupar o a água, o ar e tudo o mais que imaginemos dentro da de-
mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo. finição acima. A ausência total de matéria é o vácuo. De-
Energia – O que é nomina-se corpo qualquer porção limitada de matéria, por
O universo é feito de matéria e energia. exemplo uma tábua de madeira, uma barra de ferro, um
Matéria – qualquer coisa que tem massa e ocupa espa- cubo de gelo. Denomina-se objeto todo corpo que, devido
ço – é bastante simples e fácil de entender, mas a energia é à sua forma, se presta a determinada finalidade ou uso,
um pouco mais abstrato. como uma cadeira, uma faca ou um martelo.
Na física, a energia é a capacidade de fazer o trabalho, Propriedades da matéria: Propriedades são uma série
ou a capacidade de mover-se ou provocar a transformação de características que, em conjunto, definem a espécie de
da matéria. Com efeito, a quantidade de energia algo tem matéria.
se refere à sua capacidade de fazer as coisas acontecerem. Podemos dividi-las em 3 grupos: gerais, funcionais e
Energia  tem algumas propriedades importantes. Por específicas.
um lado, a energia é sempre “conservada” – que não pode 1. Propriedades gerais
ser criada ou destruída. Ela pode, no entanto, ser transferi- São as propriedades inerentes a toda espécie de ma-
dos entre objetos ou sistemas pelas interações das forças. téria.
Por exemplo, a energia em vegetais é transferido para as Massa:  é a grandeza que usamos como medida da
pessoas que as digerem. quantidade de matéria de um corpo ou objeto. 
Outra propriedade da  energia  é que ela possui vária Extensão: espaço que a matéria ocupa, seu volume. 
formas, e pode ser convertida de uma forma para outra. As Impenetrabilidade:  é o fato de que duas porções de
duas formas mais comuns ou básicas de energia são ener- matéria não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo
gia cinética e energia potencial. tempo.

4
QUÍMICA

Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida sem al- A Lei da Conservação da Energia diz: sempre que de-
terar a sua constituição (até um certo limite). saparece uma quantidade de uma classe de energia, uma
Compressibilidade: o volume ocupado por uma por- quantidade exatamente igual de outra(s) classe(s) de ener-
ção de matéria pode diminuir sob a ação de forças exter- gia é (são) produzida(s). Quando Albert Einstein formulou
nas. a Teoria da Relatividade, mostrou que a massa (portanto a
Elasticidade: se a ação de uma força causar deforma- matéria) pode se transformar em energia e que a energia
ção na matéria, dentro de um certo limite, ela poderá retor- pode se transformar em massa (matéria).
nar à forma original. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/quimica/
2. Propriedades funcionais materia-e-energia
São propriedades comuns a determinados grupos de
matéria, identificadas pela função que desempenham. A
Química se preocupa particularmente com estas proprie- 2) ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA:
dades. Podemos citar como exemplo de propriedades fun- INTRODUÇÃO À QUÍMICA; EVOLUÇÃO DOS
cionais a acidez, a basicidade, a salinidade de algumas es-
MODELOS ATÔMICOS;
pécies de matéria.
3. Propriedades específicas
São propriedades individuais de cada tipo particu-
lar de matéria: Um grande passo rumo ao desenvolvimento da Quími-
Organolépticas: são aquelas capazes de impressionar ca como ciência foi a evolução do entendimento a respeito
os nossos sentidos, como a cor, que impressiona a visão, o da estrutura atômica. Por exemplo, foi possível entender
sabor e o odor, que impressionam o paladar e o olfato res- o que constitui a matéria, prever determinados comporta-
pectivamente, e a fase de agregação da matéria, que pode mentos dos materiais, entender e manipular a radioativi-
ser sólida (pó, pasta), líquida ou gasosa e que impressiona dade, produzir produtos de nossos interesses e assim por
o tato. diante.
Químicas:  são propriedades responsáveis pelos tipos Mas, para que chegássemos até a ideia atual da estru-
de transformação que cada matéria é capaz de sofrer. Por tura atômica, foi preciso o pensamento de filósofos, que
exemplo, o vinho pode se transformar em vinagre; o fer- levantaram hipóteses, isto é, suposições que na época não
ro pode se transformar em aço, mas o vinho não pode se podiam ser comprovadas, sobre a constituição da matéria.
transformar em aço nem o ferro em vinagre. Entre eles estavam os dois filósofos gregos Demócrito e
Físicas:  são certos valores constantes, encontrados Leucipo que, em meados de 450 a.C, levantaram a hipó-
experimentalmente, para o comportamento de cada tipo tese de que tudo seria formado por pequenas partículas
de matéria, quando submetida a determinadas condições. indivisíveis, que eles denominaram de átomos. Essa palavra
Essas condições não alteram a constituição da matéria, por vem do grego a, que significa “não”, e tomo, “parte”, ou
mais adversas que sejam. Por exemplo: sob uma pressão seja, “sem partes” ou “indivisível”. Isso significa que se fôs-
de 1 atmosfera, a água passa de líquida para gasosa à tem- semos dividindo sucessivamente um corpo, chegaríamos
peratura de 100°C, sempre. num momento em que isso não seria mais possível, porque
A energia chegaríamos à menor parte que compõe a matéria.
Denomina-se energia a capacidade de realizar trabalho No entanto, suas ideias não foram bem aceitas pelos
e tudo que pode modificar a matéria, por exemplo, na sua filósofos da época e elas foram substituídas por outras,
posição, fase de agregação ou natureza química. Energia é como as ideias de Aristóteles que perduraram por séculos
também tudo o que pode provocar ou anular movimentos à frente.
e causar deformações. Foi somente no século XIX que a ideia dos átomos foi
Há várias formas de energia: a energia mecânica, que retomada, pois agora os cientistas podiam testar as suas
engloba as energias potencial (de posição) e cinética (de hipóteses por meio de experimentos para comprová-los ou
movimento), a energia elétrica, a energia química, a ener- para refutar ideias de outros cientistas. Logo mais abaixo,
gia nuclear e assim por diante. temos alguns dos principais cientistas que contribuíram
Propriedades da energia:  As propriedades funda- para o estudo da constituição do átomo, que são vistos no
mentais da energia são a transformação e a conservação. Ensino Médio.
1. A transformação Embora algumas ideias não estivessem totalmente
Uma forma de energia pode se transformar em: corretas, todas as contribuições dadas foram importantes,
Uma queda d’água pode ser usada para transformar pois foi a partir da ideia de um cientista que o outro pode
energia potencial em energia elétrica.  desenvolver o próximo modelo.
A energia elétrica se transforma em luminosa quando Todos eles elaboram um modelo atômico, ou seja, uma
acendemos uma lâmpada ou em energia térmica quando representação que não corresponde exatamente à realida-
ligamos um aquecedor.  de, mas que serve para explicar corretamente o comporta-
A energia química se transforma em elétrica quando mento do átomo. Por exemplo, imagine que você faça um
acionamos a bateria de um carro, e assim por diante. desenho idêntico a uma caneta. Por meio deste desenho,
2. A conservação todos conseguem identificar que se trata de uma caneta,
A energia não pode ser criada ou destruída. porém o desenho não é a caneta. De modo similar, o mo-

5
QUÍMICA

delo atômico serve para entendermos o funcionamento do O átomo seria semelhante ao sistema solar, em que o
átomo, suas propriedades e características. Mas, o modelo núcleo representaria o Sol e os elétrons girando ao redor
não é exatamente igual ao átomo. do núcleo seriam os planetas.
Vejamos então os principais modelos atômicos: Modelo de Rutherford para o átomo, parecido com o
1- Modelo de Dalton: sistema solar
O químico inglês John Dalton (1766-1844) retomou as Em 1904, Rutherford descobriu que na verdade o nú-
ideias de Leucipo e Demócrito e, baseando-se em leis já cleo era composto por partículas positivas denominadas
comprovadas experimentalmente, como as Leis Ponderais, prótons e, em 1932, Chadwick descobriu que havia tam-
ele propôs resumidamente que o átomo seria parecido bém partículas neutras no núcleo que ajudavam a diminuir
com uma bola de bilhar, isto é, esférico, maciço e indivi- a repulsão entre os prótons.
sível. 4- Modelo de Rutherford-Bohr:
Modelo de Dalton para o átomo, parecido com uma O estudo dos espectros eletromagnéticos dos elemen-
bola de bilhar tos pelo físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) permi-
2-Modelo de Thomson: tiu adicionar algumas observações ao modelo de Ruther-
A natureza elétrica da matéria já era bem conhecida,
ford, por isso, o seu modelo passou a ser conhecido como
por exemplo, há 2500 anos, na Grécia antiga, o filósofo Ta-
modelo atômico de Rutherford-Bohr:
les de Mileto já havia mostrado que quando atritamos âm-
Só é permitido ao elétron ocupar níveis energéticos
bar com um pedaço de lã, ele passa a atrair objetos leves.
Porém, o modelo atômico de Dalton não explicava esse nos quais ele se apresenta com valores de energia múlti-
fato: como a matéria neutra podia ficar elétrica. plos inteiros de um fóton.
Assim, em 1897, o físico inglês Joseph John Thomson Modelo de Rutherford-Bohr para o átomo
(1856-1940) passou a trabalhar com a ampola de Crookes, Dúvidas sobre esse modelo podem ser solucionadas
ou seja, um tubo onde gases eram submetidos a voltagens lendo o texto O átomo de Bohr
elevadíssimas, produzindo raios catódicos. Quando se co- É importante ressaltar que as ideias sobre o que com-
locava um campo elétrico externo, esses raios se desviavam põe o átomo continuam progredindo e existem outros mo-
em direção à placa positiva, o que significava que o átomo delos atômicos mais modernos. Entretanto, o modelo de
teria partículas negativas, que ficaram denominadas como Rutherford-Bohr explica a grande maioria dos comporta-
elétrons. mentos do átomo estudados no Ensino Médio.
No entanto, como a natureza da matéria é neutra, uma Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/
explicação razoável seria de que haveria uma parte positiva evolucao-dos-modelos-atomicos.htm
que neutralizaria os elétrons. Com base nesse raciocínio,
em 1903, Thomson modificou o modelo de Dalton, pois
o átomo não seria maciço nem indivisível, e estabeleceu o
seu, que propôs o seguinte: ELEMENTOS QUÍMICOS: PRINCIPAIS
O átomo é uma esfera de carga elétrica positiva, não PARTÍCULAS DO ÁTOMO,
maciça, incrustada de elétrons (partículas negativas), de
modo que sua carga total seja nula.
Esse modelo foi comparado a um “pudim de passas”.
Veja no texto O átomo de Thomson. Inicialmente, tanto no conceito dos filósofos gregos,
Modelo de Thomson para o átomo, parecido com um quanto no conceito de Dalton, achava-se que o átomo
pudim de passas era uma partícula indivisível. No entanto, com o passar do
3- Modelo de Rutherford: tempo e com o avanço dos métodos científicos, por meio
Em 1911, o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-
de experimentos abalizados, foi possível descobrir que na
1937) realizou um experimento que pode ser visto no texto
verdade o átomo é divisível.
Átomo de Rutherford, em que ele bombardeou uma finís-
Ele é composto por três partículas subatômicas prin-
sima lâmina de ouro com partículas alfa vindas do polô-
nio radioativo. Ele observou que a maioria das partículas cipais, que são: elétrons, prótons e nêutrons. Observe na
atravessava a folha, o que significava que o átomo deveria tabela abaixo algumas características de cada uma dessas
ter imensos espaços vazios. Algumas partículas eram reba- partículas e, em seguida, como foram descobertas.
tidas, o que seria explicado se o átomo tivesse um núcleo Localização e estrutura das partículas subatômicas no
pequeno e denso e, por fim, algumas partículas alfa sofriam átomo.
um desvio em sua trajetória, o que significava que o núcleo
seria positivo, pois as partículas alfa eram positivas e foram • Elétrons (e-): essa foi a primeira partícula a ser des-
repelidas ao passar perto do núcleo. coberta. Desde a Antiguidade, cerca de 2500 anos atrás, na
Com isso, o modelo atômico de Rutherford defendeu Grécia antiga, já se conhecia a natureza elétrica da matéria.
o seguinte: Porém, somente em 1856 é que foi comprovada a existên-
O átomo seria composto por um núcleo muito pe- cia do elétron no átomo. Os cientistas Geissler e Crookes
queno e de carga elétrica positiva, que seria equilibrado usaram um tubo de raios catódicos em que, ao se aplicar
por elétrons (partículas negativas), que ficavam girando ao uma ddp (diferença de potencial) muito alta, era possível
redor do núcleo, numa região periférica denominada ele- ver um feixe de luz (raios catódicos) que ia na direção do
trosfera. polo positivo.

6
QUÍMICA

Visto que cargas opostas se atraem, em 1897, J. J.


Thomson (1856-1940) provou que esse feixe ordenado era NÚMERO ATÔMICO E NÚMERO DE MASSA,
composto de partículas subatômicas que tinham uma car- ÍONS, ISÓBAROS, ISÓTONOS, ISÓTOPOS E
ga elétrica negativa e recebeu o nome de elétron (termo ISOELETRÔNICOS;
que tem origem no grego élektron, que significa âmbar –
resina que era atritada e atraía pequenos objetos). Ele fez
isso por determinar que a relação da carga do elétron e de
sua massa apresentava o mesmo valor (e/m = 1,758805 . Tomando o modelo de Rutherford–Bohr como objeto
1011 C. kg-1), independente do gás que estivesse no tubo de estudo, podemos definir alguns tópicos básicos que vão
ou na ampola. Se não importava qual gás era usado no nortear nossos estudos.
experimento, isso significava que o elétron fazia parte do a) Número atômico (Z): n.° de prótons (P) no núcleo
componente básico de qualquer matéria, o átomo. de um átomo.
O número atômico caracteriza um elemento químico.
Segundo o modelo atômico de Rutherford-Böhr, essa
b)  Número de massa (A):  O número de massa é a
partícula permanece girando ao redor do núcleo, em uma
soma dos prótons (P) e nêutrons (N) do núcleo de um áto-
região denominada eletrosfera, e sua energia varia de áto-
mo.
mo para átomo, pois depende da camada eletrônica em
A = P + N ou A = Z + N
que ele se apresenta, no seu estado fundamental.
Um átomo (X) será representado assim:
Por meio de experimentos com tubo de raios catódi- A
X ou zXA
cos, Thomson comprovou a existência do elétron. z
Átomo neutro
• Prótons (p): segunda partícula a ser descoberta. Esse Aquele em que o número de prótons é igual ao núme-
fato ocorreu em 1904, pelo cientista Ernest Rutherford ro de elétrons.
(1871-1937) e sua equipe de trabalho. Eles usaram um tubo Exemplo: 11Na23 e 8O16
parecido com o tubo de raios catódicos, porém o gás que Íon
o preenchia era o gás hidrogênio e observaram um feixe Espécie química cujo número de prótons é diferente do
que ia no sentido do polo negativo. Assim, foi comprovada número de elétrons.
a existência na estrutura do átomo de partículas positivas, Os cátions são formados por retiradas de um ou mais
que foram denominadas prótons (p), que vem do grego elétrons da eletrosfera de um átomo: íon carregado posi-
prôtos, que significa “primeiro”. tivamente.
Essa partícula permanece no núcleo do átomo e só so- Exemplos:
fre mudança em reações nucleares de fusão ou fissão. Ela 23
11
Na1+ = perdeu 1 elétron
tem intensidade de carga elétrica igual a do elétron, porém 35
17
Cl1- = ganhou 1 elétron
com sinal oposto. Ânions
• Nêutrons (n): o modelo atômico até então dizia que são formados quando adicionamos um ou mais elé-
o átomo tinha um núcleo positivo, com prótons e uma ele- trons à eletrosfera de um átomo: íon carregado negativa-
trosfera com partículas negativas, os elétrons. Porém, visto mente.
que cargas opostas se atraem, isso comprometia a estabi- Exemplos:
lidade do átomo; os elétrons iriam perder energia e per-
16
8
O2- = ganhou 2 elétrons
correr um espiral em direção ao núcleo, emitindo energia
35
17
Cl1- = ganhou 1 elétron
em forma de luz. Dessa forma, Rutherford admitiu que no Isótopos
núcleo existiam também partículas subatômicas, denomi- Átomos com o mesmo número atômico (número de
prótons) e diferentes números de massa. Pertencem ao
nadas nêutrons, que não possuíam carga nenhuma.
mesmo elemento químico. Os isótopos possuem proprie-
Isso foi comprovado em 1932, por Chadwick, que reali-
dades químicas iguais e propriedades físicas diferentes.
zou experimentos com material radioativo e descobriu essa
Exemplo: 
partícula neutra, nomeando-a nêutron. 1
1
H = Prótio ou hidrogênio leve
2
H = Deutério
* 1 u equivale a 1,660566 . 10-27 kg. 3
1
H = Trítio
# 1 uec equivale à unidade elementar de carga elétrica, 1
Isóbaros
que é 1,6 . 10-19 C. Átomos com o mesmo número de massa (A). Os isó-
Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/quimica/a-com- baros possuem propriedades químicas e físicas diferentes.
posicao-atomo.html Exemplo:
40
19
K e 4020Ca
Isótonos
Átomos com o mesmo número de nêutrons (N). Os isó-
tonos possuem propriedades físicas e químicas diferentes.
Exemplo:
37
17
Cl e 4020Ca

7
QUÍMICA

Isoeletrônicos
Espécies químicas com o mesmo número de elétrons.
Os isoeletrônicos possuem propriedades físicas e químicas
diferentes.
Exemplo:
15
P3 – e 20Ca2+ : ambos com 18 elétrons.
Fonte: https://www.colegioweb.com.br/estrutura-ato-
mica/numero-atomico-e-numero-de-massa.html

CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA: DIAGRAMA


DE PAULING, REGRA DE HUND (PRINCÍPIO
DE EXCLUSÃO DE PAULI) E NÚMEROS
QUÂNTICOS. Visto que, para um mesmo nível, os subníveis têm ener-
gias diferentes,  nem sempre o subnível energético é o
mais afastado do núcleo. Por isso, é importante seguir a
Segundo o cientista Schrödinger, cada elétron da ele- ordem crescente de energia dos subníveis no momento
trosfera de um átomo possui uma determinada quantidade de fazer a distribuição dos elétrons. Essa ordem é dada
de energia. Assim, cada elétron só permanece no nível e pelas setasindicadoras no Diagrama de Pauling:
subnível de energia correspondente.
A distribuição desses elétrons em seus níveis e subní-
veis de energia é feita de forma crescente de energia. E sua
representação gráfica é dada pelo Diagrama de Pauling,
criado pelo químico Linus Pauling (1901-1994), que rece-
beu dois prêmios Nobel, um de Química (1954) e o outro
da Paz (1962).
O diagrama de Pauling representa os níveis, que são
as camadas eletrônicas do átomo. São sete níveis, enume-
rados de forma crescente do mais próximo ao núcleo para
fora (1, 2, 3... 7) e, denominados, respectivamente, pelas
letras K, L, M, N, O, P e Q.
Existem no máximo quatro subníveis, que são: s, p, d, f.
A quantidade de subníveis existentes em cada nível
está esboçada abaixo:

Portanto, veja exemplos de distribuição dos elétrons de


dois elementos químicos:

Exemplo 1: Magnésio (12Mg)


Ordem energética da distribuição eletrônica do  12Mg:
1s2, 2s2, 2p6 e 3s2.

A quantidade máxima de elétrons que pode ser distri-


buída em cada nível e subnível está evidenciada a seguir:

Exemplo 2: Vanádio (23V):


Ordem energética da distribuição eletrônica do 23V: 1s2,
2s , 2p6,3s2, 3p6, 4s2 e 3d3.
2

8
QUÍMICA

Essa divisão pode ser vista por cores, na Tabela Perió-


dica abaixo:
• Metais:  os metais constituem a maior parte dos
elementos existentes (dois terços). Eles estão representa-
dos pela cor amarela na Tabela acima e correspondem a
87 elementos.

Em temperatura ambiente eles são duros, sólidos, com


exceção apenas do mercúrio (Hg), que é líquido. São con-
dutores de calor e eletricidade. O metal é caracterizado
também por sua  maleabilidade  (capacidade de ser mol-
dado) e pela sua ductilidade (capacidade de formar fios,
como, por exemplo, os fios de cobre, usados em fios de
transmissão de energia elétrica). Além disso, apresenta um
Observe que, nesse exemplo, no último subnível preen- “brilho metálico” característico.
chido (3d) cabiam 10 elétrons; porém, apenas 3 foram ne- Os elementos das famílias ou grupos 1 (IA) e 2 (IIA),
cessários para completar o número atômico. são, respectivamente, denominados metais alcalinos (do
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/qui- árabe  álcali, “cinza de plantas”) e metais alcalinoterrosos
mica/distribuicao-eletronica-no-diagrama-pauling. (com o sentido de “existir na terra”).
htm O grupo dos metais pode ser subdividido em três par-
tes:
A regra de Hund foi publicada, em 1927, pelo físico ale- •   Metais representativos, típicos ou característi-
mão Friedrich Hermann Hund (1896-1997) conhecido por cos: são 19 elementos pertencentes às colunas “A”*.
seu trabalho sobre a estrutura eletrônica de átomos e mo- •   Metais de transição: são 32 elementos perten-
léculas. Ele ajudou a introduzir o método de utilização de centes às colunas 3 a 12 ou 3B, 4B, 5B, 6B, 7B, 8B, 1B e 2B*.
orbitais moleculares para determinar a estrutura eletrônica •   Metais de transição interna: são 26 elementos
das moléculas e a formação de ligações químicas. da série dos Lantanídeos e dos Actinídeos.
A regra de Hund resume essa constatação experimen- •   10 metais não se encaixam em nenhum desses.
tal: elétrons numa mesma subcamada tendem a permane-  
cer desemparelhados (em orbitais separados), com spins •   Ametais ou Não metais:  são os 11 elementos
paralelos. Portanto, haverá uma menor repulsão interele- indicados na Tabela acima pela cor rosa: Carbono (C), Ni-
trônica. trogênio (N), Fósforo (P), Oxigênio (O), Enxofre (S), Selênio
Essa regra, juntamente com o princípio da exclusão de (Se), Flúor (F), Cloro (Cl), Bromo (Br), Iodo (I) e Astato (At).
Pauli, é utilizada no principio da construção (distribuição Esses elementos possuem as características opostas
dos elétrons nos diagramas de orbitais). Dessa forma, os dos metais, ou seja, não são bons condutores de calor e
orbitais são preenchidos elétron a elétron (nunca adicio- eletricidade. Pelo contrário, a maioria funciona como iso-
nando dois elétrons por vez e com mesmo spin no orbital). lante (apenas a grafita (Cn(s)) é boa condutora de calor e
Se mais de um orbital em uma subcamada estiver disponí- eletricidade). Eles não possuem brilho característico (com
vel, adiciona-se elétrons com spins paralelos aos diferentes exceção do iodo (I2(s)) e da grafita, já mencionada), e frag-
orbitais daquela subcamada até completá-la, antes de em- mentam-se.
parelhar dois elétrons em um dos orbitais. •   Semimetais: esta nomenclatura está em desuso,
Na figura vemos como será o preenchimento dos elé- pois a IUPAC (União Internacional de Química Pura e Apli-
trons até o gás nobre de número atômico 118, fechando cada) não reconhece mais essa classificação desde 1986.
com isso o 7o período da Tabela Periódica. E estamos perto Entretanto, em muitas Tabelas sete elementos ainda são
disso. classificados dessa forma, pois possuem características in-
Fonte: https://quimicaensinada.blogspot.com. termediárias às dos metais e às dos ametais.
br/2014/03/regra-de-hund.html Nas Tabelas Periódicas em que essa classificação não é
mais usada, os elementos Germânio (Ge), Antimônio (Sb)
e o Polônio (Po) são considerados metais. E os elementos
Boro (B), Silício (Si), Arsênio (As) e o Telúrio (Te) são não
3) CLASSIFICAÇÕES PERIÓDICAS: HISTÓRICO metais.
DA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA; GRUPOS E
PERÍODOS; •   Gases Nobres: representam os elementos da fa-
mília 18 (0 ou VIII A), que são, respectivamente: hélio, neô-
nio, argônio, criptônio, xenônio e radônio. Esses elementos
são gasosos na temperatura ambiente e, normalmente, são
Os elementos químicos da Tabela Periódica são classi- encontrados na natureza em sua forma isolada, pois assim
ficados em cinco grandes grupos: metais, ametais (ou não são mais estáveis. Além disso, eles não formam compostos
metais), semimetais, gases nobres e hidrogênio. com outros elementos espontaneamente.

9
QUÍMICA

•   Hidrogênio: esse elemento não se enquadra em nenhum grupo da Tabela Periódica. Em algumas Tabelas ele apa-
rece na família dos alcalinos, por possuir um elétron em sua camada de valência. Aliás, essa é sua única camada eletrônica.
Porém, suas características não são semelhantes às dos elementos dessa família.
O hidrogênio é o elemento mais abundante no universo, pois pode se combinar com metais, ametais e semimetais. É
um gás extremamente inflamável, em temperatura ambiente, e normalmente é encontrado nas altas camadas da atmosfera
ou combinado com outros elementos.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/classificacao-dos-elementos.htm

PROPRIEDADES PERIÓDICAS: RAIO ATÔMICO, ENERGIA DE


IONIZAÇÃO, AFINIDADE ELETRÔNICA, ELETROPOSITIVIDADE E
ELETRONEGATIVIDADE.

As propriedades periódicas dos elementos químicos são as características inerentes à esses elementos que variam
de acordo com sua posição na tabela periódica, ou seja, com o número atômico.
As propriedades periódicas são: eletronegatividade, eletropositividade, raio atômico, afinidade eletrônica, poten-
cial de ionização, densidade atômica, volume atômico, temperatura de fusão e temperatura de ebulição. As quatro
últimas propriedades muitas vezes são consideradas aperiódicas por apresentarem um certo desordenamento: o volume
atômico cresce, no período, do centro para as extremidades; as temperaturas de fusão e ebulição crescem com o raio atô-
mico nas famílias da esquerda (1A e 2A), e decrescem nas da direita (gases nobres e halogênios).
As propriedades mais estudadas são:
Eletronegatividade
A eletronegatividade é a tendência que um átomo tem em receber elétrons em uma ligação química, logo, não pode
ser calculada a eletronegatividade de um átomo isolado.
A escala de Pauling, a mais utilizada, define que a eletronegatividade cresce na família de baixo para cima, devido à di-
minuição do raio atômico e do aumento das interações do núcleo com a eletrosfera; e no período da esquerda pela direita,
acompanhando o aumento do número atômico.
O flúor é o elemento mais eletronegativo da tabela periódica.

Eletropositividade
A forma da medição da eletropositividade é a mesma da eletronegatividade: através de uma ligação química. Entretan-
to, o sentido é o contrário, pois mede a tendência de um átomo em perder elétrons: os metais são os mais eletropositivos.
A eletropositividade cresce no sentido oposto da eletronegatividade: de cima para baixo nas famílias e da direita para
a esquerda nos períodos.
O frâncio é o elemento mais eletropositivo, logo, tem tendência máxima à oxidação.

10
QUÍMICA

Obs.:
Como os gases nobres são muito inertes, os valores de eletronegatividade e eletropositividade não são objetos
de estudo pela dificuldade da obtenção desses dados.

Raio Atômico

Raio atômico é, basicamente, a distância do núcleo de um átomo à sua eletrosfera na camada mais externa. Porém,
como o átomo não é rígido, calcula-se o raio atômico médio definido pela metade da distância entre os centros dos núcleos
de dois átomos de mesmo elemento numa ligação química em estado sólido:

O raio atômico cresce na família de cima para baixo, acompanhando o número de camadas dos átomos de cada ele-
mento; e, nos períodos, da direita para a esquerda.
Quanto maior o número atômico de um elemento no período, maiores são as forças exercidas entre o núcleo e a ele-
trosfera, o que resulta num menor raio atômico.
O elemento de maior raio atômico conhecido é o Césio, entretanto, é muito provável que o Frâncio tenha um maior
raio atômico, porém isto ainda não foi confirmado, em razão da raridade deste elemento na natureza.
Afinidade Eletrônica
A afinidade eletrônica mede a energia liberada por um átomo em estado fundamental e no estado gasoso ao receber
um elétron. Ou ainda, a energia mínima necessária para a retirada de um elétron de um ânion de um determinado elemen-
to.

11
QUÍMICA

Nos gases nobres, novamente, a afinidade eletrônica Os Íons são átomos que possuem uma carga elétrica
não é significativa. Entretanto, não é igual a zero: já que a por adição ou perda de um ou mais elétrons, portanto um
adição de um elétron em qualquer elemento causa libera- ânion, de carga elétrica negativa, se une com um cátion de
ção de energia. carga positiva formando um composto iônico por meio da
A afinidade eletrônica não tem uma forma muito defi- interação eletrostática existente entre eles.
nida no seu crescimento na tabela periódica, mas seu com- Exemplo: Na+​Cl-  = NaCl (cloreto de sódio ou sal de
portamento é parecido com a eletronegatividade: cresce cozinha)
de baixo para cima e da esquerda para a direita.
O Cloro possui maior afinidade eletrônica: cerca de 350 Ligação Covalente
KJ/mol (em módulo). Também chamada de  ligação molecular, as  ligações
Potencial de Ionização covalentes  são ligações em que ocorre o compartilha-
O potencial de ionização mede o contrário da afinida- mento de elétrons para a formação de moléculas estáveis,
de eletrônica: a energia necessária para retirar um elétron segundo a Teoria do Octeto; diferentemente das ligações
de um átomo neutro, em estado fundamental e no estado iônicas em que há perda ou ganho de elétrons.
gasoso. Sendo que, para a primeira retirada de elétron a Além disso, os pares eletrônicos é o nome dado aos
quantidade de energia requerida é menor que a segunda elétrons cedido por cada um dos núcleos, figurando o
retirada, que por sua vez é menor que a terceira retirada, e compartilhamento dos elétrons das ligações covalentes.
assim sucessivamente. Como exemplo, observe a molécula de água H2O: H
Apresenta mesmo comportamento da afinidade ele- - O - H, formada por dois átomos de hidrogênio e um de
trônica e da eletronegatividade. Logo, pode-se afirmar que oxigênio em que cada traço corresponde a um par de elé-
o Flúor e o Cloro são os átomos com os maiores potenciais trons compartilhado formando um molécula neutra, uma
de ionização da tabela periódica, já que são os elementos vez que não há perda nem ganho de elétrons nesse tipo
com os maiores valores de afinidade eletrônica da tabela de ligação.
periódica.
Fonte: http://www.infoescola.com/quimica/proprieda- Ligação Covalente Dativa
des-periodicas-dos-elementos/ Também chamada de  ligação coordenada, a ligação
covalente dativa é semelhante à dativa, porém ela ocorre
quando um dos átomos apresenta seu octeto completo, ou
seja, oito elétrons na última camada e o outro, para com-
4) LIGAÇÕES QUÍMICAS: LIGAÇÕES IÔNICAS, pletar sua estabilidade eletrônica necessita adquirir mais
LIGAÇÕES COVALENTES E LIGAÇÃO dois elétrons.
METÁLICA Representada por uma seta um exemplo desse tipo de
ligação é o composto dióxido de enxofre SO2: O = S → O
Isso ocorre porque é estabelecida uma dupla ligação
As ligações químicas correspondem à união dos áto- do enxofre com um dos oxigênios a fim a de atingir sua
mos para a formação das moléculas. Em outras palavras, estabilidade eletrônica e, além disso, o enxofre doa um par
as ligações químicas acontecem quando os átomos rea- de seus elétrons para o outro oxigênio para que ele fique
gem entre si. com oito elétrons na sua camada de valência.
São classificadas em: ligação iônica, ligação covalente,
ligação covalente dativa e ligação metálica. Ligação Metálica
Teoria do Octeto É a ligação que ocorre entre os metais, elementos
Na Teoria do Octeto, criada por Gilbert Newton Le- considerados eletropositivos e bons condutores térmico e
wis (1875-1946), químico estadunidense e Walter Kossel elétrico. Para tanto, alguns metais perdem elétrons da sua
(1888-1956), físico alemão, surgiu a partir da observação última camada chamados de «elétrons livres» formando
de alguns gases nobres e algumas características como assim, os cátions.
por exemplo, a estabilidade desse elementos preenchidas A partir disso, os elétrons liberados na  ligação metá-
por 8 elétrons na Camada de Valência. lica  formam uma «nuvem eletrônica», também chamada
A partir disso, a “Teoria ou Regra do Octeto” postula de «mar de elétrons» que produz uma força fazendo com
que um átomo adquire estabilidade quando possui 8 elé- que os átomos do metal permaneçam unidos. Exemplos de
trons na camada de valência (camada eletrônica mais ex- metais: Ouro (Au), Cobre (Cu), Prata(Ag), Ferro (Fe), Níquel
terna), ou 2 elétrons quando possui apenas uma camada. (Ni), Alumínio (Al), Chumbo (Pb), Zinco (Zn), entre outros.
Para tanto, o átomo procura sua estabilidade doando Fonte: https://www.todamateria.com.br/ligacoes-qui-
ou compartilhando elétrons com outros átomos, donde micas/
surgem as ligações químicas.
Tipos de Ligações Químicas
Ligação Iônica
Também chamada de ligação eletrovalente, esse tipo
de ligação é realizada entre íons (cátions e ânions), daí o
termo “ligação iônica”.

12
QUÍMICA

Zn(s) + CuSO4(aq) → Cu(s) + ZnSO4(aq)


FÓRMULAS ESTRUTURAIS: REATIVIDADE ou
DOS METAIS. Zn(s) + Cu2+(aq) + SO42-(aq) → Cu(s) + Zn2+(aq) + SO42-(aq)
ou ainda
Zn(s) + Cu2+(aq) → Cu(s) + Zn2+(aq)

Imagine o seguinte experimento: uma lâmina de zin- A cor azul da solução de sulfato de cobre era resultado
co mergulhada em uma solução de sulfato de cobre II da presença dos íons cobre (Cu2+). No entanto, como eles
(CuSO4(aq)) é colocada em um béquer, e uma lâmina de co- foram deslocados e houve formação da solução de sulfato
bre mergulhada em uma solução de sulfato de zinco (Zn- de zinco, a solução ficou incolor. O depósito sobre a lâmina
SO4(aq)) é colocada em outro béquer. é o cobre metálico que foi formado.
Entretanto, conforme mencionado, no segundo exem-
plo, nada aconteceu:

Cu(s)  + ZnSO4(aq)  → reação não ocorre espontanea-


mente

Esse exemplo comprova que existem metais que são


mais reativos que outros. Aqui vimos que o zinco é mais
reativo que o cobre, por isso, ele deslocou o cobre ligado
ao sulfato. Por outro lado, por ser menos reativo, o cobre
não conseguiu deslocar o zinco da solução.

A reatividade dos metais está ligada à eletropositivi-


dade, isto é, a tendência que o metal possui de perder
elétrons. Quanto mais reativo o metal for, maior será a
sua eletropositividade.

Observe que as reações de simples troca também


Experimento com metais em solução: zinco em solução são  reações de oxidorredução, ou seja, reações em que
de sulfato de cobre e cobre em solução de sulfato de zinco. há transferência de elétrons. Assim,  se o metal for mais
Com o passar do tempo, a solução de sulfato de cobre, reativo, ele transferirá elétrons para o cátion do outro
que era azul, vai ficando incolor, além de haver formação de metal e a reação ocorrerá.  Mas se o elemento metálico
um depósito sobre a lâmina de zinco, conforme a ilustração for menos reativo, ele não conseguirá transferir elétrons,
a seguir. Todavia, no segundo béquer, nada acontece. tendo em vista que a tendência de doar elétrons do outro
metal é maior, e a reação não ocorrerá.

Assim, uma forma de descobrir se uma reação de oxir-


redução ocorrerá é por observar a reatividade dos metais.
Por meio de experimentos, chegou-se à seguinte  fila de
reatividade dos metais, também chamada de fila das ten-
sões eletrolíticas:

Resultado de experimento com zinco e cobre.


Isso nos mostra que ocorreu uma  reação de simples
troca no primeiro béquer, em que o zinco metálico da lâ-
mina deslocou os íons cobre da solução e formou o sulfato
de zinco e o cobre metálico, conforme mostra as equações
a seguir:

13
QUÍMICA

Outro fator importante que deve ser observado nessa


ordem de reatividade dos metais é que o hidrogênio foi in-
cluído. Isso ocorreu porque se costuma comparar a capaci-
dade que alguns metais possuem de deslocar o hidrogênio
de alguns ácidos.
Pela fila de reatividade dos metais, o zinco, por exem-
plo, é colocado como mais reativo que o hidrogênio. Isso
significa que, se mergulharmos uma lâmina de zinco no
ácido clorídrico (HCl), ele deslocará o H do ácido e formará
o gás hidrogênio:
Zn(s) + 2 HCl(aq) → ZnCl2 + H2(g)
Veja a formação de bolhas de gás na imagem a seguir
que confirma a formação do gás hidrogênio:

Reação entre zinco e ácido clorídrico


Por outro lado, se mergulharmos o cobre ou o ouro no
ácido clorídrico, a reação não acontecerá.
Fonte: http://manualdaquimica.uol.com.br/fisico-qui-
mica/reatividade-dos-metais.htm

Fila de reatividade dos metais e eletropositividade


Se o metal vier acima do cátion do outro metal da rea- 5) CARACTERÍSTICAS DOS COMPOSTOS
ção, então a reação ocorrerá. Mas se o metal estiver abaixo IÔNICOS E MOLECULARES: GEOMETRIA
do cátion, a reação não ocorrerá. O zinco (Zn – na parte dos MOLECULAR: POLARIDADE DAS
metais não nobres), por exemplo, está acima do cobre (Cu
MOLÉCULAS; FORÇAS INTERMOLECULARES;
- na parte dos metais nobres). Isso confirma que realmente
NÚMERO DE OXIDAÇÃO; POLARIDADE E
o zinco é mais reativo que o cobre.
SOLUBILIDADE.
Observe também que o elemento menos reativo é o
ouro (Au), isto é, ele não possui tendência de perder elé-
trons e oxidar-se, como ocorre com o ferro. Isso explica
porque esse elemento é tão durável, não sendo atacado GEOMETRIA MOLECULAR
nem mesmo por ácidos isolados. Esse é um dos motivos A geometria molecular explica como estão dispostos
que tornam o ouro tão valioso e que fazem com que ele os átomos dentro da molécula. Os átomos tendem a fi-
resista intacto às intempéries do tempo, conforme pode car numa posição mais espaçada e esparramada possível.
ser visto em sarcófagos e esculturas egípcias revestidas de Assim, conseguem adquirir a estabilidade. As geometrias
ouro que datam desde a mais remota antiguidade. moleculares são: linear, angular, trigonal planar, piramidal,

14
QUÍMICA

tetraédrica, octaédrica, forma de T, bipirâmide trigonal,  


gangorra ou tetraédrica distorcida, quadrado planar, pirâ-
mide de base quadrática.
Veja as principais geometrias moleculares:
Linear
Ex:
          

Fonte: http://www.soq.com.br/conteudos/em/liga-
  coesquimicas/p6.php

Para moléculas diatômicas (com dois átomos).


Existem três aspectos que devem ser considerados
quando analisamos a solubilidade dos compostos orgâni-
Polar – átomos diferentes: HCl   H – Cl  cos em água e entre si, que são: a polaridade, as forças
Apolar – átomos iguais: H2   H – H de atração intermolecular e o tamanho da cadeia car-
  bônica.
Para moléculas triatômicas (com três átomos), sem so- • Polaridade:
bra de elétrons do elemento central. Apolares. Há uma regra (que está sujeita a exceções) que se apli-
Formam um ângulo de 180°. ca não somente aos compostos orgânicos, mas à grande
CS2              S – C – S          maioria das substâncias, no que se refere à solubilidade,
  que é:
Angular
Para moléculas triatômicas com sobra de elétrons. Po-
lares.
Formam um ângulo de 109°28´.

Desse modo, temos que somente os compostos or-


gânicos que são polares é que se dissolverão na água,
Trigonal Planar que também é polar (como mostrado abaixo).
Para moléculas tetratômicas sem sobra de elétrons.
Apolares.

Piramidal
Para moléculas tetratômica, com sobra de um par de
elétrons. Polares.

Por exemplo, o açúcar, o álcool comum, a acetona e o


ácido acético encontrado no vinagre são todos compostos
polares. Portanto, todos eles se dissolvem na água e tam-
bém se misturam entre si, originando misturas homogê-
neas. Você pode verificar isso facilmente misturando álcool
      
e vinagre.
      No entanto, a maioria dos compostos orgânicos não
Tetraédrica se mistura com a água porque são apolares. Um exem-
Para moléculas pentatômicas com átomo central. Apo- plo ocorre quando alguém suja as mãos com graxa, que é
lares. um composto orgânico apolar. Não adianta tentar limpá

15
QUÍMICA

-las com água, a graxa não sairá, porque ela não se dissolve
na água. A graxa é removida quando a dissolvemos com
gasolina, que também é um composto orgânico apolar.
Na imagem a seguir é mostrado um pouco de gasolina
que vazou numa estrada. Note que ela não se mistura com
a água:

O óleo de cozinha possui uma solubilidade muito pe-


quena em água, primeiro porque o óleo é apolar e a água
é polar, segundo porque as moléculas de água se atraem
e se agrupam com muita força (por ligação de hidrogênio)
e as moléculas de óleo não conseguem ficar entre duas
moléculas de água vizinhas.

• Forças de atração intermolecular

Embora os solutos apolares se dissolvam melhor em


solventes polares e vice-versa, existem exceções, como
ocorre com a gasolina, que é apolar e se dissolve muito
bem no etanol, que é polar. Assim, o mais correto é consi-
derar a solubilidade em termos de intensidade das forças
intermoleculares.  A possibilidade de ocorrer a dissolu-
ção aumenta quando a intensidade das forças atrativas
entre as moléculas de soluto e de solvente é maior ou
igual à intensidade das forças de atração entre as molé-
culas do próprio soluto e entre as moléculas do próprio
solvente.
É por isso que o benzeno, um hidrocarboneto apolar
O etanol é um caso especial de composto orgânico líquido, tem baixa solubilidade em água. As suas ligações
no que diz respeito à solubilidade, pois ele é infinitamente intermoleculares são dipolo instantâneo-dipolo induzido,
solúvel na água, que é polar, mas também dissolve mui- que são mais fracas do que as ligações de hidrogênio que
to bem materiais apolares como a gasolina. Isso acontece as moléculas de água realizam entre si. Portanto, o benze-
porque sua molécula possui uma parte apolar e uma extre- no não consegue separar as moléculas de água e interagir
midade polar, o grupo OH. com elas.

H3C ─ CH2 ─ OH • Tamanho das cadeias carbônicas:


   apolar     polar Além da semelhança de polaridade e das interações
intermoleculares, o tamanho aproximado das moléculas
A parte apolar do etanol possui bastante afinidade também contribui para uma maior solubilidade. Por exem-
com gasolina, tanto é que a gasolina que é vendida no plo, isso é verificado quando consideramos o ácido acético,
Brasil possui cerca de 20% a 25% de etanol misturado em cuja estrutura está representada a seguir. Este composto é
sua composição. Mas, o etanol é infinitamente solúvel em solúvel em água em quaisquer proporções porque, assim
água. Isso acontece porque seu grupo OH realiza ligações como o álcool, o ácido acético possui uma parte hidrofílica,
de hidrogênio com as moléculas de água. Como essas for- que tem afinidade com a água, que é a extremidade com o
ças de atração são as mais intensas, se misturássemos o grupo OH; mas também possui uma parte hidrofóbica, que
etanol, a gasolina e a água, verificaríamos que o etanol se- não tem afinidade com a água, que é a cadeia carbônica.
ria extraído da gasolina pela água.
A sacarose (açúcar) se dissolve bem na água também
porque possui vários grupos OH em sua estrutura, que rea-
lizam ligações de hidrogênio com as moléculas de água, o
que facilita sua dissolução.

16
QUÍMICA

Já o ácido caproico, mostrado ao lado da estrutura do ácido acético, é parcialmente solúvel em água. Isso ocorre por-
que sua parte hidrofóbica é maior.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/solubilidade-dos-compostos-organicos.htm

6) FUNÇÕES INORGÂNICAS: ÁCIDOS, BASES, SAIS E ÓXIDOS; NOMEN-


CLATURAS, REAÇÕES, PROPRIEDADES, FORMULAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO.

ÁCIDOS
Para ácidos não oxigenados, usamos a terminação IDRICO.
Exemplo:
• HCl – ácido clorídrico
• H2S – ácido sulfídrico
• H2Se – ácido selenídrico
Para ácidos oxigenados, a coisa complica um pouco.
Se o elemento possuir somente uma valência, usamos a terminação ICO.
Exemplo:
• H2CO3 – ácido carbônico
• H3BO3 – ácido bórico
Se o elemento tiver 2 valências, para a maior usamos ICO e para a menor OSO.
Exemplos:
• H2SO3 – ácido sulfuroso
• H2SO4 – ácido sulfúrico
• HNO2 – ácido nitroso
• HNO3 – ácido nítrico
Se o elemento tiver 3 ou mais valências, usamos o prefixo HIPO junto com o sufixo OSO, e o prefixo PER junto com o
sufixo ICO, nesta ordem.
Exemplos:
• HClO – ácido hipocloroso
• HClO2 – ácido cloroso
• HClO3 – ácido clórico
• HClO4 – ácido perclórico
Existem casos em que o elemento forma diversos ácidos, porém sempre com a mesma valência. Usamos então os
prefixos ORTO, META e PIRO.
Exemplos:
• H3PO4 – ácido ortofosfórico
• HPO3 – ácido metafosfórico
• H4P2O7 – ácido pirofosfórico
Note que nos três ácidos o fósforo tem valência +5.
BASES
Se o elemento possuir somente uma valência, usamos a expressão “hidróxido de” seguida do nome do elemento.
Exemplo:
• NaOH – hidróxido de sódio
• Ca(OH)2 – hidróxido de cálcio
Se o elemento possuir duas valências, usamos a expressão “hidróxido de” seguida do nome do elemento e os sufixos
OSO e ICO, ou então a valência em números romanos. Exemplo:

17
QUÍMICA

• Fe(OH)2 – hidróxido ferroso ou hidróxido de ferro II


• Fe(OH)3 – hidróxido férrico ou hidróxido de ferro III 7) REAÇÕES QUÍMICAS: TIPOS DE REAÇÕES
QUÍMICAS; PREVISÃO DE OCORRÊNCIA DAS
ÓXIDOS REAÇÕES QUÍMICAS: BALANCEAMENTO DE
Se o elemento possuir somente uma valência, usamos EQUAÇÕES PELO MÉTODO DA TENTATIVA E
a expressão “óxido de” seguida do nome do elemento. OXIRREDUÇÃO..
Exemplo:

• BaO – óxido de bário


• K2O – óxido de potássio
Se o elemento possuir duas valências, usamos a ex- DEFINIÇÃO
pressão “óxido de” seguida do nome do elemento e os su- As reações químicas são transformações que envol-
fixos OSO e ICO, ou então a valência em números romanos. vem alterações, quebra e/ou formação, nas ligações entre
Exempl: partículas (átomos, moléculas ou íons) da matéria, resul-
• Cu2O – óxido cuproso ou óxido de cobre I tando na formação de nova substância com propriedades
diferentes da anterior. Algumas evidências da ocorrência
• CuO – óxido cúprico ou óxido de cobre II
de uma reação química são mudança de cor, evolução de
• NiO – óxido niqueloso ou óxido de níquel II
calor ou luz, formação de uma substância volátil, formação
• Ni2O3 – óxido niquélico ou óxido de níquel III
de um gás, entre outros.
EQUAÇÕES QUÍMICAS
SAIS
As equações químicas representam as reações quími-
Os sais derivam da reação de um ácido ou óxido com
cas. As substâncias iniciais de uma reação química, as que
uma base.
reagem, são chamadas de reagentes. Já as substâncias fi-
nais de uma reação, as que se formam, são chamadas de
Os sais sem oxigênio mudam a terminação IDRICO
produto.
para a terminação ETO. Exemplo: Exemplo:
• CaS – sulfeto de cálcio, vem do ácido sulfídrico 2 H2 + O2 → 2 H2O + calor
• RbH – fluoreto de rubídio, vem do ácido fluorídri- H2 e O2 são os reagentes, e H2O é o produto.
co O número que precede a substância é denominado
Os sais oxigenados de menor valência mudam a ter- coeficiente. O coeficiente indica a proporção entre as subs-
minação OSO para ITO. Exemplo: tâncias que participam da reação. Quando a substância não
• Na2SO3 – sulfito de sódio, vem do ácido sulfuroso é precedida de nenhum número, significa que o coeficiente
• LiNO2 – nitrito de lítio, vem do ácido nitroso é o número 1.
Os sais oxigenados de maior valência mudam a ter- Na reação de síntese da água, demonstrada acima, te-
minação ICO para ATO. Exemplo: mos a proporção de 2:1:2. Duas moléculas H2 reagem com
• Na2SO4 – sulfato de sódio, vem do ácido sulfúrico uma molécula O2 para formar duas moléculas H2O.
• NaClO3 – clorato de sódio, vem do ácido clórico. A equação química também pode fornecer o estado
Os prefixos HIPO, PER, ORTO, META E PIRO são manti- físico da substância.
dos inalterados nos sais, mudando apenas as terminações Exemplo: 2 CO(g) + O2 → 2 CO2(g)
de OSO para ITO e de ICO para ATO. Exemplos: A letra “g” entre parênteses indica que a substância se
• NaPO3 – metafosfato de sódio, vem do ácido me- encontra no estado gasoso.
tafosfórico O estado líquido é representado por (l), e o sólido por
• Ca2P2O7 – pirofosfato de cálcio, vem do ácido pi- (s). No caso de a substância estar dissolvida em água, utili-
rofosfórico. zamos (aq), que significa aquoso.
Outros símbolos que podem estar presentes na equa-
Para terminar, os nomes dos cátions seguem as regras ção química são: ∆, que indica aquecimento; λ, indicando a
mencionadas acima para as bases e o óxidos, usando os presença de luz; ↓, quando é formado um precipitado; e ↔,
sufixos OSO e ICO ou algarismos romanos para as valên- quando a reação for reversível.
cias.
Fonte : http://www.coladaweb.com/quimica/quimica TIPOS DE REAÇÕES
-inorganica/nomenclatura-de-acidos-bases-sais-e-oxidos
Reação de síntese ou adição

Na reação de síntese, uma substância composta é for-


mada pela junção de duas ou mais substâncias (simples ou
compostas).
Exemplos:
Cu + S → CuS

18
QUÍMICA

SO2 + H2O → H2SO3 Exemplos: Na+ possui Nox = +1, o Al3+ possui Nox =
Tais reações seguem o seguinte modelo geral: A+B→AB +3, Mg2+ possui Nox = +2.
Reação de análise ou decomposição • Nos compostos moleculares, há deslocamento de
Neste tipo de reação, uma única substância composta elétrons, devido à diferença de eletronegatividade entre os
origina outros produtos mais simples que ela. átomos que efetuam a ligação covalente.
Exemplos: Exemplo: No composto HCl, o átomo de cloro é mais
eletronegativo que o hidrogênio, logo atrai pra si o elétron
CaCO3(s)→ CaO(s) + CO2(g) da ligação ficando com carga parcial -1 e o hidrogênio com
2H2O → 2 H2 + O2 nox +1.
As reações de decomposição, de uma maneira geral, • O Nox dos átomos de substâncias simples é sempre
igual a 0.
seguem o modelo: AB→A+B
Exemplo: H2, O3, Ag.
• O Nox do hidrogênio é +1, e quando combinado com
Reação de deslocamento ou simples troca metal é -1
I - Neste tipo de reação, os elementos livres e quimi- Exemplo: H2O possui Nox= +1, em NaH possui Nox=
camente ativos deslocam o elemento menos ativo de um -1.
composto. • O Nox do oxigênio quando forma substâncias com-
Exemplos: postas é -2, nos peróxidos o Nox passa a ser -1. O Nox
Fe + CuSO → FESO4 + Cu também é alterado em compostos com flúor, como por
Fe + 2 AgNO3 → Fe(NO3)2 + 2 Ag exemplo, OF2 possui Nox = +2, e O2F2 possui Nox= +1.
II - Metais ativos deslocam hidrogênio de ácidos fortes: • A soma dos Nox dos átomos de uma molécula é igual
Fe + 2HCl FeCl2 + H2 a zero.
Os elementos abaixo estão listados em ordem crescen- • A soma dos Nox de todos os íons que formam um
te de reatividade química: composto é igual à carga do íon.
Li > K > Ca > Na > Mg > Al > Zn > Cr > Fe > Ni > Pb Em uma reação de Oxirredução, o processo de oxida-
> H > Cu > Hg > Ag > Pt > Au ção e redução ocorre simultaneamente. O átomo, quando
Essas reações podem ser escritas da seguinte forma: perde elétrons sofre oxidação, e é denominado agente re-
A+BC→AC+B dutor, pois provoca redução (diminuição do Nox) em outra
espécie. O agente oxidante é a espécie receptora de elé-
trons, e provoca a oxidação de outra.
Reação de dupla troca
Um exemplo dessa reação é a que ocorre quando, em
• A reação de dupla troca ocorre entre duas subs- uma solução aquosa de sulfato de cobre(CuSO4), é mergu-
tâncias compostas e resulta na produção de outras duas lhada uma lâmina de zinco (Zn):
novas substâncias compostas. Zn(s)→ Zn2+(aq) + 2e−
Pode ser representada basicamente da seguinte ma- Os átomos de zinco perdem dois elétrons, se conver-
neira: AB+CD→AD+CB tendo em íons de zinco.
Estas reações ocorrem, em solução, quando os íons Cu2+(aq) + 2e−→ Cu(s)
positivos e negativos de uma substância encontram os íons O íon Cu2+recebe dois elétrons e se converte em áto-
de uma outra substância. mo neutro de cobre.
Exemplos: Zn(s) + Cu 2+(aq)→ Zn2+ + Cu(s)
- Um produto insolúvel é formado em solução aquosa: Os átomos de zinco transferiram elétrons para os íons
KCl + Ag NO3 → KNO3 + AgCl(s) de cobre.
K2CO3 + 2 HCL → 2 KCL + H2CO3 Fonte: http://educacao.globo.com/quimica/assunto/
H2CO3 → H2O + CO2 materiais-e-suas-propriedades/reacoes-quimicas.html
2K+ + CO3 + 2H+ + 2Cl− → 2K+ + Cl− + H2O + CO2
NÚMERO DE OXIDAÇÃO
Reação de oxidação-redução 8) GRANDEZAS QUÍMICAS: MASSAS
Esse tipo de reação ocorre através da transferência de ATÔMICAS E MOLECULARES; MASSA
elétrons, ocorrendo variação do número de oxidação dos MOLAR; QUANTIDADE DE MATÉRIA E
átomos de certos elementos. NÚMERO DE AVOGRADO.
Número de oxidação
• O número de oxidação (Nox) representa a carga elé- MASSA ATÔMICA (MA)
trica de um átomo, adquirida através de uma ligação iôni- Definição
ca, sendo a carga denominada carga real, ou adquirida em A medida de uma grandeza é feita por comparação
uma ligação covalente, sendo definida como carga parcial. com uma grandeza da mesma espécie, escolhida como
• Em compostos iônicos, a carga é real, logo o Nox é unidade de medida.
igual a carga do íon formado. Massa atômica
Exemplo: o NaCl, formado pelos íons Na+ e Cl− , o Nox A União Internacional de Química Pura e Aplicada
do Na é +1 e o Nox do Cl é -1. (IUPAC) estabeleceu como padrão de massas atômicas o
• Em íons simples o Nox também é igual à sua carga. átomo de carbono-12. A massa de 1/12 do isótopo car-

19
QUÍMICA

bono-12 é chamada de unidade de massa atômica. Logo, ➢ 1 mol de íons contém → 6,02 * 1023 íons;
a massa atômica é o número que indica quantas vezes um ➢ 1 mol de morangos contém →6,02 * 1023 morangos.
átomo de um determinado elemento químico é mais pesa- O número 6,02 * 1023 é chamado de Constante de
do que 1/12 do isótopo carbono-12. Avogadro, e sua unidade é mol-1. Ele representa a quan-
Para se calcular a massa atômica de um elemento quí- tidade de átomos que constitui a massa atômica de um
mico, deve-se levar em consideração a composição isotó- elemento quando esta é expressa em gramas. A massa de
pica do elemento e os números de massa de cada isótopo. 6,02 * 1023 unidades de massa atômica (u) corresponde a
Exemplos:
um grama. Dessa forma, podemos concluir que:
O elemento oxigênio é formado pelos átomos oxigê-
➢ Em 12g de carbono-12 há 6,02 * 1023 átomos (MAC-
nio-16 (8O16), oxigênio-17 (8O17) e oxigênio-18 (8O18),
sendo que a participação desses átomos na formação do 12 = 12 u);
elemento oxigênio, em porcentagem é de 99,76%, 0,04% e ➢ Em 56g de ferro há 6,02 * 1023 átomos (MAFe = 56
0,20%, respectivamente. u);
A massa atômica do oxigênio é determinada pela mé- ➢ Em 24g de magnésio há 6,02 * 1023 átomos de
dia aritmética ponderada das massas atômicas dos átomos magnésio (MAMg = 24 u).
isótopos constituintes: MASSA MOLAR
(16*99,76 + 17*0,04 + 18*0,20)/100 = 16 u Massa molar é a massa em gramas de um mol de en-
O valor 16 que átomos do elemento oxigênio são 16 tidades elementares, tais como átomos, moléculas e agre-
vezes mais pesados do que 1/12 do carbono-12. gados iônicos.
O símbolo “u” indica a unidade de medida da massa A unidade de massa molar é g/mol, e seu símbolo é
dos átomos. M. Ela é numericamente igual à massa atômica (MA) ou à
O cloro apresenta dois isótopos na natureza, o clo-
massa molecular (MM).
ro-35 e o cloro-37, sendo que a abundância do Cl-35 é de
Assim, temos:
75% e do Cl-37 é de 25%. A massa atômica média desses
átomos é:
(75*35 + 25*37)/100 = 35,5 u. ➢ 1 mol de oxigênio (MA = 16 u) possui massa igual a
MASSA MOLECULAR (MM) 16g (MO = 16 g/mol);
A massa molecular é a soma das massas dos átomos ➢ 1 mol de cálcio (MACa= 40 u) possui massa igual a
que formam a molécula. 40g (MCa= 40 g/mol);
Exemplo: ➢ 1 mol de água (MMágua = 18 u) possui massa igual
Calculando a massa da molécula de água (H2O), temos: a 18g (Mágua= 18 g/mol).
Massa atômica do hidrogênio: 1 u Pode-se calcular o número de mols presentes em uma
Quantidade de átomos na molécula: 2 amostra através de uma expressão onde a massa e a quan-
Contribuição para a massa molecular: 2*1 = 2 u tidade de matéria são grandezas proporcionais:
Massa atômica do oxigênio: 16 u n = m/M
Quantidade de átomos na molécula: 1
Onde n é o número de mols; m é o número de massa,
Contribuição para a massa molecular: 16*1 = 16 u
em gramas; M é a massa molar da substância, em g/mol.
MMágua = 16 + 2 = 18 u
A massa da molécula de água é 18 vezes maior que
1/12 da massa do carbono-12. Exemplo:
Massa fórmula (MF) é a medida das massas atômicas Quantos mols de moléculas há em 88g de dióxido de
de cada íon num composto iônico. carbono (CO2) ?
Tomando como exemplo o cloreto de sódio (NaCl), te- (C = 12 u ; O = 16 u)
mos: A massa atômica da molécula:
Íons fórmula: Na+Cl- MACO2 = 12 + (16*2) = 44 u
Massa atômica do Na: 23 u A massa, em gramas, de um mol da molécula:
Massa atômica do Cl: 35,5 u MCO2 = 44 g/mol
MFNaCl = 23 + 35,5 = 58,5 u. Substituindo:
MOL n = 88/44
Mol é a quantidade de matéria que contém tantas en- n = 2 mols.
tidades elementares (átomos, moléculas, íons, etc) quanto
Fonte: http://educacao.globo.com/quimica/assunto/
são os átomos contidos em 0,012 Kg de carbono-12. Expe-
rimentalmente conclui-se que uma amostra de 0,012 Kg de estequiometria/grandezas-quimicas.html.
carbono-12 é formada por 6,02*1023 átomos. Fonte: http://educacao.globo.com/quimica/assunto/
Logo, mol é a quantidade de 6,02 * 1023 partículas estequiometria/grandezas-quimicas.html
quaisquer.
➢ 1 mol de átomos contém→ 6,02 * 1023 átomos;
➢ 1 mol de moléculas contém → 6,02 * 1023 molé-
culas;

20
QUÍMICA

2. Escrever a reação de forma que reagentes e pro-


9) ESTEQUIOMETRIA: ASPECTOS dutos encontrem-se com os coeficientes balanceados. O
QUANTITATIVOS DAS REAÇÕES QUÍMICAS; termo balanceado se refere à quantidade de átomos de
CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS; REAGENTE determinado elemento químico que deve ser a mesma nos
LIMITANTE DE UMA REAÇÃO E LEIS reagentes e nos produtos.
QUÍMICAS (LEIS PONDERAIS).. Após esses passos realiza-se geralmente uma “regra de
três” para encontrar o valor buscado.
.
Devemos levar em conta alguns termos envolvidos em
Estequiometria é o cálculo que permite relacionar cálculos deste tipo que são:
quantidades de reagentes e produtos, que participam de Pureza: Se refere a quanto do reagente realmente é
uma reação química com o auxílio das equações químicas capaz de reagir para formar determinado produto. Por
correspondentes.
exemplo, se dizemos que a massa de um reagente é 100 g,
Ao longo do tempo houveram inúmeras tentativas de
porém temos a informação de que o mesmo é 90% puro,
explicar a constituição da matéria e suas transformações,
devemos considerar que apenas 90g irão reagir e conse-
até o ano de 1500 entre árabes e europeus desenvolvia-se
a alquimia, movidos pelo intuito de obter o elixir da longa quentemente ser levadas em conta para fins de cálculo o
vida e a Pedra Filosofal. Após, desenvolveu-se a Iatroquími- restante é impureza.
ca que tinha como principal nome Paracelso. A Química só Rendimento: O rendimento tem relação em especial
obteve caráter científico a partir do século XVIII quando se com o produto. Quando uma reação tem rendimento to-
aliaram teoria e prática. Nesta época surge Lavoisier com a tal significa que toda a quantidade prevista em cálculos
lei da conservação da massa ou lei da natureza. será obtida, porém isso na prática geralmente não ocorre
Antoine Laurent de Lavoisier, químico francês e con- devido a resíduos que se formam nas reações. Porém se
siderado o pai da Química Moderna inferiu que dentro de efetuarmos os cálculos e percebermos que determinada
um recipiente fechado, a massa total seria invariável mes- reação formaria em condições ideais 180 gramas e houve
mo ocorrendo quaisquer transformações. Ficando famosa na prática um rendimento de 50% devemos considerar que
sua teoria por simplesmente: temos apenas 90 gramas de produto.
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se trans- Fonte: http://www.infoescola.com/quimica/estequio-
forma”. metria/
Vindo a complementar a sua teoria surge Joseph Louis
Proust que através de experimentos com substâncias puras
concluiu que a composição em massa das substâncias era
constante independente do seu processo de obtenção. Re- 10) GASES: EQUAÇÃO GERAL DOS GASES
sumindo, a soma da massa dos reagentes sempre resultará IDEAIS; LEIS DE BOYLE E DE GAY-LUSSAC:
no mesmo valor da soma da massa dos produtos. EQUAÇÃO DE CLAPEYRON; PRINCÍPIO DE
As leis de Lavoisier e Proust são conhecidas como Leis
AVOGRADO E ENERGIA CINÉTICA MÉDIA;
Ponderais e marcam o início da Química como Ciência além
de nortearem o estudo da estequiometria. Vejamos um MISTURAS GASOSAS, PRESSÃO PARCIAL E
exemplo que exemplifica bem as leis discutidas acima: LEI DE DALTON; DIFUSÃO GASOSA, NOÇÕES
Se 3 gramas de carbono se combinam com 8 gramas DE GASES REAIS E LIQUEFAÇÃO.
de oxigênio para formar gás carbônico, 9 gramas de car- .
bono irão se combinar com 24 gramas de oxigênio para
formar esse mesmo composto. Neste caso podemos per- Comportamento dos Gases
ceber que quando triplicamos o valor de um dos reagentes Os gases reais que normalmente conhecemos como,
devemos triplicar também a quantidade do outro reagente por exemplo, o hélio, o nitrogênio e o oxigênio, apresen-
(se houver) para que a reação produza proporcionalmente tam características moleculares diferentes e particulares
a quantidade de produto, isto enuncia bem a lei de Proust. de cada um. No entanto, se todos forem colocados a altas
Quando analisamos que o carbono dos reagentes se temperaturas e baixas pressões, eles passam a apresentar
combina com o oxigênio para formar gás carbônico perce- comportamentos muito semelhantes.
bemos que não há perda de átomos de carbono durante
a reação apenas ele se apresenta de forma combinada nos Gás perfeito
produtos, mantendo assim a massa constante.
No estudo dos gases adota-se um modelo teórico,
A estequiometria é dada por cálculos que relacionam
simples e que na prática não existe, com comportamento
a quantidade de reagentes e produtos existentes no meio
reacional e pré-determinam a quantidade de produto for- aproximado ao dos gases reais. Essa aproximação é cada
mada. Para realizar os cálculos precisamos seguir algumas vez melhor quanto menor for a pressão e maior a tempe-
regras: ratura. Esse modelo de gás é denominado de gás perfeito.
1. Primeiramente devemos ter clara a relação de gran-
dezas abaixo: Lei geral dos gases perfeitos
1 mol – xg (massa da tabela da substância) – 6,02 x 10-3 A expressão que determina a lei geral para os gases
átomos/moléculas – 22,4L (CNTP) perfeitos pode ser vista da seguinte forma:

21
QUÍMICA

P0 V0 / T0 = pV / T
Onde P0, V0 e T0 são respectivamente a pressão inicial, volume inicial e temperatura inicial. Essa é uma expressão que
é utilizada para quando as variáveis de um gás apresentar variações.
Lei de Boyle
Quando um gás sofre uma transformação isotérmica, ou seja, quando sua temperatura é mantida constante, a pressão
dele é inversamente proporcional ao volume ocupado. Dessa lei obtemos que como T0 = T temos que:
P0V0= pV
Lei de Charles
Quando uma massa de gás perfeito sofre transformação isocórica, isto é, quando o volume se mantém constante, a sua
pressão é diretamente proporcional à sua temperatura absoluta. Matematicamente essa lei pode ser expressa da seguinte
forma:

P0/T0 = p/T

Onde p0 e T0 são respectivamente a pressão inicial e a temperatura inicial.


Lei de Gay-Lussac
Quando um gás sofre uma transformação isobárica, isto é, à pressão constante, o volume do gás é diretamente propor-
cional à sua temperatura absoluta. Matematicamente essa lei pode ser expressa da seguinte forma:

V0 / T0 = V / T

Onde V0 e T0 correspondem respectivamente ao volume inicial e à temperatura inicial.


Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/equacao-geral-dos-gases.htm

No ano de 1811, o químico italiano Amedeo Avogadro (1776-1856) propôs uma explicação para a relação que havia
entre o número de moléculas dos gases e o volume por eles ocupado. Segundo a Hipótese de Avogadro ou Princípio de
Avogadro, volumes iguais de quaisquer gases que estão nas mesmas condições de temperatura e pressão apresen-
tam o mesmo número de moléculas.

Isso significa que independente da natureza do gás e do tamanho das suas moléculas, o volume que ele ocupará será
proporcional ao número de moléculas que há no frasco. Por exemplo, se temos dois frascos, um contendo gás hidrogênio
(H2) e o outro contendo dióxido de carbono (CO2), sendo o volume dos dois igual, isso quer dizer que existe a mesma quan-
tidade de moléculas nos dois frascos.
Esse fato acontece porque o tamanho das moléculas gasosas é considerado desprezível em comparação com a distân-
cia entre elas.

Assim, quando consideramos as Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP), em que a pressão é igual a
1 atm e a temperatura é de 273 K (0ºC), temos que o volume ocupado por 1 mol de qualquer gás sempre será de 22,4
L. Esse valor corresponde ao volume molar dos gases.

Se considerarmos as Condições Ambientais de Temperatura e Pressão (CATP), em que a pressão também é de apro-
ximadamente 1 atm, mas a temperatura é de 298 K (25 ºC), o volume molar passa a ser 25 L.
Portanto, se temos 1 mol de gás hidrogênio e 1 mol de gás carbônico em dois recipientes separados, podemos concluir
que ambos estão ocupando o volume de 22,4 L nas CNTP. O número de moléculas deles também é o mesmo, tendo em
vista que 1 mol de qualquer gás é sempre 6,0 . 1023 (número de Avogadro).

A diferença estará somente na massa, pois a quantidade e o tipo de átomo em cada molécula são diferentes. No caso
de 1 mol de H2, temos a massa total de 2g, enquanto em 1 mol de CO2, temos a massa de 44 g.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/volume-molar-dos-gases.htm

22
QUÍMICA

11) TERMOQUÍMICA: REAÇÕES ENDOTÉRMICAS E EXOTÉRMICAS;


TIPOS DE ENTALPIA; LEI DE HESS, DETERMINAÇÃO DA VARIAÇÃO
DE ENTALPIA E REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS; E CÁLCULOS
ENVOLVENDO ENTALPIA.
.
TERMOQUÍMICA

As transformações físicas e as reações químicas quase sempre estão envolvidas em perda ou ganho de calor. O calor é
uma das formas de energia mais comum que se conhece.
A Termoquimica é uma parte da Química que faz o estudo das quantidades de calor liberadas ou absorvidas durante as
reações químicas. A maioria das reações químicas envolve perda ou ganho de calor (energia).
Veja no quadro abaixo os tipos de reações com perda ou ganho de calor:

REAÇÕES QUE LIBERAM ENERGIA REAÇÕES QUE ABSORVEM ENERGIA


Queima do carvão Cozimento de alimentos
Queima da vela Fotossíntese das plantas, o sol fornece energia
Reação química em uma pilha Pancada violenta inicia a detonação de um explosivo
Queima da gasolina no carro Cromagem em para-choque de carro, com energia
elétrica

As transformações físicas também são acompanhadas de calor, como ocorre na mudanda de estados físicos da matéria.
absorção de calor

SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

liberação de calor

Quando a substância passa do estado físico sólido para liquido e em seguida para gasoso, ocorre absorção de calor.
Quando a substância passa do estado gasoso para líquido e em seguida para sólido, ocorre liberação de calor.
Essa energia que vem das reações químicas é decorrente de rearranjo das ligações químicas dos reagentes transfor-
mando-se em produtos. Essa energia armazenada é a ENTALPIA (H). É a energia que vem de dentro da molécula.
Nas reações químicas não é necessário calcular a entalpia. Devemos calcular, geralmente, a variação de entalpia (ΔH).
A variação de entalpia é a diferença entre a entalpia dos produtos e a entalpia dos reagentes.

23
QUÍMICA

UNIDADE DE CALOR

Tipos de Reações

As reações químicas podem ser de dois tipos:


- ENDOTÉRMICA: absorvem calor (+)
- EXOTÉRMICA: liberam calor (-)

REAÇÃO ENDOTÉRMICA

Se o valor for positivo (+) a reação é endotérmica.


A reação absorveu energia para acontecer.

24
QUÍMICA

REAÇÃO EXOTÉRMICA

Se o valor for negativo (-) a reação é exotérmica.


A reação perdeu energia para acontecer.

ENTALPIA

Tipos de Entalpias
Através de algumas reações, é possível calcular o valor da variação de entalpia.
- Entalpia de Formação
- Entalpia de Combustão
- Entalpia de Ligação
- Entalpia de Neutralização
- Entalpia de Dissolução

Entalpia de Formação ou Calor de Reação


A Entalpia de formação é a energia da reação quando forma 1 mol de substância, a partir das substâncias químicas
(elemento no seu estado padrão).
Estado Padrão: é a forma mais estável de uma substância a 25°C e a 1atm de pressão. São as substâncias simples.
As substâncias que participam da reação de formação devem ser simples. Devem informar o estado físico. Sua variação
de entalpia de formação padrão é zero.

Exemplo de substância simples:


C(grafite), O2(g), N2(g), H2(g), Na(s), S(s).

25
QUÍMICA

Exemplo de reação de formação:

Isto quer dizer que para formar 1 mol de NH3 a reação produz 11 kcal de energia.
Este cálculo pode ser feito utilizando a fórmula da variação de entalpia e utilizando alguns dados tabelados.

Tabela com valores de Entalpia de Formação Padrão de Algumas Substâncias

SUBSTÂNCIA H°f kJ/mol SUBSTÂNCIA H°f kJ/mol


C2H2(g) 226,8 C diamante +2,1
CH4(g) -74,8 NH3 (g) -45,9
CO(g) -110,3 NaCl (s) -412,1
CO2(g) -393,3 O3 (g) +143
H2O(v) -242 SO2 (g) -297
H2O(l) -286 SO3 (g) -396

Exemplo:

Escreva a reação de formação para cada substância abaixo, indicando o valor da entalpia de formação de SO3(g):
1°) montar a reação de formação:

2°) Aplicar a fórmula:

Entalpia de Combustão
É sempre uma reação exotérmica. É o calor liberado na reação de combustão de 1 mol de uma substância em presença
de gás oxigênio O2(g)

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QUÍMICA

COMBUSTÃO COMPLETA: mais quantidade de oxigênio. Forma gás carbônico e água.

COMBUSTÃO INCOMPLETA: menos quantidade de oxigênio. Produz menos quantidade de energia. Forma mais resí-
duos como monóxido de carbono (CO) e água (H2O).

Exemplo:

Qual o valor da entalpia de combustão do benzeno (C6H6)?


Dados:

Tabela de ΔH°comb de algumas substâncias

SUBSTÂNCIA FÓRMULA ΔH°comb (kcal/mol)

Hidrogênio H2(g) -68,3


Carbono Grafite C(grafite) -94,1
Monóxido de Carbono CO(g) -67,6
Metano CH4(g) -212,8
Etano C2H6(g) -372,8
Propano C3H8(g) -530,6
Butano C4H10(g) -688,0
Benzeno C6H6(g) -781,0
Etanol H3C – CH2 – OH(l) -326,5
Ácido Acético H3C – COOH(l) -208,5
Glicose C6H12O6(S) -673,0
Sacarose C12H22O11(S) -1348,9

27
QUÍMICA

Entalpia de Ligação

Durante as reações químicas, as ligações químicas dos reagentes e produtos são alteradas. Podemos calcular o ΔH pela
análise desses novos rearranjos.
A entalpia de ligação é a variação de entalpia verificada na quebra de 1mol de uma determinada ligação química,
sendo que todas as substâncias estejam no estado gasoso, a 25° C e 1atm.
Reagentes = sempre são quebradas as ligações = ENDOTÉRMICA (+)
Produtos = sempre são formadas as ligações = EXOTÉRMICA (-)
Exemplo:

A ΔH do processo é a soma desses calores. Calcula-se utilizando dados tabelados.

ENTALPIA DE LIGAÇÃO (EM kJ/MOL)

LIGAÇÃO H°(kJ/MOL) LIGAÇÃO H°(kJ/MOL) LIGAÇÃO H°(kJ/MOL)


H–H 436 H – Br 366 N–C 305
H–O 463 H–I 299 C≡C 837
N–N 163 H–N 388 C=C 612
N=N 409 H–C 412 C–C 348
N≡N 944 O=O 496 C – Cl 338
H–F 565 O–C 360 Br – Br 193
H – Cl 431 O=C 743 Cl – Cl 242

A partir desta tabela com dados das ligações de alguns elementos é possível calcular também outras entalpias, como
por exemplo a de combustão e a de formação.

Entalpia de Neutralização
É a entalpia de uma reação de neutralização (entre um ácido e uma base formando sal e água). A reação é exotérmica.
É a variação de entalpia verificada na neutralização de 1mol de H+ do ácido por 1mol de OH-da base, sendo todas as
substâncias em diluição total ou infinita, a 25°C e 1atm.
Exemplos:

28
QUÍMICA

Entalpia de Dissolução

É a variação de entalpia envolvida na dissolução de 1mol de determinada substância numa quantidade de água sufi-
ciente para que a solução obtida seja diluída.
Quando um sólido é colocado em um copo com água acontece uma dissolução. Nesta ordem acontece:

Fonte: http://www.soq.com.br/conteudos/em/termoquimica/p5.php

12) CINÉTICA: VELOCIDADE DAS REAÇÕES; FATO-


RES QUE AFETAM A VELOCIDADE DAS REAÇÕES; E
CÁLCULOS ENVOLVENDO VELOCIDADE DA
REAÇÃO.

A Cinética Química estuda a velocidade das reações químicas e os fatores que a influenciam.
O conhecimento e o estudo da velocidade das reações são muito importantes em termos industriais, e também estão
relacionados ao nosso dia-a-dia, como por exemplo, quando colocamos um alimento na panela de pressão para acelerar
seu cozimento.
As reações químicas ocorrem com velocidades diferentes e estas podem ser alteradas, porque além da concentração
de reagentes e produtos, as velocidades das reações dependem também de outros fatores como:
Temperatura: quando se aumenta a temperatura de um sistema, ocorre também um aumento na velocidade da reação.
Aumentar a temperatura significa aumentar a energia cinética das moléculas.
Superfície de contato: um aumento da superfície de contato aumenta a velocidade da reação. Um exemplo é quando
dissolvemos um comprimido efervescente triturado: ele se dissolve mais rapidamente do que se estivesse inteiro, isto acon-
tece porque aumentamos a superfície de contato que reage com a água.
Pressão: quando os participantes de uma reação são gasosos e se aumenta a pressão desse sistema gasoso, aumenta-
se a velocidade da reação. Isso porque o aumento da pressão diminui o volume, intensificando as colisões das moléculas.

29
QUÍMICA

Concentração de reagentes: quanto maior a concen- • Soluções sólidas: ouro 18 quilates, latão e outras
tração dos reagentes maior será a velocidade da reação. ligas metálicas diversas.
Um exemplo é quando pegamos uma amostra de palha de • Soluções líquidas: soro fisiológico, álcool comer-
aço e reagimos com ácido clorídrico concentrado e com cial e água com açúcar.
ácido clorídrico diluído. • Soluções gasosas: ar atmosférico entre outras
Luz: Algumas reações químicas se processam com misturas gasosas de interesse comercial.
maior velocidade em presença de luz, como por exemplo, Em casos onde todos os componentes da solução se
a decomposição da água oxigenada. Por isso é que deter- encontram no mesmo estado físico, considera-se o soluto
minados produtos são comercializados em frascos escuros.
o composto presente em menor quantidade e solvente o
Catalisadores: os catalisadores são substâncias que
composto presente em maior quantidade na mistura.
aceleram o mecanismo sem serem consumidos durante
Com relação à natureza do soluto, classificamos as so-
a reação. Este fato ocorre porque permitem que a reação
tome um caminho alternativo, que exige menor energia de luções em:
ativação, fazendo com que a reação se processe mais rápi- • Soluções iônicas: São compostas de solutos iôni-
do. Um catalisador possui a propriedade de acelerar a rea- cos, por exemplo, NaCl em água.
ção, mas não aumenta o rendimento, ou seja, ele produz • Soluções moleculares: São compostas por solu-
a mesma quantidade de produto, porém, num período de tos de origem molecular, por exemplo, água com açúcar
menor tempo. (C12H22O11 + água).
• Há casos especiais onde há presença de compos-
tos iônicos e moleculares compondo a solução, como o
caso do ácido acético em água, que possui moléculas CH-
13) SOLUÇÕES: DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO COOH e íons CH3COO- e H+.
3
DAS SOLUÇÕES; TIPOS DE SOLUÇÕES, SOLUBI- Com relação entre a quantidade de soluto e solvente
LIDADE, ASPECTOS QUANTITATIVOS DAS SOLU- que compõe a solução (saturação da solução), classifica-
ÇÕES; CONCENTRAÇÃO COMUM; CONCENTRA- mos as mesmas em:
ÇÃO MOLAR OU MOLARIDADE, TÍTULO, DEN-
• Soluções insaturadas: Possuem menor quantida-
SIDADE; RELAÇÃO ENTRE ESSAS GRANDEZAS:
de de soluto em relação à quantidade de solvente.
DILUIÇÃO E MISTURAS DE SOLUÇÕES; E ANÁLISE
VOLUMÉTRICA (TITULOMETRIA).
• Soluções saturadas: Possuem a máxima quanti-
dade de soluto em determinada quantidade de solvente.
• Soluções supersaturadas: Possuem maior quanti-
dade de soluto em relação à quantidade de solvente.
As soluções são misturas homogêneas, ou seja, que As soluções podem ser concentradas ou diluídas, de
apresentam um aspecto visual uniforme com uma única acordo com a necessidade e aplicação a qual se destinam.
fase que podem se apresentar nos estados físicos sólido, Nas soluções concentradas, o volume total de solução di-
líquido ou gasoso, compostas por partículas menores que minui, porém, a concentração de soluto se mantém a mes-
1 nm e que são compostas basicamente por soluto e sol- ma, já nas soluções diluídas, o volume total é aumentado,
vente. contudo a concentração de soluto se mantém a mesma.
Devido às reduzidas dimensões das partículas que Para realizar diluições ou aumentar a concentração de so-
compõe as soluções, não é possível realizar a separação luções, utiliza-se a seguinte fórmula:
da mistura através dos processos tradicionais, como filtros C(inicial) x V(l) (inicial) = C(final) x V(l) (final)
por exemplo. Onde:
• Soluto: O soluto é uma substância que está dis- • C = Concentração (inicial e final, respectivamente)
persa em um solvente, ou seja, é a substância que será dis- • V = Volume de solução em litros (inicial e final,
solvida em um meio chamado solvente afim que formar respectivamente).
uma solução qualquer desejada. Os solutos são normal- Unidades de concentração
mente compostos iônicos, mas podem se apresentar tam- As diferentes relações entre a quantidade de soluto, de
bém como compostos moleculares polares.
solvente e de solução são denominadas genericamente de
• Solvente: O solvente é uma substância onde o
concentrações.
soluto é disperso, ou seja, é a parte que se apresenta em
Concentração comum (C)
maior quantidade em uma solução e onde o soluto é dis-
solvido. O solvente mais utilizado é a água, que também é Também chamada concentração em g/L (grama por li-
conhecido como solvente universal. tro), relaciona a massa do soluto em gramas com o volume
As soluções podem ser classificadas de diferentes ma- da solução em litros.
neiras, pelo estado físico em que se encontram, com re- C = m/V
lação à natureza do soluto ou ainda pela quantidade de Concentração em quantidade de matéria (Cn)
soluto e solvente que compõe a solução. Relaciona a quantidade de soluto (mols) com o volume
Com relação ao estado físico de agregação em que se da solução, em litros. Sua unidade é mol/L:
encontram, podemos classificar as soluções em: Cn = n/V

30
QUÍMICA

Título (T) de chegar a esses valores para avaliar numericamente as


Relaciona a massa de soluto (m) com a massa da so- especificidades das diferentes misturas. As possíveis con-
lução (M) ou o volume do soluto (v) com o volume da so- centrações das soluções são representadas pelas seguintes
lução (V). fórmulas:
T = m/M • Concentração comum (c)
T = v/V Chama-se assim a relação entre a massa do soluto e o
O título não tem unidade, pois é uma divisão de dois volume da solução, que é expressa pela seguinte fórmula:
valores de massa ou volume. C = massa do soluto / volume da solução
Densidade da solução (d) C = m1 / V
Relaciona a massa (m) e o volume da solução (V): A unidade de medida resultante é g/L
d = m/V • Densidade da solução (d)
Geralmente as unidades usadas são g/mL ou g/cm3. É a unidade que indica a relação entre a massa da so-
Cuidado: não confunda densidade com concentração lução e o seu volume, portanto:
comum, pois as duas relacionam massa com volume. Lem- d = massa da solução / volume da solução
bre-se de que na concentração comum se relaciona a mas- d=m/V
sa de soluto com o volume da solução e, na densidade, a A unidade de medida resultante é g/L
massa de solução com o volume da solução. • Título (t) porcentagem em massa e ppm/ppb
Fonte: http://www.infoescola.com/quimica/solucoes/ Esse é tipo de concentração que relaciona a massa de
soluto e a massa da solução. Ela é uma das fórmulas mais
Antes de aplicar as fórmulas que permitem calcular as usadas pelas indústrias farmacêuticas e químicas. Para se
relações matemáticas das solução, é fundamental com- descobrir o título de uma mistura, aplica-se a fórmula abai-
preender a definição de tais compostos. Pode-se dizer, xo:
em termos químicos, que as soluções são todas aquelas t = massa do soluto / massa do soluto + massa sol-
misturas homogêneas. Ou seja, a expressão nomeia as vente
substâncias em que não é possível diferenciar o soluto e t = m1 / m1 + m2
t = m1 / m2
o solvente, mesmo com o uso de microscópio eletrônico.
• Partes por milhão (ppm) e partes por bilhões (ppb)
Por sua vez, as misturas heterogêneas são aquelas em que
Nos dias atuais, é bastante recorrente que se empre-
se consegue identificar as fases, isto é, o local de cada uma
gue a unidade partes por milhão, ou ppm, e também partes
das substâncias puras presentes. O soluto é a substância
por bilhão, representada por ppb. Ambas as medidas são
que geralmente aparece em menor quantidade na mistu-
extremamente úteis para indicar concentrações muito pe-
ra e que é dissolvida no solvente. Por sua vez, o solvente
quenas, sobretudo no caso de poluentes do ar, da água e
é responsável por diluir o soluto da reação. As soluções
da terra.
acontecem entre elementos em qualquer estado físicos,
ppm: esta unidade expressa, em gramas, a quantidade
com diferentes graus de miscibilidade, concentração e so-
de soluto encontrado em 1 000 000 (106) gramas de uma
lubilidade. Essas são algumas das características que as fór- determinada solução.
mulas apresentadas a seguir pretendem quantificar. ppb: esta unidade expressa, em gramas, a quantidade
• As soluções são misturas homogêneas, onde não se de soluto presente em 1 000 000 000 (109) gramas de uma
vê as fases de solvente e soluto; determinada solução.
• Essas misturas são compostas por diferentes concen- Ou seja,
trações de solvente e soluto; • Uma solução que tenha 20 ppm contém 20g de solu-
• A química conta com fórmulas que permitem quanti- to em 106 g de solução;
ficar essas características. • Uma solução que tenha 5 ppb contém 5 g de soluto
As concentrações das misturas em 109 g de solução.
Nos laboratório de química, as soluções costumam Os dois termos são usados com frequência para des-
ser preparadas a partir da dissolução de uma determinada crever soluções muito diluídas, especialmente nas misturas
massa de um soluto em certa quantidade de um soluto em que a massa da solução tem valor próximo à massa do
que tenha propriedades compatíveis. Como regra geral, solvente.
fica estabelecido que substâncias polares são eficientes • Concentração em mol/L ou concentração molar ou
em dissolver outras substâncias polares, enquanto solutos molaridade (m)
apolares são solúveis em solventes apolares. Outro fator É a relação estabelecida entre número de mol do so-
importante a ser observado são as ligações intermolecu- luto e o volume da solução, que é dado em litros pela fór-
lares presentes nas substâncias, pois elas também influen- mula assim escrita:
ciam na solubilidade. m = nº de soluto / volume da solução (L)
Dessa forma, o conhecimento acerca das quantidades m = n1 / V (L) ou m = m1 / M1.V(L).
de solvente, soluto e do total da solução, propicia que se- Fonte: https://www.resumoescolar.com.br/quimica/
jam estabelecidas algumas relações matemáticas, chama- aspectos-quantitativos-das-solucoes/
das de concentrações das soluções. A química ocupa-se

31
QUÍMICA

Variação entre velocidade e tempo. No equilíbrio, velo-


14) EQUILÍBRIO QUÍMICO: SISTEMAS EM EQUI- cidades se igualam. (Foto: Wikicommons)
LÍBRIO; CONSTANTE DE EQUILÍBRIO; PRINCÍPIO No estado de equilíbrio, mesmo com o sistema apa-
DE LE CHATELIER; CONSTANTE DE IONIZAÇÃO; rentando estar parado, as reações diretas e inversas con-
GRAU DE EQUILÍBRIO; GRAU DE IONIZAÇÃO; tinuam a ocorrer, com velocidades iguais. Por isso as con-
EFEITO DO ÍON COMUM; HIDRÓLISE; PH E POH; centrações das substâncias permanecem constantes. Por
PRODUTO DE SOLUBILIDADE; REAÇÕES ENVOL- exemplo, na reação de produção de amônia:
VENDO GASES, LÍQUIDOS E GASES.

O equilíbrio químico é atingido quando, na mistura


reacional, as velocidades das reações direta (reagentes for-
mando produtos) e inversa (produtos formando regene-
rando os reagentes) ficam iguais.
Mas, em primeiro lugar, é importante entender que
reação química é um processo onde reagentes se com-
binam e formam novas substâncias com propriedades di-
ferentes. Algumas reações se processam totalmente, en-
quanto outras parecem parar antes de estarem completas.
Isso tem a ver com a reversibilidade da reação. Em uma
reação reversível os reagentes formam os produtos, mas os
produtos reagem entre si e regeneram os reagentes.
Por exemplo, a produção da amônia ocorrendo em re-
cipiente fechado, sob pressão e temperatura constantes:
N2(g) + 3H2(g) ⟺ 2NH3(g)
O processo é dinâmico, ou seja, a reação ocorre nos No equilíbrio, as concentrações de produtos e reagen-
dois sentidos. Consideremos a reação hipotética entre a tes são constantes (Foto: Wikicommons)
mols de A e b mols de B, formando c mols de C e d mols
de D: CONSTANTES DE EQUILÍBRIO
aA + bB ⟺ cC + dD Constante de equilíbrio em termos de concentração
Inicialmente, observando uma determinada quantida- (Kc)
de de A e B e concentrações de C e D nulas. No decorrer A constante Kc é denominada constante de equilíbrio
da reação, as concentrações de A e B diminuem e de C e D em termos de concentração, e é uma grandeza com valor
aumentam. A velocidade da reação inversa, que é nula a específico para uma dada reação e temperatura, indepen-
princípio, cresce continuamente com o tempo. A velocida- dente das concentrações iniciais, volume do recipiente ou
de da reação direta diminui e da inversa aumenta, até que pressão.
atinjam a igualdade. Nesse momento as substâncias A e B
se formam na mesma velocidade em que são consumidas. A expressão da constante de equilíbrio obtém-se pela
As concentrações de reagentes e produtos não mais se al- multiplicação das concentrações dos produtos, estando
teram. Este é o instante no qual a mistura reacional atingiu elevadas a potências iguais aos respectivos coeficientes da
o equilíbrio. equação balanceada, dividindo-se esse produto pelo pro-
duto das concentrações dos reagentes, cada qual também
elevada à potência igual ao respectivo coeficiente este-
quiométrico.

Para o equilíbrio hipotético:


aA + bB ⟺ cC + dD
Onde A, B, C e D representam reagentes e produtos e
a, b, c e d os respectivos coeficientes estequiométricos. A
expressão da constante de equilíbrio é:
Kc = [C]c⋅[D]d[A]a⋅[B]b

A concentração molar está simbolizada pela fórmula


da substância entre colchetes. Exemplo:
Para a reação de formação da amônia temos:
N2(g) + 3 H2(g) ⟺ 2 NH3(g)
Kc = [NH3]2[N2]⋅[H2]3

32
QUÍMICA

O fato de os produtos estarem no numerador e os Kp = 3,3 . 1081 . (0,082 . 298)−1


reagentes no denominador, significa que quanto maior o Kp = (3,3⋅1081)0,082⋅298 / ( 0,082 .298)
valor do numerador, maior o valor do Kc e maior tendência Kp = 1,4 . 1080
de formação dos produtos. Logo, quanto maior for o valor Fonte: http://educacao.globo.com/quimica/assunto/
da constante Kc , maior será o rendimento da reação, ou equilibrio-quimico/equilibrio-quimico-e-constante-de-e-
seja, haverá o favorecimento na formação de produtos e a quilibrio.html
concentração destes presentes no sistema será maior que
a concentração dos reagentes. E quanto menor o valor do
Kc, menor o rendimento da reação, isto é, maior a concen-
tração de reagentes em relação aos produtos. 15) ELETROQUÍMICA: CONCEITO DE ÂNODO,
O equilíbrio químico pode ser homogêneo ou hetero- CÁTODO E POLARIDADE DOS ELETRODOS;
gêneo. PROCESSOS DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO, EQUA-
Equilíbrio homogêneo → reagentes e produtos consti- CIONAMENTO, NÚMERO DE OXIDAÇÃO E
tuem uma única fase. IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES REDUTORAS E
Exemplo: OXIDANTES; APLICAÇÃO DA TABELA DE PO-
H2(g) + Cl2(g) ⟺ 2 HCl(g) TENCIAIS PADRÃO; PILHAS E BATERIAS; EQUA-
Equilíbrio heterogêneo → reagentes e produtos consti- ÇÃO DE NERNST; CORROSÃO; ELETRÓLISE E
tuem mais de uma fase. LEIS DE FARADAY.
Exemplo:
Na2CO3(s) ⟺ Na2O(s) + CO2(g)
Na expressão de constante de equilíbrio não devem ELETROQUÍMICA
ser incluídas substâncias nos estados sólidos ou líquidos,
pois suas concentrações molares são constantes. letroquímica é uma área da química que estuda as rea-
NH3(aq) + H2O(l) ⟺ NH+4(aq) + OH−(aq) ções que produzem corrente elétrica através de reações
chamadas de oxidação e redução. Também estuda as rea-
Constante de equilíbrio em termos de pressão par- ções que ocorrem por intermédio do fornecimento de cor-
cial (Kp) rente elétrica, conhecidas como eletrólise.
O Kp é aplicável a equilíbrios homogêneos gasosos, As reações ocorrem trocas de elétrons entre os átomos
ou equilíbrios heterogêneos, cuja constante de equilíbrio e os íons.
é função apenas do componente gasoso. Para o equilíbrio A eletroquímica está muito presente no nosso dia-a-
hipotético abaixo, sob V, P e T constantes, temos: dia. Está presente basicamente em pilhas e baterias utili-
aA + bB ⟺ cC + dD zadas em aparelhos eletrônicos, como celular, controle
Kp = (PC)c⋅(PD)d(PA)a⋅(PB)b remoto, lanternas, filmadoras, calculadoras, brinquedos
Onde: eletrônicos, rádios à pilha, computadores, e muitos outros.
Kp = constante de equilíbrio em função das pressões As reações de oxirredução (oxidação e redução) tam-
parciais. bém estão presentes no cotidiano, como na oxidação do
PA= pressão parcial do reagente A em equilíbrio ferro (formação da ferrugem), redução de minérios metáli-
PB = pressão parcial do reagente B no equilíbrio cos para a produção de metais, formação do aço, corrosão
PC= pressão parcial do reagente C no equilíbrio de navios, etc.
PD = pressão parcial do reagente D no equilíbrio A conversão de energia química em energia elétrica é
um processo espontâneo, chamado de pilha ou célula gal-
O Kp tem valor constante para uma dada temperatura, vânica.
independente das pressões parciais iniciais, volume do re- A conversão de energia elétrica em energia química é
cipiente ou pressão. Na2CO3(s) ⟺ Na2O(s) + CO2(g) um processo não-espontâneo, chamado de eletrólise.
Kp = (PCO2)

Relação entre Kp e Kc
Kp=Kc(RT)Δn

Onde: NÚMERO DE OXIDAÇÃO (NOX)


R é a constante universal dos gases (se P é em atm e V Para a compreensão da eletroquímica, é necessário sa-
em L, R = 0,082 atm.L.mol−1.K−1); ber calcular o número de oxidação das substâncias envol-
T é a temperatura absoluta (kelvin); vidas em uma reação química.
Δn é a diferença entre a soma dos coeficientes este- Número de Oxidação ou NOX deve ser calculado da
quiométricos dos produtos e a soma dos coeficientes este- seguinte maneira:
quiométricos dos reagentes. 1) Substância Simples: ZERO (porque não há perda e
Exemplo: nem ganho de elétrons).
2 H2(g) + O2(g) ⟺ 2 H2O(g) Exemplos:
Se o Kc = 3,3 . 1081 e T = 25°C, o Kp valerá: H2 NOX H = 0

33
QUÍMICA

Fe NOX Fe = 0 - soma do NOX de todos os átomos = zero


O3 NOX O = 0 - soma do NOX de todos os átomo em um íon com-
2) Átomo como íon simples: Sua própria carga. posto = sua carga
Exemplos: Exemplo:
Na+ NOX Na = 1+ Para encontrar o NOX do H na água, sabendo apenas
S2- NOX S = 2- o NOX do O:
H+ NOX H = 1+ Pode-se colocar em cima da fórmula o NOX e embaixo
3) Metais alcalinos à esquerda da fórmula: 1+ o somatório.
Exemplos:
Assim:
NaCl NOX Na = 1+
LiF NOX Li = 1+
K2S NOX K = 1+ 1+ 2- → NOX
4) Metais alcalino-terrosos à esquerda da fórmula: H 2 O → elemento químico
2+ ______
Exemplos:
CaO NOX Ca = 2+ 2+ 2- = 0 → somatório
MgS NOX Mg = 2+
SrCl2 NOX Sr = 2+ Neste caso, o NOX do O é 2-. Multiplica-se o NOX pelo
5) Halogênios: 1- número de átomos de O, então 2-
Exemplos: Como a água é uma substância que está no seu estado
NaCl NOX Cl = 1- neutro (não é um íon), o somatório de cargas é zero. O H
KF NOX F = 1- soma 2+, por este motivo.
K2Br NOX Br = 1- Para achar o NOX do H, divide-se o número do soma-
6) Calcogênios: 2- tório do H pelo número de átomos de H. Como existem
Exemplos: dois átomos de H, o NOX será 1+
CaO NOX O = 2-
ZnO NOX O = 2-
Oxirredução
MgS NOX S = 2-
É a reação química que se caracteriza pela perda ou
7) Ag, Zn e Al: 1+, 2+, 3+
ganho de elétrons. É a transferência de elétrons de uma
Exemplos:
AgCl NOX Ag = 1+ espécie química para a outra. Ocorrem dois fenômenos:
ZnS NOX Zn = 2+ oxidação e redução.
Al2S3 NOX Al = 3+ Oxidação – perda de elétrons, onde aumenta o NOX.
8) Hidrogênio em composto: 1+ Agente redutor
Exemplo: Redução – ganho de elétrons, onde diminui o NOX.
H2O NOX H = 1+ Agente oxidante
9) Hidreto metálico (hidrogênio do lado direito da Oxi-Redução – quando há transferência de elétrons.
fórmula): 1-
Exemplo: PILHAS DE DANIELL
NaH NOX H = 1- Observe a seguinte reação química de oxirredução:
10) Oxigênio em composto (regra dos calcogênio):
2-
Exemplo:
H2O NOX O = 2-
11) Oxigênio com flúor: 1+ e 2+ Esta reação pode ser feita muito facilmente colocan-
Exemplos: do um pedaço de zinco metálico (Zn°) em um copo com
O2F2 NOX O = 1+ uma solução aquosa de sulfato de cobre (CuSO4), que é
OF2 NOX O = 2+
um líquido azul translúcido. Após alguns tempo, cerca de
12) Peróxidos (oxigênio + alcalino / alcalino terro-
20 minutos, pode-se observar que o pedaço de metal ficou
so): 1-
avermelhado. A parte que ficou vermelha é o cobre (Cu°)
Exemplos:
H2O2 NOX 0 = 1- que se depositou sobre a placa de zinco. E no fundo do
Na2O NOX 0 = 1- copo há a formação de sulfato de zinco (ZnSO4), conforme
13) Superóxidos: - a reação acima.
Exemplo: Esta experiência que pode ser feita até mesmo em
K2O4 NOX O = - casa, demostra as reações de oxirredução.
Cálculo de NOX: A experiência feita pelo meteorologista e químico in-
Para as substâncias com dois ou mais elementos quí- glês John Frederic Daniell, em 1836, constitui uma pilha for-
micos: mada apartir de reações de oxirredução.

34
QUÍMICA

Pilha – São reações químicas que produzem corrente elétrica.


Daniell montou um sistema com dois eletrodos interligados.
Um eletrodo era constituido de uma placa de zinco imersa em um copo com uma solução com íons de zinco, no caso,
sulfato de zinco.
O outro eletrodo era constituído de uma placa de cobre imersa em um copo com uma solução com íons de cobre, no
caso, sulfato de cobre.
Chamou o eletrodo de Zinco de ânodo, com carga negativa.
Chamou o eletrodo de Cobre de cátodo, com carga positiva.

Fonte: http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2006/Pilha_de_Daniel/pilha_de_Daniell.html

Ânodo ou polo negativo é o eletrodo onde saem os elétrons. Ocorre a reação de oxidação.

Cátodo ou polo positivo é o eletrodo para onde vão os elétrons. Ocorre a reação de redução.

Com o passar do tempo, os elétrons da placa de zinco vão para a solução, fazendo com que aumente a concentração
da solução e corroendo a placa de zinco.
No outro eletrodo, ocorre o contrário. Os élétrons da solução de sulfato de cobre se depositam na placa de cobre,
diminuindo a concentração da solução e aumentando a massa da placa metálica.

Fonte: http://cabarequimico.blogspot.com/2008/11/eletroqumica-abrange-todos-processo.html

35
QUÍMICA

Veja como montar as reação que ocorrerem na Pilha de Daniell:

1°) montar a reação do ânodo


2°) montar a reação do cátodo
3°) somar as reações, formando a reação global da pilha.

Obs.: Os termos semelhantes, se anulam. No caso, na reação acima, os 2é.

Daniell colocou uma ponte salina constituída de um tubo de vidro em U contendo solução de KCl aquoso. A sua função
é permitir a migração de íons de uma solução para a outra, de modo que o número de íons positivos e negativos na solução
de cada eletrodo permaneça em equilíbrio.

Tabela resumida da Pilha de Daniell:

ELETRODO REAÇÃO POLO LÃMINA SOLUÇÃO


ÂNODO OXIDAÇÃO POLO NEGATIVO (-) CORRÓI CONCENTRA
CÁTODO REDUÇÃO POLO POSITIVO (+) AUMENTA DILUI

Força Eletromotriz e Potencial de Redução e de Oxidação


Antes de realizar a montagem de uma pilha, é necessário saber qual metal vai perder e qual metal vai ganhar elétrons.
Para conseguir responder à esta questão, devemos conhecer o conceito de potencial de redução e o potencial de oxidação.
O potencial de redução e de oxidação são medidos em volt (V) e é representado pelo símbolo E°.

Onde:

variação de potencial

E° = diferença de potencial (padrão)


E°RED = potencial de redução
E°OX = potencial de oxidação
Padrão: 25°C e 1atm
Pode-se utilizar qualquer uma destas fórmulas, dependendo dos dados que são fornecidos.
A diferença de potencial pode ser chamada também de força eletromotriz (fem).
Quanto maior o E°RED mais o metal se reduz.
Quanto maior o E°OX mais o metal se oxida.
Em geral, são usadas tabelas com potenciais padrão de redução para indicar se o metal irá se reduzir ou oxidar.Veja o
exemplo:
Sendo:
E°RED Cu = +0,34V
E°RED Zn = -0,76V
a) Qual metal sofrerá redução?
O metal que sofrerá redução é o cobre (Cu) porque possui maior valor, maior tendência a reduzir.
b) Qual o valor da ddp desta pilha ou diferença de potencial?

36
QUÍMICA

Pode-se calcular também, se soubermos qual metal é o (niquelagem), prata (prateação), ouro (dourar), usados em
cátodo e qual é o ânodo: grades, calotas de carros, emblemas, peças de geladeira,
jóias, aparelhos de som. É utilizada também na purifica-
ção ou refino eletrolítico de muitos metais, como cobre e
chumbo. Em processo de anodização, que nada mais é do
que uma oxidação forçada da superfície de um metal para
que seja mais resistente à corrosão. É feita a anodização
em alumínio.
Na eletrólise, usa-se eletrodos inertes (que não regem),
c) Qual metal sofrerá oxidação? como o carbono grafite (grafita) ou platina.
O metal que sofrerá oxidação é o zinco (Zn) porque Para que a eletrólise ocorra deve haver:
possui menor valor de potencial de redução. Então possui - corrente elétrica contínua e voltagem suficiente para
tendência a sofrer oxidação. provocar a eletrólise;
- íons livres ( por fusão ou dissolução)
Existe a eletrólise ígnea e a eletrólise aquosa.
Então:
Eletrólise Ígnea
Reação Espontânea e Não Espontânea É uma eletrólise onde não há presença de água. Metais
A reação na pilha (ou célula eletrolítica) pode ser es- iônicos são fundidos (derretidos). Ao se fundirem, eles se
pontânea ou não. ionizam formando íons. A partir desses íons, é formada a
Quando o potencial padrão da célula eletrolítica é po- corrente elétrica.
sitivo, a reação é espontânea. Reação de fusão (transformação do estado físico sólido
Quando o potencial padrão da célula eletrolítica é ne- para líquido) do NaCl a 808°C:
gativo, a reação é não espontânea.

Os eletrodos devem ser inertes. Pode ser carbono gra-


fite ou platina.
Estes eletrodos são polarizados, um com carga nega-
tiva e o outro com carga positiva e são colocados em uma
Representação IUPAC
cubeta com o metal NaCl já fundido.
De acordo com a União Internacional de Química Pura
e Aplicada (IUPAC), a representação de uma pilha deve ser
da seguinte maneira:

ELETRÓLISE
Eletrólise é uma reação não espontânea provocada Observe que no desenho há dois eletrodos carregados
pelo fornecimento de energia elétrica, proveniente de um eletricamente, o polo positivo e o polo negativo, mergulha-
gerador (pilhas). É o inverso das pilhas. dos em um metal fundido. A reação acima mostra a forma-
A eletrólise possui muitas aplicações na indústria quí- ção de íons Na+ e íons Cl-. Quando estes íons entrarem em
mica, na produção de metais, como sódio, magnésio, po- contato com os eletrodos, o íons positivo (Na+) irá para o
tássio, alumínio e etc. Também na produção de não-metais eletrodo negativo. O íon negativo (Cl-) irá para o eletrodo
como cloro e o flúor e ainda substâncias como o hidróxido positivo.
de sódio (soda cáustica) e peróxido de hidrogênio (água No eletrodo negativo haverá formação de sódio me-
oxigenada) e a deposição de finas películas de metais so- tálico (Na°). No eletrodo positivo formará gás cloro (Cl2).
bre peças metálicas ou plásticas. Essa técnica de deposi- Percebe-se a formação de bolhas.
ção em metais é conhecida como galvanização. Os mais O eletrodo positvo é chamado de ânodo e nele ocorre
comuns são a deposição de cromo (cromagem), níquel a reação de oxidação.

37
QUÍMICA

O eletrodo negativo é chamado de cátodo e nele ocorre a reação de redução.


Reações:

A reação do cátodo deve ser multiplicada por 2 para poder cancelar com a reação do ânodo, já que forma gás cloro
(Cl2).

Eletrólise Aquosa
É uma eletrólise onde há a dissociação de um composto iônico em solução aquosa. O eletrodo deve ser inerte.
É necessário considerar a reação de auto-ionização da água, onde produz íon H+ e íon OH-.
O composto iônico é dissolvido em água, ocorrendoa formação de íons livres, que produzirão a corrente elétrica. Deve
ser montada as quatro reações para obter a reação global desta eletrólise.

Nesta cuba eletrolítica deve haver água e o composto iônico dissolvidos. Da auto-ionização da água, formará íons H+
e íons OH-. Se o composto for um sal, o NaCl, em contato com a água, formará o íon Na+ e o íon Cl-. Os íons positivos
serão atraídos pelo eletrodo negativo e os íons negativos serão atraídos pelo eletrodo positivo. Cada par de íons (positivo
e negativo) competirão entre si para ver qual se formará ao redor do seu respectivo eletrodo.
Existe uma tabela de facilidade de descarga elétrica, entre cátions e ânions:
Cátions:
Alcalinos
Alcalinos Terrosos
Al3+ < H+ < demais cátions

38
QUÍMICA

Ordem Crescente de Facilidade de Descarga dos Cátions


Ânions:
Ânions Oxigenados < OH- < ânions não-oxigenados < halogênios
Ordem Crescente de Facilidade de Descarga dos Ânions
Observando a tabela, deve-se comparar então os seguintes íons:
- Cl- e OH-
- H+ e Na+

De acordo com a tabela, o íon Cl- (halogênio) tem mais facilidade do que o íon OH-.
De acordo com a tabela, o íon H+ tem mais facilidade do que o íon Na+.
Então, formam-se nos eletrodos, o gás hidrogênio (H2) e o gás cloro (Cl2).
No polo (-) = H+
No polo (+) = Cl-

Reações:

Observe que forma o H2 e Cl2.


Também forma 2Na+ e 2OH-. Juntando estes dois íons, forma-se 2NaOH.

Resumo de Pilhas e Eletrólise

Polo + Polo -
Pilha de Daniell Cátodo Ânodo
Redução Oxidação
Aumenta a lâmina Corrói a lâmina
Dilui concentração Aumenta concentração
Eletrólise Ânodo Cátodo
Oxidação Redução

Leis da Eletrólise
As leis que regem a eletrólise são as leis que relacionam as massas das substâncias produzidas nos eletrodos e as quan-
tidades de energia gastas na eletrólise. Essas leis foram estabelecidas pelo físico-químico inglês Michael Faraday, em 1834.

39
QUÍMICA

Primeira Lei da Eletrólise ou Lei de Faraday


“ A massa da substância eletrolisada em qualquer dos 16) RADIOATIVIDADE: ORIGEM E PROPRIEDADE
elementos é diretamente proporcional à quantidade de DAS PRINCIPAIS RADIAÇÕES; LEIS DA RADIOA-
carga elétrica que atravessa a solução.” TIVIDADE; CINÉTICA DAS RADIAÇÕES E CONS-
TANTES RADIOATIVAS; TRANSMUTAÇÕES DE ELE-
MENTOS NATURAIS; FISSÃO E FUSÃO NUCLEAR;
Onde: USO DE ISÓTOPOS RADIOATIVOS; E EFEITOS DAS
m = massa da substância RADIAÇÕES.
k = constante de proporcionalidade
Q = carga elétrica (Coulomb)
Segunda Lei da Eletrólise
“ Empregando-se a mesma quantidade de carga elétri- Radioatividade é um fenômeno nuclear que resulta da
ca (Q), em diversos eletrólitos, a massa da substância ele- emissão de energia por átomos, provocada em decorrên-
trolisada, em qualquer dos eletrodos, é diretamente pro- cia de uma desintegração, ou instabilidade, de elementos
porcional ao equivalente-grama da substância. “ químicos. Desta forma, um átomo pode se transformar em
outro átomo e quando isso acontece, significa que ele é
radioativo.
m = massa da substância (g) A emissão de radiação é utilizada no tratamento de tu-
k2 = constante de proporcionalidade mores, na conservação de alimentos, na produção de ener-
E = equivalente-grama gia, bem como na produção de armas nucleares.
Unindo as duas leis, temos: A radioatividade da medicina é utilizada através dos
exames de raio-x, cuja radiação atravessa os tecidos com o
objetivo de mostrar internamente o corpo humano.
Estudamos na Física que: Ela foi descoberta em 1896 por Henri Becquerel, toda-
via, foi o casal Pierre e Marie Curie que se dedicou ao seu
estudo.
Onde: De Ernest Rutherford veio o contributo das bases da
Q = carga elétrica (C) teoria da radioatividade com o seu colega Frederick Soddy,
i = intensidade da corrente elétrica (A) que dá nome às leis da radioatividade.
t = tempo (s) Decaimento Radioativo
Então temos a seguinte expressão: À medida que a radiação é emitida, o átomo se desin-
tegra, o que resulta na sua transformação, pois é o número
atômico que determina o elemento químico.
A constante K chamada de constante de Faraday é O tempo que essa desintegração do elemento leva
equivalente a para reduzir a sua massa pela metade é chamado de meia
vida ou período de semidesintegração.
Unindo todas estas informações, temos a equação ge- Elementos Radioativos
ral da eletrólise: São elementos radioativos: urânio, actínio, astato, car-
bono-14, césio, criptônio, estrôncio, iodo, plutônio, polô-
nio, rádio, radônio.
• Radioatividade Natural - São os elementos en-
contrados na natureza. Exemplos: urânio, actínio e tório.
• Radioatividade Superficial - São os elementos
A carga elétrica de 96500 coulomb recebe o nome de produzidos artificialmente. Exemplos: iodo-131 e fósfo-
faraday (F). ro-30.
Saiba mais em Elementos Radioativos.
Tipos de Radioatividade
A radioatividade das partículas Alfa, Beta e das ondas
Gama são as mais comuns. O tipo de radiação determina o
1 Faraday poder de penetração na matéria, que são, respectivamente,
- É a carga elétrica que produz um equivalente-grama baixa, média e alta.
de qualquer elemento em uma eletrólise. • Alfa (α) - são partículas pesadas de carga positiva,
- Equivale aproximadamente a 96.500 Coulomb que desintegram do seu núcleo 2 prótons e 2 nêutrons.
- Equivale a carga de um mol (6,02.1023) de elétrons A sua radioatividade pode ser impedida por uma folha de
ou de prótons. papel.
Fonte: http://www.soq.com.br/conteudos/em/eletro- • Beta (β) - são partículas de carga negativa, que
quimica/p6.php não contém massa. A sua radioatividade - superior à de
alfa - pode penetrar uma folha de papel, mas não uma pla-
ca de metal.

40
QUÍMICA

• Gama (γ) - são ondas leves, de altíssima frequên- Δn = |nf – no|


cia e que não possuem massa. A sua forte capacidade de Observação: O Δn deve ser sempre trabalhado em
penetração faz com que a sua radioatividade passe tanto módulo, pois, caso contrário, o resultado seria negativo.
pelo papel como pelo metal. • Δt = variação do tempo em que ocorreu a de-
Leis da Radioatividade sintegração, que é a diminuição do tempo final pelo
• 1.ª Lei: Lei de Soddy: um átomo instável emite tempo inicial.
uma partícula alfa (α), diminui o número atômico (Z) em
duas unidades, ao passo que o número de massa (A) dimi- Δt = tf – to
nui em quatro unidades. Assim: 24α
• 2.ª Lei: Lei de Soddy, Fajans e Russel: um átomo Observação: é importante observar na fórmula do cál-
instável emite uma partícula beta (β), aumenta o número culo da velocidade de desintegração que a velocidade é
atômico (Z) em uma unidade, ao passo que o número de diretamente proporcional à quantidade de átomos que
massa (A) permanece o mesmo. Assim: -10β se desintegrou durante o processo de decaimento. Dessa
Quer saber mais? Leia Número Atômico e Número de forma, quanto maior for a quantidade de átomos na amos-
Massa. tra, maior será a velocidade
Lixo Radioativo Exemplo: Determine a velocidade de desintegração
Os resíduos dos materiais compostos por elementos radioativa de uma amostra que, no tempo de 8 minu-
radioativos representam um grande risco à população, tos, apresentou 6.1021 átomos e, em 10 minutos, apre-
uma vez que podem provocar doenças, tal como o câncer. sentou 4.1020 átomos.
Diversas áreas (medicina, engenharia, antropologia,
entre tantas outras) fazem uso de materiais que contém Δn = |nf – no| Δt = tf – to
radioatividade. Assim, os cuidados com os resíduos são in- Δn = 4.1020 – 6.1021 Δt = 10 – 8
dispensáveis para que esse tipo de lixo não contamine o Δn = 54.1020 átomos Δt = 2 minutos
ambiente ou, ainda, resulte em acidentes nucleares.
É o caso do conhecido Acidente de Chernobyl ocorrido V = Δn
em 1996 na Ucrânia. No nosso país, o Acidente Césio-137 Δt
aconteceu ainda antes, em 1987, em Goiânia, e foi provo- V = 54.1020
cado por um aparelho de radioterapia abandonado. 2

A radioatividade debruça-se sobre a emissão de ra- V = 27.1020 átomos por minuto


diação a partir do núcleo de um átomo. Essas radiações
emitidas podem ser do tipo alfa, beta ou gama. Quando b) Constante radioativa (k) ou C
a radiação (energia) é emitida, promove a transformação A constante radioativa avalia o número de átomos em
do átomo que a emitiu em outro (decaimento radioativo). relação a uma determinada faixa de tempo. Nessa relação,
Para que um átomo seja emissor de radiação, seu nú- temos que quanto maior for a quantidade de átomos na
amostra radioativa, maior será a velocidade em que ocor-
cleo deve ser obrigatoriamente instável para que a emissão
rerá a desintegração (emissão de radiação).
radioativa possa dar a ele estabilidade. A questão é que as
emissões e as consequentes transformações de um átomo
Observação: Cada elemento ou material radioativo
em outro podem acontecer em tempos ou velocidades di-
apresenta uma constante radioativa.
ferentes.
Veja a seguir a fórmula que podemos utilizar para cal-
A Cinética Radioativa estuda por meio de diferentes
cular a constante radioativa:
critérios a velocidade de um decaimento radioativo. Veja-
mos sobre quais aspectos esse campo de estudos detém- C = Δn /t
se: no
a) Velocidade de uma desintegração
• Δn: a variação da quantidade de átomos;
É uma grandeza que calula a velocidade em que • no: o número inicial de átomos da amostra;
uma desintegração acontece. Ela especifica a variação da • t: tempo de desintegração.
quantidade de átomos radioativos que ocorreu em uma Como temos a quantidade de átomos no numerador e
determinada faixa de tempo. Para calcular a velocidade no denominador, a constante radioativa pode ser resumida
de desintegração, podemos utilizar a fórmula a seguir: em uma fórmula mais simples:
V = Δn C= 1
Δt tempo
• V = velocidade de desintegração; Veja exemplos de constantes radioativas de alguns ele-
• Δn = variação do número de átomos (antes e mentos:
depois da desintegração), ou seja, o número final de — Radônio-220: C = 1 s–1
átomos subtraído pelo número inicial. Veja: 79

41
QUÍMICA

A cada 79 átomos de radônio, apenas um se desintegra Observação: quando um período de meia-vida passa,
a cada segundo. pode-se afirmar então que temos exatamente a metade da
— Tório-234: C = 1 dia–1 massa que a amostra tinha anteriormente.
35 A fórmula que podemos utilizar para determinar a
A cada 35 átomos de tório, apenas um se desintegra meia-vida é:
a cada dia. t = x.P
— Rádio-226: C = 1 ano–1 • T = tempo que a amostra leva para desintegrar-
2300 se;
A cada 2300 átomos de rádio, apenas um se desintegra • x = número de mais vidas;
a cada ano. • P = meia-vida.
c) Intensidade radioativa (i) Veja alguns exemplos de materiais radioativos e suas
Trata-se de uma grandeza que indica a quantidade de respectivas meias-vidas:
átomos que sofreu desintegração em uma faixa de tempo • Césio-137 = 30 anos
• Carbono-14 = 5730 anos
específica. Ela depende da quantidade de radiações alfa e
• Ouro-198 = 2,7 dias
beta que foi emitida pelo material. A fórmula que descreve
• Irídio-192 = 74 dias
a intensidade radioativa é:
• Rádio-226 = 1602 anos
i = C.n • Urano-238 = 4,5 bilhões de anos
• n = é a constante de Avogadro (6,02.1023) • Fósforo-32 = 14 dias
Exemplo: Determine a intensidade radioativa de uma
amostra com 1 mol de rádio que apresenta constante ra- Para determinar a massa de um material radioativo
dioativa de 1/2300 ano-1. após uma ou mais meias-vidas, basta utilizar a seguinte
i = C.n fórmula:
i = 1.(6,02.1023) m = m0
40 2x
i = átomos por ano • x → número de meias-vidas que se passaram;
d) Vida média • m → massa final da amostra;
Durante o estudo dos materiais radioativos, os cien- • m0 → massa inicial da amostra.
tistas descobriram que não é possível determinar o mo-
mento em que um grupo de átomos sofrerá desinte- Exemplo: Sabendo que a meia-vida do estrôncio é de
gração, ou seja, eles podem desintegrar-se a qualquer 28 anos, após 84 anos, qual será a massa restante se tiver-
momento. Isso ocorre por dois fatores: mos 1 grama desse elemento?
• Sua instabilidade; m0 = 1g
• Os átomos da amostra são iguais. Para encontrar o número de meias-vidas passadas,
Vale ressaltar que cada átomo da amostra de um mate- basta dividir o tempo final pela meia-vida do material:
rial radioativo possui seu tempo de desintegração. Por essa x = 84
razão, surgiu a grandeza vida média, que é apenas uma 28
média aritmética que x=3
utiliza o tempo de desintegração de cada átomo pre- Com isso, podemos utilizar a fórmula para achar a mas-
sente na amostra radioativa. sa:
A fórmula que descreva a vida média é: m = m0
2x
Vm = 1
m=1
C
23
Como podemos observar, a vida média é inversamente
m=1
proporcional à constante radioativa. 8
Exemplo: Se a constante radioativa do elemento rá- m = 0,125 g
dio-226 é de 1/2300 ano-1, qual será a sua vida média? Uma informação importantíssima é a de que a meia-
Vm = 1 vida e a vida média apresentam uma proporcionalidade: o
C período de meia-vida é exatamente 70% da vida média.
Vm = 1 Essa proporção é descrita pela seguinte fórmula:
1/2300 P = 0,7. Vm
Vm = 2300 anos-1 Então, se sabemos que a meia-vida do fósforo-32 é
de 14 dias, logo sua vida média será de:
e) Meia-vida 14 = 0,7.Vm
É a grandeza da cinética radioativa que indica o pe- 14 = Vm
ríodo que uma determinada amostra radioativa leva para 0,7
perder metade dos átomos ou da massa que existia nela. Vm = 20 dias.
Esse período pode ser de segundos ou até de bilhões de Vamos ver agora a resolução de um exercício que tra-
anos. Tudo depende da natureza do material radioativo. balha a cinética radioativa como um todo:

42
QUÍMICA

Exemplo: Considere que, durante uma pesquisa cientí-


fica, observou-se que, decorridos seis minutos de constantes 17) PRINCÍPIOS DA QUÍMICA ORGÂNICA: CON-
emissões radioativas, a quantidade de átomos ainda não CEITO: FUNÇÕES ORGÂNICAS: TIPOS DE FÓR-
desintegrados encontrava-se na ordem de 2.1023 átomos. MULAS; SÉRIES HOMÓLOGAS: PROPRIEDADES
Aos sete minutos, uma nova análise indicou a presença de FUNDAMENTAIS DO ÁTOMO DE CARBONO,
18.1022 átomos não desintegrados. Determine: TETRAVALÊNCIA, HIBRIDIZAÇÃO DE ORBITAIS,
FORMAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CAR-
a) A constante radioativa do material utilizado nes- BÔNICAS E LIGAÇÕES.
sa pesquisa.
Primeiramente, devemos realizar o cálculo do Δn:
Início = 2.1023 átomos (no)
Fim: 18.1022 (nf )
Δn = |nf - no| Os fundamentos da química orgânica datam da me-
Δn = 18.1022 - 2.1023 tade do século XVIII, quando ela evoluía da arte dos al-
Δn = 2.1022 átomos quimistas a uma ciência moderna. Naquele tempo, foram
observadas diferenças inexplicáveis entre as substâncias
Como o intervalo de tempo vai de 6 a 7 minutos, a obtidas a partir dos organismos vivos e aquelas derivadas
diferença é de 1 minuto. Por isso, temos 2.1022/minuto. Em de fontes minerais. Os compostos extraídos das plantas e
seguida, calculamos a constante radioativa: dos animais eram muito difíceis de manusear e tinham a
C = Δn/t tendência de se decompor mais facilmente que os com-
no postos extraídos dos minerais. O químico sueco Torbern
C = 2.1022 Bergman, em 1770, foi o primeiro a expressar a diferença
2.1023 entre substâncias “orgânicas” e “inorgânicas”, e o termo
C = 1 min-1 química orgânica logo passou a denominar a química dos
10 compostos encontrados em organismos vivos.
b) Qual é o significado dessa constante radioativa? Para muitos químicos daquele tempo, a única explica-
ção para as diferenças de comportamento entre os com-
C = 1 min-1 postos orgânicos e os inorgânicos era que os orgânicos
10 deviam conter uma “força vital” porque se originavam de
A cada grupo de 10 átomos, 1 desintegra-se por mi- organismos vivos. Uma consequência dessa força vital,
nuto. acreditavam os químicos, era que os compostos orgânicos
não podiam ser preparados e manipulados no laboratório,
c) A velocidade de desintegração radioativa no in- como era o caso dos compostos inorgânicos. Por volta de
tervalo de 6 a 7minutos. 1816, essa teoria da força vital foi abalada quando Michel
V = C. n0 Chevreul descobriu que o sabão, preparado pela reação de
V = 1. 2.1023 álcalis com gordura animal, poderia ser separado em diver-
10 sos compostos orgânicos puros, que ele próprio denomi-
V = 2.1022 átomos desintegrados por minuto nou “ácidos graxos”. Pela primeira vez, uma substância or-
gânica (gordura) fora convertida em outras (ácidos graxos
d) O tempo de vida média (Vm) dos átomos dessa e glicerina) sem a intervenção de uma força vital externa.
amostra radioativa. Um pouco mais de uma década depois, a teoria da for-
Vm = 1 ça vital sofreu outro golpe quando Friedrich Wohler desco-
C briu, em 1828, que era possível converter o sal “inorgânico”
Vm = 1 cianato de amônio na substância “orgânica” já conhecida
1/10 como uréia, que havia sido previamente encontrada na uri-
Vm = 10 min na humana.
Assim, em média, cada átomo tem 10 minutos de
vida.

e) O valor da meia-vida do material radioativo.


P = 0,7.Vm
P = 0,7.10
P = 7 minutos.
A meia-vida do material é de sete minutos.
Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/quimica/ci- Essa síntese abalou profundamente o meio científico
netica-das-desintegracoes-radioativas.html da época. No entanto, essa idéia ainda perdurou por muito
tempo, tendo sido aventada a hipótese de que o cianato de
amônia usado por Wohler teria provindo da calcinação de
ossos e, portanto, ainda apresentava a força vital.

43
QUÍMICA

A partir desta data outros compostos orgânicos foram obtidos em laboratório, derrubando totalmente o vitalismo, o
que ocorreu desde 1850.

divisória definida entre a química orgânica e a química inorgânica Quaisquer distinções...

Em meados do século XIX, o peso dessas evidências foi claramente contrário à teoria da força vital. Como William
Brande escreveu em 1848: “Não se pode traçar nenhuma linha devem ser consideradas daqui para frente como sendo de
caráter meramente prático, para favorecer a compreensão dos alunos”.

históricas, mantém sua “conveniência prática para acelerar o progresso dos estudantes”.

A química hoje é unificada. Os mesmos princípios que explicam os compostos inorgânicos mais simples também ex-
plicam os compostos orgânicos mais complexos. A única característica que distingue os compostos orgânicos é que todos
contêm o elemento carbono. Entretanto, a divisão entre a química orgânica e inorgânica, que começou por razões

2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS: ESTRUTURA E LIGAÇÃO


Química orgânica é o estudo dos compostos de carbono. Muito embora tenha ocorrido uma divisão histórica entre a
química orgânica e a química inorgânica, não existe uma razão científica para isso.
Um átomo consiste em um núcleo positivamente carregado rodeado por um ou mais elétrons negativamente carrega-
dos. A estrutura eletrônica de um átomo pode ser descrita pela equação de onda mecânico-quântica, na qual se considera
que elétrons ocupam orbitais em torno do núcleo. Orbitais diferentes têm energia e formas diferentes. Por exemplo, orbi-
tais s são esféricos e orbitais p têm a forma de halteres.

Ligações covalentes são formadas quando um par de elétrons é compartilhado por um ou mais átomo. De acordo com
a teoria da ligação de valência, o compartilhamento ocorre devido à superposição de dois orbitais atômicos de átomos di-
ferentes. As técnicas computacionais envolvidas tem sido em grande parte superadas pela teoria dos orbitais moleculares,
mas grande parte da linguagem e alguns conceitos da teoria da ligação de valência ainda permanecem. De acordo com
a teoria dos orbitais moleculares (OM), as ligações resultam da combinação matemática de orbitais atômicos de átomos
diferentes para formar orbitais moleculares que pertencem à molécula como um todo.
A combinação linear de orbitais átomos pertencentes ao mesmo átomo gera os orbitais híbridos. Orbitais híbridos de
composição diferentes, são usados para justificar diferentes geometrias moleculares e fornecer uma base para a descrição
da TLV.
O carbono utiliza orbitais híbridos para formar ligações em moléculas orgânicas. Quando o carbono forma somente
ligações simples em geometria tetraédrica, ele utiliza quatro orbitais híbridos sp3 equivalentes.

Quando o carbono forma uma dupla ligação com geometria planar, ele utiliza três orbitais híbridos sp2 equivalentes e
um orbital p não hibridizado. Uma ligação dupla carbonocarbono se forma quando dois átomos de carbono hibridizados
sp2 se unem.

44
QUÍMICA

Quando o carbono forma uma ligação tripla com geometria linear, o carbono utiliza dois orbitais híbridos sp e equi-
valentes e dois orbitais p não hibridizados. Uma ligação tripla carbono-carbono se forma quando dois átomos de carbono
hibridizados sp se unem.

Outros átomos como o nitrogênio e o oxigênio também se hibridizam para formar ligações orientadas, fortes. O átomo
de nitrogênio da amônia e o oxigênio da água têm hibridização sp3 .
As ligações que possuem uma seção transversal circular e são formadas pela interação frontal de dois orbitais são
denominadas ligações sigmas (σ); as ligações formadas pela sobreposição lateral de orbitais p são denominadas ligações
pi (pi).

5 3 COMPOSTOS ORGÂNICOS: DIVERSIDADE ESTRUTURAL


4 REPRESENTAÇÃO DE FÓRMULAS ESTRUTURAIS
Os químicos orgânicos usam várias maneiras para escrever as fórmulas estruturais dos compostos orgânicos. Os tipos
mais comuns são mostrados a seguir:

45
QUÍMICA

5 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ÁTOMOS DE CARBONO
Dependendo de sua posição na cadeia, os átomos de carbono classificam-se em:
- Carbono primário: É o que se liga apenas a um outro átomo de carbono. São primários os átomos de carbono situados
nas extremidades da cadeia e quando houver somente um átomo de carbono, este será considerado primário. Exemplos:
- Carbono secundário: É o que se liga a dois outros átomos de carbono. Exemplos:
- Carbono terciário: Está ligado a três outros átomos de carbono. Exemplos:
- Carbono quaternário: Está ligado a quatro outros átomos de carbono. Exemplos:
5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CARBÔNICAS
As cadeias carbônicas são classificadas segundo vários critérios:
I) Cadeia aberta e fechada Cadeia aberta ou acíclica – os átomos de carbono não formam ciclo. Exemplos:
Cadeia fechada ou cíclica – os átomos de carbono formam ciclo ou anel. Exemplos:
I) Classificação das cadeias abertas ou acíclicas A) Quanto à disposição dos átomos Cadeia acíclica linear ou normal: É
aquela que apresenta unicamente átomos de carbono primário e secundário (têm duas extremidades apenas).
Cadeia acíclica ramificada: É aquela que apresenta pelo menos um átomo de carbono terciário ou quaternário (têm
mais de duas extremidades).
Obs: A cadeia do composto abaixo, embora apresente apenas átomos de carbono primário e secundário, deve ser
classificada como ramificada, pois tem três extremidades.
B) Quanto à natureza dos átomos Cadeia homogênea: É aquela que não apresenta átomos diferentes de carbono in-
tercalados na cadeia.
Cadeia heterogênea: É aquela que apresenta átomos de carbono intercalados na cadeia. Esses átomos diferentes de
carbono são chamados heteroátomos.
C) Quanto ao tipo de ligação entre os átomos de carbono Cadeia saturada: É aquela em que os átomos de carbono
ligam-se entre si, exclusivamente, por simples ligações.
Cadeia insaturada: É aquela que apresenta pelo menos uma dupla ou tripla ligação entre átomos de carbono.
I) Classificação das cadeias cíclicas ou fechadas
A) Quanto à natureza dos átomos Cadeia homocíclica (cíclica homogênea) – no anel só há átomos de carbono.
Cadeia heterocíclica (cíclica heterogênea) – no anel há átomos diferentes do carbono.
6 FUNÇÃO QUÍMICA E GRUPO FUNCIONAL
Função química é uma classe de compostos que apresentam propriedades químicas semelhantes. Esses compostos
têm estruturas semelhantes.
Na Química Orgânica, o número de funções químicas é enorme. As principais classes funcionais são os hidrocarbone-
tos, haletos de alquila, álcoois, fenóis, cetonas, aldeídos, ácidos carboxílicos, sais de ácidos carboxílicos, cloretos de ácidos,
anidrido de ácidos, ésteres, éteres, aminas, amidas e nitrilas.
As moléculas dos compostos de uma família particular são caracterizadas pela presença de certos arranjos de átomos
chamados de grupo funcional.
Um grupo funcional é a parte da molécula onde ocorre a maioria de suas reações químicas. É a parte que efetivamente
determina as propriedades químicas do composto (e muitas de suas propriedades físicas também). O grupo funcional de
um alceno, por exemplo, é a ligação dupla carbono-carbono, enquanto que o grupo funcional de uma cetona é a carbonila
(entre dois átomos de carbono). Obs: O conhecimento prévio dos grupos funcionais ajudará a organizar o conhecimento
sobre as propriedades e a reatividade das moléculas orgânicas.
7 NOMES OFICIAIS DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS
De acordo com recomendações de 1979 da União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC), o nome de um composto orgânico simples é formado basicamente por três partes:

46
QUÍMICA

CnH2n+2 Exemplos:
Como notamos, a nomenclatura dos alcanos não ra-
mificados é dada usando-se o prefixo correspondente ao
número de átomos de carbono, seguido do sufixo – ano. O
sufixo ano mostra a presença das ligações simples entre os
átomos de carbono.
Quando a cadeia carbônica apresentar ramificações
certas normas devem ser seguidas, para a atribuição cor-
reta, segundo a IUPAC, do nome do composto orgânico.
Verifique o exemplo a seguir:
I) Cadeia principal Individualizaremos, em primeiro lu-
gar, a cadeia principal, isto é, aquela que apresenta o maior
número de átomos de C possível.
I) Ramificações
Em seguida, verificaremos quantas ramificações apre-
senta o composto e quais são. No exemplo anterior, nota-
mos que o composto apresenta duas ramificações metil,
Exemplos: sendo denominadas dimetil. Ramificações iguais são agru-
padas numa única palavra.
I) A regra dos menores números
Agora deveremos localizar as ramificações, enumerando
a cadeia principal; esta numeração deve obedecer à regra
dos menores números: “à cadeia carbônica deve ser enu-
merada, segundo as duas possibilidades (ou duas direções);
prevalecerá, para efeito de nomenclatura, a que indicar as
posições dos substituintes, usando os menores números
possíveis (a soma desses números deve ser a menor)”.
Cicloalcanos possuem a seguinte fórmula geral:
CnH2n Exemplos:
Em sua nomenclatura, seguimos as mesmas regras vis-
tas até aqui, apenas dando a palavra ciclo antes do nome
do alcano correspondente. Caso haja cadeia laterais no ci-
8 PREFIXOS USADOS NA NOMENCLATURA ORGÂNICA clo, numera-se os átomos de carbono do ciclo de modo a
Nº de átomos de C Prefixo resultar os menores números possíveis, iniciando-se a par-
1 Met 2 Et 3 Prop 4 But 5 Pent 6 Hex 7 Hept 8 Oct 9 Non tir do carbono que possui a ramificação mais simples.
10 Dec 1 Undec 12 Dodec 13 Tridec 14 Tetradec 15 Penta- 1 ALCENOS: ESTRUTURA E NOMENCLATURA
dec 20 Eicos 21 Heneicos 2 Docos 23 Tricos 30 Triacont 31 Alcenos (alquenos, olefinas) são hidrocarbonetos insa-
Hentriacont 32 Dotriacont 40 Tetracont 50 Pentacont turados que contêm uma dupla ligação carbono-carbono.
Indicação das ligações Os alcenos apresentam a seguinte fórmula geral:
Simples ligação: an Dupla ligação: en Tripla ligação: in CnH2n Exemplos:
Indicação das funções orgânicas Na nomenclatura dos alcenos não ramificados, damos
Hidrocarboneto: o o prefixo correspondente ao número de átomos de carbo-
Álcool: ol no, seguido do sufixo – eno. O sufixo – eno mostra a pre-
Ácido carboxílico: óico sença de uma dupla ligação entre os átomos de carbono.
Cetona: ona Aldeído: al No caso de o alceno ter mais de 3 átomos de carbono na
9 HIDROCARBONETOS cadeia, devemos indicar a posição da dupla ligação, o que
Hidrocarbonetos, como sugere o nome são compos- fazemos por números; para isto, começamos a numerar a
tos cujas moléculas contêm apenas átomos de carbono e cadeia da extremidade mais próxima da dupla ligação. Se-
hidrogênio. parar número de palavra por meio de hífen.
No caso dos alcenos ramificados, a cadeia principal é
10 ALCANOS E CICLOALCANOS: ESTRUTURA E NO- aquela que apresenta o maior número de átomos de car-
MENCLATURA bono e que contém a insaturação. A numeração dos áto-
Os alcanos são uma classe de hidrocarbonetos satu- mos de carbono é feita de tal forma que a insaturação seja
rados. Eles não possuem nenhum grupo funcional, são re- indicada pelo menor número possível. Para isso a numera-
lativamente inertes e podem ser de cadeia linear (alcanos ção se inicia da extremidade mais próxima da insaturação.
normais) ou de cadeia ramificada. Os alcanos são nomea- 12 ALCINOS, ALCADIENOS E HIDROCARBONETOS PO-
dos de acordo com uma série de regras de nomenclatura LIINSATURADOS
da IUPAC. Os cicloalcanos são alcanos nos quais alguns ou Alcinos (alquinos) são hidrocarbonetos insaturados
todos os átomos de carbono estão dispostos em um anel. que contêm uma tripla ligação carbono-carbono. Os alci-
Alcanos possuem a seguinte fórmula geral: nos apresentam a seguinte fórmula geral:

47
QUÍMICA

Os alcinos seguem a mesma regra de nomenclatura Obs: Na nomenclatura usual é muito comum o uso dos
que vimos para alcenos, diferenciando-se apenas pelo uso seguintes prefixos: iso, sec e terc.
do sufixo ino ao invés de eno.
Muitos hidrocarbonetos conhecidos são moléculas
que contêm mais de uma ligação dupla ou tripla. O hidro-
carboneto cujas moléculas contêm duas ligações duplas
é chamado de alcadieno; aquele cujas moléculas contêm
três ligações duplas é chamado de alcatrieno e assim por
diante. Corriqueiramente, refere-se a esses compostos sim-
plesmente como “dienos” e “trienos”. Um hidrocarboneto
com duas ligações triplas é chamado um alcadiino, e um • Prefixo iso: (CH3)2CH • Prefixo terc: (CH3)3C
hidrocarboneto com uma ligação dupla e tripla é chamado 16 ÁLCOOIS
de alcenino. Álcool metílico (mais sistematicamente chamado me-
13 COMPOSTOS AROMÁTICOS tanol) tem a fórmula estrutural
No início da química orgânica, a palavra aromático foi CH3OH e é o membro mais simples da família de
utilizada para descrever algumas substâncias que possuíam compostos orgânicos conhecidas como álcoois. Os grupo
fragrâncias, como o benzaldeído (responsável pelo aroma funcional característico para esta família é a hidroxila (OH)
das cerejas, pêssegos e amêndoas), o tolueno (do bálsa- ligada a um átomo de carbono com hibridização sp3 . Os
mo de Tolu) e o benzeno (do carvão destilado). Entretanto, álcoois assim como os haletos de alquila podem ser classi-
logo se observou que essas substâncias aromáticas eram ficados em primários, secundários e terciários.
diferentes da maioria dos compostos orgânicos em relação Na nomencaltura oficial da IUPAC acrescentamos ao
ao comportamento químico. prefixo (met, et, prop...) o termo que indica o tipo de li-
O termo aromático é utilizado por razões históricas gação (an, en, in), e no fim colocamos a terminação ol. Se
para se referir à classe de compostos com estrutura seme- o álcool apresentar cadeia ramificada, teremos de tomar
alguns cuidados:
lhante à do benzeno.
• Achar a cadeia principal. É aquela que apresenta
Os hidrocarbonetos aromáticos, que tiraram seu nome
maior número de átomos de carbono possível e, neste
originalmente dos odores característicos que muitos deles
caso, que contenha o grupo – OH).
têm, são chamados de arenos. Todos eles contêm um anel
• Numerar a cadeia principal partindo da extremidade
aromático, usualmente o anel de seis átomos do benzeno.
mais próxima do grupo - OH.
Outros tipos de moléculas além daquelas com estrutura
• Identificar e nomear as ramificações.
semelhante a do benzeno também podem ser aromáticos,
Obs: Se a hidroxila estiver ligada a carbono de dupla
por exemplo a piridina, um heterocíclico de seis átomos
com um átomo de nitrogênio, é aromático e se assemelha ligação, teremos outra função denominada enol.
eletronicamente ao benzeno. Além da piridina temos mais 17 ÉTERES
uma miríade de outros compostos pertencente a classe de Éteres possuem a fórmula geral R-O-R ou R-O-R’, onde
compostos aromáticos (hidrocarbonetos ou não). R’ pode ser um grupo alquila (ou fenila) diferente de R.
20 14 FUNÇÕES OXIGENADAS, NITROGENADAS E OU- Éteres podem ser vistos como derivados da água em que
TRAS FUNÇÕES ambos os átomos de hidrogênio foram substituídos por
15 HALETOS DE ALQUILA OU HALOALCANOS grupos alquilas. O ângulo da ligação do átomo de oxigênio
Haletos de alquila ou haloalcanos são compostos nos de um éter é apenas levemente maior que o da água. No-
quais um átomo de halogênio (flúor, cloro, bromo ou iodo) menclatura dos éteres:
substitui um átomo de hidrogênio de um alcano. Haletos A) Oficial Damos nome às cadeias que vêm antes e
de alquila são classificados como primário, secundário ou depois do oxigênio como hidrocarboneto, intercalando o
terciário. Esta classificação refere-se ao átomo de carbono termo oxi no meio deste nome. B) Usual
ao qual o halogênio está diretamente ligado. Nomencla- Utiliza-se a palavra éter seguida do nome do 1º radical
tura dos haletos de alquila: A) Oficial: Dá-se a posição e o acompanhado do 2º radical com a terminação ico. Os radi-
nome do halogênio seguido do nome do hidrocarboneto cais são listados em ordem alfabética. Exemplos de nome
de origem. B) Usual: Usa-se a palavra do halogeneto (fluo- de radicais:
reto, cloreto, brometo, iodeto) e, em seguida, o nome do : Metil,
grupo ligado ao halogênio. - CH3 - CH3CH2 : Etil, e assim sucessivamente.
(Parte 3 de 3)

48
QUÍMICA

18 AMINAS
Assim como os álcoois e os éteres podem ser considerados como derivados orgânicos da água, as aminas podem ser
consideradas como derivados orgânicos da amônia. Aminas são classificadas como 1º, 2º ou 3º. Esta classificação baseia-
se no número de grupos orgânicos que estão ligados ao átomo de nitrogênio. As aminas são consideradas as bases da
química orgânica. São encontradas na natureza em extratos vegetais, em alguns alcalóides e em compostos provenientes
da decomposição de seres vivos, tais como a puterscina, a cadaverina e a metilamina (cheiro de peixe). São importantes na
indústria para a produção de medicamentos, corantes, sabões e na vulcanização da borracha.
Na nomenclatura das aminas primárias, damos o nome do grupo – R ligado ao nitrogênio, em seguida, a palavra amina.
Quando se nomeia amina secundárias ou terciárias, considera-se os grupos ligados ao nitrogênio como radicais.

19 ALDEÍDOS E CETONAS
Aldeídos e cetonas contêm o grupo carbonila, um grupo no qual um átomo de carbono se liga ao oxigênio por uma
ligação dupla. O grupo carbonila nos aldeídos está ligado a pelo menos um átomo de hidrogênio, e nas cetonas está ligado
a dois átomos de carbono.
Aldeídos e cetonas apresentam arranjo plano triangular dos grupos ao redor do átomo de carbono carbonílico, que
possui hibridização sp2 .
Os aldeídos aparacem na natureza nas essências de algumas flores e frutas. São usados na indústria farmacêutica, no
fabrico de alguns tipos de plásticos e como desinfetantes. Quando da descoberta desses compostos, Liebig deduziu que
eram derivados da desidrogenação de álcoois, vindo daí o nome aldeído (alcohol dehidrogenatus).
Na nomenclatura dos aldeídos são seguidos os padrões da IUPAc, com a terminação dos nomes em al. Nomenclatura
das cetonas: A) Oficial: Dá-se o sufixo – ona ao nome do hidrocarboneto correspondente.
B) Usual:
Consideram-se os grupos ligados a carbonila como radicais, dá-se o nome (em ordem alfabética) aos substituintes e,
em seguida, acrescenta a palavra cetona.

49
QUÍMICA

20 ÁCIDOS CARBOXÍLICOS 3) Desenhe as fórmulas estruturais e classifique os se-


Ácidos carboxílicos, são estruturas que possuem como guintes álcoois como primários, secundários ou terciários.
grupamento funcional a carboxila, representada a seguir: a) etanol b) 2-metilbutanol c) álcool terc-butílico d) butanol
Aparecem na natureza, sob forma combinada, em e) álcool isopropílico
óleos, gorduras, frutas, etc. São usados nas indústrias ali- 4) Desenhe as fórmulas estruturais dos seguintes éste-
mentícias, na síntese de corantes e perfumes, no tingimen- res: a) butanoato de etila b) 3-propil pentanoato de metila
to de tecidos, na medicina e para curtir peles. Possuem c) 2-etil-3-metil-4-propil heptanoato de isopropila d) me-
cheiro irritante e os de cadeia longas, são chamados ácidos tanoato de butila e) propanoato de hexila
graxos. Em sua nomenclatura sistemática seguimos as re-
5) Dados os compostos abaixo indique a hibridização
gras da IUPAC com a terminação óico. Obs: o uso da pala-
de todos os átomos de carbono a)
vra ácido antes do nome do composto é facultativo, porém
usual entre os químicos orgânicos. 6) Abaixo são apresentadas as estruturas de dois ami-
21 AMIDAS noácidos, metabólitos primários essenciais à manutenção
Amidas são compostos orgânicos teoricamente deriva- da vida. Analisando as estruturas, destaque os grupos fun-
dos de ácidos carboxílicos pela substituição do grupo – OH cionais importantes.
pelo radical – NR2. A ureia é a amida mais importante. A
uréia foi o primeiro composto orgânico preparado em la-
boratório, através da síntese de Wohler (1828). É um sólido
solúvel em água e em álcool. Ocorre na urina, como produ-
to final do metabolismo das proteínas. A aplicabilidade da
ureia é ampla e diversificada. Na medicina, é empregada na
preparação de substâncias hipnóticas. Na indústria, partici-
pa da fabricação de plásticos. É ainda utilizada na agricultu-
ra, como adubo nitrogenado. A ureia pode ser considerada
como uma diamida do ácido carbônico. 7) Encontre o erro de nomenclatura dos compostos
Na nomenclatura, basta citarmos seu nome como se abaixo e atribua o nome correto.
fosse um ácido, acrescentando a terminação amida, ou ci- Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAby-
tar o nome do hidrocarboneto correspondente com a ter- wAE/apostila-nocoes-basicas-quimica-organica?part=3
minação amida.
2 ÉSTERES
Ésteres são compostos derivados de ácidos carboxí-
licos pela substituição do hidrogênio do radical hidroxila 18) ANÁLISE ORGÂNICA ELEMENTAR: DETERMI-
por um radical derivado de hidrocarbonetos. Aparecem na NAÇÃO DE FÓRMULAS MOLECULARES..
natureza nas essências das frutas e por isso são bastante
utilizados na indústria alimentícia como flavorizantes (ter-
mo proveniente da língua inglesa que indica sabor mistu- A fórmula molecular indica o número real de áto-
rado com aroma). Aparecem também como ceras (ésteres mos de cada tipo de elemento químico que aparece na
de ácidos graxos com álcoois de cadeia longa) e gorduras. molécula.
As regras utilizadas para atribuição de seus nomes são Por exemplo, a fórmula molecular da água é H2O, o que
semelhantes as utilizadas para os ácidos carboxílicos, tro- significa que em cada molécula de água há dois átomos
cando-se a terminação óico do ácido por oato e citando-se de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio. Já no caso
ao final o radical que substituiu o hidrogênio. do benzeno, a sua fórmula molecular é C6H6, ou seja, para
1) A partir do nome do composto, desenhe a sua fór- cada seis átomos de carbono há exatamente seis átomos
mula estrutural. a) 2-metilpropano b) butanoamida c) trie- de hidrogênio ligados.
tilamina d) cloreto de isopropila e) etino f) 1-propeno g) Citamos esses dois exemplos para mostrar que algu-
etoxietano h) ácido butanóico i) 3,4-dimetiloctano mas vezes a fórmula molecular é igual à fórmula mínima ou
2) Dado os compostos abaixo, destaque e classifique empírica, como acontece no caso da água. Mas, isso nem
os grupos funcionais presentes nas moléculas: a) sempre é verdade, como indica o exemplo do benzeno,
que possui fórmula mínima igual a CH, pois a proporção
entre esses elementos é de 1 : 1.
Assim, a fórmula molecular é um múltiplo inteiro da
fórmula mínima, sendo que no caso do benzeno esse múl-
tiplo é igual a 6:

(Fórmula mínima)n = Fórmula molecular


Para determinarmos a fórmula molecular de qualquer
composto é necessário sabermos primeiro a sua massa mo-
lecular. Com esse dado em mãos, podemos seguir três ca-
minhos diferentes para chegar à fórmula molecular, que são:

50
QUÍMICA

1. Por meio da fórmula mínima;


2. Por meio da fórmula percentual;
3. Relacionando a porcentagem em massa com a massa molecular.
Veja um exemplo de cada um desses casos:
Exemplo 1
Por meio da fórmula mínima:
A fórmula mínima do acetileno é CH e sua massa molecular é 26 g/mol. Qual é a fórmula molecular do acetileno?
Resolução:
• Podemos calcular a massa molecular da fórmula mínima:
MM (CH) = 1 . 12 + 1 . 1 = 13 g/mol
• Agora, podemos calcular qual é o múltiplo inteiro da fórmula mínima que leva à fórmula molecular. Basta dividir a
massa molecular do composto (26 g/mol) pela massa molecular da fórmula mínima (13 g/mol).
(CH)n = 13
13. n = 26
n = 26/13
n=2
• Isso significa que a proporção de átomos da fórmula molecular é 2 vezes a indicada pela fórmula mínima:
2 . CH = C2H2
A fórmula molecular do acetileno é C2H2.
Exemplo 2
Por meio da fórmula percentual:
Uma análise da porcentagem em massa do óxido de fósforo apresentou 43,6% de fósforo e 56,4% de oxigênio. A massa
molecular desse composto é 284 g/mol. Baseado nessas informações, determine a fórmula molecular do óxido de fósforo:
Resolução:
• A porcentagem em massa nos indica que em 100 g do óxido de fósforo temos 43,6g de fósforo e 56,4g de oxigê-
nio. Assim, se dividirmos esses valores pelas massas molares dos respectivos elementos, encontramos a proporção entre
eles. Isso significa que iremos encontrar a fórmula mínima a partir da fórmula percentual:
P = 43,6/31 = 1,41
O = 56,4/16 = 3,525
• No entanto, esses valores não são inteiros, por isso, vamos dividir ambos pelo menor número entre eles, que é o
1,41:
P = 1,41/1,41 = 1
O = 3,525/1,41 = 2,5
• Ainda não conseguimos um número inteiro, então vamos multiplicar por um mesmo número que permita obter a
menor proporção de números inteiros. Nesse caso, o número adequado será 2:
P=1.2=2
O = 2,5 . 2 = 5
• A fórmula mínima do óxido de fósforo é P2O5. Agora, procedemos como no exemplo 1 para determinar a fórmula
molecular:
Massa molecular da fórmula mínima: 2 . 31 + 5 . 16 = 142 g/mol
Massa molecular da fórmula molecular = 284 g/mol
Massa molecular da fórmula molecular= 284 g/mol = 2
Massa molecular da fórmula mínima 142 g/mol
• Isso significa que a proporção de átomos da fórmula molecular é 2 vezes a indicada pela fórmula mínima:
2 . P2O5 = P4O10

A fórmula molecular do óxido de fósforo é P4O10.


Exemplo 3:Relacionando a porcentagem em massa com a massa molecular:
O exemplo anterior poderia ser feito também por esse método. Veja:
O = 43,6 % MM = 284 g/mol
P = 56,4 %
• Considerando que sua fórmula molecular seja PxOy, vamos relacionar as porcentagens em massa com as massas
atômicas e a massa molecular:
Px Oy
31x + 16y = 284
↓ ↓
43,6% 56,4%
Px: Oy:
284 ------- 100% 284 ------- 100%
31x ------- 43,6% 16y ------- 56,4%
31 . x . 100 = 284 . 43,6 16 . y . 100 = 284 . 56,4

51
QUÍMICA

3100 . x = 12382,4 1600 . y = 16017,6


x = 12382,4 y = 16017,6
3100 1600
x = 4 y = 10
A fórmula molecular do óxido de fósforoé P4O10.

19) FUNÇÕES ORGÂNICAS: HIDROCARBONETOS, ÁLCOOIS, ALDEÍDOS, ÉTERES, CE-


TONAS, FENÓIS, ÉSTERES, ÁCIDOS CARBOXÍLICOS, SAIS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS,
AMINAS, AMIDAS E NITROCOMPOSTOS: NOMENCLATURA, RADICAIS, CLASSIFICA-
ÇÃO, PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS, PROCESSOS DE OBTENÇÃO E REAÇÕES.
,

Apesar da existência de milhões de compostos orgânicos diferentes, podemos agrupá-los quanto à semelhança de
suas propriedades químicas. A esse conjunto, damos o nome de FUNÇÃO QUÍMICA. Neste artigo você estará apto a iden-
tificar as funções orgânicas.
Essas substâncias podem ser reconhecidas pela presença de um átomo ou grupo de átomos específicos denominados
GRUPOS FUNCIONAIS (parte da molécula onde ocorre a maioria das reações químicas. É a parte que determina, efetiva-
mente, as propriedades químicas do composto, e também algumas propriedades físicas).

Funções Orgânicas Hidrogenadas

Hidrocarboneto Tipo de Cadeia Carbônica Exemplo


ALCANO ou PARAFINA Aberta e saturada CH4

ALCENO ou ALQUENO Aberta com dupla ligação C2H4

ALQUINO ou ACETILENO Aberta com tripla ligação C2H2

ALCADIENO ou DIENO Aberta com duas duplas C3H4


ligações

CICLOALCANO ou Fechada e saturada C6H12


CICLANO ou
CICLOPARAFINA

CICLOALQUENO ou Fechada com uma dupla C5H8


CICLOALCENO ou ligação no anel
CICLENO ou
CICLOOLEFINA
ARENO ou Apresentam ao menos um
HIDROCARBONETO anel benzênico
AROMÁTICO

benzeno
Funções Orgânicas Oxigenadas

Grupo
Hidrocarboneto O que apresenta Exemplo
Funcional
grupo -OH (hidroxila) junto
ÁLCOOL
a carbono saturado.

52
QUÍMICA

hidroxila junto a um
FENOL
carbono do anel aromático.

heteroátomo de Oxigênio
ÉTER no meio de 2 carbonos na
molécula.

ALDEÍDO grupo aldoxila.

grupo carbonila junto a 2


CETONA
átomos de carbono.

ÁCIDOCARBOXÍLICO grupo carboxila.

ÉSTER Grupo funcional ao lado ?

Funções Orgânicas Nitrogenadas


Função Fórmula Geral Nomenclatura IUPAC Exemplos
Orgânica
AMINA (Nome do Radical) +
H amina
|
R1-N
|
H
(primária)
AMINA (Nome do Radical 1 e
R2 Radical 2) + amina
|
R1-N
|
H
(secundária)

AMINA (Nome do Radical 1,


R2 Radical 2 e Radical 3) +
| amina
R1-N
|
R3
(terciária)

53
QUÍMICA

AMIDA (Nome do Radical) +


O amida
||
R-C
|
OH
NITRILA R-Cº N (Nome do Radical) +
nitrilo

Fonte: http://www.coladaweb.com/quimica/quimica-organica/funcoes-organicas-e-radicais

Exercícios

01) Julgue os itens a seguir.


I Eletrólito é uma substância que, dissolvida em água, forma uma solução que não conduz eletricidade. O soluto per-
manece como uma molécula.
II Uma solução está saturada quando o solvente dissolve todo o soluto.
III Interações íon-dipolo e dipolo-dipolo estão entre as responsáveis pela dissolução de compostos iônicos e polares em água.
IV Em uma solução aquosa iônica, os íons estão hidratados. O cátion está rodeado por moléculas de água com o átomo
de oxigênio próximo do íon. O ânion está rodeado por moléculas de água que dirigem seus hidrogênios na direção do íon.
Estão certos apenas os itens
A. I e II.
B. I e IV.
C. II e III.
D. III e IV.
Resposta: D

02) O cromo, Cr (Z=24), é um metal brilhante e resistente à corrosão. É importante na metalurgia porque é usado para a
fabricação de aço inoxidável e para a cromação. O ferro, Fe (Z = 26) é o metal mais abundante da terra. É bastante utilizado
na produção de diversos materiais de uso cotidiano. As configurações eletrônicas reais do cromo e do ferro, respectiva-
mente são:
A.[Ar]3d44s2, [Ar]3d74s1.
B.[Ar] 4s13d5, [Ar] 4s23d6.
C.[Ar]3d54s1, [Ar]3d64s2.
D.[Ar] 4s23d4, [Ar] 4s23d6.
E.[Ar]3d54s14p1, [Ar]3d64s14p1.
Resposta: C

03) O etino, também conhecido como acetileno, é um hidrocarboneto constituído por dois átomos de carbono e dois
átomos de hidrogênio. As ligações sigma realizadas pelos átomos de carbono, bem como a geometria linear, podem ser
explicadas fazendo-se uso de um modelo teórico-quântico conhecido como Teoria da Ligação de Valência (TLV). De acordo
com este modelo, as hibridizações de cada átomo de carbono no etino são do tipo:
A. sp2, sp2.
B. sp, sp.
C. sp, sp2
D. sp3, sp3.
E. sp, sp3.
Resposta: B

04) Eletrólitos são substâncias que dissolvidas em água produzem íons em solução, os quais possuem a capacidade de
conduzir corrente elétrica. Entre essas substâncias, encontram-se as bases fortes e os sais solúveis originários dessas bases.
Assinale a alternativa que apresenta somente tais substâncias.
A.H3CCOOH, H2S, NaCl
B.NaCl, C6H12O6, Fe(OH)3
C.NaOH, KCl, NaNO3
D.NaNO3, HCN, C6H12O6
E.BaSO4, H2S, NaCl
Resposta: C

54
GEOGRAFIA

1) Geografia Geral: a) Localizando-se no Espaço: orientação e localização: coordenadas geográficas e fusos horários;
cartografia: a cartografia e as visões de mundo, as várias formas de representação da superfície terrestre, projeções
cartográficas, escalas e convenções cartográficas. .................................................................................................................................... 01
b) O Espaço Natural: estrutura e dinâmica da Terra: evolução geológica, deriva continental, placas tectônicas, dinâmica
da crosta terrestre, tectonismo, vulcanismo, intemperismo, tipos de rochas e solos, formas de relevo e recursos minerais;
as superfícies líquidas: oceanos e mares, hidrografia, correntes marinhas....................................................................................... 04
– Tipos e influência sobre o clima e a atividade econômica, utilização dos recursos hídricos e situações hidroconfliti-
vas;........................................................................................................................................................................................................................05
A dinâmica da atmosfera: camadas e suas características, composição e principais anomalias.............................................. 06
– El Niño, La Niña,..................................................................................................................................................................................................... 07
Buraco na camada de ozônio e aquecimento global: elementos e fatores do clima e os tipos climáticos;........................ 08
Os domínios naturais: distribuição da vegetação e características gerais das grandes paisagens naturais;....................... 09
E os impactos ambientais: poluição atmosférica, erosão, assoreamento, poluição dos recursos hídricos e a questão da
biodiversidade. ......................................................................................................................................................................................................... 10
c) O Espaço Político e Econômico: indústria: o processo de industrialização, primeira, segunda e terceira revolução in-
dustrial, tipos de indústria, a concentração e a dispersão industrial, os conglomerados transnacionais, os novos fatores
de localização industrial, as fontes de energia e a questão energética,............................................................................................. 10
Impactos ambientais; agropecuária: sistemas agrícolas, estrutura agrária, uso da terra, agricultura e meio ambiente,
produção agropecuária, comércio mundial de alimentos e a questão da fome;............................................................................ 14
Globalização e circulação: os fluxos financeiros, transportes, os fluxos de informação, o meio tecnocientífico-informa-
cional, comércio mundial, blocos econômicos, conflitos étnicos e as migrações internacionais; a Divisão Internacional
do Trabalho (DIT) e as trocas desiguais; a Nação e o Território............................................................................................................. 18
Os Estados territoriais e os Estados nacionais: a organização do Estado Nacional; e o poder global, nova ordem mundial,
fronteiras estratégicas............................................................................................................................................................................................ 21
d) O Espaço Humano: demografia: teorias demográficas, estrutura da população, crescimento demográfico; transição
demográfica e migrações; urbanização: processo de urbanização, espaço urbano e problemas urbanos; e os principais
indicadores socioeconômicos............................................................................................................................................................................. 23
2) Geografia do Brasil: a) O Espaço Natural: características gerais do território brasileiro: posição geográfica, limites e
fusos horários; geomorfologia: origem, formas e classificações do relevo: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Saber e Jurandyr
Ross e a estrutura geológica;............................................................................................................................................................................... 27
a atmosfera e os climas: fenômenos climáticos e os climas no Brasil; domínios naturais: distribuição da vegetação, ca-
racterísticas gerais dos domínios morfoclimáticos, aproveitamento econômico e problemas ambientais; e os recursos
hídricos: bacias hidrográficas, aquíferos, hidrovias e degradação ambiental.................................................................................. 30
b) O Espaço Econômico: a formação do território nacional: economia colonial e expansão do território, da cafeicultura
ao Brasil urbano-industrial e integração territorial;.................................................................................................................................... 36
a industrialização pós Segunda Guerra Mundial: modelo de substituição das importações, abertura para investimentos
estrangeiros, dinâmica espacial da indústria, pólos industriais.............................................................................................................. 38
A indústria nas diferentes regiões brasileiras e a reestruturação produtiva;.................................................................................... 42
O aproveitamento econômico dos recursos naturais e as atividades econômicas: os recursos minerais, fontes de energia
e meio ambiente, o setor mineral e os grandes projetos de mineração;........................................................................................... 43
Agricultura brasileira: dinâmicas territoriais da economia rural, a estrutura fundiária,................................................................ 44
Relações de trabalho no campo,........................................................................................................................................................................ 45
A modernização da agricultura,.......................................................................................................................................................................... 45
Êxodo rural,................................................................................................................................................................................................................. 46
Agronegócio e a produção agropecuária brasileira; e o comércio: globalização e economia nacional, comércio exterior,
integração regional (Mercosul e América do Sul), eixos de circulação e custos de deslocamento......................................... 47
c) O Espaço Político: formação territorial – território, fronteiras, faixa de fronteiras, mar territorial e ZEE; estrutura polí-
tico-administrativa, estados, municípios, distrito federal e territórios federais; a divisão regional, segundo o IBGE, e os
complexos regionais; e políticas públicas............................................................................................................................................................
d) O Espaço Humano: demografia: transição demográfica, crescimento populacional, estrutura etária, política demográ-
fica e mobilidade espacial (migrações internas e externas);................................................................................................................... 66
mercado de trabalho: estrutura ocupacional e participação feminina; desenvolvimento humano: os indicadores socioe-
conômicos;.................................................................................................................................................................................................................. 66
e a urbanização brasileira: processo de urbanização, rede urbana, hierarquia urbana, regiões metropolitanas e RIDEs,
espaço urbano e problemas urbanos............................................................................................................................................................... 68
GEOGRAFIA

1) GEOGRAFIA GERAL: A) LOCALIZANDO-SE NO ESPAÇO: ORIENTAÇÃO


E LOCALIZAÇÃO: COORDENADAS GEOGRÁFICAS E FUSOS HORÁRIOS;
CARTOGRAFIA: A CARTOGRAFIA E AS VISÕES DE MUNDO, AS VÁRIAS FORMAS
DE REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE, PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS,
ESCALAS E CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS.

Projeções Cartográficas
Uma das tarefas mais árduas da Cartografia é projetar a superfície da Terra, que é arredondada, nos mapas, que são
planos. Por conta disso, acabam sendo utilizadas diferentes técnicas de projeções, cada uma proporcionando distorções
diferentes. Nota-se as projeções também possuem uma função ideológica, pois algumas áreas são valorizadas em detri-
mento de outras, conforme a técnica adotada. Nota-se que os sistemas de projeções constituem-se de uma fórmula mate-
mática que transforma as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas,
mantendo correspondência entre elas. O uso deste artifício geométrico das projeções consegue reduzir as deformações,
mas nunca eliminá-las. Vejam as principais projeções a seguir:

Projeção de Mercator
Os meridianos e paralelos retas que se cortam em ângulos retos. É uma projeção cilíndrica conforme, que acaba exa-
gerando as regiões polares e o hemisfério Norte em geral.

Projeção de Peters
Arno Peters, em 1973, propôs uma Projeção também cilíndrica, mas equivalente, que determina uma distribuição dos
paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os pólos. Ela compromete a forma dos continentes, mas permi-
te proporções mais adequadas em relação a Mercator.

1
GEOGRAFIA

Projeção de Mollweide A Leitura dos Mapas

No caso de Mollweide, os paralelos são linhas retas e Um dos primeiros a ser observado em um mapa é o seu
os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da título. Seguramente ele trará duas informações importan-
esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais tes, de imediato: o que foi mapeado e em que lugar (e em
apresentam grande exatidão, tanto em área como em con- alguns casos a data/período em questão). Não observar o
figuração, no entanto, as extremidades apresentam gran- título de um mapa pode comprometer toda a sua análise.
des distorções. Observe a mesma a seguir: Ademais, para que possa ser realizada uma boa leitu-
ra das informações presentes nos mapas, a legenda acaba
sendo uma ferramenta fundamental, pois esta vai expres-
sar valores e aspectos diversos presentes dentro do mapa,
como linhas, cores, figuras geométricas etc. No mapa, estas
informações não seriam apresentadas, pois seria gerada
uma poluição visual desnecessária, o que comprometeria
sua leitura. Diante disso, alguns aspectos sem significado
explícito no mapa acabam sendo identificados por meio da
legenda. Em resumo, a legenda decodifica símbolos usados
no mapa. Veja um exemplo a seguir, no qual a legenda au-
xilia no entendimento das áreas delimitadas no mapa.

Projeção de Goode

É uma projeção descontínua, e usa essa descontinuidade


para eliminar várias áreas oceânicas, e, com isso, reduzir as
distorções.

Algumas informações abordadas no mapa e suas res-


Também existem projeções cônicas, nas quais os me- pectivas representações ficam a critério do organizador
ridianos convergem para os pólos e os paralelos são arcos do mapa. Por outro lado, outras acabam respeitando con-
concêntricos situados a igual distância uns dos outros. Elas venções cartográficas regionais, nacionais e internacionais,
apresentam pouca distorção para as chamadas latitudes pois estas buscam universalizar alguns significados e facili-
médias. Também existem as projeções azimutais que con- tar a interpretação dos mapas. É o caso de símbolos especí-
siste na tomada de um determinado ponto e a delimitação ficos para ferrovias, aeroportos, hospitais, usinas nucleares
de áreas tangentes a partir deste (muito usada para ma- etc. Vejam alguns exemplos de convenções adotados pelo
pear as áreas polares, por exemplo. DAER-RS:
Destaca-se que, no caso da Terra, a maneira mais ade-
quada (mas nem sempre possível) de representá-la é a
partir do Globo, pois este, a partir de uma escala, procura
fazer uma representação próxima ao formato original da
área mapeada.

2
GEOGRAFIA

Ainda com relação à leitura dos mapas, alguns pontos merecem destaque, como, por exemplo as isolinhas. No caso da
Cartografia, as mais utilizadas são as curvas de nível (isoípsas), que eu ligam pontos de mesma altitude; as isóbaras (linhas
com pontos de mesma pressão); isoieta (mesma precipitação pluviométrica em um determinado período); isoterma (mes-
ma temperatura) etc. Veja um exemplo das curvas de nível e da construção de um perfil topográfico a partir delas:

3
GEOGRAFIA

Escorregamento lateral: quando uma placa se movi-


B) O ESPAÇO NATURAL: ESTRUTURA menta esbarrando lateralmente em outra. Sempre que as
placas se movimentam ocorrem abalos sísmicos.
E DINÂMICA DA TERRA: EVOLUÇÃO
As áreas das bordas das placas tectônicas estão mais
GEOLÓGICA, DERIVA CONTINENTAL, PLACAS
sujeitas à abalos sísmicos e a ocorrência de vulcões. Ob-
TECTÔNICAS, DINÂMICA DA CROSTA serve atentamente no mapa que as áreas de encontro das
TERRESTRE, TECTONISMO, VULCANISMO, placas tectônicas são zonas sísmicas, onde ocorrem mais
INTEMPERISMO, TIPOS DE ROCHAS E SOLOS, terremotos e concentram-se vulcões ativos. Nestes locais
FORMAS DE RELEVO E RECURSOS MINERAIS; próximos às bordas das placas, chamamos de áreas de
AS SUPERFÍCIES LÍQUIDAS: OCEANOS instabilidade geológica. Vamos sintetizar: nas bordas das
E MARES, HIDROGRAFIA, CORRENTES placas tectônicas formam-se montanhas, vulcões e ocor-
MARINHAS rem abalos sísmicos.

Tipos de Rocha
Temos 3 tipos principais de rochas: 1- Ígneas ou
O planeta terra se formou há aproximadamente a 4,5 magmáticas, 2- sedimentares 3- metamórficas
bilhões de anos. O que se tornaria o planeta terra era um Rochas ígneas ou magmáticas. São rochas forma-
grande aglomerado de vários elementos químicos em fu- das pelo resfriamento direto do magma (por isso mag-
são. Aos poucos começa resfriar, dissipando o calor para mática). Elas podem ser divididas em rochas magmáticas
o espaço. A partir do resfriamento da camada mais exter- intrusivas e extrusivas (ou vulcânicas). A rocha é ex-
na do planeta forma-se a Crosta terrestre. Hoje o planeta trusiva quando ocorre uma erupção e o magma é expe-
encontra-se dividido em camadas. São basicamente 3: A lido, então o magma expelido resfria de fora da terra em
Crosta (ou litosfera), o Manto e o Núcleo. contato com a atmosfera. Esse contato com a atmosfera
A Crosta é formada principalmente por minerais ricos a temperaturas bem mais baixas que no interior da terra,
em Silício e Magnésio, por isso a Crosta pode ser chamada faz com que se resfrie e se forme mais rapidamente que
de SIMA. O manto é um material pastoso e incandescente as rochas intrusivas. As rochas intrusivas são de resfria-
que chamamos Magma. O Manto e dividido em manto su- mento muito lento. O interior da terra, no manto su-
perior, onde está a astenosfera (camada do manto em que perior, vai se resfriando e solidificando lentamente. Po-
deslizam as placas tectônicas). O manto por ser muito rico demos exemplificar com rochas como o basalto (rocha
em minerais de Silício e Alumínio, pode ser chamado de magmática extrusiva, vulcânica) e o granito (rocha
SIAL. O núcleo da terra é solido, devido às altas pressões a magmática intrusiva)
que é submetido e pode ser chamado de NIFE, por ser rico Muitos calçamentos urbanos são com blocos de
em Níquel e Ferro. basalto. Nesta imagem temos uma avenida em Ribei-
rão Preto, nordeste de São Paulo, próxima aos limites
A teoria das placas tectônicas com MG. Na região do interior de SP e no Sul do Brasil,
ocorreram há bilhões de anos, derramamentos basálti-
O interior do planeta está submetido à altas pressões e cos (vulcanismo). Nestes lugares é encontrado um solo
temperaturas, e conforme o manto se movimenta, ocorrem muito fértil: “A terra roxa”.
rachaduras na crosta, formando as placas tectônicas.
As placas tectônicas se movimentam de 3 maneiras: Rochas sedimentares
A ação da atmosfera e das águas provocam desgas-
Movimentos convergentes ( ): Quando as placas se tes nas superfícies rochosas, que liberam sedimentos
movimentam na mesma direção e se chocam. Observe no (pequenas partículas de rocha). Estas ações externas na
mapa acima, a placa sul americana, que se choca conver- rocha chamamos intemperismo. O intemperismo pro-
gentemente com a placa de Nazca. Do choque entre as voca desgaste nas rochas e as partículas liberadas são
duas placas, forma-se a grande cordilheira montanhosa da transportadas pela água dos rios, da chuva, pelo vento e
América do Sul, a Cordilheira dos Andes. Perceba no mapa pelo derretimento das geleiras. Ao desgaste chamamos
que Brasil encontra-se no centro da placa sul americano, erosão. As partículas se acomodam nas regiões mais
distante da borda. baixas, com no leito dos rios, e através dos milhões de
Movimentos divergentes ( ): Quando as placas se anos, ocorre o processo de litificação, em que os sedi-
movimentam em direções opostas e afastam-se, como é o mentos se transformam em rochas sedimentares. Uma
caso da placa sul americana e a placa africana que se afas- de suas características é que podemos identificar cama-
tam. Pelo contorno dos continentes não é difícil deduzir das nas rochas. Podem ser também as estruturas que en-
que Brasil era ligado ao continente africano. Isso é provado contramos dentro de cavernas calcárias (formadas por
pois, as rochas encontradas no litoral brasileiro e no litoral calcáreo, uma rocha sedimentar), as estalactites (teto) e
africano são do mesmo material rochoso e da mesma ida- as estalagmites (piso).
de geológica.

4
GEOGRAFIA

Rochas metamórficas
Essas rochas sofreram metamorfismo (de 􀂱 TIPOS E INFLUÊNCIA SOBRE O CLIMA E
metamorfose=transformação), devido a atuação das al- A ATIVIDADE ECONÔMICA, UTILIZAÇÃO
tas temperaturas e pressão que o interior da terra exerce DOS RECURSOS HÍDRICOS E SITUAÇÕES
nas rochas. Imagine que ocorreu a erupção de um vul- HIDROCONFLITIVAS;
cão. Do interior da terra onde ele se formou até a su-
perfície, ocorrerá a passagem de material magmático
incandescente que pode derreter as rochas que encon-
tra no caminho. Outro exemplo é que as rochas podem
ser “dobradas”. Dobramentos ocorrem porque quando Existe uma ampla relação entre clima e agricultura no
uma placa tectônica empurra a outra, a força e a pressão espaço rural. Isso acontece porque as práticas agrícolas são
exercidas são tão grandes, que dobram as rochas. Quan- extremamente dependentes das variações atmosféricas, o
do isso ocorre, normalmente formam-se as montanhas. que quer dizer que alguns fatores, como a quantidade de
Tanto essas grandes temperaturas vindas do interior da chuvas, a temperatura e outros elementos, interferem na
terra, quanto a pressão exercida pelas placas estimulam produção das lavouras.
reações químicas e transformações na rocha. Então a Sendo assim, algumas espécies de vegetais são mais
rocha que sofreu uma transformação, chamamos meta- propícias de serem cultivadas em regiões que apresentam
mórfica. Por exemplo, o granito quando metamorfizado os tipos climáticos mais adequados para a sua manuten-
transforma-se em mármore ção. Apesar disso, a sociedade vem desenvolvendo técni-
cas para diminuir esses efeitos, como a criação de espécies
Tipos de Relevo híbridas e a construção de espaços artificiais que permitam
Chamamos relevo o modelado da Crosta. O relevo é o plantio de vegetais em localidades atípicas.
provocado por agentes internos ao planeta (vulcanismo e No entanto, essas técnicas – a maioria delas muito
tectonismo) e agentes externos (o intemperismo). Os prin- avançada – costumam apresentar um custo maior e nem
cipais tipos de relevo são: sempre a mesma qualidade que as originais, no caso dos
Montanhas (dobramentos modernos): forma de relevo alimentos. Por esse motivo, antes de iniciar a lavoura, é pre-
formada pelo choque das placas tectônicas. Esse processo ciso saber se o que vai ser cultivado consegue se manter
em que as placas sofrem dobras chamamos orogênese. no tipo climático em questão, além de outros fatores serem
Depressões: Formadas principalmente pela erosão. avaliados, como o solo, a disponibilidade de água, etc.
Área bastante desgastada, normalmente encaixada entre No período da colonização, por exemplo, a coroa por-
planaltos. tuguesa escolheu inicialmente o cultivo da cana-de-açúcar
Planície: Relevo em que predominou o processo de para as terras brasileiras, pois o clima da região Nordeste
sedimentação. A sedimentação supera a erosão. era o mais propício, favorecendo a produção de açúcar em
Perceba a importância da água na formação do rele- larga escala. Já o café, que se adapta melhor a locais nem
vo. Nos planaltos predomina a erosão. No Brasil o clima é muito quentes e nem muito frios o ano todo, foi muito cul-
tropical e é bastante chuvoso. Na verdade no clima tropi- tivado na região Sudeste do país, encontrando o seu auge
cal temos duas estações do ano bem definidas: Primavera na economia brasileira ao longo do século XIX.
- Verão quentes e úmidas e outono - invernos amenos e
bastante secos. Devido a esta característica climática, pre- Já a soja, por sua vez, encontrou no ambiente do Cen-
domina no Brasil o intemperismo provocado pelas águas. tro-Oeste brasileiro um local perfeito para a sua instalação,
Observe atentamente imagem acima. As chuvas modelam adaptando-se com facilidade ao clima quente e seco do
os planaltos e suas escarpas, enquanto os rios escavam Brasil Central, com uma estação quente e chuvosa e outra
suas laterais. As enxurradas transportam os sedimentos mais amena e com baixas umidades do ar. No entanto, essa
para os rios, que transportam os sedimentos pelo seu cur- espécie também se adapta ao clima mais frio da região Sul,
so. Nos cursos dos rios formam-se importantes áreas de sendo, por isso (e também por fatores econômicos diver-
sedimentação. sos), um dos produtos mais cultivados no espaço rural do
Brasil.
Portanto, podemos perceber que a influência do clima
na agricultura é um tema importante, de forma que co-
nhecer as particularidades de cada espécie e também as
condições geográficas do ambiente é algo necessário para
o bom desempenho do setor agrário na economia. Assim,
é evidente que períodos de seca extrema ou de severas
anomalias climáticas podem prejudicar a produção e todas
as atividades socioeconômicas dela dependentes.

Fonte: http://escolakids.uol.com.br/clima-e-agri-
cultura.htm

5
GEOGRAFIA

algum organismo vivo: a atmosfera torna-se saturada de


A DINÂMICA DA ATMOSFERA: CAMADAS E oxigênio. Ironicamente, os primeiros organismos a reali-
zar a fotossíntese eram anaeróbios (organismo que vivem
SUAS CARACTERÍSTICAS, COMPOSIÇÃO E
sem oxigênio e morrem na presença dele), e são extintos.
PRINCIPAIS ANOMALIAS Alguns organismos, entretanto, continuam evoluindo e se
adaptam a nova atmosfera cheia de oxigênio.
Atualmente, o nitrogênio e o oxigênio juntos, somam
Atmosfera é o nome dado à camada gasosa que envol- cerca de 99% dos gases que compõem a atmosfera terres-
ve os planetas. No caso da atmosfera terrestre ela é com- tre. O oxigênio é consumido pelo seres vivos através do
posta por inúmeros gases que ficam retidos por causa da for- processo de respiração e transformado em dióxido de car-
ça da gravidade e do campo magnético que envolve a Terra. bono e vapor de água que serão depois reabsorvidos pelos
organismos. O dióxido de carbono será consumido no pro-
cesso de fotossíntese, e o vapor de água, responsável, por
redistribuir a energia na terra através da troca de energia
de calor latente, produzir o efeito estufa e causar as chuvas,
será novamente consumido pelos organismos vivos na sua
forma líquida.
Outros gases que compõem a atmosfera terrestre são:
dióxido de carbono,  argônio, metano,  óxido nitroso,  mo-
nóxido de carbono,  dióxido de enxofre, óxido e dióxido
de nitrogênio, os clorofluorcarbonos, ozônio, e outros que
integram o 1% restante da atmosfera.
Para fins de estudos a atmosfera terrestre é dividida em
algumas camadas de acordo com a variação das transições
de temperatura:
A troposfera, que geralmente se estende a 12 km (en-
tre 20 km no equador e 8 km nos polos). É nesta camada
que acontecem praticamente todos os fenômenos que in-
fluenciam o tempo.
A  estratosfera, estende-se até aproximadamente 50
km com temperaturas parecidas com as da troposfera até
o limite de 20km. Esta camada é mais quente por causa do
ozônio que se acumula e que absorve os raios ultravioletas.
Na mesosfera, a temperatura novamente diminui. Esta
camada vai até cerca de 80 km. A esta altura, a temperatura
chega a -90ºC!
E a termosfera, que não possui um limite inferior mui-
to bem definido. Aqui as moléculas se agitam com uma ve-
locidade enorme, o que significaria uma temperatura altís-
sima. Entretanto, a concentração dessas moléculas é muito
baixa o que diminui drasticamente a quantidade de ener-
gia que essas moléculas poderiam transmitir para qualquer
corpo que se encontrasse ali, anulando, de certa forma, a
temperatura. A termosfera, por sua vez, compreende uma
Camadas da atmosfera terrestre. Ilustração: Designua / camada situada entre 80 a 900 km, chamada de ionosfera.
Shutterstock.com [adaptado] A ionosfera, como o próprio nome já diz, é compos-
No início da formação do planeta Terra a atmosfera era ta por uma infinidade de íons criados a partir da radiação
composta basicamente por gases (Metano,  amônia, nitri- solar que incide nas moléculas de oxigênio e nitrogênio,
to,  vapor de água e dióxido de carbono) resultantes das
liberando elétrons. A ionosfera é composta por três cama-
constantes erupções e colisões na superfície inóspita da
das (da mais próxima a mais distante) D, E e F que pos-
terra primitiva, além dos que eram expelidos por rachadu-
suem concentrações diferentes de íons. Durante a noite
ras na crosta terrestre.
as camadas D e E praticamente desaparecem, porque não
Então, em uma segunda fase, surgem os primeiros
há incidência de raios solares e, consequentemente, não
organismos vivos que realizam  fotossíntese  (processo
há formação de íons. Ou seja, durante a noite, os íons se
bioquímico que transforma dióxido de carbono em  oxi-
recombinam formando novamente as moléculas de oxigê-
gênio com o auxílio da luz solar, realizado pelos vegetais
nio e nitrogênio. Mas, à noite ainda há incidência de raios
e algumas algas), absorvendo o gás carbônico da atmos-
solares, mesmo que de menor intensidade, o que explica
fera e transformando-o em oxigênio. Com isso acontece
porque a camada F não se extingue também.
uma das maiores transformações causadas no planeta por

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GEOGRAFIA

Esquema da ressurgência (Foto: Climatologia UFF)


􀂱 EL NIÑO, LA NIÑA, A melhor maneira de se referir ao fenômeno El Niño é
pelo uso da terminologia, que inclui as características oceâ-
nicas-atmosféricas, associadas ao aquecimento anormal do
Oceano Pacífico Tropical. 
El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracteri- O Enos, ou El Niño-Oscilação Sul, representa de forma
zado por um aquecimento anormal das águas superficiais no mais genérica um fenômeno de interação atmosfera-oceano,
Oceano Pacífico Tropical. Altera o clima regional e global, mu- associado a alterações dos padrões normais da Temperatura
dando os padrões de vento a nível mundial, afetando assim, os da Superfície do Mar (TSM) e dos ventos alísios na região do
regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias. Pacífico Equatorial, entre a Costa Peruana e o Pacífico Oeste
Derivada do espanhol, a palavra “El Niño” refere-se à pre- próximo à Austrália.
sença de águas quentes que todos os anos aparecem na costa A La Niña também um fenômeno oceânico-atmosférico,
norte de Peru, na época de Natal. Os pescadores do Peru e mas com características opostas ao El Niño. Caracteriza-se por
Equador chamaram a esta presença de águas mais quentes de um esfriamento anormal nas águas superficiais do oceano Pa-
corrente El Niño, em referência ao Niño Jesus (Menino Jesus), cífico Tropical, alterando o clima regional e global, mudando
isso pelo fato de que a ocorrência da ressurgência proporcio- os padrões de vento a nível mundial, afetando assim, os regi-
na o acréscimo de peixe na superfície marítima. mes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias.
Pode ser chamado também de episódio frio, ou ainda El
Viejo (“o velho”, em espanhol). Algumas pessoas chamam o La
Niña de anti-El Niño, porém como El Niño se refere ao meni-
no Jesus, anti-El Niño seria o Diabo e, portanto, esse termo é
pouco utilizado.
A célula de circulação com movimentos ascendentes no
Pacífico Central/Ocidental e movimentos descendentes no
oeste da América do Sul e com ventos de leste para oeste
próximo à superfície (ventos alísios, setas brancas) e de oeste
para leste em altos níveis da troposfera é a chamada Célula
de Walker. A inclinação da Termoclima é vista mais rasa junto
à costa oeste da América do Sul e mais profunda no Pacífico
Ocidental.
Com os ventos alísios mais intensos, mais águas quentes
irão ficar “represadas” no Pacífico Equatorial Oeste e o des-
nível entre o Pacífico Ocidental e Oriental irá aumentar. Com
Variação em relação à temperatura média (Foto: Clima- os ventos mais intensos, a ressurgência também irá aumentar
tologia UFF) no Pacífico Equatorial Oriental. Por outro lado, devido a maior
Os ventos alísios empurram e empilham água quente su- intensidade dos ventos alísios as águas mais quentes irão ficar
perficial para o oeste. Nessa condição, a ressurgência, na costa represadas mais a oeste do que o normal. Novamente tería-
oeste da América do Sul, traz à superfície água fria profunda mos águas mais quentes, que aumentam a evaporação e con-
com nutrientes, tornando a região uma das áreas mais pisco- sequentemente os movimentos ascendentes, que por sua vez
sas do mundo. É importante destacar que a ressurgência não geram nuvens de chuva e a Célula de Walker, que em anos de
ocorre apenas com o fenômeno El Niño; ela também pode La Niña fica mais alongada que o normal.
ocorrer em um litoral qualquer.

El Niño:  efeitos no início do ano (Foto: Climatologia


UFF)

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GEOGRAFIA

Na Região Sudeste, ocorre um moderado aumento das


temperaturas médias. Tem ocorrido substancial aumento das
temperaturas neste inverno. Não há padrão característico de
mudanças das chuvas. Por último, há precipitações abundantes,
principalmente na primavera e chuvas intensas de maio a julho,
além do aumento da temperatura média na Região Sul.
O fenômeno La Niña é responsável pelo aumento de preci-
pitação e vazões de rios nas regiões Norte e Nordeste. O Centro
-Oeste e o Sudeste são áreas com baixa previsibilidade sobre os
efeitos. Por fim, a Região Sul costuma ser palco de severas secas.
Na América do Sul, El Niño provoca secas no Altipleno Pe-
ru-Bolívia, redução das precipitações na Colômbia e aumento
da vazão dos rios no Noroeste do Peru e do Equador. Já La Niña
castiga a Colômbia com precipitações intensas e enchentes, di-
minuição das chuvas no Uruguai e tendência de secas no Peru. 
Efeitos do El Niño no meio do ano (Foto: Climatologia
UFF) Fonte: http://educacao.globo.com/artigo/el-nino-e-la-nina.
html

BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO E


AQUECIMENTO GLOBAL: ELEMENTOS E
FATORES DO CLIMA E OS TIPOS CLIMÁTICOS;

Além da destruição da camada de ozônio, os gases po-


luentes tem ocasionado muitos outros fenômenos. Conheça
um pouco de cada um nos próximos tópicos.

Efeito Estufa
O efeito estufa é um fenômeno natural e essencial para a
vida no planeta, pois o mantém aquecido.
La Niña: efeitos no mundo (Foto: Climatologia UFF)
Processo do Efeito Estufa
Uma parte da radiação solar é refletida pela superfície
terrestre e logo em seguida é absorvida por alguns gases
presentes na atmosfera. Por conta disso, todo o calor fica re-
tido aqui, sem poder ser liberado para o espaço.
Mesmo sendo um processo vital, o efeito estufa também
pode ser um precursor do aquecimento global, devido à
quantidade excessiva de gases estufa na atmosfera terrestre,
a camada mais sensível do planeta.

Gases Estufa
O problema ocorre da seguinte forma: a Terra recebe ra-
diação infravermelha emitida pelo Sol e devolve parte dela
para o espaço através de radiação de calor. Porém, os gases
estufa retêm uma parte dessa radiação que seria refletida
Efeitos do La Niña (Foto: Climatologia UFF) para o espaço. Portanto, a parte retida causa o aumento da
temperatura do planeta.
Especificamente em relação ao Brasil, seguem-se os prin- A liberação de dióxido de carbono (CO2) ocorre princi-
cipais impactos dos dois fenômenos: palmente, pela queima de combustíveis fósseis, através dos
Em relação ao El Niño, a Região Norte sofre com a dimi- setores industriais e de transporte, e pelos desmatamentos e
nuição das precipitações e secas, além do aumento do risco queimadas. Já o Metano é proveniente da decomposição de
de incêndios florestais. Secas severas assolam a Região Nor- resíduos orgânicos, vazamento de gás natural, aterros sani-
deste. Não há evidencias de efeitos pronunciados nas chuvas tários, no processo de digestão dos animais, entre outros. O
na Região Centro-Oeste, no entanto, nota-se uma tendência Óxido Nitroso é liberado através da combustão e do trata-
de chuvas acima da média e temperaturas mais altas no sul mento de esgoto, de processos industriais e com a fertiliza-
do MS.  ção na agricultura.

