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Aula 00 - Origem e evolução da vida

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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Biologia para o ENEM
Prof. Daniel Reis Aula 00

AULA 00: Biologia como Ciência; Método


científico; origem do Universo, da Terra e da
vida; teorias evolutivas.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Saudação e apresentação do professor 01
2. Breve apresentação do curso 02
3. Cronograma das aulas 03
4. A Biologia como Ciência 05
5. O Método Científico 06
6. Origem da Vida 10
7. Teorias Evolutivas 17
8. Questões comentadas 32
9. Bibliografia consultada 50

1. Saudação e Apresentação do Professor

Fala rapaziada! É chegado o momento de juntos, iniciarmos o


estudo da BIOLOGIA focado no Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM). Amada por muitos, mas também muito odiada, a Biologia é,
sem dúvidas, uma das disciplinas mais fascinantes do ensino básico
(preciso vender meu peixe, né galera...). Se você sofreu (ou ainda sofre)
nos três anos do Ensino Médio para aprender Biologia, eu garanto que
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com este curso, você conseguirá aprender as maravilhas dessa matéria.


Por outro lado, se você já manda bem, estarei aqui pra tirar as suas
dúvidas e consolidar o conhecimento no seu cérebro! Ou seja, apesar de
cada um de vocês partir de pontos diferentes, o objetivo final será
atingido: a APROVAÇÃO na Universidade que você deseja!
Antes de prosseguirmos, vamos à minha apresentação. Meu nome é
Daniel Reis, graduado em Ciências Biológicas (Licenciatura) pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Fui aprovado em 2º
lugar na Escola de Formação Complementar do Exército em 2009 na área

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de Magistério Ciências Biológicas, onde obtive a primeira colocação na


área de Magistério durante o Curso de Formação de Oficiais. Nessa escola
desenvolvi monografia sobre o Oficial de Controle Ambiental no Exército
Brasileiro, através da qual obtive o grau de Especialista em Aplicações
Complementares às Ciências Militares. Exerci a função de Oficial de Meio
Ambiente na Companhia de Engenharia de Força de Paz – Haiti, fui
professor de Biologia do Colégio Militar de Brasília e atualmente trabalho
no Colégio Militar do Rio de Janeiro.

2. Breve Apresentação do Curso

O ENEM surgiu em 1998 com o intuito de avaliar os conhecimentos


dos alunos do Ensino Médio no Brasil. Ao longo dos anos, ele começou a
ser utilizado como forma de ingresso para o Ensino Superior e hoje já
existem até universidades de outros países aproveitando suas notas para
admissão em seus cursos.
Ele apareceu com uma proposta diferente dos vestibulares normais
pois foca menos na chamada “decoreba” e mais na capacidade de
raciocínio dos alunos. Além disso, ele é visto como uma prova
transdisciplinar onde as questões abordam, muitas vezes, conteúdos de
mais de uma matéria. Isso exige uma nova abordagem nas aulas pois
não faz mais sentido ficar decorando aqueles milhões de nomes de
estruturas reprodutivas vegetais (só algumas dezenas...).
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Nesse sentido, vamos focar nosso estudo nos Objetos de


Conhecimento da Matriz de Referência que constam no Edital do exame.
Os PDFs serão recheados de imagens e gráficos pra facilitar a sua vida.
Além da teoria, teremos também questões comentadas e vídeo-aulas pra
que você possa sonhar com a Biologia (e com os meus lindos olhos
castanhos) todas as noites!
O gráfico abaixo mostra a distribuição de questões nas subáreas da
Biologia desde a criação do ENEM. Fica bem claro que a Ecologia é o tema
preferido da banca e, por isso, daremos especial atenção a esse assunto.

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Algumas outras características do curso:


- Teoria contextualizada com situações do cotidiano;
- Linguagem descontraída;
- Foco maior nos conteúdos mais cobrados;
- Alertas para possíveis pegadinhas;
- Contato constante com os alunos através da internet (email, fórum
etc).
3. Cronograma das aulas

Seguiremos a sequência que julgo ser a mais didática para o estudo


da Biologia.

AULA ÁREA CONTEÚDO DATA


Aula Origem e evolução Biologia como Ciência; 10/12/2016
00 da vida Método científico; origem
do Universo, da Terra e da
vida; teorias evolutivas.
Aula Ecologia e ciências Conceitos básicos de 24/12/2016
01 ambientais ecologia; cadeias e teias
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alimentares; ciclos
biogeoquímicos; dinâmica
de populações; relações
ecológicas; sucessão
ecológica.
Aula Ecologia e ciências Biogeografia; Biomas 07/01/2017
02 ambientais brasileiros; problemas
ambientais; medidas de
conservação; noções de
legislação ambiental.
Aula Moléculas, células A química da vida, Uma 21/01/2017
03 e tecidos visão geral da célula,
Estrutura e Fisiologia da

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Membrana Plasmática
Aula Moléculas, células Metabolismo Energético, 04/02/2017
04 e tecidos Núcleo interfásico e código
genético.
Aula Moléculas, células Ciclo celular, Divisão 18/02/2017
05 e tecidos celular, Principais tecidos
animais e vegetais,
Biotecnologia.
Aula Identidade dos Características dos seres 04/03/2017
06 Seres Vivos vivos; classificação dos
seres vivos; ciclos de vida;
análise adaptativa dos
seres vivos (anatomia e
fisiologia).
Aula Identidade dos Análise adaptativa dos 18/03/2017
07 Seres Vivos seres vivos (anatomia e
fisiologia).
Aula Identidade dos Análise adaptativa dos 01/04/2017
08 Seres Vivos seres vivos (anatomia e
fisiologia).
Aula Identidade dos Embriologia, anatomia, 15/04/2017
09 Seres Vivos fisiologia e evolução
humana.
Aula Identidade dos Embriologia, anatomia, 29/04/2017
10 Seres Vivos fisiologia e evolução
humana.
Aula Hereditariedade e Princípios básicos que 13/05/2017
11 diversidade da vida regem a transmissão de
características
hereditárias. Concepções
pré-mendelianas sobre a
hereditariedade. Aspectos
genéticos
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do
funcionamento do corpo
humano. Antígenos e
anticorpos. Grupos
sanguíneos, transplantes e
doenças auto-imunes.
Aula Hereditariedade e Neoplasias e a influência 27/05/2017
12 diversidade da vida de fatores ambientais.
Mutações gênicas e
cromossômicas.
Aconselhamento genético.
Fundamentos genéticos da
evolução. Aspectos
genéticos da formação e
manutenção da

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diversidade biológica.
Aula Qualidade de vida Aspectos sociobiológicos. 10/06/2017
13 das populações Principais doenças que
humanas afetam a população
brasileira. Drogas,
gravidez na adolescência,
obesidade, vida saudável,
sustentabilidade.

4. A Biologia como Ciência

Alô juventude pensante desse Brasil! Como diria o filósofo, vamos


começar pelo começo! Não tem como estudar Biologia sem saber do que
ela trata. Sendo assim, permitam-me fazer as devidas apresentações:

BIOLOGIA
Vida Estudo

A palavra BIOLOGIA significa ESTUDO DA VIDA e, por isso, essa


linda matéria vai tratar de tudo que envolve direta ou indiretamente os
seres vivos do nosso planeta.
A Biologia é uma disciplina muito vasta, incluindo muitas outras, como
por exemplo: Anatomia, Bioquímica,
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Botânica, Citologia, Ecologia,
Evolução, Fisiologia, Genética, Zoologia etc. Ao longo do nosso curso,
vamos passear por todas essas áreas, sempre buscando entender como
elas se relacionam para construir o conhecimento amplo da nossa matéria
de estudo.
A Biologia, por sua vez, faz parte de um conjunto ainda maior de
disciplinas às quais damos o nome de Ciências. A Ciência trata de todo o
conjunto de conhecimentos que podem ser testados através do Método
Científico. Dessa forma, a Biologia, por ser uma Ciência, também vai
utilizar o Método Científico na sua construção. É preciso lembrar que as

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Ciências estão em constante mudança à medida que novos conhecimentos


vão surgindo em decorrência da utilização do Método Científico.
Essa é a diferença básica entre Ciência e Religião. Enquanto que a
primeira dispõe de um método próprio para a produção de conhecimento,
a segunda não pode usar esse mesmo método, uma vez que seus
princípios não são passíveis de serem testados.

5. O Método Científico

O Método Científico é, portanto, o conjunto de etapas utilizadas pela


Ciência na construção de novos conhecimentos. Ele se baseia nas
observações dos fenômenos naturais e se propõe a realizar testes para
explicar esses fenômenos. No entanto, esses testes são limitados pela
tecnologia disponível para a sua realização. Um exemplo claro disso foi a
invenção do microscópio. Essa inovação tecnológica possibilitou aos
cientistas obter informações que antes eram desconhecidas e, por isso,
puderam explicar vários novos fenômenos.
Didaticamente, o Método Científico segue 06 etapas. Vamos ver quais
são elas:
1. Observações
2. Perguntas
3. Hipóteses
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4. Experimentação
5. Resultados
6. Conclusões

Tudo começa com a observação de algum fenômeno natural que


desperta o interesse de algum cientista. Essa observação leva a uma
pergunta. Para essa pergunta o cientista formula, indutivamente,
possíveis respostas. Essas possíveis respostas são chamadas de
hipóteses. Para que uma hipótese seja válida, ela precisa ser testável.

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É aí que entra a experimentação. Essa etapa vai incluir os testes


necessários para confirmar ou negar uma hipótese. Um experimento pode
ser comparativo ou controlado. O experimento comparativo vai utilizar
os dados fornecidos diretamente pela natureza. Já no experimento
controlado, o cientista cria um ambiente artificial de modo a isolar a
variável que ele quer testar, no sentido de obter resultados mais
fidedignos. Nessa situação são criados grupos controle, onde a variável
a ser testada não está presente; e grupos experimentais, sujeitos às
condições que se quer testar. (Não se preocupe pois mais à frente darei
alguns exemplos que vão facilitar a compreensão desse assunto.) Após a
experimentação o cientista obtém os resultados que nada mais são do
que dados frios que dependem da interpretação cuidadosa para que,
enfim, tenhamos nossas conclusões. É por isso que a Ciência é algo tão
incrível e que, por vezes, gera muitas polêmicas, já que mesmos
resultados podem ser interpretados de maneira diferente por diferentes
cientistas, levando a conclusões totalmente diferentes também.

Vamos a alguns exemplos:

Exemplo 01: A partir de observações, verificou-se que após a


instalação de uma fábrica próximo a um rio, houve uma diminuição na
quantidade de peixes encontrados no local.
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Seguindo as etapas do Método Científico vamos tentar chegar a


algumas conclusões. Após as observações, surge uma pergunta, que
nesse caso seria: O que está causando a diminuição na quantidade de
peixes? Para essa pergunta, podemos associar o fato da instalação de
uma fábrica no local e formular a hipótese de que há relação entre os
resíduos jogados por ela no rio e a morte dos peixes. Essa hipótese é
testável e, por isso, é válida. Vamos passar à experimentação pois
precisamos testar a nossa hipótese. Vamos fazer um experimento
comparativo, analisando amostras de água em diversos pontos do rio e
com diferentes distâncias da fábrica, e, ao mesmo tempo vamos fazer um

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estudo populacional nesses mesmos pontos para verificar a quantidade de


peixes em cada um deles. A ideia é cruzar os dados de concentração de
poluentes na água com a distância da fábrica e com a quantidade de
peixes para saber se existe alguma relação. Finalmente, após todas as
análises, nossos resultados apontam que a quantidade de peixes é
inversamente proporcional à quantidade de poluentes na água do rio e
que, quanto mais próximo da fábrica maior essa poluição. Ou seja, existe
uma clara relação entre a presença da fábrica, a quantidade de poluentes
e a diminuição dos peixes no rio. Podemos tirar como conclusão, dessa
forma, que a causa da diminuição dos peixes é a liberação de resíduos
tóxicos pela fábrica nas águas do rio.

Exemplo 02: Uma planta amazônica faz parte da farmacopeia indígena e,


segundo esse povo, possui efeitos analgésicos poderosos.
Bom, já temos nossa observação e partiremos para a pergunta:
Essa planta tem mesmo efeitos analgésicos? Uma vez que temos um bom
registro histórico do uso dessa planta em populações indígenas, vamos
assumir como nossa hipótese que a planta realmente é eficaz. No
entanto, para que ela possa ser transformada em remédio e
comercializada é necessário passar por vários testes que comprovem o
seu efeito. Normalmente os testes são realizados em cobaias não-
humanas e, posteriormente, caso tudo dê certo, passam para humanos.
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Vamos simplificar o processo e passar para a experimentação em


humanos. Nesse caso, vamos fazer um experimento controlado. Para
isso teremos dois grupos de pessoas. Um será o grupo controle e o
outro será o grupo experimental. Todas essas pessoas sofrem de dor de
cabeça crônica. O grupo experimental receberá o comprimido feito a partir
da planta a ser testada. O grupo controle receberá um comprimido de
formato idêntico ao do grupo experimental, porém feito de farinha. Um
detalhe importante é que as pessoas não saberão a qual grupo pertencem
e, por isso, não saberão se estão tomando o remédio verdadeiro ou o
comprimido de farinha. Isso é importante para se eliminar o efeito

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placebo, pois o simples fato de a pessoa acreditar que está tomando um


remédio já pode ser suficiente para que algum efeito seja percebido. A
ideia então é verificar se existe alguma diferença significativa entre
aqueles indivíduos que tomaram o remédio de verdade e aqueles que
tomaram um comprimido de farinha mesmo acreditando que poderia ser
um remédio. Após a administração dos comprimidos, cada pessoa relatou
se sentiu diminuição na dor de cabeça em uma escala de 0 a 10. Com
esses dados temos os nossos resultados que podem ser colocados em
uma tabela e analisados estatisticamente para saber se houve uma
diferença significativa entre os grupos e, consequentemente, saber a
eficiência do remédio. Descobrimos então que, em algumas situações,
aqueles indivíduos que tomaram o comprimido de farinha relataram
efeitos muito maiores do que aqueles que tomaram o comprimido feito da
planta. Os testes estatísticos apontam que não há diferenças que
comprovem a eficiência desse fármaco para a analgesia. Sendo assim,
concluímos que a comercialização desse remédio não é viável e não se
justifica.

Com esses dois exemplos, acredito que tenha ficado mais claro de
que maneira a Biologia trabalha usando o Método Científico.
É importante lembrar também que o raciocínio usado no Método
Científico pode se mostrar muito útil no nosso cotidiano, uma vez que nos
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induz a sempre questionar os fatos e não apenas aceitar aquilo que outras
pessoas nos dizem sem apresentar nenhum argumento lógico. Sendo
assim, em última análise, estudar o Método Científico vai te ajudar a
perceber quando alguém está tentando te enganar! Fica esperto,
camarada!

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6. Origem da Vida

Agora que já estudamos como a Biologia trabalha através do Método


Científico, podemos passar para uma das questões mais incríveis,
polêmicas, importantes e fantásticas de todas as Ciências: De onde
viemos? Ou seja, como a vida surgiu no nosso planeta? Para isso,
precisaremos voltar no tempo, bem antes do surgimento do primeiro ser
vivo para ter noção de como o Universo e o planeta Terra se formaram.

ORIGEM DO UNIVERSO, DO SISTEMA SOLAR E DO PLANETA TERRA


A teoria mais aceita sobre a origem do Universo nos diz que ele se
formou há cerca de 13,7 bilhões de anos com uma grande explosão
chamada Big Bang. Pouco se sabe a respeito dos momentos logo após ou
antes do Big Bang. Contudo, sabe-se que toda a matéria e a energia do
universo estavam concentradas em um pequeno ponto de densidade
infinita e que, após a explosão, o universo começou a se expandir em
todas as direções, fato que continua a ocorrer.
Há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, o nosso Sistema Solar
começou a se formar a partir de uma nuvem de gás e poeira fina. No
centro dessa nuvem em rotação, e pela ação da gravidade, o Sol se
formou. A gravidade foi também responsável pela agregação de matéria
orbitando ao redor do Sol, o que ocasionou a formação dos planetas,
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entre eles a Terra.


No início, o nosso planeta era bem diferente do que é hoje. Era um
lugar extremamente hostil, tão quente que não havia rochas sólidas e
constantemente bombardeado por outros corpos. De fato, as condições
para o surgimento da vida ainda não estavam presentes. No entanto, o
gradativo resfriamento da superfície possibilitou a solidificação das rochas
e o aparecimento de água no estado líquido. Por volta de 4 bilhões de
anos atrás, a atmosfera terrestre era constituída principalmente por
dióxido de carbono, vapor de água, amônia, metano e óxidos de enxofre.
Definitivamente uma atmosfera malcheirosa! Mas foi nesse ambiente que
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os primeiros organismos tiveram condições de surgir e se desenvolver e é


aí que a coisa fica mais interessante para o nosso estudo.

ABIOGÊNESE X BIOGÊNESE
A origem da vida na Terra sempre foi uma questão central a ser
respondida pela humanidade. Há mais de 2000 anos, filósofos da Grécia
antiga, como Aristóteles, já procuravam explicar esse fenômeno.
Aristóteles, assim como muitos outros, defendia que os seres vivos
poderiam surgir não apenas pela reprodução, mas também a partir da
matéria inanimada. Essa teoria, conhecida como geração espontânea ou
abiogênese foi bem aceita até o século XIX e considerava que a matéria
não-viva, em determinadas condições, poderia dar origem a seres vivos.
Isso explicaria como larvas de insetos surgiam em alimentos depois de um
tempo, por exemplo. A abiogênese contava até com uma “receita” para
produzir camundongos a partir de camisas sujas e sementes de trigo. De
acordo com essa receita, se esses ingredientes fossem deixados em um
canto escuro, após 21 dias camundongos surgiriam espontaneamente a
partir deles. Hoje parece muito claro que os camundongos eram apenas
atraídos de outros lugares e não surgiam a partir da matéria inanimada.
No entanto, no século XVII, quando o Método Científico ainda não era
usado com os critérios atuais, muitos cientistas julgavam que isso
realmente fosse possível.
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Ainda no século XVII, um cientista italiano chamado Francesco


Redi, elaborou um experimento para mostrar que a abiogênese não era
uma maneira possível para o surgimento de novos seres vivos. Redi
organizou uma série de frascos de vidro e, dentro de cada um, colocou um
pedaço de carne crua. Os frascos foram então divididos em três grupos: 1
– fechados com uma tampa (Grupo experimental 1); 2 – sem tampa,
porém cobertos com gaze (Grupo experimental 2); 3 – abertos (Grupo
controle). Após algum tempo, ele percebeu que nos frascos abertos havia
larvas se alimentando da carne, bem como a presença de moscas. Nos
frascos cobertos com gaze, não havia larvas na carne, porém havia

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moscas do lado de fora (possivelmente atraídas pelo cheiro da carne). Nos


frascos fechados com tampa, não havia nem larvas nem moscas. Com
isso, Redi demonstrou que o surgimento das larvas dependia do acesso
das moscas à carne para colocar seus ovos e, sendo assim, elas não
surgiriam espontaneamente. Esse experimento fortaleceu a ideia de que
os seres vivos apenas surgem a partir da reprodução de outros seres
vivos, teoria essa chamada de biogênese. Na figura abaixo está um
esquema do experimento de Redi.

Fig. 1: Experimento de Francesco Redi.

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A história poderia estar resolvida aqui, porém, a invenção do


microscópio no fim do século XVII colocou lenha na fogueira e reacendeu
a discussão. Acontece que os cientistas começaram a enxergar
organismos desconhecidos até então por serem muito pequenos. As
bactérias, por exemplo, podiam ser observadas em praticamente qualquer
lugar. Isso levou ao pensamento de que, para seres “superiores”, como os
animais, apenas a biogênese fosse válida. Enquanto que para seres
“inferiores”, como as bactérias, a abiogênese seria válida. Na verdade,
isso gerou mais confusão do que outra coisa.

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Outros experimentos foram realizados no século XVIII, como os de


Needham (defendendo a abiogênese) e os de Spallanzani (defendendo a
biogênese). No entanto, quando as evidências apontavam para a
biogênese, os seus críticos apelavam para a existência de uma “força
vital” presente no ar, que estava sendo destruída nos experimentos e, por
isso, impedia que a geração espontânea ocorresse.
Foi então que, no século XIX, Louis Pasteur conseguiu dar fim a
essa discussão. Utilizando as ideias de Spallanzani, ele elaborou um
experimento que derrubou de vez a geração espontânea tanto para seres
microscópicos quanto para macroscópicos. Nesse experimento, Pasteur
colocou um caldo nutritivo dentro de um recipiente (assim como fizeram
Needham e Spallanzani). No entanto, o recipiente de Pasteur tinha, em
sua extremidade, um prolongamento em forma de pescoço de cisne, como
mostra a imagem abaixo. Pasteur ferveu o caldo, eliminando quaisquer
microrganismos nele presentes e, mesmo estando em contato com o ar
(repare que a extremidade do recipiente era aberta), não houve o
surgimento de novos microrganismos nesse caldo. O que acontece é que
as bactérias e outros seres presentes no ar ficavam retidos na curvatura
do pescoço de cisne e não conseguiam atingir o caldo e nem o
contaminar. Após um tempo, Pasteur quebrou o pescoço de cisne,
permitindo o acesso dos organismos presentes no ar ao caldo nutritivo e,
dentro de algum tempo, eles se reproduziram dentro do recipiente. Com
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isso, Pasteur provou, finalmente, que a geração espontânea não poderia


ocorrer, ainda que houvesse contato com o ar e com a tal “força vital”
defendida pelos cientistas que acreditavam na abiogênese.

Fig. 2: Experimento de Pasteur. (1 – fervura do caldo; 2 – ausência de microrganismos; 3 – quebra


do pescoço de cisne; 4 – aparecimento de microrganismos)

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Após esse experimento, não havia mais dúvidas a respeito do


surgimento de novos seres vivos. Ou seja, todos os organismos se
originam a partir da reprodução de outros seres vivos, conforme a teoria
da biogênese. Contudo, uma pergunta ainda restava: e os primeiros
seres vivos? Como eles surgiram? Algum outro processo deve ter ocorrido,
já que não havia seres vivos antes para se reproduzir e dar origem a
outros. Para responder essa pergunta, teremos que voltar pelo menos 3,8
bilhões de anos e considerar as características do planeta Terra naquela
época.

TEORIA DA EVOLUÇÃO QUÍMICA OU MOLECULAR


Como já vimos, há cerca de 4 bilhões de anos, as características do
planeta Terra eram totalmente diferentes das atuais. A atmosfera era
formada principalmente por dióxido de carbono, vapor de água, amônia,
metano e óxidos de enxofre, as temperaturas eram muito mais altas,
havia intensa atividade vulcânica e choques de meteoritos. No entanto, foi
nessas condições que, muito provavelmente, os primeiros seres vivos se
formaram.

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Fig. 3: Representação da Terra há 3,5 bilhões de anos. (Ilustração de Peter Sawyer, Smithsonian
Institute)

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Na década de 20 do século passado, dois cientistas (Alexander Oparin


e J.B.S. Haldane) formularam a hipótese de que, em algum momento na
história da Terra, e numa atmosfera sem gás oxigênio, os primeiros seres
vivos podem ter surgido a partir da matéria inorgânica (não viva). Essa
hipótese é conhecida como Evolução Química ou Molecular e fornece a
base para o que temos de mais aceito atualmente sobre a origem da vida
no nosso planeta. Segundo a hipótese de Oparin-Haldane, a Terra
primitiva possuía uma atmosfera quimicamente redutora e, nela,
moléculas inorgânicas expostas a várias formas de energia, reagiriam
para formar moléculas orgânicas simples que precipitariam e acumulariam
nos oceanos e demais depósitos de água na superfície. Nessa “sopa
primordial”, as moléculas orgânicas se combinariam para formar
moléculas mais complexas (polímeros) e, por fim, dar origem aos
primeiros seres vivos.
Na década de 1950, Stanley Miller e Harold Urey realizaram um
experimento em que simularam as condições da Terra primitiva propostas
por Oparin e Haldane. Em um circuito fechado, eles criaram um sistema
de aquecimento e resfriamento da água, simulando o seu ciclo entre a
atmosfera (na forma de vapor) e os oceanos. No recipiente que simulava
a atmosfera eles adicionaram os gases propostos por Oparin e Haldane.
Os raios foram reproduzidos com descargas elétricas geradas por
eletrodos.
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Fig. 4: Experimento de Miller-Urey, provando que é possível obter compostos orgânicos a partir de
compostos inorgânicos nas condições da Terra primitiva.

Depois de algum tempo, ao analisar a água depositada no sistema,


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eles verificaram a presença de moléculas orgânicas simples como


aminoácidos. Com isso, a hipótese de Oparin-Haldane sobre a origem da
vida foi fortalecida, pois ficou comprovado que nas condições da Terra
primitiva, compostos inorgânicos poderiam dar origem a compostos
orgânicos simples, um passo essencial na formação dos primeiros seres
vivos.
Oparin também propôs que aglomerados de moléculas orgânicas
formados espontaneamente na água (os coacervados) seriam o próximo
passo no surgimento da primeira célula, uma vez que constituem um
compartimento individualizado do meio externo. Esse compartimento, por
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sua vez, facilitaria as reações entre as substâncias no seu interior,


fornecendo proteção dos agentes externos e possibilitando concentrações
diferentes de moléculas entre a parte de dentro e a parte de fora do
coacervado. A partir do momento em que um coacervado incorporou
uma molécula com a capacidade de se autorreplicar (RNA ou DNA),
teríamos então a primeira célula e, consequentemente, o primeiro ser
vivo.

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Fig. 5: Provável sequência de eventos até o surgimento das primeiras células.

Existem duas hipóteses a respeito do metabolismo dos primeiros


seres vivos. A hipótese autotrófica considera que esses seres,
semelhantes a arqueobactérias, realizavam quimiossíntese extraindo
energia de compostos inorgânicos, de modo a produzir moléculas
orgânicas como a glicose. Essa hipótese baseia-se no fato de que não
haveria matéria orgânica disponível suficiente para manter ecossistemas
inteiramente formados por seres heterotróficos. Em um segundo momento

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teriam surgido os seres heterotróficos anaeróbicos (que não utilizavam


oxigênio), depois os seres fotoautotróficos e, por fim, os seres
heterotróficos aeróbicos.
Outros autores consideram que a hipótese autotrófica é que seria a
mais provável. Nela, os primeiros seres vivos seriam heterotróficos, ou
seja, precisavam extrair energia de moléculas orgânicas presentes no
ambiente. Essa hipótese trabalha com a lógica de esse tipo de
metabolismo ser mais simples do que o autotrófico. Com o tempo, a falta
do “alimento” já pronto no ambiente acabou por selecionar organismos
capazes de, a partir de outras fontes de energia (como a luz do Sol),
produzirem suas próprias moléculas orgânicas. E aí teriam os seres
quimioautotróficos e fotoautotróficos, sendo estes últimos
responsáveis pelo grande aumento nos níveis de gás oxigênio presente na
atmosfera.
Não há, contudo, um consenso na comunidade científica a respeito de
qual hipótese estaria certa. No entanto, o que é certo, é que a respiração
aeróbica só surgiu após o aparecimento da fotossíntese, uma vez que o
gás oxigênio não existia na atmosfera antes das primeiras bactérias
começarem a utilizar a energia do sol, o gás carbônico e a água para
sintetizarem moléculas orgânicas.
Falaremos melhor sobre os tipos de metabolismo energético na Aula
04.
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Na próxima parte dessa aula veremos como a ciência explica que


esses primeiros seres vivos tenham dado origem a todos os outros seres
do nosso planeta, incluindo EU e VOCÊ!

7. Teorias Evolutivas

INTRODUÇÃO
A Evolução dos seres vivos é um dos temas centrais da Biologia e
também um dos que geram mais polêmicas. Não é à toa que esse assunto
já vem sendo debatido desde a época dos filósofos gregos há mais de dois
mil anos. Nesta aula vamos fazer uma breve recapitulação sobre como as
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concepções sobre a evolução foram mudando ao longo do tempo e


conheceremos “os pais da criança”, ou seja, quem foram os grandes
cientistas que abordaram esse assunto. Além disso, vamos focar no que
temos de mais aceito hoje em dia e compreender quais mecanismos são
responsáveis pelos processos evolutivos. Por fim vamos ver algumas
questões do ENEM que trataram desse incrível tema!
Bora lá?

TEORIAS EVOLUTIVAS
Como foi citado na introdução, alguns filósofos da Grécia Antiga já se
interessavam pela origem da vida na Terra. No entanto, um deles se
destacou. Seu nome era Aristóteles (384a.C. – 322a.C) e ele considerava
que os seres vivos não sofriam modificações ao longo do tempo
(fixismo).
Outro fixista foi Lineu (1707 - 1778), que é considerado o pai da
taxonomia moderna. Mas isso é assunto para a aula de Classificação
Biológica. O que interessa pra gente agora é que Lineu, por ser fixista,
acreditava que os seres vivos não sofriam modificações ao longo do tempo
e, além disso, era também criacionista, pois acreditava que todos os
seres vivos haviam sido criados por Deus. Por não haver modificação,
também não haveria o surgimento de novas espécies, uma vez que todas
teriam surgido como fora determinado pelo seu criador.
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Entretanto, motivados pela descoberta de vários fósseis, alguns


cientistas no fim do século XVIII começaram a defender a ideia de que os
seres vivos sofrem modificações ao longo das gerações e, portanto,
evoluem.

Um dos grandes nomes dessa nova linha de pensamento foi Jean


Baptiste Lamarck (1744 – 1829). Ele acreditava que os primeiros seres
vivos surgiram através da matéria não viva (geração espontânea) e
que, ao longo de sucessivas modificações, deram origem aos seres atuais.

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O mecanismo pelo qual ele explicou essas modificações baseia-se em duas


leis:
 A lei do uso e do desuso
 A lei da transmissão de caracteres adquiridos

Pela lei do uso e do desuso, Lamarck tentava explicar, por


exemplo, por que animais que vivem em cavernas com pouca luz tendem
a ter a visão pouco desenvolvida. Segundo ele, por não haver
necessidade, os olhos desse animal teriam se atrofiado. Assim, quanto
mais usada fosse uma estrutura no corpo de um ser vivo, mais
desenvolvida ela se tornaria, e vice-versa. Essas características seriam
então passadas de geração em geração, caracterizando a lei da
transmissão de caracteres adquiridos. Mais tarde ficou provado que
nem uma lei nem outra estavam corretas, mas Lamarck contribuiu muito
para o estudo da evolução e influenciou bastante o trabalho do próximo
cientista que vamos estudar.

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Fig. 6: Representação de Lamarck com o corpo de uma girafa

Nesse momento, respira fundo e prepara que o melhor está por vir.
Falamos até agora de Aristóteles, Lineu e Lamarck. Mas “o cara” da
evolução é o próximo. Respirou? Então vai!

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Charles Darwin (1809 - 1882) revolucionou o estudo da evolução


biológica com a publicação de sua afamada obra A Origem das Espécies
de 1859. Nesse livro, Darwin introduziu o conceito de Seleção Natural ou
a sobrevivência do mais apto. Deixa eu explicar como isso funciona.

Fig. 7: Charge de crítica às ideias evolucionistas de Darwin

Imagina uma população de sapos vivendo em um local com bastante


umidade. Em um determinado momento, esse local começa a sofrer
mudanças climáticas que o levam a, gradativamente, ser mais seco.
Aqueles sapos naturalmente mais dependentes de água vão morrendo e
deixando menos descendentes. 04178253905

Por outro lado, aqueles sapos


naturalmente mais resistentes à seca vão se reproduzir mais em
comparação com os outros. Isso vai levar a uma gradativa mudança nas
características dessa população onde vão predominar, cada vez mais,
esses indivíduos resistentes à seca. É a seleção natural atuando.
Ou seja: o planeta sofre mudanças constantes e com isso os habitats
também se modificam. Logo, os seres vivos que possuam características
favoráveis às novas configurações ambientais sobreviverão e deixarão
descendentes que, por sua vez, também possuirão essas características
favoráveis. Podemos dizer então que os mais aptos foram selecionados.

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Agora presta atenção!! Repara que essas características favoráveis


não apareceram durante a vida do sapo. Elas não foram adquiridas.
Elas já estavam lá e são fruto de variações presentes dentro dos
indivíduos de uma população. Para que isso fosse válido, Darwin também
previa que essas características deveriam ser herdadas, apesar de
desconhecer esse mecanismo de herança.

Fig. 8: Em um ambiente predominantemente marrom, insetos dessa cor serão menos predados
pelas aves e, com isso, terão maior sucesso reprodutivo. Com o tempo, esses indivíduos vão
predominando nas populações.

Uma simulação da seleção natural controlada pelo ser humano é a


chamada seleção artificial e foi amplamente utilizada na domesticação
de várias espécies de animais e plantas para se atingir um objetivo
desejado. Por exemplo, os ratos de laboratório são da mesma espécie dos
ratos de esgoto, mas além de serem brancos são muito mais dóceis. O
que acontece é que as linhagens dóceis foram sendo selecionadas
artificialmente pelos pesquisadores e colocadas para cruzarem entre si,
produzindo assim cada vez mais indivíduos com essa característica. Isso
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também aconteceu com as diferentes raças de cachorros, por exemplo.


Sendo assim, fica provado que a seleção natural é um processo não só
possível como presente na história evolutiva dos seres vivos.

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Fig. 9: Muitos tipos de pombos foram produzidos por seleção


artificial.

Outra coisa importante é que as variações presentes nas populações


podem ser vantajosas ou não para os indivíduos. Em caso positivo, essa
característica se torna uma adaptação àquele ambiente naquele
momento. Quando dizemos então, por exemplo, que o urso polar está
adaptado a ambientes frios, queremos dizer que ele tem características
evolutivas que conferem a ele vantagens em ambientes frios. E por isso,
essas características foram selecionadas ao longo da evolução desse
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animal. Do mesmo modo, caso uma modificação não seja vantajosa


naquele ambiente e naquele momento, os indivíduos que a carregam
terão menos chances de sobreviver e de passar essa característica para os
seus descendentes.
ATENÇÃO! É errado dizer que um ser vivo é mais ou menos evoluído
do que o outro. Podemos dizer sim que um ser vivo é mais ou menos
adaptado a determinado tipo de ambiente de acordo com as
características que ele apresenta. Outro erro muito comum é achar que a
evolução é linear e que tem um objetivo final (onde quase sempre se
considera que a espécie perfeita é o ser humano). Essa visão está
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completamente errada! O que vai ditar o caminho evolutivo que uma


espécie vai sofrer depende das pressões seletivas originadas pelas
condições ambientais impostas num determinado momento.

Uma pausa para um momento “choque de realidade”: Jovem, por


mais que você seja uma pessoa incrível, nem você e nem a sua (nossa)
espécie são a “imagem da perfeição” ou “o objetivo da evolução”. Se você
pensa dessa forma, então não leu direitinho o que eu escrevi aí em cima,
ok? (Eu disse que esse tema era polêmico.)

É importante lembrar que a escala de tempo evolutiva é um pouco


difícil para que nós, seres humanos, a visualizemos, já que no geral nossa
expectativa de vida não chega a 100 anos. A evolução, por sua vez,
trabalha com grandezas de milhares a milhões de anos para que
modificações significativas nos seres vivos sejam percebidas. É por isso
que muitas pessoas acham que estruturas complexas como o olho
humano não podem ter sido originadas simplesmente por modificações
aleatórias nos seres vivos que foram selecionadas pelo ambiente. No
entanto, se considerarmos que os vertebrados surgiram há mais de 400
milhões de anos, qualquer estrutura, por mais complexa que ela seja,
teria tempo suficiente para se originar e ser gradativamente aperfeiçoada.

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TEORIA SINTÉTICA DA EVOLUÇÃO (NEODARWINISMO)


Agora que você já entendeu como a evolução é guiada pela seleção
natural, é preciso lembrar que Darwin não conseguiu explicar de que
forma a diversidade surge nas populações e como funcionam os princípios
da hereditariedade. É aí que aparece a teoria moderna da evolução ou
teoria sintética da evolução.
Com os avanços no estudo da Genética, principalmente a partir da
década de 1930, os mecanismos responsáveis pelo aparecimento das
modificações nos seres vivos foram então identificados. São eles:
 Mutação gênica

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 Recombinação gênica
As mutações são alterações aleatórias no código genético de um
ser vivo. Elas podem ocorrer espontaneamente ou induzidas por agentes
externos como radiações ou algumas substâncias. (Falaremos sobre elas
mais detalhadamente na aula 12.) Essas modificações no material
genético do indivíduo, caso sejam passadas para os seus descendentes,
podem representar uma vantagem adaptativa e, nesse caso, podem ser
selecionadas. Caso essa mutação não represente uma vantagem, a
tendência é que os indivíduos que a possuam deixem menos
descendentes, fazendo com que a sua incidência na população diminua.
As mutações acontecem o tempo todo no genoma de um indivíduo e, na
maioria das vezes, não se manifestam na alteração de alguma
característica. Portanto, não pense que ao sofrer uma mutação, você vai
virar um X-men e sair por aí voando ou algo do gênero. Apenas o acúmulo
de várias mutações sofrendo ação da seleção natural ao longo de muito
tempo é que podem representar alguma mudança mais significativa em
um organismo.
A recombinação gênica acontece quando há a mistura de
fragmentos de material genético entre dois indivíduos durante a
reprodução sexuada. Ela também ocorre aleatoriamente e aumenta
drasticamente a variabilidade genética nos descendentes, uma vez que
gera uma infinidade de novas combinações genéticas dentro dos
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cromossomos.
Esses dois fenômenos somam-se à seleção natural proposta por
Darwin e compõem a teoria vigente para a evolução das espécies, na qual
as variações mais vantajosas surgidas aleatoriamente através de
mutações e recombinações prevalecerão através da seleção natural.
É por isso que a diversidade biológica tem um papel fundamental no
sucesso evolutivo das espécies. Imagine, por exemplo, duas áreas de
plantio. Na primeira, as plantas se reproduzem sexuadamente, através da
polinização. Na segunda, todas as plantas são clones, reproduzidas
assexuadamente através de técnicas como a micropropagação, onde

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pequenos fragmentos de uma planta são colocados no solo gerando novos


indivíduos. Caso ocorra uma mudança ambiental, como o aparecimento de
uma praga, a primeira área terá maiores chances de resistir, uma vez que
seus indivíduos são mais diversos e, naturalmente, alguns deles
apresentarão maior resistência a essa praga. Já na segunda área, todos os
indivíduos são geneticamente iguais. Assim, ou todos são resistentes à
praga, ou nenhum é.

CONCEITO DE ESPÉCIE
Antes de aprendermos como novas espécies surgem através da
evolução, é preciso saber o que é uma espécie.
Existem vários conceitos diferentes (mais de 20) dependendo dos
critérios utilizados. O mais comum e mais cobrado nos vestibulares é o
conceito biológico de espécie. Nele, uma espécie é um conjunto de
indivíduos muito semelhantes, capazes de reproduzirem entre si
naturalmente e gerarem descendentes férteis, ou seja, que também
possam gerar descendentes. Quando digo naturalmente, quero dizer que
isso ocorre sem a interferência do ser humano, uma vez que esses seres
vivem na mesma região geográfica. Existem casos em que indivíduos de
espécies diferentes podem se reproduzir, mas seus descendentes não são
capazes de gerar outros descendentes. Um exemplo disso é o cruzamento
entre um jumento e uma égua gerando um burro (macho) ou uma mula
(fêmea). Ambos são animais estéreis e isso, segundo o conceito biológico
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de espécie, indica que jumento e égua pertencem a espécies diferentes.


Existem ainda casos em que indivíduos de espécies diferentes conseguem
se reproduzir e gerar descendentes férteis, como o cruzamento entre
tigres e leões de ambos os sexos. Porém, na natureza esses cruzamentos
não acontecem, uma vez que esses animais não compartilham os mesmos
territórios.
O conceito biológico de espécie só é válido, portanto, para aqueles
seres vivos que realizam reprodução sexuada. No caso de bactérias, por
exemplo, que realizam reprodução assexuada, não é possível aplicar

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esse conceito. Também não é possível utilizá-lo para espécies fósseis.


Apesar disso, como eu disse antes, esse é o conceito mais utilizado por
ser mais didático e de fácil compreensão.
Outros conceitos incluem o morfológico, que leva em consideração
apenas as diferenças na forma entre os indivíduos e, por isso pode
considerar organismos de reprodução sexuada ou assexuada e também
aqueles apenas presentes no registro fóssil. No entanto, a subjetividade
dos critérios considerados pode levar a divergências entre os
taxonomistas e sistematas.
Um conceito de espécie muito interessante é o filogenético, que
considera uma espécie como o menor grupo de indivíduos que partilham
um ancestral comum diferente de outro grupo. Para isso são utilizadas
características morfológicas e moleculares. No entanto, é difícil
estabelecer a quantidade de diferenças que é suficiente para definir o
limite entre uma espécie e outra.

ESPECIAÇÃO
O acúmulo das modificações selecionadas pelas condições ambientais
leva, normalmente, uma população a ser cada vez mais diferente ao longo
do tempo. Chega um momento que as diferenças acumuladas são tão
grandes que se pode considerar o surgimento de uma ou mais espécies
novas.
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Fig. 10: Processo de especiação.

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Esse processo é chamado especiação e ocorre basicamente através


de dois processos:
 Anagênese
 Cladogênese
A anagênese acontece quando as modificações acumuladas em uma
população são suficientes para que essa nova população seja considerada
de uma espécie diferente daquela que a originou, agora extinta.
Na cladogênese ocorre uma ramificação decorrente de um
isolamento entre duas partes de uma população levando, gradativamente
a diferenças suficientes para que essas partes se tornem espécies
diferentes. Essas diferenças surgem como consequência das diferentes
pressões seletivas sofridas por essas novas populações num processo
chamado de irradiação adaptativa.

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Fig. 11: Anagênese e cladogênese no processo evolutivo.

EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO
Nesse momento você pode estar pensando: “Ok, já sei um monte de
teoria e tal... Mas eu quero provas de que essa tal de evolução acontece
mesmo!” Então, meus jovens, vamos a elas!

Fósseis: São talvez a mais forte evidência do processo evolutivo. Os


restos de seres vivos preservados (ossos, dentes, pegadas, conchas, fezes
e até mesmo animais inteiros preservados no gelo) nos mostram o
registro de várias espécies já extintas e, muitas vezes, formas
intermediárias entre elas. É possível traçar claramente padrões de
modificações ao longo do tempo e relacioná-los com os dados
paleoambientais fornecidos.

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Fig. 12: Evolução da baleia a partir de um ancestral terrestre.

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Evidências morfológicas: É muito visível a semelhança entre um ser


humano e um chimpanzé e isso, obviamente, reflete a proximidade
evolutiva entre essas duas espécies. No entanto, os pés de um ser
humano são significativamente diferentes dos pés de um chimpanzé, fato
que se explica pelas pressões seletivas sofridas por esses organismos de
acordo com o ambiente onde eles vivem. Podemos dizer que houve uma
irradiação adaptativa ocasionada pelas diferentes adaptações
selecionadas nessas duas espécies. Nesse caso, temos estruturas de
mesma origem embriológica, mas com funções diferentes (O pé do
chimpanzé que o permite agarrar em galhos e o pé do ser humano
adaptado ao andar bípede). Estruturas que possuem a mesma origem
embriológica são chamadas de homólogas e possuem relevância na hora
de reconstruir as relações evolutivas entre diferentes espécies.

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Fig. 13: Membros anteriores de mamíferos – Estruturas Homólogas.

Existem, por outro lado, estruturas de função semelhante em diferentes


espécies, mas que não possuem a mesma origem embriológica. É o caso,
por exemplo, da asa de um inseto e da asa de uma ave. Apesar de ambas
servirem para fazer o animal voar, possuem diferentes origens
embriológicas e, por isso, são chamadas de estruturas análogas. As
estruturas análogas são fruto de convergências evolutivas, em que
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seres vivos pouco relacionados evolutivamente sofrem pressões seletivas


semelhantes e acabam por prevalecer com características de mesma
função. Um outro exemplo clássico disso é a forma hidrodinâmica dos
tubarões e golfinhos. Sabemos que isso é fruto da convergência evolutiva,
já que os tubarões são peixes e os golfinhos são mamíferos, cujos
ancestrais eram terrestres.

Fig. 14: Convergência evolutiva. A: golfinho, B: Ictiossauro, C: Peixe, D: Pinguim.

Biogeografia: A distribuição geográfica das espécies ao redor do planeta,


associada aos conhecimentos de deriva continental, nos permitem traçar
associações em que espécies que se separaram geograficamente há mais
tempo são menos semelhantes entre si.
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Órgãos vestigiais: São estruturas presentes em seres vivos que


possuem pouca ou nenhuma função adaptativa atualmente, mas refletem
características passadas por ancestrais. Por exemplo, os esqueletos de
algumas serpentes que possuem ossos associados à locomoção de seus
ancestrais com quatro patas. Outro caso é o apêndice cecal nos seres
humanos (aquilo que muita gente diz que só serve pra inflamar e dar
problema na sua vida). Ele é o resquício de nossos ancestrais que
possuíam uma dieta predominantemente herbívora.

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FILOGENIA
As árvores filogenéticas ou cladogramas são diagramas utilizados
para representar a história evolutiva de um grupo de organismos. Eles
podem mostrar não só que grupos estão mais relacionados
evolutivamente, como também apontar que características definem esses
grupos e fornecer noção temporal a respeito dessas modificações. Saber
analisar um cladograma é algo simples e muito útil para resolver
questões sobre evolução.

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Fig. 15: Como ler uma árvore filogenética. Nesse caso o tempo corre da esquerda para a direita.

As árvores filogenéticas são criadas buscando-se a organização das


espécies em grupos monofiléticos, ou seja, aqueles que incluem um
ancestral e todos os seus descendentes, sem exceção. A sistemática
filogenética não trabalha, por exemplo, com grupos parafiléticos, onde
nem todos os descendentes de um ancestral comum são incluídos.

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Fig. 16: Grupos monofiléticos, parafiléticos e polifiléticos.

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Fig. 17: Exemplo de árvore filogenética.

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Bem amigos, ficamos por aqui na nossa primeira aula! No


nosso próximo encontro falaremos sobre a vida no planeta Terra
de uma maneira mais ampla, estudando as relações entre os
organismos e como eles interagem com o ambiente em que vivem.
Até lá um bom estudo a todos e que Darwin esteja com vocês!

8. QUESTÕES COMENTADAS

1. (ENEM – 2015 Azul Q56) Algumas raças de cães domésticos não


conseguem copular entre si devido à grande diferença em seus tamanhos
corporais. Ainda assim, tal dificuldade reprodutiva não ocasiona a
formação de novas espécies (especiação). Essa especiação não ocorre
devido ao(à)

a) oscilação genética das raças.


b) convergência adaptativa das raças.
c) isolamento geográfico entre as raças.
d) seleção natural que ocorre entre as raças.
e) manutenção do fluxo gênico entre as raças.

2. (ENEM – 2014 Azul Q53) Embora seja um conceito fundamental


para a biologia, o termo “evolução” pode adquirir significados diferentes
no senso comum. A ideia de que a espécie humana é o ápice do processo
evolutivo é amplamente difundida, mas não é compartilhada por muitos
cientistas. Para esses cientistas, a compreensão do processo citado
baseia-se na ideia de que os seres vivos, ao longo do tempo, passam por
a) Modificação de características.
b) Incremento no tamanho corporal.
c) Complexificação de seus sistemas.
d) Melhoria de processos e estruturas.
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e) Especialização para uma determinada finalidade.

3. (ENEM – 2012 Branca Q55) Não é de hoje que o homem cria,


artificialmente, variedades de peixes por meio da hibridação. Esta é uma
técnica muito usada pelos cientistas e pelos piscicultores porque os
híbridos resultantes, em geral, apresentam maior valor comercial do que a
média de ambas as espécies parentais, além de reduzir a sobrepesca no
ambiente natural. (Terra da Gente, ano 4, n. 47, mar. 2008 adaptado)
Sem controle, esses animais podem invadir lagos e rios naturais, se
reproduzir e:
a) Originar uma nova espécie poliploide.
b) Substituir geneticamente a espécie natural.
c) Ocupar o primeiro nível trófico no habitat aquático.

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d) Impedir a interação biológica entre as espécies parentais.


e) Produzir descendentes com o código genético modificado.

4. (ENEM – 2012 Branca Q79) Em certos locais, larvas de moscas,


criadas em arroz cozido, são utilizadas como iscas para pesca. Alguns
criadores, no entanto, acreditam que essas larvas surgem
espontaneamente do arroz cozido, tal como preconizado pela teoria da
geração espontânea. Essa teoria começou a ser refutada pelos cientistas
ainda no século XVII, a partir dos estudos de Redi e Pasteur, que
mostraram experimentalmente que:
a) seres vivos podem ser criados em laboratório.
b) a vida se originou no planeta a partir de microrganismos.
c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo pré-existente.
d) seres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados.
e) vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos
cadáveres e nos caldos nutritivos, respectivamente.

5. (ENEM – 2010 2ª Aplicação Azul Q68) Experimentos realizados no


século XX demonstraram que hormônios femininos e mediadores químicos
atuam no comportamento materno de determinados animais, como
cachorros, gatos e ratos, reduzindo o medo e a ansiedade, o que
proporciona maior habilidade de orientação espacial. Por essa razão, as
fêmeas desses animais abandonam a prole momentaneamente, a fim de
encontrar alimentos, o que ocorre com facilidade e rapidez. Ainda, são
capazes de encontrar rapidamente o caminho de volta para proteger os
filhotes.
VARELLA, D. Borboletas da alma: escritos sobre ciência e saúde. Companhia das Letras, 2006
(adaptado).
Considerando a situação descrita sob o ponto de vista da hereditariedade
e da evolução biológica, o comportamento materno decorrente da ação
das substâncias citadas é 04178253905

(A) transmitido de geração a geração, sendo que indivíduos portadores


dessas características terão mais chance de sobreviver e deixar
descendentes com as mesmas características.
(B) transmitido em intervalos de gerações, alternando descendentes
machos e fêmeas, ou seja, em uma geração recebem a característica
apenas os machos e, na outra geração, apenas as fêmeas.
(C) determinado pela ação direta do ambiente sobre a fêmea quando ela
está no período gestacional, portanto todos os descendentes receberão as
características.
(D) determinado pelas fêmeas, na medida em que elas transmitem o
material genético necessário à produção de hormônios e dos mediadores
químicos para sua prole de fêmeas, durante o período gestacional.

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(E) determinado após a fecundação, pois os espermatozoides dos machos


transmitem as características para a prole e, ao nascerem, os indivíduos
são selecionados pela ação do ambiente.

6. (ENEM – 2010 Azul Q64) Alguns anfíbios e repteis são adaptados à


vida subterrânea. Nessa situação, apresentam algumas características
corporais como, por exemplo, ausência de patas, corpo anelado que
facilita o deslocamento no subsolo e, em alguns casos, ausência de olhos.
Suponha que um biólogo tentasse explicar a origem das adaptações
mencionadas no texto utilizando conceitos da teoria evolutiva de Lamarck.
Ao adotar esse ponto de vista, ele diria que
a) as características citadas no texto foram originadas pela seleção
natural.
b) a ausência de olhos teria sido causada pela falta de uso dos mesmos,
segundo a lei do uso e desuso.
c) o corpo anelado é uma característica fortemente adaptativa, mas seria
transmitida apenas à primeira geração de descendentes.
d) as patas teriam sido perdidas pela falta de uso e, em seguida, essa
característica foi incorporada ao patrimônio genético e então transmitidas
aos descendentes.
e) as características citadas no texto foram adquiridas por meio de
mutações e depois, ao longo do tempo, foram selecionadas por serem
mais adaptadas ao ambiente em que os organismos se encontram.

7. (ENEM – 2009 Azul Q33) Os ratos Peromyscus polionotus


encontram-se distribuídos em ampla região da América do Norte. A
pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro,
sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito
semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também é muito parecida
à cor do solo da região em que se encontram, que também apresenta a
mesma variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente Sul-Norte.
Na figura, encontram-se representadas sete diferentes populações de P.
polionotus. Cada população é representada pela pelagem do rato, por uma
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amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa.

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MULLEN, L. M.; HOEKSTRA, H. E. Natural selection along na environmental 37radiente: a classic


cline in mouse pigmentation. Evolution, 2008.

O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e


de substrato é:
a) a alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor
da pelagem dos roedores.
b) o fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a
grande diversidade interpopulacional.
c) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a
sobrevivência diferenciada de indivíduos com características distintas.
d) a mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais
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escuro, têm maior ocorrência e capacidade de alterar significativamente a


cor da pelagem dos animais.
e) a herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se
adaptarem a diferentes ambientes e transmitirem suas características
genéticas aos descendentes.

8. (ENEM – 2007 Amarela Q55) As mudanças evolutivas dos


organismos resultam de alguns processos comuns à maioria dos seres
vivos. É um processo evolutivo comum a plantas e animais vertebrados:
a) movimento de indivíduos ou de material genético entre populações, o
que reduz a diversidade de genes e cromossomos.
b) sobrevivência de indivíduos portadores de determinadas características
genéticas em ambientes específicos.

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c) aparecimento, por geração espontânea, de novos indivíduos adaptados


ao ambiente.
d) aquisição de características genéticas transmitidas aos descendentes
em resposta a mudanças ambientais.
e) recombinação de genes presentes em cromossomos do mesmo tipo
durante a fase da esporulação.

Para responder às questões 8 e 9, analise o quadro a seguir, que


esquematiza a história da Terra.

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9. (ENEM – 2006 Amarela Q09) Considerando o esquema acima,


assinale a opção correta.
a) Quando os primeiros hominídeos apareceram na Terra, os répteis já
existiam há mais de 500 milhões de anos.
b) Quando a espécie Homo sapiens surgiu no planeta, América do Sul e
África estavam fisicamente unidas.

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c) No Pré-Cambriano, surgiram, em meio líquido, os primeiros vestígios de


vida no planeta.
d) A fragmentação da Pangéia ocasionou o desaparecimento dos
dinossauros.
e) A Era Mesozóica durou menos que a Cenozóica.

10. (ENEM – 2006 Amarela Q10) Entre as opções a seguir, assinale a


que melhor representa a história da Terra em uma escala de 0 a 100, com
comprimentos iguais para intervalos de tempo de mesma duração.

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11. (ENEM – 2005 Amarela Q27) As cobras estão entre os animais


peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil, principalmente na área
rural. As cascavéis (Crotalus), apesar de extremamente venenosas, são
cobras que, em relação a outras espécies, causam poucos acidentes a

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humanos. Isso se deve ao ruído de seu “chocalho”, que faz com que suas
vítimas percebam sua presença e as evitem. Esses animais só atacam os
seres humanos para sua defesa e se alimentam de pequenos roedores e
aves. Apesar disso, elas têm sido caçadas continuamente, por serem
facilmente detectadas. Ultimamente os cientistas observaram que essas
cobras têm ficado mais silenciosas, o que passa a ser um problema, pois,
se as pessoas não as percebem, aumentam os riscos de acidentes. A
explicação darwinista para o fato de a cascavel estar ficando mais
silenciosa é que
a) a necessidade de não ser descoberta e morta mudou seu
comportamento.
b) as alterações no seu código genético surgiram para aperfeiçoá-la.
c) as mutações sucessivas foram acontecendo para que ela pudesse
adaptar-se.
d) as variedades mais silenciosas foram selecionadas positivamente.
e) as variedades sofreram mutações para se adaptarem à presença de
seres humanos.

12. (ENEM – 2005 Amarela Q50) Foi proposto um novo modelo de


evolução dos primatas elaborado por matemáticos e biólogos. Nesse
modelo o grupo de primatas pode ter tido origem quando os dinossauros
ainda habitavam a Terra, e não há 65 milhões de anos, como é
comumente aceito. Examinando esta árvore evolutiva podemos dizer que
a divergência entre os macacos do Velho Mundo e o grupo dos grandes
macacos e de humanos ocorreu há aproximadamente

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a) 10 milhões de anos.
b) 40 milhões de anos.

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c) 55 milhões de anos.
d) 65 milhões de anos.
e) 85 milhões de anos.

13. (ENEM – 2005 Amarela Q54) Pesquisas recentes estimam o


seguinte perfil da concentração de oxigênio (O2) atmosférico ao longo da
história evolutiva da Terra: No período Carbonífero entre
aproximadamente 350 e 300 milhões de anos, houve uma ampla
ocorrência de animais gigantes, como por exemplo insetos voadores de 45
centímetros e anfíbios de até 2 metros de comprimento. No entanto,
grande parte da vida na Terra foi extinta há cerca de 250 milhões de
anos, durante o período Permiano. Sabendo-se que o O2 é um gás
extremamente importante para os processos de obtenção de energia em
sistemas biológicos, conclui-se que

a) a concentração de nitrogênio atmosférico se manteve constante nos


últimos 400 milhões de anos, possibilitando o surgimento de animais
gigantes.
b) a produção de energia dos organismos fotossintéticos causou a
extinção em massa no período Permiano por aumentar a concentração de
oxigênio atmosférico.
c) o surgimento de animais gigantes pode ser explicado pelo aumento de
concentração de oxigênio atmosférico, o que possibilitou uma maior
absorção de oxigênio por esses animais.
d) o aumento da concentração de gás carbônico (CO2) atmosférico no
período Carbonífero causou mutações que permitiram o aparecimento de
animais gigantes.
e) a redução da concentração de oxigênio atmosférico no período
Permiano permitiu um aumento da
biodiversidade terrestre por meio da
indução de processos de obtenção de
energia.
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14. (ENEM – 2004 Amarela Q31) O que


têm em comum Noel Rosa, Castro Alves,
Franz Kafka, Álvares de Azevedo, José de
Alencar e Frédéric Chopin? Todos eles
morreram de tuberculose, doença que ao
longo dos séculos fez mais de 100 milhões de vítimas. Aparentemente
controlada durante algumas décadas, a tuberculose voltou a matar. O
principal obstáculo para seu controle é o aumento do número de linhagens
de bactérias resistentes aos antibióticos usados para combatê-la. Esse
aumento do número de linhagens resistentes se deve a

a) modificações no metabolismo das bactérias, para neutralizar o efeito


dos antibióticos e incorporá-los à sua nutrição.

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b) mutações selecionadas pelos antibióticos, que eliminam as bactérias


sensíveis a eles, mas permitem que as resistentes se multipliquem.
c) mutações causadas pelos antibióticos, para que as bactérias se
adaptem e transmitam essa adaptação a seus descendentes.
d) modificações fisiológicas nas bactérias, para torná-las cada vez mais
fortes e mais agressivas no desenvolvimento da doença.
e) modificações na sensibilidade das bactérias, ocorridas depois de
passarem um longo tempo sem contato com antibióticos.

15. (ENEM – 2004 Amarela Q58) Nas recentes expedições espaciais


que chegaram ao solo de Marte, e através dos sinais fornecidos por
diferentes sondas e formas de análise, vem sendo investigada a
possibilidade da existência de água naquele planeta. A motivação principal
dessas investigações, que ocupam freqüentemente o noticiário sobre
Marte, deve-se ao fato de que a presença de água indicaria, naquele
planeta,

a) a existência de um solo rico em nutrientes e com potencial para a


agricultura.
b) a existência de ventos, com possibilidade de erosão e formação de
canais.
c) a possibilidade de existir ou ter existido alguma forma de vida
semelhante à da Terra.
d) a possibilidade de extração de água visando ao seu aproveitamento
futuro na Terra.
e) a viabilidade, em futuro próximo, do estabelecimento de colônias
humanas em Marte.

16. (ENEM – 2002 Amarela Q52) Na solução aquosa das substâncias


orgânicas prebióticas (antes da vida), a catálise produziu a síntese de
moléculas complexas de toda classe, inclusive proteínas e ácidos
nucleicos. A natureza dos catalisadores primitivos que agiam antes não é
conhecida. É quase certo que as argilas desempenharam papel
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importante: cadeias de aminoácidos podem ser produzidas no tubo de


ensaio mediante a presença de certos tipos de argila. (...) Mas o avanço
verdadeiramente criativo que pode, na realidade, ter ocorrido apenas uma
vez ocorreu quando uma molécula de ácido nucleico aprendeu a orientar a
reunião de uma proteína, que, por sua vez, ajudou a copiar o próprio
ácido nucleico. Em outros termos, um ácido nucleico serviu como modelo
para a reunião de uma enzima que poderia então auxiliar na produção de
mais ácido nucleico. Com este desenvolvimento apareceu o primeiro
mecanismo potente de realização. A vida tinha começado. (Adaptado de:
LURIA, S.E. Vida: experiência inacabada. Belo Horizonte: Editora Itatiaia;
São Paulo: EDUSP, 1979.)

Considere o esquema abaixo:

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O avanço verdadeiramente criativo citado no texto deve ter ocorrido no


período (em bilhões de anos) compreendido aproximadamente entre
a) 5,0 e 4,5.
b) 4,5 e 3,5.
c) 3,5 e 2,0.
d) 2,0 e 1,5.
e) 1,0 e 0,5.

17. (ENEM – 2002 Amarela Q60) As áreas numeradas no gráfico


mostram a composição em volume, aproximada, dos gases na atmosfera
terrestre, desde a sua formação até os dias atuais. (Use o gráfico para as
questões 16 e 17)

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Considerando apenas a composição atmosférica, isolando outros fatores,


pode-se afirmar que:
I. não podem ser detectados fósseis de seres aeróbicos anteriores a 2,9
bilhões de anos.
II. as grandes florestas poderiam ter existido há aproximadamente 3,5
bilhões de anos.
III. o ser humano poderia existir há aproximadamente 2,5 bilhões de
anos.

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É correto o que se afirma em


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

18. (ENEM – 2002 Amarela Q61) No que se refere à composição em


volume da atmosfera terrestre há 2,5 bilhões de anos, pode-se afirmar
que o volume de oxigênio, em valores percentuais, era de,
aproximadamente,
a) 95%.
b) 77%.
c) 45%.
d) 21%.
e) 5%.

19. (ENEM – 2001 Amarela Q19) “Os progressos da medicina


condicionaram a sobrevivência de número cada vez maior de indivíduos
com constituições genéticas que só permitem o bem-estar quando seus
efeitos são devidamente controlados através de drogas ou procedimentos
terapêuticos. São exemplos os diabéticos e os hemofílicos, que só
sobrevivem e levam vida relativamente normal ao receberem
suplementação de insulina ou do fator VIII da coagulação sanguínea”.
(SALZANO, M. Francisco. Ciência Hoje: SBPC: 21(125), 1996.)
Essas afirmações apontam para aspectos importantes que podem ser
relacionados à evolução humana. Pode-se afirmar que, nos termos do
texto,
a) os avanços da medicina minimizam os efeitos da seleção natural sobre
as populações.
b) os usos da insulina e do fator VIII da coagulação sanguínea funcionam
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como agentes modificadores do genoma humano.


c) as drogas medicamentosas impedem a transferência do material
genético defeituoso ao longo das gerações.
d) os procedimentos terapêuticos normalizam o genótipo dos hemofílicos e
diabéticos.
e) as intervenções realizadas pela medicina interrompem a evolução
biológica do ser humano.

20. (ENEM – 2000 Amarela Q27) O gráfico abaixo representa a


evolução da quantidade de oxigênio na atmosfera no curso dos tempos
geológicos. O número 100 sugere a quantidade atual de oxigênio na
atmosfera, e os demais valores indicam diferentes porcentagens dessa
quantidade.

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De acordo com o gráfico é correto afirmar que:


a) as primeiras formas de vida surgiram na ausência de O2.
b) a atmosfera primitiva apresentava 1% de teor de oxigênio.
c) após o início da fotossíntese, o teor de oxigênio na atmosfera mantém-
se estável.
d) desde o Pré-cambriano, a atmosfera mantém os mesmos níveis de teor
de oxigênio.
e) na escala evolutiva da vida, quando surgiram os anfíbios, o teor de
oxigênio atmosférico já se havia estabilizado.

21. (ENEM – 1999 Amarela Q31) (...) Depois de longas investigações,


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convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de plantas
que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além
dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam
primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em
redor do Sol. (...) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha
opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não
superficialmente mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que
darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem
cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura
(sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as
verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos.
(COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium.)

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Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que
embarca em um navio sem leme nem bussola. Sempre a prática deve
fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra
geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências
produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se
considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações
matemáticas.
(VINCI, Leonardo da. Carnets)

O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o


racionalismo moderno é
a) A fé como guia das descobertas
b) O senso crítico para se chegar a Deus
c) A limitação da ciência pelos princípios bíblicos
d) A importância da experiência e da observação
e) O princípio da autoridade e da tradição

O assunto na aula de Biologia era a evolução do Homem. Foi apresentada


aos alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que
relacionava primatas atuais e seus ancestrais. (Use-a para responder as
questões 21, 22 e 23)

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22. (ENEM – 1998 Amarela Q25) Após observar o material fornecido


pelo professor, os alunos emitiram várias opiniões, a saber:

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I. os macacos antropóides (orangotango, gorila e chimpanzé e gibão)


surgiram na Terra mais ou menos contemporaneamente ao Homem.
II. alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos
antropóides.
III. na história evolutiva, os homens e os macacos antropóides tiveram
um ancestral comum.
IV. não existe relação de parentesco genético entre macacos antropóides
e homens.
Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que:
a) todas as afirmativas estão corretas.
b) apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
d) apenas a afirmativa II está correta.
e) apenas a afirmativa IV está correta.