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GEOGRAFIA

Aquecimento Global Isso fica evidente quando notamos as regiões com


Terra O aquecimento global é um fenômeno climático predominância de clima quente e chuvoso, que deriva
que ocorre devido o aumento de temperatura da superfície grandes florestas tropicais com enorme umidade e precipi-
global e dos oceanos; é a retenção de calor acima do nível tação. Já nos lugares de climas áridos, semiáridos e desér-
considerado “normal”, sem que ele se dissipe adequada- ticos a composição de vegetação é muito diferente, pois as
mente. Há quem acredite que o aquecimento ocorre por plantas e os animais são adaptados às condições adversas,
causas naturais, mas grande parte da comunidade cientí- como a falta de água e alimento.
fica acredita que o aumento da temperatura na atmosfe- Nas paisagens naturais o que mais se destacam visual-
ra é provocado pelos homens, que emitem em excesso os mente são as vegetações. As seguir algumas características
gases estufas. De acordo com o IPCC (Intergovernmental das principais formações vegetais do mundo:
Panel on Climate Change), os maiores aumentos de tempe- Floresta pluvial tropical: essas se localizam geogra-
ratura foram de 1910 a 1945, e de 1976 a 2000. Os modelos ficamente, em geral, na América do Sul, América Central,
climáticos estipulam que as temperaturas globais podem África, Ásia e Oceania. Todas as regiões citadas possuem
aumentar no intervalo entre 1,1 e 6,4ºC até 2100. características semelhantes como clima quente e úmido,
proporcionando assim o surgimento de grandes florestas
Evidências do Aquecimento Global com uma enorme riqueza de biodiversidade, essas são as
As principais evidências do aquecimento global são o áreas do planeta que concentram a maior parte dos seres
aumento das temperaturas do ar e dos oceanos, o derreti- vivos.
mento dos glaciares e algumas catástrofes que se tornam Floresta Temperada: essa vegetação é encontrada prin-
cada vez mais comuns: os tufões, ciclones e furacões, que cipalmente no hemisfério norte, situada entre os trópicos
são potencializados devido ao aumento da temperatura. e os círculos polares, os países que possuem esse tipo de
Consequências do Aquecimento Global florestas são Estados Unidos, Europa, Ásia e no Sul do Chile
Além das evidências já vistas, o aquecimento também com climas temperados. As florestas temperadas são di-
pode ter outras consequências a curto, médio e longo prazo: ferentes em relação às florestas tropicais, pois a primeira
Grande desequilíbrio dos ecossistemas; produz uma quantidade menor de variedade de plantas e
Derretimento das placas de gelo da Antárticas; animais. As florestas temperadas possuem características
Inundações; singulares, no inverno e outono as árvores perdem suas
Tempestades; folhas, e por isso são denominadas de caducifólias.
Surgimento de desertos; Florestas de coníferas: essa vegetação é encontrada
Extinção de várias espécies de animais e vegetais; geograficamente em regiões com proximidade aos círculos
Aumento das ondas de calor; polares, com características de clima com inverno bastante
Falta de água potável; rigoroso. As coníferas são denominadas também de flores-
Problemas na agricultura. ta boreal, é composta por pinheiros.
Medidas contra o Aquecimento Global Tundra: se faz presente no extremo norte do continen-
Todos esses fenômenos que ocorrem no planeta de- te americano, europeu e asiático, a particularidade dessa
moram anos e décadas para responderem às medidas pre- vegetação é em relação ao clima, pois se desenvolve em
ventivas. Portanto, por mais que nós não possamos ver o áreas de clima frio e polar, com duas estações (verão e in-
resultado, devemos lutar pela qualidade de vida no Planeta verno), sendo inverno rigoroso e verão com temperatura
Terra, longe de todas as catástrofes e tragédias que pode- um pouco mais elevada. Na tundra as vegetações encon-
rão acontecer no futuro. Sendo assim, é importante que tradas são musgos, liquens e plantas herbáceas, esses ve-
a sociedade, os governos e as empresas comecem a agir getais se desenvolvem de forma mais efetiva no verão, pois
pelo bem comum. na estação do inverno toda área fica coberta de gelo.
Fonte: http://camada-de-ozonio.info/efeito-estufa-e Savana: esse tipo de vegetação tem uma grande seme-
-aquecimento-global.html lhança com o cerrado brasileiro, as savanas são compostas
basicamente por gramíneas e capins, árvores e arbustos
espalhados na paisagem. As savanas são situadas geogra-
ficamente em regiões de clima tropical, com duas estações
OS DOMÍNIOS NATURAIS: DISTRIBUIÇÃO DA bem definidas, sendo uma de seca (inverno) e uma chuvo-
VEGETAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS sa (verão). No mundo essa vegetação se faz presente nos
GRANDES PAISAGENS NATURAIS; seguintes países e continentes: América do Sul, África, Ásia
e Austrália.
Estepe e pradarias: são compostas por plantas herbá-
A composição dinâmica da biosfera produz diferentes ceas, arbustos e gramíneas, em áreas de clima temperado,
vegetações, climas, relevos entre outros, dessa forma as geralmente o estepe desenvolve em lugares mais secos,
paisagens naturais variam de grandes florestas tropicais a enquanto que as pradarias em locais mais úmidos, essa é
desertos, montanhas e imensas geleiras. Para a consolida- utilizada como uma ótima pastagem na pecuária. Os dois
ção dos mais variados tipos de vegetações existentes no tipos de vegetações são encontrados na América do Norte,
mundo é preciso que haja a interação entre os elementos Ásia e América do Sul (Argentina, Uruguai e Rio Grande do
naturais (clima, solo, relevo, vegetação e energia). Sul nos pampas gaúcho).

9
GEOGRAFIA

Vegetação desértica: são áreas com predominância de - Diminua o uso de automóveis;


clima seco e árido, os vegetais são adaptados à falta de água, - Consuma apenas o necessário e evite compras com-
suas raízes são extensas e atingem o lençol freático, quando pulsivas;
raramente ocorre chuva brotam plantas, mas com um perío- - Utilize produtos ecológicos e biodegradáveis;
do muito curto de vida. - Não jogue lixos nas ruas;
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/ - Não jogue fora objetos e roupas que não usa mais.
vegetacoes-mundiais.htm Opte por fazer doações.
Com atitudes simples, podemos diminuir nossos efei-
tos no meio ambiente. Pense nisso!
Atenção: Empresas e obras que podem causar grande
E OS IMPACTOS AMBIENTAIS: POLUIÇÃO impacto ambiental negativo devem apresentar um Estudo
ATMOSFÉRICA, EROSÃO, ASSOREAMENTO, de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Am-
POLUIÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS E A biental (RIMA) para que as atividades sejam ou não libe-
QUESTÃO DA BIODIVERSIDADE. radas.

Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/bio-
Segundo a resolução  Conama Nº001 de janeiro de logia/impactos-ambientais.htm
1986, o  impacto ambiental  é definido como  qualquer al-
teração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou in- C) O ESPAÇO POLÍTICO E ECONÔMICO:
diretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da INDÚSTRIA: O PROCESSO DE
população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as con- INDUSTRIALIZAÇÃO, PRIMEIRA, SEGUNDA
dições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade E TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL,
dos recursos ambientais. TIPOS DE INDÚSTRIA, A CONCENTRAÇÃO
Analisando essa resolução, percebemos que  qualquer E A DISPERSÃO INDUSTRIAL, OS
atividade que o homem exerça no meio ambiente pro- CONGLOMERADOS TRANSNACIONAIS,
vocará um impacto ambiental. Esse impacto, no entanto, OS NOVOS FATORES DE LOCALIZAÇÃO
pode ser positivo ou não. Infelizmente, na grande maioria das
INDUSTRIAL, AS FONTES DE ENERGIA E A
vezes, os impactos são negativos, acarretando degradação
e poluição do ambiente. QUESTÃO ENERGÉTICA,
Os impactos negativos no meio ambiente estão direta-
mente relacionados com o  aumento crescente das áreas
urbanas, o aumento de veículos automotivos, o uso ir-
responsável dos recursos, o consumo exagerado de bens A Primeira Revolução Industrial teve início no fim do
materiais e a produção constante de lixo. Percebemos, por- século XVIII início do século XIX, a partir desse período
tanto, que não apenas as grandes empresas afetam o meio, muita coisa mudou, as tecnologias, as relações de trabalho,
nós, com pequenas atitudes, provocamos impactos ambien- o modo de produzir, entre outros. 
tais diariamente. As indústrias não se instalam em um lugar (país, esta-
Dentre os principais impactos ambientais negativos do ou município) de forma despretensiosa, pois todas as
causados pelo homem, podemos citar a  diminuição dos medidas e decisões são tomadas a partir de uma profun-
mananciais,  extinção de espécies, inundações, erosões, da análise com a finalidade de obter maiores informações
poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de acerca da viabilidade econômica de um determinado es-
ozônio, chuva ácida, agravamento do efeito estufa e des- paço. 
truição de habitats. Isso acarreta, consequentemente, o au- Diante desse contexto são observados diversos fatores
mento do número de doenças na população e em outros para a criação e implantação de uma indústria, dentre os
seres vivos e afeta a qualidade de vida. principais estão: 
Vale destacar que os impactos ambientais positivos, • Capitais: não é possível instalar e colocar em funcio-
apesar de ocorrerem em menor quantidade, também namento uma indústria sem recursos financeiros, pois são
acontecem. Ao construirmos uma área de proteção ambien- esses que dão subsídio para a construção da edificação,
tal, recuperarmos áreas degradadas, limparmos lagos e pro- para obter a área, aquisição de equipamentos e máquinas
movermos campanhas de plantio de mudas, estamos tam- e todos os recursos necessários para o início da produção. 
bém causando impacto no meio ambiente. Essas medidas, • Energia: para a execução da prática industrial é indis-
no entanto, provocam modificações e alteram a qualidade de pensável à utilização de energia para mover as máquinas
vida dos humanos e de outros seres de uma maneira positiva. e equipamentos, ao escolher um local para instalação de
Você também pode ajudar a diminuir o impacto am- um empreendimento é preciso verificar qual fonte enérgica
biental negativo. Veja a seguir algumas dicas: está disponível e a quantidade oferecida, uma vez que essa
- Economize água; tem que ter um número abundante, pois o custo de insta-
- Evite o consumo exagerado de energia; lação é muito elevado e não pode haver falta de tal recurso
- Separe os lixos orgânicos e recicláveis; no processo produtivo. 

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GEOGRAFIA

• Mão-de-obra:  além dos itens citados, outro ele- pois representa novas formas de organização social, sobre-
mento que é de extrema importância nesse processo é a tudo com a forte divisão entre detentores dos meios de
mão-de-obra, pessoas que vendem sua força de trabalho produção e o proletariado, ou seja, aquele que vende sua
em troca de um salário que deve garantir a manutenção força de trabalho.
do trabalhador e de sua família, devido a essa dependên- Na Primeira Revolução Industrial, destaca-se, ainda, o
cia humana as indústrias geralmente se encontram estabe- uso do ferro como matéria prima e do carvão mineral como
lecidas em grandes centros urbanos que aglomeram um principal fonte energética.
grande contingente populacional, isso se torna favorável, A Segunda Revolução Industrial aumentou significati-
pois quanto maior a oferta de proletários menores são os vamente a quantidade de países participantes da evolução
salários pagos (lei da oferta e da procura), pois temendo industrial. É uma fase marcada pelo uso do aço, do petró-
perder os empregos muitos se submetem a receber baixas leo e da energia elétrica. Países como EUA, Alemanha, Itália,
remunerações. Outro motivo que favorece a implantação Japão e mesmo a Inglaterra passaram a produzir em larga
de empreendimentos industriais em grandes núcleos urba- escala, ampliando sua participação no comércio mundial.
nos é a existência de trabalhadores com qualificação profis- Já a Terceira Revolução Industrial é marcada pelo avan-
sional, pois nas cidades maiores estão os principais centros ço da eletrônica, da informática, da robotização etc. O Ja-
de difusão de informação e tecnologia como as emissoras pão foi um dos precursores, mas outras economias tam-
de tv, rádio, além de universidades e centros de pesquisas.  bém vivem esse estágio.
• Matéria-prima: esse item ocupa um lugar de desta- Vale destacar que, no mundo atual, a industrialização
que no processo produtivo, pois é a partir dessa que será se distribui por inúmeras áreas do planeta, expandindo a
agregado um valor correspondente ao resultado do tra- produção para além dos centros industriais tradicionais.
balho e automaticamente o lucro da produção. Diante da Áreas como os Tigres Asiáticos, por exemplo, se consoli-
importância, essa deve permanecer o mais próximo possí- dam como grandes espaços de produção, por oferecerem
vel, pois quanto mais perto ela se encontra menores serão vantagens competitivas às empresas que ali se instalam
os custos com o transporte entre a fonte fornecedora e a (mão de obra barata, qualificada e disciplinada, por exem-
processadora, esse fato diminui o custo final e garante o plo). Outros países apresentam crescimento de sua indus-
trialização, como o Brasil, México e Argentina, sobretudo
aumento da lucratividade que é a intenção e objetivo maior,
pelo aumento do consumo interno. Isso tudo está asso-
principalmente se tratando da sociedade capitalista. 
ciado à atual fase da Globalização, na qual as empresas
• Mercado consumidor: a escolha em estabelecer-se
procuram vantagens competitivas. Daí as grandes empre-
próximo aos núcleos urbanos é proveniente da proximidade
sas transnacionais possuírem filiais espalhadas por grande
entre a indústria e os possíveis consumidores em potencial,
parte do planeta.
desse modo evitam grandes gastos com transporte, além
Na sequência do material serão apresentadas diversas
de dinamizar o seu fluxo até os centros de distribuição. 
considerações sobre a industrialização no Brasil.
• Meios de transporte:  um sistema de transportes é
de extrema valia para a produção e distribuição industrial, Os recursos energéticos são o foco dos interesses estatais,
nesse caso é preciso que haja uma boa infraestrutura que gerando disputas geopolíticas desde a primeira Revolução In-
possibilite uma logística dinâmica e que atenda a demanda dustrial. Na segunda metade do século XX, com a expansão
de fluxo de matéria-prima até às indústrias e dessas até o do meio urbano-industrial, principalmente, na América Lati-
consumidor. A integração de todos os meios de transporte na e Sudeste Asiático e, consequentemente, o crescimento
é primordial para o processo de globalização, pois oferece populacional, houve o aumento exponencial da demanda
condições de circulação de pessoas, capitais, mercadorias energética. Nos últimos anos, a questão energética traz no-
e serviços.  vas discussões: agências internacionais, estados e a sociedade,
A Industrialização é um processo de modernização pelo geram debate sobre consumo, recursos naturais, mudanças
qual passam os meios de produção de uma determinada climáticas e, principalmente, a segurança energética dos paí-
sociedade. É pautada pela ampliação de tecnologias e pelo ses mais ricos. 
desenvolvimento da economia de modo geral. Antes de tudo, é importante conhecer os diferentes tipos
O processo de evolução da indústria, como ela é conhe- de fontes de energia. Podemos classificá-las em renováveis e
cida atualmente, demandou um longo período. O primór- não renováveis; primárias e secundárias; convencionais e al-
dios de uma industrialização efetiva ocorreram na Inglater- ternativas.
ra. Isso porque a indústria altera não só os modos de se Renováveis → Têm capacidade de se regenerar em um
produzir, mas são impactantes também nas relações sociais. tempo curto, tornando-a inesgotável. Ex.: Biomassa (óleos/
No século XVIII ocorre a chamada Primeira Revolução biodiesel a partir de cana-de-açúcar, mamona, girassol, entre
Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento outros).
econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos Não Renováveis  →  Oriundas de matéria orgânica de-
campos (enclosures) e empurrando os trabalhadores para as composta por milhões de anos, não havendo tempo hábil
áreas que se urbanizavam através da produção industrial. para serem formados para uso humano. Ex.: Petróleo, gás na-
Ao mesmo tempo, esse processo libera mão-de-obra em tural e carvão.
abundância, amplia o mercado consumidor e disponibiliza Primárias → Quando utilizamos diretamente para gera-
terras à produção capitalista. A Industrialização promove ção de calor/energia. Ex.: Lenha queimada para uso domés-
mudanças que vão muito além da utilização de máquinas, tico.

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GEOGRAFIA

Secundárias → Utiliza-se um meio de energia para obter


outro. Ex.: Usina Nuclear enriquece o Urânio para aquecer a
água e mover as turbinas, gerando energia elétrica.
Convencionais  →  São as energias base da sociedade
contemporânea. Ex.: Petróleo, gás natural, carvão e hidroelé-
tricas.
Alternativas  →  Constituem uma alternativa ao modelo
energético decorrente dos últimos dois séculos, sua introdu-
ção diversifica a matriz de energia dos países, aumentando
sua segurança e seu desenvolvimento econômico e ambien-
tal. Ex.: Solar, Eólica, Geotérmica e Maremotriz.
Apesar dos avanços tecnológicos das últimas quatro
décadas, proporcionados pela Revolução Técnico-Científico
Informacional, o principal recurso da matriz energética é o
mesmo desde a Segunda Revolução Industrial (1850) – o pe-
tróleo – tendo o carvão como segundo maior demanda e o
gás natural em terceiro. Neste caso, apesar dos investimentos
em fontes alternativas – solar, eólica, geotérmica, mantêm-se
os combustíveis fósseis como a principal forma de obtenção
de energia em nível mundial. Gráfico com matriz energética brasileira (Foto: Ministé-
rio de Minas e Energia)

A diversificação demonstra que o Brasil está inserido nes-


te novo cenário de mudanças e discussões sobre o clima e o
desenvolvimento sustentável, já que busca alternativas à im-
portação, extração e uso em larga escala de energias não-re-
nováveis, como o petróleo, gás natural e carvão. Investimentos
em produção de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar
e na construção de usinas hidrelétricas, principalmente, na re-
gião Norte, trazem o Brasil para um patamar de um dos países
com matriz energética mais limpa do mundo.
Quase tudo que fazemos e usamos hoje passa por algum
gasto de energia. Ir à escola ou ao trabalho, assistir à televisão,
cozinhar, tomar banho, em tudo há gasto energético. Toda-
via, existem diferentes formas de sua produção, distribuição
e consumo, tanto de combustíveis, como de energia elétrica.
A maioria dos transportes são movidos a partir de óleos
refinados do petróleo (gasolina, diesel e querosene) sendo,
Esquema com matriz energética mundial (Foto: Revista então, o maior consumidor da indústria petrolífera. É, por isso
Escola) que, uma entre diversas dificuldades em implementar siste-
mas eficientes de transporte público – como metrôs, trens,
Combustíveis fósseis são originados a partir da decom- ciclovias etc – além da introdução e barateamento de carros
posição de restos de seres vivos, depositados em partes mais híbridos, que também são movidos à eletricidade, são origina-
baixas da crosta terrestre. Neste caso, podemos perceber que dos pelas indústrias petroquímicas, que influenciam as ações
cerca de 85% da matriz energética mundial é baseada em re- governamentais na área energética. Dessa maneira, das 25
cursos finitos, emitindo cada vez mais CO2na atmosfera, alte- maiores empresas do mundo em 2013, mais da metade é vin-
rando as condições climáticas do planeta. culada ao setor de energia.
É importante frisar que há esforços em investir e aumen- Podemos adquirir de diversas maneiras a energia elétrica
tar o consumo de energia proveniente de fontes renováveis que abastece nossas residências, parques industriais e prédios
como a solar e a eólica. Países como Estados Unidos, China e públicos. Pode-se obter pelas hidrelétricas, com o represa-
Alemanha investem cada vez mais em pesquisas para tornar mento d’água, gerando quedas para fluir entre as turbinas.
mais eficiente a captação e a distribuição de energia originada Também temos as termoelétricas – usinas que geram energia
pelo vento e sol. a partir do aquecimento de grande quantidade de água pela
Já no Brasil, diferente da mundial, observamos que a ma- queima de gás natural, biomassa e Urânio enriquecido. Além,
triz energética nacional é diversificada, tendo quase metade obviamente, das novas fontes limpas – solar, eólica, geotérmi-
dela proporcionada por fontes renováveis, como a hidrelétrica ca, maremotriz, etc.
e biomassa (conhecida como biodiesel).

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GEOGRAFIA

Educação: conheça as etapas do processo de tratamento da água


Vale lembrar que a demanda energética vai crescer nos próximos anos, principalmente, nos chamados países emergentes,
como China, Índia, Brasil, África do Sul, entre outros. O avanço do meio urbano, do potencial industrial e da população vai incre-
mentar essas áreas como novas grandes consumidoras, principalmente de petróleo e energia elétrica. Contudo, os EUA ainda
terão grande parcela na produção e no consumo da energia do mundo. Estes, inclusive, vêm investindo maciçamente em novas
fontes de energia para se tornarem independentes, principalmente, dos exportadores de petróleo do Oriente Médio, Rússia e
Venezuela. 

Gráfico informativo sobre o futuro da energia. (Foto: Colégio Qi)

Assim, o tabuleiro geopolítico vai se movimentando, conforme os interesses em investir, importar e exportar energia a partir
de diversas fontes existentes. O mundo vem passando por transformações, sobretudo, no meio ambiental, tornando os novos
meios de energia essenciais para todos os países, o que possibilita a segurança econômica e social em todo planeta.

Fonte: http://educacao.globo.com/artigo/questao-energetica-na-atualidade.html

Primeira Revolução Industrial

Esta primeira mudança impactante no modo de trabalho do homem ocorreu em meados do séc. XVIII, na Inglaterra. Era
o surgimento das indústrias, que sobrepunham o então trabalho de manufatura.
Nesta época, a vida da população transformou-se totalmente, deixando a vida mais parada do interior para um pro-
cesso de rápida entrada no capitalismo: a partir de agora as famílias se adaptariam a esse frenético ritmo, trabalhando por
mais de 12 horas por dia nas indústrias, em condições precárias e morando em lugares sujos e apertados.
Nesta revolução, começou-se um processo de fabricação de produtos de forma mais rápida e, com isso, um consu-
mo maior e um comércio mais forte. Também nesta época tivemos um grande crescimento nas cidades. Logo a revolução
espalhou-se para outros países europeus, atingindo também os EUA e o Japão. Máquinas eram movidas à vapor, influen-
ciando muito no sistema de transportes. A indústria têxtil foi o principal setor desta primeira revolução.

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GEOGRAFIA

Segunda Revolução Industrial Como consequência ocorreu uma intensa liberação de


A Primeira Revolução Industrial impulsionou a indús- mão-de-obra rural, e uma vez expulso do campo o traba-
tria, de forma que propiciou um grande crescimento nas lhador rural foi buscar trabalho nos setores secundário e
cidades, como explicado acima. Porém, o anseio de cresci- terciário, contribuindo para a aceleração do processo urba-
mento e de criação de novas formas de facilitar a vida hu- nizador já estudado na aula 08. Atualmente a agropecuária
mana não parou por aí. Foi em meados de 1870 que surgiu emprega somente cerca de 23% da PEA brasileira.
a Segunda Revolução Industrial, também conhecida como Paralelo  à mudança tecnológica, registrou-se uma
segunda etapa da que ocorreu séculos antes. acentuada incorporação de novos espaço s de fronteira
Dentre os avanços desta época, podemos destacar a agrícola com a crescente participação de empresários do
energia elétrica, o motor à explosão, o aprimoramento de Sul e do Sudeste na implantação de empreendimentos
meios de comunicação com o surgimento de telégrafo e a agropecuários. O agribusiness, voltados para a  reprodu-
metalurgia. ção do capital, valendo-se da agricultura como forma alter-
Essas técnicas deram ainda mais flexibilidade para as nativa de investimento.
indústrias, alçando ainda mais lucros. O Brasil não possui áreas impróprias à agropecuária.
Com investimentos em tecnologias torna-se possível a pro-
Terceira Revolução Industrial dução em locais como o Cerrado do Brasil-Central, local de
Também chamada de Revolução Tecno-científica, esta solo ácido que hoje se apresenta como o maior produtor
fase da Revolução Industrial iniciou-se no século XX e tem de soja e algodão do país; o Sertão Nordestino com os
como principal característica e evolução da informática. projetos de irrigação às margens do rio São Francisco na
Esta revolução também trouxe mudança na vida das região de Petrolina (PE) – Juazeiro (BA), ostentando uma
pessoas, agora o mundo iniciaria a era da integração e das maiores produções de frutas tropicais, uvas e indústria
também da globalização. vinífera.
Além da informática, o desenvolvimento tecnológico
da indústrias, principalmente da automobilística, a robó- Estrutura fundiária
tica, a biotecnologia, a indústria espacial, a genética, entre O Brasil possui uma das mais extensas áreas agrícolas
outros campos tiveram grande evolução na Terceira Revo- do globo, são cerca de 3,5 milhões de km2 ou 353 milhões
lução Industrial. de hectares e corresponde a 41,5% da área total do país.
E ainda há entre 100 a 200 milhões de hectares potencial-
Fonte: http://www.geografiaopinativa.com.br/2013/12/ mente aproveitáveis para fins agropecuários. No entanto,
segundo uma pesquisa realizada pelo IPEA (Instituto de
primeira-segunda-e-terceira-revolucao.html
Pesquisa Económica Aplicada), existe no país cerca de 30
milhões de pessoas (cinco milhões de famílias) abaixo da
linha da pobreza absoluta. A resposta para este despropó-
IMPACTOS AMBIENTAIS; AGROPECUÁRIA: sito pode estar na estrutura fundiária brasileira.
SISTEMAS AGRÍCOLAS, ESTRUTURA Como estrutura fundiária entende-se “a forma como as
propriedades agrárias estão organizadas quanto ao tama-
AGRÁRIA, USO DA TERRA, AGRICULTURA
nho, número e distribuição social”. No Brasil, essa questão
E MEIO AMBIENTE, PRODUÇÃO é um problema tão antigo quanto sua própria história; de
AGROPECUÁRIA, COMÉRCIO MUNDIAL DE um lado, um pequeno número de grandes proprietários
ALIMENTOS E A QUESTÃO DA FOME; de terras, na maioria das vezes latifundiários e improduti-
vos; de outro lado milhões de pequenos proprietários que
possuem uma quantidade mínima de terra, os minifúndios,
insuficientes para a subsistência familiar.
No Brasil a agricultura e a pecuária constituem as ati- Numa tentativa de classificar as propriedades rurais, foi
vidades  primárias fundamentais da economia. No início realizada pelo Estatuto da Terra, em 1964, uma classificação
dos anos 1950 a agropecuária contribuía com 25% do PIB utilizada pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização
do Brasil. Embora na atual década sua participação tenha e Reforma Agrária), toma por base o conceito de Módulo
declinado para cerca de 10% do total, não significa que o Rural, que corresponde à Propriedade Familiar.
setor tenha perdido importância, pelo contrário. É que do De acordo com esse conceito os imóveis foram dividi-
final dos anos 70 até e durante toda a década de 90 ocor- dos em quatro grupos:
reu no Brasil, uma acelerada modernização da agricultura, Minifúndio – toda propriedade inferior ao módulo rural
representada, especialmente, pelo emprego maciço de ma- regional, portanto, inviável economicamente. Correspon-
quinaria no processo produtivo e pela utilização, cada vez dem à cerca de 72% do total de imóveis rurais do país, em-
mais difundida, de insumos químicos de origem industrial. bora ocupem apenas cerca de 12% da área total dos mes-
A modernização subordinou a agropecuária aos inte- mos. Sua média gira em torno de propriedades de 20 ha.
resses e necessidades do capital urbano-industrial consti- Empresa rural – é uma propriedade explorada de ma-
tuindo a formação de um Complexo Agroindustrial (CAI), neira económica e racional, com uma área que, no máximo,
que redefiniu o contexto produtivo na agricultura e acen- atinja 600 módulos rurais regionais. Eles totalizam apenas
tuou as diferenciações existentes entre áreas do país, pro- 5% do número de imóveis e ocupa o equivalente a 10% da
dutores e segmentos produtivos da economia agrária. área total disponível, com propriedades médias de 221 ha.

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GEOGRAFIA

Latifúndio por exploração – é um imóvel rural que che- Posseiro: indivíduo que utiliza uma área que não lhe
ga até à 600 módulos rurais regionais, cuja terra é manti- pertence juridicamente. Produz somente para a subsistên-
da de forma inexplorada ou irracionalmente explorada. Sua cia familiar.
extensão média é de cerca de 350 ha. Abrangendo 73% das Pequeno proprietário: corresponde ao agricultor que
áreas disponíveis, mas totalizam apenas 23% do número total cultiva a própria terra para sua subsistência, bem como
dos imóveis. para o abastecimento do mercado local. É o pequeno si-
Latifúndio por dimensão – Toda e qualquer propriedade tiante e o chacareiro que geralmente habita as cercanias
agrícola com extensão superior a 600 módulos rurais regio- das cidades.
nais, produtivos ou não. Somam menos de 0,1% do total das Parceiro: é o trabalhador que se associa com um pro-
propriedades e equivalem a 5% da área total, com proprieda- prietário de terras e entrega-lhe parte de sua produção
des com tamanho médio de 100 mil ha. como forma de pagamento pelo uso da mesma. O trato
mais comum é de 50% para cada um – é o meeiro.
Sistemas agrícolas Arrendatário: indivíduo que usa a terra de alguém pa-
O Brasil é um país de dimensões continentais, com solos
gando um aluguel pré-determinado para esse uso. O paga-
e climas diversos, níveis de desenvolvimento contrastantes e
mento pode ser em dinheiro ou em produto colhido.
teve, no decorrer de sua história inúmeros sistemas de produ-
Assalariado fixo: é o empregado regular da proprieda-
ção, sendo que alguns deles persistem ao tempo.
Sistema de Roça: é uma agricultura de subsistência, muito de, geralmente é registrado em carteira e possui todos os
antiga e rudimentar. Caracteriza-se por ser itinerante, onde direitos legais. Pode ser representado pelo capataz, caseiro,
num primeiro momento ocorre à derrubada e queima da tratorista, ordenhador, etc.
mata, limpeza e preparo da terra e depois seu consequente Assalariado temporário: trabalhador contratado ape-
plantio e colheita. nas em alguns momentos. Geralmente para a colheita. Tra-
Sistema de Plantation: implantado pelos colonizadores ta-se do trabalhador volante ou boia-fria e o peão.
na  América Latina, com o intuito de suprir as necessidades Não remunerado: em geral corresponde aos familiares
das metrópoles. Consiste em cultivar produtos típicos de cli- de um agricultor (mulher e filhos) que o ajudam no traba-
ma tropical, de forma monocultora em grandes latifúndios, lho, entretanto não recebem nada por isso.
visando o abastecimento externo. No Brasil são exemplos a Fonte: https://www.resumoescolar.com.br/geografia/
cana-de-açúcar, o café e o cacau entre outros. agricultura-no-brasil-estrutura-fundiaria-sistemas-agrico-
Sistema Capitalista Moderno: a aplicação de modernas las-conflitos-pela-terra-e-relacoes-de-trabalho/
tecnologias de produção disponíveis, aliado à transformação
da agricultura numa atividade puramente comercial e especu- Através do estudo da gastronomia mundial é possível
lativa, a atividade ganha status de investimento muito lucra- conhecer não apenas a arte de cozinhar e o prazer de co-
tivo. Aqui o capital reproduz todas as condições necessárias mer, mas também a sua relação com os recursos alimenta-
para uma maior produção com um máximo de produtividade. res disponíveis, pois as condições naturais de vida são ex-
tremamente variadas: influência da latitude, natureza dos
Os Conflitos pela posse da terra no Brasil solos, proximidade do mar, clima, etc. (MEZOMO, 1994).
Na história rural brasileira é bastante comum o relato de Condicionados fortemente à disponibilidade de alimentos
conflitos pela da terra. Neste contexto surgiram dois protago- estão também os hábitos alimentares – disposição dura-
nistas: o posseiro e o grileiro. O lavrador que trabalha a terra doura adquirida pela repetição frequente de um ato, uso
sem possuir nenhum título legal registrado em cartório que o ou costume (BOURGUERS, 1998). Esses hábitos fazem parte
defina como proprietário é classificado como ocupante nos da cultura e do poder econômico de um povo (MEZOMO,
censos oficiais do IBGE ou como posseiro na linguagem co-
1994), além de serem de primordial importância para a
mum. No Brasil ainda existe mais de um milhão de famílias
análise do comportamento alimentar de determinado gru-
de posseiros paupérrimos que detém parte das pequenas
po populacional (BOURGUERS, 1998; GARCIA, 1995; PIO-
propriedades rurais no Brasil, representando uma  força  de
trabalho de grande importância para a produção de gêneros VESAN, 1970; PHILIPPI, 1992). A distribuição de alimentos é
alimentícios de subsistência. bastante desigual no mundo, e afeta de forma importante
O posseiro não deve ser confundido com o grileiro. O os padrões de consumo de uma população. São eviden-
grileiro é o indivíduo que se assenhoreia de uma terra que tes as diferenças na distribuição de alimentos nos países
não é sua, sabendo que não tem direito a ela, muitas vezes à desenvolvidos e em desenvolvimento, o que deixa claro a
força, expulsando posseiros ou seus proprietários. Através de relevância do fator político econômico, assim como as di-
meios escusos como suborno e falsificação de documentos ferenças dentro do próprio país. Nos países desenvolvidos
ele obtém os papéis oficiais que o habilitam a vender a terra. há uma abastada oferta de alimentos, porém, o consumo
É, portanto, um traficante de terra. sob o ponto de vista nutricional, nem sempre é adequado,
podendo ocorrer excessos, ao mesmo tempo, as popula-
Relações de trabalho no campo ções dos países em desenvolvimento convivem com a es-
As relações trabalhistas instituídas no meio rural brasilei- cassez de alimentos e não dispõem de recursos educativos,
ro que, em geral, são altamente exploratórias, apresentam-se ambientais e até financeiros para obtenção dos mesmos,
bastante variadas. Algumas ainda arcaicas enquanto outras tendo como consequência a fome e/ou subnutrição (MON-
inseridas na modernidade capitalista. As principais são. TEIRO, 1996; PEKKANIVEW, 1975).

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GEOGRAFIA

O objetivo desse trabalho é fazer um estudo retrospectivo ALIMENTAÇÃO NA IDADE CONTEMPORÂNEA


que venha oferecer subsídios para uma reflexão sobre o pano- Até o século XX, muitas descobertas técnico-científicas
rama da alimentação mundial. Procurou-se fazer uma retros- importantes levaram ao progresso e também à modificação
pectiva histórica centrada em aspectos que pudessem servir dos costumes alimentares (ABREU, 2000):
como facilitadores de um melhor entendimento, já que estão 1. O aparecimento de novos produtos;
intrinsecamente relacionados. Foram eles: recursos, hábitos e 2. A renovação de técnicas agrícolas e industriais;
padrões alimentares, tipos de alimentos consumidos e fome. 3. As descobertas sobre fermentação;
Todos esses aspectos foram abordados sempre na perspectiva 4. A produção do vinho, da cerveja e do queijo em escala
histórica, procurando ressaltar a importância das interações e industrial e o beneficiamento do leite;
intercâmbios entre os vários países. 5. Os avanços na genética permitiram sua aplicação no
  cultivo de plantas e criação de animais;
ALIMENTAÇÃO NA PRÉ–HISTÓRIA E IDADE ANTIGA 6. A mecanização agrícola;
Desde o princípio, por milênios, vagaram os predecessores 7. E ainda o desenvolvimento dos processos técnicos
do homem, o próprio homem e seus descendentes, perscrutan- para conservação de alimentos.
do a face da terra, em busca de alimento. Deixaram-nos um lega- A descoberta oficial da América, 1492 resultante das ten-
do filogenético de experiências, em que se fundamentaram nos- tativas de novas descobertas, como citado anteriormente, e
sos se ao cultivo de cereais e condimentos (GIACOMETTI, 1989). as outras viagens que Cristóvão Colombo realizou, não tive-
Os condimentos também têm sua significação na história ram apenas repercussões políticas e econômicas. As carave-
da alimentação humana. O homem primitivo, como o atual, las do navegador voltaram com novos ingredientes de cozi-
desejava alguma coisa além do alimento em si; foi o sabor que nha. Se não encontrou um trajeto mais rápido para buscar as
desenvolveu a arte de comer e a de beber (SAVARIN, 1995). especiarias no oriente, como prometera, Colombo foi pelo
  menos um brilhante estimulador de descobertas gastronô-
ALIMENTAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA E IDADE micas. Assim, muitos alimentos foram à Europa, trazidos da
MÉDIA América: tomate, batata, abacaxi, abacate, amendoim, bau-
A disseminação do uso de diferentes tipos de alimentos nilha, milho, mandioca, feijão, pimentas, provocando uma
entre os continentes se deve muito ao comércio e à introdução revolução nas receitas da época (GARCIA, 1995; GULA, 1997).
de plantas e animais domésticos em novas áreas. Os gregos Pelo valor que era dado aos cereais, os europeus despreza-
e os romanos tinham um comércio de grande porte, envol- ram os tubérculos encontrados no Novo Mundo, principal-
vendo plantas comestíveis, azeite de oliva e ainda importavam mente a batata que era usada por eles para alimentar porcos,
especiarias no Extremo Oriente em 1000 a.C. (GARCIA, 1995). prisioneiros e camponeses pobres (MEZOMO, 1994). O milho
Durante os séculos tormentosos da Idade Média, houve quando introduzido na Europa foi utilizado pelas camadas
um aperfeiçoamento lento dos modos de produção de ali- sociais de reduzidas posses, surgindo assim as preparações
mentos. A alimentação não se desenvolveu, ocorrendo, ainda, econômicas. O milho e a batata foram certamente as con-
um recuo às práticas primitivas, principalmente relacionadas tribuições mais significantes para beneficiar as populações
às épocas de penúria e fome. menos favorecidas em recursos alimentares. O cacau, a bau-
Um influxo de plantas comestíveis importantes para a Eu- nilha e o tomate ascenderam às esferas de maior sofisticação
ropa ocorreu quando os árabes invadiram a Espanha em 711. culinária, comparecendo à mesa dos ricos (ORNELLAS, 1978).
Nesse tempo os invasores sarracenos levaram arroz para o sul O estudo comparativo de padrões de consumo alimen-
da Europa, além de outros alimentos vegetais, frutas, condi- tar no mundo (PEKKANIVEW, 1975) mostra o consumo dos
mentos e a cana de açúcar (GARCIA, 1995; ORNELLAS, 1978; vários tipos de cereais: “Starchy foods” - raízes, tubérculos,
SAVARIN, 1995). O domínio árabe do Mediterrâneo abalou incluindo batata, batata doce, inhame e mandioca, “plan-
drasticamente a estrutura da região, o que trouxe quinhentos tains”, bananas, figos, tâmara, desde que fossem consumidos
anos de caos principalmente no comércio. Somente no século de forma rotineira na dieta das populações; “Pulses” - nome
XII o Mediterrâneo reconquistou posição destacada no siste- dado a uma grande variedade de sementes de leguminosas
ma comercial europeu e as especiarias voltaram a ter impor- na maioria dos países de língua inglesa, nozes e sementes;
tância em toda a Europa. frutas; carnes; leite e derivados; ovos e peixe; gorduras e
Segundo MEDVED (1981), com as cruzadas, que tiveram óleos; açúcar e bebidas. Foi possível verificar a grande varia-
início em 1096, milhares de peregrinos entraram em contato ção dos padrões de consumo nas diferentes partes do mun-
com o Oriente Médio, estabelecendo-se um intenso comér- do. Dependendo do nível de desenvolvimento e das condi-
cio. Na a Idade Média, as especiarias e ervas aromáticas eram ções de produção, áreas desenvolvidas consomem diferentes
usadas em banquetes para ostentar riqueza. Durante os sé- proporções de tipos de alimentos em relação àquelas em de-
culos XV e XVI, Portugal, Espanha e Veneza competiram no senvolvimento. Maiores proporções de alimentos de origem
financiamento de viagens marítimas visando descobrir centros animal, variados tipos de vegetais, frutos, açúcares e bebidas,
produtores de especiarias e apoderar-se deles. Essas viagens são consumidos nas áreas desenvolvidas, enquanto naque-
foram de grande importância para a descoberta de novos las em desenvolvimento consomem grandes quantidades de
alimentos e especiarias, além de expressar o domínio eco- cereais e “starchy foods”, o consumo de vegetais e frutas é
nômico dos países que a realizavam. Durante a história, o menor do que nos países desenvolvidos, o consumo de ali-
poder econômico e o monopólio do comércio passou por mentos de origem animal é mínimo. O consumo de açúcar
vários povos e nessas conquistas e descobertas houve um vem aumentando em todas as partes do mundo. Em alguns
intercâmbio de cultura, hábitos, culinária e conhecimentos.  países em desenvolvimento esse consumo tem aumentado

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GEOGRAFIA

mais do que nos países desenvolvidos. Mas o uso de açú- Quase sempre, os enormes  déficits  de alimentos em
car é particularmente muito levado na América do Norte, países em desenvolvimento são acompanhados de alta
na Oceania, na maioria dos países europeus e na América desnutrição e fome, sendo que os escassos recursos usados
Latina. As mais elevadas proporções no consumo de óleos para a importação são tirados de serviços básicos e de in-
e gorduras figuram entre os países da Europa e América do dústrias dos quais necessitariam emergentemente, como por
Norte. Entre as bebidas alcóolicas, as cervejas e vinhos são exemplo, o beneficiamento de grãos.
aquelas mais comuns em todo o mundo, mas seu principal Conferências realizadas nas últimas décadas, cujo anseio
consumo ocorre na Europa. Em todas as partes do mundo foi pôr fim à pobreza, revelaram como todos os problemas pri-
outras bebidas alcoólicas são usadas ao lado da cerveja e do mários da humanidade estão inter-relacionados: crescimento
vinho, mas essas bebidas não acompanham a dieta diária da econômico, meio ambiente, desperdício de alimentos, urbani-
mesma forma que a cerveja e o vinho. zação, cuidados com as crianças, desenvolvimento econômico
O estudo de PEKKANIVEW (1975) leva à reflexão sobre (COMITÉ NACIONAL DE LOS ESTADOS UNIDOS ,1992).
alguns aspectos importantes que interferem nos padrões de Mudanças nos hábitos alimentares têm sido observadas
consumo dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em diversos países. Essas mudanças estão associadas, entre
dentre os quais pode-se citar as desigualdades na disponi- outros fatores, com o sistema de desenvolvimento da distri-
bilidade dos suprimentos alimentares, nas condições climá- buição e da produção de gêneros alimentícios e com o fenô-
ticas, nas possibilidades técnicas. Há grande precariedade de meno da urbanização, influenciando o estilo de vida e a saú-
transporte que limitam o consumo alimentar nos países em de da população (MONDINI & MONTEIRO, 1994; OLIVEIRA,
desenvolvimento, além dos costumes religiosos e da precá- 1997).
ria educação alimentar que também influem no consumo No Brasil, segundo alguns autores, essa mudança tem
habitual. O autor deixa bem claro que a melhoria econômica ocorrido principalmente como consequência de políticas que
é fator preponderante na mudança de padrões de consumo. têm favorecido o desenvolvimento de um modelo de “capita-
É importante também que se tenha claro que hoje o lismo de oligopólio”, em que poucos tem o domínio, conduzi-
mercado internacional de alimentos e mesmo o nacional do pela imitação de padrões de produção e características de
exigem padrões de qualidade, indispensáveis nos contratos consumo de países ocidentais.
de compra e venda, que devem satisfazer os regulamentos Segundo MONTEIRO (1996), a fome medida pelas reser-
vas energéticas da população no Brasil tem incidência restrita
sanitários e os padrões de qualidade requeridos pelo impor-
no País, afetando de forma clara apenas a população rural do
tador (GIACOMETTI, 1989).
nordeste, ainda assim em grau leve e moderado de acordo
O crescimento demográfico, industrialização, urbaniza-
com padrões internacionais. A população urbana de todo o
ção, muda o consumo e o estilo de vida, favorecendo o se-
País apresenta-se protegida da fome, incluindo as que vivem
dentarismo, a restrição da necessidade de gasto de energia
nas regiões norte e nordeste e a população rural do País. No
para as atividades diárias e para o trabalho, além de facilitar
entanto, o autor ressalta que seriam necessários mais dados
o consumo de alimentos prontos e de alta densidade ener-
para esclarecer a situação da deficiência nas demais popula-
gética aumentado os problemas de saúde como a obesida- ções rurais brasileiras. As distinções identificadas na magnitu-
de, a hipertensão e alguns tipos de câncer. A urbanização de e padrão da distribuição da pobreza, da fome e da desnu-
traz consigo as infecções advindas de água e alimentos con- trição no Brasil, confirmam a natureza distinta dos problemas
taminados (COMITÉ NACIONAL DE LOS ESTADOS UNIDOS, e ao mesmo tempo em que implicam na definição de priorida-
1992). des a determinados objetivos para ação governamental.
O aumento da expectativa de vida e a urbanização com- Levantamentos periódicos possibilitarão aos pesquisado-
binados com o subdesenvolvimento econômico tem signifi- res o conhecimento das tendências de consumo alimentar da
cado com frequência a superimposição de um tipo de distúr- população em geral e/ou de grupos particulares, e, a análise
bio alimentar. Desde a conferência mundial de alimentação dessas informações em termos de macro e micronutrientes, vi-
em 1974, os organismos internacionais têm concentrado a sando verificar se as necessidades nutricionais específicas dos
questão da subnutrição que os leigos chamam de fome. Ge- brasileiros estão sendo satisfeitas (OLIVEIRA,1997).
ralmente as pessoas que não obtêm o suficiente para comer, Os problemas alimentares mais graves exigem que se
para satisfazer as suas necessidades vitais básicas, têm em compreendam os ambientes geográficos em que aparecem,
comum a pobreza. A maior parte da fome e da desnutrição não sendo simplesmente problemas de renda. É no meio rural
em todo o mundo moderno são produtos da pobreza (CO- de países em desenvolvimento, sobretudo na África subsaaria-
MITÉ NACIONAL DE LOS ESTADOS UNIDOS , 1992). na, na Ásia do sul, que se manifestam as formas mais graves de
O alimento está disponível, mas não é acessível para mi- subalimentação, e, também no nordeste brasileiro, em versão
lhões de pessoas que não têm poder aquisitivo nem terras. menos grave. É pela valorização do plantio e da irrigação e
O excedente global de alimentos não se traduz em seguran- pelos programas de recuperação de desnutridos que será pos-
ça alimentar. Mais de 100 países do mundo são importado- sível reduzir num futuro próximo as dimensões assustadoras
res de alimentos, portanto não são produtores daquilo que que o fenômeno da fome ainda assume na virada do milênio.
consomem. No caso de alguns, essa importação tem pou- O conhecimento das condições locais e da sua integração
ca importância, mas no caso de outros como, por exemplo, sócio-econômico-política com o meio em que se manifes-
Bangladesh, Etiópia e Haiti certamente este fator influencia ta, a fome pode ser a base não só para o diagnóstico, mas,
muito a manutenção da pobreza e da fome (COMITÉ NA- sobretudo para o aproveitamento de possibilidades sociais
CIONAL DE LOS ESTADOS UNIDOS, 1992). e naturais até então em repouso (ABRAMOVAY, 1996). 

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GEOGRAFIA

ALIMENTAÇÃO PARA O FUTURO Os fluxos de informações vêm aumentando em todo


Como demonstrou-se, a cada época uma região desen- planeta, isso se deve, principalmente, pelo fato dos custos
volvia seu padrão alimentar em função da disponibilidade com as novas tecnologias e serviços (como telefone fixo
de alimentos acessíveis à população. Esses alimentos eram e móvel, além da internet) estarem gradativamente dimi-
adaptados à culinária regional. nuindo, desse modo, atingindo uma quantidade cada vez
Atualmente, os padrões de consumo alimentar variam maior de pessoas. O custo de uma ligação internacional
grandemente em diferentes partes do mundo, dependen- entre Nova York e Londres custa hoje cerca de US$ 0,35, na
do do grau de desenvolvimento e condições econômicas e década de trinta o valor era de 250 dólares.
políticas para a produção. Paralelamente, o aumento da po- Tanto a rede de telecomunicação quanto os fluxos de
pulação e o envelhecimento no mundo, aliados ao “padrão informações não possuem a mesma configuração em to-
alimentar” que vem seguindo estacionário, pode significar das as partes do mundo, pelo contrário, são bastante desi-
um agravamento dos problemas nutricionais (ABREU, 2000). guais. Isso é explicado pelo fato de que os países desenvol-
Duas tendência se desenvolvem no escopo de obter ali-
vidos detêm o monopólio das informações que circulam no
mentos para o futuro. A primeira, tradicionalista, se baseia em
mundo. A maioria das agências de notícias, como as redes
produtos primários e, concede prioridade absoluta à agricultu-
de TV, se encontra nesses países, que possuem domínios
ra, recomendando a contenção ou parada na industrialização.
sobre os satélites, de onde vêm as principais informações.
Ao esforço de prover alimentos para o futuro, há uma segunda
tendência que se encaminha para fórmulas industrializadas: ali- Somente uma rede de televisão norte-americana pos-
mentos “de conveniência”; alimentos “desenhados”; alimentos sui vinte satélites, esses são usados para transmitir a mi-
sintéticos; proteína texturizada a partir de oleaginosas ou pro- lhões de pessoas seus programas. Esses satélites permitem
dutos de cereais processados e apresentados em formas varia- que um acontecimento em qualquer parte do planeta pos-
das; concentrados ou isolados; extrusão1 ; filamentos para con- sa ser transmitido quase que simultaneamente a bilhões de
fecção de alimentos não convencionais; além dos tão discutidos pessoas no mundo.
alimentos transgênicos e funcionais (NEUMANN et al.,2000). A desigualdade quanto ao uso das novas tecnologias é
provado quando se observa que em países desenvolvidos,
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art- como Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, França
text&pid=S0104-12902001000200002 e Alemanha, cerca de 63% de suas respectivas populações
têm acesso à internet. Enquanto que em países da Áfri-
ca Subsaariana, somente 1,3% da população tem acesso a
GLOBALIZAÇÃO E CIRCULAÇÃO: OS essa tecnologia.
FLUXOS FINANCEIROS, TRANSPORTES, Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra-
OS FLUXOS DE INFORMAÇÃO, O MEIO fia/os-fluxos-informacoes.htm
TECNOCIENTÍFICO-INFORMACIONAL,
COMÉRCIO MUNDIAL, BLOCOS Recebe o nome de bloco econômico a associação de
ECONÔMICOS, CONFLITOS ÉTNICOS E AS países que estabelecem relações econômicas privilegiadas
MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS; A DIVISÃO entre si e que concordam em abrir mão de parte da sobe-
rania nacional em proveito da associação.
INTERNACIONAL DO TRABALHO (DIT)
Como resultado da  economia mundial globalizada, a
E AS TROCAS DESIGUAIS; A NAÇÃO E O
tendência atual é a formação de blocos econômicos, desti-
TERRITÓRIO, nados a realizar uma maior integração entre seus membros
e facilitar o comércio entre os mesmos. Para isso, geral-
mente adotam a redução ou isenção de impostos ou de
Algumas tecnologias da informação, como computa-
tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para
dores conectados à internet, teleconferência, telefone fixo e
problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os inte-
móvel, satélites, além de outros, favorecem de forma direta
o fluxo de informações, isso em cadeia global. grantes de um bloco aumenta e gera crescimento, e deixar
Contamos atualmente com uma complexa rede de co- de participar de uma organização do tipo significa atual-
municação, pela qual as mais diversas informações fluem de mente viver isolado do mundo comercial. Tais associações
maneira acelerada, dessas podemos citar: os noticiários da são costumeiramente formadas por países vizinhos ou que
TV, rádio, jornais, revistas, internet e muitos outros. Dian- possuam afinidades culturais ou comerciais.
te desses e de outros meios de comunicação, o homem Na época da Guerra Fria, o mundo estava dividido em
contemporâneo pode assistir uma guerra ou mesmo um dois grandes blocos econômicos, ideológicos e políticos,
atentado através de um aparelho de televisão, como o que o que equivale a dizer que a ordem política internacional
aconteceu nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, era bipolar: de um lado, estava o bloco capitalista chefiado
quando bilhões de pessoas puderam visualizar ao vivo esse pelos EUA, e do outro o socialista, liderado pela URSS. No
acontecimento histórico. início dos anos 90, com o fim do socialismo na maior parte
Os veículos de comunicação em massa são os responsá- do mundo, apenas um bloco, o liderado pelos EUA sobrevi-
veis por nos transmitir as notícias que acontecem em nossa ve, e passa a ser a norma no restante do mundo. Esta nova
cidade, nosso Estado, país ou em qualquer outro ponto do ordem que surgia foi entendida como monopolar, isto é,
planeta. prevalece a vontade da última grande potência restante.

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GEOGRAFIA

No aspecto econômico, apesar dos EUA continuarem a • OECO; (Organização dos Estados do Caribe Oriental)
exercer sua hegemonia em muitas áreas, as últimas décadas • SAARC; (Associação Sul- Asiática para a Coopera-
testemunharam a formação de blocos econômicos regionais, ção Regional)
isto é, associações de países, na sua maioria vizinhos, que pas- • SADC; (Comunidade para o Desenvolvimento da
saram a manter relações econômicas privilegiadas entre si. África Austral)
Os blocos econômicos atuais podem ser classificados em: • UA; (União Africana)
zona de preferência tarifária, zona de livre comércio, união • UAAA; (União Aduaneira da África Austral)
aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. • UE; (União Europeia)
Cada modalidade equivale a um grau de comprometimento • UEMOA; (União Econômica e Monetária dos Oeste
maior de soberania, e cabe aos membros do bloco decidir Africano)
qual nível é o mais adequado. A União Europeia é um exem- • UMA; (União do Magrebe Árabe)
plo de bloco que seguiu todos esses passos (já atingiu a união • UNASUL; (União de Nações Sul-Americanas)
econômica e monetária), mas outros já formados não segui-
ram necessariamente essa ordem. O bloco econômico Mer- Fonte: http://www.infoescola.com/economia/blocos
cosul por exemplo, é classificado como união aduaneira. -economicos/
O primeiro bloco econômico foi criado na Europa, em
1956. Era formado inicialmente pela Bélgica, Alemanha Oci- Movimentos Migratórios
dental, Holanda, Itália, Luxemburgo e França, sendo conhe- Impulsionados por motivos diversos, como a fome, a
cido pela sigla CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do conquista territorial, a fuga a perseguições políticas e reli-
Aço). Esse grupo foi, logo depois, o embrião da moderna giosas, as crises econômicas, entre outros, os movimentos
União Europeia (UE). migratórios têm se realizado ao longo da história de forma
Exemplos de Blocos Econômicos: contínua.
• ACP; (Associação de países da África, Caribe e Pacífico) Cada época marca seu motivo. A verdade é que os
• ACP-EU; (Acordo de Cotonou. Um acerto comercial movimentos de popu­lação permitiram o povoamento do
entre a União Europeia) mundo e significaram a expansão de etnias, línguas, reli-
• AEC; (Associação dos Estados do Caribe) giões e conhecimento, num emaranhado processo que dá
• AELC; (Associação Europeia de Livre Comércio) ao mundo atual os traços de grande diversi­dade e riqueza
• ALADI; (Associação Latino-Americana de Integração) cultural que observamos.
• ALALC; (Associação Latino-Americana de Livre Co- As chamadas Grandes Navegações ou “grandes inva-
mércio) sões”, por exemplo, foram responsáveis pela colonização
• ALBA; (Aliança Bolivariana para as Américas) do continente americano a partir do século XVI; e signifi-
• ALCA; (Área de Livre Comércio das Américas) caram a difusão da cultura dos europeus, a qual entrou em
• APEC; (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) choque com as culturas das comunidades indí­genas que já
• ASEAN; (Associação de Nações do Sudeste Asiático) habitavam o território.
• CEFTA; (Acordo Centro-Europeu de Livre Comércio) Esse deslocamento populacional foi estimulado pelo
• CAFTA-DR; (Comunidade de Livre Comércio entre expansionismo territorial das potências europeias da
Estados Unidos Central e República Dominicana) época, que buscavam fontes de matérias-pri­mas e novos
• CAN; (Comunidade Andina de Nações) mercados para seus pro­dutos, portanto, tinha motivação
• CAO; (Comunidade da África Oriental) geopolítica e econômica. Essa migração aumentou maciça-
• CARICOM; (Comunidade do Caribe) mente no século XIX e começo do XX.
• CARIFTA; (Associação de Livre Comércio do Caribe) Paralelamente, perseguições políti­cas e religiosas,
• CEA; (Comunidade Econômica Africana) guerras e crises econô­micas foram responsáveis por gran-
• CEDEAO; (Comunidade Econômica dos Estados da des deslocamentos humanos da Europa e Ásia para as
África Ocidental) Américas. Outras partes do mundo sofreram estimulação
• CEEA; (Comunidade Econômica Eurasiática) migrató­ria mais localizada, como é o caso da Austrália e
• CEEAC; (Comunidade Econômica dos Estados da Nova Zelândia, onde a pers­pectiva de melhoria de con-
África Central) dições de vida, com a possibilidade de mobilida­de social
• CEI; (Comunidade dos Estados Independentes) (ascensão econômica), incen­tivou especialmente parte da
• CEMAC; (Comunidade Econômica e Monetária da popula­ção da Grã-Bretanha a emigrar.
África Central)
• IBAS; (Fórum de Diálogo Índia-Brasil- África do Sul) Movimentos migratórios do século XVI ao início do sé-
• COMECOM; (Conselho para Assistência Econômica culo XX
Mútua) Causas das migrações atuais
• COMESA; (Mercado Comum da África Oriental e Os movimentos migratórios atuais rela­cionam-se, prin-
Austral) cipalmente, a duas causas:
• MERCOSUL; (Mercado Comum do Sul) • A busca por melhores condições de vida – caracteriza
• NAFTA; (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) os deslocamentos populacionais provocados pela miséria
• OCDE; (Organização para a Cooperação e desenvol- que se concentra em algumas partes do mundo. Por­tanto,
vimento Econômico) têm caráter econômico, constituindo fluxos ou correntes

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GEOGRAFIA

migratórias de países pobres para países ricos. Exemplos: b) Europa Ocidental – essa região concentra as princi-
pós-década de 60 (século XX), da Europa Mediterrânea pais econo­mias do continente: Alemanha, França, Itália e
para a Euro­pa Ocidental; na atualidade, do norte da África Reino Unido, além da Holanda, Suécia e Suí­ça. A Europa é
para países europeus, de regiões da América Latina para os circundada por várias regiões com economias problemáti-
EUA e Canadá, do extremo oriente para as Américas. Essas cas, como a África, Oriente Médio, Europa Oriental e, mais
migrações são vistas como o efeito colateral mais perverso distante, o Sul e Sudeste Asiático.
da globalização. Quando, nos anos 60 (século XX), os países acima cita-
• A fuga de regiões em conflito – trata-se de migra- dos começaram a apresentar um desenvolvimento mais ace­
ções provocadas por guerras locais, portanto, têm motiva- lerado, libertando-se dos pro­blemas gerados pela Segunda
ção político-bélica, constituindo um verdadeiro êxodo para Guerra Mundial, teve início a imigração. Em princípio, ela
os países que recebem os refugiados. Esses deslocamen- ocorreu na própria Europa (migração intracontinental), dos
países mais pobres, como Por­tugal, Irlanda, Grécia, Espanha,
tos ocorrem por uma questão de sobrevivência às perse-
e Turquia em direção aos países centrais. Mais tarde, tam-
guições motivadas por conflitos étnicos e às atrocidades
bém começaram a chegar os imi­grantes de outros continen-
cometidas contra as populações civis. Os exemplos mais tes (migração intercontinental’), os quais eram bem-vindos à
recentes fo­ram os que ocorreram na Bósnia-Herzegovina medi­da que forneciam mão-de-obra barata, substituindo os
e Kosovo. traba­lhadores locais em serviços ge­ralmente braçais. O mais
• Mas é no continente africano que se desencadeia a típico exemplo foram os turcos mi­grando principalmente
maior quantida­de de movimentos migratórios: são legiões para a então Alemanha Ocidental.
de refugiados vagando pelo espaço local, à procura de En­tretanto, as crises econômicas e as transformações
abrigo, fugindo de guerras tribais, instabilidades políticas, na estrutura de trabalho, com a automação, reduziram os
questões raciais e religiosas e golpes mili­tares. empregos. Surgi­ram, então, as sombras da xe­nofobia. A si-
Áreas de repulsão e atração tuação ficou pior com o fim do sistema socialista e o surgi-
Hoje, no mundo, podemos identi­ficar algumas áreas mento de grupos euro­peus orientais desempregados e em-
com característi­cas de repulsão (países emissores) e de pobrecidos. A partir daí, o imigrante estrangeiro passou a ser
atração (países receptores) no espaço terrestre, que levam visto como um intruso ou concorrente indesejado, levan­do
milhares de pessoas a se deslocar. muitos países a adotar me­didas restritivas.
Como áreas de repulsão, podemos identificar:
a) América Latina (México, América Central e América c) Japão – relativamente recentes nos processos migra-
do Sul) – com seus históricos problemas de desequilíbrio tórios, os países começaram a se tornar um polo de atração
econômico, provocados por endivida­mentos e mau geren- a partir de seu acelerado crescimento econômico dos anos
ciamento do dinheiro público, gerando enormes bolsões 70. Inicialmente os imigrantes provi­nham das cercanias de
de pobreza. China, Taiwan e Coréia do Sul. O envelhecimento precoce da
popula­ção, entretanto, serviu de maior atrativo, levando a
b) África – onde, além da pobreza crônica da popula-
um aumento da imigração, com destaque para o brasileiro,
ção, ocorrem conflitos raciais de extrema vio­lência dentro
(dekassegui), trabalhador não-qualificado, aproveitado para
dos países arti­ficialmente criados pelos colo­nizadores eu-
as tarefas bra­çais. Milhares de famílias brasi­leiras mudaram
ropeus. para o Japão em busca de dólares.
c) Ásia – o continente que concentra o maior contin- Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia/movi-
gente absoluto de pobres do mundo onde as estruturas mentos-migratorios.
sociais são pro­fundamente injustas, muitas vezes exacer-
badas pelos siste­mas de castas e pelo comportamento re- A DIT (Divisão Internacional do Trabalho) é uma divisão
ligioso. produtiva em âmbito internacional. Os países emergentes
d) Leste Europeu – onde o fim do socialismo gerou ou em desenvolvimento que obtiveram uma industrialização
enorme desor­ganização econômica, com a eli­minação de tardia e que possuem economias ainda frágeis e passíveis de
empregos e benefí­cios estatais, expondo diferenças antes crises econômicas oferecem aos países industrializados um
controladas pela ideologia política comum, provocando leque de benefícios e incentivos para a instalação de indús-
con­flitos étnicos e religiosos. trias, tais como a isenção parcial ou total de impostos, mão-
O desenvolvimento do capitalismo internacional con- de-obra abundante, entre outros.
centrou, particularmente, a riqueza em algumas regiões A Divisão Internacional do Trabalho direciona uma espe-
do globo, atraindo as popula­ções empobrecidas que têm cialização produtiva global, já que cada país fica designado
grande desejo de participar dos benefícios decorrentes a produzir um determinado produto ou partes do mesmo,
dependendo dos incentivos oferecidos em cada país. Esse
desse poder. processo se expandiu na mesma proporção que o capi-
Como exemplos dessas áreas de atração, podemos talismo. Nesse sentido, um exemplo que pode ser usado
identificar: é a montagem de um automóvel realizada na Argentina,
a) América Anglo-Saxônica – os EUA e, em menor es- porém com componentes oriundos de diferentes países,
cala, o Ca­nadá, com suas ricas econo­mias, são atrativos como parte elétrica e eletrônica de Taiwan, borrachas da
para as po­pulações latino-americanas, principalmente me- Indonésia e assim por diante. Isso ocorre porque cada país
xicanos e centro-americanos que veem na poderosa nação oferece certos atrativos. Desta forma, o custo do produto
(EUA) a solução para seus problemas. final será menor, aumentando os lucros.

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GEOGRAFIA

A Divisão Internacional do Trabalho provoca desigual- política da sociedade instituída no interior de seu território.
dades. Os países emergentes ou em desenvolvimento, como A Constituição é a norma jurídica que ordena as relações
México, Argentina, Brasil e outros, adquirem tecnologias a entre as instituições do estado e define os direitos e os
preços altos, enquanto que os produtos exportados pelos deveres dos cidadãos. A sede do poder político é a Capital,
países citados não atingem preços satisfatórios, favorecendo uma cidade que tem a função especial de abrigar os órgãos
os países ricos. centrais do Estado.
A DIT corresponde a uma especialização das atividades A diversidade das formas de organização do Estado re-
econômicas em caráter de produção, comercialização, expor- flete diferentes opções de distribuição do poder político.
tação e importação entre distintos países do mundo. Do ponto de vista territorial, as formas mais difundidas de
Antes desse processo vigorar no mundo, mais precisa- organização são o Estado, a Federação e a Confederação.
mente na década de 50, os bens manufaturados eram oriun- O Estado unitário não admite a partilha da soberania.
dos restritamente dos países industrializados, como Estados As unidades regionais não possuem legislação própria e
Unidos, Canadá, Japão e nações europeias. Os países já in- seus dirigentes limitam-se a exercer funções administrati-
dustrializados tinham suas respectivas produções primeira- vas. A maior parte das monarquias constitui Estados unitá-
mente destinadas ao abastecimento do mercado interno, e rios. A França e a Bolívia figuram entre os raros exemplos
depois, o restante direcionado ao fornecimento de mercado- de república unitária.
rias industrializadas aos países subdesenvolvidos que ainda A organização federativa oferece um elevado grau de
não haviam ingressado efetivamente no processo de indus- autonomia política para as unidades regionais ( chamadas
trialização. estados, províncias, cantões ou repúblicas). Os governos
Os países subdesenvolvidos tinham a incumbência de das unidades federativas decidem sobre assuntos de políti-
gerar matéria-prima com a finalidade de fornecê-la aos paí- ca econômica e social, com base em legislação própria. mas
ses industrializados. a legislação autônoma das unidades federadas subordina-
Após a Segunda Guerra Mundial, muitas empresas, so- se à Constituição Federal, que reserva ao governo central
bretudo norte-americanas, começaram a instalar filiais em o controle sobre as Forças Armadas, a emissão de moeda e
diferentes países do mundo. Isso foi intensificado com o as relações internacionais. As repúblicas, como os Estados
processo da globalização, que transformou muitos países Unidos, o Brasil, a Argentina, a Alemanha, a Rússia e a Índia.
subdesenvolvidos, que no passado eram meros produtores Organizam-se, geralmente, sob a forma federativa.
A organização confederativa baseia-se no princípio da
primários, em exportadores também de produtos industria-
reunião de entidades políticas soberanas. O Estado con-
lizados, alterando as relações comerciais que predominavam
siste em um contrato político que pode ser legalmente
até então.
desfeito, com a separação das partes constitutivas. Cada
Apesar da modificação apresentada na configuração
uma das repúblicas confederadas possui sua Constituição
econômica, os países da América Latina, Ásia e África, ainda
e pode até mesmo emitir moeda e manter Forças Arma-
ocupam destaque na produção de produtos primários.
das próprias. O governo confederado conserva apenas os
O que os mantêm como produtores primários é princi-
poderes a ele atribuídos pelo contrato entre as repúblicas,
palmente o modo como os países subdesenvolvidos foram como o de representá-las nas instituições internacionais.
industrializados. Grande parte das empresas e indústrias exis- Entre os raros exemplos de confederação, encontra-se a
tentes em países pobres é de nações desenvolvidas e ricas. Bósnia-Herzegovina. A Suíça - cujo nome oficial é Confe-
Diante desse fato, todos os lucros adquiridos durante o ano deração Helvética - foi exemplo clássico dessa forma de
não permanecem no território no qual a empresa se encon- organização, mas tornou-se uma federação no século XIX.
tra, e sim, migra para o país de origem da mesma. Em outras Do ponto de vista do ordenamento jurídico-político,
palavras, as empresas transnacionais sempre buscam os inte- as formas de organização do estado compreendem diver-
resses próprios sem considerar as causas sociais, econômicas sos tipos de repúblicas e de monarquias. Nas repúblicas, o
e ambientais de onde suas empresas estão instaladas. chefe de Estado é escolhido pelos cidadãos ou, no caso das
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/ ditaduras, imposto pelas Forças Armadas (caso de Mian-
divisao-internacional-trabalho-dit.htm mar), pela elite política dirigente (caso da China, Cuba ou
da Coréia do Norte) ou pela cúpula religiosa (caso do Irã).
Nas monarquias, o chefe de Estado pertence a uma linha-
gem dinástica.
OS ESTADOS TERRITORIAIS E OS ESTADOS As repúblicas são presidencialistas quando o presi-
NACIONAIS: A ORGANIZAÇÃO DO dente acumula as funções de chefe de Estado e chefe de
ESTADO NACIONAL; E O PODER GLOBAL, governo. É o que acontece, por exemplo, nos Estados Uni-
NOVA ORDEM MUNDIAL, FRONTEIRAS dos, Brasil, na Argentina e na África do Sul. Nas repúblicas
ESTRATÉGICAS. parlamentaristas, o presidente é apenas chefe de estado,
pois a chefia de governo é exercida pelo primeiro- ministro,
que representa a maioria parlamentar. Esse sistema é ado-
A Geografia Política dedica-se ao estudo das relações tado na Alemanha, na Itália e na Índia, entre outros países.
entre o estado e o espaço geográfico. O poder do estado Há ainda sistemas mistos, nos quais o presidente divide
exercido por um conjunto de instituições governamentais , as funções de chefe de governo com o primeiro-ministro,
executivas ou judiciárias. Essas instituições regulam avida como ocorre na França.

21
GEOGRAFIA

As monarquias democráticas adotam regimes de gover- A Divisão do Mundo entre Norte e Sul
no parlamentarista, como ocorre no Reino Unido, na Espanha, Durante a ordem geopolítica bipolar, o mundo era ro-
na Suécia e no Japão. Nas monarquias autoritárias, o sobera- tineiramente dividido entre leste e oeste. O Oeste era a re-
no (rei, sultão, emir ou príncipe) exerce as funções de chefe de presentação do Capitalismo liderado pelos EUA, enquanto
governo, seguindo regras tradicionais ou legislação religiosa. o Leste demarcava o mundo Socialista representado pela
Entre exemplos desse tipo de regime encontra-se Arábia sau- URSS. Essa divisão não era necessariamente fiel aos crité-
dita, Utão e Marrocos. rios cartográficos, pois no Oeste havia nações socialistas (a
Fonte: http://geografiasuperior.blogspot.com. exemplo de Cuba) e no leste havia nações capitalistas.
br/2017/01/a-organizacao-do-estado-nacinal.html Contudo, esse modelo ruiu. Atualmente, o mundo é
dividido entre Norte e Sul, de modo que no Norte encon-
Uma ordem mundial diz respeito às configurações gerais tram-se as nações desenvolvidas e, ao sul, encontram-se
das hierarquias de poder existentes entre os países do mundo. as nações subdesenvolvidas ou emergentes. Tal divisão
Dessa forma, as ordens mundiais modificam-se a cada oscila- também segue os ditames da Nova Ordem Mundial, em
ção em seu contexto histórico. Portanto, ao falar de uma nova considerar preferencialmente os critérios econômicos em
ordem mundial, estamos nos referindo ao atual contexto das detrimento do poderio bélico.
relações políticas e econômicas internacionais de poder.
Durante a Guerra Fria, existiam duas nações principais
que dominavam e polarizavam as relações de poder no glo-
bo: Estados Unidos e União Soviética. Essa ordem mundial era
notadamente marcada pelas corridas armamentista e espa-
cial e pelas disputas geopolíticas no que se refere ao grau
de influência de cada uma no plano internacional. Este era
o mundo bipolar.
A partir do final da década de 1980 e início dos anos 1990,
mais especificamente após a queda do Muro de Berlim e do
esfacelamento da União Soviética, o mundo passou a conhe-
cer apenas uma grande potência econômica e, principalmen-
te, militar: os EUA. Analistas e cientistas políticos passaram a
nomear a então ordem mundial vigente como unipolar. Em vermelho, os países do sul subdesenvolvido e, em
Entretanto, tal nomeação não era consenso. Alguns ana- azul, os países do norte desenvolvido
listas enxergavam que tal soberania pudesse não ser tão no- Observa-se que também nessa nova divisão do mundo
tável assim, até porque a ordem mundial deixava de ser me- não há uma total fidelidade aos critérios cartográficos, uma
dida pelo poderio bélico e espacial de uma nação e passava a vez que alguns poucos países localizados ao sul pertencem
ser medida pelo poderio político e econômico. ao “Norte” (como a Austrália) e alguns países do norte per-
Nesse contexto, nos últimos anos, o mundo assistiu às tencem ao “Sul” (como a China).
sucessivas crescentes econômicas da União Europeia e do Ja- Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra-
pão, apesar das crises que estas frentes de poder sofreram fia/nova-ordem-mundial.htm
no final dos anos 2000. De outro lado, também vêm sendo
notáveis os índices de crescimento econômico que colocaram No século XVII, configurou-se na Europa um sistema
a China como a segunda maior nação do mundo em tamanho de equilíbrio econômico, militar e político entre as princi-
do PIB (Produto Interno Bruto). Por esse motivo, muitos cien- pais potências, como Grã-Bretanha, França, Prússia, Áus-
tistas políticos passaram a denominar a Nova Ordem Mundial tria e Rússia. tratava-se de um sistema multipolar, ou seja,
como mundo multipolar. constituído por vários polos de poder.
Mas é preciso lembrar que não há no mundo nenhuma Entretanto, as guerras mundiais do século XX muda-
nação que possua o poderio bélico e nuclear dos EUA. Esse ram esse panorama. No final da Segunda Guerra Mundial,
país possui bombas e ogivas nucleares que, juntas, seriam ca- o sistema multipolar havia deixado de existir. Em seu lugar,
pazes de destruir todo o planeta várias vezes. A Rússia, grande emergia um sistema bipolar, com base na rivalidade entre
herdeira do império soviético, mesmo possuindo tecnologia duas potências, os Estados Unidos e a União Soviética.
nuclear e um elevado número de armamentos, vem perdendo Antes de terminar a Primeira Guerra Mundial, o mundo
espaço no campo bélico em virtude da falta de investimen- conheceu um novo modo de produção: o socialismo, im-
tos na manutenção de seu arsenal, em razão das dificuldades plantado na Rússia em 1917. Em 1922, formou-se a União
econômicas enfrentadas pelo país após a Guerra Fria. das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que chegou a
É por esse motivo que a maior parte dos especialis- reunir 15 repúblicas do Leste Europeu e da Ásia.
tas em Geopolítica e Relações Internacionais, atualmente, A partir de 1947, os Estados Unidos consolidaram
nomeia a Nova Ordem Mundial como  mundo unimulti- sua influência no mundo. Dessa maneira, após a Segunda
polar. “Uni” no sentido militar, pois os Estados Unidos é guerra Mundial, o centro de poder havia se deslocado. Dois
líder incontestável. “Multi” em razão das diversas crescentes blocos antagônicos disputavam a hegemonia mundial: o
econômicas de novos polos de poder, sobretudo a União capitalista e o socialista, cada qual representado por uma
Europeia, o Japão e a China. potência emergente.

22
GEOGRAFIA

A rivalidade entre as novas superpotências do pós-


guerra ultrapassou o âmbito estratégico e diplomático D) O ESPAÇO HUMANO: DEMOGRAFIA:
para se expressar também como contraposição de mode- TEORIAS DEMOGRÁFICAS, ESTRUTURA
los de organização social e econômica. DA POPULAÇÃO, CRESCIMENTO
No pós-guerra, a URSS preocupou-se em reconstruir-
DEMOGRÁFICO; TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
se e visava também à expansão do socialismo, para além
de suas fronteiras. O Os estados unidos , por sua vez, bus- E MIGRAÇÕES; URBANIZAÇÃO: PROCESSO
cavam manter os mercados mundiais e assegurar a expan- DE URBANIZAÇÃO, ESPAÇO URBANO E
são do capitalismo. PROBLEMAS URBANOS; E OS PRINCIPAIS
No plano estratégico, o sistema bipolar enfatizava a INDICADORES SOCIOECONÔMICOS.
capacidade militar, materializada nos arsenais nucleares. A
posse de arsenais capazes de reduzir o mundo a escom-
bros tornou-se uma marca das superpotências. A paz era O estudo da população é fundamental para podermos
impossível, mas a guerra significaria a aniquilação mútua verificar a realidade quantitativa e qualitativa da mesma.
das superpotências e da população mundial, por conse- Para governantes em especial, é de fundamental impor-
quência, já que os alvos das suas armas atômicas, e até tância pois, permite traçar planos e estratégias de atuação,
biológicas, se espalhavam por diversas partes do planeta. além de poder desenvolver um planejamento de interesse
A Guerra Fria foi a expressão desse “equilíbrio do ter- social.
ror”. Nesse período, apesar de não ter havido um enfrenta- A população deve ser entendida como um recurso na
mento direto, ocorreram diversas guerras e revoluções fi- medida em que representa mão de obra para o mercado
nanciadas pelas duas potências, como as guerras da Coreia de trabalho, soldados para a defesa nacional, dentre ou-
(1945) e do Vietnã (1961). tras coisas.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa perdeu a O ramo do conhecimento que estuda a população
condição de centro do poder internacional, mas foi o prin- chama-se Demografia, portanto o profissional da área é
cipal cenário de confrontação das superpotências. No pla- o demógrafo.
no geopolítico, os Estados europeus alinharam-se com as
superpotências. Na parte ocidental do continente, formou- Conceitos Demográficos
se um bloco de estados aliados dos estados Unidos. Na
parte oriental, constituiu-se um bloco de Estados-satélites Alguns conceitos demográficos são fundamentais
da União Soviética. para a análise da população, abaixo iremos elencar alguns:
As conferências do pós-guerra, realizadas em 1945, População absoluta: corresponde a população total de
reuniram os chamados “Três Grandes” (Estados Unidos, um determinado local.
União Soviética e Grã- Bretanha) e resultaram no esboço de Quando um local tem uma população absoluta nume-
uma bipartição geopolítica da Europa, que se consolidaria rosa, dizemos que ele é populoso.
nos anos seguintes. O Brasil está entre os países mais populosos do mundo
Na Conferência de Yalta, as potências ocidentais acei- com uma população superior a 170 milhões de habitantes.
taram a exigência soviética de constituição de governos
Densidade demográfica ou população relativa: corres-
comandados pelos comunistas na Polônia, Tchecoslová-
ponde a média de habitantes por quilômetros quadrados.
quia, Hungria, Romênia, Bulgária, Iugoslávia e Albânia. O
Podemos obtê-la através da divisão da população absolu-
Leste Europeu tornou-se uma área de influência soviética.
ta pela área.
Quando a população relativa de um local é numerosa
Fonte: http://geografiasuperior.blogspot.com.
dizemos que esse local é muito povoado.
br/2017/01/alem-do-estado-as-fronteiras.html
Apesar da enorme população absoluta, a densidade
demográfica do Brasil é baixa não ultrapassando 20 habi-
tantes por quilômetro quadrado.

Superpovoamento: corresponde a um descompasso


entre as condições sócio-econômicas da população e à
área ocupada. Isso quer dizer que, superpovoamento não
depende apenas da densidade demográfica, mas princi-
palmente das condições de vida da população. Alguns
países com grande densidade demográfica podem não ser
considerados superpovoados, enquanto outros com den-
sidade baixa assim o podem ser classificados.
Recenseamento ou censo: corresponde á coleta perió-
dica de dados estatísticos dos habitantes de um determi-
nado local.

23
GEOGRAFIA

Taxa de natalidade: corresponde a relação entre o nú- As regiões brasileiras apresentam realidades diferen-
mero de nascimentos ocorridos em um ano e a população tes, o Nordeste apresenta as maiores taxas de mortalidade
absoluta, o resultado em geral é expresso por mil. infantil, sendo em 1999 de 53 por mil ou 5,3%, ou seja aci-
N.º de nascimentos X 1000 = taxa de natalidade ma da média nacional.
População absoluta
Expectativa de vida: corresponde a quantidade de anos
A natalidade é ligada a vários fatores como, por exem- que vive em média a população.
plo, qualidade de vida da população, ou ao fato de ser uma Este é um indicador muito utilizado para se verificar o
população rural ou urbana. nível de desenvolvimento dos países.
As taxas de natalidade no Brasil caíram muito nos últi- No Brasil a expectativa de vida nas últimas décadas
mos anos, isso se deve em especial ao processo de urbani- tem se ampliado, em 1999 as mulheres viviam em média
zação que gerou transformações de ordem socioeconômi- 72,3 anos, enquanto os homens 64,6 anos, esse aumento
cas e culturais na população brasileira. na expectativa também se deve a melhorias na qualidade
médico sanitária da população em virtude do processo de
Taxa de mortalidade: corresponde a relação entre o urbanização.
número de óbitos ocorridos em um ano e a população ab-
soluta, o resultado é expresso por mil. CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO
N.º de óbitos X 1000 = taxa de mortalidade
Segundo a teoria da transição demográfica, o cresci-
População absoluta mento populacional se daria em fases, o período anterior a
transição ou pré-transicional, conhecido como regime de-
Assim como a natalidade, a mortalidade está ligada em mográfico tradicional, seria aquele no qual as taxas de na-
especial a qualidade de vida da população analisada. talidade e mortalidade seriam elevadas, fazendo com que
No Brasil, assim como a natalidade a mortalidade caiu, o crescimento vegetativo fosse pequeno. A grande ruptura
especialmente a partir do processo de industrialização, que com esse período começa a se dar nos países desenvolvi-
trouxe melhorias na assistência médica e sanitária à popu- dos com a Revolução industrial, já nos subdesenvolvidos
lação, além da urbanização acentuada. isso ocorre apenas em meados do século XX. O período
posterior a transição ou pós-transicional, chamado de re-
gime demográfico moderno, se daria quando as taxas de
Crescimento vegetativo ou natural: corresponde a di-
natalidade e mortalidade baixassem. Devido ao fato de que
ferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
as taxas de mortalidade caem primeiro que as de natalida-
C.V. = natalidade - mortalidade.
de, durante a transição viveria-se um período de intenso
O crescimento vegetativo corresponde a única forma
crescimento populacional, chamado de explosão demográ-
possível de crescimento ou redução da população mundial,
fica, processo pelo qual passam ainda hoje vários países
quando analisamos o crescimento de áreas específicas te- subdesenvolvidos.
mos que levar em consideração também as migrações. O Brasil já superou a fase de explosão e começa a en-
O crescimento vegetativo brasileiro encontra-se em trar na fase de estabilização da população, o que faz com
processo de diminuição, mas já foi muito acentuado, em que comece a haver um maior equilíbrio na pirâmide etária
especial nas décadas de 50 à 70, em virtude especialmente do país.
da industrialização.
TEORIAS DEMOGRÁFICAS
Taxa de fecundidade: corresponde a média de filhos por
mulher na idade de reprodução. Essa idade se inicia aos 15 Lei de Malthus ou Malthusianismo
anos, o que faz com que em países como o Brasil, onde é
comum meninas abaixo dessa idade terem filhos, ela possa No final do século XVIII, o pastor anglicano Thomas
ficar um pouco distorcida. Robert Malthus, laçou sua famosa teoria, segundo a qual
Na década de 70 a taxa de fecundidade no Brasil era a razão para a existência da miséria e das enfermidades
de 5,8 filhos por mulher, em 1999 esse número caiu para sociais, seria o descompasso entre: a capacidade de produ-
2,3. Isso reflete a mudança que vem ocorrendo no Brasil em ção de alimentos, que se daria numa progressão aritmética
especial com a urbanização e com a entrada da mulher no (1,2,3,4,5), em relação ao crescimento populacional que se
mercado de trabalho, que tem contribuído com a redução daria numa progressão geométrica (1,2,4,8,16).
significativa da taxa de natalidade e por consequência da Malthus chegou a propor que só deveriam Ter filhos
taxa de fecundidade. aqueles que podessem criar, e que os pobres em decorrên-
cia disso deveriam se abster do sexo. Além disso, defendia
Taxa de mortalidade infantil: corresponde ao número a tese de que o estado não deveria dar assistência à saú-
de crianças de 0 à 1 ano que morrem para cada grupo de de das populações pobres. Para ele, se não acontecessem
mil nascidas vivas. “obstáculos positivos”, como guerras, epidemias, que cau-
No Brasil vem ocorrendo uma redução gradativa dessa sassem grande mortandade, o desequilíbrio entre a produ-
taxa, apesar de ela ainda ser muito elevada se comparada a paí- ção de alimentos e o crescimento populacional, geraria o
ses desenvolvidos, em 1999 ela era de 34,6 por mil ou 3,46%. caos total.

24
GEOGRAFIA

Malthus errou, pois a tecnologia possibilitou um au- - População economicamente inativa (PEI) ou popula-
mento exponencial na produção de alimentos que hoje são ção não economicamente ativa (PNEA): corresponde a par-
produzidos a taxas superiores as do crescimento popula- cela da população que não está empregada como crianças,
cional, além disso, temos verificado uma tendência a esta- velhos, deficientes, estudantes, etc., ou que não exercem
bilização do crescimento populacional nos países desen- atividades remuneradas como donas de casa. Essa camada
volvidos, além de uma desaceleração do crescimento em da sociedade demanda grandes investimentos sociais, e é
grande parte dos países subdesenvolvidos, especialmente bancada pela população ativa.
nas últimas décadas.
Com isso podemos concluir que, se há fome no mundo Desemprego e Subemprego
e no Brasil hoje, isso não se deve a falta de alimentos ou
ao excesso de pessoas, mas a má distribuição e destinação Hoje o maior problema enfrentado pela maioria dos
dos mesmos. países do mundo é o desemprego, ele é uma realidade não
apenas em países subdesenvolvidos mas também, em paí-
Neomalthusianismo ses altamente desenvolvidos como a Alemanha.
O desemprego se divide em dois tipos fundamentais:
No pós 2ª Guerra Mundial, o crescimento populacional - Desemprego conjuntural: que é aquele que está liga-
acelerado nos países subdesenvolvidos, fez despertarem do a conjunturas de crise econômica, nas quais a oferta de
os adeptos de Malthus chamados de neomalthusianos. empregos e os postos ocupados diminuem.
Segundo eles, a pobreza e o subdesenvolvimento se- - Desemprego estrutural ou tecnológico: que está li-
riam gerados pelo grande crescimento populacional, e gado a estrutura produtiva, e aos avanços tecnológicos in-
em virtude disso seriam necessárias drásticas políticas de troduzidos na produção, em substituição da mão de obra
controle de natalidade, que se dariam através do famoso e humana, como o que é gerado pela robótica.
bastante difundido, “planejamento familiar”. Muitos países Além do desemprego, é comum hoje a existência dos
subdesenvolvidos adotaram essas políticas anti-natalistas, chamados subempregos, onde o trabalhador além de tra-
mas com exceção da China onde a natalidade caiu pela balhar na maioria das vezes em condições precárias, ga-
metade em quarenta anos nos outros praticamente não nha baixíssimos salários e não tem nenhuma garantia legal.
Esse tipo de atividade é muito comum hoje em países sub-
surtiu efeito.
desenvolvidos como o Brasil, onde o número de subem-
Hoje em dia existem também os chamados ecomalthu-
pregados é enorme, e grande parte da população depende
sianos, que defendem a tese de que o rápido crescimento
do trabalho dessas pessoas.
populacional geraria enorme pressão sobre os recursos na-
turais, e por consequência sérios riscos para o futuro.
Trabalho infantil
No Brasil nunca chegou a acontecer um controle de
natalidade rígido por parte do estado nacional, mas a partir Além do fato de a juventude ser a maior afetada com
da década de 70 o governo brasileiro passou a apoiar pro- o desemprego, existe nos países subdesenvolvidos o pro-
gramas desenvolvidos por entidades nacionais e estran- blema do trabalho infantil, o qual é gerado por sérios pro-
geiras como a Fundação Ford, que visavam o controle de blemas econômicos e sociais enfrentados por esses países,
natalidade no país. onde crianças precisam trabalhar para ajudar na renda fa-
miliar. Muitas vezes as condições de trabalho que se en-
Reformistas ou marxistas contram essas crianças é de completa insalubridade. Além
disso outros problemas como o abandono dos estudos são
Diferentemente do que defendem os neomalthusia- gerados em virtude desse tipo de atividade.
nos, os demógrafos marxistas, consideram que é a própria No Brasil o número de criança que trabalham é muito
miséria a responsável pelo acelerado crescimento popula- grande, isso se deve em especial, pelo fato de grande par-
cional. E por conta disso, defendem reformas de caráter te dos chefes de famílias brasileiros, não terem condições
sócio-econômico que possibilitem a melhoria do padrão de arcar sozinhos com os gastos familiares, o que faz com
de vida das populações dos países subdesenvolvidos, se- que milhares de crianças tenham que trabalhar. É muito
gundo eles isso traria por consequência o planejamento comum também no Brasil, os adultos se aproveitarem das
familiar espontâneo, e com isso a redução das taxas de na- crianças, fazendo com que elas trabalhem enquanto o pró-
talidade e crescimento vegetativo, como ocorreu em vários prio adulto não busca o que fazer.
países hoje desenvolvidos.
Setores da Economia
Estrutura da População
A economia dos países se divide em 3 setores chama-
Com base na estrutura ocupacional a população de um dos de formais, pois, contribuem com a arrecadação de im-
país pode ser dividida em dois grupos: postos, assinam carteira, dentre outras formalidades legais.
- População economicamente ativa (PEA): corresponde São eles os seguintes:
as pessoas que trabalham em um dos setores formais da - Setor primário: que envolve em geral atividades liga-
economia ou que estão a procura de emprego. Subdividi- das ao meio rural, como, a agricultura, pecuária, extrativis-
se em, desempregados e população ocupada. mo vegetal e a pesca.

25
GEOGRAFIA

- Setor secundário: que envolve as atividades indústriais. A estrutura da pirâmide é a seguinte:


- Setor terciário: que envolve as atividades do comér- - Base: corresponde aos jovens.
cio, prestação de serviços, funcionalismo público, etc. - Meio: corresponde aos adultos.
È importante ressaltar que o espaço onde se desen- - Topo ou ápice: corresponde aos idosos.
volvem essas atividades não é rígido, ou seja, podemos ter
atividades primárias no espaço urbano, como o que ocorre A análise das pirâmides nos permite verificar a situação
com os cinturões verdes, ou atividades secundárias no es- de desenvolvimento ou subdesenvolvimento dos países.
paço rural, como o que ocorre na agroindústria. Exemplo: uma pirâmide de base larga, indica grande
Hoje em dia em virtude do grande avanço tecnológi- crescimento vegetativo; o topo estreito, indica baixa expec-
co, alguns autores passam a trabalhar com a ideia de um tativa de vida, o que nos faz concluir que essa seja de um
setor quaternário, onde se desenvolveriam as atividades de país subdesenvolvido. Por outro lado, uma base mais estreita,
pesquisa de ponta, envolvendo universidades, centros de indica pequeno crescimento vegetativo; um topo mais largo,
indica grande expectativa de vida, o que nos leva a concluir
pesquisas, etc., esse setor surge em função da Revolução
que seja um país desenvolvido.
Tecnocientífica em andamento.
A análise das pirâmides etárias é de fundamental impor-
No Brasil, e em outros países subdesenvolvidos, se dá
tância para os estudos de população.
a chamada hipertrofia (inchaço) do setor terciário, que por
No Brasil, temos verificado uma mudança na pirâmide
sua vez tem gerado a proliferação de atividades informais. etária, que tem alargado o topo, e estreitado a base. Essas
Esse processo decorre do intenso êxodo rural que gera mudanças decorrem em especial da urbanização do país,
um inchaço no setor terciário urbano, na medida em que que mudou significativamente o modo de vida de grande
a indústria atual utiliza cada vez menos mão de obra. Fa- parte dos brasileiros, principalmente com relação aos filhos,
zendo com que muitas pessoas especialmente nos grandes e também garantiu avanços fundamentais a nível médico-
centros do país, tenham que depender de atividades in- sanitário.
formais, os chamados subempregos, além do que contri- Cada uma das macrorregiões do IBGE apresenta caracte-
bui com o aumento da criminalidade, na medida em que rísticas particulares. São “sinais” que ajudam a identificá-las,
muitos trabalhadores passam a desenvolver atividades à como os sinais de nascença ou as impressões digitais dis-
margem da lei para poder sustentar suas famílias. tinguem as pessoas. Alguns desses sinais são muito antigos,
como se a região já tivesse nascido com eles: trata-se das
A participação da mulher no mercado de trabalho características naturais impressas na paisagem. Outros são
recentes: foram, e continuam sendo, produzidos pela ativida-
Apesar de crescente, a participação das mulheres no de social de construção do espaço geográfico.
mercado de trabalho não tem significado ainda melhorias A região Sudeste é a mais industrializada do país e tam-
das condições de vida, pelo contrário, pesquisas mostram bém a mais urbanizada. As maiores empresas instaladas no
que com o aumento de lares liderados por mulheres, hou- país têm as suas sedes no Sudeste. Nessa região, estão as
ve uma redução na renda familiar. Isso se deve ao fato de duas principais metrópoles brasileiras: São Paulo e Rio de Ja-
as mulheres em média ganharem salários mais baixos que neiro. O domínio natural mais importante é o dos mares de
os homens para desempenharem as mesmas funções. As morros, antigamente recoberto por verdes matas tropicais.
causas que estão por trás deste fato são por exemplo: A região Sul caracteriza-se pela presença de numerosos
- a herança patriarcal de nossa sociedade; descendentes de europeus: alemães, italianos ou eslavos.
- o machismo ainda muito forte e presente no nosso Essa região apresenta também os melhores indicadores so-
dia-a-dia; ciais do país. A sua agropecuária, moderna e produtiva, trans-
formou-a em fornecedora de alimentos para todo o país. É a
- a desvalorização do trabalho doméstico;
única do Brasil com clima subtropical.
- o preconceito que coloca a mulher como sexo frágil.
A região Nordeste já foi a mais rica, na época colonial.
Além dos menores salários, do preconceito, do machis-
Depois, sua economia declinou e ela se transformou na mais
mo, etc., as mulheres ainda tem que enfrentar as jornadas pobre região brasileira. Por isso, tornou-se foco de repulsão
duplas (trabalho e casa) ou triplas ( casa, trabalho e estudos de população. Os migrantes nordestinos, ao longo do sécu-
). Também é a mulher a maior vítima da violência domésti- lo XX, espalharam-se por todo o país. Atualmente, o rápido
ca, em geral praticada por maridos violentos. crescimento econômico de algumas áreas do Nordeste está
Mesmo com todas essas dificuldades, as mulheres vem mudando essa situação.
avançando em seus direitos e conseguindo espaços cada As regiões Centro-Oeste e Norte são os espaços geo-
vez maiores na nossa sociedade, como por exemplo o fato gráficos de povoamento mais recente, que continuam a so-
de a maioria dos universitários brasileiros serem mulheres. frer um processo de ocupação. Por isso, a paisagem natural
encontra-se, em grande parte, preservada.
Pirâmide Etária A região Centro-Oeste, espaço dos cerrados, começou a
ser ocupada mais rapidamente após a construção de Brasília,
Gráfico populacional que leva em consideração a es- inaugurada em 1960. De lá para cá aumentou bastante a po-
trutura sexual da população (homens e mulheres) e as fai- pulação regional. Aumentaram também a criação de gado e a
xas etárias - 0 à 19 anos jovens, 20 à 59 adultos, e 60 ou + produção agrícola. Mesmo assim, existem áreas com densida-
anos idosos. des demográficas muito baixas, como o Pantanal.

26
GEOGRAFIA

A região Norte, espaço da floresta equatorial, é de ocu- Fusos Horários


pação ainda mais recente. Mas essa ocupação vem cres-
cendo rapidamente. A derrubada da mata, as queimadas, O território brasileiro está localizado a oeste do meridia-
a poluição dos cursos de água por garimpos e os conflitos no de Greenwich (longitude 0º) e, em virtude de sua grande
pela posse da terra são consequências ambientais e sociais extensão longitudinal, compreende quatro fusos horários, va-
da colonização da Amazônia. riando de duas a cinco horas a menos que a hora do meri-
diano de Greenwich (GMT). O primeiro fuso (30º O) tem duas
horas a menos que a GMT. O segundo fuso (45º O), o horário
oficial de Brasília, é três horas atrasado em relação à GMT. O
2) GEOGRAFIA DO BRASIL: A) O ESPAÇO
terceiro fuso (60º O) tem quatro horas a menos que a GMT. O
NATURAL: CARACTERÍSTICAS GERAIS quarto e último possui cinco horas a menos em relação à GMT.
DO TERRITÓRIO BRASILEIRO: POSIÇÃO Horário de verão: Prática adotada em vários países
GEOGRÁFICA, LIMITES E FUSOS HORÁRIOS; do mundo para economizar energia elétrica. Consiste em
GEOMORFOLOGIA: ORIGEM, FORMAS E adiantar os relógios em uma hora durante o verão nos lu-
CLASSIFICAÇÕES DO RELEVO: AROLDO DE gares onde, nessa época do ano, a duração do dia é signifi-
AZEVEDO, AZIZ AB’SABER E JURANDYR cativamente maior que a da noite. Com isso, o momento de
ROSS E A ESTRUTURA GEOLÓGICA; pico de consumo de energia elétrica é retardado em uma
hora. Usado várias vezes no Brasil no decorrer do século XX
(1931, 1932, 1949 a 1952, 1963 e 1965 a 1967), o horário de
verão é retomado a partir de 1985.
Em 1998 tem início em 11 de outubro, com duração
O Brasil é o quinto país mais extenso do planeta, sua prevista até 21 de fevereiro de 1999. Atinge 12 estados e o
área é de 8.514.876 quilômetros quadrados, apresentan- Distrito Federal: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,
do-se inferior apenas à Rússia, Canadá, China e Estados São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás,
Unidos. O país está localizado na América do Sul, possui Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Bahia. Nos
uma extensa faixa litorânea, com 7.367 quilômetros, e uma demais estados, tanto no inverno quanto no verão, não há
fronteira terrestre ainda maior (15.719 quilômetros), faz diferença significativa na duração do dia e da noite. A eco-
limite com dez países sul-americanos do continente. Ape- nomia resultante da adoção do horário de verão equivale,
nas Chile e Equador não compartilham desta ligação. A em média, a 1% do consumo nacional de energia. Em 1997,
grande dimensão territorial do país possibilita a existência a redução média do consumo de energia elétrica durante os
de uma imensa diversidade de paisagens, climas, plurali- três primeiros meses (outubro a dezembro) de vigência do
dade cultural, além de uma grande biodiversidade. horário de verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste é
O território brasileiro corresponde a, aproximadamen- de 270 megawatts, ou 0,9%. Esse valor corresponde à ener-
te, 1,6% da superfície do planeta, 5,6% das terras emer- gia consumida, no mesmo período, por um estado do tama-
sas do globo, 20,8% da extensão territorial da América e nho de Mato Grosso do Sul. No horário de pico, entre 17h e
48% das áreas que constituem a América do Sul. A gran- 22h, a redução registrada é de 1.480 MW, ou cerca de duas
de extensão do território brasileiro no sentido leste-oeste vezes a capacidade de geração da usina nuclear Angra I. 
(4.319 quilômetros entre os pontos extremos) faz com que Segundo a Lei nº 11.662, de 24 de abril de 2008, a partir
o país possua três fusos horários diferentes. de zero hora de 24 de junho de 2008 passaram a vigorar no
Todo o território brasileiro está localizado a oeste do Brasil 3 (três) fusos horários. O presidente Luiz Inácio Lula da
meridiano de Greenwich, portanto, sua área pertence ao Silva sancionou ontem (24), sem vetos, a lei que reduz de
quatro para três o número de fusos horários usados no Brasil.
hemisfério ocidental. A linha do Equador passa no extremo
A mudança, que tem prazo de 60 dias para entrar em vigor,
norte do país, fazendo com que 7% de seu território per-
atingirá municípios nos Estados do Acre, Amazonas e Pará.
tença ao hemisfério norte e 93% localizado no hemisfério
Dentro desse prazo, os 22 municípios do Acre ficarão
sul. Cortado ao sul pelo Trópico de Capricórnio, apresenta com diferença de uma hora em relação a Brasília --hoje são
92% do território na zona intertropical (entre os trópicos duas horas a menos. Municípios da parte oeste do Amazo-
de Câncer e de Capricórnio); os 8% restantes estão na zona nas, na divisa com o Acre, sofrerão a mesma mudança, o que
temperada do sul (entre o Trópico de Capricórnio e o Cír- igualará o fuso dos Estados do Acre e do Amazonas.
culo Polar Antártico). A mudança na lei também fará com que o Pará, que
A localização geográfica de qualquer ponto do plane- atualmente tem dois fusos horários, passe a ter apenas um.
ta é realizada através da latitude e longitude. No sentido Os relógios da parte oeste do Estado serão adiantados em
leste-oeste do território brasileiro, os extremos são a Ser- mais uma hora, fazendo com que todo o Pará fique com o
ra Contamana (AC), a oeste, com longitude de 73°59’32”; mesmo horário de Brasília.
e Ponta do Seixas (PB), a leste, com longitude 34°47’30”. O projeto, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), foi
Os extremos no sentido norte-sul apresentam 4.394 qui- aprovado no Senado em 2007. Ao tramitar na Câmara, foi
lômetros de distância, onde estão o Monte Caburaí (RR), alvo de pressão de emissoras de televisão. O lobby foi por
ao norte do território, com latitude 5°16’20”; e Arroio Chuí conta da entrada em vigor de portaria do Ministério da Jus-
(RS), ao sul, com latitude 33°45’03”. tiça que determinou a exibição do horário de programas
obedecendo à classificação indicativa.

27
GEOGRAFIA

Parlamentares da região Norte ainda pressionam o governo em virtude das regras da classificação indicativa.
Ela determina que certos programas não indicados para menores de 14 anos, por exemplo, não possam ser exibidos
em todo o território nacional no mesmo horário, já que existem diferenças de fuso.
O território brasileiro, com uma área de aproximadamente 8.516.000 km², é considerado um país com dimensões
continentais. Por esse motivo, ele apresenta uma grande diversidade no que se refere à fisionomia de suas paisagens e às
características de suas formas de relevo, o que tornou o seu detalhamento uma tarefa bastante difícil. Assim, para melhor
compreender a estrutura física do nosso país, foram elaborados diferentes modelos de classificação do relevo Brasileiro.
Em termos gerais de caracterização, o espaço físico do Brasil é conhecido por ter uma formação geologicamente antiga,
o que significa que ele esteve, ao longo das eras geológicas, mais tempo exposto à ação dos agentes externos ou exógenos
de transformação do relevo, como as chuvas, os ventos e demais fatores. Por isso, as formas superficiais foram bastante
desgastadas ao longo do tempo, o que explica, por exemplo, a ausência de grandes cadeias montanhosas no país.
A primeira classificação do relevo brasileiro – incluindo o seu mapeamento e total caracterização – só ocorreu na déca-
da de 1940, quando foi possível, então, ter uma noção inicial das composição geomorfológica do território nacional. Essa
classificação foi realizada pelo Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), liderada pelo professor e
pesquisador Aroldo de Azevedo.
Na classificação do relevo brasileiro, segundo Aroldo de Azevedo, o Brasil ficou dividido em 59% de planaltos, con-
ceituados como terrenos acidentados com mais de 200 metros, e 41% de planícies, consideradas como áreas planas com
altitudes inferiores. As áreas mais altas, acima de 1200 metros, perfizeram um valor muito pequeno, de aproximadamente
0,58%. Assim, o Brasil foi dividido em oito unidades de relevo: o planalto das Guianas, a planície Amazônia, o planalto Cen-
tral, a planície do Pantanal, o planalto Atlântico, a planície costeira, o planalto Meridional e a planície de Pampa. Confira o
mapa abaixo:

28
GEOGRAFIA

Classificação de Aroldo de Azevedo


No ano de 1958, no entanto, uma nova classificação do relevo brasileiro foi realizada, essa também executada pelo
Departamento de Geografia da USP, sob a liderança de  Aziz Ab’Saber. Esse geógrafo adotou outras conceituações e
passou a considerar como planalto toda e qualquer área em que o processo de erosão (perda de sedimentos) é superior
ao de sedimentação (acúmulo de sedimentos. Nas planícies, de maneira inversa, é a sedimentação quem supera a erosão.
Portanto, o critério da altitude não estava mais inserido na classificação do relevo brasileiro, mas sim os tipos de processos
geomorfológicos predominantes.
Por conta dessa mudança nos conceitos de planície e planalto, a classificação do relevo brasileiro foi modificada. Os
planaltos, então, passaram a compor cerca de 75% do território brasileiro enquanto que as planícies ficaram com 25%,
perfazendo um total de dez unidades de relevo: o planalto das Guianas, a Planície e Terras Baixas Amazônicas, o planalto
Central, o planalto do Maranhão-Piauí, o planalto Nordestino, a planície do Pantanal, as serras e planaltos do Leste e Su-
deste, as planícies de terras baixas costeiras, o planalto Meridional e o planalto Uruguaio Sul-Rio-Grandense.

Observe o mapa a seguir:

Classificação de Aziz Absaber


Mas, novamente, uma nova classificação foi realizada com base na modificação dos critérios para a definição dos tipos
de relevo. Dessa vez, os estudos foram realizados pelo geógrafo Jurandyr Ross no ano de 1989, que utilizou como ponto
de partida a própria classificação de Aziz Ab’Saber. Assim, com base nos conhecimentos previamente estabelecidos e nas
imagens obtidas pelo projeto Radam Brasil, entre 1970 e 1985, Ross realizou um minucioso mapeamento que resultou em
uma classificação mais completa e complexa.
Uma novidade na classificação do relevo brasileiro de Jurandyr Ross foi a introdução de mais um tipo de unidade de
relevo: as depressões. Nessa definição, era considerada depressão qualquer área de relevo aplainada que estivesse rebai-
xada em relação ao seu entorno, caracterizando as “depressões relativas”, haja vista que no Brasil não existem “depressões
absolutas”, aquelas que se encontram abaixo do nível do mar.
A classificação de Ross foi tão mais detalhada, por conta dos resultados do projeto Radam Brasil, que nela o território
brasileiro ficou dividido em 28 unidades de relevo, sendo 11 planaltos, 11 depressões e 6 áreas de planícies. Conforme po-
demos verificar no mapa abaixo, o espaço geomorfológico brasileiro ficou marcado pela presença de grandes depressões,
como a da Amazônia Oriental, e alguns grandes planaltos, como as Chapadas da Bacia do Parnaíba e da Bacia do Paraná.
Dentre as planícies, o destaque vai para a do Rio Amazonas e os tabuleiros litorâneos.

29
GEOGRAFIA

Classificação de Jurandyr Ross


Essas sucessivas caracterizações e detalhamentos de território brasileiro foram muito importantes não apenas para o
conhecimento sobre as paisagens naturais do nosso país, mas também para auxiliar o planejamento público de ocupação
do espaço geográfico. Além disso, uma maior e melhor noção da disposição de tipos minerais e das diferentes estruturas
puderam ser analisadas, o que favoreceu a atividade econômica da mineração.
Fonte: http://escolaeducacao.com.br/classificacao-do-relevo-brasileiro/

A ATMOSFERA E OS CLIMAS: FENÔMENOS


CLIMÁTICOS E OS CLIMAS NO BRASIL;
DOMÍNIOS NATURAIS: DISTRIBUIÇÃO DA
VEGETAÇÃO, CARACTERÍSTICAS GERAIS
DOS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS,
APROVEITAMENTO ECONÔMICO E
PROBLEMAS AMBIENTAIS; E OS RECURSOS
HÍDRICOS: BACIAS HIDROGRÁFICAS,
AQUÍFEROS, HIDROVIAS E DEGRADAÇÃO
AMBIENTAL.

Relevo
O relevo brasileiro é de formação antiga ou pré-cambriana, sendo erodido e, portanto, aplainado. Apresenta o predo-
mínio de planaltos, terrenos sedimentares e certas áreas com subsolo rico em recursos minerais. Um outro aspecto impor-
tante consiste na ausência de vulcanismo ativo e fortes abalos sísmicos, fatos explicados pela distância em relação à divisa
ou encontro das placas tectônicas, somado à idade antiga do território.

Clima
O país apresenta o predomínio de climas quentes ou macrotérmicos, devido à sua localização no planeta, apresentando
uma grande porção de terras na Zona Intertropical e uma pequena porção na Zona Intertropical e uma pequena porção na
Zona Temperada do Sul.
É fundamental perceber que a diversidade climática do País é positiva para a agropecuária e é explicada por vários
fatores, destacando-se a latitude e a atuação das massas de ar.

30
GEOGRAFIA

DOMÍNIO AMAZÔNICO Hidrografia


A hidrografia regional é riquíssima, representada quase
Relevo que totalmente pela bacia amazônica.
O Domínio Geoecológico Amazônico apresenta um re- O rio principal, Amazonas, é um enorme coletor das
levo formado essencialmente por depressões , originando chuvas abundantes na região (clima Equatorial); seus afluen-
os baixos planaltos e as planícies aluviais. Apenas nos ex- tes provêm tanto do hemisférico norte (margem esquerda),
tremos norte e sul desse domínio, é que ocorrem maiores como o Negro, Trombetas, Jari, Japurá, etc., quanto do he-
altitudes, surgindo os planaltos das Guianas ao norte e o misfério sul (margem direita), como o Juruá, Purus, Madei-
Central (Brasileiro) ao sul. (Classificação de Aroldo de Aze- ra, Tapajós, Xingu, etc. Esse fato explica o duplo período de
vedo). cheias anuais em seu médio curso.
O planalto das Guianas, situado no extremo norte do O rio Amazonas (e alguns trechos de seus afluentes)
Brasil, corresponde ao escudo cristalino das Guianas. Tra- é altamente favorável à navegação. Por outro lado, o po-
ta-se, portanto, de terrenos cristalinos do pré-cambriano,
tencial hidráulico dessa bacia é atualmente considerado o
altamente desgastado pela erosão, apresentando, como
mais elevado do Brasil, localizado sobretudo nos afluentes
consequência, modestas cotas altimétricas em sua maior
da margem direita que formam grande número de quedas
parte. Entretanto, nas fronteiras com as Guianas e a Ve-
nezuela, existe uma região de serras, onde aparecem os e cachoeiras nas áreas de contatos entre o planalto Brasi-
pontos culminantes do relevo brasileiro: o pico da Neblina leiro e as terras baixas amazônicas (Tocantis, Tucuruí).
(serra do Imeri), o pico 31 de Março e o monte Roraima. Apresenta a maior variedade de peixes existentes em
Dentre as serras podemos citar: Parima, Pacaraima, Suru- todas as bacias hidrográficas do mundo. A pesca tem uma
cucu, Tapirapecó, Imeri, etc. grande expressão na alimentação da população local.
A maior parte do Domínio Amazônico apresenta um Além da grande quantidade de rios na região existem
relevo caracterizado por terras baixas. As verdadeiras planí- os igarapés (córregos ou riachos); os furos (braços de água
cies (onde predomina a acumulação de sedimentos) ocor- que ligam um rio a outro ou a um lago); os paranás-mirins
rem somente ao longo de alguns trechos de rios regionais; (braços de rios que contornam elevações formando ilhas
os baixos planaltos (ou platôs), também de origem sedi- fluviais) e lagos e várzea.
mentar, mas em processo de erosão, apresentam a princi-
pal e mais abrangente forma de relevo da Amazônia. Solos
A maior parte do Domínio Amazônico apresenta so-
Clima los de baixa fertilidade. Apenas em algumas áreas restritas,
A Amazônia apresenta o predomínio do clima Equato- ocorrem solos de maior fertilidade natural, como os solos
rial. Trata-se de um clima quente e úmido. Região de baixa de várzeas em alguns trechos dos rios regionais e a terras
latitude, apresenta médias térmicas mensais elevadas que pretas, solo orgânico bastante fértil (pequenas manchas).
variam de 24 ºC e 27 ºC.
A amplitude térmica anual, isto é, as diferenças de tem- Vegetação
peraturas entre as médias dos meses mais quentes e mais A floresta amazônica, principal elemento natural do
frios, é bastante baixa (oscilações inferiores a 2 ºC); os índi- Domínio Geoecológico Amazônico, abrangia quase 40% da
ces pluviométricos são extremamente elevados, de 1500 a área do País. Além do Brasil, ocupa áreas das Guianas, Ve-
2500 mm ao ano, chegando a atingir 4.000 mm; o período nezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, cobrindo cerca
de estiagens é bastante curto em algumas áreas. A região é de 5 milhões de km².
marcada por chuvas o ano todo.
A floresta Amazônica possui as seguintes característi-
cas:
Clima Equatorial
• Latifoliada: com vegetais de folhas largas e gran-
Este pluviograma apresenta a região de Uaupés, no
des;
Estado do Amazonas, com o tipo de clima predominan-
te na área. Observe que a linha de temperatura não cai a • Heterogênea: apresenta grande variedade de es-
menos de 24 ºC e que a pluviosidade é alta durante o ano pécies vegetais, ou grande biodiversidade;
todo, não se observando estação seca. • Densa: bastante compacta ou intricada com plan-
As precipitações que ocorrem nessa região são exem- tas muito próximas uma das outras;
plos de chuvas de convecção, resultantes do movimento • Perene: sempre verde, pois não perde as folhas no
ascendente do ar carregado de umidade; essas correntes outono-inverno como as florestas temperadas (caducifó-
de ar ascendentes são consequências do encontro dos lias);
ventos alísios (convergência dos alísios). • Higrófila: com vegetais adaptados a um clima bas-
A massa de ar Equatorial Continental (Ec) é responsável tante úmido;
pela dinâmica do clima em quase toda a região. Somente • Outros nomes: Hiléia, denominação dada por Ale-
na porção ocidental a frente fria (Polar Atlântica) atinge a xandre Von Humboldt, Inferno Verde, por Alexandre Ran-
Amazônia durante o inverno, ocasionando uma queda de gel e Floresta Latifoliada Equatorial.
temperatura denominando friagem. Apresenta aspectos diferenciados dependendo, princi-
A massa de ar Equatorial Atlântica (Ea) exerce alguma palmente da maior ou menor proximidade dos cursos flu-
influência somente em áreas litorâneas (AP e PA). viais. Pode ser dividida em três tipos básicos ou florestais:

31
GEOGRAFIA

• Caaigapó: ou mata de igapó, localizada ao longo Solos


dos rios nas planícies permanentemente inundadas. São No Domínio do Cerrado predominam os solos pobres
espécies do Igapó a vitória-régia, piaçava, açaí, cururu, e bastante ácidos (pH abaixo de 6,5). São solos altamente
marajá, etc. lixiviados e laterizados, que para serem utilizados na agri-
• Mata de várzea: localizada nas proximidades dos cultura, necessitam de corretivos; utiliza-se normalmente
rios, parte da floresta que sofre inundações periódicas. o método da calagem, que é a adição de calcário ao solo,
Como principais espécies temos a seringueira (Hevea bra- visando à correção do pH.
siliensis), cacaueiro, sumaúma, copaíba, etc. Ao sul desse domínio (planalto Meridional) aparecem
• Caaetê: ou mata de terra firme, parte da flores- significativas manchas de terra roxa, de grande fertilidade
ta da maior extensão localizada nas áreas mais elevadas natural (região de Dourados e Campo Grande).
(baixos planaltos), que nunca são atingidas pelas enchen-
tes. Além de apresentar a maior variedade de espécies, Hidrografia
possui as árvores de maior porte. São espécies vegetais A densidade hidrográfica é baixa; as elevações do
do Caaetê o angelim, caucho, andiroba, castanheira, gua- planalto Central (chapadas) funcionam como divisores de
raná, mogno, pau-rosa, salsaparrilha, sorva, etc. águas entre as bacias Amazônica (rios que correm para o
norte) e Platina (Paraná e Paraguai que correm para o sul)
O DOMÍNIO DOS CERRADOS e do São Francisco.
São rios perenes com regime tropical, isto é, as cheias
O Cerrado é um domínio geoecológico característi- ocorrem no verão e as vazantes no inverno.
co do Brasil Central, apresentando terrenos cristalinos (as
chamadas “serras”) e sedimentares (chapadas), com solos Clima
muito precários, ácidos, muito porosos, altamente lixivia- O principal clima do Cerrado é tropical semi-úmido;
dos e laterizados. apresenta estações do ano bem definidas, uma bastante
A expansão contínua da agricultura e pecuária mo- chuvosa (verão) e outra seca (inverno); as médias térmicas
dernas exige o uso de corretivos com calagens e nutrien-
são elevadas, oscilando entre 20 ºC a 28 ºC e os índices
tes, que é a fertilização artificial do solo. A mecanização
pluviométricos variam em torno de 1.500 mm.
intensiva tem aumentado a erosão e a compactação dos
Verifica-se pelo climograma anterior a estação seca no
solos. A região tem sido devastada nas últimas décadas
meio do ano, destacando-se a queda de temperatura.
pela agricultura comercial policultora (destaque para a
soja).
Vegetação
O Cerrado apresenta dos estratos: o arbóreo-arbusti-
O Cerrado é a vegetação dominante; apresenta normalmen-
vo e o herbáceo. As árvores de pequeno porte, com tron-
te dois estratos: um arbóreo-arbustivo, com árvores de pequeno
cos e galhos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas,
denotam raquitismo, e o lençol freático profundo. A pro- porte (pau-santo, lixeira, pequi) e outro herbáceo, de gramíneas e
dução da lenha e de carvão vegetal continua a ocorrer, vegetação rasteiras com várias espécies de capim (barba-de-bo-
apesar das proibições e alertas, bem como da prática das de, flechinha, colonião, gordura, etc.).
queimadas. Os arbustos possuem os troncos e galhos retorcidos,
caule grosso, casca espessa e dura e raízes profundas. O
Localização espaçamento entre arbusto e árvores é grande favorecen-
O Domínio Geoecológico do Cerrado ocupa quase do a prática da pecuária extensiva.
todo o Brasil Central, abrangendo não somente a maior Ao longo dos rios, consequência da maior umidade do
parte da região Centro-Oeste, mas também trechos de solo, surgem pequenas e alongas florestas, denominadas
Minas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão Matas Galeiras ou Ciliares. Essas formações vegetais são
/ Piauí. de grande importância para a ecologia local, pois evitam a
erosão das margens impedindo o assoreamento dos rios;
Relevo favorecem ainda a fauna e a vida do rio.
A principal unidade geomorfológica do Cerrado é o Nos últimos anos, como consequências da expansão
planalto Central, constituído por terrenos cristalinos, bas- da agricultura na região, as Matas Galerias e o Cerrado
tante desgastados pelos processos erosivos, e por terre- sofrem intenso processo de destruição, afetando o meio
nos sedimentares que formam as chapadas e os chapa- ambiente regional.
dões.
Destacam-se nesse planalto as chapadas dos Parecis, O DOMÍNIO DAS CAATINGAS
dos Guimarães, das Mangabeiras e o Espigão Mestre, que
divide das águas das bacias do São Francisco e Tocantins. Este domínio é marcado pelo clima tropical semi-ári-
Na porção sul desse domínio (MS e GO) localiza-se do, vegetação de caatinga, relevo erodido, destacando-se
parte do planalto Meridional, com a presença de rochas o maciço nordestino e a hidrografia intermitente.
vulcânica (basalto) intercaladas por rochas sedimentares, A Zona da Mata ou litoral oriental é a sub-região mais
formando as cuestas Maracaju, Caiapó, etc. industrializadas, mais populosa, destacando-se o solo de
massapé (calcário e gnaisse), com as tradicionais lavouras

32
GEOGRAFIA

comerciais de cana e cacau. O agreste apresenta pequena nal, devido à concorrência das rodovias. Rio de planalto,
propriedades com policultura visando a abastecer o litoral. apresenta, sobretudo em seu baixo curso, várias quedas, fa-
O sertão é marcado pela pecuária em grandes proprieda- vorecendo a produção de energia elétrica (usinas de Paulo
des. Já o Meio-Norte, apresenta grandes propriedades com Afonso, Sobradinho etc.).
extrativismo. A maior parte de seus afluentes são intermitentes ou
temporários, reflexo das condições locais.
Clima Além do São Francisco, existem vários outros que dre-
O Domínio da Caatinga apresenta como característica nam a Caatinga: os rios intermitentes da bacia do Nordeste
mais marcante a presença do clima semi-árido. É um tipo como o Jaguaribe, Acaraú, Apodi, Piranhas, Capibaribe, etc.
de clima tropical, portanto, quente, mais próximo do árido
(seco); as médias de chuvas anuais são inferiores a 1000 Convém lembrar que o rio São Francisco possui três
mm (Cabaceiras, PB – 278 mm, mais baixa do Brasil), con- apelidos importantes:
centradas num curto período (três meses do ano) – chuvas • Rio dos Currais: devido ao desenvolvimento da pe-
de outono-inverno. A longa estação seca é bastante quen- cuária extensiva no sertão.
te, com estiagens acentuadas. • Rio da Unidade Nacional: devido ao seu trecho na-
Esse pluviograma da região Cabaceiras, Na Paraíba, é o vegável ligando o Sudeste ao Nordeste, sendo as regiões
mais representativo do clima semi-árido do Sertão nordes- mais importantes na fase colonial.
tino. A região apresenta o menor índice pluviométrico do • Rio Nilo Brasileiro: devido à semelhança com o rio
Brasil, com 278 mm de chuvas. Observe o predomínio do africano, pois nasce numa área úmida (MG – serra da Ca-
tempo seco e a temperatura elevada durante o ano todo. nastra) e atravessa uma área seca, sendo perene. Além de
A baixa e irregular quantidade de chuvas dói Domínio apresentar o sentido sul-norte e ser axorréico.
da Caatinga pode ser explica pela situação da região em
relação à circulação atmosférica (massa de ar), relevo, geo- Relevo
logia, etc. No domínio das Caatingas predominam depressões
Trata-se de uma área de encontro ou ponto final de interplanálticas, exemplificadas pela Sertaneja e a do São
quatro sistemas atmosféricos: as massas de ar Ec, Ta, Ea e Francisco.
Pa. Quando essas massas de ar atingem a região, já perdem A leste atinge o planalto de Borborema (PE) e a Chapada
grande parte de sua umidade. Diamantina (sul da Bahia). A oeste estende-se até o Espigão
O Planalto de Borborema raramente ultrapassa 800 m Mestre e a Chapada das Mangabeiras. Nos limites setentrio-
de altitude, sendo descontínuo. Portanto, é incapaz de pro- nais desse domínio, localizam inúmeras serras ou chapadas
vocar a semi-aridez da área sertaneja. residuais, como Araripe, Grande, Ibiapada, Apodi, etc.
A presença de rochas cristalinas (impermeáveis) e solos O interior do planalto Nordestino é uma área em proces-
rasos dificulta a formação do lençol freático em algumas so de pediplanação, isto é, a importância das chuvas é peque-
áreas, acentuando o problema da seca. na (clima semi-árido) nos processos erosivos, predominando
Um dos mitos ou explicações falsas do subdesenvol- o intemperismo físico (variação de temperatura) e ação dos
vimento nordestino é a afirmação de que as secas cons- ventos (erosão eólica), que vão aplainando progressivamente
tituem a principal causa do atraso socioeconômico dessa o relevo (fragmentação de rochas e de blocos).
região, causando também migração para São Paulo e Rio É comum no quadro geomorfológico nordestino a pre-
de Janeiro. sença de inselbergs, que são morros residuais, composto
Na realidade, a pobreza regional é muito mais bem ex- normalmente por rochas cristalinas.
plicada pelas causas históricas e sociais. Os solos do Domínio da Caatinga são, geralmente,
As arcaicas estruturas socioeconômicas regionais (es- pouco profundas devido às escassas chuvas e ao predomí-
truturas fundiária, predomínio da agricultura tradicional de nio do intemperismo físico. Apesar disso, apresentam boa
exportação, governos controlados pelas elites locais, bai- quantidade de minerais básicos, fator favorável à prática da
xos níveis salariais, analfabetismo, baixa produtividade nas agricultura. A limitação da atividade agrícola é representada
atividades econômicas, etc.) explicam muito melhor o sub- pelo regime incerto e irregular das chuvas, problema que
desenvolvimento nordestino que as causas naturais. poderia ser solucionado com a prática de técnicas adequa-
A seca é apenas mais agravante, que poderia ser solu- das de irrigação.
cionada com o progresso socioeconômico regional. A paisagem arbustiva típica do Sertão Nordestino, que
dá o nome a esse domínio geoecológico, é a Caatinga (caa =
Hidrografia mata; tinga = branco). Possui grande heterogeneidade quan-
A mais importante bacia hidrográfica do Domínio da to ao seu aspecto e composição vegetal.
Caatinga é a do São Francisco. Apesar de percorrer áreas Em algumas áreas, forma-se uma mata rala ou aberta,
de clima semi-árido, é um rio perene embora na época das com muitos arbustos e pequenas árvores, tais como juazei-
secas possua um nível baixíssimo de águas. É navegável ro, a aroeira, baraúna, etc. Em outras áreas o solo apresenta-
em seu médio curso numa extensão de 1370 km, no tre- se quase que descoberto, proliferando os vegetais xerófilos,
cho que vai de Juazeiro (BA) a Pirapora(MG). Atualmente como as cactáceas (mandacaru, facheiro, xique-xique, coroa
essa navegação é de pouca expressão na economia regio- de frade, etc.) e as bromeliáceas (macambira).

33
GEOGRAFIA

É uma vegetação caducifólia, isto é, na época das secas No Sudeste, ocorre a presença de um solo argiloso,
as plantas perdem suas folhas, evitando-se assim a evapo- de razoável fertilidade, formado, principalmente, pela de-
transpiração. composição do granito em climas úmidos, denominado
Os brejos são as mais importantes áreas agrícolas do salmourão.
sertão. São áreas de maior umidade, localizadas em encos- É o domínio geoecológico brasileiro mais sujeito aos
tas das serras ou vales fluviais, isto é, regatos e riachos. As processos erosivos, consequência do relevo acidentado e
cabeceiras são formadas pelos “olhos d’água” (minas). da ação de clima tropical úmido. O intemperismo químico
atinge profundamente as rochas dessa área, formando solos
Projetos profundos, intensamente trabalhados pela ação das chuvas e
A região Nordeste é marcada por projetos, destacando enxurradas. É comum a ocorrência de deslizamentos, causa-
os relacionados à irrigação. O mais famoso envolve as ci- dos pela destruição da vegetação natural, práticas agrícolas
dades vizinhas e separadas pelo rio São Francisco, Petrolina inadequadas, etc.
(PE) e Juazeiro (BA). O clima seco e a irrigação controlada
favorecem o controle de pragas, e o cultivo de frutas para Hidrografia
exportação marca a paisagem, com influência de capital As terras altas do Sudeste dividem as águas de várias
estrangeiro. bacias Paranaica (Grande Tietê, etc.), bacias Secundárias do
Porém, existem projetos eleitoreiros, que não saem do Leste (Paraíba do Sul, Doce) e Sul.
papel, como o da transposição das águas do São Francis- A maior parte dos rios são planálticos, encachoeirados,
co: antiga ideia de construir um canal artificial, envolven- com grande número de quedas ou saltos, corredeiras e com
do Cabrobó (PE) e Jati (CE), ligando os rios São Francisco elevado poder de erosão. O potencial hidráulico é também
ao Jaguaribe, com 115 km. Deste canal, nasceriam outros, de vários rios de maior extensão que correm diretamente
levando águas para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Per- para o mar (bacias Secundárias ). A serra do Mar representa
nambuco. Mas o projeto é polêmico, podendo colocar em uma linha de falhas que possibilita, também, a produção
risco o rio São Francisco. energética (exemplo: usinas Henry Borden I e II que apro-
veitam as águas do sistema Tietê – Pinheiros- Billings).
O DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS
Esses rios apresentam cheias de verão e vazante de in-
verno (regime pluvial tropical).
Localização
Esse domínio geoecológico localiza-se na porção
Clima
oriental do País, desde o Nordeste até o Sul. Na região Su-
O Domínio dos Mares de Morros apresenta o predomínio
deste, penetra para o interior, abrangendo o centro-sul de
do clima tropical úmido. Na Zona da Mata Nordestina, as chuvas
Minas Gerais e São Paulo.
concentram-se no outono e inverno.
Relevo Na região Sudeste, devido a maiores altitudes, o clima
O aspecto característico do Domínio dos Mares de Mor- é o tropical de altitude, com médias térmicas anuais entre
ros encontra-se no relevo e nos processos erosivos. 14 ºC e 22 ºC. As chuvas ocorrem no verão, que é muito
O planalto Atlântico (Classificação Aroldo Azevedo) é a quente. No inverno, as médias térmicas são mais baixas, por
unidade do relevo que mais se destaca; apresenta terrenos influência da altitude e da massa de ar Pa (Polar Atlância).
cristalinos antigos, datados do pré-cambriano, correspon- No litoral, sobretudo no norte de São Paulo, a pluviosidade
dendo ao Escudo Atlântico. Nesse planalto estão situadas é elevadíssima, consequência da presença da serra do Mar, que
as terras altas do Sudeste, constituindo um conjunto de sa- barra a umidade vinda do Atlântico (chuvas orográficas ou de re-
liência ou elevações, abrangendo áreas que vão do Espírito levo). Em Itapanhaú, litoral de São Paulo, foi registrado o maior
Santo a Santa Catarina. anual de chuvas (4.514 mm).
Entre as várias serras regionais como a do Mar, Man-
tiqueira, Espinhaço, Geral, Caparão (Pico da Bandeira = 2 Vegetação
890 m), etc. A principal paisagem vegetal desse domínio era, origi-
A erosão, provocada pelo clima tropical úmido, asso- nalmente, representada pela mata Atlântica ou floresta la-
ciada a um intemperismo químico significativo sobre os tifoliada tropical. Essa formação florestal ocupava as terras
terrenos cristalinos (granito/gnaisse), é um dos fatores desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, co-
responsáveis pela conformação do relevo, com a presença brindo as escarpas voltadas para o mar e os planaltos in-
de morros com vertentes arredondadas (morros em Meia teriores do Sudeste. Apresentava, em muitos trechos, uma
Laranja, Pães-de-Açúcar). vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 metros de al-
Entre a serra do Mar e a da Mantiqueira, localiza-se a tura, como perobas, pau-d’alho, figueiras, cedros, jacarandá,
depressão do rio Paraíba do Sul (vale do Paraíba) formada jatobá, jequitibá, etc.
a partir de uma fossa tectônica. Com o processo de ocupação dessas terras brasileiras,
essa floresta sofreu grandes devastações. No início, foi a ex-
Solos tração do pau-brasil; posteriormente, a agricultura da cana-
Na Zona da Mata Nordestina encontra-se um solo de de-açúcar (Nordeste) e a do café (Sudeste).
grande fertilidade, denominando massapé; originou-se da Atualmente, restam apenas alguns trechos esparsos
decomposição do granito, gnaisse e, ás vezes, do calcário. em encostas montanhosas.

34
GEOGRAFIA

O DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS • Não é uma floresta homogênea porque possui man-
chas de vegetais latifoliados.
Localização • É uma formação de vegetação menos densa.
Abrange áreas altas do Centro-Sul do País, sobretudo • Foi intensamente devastada.
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. • Área de colonização européia no século XIX (italianos
e alemães)
Relevo
O Domínio das Araucárias ocupa áreas pertencentes ao Hidrografia
Planalto Meridional do Brasil; as altitudes variam entre 800 O Domínio das Araucárias é drenado, principalmente,
e 1.300 metros; apresentam terrenos sedimentares (Paleo- por rios pertencentes às bacias Paranaica e do Uruguai (alto
zóico), recobertos, em partes, por lavas vulcânicas (basalto) curso).
datadas do Mesozóico. São rios de planaltos com belíssimas cachoeiras e que-
Além do planalto arenito basáltico, surgem a Depres- das, o que lhes confere em elevado potencial hidráulico.
são Periférica e suas cuestas. São relevos salientes, forma- Embora o Paraná apresente um regime tropical, com
dos pela erosão diferencial, ou seja, ação erosiva sobre ro- cheias de verão (dezembro a março), a maior parte dos
chas de diferentes resistências; apresentam uma vertente rios desse domínio possui regime subtropical (Uruguai, por
inclinada, denominada frente ou front e um reverso suave. exemplo), com duas cheias e duas vazantes anuais, apresen-
Essas frentes de cuestas são chamadas serras: Geral, Botu- tando pequena variação em sua vazão, consequência do re-
catu, Esperança, etc. gime de chuvas, distribuído durante o ano todo.
Solos Características Gerais
Aparecem, nesse domínio, solos de grande fertilidade • Bacias do rio Paraná (parte) e do rio Uruguai (alto cur-
natural, como a terra roxa a oeste do Paraná, solo de ori- so).
gem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decomposi- • Os afluentes da margem esquerda do rio Paraná se
ção do basalto.
formam nos planaltos e nas serras da porção oriental das re-
Em vários trechos do Rio Grande do Sul, ocorrem vas-
giões Sudeste e Sul; portanto, correm de leste para o oeste.
tas áreas do solos fértil, denominando brunizem (elevado
• A bacia hidrográfica do Paraná possui o maior poten-
teor de matéria orgânica).
cial hidrelétrico instalado no País.
São encontrados ainda, nesse domínio, solos ácidos,
• Hidrovia do Tietê-Paraná.
pobre em mineiras e de baixa fertilidade natural.
• O rio Uruguai e rio Iguaçu apresentam um regime sub-
Clima tropical.
O domínio das araucárias apresenta como clima predo-
minante o subtropical. Ao contrário dos demais climas brasi- O DOMÍNIO DAS PRADARIAS
leiros, pode ser classificado como mesotérmico, isto é, tem-
peraturas médias, não muito elevadas. O Domínio das Pradarias, também, conhecido como
As chuvas ocorrem durante o ano todo; durante o ve- Campanha Gaúcha ou Pampas, abrange vastas áreas (Cen-
rão são provocadas pela massa deserta (Tropical Atlânti- tro-Sul) do Rio Grande do Sul, constituindo-se em um pro-
ca). No inverno, é frequente a penetração da massa Polar longamento dos campos ou pradarias do Uruguai e Argen-
Atlântica (Pa) ocasionando chuvas frontais, precipitações tina pelo território brasileiro.
causadas pelo encontro da massa de ar quente (Ta) com a O centro-sul do Rio Grande do Sul é marcado por baixa
fria (Pa). Os índices pluviométricos são elevados, variando densidade demográfica, clima subtropical e por uma econo-
de 1.250 a 2.000 mm anuais. mia que apresenta cultivos mecanizados (soja) ou grandes
Forte influência da massa de ar Polar Atlântica principal- estâncias com pecuárias extensiva. O povoamento é de ori-
mente no outono e no inverno, quando é responsável pela gem ibérica.
formação de geadas, quedas de neve em São Joaquim (SC).
Gramado (RS) e São José dos Ausentes (RS), chuvas frontais e Relevo
redução acentuada de temperatura. Este domínio engloba três unidades do relevo brasileiro:
planaltos e chapadas da bacia do paraná (oeste), depressão
Vegetação periférica sul-rio-grandense (centro) e o planalto sul-rio-
O Domínio das Araucárias apresenta o predomínio da grandense (centro) e o planalto sul-rio-grandense (leste).
floresta aciculifoliada subtropical ou floresta das Araucárias. Trata-se de um baixo planalto cristalino com altitudes médias
Originalmente, localizava-se das terras altas de São Paulo até entre 200 e 400 metros, onde se destacam conjuntos de coli-
o Rio Grande do Sul, sendo o único exemplo brasileiro de nas onduladas denominadas coxilhas, ou seja, pequenas ele-
conífera. Também denominada mata dos Pinhais, apresenta vações onduladas. As saliências mais significativas (cristas),
as seguintes características gerais: de maior altitudes, são chamadas regionalmente de cerros.
• Os pinheiros apresentam folhas em forma de agulha No litoral do Rio Grande do Sul são comuns as lagoas
(aciculifoliadas). costeiras (Patos, Mirim e Mangueira), isoladas pelas restin-
• Ocupam principalmente os planaltos meridionais do gas, as faixas de areia depositada paralelamente ao litoral,
Brasil. graças ao dinamismo oceânico, formando um aterro natural.

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GEOGRAFIA

Clima
O clima é subtropical com temperatura média anual B) O ESPAÇO ECONÔMICO: A FORMAÇÃO
baixa, devido a vários fatores, destacando-se a latitude e a DO TERRITÓRIO NACIONAL: ECONOMIA
ocorrência de frentes frias (mPa).
COLONIAL E EXPANSÃO DO TERRITÓRIO,
Apresenta considerável amplitude térmica e, no verão,
as áreas mais quentes são Vale do Uruguai e a Campanha
DA CAFEICULTURA AO BRASIL URBANO-
Gaúcha, que registram máximas diárias acima de 38º. As INDUSTRIAL E INTEGRAÇÃO TERRITORIAL;.
chuvas são regulares.

Vegetação
A paisagem vegetal típica é constituída pelos Campos Economia Colonial
Limpos ou Pampas, onde predominam gramíneas, cuja al- A economia colonial brasileira é integrada ao proces-
tura varia de 10 a 50 cm aproximadamente. É a vegetação so mundial de expansão do capitalismo mercantil. Baseada
brasileira (natural) mais favorável à prática da pecuária, tra- no monopólio colonial – Portugal tem a exclusividade do
dicional atividade dessa região. comércio com a colônia –, é altamente especializada e di-
rigida para o mercado externo. Internamente tem caráter
Nos vales fluviais, surgem capões de matas (matas de predatório sobre os recursos naturais.
galerias ou ciliares) que quebram a monotonia da paisa- As técnicas agrícolas utilizadas são rudimentares e pro-
gem rasteira, formando verdadeiras ilhas de vegetação em vocam rápido esgotamento da terra. A produção está cen-
meio aos campos. trada na grande propriedade monocultora, o latifúndio, e
na utilização de numerosa mão-de-obra escrava – primeiro
Solos dos indígenas e depois dos negros.
Apresentam boa fertilidade natural.
Formação de areais e campos de dunas no sudoeste do Escravidão
Rio Grande do Sul (Alegrete, Quarai, Cacequi). O trabalho compulsório do indígena é usado em dife-
A utilização do conceito de desertificação é conside- rentes regiões do Brasil até meados do século XVIII. A caça
rado inadequado para a região, porque ela não apresenta ao índio é um negócio local e os ganhos obtidos com sua
um clima árido ou semi-árido, como também não existem venda permanecem nas mãos dos colonos, sem lucros para
evidências de que o processo estaria alterando o clima re- Portugal. Por isso, a escravização do nativo brasileiro é gra-
gional, sendo assim o termo mais indicado, segundo a pes- dativamente desestimulada pela metrópole e substituída
quisadora Dirce Suertegaray, é arenização. pela escravidão negra. O tráfico negreiro é um dos mais
O geógrafo José Bueno Conti utiliza o termo deserti- vantajosos negócios do comércio colonial e seus lucros são
ficação ecológica, que corresponde ao processo interativo canalizados para o reino.
entre o homem (uso predatório dos recursos naturais por
meio da agricultura e da pecuária) e o meio ambiente (cli-
ESCRAVIDÃO NEGRA – A primeira leva de escravos ne-
ma úmido – arenito Botucatu).
gros que chega ao Brasil vem da Guiné, na expedição de
Martim Afonso de Souza, em 1530. A partir de 1559, o co-
Hidrografia
mércio negreiro se intensifica. A Coroa portuguesa autoriza
Envolve partes das bacias hidrográficas do Uruguai e
cada senhor de engenho a comprar até 120 escravos por
do Sudeste e Sul. Os rios desse domínio são perenes mas
ano. Sudaneses são levados para a Bahia e bantus espa-
de baixa densidade hidrográfica, com traçados meândricos
lham-se pelo Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio
(curvas), favoráveis à navegação.
Alguns correm para o Leste (bacia Secundária do Sul), de Janeiro e São Paulo.
desaguando nas lagoas litorâneas como Patos (maior do
Brasil), Mangueira e Mirim. Os rios Jacuí (Guaíba) e Cama- TRÁFICO DE ESCRAVOS – O tráfico negreiro é oficiali-
quã são exemplos. Outros correm em direção ao Oeste zado em 1568 pelo governador-geral Salvador Correa de
(bacia do Uruguai), como os rios Quarai, Ijuí, etc. Sá. Em 1590, só em Pernambuco registra-se a entrada de
10 mil escravos. Não há consenso entre os historiadores
sobre o número de escravos trazidos para o Brasil. Alguns,
como Roberto Simonsen e Sérgio Buarque de Holanda, es-
timam esse número entre 3 milhões e 3,6 milhões. Caio
Prado Júnior supõe cerca de 6 milhões e Pandiá Calógeras
chega aos 13,5 milhões.

Cana-de-açúcar
O cultivo da cana-de-açúcar é introduzido no Brasil
por Martim Afonso de Souza, na capitania de São Vicen-
te. Seu apogeu ocorre entre 1570 e 1650, principalmente
em Pernambuco. Fatores favoráveis explicam o sucesso do

36
GEOGRAFIA

empreendimento: experiência anterior dos portugueses nos lho, inclusive com a mão-de-obra escrava. Os escravos
engenhos das ilhas do Atlântico, solo apropriado, principal- trabalham por tarefa e, muitas vezes, podem ficar com
mente no Nordeste, abundância de mão-de-obra escrava e uma parte do ouro descoberto. Com isso, têm a chance
expansão do mercado consumidor na Europa. A agroindús- de comprar sua liberdade. O período áureo dura pouco:
tria açucareira exige grandes fazendas e engenhos e enor- entre 1735 e 1754, a exportação anual gira em torno de
mes investimentos em equipamentos e escravos. 14.500 kg. No final do século, o volume enviado a Portu-
gal cai para 4.300 kg por ano, em média.
O ENGENHO – Os chamados engenhos de açúcar são
unidades de produção completas e, em geral, autossufi- DIAMANTES – A exploração de diamantes toma corpo
cientes. Além da casa grande, moradia da família proprie- por volta de 1729, nas vilas de Diamantina e Serra do Frio,
tária, e da senzala, dos escravos, alguns têm capela e esco- no norte de Minas Gerais. A produção atinge grandes vo-
la, onde os filhos do senhor aprendem as primeiras letras. lumes e chega a causar pânico no mercado joalheiro euro-
Junto aos canaviais, uma parcela de terras é reservada para peu, provocando a queda nos preços das pedras. Em 1734
o gado e roças de subsistência. A “casa do engenho” pos- é instituída uma intendência para administrar as lavras. A
sui toda a maquinaria e instalações fundamentais para a extração passa a ser controlada por medidas severas que
obtenção do açúcar. incluem confisco, proibição da entrada de forasteiros e ex-
pulsão de escravos.
ECONOMIA AÇUCAREIRA – Estimativa do final do sé-
culo XVII indica a existência de 528 engenhos na colônia. Diversificação agrícola
Eles garantem a exportação anual de 37 mil caixas, cada A agricultura de subsistência e a pecuária desenvol-
uma com 35 arrobas de açúcar. Dessa produção, Portugal vem-se ao longo dos caminhos para as minas e nas proxi-
consome apenas 3 mil caixas anuais e exporta o resto para midades das lavras. O crescimento demográfico aumenta
a Europa. O monopólio português sobre o açúcar assegura rapidamente os lucros dessas atividades. Sesmarias são
lucros consideráveis aos senhores de engenho e à Coroa. doadas na região a quem queira cultivá-las. Novas culturas
Esse monopólio acaba quando os holandeses começam a surgem em outras áreas da colônia.
produzir açúcar nas Antilhas, na segunda metade do século
XVII. A concorrência e os limites da capacidade de consu- NOVOS PRODUTOS AGRÍCOLAS – Em meados do sé-
mo na Europa provocam uma rápida queda de preços no
culo XVII, o algodão, o tabaco e o cacau passam a ser pro-
mercado.
duzidos em larga escala e a integrar a pauta de exporta-
ções da colônia. A produção algodoeira desenvolve-se no
Mineração
Nordeste, em especial Maranhão e Pernambuco. O tabaco
Na passagem do século XVII para o XVIII, são des-
é produzido principalmente na Bahia, seguida por Alagoas
cobertas ricas jazidas de ouro no centro-sul do Brasil. A
e Rio de Janeiro e, ao longo do século XVII, o produto é
Coroa portuguesa volta toda sua atenção para as terras
usado como moeda de troca para aquisição de escravos
brasileiras. A região das minas espalha-se pelos territórios
nos mercados da costa africana. O cacau é explorado ini-
dos atuais Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso
e torna-se pólo de atração de migrantes: portugueses em cialmente apenas em atividade extrativista, no Pará e no
busca de fortuna, aventureiros de todas as regiões do Brasil Amazonas. Começa então a ser cultivado na Bahia e no
e escravos trazidos do Nordeste. Criam-se novas vilas: Sa- Maranhão com mão-de-obra escrava.
bará, Mariana, Vila Rica de Ouro Preto, Caeté, São João del
Rey, Arraial do Tejuco (atual Diamantina) e Cuiabá. INTRODUÇÃO DO CAFÉ – O café é introduzido no Brasil
por Francisco de Melo Palheta, em 1727, que o contraban-
O QUINTO – A Coroa portuguesa autoriza a livre ex- deia da Guiana Francesa. Durante o século XVIII, seu cultivo
portação de ouro mediante o pagamento de um quinto limita-se ao nordeste, onde os solos não são adequados.
do total explorado. Para administrar e fiscalizar a ativi- A cafeicultura só se desenvolve no século XIX, quando o
dade mineradora, cria a Intendência das Minas, vincula- produto começa a ser cultivado na região Sudeste.
da diretamente à metrópole. Toda descoberta deve ser
comunicada. Para garantir o pagamento do quinto, são FRANCISCO DE MELO PALHETA (1670 – ?) nasce em Be-
criadas a partir de 1720 as casas de fundição, que trans- lém do Pará e é considerado o primeiro a introduzir o café
formam o minério em barras timbradas e quintadas. Em no Brasil. Militar e sertanista, em 1727 é mandado à Guiana
1765 é instituída a derrama: o confisco dos bens dos Francesa e recebe duas incumbências do governador do
moradores para cobrir o valor estipulado para o quinto Estado do Maranhão e Grão-Pará, João Maia da Gama. A
quando há déficit de produção. primeira tem caráter diplomático: o governador da Guia-
na, Claude d’Orvilliers, tinha mandado arrancar um padrão
ECONOMIA MINERADORA – O chamado “ciclo do com o escudo português plantado na fronteira entre as
ouro” traz uma grande diversificação social para a co- duas colônias. A missão de Palheta seria fazer respeitar a
lônia. A exploração das jazidas não exige o emprego de divisa, estabelecida pelo Tratado de Utrecht no rio Oiapo-
grandes capitais, permite a participação de pequenos que. A segunda tarefa de Palheta é clandestina: deveria
empreendedores e estimula novas relações de traba- obter mudas de café, cultivado nas Guianas desde 1719, e

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GEOGRAFIA

trazê-las para o plantio no Pará. O sertanista cumpre suas cipalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fábricas
duas incumbências. Faz os franceses aceitarem a faixa divi- de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais
sória entre os dois países e traz mudas de café para o Brasil, simples. A mão-de-obra usadas nestas fábricas eram, na
apesar da proibição formal do governo francês. Conta-se maioria, formada por imigrantes italianos.
que ele mesmo teve um cafezal no Pará, com mais de mil  
pés, para o qual pediu ao governo cem casais de escravos. Era Vargas e desenvolvimento industrial 
 
EXPANSÃO DO AÇÚCAR – A agroindústria açucareira Foi durante o primeiro governo de Getúlio Vargas
do nordeste volta a se expandir no século XVIII, quando (1930-1945) que a indústria brasileira ganhou um grande
as revoltas escravas nas Antilhas interrompem a produção impulso. Vargas teve como objetivo principal efetivar a in-
local. O aumento das exportações brasileiras estimula a dustrialização do país, privilegiando as indústrias nacionais,
expansão dos canaviais para o Rio de Janeiro e São Paulo, para não deixar o Brasil cair na dependência externa. Com
já enriquecidos pelo comércio do ouro. leis voltadas para a regulamentação do mercado de tra-
balho, medidas protecionistas e investimentos em infraes-
trutura, a indústria nacional cresceu significativamente nas
Pecuária
décadas de 1930-40. Porém, este desenvolvimento conti-
Fator essencial na ocupação e povoamento do interior,
nuou restrito aos grandes centros urbanos da região su-
a pecuária se desenvolve no vale do rio São Francisco e na
deste, provocando uma grande disparidade regional. 
região sul da colônia. As fazendas do vale do São Francis- Durante este período, a indústria também se benefi-
co são latifúndios assentados em sesmarias e dedicados à ciou com o final da Segunda Guerra Mundial (1939-45),
produção de couro e criação de animais de carga. Muitos pois, os países europeus, estavam com suas indústrias ar-
proprietários arrendam as regiões mais distantes a peque- rasadas, necessitando importar produtos industrializados
nos criadores. Não é uma atividade dirigida para a expor- de outros países, entre eles o Brasil. 
tação e combina o trabalho escravo com a mão-de-obra Com a criação da Petrobrás (1953), ocorreu um gran-
livre: mulatos, pretos forros, índios, mestiços e brancos po- de desenvolvimento das indústrias ligadas à produção de
bres. No sul, a criação de gado é destinada à produção do gêneros derivados do petróleo (borracha sintética, tintas,
charque para o abastecimento da região das minas. plásticos, fertilizantes, etc).
 
Fonte: http://www.coladaweb.com/economia/econo- Período JK
mia-colonial  
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956
-1960) o desenvolvimento industrial brasileiro ganhou no-
vos rumos e feições. JK abriu a economia para o capital in-
A INDUSTRIALIZAÇÃO PÓS SEGUNDA ternacional, atraindo indústrias multinacionais. Foi durante
GUERRA MUNDIAL: MODELO DE este período que ocorreu a instalação de montadoras de
SUBSTITUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES, veículos internacionais (Ford, General Motors, Volkswagen
ABERTURA PARA INVESTIMENTOS e Willys) em território brasileiro. 
ESTRANGEIROS, DINÂMICA ESPACIAL DA  
Últimas décadas do século XX
INDÚSTRIA, PÓLOS INDUSTRIAIS
 
Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Brasil
continuou a crescer, embora, em alguns momentos de crise
econômica, ela tenha estagnado. Atualmente o Brasil pos-
Introdução 
sui uma boa base industrial, produzindo diversos produtos
 
como, por exemplo, automóveis, máquinas, roupas, aviões,
Enquanto o Brasil foi colônia de Portugal (1500 a 1822)
equipamentos, produtos alimentícios industrializados, ele-
não houve desenvolvimento industrial em nosso país. A trodomésticos, etc. Apesar disso, a indústria nacional ainda
metrópole proibia o estabelecimento de fábricas em nos- é dependente, em alguns setores, (informática, por exem-
so território, para que os brasileiros consumissem os pro- plo) de tecnologia externa.
dutos manufaturados portugueses. Mesmo com a chega-  
da da família real (1808) e a Abertura dos Portos às Nações Dados atuais
Amigas, o Brasil continuou dependente do exterior, po-  
rém, a partir deste momento, dos produtos ingleses. - Infelizmente a indústria do Brasil não vai bem na
  atualidade. De acordo com dados divulgados pelo IBGE
Começo da industrialização  (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 08 de
  fevereiro de 2017, a produção industrial brasileira apresen-
Foi somente no final do século XIX que começou o tou queda de 6,6% em 2016.
desenvolvimento industrial no Brasil. Muitos cafeicultores
passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a ex- Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobra-
portação do café, no estabelecimento de indústrias, prin- sil/industrializacao_brasil.htm

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GEOGRAFIA

Há tempos, as indústrias vêm conquistando o seu es- nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago
paço no Brasil, tornando-se um dos elementos mais bási- econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se in-
cos de uma determinada região. Trazendo consigo, sempre tegrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional
uma característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja,
tanto na cultura como na economia ou até mesmo no es- com a região Sudeste polarizando as demais.
paço que ela ocupa e no impacto que ela causará em seu A exemplo do que ocorre em outros países industria-
ambiente. lizados, existe no Brasil uma grande concentração espacial
A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indús- da indústria no Sudeste.A concentração industrial no Su-
trias, como e porque, que um lugar que comporta uma deste é maior no Estado de São Paulo, por motivos históri-
ou várias indústrias se modifica, e modifica a vida de sua cos. O processo de industrialização, entretanto, não atingiu
população; como os meios de transporte e comunicação toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos
podem influenciar para a industrialização de uma determi- diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria
nada região. região. A cidade de São Paulo, o ABCD(Santo André,São
Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema)e centros
uma determinada região? Como fica o desenvolvimento de próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos
uma região pouco industrializada? Essas e outras questões, possuem uma superconcentração industrial, elaborando
serão abordadas a seguir, tendo como principal objetivo espaços geográficos integrados à região metropolitana de
fazer que se entenda melhor o papel desta gigante chama- São Paulo.Esta área tornou-se o centro da industrialização,
da INDÚSTRIA ! que se expandiu nas seguintes direções: par a Baixada San-
tista, para a região de Sorocaba, para o Vale do Paraíba –
A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL Rio de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São
A atividade industrial, muito concentrada no Sudes- José do Rio Preto.
te brasileiro, de uns tempos pra cá, vem se distribuindo
melhor entre as diversas regiões do país. Atualmente, se- AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05
guindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por REGIÕES DO BRASIL
um processo de descentralização industrial, chamada por
alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo Sudeste:
intra-regionalmente e também entre as regiões. Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região
Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída que possui a maior concentração industrial do país.
do ABCD Paulista, buscando menores custos de produção Nesta área, os principais tipos de indústrias são: auto-
do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodo- mobilística, petroquímica, de produtos químicos, alimen-
via Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas tares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, meta-
áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos lúrgica, mecânica, etc. É um centro polindustrial, marcado
de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por pela variedade e volume de produção.
tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, Várias empresas multinacionais operam nos setores
o que é vital quando trata-se de tecnopólos. automobilísticos de máquinas e motores, produtos quí-
A desconcentração industrial entre as regiões vem micos, petroquímicos, etc. As empresas governamentais
determinando o crescimento de cidades-médias dotadas atuam principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo
de boa infraestrutura e com centros formadores de mão- e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas
de-obra qualificada, geralmente universidades. Além dis- diversificadas.
so, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, O grande interesse de empresas multinacionais é prin-
de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e cipalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mer-
vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão- cado consumidor e pela exportação dos produtos indus-
de-obra extremamente barata. triais a preços mais baixos. Quem observa a saída de navios
dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunida-
A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE de de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil
A distribuição espacial da indústria brasileira, com para outros países. E aí vem a pergunta: com quem fica o
acentuada concentração em São Paulo, foi determinada lucro dessas operações? Será que fica para os trabalhado-
pelo processo histórico, já que no momento do início da res que as produziram?
efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicul- A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante mui-
tura, os principais fatores para instalação das indústrias a to tempo como capital administrativa do Brasil até a criação
saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e trans- de Brasília, possui também um grande parque industrial.
portes. Porém, não tem as mesmas características de alta produ-
Além disso, a atuação estatal através de diversos pla- ção e concentração de São Paulo. Constitui-se também,
nos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias
esta concentração no Sudeste, destacando novamente São de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de
Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva con- transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário,
centração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico alimentos, etc.

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GEOGRAFIA

Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu A indústria passou a se diversificar para produzir bens
importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mun- intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sen-
dial e passou a produzir principalmente aço, ferro-gusa e tido o sul passou a complementar a produção do Sudeste.
cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Ho- Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul.
rizonte tornou-se um centro industrial diversificado, com Objetivando a integração brasileira com os países do
indústrias que vão desde o extrativismo ao setor auto- Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor
mobilístico. petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de
Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo ponta (informática e química fina).
Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a A reorganização e modernização da indústria do sul
maioria apresentando ligação direta com algum produto necessitam também de uma política nacional que possibi-
ou com a ocorrência de matéria-prima. É o caso de Vol- lite o aproveitamento das possibilidades de integração da
ta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da
Branco, entre outras, ligadas à siderurgia. Outros centros produção de bens de capital( máquinas, equipamentos), de
industriais estão ligados à produção local, como Campos indústrias de ponta em condições de concorrência com as
e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itape- indústrias de São Paulo.
runa(leite e derivados), Franca e Nova Serrana(calçados),
Nordeste:
Araguari e Uberlândia(cereais), etc.
A industrialização dessa região vem se modificando,
O estado do Espírito Santo é o menos industrializa-
modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias
do do Sudeste, tendo centros industriais especializados
do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam
como: Aracruz , Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim
um maquinário tecnologicamente mais sofisticado.
Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômi- A agroindústria açucareira é uma das mais importantes,
cas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e visando sobretudo a exportação do açúcar e do álcool.
às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão. As indústrias continuam a tendência de intensificar a
No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas)
vida urbana e industrial: comércio, serviço público, pro- e as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e
fissionais liberais, educação, serviços bancários, de co- outras.
municação, de transporte , etc. Quanto maior a cidade, A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe
maior variedade de profissionais aparecem ligados às para a região indústrias ligadas à produção refino e utiliza-
atividades urbanas. ção de derivados do petróleo.
Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concen- Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso,
tra-se a maior produção industrial do país, a circulação não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na
de pessoas e mercadorias é muito intensa na região. área de serviços ou fica desempregada.
Milhares de pessoas estão envolvidas na comercializa- As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos
ção, transporte e distribuição dos produtos destinados empresários e os salários pagos são muito baixos, acarretan-
à industrialização, ao consumo interno ou à exportação. do o empobrecimento da população operária.
Considerada também o centro cultural do país, a região O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona
possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somen-
os ramos, com grande capacidade de expansão, graças te em alguns pontos dispersos e concentra-se sobretudo
ao crescimento de suas cidades. nas regiões metropolitanas: Recife, Salvador e Fortaleza .
Com vistas à política do Governo Federal para o Pro-
Sul: grama de Corredores da Exportação, instituído no final da
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com década de 70 para atender ao escoamento da produção
a produção agrária e dentro da divisão regional do tra- destinada ao mercado externo, foram realizadas obras nos
balho visa o abastecimento do mercado interno e as ex- terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió.
A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras re-
portações.
giões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da
O imigrante foi um elemento muito importante no
rodovia , ligando o Nordeste(Zona da Mata) ao Sudeste e ao
início da industrialização como mercado consumidor e
Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produ-
no processo industrial de produtos agrícolas, muitas ve-
tos industrializados no Sudeste e o deslocamento da popu-
zes em estrutura familiar e artesanal. lação nordestina em direção a este.
A industrialização de São Paulo implicou na incorpo-
ração do espaço do Sul como fonte de matéria-prima, Centro-Oeste:
Implicou também na incapacidade de concorrência das Na década de 60, a industrialização a nível nacional
indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e in-
tradicionais como calçados e produtos alimentares, para sumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado
o exterior. Com as transformações espaciais ocasionadas consumidor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem-se os
pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas me-
estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas. canizadas.

40
GEOGRAFIA

A partir da década de 70, o Governo Federal implantou As principais regiões industriais são Belém e Manaus.
uma nova política econômica visando a exportação .Para Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país,
atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua a criação de áreas industriais de grandes dimensões.
participação dentro da divisão internacional do trabalho, Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca
caberia ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e de Manaus.
carnes para exportação.
Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segun- COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE
da região em criação de bovinos do País, sendo esta a ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE TRABALHO
atividade econômica mais importante da sub-região. Sua NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA
produção de carne visa o mercado interno e externo. Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma
Existem grandes matadouros e frigoríficos que indus- indústria é implantada em determinada região, várias mu-
trializam os produtos de exportação. O abastecimento re- danças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geo-
gional é feito pelos matadouros de porte médio e mata- gráfico, mudanças culturais, e principalmente, mudanças
douros municipais, além dos abates clandestinos que não na economia.
passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.
Sua industrialização se baseia no beneficiamento de A implantação de uma indústria, modifica a cultura,
matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo
contribui para o maior valor de sua produção industrial povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas ve-
. As outras atividades industriais são voltadas para a pro- zes à máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e em
dução de bens de consumo, como :alimentos, móveis etc. pouco tempo, o serviço que muitas vezes, era desem-
A indústria de alimentos, a partir de 1990, passou a se penhado por várias pessoas e em um período de tempo
instalar nos polos produtores de matérias-primas, pro- muito maior. Assim, milhares de postos de trabalho se ex-
vocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A tinguiam, fazendo-se aumentar o número de empregos
CEVAL, instalada em Dourados MS, por exemplo, já pro- informais surgidos nessa região.
cessa 50% da soja na própria área. Além de mudanças na cultura e economia , surgem
No estado de Goiás por exemplo ,existem indústrias também, mudanças no espaço geográfico: em alguns ca-
em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio, Catalão, sos, as industrias são implantadas, sem maior avaliação
Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área dos danos que ela poderá causar, acarretando conse-
de maior desenvolvimento econômico da região, são os quências gravíssimas posteriormente.
centros industriais mais significativos, graças ao seu mer-
cado consumidor, que estimula o desenvolvimento indus- A ZONA FRANCA DE MANAUS
trial. A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei
Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas 3.173 com o objetivo de estabelecer em Manaus um en-
aos produtos alimentares, minerais não metálicos e ma- treposto destinado ao beneficiamento de produtos para
deira, esta área possui certa diversificação industrial. Con- posterior exportação. Em 1967, a ZFM foi subordinada di-
tudo, os produtos alimentares representam o maior valor retamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA
da produção industrial. (pelo Decreto-Lei nº 288). O decreto estabelecia incenti-
vos com vigência até o ano 1997.
Norte: Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram
A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, para a ZFM investimentos de empresas nacionais e es-
se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os trangeiras anteriormente instaladas no sul do Brasil, bem
investimentos aplicados, principalmente nas últimas dé- como investimentos de novas ET, principalmente da
cadas, na área dos transportes, comunicações e energia indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Políti-
possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor in- ca Nacional de Informática impediu que a produção de
dustrial , visando à exportação. computadores e periféricos e de equipamentos de teleco-
Grande parte das indústrias está localizada próxima municações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve
à fonte de matérias-primas como a extração de minerais apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica.
e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos. A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos in-
A agroindústria regional dedica-se basicamente ao centivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas
beneficiamento de matérias-primas diversas, destacan- com a abertura da economia, nos anos 90, esses incen-
do-se a produção de laticínios; o processamento de carne, tivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos
ossos e couro; a preservação do pescado, por congelação, fabricados na ZFM passaram a enfrentar a concorrência
defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de com produtos importados no mercado doméstico brasi-
frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de leiro. As empresas estabelecidas em Manaus promoveram
óleos; a destilação de essências florestais; prensagem de um forte ajuste com redução do emprego e aumento do
juta, etc. Tais atividades, além de aumentarem o valor final conteúdo importado dos produtos finais.
da matéria-prima, geram empregos.

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GEOGRAFIA

A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNI-


CAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A INDUSTRIALIZAÇÃO DE A INDÚSTRIA NAS DIFERENTES REGIÕES
UMA DETERMINADA REGIÃO BRASILEIRAS E A REESTRUTURAÇÃO
Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os
PRODUTIVA;
fatores cruciais para que se implante uma indústria em uma
determinada região.
Para ser determinado estratégico para a implantação de
uma indústria, um local tem que ter fácil acesso à rodovias, A divisão regional oficial do Brasil é aquela estabe-
que escoem a sua produção para as diversas regiões do país lecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
e os portos, visando a exportação. (IBGE), sendo composta por cinco complexos regionais:
Os meios de comunicação, também são vitais, para que Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. No entanto,
sejam feitos os contatos necessários para se fechar grandes além dessa regionalização do território nacional, existe outra
negócios, visando a obtenção de lucros mais altos, para o divisão regional (não oficial), conhecida como regiões geoe-
crescimento da indústria, a atualização dos conhecimentos e conômicas do Brasil: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul.
a velocidade de comunicação. Os critérios adotados para a delimitação dessas três regiões
O comércio, também é muito importante, pois para que foram os aspectos naturais e, principalmente, as característi-
se produza alguma coisa , é necessário que haja mercado cas socioeconômicas.
para este produto, e o comércio tem o papel de intermediá- As regiões geoeconômicas do Brasil não seguem os
rio entre o produtor e o consumidor final. limites das fronteiras dos estados, visto que seus critérios
mais importantes são os aspectos sociais e econômicos, ha-
OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚS- vendo grande dinamismo na delimitação espacial.
TRIA Portanto, alguns estados brasileiros estão inseridos em
As economias capitalistas tiveram, do pós guerra até diferentes regiões: a porção norte de Minas Gerais é par-
meados da década de 70, uma das fases de maior expansão e te integrante da chamada região Nordeste, e o restante do
transformações da estrutura produtiva, sob a égide do setor
estado está localizado no complexo regional Centro-Sul; o
industrial. Essa expansão foi liderada por dois grandes subse-
extremo sul do Tocantins localiza-se na região Centro-Sul, e
tores: o metal-mecânico (indústria de automotores, bens de
o restante do seu território faz parte da região da Amazônia;
capital e do consumo duráveis) e a química (especialmente a
a porção oeste do Maranhão integra a região da Amazônia
petroquímica).
e a sua porção leste está localizada no complexo regional
A rápida implantação da matriz industrial internacional
nordestino; Mato Grosso integra a região Centro-Sul (por-
no Brasil internalizou os vetores produtivos da químico-pe-
ção sul), além da região da Amazônia (porção centro-norte).
troquímica, da metal-mecânica, da indústria de material de
transporte, da indústria madeireira, de papel e celulose e de Mapa das regiões geoeconômicas do Brasil:
minerais não-metálicos todos com uma forte carga de im- 1- Amazônia; 2- Centro-Sul; 3- Nordeste Formada por
pacto sobre o meio ambiente. todos os estados da região Norte, além do Mato Grosso (ex-
De maneira geral, e abstraindo as características de cada ceto sua porção sul) e oeste do Maranhão, a região da Ama-
ecossistema, o impacto do setor industrial sobre o meio am- zônia corresponde a 60% do território nacional, abrangen-
biente depende de três grandes fatores: da natureza da es- do toda a extensão da Amazônia Legal. Apesar de possuir a
trutura da indústria em distintas relações com o meio natural; maior área, esse complexo regional abriga a menor parcela
da intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos in- da população brasileira - aproximadamente 7% do total.
dustriais; e o padrão tecnológico do processo produtivo- tec- No que se refere ao clima, esse é quente e bastante chu-
nologias de filtragem e processamento dos efluentes além voso. E quanto à vegetação, a Floresta Amazônica é a de
do reaproveitamento econômico dos subprodutos. maior predominância.
A industrialização maciça e tardia incorporou padrões As principais atividades econômicas desenvolvidas na
tecnológicos avançados para base nacional, mas ultrapassa- região da Amazônia são: extração mineral, agropecuária e
dos no que se refere ao meio ambiente, com escassos ele- extrativismo vegetal. O setor industrial é pouco desenvolvi-
mentos tecnológicos de tratamento, reciclagem e reproces- do, tal segmento econômico destaca-se em Manaus.
samento. O complexo regional do Centro-Sul é formado pelos
Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da estados das regiões: Sul, Sudeste (exceto o extremo norte
indústria nacional, a economia mundial ingressa em um novo de Minas Gerais) e Centro-Oeste (exceto o centro-norte de
ciclo de paradigma tecnológico. Ao contrário da industria- Mato Grosso), além do extremo sul do Tocantins. Essa região
lização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos corresponde a aproximadamente 22% do território nacional,
naturais – matérias – primas, “commodities” e energéticos, o e abriga cerca de 70% da população brasileira, razão pela
novo padrão de crescimento tende a uma demanda eleva- qual é considerada como a região mais populosa e mais po-
da de informação e conhecimento com diminuição relativa voada do país.
do “consumo” de recursos ambientais e de “produção” de A região Centro-Sul é a mais desenvolvida, economi-
efluentes poluidores. camente, do Brasil, uma vez que é a principal responsável
pelo Produto Interno Bruto (PIB) nacional: cerca de 75% do
Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia-do-bra- PIB brasileiro. Sua economia é dinâmica, apresentando um
sil/o-espaco-industrial-no-brasil elevado grau de industrialização. As principais atividades

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GEOGRAFIA

econômicas são: agropecuária moderna, variados segmen- é o Maciço de Urucum, no município de Corumbá – Mato
tos industriais dotados de um efetivo aparato tecnológico, Grosso do Sul. O minério dessa região é escoado pelo rio
bancos, desenvolvimento de pesquisas científicas, serviços Paraguai, através do porto de Corumbá, e abastece os paí-
diversos, etc. ses do Mercosul. A mais importante jazida de minério de
Esse é o complexo regional que concentra a maior par- ferro de alto teor está localizada na Serra dos Carajás, a
te da renda nacional, além de apresentar os melhores Índi- maior e mais variada província mineralógica brasileira. Si-
ces de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. tua-se próxima da cidade de Marabá e do rio Tocantins,
Composto por todos os estados nordestinos, além da no Estado do Pará. O minério é transportado pela Estrada
porção norte de Minas Gerais, a região geoeconômica do de Ferro Carajás até o porto de Itaqui, no Maranhão, de
Nordeste corresponde a aproximadamente 18% do territó- onde é exportado. O Estado do Pará é o segundo produ-
rio brasileiro, sendo, portanto, o menor complexo regional. tor nacional.
O território nordestino apresenta contrastes naturais e O minério de ferro é o principal produto mineral ex-
disparidades econômicas entre as áreas litorâneas: urbani- portado pelo Brasil, sendo este o 2º maior exportador do
zadas, industrializadas e, economicamente desenvolvidas. mundo, sendo superado apenas pela China, respondendo
Porém, no interior, há o predomínio de um clima semiárido por 18% da produção do globo.
e grandes problemas socioeconômicos.
As atividades econômicas mais relevantes são: cultivo Manganês
da cana-de-açúcar, algodão, arroz, cultivo irrigado de fru- Segundo minério em importância no Brasil, extraído
tas, extrativismo vegetal, pecuária extensiva e de corte, in- principalmente da pirolusita. Sua maior utilização é na fa-
dústrias têxteis, produção de petróleo (Bahia e Rio Grande bricação do aço, misturado ao ferro, no setor metalúrgico
do Norte) e o turismo. de ferro-liga.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra-
fia/as-regioes-geoeconomicas-brasil.htm Áreas de ocorrência:
• A tradicional área produtora e exportadora, locali-
zou-se na Serra do Navio, no Amapá, desgastada por com­
O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DOS panhias exploradoras norte-americanas. Verda­deiramente,
RECURSOS NATURAIS E AS ATIVIDADES a Serra do Navio não está mais no Amapá e, sim, nos EUA.
ECONÔMICAS: OS RECURSOS MINERAIS, O manganês brasileiro foi escoado pelo porto de Santana,
FONTES DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE, O situado nas proximidades de Macapá e ligado à área de
SETOR MINERAL E OS GRANDES PROJETOS exploração pela Estrada de Ferro do Amapá.
DE MINERAÇÃO; • Outras jazidas localizam-se no Maciço de Urucum,
em Mato Grosso do Sul, também explorado por empresa
norte-americana e na Serra dos Carajás, no Pará.
Recursos Minerais do Brasil • Há também as jazidas de Minas Gerais, no Quadriláte­
Por sua extensão e, principalmente, devido aos inúme­ ro Ferrífero e vizinhanças, especialmente no município de
ros ambientes geológicos favoráveis à formação de Conselheiro Lafaiete, onde estão as maiores reservas da
depósi­tos minerais, o Brasil dispõe de um vasto potencial região, com destaque para o Morro da Mina. A exploração
de ocorrência desses recursos, que podem ser classifica- abastece o mercado regional.
dos tecnicamente como minerais metálicos, não-metálicos
e energéticos do ponto de vista de sua presença, podemos Alumínio
também dividi-los em abundantes, como o ferro; suficien­ O alumínio é extraído da bauxita pelo processo de
tes, como o urânio; e insuficientes, como o cobre. eletrólise. As maiores reservas de bauxita estão locali­
zadas no Estado do Pará (80% das reservas nacionais)
Ferro especialmente ao longo do curso do rio Trombetas, no
Principal recurso mineral encontrado no Bra­sil. O miné- município de Oriximiná. As reservas nas regiões de Poços
rio de ferro é extraído principalmente da hematita, magne- de Caldas e Ouro Preto, em Minas Gerais, abaste­cem o
tita, limonita e siderita. Áreas de ocorrência: mercado regional. As reservas de bauxita do Brasil estão
A principal e tradicional área produtora localiza-se no entre as maiores do mundo e a importância do minério
Estado de Minas Gerais, numa área chamada de “Quadri- tem se expandido no mercado, por sua leveza e capacida-
látero Ferrífero”, tendo como “vértices” as cidades de Belo de anticorrosiva.
Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas, cobrindo
um território de mais de 7.000 km2. A produção do Qua- Estanho
drilátero abastece as usi­nas siderúrgicas nacionais e pro- Extraído da cassiterita, tem tido sua aplicação am-
duz, em grande parte, para a exportação, através da Cia pliada na formação de ligas. Os Estados do Amazonas
Vale do Rio Doce. O minério é escoado pela Estrada de e de Rondônia são os maiores produtores nacionais de
Ferro Vitória-Minas até os terminais dos portos de Vitória estanho, com a quase totalidade da representatividade
e, principalmente, o de Tubarão, ambos no Espírito Santo. brasileira. As maio­res ocorrências estão nos aluviões das
Uma outra área produtora e com reservas superiores às de regiões circundantes às bacias dos rios Amazonas e Ma-
Minas Gerais, embora com minérios de qualida­de inferior, deira-Mamoré.

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GEOGRAFIA

Cobre
Minério estratégico para o setor elétrico, em função AGRICULTURA BRASILEIRA: DINÂMICAS
da condutibilidade e maleabilidade do metal. É extraído TERRITORIAIS DA ECONOMIA RURAL, A
principalmente da calcopirita. As maiores re­servas de co-
ESTRUTURA FUNDIÁRIA,
bre estão na Província de Carajás, no Pará, com quase 80%
das jazidas. A exploração é realizada tradicional­mente em
Caraíbas, na Bahia e em Caçapava do Sul e Camaquã, no
Rio Grande do Sul. Porém, a produção é insuficiente para A  agricultura brasileira  se iniciou na  região nordes-
atender às necessidades nacionais. te  do Brasil, no século XVI, com a criação das chamadas
“Capitanias Hereditárias” e o início do cultivo da cana.
Petróleo Baseada na  monocultura, na mão de obra escrava e
A principal área produtora é a Bacia de Campos, na em grandes latifúndios, a agricultura permaneceria basica-
plataforma continental do Rio de Janeiro, seguida dos mente restrita à cana com alguns cultivos diferentes para
campos de extração no litoral do Espírito Santo, no Recôn- subsistência da população da região, porém de pouca ex-
cavo Baiano, em mar; no Rio Grande do Norte, em terra pressividade.
e mar; no Amazonas e Paraná, em terra. Em setembro de Só a partir do século XVIII com a mineração e o início
1999 foi anunciada a descoberta de um campo na bacia de das plantações de café, que a partir do século XIX seriam o
Santos (SP), com reservas potenciais de 600 a 700 milhões principal produto brasileiro, é que o cultivo de outros ve-
de barris, segundo a Petrobrás, o que pode representar 10 getais começa a ganhar mais expressividade. Muitos enge-
bilhões de dólares a serem explorados em 20 anos, o cha- nhos são abandonados e a atividade canavieira se estagna
mado pré-sal. devido à transferência da mão-de-obra para a mineração e
o cultivo do café.
Carvão Mineral Tal como ocorrera com o período de grande produção
Os maiores depósitos de carvão do país encontram-se da cana-de-açúcar, o auge da cafeicultura no Brasil repre-
na Região Sul, na Bacia Sedimentar Paranaica ou do Para- sentou uma nova fase econômica. Por isso, podemos dizer
ná. O Estado de Santa Catarina, que tem o carvão de me- que a história da agricultura no Brasil está intimamente
lhor qualidade, é o maior produtor nacional (61%); e o Rio associada com a história do desenvolvimento do próprio
Grande do Sul é o 2° produtor (36%). Destacam-se, no su- país. Ainda mais, quando se considera o período a partir
deste de Santa Catarina, os municípios de Criciúma, Lauro do século XIX quando o café se tornou o principal artigo de
Muller e Urussanga, que escoam o carvão catarinense pe- exportação brasileiro, logo após o declínio da mineração.
los portos de Henrique Laje e Imbituba. O carvão brasileiro Mas o cultivo do café, que durante todo o século XIX
contém impurezas (enxofre e cinzas), o que deprecia seu faria fortunas e influenciaria fortemente a política do país,
valor de mercado. começa a declinar por volta de 1902 quando a crise atinge
seu ponto culminante, o Brasil produzira mais de 16 mi-
Veja mais: Carvão Mineral lhões de sacas de café enquanto que o consumo mundial
Xisto Betuminoso pouco ultrapassava os 15 milhões fazendo com que o pre-
É o nome mais conhecido de uma rocha metamórfica ço do café, que já estava em queda, chegasse a 33 francos
impregnada de óleo que aparece em grande quantidade (bem menos que os 102 francos de 1885).
no Brasil. As maiores reservas encon­tram-se nos municí- Desta forma, houve uma necessidade de diversifica-
pios de São Mateus do Sul e Irati, no Paraná. Para haver ção da economia que, entre outras atividades além das
aproveitamento econômico do material que impregna a estreantes indústrias, começava a valorizar outros tipos de
rocha é preciso usar solventes comuns. Já o xisto pirobetu- culturas. Além do que, o aumento da urbanização do país
minoso, que tem a mesma origem, contém um composto exigia também, o aumento do cultivo de matérias-primas.
orgânico complexo, solicitando processo de aquecimento Mas, esta mudança tomaria forma mesmo, só a partir da
à altas temperaturas para desprender óleo e gás. Isso torna década de 1940.
o processamento do xisto dispendioso, mas a necessidade Atualmente, segundo dados do último levantamento
de se buscar novas alternativas energéticas muitas vezes realizado pelo IBGE em novembro de 2007, no Brasil são
justifica os investimentos. cultivados 58.033,075 ha de terra. Sendo que a cana-de
-açúcar ainda predomina: são produzidos 514.079,729t
Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia-do-bra- contra 58.197,297t da soja em grão. Quanto ao café em
sil/recursos-minerais-do-brasil grão, este responde por cerca de 2.178,246t.

Fonte: http://www.infoescola.com/agricultura/agricul-
tura-brasileira/

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GEOGRAFIA

A reforma agrária é outro problema muito polêmico


RELAÇÕES DE TRABALHO NO CAMPO, no país, contudo convém explicitar o significado de tal ex-
pressão.
A reforma agrária tem a finalidade de promover a dis-
tribuição ou reorganização mais justa da terra.
O subaproveitamento do espaço rural brasileiro é ca- A questão agrária provoca uma grande tensão no cam-
racterizado por uma baixa produtividade em relação aos po.
outros países que possui uma agricultura pautada na me- A fixação do trabalhador rural no campo depende de
canização. O motivo que faz o Brasil ter uma baixa produ- vários fatores, pois não basta a simples redistribuição de
tividade está na predominância da prática da agropecuária terras para garantir o sucesso da reforma agrária é preciso
tradicional. facilidade na obtenção e pagamentos de créditos financei-
O Brasil é um país extremamente agrícola, quase a me- ros, garantia de preços, condição de transportes, orienta-
tade do território é ocupada por estabelecimentos rurais. ção técnica e infraestrutura.
As concentrações e as relações estão divididas em estru- Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra-
tura fundiária, latifúndio, minifúndio, expropriação e êxodo fia/o-trabalho-terra-no-brasil.htm
rural.
- Estrutura fundiária: Corresponde à maneira como as
terras estão distribuídas no território. A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA,
- Latifúndio: São grandes propriedades rurais com
aproximadamente 600 hectares.
- Minifúndio: São pequenas propriedade rurais com
A base comparativa parte do contexto da agricultura
aproximadamente 3 hectares. tradicional para agricultura de países desenvolvidos, com
- Expropriação: É quando um pequeno proprietário sistemas produtivos integrados, cuja cadeia se constitui de
rural se encontra endividado e é obrigado a vender sua indústria fornecedora de insumos agrícolas, agroindústria
propriedade para pagar dívidas, geralmente os grandes fa- e a unidade agrícola. Esta última apoiando-se em produti-
zendeiros próximos adquirem essas terras. vidade resultante de técnicas modernas de uso do solo e
- Êxodo rural: Corresponde ao deslocamento de traba- uso intensivo de implementos. Quanto ao desenvolvimen-
lhadores rurais que saem do campo com destino aos cen- to tecnológico, algumas vertentes de pensamento surgem
tros urbanos, isso pode ocorrer por falta de trabalho no diante de análises microeconômicas, como por exemplo,
campo devido à mecanização ou mesmo para buscar uma proveniente da substituição de fatores relativamente es-
vida melhor. cassos, mais dispendiosos, por outros mais abundantes.
No campo existem as relações de trabalho que são di- FIGUEIREDO (1996) cita como exemplo, variedade mais
versificadas, como mão-de-obra familiar, posseiros, parce- produtiva e fertilizante para anulação das restrições ao cres-
ria, arrendatários, trabalhadores assalariados temporários e cimento imposta pela escassez de terra. Pelo antes exposto
o trabalho escravo no campo. é possível identificar dois tipos de inovações tecnológicas
- Mão-de-obra familiar: É a relação de trabalho entre aplicáveis à agricultura: - Inovações em tecnologia mecâ-
os entes da família exercendo todas as etapas produtivas. nica (economizadora de mão-de-obra) – contribui para o
- Posseiros: São trabalhadores rurais que ocupam e/ou aumento da produtividade do trabalho; - Inovações em
cultivam terras devolutas. tecnologia química e biológica (economizadora de terra) –
- Parceria: É a junção entre dois trabalhadores ou pro- geralmente acarreta um aumento do rendimento da terra
dutores rurais, no qual um possui a propriedade da terra e pelo aumento da fertilidade do solo através de sistemas de
o outro apenas a força de trabalho, esse vai cultivar a terra conservação mais intensivos em mão-de-obra, por exem-
e depois dividir uma parte da produção com aquele. plo. Experiências de modernização da agricultura em países
- Arrendatário: É quando um agricultor não possui ter- como EUA e Japão mostram que o Estado tem sido o gran-
ra, mas tem recursos financeiros, então arrenda ou aluga a de promotor das mudanças através da pesquisa agrícola,
promoção da capacitação de seus técnicos, incentivos para
propriedade por um período pré-determinado.
a produção industrial dos insumos e políticas agrícolas que
- Trabalhadores assalariados temporários: São traba-
alterem os preços relativos de produtos e insumos. Tecno-
lhadores rurais que recebem salário, mas que trabalham
logia agrícola e equidade Há clara distinção entre peque-
apenas uma parte do ano, é o que acontece nas colheitas. nos e grandes agricultores quando se trata do emprego de
- Trabalho escravo no campo: É quando o trabalhador tecnologia mecânica pela necessidade de sua aplicação em
não tem direitos trabalhistas, não recebe salário, pois tudo escala, resultando num diferencial de produtividade e con-
que é utilizado é cobrado, desde a alimentação até as fer- sequente renda agrícola. Tão importante, é também res-
ramentas de trabalho, esse fica endividado, fato que o im- saltar que a adoção de inovações em tecnologia mecânica
pede de ir embora. contribui para diminuição do emprego agrícola, podendo
Em pleno século XXI, esse fato se faz real, principal- ser considerado um fator que contribui para o êxodo rural.
mente em estados como Pará, Mato Grosso e Goiás, esses Em função basicamente do acesso a informação, também
não são únicos no país. se diferenciam os grandes dos pequenos quando o assunto

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é aplicação de inovações químicas e biológicas. A origem produção agropecuária. Por fim, numa nova citação a GRA-
do resultado de maior produtividade é principalmente nos ZIANO (1983), FIGUEIREDO (1996) assegura que permane-
grande agricultores ora pela maior capacidade de financia- cem válidas as observações: “o desenvolvimento capitalista
mento ora pela maior capacidade de uso, resultando num na agricultura brasileira acentua marcas contraditórias ao
“aumento” da área da propriedade, portanto, aumentando produzir simultaneamente riqueza e pobreza, ao conjugar
o lucro que por sua vez permite aquisição de mais tecno- uma grande capacidade de se modernizar com a manuten-
logia mecânica, que, como vista antes, resulta em desem- ção de agudas desigualdades ao nível tecnológico entre
prego. Modernização agrícola, desigualdade e pobreza no regiões e produtos, ao exibir modernas relações de traba-
Brasil A modernização da agricultura no Brasil surge com lho acopladas com a extensão ilegal da jornada de trabalho
parte da política de substituição de importações, plano do em todas as regiões do país”.
segundo Governo Vargas. Mas é na década de 60 que se
solidifica a indústria de bens de produção para agricultura
– tratores, implementos, fertilizantes e defensivos –, e a ex-
pansão das agroindústrias processadoras que provocaram ÊXODO RURAL,
profundas transformações na base técnica da agricultura.
Entretanto, a estratégia utilizada nesse plano, privilegiou o
aumento da eficiência, deixando em segundo plano, ques-
tões estruturais tais como a desigualdade da distribuição Introdução
da renda e da posse da terra, desigualdades regionais, bai-
xo nível de escolaridade, desemprego e êxodo rural. Com Podemos definir êxodo rural como sendo o desloca-
destaque para políticas de crédito a juros subsidiados, na mento de pessoas da zona rural (campo) para a zona ur-
década de 70, a agricultura brasileira mostrou grande dina- bana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo
mismo, cabendo ao Estado o importante papel na promo- visam obter condições de vida melhor.
ção da reformulação do aparato institucional de assistência
técnica e de pesquisa, visando oferecer aos agricultores, Causas
maior disponibilidade de conhecimentos técnicos e cientí-
ficos com a criação da EMBRAPA e EMBRATER. A crise dos Os principais motivos que fazem com que grandes
mercados no início da década de 80 provocou um processo quantidades de habitantes saiam da zona rural para as
de modernização da agricultura mais lento, resultado do grandes cidades são: busca de empregos com boa remu-
decrescimento substancial dos subsídios para aquisição de neração, mecanização da produção rural, fuga de desastres
insumos modernos e de máquinas e equipamentos. Este naturais (secas, enchentes, etc), qualidade de ensino e ne-
conjunto de fatores associados à capacidade maior de ar- cessidade de infra-estrutura e serviços (hospitais, transpor-
ticulação dos grandes agricultores proporcionou um de- tes, educação, etc).
sequilíbrio no padrão tecnológico das regiões brasileiras,
notadamente nas grandes propriedades das regiões mais Consequências
desenvolvidas (centro – sul), atingindo as lavouras de soja,
cana-de-açúcar e a pecuária. Uma importante observação O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, proble-
de FIGUEIREDO (1996) é que o fator limitante da moder- mas sociais. Cidades que recebem grande quantidade de
nização da pequena propriedade parece residir, funda- migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fe-
mentalmente, na incompatibilidade entre a escala mínima nômeno. Os empregos não são suficientes e muitos mi-
de produção requerida pelo novo padrão tecnológico e a grantes partem para o mercado de trabalho informal e pas-
insuficiência dos recursos produtivos e financeiros da pe- sam a residir em habitações sem boas condições (favelas,
quena propriedade. Nas pequenas propriedades, as técni- cortiços, etc).
cas que não dependem de uma escala mínima foram mais
incorporadas que as tecnologias mecânicas. O fato de ab- Além do desemprego, o êxodo rural descontrolado
sorverem as novas técnicas apenas parcialmente provocou causa outros problemas nas grandes cidades. Ele aumenta
um aumento das diferenças de produtividade entre as pe- em grandes proporções a população nos bairros de peri-
quenas e as grandes unidades produtivas. O autor termina feria das grandes cidades. Como são bairros carentes em
por citar a existência de muitos trabalhos argumentando hospitais e escolas, a população destes locais acabam so-
que a política agrícola, cujo principal instrumento foi o cré- frendo com o atendimento destes serviços. Escolas com ex-
dito rural subsidiado, concorreu para o aumento das de- cesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados
sigualdades, pois dadas às estruturas fundiárias e organi- são as consequências deste fato.
zacionais, os recursos creditícios se acumularam no grupo Os municípios rurais também acabam sendo afetados
dos produtores mais integrados ao mercado e os maiores. pelo êxodo rural. Com a diminuição da população local,
GRAZIANO (1983) citado por FIGUEIREDO (1996) aponta diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola
que a modernização das instituições de pesquisa e assis- decresce e muitos municípios acabam entrando em crise.
tência não concorreu para gerar tecnologias adequadas às Há casos de municípios que deixam de existir quando to-
condições da pequena propriedade atendendo mais as de- dos os habitantes deixam a região.
mandas dos setores industriais a montante e a jusante da

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GEOGRAFIA

Êxodo Rural na História


AGRONEGÓCIO E A PRODUÇÃO
Roma Antiga: durante o Império Romano, a mão-de-o-
AGROPECUÁRIA BRASILEIRA; E O
bra escrava foi substituindo o trabalho livre na zona rural.
COMÉRCIO: GLOBALIZAÇÃO E ECONOMIA
Estes camponeses começaram a migrar em grande quan-
tidade para as cidades romanas, principalmente, a capital NACIONAL, COMÉRCIO EXTERIOR,
do império, Roma. Esta legião de desocupados passou a INTEGRAÇÃO REGIONAL (MERCOSUL E
preocupar os imperadores, que tinham medo de revoltas. AMÉRICA DO SUL), EIXOS DE CIRCULAÇÃO E
Criaram, pare evitar problemas sociais nas cidades, a polí- CUSTOS DE DESLOCAMENTO.
tica do pão-e-circo (comida e diversão para acalmar e dis-
trair os desempregados).
Idade Média: entre os séculos XIII e XV (Baixa Idade
Média), o comércio voltou a ser praticado, impulsionando Introdução
o surgimento e desenvolvimento de cidades. Uma nova  
classe social surgiu, a burguesia. Muitos camponeses dei- Por ser um país integrado a economia mundial capi-
xavam a zona rural em busca de melhores condições de talista e com conexões culturais com diversos países do
vida nestas cidades. mundo, o Brasil está participando atividade do mundo
Revolução Industrial: com o surgimento das indústrias globalizado.
no século XVIII, as grandes cidades europeias passaram a  
atrair grandes quantidades de camponeses. Estes busca- Economia brasileira e a globalização
vam trabalho nas fábricas e melhores salários.
Brasil (década de 1960): durante o governo de JK (Jus- O Brasil possui uma economia aberta ao mercado in-
celino Kubitschek) houve um grande investimento no de- ternacional, ou seja, nosso país vende e compra produ-
senvolvimento industrial nas grandes cidades da região tos de diversos tipos para diversas nações. Fazer parte da
Sudeste. Com a abertura da economia para o capital in- globalização econômica apresenta vantagens e desvan-
ternacional, diversas multinacionais, principalmente mon- tagens.
tadoras de veículos, construíram grandes fábricas em cida-  As vantagens é o acesso aos produtos internacionais,
des como São Paulo, São Bernardo do Campo, Guarulhos, muitas vezes mais baratos ou melhores do que os fabri-
Santo André, Diadema, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. cados no Brasil. Por outro lado, estes produtos, muitas
O resultado disso foi um grande êxodo rural do Nordeste vezes, entram no mercado brasileiro com preços muitos
para o Sudeste do país. Os migrantes nordestinos, fugitivos baixos, provocando uma competição injusta com os pro-
da seca do Nordeste e do desemprego, foram em busca de dutos nacionais e levando empresas à falência e gerando
trabalho e melhores condições de vida nas grandes cidades desemprego em nosso país. Isso vem ocorrendo atual-
do Sudeste. Este processo estendeu-se com força durante mente com a grande quantidade de produtos chineses
as décadas de 70 e 80. Como estas cidades não oferece- (brinquedos, calçados, tecidos, eletrônicos) que entram
ram condições sociais aos migrantes, houve o esperado:
no Brasil com preços muito baixos.
aumento das favelas e cortiços, desemprego (muitos mi-
 Outra questão importante no aspecto econômico é a
grantes não tinham qualificação profissional para os em-
integração do Brasil no mercado financeiro internacional.
pregos) aumento da violência, principalmente nos bairros
Investidores estrangeiros passam a investir no Brasil, prin-
de periferia.
cipalmente através da Bolsa de Valores, trazendo capitais
Outro fato relacionado ao êxodo rural ocorreu com a
para o país. Porém, quando ocorre uma crise mundial,
construção de Brasília, no final da década de 1950. Muitos
o Brasil é diretamente afetado, pois tem sua economia
migrantes do Norte e Nordeste do país foram em busca
muito ligada ao mundo financeiro internacional. É mui-
de empregos na região central do país, principalmente na
construção civil. As cidades satélites de Brasília cresceram to comum, em momentos de crise econômica mundial,
desordenadamente, causando vários problemas sociais, os investidores estrangeiros retirarem dinheiro do Brasil,
que persistem até os dias de hoje. provocando queda nos valores das ações e diminuição de
capitais para investimentos.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/geografia/exo-  
do_rural.htm Cultura brasileira e globalização
 
No aspecto cultural os pontos são mais positivos do
que negativos. Com a globalização, os brasileiros podem
ter acesso ao que ocorre no mundo das artes, cinema,
música, etc. Através da televisão, internet, rádio, cinema
e intercâmbios culturais, podemos ficar conectados ao
mundo cultural internacional. Conhecimentos científicos,
artísticos e tecnológicos chegam ao Brasil e tornam nossa
cultura mais dinâmica e completa.

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 Por outro lado, a cultura brasileira sofre com essa in- Entretanto, já na década de 60 do século XX, influen-
fluência musical e comportamental maciça, principalmen- ciados por estudos desenvolvidos no âmbito da CEPAL
te originária dos Estados Unidos. As músicas, os seriados (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe),
e os filmes da indústria cultural norte-americana vão espa- que afirmavam a necessidade da região ter um processo
lhando comportamentos e gostos que acabam diminuin- de desenvolvimento relativamente autônomo e centrado
do, principalmente entre os jovens, o interesse pela cultura na industrialização, os países sul-americanos instituíram o
brasileira. primeiro modelo consolidado de integração regional, ba-
seado na economia, com a criação da Associação Latino-A-
Fonte: http://www.suapesquisa.com/globalizacao/bra- mericana de Livre Comércio (ALALC). O Acordo de criação
sil_globalizacao.htm da ALALC previa a constituição de uma área de livre comér-
cio na região, no prazo de 12 anos. O descumprimento dos
I- Breves Antecedentes prazos e as dificuldades referentes à eliminação de tarifas,
com base no princípio da cláusula da nação mais favore-
As primeiras tentativas de integração dos países lati- cida, são alguns dos fatores usualmente relacionados ao
no-americanos remontam aos primeiros anos de indepen- fracasso da ALALC.
dência. O descontentamento com os rumos da ALALC condu-
Naquela época, quase toda a América do Sul obteve a ziu Bolívia, Colômbia, Chile, Equador e Peru a firmarem, em
ansiada liberdade em processos semelhantes e, em muito 1969, o Acordo de Cartagena, que instituiu o Pacto Andino.
casos, vinculados entre si. A luta de San Martín foi a luta da Segundo Hugo Eduardo Meza Pinto e Márcio Bobik Braga,
Argentina, do Chile, do Uruguai, do Peru. A luta de Bolívar “além da insatisfação pelos resultados da ALALC, a moti-
foi a luta da Venezuela, da Colômbia, do Equador. E a luta vação para a formação do Pacto Andino era o vislumbra-
de um era a luta do outro. mento da integração regional seguindo os padrões inter-
nacionais e tendo na sua composição certa uniformidade
Desse modo, o combate pela independência foi um
econômica entre os países-membros”.
combate que uniu os melhores americanos, numa era em
Com o malogro da ALALC, os Estados Partes decidiram
que as fronteiras eram dadas apenas pelos vastos ideais
criar, em 1980, a Associação Latino-americana de Integra-
iluministas. Surgiram, dessa forma, tentativas de manter
ção – ALADI, que, apesar da denominação sugerir objetivos
unidas as forças e os povos que haviam se sublevado con-
mais amplos, limita o projeto de integração regional à es-
tra a opressão das metrópoles europeias.
fera comercial. Ao contrário da ALALC, o Acordo da ALADI
A mais difundida dessas iniciativas foi o Congresso An-
é mais flexível, já que não estabelece prazos rígidos para a
fictiônico do Panamá, de 1826, convocado pelo libertador
formação de uma área de livre comércio, tampouco prevê
Simon Bolívar, que defendia a criação de uma espécie de
a eliminação automática de barreiras tarifárias entre seus
federação de estados latino-americanos. Como é de co- membros, o que, segundo o pactuado, somente é possível
nhecimento geral, a proposta integracionista do prócer por meio da assinatura dos chamados acordos preferen-
nunca se concretizou, em razão de interesses externos e ciais, os famosos ACEs, ou acordos de complementação
das oligarquias locais, que levaram a América espanhola a econômica.
fragmentar-se em diversas nações independentes, o que Entretanto, até meados da década de 1980, todas es-
inviabilizou, naquela época, qualquer iniciativa de fusão de sas tentativas de integração não haviam produzido conse-
caráter político-institucional. quências significativas, nem do ponto de vista econômi-
De fato, a independência dos países da América do Sul, co-comercial quanto do ponto de vista social e político. A
que começou como afirmação de identidade própria frente América do Sul e a América Latina continuavam com um
às antigas metrópoles, acabou concretizando-se em múlti- nível muito baixo de integração e intensamente voltadas,
plas identidades que se definiam, às vezes em sangrentos em suas políticas externas, para as grandes metrópoles,
conflitos, contra as outras. Ao mesmo tempo, intervieram particularmente para os EUA.
no processo novas metrópoles que, com frequência, esti- Nas últimas décadas houve, contudo, dois grandes
mularam as divergências e desestimularam a industrializa- fatores que impulsionaram e aceleraram os processos de
ção e o desenvolvimento econômico autônomo. integração no subcontinente. O primeiro tange à redemo-
A América espanhola fragmentou-se irremediavelmen- cratização dos países da América do Sul, em especial do
te e a América portuguesa, o Brasil, manteve-se íntegra Cone Sul. Já o segundo diz respeito ao fracasso das políti-
dada à sua singularidade, mas de costas para o resto do cas neoliberais na região, que levou ao redirecionamento
continente. das políticas externas de muitos países. Nas últimas déca-
Uma longa noite de quase duzentos anos, na qual pre- das houve, contudo, dois grandes fatores que impulsiona-
dominaram as rivalidades artificiais, os regimes autoritá- ram e aceleraram os processos de integração no subcon-
rios, a dependência econômica e política, e a falta de con- tinente. O primeiro tange à redemocratização dos países
sistência nos processos de desenvolvimento econômicos e da América do Sul, em especial do Cone Sul. Já o segundo
sociais impediu que nossos países implementassem pro- diz respeito ao fracasso das políticas neoliberais na região,
cessos de integração para produzir sinergias comerciais, que levou ao redirecionamento das políticas externas de
econômicas e políticas. muitos países.

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De fato, os últimos anos da década de 80 marcam o Entretanto, essa estratégia inicial de integração à eco-
início do período de redemocratização dos países sul-a- nomia internacional, radicalmente distinta da recomenda-
mericanos, com o fim dos regimes militares. Esse cenário da pelo Consenso de Washington, foi parcialmente aban-
político inaugura uma nova fase de aproximação entre as donada na época da celebração do Tratado de Assunção,
nações da região, em particular no denominado Cone Sul. que criou formalmente o Mercosul.
Com efeito, o retorno da democracia, a partir dos anos Com efeito, a hegemonia ideológica do paradigma
80 do século passado, permitiu que, dois países, Argentina neoconservador na América do Sul teve como consequên-
e Brasil, abandonassem a histórica disputa pela hegemonia cia principal, no âmbito do Mercosul, a ênfase excessiva na
da bacia do Prata e identificassem vastas áreas de coope- liberalização comercial, com prejuízos para outras dimen-
ração e interesse mútuo. Como resultado, foram firmados sões do processo de integração.
os famosos acordos Alfonsín-Sarney, que deram impulso Por conseguinte, aspectos vitais para uma integração
inicial à integração entre Argentina e Brasil e pavimentaram verdadeiramente exitosa, como a coordenação de políticas
a criação posterior do MERCOSUL, já com a presença de macroeconômicas, a implementação de políticas de desen-
dois aliados preciosos: Paraguai e Uruguai. volvimento e industriais simétricas e a redução da vulnera-
O ponto culminante dessa aproximação foi a assinatu- bilidade externa das economias, foram colocados em se-
ra, em 26 de março de 1991, do Tratado de Assunção para gundo plano em favor das aberturas econômicas quase in-
a Constituição de um Mercado Comum do Sul, o Mercosul. condicionais e das “políticas amistosas para os mercados”.
Este bloco se constitui na base de outros processos de in- Também a dimensão social do processo de integração,
tegração, como o da UNASUL e da Celac. que inclui a livre circulação dos trabalhadores e a harmoni-
A redemocratização foi importante para dar um primei- zação da legislação trabalhista, entre outros aspectos, não
ro impulso real à integração regional, mas o fator que me teve a atenção merecida.
parece mais relevante relaciona-se ao fracasso das políticas Aldo Ferrer, pensador arguto Mercosul, identifica qua-
neoliberais na região, que se tornou evidente ao final da tro “pecados originais” que prejudicaram o processo de
década de 1990. Com efeito, o fracasso do neoliberalismo, integração em seu início: a vulnerabilidade externa das
ou melhor, do paleoliberalismo, teve como consequência economias, o mal-estar social na região, o abandono das
o rechaço da proposta da ALCA, que representava o fim estratégias nacionais de desenvolvimento e a crise ideoló-
de qualquer processo de integração regional, e o direcio-
gica frente à globalização.
namento das políticas externas de países importantes do
A vulnerabilidade externa tendia e tende a dificultar
subcontinente para a aproximação com seus vizinhos.
que os governos adotem políticas autônomas em relação
Nessa nova conjuntura econômica e política do pós-
aos interesses criados pela globalização financeira. Aliada
neoliberalismo, a integração regional passou a ser uma
ao predomínio da “visão fundamentalista da globalização”,
efetiva prioridade de política externa para muitos países.
segundo a qual as únicas políticas possíveis são as paleoli-
Essa diretriz prioritária substituiu, em alguns casos, a antiga
centralidade que as relações bilaterais com os EUA e com berais, tal vulnerabilidade tornava perenes e praticamente
os demais países mais desenvolvidos tinham como fator intocáveis os ajustes econômicos pró-cíclicos, com as con-
balizador da política externa dos tempos do predomínio do sequências negativas que todos conhecemos.
paradigma neoliberal. Por sua parte, o mal-estar social ocasionado pelo au-
mento da concentração dos rendimentos, do desemprego
Esse foi, sem dúvida, o caso do Brasil, que, a partir do e do subemprego, bem como também pelo agravamento
governo Lula, passou a priorizar intensamente, em sua da marginalização de amplos setores da população, tendia
nova política externa, a integração regional e a cooperação a gerar tensões sociopolíticas que dificultam uma integra-
Sul-Sul. ção mais estreita.
De outro lado, o abandono parcial das estratégias na-
II- O MERCOSUL COMO MODELO DE INTEGRAÇÃO cionais de desenvolvimento impedia a coordenação das
PARA A NOSSA REGIÃO: POTENCIALIDADES E DESAFIOS políticas macroeconômicas que poderiam ter evitado as
de UM PROJETO REALMENTE INTEGRACIONISTA grandes oscilações do câmbio, as quais provocaram notá-
Como vimos, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) vel instabilidade no fluxo comercial no Mercosul.
teve sua origem nos acordos Alfonsín-Sarney. Ora, para que o processo de integração possa avançar
Tais acordos tinham uma estratégia implícita. Tratava- e distribuir equitativamente os seus frutos, fazendo crescer
se de dar aos Estados Partes condições de enfrentar jun- as economias de todos os Estados Partes, é preciso que haja
tos os problemas criados pela crise da dívida, do aumento políticas nacionais de desenvolvimento industrial e científi-
da vulnerabilidade externa e da recessão com inflação. Os co-tecnológico estrategicamente convergentes. Essas polí-
países pretendiam fortalecer sua posição ante um cenário ticas devem se constituir nos pilares da divisão do trabalho
internacional mais competitivo e hostil, mediante a ativa- no bloco sobre bases intraindustriais, as quais permitiriam o
ção de complementaridades econômicas. Ao mesmo tem- crescimento harmônico simultâneo dos países do Mercosul.
po, procuravam estabelecer políticas de desenvolvimento Senão houver esse tipo de política, o crescimento é
harmônicas com ênfase nas variáveis endógenas do cresci- errático e seus benefícios tendem a distribuir-se sem equi-
mento econômico. Por esta razão, buscava-se, sobretudo, dade, estabelecendo-se uma relação centro-periferia no
a integração industrial dos setores líderes, especialmente o interior do bloco, que mina profundamente o processo de
de bens de capital. integração.

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Em relação à crise ideológica, ela provocou, em alguns Tal situação é, obviamente, incompatível com a con-
casos, alinhamentos ideológicos e acríticos com interesses solidação do bloco, já que processos consistentes de in-
externos e a opção preferencial pelo “realismo periférico”, tegração de países em verdadeiros mercados comuns não
isto é, pela inserção subalterna no cenário mundial como podem existir em espaços políticos vazios de cidadania.
única forma de aceder à “modernidade”. A Argentina de Este é o ponto principal. Somente a integração construí-
Menem, que estabeleceu “relaciones carnales” com os EUA, da, por assim dizer, “de baixo para cima” e fundamentada
foi o exemplo mais bem-acabado dessa opção pela subal- nos interesses dos cidadãos de todos os Estados Partes po-
ternidade geopolítica. derá superar as assimetrias e as forças centrífugas que sem-
Evidentemente, os Estados Partes do Mercosul têm de pre ameaçaram o Mercosul e a integração latino-americana
ter uma visão comum do cenário global que dê embasa- de forma geral. Uma integração assentada somente em in-
mento teórico-político a um único projeto comunitário de teresses comerciais e financeiros será sempre frágil e incom-
inserção internacional. pleta, pois estará sempre submetida às conjunturas econô-
Na realidade, o Mercosul deve ser, fundamentalmente, micas e será regulada pelos mercados, e não pelos cidadãos.
tal como já estava desenhado nos acordos bilaterais Brasil/ Esse tipo de integração resulta somente em áreas de
Argentina, um projeto político com estratégia comum de livre comércio e não contempla as dimensões da união
inserção internacional dos Estados Partes. aduaneira, da livre circulação de trabalhadores e da cons-
Pois bem, como resultado desses “pecados originais”, trução de instituições suprarregionais. Na realidade, essa
o Mercosul perdeu, durante muito tempo, iniciativa polí- pseudointegração não constrói uma cidadania comum,
tica no cenário mundial e seu sentido estratégico inicial, mas pode, por outro lado, construir muros, como o que
tendo se mantido, as vezes precariamente, apenas pelos separa o México dos EUA, países que fazem parte da área
interesses específicos vinculados ao notável incremento do de livre comércio do NAFTA. Além disso, as áreas de livre
comércio intrabloco. comércio acabam se superpondo. Com isso, as áreas de
Portanto, o fortalecimento e a consolidação do Mer- livre comércio entre países de nível baixo ou mediano de
cosul pressupõem enfrentamento permanente desses pro- desenvolvimento acabam se diluindo nas áreas de livre co-
blemas e inconsistências e crescente recuperação do seu mércio formadas com países mais avançados.
sentido estratégico inicial. O desafio essencial do Mercosul e da integração lati-
Com a nova política externa implantada a partir do go- no-americana de uma forma geral é, pois, o de transformar
verno Lula, o Brasil passou a empenhar-se no fortalecimen- o processo de integração num processo de construção de
to e no aprofundamento do Mercosul. direitos e cidadania comuns, para além da mera integração
Com efeito, o MERCOSUL conheceu, nos últimos anos, dos mercados.
avanços muito significativos, tais como a criação do FO- A ruptura do mencionado círculo vicioso passa, por-
CEM, instrumento fundamental de combate às assimetrias, tanto, por um novo papel do Parlamento, instância máxima
e a incorporação de vários países andinos como membros de representação da cidadania de todos os Estados Partes
associados e a Venezuela como membro pleno, que agre- no Mercosul.
gou peso econômico e político ao bloco e pavimentou a O Parlamento do bloco tem como desafio principal
criação da UNASUL, assim como a implementação do seu aprofundar o compromisso democrático do Mercosul,
Parlamento, principal conquista do bloco. ameaçado pelo autoritarismo histórico da região e pelo
Digo que o Parlamento é a principal conquista do blo- longo período de acúmulo desse déficit democrático do
co porque, para que o Mercosul se consolide definitiva- bloco.
mente, é imprescindível que o bloco enfrente e corrija o Ao contrário de outros parlamentos regionais, como o
que talvez seja o seu “pecado original” mais sério: o déficit Parlatino e o Parlamento Andino, que são meras instâncias
democrático. de reuniões e debates, o Parlamento do Mercosul já tem
Em relação a este ponto crucial, é fácil constatar que o algumas funções legislativas e um crucial papel a cumprir.
processo de integração vinha sendo conduzido, até perío- Cabe ao Parlamento do Mercosul, além de representar
do relativamente recente, quase que exclusivamente pelos a voz dos cidadãos no processo de integração, empenhar-
poderes executivos dos quatro países signatários do Tra- se na harmonização das legislações dos Estados Partes.
tado de Assunção, com participação bastante restrita das Meio ambiente, educação, questões aduaneiras, livre
sociedades civis e dos poderes legislativos. circulação de trabalhadores, agilização da solução de con-
Assim sendo, concomitantemente à perda de sentido trovérsias, coordenação de políticas macroeconômicas, in-
estratégico do processo de integração, acumulou-se um tegração das cadeias produtivas, etc., são todos temas que
considerável déficit democrático no Mercado Comum do precisam do empenho deste parlamento para encontrar a
Sul, que ainda precisa ser resgatado. necessária ressonância na cidadania do Mercosul.
A combinação desse déficit democrático com a per- Um tema, em especial, merece dedicação maior: a cor-
da de sentido estratégico do Mercosul criou, por sua vez, reção das assimetrias, em todos os níveis. Como afirmei em
um notável círculo vicioso: a ausência de discussão mais meu discurso quando assumi a presidência do Parlasul: “o
profunda dos destinos do bloco aprofundou a inconsis- Mercosul pode incluir países pequenos, mas, se quiser ter
tência estratégica e a ênfase conservadora nos aspectos êxito, jamais poderá ter sócios minoritários. Todo o Estado
puramente comerciais da integração, que, por sua vez, am- tem de ter seus interesses contemplados e se beneficiar da
pliaram e cristalizaram o déficit democrático do Mercado integração. Todos, sem exceção, devem ser grandes dentro
Comum do Sul. do Mercosul.”.

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GEOGRAFIA

Mas é preciso enfatizar apesar de suas incompletudes, US$ 7,6 bilhões com o bloco. Além disso, cerca de 90%
insuficiências e problemas, o Mercosul é um êxito. das nossas exportações para o Mercosul são de produtos
Esse êxito se sobrepõe até mesmo ao marcado “mer- manufaturados. Para União Europeia, China e Estados Uni-
coceticismo” que há nas forças conservadoras da região. dos são de 36%, 5% e 50%. Na realidade, o Mercosul é o
Com efeito, o Mercosul lembra o caso do escritor principal destino das exportações da nossa indústria.
Mark Twain, que teve a ingrata tarefa de desmentir notí- Em relação à crítica de que o Mercosul impede uma
cias de sua morte. Twain estava em Londres quando sur- maior participação dos Estados Partes no comércio mun-
giram boatos sobre seu falecimento. Com sua habitual dial, é necessário levar em consideração que, entre 2003
ironia, afirmou: “Os rumores sobre a minha morte foram e 2011, as exportações extrazona do bloco foram multipli-
grosseiramente exagerados”. cadas por 4. Em contraste, as exportações mundiais foram
Com o Mercosul se passa algo semelhante. Desde o multiplicadas por um fator de apenas 2,8. Em outras pala-
nascimento, vaticinam seu iminente falecimento. Na épo- vras, as exportações do Mercosul cresceram bem mais que
ca da assinatura do Tratado de Assunção, não faltaram o aumento do comércio internacional. Coisa semelhante
ironias sobre a união “dos rotos com os esfarrapados” e aconteceu com os investimentos. Hoje em dia, muitas em-
críticas ácidas em relação à suposta inviabilidade de um presas brasileiras têm investimentos e projetos de vulto no
bloco fadado a ser absorvido em processos de integração Mercosul e em toda a América do Sul. O Mercosul só não
mais amplos com países desenvolvidos. aumenta mais sua participação no comércio mundial por-
Ao longo dos anos, também não faltaram aqueles que muitos países desenvolvidos não aceitam, nas nego-
que defenderam que o Mercosul renunciasse a sua união ciações, a liberação do comércio agrícola e, por outro lado,
aduaneira e se transformasse numa área de livre comér- propugnam intransigentemente por uma maior abertura
cio, de modo a permitir integração supostamente mais do comércio de manufaturados. O Mercosul e o Brasil, ao
dinâmica com o “comércio globalizado”. Consideravam o contrário da Aliança, preferem um bom acordo a qualquer
Mercosul um arcaísmo “terceiro-mundista” e sonhavam acordo.
com a miragem neoliberal da ALCA. Ademais, o Mercosul, que se espelha no exemplo da
Com a crise mundial, voltaram a condenar o Mercosul UE, vem dando, como assinalamos, passos largos na cria-
e a sugerir o fim da sua união aduaneira, de modo a que ção de instituições supranacionais, como o Parlamento do
os Estados Partes possam negociar independentemente MERCOSUL, destinado a criar e dar voz à cidadania comum.
acordos bilaterais de livre comércio com países desenvol- Áreas de livre comércio, lembre-se, não constroem cidada-
vidos, particularmente com os EUA e a UE. nias, constroem muros.
Recentemente, o lançamento da Aliança do Pacífico, A bem da verdade, o Mercosul é o grande projeto de
bloco que reúne Peru, Colômbia, Chile, México e Costa verdadeira integração da América do Sul e da América La-
Rica, aguçou as críticas contra o Mercosul. A Aliança foi tina, pois ele inclui a dimensão da união aduaneira, da cir-
apresentada pelos setores conservadores da mídia como culação de pessoas e das instituições supranacionais. Ele
o bloco do futuro, das economias mais “dinâmicas” e “in- tem, portanto, o potencial de construção de uma cidadania
tegradas ao comércio mundial”. Em contraste, o Mercosul comum.
foi novamente caracterizado como um bloco moribundo,
uma espécie de aliança autárquica, que condena os seus III- OUTROS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO
Estados Partes ao atraso e à baixa integração com as “ca- Evidentemente, o Mercosul não é o único processo de
deias produtivas globalizadas”. integração dos países da América do Sul e da América La-
Bom, em primeiro lugar, é preciso afirmar que a Alian- tina, muito embora seja, do nosso ponto de vista, o mais
ça nada mais é que uma jogada de marketing geopolítico completo e o que apresenta maior potencial de construção
que não altera a realidade econômica da América do Sul. de uma cidadania comum.
O Brasil e o Mercosul já têm livre comércio com todos os Há outros processos, inclusive mais antigos que o
países da América do Sul, inclusive os que fazem parte da Mercosul. Alguns são complementares ao Mercosul e se
Aliança. As únicas exceções são a Guiana e o Suriname. reforçam mutuamente. Outros são concorrentes e apresen-
Com o México, o Brasil tem também dois importantes tam um desenho político distinto, que definitivamente não
acordos de preferência comerciais. Além disso, os países aponta para uma verdadeira integração.
da Aliança do Pacífico, por força de acordos firmados no
âmbito da ALADI, têm, há bastante tempo, livre comércio A continuação, fazemos breves comentários sobre os
entre si. Em outras palavras, a Aliança “chove no molha- principais.
do”. a) Comunidade Andina de Nações (CAN)
Em segundo lugar, o Mercosul é um claro sucesso A Comunidade Andina de Nações (em espanhol, Co-
comercial e econômico. Desde a sua criação, em 1991, as munidad Andina de Naciones, abreviado CAN) é um bloco
exportações intrazona aumentaram 13 vezes. Já as expor- econômico sul-americano formado, hoje, por Bolívia, Co-
tações brasileiras para o bloco aumentaram 12 vezes. Nos lômbia, Equador e Peru.
últimos 9 anos, nosso superávit acumulado com o bloco Fundado em 26 de maio de 1969, pelo Acordo de Car-
ascendeu a US$ 45,5 bilhões. Apenas no passado, já con- tagena, o bloco reunia, além dos membros atuais, o Chile.
siderando a Venezuela, o Brasil obteve um superávit de Em 1973, houve a adesão da Venezuela.

51
GEOGRAFIA

O Chile, antigo participante, deixou o bloco em 1976 e Segundo dispõe o texto do Tratado, os seguintes ór-
a Venezuela fez o mesmo em 2006. O bloco foi chamado gãos compõem a estrutura institucional da UNASUL: a)
de Pacto Andino até 1996. A cidade-sede da secretaria é Conselho de Chefes de Estado e de Governo; b) Conselho
Lima, no Peru. de Ministros das Relações Exteriores; c) Conselho de Dele-
A comunidade andina possui 120 milhões de habitan- gados; e d) Secretaria Geral. Está prevista ainda a consti-
tes, em uma área de 4.700,000 quilômetros quadrados, tuição de Conselhos de nível Ministerial e Grupos de Tra-
com um produto interno bruto nominal de 280 bilhões de balho. Todas essas instâncias já se encontram em plena
dólares. atividade.
Em 8 de Dezembro de 2004, os países membros da A UNASUL conta hoje com oito conselhos ministe-
Comunidade Andina assinaram a Declaração de Cuzco, que riais: a) Energia; b) Saúde; c) Defesa; d) Infraestrutura e
lançou as bases da União de Nações Sul-Americanas, en- Planejamento; e) Desenvolvimento Social; f) Problema
tidade que une a Comunidade Andina ao MERCOSUL, em Mundial das Drogas; g) Educação, Cultura, Ciência, Tec-
uma zona de livre comércio continental. nologia e Inovação; h) Economia e Finanças. A UNASUL
Na realidade, hoje a CAN e seu órgão legislativo, o Par- conta ainda com dois Grupos de Trabalho: a) Integração
lamento Andino, já não têm mais relevância econômica e Financeira (agora subordinado ao Conselho de Economia
política. e Finanças); e b) Solução de Controvérsias em Matéria de
Destaque-se que Bolívia e Equador pretendem torna- Investimentos, em cujo âmbito estuda-se a possibilidade
rem-se, em breve, membros plenos do MERCOSUL. de criar mecanismo de arbitragem, Centro de Assessoria
Na América do Sul, o MERCOSUL e a UNASUL são os Legal e código de conduta para membros de tribunais ar-
blocos de maior relevo e consistência estratégica. bitrais.
Entretanto, a principal função da UNASUL é estratégi-
b) UNASUL ca e política. Trata-se de um bloco que pretende tratar os
O Tratado Constitutivo da União das Nações Sul-Ame- temas regionais sem a interferência da grande superpo-
ricanas, que uniu o MERCOSUL e a CAN, representa a cul- tência do planeta, como ocorre, por exemplo, na Organi-
minação de um longo processo histórico, feito de marchas zação dos Estados Americanos (OEA).
e contramarchas, da tão sonhada integração da América Exemplo dessa função foi a resposta concatenada do
do Sul e da América Latina, objetivo que consta da nossa subcontinente no recente episódio envolvendo o avião
Carta Magna. presidencial da Bolívia.
Embora a UNASUL não tenha uma dimensão comercial
econômica própria, como O MERCOSUL, ela tem uma rele- c) CELAC
vante dimensão político-diplomática que já se desdobra na A Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Cari-
conformação de uma geoestratégia comum (lembre-se de benhos (CELAC) tem origem na “Declaração da Cúpula da
seu Conselho de Defesa). Unidade”, adotada pelos Chefes de Estado e de Governo
Para o Brasil, a UNASUL representa a consolidação for- da América Latina e do Caribe durante reunião de Cúpula
mal de seu protagonismo na América do Sul, diretriz-chave realizada na Riviera Maya, México, em fevereiro de 2010.
da sua política externa. Diretriz esta que vem produzindo Naquela ocasião, houve consenso em constituir um
resultados muito positivos. Saliente-se, a esse respeito, que novo mecanismo de concertação política e integração,
a ALADI, organização econômica que congrega os países que abrigará os trinta e três países da América do Sul,
da América do Sul, já absorve cerca de 42 % das nossas América Central e Caribe.
exportações de manufaturados. A CELAC é, na realidade, a herdeira do Grupo do Rio
O Brasil é hoje um ator internacional de primeira gran- e da CALC (Cúpula da América Latina e Caribe sobre Inte-
deza em grande parte porque é um líder regional indiscu- gração e Desenvolvimento).
tível. Ela assumirá, assim, o patrimônio histórico do Grupo
Agregue-se que o projeto do MERCOSUL e o da UNA- do Rio, no que tange à concertação política, e da CALC
SUL não só são compatíveis, como complementares, pois (Cúpula da América Latina e Caribe sobre Integração e
este último agrega política e diplomaticamente países que Desenvolvimento), no que se refere aos assuntos de inte-
ainda não fazem parte (ou não querem fazer parte) da tari- gração física e econômica.
fa externa comum do MERCOSUL (TEC). A convergência da CALC e do Grupo do Rio ocorrerá
A UNASUL tem como objetivo formal construir, de de forma gradual. Ambos os mecanismos manterão suas
maneira participativa e consensual, um espaço de articula- agendas e métodos de trabalho paralelos até a conclusão
ção no âmbito cultural, social, econômico e político entre do processo de construção da CELAC.
seus povos. Prioriza o diálogo político, as políticas sociais, De acordo com o Itamaraty, para o Brasil a CELAC de-
a educação, a energia, a infraestrutura, o financiamento e o verá contribuir para a ampliação tanto do diálogo político,
meio ambiente, entre outros, com vistas a criar a paz e a se- quanto dos projetos de cooperação na América Latina e
gurança, eliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar Caribe. O novo mecanismo também facilitará a conforma-
a inclusão social e a participação cidadã, fortalecer a demo- ção de uma identidade própria regional e de posições la-
cracia e reduzir as assimetrias no marco do fortalecimento tino-americanas e caribenhas comuns sobre integração e
da soberania e independência dos Estados. desenvolvimento.

52
GEOGRAFIA

A dimensão política da CELAC partirá da base construí- Em 29 de abril de 2006, a Bolívia (tendo Evo Morales
da pelo Mecanismo Permanente de Consulta e Concerta- como seu presidente) somou-se ao grupo a partir do Tra-
ção Política, estabelecido no Rio de Janeiro em 1986 e co- tado de Comércio dos Povos, termo que foi acrescentado
nhecido como Grupo do Rio. Concebido como instrumento ao nome oficial do bloco, que resultou na sigla ALBA-TCP.
de articulação política de alto nível, o Grupo do Rio atuou Posteriormente, houve a adesão do Equador, Nicarágua,
tradicionalmente na consolidação da democracia, tendo Honduras (que após o golpe contra Zelaya abandonou o
como pressuposto o bem sucedido trabalho diplomático bloco) e outros países.
dos Grupos de Contadora e de Apoio em favor da paz na Atualmente, a ALBA-TCP é composta por oito países,
América Central. Sua interseção com a CALC é natural, uma sendo que quatro deles possuem governos de matiz so-
vez que, por ser um foro de discussão política, o Grupo cialista. Além de Venezuela, Cuba, Bolívia, aderiram ao
do Rio sempre prescindiu de atuação mais aprofundada na bloco: Nicarágua, Dominica, Equador, Antigua e Barbuda
área econômica e de formas institucionalizadas de coope- e São Vicente e Granadinas.
ração. Hoje em dia, contudo, a ALBA, assim como a CAN,
Os fundadores do Grupo do Rio resolveram delimi- não tem maior expressividade. Seus principais países, Ve-
tar seu escopo de atuação a reuniões de caráter informal, nezuela, Bolívia e Equador, ou já são membros plenos do
destinadas a servir como espaço exclusivamente político, MERCOSUL ou pretendem aderir em breve. Ademais, to-
apropriado para consultas, troca de informações e even- dos eles já fazem parte da UNASUL.
tuais iniciativas conjuntas, decididas sempre por consenso.
Ao longo de mais de duas décadas, foram realizadas vinte e) SICA
Cúpulas, vinte e nove reuniões ministeriais ordinárias e três O Sistema de Integração Centro-Americana (SICA) é o
extraordinárias. Sua temática foi aberta, tratando, em geral, atual quadro institucional do processo de integração re-
de temas importantes para a região. Em suas mais recentes gional na América Central, que foi criado 13 de dezembro
reuniões, o Grupo do Rio abordou questões como a pro- de 1991, com a assinatura do “Protocolo de Tegucigalpa”,
moção dos direitos humanos e o impacto das migrações. firmado por Costa Rica, Guatemala, El Salvador, Honduras,
O Grupo do Rio fortaleceu-se gradualmente como Nicarágua e Panamá.
espaço presidencial privilegiado e como um mecanismo Posteriormente, houve a adesão de Belize. O Brasil
regional representativo da América Latina e do Caribe em participa como observador regional.
relação a outros países e blocos. Os contatos políticos ins- O “Protocolo de Tegucigalpa” é o molde que deu for-
titucionalizados do Grupo do Rio com terceiros promo- ma jurídica à nova América Central, e baseia formalmente
veram o diálogo inter-regional entre autoridades do mais a reunião de experiências, princípios, objetivos e aspira-
alto nível, com o intercâmbio de pontos de vista sobre im- ções da região. No plano político, o SICA se baseia no pro-
portantes temas da agenda internacional. Atualmente, são cesso de pacificação, democratização e desenvolvimento
dezenove parceiros de diálogo com o Grupo do Rio, que que se verificou na América Central, desde 1986.
devem ser herdados pela CELAC: União Europeia, Conselho
de Cooperação do Golfo, China, Rússia, Canadá, Índia, Ja- O “Protocolo de Tegucigalpa” tem o escopo de uma
pão, Coréia do Sul, ASEAN, Israel, Ucrânia, Liga Árabe, G-77, constituição regional.
Grupo GUUAM (Geórgia, Ucrânia, Uzbequistão, Azerbaijão O “Sistema de Integração Centro-Americana (SICA)”
e Moldova), CEI, Austrália, EUA e União Africana. optou por um desenvolvimento de base econômica, so-
Na realidade, a constituição da CELAC significa, em úl- cial, cultural, política e ecológica, com proteção e promo-
tima instância, a projeção estratégica da UNASUL na Amé- ção dos direitos humanos. Ele também tem um inovador
rica Central e no Caribe, áreas que até pouco tempo esta- “Modelo Regional de Segurança Democrática”, o que cria
vam sob a influência quase que exclusiva dos EUA. as condições ideais para os habitantes da região de bene-
ficiar-se igualmente a partir deste desenvolvimento, tendo
d) ALBA como principal objetivo transformar a América Central em
A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América uma região de paz, liberdade, democracia e desenvolvi-
– Tratado de Comércio dos Povos (Alianza Bolivariana para mento.
los Pueblos de Nuestra América – Tratado de Comercio de Para alcançar seus objetivos, propósitos e princípios, o
los Pueblos) ou simplesmente ALBA (antiga Alternativa Bo- Sistema de Integração Centro-Americana tem os seguintes
livariana para as Américas) é uma plataforma de coope- órgãos: a) a Reunião de Presidentes, que é o órgão supre-
ração internacional baseada na ideia da integração social, mo do sistema, composto pelos Presidentes e Chefes de
política e econômica entre os países da América Latina e Governo Constitucional Os Estados-Membros; b) o Conse-
do Caribe. lho de Ministros, composto dos principais ministros, é res-
A ALBA foi constituída na cidade de Havana, capital de ponsável pelo monitoramento do sistema de integração;
Cuba, em 14 de dezembro de 2004, como um acordo entre c) o Comitê Executivo, que é um órgão permanente que
Venezuela e Cuba, tendo as assinaturas dos presidentes de integra um representante de cada um dos Estados-Mem-
ambos os países na época, Hugo Chávez e Fidel Castro. bros e que tem entre suas principais funções assegurar a
Este início deu-se pela colaboração de Cuba ao enviar mé- eficaz implementação das decisões tomadas na reunião
dicos para ajudar no território venezuelano e pela colabo- dos Presidentes; d) a Secretária-geral, cujo titular, o Secre-
ração da Venezuela ao abastecer Cuba com seu petróleo. tário-Geral, é o diretor administrativo do Sistema.

53
GEOGRAFIA

Fazem parte também do Sistema de Integração Centro


-Americana: a) o Parlamento da América Central (Parlacen), C) O ESPAÇO POLÍTICO: FORMAÇÃO
que analisa e faz recomendações sobre os direitos políticos, TERRITORIAL 􀂱 TERRITÓRIO, FRONTEIRAS,
econômicos, sociais e culturais de interesse comum; b) a Cor- FAIXA DE FRONTEIRAS, MAR TERRITORIAL
te Centro-Americana de Justiça, que garante o cumprimento
E ZEE; ESTRUTURA POLÍTICO-
da lei na interpretação e aplicação do Protocolo de Teguci-
galpa e seus instrumentos complementares ou derivados; c) ADMINISTRATIVA, ESTADOS, MUNICÍPIOS,
o Comitê Consultivo, que é composto do setor empresarial, DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
dos trabalhadores, da academia e de outras principais forças FEDERAIS; A DIVISÃO REGIONAL, SEGUNDO
motrizes que representam da sociedade civil. O IBGE, E OS COMPLEXOS REGIONAIS; E
Conforme a Secretaria do SICA, o processo de integra- POLÍTICAS PÚBLICAS.
ção regional tem tido progressos significativos em direção
à criação de uma união aduaneira centro-americana, a qual
substituirá paulatinamente os territórios aduaneiros dos Es-
tados-Membros. Espaço geográfico e política são, ambos, instâncias que
Entretanto, dada à fragilidade e à dependência das eco- se colocam à sociabilidade. Admitir a condição de instân-
nomias da América Central, particularmente no que tange à cia ao espaço e à política significa admitir que ambos
economia dos EUA, o SICA, por si só, dificilmente terá gran- não são elementos passivos à sociedade, mas ativos nela
de relevância. No nosso entendimento, sua relevância po- e por isso mesmo pesam sobre as ações e as decisões
deria ser ampliada com a integração do sistema à CELAC, à dos homens e das mulheres, pois o espaço é social e a
UNASUL e ao MERCOSUL. política também o é. A política age sobre a sociedade,
mas também sobre o espaço. O espaço age sobre a so-
f) CARICOM ciedade, mas também sobre a política. O espaço político
A Comunidade do Caribe (CARICOM), originalmente é, portanto, o espaço cuja dimensão é assegurada pela
Comunidade do Caribe e Mercado Comum, foi criada pelo política, mas que a assegura, via de regra, uma dimensão
Tratado de Chaguaramas, que entrou em vigor em 1 de
espacial cujo epítome é, sem embargo, o território.
Agosto de 1973. Os quatro primeiros signatários foram Bar-
É Ratzel (1983, p. 99) mesmo quem já nos chamava
bados, Jamaica, Guiana e Trinidad & Tobago.
a atenção que “o papel do elemento humano na política
A CARICOM substituiu a Associação de Livre Comércio
não pode ser exatamente apreciado, se não se conhe-
do Caribe (CARIFTA), que tinha sido organizada para propor-
cem às condições às quais a ação política do homem
cionar uma ligação econômica contínua entre os países de
está subordinada”, aqui, apoiado na natureza de sua
língua inglesa.
Escola, certamente se referencia nas determinações do
A Comunidade do Caribe (CARICOM) congrega, hoje, 15
países do Caribe e adjacências. Os propósitos principais da meio sobre o homem que hoje ultrapassam os limites
CARICOM são promover a integração econômica e coopera- físico-naturais. Essas determinações, tal qual o mundo,
ção entre os seus membros, para garantir que os benefícios se complexificaram e se diversificaram, se apresentan-
da integração são equitativamente partilhados, e a coorde- do nos âmbitos cultural, ambiental, histórico, espacial e
nação da política externa. econômico que, por sua vez, subordinam também a ação
Suas principais atividades envolvem a coordenação das política. Mas, adverte Iná de Castro (2012, p. 44):
políticas econômicas e o planejamento do desenvolvimen- “aceitar a existência de uma dimensão política do
to; a elaboração e a instituição de projetos especiais para espaço requer a aceitação prévia da política como uma
os países menos desenvolvidos e o tratamento aos litígios instancia com certo grau de autonomia na vida social, o
comerciais regionais. A sede da Secretaria está baseada em que significa considerar que existem fenômenos políti-
Georgetown, Guiana. cos que, de algum modo, qualificam o espaço”.
Em 2001, os chefes de governo assinaram um Tratado Em termos geográficos as “unidades espaciais po-
de Revisão de Chaguaramas. Parte do tratado revisto inclui dem ser divididas em três tipos: o conjunto supranacio-
a criação e implementação do Tribunal de Justiça do Caribe. nal, o Estado-nação e a unidade interna” (BRITO, 1986,
Desde 2013, a CARICOM, está vinculada à Comissão Euro- p. 19) tendo então, como ponto de corte ao espaço po-
peia, através de um Acordo de Parceria Econômica, assinado lítico, o Estado. Embora um conceito político, o que di-
em 2008. O tratado concede a todos os membros da União fere a análise geográfica do Estado é a reivindicação de
Europeia e CARICOM direitos iguais em termos de comércio sua materialidade, pois “como o Estado não é concebível
e investimento. sem território e sem fronteiras, constitui-se bastante ra-
Entretanto, os progressos internos da CARICOM têm pidamente uma geografia política” (RATZEL, 1983, p. 93).
sido bastante tímidos, dadas as limitações dessas economias A dinâmica política deve ser avaliada na Geografia, en-
regionais. tão, a partir das relações internas ao Estado, ao mesmo
tempo encarada como parte de uma estrutura maior, o
Fonte: http://brasilnomundo.org.br/analises-e-opi- global. Por isso “em caso algum existe uma linha divisória
niao/o-mercosul-e-os-processos-de-integracao-da-ameri- acentuadamente nítida entre o funcionamento interno e
ca-do-sul-e-da-america-latina-integracao-pela-cidadania externo do Estado” (MOODIE, 1965, p. 12), afinal uma
-ou-desintegracao-pelas-assimetrias/#.WQngE_nyvIU revolução cubana tem impactos na política brasileira, as-

54
GEOGRAFIA

sim como também a tem uma geada nos Estados Unidos. Além dos tratados e convenções a seguir, a própria
Todavia o esforço teórico pode também caminhar para Constituição Cidadã prevê, em seu art. 20, a preocupação
garantir à Geografia Política a análise espacial da política no tocante a essa faixa de mar:
interna ao Estado, enquanto à Geopolítica, as relações “São bens da União: V – os recursos naturais da pla-
internacionais (COSTA, 1992). taforma continental e da zona econômica exclusiva. VI – o
Armando Corrêa da Silva (1984, p. 103) afirma que mar territorial. (...) §1º É assegurada, nos termos da lei, aos
“o espaço político é um espaço humano que se realiza Estados, (...) participação no resultado da exploração de pe-
como domínio do espaço produzido” e essa produção é tróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de ge-
atravessada por diversos atores cada um com seu “siste- ração de energia elétrica e de outros recursos minerais no
ma de objetivos e sistema de ações” (RAFFESTIN, 1993), respectivo território, plataforma continental, mar territorial
sendo um desses atores, mas não o único, o Estado. “O ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira
papel das instituições políticas como forças organizado- por essa exploração”. (Art. 20, inc. V e VI e §1, CRFB/1988)
ras do território” (CASTRO, 2012, p. 55) é fundamental no (grifo do autor)
fato político, mas incompleto. O que a corrente da Geo- Mas foi a Convenção das Nações Unidas sobre o Di-
grafia Crítica, aliás, a corrente mais politizada no campo reito do Mar (CNUDM), assinada no dia 10 de dezembro
da disciplina, nos legou foram grandes estudos sobre o de 1982, em Montego Bay (Jamaica), e em vigor, interna-
papel das empresas na dinâmica dos governos, dos Esta- cionalmente, desde 16 de novembro de 1994, que trouxe
dos e dos territórios. Desde que os poderes ideológicos o grande embasamento político-jurídico, estabelecendo a
e políticos foram subordinados ao econômico (BOBBIO “fronteira marítima” dos Estados costeiros.
& NOGUEIRA, 1987), os agentes econômicos se trans- Apesar de assinada apenas em 1982, o início da formu-
formaram numa poderosa força política institucional e lação da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
extra institucional, cuja síntese pode ser visualizada nas Mar deu-se a partir de 1958, em Genebra, na Suíça. Toda-
composições dos regimes de governos. via, esta primeira tentativa malogrou, tendo sido necessária
A Geografia Política presa ao plano institucional, por mais duas reuniões para, enfim, ser concluída a Convenção.
excelência não dá conta dos fatos políticos não-institu- Na introdução da CNUDM, mais precisamente em seu
cionalizados, muito pelo contrário, os sujeitos políticos preâmbulo, já se detecta os principais objetivos e fomen-
que se organizam de fora da lógica do Estado, isto é, tadores de sua existência. Abaixo seguem alguns trechos:
na sociedade civil, se organizados politicamente a partir “Animados do desejo de solucionar, num espírito de
de uma pauta fundiária vão para gaveta da Geografia compreensão e cooperação mútuas, todas as questões re-
Agrária, se no plano urbano vão para a Geografia Urba- lativas ao direito do mar (...). Reconhecendo a conveniência
na, se no plano partidário vão para Geografia Eleitoral, de estabelecer por meio desta Convenção, com a devida
sobrando assim, à Geografia Política, obviamente, o viés consideração pela soberania de todos os Estados, uma or-
institucional. A organização política do espaço não se re- dem jurídica para os mares e oceanos (...) e promova os
sume ao Estado e sua institucionalidade, o Estado é um usos pacíficos (...), a utilização equitativa e eficiente de seus
ator com uma intencionalidade (ou interesse) político recursos, a conservação dos recursos vivos e o estudo, a
dentro de um “sistema de objetivos” cuja materialização proteção e a preservação do meio marinho (...).”. (CNUDM,
no espaço opera por meio do “sistema de ações”, como 1982, Preâmbulo)
nos ensina Raffestin (1993). Antes mesmo da assinatura da CNUDM, segundo
A ideia de sistema de interesses políticos pressupõe RANGEL (2005), as nações já estabeleciam como princípio
uma amarração das intencionalidades de mais de um consagrado, por meio da Resolução nº 2.749 (XXV), de 17
ator via um sistema de objetivos que se realiza no territó- de dezembro de 1970, da Assembleia Geral das Nações
rio por um sistema de ações, não à toa, Raffestin (1993, p. Unidas, o seguinte:
63) definiu o território, numa concepção política, como “(...) os fundos marinhos e oceânicos e o seu subsolo
um sistema de objetos e um sistema de ações. Se o espa- para além dos limites de jurisdição nacional, bem como os
ço político for admitido nessa concepção política, isto é, respectivos recursos são patrimônio comum da humanida-
numa análise sistêmica de espaço produzido por agen- de e que a exploração e o aproveitamento dos mesmos
tes, a Geografia Política terá que dá conta de análises serão feitos em benefício da humanidade em geral, inde-
mais amplas que as das ações do institucionais do Esta- pendentemente da situação geográfica dos Estados”. (Res.
do, não o abandonando, mas terá que dá conta também n. 2.749, 1970, ONU, apud Vicente Marotta Rangel, 2005, p.
das políticas econômicas das empresas e dos Estados e 249-) (grifo do autor)
das políticas feitas na ordem da sociedade civil, tendo No Brasil, a CNUDM foi aprovada pelo Congresso Na-
que passar, portanto, obrigatoriamente, pela análise das cional ainda em 1987, tendo sido ratificada a 22 de dezem-
organizações populares. bro de 1988 e promulgada pelo Decreto n. 1.530, de 22 de
Tarefa colocada á Geografia Política, então, é de ana- junho de 1995. Todavia, segundo Francisco Rezek, a Lei n.
lisar a dimensão política conformadora do espaço a par- 8.617/93 já havia causado algumas alterações: a redução
tir de três esferas: a do Estado, a das empresas e a da da extensão do Mar Territorial (de 200 para as 12 milhas
sociedade civil. marítimas) e a adoção do conceito de Zona Econômica Ex-
Fonte: http://ripe.ufba.br/cogu/blog/espaco-politico clusiva (ZEE), correspondente as 188 milhas adjacentes ao
-e-geografia-pontuando-alguns-elementos Mar Territorial.

55
GEOGRAFIA

Na verdade, os conceitos utilizados pela Convenção Mas lembra também os doutrinadores que essa relati-
não trouxeram, expressamente, o termo fronteira, mas sim vização – a passagem inocente – deve ser rápida e contínua,
algumas definições que amalgamaram a extensão da so- vez que há proibição de realização de manobras militares,
berania e a possibilidade de exploração econômica de um atos de propaganda, pesquisas e buscas de informações,
país no mar – seus limites. atividade de pesca, levantamentos hidrográficos etc.

2.4.1 MAR TERRITORIAL 2.4.2 ZONA CONTÍGUA

O primeiro e importantíssimo conceito trata do Mar O segundo conceito criado pela CNUDM foi o de Zona
Territorial. Segundo J. F. Rezek (2005, p. 307) Mar Territo- Contígua, que é uma área reservada às medidas de fiscali-
rial “é a extensão da soberania do Estado costeiro além de zação, no que concernir à alfândega, à imigração, à saúde
seu território e de suas águas interiores”. Para este autor, e, ainda, à disciplina regulamentar dos portos e do trânsito
dentro desse conceito estão abrangidos o leito do mar, o pelas águas territoriais. Essa Zona não poderá ir além das
24 milhas marítimas, contadas da mesma linha de base do
respectivo subsolo e, ainda, o espaço aéreo sobrejacente.
Mar Territorial. Isso é o que consta do art. 33 da CNUDM.
Rezek construiu essa definição a partir dos arts. 2º e 3º,
É, portanto, na Zona Contígua que o Estado costeiro
ambos da CNUDM.
exerce ações de natureza preventiva, visando impedir a
Essa ideia de soberania do Estado costeiro está intrin-
ocorrência de delitos ou de outras anormalidades no ter-
secamente ligada ao imperativo de defesa do território. ritório nacional. É o caso, verbi gratia, das inspeções sa-
Para se ter uma noção acerca de sua importância, ao rom- nitárias em navios, para fins de conferência da qualidade
per do século XVIII adotava-se três milhas náuticas marí- dos gêneros transportados, ou das barreiras fitossanitárias
timas como Mar Territorial. Isso se justificava pelo alcance criadas, eventualmente, com a finalidade de impedir algu-
máximo da artilharia costeira à época. ma epidemia no território (nos últimos anos destacam-se
No século XX, e por volta da II Guerra Mundial (II GM), a da gripe aviária e, mais recentemente, a da gripe suína).
alguns Estados estenderam – sempre mediantes atos uni- Nessa faixa de 12 milhas náuticas, após o Mar Terri-
laterais – a largura dessa área (4, 6, 9 e mesmo 12 milhas torial, é que o País costeiro também inibe a entrada de
náuticas marítimas). imigrantes ilegais (de forma clandestina) no seu território,
A partir de 1952, diversos países da América Latina – a ou, ainda, evita que seres humanos sejam transportados
começar pelo Chile, Equador e Peru – decidiram estender de forma degradante, remontando-se, de certo modo, ao
esse limite até as duzentas milhas, correspondendo a 370 período do tráfico negreiro. Também nos últimos anos,
quilômetros, aproximadamente. Justificaram, tais países, inúmeros foram os casos de imigrantes clandestinos (a
essa medida, tendo em vista as necessidades de ordem maioria africanos) terem adentrado o território brasileiro,
econômica. Nesse caso é fácil perceber o grande motivo: utilizando-se como porta de acesso o mar, mesmo com a
os três países têm como parte substancial de suas econo- fiscalização e o controle já existente.
mias a pesca industrial em águas salgadas, sobretudo pelo Dentro desse aspecto, convém trazer à tona a recente
aproveitamento da qualidade e da quantidade do pescado, edição da Lei Complementar (LC) Nr 136, de 25 de agosto
como consequência da corrente marítima fria de Humboldt de 2010, que fez alterações importantes na LC 97, a qual
(ou do Peru) e da existência de uma área de ressurgência. dispõe sobre as normas gerais para a organização, o pre-
Os Estados Unidos não ficaram para trás: também logo paro e o emprego das Forças Armadas. Com base nessas
após a II GM reivindicaram o limite de 200 milhas para o alterações, a Marinha do Brasil (MB) recebera uma série de
mar territorial, “tendo em vista a necessidade de proteger atribuições subsidiárias para a fiscalização e o maior con-
o seu território contra armas de longo alcance” (MATTOS, trole sobre essa porção territorial: tratou-se da extensão do
poder de polícia - preventivo ou repressivo - a esta Força
1990, p. 70).
Armada.
O Brasil adotara o critério das 200 milhas náuticas, por
Seguiu tais alterações o já proposto e modificado pela
lei, apenas em março de 1970, tendo sido o 9º país da re-
LC Nr 117/2004, a qual atribuía apenas ao Exército o poder
gião a adotar esta medida. Mas essa extensão e delimi-
de polícia na faixa de fronteira terrestre do País [01], de for-
tação não ocorreram apenas na América Latina: na Guiné, ma integrada ou não. Agora, com o advento dessa nova LC,
fixou-se 80 milhas; na Islândia, 50 (o que, inclusive, lhe cus- as Três Forças estão legitimadas a atuarem com esse poder
tara um litígio com a Grã-Bretanha). na faixa fronteiriça [02].
Portanto, tem-se como Mar Territorial a faixa adjacente
ao litoral de 12 milhas náuticas, a contar da linha de base 2.4.3 ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA
do território. Por sua vez, linha de base é a linha litorânea
de maré mais baixa (baixa-mar). O terceiro conceito, agora muito mais ligado à explora-
A doutrina, baseada na CNUDM, alerta que essa sobe- ção econômica, vem ser o de ZEE (Zona Econômica Exclu-
rania não é absoluta como a do território, pois está sub- siva). Segundo Rezek (2005, p. 303-) é “uma faixa adjacente
metida a alguns senões. Como por exemplo, há o direito ao Mar Territorial e cuja largura máxima é de 188 milhas
de passagem inocente, reconhecido em favor dos navios náuticas contadas a partir do limite exterior daquele, com o
– mercantes ou de guerra – de qualquer Estado. que perfazem 200 milhas, a partir da linha de base”.

56
GEOGRAFIA

O art. 56, da CNUDM, expõe os direitos concernentes Ainda assim, inegável, pela redação do caput do artigo
ao Estado costeiro sobre essa faixa de água. Inclui-se a 18, CF, que o Brasil adota um modelo de Estado Federado
soberania, no que diz respeito à exploração e ao aprovei- no qual são considerados entes federados e, como tais, au-
tamento, a conservação e a gestão dos recursos naturais, tônomos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar cípios. Esta autonomia se reflete tanto numa capacidade de
e seu subsolo. Também autoriza a investigação científica auto-organização (normatização própria) quanto numa ca-
marinha e a produção de energia, a partir da água, das cor- pacidade de autogoverno (administrar-se pelos membros
rentes e dos ventos, e atribui como um dever a proteção e eleitos pelo eleitorado da unidade federada).
a preservação do meio marinho.
Apenas levando-se em conta essa Zona com fins de Artigo 18, §1º, CF. Brasília é a Capital Federal.
exploração econômica e pesquisa científica, soma-se
para o Poder Nacional brasileiro uma área de cerca de Brasília é a capital da República Federativa do Brasil,
3.500.000Km2 sendo um dos municípios que compõem o Distrito Federal.
Fonte: https://jus.com.br/artigos/17519/o-direito-do O Distrito Federal tem peculiaridades estruturais, não sen-
-mar-e-a-fronteira-maritima-brasileira. do nem um Município, nem um Estado, tanto é que o caput
deste artigo 18 o nomeia em separado. Trata-se, assim, de
unidade federativa autônoma.
Da organização político-administrativa
O artigo 18 da Constituição Federal tem caráter genéri-
Artigo 18, §2º, CF. Os Territórios Federais integram a
co e regulamenta a organização político-administrativa do
União, e sua criação, transformação em Estado ou reinte-
Estado. Basicamente, define os entes federados que irão gração ao Estado de origem serão reguladas em lei comple-
compor o Estado brasileiro. mentar.
Neste dispositivo se percebe o Pacto Federativo firma-
do entre os entes autônomos que compõem o Estado bra- Apesar dos Territórios Federais integrarem a União,
sileiro. Na federação, todos os entes que compõem o Es- eles não podem ser considerados entes da federação, logo
tado têm autonomia, cabendo à União apenas concentrar não fazem parte da organização político-administrativa,
esforços necessários para a manutenção do Estado uno. não dispõem de autonomia política e não integram o Es-
O pacto federativo brasileiro se afirmou ao inverso do tado Federal. São meras descentralizações administrativo-
que os Estados federados geralmente se formam. Trata-se territoriais pertencentes à União. A Constituição Federal de
de federalismo por desagregação – tinha-se um Estado 1988 aboliu todos os territórios então existentes: Fernando
uno, com a União centralizada em suas competências, e di- de Noronha tornou-se um distrito estadual do Estado de
vidiu-se em unidades federadas. Difere-se do denominado Pernambuco, Amapá e Roraima ganham o status integral
federalismo por agregação, no qual unidades federativas de Estados da Federação.
autônomas se unem e formam um Poder federal no qual
se concentrarão certas atividades, tornando o Estado mais Artigo 18, §3º, CF. Os Estados podem incorporar-se en-
forte (ex.: Estados Unidos da América). tre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem
No federalismo por agregação, por já vir tradicional- a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
mente das bases do Estado a questão da autonomia das mediante aprovação da população diretamente interessa-
unidades federadas, percebe-se um federalismo real na da, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
prática. Já no federalismo por desagregação nota-se uma complementar.
persistente tendência centralizadora.
Prova de que nem mesmo o constituinte brasileiro en- Artigo 18, §4º, CF. A criação, a incorporação, a fusão
tendeu o federalismo que estava criando é o fato de ter e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
colocado o município como entidade federativa autônoma. estadual, dentro do período determinado por Lei Comple-
mentar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
No modelo tradicional, o pacto federativo se dá apenas en-
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após
tre União e estados-membros, motivo pelo qual a doutrina
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresenta-
afirma que o federalismo brasileiro é atípico.
dos e publicados na forma da lei.
Além disso, pelo que se desprende do modelo de di-
visão de competências a ser estudado neste capítulo, aca- Como se percebe pelos dispositivos retro, é possível
bou-se esvaziando a competência dos estados-membros, criar, incorporar e desmembrar os Estados-membros e os
mantendo uma concentração de poderes na União e distri- Municípios. No caso dos Estados, exige-se plebiscito e lei
buindo vasta gama de poderes aos municípios. federal. No caso dos municípios, exige-se plebiscito e lei
estadual.
Art. 18, caput, CF. A organização político-administra- Ressalta-se que é aceita a subdivisão e o desmembra-
tiva da República Federativa do Brasil compreende a União, mento no âmbito interno, mas não se permite que uma
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos au- parte do país se separe do todo, o que atentaria contra o
tônomos, nos termos desta Constituição. pacto federativo.

57
GEOGRAFIA

Art. 19, CF. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Artigo 103, CC. O uso comum dos bens públicos pode
Federal e aos Municípios: ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido le-
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio- galmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com
eles ou seus representantes relações de dependência ou Os bens da União estão enumerados no artigo 20 e
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de inte- os bens dos Estados-membros no artigo 26, ambos da
resse público; Constituição, que seguem abaixo. Na divisão de bens es-
II - recusar fé aos documentos públicos; tabelecida pela Constituição Federal denota-se o caráter
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências en- residual dos bens dos Estados-membros porque exige-se
tre si. que estes não pertençam à União ou aos Municípios.

Embora o artigo 19 traga algumas vedações expressas Artigo 20, CF. São bens da União:
aos entes federados, fato é que todo o sistema constitucio- I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vie-
nal traz impedimento à atuação das unidades federativas rem a ser atribuídos;
e de seus administradores. Afinal, não possuem liberdade II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
para agirem como quiserem e somente podem fazer o que fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
a lei permite (princípio da legalidade aplicado à Adminis- federais de comunicação e à preservação ambiental, defi-
tração Pública). nidas em lei;
Repartição de competências e bens III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
O título III da Constituição Federal regulamenta a orga- terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Es-
nização do Estado, definindo competências administrativas tado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam
e legislativas, bem como traçando a estrutura organizacio- a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os
nal por ele tomada. terrenos marginais e as praias fluviais;
Bens Públicos são todos aqueles que integram o pa- IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes
com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceâni-
trimônio da Administração Pública direta e indireta, sendo
cas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a
que todos os demais bens são considerados particulares.
sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao ser-
Destaca-se a disciplina do Código Civil:
viço público e a unidade ambiental federal, e as referidas
no art. 26, II; 
Artigo 98, CC. São públicos os bens de domínio nacional
V - os recursos naturais da plataforma continental e
pertencentes as pessoas jurídicas de direito público interno;
da zona econômica exclusiva;
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
VI - o mar territorial;
pertencerem.
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
Artigo 99, CC. São bens públicos: IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar-
estradas, ruas e praças; queológicos e pré-históricos;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
destinados a serviço ou estabelecimento da administração § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao
federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
suas autarquias; administração direta da União, participação no resulta-
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das do da exploração de petróleo ou gás natural, de recur-
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito sos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. outros recursos minerais no respectivo território, platafor-
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, con- ma continental, mar territorial ou zona econômica exclusi-
sideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas ju- va, ou compensação financeira por essa exploração.
rídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de
direito privado. largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como faixa de fronteira, é considerada fundamental para
Artigo 100, CC. Os bens públicos de uso comum do defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto con- serão reguladas em lei.
servarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Artigo 26, CF. Incluem-se entre os bens dos Estados:
Artigo 101, CC. Os bens públicos dominicais podem ser I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
alienados, observadas as exigências da lei. emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na for-
ma da lei, as decorrentes de obras da União;
Artigo 102, CC. Os bens públicos não estão sujeitos a II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que es-
usucapião. tiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da
União, Municípios ou terceiros;

58
GEOGRAFIA

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura
União; aeroportuária;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
da União. entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que trans-
ponham os limites de Estado ou Território;
Competência material e legislativa da União, Esta- e) os serviços de transporte rodoviário interestadual
dos e Municípios e internacional de passageiros;
1) Competência organizacional-administrativa ex- f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
clusiva da União XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis-
A Constituição Federal, quando aborda a competência tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
da União, traz no artigo 21 a expressão “compete à União” e Defensoria Pública dos Territórios;
no artigo 22 a expressão “compete privativamente à União”. XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia mi-
Neste sentido, questiona-se se a competência no artigo 21 litar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Fede-
seria privativa. Obviamente, não seria compartilhada, pois ral, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
os casos que o são estão enumerados no texto constitu- Federal para a execução de serviços públicos, por meio de
cional. fundo próprio;
Com efeito, entende-se que o artigo 21, CF, enumera XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatísti-
competências exclusivas da União. Estas expressões que ca, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
a princípio seriam sinônimas assumem significado diverso. XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
Privativa é a competência da União que pode ser delegada diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
a outras unidades federadas e exclusiva é a competência da XVII - conceder anistia;
União que somente pode ser exercida por ela. XVIII - planejar e promover a defesa permanente con-
O artigo 21, que traz as competências exclusivas da tra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
União, trabalha com questões organizacional-administrati- inundações;
vas.
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
Artigo 21, CF. Compete à União:
de seu uso;
I - manter relações com Estados estrangeiros e parti-
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urba-
cipar de organizações internacionais;
no, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
urbanos;
III - assegurar a defesa nacional;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional nacional de viação;
ou nele permaneçam temporariamente; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero-
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a portuária e de fronteiras;
intervenção federal; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
material bélico; pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a in-
VII - emitir moeda; dustrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fisca- derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
lizar as operações de natureza financeira, especialmente as a) toda atividade nuclear em território nacional so-
de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e mente será admitida para fins pacíficos e mediante aprova-
de previdência privada; ção do Congresso Nacional;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais b) sob regime de permissão, são autorizadas a comer-
de ordenação do território e de desenvolvimento econô- cialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e
mico e social; usos médicos, agrícolas e industriais;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, con- comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
cessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos igual ou inferior a duas horas;
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, d) a responsabilidade civil por danos nucleares inde-
a criação de um órgão regulador e outros aspectos institu- pende da existência de culpa;
cionais; XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do tra-
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, balho;
concessão ou permissão: XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exer-
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e ima- cício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
gens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o apro- Envolve a competência organizacional-administrativa
veitamento energético dos cursos de água, em articulação da União a atuação regionalizada com vistas à redução das
com os Estados onde se situam os potenciais hidroener- desigualdade regionais, descrita no artigo 43 da Constitui-
géticos; ção Federal:

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GEOGRAFIA

Artigo 43, CF. Para efeitos administrativos, a União po- XIV - populações indígenas;
derá articular sua ação em um mesmo complexo geoeco- XV - emigração e imigração, entrada, extradição e
nômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redu- expulsão de estrangeiros;
ção das desigualdades regionais. XVI - organização do sistema nacional de emprego e
§ 1º Lei complementar disporá sobre: condições para o exercício de profissões;
I - as condições para integração de regiões em desen- XVII - organização judiciária, do Ministério Públi-
volvimento; co do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria
II - a composição dos organismos regionais que exe- Pública dos Territórios, bem como organização adminis-
cutarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos trativa destes
planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de
aprovados juntamente com estes. geologia nacionais;
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da
outros, na forma da lei: poupança popular;
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens XX - sistemas de consórcios e sorteios;
de custos e preços de responsabilidade do Poder Público; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
II - juros favorecidos para financiamento de atividades bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias
prioritárias; militares e corpos de bombeiros militares;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de XXII - competência da polícia federal e das polícias ro-
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; doviária e ferroviária federais;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e XXIII - seguridade social;
social dos rios e das massas de água represadas ou repre- XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
sáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. XXV - registros públicos;
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União in- XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
centivará a recuperação de terras áridas e cooperará com XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em
os pequenos e médios proprietários rurais para o estabele- todas as modalidades, para as administrações públicas di-
cimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena retas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
irrigação. Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
2) Competência legislativa privativa da União nos termos do art. 173, § 1°, III; 
A competência legislativa da União é privativa e, sendo XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
assim, pode ser delegada. As matérias abaixo relacionadas marítima, defesa civil e mobilização nacional;
somente podem ser legisladas por atos normativos com XXIX - propaganda comercial.
abrangência nacional, mas é possível que uma lei comple- Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar
mentar autorizar que determinado Estado regulamente os Estados a legislar sobre questões específicas das ma-
questão devidamente especificada. térias relacionadas neste artigo.

Artigo 22, CF. Compete privativamente à União legislar 3) Competência organizacional-administrativa


sobre: compartilhada
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleito- União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios
ral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do tra- compartilham certas competências organizacional-ad-
balho; ministrativas. Significa que qualquer dos entes federados
II - desapropriação; poderá atuar, desenvolver políticas públicas, nestas áreas.
III - requisições civis e militares, em caso de iminente Todas estas áreas são áreas que necessitam de atuação in-
perigo e em tempo de guerra; tensa ou vigilância constantes, de modo que mediante ges-
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e tão cooperada se torna possível efetivar o máximo possível
radiodifusão; os direitos fundamentais em casa uma delas.
V - serviço postal; Artigo 23, CF. É competência comum da União, dos Es-
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garan- tados, do Distrito Federal e dos Municípios:
tias dos metais; I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferên- instituições democráticas e conservar o patrimônio pú-
cia de valores; blico;
VIII - comércio exterior e interestadual; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção
IX - diretrizes da política nacional de transportes; e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, ma- III - proteger os documentos, as obras e outros bens
rítima, aérea e aeroespacial; de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
XI - trânsito e transporte; paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e me- IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracte-
talurgia; rização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; artístico ou cultural;

60
GEOGRAFIA

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à edu- § 1º No âmbito da legislação concorrente, a com-


cação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; petência da União limitar-se-á a estabelecer normas
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição gerais.
em qualquer de suas formas; § 2º A competência da União para legislar sobre nor-
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; mas gerais não exclui a competência suplementar dos
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar Estados.
o abastecimento alimentar; § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os
IX - promover programas de construção de moradias Estados exercerão a competência legislativa plena, para
e a melhoria das condições habitacionais e de sanea- atender a suas peculiaridades.
mento básico; § 4º A superveniência de lei federal sobre normas
X - combater as causas da pobreza e os fatores de gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
marginalização, promovendo a integração social dos seto- for contrário.
res desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de O estudo das competências concorrentes permite vis-
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e lumbrar os limites da atuação conjunta entre União, Esta-
minerais em seus territórios; dos e Distrito Federal no modelo Federativo adotado no
XII - estabelecer e implantar política de educação para Brasil, visando à obtenção de uma homogeneidade nacio-
a segurança do trânsito. nal, com preservação dos pluralismos regionais e locais.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas O cerne da distinção da competência entre os entes
para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito federados repousa na competência da União para o esta-
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do de- belecimento de normas gerais. A competência legislativa
senvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. dos Estados-membros e dos Municípios nestas questões
é suplementar, ou seja, as normas estaduais agregam de-
4) Competência legislativa compartilhada talhes que a norma da União não compreende, notada-
Além de compartilharem competências organizacional mente trazendo peculiaridades regionais.
-administrativas, os entes federados compartilham com-
No caso do artigo 24, CF, a União dita as normas ge-
petência para legislar sobre determinadas matérias. Entre-
rais e as normas suplementares ficam por conta dos Esta-
tanto, excluem-se do artigo 24, CF, os entes federados da
dos, ou seja, as peculiaridades regionais são normatizadas
espécie Município, sendo que estes apenas legislam sobre
pelos Estados. As normas estaduais, neste caso, devem
assuntos de interesse local.
guardar uma relação de compatibilidade com as normas
federais (relação hierárquica). Diferentemente da compe-
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Fe-
tência comum em que as leis estão em igualdade de con-
deral legislar concorrentemente sobre:
dições, uma não deve subordinação à outra.
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, eco-
nômico e urbanístico; Entretanto, os Estados não ficam impedidos de criar
II - orçamento; leis regulamentadoras destas matérias enquanto a União
III - juntas comerciais; não o faça. Sobrevindo norma geral reguladora, perdem
IV - custas dos serviços forenses; a eficácia os dispositivos de lei estadual com ela incom-
V - produção e consumo; patível.
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da nature-
za, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio 5) Limitações e regras mínimas aplicáveis à com-
ambiente e controle da poluição; petência organizacional-administrativa autônoma dos
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artís- Estados-membros
tico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, Artigo 25, CF. Os Estados organizam-se e regem-se
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, pelas Constituições e leis que adotarem, observados os
histórico, turístico e paisagístico; princípios desta Constituição.
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, § 1º São reservadas aos Estados as competências que
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
X - criação, funcionamento e processo do juizado de § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me-
pequenas causas; diante concessão, os serviços locais de gás canalizado,
XI - procedimentos em matéria processual; na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; a sua regulamentação. 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar,
XIV - proteção e integração social das pessoas porta- instituir regiões metropolitanas, aglomerações urba-
doras de deficiência; nas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de
XV - proteção à infância e à juventude; municípios limítrofes, para integrar a organização, o pla-
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das po- nejamento e a execução de funções públicas de interesse
lícias civis. comum.

61
GEOGRAFIA

O documento que está no ápice da estrutura norma- 6) Limitações e regras mínimas aplicáveis à com-
tiva de um Estado-membro é a Constituição estadual. Ela petência organizacional-administrativa autônoma dos
deve guardar compatibilidade com a Constituição Federal, Municípios
notadamente no que tange aos princípios nela estabeleci- Os Municípios gozam de autonomia no modelo fede-
dos, sob pena de ser considerada norma inconstitucional. rativo brasileiro e, sendo assim, possuem capacidade de
A competência do Estado é residual – tudo o que não auto-organização, normatização e autogoverno.
obrigatoriamente deva ser regulamentado pela União ou Notadamente, mediante lei orgânica, conforme se
pelos Municípios, pode ser legislado pelo Estado-membro, extrai do artigo 29, caput, CF, o Município se normatiza,
sem prejuízo da já estudada competência legislativa con- devendo esta lei guardar compatibilidade tanto com a
corrente com a União. Constituição Federal quanto com a respectiva Constituição
O §3º do artigo 25 regulamenta a conurbação, que estadual. O dispositivo mencionado traça, ainda, regras mí-
abrange regiões metropolitanas (um município, a metró- nimas de estruturação do Poder Executivo e do Legislativo
pole, está em destaque) e aglomerações urbanas (não há municipais.
município em destaque), e as microrregiões (não conur- Por exemplo, só haverá eleição de segundo turno se o
badas, mas limítrofes, geralmente identificada por bacias município tiver mais de duzentos mil habitantes. Destaca-
hidrográficas). se, ainda, a exaustiva regra sobre o número de vereadores
A estrutura e a organização dos Poderes Legislativo e e a questão dos subsídios. Incidente, também a regra sobre
Executivo no âmbito do Estado-membro é detalhada na o julgamento do Prefeito pelo Tribunal de Justiça.
Constituição estadual, mas os artigos 27e 28 trazem bases O artigo 29-A, CF, por seu turno, detalha os limites de
regulamentadoras que devem ser respeitadas. despesas com o Poder Legislativo municipal, permitindo a
responsabilização do Prefeito e do Presidente da Câmara
Artigo 27, CF. O número de Deputados à Assembleia por violação a estes limites.
Legislativa corresponderá ao triplo da representação do
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de Artigo 29, CF. O Município reger-se-á por lei orgâni-
trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os De-
ca, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
putados Federais acima de doze.
dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios esta-
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição
belecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, re-
Estado e os seguintes preceitos:
muneração, perda de mandato, licença, impedimentos
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
e incorporação às Forças Armadas.
para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e si-
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado
multâneo realizado em todo o País;
por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão
de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabe- II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
lecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término
o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do
153, § 2º, I. art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre eleitores; 
seu regimento interno, polícia e serviços administrati- III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de
vos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos. janeiro do ano subsequente ao da eleição;
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no proces- IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
so legislativo estadual. observado o limite máximo de:  (Vide ADIN 4307)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000
Artigo 28, CF. A eleição do Governador e do Vice-Go- (quinze mil) habitantes; 
vernador de Estado, para mandato de quatro anos, reali- b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de
zar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
turno, e no último domingo de outubro, em segundo habitantes; 
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de
de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, habitantes; 
o disposto no art. 77.  d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir ou- 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta
tro cargo ou função na administração pública direta ou mil) habitantes; 
indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de
e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e vinte mil) habitantes; 
dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cen-
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. to sessenta mil) habitantes; 

62
GEOGRAFIA

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respec-
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 tivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subse-
(trezentos mil) habitantes;  quente, observado o que dispõe esta Constituição, observa-
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais dos os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (qua- seguintes limites máximos: 
trocentos e cinquenta mil) habitantes;  a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de subsídio dos Deputados Estaduais; 
até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;  b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habi-
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (sete- trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
centos cinquenta mil) habitantes;  c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil ha-
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
900.000 (novecentos mil) habitantes; 
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil ha-
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um
a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
milhão e cinquenta mil) habitantes; 
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponde-
até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;  rá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes,
de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e
até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) ha- cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
bitantes;  VII - o total da despesa com a remuneração dos Ve-
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de readores não poderá ultrapassar o montante de cinco por
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitan- cento da receita do Município; 
tes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habi- VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opi-
tantes;  niões, palavras e votos no exercício do mandato e na cir-
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais cunscrição do Município; 
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;  vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Consti-
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de tuição para os membros do Congresso Nacional e na Consti-
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes tuição do respectivo Estado para os membros da Assembleia
e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- Legislativa; 
tantes;  X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Jus-
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de tiça; 
mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras
tantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;  da Câmara Municipal; 
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios XII - cooperação das associações representativas no
de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até planejamento municipal; 
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; 
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleito-
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; 
rado; 
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de
mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos
6.000.000 (seis milhões) de habitantes;  do art. 28, parágrafo único (assumir outro cargo). 
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até Artigo   29-A, CF.   O total da despesa do Poder Le-
7.000.000 (sete milhões) de habitantes;  gislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar
de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e   tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício
mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;  anterior: 
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Se- I - 7% (sete por cento) para Municípios com população
cretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câma- de até 100.000 (cem mil) habitantes;  (Redação dada pela
ra Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)   (Pro-
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;  dução de efeito)

63
GEOGRAFIA

II - 6% (seis por cento) para Municípios com população A fiscalização dos Municípios se dá tanto no âmbito
entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;  interno quanto no externo. Externamente, é exercida pelo
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com popula- Poder Legislativo com auxílio de Tribunal de Contas. A cons-
ção entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhen- tituição, no artigo 31, CF, veda a criação de novos Tribunais
tos mil) habitantes;  de Contas municipais, mas não extingue os já existentes.
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento)
para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos Artigo 31, CF. A fiscalização do Município será exer-
mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;  cida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante contro-
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com popu- le externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
lação entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito Executivo Municipal, na forma da lei.
milhões) de habitantes;  § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exer-
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para cido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados
Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Con-
e um) habitantes.  tas dos Municípios, onde houver.
§ 1o  A Câmara Municipal não gastará mais de se- § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente
tenta por cento de sua receita com folha de pagamento, sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar,
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.  só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
§ 2o  Constitui crime de responsabilidade do Prefeito membros da Câmara Municipal.
Municipal:  § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
I - efetuar repasse que supere os limites definidos nes- dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
te artigo;  para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou  legitimidade, nos termos da lei.
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou
na Lei Orçamentária.  órgãos de Contas Municipais.
§ 3o  Constitui crime de responsabilidade do Presiden-
te da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. 7) Peculiaridades da competência organizacional
-administrativa do Distrito Federal e Territórios
As competências legislativas e administrativas dos mu- O Distrito Federal não se divide em Municípios, mas
nicípios estão fixadas no artigo 30, CF. Quanto à compe- em regiões administrativas. Se regulamenta por lei orgâni-
tência legislativa, é suplementar, garantindo o direito de ca, mas esta lei orgânica aproxima-se do status de Consti-
legislar sobre assuntos de interesse local. tuição estadual, cabendo controle de constitucionalidade
direto de leis que a contrariem pelo Tribunal de Justiça do
Artigo 30, CF. Compete aos Municípios: Distrito Federal e dos Territórios.
I - legislar sobre assuntos de interesse local; O Distrito Federal possui um governador e uma Câma-
II - suplementar a legislação federal e a estadual no ra Legislativa, eleitos na forma dos governadores e deputa-
que couber; dos estaduais. Entretanto, não tem eleições municipais. O
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competên- Distrito Federal tem 3 senadores, 8 deputados federais e 24
cia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obriga- deputados distritais.
toriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos Quanto aos territórios, não existem hoje no país, mas
fixados em lei; se vierem a existir serão nomeados pelo Presidente da Re-
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a pública.
legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de Artigo 32, CF. O Distrito Federal, vedada sua divisão
concessão ou permissão, os serviços públicos de interes- em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em
se local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada
essencial; por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
União e do Estado, programas de educação infantil e de § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
ensino fundamental;  legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distri-
população; tais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Es-
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamen- taduais, para mandato de igual duração.
to territorial, mediante planejamento e controle do uso, do § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa
parcelamento e da ocupação do solo urbano; aplica-se o disposto no art. 27.
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cul- § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo
tural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo
federal e estadual. de bombeiros militar.

64
GEOGRAFIA

Artigo 33, CF. A lei disporá sobre a organização admi- d) prestação de contas da administração pública, dire-
nistrativa e judiciária dos Territórios. ta e indireta.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municí- e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
pios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Ca- impostos estaduais, compreendida a proveniente de transfe-
pítulo IV deste Título. rências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas
§ 2º As contas do Governo do Território serão submeti- ações e serviços públicos de saúde”. 
das ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal
de Contas da União. Artigo 35, CF. O Estado não intervirá em seus Municí-
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil ha- pios, nem a União nos Municípios localizados em Territó-
bitantes, além do Governador nomeado na forma desta rio Federal, exceto quando:
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e se- I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
gunda instância, membros do Ministério Público e defenso- dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da
res públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a
lei;
Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da recei-
ta municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino
Intervenção nos Estados e Municípios
e nas ações e serviços públicos de saúde; 
A intervenção consiste no afastamento temporário das IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representa-
prerrogativas totais ou parciais próprias da autonomia dos ção para assegurar a observância de princípios indicados
entes federados, por outro ente federado, prevalecendo a na Constituição Estadual, ou para prover a execução de
vontade do ente interventor. Neste sentido, necessária a lei, de ordem ou de decisão judicial”.
verificação de:
a) Pressupostos materiais – requisitos a serem verifica- Artigo 36, CF. A decretação da intervenção dependerá:
dos quanto ao atendimento de uma das justificativas para I - no caso do art. 34, IV (livre exercício dos Poderes),
a intervenção. de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Execu-
b) Pressupostos processuais – requisitos para que o ato tivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
da intervenção seja válido, como prazo, abrangência, con- Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
dições, além da autorização do Poder Legislativo (artigo 36, Judiciário;
CF). II - no caso de desobediência a ordem ou decisão ju-
A intervenção pode ser federal, quando a União inter- diciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
fere nos Estados e no Distrito Federal (artigo 34, CF), ou Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
estadual, quando os Estados-membros interferem em seus Eleitoral;
Municípios (artigo 35, CF). III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
representação do Procurador-Geral da República, na hipó-
Artigo 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem tese do art. 34, VII (observância de princípios constitucio-
no Distrito Federal, exceto para: nais), e no caso de recusa à execução de lei federal.
I - manter a integridade nacional; § 1º O decreto de intervenção, que especificará a
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se
Federação em outra; couber, nomeará o interventor, será submetido à aprecia-
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem ção do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislati-
pública; va do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraor-
nas unidades da Federação;
dinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII (execução de decisão/
que:
lei federal e violação de certos princípios constitucionais),
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais ou do art. 35, IV (idem com relação à intervenção em mu-
de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; nicípios), dispensada a apreciação pelo Congresso Nacio-
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias nal ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos suspender a execução do ato impugnado, se essa medida
em lei; bastar ao restabelecimento da normalidade.
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou deci- § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autorida-
são judicial; des afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impe-
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios dimento legal.
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regi-
me democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;

65
GEOGRAFIA

Principais Conceitos de Demografia


Dentre os vários temas e conceitos de interesse de-
D) O ESPAÇO HUMANO: DEMOGRAFIA:
mográfico, destacam-se:
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA, CRESCIMENTO • População: indivíduos que habitam um determi-
POPULACIONAL, ESTRUTURA ETÁRIA, nado território.
POLÍTICA DEMOGRÁFICA E MOBILIDADE • Taxa de Natalidade: número de bebês que nas-
ESPACIAL (MIGRAÇÕES INTERNAS E cem num determinado território.
EXTERNAS); • Taxa de Fecundidade: média de filhos por mu-
lher durante seu período fértil num determinado territó-
rio.
Prezado Candidato, os temas acima supracitados, já • Taxa de Mortalidade: número de pessoas que
foram abordados em tópicos anteriores. morrem num determinado território.
• População Absoluta: índice geral da população
de um determinado território.
A Demografia é uma área do conhecimento das ciên- • Densidade Demográfica: percentual que mede
cias sociais e significa, literalmente, “estudo do povo”. De o número de habitantes num determinado território
fato, ela tem seu interesse voltado às populações (humanas (hab/km2).
ou não) e sua dinâmica. • Crescimento Vegetativo: aponta o crescimento
Também chamada de “Geografia da População”, por populacional num território, determinado pela taxa de
se relacionar estreitamente com a Geografia, a demogra- natalidade, subtraída à taxa de mortalidade.
fia baseia-se em  dados quantitativos, especialmente os • Crescimento Migratório: porcentagem do cres-
estatísticos, de modo a analisar, organizar e fornecer infor- cimento populacional num território, determinado pela
mações sobre os mais variados aspectos populacionais e taxa de imigração (pessoas que chegam), subtraída à taxa
assim permitir uma apropriação qualitativa destas mesmas de emigração (pessoas que se mudam).
informações. Fonte: https://www.todamateria.com.br/demografia/
Na prática, os dados demográficos permitem um ma-
peamento das dimensões e estruturas sociais, bem como
a distribuição humana pelos territórios do Globo, incluin-
do ainda informações socioculturais, econômicas, étnicas, ]MERCADO DE TRABALHO: ESTRUTURA
dentre outras, acerca das características da sociedade OCUPACIONAL E PARTICIPAÇÃO FEMININA;
como um todo ou de grupo específico. DESENVOLVIMENTO HUMANO: OS
Historicamente, o interesse em estudos demográficos
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS;
se intensificou após explosão demográfica provocada pela
Revolução Industrial durante o século XIX. É neste contexto
que surge o trabalho pioneiro de Achille Guillard (1799-
No longo período de tempo compreendido entre
1876), com a obra “Elementos de Estatística Humana ou De-
1970 e 2007, os padrões de localização dos trabalhadores
mografia Comparada” (1855), quando surge pela primeira
e das trabalhadoras no mercado de trabalho apresenta-
vez o termo “demografia” como o conhecemos hoje.
ram algumas alterações. No último ano da série, a indús-
Por ser um recurso valioso em cada nação, as popula-
tria – aqui incluídas a de transformação e de construção
ções são alvo do planejamento sistemático (em maior ou
civil -, e o agropecuário, seguidos do comércio, nessa or-
menor grau em cada nação) para definir políticas públicas
para todas as áreas de influencia governamental (econo- dem, concentraram a ocupação masculina. Em relação a
mia, educação, segurança, cultura, saúde, etc). Portanto, o 1970, registrou-se uma inversão, o agropecuário perden-
conhecimento da dinâmica populacional é crucial; de modo do terreno em favor da indústria: 51% dos ocupados tra-
geral, é utilizado para determinar política para o estímulo balhavam no agropecuário e 20% na indústria, em 1970,
(ou que dificultem) o crescimento populacional. versus 21,5% e 27,2%, respectivamente, em 2007. No caso
Contudo, essas informações estão sendo cada vez mais das trabalhadoras, os serviços – aqui inclusos alojamen-
utilizadas de modo transversal e interdisciplinar, com o ob- to e alimentação, educação, saúde e serviços pessoais,
jetivo de aprimorar as intervenções do Estado em diversos serviços domésticos e outros serviços coletivos, sociais e
seguimentos sociais. pessoais¹- mantêm-se como áreas privilegiadas de inser-
Em termos teóricos, podemos apontar uma demogra- ção das mulheres no mercado de trabalho, mesmo que,
fia histórica, na qual as informações demográficas consti- no decorrer do longo período aqui considerado, venha se
tuem uma linha temporal que permitem ações futuras di- dando uma diminuição da ocupação feminina, que, con-
recionadas; a demografia analítica, que está mais para o comitantemente, se diversificou. Assim, em 1970, 54,9%
campo das ciências exatas, é responsável pela elaboração das ocupadas o eram nos serviços e no setor social, em
metodológica e fornecimento de dados; enquanto a  de- 1998, 47,5%, em 2002, 44,1% e, em 2007, 43,6%.
mografia política é o resultado dos estudos e apropriação Ressalve-se que, a partir de 1992 o IBGE – Fundação
desses, traduzidos em políticas públicas voltadas para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ampliou
controle populacional e melhorias na qualidade de vida da o conceito de trabalho adotado em seus levantamen-
sociedade como um todo. tos, o que contribuiu para a maior visibilidade do traba-

66
GEOGRAFIA

lho feminino. Além disso, a partir do Censo de 2000, com em 2007) e, embora menos expressiva, em cargos dirigen-
a CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômi- tes como membros superiores do poder público, gerentes
cas, que adota novas desagregações dos setores e seções e diretores de empresas ( de 3,5% em 1998 para 4,2% em
de atividade , pôde-se esclarecer o peso de algumas ati- 2007). Esses números adquirem maior poder explicativo
vidades na ocupação feminina e diferenciá-la, por com- quando comparados à ocupação masculina, estável em
paração, do padrão masculino. É assim que, por exemplo, torno dos 4,5% a 5% nos dois grupos de ocupação men-
na prestação de serviços, em 2007, 16,4% das ocupadas e cionados, durante todo o período analisado.
cerca de 1% dos ocupados executavam serviços domés- Para observar mais de perto esses dois padrões de
ticos. Ou ainda, 16,9% das mulheres estavam exercendo gênero nas profissões, classificamos as famílias ocupa-
atividades na área de educação, saúde e serviços sociais cionais (agregados de ocupações) em faixas de maior ou
contra apenas 3,6% dos homens. E essas proporções são menor presença feminina, pelo montante de empregos
assemelhadas às de 2002. formais destinados às mulheres, em 2007 e , dentre cada
Mas quais são as profissões desenvolvidas pelos bra- faixa selecionamos profissões femininas mais e menos
sileiros e pelas brasileiras? tradicionais.
Analisando a matriz ocupacional de todos os traba- Assim, entre as famílias ocupacionais em que mais de
lhos desempenhados pelos brasileiros e brasileiras, entre 70% dos empregos são femininos, estão, p.ex., profissões
os anos 1998 e 2007, dois movimentos igualmente impor- de diversos níveis de qualificação, em que a presença da
tantes podem ser identificados². O primeiro diz respeito a mulher já é tradicional, como as Fonoaudiólogas ( 96%), as
um padrão de inserção profissional segundo o sexo que Nutricionistas (94%), as Professoras de nível superior do
tendeu a se repetir em 2002 e 2007, denotando uma clara ensino fundamental de 1ª a 4ª séries ( 82,5%), as Técnicas
segmentação quanto às áreas de atuação profissional de em Biblioteconomia ( 77%), as Cozinheiras ( 72,5%), as Bió-
homens e de mulheres. Cerca de 1/3 destas, por exemplo, logas e afins ( 71%).
desenvolviam profissões dos serviços, um pouco mais de Naquelas famílias em que, entre 50 e 69% dos em-
10% em atividades de vendas no comércio, igual propor- pregos são femininos, encontramos profissões tradicional-
ção em serviços administrativos. A proporção de trabalhos mente femininas, p.ex., Técnicas em Administração ( 55%),
femininos relativos à agropecuária, porém, decresceu no trabalhadoras da preparação da confecção de calçados (
período, acompanhando a queda da ocupação geral no 51%), ao lado de outras que vêm se feminizando celere-
setor: de 16,5% em 2002, para 13,8% em 2007. Quer di- mente, como Farmacêuticos ( 68%), Técnicos em Turismo
( 62%), Cirurgiões-Dentistas ( 59%). Finalmente, na outra
zer, os dados informam que para o grosso do contingente
ponta, entre as famílias ocupacionais em que menos de
feminino, as chances de trabalhar são maiores em deter-
30% dos empregos são femininos- podendo ser consi-
minados setores econômicos – principalmente o setor de
deradas redutos masculinos- podemos encontrar:- a pre-
Prestação de Serviços – , e em grupos de ocupações típi-
sença feminina mais disseminada, entre outros, junto aos
cos desse setor, nos quais sua presença já é tradicional,
Artistas de circo ( 29%), os Peritos criminais ( 27%), os Ca-
como professoras, pessoal de enfermagem, secretárias,
tadores de materiais recicláveis ( 22%), os Engenheiros ci-
recepcionistas. Representam, portanto, continuidades no
vis e afins ( 18%) e, – menos visível entre os trabalhadores
padrão de ocupação das mulheres.
de apoio à agricultura ( 13,5%), os Técnicos em pecuária (
Os homens, por seu lado, têm maiores chances em
11,5%), os Engenheiros mecânicos ( 6%), os Motoristas de
trabalhos de produção de bens e serviços industriais, de ônibus urbanos, metropolitanos e rodoviários ( 1%).
reparação e manutenção ( cerca de 33%), em profissões
da agropecuária ( pouco mais de 20% e também decres- Fonte: http://www.institutoiab.org.br/lugar-das-mu-
cente no período), de vendas ( 11%), em profissões técni- lheres-no-mercado-de-trabalho-setores-de-atividade-e
cas de nível médio ( próximo dos 7%). -estrutura-ocupacional/
O segundo movimento é a ampliação do leque profis-
sional das mulheres nos últimos 40 anos, de forma inques-
tionável e contínua, que se deve, entre outras razões, ao
aumento da sua escolaridade e à diversificação das suas
escolhas educacionais ( Veja série  Mulheres brasileiras,
educação e trabalho). Os órgãos de imprensa nos lem-
bram desse movimento com frequência, ao localizarem
algumas “pioneiras” , p.ex., pilota comercial, reitora de
universidade, presidenta de banco ou de grande empre-
sa, militar, deputada, senadora ou vereadora, mas tam-
bém mecânica de automóvel, atleta, tratorista, condutora
de ônibus ou caminhão etc. As informações trazem indícios
que ratificam esse cenário. É crescente a participação femi-
nina, particularmente nas profissões de nível superior das
ciências e das artes ( 7,9% em 1998, 8,3% em 2002 e 9,5%

67
GEOGRAFIA

O Brasil, em 2013, ultrapassou a casa dos 200 mi-


E A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA: lhões de habitantes. (aproximadamente 201 milhões). É
PROCESSO DE URBANIZAÇÃO, REDE um país populoso, o quinto maior do planeta, porém, não
URBANA, HIERARQUIA URBANA, REGIÕES é densamente povoado (densidade demográfica de apro-
ximadamente 23,6 hab/km2. Segundo o IBGE, o país tem
METROPOLITANAS E RIDES, ESPAÇO
atualmente 201,032 milhões de habitantes, contra 199,242
URBANO E PROBLEMAS URBANOS.
milhões em 2012, um crescimento de cerca de 1 por cento.
Em 2000, a população brasileira era de 177,448 milhões de
habitantes.
População Brasileira Antes da colonização, a população do atual território
brasileiro era, segundo estimativas, de dois a cinco milhões
População é o conjunto de pessoas que residem em de índios, pertencentes a vários grupos. Os grupos mais
determinado território, que pode ser uma cidade, um es- numerosos, e que ocupavam as maiores extensões territo-
tado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela riais, eram o jê e o tupi-guarani.
pode ser classificada segunda sua religião, nacionalidade, O crescimento vegetativo ou natural corresponde à di-
local de moradia (urbana e rural), atividade econômica ferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade. No
(ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas con- Brasil, embora essas duas taxas tenham declinado no pe-
dições de vida retratados através de indicadores sociais, ríodo de 1940-1960, foi somente a partir da década de 60
como taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de que o crescimento vegetativo passou a diminuir.
vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc. A partir da década de 60, com a urbanização acelerada
O Brasil, em 2013, ultrapassou a casa dos 200 milhões no Brasil, a taxa de natalidade passou a cair de forma mais
de habitantes. (aproximadamente 201 milhões). É um acentuada que a taxa de mortalidade. Consequentemen-
país populoso, o quinto maior do planeta, porém, não é te, o crescimento vegetativo começou a diminuir, embora
ainda apresentasse valores altos, típicos de países subde-
densamente povoado (densidade demográfica de apro-
senvolvidos.
ximadamente 23,6 hab/km2. Segundo o IBGE, o país tem
É fundamental diferenciar crescimento urbano de ur-
atualmente 201,032 milhões de habitantes, contra 199,242
banização. Esta ocorre quando a população das cidades
milhões em 2012, um crescimento de cerca de 1 por cento.
cresce mais do que a população rural, com migrações do
Em 2000, a população brasileira era de 177,448 milhões de campo para a cidade. Já o crescimento urbano, ou das ci-
habitantes. dades, pode suceder sem a urbanização.
Antes da colonização, a população do atual território Historicamente no Brasil, até o século XIX, houve ape-
brasileiro era, segundo estimativas, de dois a cinco mi- nas crescimento urbano, uma vez que a população rural
lhões de índios, pertencentes a vários grupos. Os grupos cresceu tanto quanto a urbana. Durante os ciclos econômi-
mais numerosos, e que ocupavam as maiores extensões cos, açúcar, ouro e café, a população urbana representava
territoriais, eram o jê e o tupi-guarani. menos de 10% do total. Portanto, o conceito de urbaniza-
O crescimento vegetativo ou natural corresponde à ção só pode ser século XX, com uma industrialização que
diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade. acelerou o êxodo rural.
No Brasil, embora essas duas taxas tenham declinado no No início do século XX, o Brasil possuía 32,6% da po-
período de 1940-1960, foi somente a partir da década de pulação vivendo nas cidades. Após 1960 (ver gráficos), o
60 que o crescimento vegetativo passou a diminuir. processo de urbanização no Brasil cresceu de forma signi-
A partir da década de 60, com a urbanização acelera- ficativa em todas as regiões.
da no Brasil, a taxa de natalidade passou a cair de forma Entre os principais fatores que aceleram a urbanização,
mais acentuada que a taxa de mortalidade. Consequen- sem dúvida, a industrialização foi decisiva, sobretudo nos
temente, o crescimento vegetativo começou a diminuir, períodos de 1956 a 1961, com o “Plano de Metas” de J. Ku-
embora ainda apresentasse valores altos, típicos de paí- bitschek, e de 1967 a 1973, com o “Milagre Econômico”de
ses subdesenvolvidos. Delfim Netto. Simultaneamente houve expansão do merca-
do de trabalho nas cidades em função do crescimento do
População Brasileira setor de serviços e da própria industrialização.
Portanto, neste quadro de alterações, o êxodo rural au-
População é o conjunto de pessoas que residem em mentou, deixando a urbanização mais intensa e, infelizmen-
determinado território, que pode ser uma cidade, um es- te, ineficiente. A cidade não estava preparada para receber
tado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela tantas pessoas, gerando caos na infraestrutura, surgindo
problemas, já abordados, como as submoradias, transporte
pode ser classificada segunda sua religião, nacionalidade,
precário e falta de rede de esgoto, água e energia.
local de moradia (urbana e rural), atividade econômica
Para agravar a situação, a industrialização não absor-
(ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas con-
veu todos os migrantes, e o resultado foi a hipertrofia do
dições de vida retratados através de indicadores sociais,
setor terciário, multiplicando o número de desemprega-
como taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de dos, de subempregos e de pequenos negócios, marcados
vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc. pela baixa escolaridade.

68
GEOGRAFIA

A urbanização tem suas particularidades, como, por 04) No que diz respeito à população brasileira, julgue
exemplo, a região Centro-Oeste ser a segunda região mais os itens seguintes. A população brasileira continua cres-
urbanizada do país. O fato é explicado pela construção de cendo, contudo em ritmo menor que no século XX, tendo
Brasília, associado à pecuária tradicional e à recente agri- aumentado o contingente populacional de idosos.
cultura moderna de grãos, atividades que exigem pouca C. Certo
mão-de-obra. E. Errado
Segundo a demógrafa Rosana Baeninger, da Unicamp,
o País passa por um novo ciclo de urbanização, marcado Resposta: Certo
pelo deslocamento ou migração de curta distância entre
regiões, até mesmo entre municípios próximos – é a cha- 05) Assinale a opção correta a respeito das desigual-
mada migração polinucleada. dades socioespaciais urbanas no Brasil.
Beaninger aponta outras mudanças, como a saturação A. O processo de favelização no Brasil corresponde à
econômica das grandes metrópoles, inibindo as ofertas de migração interna para áreas valorizadas nas cidades brasi-
empregos e a diminuição das fronteiras agrícolas, com o leiras, que simbolizam reservas de valor.
fim dos incentivos governamentais. B. Em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus,
A grande novidade é que a população rural de São Belo Horizonte e Recife, existem áreas precárias onde mo-
Paulo voltou a crescer (0,78%) de 1991 a 2000. O fato é ram migrantes oriundos de diferentes regiões do país, mo-
explicado pela expansão de novas atividades econômicas vidos pela ideologia do consumo e de um padrão de vida
no meio rural, como a agroindústria, os condomínios, com adequado nas grandes cidades.
serviços (incluindo o trabalho doméstico) e o turismo rural, C. Enquanto o Brasil meridional apresenta os maiores
com hotéis-fazenda. índices de pobreza nacionais, o Brasil setentrional repre-
senta a porção mais rica, do ponto de vista econômico, do
Exercícios território.
D. A relação entre o campo e a cidade minimizou as
01) Com relação à geografia urbana no Brasil, julgue os disparidades socioeconômicas nas grandes cidades, pois,
itens que se seguem. A especulação imobiliária que ocorre atualmente, há condições mínimas para que o trabalhador
atualmente nas porções centrais das áreas metropolitanas permaneça no campo.
brasileiras estimula a população a migrar destas áreas cen- E. A pobreza urbana advém da concentração de rique-
trais para a periferia. zas nas mãos de uma maioria.
C. Certo
E. Errado Resposta: B

Resposta: Certo

02) No que diz respeito à população brasileira, julgue


os itens seguintes. O Brasil não se caracteriza como um país
subdesenvolvido industrializado, devido à importância do
setor primário de sua economia e às profundas desigual-
dades sociais que mantém parte da população brasileira
no campo.
C. Certo
E. Errado

Resposta: Errado

03) No que diz respeito à população brasileira, julgue


os itens seguintes. No Brasil, a indústria concentra-se na
região Sudeste, o que favorece a integração do espaço
geográfico na região e facilita as migrações para o sudeste.
C. Certo
E. Errado

Resposta: Certo

69
GEOGRAFIA

ANOTAÇÕES

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70
HISTÓRIA

1) A Sociedade Feudal (Século V ao XV)......................................................................................................................................................... 01


2) O Renascimento Comercial e Urbano......................................................................................................................................................... 02
3) Os Estados Nacionais Europeus da Idade Moderna, o Absolutismo e o Mercantilismo........................................................ 03
4) A Expansão Marítima Europeia...................................................................................................................................................................... 04
5) O Renascimento Cultural, o Humanismo e as Reformas Religiosas................................................................................................ 05
6) A Montagem da Colonização Europeia na América: Os Sistemas Coloniais Espanhol, Francês, Inglês e dos Países Bai-
xos.................................................................................................................................................................................................................................. 06
7) O Sistema Colonial Português na América: Estrutura Político-Administrativa; estrutura socioeconômica; invasões es-
trangeiras; expansão territorial; rebeliões coloniais.................................................................................................................................... 08
Movimentos Emancipacionistas: Conjuração Mineira e Conjuração Baiana..................................................................................... 09
8) O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido................................................................................................................................................ 10
9) As Revoluções Inglesas (Século XVII) e a Revolução Industrial (Século XVIII a XX)................................................................... 12
10) A Independência dos Estados Unidos da América.............................................................................................................................. 13
11) A Revolução Francesa e a Restauração (o Congresso de Viena e a Santa Aliança)................................................................ 14
12) O Brasil Imperial: O processo da independência do Brasil: o Período Joanino; Primeiro Reinado; Período Regencial;
Segundo Reinado; Crise da Monarquia e Proclamação da República................................................................................................. 17
13) O Pensamento e a Ideologia no Século XIX: O Idealismo Romântico; o Socialismo Utópico e o Socialismo Científico;
o Cartismo; a Doutrina Social da Igreja; o Liberalismo e o Anarquismo; o Evolucionismo e o Positivismo......................... 18
14) O Mundo na Época da Primeira Guerra Mundial: O imperialismo e os antecedentes da Primeira Guerra Mundial; a
Primeira Guerra Mundial; consequências da Primeira Guerra Mundial; a República Velha no Brasil; conflitos brasileiros
durante a República Velha.................................................................................................................................................................................... 20
15) O Mundo na Época da Segunda Guerra Mundial: O entre-guerras; a Segunda Guerra Mundial;.................................... 23
O Brasil na Era Vargas; a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial................................................................................. 24
16) O Mundo no Auge da Guerra Fria: A reconstrução da Europa e do Japão e o surgimento do mundo bipolar; os prin-
cipais conflitos da Guerra Fria – a Guerra da Coréia (1950 – 1953),..................................................................................................... 29
A Guerra do Vietnã (1961 – 1975)...................................................................................................................................................................... 31
Os conflitos árabes-israelenses entre 1948 e 1974;.................................................................................................................................... 32
A descolonização da África e da Ásia;.............................................................................................................................................................. 33
A República Brasileira entre 1945 e 1985........................................................................................................................................................ 37
17) O Mundo no Final do Século XX e Início do Século XXI: Declínio e queda do socialismo nos países europeus (Ale-
manha, Polônia, Hungria, ex-Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária, Albânia, ex-Iugoslávia) e na ex-União Soviética; os
conflitos do final do Século XX – a Guerra das Malvinas,......................................................................................................................... 38
A Guerra Irã-Iraque (1980 – 1989),.................................................................................................................................................................... 39
A Guerra do Afeganistão (1979 – 1989), a Guerra Civil no Afeganistão (1989 – 2001),............................................................... 39
A Guerra do Golfo (1991),..................................................................................................................................................................................... 40
A Guerra do Chifre da África (1977 – 1988);.................................................................................................................................................. 41
A Guerra Civil na Somália (1991);....................................................................................................................................................................... 42
O 11 de Setembro de 2001 e a nova Guerra no Afeganistão;................................................................................................................ 42
A República Brasileira de 1985 até os dias atuais........................................................................................................................................ 43
HISTÓRIA

Estrutura Política: O poder político era descentraliza-


do, ou seja, distribuído entre os grandes proprietários de
1) A SOCIEDADE FEUDAL (SÉCULO V AO XV). terra (os Senhores Feudais). Apesar da fragmentação do
poder político, havia os laços de fidelidade pessoal (a vas-
salagem). Por esta relação estabelecia-se o contrato feudo-
vassálico, assim caracterizado:
O feudalismo europeu é resultado da síntese entre a Homenagem: juramento de fidelidade do vassalo para
sociedade romana em decadência e a sociedade bárbara com o seu suserano;
em evolução. Esta síntese resulta nos chamados fatores Investidura: entrega do feudo do vassalo para o suse-
estruturais para a formação do feudalismo. Roma contri- rano. O suserano (aquele que concede o feudo) deveria au-
bui para a formação do feudalismo através dos seguintes xiliar militarmente seu vassalo e também prestar assistência
elementos: jurídica. O vassalo (aquele que recebe o feudo e promete
- a “villa”, ou o latifúndio auto-suficiente; -o desenvol- fidelidade) deve prestar o serviço militar para o suserano e
vimento do colonato, segundo o qual o trabalhador ficava comparecer ao tribunal por ele presidido.
preso à terra; Estrutura Social: A sociedade feudal era do tipo es-
- a Igreja Cristã, que se tornará na principal instituição tamental, onde as funções sociais eram transmitidas de
medieval. A crise romana reforça seu poder político local e forma hereditária. As relações sociais eram marcadas pelos
consolida o processo de ruralização da economia. laços de dependência e de dominação. Os estamentos so-
Os “Bárbaros” contribuem com os seguintes elemen- ciais eram três:
tos: Clero: constituído pelos membros da Igreja Católica.
- uma economia centrada nas trocas naturais; Dedicavamse ao ofício religioso e apresentavam uma sub-
- o comitatus, instituição que estabelecia uma relação divisão: -Alto clero- formado por membros da nobreza feu-
de fidelidade e reciprocidade entre os guerreiros e seus dal (papa, bispo, abade) -Baixo clero- composto por mem-
chefes; bros não ligados à nobreza ( padre, vigário ).
- a prática do chamado benefício ( beneficium ), dando Nobreza: formada pelos grandes proprietários de terra
imunidade ao proprietário deste; e que se dedicavam à atividade militar e administrativa.
- o direito consuetudinário, isto é, os costumes herda- Trabalhadores: simplesmente a maioria da população.
dos dos antepassados possuem força de lei. Os camponeses estavam ligados à terra ( servos da gle-
Além destes elementos estruturais ( internos ), con- ba ) sendo obrigados a sustentarem os senhores feudais.
tribuíram também os chamados elementos conjunturais ( Assim, o clero formava o 1º Estado, a nobre-
externos ) , que foram as Invasões Bárbaras dos séculos za o 2º Estado e os trabalhadores o 3º Estado.
VIII ao IX os normandos e os muçulmanos. Os normandos O Sistema feudal também apresentava as chamadas obri-
efetuam um bloqueio do mar Báltico e do mar do Norte e gações feudais, uma conjunto de relações sociais onde os
os muçulmanos realizam o bloqueio do mar Mediterrâneo. servos eram explorados pelos senhores feudais.
Estas invasões aceleram o processo de ruralização europeia As principais obrigações feudais eram:
- em curso desde o século III - acentuando a economia Corvéia: obrigação do servo de trabalhar nas terras do
agrária e auto-suficiente. senhor(manso senhorial). Toda produção de seu trabalho
Estrutura Econômica era do proprietário.
A economia era basicamente agropastoril, de caráter Talha: obrigação do servo de entregar parte de sua
auto-suficiente e com trocas naturais. O comércio, embora produção na gleba para o senhor feudal.
existisse, não foi a atividade predominante. As terras dos Banalidades: pagamento feito pelo servo pelo uso de
feudos eram divididas em três partes: instrumentos e instalações do feudo ( celeiro, forno, estra-
- terras coletivas ou campos abertos: de uso comum, da...).
onde se recolhiam madeira, frutos e efetuava-se a caça. Crise do Feudalismo: A crise do Sistema Feudal tem
Neste caso, temos uma posse coletiva da terra. sua origem no século XI e está relacionada ao crescimento
- reserva senhorial - de uso exclusivo do senhor feudal populacional. Este, por sua vez, está relacionado a um con-
- é era a propriedade privada do senhor. junto de inovações técnicas, tais como o uso da charrua (
- Manso servil ou tenência: terras utilizadas pelos ser- máquina de revolver a terra ), o peitoril ( para melhor apro-
vos. Serviam para manter o sustento destes e para cumpri- veitamento da força do cavalo no arado ), uso de ferraduras
mento das obrigações feudais. e o moinho d’água. A estas inovações técnicas, observa-se
O caráter auto-suficiente da economia feudal dava-se uma expansão da agricultura, com a ampliação de áreas
em virtude da baixa produtividade agrícola. O comércio, para o cultivo ( conquista dos bosques, pântanos...). Saben-
embora não fosse a atividade predominante, existia sob do-se que a produtividade agrícola era baixa- mesmo com
duas formas: o comércio local -onde realizava-se as trocas as inovações acima- o crescimento populacional acarreta
naturais; e o comércio a longa distância -responsável pelo uma série de problemas sociais: o banditismo, aumento
abastecimento de determinados produtos, tais como o sal, da miséria, guerras internas por mais terras... As Cruzadas
pimenta, cravo, etc... O comércio a longa distância funcio- foram, neste contexto, uma tentativa para solucionar tais
nava com trocas monetárias e, à partir do século XII terá problemas.
um papel fundamental na economia europeia.

1
HISTÓRIA

- Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas


e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a su-
2) O RENASCIMENTO COMERCIAL E gestão de volume dos corpos.
URBANO. - Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o
homem como simples observador do mundo que expressa
a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa
do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma rea-
Renascimento lidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas
O termo Renascimento é comumente aplicado à civi- admirada.
lização europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. - Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram - Tanto a pintura como a escultura que antes apare-
nesse período muitos progressos e incontáveis realizações ciam quase que exclusivamente como detalhes de obras
no campo das artes, da literatura e das ciências, que supe- arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
raram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem - Surgimento de artistas com um estilo pessoal, dife-
duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio es- rente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de
pírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
que propunha a ressurreição consciente (o renascimento) Os principais pintores foram:
do passado, considerado agora como fonte de inspiração e Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos
modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de ex-
ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) pressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava asso-
e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, ciada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus
conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Mé- quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao
dia.  mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perde-
Características gerais: ram esse dom de Deus.Obras destacadas: A Primavera e O
- Racionalidade Nascimento de Vênus.
- Dignidade do Ser Humano Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um
- Rigor Científico jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmos-
fera que parte da realidade mas estimula a imaginação do
- Ideal Humanista
observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tor-
- Reutilização das artes greco-romana
nou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos
Arquitetura: Na arquitetura renascentista, a ocupação
campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A
do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas
Virgem dos Rochedos e Monalisa.
estabelecidas de tal forma que o observador possa com-
Michelângelo  - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintu-
preender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que
ra do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela,
se coloque. “Já não é o edifício que possui o homem, mas
concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo
este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o se- Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do
gredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura) artista, uma particularmente representativa é a criação do
Principais características: homem. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sa-
- Ordens Arquitetônicas grada Família
- Arcos de Volta-Perfeita Rafael - suas obras comunicam ao observador um
- Simplicidade na construção sentimento de ordem e segurança, pois os elementos
- A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura que compõem seus quadros são dispostos em espa-
e passam a ser autônomas ços amplo, claros e de acordo com uma simetria equili-
- Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso brada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.
fora da cidade), fortalezas (funções  militares) Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.
O principal arquiteto renascentista: Escultura: Em meados do século XV, com a volta dos
Brunelleschi - é um exemplo de artista completo re- papas de Avinhão para Roma, esta adquire o seu prestígio.
nascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e
dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se re-
ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi  como velam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda
construtor, porém, que realizou seus mais importantes a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés,
trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Davi (4,10m) e Pietá. Outro grande escultor desse período
Capela Pazzi. foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse
fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada:
Pintura Davi (1,26m) em bronze.
Principais características: Principais Características:
- Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as - Buscavam representar o homem tal como ele é na
diversas distâncias e proporções que têm entre si os obje- realidade
tos vistos à distância, segundo os princípios da matemática - Proporção da figura mantendo a sua relação com a
e da geometria. realidade

2
HISTÓRIA

- Profundidade e perspectiva No século XV, na maior parte do território europeu, o


- Estudo do corpo e do caráter humano poder político já não estava nas mãos dos senhores feu-
O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, tra- dais. A unificação linguística, o respeito para com o rei e
zendo novos artistas que nacionalizaram as ideias italianas. a ideia de pertencer a um país, e não mais a uma região,
São eles: fortaleceram o sentimento nacionalista.
- Durer O Estado nacional tinha poder absoluto, que foi im-
- Hans posto através de três recursos: um corpo de funcionários
- Holbein treinados obedientes ao rei, a criação de uma capital e de
- Bosch um exército nacional fiel ao rei, que serviu para consolidar
- Bruegel 
o Estado moderno.
O rei sustentava seu poder através do direito romano
e de alguns resquícios do sistema feudal, e governava de
3) OS ESTADOS NACIONAIS EUROPEUS DA acordo com sua religião, mas sem se subordinar à Igreja.
IDADE MODERNA, O ABSOLUTISMO E O As normas nas monarquias nacionais eram rígidas e li-
MERCANTILISMO. mitavam a liberdade dos indivíduos à vida cotidiana. A Ida-
de Moderna lançou a idéia do lucro e da riqueza e abomi-
nava tudo que fosse contra isso; a liberdade era garantida
de acordo com a riqueza, todos deveriam saber o seu lugar
No final da Idade Média a economia autossuficiente e os mais pobres e miseráveis eram excluídos da sociedade.
e o poder descentralizado típicos do feudalismo foram Dessa forma, estava formada a monarquia nacional
gradualmente substituídos por uma economia comercial ou estados modernos em toda a Europa, exceto nas atuais
e pelo poder centralizador dos soberanos, originando as Alemanha e Itália. Os nobres feudais tornaram-se depen-
monarquias nacionais centralizadas, para atender aos inte- dentes de favores reais e a burguesia dominante se eno-
resses dos reis e da burguesia em ascensão. breceu.
Com as contradições da estrutura feudal, que não O Estado absolutista, adotado na maior parte dos paí-
era mais capaz de atender às necessidades dos europeus, ses da Europa na idade moderna, foi o ápice do Estado
houveram várias revoltas camponesas, sendo necessária a
moderno. Nele, o poder político estava concentrado nas
centralização do poder para contê-las. Também a favor da
mãos dos reis e era legitimado através de Deus. Além disso,
centralização estavam os burgueses, surgidos no final da
Idade Média com o desenvolvimento do comércio, e que alguns pensadores justificavam o Estado absolutista atra-
eram prejudicados pelas leis do sistema feudal. vés de livros, como Maquiavel, com O Príncipe, que dizia
Os burgueses possuíam muito capital acumulado, mas que os fins justificavam os meios, e Thomas Hobbes com
não tinham prestígio político para centralizar o poder. Sen- O Leviatã.
do assim, aliaram-se aos reis, que também estavam inte- Algumas características feudais ainda eram mantidas
ressados em fortalecer seu poder, mas não podiam contar nos Estados absolutistas, como por exemplo, a nobreza
com a nobreza para defender seus interesses, porque desta era a camada dominante, sendo levada em consideração
forma essa sairia prejudicada. a tradição do indivíduo. A servidão e o pagamento de im-
Com a mudança do sistema político foram formuladas postos ainda eram mantidos em algumas propriedades. As
teorias renascentistas, que eram difundidas pela imprensa camadas sociais estavam divididas com o clero na primeira
e que justificavam a centralização do poder real, enfraque- ordem, a nobreza na segunda, e a burguesia e as camadas
cendo a influência da Igreja nos assuntos políticos. O re- populares na terceira, com o rei acima de todos.
nascimento cultural e a reforma protestante, através das No plano econômico o absolutismo marcou a transição
igrejas nacionais, fizeram com que a Igreja se colocasse sob do feudalismo ao capitalismo. Já no plano político, marcou
a autoridade dos reis. a centralização do poder nas mãos dos reis, possibilitan-
A Guerra dos Cem Anos foi uma disputa entre Ingla- do o controle das massas camponesas e adequando-se ao
terra e França pela região de Flandres, na pretensão do rei
surgimento da burguesia. Para controlar os nobres o rei
inglês Eduardo III ao trono da França. A guerra enfraque-
buscou o apoio da burguesia, concedendo a essa mono-
ceu a nobreza francesa, fortalecendo o poder real francês
e, principalmente, desenvolveu um sentimento nacional, pólios comerciais.
lançando a ideia de nação. Todos submetiam-se ao Estado. Os nobres, para tentar
Outro fator que enfraqueceu a nobreza feudal, favo- manter seu padrão de vida; e os burgueses, para garanti-
recendo o fortalecimento do poder real foi a Guerra das rem o lucro através da expansão marítima e da exploração
Duas Rosas. Essa foi uma guerra civil ocorrida no século XV de colônias.
na Inglaterra, entre a Dinastia Lancaster (rosa vermelha), Na Baixa Idade Média, surgiram as Corporações de
representando os interesses da velha nobreza feudal e a Ofício, que regulamentavam a economia, definindo os pre-
Dinastia York (rosa branca), representando a nova nobreza ços, a qualidade dos produtos e os salários pagos, já que
inglesa aliada à burguesia. Ao fim da guerra as duas dinas- a Igreja pregava que ninguém deveria ganhar mais do que
tias foram unidas com o casamento entre Henrique Tudor, o necessário para sustentar sua família. À política de inter-
descendente dos Lancaster, e Elizabeth de York, o que deu venção das cidades medievais na economia, dá-se o nome
início ao absolutismo inglês. de mercantilismo.

3
HISTÓRIA

O mercantilismo tinha como objetivo básico o fortale- O exemplar mercantilismo holandês atraiu muitos es-
cimento do Estado nacional e caracterizou a busca de po- trangeiros, que abandonavam seus países devido às perse-
der e riqueza pelo mesmo. Seus principais defensores foram guições e com seus capitais favoreceram o crescimento da
os comerciantes e os manufatureiros. Enquanto defendiam Holanda, modelo de país capitalista no começo do século
o fortalecimento do Estado, seus interesses também eram XVII. Era dominada pelas grandes companhias comerciais,
defendidos. O mercantilismo era a aliança entre a burguesia tendo o poder central muito fraco, e desenvolvendo as ma-
e os reis, a fim de unificar e desenvolver o poderio nacional, nufaturas e o comércio interno e externo. Além disso, o in-
cada qual com sua razão e interesse próprio. tervencionismo estatal não existia neste país. Foram orga-
Apesar das variações de Estado para Estado e de épo- nizadas nesse país duas grandes companhias monopolistas
ca para época, houve uma série de princípios comuns que holandesas, com o objetivo de colonizar e explorar as pos-
orientaram a política mercantilista. O metalismo incentivava sessões espanholas na Ásia e luso-espanholas na América:
o acúmulo de ouro e prata, com o objetivo de facilitar a a Companhia das Índias Orientais (Ásia) e a Companhia das
circulação de mercadorias. Era fundamental para os paí- Índias Ocidentais (América). Através do desenvolvimento
ses arranjar novos mercados consumidores para poderem das manufaturas e do poderio dessas companhias, durante
comprar a baixos custos e vender os produtos a preços mais o século XVII a Holanda conseguiu acumular um grande
altos. Assim, uma balança de comércio favorável era indis- capital.
pensável à política econômica mercantilista. Para conseguir Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/forma-
isso, restringia-se a importação de manufaturas, através do cao-das-monarquias-nacionais-absolutismo-e-mercanti-
protecionismo. A única maneira de realizar grandes em- lismo.html
preendimentos era a formação de monopólios, onde os ca-
pitais eram unidos para monopolizar um ramo da produção
manufatureira. O monopólio pertencia ao Estado absolutis-
ta, e era transferido aos burgueses em troca de pagamento. 4) A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA.
No intervencionismo estatal o Estado intervinha na econo-
mia de acordo com os seus interesses, visando o fortaleci-
mento do poder nacional.
O Pacto ou Sistema Colonial foi a aplicação prática da
Expansão Marítima Portuguesa
formação de monopólios, que garantiam uma balança co-
mercial favorável. As metrópoles tinham exclusividade so-
Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão ma-
bre as colônias, que produziam matérias-primas e produtos
rítima. Além da posição geográfica, de uma situação de paz
agrícolas tropicais vendidos a baixos custos e compravam
interna e da presença de uma forte burguesia mercantil; o
produtos manufaturados das metrópoles a elevados preços.
pioneirismo português é explicado pela sua centralização
Nos países europeus o mercantilismo era adaptado de
acordo com os recursos naturais disponíveis em cada um. política que, como vimos, era condição primordial para as
No mercantilismo espanhol, no século XVI não foram Grandes Navegações.
muito desenvolvidos o comércio e a manufatura, já que à A formação do Estado Nacional português está relacio-
Espanha o ouro e a prata bastavam. Até mesmo suas co- nada à Guerra de Reconquista - luta entre cristãos e muçul-
lônias eram abastecidas por manufaturas estrangeiras. O manos na península Ibérica.
rápido esgotamento dos minérios gerou a desvalorização A primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Bor-
da moeda, e consequentemente, uma grande inflação, que gonha (a partir de 1143) caracterizada pelo processo de
prejudicou a classe mais pobre (assalariada) mas beneficiou expansão territorial interna.
a burguesia de toda a Europa. Entre os anos de 1383 e 1385 o Reino de Portugal co-
O mercantilismo inglês era fundamentalmente indus- nhece um movimento político denominado Revolução de
trial e agrícola. A política econômica inglesa era sempre Avis - movimento que realiza a centralização do poder po-
bem planejada. O governo incentivava a produção manufa- lítico: aliança entre a burguesia mercantil lusitana com o
tureira, protegendo-a da concorrência estrangeira por meio mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia de Avis é ca-
de uma rígida política alfandegária. Houve a formação de racterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão
uma burguesia industrial, que empregava o trabalho assa- marítima.
lariado e era dona dos meios de produção (máquinas, gal- Navegações Tardias Inglaterra, França e Holanda.
pões, equipamentos).
O absolutismo atingiu sua maior força na França, onde O atraso na centralização política justifica o atraso des-
o Estado intervinha na economia de forma autoritária. O de- tas nações na expansão marítima: A Inglaterra e França en-
senvolvimento da marinha, das companhias de comércio e volveram-se na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e, após
das manufaturas mantinham a balança comercial favorável. este longo conflito a Inglaterra passa por uma guerra civil
O mercantilismo francês atingiu seu ápice com o rei Luís – a Guerra das Duas Rosas (1455-1485); já a França, no final
XIV. Era um país essencialmente agrícola, com o preço de do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas
seus produtos mantidos baixos para que os trabalhadores no reinado de Luís XI (1461-1483).
pudessem se alimentar e não reclamar dos baixos salários, Somente após estes conflitos internos é que ingleses,
o que era favorável para os manufatureiros. Mesmo com o durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603); e franceses,
incentivo e intervenção estatais, a França enfrentava uma durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão ma-
forte concorrência com a Inglaterra e a Holanda. rítima.

4
HISTÓRIA

A Holanda tem seu processo de centralização política O Luteranismo na Alemanha


atrasado por ser um feudo espanhol. Somente com o enfra- Na Alemanha, o frade agostiniano Martinho Lutero de-
quecimento da Espanha e com o processo de sua indepen- senvolveu suas reflexões, criando a doutrina da justificação
dência é que os holandeses iniciarão a expansão marítima. pela fé como único ponto de partida para aprofundar os
Consequências: As grandes navegações contribuíram ensinamentos que recebera. Segundo ele, “Deus não nos
para uma radical transformação da visão da história da hu- julga pelos pecados e pelas obras, mas pela nossa fé”. En-
manidade. Houve uma ampliação do conhecimento huma- quanto a concessão de indulgências como prática de de-
no sobre a geografia da Terra e uma verdadeira Revolução voção era entendida pelos cristãos como absolvição, a jus-
Comercial, a partir da unificação dos mercados europeus, tificação pela fé defendida por Lutero não permitia atribuir
asiáticos, africanos e americanos. valor às obras de caridade, opondo-se à teoria da salvação
Mudanças: A decadência das cidades italianas; a mu- pelos méritos. Em 1517, Lutero publicou suas 95 teses, de-
dança do eixo econômico do mar Mediterrâneo para o nunciando falsas seguranças dadas aos fiéis. Segundo di-
Oceano Atlântico; a formação do Sistema Colonial; enorme
ziam essas teses, só Deus poderia perdoar, e não o papa,
afluxo de metais para a Europa proveniente da América; o
e a única fonte de salvação da Igreja residia no Evangelho.
retorno do escravismo em moldes capitalistas; o eurocen-
Em torno dessa nova posição, iniciou-se na Alemanha um
trismo, ou a hegemonia européia sobre o mundo; e o pro-
cesso de acumulação primitiva de capitais resultado na or- conflito entre dominicanos e agostinianos.
ganização da formação social do capitalismo. Em 1520 o papa Leão X promulgou uma bula em que
Ocorre em duas ondas distintas. A primeira, de 1415 a dava 60 dias para a execução da retratação de Lutero, que
1600, sob hegemonia de Portugal e Espanha, e a segunda, então queimou publicamente a bula papal, sendo exco-
entre 1600 e 1800, sob a hegemonia da Holanda, Inglaterra mungado. No entanto, Lutero recebera grande apoio e
e França. conquistara inúmeros adeptos da sua doutrina, como os
humanistas, os nobres e os jovens estudantes. Consequen-
temente, uma revolta individual transformou-se num cisma
geral. Na Alemanha as condições favoráveis à propagação
5) O RENASCIMENTO CULTURAL, O do luteranismo se acentuaram devido à fraqueza do poder
HUMANISMO E AS REFORMAS RELIGIOSAS. imperial, às ambições dos príncipes em relação aos bens
da Igreja, às tensões sociais que opunham camponeses e
senhores, e o nacionalismo, hostil às influências religiosas
de Roma.
Reforma Religiosa O imperador do Sacro Império Romano-Germânico,
No fim da Idade Média, o crescente desprestígio da Carlos V, tentou um acordo para tolerar o luteranismo
Igreja do Ocidente, mais interessada no próprio enrique- onde já houvesse, mas pretendia impedir sua propagação.
cimento material do que na orientação espiritual dos fiéis; Cinco principados protestaram contra esta sanção, o que
a progressiva secularização da vida social, imposta pelo gerou o termo protestantismo. Sentindo a fragmentação
humanismo renascentista; e a ignorância e o relaxamento cristã em seus domínios, Carlos V convocou a Dieta de
moral do baixo clero favoreceram o desenvolvimento do Augsburg, visando conciliar protestantes e cristãos. Dada
grande cisma do Ocidente, registrado entre 1378 e 1417, a impossibilidade de acordo, os príncipes católicos e o im-
e que teve entre suas principais causas a transferência da perador acataram as condenações, na tentativa de eliminar
sede papal para a cidade francesa de Avignon e a eleição o protestantismo luterano. Após anos de luta, em 1555, os
simultânea de dois e até de três pontífices.
protestantes venceram, e foi assinada a paz, que concedeu
Uma angústia coletiva dominou todas as camadas
liberdade de religião no Santo Império. Lutero morreu em
sociais da época, inquietas com os abusos da Igreja, que
exigia dos fiéis dízimos cada vez maiores e se enriqueciam 1546, mas permaneceu como grande inspirador da Refor-
progressivamente com a venda de cargos eclesiásticos. Bis- ma.
pos eram nomeados por razões políticas e os novos clérigos O movimento luterano abriu caminhos para rebeliões
cobravam altos preços pelos seus serviços (indulgências), e políticas e sociais, não previstas por Lutero. Em 1524 eclo-
nem sempre possuíam suficientes conhecimento de religião diu a Revolta dos Camponeses, composta em sua maioria
ou compreendiam os textos que recitavam. por membros de uma nova seita, os anabatistas. Extrema-
Com as rendas que auferiam, papas e bispos levavam mente agressivos e individualistas, levaram às concepções
uma vida de magnificência, enquanto os padres mais humil- de Lutero sobre a livre interpretação da Bíblia e reclama-
des, carentes de recursos, muitas vezes sustentavam suas vam a supressão da propriedade e a partilha das riquezas
paróquias com a instalação de tavernas, casas de jogo ou da Igreja. Embora sustentando a ideia de liberdade cristã,
outros estabelecimentos lucrativos. Outros absurdos como Lutero submetia-se a autoridades legítimas, recusando-se
a venda de objetos tidos como relíquias sagradas – por a apoiar os revoltosos. Condenou então as revoltas e inci-
exemplo, lascas de madeira como sendo da cruz de Jesus tou os nobres à repressão. Os camponeses foram vencidos
Cristo – eram efetuados em profusão. Diante dessa situação e o protestantismo se expandiu apenas para os países es-
alienante, pequenos grupos compostos por membros do candinavos (Suécia, Noruega e Dinamarca), sendo instru-
clero e mesmo por leigos estudavam novas vias espirituais, mento de rebelião dos burgueses e comerciantes contra os
preparando discretamente uma verdadeira reforma religio- senhores de terra, que eram nobres católicos.
sa.

5
HISTÓRIA

O Calvinismo na França contrariavam o ortodoxia católica ou cometiam heresias.


Na França, o teólogo João Calvino posicionou-se com A Inquisição também foi aplicada em outros países, como
as obras protestantes e as ideias evangelistas, partindo da Portugal e Espanha. Em 1545, a Igreja Católica tomou outra
necessidade de dar à Reforma um corpo doutrinário lógico, medida: uma comissão de reforma convocou o Concílio de
eliminando todas as primeiras afirmações fundamentais de Trento, desenvolvido em três fases principais, entre 1545 e
Lutero: a incapacidade do homem, a graça da salvação e o 1563, fixou definitivamente o conteúdo da fé católica, pra-
valor absoluto da fé. Calvino julgava Deus todo poderoso, ticamente reafirmando suas antigas doutrinas. Confirmou-
estando a razão humana corrompida, incapaz de atingir se também o celibato clerical e sua hierarquia. Em 1559
a verdade. Segundo ele, o arrependimento não levaria o criou-se ainda o Índice de Livros Proibidos, composto de
homem à salvação, pois este tinha natureza irremediavel- uma lista de livros cuja leitura era proibida aos cristãos, por
mente pecadora. Formulou então a Teoria da Predestina- comprometer a fé e os costumes católicos.
ção: Deus concedia a salvação a poucos eleitos, escolhidos
por toda a eternidade. Nenhum homem poderia dizer com
certeza se pertencia a este grupo, mas alguns fatores, entre 6) A MONTAGEM DA COLONIZAÇÃO
os quais a obediência virtuosa, dar-lhe-iam esperança. EUROPEIA NA AMÉRICA: OS SISTEMAS
Os protestantes franceses seguidores da doutrina cal- COLONIAIS ESPANHOL, FRANCÊS, INGLÊS E
vinista eram chamados huguenotes, e se propagaram rapi- DOS PAÍSES BAIXOS.
damente pelo país. O calvinismo atingiu a Europa Central
e Oriental. Calvino considerou o cristão livre de todas as
proibições inexistentes em sua Escritura, o que tornava líci-
tas as práticas do capitalismo, determinando uma certa li- No fim da Idade Média a Europa passou por diversas
berdade em relação à usura, enquanto Lutero, muito hostil crises ligadas às pestes e às guerras. Os Países foram sen-
ao capitalismo, considerava-o obra do demônio. Segundo do despovoados e não havia desenvolvimento econômico
Calvino, “Deus dispôs todas as coisas de modo a determi- tampouco social. Segundo Élisabeth Carpentier e Jean Pier-
narem a sua própria vontade, chamando cada pessoa para re Arrignon, este período foi o:
sua vocação particular”. Calvino morreu em Genebra, em Fim de um mundo antigo e princípio de um mundo
1564. Porém, mesmo após sua morte, as igrejas reformadas novo. Nos séculos XIV e XV, a fisionomia da Europa trans-
mantiveram-se em contínua expansão. formou-se. Pestes, guerras, recessões e conquistas otoma-
nas arruinaram o equilíbrio antigo, destruíram o Império
O Anglicanismo na Inglaterra Bizantino e abalaram os poderes que estavam aparecendo;
Na Inglaterra, o principal fato que desencadeou a Re- no interior das cidades que polarizavam a rede econômica,
forma religiosa foi a negação do papa Clemente VII a con- e sob a autoridade do Príncipe que veio informar o Estado
sentir a anulação do casamento do rei Henrique VIII com moderno, despontava já a aurora de um Renascimento.
Catarina de Aragão, impedindo a consolidação da monar- Com o fim das crises, a Europa iniciou, durante o sé-
quia Tudor. Manipulando o clero, Henrique VIII atingiu seu culo XV, o período moderno, com avanço populacional,
objetivo: tornou-se chefe supremo da Igreja inglesa, anu- aumento das classes burguesas, bem como com o de-
lou seu casamento e casou-se com Ana Bolena. A reação senvolvimento das trocas comerciais. Para estas trocas
do papa foi imediata: excomungou o soberano e, em con- eram utilizados os metais, como o ouro, a prata e o co-
sequência, o Parlamento rompeu com Roma, dando ao rei bre. Todavia, o metal utilizado para fazer as grandes tro-
o direito de governar a Igreja, de lutar contra as heresias e cas comerciais, o ouro, começou a ficar escasso. Assim,
de excomungar. Consolidada a ruptura, Henrique VIII, atra- o desenvolvimento econômico que os Reis pretendiam
vés de seus conselheiros, organizou a Igreja na Inglaterra. começou a não ser mais possível por conta deste fato. 
Entretanto, a reforma de Henrique VIII constituiu mais Durante tal época, os principais produtos comercializados
uma alteração política do que doutrinária. As reais altera- pela nobreza e pela burguesia europeia eram as especia-
ções teológicas surgiram no reinado de seu filho, Eduardo rias, ou seja, condimentos usados na culinária para pro-
VI, que introduziu algumas modificações fortemente in- porcionar sabor diferenciado na comida, ou ainda, utili-
fluenciadas pelo calvinismo. Foi no reinado de Elizabeth I, zados na fabricação de perfumes, óleos e medicamentos,
porém, que consolidou-se a Igreja Anglicana. A supremacia como a pimenta, a noz-moscada, o gengibre, a canela e
do Estado sobre a Igreja foi afirmada e Elizabeth I tornou- o cravo. Porém, devido ao clima europeu, estes produtos
se chefe da Igreja Anglicana independente. A Reforma na não eram cultivados naquele Continente, sendo então ne-
Inglaterra representou uma necessidade de fortalecimento cessário importá-los da Ásia por meio das navegações. 
do Estado, na medida em que o rei transformou a religião Como precisavam conquistar novos espaços para conse-
numa via de dominação sobre seus súditos. guir as especiarias, também era necessário o ouro, como
informa Alan Absire:
A Contrarreforma Ávidos de ouro, ei-los pois o caminho para encher os
A reação oficial da Igreja contra a expansão do protes- cofres desse metal precioso. Tudo porque falta ouro, por-
tantismo ficou conhecida como Contrarreforma. Em 1542, que o menos acidente, um contrato não cumprido, uma
o papa Paulo III introduziu a Inquisição Romana, confiando crise de confiança nos sistemas monetários de troca fun-
aos dominicanos a função de impô-las aos Estados italia- dados na palavra ameaçavam as estruturas de todo edifício
nos. A nova instituição perseguiu todos aqueles que, atra- ocidental. Sem compromissos com o absoluto, a única con-
vés do humanismo ou das teologias luterana e calvinista, quista é a do ouro e do poder que lhe confere.

6
HISTÓRIA

Portanto, era preciso iniciar o processo de conquistas O Início das Grandes Navegações Rumo à América
para os Países europeus conseguirem a principal fonte de Cristóvão Colombo, genovês, conheceu o mar com
poder e de riquezas: o ouro. quatorze anos e participou de expedições marítimas co-
merciais nas quais os comerciantes genovenses vendiam lã
A Situação de Portugal e compravam açúcar e especiarias. Desta forma, aprendeu
Neste período, Portugal era um dos Países europeus a navegar e passou a interessar-se pela cartografia. A partir
com maior desenvolvimento, haja vista ter sido o primeiro de então, gestou a ideia de alcançar o “fim do Oriente.”
País a centralizar o poder, a ascender a burguesia e a criar Para isso, passou a ser exímio conhecedor das navegações
uma Escola de Navegações. Esta, a Escola de Sagres, foi e começou a traçar uma rota de navegação, passando do
criada em 1417, no município de Sagres, reunindo vários Oriente ao Ocidente pelo Oceano Pacífico, como elucida
navegadores, cartógrafos, marinheiros e cosmógrafos, a fim Fredéric Mauro:
de desenvolver conhecimentos no campo marítimo para A sua nova profissão predispõe-no para investigações
as navegações realizadas à Ásia em busca das especiarias.  eruditas. Lê muito: a geografia de Ptolomeu, por exemplo.
Então, somadas as questões da falta de metais na Europa, O manuscrito do astrônomo alexandrino (século II d. C.)
o alto conhecimento dos portugueses na navegação e o fora reencontrado no começo do século XV: descrevia o
desenvolvimento do País, Portugal estava preparado para mundo conhecido dando, para todos estes lugares, as suas
iniciar as Grandes Navegações. É o que demonstra o Pro- coordenadas em graus; a edição em princeps, utilizada por
fessor de História Moderna da Oxford University, J. H. Elliot: Colombo, possuía 27 cartas. Apoiando-se em Aristóteles,
A nova dinastia mantinha vínculos estreitos com proe- afirma a esfericidade da Terra e pretende que mesmo ocea-
minentes comerciantes e era sensível à preocupação que no banha as costas da Espanha e as da Ásia, o que leva
revelavam com a aquisição de novos mercados e de no- Colombo a tentar calcular a largura deste oceano. A sua
vas fontes de suprimentos de corantes, ouro, açúcar e es- conclusão; ‘entre o fim do Oriente e o fim do Ocidente não
cravos. Mas aventuras ultramarinas de Portugal no fim do existe mais que um pequeno mar.
Século XV também eram guiadas por outros interesses, às A Espanha, que estava disposta a iniciar as navegações,
vezes contraditórios. A nobreza procurava no ultramar no- decidiu apoiar a ideia de Cristóvão Colombo, por meio da
vas terras e novas fontes de riquezas. Rainha Isabel de Castela. François Lebrun narra este fato,
Assim sendo, consoante o mesmo autor, Portugal já até a data em que Colombo partiu das terras europeias:
em 1460 penetrou cerca de 2500 quilômetros na costa Cristóvão Colombo, supondo – mas erroneamente –
oeste da África e avançou para o Atlântico, estabelecendo que o Japão e a China se encontravam perto da Europa,
sua presença nas ilhas de Madeira, dos Açores e de Cabo pensou, por sua vez, que seria possível atingi-los direta-
Verde.  mente navegando para oeste. Convenceu Isabel de Caste-
la do interesse do seu projeto e a rainha aceitou financiar
A Situação da Espanha lhe a expedição. Colombo partiu a 3 de agosto de 1492
A Espanha, por sua vez, com o fim da Guerra da Re- com três caravelas, fez-se a oeste e alcançou terra a 12 de
conquista, em 1492, que expulsou os mouros da Península outubro, persuadido de ter chegado à Ásia. Tinha, porém,
Ibérica, passou a ter suas cidades abertas para vastas pers- desembarcado numa das ilhas Bahamas, num ponto a que
pectivas comerciais, conforme foi explicado por Elliot: depois se chamou de San Salvador. Durante as três viagens
A Reconquista – o grande movimento dos reinos cris- que depois realizou, tocou em algumas das Antilhas e tam-
tãos da Península Ibérica para o sul, para regiões manti- bém no litoral do próprio continente americano. Morreu
das pelos mouros – ilustra um pouco a ampla gama de em 1506 em Valladolid sem suspeitar, ao que parece, que
possibilidades nas quais se poderiam buscar precedentes. não havia chegado às Índias da Ásia mas que, em vez disso,
Travada ao longo da fronteira que dividia o Cristianismo tinha descoberto um mundo até então desconhecido pelos
do Islã, a Reconquista foi uma guerra que ampliou os limi- Europeus. No entanto, depressa a verdade veio à tona e
tes da fé. Foi também uma guerra em busca de expansão no ano de 1507 um cartógrafo batizava esse novo mundo
territorial, conduzida e regulamentada, mesmo que nem com o nome de América – do nome de um navegador que
sempre controlada, pela coroa espanhola e pelas grandes sucedeu a Colombo, Amerigo Vespucci.
ordens religioso-militares, que no processo, obtinha vassa- Desta forma, pela primeira vez os europeus chegaram
los junto com vastas áreas de terra. Foi uma típica guerra à América e então iniciou-se o processo de conquista do
de fronteira, numa tática de ataques e específicos em busca denominado “Novo Mundo”.
de saques fáceis, oferecendo oportunidades de lucro com Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/arti-
resgates e escambos, e de recompensas mais intangíveis, cles/9545/1/Colonizacao-Europeia-na-America-do-Sul/
como honra e fama. Paacutegina1.html
Com o fim desta fase, os espanhóis não possuíam mais
a problemática dos saques e do clima de guerra, então es-
tavam finalmente dispostos a avançar a economia e a se
desenvolver. Por isso é que, baseados na experiência de
Portugal de avançar o além-mar, a Espanha, em 1492, mes-
mo ano em que encerrou a referida Guerra, decidiu iniciar
as navegações.

7
HISTÓRIA

As razões da colonização – A centralização do poder foi


condição para os países saírem em busca de novos merca-
7) O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS dos, organizando-se, assim, as bases do absolutismo e do
NA AMÉRICA: ESTRUTURA POLÍTICO- capitalismo comercial. Com isso, surgiram rivalidades en-
ADMINISTRATIVA; ESTRUTURA tre os países. Portugal e Espanha ficaram ameaçados pelo
SOCIOECONÔMICA; INVASÕES crescimento de outras potências. Acordos anteriores, como
ESTRANGEIRAS; EXPANSÃO TERRITORIAL; o Tratado de Tordesilhas (1494) entre Portugal e a Espanha,
REBELIÕES COLONIAIS. começaram a ser questionados pelos países em expansão.
A descoberta de ouro e prata no México e no Peru fun-
cionou como estímulo ao início da colonização portuguesa.
Outro fator que obrigou Portugal a investir na América foi
O sistema colonial português na América a crise do comércio indiano. A frágil burguesia lusitana de-
O sistema colonial é o conjunto de relações entre as pendia cada vez mais da distribuição dos produtos orien-
metrópoles e suas respectivas colônias em uma determi- tais feita pelos comerciantes flamengos (Flandres), que im-
nada época histórica. O sistema colonial que nos interessa punham os preços e acumulavam os lucros.
abrangeu o período entre o século XVI e o século XVII, ou Capitanias hereditárias – Em 1532, quando se encon-
seja, faz parte do Antigo Regime da época moderna e é trava em São Vicente, Martim Afonso recebeu uma carta do
conhecido como antigo sistema colonial. rei anunciando o povoamento do Brasil através da criação
Segundo o seu modelo teórico típico, a colônia deveria das capitanias hereditárias. Esse sistema já havia sido uti-
ser um local de consumo (mercado) para os produtos me- lizado com êxito nas possessões portuguesas das ilhas do
tropolitanos, de fornecimento de artigos para a metrópole Atlântico (Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Açores).
e de ocupação para os trabalhadores da metrópole. Em ou- O Brasil foi dividido em 14 capitanias hereditárias, 15
tras palavras, dentro da lógica do “Sistema Colonial Mer- lotes (São Vicente estava dividida em 2 lotes) e 12 dona-
cantilista” tradicional, a colônia existia para desenvolver a tários (Pero Lopes de Sousa era donatário de 3 capitanias:
metrópole, principalmente através do acúmulo de riquezas, Itamaracá, Santo Amaro e Santana). Porém, a primeira doa-
seja através do extrativismo ou de práticas agrícolas mais ção ocorreu apenas em 1534.
ou menos sofisticadas. Uma Colônia de Exploração, como Entre os donatários não figurava nenhum nome da alta
foi o caso do Brasil para Portugal, tem basicamente três nobreza ou do grande comércio de Portugal, o que mos-
características, conhecidas pelo termo técnico de “planta- trava que a empresa não tinha suficiente atrativo econô-
tion”: mico. Somente a pequena nobreza, cuja fortuna se devia
Latifúndio: as terras são distribuídas em grandes pro- ao Oriente, aqui aportou, arriscando seus recursos. Traziam
priedades rurais nas mãos dois documentos reais: a carta de doação e os fo-
Monocultura  voltada ao mercado exterior: há um rais. No primeiro o rei declarava a doação e tudo o que ela
“produto-rei” em torno do qual toda a produção da colônia implicava. O segundo era uma espécie de código tributário
se concentra (no caso brasileiro, ora é o açúcar, ora a bor- que estabelecia os impostos.
racha, ora o café...) para a exportação e enriquecimento da Nesses dois documentos o rei praticamente abria mão
metrópole, em detrimento da produção para o consumo de sua soberania e conferia aos donatários poderes am-
ou o mercado interno. plíssimos. E tinha de ser assim, pois aos donatários cabia
Mão-de-obra escrava: o negro africano era trazido a responsabilidade de povoar e desenvolver a terra à pró-
sobre o mar entre cadeias e, além de ser mercadoria cara, pria custa. O regime de capitanias hereditárias desse modo,
era uma mercadoria que gerava riqueza com o seu traba- transferia para a iniciativa privada a tarefa de colonizar o
lho... Brasil. Entretanto, devido ao tamanho da obrigação e à fal-
O sentido da colonização – A atividade colonizado- ta de recursos, a maioria fracassou. Sem contar aqueles que
ra europeia aparece como desdobramento da expansão preferiram não arriscar a sua fortuna e jamais chegaram
puramente comercial. Passou-se da circulação (comércio) a tomar posse de sua capitania. No final, das catorze ca-
para a produção, No caso português, esse movimento rea- pitanias, apenas Pernambuco teve êxito, além do sucesso
lizou-se através da agricultura tropical. Os dois tipos de temporário de São Vicente. Quanto às demais capitanias,
atividade, circulação e produção, coexistiram. Isso significa malograram e alguns dos donatários não só perderam seus
que a economia colonial ficou atrelada ao comércio eu- bens como também a própria vida.
ropeu. Segundo Caio Prado Jr., o sentido da colonização Estava claro que o povoamento e colonização através
era explícito: “fornecer produtos tropicais e minerais para o da iniciativa particular era inviável. Não só devido à hosti-
mercado externo”. lidade dos índios, mas também pela distância em relação
Assim, o antigo sistema colonial apareceu como ele- à metrópole, e sobretudo, pelo elevado investimento re-
mento da expansão mercantil da Europa, regulado pelos querido.
Interesses da burguesia comercial. A consequência lógica, Fonte: http://profguimonteiro.blogspot.com.
segundo Fernando A. Novais, foi a colônia transformar-se br/2010/06/o-sistema-colonial-portugues-na-america.
em instrumento de poder da metrópole, o fio condutor, html
a prática mercantilista, visara essencialmente o poder do
próprio Estado.

8
HISTÓRIA

REVOLTA DE BECKMAN Convencidos de sua relevância, os comerciantes de Re-


A Revolta de Beckman (1864) é um importante episódio cife pediram ao rei de Portugal, d. João V, que seu povoa-
das rebeliões coloniais do Brasil, assunto que cai bastante do fosse elevado à categoria de vila. D. João V atendeu ao
no Enem. Muitos colonos queriam capturar e escravizar os pedido e, com isso, os senhores de engenho organizaram
indígenas para utilizá-los como mão-de-obra, contrarian- uma rebelião e invadiram Recife. Sem condições de resistir,
do os jesuítas, que defendiam a proposta de aculturá-los e os comerciantes mais ricos fugiram para não ser captura-
controlá-los dentro das missões.  dos.
A partir de 1650, a capitania do Maranhão começou Em 1711, o governo português interveio na região,
a passar por grave crise econômica, provocada pela redu- reprimindo duramente os revoltosos. Os principais líderes
ção dos preços do açúcar no mercado internacional. Sem foram presos ou condenados ao exílio. Os Mascates reas-
condições de pagar os altos preços cobrados pelo escravo sumiram suas posições, e Recife tornou-se a capital de Per-
africano, os senhores de engenho da região organizaram nambuco.
tropas para invadir as missões e capturar indígenas para o
trabalho escravo em suas propriedades. Essa atitude pro- REVOLTA DE VILA RICA
vocou o protesto dos jesuítas, junto ao governo português, O anúncio da Criação das Casas de Fundição causou
que interveio e acabou reeditando a proibição de escravi- insatisfação entre os mineradores, pois consideravam que
zar indígenas aldeados. a medida dificultava a circulação e o comércio do ouro
Para suprir a mão-de-obra da capitania, o governo por- dentro da capitania facilitando apenas a cobrança de im-
tuguês criou a companhia Geral de Comércio do Maranhão postos. Tal descontentamento acabou provocando a cha-
(1682), com a responsabilidade de introduzir na região 500 mada Revolta de Felipe dos Santos ou Revolta de Vila Rica,
escravos negros por ano, durante 20 anos. Essa companhia em 1720.
não conseguiu, no entanto, cumprir seus compromissos, Cerca de 2 mil revoltosos, comandados pelo tropeiro
agravando a crise de mão-de-obra e aumentando o des- português Felipe dos Santos, conquistaram a cidade de Vila
contentamento dos colonos. Rica. Esse grupo exigiu do governador da capitania de Mi-
Um grupo de senhores de engenho, liderados por Ma- nas Gerais a extinção das Casas de Fundição.
nuel Beckman, organizou um movimento para acabar com Apanhados de surpresa, o governador fingiu aceitar as
exigências, ganhando tempo para organizar suas tropas e
a Companhia e com a influência dos jesuítas. Os rebeldes
reagir energicamente. Pouco depois, os líderes do movi-
formaram um governo provisório. Ao saber dos aconteci-
mento foram presos, e Felipe dos Santos foi condenado,
mentos, o rei enviou um novo governador, Gomes Freire
enforcado e esquartejado em praça pública.
de Andrade que, ao chegar, ordenou o enforcamento de
Fonte: http://educacao.globo.com/historia/assun-
Beckman e outros dois líderes do movimento.
to/independencia-das-americas/rebelioes-coloniais-na
-america-portuguesa.html
GUERRA DOS EMBOABAS
O rápido e caótico afluxo de milhares de pessoas às
regiões das minas logo trouxe seus problemas. Os paulis-
tas, descobridores do ouro de Minas Gerais, sentiam-se no MOVIMENTOS EMANCIPACIONISTAS:
direito de explorá-lo com exclusividade. Entretanto, muitos CONJURAÇÃO MINEIRA E CONJURAÇÃO
portugueses vindos da metrópole ou de outras partes da BAIANA
própria colônia também queriam apoderar-se das jazidas
descobertas. A tensão cresceu quando os portugueses pas-
saram a controlar o sistema de abastecimento de mercado-
rias na região das minas, em 1707. O que foi
O conflito teve fim em 1709, no chamado Capão da A Conjuração Mineira, também conhecida como Incon-
Traição, quando muitos paulistas foram mortos por tropas fidência Mineira, foi um movimento de caráter separatista,
emboabas de cerca de mil homens. Posteriormente, os ocorrido em Minas Gerais no ano de 1789, cujo principal
paulistas organizaram uma vingança contra os emboabas. objetivo era libertar o Brasil do domínio português. O lema
Entre as consequências da Guerra dos Emboabas po- da Conjuração Mineira era “Liberdade, ainda que tardia”.
demos destacar: o controle mais rígido por parte da Me-
trópole; a elevação de São Paulo à categoria de cidade; a Principais integrantes da Conjuração Mineira (inconfi-
criação da capitania de São Paulo e Minas Gerais do Ouro e dentes):
a descoberta de ouro em Mato Grosso a Goiás.
- Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier) – alferes,
GUERRA DOS MASCATES minerador e tropeiro
Devido à queda do preço do açúcar no mercado eu- - Claudio Manuel da Costa – poeta
ropeu, causada pela concorrência do açúcar antilhano, os - Inácio José de Alvarenga Peixoto – advogado
ricos senhores de engenho de Olinda, principal cidade de - Tomás Antônio Gonzaga – poeta
Pernambuco em 1710, viram-se arruinados. Começaram, - Francisco de Paula Freire de Andrade – coronel
então, a pedir empréstimos aos comerciantes do povoado - Carlos Correia – padre
do Recife (Mascates), que cobravam juros bastante eleva- - Oliveira Rolim – padre
dos por eles. - Francisco Antônio de Oliveira Lopes - coronel

9
HISTÓRIA

Principais causas: Líderes


- Um dos principais líderes foi o médico, político e filóso-
- Exploração política e econômica exercida por Portu- fo baiano Cipriano Barata.
gal sobre sua principal colônia, o Brasil; - Outra importante liderança, que atuou muito na divul-
- Derrama: caso uma região não conseguisse pagar gação das ideias do movimento, foi o soldado Luís Gonzaga
1500 quilos de ouro para Portugal, soldados entravam nas das Virgens.
casas das pessoas para pegar bens até completar o valor - Os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de
devido; Deus do Nascimento.
- A proibição da instalação de manufaturas no Brasil. Quem participou
Objetivos principais: - O movimento contou com a participação de pessoas
- Obter a independência do Brasil em relação a Portu- pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, escravos e
gal; ex-escravos.
- Implantar uma República no Brasil;
A Revolta
- Liberar e favorecer a implantação de manufaturas no
A revolta estava marcada, porém um dos integrantes do
Brasil;
movimento, o ferreiro José da Veiga, delatou o movimento para
- Criação de uma universidade pública na cidade de o governador, relatando o dia e a hora em que aconteceria.
Vila Rica. O governo baiano organizou as forças militares para
A Questão da Escravidão debelar o movimento antes que a revolta ocorresse. Vários
revoltosos foram presos. Muitos foram expulsos do Brasil,
Não havia consenso com relação à libertação dos es- porém quatro foram executados na Praça da Piedade em
cravos. Alguns inconfidentes, entre eles Tiradentes, eram Salvador.
favoráveis à abolição da escravidão, enquanto outros eram Fonte: http://www.historiadobrasil.net/conjuracao_baia-
contrários e queriam a independência sem transformações na.htm
sociais de grande impacto.
O fim da Conjuração Mineira
O movimento foi delatado por Joaquim Silvério dos
Reis ao governador da província, em troca do perdão de 8) O ILUMINISMO E O DESPOTISMO
suas dívidas com o governo. Os inconfidentes foram presos ESCLARECIDO.
e condenados. Enquanto Tiradentes foi enforcado e teve
seu corpo esquartejado, os outros foram exilados na África.
Fonte: http://www.historiadobrasil.net/resumos/conju-
racao_mineira.htm Iluminismo
O Iluminismo e o “Despotismo Esclarecido”
Conjuração Baiana Os escritores franceses do século XVIII provocaram uma
O que foi revolução intelectual na história do pensamento moderno.
Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a Con- Suas ideias caracterizavam-se pela importância dada à razão:
juração Baiana foi uma revolta social de caráter popular rejeitavam as tradições e procuravam uma explicação racio-
ocorrida na Bahia em 1798. Teve uma importante influência nal para tudo. Filósofos e economistas procuravam novos
dos ideais da Revolução Francesa. Além de ser emancipa- meios para dar felicidade aos homens. Atacavam a injustiça,
a intolerância religiosa, os privilégios. Suas opiniões abriram
cionista, defendeu importantes mudanças sociais e políti-
caminho para a Revolução Francesa, pois denunciaram er-
cas na sociedade.
ros e vícios do Antigo Regime. As novas ideias conquistaram
numerosos adeptos, a quem pareciam trazer luz e conheci-
Causas mento. Por isto, os filósofos que as divulgaram foram cha-
- Insatisfação popular com o elevado preço cobrado mados iluministas; sua maneira de pensar, Iluminismo; e o
pelos produtos essenciais e alimentos. Além disso, recla- movimento, Ilustração.
mavam da carência de determinados alimentos.
- Forte insatisfação com o domínio de Portugal sobre o A Ideologia Burguesa
Brasil. O ideal de independência estava presente em vários O Iluminismo expressou a ascensão da burguesia e de
setores da sociedade baiana. sua ideologia. Foi a culminância de um processo que come-
Objetivos çou no Renascimento, quando se usou a razão para desco-
- Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, brir o mundo, e que ganhou aspecto essencialmente crítico
o fim do pacto colonial com Portugal; no século XVIII, quando os homens passaram a usar a razão
- Defendiam a implantação da República; para entenderem a si mesmos no contexto da sociedade. Tal
- Liberdade comercial no mercado interno e também espírito generalizou-se nos clubes, cafés e salões literários.
com o exterior; A filosofia considerava a razão indispensável ao estudo de
- Liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto fenômenos naturais e sociais. Até a crença devia ser racio-
eram favoráveis à abolição dos privilégios sociais e tam- nalizada: Os iluministas eram deístas, isto é, acreditavam
bém da escravidão; que Deus está presente na natureza, portanto no próprio
- Aumento de salários para os soldados. homem, que pode descobri-lo através da razão.

10
HISTÓRIA

Para encontrar Deus, bastaria levar vida piedosa e vir- Gournay propunha total liberdade para as atividades
tuosa; a Igreja tornava-se dispensável. Os iluministas criti- comerciais e industriais, consagrando a frase: “Laissez faire,
cavam-na por sua intolerância, ambição política e inutilida- laissez passar”.(Deixe fazer, deixe passar.). O escocês Adam
de das ordens monásticas. Os iluministas diziam que leis Smith, seu discípulo, escreveu A Riqueza das Nações (1765),
naturais regulam as relações entre os homens, tal como em que defendeu: nem a agricultura, como queriam os fi-
regulam os fenômenos da natureza. Consideravam os ho- siocratas; nem o comércio, como defendiam os mercanti-
mens todos bons e iguais; e que as desigualdades seriam listas; o trabalho era a fonte da riqueza. O trabalho livre,
provocadas pelos próprios homens, isto é, pela sociedade. sem intervenções, guiado espontaneamente pela natureza.
Para corrigi-las, achavam necessário mudar a sociedade, Os novos déspotas
dando a todos liberdade de expressão e culto, e proteção Muitos príncipes puseram em prática as novas ideias.
contra a escravidão, a injustiça, a opressão e as guerras. Sem abandonar o poder absoluto, procuraram governar
O princípio organizador da sociedade deveria ser a conforme a razão e os interesses do povo. Esta aliança de
busca da felicidade; ao governo caberia garantir direitos princípios filosóficos e poder monárquico deu origem ao
naturais: a liberdade individual e a livre posse de bens;
regime de governo típico do século XVIII, o despotismo
tolerância para a expressão de ideias; igualdade perante
esclarecido. Seus representantes mais destacados foram
a lei; justiça com base na punição dos delitos; conforme
Frederico II da Prússia; Catarina II da Rússia; José II da Áus-
defendia o jurista milanês Beccaria. A forma política ideal
variava: seria a monarquia inglesa, segundo Montesquieu e tria; Pombal, ministro português; e Aranda, ministro da Es-
Voltaire; ou uma república fundada sobre a moralidade e a panha.
virtude cívica, segundo Rousseau. Frederico II (1740-1786), discípulo de Voltaire e indife-
rente à religião, deu liberdade de culto ao povo prussiano.
Principais Filósofos Iluministas Tornou obrigatório o ensino básico e atraiu os jesuítas, por
Podemos dividir os pensadores iluministas em dois suas qualidades de educadores, embora quase todos os
grupos: os filósofos, que se preocupavam com problemas países estivessem expulsando-os, por suas ligações com o
políticos; e os economistas, que procuravam uma maneira papado. A tortura foi abolida e organizado novo código de
de aumentar a riqueza das nações. Os principais filósofos justiça. O rei exigia obediência mas dava total liberdade de
franceses foram Montesquieu, Voltaire, Rousseau e Diderot. expressão. Estimulou a economia, adotando medidas pro-
Montesquieu publicou em 1721 as Cartas Persas, em que tecionistas, apesar de contrárias às ideias iluministas. Pre-
ridicularizava costumes e instituições. Em 1748, publicou servou a ordem: a Prússia permaneceu um Estado feudal,
O Espírito das Leis, estudo sobre formas de governo em com servos sujeitos à classe dominante, dos proprietários.
que destacava a monarquia inglesa e recomendava, como O Estado que mais fez propaganda e menos praticou
única maneira de garantir a liberdade, a independência dos as novas ideias foi a Rússia. Catarina II (1762-1796) atraiu fi-
três poderes: Executivo; Legislativo, Judiciário. Voltaire foi lósofos, manteve correspondência com eles, muito prome-
o mais importante. Exilado na Inglaterra, publicou Cartas teu e pouco fez. A czarina deu liberdade religiosa ao povo
Inglesas, com ataques ao absolutismo e à intolerância e e educou as altas classes sociais, que se afrancesaram. A
elogios à liberdade existente naquele país. Fixando-se em situação dos servos se agravou. Os proprietários chegaram
Ferney, França, exerceu grande influência por mais de vinte a ter direito de condená-los à morte.
anos, até morrer. Discípulos se espalharam pela Europa e José II (1780-1790) foi o déspota esclarecido típico.
divulgaram suas ideias, especialmente o anticlericalismo. Aboliu a servidão na Áustria, deu igualdade a todos pe-
Rousseau teve origem modesta e vida aventureira. rante a lei e os impostos, uniformizou a administração do
Nascido em Genebra, era contrário ao luxo e à vida munda- Império, deu liberdade de culto e direito de emprego aos
na. Em Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os
não-católicos.
Homens (1755), defendeu a tese da bondade natural dos
O Marquês de Pombal, ministro de Dom José I de Por-
homens, pervertidos pela civilização. Consagrou toda a sua
obra à tese da reforma necessária da sociedade corrompi- tugal, fez importantes reformas. A indústria cresceu, o co-
da. Propunha uma vida familiar simples; no plano político, mércio passou ao controle de companhias que detinham o
uma sociedade baseada na justiça, igualdade e soberania monopólio nas colônias, a agricultura foi estimulada; no-
do povo, como mostra em seu texto mais famoso, O Con- breza e clero foram perseguidos para fortalecer o poder
trato Social. Sua teoria da vontade geral, referida ao povo, real.
foi fundamental na Revolução Francesa e inspirou Robes- Aranda também fez reformas na Espanha: liberou o
pierre e outros líderes. Diderot organizou a Enciclopédia, comércio, estimulou a indústria de luxo e de tecidos, dina-
publicada entre 1751 e 1772, com ajuda do matemático d’ mizou a administração com a criação dos intendentes, que
Alembert e da maioria dos pensadores e escritores. Proibi- fortaleceram o poder do Rei Carlos III.
da pelo governo por divulgar as novas ideias, a obra pas-
sou a circular clandestinamente. Os economistas pregaram
essencialmente a liberdade econômica e se opunham a ,
toda e qualquer regulamentação. A natureza deveria diri-
gir a economia; o Estado só interviria para garantir o livre
curso da natureza. Eram os fisiocratas, ou partidários da
fisiocracia (governo da natureza). Quesnay afirmava que a
atividade verdadeiramente produtiva era a agricultura.

11
HISTÓRIA

A República de Cromwell foi caracterizada por uma


grande centralização do poder nas mãos de seu líder. A
9) AS REVOLUÇÕES INGLESAS (SÉCULO XVII) Revolução Puritana havia rompido com o monarquismo,
E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (SÉCULO XVIII mas não necessariamente com o autoritarismo. E foi uti-
A XX). lizando-se desse seu poder que Oliver Cromwell estabele-
ceu os “Atos de Navegação”, um conjunto de medidas que
favoreceram amplamente as relações comerciais feitas pela
Inglaterra e, consequentemente, sua burguesia.
MONARQUIAS ABSOLUTISTAS REVOLUÇÃO GLORIOSA
No século XVII, basicamente, todas as potências euro- Com a morte de Oliver Cromwell e a renúncia de seu fi-
peias viviam sob o regime das monarquias absolutistas. Tais lho Ricardo, a monarquia acabou sendo restaurada. Assim,
governos se fortaleceram desde os últimos tempos medie- a dinastia Stuart voltava ao governo e Carlos II era coroa-
vais, quando a crise que então assolava a Europa feudal do, dando início a um reinado extremamente autoritário.
Mesmo com a ascensão de Jaime II ao poder, a monarquia
abriu espaço à formação dos Estados Nacionais Modernos.
inglesa continuava a tender ao absolutismo, o que gerava
Neste momento, a existência de um governo centralizador
grande insatisfação nos parlamentares.
foi fundamental ao processo de unificação territorial, jurí- Formado basicamente por burgueses e membros
dica e monetária pelo qual passaram países como Portugal, da gentry, o parlamento constitui, então, um exército com
Espanha, Inglaterra e França. o objetivo de depor o rei. Ao mesmo tempo, negocia com
No entanto, com o passar dos anos, as críticas ao ex- Guilherme de Orange, genro de Jaime II, sua indicação para
cessivo centralismo político por este Estado absolutista co- o trono real. Em contrapartida, o parlamento exigia que o
meçaram a ganhar força em boa parte do Velho Mundo. novo rei jurasse obediência à “Declaração dos Direitos” (Bill
A burguesia mostrava-se, então, como o grupo social res- of Rights). Sucedia-se, assim, a Revolução Gloriosa, cujo
ponsável pelos principais ataques desferidos contra esse
principal desdobramento foi a consolidação da monar-
tipo de governo, o qual identificava como um poderoso
empecilho ao desenvolvimento de práticas econômicas
quia parlamentar e a deposição do absolutismo inglês.
Fonte: http://educacao.globo.com/historia/assunto/
mais liberais e lucrativas.
europa-em-transformacao/revolucoes-inglesas-do-seculo
-xvii.html
MONARQUIA INGLESA
Embora as estruturas absolutistas tenham começado A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças
a ruir mais visivelmente ao longo do século XVIII, notada- que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A prin-
mente a partir da difusão dos ideais iluministas, este pro- cipal particularidade dessa revolução foi a substituição do
cesso pôde ser percebido na Inglaterra já em meados do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das má-
século anterior. Após os bem-sucedidos governos de Hen- quinas.
rique VIII e Elizabeth I, os reinados de Jaime I (1603 – 1625) Até o final do século XVIII a maioria da população
e Carlos I (1625 – 1649) foram marcados pelo agravamento europeia vivia no campo e produzia o que consumia. De
das insatisfações sociais, o que acabou por debilitar o po- maneira artesanal o produtor dominava todo o processo
der da Coroa. produtivo.
O parlamento inglês, que há tempos buscava ampliar Apesar de a produção ser predominantemente artesa-
sua autonomia frente aos desmandos dos monarcas, mos- nal, países como a França e a Inglaterra, possuíam manufa-
trou-se ainda mais inconformado com as ações centraliza- turas. As manufaturas eram grandes oficinas onde diversos
doras tomadas nesses dois últimos governos. A burguesia, artesãos realizavam as tarefas manualmente, entretanto
interessada em um sistema econômico mais liberal, colo- subordinados ao proprietário da manufatura.
A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial de-
cava-se claramente contrária ao intervencionismo estatal
vido a diversos fatores, entre eles: possuir uma rica bur-
típico das monarquias absolutistas. Por fim, as reações de
guesia, o fato do país possuir a mais importante zona de
grupos religiosos perseguidos pelos reis anglicanos contri- livre comércio da Europa, o êxodo rural e a localização pri-
buíram igualmente para a fragilização do Absolutismo na vilegiada junto ao mar o que facilitava a exploração dos
Inglaterra. mercados ultramarinos.
Como muitos empresários ambicionavam lucrar mais,
REVOLUÇÃO PURITANA o operário era explorado sendo forçado a trabalhar até 15
Nos últimos anos do reinado de Carlos I, a Inglaterra horas por dia em troca de um salário baixo. Além disso,
assistiu ao desenrolar de uma violenta guerra civil. Em la- mulheres e crianças também eram obrigadas a trabalhar
dos opostos estavam os defensores do monarca, grupos para sustentarem suas famílias.
em sua maioria anglicanos, e a maioria dos burgueses e Diante disso, alguns trabalhadores se revoltaram com
dos membros da gentry (pequena nobreza rural), em geral as péssimas condições de trabalho oferecidas, e começa-
defensores da religião puritana. Ao lado do parlamento, es- ram a sabotar as máquinas, ficando conhecidos como “os
tes opositores do rei foram liderados por Oliver Cromwell quebradores de máquinas“. Outros movimentos também
na bem- sucedida Revolução Puritana, processo que deter- surgiram nessa época com o objetivo de defender o tra-
minou a queda da monarquia inglesa. balhador.

12
HISTÓRIA

O trabalhador em razão deste processo perdeu o co- Guerra dos Sete Anos
nhecimento de todo a técnica de fabricação passando a Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os
executar apenas uma etapa. anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela posse de territórios
A Primeira etapa da Revolução Industrial na América do Norte e a Inglaterra saiu vencedora. Mesmo
Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas
primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de in- dos colonos que habitavam, principalmente, as colônias do
dústrias de tecidos de algodão, com o uso do tear mecânico. norte. Com o aumento das taxas e impostos metropolitanos,
Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor contri- os colonos fizeram protestos e manifestações contra a Ingla-
buiu para a continuação da Revolução. terra.
A Segunda Etapa da Revolução Industrial
A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, Metrópole aumenta taxas e impostos
ao contrário da primeira fase, países como Alemanha, Fran- A Inglaterra resolveu aumentar vários impostos e taxas,
ça, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego além de criar novas leis que tiravam a liberdade dos norte-a-
do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis mericanos. Dentre estas leis podemos citar: Lei do Chá (deu
derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da o monopólio do comércio de chá para uma companhia co-
locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos quími- mercial inglesa),  Lei do Selo ( todo produto que circulava na
cos foram as principais inovações desse período. colônia deveria ter um selo vendido pelos ingleses), Lei do
A Terceira Etapa da Revolução Industrial Açúcar (os colonos só podiam comprar açúcar vindo das An-
Alguns historiadores têm considerado os avanços tec- tilhas Inglesas).
nológicos do século XX e XXI como a terceira etapa da Revo- Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas colô-
lução Industrial. O computador, o fax, a engenharia genética, nias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi
o celular seriam algumas das inovações dessa época. a Festa do Chá de Boston ( The Boston Tea Party ). Vários co-
Fonte: http://www.sohistoria.com.br/resumos/revolu- lonos invadiram, a noite, um navio inglês carregado de chá e,
caoindustrial.php vestidos de índios, jogaram todo carregamento no mar. Este
protesto gerou uma forte reação da metrópole, que exigiu
dos habitantes os prejuízos, além de colocar soldados ingle-
10) A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS ses cercando a cidade.
UNIDOS DA AMÉRICA.  
Primeiro Congresso da Filadélfia
Os colonos do norte resolveram promover, no ano de
1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo
Introdução que estava acontecendo. Este congresso não tinha caráter se-
Antes da Independência, os EUA era formado por treze paratista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior.
colônias controladas pela metrópole: a Inglaterra. Dentro do Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metró-
contexto histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas pole e maior participação na vida política da colônia.
colônias para obter lucros e recursos minerais e vegetais não Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas
disponíveis na Europa. Era também muito grande a explora- do congresso, muito pelo contrário, adotou mais medidas
ção metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobra- controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Into-
dos dos colonos norte-americanos. leráveis. Uma destas leis, conhecida como Lei do Aquartela-
  mento, dizia que todo colono norte-americano era obrigado
Colonização dos Estados Unidos a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados
Para entendermos melhor o processo de independên- ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colônia,
cia norte-americano é importante conhecermos um pouco influenciando diretamente no processo de independência.
sobre a colonização deste território. Os ingleses começaram  
a colonizar a região no século XVII. A colônia recebeu dois Segundo Congresso da Filadélfia
tipos de colonização com diferenças acentuadas: Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso
- Colônias do Norte : região colonizada por protestantes com o objetivo maior de conquistar a independência. Durante
europeus, principalmente ingleses, que fugiam das perse- o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Inde-
guições religiosas. Chegaram na América do Norte com o pendência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglater-
objetivo de transformar a região num próspero lugar para ra não aceitou a independência de suas colônias e declarou
a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova In- guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e
glaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França
com as seguintes características : mão-de-obra livre, econo- e da Espanha.
mia baseada no comércio, pequenas propriedades e produ-  
ção para o consumo do mercado interno. Constituição dos Estados Unidos
- Colônias do Sul : colônias como a Virginia, Carolina Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos
do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma colonização de com fortes características iluministas. Garantia a proprieda-
exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que de privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão,
seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão- optou pelo sistema de república federativa e defendia os
de-obra escrava, produção para a exportação para a me- direitos e garantias individuais do cidadão.
trópole e monocultura. Fonte: http://www.suapesquisa.com/estadosunidos/

13
HISTÓRIA

Um comerciante, para transportar suas mercadorias de um


lado para outro do país, teria que passar pelas barreiras al-
11) A REVOLUÇÃO FRANCESA E A fandegárias das propriedades feudais, pagando altíssimos
RESTAURAÇÃO (O CONGRESSO DE VIENA E A impostos, o que impedia os comerciantes de venderem li-
SANTA ALIANÇA). vremente suas mercadorias.
Para piorar a situação, parece que ate a natureza aju-
dou a revolução: entre os anos de 1784 a 1785 houve inun-
dações e secas alienadamente, fazendo com que os preços
Revolução Francesa dos produtos ora subissem, não dando condições para que
Como a Revolução Francesa não teve apenas por obje- os pobres comprassem, ora descessem, levando alguns
tivo mudar um governo antigo, mas abolir a forma antiga pequenos proprietários à falência. A situação da indústria
da sociedade, ela teve de ver-se a braços a um só tempo francesa não era melhor, pois parte dela ainda estava sob
com todos os poderes estabelecidos, arruinar todas as in- o sistema rural e domestico, e as corporações (grêmios)
fluências reconhecidas, apagar as tradições, renovar cos- impediam o desenvolvimento de novas técnicas. Como se
tumes e os usos e, de alguma maneira, esvaziar o espírito não bastasse, o governo francês assinou o seguinte tratado
humano de todas as ideias sobre as quais se tinham fun- com o governo inglês: os franceses venderiam vinhos para
dado até então o respeito e a obediência. As instituições os ingleses, e estes venderiam panos para os franceses,
feudais do Antigo Regime iam sendo superadas à medida sem pagar impostos, o que levou as manufaturas francesas
que a burguesia, a partir do século XVIII, consolidava cada a não suportarem a concorrência dos tecidos ingleses, en-
vez mais seu poder econômico. A sociedade francesa exigia trando numa grave crise. 
que o país se modernizasse, mas o entrave do absolutismo A sociedade: A sociedade francesa, na época, estava
apagava essa expectativa. dividida em três partes, conhecidas como Estados: 
O descontentamento era geral, todos achavam que - Primeiro Estado - era o clero francês e estava dividido
essa situação não podia continuar. Entretanto, um mo- em alto e baixo. O alto clero era composto por elemen-
vimento iniciado há alguns anos, por um grupo de inte- tos vindos das ricas famílias da nobreza, possuindo toda a
lectuais franceses, parecia ter a resposta. Esse movimento
sorte de privilégios, inclusive o de não pagar impostos. O
criticava e questionava o regime absolutista. Eram os ilu-
baixo clero era o pobre, estando ligado ao povo em geral e
ministas, que achavam que a única maneira possível de
não à nobreza, como o primeiro.
a França se adiantar em relação à Inglaterra era passar o
- Segundo Estado - era a nobreza em geral. Os privilé-
poder político para as mãos da nova classe, isto é, a bur-
gios eram incontáveis, sendo que o mais importante era a
guesia (comerciantes, industriais, banqueiros). Era preciso
isenção de impostos. Ha que se salientar aqui que a nobre-
destituir a nobreza que, representada pelo Rei , se man-
za também estava dividida: a nobreza cortesã, que vivia no
tinha no poder. A monarquia absoluta que, antes, tantos
palácio, e outros setores da nobreza, que viviam na corte,
benefícios havia trazido para o desenvolvimento do co-
mércio e da burguesia francesa, agora era um empecilho. recebendo pensões do Rei, onerando os seus castelos, no
As leis mercantilistas impediam que se vendessem merca- campo, as custas do trabalho de seus servos. À medida que
dorias livremente. Os grêmios de ofício impediam que se a crise aumentava, essa nobreza que viviam no campo au-
desenvolvessem processos mais rápidos de fabricação de mentava a pressão sobre seus servo, favorecendo o clima
mercadorias. Enfim, a monarquia absoluta era um obstá- de insatisfação.
culo, impedindo a modernização da França. Esse obstáculo - Terceiro Estado - era constituído de todos aqueles
precisava ser removido. E o foi pela revolução. que não pertenciam nem ao Primeiro nem ao Segundo Es-
A Revolução Francesa significou o fim da monarquia tado. Afinal, o que era o Terceiro Estado? Era o setor da
absoluta na França. O fim do antigo regime significou, prin- sociedade francesa composto pela maioria esmagadora da
cipalmente, a subida da burguesia ao poder político e tam- população, sobre cujos ombros recaia todo o peso de sus-
bém a preparação para a consolidação do capitalismo. Mas tentação do reino francês. Esse setor era composto, na sua
a Revolução Francesa não ficou restrita à França. suas ideias maioria, pelos camponeses que, com um árduo trabalho,
espalharam-se pela Europa, atravessaram o oceano e vie- forneciam os alimentos para toda a França, além de terem
ram para a América latina, contribuindo para a elaboração de pagar pesadíssimos impostos.
de nossa independência política. Por esse seu caráter ecu- Finalmente, os membros mais destacados do Terceiro
mênico é que se convencionou ser a Revolução Francesa o Estado, quanto a liderança: a burguesia. Esta se dividia em
marco da passagem para a Idade Contemporânea.  pequenos burgueses (pequenos comerciantes, artesãos),
uma camada média (composta de lojistas, profissionais li-
A situação da França antes da revolução  berais) e a alta burguesia (grandes banqueiros, comércio
A economia: A situação econômica da França era exterior). O Terceiro Estado será aquele que, pelo peso das
crítica. A maioria da renda vinha da agricultura, onde as responsabilidades, se levantará contra a opressão do Esta-
técnicas eram atrasadas em relação ao consumo do país. do Absolutista. Os camponeses terão papel importante, os
Dos 26 milhões de habitantes, 20 milhões viviam no campo pobres das cidades também, mas a liderança e os frutos
em condições de vida extremamente precárias. Uma parte dessa revolução caberão a uma fração do Terceiro Estado:
dos camponeses estava ainda sob o regime de servidão. a burguesia.

14
HISTÓRIA

A política na França pré-revolucionária mostrava os si- No dia 9 de julho de 1789, reúne-se uma Assembleia
nais da decadência acumulada dos outros Reis absolutos, Nacional Constituinte, incumbida de elaborar uma Consti-
principalmente um déficit crônico no reinado Luís XVI, que tuição para a França. Isso significava que o Rei deixaria de
subiu ao trono em 1774. As críticas ao regime aumentavam ser o senhor absoluto do reino. A burguesia francesa, por
dia-a-dia. Os intelectuais, baseando-se nas teoria dos ilu- sua vez, apelou para o povo. No dia 14 de julho de 1789,
ministas, não poupavam seus escritos para criticar deses- toda a população parisiense avança, num movimento nun-
peradamente o regime. ca visto, para a Bastilha, a prisão política da época, onde o
responsável pela prisão foi preso e enforcado.
Os Antecedentes da Revolução O momento agora e dos camponeses, que percebem
O Rei, diante dessa situação, tenta alguns expedientes a fraqueza da nobreza e invadem os castelos, executan-
para resolver a questão. Convidou um iluminista de nome do famílias inteiras de nobres numa espécie de vingança,
de uma raiva acumulada durante séculos. Avançam sobre
Neckerque começou a trabalhar imediatamente, pois que-
a propriedade feudal e exigem reformas. A burguesia, na
ria ver sanado o mal do país. Necker, um homem de con-
Assembleia, temerosa de que as exigências chegassem
fiança do Rei, que pensa numa solução para a crise, era também às suas propriedades, propõe que se extingam os
preciso que todos pagassem impostos na França. Necker direitos feudais como única saída para conter o furor revo-
faz seu primeiro ato: manda publicar as contas do Estado, lucionário dos camponeses. A 4 de agosto de 1789, extin-
onde fica claro o enorme Déficit de 126 milhões de libras gue-se aquilo que por muitos séculos significou a opressão
Em seguida, com a anuência do Rei e da nobreza, convoca sobre os camponeses. A burguesia, preocupada em esta-
os Estados Gerais, única solução encontrada para discutir belecer as bases teóricas de sua revolução, fez aprovar, no
uma saída. dia 26 de agosto do mesmo ano, um documento que se
Os Estados Gerais, uma assembleia de todos os Esta- tornou mundialmente famoso: A Declaração dos Direitos
dos que desde 1614 não eram convocados, deveriam dis- do Homem e do Cidadão. 
cutir mais ou menos abertamente uma solução para a cri-
se financeira e achar uma saída para que todos pagassem O Processo Revolucionário 
impostos iguais. Todavia, o Terceiro Estado não pensava só 1ª fase - Assembleia Nacional Constituinte
nisso, mas também em aproveitar a oportunidade e fazer Um dos atos mais importantes da Assembleia foi o
exigências de caráter político. A notícia da convocação dos confisco dos bens do clero francês, que seriam usados
Estados Gerais caiu como uma bomba sobre a França. Da como uma espécie de lastro para os bônus emitidos para
noite para o dia todo o país foi invadido por milhares de superar a crise financeira. Parte do clero reage e começa a
se organizar Como resposta, a Assembleia decreta a Cons-
jornais, panfletos e cartazes. Os bares e os cafés tornaram-
tituição Civil do Clero isto é, o clero passa a ser funcionário
se centro de agitação, como o famoso Café Procope. A no-
do Estado, e qualquer gesto de rebeldia levara a prisão. A
breza e o Rei viam isso tudo apavorados: situação estava muito confusa. A Assembleia não conse-
“Já se propõe a supressão dos direitos feudais... Vossa guia manter a disciplina e controlar o caos econômico. O
Majestade estaria acaso determinado a sacrificar e humi- Rei entra em contato com os emigrados no exterior (prin-
lhar sua brava e antiga ... nobreza ?”; Este era um desespe- cipalmente na Prússia e na Áustria) e começam a conspirar
rado apelo da nobreza ao Rei. Como reagia o Terceiro Esta- para invadir a França, derrubar o governo revolucionário e
do? Organizava-se ainda mais e queria as transformações restaurar o absolutismo.
imediatamente. Os Estados Gerais começaram sua reunião Para organizar a contrarrevolução, o monarca foge da
de abertura no dia 5 de maio de 1789, sendo que dai em França para a Prússia, mas no caminho e reconhecido por
diante foi impossível deter a revolução.  camponeses, é preso e enviado à Paris. Na capital, os se-
tores mais moderados da Assembleia conseguiram que o
A Revolução Estourou  Rei permanecesse em seu posto. A partir daí uma grande
O Rei abre a sessão dos Estados Gerais fazendo um agitação tem início, pois seria votada e aprovada a Consti-
discurso de advertência contra as pretensões políticas: “Es- tuição de 1791. Esta constituição estabelecia, na França, a
tamos aqui para tratar de problemas financeiros e não para Monarquia Parlamentar, ou seja, o Rei ficaria limitado pela
tratar de política”. O Terceiro Estado reagiu prontamente, atuação do poder legislativo (Parlamento).
exigindo a qualquer custo que as reuniões fossem conjun- Neste poder legislativo era escolhido através do voto
censitário e isso equivalia dizer que o poder continuava
tas e não separadamente por Estados. Diante da negação,
nas mãos de uma minoria, de uma parte privilegiada da
o Terceiro Estado proclama-se em Assembleia Geral Nacio-
burguesia. Resumindo, o que temos é uma Monarquia Par-
nal. O Rei, desesperado diante do atrevimento dos repre- lamentar dominada pela alta burguesia e pela aristocracia
sentantes populares, manda fechar a saia de reuniões. Mas liberal, liderada, por exemplo, pelo famoso La Fayette, é o
o Terceiro Estado não se da por vencido e seus deputados total afastamento do povo francês. Os setores populares
se dirigem para um salão que a nobreza utilizava para jo- estavam descontentes, porque continuavam ainda sob o
gos. Lá mesmo fizeram uma reunião, onde ficou estabele- despotismo, não o da monarquia absoluta mas o despo-
cido que permaneceriam reunidos até que a França tivesse tismo dos homens do dinheiro, setores tradicionais da no-
uma Constituição. Esse ato ficou conhecido com o nome de breza e do clero conspiravam, com a anuência do Rei, para
O Juramento do Jogo de Pela. tentar restaurar o antigo regime. 