23. (ENEM – 1998 Amarela Q26) Foram feitas comparações entre DNA
e proteínas da espécie humana com DNA e proteínas de diversos
primatas. Observando a árvore filogenética, você espera que os dados
bioquímicos tenham apontado, entre os primatas atuais, como nosso
parente mais próximo o:
a) Australopithecus.
b) Chimpanzé.
c) Ramapithecus.
d) Gorila.
e) Orangotango.

24. (ENEM – 1998 Amarela Q27) Se fosse possível a uma máquina do


tempo percorrer a evolução dos primatas em sentido contrário,
aproximadamente quantos milhões de anos precisaríamos retroceder, de
acordo com a árvore filogenética apresentada, para encontrar o ancestral
comum do homem e dos macacos antropóides (gibão, orangotango, gorila
e chimpanzé)? 04178253905

a) 5
b) 10
c) 15
d) 30
e) 60

25. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q54) Em um hospital,


acidentalmente, uma funcionária ficou exposta a alta quantidade de
radiação liberada por um aparelho de raios X em funcionamento.
Posteriormente, ela engravidou e seu filho nasceu com grave anemia. Foi
verificado que a criança apresentava a doença devido à exposição anterior
da mãe à radiação.
O que justifica, nesse caso, o aparecimento da anemia na criança?
a) A célula-ovo sofreu uma alteração genética.
b) As células somáticas da mãe sofreram uma mutação.
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c) A célula gamética materna que foi fecundada sofreu uma mutação.


d) As hemácias da mãe que foram transmitidas à criança não eram
normais.
e) As células hematopoiéticas sofreram alteração do número de
cromossomos.

26. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q63) Darwin, em viagem às


ilhas Galápagos, observou que os tentilhões apresentavam bico com
formatos diferentes em cada ilha, de acordo com o tipo de alimentação
disponível. Lamarck, ao explicar que o pescoço da girafa teria esticado
para colher folhas e frutos no alto das árvores, elaborou ideias
importantes sobre a evolução dos seres vivos.
O texto aponta que uma ideia comum às teorias da evolução, propostas
por Darwin e Lamarck, refere-se à interação entre os organismos e seus
ambientes, que é denominada de
a) mutação.
b) adaptação.
c) seleção natural.
d) recombinação gênica.
e) variabilidade genética.

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

1. O fluxo gênico é mantido pela reprodução entre raças de características


intermediárias. Isso impede o isolamento reprodutivo e uma consequente
especiação. Alternativa E.

2. É preciso ter sempre em mente que a evolução não tem uma direção
pré-definida como o incremento no tamanho corporal (alternativa B), ou a
complexificação dos sistemas dos seres vivos (alternativa C), ou ainda a
melhoria de processos e estruturas (alternativa D). A evolução também
não tem um objetivo pré-determinado como a especialização para uma
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determinada finalidade (alternativa E). Ela trabalha simplesmente através


da modificação de características dos seres vivos ao longo do tempo.
Alternativa correta é a letra A.

3. Através da seleção artificial, o ser humano seleciona os indivíduos com


as características que ele julga mais vantajosas, por exemplo maior
resistência a alguma praga ou maior capacidade reprodutiva. Dessa
forma, esses indivíduos, quando introduzidos numa população natural,
podem, através da seleção natural, prevalecer sobre os demais, levando à
sua diminuição e consequente substituição. Alternativa B.

4. Redi e Pasteur foram cientistas cujos experimentos apontavam a


biogênese como a teoria correta para a origem dos seres vivos. Segundo

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ela, todo ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo pré-existente.
Alternativa C.

5. Sabemos que, pela seleção natural, características vantajosas tendem


a permanecer nas populações pois seus portadores apresentam maiores
chances de reprodução e sobrevivência. Assim, o comportamento citado
no texto, por ser extremamente vantajoso, tende a ser positivamente
selecionado e os seus portadores deixam mais descendentes. Alternativa
A.

6. Sabemos que uma das leis que Lamarck propôs era a do uso e do
desuso e que só duas alternativas a mencionam (B e D). No entanto, a
letra D fala sobre incorporação de características ao patrimônio genético,
mas Lamarck desconhecia os princípios genéticos da hereditariedade.
Sendo assim, a única opção válida é a letra B.

7. A seleção natural selecionou, ao longo das gerações, indivíduos com a


pelagem mais parecida com a cor do solo onde a sua população vive. Isso
confere uma vantagem adaptativa, uma vez que ter a mesma cor do solo
facilita a camuflagem e a defesa contra predadores. Alternativa C.

8. Essa questão tem algumas informações para confundir o candidato.


Então vamos analisar uma a uma.
Alternativa A: Na verdade, a diversidade de genes aumenta com o
movimento de indivíduos ou de material genético entre populações porque
aumentam as possibilidades de cruzamentos.
Alternativa C: A geração espontânea, que não é um fenômeno válido
para originar novos seres vivos.
Alternativa D: As características genéticas que são transmitidas aos
descendentes não são determinadas pelas mudanças ambientais. Na
verdade, os indivíduos com as melhores características genéticas terão
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mais sucesso para se reproduzir (e assim passar essas características),


dependendo das pressões seletivas sofridas.
Alternativa E: Animais vertebrados não realizam esporulação.
Assim, a única alternativa válida é a B, que trata justamente de
sobrevivência do mais apto através da seleção natural.

9. Essa é uma questão que não exige conhecimento prévio do candidato.


Basta saber analisar os dados do quadro. Mesmo assim vamos analisar
cada alternativa. Conforme o quadro, percebemos que os répteis surgiram
por volta de 330 milhões de anos antes dos primeiros hominídeos, o que
invalida a alternativa A. A América do Sul e a África se separaram com a
abertura do Atlântico Sul, que aconteceu há mais de 65 milhões de anos,

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muito antes do surgimento da espécie Homo sapiens, o que invalida a


alternativa B. A fragmentação da Pangeia não tem ligação nenhuma com o
desaparecimento dos dinossauros, que foi causado, principalmente, pela
queda de um asteroide, o que invalida a alternativa D. A era Mesozoica
durou aproximadamente 180 milhões de anos, enquanto a Cenozoica tem
65 milhões de anos, o que invalida a alternativa E. No Pré-Cambriano
surgiram os primeiros vestígios de vida no planeta estimados em mais de
3,5 bilhões de anos. A alternativa correta é a C.

10. Essa é uma questão que exige um raciocínio matemático para fazer a
equivalência do período de 4,6 bilhões de anos em uma escala de 0 a 100.
É como transformar os anos em porcentagem. Sendo assim, percebemos
que o surgimento dos eucariontes está um pouco depois da metade desse
período e, por isso, tem que estar acima do 50. Os primeiros vestígios de
vida surgiram aproximadamente ao fim do primeiro quarto da história da
Terra e por isso, aparecem a meio caminho entre o 0 e o 50. Já o
surgimento dos peixes ocorreu há cerca de 420 milhões de anos, o que
representa apenas cerca de 10% do tempo total do planeta Terra e, por
isso, está bem próximo do 100. Assim, a alternativa correta é a B.

11. Como ser silenciosa constitui uma vantagem adaptativa às cobras,


através do processo de seleção natural, aqueles indivíduos mais
silenciosos estão sendo selecionados e, assim, deixam mais descendentes,
fazendo com que essa característica seja cada vez mais presente na
população. Alternativa D.

12. Essa é uma questão bem simples de análise de árvore filogenética.


Basta identificar o ponto onde ocorre a separação entre o grupo dos
Macacos do Velho Mundo e o grupo dos Grandes macacos e Humanos, ver
na escala de tempo que valor corresponde e marcar a opção correta.
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Alternativa B.

13. A alternativa A fala sobre nitrogênio e pode ser excluída logo de cara.
A alternativa B estabelece uma relação entre oxigênio atmosférico e
extinção em massa que não tem a menor lógica. A alternativa D diz que o
gás carbônico causou mutações, fato que também está completamente
errado. A alternativa E estabelece uma relação inversa quando diz que a
redução de oxigênio atmosférico induziu os processos de obtenção de
energia, quando, na verdade, o seu aumento é que induziria esses
processos. Logo, a única relação correta é a da alternativa C, pois
realmente a maior concentração de gás oxigênio atmosférico possibilitou
maiores taxas metabólicas, devido à sua maior absorção pelos animais,
favorecendo o aumento no seu tamanho.

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14. O mecanismo explicado pela teoria sintética da evolução é o adequado


para resolver essa questão, uma vez que as mutações que conferem
maior resistência a antibióticos serão selecionadas dentro das populações
de bactérias fazendo com que seus portadores sobrevivam mais e se
reproduzam mais do que os não portadores. Alternativa B.

15. Sabemos que uma condição fundamental para a vida como nós a
conhecemos é a presença de água no estado líquido. Além disso foi na
água que os primeiros seres vivos surgiram no nosso planeta. Sendo
assim, a presença de água em Marte indicaria a possibilidade de existir ou
ter existido alguma forma de vida semelhante à da Terra. Alternativa C.

16. Segundo o texto, o avanço verdadeiramente criativo foi a capacidade


de um ácido nucleico coordenar a síntese proteica e também a sua própria
replicação. Isso só pode ter surgido após a formação dos primeiros ácidos
nucleicos (4,5 bilhões de anos) e antes das primeiras células (3,5 bilhões
de anos), uma vez que qualquer célula já tem essa característica citada
como avanço. Assim a alternativa correta é a B.

17. Vamos analisar as afirmações. Seres aeróbicos (que respiram


oxigênio) não poderiam existir antes de 2,9 bilhões de anos, pois,
segundo o gráfico, não havia gás oxigênio na atmosfera antes disso.
Assim a afirmação I está correta. As grandes florestas liberam muito gás
oxigênio na atmosfera através da fotossíntese e, por isso, não poderiam
existir há 3,5 bilhões de anos, já que o gráfico nos mostra que não havia
gás oxigênio na atmosfera nesse período. Isso invalida a afirmação II. O
ser humano está adaptado a uma atmosfera de aproximadamente 21% de
gás oxigênio. Há 2,5 bilhões de anos, esse gás correspondia a apenas 5%
da atmosfera, o que invalida a afirmativa III. Assim a alternativa
correta é a A, pois apenas a afirmação I é válida.

18. Bastaria cruzar no gráfico o ponto da curva VI que representa o gás


oxigênio na altura de 2,5 bilhões de anos com o dado correspondente no
eixo vertical que, no caso, é de 5%. Alternativa E.
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19. Através do uso da tecnologia, os seres humanos conseguem burlar


parte da seleção natural. Isso se mostra de grande maneira no
desenvolvimento de remédios e tratamentos médicos. Alternativa A.

20. Mais uma questão de análise de gráfico. Vamos às alternativas. Na


atmosfera primitiva não havia oxigênio, nem mesmo 1%, o que invalida a
alternativa B. Com o início da fotossíntese o teor de oxigênio na atmosfera
aumentou exponencialmente, o que invalida a alternativa C. Durante o
pré-cambriano e também depois dele o teor de oxigênio atmosférico
aumentou, o que invalida a alternativa D. Com os anfíbios veio a
conquista da terra pelos animais e, mesmo depois disso, o teor de
oxigênio atmosférico ainda subiu mais, o que invalida a alternativa E. O

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aparecimento da vida aconteceu na ausência de oxigênio atmosférico.


Sendo assim, a alternativa correta é a A.

21. As três primeiras alternativas falam sobre religião, que é algo que a
ciência não se propõe a estudar. Já a alternativa E fala sobre autoridade e
tradição, que são valores contrários ao que se espera da ciência, que deve
sempre estar suscetível a mudanças. Essas mudanças acontecem devido
às experiências e observações constantes no Método Científico.
Alternativa D.

22. Pela interpretação dessa árvore filogenética é fácil descobrir que


alternativas são verdadeiras ou não. Veja que os macacos antropoides e o
ser humano estão mais ou menos na mesma linha horizontal, que
representa o tempo (afirmativa I correta). Não é possível afirmar que uma
espécie extinta descenda de uma espécie atual (afirmativa II errada). Se
continuarmos os ramos dos macacos antropoides e do homem, voltando
no tempo, encontraremos um ponto de encontro recente que corresponde
ao ancestral comum deles (afirmativa III certa) e isso, além de
representar uma relação de parentesco entre esses grupos, representa
também a proximidade entre eles (afirmativa IV errada). Alternativa B.

23. Um detalhe importante no enunciado é “primatas atuais”. Logo, ao


analisarmos a árvore filogenética, o grupo atual que tem o ancestral
comum mais recente compartilhado com os seres humanos é o dos
chimpanzés. É só continuar a linha do Homem e ver qual é o primeiro
encontro com outro ramo. Alternativa B.

24. Mais uma vez, é só continuar a linha correspondente ao ramo do


Homem até encontrar o primeiro nó que engloba todos os macacos
antropoides. Esse encontro ocorre há aproximadamente 15 milhões de
anos. Alternativa C.

25. A única forma pela qual a mãe poderia passar uma característica
genética (adquirida) para seu filho, é que essa característica estivesse
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presente no gameta que foi fecundado. Ainda que as células somáticas


sofressem uma mutação, isso não seria passado para o filho. Já a célula-
ovo apenas surge quando ocorre a fecundação, o que ocorreu após a
exposição da mãe aos raios X. Alternativa C.

26. Quando dizemos que um ser vivo possui as características adequadas


para determinado ambiente, dizemos que ele está adaptado àquele
ambiente. Isso é fruto do surgimento de variações em seu material
genético (seja por mutações ou por recombinação gênica), que, pelo
fenômeno da seleção natural (que ocorre de acordo com as condições
ambientais) são perpetuadas nas populações. Alternativa B.

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9. Bibliografia consultada

 AMABIS & MARTHO. Biologia das Populações, Editora Moderna,


1995.

 BRIGGS, D.E.G.; CROWTHER, P.R. Palaeobiology - A Synthesis,


Blackwell Science, 1990.

 CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

 PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2.

 STARR, C.; EVERS, C.; STARR, L. Biology: Concepts and


Applications Without Physiology, Ninth Edition. Cengage
Learning, 2013.

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Aula 01 - Ecologia e ciências ambientais

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 01: Conceitos básicos de ecologia; cadeias


e teias alimentares; pirâmides ecológicas; ciclos
biogeoquímicos; dinâmica de populações;
relações ecológicas; sucessão ecológica.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Conceitos básicos de ecologia 01
2. Cadeias e teias alimentares 04
3. Pirâmides ecológicas 10
4. Ciclos biogeoquímicos 12
5. Dinâmica de populações 17
6. Relações ecológicas 21
7. Sucessão ecológica 35
8. Questões comentadas 36
9. Bibliografia consultada 64

1. Conceitos básicos de ecologia

Muito bem jovens. Vamos começar a estudar o assunto que é, de longe,


o mais cobrado no ENEM: Ecologia. De fato, esse tema apareceu em mais
de 30% das questões de Biologia de todos os exames. Abaixo apresento
um gráfico com as subáreas da Ecologia cobradas nas questões do ENEM.

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Fig. 01: Quantidade de questões distribuídas nas subáreas da Ecologia.

Trabalharemos todos esses assuntos nessa e na próxima aula.

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A palavra Ecologia deriva do grego e é a junção de “oikos”, que significa


casa com “logos”, que significa estudo.

ECOLOGIA
Casa Estudo

Assim, podemos dizer que Ecologia é o estudo da casa, ou seja, o


estudo do ambiente e da maneira que os seres vivos interagem nele e
com ele.
Para entender melhor essas relações entre os seres vivos e o meio
ambiente, precisamos conhecer os níveis de organização da vida. Dá
uma olhada nessa “escadinha” que resume esses níveis:

Biosfera
Bioma
Ecossistema
Comunidade Objeto de Estudo da
Ecologia
População
Organismo
Sistema
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Órgão
Tecido
Célula
Os níveis que a Ecologia estuda vão de Organismo até Biosfera e são
esses que vamos ver mais detalhadamente a seguir. É importante lembrar
também que, para seres unicelulares, ou seja, aqueles que possuem apenas
uma célula (bactérias por exemplo), a própria célula equivale ao nível de
organismo. Vamos a algumas definições então.
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 ORGANISMO
Corresponde a um indivíduo de uma determinada espécie. Existem
vários conceitos de espécie, mas o mais utilizado é o conjunto de seres
muito semelhantes capazes de reproduzirem entre si e gerarem
descendentes férteis. O local onde um organismo vive é chamado de
habitat. O modo de vida de um organismo, a função que ele desempenha
em um ecossistema, incluindo seu habitat e todas as características que
envolvem as relações entre ele, os outros organismos e o ambiente é
chamado de nicho ecológico.

 POPULAÇÃO
É o conjunto de indivíduos da mesma espécie que habitam um
determinado local. Podemos dizer, por exemplo, que as bactérias da mesma
espécie que vivem dentro do seu intestino formam uma população. O
conjunto de tamanduás-bandeira que vivem no Jardim Botânico de Brasília
também forma uma população.

 COMUNIDADE
É o conjunto de populações que interagem entre si e que habitam um
determinado local. Se considerarmos todos os seres vivos que habitam um
lago, por exemplo, interagindo entre si, seja competindo por recursos ou
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servindo de alimento para o outro, teremos um exemplo de comunidade


biológica.

 ECOSSISTEMA
É o conjunto dos componentes bióticos do ambiente (comunidades)
mais os componentes abióticos. O conjunto de comunidades também é
chamado de biocenose. Os componentes abióticos são a parte não viva de
um ecossistema, porém representam as condições para a vida. São eles:
temperatura, umidade, salinidade, pH, luminosidade, rochas e solo. Assim,
podemos considerar um lago como um ecossistema, com todos os seus

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organismos interagindo entre si e também com os fatores abióticos. Por


outro lado, uma gota de água também pode ser considerada um
ecossistema, com todos os seus organismos microscópicos e suas
respectivas interações. (Isso é tão bonito que chega a ser poético, não é?)

 BIOMA
É o conjunto de ecossistemas com características em comum como a
fitofisionomia (o aspecto da vegetação), o macroclima, o solo, a altitude e,
por vezes, a existência ou não de fogo natural. O cerrado, por exemplo, é
um bioma, com toda a sua variedade de ecossistemas que refletem várias
características em comum. Falaremos do cerrado e dos demais biomas
brasileiros na aula 02.

 BIOSFERA
Significa esfera de vida e corresponde ao conjunto de todos os biomas
(contendo seus ecossistemas) do nosso planeta.

Com esses conceitos em mente, vai ficar mais fácil para que você
entenda o que vem a seguir. Bora lá?

2. Cadeias e teias alimentares


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“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. ”

Essa célebre frase do químico francês Antoine Lavoisier, que resume o


princípio de conservação da energia tem tudo a ver com o que vamos
estudar agora. Afinal, quando falamos de relações tróficas (trófico =
alimentar) entre os seres vivos, estamos considerando o fluxo de energia
e matéria através dos ecossistemas. E, nesse caso, falaremos
inevitavelmente sobre formas de obtenção de energia pelos seres vivos, ou
seja, sobre alimentação, em um sentido mais restrito.

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Na natureza existem dois tipos básicos de seres vivos, em relação ao


seu tipo de obtenção de energia:
- Autotróficos: aqueles seres vivos que conseguem produzir seu
próprio “alimento” através de algum processo bioquímico, como a
fotossíntese e a quimiossíntese. Exemplo: plantas
- Heterotróficos: aqueles seres vivos que, por não conseguirem
produzir seu próprio alimento, devem recorrer às moléculas orgânicas
disponíveis no ambiente na forma de outros seres vivos. Exemplo: animais

Dessa forma, os heterotróficos dependem dos autotróficos, uma


vez que são esses últimos que iniciam o fluxo de matéria e energia nas
comunidades biológicas. Dá uma olhada no esquema abaixo.

Produtores Consumidores
SOL (Heterotróficos)
(Autotróficos)

Fig. 02: Fluxo de energia nos ecossistemas. As setas azuis representam a direção desse fluxo.

Se considerarmos que a grande maioria dos seres autotróficos realizam


a fotossíntese e, por isso, dependem da energia que vem do Sol, podemos
dizer então que a vida na Terra depende diretamente do Sol.
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Pelo fato de que os seres autotróficos produzem o seu próprio alimento,


eles são classificados como produtores dentro dos níveis tróficos. Já os
seres heterotróficos consomem a matéria orgânica já produzida
anteriormente e, por isso, ocupam os níveis tróficos de consumidores.
Nesse momento, faça uma pausa e pense no que você ingeriu no seu
último almoço. Eu também vou pensar aqui.

Pronto! Vamos lá. Eu comi uma salada com alface e tomate; um bife
bovino; arroz, feijão e batata frita para acompanhar. Vamos colocar isso
numa tabela.

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Alimento Tipo de nutrição Nível trófico


Alface Autotrófica Produtor
Tomate Autotrófica Produtor
Arroz Autotrófica Produtor
Feijão Autotrófica Produtor
Batata Autotrófica Produtor
Bife Heterotrófica Consumidor

Se você fizer uma tabela semelhante, vai ver como a nossa


alimentação depende dos seres produtores, pois mesmo o boi que você
come, é alimentado à base de vegetais e todos esses vegetais dependem
do Sol para realizar a fotossíntese.

Existe um outro nível trófico que engloba os seres responsáveis pela


reciclagem da matéria orgânica no planeta. Esse nível é o dos
decompositores (fungos e bactérias) e eles são importantíssimos para que
o ciclo da matéria seja reiniciado nos ecossistemas. Imagine se, ao morrer,
os seres vivos não fossem decompostos. Haveria um acúmulo de matéria
orgânica aprisionada nesses corpos que não poderia ser disponibilizado para
outros seres vivos utilizarem.

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CADEIAS E TEIAS ALIMENTARES


Cadeias alimentares são uma forma de representar as relações tróficas
entre os seres vivos. Sempre são iniciadas com um organismo produtor e
suas setas indicam a direção do fluxo de matéria e energia entre os seres
vivos. Os consumidores que se alimentam dos produtores são chamados de
consumidores primários. Aqueles que se alimentam deles são chamados
de consumidores secundários e assim sucessivamente. Observe as duas
cadeias alimentares representadas na figura abaixo.

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Fig. 03: Exemplos de cadeias alimentares.


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Podemos extrair algumas informações sobre essas cadeias


alimentares, como por exemplo: a) a planta e o fitoplâncton estão na base
das suas respectivas cadeias (lembre-se que os produtores sempre ocupam
a base). b) o gavião e a orca estão no topo das suas respectivas cadeias,
uma vez que não possuem predadores naturais nesses exemplos.
Obs: Em cadeias alimentares onde há níveis acima de consumidores
quaternários, passamos a usar consumidor de quinta ordem, sexta ordem
e assim sucessivamente.

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Normalmente, os seres decompositores não são representados nas


cadeias ou teias alimentares porque eles deveriam estar ligados a todos os
seres vivos presentes, já que em algum dia todos eles morrerão e serão
decompostos. Isso prejudica a visualização das relações entre os seres
vivos e acaba sendo pouco didático, mas lembre-se que eles estão sempre
presentes nos ecossistemas.

Mas é claro que na natureza as relações tróficas não são tão lineares
como uma cadeia alimentar. Na verdade, os seres vivos se relacionam de
maneira muito mais complexa, pois cada um deles pode servir de alimento
para mais de uma espécie e também se alimentar de mais de uma espécie,
podendo por isso ocupar inclusive mais de um nível trófico. Uma tentativa
de representação dessas relações mais correta é a teia alimentar. Veja a
figura abaixo.

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Fig. 04: Exemplo de teia alimentar.

Repare que na teia alimentar da figura 04 existem vários animais


ocupando mais de um nível trófico. É o caso do krill, por exemplo que, ao
se alimentar de fitoplâncton é consumidor primário e, ao se alimentar de
copépodes é consumidor secundário. Uma ótima sugestão de exercício é
identificar os possíveis níveis tróficos de cada organismo presente nessa
teia alimentar. Faça isso e envie as dúvidas pra mim no nosso fórum, ok?

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PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA
Vimos que os seres produtores são capazes de obter suas moléculas
orgânicas a partir de algum processo bioquímico como por exemplo a
fotossíntese. Ao analisarmos um ecossistema, podemos quantificar essa
matéria orgânica produzida pelos produtores através da chamada
produtividade primária.
A produtividade primária bruta (PPB) é a quantidade de matéria
orgânica produzida pelos produtores de um ecossistema em certo intervalo
de tempo e por determinada área ou volume. Não podemos esquecer,
porém, que parte dessa matéria orgânica produzida vai ser utilizada pelos
produtores no processo de respiração celular. Assim, a produtividade
primária líquida (PPL) é obtida pela subtração da matéria orgânica gasta
na respiração (R) da PPB: PPB – R = PPL.

3. Pirâmides ecológicas

Pirâmides ecológicas são formas de se representar as cadeias


alimentares. Cada degrau de uma pirâmide equivale a um nível trófico de
uma cadeia alimentar. Como os decompositores não estão “acima” ou
“abaixo” dos demais níveis, eles não são representados.
A base de uma pirâmide ecológica sempre vai ser o nível trófico dos
produtores, e os degraus seguintes seguem a ordem dos demais níveis da
cadeia alimentar representada.
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PIRÂMIDES DE NÚMERO
Representam os números de indivíduos presentes em cada nível
trófico. Dependendo da cadeia alimentar representada, pode ser uma
pirâmide normal, com a base mais larga do que o topo, ou uma pirâmide
invertida. Pirâmides invertidas ocorrem, normalmente, quando incluímos
parasitas em uma cadeia alimentar, uma vez que, em muitos casos, eles
são mais numerosos do que seus hospedeiros. Em algumas situações,
podemos ter uma pirâmide começando invertida e depois adotando o
padrão normal, como a representada na figura 05.

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Fig. 05: Exemplo de pirâmide de números em que 2 árvores servem de alimento para mil insetos e
esses, por sua vez, servem de alimento para 10 pássaros.

PIRÂMIDES DE ENERGIA
Essas pirâmides representam a quantidade de matéria orgânica
presente no corpo dos seres vivos de determinado nível trófico, em
determinado momento (biomassa). Consequentemente, elas expressam
também a quantidade de energia química potencial disponível para o nível
trófico seguinte.
Como existem perdas de matéria e energia entre os níveis tróficos, as
pirâmides de energia apresentam a base mais larga e o topo mais estreito.

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Fig. 06: Representação da biomassa e da energia de três níveis tróficos em três ambientes
diferentes.

4. Ciclos biogeoquímicos

Podemos considerar que a Terra é um sistema fechado em termos de


matéria, uma vez que a quantidade de elementos recebidos através de
meteoritos não chega a ser significativa nos dias de hoje. Sendo assim, os
elementos químicos que compõem os seres vivos e também a matéria não-
viva precisam ser reciclados de alguma maneira para que possam ser
reaproveitados. Falamos então dos ciclos biogeoquímicos, que nos mostram
de que forma esses elementos circulam entre os seres vivos e os
reservatórios de matéria inorgânica.
Daremos mais ênfase aos três ciclos biogeoquímicos mais cobrados que
são o ciclo da água, o do carbono e o do nitrogênio.

CICLO DA ÁGUA

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Fig. 07: Ciclo da água

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A água é a molécula inorgânica mais importante e mais abundante dos


seres vivos. Além disso, contribui para o transporte de outras substâncias
importantes dentro dos ecossistemas. O seu estado físico em que
normalmente é utilizada pelos seres vivos é o líquido, mas algumas plantas
também a podem absorver no estado de vapor. O maior reservatório de
água líquida no planeta está nos oceanos (97%). Os outros 3%
correspondem à água no estado sólido das geleiras (2%) e 1% nos rios,
lagos e leitos subterrâneos. A água no estado líquido sofre evaporação e
passa para a atmosfera no estado gasoso. A água liberada na respiração e
na transpiração dos seres vivos também se junta a esse vapor na
atmosfera. O vapor então se condensa e precipita na forma de chuva sobre
a superfície do planeta podendo se infiltrar no solo e/ou reintegrar os
reservatórios na natureza. Além disso, os seres vivos a absorvem e a
utilizam nos seus mais variados processos metabólicos. Com isso o ciclo se
mantém.
Didaticamente falamos em dois tipos de ciclo da água: o ciclo curto e
o ciclo longo. No curto não consideramos a passagem da água através dos
seres vivos. Ou seja, ela está apenas transitando entre a atmosfera no
estado gasoso e entre os reservatórios de água líquida. Já no ciclo longo,
consideramos a passagem da água através dos processos metabólicos dos
seres vivos e a sua liberação através da respiração, transpiração, restos da
alimentação e produtos de excreção.
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É importante lembrar que, em vários processos, o ser humano torna a


água imprópria para consumo e isso afeta diretamente a manutenção do
ciclo da água e a disponibilidade desse recurso para os seres vivos.

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CICLO DO CARBONO

Fig. 08: Ciclo do Carbono

O carbono é o elemento químico fundamental na formação das


moléculas orgânicas e, por isso, de suma importância para os seres vivos.
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Ele é incorporado às cadeias alimentares através da fotossíntese, que utiliza


o carbono disponível no gás carbônico atmosférico (CO2) para formar (de
maneira geral) a glicose (C6H12O6). A partir daí o carbono é passado através
dos níveis tróficos pela alimentação e é devolvido à atmosfera pela
respiração. Os restos de alimentação, como as fezes, devolvem o carbono
para o solo, assim como a decomposição dos seres vivos.
O maior reservatório de carbono, no entanto, está nas rochas
sedimentares formadas há milhões de anos. As reservas de petróleo e gás
natural possuem grande quantidade de carbono aprisionado que o ser

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humano vem utilizando como combustível, fato que libera muito gás
carbônico na atmosfera, que acaba não sendo absorvido pelo ciclo. Grande
parte desse carbono acaba dissolvida nos oceanos. O CO2 que permanece
na atmosfera acaba contribuindo para o aumento do efeito estufa e isso
tem como consequência o aumento da temperatura média do nosso
planeta. O chamado aquecimento global pode ter consequências
desastrosas para o equilíbrio nos ecossistemas da Terra. Falaremos mais
sobre isso na próxima aula.

CICLO DO NITROGÊNIO

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Fig. 09: Ciclo do Nitrogênio

Sabemos que o gás nitrogênio (N2) é o gás mais abundante da nossa


atmosfera, representando cerca de 78% do ar circulante, e que o elemento
químico nitrogênio está presente em diversas moléculas importantes dos
seres vivos, como as proteínas, os ácidos nucleicos (DNA e RNA) e o ATP.
No entanto, os seres vivos não conseguem absorver esse nitrogênio através

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da respiração. Esse gás entra e sai na mesma quantidade dos nossos


pulmões. Dessa forma, existe um outro processo para que esse nitrogênio
seja disponibilizado para os seres vivos na natureza. Isso é o que define o
Ciclo do Nitrogênio.
Existem bactérias fixadoras de nitrogênio que podem estar livres
no solo ou associadas em raízes de leguminosas. Essas bactérias
conseguem utilizar o N2 atmosférico para produzir amônia (NH3). Outras
bactérias chamadas nitrificantes, transformam essa amônia em íons
nitrito (NO2-) e em íons nitrato (NO3-). Esses últimos podem ser facilmente
assimilados pelas plantas para a produção de suas moléculas orgânicas
nitrogenadas.
Existem ainda outras bactérias chamadas desnitrificantes que fazem
o processo inverso e devolvem o nitrogênio para a atmosfera fechando o
ciclo.

OUTROS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS


Outros ciclos biogeoquímicos de menor expressão incluem o Ciclo do
Enxofre, o Ciclo do Fósforo e os de elementos presentes em pequenas
quantidades nos seres vivos, como o ferro, o iodo, o cobalto e o selênio.
O enxofre é liberado na atmosfera na forma de dióxido de enxofre e
gás sulfídrico por fumarolas e vulcões. Algumas algas o liberam na forma
de dimetil sulfeto. Nos seres vivos ele é importante componente das
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proteínas. As ações do ser humano podem aumentar a liberação de enxofre


na atmosfera através da queima de combustíveis fósseis gerando ácido
sulfúrico. Esse ácido, juntamente com o ácido nítrico, é um dos causadores
da chuva ácida, fenômeno que comentaremos na próxima aula.
O fósforo é componente dos ácidos nucleicos (DNA e RNA) e do ATP.
Por isso, é de vital importância para todos os seres vivos do planeta. A
maior parte do seu ciclo acontece entre os seres vivos, já que os processos
que envolvem a formação de rochas sedimentares que atuam como seu
reservatório demoram milhões de anos para se completarem. Devido à essa
relativa dificuldade na sua reciclagem na natureza, ele é considerado um

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nutriente limitante nos ecossistemas e é, frequentemente usado como


adubo em plantações. No entanto, o seu excesso pode levar à eutrofização
dos ambientes, processo que também vamos explorar na próxima aula.

5. Dinâmica de populações

Como já vimos, uma população biológica é um conjunto de indivíduos


de uma mesma espécie em um determinado local. As populações, como era
de se esperar, não se mantêm estáticas ao longo do tempo. Na verdade, há
todo um dinamismo que pode ser configurado em situações de equilíbrio,
crescimento ou diminuição no número de indivíduos que fazem parte delas.
Essas situações são refletidas nas medidas de densidade populacional,
que é definida como o número de indivíduos por unidade de área (para
espécies terrestres) ou por unidade de volume (para espécies aquáticas).

D = N/S ou D = N/V

(D: Densidade, N: número de indivíduos, S: área, V: volume)

Existem quatro fatores que influenciam na densidade de uma


população, como mostra a figura abaixo.

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Fig. 10: Fatores que influenciam a densidade populacional.

Dessa forma, quando nascimentos e imigrações superam mortes e


emigrações, a população cresce. Quando ocorre o contrário, a população
diminui.
Teoricamente, qualquer população em condições ambientais ideais,
tem o potencial de aumentar indefinidamente. Por exemplo, se
considerarmos que todos os descendentes de uma única bactéria fossem
capazes de crescer e reproduzir em um ambiente com recursos ilimitados,
em um mês essa colônia pesaria mais do que todo o universo visível! Isso
é o que chamamos de crescimento exponencial e ele representa a
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capacidade de uma população crescer em condições ideais, ou seja, o seu


potencial biótico (ou reprodutivo). Veja abaixo um gráfico que representa
o crescimento exponencial de uma população de elefantes marinhos.

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Fig. 11: Crescimento exponencial em uma população de elefantes marinhos com recursos
ambientais ilimitados.

No exemplo do gráfico acima, essa população estava em uma situação


ideal, com recursos ilimitados. No entanto, essas situações não duram
muito tempo devido à resistência ambiental. A resistência ambiental é a
diferença entre o máximo que uma população pode crescer (potencial
biótico) e o crescimento real da população.
É normal, portanto, que uma população cresça exponencialmente num
primeiro momento e, a partir de certo ponto, diminua sua velocidade de
crescimento até atingir uma situação em que seu número de indivíduos
permaneça constante. Essa diminuição na velocidade de crescimento ocorre
devido à resistência ambiental, seja ela pela limitação de alimentos ou
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espaço ou ainda pela ação de predadores, parasitas e competidores. O


gráfico que representa esse tipo de crescimento é uma curva em S ou curva
logística.

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Fig. 12: Crescimento populacional logístico.

Quando uma população, em crescimento logístico, atinge o equilíbrio e


seu número de indivíduos torna-se constante, dizemos que ela atingiu a
capacidade de suporte do ambiente, que nada mais é do que a
densidade populacional máxima permitida pela resistência ambiental.
Existe uma relação de controle mútuo muito forte entre populações de
predadores e de presas. Observe o gráfico abaixo que mostra as oscilações
de uma população de lebres (presa) e linces (predadores). É visível que as
variações de uma população acompanham as da outra. O que acontece é
que em momentos de escassez de alimentos para as lebres devido a
condições ambientais que diminuem a quantidade das plantas que elas
comem, muitos desses indivíduos acabam morrendo, o que diminui também
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a disponibilidade de alimentos para os linces (que comem as lebres). Com


a diminuição no número de predadores e com a recuperação das populações
de plantas, o número de lebres volta a aumentar, possibilitando também o
aumento no número de linces e reiniciando o ciclo.

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Fig. 13: Flutuação do número de linces e lebres ao longo do tempo.

É por isso que uma das estratégias para reduzir o número de indivíduos
de alguma população (pragas, por exemplo), envolve a introdução de um
predador para essa espécie. Esse controle biológico, contudo, deve ser
feito de maneira muito cuidadosa para que o predador introduzido não
cause desequilíbrio em outras espécies também e o “tiro saia pela culatra”,
fazendo com que essa espécie se torne também uma praga.

6. Relações Ecológicas

Muito bem, queridos alunos e alunas. Vimos no capítulo anterior de


que maneira as populações biológicas sofrem variações no seu número de
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indivíduos. No entanto, não podemos esquecer que essas populações estão


em constante interação com aquelas de outras espécies. Ou seja, numa
comunidade biológica vamos encontrar diversas relações ecológicas, que
podem ocorrer entre indivíduos de espécies diferentes (relações
interespecíficas) ou entre indivíduos da mesma espécie (relações
intraespecíficas).
É muito comum também dividirmos as relações ecológicas de acordo
com os efeitos nos seres envolvidos. Assim, se pelo menos um deles estiver
sendo prejudicado, diz-se que a relação é desarmônica. Já se nenhum dos

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envolvidos sofrer algum malefício, diz-se que a relação é harmônica. No


entanto, essa é uma definição um pouco polêmica, uma vez que mesmo as
relações desarmônicas têm um papel importante sobre as populações dos
seres prejudicados, uma vez que podem eliminar indivíduos doentes ou
idosos, efetuando um controle vantajoso sobre esses grupos, por exemplo.
De qualquer maneira, usaremos os sinais +, - e 0 para representar
benefício, malefício e neutralidade, respectivamente, para os seres
envolvidos nas relações ecológicas a ser estudadas. Vamos a elas então!

COLÔNIA (+/+)
A colônia é uma relação harmônica intraespecífica em que todos os
indivíduos se beneficiam. Nessa relação, os participantes estão todos
fisicamente unidos. Pode haver maior ou menor divisão de trabalho
entre os seus membros, assim como variações nas formas desses
indivíduos, de acordo com a sua função dentro da colônia. Por exemplo,
existem colônias de bactérias em que os indivíduos são muito semelhantes
e não há divisão aparente de trabalho. Por outro lado, existem colônias de
cianobactérias com três tipos diferentes de células, como a da figura abaixo.

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Fig. 14: Anabaena sp. Colônia de cianobactérias com divisão de trabalho entre seus integrantes.
Repare que cada célula corresponde a um indivíduo, mas todas estão fisicamente unidas.

Uma caravela portuguesa (um cnidário), também apresenta grande


diferença entre os seus integrantes e grande especialização na divisão de
funções por parte dos mesmos. Isso também acontece com os corais em

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que indivíduos com funções específicas unem-se para produzir as estruturas


calcárias características dessas colônias.

Fig. 15: Coral cérebro – um cnidário colonial.

As colônias podem, portanto, ser divididas em 2 tipos:


 Isomórficas: indivíduos não apresentam diferenças morfológicas nem
divisão de trabalho.
 Heteromórficas: os indivíduos diferem entre si de acordo com suas
funções na colônia.

SOCIEDADE (+/+)
A sociedade é outra relação intraespecífica em que todos os envolvidos
se beneficiam. A sociedade também apresenta divisão de trabalho entre
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seus participantes e é comum a confusão entre ela e a colônia, mas existe


uma diferença marcante entre as duas. Na sociedade, os indivíduos são
fisicamente independentes, o que não acontece numa colônia.
Essa relação pode ocorrer de forma temporária, quando indivíduos se
reúnem em um local para reproduzir, por exemplo; ou de forma
permanente, como o que acontece com várias espécies de insetos, incluindo
formigas, cupins, abelhas e vespas. Seja temporariamente ou
permanentemente, esses agrupamentos conferem proteção aos seus
integrantes e vantagens na hora de se alimentar, bem como facilitam sua

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reprodução. Nos chamados insetos sociais, além de grande divisão de


trabalho entre os indivíduos, há também diferenças morfológicas entre eles,
refletindo o grau de complexidade dessas relações.

Fig. 16: As abelhas são insetos sociais com diferenças morfológicas entre seus integrantes.

Os seres humanos também vivem em sociedade e desfrutam de todos


os benefícios que essa relação pode oferecer.

COMPETIÇÃO (-/-)
A competição é uma relação desarmônica onde todos os envolvidos
são prejudicados, uma vez que consome tempo e energia dos mesmos, que
poderiam ter sido usados na sua sobrevivência e reprodução. Ela pode
ocorrer entre indivíduos da mesma espécie (competição intraespecífica) ou
entre indivíduos de espécies diferentes (competição interespecífica).

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Fig. 17: Competição por territórios ou fêmeas em machos de antílopes e raposas.

Os recursos pelos quais as espécies competem são muito variados e


vão desde o acesso à luz do sol, água e nutrientes do solo até a ocupação
de territórios e o consumo de presas. A competição intraespecífica inclui
também a luta por parceiros reprodutivos. Além disso, ela ajuda a controlar
as densidades populacionais, como vimos anteriormente nessa aula.
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A competição interespecífica acontece quando há sobreposição dos


nichos ecológicos das espécies envolvidas. (Se não lembra o que é nicho,
volta lá na página 03) Essa sobreposição implica na diminuição dos habitats
que cada espécie ocuparia caso não houvesse a competição. Esse é outro
motivo pelo qual essa é uma relação -/-. Veja o exemplo abaixo.

Fig. 18: Distribuição de duas espécies de cracas na região entremarés. Se não houvesse competição
entre elas, suas áreas de ocupação seriam potencialmente maiores, como indicam as barras
coloridas.

MUTUALISMO (+/+)
Essa relação é vantajosa para ambas as espécies envolvidas, ou seja,
fica todo mundo feliz! É, portanto, uma relação harmônica interespecífica.
O mutualismo é uma relação obrigatória para pelo menos um dos seres que
a realizam, pois se estiverem separados, não conseguem sobreviver. Nele,
há uma troca de benefícios entre as duas espécies. Vamos ver alguns
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exemplos clássicos dessa relação.

 Líquen: esse é, provavelmente, o exemplo mais famoso de


mutualismo. Consiste na associação de uma alga (ou cianobactéria)
com um fungo. A alga, por realizar fotossíntese, fornece ao fungo a
matéria orgânica produzida por ela. Já o fungo oferece em troca
proteção, umidade e sais minerais. A separação das duas espécies
leva à morte de ambos o que caracteriza a obrigatoriedade da relação.
Essa relação é tão bem-sucedida que os líquens são capazes de

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colonizar uma variedade incrível de ambientes, sendo considerados


inclusive organismos pioneiros durante uma sucessão ecológica
(falaremos disso mais à frente).

Fig. 19: Líquen. Mutualismo entre uma alga e um fungo.

 Bacteriorriza: Lembra lá do ciclo do nitrogênio, onde bactérias


presentes nas raízes de leguminosas têm a capacidade de fixar o
nitrogênio do ar? Pois então, essas bactérias fornecem nitrogênio para
as plantas, em troca de nutrientes e de substâncias essenciais para o
processo de fixação do nitrogênio.
 Micorriza: Certos fungos também podem estar associados a raízes de
algumas plantas. Nesse caso o vegetal oferece ao fungo moléculas
orgânicas provenientes da fotossíntese e o fungo auxilia na absorção
de sais minerais do solo. 04178253905

 Cupins e protozoários: Os cupins, apesar de alimentarem-se de


madeira e papel, não são capazes de digerir a celulose encontrada
nesses materiais. Para isso dependem de protozoários que vivem em
seu intestino e possuem a enzima adequada para quebrar a celulose
liberando glicose, que é usada pelos próprios protozoários para
obtenção de energia. Como subproduto desse processo, os
protozoários liberam ácido acético que é, enfim, usado pelos cupins
para obter energia. Algo semelhante também acontece entre

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ruminantes e bactérias que fazem a digestão da celulose para os


animais.

PROTOCOOPERAÇÃO (+/+)
A diferença entre a protocooperação e o mutualismo é que nela não há
obrigatoriedade para a sobrevivência dos seres envolvidos. Ou seja, é uma
relação facultativa e, caso ocorra, será benéfica para ambas as espécies. É,
portanto, harmônica e interespecífica. Vejamos alguns exemplos.
 Formigas e acácias: Algumas acácias sul-americanas abrigam
formigas que se alimentam de seu néctar. Em troca as formigas
defendem as árvores de herbívoros, fungos, e destroem vegetais
competidores ao seu redor.
 Peixe-palhaço e anêmona: Ambas espécies fornecem proteção à outra
contra predadores. Além disso, a anêmona se alimenta de restos
deixados pelo peixe.

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Fig. 20: Peixe-palhaço e anêmona: O exemplo mais famoso de protocooperação, eternizado nas
telas do cinema.

 Paguro e anêmona: O paguro ou caranguejo ermitão vive dentro de


conchas abandonadas de moluscos. É comum, no entanto, que ele
coloque algumas anêmonas sobre essa concha, o que lhe confere
proteção contra predadores devido aos tentáculos urticantes das
mesmas. As anêmonas, por sua vez, se beneficiam pois ganham
mobilidade e aumentam sua área de alimentação.
 Anu-preto e capivara: É comum ver algumas aves vivendo sobre o
corpo de grandes mamíferos como bois e rinocerontes e até sobre

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répteis como os jacarés e crocodilos. Nesses casos, os benefícios são


semelhantes aos que ocorrem entre o anu-preto e a capivara. O anu
se alimenta de carrapatos que atacam o mamífero, assim como o
pássaro palito retira parasitas da boca de crocodilos.

COMENSALISMO (+/0)
Nessa relação harmônica e interespecífica, uma espécie é beneficiada
com os restos da alimentação de outra sem prejudicá-la ou beneficiá-la.
Podemos citar como exemplos a rêmora que se prende ao tubarão e
aproveita os restos deixados por ele, e o urubu que se beneficia dos restos
de alimentos deixados pelo ser humano.

INQUILINISMO (+/0)
O inquilinismo é uma relação que envolve o abrigo de uma espécie
dentro de outra sem que o hospedeiro seja beneficiado ou prejudicado. Um
exemplo é o peixe agulha que, quando em perigo, se refugia no interior do
pepino do mar.

EPIFITISMO (+/0) e EPIZOISMO (+/0)


Nessas duas relações, uma espécie vive sobre a outra sem causar
prejuízo à mesma. Quando se tratam de vegetais, chamamos a planta que
se instala sobre outra de epífita. Ex: bromélias, samambaias e orquídeas.
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A epífita se beneficia por ter maior acesso à luz do sol do que se estivesse
no nível do solo.
Como exemplo de espécies epizoicas temos as cracas, crustáceos que
podem viver sobre o corpo de baleias ou conchas de ostras.

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Fig. 21: Bromélias sobre árvores da Mata Atlântica. Exemplo de epifitismo.

FORÉSIA (+/0)
Na forésia, um ser “pega carona” no corpo de outro. Quando um
carrapicho fica preso nos pelos de um mamífero e é transportado por ele,
temos um exemplo dessa relação. Podemos considerar também que a
relação entre o mosquito Aedes aegypti e o vírus da dengue é uma forésia,
já que há benefício para o vírus e não há nem benefício e nem malefício
para o mosquito.

PARASITISMO (+/-)
Nessa relação desarmônica interespecífica, a espécie parasita se
alimenta às custas do seu hospedeiro e, para isso, pode se instalar externa
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ou internamente no corpo dele. Caso o parasita seja externo ao corpo do


hospedeiro, ele é chamado ectoparasita. É o caso dos piolhos e carrapatos.
Caso o parasita viva dentro do corpo do hospedeiro, ele é chamado de
endoparasita, como por exemplo os vírus, a lombriga, o esquistossomo, a
solitária e algumas bactérias.
Existem ainda parasitas do Reino Vegetal, como o cipó-chumbo, que
através de suas raízes sugadoras chamadas haustórios, extrai a seiva
elaborada das plantas hospedeiras.
É importante lembrar que o objetivo do parasita não é matar o
hospedeiro, já que, caso isso aconteça, ele também morrerá ou será
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obrigado a procurar outro. Dessa forma, o que se observa é que há um


histórico de coevolução entre os participantes dessa relação no sentido de
que adaptações de ambos os lados surjam para que os prejuízos causados
ao hospedeiro não sejam muito grandes e ainda assim o parasita se
beneficie.

Fig. 22: Nematódeo (endoparasita) em intestino de porco.

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Fig. 23: Carrapatos (ectoparasitas) alimentando-se do sangue de um pássaro.

PREDAÇÃO (+/-)
Na predação há uma espécie predadora que mata e se alimenta de
outra espécie chamada de presa. Essa relação é, obviamente, prejudicial
para o indivíduo predado. No entanto, como vimos no capítulo sobre
Dinâmica de Populações, a predação é fundamental para controlar a
densidade populacional das presas e, consequentemente, dos predadores.
Além disso, os indivíduos mais sujeitos à predação são aqueles que já estão

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idosos ou doentes e, sob esse aspecto, sua remoção da população impede


que os mesmos transmitam doenças aos indivíduos saudáveis.
A relação predador-presa é responsável pelo surgimento de diversas
adaptações de ambas as partes para melhorar suas estratégias de ataque
ou defesa, respectivamente. Predadores normalmente apresentam sentidos
aguçados como visão, olfato e audição para melhor localizar as presas.
Podem apresentar ainda dentes e garras afiados, venenos e ferrões. Contra
isso, as presas podem apresentar um conjunto incrível de armas de defesa.
Vamos ver algumas delas.
 Camuflagem ou coloração críptica: o portador torna-se difícil de
localizar devido à sua aparência que simula o ambiente ao seu redor.
Um exemplo muito simples disso é que a maioria das espécies que
vivem no Ártico apresentam coloração branca, que favorece a sua
camuflagem na neve.

Fig. 24: Sapo camuflado no ambiente

 Coloração aposemática: É uma coloração de advertência que algumas


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espécies portadoras de toxinas apresentam. Isso sinaliza aos


predadores que é perigoso comer aquele indivíduo. Muitos sapos
apresentam esse tipo de coloração.

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Fig. 25: Sapo-flecha aposemático.

 Mimetismo Batesiano: Ocorre quando uma espécie não-tóxica simula


a aparência de uma outra espécie que porta uma toxina nociva ao
predador. Assim ela é menos predada porque é associada com a
espécie nociva.

Fig. 26: A cobra coral falsa (à esquerda), mimetiza a coral verdadeira (à direita).

 Mimetismo Mulleriano: Duas espécies não-palatáveis para o predador


podem convergir evolutivamente para desenvolver aparências
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semelhantes. Isso aumenta o número de indivíduos com aquela


característica e faz com que os predadores “aprendam” mais
rapidamente que aquela aparência está associada à falta de
palatabilidade.

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Fig. 27: Tanto a abelha (à esquerda) quanto a vespa (à direita) são espécies nocivas que
convergiram para uma aparência semelhante.

HERBIVORIA (+/-)
A herbivoria ocorre quando um vegetal serve de alimento para outro
ser vivo. Nesse caso, a planta não necessariamente morrerá, pois nem
todas as partes dela serão consumidas. Essa relação é de grande
importância para as cadeias alimentares, uma vez que é a partir dela que a
matéria e a energia passam dos produtores para os consumidores.
As plantas também podem apresentar defesas contra os herbívoros
como espinhos, substâncias não-palatáveis ou tóxicas e ainda estratégias
para rápida recuperação após a herbivoria.

CANIBALISMO (+/-)
Espécies canibais matam e se alimentam de indivíduos da mesma
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espécie. Essa relação é prejudicial para o indivíduo que está servindo de


alimento, mas também pode representar uma vantagem reprodutiva para
ele. Por exemplo, após a cópula, algumas fêmeas de artrópodes como o
louva-a-deus podem matar o macho e alimentar-se dele. Essa atitude
canibal pode representar uma carga energética fundamental para o
desenvolvimento dos ovos e, consequentemente, aumentar o sucesso
reprodutivo de ambos.

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Para terminar esse assunto, vamos analisar um gráfico que mostra o


conjunto de relações ecológicas presentes em uma comunidade biológica.

Fig. 28: Exemplo de como uma pequena comunidade biológica pode apresentar várias relações
ecológicas.

Na figura acima temos os rinocerontes e insetos envolvidos numa


relação de amensalismo (0/-) pois os mamíferos, ao pisotear a vegetação
desalojam os insetos nela presentes, deixando-os expostos à predação por
parte das garças. Assim, os
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rinocerontes beneficiam as garças
indiretamente numa relação de comensalismo (+/0). Os carrapatos
parasitam (+/-) os rinocerontes e são predados (+/-) pelas búfagas (aves)
que, por isso, realizam protocooperação (+/+) com os rinocerontes ao
remover os carrapatos do corpo desse mamífero.

É nesses momentos, meus amigos, que eu me emociono com a beleza


da natureza e fico feliz por poder passar esses conhecimentos a vocês!

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7. Sucessão Ecológica

Imagine agora uma situação em que, após uma erupção vulcânica


submarina, uma ilha se forme no meio do mar. Essa ilha recém-formada
não possui seres vivos, mas é bem provável que, em alguns anos, já exista
uma comunidade biológica bem estabelecida nela. Esse estabelecimento de
comunidades e a substituição das mesmas por outras de maior
complexidade é o que chamamos de sucessão ecológica.
Em um ambiente completamente desabitado, as condições abióticas
impedem que muitas espécies se estabeleçam e é nesse contexto que
aparecem as chamadas espécies pioneiras. Os líquens são organismos
com grande potencial para colonizar novos ambientes e dar início a
sucessões ecológicas. Eles conseguem se estabelecer nas rochas nuas e,
através da liberação do ácido liquênico, ajudam a criar fendas nessas
rochas, onde há acúmulo de matéria orgânica e água. Com o tempo,
começa a se formar um solo que propicia o desenvolvimento de plantas
como as briófitas, que por sua vez atraem animais e assim vai havendo
uma substituição dos seres que compõem essa comunidade.
A sucessão vai gerar comunidades que dependem das condições
climáticas locais. Por exemplo, em regiões de clima úmido e quente, é
provável que uma floresta se forme. Quando uma comunidade atinge o
auge de seu desenvolvimento, dizemos que ela é uma comunidade
clímax. Numa comunidade clímax é normal que a relação entre
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produtividade e respiração seja menor do que em uma comunidade jovem.


Quando uma comunidade surge num local totalmente desabitado,
dizemos que se trata de uma sucessão primária. É o caso da ilha vulcânica
recém-formada. Se uma comunidade sofre algum tipo de perturbação,
como uma queimada, um desmatamento (natural ou provocado pelo ser
humano), uma inundação ou qualquer outro processo que altere
significativamente sua composição, isso desencadeia uma sucessão
secundária. Esse tipo de sucessão será, normalmente, mais rápido do que
a sucessão primária, já que o ambiente já oferece algumas condições para
o estabelecimento dos organismos formadores da comunidade.
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Terminamos assim mais uma aula! É bastante conteúdo então


leiam com calma e não deixem de resolver as questões propostas.
Até a próxima e bom estudo!

8. QUESTÕES COMENTADAS

1. (ENEM – 2002 Amarela Q14)

Na charge, a arrogância do gato com relação ao comportamento alimentar


da minhoca, do ponto de vista biológico,
a) não se justifica, porque ambos, como consumidores, devem cavar
diariamente o seu próprio alimento.
b) é justificável, visto que o felino possui função superior à da minhoca
numa teia alimentar.
c) não se justifica, porque ambos são consumidores primários em uma teia
alimentar.
d) é justificável, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, não
participam das cadeias alimentares.
e) é justificável, porque os vertebrados ocupam o topo das teias
alimentares.
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2. (ENEM – 2011 Azul Q47) Os personagens da figura estão


representando uma situação hipotética de cadeia alimentar.

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Suponha que, em cena anterior à apresentada, o homem tenha se


alimentado de frutas e grãos que conseguiu coletar. Na hipótese de, nas
próximas cenas, o tigre ser bem-sucedido e, posteriormente, servir de
alimento aos abutres, tigres e abutres ocuparão, respectivamente, os
níveis tróficos de
a) Produtor e consumidor primário.
b) Consumidor primário e consumidor secundário.
c) Consumidor secundário e consumidor terciário.
d) Consumidor terciário e produtor.
e) Consumidor secundário e consumidor primário.

3. (ENEM – 2013 Branca Q86) Estudos de fluxo de energia em


ecossistemas demonstram que a alta produtividade nos manguezais está
diretamente relacionada às taxas de produção primária líquida e à rápida
reciclagem dos nutrientes. Como exemplo de seres vivos encontrados nesse
ambiente, temos: aves, caranguejos, insetos, peixes e algas. Dos grupos
de seres vivos citados, os que contribuem diretamente para a manutenção
dessa produtividade no referido ecossistema são
a) aves.
b) algas.
c) peixes.
d) insetos.
e) caranguejos.

4. (ENEM – 2014 Azul Q81) Os parasitoides (misto de parasitas e


predadores) são insetos diminutos que têm hábitos muito peculiares: suas
larvas podem se desenvolver dentro do corpo de outros organismos, como
mostra a figura. A forma adulta se alimenta de pólen e açúcares. Em geral,
cada parasitoide ataca hospedeiros de determinada espécie e, por isso,
esses organismos vêm sendo amplamente usados para o controle biológico
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de pragas agrícolas.

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A forma larval do parasitoide assume qual papel nessa cadeia


alimentar?
a) Consumidor primário, pois ataca diretamente uma espécie herbívora.
b) Consumidor secundário, pois se alimenta diretamente dos tecidos da
lagarta.
c) Organismo heterótrofo de primeira ordem, pois se alimenta de pólen na
fase adulta.
d) Organismo heterótrofo de segunda ordem, pois apresenta o maior nível
energético na cadeia.
e) Decompositor, pois se alimenta de tecidos do interior do corpo da lagarta
e a leva à morte.

5. (ENEM – 2015 Azul Q61) O nitrogênio é essencial para a vida e o maior


reservatório global desse elemento, na forma de N2, é a atmosfera. Os
principais responsáveis por sua incorporação na matéria orgânica são
microrganismos fixadores de N2, que ocorrem de forma livre ou simbiontes
com plantas.
ADUAN, R. E. et al. Os grandes ciclos biogeoquímicos do planeta. Planaltina: Embrapa, 2004
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(adaptado).

Animais garantem suas necessidades metabólicas desse elemento pela


a) absorção do gás nitrogênio pela respiração.
b) ingestão de moléculas de carboidratos vegetais.
c) incorporação de nitritos dissolvidos na água consumida.
d) transferência da matéria orgânica pelas cadeias tróficas
e) protocooperação com microrganismos fixadores de nitrogênio.

6. (ENEM – 2012 Branco Q87) Paleontólogos estudam fósseis e


esqueletos de dinossauros para tentar explicar o desaparecimento desses
animais. Esses estudos permitem afirmar que esses animais foram extintos
há cerca de 65 milhões de anos. Uma teoria aceita atualmente é a de que

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um asteroide colidiu com a Terra, formando uma densa nuvem de poeira


na atmosfera.
De acordo com essa teoria, a extinção ocorreu em função de modificações
no planeta que
a) desestabilizaram o relógio biológico dos animais, causando alterações no
código genético.
b) reduziram a penetração da luz solar até a superfície da Terra, interferindo
no fluxo energético das teias tróficas.
c) causaram uma série de intoxicações nos animais, provocando a
bioacumulação de partículas de poeira nos organismos.
d) resultaram na sedimentação das partículas de poeira levantada com o
impacto do meteoro, provocando o desaparecimento de rios e lagos.
e) evitaram a precipitação de água até a superfície da Terra, causando uma
grande seca que impediu a retroalimentação do ciclo hidrológico.

7. (ENEM – 1998 Amarela Q06) O sol participa do ciclo da água, pois


além de aquecer a superfície da Terra dando origem aos ventos, provoca a
evaporação da água dos rios, lagos e mares. O vapor da água, ao se resfriar,
condensa em minúsculas gotinhas, que se agrupam formando as nuvens,
neblinas ou névoas úmidas. As nuvens podem ser levadas pelos ventos de
uma região para outra. Com a condensação e, em seguida, a chuva, a água
volta à superfície da Terra, caindo sobre o solo, rios, lagos e mares. Parte
dessa água evapora retornando à atmosfera, outra parte escoa
superficialmente ou infiltra-se no solo, indo alimentar rios e lagos. Esse
processo é chamado de ciclo da água.
Considere, então, as seguintes afirmativas:
I. a evaporação é maior nos continentes, uma vez que o aquecimento ali é
maior do que nos oceanos.
II. a vegetação participa do ciclo hidrológico por meio da transpiração.
III. o ciclo hidrológico condiciona processos que ocorrem na litosfera, na
atmosfera e na biosfera.
IV. a energia gravitacional movimenta a água dentro do seu ciclo.
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V. o ciclo hidrológico é passível de sofrer interferência humana, podendo


apresentar desequilíbrios.

a) somente a afirmativa III está correta.


b) somente as afirmativas III e IV estão corretas
c) somente as afirmativas I, II e V estão corretas.
d) somente as afirmativas II, III, IV e V estão corretas.
e) todas as afirmativas estão corretas.

8. (ENEM – 2003 Amarela Q29) A falta de água doce no Planeta será,


possivelmente, um dos mais graves problemas deste século. Prevê-se que,
nos próximos vinte anos, a quantidade de água doce disponível para cada

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habitante será drasticamente reduzida. Por meio de seus diferentes usos e


consumos, as atividades humanas interferem no ciclo da água, alterando
a) a quantidade total, mas não a qualidade da água disponível no Planeta.
b) a qualidade da água e sua quantidade disponível para o consumo das
populações.
c) a qualidade da água disponível, apenas no sub-solo terrestre.
d) apenas a disponibilidade de água superficial existente nos rios e lagos.
e) o regime de chuvas, mas não a quantidade de água disponível no Planeta.

9. (ENEM – 2003 Amarela Q32) Considerando os custos e a importância


da preservação dos recursos hídricos, uma indústria decidiu purificar parte
da água que consome para reutilizá-la no processo industrial. De uma
perspectiva econômica e ambiental, a iniciativa é importante porque esse
processo
a) permite que toda água seja devolvida limpa aos mananciais.
b) diminui a quantidade de água adquirida e comprometida pelo uso
industrial.
c) reduz o prejuízo ambiental, aumentando o consumo de água.
d) torna menor a evaporação da água e mantém o ciclo hidrológico
inalterado.
e) recupera o rio onde são lançadas as águas utilizadas.

10. (ENEM – 2004 Amarela Q36) Por que o nível dos mares não sobe,
mesmo recebendo continuamente as águas dos rios? Essa questão já foi
formulada por sábios da Grécia antiga. Hoje responderíamos que
a) a evaporação da água dos oceanos e o deslocamento do vapor e das
nuvens compensam as águas dos rios que deságuam no mar.
b) a formação de geleiras com água dos oceanos, nos polos, contrabalança
as águas dos rios que deságuam no mar.
c) as águas dos rios provocam as marés, que as transferem para outras
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regiões mais rasas, durante a vazante.


d) o volume de água dos rios é insignificante para os oceanos e a água doce
diminui de volume ao receber sal marinho.
e) as águas dos rios afundam no mar devido a sua maior densidade, onde
são comprimidas pela enorme pressão resultante da coluna de água.

11. (ENEM – 2008 Amarela Q06) Os ingredientes que compõem uma


gotícula de nuvem são o vapor de água e um núcleo de condensação de
nuvens (NCN). Em torno desse núcleo, que consiste em uma minúscula
partícula em suspensão no ar, o vapor de água se condensa, formando uma
gotícula microscópica, que, devido a uma série de processos físicos, cresce
até precipitar-se como chuva. Na floresta Amazônica, a principal fonte
natural de NCN é a própria vegetação. As chuvas de nuvens baixas, na
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estação chuvosa, devolvem os NCNs, aerossóis, à superfície, praticamente


no mesmo lugar em que foram gerados pela floresta. As nuvens altas são
carregadas por ventos mais intensos, de altitude, e viajam centenas de
quilômetros de seu local de origem, exportando as partículas contidas no
interior das gotas de chuva. Na Amazônia, cuja taxa de precipitação é uma
das mais altas do mundo, o ciclo de evaporação e precipitação natural é
altamente eficiente. Com a chegada, em larga escala, dos seres humanos
à Amazônia, ao longo dos últimos 30 anos, parte dos ciclos naturais está
sendo alterada. As emissões de poluentes atmosféricos pelas queimadas,
na época da seca, modificam as características físicas e químicas da
atmosfera amazônica, provocando o seu aquecimento, com modificação do
perfil natural da variação da temperatura com a altura, o que torna mais
difícil a formação de nuvens.
Paulo Artaxo et al. O mecanismo da floresta para fazer chover. In: Scientific American Brasil, ano
1, n.º 11, abr./2003, p. 38-45 (com adaptações).

Na Amazônia, o ciclo hidrológico depende fundamentalmente


a) da produção de CO2 oriundo da respiração das árvores.
b) da evaporação, da transpiração e da liberação de aerossóis que atuam
como NCNs.
c) das queimadas, que produzem gotículas microscópicas de água, as quais
crescem até se precipitarem como chuva.
d) das nuvens de maior altitude, que trazem para a floresta NCNs
produzidos a centenas de quilômetros de seu local de origem.
e) da intervenção humana, mediante ações que modificam as
características físicas e químicas da atmosfera da região.

12. (ENEM – 2008 Amarela Q23) O diagrama abaixo representa, de


forma esquemática e simplificada, a distribuição da energia proveniente do
Sol sobre a atmosfera e a superfície terrestre. Na área delimitada pela linha
tracejada, são destacados alguns processos envolvidos no fluxo de energia
na atmosfera.
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A chuva é o fenômeno natural responsável pela manutenção dos níveis


adequados de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Esse
fenômeno, assim como todo o ciclo hidrológico, depende muito da energia
solar. Dos processos numerados no diagrama, aquele que se relaciona mais
diretamente com o nível dos reservatórios de usinas hidrelétricas é o de
número
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.