15
HISTÓRIA

Os grupos políticos organizavam-se para definir suas a proclamação da República, a primeira da França. Agora, o
posições: órgão que governará a França será a Convenção eleita por
No recinto da Assembleia, sentava-se à esquerda o par- voto universal.
tido liderado por Robespierre, que se aproximava do povo: A situação dos “partidos” políticos ficou mais nítida
eram os Jacobinos ou Montanheses (assim chamados por com a Convenção: 
se sentarem nas partes mais altas da Assembleia); ao lado, - À direita, o grupo dos girondinos defendendo os in-
um pequeno grupo ligado aos Jacobinos, chamados Corde- teresses da burguesia, que nesse momento estava domi-
liers, onde apareceram nomes como Marat, Danton, Hebert nando a Convenção.
e outros; no centro, sentavam-se os constitucionalistas, de- - No centro, o grupo da planície (ou pântano), defen-
fensores da alta burguesia e a nobreza liberal, grupo que dendo os interesses da burguesia financeira, mas tendo
mais tarde ficará conhecido pelo nome de planície; à direita, uma atitude oportunista dizia-se estar do lado de quem
ficava um grupo que mais tarde ficará conhecido como Gi- estava no poder.
rondinos, defensores dos interesses da burguesia francesa e - À esquerda e no alto, a montanha (jacobinos), defen-
que temiam a radicalização da revolução; na extrema direita, sores dos interesses da burguesia e do povo. 
encontram-se alguns remanecentes da aristocracia que ain-
O que fazer com o Rei? Os girondinos queriam man-
da não emigrara, conhecidos pelo nome de negros ou aris-
tê-lo vivo, pois temiam que sua execução fizesse com que
tocratas, que pretendiam a restauração do poder absoluto.
o povo quisesse mais reformas, o que ia contra seus in-
Quanto a situação externa, o clima era de total apreen-
são. As monarquias absolutas vizinhas olhavam para o que teresses. Os jacobinos queriam que o Rei fosse julgado e
estava acontecendo na França com grande temor. Tanto executado como traidor da pátria. A proposta jacobina saiu
é verdade, que alguns elementos emigrados da nobreza vencedora e o Rei foi executado. Os jacobinos tornavam-se
francesa pretendiam que países como a Áustria e a Prús- cada vez mais populares e eram apoiados pelos sans culot-
sia iniciassem imediatamente uma guerra contra a França. A tes. Por sua vez, os exércitos franceses aproveitavam suas
Assembleia Legislativa, sabedor dessa situação, raciocinava vitorias para propagar os ideais da revolução, e os países
da seguinte forma: ou expandimos o ideal revolucionário de governos absolutistas se sentiam cada vez mais sujeitos
para esses países ou, então, a França Revolucionaria ver-se-á à propaganda liberal. O novo governo revolucionário fran-
isolada e condenada ao fracasso. Daí a Assembleia também cês fez reformas de vários níveis, mas todas elas extrema-
pensar na guerra. mente moderadas, de tal forma que não questionassem o
poder dos girondinos.
2ª fase - Assembleia Legislativa Entretanto, os girondinos no poder viam na guerra
A Assembleia Legislativa francesa exigiu da Áustria e uma forma de aumentarem suas fortunas e, por isso, quan-
da Prússia um compromisso de não invasão e, como não to mais altos os preços dos produtos (alimentos, roupas),
foi atendida pelas monarquias absolutas, declarou guerra a melhor para eles. Na verdade, eram eles que os vendiam e
20 de abril de 1792. Luís XVI exultava, pois esperava que os quem os comprava era o povo que, em sua extrema pobre-
exércitos franceses fossem derrotados para que ele pudesse za, não podia comprar mercadorias caras. E nessa contra-
voltar ao poder como Rei absoluto; dessa forma, o Rei e a dição que vamos entender o porque da queda do governo
Rainha, a famosa Maria Antonieta, entram em contato com da Convenção do jacobinos. Os sans culottes, nas ruas de
os inimigos, passando-lhes segredos de guerra. A atuação Paris, exigiam reformas, controle dos preços, mercadorias
dos exércitos franceses foi um fracasso no campo de bata- baratas, salários altos, e os girondinos exigiam exatamente
lha. Na Assembleia, Robespierre denuncia a traição do Rei e o contrário. Nesse momento, os jacobinos (montanheses)
dos generais ligados a ele, que também estavam interessa- começam a liderar as reivindicações e conseguem que se
dos na derrota da França Revolucionaria. Num discurso aos forme a Comissão de Salvação Publica, tendo por obriga-
jacobinos, Robespierre dizia: “Não! Eu não me fio nos ge-
ção controlar os preços e denunciar os abusos feitos pelos
nerais e, fazendo exceções honrosas, digo que quase todos
altos comerciantes girondinos.
têm saudades da velha ordem, dos favores de que dispõe a
A agitação aumenta, os girondinos ficam cada vez mais
Corte. Só confio no povo, unicamente o povo.”
Nas ruas de Paris e das grandes cidades, os sans culottes temerosos diante das manifestações dos sans culottes. Au-
(maneira como os pobres das cidades se identificavam) se mentando a crise, uma região inteira da França, chamada
agitavam pedindo a prisão dos responsáveis pelas derrotas Vendéia, instigada pelo clero e pelos ingleses, levanta-se
da França diante dos exércitos austríacos e prussianos.  num movimento contrarrevolucionário. Entre maio e junho
de 1793, o povo se levanta em Paris, cerca o prédio da Con-
3ª fase - A Convenção Nacional venção e exige a prisão dos Deputados traidores, isto é,
A 2 de setembro, pela manha, chegou a Paris a notí- dos girondinos. Os jacobinos (montanheses) aproveitaram
cia de que Verdun estava sitiada; Verdun, a última fortale- as manifestações de apoio dos sans culottes e depuseram
za entre Paris e a fronteira. Imediatamente, foi lançada uma os girondinos, instaurando um novo governo.
proclamação aos cidadãos: “À s armas cidadãos, às armas!
O inimigo está às portas !” Vários prisioneiros, suspeitos de
ligação com o antigo regime, foram massacrados pela po-
pulação. No dia 20 de setembro de 1792, chegou a Paris a
notícia da esmagadora vitória dos exércitos franceses so-
bre os exércitos prussianos e, no mesmo dia. foi oficializada

16
HISTÓRIA

Podemos dizer que as mudanças modernizadoras pa-


trocinadas por D. João VI no Brasil favoreceram o desen-
12) O BRASIL IMPERIAL: O PROCESSO DA
volvimento de um forte sentimento de identidade nacional
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL: O PERÍODO no Brasil, além de desarticular as estruturas coloniais es-
JOANINO; PRIMEIRO REINADO; PERÍODO tabelecidas pela metrópole desde o início da colonização.
REGENCIAL; SEGUNDO REINADO; CRISE Estes dois elementos foram de fundamental importância
DA MONARQUIA E PROCLAMAÇÃO DA no processo de independência do Brasil.
REPÚBLICA. Fonte: http://www.historiadobrasil.net/resumos/perio-
do_joanino.htm

Introdução 
Contexto histórico A História do Brasil Imperial tem início em 7 de setem-
Em novembro de 1807, as tropas francesas napoleôni-
bro de 1822 com a proclamação de Independência do Bra-
cas invadiram Portugal. O rei português (D. João VI) e sua
sil por D. Pedro I. O término deste período é a Proclamação
corte fugiram para o Brasil. Em 22 de janeiro de 1808, a
da República, ocorrida no Rio de Janeiro, em 15 de novem-
família real chegou ao Brasil, dando início ao Período Joa-
nino. O governo português, instalado no Rio de Janeiro, bro de 1889. Durante esta época, o Brasil foi governado por
durou de 1808 a 1821. dois imperadores: D.Pedro I (de 1822 até 1831) e D.Pedro II
Realizações do governo Joanino (de 1840 até 1889). Entre os anos de 1831 e 1840, o Brasil
- Em 1808, D. João VI decretou uma lei que estabeleceu foi governado por regentes.
a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. A In-
glaterra foi a principal beneficiada desta lei, pois mantinha Principais fatos da História do Brasil Império (Cro-
estreitos laços comerciais com Portugal. nologia)
- Em 1808, D. João VI cancelou a lei que proibia o esta- 1822 - No dia 7 de setembro, D.Pedro I, às margens do
belecimento de indústrias no Brasil. riacho do Ipiranga em São Paulo, proclama a Independên-
- Assinatura de tratados comerciais com a Inglaterra, cia do Brasil. Início do Brasil Monárquico.
favorecendo a entrada e comercialização de produtos ma- 1822 - No Rio de Janeiro, em 12 de outubro, D.Pedro I
nufaturados ingleses no Brasil. Entre esses tratados, assi- é aclamado imperador do Brasil.
nados em 1810, podemos citar o Tratado de Comércio e 1823 - Reunião da Assembleia Geral Constituinte e Le-
Navegação e o tratado de Aliança e Amizade. gislativa do Brasil. A Assembleia foi dissolvida por D. Pedro
- Instalação de sistemas administrativos e jurídicos no I que criou o Conselho de Estado.
Rio de Janeiro, com a criação de tribunais e ministérios. 1824 - No dia 25 de março, D.Pedro I outorga a Primei-
- Estruturação econômica, com a fundação do Banco ra Constituição Brasileira.
do Brasil e da Casa da Moeda. 1824 - O nome oficial do país muda de Brasil para Im-
- Investimentos nas áreas de educação e cultura. Nes- pério do Brasil.
tas duas áreas, podemos destacar a criação de escolas de 1824 - Ocorre o movimento revolucionário conhecido
Medicina, do Jardim Botânico, da Biblioteca Real, da Aca- como Confederação do Equador.
demia Real de Belas Artes e da Imprensa Real. 1825 - Início da Guerra da Cisplatina, conflito entre
- Elevação do Brasil, em 1815, a Reino Unido de Portu- Brasil e Uruguai, que queria sua independência.
gal e Algarves. Desta forma, o Brasil deixou de ser (oficial- 1825 - A Independência do Brasil é reconhecida por
mente) uma colônia.
Portugal.
- Investimentos voltados para o desenvolvimento in-
1831 (13 de março) - Noite das Garrafadas: conflitos
dustrial do Brasil. Neste sentido, podemos destacar a ins-
de rua, no Rio de Janeiro, entre opositores e simpatizantes
talação de indústria de ferro em Minas Gerais e São Paulo.
Fim do Período Joanino (partidários) de Dom Pedro I.
Após a expulsão dos franceses e, na sequência, a Re- 1831 - Sofrendo pressões, D.Pedro I abdica do trono
volução Liberal do Porto, as Cortes de Portugal (compostas do Brasil.
por 205 deputados), passaram a exigir o retorno de D. João 1831 a 1840 - Período Regencial: Brasil é governado
VI. Em abril de 1821, com receio de perder a Coroa, D. João por regentes.
VI retornou para Portugal. Seu filho D. Pedro ficou no Brasil 1835 - 1845 - Ocorre a Revolução Farroupilha (Guerra
como príncipe-regente. dos Farrapos) no sul do país.
1834- Morte de D.Pedro I.
Governo Joanino e a Independência do Brasil 1835 - Revolta dos Malês no estado da Bahia.
Com o retorno de D. João VI (fim do governo joanino), 1835-1840 - Cabanagem: revolta popular ocorrida na
as Cortes de Portugal pretendiam recolonizar o Brasil, po- província do Pará.
rém D. Pedro I e seus partidários brasileiros emancipacio- 1837-1838 - Sabinada - revolta regencial ocorrida na
nistas não desejam mais o domínio português. Foi então Bahia.
que se formou o Partido Brasileiro, grupo composto basi- 1838-1841 - Balaiada - revolta popular ocorrida no in-
camente por integrantes da elite, que pressionaram D. Pe- terior da província do Maranhão.
dro I a lutar pela Independência do Brasil. Fato que ocorreu 1840 - Golpe da Maioridade: D.Pedro II assume o trono
em 7 de setembro de 1822. do Brasil com apenas 14 anos de idade.

17
HISTÓRIA

1842 - Revolução Liberal na províncias de Minas Gerais A descoberta de novas técnicas permitiu a mecaniza-
e São Paulo. ção da produção, consolidando o sistema fabril com a apli-
1847 - É instituído o parlamentarismo no Brasil. cação dos capitais em máquinas e matérias-primas. Porém,
1848-1850 - Revolução Praieira, de caráter liberal e fe- o alto custo das máquinas e ferramentas industriais levava
deralista, ocorrida na província de Pernambuco. os empresários a utilizá-las intensivamente, a fim de recu-
1850 - Lei Eusébio de Queiróz que proibia o tráfico de perar os investimentos iniciais e obter lucros. Isso era feito
escravos. mediante o emprego de uma mão-de-obra barata e nume-
1854 - O empresário Barão de Mauá, em 30 de abril, rosa, submetida a jornadas médias de trabalho de dezesseis
inaugura a primeira ferrovia brasileira. horas por dia. Mulheres e crianças eram largamente empre-
1865-1870 - Ocorre a Guerra do Paraguai: Brasil, Ar- gadas, uma vez que sua remuneração era inferior à da mão-
gentina e Uruguai contra o Paraguai. de-obra masculina. Portanto, os objetivos dessa ideologia
era manter a inviolabilidade da propriedade privada, buscar
1870 - Lançamento do Manifesto Republicano.
cada vez mais, lucros aviltantes e tudo isso, é claro, às custas
1871 - Promulgada a Lei do Ventre Livre.
do trabalho humano – principal força criadora de riquezas.
1872 - Fundação do Partido Republicano.
1882 - A borracha ganha importância no mercado in- SOCIALISMO UTÓPICO
ternacional e o Brasil torna-se um grande produtor e ex- Também chamado de socialismo romântico, surge no
portador. início do século XIX e concebe a organização de uma socie-
1885 - Lei dos Sexagenários: liberdade aos escravos dade ideal sem conflitos ou desigualdades. Os pensadores
com mais de sessenta anos. buscam no Iluminismo e nos ideais da Revolução France-
1874 - Chegam em São Paulo os primeiro imigrantes sa os fundamentos de sua crítica à sociedade capitalista.
italianos (início da fase de imigração). O inglês Thomas Morus é o precursor, com o livro Utopia
1888 - No dia 13 de maio, a Princesa Isabel assina a Lei (1516), no qual afirma que a propriedade particular é a fon-
Áurea, acabando com a escravidão no país. te de toda injustiça social. Os principais representantes são
1889 - Em 15 de novembro, na cidade do Rio de Ja- o inglês Robert Owen, que defende a sociedade autogerida,
neiro, sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca, e os franceses Charles Fourrier, que pretende uma organi-
ocorre a Proclamação da República (fim do Brasil Império). zação em que todos vivam harmonicamente, e Saint-Simon,
Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/ que idealiza o domínio da ciência sobre uma sociedade sem
brasil_imperio.htm classes.

Robert Owen (1771-1858), rico industrial inglês que se


transforma em um dos mais importantes socialistas utópi-
13) O PENSAMENTO E A IDEOLOGIA NO cos. Sua contribuição nasce da própria experiência. Instala
SÉCULO XIX: O IDEALISMO ROMÂNTICO; em New Lanark (Escócia) uma comunidade inspirada nos
O SOCIALISMO UTÓPICO E O SOCIALISMO ideais utópicos. Monta uma fiação no centro de uma co-
munidade operária e promove a organização de serviços
CIENTÍFICO; O CARTISMO; A DOUTRINA comunitários de educação, saúde e assistência social. A co-
SOCIAL DA IGREJA; O LIBERALISMO E O munidade passa a se autogerir e todos os integrantes per-
ANARQUISMO; O EVOLUCIONISMO E O tencem à mesma classe. No lugar de dinheiro circulam vales
POSITIVISMO. correspondentes ao número de horas trabalhadas.

Charles Fourrier (1772-1837


- Em 1822 lança o jornal O Falanstério (depois mudado
IDEOLOGIAS DO SÉCULO XIX para A Falange), defendendo sua ideias, influenciadas pelo
idealismo de Rousseau. Propõem que a sociedade se or-
As ideologias do século XIX estão associadas às trans- ganize em comunidades chamadas falanstérios, espécie de
formações sociais e econômicas ocorridas na Europa e tam- edifícios-cidades onde as pessoas trabalham apenas no que
bém ao surgimento do operariado como classe antagônica querem. Fourrier defende assim o fim da dicotomia entre
trabalho e prazer. Nos falanstérios os bens são distribuídos
à burguesia. Num panorama de luta de classes marcado
conforme a necessidade. A educação deve se adaptar às in-
por greves, reformas e revoluções, as doutrinas socialistas,
clinações de cada criança e não existem restrições morais à
contrárias ao liberalismo e ao capitalismo e pregavam o prática de sexo.
restabelecimento da soberania do trabalho sobre o capital.
Vejamos as principais teses que disputavam o poder Saint-Simon (1760-1825) é como fica conhecido o pen-
em nome dos interesses de classe. sador francês Claude Henri de Rouvroy, conde de Saint-Si-
LIBERALISMO mon, um dos principais socialistas utópicos. Começa a se
A partir da Revolução Industrial, a Europa se caracteri- projetar como teórico do socialismo em 1802, com o livro
zou pelas novas concepções de riqueza e trabalho contida Cartas de um habitante de Genebra a seus contemporâ-
no capitalismo, teorizado pelos economistas liberais clássi- neos, no qual defende uma nova religião baseada na ciên-
cos Adam Smith e David Ricardo. cia e dedicada ao culto de Newton. Suas ideias são retoma-
das pelo tecnocratas no século XX.

18
HISTÓRIA

SOCIALISMO CIENTÍFICO deve ser feita com base na fraternidade e na cooperação


Teoria política elaborada por Karl Marx e Friedrich En- entre os homens. A outra corrente afirma que a modifi-
gels entre 1848 e 1867. Essa corrente deriva da dialética cação da sociedade só pode ser feita depois de destruída
(resultado da luta de forças opostas) hegeliana e é influen- toda a estrutura social existente. Para isso é válida a utiliza-
ciada pelo socialismo utópico e pela economia inglesa. A ção da violência e do terrorismo.
partir do materialismo histórico, prevê o triunfo final dos
trabalhadores sobre a burguesia. Marx chama de comunis- Mikhail Bakunin (1814-1876)
mo essa sociedade e de socialismo o processo de transição
do capitalismo ao comunismo. , anarquista russo. Em 1868 funda a Aliança Internacio-
nal Democrática Social, entidade de destaque na introdu-
Materialismo histórico – Segundo Marx, o homem e ção do anarquismo na Espanha. A partir de 1869 promove
suas atividades são reflexos das condições materiais que o atentados junto com o russo Netchaiev. A intensa militân-
cercam. Estas são determinadas pela História, que é resul- cia não impede que Bakunin deixe uma obra teórica. Pro-
tado do confronto de classes sociais antagônicas que lutam põe a revolução universal baseada no campesinato e de-
pela hegemonia. A luta de classes é o motor da história e só fende o uso de violência. Entre seus livros mais importantes
desaparece com a instalação de uma sociedade comunista, estão Deus e o Estado, de 1871, Federalismo, socialismo e
sem divisão de classes ou exploração do trabalho, e basea- antiteologismo, de 1872, e O Estado e a anarquia (1873).
da na solidariedade. O Estado é o instrumento pelo qual a
classe dominante exerce essa hegemonia sobre as demais. Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), principal teórico
do movimento anarquista. Em 1840 publica O que é a pro-
Karl Marx (1818-1883) priedade?, onde defende a ideia de que toda propriedade
Em 1848 o início de revoluções na França e na Ale- é uma forma de roubo. Sua crítica à sociedade passa a sen-
manha coincide com a publicação do Manifesto comu- sibilizar um grande número de trabalhadores e em 1848
nista, em que Marx e Engels afirmam que a solidariedade ele é eleito para a Assembleia Nacional. Participa pouco
internacional dos trabalhadores em busca de sua emanci- das atividades parlamentares mas suas ideias, divulgadas
pação supera o poder dos Estados nacionais. Junto com também em seu trabalho como jornalista, contribuem para
Engels prega uma revolução internacional que derrube a a transformação do anarquismo em movimento de massas.
burguesia e implante o comunismo, nova sociedade sem
classes. Publica em 1867 o primeiro volume de sua obra Para ele a sociedade deve organizar sua produção e
mais importante, O capital. Para Marx, o capitalismo é a consumo em pequenas associações baseadas no auxílio
última forma de organização social baseada na exploração mútuo entre as pessoas. Seus livros mais importantes são
do homem pelo homem. Sobre o princípio federativo, de 1863, e Sobre a capacidade
política das classes trabalhadoras, de 1865.
Friedrich Engels (1820-1895) é o principal colaborador
de Karl Marx na elaboração das teorias do materialismo CATOLICISMO SOCIAL
histórico. Na juventude, fica impressionado com a miséria
em que vivem os trabalhadores das fábricas de sua família. Preocupada com a miséria dos operários diante do
Quando estudante, adere a ideias de esquerda, o que o triunfo do liberalismo, a Igreja Católica começou a pregar
leva a aproximar-se de Marx. Assume por alguns anos a o catolicismo social ou socialismo cristão. Propunha refor-
direção de uma das fábricas do pai em Manchester e suas mas no capitalismo que humanizassem a sociedade e im-
observações nesse período formam a base de uma de suas pedissem a exploração dos trabalhadores. Seu precursor
obras principais, A situação das classes trabalhadoras na foi o padre francês Robert de Lamenais (1782-1854) e o
Inglaterra, publicada em 1845. Muitos de seus trabalhos responsável pela doutrina foi o papa Leão XIII, que expôs
posteriores são produzidos em colaboração com Marx. Es- a Encíclica Rerum Novarum (Das coisas Novas) em 1891.
creve sozinho, porém, algumas das obras mais importan- Muito embora defendesse uma distribuição mais ampla da
tes para o desenvolvimento do que viria a ser chamado propriedade privada, a Igreja rejeitava o socialismo revolu-
de marxismo, como Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia cionário e as mudanças estruturais da sociedade capitalista.
alemã, A evolução do socialismo de utopia a ciência e A
origem da família, da propriedade privada e do Estado. Fonte: https://marcocatanho.wordpress.
com/2008/09/03/ideologias-do-seculo-xix/
ANARQUISMO
Movimento que surge no século XIX, propondo uma
organização da sociedade onde não haja nenhuma forma
de autoridade imposta. Para os anarquistas, uma revolução
não deve levar à criação de um novo Estado porque este
seria sempre uma nova forma de poder coercitivo.
O anarquismo tem duas correntes importantes. Uma,
pacífica, que tem como principal representante o francês
Pierre-Joseph Proudhon. Para ele qualquer mudança social

19
HISTÓRIA

Política de Alianças
Os países europeus começaram a fazer alianças po-
14) O MUNDO NA ÉPOCA DA PRIMEIRA
líticas e militares desde o final do século XIX. Durante o
GUERRA MUNDIAL: O IMPERIALISMO E
conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado
OS ANTECEDENTES DA PRIMEIRA GUERRA havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império
MUNDIAL; A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL; Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra
CONSEQUÊNCIAS DA PRIMEIRA GUERRA aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, forma-
MUNDIAL; A REPÚBLICA VELHA NO BRASIL; da em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino
CONFLITOS BRASILEIROS DURANTE A Unido.
REPÚBLICA VELHA. O Brasil também participou, enviando para os campos
de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os
países da Tríplice Entente.
 
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) Desenvolvimento
Vários problemas atingiam as principais nações euro- As batalhas desenvolveram-se principalmente em trin-
peias no início do século XX. O século anterior havia deixa- cheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de
do feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extrema- dias entrincheirados, lutando pela conquista de peque-
mente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocor- nos pedaços de território. A fome e as doenças também
rida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também
haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por
isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens
ricas em matérias-primas e com um grande mercado consu- lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas in-
midor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contex- dústrias bélicas como empregadas.
to, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.   
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma Fim do conflito
forte concorrência comercial entre os países europeus, Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema impor-
principalmente na disputa pelos mercados consumidores. tância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA
entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos
Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre
comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e
as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenha-
França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os
dos numa rápida corrida armamentista, já como uma ma-
países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados ti-
neira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo.
veram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impu-
Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo
nha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha
entre os países, onde um tentava se armar mais do que o
teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, 
outro.
perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à
Existia também, entre duas nações poderosas da épo- França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar
ca, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de
no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o
Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revan- início da Segunda Guerra Mundial.
chismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mor-
oportunidade para retomar a rica região perdida. tos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu
O pan-germanismo e o pan-eslavismo também in- indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos. 
fluenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia
uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, Principais causas que desencadearam a Primeira
em apenas uma nação, todos os países de origem germâ- Guerra Mundial:
nica. O mesmo acontecia com os países eslavos. - A partilha das terras da África e Ásia, na segunda me-
  tade do século XIX, gerou muitos desentendimentos entre
O início da Grande Guerra as nações europeias. Enquanto Inglaterra e França ficaram
O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco com grandes territórios com muitos recursos para explorar,
Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante Alemanha e Itália tiveram que se contentar com poucos
sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investiga- territórios de baixo valor. Este descontentamento ítalo-
ções levaram ao criminoso, um jovem integrante de um germânico permaneceu até o começo do século XX e foi
grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência um dos motivos da guerra, pois estas duas nações queriam
da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro mais territórios para explorar e aumentar seus recursos.
-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com - No final do século XIX e começo do XX, as nações
relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou europeias passaram a investir fortemente na fabricação de
guerra à Servia. armamentos. O aumento das tensões gerava insegurança,
  fazendo assim que os investimentos militares aumentas-
sem diante de uma possibilidade de conflito armado na
região;

20
HISTÓRIA

- A concorrência econômica entre os países europeus • 1909-1910: Nilo Procópio Peçanha (vice de Afonso


acirrou a disputa por mercados consumidores e matérias Pena, assumiu em seu lugar);
-primas. Muitas vezes, ações economicamente desleais • 1910-1914: Marechal Hermes da Fonseca;
eram tomadas por determinados países ou empresas (com • 1914-1918: Venceslau Brás Pereira Gomes;
apoio do governo); • 1918-1919:  Francisco de Paula Rodrigues Al-
- A questão dos nacionalismos também esteve presen- ves (eleito, morreu de gripe espanhola, sem ter assumido
te na Europa pré-guerra. Além das rivalidades (exemplo: o cargo);
Alemanha e Inglaterra), havia o pan-germanismo e o pan • 1919: Delfim Moreira da Costa Ribeiro (vice de Ro-
-eslavismo. No primeiro caso era o ideal alemão de formar drigues Alves, assumiu em seu lugar);
um grande império, unindo os países de origem germâni- • 1919-1922: Epitácio da Silva Pessoa;
ca. Já o pan-eslavismo era um sentimento forte existente • 1922-1926: Artur da Silva Bernardes;
na Rússia e que envolvia também outros países de origem • 1926-1930: Washington Luís Pereira de Sousa (de-
eslava. posto pela revolução de 1930);
Fonte: http://www.sohistoria.com.br/ef2/primeiraguer- • 1930:  Júlio Prestes de Albuquerque (eleito presi-
ra/p1.php dente em 1930, não tomou posse, impedido pela Revolu-
ção de 1930);
• 1930:  Junta Militar Provisória: General Augusto
República Velha compreende o período entre os anos Tasso Fragoso, General João de Deus Mena Barreto, Almi-
de 1889 e 1930, quando a elite cafeeira paulistana e minei- rante Isaías de Noronha.
ra revezava o cargo da presidência da República movida Em 1930, o gaúcho Getúlio Vargas articulou um golpe
por seus interesses políticos e econômicos. de Estado com a intenção de boicotar o posto de presidên-
O primeiro presidente foi o Marechal Deodoro da Fon- cia de Júlio Prestes, candidato de Washington Luís. Ele se
seca, que proclamou a República em 15 de novembro de juntou a alguns militantes de esquerda que queriam acabar
1889 e conquistou o mandato através do Governo Provi- com a política do café-com-leite (alternância de paulistas
sório. e mineiros na presidência). O ato ficou conhecido como
O Governo Provisório foi responsável por acabar com Revolução de 1930 e consolidou a figura de Vargas como
a mediação da Igreja nos interesses políticos. Deodoro da um dos presidentes mais emblemáticos que já governaram
Fonseca, em seu governo, separou Igreja e Estado, deter- o Brasil.
minou o fim do padroado e fez com que o casamento se Fonte: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/
republica-velha/
tornasse um registro civil obrigatório.
Por mais que demonstrasse confiança no cargo de
Revolta de Canudos
presidente, Deodoro da Fonseca renunciou à presidência
Antônio Conselheiro chegou em 1893 a uma velha
após o fracasso da política econômica do “encilhamento”,
fazenda abandonada no sertão baiano e ali liderou a for-
empreendida pelo Ministro da Fazenda Rui Barbosa. O “en-
mação de Canudos. Desde os tempos do império ele fazia
cilhamento” permitia que grandes emissões de dinheiro
pregações que atraíam multidões de moradores do sertão
fossem realizadas, o que acabou suscitando em um grave nordestino.
período inflacionário. A Revolta de Canudos ocorreu entre os anos de 1893-
Em 1891, foi elaborada a Primeira Constituição da Re- 1897 na Bahia. Milhares de pessoas se mudaram para Ca-
pública, baseada no texto constitucional dos Estados Uni- nudos. Buscavam paz e justiça em meio à fome e à seca do
dos. Dentre as principais mudanças estavam o rompimen- sertão.
to com o sistema monárquico, a divisão dos três poderes Comandada por Antônio Conselheiro, a população
independentes entre si (Legislativo, Executivo e Judiciário) vivia num sistema comunitário, em que as colheitas, os
e a alternância da presidência com eleições diretas realiza- rebanhos e o fruto do trabalho eram repartidos. Só havia
das no período de 4 anos. Todos os homens com mais de propriedade privada dos bens de uso pessoal. Não havia
21 anos letrados eram obrigados a votar e as províncias cobrança de impostos nem autoridade policial. A prostitui-
passaram a ser denominadas estados, obtendo mais auto- ção e a venda de bebidas alcoólicas eram rigorosamente
nomia federativa. proibidas.
Alguns historiadores argumentam que os todos os O povoado de Canudos tinha leis próprias, não obede-
presidentes da República Velha (exceto Epitácio Pessoa) cendo ao poder público que governava o país. Represen-
faziam parte de uma sociedade secreta da Faculdade de tava uma alternativa de sociedade para os sertanejos que
Direito de São Paulo de origem maçom. desejavam fugir da dominação dos grandes coronéis.
Os presidentes da República Velha foram: Os fazendeiros baianos e a elite política local temiam o
• 1889-1891: Marechal Manuel Deodoro da Fonse- crescimento de Canudos e passaram a exigir providências
ca; do governo para destruir a comunidade.
• 1891-1894: Floriano Vieira Peixoto; Os inimigos da comunidade de Canudos diziam que
• 1894-1898: Prudente José de Morais e Barros; ali viviam fanáticos, loucos e monarquistas. A história tra-
• 1898-1902: Manuel Ferraz de Campos Sales; dicional repetiu essas acusações como se fossem verdades
• 1902-1906: Francisco de Paula Rodrigues Alves; absolutas. Assim, não considerava que um dos principais
• 1906-1909:  Afonso Augusto Moreira Pena (mor- motivos que uniam os sertanejos de Canudos era a neces-
reu durante o mandato) sidade de fugir da fome e da violência.

21
HISTÓRIA

A religiosidade foi a forma encontrada pelos sertanejos Revolta da Vacina


para traduzir sua revolta e sua vontade de construir uma or- No governo do presidente Rodrigues Alves (1902-
dem social diferente. 1906), o Rio de Janeiro, era uma cidade no qual a popu-
lação enfrentava graves problemas: pobreza, desemprego,
A destruição de Canudos lixo amontoado nas ruas, muitos ratos e mosquitos trans-
Como as tropas dos coronéis locais e do governo estadual missores de doenças. Milhares de pessoas morriam em
baiano não conseguiram esmagar as forças de Canudos, o go- consequência de epidemias como febre amarela, peste bu-
verno federal entrou na luta. Várias tropas militares enviadas bônica e varíola.
pelo poder central foram derrotadas. Um poderoso exército de Os primeiro governos republicanos queriam transfor-
7 mil homens foi organizado pelo próprio ministro da Guerra. mar o Rio de Janeiro na “capital do progresso”, que mos-
Canudos foi completamente destruído em 5 de outubro de trasse ao país e ao mundo “o novo tempo” da República.
1897; mais de 5 mil casas foram incendiadas pelo exército. Coube ao presidente Rodrigues Alves a decisão de re-
formar e modernizar o Rio de Janeiro.
Guerra do Contestado
Os cortiços e os casebres dos bairros centrais foram
Ocorreu entre os anos de 1912 a 1916, na fronteira entre
Paraná e Santa Catarina, numa região contestada (disputa- demolidos. A população foi desalojada e passou a morar
da) pelos dois estados. Nessa área, era grande o número de em barracos nos morros do centro ou em bairros distantes
sertanejos sem-terra e famintos que trabalhavam sob duras do subúrbio.
condições para os fazendeiros locais e duas empresas norte Combater as epidemias era um dos principais objetivos
-americanas que atuavam ali. do governo; o medico Oswaldo Cruz, diretor da Saúde Pú-
Os sertanejos de Contestado começaram a se organizar blica, convenceu o presidente a decretar a lei da vacinação
sob a liderança de um “monge” chamado João Maria. Após obrigatória contra a varíola.
sua morte, surgiu em seu lugar um outro “monge”, conhecido A população não foi esclarecida sobre a necessidade
como José Maria (Miguel Lucena Boaventura). da vacina. Diversos setores da sociedade reagiram à vacina
Reuniu mais de 20 mil sertanejos e fundou com eles al- obrigatória: havia os que defendiam que a aplicação de in-
guns povoados que compunham a chamada “Monarquia Ce- jeções em mulheres era imoral, ou que a obrigatoriedade
leste”. A “monarquia” do Contestado tinha um governo pró- ia contra a liberdade individual. Outros, não compreendiam
prio e normas igualitárias, não obedecendo às ordens emana- como uma doença poderia ser evitada com a introdução
das das autoridades da república. de seu próprio vírus no corpo.
Os sertanejos do Contestado foram violentamente perse-
guidos pelos coronéis-fazendeiros e pelos donos das empre- Revolta da Chibata
sas estrangeiras, com o apoio das tropas do governo. O ob- Ocorreu no Rio de Janeiro, foram os marinheiros que
jetivo era destruir a organização comunitária dos sertanejos e se revoltaram contra os terríveis castigos físicos a que eram
expulsá-los das terras que ocupavam. submetidos.
Em novembro de 1912, o monge Jose Maria foi morto Ficou conhecido como Revolta da Chibata, porque os
em combate e “santificado” pelos moradores da região. Seus marinheiros queriam mudanças no Código de Disciplina da
seguidores, criaram novos núcleos que foram, combatidos e Marinha, que punia as faltas graves dos marinheiros com
destruídos pelas tropas do exercito brasileiro. 25 chibatadas. Além dos castigos físicos, os marinheiros
Os últimos núcleos foram arrasados por tropas de 7 mil reclamavam de má alimentação e dos miseráveis salários
homens armados.
que recebiam.
Cangaço: Revolta e Violência no Nordeste
Ocorreu entre os anos de 1870 a 1940 (setenta anos), no Tenentismo
Nordeste do Brasil. Foi o movimento político-militar que, pela luta armada,
Para alguns pesquisadores, ele foi uma forma pura e sim- pretendia conquistar o poder e fazer reformas na República
ples de banditismo e criminalidade. Para outros foi uma forma Velha. Era liderado por jovens oficiais das Forças Armadas,
de banditismo social, isto é, uma forma de revolta reconheci- principalmente tenentes.
da como algo legítimo pelas pessoas que vivem em condi-
ções semelhantes. Principais propostas do Tenentismo:
• Queriam a moralização da administração pública;
Motivos para o acontecimento do cangaço: • Queriam o fim da corrupção eleitoral;
Miséria, fome, secas e injustiças dos coronéis-fazendeiros • Reivindicavam o voto secreto e uma justiça Eleito-
produziram no semi-árido do Nordeste um cenário favorável ral confiável;
à formatação de grupos armados conhecidos como cangacei- • Defendiam a economia nacional contra a explora-
ros. Os cangaceiros praticavam crimes, assaltavam fazendas e ção das empresas e do capital estrangeiro;
matavam pessoas. • Desejavam uma reforma na educação pública para
Os dois mais importantes bandos do cangaço foi o de que o ensino fosse gratuito e obrigatório para todos os
Antônio Silvino e o de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, brasileiros.
o “Rei do Cangaço”. A maioria das propostas contava com a simpatia de
Depois que a polícia massacrou o “bando de Lampião”, grande parte das classes médias urbanas, dos produtos ru-
em 1938, o cangaço praticamente desapareceu do Nordes- rais que não pertenciam ao grupo que estava no poder e
te. de alguns empresários da indústria.

22
HISTÓRIA

Revolta do Forte de Copacabana clarou a perda de suas colônias e forçou o desarmamen-


Primeira Revolta Tenentista, iniciou em 05/07/1922. to do país. Diante desse quadro, o país derrotado enfrenta
Foi uma revolta para impedir a posse do presidente Ar- grande crise econômica, agravada pela chamada Crise de
tur Bernardes. 1929. Iniciada nos Estados Unidos da América, que ao fim
Tropas do governo cercaram o Forte de Copacabana, da Primeira Guerra tinham se estabelecido como a grande
isolando os rebeldes. Dezessete tenentes e um civil saíram economia mundial e financiador da reconstrução da Europa
para as ruas num combate corpo-a-corpo com as tropas devastada pela guerra, entraram em colapso econômico, le-
do governo. Dessa luta suicida, só dois escaparam com vando consigo as economias de países dependentes da sua
vida: os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos. e agravando as dificuldades econômicas na Europa.
O episódio ficou conhecido como Os Dezoito do Forte. O agravamento da crise econômica aumentou o sen-
timento de derrota e fracasso entre alemães e alemãs, que
Revoltas de 1924 viram nos ideais do Partido Nacional-Socialista dos Trabalha-
Dois anos depois da Primeira Revolta ocorreram novas dores Alemães, o Partido Nazista, a saída para a situação en-
rebeliões tenentistas em regiões como o Rio Grande do Sul frentada pelo país. A frente do Partido, fundado em 1920, es-
e São Paulo. tava Adolf Hitler, que chegou ao poder em 1933, defendendo
Depois de ocupar a capital paulista, as tropas tenentis- ideias como a da superioridade do povo alemão, da culpabili-
tas abandonaram suas posições diante da ofensiva armada zação dos judeus pela crise econômica e da perseguição, iso-
do governo. lamento e eliminação dos mesmos e de outros grupos como
Com uma numerosa tropa de mil homens, os rebeldes ciganos, homossexuais e deficientes físicos e mentais. Pregava
formaram a coluna paulista, que seguiu em direção ao sul ainda a teoria do espaço vital (Lebensraum), a qual defendia a
do país, ao encontro de outra coluna militar tenentista, li- unificação do povo alemão, então, disperso pela Europa e se-
derada pelo capitão Luís Carlos Prestes. ria utilizada como justificativa para o expansionismo nazista.
Também na Itália a crise econômica do Período Entre-
Coluna Prestes guerras foi aproveitada por um grupo político antiliberal e
As duas forças tenentistas uniram-se e decidiram per- anticomunista, que via na formação de um Estado forte a
correr o interior do país, procurando apoio popular para solução para os problemas econômicos e sociais. Tal gru-
novas revoltas contra o governo. Nascia aí a Coluna Pres- po organizou-se como Partido Fascista, liderado por Beni-
tes, pois ambas tropas eram lideradas por Prestes. to Mussolini, que em 1922 foi nomeado primeiro-ministro
Durante mais de dois anos (1924 a 1926), a Coluna pelo rei Vítor Emanuel III. Mussolini, chamado pelos italianos
Prestes percorreu 24 mil quilômetros através de 12 esta- de  duce, combateu rivais políticos e defendeu a expansão
dos. O governo perseguia as tropas da Coluna Prestes que, territorial italiana, culminando na invasão da Etiópia em
por meio de manobras militares, conseguia escapar. Em 1935 e na criação da chamada África Oriental Italiana, ane-
1926 os homens que permaneciam na Coluna Prestes deci- xada à Itália.
diram ingressar na Bolívia e desfazer a tropa. Os dois líderes totalitários, Hitler e Mussolini, assinaram
A Coluna Prestes não conseguiu provocar revoltas ca- em 1936 um tratado de amizade e colaboração entre seus
pazes de ameaçar seriamente o governo, mas também não países. Estava formado o Eixo Roma-Berlim, que em 1940
foi derrotada por eles. Isso demonstrava que o poder na passaria a ser Eixo Roma-Berlim-Tóquio, marcando a aliança
República Velha não era tão inatacável. do Japão com os dois países europeus, formalizada com a
Fonte: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ assinatura do Pacto Tripartite, que garantia a proteção dos
republica-velha-revoltas três países entre si. Estava formado o Eixo, que durante o
conflito mundial enfrentaria os  Aliados, aliança formada
inicialmente por Inglaterra e França que mais tarde contou
15) O MUNDO NA ÉPOCA DA SEGUNDA com a entrada de outros países, como os Estados Unidos,
GUERRA MUNDIAL: O ENTRE-GUERRAS; A em 1941, após sofrer um ataque japonês na ilha de Pearl
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL; Harbor, seu território no Oceano Pacífico; a União Soviéti-
ca, em 1941, quando a Alemanha de Hitler quebrou o Pacto
Germano-Soviético de não agressão assinado dois anos an-
tes; e até mesmo o Brasil, que em 1942 saiu da neutralidade
Segunda Guerra Mundial e entrou na Guerra, em 1944 enviou combatentes (Força Ex-
A  Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e pedicionária Brasileira) para combater na Europa.
1945, é assim chamada por ter se tratado de um conflito
que extrapolou o espaço da Europa, continente dos prin- Mas o que, afinal, levou à eclosão da guerra?
cipais países envolvidos. Além do norte da África e a Ásia, Os nazistas decidiram levar a teoria do espaço vital
o Havaí, território estadunidense, com o ataque japonês a adiante, promovendo assim o  expansionismo alemão, pri-
Pearl Harbor, foi também palco de disputas territoriais e meiramente com a anexação da Áustria, em 1938, depois
ataques inimigos. com a tentativa de incorporar a região dos Sudetos, na Tche-
Compreender o que levou à eclosão do conflito implica coslováquia, pois ali viviam cerca de 3 milhões de falantes da
lembrar as consequências da Primeira Guerra Mundial, de língua alemã. França e Reino Unido acordaram com a Ale-
1914 a 1918, culminando com a derrota alemã e a assina- manha, na Conferência de Munique, a anexação de apenas
tura, entre as potências europeias envolvidas, do Tratado 20% do território tcheco, mas Hitler não respeitou acordo,
de Versalhes, que, culpando a Alemanha pela guerra, de- ocupando e em 1939 todo o país. O próximo passo foi a in-

23
HISTÓRIA

vasão da Polônia na tentativa de recuperar Danzig, cidade


perdida pelos alemães na Primeira Guerra. França e Reino
Unido exigiram que os alemães voltassem atrás e, diante da O BRASIL NA ERA VARGAS; A PARTICIPAÇÃO
negativa de Hitler, declararam guerra à Alemanha em 3 de DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA
setembro de 1939. Tinha início o conflito mais destrutivo da MUNDIAL.
história.

A guerra relâmpago
Erich Von Manstein, general alemão, foi o principal res- A Segunda República Ou Era Vargas
ponsável pelo desenvolvimento da Blitzkrieg, a guerra relâm- A chamada Era Vargas está dividida em três momentos:
pago, uma tática militar que tinha como objetivo destruir o Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo.
inimigo por sua surpresa, rapidez e brutalidade. Tal técnica O período inaugurou um novo tipo de Estado, denominado
foi utilizada nas invasões alemãs da Polônia e da França, que
“Estado de compromisso”, em razão do apoio de diversas
levaram pouco mais de um mês para se consolidar, haja vista
forças sociais e políticas: as oligarquias dissidentes, classes
a eficiência da na África, Egito Marrocos e Argélia eram con-
médias, burguesia industrial e urbana, classe trabalhadora
quistados pelos forças Aliadas.
e o Exército. Neste “Estado de compromisso” não existia
Antissemitismo nenhuma força política hegemônica, possibilitando o for-
Além do expansionismo e das disputas territoriais, a talecimento do poder pessoal de Getúlio Vargas.
perseguição a grupos étnicos, sobretudo aos judeus e ciga-
nos, foi uma realidade na Segunda Guerra Mundial. Para o Governo Provisório (1930/1934).
nazismo, os judeus eram os grandes culpados pela crise do Aspectos políticos e econômicos
país passara no Período Entreguerras, devendo, portanto, ser No plano político, o governo provisório foi marcado
combatidos. Antes da eclosão da guerra, políticas segrega- pela Lei Orgânica, que estabelecia plenos poderes a Var-
cionistas já eram colocadas em prática pelos nazistas, como a gas. Os órgãos legislativos foram extintos, até a elaboração
obrigatoriedade da identificação pelo uso de uma Estrela de de uma nova constituição para o país. Desta forma, Vargas
Davi, símbolo religioso do judaísmo; proibição do casamento exerce o poder executivo e o Legislativo. Os governadores
entre judeus e alemães; demissão de judeus de cargos pú- perderam seus mandatos – por força da Revolução de 30 –
blicos; criação dos guetos e de campos de concentração; e a seus nomeados em seus lugares os interventores federais
mais radical de todas, a chamada solução final, que consistia (que eram escolhidos pelos tenentes). A economia cafeeira
na eliminação de prisioneiros através do uso de gás tóxico. receberá atenções por parte do governo federal. Para su-
perar os efeitos da crise de 1929, Vargas criou o Conselho
Fim da guerra Nacional do Café, reeditando a política de valorização do
Os Aliados começaram a derrotar o Eixo em 1942. No café ao comprar e estocar o produto. O esquema provo-
Pacífico, Estados Unidos e Austrália derrotaram os japone- cou a formação de grandes estoques, em razão da falta de
ses. Em fevereiro de 1943, os nazistas perderam a batalha de compradores, levando o governo a realizar a queimados
Stalingrado, na União Soviética, e foram expulsos da Bulgária, excedentes. Houve um desenvolvimento das atividades in-
Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia. Na África, Egi- dustriais, principalmente no setor têxtil e node processa-
to Marrocos e Argélia foram conquistados pelos forças Alia- mento de alimentos. Este desenvolvimento explica-se pela
das. Em julho do mesmo ano, Vitor Emanuel III, rei da Itália, chamada política de substituição de importações.
destituiu Mussolini do governo e assinou a rendição italiana
aos Aliados. No dia 6 de junho de 1944, os Aliados desembar-
A composição do Governo Provisório
caram na Normandia, França, na operação que ficou conheci-
Depois de criar um Tribunal Especial - cuja ação foi nula
da como “Dia D”. Era o início da libertação francesa e, no fim
da agosto, Paris estava livre. Em 2 de maio de 1945, soviéticos - com o objetivo de julgar “os crimes do governo deposto”,
e estadunidenses tomaram Berlim, dois dias depois do suicí- o novo governo organizou um ministério que, pela compo-
dio de Hitler e do alto-comando do Partido Nazista. Iniciou-se sição, nos mostra o quanto Getúlio estava compromissado
o processo de rendição das tropas nazistas, colocando, assim, com os grupos que lhe apoiaram na Revolução:
fim à guerra na Europa. Só o Japão resistia, mas, em agosto, - general Leite de Castro - ministro do Exército;
diante das bombas atômicas jogadas pelos Estados Unidos - almirante Isaías Noronha - ministro da Marinha;
em Hiroshima e Nagasaki, o imperador Hirohito se rendeu - Afrânio de Melo Franco (mineiro) - ministro do Ex-
aos Aliados. Chegava ao fim a Segunda Guerra Mundial, dei- terior;
xando cerca de 50 milhões de mortos e 35 milhões de feridos. - Osvaldo Aranha (gaúcho) - ministro da Justiça;
Os países vencedores levaram oficiais nazistas a julga- - José Américo de Almeida (paraibano) - ministro da
mento no Tribunal de Nuremberg, criado para esse fim, sob Viação;
acusação de crimes contra a humanidade. Outra conse- - José Maria Whitaker (paulista) - ministro da Fazenda;
quência da guerra foi a criação, em 1945, da Organização - Assis Brasil (gaúcho) - ministro da Agricultura.
das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo é mediar conflitos Dentro ainda da ideia de compromisso, foram criados
entre países a fim de evitar novas guerras. dois novos ministérios:
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/segunda- - Educação e Saúde Pública - o mineiro Francisco Cam-
guerra-mundial/ pos;

24
HISTÓRIA

- Trabalho, Indústria e Comércio - o gaúcho Lindolfo Em maio de 1932 houve uma manifestação contra Ge-
Collor. túlio que resultou na morte de quatro manifestantes: Mar-
Para Juarez Távora, pela sua admirável participação re- tins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Iniciou-se a radicalização
volucionária e pelo seu prestígio como homem de ação, do movimento, sendo que o MMDC passou a ser o símbolo
foi criada a Delegacia Regional do Norte. Pela chefia políti- deste momento marcado pela luta armada. Após três meses
ca dos estados brasileiros do Espírito Santo ao Amazonas, de combates as forças leais a Vargas forçaram os paulistas à
Juarez Távora foi chamado de O Vice-Rei do Norte. rendição. Procurando manter o apoio dos paulistas, Getúlio
A política cafeeira da Era Vargas Vargas acelerou o processo de redemocratização realizan-
do eleições para uma Assembleia Constituinte que deveria
O capitalismo passava por uma de suas violentas crises elaborar uma nova constituição para o Brasil.
de superprodução. Essas crises cíclicas do capitalismo eram
o resultado da ausência de uma planificação, o que produ- A constituição de 1934.
zia a anarquia da produção social.
As nações industriais com problemas de superprodu- Promulgada em 16 de novembro de 1934 apresentan-
do os seguintes aspectos:
ção acirravam o imperialismo, superexplorando as nações
- A manutenção da República com princípios federati-
agrárias, restringindo os créditos e adotando uma política
vos;
protecionista, sobretaxando as importações. - Existência de três poderes independentes entre si:
Neste contexto o café conheceu uma nova e violenta Executivo, Legislativo e Judiciário;
crise de superprodução, de mercados e de preços, que caí- - Estabelecimento de eleições diretas para o Executivo
ram de 4 para 1 libra nos primeiros anos da década de 30. e Legislativo;
Como o café era à base da economia nacional, a cri- - As mulheres adquirem o direito ao voto;
se poderia provocar sérios problemas para outros setores - Representação classista no Congresso (elementos
econômicos, tais como a indústria e o comércio, o que seria eleitos pelos sindicatos);
desastroso. - Criado o Tribunal do Trabalho;
Era preciso salvar o Brasil dos efeitos da crise mundial - Legislação trabalhista e liberdade de organização sin-
de 1929. Era necessário evitar o colapso econômico do País. dical;
Para evitá-lo, o governo instituiu uma nova política cafeei- - Estabelecimento de monopólio estatal sobre algumas
ra, visando o equilíbrio entre a oferta e a procura, a eleva- atividades industriais;
ção dos preços e a contenção dos excessos de produção, - Possibilidade da nacionalização de empresas estran-
pois a produção cafeeira do Brasil era superior à mundial. geiras;
Para aplicar esta política, Vargas criou, em 1931, o CNC - Instituído o mandato de segurança, instrumento jurí-
(Conselho Nacional do Café), que foi substituído em 1933 dico dos direitos do cidadão perante o Estado. A Constitui-
pelo DNC (Departamento Nacional do Café). Dentro desta ção de 1934 foi inspirada na Constituição de Weimar pre-
nova política tornou-se fundamental destruir os milhares servando o liberalismo e mantendo o domínio dos proprie-
de sacas de café que estavam estocadas. O então ministro tários visto que a mesma não toca no problema da terra.
da Fazenda, Osvaldo Aranha, através de emissões e impos-
tos sobre a exportação, iniciou a destruição do excedente Governo Constitucional (1934/1937).
do café através do fogo e da água, Período marcado pelos reflexos da crise mundial de
De 1931 a 1944, foram queimadas ou jogadas ao mar, 1929:
aproximadamente, 80 milhões de sacas. Proibiram-se no- - crise econômica,
- desemprego,
vas plantações por um prazo de três anos e reduziram-se
- inflação e
as despesas de produção através da redução dos salários e
- carestia.
dos débitos dos fazendeiros em 50%.
Neste contexto desenvolvem-se, na Europa, os regimes
Por ter perdido o poder político e pelo fato de ter de totalitários (nazismo e fascismo) – que se opunham ao so-
se submeter às decisões econômicas do governo federal, cialismo e ao liberalismo econômico. A ideologia nazifascis-
as oligarquias cafeeiras se opuseram à política agrária da ta chegou ao Brasil, servindo de inspiração para a fundação
Era Vargas. da Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada pelo jornalista
Plínio Salgado. Movimento de extrema direita, anticomunis-
Revolução constitucionalista de 1932 ta, que tinha como lema “Deus, pátria, família”. Defendia a
Movimento ocorrido em São Paulo ligado à demora de implantação deum Estado totalitário e corporativo. A milícia
Getúlio Vargas para reconstitucionalizar o país, a nomea- da AIB era composta pelos “camisas verdes”, que usavam
ção de um interventor pernambucano para o governo do de violência contra seus adversários. Os integralistas rece-
Estado (João Alberto). Mesmo sua substituição por Pedro beram apoio da alta burguesia, do clero, da cúpula militar e
de Toledo não diminuiu o movimento. O movimento teve das camadas médias urbanas.
também como fator a tentativa da oligarquia cafeeira re- Por outro lado, o agravamento das condições de vida
tomar o poder político. O movimento contou com apoio da classe trabalhadora possibilitou a formação de um movi-
das camadas médias urbanas. Formou-se a Frente Única mento de caráter progressista, contando com o apoio de li-
Paulista, exigindo a nomeação de um interventor paulista e berais, socialista, comunistas, tenentes radicais e dos sindi-
a reconstitucionalização imediata do país. catos – trata-se da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Luís

25
HISTÓRIA

Carlos Prestes, filiado ao Partido Comunista Brasileiro foi deixou os integralistas insatisfeitos com Getúlio. Em maio
eleito presidente de honra. A ANL reivindicava a suspen- de 1938 os integralistas tentaram um golpe contra Vargas
são do pagamento da dívida externa, a nacionalização das – o Putsch Integralista – que consistiu numa tentativa de
empresas estrangeiras e a realização da reforma agrária. ocupar o palácio presidencial. Vargas reagiu até a chegada
Colocava-se contra o totalitarismo e defendia a democracia a polícia e Plínio Salgado precisou fugir do país.
e um governo popular.
A adesão popular foi muito grande, tornando a ANL Política Trabalhista
uma ameaça ao capital estrangeiro e aos interesses oligár- O Estado Novo procurou controlar o movimento traba-
quicos. Procurando conter o avanço da frente progressis- lhador através da subordinação dos sindicatos ao Ministério
ta o governo federal - por meio da aprovação da Lei de do Trabalho. Proibiram-se as greves e qualquer tipo de ma-
Segurança Nacional – decretou o fechamento dos núcleos nifestação. Por outro lado, o Estado efetuou algumas con-
da ANL. A reação, por parte dos filiados e simpatizantes, cessões, tais como, o salário mínimo, a semana de trabalho
foi violenta e imediata. Movimentos eclodiram no Rio de de 44 horas, a carteira profissional, as férias remuneradas.
Janeiro, Recife, Olinda e Natal – episódio conhecido como As leis trabalhistas foram reunidas, em 1943, na Consolida-
Intentona Comunista. ção das Leis do Trabalho (CLT), regulamentando as relações
entre patrões e empregados. A aproximação de Vargas jun-
O golpe do Estado Novo to a classe trabalhadora urbana originou, no Brasil, o popu-
No ano de 1937 deveriam ocorrer eleições presiden- lismo – forma de manipulação do trabalhador urbano, onde
ciais para a sucessão de Getúlio Vargas. A disputa presiden- o atendimento de algumas reivindicações não interfere no
cial foi entre Armando de Sales Oliveira – que contava com controle exercido pela burguesia.
o apoio dos paulistas e de facções de oligarquias de outros
Estados. Representava uma oposição liberal ao centralismo Política Econômica
de Vargas. A outra candidatura era a de José Américo de O Estado Novo iniciou o planejamento econômico, pro-
Almeida, apoiado pelo Rio Grande do Sul, pelas oligarquias curando acelerar o processo de industrialização brasileiro. O
nordestinas e pelos Partidos Republicanos de São Paulo e Estado criou inúmeros órgãos com o objetivo de coordenar
Minas Gerais. Um terceiro candidato era Plínio Salgado, da e estabelecer diretrizes de política econômica. O governo
Ação Integralista. interveio na economia criando as empresas estatais – sem
A posição de Getúlio Vargas era muito confusa – não questionar o regime privado. As empresas estatais encon-
apoiando nenhum candidato. Na verdade a vontade de trava-se em setores estratégicos, como a siderurgia (Com-
Getúlio era a de continuar no governo, em nome da esta- panhia Siderúrgica Nacional), a mineração (Companhia Vale
bilidade e normalidade constitucional; para tanto, contava do Rio Doce), hidrelétrica (Companhia Hidrelétrica do Vale
com apoio de alguns setores da sociedade. O continuísmo do São Francisco), mecânica (Fábrica Nacional de Motores)
de Vargas recebeu apoio de uma parte do Exército – Góes e química (Fábrica Nacional de Álcalis).
Monteiro e Eurico Gaspar Dutra representavam a alta cú-
pula militar – surgindo a ideia de um golpe, sob o pretexto Política administrativa.
de garantira segurança nacional. O movimento de “salva- Procurando centralizar e consolidar o poder político, o
ção nacional” – que garantiu a permanência de Vargas no governo criou o DASP (Departamento de Administração e
poder – foi a divulgação de um falso plano de ação comu- Serviço Público), órgão de controle da economia. O outro
nista para assumir o poder no Brasil. Chamado de Plano instrumento do Estado Novo foi a criação do DIP (Departa-
Cohen, o falso plano serviu de pretexto para o golpe de 10 mento de Imprensa e Propaganda), que realizava a propa-
de novembro de 1937, decretando o fechamento do Con- ganda do governo. O DIP controlava os meios de comuni-
gresso Nacional, suspensão da campanha presidencial e da cação, por meio da censura. Foi o mais importante instru-
Constituição de 1934. Iniciava-se o Estado Novo. mento de sustentação da ditadura que, ao lado da polícia
secreta, comandada por Filinto Muller, instaurou no Brasil
O Estado Novo (1937/1945). o período do terror: prisões, repressão, exílios, torturas etc.
O Estado Novo – período da ditadura de Vargas – Como exemplo de propaganda tem-se a criação da Hora do
apresentou as seguintes características: intervencionismo Brasil – que difundia as realizações do governo; o exemplo
do Estado na economia e na sociedade e um centralização do terror fica por conta do caso de Olga Benário, mulher de
política nas mãos do Executivo, anulando o federalismo re- Prestes, que foi presa e deportada para a Alemanha (grávi-
publicano. da). Foi assassinada num campo de concentração.
Há tempos, as  indústrias vêm conquistando seu es-
A constituição de 1937. paço no território brasileiro, tornando-se muitas vezes um
Foi outorgada em 10 de novembro de 1937 e redigida dos elementos mais básicos de uma região. Trazem consi-
por Francisco Campos. Baseada na constituição polonesa go, sempre a característica marcante da mudança, tanto na
(daí o apelido de “polaca”) apresentava aspectos fascistas. cultura como na economia, ou até mesmo no espaço que
Principais características: centralização política e fortaleci- ela ocupa e no impacto que ela causará no meio ambiente.
mento do poder presidencial; extinção do legislativo; su- A seguir, veremos um pouco mais sobre as indústrias,
bordinação do Poder Judiciário ao Poder Executivo; insti- como e porque um lugar que comporta uma ou várias indús-
tuição dos interventores nos Estados e uma legislação tra- trias se modifica, e modifica a vida de sua população e como
balhista. A Constituição de 1937 eliminava a independência os meios de transporte e comunicação podem influenciar
sindical e extinguia os partidos políticos. A extinção da AIB para a industrialização de uma determinada região.

26
HISTÓRIA

Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em A exemplo do que ocorre em outros países industria-
uma determinada região? Como fica o desenvolvimento de lizados, existe no Brasil uma grande concentração espacial
uma região pouco industrializada? Essas e outras questões, da  indústria no Sudeste. A concentração industrial nesta
serão abordadas, tendo como principal objetivo entender região é maior no Estado de São Paulo, por motivos históri-
melhor o papel desta gigante, chamada INDÚSTRIA! cos. O processo de industrialização, entretanto, não atin-
giu toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográ-
Nacionalismo ficos diferenciados e grandes desigualdades dentro da pró-
- Respeito pela formação natural dos povos, ligados pria região. A cidade de São Paulo, o ABCD (Santo André,
por laços étnicos, linguísticos e por outros laços culturais; São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema) e centros
- Direito de todos os povos lutarem por sua indepen- próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos
dência como nação; possuem uma superconcentração industrial, elaborando
espaços geográficos integrados à região metropolitana de
- Direito dos povos de viverem, com autodetermina-
São Paulo. Esta área se tornou o centro da industrialização,
ção, num território unificado.
que se expandiu nas direções: da Baixada Santista, da re-
gião de Sorocaba e do Vale do Paraíba – Rio de Janeiro e
A distribuição espacial das indústrias no Brasil interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
A  atividade industrial, antes muito concentrada no
Sudeste brasileiro, vem sendo melhor distribuída entre as As atividades econômicas e industriais nas 5 regiões
diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma ten- do Brasil
dência mundial, o Brasil vem passando por um processo Sudeste
de descentralização industrial, chamada por alguns autores Como descrito anteriormente, a região Sudeste é a que
de  desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regio- possui a maior concentração industrial do país.
nalmente e também entre as regiões. Nesta área, os principais tipos de indústrias são: auto-
Dentro da região Sudeste, essa desindustrialização mobilística, petroquímica, alimentares, de minerais não me-
está ocorrendo no ABCD Paulista, sendo que as  indús- tálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um
trias buscam menores custos de produção do interior centro industrial bem desenvolvido, marcado pela varieda-
paulista, como no Vale do Paraíba e ao longo da Rodo- de e volume de produção.
via Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Estas Várias empresas multinacionais operam nos setores au-
áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos tomobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos,
petroquímicos, etc. As empresas governamentais atuam
de mão-de-obra, transportes menos congestionados e, por
principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo e meta-
tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida,
lurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diver-
o que é vital para polos tecnológicos. sificadas.
A  desconcentração industrial entre as regiões vem O grande interesse de empresas multinacionais é prin-
determinando o crescimento de cidades-médias dotadas cipalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mer-
de boa infraestrutura e com centros formadores de mão- cado consumidor e pela exportação dos produtos indus-
de-obra qualificada, geralmente universidades. Além dis- triais a preços mais baixos. Quem observa a saída de navios
so, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunida-
de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e de de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil
vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão- para outros países.
de-obra extremamente barata. A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito
tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de
A concentração industrial no Nordeste Brasília, possui também um grande parque industrial. Po-
A distribuição espacial da indústria brasileira, com rém, não possui as mesmas características de alta produção
acentuada concentração em São Paulo, foi determinada e concentração como a São Paulo. Constitui-se também,
pelo processo histórico, pois no momento do início da efe- de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias
tiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de
os principais fatores para instalação das mesmas, podendo transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário,
alimentos, etc.
citar: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e trans-
Minas Gerais, tem um passado ligado à mineração, e,
portes.
devido a isso, assumiu importância no setor metalúrgico
Além disso, a atuação estatal através de diversos pla- após a 2 Guerra Mundial e passou a produzir principalmen-
nos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou te aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do
esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Sudeste. A cidade de Belo Horizonte tornou-se um centro
Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva con- industrial diversificado, com indústrias que vão desde o ex-
centração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico trativismo até setor automobilístico.
nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Hori-
econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se in- zonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a maioria
tegrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional apresentando ligação direta com algum produto ou com a
do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, ocorrência de matéria-prima. É o caso de Volta Redonda,
com a região Sudeste polarizando as demais. Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre

27
HISTÓRIA

outras, ligadas à siderurgia. Outros centros industriais es- Nordeste


tão ligados à produção local, como Campos e Macaé, Três A industrialização dessa região vem se modificando,
Corações, Araxá e Itaperuna, Franca e Nova Serrana, Ara- modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias
guari e Uberlândia, entre outras. do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam
O estado do Espírito Santo é o menos industrializado um maquinário tecnologicamente mais sofisticado.
do Sudeste, tendo centros industriais especializados como: A agroindústria açucareira é uma das mais importantes,
Aracruz, Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim. Vitória, a capital visando, sobretudo, a exportação do açúcar e do álcool.
do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, re- As indústrias continuam a tendência de intensificar a
lacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à produção ligada à agricultura e as novas indústrias meta-
usina siderúrgica de Tubarão. lúrgicas, químicas, mecânicas e outras.
No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe
vida urbana e industrial: comércio, serviço público, pro- para a região indústrias ligadas à produção, refino e utili-
fissionais liberais, educação, serviços bancários, de comu- zação de derivados do petróleo.
nicação, de transporte, etc. Quanto maior a cidade, maior Essa nova indústria de alta tecnologia e capital intenso,
variedade de profissionais aparecem ligados às atividades não absorve a mão-de-obra que passa a se subempregar
urbanas. na área de serviços ou fica desempregada.
Como em São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentram- As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos
se a maior produção industrial do país, a circulação de empresários e os salários pagos são muito baixos, acarre-
pessoas e mercadorias é muito intensa na região. Milhares tando o empobrecimento da população operária.
de pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte O  sistema industrial do Nordeste, concentrado na
e distribuição dos produtos destinados à industrialização, Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-
ao consumo interno ou à exportação. Considerada tam- se somente em alguns pontos dispersos e concentra-se,
bém o centro cultural do país, a região possui uma vas- sobretudo, nas regiões metropolitanas: Recife, Salvador e
ta rede de prestação de serviços em todos os ramos, com Fortaleza.
grande capacidade de expansão, graças ao crescimento de Com vistas à política do Governo Federal para o Pro-
suas cidades. grama de Corredores da Exportação, instituído no final da
década de 70, com o intuito de atender o escoamento da
Sul produção destinada ao mercado externo, foram realizadas
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Ma-
produção agrária, visa o abastecimento do mercado inter- ceió.
no e as exportações. A rede rodoviária está mais integrada a outras regiões
do que dentro do próprio Nordeste. A construção da rodo-
O imigrante foi um elemento muito importante no iní-
via, ligando o Nordeste ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o
cio da industrialização como mercado consumidor e no
abastecimento do Nordeste com produtos industrializados
processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes em
no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em
estrutura familiar e artesanal.
direção ao mesmo.
A industrialização de São Paulo implicou na incorpo-
ração do espaço do Sul como fonte de matéria-prima. Im-
Centro-Oeste
plicou também na incapacidade de concorrência das in-
Na década de 60, a industrialização a nível nacional
dústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos
adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e in-
tradicionais como calçados e produtos alimentares, para sumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado
o exterior. Com as transformações espaciais ocasionadas consumidor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem o cul-
pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos tivo de produtos para exportação em grandes áreas meca-
estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas. nizadas.
A indústria passou a se diversificar para produzir bens A partir da década de 70, o Governo Federal implantou
intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sen- uma nova política econômica visando à exportação. Para
tido, o Sul passou a complementar a produção do Sudeste. atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua
Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul. participação dentro da divisão internacional do trabalho,
Objetivando a integração brasileira com os países do caberia ao Centro-Oeste à função de produtor de grãos e
Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor carnes para exportação.
petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda
de ponta. região em criação de bovinos do País, sendo esta a ativida-
A reorganização e modernização da indústria do de econômica mais importante da sub-região. Sua produ-
Sul necessita também de uma política nacional que pos- ção de carne visa o mercado interno e externo.
sibilite o aproveitamento das possibilidades de integração Existem grandes matadouros e frigoríficos que indus-
da agropecuária e da indústria, à implantação e crescimen- trializam os produtos de exportação. O abastecimento re-
to da produção de bens de capital e de indústrias de ponta gional é feito pelos matadouros de porte médio e mata-
em condições de concorrência com as indústrias de São douros municipais, além dos abates clandestinos que não
Paulo. passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.

28
HISTÓRIA

Sua industrialização se baseia no beneficiamento de Assim, milhares de postos de trabalho se extinguiam, fa-


matérias-primas e cereais, o que contribui para o maior zendo com que aumentasse o número de empregos infor-
valor de sua produção industrial. As outras atividades in- mais surgidos nessa região.
dustriais são voltadas para a produção de bens de consu- Além de mudanças na cultura e economia, surgem
mo, como: alimentos, móveis, entre outros. A indústria de também, mudanças no espaço geográfico. Em alguns ca-
alimentos, a partir de 1990, passou a se instalar nos polos sos, as indústrias são implantadas, sem maior avaliação
produtores de matérias-primas, provocando um avanço dos danos que ela poderá causar, acarretando consequên-
na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em cias gravíssimas posteriormente.
Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na
própria área. A Zona Franca de Manaus
No estado de Goiás, por exemplo, existem indústrias A Zona Franca de Manaus (ZFM) foi criada em 1957,
em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio, Catalão, Goia- originalmente através da Lei 3.173, com o objetivo de es-
nésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de tabelecer em Manaus um entreposto destinado ao benefi-
maior desenvolvimento econômico da região, são os cen- ciamento de produtos para posterior exportação. Em 1967,
tros industriais mais significativos, graças ao seu mercado a ZFM foi subordinada diretamente ao Ministério do Inte-
consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial. rior, através da SUFRAMA (pelo Decreto-Lei n 288). O de-
Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas creto estabelecia incentivos com vigência até o ano 1997.
aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madei- Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram
ra, esta área possui certa diversificação industrial. Contu- para a Zona Franca de Manaus investimentos de empre-
do, os produtos alimentares representam o maior valor da sas nacionais e estrangeiras anteriormente instaladas no
produção industrial. sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET, princi-
palmente da indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80,
Norte a Política Nacional de Informática impediu que a produção
A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, de computadores e periféricos e de equipamentos de tele-
se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os comunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM mante-
investimentos aplicados, principalmente nas últimas déca- ve apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica.
das, na área dos transportes, comunicações e energia pos- A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos incen-
tivos fiscais da União para a Zona Franca de Manaus até
sibilitaram a algumas áreas o crescimento no setor indus-
o ano de 2013, mas com a abertura da economia, nos anos
trial, visando à exportação.
90, esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente,
Grande parte das indústrias está localizada próxima à
os produtos fabricados na ZFM passaram a enfrentar a
fonte de matérias-primas como a extração de minerais e
concorrência com produtos importados no mercado do-
madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos.
méstico brasileiro. As empresas estabelecidas em Manaus
A agroindústria regional dedica-se basicamente ao be-
promoveram um forte ajuste com redução do emprego e
neficiamento de matérias-primas diversas, destacando-se
aumento do conteúdo importado dos produtos finais.
a produção de laticínios, o processamento de carne, ossos
e couro, a preservação do pescado, a extração de suco de
frutas, o esmagamento de sementes para fabricação de 16) O MUNDO NO AUGE DA GUERRA FRIA:
óleos, a destilação de essências florestais, prensagem de A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA E DO JAPÃO
juta, etc. Tais atividades, além de aumentarem o valor final E O SURGIMENTO DO MUNDO BIPOLAR; OS
da matéria-prima, geram empregos. PRINCIPAIS CONFLITOS DA GUERRA FRIA – A
As principais regiões industriais são Belém e Manaus.
GUERRA DA CORÉIA (1950 – 1953),
Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a
criação de áreas industriais de grandes dimensões.
Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca
de Manaus. Introdução - o que foi e definição
Como a implantação de uma indústria pode alterar  
a cultura e as relações de trabalho na região em que foi A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra
implantada Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão
Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma disputar a hegemonia política, econômica e militar no
indústria é implantada em determinada região, várias mu- mundo.
danças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geo- A União Soviética possuía um sistema socialista, basea-
gráfico, mudanças culturais, e, principalmente, mudanças do na economia planificada, partido único (Partido Comu-
na economia. nista), igualdade social e falta de democracia. Já os Esta-
A implantação de uma indústria, modifica a cultura, dos unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão
pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo do sistema capitalista, baseado na economia de mercado,
povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas vezes, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda
as máquinas pesadas, que exercem sozinhas e em pouco metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências
tempo, o serviço que muitas vezes era desempenhado por tentaram implantar em outros países os seus sistemas po-
várias pessoas e em um período de tempo muito maior. líticos e econômicos.

29
HISTÓRIA

A definição para a expressão guerra fria é de um confli- Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e
to que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocor- seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam to-
rendo um embate militar declarado e direto entre Estados dos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo
Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países es- governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente
tavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi
conflito armado direto significaria o fim dos dois países muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem
e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcioná-
acabaram alimentando conflitos em outros países como, rios da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.
por exemplo, na Coreia e no Vietnã.
 
 
A divisão da Alemanha
Paz Armada
   
Na verdade, uma expressão explica muito bem este Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em
período: a existência da Paz Armada. As duas potências en- duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A Re-
volveram-se numa corrida armamentista, espalhando exér- pública Democrática da Alemanha, com capital em Berlim,
citos e armamentos em seus territórios e nos países alia- ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, so-
dos. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas cialista. A República Federal da Alemanha, com capital em
potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países
ataque inimigo.  capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro
Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo forças que venceram a guerra: URSS, EUA, França e Ingla-
objetivo era defender os interesses militares dos países terra. Em 1961 foi levantado o Muro de Berlim, para dividir
membros. A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico a cidade em duas partes: uma capitalista e outra socialista.
Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados  
Unidos e tinha suas bases nos países membros, principal-
“Cortina de Ferro”
mente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia era co-
mandado pela União Soviética e defendia militarmente os  
países socialistas. Em 1946, Winston Churchill (primeiro ministro britâni-
Alguns países membros da OTAN: Estados Unidos, Ca- co) fez um famoso discurso nos Estados Unidos, usando
nadá, Itália, Portugal, Inglaterra, Alemanha Ocidental, Fran- a expressão “Cortina de Ferro” para se referir à influência
ça, Suécia, Espanha (entrou em 1982), Bélgica, Holanda, Di- da União Soviética sobre os países socialistas do leste eu-
namarca, Áustria e Grécia. ropeu. Churchill defendia a ideia de que, após a Segunda
Alguns países membros do Pacto de Varsóvia: URSS, Guerra Mundial, a URSS tinha se tornado a grande inimiga
Cuba, China, Coreia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, dos valores ocidentais (democracia e liberdade, principal-
Albânia, Tchecoslováquia e Polônia. mente).
   
Corrida Espacial Plano Marshall e COMECON
   
EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no
As duas potências desenvolveram planos para de-
que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para
tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocor- senvolver economicamente os países membros. No final
ria, pois havia uma grande disputa entre as potências, com da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Pla-
o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema no Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente
mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete através de empréstimos, para reconstruir os países capi-
Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o talistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o CO-
espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde MECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de
acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.
com a missão espacial norte-americana.  
 
Caça as Bruxas Envolvimentos Indiretos
   
Os EUA liderou uma forte política de combate ao co- Guerra da Coreia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Co-
munismo em seu território e no mundo. Usando o cinema,
reia foi palco de um conflito armado de grandes propor-
a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as his-
ções. Após a Revolução Maoísta ocorrida na China, a Coreia
tórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando
o “american way of life”. Vários cidadãos americanos foram sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu
presos ou marginalizados por defenderem ideias próximas território. A região sul da Coreia resiste e, com o apoio mi-
ao socialismo. O Macarthismo, comandado pelo senador litar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra
republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coreia
nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países alia- no paralelo 38. A Coreia do Norte ficou sob influência so-
dos dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo viética e com um sistema socialista, enquanto a Coreia do
com tudo que havia de ruim no planeta. Sul manteve o sistema capitalista.

30
HISTÓRIA

Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e A entrada dos chineses na guerra fez com que os esfor-
1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. ços militares norte-americanos fossem intensificados. Ao
Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato longo de mais dois anos, o conflito chegou a um equilíbrio
tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados de forças que colocava em risco o interesse de ambos os
vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tro- lados. Dessa forma, os Estados Unidos resolveram possi-
picais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares bilitar negociações diplomáticas que pudessem dar fim à
morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tive- Guerra da Coreia. Em 1953, a assinatura do Armistício de
ram que abandonar o território vietnamita de forma vergo- Pan-munjom encerrou os conflitos e restaurou a linha divi-
nhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista.  sória no Paralelo 38º.
  Entretanto, o fim da guerra não significou o fim das
Fim da Guerra Fria e consequências tensões entre a Coreia do Norte e o bloco capitalista. Ao
  longo do século XX, os norte-coreanos aproveitaram das
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise discordâncias entre União Soviética e China para estabe-
nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise lecer um projeto de maior autonomia política. Com a que-
do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o da do bloco socialista a Coreia do Norte enfrentou graves
Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No dificuldades econômicas. Entretanto, desenvolveu políticas
começo da década de 1990, o então presidente da União eficientes nas áreas de educação e saúde.
Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialis-
Nas últimas décadas, a Coreia do Norte desenvolveu
mo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas,
um projeto de tecnologia nuclear com fins militares. Esta
acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se
atitude preocupa as nações capitalistas e órgãos interna-
enfraquecendo. Era o fim de um período de embates po-
cionais, que insistem em obter maiores informações sobre
líticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos
poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. os objetivos da ação norte-coreana. Indiferentes às pres-
Fonte: http://www.suapesquisa.com/guerrafria/ sões exercidas, as autoridades daquele país reivindicam
os princípios de soberania nacional para negar os pedidos
Guerra da Coreia vindos, principalmente, dos EUA. Com isso, há pouco tem-
O término da Segunda Guerra Mundial abriu portas po, o presidente George W. Bush resolveu incluir a Coreia
para que as práticas de natureza neocolonial perdessem do Norte entre os países que integram o chamado “Eixo
seu vigor. Entre as zonas de exploração imperialista per- do Mal”.
didas pelo Japão, a Coreia passou a ser controlada pelo Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historia-
poderio militar e econômico dos norte-americanos e so- geral/guerra-coreia.htm
viéticos. Na medida em que se desenvolvia a Guerra Fria, a
presença destas duas nações em território coreano instalou
a divisão política desse território.
Na porção setentrional, formou-se a República Demo- A GUERRA DO VIETNÃ (1961 – 1975),
crática da Coreia do Norte, de orientação socialista e in-
fluenciada pelos ditames do regime socialista soviético. Na
região sul, a orientação capitalista prevaleceu com a forma-
ção da República da Coreia do Sul. Divididos por uma linha A Guerra do Vietnã, que aconteceu entre os anos de
situada no Paralelo 38º, esses dois países logo entraram em 1959 e 1975, é tida como o conflito armado mais violento
conflito, objetivando restabelecer a hegemonia dos territó- que aconteceu na segunda metade do século XX, ocor-
rios sob o comando de um único governo. rendo nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul,
A primeira ação nesse sentido foi tomada pelos nor- Camboja e Laos. Ele não foi apenas o mais violento, como
te-coreanos, que inspirados pela vitória da revolução co- também o mais longo a acontecer logo após a Segunda
munista de Mao Tsé-tung, resolveram tentar experiência Guerra Mundial.
semelhante em território coreano. Logo depois da primeira
Contexto histórico
ofensiva militar que deu início ao conflito, as principais na-
Para que seja possível entender o porquê da Guerra do
ções do mundo se reuniram em torno da Organização das
Vietnã, é necessário que conheçamos um pouco da histó-
Nações Unidas para discutir essa questão. O bloco capita-
ria da região onde ocorreu tal conflito.
lista, aproveitando a ausência soviética, não reconheceu a
legitimidade deste conflito. Quando aconteceu a Segunda Guerra Mundial, o Japão
Os Estados Unidos, maiores interessados em dar fim invadiu e dominou uma região conhecida como Indochi-
ao conflito, enviaram um conjunto de tropas lideradas pelo na. Parte desse território era formada por Laos, Camboja e
general MacArthur. O propósito inicial da ofensiva norte-a- Vietnã, que viviam sobre o domínio francês, mas já ansia-
mericana era expulsar os norte-coreanos e, logo em segui- vam pela independência.
da, conquistar o restante da Coreia passando pelas frontei- Tentando reagir a invasão, os vietnamitas formaram a
ras do território chinês. Inconformados com as pretensões Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã, que
norte-americanas, os chineses resolveram participar do era ligada ao partido comunista. Eles tinham como líder Ho
conflito quando, em novembro de 1950, enviou tropas de Chi Minh, um líder revolucionário que assim como todo o
apoio aos norte-coreanos. povo queriam a independência do país.

31
HISTÓRIA

Quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim teve civil em geral faziam campanhas nas ruas pedindo que o
início o processo de descolonização, que culminou na luta governo retirasse as tropas e retornasse com seus solda-
entre os guerrilheiros do Viet-Minh e as tropas francesas. dos para o país. A tv mostrava a todo momento as cenas
Com a derrota, os franceses foram obrigados a aceitar a bárbaras daquele conflito, milhares de soldados norte-a-
independência, e em 1954 na Conferência de Genebra, mericanos morrendo, e suas famílias em pânico sem nada
que havia sido convocada para negociar a paz, a França poder fazer.
reconheceu a independência do Vietnã, Laos e Camboja. Como não estava conseguindo nenhum sucesso na
Também ficou definido que o Vietnã passaria agora a ser guerra, tendo várias derrotas consecutivas, e também não
subdivido em dois: contando com o apoio da população, em 1975 o governo
– Vietnã do Norte:  Que seria governado por Ho Chin dos EUA aceita o Acordo de Paris, retirando todas as suas
Minh, Socialista. tropas do Vietnã.
– Vietnã do Sul: Governado por Ngo Dinh Diem, capi- O Vietnã do norte se declarava vitorioso, a partir da-
talista e aliada dos Estados Unidos. quele momento.
Em 2 de julho de 1976  Vietnã foi reunificado  sob o
Causas
regime comunista, aliado da União Soviética.
Com as diferenças políticas existentes entre  o Vietnã
Consequências
do norte e o Vietnã do Sul, era claro que havia no ar um cli-
• Mais de 1 milhão de mortos
ma de instabilidade no que dizia respeito a paz  entre eles.
• Mais de 2 milhões de mutilados e feridos
Era difícil que um socialista e um capitalista conseguissem
viver bem, lado a lado, com tantas diferenças políticas e • Destruição de casas e prejuízos econômicos no
ideologias tão próximas. Vietnã
No ano de 1959, os guerrilheiros comunistas chama- • Os campos agrícolas ficaram arrasados.
dos de vietcongues, atacaram uma base norte-americana Fonte: http://www.estudopratico.com.br/guerra-
que existia no Vietnã do Sul, sob o apoio de Ho Chi Minh e do-vietna-historia-causas-e-fotos/
dos soviéticos.  A partir deste momento estava dada início
a Guerra do Vietnã.
Os Estados Unidos e a União Soviética se tornaram
parceiros, mesmo que de maneira indireta, com os países OS CONFLITOS ÁRABES-ISRAELENSES ENTRE
que se enfrentavam. Desde o início da Guerra, em 1959, até 1948 E 1974;
o ano de 1964, apenas o Vietnã do Norte e o do Sul se en-
frentaram. Ficando a Guerra restrita a suas diferenças po-
líticas e ideológicas, não envolvendo nenhum país vizinho.
A partir de 1964 os Estados Unidos deixaram de apoiar Primeira Guerra
indiretamente a guerra e passaram a assumir que estavam A primeira guerra entre árabes e israelenses foi cau-
realmente de dentro. Enviaram armamentos e soldados, sada pela independência de Israel e começou em maio de
que por não conhecerem muito bem o território, repleto de 1948, terminando em janeiro de 1949. De um lado esta-
florestas tropicais fechadas e uma enorme quantidade de va Israel; de outro, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria,
chuva, sofreram bastante. Os vietcongues possuíam vanta- membros da Liga Árabe.
gem por conhecer cada centímetro do local onde estavam A recusa árabe à partilha da Palestina, imposta pela
guerrilhando, e enquanto os EUA utilizavam de armamen- ONU, gerou a declaração de guerra à Israel em 15 de maio
tos modernos e helicópteros, os vietcongues faziam usos de 1948, um dia depois da fundação do Estado judeu.
de táticas de guerrilha que só eles dominavam. Os israelenses, que contavam com o apoio dos Estados
Essa falta de preparação dos norte-americanos em li- Unidos, derrotaram seus oponentes, ocuparam a Galiléia
dar com um ambiente desconhecido, lhe renderam a der-
e o deserto de Neguev. Com as conquistas, o território is-
rota no final da década de 1960. Era claro que os Estados
raelense passou de 14.500 km2 para 20.900 km2. Jerusa-
Unidos possuíam uma ótima tecnologia, mas isso não foi
lém, que tinha 105 mil árabes e 100 mil judeus, foi dividi-
suficiente para vencer a experiência de seus adversários.
da entre Jordânia e Israel, que incorporou os territórios a
Aproveitando a oportunidade, em 1968 os vietnamitas
do norte invadiram o Vietnã do Sul, dominando a embai- oeste do rio Jordão, a Cisjordânia. A Faixa de Gaza, com 40
xada dos Estados Unidos. Isso causou uma retaliação das quilômetros de comprimento e 8 quilômetros de largura,
tropas norte-americanas e do próprio Vietnã do Sul, que ficou com o Egito.
culminou no momento mais sangrento de toda guerra. Es- Esta primeira guerra criou um dos mais complicados
tima-se que milhares de pessoas morreram. problemas para a paz na região: um imenso número de
palestinos refugiados. Já na época eles eram mais de 300
O fim da guerra mil. Os palestinos - árabes que viviam na região antes da
Enquanto o governo dos Estados Unidos continuava criação do Estado de Israel - ficaram sem uma nação. Mui-
envolvido com a guerra, os jovens norte-americanos, fa- tos fugiram para o Líbano, para Gaza ou para a Jordânia.
ziam protestos contra a permanência do país no conflito.
No início do ano de 1979, grupos pacifistas e a população

32
HISTÓRIA

Guerra de Suez
Em outubro de 1956, Israel - apoiado pela França e In-
glaterra -, declarou guerra ao Egito por causa da nacionali- A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DA ÁSIA;
zação do canal de Suez e do fechamento do porto de Eilat,
no golfo de Ácaba, pelo então presidente egípcio Nasser.
O fechamento de Eilat e a nacionalização do canal Descolonização da África e da Ásia
ameaçavam os projetos judeus de irrigação do deserto de África e Ásia, desde o século XV, tornaram-se alvos de
Neguev e cortavam o seu único contato com o Mar Ver- disputa entre as nações europeias. Com o advento do capi-
melho. talismo comercial, na Era Moderna, a América tornou-se a
Na ofensiva, Israel conquistou a península do Sinai e área onde a exploração colonial foi mais intensa. Mas nem
controlou o Golfo de Ácaba, reabrindo o porto de Eilat. No por isso os europeus abandonaram as relações comerciais
entanto, pressões da União Soviética e dos Estados Unidos e o domínio político sobre a África e a Ásia.
fizeram Israel recuar às fronteiras de 1949, sob a supervisão
das tropas da ONU. Fatores da descolonização afro-asiática
Na década de 50, a resistência palestina se organizou, Na segunda metade do século XIX, em razão das ne-
tendo como mola propulsora a classe média exilada, que cessidades de mercado geradas pela segunda Revolução
tinha maior acesso à participação política. Daí nasceu a Industrial e em face das independências das colônias ame-
mais importante organização de resistência, a Organização ricanas, a Europa volta-se novamente à África e à Ásia, im-
para a Libertação da Palestina, a OLP, fundada em 1964. pondo o neocolonialismo.
As disputas entre as potências europeias pelos territó-
Nesta época também surgiu um importante grupo po- rios afro-asiáticos desencadearam a Primeira Guerra Mun-
lítico-militar palestino, chamado Al Fatah. Fatah é uma pa- dial. A Europa saiu enfraquecida da guerra, perdendo sua
lavra composta pelas iniciais invertidas, em árabe, de Mo- hegemonia para os Estados Unidos.
vimento para a Libertação Nacional da Palestina. Na ordem A crise do pós-Primeira Guerra na Europa foi acentua-
da ainda mais pela crise de 1929, que repercutiu nas áreas
correta, as iniciais formam a palavra hataf, que quer dizer
coloniais com o agravamento das condições de vida dos
morte.
colonos, que iniciaram greves e revoltas contra as metró-
Este grupo começou a tomar corpo entre 1956 e 1959
poles européias. Esses movimentos coloniais foram conti-
e projetou o nome de Yasser Arafat. O Fatah caracteriza-se
dos à força, mas acabaram resultando no nascimento de
como um movimento de caráter antissionista e anti-impe-
um forte sentimento nacionalista que se traduzia no desejo
rialista, com o objetivo de criar um Estado laico em territó-
de independência.
rio palestino. Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa declinou
completamente, sendo dividida em áreas de influência en-
Guerra dos Seis Dias tre EUA e URSS. O enfraquecimento da Europa significou o
fortalecimento do nacionalismo e o crescimento do desejo
Esta guerra envolveu Israel contra o Egito, a Jordânia de independência. Desejo esse que passou a se apoiar na
e a Síria. A partir de 1959, com a criação do Al Fatah, cres- Carta da ONU, que reconhecia o direito à autodetermina-
ceram os ataques terroristas palestinos às instalações ju- ção dos povos colonizados e que fora assinada pelos paí-
daicas. Cada ataque era respondido com uma retaliação ses europeus (os colonizadores).
israelense, muitas vezes maior que a investida sofrida e Em 1955, vinte e nove países recém-independentes re-
nem sempre dirigida especificamente contra os atacantes. uniram-se na Conferência de Bandung, capital da Indoné-
A tensão na região atingiu níveis críticos em 1966, sia, estabelecendo seu apoio à luta contra o colonialismo.
quando a Síria passou a dar apoio aos guerrilheiros pales- A Conferência de Bandung estimulou as lutas por indepen-
tinos. Em abril de 1967, a Força Aérea israelense atacou a dência na África e Ásia.
Jordânia e, no mês seguinte, o Egito colocou suas Forças Terminada a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos
Armadas em alerta. e União Soviética passaram a liderar os dois grandes blo-
O presidente Nasser ordenou a retirada das tropas da cos, capitalista e comunista. Dentro do contexto da Guerra
ONU do Egito e as substituiu por divisões egípcias, ocu- Fria, buscaram a expansão de suas áreas de influência. Nes-
pando o golfo de Ácaba e bloqueando o porto israelense se sentido, passam a ver nos movimentos de independên-
de Eilat, que recebia suprimentos petrolíferos do Irã. cia afro-asiática a possibilidade de ampliar sua influência
No final de maio, Jordânia e Síria firmaram o Acordo política nas novas nações.
de Defesa Mútua com o Egito. Em julho, Israel atacou sem
declaração de guerra, dizimando a Força Aérea egípcia em As vias da descolonização
terra. O exército egípcio foi derrotado, juntamente com o A descolonização afro-asiática não foi um processo
da Jordânia e o da Síria. Como resultado, Israel conquistou homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a pacífica e a
a península do Sinai (devolvida ao Egito em 1982), a Faixa violenta.
de Gaza, a Cisjordânia e as colinas de Golã, aumentando No caso da via pacífica, a independência da colônia era
sua área para 89.489 km2. O cessar-fogo, decretado pela realizada progressivamente pela metrópole, com a conces-
ONU, foi atendido pelos árabes, mas Israel não retirou suas são da autonomia político-administrativa, mantendo-se o
tropas dos territórios ocupados. controle econômico do novo país, criando, dessa forma,
Fonte: http://www.batalhaosuez.com.br/historia22.htm um novo tipo de dependência.

33
HISTÓRIA

As independências que ocorreram pela via da violência Em 1887, a Indochina foi conquistada e submetida ao
resultaram da intransigência das metrópoles em conceder colonialismo francês. A França, em 1940, foi ocupada pe-
a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, los alemães, cessando seu domínio sobre a região. No ano
geralmente vinculadas ao socialismo, que levaram a cabo seguinte, 1941, os japoneses ocuparam toda a Indochina,
as independências. com o consentimento do general Pétain, o que levou à for-
mação do movimento de resistência nacionalista, coman-
A descolonização da Ásia dado pelo Vietminh (Liga Revolucionária para a Indepen-
O fim do domínio inglês na Índia dência do Vietnã).
A Revolta dos Cípaios, 1858, colocou a Índia na esfera O Vietminh era liderado por Ho Chi Minh, dirigente co-
do domínio britânico, que culminou com a sagração da ra- munista, que após a derrota do Japão na Segunda Guerra
inha Vitória corno imperatriz dos indianos. proclamou a independência da República Democrática do
A dominação da Índia não foi uma tarefa difícil, pois a Vietnã (parte norte).
ausência de um governo centralizado, a diversidade de reli- Terminada a Segunda Guerra, os franceses não reco-
giões e a existência de uma sociedade de castas facilitaram nheceram o governo de Ho Chi Minh e tentaram, a partir
a penetração inglesa. de 1946, recolonizar a Indochina, ocupando as regiões do
A partir da década de 1920, Mahatma Gandhi e Ja- Laos, Camboja e o Vietnã do Sul, desencadeando a Guerra
warharlal Nerhu, através do Partido do Congresso, com da Indochina, que se estendeu até 1954, quando os france-
apoio da burguesia, passaram a liderar o movimento de ses foram derrotados na Batalha de Dien Bien Phu.
independência da Índia. No mesmo ano, realizou-se a Conferência de Genebra,
Gandhi pregava a desobediência civil e a não-violên- na qual a França retirava suas tropas e reconhecia a inde-
cia como meios de rejeição à dominação inglesa, transfor- pendência da Indochina, dividida em Laos, Camboja, Vietnã
mando-se na principal figura do movimento indiano pela do Norte e Vietnã do Sul.
independência. Laos e Camboja ficaram proibidos de manter bases mi-
A perda do poder econômico e militar pela Inglaterra litares estrangeiras em seu território, e no Vietnã deveriam
após a Segunda Guerra Mundial retirou-lhe as condições se realizar eleições num prazo de dois anos para decidir a
para continuar a dominação na Índia. reunificação.
Em 1947, os ingleses reconheceram a independência
indiana, que levou — em função das rivalidades religiosas
A Guerra do Vietnã
— à formação da União Indiana, governada por Nerhu, do
Pela Conferência de Genebra, o paralelo 17 estabelecia
Partido do Congresso, com maioria hinduísta, e do Paquis-
a divisão entre Vietnã do Norte — governado pelo líder
tão (Ocidental e Oriental), governado por Ali Jinnah, da
comunista Ho Chi Minh — e Vietnã do Sul governado pelo
Liga Muçulmana, com maioria islamita. O Ceilão também
rei Bao Dai, que colocou Ngo Dinh Diem como primeiro-
se tornava independente, passando a ilha a se denominar
ministro.
Sri-Lanka, com maioria budista.
A independência da Índia resultava de um longo pro-
Em 1955, Ngo Dinh Diem, com um golpe de Estado,
cesso de lutas nacionalistas, permeadas pelas divergências
religiosas entre hinduístas e muçulmanos, o que levou, em proclama a República, depondo o rei Bao Dai. Passa a rece-
1949, ao assassinato de Gandhi. ber o apoio dos EUA.
O Paquistão Oriental, em 1971, sob liderança da Liga No Vietnã do Sul estabeleceu-se um governo de ca-
Auami, separa-se do Paquistão Ocidental, constituindo a ráter impopular, marcado pelo autoritarismo de Ngo Dinh
República de Bangladesh. Diem que, em 1956, suspende as eleições estabelecidas
Mapa da descolonização da Ásia pela Conferência de Genebra.
A independência da Indonésia Em oposição ao seu governo, formou-se a Frente de
A Indonésia é formada por cerca de dezessete mil ilhas Libertação Nacional, em 1960, que contava com um exérci-
das quais seis mil são habitáveis, as que se destacam são to guerrilheiro, o Vietcong. O objetivo da Frente era depor
Java e Sumatra. Desde o século XVII até 1941, o arquipéla- Ngo Dinh Diem e unir o Vietnã do Sul ao Vietnã do Norte.
go esteve sob domínio holandês. Ngo Dinh Diem, em 1960, cancela as eleições, o que
Em 1941, durante as ofensivas da Segunda Guerra, o desencadeou o início da Guerra do Vietnã.
Japão passou a dominar a Indonésia, o que levou à forma- O Vietcong passou a contar com o apoio do Vietnã do
ção de um movimento nacionalista de resistência liderado Norte e Ngo Dinh Diem era apoiado pelos Estados Unidos,
por Alimed Sukarno. que, em 1961, enviam ajuda militar ao Sul. Em 1963, os
Com a derrota japonesa, em 1945, o movimento de re- vietcongs dominavam boa parte do território do Vietnã do
sistência proclama a independência do país, que não foi Sul. Neste mesmo ano morria o presidente norte-ameri-
aceita pela Holanda, que iniciou uma tentativa de recoloni- cano, John Kennedy, e o vice, Lyndon Johnson, assumia a
zação da Indonésia. presidência do país.
Sukarno, aglutinando os nacionalistas, lidera a guerri- No mês de agosto de 1964, dois comandantes norte-
lha contra a Holanda que, em 1949, reconhece a indepen- americanos deram o pretexto para o início dos bombar-
dência da Indonésia. deios sobre o Vietnã do Norte, alegando que seus navios
As lutas pela independência e a divisão da Indochina haviam sido atacados em Tonquim.

34
HISTÓRIA

Os bombardeios norte-americanos sobre o Norte pro- Durante a Segunda Guerra Mundial, o Egito foi palco
longaram-se até 1968, quando foram suspensos com o de manobras militares alemãs e italianas, comandadas pelo
início das conversações de paz, em Paris, entre norte-ame- general Rommel (Afrikakorps). Os ingleses, em 1942, expul-
ricanos e norte-vietnamitas. Como nos encontros de Paris saram as tropas do Eixo e impuseram o rei Faruk no poder.
não se chegou a uma solução, os combates prosseguiram. Em 1952, o general Naguib, com o apoio do Exército,
Em 1970, o presidente dos EUA, Richard Nixon, autori- depôs o rei e proclamou a República, assumindo o poder.
za a invasão do Camboja e, em 1971, tropas sul-vietnamitas Em 1954, o coronel Gamal Abdel Nasser substituiu o
e norte-americanas invadem o Laos.
general Naguib, mantendo-se no poder até 1970.
Os bombardeios sobre o Vietnã do Norte por aviões
dos EUA recomeçaram em 1972.
Desde 1968, a opinião pública norte-americana, perple- A independência da Argélia
xa diante dos horrores produzidos pela guerra, colocava-se A Argélia esteve subordinada ao colonialismo francês
contrária à permanência dos EUA no conflito, exercendo desde 1830. A partir da década de 1880, iniciou-se um pro-
uma forte pressão sobre o governo, que iniciou a retira- cesso de imigração francesa para o território argelino, ocu-
da gradual dos soldados. Em 1961, eram 184.300 soldados pando as melhores terras, que passaram a ser destinadas
norte-americanos em combate; em 1965, esse número se à vinicultura.
elevou para 536.100 soldados; e, em 1971, o número caía Os colonos franceses na Argélia, denominados pieds
para 156.800 soldados. noirs (pés pretos), tinham condições de vida superiores às
Em 27 de janeiro de 1973 era assinado o Acordo de dos argelinos e o grau de discriminação era muito grande.
Paris, segundo o qual as tropas norte-americanas se retira- Durante a Segunda Guerra Mundial, a invasão da Fran-
riam do conflito; haveria a troca de prisioneiros de guerra e ça pelos alemães provocou a divisão do território francês e
a realização de eleições no Vietnã do Sul. a formação de dois governos: Paris ficou diretamente con-
Com a retirada das tropas norte-americanas, os norte-
trolada pelos nazistas, e em Vicky estabeleceu-se o gover-
vietnaniitas e o Vietcong deram início a uma fulminante
ofensiva sobre o Sul, que resultou, em abril de 1975, na no colaboracionista do marechal Pétain. O general Charles
vitória do Norte. de Gaulle comandava a França livre. A Argélia passou a res-
Em 1976, o Vietnã se reunificava, adotando o regime ponder ao governo de Pétain.
comunista, sob influência soviética. Em 1945 ocorreram as primeiras manifestações pela
Em 1975, os movimentos de resistência no Laos e no independência — em razão da crise econômica do pós-Se-
Camboja também tomaram o poder, adotando o regime gunda Guerra na França, que nas áreas coloniais foi muito
comunista, sob influência chinesa. mais grave. Essas manifestações foram lideradas por mu-
Os soldados cambojanos com apoio vietnamita, em çulmanos, grupo religioso predominante na Argélia, mas
1979, derrubaram o governo pró-chinês do Khmer Verme- foram prontamente sufocadas pelos franceses.
lho.
Outras nações surgidas no processo de descolonização Mapa da descolonização da África
da Ásia A derrota francesa na Guerra da Indochina, em 1954,
As Filipinas, que desde o século XVI passava pelo do-
evidenciava o enfraquecimento do seu poder. Nesse mes-
mínio da Espanha, EUA e Japão, em 1946 é retomada pelos
norte-americanos, que lhe concedem a independência. mo ano, a população muçulmana da Argélia, movida pelo
A Birmânia, em 1948, tornou-se independente da In- nacionalismo islâmico, voltou a colocar se contra a França,
glaterra. através de manifestações que foram coibidas, mas que re-
A Malásia, em 1957, tornou-se independente da Ingla- sultaram na criação da Frente Nacional de Libertação.
terra e integrante da Comunidade Britânica, a Common- A Frente Nacional de Libertação passou a se organizar
wealth. militarmente para derrotar o domínio francês.
A descolonização da África No próprio ano de 1954 eclodia a guerra de indepen-
No início do século XX, 90,4% do território africano es- dência. Em 1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual os
tava sob domínio do colonialismo europeu. Apenas três Es- líderes da Frente foram capturados e levados presos para
tados eram independentes: África do Sul, Libéria e Etiópia. Paris, onde permaneceram até 1962.
A descolonização da África ocorreu de forma veloz. En- A violência praticada pelos franceses com a população
tre 1957 e 1962, 29 países tornaram-se independentes de civil na Batalha de Argel só fez aumentar ainda mais os des-
suas metrópoles europeias.
contentamentos dos argelinos.
A independência do Egito
Em 1958 é proclamada a IV República francesa. O ge-
O Egito estava sob domínio francês até 1881, quando
a Inglaterra assumiu o controle do território. Em 1914, tor- neral De Gaulle sobe ao poder e recebe plenos poderes
nou-se um protetorado inglês. (Protetorados eram áreas para negociar a paz com o Governo Provisório da Argélia,
de dominação onde os colonos gozavam de autonomia de estabelecido no Cairo (Egito).
decisões; a metrópole apenas supervisionava por meio de As negociações de paz se estendem até 1962, quando
um representante.) foi assinado o Acordo de Evian, segundo o qual a França
O fim do domínio colonial inglês cessou em 1936. Po- reconhecia a independência da Argélia, pondo fim à guerra
rém, a Inglaterra não abriu mão do controle que exercia que já durava oito anos.
desde 1875 sobre o Canal de Suez.

35
HISTÓRIA

A independência do Congo (antigo Zaire) A crise na qual mergulhou o Império Português, no sé-
Em 1867, a Bélgica funda a Sociedade Internacional culo XVII, levou à perda de grande parte de suas colônias
para a Exploração e Civilização da África, iniciando a ocu- para os espanhóis, holandeses e ingleses.
pação do Congo, que se tornou possessão belga a partir de Durante o neocolonialismo, na segunda metade do sé-
1885, e colônia em 1908. culo XIX, as possessões portuguesas ficaram reduzidas a
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os movimentos Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e aos arquipélagos de
de emancipação se generalizavam na África e, em 1960, na Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe.
Conferência de Bruxelas, a Bélgica concede a independên-
cia do Congo, que passa a constituir a República do Congo. Angola

O governo passou a ser exercido pelo presidente Jo- Em 1956, foi fundado o Movimento Popular pela Liber-
seph Kasavubu e pelo primeiro-ministro Patrice Lumumba. tação da Angola, MPLA, que em 1961 desencadeou as lutas
Em seguida à independência do país, na província de pela independência, sob a liderança do poeta Agostinho
Catanga, ocorre um movimento separatista liderado pelo Neto.
governador Moise Tchombe, que, apesar de proclamar a Outros dois movimentos surgiram dentro do processo
independência da província, não obteve o reconhecimento de lutas de independência: a União Nacional para a Inde-
internacional. Desencadeou-se, então, uma guerra civil. Ca- pendência Total de Angola, Unita, e a Frente Nacional de
tanga recebia apoio de grupos internacionais interessados Libertação de Angola, FNLA.
nos minérios da região e de tropas mercenárias belgas. Em 1974, foi assinado o Acordo de Alvor, segundo o
Em setembro de 1960, o presidente Kasavubu demite o qual os portugueses reconheceriam a independência de
primeiro-ministro Patrice Lumumba, e Joseph Ileo assume Angola em 1975, devendo ser formado um governo de
o Gabinete. Lumumba não aceitou sua demissão e o Congo transição composto pelo MPLA, Unita e FNLA.
passou a ter dois governos. Então, o coronel Mobutu dis- Os três grupos iniciaram entre si uma série de diver-
solveu os Gabinetes. Kasavubu foi preservado. Lumumba gências que culminaram com uma guerra civil e a invasão
foi aprisionado e levado para Catanga, onde foi assassina-
do país por tropas do Zaire e da África do Sul (apoiadas
do, em 1961. Sua morte provocou violentas manifestações
pela FNLA e Unita, respectivamente), que recebiam ajuda
dentro e fora do Congo. Internamente, a crise política se
militar norte-americana.
alastrava, o Congo se fragmentava, e as lutas dividiam a
O MPLA, liderado por Agostinho Neto, solicitou então
população.
ajuda de Cuba e, em 1976, derrotou as forças da Unita e
Em 1962, as forças da ONU intervieram no Congo para
da FNLA.
impedir a secessão de Catanga. Moise Tchombe foi para o
exílio.
Moçambique
Assumia o governo Cyrille Adula em meio aos movi-
Em 1962, foi criada a Frente de Libertação de Moçam-
mentos liderados pelos partidários de Lumumba (morto
em 1961), que se tornaria o símbolo da luta congolesa. bique, Frelimo, por Eduardo Mondlane, que iniciou as lutas
Os partidários de Lumumba dominavam boa parte do pela independência.
país, em 1964, quando Adula convida Moise Tchombe (re- Samora Machel, em 1969, assumiu a direção do movi-
cém-chegado do exílio) para auxiliá-los e vencer os rebel- mento, que passou a disputar, através da guerrilha, o con-
des. Adula renuncia e Tchombe assume o cargo de primei- trole do território.
ro-ministro. Em 1975, Portugal reconheceu a independência da Re-
pública Popular de Moçambique.
A guerrilha aumentava e, então, os EUA intensificaram
a ajuda militar — que já vinha concedendo — ao governo Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe
de Tchombe. Amilcar Cabral, em 1956, fundou o Partido Africano
Os partidários de Lumumba, em resposta, transforma- para a Independência da Guiné e Cabo Verde, PAIGC, que
ram 60 norte-americanos e 800 belgas em reféns da guer- desencadeia a luta pela independência a partir de 1961.
rilha, o levou a Bélgica a preparar uma ação de resgate, Em 1973, mais da metade do território da Guiné es-
provocando o fuzilamento de 60 reféns pelos guerrilheiros; tava sob domínio do PAIGC. Nesse ano, Amilcar Cabral é
os demais foram libertados. assassinado e assume Luís Cabral a presidência da recém-
O presidente Kasavubu, em 1965, demitiu o primeiro- proclamada República Democrática Antiimperialista e Anti-
ministro Tchombe e logo em seguida o general Mobutu dá colonialista da Guiné.
um golpe e assume a presidência do país, que a partir de Em 1974, o governo português reconhece a indepen-
1971, passa a se denominar República do Zaire. dência da Guiné.
O fim do Império Colonial Português Em 1975, Cabo Verde tem sua independência reconhe-
Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações dos cida por Portugal.
séculos XV, XVI e XVII. Em 1415, os portugueses iniciavam São Tomé e Príncipe, no mesmo ano que Cabo Verde,
a conquista de novos mundos, com a tomada de Ceuta, no tem sua independência reconhecida por Portugal.
Norte da África.

36
HISTÓRIA

Em 25 de abril de 1974, ocorreu a Revolução dos Cra- clatura para esses 19 anos de democracia no Brasil - Repú-
vos em Portugal, marcando a ascensão de um regime de- blica Liberal - baseia-se no fato de todos os importantes
mocrático que substituiu o governo fascista do presidente representantes do cenário político do país terem ocupado
Américo Tomás e do primeiro-ministro Marcelo Caetano, já o poder, ainda que em breves períodos. Costumava-se ro-
enfraquecido com a morte de Oliveira Salazar, que gover- tular tal momento democrático como de predominante-
nou Portugal entre 1932 e 1970, quando morreu. mente populista, pelas marcantes administrações de Ge-
O novo governo empossado em 1974 reconhecia no túlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, símbolos
ano seguinte as independências das colônias, o que signifi- emblemáticos desta corrente. Apesar de suas marcantes
cou a desintegração do Império Colonial Português. passagens pela presidência, a verdade é que os grandes
Consequências da descolonização afro-asiática grupos políticos foram todos representados no período.
A principal consequência do processo de descoloniza- A política brasileira estava centrada em três principais
ção afro-asiática foi a criação de um novo bloco de países partidos, entre os quais orbitavam menores siglas; os três
que juntamente com a América Latina passaram a compor grandes eram:
o Terceiro Mundo. • PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, visto como o
Essa denominação deve-se ao fato de que os países representante das classes mais baixas e humildes da socie-
originados a partir desses processos de independência dade, bem como da baixa classe média.
acabaram por manter vínculos de dependência econômica • PSD, Partido Social Democrático, cujos represen-
com os países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) tantes estavam alinhados aos interesses da alta classe mé-
ou com países socialistas desenvolvidos (Segundo Mundo). dia, proprietários rurais e membros do alto escalão do fun-
Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/descoloni- cionalismo público.
zacao-da-asia-e-da-africa • UDN, União Democrática Nacional, partido visto
como defensor das classes em posição mais acima na pirâ-
mide social brasileira, e de orientação liberal-conservadora.
Em geral, os dois primeiros, PTB e PSD costumavam se
A REPÚBLICA BRASILEIRA ENTRE 1945 E unir à época das eleições, pois seus programas tinham mais
1985. pontos coincidentes entre si, em detrimento da UDN. Além
disso, os dois partidos foram criados por Getúlio Vargas
perto do fim do Estado Novo, para compor o novo cenário
democrático que se aproximava.
República Liberal no Brasil Por outro lado, o partido campeão de votos e domi-
Atualmente, o campo da historiografia denomina o nante no Congresso Nacional era o PSD, que não estava
breve período democrático vivido pelo Brasil entre 1945 e tão intimamente ligado às elites, mas também distante
1964 como “República Liberal”. Foram presidentes nestes das classes mais pobres. Corroborando tal equidistância,
19 anos: o PSD, no final do período, ao contrário da imagem lega-
• José Linhares (interino, 1945-1946) sem partido da de maior simpatia ao programa do PTB, estava mais
• Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) PSD ligado à agenda da conservadora UDN. Tal fato vai ligar-
• Getúlio Vargas (1951-1954) PTB se à implementação do golpe de 1964, pois o PTB rumava
• João Café Filho (interino, 1954-1955) PSP para uma maior radicalização, aliando-se a forças cada vez
• Carlos Luz (interino, 1955) PSD mais à esquerda, como o PCB, que mesmo na clandesti-
• Nereu de Oliveira Ramos (interino, 1955-1956) nidade, operava discretamente aliando-se aos trabalhistas.
PSD O medo da incerteza sobre até que ponto iria tal guinada
• Juscelino Kubitschek (1956-1961) PSD para a esquerda do partido do presidente João Goulart deu
• Jânio Quadros (1961) UDN o apoio da classe média aos militares para que dessem o
• Paschoal Ranieri Mazzilli (interino, 1961) PSD golpe, com o intuito de restabelecer o equilíbrio do status
• João Goulart (em regime parlamentarista, 1961- quo político. A intervenção militar deveria ser temporária,
1963) PTB tal como ocorreu com a intervenção que permitiu Jusceli-
• João Goulart (restauração do regime presidencia- no Kubitschek tomar posse como presidente eleito. Subiu
lista, 1963-1964) PTB ao poder o general Castelo Branco, que deveria ocupar o
• Paschoal Ranieri Mazzilli (interino, 1964) PSD mandato temporariamente até as eleições de 1965. Mas a
• Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967) percepção dos militares de que deveriam permanecer no
início do regime militar brasileiro poder, para “terminar o seu trabalho” predominou, e uma
Primeiramente, é importante lembrar que tal época nova ditadura, que poria fim ao período liberal se instalou.
do regime republicano brasileiro é estudado em capítulo Fonte: http://www.infoescola.com/historia/republica
à parte por se tratar de um breve hiato entre as duas dita- -liberal-no-brasil/
duras que puseram à prova a democracia brasileira: a pri-
meira, o Estado Novo de Getúlio Vargas, que vigorou entre
1937 e 1945 e a segunda, a ditadura dos chefes militares,
considerada mais drástica, que administrou o país no pe-
ríodo entre 1964 a 1985. Já a razão da moderna nomen-

37
HISTÓRIA

Hoje, praticamente não existem países essencialmente


socialistas, salvo Cuba. São ainda considerados socialistas:
17) O MUNDO NO FINAL DO SÉCULO XX E
China, Vietnã e Coréia do Norte. Aos poucos essas nações
INÍCIO DO SÉCULO XXI: DECLÍNIO E QUEDA dão sinais de declínio quanto ao sistema de governo, pro-
DO SOCIALISMO NOS PAÍSES EUROPEUS movendo gradativamente abertura política e econômica.
(ALEMANHA, POLÔNIA, HUNGRIA, EX- Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra-
TCHECOSLOVÁQUIA, ROMÊNIA, BULGÁRIA, fia/o-fim-socialismo.htm
ALBÂNIA, EX-IUGOSLÁVIA) E NA EX-UNIÃO
SOVIÉTICA; OS CONFLITOS DO FINAL DO Guerra das Malvinas
SÉCULO XX – A GUERRA DAS MALVINAS,
Guerra das Malvinas (em espanhol Guerra de las Mal-
vinas; em inglês Falklands Conflict) foi um conflito travado
entre Argentina e Reino Unido pela posse das Ilhas Malvi-
A criação do socialismo como regime político-econô- nas, e que ocorreu de abril a junho de 1982, terminando
mico visava sufocar e extinguir o sistema que vigorava no com a vitória dos britânicos, que reafirmaram sua sobera-
nia sobre o pequeno conjunto de 778 ilhas localizado no
final do século XIX, o capitalismo. As ideias socialistas al-
Atlântico Sul, a 463 km da costa argentina.
mejavam implantar uma sociedade mais justa e igualitária.
As Malvinas contam um território de 12.173 km², e ti-
Os principais idealizadores do socialismo foram os ale-
nham uma população de cerca de 1800 habitantes à época.
mães Karl Marx e Friedrich Engels, após uma profunda aná-
Mesmo com números tão pouco expressivos, a retomada
lise no sistema capitalista eles propuseram a estruturação das ilhas sempre fez parte da agenda política argentina e
de uma sociedade alicerçada no regime socialista. constitui até hoje uma questão de orgulho nacional para
A partir daí, as ideias do regime socialista se espalha- seu povo. Várias tentativas de ocupação foram feitas até
ram pelo mundo e muitos países as implantaram. No en- 1767, quando a Espanha adquiriu os direitos da pequena
tanto, tais nações não instituíram o socialismo aos moldes colônia instalada pelos franceses, e colocou-a sob admi-
propostos por Karl Marx e Friedrich Engels. Desse modo, o nistração da Governação do Rio da Prata. Três anos depois
socialismo aplicado em diversas nacionalidades recebeu o os espanhóis expulsam os habitantes de um pequeno po-
nome pelos estudiosos de “socialismo real”, ou seja, aquele voado instalado em Port Egmont. A guerra entre as duas
que realmente foi colocado em prática. potências é evitada quando a Espanha aceita o retorno dos
Na União Soviética e todo Leste Europeu foi instaura- ingleses. Em 1820 a fragata Heroína, com bandeira das Pro-
do o socialismo real, marcado principalmente pela enor- víncias Unidas do Rio da Prata (futura Argentina) desem-
me participação do Estado. Esse fato fez emergir, de certa barca nas ilhas e seu capitão reclama sua soberania para
forma, um sistema um tanto quanto ditatorial, tendo em o país. O teuto-argentino Luis Vernet busca colonizar de
vista que as decisões políticas não tinham a participação modo definitivo as ilhas, e pede proteção tanto a argen-
popular. A liberdade de expressão era reprimida pelos diri- tinos quanto a britânicos. Em 1833, após várias tentativas
gentes, que concentravam o poder em suas mãos. atribuladas dos argentinos de colonizarem as ilhas, elas
Com o excesso de centralização do poder, a classe de são tomadas pelos britânicos, que decidem instalar ali uma
dirigentes, bem como os funcionários de alto escalão do colônia, tornando-se um importante ponto de parada em
governo, passaram a desfrutar de privilégios que não fa- meio à navegação pelo Cabo Horn.
ziam parte do cotidiano da maioria da população; o que A partir da segunda metade do século XX os protestos
era bastante contraditório, pois o socialismo buscava a argentinos pela devolução das ilhas ficam cada vez mais
construção de uma sociedade igualitária. intensos ante a negativa de Londres, que sempre barra as
Em todo o transcorrer da década de 80, a União Sovié- negociações com a afirmação de que os habitantes locais
tica enfrentou uma profunda crise, atingindo a política e a preferem a continuação da soberania britânica nas ilhas.
Com a instalação da ditadura militar na Argentina em 1976,
economia. Tal instabilidade foi resultado de diversos fato-
o tema começou a ser bastante explorado, especialmente
res, dentre os quais podemos destacar o baixo nível tec-
após a queda de popularidade do regime no início da dé-
nológico em relação aos outros países. Isso porque o país
cada de 80, em meio a uma grave crise econômica. Uma
investiu somente na indústria bélica, deixando de lado a
eventual vitória sobre os britânicos ajudaria bastante a re-
produção de bens de consumo. Além, da diminuição drás- vitalizar o governo. No plano político internacional, os ar-
tica da produção agropecuária e industrial. gentinos acreditavam que teriam o apoio dos Estados Uni-
Diante dos problemas apresentados, a população so- dos para reaver o território das Malvinas ou que os ingleses
viética ficava cada vez mais descontente com o sistema so- iriam abrir mão da ilha por meio de uma rápida negociação
cialista. A insatisfação popular reforçava o anseio de surgir diplomática.
uma abertura política e econômica no país para buscar me- Assim, Leopoldo Galtieri, chefe de estado argentino,
lhorias sociais. O desejo de implantar um governo demo- lança uma invasão às ilhas em abril de 1982 e tomam a
crático na União Soviética consolidou a queda do socialis- capital do arquipélago, Stanley. Logo em seguida, os ar-
mo no país. Fato que ligeiramente atingiu o Leste Europeu, gentinos tomariam outra ilha do Atlântico sul, também de
que buscou se integrar ao mundo capitalista. possessão britânica, South George.

38
HISTÓRIA

No final de abril, 28 mil soldados em cem navios che- era enfraquecer o movimento fundamentalista que varria
garam ao arquipélago para defender seus habitantes, con- o Irã, pois temia-se que a recém-proclamada revolução,
siderados pela primeira-ministra britânica Margareth That- que derrubou o governo pró-ocidente do Xá Reza Pahlevi
cher parte da “tradição e reserva britânica”. A Argentina viesse a contaminar o regime instalado no Iraque, também
contava com uma tropa com 12 mil soldados nas ilhas e pró-ocidente.
cerca de 40 navios. Com números bastante desfavoráveis Inicialmente, o conflito pendeu para o lado iraniano,
e mal equipados, os argentinos foram forçados a se retirar reforçado com as armas vendidas pelos Estados Unidos na-
das ilhas, com 75 dias de guerra. Ao todo, 258 britânicos e quilo que ficou conhecido como o escândalo Irã-Contras.
649 argentinos morreram. Logo, porém, a superioridade e a experiência das forças ira-
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-das quianas pesou para o lado destes, pois muitos dos oficiais
-malvinas/ iranianos com prática acabaram perseguidos pelo novo re-
gime dos aiatolás.
Apesar da ajuda clandestina dos americanos, os países
A GUERRA IRÃ-IRAQUE (1980 – 1989), que apoiavam formalmente o esforço de guerra iraniano
eram a Líbia e Síria, enquanto que o Iraque tinha o respaldo
oficial de países como Arábia Saudita e Estados Unidos.
O conflito terminaria a 20 de agosto de 1988, resul-
É historicamente conhecido como Guerra Irã-Iraque o tando em um considerável enfraquecimento do regime
conflito que por cerca de 8 anos, mais precisamente de iraniano, que apesar disso, conseguiu manter intacta sua
1980 a 1988, envolveu as duas nações do Oriente Médio, e revolução. Aparentemente, Saddam Hussein obteve o que
terminou com a vitória do Iraque. queria, ou seja, inibir a influência iraniana na região, além
de obter um predomínio militar, acumulando grande nú-
mero de tanques, artilharia, aviões de combate e militares
altamente treinados.
Realmente, tudo parece apontar para esse cenário,
porque, um ano após terminado o conflito, o Iraque pa-
receu querer “experimentar” seu poderio militar adquirido,
aplicando-o ao pequeno vizinho mais ao sul, o Kuwait. En-
fim, o Iraque saiu com maiores vantagens político-militares
do conflito, mas não houve uma vitória decisiva, que ani-
quilasse o inimigo.
Estima-se que deste conflito resultaram 1 milhão de
mortos, 1 milhão e meio de feridos de ambos os lados, e
tudo isso a um custo total de 150 bilhões de dólares.
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-ira
-iraque/

A GUERRA DO AFEGANISTÃO (1979 – 1989),


A GUERRA CIVIL NO AFEGANISTÃO (1989 –
2001),
Irã e Iraque possuem diferenças históricas. Apesar de
ambos seguirem a religião muçulmana, a corrente majo-
ritária no Iraque e na maioria dos países árabes é a sunita,
enquanto que no Irã predomina o xiismo, ambos diferindo Na iminência de um governo marxista no Afeganistão,
basicamente em relação à questão da linha sucessória do o primeiro-ministro Hafizullah Amin se recusa a ceder o
profeta Maomé. Além disso, o Iraque é um país de língua poder para Babrak Karmal, então apoiado pela União So-
árabe, e o Irã possui a sua própria língua, o persa. Os re- viética. Este país envia o general Viktor Paputin para Cabul,
gimes políticos também são bastante distintos: enquanto com o objetivo de negociar com o governo, mas os resulta-
o Iraque mantém até hoje um governo de inspiração oci- dos são negativos e, logo depois, as tropas soviéticas inva-
dental e secular, o Irã é um regime controlado por líderes dem o Afeganistão com mais de cem mil soldados motori-
religiosos, os aiatolás, altos dignitários do segmento xiita zados e o auxílio de veículos e tanques blindados, além de
do islã. uma artilharia pesada. Sem recursos, com seus equipamen-
O conflito inicia-se a 17 de setembro de 1980, quan- tos sabotados, a sede do governo sitiada, não resta outra
do Saddam Hussein utiliza uma antiga disputa de frontei- alternativa senão a rendição dos afegãos, principalmente
ras com o pretexto de invadir o país vizinho. Seu objetivo depois da morte de Amin.

39
HISTÓRIA

Este confronto dura nove anos, com o líder comu- Após a retirada dos soviéticos, que abandonam o
nista sustentado pelos soviéticos, e os rebeldes afegãos, aliado marxista à própria sorte, os mujahidin entram em
conhecidos como mujahidin, apoiados pelos Estados Uni- confronto com o governo comunista do então Presidente
dos, Paquistão e outros países muçulmanos, mais um dado Mohammed Nadjibullah. Vitoriosos, eles substituem o co-
estratégico na Guerra Fria entre as duas potências mun- munismo do deposto Brabak Karmal por um regime muçul-
diais. Neste mesmo momento histórico ocorriam também mano ultraconservador, o Talibã, contra o qual os norte-a-
a Revolução do Irã e o confronto entre Irã e Iraque. Alguns mericanos, posteriormente, entrarão em conflito, gerando
estudiosos acreditam que a Guerra do Afeganistão foi um em 2001 uma nova Guerra nesta região do Oriente Médio,
marco que deu início a conflitos não mais de ordem ideo- em consequência de um suposto apoio deste governo ao
lógica, mas sim de cunho cultural, ou seja, entre diferentes terrorista Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda.
identidades culturais – de um lado a civilização islâmica, de Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-do
outro, a ocidental -, porém não se pode esquecer a pre- -afeganistao-1979/
ponderância dos interesses econômicos que hoje regem o
mundo globalizado. A União Soviética principiou sua saída
do país invadido no dia 15 de maio de 1988, completando
a retirada em 15 de fevereiro de 1989. Muitos acreditam A GUERRA DO GOLFO (1991),
que a potência soviética teve prejuízos tão sérios com essa
aventura, comparada a dos Estados Unidos no Vietnã, que
acabaram por repercutir, em 1991, na queda da União So- Introdução 
viética. A Guerra do Golfo foi um conflito armado que come-
A história do Afeganistão, porém, é bem mais comple- çou em agosto de 1990, após as tropas iraquianas terem
xa, e esse é apenas o início de uma longa e sangrenta guer- invadido o Kuwait.
ra civil, que cobra tributos muito altos até os nossos dias. A  
derrota dos comunistas, porém, é neste instante uma vitó- Causas da Guerra
ria fundamental para os ortodoxos fundamentalistas e seus  
aliados islâmicos. Tanto quanto o auxílio militar e financeiro Um dos motivos da invasão alegado pelo presidente
norte-americano, os afegãos receberam uma sustentação iraquiano, Saddam Hussein, foi que o Kuwait estava pre-
valiosa de países como a Arábia Saudita, que investiu até judicando o Iraque no comércio de petróleo, vendendo o
mais do que os Estados Unidos nesta região. Muitos sol- produto por um preço muito baixo. Com isso, o Iraque es-
dados islâmicos de outros países entraram no Afeganistão, taria perdendo mercado consumidor e precisando baixar
através do Paquistão, para lutar contra os soviéticos. Aliás, o preço de seu petróleo no mercado internacional. Para
esta nação foi intermediária no repasse dos recursos ian- diminuir os prejuízos, o Iraque pediu uma indenização mi-
ques para o país invadido, pois acima de tudo os adeptos lionária ao governo do Kuwait. O governo do Kuwait não
do Islamismo são contra os ocidentais, mais até do que aceitou a reivindicação de indenização e não efetuou o pa-
anticomunistas. Para melhor compreender a instabilidade gamento.
desta área, é necessário perceber o caldeirão de etnias e Havia também outro problema envolvendo os dos paí-
línguas distintas que compõe o Afeganistão – convivem ses do Oriente Médio. O Iraque reivindicava a devolução de
lado a lado pachtuns, grupo predominante no país, tad- um território que pertencia ao Kuwait, mas que o governo
jiques, hazaras, os aimak, uzbeques, turcomenos e outros. iraquiano afirmava que fez parte do Iraque no passado.
Em 1979, uma Revolução Islâmica triunfou no Irã, logo Como o Kuwait não pagou a indenização pretendida
ao lado do Afeganistão. Estava aberto o precedente para pelo Iraque e não entregou o território, o governo iraquia-
um feito semelhante neste país, ainda mais quando ele no enviou tropas que ocuparam o Kuwait, tomando os po-
se encontra acuado por tropas comunistas de um lado, e ços de petróleo.
pressente do outro o perigo do domínio norte-americano,  
que já contagiava dois redutos importantes da região, Is- O desenvolvimento da guerra
rael e Egito, e tudo fazia para seduzir a Arábia Saudita. É  
fácil perceber que, com a saída da União Soviética, grupos A ONU (Organização das Nações Unidas) condenou a
fundamentalistas, fortalecidos tecnológica e moralmente invasão e emitiu um documento exigindo a retirada ime-
pelo apoio financeiro-militar recebido dos Estados Unidos diata das tropas iraquianas do Kuwait. Ao mesmo tempo,
e de países vizinhos, sustentados pelo resgate da sua au- os Estados Unidos deslocaram tropas e aviões para a Ará-
toestima e por uma elevada tecnologia militar ao alcance bia Saudita, preparando-se para uma ação militar. 
das mãos – herança do confronto com os comunistas –, Como o Iraque não retirou seu exército do Kuwait, a
providos de um aparato ideológico pretensamente justi- ONU autorizou a invasão militar do Iraque por um grupo
ficado pelo Islamismo, os afegãos estavam prontos para a de países (Inglaterra, França, Egito, Síria, Arábia Saudita),
Jihad, a Guerra Santa. Ironicamente este contexto se volta- liderados pelos Estados Unidos. O ataque ao Iraque teve
ria, futuramente, contra os maiores fomentadores destas inicio em janeiro de 1991 e durou um mês e meio. 
circunstâncias, os Estados Unidos.  

40
HISTÓRIA

Fim da Guerra Eritréia 


  Como já vimos anteriormente, a Eritréia é um país re-
O Iraque foi derrotado (o cessar fogo foi aceito em cente, pois teve a sua independência conquistada em maio
abril de 1991) e teve que retirar suas tropas do vizinho Ku- de 1993, quando o governo da Etiópia anunciou a sua li-
wait, além de sofrer com o embargo econômico imposto berdade que foi ratificada em plebiscito por praticamente
pela ONU.  toda a população. A Eritréia não queria ter problemas com
Milhares de soldados e civis morreram ou ficaram mu- a Etiópia, portanto o país decidiu liberar o acesso de al-
tilados nesta guerra e os prejuízos econômicos também guns portos para os etíopes. Porém, mesmo após a esses
foram gigantescos. Porém, Saddam Hussein continuou no acordos o clima entre os dois países ainda era tenso. E no
poder do Iraque e reorganizou, com o passar dos anos, a ano de 2000, a Etiópia invade a Eritréia justificando que os
economia e o exército iraquiano. guerrilheiros do exército eritreu também haviam invadido
Fonte: http://www.suapesquisa.com/historia/guerra_ o território deles. 
do_golfo.htm
Guerra com a Etiópia 
No fim de 1997, a ligação entre a Etiópia e a Eritréia
começou a se arruinar quando a Eritréia, que usava a moe-
A GUERRA DO CHIFRE DA ÁFRICA (1977 – da da Etiópia passou a usar a sua própria moeda, a nakfa. 
1988); A guerra entre os dois países eclodiu oficialmente em
1998, quando houve a invasão territorial de ambos os paí-
ses. Somente, no ano de 2000 é que o conflito foi contro-
lado, quando um acordo de paz foi assinado pelos dois
O Chifre da África países. 
É uma região localizada no nordeste do continente A Etiópia era um grande aliado comercial da Eritréia,
africano.  mais da metade das exportações do país eram compradas
São quatro países que pertencem ao Chifre da África: pela Etiópia. E com o fim da guerra, a economia da Eritréia
Somália, Djibuti, Etiópia e Eritréia.  ficou derrotada. E a Etiópia tomou a decisão de exportar
Etiópia  pelo Djibuti. 
Com a federação formada pela Etiópia e a Eritréia, em Além disso, o ano de 2002 ficou marcado pela intensa
seca que afetou o país, que teve que enfrentar o problema
1952 teve inicio uma época de grandes golpes de Estado
da fome. 
na história política da Etiópia. Hailé Salassié permaneceu
Somália 
no governo de 1930 a 1974, sendo que durante o período
de 1935 a 1941 o país esteve dominado pela Itália. 
A década de 90 ficou marcada na Somália como um
O ano de 1975 foi marcado pelo golpe militar que der-
período de grandes dificuldades causadas pelas guerras
rotou o governo de Hailé Salassié, deixando o país mais
internas que pioravam o quadro de fome no país. 
próximo da URSS, e cada vez mais envolvido na Guerra Fria. 
Até o ano de 1991, a Somália era governada em regi-
A partir de 1987, com a Proclamação da República Po-
me ditatorial, quando houve a derrota da ditadura de Siad
pular e Democrática da Etiópia, a guerra civil se torna mais Barre. Com isso, muitas tribos se organizaram em partidos
intensa. No ano de 1991 chega ao fim a União Soviética e para lutar pelo poder do país. O conflito se espalhou, agra-
o socialismo, e com isso o governo esquerdista da Etiópia vando a situação da fome, deixando o país em situação de
é destruído, e a província do norte se torna independente.  emergência, sendo preciso que a ONU fizesse intervenções
Durante 10 anos (1975/85) ocorreram sucessivos movi- enviando suas tropas para o país, porém as ações dos sol-
mentos separatistas em diversas partes do país.  dados foram infelizes, e as tropas foram retiradas em 1995. 
1977 e 1978 foram os anos em que a Etiópia e a Somá- Assim, a guerra civil prosseguiu até 1998, quando no
lia estiveram em guerra, que foi causada pela disputa do Egito foi assinado um acordo para a criação de um governo
Deserto de Ogadem.  de transição a fim de solucionar a causa a guerra. Mesmo
Os anos da década de 80 ficaram marcados na história assim, os problemas não foram resolvidos, e os conflitos
da Etiópia, pois o país estava sendo castigado pela fome e continuaram no país. 
pela seca que deixou quase metade da população subnu-
trida.  Fonte: https://www.colegioweb.com.br/economia-da
Com a independência da Eritréia, conquistada em 1993, -africa/o-chifre-da-africa.html
a Etiópia acabou ficando sem o seu ponto estratégico, que
era a saída pelo Mar Vermelho. 
A partir de 1998, Eritréia e Etiópia entraram em con-
fronto, que gerou uma guerra que permaneceu até o ano
de 2000, deixando milhares de mortos e agravando a eco-
nomia da Etiópia, que já não era considerada estável, além
disso, a fome e a subnutrição também continuaram sendo
os fatores agravantes para a situação do país. 

41
HISTÓRIA

A GUERRA CIVIL NA SOMÁLIA (1991); O 11 DE SETEMBRO DE 2001 E A


NOVA GUERRA NO AFEGANISTÃO;

Esquecida, como quase todos os conflitos na África,


a guerra que a União de Tribunais Islâmicos empreendeu
contra o governo da Somália teve um momento culminan- Os atentados de 11 de setembro de 2001, nos EUA,
te em 17 de junho passado, quando dois caudilhos somalis, deram início à Segunda Guerra do Afeganistão. Foram exe-
Bashir Raghe y Muse Sudi Yalahow, escaparam da capital cutados pela Al-Qaeda a mando de Osama bin Laden,
Mogadiscio em pequenas lanchas que seguiram até um com o apoio do regime talibã. Nessa altura era presiden-
navio militar estadunidense que os esperava próximo à te dos EUA George W. Bush. Um dos alvos do atentado
costa, 12 anos depois do fracasso de Washington em impor foi justamente o símbolo do poder econômico do país – o
a paz com 28 mil soldados - as tropas americanas saíram edifício  World Trade Center, conhecido como as torres
da Somália em 1994, substituídas por uma força da ONU. gêmeas.
Em outubro do mesmo ano, os EUA iniciaram o ataque
Em Mogadiscio, capital, as milícias islâmicas, todavia, cele- ao Afeganistão. O objetivo era encontrar Osama bin Laden,
bravam a vitória sobre as forças do debilitado governo da seus apoiantes e acabar com o acampamento de formação
Somália, um país da região do Chifre da África marcado de terrorista instalado no Afeganistão, bem como acabar
por guerras entre etnias e grupos de diversas crenças re- com o regime talibã.
ligiosas e que já esteve sob o domínio da Grã-Bretanha, Declararam o seu apoio aos EUA o Reino Unido, o Ca-
Itália, União Soviética e Estados Unidos, interessados em nadá, a França, a Austrália e a Alemanha.
controlar um ponto estratégico para a comunicação maríti- Batalhas, bombardeios, revolta, destruição e milhares
ma entre Ásia, África e o sul da Europa. de mortos marcam este conflito. Em maio de 2011, Osama
Com uma população majoritariamente muçulmana su- Bin Laden, o milionário saudita e inimigo n.º 1 dos EUA,
nita, a Somália é um país independente desde 1960, for- foi morto.
mado pelos territórios de duas ex-colônias, Somalilândia
italiana e Somalilândia britânica. Ocupada pela Grã-Breta- 2012
nha durante a Segunda Guerra Mundial com a intenção de É assinado um acordo estratégico entre os presidentes
parar o avanço da Itália na região, a nação viveu uma das dos EUA e do Afeganistão, respetivamente, Barack Oba-
maiores crises de escassez de alimentos que já se registrou ma e Hamid Karzai. O acordo trata de um plano de segu-
na África, com saldo de 300 mil mortos entre 1991 e 1992 . rança que, entre outros, visa a retirada das tropas america-
Desde 1991, a Somália vive em um estado de guer- nas, mas as nações não eram consensuais em todas as par-
ra civil produto da formação de grupos armados em um tes do mesmo acordo, tal como concessão da imunidade
território de onde o controle governamental tem sido para os soldados americanos.
praticamente inexistente. Em dezembro de 1992, poucos Em junho de 2011, os EUA começaram a retirar suas
dias antes do início do governo estadunidense de Bill Clin- tropas do Afeganistão, o que é esperado que termine em
ton, milhares de marines estadunidenses desembarcaram 2016.
na Somália para tratar de assegurar a distribuição de ali-
mentos. No entanto, em 1994, as tropas saíram depois de ONU
emboscadas e múltiplas baixas, causadas por forças que Os EUA iniciaram os ataques ao Afeganistão contrários
resistiram à presença estadunidense e das tropas da Orga- à vontade da Organização das Nações Unidas (ONU).
nização das Nações Unidas, que também se viu forçada a Desde então, a ONU tem feito grandes esforços em busca
sair do país. da paz. O trabalho da ONU se resume nas várias resolu-
Cenário de conflitos, secas, fome e inundações, o chifre ções para erradicar o terrorismo e na ajuda humanitária aos
da África é uma das regiões forçada à formação de novos afegãos, cuja boa percentagem da população morrem de
Estados. Em 1993, depois de vários anos de combate com fome ou por falta de cuidados médicos.
o exército etíope, forças independentistas estabeleceram a
capital de Eritréia em Asmara. Consequências da Guerra
De imediato, a perspectiva de paz é pouco alentadora, A Guerra continua até os dias de hoje.
toda vez que os Tribunais Islâmicos sustentam que a So- Muitos historiadores acreditam que a dissolução da União
mália, com sete milhões de habitantes, poderia anexar zo- Soviética foi ocasionada pelo seu envolvimento na Primeira
nas povoadas por somalis no vizinho Quênia, assim como Guerra do Afeganistão.
na Etiópia, país que foi aliado da União Soviética e cujos Para além da miséria do povo afegão, esta guerra teve
aviões Mig serviram para bombardear os aeroportos de como consequência milhares de mortes, problemas psico-
Mogadiscio e Baldedogle.  lógicos dos militares e bilhões gastos em armamento.
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/node/3131/
Fonte: https://www.todamateria.com.br/guerra-do
-afeganistao/

42
HISTÓRIA

Inicialmente, as medidas econômicas tomadas no Go-


verno Collor até surtiram efeito, mas no andamento do go-
A REPÚBLICA BRASILEIRA DE 1985 ATÉ OS verno a inflação voltou a subir.
DIAS ATUAIS Para piorar a situação do Presidente Collor, sua ima-
gem ficaria suja devido as denuncias de corrupção em seu
governo.
Pedro Collor, irmão do Presidente Collor, denunciou
A NOVA REPÚBLICA - 1985 AOS DIAS ATUAIS um esquema de corrupção que tinha como principal figu-
Período da História Brasileira que vai de 1985 até aos ra Paulo César Farias, tesoureiro da campanha politica de
dias atuais.
Collor.
A Nova República é o período de nossa história onde o
A descoberta do Esquema PC Farias atingiu em cheio
Brasil passou a ser verdadeiramente um país democrático.
Em 1985 Tancredo Neves foi eleito Presidente do Brasil a popularidade de Fernando Collor. Seus dias como presi-
pelo Colégio Eleitoral. A escolha de Tancredo Neves como dente estavam contados.
Presidente deu um ponto final na Ditadura Militar. Demonstrando o seu descontentamento com o Gover-
Na véspera de tomar posse do governo, Tancredo Ne- no Collor, boa parte da população brasileira surpreenden-
ves adoeceu, e dias depois, 21 de Abril de 1985, venho a temente saiu as ruas para protestar. Queriam eles a imedia-
falecer. ta renuncia de Collor.
Pressionados pelos Caras Pintadas, a Câmara dos De-
O Governo Sarney (1985-1990) putados instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquéri-
Com a morte de Tancredo Neves, o vice-presidente to. Na CPI foram levantadas provas suficientes que com-
eleito, José Sarney, assumiu a presidência do Brasil. José provaram a participação de Collor no Esquema PC.
Sarney governou o Brasil espelhado na imagem de Tancre- O Congresso Nacional teve que se reunir para discutir
do Neves. O ministério foi composto pelos mesmos minis- a aprovação do Impeachment de Fernando Collor de Melo.
tros escolhidos por Tancredo.
Em 29 de Dezembro de 1993 Fernando Collor optou por
O Governo Sarney deu inicio a Redemocratização do
Brasil. Foi estabelecido eleições diretas para os cargos polí- renunciar a presidência deixando o cargo para o seu vice,
ticos. Também foi dado o direito de votar aos analfabetos e Itamar Franco.
foi criada uma nova constituição.
A Constituição de 1988 é a mais democrática que o Bra- O Governo Itamar Franco (1993-1994)
sil já teve. Com a renuncia de Fernando Collor, Itamar Franco teve
No campo político o país respirava com a redemocra- que assumir a Presidência do Brasil.
tização mas, no campo econômico os problemas continua- No Governo Itamar Franco, foi encontrado uma solu-
ram. ção para a crise econômia que assolava o Brasil.
Buscando uma solução para a crise econômica, em Fe- Em Maio de 1993 Itamar Franco nomeou Fernando
vereiro de 1986 o Governo Sarney lançou um plano de es- Henrique Cardoso como Ministro da Fazenda.
tabilização econômica, o Plano Cruzado. Fernando Henrique Cardoso a Frente de um grupo de
A nova moeda, o Cruzado, tinha o valor de mil cruzei- economistas elaborou um bem sucedido plano econômico,
ro, antiga moeda. Pelo Plano Cruzado ficou estabelecido o
o Plano Real. A nova moeda, o Real, tornou-se um sucesso.
congelamento de preços e salários. Estas medidas econô-
micas não surtiram efeito pois a inflação voltou a subir. Com a nova moeda a população teve um melhor poder
Com o fracasso do Plano Cruzado, outros planos eco- aquisitivo e seus salários não estavam mais sendo corroí-
nômicos foram elaborados, foi o caso do Plano Blesser e dos pela inflação.
Plano Verão que criou o Cruzado Novo.
O Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)
O Governo Collor (1990-1993) Foi dado a Fernando Henrique Cardoso o credito pela
elaboração do Plano Real. A população confiava nele e por
Nas eleições de 1989, com o caos econômico instalado isso ele sagrou-se como candidato vencedor nas eleições
no Brasil, a população optou por votar num candidato que presidenciais de 1994.
não fosse o indicado pelo governo Sarney. Fernando Henrique tomou posse do Governo em 1 de
O povo elegeu como Presidente do Brasil Fernando Janeiro de 1995. Ao final de 1998 foi reeleito como presi-
Collor de Mello. Em sua campanha política Collor afirmava dente derrotando novamente Luís Inácio Lula da Silva.
que buscaria melhorias na condição de vida do povo bra-
Além de se engajar na missão manter a inflação baixa,
sileiro, chamado por ele de pés-descalços e descamisados.
o Governo FHC optou por privatizar as empresas estatais
Logo ao assumir a presidência, Collor pois em pratica o
Plano Brasil Novo, conhecido também como Plano Collor. e abrir economia brasileira para o MERCOSUL afim de am-
O Plano Collor em comparação aos planos tomados pe- pliar sua produção industrial.
los governos anteriores foi o mais drástico. A moeda voltou A política econômica adotada no Governo Fernando
a ser o cruzeiro que passou a ser circulado em menor quan- Henrique Cardoso fez com que o Brasil recorresse ao FMI o
tidade. As contas bancárias e cadernetas de poupanças que gerou a desvalorização do Real.
com saldo superior a 50 mil cruzeiros foram bloqueadas.

43
HISTÓRIA

O Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) O Governo Dilma Vana Rousseff (2011-2016)

No ano de 2002, as eleições presidenciais agitaram o O Governo Dilma Rousseff, teve muito momento de
contexto político nacional. Os primeiros problemas que altos e baixos , em 2010 foi eleita por maioria dos votos,
cercavam o governo FHC abriram brechas para que Lula sendo assim a primeira mulher a se tornar Presidente da
chegasse ao poder com a promessa de dar um outro rumo República.
à política brasileira. O desenvolvimento econômico trazido Em seu governo houve vários escândalos, podemos ci-
pelo Plano Real tinha trazido grandes vantagens à popula-
tar por exemplo, a corrupção da Petrobrás, e as famosas
ção, entretanto, alguns problemas com o aumento do de-
“pedaladas” fiscais.
semprego, o endividamento dos Estados e a distribuição
de renda manchavam o bloco governista. A economia neste governo não foi a das melhores para
Foi nesse contexto que Lula buscou o apoio de diver- nosso país, pois a população sofreu com alta da inflação,
sos setores políticos para empreender uma chapa eleitoral que com isso, os alimentos básicos da população subiram
capaz de agradar diferentes setores da sociedade brasilei- drasticamente de preço, o desemprego elevou seus índices
ra. No primeiro turno, a vitória de Lula sobre os demais e como se não bastasse a conta de luz ficou muito mais
candidatos não foi suficiente para lhe dar o cargo. Na se- cara atingindo sua marca maior, a bandeira vermelha.
gunda rodada da disputa, o ex-operário e retirante nor- Após o escândalo das chamadas “pedaladas fiscais”,
destino conseguiu realizar um feito histórico na trajetória Dilma Rousseff, foi julgada pelo Senado Federal, da qual,
política do país. estes escolheram pelo impeachment, pois a então presi-
Lula se tornou presidente do Brasil e sua trajetória de dente já havia sido condenada pelo Tribunal de Contas da
vida fazia com que diversas expectativas cercassem o seu União.
governo. Seria a primeira vez que as esquerdas tomariam Sendo assim, em meados de 2016, o governo de Dil-
controle da nação. No entanto, seu governo não se resume ma Rousseff sofreu impeachment, fazendo assim com que
a essa simples mudança. Entre as primeiras medidas toma- se vice Michel Temer assumisse o posto de Presidente da
das, o Governo Lula anunciou um projeto social destinado República.
à melhoria da alimentação das populações menos favore-
cidas. Estava lançada a campanha “Fome Zero”.
O Governo de Michel Temer ( 2016- até os dias atuais )
Essa seria um dos diversos programas sociais que mar-
O governo Temer, no entanto, um governo novo aos
caram o seu governo. A ação assistencialista do governo se
justificava pela necessidade em sanar o problema da con- brasileiros, já causa polêmica desde seu ínicio, em apenas 1
centração de renda que assolava o país. Tal medida inova- ano de governo, já se pronuncia em reformas da Previdên-
dora foi possível graças à continuidade dada às políticas cia e Trabalhistas, sob rumores de quase todos os políticos
econômicas traçadas durante a Era FHC. O combate à in- de sua chapa estarem envolvido em um escândalo de cor-
flação, a ampliação das exportações e a contenção de des- rupção junto a empresa ODEBRECHT, que delatou escân-
pesas foram algumas das metas buscadas pelo governo. dalos absurdos de lavagem de dinheiro para campanhas
A ação política de Lula conseguiu empreender um politicas e mensalões, delação esta que envolve o nome do
desenvolvimento historicamente reclamado por diversos então Presidente.
setores sociais. No entanto, o crescimento econômico do
Brasil não conseguiu se desvencilhar de práticas econômi-
cas semelhantes às dos governos anteriores. A manuten- Exercícios
ção de determinadas ações políticas foram alvo de duras
críticas. No ano de 2005, o governo foi denunciado por 01) A respeito da cristianização da Europa no período
realizar a venda de propinas para conseguir a aprovação medieval, assinale a opção correta.
de determinadas medidas. A. Devido ao isolamento dos monastérios, resultante
O esquema, que ficou conhecido como “Mensalão”, da decadência da comunidade citadina na Idade Média, os
instaurou um acalorado debate político que questionava
monges foram incapazes de divulgar o cristianismo, estan-
se existia algum tipo de oposição política no país. Em meio
do a expansão dessa doutrina diretamente relacionada ao
a esse clima de indefinição das posições políticas, o gover-
renascimento urbano do auge do medievo.
no Lula conseguiu vencer uma segunda disputa eleitoral. O
novo mandato de Lula é visto hoje mais como uma tendên- B. O pontificado e a igreja regularam as práticas so-
cia continuísta a um quadro político estável, do que uma ciais da Idade Média ao restringirem sua ação aos rituais
vitória dos setores de esquerda do Brasil. litúrgicos que difundiam a doutrina cristã, não participando
Independente de ser um governo vitorioso ou fracas- do espaço político, considerado meio de contaminação da
sado, o Governo Lula foi uma importante etapa para a ex- verdadeira fé.
periência democrática no país. De certa forma, o fato de um C. O cristianismo desassociou-se da consolidação da
partido formalmente considerado de esquerda ascender ao nobreza enquanto instância de poder porque, além de ser
poder nos insere em uma nova etapa do jogo democrático representado por um grupo social diferente cuja doutrina
nacional. Mesmo ainda sofrendo com o problema da cor- era universal e de fácil aceitação, o papado, não exigiu a
rupção, a chegada de Lula pode dar fim a um pensamento ação dos nobres em seu benefício.
político que excluía a chegada de novos grupos ao poder.

44
HISTÓRIA

D. As Cruzadas contra os territórios muçulmanos na D. A Unasul (União de Nações Sul-Americanas), organi-


Europa e o combate a outras manifestações religiosas, de- zação intergovernamental criada por ocasião da realização
nominadas heresias, pela Inquisição, demonstram que a de uma cúpula de chefes de estado em Brasília e formada
disseminação do cristianismo deu-se também por imposi- por doze países sul-americanos com objetivos de integra-
ção, força e aculturação. ção e cooperação em diversos níveis.
E. A cristianização da Europa ao longo da Idade Média E. A Comunidade Andina de Nações, grupo de países
impediu o desenvolvimento artístico, científico e filosófico, identificados ao bolivarianismo, com fortes divergências
que seria retomado na Idade Moderna. políticas em relação ao imperialismo econômico norte-a-
mericano, que firmaram o Pacto Andino e tem sua sede
Resposta: D atual na Venezuela.

02) A sociedade feudal, durante a Idade Média foi mar- Resposta: D


cada por relações internas explicadas por meio de concei-
04) A Revolução Francesa colocou em cheque os alicer-
tos historiográficos, tais como o de
ces políticos do Antigo Regime, e sua repercussão além das
A. servilismo, pacto informal estabelecido entre os ser-
fronteiras nacionais pode ser percebida
vos camponeses e autoridades da Igreja, por meio do qual A. em várias lutas pela independência na América de
os primeiros se conformavam com sua situação em troca colonização ibérica, incluindo revoltas coloniais como a In-
de proteção e conforto espiritual. confidência Mineira e a Conjuração Baiana.
B. ruralização, processo que assolou a Europa por cau- B. na adoção, pela maioria dos países europeus, do
sa da Peste e da decadência urbana, sendo amenizado ape- lema liberdade, igualdade e fraternidade em suas consti-
nas após o êxito comercial da grande expansão marítima tuições republicanas formuladas no final do século XVIII.
do século XVI. C. na Declaração de Independência dos Estados Uni-
C. vassalagem, sistema pelo qual um nobre jurava fide- dos, que se inspirou na experiência francesa e reproduziu
lidade a outro, comprometendo-se a defendê-lo e apoiá-lo os Direitos do Homem e do Cidadão.
em troca de benefícios econômicos e vínculos de poder D. na extinção do absolutismo monárquico e de outras
político. formas de autoritarismo governamental na história euro-
D. inquisição, política repressiva empregada pela Igreja peia subsequente.
a fim de conter as revoltas camponesas, a disseminação do E. em revoluções posteriores que se ampararam ideo-
paganismo entre os nobres e a insubordinação popular ao logicamente nos ideais iluministas, caso da Revolução Hai-
Papa. tiana, da Revolução do Porto e da Revolução de Outubro.
E. clientelismo, relação por meio da qual um plebeu era
Resposta: A
“adotado” por um nobre ou um burguês, servindo-o como
empregado em troca de casa e comida.
05) No que se refere à Primeira e à Segunda Guerra
Mundial, assinale a opção correta.
Resposta: C A. O liberalismo, tanto em sua vertente econômica
quanto política, se fortaleceu no período entreguerras.
B. Os Estados Unidos da América participaram das
03) Entre as propostas de integração econômica de duas grandes guerras desde a irrupção dos conflitos até
países do continente americano que foram apresentadas seu desfecho.
desde as últimas décadas, encontram-se C. A Grã-Bretanha conseguiu restabelecer a liderança
A. A ALCA, Área de Livre de Comércio das Américas, do sistema internacional com a vitória dos aliados em 1945.
projetada para ser o maior bloco econômico mundial e que D. Os desdobramentos da Primeira Guerra Mundial in-
originalmente pretendia englobar todo o continente mas cluem: a queda dos impérios russo, habsburgo e otoma-
encontrou grande resistência por parte do governo dos Es- no; a eclosão da Revolução Russa; e o remapeamento do
tados Unidos, que alegou a questão da grande disparidade Oriente Médio e da África.
econômica. E. A entrada do Japão na Segunda Guerra Mundial
B. O Mercosul, Mercado Comum do Sul, zona de livre encerrou a longa tradição de relações pacíficas entre esse
comércio entre os países do Cone Sul que não se concreti- país e seus vizinhos.
zou ou firmou acordos bilaterais tendo em vista as dificul-
Resposta: D
dades de relacionamento econômico entre a Argentina e o
Brasil, países que competem em diversos setores.
C. O NAFTA (North American Free Trade Agreement ou
Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), acordo que
implantou a eliminação das barreiras alfandegárias e passe
livre para os americanos da região norte trabalharem ou
abrirem negócio em qualquer um de seus países membros.

45
HISTÓRIA

ANOTAÇÕES

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46
INGLÊS

A prova de Língua Inglesa do Concurso de Admissão estina-se a avaliar a habilidade de compreensão geral de textos
na língua inglesa, bem como a compreensão específica de expressões, frases, palavras e o conhecimento das seguintes
estruturas gramaticais: adjectives, adverbs, nouns, articles, conjunctions, modal auxiliaries, prepositions, pronouns, pos-
sessive adjectives, determiners, quantifiers, verb forms, wh-questions. Os textos abordarão temas variados e poderão
ser extraídos das mais diversas fontes (livros, revistas, jornais e internet)........................................................................................ 01
INGLÊS

PROVA DE INGLÊS: A PROVA DE LÍNGUA INGLESA DO CONCURSO DE ADMISSÃO


ESTINA-SE A AVALIAR A HABILIDADE DE COMPREENSÃO GERAL DE TEXTOS NA
LÍNGUA INGLESA, BEM COMO A COMPREENSÃO ESPECÍFICA DE EXPRESSÕES,
FRASES, PALAVRAS E O CONHECIMENTO DAS SEGUINTES ESTRUTURAS
GRAMATICAIS: ADJECTIVES, ADVERBS, NOUNS, ARTICLES, CONJUNCTIONS,
MODAL AUXILIARIES, PREPOSITIONS, PRONOUNS, POSSESSIVE ADJECTIVES,
DETERMINERS, QUANTIFIERS, VERB FORMS, WH-QUESTIONS. OS TEXTOS
ABORDARÃO TEMAS VARIADOS E PODERÃO SER EXTRAÍDOS DAS MAIS
DIVERSAS FONTES (LIVROS, REVISTAS, JORNAIS E INTERNET).

COMPREENSÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO -VERBAIS

No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental é uma das abordagens do ensino do Inglês que centraliza a língua
técnica e científica focalizando o emprego de estratégias específicas, em geral, voltadas à leitura. Seu foco é desenvolver a
capacidade de compreensão de textos de diversas áreas do conhecimento. O estudo da gramática restringe-se a um mí-
nimo necessário normalmente associado a um texto atual ou similar que foi veiculado em periódicos. O conhecimento de
uma boa quantidade de palavras também faz parte das técnicas que serão relacionadas abaixo.
Dependendo do objetivo de sua leitura, você terá que saber utilizar algum dos três níveis diferentes de compreensão:
1. Compreensão Geral: obtida através de uma leitura rápida, “uma passada de olho rápida no texto”, para captarmos as
informações gerais acerca dele, ou seja, aquilo que é de maior importância, seu tema geral, seu assunto principal.
2. Compreensão de Pontos Principais: exige que tenhamos maior atenção na busca das informações principais espa-
lhadas pelo texto, observando cada parágrafo distintamente para identificar dados específicos que o autor quis destacar.
3. Compreensão Detalhada: requer um nível de leitura mais aprofundado que nos níveis anteriores. Exige a compreen-
são de detalhes do texto, minúcias, palavra por palavra, e demanda, assim, mais tempo e atenção do leitor. Para tanto, em
alguns casos, será preciso reler várias vezes o texto.

Para obter um bom nível de acerto durante os níveis de compreensão, temos que por em prática algumas técnicas de
auxílio à leitura que passaremos a ver agora.

a) Background knowledge (conhecimento prévio): para que um leitor consiga identificar e entender certas informações
em qualquer tipo de texto, torna-se extremamente importante que ele possua algum conhecimento prévio sobre seu
assunto. Podemos comparar esta situação com a de um estudante tentando fazer uma prova de redação. Se ele nunca
tiver lido, discutido, estudado ou ouvido falar do tema daquela redação, como poderá dissertar? Suas ideias podem até ir
para o papel, mas correrá um grande risco de não ter o vocabulário necessário, consistência, profundidade, argumentos,
conhecimento de causa, exemplos a citar, etc. sua redação será pobre. Da mesma maneira, se o leitor de um texto técnico
em língua inglesa não tiver conhecimento de mundo, vivência, experiências variadas de vida, conhecimento prévio sobre o
assunto, seu nível de compreensão será mais superficial.

Por isso, o ponto de partida para uma leitura eficiente está sempre em você. Mas também não adianta buscar apenas in-
formação de coisas que te atraem, coisas que você gosta de saber. É preciso ampliar sua visão de mundo. Se você for mulher,
busque saber algo sobre futebol também, sobre carros, sobre coisas do mundo masculino. Se você for homem, busque também
conhecer assuntos do mundo feminino como cosméticos e vestuário. Busquem ambos interessar-se por assuntos relacionados
a crianças, idosos, povos diferentes do seu, países variados, regiões do mundo sobre as quais que você normalmente não sabe
nada. Leia jornais, revistas, sites da internet, pesquise coisas curiosas, assista a programas de TV jornalísticos, de variedades, de
humor, de esportes, de ciência, de religião, de saúde, de entretenimento, converse com pessoas de opiniões, idades e classes
sociais diferentes da sua, dê valor a todos os assuntos porque você nunca sabe qual tema será abordado num texto de uma
prova. Esteja preparado para todos eles. Desta forma podemos agilizar sua compreensão acerca de um texto. Desta forma você
terá mais prazer ao ler, pois compreenderá os mais variados textos. Desta forma você verá que é capaz de adquirir conhecimento
em uma língua estrangeira. Desta forma poderemos minimizar seus problemas e aumentar suas chances de obter o sucesso.

b) Skimming (ler ou examinar superficialmente; desnatar; retirar aquilo de maior peso ou importância): é uma técnica
que permite rapidez e eficiência na busca de algum direcionamento inicial acerca do texto. Realizar o skimming significa
ler rapidamente o texto para saber o assunto principal trabalhado pelo autor. Esta atividade de leitura nos proporciona
um nível de compreensão geral, visando nos dar uma visão global, aberta e ampla do texto. Ao realizarmos o skimming,
não podemos nos deter em detalhes como palavras novas nem palavras das quais nos esquecemos. Estamos em busca do
assunto principal e do sentido geral do texto.

1
INGLÊS

c) Prediction: Com esta estratégia o leitor lança mão do f) Lexical Inference (inferência lexical): Inferir significa
seu próprio conhecimento, através das experiências de vida deduzir. Às vezes será preciso deduzir o sentido de um ter-
que possui, e da informação linguística e contextual. Após mo, decifrando o que ele quer dizer. Mas isso não pode ser
realizar o skimming, o leitor precisa concentrar-se para feito de qualquer maneira. Para inferirmos bem, é necessá-
tentar ativar as informações que já possui sobre o tema e rio entender o significado daquela palavra desconhecida
prever que tipos de palavras, frases ou argumentos podem através do contexto no qual ela está inserida, observando
estar presentes naquele texto. É um momento de reflexão. as palavras vizinhas, as frases anteriores e posteriores, o
É a hora de buscar na memória tudo o que foi lido, estu- parágrafo onde ela está, as noções gerais que temos do
dado, discutido, e visto na mídia a respeito daquele tema. texto, etc. Precisamos observar o meio no qual a palavra
Além do mais, esta é uma estratégia de leitura que também está posta. Neste caso teremos de nos fazer valer de nos-
permite ao leitor prever o que vem a seguir em um texto. sos conhecimentos de classes gramaticais (substantivos,
Trata-se do desenvolvimento sequenciado do pensamento. adjetivos, preposições, verbo, etc.), de afixos, de singular
Isso só é possível porque quem escreve, o faz de maneira e plural, conhecimento sobre a estrutura de textos, etc.
organizada, porque as pessoas pensam de maneira seme- Tudo isso em conjunto pode ajudar numa aproximação do
lhante e porque alguns tipos de textos possuem estruturas sentido real daquele termo que não sabemos.
previsíveis levando nós leitores a atingir certas formas de É preciso lembrar que estas estratégias serão mais ou
compreensão. Quanto mais experiente for o leitor, maior menos eficazes dependendo do tamanho do vocabulário
será sua capacidade de prever. Nesta etapa, passamos a as- que você possui e também do seu nível de conhecimento
sociar o assunto do texto com as dicas tipográficas usadas gramatical.
pelo autor para transmitir significados. Há estudos que relacionaram as palavras que mais
d) Grifo de palavras cognatas, das palavras já conheci- aparecem em textos e livros técnicos em língua inglesa.
das pelo leitor e das repetidas: Muito comuns entre as lín- Desses estudos foram feitas diferentes listas com as 318
guas inglesa e portuguesa, os cognatos são termos bas- palavras que mais caem nos textos, as 500 mais, as 700
tante parecidos tanto na escrita como no significado em mais, etc. Para facilitar seu estudo, incluímos aqui as 318
ambas as línguas. mais comuns para serem estudadas. Ao memorizar estas
Grifar todas estas palavras em um texto é um recur- palavras você obterá um magnífico subsídio preparando-
so psicológico e técnico que visa mostrar e provar visual- se para enfrentar qualquer texto.
mente para o leitor que ele tem conhecimento de muitas Você verá que várias destas palavras já são conhecidas
das palavras daquele texto e de que, assim, ele é capaz de por você, assim, na verdade, terá que memorizar bem menos
fazer uso dessas informações para responder às questões destas. Um número bem significativo delas está presente em
propostas. Trata-se de um recurso que usamos para dar qualquer tipo de texto. Quanto mais palavras você souber,
mais relevância e importância às palavras que já sabemos mais poderá grifar! Apoie-se nelas e bom estudo!
em um texto, pois é nelas que nos apoiaremos para re-
solver exercícios e para entender os textos. É muito mais 001 although embora
inteligente voltar nosso foco para as palavras que têm al- 002 able capaz
gum significado para nós do que destacar aquelas que não 003 about sobre, aproximadamente
conhecemos. Além disso, ao grifar, você acaba relendo as 004 above acima
informações de uma maneira mais lenta, o que faz com que 005 according to de acordo com
perceba certos detalhes que não havia percebido antes. É 006 after depois, após
uma forma de quantificar em porcentagem aproximada o 007 again novamente, de novo
quanto se sabe daquele texto. É preciso lembrar que há um 008 against contra
número muito grande de palavras repetidas nos textos e 009 age idade
isso facilita para o estudante, pois ele poderá grifar mais de 010 air ar
uma vez a mesma palavra. 011 all tudo
e) Scanning: esta técnica de leitura visa dar agilidade na 012 almost quase
busca por informações específicas. Muitas vezes, após ler 013 alone só, sozinho
um texto, nós queremos reencontrar alguma frase ou al- 014 along ao longo de
guma palavra já lida anteriormente. Para efetuar esta busca 015 already já
não precisamos ler o texto inteiro de novo, podemos sim- 016 also também
plesmente ir direto ao ponto aonde podemos encontrar tal 017 always sempre
informação. Isso é o scanning, significa encontrar respostas 018 among entre (3 ou mais coisas)
de uma forma rápida e direta sem perder tempo relendo 019 an um, uma
o texto todo. Esta técnica em geral deve ser aplicada após 020 ancient antigo
uma ou mais leituras completas do texto em questão. As- 021 and e
sim o leitor diminuirá o risco de confundir informações, 022 another um outro
perder tempo ou de dar respostas erradas. Se desejar, o es- 023 any algum(a), qualquer
tudante pode ler o que os exercícios pedirão antes de fazer 024 anything qualquer coisa
o scanning, pois assim ele irá selecionar mais facilmente o 025 arm braço
que for mais importante para responder àquelas questões 026 army exército
direcionando-se melhor. 027 around em torno de, perto de

2
INGLÊS

028 art arte 087 fear medo


029 as como, assim como 088 few poucos(as)
030 at em, às 089 fire fogo
031 authority autoridade 090 first primeiro
032 away distante, longe 091 five cinco
033 back de volta, atrás 092 foot/feet pé/pés
034 because porque 093 footnote notas de rodapé
035 before antes 094 for para, por
036 behind atrás 095 force força, forçar
037 best melhor (superlativo) 096 four quatro
038 better melhor (comparativo) 097 France França
039 between entre (2 coisas) 098 free livre, grátis
040 beyond além 099 French francês
041 big grande 100 friend amigo(a)
042 black preto(a) 101 from de (origem)
043 blood sangue 102 full completo, cheio
044 body corpo 103 general geral
045 both ambos(as) 104 girl menina, garota
046 boy menino, garoto 105 God Deus
047 brother irmão 106 gold ouro
048 but mas, porém, exceto 107 good bom(ns), boa(s)
049 by próximo a, perto de, por 108 government governo
050 captain capitão 109 great grande, maravilhoso
051 care cuidado 110 ground chão
052 case caso 111 half metade
053 certain certo 112 hand mão/entregar
054 chapter capítulo 113 he ele (pessoa)
055 character caráter, personalidade 114 head cabeça, líder
056 child criança 115 heart coração
057 children crianças 116 her dela (pessoa)
058 church igreja 117 here aqui
059 city cidade 118 high alto
060 common comum 119 him ele, o (pessoa)
061 country país, zona rural 120 himself ele mesmo (pessoa)
062 course curso 121 his dele (pessoa)
063 day dia 122 history história
064 dead morto 123 home casa, lar
065 death morte 124 horse cavalo
066 different diferente 125 hour hora
067 door porta 126 house casa
068 down para baixo 127 how como
069 during durante 128 however entretanto
070 each cada 129 human humano
071 earth terra (planeta) 130 hundred cem, centena
072 either... or ou... ou 131 idea idéia
073 emperor imperador 132 if se
074 empire império 133 ill doente
075 end fim 134 in em, dentro (de)
076 enemy inimigo 135 indeed de fato, realmente
077 England Inglaterra 136 into para dentro de
078 enough suficiente 137 it ele(a) (coisa, animal)
079 even mesmo 138 its seu, sua, (coisa, animal)
080 ever em qualquer momento, já 139 itself a si mesmo (coisa, animal)
081 every cada, todo 140 just apenas, justo
082 eye olho 141 kind tipo, gentil
083 fact fato 142 king rei
084 family família 143 knowledge conhecimento
085 far distanste, longe 144 land terra
086 father pai 145 large largo, amplo, grande

3
INGLÊS

146 law lei 205 part parte


147 (at) least (pelo) menos 206 peace paz
148 left esquerdo(a) 207 people pessoas
149 less menos 208 perhaps talvez
150 life vida 209 period período
151 light luz, leve 210 person pessoa
152 little pouco(a) 211 place lugar
153 long longo 212 point ponto
154 longer mais longo 213 poor pobre
155 love amor 214 power poder, força
156 man/men homem/homens 215 present presente
157 manner maneira 216 prince príncipe
158 many muitos (as) 217 public público
159 master mestre 218 quite completamente, muito
160 matter matéria 219 rather preferencialmente
161 me me, mim 220 reason razão
162 miles milhas 221 reign reino
163 mind mente 222 religion religião
164 mine meu(s), minha(s) 223 room cômodo, quarto
165 moment momento 224 round redondo
166 money dinheiro 225 same mesmo(a)
167 more mais 226 sea mar
168 morning manhã 227 second segundo
169 most mais 228 set conjunto
170 mother mãe 229 seven sete
171 Mr. senhor 230 several vários(as)
172 Mrs. senhora 231 she ela (pessoa)
173 much muito(a) 232 short pequeno(a), curto(a)(s)
174 my meu(s), minha(s) 233 side lado
175 myself eu mesmo 234 sight vista, visão
176 name nome 235 since desde
177 nation nação 236 sir senhor
178 natural natural 237 six seis
179 nature natureza 238 small pequeno(s), pequena(s)
180 near próximo, perto 239 so então
181 neither...nor nem...nem 240 some algum(a), alguns(mas)
182 never nunca 241 something algo, alguma coisa
183 new novo(a)(s) 242 sometimes algumas vezes
184 next próximo, a seguir 243 son filho
185 night noite 244 soon logo, em breve
186 no não 245 spirit espírito
187 non não 246 state estado, situação
188 not não 247 still ainda
189 nothing nada 248 street rua
190 now agora 249 strength força
191 number número 250 strong forte
192 of de 251 subject assunto, sujeito
193 off afastado, desligado 252 such tão
194 often frequentemente 253 sure certo (certeza)
195 old velho(s), velha(s) 254 ten dez
196 on sobre, em cima 255 than do que
197 once uma vez 256 that aquele(a), esse(a)
198 one um, uma 257 the o, a, os, as
199 only apenas, único, somente 258 their deles, delas
200 or ou 259 them eles, os
201 other outro(a) 260 themselves eles mesmos
202 our nosso(a), nossos(as) 261 then então, em seguida
203 out fora 262 there lá
204 over acima, encerrado 263 therefore por esta razão

4
INGLÊS

264 these estes(as) DICAS TIPOGRÁFICAS


265 they eles, elas
266 thing coisa Qualquer porção de linguagem, seja ela falada, escrita,
267 thirty trinta gesticulada, desenhada etc., pode ser considerada texto.
268 this este(a), isto Assim, um texto pode constituir-se de uma frase, uma pa-
269 those aquele(as), esses(as) lavra, um sinal, uma imagem, ou alguma porção maior e
270 thousand mil, milhar mais longa como um romance ou uma novela. Por isso,
271 three três a comunicação não envolve somente a linguagem verbal,
272 through através como na escrita e na fala, mas também envolve a lingua-
273 time tempo, momento, vez gem não-verbal. Este tipo de linguagem se desenvolve de
274 to para, em direção a maneira complexa na sociedade contemporânea e relacio-
275 together junto(a)(s) na-se com outras linguagens como a moda, os gestos, a
276 too também arte, os sinais, etc.
277 towards na direção de Além das técnicas mencionadas anteriormente, o leitor
278 town cidade deve sempre se apoiar em informações universais como
279 true verdade imagens, números e símbolos. Neste exemplo a imagem
280 truth verdade atesta que o uso do celular pode ser fatal. Baseado em
281 twenty vinte nosso conhecimento de cotidiano, é um tema constantes
282 two dois no telejornal que o motorista não deve usar o telefone ce-
283 under sob lular ao volante. Observando os números no texto fica fácil
284 until/till até (que) identificar o número de fatalidades por ano entre outras
285 up para cima informações.
286 upon sobre
287 us nos, a nós ? ! , ; 4 / A a % = @ + “. Símbolos, cores, formatos,
288 very muito
fotos, desenhos, tamanhos de letras utilizados, estilos de
289 voice voz
letras escolhidos, elementos de pontuação, algarismos,
290 war guerra
etc., ajudam-nos a desvendar muitas minúcias do conteú-
291 water água
do de um texto.
292 way caminho, maneira, jeito
293 we nós
Esses elementos são conhecidos como marcas, evi-
294 well bem
dências ou dicas tipográficas que os mais variados textos
295 what o que, qual, quais
utilizam para comunicar. São elementos que transmitem
296 when quando
297 where onde informações além das palavras, complementando-as. Sa-
298 whether se ber reconhecê-las e também extrair delas algum sentido
299 which (o,a) qual, (os, as) quais complementar para o texto fornece um grande auxílio à
300 while enquanto leitura e à interpretação das ideias transmitidas.
301 white branco
302 who/whom quem, a quem
303 whole complete, inteiro SUBSTANTIVOS: FORMAÇÃO DO PLURAL: RE-
304 whose de quem, cujo(a)(s) GULAR, IRREGULAR E CASOS ESPECIAIS. GÊNERO.
305 why por que? CONTÁVEIS E NÃO -CONTÁVEIS.
306 wife esposa
307 with com SUBSTANTIVOS
308 within dentro de
309 without sem Substantivos, que no inglês são conhecidos como
310 woman/women mulher/mulheres nouns, são palavras que dão nome a pessoas, lugares, coi-
311 word palavra sas, conceitos, ações, sentimentos, etc. Também chamados
312 world mundo de nomes, eles funcionam de muitas maneiras nas senten-
313 year ano ças. Na maioria das vezes, posicionam-se como o sujeito
314 yes sim de um verbo, funcionando como o ator ou agente dele.
315 yet ainda, já
316 you você(s) Os nomes também podem receber uma ação quando
317 young jovem funcionam como objeto do verbo. Quando atuam como
318 yours seu(s), sua(s) sujeitos ou objetos, os substantivos podem ser apenas
uma palavra, frases, ou cláusulas.

5
INGLÊS

Exemplos: Para alguns terminados em -f ou -fe, trocamos estas


letras por -ves. Para outros, apenas usamos -s:
-The plane crashed. (substantivo como sujeito da frase) Leaf leaves
Knife knives
-He kicked the dog. (substantivo como objeto direto Wife wives
do verbo) Life lives
Roof roofs
-To bungee jump is dangerous. (frase verbo-nominal Belief beliefs
agindo como substantivo na posição de sujeito) Safe safes
Chief chiefs
-What we thought was the best thing to do. (cláusula
nominal agindo como substantivo na posição de sujeito) Outros terminados em -f admitem plural de duas ma-
neiras:
A maioria dos substantivos forma o plural com o acrés- Dwarf dwarfs/dwarves
cimo de -s. Por exemplo: Scarf scarfs/scarves
Hoof hoofs/hooves
Singular Plural
car cars  Alguns nomes têm a mesma forma tanto no singular
cap caps  quanto no plural:
A species two species
Quando o nome termina em -y e é precedido por con- A sheep two sheep
soante, faz-se o plural com -ies. A fish two fish
a city cities  A deer two deer
a party parties A means two means
a lady ladies  A series two series
a baby babies
Alguns nomes têm plural, mas usam verbo no singular:
Se o substantivo termina em -s, -ss, -z, -sh, -ch, -x (ex-
ceção: ox => oxen), acrescentamos -es para formar o plural:
news - The news is positive for the country.
A bus two buses
linguistics - Linguistics is the study of language.
A fox two foxes
billiards - Billiards is played by many people around
A watch two watches
the world.
A class two classes
A whiz two whizzes (dobra a última consoante)
A flash two flashes Outros nomes têm forma plural e usam verbo no plural
também:
Acrescenta-se -es somente em alguns substantivos ter-
minados em -o. Outros ganham apenas -s: pants - These pants are too big for me.
jeans - His jeans are dark brown.
Potato potatoes glasses - My glasses are old.
Tomato tomatoes pajamas - Her pajamas have holes.
Hero heroes
Photo photos Há vários substantivos que são somente usados no sin-
Radio radios gular. Eles concordam com verbo e pronomes no singular,
Video videos mesmo se transmitirem ideia de plural. Estes não podem
Shampoo shampoos ser precedidos pelos artigos indefinidos a/an, por isso,
Zoo zoos muitas vezes, utilizamos alguma expressão quantificadora
Kangaroo kangaroos antes deles. Veja:

Existem algumas formas irregulares de plural. Alguns I have a piece of information for you. (Eu tenho uma
exemplos comuns são: informação para você)
woman women  Can you give a word of advice? (Você pode me dar al-
man men  gum conselho?)
child children  He bought beautiful pieces of furniture for the be-
tooth teeth  droom. (Ele comprou lindos móveis para o quarto)
foot feet I bring some news for your day. (Eu trago algumas no-
goose geese tícias para o seu dia)
mouse mice
louse lice
person people

6
INGLÊS

GENEROS DOS SUBSTANTIVOS elementos separados. Por exemplo, não podemos contar
“water”. Podemos, sim, contar “bottles of water” ou “liters
Em inglês, existem três tipos de gêneros para os subs- of water”, mas não podemos contar a palavra “water”.
tantivos: feminino, masculino e neutro. Os substantivos Outros exemplos de substantivos incontáveis são: mu-
femininos, quando estiverem no singular, podem ser tro- sic, art, love, happiness, advice, information, news, furnitu-
cados pelo pronome “she”. Os substantivos masculinos, re, luggage, rice, sugar, butter, water, milk, coffee, electri-
quando no singular, podem ser trocados por “he”. city, gas, power, money, etc.

Os substantivos neutros são usados para fazer refe- Em geral, estudantes de língua inglesa têm dificuldade
rência a coisas ou animais, ou, ainda, para expressar uma de saber quando um substantivo é contável e quando é
ideia que sirva para ambos os sexos. Nesse último caso, não-contável. As dicas são sempre conferir a informação
podemos trocar o substantivo no singular pelo pronome num bom dicionário e também tentar memorizar alguns
pessoal “it”. No caso do plural, para todos os substantivos dos mais comuns para agilizar o seu estudo. Nos dicioná-
utilizamos o pronome pessoal “they”. rios, normalmente você encontra o símbolo [U] para iden-
Exemplos: tificar os uncountable nouns e [C] para os countable nouns.

My mother sent me a kiss. => She sent me a kiss. (Mi- Em várias situações necessitamos de fazer o uso de
nha mãe/Ela mandou-me um beijo) determinantes/quantificadores em conjunto com substan-
My brother  loves soccer. => He  loves soccer. (Meu ir- tivos contáveis e incontáveis.
mão/Ele ama futebol)
Is it a boy or a girl? (É menino ou menina?) Há determinantes específicos para os incontáveis: a
little, little, less, much.
O gênero pode ser reconhecido em palavras de duas
formas distintas: Exemplos:

I have a little time to exercise today. (Eu tenho algum


Por anteposição ou posposição de palavras ou afixos:
tempo para me exercitar hoje)
vários substantivos femininos são terminados pelo sufixo
She has little patience with her students. (Ela tem pou-
-ess, por exemplo.
ca paciência com seus alunos)
He demonstrates less aptitude. (Ele demonstra menos
Actor (ator) – Actress (atriz)
aptidão)
Prince (príncipe) – Princess (princesa)
Judy and her husband have much money. (Judy e seu
Waiter (garçom) – Waitress (garçonete)
marido têm muito dinheiro)
Por palavras diferentes: o masculino é determinado E há alguns específicos para uso com substantivos con-
por uma palavra e o feminino, por outra: táveis: a few, few, fewer, many. 
Husband (esposo) – wife (esposa) Exemplos:
Brother (irmão) – sister (irmã)
Boy (garoto) – girl (garota) There are a few coins in my wallet. (Há algumas moe-
Nephew (sobrinho) – niece (sobrinha) das na minha carteira)
Father (pai) – mother (mãe) Few people went to the show. (Poucas pessoas foram
ao show)
SUBSTANTIVOS CONTÁVEIS E NÃO CONTÁVEIS We can see fewer cars on the streets today. (Podemos
ver menos carros nas ruas hoje)
Contáveis são aqueles substantivos que podemos He has many friends. (Ele tem muitos amigos)
enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanto for- Existe ainda o determinante a lot of que pode ser uti-
ma singular quanto plural. Eles são chamados de countable lizado tanto para substantivos contáveis como incontáveis.
nouns ou de count nouns, em inglês.
Exemplo:
Por exemplo, podemos contar pencil. Podemos dizer I have a lot of money.
one pencil, two pencils, three pencils, etc. I have much money.

Incontáveis são os substantivos que não possuem There are a lot of cars in the street tonight.
forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, There are many cars in the street tonight.
de non-countable nouns, ou até de non-count nouns, em
inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de me-
dida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias,
líquidos, pós, conceitos, etc., que não podemos dividir em

7
INGLÊS

Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e Artigos — são palavras que acompanham os substanti-
substantivos. vos e tem função de classifica-los.
Example: The  killer selected a  knife from  an  antique
Pronome collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
Pronome Posses- limitam seus respectivos substantivos)
Possessivo Tradução:
sivo Substantivo:
Adjetivo:
Advérbios— descrevem verbos, adjetivos, ou outros
My meu(s)/minha(s) Mine advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan-
Your seu/sua Yours do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
da mesma forma que um único advérbio funcionaria.
His dele His
Her dela Hers Exemplo: The woman carefully selected her best dress
dele/dela (coisas for the party. (Carefully é um advérbio que modifica o ver-
Its Its bo selected)
ou animais)
Our nosso(s)/ nossa(s) Ours
MODIFICADORES DE SUBSTANTIVOS
Your seus/suas Yours
Their deles/delas Theirs Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas
que qualificam o significado de outras palavras. O termo é
Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do bem genérico: qualquer parte da fala que funciona como
substantivo. um adjetivo ou advérbio é um modificador.
Os pronomes possessivos substantivos podem vir
após o substantivo ou podem substituir o substantivo a Note: Nos exemplos abaixo, o modifier está em itálico e
qual se referem assim reduzindo a frase. a palavra que ele modifica está sublinhada; a função do
modificador está descrita entre parênteses.
Exemplos:
Adjetivos  —  descrevem ou modificam nomes. Uma
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan- locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
do com o dela) maneira que uma simples palavra funcionaria.
(His – pronome possessivo adjetivo, antes do subs-
tantivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo, Exemplo: The yellow  balloon flew away over
substituindo o substantivo kid, para evitar a repetição da the crying child. (O adjetivo yellow modifica o substantivo
mesma palavra várias vezes na mesma frase). balloon; crying modifica o nome child)

My friends went to the club with yours. (Meus ami- Artigos — são palavras que acompanham os substanti-
gos foram ao clube com os seus) vos e tem função de classifica-los.
Example: The  killer selected a  knife from  an  antique
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza) collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
limitam seus respectivos substantivos)
Did you prefer his presentation or hers? (Você prefe-
riu a apresentação dele ou a dela?) Advérbios— descrevem verbos, adjetivos, ou outros
advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan-
MODIFICADORES DE SUBSTANTIVOS do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
da mesma forma que um único advérbio funcionaria.
Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas
que qualificam o significado de outras palavras. O termo é Exemplo: The woman carefully selected her best dress
bem genérico: qualquer parte da fala que funciona como for the party. (Carefully é um advérbio que modifica o ver-
um adjetivo ou advérbio é um modificador. bo selected)
Note: Nos exemplos abaixo, o modifier está em itálico e
a palavra que ele modifica está sublinhada; a função do FORMAS POSSESSIVAS DOS NOMES. MODIFICA-
modificador está descrita entre parênteses. DORES DO NOME.
Adjetivos  —  descrevem ou modificam nomes. Uma CASOS POSSESSIVOS COM ‘S
locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
maneira que uma simples palavra funcionaria. Quando falamos de posse, geralmente em inglês se usa
os pronomes adjetivos ou possessivos. Porém em algumas
Exemplo: The yellow  balloon flew away over
situações nós queremos relacionar o objeto em questão
the crying child. (O adjetivo yellow modifica o substantivo
diretamente ao nome de seu proprietário.
balloon; crying modifica o nome child)

8
INGLÊS

Exemplos: ARTIGOS E DEMONSTRATIVOS:


The car of Maria. DEFINIDOS, INDEFINIDOS E OUTROS DETER-
(O carro de Maria) MINANTES. DEMONSTRATIVO DE ACORDO COM A
POSIÇÃO, SINGULAR E PLURAL.
The pen of João.
(A caneta de João) ARTIGOS

Em Inglês, existe um “atalho” para este tipo de situa- Em geral, emprega-se o artigo definido the antes de
ção usando o ‘s. substantivos com a finalidade de especificá-los.

Exemplos: Exemplo: The boy is late.


Maria’s car.
João’s pen. Às vezes, pode ocorrer a presença de um ou mais adje-
tivos entre o artigo the e o substantivo.
ATENÇAO: Não podemos confundir este ‘s possessivo
com o ‘s (abreviação de is) Exemplo: The little boy is late. Ou The little good boy
is late.
Exemplos:
João’s a doctor. Na língua inglesa, os artigos indefinidos são: a e an.
(João é UM médico) Ambos são traduzidos como: um ou uma. O artigo indefi-
nido no inglês não tem plural. Só podemos usar a/an antes
João’s doctor. de substantivos que estejam no singular. Utilizamos a antes
(O médico de João) de palavras iniciadas com som de consoante e an antes de
palavras que iniciam com som de vogal.
Outros detalhes quanto ao ‘s.
Caso existam múltiplos “donos” o ‘s vai apenas no úl- Exemplos:
A cow.
timo.
An elephant.
Exemplo:
Determinantes, também conhecidos como quantifica-
Kate and Cindy’s parents.
dores, são usados antes de substantivos para fazer referên-
(Os pais de Kate e Cindy)
cia a algo específico ou a um grupo em geral.
Caso o “dono” seja terminado em S por conta de sua
Os determinantes/quantificadores gerais são:
pluralidade, fazemos apenas o acréscimo do ‘ .
-a, an, a few, a little, any, enough, every, few, little,
Exemplos: many, much, no, other, several, some. 
My brother’s house. Exemplos (os substantivos quantificados estão subli-
(A casa do meu irmão [apenas um irmão] nhados):
My brothers’ house. A woman sat under an umbrella. (Uma mulher sentou-
(A casa dos meus irmãos [mais de um irmão] se embaixo de um guarda-chuva)

O ‘s é muito usado para informação e grau de paren- There is not enough food to everyone. (Não há comida
tesco o que pode confundir um pouco o estudante, por- suficiente para todos)
tanto faça a leitura com calma deste tipo de estrutura.
Exemplos: ADJETIVOS: GRAU COMPARATIVO E SUPERLATI-
VO: REGULARES E IRREGULARES. INDEFINIDOS.
Jack is my father’s brother.
(Jack é o irmão de meu pai) ADJETIVOS E COMPARATIVOS
Adjetivos são palavras ou grupo de palavras que indi-
Peter is her brother’s best friend. cam características dos substantivos, definindo-os, delimi-
(Peter é o melhor amigo do irmão dela). tando-os ou modificando-os.

William is David’s last name. Ao contrário do que ocorre na língua portuguesa, os


(William é o sobre nome do David). adjetivos em inglês não possuem forma singular, plural,
masculina nem feminina. Existe apenas a forma singular
para ambos os sexos.

9
INGLÊS

She is beautiful. => They are beautiful. Passemos então a estudar, agora, o grau superlativo:

His car is red. => Their cars are red. Grau Superlativo de Superioridade (the + adjetivo cur-
to + est) = (o mais...)
Anna is intelligent. Jack is intelligent.
(cheap): This is the cheapest restaurant in town. (Este é
Quando o(s) adjetivo(s) aparece(m) junto a um subs- o restaurante mais barato da cidade)
tantivo, tal abjetivo(s) deve(m) vir antes do substantivo: (tall): Jennifer is the tallest girl in the group. (Jennifer é
a garota mais alta do grupo)
This is a big city. (dry): This is the driest region of the state. (Esta é a
They live in a huge white house. região mais seca do estado)
Marcos is a soccer player.
Grau Superlativo de Superioridade (the most + adjeti-
Os adjetivos em inglês também possuem graus diver- vo longo) = (o mais...)
sos, assim como ocorre em português. Veja:
This is the most modern TV set nowadays. (Este é o apare-
Grau Comparativo de Igualdade (as + adjetivo + as) = lho de TV mais moderno do momento)
(tão/tanto... quanto) He is the most handsome actor in the movies. (Ele é o
ator mais bonito do cinema)
Dereck is as short as Fred. (Dereck é tão baixo quanto Fred) Messy is the most famous soccer player now. (Messy
That motorcycle is as fast as this one. (Aquela moto é é o jogador de futebol mais famoso agora)
tão rápida quanto esta)
Julie is as beautiful as Sharon. (Julie é tão bela quanto Grau Superlativo de Inferioridade (the least + adjetivo)
Sharon) = (o menos...)
This is the least important detail. (Este é o detalhe
Grau Comparativo de Superioridade (adjetivo curto +
menos importante)
er + than) = (mais... do que..)
(strong): Tim is stronger than Peter. (Tim é mais forte
I’m always the least nervous during the tests. (Sempre
do que Peter)
sou o menos nervoso durante as provas)
(tall): An elephant is taller than a lion. (Um elefante é
mais alto que um leão)
That region is the least safe of the city. (Aquela região
(thin): Nancy is thinner than Sue. (Nancy é mais magra
do que Sue) é a menos segura da cidade)

Grau Comparativo de Superioridade (more + adjetivo Há algumas adaptações que precisamos fazer na es-
longo + than) = (mais... do que..) crita dos adjetivos quando acrescentamos -er e -est para
formarmos, consecutivamente, seus comparativos e super-
Dave is more intelligent than his brother. (Dave é lativos. Observe:
mais inteligente que seu irmão)
He is more careful than his father as a driver. (Ele é Aos que já são terminados em -e, acrescentamos ape-
mais cuidadoso que seu pai como motorista) nas -r (no comparativo) ou -st (no superlativo):
This house is more comfortable than the other. (Esta
casa é mais confortável que a outra) wide (largo) wider the widest
late (tarde) later the latest
Grau Comparativo de Inferioridade (less + adjetivo +
than) = (menos... do que...) Àqueles adjetivos curtos terminados em -y, substituí-
mos o -y por -i e depois colocamos -er ou -est:
Christopher is less famous than Brad. (Christopher é
menos famoso do que Brad) pretty (bonita) prettier the prettiest
Your city is less hot than mine. (Sua cidade é menos dirty (sujo) dirtier the dirtiest
quente do que a minha)
This language is less difficult than the others. (Esta lín- Quando o adjetivo for curto e terminar com a sequên-
gua é menos difícil do que as outras) cia consoante+vogal+consoante, dobra-se a última con-
soante antes de acrescentar -er ou -est:
Os graus de comparativo devem ser utilizados apenas
quando estamos comparando duas pessoas ou duas coi- thin (magro/fino) thinner the thinnest
sas. Por outro lado os graus de superlativo (como veremos fat (gordo) fatter the fattest
abaixo) são utilizados quando estamos comparando três
ou mais pessoas ou coisas. Geralmente as frases se referem
a uma totalidade (da classe, da cidade, etc.).

10
INGLÊS

Vamos estudar agora alguns adjetivos que possuem I have no idea to give you. (Não tenho nenhuma ideia
formas irregulares: para te dar)
I have no job to do today. (Não tenho nenhum traba-
Bad(mau) worse the worst lho para fazer hoje)
Good(bom) better the best I have no place to go on my vacation. (Não tenho
Far(longe) farther the farthest nenhum lugar para ir durante minhas férias)
Far further the furthest
Little(pouco) less the least ADJETIVOS TERMINADOS EM –ED E –ING
Many(muitos/as) more the most
Much(muito/a) more the most Muitos adjetivos na língua inglesa possuem termina-
ção –ed ou –ing.
*Os adjetivos indefinidos podem ser comparados aos
Adjetivos com terminação –ing se referem a uma ca-
pronomes indefinidos. Serão as mesmas palavras, mas com racterística de uma coisa ou de uma pessoa.
funções diferentes na frase. Reveja o tópico sobre prono- Adjetivos com terminação –ed se referem ao que a
mes indefinidos para mais detalhes. pessoa está sentindo.

Não existe uma regra para determinar-nos quando um Exemplos:


adjetivo é curto ou longo, por exemplo se baseando no My friend is bored. (Meu amigo está entediado).
número de letras ou algo do tipo. O estudante deve se fa- My friend is boring. (Meu amigo é entediante).
miliarizar com os adjetivos já os classificando entre longos
e curtos. This book is confusing. (Este livro é confuso [confunde
quem o lê]).
ADJETIVOS INDEFINIDOS I’m confused with this book. (Eu estou confuso com
este livro).
Os indefinite adjectives são: some, any e no. Dependen-
do da frase, eles podem ser traduzidos como algum(a), ne- De forma geral dizemos que algo ou alguém é “-ing” e
nhum(a). Pelo fato de serem adjetivos, perceba que sempre isso nos faz sentir “-ed”
devem preceder um substantivo, qualificando-os. Vejamos Michael Jordan is an interesting player. (Michael Jor-
dan é um jogador interessante).
o uso geral:
I’m interested in basketball. (Eu estou interessado em
basketball).
Em afirmativas: Em negativas: Em interrogativas: Aqui temos uma lista dos adjetivos mais comuns, em
I have some I don’t need Do you need any sua forma –ed e –ing.
money. any help. money?
Alarmed – Alarming (alarmado - alarmante)
Aggravated – Aggravating (agravado - agravante)
Em casos mais específicos, podemos usar some tam-
Annoyed – Annoying (irritado - irritante)
bém em perguntas quando se deseja ou se espera uma Bored – Boring (entediado – entediante)
resposta afirmativa e também quando se oferece algo: Challenged – Challenging (desafiado – desafiante)
Charmed – Charming (encantado – encantador)
Would you like some coffee? Comforted – Comforting (conformado – conformante)
Do you need any help with your homework? Confused – Confusing (confuso)
Convinced – Convincing (convencido – convincente)
Casos especiais: Depressed – Depressing (depressivo – depressante)
Disappointed – Disappointing (desapontado – desa-
-O artigo indefinido any pode ser utilizado quando o pontante)
verbo estiver na forma afirmativa e a frase contiver algum Disturbed – Disturbing (perturbado – perturbante)
termo de sentido negativo como a palavra never. Veja: Encouraged – Encouraging (encorajado – encorajante)
Fascinated – Fascinating (fascinado – fascinante)
He never buys any fruit. (Ele nunca compra fruta ne- Frightened – Frightening (assutado – assutador)
nhuma) Frustrated – Frustrating (frustrado – frustrante)
She never met any celebrity. (Ela nunca encontrou Inspired – Inspiring (inspirado – inspirador)
nenhuma celebridade) Interested – Interesting (interessado – interessante)
Relaxed – Relaxing (relexado – relaxante)
Relieved – Relieving (aliviado – aliviante)
-O artigo indefinido no pode ser utilizado quando o
Shocked – Shocking (chocado – chocante)
verbo estiver na forma afirmativa. A frase não pode conter
Surprised – Surprising (surpreso – surpriendente)
nenhuma outra palavra de sentido negativo:
Tired – Tiring (cansado – cansativo)
Worried – Worrying (preocupado – preocupante)

11
INGLÊS

NUMERAIS CARDINAIS E ORDINAIS PRONOMES: PESSOAIS: SUJEITO E OBJETO. POS-


SESSIVOS: SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS. REFLEXI-
VOS. INDEFINIDOS. INTERROGATIVOS. RELATIVOS.

PRONOMES PESSOAIS

Há dois tipos de pronomes pessoais: sujeitos e objetos.

Pronome Pronome
Pessoal Tradução: Pessoal
Sujeito: Objeto:
I eu Me
You você You
He ele Him
She ela Her
ele/ela
It (para coisas ou It
animais)
We nós Us
You vocês You
They eles/elas Them

Os pronomes pessoais sujeitos vêm antes do verbo,


como sujeito da frase. Os pronomes pessoais objetos vêm
depois de verbo ou de preposição. Além de virem depois, o
verbo principal da frase está fazendo uma ação relacionada
ao pronome pessoal objeto em questão.

Exemplos:

She loves him a lot.


I saw her at the party yesterday.
We are going to meet them in front of the stadium.
They waited for us for two hours.
Can you send this e-mail for me, please?

Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e


substantivos.
Exemplos

January is the first month of the year. (Janeiro é o pri- Pronome Pronome
meiro mês do ano). Possessivo Tradução: Possessivo
Michael is the third winner. (Michael é o terceiro ga- Adjetivo: Substantivo:
nhador). My meu(s)/minha(s) Mine
John is the ninth student in the line. (John é o nono aluno Your seu/sua Yours
na fila).
His dele His
Os números ordinais também são usados em inglês Her dela Hers
para datas.
dele/dela (coisas
Its Its
ou animais)
January 28  (Vigésimo oitavo dia do mês de janeiro).
th

Our nosso(s)/ nossa(s) Ours


Your seus/suas Yours
Their deles/delas Theirs

12
INGLÊS

Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do *Os Pronomes Reflexivos podem ser precedidos pela
substantivo. preposição by. Nesse caso, dão o sentido de que alguém
Os pronomes possessivos substantivos podem vir após fez algo sozinho, sem ajuda ou companhia de ninguém.
o substantivo ou podem substituir o substantivo a qual se Exemplo:
referem assim reduzindo a frase.
Did you go to the party by yourself? => Você foi à festa
Exemplos: sozinho?
That old man wants to live by himself. => Aquele se-
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan- nhor quer viver sozinho.
do com o dela)
(His – pronome possessivo adjetivo, antes do substan- PRONOMES INDEFINIDOS
tivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo, substi-
tuindo o substantivo kid, para evitar a repetição da mesma Os pronomes indefinidos, também conhecidos como
palavra várias vezes na mesma frase). Indefinite Pronouns são utilizados para falar de lugares,
My friends went to the club with yours. (Meus amigos coisas e pessoas indefinidos, de modo vago ou impreciso.
foram ao clube com os seus)
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza) SOME (Algum, alguma, alguns, algumas):
É utilizado nas frases afirmativas e antes do substan-
Did you prefer his presentation or hers? (Você preferiu tivo.
a apresentação dele ou a dela?)
There are some trees in the park.
PRONOME REFLEXIVO Paul and Linda have some money.
(De modo vago estamos dizendo que existe uma quan-
Os  Pronomes Reflexivos  são usados quando a ação tidade razoável de árvores no parque e que Paul e Linda
do verbo recai sobre o próprio sujeito. Assim, o pronome tem uma quantidade razoável de dinheiro.)
reflexivo vem logo após o verbo e concorda com o sujeito.
Eles se caracterizam pelas terminações  -self  (nas pessoas O some também é utilizado, principalmente nos res-
do singular) e -selves (nas pessoas do plural). taurantes ou por um anfitrião, ao se oferecer uma comida,
myself (a mim mesmo, -me) bebida ou serviço:
yourself [a ti, a você mesmo(a), -te,-se] Would you like some water?
himself (a si, a ele mesmo, -se) Would you like some privacy?
herself (a si, a ela mesma, -se) SOME – Formas compostas
itself [a si mesmo(a), -se] => para coisas ou animais Somebody = someone = alguém.
ourselves [a nós mesmos(as), -nos] Somewhere = em algum lugar.
yourselves (a vós, a vocês mesmos(as), -vos,-se) Something = alguma coisa / algo.
themselves (a si, a eles mesmos, a elas mesmas, -se) Sometime = alguma vez / alguma hora.

Exemplos: Exemplos:
There is somebody at the door. (Tem alguém na porta.)
She is looking at herself in the mirror. Liz lives somewhere in Atlanta. (Liz vive em algum lu-
(Ela está olhando para si mesma no espelho) gar em Atlanta.)
I need something from the drugstore. (Eu preciso de
He hurt himself with a knife. algo da farmácia.)
(Ele machucou a si mesmo com a faca) Let’s have dinner sometime tonight. (Vamos jantar al-
guma hora hoje a noite.)
*O Pronome Reflexivo também é empregado certas
vezes para dar ênfase à pessoa que pratica a ação dizendo ANY (Algum, nenhum, qualquer)
que ele mesmo por si só praticou tal ação. Para tanto, po- Utilizamos any nas perguntas e respostas negativas,
demos posicioná-lo logo após o sujeito ou no fim da frase. antes do substantivo.
Este tipo de estrutura também é conhecida como Emphatic Nas perguntas any se requere a qualquer quantidade,
pronouns. por exemplo quando perguntando se você tem qualquer
quantidade de dinheiro.
Exemplos:
Carlos himself did the homework. Do you have any money?
(O próprio Carlos fez a tarefa.)
. Nas negativas, any tem a função de nada, zero, vazio,
Marilyn herself wrote that message. etc. Não podemos fazer negativas em Inglês negando no
(A própria Marilyn escreveu aquela mensagem.) auxiliar e em seguida com no quando queremos empregar
esta função:

13
INGLÊS

There aren’t no fruits in the kitchen. NONE (nenhum, nenhuma, ninguém ou nada)
There aren’t any fruits in the kitchen. Utilizado no começo ou no fim da frase, ele é utilizado
There are no fruits in the kitchen. (“Auxiliar no infinitivo quando o verbo está na forma afirmativa, mas a idéia é
+ no” também é correto.) negativa. None é usado no lugar de um pronome ou subs-
tantivo.
ANY – Formas compostas
Anybody = anyone = Alguém, ninguém, qualquer um Exemplos:
Anywhere = Algum lugar, nenhum lugar, qualquer lu- Do you have any money?
gar None.
Anything = Alguma coisa, nenhuma coisa, qualquer
coisa None of them is my brother. (Nenhum deles é meu
irmão.)
Exemplos:
Is anybody out there? (Tem alguém aí?) PRONOMES RELATIVOS
You can buy bread anywhere (Você consegue comprar
pão em qualquer lugar.) Os Relative Pronouns são usados quando queremos
identificar ou adicionar alguém ou alguma coisa em uma
Do you have anything interesting? (Você tem alguma
oração; quando queremos informações que complemen-
coisa interessante?)
tem a oração anterior. Podemos também dizer que os pro-
nomes relativos unem duas orações, estabelecendo uma
EVERY – (Todo, toda) – Formas compostas
“relação” entre elas. Por isso, são chamados “relativos”.
Everybody = everyone = todos, todas, todo mundo.
Everywhere = todos os lugares. Who (quem, que): usado para pessoas.
Everything = tudo. Informações a serem unidas: That is the girl. She gave
a kiss.
Exemplos: That is the girl who gave me a kiss. (Aquela é a garota
Everybody at the party is happy. (Todos na festa estão que me deu um beijo)
felizes.)
(O pronome everybody concorda com o verbo no sin- Whom (que, quem, o qual, a qual): usado para pessoas,
gular.) normalmente após preposição. Formal.
You can see pollution everywhere now. (Você conse- Informações a serem unidas: We need to talk to so-
gue ver poluição em todos os lugares agora.) meone. The manager is the one.
I have to buy everything today. (Eu tenho que com- The manager is the one to whom we need to talk. (O
prar tudo hoje.) gerente é aquele com quem precisamos falar)

NO (Nenhum, nenhuma) Which (que): usado para coisas e animais.


Deve ser usado sempre seguido de substantivo quan- Informações a serem unidas: I watched a film. The film
do o verbo está na forma afirmativa, mas a idéia é negativa. was fantastic.
(comentamos sobre isso na explicação do any) The film which I watched was fantastic. (O filme que eu
assisti foi fantástico)
Exemplos: Where (onde, em que, no qual, na qual): refere-se a
a) There are no towels here. lugares.
b) There is no cream in your cup. Informações a serem unidas: I stayed in a hotel. The
hotel was very expensive.
NO – Formas compostas The hotel where I stayed was very expensive. (O hotel
onde eu fiquei era muito caro)
Nobody = no one = ninguém.
No way = de modo algum.
Whose (cujo, cuja, de quem): usado para indicar posse.
Nowhere = em lugar algum.
Informações a serem unidas: This is the boy. The boy’s
Nothing = nada.
father is my boss.
This is the boy whose father is my boss. (Este é o garo-
Exemplos: to cujo pai é meu patrão)
Nobody helped me. (Ninguém me ajudou.)
No way you are going to that party. (De modo algum That (que): talvez seja o mais usado. Refere-se a coisas e
você irá para aquela festa.) pessoas. Pode substituir who e which.
It is raining nowhere. (Está chovendo em lugar algum.) Informações a serem unidas: I saw a little girl. I saw the
Nothing makes him happy. (Nada o faz feliz.) little girl a minute ago.
Where is the little girl that I saw a minute ago?

14
INGLÊS

PRONOMES INTERROGATIVOS What kind of movies do you like? (Que tipo de filmes
você gosta?)
Os Pronomes Interrogativos, Question Words, são uti-
lizados para obtermos informações mais específicas a res- What sports do you practice? (Que esportes você pra-
peito de algo ou alguém. As perguntas formuladas com tica?)
eles são conhecidas por wh-questions porque todos os What soccer team are you a fan of? (Para que time de
pronomes interrogativos possuem as letras wh. Na grande futebol você torce?)
maioria das vezes, os Interrogativos são posicionados antes How often do you go to the gym? (Com que frequên-
de verbos auxiliares ou modais, no início de frases. cia você vai à academia?)
How long is the Amazon river? (Qual o comprimento
What – O que, que, qual (usado para questões com do rio Amazonas?)
opções mais amplas de resposta): How much does this newspaper cost? (Quanto custa
What time is it now? (Que horas são agora?) este jornal?)
What  are you doing here? (O que  você está fazendo How many brothers do you have? (Quantos irmãos
aqui?) você tem?)
How good are you at tennis? (O quanto você é bom
Where – Onde: em tênis?)
Where do you work? (Onde você trabalha?) How old are you? (Quantos anos você tem?)
Where do your kids study? (Onde seus filhos estudam?) How far is São Paulo from Rio? (Qual a distância entre
São Paulo e Rio?)
When – Quando: How deep is this river? (Quão profundo é este rio?)
When did they move? (Quando eles se mudaram?)
When did you travel to Europe? (Quando você viajou Quando uma pergunta questiona sobre o sujeito da
para a Europa?) oração, não se usa verbo auxiliar. Assim, o pronome inter-
rogativo inicia a pergunta seguido das outras palavras na
Who – Quem: ordem afirmativa. Observe:
Who is that girl? (Quem é aquela garota?)
Who knows? (Quem sabe?)
Who arrived first in the race? (Quem chegou primeiro
What happened? (O que aconteceu?)
na corrida?)
Who likes to eat vegetables? (Quem gosta de comer
vegetais?)
Why – Por que:
What broke the window? (O que quebrou a janela?)
Why did you cry? (Por que você chorou?)
Who speaks English in this room? (Quem fala inglês
nesta sala?)
Why are you late for class? (Por que você está atrasado
Why go now? (Por que ir agora?)
para a aula?) How many people survived the accident? (Quantas
pessoas sobreviveram ao acidente?)
Whom – Quem (mais formal, geralmente antecedido Which came first: the egg or the chicken?
de preposição):
With whom did you go to the park? (Com quem você Em muitos casos, as perguntas são finalizadas por pre-
foi ao parque?) posições que complementam seu sentido:
To  whom  were you speaking last night? (Com quem
você estava falando ontem à noite?) Where are you from? (De onde você é?)
Whose – De quem: What is your city like? (Como é a sua cidade?)
Whose pen is this? (De quem é esta caneta?) Who did you play against? (Contra quem você jogou?)
Whose mansion is that? (De quem é aquela mansão?) Where did you send the letter to? (Para onde você en-
viou a carta?)
Which – Qual, quais (usado para questões com opções What is this for? (Para que é isto?)
limitadas de resposta):
Which of those girls is your sister? (Qual daquelas me-
ninas é a sua irmã?)
Which  color do you prefer: yellow or blue? (Qual cor
você prefere: amarelo ou azul?)

Existem diversas formas compostas dos pronomes in-


terrogativos. Podemos juntar outras palavras a eles antes
dos verbos auxiliares, para especificar alguma informação.
Veja:

15
INGLÊS

VERBOS (MODOS, TEMPOS E FORMAS ): REGULARES E IRREGULARES. AUXILIARES E IMPESSOAIS. MO-


DAIS. TWO-WORD VERBS.VOZ ATIVA E VOZ PASSIVA. O GERÚNDIO E SEU USO ESPECÍFICO

Quanto à forma, podemos classificar os verbos ingleses em Regulares, Irregulares e Modais.

São chamados de regulares os verbos que geralmente seguem a mesma regra.


No caso do presente, verbos regulares são aqueles que recebem S:
Play – plays, sing – sings.

No caso do passado, verbos regulares são aqueles que recebem ed:


Play – played, cook – cooked.

Verbos irregulares são aqueles que não seguem uma mesma regra.

Tanto no caso do presente ou do passado, os verbos sofrem modificações individuais.

Presente:

have – has, do – does.

Passado:

Sing – sang, eat – ate.

Os verbos irregulares não têm uniformidade quanto à escrita do passado simples e do particípio. Confira os três últimos
exemplos na tabela abaixo.

Simple Past
Infinitivo Tradução
Past tense Participle
to accept accepted accepted aceitar
to add added added adicionar, somar
to arrive arrived arrived chegar
to be was, were been ser, estar
to begin began begun começar, iniciar
to buy bought bought comprar

Abaixo segue uma tabela dos verbos mais utilizados na língua inglesa. Assim como as palavras mais comuns (aquela
lista não possui verbos) os verbos também são parte fundamental das frases. Quanto mais verbos o estudante souber –
mais facilmente ele entenderá todas as frases de um texto.

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INGLÊS

Simple
# Infinitive Tradução
Past
1 accept Accepted aceitar
2 agree Agreed concordar
3 answer Answered responder
4 appear Appeared aparecer
5 arrive Arrived chegar
6 ask Asked perguntar
7 attack Attacked atacar
8 bake Baked assar
9 be was, were ser, estar
10 become Became tornar-se
11 begin Began começar
12 believe Believed acreditar, crer
13 bet Bet apostar
14 bite Bit morder, picar
15 bleed Bled sangrar
16 borrow Borrowed pedir emprestado
17 break Broke quebrar, interromper
18 bring Brought trazer
19 build Built construir
20 burn burned, burnt queimar
21 buy Bought comprar
22 call Called ligar, chamar
23 cancel Canceled cancelar
24 carry Carried carregar
25 celebrate Celebrated celebrar, comemorar
26 change Changed trocar, mudar
27 chat Chatted bater papo
28 clap clapped, clapt bater palma
29 clean Cleaned limpar
30 climb Climbed subir, escalar
31 close Closed fechar
32 come Came vir, chegar
33 cook Cooked cozinhar
34 cost Cost custar
35 broadcast Broadcast transmitir
36 create Created criar
37 cry Cried chorar
38 cut Cut cortar
39 damage Damaged danificar, estragar
40 dance Danced dançar
41 date Dated sair para um encontro, namorar
42 decide Decided decidir
43 deliver Delivered entregar
44 depend Depended depender

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INGLÊS

45 dive dived, dove mergulhar


46 do Did fazer, executar
47 draw Drew desenhar
48 dream dreamt, dreamed sonhar
49 drink Drank beber
50 drive Drove dririgir (4 rodas)
51 eat Ate comer
52 end Ended terminar
53 enjoy Enjoyed apreciar, desfrutar, gostar
54 exercise Exercised exercitar-se, fazer exercícios
55 fall Fell cair
56 feed Fed alimentar(se), alguém
57 fight Fought lutar
58 find Found encontrar
59 finish Finished terminar
60 fish Fished pescar
61 fix Fixed consertar, arrumar
62 fly Flew voar
63 follow Followed seguir
64 forget Forgot esquecer(se)
65 fry Fried fritar
66 get Got conseguir, ganhar
67 get up got up levantar-se
68 give Gave dar, conceder
69 go Went ir
70 grow Grew crescer, cultivar
71 guess Guessed adivinhar, supor
72 happen Happened acontecer
73 hate Hated odiar
74 have Had ter, possuir
75 hear Heard ouvir
76 help Helped ajudar
77 hide Hid esconder, ocultar(se)
78 hit Hit bater
79 hunt Hunted caçar
80 hurt Hurt machucar
81 improve Improved melhorar, aperfeiçoar
82 interview Interviewed entrevistar
83 jog Jog caminhar (exercício físico)
84 jump Jumped pular, saltar
85 keep Kept guardar, manter, permanecer
86 kiss Kissed beijar
87 know Knew saber, conhecer
88 listen Listened escutar
89 live Lived viver, ao vivo

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INGLÊS

90 look Looked olhar, parecer


91 lose Lost perder
92 love Loved amar
93 make Made fazer, produzir, fabricar
94 marry Married casar
95 meet Met encontrar-se com
96 miss Missed sentir saudades, perder a hora
97 move Moved mexer, mudar-se
98 need Needed precisar, necessitar
99 offer Offered oferecer
100 open Opened abrir
101 paint Painted pintar
102 park Parked estacionar
103 pay Paid pagar
104 plant Planted plantar
105 play Played tocar instrumento, brincar
106 practice Practiced praticar, treinar
107 prefer Prefered preferir
108 pull Pulled puxar
109 push Pushed empurrar
110 quit Quit desistir, sair, abandonar
111 rain Rained chover
112 read Read ler
113 relax Relaxed relaxar, descansar
114 remember Remembered lembrar, recordar
115 repair Repaired reparar, consertar
116 repeat Repeated repetir
117 rescue Rescued resgatar, socorrer
118 respond Responded responder
119 rest Rested relaxar, descansar
120 review Reviewd revisar
121 ride Rode cavalgar (2 rodas)
122 run Run correr, administrar
123 save Saved salvar, economizar (dinheiro)
124 say Said dizer
125 see Saw ver
126 sell Sold vender
127 send Sent enviar
128 sing Sang cantar
129 sink Sank afundar, naufragar
130 sit Sat sentar
131 skate Skated patinar, andar de skate
132 ski Skied esquiar
133 sleep Slept dormir
134 smell Smelt cheirar

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INGLÊS

135 snow Snowed nevar


136 speak Spoke falar
137 spell Spelled soletrar
138 spend Spent gastar tempo ou dinheiro
139 spill spilled, spilt derramar liquido
140 start Started iniciar, começar
141 steal Stole roubar
142 stop Stopped parar, deter
143 study Studied estudar
144 suggest Suggested sugerir
145 swear Swore jurar, falar palavrão
146 sweat sweat, sweated suar
147 sweep Swept varrer
148 swim Swam nadar
149 take Took tomar, pegar
150 talk Talked falar
151 teach Taught ensinar
152 tell Told contar, dizer
153 thank Thanked agradecer
154 think Thought pensar, achar (opnião)
155 touch Touched tocar
156 travel Traveled viajar
157 try Tried tentar
158 turn Turn girar, rodar, virar
unders-
159 Understood entender, compreender
tand
160 upset Upset ficar nervoso, com raiva
161 use Used usar
162 visit Visited visitar
163 wait Waited esperar
164 wake up waked up, woke up acordar
165 walk Walked caminhar, andar
166 want Wanted querer
167 wash Washed lavar
168 watch Watched assistir, vigiar
169 water Watered regar
170 wear Wore vestir
171 welcome Welcomed dar boas vindas
172 win Won ganhar, vencer
173 wish Wished desejar
174 work Worked trabalhar, funcionar
175 worry Worried preocupar-se
176 write Wrote escrever

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INGLÊS

TEMPOS VERBAIS I was writing a book.


You were reading.
PRESENTE CONTÍNUO: indica algo que acontece no He was listening to music.
exato momento da fala. As frases neste tempo verbal mos- She was making lunch.
tram o que alguém está fazendo (gerúndio). Necessita do It was playing with a ball.
verbo to be (am, is, are) e mais algum outro verbo com ter- We were learning together.
minação -ing (-ando, endo, -indo, -ondo): You were studying English.
They were traveling.
I am writing a book. (Eu estou escrevendo um livro)
You are reading. (Você está lendo) Perceba que usamos was com I/He/She/It, e que usa-
He is listening to music. (Ele está escutando música) mos were com You/We/They. Agora, para formar a ne-
She is making lunch. (Ela está fazendo o almoço) gativa (wasn’t, weren’t) e a interrogativa (Was I...?, Were
It is playing with a ball. (Ele/Ela está brincando com
you...?), basta proceder da mesma forma que vimos no
uma bola.)
caso do Presente Contínuo.
We are learning together. (Nós estamos aprendendo
juntos)
FUTURO CONTÍNUO: para relatar aquilo que alguém
You are studying English. (Vocês estão estudando
Inglês) estará fazendo em um determinado momento no futuro,
They are traveling. (Eles estão viajando) é só utilizar will be e mais qualquer outro verbo terminado
em -ing.
*O pronome it é usado para coisas e animais. Pode re-
ferir-se a pessoas quando não se sabe o sexo. I will be writing a book.
You will be reading.
Tudo o que foi descrito nestas frases está acontecendo He will be listening to music.
agora, neste exato momento. Por isso usamos o presente She will be making lunch.
contínuo. Para tornar todas estas frases negativas, basta po- It will be playing with a ball.
sicionar a palavra not após o to be, ou fazer uma contração We will be learning together.
ente eles (am not, isn’t, aren’t). You will be studying English.
They will be traveling.
I am not writing a book. (Apenas esta forma não
pode ser contraída) Nas negativas, simplesmente posicionamos not logo
You aren’t reading. após o auxiliar will, ou fazemos uma contração com eles
He isn’t listening to music. (will+not= won’t).
She isn’t making lunch.
It isn’t playing with a ball. Para interrogar, faz-se a colocação do auxiliar will an-
We aren’t learning together. tes do sujeito das frases (Will I...?, Will you...?).
You aren’t studying English.
They aren’t traveling. PRESENTE SIMPLES: este tempo verbal nos fala de
situações que acontecem rotineiramente. Estas situações
Agora, para transformarmos as frases em interroga- não acontecem no exato momento da fala, mas usualmen-
ções, devemos mudar a posição do to be. Precisamos posi-
te durante o dia a dia. Por exemplo, você pode dizer em
cioná-lo (am, is, are) antes dos sujeitos das frases. As outras
português “eu trabalho”. Essas suas palavras indicam algo
palavras permanecem em suas posições originais. Claro que
rotineiro para você, não querem dizer que você esteja tra-
não podemos esquecer do ponto de interrogação. Veja:
balhando agora, neste exato momento. É essa noção de
Am I writing a book? que algo acontece no presente mas como uma rotina é o
Are you reading? que o presente simples indica. Vamos ver a conjugação de
Is he listening to music? alguns verbos no presente simples com frases afirmativas
Is she making lunch? primeiro:
Is It playing with a ball?
Are we learning together? I work in the evening.
Are you studying English? You like to dance.
Are they traveling? He sleeps a lot.
She cooks well.
PASSADO CONTÍNUO: se você quiser colocar todas as It barks too much.
frases que acabamos de estudar no passado, para relatar o We speak English fluently.
que alguém estava fazendo, é muito simples. Basta trocar You drive fast.
verbo to be que estava no presente pelo to be no passado They drink beer.
(was, were). Apenas tenha atenção na hora de saber qual
pessoa usará was e qual usará were. Exemplos:

21
INGLÊS

Perceba que basta seguir a ordem “sujeito + verbo no Para negarmos, usamos not logo após o to be ou faze-
infinitivo sem to (+complemento)” para formar algumas mos contração entre eles.
sentenças. É a ordem natural das palavras em Português
também. Assim, se você souber uma boa gama de verbos, I am not a teacher.
poderá montar muitas frases para praticar. You aren’t a student.
He isn’t late.
Neste caso de sentenças afirmativas somente neces- She isn’t early.
sitamos tomar cuidado com os detalhes em negrito e em It isn’t tall.
sublinhado. Todas as vezes em que o sujeito da frase for We aren’t Brazilians.
a terceira pessoa do singular (he/she/it), devemos acres- You aren’t busy.
centar um -s no final do verbo. Em algumas situações será They aren’t happy.
um -es, e no caso do verbo ter (to have) a forma será has.
Repito: só nas afirmativas com 3ª pessoa singular. Finalizando, para transformarmos estas frases em inter-
As negativas precisam fazer o uso dos verbos auxiliares rogações, temos que por o to be antes dos sujeitos. Lembre-
do e does, acrescidos de not (do+not=don’t / does+not=- te: ponto de interrogação! Assim:
doesn’t). Doesn’t será usado somente com 3ª pessoa sin- Am I a teacher?
gular. Exemplos: Are you a student?
Is he late?
I don’t work in the evening. Is she early?
You don’t like to dance. Is It tall?
He doesn’t sleep a lot. Are we Brazilians?
She doesn’t cook well. Are you busy?
It doesn’t bark too much. Are they happy?
We don’t speak English fluently.
You don’t drive fast. PASSADO SIMPLES: indica alguma ação completa no
They don’t drink beer. passado, ou seja, algo já finalizado. O passado simples carac-
teriza-se pela adição da terminação -ed ao verbos REGULA-
Para fazermos perguntas, posicionaremos do e does RES nas afirmativas. Nas interrogativas, usamos Did antes dos
antes do sujeito da frase e acrescentaremos o ponto de sujeitos das frases e, nas negativas, did not ou didn’t. Vejamos:
interrogação.
I worked yesterday. (Eu trabalhei ontem)
Do I work in the evening? You answered my e-mail. (Você respondeu ao meu
Do you like to dance? e-mail)
Does he sleep a lot? He traveled a lot. (Ele viajou muito)
Does she cook well? She watched the movie. (Ela assitiu o filme)
Does it bark too much? It barked all night. (Ele/Ela latiu a noite toda)
Do we speak English fluently? We stayed here. (Nós ficamos aqui)
Do you drive fast? You played very well. (Vocês jogaram muito bem)
Do they drink beer? They parked far. (Eles estacionaram longe)

Ótimo. Agora, para finalizarmos o presente simples, I didn’t work yesterday. (Eu não trabalhei ontem)
passemos ao principal verbo inglês: o to be. A conjugação You didn’t answer my e-mail. (Você não respondeu ao
do presente do to be possui três formas: am, is e are. Este meu e-mail)
verbo significa duas coisas ao mesmo tempo: ser e estar. He didn’t travel a lot. (Ele não viajou muito)
Mas como identificar se numa frase ele quer se referir ao She didn’t watch the movie. (Ela não assistiu o filme)
verbo ser ou se ao verbo estar? Resposta: depende da fra- It didn’t bark all night. (Ele/Ela não latiu a noite toda)
se, depende do contexto. Veja: We didn’t stay here. (Nós não ficamos aqui)
You didn’t play very well. (Vocês não jogaram muito bem)
I am a teacher. (Eu sou um professor) They didn’t park far. (Eles não estacionaram longe)
You are a student. (Você é um aluno)
He is late. (Ele está atrasado) Did I work yesterday? (Eu trabalhei ontem?)
She is early. (Ela está adiantada) Did you answer my e-mail? (Você respondeu ao meu
It is tall. (Ele/Ela é alto/a) e-mail?)
We are Brazilians. (Nós somos brasileiros) Did he travel a lot? (Ele viajou muito?)
You are busy. (Vocês estão/são ocupados) Did she watch the movie? (Ela assistiu o filme?)
They are happy. (Eles/Elas estão/são felizes) Did it bark all night? (Ele/Ela latiu a noite toda?)
Did we stay here? (Nós ficamos aqui?)
Note que am é usado na primeira pessoa do singular, Did you play very well? (Vocês jogaram muito bem?)
is na terceira do singular e are nas outras. Did they park far? (Eles estacionaram longe?)

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INGLÊS

Quanto aos verbos irregulares, procederemos da mes- I’m going to visit my mother tonight (Eu irei visitar mi-
ma forma. A única diferença é nas afirmações, pois eles não nha mãe hoje a noite.)
recebem terminação -ed. É essencial memorizar as formas Jack is going to swim tomorrow. (Jack irá nadar amanhã.)
irregulares. Vejamos: It is going to rain in a few minutes. (Irá chover em alguns
minutos.)
I went to the beach. (to go: ir)
You left early. (to leave: sair, deixar) Como o futuro imediato é composto do to be, para fazer-
He drank too much. (to drink: beber) mos frases interrogativas e negativas, basta utilizar as mes-
She had a sister. (to have: ter) mas regras acrescentando not após o to be, ou colocando o
It slept under the bed. (to sleep: dormir) mesmo antes do sujeito para a interrogativa.
We stood in line. (to stand: ficar de pé)
You won together. (to win: vencer, ganhar) Steve is not going to dance samba. (Steve não irá dançar
They cut the meat. (to cut: cortar) samba.)
They aren’t going to play soccer. (Eles não irão jogar fu-
Faz-se necessário, também revisar o passado do verbo tebol.)
to be. Ele será da seguinte forma:
I was tired. Is he going to buy a new car? (Ele vai comprar um carro
You were sad. novo?)
He was late. Are you going to call Ann? (Você irá ligar pra Ann?)
She was early.
It was beautiful. Apenas em conversas e diálogos informais o going to
We were in São Paulo. pode ser substituído pela expressão/abreviação gonna:
You were elegant.
They were at the bank. I’m gonna study tonight. (Eu irei estudar hoje a noite.)
Are you gonna help me? (Você irá me ajudar?)
Nas negativas: wasn’t e weren’t. E nas interrogativas:
Was I...?, Were you...?, Was he…?, etc.
PRESENTE PERFEITO: formado pela utilização do auxi-
liar have ou has (has para he, she, it) mais a forma do parti-
FUTURO SIMPLES: Usamos o futuro simples para dizer
cípio de outro verbo (conhecida como “a terceira forma do
que algo vai acontecer ou deverá acontecer, para expres-
verbo”). Indica dois tipos de situações.
sar ações que iremos fazer mas que não tínhamos planeja-
do anteriormente, para fazer previsões sobre o futuro, uma
Quando a ação é contínua, que têm acontecido por um
vez que não temos certeza se essa previsão irá mesmo se
concretizar ou não. Usamos também o futuro simples para certo período e que ainda não acabaram, que continuam
promessas, ofertas e propostas. A estrutura é formado pela acontecendo.
utilização do auxiliar will após o sujeito seguido de algum
verbo. A negativa é obtida com will not ou com a contração I have worked here for five years. (Tenho trabalhado
won’t. Para perguntar no futuro simples, é só colocar will aqui há cinco anos)
antes do sujeito. Exemplos: She has gone to the club a lot lately. (Ela tem ido muito
ao clube ultimamente)
I will buy a car. (Eu vou comprar um carro.) Dave and Mike have studied together since 2010. (Dave
You will have a baby. (Você vai ter um bebê.) e Mike têm estudado juntos desde 2010)
He will study abroad. (Ele irá estudar no exterior.)
She will go to the park. (Ela irá para o parque.) Quando descrevemos situações que já ocorreram, mas
It will stay at the veterinarian. (Ele/ela* irá permane- que não sabemos quando. O tempo é indefinido, não inte-
cer no veterinário.) ressa, ou simplesmente não importa, pois o que importa é o
We will make a barbecue. (Nós iremos fazer um chur- fato acontecido.
rasco.)
You will help me later. (Você irá me ajudar depois.) Mike has seen the ocean for the first time. (Mike viu o
They will be partners. (Eles serão parceiros.) oceano pela primeira vez)
Sheila and Susan have already been to New York. (Sheila
FUTURO IMEDIATO: Utilizamos o futuro imediato e Susan já estiveram em Nova Iorque)
para expressar algo que já foi planejado e por isso existe a I have already made my bed. (Eu já arrumei minha cama)
certeza de que irá acontecer. Por ser algo que temos cer-
teza que iremos fazer o futuro imediato acaba sendo usa- As formas negativas podem serão:
do frequentemente para expressar ações que acontecerão
num futuro bem próximo, por isso chamado de imediato. I haven’t made my bed. (Eu não arrumei minha cama)
A estrutura do futuro imediato é o sujeito + o verbo to be Mike hasn’t seen the ocean. (Mike não viu o oceano)
no presente (am, is, are) + going to + verbo principal + Sheila and Susan haven’t been to New York. (Sheila e
complemento. Susan não foram a Nova Iorque)

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INGLÊS

Se quisermos, podemos acrescentar no final da frase a PASSADO PERFEITO: usado para dizer que alguma
palavra yet, que significa “ainda”, para modificar um pouco coisa ocorreu antes de outra no passado. Formado por had
o sentido da conversa: mais o particípio de algum verbo. Veja no próximo exem-
(apenas nas negativas) plo que há duas situações acontecendo, mas, aquela que
aconteceu primeiro está usando o past perfect. E aquela
I haven’t made my bed yet. (Eu ainda não arrumei mi- que aconteceu em seguida está no passado simples. Am-
nha cama) bas as orações estão unidas por when.
Mike hasn’t seen the ocean yet. (Mike ainda não viu o
oceano) I had already left when my father called home. (Eu já
Sheila and Susan haven’t been to New York yet. (Sheila tinha saído quando meu pai ligou para casa)
e Susan ainda não foram a Nova Iorque)
Não é extremamente necessário que haja duas ora-
Para fazermos perguntas no present perfect, basta co- ções. Pode have apenas uma. Veja;
locar have ou has antes do sujeito da frase. Às vezes, fa-
zemos uso da palavra ever, que significa “alguma vez”, em David had bought meat for the barbecue this mor-
perguntas: ning. (David tinha comprado carne para o churrasco hoje
(o uso da palavra ever é opcional) de manhã)

Have you bought Milk for the baby? (Você comprou A negativa é formada com had not ou hadn’t. Para per-
leite para o bebê?) guntar, devemos posicionar o had antes do sujeito.
Has he talked to the police officer? (Ele falou com o
policial?) He hadn’t gone to the bar. (Ele não tinha ido ao bar)
Has Tina ever traveled to Salvador? (A Tina viajou a Sal- Had you brought me those documents? (Você tinha me
vador alguma vez?) trazido aqueles documentos?)
Have you ever seen a famous person? (Você alguma
vez viu uma pessoa famosa?) VERBOS AUXILIARES

PRESENTE PERFEITO CONTÍNUO: formado pela uti- Em perguntas você pode mudar o tempo verbal de uma
lização do auxiliar have ou has (has para he, she, it) mais o frase simplesmente alterando o verbo auxiliar. Por exemplo:
presente perfeito do verbo be e o gerúndio do verbo prin-
cipal. Esta forma verbal enfatiza uma ação que começou no Do you work? = Você trabalha?
passado e que contina se repetindo até hoje. Does He work? = Ele trabalha?
Did you work? = Você trabalhou?
I have been playing tennis for one hour. (Eu estou Will you work? = Você vai trabalhar?
jogando tennis há uma hora)
Daniel has been waiting for two hours. (Daniel está Os verbos auxiliares não possuem tradução nas frases:
esperando a duas horas)
Anna has been teaching in the university since April. Do you play volleyball? = Você joga vôlei?
(Anna tem lecionado na universidade desde Abril.)
A presença de um verbo auxiliar numa frase nos indica
As formas negativas serão: em que tempo verbal ela está (no presente, no passado
ou no futuro), dependendo do auxiliar que foi usado. Do e
She has not been working at that company for three does indicam tempo presente, did indica tempo passado, e
years (Ela não trabalha naquela companhia a três anos). will indica tempo futuro.
I haven’t been watching much television lately. (Eu
não tenho assistido muita televisão ultimamente). Suas formas negativas são don’t (do not), didn’t (did
Roberto hasn’t been feeling well in the past few days. not) e won’t (will not).
(Roberto não tem se sentido bem nos últimos dias).
Para montarmos interrogações, basta posicionar o au-
Para fazermos perguntas no present perfect continuos, xiliary desejado antes do sujeito da frase.
basta colocar have ou has antes do sujeito da frase.
O auxiliar também pode facilitar as coisas nas respos-
Has David been doing his homework everyday? (David tas. Ele pode substituir o verbo e todos os seus comple-
está fazendo sua tarefa todos os dias?). mentos. Assim, se alguém faz um pergunta muito longa,
Have Donald and Mike been training for the race? você pode responder rapidamente:
(Donald e Mike estão treinando para aquela corrida?).
Have you been playing video games all day? (Você Do you always go to work by car on weekdays? (Você
está jogando video games o dia inteiro?) sempre vai para o trabalho de carro nos dias da semana?).

24
INGLÊS

Sua resposta pode ser, simplesmente, “Yes, I do”. -May e Might podem indicar possibilidade mais certa
Estas respostas curtas são conhecidas como short ans- ou probabilidade mais remota:
wers. It may rain. (Pode chover) => may indica algo com
mais certeza do que might.
Os verbos auxiliares seguidos de um verbo principal It might rain. (Pode chover) => a probabilidade de cho-
são usados praticamente só em perguntas ou frases ne- ver é pequena.
gativas: He might come to the party, but I don’t think he will.
(Ele pode vir à festa, mas não creio que virá)
Do you like pizza? (Você gosta de pizza?) -May e might podem ser usados para exprimir um pro-
I don’t like pizza (Eu não gosto de pizza) pósito, uma aspiração ou uma esperança:
May he rest in peace. (Que ele repouse em paz)
Numa frase afirmativa diríamos: I hope that he might like this cake. (Espero que ele pos-
sa gostar deste bolo)
I like pizza. (Eu gosto de pizza) May all your dreams come true. (Que todos os seus
sonhos se realizem)
As formas does e doesn’t são usadas quando o sujeito -Para dizermos algo no passado e no futuro, ao invés
da frase no presente for terceira pessoa do singular (he, de may e might, normalmente usamos os verbos “to be
she, it). allowed to” ou “to be permitted to”, que significam “ser
permitido”:
I don’t eat pizza. (Eu não como pizza) He will be allowed to leave prison. (Ser-lhe-á permitido
You don’t eat pizza. (Você não come pizza) sair da prisão)
I wasn’t allowed to enter without a uniform. (Não me
She doesn’t eat pizza. (Ela não come pizza)
deixaram entrar sem um uniforme)
He doesn’t eat pizza. (Ele não come pizza)
It doesn’t eat pizza. (Ela/Ele não come pizza)
-May e might não são usados na interrogativa expri-
We don’t eat pizza. (Nós não comemos pizza)
mindo probabilidade ou possibilidade. Usamos to think, to
You don’t eat pizza. (Vocês não comem pizza)
be likely e can:
They don’t eat pizza. (Eles não comem pizza)
Do you think he is listening for us? (Você acha que ele
Do I eat pizza? (Eu como pizza?)
está nos ouvindo?)
Do you eat pizza? (Você come pizza?)
Is it likely to happen? (É possível/provável que isso
Does she eat pizza? (Ela come pizza?) aconteça?)
Does he eat pizza? (Ele come pizza?) Can this plan come true? (Poderá este plano se tornar
Does it eat pizza? (Ela/Ele come pizza?) realidade?)
Do we eat pizza? (Nós comemos pizza?)
Do you eat pizza? (Vocês comem pizza?) -May e Might podem ser empregados na negativa,
Do they eat pizza? (Eles comem pizza?) mas sem contração:
He may or may not agree with you. (Ele pode concordar
VERBOS MODAIS ou não com você)

Os verbos modais são distintos dos regulares e irregu- Must (precisar, dever, ter que):
lares pois possuem características próprias:
-Must é usado no presente e no futuro. Must pode ex-
Não precisam de auxiliares na formação de negativas primir ordem, necessidade, obrigação, dever. É equivalente
e interrogativas; a have to (ter que):
Sempre após os modais, usamos um verbo regular ou I must go now. (Preciso ir agora)
irregular no infinitivo, mas sem o “to”; You must obey your parents. (Você deve obedecer a
Não sofrem alteração na terceira pessoa do singular seus pais)
do presente. Logo, nunca recebem “s”, “es” ou “ies” para You must follow your doctor’s advice. (Você tem que
he/she/it. seguir os conselhos do seu médico)
He has worked a lot; he must be tired. (Ele trabalhou
São verbos modais: can, could, may, might, should, muito; deve estar cansado)
must, ought to.
-A forma negativa mustn’t (must not) exprime uma
May, Might (poder): proibição ou faz uma advertência:
Visitors must not feed the animals. (Visitantes estão
-May pode ser usado para pedir permissão: proibidos de alimentar os animais)
May I open the window? (Posso abrir a janela?) You mustn’t miss the 9:00 train. (Você não pode perder
May I use your bathroom? (Posso usar seu banheiro?) o trem das 9:00)

25
INGLÊS

Can (poder): Para ver a diferença, considere o significado do verbo


to turn segundo o Dicionário Cambridge e, em seguida, as
-Pode ser usado para expressar talentos e habilidades sentenças com phrasal verbs derivados do mesmo verbo:
no presente:
They can sing really well. (Eles podem cantar realmen- “TURN verb [I/T] (GO AROUND) to move or cause so-
te muito bem) mething to move in a circle around a central point or line.” =
I can speak English. (Eu sei falar Inglês) Mover ou fazer com que algo se movimente em círculos ao
redor de um ponto ou de uma linha central.
-Pode ser usado para pedir permissão:
Can I drink water, teacher? (Posso ir beber água, pro- Fred turned on the light. (Fred acendeu a luz)
fessor?) Mary turned down the gas. (Mary diminuiu o gas)
Can I see your homework? (Posso ver sua tarefa?) Ralph turned up the stereo. (Ralph aumentou o volume
do aparelho de som)
-Há duas formas negativas, can’t e cannot: Susan turned over the pancake. (Susan virou a panque-
He can’t dance at all. (Ele não sabe dançar nada) ca)
Tim cannot control his feelings. (Tim não consegue The committee turned down the request. (O comitê re-
controlar seus sentimentos) cusou o pedido)

Could (conseguia, podia, poderia): Para entender como um two-word verb funciona, você
tem que refletir sobre o significado básico de “turned”. Ge-
-Usamos could para expressar ideias como sendo o ralmente, se for possível substituir o verbo e sua preposição
passado de Can: por outra palavra, uma palavra que signifique exatamente
When I was a teenager I could swim better. (Quando a mesma coisa, então, o verbo é realmente um two-word
eu era adolescente eu podia nadar melhor) verb. Poderíamos reescrever as frases da seguinte maneira:
I could run, now I can’t anymore. (Eu podia correr, mas
agora não consigo mais) Fred put the light in the “on” position. (Fred pôs a luz
na posição “ligada”)
-Para pedir permissão, could é mais educado e formal Mary lowered the gas. (Mary reduziu o gás)
que Can: Ralph raised the volume on the stereo. (Ralph aumen-
Could you help me? (Você poderia me ajudar?) tou o volume do som)
Could I borrow your cell phone? (Eu poderia pegar Susan flipped the pancake. (Susan girou a panqueca)
emprestado seu celular?) The committee refused the request. (O comitê recusou
o pedido)
Should e Ought to (deveria):
Muitos phrasal verbs não têm objeto:
-Usamos para expressar nossa opinião, para dar su-
gestão ou conselho:
After their fight, Susan and Paul made up. (Após a bri-
He should travel more. (Ele deveria viajar mais)
ga, Susan e Paul fizeram as pazes)
I ought to go right now. (Eu deveria ir imediatamente)
During the wedding, the groom passed out. (Durante o
-As formas negativas são Shouldn’t e Ought not to.
casamento, o noivo passou mal)
You shouldn’t talk like that. (Você não deveria falar
daquele jeito)
Contudo, outros phrasal verbs pedem objeto:
I ought not to see her. (Eu não deveria vê-la)
They put up with the inconvenience. (Eles toleraram a
inconveniência)
PHRASAL VERBS (VERBOS DE DUAS PALAVRAS)
We  decided on  the rose wallpaper. (Nós  seleciona-
O Inglês tem uma grande variedade de two-word verbs mos o papel de parede rosa)
(verbos de duas palavras). Talvez o melhor termo para iden- The scientists wrote up their research. (Os cientistas es-
tificá-los seja  phrasal verbs (verbos frasais), assim chama- creveram algo sobre sua pesquisa)
dos pelo fato de serem compostos, possuindo mais de uma The traffic cop  wrote up  the offender. (O guarda de
palavra, parecendo-se com um tipo de frase. Um phrasal trânsito deu uma multa ao infrator)
verb é composto por um verbo regular ou irregular junto Fred  flipped off  the policeman. (Fred fez um gesto
com alguma partícula, que pode ser uma preposição ou ofensivo para o policial)
um advérbio, ou ambos. Os phrasal verbs têm significados
novos, diferentes das palavras que os compõem lidas sepa- Quanto a posição do phrasal verb.
radamente. Eles precisam ser entendidos como um grupo e Quando falamos de substantivos a grande maioria dos
não com suas palavras de forma isolada. phrasal verbs aceitam ser colocados de duas maneiras:

26
INGLÊS

I’ll hang up my coat. / I’ll hang my coat up. (Eu vou A voz passiva também é utilizada para dar foto ao ob-
pendurar o meu casaco) jeto mas por fim informando quem foi o autor da obra ou
O substantivo pode vir após o phrasal verb ou no meio do acontecimento. Para isso nós utilizamos a preposição by.
dele.
Kennedy was killed by Lee Harvey Oswald. (Kennedy foi
Entretanto, quando falamos de pronomes, eles obriga- morto por Lee Harvey Oswald)
toriamente devem vir no meio do phrasal verb:
O USO DO GERUNDIO
I’ll hang it up (Eu vou pendurar [o meu casaco.])
Let’s help him out. (Vamos ajudar ele.) O gerúndio no inglês é usado em algumas situações
especiais. Abaixo nós iremos listar as mais comuns.
VOZ ATIVA E PASSIVA
Após Preposições:
Há duas vozes verbais: ativa e passiva Exemplos:
She is not interested in living with us.
A voz ativa é a voz “normal” do verbo, pois é com ela (Ela não está interessada em morar conosco.)
que normalmente nos comunicamos. Nela o foco é o sujeito
fazendo uma ação sobre o objeto. Observe os exemplos sob Read more about this by clicking here.
a ótica da ordem normal das palavras numa frase (Sujeito+- (Leia mais sobre isto clicando aqui.)
verbo+objeto):
Após alguns verbos “especiais” (existem mais verbos,
Cats eat fish. (Gatos comem peixes) estes são os mais comuns): admit, avoid, consider, con-
tinue, deny, dislike, enjoy, escape, finish, forgive, imagine,
A voz passiva é menos comum de ser usada. Ela é mais include, keep, mention, miss, practice, reccommend, resist,
formal. Nela o foco é sobre o objeto que está recebendo a risk, suggest, try, understand, quit.
ação. Neste caso o sujeito recebe muita pouca atenção ou Exemplos:
as vezes nem aparece na frase. Se compararmos com a voz I enjoy studying English.
ativa, veremos uma inversão no posicionamento do sujeito (Eu aprecio estudar Inglês.)
e do objeto.
I don’t mind helping her.
Fish are eaten by cats. (Peixes são comidos por gatos)
(Eu não me importo de ajudar ela.)
A voz passiva é comumente utilizada pelos meio de co-
Após algumas expressões (novamente estas são
municação para a divulgação de crimes, uma vez que não se
apenas as mais comuns): can’t stand,  it’s worth,  be used
sabe a quantidade ou o sexo dos bandidos.
to, can’t help, feel like, it’s no good, look forward to, what
about, how about, it’s no use, in spite of.
The bank was robbed last night (O banco foi roubado
noite passada.) Exemplos:
É incorreto dizer “alguém” roubou o banco. Alguém? I can’t stand watching this game.
Apenas uma pessoa? (Eu não suporto assistir este jogo.)

A estrutura da voz passiva é bem simples: sujeito + be + I’m looking forward to meeting your parents.
verbo principal no particípio. (Eu estou ansioso para conhecer os seus pais.)
O be deve ser conjugado conforme o tempo verbal da
frase. Exemplo: am, is, are para o presente. Was, were para Para transformar um verbo em substantivo:
o passado, will be para o futuro, etc. Assim como o verbo Exemplos:
principal também deve sofrer as modificações necessárias. Dancing is his favorite activity.
Por fim, a voz passiva existe em todos os tempos verbais. (Dançar é sua atividade favorita.)

Exemplos: Swimming is good for you.


(Nadar faz bem pra você.)
Simple present: It is made in Brazil. (É feito no Brasil)
Present continuous: It is being made in Brazil. (Está sen- Atividades seguidas do verbo go:
do feito no Brasil) Exemplos:
Present perfect: It  has been  made in Brazil. (Tem sido Let’s go bowling this weekend.
feito no Brasil) (Vamos jogar boliche este fim de semana.)
Simple past: Parks are destroyed by our bad habits. (Par-
ques são destruídos por nossos maus hábitos) They went jogging yesterday morning.
Simple past: Many people were called by this company. (Eles foram caminhar ontem de manhã.)
(Muitas pessoas foram chamadas por esta empresa)

27
INGLÊS

DISCURSO DIRETO E INDIRETO. -Quando se relata uma pergunta, coloca-se a frase na


forma afirmativa fazendo as devidas transformações:
Podemos relatar o que alguém disse de duas maneiras:
She said: Where is Bill?
a) Pelo discurso direto (direct speech): quando repeti- She asked where Bill was. (Ela perguntou onde Bill estava)
mos o que foi dito por alguém usando as mesmas palavras
desta pessoa. Exemplo: He said: “Is Mary here?”
-He said: “I feel well”. He asked if Mary was there. (Ele perguntou se Mary
-Ele disse: “Eu me sinto bem”. estava lá)
b) Pelo discurso indireto (indirect speech): quando con- -Should, Could, Must, Might e Would não alteram sua
tamos usando nossas próprias palavras o que foi dito por forma:
alguém. Exemplo:
She said: “I could go”.
-He said that he felt well. She said that she could go. (Ela disse que ela poderia ir)
-Ele disse que se sentia bem. -Say é usado com ou sem objeto indireto precedido de
to. No discurso indireto, tell é usado com objeto indireto
Ao reproduzir o que alguém disse de forma indireta precedido de to.
precisamos efetuar algumas modificações na estrutura da Bill said: “I love Ann”. (Bill disse: “Eu amo Ana”)
frase. Veja algumas das mudanças mais frequentes: Bill said that he loved Ann. (Bill disse que amava Ana)
Bill said to Ann: “I love you”. (Bill disse para Ana: “Eu te
amo”)
Direct Speech: Indirect Speech:
(Simple Past) He said Bill told Ann that he loved her. (Bill disse para Ana que
(Simple Present) He said: a amava)
(that) she worked with
She works with me.
him.
-Em frases que apresentam sugestões o verbo intro-
(Present Continuous) She (Past Continuous) She
dutório do discurso indireto é to suggest. E a forma let’s é
is working with me. was working with him. alterada para we should.
(Past Perfect He said: “Let’s take a taxi”.
(Past Continuous) She was
Continuous) She had He suggested (that) we should take a taxi.
working with me.
been working with him.
(Simple Future) She will (Simple Conditional) She SENTENÇAS CONDICIONAIS.
work with me. would work with him.
MODO CONDICIONAL
Outras trocas de palavras e expressões que devem ser
Passemos a falar, então, de sentenças Condicionais
feitas do discurso direto para o indireto são as seguintes:
com a palavra if (tradução: se). Eles são normalmente usa-
dos para falar sobre possíveis eventos e seus efeitos. Exis-
Direct Speech: Indirect Speech:
tem quatro tipos principais:
Today That day
Yesterday The day before -Zero Conditional: não é um condicional verdadei-
Last night The night before ro, pois ambos os eventos descritos vêm a ocorrer (If/
Now Then When+present tense; present tense). Exemplos:
Here There
Tomorrow The next day If I stay up late, I feel awful the next day. (Se eu fico
This That acordado até tarde, sinto-me mau no outro dia)
These Those
When the moon passes between the earth and the sun,
-Quando se relata uma ordem ou comando de al- there is an eclipse. (Quando a lua passa entre a terra e o sol,
guém, usa-se o infinitivo no discurso indireto. há um eclipse)

He said: “Close the door”. (Ele me disse: “Feche a por- -First Conditional: usado para falar sobre prováveis
ta”) eventos no futuro se alguma coisa vier a acontecer (If+pre-
He told me to close the door. (Ele me disse para fe- sent tense; future tense will). Exemplos:
char a porta)
He said: “Don’t close the door”. (Ele me disse: “Não If I pass the exam, I will have a big party! (Se eu passar
feche a porta”) no exame, eu farei uma grande festa!)
He told me not to close the door. (Ele me disse para
não fechar a porta) If you don’t stop talking, I will send you to the principal.
(Se você não parar de falar, eu vou te enviar ao diretor)

28
INGLÊS

-Second Conditional: usado para falar sobre situações tante; quite, completamente; slightly, ligeiramente; equally,
improváveis ou impossíveis (If+past tense; would, could, igualmente; exactly, exatamente; greatly, grandemente;
might). Exemplos:’’ very, muito; sufficiently, suficientemente; too, muito, de-
masiadamente; largely, grandemente; little, pouco; merely,
If I won the lottery, I would give all the money to an or- meramente; etc.
phanage. (Se eu ganhasse na loteria, eu daria todo dinheiro
a um orfanato) Advérbios de Lugar: anywhere, em qualquer lugar;
around, ao redor; below, abaixo; everywhere, em todo
People might behave differently if they had the chance lugar; far, longe; here, aqui; near, perto; nowhere, em ne-
to repeat their lives. (As pessoas poderiam se comportar nhum lugar; there, lá; where, onde; etc.
diferentemente se elas tivessem a chance de repetir suas
vidas) Advérbios de Modo: actively, ativamente; wrongly, er-
roneamente; badly, mal; faithfully, fielmente; fast, rapida-
-Third Conditional: usado para especular sobre o pas- mente; gladly, alegremente; quickly, rapidamente; simply,
sado (If+past perfect; would have, could have, might ha- simplesmente; steadily, firmemente; truly, verdadeiramen-
ve+past participle). Exemplos: te; well, bem; etc.
If we had saved more money, we would have gone to Advérbios de Negação: no, not, não.
Canada last year. (Se nós tivéssemos economizado mais di-
nheiro, nós teríamos ido ao Canadá ano passado) Advérbios de Ordem: firstly, primeiramente; secondly,
em segundo lugar; thirdly, em terceiro lugar; etc.
If you had told me the truth, I wouldn’t have asked the Advérbios de Tempo: already, já; always, sempre; early,
teacher. (Se você tivesse me dito a verdade, eu não teria cedo; immediately, imediatamente; late, tarde; lately, ulti-
perguntado ao professor) mamente; never, nunca; now, agora; soon, em breve, bre-
vemente; still, ainda; then, então; today, hoje; tomorrow,
ADVÉRBIOS: TIPOS: FREQUÊNCIA, MODO, LU-
amanhã; when, quando; yesterday, ontem; etc.
GAR, TEMPO, INTENSIDADE, DÚVIDA, AFIRMAÇÃO.
EXPRESSÕES ADVERBIAIS.
Advérbios Interrogativos: how, como; when, quando;
ADVÉRBIOS
where, onde; why, por que; etc.
Advérbios são palavras que modificam:
Alguns exemplos:
- Um verbo (He ate slowly. = Ele comeu lentamente) -
Como ele comeu? She moved slowly and spoke quietly. (Ela se moveu
- Um adjetivo (He drove a very slow car. = Ele pilotou lentamente e falou sussurrando)
um carro muito lento) - Como era a rapidez do carro? She still lives there now. (Ela ainda mora lá agora)
- Outro advérbio (She walked quite slowly down the It’s starting to get dark now. (Está começando a ficar
aisle. = Ela andou bem lentamente pelo corredor) - Com escuro agora)
que lentidão ela andou? She finished her tea first. (Primeiramente ela terminou
seu chá)
Advérbios frequentemente nos dizem quando, onde, She left early. (Ela saiu cedo)
por que, ou em quais condições alguma coisa acontece ou Oscar is a very bright man. (Oscar é um homem muito
aconteceu. Os advérbios são geralmente classificados em: brilhante)
The children behaved very badly. (As crianças se com-
Advérbios de Afirmação: certainly, certamente; indeed, portaram muito mal)
sem dúvida; obviously, obviamente; yes, sim; surely, certa- This apartment is too small for us. (Esse apartamento é
mente; etc. pequeno demais para nós)
The coffee is too sweet. (O café está doce demais)
Advérbios de Dúvida: maybe, possivelmente; perhaps, Jack is much taller than Peter. (Jack é muito mais alto
talvez; possibly, possivelmente; etc. do que Peter)
São Paulo is far bigger than Recife. (São Paulo é muito
Advérbios de Frequência: daily, diariamente; mon- maior que Recife)
thly, mensalmente; occasionally, ocasionalmente; often/ The test was pretty easy. (A prova estava um tanto fácil)
frequently, frequentemente; yearly, anualmente; seldom/
rarely, raramente; weekly, semanalmente; always, sempre; Duas ou mais palavras podem ser usadas em conjunto,
never, nunca; sometimes, às vezes; hardly ever, quase nun- formando, assim, as Locuções Adverbiais, como:
ca, raramente; usually/generally, geralmente; etc.
Advérbios de Intensidade: completely, completamente; Locução Adverbial de Afirmação: by all means, certa-
enough, suficientemente, bastante; entirely, inteiramente; mente; in fact, de fato, na verdade; no doubt, sem dúvida;
much, muito; nearly, quase, aproximadamente; pretty, bas- of course, com certeza, certamente, naturalmente; etc.

29
INGLÊS

Locução Adverbial de Dúvida: very likely, provavelmente. I was Born in January.


He lived here in 2012.
Locução Adverbial de Frequência: again and again, re- The classes start in the summer.
petidamente; day by day, dia a dia; every other day, dia sim, He works in the morning/in the afternoon, in the evening.
dia não; hardly ever, raramente; every now and then, once I have a house in Belo Horizonte.
in a while, de quando em quando; etc. She lives in Paraná but works in Argentina.
Steven has worked in Europe since 2011.
Locução Adverbial de Intensidade: at most, no máximo;
little by little, pouco a pouco; more or less, mais ou menos; On: usado para dias da semana, datas (mês+dia), datas
next to nothing, quase nada; on the whole, ao todo; to a comemorativas, ruas, praças e avenidas.
certain extent, até certo ponto; to a great extent, em gran-
de parte; etc. I go to the church on Saturdays and on Sundays.
Their baby was born on April 10TH.
Locução Adverbial de Lugar: at home, em casa; at the I always have fun on New Year’s Day.
seaside, à beira-mar; far and near, por toda parte; on board, The supermarket is on Brazil street.
a bordo; on shore, em terra firme; to and from, para lá e The shopping mall is on Portugal square.
para cá; etc.
At: usado com horas, com palavra night, com endere-
Locução Adverbial de Modo: arm in arm, de braços da- ços (rua+número), lugares numa cidade.
dos; at random, ao acaso; fairly well, razoavelmente; hand
in hand, de mãos dadas; head over heels, de cabeça para I got up at 7:00.
baixo; just so, assim mesmo; neck and neck, emparelhados; The store is at 456 Lincoln street.
on credit, a crédito. He arrived late at night.
Locução Adverbial de Negação: by no means, de ma- My father is at the airport now.
neira alguma; in no case, em hipótese alguma; none of that,
nada disso; not at all, absolutamente; etc. Na dúvida, algumas das seguintes sugestões podem
ajudar, mas lembre-se: o uso das preposições nem sempre
Locução Adverbial de Tempo: all of a sudden, subita- segue a regra geral. Confira sempre num dicionário as pos-
mente; at first, a princípio; at present, atualmente; at once, sibilidades de uso.
imediatamente; from now on, doravante, daqui em diante;
in after years, em anos vindouros; sooner or late, mais cedo Use in para indicar “dentro de alguma coisa”:
ou mais tarde; up to now, até agora; in a jiffy, in a trice, in
a twinkling of an eye, in two shakes of a dog’s tail, in two In the box
ticks, em um momento, num abrir e fechar de olhos; etc. In the refrigerator
In a shop
Mais exemplos: In a garden
In France
She has lived on the island all her life. (Ela viveu na ilha
a vida toda) Use on para indicar contato:
She takes the boat every day. (Ela pega o barco todos
os dias) On a bookshelf
He ate too much and felt sick. (Ele comeu em excesso On a plate
e ficou enjoado) On the grass
I like studying English very much. (Gosto muito de es-
tudar Inglês) Use at para indicar um lugar definido. Nesse caso, seu
sentido é o de “junto a”, “na”:
PALAVRAS DE RELAÇÃO:
PREPOSIÇÕES. CONJUNÇÕES. At the bus stop
PREPOSIÇÕES At the top
At the bottom
Preposições são palavras que usamos junto aos nomes
e pronomes para mostrar sua relação com outros elemen- Outras preposições, seus significados e exemplos com
tos da frase. Apresentamos as principais preposições e seu frases:
uso:
About: sobre, a respeito de: Tell me about your expe-
In: usamos com nomes de meses, anos, estações, par- riences.
tes do dia, cidades, estados, países, continentes. Above: acima de: John’s apartment is above mine.
Across: através de, do outro lado: The dog ran across
the forest.

30
INGLÊS

After: depois de: She always wakes up after 9:00. Inicialmente, podemos considerar as conjunções sob
Against: contra: The car crashed against the wall. três aspectos básicos:
Among: entre (vários ítens): The little boy was among
many criminals. -Conjunções podem ser apenas uma palavra:
Around: em volta de: They traveled all around the cou-
ntry. And, but, because, although, or, nor, for, yet, so, since,
Before: antes de: She always arrives before 7 o’clock. unless, however, though.
Behind: atrás de: Tim sits behind Peter. -Conjunções podem ser compostas de mais de uma
Below: abaixo de: Answer the questions below. palavra:
Beside/Next to: ao lado de: The microphone is beside/ Provided that, as long as, in order to, in spite of.
next to the monitor.
Besides: além de: Besides English, she can also speak -Conjunções podem ser correlativas, cercando um ad-
Spanish. vérbio ou adjetivo:
Between: entre (dois ítens): He was sitting between two
So... that, neither… nor.
beatuful girls.
Beyond: além de, após, atrás de: The lake is beyond the
Além disso, as conjunções podem expressar diversos
mountains.
But: exceto: Everybody went to the party, but Chris. tipos de ideias:
By: por, junto, ao lado de: Let’s sleep by the fireplace.
Down: abaixo, para baixo: Their house is down the hill. -Tempo: after, as, while, when, before, until, till, next,
Up: acima, para cima: Their house is halfway up the hill. meanwhile, finally.
During: durante: He was in the army during the war.
For: a favor de: Who’s not for us is against us. -Acréscimo de ideias: and, also, furthermore, as well
For: por, para, há (tempo): Do it for me! Fish is good for as, in other words, in addition to, besides, moreover, both...
health. They’ve lived here for many years. and, not only... but also.
From: de (origem): Where is he from?
In front of: na frente de: Peter sits in front of the teacher -Alternativa: or, either... or.
in the classroom.
Inside/outside: dentro de/fora de: Let the dog sleep in- -Negação: neither... nor.
side/outside the house.
Instead of: em vez de: You should study more instead -Condição: if, as long as, provided that, unless, whe-
of playing video-games. ther.
Into: para dentro, em: The plane disappeared into the
cloud. -Causa ou razão: as, because, since, for.
Near: perto de: The post office is near here.
Off: para fora (de uma superfície): Mark fell off his mo- -Consequência ou resultado: so, therefore, then, ac-
torcycle. cordingly, thus, for this reason, as a result of, consequently,
Out of: para fora de: Put these books out of the box. hence.
Over: sobre, acima de, por cima de, mais que: There
were over 1.000 people in the show. -Finalidade ou propósito: so that, so.
Through: através de: The guys walked through the fo-
rest.
-Modo: as, as if, as though.
Till/until: até (tempo): The message will arrive until to-
morrow.
-Contraste: although, instead of, rather than, though,
To: para: Teresa will go to Italy next week.
but, yet, even though, however, in spite of that, neverthe-
Towards: para, em direção a: The boy threw the rock
towards the window. less, whereas, while, on the other hand.
Under: em baixo de: The cat sleeps under the bed.
With/without: com/sem: Come with me. I can’t live wi- -Comparação: like, alike, likewise, correspondingly, si-
thout you. milarly, in the same way, in this manner.
Within: dentro de: I will go there within a week.
Exemplos:
CONJUNÇÕES
Jack and Jill went to the mountains.
Uma conjunção é uma palavra ou grupo de palavras The water was warm, but I didn’t enter.
(locuções conjuntivas ou locuções adverbiais) que juntam I went swimming although it was cold.
duas partes de uma sentença ou que unem uma cláusula Russia is a beautiful country. It’s very cold, though.
dependente subordinada a uma cláusula principal. As con- I don’t care what you did as long as you love me.
junções auxiliam na coesão textual, garantindo a interliga- He is so strong that broke the brick with his fist.
ção de ideias.

31
INGLÊS

DERIVAÇÃO DE PALAVRAS PELOS PROCESSOS Admit deny


DE PREFIXAÇÃO E SUFIXAÇÃO. Advance retreat, retire
Artificial natural
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Arrival departure
Ascend descend
A formação de palavras acontece graças à morfologia. Attack defense
Tal formação acontece para criar uma flexibilidade na lín- Attractive repulsive
gua, fazendo com que o orador possa fazer a transição de Attention inattention
uma classe de palavras para outra sem tanto choque ao Asleep awake
ouvinte. Conhecer o processo da formação das palavras Ally enemy
ajuda o estudante de língua estrangeira com o processo Agree disagree
lexical, ou seja, a habilidade de tentar compreender pala- Bad good
vras desconhecidas de um texto por conta própria. Backward forward, onward
Assim como na língua portuguesa o processo de for- Bend straighten
mação das palavras em Inglês também ocorre através dos Beautiful ugly
prefixos e sufixos. Os prefixos são aqueles que vem no ini- Beginning ending
cio da palavra e os sufixos são aqueles que vem no final. Os Below above
sufixos possuem uma maior frequência na língua do que os Bent straight
prefixos. Os prefixos por sua vez normalmente não alteram Big small, little
a categoria gramatical da palavra, mas sim o seu sentido. Blunt sharp
Better worse
Exemplos: Best worst
Blame praise
hope – expensive – Bless curse
color – colorful Bitter sweet
hopeful inexpensive
Borrow lend
normal - Bravery cowardice
big - biggest nice - nicer
abnormal Build destroy, demolish
Bold timid, meek
SEMÂNTICA / SINONÍMIA E ANTONÍMIA. Bright dull
Broad narrow
Sinônimas são palavras diferentes, mas que possuem Clear vague, cloudy
significados quase idênticos ou semelhantes. O estado de Careful rush, careless
ser sinônimo é chamado de sinonímia. Calm troubled
Capable incapable
Antônimas  são palavras com significados opostos ou Captivity freedom, liberty
quase opostos. O estado de ser antônimo é chamado de Cheap dear, expensive
antonímia. Close distant
Clever stupid
Estudos e prática mostram que aprender palavras Cold hot
combinadas com outras melhora nossa retenção. E tam- Combine separate
bém que é preciso muita, muita repetição. Ler em voz alta Clockwise anti-clockwise
também ajuda. Correct incorrect
Conceal reveal
A seguinte lista de antônimos (opostos) está apresen- Come go
tada por ordem alfabética, como grupos. Cada grupo ge- Common rare
ralmente vai das palavras mais fáceis às mais difíceis. Bom Comfort discomfort
estudo e boa retenção! Courage cowardice
Cruel kind
Absence presence Cunning simple
Accept refuse Dainty clumsy
Accurate inaccurate Danger safety
Advantage disadvantage Dark light
Alive dead Deep shallow
Always never Decrease increase
Ancient modern Definite indefinite
Answer question, query Demand supply
Approval disapproval Despair hope
Abundant scarce Disappear appear

32
INGLÊS

Disease health Healthy unhealthy, ill, diseased


Discourage encourage Here there
Dismal cheerful Heavy light
Doctor patient Height depth
Dry wet Hero coward
Dull clear, bright Hill valley
Dusk dawn Horizontal vertical
Early late Hinder aid, help
Easy difficult Honest dishonest
Ebb flow Humble proud
East West Hunger thirst
Economise waste Imitation genuine
Encourage discourage Immense tiny, minute
Entrance exit Imprison free
Employer employee Include exclude
Empty full Increase decrease
Excited calm Inhabited uninhabited
End beginning Inferior superior
Expand contract Inside outside
Expensive inexpensive, cheap Intelligent unintelligent, stupid
Export import Inhale exhale
Exterior interior Interior exterior, outside
External internal Interesting uninteresting, dull
Fail succeed Internal external
False true Intentional accidental
Foolish wise Join separate
Fast slow Junior senior
Few many Justice injustice
Famous unknown King queen
Forelegs hind legs Knowledge ignorance
Fat thin Laugh cry
Find lose Lawful unlawful
First last Lazy industrious, energetic
Freedom captivity Land sea
Fold unfold Landlord tenant
Frequent seldom Large little, small
Forget remember Last first
Found lost Lawyer client
Fresh stale Lecturer student
Friend enemy Lender borrower
Fortunate unfortunate Lengthen shorten
Frank secretive Left right
Full empty Less more
Generous mean Light dark, heavy
Gentle rough Like dislike, unlike
Gather distribute Likely unlikely
Glad sorry Leader follower
Gloomy cheerful Little large, much, big
Giant dwarf, pygmy Lofty lowly
Granted refused Long short
Great small, little Loud soft
Guardian ward Loss find, win
Guest host Low high
Guilty innocent Loyal disloyal
Happy sad, miserable Mad sane
Hard soft Master servant
Harmful harmless Mature immature
Hasten dawdle Maximum minimum
Hate love Me you

33
INGLÊS

Merry mirthless, sad Take give


Minority majority Tall short
Miser spendthrift Tame wild
Misunderstand understand Teacher pupil
Narrow wide Thick thin
Near far, distant Tight slack, loose
Neat untidy Top bottom
New old Transparent opaque
Night day Truth untruth, lie
Noisy quiet Up down
North South Vacant occupied
Obedient disobedient Valuable valueless
Odd even Victory defeat
Offer refuse Virtue vice
Open shut Visible invisible
Optimist pessimist Voluntary compulsory
Out in Vowel consonant
Parent child With without
Past present
Patient impatient
Peace war
Permanent temporary
Please displease
Plentiful scarce
Possible impossible
Poverty wealth
Powerful feeble, weak
Polite impolite, rude
Private public
Prudent imprudent
Pretty unsightly, ugly
Pure impure
Qualified unqualified
Rapid slow
Regularly irregularly
Rich poor
Right wrong, left
Rigid pliable, soft
Rough smooth
Satisfactory unsatisfactory
Security insecurity
Scatter collect
Serious trivial
Second-hand new
Sense nonsense
Shopkeeper customer
Singular plural
Simple complicated
Slim thick, stout
Solid liquid
Sober drunk
Speaker listener
Sour sweet
Sorrow joy
Stand lie
Straight crooked
Strong weak
Success failure
Sunny cloudy

34
INGLÊS

QUESTÕES

01)

In “It would be wise to say something nice to Liz, as well.” AS WELL means
A. too.
B. thus.
C. please.
D. instead.
E. therefore.

Resposta: A

35
INGLÊS

02)

Based on the text above, judge the following items.

The word “aims” (l.9) can be correctly replaced with goals.


C. Certo
E. Errado

Resposta: Errado

36
INGLÊS

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES To see this in action on a large scale, think about


Google. Google made the culture of sharing and
01. (BNDES – NÍVEL SUPERIOR – CESGRAN- collaboration in the workplace legend. It deployed
RIO/2013)   “grouplets” for initiatives that cover broader changes
through the organization.
Coworking: Sharing How We Work One remarkable story of a successful Google grou-
plet involved getting engineers to write their own tes-
In the past, when trying to find places to work, in- ting code to reduce the incidence of bugs in software
dependent workers, small businesses, and organizations code. Thinking creatively, the grouplet came up with a
often had to choose between several scenarios, all with campaign based on posting episodes discussing new
their attendant advantages and disadvantages: working and interesting testing techniques on the bathroom
from home; working from a coffee shop, library, or other stalls. “Testing on the Toilet” spread fast and garnered
public venue; or leasing an executive suite or other com- both rants and raves. Soon, people were hungry for
mercial space. more, and the campaign ultimately developed enough
Is there a better way to work? Yes. Enter coworking. inertia to become a de facto part of the coding culture.
Coworking takes freelancers, indie workers, and en- They moved out of the restrooms and into the mains-
trepreneurs who feel that they have been dormant or tream.
isolated working alone at home or who have been mi- Keith Sawyer, a professor of psychology and edu-
grating from a coffee shop to a friend’s garage or lan- cation at Washington University in St. Louis, MO, has
guishing in a sterile business center – to a space where
written widely on collaboration and innovation. In his
they can truly roost.
study of jazz performances, Keith Sawyer made this
“We can come out of hiding,” a coworker tells us,
observation, “The group has the ideas, not the indi-
“and be in a space that’s comfortable, friendly, and has
vidual musicians.” Some of the most famous products
an aesthetic appeal that’s a far cry from the typical coo-
kie-cutter office environment.” were born out of this mosh pit of interaction – in con-
For many, it might be puzzling to pay for a well-e- trast to the romantic idea of a lone working genius
quipped space teeming with other people, even with the driving change. According to Sawyer, more often than
chance of free coffee and inspiration. You might ask not, true innovation emerges from an improvised pro-
yourself, “Well, why pay for a place to work when I’m cess and draws from trial-by-error and many inputs.
perfectly comfortable at home and paying nothing?” Or, Unexpected insights emerge from the group dy-
“Isn’t the whole point of telecommuting or starting my namic. If increasing interaction among different peer
own business a chance to avoid ‘going to the office’?” groups within a single company could lead to promi-
Coworking may sound like an unnecessary expense, sing results imagine the possibilities for solopreneurs,
but let’s consider what you get from being a part of the small businesses, and indie workers – if only they could
space. reach similar levels of peer access as those experienced
At its most basic level, coworking is the phenome- by their bigger counterparts. It is this potential that
non of workers coming together in a shared or collabo- coworking tries to capture for its members.
rative workspace or one or more of these reasons: to re-
duce costs by having shared facilities and equipment, to Available: http://workawesome.com (adapted)
access a community of fellow entrepreneurs, and to seek
out collaboration within and across fields. Coworking The expression indie workers, found in lines 10 and
spaces offer an exciting alternative for people longing to 90, refers to
escape the confines of their cubicle walls, the isolation (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
of working solo at home, or the inconveniences of public por conta da diagramação do material.)
venues. A) Retired civil servants.
The benefits and cost-savings in productivity and B) Lazy businessmen aiming for profit.
overall happiness and well-being reaped from coworking C) Self-employed independent professionals.
are also potentially huge. Enthusiasm and creativity be- D) Expert employees at international organiza-
come contagious and multiply when you diversity your tions.
work environment with people from different fields or E) Workaholic employers in large companies.
backgrounds. At coworking spaces, members pass each A questão pede que o candidato determine. A expres-
other during the day, conversations get going, and mira- são “indie workers” se refere a. Indie é uma abreviação para
culously idea-fusion happens with everyone benefitting independent, neste caso, trabalhadores independentes.
from the shared thinking and brainstorming.
Differences matter. Coworking hinges on the belief RESPOSTA: “C”.
that innovation and inspiration come from the cros-
s-pollination of different people in different fields or
specializations. Random opportunities and discoveries
that arise from interactions with others play a large role
In coworking.

37
INGLÊS

02. (ANVISA – ANALISTA ADMINISTRATIVO – CE- with such uncanny clarity that they might be halluci-
TRO/2013)   nations. Yet always the shadows encroach, the pools
of blackness that threaten to obliterate all. Looking at
Alzheimer’s disease this picture is like looking at the world of flashes of
lightning.
Alzheimer’s disease (AD) is a form of dementia, Caravaggio’s life is like his art, a series of lightning
which is a brain disorder. It damages nerve cells in the flashes in the darkness of nights. He is a man who can
brain. This affects your ability to remember things, never be known in full because almost all that he did,
think clearly, and care for yourself. AD begins slowly, said and thought is lost in the irrecoverable past. He
and symptoms get worse with time. Eventually, a per- was one of the most electrifying original artists ever to
son with AD might need help in many areas, including have lived, yet we have only one solitary sentence from
eating and getting dressed. For some people in the him on the subject of painting – the sincerity of which
early or middle stages of the disease, medicine might is, in any case, questionable, since it was elicited from
help symptoms, such as memory loss, from getting him when he was under interrogation for the capital
worse for a limited time. Other drugs may help people crime of libel.
feel less worried or depressed. Dealing with Alzheimer’s When Caravaggio emerges from the obscurity of
disease can be extremely difficult, but planning ahead the past he does so, like the characters in his own pain-
and getting support can lighten the lead. AD usually
tings, as a man in extremis. He lived much of his life
begins after age 60, and risk goes up with age. The risk
as a fugitive, and that is how he is preserved in his-
is also higher if a family member has had AD. Scientists
tory – a man on the run, heading for the hills, keeping
are working to better understand AD. Ongoing studies
to the shadows. But he is caught, now and again, but
are looking at whether some things can help prevent or
the sweeping beam of a searchlight. Each glimpse is
delay the disease. Areas that are being explored include
different. He appears in many guises and moods. Cara-
exercise, eating omega-3 fatty acids, and keeping your
vaggio throws stones at the house of his landlady and
brain active.
sings ribald songs outside her window. He has a fight
Available: www.womenshealth.gov with a waiter about the dressing on a plate of articho-
kes. His life is a series of intriguing and vivid tableaux
Read the sentence below and choose the alternative – scenes that abruptly switch from low farce to high
that presents a synonym to the underlined word. drama.

“Ongoing studies are looking at whether some New York - London. W. W. Norton & Company,
things can help prevent or delay the disease.” 2010 (adapted)

A) Cut down. In line 5, “at point-blank range” means


B) Suspended. A) In a cold-blooded manner.
C) Ended. B) Summarily.
D) Continuous. C) Without intention.
D) Fatally.
A palavra “ongoing” quer dizer algo contínuo, em an- E) Within a short distance.
damento. Cut down – cortar, diminuir. Suspended – sus-
penso. Ended – terminado. Continuous – contínuo. A questão pede que o candidato determine. Na linha
cinco “at point-blank range” (à queima-roupa) significa. In
RESPOSTA: “D”. a cold-blooded manner – de forma a sangue-frio. Summa-
rily – sumariamente. Without intention – sem intenção. Fa-
03. (INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – CES- tally – fatalmente. Within a short distance – a uma curta
PE/2012) distância.

Darkness and light RESPOSTA: “E”.

Caravaggio’s art is made from darkness and light.


His pictures present spotlight moments of extreme and
often agonized human experience. A man is decapi-
tated in his bedchamber, blood spurting from a deep
gash in his neck. A woman is shot in the stomach with a
bow and arrow at point-blank range.
Caravaggio’s images freeze time but also seem to
hover on the brink of their own disappearance. Faces
are brightly illuminated. Details emerge from darkness

38
INGLÊS

04. (INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – CES- A questão pede que o candidato determine. As pala-
PE/2012)   vras “mangled” (destroçado) e “suffused” (impregnado,
inundado) significam respectivamente. Ruined – arruinado,
Godzilla’s grandchildren destruído. Permeated – permeado, penetrado. Mutilated –
mutilado. Obscured – obscurecido. Subdued – subjugado,
In Japan there is no kudos in going to jail for your dominado.
art. Bending the rules, let alone breaking them, is lar- Covered – coberto. Humongous – gigante. Imbued –
gely taboo. That was one reason Toshinori Mizuno was embutido. Torn – rasgado. Zeroed in on – mirado em.
terrified as he worked undercover at the Fukushima
Dai-ichi nuclear-power plant, trying to get the shot RESPOSTA: “A”.
that shows him in front of the mangled third reactor
holding up a referee’s red card. He was also terrified of 05. (SEFAZ/ES – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ES-
the radiation, which registered its highest reading whe- TADUAL – CESPE/2013)  
re he took the photograph. The only reason he did not
arouse suspicion, he says, is because he was in regula- It is well accepted and acknowledged that service
tion radiation kit. And in Japan people rarely challenge quality is essential for firm success. The problem with
a man in uniform. the measurement of service quality is that it is not ea-
Mr. Mizuno is part of ChimPom, a six-person collec- sily identifiable and measurable. Unlike the quality of
tive of largely unschooled artists who have spent a lot goods, which can be measured objectively, service qua-
of time getting into tight spots since the disaster, and lity is an abstract and elusive construct because of three
are engagingly thoughtful about the results. features unique to services: intangibility, heteroge-
It is easy to dismiss ChimPom’s work as a publicity neity, and inseparability of production and consump-
stunt. But the artists’ actions speak at least as loudly tion. Despite the complexity of the issue, a consensus
as their images. There is a logic to their seven years of has emerged in the literature to measure service quality
guerrilla art that has become clearer since the nuclear
using clients’ perceptions of the service delivered.
disaster of March 11th 2011. In fact, Noi Sawaragi, a
Only few studies in auditing have adopted the ser-
prominent art critic, says they may be hinting at a new
vice quality approach, where clients are asked to assess
direction in Japanese contemporary art.
their current (and/or former) auditor (i.e., audit firm
Radiation and nuclear annihilation have suffused
and/or audit team). However, the latter approach has
Japan’s subculture since the film Gojira (the Japanese
several advantages because it allows overall client sa-
Godzilla) in 1954. The two themes crop up repeatedly
tisfaction to be determined and also identification of
in manga and anime cartoons.
Other young artists are ploughing similar grou- the attributes that drive client satisfaction.
nd. Kota Takeuchi, for instance, secretly took a job at
Fukushima Dai-ichi and is recorded pointing an angry Internet: http://onlinelibrarywhiley.com (adapted)
finger at the camera that streams live images of the
site. Later he used public news conferences to pressure The word “unlike” (L.4) is the same as
Tepco, operator of the plant, about the conditions of (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
its workers inside. His work, like ChimPom’s blurs the por conta da diagramação do material.)
distinction between art and activism. A) Aside from.
Japanese political art is unusual and the new sub- B) Similar to.
versiveness could be a breath of fresh air; if only anyo- C) Contrasted with.
ne noticed. The ChimPom artists have received scant D) Resembling.
coverage in the stuffy arts pages of the national news- E) Despite.
papers. The group held just one show of Mr. Mizuno’s
reactor photographs in Japan. He says: “The timing has A questão pede que o candidato determine. A palavra
not been right. The media will just want to make the “unlike” (o contrário) é o mesmo que. Aside from – além de.
work look like a crime.” Similar to – similar à. Contrasted with – contrastadas com.
Resembling – semelhante. Despite – apesar de.
Internet: www.economist.com (adapted)
RESPOSTA: “C”.
The words “mangled” (L.6) and “suffused” (L.23)
mean respectively
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.)
A) “Ruined” and “permeated”.
B) “Mutilated” and “obscured”.
C) “Subdued” and “covered”.
D) “Humongous” and “imbued”.
E) “Torn” and “Zeroed in on”.

39
INGLÊS

06. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013)   The intelligence chiefs appeared against a backdrop
of angry accusations by European allies that the United
The difficulty for health policy makers the world States spies on their leaders and citizens, accusations
over is this: it is simply not possible to promote heal- prompted by highly classified documents that Snowden
thier lifestyles through presidential decree or through leaked to media organizations.
being overprotective towards people and the way they Army General Keith Alexander, testifying with other
choose to live. Recent history has proved that one-si- U.S. spy chiefs before the House of Representatives In-
ze-fits-all solutions are no good when public health telligence committee, sought to defuse a growing con-
challenges vary from one area of the country to the troversy over reports of NSA snooping on citizens and
next. But we cannot sit back while, in spite of all this, so leaders of major U.S. allies.
many people are suffering such severe lifestyle-driven The hearing took place as Congress in weighing new le-
ill health and such acute health inequalities. gislative proporsals that could limit some of the NSA’s more
Internet: www.gov.uk (adapted) expansive electronic intelligence collection programs.
The expression “the world over” (L.1) is synony- More than any previous disclosures from the Snow-
mous with “in some parts of the world”. den documents, the reports of spying on close U.S. allies
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar have forced the White House to promise reforms and
por conta da diagramação do material.) even acknowledge that America’s electronic surveillance
A) Certo. may have gone too far.
B) Errado.
Internet: www.reuters.com (adapted)
A questão pede que o candidato determine. A expres-
são “the world over” (no mundo todo) é sinônimo com “in The word “beleaguered” (L.2) is synonymous with
some parts of the world” (em algumas partes do mundo). “besieged”
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
RESPOSTA: “B”. por conta da diagramação do material.)
A) Certo.
07. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013)   B) Errado.

The difficulty for health policy makers the world A questão pede que o candidato determine. A palavra
over is this: it is simply not possible to promote heal- “beleaguered” (cercada) é sinônimo com “besieged” (cerca-
thier lifestyles through presidential decree or through da, sob ataque).
being overprotective towards people and the way they
choose to live. Recent history has proved that one-si- RESPOSTA: “A”.
ze-fits-all solutions are no good when public health
challenges vary from one area of the country to the 09. (TCE/ES – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO –
next. But we cannot sit back while, in spite of all this, so CESPE/2012)  
many people are suffering such severe lifestyle-driven
ill health and such acute health inequalities. Welcome to Oxford

Internet: www.gov.uk (adapted) Many periods of English history are impressively


documented in Oxford’s streets, houses, colleges and
The adjective “one-size-fits-all” (L.5) means “long- chapels. Within one square mile alone, the city has more
term and drastic” than 900 buildings of architectural or historical interest.
A) Certo. For the visitor this presents a challenge – there is no sin-
B) Errado. gle building that dominates Oxford, no famous fortress
or huge cathedral that will give you a short-cut view
A questão pede que o candidato determine. O adjetivo of the city. Even Oxford’s famous University is spread
“one-size-fits-all” (um tamanho serve para todos) significa amidst a tangle of 35 different colleges and halls in va-
“long-term and drastic” (longo período e drástico). rious parts of the city centre, flaunt its treasures; behind
department stores lurk grand Palladian doorways or half
RESPOSTA: “B”. -hidden crannies or medieval architecture. The entrance
to a college may me tucked down a narrow alleyway, and
08. (STF – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ- even then it is unlikely to be signposted.
RIA – CESPE/2013)   Oxford University Press, 1999, p. 135 (adapted)
The word “tangle” (L.8) can be correctly replaced by
The head of the National Security Agency defended “line”
his beleaguered organization, saying it acts within the (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
law to stop militant attacks and calling reports that the por conta da diagramação do material.)
NSA collected data on millions of phone calls in Europe A) Certo.
false. B) Errado.

40
INGLÊS

A questão pede que o candidato determine. A palavra Shift workers of all types face challenges to getting
“tangle” (emaranhar, entrelaçar, complicar) pode ser cor- enough sleep while managing long hours, overnight
retamente substituida por “line” (linha, fila, alinhamento) shifts, and changing schedules that fluctuate between
day and night. Research shows that:
RESPOSTA: “B”. • People who engage in shift work get less sleep
overall than those of us who work more regular hours.
10. (DECEA – CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO • Shift workers are at higher risk for illness and
CÓDIGO – CESGRANRIO/2012)   chronic disease.
• The sleep deprivation associated with shift work
increase the risk of accidents, injuries and mistakes in
Air traffic controllers asleep on the job...still
high-profile, public-safety related industries like medi-
Michael J. Breus, Ph. D., in Sleepnewzzz
cine and law enforcement, as well as air traffic control.
In addition to making people more prone to acci-
Here’s some news of workers sleeping on the job dents and injury, sleep deprivation causes a number of
that’s downright scary. A news investigation produced negative effects – both physical and psychological – that
a story and footage of air traffic controllers at West- can impair the on-the-job performance of air traffic con-
chester County Airport sleeping during their shifts. trollers and other shift workers. Sleep deprivation:
The video, provided to the news outlet by an emplo- • Slows reaction time.
yee in the air traffic control tower at Westchester Air- • Interferes with memory.
port, also shows controllers reading and using laptops • Causes fatigue.
and cell phones while on duty. The Federal Aviation • Compromises judgment.
Administration (FAA) bans its controllers from use of • Impairs the ability to retain new information.
cell phones, personal reading material and electric de- I think we can all agree that we don’t want the peo-
vices while on duty. Sleeping is prohibited anywhere ple responsible for guiding our planes to be sluggish,
in air traffic control towers. slow-reacting, forgetful, fatigued and of questionable
All of these violations are alarming and dangerous, judgment. But that’s exactly what being sleep deprived
and pose a serious public safety problem. It is impor- can make them!
tant, I believe, to separate the issue of air traffic con- It’s the FAAs responsibility to create workplace regu-
lations that enable air traffic controllers to get the rest
trollers sleeping on the job from their choice to play
they need. This can include not just mandating reasona-
with laptops and cell phones when they are supposed
ble time off between shifts, but also giving controllers
to be working. The video images showing air traffic
breaks during shifts and allowing them to nap on their
controllers slumped over and sleeping at their stations breaks. There are also some basic things that controllers
is truly frightening. But the issue of sleep deprivation themselves – or any shift workers – can do to help avoid
among air traffic controllers is a very real one, and sleep deprivation:
means that some instances of falling asleep – however • Make sure to get adequate rest before a shift
dangerous and wrong – is not entirely the controllers’ beings. Take a nap before work, if needed be.
fault, or even within their control. • Limit your reliance on caffeine. While it’s okay
Unfortunately this is not a new problem. We’ve as an occasional pick–me–up, caffeinated beverages are
seen several instances of air traffic controllers falling not substitutes for adequate sleep. And caffeine can in-
asleep on duty in recent months. terfere with your sleep when you actually want and need
In response to these cases, the FAA in 2011 revised to be sleepy.
its regulations for air traffic controllers to include ad- • Keep a strong and consistent sleep routine both
ditional time for rest between shifts. The FAA: during your workdays and your days off. It’s not always
• Raised the minimum amount of time off bet- easy, but shift workers in particular need to build their
ween work shifts to 9 hours from 8 hours. off – duty schedules around making sure they get the
• Prohibited air traffic controllers from sleep they need.
Similarly to the recent changes in health care, the
swapping shifts without having a minimum of 9 hours
FAA is moving in the right direction to help its emplo-
off in between shifts.
yees get the sleep they need to do their jobs safely. As
• Increased supervisor coverage in air traffic
this latest incident at Westchester Airport confirms, the-
control towers during late night an early morning re is a great deal of work still to be done.
shifts.
• Prohibited air traffic controllers from picking And it’s in everyone’s best – and safest – interest that
up and overnight shift after a day off. progress continues to be made.
These adjustments are a step in the right direction, Sweet Dreams,
but they don’t go far enough. Managing schedules for Michael J. Breus, PhD
shift workers in these high-pressure jobs where public The Sleep Doctor TM
safety is at stake is too important to settle for impro- www.thesleepdoctor.com
vements that don’t actually solve the problem. Available at http://www.theinsomniablog.com

41
INGLÊS

In text I, the expression “downright scary” in “He- on the market have an excellent safety track record.
re’s some news of workers sleeping on the job that’s However, the studies on them continue and this one
“downright scary.”” (lines 1-2) can be replaced, wi- has thrown up a possible link – not a cause and effect
thout change in meaning by – with depression.”
A) Faintly alarming.
B) Really encouraging. (www.bbc.co.uk)
C) Not at all terrifying.
D) A little intimidating. O termo likely em – People who drank four cups a
E) Absolutely frightening. day were 10% less likely to be diagnosed with depres-
sion during the 10-year study period than those who
A questão pede que o candidato determine. A ex- drank no coffee. – transmite a ideia de:
pressão “downright scary” no trecho pode ser substituída A) Preferência.
sem perder o sentido por. “Downright scary” quer dizer B) Propensão.
francamente assustador. C) Impossibilidade.
D) Exclusividade.
RESPOSTA: “E”. E) Diminuição.
O trecho em questão. Pessoas que beberam quatro
11. (CETESB – ADVOGADO – VUNESP/2013)   copos por dia eram 10% menos prováveis de serem diag-
nosticadas (...)
Diet Drinks “Link to depression” questioned
RESPOSTA: “B”.
Experts are questioning whether diet drinks could
raise depression risk, after a large study has found a 12. (CETESB – ADVOGADO – VUNESP/2013)  
link.
Diet Drinks “Link to depression” questioned
The US research in more than 250.000 people fou-
nd depression was more common among frequent Experts are questioning whether diet drinks could
consumers of artificially sweetened beverages. The raise depression risk, after a large study has found a
work, which will be presented all the American Aca- link.
demy of Neurology’s annual meeting, did not look at
the cause for this link. The US research in more than 250.000 people fou-
Drinking coffee was linked with a lower risk of de- nd depression was more common among frequent
pression. consumers of artificially sweetened beverages. The
work, which will be presented all the American Aca-
People who drank four cups a day were 10% less
demy of Neurology’s annual meeting, did not look at
likely to be diagnosed with depression during the 10-
the cause for this link.
year study period than those who drank no coffee.
Drinking coffee was linked with a lower risk of de-
But those who drank four cans or glasses of diet fizzy
pression.
drinks or artificially sweetened juice a day increased
People who drank four cups a day were 10% less
their risk of depression by about a third. Lead resear-
likely to be diagnosed with depression during the 10-
cher Dr Honglei Chen, of the National Institutes of
year study period than those who drank no coffee.
Health in North Carolina, said: “Our research suggests
But those who drank four cans or glasses of diet fizzy
that cutting out or down on sweetened diet drink or
drinks or artificially sweetened juice a day increased
replacing them with unsweetened coffee may natu-
their risk of depression by about a third. Lead resear-
rally help lower your depression risk.” cher Dr Honglei Chen, of the National Institutes of
But he said more studies were needed to explore Health in North Carolina, said: “Our research suggests
this. There are many other factors that may be invol- that cutting out or down on sweetened diet drink or
ved. And the findings – in people in their 50s, 60s, replacing them with unsweetened coffee may natu-
70s and 80s and living in the US – might not apply rally help lower your depression risk.”
to other populations. The safety of sweeteners, like But he said more studies were needed to explore
aspartame, has been extensively tested by scientists this. There are many other factors that may be invol-
and is assured by regulators. ved. And the findings – in people in their 50s, 60s, 70s
Gaynor Bussell, of the British Dietetic Association, and 80s and living in the US – might not apply to other
said: “Sweeteners used to be called ‘artificial’ swee- populations. The safety of sweeteners, like aspartame,
teners and unfortunately the term ‘artificial’ has evo- has been extensively tested by scientists and is assu-
ked suspicion. As a result, sweeteners have been very red by regulators.
widely tested and reviewed for safety and the ones

42
INGLÊS

Gaynor Bussell, of the British Dietetic Association, O adjetivo aware se refere ao fato de estar ciente de
said: “Sweeteners used to be called ‘artificial’ sweete- algo, consciente de uma decisão.
ners and unfortunately the term ‘artificial’ has evoked
suspicion. As a result, sweeteners have been very wi- RESPOSTA: “D”.
dely tested and reviewed for safety and the ones on the
market have an excellent safety track record. However, 14. (CTA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – VU-
the studies on them continue and this one has thrown NESP/2013)  
up a possible link – not a cause and effect – with de-
pression.” Web content inventories of existing sites com-
(www.bbc.co.uk) monly take the form of a spreadsheet file with multiple
worksheets, containing long listings of every page in
The term “whether” in – Experts are questioning the site, along with such essential characteristics as the
whether diet drinks could raise depression risk, after a page title, URL, people responsible for the content, and
large study has found a link. – introduces: so on. Each page typically gets a row on the spread-
A) A supposition. sheet, with columns listing such basic information as:
B) A certainty. • Unique id number for project purposes.
C) A denial. • Page title.
D) A dismissal. • Page template or type.
E) An acceptance. • URL.
• General type of content.
O termo “whether” é usado para fazer o contraste • Person responsible for the content.
quando pode ou não acontecer. Nesta frase, experts estão • Keep/revise/discard decisions.
perguntando se os refrigerantes diet podem ou não au- • Create new content?
• Review status
mentar o risco de depressão (...)
Extraido de: webstyleguide.com
RESPOSTA: “A”.
No texto, a expressão and so on pode ser substituí-
13. (CTA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – VU-
da, sem perda de sentido, por:
NESP/2013)  
A) And finally.
B) Certainly.
Two of the greatest technologies of our age are C) Et cetera.
telecommunications and computer engineering. Tele- D) Otherwise.
communications is concerned with moving information E) Thereby.
from one point to another point or from one point to
many other points. I think it is no exaggeration to say A expressão and so on é usado no fim de uma lista no
that the telecommunications industry is largely taken sentido de assim por diante, ou neste caso et cetera.
for granted by the vast majority of people. If you were
to ask the average person what the greatest technolo- RESPOSTA: “C”.
gical feat of 1969 was, they would probably reply ‘The
first manned landing on the moon’. A much more mag- 15. (TERMOBAHIA – TÉCNICO DE SEGURANÇA JÚ-
nificent achievement was the ability of millions of peo- NIOR – CESGRANRIO/2012)  
ple half a million kilometers away to watch what was
taking place on the moon in their own homes. However, Committee decides to lower the use of thermoelec-
if most people are not aware of the great developments tric power generation
in the telecommunications industry, they will not have GTCIT Magazine
missed the microprocessor revolution. In the last few
years powerful computers have become even more po- The Monitoring Committee of the Electric Sector
werful and minicomputers and microprocessors have (CMSE) decided on Monday (may 30, 2012), to dimi-
spread to industry education, research and the home. nish the thermoelectric power generation in Brazil as
of next week. According to the Ministry of Mines and
Extraido de: The Principles of Computer Hardware, Energy, Márcio Zimmermann, the thermoelectric ge-
Alan Clements, International Student Edition, 2nd, 1991) neration, which currently averages 4.000 megawatts
(MW), should now be reduced to 2.500 MW.
No texto, o termo aware tem significado de: These plants are used in Brazil mainly to prevent a
A) Preocupado. power outage in the country in times of drought, when
B) Indiferente. the reservoirs of the dams are low. But the ministry as-
C) Insensível. sured that the reservoir of the hydroelectric plants are
D) Consciente. satisfactory, and that there will be no need to resort to
E) Desinformado. the thermoelectric resources.

43
INGLÊS

According to the Minister Zimmermann, the Sou- The 2012 average unemployment rate was in line
theast has an average of 90% of its reservoirs full, whi- with the 5.5% median estimate of economists polled
ch is an excellent level for this time of year. Even the by the local Estado news agency. Analysts had also
Northeast, whose reservoir levels are a little lower, do pegged December’s unemployment rate at 4.4%.
not compromise system security. Brazil’s unemployment rate remains at historically
“The system is operating perfectly within the cur- low levels despite sluggish economic activity. Salaries
rent conditions, which safely allows us to reduce the have also been on the upswing in an ominous sign for
generation of thermoelectric energy. This will give us inflation – a key area of concern for the Brazilian Cen-
an economic surplus that can be used towards system tral Bank after a series of interest rate cuts brought lo-
maintenance and in the implementation of new quality cal interest rates to record lows last year. Inflation en-
programs for the energy sector”, he said. ded 2012 at 5.84%.
He also explained that: “of course, this does not The average monthly Brazilian salary retreated
mean that the committee will not be flexible as to this slightly to 1.805,00 Brazilian reais ($908.45) in Decem-
decision in case the current conditions take an unex- ber, down from the record high BRL 1.809,60 registered
in November, the IBGE said. Wages trended higher in
pected turn.” They will be following the reduction of
2012 as employee groups called on Brazilian companies
the projection for the coming months and, if neces-
and the government to increase wages and benefits to
sary, the plans will be changed according to the de-
counter higher local prices. Companies were also forced
mands vis-avis resources.
to pay more to hire and retain workers because of the
country’s low unemployment.
Available at: www.gtcit.com The IBGE measures unemployment in six of Brazil’s
largest metropolitan areas, including São Paulo, Rio de
In the text, the word in bold-face type is similar to Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Recife and Porto Ale-
the word/expression in italics in: gre. Brazil’s unemployment rate, however, is not fully
comparable to jobless rates in developed countries as
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar a large portion of the population is either underemplo-
por conta da diagramação do material.) yed or works informally without paying taxes. In addi-
A) Prevent (line 8) – induce. tion, workers not actively seeking a job in the month
B) Outage (line 9) – abundance. before the survey don’t count as unemployed under
C) Drought (line 9) – lack of rain. the IBGE’s methodology. The survey also doesn’t take
D) Dams (line 10) – river beds. into account farm workers.
A) Resort (line 13) – throw.
(www.nasdaq.com, Adaptado)
A questão pede que o candidato determine. No texto,
a palavra em negrito similar com a palavra/expressão em O trecho do quinto parágrafo – workers not actively
itálico é. Prevent – prevenir. Induce – induzir. Outage – Fal- seeking a job – pode ser reescrito, sem alteração de sen-
ta. Abundance – abundância. Drought – período de seca. tido, com:
Lack of rain – falta de chuva. Dams – represa, reservatório A) Employers that aren’t actively pursuing a job.
em barragem. Resort – recorrer. Throw – jogar, arremessar. B) Workers whose job wasn’t active.
C) Workers which found an active employment.
RESPOSTA: “C”. D) Workers who weren’t actively looking for a job.
16. (CTA – ANALISTA EM C&T JÚNIOR – ADMINIS- E) Active employees that have just found work.
TRAÇÃO – VUNESP/2013)   O trecho em questão – trabalhadores que não procu-
ram ativamente um emprego (no mês anterior a pesquisa
(...)).
Brazil’s Average Unemployment Rate Falls to Re-
cord Low in 2012
RESPOSTA: “D”.
By Down Jones Business News 17. ANVISA – ANALISTA ADMINISTRATIVO – CE-
TRO/2013)  
January 31, 2013
FDA seems to take light approach to Allergan and
Brazil’s unemployment rate for 2012 fell to 5.5%, LAP-BAND
down from the previous record low of 6.0% recorded In 1960, a young inspector for the Food and Drug
last year, the Brazilian Institute of Geography and Sta- Administration faced down a powerful drug company
tistics, or IBGE, said Thursday. In December, unemploy- by rejecting its application to sell a morning-sickness
ment fell to 4.6% compared with 4.9% in November, drug in the United States. The company, Richardson-
besting the previous record monthly low of 4.7% regis- Merrell, griped about her repeated demands for more
tered in December 2011, the IBGE sad. safety data. They complained to her superiors, bran-

44
INGLÊS

ding her as nitpicker. But she stood firm. The drug is A questão pede que o candidato escolha a melhor al-
question was thalidomide, and worldwide as many as ternativa que represente a melhor alternativa para o verbo
12.000 children were born with severe birth defects af- sublinhado. Na frase, a FDA de hoje pode ser vencida. O
ter their mothers used it, in the U.S., where Frances Kel- verbo steamrollered vem da expressão do rolo compressor,
sey blocked Merrell from disturbing the drug expect to passar por cima de algo com aquela máquina que possui
a few doctors for ‘experimental’ trials, the toll was 17. um rolo gigante que passa por cima do asfalto quando o
Today’s FDA isn’t that FDA. mesmo está sendo aplicado. No texto a expressão é usada
Today’s FDA can be steamrolled. Today’s FDA just para dizer que a agência que na década de 60 era forte
approved an application by Allergan to expand the target e “peitava” as poderosas companhias farmacêuticas, hoje
market of its Lap-Band weight-loss device potentially by pode ser vencida, pode ser derrotada pelas companhias.
tens of millions of patients. How much safety data did
the FDA review before giving Allergan the green light? RESPOSTA: “D”.
Mainly the results of one year of study of 149 patients.
Kelsey has said that she demanded more information
18. (TERMOBAHIA – TÉCNICO DE ADMINISTRA-
form Merrell, thalidomide’s U.S. manufacturer, because
ÇÃO E CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO/2012)  
its history of conflicts with the agency made her suspi-
cious. Is there any reason to mistrust Allergan? Let’s look
at the record. In September, Allergan pleaded guilty to Committee decides to lower the use of thermoelec-
one criminal count and paid $600 million in fines and tric power generation
penalties to settle federal charges that it had illegally
marketed Botox for uses the FDA hadn’t approved. In GTCIT Magazine
accepting the plea bargain, the government charged
that the company had made under-the-table payments The Monitoring Committee of the Electric Sector
to doctors who used Botox to treat unapproved con- (CMSE) decided on Monday (may 30, 2012), to dimi-
ditions, created front groups and websites to push the nish the thermoelectric power generation in Brazil as
broader uses of the drug while concealing Allergan’s of next week. According to the Ministry of Mines and
backing, and coached physicians to over-diagnose a Energy, Márcio Zimmermann, the thermoelectric ge-
condition for which Botox could be legally marketed so neration, which currently averages 4.000 megawatts
it could sell more product. Allergan took these steps, (MW), should now be reduced to 2.500 MW.
the government contended, because the approved uses These plants are used in Brazil mainly to prevent a
had meager sales potential. The most prevalent condi- power outage in the country in times of drought, when
tion for which Botox treatment was approved, cervical the reservoirs of the dams are low. But the ministry as-
dystonia, is a neck spasm that affects only about 27.000 sured that the reservoir of the hydroelectric plants are
people, Allergan wanted doctors to prescribe Botox for satisfactory, and that there will be no need to resort to
headaches. Botox’s sales grew 1.407% and by 2007, to- the thermoelectric resources.
tal Botox sales exceeded $500 million. More than 70% According to the Minister Zimmermann, the Sou-
of that was unapproved uses. theast has an average of 90% of its reservoirs full, whi-
This didn’t seem to enter into the FDA’s review of ch is an excellent level for this time of year. Even the
Allergan’s application to expand its marketing of the Northeast, whose reservoir levels are a little lower, do
Lap-Band, a device that’s surgically implanted around not compromise system security.
the stomach. So far, the approved use has been for mor- “The system is operating perfectly within the cur-
bidly obese people. An FDA advisory panel, which gave
rent conditions, which safely allows us to reduce the
preliminary approval to Allergan’s application, wasn’t
generation of thermoelectric energy. This will give us
entirely happy with the company’s data supporting its
an economic surplus that can be used towards system
safety and efficacy claims for the Lap-Band – its own
149-patient study and six other studies, at least three maintenance and in the implementation of new quality
of which conducted by researchers with financial links programs for the energy sector”, he said.
to Allergan – but they felt that the Lap-Band’s benefits He also explained that: “of course, this does not
outweighed the risks. mean that the committee will not be flexible as to this
decision in case the current conditions take an unex-
(HILTZIKLOS, M., Adapted from Los Angeles Times, pected turn.” They will be following the reduction of
22/02/2011) the projection for the coming months and, if neces-
“Today’s FDA can be steamrollered.” sary, the plans will be changed according to the de-
Choose the alternative that presents the best sy- mands vis-avis resources.
nonymous to the underlined verb.
A) To deceive. Available at: www.gtcit.com
B) To trap. In the text, the word in bold-face type is similar to
C) To impress. the word/expression in italics in:
D) To overpower. (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
E) To bully. por conta da diagramação do material.)

45
INGLÊS

A) Prevent (line 8) – induce. 20. (DETRAN/RJ – ASSISTENTE TÉCNICO DE IDEN-


B) Outage (line 9) – abundance. TIFICAÇÃO CIVIL – MAKIYAMA/2013)  
C) Drought (line 9) – lack of rain.
D) Dams (line 10) – river beds. Brazil Prepares For Tourist Boom
E) Resort (line 13) – throw. Brazil is preparing for major tourist invasion as two
of the world’s biggest sporting events are scheduled to
A questão pede que o candidato determine. No texto, be held in the country in the coming years. The 2014
a palavra em negrito similar com a palavra/expressão em World Cup is the first global football championship
itálico é. Prevent – prevenir. Induce – induzir. Outage – Fal- held in South America in almost 40 years and the first
ta. Abundance – abundância. Drought – período de seca. Olympic Summer Games ever will be staged in Rio de
Lack of rain – falta de chuva. Dams – represa, reservatório Janeiro in 2016.
em barrage. Resort – recorrer. Throw – jogar, arremessar. According to the country’s tourist board Brazil is
expecting twice the number of visitors that it has in
RESPOSTA: “C”. normal years. In 2010, about 5 million visitors came to
the South American country. That is a very low number
19. (MPU – ANALISTA – SUPORTE E INFRAESTRU- compared to France which has almost 80 million visi-
TURA – CESPE/2013)   tors a year and the US with 60 million. (…)
Brazil’s economy is booming and the money that
The concept of responsible research and innovation it is generating is being invested in infrastructure and
(RRI) is gaining currency in different disciplines. It re- projects for the future. Airports are being improved,
presents an attempt to provide an answer to the multi- roads are being built and public transportation expan-
tude of ethical, moral, legal and other problems arising ded. New hotels are being constructed and more and
from the use of technology research and innovation. more people are being employed and trained to handle
There have been attempts to proactively address the influx of tourists in the coming years.
the normative side of technical developments. The pro- Over half million visitors are expected to come to
bably most notable example of this, at least in Europe, Brazil during the World Cup in 2014. Tourist organiza-
is the attempt to establish mechanisms of RRI in na- tions hope that many of them will get a lasting impres-
notechnology, as represented by the European Com- sion of the country so that they might come back so-
mission’s (2008) code of conduct for nanotechnology. metime. The Brazilian government hopes that success-
Further examples come from the fields of synthetic ful sporting events will give the country a major boost
biology. in tourism, like the Sydney Olympics did in 2000 or the
What these activities have in common is that they World Cup in South Africa in 2010.
represent attempts to deal with the uncertain, global As 12 cities prepare to host the matches of the foo-
and fragmented nature of research and innovation. tball World Cup Brazil wants to show the world that it
They incorporate as specs of technology foresight with cannot only play football and dance to samba rhythms
an awareness of the necessity to engage in broader so- but also organize high-scale events.
cial discussions. Once tourists are in the country they should not
only concentrate on the sporting highlights but also vi-
Internet: www.palgrave-jounals.com sit many other spectacular attractions that Brazil has to
offer, like the Iguaçu Falls in the south, or the Amazon
Based on the text, it is correct to affirm that the rainforest in the north and central parts of the country
word “foresight” (L.16) is the same as neglect. (…)
A) Certo.
B) Errado. Extraído de http://www.english-online.at
A questão pede que o candidato determine. De acordo Considerando a flexão em número das classes gra-
com o texto, é correto afirmar que a palavra “foresight” é a maticais das palavras em Inglês, como ficariam, res-
mesma que “neglect”. Foresight quer dizer previdência, no pectivamente, os vocábulos country, influx e many na
sentido de provisão, de um cuidado futuro. Neglect quer forma plural?
dizer negligência, descuido. A) Countries – influxes – many.
B) Countries – influxes – manies.
RESPOSTA: “B”. C) Countryes – influxes – manies.
D) Countryes – influx – manies.
E) Countries – influx – many.
A questão pede que o candidato determine o plural
das palavras sublinhadas. O plural de country é countries.
O plural de influx é influxes e a única exceção é many que
não possui forma no plural.

RESPOSTA: “A”.

46
MATEMÁTICA

1) Teoria dos Conjuntos e Conjuntos Numéricos: representação de conjuntos, subconjuntos, operações: união, inter-
seção, diferença e complementar. Conjunto universo e conjunto vazio; conjunto dos números naturais e inteiros: ope-
rações fundamentais, Números primos, fatoração, número de divisores, máximo divisor comum e mínimo múltiplo;
conjunto dos números reais: operações fundamentais, módulo, representação decimal, operações com intervalos reais;
e números complexos: operações, módulo, conjugado de um número complexo, representações algébrica e trigono-
métrica. Representação no plano de Argand-Gauss, Potencialização e radiciação. Extração de raízes. Fórmulas de Moi-
vre. Resolução de equações binomiais e trinomiais................................................................................................................................... 01
2) Funções: definição, domínio, imagem, contradomínio, funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras, funções pares e ím-
pares, funções periódicas; funções compostas; relações; raiz de uma função; função constante, função crescente, função
decrescente; função definida por mais de uma sentença; as funções y=k/x, y= raiz quadrada de x e seus gráficos; função
inversa e seu gráfico; e translação, reflexão de funções........................................................................................................................... 14
3) Função Linear, Função Afim e Função Quadrática: gráficos, domínio, imagem e características; variações de sinal;
máximos e mínimos; e inequação produto e inequação quociente. .................................................................................................. 16
4) Função Modular: o conceito e propriedades do módulo de um número real; definição, gráfico, domínio e imagem da
função modular; equações modulares; e as inequações modulares.................................................................................................... 18
5) Função Exponencial: gráficos, domínio, imagem e características da função exponencial, logaritmos decimais, carac-
terística e mantissa; e as equações e inequações exponenciais. .......................................................................................................... 19
6) Função Logarítmica: definição de logaritmo e propriedades operatórias; gráficos, domínio, imagem e características
da função logarítmica; e equações e inequações logarítmicas.............................................................................................................. 21
7) Trigonometria: trigonometria no triângulo (retângulo e qualquer); lei dos senos e lei dos cossenos; unidades de me-
didas de arcos e ângulos: o grau e o radiano; círculo trigonométrico, razões trigonométricas e redução ao 1º quadrante;
funções trigonométricas, transformações, identidades trigonométricas fundamentais, equações e inequações trigo-
nométricas no conjunto dos números reais; fórmulas de adição de arcos, arcos duplos, arco metade e transformação
em produto; as funções trigonométricas inversas e seus gráficos, arcos notáveis; e sistemas de equações e inequações
trigonométricas e resolução de triângulos..................................................................................................................................................... 26
8) Contagem e Análise Combinatória: fatorial: definição e operações; princípios multiplicativo e aditivo da contagem; arranjos,
combinações e permutações; e o binômio de Newton: desenvolvimento, coeficientes binomiais e termo geral. ..................... 33
9) Probabilidade: experimento aleatório, experimento amostral, espaço amostral e evento; probabilidade em espaços
amostrais equiprováveis; probabilidade da união de dois eventos; probabilidade condicional; propriedades das proba-
bilidades; e a probabilidade de dois eventos sucessivos e experimentos binomiais. .................................................................. 37
10) Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares: operações com matrizes (adição, multiplicação por escalar, transposi-
ção produto); matriz inversa; determinante de uma matriz: definição e propriedades; e os sistemas de equações linea-
res................................................................................................................................................................................................................................... 41
11) Sequências Numéricas e Progressões: sequências Numéricas; progressões aritméticas: termo geral, soma dos ter-
mos e propriedades; progressões Geométricas: termo geral, soma dos termos e propriedades............................................ 47
12) Geometria Espacial de Posição: posições relativas entre duas retas; posições relativas entre dois planos; posições
relativas entre reta e plano; perpendicularidade entre duas retas, entre dois planos e entre reta e plano; e a projeção
ortogonal. ................................................................................................................................................................................................................... 51
13) Geometria Espacial Métrica: prismas: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; pirâmide: con-
ceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; cilindro: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes
e troncos; cone: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; esfera: elementos, seção da esfera, área,
volumes e partes da esfera; projeções; sólidos de revolução; e inscrição e circunscrição de sólidos.................................... 53
14) Geometria Analítica Plana: ponto: o plano cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio de um segmento e
condição de alinhamento de três pontos; reta: equações geral e reduzida, interseção de retas, paralelismo e perpendi-
cularidade, ângulo entre duas retas, distância entre ponto e reta e distância entre duas retas, bissetrizes do ângulo entre
duas retas, Área de um triângulo e inequações do primeiro grau com duas variáveis; circunferência: equações geral e
reduzida, posições relativas entre ponto e circunferência, reta e circunferência e duas circunferências; problemas de
tangência; e equações e inequações do segundo grau com duas variáveis; elipse: definição, equação, posições relativas
entre ponto e elipse, posições relativas entre reta e elipse; hipérbole: definição, equação da hipérbole, posições relativas
entre ponto e hipérbole, posições relativas entre reta e hipérbole e equações das assíntotas da hipérbole; parábola:
definição, equação, posições relativas entre ponto e parábola, posições relativas entre reta e parábola; reconhecimento
de cônicas a partir de sua equação geral....................................................................................................................................................... 60
MATEMÁTICA

15) Geometria Plana: Ângulo: definição, elementos e propriedades; Ângulos na circunferência; Paralelismo e perpen-
dicularidade; Semelhança de triângulos; Pontos notáveis do triângulo; Relações métricas nos triângulos (retângulos e
quaisquer); Relação de Stewart; Triângulos retângulos, Teorema de Pitágoras; Congruência de figuras planas; Feixe de
retas paralelas e transversais, Teorema de Tales; Teorema das bissetrizes internas e externas de um triângulo; Quadriláte-
ros notáveis; Polígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos; Perímetro e área de polígonos,
polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos; Fórmula de Heron; Razão entre áreas; Lugares geomé-
tricos; Elipse, parábola e hipérbole; Linha poligonal; e a inscrição e circunscrição........................................................................ 73
16) Polinômios: função polinomial, polinômio identicamente nulo, grau de um polinômio, identidade de um polinômio,
raiz de um polinômio, operações com polinômios e valor numérico de um polinômio; divisão de polinômios, Teorema
do Resto, Teorema de D’Alembert e dispositivo de Briot-Ruffinni; relação entre coeficientes e raízes. Fatoração e multi-
plicidade de raízes e produtos notáveis. Máximo divisor comum de polinômios;......................................................................... 84
17) Equações Polinomiais: teorema fundamental da álgebra, teorema da decomposição, raízes imaginárias, raízes racio-
nais, relações de Girard e teorema de Bolzano............................................................................................................................................ 86
MATEMÁTICA

Há também um conjunto que não contém elemento e


1) TEORIA DOS CONJUNTOS E CONJUNTOS é representado da seguinte forma: S=∅ ou S={ }.
NUMÉRICOS: REPRESENTAÇÃO DE Quando todos os elementos de um conjunto A perten-
CONJUNTOS, SUBCONJUNTOS, cem também a outro conjunto B, dizemos que:
• A é subconjunto de B
OPERAÇÕES: UNIÃO, INTERSEÇÃO,
• Ou A é parte de B
DIFERENÇA E COMPLEMENTAR.
• A está contido em B escrevemos: A⊂B
CONJUNTO UNIVERSO E CONJUNTO
VAZIO; CONJUNTO DOS NÚMEROS Se existir pelo menos um elemento de A que não per-
NATURAIS E INTEIROS: OPERAÇÕES tence a B: A⊄B
FUNDAMENTAIS, NÚMEROS PRIMOS,
FATORAÇÃO, NÚMERO DE DIVISORES, Operações
MÁXIMO DIVISOR COMUM E MÍNIMO
MÚLTIPLO; CONJUNTO DOS NÚMEROS União
REAIS: OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS,
MÓDULO, REPRESENTAÇÃO DECIMAL, Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro
OPERAÇÕES COM INTERVALOS REAIS; formado pelos união e representamos por: A∪B. elemen-
tos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a que
E NÚMEROS COMPLEXOS: OPERAÇÕES,
chamamos conjunto Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou
MÓDULO, CONJUGADO DE UM NÚMERO x∈B}
COMPLEXO, REPRESENTAÇÕES ALGÉBRICA Exemplo:
E TRIGONOMÉTRICA. REPRESENTAÇÃO A={1,2,3,4} e B={5,6}
NO PLANO DE ARGAND-GAUSS, A∪B={1,2,3,4,5,6}
POTENCIALIZAÇÃO E RADICIAÇÃO.
EXTRAÇÃO DE RAÍZES. FÓRMULAS DE Interseção
MOIVRE. RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
BINOMIAIS E TRINOMIAIS. pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é
representada por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}

Conjunto está presente em muitos aspectos da vida,


sejam eles cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo,
formamos conjuntos ao organizar a lista de amigos para
uma festa agrupar os dias da semana ou simplesmente fa-
zer grupos.
Os componentes de um conjunto são chamados de
elementos.
Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma
letra maiúscula. Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
Representações A∩B={d,e}
Pode ser definido por:
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, Diferença de conjuntos
3, 5, 7, 9}
-Simbolicamente: B={x∈ N|x<8}, enumerando esses A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto de
elementos temos: todos os elementos que pertencem ao conjunto A e não
B={0,1,2,3,4,5,6,7} pertencem ao conjunto B.
-Diagrama de Venn
A-B = {x / x   A e x   B}
Ex: Se A={1,2,3,4,5,6} e B={4,5,6} então A-B = {1,2,3}

Números Naturais

Os números naturais são o modelo matemático neces-


sário para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma
unidade, obtemos os elementos dos números naturais:

ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … .

1
MATEMÁTICA

Relação de ordem O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0


O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7
- Todo número natural dado tem um sucessor (número O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
que vem depois do número dado), considerando também O módulo de qualquer número inteiro, diferente de
o zero. zero, é sempre positivo.
Exemplos: Seja m um número natural.
a) O sucessor de m é m+1. Números Opostos: Dois números inteiros são ditos
b) O sucessor de 0 é 1. opostos um do outro quando apresentam soma zero; as-
c) O sucessor de 1 é 2. sim, os pontos que os representam distam igualmente da
d) O sucessor de 19 é 20. origem.
Exemplo: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2
- Se um número natural é sucessor de outro, então os é 2, pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
dois números juntos são chamados números consecutivos. No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a
Exemplos: é – a, e vice-versa; particularmente o oposto de zero é o
a) 1 e 2 são números consecutivos. próprio zero.
b) 5 e 6 são números consecutivos.
c) 50 e 51 são números consecutivos. Adição de Números Inteiros

- Vários números formam uma coleção de números na- Para melhor entendimento desta operação, associare-
turais consecutivos se o segundo é sucessor do primeiro, mos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos
o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do números inteiros negativos a ideia de perder.
terceiro e assim sucessivamente. Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+5) + (+3) = (+8)
Exemplos: Perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7)
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos. Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3)
b) 5, 6 e 7 são consecutivos. Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3)
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos. O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispen-
sado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um ser dispensado.
antecessor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente Propriedades da adição de números inteiros: O con-
de zero. junto Z é fechado para a adição, isto é, a soma de dois
a) O antecessor do número m é m-1. números inteiros ainda é um número inteiro.
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55. Associativa: Para todos a,b,c em Z:
d) O antecessor de 10 é 9. a + (b + c) = (a + b) + c
Subconjuntos de ℕ! 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7
Vale lembrar que um asterisco, colocado junto à letra Comutativa: Para todos a,b em Z:
que simboliza um conjunto, significa que o zero foi excluí- a+b=b+a
do de tal conjunto. 3+7=7+3
ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, … . }
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a
Números Inteiros cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
z+0=z
 Podemos dizer que este conjunto é composto pelos 7+0=7
números naturais, o conjunto dos opostos dos números
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por: Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z,
tal que
 = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...} z + (–z) = 0
Subconjuntos do conjunto  : 9 + (–9) = 0
1)  * = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, ...} - Este é o con- Subtração de Números Inteiros
junto dos números inteiros, excluindo-se o 0 (zero).
2)  + = {0, 1, 2, 3, 4, ...} - Este é o conjunto dos núme- A subtração é empregada quando:
ros inteiros não negativos. - Precisamos tirar uma quantidade de outra quantida-
3)  -  = {..., -4, -3, -2, -1, 0} - Este é o conjunto dos de;
números inteiros não positivos. - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
uma delas tem a mais que a outra;
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
distância ou afastamento desse número até o zero, na reta falta a uma delas para atingir a outra.
numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. A subtração é a operação inversa da adição.

2
MATEMÁTICA

Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9 Propriedades da multiplicação de números intei-


diferença ros: O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a
multiplicação de dois números inteiros ainda é um número
subtraendo inteiro.
minuendo
Associativa: Para todos a,b,c em Z:
Considere as seguintes situações: a x (b x c) = (a x b) x c
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião 2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da
temperatura? Comutativa: Para todos a,b em Z:
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) axb=bxa
– (+3) = +3 3x7=7x3
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, duran-
te o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por
3 graus. Qual a temperatura registrada na noite de terça- todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
feira? zx1=z
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + 7x1=7
(–3) = +3
Se compararmos as duas igualdades, verificamos que Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de
(+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3). zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que
z x z–1 = z x (1/z) = 1
Temos: 9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 Distributiva: Para todos a,b,c em Z:
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3 a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros
é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do se- Divisão de Números Inteiros
gundo.

Multiplicação de Números Inteiros Dividendo divisor dividendo:


A multiplicação funciona como uma forma simplificada Divisor = quociente 0
de uma adição quando os números são repetidos. Podería- Quociente . divisor = dividendo
mos analisar tal situação como o fato de estarmos ganhan-
do repetidamente alguma quantidade, como por exemplo, Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, significa ganhar
30 objetos e esta repetição pode ser indicada por um x, 40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40
isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30 36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di-
+ 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60 visão exata de números inteiros. Veja o cálculo:
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
(–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60 (–20) : (+5) = q
Observamos que a multiplicação é um caso particular
 (+5) . q = (–20)  q = (–4)
da adição onde os valores são repetidos. Logo: (–20) : (+5) = +4
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal
entre as letras. Considerando os exemplos dados, concluímos que,
Para realizar a multiplicação de números inteiros, deve- para efetuar a divisão exata de um número inteiro por ou-
mos obedecer à seguinte regra de sinais: tro número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo
(+1) x (+1) = (+1) do dividendo pelo módulo do divisor. Daí:
(+1) x (-1) = (-1) - Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o
(-1) x (+1) = (-1) quociente é um número inteiro positivo.
(-1) x (-1) = (+1) - Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes,
o quociente é um número inteiro negativo.
Com o uso das regras acima, podemos concluir que: - A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto
Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que
não podem ser realizadas em Z, pois o resultado não é um
Sinais dos números Resultado do produto número inteiro.
Iguais Positivo - No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é as-
sociativa e não tem a propriedade da existência do ele-
Diferentes Negativo mento neutro.

3
MATEMÁTICA

1- Não existe divisão por zero. Mínimo Múltiplo Comum


Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú-
um número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15. meros é o menor número, diferente de zero.
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente Para calcular devemos seguir as etapas:
de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro • Decompor os números em fatores primos
por zero é igual a zero. • Multiplicar os fatores entre si
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1)
=0 Exemplo:

Números primos
Um número é primo quando é divisível apenas por um
e por ele mesmo.
Ex: 2, 3, 5, 7, 11, 13,...
O número que tem mais que dois divisores é chama-
do número composto.
Ex: 4 é divisível por 1, 2 e 4
12 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6 e 12
O número 1 não é primo nem composto pois tem ape-
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.
nas um divisor.
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
Fatoração divisão com algum dos números, não é necessário que os
Fatorar um número é decompor em um produto de dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
fatores primos. Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Ex: Assim, o mmc (15,24) = 2³ × 3 × 5 = 120

Números Racionais

Chama-se de número racional a todo número que


pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros quais-
quer, com b≠0
Assim, os números 5 = 51 𝑒 − 0,33333 … . (= − 13) são dois
exemplos de números racionais.
4
48 = 2 . 3 30 = 2.3.5 Representação Decimal das Frações
2
2
36 = 2 .3 Tomemos um número racional
p
, tal que p não seja
q
múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta efe-
Máximo Divisor Comum tuar a divisão do numerador pelo denominador.
O máximo divisor comum de dois ou mais números Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses
números. 1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve- um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
mos seguir as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente 2
= 0,4
• Multiplicar os fatores entre si. 5
Exemplo: 1
= 0,25
4
35
= 8,75
4
153
= 3,06
15 = 3 × 5 50
24 = 2³ × 3
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente. infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se perio-
m.d.c dicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:

4
MATEMÁTICA

1 Operações com frações


= 0,333...
3 Adição e Subtração
1
= 0,04545... A adição ou subtração de frações requer que todas as
22 frações envolvidas possuam o mesmo denominador. Se
167 inicialmente todas as frações já possuírem um denomina-
= 2,53030... dor comum, basta que realizemos a soma ou a diferença de
66 todos os numeradores e mantenhamos este denominador
comum.
Representação Fracionária dos Números Decimais
1 2 5 4
Trata-se do problema inverso: estando o número ra- − + =
cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na 3 3 3 3
forma de fração. Temos dois casos:
1º) Transformamos o número em uma fração cujo nu- Vejamos agora este outro exemplo:
merador é o número decimal sem a vírgula e o denomina-
dor é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros 2 1 1
quantas forem as casas decimais do número decimal dado: + −
3 2 6
9
0,9 = Nesse caso, devemos achar o MMC.
10
O MMC(2,3,6)=6, então:
57
5,7 =
10 4+3−1 6
= =1
6 6
76 Multiplicação
0,76 =
100
348 Basta que multipliquemos os seus numerados entre si,
3,48 =
100 fazendo-se o mesmo em relação aos seus denominadores.

5 1 1 3 3
0,005 = =
1000 200 ∙ =
2 4 8
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
para tanto, vamos apresentar o procedimento através de Divisão
alguns exemplos:
A divisão de frações resume-se a inversão das frações
Exemplo 1 divisoras, trocando-se o seu numerador pelo seu deno-
minador e realizando-se então a multiplicação das novas
Seja a dízima 0, 333... . frações.
Para realizar essa divisão, basta inverter:
Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os mem-
bros por 10: 10x = 0,333 2 5 10 5
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade ∙ = =
da segunda:
3 4 12 6
10x – x = 3,333... – 0,333...  9x = 3  x = 3/9
Potenciação
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração 3 .
9 Os números envolvidos em uma multiplicação são cha-
Exemplo 2 mados de fatores e o resultado da multiplicação é o pro-
Seja a dízima 5, 1717... . duto, quando os fatores são todos iguais existe uma forma
Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... . diferente de fazer a representação dessa multiplicação que
Subtraindo membro a membro, temos: é a potenciação. 
99x = 512  x = 512/99
512 2 . 2 . 2 . 2 = 16 → multiplicação de fatores iguais.
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
5
MATEMÁTICA

Propriedades

1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências


de mesma base, repete-se a base e  adiciona-se (soma) os
expoentes.

Exemplos:
54 . 53 = 54+3= 57
Casos (5.5.5.5) .( 5.5.5)= 5.5.5.5.5.5.5 = 57
! ! !!! !
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. 1 1 1 1
∙ = = = 2!! . 2!! = 2!! !
0 2 2 2 2
1 =1
50 = 1 2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes-
2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
número.
Exemplos:
31 = 3 96 : 92 = 96-2 = 94
41 = 4
! ! !!! !!
1 1 1 1
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, : = = = 2!
resulta em um número positivo. 2 2 2 2
−2 2 = 4 3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-
−4 2 = 16 tiplica-se os expoentes.
2 Exemplos:
1 1 (52)3 = 52.3 = 56
− =
2 4
! !
2 2!"
= !
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím- 3 3
par, resulta em um número negativo.
Radiciação
3
−2 = −8
Radiciação é a operação inversa a potenciação
−3 3 = −27
3
1 1
− =−
3 27

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-


sar o sinal para positivo e inverter o número que está na Técnica de Cálculo
base.  A determinação da raiz quadrada de um número tor-
−1 1 na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
2 = em números primos. Veja: 
2
−2 1
2 =
4
−2
1
=4
2

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o


valor do expoente, o resultado será igual a zero. 

02 = 0
03 = 0 64=2.2.2.2.2.2=26

6
MATEMÁTICA

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira- 2º Caso


se” um e multiplica.
Os expoentes dos fatores do radicando são múltiplos
64 = 2.2.2 = 8 do índice. Considere o radical
*
n
a n. p , com a ∈ R+ ,
n ∈ N e p ∈ Z . Temos:
1 1 1
n. p
Observe: 3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2
n. p
n
a =a n p
=a
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:
Assim, podemos dizer que, num radical, os fatores do
n
a.b = n a .n b radicando cujos expoentes são múltiplos do índice podem
ser colocados fora do radical, tendo como novo expoente
O radical de índice inteiro e positivo de um produto o quociente entre o expoente e o índice.
indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando. Exemplo

Raiz quadrada de frações ordinárias


81a 2 b 8 = 3 4.a 2 .b 8 = 3 4 . a 2 . b 8 = 3 2.a.b 4 = 9ab 4
1 1
2 2 2 2 2
2 3º Caso
Observe: =  = 1 =
3 3 3 Os expoentes dos fatores do radicando são maiores
32
que o índice, mas não múltiplos deste. Transforma-se o
radicando num produto de potências de mesma base,
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então: sendo um dos expoentes múltiplos do índice;

a na Exemplo
n =
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
a 5 .b 3 = a 4 .a.b 2 .b = a 4 .b 2 . a.b = a 2b ab
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice
Propriedade dos Radicais
dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais 1ª Propriedade:


3
Considere o radical
3
5 = 5 = 51 = 5
3 3

De modo geral, se a ∈ R+ , n ∈ N * , então:


n
an = a
Operações
O radical de índice n de uma potência com expoente
também igual a n dá como resultado a base daquela
potência.

2ª Propriedade:
1 1 1

Simplificação de Radicais Observe: 3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5


2 2 2

1º Caso
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:
O índice do radical e o expoente do radicando têm
fator comum. De acordo com a 4ª propriedade dos radicais
n
a.b = n a .n b
podemos dividir o índice e o expoente pelo fator comum.
Radical de um produto Produto dos radicais
Exemplo
Dividindo o índice 9 e o expoente 3 e 6 por 3, temos: O radical de índice inteiro e positivo de um produto
indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
9
2 3.a 6 = 9:3 2 3:3.a 6:3 = 3 2a 2 dos fatores do radicando.

7
MATEMÁTICA

3ª Propriedade: Adição e subtração


1 1
2  2 2 2 2
2 2 + 8 − 20
Observe: =  = 1 =
3 3 3
32 Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb
Radical de um quociente Quociente dos radicais

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente 2 + 8 − 20 = 2 + 2 2 − 2 5 = 3 2 − 2 5


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice
dos termos do radicando. Caso tenha:
4ª Propriedade: 8 2 2+ 5
Observe:
12
38 = 312 = 3 3 = 3 3 2
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.

Então: 12
38 = 3 3 2 e3 3 2 = 12 38 Racionalização de Denominadores

De modo geral, para a ∈ R+ , m ∈ N , n ∈ N * , se p Normalmente não se apresentam números irracionais


∈ N * , temos: com radicais no denominador. Ao processo que leva
n. p
à eliminação dos radicais do denominador chama-se
n
am = a m. p racionalização do denominador.

Se p é divisor de m e n, temos: 1º Caso:Denominador composto por uma só parcela


3
n
am =
n: p
a m: p 3

Multiplicando-se ou dividindo-se o índice e o expoente 3 3 3 3 3


do radicando por um mesmo número natural maior que
= ∙ = = 3
3 3 3 3
zero, o valor do radical não se altera.

Operações 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

3
Multiplicação
2 − 10
𝑎∙ 𝑏 = 𝑎∙𝑏 Devemos multiplicar de forma que obtenha uma
diferença de quadrados no denominador:
Exemplo

2∙ 3 = 6 3 3 2 + 10 6 + 3 10
= ∙ =
2 − 10 2 − 10 2 + 10 4 − 10
Divisão
6 + 3 10 1
𝑎 𝑎 = = −1 − 10
= −6 2
𝑏 Módulo
𝑏
Exemplo Dado um número real x, o módulo de x, denotado por
é igual a x se x≥0 e igual a –x se x<0.

!, !"!! ≥ 0
! = !
−!, !"!! < 0

8
MATEMÁTICA

Intervalos Conjunto:{x∈R|x≤b}

Podemos representar o conjunto dos números reais Semirreta esquerda, aberta de origem b – números
associando cada número x ∈ R a m ponto de uma reta r. reais menores que b.
Assim, adota-se uma unidade e um sentido positivo para
essa reta.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo:[a,+ ∞[
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou Conjunto:{x∈R|x≥a}
iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais
maiores que a.

Intervalo:[a,b] Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Conjunto:{x∈R|x>a}

Números complexos
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b.
Algumas equações não tem solução no conjunto dos
números reais.
Exemplo
Intervalo:]a,b[ x! + 1 = 0
Conjunto:{x∈R|a<x<b} x ! = −1
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores S=∅
que a ou iguais a a e menores do que b. !
Mas, se tivermos um conjunto para o qual admita a
existência de ! −1!!, a equação passará a ter solução não-
vazia.

Esse conjunto é o dos números complexos e conven-


ciona-se i = −1! que .
Intervalo:{a,b[
Conjunto {x∈R|a≤x<b} Solucionando então, o exemplo acima:
x ! = −1
Intervalo fechado à direita – números reais maiores
que a e menores ou iguais a b. x = ± −1
x = ±i
S = −i, i
!
Intervalo:]a,b] O número √-1 , foi denominado unidade imaginária,
Conjunto:{x∈R|a<x≤b} devido à desconfiança que os matemáticos tinham dessa
INTERVALOS IIMITADOS nova criação.

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números Para simplificar a notação:


reais menores ou iguais a b.
i! = −1
!
Assim, no conjunto dos números complexos, as equa-
Intervalo:]-∞,b] ções do 2º grau com ∆<0 possuem solução não-vazia.

9
MATEMÁTICA

Conjunto dos números complexos 3. Multiplicação


Para multiplicarmos dois números complexos basta
O conjunto C dos números complexos é aquele for- efetuarmos a multiplicação de dois binômios, observando
mado pelos números que podem ser expressos na forma: os valores das potência de i. Assim, se z1=a+bi e z2=c+di,
temos que:
z = a + bi, em!que!a ∈ R, b ∈ R!e!i = −1 z1.z2 = a.c + adi + bci + bdi2
z1.z2= a.c + bdi2 = adi + bci
C = z = a + bi a ∈ R, b ∈ R, i = −1 z1.z2= (ac - bd) + (ad + bc)i
! Observar que : i2= -1
A forma z=a+ bi é denominada forma algébrica de
um número complexo em que a é a parte real e b a parte 4. Divisão
imaginária. Para dividirmos dois números complexos basta multi-
plicarmos o numerador e o denominador pelo conjugado
Se a parte imaginária do número complexo é nula, en- do denominador. Assim, se z1= a + bi e z2= c + di, temos
tão o número é real. que:
z1 z1 ∙ z�2
z = a + 0i → z = a z!é!real = com z2 ≠ 0
z2 z2 ∙ z�2
!
Se a parte real do número complexo é nula e a parte
imaginária é diferente de zero, então o número é imaginá- O produto z2 ∙ z�2 é um número real:
rio puro.
z2 ∙ z�2 = c + di c − di = c2 − cdi + cdi − d2i2
z=0+bi→z=bi (z é imaginário puro,com b≠0) = c2 + d2 número real
Igualdade de números complexos
5. Potenciação
Dois números complexos são iguais se, e somente Efetuando algumas potências de in, com n∈N, pode-
se, suas partes reais e imaginárias forem respectivamente mos obter um critério para determinar uma potência ge-
iguais. nérica de i:
i0 = 1
a=c
a + bi = c + di se, e somente se, � i1 = i
b=d i2 = -1
i3 = i2.i = -1.i = -i
Conjugado de um número complexo
i4 = i2.i2=-1.-1=1
i5 = i4. 1=1.i= i
Sendo z=a+ bi, chama-se conjugado de z o número
complexo z�que se obtém trocando o sinal da parte i6 = i5. i =i.i=i2=-1
i7 = i6. i =(-1).i=-i ......
imaginária de z.

Assim, para obter a potência in, basta calcular ir em que


z� = a − bi r é o resto da divisão de n por 4.
Exemplo
Exemplo
i 23⇒23/4=5 e resto 3 então:i23=i3=-i
z = 4 + 5i → z� = 4 − 5i
Módulo e Argumento de um Número Complexo
Operações com números complexos

1. Adição
Para somarmos dois números complexos basta somar-
mos, separadamente, as partes reais e imaginárias desses
números. Assim, se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1+z2=(a+c) + (b+d)i

2. Subtração
Para subtrairmos dois números complexos basta sub-
trairmos, separadamente, as partes reais e imaginárias des-
ses números. Assim, se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1-z2=(a-c) + (b-d)i

10
MATEMÁTICA

Do triângulo retângulo, temos: Potenciação

Sendo:z=ρ(cos θ+i∙sen θ) e n um número inteiro maior


que 1, temos:
A distância de ρ de P até a origem O é denominada z^n=ρ^n (cos nθ+i∙sen nθ)
módulo de z, e indicamos:

Radiciação
Denomina-se argumento do complexo z não-nulo, a
medida do ângulo formado por com o semi-eixo real
Ox. Denomina-se raiz enésima do número complexo z=ρ(-
O argumento que pertence ao intervalo [0,2π[ é deno- cosθ+i∙senθ) a todo número complexo w, tal que wn=z,
minado argumento principal e é representado por : para n=1, 2, 3,...

Para k=0,1, 2, 3,...temos:


Observe que:

! !
θ + 2kπ θ + 2kπ
w! = z= p(cos + i ∙ sen! )
n n
!
Os números ρ e θ são as coordenadas polares do pon- Exercícios
to P(a,b).
Forma Trigonométrica 1. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
BRASILEIRO/2013) Uma determinada empresa de biscoi-
Todo número complexo z=a+bi, não0nulo, pode sr ex- tos realizou uma pesquisa sobre a preferência de seus con-
presso em função do módulo, do seno e do cosseno do
sumidores em relação a seus três produtos: biscoitos cream
argumento z:
cracker, wafer e recheados. Os resultados indicaram que:
- 65 pessoas compram cream crackers.
- 85 pessoas compram wafers.
- 170 pessoas compram biscoitos recheados.
- 20 pessoas compram wafers, cream crackers e re-
cheados.
- 50 pessoas compram cream crackers e recheados.
Substituindo, temos: - 30 pessoas compram cream crackers e wafers.
- 60 pessoas compram wafers e recheados.
z=a+bi - 50 pessoas não compram biscoitos dessa empresa.

Determine quantas pessoas responderam essa pesqui-


sa.
A) 200
Operações com Complexos na Forma Trigonométri- B) 250
ca C) 320
D) 370
Dados os complexos:
E) 530

2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD-


MINISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma
Multiplicação cidade, 13 dele não se inscreveram nas comissões de Edu-
cação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores
se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles se
inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e
Divisão oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e
Saneamento Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu
em apenas uma dessas comissões. O número de vereado-
res inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a

11
MATEMÁTICA

A) 15. 6. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-


B) 21. GRANRIO/2013) Parque Estadual Serra do Conduru, loca-
C) 18. lizado no Sul da Bahia, ocupa uma área de aproximada-
D) 27. mente 9.270 hectares. Dessa área, 7 em cada 9 hectares são
E) 16. ocupados por florestas.
Qual é, em hectares, a área desse Parque NÃO ocupada
3. (CODESP – AUXILIAR DE ENFERMAGEM – CON- por florestas?
SULPLAN/2012) Sejam os conjuntos A = {2, 4, 6, 7, x, 11, A) 2.060
12, 15, 18}, B = {4, 5, 7, 8, 9, 11, y, 14, 15, 16} e C = {4, 6, 9, B) 2.640
10, 11, 12, 13, z, 17}, cujos elementos estão dispostos em C) 3.210
ordem crescente. Se a interseção desses 3 conjuntos possui D) 5.100
5 elementos, então a soma de x, y e z é E) 7.210
A) 29.
B) 40. 7. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
C) 34. GRANRIO/2013) Gilberto levava no bolso três moedas
D) 51. de R$ 0,50, cinco de R$ 0,10 e quatro de R$ 0,25. Gilberto
E) 36. retirou do bolso oito dessas moedas, dando quatro para
cada filho.
4. (INES – TÉCNICO EM CONTABILIDADE – MAG- A diferença entre as quantias recebidas pelos dois fi-
NUS CONCURSOS/2014) Numa biblioteca são lidos ape- lhos de Gilberto é de, no máximo,
nas dois livros, K e Z. 80% dos seus frequentadores leem o A) R$ 0,45
livro K e 60% o livro Z. Sabendo-se que todo frequentador B) R$ 0,90
é leitor de pelo menos um dos livros, a opção que corres- C) R$ 1,10
ponde ao percentual de frequentadores que leem ambos, D) R$ 1,15
E) R$ 1,35
é representado:
A) 26%
8. (SEPLAG - POLÍCIA MILITAR/MG - ASSISTENTE
B) 40%
ADMINISTRATIVO - FCC/2012) Um atleta, participando
C) 34%
de uma prova de triatlo, percorreu 120 km da seguinte
D) 78%
maneira: 1/10 em corrida, 7/10 de bicicleta e o restante a
E) 38%
nado. Esse atleta, para completar a prova, teve de nadar
A) 18 km.
5. (MPE/ES – AGENTE DE APOIO-ADMINISTRATI- B) 20 km.
VA – VUNESP/2013) No diagrama, observe os conjuntos C) 24 km.
A, B e C, as intersecções entre A e B e entre B e C, e a D) 26 km.
quantidade de elementos que pertencem a cada uma das
intersecções. 9. (CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA/2013) As-
sinale a alternativa correspondente à forma trigonométrica
do número complexo z=1+i:
! !
A) z = 2(cos + i ∙ sen )
! !

! !
B) z = 2(cos + i ∙ sen )
! !
Sabe-se que pertence apenas ao conjunto A o dobro
do número de elementos que pertencem à intersecção en- C) z =
! !
(cos ! + i ∙ sen ! )
!
tre A e B. Sabe-se que pertence, apenas ao conjunto C, o !
dobro do número de elementos que pertencem à intersec-
ção entre B e C. Sabe-se que o número de elementos que ! !
D) z = (cos + i ∙ sen )
!

pertencem apenas ao conjunto B é igual à metade da soma ! ! !


da quantidade de elementos que pertencem à intersecção
! ! !
de A e B, com a quantidade de elementos da intersecção E) z = (cos ! + i ∙ sen ! )
entre B e C. !

Dessa maneira, pode-se afirmar corretamente que o


!
10. (CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA/2013) O
número total de elementos dos conjuntos A, B e C é igual a valor do módulo do número complexo (i62+i123) é:
A) 90. A) Um número natural.
B) 108. B) Um número irracional maior que 5.
C) 126. C) Um número racional menor que 2.
D) 162. D) Um número irracional maior que 3.
E) 180. E) Um número irracional menor que 2.

12
MATEMÁTICA

Respostas

1. RESPOSTA: “B”.

80-x+x+60-x=100
-x=100-140
X=40%

5. RESPOSTA: “C”.

A=2.16=32
5+10+15+20+30+40+80+50=250 pessoas C=2.20=40
B=(16+20)/2=18
2. RESPOSTA: “C”. A+B+C=32+40+18=90
90+16+20=126.
7 vereadores se inscreveram nas 3.
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 6. RESPOSTA: “A”.
12 não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos con-
juntos, pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos 7
três) ∙ 9270 = 7210!ℎ!"#$%!&!!ã!!!"#$%&!'!!"#!!"#$%&'(
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento bá- 9
sico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comis- 9270 − 7210 = 2060!!ã!!é!!"#$%&%
sões, pois 13 dos 43 não se inscreveram. !
Portanto, 30-7-12-8=3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 verea- 7. RESPOSTA: “E”.
dores.
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3
de R$ 0,50 e 1 de R$0,25(maiores valores).
Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de
R$0,10=R$0,40.
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35

Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o


maior valor possível – o menor valor.

8. RESPOSTA: “C”.
Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18
1 7 8
3. RESPOSTA: “E”.
+ = !!"!!"#!"#$!!!!"#"#$%&'
10 10 10
A∩B∩C={4,11}
Agora, precisamos descobrir os valores de x,y,z para ! !
saber quais são os outros 3 elementos da interseção !"#$: 1 − !" = !"
Como os números estão em ordem crescente:
X=9, para poder ser outro elemento da interseção.
Y=12
Z=15 !
A∩B∩C={4,9,11,12,15}
120 ∙ !" = 24!"
Soma:x+y+z=9+12+15=36 !
4. RESPOSTA: “B”. 9. RESPOSTA: “A”.

13
MATEMÁTICA

!= 1! + 1² = 2 Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
mínio.
1 2
!"#$ = = = !"#$
2 2

!
!=
4
! !
! = 2(cos + ! ∙ !"# )
4 4 Reconhecemos, graficamente, uma função injetora
! quando, uma reta horizontal, qualquer que seja interceptar
10. RESPOSTA: “E”. o gráfico da função, uma única vez.
62/4=15 e resto 2 então i62=i2=-1
123/4=30 e resto 3 então i123=i3=-i

! !" + ! !"# = −1 − !

!
−1 + (−1)² = 2=1,41...
!

2) FUNÇÕES: DEFINIÇÃO, DOMÍNIO,


IMAGEM, CONTRADOMÍNIO, FUNÇÕES
INJETORAS, SOBREJETORAS E BIJETORAS,
FUNÇÕES PARES E ÍMPARES, FUNÇÕES
PERIÓDICAS; FUNÇÕES COMPOSTAS;
RELAÇÕES; RAIZ DE UMA FUNÇÃO; FUNÇÃO
CONSTANTE, FUNÇÃO CRESCENTE, FUNÇÃO
DECRESCENTE; FUNÇÃO DEFINIDA POR
MAIS DE UMA SENTENÇA; AS FUNÇÕES
Y=K/X, Y= RAIZ QUADRADA DE X E SEUS
GRÁFICOS; FUNÇÃO INVERSA E SEU
GRÁFICO; E TRANSLAÇÃO, REFLEXÃO DE f(x) é injetora g(x) não é injetora
FUNÇÕES. (interceptou o gráfico mais de uma vez)

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-


Domínio, contradomínio, imagem domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
domínio.
O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.
O conjunto A é denominado domínio da função, indi-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de Reconhecemos, graficamente, uma função sobrejetora
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores quando, qualquer que seja a reta horizontal que interceptar
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto o eixo no contradomínio, interceptar, também, pelo menos
imagem da função, que indicaremos por Im. uma vez o gráfico da função.

14
MATEMÁTICA

f(x) é sobrejetora
(não interceptou o gráfico) Função definida por mais de uma sentença

Bijetora: Quando apresentar as características de fun- Seja uma função f: R+→R, onde f(x)=x².
ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, O domínio dessa função é formado pelos reais não-ne-
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos gativos. Ao ser feito seu gráfico, tem-se apenas um pedaço
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me- da parábola.
nos um elemento do domínio.

Função Crescente a > 0

Agora, considere uma outra função f: R*-→R, onde f(x)=


-x-2.
O domínio dessa função é formado pelos reais nega-
tivos. Ao ser feito seu gráfico, tem-se apenas um pedaço
da reta.

! ! !!"!! ≥ 0 !
! ! =
−! − 2!!!!"!! < 0
Função Decrescente a < 0

15
MATEMÁTICA

As duas funções podem ser reunidas numa única fun- Na linguagem de função dizemos que: a concentra-
ção. Sua representação será feita da seguinte forma ção de monóxido de carbono na atmosfera é uma função
da quantidade de carros, a quantidade de carros é uma
função do tempo e, portanto, a concentração de monóxido
de carbono na atmosfera é uma função do tempo.
Dessa maneira, a concentração de monóxido de car-
bono na atmosfera, como função do tempo, é uma função
composta.

3) FUNÇÃO LINEAR, FUNÇÃO AFIM


E FUNÇÃO QUADRÁTICA: GRÁFICOS,
DOMÍNIO, IMAGEM E CARACTERÍSTICAS;
VARIAÇÕES DE SINAL; MÁXIMOS E
MÍNIMOS; E INEQUAÇÃO PRODUTO E
Função Inversa INEQUAÇÃO QUOCIENTE.
Se representa por f-1, em que os objetos são as imagens
dadas por f.
Seja f a função definida por y = 3x - 5, a expressão que Função Linear
define f-1 determina-se resolvendo a equação y = 3x - 5 em
ordem a x: Uma função f:R→R chama-se linear quando existe
y = 3x - 5 <=> 3x = y + 5 <=> x = (y + 5)/3 uma constante a ∈R tal que f(x)=ax para todo x∈R.
!+5
logo vem: ! !! ! = !
3

Função Afim

Conceito

Uma função f:R→R chama-se afim quando existe cons-


tantes a,b∈R tais que f(x)=ax+b para todo x∈R.
Note que os valores numéricos mudam conforme o
valor de x é alterado, sendo assim obtemos diversos pares
ordenados, constituídos da seguinte maneira: (x, f(x)). Veja
Função Composta que para cada coordenada x, iremos obter uma coordena-
da f(x). Isso auxilia na construção de gráficos das funções.
Sejam g:A→B e f: Im(g)→C. . Definimos a composta de Portanto, para que o estudo das funções afim seja
f com g e denotamos por (lê-se f “bola” g), à função realizado com sucesso, compreenda bem a construção de
dada por . A função é então um gráfico e a manipulação algébrica das incógnitas e dos
denominada função composta de f com g, aplicada em x. coeficientes.
Existem muitas situações em que uma função depen-
de de uma variável que, por sua vez, depende de outra, e Estudo dos Sinais
assim por diante. Podemos dizer, por exemplo, que a con-
centração de monóxido de carbono na atmosfera, de uma Definimos função como relação entre duas grandezas
determinada cidade, depende da quantidade de carros que representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
trafega por ela, porém a quantidade de carros varia com o sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
tempo. Consequentemente, a concentração de monóxido + b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
de carbono varia com o tempo. aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui

16
MATEMÁTICA

como representação gráfica a figura de uma reta, portanto, Relação do ∆= ! ! − 4!" !na função
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres- Quando ∆> 0!, a parábola y=ax²+bx+c intercepta o
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a. eixo x em dois pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, são raízes da equação ax²+bx+c=0
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. Quando ∆= 0!, a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao
eixo x, no ponto – ! , 0 .!
1º Caso:a>0 2!
Repare que, quando tivermos o discriminante , as duas
raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais a − ! ! .
2!
Raízes

−! ± !! − !"#
!=
!"

Para valores de x, x>-b/a, a função é positiva, ou seja, −! + !! − !"#


tem o mesmo sinal de a !! =
Para x< -b/a, a função é negativa, ou seja, tem sinal !"
contrário ao de a.
−! − !! − !"#
2ºCaso: a <0
!! =
!"
!
Se, a parábola y=ax²+bx+c não intercepta o eixo.

Vértices e Estudo do Sinal


Quando  a > 0, a parábola tem concavidade voltada
para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
máximo V.
Em qualquer caso, as coordenadas de V são 
. Veja os gráficos:

Para valores de x, x>-b/a, a função é negativa, ou seja,


tem o mesmo sinal de a
Para valores de x, x<-b/a, a função é positiva, ou seja,
tem sinal contrário de a.
Função Quadrática

Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-


gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua-
drática e deve ser o maior termo.

Considerações
Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0

17
MATEMÁTICA

Imagem x Y
O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c,  a 
0, é o conjunto dos valores que y pode assumir. Há duas -3 6
possibilidades: -2 2
-1 0
1ª - quando a > 0,
-1/2 -1/4
0 0
1 2
2 6
a>0

2ª quando a < 0,

4) FUNÇÃO MODULAR: O CONCEITO E


PROPRIEDADES DO MÓDULO DE UM
NÚMERO REAL; DEFINIÇÃO, GRÁFICO,
DOMÍNIO E IMAGEM DA FUNÇÃO
a<0 MODULAR; EQUAÇÕES MODULARES; E AS
INEQUAÇÕES MODULARES.

Módulo

Dado um número real x, o módulo de x, denotado por


é igual a x se x≥0 e igual a –x se x<0.

!, !"!! ≥ 0
! = !
−!, !"!! < 0
Equação Modular

Exemplo Toda equação em que a variável aparece em módulo.


Sua solução é obtida aplicando-se a definição de módulo.
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calcula- Exemplo
mos o valor correspondente de y e, em seguida, ligamos os
pontos assim obtidos. !"#$%&'!!"!!: 2! − 4 = ! + 2 !

18
MATEMÁTICA

Solução Exemplo
Faça o gráfico da função f(x)=|x²-5x+4|
2! − 4 = ! + 2 !
2! − 4 = −! − 2 Solução

2x-4=x+2 Primeiramente, fazemos o gráfico da função sem o


X=6 módulo:f(x)=x²-5x+4
2x-4=-x-2
3x=2
X=2/3
S={2/3, 6}

Inequação Modular

Para resolver uma inequação modular, empregamos


inicialmente a propriedade seguinte, obtendo as
inequações equivalentes de resoluções conhecidas.

𝑥 − 𝑎 ≤ 𝑏 ↔ −𝑏 ≤ 𝑥 − 𝑎 ≤ 𝑏 ↔ 𝑎 − 𝑏 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎 + 𝑏
𝑥 ≥ 𝑏 ↔ 𝑥 ≤ −𝑏 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 𝑏
Exemplo
O gráfico da função f(x)=|x²-5x+4| será
Resolva as inequações:

a) 𝑥 ≥2
b) 2𝑥 + 5 < 3
Solução

a) x≤-2 ou x≥2
S={x∈R| x≤-2 ou x≥2}

b) -3<2x+5<3
-3-5<2x<3-5
-8<2x<-2
-4<x<-1
S={x∈R|-4<x<-1}

Função Modular

Uma função f:R→R dada por f(x)=|x| denomina-se fun- 5) FUNÇÃO EXPONENCIAL: GRÁFICOS,
ção modular. DOMÍNIO, IMAGEM E CARACTERÍSTICAS
DA FUNÇÃO EXPONENCIAL, LOGARITMOS
As principais características dessa função modular são: DECIMAIS, CARACTERÍSTICA E MANTISSA;
-domínio:R E AS EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
-imagem:R+ EXPONENCIAIS.

Função exponencial

A expressão matemática que define a função exponen-


cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável.

Função crescente

-
Se   temos uma função exponencial crescente,
qualquer que seja o valor real de x.

19
MATEMÁTICA

No gráfico da função ao lado podemos observar que à Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica- pode ser escrita como a potência de base e com expoente
mente vemos que a curva da função é crescente. x, isto é:

Gráfico ex = exp(x)

Propriedades da função exponencial

Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um


número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

Equação Exponencial

É toda equação cuja incógnita se apresenta no


Função decrescente expoente de uma ou mais potências de bases positivas e
diferentes de 1.
Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescen-
te em todo o domínio da função. Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida
que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que a 𝑥+1 1
curva da função é decrescente. 125 = 3
625
Solução
3 𝑥+1 1
5 = 3
54
4
53𝑥+3 = 5−3
4
3𝑥 + 3 = −
3
13
𝑥=−
9
Inequação Exponencial
A Constante de Euler
É toda inequação cuja incógnita se apresenta no
expoente de uma ou mais potências de bases positivas e
É definida por :
diferentes de 1.
e = exp(1) Exemplo
3𝑥−1 𝑥+2
O número e é um número irracional e positivo e em 𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑟 𝑒𝑚 𝑅 𝑎 𝑖𝑛𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 25 > 125
função da definição da função exponencial, temos que: 2 3𝑥−1 3 𝑥+2
5 > 5
Ln(e) = 1 5
6𝑥−2
>5
3𝑥+6
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei- 6x-2>3x+6
ros a estudar as propriedades desse número. 3x>8
O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
mais, é: 8
𝑥>
e = 2,7182818284 3

20
MATEMÁTICA

Exemplo
6) FUNÇÃO LOGARÍTMICA: DEFINIÇÃO Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
DE LOGARITMO E PROPRIEDADES a)log 6
b) log1,5
OPERATÓRIAS; GRÁFICOS, DOMÍNIO,
c) log 16
IMAGEM E CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO
LOGARÍTMICA; E EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES Solução
LOGARÍTMICAS.
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781
!
Logaritmo b) log 1,5 = log = log 3 − !"#2 = 0,1761
a)
!
!
a)c) log 16 = log 2! = 4 log 2 = 1,2040
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
! Função Logarítmica
com a ≠1, existe um número c tal que:
Uma função !: !!∗ → !! dada por , em que a constante
!! = ! a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarít-
A esse expoente c damos
! o nome de logaritmo de N mica.
na base a

log ! ! = ! ↔ !! = !
Gráficos
Ainda com base na definição podemos estabelecer
condições de existência:

log ! ! = ! , ! > 0, ! > 0!!!!! ≠ 1

Exemplo
log ! 8 = !
2! = 8
2! = 2!
!=3
!Consequências da Definição
Equações Logarítmicas
1.!! log ! ! = 1
2.!! log ! 1 = 0 Utilizando as propriedades operatórias, podemos re-
3. log ! !! = ! solver equações que envolvem logaritmos. A resolução de
equações logarítmicas se dá em três etapas básicas:
1
4. log ! = −1 1. Estabelece-se a condição de existência
!
5.!!!!"#! ! = ! 2. Resolve-se a equação utilizando as propriedades
operatórias
Propriedades! 3. Faz-se a interseção entre a solução encontrada e
as condições de existência
log ! MN = log ! ! + log ! !
Exemplo
!
log ! = log ! ! − log ! !
! Resolva a equação:
log ! !! = ! ∙ log ! !
! ! log2 𝑥 + 7 − log2 2𝑥 − 1 = 2 𝑒𝑚 𝑅
log ! !! = log ! ! ! ≠ 0
! Condição de Existência
!
Mudança de Base
𝑥 + 7 > 0 → 𝑥 > −7 1
log ! ! 1 � 𝐷𝑎𝑠 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑥 >
log ! ! = , (! > 0!!!! ≠ 1)! 2𝑥 − 1 > 0 → 𝑥 > 2
log ! ! 2
log2 𝑥 + 7 − log2 2𝑥 − 1 = 2
!

21
MATEMÁTICA

𝑥+7
log2 =2
2𝑥 − 1

Da definição, temos:
𝑥+7
22 =
2𝑥 − 1
𝑥 + 7 = 8𝑥 − 4
11
𝑥=
7
Como x satisfaz a condição de existência:

11
𝑆=
7 2. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
BRASILEIRO/2013) Uma indústria produz mensalmente x
Inequação Logarítmica lotes de um produto. O valor mensal resultante da venda
deste produto é V(x)=3x²-12x e o custo mensal da produ-
Chama-se inequação logarítmica aquela que apresenta ção é dado por C(x)=5x²-40x-40. Sabendo que o lucro é
a incógnita no logaritmando ou na base do logaritmo. obtido pela diferença entre o valor resultante das vendas
Para a resolução de uma inequação: e o custo da produção, então o número de lotes mensais
-estabelecem condições de existência dos logaritmos que essa indústria deve vender para obter lucro máximo é
-convertem-se os logaritmos para uma mesma base igual a
-a>1, forma uma nova inequação com os logaritman- A) 4 lotes.
dos, mantendo o sentido da desigualdade original() B) 5 lotes.
-0<a<1, forma-se uma nova inequação com os loga- C) 6 lotes.
ritmando, invertendo o sentido da desigualdade original. D) 7 lotes.
-resolve-se a nova inequação e faz-se a intersecção E) 8 lotes.
com as condições de existência.
3. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
Exemplo BRASILEIRO/2013) Na figura abaixo, está representado
o gráfico da função y = log x. Nesta representação estão
log2 3𝑥 − 1 > 3
destacados três retângulos cuja soma das áreas é igual a:
CE A) log2 + log3 + log5
3x-1>0 B) log30
x>1/3 C) 1+log30
3x-1>8 D) 1+2log15
3x>9 E) 1+2log30
x>3

Pela Condição de Existência é possível, então


S={x∈R|x>3}

Exercícios

1. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO


BRASILEIRO/2013) Na figura abaixo está representado o
gráfico da função polinomial , definida no intervalo real
[a,b].
Com base nas informações fornecidas pela figura, po-
demos afirmar que:

A) ! é crescente no intervalo [a,0].


B) !(!)!!(!) para todo ! no intervalo [d, b].
C) !(!) 0 para todo ! no intervalo [c, 0].
D) a função f é decrescente no intervalo [c,e].
E) se !! !! ∈ ! [!, !]!!!!! !! ∈ ! [!, !]!!"#ã!!!(!_1) ! < !!(!! ).
!

22
MATEMÁTICA

4. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO c)


BRASILEIRO/2013) Uma epidemia ocorre, quando uma
doença se desenvolve num local, de forma rápida, fazen-
do várias vítimas, num curto intervalo de tempo. Segundo
uma pesquisa, após t meses da constatação da existência
de uma epidemia, o número de pessoas por ela atingida
20000
é ! ! = 2 + 15 ∙ 4!! ! . Considerando que o mês tenha 30
dias, l!"!2 ≅ 0,30! e !"#!3 ≅ 0,48! , 2000 pessoas serão
atingidas por essa epidemia, aproximadamente, em
A) 7 dias.
B) 19 dias.
C) 3 meses.
D) 7 meses.
E) 1 ano.

5. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Assi-


nale a alternativa que apresenta o gráfico da função poli-
nomial de 1º grau f(x)= −2x +1.

a)

d)

b)

6. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚ-


NIOR – CESGRANRIO/2012) Considere as funções
! ! = log ! ! !!!ℎ ! = log ! ! ! , ambas de domínio
R*+.
Se h(5)=1/2, então g(b+9) é um número real com-
preendido entre
A) 5 e 6
B) 3 e 5
C) 3 e 4
D) 2 e 3
E) 1 e 2

23
MATEMÁTICA

7. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Na figura, de bactérias no instante t (t em horas) e a e b são cons-


tem-se o gráfico de uma parábola. tantes reais. No ínicio da observação havia 1500 bactérias
e após duas horas de observação havia 4500. Com essas
informações, concluímos que os valores de a e b, respecti-
vamente são:
A) 3000 e 1.
B) 4500 e 0,5.
C) 1500 e 0,5.
D) 1500 e 1.
E) 3000 e 0,5.

10. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –


CESGRANRIO/2012) Qual é o produto das raízes da equa-
ção [log(x)]²- log(x²) - 3 = 0 ?
A) - 3.000
B) - 3
Os vértices do triângulo AVB estão sobre a parábola, C) 0,001
sendo que os vértices A e B estão sobre o eixo das abscis- D) 100
sas e o vértice V é o ponto máximo da parábola. A área do E) 1.000
triângulo AVB, cujas medidas dos lados estão em centíme- Respostas
tros, é, em centímetros quadrados, igual a
A) 8. 1. RESPOSTA: “D”.
B) 9. Observe que do ponto c até o e, y diminui, ou seja, é
C) 12. decrescente.
D) 14.
E) 16. 2. RESPOSTA: “D”.
L(x)=3x²-12x-5x²+40x+40
8. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚ- L(x)=-2x²+28x+40
NIOR – CESGRANRIO/2012) Sejam f(x)=-2x²+4x+16 e
g(x)=ax²+bx+c funções quadráticas de domínio real, cujos ! 28
gráficos estão representados acima. A função f(x) intercep- !!á!"#$ = − =− = 7!!"#$%!
ta o eixo das abscissas nos pontos P(xP,0) e M(xM,0) e g(x), 2! −4
nos pontos (1,0) e Q(xQ,0).
3. RESPOSTA: “D”.
Y=log2
A1=log 2
A2=2log3
A3=3log 5

Soma das áreas: log 2+2log 3+3log5


Log2+log5+2(log3+log5)
Log2+log5+2log(3.5)
Log5=log10-log2
Log5=1-log2

Substituindo:
Log2+1-log2+2log15
Se g(x) assume valor máximo quando x=xM, conclui-se 1+2log15
que xQ é igual a
A) 3 4.RESPOSTA: “A”.
B) 7
20000
C) 9 2000 =
D) 11 2 + 15 ∙ 4!!!
E) 13
2000 2 + 15 ∙ 4!!! = 20000
9. (CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA/2013) Em 2 + 15 ∙ 4!!! = 10
um laboratório de pesquisa descobriu-se que o crescimen- 15 ∙ 4!!! = 8
to da população de um determiado tipo de bactéria é des- 8
crito pela função ! ! = ! ∙ 3!" ! , onde !(!)! é o número 4!!! =
15
!
24
MATEMÁTICA

Aplicando log
-! ! + 2! + 3 = 0
8
log 4!!! = log
15 ∆
!
-2tlog 2²=log 2³ –log 15 ℎ!"#â!"#$% = !! = −
4!
−4! log 2 = 3 log 2 − log 3.5
−4! ∙ 0,3 = 3 ∙ 0,3 − (log 3 + log 5) ∆= ! ! − 4!" = 4 + 12 = 16
10
log 5 = log = 1 − log 2 = 1 − 0,3 = 0,7 ℎ!"#â!"#$% = 4
2
! !
Substituindo: Base: -1até 0 e 0 até 3
Base: 1+3=4

−4! ∙ 0,3 = 3 ∙ 0,3 − (0,48 + 0,7) ℎ 4


!!"#Â!"#$% = ! ∙ = 4 ∙ = 8!"²!
−1,2! = 0,9 − 1,18 2 2
! = 0,23!!"#"# 8. RESPOSTA: “B”.
!
1 mês----30 dias
0,23----x ∆= 16 + 128 = 144
X=6,9 dias, aproximadamente 7 dias
−4 ± 12
5.RESPOSTA: “B”. !=
F(x)=ax+b −4

Corta o eixo x:- b/a=1/2 !! = −2


X=0
1=b(V)
-1=-a+1 !! = 4
a=-2(V)
!
6. RESPOSTA: “A”. − =4
2!
ℎ 5 = log ! 5 −! = 8!
1 !
= log ! 5
2 A soma das raízes é –b/a
!
!! = 5
!
!=5 − = 8!
! Se já sabemos que uma raiz é 1:
! = 25
! 25 + 9 = log ! 25 + 9
! 34 = ! 1 + !! = 8
2! = 34
2! = 32!!!2! = 64 !! = 7
!Portanto g(b+9) é um número entre 5 e 6 !
9. RESPOSTA: “C”.
N(t)=a.3bt
7. RESPOSTA: “A”. Início: t=0
As raízes são -1 e 3 1500=a.30
Sendo função do 2º grau: -(x²-Sx+P)=0(concavidade a=1500
pra baixo a<0) N(2)=1500.32b
4500=1500. 32b
-x²+Sx-P=0 3=32b
S=-1+3=2 2b=1
P=-1⋅3=-3 b=1/2

25
MATEMÁTICA

10. RESPOSTA: “D”. !": ℎ!"#$%&'() = !


[log(x)]²- 2logx - 3 = 0 !": !"#$#%!!"!#$!!!!!!!!!"#!$%&'%!!!! = !
!": !"#$#%!!"#!$%&'%!!!!!!!!"!#$!!!!! = !
Fazendo logx=y !
y²-2y-3=0
Temos:
∆=4+12=16 cateto!oposto!a!! !
2±4 sen!α = =
hipotenusa !
!=
2
cateto!adjacente!a!! !
!! = 3 cos ! = =
hipotenusa !
!! = −1
!
Substituindo:
cateto!oposto!a!! !
tg!α = =
Log x=3 !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
X=10³=1000 !
Log x=-1
X=10-1=0,1 1 !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
!"#$!! = = =
Produto das raízes: 1000⋅0,1=100 !"!! !"#$#%!!"!#$!!!!! !

1 ℎ!"#$%&'() !
7) TRIGONOMETRIA: TRIGONOMETRIA NO sec ! = = =
TRIÂNGULO (RETÂNGULO E QUALQUER); LEI cos ! !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
DOS SENOS E LEI DOS COSSENOS; UNIDADES
DE MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS: O GRAU 1 ℎ!"#$%&'() !
E O RADIANO; CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO, !"#$!!! = = = !
!"#$ !"#$#%!!"!#$!!!!! !
RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS E !
REDUÇÃO AO 1º QUADRANTE; FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS, TRANSFORMAÇÕES, Triângulo Retângulo
Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado
IDENTIDADES TRIGONOMÉTRICAS
triangulo retângulo.
FUNDAMENTAIS, EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos
TRIGONOMÉTRICAS NO CONJUNTO DOS são:
NÚMEROS REAIS; FÓRMULAS DE ADIÇÃO
DE ARCOS, ARCOS DUPLOS, ARCO METADE
E TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTO; AS
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS
E SEUS GRÁFICOS, ARCOS NOTÁVEIS; E
SISTEMAS DE EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS E RESOLUÇÃO DE
TRIÂNGULOS. a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo tenusa

Considerando o triângulo retângulo ABC. Relações Métricas no Triângulo Retângulo

Chamamos relações métricas as relações existentes en-


tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

26
MATEMÁTICA

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo- Dizemos que a medida do arco é 1 radiano(1rad)
tenusa pela altura relativa à hipotenusa. Transformação de arcos e ângulos

Determinar em radianos a medida de 120°


3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-
jeções dos catetos sobre a hipotenusa. !"#$ = 180°!
π----180
x-----120
4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras). 120! 2!
!= = !"#
180 3
!
Lei dos Cossenos Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo
A lei dos cossenos é uma importante ferramenta mate-
mática para o cálculo de medidas dos lados e dos ângulos Considerando o triângulo retângulo ABC.
de triângulos quaisquer.

Lei dos Senos


Temos:
cateto!oposto!a!! !
sen!α = =
hipotenusa !

cateto!adjacente!a!! !
cos ! = =
hipotenusa !

cateto!oposto!a!! !
tg!α = =
!"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !

1 !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
!"#$!! = = =
!"!! !"#$#%!!"!#$!!!!! !
Considere um arco , contido numa circunferência de
raio r, tal que o comprimento do arco seja igual a r.
1 ℎ!"#$%&'() !
sec ! = = =
cos ! !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !

1 ℎ!"#$%&'() !
!"#$!!! = = = !
!"#$ !"#$#%!!"!#$!!!!! !
!
27
MATEMÁTICA

Circunferência Trigonométrica Exemplo


Determine o conjunto imagem da função f(x)=2+cos x.
Solução
-1≤cos x≤1
-1+2≤2+cos x≤1+2
1≤f(x)≤3

Logo, Im=[1,3]
Função Tangente

A todo arco !" ! de medida x associa a ordenada yT do


pontoT. O ponto T é a interseção da reta !" ! com o eixo
das tangentes.

Funções Trigonométricas ! ! = !"!! !

Função seno

A função seno é uma função !: ! → ! ! que a todo


arco !" ! de medida x∈R associa a ordenada y’ do ponto
M.
! ! = !"#!! !
!
D=R e Im=[-1,1] != !∈!!≠ + !", ! ∈ ! !
2
Im=R

Relação Fundamental

Existe uma outra importante relação entre seno e cos-


seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
Exemplo
Sem construir o gráfico, determine o conjunto imagem
da função f(x)=2sen x.
Solução
-1≤sen x≤1
-2≤2sen x≤2
-2≤f(x)≤2

Im=[-2,2]

Função Cosseno
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²
A função cosseno é uma função !: ! → ! ! que a todo
arco de medida x∈R associa a abscissa x do ponto M. Dividindo os membros por c²

! ! !! ! !
= +
!! !! !!
!! ! !
1= !+ !
! !
Como
! !
!"# Â = !!!!!"# ! = , !"#$%
! !
D=R
Im=[-1,1] !"!! ! + !"! ! ! = 1
!
28
MATEMÁTICA

Considerados dois arcos quaisquer de medidas a e b, Equações Trigonométricas


as operações da soma e da diferença entre esses arcos será
dada pelas seguintes identidades:  Chamam-se equações trigonométricas igualdades que
podem ser escritas como, por exemplo, as indicadas abai-
xo:
!"#!! = !, cos ! = !!!"#!! ∈ !!

Exemplo

Resolva a equação cos x=1/2 para x∈R.

Duplicação de arcos

!"#2! = 2!"#$! ∙ !"#$


!"#2! = !"! ! ! − !"!! !

2!"#
!"2! =
1 − !!! !
! 𝜋
Arco metade 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋
3
𝜋
! 1 − !"#$ 𝑆 = 𝑥 ∈ 𝑅 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
!"# =± 3
2 2
Inequações Trigonométricas

! 1 + !"#$ Resolva a equação cos x<1/2 para 0<x<2π.


cos =
2 2

! 1 − !"#$
!" =±
2 1 + !"#$
!
Transformação de Soma em produto

!+! !−!
!"#$ + !"#!! = 2!"#( ) ∙ cos!( )
2 2
!−! !+!
!"#$ − !"#!! = 2!"#( ) ∙ cos!( )
2 2
!+! !−!
!"#$ + !"#$ = 2 cos ∙ cos Cos x< ½ em todo o resto da circunferência que não
2 2 está marcado de vermelho.
!+! !−! 𝜋 5𝜋
!"#$ − !"#$ = −2 sen ∙ sen 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| <𝑥< }
2 2 3 3
!

29
MATEMÁTICA

Função Trigonométrica Inversa

Uma função f, de domínio D possui inversa somente se f for bijetora, por este motivo nem todas as funções trigono-
métricas possuem inversas em seus domínios de definição, mas podemos tomar subconjuntos desses domínios para gerar
novas função que possuam inversas.
Consideremos a função f(x)=sen(x), com domínio no intervalo [-π/2,π/2] e imagem no intervalo [-1,1]. A função inversa
de f, denominada arco cujo seno, definida por f-1:[-1,1][-π/2,π/2] é denotada por f-1(x) = arcsen(x)

Função arco-cosseno

Seja a função g(x)=cos(x), com domínio [0,pi] e imagem [-1,1]. A função inversa de f, denominada arco cujo cosseno é
definida por g-1:[-1,1][0,pi] e denotada por g-1(x) = arc cos(x)

Função arco-tangente

Dada a função f(x)=tan(x), com domínio (-π/2,π/2) e imagem em R, a função inversa de f, denominada arco-tangente é
definida por f-1:R(-π/2, π/2) e denotada por f-1(x) = arc tan(x)

30
MATEMÁTICA

Exercícios Admita que, nesses trajetos, as velocidades médias de-


senvolvidas pelas viaturas que estavam nos pontos A e B
1. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN- tenham sido de 60 km/h e 50km/h, respectivamente. Nesse
CIÁRIA DE CLASSE I – VUNESP/2013) Roberto irá cercar caso, pode-se afirmar que o intervalo de tempo, em minu-
uma parte de seu terreno para fazer um canil. Como ele tos, decorrido entre os momentos de chegada de ambas
tem um alambrado de 10 metros, decidiu aproveitar o can- no ponto C foi, aproximadamente,
to murado de seu terreno (em ângulo reto) e fechar essa
área triangular esticando todo o alambrado, sem sobra. Se !"!#:! 2 = 1,41!
ele utilizou 6 metros de um muro, do outro muro ele irá A) 9,6.
utilizar, em metros, B) 7,2.
A) 7. C) 5,4.
B) 5. D) 4,5.
C) 8. E) 2,6.
D) 6.
E) 9. 5. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Assi-
nale a alternativa que apresenta a medida do lado AC da
2. (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012)
figura abaixo.
No clube, há um campo de futebol cujas traves retangula-
res têm 6 m de largura e 2 m de altura. Logo, a medida da
diagonal da trave é
A) menor que 6 metros.
B) maior que 6 metros e menor que 7 metros.
C) maior que 7 metros e menor que 8 metros.
D) maior que 8 metros e menor que 9 metros.
E) maior que 9 metros.

3. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO !"#$#%!!"!#$!


BRASILEIRO/2013) Um tenente do Exército está fazendo (Dados: sen 30°=0,5 e senx= ).!
A) 5 metros.
ℎ!"#$%&'()
um levantamento topográfico da região onde será realiza-
do um exercício de campo. Ele quer determinar a largura B) 6 metros.
do rio que corta a região e por isso adotou os seguintes C) 9 metros.
procedimentos: marcou dois pontos, A (uma árvore que ele D) 10 metros.
observou na outra margem) e B (uma estaca que ele fin-
cou no chão na margem onde ele se encontra); marcou um 6. (IAMSPE – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU-
ponto C distante 9 metros de B, fixou um aparelho de me- NESP/2012) Observe o desenho
dir ângulo (teodolito) de tal modo que o ângulo no ponto
B seja reto e obteve uma medida de π/3 rad para o ângulo
. Qual foi a largura do rio que ele encontrou?
A) 9 3!!"#$%&
B) 3 3!!"#$%&
! !
C) ! !!"#$%&
D) 3!!"#$%&
E) 4,5!!"#$%&
!
4. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Em um de-
terminando momento, duas viaturas da PM encontram-se
estacionadas nos pontos A e B separados por uma distân-
cia de 12km em linha reta. Acionadas via rádio, ambas par-
tem simultaneamente e se deslocam na direção do ponto
C, seguindo o trajeto mostrado na figura.

Todos os pontos do desenho representam as portarias


de vários prédios de um complexo hospitalar. Os segmen-
tos representados, cujas medidas estão em cm, são as ruas
internas desse complexo e representam as distâncias entre
uma portaria e outra, podendo-se circular entre duas por-

31
MATEMÁTICA

tarias quaisquer a pé. Cada 1 cm do desenho corresponde 10! = 6! + ! !


a uma distância real de 50 metros. Para ir de B a D, a menor
! ! = 100 − 36
distância que uma pessoa pode percorrer é
A) 650 m. ! ! = 64
B) 600m. ! = 8!
C) 500m. !
D) 400m. 2. RESPOSTA: “B”.
E) 350m.

7. (SPTRANS – AGENTE DE INFORMAÇÕES – VU-


NESP/2012) O esquema mostra as posições de uma mer-
cearia (M) e de uma padaria (P) que estão numa mesma
calçada.

x²=6²+2²
x²=36+4
x²=40

Uma pessoa que se encontra no ponto C terá que ca-


minhar 550 m até a padaria (P), e uma pessoa que se en-
contra no ponto B terá que caminhar 850 m até a mercearia
(M).
A distância entre a padaria (P) e a mercearia (M), em
metros, é de
A) 300.
B) 350.
C) 400. Portanto, é maior que 6 e menor que 7.
D) 450.
E) 500. ! = 2 10 ≈ 6,32!

8. (CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA/2013) Du- 3. RESPOSTA: “A”.


rante a aula, uma professora pede que os alunos façam
recortes de papel em formatos triangulares. Os triângulos
devem ser triângulos retângulos pitangóricos, a hipotenusa
deve medir 13 cm, e um dos catetos deve medir 12 cm.
Dessa forma, qual será a área desses recortes triangulares?
A) 30 mm2
B) 30 cm2
C) 30 m2
D) 17 cm2
E) 25 cm2

Respostas
! !
1. RESPOSTA: “C”. !" =
3 9
!
3=
9

!=9 3
!

4. RESPOSTA: “E”.

32
MATEMÁTICA

!" 7. RESPOSTA: “C”.


!"45 = BC²=600²+800²
12 BC²=360000+640000=1000000
BC=1000m
!" 1000-550=450m
1=
12 BP=450m
BM=850
!" = 12!" BM-BP=MP=850-450=400m

!! = 12 2 = 12 ∙ 1,41 = 16,92km 8. RESPOSTA: “B”.


!
60km----60 minutos
16,92---x
X=16,92 minutos

50km---60 minutos
12------x
X=14,4 minutos

Diferença: 16,92-14,4=2,52≅2,6
5. RESPOSTA: “B”. 13²=12²+x²
169=144+x²
3 25=x²
!"#30° =
!" X=5
5
3 ! = 12 ∙ = 30!!"²!
0,5 =
!"
2

!" = 6!
! 8) CONTAGEM E ANÁLISE COMBINATÓRIA:
FATORIAL: DEFINIÇÃO E OPERAÇÕES;
6. RESPOSTA: “A”. PRINCÍPIOS MULTIPLICATIVO E ADITIVO DA
CONTAGEM; ARRANJOS, COMBINAÇÕES E
PERMUTAÇÕES; E O BINÔMIO DE NEWTON:
DESENVOLVIMENTO, COEFICIENTES
BINOMIAIS E TERMO GERAL.

A Análise Combinatória é a área da Matemática que


trata dos problemas de contagem.
Princípio Fundamental da Contagem
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-
cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

Exemplo

A menor distância de B a D é:
X²=12²+5²
X²=144+25
X²=169
X=13
1cm---50m
13 cm---y
Y=650m

33
MATEMÁTICA

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal- Exemplo


ças). 3(blusas)=6 maneiras Quantos anagramas tem a palavra MITO?
Solução
Fatorial A palavra mito tem 4 letras, portanto:

É comum nos problemas de contagem, calcularmos o


produto de uma multiplicação cujos fatores são números
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distin-
𝑛! = 𝑛 𝑛 − 1 𝑛 − 2 … 3 ∙ 2 ∙ 1, (𝑛 ∈ 𝑁) tos, podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada
subconjunto com i elementos é chamado combinação sim-
ples.
Arranjo Simples

Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a


p, toda sequência de p elementos distintos de E. Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
Exemplo que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.

Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números Solução


de 2 algarismos distintos podemos formar?

Números Binomiais

O número de combinações de n elementos, tomados p


a p, também é representado pelo número binomial ! ! .
!

! !!
= ,! ≥ ! ≥ 0
! !! ! − ! !
!
Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:

Observe que os números obtidos diferem entre si:


Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes:56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim- Relação de Stifel
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.
Indica-se

Triângulo de Pascal

Permutação Simples

Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-


quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.

34
MATEMÁTICA

3. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Assinale a al-


ternativa que apresenta o número de anagramas da pa-
lavra QUARTEL que começam com AR.
A) 80.
B) 120.
C) 240.
D) 720.

Binômio de Newton 4. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD-


Denomina-se binômio de Newton todo binômio da MINISTRATIVO – FCC/2014) São lançados dois dados e
forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns binômios: multiplicados os números de pontos obtidos em cada
um deles. A quantidade de produtos distintos que se
pode obter nesse processo é
A) 36.
B) 27.
C) 30.
D) 21.
E) 18.
Observe que os coeficientes dos termos formam o
triângulo de Pascal. 5. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Anali-
se as sentenças abaixo.
I. 4! + 3! = 7!
II. 4! ⋅3! = 12!
III. 5! + 5! = 2⋅5!

É correto o que se apresenta em


A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I, II e III.

6. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-


GRANRIO/2013) Uma empresa de propaganda preten-
Exercícios de criar panfletos coloridos para divulgar certo produ-
to. O papel pode ser laranja, azul, preto, amarelo, ver-
1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA- melho ou roxo, enquanto o texto é escrito no panfleto
MA/2013) Dentre os nove competidores de um cam- em preto, vermelho ou branco.
peonato municipal de esportes radicais, somente os De quantos modos distintos é possível escolher
quatro primeiros colocados participaram do campeo- uma cor para o fundo e uma cor para o texto se, por
nato estadual. Sendo assim, quantas combinações são uma questão de contraste, as cores do fundo e do texto
possíveis de serem formadas com quatro desses nove não podem ser iguais?
competidores? A) 13
A) 126 B) 14
B) 120 C) 16
C) 224 D) 17
D) 212 E) 18
E) 156
7. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SE-
2. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Leia o GURANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa
trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que sala há 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com
preenche corretamente a lacuna. interruptores independentes. De quantas maneiras é
Com a palavra PERMUTA é possível formar ____ ana- possível ventilar e iluminar essa sala mantendo, pelo
gramas começados por consoante e terminados por menos, 2 ventiladores ligados e 3 lâmpadas acesas?
vogal. A) 12.
A) 120 B) 18.
B) 480 C) 20.
C) 1.440 D) 24.
D) 5.040 E) 36.