13. (ENEM – 2009 Azul Q06) O ciclo biogeoquímico do carbono


compreende diversos compartimentos, entre os quais a Terra, a atmosfera
e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferência de
compostos entre esses reservatórios. Os estoques de carbono armazenados
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na forma de recursos não renováveis, por exemplo, o petróleo, são


limitados, sendo de grande relevância que se perceba a importância da
substituição de combustíveis fósseis por combustíveis de fontes renováveis.
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono, pois
provoca
a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
b) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais superiores.
c) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal.
d) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera.
e) redução da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.

14. (ENEM – 2010 Azul Q51) O texto “O voo das Folhas” traz uma visão
dos índios Ticunas para um fenômeno usualmente observado na natureza:
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O voo das Folhas


Com o vento
as folhas se movimentam.
E quando caem no chão
ficam paradas em silêncio.
Assim se forma o ngaura. O ngaura cobre o chão da floresta, enriquece a
terra e alimenta as árvores.]
As folhas velhas morrem para ajudar o crescimento das folhas novas.]
Dentro do ngaura vivem aranhas, formigas, escorpiões, centopeias,
minhocas, cogumelos e vários tipos de outros seres muito pequenos.]
As folhas também caem nos lagos, nos igarapés e igapós.
A natureza segundo os Ticunas/Livro das Árvores
Organização geral dos Professores Bilíngues Ticunas, 2000.

Na visão dos índios Ticunas, a descrição sobre o ngaura permite classifica-


lo como um produto diretamente relacionado ao ciclo
a) da água.
b) do oxigênio.
c) do fósforo.
d) do carbono.
e) do nitrogênio.

15. (ENEM – 2010 Azul Q53) O fósforo, geralmente representado pelo


íon de fosfato (PO4-3), é um ingrediente insubstituível da vida, já que é parte
constituinte das membranas celulares e das moléculas do DNA e do
trifosfato de adenosina (ATP), principal forma de armazenamento de
energia das células. O fósforo utilizado nos fertilizantes agrícolas é extraído
de minas, cujas reservas estão cada vez mais escassas. Certas práticas
agrícolas aceleram a erosão do solo, provocando o transporte de fósforo
para sistemas aquáticos, que fica imobilizado nas rochas. Ainda, a colheita
das lavouras e o transporte dos restos alimentares para os lixões diminuem
a disponibilidade dos íons no solo. Tais fatores têm ameaçado a
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sustentabilidade desse íon.


Uma medida que amenizaria esse problema seria:
a) Incentivar a reciclagem de resíduos biológicos, utilizando dejetos animais
e restos de culturas para produção de adubo.
b) Repor o estoque retirado das minas com um íon sintético de fósforo para
garantir o abastecimento da indústria de fertilizantes.
c) Aumentar a importação de íons fosfato dos países ricos para suprir as
exigências das indústrias nacionais de fertilizantes.
d) Substituir o fósforo dos fertilizantes por outro elemento com a mesma
função para suprir as necessidades do uso de seus íons.
e) Proibir, por meio de lei federal, o uso de fertilizantes com fósforo pelos
agricultores, para diminuir sua extração das reservas naturais.

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16. (ENEM – 2010 Azul Q87) De 15% a 20% da área de um canavial


precisa ser renovada anualmente. Entre o período de corte e o de plantação
de novas canas, os produtores estão optando por plantar leguminosas, pois
elas fixam nitrogênio no solo, um adubo natural para a cana. Essa opção de
rotação é agronomicamente favorável, de forma que municípios canavieiros
são hoje grandes produtores de soja, amendoim e feijão.
As encruzilhadas da fome. Planeta. São Paulo, ano 36, nº. 430, jul. 2008 (adaptado).

A rotação de culturas citada no texto pode beneficiar economicamente os


produtores de cana porque
a) a decomposição da cobertura morta dessas culturas resulta em economia
na aquisição de adubos industrializados.
b) o plantio de cana-de-açúcar propicia um solo mais adequado para o
cultivo posterior da soja, do amendoim e do feijão.
c) as leguminosas absorvem do solo elementos químicos diferentes dos
absorvidos pela cana, restabelecendo o equilíbrio do solo.
d) a queima dos restos vegetais do cultivo da cana-de-açúcar transforma-
se em cinzas, sendo reincorporadas ao solo, o que gera economia na
aquisição de adubo.
e) a soja, o amendoim e o feijão, além de possibilitarem a incorporação ao
solo de determinadas moléculas disponíveis na atmosfera, são grãos
comercializados no mercado produtivo.

17. (ENEM – 2014 Azul Q63) A aplicação excessiva de fertilizantes


nitrogenados na agricultura pode acarretar alterações no solo e na água
pelo acúmulo de compostos nitrogenados, principalmente a forma mais
oxidada, favorecendo a proliferação de algas e plantas aquáticas e alterando
o ciclo do nitrogênio, representado no esquema. A espécie nitrogenada mais
oxidada tem sua quantidade controlada por ação de microrganismos que
promovem a reação de redução dessa espécie, no processo denominado
desnitrificação.
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O processo citado está representado na etapa:


a) I
b) II
c) III
d) IV
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e) V

18. (ENEM – 2011 Azul Q88) Certas espécies de algas são capazes de
absorver rapidamente compostos inorgânicos presentes na água,
acumulando-os durante seu crescimento. Essa capacidade fez com que se
pensasse em usá-las como biofiltros para a limpeza de ambiente aquáticos
contaminados, removendo, por exemplo, nitrogênio e fósforo de resíduos
orgânicos e metais pesados provenientes de rejeitos industriais lançados
nas águas. Na técnica do cultivo integrado, animais e algas crescem de
forma associada, promovendo um maior equilíbrio ecológico.
SORIANO, E. M. Filtros vivos para limpar a água. Revista Ciência Hoje. V. 37, n° 219, 2005
(adaptado).

A utilização da técnica do cultivo integrado de animais e algas representa


uma proposta favorável a um ecossistema mais equilibrado porque
a) os animais eliminam metais pesados, que são usados pelas algas para a
síntese de biomassa.
b) os animais fornecem excretas orgânicos nitrogenados, que são
transformados em gás carbônico pelas algas.
c) as algas usam os resíduos nitrogenados liberados pelos animais e
eliminam gás carbônico na fotossíntese, usado na respiração aeróbica.
d) as algas usam os resíduos nitrogenados provenientes do metabolismo
dos animais e, durante a síntese de compostos orgânicos, liberam oxigênio
para o ambiente.
e) as algas aproveitam os resíduos do metabolismo dos animais e, durante
a quimiossíntese de compostos orgânicos, liberam oxigênio para o
ambiente.

19. (ENEM – 2001 Amarela Q22) O esquema representa o ciclo do


enxofre na natureza, sem considerar a intervenção humana.

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O ciclo representado mostra que a atmosfera, a litosfera, a hidrosfera e a


biosfera, naturalmente,
I. são poluídas por compostos de enxofre.
II. são destinos de compostos de enxofre.
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III. transportam compostos de enxofre.


IV. são fontes de compostos de enxofre.

Dessas afirmações, estão corretas, apenas,


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

20. (ENEM – 2003 Amarela Q43) Os gases liberados pelo esterco e por
alimentos em decomposição podem conter sulfeto de hidrogênio (H2S), gás
com cheiro de ovo podre, que é tóxico para muitos seres vivos. Com base
em tal fato, foram feitas as seguintes afirmações:
I. Gases tóxicos podem ser produzidos em processos naturais;
II. Deve-se evitar o uso de esterco como adubo porque polui o ar das zonas
rurais;
III. Esterco e alimentos em decomposição podem fazer parte no ciclo
natural do enxofre (S).
Está correto, apenas, o que se afirma em
a) I
b) II
c) III
d) I e III
e) II e III

21. (ENEM – 1999 Amarela Q56) O crescimento da população de uma


praga agrícola está representado em função do tempo, no gráfico ao lado,
onde a densidade populacional superior a P causa prejuízo à lavoura. No
momento apontado pela seta 1, um agricultor introduziu uma espécie de
inseto que é inimigo natural da praga, na tentativa de controlá-la
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biologicamente. No momento indicado pela seta 2, o agricultor aplicou


grande quantidade de inseticida, na tentativa de eliminar totalmente a
praga. A análise do gráfico permite concluir que

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a) se o inseticida tivesse sido usado no momento marcado pela seta 1, a


praga teria sido controlada definitivamente, sem necessidade de um
tratamento posterior.
b) se não tivesse sido usado o inseticida no momento marcado pela seta 2,
a população de praga continuaria aumentando rapidamente e causaria
grandes danos à lavoura.
c) o uso do inseticida tornou-se necessário, uma vez que o controle
biológico aplicado no momento 1 não resultou na diminuição da densidade
da população da praga.
d) o inseticida atacou tanto as pragas quanto os seus predadores;
entretanto, a população de pragas recuperou-se mais rápido voltando a
causar dano à lavoura.
e) o controle de pragas por meio do uso de inseticidas é muito mais eficaz
que o controle biológico, pois os seus efeitos são muito mais rápidos e têm
maior durabilidade.

22. (ENEM – 2010 Azul Q76) Investigadores das Universidades de Oxford


e da Califórnia desenvolveram uma variedade de Aedes aegypti
geneticamente modificada que é candidata para uso na busca de redução
na transmissão do vírus da dengue. Nessa nova variedade de mosquito, as
fêmeas não conseguem voar devido à interrupção do desenvolvimento do
músculo das asas. A modificação genética introduzida é um gene dominante
condicional, isso é, o gene tem expressão dominante (basta apenas uma
cópia do alelo) e este só atua nas fêmeas.
FU, G. et al. Female-specific flightless phenotype for mosquito control. PNAS 107 (10): 4550-4554,
2010.
Prevê-se, porém, que a utilização dessa variedade de Aedes aegypti demore
ainda anos para ser implementada, pois há demanda de muitos estudos
com relação ao impacto ambiental. A liberação de machos de Aedes aegypti
dessa variedade geneticamente modificada reduziria o número de casos de
dengue em uma determinada região porque
a) diminuiria o sucesso reprodutivo desses machos transgênicos.
b) restringiria a área geográfica de voo dessa espécie de mosquito.
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c) dificultaria a contaminação e reprodução do vetor natural da doença.


d) tornaria o mosquito menos resistente ao agente etiológico da doença.
e) dificultaria a obtenção de alimentos pelos machos geneticamente
modificados.

23. (ENEM – 2011 Azul Q57) O controle biológico, técnica empregada no


combate a espécies que causam danos e prejuízos aos seres humanos, é
utilizado no combate à lagarta que se alimenta de folhas de algodoeiro.
Algumas espécies de borboleta depositam seus ovos nessa cultura. A
microvespa Trichogramma sp. introduz seus ovos nos ovos de outros
insetos, incluindo os das borboletas em questão. Os embriões da vespa se
alimentam do conteúdo desses ovos e impedem que as larvas de borboleta

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se desenvolvam. Assim, é possível reduzir a densidade populacional das


borboletas até níveis que não prejudiquem a cultura.
A técnica de controle biológico realizado pela microvespa Trichogramma sp.
consiste na
a) introdução de um parasita no ambiente da espécie que se deseja
combater.
b) introdução de um gene letal nas borboletas, a fim de diminuir o número
de indivíduos.
c) competição entre a borboleta e a microvespa para a obtenção de
recursos.
d) modificação do ambiente para selecionar indivíduos melhor adaptados.
e) aplicação de inseticidas a fim de diminuir o número de indivíduos que se
deseja combater.

24. (ENEM – 2009 Azul Q34) O lixo orgânico de casa – constituído de


restos de verduras, frutas, legumes, cascas de ovo, aparas de grama, entre
outros –, se for depositado nos lixões, pode contribuir para o aparecimento
de animais e de odores indesejáveis. Entretanto, sua reciclagem gera um
excelente adubo orgânico, que pode ser usado no cultivo de hortaliças,
frutíferas e plantas ornamentais. A produção do adubo ou composto
orgânico se dá por meio da compostagem, um processo simples que requer
alguns cuidados especiais. O material que é acumulado diariamente em
recipientes próprios deve ser revirado com auxílio de ferramentas
adequadas, semanalmente, de forma a homogeneizá-lo. É preciso também
umedecê-lo periodicamente. O material de restos de capina pode ser
intercalado entre uma camada e outra de lixo da cozinha. Por meio desse
método, o adubo orgânico estará pronto em aproximadamente dois a três
meses.
Como usar o lixo orgânico em casa? Ciência Hoje, v. 42, jun. 2008 (adaptado).

Suponha que uma pessoa, desejosa de fazer seu próprio adubo orgânico,
tenha seguido o procedimento descrito no texto, exceto no que se refere ao
umedecimento periódico do composto. Nessa situação,
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a) o processo de compostagem iria produzir intenso mau cheiro.


b) o adubo formado seria pobre em matéria orgânica que não foi
transformada em composto.
c) a falta de água no composto vai impedir que microrganismos
decomponham a matéria orgânica.
d) a falta de água no composto iria elevar a temperatura da mistura, o que
resultaria na perda de nutrientes essenciais.
e) apenas microrganismos que independem de oxigênio poderiam agir
sobre a matéria orgânica e transformá-la em adubo.

25. (ENEM – 1998 Amarela Q57) No início deste século, com a finalidade
de possibilitar o crescimento da população de veados no planalto de Kaibab,
no Arizona (EUA), moveu-se uma caçada impiedosa aos seus predadores –
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pumas, coiotes e lobos. No gráfico abaixo, a linha cheia indica o crescimento


real da população de veados, no período de 1905 a 1940; a linha pontilhada
indica a expectativa quanto ao crescimento da população de veados, nesse
mesmo período, caso o homem não tivesse interferido em Kaibab.

Para explicar o fenômeno que ocorreu com a população de veados após a


interferência do homem, o mesmo estudante elaborou as seguintes
hipóteses e/ou conclusões:
I. lobos, pumas e coiotes não eram, certamente, os únicos e mais vorazes
predadores dos veados; quando estes predadores, até então
desapercebidos, foram favorecidos pela eliminação de seus competidores,
aumentaram numericamente e quase dizimaram a população de veados.
II. a falta de alimentos representou para os veados um mal menor que a
predação.
III. ainda que a atuação dos predadores pudesse representar a morte para
muitos veados, a predação demonstrou-se um fator positivo para o
equilíbrio dinâmico e sobrevivência da população como um todo.
IV. a morte dos predadores acabou por permitir um crescimento exagerado
da população de veados, isto levou à degradação excessiva das pastagens,
tanto pelo consumo excessivo como pelo seu pisoteamento.
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O estudante, desta vez, acertou se indicou as alternativas:


a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) II e III, apenas.
e) III e IV, apenas.

26. (ENEM – 2001 Amarela Q28) Um produtor de larvas aquáticas para


alimentação de peixes ornamentais usou veneno para combater parasitas,
mas suspendeu o uso do produto quando os custos se revelaram
antieconômicos. O gráfico registra a evolução das populações de larvas e
parasitas.

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O aspecto biológico, ressaltado a partir da leitura do gráfico, que pode ser


considerado o melhor argumento para que o produtor não retome o uso do
veneno é:
a) A densidade populacional das larvas e dos parasitas não é afetada pelo
uso do veneno.
b) A população de larvas não consegue se estabilizar durante o uso do
veneno.
c) As populações mudam o tipo de interação estabelecida ao longo do
tempo.
d) As populações associadas mantêm um comportamento estável durante
todo o período.
e) Os efeitos das interações negativas diminuem ao longo do tempo,
estabilizando as populações.

27. (ENEM – 1999 Amarela Q54) Apesar da riqueza das florestas


tropicais, elas estão geralmente baseadas em solos inférteis e improdutivos.
Grande parte dos nutrientes é armazenada nas folhas que caem sobre o
solo, não no solo propriamente dito. Quando esse ambiente é intensamente
modificado pelo ser humano, a vegetação desaparece, o ciclo dos nutrientes
é alterado e a terra se torna rapidamente infértil.
(CORSON, Walter H. Manual Global de Ecologia,1993)
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No texto acima, pode parecer uma contradição a existência de florestas


tropicais exuberantes sobre solos pobres. No entanto, este fato é explicado
pela
a) profundidade do solo, pois, embora pobre, sua espessura garante a
disponibilidade de nutrientes para a sustentação dos vegetais da região.
b) boa iluminação das regiões tropicais, uma vez que a duração regular do
dia e da noite garante os ciclos dos nutrientes nas folhas dos vegetais da
região.
c) existência de grande diversidade animal, com número expressivo de
populações que, com seus dejetos, fertilizam o solo.
d) capacidade de produção abundante de oxigênio pelas plantas das
florestas tropicais, consideradas os “pulmões” do mundo.
e) rápida reciclagem dos nutrientes, potencializada pelo calor e umidade
das florestas tropicais, o que favorece a vida dos decompositores.

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28. (ENEM – 2008 Amarela Q10) Um estudo recente feito no Pantanal


dá uma boa idéia de como o equilíbrio entre as espécies, na natureza, é um
verdadeiro quebra-cabeça. As peças do quebra-cabeça são o tucano-toco,
a arara-azul e o manduvi. O tucano-toco é o único pássaro que consegue
abrir o fruto e engolir a semente do manduvi, sendo, assim, o principal
dispersor de suas sementes. O manduvi, por sua vez, é uma das poucas
árvores onde as araras-azuis fazem seus ninhos.
Até aqui, tudo parece bem encaixado, mas... é justamente o tucano-toco o
maior predador de ovos de arara-azul — mais da metade dos ovos das
araras são predados pelos tucanos. Então, ficamos na seguinte
encruzilhada: se não há tucanos-toco, os manduvis se extinguem, pois não
há dispersão de suas sementes e não surgem novos manduvinhos, e isso
afeta as araras-azuis, que não têm onde fazer seus ninhos. Se, por outro
lado, há muitos tucanos-toco, eles dispersam as sementes dos manduvis, e
as araras-azuis têm muito lugar para fazer seus ninhos, mas seus ovos são
muito predados.
Internet: <http://oglobo.globo.com> (com adaptações).

De acordo com a situação descrita,


a) o manduvi depende diretamente tanto do tucano-toco como da arara-
azul para sua sobrevivência.
b) o tucano-toco, depois de engolir sementes de manduvi, digere-as e
torna-as inviáveis.
c) a conservação da arara-azul exige a redução da população de manduvis
e o aumento da população de tucanos-toco.
d) a conservação das araras-azuis depende também da conservação dos
tucanos-toco, apesar de estes serem predadores daquelas.
e) a derrubada de manduvis em decorrência do desmatamento diminui a
disponibilidade de locais para os tucanos fazerem seus ninhos.

29. (ENEM – 2008 Amarela Q57) Um grupo de ecólogos esperava


encontrar aumento de tamanho das acácias, árvores preferidas de grandes
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mamíferos herbívoros africanos, como girafas e elefantes, já que a área


estudada era cercada para evitar a entrada desses herbívoros. Para espanto
dos cientistas, as acácias pareciam menos viçosas, o que os levou a
compará-las com outras de duas áreas de savana: uma área na qual os
herbívoros circulam livremente e fazem podas regulares nas acácias, e
outra de onde eles foram retirados há 15 anos. O esquema a seguir mostra
os resultados observados nessas duas áreas.

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De acordo com as informações acima,


a) a presença de populações de grandes mamíferos herbívoros provoca o
declínio das acácias.
b) os hábitos de alimentação constituem um padrão de comportamento que
os herbívoros aprendem pelo uso, mas que esquecem pelo desuso.
c) as formigas da espécie 1 e as acácias mantêm uma relação benéfica para
ambas.
d) os besouros e as formigas da espécie 2 contribuem para a sobrevivência
das acácias.
e) a relação entre os animais herbívoros, as formigas e as acácias é a
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mesma que ocorre entre qualquer predador e sua presa.

30. (ENEM – 2012 Branca Q63) O menor tamanduá do mundo é solitário


e tem hábitos noturnos, passa o dia repousando, geralmente em um
emaranhado de cipós, com o corpo curvado de tal maneira que forma uma
bola. Quando em atividade, se locomove vagarosamente e emite som
semelhante a um assobio. A cada gestação, gera um único filhote. A cria é
deixada em uma árvore à noite e é amamentada pela mãe até que tenha
idade para procurar alimento. As fêmeas adultas têm territórios grandes e
o território de um macho inclui o de várias fêmeas, o que significa que ele
tem sempre diversas pretendentes à disposição para namorar!
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n. 174, nov. 2006 (adaptado).

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Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito ao seu


a) hábitat.
b) biótopo.
c) nível trófico.
d) nicho ecológico.
e) potencial biótico.

31. (ENEM – 2013 Branca Q51) As fêmeas de algumas espécies de


aranhas, escorpiões e de outros invertebrados predam os machos após a
cópula e inseminação. Como exemplo, fêmeas canibais do inseto conhecido
como louva-a-deus, Tenodera aridofolia, possuem até 63% da sua dieta
composta por machos parceiros. Para as fêmeas, o canibalismo sexual pode
assegurar a obtenção de nutrientes importantes na reprodução. Com esse
incremento na dieta, elas geralmente produzem maior quantidade de ovos.
BORGES, J. C. Jogo mortal. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012
(adaptado).
Apesar de ser um comportamento aparentemente desvantajoso para os
machos, o canibalismo sexual evoluiu nesses táxons animais porque
a) promove a maior ocupação de diferentes nichos ecológicos pela espécie.
b) favorece o sucesso reprodutivo individual de ambos os parentais.
c) impossibilita a transmissão de genes do macho para a prole.
d) impede a sobrevivência e reprodução futura do macho.
e) reduz a variabilidade genética da população.

32. (ENEM – 2000 Amarela Q36) O esquema abaixo representa os


diversos meios em que se alimentam aves, de diferentes espécies, que
fazem ninho na mesma região.

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Com base no esquema, uma classe de alunos procurou identificar a possível


existência de competição alimentar entre essas aves e concluiu que:
a) não há competição entre os quatro tipos de aves porque nem todas elas
se alimentam nos mesmos locais.
b) não há competição apenas entre as aves dos tipos 1, 2 e 4 porque retiram
alimentos de locais exclusivos.
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c) há competição porque a ave do tipo 3 se alimenta em todos os lugares


e, portanto, compete com todas as demais.
d) há competição apenas entre as aves 2 e 4 porque retiram grande
quantidade de alimentos de um mesmo local.
e) não se pode afirmar se há competição entre as aves que se alimentam
em uma mesma região sem conhecer os tipos de alimento que consomem.

33. (ENEM – 2005 Amarela Q43) A atividade pesqueira é antes de tudo


extrativista, o que causa impactos ambientais. Muitas espécies já
apresentam sério comprometimento em seus estoques e, para diminuir
esse impacto, várias espécies vêm sendo cultivadas. No Brasil, o cultivo de
algas, mexilhões, ostras, peixes e camarões, vem sendo realizado há alguns
anos, com grande sucesso, graças ao estudo minucioso da biologia dessas
espécies. Os crustáceos decápodes, por exemplo, apresentam durante seu
desenvolvimento larvário, várias etapas com mudança radical de sua forma.

Algumas das fases larvárias de crustáceos

Não só a sua forma muda, mas também a sua alimentação e habitat. Isso
faz com que os criadores estejam atentos a essas mudanças, porque a
alimentação ministrada tem de mudar a cada fase. Se para o criador, essas
mudanças são um problema para a espécie em questão, essa metamorfose
apresenta uma vantagem importante para sua sobrevivência, pois
a) aumenta a predação entre os indivíduos.
b) aumenta o ritmo de crescimento.
c) diminui a competição entre os indivíduos da mesma espécie.
d) diminui a quantidade de nichos ecológicos ocupados pela espécie.
e) mantém a uniformidade da espécie. 04178253905

34. (ENEM – 2013 Branca Q70) No Brasil, cerca de 80% da energia


elétrica advém de hidrelétricas, cuja construção implica o represamento de
rios. A formação de um reservatório para esse fim, por sua vez, pode
modificar a ictiofauna local. Um exemplo é o represamento do Rio Paraná,
onde se observou o desaparecimento de peixes cascudos quase que
simultaneamente ao aumento do número de peixes de espécies exóticas
introduzidas, como o mapará e a corvina, as três espécies com nichos
ecológicos semelhantes.
PETESSE, M. L.; PETRERE JR., M. Ciência Hoje, São Paulo, n. 293, v. 49, jun. 2012 (adaptado).

Nessa modificação da ictiofauna, o desaparecimento de cascudos é


explicado pelo

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a) A redução do fluxo gênico da espécie nativa.


b) diminuição da competição intraespecífica.
c) aumento da competição interespecífica.
d) isolamento geográfico dos peixes.
e) extinção de nichos ecológicos.

35. (ENEM – 2014 Branca Q60) Existem bactérias que inibem o


crescimento de um fungo causador de doenças no tomateiro, por
consumirem o ferro disponível no meio. As bactérias também fazem fixação
do nitrogênio, disponibilizam cálcio e produzem auxinas, substâncias que
estimulam diretamente o crescimento do tomateiro.
PELZER, G. Q. et al. Mecanismos de controle da murcha-de-esclerócio e promoção de crescimento
em tomateiro mediados por rizobactérias. Tropical Plant Pathology, v. 36, n. 2, mar.-abr. 2011
(adaptado).

Qual dos processos biológicos mencionados indica uma relação ecológica de


competição?
a) Fixação de nitrogênio para o tomateiro.
b) Disponibilização de cálcio para o tomateiro.
c) Diminuição da quantidade de ferro disponível para o fungo.
d) Liberação de substâncias que inibem o crescimento do fungo.
e) Liberação de auxinas que estimulam o crescimento do tomateiro.

36. (ENEM – 2011 Azul Q82) Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem


sinais luminosos para se atraírem para o acasalamento. O macho reconhece
a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém,
existe um tipo de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os
machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser desse gênero. Quando o
macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é
atacado e devorado por ela.
BERTOLDI, O. G.; VASCONCELLOS, J. R. Ciência & sociedade: a aventura da vida, a aventura da
tecnologia. São Paulo: Scipione, 2000 (adaptado).
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A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do


gênero Photinus, é um exemplo de
a) comensalismo.
b) inquilinismo.
c) cooperação.
d) predatismo.
e) mutualismo.

37. (ENEM – 1999 Azul Q50) Um agricultor, que possui uma plantação
de milho e uma criação de galinhas, passou a ter sérios problemas com os
cachorros-do-mato que atacavam sua criação. O agricultor, ajudado pelos
vizinhos, exterminou os cachorros-do-mato da região. Passado pouco
tempo, houve um grande aumento no número de pássaros e roedores que
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passaram a atacar as lavouras. Nova campanha de extermínio e, logo


depois da destruição dos pássaros e roedores, uma grande praga de
gafanhotos, destruiu totalmente a plantação de milho e as galinhas ficaram
sem alimento.
Analisando o caso acima, podemos perceber que houve desequilíbrio na teia
alimentar representada por:

38. (ENEM – 2015 – 2ª Aplicação - Azul Q79) O caramujo gigante


africano, Achatina fulica, é uma espécie exótica que tem despertado o
interesse das autoridades brasileiras, uma vez que tem causado danos
ambientais e prejuízos econômicos à agricultura. A introdução da espécie
no Brasil ocorreu clandestinamente, com o objetivo de ser utilizada na
alimentação humana. Porém, o molusco teve pouca aceitação no comércio
de alimentos, o que resultou em abandono e liberação intencional das
criações por vários produtores. Por ser uma espécie herbívora generalista
(alimenta-se de mais de 500 espécies diferentes de vegetais), com grande
capacidade reprodutiva, tornou-se uma praga agrícola de difícil erradicação.
Associada a isto, a ausência de predadores naturais fez com que ocorresse
um crescimento descontrolado da população. O desequilíbrio da cadeia
alimentar observado foi causado pelo aumento da densidade populacional
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de
a) consumidores terciários, em função da elevada disponibilidade de
consumidores secundários.
b) consumidores primários, em função da ausência de consumidores
secundários.
c) consumidores secundários, em função da ausência de consumidores
primários.
d) consumidores terciários, em função da elevada disponibilidade de
produtores.
e) consumidores primários, em função do aumento de produtores.

39. (ENEM – 2015 – 2ª Aplicação - Azul Q87) Na natureza a matéria é


constantemente transformada por meio dos ciclos biogeoquímicos. Além do
ciclo da água, existem os ciclos do carbono, do enxofre, do fósforo, do

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nitrogênio e do oxigênio. O elemento que está presente em todos os ciclos


nomeados é o
a) fósforo.
b) enxofre.
c) carbono.
d) oxigênio.
e) nitrogênio.

40. (ENEM – 2015 – 2ª Aplicação - Azul Q88) Bioindicador ou indicador


biológico é uma espécie ou grupo de espécies que reflete o estado biótico
ou abiótico de um meio ambiente, o impacto produzido sobre um hábitat,
comunidade ou ecossistema, entre outras funções. A posição trófica do
organismo bioindicador é uma das características mais relevantes quanto
ao seu grau de importância para essa função: quanto mais baixo o nível
trófico do organismo, maior é a sua utilidade, pois pressupõe-se que toda
a cadeia trófica é contaminada a partir dele.
ANDRÉA, M. M. Bioindicadores ecotoxicológicos de agrotóxicos. Disponível em:
www.biologico.sp.gov.br. Acesso em: 11 mar. 2013 (adaptado).
O grupo de organismos mais adequado para essa condição, do ponto de
vista da sua posição na cadeia trófica, é constituído por
a) algas.
b) peixes.
c) baleias.
d) camarões.
e) anêmonas.

41. (ENEM – 2016 Azul Q61) Um pesquisador investigou o papel da


predação por peixes na densidade e tamanho das presas, como possível
controle de populações de espécies exóticas em costões rochosos. No
experimento colocou uma tela sobre uma área da comunidade, impedindo
o acesso dos peixes ao alimento, e comparou o resultado com uma área
adjacente na qual os peixes tinham acesso livre. O quadro apresenta os
resultados encontrados após 15 dias de experimento.
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O pesquisador concluiu corretamente que os peixes controlam a densidade


dos(as)
a) Algas, estimulando seu crescimento.
b) Cracas, predando especialmente animais pequenos.
c) Mexilhões, predando especialmente animais pequenos.
d) Quatro espécies testadas, predando indivíduos pequenos.
e) Ascídias, apesar de não representarem os menores organismos.

42. (ENEM – 2016 Azul Q69) Recentemente um estudo feito em campos


de trigo mostrou que níveis elevados de dióxido de carbono na atmosfera
prejudicam a absorção de nitrato pelas plantas. Consequentemente, a
qualidade nutricional desses alimentos pode diminuir à medida que os níveis
de dióxido de carbono na atmosfera atingirem as estimativas para as
próximas décadas.
BLOOM, A.J. et al. Nitrate assimilation is inhibited by elevated CO2 in field-grown wheat.
Nature Climate Change, n. 4, abr. 2014 (adaptado).

Nesse contexto, a qualidade nutricional do grão de trigo será modificada


primariamente pela redução de
a) Amido.
b) Frutose.
c) Lipídeos.
d) Celulose.
e) Proteínas.

43. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q47) Os seres vivos mantêm


constantes trocas de matéria com o ambiente mediante processos
conhecidos como ciclos biogeoquímicos. O esquema representa um dos
ciclos que ocorrem nos ecossistemas.

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O esquema apresentado corresponde ao ciclo biogeoquímico do(a)


a) água.
b) fósforo.
c) enxofre.
d) carbono.
e) nitrogênio.

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44. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q71) A modernização da


agricultura, também conhecida como Revolução Verde, ficou marcada pela
expansão da agricultura nacional. No entanto, trouxe consequências como
o empobrecimento do solo, o aumento da erosão e dos custos de produção,
entre outras. Atualmente, a preocupação com a agricultura sustentável tem
suscitado práticas como a adubação verde, que consiste na incorporação ao
solo de fitomassa de espécies vegetais distintas, sendo as mais difundidas
as leguminosas.
ANUNCIAÇÃO, G. C. F. Disponível em: www.muz.ifsuldeminas.edu.br
Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado)
A utilização de leguminosas nessa prática de cultivo visa reduzir a
a) utilização de agrotóxicos.
b) atividade biológica do solo.
c) necessidade do uso de fertilizantes.
d) decomposição da matéria orgânica.
e) capacidade de armazenamento de água no solo.

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

1. Vamos analisar cada alternativa nessa questão sobre cadeias e teias


alimentares. Na alternativa b), afirma-se que o felino tem função superior
do que a minhoca numa teia alimentar. Vimos, no entanto, que todos os
seres possuem igual importância dentro das comunidades biológicas. Na
alternativa c), afirma-se que gatos e minhocas são consumidores primários.
No entanto, os gatos são carnívoros, assim como todos os felinos e, por
isso, não podem ser consumidores primários, já que estes são seres
herbívoros. Na alternativa d) as minhocas são excluídas das cadeias
alimentares por se alimentarem de detritos, o que não faz sentido, já que
os detritos são provenientes de atividade biológica, seja vegetal ou animal,
e isso coloca as minhocas em níveis tróficos variados. Na alternativa e),
afirma-se que os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares, mas
isso não é uma obrigatoriedade, afinal existem diversos vertebrados que
são consumidores primários. Resta então a alternativa a) que é verdadeira,
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pois ao afirmar que o gato e a minhoca devem “cavar” o seu alimento


diariamente, ela faz uma alusão à busca deles por alimento, caracterizada
por serem heterotróficos. Alternativa A.

2. Para responder essa questão, bastaria que o aluno esquematizasse a


cadeia alimentar citada. Vamos ver como ela ficaria:

Frutas e
 homem  tigre  abutres
grãos

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CONSUMIDOR CONSUMIDOR CONSUMIDOR


PRODUTOR
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO

Assim, tigres seriam consumidores secundários e os abutres seriam


consumidores terciários. Alternativa C.

3. Dentre os seres vivos citados no enunciado, somente as algas são


autotróficas e, por isso, ocupam o nível trófico de produtores. Mesmo que
o aluno não soubesse que as algas são autotróficas, ele poderia, por
eliminação, verificar que nem aves, nem caranguejos, nem insetos e nem
peixes poderiam ser produtores. Alternativa B.

4. A larva do parasitoide se alimenta da lagarta, que é herbívora e por isso,


consumidora primária. Sendo assim, a larva só pode ser consumidora
secundária. Alternativa B.

5. Como vimos no ciclo do nitrogênio, a fixação desse elemento através das


bactérias fixadoras e a nitrificação realizada pelas bactérias nitrificantes,
disponibilizam o nitrogênio para ser assimilado pelas plantas. Elas utilizarão
os íons nitrato para formar suas moléculas orgânicas nitrogenadas, como
proteínas. Essas proteínas passarão pelas cadeias tróficas para os animais.
É preciso lembrar que carboidratos não possuem nitrogênio, o que elimina
a alternativa B. A alternativa correta é a letra D.

6. Com a formação de uma densa nuvem de poeira na atmosfera, a luz do


sol passou a ter mais dificuldade para atingir a superfície. Sabemos que a
luz é fundamental para a realização da fotossíntese. Processo esse que é
responsável pela produtividade dos ecossistemas. Sem fotossíntese, os
vegetais morrem e, consequentemente, todos os seres da cadeia trófica
também morrerão por não ter o que comer. Sendo assim, fica interrompido
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o fluxo energético das teias tróficas. Alternativa B.

7. Afirmativa I – incorreta. Nos oceanos, a evaporação é maior do que nos


continentes
Afirmativa II – correta. Parte da água utilizada pelos vegetais, é liberada de
volta à atmosfera através da transpiração desses seres vivos.
Afirmativa III – correta. A água circula pelo solo (litosfera), pela atmosfera,
com o vapor formando nuvens e posteriormente precipitando na forma de
chuva, e na biosfera pois passa pelos organismos, uma vez que é
fundamental para a manutenção dos seres vivos.
Afirmativa IV – correta. A gravidade faz com que a chuva e a neve
precipitem sobre a superfície do planeta e também contribui para a
infiltração da água no solo.
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Afirmativa V – correta. O ser humano pode afetar a qualidade da água


disponível no planeta, diminuindo a quantidade de água potável disponível
para os seres vivos.
Alternativa D.

8. A quantidade total de água no nosso planeta não pode ser afetada pela
ação do ser humano. No entanto, ao poluir parte da água disponível, é
possível afetar a qualidade da mesma, tornando-a imprópria para consumo,
diminuindo portanto a quantidade de água potável. Alternativa B.

9. Se uma indústria consome uma quantidade x de água e passa a purificar


parte dessa água consumida para reutilizá-la, há uma diminuição no
consumo total dela. Sendo assim, a indústria diminui a quantidade de água
adquirida e comprometida pelo uso industrial. Alternativa B.

10. No ciclo da água, essa substância está o tempo inteiro transitando entre
seus reservatórios: superfície do planeta, atmosfera e seres vivos. Assim,
a água que abastece os mares, é compensada pela água perdida na
evaporação, fazendo com que os mares não sofram aumento no seu nível.
Alternativa A.

11. O enunciado da questão já dá a dica para a alternativa correta. Ele diz


que a nuvem precisa de vapor de água e de um NCN. A seguir, afirma que
a principal fonte natura de NCN é a vegetação. Além disso, sabemos que a
vegetação libera vapor de água na sua transpiração e que, além disso, a
evaporação da água na superfície também tem papel importante no ciclo
da água. Assim, a única alternativa que aborda esses aspectos é a letra B.

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12. Apesar dessa questão ser de 2008, o assunto está muito em voga por
conta da crise hídrica vivida no nosso país pela falta de chuvas
principalmente na região Sudeste, que levou os reservatórios a operarem
no volume morto, fato que encareceu também a produção de energia
elétrica nas usinas hidrelétricas. Ao analisarmos o gráfico, o mais natural é
que procuremos uma seta pra baixo carregando água na forma de chuva.
No entanto, esse gráfico representa o fluxo de energia, e a única seta para
baixo corresponde à radiação solar incidente no planeta. Sabemos, por
outro lado, que a chuva depende da formação de nuvens, que, por sua vez,
depende da evaporação da água superficial. Assim, temos a seta de número
V carregando energia para cima na formação de vapor de água, que vai
contribuir para a formação das nuvens e sua posterior precipitação na forma
de chuva. Alternativa E.

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13. A queima de combustíveis fósseis como o petróleo libera grande


quantidade de gás carbônico na atmosfera, fazendo com que a quantidade
de carbono aumente significativamente nesse reservatório. Não haveria
redução na taxa de fotossíntese de vegetais, uma vez que o aumento de
gás carbônico aumentaria a disponibilidade desse gás. No entanto, também
não haveria um aumento da fotossíntese e consequente produção de
carboidratos de origem vegetal, uma vez que a quantidade de gás carbônico
na atmosfera não é um fator limitante para a taxa de fotossíntese.
Alternativa D.

14. O ngaura citado no texto nada mais é do que a cobertura de folhas que
reveste a superfície de uma floresta. Essas folhas, ao serem decompostas,
liberam suas moléculas orgânicas ricas em carbono, que serão utilizadas
por outros seres vivos em sua constituição. Assim, o ciclo envolvido é o do
carbono. Alternativa D.

15. Nessa questão, o aluno precisa pensar de forma sustentável. Temos um


problema que é a exploração do fósforo e a sua baixa reposição depois de
utilizado. Criar um íon sintético não é uma alternativa viável
tecnologicamente; importar íons fosfato de países ricos seria uma
alternativa cara e não contribuiria no sentido da reciclagem do nutriente,
causando mais acúmulo do mesmo em locais onde ele não poderia ser
reutilizado. Não há como substituir o fósforo por outro elemento já que ele
é constituinte fundamental do DNA e do ATP. A proibição do uso de
fertilizantes com fósforo prejudicaria muito a produção agrícola, não sendo
também uma alternativa sustentável. Sento assim, o ideal seria incentivar
a reciclagem de resíduos biológicos, contribuindo para a manutenção do
ciclo do fósforo e diminuindo, assim, a necessidade de extrair mais esse
elemento de suas reservas. Alternativa A.

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16. A questão busca a alternativa que apresente maior retorno econômico


para os produtores de cana. Assim, sabemos que as leguminosas, em
associação com bactérias fixadoras de nitrogênio, conseguem retirar esse
elemento da atmosfera e incorporá-lo ao solo na forma de íons nitrato.
Esses íons ficam disponíveis para outros vegetais que forem plantados após
a colheita das leguminosas. Além disso, soja, amendoim e feijão, podem
ser comercializados fazendo com que o produtor também tenha lucro em
cima deles. Assim, a alternância do plantio de cana com o plantio de
leguminosas, aumenta a produtividade da área, uma vez que as
leguminosas ajudam a manter o nível de compostos nitrogenados no solo.
Alternativa E.

17. I – fixação do nitrogênio; II – amonificação; III e IV – nitrificação; V –


desnitrificação. Alternativa E.
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18. Todas as alternativas dessa questão possuem erros conceituais, menos


1. A letra A diz que vegetais usam metais pesados para síntese de
biomassa, o que não ocorre, pois metais pesados como chumbo e mercúrio
não entram nesse processo. A letra B diz que as algas usam excretas
nitrogenados para produzir gás carbônico, sendo que esse gás é produzido
na respiração celular que não tem relação com excretas nitrogenados. A
letra C diz que as algas liberam gás carbônico na fotossíntese, quando na
verdade elas absorvem esse gás nesse processo. A letra E diz que as algas
realizam quimiossíntese, quando na verdade elas fazem fotossíntese. A
letra D é a única correta, pois as algas utilizam os resíduos nitrogenados
dos animais para produzir suas moléculas nitrogenadas e, durante a
fotossíntese, produzem compostos orgânicos liberando oxigênio no
ambiente. Alternativa D.

19. Afirmativa I – seria verdadeira, caso os vulcões sejam considerados


uma forma de poluição. No entanto, a questão aparentemente só considera
a poluição causada por humanos. ERRADA
Afirmativa II – Os quatro reservatórios (atmosfera, litosfera, hidrosfera e
biosfera) recebem setas com compostos de enxofre. CORRETA
Afirmativa III - Os quatro reservatórios (atmosfera, litosfera, hidrosfera e
biosfera) transportam compostos de enxofre. CORRETA
Afirmativa IV - Dos quatro reservatórios (atmosfera, litosfera, hidrosfera e
biosfera) saem setas com compostos de enxofre. CORRETA
Alternativa E.

20. I - A decomposição é um processo natural que ocorre


independentemente da ação do ser humano. CORRETA
II – Mesmo liberando substâncias tóxicas, o esterco é o adubo menos
poluente que se pode usar, pois reaproveita os nutrientes que já estavam
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disponíveis naquela comunidade biológica. ERRADA


III – Já que o enxofre circula através do esterco, pela ação de
decompositores, é claro que esse processo faz parte do ciclo desse
elemento. CORRETA
Alternativa D.

21. A introdução de uma espécie para controlar a população de pragas, foi


eficiente pois a manteve abaixo da densidade P. No entanto, ao aplicar um
inseticida, a praga voltou a se reproduzir com grande velocidade,
ultrapassando facilmente a densidade P. Isso ocorreu porque a espécie
introduzida também foi afetada pelo inseticida, mas a praga se recuperou
mais rapidamente, ficando novamente sem predadores no ambiente e
voltando a causar dano à lavoura. Melhor seria se o agricultor não tivesse
aplicado o inseticida. Alternativa D.
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22. Esse assunto também está muito popular devido à recente epidemia de
zika no país que, além da dengue e da chikungunya, também é transmitida
pelo mosquito Aedes aegypti. Assim, vamos analisar cada alternativa.
Alternativa A – como exposto no enunciado, a modificação genética só afeta
fêmeas e, portanto, não poderia diminuir o sucesso reprodutivo dos machos
(ERRADA). Alternativa B – a liberação de machos geneticamente
modificados não restringiria a área do mosquito, uma vez que só as fêmeas
são afetadas e isso só aconteceria depois que os machos se reproduzissem
(ERRADA). Alternativa D – a alteração genética atua no desenvolvimento
dos músculos das asas dos mosquitos, não tendo relação com a sua
resistência ao causador da doença (ERRADA). Alternativa E – Mais uma vez
os machos não são afetados pela alteração genética (ERRADA). Alternativa
C – Com a reprodução dos machos geneticamente modificados e o
nascimento de fêmeas incapazes de voar, os mosquitos, que são o vetor da
doença, teriam dificuldade para se reproduzir (sua cópula acontece durante
o voo) e dificuldade para se contaminar e contaminar as pessoas, uma vez
que para isso a fêmea precisaria voar. (CORRETA) Alternativa C.

23. Os embriões da vespa, ao se desenvolverem no interior dos ovos das


borboletas, se alimentam às custas daqueles ovos, o que caracteriza uma
relação de parasitismo em que a vespa é a parasita e os ovos das borboletas
são os hospedeiros. Alternativa A.

24. Se não houver umidade adequada no composto, os microrganismos


responsáveis pela decomposição da matéria orgânica não conseguirão
realizar esse processo. Alternativa C.

25. Com a eliminação dos predadores dos veados, seu número aumentou
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muito rapidamente, ultrapassando a capacidade de suporte do meio. Com


isso, o consumo de pastagens pelos veados passou a ser maior do que a
capacidade de reposição desses vegetais no ambiente. Isso levou à
escassez de alimentos para os indivíduos e a sua consequente diminuição
populacional. Isso foi tão drástico que provocou uma queda maior do que
se os predadores tivessem sido mantidos no ambiente. Afinal, a relação
presa-predador tem papel importante na manutenção do equilíbrio nas
comunidades biológicas. Sendo assim, apenas as afirmativas III e IV estão
corretas. Alternativa E.

26. Analisando o gráfico, é possível tirar algumas conclusões. 1 – após o


aparecimento do parasita, há um período em que o número de larvas torna-
se menor do que o número de parasitas. 2 – com a introdução do veneno,
o número de parasitas cai drasticamente quase chegando a zero e as larvas
não são afetadas. 3 – ao retirar o veneno, o parasita recupera-se
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rapidamente, causando uma forte diminuição no número de larvas. 4 – após


algum tempo, a relação se equilibra e o número de larvas e parasitas
permanece constante. Essa última conclusão é a que mais justifica a
interrupção do uso do veneno e a alternativa que relaciona esse fato é a
letra E.

27. Em florestas tropicais, a temperatura e a umidade favorecem a ação de


organismos decompositores no solo. Assim, a matéria orgânica presente
em organismos que morreram é rapidamente disponibilizada para a
utilização por outros organismos. Dessa forma, a reciclagem dos nutrientes
é rápida, o que favorece o crescimento vegetal. Quando o ser humano
destrói a floresta, interfere nesse ciclo pois reduz a disponibilidade de
matéria orgânica no solo, fazendo com que ocorra a desertificação desses
ambientes. Alternativa E.

28. O que vemos aqui é um exemplo de comunidade biológica em equilíbrio


com a interdependência das espécies, mesmo que uma seja predada pela
outra. O manduvi depende do tucano-toco para a dispersão de suas
sementes. O tucano depende do manduvi e da arara para sua alimentação.
A arara depende do manduvi para colocar seus ninhos. Assim, para
conservar qualquer uma dessas espécies, é necessário conservar também
as outras duas. Alternativa D.

29. Com a ação dos herbívoros podando as acácias, essas árvores são
estimuladas a produzir mais néctar, que favorece o domínio de formigas da
espécie 1. Estas formigas, por sua vez, apresentam uma relação de
protocooperação com as acácias, pois afastam outros insetos que
prejudicam os vegetais. Assim, as árvores se mantêm e os herbívoros
continuam tendo alimento. Ou seja, a ausência de herbivoria favorece o
ataque de besouros, causando o declínio das acácias. Alternativa C.
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30. Essa descrição do tamanduá fala sobre o seu modo de vida, a maneira
como ele se locomove, se comunica, se reproduz, se alimenta e como ocupa
seu território. Essas características compõem o nicho ecológico de um ser
vivo. Alternativa D.

31. O maior objetivo na reprodução dos seres vivos é fazer passar os seus
genes para os seus descendentes. Isso representa o sucesso reprodutivo.
Assim, os nutrientes obtidos pela fêmea ao canibalizar o macho, são
fundamentais para o desenvolvimento dos ovos de ambos e seu
consequente sucesso reprodutivo. Alternativa B.

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32. Essa questão tenta induzir o aluno ao erro, pois pode levar à confusão
entre habitat e nicho ecológico. O que o gráfico mostra é apenas a
sobreposição de habitats, mas em nenhum momento é falado qual o tipo
de alimento que cada espécie consome. Dessa forma, não podemos dizer
que há sobreposição de nichos e, por isso, não podemos dizer que há
competição entre as espécies. Alternativa E.

33. O enunciado informa que para diferentes formas de larvas de um


mesmo crustáceo, há mudanças na sua alimentação e habitat. Ou seja, há
mudanças nos nichos ecológicos que cada fase ocupa e, por isso, há
diminuição da competição intraespecífica. Alternativa C.

34. Com a introdução de espécies exóticas de nichos ecológicos


semelhantes à espécie nativa, há o aumento da competição interespecífica.
Alternativa C.

35. a), b) e e) Mutualismo bactérias x tomateiro; c) Competição


bactérias x fungo; d) Amensalismo bactérias x fungo.

36. A relação em que um indivíduo de uma espécie mata e se alimenta de


outro indivíduo de outra espécie é a predação ou predatismo. Alternativa
D.

37. Logo de cara, o aluno poderia eliminar as alternativas C, D e E por não


terem o milho posicionado na base das teias alimentares, restando apenas
as alternativas A e B. Dentre as duas, fica bem nítido que a alternativa B é
a correta, uma vez que na alternativa A, as galinhas aparecem se
alimentando dos pássaros e os roedores aparecem se alimentando das
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galinhas. Alternativa B.

38. Conforme informado no enunciado da questão, os caramujos são


herbívoros, logo, são consumidores primários. Com isso, só nos restam as
alternativas B e E. O enunciado fala também da falta de predadores naturais
desse caramujo, que ocupariam o nível trófico de consumidores
secundários. Logo, a única alternativa correta é a letra B.

39. O oxigênio pode aparecer ligado a todos os outros elementos e


participando assim, dos seus ciclos. Liga-se ao fósforo formando fosfatos
que são componentes dos ácidos nucleicos, por exemplo; ligam-se ao
enxofre formando o dióxido de enxofre, um gás poluente; ligam-se ao
carbono formando o gás carbônico; e ligam-se ao nitrogênio formando por
exemplo os nitratos, absorvidos pelas plantas para que elas possam
sintetizar seus aminoácidos. Alternativa D.
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40. Dentre as alternativas temos algas (produtores) e todos os outros


(consumidores). Se os melhores bioindicadores são aqueles de nível trófico
mais baixo, então só podemos optar pelas algas. Alternativa A.

41. Ao analisar o quadro fornecido na questão, percebemos que duas


espécies tiveram sua densidade populacional reduzida: craca e mexilhão.
Além disso, percebemos também que ocorre uma redução do tamanho
médio das cracas na área sem tela (pois os peixes se alimentam dos
indivíduos maiores); e um aumento do tamanho médio dos mexilhões, pois
os peixes se alimentam dos indivíduos menores. Alternativa C.

42. Os nitratos são peça importante do ciclo do nitrogênio, pois são


absorvidos pelas plantas e usados por elas na síntese de seus aminoácidos
e, consequentemente, de suas proteínas. Alternativa E.

43. Podemos ver, no esquema, o trajeto do carbono pelas cadeias


alimentares, integrando as moléculas orgânicas dos seres vivos, sendo
liberado pela decomposição desses organismos, e ainda sendo liberado na
atmosfera na forma de gás carbônico pelas reações de combustão de
compostos orgânicos. Alternativa D.

44. Muitas leguminosas apresentam nódulos em suas raízes onde bactérias


fazem a fixação de nitrogênio. Esse elemento é normalmente utilizado em
fertilizantes para suprir a sua falta no solo. Alternativa C.

9. Bibliografia consultada

 AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol.3. 04178253905

 CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

 LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 3.

 PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2.

 STARR, C.; EVERS, C.; STARR, L. Biology: Concepts and


Applications Without Physiology, Ninth Edition. Cengage
Learning, 2013.

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Aula 02 - Ecologia e ciências ambientais

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 02: Biogeografia; Biomas brasileiros;


problemas ambientais; medidas de conservação;
noções de legislação ambiental.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Biogeografia 01
2. Biomas brasileiros 03
3. Problemas ambientais e medidas de conservação 11
4. Poluição 18
5. Noções de legislação ambiental 29
6. Questões comentadas 32
7. Bibliografia consultada 81

1. Biogeografia

A biogeografia é o estudo das distribuições geográficas dos


organismos, tanto no passado quanto no presente. Ela procura explicar
como as espécies e táxons superiores são distribuídos e porque a
composição taxonômica da biota varia de uma região para outra.
Ela se relaciona tanto com a Ecologia, como com a Geologia.
 Biogeografia Histórica: observa as distribuições geográficas dos seres
vivos como consequência de acontecimentos passados, como a deriva
continental. Depende inteiramente de uma filogenia correta. Ou seja,
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só há sentido em explicar a distribuição de um grupo taxonômico se este


for monofilético (caso você não lembre o que é um grupo monofilético,
dê um pulo lá na nossa aula 00). Um grupo de seres vivos deve sua
presença na área atual a uma dispersão a partir da região na qual a
linhagem evoluiu originalmente. Um bom exemplo disso é a atual
distribuição das aves ratitas (avestruz, ema, emu, entre outros). Todas
são espécies muito próximas evolutivamente e, hoje, apresentam
distribuições geográficas bem separadas umas das outras. A ema vive
na América do Sul, o avestruz na África e o Emu na Oceania. No entanto,
o ancestral das três viveu em um período geológico em que os três
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continentes estavam unidos, antes da fragmentação do supercontinente


Pangeia. Os fósseis também podem nos ajudar a entender essas
relações e os padrões de dispersão. Alterações climáticas ao longo da
história geológica da Terra provocaram diversas mudanças nos padrões
de distribuição das espécies.

Fig. 01: A ocorrência de fósseis da mesma espécie em diferentes áreas do planeta nos ajudam
a traçar a configuração dos paleocontinentes.
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 Biogeografia Ecológica: tende a invocar fatores contemporâneos, como


as interações interespecíficas, a distribuição dos hábitats ou as
características climáticas atuais. Sabemos que a distribuição atual dos
organismos no planeta é fruto dos padrões de dispersão no passado e
também dos fatores abióticos vigentes. Além disso, algumas formas de
vegetação parecem ter um papel retroalimentador nas condições
climáticas como as florestas tropicais. Grande parte da umidade que
precipita em forma de chuva sobre essas áreas, é resultado da
transpiração das folhas das árvores. Assim, a vegetação acaba também

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sendo responsável pela manutenção do regime climático da região. A


isso associam-se os padrões de distribuição da fauna, de acordo com
suas adaptações aos respectivos ambientes. Quanto mais específica em
termos de exigências ambientais for uma espécie, menor será sua
distribuição geográfica. Por outro lado, espécies mais generalistas
podem ocupar áreas com características ambientais mais diversas. A
ocorrência e extensão dos diversos biomas terrestres está intimamente
ligada às condições climáticas determinadas principalmente pelas
latitudes de cada área.

2. Biomas Brasileiros

Biomas são conjuntos de ecossistemas que partilham características


semelhantes relacionadas ao tipo predominante de vegetação presente e
ao clima da região. Dessa forma, há uma grande influência da latitude e da
altitude onde esses ecossistemas se encontram. Observe a figura abaixo:

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Fig. 02: Distribuição dos principais biomas terrestres do planeta Terra.

Analisando os padrões de cores, fica bem claro que há uma


equivalência latitudinal entre os biomas. Veja como, por exemplo, nas
latitudes de 30° Norte e Sul existem desertos (cor rosa claro). Isso tem
relação direta com a circulação de massas de ar no planeta carregando
mais ou menos umidade.

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Os biomas brasileiros, apesar de apresentarem equivalência com os


biomas globais, têm denominações específicas. Veja abaixo uma figura com
a distribuição desses biomas no nosso país.

Fig. 03: Distribuição dos biomas terrestres brasileiros.

O Brasil possui seis biomas distintos: Amazônia, Cerrado, Mata


Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. A imagem acima mostra a
distribuição original desses biomas no território brasileiro. Hoje,
infelizmente, existem várias áreas onde não se encontram mais
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remanescentes desses tipos de vegetação. É importante lembrar que


existem áreas de transição entre os diferentes biomas e seus respectivos
ecossistemas com características intermediárias. Essas áreas de transição
são chamadas de ecótonos. Vamos ver as principais características de cada
um dos biomas brasileiros na ordem de extensão.

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AMAZÔNIA

Fig. 04: Visão geral da Floresta Amazônica

A Floresta Amazônica corresponde a cerca de 50% do território


brasileiro, sendo, portanto, o nosso maior bioma. Cobre totalmente cinco
Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), quase totalmente
Rondônia (98,8%) e parcialmente Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e
Tocantins (9%). Está situada inteiramente na região tropical, em latitudes
muito baixas e tem como principais características alta pluviosidade e altas
temperaturas ao longo do ano (com média de 25°C). Há, portanto, pouco
efeito da sazonalidade sobre esse bioma. Sua vegetação é exuberante, com
árvores de grande porte e cerca de 30 mil espécies de plantas. Toda essa
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vegetação também tem papel importante na manutenção do clima da


região, pois a água liberada na sua respiração e na sua transpiração tem
efeito direto no ciclo de chuvas. Basta observar como sempre existem
nuvens sobre a floresta.
Existem três tipos básicos de fisionomias florestais na Amazônia: a) as
florestas densas, em terra firme e nunca inundadas; b) as florestas de
várzea, periodicamente alagadas; e c) as florestas de igapó,
permanentemente alagadas.

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A maior reserva de biodiversidade e de madeira tropical do mundo


também representa um grande potencial em riquezas naturais, como
plantas medicinais ou com emprego industrial.
O solo da Amazônia é pobre em nutrientes e, por isso, não é bom para
a agricultura. No entanto, a floresta se mantém porque a decomposição
nesse ambiente é muito alta, contribuindo para a constante reciclagem dos
nutrientes no solo.
Apesar do desmatamento sofrido ao longo dos anos de exploração da
madeira e para a agricultura e pecuária, a Amazônia ainda conserva cerca
de 80% de sua vegetação nativa.

CERRADO

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Fig. 05: Visão geral do Cerrado

Representando quase um quarto da extensão do território brasileiro, o


Cerrado é o nosso equivalente ao bioma de savana tropical. Ocupa todo o
Distrito Federal e parte da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rondônia, São Paulo e
Tocantins.

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Seu clima é caracterizado por 2 estações bem definidas, a chuvosa que


vai de outubro a abril e a seca que vai de maio a setembro. Sua
temperatura média anual vai de 21,3 a 27,2°C. Durante a estação seca
ocorrem muitas queimadas, sejam elas naturais ou provocadas pelo ser
humano. Assim, a vegetação do cerrado apresenta adaptações para resistir
ao fogo, como sementes e cascas mais resistentes.
É considerado um hotspot de biodiversidade, por ter elevado número
de espécies endêmicas e por ter grande parte de sua cobertura vegetal
original removida, perdendo apenas para a Mata Atlântica nesse quesito.
Essa degradação acontece principalmente visando a pecuária e a
agricultura.
Suas fitofisionomias vão desde campos limpos até um aspecto de
floresta chamado cerradão, passando pela forma intermediária que é o
cerrado propriamente dito.

MATA ATLÂNTICA

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Fig. 06: Visão geral da Mata Atlântica

Composta por diversas formações florestais e ecossistemas associados


como as restingas, manguezais e campos de altitude, a Mata Atlântica é o
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bioma mais degradados entre todos os biomas brasileiros, sendo também


considerado um hotspot de biodiversidade. Originalmente representando
cerca de 13% do território brasileiro e ocupando as faixas litorâneas do
nosso país, a Mata Atlântica tem hoje apenas cerca de 22% de sua área
remanescente. Isso se deve principalmente ao crescimento das cidades
feito historicamente nas regiões próximas ao litoral. É só pensar que as três
maiores cidades brasileiras estão na área desse bioma (São Paulo, Rio de
Janeiro e Salvador).
Apresenta alta pluviosidade, mas com características sazonais. O clima
varia também de acordo com a região do país. Além disso, em áreas de
altitude e, principalmente, no estado do Paraná, ocorre a chamada Mata de
Araucárias, onde predominam na vegetação árvores dessa espécie de
pinheiros. Possui alta biodiversidade tanto vegetal quanto animal com
várias espécies endêmicas e outras tantas ameaçadas de extinção como o
mico-leão-dourado. É, por isso, um bioma de elevado interesse ecológico.

CAATINGA

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Fig. 07: Visão geral da Caatinga

A Caatinga corresponde a cerca de 10% do território brasileiro e sua


quase totalidade está situada no sertão nordestino. Apresenta clima

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semiárido, com baixa pluviosidade e duas estações de seca por ano, uma
de longo período de estiagem, seguida de chuvas intermitentes e uma de
seca curta seguida de chuvas torrenciais (que podem faltar durante anos).
Nas regiões mais próximas ao litoral recebe o nome de Agreste e as secas
são de menor intensidade. Sua vegetação é de pequeno porte, com árvores
de troncos retorcidos, cascas grossas e espinhos, refletindo adaptações a
ambientes secos. As cactáceas são comuns, como por exemplo o
mandacaru e a coroa de frade.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o desmatamento
desse bioma chega a 46% de sua área e se deve principalmente à
exploração da madeira como lenha e à conversão para pastagens e
agricultura.

PAMPA

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Fig. 08: Visão geral dos Pampas

O Pampa é o equivalente brasileiro das pradarias. Presente apenas no


Rio Grande do Sul, corresponde à maior parte do território desse estado. É
marcado por clima chuvoso, sem período seco regular, com verões quentes
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e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno. Tem, portanto,


grande influência da sazonalidade e grande variação de temperaturas
durante o ano. Também chamado de Campos Sulinos, o Pampa apresenta
vegetação rasteira, com muitas gramíneas e alguns arbustos.
Devido à essa vegetação naturalmente propensa à pecuária, é grande
a exploração desse bioma para criação de gado. Além disso, muito do seu
território também vem sendo degradado no intuito de criar áreas de plantio.

PANTANAL

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Fig. 09: Visão aérea do Pantanal.

O último bioma que vamos estudar é o menor em extensão, mas isso


não quer dizer que ele seja menos importante do que os outros. Na verdade,
estamos falando simplesmente da maior planície inundável do mundo. Sua
parte brasileira está em apenas dois estados: Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul, mas o Pantanal se estende por outros países sul-americanos como
o Paraguai e a Bolívia onde recebe o nome de Chaco.

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Possui duas estações bem definidas, uma chuvosa e outra seca.


Durante a estação seca, algumas áreas antes inundadas possibilitam o
crescimento e a reprodução de várias espécies de animais. Sua alta
biodiversidade é resultado da confluência entre a Amazônia e o Cerrado.

3. Problemas ambientais e medidas de conservação

Quando falamos em conservação da natureza, sempre temos a


impressão de que isso se refere a algo muito distante, quase como se fosse
um mundo à parte. No imaginário popular, a “natureza” é uma floresta
longe da cidade, ou as baleias nadando nos oceanos. Se você pensa assim
também, meu amigo, sinto dizer que está tudo errado. A tal “natureza” é
onde todos nós vivemos e somos parte. Por isso, nesta aula vamos falar
dos males que fazemos à nossa “casa” (eco = casa; logia = estudo) e
também aos nossos “vizinhos”. Vamos entender como isso afeta
diretamente nossa saúde e nossa economia. Nesse planeta, somos apenas
mais alguns marinheiros remando contra a maré da extinção no grande
oceano da vida!
Antes de mais nada, precisamos entender que o planeta é dinâmico e
que ao longo dos seus mais de 4 bilhões de anos de existência muitas
mudanças ocorreram. Houve grandes alterações no que diz respeito à
temperatura média do planeta, nível dos oceanos, composição da atmosfera
e a vida passou por vários momentos críticos como as grandes extinções.
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No entanto, com o desenvolvimento da sociedade humana e todos os


avanços tecnológicos que isso rendeu, passamos a modificar o planeta de
maneira não sustentável. Ou seja, mudanças que podem causar impactos
a longo prazo ou até mesmo irrecuperáveis. Diminuímos, assim, o potencial
de uso dos recursos naturais para as nossas próximas gerações.
A Biologia da Conservação atua em duas linhas de ação:
 Entender os efeitos da atividade humana nas espécies,
comunidades e ecossistemas,

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 Desenvolver abordagens práticas para prevenir a extinção de


espécies e, se possível, reintegrar as espécies ameaçadas ao seu
ecossistema funcional.
Nesse primeiro capítulo da aula vamos ver as principais ameaças à
biodiversidade e algumas possíveis soluções para esses problemas.

3.1 DESTRUIÇÃO DE HABITATS


Uma das principais causas de extinção de espécies provocada pela ação
antrópica, ou seja, do ser humano, é a destruição de habitats. Como vimos
na aula 00, grande parte da vegetação original do território brasileiro foi
destruída ou modificada. O bioma da Mata Atlântica é o mais castigado
devido à sua localização litorânea, local onde a maior parte das grandes
cidades brasileiras se localiza. O Cerrado, segundo bioma mais devastado
do Brasil, tem apenas cerca de metade da sua área original remanescente.
De maneira geral, as principais causas do desmatamento são:
 Expansão urbana
 Criação de áreas de pastagem
 Criação de áreas de plantio para agricultura
 Exploração da madeira
De acordo com o artigo 50-A da Lei 9.605 (Lei de Crimes Ambientais),
é crime desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada
ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do
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órgão competente, a não ser quando necessária à subsistência imediata


pessoal do agente ou de sua família. Do mesmo modo, segundo o artigo 41
da mesma lei, também é crime provocar incêndio em mata ou floresta.