35
MATEMÁTICA

8. (CODESP – AUXILIAR DE ENFERMAGEM – CON- AR_ _ _ _ _


SULPLAN/2012) Quatro amigas desejam adoçar os seus 5⋅4⋅3⋅2⋅1=120
respectivos sucos utilizando, cada uma delas, um ado-
çante diferente das demais. De quantas maneiras elas 4. RESPOSTA: “E”.
poderão fazer a escolha, se dispõem de 6 tipos diferen- __
tes de adoçantes? 6.6=36
A) 240
B) 360 Mas, como pode haver o mesmo produto por ser dois
dados, 36/2=18
C) 120
D) 180
5. RESPOSTA: “C”.
E) 270 I falsa
4!=24
9. (CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUN- 3!=6
DATEC/2013) A fim de vistoriar a obra de um estádio de 7!=5040
futebol para a copa de 2014, um órgão público organi- II falsa
zou uma comissão composta por 4 pessoas, sendo um 4! ⋅3! ≠12!
engenheiro e 3 técnicos. Sabendo-se que em seu qua- III verdadeira
dro de funcionários o órgão dispõe de 3 engenheiros e 5!=120
de 9 técnicos, pode-se afirmar que a referida comissão 5!+5!=240
poderá ser formada de ___maneiras diferentes. 2⋅5!=240
Assinale a alternativa que completa corretamente a 6. RESPOSTA: “C”.
lacuna do trecho acima. __
A) 252 6.3=18
B) 250
C) 243 Tirando as possibilidades de papel e texto iguais:
D) 127 P P e V V=2 possibilidades
18-2=16 possiblidades
E) 81
7.RESPOSTA: “C”.
10. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR
– CESGRANRIO/2012) Certa empresa identifica as dife- 1ª possibilidade:2 ventiladores e 3 lâmpadas
rentes peças que produz, utilizando códigos numéricos
compostos de 5 dígitos, mantendo, sempre, o seguin- !!
!!,! = !!!! = 3
te padrão: os dois últimos dígitos de cada código são
iguais entre si, mas diferentes dos demais. Por exem-
plo, o código “03344” é válido, já o código “34544”, !!
não.
!!!,! = =4
!!!!
Quantos códigos diferentes podem ser criados?
A) 3.312 !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 4 = 12
B) 4.608
C) 5.040 !
D) 7.000 2ª possibilidade:2 ventiladores e 4 lâmpadas
E) 7.290 !!
!!,! = !!!! = 3
Respostas

1. RESPOSTA: “A”. !!
!!,! = =1
!!!!
9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
!!,! = = = 126
5! 4! 5! ∙ 24 !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
!
2. RESPOSTA: “C”. ! 3ª possibilidade:3 ventiladores e 3 lâmpadas
_______
P5.4.3.2.1 A=120 !!
120.2(letras E e U)=240 !!,! = !!!! = 1
120+240=360 anagramas com a letra P !!
!!,! = !!!! = 4
360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)

3. RESPOSTA: “B”. !!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 4 = 4


!
36
MATEMÁTICA

4ª possibilidade:3 ventiladores e 4 lâmpadas


9) PROBABILIDADE: EXPERIMENTO
!! ALEATÓRIO, EXPERIMENTO AMOSTRAL,
!!,! = !!!! = 1 ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO;
PROBABILIDADE EM ESPAÇOS AMOSTRAIS
!! EQUIPROVÁVEIS; PROBABILIDADE DA
!!,! = !!!! = 1 UNIÃO DE DOIS EVENTOS; PROBABILIDADE
CONDICIONAL; PROPRIEDADES DAS
PROBABILIDADES; E A PROBABILIDADE
!!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 1 = 1 DE DOIS EVENTOS SUCESSIVOS E
! EXPERIMENTOS BINOMIAIS.
Somando as possibilidades:12+3+4+1=20

8. RESPOSTA: “B”. Experimento Aleatório

Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-


!!,! ∙ !! previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.

6 ∙ 5 ∙ 4! Espaço Amostral
∙ 24 = 360 Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
2! 4! resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
! indica por E.
9. RESPOSTA: “A”. No lançamento de um dado, observando a face volta-
da para cima, tem-se:
Engenheiros E={1,2,3,4,5,6}
No lançamento de uma moeda, observando a face vol-
3! tada para cima:
!!,! = =3 E={Ca,Co}
1! 2!
! Evento
Técnicos É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6! E={1,2,3,4,5,6}
!!,! = = = 84! Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento
6! 3! 6! ∙ 6 {5}:Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.

1 engenheiro e 3 técnicos Exemplo


3⋅84=252 Considere o seguinte experimento: registrar as faces
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.
10.RESPOSTA: “E”. a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
_____ b) Descreva o espaço amostral.
9.9.9.1.1=729
Solução
São 10 possibilidades para os últimos dois dígitos: a)O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lança-
729.10=7290 mento, há duas possibilidades.
2x2x2=8
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(-
C,R,R),(R,R,R)}

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.

𝑛 𝐴
𝑃 𝐴 =
𝑛 𝐸

37
MATEMÁTICA

Eventos complementares Probabilidade Condicional

Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se ocorreu o evento B, definido por:
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A. ! !∩!
!(!/!) =
! !
!
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Note que Eventos Simultâneos

Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa-


ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:

Exemplo
Propriedades
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada 1) A Probabilidade é uma unidade de medida. Seu va-
uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter sido lor está entre 0 e 1 , isto é, 0 ≤ P(A) ≤ 1. Se, em seus cálcu-
retirada uma bola que não seja vermelha. los, a probabilidade encontrada estiver fora dessa faixa de
valores, você certamente errou alguma coisa.
Solução 2) P(Ω) = 1. Isso se deve aos fatos de que um evento é
um subconjunto do espaço amostral, mas todos conjunto
!"!!"!#$%&!! = !"#$!!"#$"%ℎ!! !!! = !"#$!!ã!!!"#$"%ℎ! ! é subconjunto de si mesmo e, portanto, o próprio espaço
são complementares. amostral é um evento. Como, para que um evento ocorra, é
preciso que apenas uma de suas possibilidades tome lugar,
temos que a probabilidade do espaço amostral é 1, ou seja,
este é um evento certo.
3) P(A) + P(AC) = 1. Em outras palavras, a probabilidade
Adição de probabilidades do evento A somada à probabilidade do evento comple-
mentar de A – isso é, de todos os elementos do espaço
amostral que não pertencem a A, é igual a 1. Disso, pode-
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
mos concluir que, para calcular a probabilidade comple-
finito e não vazio. Tem-se:
mentar de A basta fazer P(AC) = 1 – P(A).
4) P(∅) = 0, mas o fato de a probabilidade de um evento
! !∪! =! ! +! ! −! !∩! A ser igual a 0 não assegura que A = ∅.
! 5) P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B). 6) Se A1 … An são
Exemplo eventos mutuamente exclusivos, P(A1 ∪ … ∪ An) = P(A1) +
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de … + P(An)
se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
Solução Exercícios
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
Sejam os eventos 1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
A={2,4,6} n(A)=3 MA/2013) Escolhido ao acaso um elemento do conjunto
B={1,2,3,4} n(B)=4 dos divisores de 30, qual a probabilidade de que tal ele-
mento seja um número divisível por 3?
A) 75%
B) 60%
C) 45%
D) 30%
E) 50%

38
MATEMÁTICA

2. (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) 5. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Em


Polícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca um batalhão, há 8 policiais do sexo masculino a mais do
que do sexo feminino. Sabendo que são 24 policiais do
No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia sexo feminino, então, é correto afirmar que a probabilida-
de Polícia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado de de um policial do sexo masculino ser selecionado é de
de Sergipe realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar. A) 1/32.
Durante a ação, a polícia autuou 16 condutores. B) 3/4.
Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CP- C) 3/7.
Tran, 12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e D) 4/7.
quatro por desobediência à Lei Seca[...].
O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Leia o texto abaixo
teve a Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por para responder as questões 6 e 7:
um ano.
(Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada) De um total de 120 oficiais que se destinam às modali-
dades: montado, ambiental e de choque, sabe-se que:
Escolhendo aleatoriamente, de uma única vez, dois • 40 são da polícia montada e, destes, 10 são do sexo
condutores autuados durante a blitz da Lei Seca, a proba- feminino.
bilidade de que eles sejam do grupo que desobedeceu à • O total de oficiais do sexo masculino é 80, dos quais
Lei Seca, de acordo com o texto, é: 30 são da polícia de choque.
1 • 20 moças pertencem à Polícia Ambiental.
A) 𝑃 𝐸 = 6. Sorteando-se, ao acaso, um oficial desse grupo, a
10
1 probabilidade de que ele pertença à Polícia Ambiental é de
B) 𝑃 𝐸 = A) 1/2
32 B) 1/3
1 C) 2/3
C) 𝑃 𝐸 = D) 1/4
8
1 7. Sorteando-se, ao acaso, um oficial desse grupo, a
D) 𝑃 𝐸 = probabilidade de que ele pertença à Polícia de Choque, sa-
20
bendo que é do sexo feminino, é de
1 A) 25%.
E) 𝑃 𝐸 = B) 35%.
4 C) 40%.
D) 50%.
3. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO
E CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO/2013) O gerente 8. (CODESP – AUXILIAR DE ENFERMAGEM – CON-
de vendas de certa empresa tem 32 funcionários em sua SULPLAN/2012) Numa caixa, encontram-se 20 bolas entre
equipe, dos quais 12 são mulheres. Se esse gerente esco- brancas e pretas, sendo algumas de plástico e outras de
lher aleatoriamente um dos integrantes da sua equipe, qual borracha.
a probabilidade de que a pessoa escolhida seja do sexo Considerando que dessas bolas 13 são de borracha, 12
masculino? são brancas e a possibilidade de se retirar uma bola preta
A) 11/16 de plástico é igual a 15%. Logo, então a probabilidade de
B) 5/8 se retirar uma bola branca de borracha é igual a
C) 3/8 A) 30%.
D) 3/4 B) 35%.
E) 1/4 C) 40%.
D) 25%.
4. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- E) 20%.
GRANRIO/2013) João e Maria estão enfrentando dificul-
dades em algumas disciplinas do 1º ano do Ensino Médio. 9. (ALMT – EDITOR GRÁFICO – FGV/2013) Dois
A probabilidade de João ser reprovado é de 20%, e a de números inteiros diferentes são escolhidos aleatoriamen-
Maria é de 40%. te entre os inteiros de 1 a 13. 
Considerando-se que João e Maria são independentes, A probabilidade de que o produto desses dois núme-
qual é a probabilidade de que um ou outro seja reprovado? ros seja ímpar é 
A) 0 A) 1/2  
B) 0,2 B) 16/13
C) 0,4 C) 7/13
D) 0,52 D) 7/ 26
E) 0,6 E) 19/26

39
MATEMÁTICA

10. (CRMV/RJ – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – Montada: 10 sexo feminino e 30 sexo masculino


FUNDAÇÃO BIO-RIO/2014) Mariana tem de sortear um São 120 oficiais: 80 do sexo masculino portanto, 120-
número inteiro x, 20 ≤ x ≤ 24. A chance de que ela sorteie 80=40 do sexo feminino
um número par é de: 10 do sexo feminino são da montada e 20 polícia am-
A) 30% biental: 10 polícia de choque
B) 40% Choque: 30 sexo masculino e 10 sexo feminino
C) 45% Ambiental: 20 sexo feminino e 20 sexo feminino
D) 50% 40 1
E) 60% !"#$ = = !
120 3
Respostas 7. RESPOSTA: “A”.

total sexo feminino: 40


1. RESPOSTA: “E”.
D(30)={1,2,3,5,6,10,15,30}
São divisíveis por 3:{3,6,15,30} 10
= 25%!
40
4 1
!= = = 50%! 8. RESPOSTA: “C”.
8 2
13 bolas de borracha
2. RESPOSTA: “D”. 7 são de plástico(20-13)
12 brancas
Os que desobedeceram a Lei Seca foram 4 de 16 pes- 8 pretas
soas autuadas. 15% são preta de plástico
Como devem ser duas pessoas de uma única vez, para
a segunda pessoa devemos diminuir para 3 do grupo que
desobedeceu à Lei e para 15 o total.
15 !
=
100 20
4 3 1 1 1
∙ = ∙ = ! ! = 3!!"#$%
16 15 4 5 20
!
15%=3 bolas pretas de plástico
3. RESPOSTA: “B”. 7-3=4 bolas brancas de plástico
12-4=8 bolas brancas de borracha
Homens: 32-12=20 P=8/20=40%

20 5 9.RESPOSTA: “D”.
!= = !
32 8 Seja A o conjunto dos números inteiros entre 1 e 13.
A={1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13}
Números pares:
4. RESPOSTA: “D”.
B={2,4,6,8,10,12}
! ! ∪ ! = ! ! + ! ! − !(! ∩ !) Números ímpares
C={1,3,5,7,9,11,13}
! ! ∪ ! = 0,2 + 0,4 − 0,2 ∙ 0,4 Para o produto de dois número ser ímpar, os dois nú-
! ! ∪ ! = 0,6 − 0,08 = 0,52 meros tem que ser ímpar.
!
5. RESPOSTA: “D”. 7 6 7
∙ = !
13 12 26
Policiais sexo feminino: 24
Policiais sexo masculino: 24+8=32 10. RESPOSTA: “E”.
Total de policiais 24+32=56
Os números são: 20, 21, 22, 23, 24
32 4 Os pares são: 20, 22, 24
!= = !
56 7

6. RESPOSTA: “B”.

40
MATEMÁTICA

Multiplicação de matrizes
10) MATRIZES, DETERMINANTES E
SISTEMAS LINEARES: OPERAÇÕES COM O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)
MATRIZES (ADIÇÃO, MULTIPLICAÇÃO POR mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
ESCALAR, TRANSPOSIÇÃO PRODUTO); de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
MATRIZ INVERSA; DETERMINANTE DE UMA ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
MATRIZ: DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES; E OS mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim
SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES obtidos.

Dada as matrizes:
Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo A = ! 1 !!B = 4


m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por 3!!! 0 2
A+B. != !
!"
Dada as matrizes: !!! = 0.4 + 1.2 = 2!
!!" = 3.4 + 0.2 = 12
C= 2
3!! − 1 2!!!!!!3
!= 1!!!!!!!!2 ! = 0!!!!!!!1 12
4!!!!!!!!!0! 1!!!!!!!!2 !
3 + 2!!!! − 1 + 3 5!!!!!2 Matriz Inversa
! + ! = ! = 1 + 0!!!!!!!!!!!2 + 1 , portanto ! = 1!!!!!!3
4 + 1!!!!!!!!!0 + 2 5!!!!!!!2 Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B
! é chamada inversa de A se, e somente se,
Propriedades da adição
! ∙ ! = ! ∙ ! = !!
Comutativa: A + B = B + A !"#$%!! = !!!
!
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C) Exemplo:

Elemento neutro: A + O = O + A = A Determine a matriz inversa de A.

Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O 1 −2


!=
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt
−1 3
!
Subtração de matrizes Solução

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo ! !


Seja ! =
m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se, ! !
C=A+(-B). ! !
! ∙ ! = !! ∴ ! 1 −2 ∙ 1 0
−1 3 ! ! = 0 1
!= 2 0 != 4 −1
! − 2! ! − 2! 1 0
3 −1 2 0 =
! − ! = ! + −! =
2 0 + −4 1 −! + 3! −! + 3! 0 1
3 −1 −2 0 !
−2 1
!−! =
1 −1 Temos que x=3; y=2; z=1; t=1
!
Multiplicação de um número por uma matriz
!!! = ! = 3 2 !
Considere: Logo,
1 1
Determinante
!= ! !
! !
2! = 2! 2! Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
2! 2! número real a ela associado.
!

41
MATEMÁTICA

Cálculo do determinante Em que:

Determinante de ordem 1 !! , !! , … !! !!ã!!!"#ó!"#$%&


!!! , !!" , !!" , … , !!" !!ã!!!"#$%!%#&'#(!!"#é!"#$%
!! , !! , … , !! !ã!!!"#$%&!!"#$%$"#$"&$'
!
Sistema Linear 2 x 2
Determinante de ordem 2
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o conjunto de equa-
ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
Dada a matriz mente.

Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:


O determinante é dado por:
#a1 x + b1 y = c1
"
!a2 + b2 y = c2
!
Determinante de ordem 3 Sistema Linear 3x3

Regra 1:

Repete a primeira e a segunda coluna

Sistemas Lineares equivalentes


Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto
solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

! − 2! = −3! 3! − 4! = −5
!!!!!!!!!!!
2! + ! = 4 ! + 2! = 5
!
Regra 2 São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequên-
cia ordenada de números reais que verifica, simultanea-
mente, todas as equações do sistema.
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar
todas as sequências ordenadas de números reais que satis-
façam as equações do sistema.

Matriz Associada a um Sistema Linear


detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
a21 a33 - a32 a23 a11 Dado o seguinte sistema:
Sistema de equações lineares

Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto 2! + 9! = −20


de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas. 7! − 5! = 6
!
Matriz incompleta

!= 2 9
7 −5
2 9 ! ∙ ! ! = −20
7 −5 ! 6
!
42
MATEMÁTICA

Classificação Sistema 2x3

1. Sistema Possível e Determinado !+!+! =4


x+y=3 !−! =3
x−y=1 !
! Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois
Podemos transformar qualquer sistema linear em um
2+1=3 outro equivalente pelas seguintes transformações elemen-
2−1=1 tares, realizadas com suas equações:
! -trocas as posições de duas equações
Como não existe outro par que satisfaça simultanea- -Multiplicar uma das equações por um número real di-
mente as duas equações, dizemos que esse sistema é SP-
ferente de 0.
D(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma única
-Multiplicar uma equação por um número real e adi-
solução.
cionar o resultado a outra equação.
2. Sistema Possível e Indeterminado
Exemplo
!+! =4
0! − 0! = 0
!
Esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-
res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3), Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é
(2,2), (3,1) e etc.  conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação.

3. Sistema Impossível
!+! =7
!+! =1 Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
! Multiplicando a equação por -2:
Não existe um par real que satisfaça simultaneamente Somando as duas equações:
as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
tanto é impossível.

Sistema Escalonado
Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
incógnitas das equações lineares estão escritas em uma ro de Incógnitas
mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação Quando o sistema linear apresenta nº de equações
anterior. igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
Exemplo
ficientes (incompleta), e:
- Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
Sistema 2x2 escalonado.
- Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
! + 3! = 4 impossível.
!=1 Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-
! nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
Exemplos
segunda tem dois e a terceira, apenas um.
- Discutir, em função de a, o sistema:
! + 2! − ! = 2
5! + ! = 1
!=7
!

43
MATEMÁTICA

Resolução 3. (CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA/2013) As-


sinale a alternativa que apresente o resultado da multipli-
1 3 cação das matrizes A e B abaixo:
D= = a−6
!= 2
2 a 1 !∙ ! = 0 4!!!! − 2
3 −1 1 −3!!!!!!!!5
D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6 !
−1 −5!!!!!!!!1
A)
Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado. 1 15!!!!!!!!!11

Para a ≠ 6, temos: 1 5!!!!!!!!!!!!1


B)
−1 15!!!! − 11

 x + 3 y = 5 x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~ 1 !!!5!!!!!!!! − 1
 ← −2 0 x + 0 y = −9
C)
1 −15!!!!!!!!11
1 5!!!!!!!!!!!!1
Que é um sistema impossível. D)
Assim, temos: 1 15!!!!11
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível) −1 5!!!!!!!!! − !!1
E)
1 15!!!! − 11
Exercícios !

1. (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) 4. PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) É cor-


A matriz abaixo registra as ocorrências policiais em uma reto afirmar que o determinante 1 ! ! é igual a zero
das regiões da cidade durante uma semana. para x igual a −2 4
A) 1.
B) 2.
C) -2.
D) -1.

5. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E


CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO/2013) Maria vende
Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando salgados e doces. Cada salgado custa R$2,00, e cada doce,
o número de ocorrência no turno i do dia j da semana. R$1,50. Ontem ela faturou R$95,00 vendendo doces e sal-
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, gados, em um total de 55 unidades.
somando como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º Quantos doces Maria vendeu?
dia será: A) 20
A) 61 B) 25
B) 59 C) 30
C) 58 D) 35
D) 60 E) 40
E) 62
6. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO –
2. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Consi- FCC/2013) Dos 56 funcionários de uma agência bancária,
dere a seguinte sentença envolvendo matrizes: alguns decidiram contribuir com uma lista beneficente.
6 ! Contribuíram 2 a cada 3 mulheres, e 1 a cada 4 homens,
−3 = 7 7
+ 1 totalizando 24 pessoas.
7 2 8 5 15 7
!
A razão do número de funcionárias mulheres para o
Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta número de funcionários homens dessa agência é de
o valor de y que torna a sentença verdadeira. A) 3 para 4.
A) 4. B) 2 para 3.
B) 6. C) 1 para 2.
C) 8. D) 3 para 2.
D) 10. E) 4 para 5.

44
MATEMÁTICA

7. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – D) -2


VUNESP/2012) Usando, inicialmente, somente gasolina e,
depois, somente álcool, um carro com motor flex rodou
um total de 2 600 km na pista de testes de uma montado- E)
1
− !
ra, consumindo, nesse percurso, 248 litros de combustível. 3
Sabe­se que nesse teste ele percorreu, em média, 11,5 qui-
lômetros com um litro de gasolina e 8,5 quilômetros com Respostas
um litro de álcool. Desse modo, é correto afirmar que a
diferença entre a quantidade utilizada de cada combustível 1. RESPOSTA: “E”.
nesse teste foi, em litros, igual a
A) 84. Turno i –linha da matriz
B) 60. Turno j- coluna da matriz
C) 90.
D) 80. 2º turno do 2º dia – a22=18
E) 68. 3º turno do 6º dia-a36=25
1º turno do 7º dia-a17=19
8. (IAMSPE – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU-
NESP/2012) Jair e Hélio passaram um dia organizando os Somando:18+25+19=62
documentos de sua empresa, criando arquivos para dife-
rentes temas. Um terço dos arquivos que Jair criou corres- 2. RESPOSTA: “D”.
ponde ao dobro dos criados por Hélio. A diferença entre o
número de arquivos criado por Jair e por Hélio é igual a 1
6+1=7 !−3=7
!
500. Nesse caso, o total de arquivos criados pelos dois foi 7 + 8 = 15 2+5=7
A) 1 600.
B) 1 800. y=10
C) 2 100. 3. RESPOSTA: “B”.
D) 2 400.
E) 3 600.
2∙0+1∙1 2 ∙ 4 + 1 ∙ (−3!)!!!!!2 ∙ (−2) + 1 ∙ 5
!∙! =
3 ∙ 0 + (−1) ∙ 1 3 ∙ 4 + −1 ∙ −3 !!!!!3 ∙ −2 + (−1) ∙ 5
9. (COREN/SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – VU- !
NESP/2013) Antes do início da última rodada de certo
jogo, a diferença entre o número de fichas de Mônica e o 1 5!!!!!1 !
!∙! =
de Lívia era igual a 20. Na última rodada, ambas perderam −1 15!!! − 11
6 fichas cada, e assim, Mônica ficou com o triplo do núme- !
ro de fichas de Lívia. Desse modo, é correto afirmar que o
número de fichas de Mônica, no final desse jogo, era igual 4. RESPOSTA: “C”.
a
A) 15. D=4-(-2x)
B) 18. 0=4+2x
C) 24. X=-2
D) 30. 5. RESPOSTA: “C”.
E) 33.
F) Doces: x
10. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO Salgados:y
BRASILEIRO/2013) O elemento da segunda linha e tercei-
ra coluna da matriz inversa da matriz é: ! + ! = 55!!!!!!!(! − 1,5)
1 0 1 1,5! + 2! = 95
2 1 0 !
0 1 1 −1,5! − 1,5! = −82,5
1,5! + 2! = 95
2
A) !
3 !Somando as duas equações:
3
B) ! 0,5! = 12,5
2 ! = 25!! ∴ ! = 30
!
C) 0 Ela vendeu 30 doces

45
MATEMÁTICA

6. RESPOSTA: “A”. 1
! = 2!!
Mulheres: x 3
Homens: y
x-y=1500
2
! + ! = 56!!! ! −
3
2 1 ! − ! = 1500 ! − 2
! + ! = 24 !
3 4 ! − 2! = 0
!
2 2 112
− !− !=− −2! + 2! = −3000
3 3 3
2 1 !
! + ! = 24 ! − 2! = 0
3 4 !
! !
Somando as duas equações: Somando as duas equações

2 1 112 !
− !+ !=− + 24 −2 + ! = −3000
3 4 3 !
!
Mmc(3,4)=12
!
− ! ! = −3000
−8! + 3! = −448 + 288!
-5y=-160
! = 1800! ∴ ! = 300
y=32 !
Portanto o total de arquivos é 1800+300=2100
x=24
9. RESPOSTA: “D”.
razão de mulheres pra homens:
Mônica:x
24 3 Lívia : y
= ! x-y=20
32 4 x-6=3(y-6)
x-6=3y-18
7. RESPOSTA: “D”. x-3y=-12
Litro de gasolina: x
Litro de álcool: y ! − ! = 20
! − 3! = −12
! + ! = 248 ! − 8,5
11,5! + 8,5! = 2600 ! − ! = 20!!!!(−1)
! − 3! = −12
−8,5! − 8,5! = −2108 −! + ! = −20
11,5! + 8,5! = 2600 ! − 3! = −12
! !
Somando as equações:
3x=492 Somando as duas equações:
X=164
Y=248-164=84 −2! = −32
! = 16!! ∴ ! = 36
Diferença: 164-84=80
!
Final do jogo Mônica tinha 6 fichas a menos, então:
8. RESPOSTA: “C”. 36-6=30

Jair: x 10. RESPOSTA: “A”.


Hélio: y A.B=I

46
MATEMÁTICA

Progressão Aritmética
1 0!!!1 ! !!!!!! 1 0!!!0
2 1!!!!0 ∙ ! !!!!!!!! = 0 1!!!!0 Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
0!!!!!1!!!!!1!!!! !!!!!!ℎ!!!!!!!!!!! !!!!0!!!!!0!!!!!1!!!! em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
!+! ! + ℎ!!!!! + ! te r chama-se razão da PA.
1 0!!!0
2! + 2! 2! + !!!!!!!2! + ! = 0 1!!!!0
! + !!!!!!!!!!!!!!! + ℎ!!!!!!!!!!!!! + !!!!!! !!!!0!!!!!0!!!!!1!!!!
! Exemplo
Como queremos saber o elemento da segunda linha e A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
terceira coluna(f):

!+! =0
2! + ! = 0!
!+! =1
Classificação
Da primeira equação temos:
c=-i
substituindo na terceira: As progressões aritméticas podem ser classificadas de
f-c=1 acordo com o valor da razão r.
2! + ! = 0 ! − 1 r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
!−! =1 r=0 PA constante
−2! − ! = 0
!−! =1 Propriedades das Progressões Aritméticas
!
Somando as equações: -Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
-3c=1 média aritmética entre o anterior e o posterior.
C=-1/3
f=2/3

11) SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS E -A soma de dois termos equidistantes dos extremos é


PROGRESSÕES: SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS; igual à soma dos extremos.
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS:
TERMO GERAL, SOMA DOS TERMOS
E PROPRIEDADES; PROGRESSÕES
GEOMÉTRICAS: TERMO GERAL, SOMA DOS
Termo Geral da PA
TERMOS E PROPRIEDADES.
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
da seguinte forma:
Sequências

Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-


mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se- Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao
gundo por a2, e o n-ésimo por an. primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade.
Termo Geral de uma Sequência

Algumas sequências podem ser expressas mediante


uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão, Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
que relaciona o valor do termo com sua posição.
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n)
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40

47
MATEMÁTICA

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multi-
Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes plicando o anterior por uma constante q, chamada razão
dos extremos é igual à soma dos extremos. da PG.
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per- Exemplo
mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
gressão aritmética. Dada a sequência: (4, 8, 16)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
Exemplo - Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O 0 < q < 1.
último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri- - Decrescente: Quando cada termo é menor que o an-
meiro termo? terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
Solução - Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda - Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
para solucionar a questão: de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto
ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de igual à posição do termo menos uma unidade.
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.

Em notação matemática temos:


Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita

Seja a PG finita de razão q e de soma dos termos Sn:

1º Caso: q=1

48
MATEMÁTICA

2º Caso: q≠1 Exercícios

1. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-


NISTRATIVO – FCC/2014) Uma sequência inicia-se com o
número 0,3. A partir do 2º termo, a regra de obtenção dos
novos termos é o termo anterior menos 0,07. Dessa manei-
ra o número que corresponde à soma do 4º e do 7º termos
Exemplo dessa sequência é
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular: A) -6,7.
a) A soma dos 6 primeiros termos B) 0,23.
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter- C) -3,1.
mos seja 29524 D) -0,03.
E) -0,23.
Solução
2. (MPE/AM – AGENTE DE APOIO- ADMINISTRA-
a) TIVO – FCC/2013) Considere a sequência numérica forma-
da pelos números inteiros positivos que são divisíveis por
4, cujos oito primeiros elementos são dados a seguir.
(4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32,...)
O último algarismo do 234º elemento dessa sequência
é
A) 0
B) 2
C) 4
D) 6
E) 8

b) 3. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SE-


GURANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) O pri-
meiro e o terceiro termos de uma progressão geométrica
crescente são, respectivamente, 4 e 100. A soma do segun-
do e quarto termos dessa sequência é igual a
A) 210.
B) 250.
C) 360.
D) 480.
E) 520.
Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica
Infinita 4. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SE-
GURANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Jonas
1º Caso:-1<q<1 começou uma caminhada no quarteirão com a intenção de
completar 4 voltas em torno do mesmo. Se, a cada volta,
ele demora 5 minutos a mais que o tempo gasto na vol-
ta anterior, gastando nas 4 voltas um total de 1 hora e 2
minutos, então o tempo gasto para completar a primeira
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a volta foi de
série é convergente. A) 6 minutos.
2º Caso: B) 7 minutos.
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- C) 8 minutos.
rie é divergente D) 9 minutos.
E) 10 minutos.
3º Caso:
Também não possui soma finita, portanto divergente 5. (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012)
Considere que os termos da sucessão seguinte foram obti-
Produto dos termos de uma PG finita dos segundo determinado padrão.
(20, 21, 19, 22, 18, 23, 17, ...)
Se, de acordo com o padrão estabelecido, X e Y são o
décimo e o décimo terceiro termos dessa sucessão, então
a razão Y/X é igual a

49
MATEMÁTICA

A) 44%. na segunda hora, ele percorre 27km, e, assim por diante,


B) 48%. em progressão aritmética. Portanto, após 5 horas de trei-
C) 56%. namento, ele terá percorrido
D) 58%. A) 90km.
E) 64%. B) 100km.
C) 110km.
6. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- D) 120km.
GRANRIO/2013) Progressões aritméticas são sequências
numéricas nas quais a diferença entre dois termos conse- Respostas
cutivos é constante.
A sequência (5, 8, 11, 14, 17, ..., 68, 71) é uma progres- 1. RESPOSTA: “D”.
são aritmética finita que possui !! = !! − ! − 1 !
A) 67 termos !! = 0,3 − 3.0,07 = 0,09
B) 33 termos !! = 0,3 − 6.0,07 = −0,12
C) 28 termos ! = !! + !! = 0,09 − 0,12 = −0,03
D) 23 termos
!
E) 21 termos
2.RESPOSTA: “D”.
7. (TJ/SP - AUXILIAR DE SAÚDE JUDICIÁRIO - AU- r=4
XILIAR EM SAÚDE BUCAL – VUNESP/2013) Em uma reu- !! = !! + ! − 1 !
nião de condomínio com 160 pessoas presentes, cada uma
recebeu um número diferente, a partir de 1 até 160. Na !!"# = 4 + 233 ∙ 4 = 936
reunião, foram feitas duas comissões (A e B) com os se- !
guintes integrantes: na comissão A, as pessoas portadoras Portanto, o último algarismo é 6.
de número ímpar e, na comissão B, as pessoas portadoras
de número múltiplo de 3. Dentre as pessoas presentes na 3. RESPOSTA: “E”.
reunião, os participantes de ambas as comissões corres- !! = !! ∙ ! !!!
pondem à
A) 16,875%.
!! = !! ∙ ! !
B) 16,250%. 100 = 4 ∙ !!
C) 17,500%. !! = 25
D) 18,750%. !=5
E) 18,125%.
!! = !! ∙ ! = 4 ∙ 5 = 20
8. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR !! = !! ∙ ! = 100 ∙ 5 = 500
– CESGRANRIO/2012) Álvaro, Bento, Carlos e Danilo tra- !! + !! = 20 + 500 = 520
balham em uma mesma empresa, e os valores de seus !
salários mensais formam, nessa ordem, uma progressão 4.RESPOSTA: “C”.
aritmética. Danilo ganha mensalmente R$ 1.200,00 a mais r=5 minutos
que Álvaro, enquanto Bento e Carlos recebem, juntos, R$ 1 hora e 2 minutos=62 minutos
3.400,00 por mês.
Qual é, em reais, o salário mensal de Carlos? !! = !! + 3!
A) 1.500,00 !! = !! + 3 ∙ 5 = !! + 15
B) 1.550,00
C) 1.700,00 !! + !! !
D) 1.850,00 !! =
E) 1.900,00 2

9. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) O 12 !! + !! 4


!! =
termo da progressão aritmética (-7, -9, -11,...) é 2
A) -27.
B) -29. 62 = 2 !! + !! + 15
C) -31. 31 = 2!! + 15
D) -32. 2!! = 16
!! = 8!!"#$%&'
10. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Para participar 5
! . RESPOSTA: “C”.
da Corrida Ciclística da Polícia Militar, um policial faz o se- Pensando no décimo termo da sequência como o 5º
guinte treinamento: na primeira hora, ele percorre 30km; termo da sequência par(2ºtermo,4ºtermo..):

50
MATEMÁTICA

2x=2200
!! = 21!!!! = 1 X=1100
!!!! = !! + ! − 1 ! Portanto, o salário de Carlos é 1100+800=1900
!! = 21 + 4 = 25 = !
! 9.RESPOSTA: “B”.
Décimo terceiro termo é o 7º termo da sequência im- a1=-7
par r=-9-(-7)=-2
A sequência ímpar(1ºtermo,3ºtermo..) a r=-1
!!" = !! + 11!
!! = !! − ! − 1 ! !!" = −7 + 11 ∙ −2
!!! = 20 − 6 = 14 = ! !!" = −7 − 22 = −29
! !" !
= !" = 0,56 = 56%
! 10.RESPOSTA: “D”.
!
6.RESPOSTA: “D”. !! = 30
an=71 !! =?
a1=5 ! = −3
r=8-5=3
!! = !! + ! − 1 ! !! = !! + 4!
71 = 5 + ! − 1 3 !! = 30 − 12 = 18
3! − 3 + 5 = 71
!
3! = 69 !! = (!! + !! ) ∙ !
! = 23!!"#$%&
! !
7.RESPOSTA: “B”. !! = 30 + 18 ∙ ! = 120!!"
O último número ímpar e múltiplo de 3 é o 159. !
Sequência ímpar: 1,3,5,7,9 11,13,15,17,19,21....
Sequência múltiplo: 3,6,9,12,15,18,21...
A cada 6 números (3,9,15..) o número estará nas duas 12) GEOMETRIA ESPACIAL DE POSIÇÃO:
comissões. POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS RETAS;
a1=3 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DOIS PLANOS;
an=159 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETA E PLANO;
r=6 PERPENDICULARIDADE ENTRE DUAS RETAS,
ENTRE DOIS PLANOS E ENTRE RETA E
!! = !! + ! − 1 ! PLANO; E A PROJEÇÃO ORTOGONAL.
159 = 3 + ! − 1 6
6! − 6 + 3 = 159
6! = 156 Posições Relativas de Duas Retas
! = 26 Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são deno-
26
!= = 0,1625 = 16,25% minadas retas reversas.
160
! Retas Coplanares
Participarão de ambas as comissões 16,25% a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

8. RESPOSTA: “E”.
Álvaro ganha: x
De Álvaro para Bento:r
Álvaro para Carlos: 2r
Álvaro para Danilo: 3r
3r=1200
r=400
x+r+x+2r=3400
x+400+x+800=3400 -Duas retas concorrentes podem ser:

51
MATEMÁTICA

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto. Reta Contida no Plano

!≠B
! ∈ !, ! ∈ ! r ⊂ α ↔ r ∩ α = r!
! ∈ !, ! ∈ !

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares.

Reta Concorrente ao Plano

Uma reta e um plano são concorrentes se tiverem um


único ponto comum:O ponto P é o ponto de interseção
entre a reta e o plano.

b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são


coincidentes.

Reta Paralela ao Plano

Uma reta e um plano são paralelos quando não têm


ponto comum.
Se uma reta r é paralela a um plano α, então ela será
paralela ou reversa a qualquer reta do plano, pois, para
uma reta s ⊂α, temos r∩s=∅

Posição Relativa de Reta e Plano

São três situações possíveis: Posições Relativas de dois planos


-reta contida no plano
-concorrente ao plano As posições relativas de dois planos definem três ca-
-paralela ao plano tegorias:

52
MATEMÁTICA

-Planos Coincidentes
13) GEOMETRIA ESPACIAL MÉTRICA:
Dois planos são coincidentes se tiverem todos os pon- PRISMAS: CONCEITO, ELEMENTOS,
tos comuns. CLASSIFICAÇÃO, ÁREAS E VOLUMES
E TRONCOS; PIRÂMIDE: CONCEITO,
ELEMENTOS, CLASSIFICAÇÃO, ÁREAS
E VOLUMES E TRONCOS; CILINDRO:
CONCEITO, ELEMENTOS, CLASSIFICAÇÃO,
ÁREAS E VOLUMES E TRONCOS; CONE:
CONCEITO, ELEMENTOS, CLASSIFICAÇÃO,
ÁREAS E VOLUMES E TRONCOS; ESFERA:
ELEMENTOS, SEÇÃO DA ESFERA, ÁREA,
VOLUMES E PARTES DA ESFERA; PROJEÇÕES;
SÓLIDOS DE REVOLUÇÃO; E INSCRIÇÃO E
CIRCUNSCRIÇÃO DE SÓLIDOS.
-Planos Concorrentes

Dois planos distintos são concorrentes ou secantes se Prismas


tiverem uma reta comum.
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.
∃ ! ! ∩ ! = ! ↔ !!!"!!"#!"$$%#&%'!

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião


de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
-Planos Paralelos Distintos

Dois planos distintos são paralelos quando não tive-


rem ponto comum.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-


gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos
obtidos ligando-se os vértices correspondentes das duas
faces paralelas.

53
MATEMÁTICA

Classificação Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces


Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares quadradas.
às bases

Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

Prisma Regular

Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-


lares, o prisma é dito regular.

As faces laterais são retângulos congruentes e as bases


Classificação pelo polígono da base são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

-Triangular Área
Área cubo:
Área paralelepípedo:
A área de um prisma:

Onde: St=área total


Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
rais.

Volume
-Quadrangular
Paralelepípedo:V=a.b.c

Cubo:V=a³

Demais:
Tronco de prisma

Quando seccionamos um prisma por um plano não


paralelo aos planos das bases, a região espacial localizada
dentro do prisma, acima da base inferior e abaixo do plano
seccionante é denominado tronco de prisma. Para calcular
o volume do tronco de prisma, multiplicamos a média arit-
mética das arestas laterais do tronco de prisma pela área
da base.
E assim por diante...
Paralelepípedos

Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-


nam-se paralelepípedos.

54
MATEMÁTICA

Pirâmides Cones

As pirâmides são também classificadas quanto ao nú- Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
mero de lados da base. um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.

Área e Volume

Área lateral:
Classificação
Onde n= quantidade de lados
-Reto:eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.
Tronco de Pirâmide

Áreas !! = ℎ! + !²
!
Temos as seguintes áreas: -Oblíquo: eixo não é perpendicular
a) área lateral (AL): soma das áreas dos trapézios isós-
celes congruentes que formam as faces laterais
b) área total (AT): soma da área lateral com a soma das
áreas da base menor (Ab) e maior (AB)

!
! ! = !! + ! ! + ! !
Volume
ℎ!
!= (! + !! ∙ !! + !! )
3 !
!

55
MATEMÁTICA

Tronco de Cone Calotas esféricas

Áreas É a parte da esfera cortada por um plano.

! ! = !! + ! ! + ! !
!! = ! ! + ! ! + ! ! + ! !
!
Áreas

!! = 4!"²
!!"#$%" = !ℎ(4! − ℎ)
!
Volumes
4
!!"#!$% = !!!
3
!ℎ! ! !ℎ! 3! − ℎ
!= (! + ! ! + !") !!"#$%" =
3 3
! !
Esferas
Exercícios
Superfície esférica de centro O é o conjunto de pontos
do espaço cuja distância a O é igual a R. 1. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
BRASILEIRO/2013) Considere que uma laranja tem a for-
ma de uma esfera de raio 4 cm, composta de 12 gomos
exatamente iguais. A superfície total de cada gomo mede:
! !!
A) !
!!!!

! !!
B) !
!!!!

Esfera é o conjunto de pontos do espaço cuja distância


a O é igual ou menor que o raio R. !! !
C) !
!!!!

!! !
D) !!!!
!

E) 4! !!!!!
!
56
MATEMÁTICA

2. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB – ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – FCC/2013) Uma chapa metálica retangu-
lar é formada por três retângulos idênticos e seis quadrados idênticos. Um dos lados dessa chapa mede x metros, conforme
indica a Figura 1. Dos “cantos” da chapa foram retirados quatro dos seis quadrados, conforme indica a Figura 2. Em seguida,
a chapa foi dobrada nas indicações tracejadas formando uma caixa com a forma de paralelepípedo reto retangular com
uma aresta medindo 4 m, conforme indica a Figura 3.

Sabendo que o volume da caixa obtida é 25 m³, então, x é igual a


A) 8.
B) 9,5.
C) 8,5.
D) 10,5.
E) 9.

3. (CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDATEC/2013) Para responder a questão, observe a figura a seguir:

A figura acima apresenta um porta-lápis que é formado por um cubo, com aresta de 12cm, do qual foi retirado uma
parte cônica. Nesse sentido, o volume do porta-lápis é
A) 1728π cm³
B) 1588π cm³
C) (1728-432π) cm³
D) 1548π cm³
E) (1728-144π) cm³

4. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO/2013) Um reservatório


em forma de paralelepípedo, com 16dm de altura, 30dm de comprimento e 20dm de largura, estava apoiado sobre uma
base horizontal e continha água até a metade de sua capacidade. Parte da água foi consumida e, assim, o nível da água
baixou 6dm, como mostra a figura a seguir.

Quantos litros de água foram consumidos?


A) 1800
B) 2400
C) 3600
D) 5400
E) 7200

57
MATEMÁTICA

5. (SEAP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PE- 7. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Uma garrafa
NITENCIÁRIA – VUNESP/2013) Um vaso de base quadra- de vidro tem a forma de dois cilindros sobrepostos, ambos
da, medindo 15 cm de lado, tem água até uma altura de 12 com 8 cm de altura e bases com raios R e r, conforme mos-
cm, conforme mostra a figura. tra a figura.

O volume da água, quando seu nível atinge 6 cm de al-


tura, é igual a 96π cm³. Quando totalmente cheio, o volume
da água é igual a 178π cm³. Desse modo, é correto afirmar
que R e r medem, em centímetros, respectivamente,
Sabendo que o volume máximo de água nesse vaso é A) 4,0 e 2,0.
de 4,5 litros, então o número máximo de litro(s) de água B) 4,0 e 2,5.
que ainda cabe(m) nele é C) 5,0 e 3,0.
A) 1,4. D) 6,25 e 4,0.
B) 2,0. E) 6,25 e 4,5.
C) 1,2.
D) 1,8. 8. (SANEAGO – AGENTE ADMINISTRATIVO –
E) 1,6. IBEG/2013) Uma caixa com formato de um cubo, sem
tampa, cujas faces são quadrados com 25cm de lado, será
6. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – pintada por dentro e por fora.
CESGRANRIO/2012) Uma fita retangular de 2 cm de lar-
gura foi colocada em torno de uma pequena lata cilíndrica
de 12 cm de altura e 192 π cm3 de volume, dando uma
volta completa em torno da lata, como ilustra o modelo
abaixo.

A área total que será pintada é em metros quadrados


igual a:
A) 6.250m²
B) 5.000m²
C) 0,500m²
D) 62,5m²
E) 0,625m²

9. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCO-


LAR – VUNESP/2012) Uma embalagem de suco tem a for-
ma de paralelepípedo reto-retângulo com capacidade de
294 mL e arestas da base medindo 5 e 6 centímetros, como
mostra a figura

A área da região da superfície da lata ocupada pela fita


é, em cm², igual a
A) 8 π
B) 12 π
C) 16 π
D) 24 π
E) 32 π

58
MATEMÁTICA

Desprezando-se a espessura das paredes e conside- 3. RESPOSTA “E”.


rando que 1 mL equivale a 1 cm³, a altura da embalagem,
em centímetros, é igual a ! = !! = 12! = 1728!"³
A) 9,4.
B) 9,5. 1 12
C) 9,6. !!"#$ = !! ! ∙ ℎ = !6! ∙ = 144!"!!
D) 9,8. 3 3
E) 10,2.
!!"#$% = 1728 − 144! !"³
10. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – !
CESGRANRIO/2012) Um cilindro circular reto possui altu-
ra igual ao raio de sua base. Se a razão entre o volume do 4. RESPOSTA: “C”.
cilindro, dado em metros cúbicos, e a sua área total, dada
em metros quadrados, é igual a 2 metros, então a área la- Altura:8 dm(metade)
teral do cilindro, em m², é igual a
A) 128π !!!"#"!$%&ó!"# = 8 ∙ 30 ∙ 20 = 4800!!! !
B) 64π
C) 48π Depois de consumida:
D) 32π
E) 16π !!"#$%& = 2 ∙ 30 ∙ 20 = 1200!"³!
Respostas
Foi consumido: 4800-1200=3600 dm³=3600 litros
1. RESPOSTA : “A”.
5.RESPOSTA: “D”.
S=4πR² superfície da esfera

A superfície total do gomo é superf. Esfera/12+área ! = 15 ∙ 15 ∙ 12 = 2700!!! = 2700!!" = 2,7!! !


lateral gomo
Portanto, podem ser colocados 4,5-2,7=1,8 l
4!!! 16 64!
!= + !! ! = 4! ∙ + 16! = ! 6.RESPOSTA: “C”.
12 12 3
64=4³ ! = !"² ∙ ℎ
192! = !"² ∙ 12
(x-4)/2 é o comprimento do quadrado sem o retân- ! ! = 16
gulo.
Como o volume vai usar o comprimento do retângulo ! = 4!"
e o comprimento de dois quadrados: !

2. RESPOSTA: “E”.

!!! !!!
! = 4 ∙ ! ∙ ! = 25
! ! − 8! + 16 = 25
! ! − 8! − 9 = 0
∆= 64 + 36 = 100
!±!"
!= !

!! = 9
! = 2!" = 2! ∙ 4 = 8!
!!! = −1 !ã!!!"#$é!
á!"#!!"#$ = 2 ∙ 8! = 16!!!!!
!
Então valor de x=9. !

59
MATEMÁTICA

7.RESPOSTA:
! =“B”.
!!! ℎ
! !"#"$%&'
14) GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA: PONTO:
96! = !!! 6 O PLANO CARTESIANO, DISTÂNCIA ENTRE
!! = 16 DOIS PONTOS, PONTO MÉDIO DE UM
! = 4!!" SEGMENTO E CONDIÇÃO DE ALINHAMENTO
!! !"#$% = !!! ℎ DE TRÊS PONTOS; RETA: EQUAÇÕES GERAL
!! = ! ∙ 16 ∙ 8 = 128!!!!! E REDUZIDA, INTERSEÇÃO DE RETAS,
PARALELISMO E PERPENDICULARIDADE,
!!"#"$%&' !"#$% = 178! − 128! = 50!"!! ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS, DISTÂNCIA
50! = !! ! ∙ 8 ENTRE PONTO E RETA E DISTÂNCIA
! ! = 6,25 ENTRE DUAS RETAS, BISSETRIZES DO
! = 2,5 ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS, ÁREA
!8. RESPOSTA: “E”. DE UM TRIÂNGULO E INEQUAÇÕES DO
PRIMEIRO GRAU COM DUAS VARIÁVEIS;
CIRCUNFERÊNCIA: EQUAÇÕES GERAL
A=5a² E REDUZIDA, POSIÇÕES RELATIVAS
ENTRE PONTO E CIRCUNFERÊNCIA,
A área do cubo normal é 6a², mas no caso em questão
não tem tampa, por isso é 5 RETA E CIRCUNFERÊNCIA E DUAS
A=5.25²=3125 cm² CIRCUNFERÊNCIAS; PROBLEMAS DE
TANGÊNCIA; E EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
Como vai ser pintado por dentro e por fora: DO SEGUNDO GRAU COM DUAS VARIÁVEIS;
3125.2=6250 cm²=0,625 m² ELIPSE: DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO, POSIÇÕES
RELATIVAS ENTRE PONTO E ELIPSE,
9.RESPOSTA: “D”. POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETA E ELIPSE;
HIPÉRBOLE: DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO DA
h-altura da caixa HIPÉRBOLE, POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE
294ml=294 cm³ PONTO E HIPÉRBOLE, POSIÇÕES RELATIVAS
Vcaixa=5.6.h
ENTRE RETA E HIPÉRBOLE E EQUAÇÕES DAS
294=30h
h=9,8 cm ASSÍNTOTAS DA HIPÉRBOLE; PARÁBOLA:
DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO, POSIÇÕES RELATIVAS
10.RESPOSTA: “A”. ENTRE PONTO E PARÁBOLA, POSIÇÕES
RELATIVAS ENTRE RETA E PARÁBOLA;
V=Ab.h= πr²h RECONHECIMENTO DE CÔNICAS A PARTIR
At=2 πr(h+r) DE SUA EQUAÇÃO GERAL.

Sendo h=r
V= πr³ Estudo do Ponto
At=2 πr(2r)=4 πr²

! !"³
=
!! 4!"²
!
2=
4

!=8 Podemos localizar um ponto P em um plano α utilizan-


! do um sistema de eixos cartesianos.
- A é a abscissa do ponto P
Al=2 πrh=2 π8.8=128 π -B é a ordenada do ponto P
-P ∈1ºQuad

Distância entre Dois Pontos


Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yq), a distância dAB entre
eles é uma função das coordenadas de P e Q:

60
MATEMÁTICA

Para verificarmos se os pontos estão alinhados, pode-


mos utilizar a construção gráfica determinando os pontos
de acordo com suas coordenadas posicionais. Outra forma
de determinar o alinhamento dos pontos é através do cál-
culo do determinante pela regra de Sarrus envolvendo a
matriz das coordenadas.

Exemplo

Dados os pontos A (2, 5), B (3, 7) e C (5, 11), vamos


determinar se estão alinhados.

Ponto Médio

(14 + 25 + 33) – (35 + 22 + 15) 

72 – 72 = 0 
Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yp), as coordenadas do
ponto M(xM, yM) médio entre A e B, serão dadas pelas se- Os pontos somente estarão alinhados se o determi-
missomas das coordenadas de P e Q. nante da matriz quadrada calculado pela regra de Sarrus
for igual a 0. 
O ponto M terá as seguintes coordenadas:
Estudo da Reta

Cálculo do coeficiente angular

Consideremos a reta que passa pelos pontos


Alinhamento de três pontos !(!! , !! )! e !(!! , !! ),! com !! ≠ !! ! , e que forma com
o eixo um ângulo de medida ! !.
Três pontos estão alinhados se, e somente se, perten-
cerem à mesma reta. 1º caso: 0! < ! < 90! !

61
MATEMÁTICA

Sendo o triângulo ABC retângulo ( é reto), temos:


O valor do coeficiente angular varia em função de .

2º caso: 90! < ! < 180! !

Do triângulo retângulo ABC, vem:

Portanto, para os dois casos, temos:

Coeficiente angular

Coeficiente angular de uma reta não perpendicular ao


eixo é o valor da tangente do ângulo de inclinação dessa
reta.

62
MATEMÁTICA

A equação fundamental de é dada por: Posições relativas de duas retas

Considere duas retas distintas do plano cartesiano:

Podemos classifica-las como paralelas ou concorren-


tes.
Equação Geral da Reta
! !! ! + !! ! + !! = 0
Ax+by+c=0 !
! !! ! + !! ! + !! = 0
Equação Segmentária
Retas paralelas

As retas e têm o mesmo coeficiente angular.

!! = !! ↔ !! = !! !

! !
+ = 1!
! !

Equação reduzida da reta Assim, para , temos:

Vamos determinar a equação da reta que passa por e


tem coeficiente angular ! = tan ! ! : !! !! !! !! ! !!
! ! = !! ↔ − =− ↔ = ↔ ! = 0!
!! !! !! !! !! !!
!−! =! !−0 Retas concorrentes
! − ! = !"
! = !" + ! As retas e têm coeficientes angulares diferentes.

!! ≠ !! ↔ !! ≠ !! !

Assim, para e concorrentes, temos:

Toda equação na forma é chamada equação reduzida


da reta, em que é o coeficiente.

63
MATEMÁTICA

!! !! !! !!
! ! ≠ !! ↔ − ≠− ↔ ≠
!! !! !! !!

Retas perpendiculares

Duas retas, r e , não-verticais são perpendiculares se,


e somente se, os seus coeficientes angulares são tais que

1 .
!! = − !!
!!
!
De fato: ! ⊥ ! ↔ !! = !! + !
2
Ângulo entre duas retas
sen !! = cos !!
cos !! = −sen !! → tan !! = − cotg !! ! Conhecendo os coeficientes angulares e de duas re-
tas, e , não paralelas aos eixos e , podemos determinar o
ângulo agudo formado entre elas:

Como
1
cotg !! = :
tan !!

1 1
tan !! = → !! =
tan !! !!
Então: Se uma das retas for vertical, teremos:
1
!! ⊥ ! → !! = −
!!

E, reciprocamente, se
1
!! = − → !! ⊥ !
!!
Logo,
1
!! ⊥ ! ↔ !! = −
!!
!

Distância de ponto a reta

Considere uma reta , de equação , e um ponto não


pertencente a . Pode-se demonstrar que a distância entre
e é dada por:

!!! + !!! + !
!!" = !
!! + ! !

64
MATEMÁTICA

Aplicação

Exemplos: A área de um triângulo é 25/2 e seus vértices


são (0,1), (2,4) e (-7,k). Nesse caso qual será o possível valor
de k? 
Sabemos que a área A =  |D|, portanto é preciso que
encontremos o valor de D.2 

D = 

D = -7 + 2k + 28 -2 
D = 2k + 19 
Área de um triângulo Substituindo a fórmula teremos: 
25= 2k + 19 
Na geometria plana encontramos a área de um triân- 2           2 
gulo fazendo uma relação com o valor de suas dimensões, 25 = 2k + 19
e na trigonometria, com o valor do seno de um ângulo 25 – 19 = 2k 
interno relacionado com os lados do triângulo é possível 6 = 2k 
também encontrar a sua área.  6:3 = k 
A geometria analítica também possui seus artifícios k=3
para o cálculo da área de um triângulo, nesse caso é ne-
cessário que saibamos as coordenadas de seus três vértices Inequação de Primeiro Grau
para que o triângulo possa ser representado em um plano Exemplo
cartesiano.  y>x+1
Considere o triângulo de vértices A(xA, yA), B(xB, yB) e Devemos traçar os pontos para y=x+1
C(xC, yC), veja a sua representação em um plano cartesiano:
x y
0 1
-1 0

!
!= !
2

A partir dessa representação podemos dizer que o cál- A parte azul são os pontos y>x+1
culo da área (A) de um triângulo através dos conhecimen-
tos da geometria analítica é dado pelo determinante dos Circunferência
vértices dividido por dois. 
Equações da circunferência

Equação reduzida

Onde D =  .  Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um


plano equidistantes de um ponto fixo, desse mesmo plano,
denominado centro da circunferência:

65
MATEMÁTICA

Desenvolvendo os quadrados dos binômios, temos:

Determinação do centro e do raio da circunferên-


cia, dada a equação geral

Dada a equação geral de uma circunferência, utiliza-


Assim, sendo C(a, b) o centro e P(x, y) um ponto qual- mos o processo de fatoração de trinômio quadrado perfei-
quer da circunferência, a distância de C a P(dCP) é o raio to para transformá-la na equação reduzida e, assim, deter-
dessa circunferência. Então: minamos o centro e o raio da circunferência.
Para tanto, a equação geral deve obedecer a duas con-
dições:
- Os coeficientes dos termos x2 e y2 devem ser iguais
a 1;
- Não deve existir o termo xy.

Então, vamos determinar o centro e o raio da circunfe-


rência cuja equação geral é x2 + y2 - 6x + 2y - 6 = 0.

Observando a equação, vemos que ela obedece às


duas condições.

Assim:

1º passo: agrupamos os termos em x e os termos em y


e isolamos o termo independente
x2 - 6x + _ + y2 + 2y + _ = 6

2º passo: determinamos os termos que completam os


quadrados perfeitos nas variáveis x e y, somando a ambos
os membros as parcelas correspondentes
Portanto, (x - a)2 + (y - b)2 =r2 é a equação reduzida da
circunferência e permite determinar os elementos essen-
ciais para a construção da circunferência: as coordenadas
do centro e o raio.
Observação: Quando o centro da circunfer6encia esti-
ver na origem (C(0,0)), a equação da circunferência será x2
+ y2 = r2.

Equação Geral 3º passo: fatoramos os trinômios quadrados perfeitos

Desenvolvendo a equação reduzida, obtemos a equa- ( x - 3 ) 2 + ( y + 1 ) 2 = 16


ção geral da circunferência:
4º passo: obtida a equação reduzida, determinamos o
centro e o raio

Como exemplo, vamos determinar a equação geral da


circunferência de centro C(2, -3) e raio r = 4.

A equação reduzida da circunferência é: Posição de um ponto em relação a uma circunferência

( x - 2 )2 +( y + 3 )2 = 16 Em relação à circunferência de equação ( x - a )2 + ( y - b


) = r2, o ponto P(m, n) pode ocupar as seguintes posições:
2

66
MATEMÁTICA

a) P é exterior à circunferência

b) P pertence à circunferência

c) P é interior à circunferência

Assim, para determinar a posição de um ponto P(m, n) em relação a uma circunferência, basta substituir as coordenadas
de P na expressão (x - a)2 + (y - b)2 - r2:
- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 > 0, então P é exterior à circunferência;
- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 =    0, então P pertence à circunferência;
- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 < 0, então P é interior à circunferência.

Posição de uma reta em relação a uma circunferência

Dadas uma reta s: Ax + Bx + C = 0 e uma circunferência de equação ( x - a)2 + ( y - b)2 = r2, vamos examinar as po-
sições relativas entre s e :

67
MATEMÁTICA

Também podemos determinar a posição de uma reta em relação a uma circunferência calculando a distância da reta ao
centro da circunferência. Assim, dadas a reta s: Ax + By + C = 0 e a circunferência :

(x - a)2 + ( y - b )2 = r2, temos:

Assim:

68
MATEMÁTICA

Inequação 2º grau Como é válido na elipse que a2 = b2 + c2 , vem que:
! >!−2
!
!! + !! < 4

Vamos ver os pontos que a reta passa


Ora, como c < a , vem imediatamente que e < 1. Tam-
x y bém, como a e c são distâncias e portanto, positivas, vem
que e > 0. Em resumo, no caso da elipse, a excentricidade é
0 -2 um número situado entre 0 e 1 ou seja:  0 < e < 1.
2 0
Posição Relativa entre ponto e elipse

Elipse

Pode ser obtida pela secção de uma superfície cônica


de revolução por um plano oblíquo ao eixo de rotação.

Elementos

-F1 e F2 são denominados focos da elipse e a distância


2c entre eles é a distância focal; Hipérbole
-A1A2 é chamado eixo maior e, como A1 e A2 são pontos
da elipse, sua medida será sempre o comprimento 2ª
-B1B2 é o eixo menor, e sal medida é dada por 2b;
- o ponto O, interseção dos dois eixos perpendiculares,
é o centro.
No triângulo retângulo B1CF2, temos a seguinte relação
entre as medidas a,b e c: a²=b²+c²

Equação reduzida da elipse

(! − !")! (! − !")!
+ = 1!
!! !!
Excentricidade
e = c/a

69
MATEMÁTICA

Equação

(! − !")! (! − !")!
− =1
!! !!
!
Hipérbole sobre o eixo y

Parábola

A equação reduzida da parábola depende de sua posi-


ção em relação aos eixos.

(! − !")! (! − !")!
− = 1!
!! !!
Excentricidade

Neste caso, c > a, o que significa que a excentricidade


de uma hipérbole é um número real maior do que a unida-
de, ou seja e > 1. Equação reduzida da parábola de eixo horizontal e vér-
Posição Relativa de um ponto na hipérbole tice na origem

Observando a figura acima, consideremos os pontos:


F(p/2, 0) - foco da parábola, e P(x,y) - um ponto qualquer
da parábola. Considerando-se a definição acima, devere-
mos ter: PF = PP’

Daí, vem, usando a fórmula da distância entre pontos


do plano cartesiano:

Desenvolvendo convenientemente e simplificando a


expressão acima, chegaremos à equação reduzida da pará-
bola de eixo horizontal e vértice na origem, a saber:

Y² = 2px onde p é a medida do parâmetro da parábola.

- Parábola de eixo horizontal e vértice no ponto (x0,


y0)

70
MATEMÁTICA

Se o vértice da parábola não estiver na origem e, sim, Exercícios


num ponto (x0, y0), a equação acima fica:
(y - y0)²= 2p(x-x0) 1. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉR-
CITO BRASILEIRO/2013) Sejam dados a circunferência
- Parábola de eixo vertical e vértice na origem !:!! ! ! + ! ! ! ! + !4!! + !10!! + !25 = 0! e o ponto P,
que é simétrico de (-1, 1) em relação ao eixo das abscissas.
Não é difícil provar que, se a parábola tiver vértice na Determine a equação da circunferência concêntrica à λ e
origem e eixo vertical, a sua equação reduzida será: x² = que passa pelo ponto P.
2py
- Parábola de eixo vertical e vértice no ponto (x0, y0) A) !: ! ! ! + ! ! ! ! + !4!! + !10!! + !16! = !0
Analogamente, se o vértice da parábola não estiver na B) !: ! ! ! + ! ! ! ! + !4!! + !10!! + !12! = !0
origem, e, sim, num ponto (x0, y0), a equação acima fica:
(x - x0) ² = 2p(y - y0)
C) !: ! ! ! − ! ! ! ! + !4!! − !5!! + !16! = !0
D) !: ! ! ! + ! ! ! − !4!! − !5!! + !12! = !0
Posição Relativa entre ponto e Parábola E) !: ! ! ! − ! ! ! − !4!! − !10!! − !17! = !0
!
2. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCI-
TO – EXÉRCITO BRASILEIRO/2013) Sobre a curva
9! ! ! + !25! ! ! − !36!! + !50!! − !164! = !0! , assi-
nale a alternativa correta
A) Seu centro é (-2,1).
B) A medida do seu eixo maior é 25.
C) A medida do seu eixo menor é 9.
D) A distância focal é 4.
E) Sua excentricidade é 0,8.

3. As retas 2x - y = 3 e 2x + ay = 5 são perpendicu-


lares. Então:
a) a = -1
b) a = 1
c) a = -4
d) a = 4
e) n.d.a.
4. Escreva a equação 2x +3y- 5 =0 na forma reduzi-
da e segmentária.

5. O valor de k para que a equação kx-y-3k+6=0 re-


presente a reta que passa pelo ponto (5,0) é?

6. (UFRGS) A distância entre os pontos A( -2,y) e


B(6,7) é 10. O valor de y é
a) -1
b) 0
c) 1 ou 13
d) -1 ou 10
e) 2 ou 12

7. (UFF) Determine o(s) valor(es) que r deve assumir


para que o ponto (r,2) diste cinco unidades do ponto (0,-2). 

Respostas

1.RESPOSTA: “B”.

(x+2)²-4+(y+5)²-25+25=0
(x+2)²+(y+5)²=25

71
MATEMÁTICA

C(-2,-5). ay=5-2x
Se o ponto P é simétrico em relação ao eixo x: (-1,1). y=-2x/a+5/a
-2/a=-1/2
Distância PC: a=4

4. 3y=-2x+5
!
!!" = −2 − −1 + (−5 − −1 )² = 17! 2! 5 2
!=− + !!!!! = −
3 3 3
Circunferência concêntrica:
(x+2)²+(y+5)²=17 2! + 3! = 5(: 5)
X²+4x+4+y²+10y+25=17
X²+y²+4x+10y+12=0 ! !
+ =1
5 5
2. RESPOSTA: “E”.
2 3
!
5. k.5-0-3k+6=0
(3x-6)²-36+(5y+5)²-25-164=0 5k-3k+6=0
[3(x-2)]²+[5(y+1)]²=164+36+25 2k+6=0
9(x-2)²+25(y+1)²=225 k=3

!!! ! !!! ! 6. RESPOSTA: “C”.


!!" + !!" =1
! !"
! !
! !!" = −2 − 6 + !−7 = 10
!
Mmc(9,25)=225 −2 − 6 ! + ! − 7 ! = 10!
−8 ! + ! − 7 ! = 100
!−2 ! !+1 ! 64 + ! ! − 14! + 49 = 100
+ =1 ! ! − 14! + 13 = 0
25.225 9.225
225 225 ∆= −14 ! − 4.13 = 144
14 ± 12
!=
!−2 ! !+1 ! 2
+ =1 !! = 13!!!!! = 1
25 9
! !
Elipse de centro (2,-1) 7.
Eixo maior:
2a=10 !
!
5= !−0 + 2 − −2
Eixo menor 2b=6
5 = ! ! + 16
A²=b²+c²
C²=25-9=16
5! = ! ! + 16
C=16 !! = 9
e=c/a=4/5=0,8 ! = ±3
!
3. RESPOSTA: “D”.
–y=3-2x (-1)
Y=-3+2x
y=2x-3 m1=2
m1=-1/m2
2=-1/m2
M2=-1/2
Segunda reta

72
MATEMÁTICA

planos: letras minúsculas do alfabeto grego


15) GEOMETRIA PLANA: ÂNGULO:
DEFINIÇÃO, ELEMENTOS E PROPRIEDADES;
ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA;
PARALELISMO E PERPENDICULARIDADE;
SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS; PONTOS
NOTÁVEIS DO TRIÂNGULO; RELAÇÕES Paralelismo
MÉTRICAS NOS TRIÂNGULOS (RETÂNGULOS Duas retas são paralela se e somente se a intersecção
E QUAISQUER); RELAÇÃO DE STEWART; entre elas é o conjunto vazio, ou seja não existe ponto co-
TRIÂNGULOS RETÂNGULOS, TEOREMA mum entre elas. Por um ponto passa uma única reta para-
DE PITÁGORAS; CONGRUÊNCIA DE lela a uma outra reta dada.
FIGURAS PLANAS; FEIXE DE RETAS
PARALELAS E TRANSVERSAIS, TEOREMA Perpendicularismo
DE TALES; TEOREMA DAS BISSETRIZES Duas retas são perpendiculares se o ângulo formado
INTERNAS E EXTERNAS DE UM entre elas for de 90 graus (ângulo reto).
TRIÂNGULO; QUADRILÁTEROS NOTÁVEIS;
Segmentos proporcionais
POLÍGONOS, POLÍGONOS REGULARES, Dizemos que 4 segmentos AB, CD, EF, e GH, nessa or-
CIRCUNFERÊNCIAS, CÍRCULOS E SEUS dem, são proporcionais quando a razão entre os dois pri-
ELEMENTOS; PERÍMETRO E ÁREA DE meiros for igual a razão entre os dois últimos, ou seja: AB/
POLÍGONOS, POLÍGONOS REGULARES, CD = EF/G
CIRCUNFERÊNCIAS, CÍRCULOS E SEUS Duas retas paralelas cortadas por uma transversal
ELEMENTOS; FÓRMULA DE HERON; RAZÃO
ENTRE ÁREAS; LUGARES GEOMÉTRICOS;
ELIPSE, PARÁBOLA E HIPÉRBOLE;
LINHA POLIGONAL; E A INSCRIÇÃO E
CIRCUNSCRIÇÃO.

Geometria plana
A geometria plana, também chamada geometria ele-
mentar ou Euclidiana, teve início na Grécia antiga. Esse es- Duas retas paralelas cortadas por uma transversal de-
tudo analisava as diferentes formas de objetos, e baseia-se termina os seguintes pares de ângulos:
em três conceitos básicos: ponto, reta e plano. O concei- Ângulos correspondentes: â e ê , d e h , b
to de ponto é um conceito primitivo, pois não existe uma e f , c e g
definição aceita de ponto, indicamos um ponto por uma Ângulos OPV: a e c , b e d , e e g , f e h
letra maiúscula do alfabeto (A, G, P,. . ). Podemos definir Ângulos alternos internos: c e e , f e d
uma reta como sendo um número infinito de pontos . Não Ângulos alternos externos: a e g , b e h
é difícil perceber que sobre um ponto passa um número Ângulos colaterais internos : e e d , f e c
infinito de retas, porém sobre dois pontos distintos pas- Ângulos colaterais externos: a e h , b e g
sa apenas uma reta distinta.Indicamos uma reta por letras
minúsculas de nosso alfabeto( a, b, r...) . Se tivermos três O pares de ângulos correspondentes, opv, alternos in-
pontos distintos, teremos então um plano o qual contém ternos e alternos externos são congruentes, ou seja , têm
os três pontos e todas as retas que passarem por dois des- mesma medida.
tes pontos estarão contidas no plano, assim como também Os pares de ângulos colaterais internos e colaterais ex-
estarão contidas no plano todas as retas paralelas às retas ternos são suplementares, ou seja, somam 180º.
dadas. Indicaremos um plano por uma letra do alfabeto Ex: As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a
grego ( α , β , θ ...). medida do ângulo â, nos seguintes casos:
pontos: letras maiúsculas do nosso alfabeto 

retas: letras minúsculas do nosso alfabeto

a)

73
MATEMÁTICA

Os dois ângulos selecionados são correspondentes, logo 2 x


têm mesma medida. â=55º Resolução: =
  5 4
5x = 2 . 4

b)   8
x=
5
Problemas:

1. Encontre o valor de x:

Os dois ângulos selecionados são alternos internos,


logo têm mesma medida. â=74º a)

c)     

Os dois ângulos selecionados são alternos externos, b)


logo têm mesma medida. â=33º

Teorema de tales

2. Na figura a seguir temos que a // b // c // d. Apli-


cando o Teorema de Tales determine os valores de x, z e y

AB A ' B ' 3. Sabendo que as retas a, b e c são paralelas, utilize


= o Teorema de Tales e determine o valor de x na figura a
BC B ' C ' seguir:

Ex: Encontre o valor de x:

74
MATEMÁTICA

4. (Saresp–SP) No desenho abaixo estão representa- 2) LAL: Dois triângulos são congruentes quando têm
dos os terrenos I, II e III. dois lados congruentes e o ângulo formado por eles tam-
bém é congruente.

3) ALA: Dois triângulos são congruentes quando têm


um lado e dois ângulos adjacentes a esse lado, respectiva-
mente, congruentes

Quantos metros de comprimento deverá ter o muro


que o proprietário do terreno II construirá para fechar o
lado que faz frente com a Rua das Rosas?

5. (Fuvest–SP) A sombra de um poste vertical, projeta-


da pelo sol sobre um chão plano, mede 12 m. Nesse mes- 4) LAA o : Dois triângulos são congruentes quando têm
mo instante, a sombra, de um bastão vertical de 1 m de um lado, dois ângulos, um ângulo adjacente e um ângulo
altura mede 0,6 m. Qual a altura do poste? oposto a esse lado respectivamente congruentes.

6. Aplique o Teorema de Tales no intuito de determinar


o valor de x, sabendo que as retas a, b e c são paralelas.

Semelhança de triângulos

Dois triângulos são semelhantes se tem os três ângulos


congruentes e os lados correspondentes proporcionais

Respostas

1. a) x=4
b) x=5
2. x = 6 , y = 8, z = 6
3. x = 6
4. 32 metros
5. 20 metros Ex:
6. 7,5 Verifique se os triângulos a seguir são proporcionais. 

Casos de congruência de triângulos

1) LLL: Dois triângulos são congruentes quando têm,


respectivamente, os três lados congruentes. Observe que
os elementos congruentes têm a mesma marca.

Ao verificarmos a congruência dos ângulos, teremos que:

75
MATEMÁTICA

Temos agora que verificar a proporcionalidade dos lados. 4. Paralelogramo: Lados opostos congruentes, ângu-
los opostos congruentes.

Note que todos os lados possuem a mesma razão de


proporcionalidade (1/2). 

Sendo assim, podemos afirmar que  Trapézios ( um par de lados paralelo) :


1. Trapézio retângulo: Um par de lados paralelos, dois
ângulos retos.

Quadriláteros 2. Trapézio isósceles: Um par de lados paralelos, lados


transversos iguais, dois ângulos agudos iguais, dois ângu-
A soma dos ângulos internos de um quadrilátero é los obtusos iguais
360º.
Os quadriláteros classificam-se em paralelogramos e 3. Trapézio escaleno: Um par de lados paralelos, quatro
trapézios. lados diferentes, quatro ângulos diferentes.

Paralelogramos (dois pares de lados paralelos) :

1. Quadrado: quatro lados congruentes, quatro ân-


gulos retos, duas diagonais congruentes e perpendicula-
res.

Exercícios:

1. No paralelogramo abaixo, determine as medidas


de x e y.
2. Retângulo: Lados opostos congruentes, quatro ân-
gulos retos, duas diagonais congruentes

2. As medidas dos ângulos internos de um quadrilátero


são: x + 17° ; x +37° ; x + 45° e x + 13°. Determine
3. Losango: Quatro lados congruentes, ângulos opos- as medidas desses ângulos.
tos congruentes, duas diagonais perpendiculares.
3.  Meu irmão e eu compramos um sítio na forma de
um losango com o lado medindo 500 m. Dividimos o sítio
na direção das diagonais, uma medindo 600 m e a outra
800 m. Dessa forma o sítio ficou dividido em quatro partes
iguais. Quantos metros de arame farpado são necessários
para cercar uma dessas partes desse terreno com três fios
de arame?

4. Com um arame de 36 m de comprimento construí-


mos um triângulo equilátero e com o mesmo arame cons-
truímos depois um quadrado. Determine a razão entre a
medida do lado do triângulo e o lado do quadrado.

76
MATEMÁTICA

Respostas:

1. 9y + 16° = 7y + 40°
9y = 7y + 40° - 16°
9y = 7y + 24°
9y - 7y = 24°
2y = 24° Caso tenha um ângulo com medida maior que 180º ele
y = 24º /2 será classificado como não convexo ou côncavo.
y = 12°
Então:
x + (7 . 12° + 40°) = 180°
x = 180º - 124°
x = 56°

2. x + 17° + x + 37° + x + 45° + x + 13° = 360°


4x + 112° = 360° Ângulos de um polígono
4x = 360° - 112°
x = 248° / 4 A soma dos ângulos internos de qualquer polígono
x = 62° depende do número de lados (n), sendo usada a seguinte
Então, os ângulos são: expressão para o cálculo: S = (n – 2).180, onde n o número
x + 17° = 79° de lados.
x + 37° = 99° A soma dos ângulos externos de qualquer polígo-
x + 45° = 107º no sempre será 360º, baseando-se no seguinte princípio:
x + 13° = 75° quanto maior o número de lados do polígono mais ele
se assemelha a uma circunferência (possui giro completo
3. 300 + 400 + 500 = 1200 metros igual a 360º).
1200 . 3 = 3600 metros de arame

4. Lado do triângulo equilátero – 12 metros


Lado do quadrado – 9 metros

= =
Polígonos – lados e ângulos

Polígonos são figuras fechadas formadas por segmen-


tos de reta, sendo caracterizados pelos seguintes elemen- Icoságono (20 lados): note a semelhança com a cir-
tos: ângulos, vértices, diagonais e lados. De acordo com o cunferência.
número de lados a figura é nomeada.
Polígono regular e irregular
Classificação dos polígonos
Todo polígono regular possui os lados e os ângulos
Lados/Nomes com medidas iguais. Alguns exemplos de polígonos regu-
3: Triângulo lares.
4: Quadrilátero
5: Pentágono
6: Hexágono
7: Heptágono
8: Octógono
9: Eneágono
10: Decágono
11: Undecágono
12: Dodecágono

Polígonos convexos e não convexos

Se os ângulos do polígono forem menores que 180º


ele será convexo.

77
MATEMÁTICA

Polígonos regulares Resolução: Pelas condições do problema, temos:


S1 = ( n – 3 – 2) · 180 = (n – 5) · 180
Um polígono irregular é aquele que não possui os ân- S2 = (n – 2) · 180
gulos com medidas iguais e os lados não possuem o mes- S3 = (n + 3 – 2) · 180 = (n + 1) · 180
mo tamanho. S1 + S2 + S3 = 3 240
(n – 5) · 180 + (n – 2) · 180 + (n + 1) · 180 = 3 240
[n – 5 + n – 2 + n + 1] · 180 = 3 240
3 n – 6 = 18
3 n = 24   n = 8 , então teremos:
n – 3 = 8 – 3 = 5 lados
n = 8 lados
n + 3 = 8 + 3 = 11 lados Resp: 5 lados, 8 lados e 11
lados

Polígonos irregulares 5. Qual é a soma das medidas dos ângulos internos


do polígono que tem um número de diagonais igual ao
Diagonais de um polígono quádruplo do número de lados?
Respostas
Diagonal de um polígono é o segmento de reta que
1. Si = (n - 2) . 180º
liga um vértice ao outro, passando pelo interior da figura.
Se = 360º
O número de diagonais de um polígono depende do nú- Si + Se = 1080º
mero de lados (n) e pode ser calculado pela expressão: (n - 2) . 180º + 360º = 1080º
(n - 2) . 180º = 720º
n-2=4
n=6
2. Ae = 360º / n
Problemas 24º = 360º / n
n = 360º / 24º
1. Em um polígono temos que Soma dos ângulos in- n = 15
ternos + Soma dos ângulos externos= 1080°. Qual é esse
polígono ? 3. Si = 4 • Se
Resolução: (n – 2) • 180º = 4 • 360º (: 180º)
n–2=4•2
Si = (n - 2) . 180º
n–2=8
Se = 360º n = 10 é um decágono
Si + Se = 1080º
(n - 2) . 180º + 360º = 1080º 4. Pelas condições do problema, temos:
(n - 2) . 180º = 720º
n-2=4 S1 = ( n – 3 – 2) • 180 = (n – 5) • 180
n=6 S2 = (n – 2) • 180
S3 = (n + 3 – 2) • 180 = (n + 1) • 180
2. Quantos lados tem o polígono regular cujo o an- S1 + S2 + S3 = 3 240
gulo externo mede 24° ? (n – 5) • 180 + (n – 2) • 180 + (n + 1) • 180 = 3 240
Resolução: [n – 5 + n – 2 + n + 1] • 180 = 3 240
Ae = 360º / n  3 n – 6 = 18
24º = 360º / n 3 n = 24 n = 8 , então teremos:
n – 3 = 8 – 3 = 5 lados
n = 360º / 24º n = 8 lados
n = 15 n + 3 = 8 + 3 = 11 lados
Resp: 5 lados, 8 lados e 11 lados
3. Qual é o polígono em que a soma das medidas dos
ângulos internos é o quádruplo da soma das medidas dos 5.
ângulos externos?
Resolução: Si = 4 · Se
(n – 2) · 180º = 4 · 360º (: 180º)
n – 2 = 4 · 2
n – 2 = 8
n = 10 é um decágono

4.  Os números que exprimem o número de lados de


três polígonos são n – 3, n e n + 3. Determine o número de
lados desses polígonos, sabendo que a soma de todos os
seus ângulos internos vale 3 240°.

78
MATEMÁTICA

n = 11 Respostas:
Si = (n – 2) · 180º 1. a) a² = b² + c²
Si = (11 – 2) · 180º 2. a² = 24² + 18²
Si = 9 · 180º a² = 576 + 324
Si = 1 620º a² = 900
a = 30
A soma das medidas dos ângulos internos vale 1 620º b) a.h = b . c
Relações métricas no triângulo retângulo 30 .h = 24 . 18
30 . h = 432
Triângulo retângulo é todo triângulo que tem um ân- H = 432/30
gulo reto e dois ângulos agudos. H = 14,4

Observe os triângulos: c) b² = a.m


18² = 30 . m
324 = 30.m
m = 324/30
m = 10,8
c² = a.n
24² = 30 . n
576 = 30-. n
n = 576/30
Os triângulos AHB e AHC são semelhantes, então po- n = 19,2
demos estabelecer algumas relações métricas importantes: 2. a = m + n
a = 9 + 25
a = 25
b² = a . m
b² = 16 . 25
b² = 400
b = 20
c² = 9 . 25
c² = 225
c = 15
Resp : Alternativa A
h² = m.n    b² = m.a      c² = a.n       b.c = a.h a=
m+n Raio e diâmetro

Uma relação importante é o Teorema de Pitágoras: Diâmetro de uma circunferência ou de um círculo é


a² = b² + c² qualquer reta que passe pelo centro dessa figura. O diâ-
a – hipotenusa metro é a maior reta secante passando por qualquer cir-
b e c – catetos cunferência.
h – altura relativa à hipotenusa Raio é a metade do diâmetro. O raio é a distância do
m e n – projeções dos catetos sobre a hipotenusa centro a um ponto qualquer da circunferência

Exercícios

1. Os catetos de um triângulo retângulo medem 24 e


18 cm. Nessas condições determine:
a) a medida “a” da hipotenusa
b) a medida “h” da altura relativa à hipotenusa.
c) as medidas “m” e “n” das projeções dos catetos so-
bre a hipotenusa.
2. As projeções dos catetos de um triângulo retângulo
sobre a hipotenusa medem 9 e 16.

Neste caso os catetos medem:


a) 15 e 20
b) 10 e 12
c) 3 e 4
d) 8 e 6

79
MATEMÁTICA

Circunferência: Relações métricas Ex:


A circunferência possui algumas importantes relações
métricas envolvendo segmentos internos, secantes e tan-
gentes. Através dessas relações obtemos as medidas pro-
curadas. 

Relação entre cordas de uma circunferência


Se duas cordas se cruzam, o produto das medidas dos
segmentos de uma delas é igual ao produto das medidas
dos segmentos da outra. Observe:

x . (42 + x) = 10 . (30 + 10) 


x2 + 42x = 400 
x2 + 42x – 400 = 0 

Resolvendo a equação de 2° grau encontramos como


respostas:
x’ = 8 e x’’ = –50. Como estamos trabalhando com
medidas, devemos considerar somente o valor positivo x
= 8. 
AP . PC = BP . PD
Relação entre secante e tangente de uma circunfe-
Ex: rência

Se uma secante e uma tangente se encontram num


ponto fora da circunferência, o quadrado da medida do
segmento tangente é igual ao produto do comprimento
da secante pelo comprimento de seu segmento externo.

x . 6 = 24 . 8 
6x = 192 
x = 192/6 
x = 32 

Relação entre as secantes de uma circunferência

Se duas secantes se encontram em um ponto, localiza- (PQ)2 = PS . PR 


do fora da circunferência, o produto da secante pelo com-
primento de seu segmento externo é igual ao produto do Ex:
comprimento da outra secante pelo comprimento de seu
segmento externo. x2 = 6 . 24 
Observe: x2 = 144 
√x2 = √144 

x = 12

Execícios

1. Encontre o valor de x:

RP . RQ = RT . RS 

80
MATEMÁTICA

2. Determine o valor de x e y:

3. Na figura abaixo, determine o comprimento r do raio, sabendo que

PA = 8 cm e PC = 12 cm

Respostas:
1. a) 3.x = 4 . 9
3. x = 36
X = 12
b) 8 . x = 12 . 6
8 . x = 72
X = 72/8
X=9
c) 2x . x = 8 . 9
2x² = 72
X² = 72/2
X² = 36
X=6

2. 4 (4 + y) = 18 . 2
16 + 4y = 36
4y = 36 – 16
4y = 20
Y=5
X² = 18 . 2
X² = 36
x=6

81
MATEMÁTICA

3. (2r + 8) . 8 = 12² b.h


16 r + 64 = 144 4.a)Triângulo : A = (b é a medida da base e h é
16 r = 144 – 64 a altura) 2
16 r = 80
r = 5 cm

Área e Perímetro de figuras planas

Perímetro é a soma de todos os lados de qualquer figu-


ra plana. È o contorno da figura. No caso da circunferência
temos uma fórmula: C = 2 π . r , onde C é o comprimento
da circunferência, r é o raio da circunferência e π = 3,14.
Área é a medida da superfície da figura plana. Para cal-
cular a área de uma figura precisamos saber a sua fórmula. b) Triângulo Equilátero
As fórmulas das figuras planas mais usadas são:
2
1. Quadrado : A= l . l ou A = l ( l é a medida do lado ) a2 3
A= ( a é a medida do lado)
4
Lembrar que o triângulo equilátero tem os três lados
de mesma medida.

2. Retângulo e Paralelogramo: A = b . h (b é a base


e h é a altura)

c)Triângulo qualquer em que sabemos as medi-


das dos três lados e não conhecemos a altura: A =
p ( p − a )( p − b)( p − c) (p é o semi perímetro, ou seja, a
metade do perímetro; a, b c são as medidas dos lados do
triângulo).

a+b+c
p=
2

D.d
3. Losango : A = ( D é a medida da diagonal
2
maior e d é a diagonal menor)
( B + b). h
5.Trapézio : A = 2 (B é a medida da base
maior, b é a base menor e h é a altura)

82
MATEMÁTICA

6.Hexágono regular : Um hexágono regular é formado Exercícios


por 6 triângulos equiláteros, portanto a área de um hexá-
gono é 6 vezes a área de cada um desses triângulos. 1. Encontre o perímetro e a área de um triângulo
equilátero com cada lado medindo 4 centímetros
3.a 2 . 3 2. Qual o comprimento da roda de uma bicicleta de
A= ( a é a medida do lado do hexágono) aro 26?Uma bicicleta aro 26 tem o raio de sua roda medin-
2 do 30 cm.
3. Uma pizza tem raio igual a 15 cm e está dividida em
6 fatias. Calcule a área de cada fatia.
4. Uma praça circular tem 200 m de raio. Quantos
metros de grade serão necessários para cerca-la?
5. Numa bicicleta de aro 26 (o raio mede 30 cm),
quantas voltas completas as rodas precisam dar para um
percurso de 3,76 km?
6. (FUVEST) Um cavalo se encontra preso num cercado
de pastagem, cuja forma é um quadrado, com lado medin-
do 50 m. Ele está amarrado a uma corda de 40 m que está
fixada num dos cantos do quadrado. Considerando   π =
3,14 , calcule a área, em metros quadrados, da região do
cercado que o cavalo não conseguirá alcançar, porque está
7. círculo e circunferência: amarrado.
Circunferência é apenas o contorno. Ex: aliança, bam- a) 1244 b) 1256 c) 1422 d) 1424
bolê e) 1444
Círculo é cheio , podemos calcular a área do círculo, ou
seja, a superfície ocupada. Ex: pizza. 7. (Concurso Pref. Foz do Iguaçu/PR-Cargo Admi-
Para calcular o comprimento de uma circunferência nistração-2013)
usamos a fórmula: Sabe-se que o perímetro do paralelogramo abaixo
C = 2. π . r ( r é a medida do raio e π vale 3,14) mede 60 cm:
Para calcular a área do círculo usamos a fórmula:
A = π .r ( r é a medida do raio e π vale 3,14)
2

A área ocupada por esse paralelogramo é igual a:


a) 24 cm².
b) 48 cm².
c) 120 cm².
d) 160 cm²

8. (Concurso Escrevente Tec. Judiciário TJ/SP)


A figura compara as alturas, medidas em metros, de
dois painéis decorativos triangulares, fixados em uma pare-
de, que simulam árvores de Natal. Sabendo-se que a soma
das medidas das alturas dos dois painéis é igual a 4 m, e
que em cada painel foram instaladas 200 lampadazinhas
coloridas por metro quadrado, pode-se concluir que o nú-
mero de lâmpadas instaladas no painel de maior altura foi
igual a:

Ex: Calcule o comprimento e a área de um círculos de


raio 5 cm. Resolução: C = 2 . π . R
C = 2 . 3,14 . 5 ⇒ A = 31,40 cm

A= π . r2
2 2
A = 3,14 . 5 l A = 3,14 . 25 ⇒ A = 78,50 cm

83
MATEMÁTICA

(A) 200.
(B) 250. 16) POLINÔMIOS: FUNÇÃO POLINOMIAL,
(C) 275. POLINÔMIO IDENTICAMENTE NULO, GRAU
(D) 300. DE UM POLINÔMIO, IDENTIDADE DE UM
(E) 325.
POLINÔMIO, RAIZ DE UM POLINÔMIO,
OPERAÇÕES COM POLINÔMIOS E VALOR
Respostas
NUMÉRICO DE UM POLINÔMIO; DIVISÃO
1. A = 4 3 cm
2 DE POLINÔMIOS, TEOREMA DO RESTO,
P = 12 cm TEOREMA DE D’ALEMBERT E DISPOSITIVO
DE BRIOT-RUFFINNI; RELAÇÃO ENTRE
2. 188,40 cm COEFICIENTES E RAÍZES. FATORAÇÃO E
2
MULTIPLICIDADE DE RAÍZES E PRODUTOS
3. 117,75 cm NOTÁVEIS. MÁXIMO DIVISOR COMUM DE
POLINÔMIOS;
4. 1256 m

5. 6. 3,76 km = 376000 cm
V amos calcular o comprimento da roda Polinômios
C=2. .R Denomina-se polinômio a função:
C = 2 . 3,14 . 30
C = 188,40 cm
376000 : 188,40 = 1995,75 voltas

6. A = = 1256
Área do quadrado = 50 . 50 = 2500 m² Grau de um polinômio
2500 – 1256 = 1244 m² Se an ≠0, o expoente máximo n é dito grau do polinô-
Resp: Alternativa A mio. Indicamos: gr(P)=n
Exemplo
7. Sabendo que o perímetro é 60 cm e que um lado P(x)=7 gr(P)=0
mede 10 cm, temos 2 lados de 10 cm e 20 lados medindo P(x)=7x+1 gr(P)=1
20 cm cada. 10 + 10 + 20 + 20 = 60 cm
Para calcular a altura usamos o teorema de Pitágoras Valor Numérico
no triangulo retângulo formado onde a base mede 6 cm e O valor numérico de um polinômio P(x), para x=a, é
a hipotenusa 10 cm: o número que se obtém substituindo x por a e efetuando
todas as operações.
H² = 10² - 6² Exemplo
H² = 100 – 36 P(x)=x³+x²+1 , o valor numérico para P(x), para x=2 é:
H² = 64 P(2)=2³+2²+1=13
H = 8 cm O número a é denominado raiz de P(x).

Calculamos a área com a fórmula A = B . H Igualdade de polinômios


A = 20 . 8 = 160 cm² Os polinômios p e q em P(x), definidos por:
Alternativa D P(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anxn
Q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +...+ bnxn
8. Altura do painel menor = 3x
Altura do painel maior = 5x São iguais se, e somente se, para todo k = 0,1,2,3,...,n:
3x + 5x = 4 ak = bk
8x = 4
X = 0,50 metros Redução de Termos Semelhantes
Altura do painel maior = 5x = 2,5 m Assim como fizemos no caso dos monômios, também
podemos fazer a redução de polinômios através da adição
b.h algébrica dos seus termos semelhantes.
Área do triângulo maior: A = = = 1,25 m² No exemplo abaixo realizamos a soma algébrica do
2 primeiro com o terceiro termo, e do segundo com o quarto
Se em cada m² cabem 200 lâmpadas, então em 1,25 termo, reduzindo um polinômio de quatro termos a um
m² cabem 1,25 . 200 = 250 lâmpadas. Resposta Alternativa outro de apenas dois.
B 3xy+2a²-xy+3a²=2xy+5a²

84
MATEMÁTICA

Polinômios reduzidos de dois termos também são de- Exemplo


nominados binômios. Polinômios reduzidos de três termos, Divida os polinômios P(x)=6x³-13x²+x+3 por D(x)=2x³
também são denominados trinômios. -3x-1

Ordenação de um polinômio
A ordem de um polinômio deve ser do maior para o
menor expoente.
4x4+2x³-x²+5x-1

Este polinômio não está ordenado:


3x³+4x5-x²

Adição e Subtração de Polinômios


Para somar dois polinômios, adicionamos os termos Algoritmo de Briot-Ruffini
com expoentes de mesmo grau. Da mesma forma, para ob-
ter a diferença de dois polinômios, subtraímos os termos Consiste em um dispositivo prático para efetuar a divi-
com expoentes de mesmo grau. são de um polinômio P(x) por um binômio D(x)=x-a
Multiplicação de Polinômios Exemplo
Para obter o produto de dois polinômios, multiplica- Divida P(x)=3x³-5x+x-2 por D(x)=x-2
mos cada termo de um deles por todos os termos do outro,
somando os coeficientes. Solução
Exemplo Passos
! ! = 3! ! + 2!
-Dispõem-se todos os coeficientes de P(x) na chave
-Colocar a esquerda a raiz de D(x)=x-a=0.
! ! = ! ! − !² + 5 -Abaixar o primeiro coeficiente. Em seguida multiplica-
se pela raiz a e soma-se o resultado ao segundo coeficiente
! ! ∙ ! ! = 3! ! + 2! ! ! − !² + 5 de P(x), obtendo o segundo coeficiente. E assim sucessiva-
mente.
! ! ∙ ! ! = 3! ! (! ! − !² + 5) + 2! ! ! − !² + 5

! ! ∙ ! ! = 3! ! − 3! ! + 15! ! + 2! ! − 2!³ + 10!

! ! ∙ ! ! = 3! ! − ! ! − 2! ! + 15! ! + 10!
!
Divisão de Polinômios
Considere P(x) e D(x), não-nulos, tais que o grau de
P(x) seja maior ou igual ao grau de D(x). Nessas condições,
podemos efetuar a divisão de P(x) por D(x), encontrando o
polinômio Q(x) e R(x): Portanto, Q(x)=3x²+x+3 e R(x)=4
P(x)=D(x)⋅Q(x)+R(x)
P(x)=dividendo Teorema do Resto
Q(x)=quociente
D(x)=divisor Um polinômio P(x) é divisível por (x – a) se e somente
R(x)=resto se P(a) = 0.
Método da Chave
Teorema de D’Alembert
Passos
O teorema de D’Alembert é uma consequência imedia-
1. Ordenamos os polinômios segundo as potências ta do teorema do resto, que são voltados para a divisão de
decrescentes de x. polinômio por binômio do tipo (x – a). O teorema do resto
2. Dividimos o primeiro termo de P(x) pelo primeiro diz que um polinômio G(x) dividido por um binômio x – a
de D(x), obtendo o primeiro termo de Q(x). terá resto R igual a P(a), para x = a.
3. Multiplicamos o termo obtido pelo divisor D(x) e O matemático francês D’Alembert provou, levando em
subtraímos de P(x). consideração o teorema citado acima, que um polinômio
4. Continuamos até obter um resto de grau menor qualquer Q(x) será divisível por x – a, ou seja, o resto da
que o de D(x), ou resto nulo. divisão será igual à zero (R = 0) se P(a) = 0.

85
MATEMÁTICA

Esse teorema facilitou o cálculo da divisão de polinô- Raízes racionais


mio por binômio (x –a). Dessa forma não há necessidade
de resolver toda a divisão para saber se o resto é igual ou “Se um número racional p/q , com p e q primos entre si,
diferente de zero. é raiz de uma equação polinomial de coeficientes inteiros
do tipo  P(x)=anxn+an−1xn−1+…+a2x2+a1x+a0então  p é
Exemplo 1 divisor de a0 e q é divisor de an “.

Calcule o resto da divisão (x² + 3x – 10) : (x – 3). Teorema da Decomposição


Todo o polinômio de grau n tem exatamente n raízes
Como diz o Teorema de D’Alembert, o resto (R) dessa reais e com plexas.
divisão será igual a: Demonstração
P(3) = R Pelo teorema fundamental, P(x) tem pelo menos uma
32 + 3 * 3 – 10 = R raiz. Seja ela r1. Logo:
9 + 9 – 10 = R
P(x) = (x - r1) . Q(x)
18 – 10 = R
Q(x) é um novo polinômio de grau n-1, que possui,
R=8
também, pelo menos uma raiz. Seja ela r2. Logo:
Portanto, o resto dessa divisão será 8. Q(x) = (x - r2) . Q1(x)
Fazendo o mesmo procedimento com q1(x) e conti-
nuando até a n-ésima expressão temos
Qn-1(x) = (x - rn) . Qn(x)
17) EQUAÇÕES POLINOMIAIS: TEOREMA Em Qn o grau do polinômio será zero e Qn será igual a
FUNDAMENTAL DA ÁLGEBRA, TEOREMA uma constante que chamamos de an
DA DECOMPOSIÇÃO, RAÍZES IMAGINÁRIAS, Substituindo todas as equações obtidas na decompo-
sição de P(x), teremos:
RAÍZES RACIONAIS, RELAÇÕES DE GIRARD E
P(x) = an.(x-r1).(x-r2). ... (x-rn)
TEOREMA DE BOLZANO.
Exemplo:
Compor o polinômio, sabendo que suas raízes são 1,
2e4
Equação Polinomial Como existem 3 raízes, n=3, então o polinômio é da
forma:
Denomina-se equação polinomial de grau n, na variá- P(x) = an.(x-r1).(x-r2).(x-r3)
vel x∈C, toda equação que pode ser reduzida à forma: Fazendo an = 1, temos que:
P(x) = 1. (x-1).(x-2).(x-4)
Exemplos P(x) = x3 - 7x2 + 14x – 8
3x-4=0
X³+x²-x+1=0 Relação de Girard
!! !! + !!!! ! !!! + !!!! ! !!! + ⋯ + !! ! + !! = 0! Dada uma equação polinomial de grau n, podemos
estabelecer n relações entre seus coeficientes e as raízes,
denominadas relações de Girard.
Teorema Fundamental da Álgebra
Equação de grau n
Toda equação polinomial de grau n, com n≥1, tem pelo
ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anxn=0, com an≠0 de raízes
menos uma raiz complexa.
Raízes complexas e reais valem as n relações:
!!!!
!! + !! + ⋯ + !! =
“Toda equação polinomial, de grau n, com n ≥ 1 possui !!
pelo menos 1 raiz complexa (real ou imaginário)”. !!!!
!! !! + !! !! + ⋯ + !! !! + !! !! + ⋯ + !!!! !! =
Obs.: Lembrar que os números complexos englobam !!
os números reais, ou seja, um número real é também um −1 ! !!
número complexo. !! ∙ !! ∙ !! … !! =
!!
“Toda equação polinomial que possua uma raiz imagi-
!Teorema de Bolzano
nária possuirá também o conjugado dessa raiz como raiz”.
Ou seja, se z=a+bi é raiz de uma equação polino-
mial z=a−bi também será raiz. Sendo a,b∈? e i2=−1 . Seja p(x) um polinômio com coeficientes reais x∈[a,b].
Exemplo: Sabendo-se que a equação polino-
mial  x3−2x2+x−2=0  possui uma raiz imaginária igual a  i, Se p(a)⋅ p(b) < 0 → ∃ um número impar de raízes reais
com i2=−1 encontrar as outras raízes. em [a,b].
Se i é uma raiz então -i, seu conjugado, é outra e con- Se p(a)⋅ p(b) > 0 → ∃ um número par ou não existe
segue-se encontrar a terceira raiz que é 2. raízes reais em [a,b].

86
MATEMÁTICA

Exercícios 2x²-x-1=0
∆=1+8=9
1. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
BRASILEIRO/2013) Sabendo que 2 é uma raiz do polinô-
mio !(!) ! = !2! ! ! − !5! ! ! + !!! + !2!, então o conjun- 1±3
to de todos os números reais x para os quais a expressão !=
!(!)! está definida é:
4
A) {!! ∈ ℝ!/1! ≤ !! ≤ 2} !! = 1
!
B) {!"ℝ/!!!! ≤ − !}
! 1
C) {! ∈ ℝ/!− ! ≤ ! ≤ 1!!"!! ≥ 2!}! !! = −
2
D) {! ∈ ℝ!/!! ≠ 2} !
E) {! ∈ ℝ/!! ≠ 2!!!!! ≠ 1} P(x) ≥0
!
2. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCI-
TO BRASILEIRO/2013) Dado o polinômio que satisfaz a
equação ! ! ! + !!! ! ! − !!! + !! = ! (!! − !1) ! · !!(!)!
e sabendo que 1 e 2 são raízes da equação
! ! ! + !!! ! ! − !!! + !! = !0! , determine o intervalo no
qual ! ! ≤ 0! :
A) [-5,-4]
B) [-3,-2]
1
{! ∈ ℝ/!− ≤ ! ≤ 1!!"!! ≥ 2!}!
C) [-1,2] 2
D) [3,5] !
E) [6,7]
2. RESPOSTA: “C”.
3. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Se 1 é raiz da
equação ,3x³-15x²-3x+m=0 então as outras duas raízes são
A) -1 e 5.
B) -2 e 3.
C) -1 e -5.
D) -2 e -3.

4. (Escola de Aprendizes-Marinheiros/2012) Os
valores numéricos do quociente e do resto da divisão de
p(x) = 5x4 – 3x2 + 6x – 1 por d(x) = x2 + x + 1, para x = -1 são,
respectivamente,
a) -7 e -12
b) -7 e 14 Como 1 e 2 são raízes
c) 7 e -14
d) 7 e -12
e) -7 e 12 ! + ! = 0!!(! − 1)
4! + ! = −6
5. Escreve de forma reduzida o polinômio: 0,3x – 5xy
+ 1,8y + 2x – y + 3,4xy.
6.
−! − ! = 0!!
7. Qual é a forma mais simples de se escrever o po- 4! + ! = −6
linômio expresso por: 2x(3a – 2x) + a(2x – a) – 3x(a + x)? !

8. Calcule: (12a5b² – 20a4b³ + 48a³b4) (4ab). Somando:


3a=-6
Respostas a=-2
b=2
1. RESPOSTA: “C”.
Substituindo no primeiro algoritmo de briot-ruffini:
X²+(1-2)x-2=0
X²-x-2=0
∆=1+8=9

87
MATEMÁTICA

1±3 Q(-1)=5(-1)²-5(-1)-3=7
!= R(-1)=14(-1)+2=-12
2
6.Resposta “2,3x – 1,65xy + 0,8y”.
!! = 2
Solução:
0,3x – 5xy + 1,8y + 2x – y + 3,4xy =
!! = −1 = 0,3x + 2x – 5xy + 3,4xy + 1,8y – y = → propriedade
! comutativa
= 2,3x – 1,65xy + 0,8y → reduzindo os termos seme-
lhantes

Então: 2,3x – 1,65xy + 0,8y é a forma reduzida do po-


linômio dado.

7.Resposta “5ax – 7x² – a²”.


Q(x)<0
[-1,2] Solução:
2x(3a – 2x) + a(2x – a) – 3x(a + x) =
3. RESPOSTA: “A”. = 6ax – 4x² + 2ax – a² – 3ax – 3x² =
X=1 = 6ax + 2ax – 3ax – 4x² – 3x² – a² =
3-15-3+m=0 = 5ax – 7x² – a²
m=15
8.Resposta “3a4b – 5a³b² + 12a²b³”.
Dividindo por 3:
x³-5x²-x+5=0 Solução:
(12a5b² – 20a4b³ + 48a³b4) (4ab) =
= (12a5b² 4ab) – (20a4b³ 4ab) + (48a³b4 4ab) =

= 3a4b – 5a³b² + 12a²b³

∆= 16 + 20 = 36
x²-4x-5=0
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
!±!
!= !
1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
!! = 5!!!!!! = −1 MA/2013) Dentre os nove competidores de um campeona-
to municipal de esportes radicais, somente os quatro pri-
!
meiros colocados participaram do campeonato estadual.
4.RESPOSTA: “D”. Sendo assim, quantas combinações são possíveis de serem
formadas com quatro desses nove competidores?
A) 126
B) 120
C) 224
D) 212
E) 156
9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
!!,! = = = 126
5! 4! 5! ∙ 24
!
RESPOSTA: “A”.

2. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR


SOCIAL – IDECAN/2013) Renato é mais velho que Jorge de
forma que a razão entre o número de anagramas de seus
nomes representa a diferença entre suas idades. Se Jorge
Para x=-1 tem 20 anos, a idade de Renato é

88
MATEMÁTICA

A) 24. A) 80.
B) 25. B) 120.
C) 26. C) 240.
D) 27. D) 720.
E) 28.
AR_ _ _ _ _
Anagramas de RENATO 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1=120
______
6.5.4.3.2.1=720 RESPOSTA: “B”.

Anagramas de JORGE 6. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Uma lei de certo


_____ país determinou que as placas das viaturas de polícia de-
veriam ter 3 algarismos seguidos de 4 letras do alfabeto
5.4.3.2.1=120 720 grego (24 letras).
Razão dos anagramas: = 6!
120 Sendo assim, o número de placas diferentes será igual
a
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos A) 175.760.000.
B) 183.617.280.
RESPOSTA: “C”. C) 331.776.000.
D) 358.800.000.
3. (PREF. NEPOMUCENO/MG – PORTEIRO – CON-
SULPLAN/2013) Uma dona de casa troca a toalha de rosto Algarismos possíveis: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9=10 algarismos
do banheiro diariamente e só volta a repeti-la depois que _ _ _ _ _ _ _
já tiver utilizado todas as toalhas. Sabe-se que a dona de 10 ⋅ 10 ⋅ 10 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24=331.776.000
casa dispõe de 8 toalhas diferentes. De quantas maneiras
ela pode ter utilizado as toalhas nos primeiros 5 dias de RESPOSTA: “C”.
um mês?
A) 4650. 7. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
B) 5180. NISTRATIVO – FCC/2014) São lançados dois dados e mul-
C) 5460. tiplicados os números de pontos obtidos em cada um de-
D) 6720. les. A quantidade de produtos distintos que se pode obter
E) 7260. nesse processo é
A) 36.
_____ B) 27.
8.7.6.5.4=6720 C) 30.
D) 21.
RESPOSTA: “D”. E) 18.

4. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Leia o __


trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que 6.6=36
preenche corretamente a lacuna. Mas, como pode haver o mesmo produto por ser dois
Com a palavra PERMUTA é possível formar ____ ana- dados, 36/2=18
gramas começados por consoante e terminados por vogal.
A) 120 RESPOSTA: “E”.
B) 480 8. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ-
C) 1.440 TICA – IMA/2014) Quantos são os anagramas da palavra
D) 5.040 TESOURA?
A) 2300
_______ B) 5040
P5.4.3.2.1 A=120 C) 4500
120.2(letras E e U)=240 D) 1000
E) 6500
120+240=360 anagramas com a letra P _______
7.6.5.4.3.2.1=5040
360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)
Anagramas são quaisquer palavras que podem ser for-
RESPOSTA: “C”. madas com as letras, independente se formam palavras
5. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Assinale a alter- que existam ou não.
nativa que apresenta o número de anagramas da palavra
QUARTEL que começam com AR. RESPOSTA: “B”.

89
MATEMÁTICA

9. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Analise 1ª possibilidade:2 ventiladores e 3 lâmpadas


as sentenças abaixo. !!
I. 4! + 3! = 7! !!,! = =3
!!!!
II. 4! ⋅ 3! = 12!
III. 5! + 5! = 2 ⋅ 5! !!
É correto o que se apresenta em
!!!,! = =4
!!!!
A) I, apenas.
B) II, apenas. !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 4 = 12
C) III, apenas.
!
D) I, II e III. 2ª possibilidade:2 ventiladores e 4 lâmpadas
!!
!!,! = !!!! = 3
I falsa
4!=24
3!=6 !!,! =
!!
=1
7!=5040 !!!!
II falsa
4! ⋅ 3! ≠12! !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
III verdadeira
5!=120 !
5!+5!=240 3ª possibilidade:3 ventiladores e 3 lâmpadas
2 ⋅ 5!=240 !!
!!,! = =1
!!!!
RESPOSTA: “C”.
!!
!!,! = !!!! = 4
10. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
GRANRIO/2013) Uma empresa de propaganda pretende
criar panfletos coloridos para divulgar certo produto. O !!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 4 = 4
papel pode ser laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou
!
roxo, enquanto o texto é escrito no panfleto em preto, ver-
melho ou branco. 4ª possibilidade:3 ventiladores e 4 lâmpadas
De quantos modos distintos é possível escolher uma !!
cor para o fundo e uma cor para o texto se, por uma ques- !!,! = !!!! = 1
tão de contraste, as cores do fundo e do texto não podem
ser iguais? !!
A) 13 !!,! = !!!! = 1
B) 14
C) 16 !!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 1 = 1
D) 17
! Somando as possibilidades:12+3+4+1=20
E) 18

__ RESPOSTA: “C”.
6.3=18
12. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ-
Tirando as possibilidades de papel e texto iguais: TICA – IMA/2014) Se enfileirarmos três dados iguais, obte-
P P e V V=2 possibilidades remos um agrupamento dentre quantos possíveis.
18-2=16 possiblidades A) 150
B) 200
RESPOSTA: “C”. C) 410
D) 216
11. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU- E) 320
RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa sala !!,! ∙ !!,! ∙ !!,!
há 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com inter-
ruptores independentes. De quantas maneiras é possível
ventilar e iluminar essa sala mantendo, pelo menos, 2 ven- 6! 6.5!
tiladores ligados e 3 lâmpadas acesas? !!,! = = =6
A) 12. 1! 5! 5!
B) 18.
C) 20. 6 ∙ 6 ∙ 6 = 216
D) 24. !
E) 36. RESPOSTA: “D”.

90
MATEMÁTICA

13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA _____


E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Um técnico judiciário 9.9.9.1.1=729
deve agrupar 4 processos do juiz A, 3 do juiz B e 2 do juiz São 10 possibilidades para os últimos dois dígitos:
C, de modo que os processos de um mesmo juiz fiquem 729.10=7290
sempre juntos e em qualquer ordem. A quantidade de
maneiras diferentes de efetuar o agrupamento é de RESPOSTA: “E”.
A) 32.
B) 38. 16. (DNIT – ANALISTA ADMINISTRATIVO –ADMINIS-
C) 288. TRATIVA – ESAF/2012) Os pintores Antônio e Batista farão
D) 864. uma exposição de seus quadros. Antônio vai expor 3 qua-
E) 1728. dros distintos e Batista 2 quadros distintos. Os quadros se-
rão expostos em uma mesma parede e em linha reta, sendo
Juiz A:P4=4!=24 que os quadros de um mesmo pintor devem ficar juntos.
Juiz B: P3=3!=6 Então, o número de possibilidades distintas de montar essa
Juiz C: P2=2!=2 exposição é igual a:
_ _ _ A) 5
24.6.2=288.P3=288.6=1728 B) 12
A P3 deve ser feita, pois os processos tem que ficar C) 24
juntos, mas não falam em que ordem podendo ser de D) 6
qualquer juiz antes. E) 15
Portanto pode haver permutação entre eles. Para Antônio
_ _ _ P3=3!=6
RESPOSTA: “E”.
Para Batista
14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA _ _ P2=2!=2
E pode haver permutação dos dois expositores:
E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) O Tribunal de Justiça
está utilizando um código de leitura de barras composto
6.2.2=24
por 5 barras para identificar os pertences de uma deter-
minada seção de trabalho. As barras podem ser pretas ou
RESPOSTA: “C”.
brancas. Se não pode haver código com todas as barras
da mesma cor, o número de códigos diferentes que se
17. (CRMV/RJ – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUN-
pode obter é de
DAÇÃO BIO-RIO/2014) Um anagrama de uma palavra é
A) 10.
um reordenamento de todas as suas letras. Por exemplo,
B) 30. ADEUS é um anagrama de SAUDE e OOV é um anagrama
C) 50. de OVO. A palavra MOTO possui a seguinte quantidade de
D) 150. anagramas:
E) 250. A)8
_____ B)10
2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2=32 possibilidades se pudesse ser qual- C)12
quer uma das cores D)16
Mas, temos que tirar código todo preto e todo branco. E)20
32-2=30
Como tem letra repetida:
RESPOSTA: “B”.
!! !∙!∙!∙!
!!! = !! = = 12
15. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – !
CESGRANRIO/2012) Certa empresa identifica as diferentes !
peças que produz, utilizando códigos numéricos compos- RESPOSTA: “C”.
tos de 5 dígitos, mantendo, sempre, o seguinte padrão: os 18. (TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA
dois últimos dígitos de cada código são iguais entre si, mas – FCC/2012) A palavra GOTEIRA é formada por sete letras
diferentes dos demais. Por exemplo, o código “03344” é diferentes. Uma sequência dessas letras, em outra ordem,
válido, já o código “34544”, não. é TEIGORA. Podem ser escritas 5040 sequências diferentes
Quantos códigos diferentes podem ser criados? com essas sete letras. São 24 as sequências que terminam
A) 3.312 com as letras GRT, nessa ordem, e começam com as quatro
B) 4.608 vogais. Dentre essas 24, a sequência AEIOGRT é a primei-
C) 5.040 ra delas, se forem listadas alfabeticamente. A sequência
D) 7.000 IOAEGRT ocuparia, nessa listagem alfabética, a posição de
E) 7.290 número

91
MATEMÁTICA

A) 11. Saneamento Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu


B) 13. em apenas uma dessas comissões. O número de vereado-
C) 17. res inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
D) 22. A) 15.
E) 23. B) 21.
C) 18.
A_ _ _ GRT P3=3!=6 D) 27.
E_ _ _ GRT P3=3!=6 E) 16.
IA_ _GRT P2=2!=2
IE_ _GRT P2=2!=2 7 vereadores se inscreveram nas 3.
IOAEGRT-17ª da sequência APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o
12 não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos con-
RESPOSTA: “C”. juntos, pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos
três)
19. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento bá-
– VUNESP/2012) Um restaurante possui pratos principais e
sico.
individuais. Cinco dos pratos são com peixe, 4 com carne
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comis-
vermelha, 3 com frango, e 4 apenas com vegetais. Alber-
to, Bianca e Carolina pretendem fazer um pedido com três sões, pois 13 dos 43 não se inscreveram.
pratos principais individuais, um para cada. Alberto não Portanto, 30-7-12-8=3
come carne vermelha nem frango, Bianca só come vege- Se inscreveram em educação e saneamento 3 verea-
tais, e Carolina só não come vegetais. O total de pedidos dores.
diferentes que podem ser feitos atendendo as restrições
alimentares dos três é igual a
A) 384.
B) 392.
C) 396.
D) 416.
E) 432.

Para Alberto:5+4=9
Para Bianca:4
Para Carolina: 12
___ Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18
9.4.12=432
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “E”.
22. (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos
20. (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – 46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15
SPDM/2012) O total de números de 3 algarismos que ter- deles também estão aptos para classificar processos e os
minam por um número par e que podem ser formados pe- demais estão aptos para atender ao público. Há outros 11
los algarismos 3,4,5,7,8, com repetição, é de: técnicos que estão aptos para atender ao público, mas não
A) 50
são capazes de arquivar documentos. Dentre esses últimos
B) 100
técnicos mencionados, 4 deles também são capazes de
C) 75
classificar processos. Sabe-se que aqueles que classificam
D) 80
processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando que to-
O último algarismo pode ser 4 ou 8
___ dos os técnicos que executam essas três tarefas foram cita-
5.5.2=50 dos anteriormente, eles somam um total de
A) 58.
RESPOSTA: “A”. B) 65.
C) 76.
21. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI- D) 53.
NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma ci- E) 95.
dade, 13 dele não se inscreveram nas comissões de Edu-
cação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores 15 técnicos arquivam e classificam
se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles se 46-15=31 arquivam e atendem
inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e 4 classificam e atendem
oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e Classificam:15+4=19 como são 27 faltam 8

92
MATEMÁTICA

24. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚ-


DE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos que
formam o conjunto dos múltiplos estritamente positivos
do número 3, menores que 31?
A) 9
B) 10
C) 11
D) 12
E) 13
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}

10 elementos

RESPOSTA: “B”. RESPOSTA: “B”.

23. (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI- 25. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE
FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sabendo
que ! ∩ ! = {!}, ! ∪ ! = {!; !; !; !; !}!!!! − ! = {!; !},!!
atletas da delegação de um país nos jogos universitários
assinale a alternativa que apresenta o conjunto B.
por medalha conquistada. Sabe-se que esse país conquis- A) {1;2;3}
tou medalhas apenas em modalidades individuais. Sabe-se B) {0;3}
ainda que cada atleta da delegação desse país que ganhou C) {0;1;2;3;5}
uma ou mais medalhas não ganhou mais de uma meda- D) {3;5}
lha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De acordo com o E) {0;3;5}
diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse país
ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro. A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento
de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A ∪ B, tiramos que B={0;3;5}.

RESPOSTA: “E”.

26. (TJ/BA – ANAISTA JUDICIARIO – BANCO DE DA-


DOS – FAPERP/2012) Foi realizada uma pesquisa, com um
grupo de pessoas, envolvendo a preferência por até duas
marcas de carros dentre as marcas C1, C2 e C3. A pesquisa
apresentou os seguintes dados:
A análise adequada do diagrama permite concluir cor- -59 preferem a marca C1
retamente que o número de medalhas conquistadas por 40 preferem a marca C2
-50 preferem a marca C3.
esse país nessa edição dos jogos universitários foi de
-17 preferem as marcas C1 e C2.
A) 15. -12 preferem as marcas C1 e C3
B) 29. -23 preferem as marcas C2 e C3
C) 52. -49 não preferem nenhuma das três marcas.
D) 46.
E) 40. O número de pessoas que preferem apenas a marca
C2 é igual a
O diagrama mostra o número de atletas que ganharam A) 0
medalhas. B) 15
No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2 C) 25.
por ser 2 medalhas e na intersecção das três medalhas mul- D) 40.
tiplica-se por 3.

Intersecções:
6 ∙ 2 = 12
1∙2=2
4∙2=8
3∙3=9
!
Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46 O número de pessoas que preferem apenas a marca
C2 é zero.
RESPOSTA: “D”. RESPOSTA: “A”.

93
MATEMÁTICA

27. (TJ/PE – OFICIAL DE JUSTIÇA – JUDICIÁRIO E AD-


MINISTRATIVO – FCC/2012) Em um clube com 160 asso-
ciados, três pessoas, A, B e C (não associados), manifes-
tam seu interesse em participar da eleição para ser o pre-
sidente deste clube. Uma pesquisa realizada com todos os
160 associados revelou que
− 20 sócios não simpatizam com qualquer uma destas
pessoas.
− 20 sócios simpatizam apenas com a pessoa A.
− 40 sócios simpatizam apenas com a pessoa B.
− 30 sócios simpatizam apenas com a pessoa C.
− 10 sócios simpatizam com as pessoas A, B e C. 26+7+38+x=100
x=100-71
A quantidade de sócios que simpatizam com pelo x=29%
menos duas destas pessoas é
A) 20. RESPOSTA: “D”.
B) 30.
C) 40. 29. (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO TRA-
D) 50. BALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pessoas, in-
E) 60. vestigou como eram utilizadas as três linhas: A, B e C do
Metrô de uma cidade. Verificou-se que 92 pessoas utilizam
a linha A; 94 pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas utili-
zam a linha C. Utilizam as linhas A e B um total de 38 pes-
soas, as linhas A e C um total de 42 pessoas e as linhas B e
C um total de 60 pessoas; 26 pessoas que não se utilizam
dessas linhas. Desta maneira, conclui-se corretamente que
o número de entrevistados que utilizam as linhas A e B e
C é igual a
A) 50.
B) 26.
C) 56.
D) 10.
E) 18.

A+B+C=90
Simpatiza com as três: 10
Não simpatizam com nenhuma 20
90+10+20 =120 pessoas
Como têm 160 pessoas:
X+Y+Z=160-120=40 pessoas
Portanto, a quantidade de sócios que simpatizam com
pelo menos 2 são 40 (dos sócios que simpatizam com duas
pessoas) + 10 (simpatizam com três)=50

RESPOSTA: “D”.

28. (EBSERH/HU-UFS/SE - TECNÓLOGO EM RADIO-


LOGIA - AOCP /2014) Em uma pequena cidade, circulam
apenas dois jornais diferentes. O jornal A e o jornal B. Uma
pesquisa realizada com os moradores dessa cidade mos- 92-38+x-x-42+x+94-38+x-x-60+x+110-42+x-x
trou que 33% lê o jornal A, 45% lê o jornal B, e 7% leem os -60+x+38-x+x+42-x+60-x+26=200
jornais A e B. Sendo assim, quantos porcentos não leem X=200-182
nenhum dos dois jornais? X=18
A) 15%
B) 25% RESPOSTA: “E”.
C) 27%
D) 29%
E) 35%

94
PORTUGUÊS

1) Leitura, Interpretação e Análise de Textos: Leitura, interpretação e análise dos significados presentes num texto e
relacionamento destes com o universo em que foi produzido............................................................................................................. 01
2) Fonética: Fonemas, sílaba, tonicidade, ortoépia, prosódia, ortografia, acentuação gráfica, notações léxicas, abreviatu-
ras, siglas e símbolos............................................................................................................................................................................................... 08
3) Morfologia: Estrutura das palavras, formação das palavras, sufixos, prefixos, radicais gregos e latinos, origens das pa-
lavras da Língua Portuguesa. Classificação e flexão das palavras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção, interjeição, conectivos e formas variantes). .............................................................................. 18
4) Semântica: Significação das palavras. ........................................................................................................................................................ 58
5) Sintaxe: Análise sintática, termos essenciais da oração, termos integrantes da oração, termos acessórios da oração,
período composto, orações coordenadas, orações principais e subordinadas, orações subordinadas substantivas, ora-
ções subordinadas adjetivas, orações subordinadas adverbiais, orações reduzidas, estudo complementar do período
composto, sinais de pontuação, sintaxe de concordância, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de colocação,
emprego de algumas classes de palavras, emprego dos modos e dos tempos, emprego do infinitivo, emprego do verbo
haver.............................................................................................................................................................................................................................. 64
6) Teoria da Linguagem: História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo; níveis de linguagem e fun-
ções da linguagem. ................................................................................................................................................................................................ 89
7) Estilística: Figuras de linguagem, língua e arte literária. ...................................................................................................................103
8) Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado
em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste, aprovado no Brasil pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008
e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012. .......................................................................................................106
9) Literatura Brasileira: literatura e a história da literatura; os gêneros literários; a linguagem poética; elementos da
Narrativa; Trovadorismo; Humanismo; Classicismo; Quinhentismo; Barroco; Arcadismo; Romantismo prosa e poesia;
Realismo/ Naturalismo; Parnasianismo; Simbolismo; Pré-Modernismo; movimentos de Vanguarda Europeia no Brasil;
Modernismo Brasileiro prosa e poesia (1ª, 2ª e 3ª gerações); e as tendências da Literatura Contemporânea.................115
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS

símbolos gráficos, de códigos, requer que o indivíduo


1) LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o
DE TEXTOS: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E e incorporando-o à sua bagagem pessoal, ou seja, requer
ANÁLISE DOS SIGNIFICADOS PRESENTES que o indivíduo mantenha um comportamento ativo diante
da leitura.
NUM TEXTO E RELACIONAMENTO DESTES
COM O UNIVERSO EM QUE FOI PRODUZIDO. Os diferentes níveis de leitura

Para que isso aconteça, é necessário que haja


maturidade para a compreensão do material lido, senão
Interessa a todos saber que procedimento se deve tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em
adotar para tirar o maior rendimento possível da leitura nossa memória sem uso, até que tenhamos condições
de um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta cognitivas para utilizar. De uma forma geral, passamos
sem antes destacar que não existe para ela uma solução por diferentes níveis ou etapas até termos condições de
mágica, o que não quer dizer que não exista solução aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis
alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura são cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida, estando
proveitosa pressupõe, além do conhecimento linguístico presente em praticamente toda a nossa leitura.
propriamente dito, um repertório de informações exteriores
ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao
mundo. A compreensão do texto depende também do período de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral
conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas
que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de conhecermos os códigos, a gramática, a semântica, é
Português, mas também de todas as outras disciplinas sem preciso que tenhamos um bom domínio da língua.
exceção.
Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional.
compreendido é a resposta a Tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para
três questões básicas: que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para
- Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao que tenhamos chance de escolher qual material leremos,
tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira
a distinguir as questões secundárias da principal, isto é, impressão sobre o texto. É a leitura que comumente
aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de
leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe partes, respondem basicamente às seguintes perguntas:
apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele - Por que ler este livro?
precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não - Será uma leitura útil?
tem repertório suficiente para compreender o que está - Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?
diante de seus olhos.
- Qual é a opinião do autor sobre a questão posta Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas
em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários que se seguem, procurando usar de imparcialidade
indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando
leitura competente não terá dificuldade em identificá-la. preconceitos. Se você se propuser a ler um texto sem
Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-
leitura desatenta e dispersiva. lo, provavelmente o aproveitamento será muito baixo. Ler
- Quais são os argumentos utilizados pelo autor é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizontes;
para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever
argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para melhor; relacionar-se melhor com o outro.
convencer o leitor de que ele está falando a verdade.
Saber reconhecer os argumentos do autor é também um O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois
sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor de vasculharmos bem o texto na pré-leitura, analisamos.
acompanhou o desenvolvimento das ideias. Na verdade, Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero
entender um texto significa acompanhar com atenção o o texto se enquadra: trata-se de um romance, um tratado,
seu percurso argumentativo. uma notícia de jornal, revista, entrevista, neste caso, existe
apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No
O primeiro passo para interpretar um texto consiste caso de ser um texto teórico, que requeira memorização,
em decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias procure criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja,
básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico veja, realmente, o que está lendo, dando vida e muita
buscando os conceitos definidores da opinião explicitada criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai
pelo autor. Esta operação fará com que o significado acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é ser capaz
do texto “salte aos olhos” do leitor. Ler é uma atividade de resumir o assunto do texto em duas frases. Já temos
muito mais complexa do que a simples interpretação dos algum conteúdo para isso, pois o encadeamento das ideias

1
PORTUGUÊS

já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, buscando os conceitos definidores da opinião explicitada
do início ao fim. Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este pelo autor. Esta operação fará com que o significado do
momento. Fique atento! Aproveite todas as informações texto “salte aos olhos” do leitor. Exemplo:
que a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar
significados de palavras em dicionários ou sublinhar textos, “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista
isto será feito em outro momento. austríaco no tocante aos estudos sobre a formação da
personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939)
O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da
Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente psique humana: o inconsciente e subconsciente. Começou
acabar com qualquer dúvida que ainda persista. estudando casos clínicos de comportamentos anômalos
Normalmente, os termos desconhecidos de um texto são ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração
explicitados neste próprio texto, à medida que vamos com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos
adiantando a leitura. sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados
Um mecanismo psicológico fará com que fiquemos
obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até hoje
com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos
é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias
a resposta. Caso não haja explicação no texto, será na
e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras
etapa do controle que lançaremos mão do dicionário. Veja
bem: a esta altura já conhecemos bem o texto e o ato de dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das
interromper a leitura não vai fragmentar a compreensão perturbações mentais.
do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que Para este caminho de regresso às origens de um trauma,
sublinharemos os tópicos importantes, se necessário. Para Freud se utilizou especialmente da linguagem onírica dos
ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto pacientes, considerando os sonhos como compensação
próximo a eles, visando principalmente a marcar o local do dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.
texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a cronologia Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o
e a sequência deste fato importante, situando-o. Aproveite mundo cultural da época, foi a apresentação da tese de
bem esta etapa de leitura. que toda neurose é de origem sexual.”
(Salvatore D’Onofrio)
Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da repetição
aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do texto, Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a
mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante
prática, ou seja, que tenhamos experiência do que foi lido aos estudos sobre a formação da personalidade humana.
na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas
visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente
Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição e subconsciente.” O autor do texto afirma, inicialmente, que
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
quando queremos evocar o assunto. Observe agora os mais profundos da personalidade humana, o inconsciente
trechos sublinhados, trace um diagrama sobre o texto, e subconsciente.
esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras.
Procure associar o assunto lido com alguma experiência Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando
já vivida ou tente exemplificá-lo com algo concreto, como casos clínicos de comportamentos anômalos ou
se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração
turma de alunos interessados. É importante lembrar que
com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos
esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30
sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados
dias posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas
obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até
durante a leitura e ao retornarmos ao texto, consultamos
as anotações. Não pense que é um exercício monótono. hoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de
Nós somos capazes de realizar diariamente exercícios ideias e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por
físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a
Pois bem, embora não tenhamos condições de ver com o fonte das perturbações mentais.” A segunda ideia núcleo
que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la mostra que Freud deu início a sua pesquisa estudando
quando melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, os comportamentos humanos anormais ou doentios por
a prontidão de informações e, obviamente, nossos meio da hipnose. Insatisfeito com esse método, criou o das
conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no “livres associações de ideias e de sentimentos”.
início e criar um método de leitura eficiente e rápido.
Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de
Ideias Núcleo regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou
especialmente da linguagem onírica dos pacientes,
O primeiro passo para interpretar um texto consiste considerando os sonhos como compensação dos desejos
em decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está explicitado que
básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio

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PORTUGUÊS

da compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem 01. Os dados expostos no terceiro parágrafo indicam
metafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do que os profissionais do Ministério Público brasileiro são
dia a dia. mais eficientes que os dos órgãos equivalentes nos demais
países da América do Sul.
Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de
Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a 02. Com base nos dados apresentados no texto, é
apresentação da tese de que toda neurose é de origem correto concluir que a situação do Brasil, no que diz respeito
sexual.” Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a ao número de promotores existentes no Ministério Público
sociedade de seu tempo, afirmando a novidade de que por habitante, está pior que a da Guatemala, mas melhor
todo o trauma psicológico é de origem sexual. que a do Peru.

QUESTÕES 03. Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical


do texto se, feitos os devidos ajustes nas iniciais maiúsculas
(CESPE/UnB – Analista do MPU – Apoio e minúsculas, o período “É correto (...) o Brasil” (l.11-12)
fosse iniciado com um vocábulo de valor conclusivo, como
Jurídico/2013)
logo, por conseguinte, assim ou porquanto, seguido de
vírgula.
Se considerarmos o panorama internacional,
perceberemos que o Ministério Público brasileiro é 04. O objetivo do texto é provar que o número total de
singular. Em nenhum outro país, há um Ministério Público promotores no Brasil é menor que na maioria dos países
que apresente perfil institucional semelhante ao nosso ou da América Latina.
que ostente igual conjunto de atribuições.
Do ponto de vista da localização institucional, há grande 05. No primeiro período do terceiro parágrafo,
diversidade de situações no que se refere aos Ministérios é estabelecido contraste entre a maior extensão das
Públicos dos demais países da América Latina. Encontra- obrigações do Ministério Público brasileiro, em comparação
se, por exemplo, Ministério Público dependente do Poder com as de órgãos equivalentes em outros países, e o
Judiciário na Costa Rica, na Colômbia e, no Paraguai, e número de promotores em relação à população do país,
ligado ao Poder Executivo, no México e no Uruguai. o que evidencia situação oposta à que se poderia esperar.
Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extensão
de obrigações do Ministério Público brasileiro, a relação 06. No último período do texto, a palavra “atribuições”
entre o número de integrantes da instituição e a população está subentendida logo após o vocábulo “as” (l.13), que
é uma das mais desfavoráveis no quadro latino-americano. poderia ser substituído por aquelas, sem prejuízo para a
De fato, dados recentes indicam que, no Brasil, com 4,2 correção do texto.
promotores para cada 100 mil habitantes, há uma situação
de clara desvantagem no que diz respeito ao número 07. Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência
relativo de integrantes. No Panamá, por exemplo, o número do texto se o primeiro parágrafo fosse assim reescrito:
é de 15,3 promotores para cada cem mil habitantes; na Quando se examina o contexto internacional, concluímos
Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolívia, de 4,5. Em que não há situação como a do Brasil no que se refere a
situação semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, existência e desempenho do Ministério Público.
estão, (l.11) por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com
2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relação: 2,4. É (VUNESP – TJ-SP – 2013)
correto dizer que há nações (l.12) proporcionalmente com
Leia o texto para responder às questões de números
menos promotores que o Brasil. No entanto, as atribuições
08 a 10.
do Ministério Público brasileiro são muito mais (l.13)
extensas do que as dos Ministérios Públicos desses países.
A ética da fila
Maria Tereza Sadek. A construção de um novo SÃO PAULO – Escritórios da avenida Faria Lima, em
Ministério Público São Paulo, estão contratando flanelinhas para estacionar
resolutivo. Internet: <https://aplicacao.mp.mg.gov. os carros de seus profissionais nas ruas das imediações. O
br> (com adaptações). custo mensal fica bem abaixo do de um estacionamento
regular. Imaginando que os guardadores não violem
(l.11) – linha 11 no texto original nenhuma lei nem regra de trânsito, utilizar seus serviços
(l.12) – linha 12 no texto original seria o equivalente de pagar alguém para ficar na fila em
(l.13) – linha 13 no texto original seu lugar. Isso é ético?
Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo
Julgue os itens seguintes com (C) quando a afirmativa grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica
estiver Correta e com (E) quando a afirmativa estiver ninguém e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes
Errada. Itens relativos às ideias e a aspectos linguísticos (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar
do texto acima. parado). Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim.

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Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, (E) falta de legislação específica no que se refere à
levanta bons argumentos contra a prática. Para o professor venda de uma vaga de uma pessoa que ficou em uma fila
de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de guardando lugar a outra. O autor do texto concorda com
distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para esse posicionamento de Sandel.
tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições.
Diferentes bens são repartidos segundo diferentes 10. Nas considerações de Sandel, o dinheiro
regras. Num leilão, o que vale é o maior lance, mas no (A) cria caminhos alternativos para ações eficientes,
cinema prepondera a fila. Universidades tendem a oferecer minimizando as diferenças sociais e resguardando as
vagas com base no mérito, já prontos-socorros ordenam instituições.
tudo pela gravidade. O problema com o dinheiro é que ele (B) anda por diversos caminhos para ser eficiente,
é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta, rechaçando as diferenças sociais e preservando as
logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final instituições.
é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres (C) está na base dos caminhos eficientes, visando
se tornam cada vez mais acentuadas. combater as diferenças sociais e a corrupção das
Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades. instituições.
Para começar, os argumentos de Sandel também (D) é eficiente e abre caminhos, mas reforça as
recomendam a proibição da prostituição e da barriga desigualdades sociais e corrompe as instituições.
de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades (E) percorre vários caminhos sem ser eficiente, pois
legítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de deixa de lado as desigualdades sociais e a corrupção das
valores ocasionada pela monetização, em muitos casos é
instituições.
preciso eleger um padrão universal a ser preservado, o que
exige a criação de uma espécie de moral oficial – e isso é
Leia o texto para responder às questões de números
para lá de problemático.
11 e 12.
(Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de
S.Paulo,
O que é ler?
08. Em sua argumentação, Hélio Schwartsman revela-se
Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com
(A) perturbado com a situação das grandes cidades,
alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito
onde se acabam criando situações perversas à maioria dos
porque conheço a língua e as coisas indicadas pelas palavras,
cidadãos.
(B) favorável aos guardadores de vagas nas filas, uma assim como sei identificar as experiências ali relatadas.
vez que o pacto entre as partes traduz-se em resultados Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível
que satisfazem a ambas. de palavras, coisas, fatos, experiências, depositados pela
(C) preocupado com os profissionais dos escritórios da cultura instituída e sedimentados no mundo de ambos.
Faria Lima, que acabam sendo explorados pelos flanelinhas. De repente, porém, algumas palavras me “pegam”.
(D) indignado com a exploração sofrida pelos flanelinhas, Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum
que fazem trabalho semelhante ao dos estacionamentos e e costumeiro e elas me arrastam, como num turbilhão,
recebem menos. para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas.
(E) indiferente às necessidades dos guardadores de O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não
vagas nas filas, pois eles priorizam vantagens econômicas apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com
frente às necessidades alheias. palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me,
09. Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse arrasta-me para o que eu não sabia, para o novo. O escritor
professor uma ideia contrária à não convida quem o lê a reencontrar o que já sabia, mas
(A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo toca nas significações existentes para torná-las destoantes,
que aquela ficou na fila com intenção comercial. O autor do estranhas, e para conquistar, por virtude dessa estranheza,
texto concorda com esse posicionamento de Sandel. uma nova harmonia que se aposse do leitor.
(B) comercialização de uma prática que consiste Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da
no pagamento a uma pessoa para que ela fique em “retomada do pensamento de outrem através de sua
seu lugar em uma fila. O autor do texto discorda desse palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos
posicionamento de Sandel. próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty,
(C) criação de uma legislação que normatize a venda de “começo a compreender uma filosofia deslizando para
vagas de uma fila de uma pessoa a outra. O autor do texto dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento”, isto
discorda desse posicionamento de Sandel. é, em seu discurso.
(D) falta de incentivo para que a pessoa fique em uma
vaga e, posteriormente, comercialize-a com quem precise. (Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal,
O autor do texto discorda desse posicionamento de Sandel. Antologia de Textos Filosóficos. Adaptado)

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11. Com base nas palavras de Marilena Chauí, entende- O grande problema é saber se estaríamos aptos a
se que ler é assimilar o formidável acréscimo de informação sensível
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos que isso acarretaria. O mais provável é que essa súbita
cristalizados. mutação – a desobstrução das portas e órgãos da
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está percepção – produzisse não a revelação mística imaginada
ausente. por Blake, mas um terrível engarrafamento cerebral: uma
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da sobrecarga de informações acompanhada de um estado de
ideologia dominante. aguda confusão e perplexidade do qual apenas lentamente
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do conseguiríamos nos recuperar. As informações sensíveis a
escritor. que temos acesso, embora restritas, não comprometeram
(E) um produto em que o posicionamento do outro se nossa sobrevivência no laboratório da vida. Longe disso.
neutraliza. É a brutal seletividade dos nossos sentidos que nos
protege da infinita complexidade do Universo. Se o muro
12. Com a frase – O escritor me invade, passo a pensar desaba, o caos impera.
de dentro dele e não apenas com ele... – (2.º parágrafo), a
(Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do
autora revela que
amanhã, São
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do
Paulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143)
escritor.
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor. 13. No texto, o autor
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do (A) lamenta o fato de que nossos sentidos não sejam
escritor. capazes de captar a imensa gama de informações presentes
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor. no Universo.
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor. (B) aponta para a função protetora dos órgãos sensoriais,
cuja seletividade, embora implique perdas, nos é benéfica.
(FCC – TRT-12ªRegião – 2013) (C) constata que, com o uso da tecnologia, a percepção
visual humana pode alcançar o nível de percepção visual
Para responder a questão de número 13, considere o das abelhas, e vir a captar raios ultravioleta.
texto abaixo. (D) discorre sobre uma das máximas de William Blake,
para quem a inquietação humana deriva do fato de não se
As certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente franquearem as “portas da percepção”.
vivido. Na verdade, porém, o presente vivido é fruto de (E) comprova que alterações na percepção sensorial
uma sofisticada mediação. O real tem um quê de ilusório humana causariam danos irreparáveis ao cérebro.
e virtual.
Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são Para responder às questões de números 14 e 15,
altamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem considere o texto abaixo.
ao cérebro. O olho humano, por exemplo, não é capaz
de captar todo o espectro de energia eletromagnética bem no fundo
existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro
visível do olho humano, são, no entanto, captados pelas no fundo, no fundo,
abelhas. bem lá no fundo,
Seletividade análoga preside a operação dos demais a gente gostaria
de ver nossos problemas
sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda
resolvidos por decreto
que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo
a partir desta data,
com idade, herança genética, treino e educação. Há mais
aquela mágoa sem remédio
coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos − é considerada nula
e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços e sobre ela − silêncio perpétuo
− são capazes de detectar. extinto por lei todo o remorso
Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz maldito seja quem olhar pra trás,
cientes não passa, portanto, de uma fração diminuta do lá pra trás não há nada,
que há. Mas o que aconteceria se tivéssemos de passar e nada mais
a lidar subitamente com uma gama extra e uma carga mas problemas não se resolvem,
torrencial de percepções sensoriais (visuais, auditivas, táteis problemas têm família grande,
etc.) com as quais não estamos habituados? Suponha que e aos domingos saem todos passear
uma mutação genética reduza drasticamente a seletividade o problema, sua senhora
natural dos nossos sentidos. O ganho de sensibilidade e outros pequenos probleminhas
seria patente. “Se as portas da percepção se depurassem”,
sugeria William Blake, “tudo se revelaria ao homem tal qual (Paulo Leminski, Toda Poesia, São Paulo,
é, infinito”. Cia. das Letras, 2013. p. 195)

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14. Atente para o que se afirma abaixo. 03-E (Afirmativa Errada)


I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que Não podemos usar um vocábulo de conclusão, pois ela
apenas nosso desejo para a resolução de dificuldades. se dará nas últimas duas linhas do texto: ...apesar de haver
II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, nações proporcionalmente com menos promotores que o
bastando, para tanto, que não se evoque o passado a todo Brasil, as atribuições do Ministério Público brasileiro são
o momento. muito mais extensas do que as dos Ministérios Públicos
III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer desses outros países.
na medida em que não forem cultivadas.
04-E (Afirmativa Errada)
Está correto o que se afirma APENAS em: Pois o texto afirma que há outros países em situação
(A) I e III. semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, estão, por
(B) I e II. exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim,
(C) II e III. o Equador, com a mais baixa relação: 2,4.
(D) I.
(E) II.
05-C (Afirmativa Correta)
Sim, as afirmações estão explícitas e confirmam o
15. a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio item 05: “Constata-se, entretanto, que, apesar da maior
é considerada nula extensão de obrigações do Ministério Público brasileiro, a
e sobre ela − silêncio perpétuo relação entre o número de integrantes da instituição e a
população é uma das mais desfavoráveis no quadro latino-
Uma redação alternativa em prosa para os versos acima, americano”.
em que se mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais,
o sentido original, é: 06-C (Afirmativa Correta)
(A) Um silêncio perpétuo, cairia sem remédio, sobre “No entanto, as atribuições do Ministério Público
aquela mágoa, considerada nula a partir desta data. brasileiro são muito mais extensas do que as atribuições
(B) Aquela mágoa sem remédio fora, considerada nula, a dos Ministérios Públicos desses países”. (Sim, a palavra
partir desta data, sobre ela restando um silêncio perpétuo. atribuições está subentendida após “as”).
(C) Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data, “No entanto, as atribuições do Ministério Público
considerada nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo. brasileiro são muito mais extensas do que aquelas dos
(D) Considerando-se nula aquela mágoa a partir desta Ministérios Públicos desses países”. (Não houve prejuízo
data, restando sobre ela, um silêncio perpétuo. no entendimento do texto).
(E) Aquela mágoa, sem remédio será, a partir desta
data, considerada nula, caindo-se sobre ela, um silêncio 07-E (Afirmativa Errada)
perpétuo.
Como está no texto: “Se considerarmos o panorama
Respostas: internacional, perceberemos que o Ministério Público
brasileiro é singular. Em nenhum outro país, há um
01-E (Afirmativa Errada) Ministério Público que apresente perfil institucional
No terceiro parágrafo constatamos que apesar da maior semelhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de
extensão de obrigações do Ministério Público brasileiro, a atribuições”.
relação entre o número de integrantes da instituição e a
Como ficaria: “Quando se examina o contexto
população é uma das mais desfavoráveis no quadro latino-
internacional, concluímos que não há situação como a
americano. De fato, dados recentes indicam que, no Brasil,
do Brasil no que se refere a existência e desempenho do
com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes, há
uma situação de clara desvantagem no que diz respeito Ministério Público”.
ao número relativo de integrantes. No Panamá, por
exemplo, o número é de 15,3 promotores para cada cem Errada porque o primeiro diz que em nenhum outro
mil habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; país há um Ministério Público semelhante ao nosso, que
na Bolívia, de 4,5. Em situação semelhante ou ainda mais ostente a quantidade de atribuições. No segundo diz
crítica do que o Brasil, estão, por exemplo, o Peru, com 3,0; que em nenhum outro país há um Ministério Público
a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais semelhante ao nosso, na existência e desempenho.
baixa relação: 2,4.
08-B
02-C (Afirmativa Correta) A confirmação da alternativa fica evidente no trecho:
No Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil “Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo
habitantes. grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele não
Na Guatemala, com 6,9 promotores para cada 100 mil prejudica ninguém e deixa pelo menos duas pessoas
habitantes. mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu
No Peru, com 3,0 promotores para cada 100 mil para ficar parado). Mas é claro que nem todo o mundo
habitantes. pensa assim”.

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09-B 13-B
Michael Sandel, reproduz uma ideia contrária à A confirmação da alternativa “B” fica evidente nos
comercialização de uma prática que consiste no pagamento parágrafos 02 e 03: “Os órgãos sensoriais que nos ligam
a uma pessoa para que ela fique em seu lugar em uma ao mundo são altamente seletivos naquilo que acolhem
fila. Podemos verificar essa afirmação na passagem: “Para e transmitem ao cérebro. O olho humano, por exemplo,
o professor de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o não é capaz de captar todo o espectro de energia
critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de eletromagnética existente. Os raios ultravioleta, situados
chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo fora do espectro visível do olho humano, são, no entanto,
as instituições”. captados pelas abelhas.
Seletividade análoga preside a operação dos demais
10-D sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda
Podemos confirmar esta afirmativa no trecho: “O que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo
com idade, herança genética, treino e educação. Há mais
problema com o dinheiro é que ele é eficiente demais.
coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos −
Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepõe a
e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços
critérios alternativos e o resultado final é uma sociedade na − são capazes de detectar.”
qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez E quando finaliza o texto: “É a brutal seletividade dos
mais acentuadas”. nossos sentidos que nos protege da infinita complexidade do
Universo.”
11-A
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos 14-D
cristalizados. (Correta) I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está apenas nosso desejo para a resolução de dificuldades.
ausente. (Correta)
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do “mas problemas não se resolvem,
pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma problemas têm família grande,
reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios e aos domingos saem todos passear
pensamentos”. o problema, sua senhora
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da e outros pequenos probleminhas”
ideologia dominante.
Errada, não há ideologia dominante. “Ler é fazer a II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado,
bastando, para tanto, que não se evoque o passado a todo
experiência da “retomada do pensamento de outrem
o momento. (Incorreta)
através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que Pois, a gente gostaria
enriquece nossos próprios pensamentos”. de ver nossos problemas
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do resolvidos por decreto
escritor. a partir desta data,
Errada. Ler é ter muita sensibilidade, “é uma reflexão”. aquela mágoa sem remédio
(E) um produto em que o posicionamento do outro se é considerada nula
neutraliza. e sobre ela − silêncio perpétuo
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do extinto por lei todo o remorso
pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma maldito seja quem olhar pra trás,
reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios lá pra trás não há nada,
pensamentos”. e nada mais

12-C III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer


(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do na medida em que não forem cultivadas. (Incorreta)
escritor. a gente gostaria
Errada. Não destoa, pois o “escritor me invade, passo a de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
pensar de dentro dele e não apenas com ele...”
a partir desta data,
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
aquela mágoa sem remédio
Errada. Seu mundo passa a existir junto com o mundo é considerada nula
do autor. “O escritor me invade, passo a pensar de dentro e sobre ela − silêncio perpétuo
dele e não apenas com ele... extinto por lei todo o remorso
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do maldito seja quem olhar pra trás,
escritor. (Correta) lá pra trás não há nada,
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor. e nada mais
Errada. Seu modo de pensar não anula a do autor, pois
passa a pensar não apenas com ele, mas de dentro dele. 15-C
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor. Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data,
Errada. Pois os dois pensam juntos. considerada nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo.

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Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou áto-


2) FONÉTICA: FONEMAS, SÍLABA, nas, dependendo da intensidade com que são pronuncia-
TONICIDADE, ORTOÉPIA, PROSÓDIA, das. A vogal tônica é pronunciada com maior intensidade:
ORTOGRAFIA, ACENTUAÇÃO GRÁFICA, café, bola, vidro. A vogal átona é pronunciada com menor
NOTAÇÕES LÉXICAS, ABREVIATURAS, SIGLAS intensidade: café, bola, vidro.
E SÍMBOLOS.
Semivogais: são os fonemas /i/ e /u/ quando, juntos
de uma vogal, formam com ela uma mesma sílaba. Obser-
ve, por exemplo, a palavra papai. Ela é formada de duas
Letra é o sinal gráfico da escrita. Exemplos: pipoca sílabas: pa-pai. Na sílaba pai, o fonema vocálico /i/ não é
(tem 6 letras); hoje (tem 4 letras). tão forte quanto o fonema vocálico /a/; nesse caso, o /i/ é
semivogal.
Fonema é o menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre palavras. Veja, Consoantes: são os fonemas em que a corrente de ar,
nos exemplos, os fonemas que marcam a distinção entre emitida para sua produção, teve de forçar passagem na
os pares de palavras: boca, onde determinado movimento articulatório lhe criou
embaraço. Exemplos: gato, pena, lado.
bar – mar tela – vela sela – sala
Encontro Vocálicos
Não confunda os fonemas com as letras. Fonema é um
- Ditongos: é o encontro de uma vogal e uma semi-
elemento acústico e a letra é um sinal gráfico que repre-
vogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Exemplos: pai
senta o fonema. Nem sempre o número de fonemas de
(vogal + semivogal = ditongo decrescente); ginásio (semi-
uma palavra corresponde ao número de letras que usamos
vogal + vogal = ditongo crescente).
para escrevê-la. Na palavra chuva, por exemplo, temos
- Tritongos: é o encontro de uma semivogal com uma
quatro fonemas, isto é, quatro unidades sonoras [xuva] e vogal e outra semivogal numa mesma sílaba. Exemplo: Pa-
cinco letras. raguai.
Certos fonemas podem ser representados por diferen- - Hiatos: é a sequência de duas vogais numa mesma
tes letras. É o caso do fonema /s/, que pode ser representa- palavra mas que pertencem a sílabas diferentes, pois nunca
do por: s (pensar) – ss (passado) – x (trouxe) – ç (caçar) – sc há mais de uma vogal numa sílaba. Exemplos: saída (sa-í-
(nascer) – xc (excelente) – c (cinto) – sç (desço) da), juiz (ju-iz)

Às vezes, a letra “x” pode representar mais de um fone- Encontro Consonantais


ma, como na palavra táxi. Nesse caso, o “x” representa dois
sons, pois lemos “táksi”. Portanto, a palavra táxi tem quatro Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal
letras e cinco fonemas. intermediária. Exemplos: flor, grade, digno.
Em certas palavras, algumas letras não representam
nenhum fonema, como a letra h, por exemplo, em pala- Dígrafos
vras como hora, hoje, etc., ou como as letras m e n quando
são usadas apenas para indicar a nasalização de uma vogal, Grupo de duas letras que representa apenas um fone-
como em canto, tinta, etc. ma. Exemplos: passo (ss = fonema /s/), nascimento (sc =
fonema /s/), queijo (qu = fonema /k/)
Classificação dos Fonemas Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos.

Os fonemas classificam-se em vogais, semivogais e - Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç


consoantes. (desça), lh (filho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr
(ferro), gu (guerra)
Vogais: são fonemas resultantes das vibrações das - Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, ven-
cordas vocais e em cuja produção a corrente de ar passa to), im, in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un
(tumba, mundo)
livremente na cavidade bucal. As vogais podem ser orais
e nasais.
Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um
Orais: quando a corrente de ar passa apenas pela cavi-
só fonema; nos encontros consonantais, cada letra repre-
dade bucal. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: já, pé, vê,
senta um fonema.
ali, pó, dor, uva.
Nasais: quando a corrente de ar passa pela cavidade Observe de acordo com os exemplos que o número
bucal e nasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) de letras e fonemas não precisam ter a mesma quantidade.
ou pelas letras n e m. Exemplos: mãe, venda, lindo, pomba, - Chuva: tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem
nunca. um único som.

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- Hipopótamo: tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” 06. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípe-
não tem som. do:
- Galinha: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem a) 7
um único som. b) 12
- Pássaro: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem c) 11
um único som. d) 14
- Nascimento: 10 letras e 8 fonemas, já que não se pro- e) 15
nuncia o “s” e o “en” tem um único som.
- Exceção: 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o 07. Os vocábulos pequenino e drama apresentam, res-
“x”.
pectivamente:
- Táxi: 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de
a) 4 e 2 fonemas
“ks”.
- Guitarra: 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um b) 9 e 5 fonemas
único som e o “rr” também tem um único som. c) 8 e 5 fonemas
- Queijo: 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um d) 7 e 7 fonemas
único som. e) 8 e 4 fonemas

Repare que através do exemplo a mudança de apenas 08. O “I” não é semivogal em:
uma letra ou fonema gera novas palavras: C a v a l o / C a v a) Papai
a d o / C a l a d o / C o l a d o / S o l a d o. b) Azuis
c) Médio
Exercícios d) Rainha
e) Herói
01. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas
são as letras que a compõem é: 09. Assinale a alternativa que apresenta apenas hiatos:
a) importância a) muito, faísca, balaústre.
b) milhares b) guerreiro, gratuito, intuito.
c) sequer c) fluido, fortuito, Piauí.
d) técnica
d) tua, lua, nua.
e) adolescente
e) n.d.a.
02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não
um, mas dois fonemas? 10. Em qual dos itens abaixo todas as palavras apresen-
a) exemplo tam ditongo crescente:
b) complexo a) Lei, Foice, Roubo
c) próximos b) Muito, Alemão, Viu
d) executivo c) Linguiça, História, Área
e) luxo d) Herói, Jeito, Quilo
e) Equestre, Tênue, Ribeirão
03. Qual palavra possui dois dígrafos?
a) fechar Respostas:
b) sombra
c) ninharia 01-D (Em d, a palavra possui 7 fonemas e 7 letras. Nas
d) correndo demais alternativas, tem-se: a) 10 fonemas / 11 letras; b) 7
e) pêssego fonemas / 8 letras; c) 5 fonemas / 6 letras; e) 9 fonemas /
11 letras).
04. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos 02-B (a palavra complexo, o x equivale ao fonema /ks/).
apresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato,
03-D (Em d, há o dígrafo “rr” e o dígrafo nasal “en”).
hiato, ditongo.
04-B (Observe os encontros: oi, u - i, u - í e eu).
a) jamais / Deus / luar / daí
b) joias / fluir / jesuíta / fogaréu 05-D / 06-D / 07-C / 08-D / 09-D / 10-C
c) ódio / saguão / leal / poeira
d) quais / fugiu / caiu / história Sílaba

05. Os vocabulários passarinho e querida possuem: A palavra amor está dividida em grupos de fonemas
a) 6 e 8 fonemas respectivamente; pronunciados separadamente: a - mor. A cada um des-
b)10 e 7 fonemas respectivamente; ses grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se
c) 9 e 6 fonemas respectivamente; o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é
d) 8 e 6 fonemas respectivamente; sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca
e) 7 e 6 fonemas respectivamente. há mais do que uma vogal em  cada sílaba. Dessa forma,

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PORTUGUÊS

para sabermos o número de sílabas de uma palavra, deve- Classificação das palavras quanto à posição da sí-
mos perceber quantas vogais tem essa palavra. Atenção: laba tônica
as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem
representar semivogais. De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábu-
los da língua portuguesa que contêm  duas ou mais sílabas
Classificação das palavras quanto ao número de sí- são classificados em:
labas - Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última.
Exemplos: avó, urubu, parabéns
- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúl-
- Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exemplos: tima. Exemplos: dócil, suavemente, banana
mãe, flor, lá, meu; - Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a an-
- Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos: ca-fé, tepenúltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo
i-ra, a-í, trans-por;
- Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne-ma, Saiba que:
pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir; - São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister,
- Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exem- Nobel, novel, ruim, sutil, transistor, ureter.
plos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor - São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago,
-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta. boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano,
filantropo, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impu-
Divisão Silábica dico, inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, misantropo,
necropsia (alguns dicionários admitem também necrópsia),
Normandia, pegada, policromo, pudico, quiromancia, rubri-
Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as
ca, subido(a).
seguintes normas: - São palavras proparoxítonas, entre outras: aerólito,
bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ôme-
- Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: ga, pântano, trânsfuga.
foi-ce, a-ve-ri-guou; - As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla
- Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exem- tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceâ-
plos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa; nia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil,
- Não se separam os encontros consonantais que ini- zângão/zangão.
ciam sílaba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co;
- Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin- Exercícios
ga, fi-el, sa-ú-de;
- Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. 1-Assinale o item em que a divisão silábica é incorreta:
Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len- a) gra-tui-to;
te; b) ad-vo-ga-do;
- Separam-se os encontros consonantais das sílabas c) tran-si-tó-rio;
d) psi-co-lo-gi-a;
internas, excetuando-se aqueles em que a segunda con-
e) in-ter-stí-cio.
soante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção,
a-brir, a-pli-car. 2-Assinale o item em que a separação silábica é incor-
reta:
Acento Tônico a) psi-có-ti-co;
b) per-mis-si-vi-da-de;
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, c) as-sem-ble-ia;
percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade sonora d) ob-ten-ção;
do que as demais. e) fa-mí-lia.
calor - a sílaba lor é a de maior intensidade.
faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade. 3-Assinale o item em que todos os vocábulos têm as
sólido - a sílaba só é a de maior intensidade. sílabas corretamente separadas:
a) al-dei-a, caa-tin-ga , tran-si-ção;
b) pro-sse-gui-a, cus-tó-dia, trans-ver-sal;
Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas
c) a-bsur-do, pra-ia, in-cons-ci-ên-cia;
palavras, em meio à sílabas de menor intensidade, é um d) o-ccip-tal, gra-tui-to, ab-di-car;
dos elementos que dão melodia à frase. e) mis-té-rio, ap-ti-dão, sus-ce-tí-vel.
Classificação da sílaba quanto a intensidade
4-Assinale o item em que todas as sílabas estão corre-
-Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade. tamente separadas:
- Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensida- a) a-p-ti-dão;
de. b) so-li-tá-ri-o;
- Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária. c) col-me-ia;
Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, correspon- d) ar-mis-tí-cio;
dendo à tônica da palavra primitiva.  e) trans-a-tlân-ti-co.

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5- Assinale o item em que a divisão silábica está errada: proveitosa pressupõe, além do conhecimento linguístico
a) tran-sa-tlân-ti-co / de-sin-fe-tar; propriamente dito, um repertório de informações exteriores
b) subs-ta-be-le-cer / de-su-ma-no; ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de
c) cis-an-di-no / sub-es-ti-mar; mundo. A compreensão do texto depende também do
d) ab-di-ca-ção / a-bla-ti-vo; conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de
e) fri-is-si-mo / ma-ci-is-si-mo. que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de
Português, mas também de todas as outras disciplinas sem
6- Existe erro de divisão silábica no item: exceção.
a) mei-a / pa-ra-noi-a / ba-lai-o; Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem
b) oc-ci-pi-tal / ex-ces-so / pneu-má-ti-co; compreendido é a resposta a
c) subs-tân-cia / pers-pec-ti-va / felds-pa-to; três questões básicas:
d) su-bli-nhar / su-blin-gual / a-brup-to; - Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao
e) tran-sa-tlân-ti-co / trans-cen-der / tran-so-ce-â-ni- tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado
co.
a distinguir as questões secundárias da principal, isto é,
aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o
7- A única alternativa correta quanto à divisão silábica
leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe
é:
apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele
a) ma-qui-na-ri-a / for-tui-to;
b) tun-gs-tê-nio / ri-tmo; ; precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não
c) an-do-rin-ha / sub-o-fi-ci-al; tem repertório suficiente para compreender o que está
d) bo-ê-mi-a / ab-scis-sa; diante de seus olhos.
e) coe-são / si-len-cio-so. - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta
em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários
8- Indique a alternativa em que as palavras “sussurro”, indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma
”iguaizinhos” e “gnomo”, estão corretamente divididas em leitura competente não terá dificuldade em identificá-la.
sílabas: Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de
a) sus - su - rro, igu - ai - zi - nhos, g - no - mo; leitura desatenta e dispersiva.
b) su - ssu - rro, i - guai - zi - nhos, gno - mo; - Quais são os argumentos utilizados pelo autor
c) sus - su - rro, i - guai - zi - nhos, gno - mo; para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por
d) su - ssur - ro, i - gu - ai - zi - nhos, gn - omo; argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para
e) sus - sur - ro, i - guai - zi - nhos, gno - mo. convencer o leitor de que ele está falando a verdade.
Saber reconhecer os argumentos do autor é também um
9- Na expressão “A icterícia nada tem a ver com he- sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor
modiálise ou disenteria”, as palavras grifadas apresentam- acompanhou o desenvolvimento das ideias. Na verdade,
se corretamente divididas em sílabas na alternativa: entender um texto significa acompanhar com atenção o
a) i-cte-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria; seu percurso argumentativo.
b) ic-te-rí-ci-a, he-mo-diá-li-se, dis-en-te-ria;
c) i-c-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria; O primeiro passo para interpretar um texto consiste
d) ic-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ri-a; em decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias
e) ic-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria. básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico
buscando os conceitos definidores da opinião explicitada
10- Assinale a única opção em que há, um vocábulo pelo autor. Esta operação fará com que o significado
cuja separação silábica não esta feita de acordo com a nor-
do texto “salte aos olhos” do leitor. Ler é uma atividade
ma ortográfica vigente:
muito mais complexa do que a simples interpretação dos
a) es-cor-re-gou / in-crí-veis;
símbolos gráficos, de códigos, requer que o indivíduo
b) in-fân-cia / cres-ci-a;
seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o
c) i-dei-a / lé-guas;
d) des-o-be-de-ceu / cons-tru-í-da; e incorporando-o à sua bagagem pessoal, ou seja, requer
e) vo-ou / sor-ri-em. que o indivíduo mantenha um comportamento ativo diante
da leitura.
Respostas: 1-E / 2-C / 3-E / 4-D / 5-C / 6-D / 7-A /
8-E / 9-E / 10-D Os diferentes níveis de leitura

Interessa a todos saber que procedimento se deve Para que isso aconteça, é necessário que haja
adotar para tirar o maior rendimento possível da leitura maturidade para a compreensão do material lido, senão
de um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em
sem antes destacar que não existe para ela uma solução nossa memória sem uso, até que tenhamos condições
mágica, o que não quer dizer que não exista solução cognitivas para utilizar. De uma forma geral, passamos
alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura por diferentes níveis ou etapas até termos condições de

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PORTUGUÊS

aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis que fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até
são cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida, estando que tenhamos a resposta. Caso não haja explicação no
presente em praticamente toda a nossa leitura. texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do
O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao dicionário. Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o
período de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral texto e o ato de interromper a leitura não vai fragmentar
muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas a compreensão do assunto como um todo. Será, também,
conhecermos os códigos, a gramática, a semântica, é nessa etapa que sublinharemos os tópicos importantes,
preciso que tenhamos um bom domínio da língua. se necessário. Para ressaltar trechos importantes opte por
um sinal discreto próximo a eles, visando principalmente a
O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional. marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o
Tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para a fixar a cronologia e a sequência deste fato importante,
que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para situando-o. Aproveite bem esta etapa de leitura.
que tenhamos chance de escolher qual material leremos, Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da
efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira repetição aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo
impressão sobre o texto. É a leitura que comumente do texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que
desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de tenhamos prática, ou seja, que tenhamos experiência do
partes, respondem basicamente às seguintes perguntas: que foi lido na vida. Você só pode compreender conceitos
- Por que ler este livro? que tenha visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria
- Será uma leitura útil? à prática. Na leitura, quando não passamos pela etapa da
- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar? repetição aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles
brancos quando queremos evocar o assunto. Observe
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas agora os trechos sublinhados, trace um diagrama sobre o
que se seguem, procurando usar de imparcialidade texto, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras.
quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando Procure associar o assunto lido com alguma experiência já
preconceitos. Se você se propuser a ler um texto sem vivida ou tente exemplifica-lo com algo concreto, como
interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê- se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma
lo, provavelmente o aproveitamento será muito baixo. Ler
turma de alunos interessados. É importante lembrar que
é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizontes;
esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30
compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever
dias posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas
melhor; relacionar-se melhor com o outro.
durante a leitura e ao retornarmos ao texto, consultamos
as anotações. Não pense que é um exercício monótono.
O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois
Nós somos capazes de realizar diariamente exercícios
de vasculharmos bem o texto na pré-leitura, analisamos.
físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde.
Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero
Pois bem, embora não tenhamos condições de ver com o
o texto se enquadra: trata-se de um romance, um tratado,
que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la
uma notícia de jornal, revista, entrevista, neste caso, existe
quando melhoramos nossas aptidões como o raciocínio,
apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No
caso de ser um texto teórico, que requeira memorização, a prontidão de informações e, obviamente, nossos
procure criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no
veja, realmente, o que está lendo, dando vida e muita início e criar um método de leitura eficiente e rápido.
criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai
acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é ser capaz Ideias Núcleo
de resumir o assunto do texto em duas frases. Já temos
algum conteúdo para isso, pois o encadeamento das ideias O primeiro passo para interpretar um texto consiste
já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, em decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias
do início ao fim. Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico
momento. Fique atento! Aproveite todas as informações buscando os conceitos definidores da opinião explicitada
que a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar pelo autor. Esta operação fará com que o significado do
significados de palavras em dicionários ou sublinhar textos, texto “salte aos olhos” do leitor. Exemplo:
isto será feito em outro momento.
“Incalculável é a contribuição do famoso neurologista
O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. austríaco no tocante aos estudos sobre a formação da
Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939)
acabar com qualquer dúvida que ainda persista. conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da
Normalmente, os termos desconhecidos de um texto são psique humana: o inconsciente e subconsciente. Começou
explicitados neste próprio texto, à medida que vamos estudando casos clínicos de comportamentos anômalos
adiantando a leitura. Um mecanismo psicológico fará com ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração

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PORTUGUÊS

com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos QUESTÕES


sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados
obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até hoje (CESPE/UnB – Analista do MPU – Apoio
é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias Jurídico/2013)
e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras
dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das Se considerarmos o panorama internacional,
perturbações mentais. Para este caminho de regresso às perceberemos que o Ministério Público brasileiro é
origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da singular. Em nenhum outro país, há um Ministério Público
linguagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos que apresente perfil institucional semelhante ao nosso ou
como compensação dos desejos insatisfeitos na fase de que ostente igual conjunto de atribuições.
vigília. Do ponto de vista da localização institucional, há grande
Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o diversidade de situações no que se refere aos Ministérios
mundo cultural da época, foi a apresentação da tese de Públicos dos demais países da América Latina. Encontra-
que toda neurose é de origem sexual.” se, por exemplo, Ministério Público dependente do Poder
(Salvatore D’Onofrio) Judiciário na Costa Rica, na Colômbia e, no Paraguai, e
ligado ao Poder Executivo, no México e no Uruguai.
Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extensão
contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante de obrigações do Ministério Público brasileiro, a relação
aos estudos sobre a formação da personalidade humana. entre o número de integrantes da instituição e a população
Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas é uma das mais desfavoráveis no quadro latino-americano.
camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente De fato, dados recentes indicam que, no Brasil, com 4,2
e subconsciente.” promotores para cada 100 mil habitantes, há uma situação
O autor do texto afirma, inicialmente, que Sigmund de clara desvantagem no que diz respeito ao número
Freud ajudou a ciência a compreender os níveis mais relativo de integrantes. No Panamá, por exemplo, o número
profundos da personalidade humana, o inconsciente e é de 15,3 promotores para cada cem mil habitantes; na
subconsciente. Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolívia, de 4,5. Em
situação semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil,
Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando estão, (l.11) por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com
2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relação: 2,4. É
casos clínicos de comportamentos anômalos ou
correto dizer que há nações (l.12) proporcionalmente com
patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração
menos promotores que o Brasil.
com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos
No entanto, as atribuições do Ministério Público
sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados
brasileiro são muito mais (l.13) extensas do que as dos
obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até
Ministérios Públicos desses países.
hoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de
ideias e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por
Maria Tereza Sadek. A construção de um novo
palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a
Ministério Público
fonte das perturbações mentais.” A segunda ideia núcleo resolutivo. Internet: <https://aplicacao.mp.mg.gov.
mostra que Freud deu início a sua pesquisa estudando br> (com adaptações).
os comportamentos humanos anormais ou doentios por
meio da hipnose. Insatisfeito com esse método, criou o das (l.11) – linha 11 no texto original
“livres associações de ideias e de sentimentos”. (l.12) – linha 12 no texto original
(l.13) – linha 13 no texto original
Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de
regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou Julgue os itens seguintes com (C) quando a afirmativa
especialmente da linguagem onírica dos pacientes, estiver Correta e com (E) quando a afirmativa estiver
considerando os sonhos como compensação dos desejos Errada. Itens relativos às ideias e a aspectos linguísticos
insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está explicitado que do texto acima.
a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio
da compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem 01. Os dados expostos no terceiro parágrafo indicam
metafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do que os profissionais do Ministério Público brasileiro são
dia a dia. mais eficientes que os dos órgãos equivalentes nos demais
países da América do Sul.
Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de
Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a 02. Com base nos dados apresentados no texto, é
apresentação da tese de que toda neurose é de origem correto concluir que a situação do Brasil, no que diz respeito
sexual.” Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a ao número de promotores existentes no Ministério Público
sociedade de seu tempo, afirmando a novidade de que por habitante, está pior que a da Guatemala, mas melhor
todo o trauma psicológico é de origem sexual. que a do Peru.

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PORTUGUÊS

03. Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta,
do texto se, feitos os devidos ajustes nas iniciais maiúsculas logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final
e minúsculas, o período “É correto (...) o Brasil” (l.11-12) é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres
fosse iniciado com um vocábulo de valor conclusivo, como se tornam cada vez mais acentuadas.
logo, por conseguinte, assim ou porquanto, seguido de Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades.
vírgula. Para começar, os argumentos de Sandel também
recomendam a proibição da prostituição e da barriga
04. O objetivo do texto é provar que o número total de de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades
promotores no Brasil é menor que na maioria dos países legítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de
da América Latina. valores ocasionada pela monetização, em muitos casos é
preciso eleger um padrão universal a ser preservado, o que
05. No primeiro período do terceiro parágrafo, exige a criação de uma espécie de moral oficial – e isso é
é estabelecido contraste entre a maior extensão das para lá de problemático.
obrigações do Ministério Público brasileiro, em comparação (Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de
com as de órgãos equivalentes em outros países, e o S.Paulo,
número de promotores em relação à população do país,
o que evidencia situação oposta à que se poderia esperar. 08. Em sua argumentação, Hélio Schwartsman revela-se
(A) perturbado com a situação das grandes cidades,
06. No último período do texto, a palavra “atribuições” onde se acabam criando situações perversas à maioria dos
está subentendida logo após o vocábulo “as” (l.13), que cidadãos.
poderia ser substituído por aquelas, sem prejuízo para a (B) favorável aos guardadores de vagas nas filas, uma
correção do texto. vez que o pacto entre as partes traduz-se em resultados
que satisfazem a ambas.
07. Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência (C) preocupado com os profissionais dos escritórios da
do texto se o primeiro parágrafo fosse assim reescrito: Faria Lima, que acabam sendo explorados pelos flanelinhas.
Quando se examina o contexto internacional, concluímos (D) indignado com a exploração sofrida pelos flanelinhas,
que não há situação como a do Brasil no que se refere a que fazem trabalho semelhante ao dos estacionamentos e
existência e desempenho do Ministério Público. recebem menos.
(E) indiferente às necessidades dos guardadores de
vagas nas filas, pois eles priorizam vantagens econômicas
(VUNESP – TJ-SP – 2013) frente às necessidades alheias.
Leia o texto para responder às questões de números
08 a 10. 09. Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse
professor uma ideia contrária à
A ética da fila (A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo
que aquela ficou na fila com intenção comercial. O autor do
SÃO PAULO – Escritórios da avenida Faria Lima, em texto concorda com esse posicionamento de Sandel.
São Paulo, estão contratando flanelinhas para estacionar (B) comercialização de uma prática que consiste
os carros de seus profissionais nas ruas das imediações. O no pagamento a uma pessoa para que ela fique em
custo mensal fica bem abaixo do de um estacionamento seu lugar em uma fila. O autor do texto discorda desse
regular. Imaginando que os guardadores não violem posicionamento de Sandel.
nenhuma lei nem regra de trânsito, utilizar seus serviços (C) criação de uma legislação que normatize a venda de
seria o equivalente de pagar alguém para ficar na fila em vagas de uma fila de uma pessoa a outra. O autor do texto
seu lugar. Isso é ético? discorda desse posicionamento de Sandel.
Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo (D) falta de incentivo para que a pessoa fique em uma
grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica vaga e, posteriormente, comercialize-a com quem precise.
ninguém e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes O autor do texto discorda desse posicionamento de Sandel.
(quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar (E) falta de legislação específica no que se refere à
parado). Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim. venda de uma vaga de uma pessoa que ficou em uma fila
Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, guardando lugar a outra. O autor do texto concorda com
levanta bons argumentos contra a prática. Para o professor esse posicionamento de Sandel.
de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de
distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para 10. Nas considerações de Sandel, o dinheiro
tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições. (A) cria caminhos alternativos para ações eficientes,
Diferentes bens são repartidos segundo diferentes minimizando as diferenças sociais e resguardando as
regras. Num leilão, o que vale é o maior lance, mas no instituições.
cinema prepondera a fila. Universidades tendem a oferecer (B) anda por diversos caminhos para ser eficiente,
vagas com base no mérito, já prontos-socorros ordenam rechaçando as diferenças sociais e preservando as
tudo pela gravidade. O problema com o dinheiro é que ele instituições.

14
PORTUGUÊS

(C) está na base dos caminhos eficientes, visando (A) sua visão de mundo destoa do pensamento do
combater as diferenças sociais e a corrupção das escritor.
instituições. (B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
(D) é eficiente e abre caminhos, mas reforça as (C) sua reflexão está integrada ao pensamento do
desigualdades sociais e corrompe as instituições. escritor.
(E) percorre vários caminhos sem ser eficiente, pois (D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.
deixa de lado as desigualdades sociais e a corrupção das (E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.
instituições.
(FCC – TRT-12ªRegião – 2013)
Leia o texto para responder às questões de números
11 e 12. Para responder a questão de número 13, considere o
texto abaixo.
O que é ler?
As certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente
Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com vivido. Na verdade, porém, o presente vivido é fruto de
alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito uma sofisticada mediação. O real tem um quê de ilusório
porque conheço a língua e as coisas indicadas pelas palavras, e virtual.
assim como sei identificar as experiências ali relatadas. Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são
Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível altamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem
de palavras, coisas, fatos, experiências, depositados pela ao cérebro. O olho humano, por exemplo, não é capaz
cultura instituída e sedimentados no mundo de ambos. de captar todo o espectro de energia eletromagnética
De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro
Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum visível do olho humano, são, no entanto, captados pelas
e costumeiro e elas me arrastam, como num turbilhão, abelhas.
para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. Seletividade análoga preside a operação dos demais
O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda
apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo
palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia com idade, herança genética, treino e educação. Há mais
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos −
arrasta-me para o que eu não sabia, para o novo. O escritor e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços
não convida quem o lê a reencontrar o que já sabia, mas − são capazes de detectar.
toca nas significações existentes para torná-las destoantes, Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz
estranhas, e para conquistar, por virtude dessa estranheza, cientes não passa, portanto, de uma fração diminuta do
uma nova harmonia que se aposse do leitor. que há. Mas o que aconteceria se tivéssemos de passar
Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da a lidar subitamente com uma gama extra e uma carga
“retomada do pensamento de outrem através de sua torrencial de percepções sensoriais (visuais, auditivas, táteis
palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos etc.) com as quais não estamos habituados? Suponha que
próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, uma mutação genética reduza drasticamente a seletividade
“começo a compreender uma filosofia deslizando para natural dos nossos sentidos. O ganho de sensibilidade
dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento”, isto seria patente. “Se as portas da percepção se depurassem”,
é, em seu discurso. sugeria William Blake, “tudo se revelaria ao homem tal qual
é, infinito”.
(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal, O grande problema é saber se estaríamos aptos a
Antologia de Textos Filosóficos. Adaptado) assimilar o formidável acréscimo de informação sensível
11. Com base nas palavras de Marilena Chauí, entende- que isso acarretaria. O mais provável é que essa súbita
se que ler é mutação – a desobstrução das portas e órgãos da
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos percepção – produzisse não a revelação mística imaginada
cristalizados. por Blake, mas um terrível engarrafamento cerebral: uma
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está sobrecarga de informações acompanhada de um estado de
ausente. aguda confusão e perplexidade do qual apenas lentamente
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da conseguiríamos nos recuperar. As informações sensíveis a
ideologia dominante. que temos acesso, embora restritas, não comprometeram
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do nossa sobrevivência no laboratório da vida. Longe disso. É
escritor. a brutal seletividade dos nossos sentidos que nos protege
(E) um produto em que o posicionamento do outro se da infinita complexidade do Universo. Se o muro desaba, o
neutraliza. caos impera.

12. Com a frase – O escritor me invade, passo a pensar (Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do
de dentro dele e não apenas com ele... – (2.º parágrafo), a amanhã, São
autora revela que Paulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143)

15
PORTUGUÊS

13. No texto, o autor 15. a partir desta data,


(A) lamenta o fato de que nossos sentidos não sejam aquela mágoa sem remédio
capazes de captar a imensa gama de informações presentes é considerada nula
no Universo. e sobre ela − silêncio perpétuo
(B) aponta para a função protetora dos órgãos sensoriais, Uma redação alternativa em prosa para os versos acima,
cuja seletividade, embora implique perdas, nos é benéfica. em que se mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais,
(C) constata que, com o uso da tecnologia, a percepção o sentido original, é:
visual humana pode alcançar o nível de percepção visual (A) Um silêncio perpétuo, cairia sem remédio, sobre
das abelhas, e vir a captar raios ultravioleta. aquela mágoa, considerada nula a partir desta data.
(D) discorre sobre uma das máximas de William Blake, (B) Aquela mágoa sem remédio fora, considerada nula, a
para quem a inquietação humana deriva do fato de não se partir desta data, sobre ela restando um silêncio perpétuo.
franquearem as “portas da percepção”. (C) Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data,
(E) comprova que alterações na percepção sensorial considerada nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo.
humana causariam danos irreparáveis ao cérebro. (D) Considerando-se nula aquela mágoa a partir desta
data, restando sobre ela, um silêncio perpétuo.
Para responder às questões de números 14 e 15, (E) Aquela mágoa, sem remédio será, a partir desta
considere o texto abaixo. data, considerada nula, caindo-se sobre ela, um silêncio
perpétuo.
bem no fundo
Respostas:
no fundo, no fundo,
bem lá no fundo, 01-E (Afirmativa Errada)
a gente gostaria No terceiro parágrafo constatamos que apesar da maior
extensão de obrigações do Ministério Público brasileiro, a
de ver nossos problemas
relação entre o número de integrantes da instituição e a
resolvidos por decreto
população é uma das mais desfavoráveis no quadro latino-
a partir desta data,
americano. De fato, dados recentes indicam que, no Brasil,
aquela mágoa sem remédio
com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes, há
é considerada nula
uma situação de clara desvantagem no que diz respeito
e sobre ela − silêncio perpétuo
ao número relativo de integrantes. No Panamá, por
extinto por lei todo o remorso
exemplo, o número é de 15,3 promotores para cada cem
maldito seja quem olhar pra trás,
mil habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9;
lá pra trás não há nada,
na Bolívia, de 4,5. Em situação semelhante ou ainda mais
e nada mais crítica do que o Brasil, estão, por exemplo, o Peru, com 3,0;
mas problemas não se resolvem, a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais
problemas têm família grande, baixa relação: 2,4.
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora 02-C (Afirmativa Correta)
e outros pequenos probleminhas No Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil
habitantes.
(Paulo Leminski, Toda Poesia, São Paulo, Na Guatemala, com 6,9 promotores para cada 100 mil
Cia. das Letras, 2013. p. 195) habitantes.
No Peru, com 3,0 promotores para cada 100 mil
14. Atente para o que se afirma abaixo. habitantes.
I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que
apenas nosso desejo para a resolução de dificuldades. 03-E (Afirmativa Errada)
II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, Não podemos usar um vocábulo de conclusão, pois ela
bastando, para tanto, que não se evoque o passado a todo se dará nas últimas duas linhas do texto: ...apesar de haver
o momento. nações proporcionalmente com menos promotores que o
III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer Brasil, as atribuições do Ministério Público brasileiro são
na medida em que não forem cultivadas. muito mais extensas do que as dos Ministérios Públicos
desses outros países.
Está correto o que se afirma APENAS em:
(A) I e III. 04-E (Afirmativa Errada)
(B) I e II. Pois o texto afirma que há outros países em situação
(C) II e III. semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, estão, por
(D) I. exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim,
(E) II. o Equador, com a mais baixa relação: 2,4.

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PORTUGUÊS

05-C (Afirmativa Correta) critérios alternativos e o resultado final é uma sociedade na


Sim, as afirmações estão explícitas e confirmam o qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez
item 05: “Constata-se, entretanto, que, apesar da maior mais acentuadas”.
extensão de obrigações do Ministério Público brasileiro, a
relação entre o número de integrantes da instituição e a 11-A
população é uma das mais desfavoráveis no quadro latino- (A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos
americano”. cristalizados. (Correta)
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está
06-C (Afirmativa Correta) ausente.
“No entanto, as atribuições do Ministério Público Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do
brasileiro são muito mais extensas do que as atribuições pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma
dos Ministérios Públicos desses países”. (Sim, a palavra reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios
atribuições está subentendida após “as”). pensamentos”.
“No entanto, as atribuições do Ministério Público (C) uma reprodução automatizada de sentidos da
brasileiro são muito mais extensas do que aquelas dos ideologia dominante.
Ministérios Públicos desses países”. (Não houve prejuízo Errada, não há ideologia dominante. “Ler é fazer a
no entendimento do texto). experiência da “retomada do pensamento de outrem
através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que
07-E (Afirmativa Errada) enriquece nossos próprios pensamentos”.
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do
Como está no texto: “Se considerarmos o panorama escritor.
internacional, perceberemos que o Ministério Público Errada. Ler é ter muita sensibilidade, “é uma reflexão”.
brasileiro é singular. Em nenhum outro país, há um (E) um produto em que o posicionamento do outro se
Ministério Público que apresente perfil institucional neutraliza.
semelhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do
atribuições”. pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma
Como ficaria: “Quando se examina o contexto
reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios
internacional, concluímos que não há situação como a
pensamentos”.
do Brasil no que se refere a existência e desempenho do
Ministério Público”.
12-C
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do
Errada porque o primeiro diz que em nenhum outro
escritor.
país há um Ministério Público semelhante ao nosso, que
Errada. Não destoa, pois o “escritor me invade, passo a
ostente a quantidade de atribuições. No segundo diz
que em nenhum outro país há um Ministério Público pensar de dentro dele e não apenas com ele...”
semelhante ao nosso, na existência e desempenho. (B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
Errada. Seu mundo passa a existir junto com o mundo
08-B do autor. “O escritor me invade, passo a pensar de dentro
A confirmação da alternativa fica evidente no trecho: dele e não apenas com ele...
“Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo (C) sua reflexão está integrada ao pensamento do
grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele não escritor. (Correta)
prejudica ninguém e deixa pelo menos duas pessoas (D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.
mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu Errada. Seu modo de pensar não anula a do autor, pois
para ficar parado). Mas é claro que nem todo o mundo passa a pensar não apenas com ele, mas de dentro dele.
pensa assim”. (E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.
Errada. Pois os dois pensam juntos.
09-B
Michael Sandel, reproduz uma ideia contrária à 13-B
comercialização de uma prática que consiste no pagamento A confirmação da alternativa “B” fica evidente nos
a uma pessoa para que ela fique em seu lugar em uma parágrafos 02 e 03: “Os órgãos sensoriais que nos ligam
fila. Podemos verificar essa afirmação na passagem: “Para ao mundo são altamente seletivos naquilo que acolhem
o professor de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o e transmitem ao cérebro. O olho humano, por exemplo,
critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de não é capaz de captar todo o espectro de energia
chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo eletromagnética existente. Os raios ultravioleta, situados
as instituições”. fora do espectro visível do olho humano, são, no entanto,
captados pelas abelhas.
10-D Seletividade análoga preside a operação dos demais
Podemos confirmar esta afirmativa no trecho: “O sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda
problema com o dinheiro é que ele é eficiente demais. que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo
Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepõe a com idade, herança genética, treino e educação. Há mais

17
PORTUGUÊS

coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos −


e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços 3) MORFOLOGIA: ESTRUTURA DAS
− são capazes de detectar.” PALAVRAS, FORMAÇÃO DAS PALAVRAS,
E quando finaliza o texto: “É a brutal seletividade dos SUFIXOS, PREFIXOS, RADICAIS GREGOS
nossos sentidos que nos protege da infinita complexidade do E LATINOS, ORIGENS DAS PALAVRAS DA
Universo.” LÍNGUA PORTUGUESA. CLASSIFICAÇÃO E
FLEXÃO DAS PALAVRAS (SUBSTANTIVO,
14-D
ARTIGO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME,
I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que
VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO,
apenas nosso desejo para a resolução de dificuldades.
(Correta) CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO, CONECTIVOS E
“mas problemas não se resolvem, FORMAS VARIANTES).
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS
e outros pequenos probleminhas”
Estudar a estrutura é conhecer os elementos formado-
II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, res das palavras. Assim, compreendemos melhor o signifi-
bastando, para tanto, que não se evoque o passado a todo cado de cada uma delas. As palavras podem ser divididas
o momento. (Incorreta) em unidades menores, a que damos o nome de elementos
Pois, a gente gostaria mórficos ou morfemas.
de ver nossos problemas Vamos analisar a palavra “cachorrinhas”. Nessa pala-
resolvidos por decreto vra observamos facilmente a existência de quatro elemen-
a partir desta data, tos. São eles:
aquela mágoa sem remédio
cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja,
é considerada nula aquele que contém o significado.
e sobre ela − silêncio perpétuo inh - indica que a palavra é um diminutivo
extinto por lei todo o remorso a - indica que a palavra é feminina
maldito seja quem olhar pra trás, s - indica que a palavra se encontra no plural
lá pra trás não há nada,
e nada mais Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo.
Existem palavras que não comportam divisão em unida-
III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer des menores, tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos
na medida em que não forem cultivadas. (Incorreta) mórficos:
a gente gostaria - Raiz, Radical, Tema: elementos básicos e significa-
tivos
de ver nossos problemas
- Afixos (Prefixos, Sufixos), Desinência, Vogal Te-
resolvidos por decreto mática: elementos modificadores da significação dos pri-
a partir desta data, meiros
aquela mágoa sem remédio - Vogal de Ligação, Consoante de Ligação: elemen-
é considerada nula tos de ligação ou eufônicos.
e sobre ela − silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso Raiz: É o elemento originário e irredutível em que se
maldito seja quem olhar pra trás, concentra a significação das palavras, consideradas do ân-
lá pra trás não há nada, gulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum
e nada mais às palavras da mesma família etimológica. Exemplo: Raiz
noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral
de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum,
15-C as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo,
Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data, etc.
considerada nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo.
Uma raiz pode sofrer alterações: at-o; at-or; at-ivo; aç
-ão; ac-ionar;

Radical:

Observe o seguinte grupo de palavras: livr-o; livr-inho;


livr-eiro; livr-eco. Você reparou que há um elemento co-
mum nesse grupo? Você reparou que o elemento livr serve

18
PORTUGUÊS

de base para o significado? Esse elemento é chamado de pronúncia de uma determinada palavra. Exemplos: pari-
radical (ou semantema). Elemento básico e significativo das siense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i); gas
palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático. -ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira,
É encontrado através do despojo dos elementos secundá- cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.
rios (quando houver) da palavra. Exemplo: cert-o; cert-eza;
in-cert-eza. Formação das Palavras: existem dois processos bá-
sicos pelos quais se formam as palavras: a Derivação e a
Afixos: são elementos secundários (geralmente sem Composição. A diferença entre ambos consiste basica-
vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para mente em que, no processo de derivação, partimos sempre
formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do de um único radical, enquanto no processo de composição
morfema “-mente”, por exemplo, cria uma nova palavra a sempre haverá mais de um radical.
partir de “certo”: certamente, advérbio de modo. De ma-
neira semelhante, o acréscimo dos morfemas “a-” e “-ar” Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma pa-
lavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente,
à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar
chamada primitiva. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro,
são morfemas capazes de operar mudança de classe gra-
marujo); terra (enterrar, terreiro, aterrar). Observamos que
matical na palavra a que são anexados.
«mar» e «terra» não se formam de nenhuma outra palavra,
Quando são colocados antes do radical, como aconte- mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por
ce com “a-”, os afixos recebem o nome de prefixos. Quan- meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e
do, como “-ar”, surgem depois do radical, os afixos são terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. 
chamados de sufixos. Exemplo: in-at-ivo; em-pobr-ecer;
inter-nacion-al. Tipos de Derivação

Desinências: são os elementos terminais indicativos - Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acrés-
das flexões das palavras. Existem dois tipos: cimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significa-
- Desinências Nominais: indicam as flexões de gêne- do alterado: crer- descrer; ler- reler; capaz- incapaz.
ro (masculino e feminino) e de número (singular e plural) - Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acrésci-
dos nomes. Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s. mo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração
Só podemos falar em desinências nominais de gêne- de significado ou mudança de classe gramatical: alfabetiza-
ros e de números em palavras que admitem tais flexões, ção. No exemplo, o sufixo -ção transforma em substantivo
como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do subs-
telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal tantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.
de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência
nominal de número. A derivação sufixal pode ser:
Nominal, formando substantivos e adjetivos: papel –
- Desinências Verbais: indicam as flexões de número papelaria; riso – risonho.
e pessoa e de modo e tempo dos verbos. A desinência Verbal, formando verbos: atual - atualizar.
“-o”, presente em “am-o”, é uma desinência número pes- Adverbial, formando advérbios de modo: feliz – feliz-
soal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do mente.
singular; “-va”, de “ama-va”, é desinência modo-temporal:
caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do in- - Derivação Parassintética ou Parassíntese: Ocorre
quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâ-
dicativo, na 1ª conjugação.
neo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da
parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos)
Vogal Temática: é a vogal que se junta ao radical, pre-
e verbos. Considere o adjetivo “triste”. Do radical “trist-”
parando-o para receber as desinências. Nos verbos, distin- formamos o verbo entristecer através da junção simultâ-
guem-se três vogais temáticas: nea do prefixo  “en-” e do sufixo “-ecer”. A presença de
- Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: buscar, bus- apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma
cavas, etc. nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras
- Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: romper, “entriste”, nem “tristecer”. Exemplos:
rompemos, etc. emudecer
- Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: proibir, proi- mudo – palavra inicial
birá, etc. e – prefixo
mud – radical
Tema: é o grupo formado pelo radical mais vogal te- ecer – sufixo
mática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-,
rompe-, proibi- desalmado
alma – palavra inicial
Vogais e Consoantes de Ligação: As vogais e con- des – prefixo
soantes de ligação são morfemas que surgem por motivos alm – radical
eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a ado – sufixo

19
PORTUGUÊS

Não devemos confundir derivação parassintética, em Os processos de derivação vistos anteriormente fazem
que o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente parte da Morfologia porque implicam alterações na forma
simultâneo, com casos como os das palavras desvaloriza- das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basi-
ção e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acopla- camente com seu significado, o que acaba caracterizando
dos em sequência: desvalorização provém de desvalorizar, um processo semântico. Por essa razão, entendemos o mo-
que provém de valorizar, que por sua vez provém de valor. tivo pelo qual é denominada “imprópria”.
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas
por parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém Composição: é o processo que forma palavras com-
de “propriar” ou de “expróprio”, pois tais palavras não exis- postas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem
tem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo dois tipos:
acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.
- Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva - Composição por Justaposição: ao juntarmos duas
quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética:
por redução: comprar (verbo), compra (substantivo); beijar passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor. Em «giras-
(verbo), beijo (substantivo).
sol» houve uma alteração na grafia (acréscimo de um «s»)
justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.
Para descobrirmos se um substantivo deriva de um
verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte
orientação: - Composição por Aglutinação: ao unirmos dois ou
- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou
e o verbo palavra primitiva. mais de seus elementos fonéticos: embora (em boa hora);
- Se o nome denota algum objeto ou substância, veri- fidalgo (filho de algo - referindo-se a família nobre); hi-
fica-se o contrário. drelétrico (hidro + elétrico); planalto (plano alto). Ao agluti-
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo in- narem-se, os componentes subordinam-se a um só acento
dicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não tônico, o do último componente.
ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto.
Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao - Redução: algumas palavras apresentam, ao lado de
verbo ancorar. sua forma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por
automóvel; cine - por cinema; micro - por microcomputa-
Por derivação regressiva, formam-se basicamente dor; Zé - por José. Como exemplo de redução ou simpli-
substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome ficação de palavras, podem ser citadas também as siglas,
de substantivos deverbais. Note que na linguagem popu- muito frequentes na comunicação atual.
lar, são frequentes os exemplos de palavras formadas por
derivação regressiva. o portuga (de português); o boteco - Hibridismo: ocorre hibridismo na palavra em cuja
(de botequim); o comuna (de comunista); agito (de agitar); formação entram elementos de línguas diferentes: auto
amasso (de amassar); chego (de chegar) (grego) + móvel (latim).

O processo normal é criar um verbo a partir de um - Onomatopeia: numerosas palavras devem sua ori-
substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em gem a uma tendência constante da fala humana para imi-
sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo. tar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são
vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as
- Derivação Imprópria: A derivação imprópria ocorre vozes dos seres: miau, zumzum, piar, tinir, urrar, chocalhar,
quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acrésci-
cocoricar, etc.
mo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical.
Neste processo:
Prefixos: os prefixos são morfemas que se colocam
Os adjetivos passam a substantivos: Os bons serão
contemplados. antes dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o
Os particípios passam a substantivos ou adjetivos: sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de
Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso. classe gramatical. Os prefixos ocorrentes em palavras por-
Os infinitivos passam a substantivos: O andar de Ro- tuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que
berta era fascinante; O badalar dos sinos soou na cidade- funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como
zinha. vocábulos autônomos.  Alguns prefixos foram pouco ou
Os substantivos passam a adjetivos: O funcionário fan- nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tive-
tasma foi despedido; O menino prodígio resolveu o pro- ram grande vitalidade na formação de novas palavras: a- ,
blema. contra- , des- , em-  (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- ,
Os adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que anti-.
ninguém escutasse.
Palavras invariáveis passam a substantivos: Não enten- Prefixos de Origem Grega
do o porquê disso tudo.
Substantivos próprios tornam-se comuns: Aquele a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência,
coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente) carência: anônimo, amoral, ateu, afônico.

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PORTUGUÊS

ana-: inversão, mudança, repetição: analogia, análise, ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguida-
anagrama, anacrônico. de, ambivalente.
anfi-: em redor, em torno, de um e outro lado, duplici- ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: bene-
dade: anfiteatro, anfíbio, anfibologia. fício, bendito.
anti-: oposição, ação contrária: antídoto, antipatia, an- bis-, bi-:  repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bi-
tagonista, antítese. savô, biscoito.
apo-: afastamento, separação: apoteose, apóstolo, circu(m)-: movimento em torno: circunferência, cir-
apocalipse, apologia. cunscrito, circulação.
arqui-, arce-: superioridade hierárquica, primazia, ex- cis-: posição aquém: cisalpino, cisplatino, cisandino.
cesso: arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário. co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio,
cata-: movimento de cima para baixo: cataplasma, ca- cooperativa, condutor.
tálogo, catarata. contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer.
di-:  duplicidade: dissílabo, ditongo, dilema.
de-: movimento de cima para baixo, separação, nega-
dia-: movimento através de, afastamento: diálogo, dia-
ção: decapitar, decair, depor.
gonal, diafragma, diagrama.
de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: des-
dis-: dificuldade, privação: dispneia, disenteria, dispep-
ventura, discórdia, discussão.
sia, disfasia.
ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora: eclipse, e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão,
êxodo, ectoderma, exorcismo. exportação, expelir.
en-, em-, e-:  posição interior, movimento para dentro: en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para
encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo. um estado ou forma, revestimento: imergir, enterrar, em-
endo-: movimento para dentro: endovenoso, endocar- beber, injetar, importar.
po, endosmose. extra-: posição exterior, excesso: extradição, extraordi-
epi-: posição superior, movimento para: epiderme, epí- nário, extraviar.
logo, epidemia, epitáfio. i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal,
eu-: excelência, perfeição, bondade: eufemismo, eufo- impossível, improdutivo.
ria, eucaristia, eufonia. inter-, entre-: posição intermediária: internacional, in-
hemi-: metade, meio: hemisfério, hemistíquio, hemi- terplanetário.
plégico. intra-: posição interior: intramuscular, intravenoso, in-
hiper-: posição superior, excesso: hipertensão, hipér- traverbal.
bole, hipertrofia. intro-: movimento para dentro: introduzir, introverti-
hipo-: posição inferior, escassez: hipocrisia, hipótese, do, introspectivo.
hipodérmico. justa-: posição ao lado: justapor, justalinear.
meta-: mudança, sucessão: metamorfose, metáfora, ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar,
metacarpo. ocupar, obstáculo.
para-: proximidade, semelhança, intensidade: paralelo, per-: movimento através: percorrer, perplexo, perfurar,
parasita, paradoxo, paradigma. perverter.
peri-: movimento ou posição em torno de: periferia, pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado.
peripécia, período, periscópio. pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, prelimi-
pro-: posição em frente, anterioridade: prólogo, prog- nar.
nóstico, profeta, programa. pro-: movimento para frente: progresso, promover,
pros-: adjunção, em adição a: prosélito, prosódia.
prosseguir, projeção.
proto-: início, começo, anterioridade: proto-história,
re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater,
protótipo, protomártir.
reatar.
poli-: multiplicidade: polissílabo, polissíndeto, politeís-
retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso,
mo.
sin-, sim-: simultaneidade, companhia: síntese, sinfo- retroagir, retrógrado.
nia, simpatia, sinopse. so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima,
tele-: distância, afastamento: televisão, telepatia, telé- inferioridade: soterrar, sobpor, subestimar.
grafo. super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: su-
percílio, supérfluo.
Prefixos de Origem Latina soto-, sota-: posição inferior: soto-mestre, sota-voga,
soto-pôr.
a-, ab-, abs-: afastamento, separação: aversão, abuso, trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movi-
abstinência, abstração. mento através: transatlântico, tresnoitar, tradição.
a-, ad-: aproximação, movimento para junto: adjun- ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ul-
to,advogado, advir, aposto. trarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta.
ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessa- vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vi-
la, anteontem, antever. ce-almirante.

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PORTUGUÊS

Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos) mentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino – cristalino;
que, acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua -ivo – lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso; -udo
principal característica é a mudança de classe gramatical – barrigudo.
que geralmente opera. Dessa forma, podemos utilizar o
significado de um verbo num contexto em que se deve - de verbos:
usar um substantivo, por exemplo. Como o sufixo é coloca- -(a)(e)(i)nte: ação, qualidade, estado – semelhante,
do depois do radical, a ele são incorporadas as desinências doente, seguinte.
que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois -(á)(í)vel: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação
grupos de sufixos formadores de substantivos extrema- – louvável, perecível, punível.
mente importantes para o funcionamento da língua. São -io, -(t)ivo: ação referência, modo de ser – tardio, afir-
os que formam nomes de ação e os que formam nomes mativo, pensativo.
de agente. -(d)iço, -(t)ício: possibilidade de praticar ou sofrer uma
ação, referência – movediço, quebradiço, factício.
Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminha- -(d)ouro,-(t)ório: ação, pertinência – casadouro, prepa-
da; -ança – mudança; -ância – abundância; -ção – emoção; ratório.
-dão – solidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza;
-ismo – civismo; -mento – casamento; -são – compreen- Sufixos Adverbiais: Na Língua Portuguesa, existe ape-
são; -tude – amplitude; -ura – formatura. nas um único sufixo adverbial: É o sufixo “-mente”, derivado
do substantivo feminino latino mens, mentis que pode sig-
Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – se- nificar “a mente, o espírito, o intento”.Este sufixo juntou-se
cretário; -eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista; -or – luta- a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias,
dor; -nte – feirante. especialmente a de modo. Exemplos: altiva-mente, bra-
va-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente,
Sufixos que formam nomes de lugar, depositório: pia-mente. Já os advérbios que se derivam de adjetivos ter-
minados em –ês (burgues-mente, portugues-mente, etc.)
-aria – churrascaria; -ário – herbanário; -eiro – açucareiro;
não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora
-or – corredor; -tério – cemitério; -tório – dormitório.
uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês.
Sufixos que formam nomes indicadores de abun-
Sufixos Verbais: Os sufixos verbais agregam-se, via
dância, aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -ada – pa-
de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para for-
pelada; -agem – folhagem; -al – capinzal; -ame – gentame;
mar novos verbos. Em geral, os verbos novos da língua
-ario(a) - casario, infantaria; -edo – arvoredo; -eria – cor-
formam-se pelo acréscimo da terminação-ar. Exemplos:
reria; -io – mulherio; -ume – negrume.
esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; tele-
fon-ar; (a)portugues-ar.
Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciên-
cia: Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de
-ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fós- ação.
seis). -ar: cruzar, analisar, limpar
-oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores). -ear: guerrear, golear
-ato, eto, Ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito -entar: afugentar, amamentar
(pedra). -ficar: dignificar, liquidificar
-ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais). -izar: finalizar, organizar
-ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto).
-ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciên- Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação re-
cia linguística). petida.
-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples) Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer
ou causar.
Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas fi- Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pou-
losóficas, sistemas políticos: - ismo: budismo, kantismo, co intensa.
comunismo.
Exercícios
Sufixos Formadores de Adjetivos
01. Assinale a opção em que todas as palavras se for-
- de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado; mam pelo mesmo processo:
-áceo(a) - herbáceo, liláceas; -aico – prosaico; -al – anual; a) ajoelhar / antebraço / assinatura
-ar – escolar; -ário - diário, ordinário; -ático – problemá- b) atraso / embarque / pesca
tico; -az – mordaz; -engo – mulherengo; -ento – cruento; c) o jota / o sim / o tropeço
-eo – róseo; -esco – pitoresco; -este – agreste; -estre – d) entrega / estupidez / sobreviver
terrestre; -enho – ferrenho; -eno – terreno; -ício – ali- e) antepor / exportação / sanguessuga

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PORTUGUÊS

02. A palavra “aguardente” formou-se por: 08. Assinale a série de palavras em que todas são for-
a) hibridismo madas por parassíntese:
b) aglutinação a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer
c) justaposição b) solução, passional, corrupção, visionário
d) parassíntese c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
e) derivação regressiva d) biografia, macróbio, bibliografia, asteróide
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo
03. Que item contém somente palavras formadas por
09. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são
justaposição?
formadas por:
a) desagradável – complemente
a) derivação
b) vaga-lume - pé-de-cabra b) onomatopeia
c) encruzilhada – estremeceu c) hibridismo
d) supersticiosa – valiosas d) composição
e) desatarraxou – estremeceu e) prefixação

04. “Sarampo” é: 10. Assinale a alternativa em que uma das palavras não
a) forma primitiva é formada por prefixação:
b) formado por derivação parassintética a) readquirir, predestinado, propor
c) formado por derivação regressiva b) irregular, amoral, demover
d) formado por derivação imprópria c) remeter, conter, antegozar
e) formado por onomatopéia d) irrestrito, antípoda, prever
e) dever, deter, antever
05. Numere as palavras da primeira coluna conforme
os processos de formação numerados à direita. Em segui- Respostas: 1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A
da, marque a alternativa que corresponde à sequência nu- / 9-D / 10-E /
mérica encontrada:
CLASSES DE PALAVRAS
( ) aguardente     1) justaposição
( ) casamento     2) aglutinação Adjetivo
( ) portuário         3) parassíntese
( ) pontapé         4) derivação sufixal Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
( ) os contras     5) derivação imprópria característica do ser e se relaciona com o substantivo.
( ) submarino     6) derivação prefixal Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per-
( ) hipótese cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode
ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso,
a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1 moça bondosa, pessoa bondosa.
b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6 Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua-
c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6 lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho-
d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6 mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6 portanto, não é adjetivo, mas substantivo.

06. Indique a palavra que foge ao processo de forma- Morfossintaxe do Adjetivo:


ção de chapechape:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
a) zunzum
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
b) reco-reco
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
c) toque-toque ou do objeto).
d) tlim-tlim
e) vivido Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
07. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Ob-
derivação imprópria?
serve alguns deles:
a) Às sete horas da manhã começou o trabalho princi-
pal: a votação. Estados e cidades brasileiros:
b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto Alagoas alagoano
secreto... Bobagens, bobagens! Amapá amapaense
c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições con- Aracaju aracajuano ou aracajuense
tinuariam sendo uma farsa! Amazonas amazonense ou baré
d) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se en- Belo Horizonte belo-horizontino
tenderam. Brasília brasiliense
e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando Cabo Frio cabo-friense
de raiva. Campinas campineiro ou campinense

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PORTUGUÊS

Adjetivo Pátrio Composto a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se


estiver qualificando um elemento, funcionará como adje-
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- cinza.
dita. Observe alguns exemplos: Veja outros exemplos:
África afro- / Cultura afro-americana Motos vinho (mas: motos verdes)
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto Paredes musgo (mas: paredes brancas).
-inglesas Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses Adjetivo Composto
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor-
Europa euro- / Negociações euro-americanas malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italia- o último elemento concorda com o substantivo a que se
nas refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica-
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
rá invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen-
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala-
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará
Flexão dos adjetivos invariável. Por exemplo:
Camisas rosa-claro.
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Gênero dos Adjetivos Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
substantivos, classificam-se em: quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- invariáveis.
culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
mau e má, judeu e judia. têm os dois elementos flexionados.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe-
minino somente o último elemento. Por exemplo: o moço Grau do Adjetivo
norte-americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten-
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino o comparativo e o superlativo.
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
feliz. Comparativo
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi-
político-social.
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de
Número dos Adjetivos
igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe
os exemplos abaixo:
Plural dos adjetivos simples
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos quão.
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
zes, ruim e ruins boa e boas Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça No comparativo de superioridade analítico, entre os
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: que” ou “mais...que”.

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PORTUGUÊS

O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe- De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
rioridade Sintético
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-
perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: Note bem:
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
grande/maior, baixo/inferior. dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
etc., antepostos ao adjetivo.
Observe que: 2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob
duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular,
a) As formas menor e pior são comparativos de supe- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res- radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
pectivamente. ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A
forma popular é constituída do radical do adjetivo portu-
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei- 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariís-
tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve- simo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as
se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais gran- formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desa-
de e mais pequeno. Por exemplo: gradável hiato i-í.
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
mentos. Advérbio
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
duas qualidades de um mesmo elemento. O advérbio, assim como muitas outras palavras exis-
tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a
ferioridade ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz
Sou menos passivo (do) que tolerante.
referência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo,
ou seja, indicando as circunstâncias em que esse processo
Superlativo
se desenvolve.
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no senti-
O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
do de caracterizar os processos expressos por ele. Contu-
vado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser ab-
do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos),
soluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se-
guem alguns exemplos:
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto,
um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
senta-se nas formas: você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad-
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala- jetivo alheio, representando uma qualidade, característica.
vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo:
O secretário é muito inteligente. O artista canta muito mal.
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos
de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar
Observe alguns superlativos sintéticos: demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim
benéfico beneficentíssimo não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama-
bom boníssimo ou ótimo mos de locução adverbial, representada por algumas ex-
comum comuníssimo pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de
cruel crudelíssimo modo algum, entre outras.
difícil dificílimo Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér-
doce dulcíssimo bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez
fácil facílimo expressas por:
fiel fidelíssimo
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres-
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral,
Essa relação pode ser: frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior

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PORTUGUÊS

parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste- Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, modo são flexionados, sendo que os demais são todos in-
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa- variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
mente categoria dos advérbios é a de grau:

de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, inconstitucionalissimamente, etc.;
de todo, de muito, por completo.
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en- Artigo
fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata-
mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou
quando, de quando em quando, a qualquer momento, de indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
tempos em tempos, em breve, hoje em dia gênero e o número dos substantivos.
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Classificação dos Artigos
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, Artigos Definidos: determinam os substantivos de ma-
adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter- neira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
um animal.
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
Combinação dos Artigos
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel-
É muito presente a combinação dos artigos definidos
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por
essas combinações:
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
tavelmente (=sem dúvida). Preposições Artigos
o, os
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- a ao, aos
mente, simplesmente, só, unicamente de do, dos
em no, nos
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- por (per) pelo, pelos
bém a, as um, uns uma, umas
à, às - -
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente da, das dum, duns duma, dumas
na, nas num, nuns numa, numas
de designação: Eis pela, pelas - -

de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan- - As formas à e às indicam a fusão da preposição a com
do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe-
para quê? (finalidade) cida por crase.

Locução adverbial Constatemos as circunstância


os em que os artigos se manifestam:
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advér-
bio. Exemplo: - Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) das olimpíadas.

Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres- - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso
pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
apressadamente. A Bahia...

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PORTUGUÊS

- Quando indicado no singular, o artigo definido pode Conjunção


indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
- No caso de nomes próprios personativos, denotando ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso exemplo:
do artigo: O Pedro é o xodó da família. A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
amiguinhas.
- No caso de os nomes próprios personativos estarem
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
os Incas, Os Astecas... 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
amiguinhas
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
Cada informação está estruturada em torno de um ver-
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o
bo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três ora-
artigo), o pronome assume a noção de qualquer. ções:
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e
(qualquer classe) mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas.

- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e
cultativo: a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma Observe: Gosto de natação e de futebol.
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter Nessa frase as expressões de natação, de futebol são
é uns vinte anos. partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
“e” está ligando termos de uma mesma oração.
- O artigo também é usado para substantivar palavras
oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de Morfossintaxe da Conjunção
tudo isso.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re-
Classificação
lativo cujo (e flexões).
- Conjunções Coordenativas
Este é o homem cujo amigo desapareceu. - Conjunções Subordinativas
Este é o autor cuja obra conheço. Conjunções coordenativas
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), Dividem-se em:
a menos que venham especificadas. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gos-
Eles estavam em casa. to de cantar e de dançar.
Eles estavam na casa dos amigos. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas tam-
Os marinheiros permaneceram em terra. bém, não só...como também.
Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo-
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata- sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu-
excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria. do, todavia, no entanto, entretanto.

- Não se une com preposição o artigo que faz parte do - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora,
Estado de S. Paulo.
quer...quer, já...já.
Morfossintaxe - CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora-
ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex.
do substantivo a que se refere. Tal função independe da É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá
função exercida pelo substantivo: fora.
A existência é uma poesia. Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (an-
Uma existência é a poesia. tes do verbo), porquanto.

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PORTUGUÊS

Conjunções subordinativas Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.


Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Ora-
- CAUSAIS ção Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, será explicativa.
uma vez que, como (= porque). Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im-
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. perativo)
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra
- COMPARATIVAS cidade porque não havia cemitério no local.”
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão... a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
como, mais...do que, menos...do que. (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
Ela fala mais que um papagaio. verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
- CONCESSIVAS colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
mesmo que, apesar de, se bem que. Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um os mortos em outra cidade.
fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de
dependentes uma da outra.
estar cansada)
Apesar de ter chovido fui ao cinema.
Interjeição
- CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo,
conforme, consoante Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
Cada um colhe conforme semeia. sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre
Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor- o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento
midade. sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas
linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
- CONSECUTIVAS Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
Expressam uma ideia de consequência.
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo.
“tanto”, “tão”, “tamanho”). Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia
Falou tanto que ficou rouco. ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim-
- FINAIS plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
Expressam ideia de finalidade, objetivo. As sentenças da língua costumam se organizar de for-
Todos trabalham para que possam sobreviver. ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, por- os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in-
que (=para que), terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra-
se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um
- PROPORCIONAIS conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser
Principais conjunções proporcionais: à medida que, colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:
quanto mais, ao passo que, à proporção que. Bravo! Bis!
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi mui-
to bom! Repitam!”
- TEMPORAIS Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten-
Principais conjunções temporais: quando, enquanto,
ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”
logo que.
Quando eu sair, vou passar na locadora.
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como
Diferença entre orações causais e explicativas
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação
(OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de- particular, um momento ou um contexto específico. Exem-
paramos com a dúvida de como distinguir uma oração plos:
causal de uma explicativa. Veja os exemplos: Ah, como eu queria voltar a ser criança!
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
atropelado”: Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati- hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior. O significado das interjeições está vinculado à maneira
b) As orações são coordenadas e, por isso, independen- como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que
tes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as ora- dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex-
ções que vêm marcadas por vírgula. to de enunciação. Exemplos:

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Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
chamando! Ei, espere!” - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
em um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
favor, faça silêncio!” me, Deus!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
puxa: interjeição; tom da fala: decepção é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
tristeza, dor, etc. claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
Você faz o que no Brasil?
linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
Eu? Eu negocio com madeiras.
até loguinho.
Ah, deve ser muito interessante.
Locução Interjetiva
2) Sintetizar uma frase apelativa
Cuidado! Saia da minha frente. Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma ex-
pressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bo-
As interjeições podem ser formadas por: las! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus!
- palavras: Oba!, Olá!, Claro! Alto lá! Muito bem!
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!,
Ora bolas! Observações:
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve- Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! =
zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode Peço-lhe que me desculpe.
ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
exemplo: - Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra- seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes
riedade) gramaticais podem aparecer como interjeições.
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria) Viva! Basta! (Verbos)
Classificação das Interjeições Fora! Francamente! (Advérbios)
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-
Comumente, as interjeições expressam sentido de: se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Atenção!, Olha!, Alerta!
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitati-
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! vas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba!
Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo
Boa! e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
- Desculpa: Perdão! no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho!
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Obrigadinho!
Oh!, Eh!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Interjeições, leitura e produção de textos
Epa!, Ora!
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Usadas com muita frequência na língua falada informal,
Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos-
Cruz!, Putz! tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali-

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PORTUGUÊS

dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços Flexão dos numerais
pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o
temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter- são invariáveis.
jeições presença constante nos textos publicitários. Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ primeira segunda milésima
morf89.php primeiros segundos milésimos
Numeral primeiras segundas milésimas

Numeral é a palavra que indica os seres em termos nu- Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
méricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço
em determinada sequência. e conseguiram o triplo de produção.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri-
Eu quero café duplo, e você? plas do medicamento.
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e nú-
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! mero. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência terças partes
de “fila”] Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se sentido. É o que ocorre em frases como:
trata de numerais, mas sim de algarismos. “Me empresta duzentinho...”
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a É artigo de primeiríssima qualidade!
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala- O time está arriscado por ter caído na segundona. (= se-
vras consideradas numerais porque denotam quantidade, gunda divisão de futebol)
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
dúzia, par, ambos(as), novena. Emprego dos Numerais

Classificação dos Numerais *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá- décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral
sico: um, dois, cem mil, etc. venha depois do substantivo:

Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série Ordinais Cardinais


dada: primeiro, segundo, centésimo, etc. João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos *Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o or-
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta- dinal até nono e o cardinal de dez em diante:
da: dobro, triplo, quíntuplo, etc. Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Leitura dos Numerais
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam
Separando os números em centenas, de trás para fren- “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são
te, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas largamente empregados para retomar pares de seres aos
e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses quais já se fez referência.
conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela con- Pedro e João parecem ter finalmente percebido a impor-
junção “e”. tância da solidariedade. Ambos agora participam das ativi-
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos dades comunitárias de seu bairro.
e vinte e seis. Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

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Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas:
abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.

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PORTUGUÊS

Vale ressaltar que essa concordância não é caracterís- Dicas sobre preposição
tica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome
palavra pode se dar a partir de dois processos: pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
seja um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
preposição a + artigos definidos o, os nino.
a + o = ao A dona da casa não quis nos atender.
preposição a + advérbio onde Como posso fazer a Joana concordar comigo?
a + onde = aonde - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Preposição + Artigos Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro-
De + o(s) = do(s) curar um tratamento adequado.
De + a(s) = da(s)
De + um = dum - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
De + uns = duns lugar e/ou a função de um substantivo.
De + uma = duma Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
De + umas = dumas parte da família
Em + o(s) = no(s) Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
Em + a(s) = na(s) Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + um = num
Em + uma = numa 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + uns = nuns das preposições:
Em + umas = numas Destino = Irei para casa.
A + à(s) = à(s) Modo = Chegou em casa aos gritos.
Por + o = pelo(s) Lugar = Vou ficar em casa;
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Por + a = pela(s)
Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
Preposição + Pronomes
tamento.
De + ele(s) = dele(s)
Instrumento = Escreveu a lápis.
De + ela(s) = dela(s)
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + este(s) = deste(s)
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + esta(s) = desta(s)
Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esse(s) = desse(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + essa(s) = dessa(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aquele(s) = daquele(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquela(s) = daquela(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + isto = disto Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isso = disso Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + aquilo = daquilo Fonte:
De + aqui = daqui http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aí = daí
De + ali = dali Pronome
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s) Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou
Em + este(s) = neste(s) a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o
Em + esta(s) = nesta(s) de alguma forma.
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
Em + aquela(s) = naquela(s) [substituição do nome]
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
Em + aquilo = naquilo [referência ao nome]
A + aquele(s) = àquele(s) Essa moça morava nos meus sonhos!
A + aquela(s) = àquela(s) [qualificação do nome]
A + aquilo = àquilo Grande parte dos pronomes não possuem significados

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PORTUGUÊS

fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1ª pessoa do plural: nós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada - 2ª pessoa do plural: vós
pessoa do discurso. - 3ª pessoa do plural: eles, elas
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
como complementos verbais na língua-padrão. Frases
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
fala] evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as
próprias formas verbais marcam, através de suas desinên-
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
cias, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fi-
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
zemos boa viagem. (Nós)
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
através do pronome seja coerente em termos de gênero
Pronome Oblíquo
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
tença, exerce a função de complemento verbal (objeto di-
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- reto ou indireto) ou complemento nominal.
sa escola neste ano. Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma
adequada] variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
[neste: pronome que determina “ano” = concordância indica a função diversa que eles desempenham na oração:
adequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- marca o complemento da oração.
dância inadequada] Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, tônicos.
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Pronome Oblíquo Átono
Pronomes Pessoais
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
São aqueles que substituem os substantivos, indicando são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve fraca: Ele me deu um presente.
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con-
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e figurado:
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa - 1ª pessoa do singular (eu): me
ou às pessoas de quem fala. - 2ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2ª pessoa do plural (vós): vos
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Pronome Reto
Observações:
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en-
Nós lhe ofertamos flores. tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê- acompanhar diretamente uma preposição, o pronome
nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a “lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração.

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PORTUGUÊS

Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
diretos como objetos indiretos. de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
objetos diretos. verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi- nome, deverá ser do caso reto.
nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, Não vá sem eu mandar.
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
- Trouxeste o pacote? mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Não contaram a novidade a vocês? quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
- Não, no-la contaram. companhia.
No português do Brasil, essas combinações não são Ele carregava o documento consigo.
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
é muito raro.
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o todos, ambos ou algum numeral.
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma Você terá de viajar com nós todos.
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal Estávamos com vós outros quando chegaram as más no-
é suprimida. Por exemplo: tícias.
fiz + o = fi-lo Ele disse que iria com nós três.
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la Pronome Reflexivo
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as-
sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
viram + o: viram-no nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
repõe + os = repõe-nos da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
retém + a: retém-na expressa pelo verbo.
tem + as = tem-nas O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Pronome Oblíquo Tônico Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Assim tu te prejudicas.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica Conhece a ti mesmo.
forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con- - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
figurado: Guilherme já se preparou.
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo Ela deu a si um presente.
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
Antônio conversou consigo mesmo.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nos.
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
Lavamo-nos no rio.
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.
- As preposições essenciais introduzem sempre prono-
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso A Segunda Pessoa Indireta
reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
língua formal, os pronomes costumam ser usados desta A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se
forma: quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem
Não há mais nada entre mim e ti. nosso interlocutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados prono-
Não há nenhuma acusação contra mim. mes de tratamento, que podem ser observados no quadro
Não vá sem mim. seguinte:

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PORTUGUÊS

Pronomes de Tratamento Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos


teus cabelos. (errado)
Vossa Alteza V. A. prínci- Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
pes, duques seus cabelos. (correto)
Vossa Eminência V. Ema.(s) c a r - Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
deais teus cabelos. (correto)
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacer-
dotes e bispos Pronomes Possessivos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas
autoridades e oficiais-generais São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reito- (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
res de universidades (coisa possuída).
Vossa Majestade V. M. reis e Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
rainhas singular)
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Impe-
radores NÚMERO PESSOA PRONOME
Vossa Santidade V. S. Papa singular primeira meu(s), minha(s)
Vossa Senhoria V. S.ª (s) trata- singular segunda teu(s), tua(s)
mento cerimonioso singular terceira seu(s), sua(s)
Vossa Onipotência V. O. Deus plural primeira nosso(s), nossa(s)
plural segunda vosso(s), vossa(s)
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- plural terceira seu(s), sua(s)
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são emprega-
dos no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no trata- Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
mento familiar. Você e vocês são largamente empregados gramatical a que se refere; o gênero e o número concor-
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é dam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua con-
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma tribuição naquele momento difícil.
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou Observações:
literária. 1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
Observações: seu José.
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se- se. Podem ter outros empregos, como:
nhor Ministro, compareça a este encontro. a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
pessoa. anos.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelên-
cia, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá
seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao 3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado trouxe sua mensagem?
supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri- 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-
jam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi- anotações.
vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3ª pessoa. 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes- quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. os passos. (= Vou seguir seus passos.)

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou Pronomes Demonstrativos


nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Os pronomes demonstrativos são utilizados para expli-
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de citar a posição de uma certa palavra em relação a outras
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa. espaço, no tempo ou discurso.

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PORTUGUÊS

No espaço: - O pronome demonstrativo neutro ou pode represen-


Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
carro está perto da pessoa que fala. em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi-
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o
carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pressentiam.
pessoa que fala. - Para evitar a repetição de um verbo anteriormente ex-
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que presso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer,
o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as
quem falo. vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que ela o
fizesse.
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
quanto por meio de correspondência, que é uma moda- mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
lidade escrita de fala), são particularmente importantes o
primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram
este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao
amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los
solteiro, aquele casado]
pode causar ambiguidade.
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer- - O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irô-
sidade destinatária). nica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Reafirmamos a disposição desta universidade em partici-
par no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universida- - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
de que envia a mensagem). com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
No tempo: = naquilo)
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
refere ao ano presente. Pronomes Indefinidos
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se
refere a um passado próximo. São palavras que se referem à terceira pessoa do dis-
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
está se referindo a um passado distante. quantidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou -plantadas.
invariáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque- Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
la(s). de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Invariáveis: isto, isso, aquilo. imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
- Também aparecem como pronomes demonstrativos: conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e - Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin-
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
guém, outrem, quem, tudo.
que te indiquei.)
Algo o incomoda?
- mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que
Quem avisa amigo é.
o procuraram ontem.

- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
o problema. expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
- semelhante(s): Não compre semelhante livro. aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
Cada povo tem seus costumes.
- tal, tais: Tal era a solução para o problema. Certas pessoas exercem várias profissões.

Note que: Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos,


ora pronomes indefinidos adjetivos:
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
construções redundantes, com finalidade expressiva, para demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
das belezas brasileiras, isso é que é sorte! tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.

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Menos palavras e mais ações. Pronomes Interrogativos


Alguns se contentam pouco.
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- São usados na formulação de perguntas, sejam elas di-
riáveis e invariáveis. Observe: retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, (e variações), quanto (e variações).
vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne- Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, preferes.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan-
outras, quantas.
tos passageiros desembarcaram.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, Sobre os pronomes:
algo, cada.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
São locuções pronominais indefinidas: de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
quando desempenha função de complemento. Vamos en-
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele frase e que função exerce. Observe as orações:
(que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
uma ou outra, etc. 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
Cada um escolheu o vinho desejado. lhe ajudar.

Indefinidos Sistemáticos Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, per- reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
cebemos que existem alguns grupos que criam oposição exercendo função de complemento, e, consequentemente,
de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sen- é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso,
tido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmati-
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
va, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade negativa; devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e algo/nada,
que se referem à coisa; certo, que particulariza, e qualquer, Importante: Em observação à segunda oração, o em-
que generaliza. prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver-
Essas oposições de sentido são muito importantes na bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen- principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio.
tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os Eu desejo lhe perguntar algo.
pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações Eu estou perguntando-lhe algo.
de que fazem parte: Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
prático. diferentemente dos segundos que são sempre precedidos
Czrávamos no exterior. de preposição.
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa- - Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
lavras: estava fazendo.
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo - Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o
que eu estava fazendo.
como você agiu semana passada.
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando po- Colocação Pronominal
díamos jogar videogame.
- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações A colocação pronominal é a posição que os pronomes
numa só frase. pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao
O futebol é um esporte. verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos:
O povo gosta muito deste esporte. me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. O pronome oblíquo átono pode assumir três posições
na oração em relação ao verbo:
- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode 1. próclise: pronome antes do verbo
ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de 2. ênclise: pronome depois do verbo
gente que conversava, (que) ria, (que) fumava. 3. mesóclise: pronome no meio do verbo

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PORTUGUÊS

Próclise Questões sobre Pronome

A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: 01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012).


- Palavras com sentido negativo: Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
Nada me faz querer sair dessa cama. está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
Não se trata de nenhuma novidade. seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
- Advérbios: o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
Nesta casa se fala alemão.
É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
Naquele dia me falaram que a professora não veio.
e da água faça em si diferença, as companhias não podem
- Pronomes relativos: suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto,
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada-
- Pronomes indefinidos: mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas
Quem me disse isso? de crescimento verde sempre será a segunda opção.
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
- Pronomes demonstrativos:
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re-
Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! ferem- -se, respectivamente, a

- Preposição seguida de gerúndio: (A) dúvidas e preços.


Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais (B) dúvidas e insumos básicos.
indicado à pesquisa escolar. (C) companhias e insumos básicos.
(D) companhias e preços do carbono e da água.
- Conjunção subordinativa: (E) políticas de crescimento e preços adequados.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-
Ênclise adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho gri-
fado está corretamente substituído por um pronome em:
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto- A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo
nos. A ênclise vai acontecer quando: B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-
- O verbo estiver no imperativo afirmativo: lhes desalentado
Amem-se uns aos outros. C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
Sigam-me e não terão derrotas. conhecê-lo?
- O verbo iniciar a oração: D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
Diga-lhe que está tudo bem. parecia ser-lhe
Chamaram-me para ser sócio. E) incomodaram o general... − incomodaram-no
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre-
posição “a”:
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. A substituição do elemento grifado pelo pronome cor-
- O verbo estiver no gerúndio: respondente, com os necessários ajustes, foi realizada de
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo- modo INCORRETO em:
cupada. A) mostrando o rio= mostrando-o.
Despediu-se, beijando-me a face. B) como escolher sítio= como escolhê-lo.
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada
Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no lhes acrescentariam.
mesmo instante. E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.

Mesóclise 04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a


alternativa em que o pronome destacado está posicionado
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado de acordo com a norma-padrão da língua.
no futuro do presente ou no futuro do pretérito: (A) Ela não lembrava-se do caminho de volta.
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela (B) A menina tinha distanciado-se muito da família.
se realizará) (C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma (D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
proposta a você) (E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.

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PORTUGUÊS

05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alterna- (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
tiva cujo emprego do pronome está em conformidade com (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
a norma padrão da língua. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
lada.
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. 10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013-
(D) Conformado, se rendeu às punições. adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. estabelecimentos felizmente comprovam os acontecimen-
tos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investigação.
– de acordo com a norma-padrão, os pronomes que subs-
06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale
tituem, corretamente, os termos em destaque são:
a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de
A) os comprovam … ajudá-la.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. B) os comprovam …ajudar-la.
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que C) os comprovam … ajudar-lhe.
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- E) lhes comprovam … ajudá-la.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos GABARITO
restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
abrisse a bolsa que encontrara. 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. RESOLUÇÃO

07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). 1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primei-
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ- ro, não está claro até onde pode realmente chegar uma
tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______ política baseada em melhorar a eficiência sem preços ade-
prazo. quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com-
e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di-
A) a que … acaba … à gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer
B) com que … acabam … à preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som-
C) de que … acabam … a bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
D) em que … acaba … a neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.
E) dos quais … acaba … à E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde
sempre será a segunda opção.
08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013- 2-)
adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e res- A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
pectivamente, as lacunas do trecho. B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
______alguns anos, num programa de televisão, uma jo- desalentado
vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
sujeito de forma cômica. conhecê-las ?
A) Fazem... a ... de que D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
B) Faz ...a ... que parecia sê-lo
C) Fazem ...à ... com que 3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las
D) Faz ...à ... que
4-)
E) Faz ...à ... a que
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
(B) A menina tinha se distanciado muito da família.
09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014) (C) A garota disse que se perdeu dos pais.
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu- (E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
lantes.
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabe- 5-)
ça... (A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos.
... e fez de tudo para convencer os tripulantes... (B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos lada.
grifados acima foram corretamente substituídos por um (D) Conformado, rendeu-se às punições.
pronome, na ordem dada, em: (E) Todos querem que se combata a corrupção.

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PORTUGUÊS

6-) Classificação dos Substantivos


(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação 1- Substantivos Comuns e Próprios
de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram que Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de
abrisse a bolsa que encontrara. uma cidade (em oposição aos bairros).
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma ten-
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
produtos de que não necessitam e acabam tendo comum.
de pagar tudo a prazo.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
jovem fazia referência à violência a que o brasileiro homem, mulher, país, cachorro.
estava sujeito de forma cômica. Estamos voando para Barcelona.
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
9-) pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró-
devoravam - verbo terminado em “m” = pronome oblí- prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie
quo no/na (fizeram-na, colocaram-no) de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
“lhe” é para objeto indireto 2 - Substantivos Concretos e Abstratos
convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
to; “lhe” é para objeto indireto LÂMPADA MALA
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com
10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabeleci-
existência própria, que são independentes de outros seres.
mentos felizmente comprovam os acontecimentos, e teste-
São substantivos concretos.
munhas vão ajudar a polícia na investigação.
felizmente os comprovam ... ajudá-la
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
(advérbio)
existe, independentemente de outros seres.
Obs.: os substantivos concretos designam seres do
Substantivo
mundo real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
Brasília, etc.
tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme- Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
nos, os substantivos também nomeiam: ma, etc.
-lugares: Alemanha, Porto Alegre...
-sentimentos: raiva, amor... Observe agora:
-estados: alegria, tristeza... Beleza exposta
-qualidades: honestidade, sinceridade... Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
-ações: corrida, pescaria...
O substantivo beleza designa uma qualidade.
Morfossintaxe do substantivo
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em ge- dependem de outros para se manifestar ou existir.
ral exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa
(objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para
ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo
do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob- abstrato.
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempe- abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
nhadas por grupos de palavras. rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).

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PORTUGUÊS

3 - Substantivos Coletivos penca bananas, chaves


pinacoteca pinturas, quadros
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra quadrilha ladrões, bandidos
abelha, mais outra abelha. ramalhete flores
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. rebanho ovelhas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. récua bestas de carga, cavalgadura
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- repertório peças teatrais, obras musicais
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, réstia alhos ou cebolas
mais outra abelha... romanceiro poesias narrativas
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. revoada pássaros
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no sin- sínodo párocos
gular (enxame) para designar um conjunto de seres da talha lenha
mesma espécie (abelhas).
tropa muares, soldados
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
turma estudantes, trabalhadores
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mes-
vara porcos
mo estando no singular, designa um conjunto de seres da
mesma espécie.

Substantivo coletivo Conjunto de: Formação dos Substantivos


assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos Substantivos Simples e Compostos
acervo livros
antologia trechos literários selecionados Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
arquipélago ilhas terra.
banda músicos O substantivo chuva é formado por um único elemento
bando desordeiros ou malfeitores ou radical. É um substantivo simples.
banca examinadores
batalhão soldados Substantivo Simples: é aquele formado por um único
cardume peixes elemento.
caravana viajantes peregrinos Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja
cacho frutas agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois
cáfila camelos elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
chusma gente, pessoas mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
concílio bispos Substantivos Primitivos e Derivados
congresso parlamentares, cientistas.
elenco atores de uma peça ou filme Meu limão meu limoeiro,
esquadra navios de guerra meu pé de jacarandá...
enxoval roupas
falange soldados, anjos O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
fauna animais de uma região
nenhum outro dentro de língua portuguesa.
feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de
frota navios mercantes, ônibus
nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O
girândola fogos de artifício
horda bandidos, invasores substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
junta médicos, bois, credores, examinadores da palavra limão.
júri jurados
legião soldados, anjos, demônios Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou-
leva presos, recrutas tra palavra.
malta malfeitores ou desordeiros
manada búfalos, bois, elefantes, Flexão dos substantivos
matilha cães de raça
molho chaves, verduras O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
multidão pessoas em geral vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
ninhada pintos exemplo, pode sofrer variações para indicar:
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, Plural: meninos Feminino: menina
etc.) Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho

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PORTUGUÊS

Flexão de Gênero Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão -


sultana
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar - Substantivos terminados em -or:
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes: - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul
O velho e o mar - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque -
Um Natal inesquecível duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
Os reis da praia - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
final por -a: elefante - elefanta
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que po-
dem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: - Substantivos que têm radicais diferentes no masculino
A história sem fim e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes czar – czarina réu - ré
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar no- Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
mes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está
relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas for- Epicenos:
mas, uma para o masculino e outra para o feminino. Obser- Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
ve: gato – gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito
- prefeita
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam
para indicar o masculino e o feminino.
uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
para o feminino. Classificam-se em:
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
fêmea.
macho e fêmea.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pes-
soas: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, A cobra macho picou o marinheiro.
o ídolo, o indivíduo. A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pes-
soas por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a Sobrecomuns:
doente, o artista e a artista. Entregue as crianças à natureza.

Saiba que: Substantivos de origem grega terminados A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas-
em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem
sistema, o sintoma, o teorema. o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a A criança chorona chamava-se João.
rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (ci- A criança chorona chamava-se Maria.
dade)
Outros substantivos sobrecomuns:
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
criatura.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
aluna. Marcela faleceu
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
masculino: freguês - freguesa Comuns de Dois Gêneros:
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
três formas:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.

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PORTUGUÊS

A distinção de gênero pode ser feita através da análise (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de
cês - repórter francesa curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
- A palavra personagem é usada indistintamente nos de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu-
dois gêneros. mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada pre- peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
ferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
personagens dos contos de carochinha.
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
O problema está nas mulheres de mais idade, que não acei- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
tam a personagem. (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo voga (remador), a voga (moda, popularidade).
fotográfico Ana Belmonte.
Observe o gênero dos substantivos seguintes: Flexão de Número do Substantivo

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Em português, há dois números gramaticais: o singular,


(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
soprano, o proclama, o pernoite, o púbis. do plural é o “s” final.

Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a Plural dos Substantivos Simples


cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). - Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
- cânones.
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o - Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o “ns”: homem - homens.
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
ma, o hematoma. - Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. Atenção: O plural de caráter é caracteres.
Gênero dos Nomes de Cidades:
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
A histórica Ouro Preto. col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
A dinâmica São Paulo. e cônsules.
A acolhedora Porto Alegre.
Uma Londres imensa e triste. - Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. duas maneiras:
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
Gênero e Significação:
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Muitos substantivos têm uma significação no masculino
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco, duas maneiras:
manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que
marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissi- acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
dência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor
cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinhei- - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
ro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.

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PORTUGUÊS

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de Plural das Palavras Substantivadas


três maneiras.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: O aluno errou na prova dos noves.
o látex - os látex. Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou
Plural dos Substantivos Compostos “z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
tos seis e alguns dez.
-A formação do plural dos substantivos compostos de-
pende da forma como são grafados, do tipo de palavras Plural dos Diminutivos
que formam o composto e da relação que estabelecem en-
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/ pãe(s) + zinhos = pãezinhos
malmequeres. animai(s) + zinhos = animaizinhos
O plural dos substantivos compostos cujos elementos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados colhere(s) + zinhas = colherezinhas
de: flore(s) + zinhas = florezinhas
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores mão(s) + zinhas = mãozinhas
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per- papéi(s) + zinhos = papeizinhos
feitos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
funi(s) + zinhos = funizinhos
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
pé(s) + zinhos = pezinhos
formados de:
pé(s) + zitos = pezitos
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
Plural dos Nomes Próprios Personativos
alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando sempre que a terminação preste-se à flexão.
formados de: Os Napoleões também são derrotados.
substantivo + preposição clara + substantivo = água- As Raquéis e Esteres.
de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cava- Plural dos Substantivos Estrangeiros
lo-vapor e cavalos-vapor Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es-
substantivo + substantivo que funciona como determi- critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exce-
nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo to quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os
do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba jazz.
-relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada. Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor-
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
- Permanecem invariáveis, quando formados de: jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons,
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora os réquiens.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa- Observe o exemplo:
ca-rolhas Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Casos Especiais
o louva-a-deus e os louva-a-deus Plural com Mudança de Timbre
o bem-te-vi e os bem-te-vis Certos substantivos formam o plural com mudança de
o bem-me-quer e os bem-me-queres timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
o joão-ninguém e os joões-ninguém. fonético chamado metafonia (plural metafônico).

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PORTUGUÊS

Singular Plural Verbo


corpo (ô) corpos (ó)
esforço esforços Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa,
fogo fogos número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
forno fornos processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
fosso fossos ocorrência (nascer); desejo (querer).
imposto impostos O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não
olho olhos os seus possíveis significados. Observe que palavras como
osso (ô) ossos (ó) corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo
ovo ovos ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam,
poço poços porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos
porto portos possuem.
Estrutura das Formas Verbais
posto postos
tijolo tijolos
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
apresentar os seguintes elementos:
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. - Radical: é a parte invariável, que expressa o significa-
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am.
de molho (ó) = feixe (molho de lenha). (radical fal-)
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
Particularidades sobre o Número dos Substantivos dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
fala-r
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar),
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I -
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, (partir).
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do - Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
bom nome) e honras (homenagem, títulos). falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
Aqui morreu muito negro. signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin-
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas gular ou plural):
improvisadas. falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
Flexão de Grau do Substantivo
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação,
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em: pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera- apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
do normal. Por exemplo: casa algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
do ser. Classifica-se em:
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje- dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.
rão, nutriríamos.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos
do ser. Pode ser:
Classificam-se em:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. - Regulares: são aqueles que possuem as desinências
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca al-
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- terações no radical: canto cantei cantarei cantava
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. cantasse.

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PORTUGUÊS

- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse.

- Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pes-
soais:
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais
verbos impessoais são:

** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.

** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figu-
rado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal.

Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)


Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

** São impessoais, ainda:

1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.


2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a
sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos,
então, pessoais.

4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu
bastante.
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, caca-
rejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:

- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.

46
PORTUGUÊS

- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo


Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito
sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

47
PORTUGUÊS

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

48
PORTUGUÊS

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem
TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mes-
ma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:

- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abs-
ter-se, ater- -se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia re-
flexiva expressa pelo radical do próprio verbo.

Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):


Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

49
PORTUGUÊS

- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos - Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje- pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
pronomes mencionados, formando o que se chama voz 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
boa colocação.
Maria penteou-me.
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
Observações: ou advérbio. Por exemplo:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem vérbio)
função sintática. Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de ad-
- Há verbos que também são acompanhados de pro- jetivo)
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- plo:
plo: Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me
- Particípio: quando não é empregado na formação
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
Modos Verbais nero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis-
tem três modos: Quando o particípio exprime somente estado, sem ne-
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sem- nhuma relação temporal, assume verdadeiramente a fun-
pre estudo. ção de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a alu-
na escolhida para representar a escola.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Tal-
vez eu estude amanhã. Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se


Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
agora, menino. tempos. Veja:
Formas Nominais 1. Tempos do Indicativo

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for- - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste co-
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo, légio.
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe: - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
num momento anterior ao atual, mas que não foi comple-
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo tamente terminado: Ele estudava as lições quando foi inter-
de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de rompido.
substantivo. Por exemplo:
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
Viver é lutar. (= vida é luta)
momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) Ele estudou as lições ontem à noite.
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen- - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha es-
exemplo: tudado as lições quando os amigos chegaram. (forma com-
É preciso ler este livro. posta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
Era preciso ter lido este livro. (forma simples).

50
PORTUGUÊS

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.

- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse
dinheiro, viajaria nas férias.
2. Tempos do Subjuntivo

- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA

51
PORTUGUÊS

cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS


cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR


cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR


cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR


cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

52
PORTUGUÊS

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

53
PORTUGUÊS

Questões sobre Verbo 05.(Analista – Arquitetura – FCC – 2013-adap.). Está ade-


quada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
01. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO A) Os que levariam a vida pensando apenas nos valores
- ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) Assina- absolutos talvez façam melhor se pensassem no encanto
le a alternativa em que todos os verbos estão conjugados dos pequenos bons momentos.
segundo a norma-padrão. B) Há até quem queira saber quem fosse o maior ban-
(A) Absteu-se do álcool durante anos; agora, voltou ao dido entre os que recebessem destaque nos popularescos
vício. programas da TV.
(B) Perderam seus documentos durante a viagem, mas C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos-
já os reaveram. tam tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tenha
(C) Avisem-me, se vocês verem que estão ocorrendo aspirações a ser metafísica.
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levarem em
conflitos.
conta nossa condição de mortais, não precisariam preocu-
(D) Só haverá acordo se nós propormos uma boa inde-
par-se com os degraus da notoriedade.
nização. E) Quanto mais aproveitássemos o que houvesse de
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos grande nos momentos felizes, menos precisaríamos nos
eletrônicos. preocupar com conquistas superlativas.

02. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) 06. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
... e então percorriam as pouco povoadas estepes da FCC/2012) ...Ou pretendia.
Ásia Central até o mar Cáspio e além. O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:
grifado acima está em: a) ... ao que der ...
(A) ... e de lá por navios que contornam a Índia... b) ... virava a palavra pelo avesso ...
(B) ... era a capital da China. c) Não teria graça ...
(C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... d) ... um conto que sai de um palíndromo ...
(D) ... dispararam na última década. e) ... como decidiu o seu destino de escritor.
(E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chine-
sas... 07. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) É importante
que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura
empresarial, por meio das ações e projetos de Educação Am-
03. (TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
biental, esteja alinhada a esses conceitos.
FCC/2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
corretos em: verbo grifado na frase acima está em:
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty (A) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, polí-
não prescindiram e não requiseram mais do que o esqueci- ticas...
mento e a passagem do tempo. (B) ... as definições de Educação Ambiental são abran-
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para gentes...
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge (C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá-
do esquecimento, em 1974. vel...
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor- (D) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvol-
tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so- vimento humano.
breviram longos anos de esquecimento. (E)... e reforce a identidade das comunidades.
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando
as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos 08. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JA-
atropelos do turismo selvagem. NEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIO-
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para TECONOMIA – FGV PROJETOS /2014) Na frase “se você
que obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo quiser ir mais longe”, a forma verbal empregada tem sua
turístico de inegável valor histórico. forma corretamente conjugada. A frase abaixo em que a
forma verbal está ERRADA é
(A) se você se opuser a esse desejo.
04. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - (B) se você requerer este documento.
FCC/2014) Tinham seus prediletos ... (C) se você ver esse quadro.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o (D) se você provier da China.
grifado acima está em: (E) se você se entretiver com o jogo.
(A) Dumas consentiu.
(B) ... levaram com eles a instituição do “lector”. 09. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO –
(C) ... enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as frases:
charutos... I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câmara.
(D) Despontava a nova capital mundial do Havana. II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicional
(E) ... que cedesse o nome de seu herói... de 5,4 bilhões de reais por ano.

54
PORTUGUÊS

Assinale a alternativa que, respectivamente, substitui o (D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando
verbo haver pelo verbo existir, conservando o tempo e o as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos
modo. atropelos do turismo selvagem.
(A) Existe – existe (E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para
(B) Existem – existirão que obtesse, (obtivesse) agora em definitivo, o prestígio de
(C) Existirão – existirá um polo turístico de inegável valor histórico.
(D) Existem – existirá
(E) Existiriam – existiria 4-)Tinham = pretérito imperfeito do Indicativo. Vamos
às alternativas:
10. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) Consentiu = pretérito perfeito / levaram = pretérito
... pois assim se via transportado de volta “à glória que foi perfeito (e mais-que-perfeito) do Indicativo
a Grécia e à grandeza que foi Roma”. Despontava = pretérito imperfeito do Indicativo
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o Cedesse = pretérito do Subjuntivo
grifado acima está em:
a) Poe certamente acreditava nisso... 5-)
b) Se Grécia e Roma foram, para Poe, uma espécie de A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores
casa... absolutos talvez fariam melhor se pensassem no encanto
c) ... ainda seja por nós obscuramente sentido como dos pequenos bons momentos.
verdadeiro, embora não de modo consciente. B) Há até quem queira saber quem é o maior bandido
d) ... como um legado que provê o fundamento de nos- entre os que recebem destaque nos popularescos progra-
sas sensibilidades. mas da TV.
e) Seria ela efetivamente, para o poeta, uma encarnação C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos-
da princesa homérica? tem tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tem
aspirações a ser metafísica.
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem em
GABARITO
conta nossa condição de mortais, não precisariam preocu-
par-se com os degraus da notoriedade.
01.E 02. B 03. D 04. D 05. E
06.B 07. E 08. C 09. D 10.B
6-) Pretendia = pretérito imperfeito do Indicativo
a) ... ao que der ... = futuro do Subjuntivo
RESOLUÇÃO
b) ... virava = pretérito imperfeito do Indicativo
c) Não teria = futuro do pretérito do Indicativo
1-) Correção à frente:
d) ... um conto que sai = presente do Indicativo
(A) Absteu-se = absteve-se e) ... como decidiu = pretérito perfeito do Indicativo
(B) mas já os reaveram = reouveram
(C) se vocês verem = virem 7-) O verbo “esteja” está no presente do Subjuntivo.
(D) Só haverá acordo se nós propormos = propusermos (A) ... a Empresa desenvolve = presente do Indicativo
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos (B) ... as definições de Educação Ambiental são = pre-
eletrônicos. sente do Indicativo
(C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá-
2-) Percorriam = Pretérito Imperfeito do Indicativo vel... = presente do Indicativo
A = contornam – presente do Indicativo (D) ... e incorporou [...] = pretérito perfeito do Indicativo
B = era = pretérito imperfeito do Indicativo (E)... e reforce a identidade das comunidades. = presen-
C = foi = pretérito perfeito do Indicativo te do Subjuntivo.
D = dispararam = pretérito mais-que-perfeito do Indi-
cativo 8-)
E = acompanham = presente do Indicativo (A) se você se opuser a esse desejo.
(B) se você requerer este documento.
3-) Acrescentei as formas verbais adequadas nas ora- (C) se você ver esse quadro.= se você vir
ções analisadas: (D) se você provier da China.
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty (E) se você se entretiver com o jogo.
não prescindiram e não requiseram (requereram) mais do
que o esquecimento e a passagem do tempo. 9-) Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para presente do indicativo.
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos de
(emerge) do esquecimento, em 1974. que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, caso
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor- seja necessário):
tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so- I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na Câ-
breviram (sobrevieram) longos anos de esquecimento. mara.

55
PORTUGUÊS

II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicio- a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
nal de 5,4 bilhões de reais por ano. O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi-
Existem / existirá. cativo)

10-) Foi = pretérito perfeito do Indicativo b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
a) Poe certamente acreditava = pretérito imperfeito do O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Indicativo
b) Se Grécia e Roma foram = pretérito perfeito do In- c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
dicativo O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
c) ... ainda seja = presente do Subjuntivo - Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume
d) ... como um legado que provê = presente do Indi- o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
cativo Observe a transformação da frase seguinte:
e) Seria = futuro do pretérito do Indicativo O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
Vozes do Verbo
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para analítica com outros verbos que podem eventualmente
indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar-
ação. São três as vozes verbais: cada pela doença.

- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação 2- Voz Passiva Sintética
expressa pelo verbo. Por exemplo:
Ele fez o trabalho. A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com
sujeito agente ação objeto (pacien- o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
te) Por exemplo:
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a Abriram-se as inscrições para o concurso.
ação expressa pelo verbo. Por exemplo: Destruiu-se o velho prédio da escola.
O trabalho foi feito por ele. Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva
sujeito paciente ação agente da pas- sintética.
siva Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la-
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen- tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem
O menino feriu-se. o significado de voz passiva como sendo a voz que expres-
sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE
a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao e AGENTE DA PASSIVA.
outro)
Formação da Voz Passiva Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
analítico e sintético. tancialmente o sentido da frase.

1- Voz Passiva Analítica Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)


Sujeito da Ativa objeto Direto
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio
do verbo principal. Por exemplo: A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas-
A escola será pintada. siva)
O trabalho é feito por ele. Sujeito da Passiva Agente da Passiva

Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o
da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda- assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
dos. Observe mais exemplos:
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar mestres.
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- - Eu o acompanharei.
ção das frases seguintes: Ele será acompanhado por mim.

56
PORTUGUÊS

Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, (A) são enfrentados.
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: (B) tem enfrentado.
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. (C) tem sido enfrentada.
(D) têm sido enfrentados.
Saiba que: (E) é enfrentada.
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
xivos, são chamados neutros. 04. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
O vinho é bom. FCC/2012) Para o Brasil, o fundamental é que, ao exercer a
Aqui chove muito. responsabilidade de proteger pela via militar, a comunida-
de internacional [...] observe outro preceito ...
- Há formas passivas com sentido ativo: Transpondo-se o segmento grifado acima para a voz
É chegada a hora. (= Chegou a hora.) passiva, a forma verbal resultante será:
Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
a) é observado.
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
b) seja observado.
c) ser observado.
- Inversamente, usamos formas ativas com sentido pas-
d) é observada.
sivo:
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) e) for observado.
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
05. (Analista de Procuradoria – FCC – 2013-adap) Trans-
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido pondo- -se para a voz passiva a frase O poeta teria
cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o aberto um diálogo entre as duas partes, a forma verbal re-
sujeito é paciente. sultante será:
Chamo-me Luís. A) fora aberto.
Batizei-me na Igreja do Carmo. B) abriria.
Operou-se de hérnia. C) teria sido aberto.
Vacinaram-se contra a gripe. D) teriam sido abertas.
E) foi aberto.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf54.php 06.(SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II E PRO-
FESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) ...permite
Questões sobre Vozes dos Verbos que os criadores tomem atitudes quando a proliferação de
algas tóxicas ameaça os peixes.
01. (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A fra- A transposição para a voz passiva da oração grifada aci-
se que admite transposição para a voz passiva é: ma teria, de acordo com a norma culta, como forma verbal
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado. resultante:
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma (A) ameaçavam.
grande diversidade de fenômenos. (B) foram ameaçadas.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- (C) ameaçarem.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. (D) estiver sendo ameaçada.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da (E) forem ameaçados.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
07. (INFRAERO – ENGENHEIRO SANITARISTA –
e da falsa consciência.
FCC/2011) Transpondo-se para a voz passiva a frase Um
figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista, a
02. (TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... a
Coreia do Norte interrompeu comunicações com o vizinho ... forma verbal obtida será:
Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma (A) pode ser obscurecido.
verbal corretamente obtida é: (B) obscurecerá.
a) tinha interrompido. (C) pode ter obscurecido.
b) foram interrompidas. (D) pode ser obscurecida.
c) fora interrompido. (E) será obscurecida.
d) haviam sido interrompidas.
e) haveriam de ser interrompidas. 08.(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO-
CON – ADVOGADO – CEPERJ/2012) “todos que são impac-
03. (FCC-TRE-Analista Judiciário – 2011) Transpondo-se tados pelas mídias de massa”
para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional en- O fragmento transcrito acima apresenta uma constru-
frenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á ção na voz passiva do verbo. Outro exemplo de voz passiva
a seguinte forma verbal: encontra-se em:

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PORTUGUÊS

A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões 4-) a comunidade internacional [...] observe outro pre-
de compra de uma família” ceito = se na voz ativa temos um verbo, na passiva tere-
B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do mos dois: outro preceito seja observado.
mercado para a persuasão do público infantil”
C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as 5-) O poeta teria aberto um diálogo entre as duas par-
crianças brasileiras nas práticas de consumo.” tes = Um diálogo teria sido aberto...
D) “Elas são assediadas pelo mercado”
E) “valores distorcidos são de fato um problema de or- 6-) Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa
dem ética” Quando os peixes forem ameaçados pela proliferação...
= voz passiva
09. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – CASA CI- 7-) Um figurante pode obscurecer a atuação de um
VIL – EXECUTIVO PÚBLICO – FCC/2010) Transpondo a frase protagonista.
o diretor estava promovendo seu filme para a voz passiva, Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos
dois; se na ativa temos dois, na passiva teremos três. Então:
obtém-se corretamente o seguinte segmento:
A atuação de um protagonista pode ser obscurecida por
(A) tinha recebido promoção.
um figurante.
(B) estaria sendo promovido.
(C) fizera a promoção. 8-)
(D) estava sendo promovido. A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das deci-
(E) havia sido promovido. sões de compra de uma família” = voz ativa
B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
10. -) (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) mercado para a persuasão do público infantil” = ativa (ver-
Da sede do poder no Brasil holandês, Marcgrave acompa- bo de ligação); não dá para passar para a passiva
nhou e anotou, sempre sozinho, alguns fenômenos celestes, C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
sobretudo eclipses lunares e solares. crianças brasileiras nas práticas de consumo.” = ativa
Ao transpor-se a frase acima para a voz passiva, as for- D) “Elas são assediadas pelo mercado” = voz passiva
mas verbais resultantes serão: E) “valores distorcidos são de fato um problema de or-
a) eram anotados e acompanhados. dem ética” = ativa (verbo de ligação); não dá para passar
b) fora anotado e acompanhado. para a passiva
c) foram anotados e acompanhados. 9-) o diretor estava promovendo seu filme = dois ver-
d) anota-se e acompanha-se. bos na voz ativa, três na passiva: seu filme estava sendo
e) foi anotado e acompanhado. produzido.

GABARITO 10-)Marcgrave acompanhou e anotou alguns fenô-


menos celestes = voz ativa com um verbo (sem auxiliar!),
01. B 02.B 03. E 04.B 05. C então na passiva teremos dois: alguns fenômenos foram
06. E 07. D 08. D 09.D 10.C acompanhados e anotados por Marcgrave.

RESOLUÇÃO
4) SEMÂNTICA: SIGNIFICAÇÃO DAS
1-) PALAVRAS.
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
Consideremos as seguintes frases:
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
explicada pelo conceito... Vamos! Coloque logo a mão na massa!
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- As crianças estão com as mãos sujas.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
vida (...). Chegamos à conclusão de que se trata de palavras
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem
e da falsa consciência. o mesmo significado?
Existe uma parte da gramática normativa denominada
2-) ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa-
com o vizinho = voz ativa com um verbo, então a passiva dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o
terá dois: comunicações com o vizinho foram interrompi- contexto em que se insere.
das pela Coreia... Tomando como exemplo as frases já mencionadas,
3-) Hoje a autoria institucional enfrenta séria concor- analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo
rência dos autores anônimos = Séria concorrência é en- com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo
frentada pela autoria... dicionário.

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PORTUGUÊS

Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi- Sentido Próprio e Figurado das Palavras
ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o
significado é de: participação, interação mediante a uma Pela própria definição acima destacada podemos per-
tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa. relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per- significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi-
consideração as situações de aplicabilidade. dem-se assim:
Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem-
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti-
plo:
O rapaz é um tremendo gato. do comum que costumamos dar a uma palavra.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura-
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua do”, que podemos dar a uma palavra.
sobrevivência Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
O passarinho foi atingido no bico. contextos:
1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
Polissemia e homonímia 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra-
dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que co-
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi- nhece muito sobre alguma coisa, “expert”)
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
quando duas ou mais palavras com origens e significados mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho- em sentido figurado.
monímia. Podemos então concluir que um mesmo significante
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode (parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a palavra
Denotação e Conotação
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos
mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que
uma entrada no dicionário. - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar com o seu significado primitivo e original, com o sentido
o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem
a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para
diferentes significados estão interligados porque remetem que não voasse mais.
para o mesmo conceito, o da escrita. Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido
próprio, comum, usual, literal.
Polissemia e ambiguidade
MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di-
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti-
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode lizado em seu sentido dicionarístico.
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta-
ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação - Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua-
alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste
gem rica e expressiva. Veja este exemplo:
caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes-
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes
soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são
felizes porque têm uma alimentação equilibrada. que seja tarde demais.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter- figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle
pretação. Para fazer a interpretação correta é muito impor- de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamen-
tante saber qual o contexto em que a frase é proferida. to.

Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabo- Fonte:


la, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser de- http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-
finida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figu-
língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. rado-das-palavras.html

59
PORTUGUÊS

Questões sobre Denotação e Conotação 5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-


NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- abras com teu amigo – o verbo em destaque foi emprega-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O do em sentido figurado.
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir”
de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões continua sendo empregado em sentido figurado.
com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala- (A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
vras ígneo e pétreo. (B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abri-
(A) De corda; de plástico. dor.
(B) De fogo; de madeira. (C) Para aprender, é preciso abrir a mente.
(C) De madeira; de pedra. (D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em
(D) De fogo; de pedra. casa.
(E) De plástico; de cinza. (E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico.

2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- 6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques-
- ADAPTADO) Para responder à questão, considere a se- tão, considere o texto abaixo.
guinte passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereoti-
pando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, A marca da solidão
99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido penumbra na tarde quente.
dela. Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
(C) adotar como referência de qualidade. tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
(D) julgar de acordo com normas legais. pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
palavras destacadas nas seguintes passagens do texto: No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido
Desde o surgimento da ideia de hipertexto... figurado é
... informações ligadas especialmente à pesquisa aca- (A) menino.
dêmica, (B) chão.
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por (C) testa.
analogia e associação... (D) penumbra.
Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a (E) tenda.
ideia de hipertexto...
... 20 anos depois de seu artigo fundador... 7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
As palavras destacadas que expressam ideia de tempo NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à
são: questão.
(A) algo, especialmente e Quando.
(B) Desde, especialmente e algo. RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
(C) especialmente, Quando e depois. Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
(D) Desde, Quando e depois. dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi-
(E) Desde, algo e depois. pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per-
correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas
4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve,
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo- com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em
vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via
grandes nomes... pública como a casa da sogra.
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os
prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs- recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas
tituído por: que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas,
(A) contrastada. pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar
(B) confrontada. orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban-
(C) ombreada. cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir
(D) rivalizada. lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo
(E) equiparada. com ele.

60
PORTUGUÊS

É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão 5-)


nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empre-
motivo, parecem querer levar ao colapso. gado em seu sentido denotativo. No item C, conotativo
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis- (“abrir a mente” = aberto a mudanças, novas ideias).
mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade,
resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos RESPOSTA: “C”.
públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
(Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013. 6-)
Adaptado) Novamente, responderemos com frase do texto: seu
rosto formando uma tenda.
Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º
parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de RESPOSTA: “E”.
(A) progresso.
(B) descaso. 7-)
(C) vitória. Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção
(D) tédio. do autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se
(E) ruína. à queda, ao fim, à ruína da cidade.

8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN- RESPOSTA: “E”.


DES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
“Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva 8-)
anos”. A frase em que esse verbo está usado com o mesmo No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o
sentido é: sentido de “duração/tempo”
(A) O menino leva o material adequado para a escola. (A) O menino leva o material adequado para a escola.
(B) João levou uma surra da mãe. = carrega
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. (B) João levou uma surra da mãe. = apanhou
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso.
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. =
a prova.
direciona
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a
RESOLUÇÃO
prova = duração/tempo
1-)
RESPOSTA: “E”.
Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou as-
sociação de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos
fogo, combustão... Pedra, petrificado. Encontrou a respos- - Sinônimos
ta? São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
RESPOSTA: “D”. Observação: A contribuição greco-latina é responsável
2-) pela existência de numerosos pares de sinônimos: adver-
Classificar conforme regras conhecidas, mas não con- sário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e he-
firmadas se verdadeiras. miciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
RESPOSTA: “E”.
- Antônimos
3-) São palavras de significação oposta: ordem - anarquia;
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são: soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
desde, quando e depois. Observação: A antonímia pode originar-se de um pre-
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
RESPOSTA: “D”. simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis-
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an-
4-) ticomunista; simétrico e assimétrico.
Ao participar de um concurso, não temos acesso a di-
cionários para que verifiquemos o significado das palavras, O que são Homônimos e Parônimos:
por isso, caso não saibamos o que significam, devemos - Homônimos
analisá-las dentro do contexto em que se encontram. No a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen-
exercício acima, a que se “encaixa” é “equiparada”. tes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo);
RESPOSTA: “E”. colher (verbo) e colher (subst.);

61
PORTUGUÊS

jogo (subst.) e jogo (verbo); mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também
providência (subst.) e providencia (verbo). aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro-
jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di- que comprar tudo, não seria viável”, completou.
ferentes na escrita: Em uma época em que celebridades do mundo digital
acender (atear) e ascender (subir); fazem campanha a favor do ensino de programação nas es-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
cela (compartimento) e sela (arreio); turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
censo (recenseamento) e senso ( juízo); sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
paço (palácio) e passo (andar). início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
interessando”, disse.
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
palavras iguais na escrita e na pronúncia: Adaptado)
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.); 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
livre (adj.) e livre (verbo). sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
- Parônimos gem, pela seguinte expressão:
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro A) Pelo menos
e couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede B) A contar de
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au- C) Em substituição a
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir D) Com exceção de
e diferir; suar e soar. E) No que se refere a

http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an- 03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo


para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu
tonimos,-homonimos-e-paronimos
achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse.
A) Estimulante.
Questões sobre Significação das Palavras
B) Cansativo.
C) Irritante.
01. Assinale a alternativa que preenche corretamente
D) Confuso.
as lacunas da frase abaixo:
E) Improdutivo.
Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________ 04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor; NESP – 2013). Analise as afirmações a seguir.
internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo. I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
a) imigraram - emigram - migram por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
b) migraram - imigram - emigram do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”.
c) emigraram - migram - imigram. II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
d) emigraram - imigram - migram. reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
e) imigraram - migram – emigram ção.
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013 rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
- Leia o texto para responder às questões de números 02 pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
e 03. do”, sem alterar o sentido do texto.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica está correto o que se afirma em
A) I, II e III.
Você comprou um smartphone e acha que aquele seu B) III, apenas.
celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo C) I e III, apenas.
para alguns pode ser matéria-prima para outros. O CMID D) I, apenas.
– Centro Marista de Inclusão Digital –, que funciona junto E) I e II, apenas.
ao Colégio Marista de Santa Maria, no Rio Grande do Sul,
ensina os alunos do colégio a fazer robôs a partir de lixo 05. Leia as frases abaixo:
eletrônico. 1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo, 2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em
constroem carros com sensores de movimento que respon- Marte.
dem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de 3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas
baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que precisa- de humor.

62
PORTUGUÊS

4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
comprar, é tudo reciclagem”...
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta
de vocábulos para as lacunas existentes: 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das
a) concerto – há – a – cessões – há; aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me interes-
b) conserto – a – há – sessões – há; sando”
c) concerto – a – há – seções – a; “No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas
d) concerto – a – há – sessões – há; depois fui me interessando”
e) conserto – há – a – sessões – a .
4-)
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res- por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
ponder à questão.
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans-
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
ção. = correta
lhes impuseram limites de disciplina.
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
trecho, é: pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
A) de desprendimento. do”, sem alterar o sentido do texto. = correta
B) de responsabilidade.
C) de abnegação. 5-)
D) de amor. 1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
E) de egoísmo. 2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe)
vida em Marte.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser 3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro-
preenchida com a primeira alternativa da série dada nos gramas de humor.
parênteses: 4- Há dias que não falo com Alfredo. (=
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das en- tempo passado)
chentes. (afim- a fim).
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada). 6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (in- transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e
flingirem - infringirem). não lhes impuseram limites de disciplina.
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
(concelhos - conselhos). trecho, é de egoísmo
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cer- Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado
ca de - acerca de). nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações
08. Assinale a alternativa correta, considerando que à de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan-
direita de cada palavra há um sinônimo. tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per-
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli-
nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
coletivas).
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
7-)
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
GABARITO
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in-
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas
01. A 02. D 03. A 04. A que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos)
05. D 06. E 07. E 08. A B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar
arreio no cavalo)
RESOLUÇÃO C) Serão punidos os que infringirem o regulamen-
to. (inflingirem = aplicarem a pena)
1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve-
imigraram para o Brasil no século passado, hoje os bra- lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa
sileiros emigram para a Europa e para o Japão, à busca de um distrito).
de uma vida melhor; internamente, migram para o E) Moro a cerca de cem metros da praça principal.
Sul, pelo mesmo motivo. (acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.).

63
PORTUGUÊS

8-) O verbo principal é o que indica se o sujeito possui uma


b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) = qualidade, se ele pratica uma ação ou se a sofre. É o mais
significados invertidos importante da locução. Na Língua Portuguesa, o verbo
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi- principal surge sempre no infinitivo (terminado em –ar, -er,
cados invertidos ou –ir), no gerúndio (terminado em –ndo) ou no particípio
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi- (terminado em –ado ou –ido, dentre outras terminações).
cados invertidos Veja alguns exemplos de locuções verbais:
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação = Os funcionários FORAM CONVOCADOS pelo diretor.
significados invertidos (aux.: SER; princ.: CONVOCAR)
Os estudantes ESTÃO RESPONDENDO às questões.
(aux.: ESTAR; princ.: RESPONDER)
Os trabalhadores TÊM ENFRENTADO muitos proble-
5) SINTAXE: ANÁLISE SINTÁTICA, TERMOS mas.(aux.: TER; princ.: ENFRENTAR)
ESSENCIAIS DA ORAÇÃO, TERMOS O vereador HAVIA DENUNCIADO seus companheiros.
INTEGRANTES DA ORAÇÃO, TERMOS (aux.: HAVER; princ.: DENUNCIAR)
ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO, PERÍODO Os alunos DEVEM ESTUDAR todos os dias. (aux.: DEVER;
COMPOSTO, ORAÇÕES COORDENADAS, princ.: ESTUDAR)
ORAÇÕES PRINCIPAIS E SUBORDINADAS,
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS, Sujeito:
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS,
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS, Para se descobrir qual o sujeito do verbo (ou da locu-
ção verbal), deve-se perguntar a ele (ou a ela) o seguinte:
ORAÇÕES REDUZIDAS, ESTUDO Que(m) é que ..........? A resposta será o sujeito. Por exemplo,
COMPLEMENTAR DO PERÍODO COMPOSTO, analisemos a primeira frase dentre as apresentadas acima:
SINAIS DE PONTUAÇÃO, SINTAXE DE Os funcionários foram convocados pelo diretor.
CONCORDÂNCIA, SINTAXE DE REGÊNCIA O princípio é o verbo. Procura-se, portanto, o verbo: é
(VERBAL E NOMINAL), SINTAXE DE a locução verbal foram convocados. - - Pergunta-se a ela:
COLOCAÇÃO, EMPREGO DE ALGUMAS Que(m) é que foi convocado?
CLASSES DE PALAVRAS, EMPREGO DOS - Resposta: Os funcionários.
MODOS E DOS TEMPOS, EMPREGO DO - O sujeito da oração, então, é o seguinte: os funcioná-
INFINITIVO, EMPREGO DO VERBO HAVER. rios.
Encontrado o sujeito, parte-se para a análise do verbo:
Se ele indicar que o sujeito possui uma qualidade, um
estado ou um modo de ser, sem praticar ação alguma, será
SINTAXE denominado de VERBO DE LIGAÇÃO. Os verbos de ligação
mais comuns são os seguintes: ser, estar, parecer, ficar, per-
O princípio é o verbo. manecer e continuar. Não se esqueça, porém, de que só
será verbo de ligação o que indicar qualidade, estado ou
Essa é a premissa fundamental da Sintaxe, que é a parte modo de ser do sujeito, sem praticar ação alguma. Observe
da gramática que estuda as palavras enquanto elementos as seguintes frases:
de uma frase, as suas relações de concordância, de subor- O político continuou seu discurso mesmo com todas as
dinação e de ordem. Significa que, ao se realizar a análise vaias recebidas.
sintática de uma oração, sempre se inicia pelo verbo. É a Continuar, nesta frase, não é de ligação já que não indi-
partir dele que se descobre qual o sujeito da oração, se há a ca qualidade do sujeito, e sim ação.
indicação de qualidade, estado ou modo de ser do sujeito,
se ele pratica uma ação ou se a sofre, se há complemento A professora estava na sala de aula.
verbal, se há circunstância (adjunto adverbial), etc. Estar, nesta frase, não é de ligação já que não indica
Nem sempre o verbo se apresenta sozinho em uma qualidade do sujeito, e sim fato.
oração. Em muitos casos, surgem dois ou mais verbos jun- A garota estava muito alegre.
tos, para indicar que se pratica ou se sofre uma ação, ou Estar é verbo de ligação porque indica qualidade do
que o sujeito possui uma qualidade. A essa junção, dá-se sujeito.
o nome de locução verbal. Toda locução verbal é formada
por um verbo auxiliar (ou mais de um) e um verbo principal Se o verbo indicar que o sujeito pratica uma ação, ou
(somente um). que participa ativamente de um fato, será denominado de
O verbo auxiliar é o que se relaciona com o sujeito, VERBO INTRANSITIVO ou VERBO TRANSITIVO, de acordo
por isso concorda com este, ou seja, se o sujeito estiver com o seguinte:
no singular, o verbo auxiliar também ficará no singular; se
o sujeito estiver no plural, o verbo auxiliar também ficará - Quem ............ , ................. : Todo verbo que se encaixar
no plural. Na Língua Portuguesa os verbos auxiliares são os nessa frase será INTRANSITIVO. Por exemplo, o verbo cor-
seguintes: ser, estar, ter, haver, dever, poder, ir, dentre outros. rer: Quem corre, corre.

64
PORTUGUÊS

- Quem ............ , ................. algo/alguém: Todo verbo 02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos
que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO DIRETO. Por de uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...],
exemplo, o verbo comer: Quem come, come algo; ou o ver- sabiam os paulistas como...
bo amar: Quem ama, ama alguém. O segmento em destaque na frase acima exerce a mes-
ma função sintática que o elemento grifado em:
- Quem ............ , ................. + prep. + algo/alguém: Todo A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mos-
verbo que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO INDI- tradores para a volta.
RETO. Por exemplo, o verbo gostar: Quem gosta, gosta de B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescenta-
algo ou de alguém. As preposições mais comuns são as riam aqueles de considerável...
seguintes: a, de, em, por, para, sem e com. C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o
sinal.
- Quem ............ , ................. algo/alguém + prep. + algo/ D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer flores-
alguém: Todo verbo que se encaixar nessa frase será TRAN- ta, podia significar uma pista.
SITIVO DIRETO E INDIRETO - também denominado de BI- E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-
TRANSITIVO. Por exemplo, o verbo mostrar: Quem mostra, nos a vila de São Paulo como centro...
mostra algo a alguém; ou o verbo informar: Quem informa,
informa alguém de algo ou Quem informa, informa algo a 03. Há complemento nominal em:
alguém. A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de
É importante salientar que um verbo só será TRAN- ganhar a vida.
SITIVO se houver complemento (objeto direto ou objeto C)Ela estava na janela do edifício.
indireto). A análise de um verbo depende, portanto, do D)... sem saber ao certo se gostávamos dele.
ambiente sintático em que ele se encontra. Um verbo que E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mo-
aparentemente seja transitivo direto pode ser, na realida- cinho de cinema.
de, intransitivo, caso não haja complemento. Por exemplo,
observe a seguinte frase: 04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o ter-
O pior cego é aquele que não quer ver. mo destacado é:
O verbo “ver” é, aparentemente, transitivo direto, uma A) pronome possessivo
vez que se encaixa na frase Quem vê, vê algo. Ocorre, po- B) complemento nominal
rém, que não há o “algo”. O pior cego é aquele que não C) objeto indireto
quer ver o quê? Não aparece na oração; não há, portanto, D) adjunto adnominal
o objeto direto. Como não o há, o verbo não pode ser tran- E) objeto direto
sitivo direto, e sim intransitivo.
Observe, agora, esta frase: Quem dá aos pobres, empres- 05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito
ta a Deus. das seguintes orações em relação aos verbos destacados:
Os verbos “dar” e “emprestar” são, aparentemente, - Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de
transitivos diretos e indiretos, uma vez que se encaixam nas vida.
frases Quem dá, dá algo a alguém e Quem empresta, em- - Neste ano, quero prestar serviço voluntário.
presta algo a alguém. Ocorre, porém, que não há o “algo”.
Quem dá o que aos pobres empresta o que a Deus? Não A)Tu – vós
aparece na oração; não há, portanto, o objeto direto. Como B)Nós – eu
não o há, os verbos não podem ser transitivos diretos e C)Vós – nós
indiretos, e sim somente transitivos indiretos. D) Ele - tu
FONTE: http://www.gramaticaonline.com.br/texto/1231
06. Classifique o sujeito das orações destacadas no tex-
Questões sobre Análise Sintática to seguinte e, a seguir, assinale a sequência correta.
É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatu-
01. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os ral. É frequente a mistura de assuntos relativos ao naciona-
trabalhadores passaram mais tempo na escola... lismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses
O segmento grifado acima possui a mesma função sin- tomam partido e interferem nas aventuras dos heróis, aju-
tática que o destacado em: dando-os ou atrapalhando- -os.
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. A)simples, composto
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. B)indeterminado, composto
C) O crescimento da escolaridade também foi impul- C)simples, simples
sionado... D) oculto, indeterminado
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino mé-
dio... 07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”.
E) ...impulsionado pelo aumento do número de uni- Identifique a alternativa que classifica corretamente a fun-
versidades... ção sintática e a classe morfológica dos termos destacados:

65
PORTUGUÊS

A) objeto indireto – substantivo 7-) Surgiram fotógrafos e repórteres.


B) objeto direto - substantivo O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta
C) sujeito – adjetivo (final da oração). Portanto: função sintática: sujeito (com-
D) objeto direto – adjetivo posto); classe morfológica (classe de palavras): substanti-
E) sujeito - substantivo vos.

GABARITO Períodos Compostos

01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E O período composto caracteriza-se por possuir mais de
uma oração em sua composição. Sendo Assim:
RESOLUÇÃO - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
ção)
1-) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
= SUJEITO
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = ob- (Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
jeto direto - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-
= objeto direto ções).
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsio- Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corres-
nado... = sujeito paciente ponde a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio... é um período simples, pois tem apenas uma oração, os
= objeto direto dois outros exemplos são períodos compostos, pois têm
E) ...impulsionado pelo aumento do número de univer- mais de uma oração.
sidades... = agente da passiva Há dois tipos de relações que podem se estabelecer en-
tre as orações de um período composto: uma relação de
2-) Donos de uma capacidade de orientação nas bre- coordenação ou uma relação de subordinação.
nhas selvagens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO Duas orações são coordenadas quando estão juntas em
A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL um mesmo período (ou seja, em um mesmo bloco de infor-
B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= ad- mações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas,
junto adverbial estruturas individuais, como é o exemplo de:
C) seria perceptível o sinal. = predicativo
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
D) Uma sequência de tais galhos = sujeito
(Período Composto)
E) apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto
direto Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar.
3-) 2. Irei à praia.
A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal Separando as duas, vemos que elas são independentes.
B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = complemento É esse tipo de período que veremos: o Período Com-
nominal (possibilidade de quê?) posto por Coordenação.
C)na janela do edifício. = adjunto adnominal Quanto à classificação das orações coordenadas, temos
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sin-
indireto déticas.
E) a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto
indireto Coordenadas Assindéticas

4-) esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é bitran- São orações coordenadas entre si e que não são ligadas
sitivo, ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
de dois complementos – dois objetos: direto e indireto.
Deu o quê? = cem mil contos (direto) Coordenadas Sindéticas
Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
5-) - Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre qua-
lidade de vida. tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
- Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário. denativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração
uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são
6-) É notável, nos textos épicos, a participação do so- classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alterna-
brenatural. É frequente a mistura de assuntos relativos ao tivas, conclusivas e explicativas.
nacionalismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os
deuses tomam partido e interferem nas aventuras dos he- Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
róis, ajudando-os ou atrapalhando-os. cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
Ambos os termos apresentam sujeito simples só... como, assim... como.

66
PORTUGUÊS

- Não só cantei como também dancei. 03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. o eguinte trecho:
- Comprei o protetor solar e fui à praia. Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas prática.
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan- Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão. norma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir o
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. termo em destaque, o trecho estará corretamente reescrito
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dan- em:
çando. A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como qua-
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para
praia. nossa vida prática.
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; para nossa vida prática.
seja...seja. C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carrei- sa vida prática.
ras diferentes. D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quar- toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
to. sa vida prática.
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con- sa vida prática.
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.)
- Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao auto-
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
móvel mas também da necessidade de maior número de
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
viagens... –, os termos em destaque estabelecem relação de
- A situação é delicada; devemos, pois, agir
A) explicação.
B) oposição.
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
C) alternância.
principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
D) conclusão.
de, pois (anteposto ao verbo). E) adição.
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo. 05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que
- Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do- estaremos a seu lado sempre.
mingo. Marque a opção correta quanto à sua classificação:
A) Coordenada sindética aditiva.
Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/oracoes- B) Coordenada sindética alternativa.
coordenadas-assindeticas-e-sindeticas/ C) Coordenada sindética conclusiva.
D) Coordenada sindética explicativa.
Questões sobre Orações Coordenadas
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor ad-
01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplan- versativo é:
tação integral de gosto e de estilo” tem valor: A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”.
A) conclusivo B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
B) adversativo C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa
C) concessivo de pedir esmola”.
D) explicativo D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu-
E) alternativo tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da so-
ciedade”.
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di-
A oração em destaque é: nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul-
a) coordenada explicativa tura, acesso à saúde E à educação”.
b) coordenada adversativa
c) coordenada aditiva 07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjun-
d) coordenada conclusiva ção sublinhada está corretamente indicado entre parênte-
e) coordenada assindética ses.

67
PORTUGUÊS

A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre- C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
tende trabalhar como advogado. (explicação) toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição) sa vida prática. = conclusiva
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
preocupe. (oposição) toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. sa vida prática. = explicativa
(alternância)
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu
toda a chuva. (conclusão) substituir por porque; como conclusiva: substituo por por-
tanto.
08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas
no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na 4-) fruto não só do novo acesso da população ao auto-
casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classifique móvel mas também da necessidade de maior número de
viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos
-as, respectivamente, como coordenadas:
A) adversativa e aditiva.
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sem-
B) explicativa e aditiva.
pre.
C) adversativa e alternativa.
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sin-
D) aditiva e alternativa. dética explicativa
09. Um livro de receita é um bom presente porque aju- 6-)
da as pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não
pode ser substituída, sem alteração de sentido, por ajuda (ideia contrária)
A) entretanto. B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
B) então. = adição
C) assim. C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa
D) pois. de pedir esmola”. = adição
E) porém. D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu-
tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da socie-
10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, te- dade”. = adição
mos a presença de uma oração coordenada que pode ser E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di-
classificada em: nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul-
A) Coordenada assindética; tura, acesso à saúde E à educação”. = adição
B) Coordenada assindética aditiva; 7-)
C) Coordenada sindética alternativa; A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre-
D) Coordenada sindética aditiva. tende trabalhar como advogado. = adversativa
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se
GABARITO preocupe. = conclusão
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
01. B 02. E 03. D 04. E 05. D = explicativa
06. A 07. B 08. A 09. D 10. D E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam
toda a chuva. = alternativa
RESOLUÇÃO
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva
1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação inte-
gral de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portan- 9-) Um livro de receita é um bom presente porque aju-
to: oração coordenada sindética adversativa da as pessoas que não sabem cozinhar.
= conjunção explicativa: pois
2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames =
a oração em destaque não é introduzida por conjunção, 10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adi-
então: coordenada assindética ção, soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva.
3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
(e ideia) adversativa
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como qua- “Eu sinto que em meu gesto existe o
se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para teu gesto.”
nossa vida prática. = conclusiva Oração Principal Oração Subordinada
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como Observe que na oração subordinada temos o verbo
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância “existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
para nossa vida prática. = conformativa do presente do indicativo. As orações subordinadas que

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PORTUGUÊS

apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tem- Atenção: Observe que a oração subordinada substanti-
pos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são va pode ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos
chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. Pode- um período simples:
mos modificar o período acima. Veja: É fundamental isso. ou Isso é fundamental.

Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
Oração Principal Oração Subordinada a função de sujeito
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu principal:
sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que 1- Verbos de ligação + predicativo, em construções
a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo
Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
- É claro - Está evidente - Está comprovado
orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
É bom que você compareça à minha festa.
surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou
não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzi-
2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-
das ou implícitas.
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anun-
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual- ciado - Ficou provado
mente, introduzidas por preposição. Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
=3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS importar - ocorrer - acontecer
SUBSTANTIVAS Convém que não se atrase na entrevista.
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub-
A oração subordinada substantiva tem valor de subs- jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pes-
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in- soa do singular.
tegrante (que, se).
b) Objetiva Direta
Suponho que você foi à biblioteca hoje. A oração subordinada substantiva objetiva direta exer-
Oração Subordinada Substantiva ce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Você sabe se o presidente já chegou? Todos querem sua aprovação no concurso.
Oração Subordinada Substantiva Objeto Direto

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também Todos querem que você seja aprovado. (= Todos
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem querem isso)
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Oração Principal oração Subordinada Substantiva
como). Veja os exemplos: Objetiva Direta
O garoto perguntou qual era o telefone da
moça. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substantiva desenvolvidas são iniciadas por:
Não sabemos por que a vizinha se mudou. - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
Oração Subordinada Substantiva
“se”:
A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas
Substantivas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às
De acordo com a função que exerce no período, a ora- vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
ção subordinada substantiva pode ser: O pessoal queria saber quem era o dono do carro im-
portado.
a) Subjetiva
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às
do verbo da oração principal. Observe: vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
É fundamental o seu comparecimento à reunião. Eu não sei por que ela fez isso.
Sujeito
c) Objetiva Indireta
É fundamental que você compareça à reunião. A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem
Subjetiva precedida de preposição.

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PORTUGUÊS

Meu pai insiste em meu estudo. 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


Objeto Indireto
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
nisso) orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Oração Subordinada Substantiva Objetiva a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe
Indireta o exemplo:
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
na oração.
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo pa-
pel. Veja:
d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal Esta foi uma redação que fez sucesso.
completa um nome que pertence à oração principal e tam- Oração Principal Oração Subordinada Ad-
bém vem marcada por preposição. jetiva
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal Perceba que a conexão entre a oração subordinada ad-
de que você se comportou. (= Sen- jetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
timos orgulho disso.) pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacio-
Oração Subordinada Substantiva Completiva nar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma
Nominal função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que
seria exercido pelo termo que o antecede.
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- Obs.: para que dois períodos se unam num período
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen- substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso.
tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o
Essa oração é equivalente a:
complemento nominal: o primeiro complementa um verbo,
Refiro-me ao aluno o qual estuda.
o segundo, um nome.
e) Predicativa Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

A oração subordinada substantiva predicativa exerce Quando são introduzidas por um pronome relativo e
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi- apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
pal e vem sempre depois do verbo ser. orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Nosso desejo era sua desistência. das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
Predicativo do Sujeito reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
era isso) verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
Oração Subordinada Substantiva Predicativa particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
“de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não
fui bem na prova. No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
f) Apositiva
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor-
A oração subordinada substantiva apositiva exerce fun-
dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re-
ção de aposto de algum termo da oração principal.
lativo e seu verbo está no infinitivo.
Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de
seu casamento. Aposto Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu Na relação que estabelecem com o termo que caracte-
casamento chegasse. rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
Oração Subordinada Substantiva Apositiva duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou

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PORTUGUÊS

especificam o sentido do termo a que se referem, indivi- No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto
dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”.
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem No segundo período, esse papel é exercido pela oração
também orações que realçam um detalhe ou amplificam “Quando vi a estátua”, que é, portanto, uma oração su-
dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente- bordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvi-
mente definido, as quais denominam-se subordinadas ad- da, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa
jetivas explicativas. (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicati-
vo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
Exemplo 1: reduzi-la, obtendo-se:
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de
homem que passava naquele momento. minha vida.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma
Nesse período, observe que a oração em destaque res- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata- introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
se de um homem específico, único. A oração limita o uni- preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, Obs.: a classificação das orações subordinadas adver-
mas sim àquele que estava passando naquele momento. biais é feita do mesmo modo que a classificação dos ad-
juntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
Exemplo 2: oração.
O homem, que se considera racional, muitas vezes age Circunstâncias Expressas
animalescamente. pelas Orações Subordinadas Adverbiais
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido
a) Causa
restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar
provoca um determinado fato, ao motivo do que se decla-
contida no conceito de “homem”.
ra na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina
Saiba que:
um acontecimento”.
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é repre-
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre in-
sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação
troduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli-
cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre que, já que, uma vez que, visto que.
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al-
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce b) Consequência
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. As orações subordinadas adverbiais consecutivas expri-
Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, mem um fato que é consequência, que é efeito do que se
fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, declara na oração principal. São introduzidas pelas conjun-
vem introduzida por uma das conjunções subordinativas ções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que,
(com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa
Oração Subordinada Adverbial dor.)
Observe que a oração em destaque agrega uma cir- Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
cunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração cretizando-os.
subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida
são termos acessórios que indicam uma circunstância refe- de Infinitivo)
rente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto
adverbial depende da exata compreensão da circunstância c) Condição
que exprime. Observe os exemplos abaixo: Condição é aquilo que se impõe como necessário para
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de a realização ou não de um fato. As orações subordinadas
minha vida. adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocor-
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de rer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expres-
minha vida. so na oração principal.

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PORTUGUÊS

Principal conjunção subordinativa condicional: SE Outras conjunções conformativas: como, consoante e


Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, Fiz o bolo conforme ensina a receita.
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, direitos iguais.
certamente o melhor time será campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o g) Finalidade
contrato. As orações subordinadas adverbiais finais indicam a in-
Caso você se case, convide-me para a festa. tenção, a finalidade daquilo que se declara na oração prin-
cipal.
d) Concessão Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
As orações subordinadas adverbiais concessivas in- Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
dicam concessão às ações do verbo da oração principal, locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada
ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à
entrasse.
quebra de expectativa.
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
h) Proporção
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locu- As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex-
ções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, pos- primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao
to que, apesar de que. expresso na oração principal.
Só irei se ele for. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcio-
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir nal: À PROPORÇÃO QUE
só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Compare Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida
agora com: que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
Irei mesmo que ele não vá. (maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei (menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos).
de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A À proporção que estudávamos, acertávamos mais ques-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con- tões.
cessiva. Observe outros exemplos: Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Embora fizesse calor, levei agasalho. Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos me- i) Tempo
tade da população continua à margem do mercado de con- As orações subordinadas adverbiais temporais acres-
sumo. centam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em- principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, an-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo) terioridade ou posterioridade.
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
e) Comparação Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto,
As orações subordinadas adverbiais comparativas esta- mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as
belecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
da oração principal.
Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
Mal você saiu, ela chegou.
Ele dorme como um urso.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações
subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo: Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/
Agem como crianças. (agem) sint29.php
Oração Subordinada Adverbial Comparativa
No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso Questões sobre Orações Subordinadas
não ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (compa-
ração do verbo falar e do verbo fazer). 01. (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013).
f) Conformidade Mais denso, menos trânsito
As orações subordinadas adverbiais conformativas indi-
cam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e
um modelo adotado para a execução do que se declara na em processo de deterioração agudizado pelo crescimento
oração principal. econômico da última década. Existem deficiências evidentes
Principal conjunção subordinativa conformativa: CON- em infraestrutura, mas é importante também considerar o
FORME planejamento urbano.

72
PORTUGUÊS

Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de C) Ignoras quanto custou meu relógio?
desconcentração, incentivando a criação de diversos centros D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
de deslocamento. 04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com
centros e o aumento das distâncias multiplicam o número de seu Namorado Lute.
viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e
aumentando a necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a des-
concentração ao extremo, ficam claras as consequências.
Numa região rica como a Califórnia, com enorme investi-
mento viário, temos engarrafamentos gigantescos que vira-
ram característica da cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com
elevado adensamento e predominância do transporte coleti-
vo, como mostram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade
mais bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura
de telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras
grandes cidades, essa deveria ser a região mais adensada da
metrópole. Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento
gradual do centro, com deslocamento das atividades para
diversas regiões da cidade.
A visão de adensamento com uso abundante de trans-
porte coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será pos-
sível reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do
transporte individual, fruto não só do novo acesso da popu-
lação ao automóvel, mas também da necessidade de maior
número de viagens em função da distância cada vez maior
entre os destinos da população.
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adap- (Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
tado)
As expressões mais denso e menos trânsito, no título, É correto afirmar que a expressão contanto que estabe-
estabelecem entre si uma relação de lece entre as orações relação de
(A) comparação e adição. A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja traba-
(B) causa e consequência. lhar depois de casada.
(C) conformidade e negação. B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso
(D) hipótese e concessão. como cantor romântico.
(E) alternância e explicação C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já
02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- pensam em casamento.
NESP – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positi- D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão
vo por eles se tornarem uma referência positiva dentro da de músico provavelmente ganhará pouco.
unidade, já que cumprem melhor as regras, respeitam o E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido
próximo e pensam melhor nas suas ações, refletem antes torne-se um artista famoso.
de tomar uma atitude. – o termo em destaque estabelece
entre as orações uma relação de 05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em –
A) condição. Apesar da desconcentração e do aumento da extensão
B) causa. urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver
C) comparação. e adensar ainda mais os diversos centros já existentes... –,
D) tempo. sem que tenha seu sentido alterado, o trecho em destaque
E) concessão. está corretamente reescrito em:
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Ex-
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas tensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvol-
que aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, ver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
exceto: B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au-
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço. mento da extensão urbana no Brasil, é importante desen-
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen-
sobre sua vida. tes...

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PORTUGUÊS

C) Assim como são verificados a desconcentração e o 10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alter-
aumento da extensão urbana no Brasil, é importante de- nativa que substitui o trecho em destaque na frase – Assi-
senvolver e adensar ainda mais os diversos centros já exis- narei o documento, contanto que garantam sua autenti-
tentes... cidade. – sem que haja prejuízo de sentido.
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da (A) desde que garantam sua autenticidade.
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desen- (B) no entanto garantam sua autenticidade.
volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen- (C) embora garantam sua autenticidade.
tes... (D) portanto garantam sua autenticidade.
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen- (E) a menos que garantam sua autenticidade.
to da extensão urbana verificados no Brasil, é importante
desenvolver e adensar ainda mais os diversos centros já GABARITO
existentes...
01. B 02. B 03. C 04. D 05. A
06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – 06. C 07. D 08. E 09. C 10. A
É fundamental que essa visão de adensamento com uso
abundante de transporte coletivo seja recuperada para RESOLUÇÃO
que possamos reverter esse processo de uso… –, a expres-
são em destaque estabelece entre as orações relação de 1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, conse-
A) consequência. quentemente, menos trânsito, então: causa e consequência
B) condição.
C) finalidade. 2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece en-
D) causa. tre as orações uma relação de causa com a consequência
E) concessão. de “tem um efeito positivo”.
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração su-
bordinada substantiva objetiva direta
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.).
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou
Considere o trecho: “Como as músicas eram de protesto,
seja, não se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos
naquele mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança na-
verbos “convir”, “parecer”, “importar”, “constar” etc., e tam-
cional pela ditadura militar e exilado.” O termo Como, em
bém não inicia com as conjunções integrantes “que” e “se”.
destaque na primeira parte do enunciado, expressa ideia
de
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
de condição (condicional)
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme. 5-) Apesar da desconcentração e do aumento da ex-
D) causa e tem sentido equivalente a visto que. tensão urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que. B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au-
mento da extensão urbana no Brasil, = causal
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças C) Assim como são verificados a desconcentração e o
Públicas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjun- aumento da extensão urbana no Brasil = comparativa
tor, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
que chega a contaminar-me. –, a construção tanto ... que extensão urbana verificados no Brasil = causal
estabelece entre as construções [com tanto orgulho] e [que E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen-
chega a contaminar-me] uma relação de to da extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas
A) condição e finalidade. 6-) para que possamos = conjunção final (finalidade)
B) conformidade e proporção.
C) finalidade e concessão. 7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa
D) proporção e comparação. ideia de causa da consequência “foi enquadrado” = causa
E) causa e consequência. e tem sentido equivalente a visto que.
8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a
09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país construção estabelece uma relação de causa e consequên-
bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes- cia. (a causa da “contaminação” – consequência)
mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alter-
nativa que substitui a expressão em negrito, sem prejuízo 9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país
ao conteúdo, é: bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes-
A) já que. mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” =
B) todavia. conjunção concessiva: ainda que
C) ainda que.
D) entretanto. 10-) contanto que garantam sua autenticidade. = con-
E) talvez. junção condicional = desde que

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PORTUGUÊS

PONTUAÇÃO Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que - Comprei lápis, canetas, cadernos...
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve- 2- Indica interrupção violenta da frase.
jamos as principais funções dos sinais de pontuação co- “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
nhecidos pelo uso da língua portuguesa.
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
Ponto
- Este mal... pega doutor?
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
que se encontra. - Deixa, depois, o coração falar...
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. Vírgula
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
Não se usa vírgula
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma *separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
importância. gam-se diretamente entre si:
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo - entre sujeito e predicado.
pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; Todos os alunos da sala foram advertidos.
os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) Sujeito predicado
2- Separa partes de frases que já estão separadas por - entre o verbo e seus objetos.
vírgulas. O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta- V.T.D.I. O.D. O.I.
nhas, frio e cobertor.
Usa-se a vírgula:
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
- Para marcar intercalação:
tivos, decreto de lei, etc.
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
- Ir ao supermercado;
- Pegar as crianças na escola; dância, vem caindo de preço.
- Caminhada na praia; b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
- Reunião com amigos. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
Dois pontos trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
1- Antes de uma citação querem abrir mão dos lucros altos.
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: - Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
2- Antes de um aposto Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à chadas.
tarde e calor à noite. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven- c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
do a rotina de sempre. maio de 1982.
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos-
4- Em frases de estilo direto tos em enumeração):
Maria perguntou:
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Por que você não toma uma decisão?
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
susto, súplica, etc. Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! - Para isolar:
2- Depois de interjeições ou vocativos - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei-
- Ai! Que susto! ra, possui um trânsito caótico.
- João! Há quanto tempo! - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

Ponto de Interrogação Fontes: http://www.infoescola.com/portugues/pontua-


Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. cao/
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze- http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.
vedo) htm

75
PORTUGUÊS

Questões sobre Pontuação c) Maria, você trouxe os documentos?


d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema.
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alterna- e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimen-
tiva em que a pontuação está corretamente empregada, de tação estranha.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, 05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). As-
embora, experimentasse, a sensação de violar uma intimi- sinale a alternativa em que a frase mantém-se correta após
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- o acréscimo das vírgulas.
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
dona. pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô-
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, nica ao grupo ou acione o código na internet.
embora experimentasse a sensação, de violar uma intimi- (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- o código foi acionado.
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
dona. dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, que a criança foi encontrada.
embora experimentasse a sensação de violar uma intimida- (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega pri-
de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar meiro às, areias do Guarujá.
algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te-
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re-
embora experimentasse a sensação de violar uma intimi- ferência
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, en-
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua 06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
dona. Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramatical-
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, em- mente correto, é necessário inserir sinais de pontuação.
Assinale a posição em que não deve ser usado o sinal de
bora, experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
ponto, e sim a vírgula, para que sejam respeitadas as re-
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar
gras gramaticais. Desconsidere os ajustes nas letras iniciais
algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
minúsculas.
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - ADAP-
de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Pau-
TADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram em
lo(A) o programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as
campo em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B)
Campeonato Nacional em apoio à campanha que visa 4 re- os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de ati-
duzir o número de pessoas que não possuem o nome do pai vidades sobre cidadania e reciclagem(C) as escolas partici-
em sua certidão de nascimento. (...) pantes se tornam também centros de descarte de garrafas
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai PET(D) destinadas depois para reciclagem(E) o programa
em sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgu- possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde das crian-
la porque tem natureza restritiva. ças e transformação das comunidades em lugares melhores
( ) Certo ( ) Errado para se viver.
(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)
03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BNDES/2012) a) A
Em que período a vírgula pode ser retirada, mantendo-se o b) B
sentido e a obediência à norma-padrão? c) C
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o trei- d) D
no. e) E
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos es-
portes? 07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – VU-
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se pre- NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da
para para o evento. pontuação.
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimo- (A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
ramento do desportista. circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali-
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: viada.
judô, natação e canoagem. (B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, por-
que você está junto; com os outros motoristas cujos com-
04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012) portamentos, são desconhecidos.
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta. (C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem
a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem! ser uma extensão de nossa personalidade.
b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da tran- (D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; au-
sação. mentar os níveis de estresse em alguns motoristas.

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PORTUGUÊS

(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na 2-) A oração restringe o grupo que participará da cam-
rua, são as principais causas da ira de trânsito. panha (apenas os que não têm o nome do pai na certidão
08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS de nascimento). Se colocarmos uma vírgula, a oração tor-
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU- nar-se-á “explicativa”, generalizando a informação, o que
MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo dará a entender que TODAS as pessoa não têm o nome do
econômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, pai na certidão.
você aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada RESPOSTA: “CERTO”.
para te dizer, agora afasta que abriu o sinal.”
No período acima, as vírgulas foram empregadas em 3-)
“Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o trei-
(A) aposto. no. = mantê-la (termo deslocado)
(B) vocativo. (B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos espor-
(C) adjunto adverbial. tes? = mantê-la (vocativo)
(D) expressão explicativa. (C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se pre-
para para o evento.
09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL = mantê-la (explicação)
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O perío- (D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimo-
do corretamente pontuado é: ramento do desportista.
(A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência = pode retirá-la (advérbio de tempo)
em condições hostis nem sempre conseguem agradar, aos (E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda:
espectadores. judô, natação e canoagem.
(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en- = mantê-la (enumeração)
tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
história ficcional. 4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou fal-
(C) A história de heroísmo e de determinação que nem tante:
sempre, é convincente, se passa em um cenário marcado, a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem!
pelo frio.
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da
(D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr
transação.
riscos iminentes que comprometem, a sobrevivência.
c) Maria, você trouxe os documentos?
(E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema.
liberdade, nada poderia parecer, realmente intransponível.
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma mo-
vimentação estranha.
GABARITO
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
01. C 02. C 03. D 04. C 05. E quadas
06. D 07. A 08. B 09.B (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem
RESOLUÇÃO eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas de onde o código foi acionado.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando dizendo que a criança foi encontrada.
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega
sua dona. primeiro às , (X) areias do Guarujá.
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma 6-)
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Pau-
sua dona. lo(A). O programa desenvolve ainda oficinas e cursos para
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e corre-
e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti- ta(B). Os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) atividades sobre cidadania e reciclagem(C). As escolas parti-
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a cipantes se tornam também centros de descarte de garrafas
sua dona. PET(D), destinadas depois para reciclagem(E). O programa
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde das crian-
embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in- ças e transformação das comunidades em lugares melhores
timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , para se viver.
(X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posi-
a sua dona. ção (D), pois antecipa um termo explicativo.

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PORTUGUÊS

7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas: - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali- poderá ir para o plural:
viada. Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
(B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse, Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
porque você está junto; (X) com os outros motoristas cujos 3) Quando o sujeito é representado por expressões
comportamentos, (X) são desconhecidos. partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte
(C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto
podem ser uma extensão de nossa personalidade. pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X) com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol-
aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas. veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar.
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na
rua, (X) são as principais causas da ira de trânsito. 4) No caso de o sujeito ser representado por expres-
sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”,
8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
para se dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo. Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso.

9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão ina- 5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex-
dequadas ou faltantes: pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
(A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência de um candidat agradeceu o convite.
em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X)
aos espectadores. 12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en- tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma aspectos que os determinam:
história ficcional. - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
(C) A história de heroísmo e de determinação (X) que bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi-
nem sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de
marcado, (X) pelo frio. Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
(D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
correr riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobre- bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po-
vivência. tência mundial.
(E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar - Casos em que o artigo figura no singular ou em que
a liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intrans- ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
ponível. Unidos é uma potência mundial.

CONCORDÂNCIA Casos referentes a sujeito composto

Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
nos referindo à relação de dependência estabelecida entre gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es-
um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta tando relacionado a dois pressupostos básicos:
feita, os agentes principais desse processo são representa- - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexio-
Dessa forma, temos que a concordância verbal carac- nar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são
teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que- primos.
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi-
cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an-
apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe- teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus
rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como dois filhos compareceram ao evento.
poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
Casos referentes a sujeito simples bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado. dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.

2) Nos casos referentes a sujeito representado por 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes- com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a
Observação: felicidade do mundo.

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PORTUGUÊS

5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô- A bebida está inclusa.


nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo Precisamos de nomes próprios.
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha Obrigado, disse o rapaz.
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de
meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre- f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
miação é fruto de meu esforço. - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
singular e o adjetivo no plural.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos Renato advogou um e outro caso fáceis.
demais termos da oração para que concordem em gênero Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
e número com o substantivo. Teremos que alterar, portan- g) É bom, é necessário, é proibido
to, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, - Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira. cedido de artigo ou outro determinante.
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono- Canja é bom. / A canja é boa.
me concordam em gênero e número com o substantivo. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
- A pequena criança é uma gracinha. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. trada é proibida.

Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à h) Muito, pouco, caro
regra geral mostrada acima. - Como adjetivos: seguem a regra geral.
a) Um adjetivo após vários substantivos Comi muitas frutas durante a viagem.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o Pouco arroz é suficiente para mim.
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. Os sapatos estavam caros.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Como advérbios: são invariáveis.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Comi muito durante a viagem.
Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
Comprei caro os sapatos.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
i) Mesmo, bastante
- Ela tem pai e mãe louros.
- Como advérbios: invariáveis
- Ela tem pai e mãe loura.
Preciso mesmo da sua ajuda.
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
mente para o plural.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
- O homem e o menino estavam perdidos.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
j) Menos, alerta
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos - Em todas as ocasiões são invariáveis.
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o Preciso de menos comida para perder peso.
mais próximo. Estamos alerta para com suas chamadas.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco. k) Tal Qual
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: com o consequente.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. As garotas são vaidosas tais qual a tia.
Estavam feridos o pai e os filhos. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos.
l) Possível
c) Um substantivo e mais de um adjetivo - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me-
- antecede todos os adjetivos com um artigo. lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex-
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. pressões.
A mais possível das alternativas é a que você expôs.
- coloca o substantivo no plural. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em-
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. presa.
As piores situações possíveis são encontradas nas fave-
d) Pronomes de tratamento las da cidade.
- sempre concordam com a 3ª pessoa.
Vossa Santidade esteve no Brasil. m) Meio
- Como advérbio: invariável.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado Estou meio (um pouco) insegura.
- Concordam com o substantivo a que se referem. - Como numeral: segue a regra geral.
As cartas estão anexas. Comi meia (metade) laranja pela manhã.

79
PORTUGUÊS

n) Só o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É


- apenas, somente (advérbio): invariável. verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono e
Só consegui comprar uma passagem. da água em si ___________diferença, as companhias não po-
- sozinho (adjetivo): variável. dem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares
Estiveram sós durante horas. por tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portan-
to, elas começam a usar preços- -sombra. Ainda assim,
Fonte:http://www.brasilescola.com/gramatica/concor- ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar
dancia-verbal.htm adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria
das políticas de crescimento verde sempre ___________ a se-
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal gunda opção.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con- De acordo com a norma-padrão da língua portugue-
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na sa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
frase: respectivamente, com:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- (A) Restam… faça… será
lores que determinam as escolhas dos governantes, para (B) Resta… faz… será
conferir legitimidade a suas decisões. (C) Restam… faz... serão
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- (D) Restam… façam… serão
vem ser embasados na percepção dos valores e princípios (E) Resta… fazem… será
que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadei- 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna-
ro regime democrático, em que se respeita tanto as liber- tiva em que o trecho
dades individuais quanto as coletivas. – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.–
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi-
está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa-
nadas de um único poder central.
drão da língua portuguesa.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encon-
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi-
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
niões existentes na sociedade.
insumos básicos.
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de con-
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
cordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas
cos ser quantificados.
em:
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa (C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- até agora uma maneira adequada para que os insumos bá-
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au- sicos sejam quantificado.
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
B) Obras que se considera clássicas na literatura sem- trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
pre delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o mos básicos seja quantificado.
leitor ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
autores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-pri- trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
ma. os insumos básicos.
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
lhe permitem criar todo um mundo de ficção, em que per- 05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto:
leitores, numa verdadeira interação com a realidade. I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega-
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei- tiva...
tor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi-
ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o ficação do continente americano (2,0)...
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura. Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos
constitui leitura obrigatória e se tornam referências por seu exemplos, em:
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para maioria?
responder à questão. (B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba- (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.

80
PORTUGUÊS

(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
também existem umas que não merecem nossa atenção. O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos-
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural,
está em:
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla-
peregrinação. neta)
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu- (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
ral caso o segmento grifado seja substituído por: consumo mundial de barris de petróleo)
(A) Há folheteiros que (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
(B) A maior parte dos folheteiros no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(C) O folheteiro e sua família (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
(D) O grosso dos folheteiros
climáticas)
(E) Cada um dos folheteiros
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
nale a alternativa em que a concordância das formas ver-
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas bais destacadas está de acordo com a norma-padrão da
em: língua.
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie-
sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir nização subterrânea.
dessas criações poéticas tão originais. (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status trabalhadores da área de limpeza.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
nas melhores universidades do país. riscos de se contrair alguma doença.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser de seus funcionários.
resultado do puro e simples desconhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble- GABARITO
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
representatividade. 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – RESOLUÇÃO
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con-
cordância verbal e nominal em: 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica- lores que determinam as escolhas dos governantes, para
das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
de hoje.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
b) A importância de intelectuais como Edward Said e
valores e princípios que regem a prática política.
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
escreveram. tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so- crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
menos de terem alguma trégua. (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
que admiradores. 2-)
e) No final do século XX já não se via muitos intelec- A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa
tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo-
notícia pelos livros que publicavam como pelas posições ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au-
que corajosamente assumiam. tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta

81
PORTUGUÊS

B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem- 6-)


pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan- A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto
tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que “folheterios”)
vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
matéria-prima. C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per- E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
leitores, numa verdadeira interação com a realidade. 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei- (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside-
tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa-
zes de fruir dessas criações poéticas tão originais.
de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que
nas melhores universidades do país.
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de épo- a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
ca. mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
3-) _Restam___dúvidas por merecer.
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva-
água em si __faça __diferença lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
a maioria das políticas de crescimento verde sempre só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco-
____será_____ a segunda opção. nhecimento.
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tan- (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que
to no plural quanto no singular. Nas alternativas não há os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados
“restam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as op- à falta de representatividade.
ções adequadas.
8-) Fiz as correções entre parênteses:
4-) a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis-
ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
(comum) nos dias de hoje.
insumos básicos.
b) A importância de intelectuais como Edward Said e
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
cos serem quantificados. que escreveram.
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en-
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto
mos básicos sejam quantificados. sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- (ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter)
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- alguma trégua.
mos básicos sejam quantificados. d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
os insumos básicos. = correta que admiradores.
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
aos itens:
posições que corajosamente assumiam.
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
tem (singular)
9-)
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) =
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise- “há” permaneceria no singular
ram (plural) (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla-
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem neta) = “sabe” permaneceria no singular
umas (plural) (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane-
as formas estão no plural) ceria no singular

82
PORTUGUÊS

(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,
flete” passaria para “refletem-se” não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- diferentes formas em frases distintas.
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular Verbos Intransitivos

10-) Fiz as correções: Os verbos intransitivos não possuem complemento. É


(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
riscos
- Chegar, Ir
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
sete da manhã = eram Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
começou = começaram indicar destino ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
REGÊNCIA Adjunto Adverbial de Lugar
Ricardo foi para a Espanha.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Adjunto Adverbial de Lugar
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple-
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala- - Comparecer
vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva- O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl-
Regência Verbal timo jogo.
Termo Regente: VERBO Verbos Transitivos Diretos
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
Os verbos transitivos diretos são complementados por
entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
adverbiais). para o estabelecimento da relação de regência. Ao em-
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa pregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de co- oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pro-
nhecermos as diversas significações que um verbo pode nomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas
assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre- verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
posição. Observe: formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando-
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad-
agrado ou prazer”, satisfazer. mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender,
“agradar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de
Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido do que se está sendo
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
dito. Veja os exemplos:
Cheguei ao metrô. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver-
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de adnominais).
indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín- Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di- Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carrei-
vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns ra)
verbos, e a regência culta. Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)

83
PORTUGUÊS

Verbos Transitivos Indiretos Informar


- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
Os verbos transitivos indiretos são complementados indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- Informe os novos preços aos clientes.
gem uma preposição para o estabelecimento da relação de Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter- preços)
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Na utilização de pronomes como complementos, veja
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos as construções:
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos bre eles)
lhe, lhes. Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre-
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- venir.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
iguais para todos. Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple- preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
mentos introduzidos pela preposição “a”: indireto.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
Eles desobedeceram às leis do trânsito. criança.
- Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
quem” ou “ao que” se responde.
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
Respondi ao meu patrão.
pessoa.
Respondemos às perguntas.
Pedi-lhe favores.
Respondeu-lhe à altura.
Objeto Indireto Objeto Direto
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
siva analítica. Veja: Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
O questionário foi respondido corretamente. Objetiva Direta
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Saiba que:
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen- - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
tos introduzidos pela preposição “com”. gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Antipatizo com aquela apresentadora. culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- licença estiver subentendida.
nam para uma minoria privilegiada. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- - A construção “dizer para”, também muito usada po-
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- pularmente, é igualmente considerada incorreta.
que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e obje- Preferir
to indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos: Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi-
Agradeço aos ouvintes a audiência. reto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Objeto Indireto Objeto Direto Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus.
Paguei o débito ao cobrador. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado
Objeto Direto Objeto Indireto sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito prefixo existente no próprio verbo (pre).
com particular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Mudança de Transitividade X Mudança de Significa-
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. do
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin-

84
PORTUGUÊS

guístico muito importante, pois além de permitir a correta A torcida chamou o jogador mercenário.
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades A torcida chamou ao jogador mercenário.
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, A torcida chamou o jogador de mercenário.
estão: A torcida chamou ao jogador de mercenário.

AGRADAR CUSTAR
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
nhos, acariciar. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada Frutas e verduras não deveriam custar muito.
quando o revê. - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / ou transitivo indireto.
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjeti-
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar va
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento Intransitivo Reduzida de Infinitivo
introduzido pela preposição “a”. Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
O cantor não agradou aos presentes. atitude.
O cantor não lhes agradou. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjeti-
va
ASPIRAR Indireto Reduzida de Infinitivo
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi-
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
por pessoa. Observe:
(Aspirávamos a elas)
Custei para entender o problema.
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é
Forma correta: Custou-me entender o problema.
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto-
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela
IMPLICAR
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
Aspiravam a ela)
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
implicavam um firme propósito.
ASSISTIR
b) Ter como consequência, trazer como consequência,
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
tar assistência a, auxiliar. Por exemplo: acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure-
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. cimento político de um povo.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- econômicas.
ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário. Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transi-
Não assisti às últimas sessões. tivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
Essa lei assiste ao inquilino. quem não trabalhasse arduamente.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de PROCEDER
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
conturbada cidade. cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se,
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado
CHAMAR de adjunto adverbial de modo.
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so- As afirmações da testemunha procediam, não havia
licitar a atenção ou a presença de. como refutá-las.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha- Você procede muito mal.
má-la. - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre- O avião procede de Maceió.
sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo Procedeu-se aos exames.
preposicionado ou não. O delegado procederá ao inquérito.

85
PORTUGUÊS

QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.
Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.

VISAR
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma
coisa).

SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.

Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:

86
PORTUGUÊS

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

87
PORTUGUÊS

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). (A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em responsabilidade pelo problema.
partes desiguais... (B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que se perdido.
o grifado acima está empregado em: (C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a de um índio na porta do prédio.
extremos de sutileza. (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado perdido de sua família.
nos troncos mais robustos.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
à garotinha.
rientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
na serra de Tunuí... 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
gentio, mestre e colaborador... lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
o da frase acima se encontra em: mídia pode exercer sobre os jovens.
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do A) dos … na
verbo latino dirigere... B) nos … entre a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das C) aos … para a
sociedades... D) sobre os … pela
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado E) pelos … sob a
pela justiça.
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira- 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
ções da justiça... Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sen-
da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
timento de justiça.
cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa dez mil tomadas.
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
nominal e à pontuação. um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço criar logotipos e negociar.
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, D) O taxista levou o autor a indagar no número de to-
do que em outros. madas do edifício.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapida- E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor repa-
mente seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço rasse a um prédio na marginal.
seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!,
do que em outros. 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra- sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um língua e sem alteração de sentido.
exemplo, do que em outros. Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
direitos dos trabalhadores domésticos.
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
A) da
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
B) na
– do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamen- C) pela
te, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço D) sob a
seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) E) sobre a
do que em outros.
GABARITO
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
destaque. 06. A 07. C 08. A 09. C

88
PORTUGUÊS

RESOLUÇÃO 6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ou- se perdido.
tras ciências ... (C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
Facilitar – verbo transitivo direto um índio na porta do prédio.
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de liga- (D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdi-
ção do de sua família.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo (E) A família toda se organizou para realizar a procura
de ligação pela garotinha.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sitivo direto e indireto 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = já assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
verbo transitivo indireto corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
nos filhos do sueco.
que a mídia pode exercer sobre os jovens.
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
8-)
sitivo direto
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
ligação ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
=verbo intransitivo criar logotipos e negociar.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
mento. =transitivo direto tomadas do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor repa-
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada rasse em um prédio na marginal.
em partes desiguais...
Constar = verbo intransitivo 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado direitos dos trabalhadores domésticos.
nos troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho 6) TEORIA DA LINGUAGEM:
na serra de Tunuí... = transitivo direto HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA;
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o LINGUAGEM, LÍNGUA, DISCURSO E ESTILO;
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto
NÍVEIS DE LINGUAGEM E FUNÇÕES DA
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... LINGUAGEM.
Lidar = transitivo indireto
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
sociedades... =transitivo direto Como instrução geral, podemos dizer que uma hipóte-
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado se interpretativa é aceitável sempre que o texto apresenta
pela justiça. =ligação
pista ou pistas que a confirmam e sustentam. O texto abai-
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
xo é bastante apropriado.
ções da justiça... =transitivo direto e indireto
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sen-
timento de justiça. =transitivo direto “Aquela senhora tem um piano.
Que é agradável, mas não é o correr dos rios.
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon- Nem o murmúrio que as árvores fazem...
tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re- Por que é preciso ter um piano?
gência (pontuação encontra-se em tópico específico) O melhor é ter ouvidos
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, E amar a Natureza.”
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
tuação) Que simboliza o piano no poema?
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto Dentro do contexto que se insere o piano, representa
à pontuação) um bem cultural, o que se percebe pela oposição que o
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi- texto estabelece entre o som do piano (bem cultural) e o
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o correr dos rios e o murmúrio das árvores (bens naturais). O
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um poema descarta a necessidade do piano, dando preferên-
exemplo) do que em outros. cia à fruição dos sons da Natureza.

89
PORTUGUÊS

O que é a linguagem? Para que serve a linguagem?

É qualquer e todo sistema de signos que serve de meio (...)


de comunicação de ideias ou sentimentos através de sig- Ai, palavras, ai, palavras,
nos convencionados, sonoros, gráficos, gestuais etc., po- que estranha potência, a vossa!
dendo ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o Todo o sentido da vida
que leva a distinguirem-se várias espécies ou tipos: visual, principia à vossa porta;
auditiva, tátil, etc., ou, ainda, outras mais complexas, cons- o mel do amor cristaliza
tituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos. Os ele- seu perfume em vossa rosa;
mentos constitutivos da linguagem são, pois, gestos, sinais, sois o sonho e sois a audácia,
sons, símbolos ou palavras, usados para representar con- calúnia, fúria, derrota...
ceitos de comunicação, ideias, significados e pensamentos.
Embora os animais também se comuniquem, a linguagem A liberdade das almas,
verbal pertence apenas ao Homem. ai! Com letras se elabora...
E dos venenos humanos
Não se devem confundir os conceitos de linguagem e
sois a mais fina retorta:
de língua. Enquanto aquela (linguagem) diz respeito à ca-
frágil, frágil como o vidro
pacidade ou faculdade de exercitar a comunicação, latente
e mais que o aço poderosa!
ou em ação ou exercício, esta última (língua ou idioma)
refere-se a um conjunto de palavras e expressões usadas Reis, impérios, povos, tempos,
por um povo, por uma nação, munido de regras próprias pelo vosso impulso rodam...
(sua gramática). (...)
Noutra acepção (anátomo-fisiológica), linguagem é
função cerebral que permite a qualquer ser humano adqui- Cecília Meireles.
rir e utilizar uma língua. Romanceiro da Inconfidência. In: Obra poética.
Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1985, p. 442.
Por extensão, chama-se linguagem de programação ao
conjunto de códigos usados em computação. Esses versos foram extraídos do poema “Romance LIII
O estudo da linguagem, que envolve os signos, de uma ou das palavras aéreas”, em que Cecília Meireles fala sobre
forma geral, é chamado semiótica. A linguística é subordi- o poder da palavra. Mostram que a palavra, apesar de frá-
nada à semiótica porque seu objeto de estudo é a língua, gil, por ser constituída de sons, é ao mesmo tempo extre-
que é apenas um dos sinais estudados na semiótica. mamente forte, porque, com seu significado, derruba reis
e impérios; serve para construir a liberdade do ser humano
A respeito das origens da linguagem humana, alguns e também para envenenar a sua vida; serve para sussurrar
estudiosos defendem a tese de que a linguagem desenvol- declarações de amor, para exprimir os sonhos, para impul-
veu-se a partir da comunicação gestual com as mãos. Pos- sionar os desejos mais grandiosos, mas também para calu-
teriores alterações no aparelho fonador, os seres humanos niar, para expor a raiva, para impor a derrota.
passaram a poder produzir uma variedade de sons muito
maior do que a dos demais primatas. - A linguagem é o traço definidor do ser humano, é a
aptidão que o distingue dos animais.
De acordo com Kandel apesar das dificuldades de se
apontar com precisão quando ou como a linguagem evo- O provérbio popular “Palavra não quebra osso”, contra-
luiu há certo consenso quanto a algumas estruturas cere- pondo a palavra à ação, insinua que a linguagem não tem
brais constituírem-se como pré-requisitos para a lingua-
nenhum poder: um golpe, mas não uma palavra, é capaz de
gem e que estas parecem ter surgido precocemente na
quebrar osso. Ora podemos desfazer facilmente essa visão
evolução humana. Segundo esse autor essa conclusão foi
simplista das coisas, analisando para que serve a lingua-
atingida após exame dos moldes intracranianos de fósseis
gem.
humanos. Na maioria dos indivíduos o hemisfério esquer-
do é dominante para a linguagem; a área cortical da fala - A linguagem é uma maneira de perceber o mundo.
do lobo temporal (o plano temporal) é maior no hemis-
fério esquerdo que no direito. Visto que os giros e sulcos “Este deve ser o bosque”, murmurou pensativamente
importantes deixam com frequência impressões no crânio, (Alice), “onde as coisas não têm nomes”. (...)
o registro fóssil foi estudado buscando-se as assimetrias Ia devaneando dessa maneira quando chegou à entra-
morfológicas associadas à fala nos humanos modernos. Es- da do bosque, que parecia muito úmido e sombrio. “Bom,
sas assimetrias foram encontradas no homem de Neander- de qualquer modo é um alívio”, disse enquanto avançava
thal (datando de cerca de 30.000 a 50.000 anos) e no Homo em meio às árvores, “depois de tanto calor, entrar dentro
erectus (datado de 300.000 a 500.000 anos), o predecessor do... dentro do... dentro do quê?” Estava assombrada de não
de nossa própria espécie. poder se lembrar do nome. “Bom, isto é, estar debaixo das...

90
PORTUGUÊS

debaixo das... debaixo disso aqui, ora!”, disse, colocando a Esse trecho do livro “Viagens de Gulliver” narra um pro-
mão no tronco da árvore. “Como é que essa coisa se chama? jeto dos sábios de Balnibarbi: substituir as palavras – que,
É bem capaz de não ter nome nenhum... ora, com certeza no seu entender, têm o inconveniente de variar de língua
não tem mesmo!” para língua – pelas coisas. Quando alguém quisesse falar
Ficou calada durante um minuto, pensando. Então, de de uma cadeira, mostraria uma cadeira, quem desejasse
repente, exclamou: - Ah, então isso terminou acontecendo! E discorrer sobre uma bolsa, mostraria uma bolsa, etc. Trata-
agora quem sou eu? Eu quero me lembrar, se puder. se de uma ironia de Swift às concepções vulgares de que
a compreensão da realidade independe da língua que a
Lewis Carroll. Aventuras de Alice. nomeia, como se as palavras fossem etiquetas aplicadas
Trad. Sebastião Uchôa Leite. a coisas classificadas independentemente da linguagem,
3ª ed. São Paulo, Summus, p 165-166 quando, na verdade, a língua é uma forma de categorizar o
mundo, de interpretá-lo.
Esse texto, reproduzido do livro “Através do espelho e o O que inviabiliza o sistema imaginado pelos sábios de
que Alice encontrou lá”, mostra que a protagonista, ao en- Balnibarbi não é apenas o excesso de peso das coisas que
trar no bosque em que as coisas não têm nome, é incapaz cada falante precisaria carregar: é o fato de que as coisas
de apreender a realidade em torno dela, de saber o que as não podem substituir as palavras, porque a língua é bem
coisas são. Isso significa que as coisas do mundo exterior mais que um sistema de demonstração de objetos ou mera
só têm existência para os homens quando são nomeadas. cópia do mundo natural. As coisas não designam tudo que
uma língua pode expressar.
A linguagem é uma forma de apreender a realidade: só
Mostrar um objeto, por exemplo, não indica sua inclu-
percebemos aquilo a que a língua dá nome.
são numa dada classe. No léxico de uma língua, agrupamos
Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Veja, comen-
os nomes em classes. Maçã, pera, banana e laranja perten-
ta essa questão na edição de 26 de junho de 2002 (p. 130),
cem à classe das frutas. Ao mostrar uma fruta qualquer,
ao falar da expressão “risco país”, usada para traduzir o
não consigo exprimir a ideia da classe fruta; não posso,
grau de confiabilidade de um país entre credores ou inves-
então, expressar ideias mais gerais. Não produzimos pala-
tidores internacionais:
vras somente para designar as coisas, mas para estabelecer
relações entre elas e para comentá-las. Mostrar um objeto
(...) As coisas não são coisas enquanto não são nomea- não exprime as categorias de quantidade, de gênero (mas-
das. O que não se expressa não se conhece. Vive na inocência culino e feminino), de número (singular e plural); não per-
do limbo, no sono profundo da inexistência. Uma vez iden- mite indicar sua localização no espaço (aqui/aí/lá), etc. A
tificado, batizado e devidamente etiquetado, o “risco país” língua não é um sistema de demonstração de objetos, pois
passou a existir. E lá é possível viver num país em risco? Lá é permite falar do que está presente e do que está ausente,
possível dormir em paz num país submetido à medição do do que existe e do que não existe; permite até criar novas
perigo que oferece com a mesma assiduidade com que a um realidades, mundos não existentes.
paciente se tira a pressão? É como viajar num navio onde se A linguagem é uma atividade simbólica, o que significa
apregoasse, num escandaloso placar luminoso, sujeito a tan- que as palavras criam conceitos, e eles ordenam a realida-
tas oscilações como as das ondas do mar, o “risco naufrágio”. de, categorizam o mundo. Por exemplo, criamos o conceito
- A linguagem é uma forma de interpretar a realidade. de pôr-do-sol. Sabemos que, do ponto de vista científico,
o Sol não “se põe”, uma vez que é a Terra que gira em
O segundo projeto era representado por um plano de torno dele. Contudo esse conceito, criado pela linguagem,
abolir completamente todas as palavras, fossem elas quais determina uma realidade que nos encanta a todos. Outro
fossem (...). Em vista disso, propôs-se que, sendo as palavras exemplo: apagar uma coisa escrita no computador é uma
apenas nomes para as coisas, seria mais conveniente que to- atividade diferente de apagar o que foi escrito a lápis, a
dos os homens trouxessem consigo as coisas de que precisas- caneta ou mesmo a máquina. Por isso, surgiu uma nova
sem falar ao discorrer sobre determinado assunto (...). ...mui- palavra para denominar essa nova realidade, deletar.
tos eruditos e sábios aderiram ao novo plano de se expressa- No entanto, se essa palavra não existisse, não perce-
rem por meio de coisas, cujo único inconveniente residia em beríamos a atividade de apagar no computador como uma
que, se um homem tivesse que falar sobre longos assuntos e ação diferente de apagar o que foi escrito a lápis. Uma
de vária espécie, ver-se-ia obrigado, em proporção, a carre- nova realidade, uma nova invenção, uma nova ideia exigem
gar nas costas um grande fardo de coisas, a menos de poder novas palavras, e estas é que lhes conferem existência para
pagar um ou dois criados robustos para acompanhá-lo (...). toda a comunidade de falantes.
Outra grande vantagem oferecida pela invenção con- As palavras formam um sistema independente das
siste em que ela serviria de língua universal, compreendida coisas nomeadas por elas, tanto é que cada língua pode
em todas as nações civilizadas, cujos utensílios e objetos são ordenar o mundo de maneira diversa, exprimir diferentes
geralmente da mesma espécie, ou tão parecidos que o seu modos de ver a realidade. O inglês, por exemplo, para ex-
emprego pode ser facilmente percebido. pressar o que denominamos carneiro, tem duas palavras:
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. sheep, que designa o animal, e mutton, que significa a car-
Rio de Janeiro/São Paulo, Ediouro/Publifolha, p. ne do carneiro preparada e servida à mesa. Em português,
194-195. dizemos as duas coisas numa palavra só: Este carneiro tem

91
PORTUGUÊS

muita lã e Este carneiro está apimentado, ou seja, não apli- A função informativa da linguagem tem importância
camos a distinção que os falantes da língua inglesa têm central na vida das pessoas, consideradas individualmente
incorporada à sua visão de mundo. Isso mostra que a lin- ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
guagem é uma maneira de interpretar o universo natural nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
e segmentá-lo em categorias, segundo as particularidades de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de cada cultura. Por essa razão, a linguagem modela nossa meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
maneira de perceber e de ordenar a realidade. É a função informativa que permite a realização do
A linguagem expressa também as diferentes maneiras trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
de interpretar uma ocorrência. Querendo desculpar-se, o possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
filho diz para a mãe: O jarro de porcelana caiu e quebrou. A A função informativa costuma ser chamada também de
mãe replica: Você derrubou o jarro e, por isso, ele quebrou. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Observe-se que, na primeira formulação, não existe um que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
responsável pela queda e pela quebra do objeto. É como se coisas ou os eventos a que fazem referência.
isso se devesse ao acaso. Na segunda formulação, atribui-
se a responsabilidade pelo acontecimento a um agente.
- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado:
Função Conativa.
- A linguagem é uma forma de ação.

Existem certas fórmulas linguísticas que servem para “Vem pra Caixa você também.”
agir no mundo. Quando um padre diz aos noivos “Eu vos
declaro marido e mulher”, quando alguém diz “Prometo Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a
estar aqui amanhã”, quando um leiloeiro proclama “Arre- aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica
matado por mil reais”, quando o presidente de alguma câ- Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a
mara municipal afirma “Declaro aberta a sessão”, eles não adotar esse comportamento, formulou-se um convite com
estão constatando alguma coisa do mundo, mas realizando uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a
uma ação. O ato de abrir uma sessão realiza-se quando forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de
seu presidente a declara aberta; o ato da promessa realiza- venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta
se quando se diz “Prometo”. Em casos como esses, o dizer quando se usa você.
se confunde com a própria ação e serve para demonstrar Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de-
que a linguagem não é algo sem consequência, porque ela terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen-
também é ação. tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-
Funções da Linguagem se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos,
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiterada-
Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua- mente a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso
gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni- aprende a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos
car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, apren-
transmitir informações. É também exprimir emoções, dar demos os preconceitos contra a mulher.
ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve Não se interfere no comportamento das pessoas ape-
a linguagem? nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e
- A linguagem serve para informar: Função Referencial. seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se
“Estados Unidos invadem o Iraque”
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres-
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
sas pela linguagem também servem para fazer fazer.
bre um acontecimento do mundo.
Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci-
memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes- dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo,
soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so- quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem,
mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem
alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe questionar.
de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os. Emprega-se a expressão função conativa da linguagem
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender quando esta é usada para interferir no comportamento das
ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma su-
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren- gestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo la-
demos desde as mais banais informações do dia a dia até tino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo).
as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas - A linguagem serve para expressar a subjetividade:
filosóficos mais avançados. Função Emotiva.

92
PORTUGUÊS

“Eu fico possesso com isso!” Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão


função fática para indicar a utilização da linguagem para
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- lante e seu interlocutor.
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de gem: Função Metalinguística.
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero,
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes, Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos social- substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
mente. Durante o governo do presidente Fernando Henri- do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
que Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A intenção te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O Fernando tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a
tem mudado o país”. Essa maneira informal de se referirem própria linguagem. É o que chama função metalinguística.
ao presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos
intimidade com ele e, portanto, de exprimirem a importân- sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo
cia que lhes seria atribuída pela proximidade com o poder. tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos
Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos para afir- outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co-
marmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa valentia mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que
ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou nossa não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a
competência na conquista amorosa. que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Pa-
de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
rodiando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássi-
nossa, não raro inconscientemente.
ca, vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
Emprega-se a expressão função emotiva para designar
podem pescar”.
a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
dor, isto é, daquele que fala.
- A linguagem serve para criar outros universos.
- A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala
Função Fática.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte:
__Que calorão, hein?
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
__Também, tem chovido tão pouco.
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa
__Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex-
outros.
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para
__Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras
Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o
num elevador e devem manter uma conversa nos poucos galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape- bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra
nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare- realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o
cer hostil. amor nunca diminui e assim por diante.
Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. - A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, Poética.
quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-
se histórias que todos conhecem, contam-se anedotas ve- Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido
lhas. A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de
que não seja manter os laços sociais. Quando encontra- prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
mos alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não para delas extrairmos satisfação.
queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha-
maneira de estabelecer um vínculo social. kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta
Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja Emílio de Menezes, quando soube que uma mulher muito
entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara,
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa fez o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um
que as pessoas não entendam bem o significado da letra banco quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco
do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o está usada em dois sentidos: “móvel comprido para sen-
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes tar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois
da comunidade de brasileiros. sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.

93
PORTUGUÊS

Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver- te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado logo interativo):
Virgílio Guimarães: - locutor - quem fala (e responde);
- locutário - quem ouve e responde;
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu - interlocução - diálogo
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais,
uma dor de consciência e bata em retirada.” faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria.
(Folha de S. Paulo) As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação
Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria- Lembramo-nos:
mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
para informar, para influenciar, para manter os laços so- - Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no
ciais, etc. No segundo, para produzir um efeito prazero- “eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a
so de descoberta de sentidos. Em função estética, o mais esta função está, por norma, a poesia lírica.
importante é como se diz, pois o sentido também é cria- - Função apelativa (imperativa): com este tipo de men-
do pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição das sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este
palavras, etc. assuma determinado comportamento; há frequente uso
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é
de Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, frequentemente usada por oradores e agentes de publici-
/t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos: dade.
- Função metalinguística: função usada quando a lín-
E o bosque estala, move-se, estremece... gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na
Da cavalgada o estrépito que aumenta análise de um texto, investigamos os seus aspectos morfo-
Perde-se após no centro da montanha... sintáticos e/ou semânticos).
- Função informativa (ou referencial): função usada
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed. quando o emissor informa objetivamente o receptor de
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi- uma realidade, ou acontecimento.
cos. - Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
Observe-se que a maior concentração de sons oclu- textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).
sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o - Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa-
barulho dos cavalos aumenta. gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
Quando se usam recursos da própria língua para acres- mos agradáveis, etc.
centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se Também podemos pensar que as primeiras falas cons-
que estamos usando a linguagem em sua função poética. cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei-
Para melhor compreensão das funções de linguagem, ções”. As primeiras ferramentas da fala humana.
torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
cação. A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de- que mais profundamente distingue o homem dos outros
senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta animais.
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto Podemos considerar que o desenvolvimento desta
outro escuta em silêncio, etc). Exemplo: função cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e
a libertação da mão, que permitiram o aumento do volume
Elementos da comunicação do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores
- Emissor - emite, codifica a mensagem; e da mímica facial
- Receptor - recebe, decodifica a mensagem; Devido a estas capacidades, para além da linguagem
- Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de
- Código - conjunto de signos usado na transmissão e animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur-
recepção da mensagem; dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni-
- Referente - contexto relacionado a emissor e recep- cação entre surdos, mas também para utilizar em situações
tor; especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
- Canal - meio pelo qual circula a mensagem. animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas
que se podem observar entre si.
Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu- Potencialidades da Linguagem
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi- Depois de analisar as funções da linguagem, conclui-

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PORTUGUÊS

se que ela é onipresente na vida de todos nós. Cerca-nos - Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que
desde o despertar da consciência, ainda no berço, segue- a Igreja ajude.
nos durante toda a vida e acompanha-nos até a hora da - Terça-feira à noite: sopão dos pobres, depois oração e
morte. Sem a linguagem, não se pode estruturar o mundo medicação.
do trabalho, pois é ela que permite a troca de informa- - (...) lembre-se de todos que estão tristes e cansados de
ções e de experiências e a cooperação entre os homens. nossa igreja e de nossa comunidade.
Sem ela, o homem não pode conhecer-se nem conhecer - Para aqueles que têm filhos e não sabem, nós temos
o mundo. Sem ela, não se exerce a cidadania, porque os uma creche no segundo andar.
eleitores não podem influenciar o governo. Sem ela não se - Quinta-feira às 5h haverá reunião do Clube das Jovens
pode aprender, expressar os sentimentos, imaginar outras Mamães. Todos aqueles que quiserem se tornar uma Jovem
realidades, construir as utopias e os sonhos. No entanto, a Mamãe, devem contatar padre Cavalcante em seu escritório.
linguagem parece-nos uma coisa natural. Não prestamos (...)
muita atenção a ela. Nem sempre dedicamos muito tempo (Jornal da USP, 9, p. 15)
ao seu estudo. Conhecer bem a língua materna e línguas
estrangeiras é uma necessidade. Humor à parte, esses exemplos comprovam que apren-
Que é saber bem uma língua? Evidentemente, não é der não só a norma culta da língua, mas também os meca-
saber descrevê-la. A descrição gramatical de uma língua nismos de estruturação do texto.
é um meio de adquirir sobre ela um domínio crescente.
Saber bem uma língua é saber usá-la bem. No entanto, o A palavra texto é bastante usada na escola e também
emprego de palavras raras e a correção gramatical não são em outras instituições sociais que trabalham com a lingua-
sinônimos do uso adequado da língua. Falar bem é atingir gem. É comum ouvirmos expressões como “O texto cons-
os propósitos de comunicação. Para isso, é preciso usar um titucional desceu a detalhes que deveriam estar em leis or-
nível de língua adequado, é necessário construir textos sem dinárias”; “Seu texto ficou muito bom”; “O texto da prova de
ambiguidades, coerentes, sem repetições que não acres- Português era muito longo e complexo”; “Os atores de nove-
centam nada ao sentido. las devem decorar textos enormes todos os dias”. Apesar de
O texto que segue foi dito por um locutor esportivo: corrente, porém, o termo não é de fácil definição: quando
perguntamos qual é o seu significado, percebemos que a
“Adentra o tapete verde o facultativo esmeraldino a fim maioria das pessoas é incapaz de responder com precisão
de pensar a contusão do filho do Divino Mestre, mola pro- e clareza.
pulsora do eleven periquito.” Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por
(Álvaro da Costa e Silva. In: Bundas, p.33.) dois brancos e produzido por um sujeito num dado tempo
e num determinado espaço.
O que o locutor quis dizer foi: Entra em campo o mé- O texto é um todo organizado de sentido, isso quer
dico do Palmeiras a fim de cuidar da contusão de Ademir dizer que ele não é um amontoado de frases simplesmente
da Guia (filho de Domingos da Guia), jogador de meio de colocadas umas depois das outras, mas um conjunto de
campo do time do Parque Antártica. Certamente, aquele frases costuradas entre si. Por isso o sentido de cada parte
texto não seria entendido pela maioria dos ouvintes. Por- depende da sua relação com as outras partes, isto é, o sen-
tanto não é um bom texto, porque não usa um nível de tido de uma palavra ou de uma frase depende das outras
língua adequado à situação de comunicação. Outros exem- palavras ou frases com que mantêm relação. Em síntese, o
plos: sentido depende do contexto, entendido como a unidade
maior que compreende uma unidade menor, a oração é
“As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas contexto da palavra, o período é contexto da oração e as-
fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de sim sucessivamente. O contexto pode ser explícito (quando
dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que é exposto em palavras) ou implícito (quando é percebido
as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas por- na situação em que o texto é produzido). Observe os três
nográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda pequenos textos abaixo:
os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a
companhia ou autorização dos pais.” - Todos os dias ele fazia sua fezinha. Na noite de segun-
(Jornal Folha do Sudoeste) da-feira sonhou com um deserto e jogou seco no camelo.
- Nos desertos da Arábia, o camelo é ainda o principal
Certamente a portaria não deveria obrigar os pais a meio de transporte dos beduínos.
acompanhar os filhos aos motéis nem a dar-lhes uma au- - O camelo aqui carrega a família inteira nas costas,
torização por escrito para ser exibida na entrada desse tipo porque lá ninguém trabalha.
de estabelecimento.
O jornal da USP publicou uma série de textos encon- Em cada uma dessas frases a palavra camelo tem um
trados em comunicados de paróquias e templos. Todos são sentido diferente. Na primeira, significa “o oitavo grupo do
mal escritos, embora neles não se encontrem erros de or- jogo no bicho, que corresponde ao número 8 e inclui as de-
tografia, concordância, etc.: zenas 29, 30, 31 e 32”; na segunda, “animal originário das
regiões desérticas, de grande porte, quadrúpede, de cor ama-

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relada, de pescoço longo e com duas saliências no dorso”; na Apud: Manuel Bandeira.
terceira, “pessoa que trabalha muito”. O que determina essa Gonçalves Dias: Poesia. 7ª ed. Rio de Janeiro
diferença de sentido da palavra é exatamente o contexto, o Agir, 1976, p. 18. Coleção Nossos Clássicos.
todo em que ela está inserida. No texto, portanto, o sentido
de cada parte não é independente, tudo são relações. Aliás, Essa hipótese de leitura, se não é absurda quando iso-
a palavra texto significa “tecido”, que não é um amontoado lamos os versos em questão, não encontra amparo quando
de fios, mas uma trama arranjada de maneira organizada. os confrontamos com o restante do texto. Murilo Mendes
O sentido não é solitário, é solidário. Vejamos outros dois mostra, na verdade, que as características da brasilidade
períodos: não têm valor positivo, não concorrem para a exaltação da
pátria: o poeta denuncia que a cultura brasileira é postiça,
- Marcelinho é um bom atacante, mas é desagregador. é uma miscelânea de elementos advindos de vários países.
- Marcelinho é desagregador, mas é um bom atacante. Ele mostra que os “poetas são pretos que vivem em torres
de ametista”, alienados num mundo idealizado, evitando as
Esses períodos relacionam diferentemente as orações. mazelas do mundo real, sem se preocupar com os negros,
No primeiro, a oração é “desagregador” é introduzida por que vivem, em geral, em condições muito precárias (trata-
“mas”, enquanto no segundo é a oração “é um bom ata- se de uma referência irônica ao Simbolismo e, principal-
cante” que é iniciada por essa conjunção. O sentido é com- mente, a Cruz e Sousa); que “os sargentos do exército são
pletamente diferente, pois o “mas” introduz o argumen- monistas, cubistas”, ou seja, em vez da preocupação com
to mais forte e, por conseguinte, determina a orientação seu ofício de garantir a segurança do território nacional,
argumentativa da frase. Isso significa que, quando afirmo, têm pretensões de incursionar por teorias filosóficas e es-
“não quero o jogador no meu time”; quando digo, “acredito téticas; que “os filósofos são polacos vendendo a prestações”,
que todos os seus defeitos devem ser desculpados”. são prostituídos (polaca é termo designativo de prostituta)
Observe agora o poema “Canção do Exílio” de Murilo pela venalidade barata; que “os oradores” se identificam
Mendes: com “os pernilongos” em sua oratória repetitiva; que o ro-
mantismo gonçalvino estava certo ao afirmar que a natu-
Minha terra tem macieiras da Califórnia reza brasileira é pródiga, só que essa prodigalidade não é
onde cantam gaturamos de Veneza. acessível à maioria da população. A exclamação do final é,
Os poetas da minha terra ao mesmo tempo, a manifestação do desejo de ter contato
são pretos que vivem em torres de ametista, com coisas genuinamente brasileiras e um lamento, pois o
os sargentos de exército são monistas, cubistas, poeta sabe que não se tornará realidade.
os filósofos são polacos vendendo a prestações. O texto de Murilo faz referência ao de Gonçalves Dias,
A gente não pode dormir mas, diferentemente do poema gonçalvino, não celebra
com os oradores e os pernilongos. ufanisticamente a pátria. Ao contrário, ironiza-a, lamenta a
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. invasão estrangeira. O exílio é a própria terra, desnaturada
Eu morro sufocado a ponto de parecer estrangeira.
em terra estrangeira. Desse modo, os dois primeiros versos não podem ser
Nossas flores são mais bonitas interpretados como um elogio ao caráter cosmopolita da
nossas frutas mais gostosas cultura brasileira. Ao contrário, devem ser lidos como uma
mas custam cem mil réis a dúzia. crítica ao caráter postiço da nossa cultura. Isso porque só
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade a segunda interpretação se encaixa coerentemente dentro
e ouvir um sabiá com certidão de idade! do contexto.
Por exemplo, comprova-se que o significado das fra-
Poesias (1925-1953). Rio de Janeiro, ses não é autônomo. Num texto, o significado das partes
José Olympio, 1959, p. 5. depende do todo. Por isso, cada frase tem um significado
Tomando apenas os dois primeiros versos, pode-se distinto, dependendo do contexto em que está inserida.
pensar que esse poema seja uma apologia do caráter uni- Que é que faz perceber que um conjunto de frases
versalista e cosmopolita da brasilidade: macieiras e gatu- compõe um texto? O primeiro fator é a coerência, ou seja,
ramos representam a natureza vegetal e animal, respec- a compatibilidade de sentido entre elas, de modo que não
tivamente; Califórnia e Veneza são a imagem do espaço haja nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. Ou-
estrangeiro, e minha terra, a do solo pátrio. No Brasil, até a tro fator é a ligação das frases por certos elementos que
natureza acolhe o que é estrangeiro. recuperam passagens já ditas ou garantem a concatena-
Pode-se ainda acrescentar, em apoio a essa tese, que ção entre as partes. Assim, em “Não chove há vários meses.
esses versos são calcados nos dois primeiros do poema Os pastos não poderiam, pois, estar verdes”, a palavra “pois”
homônimo de Gonçalves Dias, que é uma glorificação da estabelece uma relação de decorrência lógica entre uma e
terra pátria: outra frase. O segundo fator, entretanto, é menos impor-
tante que o primeiro, pois mesmo sem esses elementos
Minha terra tem palmeiras, de conexão, um conjunto de frases pode ser coerente e,
Onde canta o Sabiá; portanto, um todo organizado de sentido.

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Tipos de Linguagem A família de Regina era paupérrima.

Linguagem é a capacidade que possuímos de expres- Outro, no entanto, pode optar por:
sar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos.
Está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há co- A família de Regina era muito pobre.
municação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos
de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, As diferenças e semelhanças constatadas devem-se
tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais às diversas manifestações da fala de cada um. Note, além
convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por disso, que essas manifestações devem obedecer às regras
exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode gerais da língua portuguesa, para não correrem o risco de
ser classificada como qualquer sistema de sinais que se va- produzir enunciados incompreensíveis como:
lem os indivíduos para comunicar-se.
A linguagem pode ser: Família a paupérrima de era Regina.

- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comu- Não devemos confundir língua com escrita, pois são
nicar algo. dois meios de comunicação distintos. A escrita represen-
ta um estágio posterior de uma língua. A língua falada
é mais espontânea, abrange a comunicação linguística em
toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom
de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisiono-
mias. A língua escrita não é apenas a representação da lín-
gua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido,
uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas
As figuras acima nos comunicam sua mensagem atra- e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos
vés da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a in- falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da
formação). língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de - Fatores Regionais: é possível notar a diferença do
comunicação, que não são as palavras. Dentre elas estão a português falado por um habitante da região nordeste e
linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a lingua- outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma
gem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc. região, também há variações no uso da língua. No estado
do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a
língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aque-
la utilizada por um cidadão do interior do estado.
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a for-
mação cultural de um indivíduo também são fatores que
colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa
escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da
pessoa que não teve acesso à escola.
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para co- - Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de
municar o que representam. acordo com a situação em que nos encontramos: quando
conversamos com nossos amigos, não usamos os termos
A Língua é um instrumento de comunicação, sendo que usaríamos se estivéssemos discursando em uma sole-
composta por regras gramaticais que possibilitam que de- nidade de formatura.
terminado grupo de falantes consiga produzir enunciados - Fatores Profissionais: o exercício de algumas ativi-
que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por dades requer o domínio de certas formas de língua cha-
exemplo: falantes da língua portuguesa. madas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos,
A língua possui um caráter social: pertence a todo um essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio
conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de
membro da comunidade pode optar por esta ou aquela direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e ou-
forma de expressão. Por outro lado, não é possível criar tros especialistas.
uma língua particular e exigir que outros falantes a com- - Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes
preendam. Dessa forma, cada indivíduo pode usar de ma- sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo.
neira particular a língua comunitária, originando a fala. A Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que
fala está sempre condicionada pelas regras socialmente um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem
estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para adulta.
permitir um exercício criativo da comunicação. Um indiví- Fala
duo pode pronunciar um enunciado da seguinte maneira:
É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato

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PORTUGUÊS

individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade
pode escolher os elementos da língua que lhe convém, e ao desenvolvimento da liberdade de expressão e com-
conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a preensão.
situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente socio-
cultural em que vive, etc. Desse modo, dentro da unidade Estudo do Significado
da língua, há uma grande diversificação nos mais variados
níveis da fala. Cada indivíduo, além de  conhecer o que fala, O papel essencial da linguagem, em quaisquer das suas
conhece também o que os outros falam; é por isso que formas, é a produção de significado: ao se relacionar com
somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados as coisas, o homem faz uso de sinais que as representam.
graus de cultura, embora nem sempre a linguagem delas A linguagem pode ser usada pelo homem para múlti-
seja exatamente como a nossa.  plas finalidades: para ajudá-lo a compreender a si mesmo,
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar o mundo físico e as pessoas que o rodeiam, para influenciar
alguns níveis: o outro e até para trapacear, fingindo uma intenção para
esconder outra. A linguagem pode também manifestar-se
- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das sob grande variedade de formas:
pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em situa- - Sons produzidos pela voz (linguagem verbal)
ções informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao - Cores, formas e volumes (linguagem visual)
utilizá-lo, não nos preocupamos em saber se falamos de - Movimentos do corpo (linguagem corporal, dança)
acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela - Sons produzidos por instrumentos (linguagem mu-
língua. sical)
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente - Imagens em movimento (cinema), etc.
utilizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-
se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obe- Para resumir, costumamos distinguir duas grandes di-
diência às regras gramaticais estabelecidas pela língua. visões para definir as formas de linguagem:
- Linguagem Verbal: mais especificamente constituída
Signo pela língua, seja ela oral, seja escrita.
- Linguagens não-verbais: constituídas por todas as
É um elemento representativo que apresenta dois as- outras modalidades diferentes da língua: pintura, escultura,
pectos: o significado e o significante. Ao escutar a palavra música, dança, cinema, etc.
“cachorro”, reconhecemos a sequência de sons que formam
essa palavra. Esses sons se identificam com a lembrança Hoje em dia, graças sobretudo à facilidade de reprodu-
deles que está em nossa memória. Essa lembrança constitui ção de sons, cores, movimentos e imagens, é muito comum
uma real imagem sonora, armazenada em nosso cérebro a exploração conjunta de várias formas de linguagem: a
que é o significante do signo “cachorro”. Quando escuta- linguagem do cinema e da televisão é uma demonstração
mos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional eloquente da exploração conjunta de sons musicais e da
de quatro patas, com pelos, olhos, orelhas, etc. Esse concei- voz humana, de cores, de imagens em movimento.
to que nos vem à mente é o significado do signo “cachorro” Qualquer que seja a forma de manifestação, toda lin-
e também se encontra armazenado em nossa memória. guagem tem um ponto em comum: nenhuma opera com a
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, realidade tal que ela é, mas com representações da realida-
devemos obedecer às regras gramaticais convencionadas de. Dizendo de outra maneira, toda linguagem é constituí-
pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível da de signos. E o que são signos?
colocar o artigo indefinido “um” diante do signo “cachor- São qualquer forma material (sons, linhas, cores, vo-
ro”, formando a sequência “um cachorro”, o mesmo não lumes, imagens em movimento) que representam alguma
seria possível se quiséssemos colocar o artigo “uma” diante coisa diferente dela mesma. Em outras palavras, todo sig-
do signo “cachorro”. A sequência “uma cachorro” contraria no é constituído de algo material, perceptível pelos órgãos
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que dos sentidos (ouvido, olho) e de algo imaterial, uma repre-
faz com que essa sentença seja rejeitada. Os signos que sentação mental, inteligível. A dimensão material do signo
constituem a língua obedecem a padrões determinados costuma ser designada por dois nomes: plano de expres-
de organização. O conhecimento de uma língua engloba são ou significante.
tanto a identificação de seus signos, como também o uso A dimensão imaterial e inteligível é chamada por dois
adequado de suas regras combinatórias. nomes: plano de conteúdo ou significado. Por uma ques-
tão de simplificação, usaremos a seguinte nomenclatura:
Signo: elemento representativo que possui duas par-
tes indissolúveis:  significado e significante. Significado (é Signo: qualquer tipo de sinal material usado para re-
o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata presentar algo, isto é, tornar presente alguma coisa ausen-
do signo) + Significante (é a imagem sonora, a forma, a te.
parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que Uma árvore plantada no bosque não é um signo, por-
obedecem às regras gramaticais. que não passa de uma árvore, não representa nada além

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PORTUGUÊS

de si mesma. Prova disso é que não podemos trazer para truímos um universo paralelo ao universo real. Se levarmos
este livro a árvore real, apenas uma representação dela, em conta que as relações entre os homens são determina-
formada de cores e formas sobre uma superfície de papel. das mais pelas representações que fazemos das coisas do
Que o signo não passa de representação da realidade é que pelas coisas em si, vamos compreender que interpretar
um tema que tem sido objeto de debate entre os homens. e produzir significados é a competência de maior impor-
O célebre pintor surrealista belga René Magritte (1898- tância para quem deseja dominar os segredos da lingua-
1967), pintou um cachimbo com requintes de pormenores, gem.
dando a máxima impressão de realismo. Relacionando o aprendizado do português com esses
Surpreendentemente, num jogo de ironia, escreveu dados preliminares, podemos encadear os seguintes racio-
abaixo da pintura a frase Ceci n’est pás une pipe (“Isto não cínios:
é um cachimbo”). - A principal função de qualquer forma de linguagem é
Aos que o contestavam, achando absurda a ideia de a construção de significados para atingir certos resultados
negar que aquilo fosse um cachimbo, conta-se que ele de- planejados pelo construtor.
safiava: - O português é uma forma de linguagem.
- Portanto a competência mais importante para os fa-
__ Então acenda-o e comece a fumá-lo. lantes da língua portuguesa é saber construir significados e
decifrar os significados produzidos por meio dela.
Após essas considerações, vamos fazer duas observa- Esse é um dado de extrema importância tanto para
ções de ordem terminológica: quem ensina quanto para quem aprende não só o por-
- a representação do cachimbo é um signo do cachim- tuguês como qualquer outra língua com o propósito de
bo, não o objeto cachimbo; usá-la para o mundo do trabalho, para o exercício da cida-
- ao objeto chamamos de referente, ou a coisa real. dania e para a aquisição de novos conhecimentos.
Para quem aprende uma língua com esse tipo de in-
Podemos, então, após esses dados, montar um esque- teresse, o que mais importa é adquirir a capacidade de
ma daquilo que os estudiosos chamam de signo: compreender, com a máxima proficiência, os significados
direcionados para atingir os resultados programados.
Signo: é qualquer objeto, forma ou fenômeno material Resumindo tudo, para quem estuda uma língua do
que representa a ideia de algo diferente dele mesmo. ponto de vista de quem vai conviver e trabalhar com ela, o
que mais importa é a capacidade de produzir e compreen-
Assim sendo, o signo apresenta três dimensões: der significados.
Todos os demais tipos de aprendizado linguístico es-
- Significante (ou plano de expressão): é a parte ma- tão subordinados a essas duas competências mais amplas
terial do signo (um objeto, uma forma ou um fenômeno e mais altas.
perceptível pelos sensores do corpo humano). A Semântica é um ramo da Linguística que se ocupa
- Significado (ou plano de conteúdo): é o conceito, ou a do significado das formas linguísticas em geral. Por formas
forma mental criada no intelecto pelo significante. linguísticas vamos entender tanto as mínimas unidades de
- Referente: é a coisa representada pelo signo. É dado significado constituintes das palavras (os prefixos e sufixos,
de realidade trazido à mente por meio do signo. por exemplo) quanto enunciados maiores, como orações
e períodos. Analisar, pois, uma palavra ou uma frase sob o
São os signos que nos permitem trazer para a lem- ponto de vista semântico equivale a tentar decifrar o que
brança referentes que já deixaram de existir. As palavras, elas significam ou o que querem dizer.
por exemplo, são signos e, por meio delas, podemos trazer Dado que a finalidade última de qualquer linguagem
para o presente pessoas e fatos que já desapareceram. To- é a produção de significado, não é preciso destacar a im-
memos, por exemplo, uma palavra como Camões. portância fundamental da Semântica dentro dos estudos
Trata-se de um signo, pois o referente (o poeta em linguísticos. Nem é preciso também falar da importância
carne e osso) não existe mais. Significante: uma conjunto desse tópico nas provas de concursos na matéria de língua
de sons, representado pelo espectro de uma onda sono- portuguesa em geral.
ra. Significado: o conceito associado no intelecto quando Para facilitar a compreensão de certas particularidades
ouvimos essa combinação de sons. O referente é o famoso relativas ao significado das palavras e das formas linguís-
poeta português Luís Vaz de Camões, que, como se sabe, ticas em geral, uma noção primária se impõe como neces-
morreu faz tempo. sária: a de que o significado de um signo não é constituído
Observação: A rigor, não é exato usar um retrato de por uma peça única, mas por um punhado de significados
Camões para ilustrar o significado da palavra Camões, pois menores que se combinam entre si para criar a noção com
este, na verdade, é de instância intelectual. Excluindo esse que representamos as coisas ou os eventos do mundo.
inconveniente, a pintura, serve para sugerir o conceito que Dizemos de outra maneira, o significado das palavras
a combinação de sons (k – a – m – õ – e – s) cria no nosso não é simples, mas complexo, constituído de um feixe de
intelecto. unidades menores a que os estudiosos chamam de traços
A conclusão mais importante de tudo isso é que usa- semânticos ou traços de significado.
mos os signos no lugar das coisas e, pela linguagem, cons- São os traços semânticos que usamos para definir o

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PORTUGUÊS

significado das palavras. Tomemos um exemplo que já fi- des de uma melodia e que sucede às notas finais, etc.
cou clássico nos estudos de Semântica, usado pelo linguis- O texto é produzido por um sujeito num dado tempo
ta francês contemporâneo Bernard Pottier. Segundo ele, e num determinado espaço. Esse sujeito, por pertencer a
a palavra “cadeira” é um móvel doméstico que contém os um grupo social que vive num dado tempo e num certo
seguintes traços semânticos: espaço, expõe em seus textos as ideias, os anseios, os te-
- com encosto. mores, as expectativas desse grupo. Todo texto, assim, rela-
- sobre pernas. ciona-se com o contexto histórico e geográfico em que foi
- para uma só pessoa. produzido, refletindo a realidade apreendida por seu autor,
Para sentar-se. que sobre ela se pronuncia.
O poema de Murilo Mendes que comentamos ante-
Se aos quatro traços da palavra “cadeira” acrescentar- riormente mostra o anseio de uma geração, no Brasil, em
mos mais um, “com braços”, teremos a palavra “poltrona”. certa época, de conhecer bem o país e revelar suas mazelas
Uma mesma palavra pode, num dado contexto, trocar um para transformá-lo.
traço semântico por outro e ganhar novo sentido. É o que Não há texto que não reflita o seu tempo e o seu lugar.
acontece, por exemplo em: Cabe lembrar, no entanto, que uma sociedade não produz
Peixe não vive fora d’água. uma única forma de ver a realidade, um modo único de
analisar os problemas estabelecidos num dado contexto.
A palavra “peixe” é marcada, nesse contexto, pelo traço Como a sociedade é dividida em grupos sociais, que têm
semântico “não humano”. Esse traço pode ser trocado, por interesses muitas vezes antagônicos, ela produz ideias di-
exemplo, por um traço “humano”, noutro contexto como vergentes entre si. A mesma sociedade que gera a ideia de
este: que é preciso pôr abaixo a floresta amazônica para explorar
suas riquezas, produz a ideia de que preservá-la é mais ren-
Na festa de aniversário da minha prima, eu era um peixe tável. É bem verdade, no entanto, que algumas ideias, em
fora d’água. certas épocas, exercem domínio sobre outras.
“Peixe”, nesse contexto, não fará sentido se não trocar- É necessário entender as concepções correntes na épo-
mos o traço semântico “não humano” por “humano”. ca e na sociedade em que o texto foi produzido, para não
Em síntese, concluímos que, por ser constituído de fei- correr o risco de entendê-lo de maneira distorcida. Como
xes de traços semânticos, o sentido da palavra não é es- não há ideias puras, todas as ideias estão materializadas
tável, podendo sofrer variações de época para época, de em textos, analisar a relação de um texto com sua época é
lugar para lugar, de contexto para contexto. estudar a sua relação com outros textos.
Há contexto em que uma palavra não pode ser inter- É preciso que fiquem bem claras estas conclusões:
pretada com todos os traços semânticos que comumente a - No texto, o sentido não é solitário, mas solidário.
definem. Por isso é que os bons dicionários costumam dar - O texto está delimitado por dois espaços de não-sen-
os diferentes sentidos possíveis de uma palavra, acompa- tido.
nhados do contexto em que ela adquire cada um dos seus - O texto revela ideais, concepções, anseios, expectati-
vários sentidos. vas e temores de um grupo social numa determinada épo-
Tomemos como exemplo uma palavra como “cadeia” e ca, em determinado lugar.
alguns de seus múltiplos sentidos no português:
Funções de Linguagem
- Prisão: Sonegar imposto dá cadeia.
- Rede, conjunto de emissoras: O presidente falará em Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
cadeia nacional. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
- Sequência: As ruínas são cercadas por uma cadeia de car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
montanhas. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
Levando esses dados em consideração, torna-se mais a linguagem?
fácil compreender as particularidades sobre o significado
das palavras. - A linguagem serve para informar: Função Referencial.

Delimitações e Sujeito do Texto “Estados Unidos invadem o Iraque”

O texto é delimitado por dois brancos. Se ele é um Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
todo organizado de sentido, ele pode ser verbal, visual (um bre um acontecimento do mundo.
quadro), verbal e visual (um filme), sonoro (uma música), Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
etc. Mas em todos esses casos ele será delimitado por dois memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
espaços de não-sentido, dois brancos, um antes de come- soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
çar o texto e outro depois. É o branco do papel; é o tempo mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
de espera para que um filme comece e o que está depois alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
da palavra FIM; é o silêncio que precede os primeiros acor- de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.

100
PORTUGUÊS

Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender tino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo).
ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren- - A linguagem serve para expressar a subjetividade:
demos desde as mais banais informações do dia a dia até Função Emotiva.
as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
filosóficos mais avançados. “Eu fico possesso com isso!”
A função informativa da linguagem tem importância
central na vida das pessoas, consideradas individualmente Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação
ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co- com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva-
nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções.
de conhecimentos e a transferência de experiências. Por Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
meio dessa função, a linguagem modela o intelecto. amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero,
É a função informativa que permite a realização do desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes,
trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos social-
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender. mente. Durante o governo do presidente Fernando Henri-
A função informativa costuma ser chamada também de que Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A intenção
função referencial, pois seu principal propósito é fazer com do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O Fernando
que as palavras revelem da maneira mais clara possível as tem mudado o país”. Essa maneira informal de se referirem
coisas ou os eventos a que fazem referência. ao presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem
intimidade com ele e, portanto, de exprimirem a importân-
- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: cia que lhes seria atribuída pela proximidade com o poder.
Função Conativa. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos para afir-
marmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa valentia
“Vem pra Caixa você também.” ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou nossa
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você. - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- Função Fática.
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen-
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de __Que calorão, hein?
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Também, tem chovido tão pouco.
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiterada- outros.
mente a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
aprende a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos
dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, apren- Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
demos os preconceitos contra a mulher. num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e cer hostil.
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. se histórias que todos conhecem, contam-se anedotas ve-
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- lhas. A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, que não seja manter os laços sociais. Quando encontra-
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, mos alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem,
questionar. se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem maneira de estabelecer um vínculo social.
quando esta é usada para interferir no comportamento das Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma su- entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
gestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo la- de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa

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PORTUGUÊS

que as pessoas não entendam bem o significado da letra Emílio de Menezes, quando soube que uma mulher muito
do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara,
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes fez o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um
da comunidade de brasileiros. banco quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão está usada em dois sentidos: “móvel comprido para sen-
função fática para indicar a utilização da linguagem para tar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois
estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa- sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
lante e seu interlocutor. Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
- A linguagem serve para falar sobre a própria lingua- Virgílio Guimarães:
gem: Função Metalinguística.
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um continência para os militares, bateu palmas para o Collor e
substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan- quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata
do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan- uma dor de consciência e bata em retirada.”
te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen- (Folha de S. Paulo)
tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a
própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços so-
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos ciais, etc. No segundo, para produzir um efeito prazero-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- so de descoberta de sentidos. Em função estética, o mais
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que importante é como se diz, pois o sentido também é cria-
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a do pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição das
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a palavras, etc.
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Pa- de Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/,
rodiando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássi- /t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
ca, vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
podem pescar”. E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos no- cos.
vos mundos, outras realidades. Essa é a grande função da
arte: mostrar que outros modos de ser são possíveis, que Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
outros universos podem existir. O filme de Woody Allen “A sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
rosa púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem barulho dos cavalos aumenta.
expressiva. Quando se usam recursos da própria língua para acres-
Nele, conta-se a história de uma mulher que, para con- centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
solar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligidos que estamos usando a linguagem em sua função poética.
pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras ve- Para melhor compreensão das funções de linguagem,
zes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o galã torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e ambos cação.
vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra rea- Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
lidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
amor nunca diminui e assim por diante. - alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
outro escuta em silêncio, etc). Exemplo:
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. Elementos da comunicação
- Emissor - emite, codifica a mensagem;
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
para delas extrairmos satisfação. recepção da mensagem;
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- tor;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.

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Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa


teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu- 7) ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM,
são que quando se trata da parole, entende-se que é um LÍNGUA E ARTE LITERÁRIA.
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
- locutor - quem fala (e responde); FIGURAS DE LINGUAGEM
- locutário - quem ouve e responde;
- interlocução - diálogo Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer
figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento,
As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, além de auxiliar a compreender melhor os textos literários,
faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao
As atitudes e reações dos comunicantes são também significado simbólico das palavras e dos textos.
referentes e exercem influência sobre a comunicação Definição: Figuras de linguagem são certos recursos
Lembramo-nos: não--convencionais que o falante ou escritor cria para dar
maior expressividade à sua mensagem.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a Metáfora
esta função está, por norma, a poesia lírica. É o emprego de uma palavra com o significado de outra
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este uma comparação subentendida.
assuma determinado comportamento; há frequente uso Minha boca é um túmulo.
Essa rua é um verdadeiro deserto.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é
frequentemente usada por oradores e agentes de publici-
Comparação
dade.
Consiste em atribuir características de um ser a outro,
- Função metalinguística: função usada quando a lín-
em virtude de uma determinada semelhança.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na
O meu coração está igual a um céu cinzento.
análise de um texto, investigamos os seus aspectos mor-
O carro dele é rápido como um avião.
fossintáticos e/ou semânticos).
- Função informativa (ou referencial): função usada Prosopopeia
quando o emissor informa objetivamente o receptor de É uma figura de linguagem que atribui características
uma realidade, ou acontecimento. humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção de PERSONIFICAÇÃO.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e O céu está mostrando sua face mais bela.
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). O cão mostrou grande sisudez.
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa-
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit- Sinestesia
mos agradáveis, etc. Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- (mistura dos cinco sentidos).
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos Raquel tem um olhar frio, desesperador.
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- Aquela criança tem um olhar tão doce.
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana.
Catacrese
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo É o emprego de uma palavra no sentido figurado por
que mais profundamente distingue o homem dos outros falta de um termo próprio.
animais. O menino quebrou o braço da cadeira.
Podemos considerar que o desenvolvimento desta A manga da camisa rasgou.
função cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e
a libertação da mão, que permitiram o aumento do volume Metonímia
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores É a substituição de uma palavra por outra, quando
e da mímica facial existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos
Devido a estas capacidades, para além da linguagem que permite essa troca. Ocorre metonímia quando
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de empregamos:
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- - O autor pela obra.
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não - o continente pelo conteúdo.
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo
que se podem observar entre si. os torcedores)

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- a parte pelo todo. Zeugma


Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto Consiste na omissão de um termo já empregado
substitui casa) anteriormente.
Ele come carne, eu verduras.
- o efeito pela causa.
Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui Pleonasmo
o trabalho) Consiste na intensificação de um termo através da sua
repetição, reforçando seu significado.
Perífrase Nós cantamos um canto glorioso.
É a designação de um ser através de alguma de suas
características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Polissíndeto
A Veneza Brasileira também é palco de grandes É a repetição da conjunção entre as orações de um
período ou entre os termos da oração.
espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)
Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para
A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência.
dançar.
(Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)
Assíndeto
Antítese Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas
Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. orações.
Nada com Deus é tudo. Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos
Tudo sem Deus é nada. para dançar.

Eufemismo Anacoluto
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são Consiste numa mudança repentina da construção
desagradáveis. sintática da frase.
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu Ele, nada podia assustá-lo.
= morrer) - Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem
Os homens públicos envergonham o povo. (homens falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando
públicos = políticos) o que havia dito para reconstruí-la novamente.

Hipérbole Anáfora
É um exagero intencional com a finalidade de tornar Consiste na repetição de uma palavra ou expressão
mais expressiva a ideia. para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior
Ela chorou rios de lágrimas. expressividade.
Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda. Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Ironia Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o Para Deus e em Deus com um sussurro noturno.
contrário do que pensamos. (Fernando Pessoa)
Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Se você gritar mais alto, eu agradeço. Silepse
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia
e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse:
Onomatopeia
gênero, número e pessoa.
Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz
- De gênero: Vossa excelência está preocupado com as
natural dos seres.
notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à
Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram. forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a
Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não
toda. com o sujeito).
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e
Aliteração derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com
Consiste na repetição de um determinado som a ideia de plural da palavra boiada).
consonantal no início ou interior das palavras. - De pessoa: As mulheres decidimos não votar em
O rato roeu a roupa do rei de Roma. determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse
tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os
Elipse participantes de um sujeito em 3ª pessoa).
Consiste na omissão de um termo que fica subentendido
no contexto, identificado facilmente. Fonte:http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/
Após a queda, nenhuma fratura. figuraslinguagem001.asp

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São conhecidas pelo nome de figuras de pensamento Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
os recursos estilísticos utilizados para incrementar o estão por perto.
significado das palavras no seu aspecto semântico. “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, /
São oito as figuras de pensamento: burra como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).

1) Antítese 8) Prosopopeia ou Personificação


É a aproximação de palavras ou expressões de sentidos Consiste na atribuição de ações, qualidades ou
opostos. O contraste que se estabelece serve para dar uma características humanas a seres não humanos. Exemplos:
ênfase aos conceitos envolvidos, o que não ocorreria com Chora, viola.
a exposição isolada dos mesmos. Exemplos: A morte mostrou sua face mais sinistra.
Viverei para sempre ou morrerei tentando. O morro dos ventos uivantes.
Do riso se fez o pranto.
Hoje fez sol, ontem, porém, choveu muito. Figuras de construção ou sintaxe integram as
chamadas figuras de linguagem, representando um
2) Apóstrofe
subgrupo destas. Dessa forma, tendo em vista o padrão não
É assim denominado o chamamento do receptor
convencional que prevalece nas figuras de linguagem (ou
da mensagem, seja ele de natureza imaginária ou não. É
utilizada para dar ênfase à expressão e realiza-se por meio seja, a subjetividade, a sensibilidade por parte do emissor,
do vocativo. Exemplos: deixando às claras seus aspectos estilísticos), devemos
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? compreender sua denominação. Em outras palavras, por
Pai Nosso, que estais no céu; que “figuras de construção ou sintaxe”?
Ó meu querido Santo António; Podemos afirmar que assim se denominam em virtude
de apresentarem algum tipo de modificação na estrutura
3) Paradoxo da oração, tendo em vista os reais e já ressaltados objetivos
É uma proposição aparentemente absurda, resultante da enunciação (do discurso) – sendo o principal conferir
da união de ideias que se contradizem referindo-se ao ênfase a ela.
mesmo termo. Os paradoxos viciosos são denominados Assim sendo, comecemos entendendo que, em termos
Oxímoros (ou oximoron). Exemplos: convencionais, a estrutura sintática da nossa língua se
“Menino do Rio / Calor que provoca arrepio...” perfaz de uma sequência, demarcada pelos seguintes
“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e elementos:
não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que
desatina sem doer;” (Camões) SUJEITO + PREDICADO + COMPLEMENTO

4) Eufemismo (Nós) CHEGAMOS ATRASADOS À REUNIÃO.


Consiste em empregar uma expressão mais suave,
mais nobre ou menos agressiva, para atenuar uma verdade Temos, assim, um sujeito oculto – nós; um predicado
tida como penosa, desagradável ou chocante. Exemplos: verbal – chegamos atrasados; e um complemento,
“E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Deus representado por um adjunto adverbial de lugar – à reunião.
lhe pague”. (Chico Buarque). Quando há uma ruptura dessa sequência lógica,
paz derradeira = morte materializada pela inversão de termos, repetição ou até
mesmo omissão destes, é justamente aí que as figuras em
5) Gradação
questão se manifestam. Desse modo, elas se encontram
Na gradação temos uma sequência de palavras que
muito presentes na linguagem literária, na publicitária e
intensificam a mesma ideia. Exemplo:
na linguagem cotidiana de forma geral. Vejamos cada uma
“Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo.”
(Castro Alves). delas de modo particular:

6) Hipérbole Elipse
É a expressão intencionalmente exagerada com o Tal figura se caracteriza pela omissão de um termo na
intuito de realçar uma ideia, proporcionando uma imagem oração não expresso anteriormente, contudo, facilmente
emocionante e de impacto. Exemplos: identificado pelo contexto. Vejamos um exemplo:
“Faz umas dez horas que essa menina penteia esse
cabelo”. Rondó dos cavalinhos
Ele morreu de tanto rir. [...]

7) Ironia Os cavalinhos correndo,


Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, E nós, cavalões, comendo...
pela contradição de termos, pretende-se questionar O Brasil politicando,
certo tipo de pensamento. A intenção é depreciativa ou Nossa! A poesia morrendo...
sarcástica. Exemplos: O sol tão claro lá fora,

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PORTUGUÊS

O sol tão claro, Esmeralda, sintática.


E em minhalma — anoitecendo!
Manuel Bandeira Inversão (ou Hipérbato)
Trata-se da inversão da ordem direta dos termos da
Notamos que em todos os versos há a omissão do verbo oração. Constatemos: Eufórico chegou o menino.
estar, sendo este facilmente identificado pelo contexto. Deduzimos que o predicativo do sujeito (pois se trata
de um predicado verbo-nominal) encontra-se no início da
Zeugma oração, quando este deveria estar expresso no final, ou
Ao contrário da elipse, na zeugma ocorre a omissão seja: O menino chegou eufórico.
de um termo já expresso no discurso. Constatemos: Maria Pleonasmo
gosta de Matemática, eu de Português. Figura que consiste na repetição enfática de uma ideia
Observamos que houve a omissão do verbo gostar. antes expressa, tanto do ponto de vista sintático quanto
semântico, no intuito de reforçar a mensagem. Exemplo:
Anáfora Vivemos uma vida tranquila.
Essa figura de linguagem se caracteriza pela repetição O termo em destaque reforça uma ideia antes
intencional de um termo no início de um período, frase ou ressaltada, uma vez que viver já diz respeito à vida. Temos
verso. Observemos um caso representativo: uma repetição de ordem semântica.
A Estrela A ele nada lhe devo.

Vi uma estrela tão alta, Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz referência
Vi uma estrela tão fria! à terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, portanto,
Vi uma estrela luzindo de uma repetição de ordem sintática demarcada pelo que
Na minha vida vazia. chamamos de objeto direto pleonástico.

Era uma estrela tão alta! Observação importante: O pleonasmo utilizado sem
Era uma estrela tão fria! a intenção de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que
Era uma estrela sozinha denominamos de vício de linguagem – ocorrência que deve
Luzindo no fim do dia. ser evitada. Como, por exemplo: subir para cima, descer
[...] para baixo, entrar para dentro, entre outras circunstâncias
Manuel Bandeira linguísticas.

Notamos a utilização de termos que se repetem


sucessivamente em cada verso da criação de Manuel 8) ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NA
Bandeira.
ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Polissíndeto
PELO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA
Figura cuja principal característica se define pela PORTUGUESA, ASSINADO EM LISBOA, EM
repetição enfática do conectivo, geralmente representado 16 DE DEZEMBRO DE 1990, POR PORTUGAL,
pela conjunção coordenada “e”. Observemos um verso BRASIL, ANGOLA, SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE,
extraído de uma criação de Olavo Bilac, intitulada “A um CABO VERDE, GUINÉ-BISSAU, MOÇAMBIQUE
poeta”: “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” E, POSTERIORMENTE, POR TIMOR LESTE,
APROVADO NO BRASIL PELO DECRETO
Assíndeto Nº 6.583, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008 E
Diferentemente do que ocorre no polissíndeto, ALTERADO PELO DECRETO Nº 7.875, DE 27
manifestado pela repetição da conjunção, no assíndeto DE DEZEMBRO DE 2012.
ocorre a omissão deste. Vejamos: Vim, vi, venci (Júlio César)
Depreendemos que se trata de orações assindéticas,
justamente pela omissão do conectivo “e”.
ORTOGRAFIA
Anacoluto
Trata-se de uma figura que se caracteriza pela A ortografia é a parte da língua responsável pela gra-
interrupção da sequência lógica do pensamento, ou seja, fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão
em termos sintáticos, afirma-se que há uma mudança na culto da língua.
construção do período, deixando algum termo desligado As palavras podem apresentar igualdade total ou par-
do restante dos elementos. Vejamos: cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten-
Essas crianças de hoje, elas estão muito evoluídas. do significados diferentes. Essas palavras são chamadas
Notamos que o termo em destaque, que era para de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto,
representar o sujeito da oração, encontra-se desligado dos do latim, significa música vocal). As palavras homônimas
demais termos, não cumprindo, portanto, nenhuma função dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia

106
PORTUGUÊS

(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo *após ditongos: coisa, pausa, pouso
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa- *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
lácio ou passo, movimento durante o andar). com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-
se observar as seguintes regras: Escreve-se com Z e não com S:
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
O fonema s: tivo: macio - maciez / rico - riqueza
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan- origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, cretizar
corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / *como consoante de ligação se o radical não terminar
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
inho - lapisinho
/ submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im-
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer
O fonema j:
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
- consensual
Escreve-se com G e não com J:
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri- *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, gesso.
prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - Observação: Exceção: pajem
compromisso / submeter - submissão *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com litígio, relógio, refúgio.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
trico / re + surgir - ressurgir *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- gir.
plos: ficasse, falasse *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
nado com j: ágil, agente.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos
de origem árabe: cetim, açucena, açúcar Escreve-se com J e não com G:
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
Juçara, caçula, cachaça, cacique *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, boia, manjerona.
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
esperança, carapuça, dentuço
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / O fonema ch:
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
*após ditongos: foice, coice, traição Escreve-se com X e não com CH:
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
caxi, muxoxo, xucro.
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J):
xampu, lagartixa.
O fonema z:
*depois de ditongo: frouxo, feixe.
*depois de “en”: enxurrada, enxoval.
Escreve-se com S e não com Z: Observação: Exceção: quando a palavra de origem
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs- não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. Escreve-se com CH e não com X:
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me- *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
tamorfose. chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
quiseste. As letras e e i:
*nomes derivados de verbos com radicais terminados *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
empresa / difundir - difusão *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os
Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.