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Fig. 10: Madeira ilegal apreendida no Estado de Mato Grosso em 2013.

De acordo com dados divulgados no ano de 2015 pelos Ministérios da


Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, o desmatamento na Amazônia
Legal caiu 82% entre 2004 e 2014. Contudo, somente entre agosto de 2013
e julho de 2014, houve uma perda de 3.036 km2, o que equivale a duas
vezes a área da cidade de São Paulo.
São muitos os danos decorrentes da destruição de habitats. Com a
destruição de matas e florestas nativas, perde-se em biodiversidade vegetal
e também das demais espécies que vivem nesses ambientes. Além disso, a
vegetação tem grande importância no clima, pois atua diretamente no ciclo
da água e, pelo fato das árvores serem grandes reservatórios de carbono,
também atuam no ciclo desse elemento. A queima da madeira, portanto,
libera grandes quantidades de CO2 na atmosfera, que contribui para o
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aumento do efeito estufa. A floresta abriga espécies de potencial medicinal


que podem acabar nunca sendo descobertas devido à sua extinção
prematura em decorrência do desmatamento.
Outro problema que envolve a destruição de habitats é a fragmentação
das áreas dos ecossistemas. Quanto menor for um fragmento, maiores
serão os impactos sofridos pelas comunidades biológicas. Dá uma olhada
na figura abaixo.

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Fig. 11: Efeito de borda em áreas fragmentadas.

O efeito de borda ocorre porque nas áreas limites dos fragmentos, as


condições abióticas são diferentes. A incidência solar é maior, a
temperatura é maior, a umidade é menor e os ventos são mais fortes. Além
disso, essas áreas podem ser ocupadas ou visitadas por espécies de outros
ecossistemas que podem competir ou predar as espécies do fragmento.
Espécies que precisam de uma área grande podem não conseguir
sobreviver dependendo do tamanho do fragmento e, caso saiam dessa área,
podem acabar se expondo em áreas urbanizadas ou em estradas. Áreas
fragmentadas implicam também na redução dos tamanhos das populações
e a consequente diminuição na variabilidade genética das mesmas, uma
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vez que terão um número menor de parceiros disponíveis para a


reprodução. Espécies com pequena área de distribuição, populações
reduzidas e alta especificidade de nichos tornam-se mais sensíveis a
mudanças no ambiente e mais vulneráveis ao processo de extinção.
Uma solução para esse problema é a criação de corredores
ecológicos para interligar os fragmentos através da criação de unidades
de conservação e também pela recuperação de áreas degradadas. Como
exemplo disso temos o Projeto Corredores Ecológicos desenvolvido pelo
Ministério do Meio Ambiente e atuando no Corredor Central da Amazônia e
no Corredor Central da Mata Atlântica.

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Podemos considerar que as queimadas e o desmatamento constituem


tipos de poluição do solo. Além disso, outro problema causado pela remoção
da cobertura vegetal de uma área é a erosão acelerada do solo. Sem as
raízes das plantas, ele perde sustentação e é mais facilmente transportado
pela ação da água de rios e das chuvas. Com isso, o solo fica também pobre
em nutrientes que são carregados junto com as enxurradas, fica mais
exposto ao sol e ao vento, o que leva à sua desertificação e o impossibilita
para a agricultura.
As matas ciliares, que ficam às margens dos rios, quando removidas,
promovem o aumento na erosão desses locais, com mais sedimentos indo
parar no leito dos rios, o que pode levar ao seu assoreamento.

3.2 SOBRE-EXPLORAÇÃO
A caça excessiva e o extrativismo descontrolado também são
responsáveis por grande parte das extinções causadas pelo ser humano. A
sobre-exploração é caracterizada pela retirada do ambiente de número de
indivíduos de uma espécie em taxas maiores do que aquelas que suas
populações conseguem repor. De acordo com a Lei de Crimes Ambientais,
é proibido matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença
ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.
Entre os motivos para a caça de animais selvagens, além do uso como
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alimento, podemos citar o comércio de peles, ovos e penas, uso de partes


de animais nas medicinas tradicionais e rituais religiosos, enfeites e ainda
como animais de estimação. Nesse contexto, entra também a biopirataria,
que consiste na apropriação indevida de recursos biológicos por agentes
internacionais para uso comercial.

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Fig. 12: Apreensão de 38 curiós transportados ilegalmente em Alto Garças – MT.

É sempre importante lembrar que o equilíbrio de um ecossistema


depende da dinâmica de suas populações que, ao serem perturbadas,
podem desencadear um efeito cascata, prejudicando toda a cadeia
alimentar.
Assim, existem normas para a exploração sustentável dos recursos
naturais que levam em conta a capacidade de recuperação das populações
no estabelecimento de uma quantidade máxima de indivíduos que podem
ser explorados por ano. Além disso, há restrições com relação a épocas de
reprodução.

3.3 INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS


Você sabia que nem o café, nem a mangueira, nem a jaca e muito
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menos o mosquito da dengue são espécies nativas do Brasil? Pois é! Todas


elas são espécies exóticas.
Espécie exótica é aquela que se encontra fora de sua área de
distribuição natural. O ser humano, intencionalmente ou não, é responsável
pela introdução de um grande número de espécies exóticas nos mais
diversos ambientes. Isso se deve a três principais fatores:
 Colonização europeia
 Agricultura e plantas ornamentais
 Transporte acidental

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Na época das grandes navegações, era comum que marinheiros


deixassem porcos e cabras em ilhas no seu caminho para que quando lá
voltassem encontrassem alimento. Além disso, os porões dos navios
sempre foram um ótimo refúgio para roedores e insetos. Ainda hoje, a água
de lastro dos navios (usada para manter a sua estabilidade e trocada em
cada porto de parada), é responsável pelo trânsito de organismos entre
diversas regiões do planeta.
A maior parte das espécies exóticas não consegue se estabelecer em
ambientes diferentes dos seus. Contudo, algumas delas conseguem
encontrar as condições necessárias para a sua reprodução e é aí que se
tornam espécies invasoras. O grande problema das espécies invasoras é
que, pelo fato de não possuírem nem predadores nem parasitas naturais no
local invadido, elas acabam tendo o potencial de reduzir as populações
locais seja por competição seja por predação, tornando-se pragas.
Como exemplo temos o coral-sol (Tubastraea spp.), natural do sudeste
asiático e introduzido na Baía de Ilha Grande, litoral sudeste brasileiro,
aderido a plataformas de petróleo. Esse coral tornou-se uma praga pois
reproduz-se mais rapidamente do que os outros corais com os quais
compete por recursos, fazendo com que suas populações sejam reduzidas.

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Fig. 13: Coral-sol, espécie invasora do litoral brasileiro.

3.4 ESPÉCIES AMEAÇADAS NO BRASIL


A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos
Naturais (IUCN) atua sob a égide da UNESCO e tem como objetivo
incentivar a conservação da natureza e as práticas econômicas

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sustentáveis. Concentrando informações de diversos órgãos de pesquisa,


ela elabora as chamadas Listas Vermelhas das espécies ameaçadas de
extinção no planeta. Além disso, ela define os critérios para a elaboração
dessas listas e para a inclusão nas categorias de conservação das espécies.
Essas categorias são:
 Pouco preocupante (LC)
 Quase ameaçada (NT)
 Vulnerável (VU)
 Em perigo (EN) Ameaçadas
 Criticamente em perigo (CR)
 Extinto na natureza (EW)
 Extinto (EX)
No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente divulgou, em 2014, as listas
mais recentes contendo as espécies da flora e da fauna ameaçadas. Das
41.000 espécies vegetais catalogadas, 4.617 estão ameaçadas de extinção,
incluindo o mogno (VU), o palmito-juçara (VU), o pau-brasil (EN), a
araucária (EN) e o jequitibá (EN). Já dos 12.256 animais catalogados, 1.173
estão nas categorias de ameaça, incluindo a onça-pintada (VU), a
tartaruga-de-couro (CR), o cervo-do-pantanal (VU), o mico-leão-dourado
(EN), o lobo-guará (VU), a arara-azul (EN), o tamanduá-bandeira (VU) e o
tatu-bola (EN).

4. Poluição 04178253905

As atividades antrópicas podem gerar vários tipos de poluentes que


vão afetar o ar atmosférico, a água e os solos, causando prejuízos
econômicos, desequilíbrios ecológicos, alterações climáticas e problemas de
saúde aos seres humanos. Vamos dar uma olhada nos principais tipos de
poluição.

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4.1 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA


Como podemos ver no gráfico abaixo, a atmosfera terrestre é
composta, em sua maior parte, por gás nitrogênio (78%); seguido pelo gás
oxigênio (21%). Depois vem o argônio e outros gases com menos de 1%
da composição atmosférica. Só que o perigo mora justamente nesses
“outros gases”. Neles incluímos o famoso gás carbônico (CO2), o monóxido
de carbono (CO), o metano (CH4), o dióxido de nitrogênio (N2O), o dióxido
de enxofre (SO2), o ozônio (O3) e, é claro, o vapor de água, entre outros.
Quando o ser humano, através de suas atividades, altera de alguma
maneira a composição atmosférica, temos poluição.

Composição Atmosférica (%)


0,934 0,036

20,946

78,084

Gás Nitrogênio Gás Oxigênio Argônio Outros


Fig. 14: Gráfico mostrando a composição da atmosfera terrestre.
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 EFEITO ESTUFA
Ao contrário do que muitos pensam, o efeito estufa é um processo
natural e necessário para a vida no nosso planeta, pois mantém uma
temperatura média compatível com a existência dos seres vivos. Observe o
gráfico abaixo que resume o processo.

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Fig. 15: O efeito estufa aprisiona parte da energia solar refletida pela superfície, dentro da
atmosfera.

O que acontece é que parte da energia solar que chega à Terra é


absorvida pela superfície e pelas nuvens (seta amarela). A outra parte é
refletida e pode ser irradiada para fora da atmosfera (seta laranja) ou ficar
aprisionada pela ação dos gases de efeito estufa (seta vermelha).
Entre os principais gases que desempenham esse papel podemos citar
o gás carbônico, o vapor de água, o metano e o dióxido de nitrogênio. O
grande problema é que as atividades antrópicas, principalmente a partir da
Revolução Industrial, passaram a liberar uma quantidade muito grande de
gases de efeito estufa na atmosfera, provocando um gradativo aumento na
temperatura global. Esse fenômeno, chamado de aquecimento global,
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pode representar sérias mudanças climáticas, com a previsão da subida de


2°C na temperatura média do planeta até 2100. Isso significa que áreas
tropicais ficarão mais sujeitas a tempestades e que parte do gelo das
regiões polares pode derreter, ocasionando a subida do nível dos oceanos,
com a mudança nas correntes marítimas e inundação de cidades costeiras.

 CHUVA ÁCIDA
O dióxido de enxofre e o dióxido de nitrogênio, ambos liberados pela
atividade industrial, podem provocar diversas doenças do trato respiratório,
como asma, bronquite e até enfisema pulmonar. Além disso, quando

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liberados na atmosfera, reagem com o vapor de água formando ácido


sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3), respectivamente. Esses ácidos, ao
precipitarem junto com a água, formam a chuva ácida, que pode danificar
lavouras, florestas e também construções.

 INVERSÃO TÉRMICA
Em condições normais, as camadas da atmosfera mais próximas da
superfície são mais quentes e vão ficando mais frias à medida que a altitude
aumenta. Com isso, forma-se uma corrente de convecção que faz com que
o ar quente esteja sempre sendo substituído pelo ar frio, mais denso, que
desce. Isso promove a dissipação dos poluentes na atmosfera. Contudo,
durante o inverno, é comum que o ar próximo à superfície fique mais frio,
porque o solo está mais frio. Nesse caso, as correntes de convecção não
funcionam e ocorre uma inversão nas temperaturas esperadas para as
camadas da atmosfera. Esse fenômeno é chamado de inversão térmica e
está representado no gráfico abaixo.

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Fig. 16: À esquerda, a situação normal de correntes de convecção. À direita, a inversão térmica.

Com a inversão térmica, o ar junto à superfície, carregado de


poluentes, fica retido e contribui para a irritação da mucosa respiratória e
para o aparecimento de doenças desse sistema.

 MONÓXIDO DE CARBONO

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O monóxido de carbono (CO) é produzido na combustão incompleta de


moléculas orgânicas. Liberado em grandes quantidades em incêndios,
também é muito encontrado nos gases de escapamento de automóveis e
motocicletas. Por ser incolor e inodoro, é um inimigo discreto e muito
perigoso para os seres humanos. O CO, quando inalado, liga-se de maneira
irreversível à hemoglobina, que é a molécula presente nos glóbulos
vermelhos do sangue e responsável pelo transporte dos gases oxigênio e
dióxido de carbono. Assim, a inalação de CO pode levar à insuficiência
respiratória e à morte, caso a pessoa não perceba os sintomas a tempo.
Esse é o perigo de permanecer com o carro ligado dentro de uma
garagem fechada e é por isso também que os túneis possuem ventiladores
no seu teto.

 CFC´S E A CAMADA DE OZÔNIO


Na estratosfera, uma das camadas da atmosfera, ocorre a formação
de gás ozônio (O3) pela conversão de O2 sob ação da radiação ultravioleta
do sol. Essa camada funciona como um grande filtro solar do planeta,
impedindo que a maior parte dessa radiação altamente nociva aos seres
vivos chegue à superfície. A radiação ultravioleta provoca danos às
moléculas de DNA podendo levar a vários tipos de câncer.
Existem, no entanto, gases capazes de atacar essa camada de ozônio.
São os clorofluorcarbonetos (CFC´s). Ao entrar em contato com o O3, o CFC
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reage com ele gerando O2. Os CFC´s foram muito utilizados em aparelhos
de ar condicionado e em aerossóis, mas hoje já estão proibidos em muitos
países. Olhe a embalagem do seu desodorante spray e veja se ele tem o
símbolo que indica que o produto é livre de CFC´s. Mesmo com essa
proibição e se toda a liberação de CFC fosse interrompida no planeta,
estima-se que os átomos de cloro já presentes na estratosfera ainda teriam
influência na depleção da camada de ozônio por mais 50 anos.

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Fig. 17: Reação em cadeia entre os átomos de Cloro dos CFC´s e o O3.

4.2 POLUIÇÃO DA ÁGUA


A água é a molécula mais abundante dos seres vivos e, por isso, é
condição fundamental para a vida. A poluição da água, portanto, interfere
no ciclo hidrológico, alterando a sua qualidade e diminuindo a quantidade
de água potável no planeta.
Um dos grandes vilões nos ecossistemas aquáticos é o petróleo e seus
derivados. Seu acúmulo na superfície da água prejudica a passagem da luz
e afeta os processos de respiração e fotossíntese. Quando aderido às penas
e pelos de aves e mamíferos, reduz sua capacidade de regulação térmica,
levando-os à morte por hipotermia.
Segundo o Instituto Trata Brasil, menos da metade da população
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brasileira tem acesso à coleta de esgoto e menos de 40% dos esgotos do


país são tratados. Essa situação é muito mais crítica nas regiões Norte e
Nordeste onde apenas 14,7% e 28,8% dos esgotos são tratados,
respectivamente.
Aí surge a pergunta: pra onde vai todo esse esgoto não tratado? Para
os rios e para o Oceano Atlântico, meus amigos!

 EUTROFIZAÇÃO - O processo de eutrofização ocorre devido à


liberação de muita matéria orgânica na água, proveniente de esgotos não
tratados. As fezes e a urina são ricas em nitratos e fosfatos, nutrientes que

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levam à multiplicação de bactérias aeróbias na água. Essas bactérias


rapidamente esgotam o gás oxigênio do meio, levando à morte os outros
seres presentes no ambiente aquático. A falta de O2 no ambiente leva à
proliferação de bactérias anaeróbicas que, por sua vez, liberam substâncias
tóxicas no meio. A eutrofização de ambientes marinhos pode levar ao
fenômeno chamado maré vermelha que ocorre com a proliferação intensa
de algas unicelulares que tornam a água avermelhada. Além de competirem
pelo gás oxigênio disponível, liberam toxinas no ambiente que provocam a
morte de peixes e outros organismos.

 MAGNIFICAÇÃO TRÓFICA - Diversas substâncias liberadas pelo ser


humano no ambiente não podem ser decompostas por bactérias e fungos.
Nesse caso, falamos de substâncias não biodegradáveis. Esses poluentes
podem acumular-se nos tecidos dos organismos que os absorvem,
passando pelos níveis tróficos através da alimentação e ficando cada vez
mais concentrados organismos. Essa magnificação trófica acontece
porque a biomassa em qualquer nível trófico é produzida a partir de uma
biomassa muito maior ingerida do nível abaixo. Ou seja, os seres que
ocupam níveis tróficos mais altos terão uma concentração muito maior
desses poluentes do que aqueles que ocupam os níveis mais baixos. Esse
acúmulo de substâncias tóxicas pode causar danos aos seres humanos,
como é o caso do mercúrio que afeta o sistema nervoso, o fígado e os rins,
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podendo levar à morte. Outro exemplo é o DDT, um inseticida muito usado


em lavouras no pós-guerra, que se acumula nas cadeias alimentares e
enfraquece os ovos de aves alimentadas por peixes contaminados.

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Fig. 18: Exemplo de magnificação trófica. A concentração de poluentes cresce à medida que
atingimos níveis mais altos das teias alimentares.

4.3 RESÍDUOS SÓLIDOS


O Brasil produz, diariamente, 240 mil toneladas de lixo, o que equivale
a pouco mais de 1kg de resíduos por habitante. Grande parte desse lixo não
recebe destinação adequada e vai parar em terrenos baldios, rios, ou em
lixões. Você sabe onde vai parar o seu lixo?
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 12.305/10)
estabelece que todos lixões do país devem ser fechados e substituídos por
alternativas ambientalmente adequadas, como os aterros sanitários.
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Existem muitas diferenças entre um lixão e um aterro sanitário. Na


verdade, um lixão é apenas um terreno onde o lixo é despejado livremente.
Os produtos de sua decomposição, como o chorume, infiltram no solo e
podem atingir lençóis freáticos, contaminando-os. A proliferação de
bactérias e outros organismos patogênicos representa riscos à saúde das
pessoas que se aventuram em busca de algum material que lhe renda
algum dinheiro. Os gases liberados pela matéria orgânica são tóxicos e
podem contribuir para a ocorrência de chuva ácida.

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Fig. 19: Lixão da Estrutural – Distrito Federal.

Por outro lado, os aterros sanitários são locais onde o lixo é depositado
de maneira controlada. O acesso é restrito a pessoas autorizadas. Os locais
de despejo são forrados com mantas impermeáveis que impedem a
infiltração do chorume no solo. A colocação dos dejetos acontece em
camadas alternadas com camadas de terra. Existem tubos para a saída de
gases, que podem ser usados para a geração de energia, como o metano.
Assim, o aterro sanitário é uma solução adequada para o destino dos
resíduos sólidos por agredir muito menos o ambiente do que o lixão.
Contudo, ele exige uma área maior e, obviamente, gastos muito maiores
para a sua construção e manutenção.

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Fig. 20: Aterro sanitário em Maceió – AL. (Foto: Jonathan Lins/G1)

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No Distrito Federal, o início das atividades de um aterro sanitário entre


Samambaia e Ceilândia está previsto para 2016, e ele passará a receber os
resíduos comuns que são despejados no lixão da Estrutural, que seguirá
recebendo apenas resíduos de construção.
Outra alternativa para o lixo produzido é a incineração. Nesse caso,
ocorre a queima dos resíduos, o que diminui bastante o seu volume e
elimina organismos patogênicos. Contudo, é necessário cuidado com os
gases liberados nesse processo, que devem ser filtrados para que não
poluam a atmosfera.
Tudo isso que falamos até agora diz respeito à destinação do lixo. No
entanto, o Art. 9o da Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece a
seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização,
reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos. Isso está plenamente alinhado com
a chamada política dos 5 R´s:
 Reduzir
 Repensar
 Reaproveitar
 Reciclar
 Recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais
significativos.
Conforme campanha do Ministério do Meio Ambiente, os cinco R's
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fazem parte de um processo educativo que tem por objetivo uma mudança
de hábitos no cotidiano dos cidadãos. A questão-chave é levar o cidadão a
repensar seus valores e práticas, reduzindo o consumo exagerado e o
desperdício.
A reciclagem diferencia-se do reaproveitamento porque é um
processo onde o material volta ao estado bruto para servir novamente como
matéria prima para a produção de outros bens. É o caso do alumínio, por
exemplo, que é fundido, virando alumínio líquido, que pode ser usado para
fazer novos objetos como as latas de bebidas. Para que a reciclagem
aconteça, é preciso que cada um faça a sua parte separando os recicláveis

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(papel, alumínio, vidro, plástico). Já o reaproveitamento consiste em utilizar


um produto que seria descartado, para outro fim que não aquele
originalmente designado a ele.
Uma maneira de reciclar os resíduos orgânicos é através do processo
de compostagem. Existem usinas que fazem a triagem e separação do lixo
orgânico e, por meio da compostagem, aceleram o processo de
decomposição desses dejetos, que podem, posteriormente, ser utilizados
como adubo. Qualquer pessoa pode também fazer esse processo na sua
casa, seguindo instruções simples e reduzindo drasticamente a quantidade
de lixo produzido.

4.4 BIOCIDAS
Os biocidas, também chamados de pesticidas ou agrotóxicos, são
substâncias usadas como defensivos agrícolas para eliminar parasitas e
aumentar a produtividade das lavouras. Devido à baixa variabilidade
genética entre os indivíduos de uma plantação, eles se tornam
particularmente vulneráveis a vários tipos de pragas como insetos, fungos,
bactérias e também outras plantas.
O problema é que, de maneira geral, os biocidas atacam não só as
espécies parasitas, mas também aquelas que têm papel importante naquele
ambiente, inclusive como polinizadores, ou até como predadores das
pragas. Além disso, caso o agricultor não utilize proteção adequada, os
biocidas podem causar danos à sua saúde.04178253905

Vimos também que muitas substâncias acumulam-se nas cadeias


alimentares através do fenômeno da magnificação trófica, afetando
espécies aquáticas e também terrestres.
Uma alternativa para o uso de biocidas é o controle biológico, onde
predadores naturais das pragas são introduzidos no ambiente com o
objetivo de controlar suas populações sem causar muitos impactos ao
ecossistema.

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4.5 OUTROS TIPOS DE POLUIÇÃO


O ser humano pode, ainda, gerar outros tipos de poluição como a
poluição térmica, quando por exemplo a água utilizada para resfriar os
reatores de usinas nucleares é despejada de volta no mar com temperatura
mais elevada. Isso pode afetar o crescimento de microrganismos no local,
alterando o equilíbrio dos ecossistemas.
A poluição sonora pode também perturbar o equilíbrio de algumas
espécies animais, sensíveis a determinadas frequências e intensidades de
som, mas seu principal efeito é sobre a qualidade da saúde do ser humano,
bem como a poluição visual, que pode ter influência nas condições de
humor e controle de stress dos indivíduos.

5. Noções de Legislação Ambiental

A legislação ambiental brasileira é uma das mais completas e rigorosas


do mundo. Contudo, devido à falta de recursos destinados aos órgãos
fiscalizatórios, nem sempre é possível aplicar corretamente as leis. O IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
é o órgão federal responsável pelo licenciamento e pela fiscalização de
projetos de infraestrutura que envolvam impactos em mais de um estado e
nas atividades do setor de petróleo e gás da plataforma continental.
Projetos de menor porte ficam sob responsabilidade dos estados da
federação. Outro fator que dificulta a fiscalização das atividades ambientais
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é a grande extensão do território brasileiro e os locais de difícil acesso, como


por exemplo, locais isolados da floresta amazônica.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225 considera o meio
ambiente como um bem de uso comum do povo, ao qual todos têm direito
e responsabiliza tanto o poder público quanto a coletividade de atuar para
defende-lo e mantê-lo em condições adequadas para as gerações atuais e
futuras.
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à

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coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as


presentes e futuras gerações. ”

Já a Lei de Crimes Ambientais (Lei Nº 9605 de 13 de fevereiro de 1998)


trata das infrações ao meio ambiente e às suas respectivas punições. De
acordo com ela, os crimes ambientais são classificados em 6 tipos:
 Crimes contra a fauna: agressões cometidas contra animais
silvestres, nativos ou em rota migratória.
 Crimes contra a flora: destruir ou danificar floresta de
preservação permanente mesmo que em formação, ou utilizá-la
em desacordo com as normas de proteção.
 Poluição e outros crimes ambientais: a poluição que provoque ou
possa provocar danos a saúde humana, mortandade de animais
e destruição significativa da flora.
 Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural:
construção em áreas de preservação ou no seu entorno, sem
autorização ou em desacordo com a autorização concedida.
 Crimes contra a administração ambiental: afirmação falsa ou
enganosa, sonegação ou omissão de informações e dados
técnico-científicos em processos de licenciamento ou autorização
ambiental.
 Infrações administrativas: ações ou omissão que viole regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do
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meio ambiente.

Você pode encontrar o texto integral da Lei de Crimes Ambientais aqui:


http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9605.htm

Em 2012, após longos 12 anos de tramitação, o Novo Código Florestal


(Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012) foi aprovado. Ele trata da proteção
da vegetação nativa brasileira, substituiu o Código Florestal de 1965 e gerou
polêmicas e atritos entre os ambientalistas e os ruralistas, que defendem,

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entre outras coisas, a redução das faixas mínimas de preservação previstas


pelas Áreas de Preservação Permanente.
Outra lei ambiental importante é a Lei de Recursos Hídricos (Nº 9.433
de 08 de janeiro de 1997). Ela institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como
recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos
múltiplos – consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento
de esgotos. A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de
Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e
fatores intervenientes em sua gestão.
Já a Lei 9.985 de 18 de julho de 2000, estabelece o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC), com os objetivos de:
 contribuir para a manutenção da diversidade biológica
 proteger áreas ameaçadas
 contribuir para a preservação e restauração da diversidade de
ecossistemas naturais
 auxiliar no desenvolvimento sustentável com a utilização dos
recursos naturais de forma correta, auxiliando nas práticas de
conservação da natureza no processo de desenvolvimento
 proteger e recuperar ecossistemas degradados, recursos hídricos
e características relevantes dos ecossistemas (como geologia,
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arqueologia, características culturais...)


 proporcionar meios para atividades de pesquisa cientifica e
monitoramento ambiental
 promover educação e interpretação ambiental.
Essa lei prevê também o estabelecimento das Unidades de
Conservação divididas em Unidades de Proteção Integral (preservam a
natureza sendo admitido apenas uso indireto dos recursos naturais) e em
Unidades de Uso Sustentável (permitem o uso sustentável de parcela de
seus recursos naturais).
Unidades de Proteção Integral:

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1. Estação Ecológica
2. Reserva Biológica
3. Parque Nacional
4. Monumento Natural
5. Refúgio da Vida Silvestre

Unidades de Uso Sustentável:


1. Área de Proteção Ambiental
2. Área de Relevante Interesse Ecológico
3. Floresta Nacional
4. Reserva Extrativista
5. Reserva de Fauna
6. Reserva de Desenvolvimento Sustentável
7. Reserva Particular do Patrimônio Natural

Terminamos assim mais uma aula e com ela o conteúdo


referente à Ecologia, ou seja, o mais cobrado do ENEM. Por isso
temos uma quantidade considerável de questões para você treinar
seus conhecimentos. Não esqueça de mandar as dúvidas pra mim
pelo fórum. Até a próxima e bom estudo!

6. QUESTÕES COMENTADAS
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1. (ENEM – 1998 Amarela Q35)

Um dos índices de qualidade do ar diz respeito à concentração de monóxido


de carbono (CO), pois esse gás pode causar vários danos à saúde. A tabela
abaixo mostra a relação entre a qualidade do ar e a concentração de CO.
Qualidade do ar Concentração de CO – ppm* (média de 8h)
Inadequada 15 a 30
Péssima 30 a 40
Crítica Acima de 40

* ppm (parte por milhão) = 1 micrograma de CO por grama de ar 10–6 g

Para analisar os efeitos do CO sobre os seres humanos, dispõe-se dos


seguintes dados:
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Concentração de CO (ppm) Sintomas em seres humanos


10 Nenhum
15 Diminuição da capacidade visual
60 Dores de cabeça
100 Tonturas, fraqueza muscular
270 Inconsciência
800 Morte

Suponha que você tenha lido em um jornal que na cidade de São Paulo foi
atingido um péssimo nível de qualidade do ar. Uma pessoa que estivesse
nessa área poderia:
a) não apresentar nenhum sintoma.
b) ter sua capacidade visual alterada.
c) apresentar fraqueza muscular e tontura.
d) ficar inconsciente.
e) morre

2. (ENEM – 1998 Branca Q53) Um dos problemas ambientais


decorrentes da industrialização é a poluição atmosférica. Chaminés altas
lançam ao ar, entre outros materiais, o dióxido de enxofre (SO2) que pode
ser transportado por muitos quilômetros em poucos dias. Dessa forma,
podem ocorrer precipitações ácidas em regiões distantes, causando vários
danos ao meio ambiente (chuva ácida).
Com relação aos efeitos sobre o ecossistema, pode-se afirmar que:
I. as chuvas ácidas poderiam causar a diminuição do pH da água de um
lago, o que acarretaria a morte de algumas espécies, rompendo a cadeia
alimentar.
II. as chuvas ácidas poderiam provocar acidificação do solo, o que
prejudicaria o crescimento de certos vegetais.
III. as chuvas ácidas causam danos se apresentarem valor de pH maior que
o da água destilada.
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Dessas afirmativas está(ão) correta(s):


a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e III, apenas.

3. (ENEM – 1999 Amarela Q55) Com o uso intensivo do computador


como ferramenta de escritório, previu-se o declínio acentuado do uso de
papel para escrita. No entanto, essa previsão não se confirmou, e o
consumo de papel ainda é muito grande. O papel é produzido a partir de
material vegetal e, por conta disso, enormes extensões de florestas já

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foram extintas, uma parte sendo substituída por reflorestamentos


homogêneos de uma só espécie (no Brasil, principalmente eucalipto).
Para evitar que novas áreas de florestas nativas, principalmente as
tropicais, sejam destruídas para suprir a produção crescente de papel,
foram propostas as seguintes ações:
I. Aumentar a reciclagem de papel, através da coleta seletiva e
processamento em usinas.
II. Reduzir as tarifas de importação de papel.
III. Diminuir os impostos para produtos que usem papel reciclado.

Para um meio ambiente global mais saudável, apenas


a) a proposta I é adequada.
b) a proposta II é adequada.
c) a proposta III é adequada.
d) as propostas I e II são adequadas.
e) as propostas I e III são adequadas.

4. (ENEM – 2000 Amarela Q11) Com relação ao impacto ambiental


causado pela poluição térmica no processo de refrigeração da usina nuclear,
são feitas as seguintes afirmações:
I o aumento na temperatura reduz, na água do rio, a quantidade de
oxigênio nela dissolvido, que é essencial para a vida aquática e para a
decomposição da matéria orgânica.
II o aumento da temperatura da água modifica o metabolismo dos peixes.
III o aumento na temperatura da água diminui o crescimento de bactérias
e de algas, favorecendo o desenvolvimento da vegetação.

Das afirmativas acima, somente está(ão) correta(s):


a) I.
b) II.
c) III. 04178253905

d) I e II.
e) II e III.

5. (ENEM – 2000 Amarela Q16) No mapa, é apresentada a distribuição


geográfica de aves de grande porte e que não voam.

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Há evidências mostrando que essas aves, que podem ser originárias de um


mesmo ancestral, sejam, portanto, parentes. Considerando que, de fato,
tal parentesco ocorra, uma explicação possível para a separação geográfica
dessas aves, como mostrada no mapa, poderia ser:
a) a grande atividade vulcânica, ocorrida há milhões de anos, eliminou
essas aves do Hemisfério Norte.
b) na origem da vida, essas aves eram capazes de voar, o que permitiu que
atravessassem as águas oceânicas, ocupando vários continentes.
c) o ser humano, em seus deslocamentos, transportou essas aves, assim
que elas surgiram na Terra, distribuindo-as pelos diferentes continentes.
d) o afastamento das massas continentais, formadas pela ruptura de um
continente único, dispersou essas aves que habitavam ambientes
adjacentes.
e) a existência de períodos glaciais muito rigorosos, no Hemisfério Norte,
provocou um gradativo deslocamento dessas aves para o Sul, mais quente.

6. (ENEM – 2000 Amarela Q22) O gráfico abaixo representa o fluxo


(quantidade de água em movimento) de um rio, em três regiões distintas,
após certo tempo de chuva.

Comparando-se, nas três regiões, a interceptação da água da chuva pela


cobertura vegetal, é correto afirmar que tal interceptação:
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a) é maior no ambiente natural preservado.


b) independe da densidade e do tipo de vegetação.
c) é menor nas regiões de florestas.
d) aumenta quando aumenta o grau de intervenção humana.
e) diminui à medida que aumenta a densidade da vegetação.

7. (ENEM – 2000 Amarela Q23) No ciclo da água, usado para produzir


eletricidade, a água de lagos e oceanos, irradiada pelo Sol, evapora-se
dando origem a nuvens e se precipita como chuva. É então represada, corre
de alto a baixo e move turbinas de uma usina, acionando geradores. A
eletricidade produzida é transmitida através de cabos e fios e é utilizada em
motores e outros aparelhos elétricos. Assim, para que o ciclo seja
aproveitado na geração de energia elétrica, constrói-se uma barragem para
represar a água.

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Entre os possíveis impactos ambientais causados por essa construção,


devem ser destacados:
a) aumento do nível dos oceanos e chuva ácida.
b) chuva ácida e efeito estufa.
c) alagamentos e intensificação do efeito estufa.
d) alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora.
e) alteração do curso natural dos rios e poluição atmosférica.

8. (ENEM – 2000 Amarela Q47) Um dos grandes problemas das regiões


urbanas é o acúmulo de lixo sólido e sua disposição. Há vários processos
para a disposição do lixo, dentre eles o aterro sanitário, o depósito a céu
aberto e a incineração. Cada um deles apresenta vantagens e
desvantagens. Considere as seguintes vantagens de métodos de disposição
do lixo:
I diminuição do contato humano direto com o lixo;
II produção de adubo para agricultura;
III baixo custo operacional do processo;
IV redução do volume de lixo.
A relação correta entre cada um dos processos para a disposição do lixo e
as vantagens apontadas é:

Aterro sanitário Depósito a céu Incineração


aberto
a) I II I
b) I III IV
c) II IV I
d) II I IV
e) III II I

9. (ENEM – 2000 Amarela Q63) Os esgotos domésticos constituem


grande ameaça aos ecossistemas de lagos ou represas, pois deles decorrem
graves desequilíbrios ambientais. Considere o gráfico abaixo, no qual no
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intervalo de tempo entre t1 e t3, observou-se a estabilidade em


ecossistema de lago, modificado a partir de t3 pelo maior despejo de
esgoto.

Assinale a interpretação que está de acordo com o gráfico.


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a) Entre t3 e t6, a competição pelo oxigênio leva à multiplicação de peixes,


bactérias e outros produtores.
b) A partir de t3, a decomposição do esgoto é impossibilitada pela
diminuição do oxigênio disponível.
c) A partir de t6, a mortandade de peixes decorre da diminuição da
população de produtores.
d) A mortandade de peixes, a partir de t6, é devida à insuficiência de
oxigênio na água.
e) A partir de t3, a produção primária aumenta devido à diminuição dos
consumidores.

10. (ENEM – 2001 Amarela Q10) A ação humana tem provocado


algumas alterações quantitativas e qualitativas da água:
I. Contaminação de lençóis freáticos.
II. Diminuição da umidade do solo.
III. Enchentes e inundações.
Pode-se afirmar que as principais ações humanas associadas às alterações
I, II e III são, respectivamente,
a) uso de fertilizantes e aterros sanitários / lançamento de gases poluentes
/ canalização de córregos e rios.
b) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo nas ruas /
construção de aterros sanitários.
c) uso de fertilizantes e aterros sanitários / desmatamento /
impermeabilização do solo urbano.
d) lançamento de lixo nas ruas / uso de fertilizantes / construção de aterros
sanitários.
e) construção de barragens / uso de fertilizantes / construção de aterros
sanitários.

11. (ENEM – 2001 Amarela Q11) Algumas medidas podem ser propostas
com relação aos problemas da água:
I. Represamento de rios e córregos próximo às cidades de maior porte.
II. Controle da ocupação urbana, especialmente em torno dos mananciais.
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III. Proibição do despejo de esgoto industrial e doméstico sem tratamento


nos rios e represas.
IV. Transferência de volume de água entre bacias hidrográficas para
atender as cidades que já apresentam alto grau de poluição em seus
mananciais.
As duas ações que devem ser tratadas como prioridades para a preservação
da qualidade dos recursos hídricos são
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

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12. (ENEM – 2001 Amarela Q25) Uma região industrial lança ao ar gases
como o dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, causadores da chuva
ácida. A figura mostra a dispersão desses gases poluentes.

Considerando o ciclo da água e a dispersão dos gases, analise as seguintes


possibilidades:
I. As águas de escoamento superficial e de precipitação que atingem o
manancial poderiam causar aumento de acidez da água do manancial e
provocar a morte de peixes.
II. A precipitação na região rural poderia causar aumento de acidez do solo
e exigir procedimentos corretivos, como a calagem.
III. A precipitação na região rural, embora ácida, não afetaria o
ecossistema, pois a transpiração dos vegetais neutralizaria o excesso de
ácido.

Dessas possibilidades,
a) pode ocorrer apenas a I.
b) pode ocorrer apenas a II.
c) podem ocorrer tanto a I quanto a II.
d) podem ocorrer tanto a I quanto a III.
e) podem ocorrer tanto a II quanto a III.

13. (ENEM – 2001 Amarela Q26) Várias estratégias estão sendo


consideradas para a recuperação da diversidade biológica de um ambiente
degradado, dentre elas, a criação de vertebrados em cativeiro. Com esse
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objetivo, a iniciativa mais adequada, dentre as alternativas abaixo, seria


criar
a) machos de umas espécies e fêmeas de outras, para possibilitar o
acasalamento entre elas e o surgimento de novas espécies.
b) muitos indivíduos da espécie mais representativa, de forma a manter a
identidade e a diversidade do ecossistema.
c) muitos indivíduos de uma única espécie, para garantir uma população
geneticamente heterogênea e mais resistente.
d) um número suficiente de indivíduos, do maior número de espécies, que
garanta a diversidade genética de cada uma delas.
e) vários indivíduos de poucas espécies, de modo a garantir, para cada
espécie, uma população geneticamente homogênea.

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14. (ENEM – 2001 Amarela Q33) Numa região, originalmente ocupada


por Mata Atlântica, havia, no passado, cinco espécies de pássaros de um
mesmo gênero. Nos dias atuais, essa região se reduz a uma reserva de
floresta primária, onde ainda ocorrem as cinco espécies, e a fragmentos de
floresta degradada, onde só se encontram duas das cinco espécies. O
desaparecimento das três espécies nas regiões degradadas pode ser
explicado pelo fato de que, nessas regiões, ocorreu
a) aumento do volume e da frequência das chuvas.
b) diminuição do número e da diversidade de hábitats.
c) diminuição da temperatura média anual.
d) aumento dos níveis de gás carbônico e de oxigênio na atmosfera.
e) aumento do grau de isolamento reprodutivo interespecífico.

15. (ENEM – 2002 Amarela Q05) O Protocolo de Kyoto é uma convenção


das Nações Unidas que é marco sobre mudanças climáticas,- estabelece
que os países mais industrializados devem reduzir até 2012 a emissão dos
gases causadores do efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis
de 1990. Essa meta estabelece valores superiores ao exigido para países
em desenvolvimento. Até 2001, mais de 120 países, incluindo nações
industrializadas da Europa e da Ásia, já haviam ratificado o protocolo. No
entanto, nos EUA, o presidente George W. Bush anunciou que o país não
ratificaria Kyoto, com os argumentos de que os custos prejudicariam a
economia americana e que o acordo era pouco rigoroso com os países em
desenvolvimento.
Adaptado do Jornal do Brasil, 11/04/2001

Na tabela encontram-se dados sobre a emissão de CO2

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Considerando os dados da tabela, assinale a alternativa que representa um


argumento que se contrapõe à justificativa dos EUA de que o acordo de
Kyoto foi pouco rigoroso com países em desenvolvimento.
a) A emissão acumulada da União Europeia está próxima à dos EUA.
b) Nos países em desenvolvimento as emissões são equivalentes às dos
EUA.
c) A emissão per capita da Rússia assemelha-se à da União Europeia.

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d) As emissões de CO2 nos países em desenvolvimento citados são muito


baixas.
e) A África do Sul apresenta uma emissão anual per capita relativamente
alta.

16. (ENEM – 2002 Amarela Q08) Artemia é um camarão primitivo que


vive em águas salgadas, sendo considerado um fóssil vivo.
Surpreendentemente, possui uma propriedade semelhante à dos vegetais
que é a diapausa, isto é, a capacidade de manter ovos dormentes (embriões
latentes) por muito tempo. Fatores climáticos ou alterações ambientais
podem subitamente ativar a eclosão dos ovos, assim como, nos vegetais,
tais alterações induzem a germinação de sementes. Vários estudos têm sido
realizados com artemias, pois estes animais apresentam características que
sugerem um potencial biológico: possuem alto teor de proteína e são
capazes de se alimentar de partículas orgânicas e inorgânicas em
suspensão. Tais características podem servir de parâmetro para uma
avaliação do potencial econômico e ecológico da artemia. Em um estudo
foram consideradas as seguintes possibilidades:
I. A variação da população de artemia pode ser usada como um indicador
de poluição aquática.
II. A artemia pode ser utilizada como um agente de descontaminação
ambiental, particularmente em ambientes aquáticos.
III. A eclosão dos ovos é um indicador de poluição química.
IV. Os camarões podem ser utilizados como fonte alternativa de alimentos
de alto teor nutritivo.
É correto apenas o que se afirma em
a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e IV.
d) II, III e IV.
e) I, II, III e IV.

17. (ENEM – 2002 Amarela Q10) Nativas do Brasil, as várias espécies


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das plantas conhecidas como fava-d’anta têm lugar garantido no mercado


mundial de produtos cosméticos e farmacêuticos. Elas praticamente não
têm concorrentes, pois apenas uma outra planta chinesa produz os
elementos cobiçados pela indústria mundial. As plantas acham-se dispersas
no cerrado e a sua exploração é feita pela coleta manual das favas ou,
ainda, com instrumentos rústicos (garfos e forquilhas) que retiram os frutos
das pontas dos galhos. Alguns catadores quebram galhos ou arbustos para
facilitar a coleta. Depois da coleta, as vagens são vendidas aos atacadistas
locais que as revendem a atacadistas regionais, estes sim, os revendedores
de fava para as indústrias. Depois de processados, os produtos são
exportados. Embora os moradores da região tenham um vasto
conhecimento sobre hábitos e usos da fauna e flora locais, pouco ou nada
sabem sobre a produção de mudas de espécies nativas e, ainda, sobre o
destino e o aproveitamento da matéria-prima extraída da fava-d’anta.
Adaptado de: Extrativismo e biodiversidade: o caso da fava-danta. Ciência Hoje, junho, 2000.

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Ainda que a extração das vagens não seja prejudicial às árvores, a


estratégia usada na sua coleta, aliada à eventual pressão de mercado, são
fatores que podem prejudicar a renovação natural da fava-d’anta. Uma
proposta viável para que estas plantas nativas não corram nenhum risco de
extinção é
a) introduzir a coleta mecanizada das favas, reduzindo tanto as perdas
durante a coleta quanto os eventuais danos às plantas.
b) conservar o solo e aumentar a produtividade dessas plantas por meio de
irrigação e reposição de sais minerais.
c) domesticar a espécie, introduzindo viveiros que possam abastecer a
região de novas mudas, caso isto se torne necessário.
d) proibir a coleta das favas, aplicando pesadas multas aos infratores.
e) diversificar as atividades econômicas na região do cerrado para aumentar
as fontes de renda dos trabalhadores.

18. (ENEM – 2002 Amarela Q16) Segundo uma organização mundial de


estudos ambientais, em 2025, duas de cada três pessoas viverão situações
de carência de água, caso não haja mudanças no padrão atual de consumo
do produto. Uma alternativa adequada e viável para prevenir a escassez,
considerando-se a disponibilidade global, seria
a) desenvolver processos de reutilização da água.
b) explorar leitos de água subterrânea.
c) ampliar a oferta de água, captando-a em outros rios.
d) captar águas pluviais.
e) importar água doce de outros estados.

19. (ENEM – 2002 Amarela Q31) A corvina é um peixe carnívoro que se


alimenta de crustáceos, moluscos e pequenos peixes que vivem no fundo
do mar. É bastante utilizada na alimentação humana, sendo encontrada em
toda a costa brasileira, embora seja mais abundante no sul do País. A tabela
registra a concentração média anual de mercúrio no tecido muscular de
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corvinas capturadas em quatro áreas.

Comparando as características das quatro áreas de coleta às respectivas


concentrações médias anuais de mercúrio nas corvinas capturadas, pode-
se considerar que, à primeira vista, os resultados

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a) correspondem ao esperado, uma vez que o nível de contaminação é


proporcional ao aumento da atividade industrial e do volume de esgotos
domésticos.
b) não correspondem ao esperado, especialmente no caso da Lagoa da
Conceição, que não apresenta contaminação industrial por mercúrio.
c) não correspondem ao esperado no caso da Baía da Ilha Grande e da
Lagoa da Conceição, áreas nas quais não há fontes industriais de
contaminação por mercúrio.
d) correspondem ao esperado, ou seja, corvinas de regiões menos poluídas
apresentam as maiores concentrações de mercúrio.
e) correspondem ao esperado, exceção aos resultados da Baía de Sepetiba,
o que exige novas investigações sobre o papel das marés no transporte de
mercúrio.

20. (ENEM – 2002 Amarela Q32) Segundo a legislação brasileira, o limite


máximo permitido para as concentrações de mercúrio total é de 500
nanogramas por grama de peso úmido. Ainda levando em conta os dados
da tabela e o tipo de circulação do mercúrio ao longo da cadeia alimentar,
pode-se considerar que a ingestão, pelo ser humano, de corvinas
capturadas nessas regiões,
a) não compromete a sua saúde, uma vez que a concentração de mercúrio
é sempre menor que o limite máximo permitido pela legislação brasileira.
b) não compromete a sua saúde, uma vez que a concentração de poluentes
diminui a cada novo consumidor que se acrescenta à cadeia alimentar.
c) não compromete a sua saúde, pois a concentração de poluentes aumenta
a cada novo consumidor que se acrescenta à cadeia alimentar.
d) deve ser evitada, apenas quando entre as corvinas e eles se interponham
outros consumidores, como, por exemplo, peixes de maior porte.
e) deve ser evitada sempre, pois a concentração de mercúrio das corvinas
ingeridas se soma à já armazenada no organismo humano.

21. (ENEM – 2002 Azul Q49) Nos peixamentos - designação dada à


introdução de peixes em sistemas aquáticos, nos quais a qualidade da água
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reduziu as populações nativas de peixes - podem ser utilizados peixes


importados de outros países, peixes produzidos em unidades de piscicultura
ou, como é o caso da grande maioria dos peixamentos no Brasil, de peixes
capturados em algum ambiente natural e liberados em outro.
Recentemente começaram a ser utilizados peixes híbridos, como os
“paquis”, obtidos por cruzamentos entre pacu e tambaqui; também é
híbrida a espécie conhecida como surubim ou pintado, piscívoro de grande
porte. Em alguns julgamentos de crimes ambientais, as sentenças, de
modo geral, condenam empresas culpadas pela redução da qualidade de
cursos d’água a realizarem peixamentos. Em geral, os peixamentos tendem
a ser repetidos muitas vezes numa mesma área. A respeito da realização
de peixamentos pelas empresas infratoras, pode-se considerar que essa
penalidade
a) não leva mais em conta os efeitos da poluição industrial, mas sim as suas
causas.
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b) faz a devida diferenciação entre quantidade de peixes e qualidade


ambiental.
c) é indutora de ação que reverte uma das causas básicas da poluição.
d) confunde quantidade de peixes com boa qualidade ambiental dos cursos
d’água.
e) obriga o poluidor a pagar pelos prejuízos ambientais que causa e a deixar
de poluir.

22. (ENEM – 2002 Amarela Q57) O Puma concolor (suçuarana, puma,


leão da montanha) é o maior felino das Américas, com uma distribuição
biogeográfica que se estende da Patagônia ao Canadá. O padrão de
distribuição mostrado na figura está associado a possíveis características
desse felino:

I. muito resistente a doenças.


II. facilmente domesticável e criado em cativeiro.
III. tolerante a condições climáticas diversas.
IV. Ocupa diversos tipos de formações vegetais.

Características desse felino compatíveis com sua distribuição biogeográfica


estão evidenciadas apenas em
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a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

23. (ENEM – 2003 Amarela Q27) A biodiversidade diz respeito tanto a


genes, espécies, ecossistemas, como a funções, e coloca problemas de
gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar: – a eliminação da ação humana, como é a
proposta da ecologia radical; – a proteção das populações cujos sistemas
de produção e cultura repousam num dado ecossistema; – a defesa dos
interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como
matéria-prima, para produzir mercadorias.
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(Adaptado de GARAY, I. & DIAS, B. Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais)

De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no


Planeta,
a) o principal desafio é conhecer todos problemas dos ecossistemas, para
conseguir protegê-los da ação humana.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser
defendidos, independentemente do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do meio ambiente, ignorando-se os conflitos
gerados pelo uso da terra e seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as
necessidades das populações não devem constituir preocupação para
ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que só consideram aspectos
ecológicos, quanto as que levam em conta aspectos sociais e econômicos.

24. (ENEM – 2003 Amarela Q28) Sabe-se que uma área de quatro
hectares de floresta, na região tropical, pode conter cerca de 375 espécies
de plantas enquanto uma área florestal do mesmo tamanho, em região
temperada, pode apresentar entre 10 e 15 espécies. O notável padrão de
diversidade das florestas tropicais se deve a vários fatores, entre os quais
é possível citar
a) altitudes elevadas e solos profundos.
b) a ainda pequena intervenção do ser humano.
c) sua transformação em áreas de preservação.
d) maior insolação e umidade e menor variação climática.
e) alternância de períodos de chuvas com secas prolongadas.

25. (ENEM – 2003 Amarela Q34) Na música "Bye, bye, Brasil", de Chico
Buarque de Holanda e Roberto Menescal, os versos "puseram uma usina
no mar talvez fique ruim pra pescar" poderiam estar se referindo à usina
nuclear de Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. No caso
de tratar-se dessa usina, em funcionamento normal, dificuldades para a
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pesca nas proximidades poderiam ser causadas


a) pelo aquecimento das águas, utilizadas para refrigeração da usina, que
alteraria a fauna marinha.
b) pela oxidação de equipamentos pesados e por detonações que
espantariam os peixes.
c) pelos rejeitos radioativos lançados continuamente no mar, que
provocariam a morte dos peixes.
d) pela contaminação por metais pesados dos processos de enriquecimento
do urânio.
e) pelo vazamento de lixo atômico colocado em tonéis e lançado ao mar
nas vizinhanças da usina.

26. (ENEM – 2003 Amarela Q38) A caixinha utilizada em embalagens


como as de leite “longa vida” é chamada de “tetra brick”, por ser composta
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de quatro camadas de diferentes materiais, incluindo alumínio e plástico, e


ter a forma de um tijolo (brick, em inglês). Esse material, quando
descartado, pode levar até cem anos para se decompor.
Considerando os impactos ambientais, seria mais adequado
a) utilizar soda cáustica para amolecer as embalagens e só então descartá-
las.
b) promover a coleta seletiva, de modo a reaproveitar as embalagens para
outros fins.
c) aumentar a capacidade de cada embalagem, ampliando a superfície de
contato com o ar para sua decomposição.
d) constituir um aterro específico de embalagens “tetra brick”,
acondicionadas de forma a reduzir seu volume.
e) proibir a fabricação de leite “longa vida”, considerando que esse tipo de
embalagem não é adequado para conservar o produto.

27. (ENEM – 2003 Amarela Q44) Em um debate sobre o futuro do setor


de transporte de uma grande cidade brasileira com trânsito intenso, foi
apresentado um conjunto de propostas. Entre as propostas reproduzidas
abaixo, aquela que atende, ao mesmo tempo, a implicações sociais e
ambientais presentes nesse setor é
a) proibir o uso de combustíveis produzidos a partir de recursos naturais.
b) promover a substituição de veículos a diesel por veículos a gasolina.
c) incentivar a substituição do transporte individual por transportes
coletivos.
d) aumentar a importação de diesel para substituir os veículos a álcool.
e) diminuir o uso de combustíveis voláteis devido ao perigo que
representam.

28. (ENEM – 2004 Amarela Q34) A necessidade de água tem tornado


cada vez mais importante a reutilização planejada desse recurso.
Entretanto, os processos de tratamento de águas para seu
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reaproveitamento nem sempre as tornam potáveis, o que leva a restrições


em sua utilização. Assim, dentre os possíveis empregos para a denominada
“água de reuso”, recomenda-se
a) o uso doméstico, para preparo de alimentos.
b) o uso em laboratórios, para a produção de fármacos.
c) o abastecimento de reservatórios e mananciais.
d) o uso individual, para banho e higiene pessoal.
e) o uso urbano, para lavagem de ruas e áreas públicas.

29. (ENEM – 2004 Amarela Q35) O Aquífero Guarani se estende por 1,2
milhão de km2 e é um dos maiores reservatórios de águas subterrâneas do
mundo. O aquífero é como uma “esponja gigante” de arenito, uma rocha
porosa e absorvente, quase totalmente confinada sob centenas de metros
de rochas impermeáveis. Ele é recarregado nas áreas em que o arenito
aflora à superfície, absorvendo água da chuva. Uma pesquisa realizada em
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2002 pela Embrapa apontou cinco pontos de contaminação do aquífero por


agrotóxico, conforme a figura:

Considerando as consequências socioambientais e respeitando as


necessidades econômicas, pode-se afirmar que, diante do problema
apresentado, políticas públicas adequadas deveriam
a) proibir o uso das águas do aquífero para irrigação.
b) impedir a atividade agrícola em toda a região do aquífero.
c) impermeabilizar as áreas onde o arenito aflora.
d) construir novos reservatórios para a captação da água na região.
e) controlar a atividade agrícola e agroindustrial nas áreas de recarga.

30. (ENEM – 2004 Amarela Q46) Programas de reintrodução de animais


consistem em soltar indivíduos, criados em cativeiro, em ambientes onde
sua espécie se encontra ameaçada ou extinta. O mico-leão-dourado da
Mata Atlântica faz parte de um desses programas. Como faltam aos micos
criados em cativeiro habilidades para sobreviver em seu habitat, são
formados grupos sociais desses micos com outros capturados na natureza,
antes de soltá-los coletivamente. O gráfico mostra o número total de
animais, em uma certa região, a cada ano, ao longo de um programa de
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reintrodução desse tipo.

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A análise do gráfico permite concluir que o sucesso do programa deveu-se


a) à adaptação dos animais nascidos em cativeiro ao ambiente natural,
mostrada pelo aumento do número de nascidos na natureza.
b) ao aumento da população total, resultante da reintrodução de um
número cada vez maior de animais.
c) à eliminação dos animais nascidos em cativeiro pelos nascidos na
natureza, que são mais fortes e selvagens.
d) ao pequeno número de animais reintroduzidos, que se mantiveram
isolados da população de nascidos na natureza.
e) à grande sobrevivência dos animais reintroduzidos, que compensou a
mortalidade dos nascidos na natureza.

31. (ENEM – 2004 Amarela Q47) O bicho-furão-dos-citros causa


prejuízos anuais de US$ 50 milhões à citricultura brasileira, mas pode ser
combatido eficazmente se um certo agrotóxico for aplicado à plantação no
momento adequado. É possível determinar esse momento utilizando-se
uma armadilha constituída de uma caixinha de papelão, contendo uma
pastilha com o feromônio da fêmea e um adesivo para prender o macho.
Verificando periodicamente a armadilha, percebe-se a época da chegada do
inseto. Uma vantagem do uso dessas armadilhas, tanto do ponto de vista
ambiental como econômico, seria
a) otimizar o uso de produtos agrotóxicos.
b) diminuir a população de predadores do bicho-furão.
c) capturar todos os machos do bicho-furão.
d) reduzir a área destinada à plantação de laranjas.
e) espantar o bicho-furão das proximidades do pomar.

32. (ENEM – 2004 Amarela Q48) No verão de 2000 foram realizadas,


para análise, duas coletas do lixo deixado pelos frequentadores em uma
praia no litoral brasileiro. O lixo foi pesado, separado e classificado. Os
resultados das coletas feitas estão na tabela a seguir.

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Embora fosse grande a venda de bebidas em latas nessa praia, não se


encontrou a quantidade esperada dessas embalagens no lixo coletado, o
que foi atribuído à existência de um bom mercado para a reciclagem de
alumínio. Considerada essa hipótese, para reduzir o lixo nessa praia, a
iniciativa que mais diretamente atende à variedade de interesses
envolvidos, respeitando a preservação ambiental, seria
a) proibir o consumo de bebidas e de outros alimentos nas praias.
b) realizar a coleta de lixo somente no período noturno.
c) proibir a comercialização apenas de produtos com embalagem.
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d) substituir embalagens plásticas por embalagens de vidro.


e) incentivar a reciclagem de plásticos, estimulando seu recolhimento.

33. (ENEM – 2004 Amarela Q49) Um rio que é localmente degradado


por dejetos orgânicos nele lançados pode passar por um processo de
autodepuração. No entanto, a recuperação depende, entre outros fatores,
da carga de dejetos recebida, da extensão e do volume do rio. Nesse
processo, a distribuição das populações de organismos consumidores e
decompositores varia, conforme mostra o esquema:

Com base nas informações fornecidas pelo esquema, são feitas as seguintes
considerações sobre o processo de depuração do rio:
I. a vida aquática superior pode voltar a existir a partir de uma certa
distância do ponto de lançamento dos dejetos;
II. os organismos decompositores são os que sobrevivem onde a oferta de
oxigênio é baixa ou inexistente e a matéria orgânica é abundante;
III. as comunidades biológicas, apesar da poluição, não se alteram ao longo
do processo de recuperação.
Está correto o que se afirma em 04178253905

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

34. (ENEM – 2005 Amarela Q28) Há quatro séculos alguns animais


domésticos foram introduzidos na Ilha da Trindade como "reserva de
alimento". Porcos e cabras soltos davam boa carne aos navegantes de
passagem, cansados de tanto peixe no cardápio. Entretanto, as cabras
consumiram toda a vegetação rasteira e ainda comeram a casca dos
arbustos sobreviventes. Os porcos revolveram raízes e a terra na busca de
semente. Depois de consumir todo o verde, de volta ao estado selvagem,
os porcos passaram a devorar qualquer coisa: ovos de tartarugas, de aves

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marinhas, caranguejos e até cabritos pequenos. Com base nos fatos acima,
pode-se afirmar que
a) a introdução desses animais domésticos, trouxe, com o passar dos anos,
o equilíbrio ecológico.
b) o ecossistema da Ilha da Trindade foi alterado, pois não houve uma
interação equilibrada entre os seres vivos.
c) a principal alteração do ecossistema foi a presença dos homens, pois
animais nunca geram desequilíbrios no ecossistema.
d) o desequilíbrio só apareceu quando os porcos começaram a comer os
cabritos pequenos.
e) o aumento da biodiversidade, a longo prazo, foi favorecido pela
introdução de mais dois tipos de animais na ilha.

35. (ENEM – 2005 Amarela Q31) Os plásticos, por sua versatilidade e


menor custo relativo, têm seu uso cada vez mais crescente. Da produção
anual brasileira de cerca de 2,5 milhões de toneladas, 40% destinam-se à
indústria de embalagens. Entretanto, este crescente aumento de produção
e consumo resulta em lixo que só se reintegra ao ciclo natural ao longo de
décadas ou mesmo de séculos. Para minimizar esse problema uma ação
possível e adequada é
a) proibir a produção de plásticos e substituí-los por materiais renováveis
como os metais.
b) incinerar o lixo de modo que o gás carbônico e outros produtos
resultantes da combustão voltem aos ciclos naturais.
c) queimar o lixo para que os aditivos contidos na composição dos plásticos,
tóxicos e não degradáveis sejam diluídos no ar.
d) estimular a produção de plásticos recicláveis para reduzir a demanda de
matéria prima não renovável e o acúmulo de lixo.
e) reciclar o material para aumentar a qualidade do produto e facilitar a sua
comercialização em larga escala

36. (ENEM – 2005 Amarela Q36) Quando um reservatório de água é


agredido ambientalmente por poluição de origem doméstica ou industrial,
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uma rápida providência é fundamental para diminuir os danos ecológicos.


Como o monitoramento constante dessas águas demanda aparelhos caros
e testes demorados, cientistas têm se utilizado de biodetectores, como
peixes que são colocados em gaiolas dentro da água, podendo ser
observados periodicamente. Para testar a resistência de três espécies de
peixes, cientistas separaram dois grupos de cada espécie, cada um com
cem peixes, totalizando seis grupos. Foi, então, adicionada a mesma
quantidade de poluentes de origem doméstica e industrial, em separado.
Durante o período de 24 horas, o número de indivíduos passou a ser
contado de hora em hora. Os resultados são apresentados abaixo.

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Pelos resultados obtidos, a espécie de peixe mais indicada para ser utilizada
como detectora de poluição, a fim de que sejam tomadas providências
imediatas, seria
a) a espécie I, pois sendo menos resistente à poluição, morreria mais
rapidamente após a contaminação.
b) a espécie II, pois sendo a mais resistente, haveria mais tempo para
testes.
c) a espécie III, pois como apresenta resistência diferente à poluição
doméstica e industrial, propicia estudos posteriores.
d) as espécies I e III juntas, pois tendo resistência semelhante em relação
à poluição permitem comparar resultados.
e) as espécies II e III juntas, pois como são pouco tolerantes à poluição,
propiciam um rápido alerta.

37. (ENEM – 2005 Amarela Q40) Nos últimos meses o preço do petróleo
tem alcançado recordes históricos. Por isso a procura de fontes energéticas
alternativas se faz necessária. Para os especialistas, uma das mais
interessantes é o gás natural, pois ele apresentaria uma série de vantagens
em relação a outras opções energéticas. A tabela compara a distribuição
das reservas de petróleo e de gás natural no mundo, e a figura, a emissão
de dióxido de carbono entre vários tipos de fontes energéticas.
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A partir da análise da tabela e da figura, são feitas as seguintes afirmativas:


I – Enquanto as reservas mundiais de petróleo estão concentradas
geograficamente, as reservas mundiais de gás natural são mais distribuídas
ao redor do mundo garantindo um mercado competitivo, menos dependente
de crises internacionais e políticas.

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II – A emissão de dióxido de carbono (CO2) para o gás natural é a mais


baixa entre os diversos combustíveis analisados, o que é importante, uma
vez que esse gás é um dos principais responsáveis pelo agravamento do
efeito estufa.
Com relação a essas afirmativas pode-se dizer que
a) a primeira está incorreta, pois novas reservas de petróleo serão
descobertas futuramente.
b) a segunda está incorreta, pois o dióxido de carbono (CO 2) apresenta
pouca importância no agravamento do efeito estufa.
c) ambas são análises corretas, mostrando que o gás natural é uma
importante alternativa energética.
d) ambas não procedem para o Brasil, que já é praticamente auto-suficiente
em petróleo e não contribui para o agravamento do efeito estufa.
e) nenhuma delas mostra vantagem do uso de gás natural sobre o petróleo.

38. (ENEM – 2005 Amarela Q48) Moradores de três cidades, aqui


chamadas de X, Y e Z, foram indagados quanto aos tipos de poluição que
mais afligiam as suas áreas urbanas. Nos gráficos abaixo estão
representadas as porcentagens de reclamações sobre cada tipo de poluição
ambiental.

Considerando a queixa principal dos cidadãos de cada cidade, a primeira


medida de combate à poluição em cada uma delas seria, respectivamente:
X Y Z
a) Manejamento de lixo Esgotamento sanitário Controle emissão de
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gases
b) Controle de despejo Manejamento de lixo Controle emissão de
industrial gases
c) Manejamento de lixo Esgotamento sanitário Controle de despejo
industrial
d) Controle emissão de Controle de despejo Esgotamento
gases industrial sanitário
e) Controle de despejo Manejamento de lixo Esgotamento
industrial sanitário

39. (ENEM – 2006 Amarela Q12) Entre 8 mil e 3 mil anos atrás, ocorreu
o desaparecimento de grandes mamíferos que viviam na América do Sul.
Os mapas a seguir apresentam a vegetação dessa região antes e depois de

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uma grande mudança climática que tornou essa região mais quente e mais
úmida.

Revista Pesquisa Fapesp, n.º 98, 2004.

As hipóteses a seguir foram levantadas para explicar o desaparecimento


dos grandes mamíferos na América do Sul.
I Os seres humanos, que só puderam ocupar a América do Sul depois que
o clima se tornou mais úmido, mataram os grandes animais.
II Os maiores mamíferos atuais precisam de vastas áreas abertas para
manterem o seu modo de vida, áreas essas que desapareceram da América
do Sul com a mudança climática, o que pode ter provocado a extinção dos
grandes mamíferos sul-americanos.
III A mudança climática foi desencadeada pela queda de um grande
asteróide, a qual causou o desaparecimento dos grandes mamíferos e das
aves.

É cientificamente aceitável o que se afirma


a) apenas em I.
b) apenas em II.
c) apenas em III.
d) apenas em I e III.
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e) em I, II e III.

40. (ENEM – 2006 Amarela Q30) Com base em projeções realizadas por
especialistas, prevê-se, para o fim do século XXI, aumento de temperatura
média, no planeta, entre 1,4ºC e 5,8ºC. Como consequência desse
aquecimento, possivelmente o clima será mais quente e mais úmido bem
como ocorrerão mais enchentes em algumas áreas e secas crônicas em
outras. O aquecimento também provocará o desaparecimento de algumas
geleiras, o que acarretará o aumento do nível dos oceanos e a inundação
de certas áreas litorâneas.
As mudanças climáticas previstas para o fim do século XXI
a) provocarão a redução das taxas de evaporação e de condensação do ciclo
da água.

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b) poderão interferir nos processos do ciclo da água que envolvem


mudanças de estado físico.
c) promoverão o aumento da disponibilidade de alimento das espécies
marinhas.
d) induzirão o aumento dos mananciais, o que solucionará os problemas de
falta de água no planeta.
e) causarão o aumento do volume de todos os cursos de água, o que
minimizará os efeitos da poluição aquática.

41. (ENEM – 2006 Amarela Q32) Chuva ácida é o termo utilizado para
designar precipitações com valores de pH inferiores a 5,6. As principais
substâncias que contribuem para esse processo são os óxidos de nitrogênio
e de enxofre provenientes da queima de combustíveis fósseis e, também,
de fontes naturais. Os problemas causados pela chuva ácida ultrapassam
fronteiras políticas regionais e nacionais. A amplitude geográfica dos efeitos
da chuva ácida está relacionada principalmente com
a) a circulação atmosférica e a quantidade de fontes emissoras de óxidos
de nitrogênio e de enxofre.
b) a quantidade de fontes emissoras de óxidos de nitrogênio e de enxofre
e a rede hidrográfica.
c) a topografia do local das fontes emissoras de óxidos de nitrogênio e de
enxofre e o nível dos lençóis freáticos.
d) a quantidade de fontes emissoras de óxidos de nitrogênio e de enxofre
e o nível dos lençóis freáticos.
e) a rede hidrográfica e a circulação atmosférica.

42. (ENEM – 2006 Amarela Q33) As florestas tropicais úmidas


contribuem muito para a manutenção da vida no planeta, por meio do
chamado sequestro de carbono atmosférico. Resultados de observações
sucessivas, nas últimas décadas, indicam que a floresta amazônica é capaz
de absorver até 300 milhões de toneladas de carbono por ano. Conclui-se,
portanto, que as florestas exercem importante papel no controle
a) das chuvas ácidas, que decorrem da liberação, na atmosfera, do dióxido
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de carbono resultante dos desmatamentos por queimadas.


b) das inversões térmicas, causadas pelo acúmulo de dióxido de carbono
resultante da não-dispersão dos poluentes para as regiões mais altas da
atmosfera.
c) da destruição da camada de ozônio, causada pela liberação, na
atmosfera, do dióxido de carbono contido nos gases do grupo dos
clorofluorcarbonos.
d) do efeito estufa provocado pelo acúmulo de carbono na atmosfera,
resultante da queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral e
petróleo.
e) da eutrofização das águas, decorrente da dissolução, nos rios, do excesso
de dióxido de carbono presente na atmosfera.

43. (ENEM – 2006 Amarela Q37) A ocupação predatória associada à


expansão da fronteira agropecuária e acelerada pelo plantio da soja tem
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deflagrado, com a perda da cobertura vegetal, a diminuição da


biodiversidade, a erosão do solo, a escassez e a contaminação dos recursos
hídricos no bioma cerrado. Segundo ambientalistas, o cerrado brasileiro
corre o risco de se transformar em um deserto.
A respeito desse assunto, analise as afirmações abaixo.
I Considerando-se que, em 2006, restem apenas 25% da cobertura vegetal
original do cerrado e que, desse percentual, 3% sejam derrubados a cada
ano, estima-se que, em 2030, o cerrado brasileiro se transformará em
deserto.
II Sabe-se que a eventual extinção do bioma cerrado, dada a pobreza que
o caracteriza, não causará impacto sistêmico no conjunto dos biomas
brasileiros.
III A substituição de agrotóxicos por bioinseticidas reduz a contaminação
dos recursos hídricos no bioma cerrado.
É correto o que se afirma
a) apenas em I.
b) apenas em III.
c) apenas em I e II.
d) apenas em II e III.
e) em I, II e III.

44. (ENEM – 2006 Amarela Q38) À produção industrial de celulose e de


papel estão associados alguns problemas ambientais. Um exemplo são os
odores característicos dos compostos voláteis de enxofre (mercaptanas)
que se formam durante a remoção da lignina da principal matéria-prima
para a obtenção industrial das fibras celulósicas que formam o papel: a
madeira. É nos estágios de branqueamento que se encontra um dos
principais problemas ambientais causados pelas indústrias de celulose.
Reagentes como cloro e hipoclorito de sódio reagem com a lignina residual,
levando à formação de compostos organoclorados. Esses compostos,
presentes na água industrial, despejada em grande quantidade nos rios
pelas indústrias de papel, não são biodegradáveis e acumulam-se nos
tecidos vegetais e animais, podendo levar a alterações genéticas.
Celênia P. Santos et al. Papel: como se fabrica? In: Química nova na escola, n.° 14, nov./2001, p.
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3-7 (com adaptações).

Para se diminuírem os problemas ambientais decorrentes da fabricação do


papel, é recomendável
a) a criação de legislação mais branda, a fim de favorecer a fabricação de
papel biodegradável.
b) a diminuição das áreas de reflorestamento, com o intuito de reduzir o
volume de madeira utilizado na obtenção de fibras celulósicas.
c) a distribuição de equipamentos de desodorização à população que vive
nas adjacências de indústrias de produção de papel.
d) o tratamento da água industrial, antes de retorná-la aos cursos d’água,
com o objetivo de promover a degradação dos compostos orgânicos
solúveis.

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e) o recolhimento, por parte das famílias que habitam as regiões


circunvizinhas, dos resíduos sólidos gerados pela indústria de papel, em um
processo de coleta seletiva de lixo.

45. (ENEM – 2006 Amarela Q41) A situação atual das bacias


hidrográficas de São Paulo tem sido alvo de preocupações ambientais: a
demanda hídrica é maior que a oferta de água e ocorre excesso de poluição
industrial e residencial. Um dos casos mais graves de poluição da água é o
da bacia do alto Tietê, onde se localiza a região metropolitana de São Paulo.
Os rios Tietê e Pinheiros estão muito poluídos, o que compromete o uso da
água pela população.
Avalie se as ações apresentadas abaixo são adequadas para se reduzir a
poluição desses rios.
I Investir em mecanismos de reciclagem da água utilizada nos processos
industriais.
II Investir em obras que viabilizem a transposição de águas de mananciais
adjacentes para os rios poluídos.
III Implementar obras de saneamento básico e construir estações de
tratamento de esgotos.
É adequado o que se propõe
a) apenas em I.
b) apenas em II.
c) apenas em I e III.
d) apenas em II e III.
e) em I, II e III.

46. (ENEM – 2006 Amarela Q43) Na região sul da Bahia, o cacau tem
sido cultivado por meio de diferentes sistemas. Em um deles, o
convencional, a primeira etapa de preparação do solo corresponde à
retirada da mata e à queimada dos tocos e das raízes. Em seguida, para o
plantio da quantidade máxima de cacau na área, os pés de cacau são
plantados próximos uns dos outros. No cultivo pelo sistema chamado
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cabruca, os pés de cacau são abrigados entre as plantas de maior porte,


em espaço aberto criado pela derrubada apenas das plantas de pequeno
porte. Os cacaueiros dessa região têm sido atacados e devastados pelo
fungo chamado vassoura-de-bruxa, que se reproduz em ambiente quente
e úmido por meio de esporos que se espalham no meio aéreo.
As condições ambientais em que os pés de cacau são plantados e as
condições de vida do fungo vassoura-de-bruxa, mencionadas acima,
permitem supor-se que sejam mais intensamente atacados por esse fungo
os cacaueiros plantados por meio do sistema
a) convencional, pois os pés de cacau ficam mais expostos ao sol, o que
facilita a reprodução do parasita.
b) convencional, pois a proximidade entre os pés de cacau facilita a
disseminação da doença.
c) convencional, pois o calor das queimadas cria as condições ideais de
reprodução do fungo.
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d) cabruca, pois os cacaueiros não suportam a sombra e, portanto, terão


seu crescimento prejudicado e adoecerão.
e) cabruca, pois, na competição com outras espécies, os cacaueiros ficam
enfraquecidos e adoecem mais facilmente.

47. (ENEM – 2006 Amarela Q44) Quando um macho do besouro-da-cana


localiza uma plantação de cana-de-açúcar, ele libera uma substância para
que outros besouros também localizem essa plantação, o que causa sérios
prejuízos ao agricultor. A substância liberada pelo besouro foi sintetizada
em laboratório por um químico brasileiro. Com essa substância sintética, o
agricultor pode fazer o feitiço virar contra o feiticeiro: usar a substância
como isca e atrair os besouros para longe das plantações de cana.
Folha Ciência. In: Folha de S. Paulo, 25/5/2004 (com adaptações).
Assinale a opção que apresenta corretamente tanto a finalidade quanto a
vantagem ambiental da utilização da substância sintética mencionada.

finalidade vantagem ambiental


a) eliminar os besouros reduzir as espécies que se
alimentam da cana-de-açúcar

b) afastar os predadores da reduzir a necessidade de uso de


plantação agrotóxicos
c) exterminar os besouros eliminar o uso de agrotóxicos
d) dispersar os besouros evitar a incidência de novas pragas
e) afastar os predadores da aumentar a resistência dos
plantação canaviais

48. (ENEM – 2007 Amarela Q06) A figura abaixo é parte de uma


campanha publicitária.

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Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte


afirmativa:
a) O comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma
ameaça para a biodiversidade nacional.

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b) A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a


preservação dessa espécie animal.
c) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu
a preservação dessa espécie.
d) O aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio
ilegal da fauna silvestre brasileira.
e) O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das
espécies, pois garante-lhes a sobrevivência.

49. (ENEM – 2007 Amarela Q09) Se a exploração descontrolada e


predatória verificada atualmente continuar por mais alguns anos, pode-se
antecipar a extinção do mogno. Essa madeira já desapareceu de extensas
áreas do Pará, de Mato Grosso, de Rondônia, e há indícios de que a
diversidade e o número de indivíduos existentes podem não ser suficientes
para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. A diversidade é um
elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem ela,
perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que muda tanto por
interferência humana como por causas naturais.
Internet: <www.greenpeace.org.br> (com adaptações).

Com relação ao problema descrito no texto, é correto afirmar que


a) a baixa adaptação do mogno ao ambiente amazônico é causa da extinção
dessa madeira.
b) a extração predatória do mogno pode reduzir o número de indivíduos
dessa espécie e prejudicar sua diversidade genética.
c) as causas naturais decorrentes das mudanças climáticas globais
contribuem mais para a extinção do mogno que a interferência humana.
d) a redução do número de árvores de mogno ocorre na mesma medida em
que aumenta a diversidade biológica dessa madeira na região amazônica.
e) o desinteresse do mercado madeireiro internacional pelo mogno
contribuiu para a redução da exploração predatória dessa espécie.

50. (ENEM – 2007 Amarela Q40) Nos últimos 50 anos, as temperaturas


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de inverno na península antártica subiram quase 6°C. Ao contrário do


esperado, o aquecimento tem aumentado a precipitação de neve. Isso
ocorre porque o gelo marinho, que forma um manto impermeável sobre o
oceano, está derretendo devido à elevação de temperatura, o que permite
que mais umidade escape para a atmosfera. Essa umidade cai na forma de
neve. Logo depois de chegar a essa região, certa espécie de pingüins
precisa de solos nus para construir seus ninhos de pedregulhos. Se a neve
não derrete a tempo, eles põem seus ovos sobre ela. Quando a neve
finalmente derrete, os ovos se encharcam de água e goram.
Scientific American Brasil, ano 2, n.º 21, 2004, p.80 (com adaptações).
A partir do texto acima, analise as seguintes afirmativas.
I O aumento da temperatura global interfere no ciclo da água na península
antártica.

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II O aquecimento global pode interferir no ciclo de vida de espécies típicas


de região de clima polar.
III A existência de água em estado sólido constitui fator crucial para a
manutenção da vida em alguns biomas.
É correto o que se afirma
a) apenas em I.
b) apenas em II.
c) apenas em I e II.
d) apenas em II e III.
e) em I, II e III.

51. (ENEM – 2007 Amarela Q41) Devido ao aquecimento global e à


consequente diminuição da cobertura de gelo no Ártico, aumenta a distância
que os ursos polares precisam nadar para encontrar alimentos. Apesar de
exímios nadadores, eles acabam morrendo afogados devido ao cansaço. A
situação descrita acima
a) enfoca o problema da interrupção da cadeia alimentar, o qual decorre
das variações climáticas.
b) alerta para prejuízos que o aquecimento global pode acarretar à
biodiversidade no Ártico.
c) ressalta que o aumento da temperatura decorrente de mudanças
climáticas permite o surgimento de novas espécies.
d) mostra a importância das características das zonas frias para a
manutenção de outros biomas na Terra.
e) evidencia a autonomia dos seres vivos em relação ao habitat, visto que
eles se adaptam rapidamente às mudanças nas condições climáticas.

52. (ENEM – 2007 Amarela Q42) O gráfico abaixo ilustra o resultado de


um estudo sobre o aquecimento global. A curva mais escura e contínua
representa o resultado de um cálculo em que se considerou a soma de cinco
fatores que influenciaram a temperatura média global de 1900 a 1990,
conforme mostrado na legenda do gráfico. A contribuição efetiva de cada
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um desses cinco fatores isoladamente é mostrada na parte inferior do


gráfico.

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Os dados apresentados revelam que, de 1960 a 1990, contribuíram de


forma efetiva e positiva para aumentar a temperatura atmosférica:
a) aerossóis, atividade solar e atividade vulcânica.
b) atividade vulcânica, ozônio e gases estufa.
c) aerossóis, atividade solar e gases estufa.
d) aerossóis, atividade vulcânica e ozônio.
e) atividade solar, gases estufa e ozônio.

53. (ENEM – 2007 Amarela Q47) Quanto mais desenvolvida é uma


nação, mais lixo cada um de seus habitantes produz. Além de o progresso
elevar o volume de lixo, ele também modifica a qualidade do material
despejado. Quando a sociedade progride, ela troca a televisão, o
computador, compra mais brinquedos e aparelhos eletrônicos. Calcula-se
que 700 milhões de aparelhos celulares já foram jogados fora em todo o
mundo. O novo lixo contém mais mercúrio, chumbo, alumínio e bário.
Abandonado nos lixões, esse material se deteriora e vaza. As substâncias
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liberadas infiltram-se no solo e podem chegar aos lençóis freáticos ou a rios


próximos, espalhando-se pela água.
Anuário Gestão Ambiental 2007, p. 47-8 (com adaptações).

A respeito da produção de lixo e de sua relação com o ambiente, é correto


afirmar que
a) as substâncias químicas encontradas no lixo levam, frequentemente, ao
aumento da diversidade de espécies e, portanto, ao aumento da
produtividade agrícola do solo.
b) o tipo e a quantidade de lixo produzido pela sociedade independem de
políticas de educação que proponham mudanças no padrão de consumo.
c) a produção de lixo é inversamente proporcional ao nível de
desenvolvimento econômico das sociedades.

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d) o desenvolvimento sustentável requer controle e monitoramento dos


efeitos do lixo sobre espécies existentes em cursos d’água, solo e
vegetação.
e) o desenvolvimento tecnológico tem elevado a criação de produtos
descartáveis, o que evita a geração de lixo e resíduos químicos.

54. (ENEM – 2007 Amarela Q63) O artigo 1.º da Lei Federal n.º
9.433/1997 (Lei das Águas) estabelece, entre outros, os seguintes
fundamentos: I a água é um bem de domínio público; II a água é um
recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III em situações de
escassez, os usos prioritários dos recursos hídricos são o consumo humano
e a dessedentação de animais; IV a gestão dos recursos hídricos deve
sempre proporcionar o uso múltiplo das águas. Considere que um rio nasça
em uma fazenda cuja única atividade produtiva seja a lavoura irrigada de
milho e que a companhia de águas do município em que se encontra a
fazenda colete água desse rio para abastecer a cidade. Considere, ainda,
que, durante uma estiagem, o volume de água do rio tenha chegado ao
nível crítico, tornando-se insuficiente para garantir o consumo humano e a
atividade agrícola mencionada. Nessa situação, qual das medidas abaixo
estaria de acordo com o artigo 1.º da Lei das Águas?
a) Manter a irrigação da lavoura, pois a água do rio pertence ao dono da
fazenda.
b) Interromper a irrigação da lavoura, para se garantir o abastecimento de
água para consumo humano.
c) Manter o fornecimento de água apenas para aqueles que pagam mais, já
que a água é bem dotado de valor econômico.
d) Manter o fornecimento de água tanto para a lavoura quanto para o
consumo humano, até o esgotamento do rio.
e) Interromper o fornecimento de água para a lavoura e para o consumo
humano, a fim de que a água seja transferida para outros rios.

55. (ENEM – 2008 Amarela Q07) A Lei Federal n.º 9.985/2000, que
instituiu o sistema nacional de unidades de conservação, define dois tipos
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de áreas protegidas. O primeiro, as unidades de proteção integral, tem por


objetivo preservar a natureza, admitindo-se apenas o uso indireto dos seus
recursos naturais, isto é, aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou
destruição dos recursos naturais. O segundo, as unidades de uso
sustentável, tem por função compatibilizar a conservação da natureza com
o uso sustentável de parcela dos recursos naturais. Nesse caso, permite-se
a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo-se a
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa
e economicamente viável.

Considerando essas informações, analise a seguinte situação hipotética.

Ao discutir a aplicação de recursos disponíveis para o desenvolvimento de


determinada região, organizações civis, universidade e governo resolveram
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investir na utilização de uma unidade de proteção integral, o Parque


Nacional do Morro do Pindaré, e de uma unidade de uso sustentável, a
Floresta Nacional do Sabiá. Depois das discussões, a equipe resolveu levar
adiante três projetos:
 o projeto I consiste de pesquisas científicas embasadas
exclusivamente na observação de animais;
 o projeto II inclui a construção de uma escola e de um centro de
vivência;
 o projeto III promove a organização de uma comunidade extrativista
que poderá coletar e explorar comercialmente frutas e sementes
nativas.

Nessa situação hipotética, atendendo-se à lei mencionada acima, é possível


desenvolver tanto na unidade de proteção integral quanto na de uso
sustentável
a) apenas o projeto I.
b) apenas o projeto III.
c) apenas os projetos I e II.
d) apenas os projetos II e III.
e) todos os três projetos.

56. (ENEM – 2008 Amarela Q08)

Analisando-se os dados do gráfico acima, que remetem a critérios e


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objetivos no estabelecimento de unidades de conservação no Brasil,


constata-se que

a) o equilíbrio entre unidades de conservação de proteção integral e de uso


sustentável já atingido garante a preservação presente e futura da
Amazônia.
b) as condições de aridez e a pequena diversidade biológica observadas na
Caatinga explicam por que a área destinada à proteção integral desse bioma
é menor que a dos demais biomas brasileiros.
c) o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pampa, biomas mais intensamente
modificados pela ação humana, apresentam proporção maior de unidades
de proteção integral que de unidades de uso sustentável.
d) o estabelecimento de unidades de conservação deve ser incentivado para
a preservação dos recursos hídricos e a manutenção da biodiversidade.
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e) a sustentabilidade do Pantanal é inatingível, razão pela qual não foram


criadas unidades de uso sustentável nesse bioma.

57. (ENEM – 2008 Amarela Q09) As florestas tropicais estão entre os


maiores, mais diversos e complexos biomas do planeta. Novos estudos
sugerem que elas sejam potentes reguladores do clima, ao provocarem um
fluxo de umidade para o interior dos continentes, fazendo com que essas
áreas de floresta não sofram variações extremas de temperatura e tenham
umidade suficiente para promover a vida. Um fluxo puramente físico de
umidade do oceano para o continente, em locais onde não há florestas,
alcança poucas centenas de quilômetros. Verifica-se, porém, que as chuvas
sobre florestas nativas não dependem da proximidade do oceano. Esta
evidência aponta para a existência de uma poderosa “bomba biótica de
umidade” em lugares como, por exemplo, a bacia amazônica. Devido à
grande e densa área de folhas, as quais são evaporadores otimizados, essa
“bomba” consegue devolver rapidamente a água para o ar, mantendo ciclos
de evaporação e condensação que fazem a umidade chegar a milhares de
quilômetros no interior do continente.
A. D. Nobre. Almanaque Brasil Socioambiental.
Instituto Socioambiental, 2008, p. 368-9 (com adaptações).
As florestas crescem onde chove, ou chove onde crescem as florestas? De
acordo com o texto,

a) onde chove, há floresta.


b) onde a floresta cresce, chove.
c) onde há oceano, há floresta.
d) apesar da chuva, a floresta cresce.
e) no interior do continente, só chove onde há floresta.

58. (ENEM – 2008 Amarela Q20) Usada para dar estabilidade aos navios,
a água de lastro acarreta grave problema ambiental: ela introduz
indevidamente, no país, espécies indesejáveis do ponto de vista ecológico
e sanitário, a exemplo do mexilhão dourado, molusco originário da China.
Trazido para o Brasil pelos navios mercantes, o mexilhão dourado foi
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encontrado na bacia Paraná-Paraguai em 1991. A disseminação desse


molusco e a ausência de predadores para conter o crescimento da
população de moluscos causaram vários problemas, como o que ocorreu na
hidrelétrica de Itaipu, onde o mexilhão alterou a rotina de manutenção das
turbinas, acarretando prejuízo de US$ 1 milhão por dia, devido à paralisação
do sistema. Uma das estratégias utilizadas para diminuir o problema é
acrescentar gás cloro à água, o que reduz em cerca de 50% a taxa de
reprodução da espécie.
GTÁGUAS, MPF, 4.ª CCR, ano 1, n.º 2, maio/2007 (com adaptações).

De acordo com as informações acima, o despejo da água de lastro


a) é ambientalmente benéfico por contribuir para a seleção natural das
espécies e, consequentemente, para a evolução delas.

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b) trouxe da China um molusco, que passou a compor a flora aquática


nativa do lago da hidrelétrica de Itaipu.
c) causou, na usina de Itaipu, por meio do microrganismo invasor, uma
redução do suprimento de água para as turbinas.
d) introduziu uma espécie exógena na bacia Paraná-Paraguai, que se
disseminou até ser controlada por seus predadores naturais.
e) motivou a utilização de um agente químico na água como uma das
estratégias para diminuir a reprodução do mexilhão dourado.

59. (ENEM – 2009 Azul Q01) A atmosfera terrestre é composta pelos


gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2), que somam cerca de 99%, e por
gases traços, entre eles o gás carbônico (CO2), vapor de água (H2O),
metano (CH4), ozônio (O3) e o óxido nitroso (N2O), que compõem o restante
1% do ar que respiramos. Os gases traços, por serem constituídos por pelo
menos três átomos, conseguem absorver o calor irradiado pela Terra,
aquecendo o planeta. Esse fenômeno, que acontece há bilhões de anos, é
chamado de efeito estufa. A partir da Revolução Industrial (século XIX), a
concentração de gases traços na atmosfera, em particular o CO 2, tem
aumentado significativamente, o que resultou no aumento da temperatura
em escala global. Mais recentemente, outro fator tornou-se diretamente
envolvido no aumento da concentração de CO2 na atmosfera: o
desmatamento.
BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos sobre clima,
carbono, florestas e comunidades. A.G. Moreira & S.
Schwartzman. As mudanças climáticas globais e os
ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia, 2000 (adaptado).

Considerando o texto, uma alternativa viável para combater o efeito estufa


é
a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a substituição da produção
primária pela industrialização refrigerada.
b) promover a queima da biomassa vegetal, responsável pelo aumento do
efeito estufa devido à produção de CH4.
c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o potencial da vegetação
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em absorver o CO2 da atmosfera.


d) aumentar a concentração atmosférica de H2O, molécula capaz de
absorver grande quantidade de calor.
e) remover moléculas orgânicas polares da atmosfera, diminuindo a
capacidade delas de reter calor.

60. (ENEM – 2009 Azul Q08) A economia moderna depende da


disponibilidade de muita energia em diferentes formas, para funcionar e
crescer. No Brasil, o consumo total de energia pelas indústrias cresceu mais
de quatro vezes no período entre 1970 e 2005. Enquanto os investimentos
em energias limpas e renováveis, como solar e eólica, ainda são incipientes,
ao se avaliar a possibilidade de instalação de usinas geradoras de energia
elétrica, diversos fatores devem ser levados em consideração, tais como os
impactos causados ao ambiente e às populações locais.
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RICARDO, B.; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo: Instituto


Socioambiental, 2007 (adaptado).
Em uma situação hipotética, optou-se por construir uma usina hidrelétrica
em região que abrange diversas quedas d’água em rios cercados por mata,
alegando-se que causaria impacto ambiental muito menor que uma usina
termelétrica. Entre os possíveis impactos da instalação de uma usina
hidrelétrica nessa região, inclui-se
a) a poluição da água por metais da usina.
b) a destruição do habitat de animais terrestres.
c) o aumento expressivo na liberação de CO2 para a atmosfera.
d) o consumo não renovável de toda água que passa pelas turbinas.
e) o aprofundamento no leito do rio, com a menor deposição de resíduos
no trecho de rio anterior à represa.

61. (ENEM – 2009 Azul Q09) As mudanças climáticas e da vegetação


ocorridas nos trópicos da América do Sul têm sido bem documentadas por
diversos autores, existindo um grande acúmulo de evidências geológicas ou
paleoclimatológicas que evidenciam essas mudanças ocorridas durante o
Quaternário nessa região. Essas mudanças resultaram em restrição da
distribuição das florestas pluviais, com expansões concomitantes de
habitats não-florestais durante períodos áridos (glaciais), seguido da
expansão das florestas pluviais e restrição das áreas não-florestais durante
períodos úmidos (interglaciais).
Disponível em: http://zoo.bio.ufpr.br. Acesso em: 1 maio 2009.

Durante os períodos glaciais,


a) as áreas não-florestais ficam restritas a refúgios ecológicos devido à
baixa adaptabilidade de espécies não-florestais a ambientes áridos.
b) grande parte da diversidade de espécies vegetais é reduzida, uma vez
que necessitam de condições semelhantes a dos períodos interglaciais.
c) a vegetação comum ao cerrado deve ter se limitado a uma pequena
região do centro do Brasil, da qual se expandiu até atingir a atual
distribuição.
d) plantas com adaptações ao clima árido, como o desenvolvimento de
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estruturas que reduzem a perda de água, devem apresentar maior área de


distribuição.
e) florestas tropicais como a amazônica apresentam distribuição geográfica
mais ampla, uma vez que são densas e diminuem a ação da radiação solar
sobre o solo e reduzem os efeitos da aridez.

62. (ENEM – 2009 Azul Q13) A abertura e a pavimentação de rodovias


em zonas rurais e regiões afastadas dos centros urbanos, por um lado,
possibilita melhor acesso e maior integração entre as comunidades,
contribuindo com o desenvolvimento social e urbano de populações
isoladas. Por outro lado, a construção de rodovias pode trazer impactos
indesejáveis ao meio ambiente, visto que a abertura de estradas pode
resultar na fragmentação de habitats, comprometendo o fluxo gênico e as

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interações entre espécies silvestres, além de prejudicar o fluxo natural de


rios e riachos, possibilitar o ingresso de espécies exóticas em ambientes
naturais e aumentar a pressão antrópica sobre os ecossistemas nativos.
BARBOSA, N. P. U.; FERNANDES, G. W. A destruição do jardim. Scientific American Brasil. Ano 7,
número 80, dez. 2008 (adaptado).

Nesse contexto, para conciliar os interesses aparentemente contraditórios


entre o progresso social e urbano e a conservação do meio ambiente, seria
razoável
a) impedir a abertura e a pavimentação de rodovias em áreas rurais e em
regiões preservadas, pois a qualidade de vida e as tecnologias encontradas
nos centros urbanos são prescindíveis às populações rurais.
b) impedir a abertura e a pavimentação de rodovias em áreas rurais e em
regiões preservadas, promovendo a migração das populações rurais para
os centros urbanos, onde a qualidade de vida é melhor.
c) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias apenas em áreas rurais
produtivas, haja vista que nas demais áreas o retorno financeiro necessário
para produzir uma melhoria na qualidade de vida da região não é garantido.
d) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias, desde que
comprovada a sua real necessidade e após a realização de estudos que
demonstrem ser possível contornar ou compensar seus impactos
ambientais.
e) permitir a abertura e a pavimentação de rodovias, haja vista que os
impactos ao meio ambiente são temporários e podem ser facilmente
revertidos com as tecnologias existentes para recuperação de áreas
degradadas.

63. (ENEM – 2009 Azul Q28) Uma pesquisadora deseja reflorestar uma
área de mata ciliar quase que totalmente desmatada. Essa formação
vegetal é um tipo de floresta muito comum nas margens de rios dos
cerrados no Brasil central e, em seu clímax, possui vegetação arbórea
perene e apresenta dossel fechado, com pouca incidência luminosa no solo
e nas plântulas. Sabe-se que a incidência de luz, a disponibilidade de
nutrientes e a umidade do solo são os principais fatores do meio ambiente
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físico que influenciam no desenvolvimento da planta. Para testar


unicamente os efeitos da variação de luz, a pesquisadora analisou, em casas
de vegetação com condições controladas, o desenvolvimento de plantas de
10 espécies nativas da região desmatada sob quatro condições de
luminosidade: uma sob sol pleno e as demais em diferentes níveis de
sombreamento. Para cada tratamento experimental, a pesquisadora relatou
se o desenvolvimento da planta foi bom, razoável ou ruim, de acordo com
critérios específicos. Os resultados obtidos foram os seguintes:

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Para o reflorestamento da região desmatada,


a) a espécie 8 é mais indicada que a 1, uma vez que aquela possui melhor
adaptação a regiões com maior incidência de luz.
b) recomenda-se a utilização de espécies pioneiras, isto é, aquelas que
suportam alta incidência de luz, como as espécies 2, 3 e 5.
c) sugere-se o uso de espécies exóticas, pois somente essas podem
suportar a alta incidência luminosa característica de regiões desmatadas.
d) espécies de comunidade clímax, como as 4 e 7, são as mais indicadas,
uma vez que possuem boa capacidade de aclimatação a diferentes
ambientes.
e) é recomendado o uso de espécies com melhor desenvolvimento à
sombra, como as plantas das espécies 4, 6, 7, 9 e 10, pois essa floresta,
mesmo no estágio de degradação referido, possui dossel fechado, o que
impede a entrada de luz.

64. (ENEM – 2009 Azul Q42) O cultivo de camarões de água salgada vem
se desenvolvendo muito nos últimos anos na região Nordeste do Brasil e,
em algumas localidades, passou a ser a principal atividade econômica. Uma
das grandes preocupações dos impactos negativos dessa atividade está
relacionada à descarga, sem nenhum tipo de tratamento, dos efluentes dos
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viveiros diretamente no ambiente marinho, em estuários ou em


manguezais. Esses efluentes possuem matéria orgânica particulada e
dissolvida, amônia, nitrito, nitrato, fosfatos, partículas de sólidos em
suspensão e outras substâncias que podem ser consideradas contaminantes
potenciais.
CASTRO, C. B.; ARAGÃO, J. S.; COSTA-LOTUFO, L. V. Monitoramento da toxicidade de efluentes de
uma fazenda de cultivo de camarão marinho. Anais do IX Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia,
2006 (adaptado).

Suponha que tenha sido construída uma fazenda de carcinicultura próximo


a um manguezal. Entre as perturbações ambientais causadas pela fazenda,
espera-se que
a) a atividade microbiana se torne responsável pela reciclagem do fósforo
orgânico excedente no ambiente marinho.

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b) a relativa instabilidade das condições marinhas torne as alterações de


fatores físico-químicos pouco críticas à vida no mar.
c) a amônia excedente seja convertida em nitrito, por meio do processo de
nitrificação, e em nitrato, formado como produto intermediário desse
processo.
d) os efluentes promovam o crescimento excessivo de plantas aquáticas
devido à alta diversidade de espécies vegetais permanentes no manguezal.
e) o impedimento da penetração da luz pelas partículas em suspensão
venha a comprometer a produtividade primária do ambiente marinho, que
resulta da atividade metabólica do fitoplâncton.

65. (ENEM – 2010 Azul Q57) O despejo de dejetos de esgotos domésticos


e industriais vem causando sérios problemas aos rios brasileiros. Esses
poluentes são ricos em substâncias que contribuem para a eutrofização de
ecossistemas, que é um enriquecimento da água por nutrientes, o que
provoca um grande crescimento bacteriano e, por fim, pode promover
escassez de oxigênio.
Uma maneira de evitar a diminuição da concentração de oxigênio no
ambiente é:
a) Aquecer as águas dos rios para aumentar a velocidade de decomposição
dos dejetos.
b) Retirar do esgoto os materiais ricos em nutrientes para diminuir a sua
concentração nos rios.
c) Adicionar bactérias anaeróbicas às águas dos rios para que elas
sobrevivam mesmo sem o oxigênio.
d) Substituir produtos não degradáveis por biodegradáveis para que as
bactérias possam utilizar os nutrientes.
e) Aumentar a solubilidade dos dejetos no esgoto para que os nutrientes
fiquem mais acessíveis às bactérias.

66. (ENEM – 2010 Azul Q61) No ano de 2000, um vazamento em dutos


de óleo na baía de Guanabara (RJ) causou um dos maiores acidentes
ambientais do Brasil. Além de afetar a fauna e a flora, o acidente abalou o
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equilíbrio da cadeia alimentar de toda a baía. O petróleo forma uma película


na superfície da água, o que prejudica as trocas gasosas da atmosfera com
a água e desfavorece a realização de fotossíntese pelas algas, que estão na
base da cadeia alimentar hídrica. Além disso, o derramamento de óleo
contribuiu para o envenenamento das árvores e, consequentemente, para
a intoxicação da fauna e flora aquáticas, bem como conduziu à morte
diversas espécies de animais, entre outras formas de vida, afetando
também a atividade pesqueira.
LAUBIER, L. Diversidade da Maré Negra. In: Scientífic American Brasil. 4(39), ago. 2005
(adaptado).

A situação exposta no texto e suas implicações


a) indicam a independência da espécie humana com relação ao ambiente
marinho.

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b) alertam para a necessidade do controle da poluição ambiental para


redução do efeito estufa.
c) ilustram a interdependência das diversas formas de vida (animal, vegetal
e outras) e o seu habitat.
d) indicam a alta resistência do meio ambiente à ação do homem, além de
evidenciar a sua sustentabilidade mesmo em condições extremas de
poluição.
e) evidenciam a grande capacidade animal de se adaptar às mudanças
ambientais, em contraste com a baixa capacidade das espécies vegetais,
que estão na base da cadeia alimentar hídrica.

67. (ENEM – 2010, Azul, Q75) Dois pesquisadores percorreram os


trajetos marcados no mapa. A tarefa deles foi analisar os ecossistemas e,
encontrando problemas, relatar e propor medidas de recuperação. A seguir,
são reproduzidos trechos aleatórios extraídos dos relatórios desses dois
pesquisadores.

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Ecossistemas brasileiros: mapa da distribuição dos ecossistemas. Disponível em:


http://educacao.uol.com.br/ciencias/ult1686u52.jhtm.Acesso em: 20 abr. 2010 (adaptado).

Trechos aleatórios extraídos do relatório do pesquisador P1:


I. “Por causa da diminuição drástica das espécies vegetais deste
ecossistema, como os pinheiros, a gralha azul também está em processo
de extinção”.
II. “As árvores de troncos tortuosos e cascas grossas que predominam
nesse ecossistema estão sendo utilizadas em carvoarias”.

Trechos aleatórios extraídos do relatório do pesquisador P2:


III. “Das palmeiras que predominam nesta região podem ser extraídas
substâncias importantes para a economia regional”.
IV. “Apesar da aridez desta região, em que encontramos muitas plantas
espinhosas, não se pode desprezar a sua biodiversidade.”
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Os trechos I, II, III e IV referem-se, pela ordem, aos seguintes


ecossistemas:
a) Caatinga, Cerrado, Zona dos cocais e Floresta Amazônica.
b) Mata de Araucárias, Cerrado, Zona dos cocais e Caatinga.
c) Manguezais, Zona dos cocais, Cerrado e Mata Atlântica.
d) Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica e Pampas.
e) Mata Atlântica, Cerrado, Zona dos cocais e Pantanal.

68. (ENEM – 2010 Azul Q90) O lixão que recebia 130 toneladas de lixo e
contaminava a região com o seu chorume (líquido derivado da
decomposição de compostos orgânicos) foi recuperado, transformando-se
em um aterro sanitário controlado, mudando a qualidade de vida e a
paisagem e proporcionando condições dignas de trabalho para os que dele
subsistiam.
Revista Promoção da Saúde da Secretaria de Políticas de Saúde. Ano 1 ,n °4 , dez. 2000 (adaptado).

Quais procedimentos técnicos tornam o aterro sanitário mais vantajoso que


o lixão, em relação às problemáticas abordadas no texto?
a) O lixo é recolhido e incinerado pela combustão a altas temperaturas.
b) O lixo hospitalar é separado para ser enterrado e sobre ele, colocada cal
virgem.
c) O lixo orgânico e inorgânico é encoberto, e o chorume canalizado para
ser tratado e neutralizado.
d) O lixo orgânico é completamente separado do lixo inorgânico, evitando
a formação de chorume.
e) O lixo industrial é separado e acondicionado de forma adequada,
formando uma bolsa de resíduos.

69. (ENEM – 2010 2ª Aplicação Azul Q46) A interferência do homem no


meio ambiente tem feito com que espécies de seres vivos desapareçam
muito mais rapidamente do que em épocas anteriores. Vários mecanismos
de proteção ao planeta têm sido discutidos por cientistas, organizações e
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governantes. Entre esses mecanismos, destaca-se o acordado na


Convenção sobre a Diversidade Biológica durante a Rio 92, que afirma que
a nação tem direito sobre a variedade de vida contida em seu território e o
dever de conservá-la utilizando-se dela de forma sustentável.

A dificuldade encontrada pelo Brasil em seguir o acordo da Convenção sobre


a Diversidade Biológica decorre, entre outros fatores, do fato de a
a) extinção de várias espécies ter ocorrido em larga escala.
b) alta biodiversidade no país impedir a sua conservação.
c) utilização de espécies nativas de forma sustentável ser utópica.
d) grande extensão de nosso território dificultar a sua fiscalização.
e) classificação taxonômica de novas espécies ocorrer de forma lenta.

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70. (ENEM – 2010 2ª Aplicação Azul Q55) Um agricultor, buscando o


aumento da produtividade de sua lavoura, utilizou o adubo NPK (nitrogênio,
fósforo e potássio) com alto teor de sais minerais. A irrigação dessa lavoura
é feita por canais que são desviados de um rio próximo dela. Após algum
tempo, notou-se uma grande mortandade de peixes no rio que abastece os
canais, devido à contaminação das águas pelo excesso de adubo usado pelo
agricultor.
Que processo biológico pode ter sido provocado na água do rio pelo uso do
adubo NPK?
a) Lixiviação, processo em que ocorre a lavagem do solo, que acaba
disponibilizando os nutrientes para a água do rio.
b) Acidificação, processo em que os sais, ao se dissolverem na água do rio,
formam ácidos.
c) Eutrofização, ocasionada pelo aumento de fósforo e nitrogênio
dissolvidos na água, que resulta na proliferação do fitoplâncton.
d) Aquecimento, decorrente do aumento de sais dissolvidos na água do rio,
que eleva sua temperatura.
e) Denitrificação, processo em que o excesso de nitrogênio que chega ao
rio é disponibilizado para a atmosfera, prejudicando o desenvolvimento dos
peixes.

71. (ENEM – 2010 2ª Aplicação Azul Q63) A figura representa uma


cadeia alimentar em uma lagoa. As setas indicam o sentido do fluxo de
energia entre os componentes dos níveis tróficos.

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Sabendo-se que o mercúrio se acumula nos tecidos vivos, que componente


dessa cadeia alimentar apresentará maior teor de mercúrio no organismo
se nessa lagoa ocorrer um derramamento desse metal?
a) As aves, pois são os predadores do topo dessa cadeia e acumulam
mercúrio incorporado pelos componentes dos demais elos.
b) Os caramujos, pois se alimentam das raízes das plantas, que acumulam
maior quantidade de metal.
c) Os grandes peixes, pois acumulam o mercúrio presente nas plantas e nos
peixes pequenos.
d) Os pequenos peixes, pois acumulam maior quantidade de mercúrio, já
que se alimentam das plantas contaminadas.

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e) As plantas aquáticas, pois absorvem grande quantidade de mercúrio da


água através de suas raízes e folhas.

72. (ENEM – 2011 Azul Q51) Para evitar o desmatamento da Mata


Atlântica nos arredores da cidade de Amargosa, no Recôncavo da Bahia, O
Ibama tem atuado no sentido de fiscalizar, entre outras, as pequenas
propriedades rurais que dependem da lenha proveniente das matas para a
produção da farinha de mandioca, produto típico da região. Com isso,
pequenos produtores procuram alternativas como o gás de cozinha, o que
encarece a farinha.
Uma alternativa viável, em curto prazo, para os produtores de farinha em
Amargosa, que não cause danos à Mata Atlântica nem encareça o produto
éa
a) construção, nas pequenas propriedades, de grandes fornos elétricos para
torrar a mandioca.
b) plantação, em suas propriedades, de árvores para serem utilizadas na
produção de lenha.
c) permissão, por parte do Ibama, da exploração da Mata Atlântica apenas
pelos pequenos produtores.
d) construção de biodigestores, para a produção de gás combustível a partir
de resíduos orgânicos da região.
e) coleta de carvão de regiões mais distantes, onde existe menor
intensidade de fiscalização do Ibama.

73. (ENEM – 2011 Azul Q76) Diferente do que o senso comum acredita,
as lagartas de borboletas não possuem voracidade generalizada. Um estudo
mostrou que as borboletas de asas transparentes da família Ithomiinae,
comuns na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica, consomem, sobretudo,
plantas da família Solanaceae, a mesma do tomate. Contudo, os ancestrais
dessas borboletas consumiam espécies vegetais da família Apocinaceae,
mas a quantidade dessas plantas parece não ter sido suficiente para
garantir o suprimento alimentar dessas borboletas. Dessa forma, as
solanáceas tornaram-se uma opção de alimento, pois são abundantes na
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Mata Atlântica e na Floresta Amazônica.


Cores ao vento. Genes e fósseis revelam origem e diversidade de borboletas sul-americanas.
Revista Pesquisa FAPESP. N° 170, 2010 (adaptado).
Nesse texto, a ideia do senso comum é confrontada com os conhecimentos
científicos, ao se entender que as larvas das borboletas Ithomiinae
encontradas atualmente na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica,
apresentam
a) facilidade em digerir todas as plantas desses locais.
b) interação com as plantas hospedeiras da família Apocinaceae.
c) adaptação para se alimentar de todas as plantas desses locais.
d) voracidade indiscriminada por todas as plantas existentes nesses locais.
e) especificidade pelas plantas da família Solanaceae existentes nesses
locais.

74. (ENEM – 2011 Azul Q90)

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De acordo com o relatório “A grande sombra da pecuária” (Livestock’s Long


Shadow), feito pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a
Alimentação, o gado é responsável por cerca de 18% do aquecimento
global, uma contribuição maior que a do setor de transportes.
Disponível em: www.conpet.gov.br. Acesso em: 22 jun. 2010.

A criação de gado em larga escala contribui para o aquecimento global por


meio da emissão de
a) metano durante o processo de digestão.
b) óxido nitroso durante o processo de ruminação.
c) clorofluorcarbono durante o transporte de carne.
d) óxido nitroso durante o processo respiratório.
e) dióxido de enxofre durante o consumo de pastagens.

75. (ENEM – 2012 Branca Q47) Pesticidas são contaminantes ambientais


altamente tóxicos aos seres vivos e, geralmente, com grande persistência
ambiental. A busca por novas formas de eliminação dos pesticidas tem
aumentado nos últimos anos, uma vez que as técnicas atuais são
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economicamente dispendiosas e paliativas. A biorremediação de pesticidas


utilizando microrganismos tem se mostrado uma técnica muito promissora
para essa finalidade, por apresentar vantagens econômicas e ambientais.
Para ser utilizado nesta técnica promissora, um microrganismo deve ser
capaz de
a) transferir o contaminante do solo para a água.
b) absorver o contaminante sem alterá-lo quimicamente.
c) apresentar alta taxa de mutação ao longo das gerações.
d) estimular o sistema imunológico do homem contra o contaminante.
e) metabolizar o contaminante, liberando subprodutos menos tóxicos ou
atóxicos.

76. (ENEM – 2012 Branca Q50) Para diminuir o acúmulo de lixo e o


desperdício de materiais de valor econômico e, assim, reduzir a exploração

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de recursos naturais, adotou-se, em escala internacional, a política dos três


erres: Redução, Reutilização e Reciclagem. Um exemplo de reciclagem é a
utilização de
a) garrafas de vidro retornáveis para cerveja ou refrigerante.
b) latas de alumínio como material para fabricação de lingotes.
c) sacos plásticos de supermercado como acondicionantes de lixo caseiro.
d) embalagens plásticas vazias e limpas para acondicionar outros alimentos.
e) garrafas PET recortadas em tiras para fabricação de cerdas de vassouras.

77. (ENEM – 2013 Branca Q90) Apesar de belos e impressionantes,


corais exóticos encontrados na Ilha Grande podem ser uma ameaça ao
equilíbrio dos ecossistemas do litoral do Rio de Janeiro. Originários do
Oceano Pacífico, esses organismos foram trazidos por plataformas de
petróleo e outras embarcações, provavelmente na década de 1980, e
disputam com as espécies nativas elementos primordiais para a
sobrevivência, como espaço e alimento. Organismos invasores são a
segunda maior causa de perda de biodiversidade, superados somente pela
destruição direta de hábitats pela ação do homem. As populações de
espécies invasoras crescem indefinidamente e ocupam o espaço de
organismos nativos.
LEVY, I. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 5 dez. 2011 (adaptado).

As populações de espécies invasoras crescem bastante por terem a


vantagem de
a) não apresentarem genes deletérios no seu pool gênico.
b) não possuírem parasitas e predadores naturais presentes no ambiente
exótico.
c) apresentarem características genéticas para se adaptarem a qualquer
clima ou condição ambiental.
d) apresentarem capacidade de consumir toda a variedade de alimentos
disponibilizados no ambiente exótico.
e) apresentarem características fisiológicas que lhes conferem maior
tamanho corporal que o das espécies nativas.
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78. (ENEM – 2015 2ª Aplicação Azul Q75) Os parasitoides são insetos


diminutos, que têm hábitos bastante peculiares: suas larvas se
desenvolvem dentro do corpo de outros animais. Em geral, cada parasitoide
ataca hospedeiros de determinada espécie e, por isso, esses organismos
vêm sendo amplamente usados para o controle biológico de pragas
agrícolas.
Santos, M. M. E. et al. Parasitoides: insetos benéficos e cruéis. Ciência Hoje, n. 291, abr. 2012
(adaptado).
O uso desses insetos na agricultura traz benefícios ambientais, pois diminui
o(a)
a) tempo de produção agrícola.
b) diversidade de insetos-praga.
c) aplicação de inseticidas tóxicos.
d) emprego de fertilizantes agrícolas.

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e) necessidade de combate a ervas daninhas.

79. (ENEM – 2016 Azul Q48) A coleta das fezes dos animais domésticos
em sacolas plásticas e o seu descarte em lixeiras convencionais podem criar
condições de degradação que geram produtos prejudiciais ao meio
ambiente. (Figura 1).

A figura 2 ilustra o Projeto Park Spark, desenvolvido em Cambridge, MA


(EUA), em que as fezes dos animais domésticos são recolhidas em sacolas
biodegradáveis e jogadas em um biodigestor instalado em parques
públicos; e os produtos são utilizados em equipamentos no próprio parque.

Uma inovação desse projeto é possibilitar o(a)


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a) Queima de gás metano.


b) Armazenamento de gás carbônico.
c) Decomposição aeróbica das fezes.
d) Uso mais eficiente de combustíveis fosseis.
e) Fixação de carbono em moléculas orgânicas.

80. (ENEM – 2016 Azul Q71) A vegetação apresenta adaptações ao


ambiente, como plantas arbóreas e arbustivas com raízes que se expandem
horizontalmente, permitindo forte ancoragem no substrato lamacento;
raízes que se expandem verticalmente, por causa da baixa oxigenação do
substrato; folhas que têm glândulas para eliminar o excesso de sais; folhas
que podem apresentar cutícula espessa para reduzir a perda de agua por
evaporação.
As características descritas referem-se a plantas adaptadas ao bioma:

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a) Cerrado.
b) Pampas.
c) Pantanal.
d) Manguezal.
e) Mata de Cocais.

81. (ENEM – 2016 Azul Q73) Os ecossistemas degradados por intensa


atividade agrícola apresentam, geralmente, diminuição de sua diversidade
e perda de sua estabilidade. Nesse contexto, o uso integrado de árvores
aos sistemas agrícolas (sistemas agroflorestais) pode cumprir um papel
inovador ao buscar a aceleração do processo sucessional e, ao mesmo
tempo, uma produção escalonada e diversificada.
Disponível em: saf.cnpgc.embrapa.br. Acesso em: 21 jan. 2012 (adaptado).
Essa é uma estratégia de conciliação entre recuperação ambiental e
produção agrícola, pois
a) Substitui gradativamente as espécies cultiváveis por espécies arbóreas.
b) Intensifica a fertilização do solo com o uso de técnicas apropriadas e
biocidas.
c) Promove maior diversidade de vida no solo com o aumento da matéria
orgânica.
d) Favorece a dispersão das sementes cultivadas pela fauna residente nas
áreas florestais.
e) Cria condições para o estabelecimento de espécies pioneiras com a
diminuição da insolação sobre o solo.

82. (ENEM – 2016 Azul Q80) O Painel Intergovernamental de Mudanças


Climáticas (na sigla em inglês, IPCC) prevê que nas próximas décadas o
planeta passará por mudanças climáticas e propõe estratégias de mitigação
e adaptação a elas. As estratégias de mitigação são direcionadas à causa
dessas mudanças, procurando reduzir a concentração de gases de efeito
estufa na atmosfera. As estratégias de adaptação, por sua vez, são
direcionadas aos efeitos dessas mudanças, procurando preparar os
sistemas humanos às mudanças climáticas já em andamento, de modo a
reduzir seus efeitos negativos.
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IPCC, 2014. Climate Change 2014: synthesis report. Disponível em: http://ar5-syr.ipcc.ch. Acesso em: 22 out. 2015
(adaptado)

Considerando as informações do texto, qual ação representa uma estratégia


de adaptação?
a) Construção de usinas eólicas.
b) Tratamento de resíduos sólidos.
c) Aumento da eficiência dos veículos.
d) Adoção de agricultura sustentável de baixo carbono.
e) Criação de diques de contenção em regiões costeiras.

83. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q55) Chamamos de lixo a


grande diversidade de resíduos sólidos de diferentes procedências, como os
gerados em residências. O aumento na produção de resíduos sólidos leva à
necessidade de se pensar em maneiras adequadas de tratamento. No Brasil,
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76% do lixo é disposto em lixões e somente 24% tem como destino um


tratamento adequado, considerando os aterros sanitários, as usinas de
compostagem ou a incineração.
FADINI, P. S.; FADINI, A. A. A. Lixo: desafios e compromissos.
Química Nova na Escola, maio 2001 (adaptado).
Comparando os tratamentos descritos, as usinas de compostagem
apresentam como vantagem serem o destino
a) que gera um produto passível de utilização na agricultura.
b) onde ocorre a eliminação da matéria orgânica presente no lixo.
c) mais barato, pois não implica custos de tratamento nem controle.
d) que possibilita o acesso de catadores, pela disposição do lixo a céu
aberto.
e) em que se podem utilizar áreas contaminadas com resíduos de atividades
de mineração.

84. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q74) Em uma aula de biologia


sobre formação vegetal brasileira, a professora destacou que, em uma
região, a flora convive com condições ambientais curiosas. As
características dessas plantas não estão relacionadas com a falta de água,
mas com as condições do solo, que é pobre em sais minerais, ácido e rico
em alumínio. Além disso, essas plantas possuem adaptações ao fogo.
As características adaptativas das plantas que correspondem à região
destacada pela professora são:
a) Raízes escoras e respiratórias.
b) Raízes tabulares e folhas largas.
c) Casca grossa e galhos retorcidos.
d) Raízes aéreas e perpendiculares ao solo.
e) Folhas reduzidas ou modificadas em espinhos.

85. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q83) Suponha que um pesticida


lipossolúvel que se acumula no organismo após ser ingerido tenha sido
utilizado durante anos na região do Pantanal, ambiente que tem uma de
suas cadeias alimentares representadas no esquema:
PLÂNCTON  PULGA-D’ÁGUA  LAMBARI  PIRANHA  TUIUIÚ
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Um pesquisador avaliou a concentração do pesticida nos tecidos de lambaris


da região e obteve um resultado de 6,1 partes por milhão (ppm).
Qual será o resultado compatível com a concentração do pesticida (em ppm)
nos tecidos dos outros componentes da cadeia alimentar?

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COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

1. Essa questão exige apenas que o candidato interprete os dados


fornecidos nas tabelas e os cruze. Ela informa que a qualidade do ar era
“péssima”. Isso equivale, segundo a primeira tabela, a níveis de CO de 30
a 40 ppm. De acordo com a segunda tabela, esses níveis seriam suficientes
para causar diminuição da capacidade visual em seres humanos, mas não
seriam suficientes para causar outros sintomas. Alternativa B.

2. A chuva ácida pode ser formada pela reação entre o SO2 e a água
presente na atmosfera, gerando ácido sulfúrico. Esse ácido, pode provocar
a diminuição do pH de lagos, causando a morte de algumas espécies e
também do solo, prejudicando o crescimento de certos vegetais. No
entanto, como o pH da água destilada é 7, um pH maior do que esse
caracteriza meio básico e não ácido. Logo, a afirmativa III está incorreta.
Alternativa C. 04178253905

3. De acordo com a política dos 5 R´s, as afirmativas I e III estão de acordo


com o incentivo à reciclagem. Já a afirmativa II incentiva o aumento do
consumo, por reduzir as tarifas de importação, indo contra o princípio de
“reduzir”. Assim, isso não constitui uma proposta que esteja de acordo com
um meio ambiente global mais saudável, pois transfere os estragos
relativos ao desmatamento para outros países. Alternativa E.

4. A solubilidade do gás oxigênio na água, é inversamente proporcional à


sua temperatura, fazendo com que água mais quente tenha menos oxigênio
dissolvido. Além disso, variações de temperatura sempre causam alterações
metabólicas nos seres vivos, principalmente se eles não estiverem
adaptados a essas situações. De maneira geral, o aumento na temperatura
causa o aumento na atividade metabólica, fazendo com que bactérias e

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algas tenham maior crescimento. Assim, as afirmativas I e II estão corretas.


Alternativa D.

5. A ema, o avestruz e o emu são aves ratitas, incapazes de voar. Possuem


um ancestral comum bem próximo, e isso é constatado, por exemplo, pela
sua morfologia muito parecida. Sua distribuição geográfica atual, espalhada
pelo globo terrestre, é explicada através da deriva continental. Seus
ancestrais tinham livre circulação entre América do Sul, África e Austrália
porque essas regiões eram ligadas num grande continente chamado
Pangeia. Alternativa D.

6. Analisando o gráfico, percebemos que quando menos alterado for o


ambiente, maior é a sua capacidade de retenção de água da chuva e,
consequentemente, menor será a quantidade de água chegando aos rios.
Alternativa A.

7. Os grandes problemas da instalação de uma barragem para a construção


de uma usina hidrelétrica, são os alagamentos em decorrência do
represamento da água e, por consequência, as alterações nos ecossistemas
devido a essa interferência em um dos seus fatores abióticos mais
importantes: a água. Essa atividade não contribui para a liberação de gases
poluentes na atmosfera. Alternativa D.

8. O aterro sanitário diminui o contato humano direto com o lixo, enquanto


o depósito a céu aberto tem a vantagem de envolver menores custos de
implantação e funcionamento. Já a grande vantagem da incineração é
diminuir o volume dos resíduos. Alternativa B.

9. Com o maior despejo de esgoto em t3, ocorre maior disponibilidade de


nutrientes no ambiente, que fica eutrofizado. Com isso, há rápida
proliferação de algas e bactérias, aumentando a produtividade primária do
ambiente. No entanto, isso leva ao aumento no consumo de gás oxigênio,
por parte da grande quantidade de organismos, fato que leva os peixes à
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sua diminuição em t6. Alternativa D.

10. A contaminação de lençóis freáticos pode ocorrer com o uso de


fertilizantes e com falhas na construção de aterros sanitários, permitindo a
infiltração do chorume no solo. A diminuição da umidade do solo está
associada ao desmatamento, pois as plantas têm a capacidade de reter a
água pela ação das raízes. As enchentes e inundações são decorrentes da
impermeabilização do solo urbano com cimento e outros materiais,
impedindo a correta infiltração da água. Alternativa C.

11. O represamento de rios e córregos próximo às cidades de maior porte


não afetaria a qualidade da água; o controle da quantidade de pessoas
vivendo em áreas sensíveis como mananciais, é fundamental para garantir
que os rios não sejam poluídos em suas nascentes; é importante não só
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proibir como fiscalizar o despejo de esgoto não tratado em rios e represas;


transferir água entre bacias hidrográficas significa transferir o problema de
local e continuar poluindo quantidades cada vez maiores de água.
Alternativa C.

12. A chuva ácida pode levar à diminuição do pH de lagos e rios,


ocasionando a morte de peixes; a chuva ácida aumenta também a acidez
do solo que pode ser tratada com cal; para que a transpiração dos vegetais
neutralizasse o excesso de ácido, seria necessário que ela tivesse natureza
química básica, o que não ocorre. Alternativa C.

13. A qualidade de uma população biológica depende de um número


mínimo de indivíduos capazes de representar a diversidade genética da
espécie. Além disso, ao recuperar a diversidade biológica de um
ecossistema, não basta reintroduzir uma única espécie, pois a comunidade
depende das interações entre os diferentes seres vivos. Alternativa D.

14. As alterações sofridas em áreas ecologicamente degradadas levam à


modificação e diminuição nos hábitats disponíveis. Isso afeta diretamente
a diversidade de espécies que podem habitar esses locais. Alternativa B.

15. Segundo o argumento dos EUA, o acordo era pouco rigoroso com os
países em desenvolvimento. No entanto, segundo a tabela, esses países
não apresentam emissões de gás carbônico muito elevadas. Alternativa
D.

16. I – Como as artemias se alimentam de partículas orgânicas e


inorgânicas em suspensão, quanto maior a quantidade dessas partículas,
liberadas em dejetos de esgoto, maior será o crescimento desses animais,
servindo como indicadores de poluição ambiental. Correta
II - As artemias podem ser usadas como agentes de descontaminação
ambiental, pois se alimentam de partículas orgânicas e inorgânicas em
suspensão. Correta
III – A poluição química não tem influência na eclosão de ovos de artemia.
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Errada
IV – Como são ricos em proteína, esses camarões podem ser utilizados
como fonte de alimentos. Correta
Alternativa C.

17. A coleta mecanizada aumenta as perdas e os danos causados às


plantas. O aumento da produtividade pela irrigação e reposição de sais
minerais pode não ser suficiente para suprir a demanda de mercado. A
proibição da coleta não constitui alternativa economicamente sustentável.
A diversificação das atividades não atenderia à eventual pressão de
mercado pela fava-d´anta. Assim, a proposta viável seria domesticar a
espécie, introduzindo viveiros para abastecer a região de novas mudas.
Alternativa C.

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18. A única alternativa que não implica em aumentar o consumo de água é


a letra A, pois sugere a reutilização desse recurso. Alternativa A.

19. Os resultados apresentados nas Baías de Guanabara e Ilha Grande,


assim como na Lagoa da Conceição, estão de acordo com o esperado para
as suas características ambientais. Contudo, na Baía de Sepetiba, que não
recebe rejeitos industriais contaminados por mercúrio, o esperado era que
a concentração desse metal fosse menor. Alternativa E.

20. Poluentes não-biodegradáveis como o mercúrio acumulam-se nos


tecidos dos seres que os ingerem a aumentam suas concentrações ao longo
das cadeias alimentares num fenômeno conhecido como magnificação
trófica. Assim, deve-se evitar o consumo de corvinas contaminadas, pois a
concentração de mercúrio nelas se soma à já presente dos seres humanos.
Alternativa E.

21. A qualidade ambiental de uma área não depende apenas da quantidade


de seres vivos presentes. Em casos de poluição de rios, é importante que,
além de realizar os peixamentos, as empresas infratoras garantam a
remoção dos poluentes e a interrupção da liberação desses materiais.
Alternativa D.

22. Animais com ampla distribuição biogeográfica não podem ser muito
específicos com relação às condições ambientais onde eles ocorrem. Assim,
toleram bem diversas condições climáticas e diferentes tipos de vegetação.
Alternativa C.

23. Quando trabalhamos com ecologia e biodiversidade é sempre


importante que o enfoque seja holístico, ou seja, devemos enxergar o todo,
e para isso é preciso conhecer todos os problemas dos ecossistemas, bem
como levar em conta as implicações sociais e econômicas que medidas de
preservação da biodiversidade possam representar. Alternativa E.
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24. As características climáticas de uma região afetam diretamente a biota


que pode se instalar nesse local. Em áreas tropicais, a maior insolação,
umidade e menor variação climática são responsáveis por uma maior
biodiversidade do que regiões de clima temperado. Alternância de períodos
de chuvas com períodos de seca, altitudes elevadas e solos profundos não
são característicos de florestas tropicais. A intervenção humana e a criação
de áreas de preservação não são considerados causas naturais para a
biodiversidade desses ambientes. Alternativa D.

25. As usinas nucleares normalmente são instaladas perto do mar para que
possam utilizar a água na refrigeração do reator atômico. Esse processo
aquece a água que é relançada no mar, fato que pode provocar alterações
nos ecossistemas e a diminuição da biodiversidade nos locais mais próximos
à usina. Alternativa A.

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26. De acordo com a política dos 5 R´s, a alternativa correta seria a


reutilização das embalagens para outros fins, através da coleta seletiva.
Alternativa B.

27. Devemos procurar uma alternativa que seja sustentável e que não
represente um impacto econômico forte, o que ocorreria com a proibição
do uso de combustíveis produzidos a partir de recursos naturais. Além
disso, substituir diesel por gasolina não teria nenhum efeito positivo no
meio ambiente já que a gasolina também deriva de combustíveis fósseis.
Aumentar a importação de diesel para substituir os veículos a álcool não
resolveria o problema do trânsito intenso. Na verdade, é necessário grande
investimento na área de transporte público, diminuindo a quantidade de
carros na rua, melhorando o trânsito e reduzindo as emissões de gases
poluentes. Alternativa C.

28. A questão fala em reutilização de água não potável. Assim já


descartamos o uso para preparo de alimentos, o uso em laboratórios, o uso
para banho e higiene pessoal e o abastecimento de reservatórios e
mananciais, já que essa última atividade não representa reutilização da
água. Assim o único emprego seria para lavar ruas e áreas públicas.
Alternativa E.

29. O problema todo está na falta de controle no uso de substâncias tóxicas


capazes de contaminar os lençóis freáticos, como os agrotóxicos. Esse
controle deve ser realizado, especialmente em áreas onde o arenito aflora
à superfície e recarrega o aquífero com as águas da chuva. A
impermeabilização das áreas de afloramento do arenito impediria que a
água contaminada infiltrasse no solo mas também impediria a recarga do
aquífero. Alternativa E.

30. O gráfico mostra que o número de animais reintroduzidos, ou seja,


aqueles que nasceram em cativeiro, cresceu nos primeiros 5 anos mas
depois estabilizou, fato que inviabiliza a alternativa B. Do mesmo modo,
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não houve eliminação dos animais nascidos em cativeiro. Esses animais


reintroduzidos não ficaram isolados da população de nascidos na natureza.
Muito pelo contrário, a ideia era estimular a convivência entre esses grupos
e inclusive a reprodução entre eles. O gráfico mostra que o número de
nascidos na natureza aumentou significativamente, devido à boa adaptação
dos reintroduzidos que se reproduziram no ambiente natural. Alternativa
A.

31. Sabendo exatamente quando o inseto chega à plantação, evita-se o


desperdício de agrotóxicos (vantagem econômica) e também evita-se a
poluição desnecessária do solo com esses produtos (vantagem ambiental).
Alternativa A.

32. Proibições de consumo e de comercialização sempre são opções


polêmicas e economicamente prejudiciais. Trocar embalagens de plástico
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por vidro, só aumentaria a quantidade de vidro na praia. O ideal seria


incentivar a reciclagem de plástico, que é o material mais abundante no lixo
da praia. Alternativa E

33. I - Conforme o esquema demonstra, após certa distância da descarga


de dejetos, a vida aquática superior pode voltar a existir. Correta
II - Além disso, os decompositores anaeróbicos vão ocupar os locais onde
a eutrofização do ambiente leva à redução da quantidade de gás oxigênio
na água. Correta
III - Com isso, fica claro que as comunidades biológicas se alteram bastante
em decorrência dessa poluição. Errada
Alternativa D

34. Esse é um exemplo claro de quando a introdução de espécies feita de


forma desordenada pode gerar desequilíbrio ambiental, causando
alterações no ecossistema da Ilha. Alternativa B.