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PORTUGUÊS

- atenção para as palavras que mudam de sentido (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do só-
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (su- cio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore do
perfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expan- pátio.
dir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de (D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa má-
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). goa pode estar sendo o grande impecilho na superação
dessa sua crise.
Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portu- (E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta
gues/ortografia quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na conces-
são de privilégios ilegítimos.
Questões sobre Ortografia
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre escrita?
as frases que seguem, a única correta é: A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
a) Ele se esqueceu de que? pansa.
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distri- B) O mendigo não depositou na caderneta de poupan-
bui-lo entre os presentes. ça.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas crí- C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
ticas. sa.
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
dos funcionários. pansa.
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter- 06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – VU-
nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo NESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas
com a norma- -padrão. ela cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. verbo no tempo futuro.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. (A) Mas elas cresceram...
(B) Mas elas cresciam...
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo-
(C) Mas elas cresçam...
cal.
(D) Mas elas crescem...
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
(E) Mas elas crescerão...
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
07. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP –
FUJB/2011) Assinale a alternativa em que a frase NÃO con-
2013). Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para
traria a norma culta:
informar os usuários sobre o festival Sounderground.
A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios,
Prezado Usuário por isso posso me queixar com razão.
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultra-
metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, passarmos os infortúnios da vida.
começa o Sounderground, festival internacional que presti- C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes
gia os músicos que tocam em estações do metrô. que vermos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen- vida.
tarão e divirta-se! D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento,
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se principalmente daqueles que procuram viver com dignida-
preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as de e simplicidade.
expressões E) As dificuldades por que passamos certamente nos
A) A fim ...a partir ... as fazem mais fortes e preparados para os infortúnios da vida.
B) A fim ...à partir ... às
C) A fim ...a partir ... às GABARITO
D) Afim ...a partir ... às
E) Afim ...à partir ... as 01.E 02. D 03. C
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - 04. A 05. B 06. E 07. E
FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na se- RESOLUÇÃO
guinte frase:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é 1-)
boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa- (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
geiros nos aeroportos. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontanei- distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
dade, mas nada que ponha em cheque sua reputação de (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex-
pessoa cortês. cessivos nas críticas.

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PORTUGUÊS

(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi- D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto so-
cações dos funcionários. frimento, principalmente daqueles que procuram viver com
(E) Não sei por que ele mereceria minha consideração. dignidade e simplicidade.
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) pas-
2-) samos certamente nos fazem mais fortes e preparados
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta- para os infortúnios da vida.
beliães
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. HÍFEN
= cidadãos
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo-
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
cal. = certidões
para ligar os elementos de palavras compostas (couve-
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de-
graus flor, ex-presidente) e para unir pronomes átonos a verbos
(ofereceram-me; vê-lo-ei).
3-) Prezado Usuário Serve igualmente para fazer a translineação de palavras,
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do me- isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas
trô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
o Sounderground, festival internacional que prestigia os mú-
sicos que tocam em estações do metrô. Uso do hífen que continua depois da Reforma
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen- Ortográfica:
tarão e divirta-se!
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
antes de horas: há crase uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem
4-) Fiz a correção entre parênteses: para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense,
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas,
boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa- guarda-chuva, arco- -íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
geiros nos aeroportos.
(B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque)
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
sua reputação de pessoa cortês.
menina, erva-doce, feijão-verde.
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio
de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza
(frondosa) árvore do pátio. 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém
(D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-
dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empe- casado, aquém- -fiar, etc.
cilho) na superação dessa sua crise.
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas
dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de coni- algumas exceções continuam por já estarem consagradas
vente na concessão de privilégios ilegítimos. pelo uso: cor- -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito,
pé-de-meia, água-de- -colônia, queima-roupa, deus-dará.
5-)
A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou- 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-
pansa. = mendigo/caderneta/poupança Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans- históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil,
sa. = mendigo/caderneta/poupança Alsácia-Lorena, etc.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-
quando associados com outro termo que é iniciado por r:
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas
hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
elas crescerão...

7-) Fiz as correções entre parênteses: 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infor- ex- -presidente, vice-governador, vice-prefeito.
túnios, por isso posso me queixar com razão.
B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-
para ultrapassarmos os infortúnios da vida. natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes
que vermos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se,
de nossa vida. abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.

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10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo 02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do
termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, eletro- hífen:
higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano, A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que
semi-hospitalar, super- -homem. faria uma superalimentação.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
termina na mesma vogal do segundo elemento: micro- D) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. E) O autodidata fez uma autoanálise.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros
03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
do hífen, respeitando-se o novo Acordo.
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
- Lembre-se: ao separar palavras na translineação
B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal
(mudança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja
do campeonato.
formada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo:
C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
escreverei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti- D) O recém-chegado veio de além-mar.
”. Na linha debaixo escreverei: “-inflamatório” (hífen em E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
ambas as linhas).
04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
Não se emprega o hífen: (avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
hífen é obrigatório:
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo A) em nenhuma delas.
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou B) na segunda palavra.
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: C) na terceira palavra.
antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, D) em todas as palavras.
minissaia, microrradiografia, etc. E) na primeira e na segunda palavra.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal 05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Qual
diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, alternativa completa corretamente as lacunas?
autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, A) sobreumano/interregional
infraestrutura, etc. B) sobrehumano-interregional
C) sobre-humano / inter-regional
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos D) sobrehumano/ inter-regional
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: E) sobre-humano /interegional
desumano, inábil, desabilitar, etc.
06. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub-
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando às palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, aquela que tem de ser escrita com hífen:
A) (sub) chefe
coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição,
B) (sub) entender
coexistir, etc.
C) (sub) solo
D) (sub) reptício
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram
E) (sub) liminar
noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas,
paraquedista, etc. 07.Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
grafadas corretamente:
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: A) autocrítica, contramestre, extra-oficial
benfeito, benquerer, benquerido, etc. B) infra-assinado, infra-vermelho, infra-som
C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato
Questões sobre Hífen D) supervida, superelegante, supermoda
E) sobre-saia, mini-saia, superssaia
01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o
novo Acordo, está sendo usado corretamente: 08.Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. A) infraestrutura / super-homem / autoeducação
B) Ela é muito mal-educada. B) bem-vindo / antessala /contra-regra
C) Ele tomou um belo ponta-pé. C) contramestre / infravermelho / autoescola
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. E) extraoficial / infra-hepático /semirreta

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09.Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção 7-)


quanto ao emprego do hífen. A) autocrítica, contramestre, extraoficial
A) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para B) infra-assinado, infravermelho, infrassom
relacionamento extraconjugal. C) semicírculo, semi-humano, semi-internato
B) Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterreno. D) supervida, superelegante, supermoda = corretas
C) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias E) sobressaia, minissaia, supersaia
ultramarinas. 8-) B) bem-vindo / antessala / contrarregra
D) O anti-semita tomou um anti-biótico e vacina
antirrábica. 9-) D) O antissemita tomou um antibiótico e vacina
E) Era um suboficial de uma superpotência. antirrábica.
10.Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao 10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé.
emprego do hífen.
A) Foi iniciada a campanha pró-leite.
ACENTUAÇÃO
B) O ex-aluno fez a sua autodefesa.
C) O contrarregra comeu um contra-filé.
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re-
D) Sua vida é um verdadeiro contrassenso.
E) O meia-direita deu início ao contra-ataque. gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com-
põe de algumas particularidades, às quais devemos estar
GABARITO atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na
01. B 02. B 03. A 04. E 05. C linguagem escrita.
06. D 07. D 08. B 09. D 10. C À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
RESOLUÇÃO competências, e logo nos adequamos à forma padrão.

1-) Regras básicas – Acentuação tônica


A) autocrítica
C) pontapé A acentuação tônica implica na intensidade com que
D) supermercado são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá
E) infravermelhos de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica.
As demais, como são pronunciadas com menos intensida-
2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal- de, são denominadas de átonas.
assombrada. De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
cadas como:
3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
4-) última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de
moleque (doce) Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato
apresentam elementos de ligação.
– passível
b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies
animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes,
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica
sementes), tenham ou não elementos de ligação.
está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím-
c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam
elementos de ligação. pano – médico – ônibus
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais
5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com
campeonato inter-regional. uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que,
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. quando pronunciados, apresentam certa diferenciação
- Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma quanto à intensidade.
letra com que se inicia a outra palavra Tal diferenciação só é percebida quando os pronun-
ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como
6-) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também podemos observar no exemplo a seguir:
diante de palavra iniciada por r. : subchefe, subentender, “Sei que não vai dar em nada,
subsolo, sub- -reptício (sem o hífen até a leitura da Seus segredos sei de cor”.
palavra será alterada; /subre/, ao invés de /sub re/), Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de-
subliminar mais, como átonos (que, em, de).

111
PORTUGUÊS

Os acentos * Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma


palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu.
«u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras
representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, Antes Agora
caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além assembléia assembleia
da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di- idéia ideia
tongos abertos) geléia geleia
jibóia jiboia
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, apóia (verbo apoiar) apoia
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: paranóico paranoico
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom-
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles – baú – país – Luís

trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total- Observação importante:


mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
mülleriano (de Müller)
Antes Agora
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo- bocaiúva bocaiuva
gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã feiúra feiura
Sauípe Sauipe
Regras fundamentais:
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
Palavras oxítonas: abolido. Ex.:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci- Antes Agora
pó(s) – armazém(s) crêem creem
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: lêem leem
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se- vôo voo
guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há enjôo enjoo
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com- - Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
pô-lo que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
Paroxítonas: acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is : táxi – lápis – júri Repare:
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum 1-) O menino crê em você
- l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – Os meninos creem em você.
fórceps 2-) Elza lê bem!
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
-- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para Esperamos que os garotos deem o recado!
quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações 4-) Rubens vê tudo!
das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua Eles veem tudo!
UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memo-
rização! * Cuidado! Há o verbo vir:
Ele vem à tarde!
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou Eles vêm à tarde!
não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
Regras especiais: do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
palavras paroxítonas. precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba

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PORTUGUÊS

As formas verbais que possuíam o acento tônico na 03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE –
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa-
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
Antes Depois ( ) CERTO ( ) ERRADO
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
argúi (arguir) argui
GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
vir) A) tevê – pôde – vê
A regra prevalece também para os verbos conter, ob- B) únicas – histórias – saudáveis
ter, reter, deter, abster. C) indivíduo – séria – noticiários 
D) diário – máximo –
ele contém – eles contêm satélite
ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm 05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
ele convém – eles convêm PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego
do acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que (...) CERTO ( ) ERRADO
antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
exceções, como:
PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência”
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen- recebem acento gráfico com base na mesma regra de
do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa acentuação gráfica.
do singular do presente do indicativo). Ex: (...) CERTO ( ) ERRADO
Ela pode fazer isso agora.
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... 07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES-
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mes-
preposição por. mas regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”,
respectivamente, são
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co- a) trajetória, inútil, café e baú.
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: c) necessário, túnel, infindáveis e só.
Faço isso por você. d) médio, nível, raízes e você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
e) éter, hífen, propôs e saída.
Questões sobre Acentuação Gráfica
08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acen-
01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA – tuados graficamente de acordo com a mesma regra de
VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras acentuação gráfica os vocábulos
são acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que A) também e coincidência.
justificam, respectivamente, as acentuações de: década, B) quilômetros e tivéssemos.
relógios, suíços. C) jogá-la e incrível.
(A) flexíveis, cartório, tênis. D) Escócia e nós.
(B) inferência, provável, saída. E) correspondência e três.
(C) óbvio, após, países.
(D) islâmico, cenário, propôs. 09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(E) república, empresária, graúda. PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
(...) CERTO ( ) ERRADO
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo
as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio GABARITO
e antropológico.
(A) Distúrbio e acórdão. 01. E 02. D 03. E 04. C 05. E
(B) Máquina e jiló. 06. C 07. D 08. B 09. E
(C) Alvará e Vândalo.
(D) Consciência e características.
(E) Órgão e órfãs.

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PORTUGUÊS

RESOLUÇÃO 5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxíto-


na. Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepenúlti-
1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona ma sílaba é tônica, “mais forte”).
terminada em ditongo / suíços = regra do hiato RESPOSTA: “ERRADO”.
(A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em
ditongo / tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida 6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diá-
de “s”) ria = paroxítona terminada em ditongo; paciência = paro-
(B) inferência = paroxítona terminada em ditongo / xítona terminada em ditongo. Os três vocábulos são acen-
provável = paroxítona terminada em “l” / saída = regra do tuados devido à mesma regra.
hiato RESPOSTA: “CERTO”.
(C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após
= oxítona terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato 7-) Vamos classificar as palavras do enunciado:
(D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona 1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo
terminada em ditongo / propôs = oxítona terminada em 2-) razoável = paroxítona terminada em “l’
“o” + “s” 3-) países = regra do hiato
4-) será = oxítona terminada em “a”
(E) república = proparoxítona / empresária = paroxíto-
na terminada em ditongo / graúda = regra do hiato
a) trajetória, inútil, café e baú.
Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil =
2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, pri-
paroxítona terminada em “l’; café = oxítona terminada em
meiro temos que classificar as palavras do enunciado
“e”
quanto à posição de sua sílaba tônica:
b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; An-
Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaús-
tropológico = proparoxítona (todas são acentuadas). Ago-
tre = regra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i +
ra, vamos à análise dos itens apresentados: s”; sofá = oxítona terminada em “a”.
(A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo; c) necessário, túnel, infindáveis e só.
acórdão = paroxítona terminada em “ão” Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel
(B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada = paroxítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona
em “o” terminada em “i + s”; só = monossílaba terminada em “o”.
(C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = pro- d) médio, nível, raízes e você.
paroxítona Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível = pa-
(D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo; roxítona terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será =
características = proparoxítona oxítona terminada em “a”.
(E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em e) éter, hífen, propôs e saída.
“ão” e “ã”, respectivamente. Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxítona
terminada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o + s”;
3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato; saída = regra do hiato.
calúnia = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paro-
xítona terminada em ditongo. 8-)
RESPOSTA: “ERRADO”. A) também e coincidência.
Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência
4-) = paroxítona terminada em ditongo
A) tevê – pôde – vê B) quilômetros e tivéssemos.
Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito per- Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparo-
feito do Indicativo) = acento diferencial (que ainda preva- xítona
lece após o Novo Acordo Ortográfico) para diferenciar de C) jogá-la e incrível.
“pode” – presente do Indicativo; vê = monossílaba termi- Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona termi-
nada em “e” nada em “l’
B) únicas – histórias – saudáveis D) Escócia e nós.
Únicas = proparoxítona; história = paroxítona termi- Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós =
nada em ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em monossílaba terminada em “o + s”
ditongo. E) correspondência e três.
C) indivíduo – séria – noticiários Correspondência = paroxítona terminada em ditongo;
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria = três = monossílaba terminada em “e + s”
paroxítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona
terminada em ditongo. 9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monos-
D) diário – máximo – satélite sílaba terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em
Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo = ditongo aberto “éu”.
proparoxítona; satélite = proparoxítona. RESPOSTA: “ERRADO”.

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PORTUGUÊS

Barroco
9) LITERATURA BRASILEIRA: LITERATURA
E A HISTÓRIA DA LITERATURA; OS O Barroco foi um movimento literário e artístico que
GÊNEROS LITERÁRIOS; A LINGUAGEM se estendeu do séc. XVII ao séc. XVIII por isso podendo ser
chamado também de Seiscentismo. Tendo surgido com a
POÉTICA; ELEMENTOS DA NARRATIVA; unificação da Península Ibérica, o que culminou num for-
TROVADORISMO; HUMANISMO; te domínio espanhol em todas as suas atividades. Daí o
CLASSICISMO; QUINHENTISMO; BARROCO; nome Escola Espanhola ou Barroco Lusitano. Surgiu após
ARCADISMO; ROMANTISMO PROSA E o Renascimento e manteve-se até 1756 com a fundação
POESIA; REALISMO/ NATURALISMO; da Arcádia Lusitana dando origem ao Arcadismo. No Bra-
PARNASIANISMO; SIMBOLISMO; PRÉ- sil teve seu marco inicial com Bento Teixeira com sua obra
MODERNISMO; MOVIMENTOS DE “Prosopopeia”. No campo da literatura podemos destacar:
VANGUARDA EUROPEIA NO BRASIL;
MODERNISMO BRASILEIRO PROSA E POESIA - Gregório de Matos (1663-1696): baiano, era conside-
rado o maior barroco do país; cultista por fazer uso de uma
(1ª, 2ª E 3ª GERAÇÕES); E AS TENDÊNCIAS DA
linguagem culta. Era um escritor satírico, irônico e crítico.
LITERATURA CONTEMPORÂNEA. Todo esse senso crítico lhe rendeu o apelido de “Boca do
Inferno”. Não teve nenhum livro publicado em vida, o que
se conhece é fruto de pesquisas em coletâneas.
Quinhentismo - Bento Teixeira Pinto (1560-1618): Poeta português,
nascido na cidade do Porto, escreveu a primeira obra bar-
Todas as manifestações literárias produzidas no Brasil, roca brasileira: Prosopopeia (1601), considerada pobre e
durante o séc. XVI à época do seu descobrimento corres- uma cópia mal escrita de “Os Lusíadas” de Camões. Foi a
ponde ao Quinhentismo. Muitos viajantes, navegadores, sua única obra.
missionários e aventureiros que aqui estiveram escreveram - Padre Antônio Vieira (1608-1697): Era conceptista
(ideias complicadas), nasceu em Lisboa e faleceu na Bahia
relatos sobre o que viam no Brasil, seus habitantes, suas
em 1697. Foi um grande orador religioso e foi marcante
características físicas, sua fauna e flora, etc. Esses escritos
por ter escrito sermões admiráveis com o “Sermão da Sexa-
forma
gésima”, onde apresentou uma teoria sobre a arte de pre-
m o que chamamos de Literatura informativa.
gar. Seus sermões eram cheios de crítica às causas políticas.
- Manuel Botelho de Oliveira e Frei Manuel de Santa
O primeiro documento oficial sobre o Brasil foi a carta
Maria Itaparica também marcaram o movimento com suas
escrita por Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel I, infor- obras.
mando-o de que foram encontradas novas terras no cami-
nho para as Índias. Essa carta descrevia o Brasil e as impres- Alguns aspectos são marcantes neste movimento,
sões de Pero Vaz de Caminha acerca desta terra. Hoje ela onde podemos elencar:
está guardada na Torre do Tombo, arquivo nacional portu- - O cultismo, definido pelo uso de linguagem culta;
guês, em Lisboa. - O conceptismo, definido pelo jogo de ideias, de con-
ceitos;
Principais obras da literatura informativa - O escritor barroco sempre marca seus textos com as-
pectos religiosos conflitantes, onde o homem está sempre
- Diálogo sobre a conversão do gentio, padre Manuel dividido entre fé e razão, corpo e alma, material e espiritual,
da Nóbrega. Deus e diabo, vida e morte, amor e ódio, entre outros.
- Tratado da Terra do Brasil e história da Província de - Sempre coloca a emoção acima da razão, são satíri-
Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil, Pero de cos, apresentam características de homens atormentados
Magalhães Gandavo. e confusos. Preocupam sobremaneira com a brevidade da
- Tratado descritivo do Brasil, Gabriel Soares Souza. vida humana e a efemeridade do tempo.
- História do Brasil, Frei Vicente do Salvador. - Também é comum o uso de figuras de linguagem
- Diálogos das grandezas do Brasil, Ambrósio Fernan- como hipérboles, metáforas, anacolutos e antíteses.
des Brandão. Como exemplo deste movimento apresentamos a poe-
- Tratados da terra e da gente do Brasil, Fernão Cardim. sia sacra de Gregório de Matos para elucidar os aspectos
barrocos:
O autor mais importante do séc. XVI foi José de An-
chieta que nasceu em 1534, nas Ilhas Canárias (Espanha). A Jesus Cristo Crucificado
Aos 17 anos ingressou na Companhia de Jesus e em 1553 Estando o Poeta para Morrer
veio para o Brasil e aqui ficou até morrer em 1597. Par-
ticipou da fundação da cidade de São Paulo e trabalhou Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
com a catequização dos índios. Anchieta produziu poesias em cuja lei protesto de viver,
líricas, épicas, peças de teatro e uma importante gramática em cuja santa lei hei de morrer
da língua tupi. animoso, constante , firme e inteiro:

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PORTUGUÊS

neste lance, por ser o derradeiro, 1783- Independência dos Estados Unidos;
pois vejo a minha vida anoitecer, 1789- Inicia-se a Revolução Francesa;
é, meu Jesus, a hora de se ver 1792- Tiradentes é enforcado no Rio de Janeiro;
a brandura de um pai, manso cordeiro. 1798- Conjuração Baiana que termina com a execução
Mui grande é o vosso amor e o meu delito; e exílio de vários participantes.
porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor, que é infinito. Foi esse clima de luta por liberdade e igualdade espa-
Esta razão me obriga a confiar, lhado pela Revolução Francesa que acabou por influenciar
que, por mais que pequei, neste conflito movimentos de independência em vários países, inclusive
espero em vosso amor de me salvar. no Brasil. Teve grande influência de filósofos iluministas
como Montesquieu, Rousseau, Diderot e D’Alembert. Dian-
Nesta poesia está presente a preocupação do poeta te desse cenário surgiu o Arcadismo no Brasil que já estava
com sua salvação espiritual, teme pelos seus pecados, mas, em ascensão em Portugal e tinha por característica um es-
espera pela bondade de Deus em salvá-lo. Nela podemos tilo diferente do Barroco.
perceber a angústia de ter pecado agravada pela sensação
de brevidade da vida humana e efemeridade do tempo, O Arcadismo expressava uma visão mais materialista
onde tudo passa muito rápido. Estas constituem algumas da existência, pregando o gozo pelo momento presente, os
das características marcantes do estilo barroco em sua prazeres do amor físico, uma vida simples em contato com
construção literária. a natureza. Era uma ideologia pela vida campestre, onde os
textos eram povoados por pastores e pastoras que viviam
O Barroco nas Artes Plásticas felizes cuidando de sues rebanhos. Defendiam o bucolismo
(vida simples e em contato com a natureza). Os poetas ár-
O estilo barroco nas artes plásticas foi bastante difun- cades, por identificarem-se com os pastores, criaram pseu-
dido. Na escultura, suas obras são marcadas pela religio- dônimos gregos e latinos; entre eles o mais conhecido é
“Dirceu”, pseudônimo de Tomás Antonio Gonzaga.
sidade e seus momentos dolorosos, como a crucificação
de Cristo, por exemplo. Na arquitetura rompeu com o es-
A figura da mulher era idealizada, nutriam por elas
tilo renascentista de linhas retas e rígidas e propôs linhas
um amor platônico, como foi o caso de Dirceu por Marília,
sinuosas. O que o Barroco mais buscava era embelezar
Daí a coletânea de poesias “Marília de Dirceu”. No Brasil, o
portas e janelas e ornamentar interiores. Colunas, altares
Arcadismo encontrou suas maiores expressões em Minas
e púlpitos eram decorados com figuras de anjos, monstros
Gerais em torno de Vila Rica (a atual Ouro Preto). Vila Rica
e flores.
era um dos principais centros econômicos do país devi-
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814):
do à descoberta de ouro e diamante naquela região, daí
é considerado por suas obras de esculturas e arquiteturas
o surgimento da Conjuração mineira que lutava contra os
como um dos maiores representantes do movimento bar-
abusos da cobrança de impostos sobre as pedras preciosas
roco. encontradas.
Arcadismo Ou Neoclassicismo Os principais poetas árcades
no Brasil foram:
O Arcadismo foi um estilo literário bastante influencia-
do pelos acontecimentos do séc. XVIII, que foi marcado por Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810): Nasceu em
grandes revoltas que buscavam a Independência. Portugal, viveu alguns anos no Brasil e foi exilado para
Moçambique por ter se envolvido com o movimento da
Cronologia dos fatos históricos do séc. XVIII Conjuração mineira. Lá ele constituiu família e morreu. Em
seu exílio escreveu sob o pseudônimo de Dirceu, poesias
1720- Revolta em Vila Rica em oposição às Casas líricas que falavam do amor que sentia pela pastora Marí-
de Fundição; lia. Escreveu também, uma obra satírica em versos: “Cartas
1750- Marquês de Pombal é nomeado ministro do rei chilenas”, que circulou anonimamente ridicularizando o
D. José I; governador da capitania de Minas, Cunha Meneses. Os no-
1751- Pensadores franceses, como Voltaire, Diderot mes das pessoas e da região foram substituídos. Também
publicam obras que combatem a religião e colocam a ra- escreveu sobre o tempo que passou na prisão onde refletia
zão e a ciência como responsáveis pelo progresso social, sobre o destino e a justiça dos homens.
político e econômico.
1756- Fundação da Arcádia Lusitana, o que dá início ao Cláudio Manuel da Costa (1729-1789): Mineiro, escre-
Arcadismo em Portugal; veu um livro de poesias líricas chamado “Obras”. Um poe-
1759- Expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil meto épico chamado Vila Rica e outras obras de menor
pelo Marquês de Pombal; importância.

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PORTUGUÊS

Basílio da Gama (1740-1795): Também mineiro; mor- entusiasmo da independência proclamada em 1822, sur-
reu em Portugal. Escreveu o poema épico “O Uraguai” que gindo daí o desejo de criar uma literatura com autentici-
criticava a atitude dos jesuítas que incitaram a guerra de dade nacional, apesar dessa atitude ser bastante criticada
espanhóis e portugueses contra os índios na região dos por alguns autores puristas que prezavam pela linguagem
Sete Povos das Missões do Uruguai. poética praticada em Portugal.
Santa Rita Durão, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto
também contribuíram com este estilo literário. O Romantismo e o teatro

Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Com a ascensão sociocultural dos brasileiros e com a
Silva Alvarenga eram escritores líricos. Basílio da Gama, chegada da família real em 1808, que trouxe consigo cos-
santa Rita Durão e Cláudio Manuel da Costa eram escrito- tumes da corte portuguesa; o Brasil era frequentemente
res épicos. Tomás Antônio Gonzaga era satírico. visitado por companhias portuguesas de teatro e ópera.
Então, foi crescendo a vontade pela criação de um teatro
Principais obras do Arcadismo brasileiro: brasileiro. O ator e empresário João Caetano fundou, em
1834, a Companhia Dramática Nacional e deu a seu teatro
- Obras (1768): poesias de Cláudio Manuel da Costa; o nome de Teatro Nacional. Em 1836, o poeta Gonçalves de
- O Uraguai (1769): poema de Basílio da Gama; Magalhães lhe entregou a peça “Antônio José ou o Poeta
- Caramuru (1781): poema de José de Santa Rita Durão e a Inquisição”, encenada em 1838, representando a pri-
e; meira obra teatral de assunto e autor brasileiros. O teatro
- Marília de Dirceu (1792): poesias de Tomás Antonio brasileiro ampliou-se com o comediógrafo Martins Pena
Gonzaga. tornando-se autenticamente popular. Em 1843, foi criado
o Conservatório Dramático e em 1855, o teatro Ginásio
Romantismo Dramático, recebendo o apoio de escritores como José de
Alencar e Joaquim Manuel de Macedo.
O Romantismo surgiu na Inglaterra e na Alemanha na
metade do séc. XVIII a partir de escritores que descreviam O Indianismo romântico
os tempos medievais; valorizavam os heróis nacionais e os
sentimentos populares; falavam de amor e saudade de for- Nos países da Europa os autores voltavam-se aos he-
ma pessoal e íntima. Esse subjetivismo era intenso na nova róis nacionais dos tempos medievais. No Brasil, a literatura
literatura e então surgiu o Romantismo. Esse estilo chega desenvolveu a corrente indianista responsável pelo nacio-
à França e estende-se aos demais países da Europa. É um nalismo romântico. Como exemplo dessa linha podemos
estilo rico de características, onde algumas delas são: citar o romance “O guarani”, de José de Alencar, onde o
- busca por liberdade política; índio Peri salva Cecília, filha do colonizador português D.
- valorização da natureza, sinal da manifestação divina Antônio de Mariz em razão de um ataque indígena onde
que serve como refúgio para o homem angustiado; toda a família de Cecília é morta. Os índios ganham uma
- exposição de sentimentos íntimos, dos estados da imagem de herói neste estilo literário, é considerado no-
alma e das paixões; bre, valoroso, fiel e cavalheiro na intenção de valorizar as
- preferência por ambientes noturnos, solitários que origens da nacionalidade. O índio surge com símbolo do
propiciam aos desabafos mais íntimos. nacionalismo romântico, umas das características básicas
- descarta a ideia centrada na razão do estilo anterior e do Romantismo.
inspira-se em subjetividades como a fé, o sonho, a intuição,
a saudade e as lendas nacionais.
Romantismo (poesia)
O que propiciou que o Romantismo se difundisse com
maior velocidade foi o desenvolvimento do meio de comu- As três gerações de poetas românticos:
nicação jornalístico e a ascensão da classe burguesa que
tinha acesso aos jornais, onde começaram a ser publicados Primeira geração romântica: foi a geração que intro-
os folhetins com histórias românticas e de suspense publi- duziu as ideias românticas no Brasil e tem como caracte-
cadas em capítulos. Então, a literatura começou a popula- rísticas principais a exaltação da natureza, o indianismo, a
rizar-se. expressão da religiosidade e o sentimento amoroso. Repre-
sentantes dessa geração são: Gonçalves Dias e Gonçalves
O Romantismo no Brasil de Magalhães.

No Brasil, o Romantismo inicia-se com a publicação Segunda geração romântica: considerada “mal do sé-
do livro de poesias de Gonçalves de Magalhães, “Suspiros culo” ou “ultra-romântica” é uma geração que tem uma vi-
poéticos e saudades” e no mesmo ano é lançada em Pa- são trágica da existência e um profundo desencanto pela
ris a revista “Niterói” por iniciativa de Araujo Porto Alegre, vida. Seus poemas falam de morte, tédio, solidão e melan-
Torres Homem, Pereira da Silva e Gonçalves de Magalhães. colia. Seus poetas morreram muito jovens. Seus melhores
Tornando uma porta-voz dos ideais românticos. Também, representantes foram: Álvares de Azevedo, Junqueira Frei-
junto à política o Romantismo se expressou envolvido pelo re, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela.

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PORTUGUÊS

Terceira geração romântica: sua característica princi- 1862- Lucíola, de José de Alencar
pal é a preocupação com os problemas sociais, tendo com 1865- Iracema, de José de Alencar.
objetivo denunciar as injustiças e lutar pela liberdade. Seu 1872- Inocência, de Taunay; O seminarista, de Bernardo
maior representante é Castro Alves. Guimarães
Gonçalves Dias: Nasceu no Maranhão em 1823, for- 1874- Ubirajara, de José de Alencar.
mou-se em direito em Coimbra e morreu num naufrágio 1875- Senhora e o Sertanejo, de José de Alencar; A es-
em 1864. Escreveu poemas de amor, mas é sempre lem- crava Isaura, de Bernardo Guimarães.
brado como poeta indianista. Exaltou a honra e a valentia 1876- O cabeleira, de Franklin Távora.
do índio em poemas como “I-Juca Pirama”, “Canção do Ta-
moio”, ”Canto do Piaga”, “Deprecação”, entre outros. Em Joaquim Manuel de Macedo: Nasceu no Rio de Janeiro,
poemas de amor escreveu “Leito de folhas verdes” e “Ma- em 1820 e ali morreu em 1882. Escrevia textos com assun-
rabá”. Como poeta lírico-amoroso escreveu: “Se se morre tos corriqueiros e tradicionais, reproduzia a vida social da
de amor”, “Como? és tu?”, “Ainda uma vez – adeus!”, “Seus burguesia, com seus mocinhos e mocinhas, casos amoro-
olhos”. sos, cenas engraçadas e finais felizes. Não há análises so-
Álvares de Azevedo: Manuel Antônio Álvares de Aze- ciais, mas um pouco de suspense e muita emoção passa-
vedo nasceu em São Paulo, em 1831 e faleceu em 1852. geira.
Considerado o melhor autor ultra-romântico, com influên- A moreninha: Conta a história de uma aposta entre
cia dos poetas europeus como Byron. Seus poemas são dois rapazes, Filipe e Augusto. Augusto, que se diz incapaz
marcados por mulheres perfeitas e inacessíveis, por isso se
de se apaixonar por uma mulher, aposta com Filipe que se
lamenta. Também é marcante em sua obra o tema “morte”,
isso acontecer ele irá escrever um romance contando sua
cheios de carga emotiva, fazendo dele um dos poetas mais
história de amor. Ele encontra seu grande amor, Carolina,
lidos do nosso Romantismo. Escreveu o poema “Lira dos
irmã de Filipe. Ele perde a aposta e escreve o romance inti-
vinte anos”, uma obra dramática “Macário” e um volume de
contos “Noite na taverna”. tulado A moreninha.

Castro Alves: Antônio de Castro Alves nasceu na Bahia Manuel Antonio de Almeida: Anonimamente escreveu
em 1847 e ali morreu em 1871. Abolicionista, ficou conhe- o folhetim “Memórias de um sargento de milícias”, que fez
cido como “Poeta dos escravos” por manifestar em seus muito sucesso entre os leitores. Este folhetim retratava com
versos a indignação perante a escravidão. riqueza de detalhes os becos, as praças, as tradições e os
Também escreveu poesias amorosas, diferentemente moradores da cidade do Rio de Janeiro. Mais tarde publi-
dos outros românticos, a mulher tinha uma imagem bas- cou a história em livro e se destacou entre os escritores do
tante erótica e sensual. Suas obras mais importantes são: romance brasileiro.
“Espumas flutuantes”, “A cachoeira de Paulo Afonso”, “Os Memórias de um sargento de milícias: Conta a histó-
escravos”, “Navio negreiro” e a “Canção do africano”. ria de um menino, Leonardo, filho enjeitado de Leonardo
Pataca. Relata seus dramas cotidianos, casos engraçados
Outros poetas românticos e suas obras e o cotidiano da vila onde morava. Diferentemente de “A
moreninha” sai do ambiente burguês e dá ao romance um
Junqueira Freire: Inspirações do Claustro; toque de realismo.
Casimiro de Abreu: As primaveras;
Fagundes Varela: Vozes da América; Estandarte auriver- José de Alencar: José Martiniano de Alencar nasceu
de; Cantos do ermo e da cidade; Cantos religiosos; Diário no Ceará em 1829 e morreu no Rio de Janeiro em 1877.
de Lazaro; Anchieta ou O Evangelho nas selvas. É o mais importante prosador do nosso Romantismo. Ele
abrange com seus romances as quatro linhas da época:
Romantismo (prosa)
Social ou urbana: Cinco minutos; A viuvinha; Lucíola;
Com o Romantismo surgiu o romance brasileiro. O ro- Diva; A pata da gazela; Sonhos d’ ouro, Senhora(considera-
mance tornou-se popular entre os jovens da classe média,
do seu 2º melhor livro); Encarnação.
principalmente do Rio de Janeiro; liam apenas por distra-
Regionalista: O gaucho, O tronco do ipê, Til, O serta-
ção. Acompanhavam as histórias dos folhetins e torciam
nejo.
por um final feliz que sempre acontecia.
Histórica: O guarani (livro épico, considerado seu me-
Principais romances do Romantismo lhor livro), As minas de prata, A guerra dos Mascates.
Indianista: Iracema, Ubirajara.
1844- A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.
1845- O moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo. Senhora: Romance baseado na história de uma mulher
1852/53- Memórias de um sargento de milícias, de (Aurélia) que dividida entre o amor e o desejo de vingan-
Manuel Antônio de Almeida. ça por ter sido abandonada quando era pobre; ao herdar
1856- Cinco minutos, de José de Alencar. uma herança resolve comprar o homem que a abandonou
1857- O guarani, de José de Alencar. (Fernando Seixas) em busca de um casamento rico e espera

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PORTUGUÊS

ansiosamente que ele não aceite o trato feito por Lemos, O cortiço: Este romance tem como personagem princi-
seu porta-voz. Mas, para seu descontentamento ele aceita pal João Romão, vendeiro português, que tem por meta de
se casar por dinheiro e aceita também a condição de co- vida ascender socialmente; tinha por amante uma escrava
nhecer a noiva apenas alguns dias antes da cerimônia. fugida que o ajudou a enriquecer (Bertoleza). Seu sonho
Quando Fernando descobre quem é a noiva fica feliz era adquirir boa posição social com a de seu patrício Mi-
porque ele ainda a ama, mas ele cai no conceito de Aurélia randa, que tinha um sobrado ao lado do cortiço, e ficar
que o maltrata e o humilha após o casamento. Apaixonado noivo de sua filha. Mas para isso ele tinha de se livrar de
e ferido ele resolve trabalhar com afinco e depois de onze Bertoleza que poderia atrapalhar sua ascensão. Então, ele a
meses devolve à Aurélia o dinheiro que recebeu por ter se delata como escrava fugida. Ao perceber a traição de João,
casado com ela. Sem terem mais motivo para ficarem sepa- Bertoleza suicida-se. É um texto povoado de tipos huma-
rados, os dois se reconciliam e vivem um grande amor. Esse nos como lavadeiras, operários, prostitutas, mascates que
romance é uma crítica à sociedade que dava mais valor ao vivem num ambiente marginalizado, degradante e corrup-
dinheiro do que ao caráter e por isso, seu livro é dividido tor.
em quatro capítulos que representam o sistema financeiro: Machado de Assis: Joaquim Maria Machado de As-
preço, quitação, posse e resgate. sis nasceu no Rio de Janeiro, em 1839, e ali morreu em
1908. Mestiço, gago, epilético foi considerado símbolo de
Realismo esforço por nunca ter ido à escola. Foi tipógrafo, revisor,
colaborador da imprensa da época e primeiro presidente
O Realismo foi um estilo oposto ao Romantismo, seus da Academia Brasileira de Letras, que ajudou a fundar em
autores escreviam sobre a realidade de forma nua e crua, 1897; o melhor escritor brasileiro do séc. XIX e um dos mais
foi um abandono das realidades do modo de vida burguês importantes de toda a história literária em língua portu-
para a realidade da população anônima, marginalizada da guesa. Possuía um estilo preciso, não falava demais nem
sociedade do séc.XIX. Teve início na França, em 1857,com de menos, usava frases curtas, tinha um misto de graça e
a publicação do romance “Madame Bovary”, de Gustave amargura.
Flaubert. Em 1881, iniciou no Brasil com a publicação do Os contos: Machado de Assis tinha uma grande habi-
romance de Machado de Assis “Memórias póstumas de lidade para escrever histórias curtas baseadas na realida-
Brás Cubas”, e de Aluísio de Azevedo “O mulato”. de e na análise do comportamento humano (os contos).
Foi uma época de apogeu dos progressos científicos na Seus contos eram verdadeiras obras-primas. Dentre eles,
medicina, nas ciências, biológicas, genética e das filosofias estão: “O enfermeiro”, “ A cartomante”,”A igreja do diabo”,
(Positivismo de Augusto Conte, Determinismo de Hippolyte “O alienista”, “Pai contra mãe”, “A causa secreta”,”Conto de
Taine, Darwinismo de Charles Darwin, Evolucionismo social escola”, “Umas férias”, “Noite de almirante”, “O espelho”,
de Herbert Spencer, Socialismo Utópico de Saint-Simon e “Missa do galo”, “Uns braços” etc.
Socialismo científico de Karl Marx). O Realismo apresenta Os romances: Na primeira fase de sua produção, Ma-
chado de Assis, escreveu quatro romances com traços ro-
um trabalho realizado na realidade da vida humana e deixa
mânticos: Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Hele-
o sentimentalismo e o subjetivismo romântico de lado, o
na (1876), Iaiá Garcia (1878). Após essa fase ele assume um
romance deixa de ser visto como pura distração e passa a
aspecto realista em suas obras com Memórias póstumas
ser crítico e realista.
de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom casmurro
(1899), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908) e apro-
Principais romances realistas
funda suas análises psicológicas dos personagens.
Dom Casmurro: É um de seus romances mais famosos
1881- O mulato, de Aluísio Azevedo; Memórias póstu- pela incerteza que ele nos causa em relação à ambigüidade
mas de Brás Cubas, de Machado de Assis da personagem Capitu, onde ao final da história, não se
1884- Casa de pensão, de Aluísio Azevedo sabe se ela traiu ou não seu marido Bentinho com seu ami-
1888- O missionário, de Inglês de Sousa; O Ateneu, de go Escobar. Bentinho fez o seminário, mas, por influência
Raul Pompéia de Capitu, não se ordenou padre para casar-se com ela e,
1890- O cortiço, de Aluísio Azevedo Escobar, seu amigo de seminário, casou-se com a melhor
1891- Quincas Borba, de Machado de Assis amiga de Capitu, tornando-se muito próximos. Bentinho
1893- A normalista, de Adolfo Caminha e Capitu têm um filho, mas ele desconfia que o filho seja
1895- Bom-crioulo, de Adolfo Caminha do suposto amante de Capitu. Bentinho é apelidado Dom
1899- Dom Casmurro, de Machado de Assis Casmurro por viver recluso e o texto é uma retrospectiva
1903- Luzia-Homem, de Domingos Olímpio de sua vida.
1904- Esaú e Jacó, de Machado de Assis
1908- Memorial de Aires, de Machado de Assis Naturalismo

Aluísio Azevedo: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azeve- Em obras de alguns autores brasileiros realistas pode-
do nasceu em São Luís, no Maranhão e faleceu em 1913, mos notar certas características que definem o Realismo
em Buenos Aires, na Argentina. Escreveu várias obras, mas extremo como Naturalismo. É um estilo que classifica os
nem todas tinham a mesma qualidade literária. As melho- homens de acordo com:
res são os romances “O mulato”, “Casa de Pensão” e “O - a raça, que determina o comportamento humano
cortiço”. previsível.

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PORTUGUÊS

- o meio, que forma o homem em seus aspectos mo- Os principais poetas do Parnasianismo foram:
rais, e Alberto de Oliveira (1857-1937): Canções românticas,
- a situação social, que define o homem social e cultu- Meridionais, Sonetos e poemas, Versos e rimas.
ralmente. Raimundo Correia (1860-1911): Primeiros sonhos, Sin-
Portanto, o ser humano era fruto da ação do meio so- fonias, Versos e versões, Aleluias, Poesias.
cial em que vivia e da sua hereditariedade. Então, o homem Olavo Bilac (1856-1918): Via láctea, Sarças de fogo,
era previsível, teria sempre as mesmas reações, instintivas e Alma inquieta, O caçador de esmeraldas, Tarde.
incontroláveis. Era uma análise dessas reações com base na Vicente de Carvalho (1866-1924): Ardentias, Relicário,
Biologia, na Psicologia e na Sociologia sem interferência de Rosa, rosa de amor, Poemas e canções.
ordem pessoal ou moral.
O parnasianismo continua manifestando-se paralela-
Esses escritores sofreram a influência do francês Émi-
mente ao surgimento do Simbolismo e início do Moder-
le Zola, um dos mais importantes autores naturalistas. No
nismo.
Brasil, o primeiro romance naturalista publicado foi “O mu-
lato”, de Aluísio Azevedo.
Simbolismo
Parnasianismo No Brasil, o Simbolismo surge numa época de conflitos
políticos, marcados pela transição do regime escravocrata
O Parnasianismo é um estilo poético que teve origem para o regime assalariado, onde alguns escritores defen-
na França, em 1866, com a publicação do livro “O Parnaso diam a causa das liberdades civis. O Simbolismo foi uma
contemporâneo”. Parnaso era o nome de uma montanha, reação ao materialismo e ao cientificismo preconizados
na Grécia, consagrada a Apolo, deus da luz e das artes, e pelo Realismo e pelo Parnasianismo. Surgiu na França no fi-
às musas, entidades mitológicas ligadas às artes. No Bra- nal do séc.XIX e foi um movimento poético de revalorização
sil, a publicação que deu início ao Parnasianismo foi a do do poder sugestivo das imagens poéticas, do subjetivismo
livro “Fanfarras”, de Teófilo Dias. A principal característica e da vida espiritual. Deu ao estilo poético uma musicalida-
do Parnasianismo é o cuidado com a forma do poema que de inexistente nos estilos anteriores. Vejamos estes versos
deve ser objetivo, deve prezar pelas rimas ricas e raras e do poeta Cruz e Souza com sua expressão simbolista:
pelo uso de linguagem elaborada e perfeita. A expressão
poética não era o fundamental. Era um estilo bastante des- Busca palavras límpidas e castas,
critivo e detalhista. É o que podemos observar neste sone- Novas e raras, de clarões ruidosos,
to de Alberto de Oliveira: Dentre as ondas mais pródigas, mais vastas
Dos sentimentos mais maravilhosos.
Vaso chinês
Enche de estranhas vibrações sonoras
Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o A tua estrofe, majestosamente...
Casualmente, uma vez, de um perfumado Põe nela todo o incêndio das auroras
Contador sobre o mármor luzidio, para torná-la emocional e ardente.
Entre um leque e o começo de um bordado. Derrama luz e cânticos e poemas
Fino artista chinês, enamorado, No verso, e torna-o musical e doce,
Como se o coração nesses supremas
Nele pusera o coração doentio
Estrofes, puro e diluído fosse.
Em rubras flores de um sutil lavrado,
É um poema que ensina como deve ser escrito um
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
poema, que ele transmita musicalidade, que seja român-
Mas, talvez por contraste à desventura- tico sem ser sofrido. Vai na contramão do Parnasianismo
Quem o sabe?- de um velho mandarim que considera o poeta um escultor de obras perfeitas e va-
Também lá estava a singular figura: loriza o ritmo, as sensações, o uso dos sentidos ( o cheiro,
Que arte, em pintá-la! A gente acaso vendo-a o sabor), das sugestões. Retratam anseios e angústias que
Sentia um não-sei-quê com aquele chim atormentam o espírito sensível do poeta.
De olhos cortados à feição de amêndoa. Os poetas simbolistas fazem uso da sinestesia (sensa-
ção produzida pela interpenetração dos órgãos do sentido:
Estilo de texto descritivo comum ao Parnasianismo (cheiro doce), de figuras de linguagem para melhor expres-
onde o autor descreve detalhes de um vaso chinês, um sar seus sentimentos, como aliterações (repetição de letras
objeto de arte. O texto é construído sob formas perfeitas, ou sílabas numa mesma oração) e das assonâncias (repeti-
com rimas ricas, bem trabalhadas, porém, é um texto sem ção fônica das vogais). Todo esse jogo de palavras causa o
expressão, o que se percebe é a impessoalidade e a inex- que os poetas simbolistas tanto buscam, que é transmitir
pressividade do autor. É um texto bem escrito, porém po- seus anseios e angustias com musicalidade.
bre de conteúdo. Os maiores representantes deste movimento no Brasil
Nem todos os poetas conseguiam construir o poema foram Cruz e Sousa e Alphonsus Guimaraens. O Simbolis-
com a perfeição das rimas e quando isso acontecia e o sen- mo teve origem com a publicação de dois livros de Cruz e
timento fluía nos versos, belas poesias eram escritas. Sousa “Missal” e “Broquéis”.

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PORTUGUÊS

Cruz e Sousa: João da Cruz e Sousa nasceu em 1861, Séc.XX onde as mudanças políticas e sociais estavam alte-
em Santa Catarina, e morreu em 1898, em Minas Gerais. rando a sociedade brasileira e alguns escritores usavam de
Um dos poetas mais importantes da nossa literatura, filho suas obras para fazer uma análise crítica da realidade bra-
de escravos, de vida difícil. Todas essas condições fizeram sileira. Seus maiores representantes foram Monteiro Loba-
com que ele voltasse seus versos para os marginalizados to, Euclides da Cunha, Lima Barreto e Graça Aranha. Esses
da sociedade. Cruz e Sousa escreveram os livros: Faróis, Úl- escritores queriam despertar seus leitores para a realidade
timos sonetos e Evocações. Com Virgilio Várzea escreveu e usavam de sua literatura para isso. Vejamos os aconteci-
Tropos e Fantasias. mentos sociais importantes dessa época:

O grande sonho 1903- Osvaldo Cruz é nomeado diretor-geral da saúde


pública para combater a febre amarela que dizimou quase
Sonho profundo, ó Sonho doloroso, mil pessoas em 1902 só no Rio de Janeiro.
Doloroso e profundo Sentimento! 1906- Começa a política do café-com-leite. Afonso
Vai, vai às harpas trêmulas do vento Pena é eleito Presidente. Explodem as greves dos operários.
Chorar o teu mistério tenebroso. 1907- Uma grande greve operária explode em São
Paulo. O movimento é duramente reprimido pela polícia
e os operários se unem por uma jornada de trabalho de 8
Sobe dos astros ao clarão radioso,
horas.
Aos leves fluidos do luar nevoento,
1908-Sancionada a lei do serviço militar obrigatório.
Às urnas de cristal do firmamento,
1910- rebelam-se mais de dois mil marinheiros contra
Ó velho Sonho amargo e majestoso! os maus tratos e castigos físicos recebidos de oficiais. Nes-
sa revolta o Rio de Janeiro fica sob a mira de canhões. Dois
Sobe às estrelas rútilas e frias, meses após solucionada a revolta vários de seus líderes são
Brancas e virginais eucaristias, presos e desaparecem.
De onde uma luz de eterna paz escorre. 1912- Eclosão da Guerra do Contestado no sul do país.
1913- Mobilização dos operários que lutam por melho-
Nessa Amplidão das Amplidões austeras res condições de trabalho e ainda pela jornada de 8 horas.
Chora o Sonho profundo das Esferas, 1914- No dia 28 de julho começa a Primeira Guerra
Que nas azuis melancolias morre... Mundial.
1971- O Brasil declara guerra à Alemanha.
Perceba neste poema uma característica marcante de 1918-Termina, no dia 11 de novembro, a Primeira
Cruz e Sousa e outros poetas simbolistas, que é a utilização Guerra Mundial.
de palavras iniciadas com letra maiúscula no meio do poe- 1919- Mais greves operárias explodem no país.
ma. Também faz uso dos sentidos quando se refere a cores, 1920- A população do país atinge a marca de 30,6 mi-
sons, perfumes e sensações. lhões de habitantes, onde 800 mil são de operários.

Alphonsus de Guimaraens: Afonso Henrique da Costa Euclides da Cunha: Nasceu no Rio de Janeiro, em 1866,
Guimarães, nasceu em 1870 em Minas Gerais e ali faleceu e ali morreu assassinado em 1909. Cursou a escola militar
em 1921. Teve uma vida solitária e sua poesia remetia ao e a politécnica, formou-se em Engenharia. Após desligado
espiritualismo, carregada de rituais católicos, sonhos e de- do exercito trabalhou no jornal o estado de são Paulo, por
vaneios. Muito se preocupava com a morte, um dos seus quem foi designado a ir para a Bahia cobrir a Guerra de
temas. Escreveu Sentenário das dores de Nossa Senhora, Canudos. Baseando-se nesse trabalho, Euclides da Cunha
Câmara ardente, Dona mística, Kiriale, Pastoral aos crentes escreve o livro “Os sertões”, que causa um grande impacto
do amor e da morte. na sociedade por sua coragem e estilo.
Augusto dos Anjos: Augusto de Carvalho Rodrigues
Lima Barreto: Afonso Henrique de Lima Barreto nasceu
dos Anjos nasceu na Paraíba, em 1884, e morreu em 1914,
em 1881, no Rio de Janeiro e ali morreu em 1922. Pobre, fi-
em Minas Gerais. Foi considerado um poeta original, ocu-
lho de pais mestiços, sofreu muito preconceito por sua cor
pando um lugar á parte em nossa literatura por revelar tra- o que era influenciou bastante o seu trabalho. Seu estilo é
ços parnasianos e simbolistas ao usar a beleza do simbolis- simples e comunicativo, por isso o chamavam de deslei-
mo e as ciências biológicas do parnasianismo. Seus xado.
temas preferidos eram a morte, a decomposição da maté- Tinha uma visão crítica da sociedade e sensibilidade
ria e o vazio da existência. Auto intitulava-se o poeta das para representar a população humilde e marginalizada do
coisas mortas e deixei apenas um livro publicado chamado subúrbio. Sua visão critica da realidade o fez ocupar um lu-
“Eu”, em 1912. gar de destaque na literatura brasileira, no entanto, nunca
foi convidado a participar da Academia Brasileira de Letras.
Pré-Modernismo Escreveu crônicas, contos e romances, deixou também
um livro de memórias “O cemitério dos vivos”, fruto de sua
O Pré-Modernismo não é um movimento literário dolorosa experiência passada no Hospício Nacional, onde
como vimos acontecer até o momento, não se resume a esteve internado por causa de suas crise de alcoolismo.
textos para distrair. É o período dos primeiros 20 anos do Suas obras de destaque são Triste fim de Policarpo Quares-

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PORTUGUÊS

ma, Recordações do escrivão Isaías Caminha, Vida e morte do Amaral, que contou com a participação de Manuel Ban-
de M. J. Gonzaga de Sá e os contos resumidos no volume deira, Di Cavalcanti, Graça Aranha, Guilherme de Almeida e
Histórias e sonhos. muitos outros.
Monteiro Lobato: José Bento Renato Monteiro Lobato Foi um evento bastante criticado, principalmente por
nasceu em Taubaté, em 1882, e morreu em 1948. Exerceu um artigo publicado por Monteiro Lobato no jornal “O
muitas funções; foi promotor, fazendeiro, jornalista, adido Estado de S. Paulo” intitulado “Paranóia ou mistificação?”.
comercial nos Estados Unidos e lutou arduamente na cam- Neste artigo, Monteiro Lobato mostrou-se bastante avesso
panha pela nacionalização do petróleo. Ficou por algum ao que era considerado moderno, chegando a ridicularizar
tempo preso, devido à pressão de empresas estrangeiras. a pintura de Anita Malfatti. A repercussão do artigo foi ins-
Depois, foi um exímio editor, contribuindo muito com nos- tantânea, quadros que haviam sido comprados foram de-
so mercado editorial. A estética de Monteiro Lobato volvidos. Apesar das críticas, a Semana de Arte Moderna foi
tem traços clássicos, conservadores e puristas, por isso ele uma das maiores influências sobre a arte até os dias atuais.
não pode ser considerado como genuíno modernista já
que temia que essa nova linguagem pudesse ser apenas A primeira fase (1922-1930)
uma influência estrangeira passageira. Mas sua face mo-
derna é revelada quanto faz críticas à sociedade e quando Apontaremos algumas características desta fase:
demonstra um nacionalismo lúcido e objetivo. - conquista definitiva do verso livre;
Ele tornou-se bastante popular pelos livros infantis - acentuada inspiração nacionalista;
que constituem metade de sua obra, onde as mais famosas - grande liberdade de criação;
são “Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho - maior aproximação entre a língua falada e a escrita.
(1933) e O Picapau Amarelo (1939).” Seu primeiro livro im- Alguns autores desse período:
portante foi “A menina do narizinho arrebitado”, em 1920, Oswald de Andrade (1890-1954): inovador, dinânmi-
que nunca foi re-editado, apenas por uma edição fac simi- co, polêmico. Foi jornalista, poeta, romancista e autor de
le em 1981. Suas histórias infantis normalmente passavam peças teatrais. Suas principais obras são: Poesia Pau-Brasil;
em um sítio no interior do Brasil, que tinham como perso- Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald De Andrade;
nagens a Dona Benta, seus netos Narizinho e Pedrinho e a Poesias reunidas; Memórias sentimentais de João Miramar;
empregada Tia Anastácia. As histórias eram complementa- Serafim Ponte Grande;Os condenados e peças teatrais: O
das por personagens do folclore brasileiro e animais que homem e o cavalo, A morta, O rei da vela.
ganhavam características humanas, e se passavam em lu- Manuel Bandeira (1886-1968): professor de literatura,-
gares fantasiosos como o fundo do mar, por exemplo. Tam- tradutor e crítico literário. Escreveu os seguintes livros de
bém escreveu contos,crônicas, romances, artigos e ensaio. poesia: A cinza das horas; Carnaval; Ritmo dissoluto; Liber-
Alguns dos livros de conto são “Urupês”, “Cidades mortas” tinagem; Estrela da manhã; Lira dos Cinquent’anos; Mafuá
e “Negrinha”. do Malungo; Belo belo;Opus; Estrela da tarde. Em prosa
escreveu: Crônicas da Província do Brasil, Itinerário de Pa-
Modernismo sárgada; Os reis vagabundos e mais cinquenta crônicas;
Andorinha, andorinha.
O Modernismo tem seu marco inicial com a Semana de Mário de Andrade (1893-1945): foi um escritor mui-
Arte Moderna de 1922 que foi uma época de culminância to fecundo, escreveu poesias, contos, romances, crônicas
de todo um processo de transformação pelo qual o país vi- e ensaios. Exerceu grande influência no Modernismo por
nha passando nas áreas tecnológicas, cientificas e culturais. ser crítico e dinâmico. Poesias: Há uma gota de sangue em
Nos primeiros anos do séc. XX, os pré-modernistas já se cada poema; Paulicéia desvairada; Losango Cáqui; Clã do
rebelavam contra o estilo Parnasiano. Eles buscavam algo jabuti; Remate de males; Poesias; Lira paulistana. Prosas:
novo, que abandonasse a cópia de estilos internacionais. Primeiro andar;Amar, verbo intransitivo; Macunaíma; O he-
Foram buscar novas formas de expressão, daí temos o ad- rói sem nenhum caráter; Belazarte; Contos novos.
vento do Futurismo, do Cubismo, do Expressionismo e do Antônio de Alcântara Machado (1901-1935): Apesar de
Surrealismo. ter morrido jovem, ele contribui bastante com o Modernis-
mo tendo colaborado com as revistas Terra roxa e outras
Dividindo didaticamente o Modernismo temos duas terras, Revista de Antropofagia e Revista nova. Suas me-
fases: lhores obras são os contos de Brás, Bexiga e Barra Funda e
1ª fase, de 1922-1930, marcada pela “destruição” ou Laranja da China, que hoje estão reunidos no livro Novelas
“combate” das antigas construções, principalmente do Par- paulistanas.
nasianismo.
2ª fase, de1930-1945, período chamado de “constru- A segunda fase (1930-1945)
ção”, é quando se consolidam as ideias do Modernismo e o
movimento assume características definidas. Nesta fase, o romance apresenta várias tendências:
A Semana de Arte Moderna ocorreu entre 13 e 18 de - Romance social nordestino: Jorge Amado, José Lins
fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Muitas do Rego, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Gra-
foram as atividades realizadas neste evento. Havia confe- ciliano Ramos e outros.
rências, dança, música e leitura de poemas. O grupo que li- - Romance intimista e psicológico: Lúcio Cardoso, Cor-
derou a Semana foi chamado de Grupo dos cinco, formado nélio Pires e Ciro dos Anjos.
pelos escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e - Romance de temática social urbana: Érico Veríssimo,
Menotti Del Picchia e pelas pintoras Anita Malfatti e Tarsila Dionélio Machado e Marques Rebelo.

122
PORTUGUÊS

O romance social nordestino neo-realista é considera- seado na veracidade das situações e tem o intuito de inter-
do o estilo mais importante desse período. O início desse vir e lutar contra as injustiças sociais. É um retorno ao estilo
trabalho acontece com a publicação do livro “A bagaceira”, realista e naturalista com forte influência do Modernismo
de José Américo de Almeida, que tem por principal objeti- e do Marxismo. Este estilo é iniciado com a publicação do
vo denunciar as injustiças sócias no Nordeste, a exploração livro de José Américo de Almeida, “A bagaceira” e outros
do povo e o drama dos retirantes da seca. autores como, Jorge Amado, José Lins do Rego, Rachel de
Rachel de Queiroz (1910-2003): destacou-se ainda bem Queiroz, Graciliano Ramos adotam este estilo em suas pro-
jovem com a publicação do romance O quinze. Também duções literárias.
conhecida por outras obras, como: João Miguel, Caminhos
de Pedra, As três Marias, Memorial de Maria Moura. Questões
Jorge Amado (1912-2001): um dos maiores escritores
brasileiros. Em seus primeiros romances fazia denúncia so- 1) A história da literatura passou por vários estilos.
cial e participava na política. Dessa fase constam Cacau, Cada estilo recebeu um nome, como Barroco, por exemplo,
Jubiabá, Mar morto, Capitães da areia, Terras do sem-fim. que foi um estilo que predominou no séc. XVIII. Então, po-
Posteriormente modifica suas obras e passa a predominar demos dizer que estilo literário:
a crítica aos costumes e a sátira. Dessa fase destacam-se a) É a exata expressão do modo de pensar de todos
Gabriela, cravo e canela; Os pastores da noite, Dona flor os escritores de uma certa época.
e seus dois maridos; Tenda dos milagres, Tieta do agreste, b) É o conjunto dos estilos individuais de todos os
entre outros. autores de uma certa época.
Graciliano Ramos (1892-1953): considerado o mais im- c) É a forma como cada autor escreve.
portante prosador do Modernismo. Escreveu os romances d) São os procedimentos artísticos e as concepções
do mundo predominante nas obras de uma certa época.
Caetés, São Bernardo; Angústia, Vidas secas, o conto Insô-
nia, memórias Infância e memórias do cárcere e literatura
2) Relacione:
infantil Histórias de Alexandre.
(a) Arcadismo
José Lins do Rego (1901-1957): suas obras têm um
(b) Barroco
aspecto memorialista, faz alusão à época da Infância e da
(c) Modernismo
adolescência passadas no engenho do avô, na Paraíba.
(d) Simbolismo
Tratava nestes textos da decadência das estruturas eco-
nômicas do Nordeste e dos desmandos dos senhores de 1- Uma de suas principais características é o bucolis-
engenho. Suas obras “Menino de Engenho”. “Doidinho”, mo, a idealização da vida campestre. ( )
“Bangüê”, “Usina” e “Fogo morto”, formam o ciclo que 2- Estilo que faz uso exagerado de hipérboles e antí-
ele classifica de ciclo da cana-de-açúcar. “Pedra bonita” e teses. ( )
“Cangaceiros” compõem o ciclo do cangaço e “O moleque 3- Movimento político de revalorização do subjetivis-
Ricardo”, “Pureza”, “Riacho doce”, “Água-mãe” e “Eurídice”, mo e da vida espiritual, que desprezava a descrição deta-
falam do misticismo e da seca. lhada do Parnasianismo. ( )
Érico Veríssimo (1905-1975): nasceu no Rio Grande do
Sul e por isso algumas de suas histórias são naquele ce- 4- Estilo literário em que foi escrito “Macunaíma”. (
nário. Na primeira fase de suas obras os romances trans- )
correm em ambiente urbano e contemporâneo. As obras 5) Os autores das obras “Marília de Dirceu” e “A mo-
dessa fase são: ”Clarissa”, “Música ao longe”, “Um lugar ao reninha”, respectivamente, são:
sol”,” Olhai os lírios do campo”, “Saga” e “O resto é silên- a) Santa Rita Durão e Basílio da Gama.
cio”. Sua segunda fase é um retorno aos tempos passados b) Gonçalves Dias e Joaquim Manuel de Macedo.
do Rio Grande do Sul, onde ele discute sua formação social. c) Tomás Antônio Gonzaga e Joaquim Manuel de
Os romances que compõem essa fase recebem o título de Macedo.
“O tempo e o vento”, do qual fazem parte os romances “O d) Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga.
continente”, “ O retrato” e “O arquipélago”. 6) Podemos afirmar sobre Gregório de Matos:
Em seus últimos trabalhos há um retorno a contem-
poraneidade quando escreve “O prisioneiro”, “O senhor I) escreveu apenas poesias satíricas, razão pela qual fi-
embaixador” e “Incidente em Antares”. Após, publica seu cou conhecido pelo apelido de “Boca do Inferno”.
último livro, um livro de memórias “Solo de Clarineta”. II) escreveu o “ Sermão da Sexagésima” e outros ser-
No estilo poético dessa segunda fase do Modernismo mões.
os principais poetas foram: Carlos Drummond de Andrade III) não teve nenhum livro publicado em vida, o que
(além de ser o mais importante poeta desta fase, também conhecemos é fruto de pesquisas em coletâneas da época.
foi cronista, contista e tradutor), Cecília Meireles, Murilo IV) escreveu o poema “Caramuru”.
Mendes, Mário Quintana e Vinícius de Moraes.
a) I e III são verdadeiras
Neo-Realismo b) I, II e IV são verdadeiras
O neo-realismo foi um movimento que aconteceu em c) II, III e IV são verdadeiras
meados do séc.XX; um estilo que resgata o realismo, ba- d ) todas as alternativas são verdadeiras

123
PORTUGUÊS

7) Que obra representou uma crítica à Cunha Mene- - Uso da razão em contraposição à fé.
ses, governador da capitania de Minas? - Sofreu influências dos filósofos iluministas.
a) Marília de Dirceu. a) Barroco
b) O sermão da sexagésima. b) Arcadismo
c) Cartas chilenas c) Romantismo
d) Prosopopeia. d) Neo-realismo

8) Leia este trecho do texto do padre Vieira: 13) Podemos dizer que o Simbolismo:
a) retoma o espírito nacionalista do Romantismo.
“Os senhores poucos, os escravos muitos; os senho- b) Valoriza o poder sugestivo das imagens poéticas e
res rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senho- a musicalidade da linguagem.
res banqueteando, os escravos perecendo á fome; os se- c) busca obsessivamente a objetividade, por isso dá
nhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados preferência ao soneto descritivo.
de ferros”. d) faz da poesia uma forma de denúncia social, asse-
A que estilo literário pertence este texto? Qual a figura melhando-se, nesse ponto ao Realismo.
de linguagem utilizada pelo autor?
a) Simbolismo e pleonasmo. 14) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar
b) Arcadismo e hipérbole. tipos:
c) Barroco e antítese. a) aristocratas do campo.
d) Realismo e aliteração. b) aristocratas da cidade
c) popular do subúrbio
9) Complete as lacunas com as palavras correspon- d) rústico do campo
dentes:
Podemos dizer que, historicamente, o Parnasianismo 15) Coloque V para verdadeiro e F para falso:
brasileiro teve início no século _____, com a publicação do
I- a análise crítica da realidade brasileira é uma das
livro ____ em ___ pelo escritor ____.
características em comum entre Monteiro Lobato e Lima
a) século XIX, Fanfarras, 1882, Teófilo Dias.
Barreto.( )
b) século XIX, Fanfarras, 1886, Olavo Bilac.
II- Lima Barreto produziu dois livros de memórias:
c) século XVIII, O Parnaso contemporâneo, 1780, Teó-
Diário íntimo e O cemitério dos vivos. ( )
filo Dias.
III- Negrinha e Cidades mortas são contos de Montei-
d) século XVIII, O Parnaso contemporâneo, 1780, Olavo
ro Lobato. ( )
Bilac. IV- Os sertões, de Euclides da Cunha, pode ser consi-
derado uma obra de história e literatura. ( )
8) Relacione autores e obras:
(a ) Bernardo Guimarães ( ) Lucíola a) III e IV são verdadeiras,
(b ) José de Alencar ( ) Inocência b) I,II e III são verdadeiras,
(c ) Joaquim M. de Macedo ( ) A escrava c) I e III são verdadeiras
Isaura d) Todas as alternativas são verdadeiras.
(d ) Taunay ( ) O moço loiro
16) Os romances abaixo citados estão numa sequencia
10) Qual das obras citadas abaixo não foi escrita por cronologicamente correta, exceto na alternativa:
José de Alencar? a) A moreninha - Grande sertão: veredas – O Ateneu.
a) O guarani. b) Iracema – O cortiço – Triste fim de Policarpo Qua-
b) Cinco minutos. resma.
c) A viuvinha. c) Senhora – Quincas Borba – O quinze.
d) O seminarista. d) Lucíola – Dom Casmurro – Fogo morto.
11) Assinale dois importantes autores que se destaca- 17) Assinale a alternativa correta:
ram no Romantismo e seus respectivos estilos literários. a) Cecília Meireles – Modernismo – séc. XX.
a) Gonçalves Dias (prosa) e José de Alencar (poesia). b) Cruz e Sousa – Simbolismo – Séc.XVII
b) Tomás Antônio Gonzaga (poesia) e Basílio da Gama c) Graciliano Ramos – Realismo – séc. XVI
(poesia). d) Érico Veríssimo – Modernismo – séc.XIX.
c) Aluísio Azevedo (romance) e Machado de Assis (con-
to) 18) Assinale a alternativa incorreta:
d) Gonçalves Dias (poesia) e José de Alencar (prosa). a) O autor de Fogo morto também escreveu Menino
de engenho.
12) Qual estilo literário tem as seguintes característi- b) O autor de O quinze também escreveu Memorial
cas? de Maria Moura.
- Apresenta como uma de suas principais característi- c) O autor de Incidente em Antares também escre-
cas o bucolismo e a idealização da vida campestre. veu Clarissa.

124
PORTUGUÊS

d) O autor de Vidas Secas também escreveu Capitães 4) a, Gregório de Matos em suas obras fazia críticas
da areia. ao governo, por isso suas poesias são consideradas satíri-
19) Assinale a cronologia correta dos movimentos lite- cas e recebeu o apelido de “Boca do Inferno”. Quem escre-
rários no Brasil: veu o Sermão da sexagésima foi o padre Vieira e caramuru
a) Quinhentismo – Barroco – Romantismo. foi escrito por Santa Rita Durão em 1781.
b) Quinhentismo – Arcadismo – Simbolismo. 5) c, Cartas chilenas são poemas satíricos que critica-
c) Quinhentismo – Romantismo – Barroco. vam o governador. Tinha esse nome porque supostamente
d) Quinhentismo – Barroco – Arcadismo. sua história se passava no Chile. Esta era uma forma das
poesias não serem censuradas e seu autor punido.
19) Quais acontecimentos históricos marcaram o Ar-
cadismo? 6) c, esse trecho é considerado Barroco porque foi
a) Primeira Guerra Mundial e Conjuração Mineira. escrito no séc.XVII, onde predominava esse estilo e o uso
b) Conjuração Mineira e Fundação da Arcádia Lusita- da figura de linguagem Antítese se prova quando o autor
na. faz uso de ideias contrárias, opostas. Ele fala de banquete e
c) Revolução Francesa e Segunda Guerra Mundial. de fome, de poucos e de muitos, entre outros.
d) Semana de Arte Moderna e Fundação da Arcádia
Lusitana. 7) a, Foi com o livro “Fanfarras”, de Teófilo Dias, que
o Parnasianismo tem início em 1882. Foi o livro que crista-
20) Formaram o Grupo dos cinco na Semana de Arte lizou o estilo naquele século.
moderna:
a) Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti 8) Bernardo Guimarães escreveu “A escrava Isaura”,
Del Picchia, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. seu livro mais conhecido, foi publicado em 1875, o roman-
b) Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Menotti Del ce virou novelas em algumas redes de televisão do país e
Picchia, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. foi exportado para mais de 150 países.
José de Alencar escreveu “Lucíola”, que faz parte dos
c) José Lins do Rego, Oswald de Andrade, Menotti
vários livros a quem ele intitula com adjetivos ou nomes
Del Picchia, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
femininos: Senhora, Diva e Lucíola.
d) Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Érico Ve-
Joaquim Manuel de Macedo escreveu “O moço loiro”
ríssimo, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
em 1845.
Alfredo Maria Adriano d’EscragnolleTaunay, primeiro e
Respostas
único Visconde de Taunay escreveu “Inocência” em 1872.
1) d, em cada época predomina um estilo literário,
9) d, os livros “O guarani”, ”Cinco minutos” e “A viu-
geralmente baseado nos acontecimentos históricos e na vinha” foram escritos por José de Alencar. “O seminarista”
cultura vigente naquele momento. Mas, nem todos que fa- foi escrito por Bernardo Guimarães em 1872.
zem parte deste contexto produzem sua obra da mesma
forma, é apenas algo predominante. 10) d, Gonçalves Dias foi um importante poeta do Ro-
mantismo e José de Alencar teve a prosa romântica como
2) 1-a, os poetas árcades prezavam por uma vida uma de suas principais vertentes e seus livros são bastante
simples em contato com a natureza, o que é chamado de requisitados em vestibulares.
bucolismo.
2-b, os escritores barrocos faziam uso de uma lin- 11) b, o estilo que assume estas características é o Ar-
guagem bastante trabalhada, culta, por isso em seus textos cadismo, são bucólicos; e por valorizarem o material estão
sempre havia figuras de linguagem. sempre a favor da razão e não usam a fé com tábua de
3-d, os simbolistas estavam cansados do estilo salvação e acima de tudo porque eram influenciados por
detalhista e sem expressão do Parnasianismo, por isso res- filósofos iluministas que buscavam na razão reformar a so-
gataram a expressividade e a musicalidade em suas obras. ciedade. Foi um movimento contra os abusos da igreja e do
4-c, Macunaíma, foi um rapsódia (compilação numa estado.
mesma obra de temas ou assuntos heterogêneos) cons-
truída a partir de um conjunto de escritos folclóricos, por 12) b, o Simbolismo foi um estilo marcado pela subje-
Mário de Andrade em 1928, durante, portanto, o Moder- tividade, pela musicalidade, por aquilo que a imagem su-
nismo. gere e não pelo que ela é fisicamente, como é o caso do
3) c, Tomás Antônio Gonzaga, escrevia sob o pseu- Parnasianismo, que dá riqueza de detalhes mas tem pobre-
dônimo de Dirceu à sua amada Marília, daí a coletânea de za de expressões e de sentimentos.
poesias que formou um livro chamado “Marília de Dirceu”. 13) c, Lima Barreto, por ser filho de mestiços e pobres,
Joaquim Manuel Macedo escrevia textos com assuntos foi vítima de preconceito e esse preconceito marcou toda
corriqueiros e tradicionais, reproduzia a vida social da bur- a sua obra onde ele criou tipos populares que viviam nos
guesia, com mocinhos e mocinhas, daí nasceu o romance subúrbios do Rio de Janeiro. Sentia-se em suas obras, um
“A moreninha”. pouco de sua própria história.

125
PORTUGUÊS

14) d, todas as alternativas são verdadeiras porque,


Monteiro Lobato e Lima Barreto fizeram, cada um a seu
modo, críticas à sociedade, Monteiro preza pelo naciona-
lismo tentando proteger o nosso petróleo de empresas
estrangeiras e Lima Barreto defende as classes menos fa-
vorecidas da sociedade. As obras destacadas na alterna-
tiva II foram produzidas por Lima Barreto; as destacadas
na alternativa III são, de fato, de Monteiro Lobato e “Os
sertões”, de Euclides da Cunha, pode ser considerado tanto
literatura quanto história, porque é um livro baseado em
fatos reais pois ele esteve na Guerra de Canudos, no sertão,
como jornalista.

15) a,
A moreninha – 1844
Grande sertão: veredas – 1956
O Ateneu-1888

Iracema – 1865
O cortiço – 1890
Triste fim de Policarpo Quaresma -1911

Senhora – 1875
Quincas Borba – 1892
O quinze -1930

Lucíola – 1862
Dom Casmurro – 1899
Fogo morto -1943

16) a, só nesta alternativa encontramos a relação cor-


reta pois, Cruz e Sousa, pertence ao Simbolismo, mas no
séc.XIX; Graciliano Ramos,pertence ao Modernismo no séc.
XX e Érico Veríssimo também pertence ao Modernismo no
séc.XX.

17) d, O autor de “Fogo Morto” e “Menino de enge-


nho” é José Lins do Rego, o autor de “O quinze” e “Me-
morial de Maria Moura” é Rachel de Queiroz, o autor de
“Incidente em Antares” e “Clarissa” é Érico Veríssimo, mas o
autor de “Vidas Secas” é Graciliano Ramos e o de “Capitães
da areia” é Jorge Amado.

18) d, O Quinhentismo ou Literatura informativa é o


primeiro, pois, data da época do Descobrimento, logo após
vem o Barroco,no séc.XVII e o Arcadismo no séc. XVIII.

19) b, o Arcadismo português teve origem com a Fun-


dação da Arcádia Lusitana e quando chegou ao Brasil, o
país estava em luta por independência. Um dos movimen-
tos com esse ideal foi a Conjuração mineira.

20) a, Esse grupo defendia as ideias modernistas tanto


na literatura, quanto em outras artes e eles encabeçaram
a Semana de Arte Moderna de 22, foram duramente cri-
ticados por alguns conservadores, inclusive por Monteiro
Lobato, mas foram aplaudidos por muitos.

126
REDAÇÃO

Dissertação – Tema: é a colocação do título; a correta interpretação do tema central; capacidade de reflexão; o não
tangenciamento, desvio ou fuga parcial do tema; ..................................................................................................................................... 01
a estrutura dissertativa, com introdução, desenvolvimento e conclusão, em que não haja características de relato puro,
pela incidência recorrente ou pela predominância de verbos no pretérito. Na introdução, a apresentação do assunto
geral, o direcionamento ou delimitação do tema e o posicionamento do aluno, ou objetivo do trabalho; no desenvol-
vimento, a abordagem do tema, a apresentação de no mínimo duas ideias-força, o aprofundamento necessário para
alicerçar cada uma delas, a clara intenção persuasiva, o grau de conhecimento, maturidade e capacidade de abstração
mental; na conclusão, a retomada do tema, a ratificação do objetivo do trabalho e o fecho. ................................................ 02
Linguagem: ADEQUAÇÃO VOCABULAR (coerência, coesão textual, clareza, estruturação frasal, períodos gramatical-
mente íntegros, impessoais, sem prolixidade, não utilização de pronome de tratamento “você”, não utilização de texto
apelativo, verbos no imperativo, aconselhamentos; utilização da norma culta da Língua, sem repetição viciosa, sem
marcas de oralidade e/ou gírias, não utilização de clichês). APRESENTAÇÃO (sem rasuras, letra padrão da Língua, mar-
ginação, capricho). .................................................................................................................................................................................................. 06
Gramática: cumprimento das normas gramaticais, de acordo com a norma culta da Língua................................................... 21
REDAÇÃO

Comumente surgem questionamentos sobre a seme-


DISSERTAÇÃO – TEMA: É A COLOCAÇÃO DO lhança entre o título e o tema em uma produção textual.
TÍTULO; A CORRETA INTERPRETAÇÃO DO Mas será que são palavras sinônimas?
TEMA CENTRAL; CAPACIDADE DE REFLEXÃO; A boa qualidade de um texto depende de uma série de
O NÃO TANGENCIAMENTO, DESVIO OU fatores que colaboram para a clareza das ideias transmiti-
FUGA PARCIAL DO TEMA; das. Todos os elementos precisam estar em sintonia entre
si, principalmente o tema e o título, pois ambos mantêm
uma relação de dependência, representando o assunto
abordado. É preciso tomar muito cuidado para não con-
Tecer um bom texto é uma tarefa que requer compe- fundir título com tema. Um é a extensão do outro, mas para
tência por parte de quem a pratica, pois o mesmo não pode que fique clara esta distinção, os conheceremos passo a
ser visto como um emaranhado de frases soltas e ideias passo:
desconexas. Pelo contrário, elas devem estar organizadas e
justapostas entre si, denotando clareza de sentido quanto
O Tema é o assunto proposto para a discussão, possui
à mensagem que ora se deseja transmitir.
uma característica mais abrangente, pois é visto de uma
Geralmente, a proposta é acompanhada de uma cole-
maneira global. Para melhor exemplificarmos, tomemos
tânea de textos, a qual devemos fazer uma leitura atenta de
modo a percebermos qual é o tema abordado em questão. como exemplo a questão da violência. Este tema engloba
Diante disso, é essencial que entendamos a diferença vários tipos de violência, como a física, verbal, violência ra-
existente entre estes dois elementos: Tema e Título. cial, infantil e outras.
Ao delimitarmos este assunto, falando da violência em
Tema: O crescente dinamismo que permeia a socieda- um bairro específico da cidade, estamos nos restringindo
de, aliado à inovação tecnológica, requer um aperfeiçoa- somente àquele lugar. Este, portanto, caracteriza o Título.
mento profissional constante. A seguir, veremos um texto no qual fica evidente a
marca dos itens acima relacionados: Bomba na meia-idade.
Título: A importância da capacitação profissional no
mundo contemporâneo. “Em julho, a bomba atômica fez cinquenta anos. A pri-
meira arma nuclear da história foi testada às 5h29min45s
Como podemos perceber, o tema é algo mais abran- do dia 16 de julho de 1945, em Alamogordo, Novo México,
gente e consiste na tese a ser defendida no próprio texto. Estados Unidos.
Já o título é algo mais sintético, é como se fosse afuni- Libertou energia equivalente a 18 toneladas de TNT e
lando o assunto que será posteriormente discutido. encheu de alegria cientistas e engenheiros que haviam tra-
O importante é sabermos que: do tema é que se extrai balhado duro durante três anos para construir a bomba.
o título, haja vista que o mesmo é um elemento-base, fonte Menos de um mês depois, quando uma explosão seme-
norteadora para os demais passos. lhante dizimou as cidades de Hiroshima e Nagasaki no Ja-
Existem certos temas que não revelam uma nítida ob- pão, a alegria deu lugar à vergonha.” 
jetividade, como, o exposto anteriormente. É o caso de Superinteressante, São Paulo, fev.2003. 
fragmentos literários, trechos musicais, frases de efeito,
entre outros. Destacamos como título, Bomba na meia-idade. Tema,
Nesse caso, exige-se mais do leitor quanto à questão Os cinquenta anos de criação da bomba atômica. A leitura
da interpretação, para daí chegar à ideia central. Como po- do texto deixa clara a diferença entre título e tema:
demos identificar através deste excerto:
Dieta Liberada
“As ideias são apenas pedras postas a atravessar a
corrente de um rio, se estão ali é para que possamos
“Não é verdade que se lactantes obesas fizerem dieta
chegar à outra margem, a outra margem é o que im-
porta”. comprometerão os bebês. Nutricionistas da Universidade
(José Saramago) da Carolina do Norte, Estados Unidos, acompanharam qua-
renta mulheres que consumiam uma dieta de baixa caloria.
Essa linguagem, quando analisada, leva-nos a inferir Após dez semanas, elas perderam 5 quilos em média, mas
sobre o seguinte, e que este poderia ser o título: os bebês cresceram bem. Atenção: só especialistas podem
A importância da coerência e da coesão para o sentido preparar a dieta.”
do texto. Fazendo parte também desta composição estão Superinteressante, março, 2000.
os temas apoiados em imagens, como é o caso de gráficos,
histórias em quadrinhos, charges e pinturas. O título é: Dieta Liberada. O tema é: A dieta em mu-
Tal ocorrência requer o mesmo procedimento por par- lheres obesas durante a amamentação. O título tem a fun-
te do leitor, ou seja, que ele desenvolva seu conhecimento ção de chamar a atenção sobre o texto. Por isso é bom
de mundo e sua capacidade de interpretação para desen- que seja curto, chamativo e tenha tudo a ver com o que é
volver um bom texto. falado.

1
REDAÇÃO

Reforçando: Exemplo:

Tema: É o assunto sobre o qual se escreve, ou seja, a Há três métodos pelos quais pode um homem chegar
ideia que será defendida ao longo da dissertação. Deve-se a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência,
ter o tema como um elemento abstrato. Nunca se refira a como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma
ele como parte da dissertação irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e
o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrup-
Título: É uma expressão, geralmente curta e sem ver- ção da corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os
bo, colocada antes da dissertação. Se não houver verbo que se valem do último desses métodos, pois os tais faná-
no título, não se usa ponto final. Não se deve pular linha ticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservien-
depois do título. A colocação de letras maiúsculas em to- tes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição
das as palavras, menos artigos, preposições e conjunções, todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros
é facultativa.
subordinando a maioria do senado, ou grande conselho,
Apesar de o título ser importante para uma disserta-
e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja
ção, julgo ser também perigoso, pois, como o estudante
não está acostumado a dissertar, pode equivocar-se e dar natureza lhe expliquei), garantem-se contra futuras pres-
um título que não corresponda ao âmago da redação. Por- tações de contas e retiram-se da vida pública carregados
tanto acredito que o ideal seria colocar título apenas quan- com os despojos da nação.
do a prova o exigir. Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234235.

Esse texto explica os três métodos pelos quais um ho-


A ESTRUTURA DISSERTATIVA, COM mem chega a ser primeiro-ministro, aconselha o príncipe
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO discreto a escolhê-lo entre os que clamam contra a corrup-
E CONCLUSÃO, EM QUE NÃO HAJA ção na corte e justifica esse conselho.
CARACTERÍSTICAS DE RELATO PURO, Observe-se que:
PELA INCIDÊNCIA RECORRENTE OU - o texto é temático, pois analisa e interpreta a realida-
PELA PREDOMINÂNCIA DE VERBOS de com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um
NO PRETÉRITO. NA INTRODUÇÃO, A homem particular e do que faz para chegar a ser primeiro-
APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO GERAL, ministro, mas do homem em geral e de todos os métodos
O DIRECIONAMENTO OU DELIMITAÇÃO para atingir o poder);
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a
DO TEMA E O POSICIONAMENTO DO
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da
ALUNO, OU OBJETIVO DO TRABALHO; NO
corte no momento em que se tornam primeiros-ministros);
DESENVOLVIMENTO, A ABORDAGEM DO - a progressão temporal dos enunciados não tem im-
TEMA, A APRESENTAÇÃO DE NO MÍNIMO portância, pois o que importa é a relação de implicação
DUAS IDEIAS-FORÇA, O APROFUNDAMENTO (clamar contra a corrupção da corte implica ser corrupto
NECESSÁRIO PARA ALICERÇAR CADA UMA depois da nomeação para primeiro-ministro).
DELAS, A CLARA INTENÇÃO PERSUASIVA, O Características:
GRAU DE CONHECIMENTO, MATURIDADE E
CAPACIDADE DE ABSTRAÇÃO MENTAL; NA - ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é
CONCLUSÃO, A RETOMADA DO TEMA, A temático;
RATIFICAÇÃO DO OBJETIVO DO TRABALHO - como o texto narrativo, ele mostra mudanças de si-
E O FECHO. tuação;
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm
maior importância o que importa são suas relações lógi-
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpre- cas: analogia, pertinência, causalidade, coexistência, cor-
tação de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar al-
respondência, implicação, etc.
gum tema. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica,
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos
raciocínio, clareza, coerência, objetividade na exposição,
um planejamento de trabalho e uma habilidade de expres- de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística pos-
são. suem características próprias a cada tipo de texto.
É em função da capacidade crítica que se questionam  
pontos da realidade social, histórica e psicológica do mun- São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvi-
do e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação mento / Conclusão.
no seu significado diz respeito a um tipo de texto em que
a exposição de uma ideia, através de argumentos, é feita Introdução: em que se apresenta o assunto; se apre-
com a finalidade de desenvolver um conteúdo científico, senta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu de-
doutrinário ou artístico. senvolvimento. Tipos:

2
REDAÇÃO

- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem dis- - Narração: narrar um fato.
cutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consi-
go: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial,
fora para dentro...” de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais
importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona formas:
a um fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início
no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova
de inflação que a década colecionou, agravou vários dos
com este tipo de abordagem.
históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência,
principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente
identificada pela população brasileira.” - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar
a ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. definição.

- Convite: proposta ao leitor para que participe de al- - Comparação: estabelecer analogias, confrontar si-
guma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na tuações distintas.
sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não
entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores des- - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta
de a escolha desse momento! pontos favoráveis e desfavoráveis.
- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação.
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato
Ex: “É importante que o cidadão saiba que portar arma de
ou descrever uma cena.
fogo não é a solução no combate à insegurança.”

- Características: caracterização de espaços ou aspec- - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados es-
tos. tatísticos.
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
“Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque prováveis resultados.
de aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo,
existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
programas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem apresentar questionamento e reflexão.
sinais recebidos). (...)”
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: concei-
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
tos, valores, juízos.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o as-
sunto do texto. Ex: “A principal característica do déspota - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das porquês de uma determinada situação.
normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o
espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer
e de suas necessidades.” - Exemplificação: dar exemplos.

- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fe-
que compõem o texto. chamento integrado de tudo que se argumentou. Para ela
convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se
faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entu-
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
siasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?”
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão
curiosidade do leitor. de quem lê.
Exemplo:
- Comparação: social e geográfica.
Direito de Trabalho
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um
triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e novo modelo econômico: o capitalismo, que até o século
das realidades que marcaram esses 100 últimos anos, apa- XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje pas-
rece a verdadeira doença do século...” sou a agir por meio da exclusão. (A)

3
REDAÇÃO

A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo momento de dissertar sobre algum assunto. Debater e pes-
o trabalho automático, devido à evolução tecnológica e a quisar são atitudes que favorecem o senso crítico, essencial
necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca no desenvolvimento de um texto dissertativo.
o desemprego. Outro fator que também leva ao desempre-
go de um sem número de trabalhadores é a contenção de Ainda temos:
despesas, de gastos. (B)
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa cri- Tema: compreende o assunto proposto para discus-
se social que provém dessa automatização e qualificação, são, o assunto que vai ser abordado.
obriga que seja feita uma lei, em que será dada absoluta Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
garantia aos trabalhadores, de que, mesmo que as empre- discutido.
sas sejam automatizadas, não perderão eles seu mercado Argumentação: é um conjunto de procedimentos lin-
de trabalho. (C) guísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
Não é uma utopia?! opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É for-
Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na necer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma
colheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecnoló- determinada tese.
gico e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o
meio ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar para Estes assuntos serão vistos com mais afinco posterior-
a colheita e substituindo-os então pelas máquinas, desem- mente.
prega milhares deles. (D)
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:
cursos de cabeleireiro, marcenaria, eletricista, para não
perderem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessi-
classe de trabalhos informais. dade de pleno domínio do assunto e habilidade de argu-
Como ficam então aqueles trabalhadores que passa- mentação;
ram à vida estudando, se especializando, para se diferen- - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao
ciarem e ainda estão desempregados?, como vimos no úl- tema;
timo concurso da prefeitura do Rio de Janeiro para “gari”, - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
havia até advogado na fila de inscrição. (E) - impõem-se sempre o raciocínio lógico;
Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
têm o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstra-
que almeja um futuro brilhante, deter, com urgência esse ção do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural,
processo de desníveis gritantes e criar soluções eficazes original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve
para combater a crise generalizada (F), pois a uma nação ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).
doente, miserável e desigual, não compete a tão sonhada
modernidade. (G) O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apre-
sentar: uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear)
1º Parágrafo – Introdução e uma ou mais frases que explicitem tal ideia.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada
A. Tema: Desemprego no Brasil. (ideia central) porque oculta os problemas sociais realmen-
Contextualização: decorrência de um processo histó- te graves. (ideia secundária)”.
rico problemático. Vejamos:
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser comba-
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento tida urgentemente.

B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
remetem a uma análise do tema em questão. combatida urgentemente, pois a alta concentração de ele-
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro mentos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas,
dado da realidade. sobretudo daquelas que sofrem de problemas respirató-
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade rios:
de quem propõe soluções.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem
levado muita gente ao vício.
7º Parágrafo: Conclusão - A televisão é um dos mais eficazes meios de comuni-
F. Uma possível solução é apresentada. cação criados pelo homem.
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com - A violência tem aumentado assustadoramente nas ci-
modernidade. dades e hoje parece claro que esse problema não pode ser
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opi- resolvido apenas pela polícia.
nar sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos - O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise
é um dos recursos que permite uma segurança maior no atualmente.

4
REDAÇÃO

- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a - O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanida-
sociedade brasileira. de que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.
- O espírito competitivo foi excessivamente exercido
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver
série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de numa sociedade fria e inamistosa.
características, funções, processos, situações, sempre ofe-
recendo o complemente necessário à afirmação estabele- Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos mar-
cida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os cam temporal e espacialmente a evolução de ideias, pro-
critérios de importância, preferência, classificação ou alea- cessos.
toriamente. Exemplos:
Exemplo:
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. De-
várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios pois deu um significado a cada grunhido. Muito depois,
sistemáticos e demasiada permanência diante de compu- inventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que
tadores e aparelhos de Televisão. passou à comunicação de massa.
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é gran- Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas
de o número de emissoras que dedicam parte da sua pro- úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma
gramação à veiculação de programas religiosos de crenças forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transfor-
variadas. mação da rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões
temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pou-
3- co profunda. (Melhem Adas)
- A Santa Missa em seu lar.
- Terço Bizantino.
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se
- Despertar da Fé.
conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las
- Palavra de Vida.
mais compreensíveis.
- Igreja da Graça no Lar.
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue prove-
niente do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão
4-
umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o
as artérias contém sangue vermelho-vivo, recém oxigena-
governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, dese-
do. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais
quilíbrios sociológicos e poluição.
- Existem várias razões que levam um homem a enve- escuro e desoxigenado, que o coração remete para os pul-
redar pelos caminhos do crime. mões para receber oxigênio e liberar gás carbônico”.
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
porque pode trazer muitas consequências indesejáveis. Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação,
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua so- deve delimitar-se o tema que será desenvolvido e que po-
brevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer. derá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo,
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas o tema é a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a
em várias categorias. partir das seguintes ideias:

Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver - A violência contra os povos indígenas é uma constan-
através da comparação, que confronta ideias, fatos, fenô- te na história do Brasil.
menos e apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança. - O surgimento de várias entidades de defesa das po-
Exemplo: pulações indígenas.
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicida- brasileiro.
de; a velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e - A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.
persistente sentimento de dor, porque já estamos nos con-
vencendo de que a felicidade é uma ilusão, que só o sofri- Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver,
mento é real”. deve fazer a estruturação do texto.
(Arthur Schopenhauer)
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
encontra no seu desenvolvimento um segmento causal Introdução: deve conter a ideia principal a ser desen-
(fato motivador) e, em outras situações, um segmento in- volvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura
dicando consequências (fatos decorrentes). do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar
Exemplos: a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o

5
REDAÇÃO

plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, Participam a V. Exa.


seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser O feliz nascimento
defendida. De sua filha
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão Gilberta
fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da Velhice
causa e da consequência, das definições, dos dados esta-
tísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da O netinho jogou os óculos
citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos Na latrina
quantos forem necessários para a completa exposição da
ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco Oswaldo de Andrade. Poesias reunidas.
maneiras expostas acima. 4ª Ed. Rio de Janeiro
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que ago- Civilização Brasileira, 1974, p. 160-161.
ra deve aparecer de forma muito mais convincente, uma
vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento Talvez o que mais chame a atenção nesse poema, ao
da dissertação (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma menos à primeira vista, seja a ausência de elementos de
sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação coesão, quer retomando o que foi dito antes, quer enca-
da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica deando segmentos textuais. No entanto, percebemos nele
empregada no desenvolvimento. um sentido unitário, sobretudo se soubermos que o seu
título é “As quatro gares”, ou seja, as quatro estações.
Com essa informação, podemos imaginar que se trata
de flashes de cada uma das quatro grandes fases da vida: a
LINGUAGEM: ADEQUAÇÃO VOCABULAR infância, a adolescência, a maturidade e a velhice. A primei-
(COERÊNCIA, COESÃO TEXTUAL, CLAREZA, ra é caracterizada pelas descobertas (o oceano), por ações
ESTRUTURAÇÃO FRASAL, PERÍODOS (o jarro, que certamente a criança quebrara; o passarinho
GRAMATICALMENTE ÍNTEGROS, que ela caçara) e por experiências marcantes (a visita que
se percebia na sala apropriada e o camisolão que se usava
IMPESSOAIS, SEM PROLIXIDADE, NÃO
para dormir); a segunda é caracterizada por amores perdi-
UTILIZAÇÃO DE PRONOME DE TRATAMENTO dos, de que não se quer mais falar; a terceira, pela forma-
“VOCÊ”, NÃO UTILIZAÇÃO DE TEXTO lidade e pela responsabilidade indicadas pela participação
APELATIVO, VERBOS NO IMPERATIVO, formal do nascimento da filha; a última, pela condescen-
ACONSELHAMENTOS; UTILIZAÇÃO DA dência para com a traquinagem do neto (a quem cabe a
NORMA CULTA DA LÍNGUA, SEM REPETIÇÃO vez de assumir a ação). A primeira parte é uma sucessão de
VICIOSA, SEM MARCAS DE ORALIDADE E/ palavras; a segunda, uma frase em que falta um nexo sintá-
OU GÍRIAS, NÃO UTILIZAÇÃO DE CLICHÊS). tico; a terceira, a participação do nascimento de uma filha;
APRESENTAÇÃO (SEM RASURAS, LETRA e a quarta, uma oração completa, porém aparentemente
PADRÃO DA LÍNGUA, MARGINAÇÃO, desgarrada das demais.
CAPRICHO). Como se explica que sejamos capazes de entender
esse poema em seus múltiplos sentidos, apesar da falta de
marcadores de coesão entre as partes?
A explicação está no fato de que ele tem uma qualida-
Coerência de indispensável para a existência de um texto: a coerência.
Que é a unidade de sentido resultante da relação que
Infância se estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a
compreender a outra, produzindo um sentido global, à luz
O camisolão do qual cada uma das partes ganha sentido. No poema aci-
O jarro ma, os subtítulos “Infância”, “Adolescência”, “Maturidade”
O passarinho e “Velhice” garantem essa unidade. Colocar a participação
O oceano formal do nascimento da filha, por exemplo, sob o título
A vista na casa que a gente sentava no sofá “Maturidade” dá a conotação da responsabilidade habi-
tualmente associada ao indivíduo adulto e cria um sentido
Adolescência unitário.
Esse texto, como outros do mesmo tipo, comprova que
Aquele amor um conjunto de enunciados pode formar um todo coeren-
Nem me fale te mesmo sem a presença de elementos coesivos, isto é,
mesmo sem a presença explícita de marcadores de relação
Maturidade entre as diferentes unidades linguísticas. Em outros termos,
a coesão funciona apenas como um mecanismo auxiliar na
O Sr. e a Sra. Amadeu produção da unidade de sentido, pois esta depende, na

6
REDAÇÃO

verdade, das relações subjacentes ao texto, da não-con- “Pior fez o quarto-zagueiro Edinho Baiano, do Paraná
tradição entre as partes, da continuidade semântica, em Clube, entrevistado por um repórter da Rádio Cidade. O Pa-
síntese, da coerência. raná tinha tomado um balaio de gols do Guarani de Campi-
nas, alguns dias antes. O repórter queria saber o que tinha
A coerência é um fator de interpretabilidade do texto, acontecido. Edinho não teve dúvida sobre os motivos:
pois possibilita que todas as suas partes sejam englobadas __ Como a gente já esperava, fomos surpreendidos pelo
num único significado que explique cada uma delas. Quan- ataque do Guarani.”
do esse sentido não pode ser alcançado por faltar relação Ernâni Buchman. In: Folha de Londrina.
de sentido entre as partes, lemos um texto incoerente,
como este: A surpresa implica o inesperado. Não se pode ser sur-
preendido com o que já se esperava que acontecesse.
A todo ser humano foi dado o direito de opção entre a
mediocridade de uma vida que se acomoda e a grandeza de Coerência Argumentativa
uma vida voltada para o aprimoramento intelectual.
A coerência argumentativa diz respeito às relações de
A adolescência é uma fase tão difícil que todos enfren- implicação ou de adequação entre premissas e conclusões
tam. De repente vejo que não sou mais uma “criancinha” ou entre afirmações e consequências. Não é possível al-
dependente do “papai”. Chegou a hora de me decidir! Tenho guém dizer que é a favor da pena de morte porque é con-
que escolher uma profissão para me realizar e ser indepen- tra tirar a vida de alguém. Da mesma forma, é incoerente
dente financeiramente. defender o respeito à lei e à Constituição Brasileira e ser
favorável à execução de assaltantes no interior de prisões.
No país em que vivemos, que predomina o capitalismo, Muitas vezes, as conclusões não são adequadas às
o mais rico sempre é quem vence! premissas. Não há coerência, por exemplo, num raciocínio
como este:
Apud: J. A. Durigan, M. B. M. Abaurre e Y. F. Vieira
(orgs). Há muitos servidores públicos no Brasil que são verda-
A magia da mudança. Campinas, Unicamp, 1987, deiros marajás.
p. 53. O candidato a governador é funcionário público.
Portanto o candidato é um marajá.
Nesses parágrafos, vemos três temas (direito de opção;
adolescência e escolha profissional; relações sociais sob o Segundo uma lei da lógica formal, não se pode con-
capitalismo) que mantêm relações muito tênues entre si. cluir nada com certeza baseado em duas premissas parti-
Esse fato, prejudicando a continuidade semântica entre as culares. Dizer que muitos servidores públicos são marajás
partes, impede a apreensão do todo e, portanto, configura não permite concluir que qualquer um seja.
um texto incoerente. A falta de relação entre o que se diz e o que foi dito
Há no texto, vários tipos de relação entre as partes que anteriormente também constitui incoerência. É o que se vê
o compõem, e, por isso, costuma-se falar em vários níveis neste diálogo:
de coerência.
“__ Vereador, o senhor é a favor ou contra o pagamento
Coerência Narrativa de pedágio para circular no centro da cidade?
__ É preciso melhorar a vida dos habitantes das grandes
A coerência narrativa consiste no respeito às implica- cidades. A degradação urbana atinge a todos nós e, por con-
ções lógicas entre as partes do relato. Por exemplo, para seguinte, é necessário reabilitar as áreas que contam com
que um sujeito realize uma ação, é preciso que ele tenha abundante oferta de serviços públicos.”
competência para tanto, ou seja, que saiba e possa efetuá
-la. Constitui, então, incoerência narrativa o seguinte exem- Coerência Figurativa
plo: o narrador conta que foi a uma festa onde todos fu-
mavam e, por isso, a espessa fumaça impedia que se visse A coerência figurativa refere-se à compatibilidade das
qualquer coisa; de repente, sem mencionar nenhuma mu- figuras que manifestam determinado tema. Para que o lei-
dança dessa situação, ele diz que se encostou a uma colu- tor possa perceber o tema que está sendo veiculado por
na e passou a observar as pessoas, que eram ruivas, loiras, uma série de figuras encadeadas, estas precisam ser com-
morenas. Se o narrador diz que não podia enxergar nada, patíveis umas com as outras. Seria estranho (para dizer o
é incoerente dizer que via as pessoas com tanta nitidez. mínimo) que alguém, ao descrever um jantar oferecido no
Em outros termos, se nega a competência para a realização palácio do Itamarati a um governador estrangeiro, depois
de um desempenho qualquer, esse desempenho não pode de falar de baixela de prata, porcelana finíssima, flores, can-
ocorrer. Isso por respeito às leis da coerência narrativa. Ob- delabros, toalhas de renda, incluísse no percurso figurativo
serve outro exemplo: guardanapos de papel.

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REDAÇÃO

Coerência Temporal alguém poderia objetivar que é preconceito considerá-los


inadequados. Então, justifica-se perguntar: o que, afinal,
Por coerência temporal entende-se aquela que concer- determina se um texto é ou não coerente?
ne à sucessão dos eventos e à compatibilidade dos enun- A natureza da coerência está relacionada a dois concei-
ciados do ponto de vista de sua localização no tempo. Não tos básicos de verdade: adequação à realidade e conformi-
se poderia, por exemplo, dizer: “O assassino foi executado dade lógica entre os enunciados.
na câmara de gás e, depois, condenado à morte”. Vimos que temos diferentes níveis de coerência: nar-
rativa, argumentativa, figurativa, etc. Em cada nível, temos
Coerência Espacial duas espécies diversas de coerência:
- extratextual: aquela que diz respeito à adequação
A coerência espacial diz respeito à compatibilidade dos entre o texto e uma “realidade” exterior a ele.
enunciados do ponto de vista da localização no espaço. - intratextual: aquela que diz respeito à compatibili-
Seria incoerente, por exemplo, o seguinte texto: “O filme ‘A dade, à adequação, à não-contradição entre os enunciados
Marvada Carne’ mostra a mudança sofrida por um homem do texto.
que vivia lá no interior e encanta-se com a agitação e a di-
versidade da vida na capital, pois aqui já não suportava mais A exterioridade a que o conteúdo do texto deve ajus-
a mesmice e o tédio”. Dizendo lá no interior, o enunciador tar-se pode ser:
dá a entender que seu pronunciamento está sendo feito de - o conhecimento do mundo: o conjunto de dados
algum lugar distante do interior; portanto ele não poderia referentes ao mundo físico, à cultura de um povo, ao con-
usar o advérbio “aqui” para localizar “a mesmice” e “o té- teúdo das ciências, etc. que constitui o repertório com que
dio” que caracterizavam a vida interiorana da personagem. se produzem e se entendem textos. O período “O homem
Em síntese, não é coerente usar “lá” e “aqui” para indicar o olhou através das paredes e viu onde os bandidos escon-
mesmo lugar. diam a vítima que havia sido sequestrada” é incoerente,
pois nosso conhecimento do mundo diz que homens não
Coerência do Nível de Linguagem Utilizado vêem através das paredes. Temos, então, uma incoerência
figurativa extratextual.
- os mecanismos semânticos e gramaticais da lín-
A coerência do nível de linguagem utilizado é aquela
gua: o conjunto dos conhecimentos sobre o código lin-
que concerne à compatibilidade do léxico e das estrutu-
guístico necessário à codificação de mensagens decodifi-
ras morfossintáticas com a variante escolhida numa dada
cáveis por outros usuários da mesma língua. O texto se-
situação de comunicação. Ocorre incoerência relacionada
guinte, por exemplo, está absolutamente sem sentido por
ao nível de linguagem quando, por exemplo, o enunciador
inobservância de mecanismos desse tipo:
utiliza um termo chulo ou pertencente à linguagem infor-
mal num texto caracterizado pela norma culta formal. Tan-
“Conscientizar alunos pré-sólidos ao ingresso de uma
to sabemos que isso não é permitido que, quando o faze- carreira universitária informações críticas a respeito da
mos, acrescentamos uma ressalva: com perdão da palavra, realidade profissional a ser optada. Deve ser ciado novos
se me permitem dizer. Observe um exemplo de incoerência métodos criativos nos ensinos de primeiro e segundo grau:
nesse nível: estimulando o aluno a formação crítica de suas ideias as
“Tendo recebido a notificação para pagamento da cha- quais, serão a praticidade cotidiana. Aptidões pessoais serão
mada taxa do lixo, ouso dirigir-me a V. Exª, senhora prefeita, associadas a testes vocacionais sérios de maneira discursiva
para expor-lhe minha inconformidade diante dessa medida, a analisar conceituações fundamentais.”
porque o IPTU foi aumentado, no governo anterior, de 0,6% Apud: J. A. Durigan et alii. Op. cit., p. 58.
para 1% do valor venal do imóvel exatamente para cobrir Fatores de Coerência
as despesas da municipalidade com os gastos de coleta e
destinação dos resíduos sólidos produzidos pelos moradores - O contexto: para uma dada unidade linguística, fun-
de nossa cidade. Francamente, achei uma sacanagem esta ciona como contexto a unidade linguística maior que ela:
armação da Prefeitura: jogar mais um gasto nas costas da a sílaba é contexto para o fonema; a palavra, para a sílaba;
gente.” a oração, para a palavra; o período, para a oração; o texto,
para o período, e assim por diante.
Como se vê, o léxico usado no último período do texto
destoa completamente do utilizado no período anterior. “Um chopps, dois pastel, o polpettone do Jardim de Na-
poli, cruzar a Ipiranga com a avenida São João, o “Parmera”,
Ninguém há de negar a incoerência de um texto como o “Curíntia”, todo mundo estar usando cinto de segurança.”
este: Saltou para a rua, abriu a janela do 5º andar e dei-
xou um bilhete no parapeito explicando a razão de seu sui- À primeira vista, parece não haver nenhuma coerência
cídio, em que há evidente violação da lei sucessivamente na enumeração desses elementos. Quando ficamos saben-
dos eventos. Entretanto talvez nem todo mundo concorde do, no entanto, que eles fazem parte de um texto intitulado
que seja incoerente incluir guardanapos de papel no jantar “100 motivos para gostar de São Paulo”, o que aparente-
do Itamarati descrito no item sobre coerência figurativa, mente era caótico torna-se coerente:

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REDAÇÃO

100 motivos para gostar de São Paulo - As regras do gênero:

1. Um chopps “O homem olhou através das paredes e viu onde os ban-


2. E dois pastel didos escondiam a vítima que havia sido sequestrada.”
(...)
5. O polpettone do Jardim de Napoli Essa frase é incoerente no discurso cotidiano, mas é
(...) completamente coerente no mundo criado pelas histórias
30. Cruzar a Ipiranga com a av. São João de super-heróis, em que o Super-Homem, por exemplo,
(...) tem força praticamente ilimitada; pode voar no espaço a
43. O “Parmera” uma velocidade igual à da luz; quando ultrapassa essa ve-
(...) locidade, vence a barreira do tempo e pode transferir-se
45. O “Curíntia” para outras épocas; seus olhos de raios X permitem-lhe ver
(..) através de qualquer corpo, a distâncias infinitas, etc.
59. Todo mundo estar usando cinto de segurança Nosso conhecimento de mundo não é restrito ao que
(...) efetivamente existe, ao que se pode ver, tocar, etc.: ele in-
clui também os mundos criados pela linguagem nos dife-
O texto apresenta os traços culturais da cidade, e to- rentes gêneros de texto, ficção científica, contos maravi-
dos convergem para um único significado: a celebração da lhosos, mitos, discurso religioso, etc., regidos por outras ló-
capital do estado de São Paulo no seu aniversário. Os dois gicas. Assim, o que é incoerente num determinado gênero
primeiros itens de nosso exemplo referem-se a marcas lin- não o é, necessariamente, em outro.
guísticas do falar paulistano; o terceiro, a um prato que tor-
nou conhecido o restaurante chamado Jardim de Napoli; o - O sentido não literal:
quarto, a um verso da música “Sampa”, de Caetano Veloso;
o sexto e o sétimo, à maneira como os dois times mais “As verdes ideias incolores dormem, mas poderão ex-
populares da cidade são denominados na variante linguís- plodir a qualquer momento.”
tica popular; o último à obediência a uma lei que na época
ainda não vigorava no resto do país. Tomando em seu sentido literal, esse texto é absurdo,
pois, nessa acepção, o termo ideias não pode ser qualifica-
- A situação de comunicação: do por adjetivos de cor; não se podem atribuir ao mesmo
ser, ao mesmo tempo, as qualidades verde e incolor; o ver-
__A telefônica. bo dormir deve ter como sujeito um substantivo animado.
__Era hoje? No entanto, se entendermos ideias verdes em sentido não
literal, como concepções ambientalistas, o período pode
Esse diálogo não seria compreendido fora da situação ser lido da seguinte maneira: “As ideias ambientalistas sem
de interlocução, porque deixa implícitos certos enunciados atrativo estão latentes, mas poderão manifestar-se a qual-
que, dentro dela, são perfeitamente compreendidos: quer momento.”

__ O empregado da companhia telefônica que vinha - O intertexto:


consertar o telefone está aí.
__ Era hoje que ele viria? Falso diálogo entre Pessoa e Caeiro
- O conhecimento de mundo:
__ a chuva me deixa triste...
31 de março / 1º de abril __ a mim me deixa molhado.
Dúvida Revolucionária José Paulo Paes. Op. Cit., p 79.

Ontem foi hoje? Muitos textos retomam outros, constroem-se com


Ou hoje é que foi ontem? base em outros e, por isso, só ganham coerência nessa re-
lação com o texto sobre o qual foram construídos, ou seja,
Aparentemente, falta coerência temporal a esse poema: na relação de intertextualidade. É o caso desse poema. Para
o que significa “ontem foi hoje” ou “hoje é que foi ontem?”. compreendê-lo, é preciso saber que Alberto Caeiro é um
No entanto, as duas datas colocadas no início do poema dos heterônimos do poeta Fernando Pessoa; que heterô-
e o título remetem a um episódio da História do Brasil, o nimo não é pseudônimo, mas uma individualidade lírica
golpe militar de 1964, chamado Revolução de 1964. Esse distinta da do autor (o ortônimo); que para Caeiro o real é
fato deve fazer parte de nosso conhecimento de mundo, a exterioridade e não devemos acrescentar-lhe impressões
assim como o detalhe de que ele ocorreu no dia 1º de abril, subjetivas; que sua posição é antimetafísica; que não deve-
mas sua comemoração foi mudada para 31 de março, para mos interpretar a realidade pela inteligência, pois essa in-
evitar relações entre o evento e o “dia da mentira”. terpretação conduz a simples conceitos vazios, em síntese,

9
REDAÇÃO

é preciso ter lido textos de Caeiro. Por outro lado, é preciso Da terceira vez não vi mais nada
saber que o ortônimo (Fernando Pessoa ele mesmo) expri- Os céus se misturaram com a terra
me suas emoções, falando da solidão interior, do tédio, etc. E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face
[das águas.
Incoerência Proposital Poesias completas e prosa. Rio de Janeiro,
Aguilar, 1986, p. 214.
Existem textos em que há uma quebra proposital da
coerência, com vistas a produzir determinado efeito de Para percebermos a coerência desse texto, é preciso,
sentido, assim como existem outros que fazem da não- no mínimo, que nosso conhecimento de mundo inclua o
coerência o próprio princípio constitutivo da produção de poema:
sentido. Poderia alguém perguntar, então, se realmente
existe texto incoerente. Sem dúvida existe: é aquele em que O Adeus de Teresa
a incoerência é produzida involuntariamente, por inabili-
dade, descuido ou ignorância do enunciador, e não usada
A primeira vez que fitei Teresa,
funcionalmente para construir certo sentido.
Como as plantas que arrasta a correnteza,
Quando se trata de incoerência proposital, o enuncia-
A valsa nos levou nos giros seus...
dor dissemina pistas no texto, para que o leitor perceba
que ela faz parte de um programa intencionalmente dire-
cionado para veicular determinado tema. Se, por exemplo, Castro Alves
num texto que mostra uma festa muito luxuosa, aparecem
figuras como pessoas comendo de boca aberta, falando em Para identificarmos a relação de intertextualidade en-
voz muito alta e em linguagem chula, ostentando sua últi- tre eles; que tenhamos noção da crítica do Modernismo
mas aquisições, o enunciador certamente não está queren- às escolas literárias precedentes, no caso, ao Romantismo,
do manifestar o tema do luxo, do requinte, mas o da vul- em que nenhuma musa seria tratada com tanta cerimônia
garidade dos novos-ricos. Para ficar no exemplo da festa: e muito menos teria “cara”; que façamos uma leitura não
em filmes como “Quero ser grande” (Big, dirigido por Penny literal; que percebamos sua lógica interna, criada pela dis-
Marshall em 1988, com Tom Hanks) e “Um convidado bem seminação proposital de elementos que pareceriam absur-
trapalhão” (The party, Blake Edwards, 1968, com Peter Sel- dos em outro contexto.
lers), há cenas em que os respectivos protagonistas exibem
comportamento incompatível com a ocasião, mas não há Coesão
incoerência nisso, pois todo o enredo converge para que o
espectador se solidarize com eles, por sua ingenuidade e Uma das propriedades que distinguem um texto de um
falta de traquejo social. Mas, se aparece num texto uma fi- amontoado de frases é a relação existente entre os ele-
gura incoerente uma única vez, o leitor não pode ter certe- mentos que os constituem. A coesão textual é a ligação,
za de que se trata de uma quebra de coerência proposital, a relação, a conexão entre palavras, expressões ou frases
com vistas a criar determinado efeito de sentido, vai pensar do texto. Ela manifesta-se por elementos gramaticais, que
que se trata de contradição devida a inabilidade, descuido servem para estabelecer vínculos entre os componentes do
ou ignorância do enunciador. texto. Observe:
Dissemos também que há outros textos que fazem da
inversão da realidade seu princípio constitutivo; da incoe- “O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum
rência, um fator de coerência. São exemplos as obras de de anotações, que segurava na mão.”
Lewis Carrol “Alice no país das maravilhas” e “Através do es-
pelho”, que pretendem apresentar paradoxos de sentido,
Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece
subverter o princípio da realidade, mostrar as aporias da
conexão entre as duas orações. O iraquiano leu sua decla-
lógica, confrontar a lógica do senso comum com outras.
ração num bloquinho comum de anotações e segurava na
Reproduzimos um poema de Manuel Bandeira que mão, retomando na segunda um dos termos da primeira:
contém mais de um exemplo do que foi abordado: bloquinho. O pronome relativo é um elemento coesivo, e a
Teresa conexão entre as duas orações, um fenômeno de coesão.
Leia o texto que segue:
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas Arroz-doce da infância
Achei também que a cara parecia uma perna
Ingredientes
Quando vi Teresa de novo 1 litro de leite desnatado
Achei que seus olhos eram muito mais velhos 150g de arroz cru lavado
[que o resto do corpo 1 pitada de sal
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando 4 colheres (sopa) de açúcar
[que o resto do corpo nascesse) 1 colher (sobremesa) de canela em pó

10
REDAÇÃO

Preparo O pronome pessoal “elas” recupera o substantivo pes-


Em uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada soas; o pronome pessoal “o” retoma o nome Machado de
de sal e mexa sem parar até cozinhar o arroz. Adicione o Assis.
açúcar e deixe no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em
um recipiente, polvilhe a canela. Sirva. “Os dois homens caminhavam pela calçada, ambos tra-
Cozinha Clássica Baixo Colesterol, nº4. jando roupa escura.”
São Paulo, InCor, agosto de 1999, p. 42.
O numeral “ambos” retoma a expressão os dois homens.
Toda receita culinária tem duas partes: lista dos ingre-
dientes e modo de preparar. As informações apresentadas “Fui ao cinema domingo e, chegando lá, fiquei desani-
na primeira são retomadas na segunda. Nesta, os nomes mado com a fila.”
mencionados pela primeira vez na lista de ingredientes
vêm precedidos de artigo definido, o qual exerce, entre O advérbio “lá” recupera a expressão ao cinema.
outras funções, a de indicar que o termo determinado por
ele se refere ao mesmo ser a que uma palavra idêntica já “O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos
fizera menção. funcionários do palácio, e o fará para demonstrar seu apreço
No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se aos servidores.”
adiciona o açúcar, o artigo citado na primeira parte. Se
dissesse apenas adicione açúcar, deveria adicionar, pois se A forma verbal “fará” retoma a perífrase verbal vai
trataria de outro açúcar, diverso daquele citado no rol dos inaugurar e seu complemento.
ingredientes.
Há dois tipos principais de mecanismos de coesão: re- - Em princípio, o termo a que o anafórico se refere deve
tomada ou antecipação de palavras, expressões ou frases e estar presente no texto, senão a coesão fica comprometida,
encadeamento de segmentos. como neste exemplo:

“André é meu grande amigo. Começou a namorá-la há


Retomada ou Antecipação por meio de uma palavra
vários meses.”
gramatical
(pronome, verbos ou advérbios)
A rigor, não se pode dizer que o pronome “la” seja um
anafórico, pois não está retomando nenhuma das palavras
“No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje não há
citadas antes. Exatamente por isso, o sentido da frase fica
total igualdade entre homens e mulheres: estas ainda ga-
totalmente prejudicado: não há possibilidade de se de-
nham menos do que aqueles em cargos equivalentes.”
preender o sentido desse pronome.
Pode ocorrer, no entanto, que o anafórico não se refi-
Nesse período, o pronome demonstrativo “estas” reto- ra a nenhuma palavra citada anteriormente no interior do
ma o termo mulheres, enquanto “aqueles” recupera a pa- texto, mas que possa ser inferida por certos pressupostos
lavra homens. típicos da cultura em que se inscreve o texto. É o caso de
Os termos que servem para retomar outros são deno- um exemplo como este:
minados anafóricos; os que servem para anunciar, para an-
tecipar outros são chamados catafóricos. No exemplo a se- “O casamento teria sido às 20 horas. O noivo já estava
guir, desta antecipa abandonar a faculdade no último ano: desesperado, porque eram 21 horas e ela não havia compa-
recido.”
“Já viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no
último ano?” Por dados do contexto cultural, sabe-se que o prono-
me “ela” é um anafórico que só pode estar-se referindo à
São anafóricos ou catafóricos os pronomes demons- palavra noiva. Num casamento, estando presente o noivo,
trativos, os pronomes relativos, certos advérbios ou locu- o desespero só pode ser pelo atraso da noiva (representa-
ções adverbiais (nesse momento, então, lá), o verbo fazer, da por “ela” no exemplo citado).
o artigo definido, os pronomes pessoais de 3ª pessoa (ele,
o, a, os, as, lhe, lhes), os pronomes indefinidos. Exemplos: - O artigo indefinido serve geralmente para introduzir
informações novas ao texto. Quando elas forem retoma-
“Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera das, deverão ser precedidas do artigo definido, pois este
na cátedra de Sociologia na Universidade de São Paulo.” é que tem a função de indicar que o termo por ele deter-
O pronome relativo “quem” retoma o substantivo mes- minado é idêntico, em termos de valor referencial, a um
tre. termo já mencionado.

“As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem “O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na
como um pensador cín iço e descrente do amor e da ami- sala de espetáculos. Curiosamente, a carteira tinha muito
zade.” dinheiro dentro, mas nem um documento sequer.”

11
REDAÇÃO

- Quando, em dado contexto, o anafórico pode refe- todo momento tomar graves decisões que afetam a vida de
rir-se a dois termos distintos, há uma ruptura de coesão, muitas pessoas; necessita acompanhar tudo o que acontece
porque ocorre uma ambiguidade insolúvel. É preciso que o no Brasil e no mundo. Um presidente deve começar a traba-
texto seja escrito de tal forma que o leitor possa determinar lhar ao raiar do dia e terminar sua jornada altas horas da
exatamente qual é a palavra retomada pelo anafórico. noite.”
A repetição do termo presidente estabelece a coesão
“Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor entre o último período e o que vem antes dele.
por causa da sua arrogância.”
“Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os as-
O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à pala- tros sempre o atraíram.
vra ator quanto a diretor.
Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo
“André brigou com o ex-namorado de uma amiga, que astros, que recupera os hipônimos estrelas, planetas, saté-
trabalha na mesma firma.” lites.

Não se sabe se o anafórico “que” está se referindo ao “Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do
termo amiga ou a ex-namorado. Permutando o anafórico homem era regido por humores (fluidos orgânicos) que per-
“que” por “o qual” ou “a qual”, essa ambiguidade seria des- corriam, ou apenas existiam, em maior ou menor intensi-
feita. dade em nosso corpo. Eram quatro os humores: o sangue, a
fleuma (secreção pulmonar), a bile amarela e a bile negra.
Retomada por palavra lexical E eram também estes quatro fluidos ligados aos quatro ele-
(substantivo, adjetivo ou verbo) mentos fundamentais: ao Ar (seco), à Água (úmido), ao Fogo
(quente) e à Terra (frio), respectivamente.”
Uma palavra pode ser retomada, que por uma repeti- Ziraldo. In: Revista Vozes, nº3, abril de 1970, p.18.
ção, quer por uma substituição por sinônimo, hiperônimo,
hipônimo ou antonomásia. Nesse texto, a ligação entre o segundo e o primeiro
Sinônimo é o nome que se dá a uma palavra que pos- períodos se faz pela repetição da palavra humores; entre
sui o mesmo sentido que outra, ou sentido bastante apro- o terceiro e o segundo se faz pela utilização do sinônimo
ximado: injúria e afronta, alegre e contente. fluidos.
Hiperônimo é um termo que mantém com outro uma É preciso manejar com muito cuidado a repetição de
relação do tipo contém/está contido; palavras, pois, se ela não for usada para criar um efeito de
Hipônimo é uma palavra que mantém com outra uma sentido de intensificação, constituirá uma falha de estilo.
relação do tipo está contido/contém. O significado do ter- No trecho transcrito a seguir, por exemplo, fica claro o uso
mo rosa está contido no de flor e o de flor contém o de da repetição da palavra vice e outras parecidas (vicissitudes,
rosa, pois toda rosa é uma flor, mas nem toda flor é uma vicejam, viciem), com a evidente intenção de ridicularizar a
rosa. Flor é, pois, hiperônimo de rosa, e esta palavra é hi- condição secundária que um provável flamenguista atribui
pônimo daquela. ao Vasco e ao seu Vice-presidente:
Antonomásia é a substituição de um nome próprio
por um nome comum ou de um comum por um próprio. “Recebi por esses dias um e-mail com uma série de pia-
Ela ocorre, principalmente, quando uma pessoa célebre das sobre o pouco simpático Eurico Miranda. Faltam-me
é designada por uma característica notória ou quando o provas, mas tudo leva a crer que o remetente seja um fla-
nome próprio de uma personagem famosa é usada para menguista.”
designar outras pessoas que possuam a mesma caracterís- Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: é vice
tica que a distingue: -presidente do clube, vice-campeão carioca e bi vice-cam-
peão mundial. E isso sem falar do vice no Carioca de futsal,
“O rei do futebol (=Pelé) som podia ser um brasileiro.” no Carioca de basquete, no Brasileiro de basquete e na
Taça Guanabara. São vicissitudes que vicejam. Espero que
“O herói de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado não viciem.
numa recente minissérie de tevê.” José Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo,
08/03/2000, p. 4-7.
Referência ao fato notório de Giuseppe Garibaldi haver
lutado pela liberdade na Europa e na América. A elipse é o apagamento de um segmento de frase
que pode ser facilmente recuperado pelo contexto. Tam-
“Ele é um hércules (=um homem muito forte). bém constitui um expediente de coesão, pois é o apaga-
mento de um termo que seria repetido, e o preenchimento
Referência à força física que caracteriza o herói grego do vazio deixado pelo termo apagado (=elíptico) exige, ne-
Hércules. cessariamente, que se faça correlação com outros termos
presentes no contexto, ou referidos na situação em que se
“Um presidente da República tem uma agenda de tra- desenrola a fala.
balho extremamente carregada. Deve receber ministros, em- Vejamos estes versos do poema “Círculo vicioso”, de
baixadores, visitantes estrangeiros, parlamentares; precisa a Machado de Assis:

12
REDAÇÃO

(...) Na frase “O time apresentou um bom futebol, mas não


Mas a lua, fitando o sol, com azedume: alcançou a vitória”, por exemplo, o conector “mas” está
adequadamente usado, pois ele liga dois segmentos com
“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela orientação argumentativa contrária. Se fosse utilizado, nes-
Claridade imorta, que toda a luz resume!” se caso, o conector “portanto”, o resultado seria um pa-
Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1979, radoxo semântico, pois esse operador discursivo liga dois
v.III, p. 151. segmentos com a mesma orientação argumentativa, sendo
o segmento introduzido por ele a conclusão do anterior.
Nesse caso, o verbo dizer, que seria enunciado antes
daquilo que disse a lua, isto é, antes das aspas, fica suben- - Gradação: há operadores que marcam uma grada-
tendido, é omitido por ser facilmente presumível. ção numa série de argumentos orientados para uma mes-
Qualquer segmento da frase pode sofrer elipse. Veja ma conclusão. Dividem-se eles, em dois subtipos: os que
que, no exemplo abaixo, é o sujeito meu pai que vem elidi- indicam o argumento mais forte de uma série: até, mesmo,
do (ou apagado) antes de sentiu e parou: até mesmo, inclusive, e os que subentendem uma escala
com argumentos mais fortes: ao menos, pelo menos, no mí-
“Meu pai começou a andar novamente, sentiu a pontada nimo, no máximo, quando muito.
no peito e parou.” “Ele é um bom conferencista: tem uma voz bonita, é bem
articulado, conhece bem o assunto de que fala e é até se-
Pode ocorrer também elipse por antecipação. No dutor.”
exemplo que segue, aquela promoção é complemento tan-
to de querer quanto de desejar, no entanto aparece apenas Toda a série de qualidades está orientada no sentido
depois do segundo verbo: de comprovar que ele é bom conferencista; dentro dessa
série, ser sedutor é considerado o argumento mais forte.
“Ficou muito deprimido com o fato de ter sido preferido.
Afinal, queria muito, desejava ardentemente aquela promo-
“Ele é ambicioso e tem grande capacidade de trabalho.
ção.”
Chegará a ser pelo menos diretor da empresa.”
Quando se faz essa elipse por antecipação com verbos
Pelo menos introduz um argumento orientado no mes-
que têm regência diferente, a coesão é rompida. Por exem-
mo sentido de ser ambicioso e ter grande capacidade de
plo, não se deve dizer “Conheço e gosto deste livro”, pois
trabalho; por outro lado, subentende que há argumentos
o verbo conhecer rege complemento não introduzido por
mais fortes para comprovar que ele tem as qualidades re-
preposição, e a elipse retoma o complemento inteiro, por-
queridas dos que vão longe (por exemplo, ser presidente
tanto teríamos uma preposição indevida: “Conheço (deste
da empresa) e que se está usando o menos forte; ao me-
livro) e gosto deste livro”. Em “Implico e dispenso sem dó
nos, pelo menos e no mínimo ligam argumentos de valor
os estranhos palpiteiros”, diferentemente, no complemento
em elipse faltaria a preposição “com” exigida pelo verbo positivo.
implicar.
Nesses casos, para assegurar a coesão, o recomendá- “Ele não é bom aluno. No máximo vai terminar o se-
vel é colocar o complemento junto ao primeiro verbo, res- gundo grau.”
peitando sua regência, e retomá-lo após o segundo por um
anafórico, acrescentando a preposição devida (Conheço No máximo introduz um argumento orientado no mes-
este livro e gosto dele) ou eliminando a indevida (Implico mo sentido de ter muita dificuldade de aprender; supõe
com estranhos palpiteiros e os dispenso sem dó). que há uma escala argumentativa (por exemplo, fazer uma
faculdade) e que se está usando o argumento menos for-
Coesão por Conexão te da escala no sentido de provar a afirmação anterior; no
máximo e quando muito estabelecem ligação entre argu-
Há na língua uma série de palavras ou locuções que mentos de valor depreciativo.
são responsáveis pela concatenação ou relação entre seg-
mentos do texto. Esses elementos denominam-se conecto- - Conjunção Argumentativa: há operadores que as-
res ou operadores discursivos. Por exemplo: visto que, até, sinalam uma conjunção argumentativa, ou seja, ligam um
ora, no entanto, contudo, ou seja. conjunto de argumentos orientados em favor de uma dada
Note-se que eles fazem mais do que ligar partes do conclusão: e, também, ainda, nem, não só... mas também,
texto: estabelecem entre elas relações semânticas de di- tanto... como, além de, a par de.
versos tipos, como contrariedade, causa, consequência,
condição, conclusão, etc. Essas relações exercem função “Se alguém pode tomar essa decisão é você. Você é o
argumentativa no texto, por isso os operadores discursivos diretor da escola, é muito respeitado pelos funcionários e
não podem ser usados indiscriminadamente. também é muito querido pelos alunos.”

13
REDAÇÃO

Arrolam-se três argumentos em favor da tese que é o mentativa proposta, “Tanto maior será a corrupção entre os
interlocutor quem pode tomar uma dada decisão. O último agentes penitenciários quanto mais grave for o problema da
deles é introduzido por “e também”, que indica um argu- fuga de presos”.
mento final na mesma direção argumentativa dos prece- Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a con-
dentes. clusões opostas: Imagine-se, por exemplo, o seguinte diá-
Esses operadores introduzem novos argumentos; não logo entre o diretor de um clube esportivo e o técnico de
significam, em hipótese nenhuma, a repetição do que já futebol:
foi dito. Ou seja, só podem ser ligados com conectores
de conjunção segmentos que representam uma progres- “__Precisamos promover atletas das divisões de base
são discursiva. É possível dizer “Disfarçou as lágrimas que para reforçar nosso time.
o assaltaram e continuou seu discurso”, porque o segundo __Qualquer atleta das divisões de base é tão bom quan-
segmento indica um desenvolvimento da exposição. Não to os do time principal.”
teria cabimento usar operadores desse tipo para ligar dois
segmentos como “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram Nesse caso, o argumento do técnico é a favor da pro-
e escondeu o choro que tomou conta dele”. moção, pois ele declara que qualquer atleta das divisões de
base tem, pelo menos, o mesmo nível dos do time princi-
- Disjunção Argumentativa: há também operadores pal, o que significa que estes não primam exatamente pela
que indicam uma disjunção argumentativa, ou seja, fazem excelência em relação aos outros.
uma conexão entre segmentos que levam a conclusões Suponhamos, agora, que o técnico tivesse invertido os
opostas, que têm orientação argumentativa diferente: ou, segmentos na sua fala:
ou então, quer... quer, seja... seja, caso contrário, ao contrário.
“Não agredi esse imbecil. Ao contrário, ajudei a separar “__Qualquer atleta do time principal é tão bom quanto
a briga, para que ele não apanhasse.” os das divisões de base.”

O argumento introduzido por ao contrário é diame- Nesse caso, seu argumento seria contra a necessidade
tralmente oposto àquele de que o falante teria agredido da promoção, pois ele estaria declarando que os atletas do
alguém. time principal são tão bons quanto os das divisões de base.
- Explicação ou Justificativa: há operadores que in-
- Conclusão: existem operadores que marcam uma troduzem uma explicação ou uma justificativa em relação
conclusão em relação ao que foi dito em dois ou mais ao que foi dito anteriormente: porque, já que, que, pois.
enunciados anteriores (geralmente, uma das afirmações
de que decorre a conclusão fica implícita, por manifestar “Já que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem au-
uma voz geral, uma verdade universalmente aceita): logo, torização da ONU, devem arcar sozinhos com os custos da
portanto, por conseguinte, pois (o pois é conclusivo quando guerra.”
não encabeça a oração).
Já que inicia um argumento que dá uma justificativa
“Essa guerra é uma guerra de conquista, pois visa ao para a tese de que os Estados Unidos devam arcar sozinhos
controle dos fluxos mundiais de petróleo. Por conseguinte, com o custo da guerra contra o Iraque.
não é moralmente defensável.”
- Contrajunção: os operadores discursivos que as-
Por conseguinte introduz uma conclusão em relação à sinalam uma relação de contrajunção, isto é, que ligam
afirmação exposta no primeiro período. enunciados com orientação argumentativa contrária, são
as conjunções adversativas (mas, contudo, todavia, no en-
- Comparação: outros importantes operadores discur- tanto, entretanto, porém) e as concessivas (embora, apesar
sivos são os que estabelecem uma comparação de igual- de, apesar de que, conquanto, ainda que, posto que, se bem
dade, superioridade ou inferioridade entre dois elementos, que).
com vistas a uma conclusão contrária ou favorável a certa Qual é a diferença entre as adversativas e as conces-
ideia: tanto... quanto, tão... como, mais... (do) que. sivas, se tanto umas como outras ligam enunciados com
orientação argumentativa contrária?
“Os problemas de fuga de presos serão tanto mais gra- Nas adversativas, prevalece a orientação do segmento
ves quanto maior for a corrupção entre os agentes peniten- introduzido pela conjunção.
ciários.”
“O atleta pode cair por causa do impacto, mas se levan-
O comparativo de igualdade tem no texto uma função ta mais decidido a vencer.”
argumentativa: mostrar que o problema da fuga de presos
cresce à medida que aumenta a corrupção entre os agen- Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclu-
tes penitenciários; por isso, os segmentos podem até ser são negativa sobre um processo ocorrido com o atleta,
permutáveis do ponto de vista sintático, mas não o são do enquanto a começada pela conjunção “mas” leva a uma
ponto de vista argumentativo, pois não há igualdade argu- conclusão positiva. Essa segunda orientação é a mais forte.

14
REDAÇÃO

Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é O conector introduz uma amplificação do que foi dito
bonita” com “Ela não é bonita, mas é simpática”. No primei- antes.
ro caso, o que se quer dizer é que a simpatia é suplanta-
da pela falta de beleza; no segundo, que a falta de beleza “Ele é um técnico retranqueiro, como aliás o são todos os
perde relevância diante da simpatia. Quando se usam as que atualmente militam no nosso futebol.
conjunções adversativas, introduz-se um argumento com O conector introduz uma generalização ao que foi afir-
vistas a determinada conclusão, para, em seguida, apresen- mado: não “ele”, mas todos os técnicos do nosso futebol
tar um argumento decisivo para uma conclusão contrária. são retranqueiros.
Com as conjunções concessivas, a orientação argu-
mentativa que predomina é a do segmento não introduzi- - Especificação ou Exemplificação: também há ope-
do pela conjunção. radores que marcam uma especificação ou uma exempli-
ficação do que foi afirmado anteriormente: por exemplo,
“Embora haja conexão entre saber escrever e saber gra- como.
mática, trata-se de capacidades diferentes.”
“A violência não é um fenômeno que está dissemina-
A oração iniciada por “embora” apresenta uma orien- do apenas entre as camadas mais pobres da população. Por
tação argumentativa no sentido de que saber escrever e exemplo, é crescente o número de jovens da classe média
saber gramática são duas coisas interligadas; a oração prin- que estão envolvidos em toda sorte de delitos, dos menos
cipal conduz à direção argumentativa contrária. aos mais graves.”
Quando se utilizam conjunções concessivas, a estraté-
gia argumentativa é a de introduzir no texto um argumen- Por exemplo assinala que o que vem a seguir especifica,
to que, embora tido como verdadeiro, será anulado por exemplifica a afirmação de que a violência não é um fenô-
outro mais forte com orientação contrária. meno adstrito aos membros das “camadas mais pobres da
A diferença entre as adversativas e as concessivas, por- população”.
tanto, é de estratégia argumentativa. Compare os seguin-
tes períodos: - Retificação ou Correção: há ainda os que indicam
uma retificação, uma correção do que foi afirmado antes:
ou melhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer
“Por mais que o exército tivesse planejado a operação
dizer, ou seja, em outras palavras. Exemplo:
(argumento mais fraco), a realidade mostrou-se mais com-
plexa (argumento mais forte).”
“Vou-me casar neste final de semana. Ou melhor, vou
“O exército planejou minuciosamente a operação (argu-
passar a viver junto com minha namorada.”
mento mais fraco), mas a realidade mostrou-se mais com-
plexa (argumento mais forte).” O conector inicia um segmento que retifica o que foi
dito antes.
- Argumento Decisivo: há operadores discursivos que Esses operadores servem também para marcar um es-
introduzem um argumento decisivo para derrubar a argu- clarecimento, um desenvolvimento, uma redefinição do
mentação contrária, mas apresentando-o como se fosse conteúdo enunciado anteriormente. Exemplo:
um acréscimo, como se fosse apenas algo mais numa sé-
rie argumentativa: além do mais, além de tudo, além disso, “A última tentativa de proibir a propaganda de cigarros
ademais. nas corridas de Fórmula 1 não vingou. De fato, os interesses
dos fabricantes mais uma vez prevaleceram sobre os da
“Ele está num período muito bom da vida: começou a saúde.”
namorar a mulher de seus sonhos, foi promovido na empre-
sa, recebeu um prêmio que ambicionava havia muito tempo O conector introduz um esclarecimento sobre o que
e, além disso, ganhou uma bolada na loteria.” foi dito antes.
Servem ainda para assinalar uma atenuação ou um re-
O operador discursivo introduz o que se considera a forço do conteúdo de verdade de um enunciado. Exemplo:
prova mais forte de que “Ele está num período muito bom
da vida”; no entanto, essa prova é apresentada como se “Quando a atual oposição estava no comando do país,
fosse apenas mais uma. não fez o que exige hoje que o governo faça. Ao contrário,
suas políticas iam na direção contrária do que prega atual-
- Generalização ou Amplificação: existem operado- mente.
res que assinalam uma generalização ou uma amplificação
do que foi dito antes: de fato, realmente, como aliás, tam- O conector introduz um argumento que reforça o que
bém, é verdade que. foi dito antes.

“O problema da erradicação da pobreza passa pela ge- - Explicação: há operadores que desencadeiam uma
ração de empregos. De fato, só o crescimento econômico explicação, uma confirmação, uma ilustração do que foi
leva ao aumento de renda da população.” afirmado antes: assim, desse modo, dessa maneira.

15
REDAÇÃO

“O exército inimigo não desejava a paz. Assim, enquanto Nesses casos, os lugares dos diferentes conectores estarão
se processavam as negociações, atacou de surpresa.” indicados, na escrita, pelos sinais de pontuação: ponto-fi-
nal, vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos.
O operador introduz uma confirmação do que foi afir-
mado antes. “A reforma política é indispensável. Sem a existência da
fidelidade partidária, cada parlamentar vota segundo seus
Coesão por Justaposição interesses e não de acordo com um programa partidário. As-
sim, não há bases governamentais sólidas.”
É a coesão que se estabelece com base na sequência
dos enunciados, marcada ou não com sequenciadores. Esse texto contém três períodos. O segundo indica a
Examinemos os principais sequenciadores. causa de a reforma política ser indispensável. Portanto o
ponto-final do primeiro período está no lugar de um por-
- Sequenciadores Temporais: são os indicadores de que.
anterioridade, concomitância ou posterioridade: dois meses
depois, uma semana antes, um pouco mais tarde, etc. (são A língua tem um grande número de conectores e se-
utilizados predominantemente nas narrações). quenciadores. Apresentamos os principais e explicamos
sua função. É preciso ficar atento aos fenômenos de coe-
“Uma semana antes de ser internado gravemente são. Mostramos que o uso inadequado dos conectores e a
doente, ele esteve conosco. Estava alegre e cheio de planos utilização inapropriada dos anafóricos ou catafóricos ge-
para o futuro.” ram rupturas na coesão, o que leva o texto a não ter sen-
tido ou, pelo menos, a não ter o sentido desejado. Outra
- Sequenciadores Espaciais: são os indicadores de po- falha comum no que tange a coesão é a falta de partes
sição relativa no espaço: à esquerda, à direita, junto de, etc. indispensáveis da oração ou do período. Analisemos este
(são usados principalmente nas descrições). exemplo:

“As empresas que anunciaram que apoiariam a campa-


“A um lado, duas estatuetas de bronze dourado, repre-
nha de combate à fome que foi lançada pelo governo fede-
sentando o amor e a castidade, sustentam uma cúpula oval
ral.”
de forma ligeira, donde se desdobram até o pavimento bam-
bolins de cassa finíssima. (...) Do outro lado, há uma lareira,
O período compõe-se de:
não de fogo, que o dispensa nosso ameno clima fluminense,
- As empresas
ainda na maior força do inverno.”
- que anunciaram (oração subordinada adjetiva restriti-
José de Alencar. Senhora.
va da primeira oração)
São Paulo, FTD, 1992, p. 77. - que apoiariam a campanha de combate à fome (ora-
ção subordinada substantiva objetiva direta da segunda
- Sequenciadores de Ordem: são os que assinalam a oração)
ordem dos assuntos numa exposição: primeiramente, em - que foi lançada pelo governo federal (oração subordi-
segunda, a seguir, finalmente, etc. nada adjetiva restritiva da terceira oração).
“Para mostrar os horrores da guerra, falarei, inicial- Observe-se que falta o predicado da primeira oração.
mente, das agruras por que passam as populações civis; em Quem escreveu o período começou a encadear orações su-
seguida, discorrerei sobre a vida dos soldados na frente de bordinadas e “esqueceu-se” de terminar a principal.
batalha; finalmente, exporei suas consequências para a eco- Quebras de coesão desse tipo são mais comuns em
nomia mundial e, portanto, para a vida cotidiana de todos períodos longos. No entanto, mesmo quando se elaboram
os habitantes do planeta.” períodos curtos é preciso cuidar para que sejam sintatica-
mente completos e para que suas partes estejam bem co-
- Sequenciadores para Introdução: são os que, na nectadas entre si.
conversação principalmente, servem para introduzir um Para que um conjunto de frases constitua um texto,
tema ou mudar de assunto: a propósito, por falar nisso, mas não basta que elas estejam coesas: se não tiverem unidade
voltando ao assunto, fazendo um parêntese, etc. de sentido, mesmo que aparentemente organizadas, elas
não passarão de um amontoado injustificado. Exemplo:
“Joaquim viveu sempre cercado do carinho de muitas
pessoas. A propósito, era um homem que sabia agradar às “Vivo há muitos anos em São Paulo. A cidade tem exce-
mulheres.” lentes restaurantes. Ela tem bairros muito pobres. Também o
Rio de Janeiro tem favelas.”
- Operadores discursivos não explicitados: se o texto
for construído sem marcadores de sequenciação, o leitor Todas as frases são coesas. O hiperônimo cidade reto-
deverá inferir, a partir da ordem dos enunciados, os ope- ma o substantivo São Paulo, estabelecendo uma relação
radores discursivos não explicitados na superfície textual. entre o segundo e o primeiro períodos. O pronome “ela”

16
REDAÇÃO

recupera a palavra cidade, vinculando o terceiro ao segun- Como se vê, a simples mudança de lugar da conjunção
do período. O operador também realiza uma conjunção “e” altera a relação sintática entre os termos do enunciado
argumentativa, relacionando o quarto período ao terceiro. e afeta o sentido.
No entanto, esse conjunto não é um texto, pois não apre- No primeiro exemplo, falsa qualificando demente (é um
senta unidade de sentido, isto é, não tem coerência. A coe- adjunto adnominal). No segundo exemplo, o mesmo termo
são, portanto, é condição necessária, mas não suficiente, continua sendo um qualificador; nessa posição, porém, não
para produzir um texto. está mais associado a demente, mas a rainha, colocando
sob suspeita o título de majestade e não a demência da
Colocação das Palavras soberana, como na versão original. Por aí se vê que a al-
teração da ordem das palavras pode modificar a estrutura
Quando falamos ou escrevemos, nem sempre nos da- sintática da frase.
mos conta de que a simples mudança do lugar de uma Evidentemente, nem toda mudança na colocação das
palavra pode afetar consideravelmente o sentido de uma palavras interfere na estrutura sintática. Quando tratamos
frase, como é o caso deste exemplo: dos marcadores de correlação entre as palavras da frase,
a mudança de colocação só afeta o sentido do enunciado
Na festa dos bichos, só o sapo não veio. quando faltam outros marcadores de correlação.
Na festa dos bichos, o sapo não veio só.
Harmonia: a colocação interfere também na sonorida-
Outras vezes, a posição das palavras não afeta em nada de da frase. Observe os dois enunciados que seguem:
o sentido, mas prejudica a sonoridade. Com uma simples
mudança de posição, pode-se consertar tudo. Neste diálo- Não se farão concessões.
go, por exemplo: Não farão-se concessões.

- Você não me conhece? Mesmo sem apelar para conhecimentos especializa-


dos, sentimos que o primeiro enunciado está totalmente
- Eu não. Nunca vi-te.
enquadrado nos padrões de harmonia e melodia da frase:
é agradável de ouvir. Por outro lado, o segundo enunciado
A segunda fala, que nem parece português, ficaria per-
nega completamente esses padrões. Isso nos leva a con-
feita apenas com o deslocamento do pronome:
cluir que há disposições de palavras mais harmônicas do
que outras.
- Eu não. Nunca te vi.
Clareza: a colocação interfere também na maior ou
Bastam esses dois exemplos para demonstrar que a
menor clareza do enunciado. Há uma disposição das pala-
posição das palavras não é indiferente no português, afe-
vras que exige menos esforço de compreensão que outra.
tando tanto o sentido quanto outros aspectos da comuni- Vejamos os dois enunciados a seguir:
cação que não podem ser deixados de lado.
Problemas como esses são chamados de sintaxe de A destruição pelas chuvas da ponte trouxe enormes
colocação. prejuízos.
A destruição da ponte pelas chuvas trouxe enormes
Colocação e Estrutura Sintática prejuízos.

A colocação interfere, muitas vezes, na estrutura da Como se pode perceber, o segundo enunciado, em
frase, como se pode observar num dos versos da seguinte matéria de clareza, é francamente preferível ao primeiro.
estrofe:
Expressividade: a colocação, por fim, serve para criar
Vou-me embora pra Pasárgada efeitos de sentido variados: o deslocamento de uma pala-
Aqui eu não sou feliz vra ou expressão pode conferir-lhe maior ou menor força
Lá a existência é uma aventura de expressão. Veja os exemplos a seguir, em que foi troca-
De tal modo inconsequente da a posição do adjetivo em relação ao substantivo:
Que Joana a louca de Espanha
Rainha e falsa demente Dize-me para onde vais, solitário peregrino!
Vem a ser contraparente Dize-me para onde vais, peregrino solitário!
Da nora que nunca tive. Confrontando os dois enunciados, fica evidente a ên-
Manuel Bandeira fase que ganha o adjetivo do primeiro enunciado pela sua
anteposição ao substantivo. No segundo enunciado, o
Tomemos o verso: Rainha e falsa demente. adjetivo posposto ao substantivo cria um efeito de mais
Agora, troquemos a posição do e: Rainha falsa e de- objetividade, de neutralidade. No primeiro, enfatiza a im-
mente. pressão subjetiva do enunciador.

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REDAÇÃO

Topicalização: é o mesmo que colocar no topo. Con- - Frases Optativas (exprimem desejo): Deus nos prote-
sidera-se o início da frase como se fosse o topo. Assim, a ja. Se, nas frases optativas, o sujeito vem depois do verbo,
colocação de uma palavra ou expressão no início é uma usa-se a ênclise: Proteja-nos Deus.
forma de destacá-la no enunciado. Exemplo: O casarão,
não havia nada que chamasse mais atenção na paisagem. Com certos verbos: a próclise pode ser motivada tam-
bém pela forma verbal a que se prende o pronome.
Focalização: há palavras que se justapõem a outras - Com o gerúndio precedido de preposição ou de ne-
para dar-lhes destaque, como se fossem um objeto colo- gação: Em se ausentando, complicou-se; Não se satisfa-
cado sob o foco de luz num cenário. Exemplo: De todas as zendo com os resultados, mudou de método.
peças do jogo, o rei é que recebe mais luz nesse tabuleiro. - Com o infinito pessoal precedido de preposição: Por
se acharem infalíveis, caíram no ridículo.
Princípio Geral
Nossos estudos gramaticais não dispõem ainda de um Mesóclise
conjunto fechado de normas sobre a colocação das pala-
vras no enunciado. Apesar disso, podemos pautar-nos pela Usa-se a mesóclise tão somente com duas formas
seguinte fórmula: A disposição ideal das palavras (salvo os verbais, o futuro do presente e o futuro do pretérito, as-
casos sujeitos à expressividade) é aquela que confere à fra- sim quando não vierem precedidos de palavras atrativas.
se maior clareza e sonoridade. Exemplo: Exemplos:
Confrontar-se-ão os resultados.
As críticas mais severas dos deputados ao presidente Confrontar-se-iam os resultados.
vieram de seu próprio partido.
As críticas mais severas ao presidente dos deputados Mas:
vieram de seu próprio partido. Não se confrontarão os resultados.
Não se confrontariam os resultados.
Não há dúvida de que a disposição das palavras é mais
clara no primeiro do que no segundo exemplo. Não se usa a ênclise com o futuro do presente ou com
o futuro do pretérito sob hipótese alguma. Será contrária à
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos norma culta escrita, portanto, uma colocação do tipo:

Um dos aspectos da harmonia da frase refere-se à co- Diria-se que as coisas melhoraram. (errado)
locação dos pronomes oblíquos átonos. Tais pronomes si- Dir-se-ia que as coisas melhoraram. (correto)
tuam-se em três posições:
- Antes do verbo (próclise): Não te conheço. Ênclise
- No meio do verbo (mesóclise): Avisar-te-ei.
- Depois do verbo (ênclise): Sente-se, por favor. Usa-se a ênclise nos seguintes casos:

Próclise - Imperativo Afirmativo: Prezado amigo, informe-se


de seus compromissos.
Por atração: usa-se a próclise quando o verbo vem
precedido das seguintes partículas atrativas: - Gerúndio não precedido da preposição “em” ou de
- Palavras ou expressões negativas: Não te afastes de partícula negativa: Falando-se de comércio exterior, pro-
mim. gredimos muito.
- Advérbios: Agora se negam a depor. Se houver pausa
(na escrita, vírgula) entre o advérbio e o verbo, usa-se a Mas
ênclise: Agora, negam-se a depor. Em se plantando no Brasil, tudo dá.
- Pronomes Relativos: Apresentaram-se duas pessoas Não se falando em futebol, ninguém briga.
que se identificaram com rapidez. Ninguém me provocando, fico em paz.
- Pronomes Indefinidos: Poucos se negaram ao traba-
lho. - Infinitivo Impessoal: Não era minha intenção ma-
- Conjunções subordinativas: Soube que me dariam a goar-te. Se o infinitivo vier precedido de palavra atrativa,
autorização solicitada. ocorre tanto a próclise quanto a ênclise.
Espero com isto não te magoar.
Com certas frases: há casos em que a próclise é mo- Espero com isto não magoar-te.
tivada pelo próprio tipo de frase em que se localiza o pro-
nome. - No início de frases ou depois de pausa: Vão-se os
- Frases Interrogativas: Quem se atreveria a isso? anéis, ficam os dedos. Decorre daí a afirmação de que, na
- Frases Exclamativas: Quanto te arriscas com esse pro- variante culta escrita, não se inicia frase com pronome oblí-
cedimento! quo átono. Causou-me surpresa a tua reação.

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REDAÇÃO

O Pronome Oblíquo Átono nas Locuções Verbais Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o
pronome após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde
- Com palavras atrativas: quando a locução vem essa colocação é mais comum. No Brasil, o uso da próclise
precedida de palavra atrativa, o pronome se coloca antes é mais frequente, por apresentar maior informalidade.
do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Exemplo: Mas, como devemos abordar os aspectos formais da
Nunca te posso negar isso; Nunca posso negar-te isso. É língua, a regra será ênclise, usando próclise em situações
possível, nesses casos, o uso da próclise antes do verbo excepcionais, que são:
principal. Nesse caso, o pronome não se liga por hífen ao - Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes,
verbo auxiliar: Nunca posso te negar isso. conjunção) atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”,
entendemos os advérbios, as conjunções, alguns pro-
- No início da oração ou depois de pausa: quando a nomes que não se flexionam, como o pronome relativo
locução se situa no início da oração, não se usa o pronome que, os pronomes indefinidos quanto/como, os prono-
antes do verbo auxiliar. Exemplo: Posso-lhe dar garantia mes demonstrativos isso, aquilo, isto. Exemplos: “Ele não
total; Posso dar-lhe garantia total. A mesma norma é válida se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por
para os casos em que a locução verbal vem precedida de força do advérbio de negação. “Quando se encontra com
pausa. Exemplo: Em dias de lua cheia, pode-se ver a estra- a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigatória por
da mesmo com faróis apagados; Em dias de lua cheia, pode força da conjunção;
ver-se a estrada mesmo com os faróis apagados. - Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que ex-
pressam desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o
- Sem atração nem pausa: quando a locução verbal abençoe!”) – próclise obrigatória.
não vem precedida de palavra atrativa nem de pausa, ad- - Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se
mite-se qualquer colocação do pronome. Exemplo: acentua o pensador político” – uma oração subordinada
A vida lhe pode trazer surpresas. causal, como a da questão, exige a próclise.).
A vida pode-lhe trazer surpresas.
Emprego Proibido:
A vida pode trazer-lhe surpresas.
- Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-
me um copo d’água; Permita-me fazer uma observação.);
Observações
- Após verbo no particípio, no futuro do presente e
no futuro do pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a
- Quando o verbo auxiliar de uma locução verbal esti-
próclise (desde que não caia na proibição acima), modifica-
ver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, o pro-
se a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, no caso dos
nome pode vir em mesóclise em relação a ele: Ter-nos-ia
futuros, emprega-se o pronome em mesóclise. Exemplos:
aconselhado a partir.
“Concedida a mim a licença, pude começar a trabalhar.”
(Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proi-
- Nas locuções verbais, jamais se usa pronome oblíquo bido -nem “me concedida” – iniciar período com pronome
átono depois do particípio. Não o haviam convidado. (cor- é proibido). “Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não
reto); Não haviam convidado-o. (errado). poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”).
- Há uma colocação pronominal, restrita a contextos Exercícios
literários, que deve ser conhecida: Há males que se não
curam com remédios. Quando há duas partículas atraindo 01. A expressão sublinhada está empregada adequa-
o pronome oblíquo átono, este pode vir entre elas. Pode- damente na frase:
ríamos dizer também: Há males que não se curam com a) A inesgotabilidade da água é uma ilusão na qual
remédios. não podemos mais alimentar.
b) A cadeia econômica à qual o texto faz referência tem
- Os pronomes oblíquos átonos combinam-se entre si na água seu centro vital.
em casos como estes: c) Os maus tempos dos quais estamos atravessando
me + o/a = mo/ma devem-se a uma falta de previsão.
te + o/a = to/ta d) A água é um elemento cujo o valor ninguém mais
lhe + o/a = lho/lha põe em dúvida.
nos + o/a = no-lo/no-la e) A certeza em que ninguém mais pode fugir é a do
vos + o/a = vo-lo/vo-la valor inestimável da água.

Tais combinações podem vir: 02. Está correto o emprego de ambos os elementos
- Proclítica: Eu não vo-lo disse? sublinhados na frase:
- Mesoclítica: Dir-vo-lo-ei já. a) O autor preza a discussão à qual se envolvem os mo-
- Enclítica: A correspondência, entregaram-lha há mui- radores de um condomínio, quando os anima a aspiração
to tempo. de um consenso.

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REDAÇÃO

b) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candi- d) As miragens a que nos prendemos, ao longo da
dato Giscard não representava, de fato, uma posição com vida, são projeções de anseios cujo destino não é a satis-
a qual ninguém pudesse discordar. fação conclusiva.
c) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de e) A força do nosso trabalho, de que não relutamos
fato, o sentimento de superioridade do qual o discurso de em vender, dificilmente será paga pelo valor em que nos
Mitterrand era uma clara manifestação. satisfaremos.
d) Os candidatos em cujos argumentos são fracos cos- 06. É adequado o emprego de ambas as expressões
tumam valer-se da oposição entre o certo e errado à qual sublinhadas na frase:
se apóiam os maniqueístas. a) As fogueiras de que todos testemunhamos nos no-
e) O comportamento dos condôminos cuja a disposi- ticiários da TV constituem um sinal a quem ninguém pode
ção é o consenso deveria servir de exemplo ao dos candi- ser insensível.
datos que seu único interesse é ganhar a eleição. b) O encolhimento do Estado, ao qual muita gente foi
complacente, abriu espaço para a lógica do mercado, de
03. Está correto o emprego de ambos os elementos cuja frieza vem fazendo um sem-número de vítimas.
sublinhados na frase: c) Com essa sua subserviência, pela qual muitos se in-
a) A diferenciação entre profissionais, à que o autor faz surgem, o Estado deixa de cumprir o papel social de que
referência, tem como critério um padrão ético, de cujo de- tantos estão contando.
pende o rumo do processo civilizatório. d) As medidas repressivas de que o Estado vem se va-
b) Se há apenas avanço técnico, numa época onde lendo em nada contribuem para o encaminhamento das
impera a globalização, as demandas sociais ficarão sem o soluções a que os desempregados aspiram.
atendimento a que são carentes. e) Diante da pujança do Mercado europeu, de cuja
c) As razões porque a globalização não distribui a ri- poucos vêm desfrutando, os excluídos acendem fogueiras
queza prendem-se à relação mecânica entre oferta e de- cujo o vigor fala por si só.
manda, cuja a crueldade é notória.
d) Os tecnocratas maliciosos imputam para o exercício 07. A maior parte da água da chuva é interceptada pela
da democracia os desajustes econômicos em que assolam copa das árvores, ...... cobrem toda a região. ...... evapora
os excluídos da globalização. rapidamente, causando mais chuva, o que não ocorre em
e) O aumento da produção, de cuja necessidade não áreas desmatadas, ...... solo é pobre em matéria orgânica.
há quem discorde, deve prever qualquer impacto ecológi- As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas,
co, para o qual se deve estar sempre alerta. respectivamente, por
a) onde - A chuva - que o
04. Está correto o emprego de ambos os elementos b) nas quais - Aquela chuva - cujo
sublinhados na seguinte frase: c) em que - A água da chuva - que o
a) A simpatia de que não goza um ator junto ao eleito- d) que elas - Essa chuva - aonde
rado é por vezes estendida a um político profissional sobre e) que - Essa água – cujo
cuja honestidade há controvérsias.
b) O candidato a que devotamos nosso respeito tem 08. As razões ___ ele deverá invocar para justificar o
uma história aonde os fatos nem sempre revelam uma que fez não alcançarão qualquer ressonância ___ membros
conduta irrepreensível. do Conselho, ___ votos ele depende para permanecer na
c) Reagan teve uma carreira de ator em cuja não houve empresa. Preenchem de modo correto as lacunas da frase
momentos brilhantes, como também não houve os mes- acima, respectivamente, as expressões:
mos na de Schwarzenegger. a) a que - para com os - de cujos
d) Há uma ambivalência em relação aos atores na qual b) de que - junto aos - cujos os
espelha a divisão entre o respeito e o menosprezo que de- c) que - diante dos - de quem os
les costumamos alimentar. d) às quais - em vista dos - em cujos
e) Os atores sobre os quais se fez menção no texto e) que - junto aos - de cujos
construíram uma carreira cinematográfica de cujo sucesso
comercial ninguém pode discutir. 09. Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por
toda parte, razão pela qual a estratégia Neoliberal convoca
05. Está correto o emprego de ambos os elementos esses sonhos, atribui a esses sonhos um valor incomensu-
sublinhados na frase: rável, sabendo que nunca realizaremos esses sonhos. Evi-
a) Os sonhos de cujos nós queremos alimentar não tam-se as viciosas repetições dos elementos sublinhados
satisfazem os desejos com que a eles nos moveram. na frase acima substituindo-os, na ordem dada, por:
b) A expressão de Elio Gaspari, a qual se refere o autor a) há eles - convoca-os - atribui-lhes - realizaremo-los
do texto, é “cidadãos descartáveis”, e alude às criaturas de- b) os há - os convoca - lhes atribui - realizaremo-los
sesperadas cujo o rumo é inteiramente incerto. c) há-os - convoca-lhes - os atribui – realizá-los-emos
c) Os objetivos de que se propõem os neoliberais não d) há estes - lhes convoca - atribui-lhes - os realizare-
coincidem com as necessidades por cujas se movem os mos
“cidadãos descartáveis”. e) há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos

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REDAÇÃO

10. O czar caçava homens, não ocorrendo ao czar Variedades Linguísticas


que, em vez de homens, se caçassem andorinhas e bor-
boletas, parecendo-lhe uma barbaridade levar andorinhas Variedades linguísticas são as variações que uma lín-
e borboletas à morte. Evitam-se as repetições viciosas da gua apresenta, de acordo com as condições sociais, cultu-
frase acima substituindo-se, de forma correta, os elemen- rais, regionais e históricas em que é utilizada.
tos sublinhados por, respectivamente, Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde
a) não o ocorrendo - de tais - levá-las. que cumpram com eficiência o papel fundamental de uma
b) não ocorrendo-lhe - dos mesmos - levar-lhes. língua, o de permitir a interação verbal entre as pessoas,
isto é, a comunicação.
c) lhe não ocorrendo - destes - as levar-lhes.
Apesar disso, uma dessas variedades, a norma culta ou
d) não ocorrendo-o - dos cujos - as levarem.
norma padrão, tem maior prestígio social. É a variedade
e) não lhe ocorrendo - destes - levá-las.
linguística ensinada na escola, contida na maior parte dos
livros e revistas e também em textos científicos e didáticos,
Respostas: 01-B / 02-C / 03-E / 04-A / 05-D / 06-D / em alguns programas de televisão, etc. As demais varieda-
07-E / 08-E / 09-E / 10-E / des, como a regional, a gíria ou calão, o jargão de grupos
ou profissões (a linguagem dos policiais, dos jogadores de
futebol, dos metaleiros, dos surfistas), são chamadas gene-
ricamente de dialeto popular ou linguagem popular.
GRAMÁTICA: CUMPRIMENTO DAS NORMAS
GRAMATICAIS, DE ACORDO COM A NORMA Propósito da Língua
CULTA DA LÍNGUA.
A língua que utilizamos não transmite apenas nossas
ideias, transmite também um conjunto de informações so-
bre nós mesmos. Certas palavras e construções que em-
Norma Culta pregamos acabam denunciando quem somos socialmente,
ou seja, em que região do país nascemos, qual nosso ní-
Norma culta ou linguagem culta é uma expressão em- vel social e escolar, nossa formação e, às vezes, até nossos
pregada pelos linguistas brasileiros para designar o con- valores, círculo de amizades e hobbies, como skate, rock,
surfe, etc. O uso da língua também pode informar nossa
junto de variedades linguísticas efetivamente faladas, na
timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos e si-
vida cotidiana, pelos falantes cultos, sendo assim classifica-
tuações novas, nossa insegurança, etc.
dos os cidadãos nascidos e criados em zona urbana e com A língua é um poderoso instrumento de ação social.
grau de instrução superior completo. Ela pode tanto facilitar quanto dificultar o nosso relaciona-
O Instituto Camões entende que a “noção de correção mento com as pessoas e com a sociedade em geral.
está [...] baseada no valor social atribuído às [...] formas [lin-
guísticas]. Ainda assim, informa que a norma-padrão do Língua Culta na Escola
português europeu é o dialeto da região que abrange Lis-
boa e Coimbra; refere também que se aceita no Brasil como O ensino da língua culta, na escola, não tem a finalida-
norma-padrão a fala do Rio e de São Paulo. de de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa
família ou em nossa comunidade. Ao contrário, o domínio
Aquisição da linguagem da língua culta, somado ao domínio de outras variedades
linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comuni-
Iniciamos o aprendizado da língua em casa, no conta- carmos. Saber usar bem uma língua equivale a saber em-
to com a família, que é o primeiro círculo social para uma pregá-la de modo adequado às mais diferentes situações
criança, imitando o que se ouve e aprendendo, aos poucos, sociais de que participamos.
o vocabulário e as leis combinatórias da língua. Um jovem
falante também vai exercitando o aparelho fonador, ou Graus de Formalismo
seja, a língua, os lábios, os dentes, os maxilares, as cordas
São muitos os tipos de registro quanto ao formalismo,
vocais para produzir sons que se transformam, mais tarde,
tais como: o registro formal, que é uma linguagem mais
em palavras, frases e textos.
cuidada; o coloquial, que não tem um planejamento prévio,
Quando um falante entra em contato com outra pes- caracterizando-se por construções gramaticais mais livres,
soa, na rua, na escola ou em qualquer outro local, percebe repetições frequentes, frases curtas e conectores simples; o
que nem todos falam da mesma forma. Há pessoas que informal, que se caracteriza pelo uso de ortografia simplifi-
falam de forma diferente por pertencerem a outras cidades cada, construções simples e usado entre membros de uma
ou regiões do país, ou por terem idade diferente da nossa, mesma família ou entre amigos.
ou por fazerem parte de outro grupo ou classe social. Es- As variações de registro ocorrem de acordo com o grau
sas diferenças no uso da língua constituem as variedades de formalismo existente na situação de comunicação; com
linguísticas. o modo de expressão, isto é, se trata de um registro formal

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REDAÇÃO

ou escrito; com a sintonia entre interlocutores, que envolve - em vez de – em lugar de


aspectos como graus de cortesia, deferência, tecnicidade - ao invés de – ao contrário de
(domínio de um vocabulário específico de algum campo - enquanto que – o que é redundância
científico, por exemplo). - entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
- implicar em – a regência é direta (sem em)
Atitudes não recomendadas - ir de encontro a – chocar-se com
- ir ao encontro de – concordar com
Expressões Condenáveis - junto a – usar apenas quando equivale a adido ou
similar
- a nível de, ao nível. Opção: em nível, no nível. - o (a, s) mesmo (a, s) – uso condenável para substituir
- face a, frente a. Opção: ante, diante, em face de, em pronomes
vista de, perante. - se não, senão – quando se pode substituir por caso
- onde (quando não exprime lugar). Opção: em que, na não, separado; quando se pode, junto
qual, nas quais, no qual, nos quais. - todo mundo – todos
- (medidas) visando... Opção: (medidas) destinadas a. - todo o mundo – o mundo inteiro
- sob um ponto de vista. Opção: de um ponto de vista. - não-pagamento = hífen somente quando o segundo
- sob um prisma. Opção: por (ou através de) um prisma. termo for substantivo
- como sendo. Opção: suprimir a expressão. - este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a
- em função de. Opção: em virtude de, por causa de, tempo presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se
em consequência de, por, em razão de. está tratando)
Expressões não recomendadas - esse e isso – referência longe do falante e perto do
ouvinte (tempo futuro, desejo de distância; tempo passado
- a partir de (a não ser com valor temporal). Opção: próximo do presente, ou distante ao já mencionado e a
com base em, tomando-se por base, valendo-se de... ênfase).
- através de (para exprimir “meio” ou instrumento). Erros Comuns
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se-
gundo... - “Hoje ao receber alguns presentes no qual completo
vinte anos tenho muitas novidades para contar”. Temos aí
- devido a. Opção: em razão de, em virtude de, graças
um exemplo de uso inadequado do pronome relativo. Ele
a, por causa de.
provoca falta de coesão, pois não consegue perceber a que
- dito. Opção: citado, mensionado.
antecedente ele se refere, portanto nada conecta e produz
- enquanto. Opção: ao passo que.
relação absurda.
- fazer com que. Opção: compelir, constranger, fazer
- “Tenho uma prima que trabalha num circo como má-
que, forçar, levar a.
gica e uma das mágicas mais engraçadas era uma caneta
- inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
com tinta invisível que em vez de tinta havia saído suco de
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também. lima”. Você percebe aí a incapacidade do concursando ou
- no sentido de, com vistas a. Opção: a fim de, para, vestibulando organizar sintaticamente o período. Selecio-
com o fito (ou objetivo, ou intuito) de, com a finalidade de, nar as frases e organizar as ideias é necessário. Escrever
tendo em vista. com clareza é muito importante.
- pois (no início da oração). Opção: já que, porque, uma - “Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto
vez que, visto que. de cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo come-
- principalmente. Opção: especialmente, mormente, çou naquele baile de quinze anos”, “...é aos dezoito anos que
notadamente, sobretudo, em especial, em particular. se começa a procurar o caminho do amanhã e encontrar as
- sendo que. Opção: e. perspectiva que nos acompanham para sempre na estrada
da vida”. Você pode ter conhecimento do vocabulário e das
Expressões que demandam atenção regras gramaticais e, assim, construir um texto sem erros.
Entretanto, se você reproduz sem nenhuma crítica ou refle-
- acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se xão expressões gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo. A
- aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser boa qualidade do texto fica comprometida.
e estar, aceito - Tema: Para você, as experiências genéticas de clona-
- acendido, aceso (formas similares) – idem gem põem em xeque todos os conceitos humanos sobre
- à custa de – e não às custas de Deus e a vida? “Bem a clonagem não é tudo, mas na vida
- à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo tudo tem o seu valor e os homens a todo momento neces-
que, conforme sitam de descobrir todos os mistérios da vida que nos cerca
- na medida em que – tendo em vista que, uma vez que a todo instante”. É importante você escrever atendendo ao
- a meu ver – e não ao meu ver que foi proposto no tema. Antes de começar o seu texto
- a ponto de – e não ao ponto de leia atentamente todos os elementos que o examinador
- a posteriori, a priori – não tem valor temporal apresentou para você utilizar. Esquematize suas ideias, veja
- de modo (maneira, sorte) que – e não a se não há falta de correspondência entre o tema proposto
- em termos de – modismo; evitar e o texto criado.

22
REDAÇÃO

- “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu pri- - “Porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implí-
mo (...) mostrou que ele não era maligno”. Esta frase está cita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão)
ambígua, pois não se sabe se o pronome ele refere-se ao você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por
fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade, você que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas:
deve observar se a relação entre cada palavra do seu texto Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
está correta. - Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exi-
- “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas ge a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos
uma criança”. O conectivo mas indica uma circunstância de com a: A medida não agradou (desagradou) à população.
oposição, de ideia contrária a. Portanto, a relação adver- / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava
sativa introduzida pelo “mas” no fragmento acima produz ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta.
uma ideia absurda. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
- “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tem- - Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa
pestade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma nor-
coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava ma: É preferível lutar a morrer sem glória.
que só estaríamos separadas carnalmente”. Não utilize pro- - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa
vérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação,
com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do
pois fazer parecer que seu autor não tem criatividade ao
jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas
lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.
denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o com-
- “Estou sem inspiração para fazer uma redação. Es-
crever sobre a situação dos sem-terra? Bem que o professor plemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
poderia propor outro tema”. Você não deve falar de sua re- - Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja
dação dentro do próprio texto. outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta:
- “Todos os deputados são corruptos”. Evite pensamen- “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu”
tos radicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso),
posições extremistas. “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustra-
- “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas do), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo”
coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impe-
que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas cilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
você sabe - todos sabem - ele pensa diferente. É bom a gente - Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os ócu-
pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a deci- los, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus
são”. Não se esqueça que o ato de escrever é diferente do pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
ato de falar. O texto escrito deve se apresentar desprovido - Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles
de marcas de oralidade. não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você.
- “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se a bem e Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, man-
mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humora- dou-me.
do (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-inten- - Nunca “lhe” vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a
cionado, mau jeito, mal-estar. vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto:
- “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o
é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 ama.
dias. - “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito:
- “Houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se
também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia mui- evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se
tas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais. empregados.
- “Existe” muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar - “Tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não
e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas
varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. /
esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças.
Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-
/ Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias.
se com os amigos.
- Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser
sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer. - Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exi-
- Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se mim gem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao
ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti. cinema. / Levou os filhos ao circo.
- “Há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na - Atraso implicará “em” punição. Implicar é direto no
frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás. sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. /
- “Entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redun- Promoção implica responsabilidade.
dâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio - Vive “às custas” do pai. O certo: Vive à custa do pai.
exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido. Use também em via de, e não “em vias de”: Espécie em via
- “Venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
masculina, a menos que esteja subentendida a palavra - Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cida-
moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A sal- dãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores,
vo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter. escrivães, tabeliães, gângsteres.

23
REDAÇÃO

- O ingresso é “gratuíto”. A pronúncia correta é gra- - Ele foi um dos que “chegou” antes. Um dos que faz a
túito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes
existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que
condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo. sempre vibravam com a vitória.
- A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, - “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica ar-
repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, redondamento e não pode aparecer com números exatos:
função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brin- Cerca de 20 pessoas o saudaram.
quedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do - Ministro nega que “é” negligente. Negar que introduz
Congresso. subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que
- Vendeu “uma” grama de ouro. Grama, peso, é palavra seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido
masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente
Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a negar, vai deixar a empresa.
alface, a cal, etc. - Tinha “chego” atrasado. “Chego” não existe. O certo:
- “Por isso”. Duas palavras, por isso, como de repente Tinha chegado atrasado.
e a partir de. - Tons “pastéis” predominam. Nome de cor, quando ex-
- Não viu “qualquer” risco. É nenhum, e não “qualquer”, presso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa,
que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum ris- gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural
co. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
nenhuma confusão. - Queria namorar “com” o colega. O com não existe:
- A feira “inicia” amanhã. Alguma coisa se inicia, se Queria namorar o colega.
inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã. - O processo deu entrada “junto ao” STF. Processo dá
- Soube que os homens “feriram-se”. O que atrai o pro- entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do
nome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se (e não “junto ao”) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do
realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjun- jornal entre os (e não “junto aos”) leitores. / Era grande a
ções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / sua dívida com o (e não “junto ao”) banco. / A reclamação
Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava foi apresentada ao (e não “junto ao”) Procon.
no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se - As pessoas “esperavam-o”. Quando o verbo termina
faz, aqui se paga. / Depois o procuro. em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma
- O peixe tem muito “espinho”. Peixe tem espinha. Veja no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos,
outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. / convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “ca- - Vocês “fariam-lhe” um favor? Não se usa pronome
beçário” (cabeçalho). átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do
- Não sabiam “aonde” ele estava. O certo: Não sabiam presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou parti-
onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, cípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? /
apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-se”).
- “Obrigado”, disse a moça. Obrigado concorda com a / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. /
pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela atenção. Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
/ Muito obrigados por tudo. - Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco
- O governo “interviu”. Intervir conjuga-se como vir. minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a
Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substi-
intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos deriva- tuído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a
dos: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predis- (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distân-
se, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc. cia) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco
- Ela era “meia” louca. Meio, advérbio, não varia: meio menos de dez dias.
louca, meio esperta, meio amiga. - Blusa “em” seda. Usa-se de, e não em, para definir o
- “Fica” você comigo. Fica é imperativo do pronome material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de
tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui. - A artista “deu à luz a” gêmeos. A expressão é dar à luz,
- A questão não tem nada “haver” com você. A ques- apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado
tão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da dizer: Deu “a luz a” gêmeos.
mesma forma: Tem tudo a ver com você. - Estávamos “em” quatro à mesa. O em não existe: Es-
- A corrida custa 5 “real”. A moeda tem plural, e regular: távamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na
A corrida custa 5 reais. sala.
- Vou “emprestar” dele. Emprestar é ceder, e não tomar - Sentou “na” mesa para comer. Sentar-se (ou sentar)
por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa
emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta con- para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
cordância: Pediu emprestadas duas malas. - Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
- Foi “taxado” de ladrão. Tachar é que significa acusar Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou
de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano. contente porque ninguém se feriu.

24
REDAÇÃO

- O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é por: O - Se eu “ver” você por aí... O certo é: Se eu vir, revir,
time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu
por. Da mesma forma: empate por. tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se
- À medida «em» que a epidemia se espalhava... O cer- ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer),
to é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda predissermos.
na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir - Ele “intermedia” a negociação. Mediar e intermediar
as leis, na medida em que elas existem. conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a
- Não queria que “receiassem” a sua companhia. O i negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem
não existe: Não queria que receassem a sua companhia. essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só - Ninguém se “adequa”. Não existem as formas “ade-
existe i quando o acento cai no e que precede a terminação qua”, “adeque”, etc., mas apenas aquelas em que o acento
ear: receiem, passeias, enfeiam). cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
- Eles “tem” razão. No plural, têm é assim, com acento. - Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pes-
Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e soas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodi-
vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele ram, etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “ex-
põe, eles põem. pluda”, substituindo essas formas por rebente, por exem-
- A moça estava ali “há” muito tempo. Haver concorda plo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pes-
com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito soas. Assim, não existem as formas “precavejo”, “precavês”,
tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos me- “precavém”, “precavenho”, “precavenha”, “precaveja”, etc.
ses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia - Governo “reavê” confiança. Equivalente: Governo re-
se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais- cupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos ca-
que-perfeito do indicativo.) sos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá,
- Não “se o” diz. É errado juntar o se com os pronomes reouvesse. Por isso, não existem “reavejo”, “reavê”, etc.
- Disse o que “quiz”. Não existe z, mas apenas s, nas
o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz
pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quisés-
(não se diz isso), vê-se-a, etc.
semos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
- Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos com-
- O homem “possue” muitos bens. O certo: O homem
postos, só o último elemento varia: acordos político-par-
possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação
tidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, me-
ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue:
didas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
Continue, recue, atue, atenue.
- Andou por “todo” país. Todo o (ou a) é que significa
- A tese “onde”... Onde só pode ser usado para lugar: A
inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a
casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brin-
tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo
cam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele
quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele
mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos. canta... / Na entrevista em que...
- “Todos” amigos o elogiavam. No plural, todos exige - Já “foi comunicado” da decisão. Uma decisão é co-
os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas municada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa.
as contradições do texto. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão.
- Favoreceu “ao” time da casa. Favorecer, nesse senti- Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os emprega-
do, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favore- dos da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a
ceu os jogadores. decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos
- Ela “mesmo” arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale empregados.
a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / - “Inflingiu” o regulamento. Infringir é que significa
As vítimas mesmas recorreram à polícia. transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não “inflin-
- Chamei-o e “o mesmo” não atendeu. Não se pode gir”) significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: - A modelo “pousou” o dia todo. Modelo posa (de
Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos re- pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confun-
uniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos da também iminente (prestes a acontecer) com eminente
servidores (e não “dos mesmos”). (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
- Vou sair “essa” noite. É este que designa o tempo no - Espero que “viagem” hoje. Viagem, com g, é o subs-
qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a tantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar):
semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que Espero que viajem hoje. Evite também “comprimentar” al-
estou lendo), este século (o século 20). guém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cum-
- A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singu- primentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Compri-
lar sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora. do (extenso) e cumprido (concretizado).
- Comeu frango “ao invés de” peixe. Em vez de indica - O pai “sequer” foi avisado. Sequer deve ser usado
substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse
significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu. sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

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REDAÇÃO

- Comprou uma TV “a cores”. Veja o correto: Comprou


uma TV em cores (não se diz TV “a” preto e branco). Da
mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
- “Causou-me” estranheza as palavras. Use o certo:
Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é co-
mum o erro de concordância quando o verbo está antes do
sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as
obras (e não “foi iniciado” esta noite as obras).
- A realidade das pessoas “podem” mudar. Cuidado:
palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância.
Por isso: A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de
agressões entre os funcionários foi punida (e não “foram
punidas”).
- O fato passou “desapercebido”. Na verdade, o fato
passou despercebido, não foi notado. Desapercebido sig-
nifica desprevenido.
- “Haja visto” seu empenho... A expressão é haja vista e
não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esfor-
ços. / Haja vista suas críticas.
- A moça “que ele gosta”. Como se gosta de, o certo é:
A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que
dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova
de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
- É hora «dele» chegar. Não se deve fazer a contração
da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos
de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo
tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
- Vou “consigo”. Consigo só tem valor reflexivo (pen-
sou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com
o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor.
Igualmente: Isto é para o senhor (e não “para si”).
- Já “é” 8 horas. Horas e as demais palavras que defi-
nem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não “são”) 1
hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
- A festa começa às 8 “hrs.”. As abreviaturas do sistema
métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2
km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.
- “Dado” os índices das pesquisas... A concordância é
normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resulta-
do... / Dadas as suas ideias...
- Ficou “sobre” a mira do assaltante. Sob é que significa
debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se
sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de:
Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-
se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mes-
ma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
- “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A
meu ver, a seu ver, a nosso ver.

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

LÍNGUA PORTUGUESA (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des-
sa fonte.
1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/SP (D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes
– ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a alternativa americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
correta quanto à concordância, de acordo com a norma diárias dessa fonte.
-padrão da língua portuguesa. (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so- americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
cial está no centro dos debates atuais. diárias, (X) dessa fonte.
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge em relação
aos efeitos da desigualdade social. RESPOSTA: “C”.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
mais pobres é um fenômeno crescente. 3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2011)
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti- Estão plenamente observadas as normas de concordância
cado por alguns teóricos. verbal na frase:
(E) Os debates relacionado à distribuição de riquezas a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas
não são de exclusividade dos economistas.
ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibili-
dade social.
Realizei a correção nos itens:
b) As duas tábuas em que se comprimem o famigera-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
cial está = estão do homem-placa carregam ditos que soam irônicos, como
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver- “compro ouro”.
gem c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos exposição pública a que se submetem os guardadores de
mais pobres é um fenômeno crescente. carros.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti- d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na
cado = criticada propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma demons-
(E) Os debates relacionado = relacionados tração de mau gosto.
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados em
RESPOSTA: “C”. apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles velhos
carros-placa.
2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Seguin-
do a norma-padrão da língua portuguesa, a frase – Um le- Fiz as correções entre parênteses:
vantamento mostrou que os adolescentes americanos con- a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu-
somem em média 357 calorias diárias dessa fonte. – recebe gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri-
o acréscimo correto das vírgulas em: mida a visibilidade social.
(A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime)
americanos consomem em média 357 calorias, diárias des- o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô-
sa fonte. nicos, como “compro ouro”.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a
americanos consomem, em média 357 calorias diárias des- exposição pública a que se submetem os guardadores de
sa fonte. carros.
(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros
americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- -placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma
sa fonte.
demonstração de mau gosto.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in-
americanos, consomem em média 357 calorias diárias des-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da-
sa fonte.
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes queles velhos carros-placa.
americanos, consomem em média 357 calorias diárias, des-
sa fonte. RESPOSTA: “C”.

Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada 4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
ou faltante: Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes mesma regra que distribuídos.
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X) (A) sócio
diárias dessa fonte. (B) sofrê-lo
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes (C) lúcidos
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias (D) constituí
dessa fonte. (E) órfãos

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Distribuímos = regra do hiato (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa
(A) sócio = paroxítona terminada em ditongo Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o
(B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome seu presidente, de acordo com o Manual de Redação da
oblíquo. Nunca!) Presidência da República (1991).
(C) lúcidos = proparoxítona (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-
(D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” detail.php?id=393)
– oxítona: cons-ti-tui)
(E) órfãos = paroxítona terminada em “ão” RESPOSTA: “E”.

RESPOSTA: “D”. 7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)


... valores e princípios que sejam percebidos pela socie-
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) A dade como tais.
concordância verbal está plenamente observada na frase: Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo pas-
(A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e ma- sará a ser, corretamente,
terialistas, o posicionamento de alguns religiosos e par- (A) perceba.
lamentares acerca da educação religiosa nas escolas pú- (B) foi percebido.
blicas. (C) tenham percebido.
(B) Sempre deverão haver bons motivos, junto àque- (D) devam perceber.
les que são contra a obrigatoriedade do ensino religioso, (E) estava percebendo.
para se reservar essa prática a setores da iniciativa priva-
da. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
contra os que votam a favor do ensino religioso na escola remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
pública, consistem nos altos custos econômicos que acar- princípios...
retarão tal medida.
(D) O número de templos em atividade na cidade de
RESPOSTA: “A”
São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
ção maior do que ocorrem com o número de escolas pú-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
blicas.
concordância verbal e nominal está inteiramente correta
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
na frase:
a regulação natural do mercado sinalizam para as incon-
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
veniências que adviriam da adoção do ensino religioso
lores que determinam as escolhas dos governantes, para
nas escolas públicas.
conferir legitimidade a suas decisões.
(A) Provocam = provoca (o posicionamento) (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
(B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá ha- vem ser embasados na percepção dos valores e princípios
ver que regem a prática política.
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadei-
contra os que votam a favor do ensino religioso na escola ro regime democrático, em que se respeita tanto as liber-
pública, consistem = consiste. dades individuais quanto as coletivas.
(D) O número de templos em atividade na cidade de (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor- crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi-
ção maior do que ocorrem = ocorre nadas de um único poder central.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
a regulação natural do mercado sinalizam para as incon- para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi-
veniências que adviriam da adoção do ensino religioso niões existentes na sociedade.
nas escolas públicas. Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
RESPOSTA: “E”. lores que determinam as escolhas dos governantes, para
6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Se- conferir legitimidade a suas decisões.
gundo o Manual de Redação da Presidência da República, (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
NÃO se deve usar Vossa Excelência para vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
(A) embaixadores. valores e princípios que regem a prática política.
(B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais. (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
(C) prefeitos municipais. dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
(D) presidentes das Câmaras de Vereadores. tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
(E) vereadores. (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que as
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver com
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. as de ontem.
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que as
RESPOSTA: “A”. crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver com
as de ontem.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que as
frase que admite transposição para a voz passiva é: crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver com
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- as de ontem.
do.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma Devido à igualdade textual entre os itens, a apresenta-
grande diversidade de fenômenos. ção da alternativa correta indica quais são as inadequações
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
nas demais.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
RESPOSTA: “E”.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
e da falsa consciência. 12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALU-
NO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No tre-
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- cho: “O crescimento econômico, se associado à ampliação
do. do emprego, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma descrito.”, se passarmos o verbo destacado para o futuro
grande diversidade de fenômenos. do pretérito do indicativo, teremos a forma:
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e A) puder.
explicada pelo conceito... B) poderia.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- C) pôde.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. D) poderá.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da E) pudesse.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
e da falsa consciência. Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode-
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração
RESPOSTA: “B”. é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
soa do singular (ele) = poderia.
10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO
- FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, vê deze- RESPOSTA: “B”.
nas de caminhões parados”, revelou o analista ambiental
Geraldo Motta. 13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) En-
Substituindo-se Quando por Se, os verbos sublinha- tre as frases que seguem, a única correta é:
dos devem sofrer as seguintes alterações: a) Ele se esqueceu de que?
(A) entrar − vira b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distri-
(B) entrava − tinha visto
bui-lo entre os presentes.
(C) entrasse − veria
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas crí-
(D) entraria − veria
ticas.
(E) entrava − teria visto
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve- dos funcionários.
ria = entrasse / veria. e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.

RESPOSTA: “C”. (A) Ele se esqueceu de que? = quê?


(B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
11-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
pontuação está inteiramente adequada na frase: (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex-
a) Será preciso, talvez, redefinir a infância já que as cessivos nas críticas.
crianças de hoje, ao que tudo indica nada mais têm a ver (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi-
com as de ontem. cações dos funcionários.
b) Será preciso, talvez redefinir a infância: já que as (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
crianças, de hoje, ao que tudo indica nada têm a ver, com
as de ontem. RESPOSTA: “E”.

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

14-) (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRA- (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o pla-
TIVO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do neta não resistiu.
texto: (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
I, Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega- poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
tiva... (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
II,... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classifi- o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
cação do continente americano (2,0)... torções patológicas, não haverá vícios.
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e (D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão baratas.
exemplos, em: (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia.
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da
maioria? Fiz as correções necessárias:
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o plane-
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. ta não resistiu = resistirá
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia. poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
também existem umas que não merecem nossa atenção. o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. torções patológicas, não haverá = haveria
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos tão eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou
aos itens: teriam ficado)
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
tem (singular) cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia =
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) crescerá
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise-
ram (plural) RESPOSTA: “B”.
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem 17-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
umas (plural) – VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preenche ade-
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas quadamente e de acordo com a norma culta a lacuna da
as formas estão no plural) frase: Quando um candidato trêmulo ______ eu lhe faria a
pergunta mais deliciosa de todas.
RESPOSTA: “A”. (A) entrasse
15-) (CETESB/SP - ANALISTA ADMINISTRATIVO - RE- (B) entraria
CURSOS HUMANOS - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Consi- (C) entrava
dere as orações: … sabíamos respeitar os mais velhos! / E (D) entrar
quando eles falavam nós calávamos a boca! (E) entrou
Alterando apenas o tempo dos verbos destacados para
o tempo presente, sem qualquer outro ajuste, tem-se, de O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, in-
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa: dica que é uma ação que, para acontecer, depende de ou-
(A) … soubemos respeitar os mais velhos! / E quando tra. Exemplo: Quando um candidato entrasse, eu faria / Se
eles falaram nós calamos a boca! ele entrar, eu farei / Caso ele entre, eu faço...
(B) … saberíamos respeitar os mais velhos! / E quando
eles falassem nós calaríamos a boca! RESPOSTA: “A”.
(C) … soubéssemos respeitar os mais velhos! / E quan-
do eles falassem nós calaríamos a boca!
(D) … saberemos respeitar os mais velhos! / E quando
eles falarem nós calaremos a boca!
(E) … sabemos respeitar os mais velhos! / E quando eles
falam nós calamos a boca!

No presente: nós sabemos / eles falam.

RESPOSTA: “E”.

16-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-


TIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as formas verbais
está correta em:

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