35. A incineração e a queima de plásticos liberam na atmosfera gases


tóxicos, não sendo essas alternativas viáveis. Os metais não são materiais
renováveis e, por isso, não são adequados para a substituição dos plásticos.
A reciclagem não aumenta a qualidade do produto. Assim, a solução
possível e adequada é estimular a produção de plásticos recicláveis para
reduzir a demanda de matéria prima não renovável e o acúmulo de lixo.
Alternativa D.
36. Analisando os três gráficos, percebemos que a espécie mais sensível
aos poluentes é a I e, por isso, é a mais indicada como detectora de
poluição, fornecendo resultados bem rápidos. Alternativa A

37. I – Está correta pois enquanto as reservas de petróleo estão


concentradas no Oriente Médio, as reservas de gás natural estão mais
distribuídas ao redor do mundo.
II – Está correta também já que o gráfico mostra o gás natural como
responsável pelas menores emissões de dióxido de carbono entre os
combustíveis analisados.
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Alternativa C.

38. Cidade X: A poluição mais citada foi a de dejetos tóxicos que,


normalmente, são provenientes de despejo industrial. Logo, o seu controle
é prioritário nessa cidade.
Cidade Y: O lixo foi a forma de poluição mais citada e, por isso, a prioridade
é o seu manejamento correto.
Cidade Z: O esgoto aberto foi a forma de poluição mais citada e, por isso,
a prioridade é o correto esgotamento sanitário.
Alternativa E.

39. Os grandes mamíferos são, na sua maioria, animais que dependem de


vegetação rasteira ou arbustiva. Para o crescimento desse tipo de
vegetação é necessário que o clima não favoreça o desenvolvimento de

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florestas, pois o sombreamento do solo diminui a produtividade desses


vegetais rasteiros e prejudica a alimentação dos grandes mamíferos.
Alternativa B.

40. Com o aumento da temperatura média do planeta, também poderá


ocorrer o aumento na temperatura da água, levando à maior evaporação
da água no estado líquido e derretimento da água no estado sólido,
interferindo nos processos do ciclo da água. Alternativa B.

41. A distribuição de nuvens e a queda de chuvas ácidas depende da


circulação atmosférica e não a ver com lençóis freáticos ou rede
hidrográfica. Além disso, quanto maior a quantidade de fontes emissoras
de gases que causam a chuva ácida, maior será a amplitude desse
fenômeno. Alternativa A.

42. O carbono retirado da atmosfera e aprisionado na biomassa da floresta


amazônica deixa de estar na forma de dióxido de carbono na atmosfera,
que é um gás causador do efeito estufa e liberado na queima de
combustíveis fósseis. Alternativa D.

43. Entre 2006 e 2030 são 24 anos. Numa taxa de 3% ao ano de


desmatamento, isso significa 72% de desmatamento, sobrando ainda 28%
dos 25% remanescentes em 2006. O cerrado é um bioma de extrema
relevância ecológica que, caso seja extinto causará grande impacto
sistêmico junto aos demais biomas brasileiros. Os bioinseticidas têm a
vantagem de, por serem organismos vivos, configuram menor risco de
contaminação dos recursos hídricos do cerrado. Alternativa B.

44. É importante que qualquer atividade industrial, não só a que envolve a


produção de papel, se comprometa em tratar seus resíduos antes de
retornar a água utilizada aos mananciais. Alternativa D.

45. A única afirmativa que não está de acordo com os princípios de


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sustentabilidade é a II, pois a transposição de água de outros mananciais


apenas causaria maior poluição da água sem que houvesse a sua
recuperação. Alternativa C.

46. No sistema de plantação convencional, os cacaueiros ficam muito


próximos uns dos outros, o que facilita a disseminação do fungo entre eles.
Alternativa B.

47. Com essa técnica alternativa, o agricultor consegue afastar os


predadores da plantação. Repare que a finalidade não é matar os besouros.
Por outro lado, isso diminui a utilização de agrotóxicos para eliminar os
insetos, o que é ecologicamente vantajoso. Alternativa B.

48. A frase constante na campanha quer passar a mensagem de que o


comércio ilegal da fauna silvestre pode acabar impune e que os animais
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estarão atrás das grades no lugar dos criminosos. Essa atividade, por sua
vez, representa grande prejuízo para a biodiversidade nacional e deve ser
combatida a todo custo. Alternativa A.

49. Apesar dos fatores climáticos naturais poderem ter influência sobre a
diminuição de alguma espécie, o próprio texto já afirma que o grande
problema do mogno é a extração predatória, que reduz o número de
indivíduos e, com populações cada vez menor, essa espécie perde
diversidade genética. Alternativa B.

50. I – Com a alteração nas quantidades de água nos seus diferentes


estados físicos, podemos concluir que há interferência do aquecimento
global no ciclo da água. Correta
II – Essa interferência pode, por exemplo, prejudicar a reprodução dos
pinguins que necessitam de espaço na rocha nua para depositarem seus
ovos. Com a mudança no ciclo da água, nem sempre os pinguins
encontrarão esses espaços livres de neve. Correta
III – A água em estado sólido na superfície marinha regula a precipitação
em forma de neve e isso constitui fator crucial para a manutenção da vida
em alguns biomas. Correta
Alternativa E.

51. Com a situação descrita no enunciado, fica claro que as alterações


climáticas podem interferir diretamente na biodiversidade de vários
ambientes, inclusive no Ártico. Alternativa B.

52. Através da simples análise do gráfico, podemos constatar que os fatores


que contribuíram para o aumento da temperatura média global são (I)
gases estufa, (II) atividade solar e (III) ozônio. Alternativa E.

53. As substâncias químicas encontradas no lixo são, normalmente,


tóxicas, e podem reduzir a biodiversidade e a produtividade agrícola do solo.
Por isso é importante que existam programas de educação ambiental para
orientar as populações humanas sobre o correto descarte de materiais
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perigosos. Isso se faz mais urgente em países economicamente mais


desenvolvidos, onde o poder de consumo é maior e, consequentemente a
quantidade de lixo produzido também é. Assim, é necessário que o despejo
de lixo seja monitorado para que não ocorram efeitos prejudiciais sobre a
biodiversidade e a qualidade ambiental. Alternativa D.

54. Segundo a Lei das Águas, a prioridade do uso dos recursos hídricos é,
antes de mais nada, para o consumo humano. Logo, deve-se interromper a
irrigação da lavoura para se garantir o abastecimento de água para a
população humana. Alternativa B.

55. Apenas o projeto I, já que a construção de uma escola e o fluxo de


pessoas em decorrência dessa atividade não são compatíveis com uma

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unidade de proteção integra, assim como uma comunidade extrativista


nessa área. Alternativa A.

56. A quantidade de unidades de conservação na Amazônia não são


garantia da sua futura preservação. A Caatinga tem sua maior parte das
unidades de conservação do tipo de uso sustentável pois a população local
é muito dependente dos recursos naturais desse bioma. Mata Atlântica e
Pampa possuem maior quantidade de unidades de conservação de uso
sustentável do que de uso integral. Na verdade, o grande objetivo das
unidades de conservação é a preservação dos recursos hídricos e a
manutenção da biodiversidade. Alternativa D.

57. De acordo com o texto, o papel das árvores na evaporação e na


manutenção do ciclo da água é fundamental para a incidência de chuvas
em uma área. Logo, onde a floresta cresce, chove. Alternativa B.

58. O grande problema da água de lastro é a introdução de espécies


exóticas que, por não possuírem predadores naturais nos locais onde são
introduzidas, têm o potencial de tornarem-se pragas. É o caso do mexilhão
dourado que começou inclusive a causar prejuízos por danificar as turbinas
da usina de Itaipu. Como solução foi utilizado um agente químico para
reduzir a quantidade desse molusco. Alternativa E.

59. Como o texto já informa, o desmatamento também é um fator


importante no agravamento do efeito estufa, uma vez que diminui o
potencial de absorção de dióxido de carbono por parte das árvores. Assim,
a redução do desmatamento é uma alternativa viável para combater o efeito
estufa. Alternativa C.

60. As usinas hidrelétricas envolvem a construção de barragens que


acabam por inundar grandes áreas de vegetação. Com isso, vários animais
terrestres são deslocados ou morrem por perda de habitat. Alternativa B.
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61. Nos períodos glaciais, maiores áreas apresentam condições de clima


árido. Isso favorece uma maior ocupação de plantas com adaptações a esse
tipo de clima. Esse fato não necessariamente provocará a diminuição na
diversidade de espécies vegetais. Alternativa D.

62. Qualquer atividade antrópica que envolva modificação no ambiente


deve ser previamente avaliada no sentido de quantificar os seus benefícios
econômicos e o seu grau de perturbação ambiental para que se verifique se
os danos aos ecossistemas poderão ser mitigados ou compensados. Essa é
a ideia de exploração consciente e sustentável do meio ambiente.
Alternativa D.

63. Em áreas desmatadas, a incidência de luz é maior. Assim, as plantas


que melhor se adequam ao reflorestamento dessas áreas são aquelas que

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suportam melhor essas condições ambientais, como a 2, 3, 4 e a 5.


Alternativa B.

64. O excesso de matéria orgânica proveniente da carcinicultura vai


ocasionar a eutrofização do manguezal, obstruindo a passagem de luz
através da água e prejudicando a atividade fotossintetizante das algas. Isso
favorece o crescimento de microrganismos anaeróbicos, devido ao
esgotamento de gás oxigênio por conta da diminuição da sua liberação pelas
algas. Alternativa E.

65. Para evitar a eutrofização e a consequente diminuição da concentração


de oxigênio no ambiente, é necessário que o esgoto seja devidamente
tratado para que os nutrientes em excesso não atinjam os ecossistemas.
Alternativa B.

66. Com a diminuição nas taxas de fotossíntese e, por consequência, da


produtividade do ambiente, toda a cadeia alimentar será afetada, o que
evidencia o grau de interdependência entre as diversas formas de vida.
Alternativa C.

67. Os pinheiros são característicos da Mata de Araucárias. Árvores de


tronco tortuoso e casca grossa podem aparecer no Cerrado e na Caatinga,
mas olhando a trajetória do pesquisador que passou pela Mata de
Araucárias, só pode ser o Cerrado. As palmeiras de importância regional
referem-se à Mata de Cocais e a região árida de plantas espinhosas só pode
ser a Caatinga. Alternativa B.

68. No aterro, ao contrário do lixão, os resíduos são cobertos e há uma rede


de captação para o chorume. Isso diminui os danos causados ao meio
ambiente, reduz o mal cheiro e a propagação de doenças. Alternativa C.

69. O Brasil é um país de dimensões continentais e, por isso, exige grandes


investimentos em pessoal e em tecnologias para conservar a biodiversidade
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presente em seu território. Infelizmente, os recursos públicos destinados a


este fim não são suficientes e, com isso, a fiscalização é, muitas vezes
ineficiente. Alternativa D.

70. O excesso de adubo formado por nitrogênio, fósforo e potássio, ao ser


levado para o rio, aumentou a disponibilidade desses nutrientes na água,
levando à eutrofização do ambiente e possibilitando a proliferação
exagerada do plâncton na superfície, diminuindo a penetração da luz solar
e afetando a produção de oxigênio através da fotossíntese. Com isso, os
peixes, sem uma quantidade adequada de oxigênio dissolvido na água para
sua respiração, acabaram por morrer. Alternativa C.

71. Devido ao processo de magnificação trófica, o mercúrio será encontrado


em maior quantidade no nível trófico mais alto da cadeia alimentar que,
nesse caso, é ocupado pelas aves. Alternativa A.
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72. Em curto prazo, não podemos considerar a plantação de árvores para


a produção de lenha. Dentre as outras alternativas, a única que não
causaria danos à Mata Atlântica e nem encareceria demais o produto é a
construção de biodigestores. Alternativa D.

73. Conforme o texto da questão aponta, as borboletas citadas não


possuem voracidade generalizada, ou seja, não se alimentam de todas as
plantas presentes no local. Isso elimina as alternativas A, C e D. A
alternativa B fala de plantas hospedeiras, numa alusão a uma relação de
parasitismo ou similar, o que também não é o caso. Resta assim a
alternativa E, que diz justamente que as borboletas possuem especificidade
por se alimentarem das plantas da família Solanaceae. Vale citar também
que existem 2 erros no enunciado dessa questão. O primeiro é que
Ithomiinae não corresponde a uma família taxonômica e sim a uma
subfamília. O sufixo -inae é indicativo dessa categoria enquanto que o sufixo
-idae corresponde a família. Além disso, a grafia de Ithomiinae,
Apocinaceae e Solanaceae, na prova original está em itálico. Sabemos, no
entanto, que isso só é utilizado para gêneros e espécies. Alternativa E.

74. Metano, em decorrência da atividade anaeróbica de microrganismos no


trato digestivo do gado. Alternativa A.

75. A ideia da biorremediação é utilizar um microrganismo capaz de


metabolizar as substâncias tóxicas presentes no ambiente, liberando
substâncias menos tóxicas ou atóxicas. Alternativa E.

76. A Política dos 3 R´s e a mais recente Política dos 5 R´s são formas de
incentivar as pessoas a terem atitudes mais sustentáveis. A reciclagem, um
dos R´s, envolve a transformação de um objeto em matéria prima para a
produção de outros. Por exemplo: o uso de latas de alumínio para a
fabricação de lingotes. Alternativa B.
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77. O grande problema das espécies invasoras é que elas não possuem
predadores nem parasitas naturais no ambiente onde elas são exóticas.
Com isso, elas apresentam grande potencial para se tornarem pragas, pois
competirão ferozmente por recursos naturais com as espécies nativas.
Alternativa B.

78. A grande vantagem desses parasitoides no controle biológico é a


substituição dos inseticidas tóxicos. Enquanto os parasitoides são
específicos contra a espécie de praga que se quer eliminar, os inseticidas
podem matar outras espécies benéficas para o equilíbrio do ecossistema.
Alternativa C.

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79. A decomposição anaeróbica que ocorre no biodigestor produz gás


metano que, ao ser queimado, pode gerar energia para diversos fins no
parque. Alternativa A.

80. As folhas com glândulas para eliminar o excesso de sais nos fornecem
a dica de que o referido bioma não possui água doce. Somando-se isso ao
substrato lamacento e as raízes verticais (pneumatóforos), fica claro tratar-
se de uma área de manguezal. Alternativa D.

81. A presença de árvores em um sistema agrícola possibilita que outros


organismos habitem esses locais, aumentando os níveis de interação
ecológica e a complexidade e estabilidade do ecossistema local.
Alternativa C.

82. Todas as alternativas, com exceção da E, apresentam medidas


mitigadoras direcionadas às causas das mudanças ambientais, como a
redução da emissão de gases do efeito estufa. A criação de diques visa
preparar os sistemas humanos às mudanças já em andamento.
Alternativa E.

83. A compostagem utiliza a decomposição da matéria orgânica presente


nos resíduos animais e vegetais. Isso gera o chamado composto, que pode
ser utilizado na adubação de áreas de plantio, devido à sua riqueza em
nutrientes importantes para as plantas. Alternativa A.

84. Primeiramente, é necessário identificar o bioma a que se refere o


enunciado. A grande dica para isso é a menção ao fogo, que é um elemento
recorrente no cerrado. Além disso, também são características desse bioma
o solo ácido e rico em alumínio. Agora precisamos analisar as alternativas
para identificar que adaptações vegetais estão presentes nas plantas de
cerrado: Raízes escoras e respiratórias são encontradas em manguezais,
assim como as raízes aéreas. Raízes tabulares e folhas largas são
características de árvores de floresta tropical. Folhas reduzidas ou
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modificadas em espinhos são encontradas principalmente em plantas da


Caatinga. Já a casca grossa é uma proteção contra o fogo e o caule retorcido
ocorre em decorrência das constantes queimadas que destroem gemas
laterais, fazendo com que os galhos estejam sempre crescendo em
diferentes direções. Alternativa C.

85. Como o pesticida se acumula no organismo, podemos esperar que


ocorra uma magnificação trófica do mesmo, ou seja, que nos níveis tróficos
mais altos encontremos uma maior concentração desse composto. Sabendo
que o lambari está situado entre a pulga d´água e a piranha na cadeia
alimentar local, vamos esperar que a concentração de pesticida seja menor
no plâncton e na pulga d´água e maior na piranha e no tuiuiú, nessa ordem.
Alternativa C.

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6. Bibliografia consultada

 AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol.3.

 CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

 LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 3.

 PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2.

 Lei de Crimes Ambientais.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm

 Política Nacional de Resíduos Sólidos.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm

 A Política dos 5 R´s.


http://www.mma.gov.br/comunicacao/item/9410

 Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção.


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http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/biodiversidade/faun
a-brasileira/avaliacao-do-
risco/PORTARIA_N%C2%BA_444_DE_17_DE_DEZEMBRO_DE_2014.
pdf

 Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção.


http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/static/pdf/portaria_mma_443_201
4.pdf

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 Projeto Corredores Ecológicos. http://www.mma.gov.br/areas-


protegidas/programas-e-projetos/projeto-corredores-ecologicos

 Projeto Coral-Sol. http://www.brbio.org.br/nossos-projetos/projeto-


coral-sol/

 Instituto Trata Brasil. http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-no-


brasil

 Aterro Sanitário Oeste – DF.


http://www.jornaldebrasilia.com.br/noticias/politica-e-
poder/663023/obras-do-aterro-sanitario-estao-em-ritmo-lento/

 Aterro Sanitário de Maceió – AL.


http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2014/08/aterro-sanitario-de-
maceio-funciona-ha-4-anos-mas-ainda-e-mal-utilizado.html

 http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/02/motorista-e-
preso-com-38-passaros-em-porta-malas-de-carro-em-mt.html

 http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/11/desmatamento-da-
amazonia-legal-cai-18-em-um-ano-segundo-governo.html

 http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/08/desmatamento-na-
amazonia-legal-cai-82-em-10-anos-diz-governo.html
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Aula 03 - Moléculas, células e tecidos

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 03: Aspectos bioquímicos das estruturas


celulares. Origem e evolução das células.
Estrutura e fisiologia celular: membrana,
citoplasma. Aspectos gerais do metabolismo
celular.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Aspectos bioquímicos das estruturas celulares 01
2. Origem e evolução das células. 24
3. Estrutura e fisiologia celular: membrana 30
4. Estrutura e fisiologia celular: citoplasma 39
5. Aspectos gerais do metabolismo celular 46
6. Questões comentadas 50
7. Bibliografia consultada 63

1. Aspectos bioquímicos das estruturas celulares

E aí, jovens alunos do Estratégia ENEM! Estamos de volta com mais


uma aula e agora mudaremos de área de estudo dentro da Biologia. Vamos
falar de Moléculas, Células e Tecidos. Para isso, vamos precisar passear
um pouco pela química orgânica para ver quais são os blocos que constroem
os organismos do nosso planeta. Acompanha comigo!
Uma das características fundamentais dos seres vivos é possuir
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constituição química diferente da matéria não-viva. Essa diferença é


garantida pela capacidade da célula de manter o meio intracelular diferente
do meio extracelular. Isso vai se refletir nos tipos e nas quantidades de
substâncias que compõem os organismos.
Existem alguns elementos químicos que são particularmente mais
abundantes nos seres vivos: C (Carbono), H (Hidrogênio), O (Oxigênio), N
(Nitrogênio), P (Fósforo) e S (Enxofre). Suas iniciais formam uma
palavrinha que é utilizada para memorizá-los: “CHONPS”. Esses elementos

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se combinam para formar os mais diversos compostos, sendo que os


principais grupos de substâncias são:
 Substâncias inorgânicas
a) Água
b) Sais minerais
 Substâncias orgânicas
a) Carboidratos
b) Lipídeos
c) Proteínas
d) Ácidos nucleicos
e) Vitaminas

Veremos, a seguir, cada um desses componentes.

1.1 SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS

Água
Como vimos na aula 01, a água tem papel importante nos ecossistemas
através do seu ciclo que atua não só nos processos bioquímicos, mas
também tem um fator preponderante nas características climáticas do
planeta, além de corresponder a 75% da superfície terrestre.
No que diz respeito aos seres vivos, a água é a molécula mais
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abundante presente nos organismos. Alguns podem ter mais de 90% de


sua estrutura corporal composta por água. Ela representa entre 70 e 95%
da composição das células e possui algumas características que fazem dela
tão especial.
Sua molécula, formada por 2 átomos de hidrogênio e 1 átomo de
oxigênio (H2O), apresenta polaridade, já que sua configuração espacial
dispõe os átomos de hidrogênio formando um polo de carga elétrica parcial
positiva e o átomo de oxigênio formando outro polo de carga elétrica parcial
negativa. Assim, as moléculas de água atraem-se umas às outras através
de ligações chamadas pontes de hidrogênio que ocorrem entre os átomos
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de hidrogênio e os átomos de oxigênio de moléculas vizinhas, já que as


cargas elétricas opostas se atraem.

Fig. 01: Configuração espacial da molécula da água e suas interações com outras moléculas
iguais.

Essas pontes (ou ligações) de hidrogênio são responsáveis pela


chamada coesão que nada mais é do que a força de atração entre as
moléculas da água. Essa força é responsável pela chamada tensão
superficial da água, que permite, por exemplo, que alguns insetos
repousem ou se movam sobre sua superfície sem que se molhem. A tensão
superficial também permite a formação de gotas de água. Além disso, existe
também a atração entre as moléculas da água e as do local onde ela está
contida, como um recipiente de vidro ou os vasos condutores de seiva dos
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vegetais. Essa força se chama adesão.

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Fig. 02: Artrópode se movendo sobre a superfície da água graças à tensão superficial. Repare como
as patas deformam a água superficialmente, mas não rompem a película formada.

A ação conjunta entre a coesão e a adesão possibilitam o fenômeno


da capilaridade, quando a água consegue subir em vasos muito finos
(capilares), contra a ação da gravidade. Um exemplo disso acontece no
transporte de água dentro dos vasos condutores das plantas. Quanto mais
fino for o vaso onde está a água, mais moléculas estarão aderidas às suas
paredes, fazendo com que ela suba maiores distâncias.

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Fig. 03: Experiência mostrando como a espessura de um tubo influencia na capilaridade.

A água também tem um papel importante na moderação da


temperatura dos seres vivos. Devido ao seu alto calor específico, ela precisa
ganhar muita energia para se aquecer e também perder muita energia para
se resfriar. Assim, pelo fato dela ser uma molécula muito abundante nos
seres vivos, isso faz com que não ocorram variações muito bruscas nas
temperaturas corporais, o que seria fatal para os organismos. Se o nosso

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corpo tivesse grande quantidade de metais, por exemplo, com baixo calor
específico, aqueceríamos rapidamente quando expostos ao sol. Além disso,
em mamíferos, a água tem outro papel na regulação da temperatura
corporal, pois é eliminada na forma de suor, fazendo com que o organismo
libere grande quantidade de energia térmica e se resfrie, para manter-se
dentro dos níveis aceitáveis de temperatura.
Normalmente, quanto menor for a temperatura de uma substância,
mais próximas ficam suas moléculas e sua densidade aumenta. É isso que
faz com que o ar frio desça (mais denso) e o ar quente suba (menos denso).
Seguindo essa lógica, como é possível então que o gelo flutue na água
líquida? Bom, o que acontece é que durante o seu resfriamento, a água vai
ficando mais densa até chegar a cerca de 4°C. A partir daí, suas moléculas
começam a se arranjar em uma configuração cristalina que faz com que sua
densidade diminua e ela então muda de estado físico e vira gelo. Isso faz
com que um lago congele de cima para baixo, afinal o gelo por ser menos
denso, se concentra na superfície. Essa camada de gelo acaba atuando
como um isolante térmico e possibilita que a água que está abaixo dele
continue abrigando os organismos que ali vivem. Está aí mais uma
característica da água super favorável à vida!
Por fim, a água tem a capacidade de atuar como solvente de uma
grande quantidade de substâncias. É, por isso, chamada de solvente
universal. Um solvente tem a capacidade de dissolver um soluto,
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formando uma solução. Calma que eu explico: quando você coloca sal na
água e mistura, em algum tempo você para de enxergar o sal. Isso acontece
porque ele foi dissolvido pela água formando uma solução em que a água é
o solvente e o sal é o soluto. Isso é de extrema importância para o
transporte de substâncias nas células e nos organismos como um todo. O
sangue, por exemplo, transporta várias substâncias dissolvidas como o gás
carbônico e a glicose. Falaremos mais sobre solubilidade quando
estudarmos a estrutura da membrana plasmática.

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Fig. 04: Esquema mostrando como a água dissolve o sal de cozinha.

Sabemos que a vida na Terra surgiu na água e é por isso que a


presença dessa substância em outros planetas é sempre vista como uma
condição fundamental para que existam formas de vida por lá também.

Sais Minerais
Os sais minerais podem aparecer dissolvidos como íons formando
soluções aquosas, combinados com moléculas orgânicas ou ainda na forma
de cristais como é o caso do carbonato de cálcio presente nos ossos. Veja
no quadro abaixo alguns desses sais e suas funções nos seres vivos.
ELEMENTOS FUNÇÕES FONTES
Componente de ossos e dentes,
Cálcio Verduras e leite
atua na contração muscular
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Importante no equilíbrio hídrico


Cloro Sal de cozinha
das células
Fígado, gema de ovo,
Ferro Componente da hemoglobina
feijão
Componente do DNA e do ATP.
Fósforo Também presente nos ossos e Leite e carnes
dentes.
Importante no equilíbrio hídrico
Leite, cereais,
Potássio das células em ação conjunta
verduras
com o sódio

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Papel importante nos impulsos


Sódio nervosos e no equilíbrio hídrico Sal de cozinha
celular

Outros elementos químicos também são encontrados em sais minerais


nos organismos, como o magnésio, iodo, flúor, manganês e cobre, porém
em menores quantidades do que os expostos no quadro acima.

1.2 SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS

Os compostos químicos formados principalmente por átomos de


carbono, são historicamente chamados de compostos orgânicos. Eles
também apresentam grandes quantidades de átomos de hidrogênio e são
notadamente encontrados como componentes dos seres vivos. O carbono,
por ser um elemento tetravalente, ou seja, ser capaz de realizar quatro
ligações simples com outros átomos diferentes, é extremamente versátil no
que diz respeito à formação de diferentes compostos. As moléculas
orgânicas podem ser simples e pequenas como o metano (CH4) ou grandes
e complexas como proteínas com milhares de átomos em sua composição.
As principais moléculas orgânicas presentes nos seres vivos incluem os
carboidratos, os lipídeos, as proteínas, os ácidos nucleicos e as vitaminas.
Deixaremos os ácidos nucleicos para a próxima aula quando estudarmos o
núcleo celular e o código genético.
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Carboidratos
Os carboidratos, glicídios ou açúcares são biomoléculas cuja
principal função nos seres vivos é a de servir como fonte de energia para
os processos metabólicos. Alguns podem também ter função estrutural,
como por exemplo na formação da parede celular vegetal.

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Fig. 05: Alimentos ricos em carboidratos.

Os alimentos de origem vegetal, como frutas, pães, massas e grãos,


são as principais fontes de carboidratos para nossa alimentação. Esses
alimentos são rapidamente digeridos e seus açúcares são disponibilizados
para o fornecimento de energia às células. É por isso que antes de
atividades físicas recomenda-se fazer refeições com base nesses tipos de
alimentos.
Existe uma grande variedade de carboidratos, indo desde pequenas
moléculas com poucas dezenas de átomos até grandes cadeias de polímeros
com estruturas químicas diversas. De acordo com o tamanho, eles podem
ser classificados em:
 Monossacarídeos: Açúcares simples que não são quebrados na
digestão. 04178253905

 Dissacarídeos: Formados pela união de dois monossacarídeos.


 Oligossacarídeos: Formados por 3 a 20 monossacarídeos ligados.
 Polissacarídeos: Grandes polímeros formados por centenas a
milhares de monossacarídeos.

Os monossacarídeos possuem como fórmula geral Cn(H2O)n, onde


“n” pode ser substituído por valores de 3 a 7. Essa fórmula mantém a
proporção na quantidade de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio fixa

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em 1:2:1. De acordo com o número de carbonos, podemos classificar os


monossacarídeos dessa forma:
- 3 carbonos: triose  C3(H2O)3  C3H6O3
- 4 carbonos: tetrose  C4(H2O)4  C4H8O4
- 5 carbonos: pentose  C5(H2O)5  C5H10O5
- 6 carbonos: hexose  C6(H2O)6  C6H12O6
- 7 carbonos: heptose  C7(H2O)7  C7H14O7
Como exemplos de pentoses temos a ribose e a desoxirribose,
ambas componentes dos ácidos nucleicos. Entre as hexoses podemos citar
a glicose, a frutose e a galactose, de função energética.
A união de dois monossacarídeos forma os dissacarídeos, como é o
caso da sacarose (açúcar comum) formada pela união de uma glicose e
uma frutose, e também a lactose (açúcar do leite) formada pela união de
uma glicose e uma galactose.

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Fig. 06: O leite é rico em lactose, um dissacarídeo formado pela união entre uma glicose e uma
galactose. Já o açúcar comum, chamado sacarose, é formado pela ligação de uma glicose com uma
frutose.

Os polissacarídeos são macromoléculas formadas por longas cadeias


de monossacarídeos. Possuem importante função como reservas de energia
e também nas estruturas dos organismos. Vamos ver os 4 principais
polissacarídeos presentes nos seres vivos: amido, glicogênio, celulose e
quitina.

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AMIDO
As moléculas de amido formam grandes cadeias ramificadas formadas
por unidades de glicose ligadas umas às outras covalentemente. O amido é
a principal reserva de energia dos vegetais e algas e a base da alimentação
humana. Alimentos como batata, arroz, pães e massas são ricos nesse
glicídio. Apresentam-se na forma de grãos no interior das células vegetais
e são visíveis em imagens de microscopia óptica como a da figura 07.

Fig. 07: Grãos de amido (mais escuros) em células vegetais.

GLICOGÊNIO
Também é um polímero formado por unidades de glicose. No entanto,
sua estrutura macromolecular é muito mais ramificada do que a do amido,
devido a diferenças na forma como as glicoses se ligam umas às outras.
Sua função é de reserva energética em animais e fica armazenado
principalmente no fígado e nos músculos onde pode ser rapidamente
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quebrado para liberar glicose necessária para obtenção de energia. Assim,


o glicogênio tem papel importante na manutenção dos níveis de glicose no
sangue e o fígado atua nesse controle, convertendo a glicose em glicogênio
ou fazendo o contrário, dependendo da sua concentração circulante.
Contudo, ele só representa pequena parte da reserva energética animal, já
que a maior parte dela é armazenada na forma de lipídeos.

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Fig. 08: Em rosa, depósitos de glicogênio no fígado humano.

CELULOSE
A celulose é o composto orgânico mais abundante da Terra, pois está
presente na parede celular das células vegetais. Tem, portanto, função
estrutural. Para formar a celulose, as moléculas de glicose se organizam
linearmente, o que dá origem às chamadas fibras vegetais. Essa
organização linear dificulta a ação de enzimas e confere à celulose boa
resistência. Os seres humanos não são capazes de digerir a celulose dos
alimentos. É por isso que recomenda-se comer alimentos ricos em fibras
para manter o correto funcionamento do intestino, já que essas moléculas
aumentam e umedecem o bolo fecal. Animais com a dieta baseada em
gramíneas, como as vacas, também não são capazes de digerir a celulose
sozinhos. No entanto, possuem protozoários e bactérias mutualistas em seu
sistema digestório que realizam esse processo liberando glicose. Isso ocorre
também com os cupins que se alimentam de madeira.
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Fig. 09: Fibras de celulose na parede celular vegetal.

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QUITINA
A quitina é o único dos 4 polissacarídeos aqui citados que não é
formada por cadeias de glicose. Na verdade, suas unidades são
monossacarídeos nitrogenados derivados da glicosamina. A quitina é o
principal componente do exoesqueleto de artrópodes e também aparece na
parede celular dos fungos.

Fig. 10: Exemplos de artrópodes apresentando suas carapaças formadas principalmente por
quitina.

Lipídeos
Os lipídeos, que incluem óleos e gorduras, são moléculas insolúveis em
água com importante função de reserva energética em animais. Por isso,
suas fontes alimentares apresentam-se principalmente em alimentos de
origem animal, apesar de também seres encontrados em alguns frutos e
sementes como o abacate, o amendoim e as nozes.
As reservas de gordura em animais, além de reserva energética,
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também apresentam outras funções como: isolamento térmico e


proteção contra choques mecânicos. Além disso, os lipídeos são
componentes fundamentais das membranas plasmáticas de todas as
células e também formam alguns hormônios e vitaminas. São
classificados em glicerídeos, fosfolipídeos, esteroides e ceras.

GLICERÍDEOS
São os óleos e as gorduras e atuam como reservas de energia,
principalmente em animais. Os óleos são glicerídeos líquidos em
temperatura ambiente (20°C) e as gorduras são sólidas à mesma
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temperatura. São formados por um álcool chamado glicerol, ligado a ácidos


graxos, que podem formar longas cadeias carbônicas responsáveis pelo
caráter apolar, ou seja, hidrofóbico dessas moléculas.

Fig. 11: Representação gráfica de um triglicerídeo. Em cinza o glicerol e em laranja os três ácidos
graxos.

As cadeias carbônicas dos ácidos graxos é que definem o grau de


fluidez de um glicerídeo. Se as ligações entre os seus carbonos forem todas
simples, dizemos que ele é de cadeia saturada, que toma configuração
espacial linear e contribui para o empacotamento das moléculas. Cadeias
de ácidos graxos com ligações duplas entre seus carbonos são chamadas
de insaturadas e isso ocasiona dobras nessas moléculas diminuindo o seu
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grau de empacotamento. Os glicerídeos de origem animal normalmente


apresentam mais ácidos graxos de cadeia saturada, o que faz com que
sejam sólidos à temperatura ambiente (gorduras), como por exemplo a
manteiga. Já os glicerídeos de origem vegetal apresentam mais ácidos
graxos de cadeia insaturada, o que faz com que sejam líquidos à
temperatura ambiente (óleos), como por exemplo o azeite de oliva.

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Fig. 12: A manteiga é formada por glicerídeos de cadeia saturada.

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Fig. 13: O azeite possui ácidos graxos de cadeia insaturada em sua composição.

Existe um motivo para as reservas de energia animais serem


principalmente lipídicas enquanto que as vegetais são principalmente
formadas por amido. O que acontece é que a gordura consegue armazenar
mais do que o dobro de energia por unidade de volume do que os
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carboidratos. Assim, para organismos que se locomovem ativamente, a


gordura mostra-se mais vantajosa em termos de relação volume/energia
fornecida do que os carboidratos. Resumindo, se fôssemos carregar a
mesma quantidade de energia armazenada em carboidratos, teríamos que
ter mais do que o dobro de volume em reservas energéticas.

FOSFOLIPÍDEOS
Os fosfolipídeos assemelham-se aos triglicerídeos, mas no lugar de um
dos ácidos graxos há um composto contendo fosfato. Esse fosfato apresenta
carga elétrica negativa, ou seja, é polar. Por outro lado, os 2 ácidos graxos
são apolares. Isso fornece uma característica muito importante aos
fosfolipídeos pois eles apresentam uma “cabeça” polar e duas “caudas”
apolares. As “cabeças” são hidrofílicas, ou seja, atraem moléculas de água.
As caudas, por sua vez, são hidrofóbicas e repelem moléculas de água.
Devido a essa natureza em que uma parte da molécula é polar e outra
apolar, os fosfolipídeos são chamados de moléculas anfipáticas ou
anfifílicas. Quando colocados na água, eles assumem uma configuração
de bicamada onde as regiões polares estão em contato com a água e as
regiões apolares não.

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Fig. 14: Estrutura química de um fosfolipídeo e a maneira como eles se arranjam em meio aquoso.

Essa propriedade estrutural dos fosfolipídeos é de grande importância


para a estrutura e a fisiologia da membrana plasmática, da qual eles são os
principais componentes. Falaremos sobre a membrana mais à frente nessa
aula.

ESTEROIDES
Muitas pessoas, ao ouvir falar de esteroides, lembram logo de
anabolizantes, que são produtos utilizados com o objetivo de ganhar massa
muscular. Realmente os anabolizantes esteroides são produzidos a partir
de hormônios sexuais sintéticos. Isso ocorre justamente porque esse
grupo de lipídeos é utilizado na produção de hormônios como a
testosterona. Além disso, o colesterol é um esteroide. Apesar de sua má
fama, ele é importante componente da membrana plasmática animal e,
além de ser usado na síntese dos hormônios sexuais, também forma os
sais biliares, que auxiliam na digestão dos lipídeos e participa na
composição da vitamina D, através de um de seus derivados. Falaremos
mais sobre o colesterol e os problemas associados ao seu consumo
excessivo quando estudarmos o sistema circulatório humano.

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Fig. 15: Exemplos de esteroides.

CERAS
As ceras são moléculas altamente hidrofóbicas devido à sua natureza
apolar. São formadas por um ácido graxo de longa cadeia saturada ligado
a um álcool também de longa cadeia saturada. De aparência brilhosa, têm
função impermeabilizante em organismos como plantas e cobrem as penas
de aves aquáticas para evitar que elas se molhem. O brilho do cabelo
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humano também é resultado da cera produzida em células do couro


cabeludo. Os favos que as abelhas produzem nas colmeias também são
produzidos a partir das ceras.

Proteínas
As proteínas constituem o principal componente estrutural dos seres
vivos. Por isso é que elas somente serão utilizadas como fonte de energia
após o esgotamento de todas as outras reservas, como o glicogênio e os
lipídeos, no caso dos animais. Além da função estrutural, muitas proteínas

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possuem função enzimática, hormonal e ainda como moléculas de defesa


no sistema imunológico de animais chamadas anticorpos.
São formadas por unidades básicas chamadas aminoácidos, que na
natureza ocorrem em 20 tipos. Os aminoácidos possuem, em sua
composição química, um carbono central chamado carbono (alfa) ligado
a um grupo amino (-NH2), a um grupo carboxila (-COOH), a um átomo de
hidrogênio (H) e a um radical variável R.

Fig. 16: Estrutura de um aminoácido.

Os vinte tipos de aminoácidos, portanto, só diferem entre si pelo radical


que pode, por exemplo, ser um simples átomo de hidrogênio, como no
aminoácido glicina. Os outros 19 aminoácidos são: arginina, histidina, lisina,
ácido aspártico, ácido glutâmico, serina, treonina, asparagina, glutamina,
tirosina, cisteína, prolina, alanina, isoleucina, leucina, metionina,
fenilalanina, triptofano e valina.
As plantas são capazes de produzir todos os aminoácidos que
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necessitam utilizando os nitratos fornecidos pelas bactérias nitrificantes que


atuam no ciclo do nitrogênio, como vimos na aula 01. Já os animais,
conseguem sintetizar apenas alguns tipos de aminoácidos, sendo que os
demais precisam ser obtidos através da alimentação. Os aminoácidos que
o ser humano não consegue sintetizar sozinho são chamados essenciais e
os outros são chamados naturais.

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LIGAÇÃO PEPTÍDICA
Os peptídeos são formados pelas ligações entre os aminoácidos. Dois
aminoácidos ligados formam um dipeptídeo, três formam um tripeptídeo,
muitos formam um polipeptídeo. As proteínas são formadas por longas
cadeias polipeptídicas. A ligação que ocorre entre os aminoácidos é sempre
entre a carboxila de um e o grupo amino do vizinho. Nessa reação
ocorre a liberação de uma molécula de água.

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Fig. 17: Ligação peptídica. A repetição dessa reação liga muitos aminoácidos em um polipeptídeo.
(Obs: Os aminoácidos da imagem estão na forma ionizada)

ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS


Estrutura primária: Corresponde à sequência de aminoácidos. Os tipos
de aminoácidos e a sua ordem é que vão determinar as diferenças entre as
proteínas. Além disso, a estrutura primária influencia diretamente na forma
da proteína e, consequentemente, na sua função.

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Estrutura secundária: A espiralização ou o pregueamento das cadeias


polipeptídicas dão origem à estrutura secundária das proteínas. Na
espiralização a cadeia forma uma estrutura que parece um fio de telefone.
Essas interações dependem da formação de pontes de hidrogênio entre
diferentes partes das moléculas de proteína.

Estrutura terciária: É determinada pelas dobras e pela curvatura que a


estrutura secundária sofre. Isso gera uma estrutura tridimensional que é
específica para cada proteína e determina a sua função.

Estrutura quaternária: Existem proteínas que apresentam não só uma


cadeia polipeptídica, mas duas ou mais, formando subunidades. Cada
subunidade tem sua própria estrutura terciária. Como exemplo disso temos
a hemoglobina que é formada por 4 subunidades e a insulina que é formada
por 2 subunidades.

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Fig. 18: Níveis de estruturação das proteínas.

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DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS


Existem situações em que as proteínas podem ter sua estrutura
terciária alterada, modificando sua forma e, por consequência, sua função.
Quando isso acontece, dizemos que elas foram desnaturadas. A
desnaturação de uma proteína pode acontecer por alguns fatores como:
 Aumento da temperatura
 Alterações no pH
 Substâncias capazes de alterar a polaridade do meio

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Na maioria das vezes, a desnaturação é um processo irreversível, como


quando fritamos um ovo e, por isso, a albumina (proteína presente na clara
do ovo) é desnaturada pela ação da temperatura. Pelo mesmo raciocínio,
doenças que provoquem febres muito altas podem ser fatais, pois podem
provocar a desnaturação de proteínas presentes no organismo.
Em alguns casos, no entanto, uma proteína desnaturada pode sofrer a
renaturação e recuperar suas propriedades. Isso acontece, normalmente,
quando a desnaturação foi causada por alguma outra substância que é
então retirada do meio e possibilita que a proteína retorne à sua forma
original.

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Fig. 19: Esquema mostrando a desnaturação e a renaturação de uma proteína.

Vitaminas
Vitaminas são substâncias que controlam várias atividades das células
e funções do corpo. São necessárias em pequenas quantidades e podem
ser obtidas através de uma alimentação equilibrada e diversificada. Atuam
em conjunto com as enzimas e pequena parte delas é eliminada pela urina
ou destruída pelas células. Quando uma pessoa não ingere quantidades
adequadas desses nutrientes, ele desenvolve as avitaminoses.

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De acordo com suas características químicas, existem dois grupos de


vitaminas: as lipossolúveis, que dissolvem-se bem em lipídeos e, por isso,
serão encontradas em alimentos que possuem esse tipo de compostos; e
as hidrossolúveis, que se dissolvem na água. Abaixo segue um quadro
com as vitaminas, suas funções e as principais fontes na alimentação.

Natureza
Vitamina Função Fontes
Química
Manteiga, leite,
Atua sobre a pele, a retina dos gema de ovo,
olhos e as mucosas; aumenta a fígado, espinafre,
A
resistência aos agentes chicória, tomate,
infecciosos. mamão, batata,
cará, abóbora.
Fixa o cálcio e o fósforo em
Óleo de fígado de
dentes e ossos e é muito
peixes, leite,
D importante para crianças,
manteiga, gema de
Lipossolúveis gestantes e mães que
ovo.
amamentam.
Germe de trigo,
Antioxidante; favorece o
nozes, carnes,
E metabolismo muscular e auxilia a
amendoim, óleo,
fertilidade.
gema de ovo.
Essencial para que o organismo
produza protombrina, uma Fígado, verduras,
K
substância indispensável para a ovo.
coagulação do sangue.
Auxilia no metabolismo dos
Carne de porco,
carboidratos; favorece a absorção
B1 ou cereais integrais,
de oxigênio pelo cérebro;
tiamina nozes, lentilha,
equilibra o sistema nervoso e
soja, gema de ovo
assegura o crescimento normal
Fígado, rim, lêvedo
B2 ou Conserva os tecidos,
de cerveja,
riboflavina principalmente os do globo ocular
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espinafre, berinjela
Carnes de boi e de
B6 ou Permite a assimilação das porco, fígado,
piridoxina proteínas e das gorduras cereais integrais,
batata, banana
Hidrossolúveis Colabora na formação dos Fígado e rim de boi,
B12 ou
glóbulos vermelhos e na síntese ostra, ovo, peixe,
cobalamina
do ácido nucléico aveia
Limão, laranja,
Conserva os vasos sangüíneos e
abacaxi, mamão,
os tecidos; ajuda na absorção do
C ou ácido goiaba, caju, alface,
ferro; aumenta a resistência a
ascórbico agrião, tomate,
infecções; favorece a cicatrização
cenoura, pimentão,
e o crescimento normal dos ossos
nabo, espinafre
Fígado e rim de boi,
H ou Funciona no metabolismo das gema de ovo,
biotina proteínas e dos carboidratos batata, banana,
amendoim

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Carnes, fígado,
leguminosas,
Atua na formação dos glóbulos
Ácido fólico vegetais de folhas
vermelhos
escuras, banana,
melão
B3, PP ou
Lêvedo, fígado, rim,
niacina Possibilita o metabolismo das
coração, ovo,
(ácido gorduras e carboidratos
cereais integrais
nicotínico)
Fígado, rim, carnes,
B5 ou Ácido gema de ovo,
Auxilia o metabolismo em geral
pantotênico brócolis, trigo
integral, batata
Carnes, fígado,
Ácido
Estimula o crescimento dos leguminosas,
paramino-
cabelos vegetais de folhas
benzóico
escuras
B7 ou Gema de ovo, soja,
Auxilia no crescimento
Colina miolo, fígado, rim
Existe em todas as
Inositol Age no metabolismo do colesterol células animais e
vegetais

2. Origem e Evolução das Células

Como vimos na aula 00, os primeiros seres vivos surgiram há mais de


3 bilhões de anos, quando as condições primitivas do planeta permitiram
que a matéria inorgânica se organizasse de forma cada vez mais complexa
para dar origem às primeiras células. Os coacervados, que seriam um passo
anterior ao surgimento da célula, já possuíam uma característica
determinante para qualquer ser vivo: a individualização do meio interno em
relação ao meio externo. Com a incorporação de uma molécula capaz de
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realizar cópias de si mesma e a partir de processos metabólicos simples


capazes de disponibilizar energia para essa replicação, foi possível que as
primeiras células surgissem nos oceanos primitivos.
Assim, as primeiras células eram muito simples, contendo material
genético muito provavelmente feito de RNA e sem organelas
membranosas. Eram organismos procariontes e heterotróficos, pois as
vias metabólicas para os processos de fotossíntese ou quimiossíntese são
muito complexas para terem se originado primeiro. Dessa forma,
alimentavam-se da matéria orgânica disponível na água e também de
outras células. Não realizavam respiração aeróbica, pois praticamente não
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havia gás oxigênio disponível na atmosfera. A glicólise, processo de quebra


da glicose, com liberação de energia, deve ter sido por muito tempo a
principal forma de metabolismo energético.
Com o aumento no tamanho das células, é possível que algumas delas
tenham desenvolvido dobras em suas membranas plasmáticas,
possibilitando o aumento da superfície de contato com o meio externo e
facilitando as trocas de substâncias e reações metabólicas. Essas dobras ou
invaginações provavelmente deram origem ao sistema de
endomembranas característico das células eucarióticas.

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Fig. 20: Surgimento da célula eucariótica a partir de um ancestral procarionte.

A escassez de matéria orgânica disponível devido à reprodução


crescente dos organismos fez com que células capazes de produzir suas
próprias moléculas orgânicas fossem selecionadas, surgindo assim os
primeiros organismos autotróficos. Bactérias fotossintetizantes passaram
a liberar grandes quantidades de gás oxigênio na atmosfera. Isso

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possibilitou o surgimento da respiração aeróbica, muito mais eficiente na


produção de energia para as células do que processos que não usam gás
oxigênio como a fermentação. Por outro lado, isso também provocou a
morte de grande quantidade de células intolerantes ao gás oxigênio.
Em algum momento, bactérias capazes de realizar respiração aeróbica
foram fagocitadas por células eucariotas primitivas, mas não foram
digeridas. Passaram, no entanto, a viver em simbiose dentro das células
que as fagocitaram. Essas bactérias aeróbicas deram origem então às
mitocôndrias das células eucarióticas, organelas responsáveis pela
respiração celular. Algumas dessas células sofreram ainda outro evento de
endossimbiose ao incorporarem uma bactéria capaz de realizar
fotossíntese que passou também a viver no seu interior.

Fig. 21: Sequência de eventos que levaram à origem das principais linhagens de seres vivos atuais.
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O esquema acima é um resumo dos acontecimentos que levaram à


diversificação dos grandes grupos de seres vivos atuais:
1. Primeiras protocélulas se formam nos oceanos.
2. O ancestral procarionte unicelular de todos os seres atuais surge.
3. Separação entre Bacteria e Archaea.
4. O domínio Eukarya se separa de Archaea.
5. Bactérias aeróbicas entram em células eucarióticas primitivas e dão
origem às mitocôndrias.

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6. Bactérias fotossintetizantes entram em células eucarióticas primitivas


e dão origem aos cloroplastos.
7. A multicelularidade surgiu independentemente em diferentes
linhagens eucarióticas.

UMA VISÃO GERAL DAS CÉLULAS ATUAIS


A célula é considerada a unidade morfofisiológica dos seres vivos e está
presente em todos os organismos (com exceção dos vírus, caso sejam
considerados seres vivos).
Os seres vivos apresentam dois tipos básicos de células: a
procariótica ou (procariota) e a eucariótica ou (eucariota). Os
organismos procariontes são unicelulares (com apenas uma célula),
representados pelas bactérias e árqueas. Já os eucariontes podem ser
unicelulares ou pluricelulares (com mais de uma célula) e incluem os
protoctistas, os fungos, as plantas e os animais.
Estudaremos, em aulas futuras, as características de cada grupo de
organismos citados. Pra já, vamos ver as diferenças entre as células
procarióticas e as eucarióticas.

Material Organelas
Carioteca Citoesqueleto
genético membranosas

Disperso no
Procariontes Ausente Ausentes Ausente
citoplasma
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Armazenado
Eucariontes Presente Presentes Presente
no núcleo

Todas as células possuem membrana plasmática e citoplasma.


Todas as células possuem, eu seu citoplasma, organelas chamadas
ribossomos, que são responsáveis pela síntese de proteínas. Apenas as
células eucarióticas possuem núcleo delimitado por sua membrana
chamada carioteca.

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Fig. 22: Uma visão geral da célula procariótica.

As células eucarióticas são, didaticamente, divididas em 2 tipos: as


células animais e as células vegetais. Elas compartilham a maior parte de
suas estruturas e organelas mas possuem algumas que são exclusivas de
cada tipo celular. Somente a célula animal possui centríolos e lisossomos,
e somente a célula vegetal possui parede celular, vacúolo e
cloroplastos, tendo estes últimos sido obtidos através do segundo
processo endossimbiótico citado anteriormente nesta aula.
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Fig. 23: Célula eucariota animal.

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Fig. 24: Célula eucariota vegetal.

Estudaremos, a seguir, cada estrutura e organela presentes nas


imagens de maneira mais detalhada.
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3. Estrutura e Fisiologia Celular: Membrana Plasmática

A membrana plasmática está presente em todas as células de todos os


organismos do nosso planeta. Podemos dizer que ela possui três funções
muito importantes:
 Delimitar o conteúdo citoplasmático
 Regular o fluxo de entrada e saída de substâncias na célula
 Reconhecer e identificar outras células e substâncias
Essa estrutura permite, portanto, que o meio intracelular seja
individualizado do meio extracelular. Essa é uma condição fundamental
para o funcionamento de um organismo, pois possibilita que as células
apresentem composição química diferenciada da matéria não-viva e fornece
o meio necessário para que as reações metabólicas ocorram.

A COMPOSIÇÃO DA MEMBRANA PLASMÁTICA


A composição da membrana plasmática é, em sua maioria, formada
por fosfolipídeos, que se organizam em uma bicamada. Lembre-se que os
fosfolipídeos possuem natureza anfipática e, por isso, suas regiões
hidrofílicas ficam voltadas tanto para fora quanto para o interior da célula,
onde há água. Já suas caudas hidrofóbicas arranjam-se voltadas umas para
as outras.

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Fig. 25: Arranjo dos fosfolipídeos na membrana plasmática.

Intercaladas entre os fosfolipídeos aparecem proteínas, que podem


ser integrais, caso atravessem a membrana de lado a lado, ou
periféricas, que ocorrem ligadas a uma das extremidades das proteínas
periféricas. Essas proteínas são capazes de se movimentar entre os
fosfolipídeos como se formassem um mosaico de moléculas em um fluido.
Por isso, esse modelo proposto para a membrana plasmática é chamado de
Mosaico-Fluido. As proteínas de membrana podem desempenhar
diferentes funções como:

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Atuam no transporte de algumas substâncias, formando canais;


 Atuam como enzimas catalisando reações químicas;
 Realizam a ancoragem de fibras do citoesqueleto;
 Em conjunto com glicídios, fazem o reconhecimento de
substâncias e outras células.
As células animais possuem, na face externa de suas membranas
plasmáticas, glicídios aderidos aos fosfolipídeos (menor quantidade) e às
proteínas (maior quantidade), formando as glicoproteínas. O conjunto
dessas moléculas é chamado glicocálix e atua no reconhecimento entre as
células. Células cancerosas, por exemplo, podem apresentar danos no

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glicocálix impedindo que elas reconheçam outras células, o que faz com que
elas se reproduzam indefinidamente, formando os tumores.
A fluidez da membrana plasmática depende do grau de saturação das
caudas apolares dos fosfolipídeos. Quanto mais saturadas elas forem, mais
compacta será a membrana e, consequentemente, menos fluida também.
No caso das células animais, moléculas de colesterol também são capazes
de aumentar a fluidez das membranas.

Fig. 26: Modelo do mosaico-fluido evidenciando a composição química da membrana plasmática.

O TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA PLASMÁTICA


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A propriedade mais importante da membrana plasmática é a chamada


Permeabilidade Seletiva. Esse é o nome que se dá à capacidade da
membrana de permitir a passagem de algumas substâncias e impedir ou
dificultar a de outras. É dessa forma que ela regula o fluxo de moléculas
entre o meio intracelular e o extracelular. Assim ela consegue manter o que
é importante no seu interior, e eliminar no meio extracelular tudo aquilo
que estiver em excesso ou for prejudicial ao seu funcionamento correto.
Antes de mais nada devemos lembrar que os líquidos que preenchem
tanto o meio intracelular quanto o extracelular são soluções, ou seja, são

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compostos por um solvente (água) e pelos diversos solutos que são as


substâncias dissolvidas.
Quando comparamos duas soluções de acordo com as suas
concentrações de soluto usamos os termos:
 Solução hipertônica: significa “mais concentrada do que”
 Solução hipotônica: significa “menos concentrada do que”
 Soluções isotônicas: de igual concentração
Por exemplo: se uma célula estiver mais concentrada do que o meio
extracelular, dizemos que a célula é hipertônica em relação ao meio ou que
o meio é hipotônico em relação à célula. Observe o esquema abaixo. A
membrana plasmática está em azul e o soluto está representado pelas
bolinhas amarelas.

Observação: A concentração de uma solução é medida pela divisão entre


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a massa do soluto e o volume do solvente.

Existem dois tipos básicos de transporte de substâncias pela


membrana:
 Transporte passivo: uma substância move-se de uma região
onde está mais concentrada para outra onde está menos
concentrada, sem gasto de energia. O transporte ocorre,
portanto, a favor do gradiente de concentração.

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 Transporte ativo: uma substância move-se de uma região onde


está menos concentrada para outra onde está mais
concentrada, com gasto de energia na forma de ATP. O
transporte ocorre, portanto, contra o gradiente de
concentração.

São três as modalidades do transporte passivo: Difusão simples,


Osmose e Difusão Facilitada. Vamos ver esses tipos de transporte com
mais detalhes.

Difusão Simples
Na difusão simples, ocorre o movimento de um soluto através da
membrana plasmática sem gasto de energia, já que esse movimento é a
favor do gradiente de concentração. Isso quer dizer que o soluto sai de onde
ele está mais concentrado (solução hipertônica) para onde ele está menos
concentrado (solução hipotônica). Esse movimento tende a equilibrar as
concentrações das soluções.

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Fig. 27: Esquema representando a difusão simples através da membrana plasmática.

Na difusão simples, o soluto passa entre os fosfolipídeos. Isso


acontece porque são moléculas pequenas e apolares como por exemplo os
gases oxigênio e dióxido de carbono.

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Difusão Facilitada
A difusão facilitada também envolve o movimento de soluto a favor do
gradiente de concentração e sem gasto de energia. Contudo, o que a
diferencia da difusão simples é que nela as substâncias atravessam a
membrana utilizando uma proteína integral que pode formar um canal ou
um portão. Isso acontece com moléculas maiores e/ou polares como a
glicose e certos íons.

Fig. 28: Diferença entre a difusão simples e a difusão facilitada. Na difusão facilitada o soluto é
transportado através de proteínas integrais.
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Osmose
A osmose ocorre quando a membrana plasmática é pouco ou nada
permeável a algum soluto e por isso quem vai ser transportado é na verdade
o solvente (água). Esse tipo de transporte também não consome energia,
e a água vai se movimentar a partir da solução hipotônica em direção à
solução hipertônica. Isso acontece, pois a tendência é que as concentrações
das soluções sejam equilibradas. Já que não é possível movimentar o
soluto, o jeito é movimentar o solvente para diluir a solução em que o soluto
está mais concentrado.

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Vou usar um exemplo do cotidiano para facilitar o seu entendimento.


Quando vamos colocar chocolate em pó no leite e sem querer colocamos
demais, deixando assim a solução muito “forte” (mais concentrada),
adicionamos mais leite para que ela fique mais “fraca” (menos
concentrada).

Fig. 29: Esquema representando o processo de osmose.

Assim, de acordo com a concentração do meio extracelular as células


sofrerão diferentes efeitos da osmose, que podem inclusive leva-las à
morte. As células animais, por exemplo, ficam em condições ideais quando
a concentração do meio extracelular é isotônica à da célula. Quando
colocadas em meio hipertônico, por outro lado, elas perdem água por
osmose e ficam enrugadas em um fenômeno denominado crenação. Caso
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sejam colocadas em meio hipotônico, elas absorvem água por osmose e


podem sofrer a chamada plasmoptise, que é rompimento da membrana
plasmática devido ao excesso de água.

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Fig. 30: Hemácias expostas a soluções com diferentes concentrações.

As células vegetais, por sua vez, possuem parede celular rígida, o que
as impede de arrebentar quando colocadas em meio hipotônico. Nessa
situação elas ficam túrgidas. Contudo, quando colocadas em meio
hipertônico, a perda de água por osmose faz com que o citoplasma diminua
de volume e a membrana plasmática descole da parede celular em vários
pontos, fenômeno chamado de plasmólise.

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Fig. 31: Células vegetais expostas a soluções com diferentes concentrações.

Transporte Ativo
O transporte ativo é caracterizado pelo consumo de ATP (energia) para
que ocorra o transporte de substâncias contra o gradiente de
concentração. Isso permite que a célula conserve substâncias importantes
em concentrações maiores do que as do meio extracelular e elimine
substâncias prejudiciais. O transporte ativo, portanto, não leva ao equilíbrio
das concentrações entre as soluções.

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O exemplo mais comum de transporte ativo é a bomba de sódio-


potássio. A célula utiliza uma proteína de membrana para bombear íons
sódio para fora, contra o gradiente de concentração e bombear íons potássio
para dentro, também contra o gradiente de concentração e com gasto de
ATP. Observe o esquema abaixo.

Fig. 32: Esquema da bomba de sódio-potássio mostrando como o transporte é feito contra o
gradiente de concentração e com o uso de ATP.

Transporte em Massa pela Membrana Plasmática


Moléculas muito grandes, vírus e até mesmo outras células podem ser
englobadas através da membrana plasmática num processo chamado
endocitose. Caso o material endocitado seja sólido, trata-se de uma
fagocitose; caso seja líquido trata-se de pinocitose. Na fagocitose ocorre
a formação de prolongamentos citoplasmáticos chamados pseudópodes
que envolvem a partícula a ser fagocitada.
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Fig. 33: Esquema representando o processo de fagocitose e imagem de microscopia eletrônica


mostrando uma bactéria sendo fagocitada por uma ameba (protozoário).

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Já na pinocitose o que ocorre é a invaginação da membrana (dobra


para o interior), que engloba o líquido a ser pinocitado.

Fig. 34: Esquema representando o processo de pinocitose e imagem de microscopia eletrônica


mostrando uma célula com várias vesículas de pinocitose indicadas pelas setas.

O processo inverso à endocitose, é a exocitose, quando a célula


elimina material de volume muito grande para passar por outros
mecanismos de transporte. Isso ocorre quando a célula secreta
substâncias para o meio extracelular ou ainda ao eliminar resíduos da
digestão intracelular.

4. Estrutura e Fisiologia Celular: Citoplasma

Vamos ver agora as principais organelas e estruturas celulares


presentes no citoplasma.

Ribossomos
Estão presentes em todos os organismos e são formados por RNA
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ribossomal e proteínas. Sua função é a síntese proteica. Podem estar livres


no citoplasma ou associados ao retículo endoplasmático nas células
eucariotas.

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Fig. 35: Imagem de microscopia mostrando ribossomos livres no citoplasma e aderidos ao retículo
endoplasmático.

Núcleo
O núcleo, presente apenas nas células eucariotas, é o centro de
comando e controle das atividades celulares. Armazena as informações
genéticas nos cromossomos. Possui uma membrana dupla chamada
carioteca que é perfurada por vários poros que permitem a passagem de
substâncias. A carioteca é contínua com o retículo endoplasmático, que
é outra organela. Pode apresentar uma ou mais áreas mais escurecidas no
seu interior chamadas nucléolos, devido à grande concentração de RNA
ribossomal.
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Fig. 36: Desenho esquemático e imagem de microscopia eletrônica do núcleo, evidenciando suas
estruturas.

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Retículo Endoplasmático
Pode estar associado a ribossomos (Retículo Endoplasmático Rugoso)
ou não (Retículo Endoplasmático Liso). O retículo endoplasmático rugoso é
responsável pela síntese de proteínas para secreção e pela produção de
membranas celulares. O retículo endoplasmático liso atua na síntese de
lipídeos, no metabolismo de carboidratos e nos processos de desintoxicação
das células. Um exemplo de substância tóxica que é metabolizada por essa
organela é o álcool.

Fig. 37: Desenho esquemático e imagem de microscopia eletrônica do retículo endoplasmático,


evidenciando seus dois tipos.

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Complexo de Golgi
O complexo de Golgi tem importante papel na modificação e no
empacotamento de substâncias para secreção, oriundas do retículo
endoplasmático. Além disso, atua na síntese de carboidratos.

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Fig. 38: Esse esquema ilustra a interação entre diferentes organelas com o objetivo de produzir e
secretar proteínas para o meio extracelular. As vesículas de secreção são liberadas pelo Complexo
de Golgi.

Lisossomo
Os lisossomos são liberados pelo complexo de Golgi e possuem
enzimas digestivas. Eles se fundem às vesículas fagocíticas e atuam na
digestão do material que foi fagocitado. Não estão presentes em células
vegetais. Atuam também no processo de autofagia em que algumas células
acabam de autodigerindo. Esse processo acontece, por exemplo, no
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desenvolvimento dos girinos até sapos adultos. A perda da cauda é


realizada através da autofagia de suas células.

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Fig. 39: Esquema da produção e do funcionamento dos lisossomos na digestão intracelular.

Vacúolos
Os vacúolos são organelas com função de armazenar substâncias no
interior da célula. Existem diferentes tipos de vacúolos como o vacúolo de
suco celular, exclusivo das células vegetais, o vacúolo contrátil,
característico de protozoários de água doce e o vacúolo alimentar,
presente em células que se alimentam por fagocitose.
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Fig. 40: Imagem de microscopia eletrônica mostrando uma célula vegetal com seu vacúolo de suco
celular.

Cloroplasto
Organela exclusiva de vegetais e algas que realizam fotossíntese. Foi
incorporada às células eucariontes através de um processo endossimbiótico.

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Fig. 41: Imagem de microscopia eletrônica e esquema mostrando um cloroplasto e suas estruturas.

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Mitocôndria
Organela responsável pela respiração celular e a consequente
produção de ATP. As mitocôndrias e os cloroplastos possuem DNA próprio
e têm capacidade de se autoduplicarem. Isso fortalece a teoria
endossimbiótica da origem dessas organelas.

Fig. 42: Imagem de microscopia eletrônica e esquema mostrando uma mitocôndria e suas estruturas.
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Centríolos
Possuem forma cilíndrica e aparecem organizados aos pares. Atuam
durante a divisão celular organizando o fuso mitótico das células animais.
Não estão presentes na maioria das plantas e nem nos fungos. Também
têm papel importante na formação de cílios e flagelos, que são estruturas
locomotoras das células.

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Citoesqueleto
É uma rede de fibras que dão forma, sustentação e mobilidade às
células. Atuam também no processo de divisão celular da célula eucariota.
Está ausente nos seres procariontes.

5. Aspectos gerais do metabolismo celular

O metabolismo é o conjunto de todas as reações que acontecem dentro


de um organismo para mantê-lo vivo. Essas reações são divididas em 2
tipos: as reações anabólicas ou anabolismo e as reações catabólicas ou
catabolismo. O anabolismo envolve as reações de síntese de matéria
orgânica a partir de moléculas menores. Quando, por exemplo, o seu
organismo produz massa muscular, isso é um exemplo do anabolismo em
ação. É por isso que os hormônios utilizados com esse objetivo são
chamados de anabolizantes. Em situações de jejum, o seu organismo
quebra moléculas complexas e libera a energia contida nelas para a
realização de outras reações químicas. Essas reações compõem o
catabolismo. Quando em um organismo, as reações anabólicas prevalecem,
ele ganha massa e aumenta de volume. Por outro lado, quando as reações
catabólicas prevalecem, o organismo perde massa e diminui de volume.
Quando as reações estão em equilíbrio, o organismo não perde nem ganha
massa e diz-se que ele está em homeostase.
Devemos pensar nos organismos como grandes conjuntos de sistemas
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que recebem entrada de matéria, através da alimentação e da respiração,


e liberam os resíduos desses processos, na outra ponta do sistema. Tudo
que acontece no meio desses processos tem como principal objetivo a
obtenção de energia. Vimos na aula 01 que, na natureza nada se cria e
nada se perde, tudo se transforma. Assim, os organismos são grandes
usinas de transformação de energia. A energia não é criada e nem
destruída. Ela é transformada. Assim, a energia luminosa que vem do sol e
é captada pelos vegetais durante a fotossíntese é convertida em energia
química aprisionada nas moléculas orgânicas produzidas. Essa energia está

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apta a percorrer os diversos níveis das teias alimentares. A oxidação dessas


moléculas durante a respiração celular faz com que a sua energia passe
para outras moléculas chamadas ATP, que nada mais são do que a moeda
energética das células. O ATP pode então ser usado em diversos processos
celulares, como por exemplo o transporte ativo de substâncias. Como
nenhum sistema é 100% eficiente, também ocorrem perdas dessa energia
química na forma de energia térmica, por exemplo, que é liberada no meio
ambiente como calor.
Algumas moléculas possuem grande importância nas reações
metabólicas, como é o caso das enzimas, que estudaremos a seguir.

ENZIMAS
“Toda enzima é uma proteína, mas nem toda proteína é uma enzima”.
Essa é uma frase muito repetida nas aulas de Biologia para que os alunos
nunca esqueçam da natureza proteica das enzimas. Dessa forma, elas são
proteínas especiais que atuam como catalisadores biológicos. Para
entendermos qual o papel desses catalisadores, precisamos antes abordar
algumas coisas. As reações químicas que acontecem em um organismo,
compondo o chamado metabolismo são reações que, teoricamente,
podem ocorrer espontaneamente. No entanto, o tempo que levaria para a
maior parte delas ocorrer em temperaturas viáveis seria incompatível com
a duração da vida. Assim, existem moléculas capazes de acelerar essas
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reações, diminuindo a chamada energia de ativação necessária para que


elas ocorram. Essas moléculas são os catalisadores biológicos, como as
enzimas.

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Fig. 43: Diferença entre uma reação não-catalisada, em azul, que precisa de energia de ativação
(Ea) alta, e uma reação catalisada, em vermelho, que precisa de energia de ativação mais baixa.

Os reagentes aos quais uma enzima se liga durante uma reação por
ela catalisada são chamados de substratos. As enzimas são altamente
específicas em relação aos seus substratos e isso ocorre principalmente
devido à sua estrutura tridimensional (estrutura terciária da proteína). A
esse tipo de interação chamamos de modelo chave-fechadura em que
somente os substratos corretos (chaves) serão capazes de se ligar ao sítio
ativo da enzima específica (fechadura).

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Fig. 44: As enzimas possuem um sítio ativo onde um ou mais substratos se ligam.

Como exemplo de uma reação enzimática podemos citar a ação da


amilase salivar (ptialina), que é uma enzima presente na saliva humana
e que quebra moléculas de amido em moléculas de maltose (um
dissacarídeo formado por 2 glicoses). Posteriormente, no intestino delgado
outra enzima chamada maltase vai quebrar as maltoses liberando glicose.
As taxas de conversão substrato  produto em uma reação catalisada
por uma enzima dependem de 2 fatores: a concentração de substrato e a
quantidade de enzimas disponíveis. Dessa forma, o aumento na

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concentração de substrato aumenta a taxa de reação até o momento em


que todas as enzimas estarão sendo utilizadas, fenômeno que chamamos
de saturação enzimática. Do mesmo modo, o aumento na quantidade de
enzimas disponíveis aumenta a taxa de reação enquanto houver substrato
disponível para reagir. É importante lembrar que a enzima, enquanto está
ligada a um substrato não consegue se ligar a outro, mas tão logo desfaça
essa ligação, ela pode ser novamente utilizada.
A atividade enzimática é afetada pelo pH e pela temperatura. Cada
enzima possui uma faixa de temperatura e de pH onde ela opera, sendo
que para esses parâmetros existe um ponto em que ela atinge sua taxa
máxima de atividade. Falamos assim de pH ótimo e de temperatura
ótima. Lembre-se que valores muito altos de temperatura e variações
muito grandes no pH são capazes de desnaturar uma enzima.

Fig. 45: Cada enzima apresenta temperatura e pH ótimos.

Algumas substâncias podem inibir a ação de enzimas por ligarem-se a


elas. Existem inibidores naturais, produzidos pelos próprios organismos, e
outros artificiais, como na forma de medicamentos. Os inibidores
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irreversíveis ligam-se permanentemente ao sítio ativo da enzima


causando a sua inativação. Já os inibidores reversíveis podem ligar-se
ao sítio ativo de uma enzima competindo com o substrato, o que diminui a
taxa de reação. Esse tipo de inibição reversível é chamado inibição
competitiva. O outro tipo de inibição reversível é a não-competitiva, na
qual os inibidores se ligam à enzima em locais diferentes do sítio ativo,
fazendo com que ela sofra modificação na sua forma e fique impedida de
se ligar ao substrato.

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Fig. 46: Dois tipos de inibição reversível. a) Inibição competitiva e b) Inibição não-competitiva.

As rotas metabólicas são compostas por diversas reações iniciais,


intermediárias e finais, cada uma catalisada por suas enzimas específicas
atuando sobre seus substratos e gerando produtos que poderão ser
substratos de outras reações. A velocidade dessas reações ou passos
metabólicos é regulada pelas células num processo chamado feedback em
que o excesso de produtos pode se ligar às enzimas de forma não-
competitiva, diminuindo as taxas de reação e impedindo que a célula gaste
energia para produzir metabólitos que já estão em quantidades adequadas.

Vamos ficando por aqui em mais uma aula! Na próxima


continuaremos falando sobre metabolismo e também daremos
ênfase aos mecanismos de divisão celular e expressão das
informações genéticas. Até a próxima e bom estudo!

6. QUESTÕES COMENTADAS
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1. (ENEM – 2002 Amarela Q17) O milho verde recém-colhido tem um


sabor adocicado. Já o milho verde comprado na feira, um ou dois dias depois
de colhido, não é mais tão doce, pois cerca de 50% dos carboidratos
responsáveis pelo sabor adocicado são convertidos em amido nas primeiras
24 horas.
Para preservar o sabor do milho verde pode-se usar o seguinte
procedimento em três etapas:

1º descascar e mergulhar as espigas em água fervente por alguns minutos;


2º resfriá-las em água corrente;
3º conservá-las na geladeira.

A preservação do sabor original do milho verde pelo procedimento descrito


pode ser explicada pelo seguinte argumento:
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(A) O choque térmico converte as proteínas do milho em amido até a


saturação; este ocupa o lugar do amido que seria formado
espontaneamente.
(B) A água fervente e o resfriamento impermeabilizam a casca dos grãos
de milho, impedindo a difusão de oxigênio e a oxidação da glicose.
(C) As enzimas responsáveis pela conversão desses carboidratos em amido
são desnaturadas pelo tratamento com água quente.
(D) Microrganismos que, ao retirarem nutrientes dos grãos, convertem
esses carboidratos em amido, são destruídos pelo aquecimento.
(E) O aquecimento desidrata os grãos de milho, alterando o meio de
dissolução onde ocorreria espontaneamente a transformação desses
carboidratos em amido.

2. (ENEM – 2003 Amarela Q18) Na embalagem de um antibiótico,


encontra-se uma bula que, entre outras informações, explica a ação do
remédio do seguinte modo:

O medicamento atua por inibição da síntese proteica bacteriana.

Essa afirmação permite concluir que o antibiótico:


(A) impede a fotossíntese realizada pelas bactérias causadoras da doença
e, assim, elas não se alimentam e morrem.
(B) altera as informações genéticas das bactérias causadoras da doença, o
que impede manutenção e reprodução desses organismos.
(C) dissolve as membranas das bactérias responsáveis pela doença, o que
dificulta o transporte de nutrientes e provoca a morte delas.
(D) elimina os vírus causadores da doença, pois não conseguem obter as
proteínas que seriam produzidas pelas bactérias que parasitam.
(E) interrompe a produção de proteína das bactérias causadoras da doença,
o que impede sua multiplicação pelo bloqueio das funções vitais.

3. (ENEM – 2004 Amarela Q58) Nas recentes expedições espaciais que


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chegaram ao solo de Marte, e através dos sinais fornecidos por diferentes


sondas e formas de análise, vem sendo investigada a possibilidade da
existência de água naquele planeta. A motivação principal dessas
investigações, que ocupam frequentemente o noticiário sobre Marte, deve-
se ao fato de que a presença de água indicaria, naquele planeta,
a) a existência de um solo rico em nutrientes e com potencial para a
agricultura.
b) a existência de ventos, com possibilidade de erosão e formação de
canais.
c) a possibilidade de existir ou ter existido alguma forma de vida semelhante
à da Terra.
d) a possibilidade de extração de água visando ao seu aproveitamento
futuro na Terra.

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e) a viabilidade, em futuro próximo, do estabelecimento de colônias


humanas em Marte.

4. (ENEM – 2005 Amarela Q11) A obesidade, que nos países


desenvolvidos já é tratada como epidemia, começa a preocupar
especialistas no Brasil. Os últimos dados da Pesquisa de Orçamentos
Familiares, realizada entre 2002 e 2003 pelo IBGE, mostram que 40,6% da
população brasileira estão acima do peso, ou seja, 38,8 milhões de adultos.
Desse total, 10,5 milhões são considerados obesos. Várias são as dietas e
os remédios que prometem um emagrecimento rápido e sem riscos. Há
alguns anos foi lançado no mercado brasileiro um remédio de ação diferente
dos demais, pois inibe a ação das lipases, enzimas que aceleram a reação
de quebra de gorduras. Sem serem quebradas elas não são absorvidas pelo
intestino, e parte das gorduras ingeridas é eliminada com as fezes. Como
os lipídios são altamente energéticos, a pessoa tende a emagrecer. No
entanto, esse remédio apresenta algumas contraindicações, pois a gordura
não absorvida lubrifica o intestino, causando desagradáveis diarreias. Além
do mais, podem ocorrer casos de baixa absorção de vitaminas lipossolúveis,
como as A, D, E e K, pois
(A) essas vitaminas, por serem mais energéticas que as demais, precisam
de lipídios para sua absorção.
(B) a ausência dos lipídios torna a absorção dessas vitaminas
desnecessária.
(C) essas vitaminas reagem com o remédio, transformando-se em outras
vitaminas.
(D) as lipases também desdobram as vitaminas para que essas sejam
absorvidas.
(E) essas vitaminas se dissolvem nos lipídios e só são absorvidas junto com
eles.

5. (ENEM – 2010 Azul Q60) A lavoura arrozeira na planície costeira da


região sul do Brasil comumente sofre perdas elevadas devido à salinização
da água de irrigação, que ocasiona prejuízos diretos, como a redução de
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produção da lavoura. Solos com processo de salinização avançado não são


indicados, por exemplo, para o cultivo de arroz. As plantas retiram a água
do solo quando as forças de embebição dos tecidos das raízes são
superiores às forças com que a água é retida no solo.
WINKEL, H.L.;TSCHIEDEL, M. Cultura do arroz: salinização de solos em cultivos de arroz.
Disponível em: http://agropage.tripod.com/saliniza.hml. Acesso em:25 jun.2010 (adaptado).

A presença de sais na solução do solo faz com que seja dificultada a


absorção de água pelas plantas, o que provoca o fenômeno conhecido por
seca fisiológica, caracterizado pelo(a):
(A) aumento da salinidade, em que a água do solo atinge uma concentração
de sais maior que a das células das raízes das plantas, impedindo, assim,
que a água seja absorvida.
(B) aumento da salinidade, em que o solo atinge um nível muito baixo de
água, e as plantas não têm força de sucção para absorver a água.

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(C) diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas não


têm força de sucção, fazendo com que a água não seja absorvida.
(D) aumento da salinidade, que atinge um nível em que as plantas têm
muita sudação, não tendo força de sucção para superá-la.
(E) diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas ficam
túrgidas e não têm força de sudação para superá-la.

6. (ENEM – 2011 Azul Q59) A cal (óxido de cálcio, CaO), cuja suspensão
em água é muito usada como uma tinta de baixo custo, dá uma tonalidade
branca aos troncos de árvores. Essa é uma prática muito comum em praças
públicas e locais privados, geralmente usada para combater a proliferação
de parasitas. Essa aplicação, também chamada de caiação, gera um
problema: elimina microrganismos benéficos para a árvore.
Disponível em: http://superabril.com.br. Acesso em: 1 abr. 2010 (adaptado).

A destruição do microambiente, no tronco de árvores pintadas com cal, é


devida ao processo de:

(A) difusão, pois a cal se difunde nos corpos dos seres do microambiente e
os intoxica.
(B) osmose, pois a cal retira água do microambiente, tornando-o inviável
ao desenvolvimento de microrganismos.
(C) oxidação, pois a luz solar que incide sobre o tronco ativa
fotoquimicamente a cal, que elimina os seres vivos do microambiente.
(D) aquecimento, pois a luz do Sol incide sobre o tronco e aquece a cal, que
mata os seres vivos do microambiente.
(E) vaporização, pois a cal facilita a volatização da água para a atmosfera,
eliminando os seres vivos do microambiente.

7. (ENEM – 2012 Branca Q76) Quando colocados em água, os


fosfolipídeos tendem a formar lipossomos, estruturas formadas por uma
bicamada lipídica, conforme mostrado na figura. Quando rompida, essa
estrutura tende a se reorganizar em um novo lipossomo.
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Disponível em: http://course1.winona.edu. Acesso em: 1 mar.2012 (adaptado).

Esse arranjo característico se deve ao fato de os fosfolipídios apresentarem


uma natureza:

(A) polar, ou seja, serem inteiramente solúveis em água.


(B) apolar, ou seja, não serem solúveis em solução aquosa.
(C) anfotérica, ou seja, podem comportar-se como ácidos e bases.
(D) insaturada, ou seja, possuírem duplas ligações em sua estrutura.
(E) anfifílica, ou seja, possuírem uma parte hidrofílica e outra hidrofóbica.

8. (ENEM – 2012 Branca Q84) Osmose é um processo espontâneo que


ocorre em todos os organismos vivos e é essencial à manutenção da vida.
Uma solução 0,15 mol/L de NaC (cloreto de sódio) possui a mesma pressão
osmótica das soluções presentes nas células humanas.

A imersão de uma célula humana em uma solução 0,20 mol/L de NaC tem,
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como consequência, a:

(A) adsorção de íons Na+ sobre a superfície da célula.


(B) difusão rápida de íons Na+ para o interior da célula.
(C) diminuição da concentração das soluções presentes na célula.
(D) transferência de íons Na+ da célula para a solução.
(E) transferência de moléculas de água do interior da célula para a solução.

9. (ENEM – 2013 Branca Q76) Uma indústria está escolhendo uma


linhagem de microalgas que otimize a secreção de polímeros comestíveis,
os quais são obtidos do meio de cultura de crescimento. Na figura podem
ser observadas as proporções de algumas organelas presentes no
citoplasma de cada linhagem.

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Qual é a melhor linhagem para se conseguir maior rendimento de polímeros


secretados no meio de cultura?

(A) I
(B) II
(C) III
(D) IV
(E) V

10. (ENEM – 2014 Azul Q47) Na década de 1940, na Região Centro-


Oeste, produtores rurais, cujos bois, porcos, aves e cabras estavam
morrendo por uma peste desconhecida, fizeram uma promessa, que
consistiu em não comer carne e derivados até que a peste fosse debelada.
Assim, durante três meses, arroz, feijão, verduras e legumes formaram o
prato principal desses produtores.
O Hoje, 15 out. 2011 (adaptado).

Para suprir o déficit nutricional a que os produtores rurais se submeteram


durante o período da promessa, foi importante eles terem consumido
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alimentos ricos em:

(A) vitaminas A e E.
(B) frutose e sacarose.
(C) aminoácidos naturais.
(D) aminoácidos essenciais.
(E) ácidos graxos saturados.

11. (ENEM – 2014 Azul Q73) Segundo a teoria evolutiva mais aceita hoje,
as mitocôndrias, organelas celulares responsáveis pela produção de ATP em
células eucariotas, assim como os cloroplastos, teriam sido originados de
procariontes ancestrais que foram incorporados por células mais
complexas.
Uma característica da mitocôndria que sustenta essa teoria é a:

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(A) capacidade de produzir moléculas de ATP.


(B) presença de parede celular semelhante à de procariontes.
(C) presença de membranas envolvendo e separando a matriz mitocondrial
do citoplasma.
(D) capacidade de autoduplicação dada por DNA circular próprio semelhante
ao bacteriano.
(E) presença de um sistema enzimático eficiente às reações químicas do
metabolismo aeróbio.

12. (ENEM – 2015 2ª Aplicação Azul Q60) A remoção de petróleo


derramado em ecossistemas marinhos é complexa e muitas vezes envolve
a adição de mais sustâncias ao ambiente. Para facilitar o processo de
recuperação dessas áreas, pesquisadores têm estudado a bioquímica de
bactérias encontradas em locais sujeitos a esses tipos de impacto. Eles
verificaram que algumas dessas espécies utilizam as moléculas de
hidrocarbonetos como fonte energética, atuando como biorremediadores,
removendo o óleo do ambiente.
KREPSKY, N.; SILVA SOBRINHO, F.; CRAPEZ, M. A. C. Ciência Hoje, n. 223, jan.-fev. 2006
(adaptado).
Para serem eficientes no processo de biorremediação citado, as espécies
escolhidas devem possuir
(A) Células flageladas, que capturem as partículas de óleo presentes na
água.
(B) altas taxas de mutação, para se adaptarem ao ambiente impactado pelo
óleo.
(C) enzimas, que catalisem reações de quebra das moléculas constituintes
do óleo.
(D) parede celular espessa, que impossibilite que as bactérias se
contaminem com o óleo.
(E) capacidade de fotossíntese, que possibilite a liberação de oxigênio para
a renovação do ambiente poluído.

13. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q60) O petróleo é um tipo de


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combustível fóssil, de origem animal e vegetal, constituído principalmente


por hidrocarbonetos. Em desastres de derramamento de petróleo, vários
métodos são usados para a limpeza das áreas afetadas. Um deles é a
biodegradação por populações naturais de microrganismos que utilizam o
petróleo como fonte de nutrientes. O quadro mostra a composição química
média das células desses microrganismos.
Elemento Composição média celular (%)
Carbono 50
Hidrogênio 7
Nitrogênio 11
Fósforo 2
Outros 30

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Para uma efetiva biodegradação, a região afetada deve ser suplementada


com
a) nitrogênio e fósforo.
b) hidrogênio e fósforo.
c) carbono e nitrogênio.
d) carbono e hidrogênio.
e) nitrogênio e hidrogênio.

14. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q66)


Companheira viajante
Suavemente revelada? Bem no interior de nossas células, uma clandestina
e estranha alma existe. Silenciosamente, ela trama e aparece cumprindo
seus afazeres domésticos cotidianos, descobrindo seu nicho especial em
nossa fogosa cozinha metabólica, mantendo entropia em apuros, em ciclos
variáveis noturnos e diurnos. Contudo, raramente ela nos acende, apesar
de sua fornalha consumi-la. Sua origem? Microbiana, supomos. Julga-se
adaptada às células eucariontes, considerando-se como escrava – uma
serva a serviço de nossa verdadeira evolução.
McMurray, W. C. The traveler. Trends in Biochemical Sciences, 1994 (adaptado).
A organela celular descrita de forma poética no texto é o(a)
a) centríolo.
b) lisossomo.
c) mitocôndria.
d) complexo golgiense.
e) retículo endoplasmático liso.

15. (UFSC) A maior parte dos seres vivos é composta de água. No corpo
humano, a porcentagem de água pode variar de 20%, nos ossos, a 85%
nas células nervosas; nas medusas (animais marinhos), a porcentagem de
água chega a mais de 95%. Assinale as afirmativas que indicam
corretamente a importância da água nos seres vivos.
01. A maioria dos elementos químicos presentes nos seres vivos
necessita de um meio aquoso para se dissolver e reagir uns com os
outros.
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02. A água atua no transporte e na remoção dos produtos do


metabolismo.
04. A grande capacidade da água de absorver calor protege o material
vivo contra súbitas mudanças térmicas.
08. A água atua como lubrificante, estando presente nos líquidos
corporais, entre um órgão e outro.
Dê como resposta a soma dos números associados às alternativas corretas.

16. (Faap-SP) A celulose é um carboidrato, um polissacarídeo de origem


vegetal e com função estrutural. É um componente presente em todos os
alimentos de origem vegetal. Os seres humanos não são capazes de digerir
as fibras de celulose, porém elas são importantíssimas, pois:
a) fornecem energia para o corpo.
b) formam estruturas esqueléticas importantes.
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c) são fontes de vitaminas.


d) facilitam a formação e a eliminação das fezes.
e) são importantes para o crescimento.

17. (UFPE) Amido, sacarose e glicogênio são polissacarídeos que, apesar


de serem constituídos pelas mesmas unidades (moléculas de glicose),
apresentam diferença quanto ao tipo de ligação entre as glicoses e à
conformação espacial das moléculas. Na figura abaixo, 1, 2 e 3 indicam,
respectivamente, locais onde são encontrados os polissacarídeos.

a) amido, celulose e glicogênio.


b) celulose, amido e glicogênio.
c) celulose, glicogênio e amido.
d) glicogênio, amido e celulose.
e) glicogênio, celulose e amido.

18. (UECE) Nas Olimpíadas de Pequim, atletas brasileiros competiram e


trouxeram medalhas para o nosso país. Para realizar atividades físicas
dessa natureza, os atletas gastam muita energia. Assim, antes das
competições, os atletas devem consumir preferencialmente alimentos ricos
em
a) sais minerais.
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b) proteínas.
c) carboidratos.
d) vitaminas.

19. (Unaerp-SP) Os itens I, II, III e IV da tabela a seguir correspondem,


respectivamente, a:
Polissacarídeo Função Localização
I energética fígado e músculos (mamíferos)
II energética raízes de plantas
III estrutural parede de células vegetais
IV estrutural carapaça de insetos

a) glicogênio, amido, celulose e quitina.

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b) glicogênio, amido, quitina e celulose.


c) glicogênio, celulose, amido e quitina.
d) amido, glicogênio, celulose e quitina.
e) celulose, amido, glicogênio e quitina.

20. (Unifor-CE) Atribuíram as seguintes funções aos lipídios, grupo de


substâncias sempre presentes nas células:
I. Como substâncias de reserva são exclusivos de células animais.
II. Podem ter função energética, ou seja, fornecem energia para as
atividades celulares.
III. Têm função estrutural, uma vez que entram na composição das
membranas celulares.

É correto o que se afirma somente em:


a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

21. (PUC-RJ) Em relação às enzimas, podemos afirmar que:


a) não podem ser reutilizadas, pois reagem com o substrato, tornando-se
parte do produto.
b) são catalisadores eficientes por se associarem de forma inespecífica a
qualquer substrato.
c) seu poder catalítico resulta da capacidade de aumentar a energia de
ativação das reações.
d) atuam em qualquer temperatura, pois sua ação catalítica independe de
sua estrutura espacial.
e) sendo proteínas, por mudança de pH, podem perder seu poder catalítico
ao se desnaturarem.

22. (Uece) Quando uma proteína é desnaturada, podendo ser renaturada


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quando voltar às suas condições ótimas de funcionamento, ela perde:


a) as ligações peptídicas entre os aminoácidos.
b) sua estrutura primária.
c) o grupo amina da extremidade que o contém.
d) sua estrutura terciária.

23. (Vunesp-SP) Os procariontes diferenciam-se dos eucariontes porque


os primeiros, entre outras características:
a) não possuem material genético.
b) possuem material genético como os eucariontes, mas são anucleados.
c) possuem núcleo, mas o material genético encontra-se disperso no
citoplasma.
d) possuem material genético disperso no núcleo, mas não em estruturas
organizadas denominadas cromossomos.
e) possuem núcleo e material genético organizado nos cromossomos.
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24. (UFPB) Os componentes celulares que estão presentes tanto em


células de eucariontes como de procariontes são:
a) membrana plasmática e mitocôndrias.
b) mitocôndrias e ribossomos.
c) ribossomos e lisossomos.
d) lisossomos e membrana plasmática.
e) membrana plasmática e ribossomos.

25. (UNESP 2008) No início da manhã, a dona de casa lavou algumas


folhas de alface e as manteve em uma bacia, imersas em água comum de
torneira, até a hora do almoço. Com esse procedimento, a dona de casa
assegurou que as células das folhas se mantivessem
a) túrgidas, uma vez que foram colocadas em meio isotônico.
b) túrgidas, uma vez que foram colocadas em meio hipotônico.
c) túrgidas, uma vez que foram colocadas em meio hipertônico.
d) plasmolizadas, uma vez que foram colocadas em meio isotônico.
e) plasmolizadas, uma vez que foram colocadas em meio hipertônico

26. (Fuvest -SP) Para a ocorrência de osmose, é necessário que:


a) as concentrações de soluto dentro e fora da célula sejam iguais.
b) as concentrações de soluto dentro e fora da célula sejam diferentes.
c) haja ATP disponível na célula para fornecer energia ao transporte de
água.
d) haja um vacúolo no interior da célula no qual o excesso de água é
acumulado.
e) haja uma parede celulósica envolvendo a célula, o que evita sua ruptura.

27. (UERGS-RS) Quando o feijão é cozido em água com sal, observa-se


que ele murcha, pois:
a) o grão perde água por osmose.
b) os sais do grão passam para a água por difusão.
c) o calor estimula o transporte das proteínas da água para o grão.
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d) o transporte passivo das proteínas ocorre do grão para a água.


e) o grão perde proteínas por osmose.

28. (Fatec-SP) É prática comum salgarmos os palitos de batata após


terem sido fritos, mas nunca antes, pois, se assim for, eles murcharão.
E murcharão porque:
a) as células dos palitos de batata ficam mais concentradas que o meio
externo a elas e, assim, ganham água por osmose.
b) as células dos palitos da batata ficam mais concentradas que o meio
externo a ela e, assim, ganham água por transporte ativo.
c) as células dos palitos da batata ficam mais concentradas que o meio
externo a elas e, assim, perdem água por transporte ativo.
d) o meio externo aos palitos da batata fica mais concentrado que as células
deles, que, assim, perdem água por osmose.

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e) o meio externo aos palitos de batata fica menos concentrado que as


células deles, que, assim, ganham água por pinocitose.

29. (UFBA) As células de nosso organismo utilizam a glicose como fonte


de energia, queimando-a através de reações de oxidação. Para tanto, o
consumo de glicose é grande, e já se observou que, frequentemente, a
célula absorve essa substância, mesmo quando a sua concentração
intracelular é maior que a extracelular; portanto, contra um gradiente de
concentração. Isso, porém, exige algum dispêndio de energia pela célula –
uma espécie de investimento de energia.
Identificamos nesse enunciado um caso de:
A. difusão simples.
B. equilíbrio osmótico.
C. transporte ativo.
D. transporte passivo.
E. absorção direta pela membrana plasmática

30. (UFMG) A doença de Tay-Sachs é hereditária e provoca retardamento


mental grave e morte do paciente na infância. Essa doença é devida à
incapacidade das células de digerir uma substância cujo acúmulo é
responsável pelas lesões no sistema nervoso central. Com base nessas
informações, pode-se afirmar que a organela celular cuja função está
alterada nessa doença é
a) a mitocôndria.
b) o complexo de Golgi.
c) o lisossomo.
d) o retículo endoplasmático rugoso.

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

1. O sabor doce é característico de carboidratos mais simples do que o


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amido, como a sacarose e a frutose. A conversão desses dissacarídeos em


amido é catalisada por enzimas, que por sua vez, não suportam altas
temperaturas, pois sua estrutura terciária é danificada e elas sofrem
desnaturação. Assim, a fervura das espigas de milho desnatura as enzimas
responsáveis pelo processo de conversão e conserva o sabor adocicado do
alimento. Alternativa C.

2. A inibição da síntese proteica bacteriana nada mais é do que o


impedimento da bactéria de produzir suas próprias proteínas. Como as
proteínas são o principal componente estrutural das células, sem elas, as
bactérias acabam morrendo. Alternativa E.

3. Sabemos que uma condição fundamental para a vida como nós a


conhecemos é a presença de água no estado líquido. Além disso foi na água
que os primeiros seres vivos surgiram no nosso planeta. Sendo assim, a
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presença de água em Marte indicaria a possibilidade de existir ou ter


existido alguma forma de vida semelhante à da Terra. Alternativa C.

4. Como o nome já diz, as vitaminas lipossolúveis se dissolvem nos lipídeos.


Assim, para que sua absorção aconteça, isso deve ocorrer junto com a
absorção dos lipídeos, o que fica dificultada pela ação do remédio citado no
enunciado da questão. Alternativa E.

5. Se o solo está com grande concentração de sais, isso aumenta a pressão


osmótica nesse local, o que atrai a água por osmose. Lembre que nesse
processo a água é transportada na direção do meio hipertônico, nesse caso,
o solo. Assim, as raízes não conseguem absorver água pois o solo está
hipertônico em relação a elas. Alternativa A.

6. O óxido de cálcio reage com a água e forma hidróxido de cálcio que, por
sua vez se dissocia em íons cálcio e hidroxilas. Isso aumenta a pressão
osmótica do meio extracelular fazendo com que as bactérias não consigam
se desenvolver por não conseguirem obter água. Alternativa B.

7. Os fosfolipídeos apresentam em sua estrutura química uma região polar


hidrofílica e outra apolar hidrofóbica. Isso provoca a sua organização em
meio aquoso em uma bicamada onde as regiões polares ficam voltadas para
onde há água e as regiões apolares ficam em contato umas com as outras.
Isso caracteriza sua natureza anfipática ou anfifílica. Alternativa E.

8. Se uma solução a 0,15 mol/L tem a mesma pressão osmótica das


soluções presentes nas células, isso quer dizer que essa é a concentração
das soluções das células também. Assim, uma solução a 0,20 mol/L
constitui um meio hipertônico em relação às células. Dessa forma, seria
possível que houvesse a difusão de soluto para o interior da célula. No
entanto, a alternativa B menciona a difusão rápida de íons para o interior
da célula. Devemos lembrar que íons não passam facilmente pela
membrana plasmática pois são carregados eletricamente e precisam de
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proteínas de membrana para auxiliar sua passagem. Assim, a consequência


mais direta seria a perda de água da célula por osmose no intuito de
equilibrar as concentrações das 2 soluções. Alternativa E.

9. As atividades de secreção estão diretamente relacionadas ao complexo


de Golgi e, por isso, a linhagem de algas mais adequada é aquela que possui
maior quantidade dessa organela. Linhagem I, Alternativa A.

10. Os aminoácidos essenciais são aqueles que o organismo não consegue


produzir e precisa obter através da alimentação. Alternativa D.

11. As mitocôndrias e os cloroplastos possuem DNA próprio e têm


capacidade de se autoduplicarem. Isso fortalece a teoria endossimbiótica
da origem dessas organelas. Alternativa D.

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12. Para que as bactérias sejam capazes de remover o óleo do ambiente e,


ao mesmo tempo, utilizar os hidrocarbonetos para obter energia, é
necessário que elas promovam alterações químicas nesses compostos. Isso
só se torna viável com a presença de enzimas que atuem sobre essas
substâncias e as quebrem. Alternativa C.

13. Como o petróleo é um hidrocarboneto, ele já é rico em carbono e


hidrogênio. Sendo assim, a região deve ser suplementada com os demais
elementos, especificamente nitrogênio e fósforo. Alternativa A.

14. A grande dica para a resposta dessa questão é a origem microbiana da


organela. Sabemos que as mitocôndrias e os cloroplastos, muito
provavelmente, foram incorporados às células eucariontes através da
fagocitose de células procariontes, que passaram a atuar no interior das
primeiras de maneira endossimbiótica. A fornalha citada no texto refere-se
ao processo de respiração celular, que se assemelha a uma reação de
combustão liberando gás carbônico e energia na forma de ATP. Alternativa
C.

15. A água tem a propriedade de dissolver um grande número de


substâncias, facilitando assim as reações químicas entre elas e auxiliando
no transporte e na remoção dos produtos do metabolismo. Além disso, seu
alto calor específico faz com que ela atue na manutenção das temperaturas
corporais em níveis adequados. Ela não está presente entre os órgãos do
corpo.
01 + 02 + 04 = 7

16. Como os seres humanos não conseguem digerir as fibras da celulose,


elas não serão usadas para o fornecimento de energia nem de vitaminas e
não formarão estruturas esqueléticas nem são importantes para o
crescimento. As fibras de celulose, na verdade, auxiliam a umedecer e a
eliminar as fezes no intestino grosso. Alternativa D.
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17. O número 1 indica as folhas, que não possuem tecidos de


armazenamento de energia, mas são ricos em celulose. O número 2 indica
a banana que é rica em amido, por constituir uma estrutura de
armazenamento de energia. O número 3 indica o fígado humano, órgão
responsável pela síntese e armazenamento de glicogênio. Alternativa B.

18. Os alimentos que mais rapidamente e facilmente disponibilizam


nutrientes para a obtenção de energia são os carboidratos. Alternativa C.

19. I – armazenamento energético em animais (glicogênio); II –


armazenamento energético em vegetais (amido); III – polissacarídeo
estrutural das células vegetais (celulose); IV – polissacarídeo estrutural do
exoesqueleto de artrópodes (quitina). Alternativa A.

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20. I – existem estruturas vegetais como sementes e frutos que utilizam


lipídeos como substâncias de reserva energética (F); II – após a diminuição
das reservas de carboidratos, as células passam a usar os lipídeos para
obter energia (V); III – os fosfolipídeos são os principais componentes das
membranas plasmáticas (V). Alternativa E.

21. As enzimas são proteínas com função catalítica de alta especificidade


em relação aos substratos, pois diminuem a energia de ativação necessária
para a reação acontecer. Elas podem ser reutilizadas após a reação
catalisada e, por serem proteínas são sensíveis a altas temperaturas e
mudanças de pH, capazes de desnaturá-las. Alternativa E.

22. A desnaturação de uma proteína altera a sua estrutura terciária,


modificando a sua forma e fazendo com que ela perca sua função.
Alternativa D.

23. A principal diferença dos seres procariontes para os eucariontes é a


ausência de núcleo individualizado. No entanto, assim como os eucariontes,
eles também possuem material genético, que está, no caso deles, disperso
no citoplasma. Alternativa B.

24. Os seres procariontes não possuem organelas membranosas e, por isso,


não apresentam mitocôndrias e lisossomos. Eles possuem, assim como
qualquer outra célula, membrana plasmática e ribossomos. Alternativa E.

25. A água da torneira tem concentração de sais menor do que as células


vegetais e, por isso, é hipotônica em relação às células. Isso faz com que,
por osmose, as células absorvam água, ficando túrgidas. Alternativa B.

26. A osmose, assim como qualquer transporte passivo, depende da


diferença de concentrações entre o meio intracelular e o meio extracelular,
pois ela tende a igualar essas concentrações. Alternativa B.
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27. A água com sal constitui meio hipertônico em relação às células do


feijão, o que faz com que ele perca água por osmose. Alternativa A.

28. A água com sal constitui mais concentrado (hipertônico) em relação às


células da batata, o que faz com que elas percam água por osmose.
Alternativa D.

29. A modalidade de transporte pela membrana plasmática que consome


energia pois acontece contra o gradiente de concentração é o transporte
ativo. Alternativa C.

30. A digestão intracelular é realizada pelos lisossomos. Alternativa C.

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6. Bibliografia consultada

 AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol.3.

 CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

 LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 3.

 PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2.

 STARR; EVERS; STARR. Biology Concepts and Applications


Without Physiology. Stamford. Cengage Learning, 2013.

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Aula 04 - Moléculas, células e tecidos

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 04: Metabolismo energético: fotossíntese e


respiração. Estrutura e fisiologia celular: núcleo.
Diferenciação celular. Codificação da informação
genética. Síntese proteica.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Metabolismo energético: fotossíntese e respiração 01
2. Estrutura e fisiologia celular: núcleo e diferenciação 16
celular
3. Codificação da informação genética e síntese proteica 19
4. Questões comentadas 31
5. Bibliografia consultada 43

1. Metabolismo energético: fotossíntese e respiração

Vimos, no fim da aula 03, como os organismos realizam inúmeros


processos metabólicos que se dividem, basicamente, em reações anabólicas
e catabólicas. No anabolismo, as células utilizam energia disponível para, a
partir de moléculas mais simples, sintetizar moléculas mais complexas e
mais energéticas. O catabolismo é o inverso, onde moléculas mais
energéticas são quebradas gerando moléculas mais simples e liberando
energia. Como exemplo de anabolismo temos o processo de fotossíntese,
através do qual os seres fotoautotróficos utilizam a energia luminosa para
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sintetizar moléculas orgânicas. Como exemplo de catabolismo temos o


processo de respiração celular, onde moléculas orgânicas são quebradas
para a liberação de energia na forma de ATP. Esses dois processos fazem
parte do chamado metabolismo energético e este será o nosso próximo
assunto.

INTRODUÇÃO AO METABOLISMO ENERGÉTICO


Os seres vivos realizam diversos processos de transformação
energética e nesse contexto existe uma molécula chave chamada ATP
(adenosina trifosfato). O ATP é a moeda energética das células pois é capaz

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de armazenar pequenas quantidades de energia e disponibilizá-la para os


mais diversos processos, como o transporte de substâncias pela membrana,
a reprodução celular e a locomoção dos organismos.

Fig. 01: Estrutura da molécula de ATP.

As ligações entre os grupos fosfato desta molécula carregam energia


que pode ser liberada quando um desses fosfatos é perdido gerando ADP
(adenosina difosfato) e um fosfato inorgânico livre. Assim, podemos
agrupar todas as reações metabólicas que levam a célula a produzir esse
ATP como metabolismo energético, que inclui os processos de
fotossíntese e respiração celular.
Esses dois processos estão integrados, como é possível observar na
figura 02.

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Fig. 02: Fluxo de energia através dos seres vivos e a relação entre fotossíntese e respiração
celular.

Podemos considerar, para a maior parte dos seres vivos, que a


introdução da energia nos ecossistemas depende da energia luminosa do
Sol, que é capturada pelos organismos fotossintetizantes. Eles a utilizam
para produzir suas moléculas orgânicas a partir de gás carbônico e água.
Esse processo libera ainda gás oxigênio. A respiração celular, por sua vez,
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utiliza as moléculas orgânicas e o gás oxigênio produzidos na fotossíntese


para a liberação de energia na forma de ATP. Como produtos desse
processo, temos o gás carbônico e a água, que são novamente utilizados
na fotossíntese fechando esse ciclo. A energia retorna ao ambiente na forma
de calor emitido pelos seres vivos.
Os seres fotoautotróficos são, portanto, e de forma geral,
autossuficientes em relação a outros organismos. Já os seres
heterotróficos necessitam dos seres autotróficos ainda que indiretamente,
pois são eles que produzem a matéria orgânica que flui através dos níveis

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de uma cadeia alimentar. Já conversamos sobre isso na aula 01 mas é


sempre bom lembrar.
O metabolismo energético se divide em dois conjuntos de processos:
 Nutrição: é a obtenção de moléculas orgânicas, que pode
acontecer de maneira heterotrófica ou autotrófica. São essas
moléculas orgânicas que atuarão como combustível para os
processos de obtenção de ATP.
 Produção de ATP: pode ocorrer através da respiração
aeróbica, da respiração anaeróbica e da fermentação, utilizando
as moléculas orgânicas obtidas pela nutrição dos organismos.

Usando uma linguagem bem informal, é como se você comesse para


ter combustível para usar na respiração celular, que por sua vez, libera ATP
para suas células utilizarem nos mais diversos processos.
Vamos ver agora os dois principais processos relacionados ao
metabolismo energético e algumas de suas alternativas.

FOTOSSÍNTESE
Os seres autotróficos são capazes de realizar transformações de
energia para produzir as moléculas orgânicas que vão servir de alimento
para eles. A fotossíntese se diferencia da quimiossíntese justamente pela
origem desta energia que os organismos utilizam em seus processos de
produção.
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A fotossíntese é realizada pela maior parte dos organismos autotróficos


do nosso planeta e inclui as plantas, as algas e algumas bactérias. Eles
utilizam a energia luminosa vinda do Sol para sintetizar suas moléculas
orgânicas de acordo com a equação geral abaixo:

LUZ

6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6O2 + 6H2O

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C6H12O6 = glicose
O2 = gás oxigênio
CO2 = gás carbônico
H2O = água

Utilizando as plantas como exemplo de organismos fotoautotróficos,


podemos dizer que elas utilizam o gás carbônico absorvido da atmosfera e
a água absorvida do solo para sintetizar glicose e gás oxigênio, com o auxílio
da energia luminosa solar.
Nos seres eucariontes, esse processo acontece nos cloroplastos. Essas
organelas são compostas por duas membranas, uma interna e outra
externa. No seu interior situam-se vários discos chamados tilacoides,
organizados em pilhas chamadas grana. O espaço ao redor dos tilacoides
contendo diversas substâncias (inclusive seu DNA próprio) dissolvidas na
água é chamado de estroma.

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Fig. 03: Visão geral do cloroplasto e seus componentes.

É na membrana dos tilacoides que se localizam as moléculas de


clorofila, o principal pigmento fotossintetizante e o responsável pela cor
verde da maior parte dos vegetais. Nos seres procariontes esses pigmentos
situam-se em regiões da membrana plasmática.
A fotossíntese ocorre em 2 conjuntos de reações químicas chamadas:
 Fase Fotoquímica: dependente de luz e também chamada de fase
clara.

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 Fase Química: não dependente de luz e também chamada de


fase escura. Não usaremos a expressão fase escura porque isso
gera a falsa impressão de que essa fase só ocorre na ausência
de luz, o que não é verdade.

Fase Fotoquímica
Esta fase começa com a absorção de luz pelas moléculas de clorofila
presentes nas membranas dos tilacoides. A energia luminosa excita os
elétrons da clorofila e faz com que eles passem para outras moléculas
situadas na membrana do tilacoide chamadas aceptores de elétrons.
A luz também é responsável pela fotólise da água, que consiste na
quebra desta molécula liberando gás oxigênio, íons hidrogênio e elétrons.
O gás oxigênio será liberado no ambiente e poderá ser utilizado na
respiração celular, os elétrons vão repor aqueles que foram perdidos pelas
moléculas de clorofila sob ação da luz e os íons hidrogênio serão utilizados
no processo de fotofosforilação que veremos mais à frente.
Os elétrons liberados pelas clorofilas vão passar por uma série de
aceptores até serem captados por uma molécula chamada NADP+ (fosfato
de dinucleotídeo de nicotinamida-adenina), que, ao ganhar um elétron,
ganha também um próton e se converte a NADPH. Durante este percurso,
estes elétrons perdem parte de sua energia, que é utilizada para bombear
os íons hidrogênio produzidos na fotólise da água do estroma para o interior
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do tilacoide, onde vão se acumular. O retorno desses íons hidrogênio para


o estroma acontece unicamente através de um complexo enzimático
chamado ATP-sintetase, que utiliza esse fluxo de íons para produzir ATP.
Como essa síntese de ATP depende da luz, o processo é denominado
fotofosforilação.
Resumindo, a fase fotoquímica consiste na fotólise da água e na
fotofosforilação. Esses processos, em conjunto, liberam gás oxigênio para
o ambiente, ATP e NADPH, sendo esses dois últimos necessários para a fase
química da fotossíntese que veremos a seguir.

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Fig. 04: Esquema da fase fotoquímica, mostrando o processo de fotólise da água e a fotofosforilação.

Fase Química
Esta fase pode ocorrer tanto na presença de luz quanto na ausência,
desde que os reagentes necessários para que ela ocorra estejam
disponíveis. Acontece no estroma e é nesse processo que ocorre a fixação
do carbono em moléculas orgânicas. O gás carbônico é utilizado no
chamado Ciclo de Calvin ou Ciclo das Pentoses, que consiste em uma
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sequência de reações químicas que utilizam, além do gás carbônico, os


NADPH e os ATP oriundos da fase fotoquímica. O produto final dessa fase
não é, na realidade, a glicose, e sim um carboidrato de três carbonos que
pode ser usado na síntese de amido ou de sacarose. Utilizamos a glicose de
forma didática porque ela pode ser gerada na degradação tanto do amido
quanto da sacarose e é ela que será o combustível da respiração celular.

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Fig. 05: As reações do Ciclo de Calvin. Repare no gasto de ATP e na utilização de NADPH oriundos
da fase fotoquímica.

O esquema abaixo resume a fotossíntese e mostra como a fase


fotoquímica e a fase química estão interligadas.

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Fig. 06: Resumo da fotossíntese.

Existem alguns seres procariontes como certas bactérias e árqueas que


sintetizam suas moléculas orgânicas sem usar a energia luminosa. Esse
processo, chamado quimiossíntese, utiliza a energia da oxidação de
moléculas inorgânicas para alimentar o Ciclo de Calvin e produzir seus
carboidratos.

RESPIRAÇÃO CELULAR
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A respiração aeróbica, ou seja, aquela que utiliza o gás oxigênio, é


a forma mais comum de produção de ATP entre os seres vivos atuais. Por
isso, ela é utilizada muitas vezes como um sinônimo de respiração celular
apesar de existirem outros tipos de respiração que não utilizam o gás
oxigênio. Vamos ver como ocorre a respiração aeróbica e depois
comentaremos os outros processos de obtenção de ATP presentes nos
organismos.
A organela responsável pela respiração aeróbica em células
eucariontes é a mitocôndria. É nela onde ocorre a maior parte das reações
responsáveis pela produção de ATP nessas células. Sua estrutura é formada
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por uma membrana externa e outra interna que forma diversas dobras no
interior desta organela. As dobras são chamadas cristas mitocondriais. A
parte mais interna da mitocôndria é chamada matriz mitocondrial e é onde
estão os ribossomos e o DNA pertencentes a essa organela. O espaço entre
a membrana externa e a interna é chamado de espaço intermembranas.

Fig. 07: A mitocôndria e suas partes.

Nas células procariontes, como não há mitocôndrias, as reações que


fazem parte do processo de respiração aeróbica acontecem no citoplasma
da célula e também por ação de enzimas aderidas à membrana plasmática.
A equação geral da respiração celular é:

C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O


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ATP
C6H12O6 = glicose
O2 = gás oxigênio
CO2 = gás carbônico
H2O = água

Assim, de forma muito resumida, podemos dizer que a glicose é


oxidada pelo gás oxigênio, gerando gás carbônico e água, liberados no

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ambiente. Essa oxidação libera a energia contida na glicose e, para isso,


conta com diversas reações químicas.
Desta forma, a respiração aeróbica acontece em 3 etapas, cada uma
com seu conjunto de reações:
 Glicólise
 Ciclo de Krebs (Ciclo do Ácido Cítrico)
 Fosforilação oxidativa

Glicólise
O termo glicólise significa quebra da glicose e é justamente isso que
acontece nesse processo, uma divisão da glicose pela metade de sua
molécula, originando um carboidrato de 3 carbonos chamado ácido pirúvico.
Esse processo ocorre mesmo na ausência de gás oxigênio e tem um
saldo energético de 2 moléculas de ATP, 2 moléculas de NADH e ainda 2
íons hidrogênio, conforme reação geral a seguir:

Essa reação sintetiza o processo de glicólise que é, no entanto,


composto por 10 passos, todos eles catalisados por suas respectivas
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enzimas e ocorrendo no citoplasma tanto de células procariontes quanto


de eucariontes. Observe que para o saldo de 2 ATP, é necessário um
investimento de igual quantidade, que acarreta na liberação de 4 ATP. Por
isso, esse saldo de 2 moléculas. O NAD (nicotinamida adenina
dinucleotídeo) é um transportador de íons hidrogênio. Ao capturar um
desses íons ele é convertido em NADH, que é a sua forma reduzida.

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Ciclo de Krebs
O Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico ocorre na matriz mitocondrial
de células eucariontes ou no citoplasma de células procariontes. Nos
eucariontes, ele começa com a entrada do piruvato (forma ionizada do ácido
pirúvico) na mitocôndria onde será oxidado gerando uma molécula
chamada acetil-coenzima A, que, por sua vez, entrará efetivamente no Ciclo
de Krebs. Este ciclo nada mais é do que um conjunto de reações que vão
concluir a oxidação da glicose, que começou na etapa anterior. Com isso,
serão liberadas moléculas de gás carbônico, pequena quantidade de ATP,
mais NADH, íons hidrogênio, e outro transportador desses íons chamado
FAD (flavina adenina dinucleotídeo), que na sua forma reduzida converte-
se a FADH2. O gás carbônico produzido será liberado no ambiente e os
NADH, FADH2 e íons hidrogênio serão usados na próxima etapa que é
chamada de fosforilação oxidativa.

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Fig. 08: Resumo do Ciclo de Krebs, mostrando a liberação de CO2, NADH, FADH2, íons hidrogênio e
ATP.

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Fosforilação Oxidativa
A fosforilação oxidativa consiste na adição de fosfatos às moléculas de
ADP, gerando ATP, por intermédio de diversas reações de oxidação
sequenciais. Isso ocorre na membrana mitocondrial interna de eucariontes
ou na membrana plasmática de procariontes.
A fosforilação oxidativa se divide em cadeia transportadora de
elétrons e quimiosmose.

Fig. 09: Esquema da fosforilação oxidativa.

Lembra daqueles NADH, FADH2 e íons hidrogênio liberados na glicólise


e no Ciclo de Krebs? Pois é agora que eles vão ser usados para produzir
grande quantidade de ATP. O NADH e o FADH2 liberam elétrons em
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complexos proteicos situados na membrana interna da mitocôndria. Esses


elétrons são transportados por uma sequência de moléculas cada vez mais
eletronegativas até atingirem o gás oxigênio, que é chamado de aceptor
final de elétrons nesse processo. É ele que recebe esses elétrons e se
combina com íons hidrogênio para formar a água liberada na respiração.
Assim, a ausência de gás oxigênio paralisa a cadeia transportadora de
elétrons e, consequentemente o Ciclo de Krebs também, devido à falta de
NAD e FAD em suas formas oxidadas.

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O fluxo de elétrons entre os complexos proteicos libera energia capaz


de forçar os íons hidrogênio em direção ao espaço intermembranas da
mitocôndria. Lá eles se acumulam, criando um gradiente de concentração
que tende a se equilibrar com a difusão desses íons de volta à matriz.
Acontece que esses íons só podem voltar através de um complexo
enzimático chamado ATP-sintetase que utiliza esse movimento de íons H+
para sintetizar ATP. Esse fluxo de íons H+ de volta à matriz mitocondrial é a
quimiosmose.
Eu sei que esse processo é bastante complexo, mas o esquema abaixo
vai te ajudar a ter uma visão geral das etapas, que é justamente aquilo que
o ENEM vai exigir de você.

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Fig. 10: Resumo das etapas da respiração aeróbica em eucariontes.

FERMENTAÇÃO E RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA


A respiração aeróbica, conforme visto, depende da presença de gás
oxigênio. Mas na ausência dessa substância, existem métodos alternativos
para a produção de ATP. O mais comum é a fermentação. Este processo
é realizado por diversas bactérias, fungos e também por células animais
como as encontradas nos músculos de seres humanos. A fermentação é
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muito menos eficiente na produção de ATP do que a respiração aeróbica,


pois ela não oxida completamente a glicose. O ATP gerado é apenas o
disponibilizado na glicólise. Ela utiliza aceptores finais de elétrons diferentes
do gás oxigênio e, por isso, gera produtos diferentes da respiração aeróbica
como o etanol, no caso da fermentação alcoólica e o ácido láctico, no
caso da fermentação láctica. Ambos os tipos de fermentação são
utilizados na produção de bebidas e alimentos como a cerveja e o iogurte.
Na fermentação alcoólica, além do etanol, também há a liberação de gás
carbônico. É o acúmulo desse gás que faz a massa de um bolo crescer, após
a adição de fermento biológico.

Fig. 11: Esquema resumido do processo de fermentação.

A respiração anaeróbica também não utiliza o gás oxigênio como


aceptor final de elétrons, mas se diferencia da fermentação pois possui
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cadeia transportadora de elétrons e, por isso, também é capaz de gerar


grandes quantidades de ATP, como na respiração aeróbica. Existem
bactérias que utilizam o íon sulfato no lugar do gás oxigênio e liberam gás
sulfídrico no ambiente, no lugar da água. Outros seres procariontes, como
as árqueas, são capazes de usar o gás carbônico ou o ácido acético como
aceptores finais de elétrons, liberando gás metano na atmosfera, que, como
comentamos anteriormente, é um gás que contribui para o efeito estufa.
Esse gás também é utilizado em aterros sanitários, devido à concentração

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de seres decompositores anaeróbicos, para a produção de energia nos


chamados biodigestores.

Por fim, vale à pena comentar que não são só as moléculas de glicose
que podem ser usadas na respiração celular. Os carboidratos em geral, os
lipídeos, as proteínas e as bases nitrogenadas podem ser convertidos em
diversas substâncias intermediárias desse mecanismo e integrar a produção
de ATP nas células, conforme a figura abaixo ilustra.

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Fig. 12: Integração metabólica para ingresso na respiração celular.

2. Estrutura e fisiologia celular: núcleo

Vimos, na aula 03, como o surgimento de invaginações na membrana


plasmática de células procariotas deu origem ao sistema de
endomembranas das células eucariotas. Esse sistema de endomembranas
inclui o núcleo, o retículo endoplasmático e o complexo de Golgi, todas
organelas intimamente relacionadas. Vamos ver, nesta parte da aula, como

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o núcleo é capaz de controlar todas as atividades celulares pela expressão


do material genético nele contido. Vem comigo!
O núcleo é responsável pelo comando e controle das atividades
celulares. É nele que o DNA é replicado e transcrito. Ele é envolvido por
uma membrana dupla chamada carioteca, que é contínua ao retículo
endoplasmático e apresenta inúmeros poros que permitem a passagem de
diversas substâncias.

Fig. 13: Visão geral do núcleo em intérfase.

A figura acima representa o núcleo celular durante a intérfase, ou seja,


enquanto a célula não está em processo de divisão. É nesse estado que o
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material genético pode ser lido e expressado. O DNA, quando a célula está
em intérfase, apresenta-se em um estado pouco condensado chamado
cromatina. Quando a célula vai se dividir, o DNA se condensa fortemente
formando os cromossomos. Portanto, cromatina e cromossomos são
apenas 2 nomes para definir o estado de enovelamento do DNA.
A cromatina é composta por DNA e proteínas chamadas histonas, que
ajudam a organizar o material genético. Existem 2 tipos de cromatina, de
acordo com o grau de enovelamento do material genético:
 Eucromatina: muito pouco enovelada

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 Heterocromatina: pouco enovelada


Apenas as regiões da cromatina que estão muito pouco enoveladas, ou
seja, na forma de eucromatina, é que poderão ser lidas pelas enzimas que
vão desencadear a expressão gênica. Isso ajuda a explicar como células de
um mesmo organismo, contendo exatamente o mesmo material genético,
podem ser tão diferentes. A diferenciação celular dá origem aos
diferentes tecidos apresentados na maioria dos seres pluricelulares e isso
ocorre justamente devido às diferentes regiões da cromatina que estarão
na forma de eucromatina e, consequentemente, sendo expressadas.
Em uma imagem de microscopia eletrônica, a eucromatina mostra-se
mais clara do que a heterocromatina, indicando seus diferentes graus de
enovelamento, conforme figura abaixo.

Eucromatina

Heterocromatina

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Fig. 14: Microscopia eletrônica evidenciando os diferentes tipos de cromatina no núcleo interfásico.

O nucléolo, região mais escura e central da figura acima, é o local


onde ocorre síntese de grande parte do RNA que vai formar os ribossomos.

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Podemos dizer, portanto, que quanto maior for a quantidade e tamanho dos
nucléolos de uma célula, maior será a sua capacidade de produzir proteínas.

3. Codificação da Informação Genética e Síntese Proteica

Os ácidos nucleicos são um grupo de substâncias responsáveis pela


codificação, transmissão e expressão das informações para a formação e o
funcionamento de um organismo. Eles formam, portanto o chamado código
genético, que é comum a todos os seres vivos, ou seja, é universal. Isso
é uma das evidências da ancestralidade comum de todos os organismos do
nosso planeta.
As duas moléculas que compõem esse ácido nucleico são:
 DNA: ácido desoxirribonucleico
 RNA: ácido ribonucleico
Ambas são polímeros de unidades chamadas nucleotídeos e é
justamente na composição química deles que o DNA se diferencia do RNA.
Um nucleotídeo é composto por uma base nitrogenada, um fosfato
e uma pentose.

Base
Nitrogenada
Fosfato
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Pentose
Fig. 15: Estrutura de um nucleotídeo

O que diferencia o DNA do RNA é o tipo de pentose presente


(desoxirribose no DNA e ribose no RNA) e os tipos de bases nitrogenadas
que formam seus nucleotídeos. Lembre-se que uma pentose é um

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monossacarídeo de 5 carbonos. Na figura acima é possível ver 2 desses


carbonos numerados: o carbono 3’ e o carbono 5’. Isso é importante para
a ligação entre os nucleotídeos.

Fig. 16: As 5 bases nitrogenadas componentes dos ácidos nucleicos.

As bases nitrogenadas citosina (C), adenina (A) e guanina (G) são


comuns tanto ao DNA quanto ao RNA. Já a timina (T) só aparece no DNA e
é substituída pela uracila (U) no RNA. 04178253905

Na figura 15 é possível ver que 2 carbonos da pentose estão


numerados: o carbono 3’ e o carbono 5’. É justamente por intermédio deles
que os nucleotídeos adjacentes vão se ligar, utilizando para isso os fosfatos.
Cada fosfato se liga a um carbono 3’ de um nucleotídeo e ao carbono 5’ do
nucleotídeo adjacente, por ligações do tipo fosfodiéster.

DNA
É no ácido desoxirribonucleico (ADN em português) que estão
armazenadas todas as informações genéticas de um organismo. Além das
características já citadas acima, é importante frisar que o DNA se organiza
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em uma fita dupla de nucleotídeos. Os nucleotídeos dessas fitas opostas


apresentam complementariedade uns com os outros, o que determina os
padrões de pareamento entre as fitas.

Fig. 17: Padrão de pareamento entre as bases nitrogenadas do DNA.

Assim, os nucleotídeos contendo a base nitrogenada adenina sempre


vão parear com os que contêm timina. Do mesmo modo, os nucleotídeos
contendo a base nitrogenada guanina sempre vão parear com os que
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contêm citosina. Desta forma, em um fragmento de DNA, a quantidade de


guaninas é sempre igual à de citosinas, e a quantidade de adeninas é
sempre igual à de timinas. Isso nos leva à seguinte relação matemática:

A+G=T+C ou A+C=T+G

Portanto, se uma questão informar que um pedaço de DNA tem 20%


de seus nucleotídeos contendo adenina, você já sabe que ele também
contém 20% de nucleotídeos contendo timina, afinal eles estão sempre

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pareados. Consequentemente, os 60% restantes serão divididos


igualmente entre citosinas (30%) e guaninas (30%).
As fitas complementares do DNA apresentam orientação antiparalela,
pois os terminais 3’ e 5’ de cada uma estão invertidos, conforme a figura
abaixo:

Fig. 18: Orientação antiparalela do DNA.

É possível ver também, na figura 18, que o pareamento entre os


nucleotídeos das fitas complementares é feito por pontes de hidrogênio.
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Podemos comparar, assim, a estrutura do DNA como a de uma escada onde


os degraus são formados pelas bases nitrogenadas (em verde e laranja) e
os corrimões são formados pelas pentoses (azul) e pelos fosfatos (amarelo).
Essa dupla fita apresenta-se espiralada formando a característica dupla
hélice familiar a todos, conforme a figura abaixo.

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Fig. 19: Dupla hélice do DNA, mostrando ainda o pareamento entre as fitas complementares.

RNA
O RNA é um ácido nucleico que se apresenta, normalmente como uma
fita simples em espiral. Possui 3 tipos principais, cada um com suas
respectivas funções:
 RNAm – mensageiro: é ele que leva as informações contidas nos
genes que estão no DNA para que as respectivas proteínas sejam
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produzidas.
 RNAt – transportador: responsável por transportar os
aminoácidos específicos durante a síntese de proteínas.
 RNAr – ribossomal: forma a estrutura dos ribossomos.
É importante lembrar que o RNA não possui nucleotídeos contendo
timina. A uracila aparece em seu lugar.

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Fig. 20: Estrutura do RNA, mostrando a presença da uracila (U) no lugar da timina.

Já vimos como as moléculas responsáveis pelas informações genéticas


são compostas, mas ainda fica uma pergunta: como essas informações são
lidas e expressadas para gerar as características dos seres vivos?
Essa pergunta é explicada pelo chamado dogma central da biologia
molecular. 04178253905

Fig. 21: Dogma central da biologia molecular.

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A figura acima representa o fluxo da informação genética até desde o


DNA até as proteínas. A exceção a esse fluxo unidirecional é o caso de
alguns vírus, que podem, através do processo de transcrição reversa,
produzir moléculas de DNA tendo como molde um RNA.

Conceito de Gene: Um gene é um trecho de DNA que contém informação


para formar uma proteína. Isso acontece em 2 processos:
 Transcrição
 Tradução

Existem, no entanto, diversas regiões do DNA que não são codificantes,


ou seja, não são traduzidas em proteínas. Algumas investigações acerca do
papel que essas regiões não codificantes podem desempenhar apontam que
eles podem atuar na regulação da expressão de outros genes. Outra
hipótese é que esse chamado DNA lixo sirva como uma espécie de proteção
contra mutações em regiões codificantes, já que a probabilidade de um erro
acontecer em uma região importante do DNA torna-se menor devido à
presença desses trechos.
A transcrição ocorre no núcleo de células eucariontes e no citoplasma
de células procariontes. A tradução ocorre nos ribossomos que podem estar
livres no citoplasma ou aderidos ao retículo endoplasmático rugoso, tanto
em células procariontes quanto em células eucariontes.
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Fig. 22: À esquerda, célula procarionte e à direita célula eucarionte.

Observe que, em células eucariontes, após a transcrição, existe o


processamento do RNA que pode cortar ou adicionar elementos a ele. Isso
pode gerar diferentes polipeptídeos a partir de um mesmo produto de
transcrição. Isso gera uma plasticidade fenotípica aos indivíduos, pois o
mesmo conjunto de genes pode, de acordo com as condições ambientais,
ser expressado de maneira diferente.
Transcrição
É a produção de RNA a partir de um molde de DNA. Esse processo dá
origem a todos os tipos de RNA e depende de uma enzima chamada RNA-
polimerase. Essa enzima se liga a pontos específicos do DNA, desfaz as
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pontes de hidrogênio entre os nucleotídeos das fitas complementares, e


começa a adicionar ribonucleotídeos complementares aos
desoxirribonucleotídeos da fita molde do DNA. De acordo com os padrões
de pareamento, a síntese de RNA vai ocorrer da seguinte forma:
DNA - RNA
A - U
T - A
C - G
G - C

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Vamos ver como ocorre a transcrição em 4 etapas abaixo


representadas.
1. A transcrição se inicia com a ligação da RNA-polimerase em uma
região do DNA que sinaliza o início da síntese de RNA.

2. A RNA-polimerase rompe as pontes de hidrogênio entre os


nucleotídeos complementares e começa a adicionar nucleotídeos de
RNA.

3. A RNA-polimerase vai elongando o RNA no sentido 5’ – 3’.

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4. Quando a enzima atinge o sítio de terminação, ela desliga do DNA


e o RNA transcrito está pronto. A enzima pode ser usada para
transcrever outros trechos de DNA.

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Vamos ver um exemplo de transcrição de um trecho hipotético de DNA


para que não restem dúvidas sobre o processo:

DNA ATG CCC AAG CTA GGT TTT TAT Fita complementar
TAC GGG TTC GAT CCA AAA ATA Fita molde

RNA AUG CCC AAG CUA GGU UUU UAU

Cada trinca de nucleotídeos em um RNA mensageiro é chamado de


códon. No processo de tradução, para cada códon, um aminoácido é
adicionado à proteína em produção.

Tradução
É a síntese de proteínas a partir da informação contida em um RNA
mensageiro. A tradução depende do RNAm a ser traduzido, ribossomos,
RNA transportadores e aminoácidos que serão usados para formar as
proteínas.
O RNAm recém transcrito sai do núcleo (em células eucariontes)
através dos poros da carioteca e se liga a um ribossomo. Lá, para cada
códon, haverá um anticódon respectivo em um RNA transportador. Cada
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RNA transportador carrega um aminoácido específico que será adicionado à


proteína que vai sendo formada no ribossomo. As ligações peptídicas entre
os aminoácidos são catalisadas pelos complexos existentes nos próprios
ribossomos. Existe, portanto, pelo menos 1 anticódon para cada 1 dos 20
aminoácidos.
Obs: O código genético é redundante, mas não é ambíguo. Isso
ocorre pois 1 aminoácido pode ser transportado por mais de um RNAt
(redundância), mas cada RNA transportador carrega apenas 1 tipo de
aminoácidos (não há ambiguidade).

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Fig. 23: Tradução. Em vermelho está o RNAm. Em azul claro os RNAt e em azul escuro os
aminoácidos.

A tabela abaixo faz a correspondência entre os códons (trincas do


RNAm) e os respectivos aminoácidos. Observe que: mais de um códon é
traduzido em um mesmo aminoácido; o códon AUG é traduzido no
aminoácido Metionina que é sempre o primeiro a ser adicionado (códon de
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início); existem três códons que sinalizam o término da tradução – UAA,


UAG e UGA.

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Fig. 23: Tabela de correspondência entre códons e aminoácidos.

Finalmente, as proteínas sintetizadas nos ribossomos podem assumir


suas funções específicas como integrantes do citoesqueleto e de diversas
organelas, enzimas livres no citoplasma, ou ainda integrar as membranas
celulares e ser exportadas como produtos de secreção.
Assim temos a relação entre as informações contidas no código
genético (genótipo) e a expressão dessas informações (fenótipo). O
fenótipo é resultado não só do genótipo mas também do ambiente onde se
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encontra o organismo.

Na próxima aula vamos ver como as células se dividem,


falaremos sobre biotecnologia e estudaremos os principais tecidos
animais e vegetais. Até a próxima e bom estudo!

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4. QUESTÕES COMENTADAS
01. (ENEM – 1998 Amarela Q31) João ficou intrigado com a grande quantidade
de notícias envolvendo DNA: clonagem da ovelha Dolly, terapia gênica, testes de
paternidade, engenharia genética, etc. Para conseguir entender as notícias,
estudou a estrutura da molécula de DNA e seu funcionamento e analisou os dados
do quadro a seguir.
I
ATCCGGATGCTT
TAGGCCTACGAA

II
ATCCGGATGCTT

UAGGCCUACGAA

III
UAGGCCUACGAA

Metionina Alanina Leucina Glutamato

IV
Bases nitrogenadas: A = Adenina
T = Timina
C = Citosina
G = Guanina
U = Uracila
Analisando-se o DNA de um animal, detectou-se que 40% de suas bases
nitrogenadas eram constituídas por Adenina. Relacionando esse valor com o
emparelhamento específico das bases, os valores encontrados para as outras
bases nitrogenadas foram:

(A) T = 40%; C = 20%; G = 40% 04178253905

(B) T = 10%; C = 10%; G = 40%


(C) T = 10%; C = 40%; G = 10%
(D) T = 40%; C = 10%; G = 10%
(E) T = 40%; C = 60%; G = 60%

02. (ENEM – 1998 Amarela Q32) Em I (na questão 01) está representado o
trecho de uma molécula de DNA. Observando o quadro, pode-se concluir que:
(A) a molécula de DNA é formada por 2 cadeias caracterizadas por sequências de
bases nitrogenadas.
(B) na molécula de DNA, podem existir diferentes tipos de complementação de
bases nitrogenadas.
(C) a quantidade de A presente em uma das cadeias é exatamente igual à
quantidade de A da cadeia complementar.
(D) na molécula de DNA, podem existir 5 diferentes tipos de bases nitrogenadas.
(E) no processo de mitose, cada molécula de DNA dá origem a 4 moléculas de DNA

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exatamente iguais.

03. (ENEM – 2000 Amarela Q02) No processo de fabricação de pão, os


padeiros, após prepararem a massa utilizando fermento biológico, separam
uma porção de massa em forma de “bola” e a mergulham num recipiente
com água, aguardando que ela suba, como pode ser observado,
respectivamente, em I e II do esquema abaixo. Quando isso acontece, a
massa está pronta para ir ao forno.

Um professor de Química explicaria esse procedimento da seguinte


maneira: “A bola de massa torna-se menos densa que o líquido e sobe. A
alteração da densidade deve-se à fermentação, processo que pode ser
resumido pela equação

C6H12O6  2C2H5OH + 2CO2 + energia.


glicose álcool comum gás carbônico”

Considere as afirmações abaixo.


I A fermentação dos carboidratos da massa de pão ocorre de maneira
espontânea e não depende da existência de qualquer organismo vivo.
II Durante a fermentação, ocorre produção de gás carbônico, que se vai
acumulando em cavidades no interior da massa, o que faz a bola subir.
III A fermentação transforma a glicose em álcool. Como o álcool tem maior
densidade do que a água, a bola de massa sobe.

Dentre as afirmativas, apenas:


(A) I está correta.
(B) II está correta. 04178253905

(C) I e II estão corretas.


(D) II e III estão corretas.
(E) III está correta.

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04. (ENEM – 2004 Amarela Q57) A identificação da estrutura do DNA foi


fundamental para compreender seu papel na continuidade da vida. Na década de
1950, um estudo pioneiro determinou a proporção das bases nitrogenadas que
compõem moléculas de DNA de várias espécies.
Exemplos de BASES
materiais NITROGENADAS
analisados ADENINA GUANINA CITOSINA TIMINA

Espermatozóide 30,7% 19,3% 18,8% 31,2%


humano

Fígado humano 30,4% 19,5% 19,9% 30,2%

Medula óssea de 28,6% 21,4% 21,5% 28,5%


rato

Espermatozóide 32,8% 17,7% 18,4% 32,1%


de ouriço do mar
Plântulas de 27,9% 21,8% 22,7% 27,6%
trigo

Bactéria E.coli 26,1% 24,8% 23,9% 25,1%

A comparação das proporções permitiu concluir que ocorre emparelhamento entre


as bases nitrogenadas e que elas formam:

(A) pares de mesmo tipo em todas as espécies, evidenciando a universalidade da


estrutura do DNA.
(B) pares diferentes de acordo com a espécie considerada, o que garante a
diversidade da vida.
(C) pares diferentes em diferentes células de uma espécie, como resultado da
diferenciação celular. 04178253905

(D) pares específicos apenas nos gametas, pois essas células são responsáveis
pela perpetuação das espécies.
(E) pares específicos somente nas bactérias, pois esses organismos são formados
por uma única célula.

05. (ENEM – 2005 Amarela Q41) Um fabricante afirma que um produto


disponível comercialmente possui DNA vegetal, elemento que proporcionaria
melhor hidratação dos cabelos. Sobre as características químicas dessa molécula
essencial à vida, é correto afirmar que o DNA:

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(A) de qualquer espécie serviria, já que têm a mesma composição.


(B) de origem vegetal é diferente quimicamente dos demais pois possui clorofila.
(C) das bactérias poderia causar mutações no couro cabeludo.
(D) dos animais encontra-se sempre enovelado e é de difícil absorção.
(E) de características básicas, assegura sua eficiência hidratante.

06. (ENEM – 2007 Amarela Q13) Ao beber uma solução de glicose


(C6H12O6), um corta-cana ingere uma substância
(A) que, ao ser degradada pelo organismo, produz energia que pode ser
usada para movimentar o corpo.
(B) inflamável que, queimada pelo organismo, produz água para manter a
hidratação das células.
(C) que eleva a taxa de açúcar no sangue e é armazenada na célula, o que
restabelece o teor de oxigênio no organismo.
(D) insolúvel em água, o que aumenta a retenção de líquidos pelo
organismo.
(E) de sabor adocicado que, utilizada na respiração celular, fornece CO2
para manter estável a taxa de carbono na atmosfera.

07. (ENEM – 2007 Amarela Q56) Todas as reações químicas de um ser


vivo seguem um programa operado por uma central de informações. A meta
desse programa é a auto-replicação de todos os componentes do sistema,
incluindo-se a duplicação do próprio programa ou mais precisamente do
material no qual o programa está inscrito. Cada reprodução pode estar
associada a pequenas modificações do programa.
M. O. Murphy e l. O’neill (Orgs.). O que é vida? 50 anos
depois — especulações sobre o futuro da biologia. São Paulo:
UNESP. 1997 (com adaptações).

São indispensáveis à execução do “programa” mencionado acima processos


relacionados a metabolismo, autorreplicação e mutação, que podem ser
exemplificados, respectivamente, por:
(A) fotossíntese, respiração e alterações na sequência de bases
nitrogenadas do código genético.
(B) duplicação do RNA, pareamento de bases nitrogenadas e digestão de
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constituintes dos alimentos.


(C) excreção de compostos nitrogenados, respiração celular e digestão de
constituintes dos alimentos.
(D) respiração celular, duplicação do DNA e alterações na sequência de
bases nitrogenadas do código genético.
(E) fotossíntese, duplicação do DNA e excreção de compostos nitrogenados.

08. (ENEM – 2008 Amarela Q52) Define-se genoma como o conjunto de


todo o material genético de uma espécie, que, na maioria dos casos, são as
moléculas de DNA. Durante muito tempo, especulou-se sobre a possível
relação entre o tamanho do genoma — medido pelo número de pares de
bases (pb) —, o número de proteínas produzidas e a complexidade do
organismo. As primeiras respostas começam a aparecer e já deixam claro
que essa relação não existe, como mostra a tabela abaixo.
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Nome Tamanho No de
Espécie comum estimado do proteinas
genoma (pb) descritas
Oryza sativa Arroz 5.000.000.000 224.181
Mus musculus Camundongo 3.454.200.000 249.081
Homo sapiens Homem 3.400.000.000 459.114
Rattus Rato 2.900.000.000 109.077
norvegicus
Drosophila Mosca-da-fruta 180.000.000 86.255
melanogaster
Internet: www.cbs.dtu.dk e <www.ncbi.nlm.nih.gov>

De acordo com as informações acima:

(A) o conjunto de genes de um organismo define o seu DNA.


(B) a produção de proteínas não está vinculada à molécula de DNA.
(C) o tamanho do genoma não é diretamente proporcional ao número de
proteínas produzidas pelo organismo.
(D) quanto mais complexo o organismo, maior o tamanho de seu genoma.
(E) genomas com mais de um bilhão de pares de bases são encontrados
apenas nos seres vertebrados.

09. (ENEM – 2008 Amarela Q53) Durante muito tempo, os cientistas


acreditaram que variações anatômicas entre os animais fossem
consequência de diferenças significativas entre seus genomas. Porém, os
projetos de sequenciamento de genoma revelaram o contrário. Hoje, sabe-
se que 99% do genoma de um camundongo é igual ao do homem, apesar
das notáveis diferenças entre eles. Sabe-se também que os genes ocupam
apenas cerca de 1,5% do DNA e que menos de 10% dos genes codificam
proteínas que atuam na construção e na definição das formas do corpo. O
restante, possivelmente, constitui DNA não-codificante. Como explicar,
então, as diferenças fenotípicas entre as diversas espécies animais? A
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resposta pode estar na região não-codificante do DNA.


S. B. Carroll et al. O jogo da evolução. In: Scientific American Brasil, jun./2008 (com
adaptações).
A região não-codificante do DNA pode ser responsável pelas diferenças
marcantes no fenótipo porque contém
(A) as sequências de DNA que codificam proteínas responsáveis pela
definição das formas do corpo.
(B) uma enzima que sintetiza proteínas a partir da sequência de
aminoácidos que formam o gene.
(C) centenas de aminoácidos que compõem a maioria de nossas proteínas.
(D) informações que, apesar de não serem traduzidas em sequências de
proteínas, interferem no fenótipo.
(E) os genes associados à formação de estruturas similares às de outras
espécies.

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10. (ENEM – 2009 Azul Q04) Em um experimento, preparou-se um


conjunto de plantas por técnica de clonagem a partir de uma planta original
que apresentava folhas verdes. Esse conjunto foi dividido em dois grupos,
que foram tratados de maneira idêntica, com exceção das condições de
iluminação, sendo um grupo exposto a ciclos de iluminação solar natural e
outro mantido no escuro. Após alguns dias, observou-se que o grupo
exposto à luz apresentava folhas verdes como a planta original e o grupo
cultivado no escuro apresentava folhas amareladas.

Ao final do experimento, os dois grupos de plantas apresentaram


(A) os genótipos e os fenótipos idênticos.
(B) os genótipos idênticos e os fenótipos diferentes.
(C) diferenças nos genótipos e fenótipos.
(D) o mesmo fenótipo e apenas dois genótipos diferentes.
(E) o mesmo fenótipo e grande variedade de genótipos.

11. (ENEM – 2009 Azul Q10) A fotossíntese é importante para a vida na


Terra. Nos cloroplastos dos organismos fotossintetizantes, a energia solar
é convertida em energia química que, juntamente com água e gás carbônico
(CO2), é utilizada para a síntese de compostos orgânicos (carboidratos). A
fotossíntese é o único processo de importância biológica capaz de realizar
essa conversão. Todos os organismos, incluindo os produtores, aproveitam
a energia armazenada nos carboidratos para impulsionar os processos
celulares, liberando CO2 para a atmosfera e água para a célula por meio da
respiração celular. Além disso, grande fração dos recursos energéticos do
planeta, produzidos tanto no presente (biomassa) como em tempos
remotos (combustível fóssil), é resultante da atividade fotossintética.

As informações sobre obtenção e transformação dos recursos naturais por


meio dos processos vitais de fotossíntese e respiração, descritas no texto,
permitem concluir que:

(A) o CO2 e a água são moléculas de alto teor energético.


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(B) os carboidratos convertem energia solar em energia química.


(C) a vida na Terra depende, em última análise, da energia proveniente do
Sol.
(D) o processo respiratório é responsável pela retirada de carbono da
atmosfera.
(E) a produção de biomassa e de combustível fóssil, por si, é responsável
pelo aumento de CO2 atmosférico.

12. (ENEM – 2009 Azul Q16) A figura seguinte representa um modelo de


transmissão da informação genética nos sistemas biológicos. No fim do
processo, que inclui a replicação, a transcrição e a tradução, há três formas
proteicas diferentes denominadas a, b e c.

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Depreende-se do modelo que


(A) a única molécula que participa da produção de proteínas é o DNA.
(B) o fluxo de informação genética, nos sistemas biológicos, é unidirecional.
(C) as fontes de informação ativas durante o processo de transcrição são
as proteínas.
(D) é possível obter diferentes variantes proteicas a partir de um mesmo
produto de transcrição.
(E) a molécula de DNA possui forma circular e as demais moléculas possuem
forma de fita simples linearizadas.

13. (ENEM – 2010 Azul 2ª Aplicação Q53) O aquecimento global,


ocasionado pelo aumento do efeito estufa, tem como uma de suas causas
a disponibilização acelerada de átomos de carbono para a atmosfera. Essa
disponibilização acontece, por exemplo, na queima de combustíveis fósseis,
como a gasolina, os óleos e o carvão, que libera o gás carbônico (CO2) para
a atmosfera. Por outro lado, a produção de metano (CH4), outro gás
causador do efeito estufa, está associada à pecuária e à degradação de
matéria orgânica em aterros sanitários.
Apesar dos problemas causados pela disponibilização acelerada dos gases
citados, eles são imprescindíveis à vida na Terra e importantes para a
manutenção do equilíbrio ecológico, porque, por exemplo, o
(A) metano é fonte de carbono para os organismos fotossintetizantes.
(B) metano é fonte de hidrogênio para os organismos fotossintetizantes.
(C) gás carbônico é fonte de energia para os organismos fotossintetizantes.
(D) gás carbônico é fonte de carbono inorgânico para os organismos
fotossintetizantes.
(E) gás carbônico é fonte de oxigênio molecular para os organismos
heterotróficos aeróbios.

14. (ENEM – 2010 Azul 2ª Aplicação Q71) Um molusco, que vive no


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litoral oeste dos EUA, pode redefinir tudo o que se sabe sobre a divisão
entre animais e vegetais. Isso porque o molusco (Elysia chlorotica) é um
híbrido de bicho com planta. Cientistas americanos descobriram que o
molusco conseguiu incorporar um gene das algas e, por isso, desenvolveu
a capacidade de fazer fotossíntese. É o primeiro animal a se “alimentar”
apenas de luz e CO2, como as plantas.
GARATONI, B. Superinteressante. Edição 276, mar. 2010 (adaptado).

A capacidade de o molusco fazer fotossíntese deve estar associada ao fato


de o gene incorporado permitir que ele passe a sintetizar
(A) clorofila, que utiliza a energia do carbono para produzir glicose.
(B) citocromo, que utiliza a energia da água para formar oxigênio.
(C) clorofila, que doa elétrons para converter gás carbônico em oxigênio.

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(D) citocromo, que doa elétrons da energia luminosa para produzir glicose.
(E) clorofila, que transfere a energia da luz para compostos orgânicos.

15. (ENEM – 2012 Branca Q58) Os vegetais biossintetizam determinadas


substâncias (por exemplo, alcaloides e flavonoides), cuja estrutura química
e concentração variam num mesmo organismo em diferentes épocas do ano
e estágios de desenvolvimento. Muitas dessas substâncias são produzidas
para a adaptação do organismo às variações ambientais (radiação UV,
temperatura, parasitas, herbívoros, estímulo a polinizadores etc.) ou
fisiológicas (crescimento, envelhecimento etc.).
As variações qualitativa e quantitativa na produção dessas substâncias
durante um ano são possíveis porque o material genético do indivíduo
(A) sofre constantes recombinações para adaptar-se.
(B) muda ao longo do ano e em diferentes fases da vida.
(C) cria novos genes para biossíntese de substâncias específicas.
(D) altera a sequência de bases nitrogenadas para criar novas substâncias.
(E) possui genes transcritos diferentemente de acordo com cada
necessidade.

16. (ENEM – 2013 Branca Q50) Plantas terrestres que ainda estão em
fase de crescimento fixam grandes quantidades de CO2, utilizando-o para
formar novas moléculas orgânicas, e liberam grande quantidade de O2. No
entanto, em florestas maduras, cujas árvores já atingiram o equilíbrio, o
consumo de O2 pela respiração tende a igualar sua produção pela
fotossíntese. A morte natural de árvores nessas florestas afeta
temporariamente a concentração de O2 e de CO2 próximo à superfície do
solo onde elas caíram. A concentração de O2 próximo ao solo, no local da
queda, será
(A) menor, pois haverá consumo de O2 durante a decomposição dessas
árvores.
(B) maior, pois haverá economia de O2 pela ausência das árvores mortas.
(C) maior, pois haverá liberação de O2 durante a fotossíntese das árvores
jovens. 04178253905

(D) igual, pois haverá consumo e produção de O2 pelas árvores maduras


restantes.
(E) menor, pois haverá redução de O2 pela falta da fotossíntese realizada
pelas árvores mortas.

17. (ENEM – 2013 Branca Q69) A estratégia de obtenção de plantas


transgênicas pela inserção de transgenes em cloroplastos, em substituição
à metodologia clássica de inserção do transgene no núcleo da célula
hospedeira, resultou no aumento quantitativo da produção de proteínas
recombinantes com diversas finalidades biotecnológicas. O mesmo tipo de
estratégia poderia ser utilizado para produzir proteínas recombinantes em
células de organismos eucarióticos não fotossintetizantes, como as
leveduras, que são usadas para produção comercial de várias proteínas
recombinantes e que podem ser cultivadas em grandes fermentadores.

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Considerando a estratégia metodológica descrita, qual organela celular


poderia ser utilizada para inserção de transgenes em leveduras?

(A) Lisossomo.
(B) Mitocôndria.
(C) Peroxissomo.
(D) Complexo golgiense.
(E) Retículo endoplasmático.

18. (ENEM – 2015 Azul Q47) A indústria têxtil utiliza grande quantidade
de corantes no processo de tingimento dos tecidos. O escurecimento das
águas dos rios causado pelo despejo desses corantes pode desencadear
uma série de problemas no ecossistema aquático.
Considerando esse escurecimento das águas, o impacto negativo inicial que
ocorre é o(a):
(A) eutrofização.
(B) proliferação de algas.
(C) inibição da fotossíntese.
(D) fotodegradação da matéria orgânica.
(E) aumento da quantidade de gases dissolvidos.

19. (ENEM – 2015 Azul Q48) Muitos estudos de síntese e endereçamento


de proteínas utilizam aminoácidos marcados radioativamente para
acompanhar as proteínas, desde fases iniciais de sua produção até seu
destino final. Esses ensaios foram muito empregados para estudo e
caracterização de células secretoras. Após ensaios de radioatividade, qual
gráfico representa a evolução temporal da produção de proteínas e sua
localização em uma célula secretora?
(A)

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(B)

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(C)

(D)

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(E)

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20. (ENEM – 2015 Azul Q69) Normalmente, as células do organismo


humano realizam a respiração aeróbica, na qual o consumo de uma
molécula de glicose gera 38 moléculas de ATP. Contudo, em condições
anaeróbicas, o consumo de uma molécula de glicose pelas células é capaz
de gerar apenas duas moléculas de ATP.

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Qual curva representa o perfil de consumo de glicose, para manutenção da


homeostase de uma célula que inicialmente está em uma condição
anaeróbica e é submetida a um aumento gradual da concentração de
oxigênio?
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5

21. (ENEM – 2015 Azul Q87) O formato das células de organismos


pluricelulares é extremamente variado. Existem células discoides, como é o
caso das hemácias, as que lembram uma estrela, como os neurônios, e

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ainda algumas alongadas, como as musculares. Em um mesmo organismo,


a diferenciação dessas células ocorre por
(A) produzirem mutações específicas
(B) possuírem DNA mitocondrial diferentes.
(C) apresentarem conjunto de genes distintos.
(D) expressarem porções distintas do genoma.
(E) terem um número distinto de cromossomos.

22. (ENEM – 2015 Azul 2ª Aplicação Q90)

No esquema representado, o processo identificado pelo número 2 é


realizado por
(A) seres herbívoros.
(B) fungos fermentadores.
(C) bactérias heterótrofas.
(D) organismos produtores.
(E) microrganismos decompositores.

23. (ENEM – 2016 Azul Q53) O esquema representa, de maneira


simplificada, o processo de produção de etanol utilizando milho como
matéria-prima.

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A etapa de hidrólise na produção de etanol a partir do milho é fundamental


para que
a) A glicose seja convertida em sacarose.
b) As enzimas dessa planta sejam ativadas.
c) A maceração favoreça a solubilização em água.
d) O amido seja transformado em substratos utilizáveis pela levedura.

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e) Os grãos com diferentes composições químicas sejam padronizados.

24. (ENEM – 2016 Azul Q56) As proteínas de uma célula eucariótica


possuem peptídeos sinais, que são sequências de aminoácidos responsáveis
pelo seu endereçamento para as diferentes organelas, de acordo com suas
funções. Um pesquisador desenvolveu uma nanopartícula capaz de carregar
proteínas para dentro de tipos celulares específicos. Agora ele quer saber
se uma nanopartícula carregada com uma proteína bloqueadora do ciclo de
Krebs in vitro é capaz de exercer sua atividade em uma célula cancerosa,
podendo cortar o aporte energético e destruir essas células.
Ao escolher essa proteína bloqueadora para carregar as nanopartículas, o
pesquisador deve levar em conta um peptídeo sinal de endereçamento para
qual organela?
a) Núcleo.
b) Mitocôndria.
c) Peroxissomo.
d) Complexo golgiense.
e) Retículo endoplasmático.

25. (ENEM – 2016 Azul Q62) Ao percorrer o trajeto de uma cadeia


alimentar, o carbono, elemento essencial e majoritário da matéria orgânica
que compõe os indivíduos, ora se encontra em sua forma inorgânica, ora se
encontra em sua forma orgânica. Em uma cadeia alimentar composta por
fitoplâncton, zooplâncton, moluscos, crustáceos e peixes ocorre a transição
desse elemento da forma inorgânica para a orgânica.
Em qual grupo de organismos ocorre essa transição?
a) Fitoplâncton.
b) Zooplâncton.
c) Moluscos.
d) Crustáceos.
e) Peixes.

26. (ENEM – 2016 Branca 2ª Aplicação Q87) Em 1950, Erwin Chargaff


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e colaboradores estudavam a composição química do DNA e observaram


que a quantidade de adenina (A) é igual à de timina (T), e a quantidade de
guanina (G) é igual à de citosina (C) na grande maioria das duplas fitas de
DNA. Em outras palavras, esses cientistas descobriram que o total de
purinas (A+G) e o total de pirimidinas (C+T) eram iguais. Um professor
trabalhou esses conceitos em sala de aula com 20 adeninas, 25 timinas, 30
guaninas e 25 citosinas.
Qual a quantidade de cada um dos nucleotídeos, quando considerada a fita
dupla de DNA formada pela fita simples exemplificada pelo professor?
(A) Adenina: 20; Timina: 25; Guanina: 25; Citosina: 30.
(B) Adenina: 25; Timina: 20; Guanina: 45; Citosina: 45.
(C) Adenina: 45; Timina: 45; Guanina: 55; Citosina: 55.
(D) Adenina: 50; Timina: 50; Guanina: 50; Citosina: 50.
(E) Adenina: 55; Timina: 55; Guanina: 45; Citosina: 45.

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COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

01. Como a adenina pareia com a timina, as quantidades dessas bases


nitrogenadas serão as mesmas. Do mesmo modo, as quantidades de
citosina e guanina também serão iguais entre si. Assim, teremos 40% de
timina, que somados aos 40% de adenina totalizam 80%. Os 20% restantes
dividem-se em 10% de citosina e 10% de guanina. Alternativa D.

02. A letra B está errada pois o padrão de complementação de bases


nitrogenadas é sempre o mesmo. A letra C está errada pois a quantidade
de A é igual à quantidade de T na cadeia complementar. A letra D está
errada porque no DNA podem existir 4 tipos de bases nitrogenadas (A, C,
T, G). A letra E está errada pois na mitose cada molécula de DNA origina 2
moléculas iguais. O DNA é, por fim, formado por 2 fitas complementares
compostas por sequências de bases nitrogenadas. Alternativa A.

03. A afirmativa I está errada, pois a fermentação é um processo biológico


e que depende de enzimas que só estão presentes nos seres vivos. A
afirmativa II está correta, pois como a própria reação química mostra, o
gás carbônico é produzido na fermentação. O acúmulo desse gás no interior
da massa, causa a sua expansão e a diminuição de sua densidade, o que
faz com que ela suba. A afirmativa III está errada pois o álcool é menos
denso do que a água. Alternativa B.

04. De acordo com o princípio da universalidade do DNA, todas as células


de todos os organismos apresentarão o mesmo padrão de emparelhamento
de bases nitrogenadas em suas moléculas de DNA. Alternativa A.

05. O DNA possui a mesma estrutura química em todos os seres vivos, não
tendo nada a ver com a clorofila dos vegetais. Além disso, ele não é capaz
de causar mutações em células e não se encontra sempre enovelado em
animais. Do mesmo modo, como seu nome já diz, o DNA é um ácido e não
uma base. Finamente, podemos dizer que, para a ação prometida pelo
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produto, o DNA de qualquer espécie serviria, já que sua composição é a


mesma. Alternativa A.

06. A glicose não é queimada pelo organismo e nem restabelece o teor de


oxigênio no organismo, pois esse gás é obtido pela respiração. Também não
é insolúvel em água e não é unicamente o CO2 liberado na respiração celular
que vai manter a taxa de carbono na atmosfera. A glicose é degradada na
respiração celular, processo que libera energia para movimentar o corpo,
por exemplo. Alternativa A.

07. Metabolismo: fotossíntese, excreção de compostos nitrogenados ou


respiração celular; autorreplicação: duplicação do DNA; mutação: alteração
na sequência de bases nitrogenadas do código genético. Alternativa D.

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08. Devemos lembrar que 1 gene corresponde a uma proteína. Assim,


existem vários trechos de DNA que não são genes pois não codificam
proteínas. A produção das proteínas, portanto, está vinculada à molécula
de DNA. Não há relação entre a complexidade do organismo e o tamanho
do genoma, de acordo com o quadro. Existem outros seres além dos
vertebrados portadores de genomas com mais de um bilhão de pares de
bases, como o arroz. O tamanho do genoma realmente não é diretamente
proporcional ao número de proteínas produzidas pelo organismo,
justamente por conta dos trechos de DNA não codificante. Alternativa C.

09. O DNA não-codificante não possui informações para codificar proteínas


e nem enzimas (já que estas também são proteínas). Além disso não é
formado por aminoácidos e, por não ser codificante, não possui genes. Na
verdade, é possível que as informações contidas nele, apesar de não serem
traduzidas em sequências de proteínas, interfiram no fenótipo. Alternativa
D.

10. Como as plantas foram obtidas por clonagem, o material genético delas
era o mesmo, ou seja, elas tinham genótipos idênticos. No entanto, devido
às diferentes condições ambientais (exposição ou não à luz), a manifestação
desse genótipo não foi igual nas duas plantas. Dessa forma, apresentara,
fenótipos diferentes. Alternativa B.

11. O CO2 e a água não são moléculas de alto teor energético. Elas são, na
verdade, liberadas durante a respiração celular que extrai energia dos
carboidratos, que, por sua vez, não são capazes de converter energia solar
em energia química. Quem faz isso é o aparato metabólico das células
fotoautotróficas. O processo respiratório não retira carbono da atmosfera,
ele libera através do CO2. A queima de biomassa e de combustíveis fósseis
(e não a produção) é responsável por aumentar o CO2 atmosférico. O
processo de fotossíntese é responsável por introduzir a energia luminosa
nas cadeias alimentares na forma de energia química, fazendo com que a
vida na Terra dependa disso. Alternativa C.
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12. No processo mostrado na imagem, outras moléculas participam da


produção de proteínas. O fluxo de informação genética é, quase sempre,
unidirecional. A exceção a isso é o caso dos retrovírus. Durante a transcrição
as fontes de informação ativas são as moléculas de DNA. A imagem não
relaciona as moléculas com suas formas, como diz a alternativa E. Em seres
eucariontes, ocorre o processamento após a transcrição, fazendo com que,
a partir do mesmo produto de transcrição, diferentes proteínas possam ser
formadas. Alternativa D.

13. Os organismos fotossintetizantes não utilizam o gás metano em seus


processos metabólicos, o que nos permite excluir as alternativas A e B. Os
organismos heterotróficos aeróbios obtêm oxigênio molecular diretamente
da atmosfera e não do gás carbônico, o que nos permite excluir a alternativa
E. Quanto à utilização do gás carbônico pelos organismos fotossintetizantes,
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sabemos que é a partir desse gás que esses organismos adquirem o carbono
inorgânico que será incorporado às moléculas orgânicas produzidas durante
a fotossíntese, como por exemplo a glicose. Alternativa D.

14. A molécula fundamental para o processo de fotossíntese é a clorofila,


pois ela é capaz de ser sensibilizada pela energia luminosa e de transferir
elétrons para uma cadeia transportadora que termina com a produção de
ATP no processo de fotofosforilação. A energia presente nas moléculas de
ATP será utilizada na produção de moléculas orgânicas. A clorofila, portanto,
não é capaz de obter energia do carbono e nem de converter gás carbônico
em oxigênio. Ela é sim capaz de transferir energia da luz para uma longa
sequência de reações que tem como objetivo produzir moléculas orgânicas
como a glicose. Alternativa E.

15. Apesar do genótipo ser o mesmo o tempo todo, as células podem alterar
seus fenótipos de acordo com os estímulos ambientais. Para isso, elas vão
expressar diferentes partes do genoma e, consequentemente, traduzir
proteínas diferentes, gerando fenótipos diferentes. Alternativa E.

16. A decomposição aeróbica das árvores mortas junto ao solo aumenta o


consumo de gás oxigênio nesse local. Alternativa A.

17. A única organela presente nas alternativas que possui material genético
próprio é a mitocôndria. Alternativa B.

18. Com a liberação desses corantes e o escurecimento das águas, a luz


fica impossibilitada de penetrar e atingir os seres fotossintetizantes, que
formam a base das cadeias alimentares aquáticas. Alternativa C.

19. O caminho realizado pelas proteínas a serem secretadas é iniciado nos


ribossomos do retículo endoplasmático. A seguir passam para o complexo
golgiense onde são modificadas e empacotadas para seres liberadas nas
vesículas de secreção. Alternativa C.
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20. Em condições anaeróbicas, algumas células humanas são capazes de


realizar o processo de fermentação que, por sua vez, tem que consumir
muito mais glicose para gerar a quantidade de ATP necessária à
manutenção da homeostase do que precisaria em condições aeróbicas.
Portanto, espera-se que com o aumento da concentração de oxigênio, a
célula passe a consumir gradativamente menos glicose, já que a respiração
aeróbica é muito mais eficiente do que a fermentação no que diz respeito à
produção de ATP. Alternativa E.

21. Em um mesmo organismo, o genótipo é o mesmo em todas as células.


No entanto, a expressão de diferentes porções do genoma é que vai ser
responsável pelos diferentes tipos celulares apresentados. Alternativa D.

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22. O processo de número 2 pode ser identificado como a fotossíntese, uma


vez que o gás carbônico serve de matéria-prima para a formação de glicose.
Entre as opções, somente os organismos produtores são capazes de realizar
esse processo. Alternativa D.

23. Para que a levedura possa realizar o processo de fermentação, é


necessário que o amido (um polissacarídeo) seja quebrado em moléculas
menores como a glicose. Alternativa D.

24. Como a proteína utilizada no experimento é bloqueadora do ciclo de


Krebs, e esse processo ocorre no interior das mitocôndrias, como parte da
respiração celular, então o endereçamento tem que ser para essa organela.
Alternativa B.

25. A forma inorgânica do carbono é encontrada no gás carbônico que, ao


ser utilizado na fotossíntese realizada pelo fitoplâncton, será incorporada às
moléculas de carboidratos, sendo portanto um exemplo de sua forma
orgânica. Alternativa A.

26. As 20 adeninas vão parear com 20 timinas na fita complementar;


As 25 timinas vão parear com 25 adeninas na fita complementar;
As 30 guaninas vão parear com 30 citosinas na fita complementar; e
As 25 citosinas vão parear com 25 guaninas na fita complementar.
Somando, teremos 20 + 25 adeninas = 45; 20 + 25 timinas = 45; 30 + 25
guaninas = 55, 30 + 25 citosinas = 55. Alternativa C.

6. Bibliografia consultada

 AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
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2010, Vol.3.

 CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

 LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 3.

 PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2.

 STARR; EVERS; STARR. Biology Concepts and Applications


Without Physiology. Stamford. Cengage Learning, 2013.

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Aula 05 - Moléculas, células e tecidos

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 05: Ciclo celular, Divisão celular, Principais


tecidos animais e vegetais, Biotecnologia

SUMÁRIO PÁGINA
1. Ciclo Celular 01
2. Divisão Celular: Mitose 07
3. Divisão Celular: Meiose 11
4. Principais tecidos animais e vegetais 20
5. Biotecnologia 34
6. Questões Resolvidas 43
7. Bibliografia consultada 54

1. Ciclo Celular

As células apresentam, basicamente, duas situações durante suas


vidas: ou elas estão se dividindo, ou estão se preparando para a divisão. O
período em que a célula não está dividindo é chamado intérfase e
corresponde a cerca de 90% do tempo de vida celular. É durante a intérfase
que a célula cresce, duplica seu material genético, multiplica suas organelas
e realiza todas as atividades necessárias para que ela se mantenha viva. Os
10% restantes do tempo, as células usam para se dividir. Na maioria dos
tipos celulares eucariontes, essa divisão é feita pelo processo chamado
mitose. Nas células procariontes, como não há citoesqueleto, não é
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possível formar as fibras do fuso mitótico e, por isso, sua divisão é


chamada de bipartição, sendo um processo mais rápido e simples. No
entanto, podemos considerar o esquema abaixo representativo do ciclo
celular normal.

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Fig. 01: O ciclo celular.

Podemos ver, na figura 01, que a intérfase é dividida em 3 fases: G1,


S e G2 e que a fase mitótica inclui a mitose propriamente dita (a divisão do
material genético) e a citocinese (divisão do citoplasma). Veremos a seguir,
os principais eventos das etapas da intérfase e, posteriormente, trataremos
da divisão celular.

Fase G1
A letra G dessa fase (e também da G2) vem da palavra inglesa gap,
que significa intervalo. Assim, é como se as fases G1 e G2 fossem intervalos
entre a fase S e a fase mitótica. Isso pode levar à impressão de que nada
acontece durante esses períodos, mas é preciso lembrar que é justamente
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durante a intérfase que a célula vai realizar todas as suas atividades


metabólicas, crescer e expressar seu material genético através da produção
de RNA e proteínas. São exatamente essas as atividades desenvolvidas
pelas células durante a fase G1 da intérfase.

Fase S
A letra S significa síntese, pois é nessa fase que ocorrerá a duplicação
dos cromossomos, a síntese de histonas (proteínas que atuam no
enrolamento do DNA) e a duplicação dos centríolos nas células animais,

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organelas que vão orientar a formação do fuso mitótico. Antes de


passarmos à fase G2, precisamos ver como ocorre a duplicação dos
cromossomos.

Duplicação do DNA
Para que uma célula possa se dividir sem que haja perda de informação
genética, é preciso que antes ela duplique os seus cromossomos. Isso
ocorre na fase S da intérfase. Cada cromossomo é composto por uma longa
molécula de DNA associada a proteínas. Como vimos na aula 04, durante a
intérfase, os cromossomos encontram-se pouco condensados (cromatina)
e não é possível visualizá-los individualmente. As células eucariontes
possuem variados números cromossomiais, característico de cada espécie.
O ser humano, por exemplo, apresenta 46 cromossomos dispostos em
pares. Já as células procariontes, como a das bactérias, apresentam apenas
um único cromossomo circular que também é duplicado antes que ocorra a
divisão celular.
Para compreender o processo de duplicação do DNA, é preciso lembrar
da estrutura dessa molécula. Assim, é interessante que você já tenha
estudado a aula 03 e esteja familiarizado com esse assunto. Você deve se
lembrar, portanto, que o DNA é formado por uma dupla hélice composta
por 2 fitas que são complementares e antiparalelas. Assim, enquanto uma
se orienta no sentido 5’ – 3’, a outra está orientada no sentido 3’ – 5’. O
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processo de duplicação do DNA depende de várias enzimas, sendo que a


principal é a DNA-polimerase. É ela que vai efetivamente adicionar os
nucleotídeos às novas fitas de DNA que serão sintetizadas. Um detalhe
importante é que a DNA-polimerase só consegue adicionar nucleotídeos à
ponta 3’ livre de uma fita de DNA, o que faz com que apenas uma delas
seja sintetizada de modo contínuo. A outra fita, que está orientada no
sentido inverso, será sintetizada de modo descontínuo, ou seja, um
fragmento de cada vez, conforme mostra a figura 03. Isso garante que o
sentido da duplicação dos cromossomos seja sempre o 5’ – 3’ e que ambas
as fitas sejam duplicadas ao mesmo tempo.

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Fig. 02: Na duplicação do DNA, a enzima DNA-polimerase só adiciona novos nucleotídeos à


extremidade 3’ da fita em crescimento.

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Fig. 03: A duplicação do DNA envolve várias enzimas. A fita descontínua é duplicada de maneira
fragmentada, devido à limitação da DNA-polimerase em adicionar nucleotídeos apenas à extremidade
3’ livre.

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Cada fita do DNA servirá de molde para uma nova fita a ser sintetizada.
Assim, após uma rodada de duplicação (ou replicação), a partir de uma
molécula original, são formadas duas novas moléculas, contendo uma fita
da molécula antiga e outra recém-sintetizada. Por isso a duplicação do DNA
é chamada de semiconservativa, uma vez que conserva, em cada
molécula filha, metade da molécula original.

Fig. 04: A replicação do DNA é semiconservativa. Em azul, as fitas correspondentes à molécula


original e em rosa as fitas recém-sintetizadas.

Após a duplicação do DNA, as duas novas moléculas ficam unidas e


cada uma delas forma uma das cromátides-irmãs de um cromossomo. A
separação dessas cromátides, durante a mitose, garante que as células
filhas tenham o mesmo conjunto de cromossomos e, consequentemente,
de genes, que a célula originam possuía.

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Fig. 05: Após a duplicação dos cromossomos, as cromátides-irmãs ficam unidas.

Fase G2
Durante o segundo gap, a célula continua crescendo e expressando seu
material genético, mas agora, pela proximidade da divisão celular, ela passa
a adotar medidas preparatórias para a mitose, como a síntese dos
microtúbulos que formarão o fuso mitótico. É esse fuso que vai orientar a
separação dos cromossomos durante a mitose. Nessa etapa ainda não é
possível visualizar os cromossomos individualmente, pois eles ainda estão
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pouco condensados na forma de cromatina.

Com a duplicação dos cromossomos na fase S da intérfase e a posterior


divisão celular, há uma variação na quantidade de DNA presente nas
células, dependendo da fase do ciclo celular em que ela se encontra. Se
consideramos x como o valor para a quantidade de DNA antes da duplicação
dos cromossomos, ao fim da fase S, essa quantia terá sido duplicada se
tornando 2x. Ela permanecerá assim até o fim da mitose, quando as células

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filhas se separam e cada uma volta a apresentar a quantidade x de DNA.


Observe a figura 05 que representa essa variação ao longo do tempo.

Fig. 05: Variação da quantidade de DNA em uma célula ao longo das fases do ciclo celular.

2. Divisão Celular: Mitose

A mitose é o processo pelo qual as células eucariotas se multiplicam.


Nas células procariotas, devido à ausência de núcleo e de citoesqueleto, seu
processo de divisão celular não é considerado mitose. É através da mitose
que seres unicelulares (e também alguns pluricelulares) eucariontes se
reproduzem assexuadamente (sem troca de material genético com outro
indivíduo). Além disso, o crescimento de organismos pluricelulares, a
regeneração de tecidos danificados e a reposição de células mortas
também são realizados através de divisões mitóticas. As células geradas
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por mitose são geneticamente idênticas à célula original. É por isso que
a reprodução assexuada forma clones, ou seja, seres idênticos. Para cada
célula que sofre mitose, são formadas duas novas células.
A mitose é dividida em 4 fases (prófase, metáfase, anáfase e
telófase), e é normalmente sucedida pela divisão do citoplasma, chamada
citocinese. Vamos ver o que acontece em cada uma dessas fases.

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PRÓFASE
Ao iniciar a divisão mitótica, os cromossomos já se encontram
duplicados pois esse processo ocorre na fase S da intérfase. As cromátides-
irmãs estão unidas por uma região do cromossomo chamada centrômero.
É na prófase que eles começam a se condensar e isso leva à
interrupção dos processos de transcrição, já que as RNA-polimerases não
são capazes de atuar no DNA condensado. Isso leva também ao
desaparecimento dos nucléolos. Com essa compactação do material
genético, os cromossomos passam a ser visíveis ao microscópio óptico. As
fibras do fuso mitótico começam a surgir a partir dos centríolos e isso faz
com que cada par dessas estruturas migre em direção a polos celulares
opostos.

Fig. 06: Prófase. À esquerda, uma micrografia de célula vegetal durante essa fase da mitose.
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No fim da prófase, a carioteca se fragmenta e isso possibilita que as


fibras do fuso mitótico se liguem aos centrômeros dos cromossomos.

METÁFASE
É na metáfase que os cromossomos atingem o grau máximo de
compactação, sendo mais visíveis. Essa é também a etapa mais demorada
de mitose. Os centríolos já estão posicionados nos polos opostos da célula
e a organização do fuso mitótico posiciona os cromossomos na região
mediana do citoplasma que é chamada placa metafásica ou placa
equatorial.
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Fig. 07: Metáfase. À esquerda, uma micrografia de célula vegetal durante essa fase da mitose.

ANÁFASE
Nessa fase, que é a mais rápida da mitose, o encurtamento das fibras
do fuso mitótico leva à separação das cromátides-irmãs. Esse processo
garante que as duas novas células geradas na mitose terão exatamente o
mesmo número e o mesmo tipo de cromossomos da célula original.

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Fig. 08: Anáfase. À esquerda, uma micrografia de célula vegetal durante essa fase da mitose.

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TELÓFASE
Nessa que é a última fase da mitose, os cromossomos voltam a ficar
pouco condensados e a carioteca reaparece. Os nucléolos também voltam
a aparecer devido ao retorno das atividades de transcrição do DNA para
formar RNA ribossomal. Com a conclusão da divisão do núcleo, na maioria
dos casos, as células realizam a divisão do citoplasma chamada citocinese.

Fig. 09: Telófase. À esquerda, uma micrografia de célula vegetal durante essa fase da mitose já
evidenciando o início da citocinese com a formação da placa celular.

CITOCINESE
Normalmente a citocinese começa a ocorrer junto com a telófase. É
esse o processo que vai separar os citoplasmas das novas células, fazendo
com que elas se tornem individualizadas. Isso ocorre de maneira diferente
em células animais e em células vegetais.
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Nos animais o citoplasma é estrangulado de fora para dentro até que


as duas novas células se separem. Por isso, dizemos que a citocinese nos
animais é centrípeta.

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Fig. 10: Citocinese nas células animais.

Já nos vegetais, devido à presença da parede celular rígida, que


impede o estrangulamento do citoplasma, a citocinese vai ocorrer de dentro
para fora (centrífuga). A chamada placa celular em formação consiste no
acúmulo de vesículas que vão formar a nova parede de celulose e as novas
membranas plasmáticas, dividindo assim o citoplasma das novas células.

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Fig. 11: Citocinese nas células vegetais.

3. Divisão Celular: Meiose

Enquanto a mitose está ligada ao processo de reprodução assexuada


de muitos organismos, a meiose é o mecanismo pelo qual são formados
gametas e esporos, células que atuam na reprodução sexuada. A grande
vantagem da reprodução sexuada em relação à assexuada é que ela produz

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indivíduos geneticamente diferentes daqueles que os originaram. Isso gera


a tão importante variabilidade necessária para os processos evolutivos.
Além disso, a meiose se diferencia da mitose pois ela produz quatro
células a partir de uma única célula, ao invés das duas produzidas na
mitose. Essas quatro células são todas diferentes entre si, devido à
permuta genética e à segregação independente dos cromossomos
homólogos. Outra característica da meiose é que ela gera células com a
metade do número de cromossomos da célula original. Para entender isso,
é preciso saber o que é a ploidia das células.

Ploidia das Células


A ploidia de uma célula refere-se ao número de cromossomos de um
mesmo tipo que formam o seu material genético nuclear. Quando uma
célula possui apenas um exemplar de cada cromossomo, ela é chamada de
haploide (n). Já uma célula diploide (2n) possui dois cromossomos de
cada tipo, que formam pares homólogos. Dizemos que esses pares são
homólogos porque eles carregam os mesmos tipos de genes. No entanto,
podem haver variações desses genes em cada um dos cromossomos que
formam o par. Usando como exemplo o ser humano, para cada par de
homólogos, recebemos um cromossomo do nosso pai e outro da nossa mãe.

Assim, durante a meiose, uma célula diploide tem sua quantidade de


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cromossomos dividida à metade e origina quatro células haploides. Para


isso, a célula sofre duas divisões celulares seguidas. Na primeira divisão
meiótica, ocorre a separação dos cromossomos homólogos e na
segunda divisão meiótica, que é muito parecida com a mitose, ocorre a
separação das cromátides-irmãs. Veremos a seguir os principais
eventos das fases das duas divisões meióticas.

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Fig. 12: Uma célula diploide hipotética composta por 3 pares de cromossomos homólogos.

PRIMEIRA DIVISÃO MEIÓTICA (DIVISÃO REDUCIONAL)


É constituída pela Prófase I, Metáfase I, Anáfase I e Telófase I. A
redução do número de cromossomos acontece durante essa divisão e por
isso ela é chamada de reducional.

Prófase I
Nessa fase, assim como na prófase da mitose, os cromossomos
começam a se condensar, os nucléolos desaparecem, os centríolos migram
em direção aos polos celulares e a carioteca se quebra. No entanto, o evento
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mais significativo dessa fase é o pareamento dos cromossomos


homólogos, que podem trocar fragmentos entre si no processo de
permutação ou Crossing-over. Isso é responsável por um grande
aumento na variabilidade genética apresentada pelos gametas e esporos
produzidos, uma vez que mistura os cromossomos paternos com os
maternos gerando novas combinações genéticas.

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Fig. 13: Na prófase I da meiose ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos e a troca de
fragmentos entre eles.

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Fig. 14: Uma visão mais detalhada do processo de permutação ou crossing-over.

Metáfase I
Os cromossomos atingem o grau máximo de espiralização e a
organização do fuso mitótico posiciona os pares de homólogos ainda unidos
na placa metafásica.

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Fig. 15: Na metáfase I os pares de cromossomos homólogos se posicionam na região mediana da


célula.

Anáfase I
O encurtamento das fibras do fuso causa a segregação (separação) dos
cromossomos homólogos. Essa segregação é feita de forma
independente, ou seja, cada uma das células terá uma combinação
diferente de cromossomos paternos e maternos. Isso ocorre de maneira
aleatória e contribui para a variabilidade genética das células produzidas.
Isso, somado à permutação, tem a capacidade de gerar um número quase
infinito de diferentes gametas ou esporos.
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Fig. 16: Na anáfase I ocorre a segregação dos cromossomos homólogos.

Telófase I
Nessa fase, ocorre o reaparecimento da carioteca e a os cromossomos
se desespiralizam mas não completamente. Ao mesmo tempo, as duas
células formadas se separam na citocinese.

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Fig. 17: Na telófase I, as novas cariotecas reaparecem e segue-se a citocinese.

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Entre a primeira e a segunda divisão meióticas, há um intervalo


chamado intercinese que é semelhante à intérfase. No entanto, não há
nova duplicação dos cromossomos, uma vez que eles ainda se encontram
duplicados e com suas cromátides unidas. É importante lembrar que, devido
ao processo de permutação, as cromátides-irmãs podem não ser mais
idênticas nesse momento.

SEGUNDA DIVISÃO MEIÓTICA (DIVISÃO EQUACIONAL)


Essa divisão é muito semelhante à mitose, pois nela vai ocorrer a
separação das cromátides-irmãs, durante a Anáfase II. Suas fases também
são as mesmas, apenas acompanhadas pelo número II após seu nome:
Prófase II, Metáfase II, Anáfase II e Telófase II.

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Fig. 18: Prófase II – cromossomos se condensam e carioteca se quebra; Metáfase II –


cromossomos dispostos na placa metafásica ou equatorial.

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Fig. 19: Anáfase II – separação das cromátides-irmãs; Telófase II – reaparecimento das cariotecas
e desempacotamento do DNA.

Assim, ao final das duas divisões meióticas, uma célula diploide terá
dado origem a quatro células haploides, cada uma com metade do número
de cromossomos da célula original.
O esquema abaixo resume e dá uma visão geral de todo o processo.

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Fig. 20: Resumo da meiose.

É interessante comentar também que a duração da meiose é muito


maior do que a da mitose. Enquanto a mitose dura cerca de uma a duas
horas para ser concluída, a meiose levar cerca de um mês na formação dos
espermatozoides humanos e muitas décadas na formação dos óvulos, de
acordo com a liberação deles durante a ovulação mensal nas mulheres.

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4. Principais Tecidos Animais e Vegetais

Na história evolutiva dos seres vivos, a multicelularidade surgiu como


uma estratégia para permitir o aumento no tamanho dos organismos, pois
houve um momento em que as células eucariontes não podiam crescer
mais, já que a sua superfície de trocas com o ambiente não suportaria todo
o volume metabólico da célula. Com isso, uma das soluções encontradas foi
a formação de colônias. No entanto, a colônia, apesar de representar
benefícios para todos os envolvidos, ainda não reflete o total grau de
interdependência visto em um organismo pluricelular. De qualquer maneira,
a organização colonial, provavelmente foi um estágio intermediário entre a
unicelularidade e a multicelularidade.
Nos organismos multicelulares, as células podem se especializar em
diferentes atividades, o que aumenta a eficiência do organismo em seus
processos metabólicos. Células diferenciadas e de mesma função formam
os tecidos em vários organismos eucariontes, como praticamente todos os
animais e todos os vegetais. A área da Biologia que estuda os tecidos é a
Histologia. Veremos, a seguir, as características mais marcantes dos
principais tecidos presentes nesses organismos.

TECIDOS ANIMAIS
Os principais tecidos animais são: epitelial, conjuntivo, muscular e
nervoso. Apesar de haver diferenças entre os tecidos dos diversos grupos
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de animais, normalmente os tecidos humanos são utilizados para fins


didáticos. Os tecidos se diferenciam pelos tipos de células que os formam e
também pelas substâncias que ficam entre as células compondo a matriz
extracelular e também o líquido intersticial.

Tecido Epitelial
Os epitélios revestem todo o corpo de um animal externamente e
também as suas cavidades internas. Além disso também formam as

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diversas glândulas presentes no nosso corpo. Temos, assim, dois tipos de


epitélios:
 De revestimento
 Glandular ou de secreção
De maneira geral, os epitélios se caracterizam por terem pouca
substância intercelular. Assim, suas células estão muito próximas e unidas,
o que é importante para manter a coesão desses tecidos. Os epitélios
também não apresentam vasos sanguíneos e, devido a isso, sempre
aparecem associados a tecidos conjuntivos, que vão suprir suas
necessidades de nutrientes e gases e também captar os seus produtos de
excreção. É por isso, que se você cortar apenas as camadas mais
superficiais da sua pele, esse corte não sangrará. No entanto, se a lesão
atingir o tecido conjuntivo abaixo do epitelial, aí sim haverá sangramento.
Isso também explica porque a pele não é considerada um tecido e sim um
órgão. Na verdade, ela é composta por mais de um tecido, entre os quais
se inclui o epitelial.
Os epitélios de revestimento estão presentes não só na pele, mas
também formando as chamadas mucosas, como a que reveste o tubo
digestivo, o sistema respiratório, o sistema excretor e também os vasos
sanguíneos. Suas células podem apresentam especializações nas
membranas como microvilosidades que aumentam a superfície de trocas
de substâncias com o meio extracelular, e também como os cílios, que
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possuem papel importante na remoção de partículas nocivas às células. As


microvilosidades aparecem, por exemplo, nas células do intestino delgado
e os cílios aparecem nas células da traqueia. De acordo com a organização
em camadas e também o formato das células, os epitélios de revestimento
são classificados em diversos tipos, conforme a imagem abaixo.

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Fig. 21: Tipos de epitélios de revestimento

Os epitélios glandulares formam as glândulas, que são estruturas de


função secretora. Elas produzem substâncias que serão liberadas e
utilizadas fora das células que as produziram. Existem 3 tipos de glândulas:
 Exócrinas: liberam suas secreções para fora do corpo ou no
interior de cavidades como a digestiva. Exemplos: glândulas
sudoríparas, sebáceas, salivares, lacrimais e mamárias.
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 Endócrinas: liberam suas secreções (hormônios) na corrente


sanguínea. Exemplos: testículos, ovários, tireoide, adrenais e
hipófise.
 Mistas: liberam secreções no sangue e também nas cavidades
abertas. Exemplo: pâncreas, pois libera o suco pancreático no
duodeno e libera os hormônios insulina e glucagon na corrente
sanguínea.

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Fig. 22: Tipos de glândulas.

Tecidos Conjuntivos
De forma geral, os tecidos conjuntivos se diferenciam dos epitélios por
possuírem muita substância intercelular, rica em fibras. Eles se dividem em
vários tipos e cada um deles tem suas funções específicas principalmente
ligadas ao preenchimento, sustentação e nutrição de outros tecidos. Entre
eles incluem-se:
 Tecido conjuntivo propriamente dito: sustenta e nutre
tecidos sem vascularização, como os epitélios. Apresenta ampla
variedade de fibras que ajudam a dar resistência e forma à sua
estrutura. Forma também os ligamentos e os tendões.
 Tecido adiposo: As células adiposas acumulam gotículas de
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gorduras que servem como reserva energética nos animais. Além


disso, atuam como isolante térmico e protegem diversos órgãos
contra choques mecânicos.
 Tecido cartilaginoso: a natureza das fibras e outras
substâncias que compõem a matriz extracelular fornece firmeza
e, ao mesmo tempo, flexibilidade a esse tecido. Está presente no
nariz, nas orelhas, nas articulações e entre as vértebras,
diminuindo o atrito entre elas. Também é o componente principal
dos esqueletos de animais como os tubarões e raias.

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 Tecido ósseo: forma a estrutura dos ossos, que têm como


funções sustentar o corpo, apoiar os músculos possibilitando os
movimentos e proteger órgãos importantes como o cérebro, os
pulmões e o coração. Sua matriz extracelular é caracterizada
pela presença de sais, principalmente o fosfato de cálcio, que
fornece a rigidez marcante desse tecido. Alguns ossos possuem,
no seu interior, a chamada medula óssea (tutano), onde ocorre
a produção das células do sangue.
 Tecido hematopoiético: inclui a medula óssea, responsável
pela produção das células do sangue e o tecido linfático, que
compõe diversos órgãos com funções no sistema imunológico,
como o baço, o timo e os linfonodos. Falaremos melhor sobre o
sangue quando estudarmos o sistema circulatório humano.

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Fig. 23: Diversos tipos de tecidos conjuntivos. O tecido frouxo e o fibroso são variações do tecido
conjuntivo propriamente dito.

Tecido Muscular
Apresenta células capazes de se contrair, provocando movimentos,
chamadas fibras musculares ou miócitos. Essa contração acontece

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devido a movimentos de proteínas chamadas miofibrilas localizadas no


citoplasma dessas células. Existem três tipos de tecidos musculares:
 Tecido muscular estriado esquelético: compõem a
musculatura sobre a qual temos controle, ou seja, sua contração
é voluntária. A maioria aparece ligada aos ossos e está ligada à
movimentação corporal. Suas células são multinucleadas e a
organização das fibrilas faz com que apareçam faixas escuras e
claras intercaladas. Por isso o nome de músculo estriado. Esse
tecido é capaz de sofrer contrações rápidas e fortes.
 Tecido muscular estriado cardíaco: como o nome já diz, esse
tecido forma a musculatura do coração. Suas contrações são
involuntárias, rápidas e ritmadas. Suas células são
mononucleadas e também apresentam estrias devido à
disposição das miofibrilas.
 Tecido muscular liso (não estriado): suas contrações são
involuntárias e lentas. É responsável pela movimentação dos
alimentos no interior do tubo digestivo (peristaltismo),
movimentos respiratórios, regular o calibre dos vasos sanguíneos
e controlar a liberação de diversas substâncias. Também é
responsável pelas contrações uterinas e pelo controle do
diâmetro da pupila. Suas células são mononucleadas e sem
estrias.
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Fig. 24: Os três tipos de tecidos musculares.

A contração muscular depende principalmente de duas miofibrilas


chamadas actina e miosina. É o movimento relativo entre essas duas
proteínas que faz com que ocorra o encurtamento das fibras musculares
durante a contração. Quanto mais uma pessoa utiliza determinados grupos
musculares, maior é a quantidade dessas miofibrilas nas células, o que
aumenta o diâmetro muscular e a sua capacidade de realizar trabalho.
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Tecido Nervoso
O tecido nervoso tem a capacidade de receber, armazenar, traduzir e
transmitir informações das mais diversas origens e para os mais diversos
destinos nos organismos dos animais. Suas células são os neurônios e as
células da glia. Neurônios são células extremamente especializadas
compostas por um corpo celular, onde está a maior parte do citoplasma e
o núcleo; os dendritos, que são ramificações ligadas ao corpo celular
através das quais os impulsos nervosos chegam vindos de outros

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neurônios; o axônio, que é um grande prolongamento da célula, onde se


localiza o telodendro, formado por ramificações através das quais os
impulsos nervosos são passados para outros neurônios, músculos ou
glândulas.

Fig. 25: Estrutura do neurônio e direção do impulso nervoso.

As células da glia não são capazes de transmitir impulsos nervosos,


mas são fundamentais para a nutrição e para a defesa dos neurônios. São
elas que sintetizam a chamada bainha de mielina, que envolve os axônios
de neurônios nos vertebrados, fazendo com que o impulso nervoso viaje
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muito mais rapidamente.

Esses quatro tipos principais de tecidos animais se combinam para


formar os vários órgãos que compõem esses organismos, conforme
podemos ver na imagem abaixo.

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Fig. 26: Uma visão geral dos tecidos animais.

TECIDOS VEGETAIS
Os tecidos adultos vegetais dividem-se em três sistemas: o sistema
dérmico, o sistema vascular e o sistema fundamental. As células
desses sistemas são formadas, quando o vegetal cresce, através da
diferenciação dos tecidos meristemáticos.
Os meristemas estão localizados nas extremidades da raiz e dos caules
(meristemas apicais), e no interior do caule e da raiz (meristemas
secundários) de vegetais mais derivados como as gimnospermas e parte
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das angiospermas. Os meristemas apicais estão relacionados ao


crescimento em comprimento dos ramos e raízes enquanto os meristemas
secundários estão relacionados ao crescimento em espessura.

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Fig. 27: Localização e tipos de meristemas.

Sistema Dérmico
O sistema dérmico é composto por tecidos de revestimento e proteção
dos vegetais. A epiderme reveste externamente praticamente toda a
planta e regula a entrada e a saída de gases e também controla a perda de
água pela presença de uma substância impermeabilizante chamada
cutícula, que é uma cera. O fluxo de gases é controlado por estruturas
chamadas estômatos, que são compostos por um par de células-guarda,
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entre as quais existe uma abertura por onde o ar passa. A planta precisa
regular a abertura e o fechamento dos estômatos, pois quando estão
abertos, água é perdida pela transpiração.

Fig. 28: Um estômato aberto, formado por duas células-guardas.

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Enquanto a epiderme é formada por células vivas, outro tecido do


sistema dérmico, chamado súber é composto por células mortas
impregnadas por um lipídio chamado suberina. O súber aparece no caule
e raiz de plantas lenhosas, como uma proteção secundária e é a partir dele
que é feita a cortiça.

Sistema Vascular
O sistema vascular é constituído por dois tecidos: xilema (vasos
lenhosos) e floema (vasos liberianos). Eles são os chamados vasos
condutores de seiva e são responsáveis pelo transporte de substâncias
através da estrutura do vegetal. Esses vasos condutores estão presentes
em todos os grandes grupos de vegetais, com exceção das briófitas, que
são plantas avasculares.
O xilema é formado por dois tipos de células: as traqueídes e os
elementos de vaso (apenas nas angiospermas). Essas células, após sua
diferenciação completa, morrem e deixam somente sua parede celular
formada por celulose e impregnada por lignina. Tanto as traqueídes quanto
os elementos de vaso são interconectados com as células adjacentes,
formando assim tubos que permitem a passagem de água e sais minerais
vindos da raiz e que serão distribuídos por toda a planta. Essa solução que
flui pelo xilema é a chamada seiva bruta. O xilema atua também na
sustentação da planta.
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Fig. 29: Dois tipos de células que compõem o xilema.

O floema é responsável pelo transporte da seiva elaborada, que é


composta principalmente por água e carboidratos produzidos nos tecidos
fotossintetizantes e que serão distribuídos pela planta para consumo ou
armazenamento. Sua localização no caule do vegetal é mais externa do que
a do xilema e suas células, que permanecem vivas após sua diferenciação,
são chamadas de tubos crivados.

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Fig. 30: Os tubos crivados são células pertencentes ao floema.

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Sistema Fundamental
O sistema fundamental inclui os tecidos de sustentação,
armazenamento e fotossintetizantes. Inclui o parênquima, o colênquima
e o esclerênquima.
Os parênquimas podem conter células responsáveis pela realização da
fotossíntese, principalmente nas folhas, e dotadas de numerosos
cloroplastos. Existem também parênquimas de armazenamento que podem
manter reservas de amido e lipídeos.

Fig. 31: Corte transversal de uma folha mostrando tecidos do sistema dérmico (epiderme),
vascular (xilema e floema) e fundamental (parênquima). Os parênquimas da folha formam o
chamado mesofilo.

Os colênquimas são tecidos de sustentação flexíveis. Suas células


costumam ser alongadas e suas paredes celulares possuem espessamento
de celulose. Estão presentes nas partes jovens da planta e permitem que
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essas estruturas se dobrem ao vento sem se partirem.

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Fig. 32: Células de colênquima mostrando seus espessamentos de celulose.

O esclerênquima é outro tecido de sustentação das plantas, mas suas


células, ao contrário das do colênquima, não estão vivas e são muito mais
rígidas. É composto por fibras e esclereídes, que podem estar reunidas
em feixes dando suporte aos vegetais. Estão presentes em caules lenhosos,
sementes e frutos rígidos como as nozes.

Fig. 33: Tipos celulares presentes no esclerênquima.

De maneira geral, os tecidos estudados se distribuem na estrutura de


um vegetal de acordo com a imagem abaixo.

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Fig. 34: Distribuição dos sistemas de tecidos vegetais.

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5. BIOTECNOLOGIA

CÉLULAS-TRONCO
A maioria das células dos organismos pluricelulares adultos são
diferenciadas e especializadas para desempenhar seus respectivos papeis
nos tecidos onde se encontram. No entanto, durante o desenvolvimento
embrionário, algumas poucas células deram origem a toda a variedade de
células que compõem um ser vivo adulto. Essas células pouco diferenciadas
do embrião são as chamadas células-tronco embrionárias. Até o terceiro
ou quarto dia de gestação, essas células podem dar origem a todos os
tecidos do organismo, inclusive os anexos embrionários. São, por isso,
chamadas de células-tronco totipotentes. A partir daí, as células-tronco
embrionárias tornam-se pluripotentes pois podem dar origem a todos os
tecidos do corpo menos os anexos embrionários.
Em indivíduos adultos, existem vários tecidos que possuem suas
células-tronco mas, nesse caso elas só podem originar as células do seu
respectivo tecido e por isso são chamadas multipotentes. O cordão umbilical
também possui células-tronco e isso tem motivado muitas famílias a
conservarem os cordões umbilicais de seus filhos na expectativa de algum
dia, em caso de necessidade, poderem utilizar essas células para curar
doenças.
Várias pesquisas no sentido de desdiferenciar células adultas para
transformá-las em células-tronco podem representar um grande potencial
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na produção dessas células, que podem ter diversas aplicações na medicina.


Essas células, por terem o potencial de gerar diversos outros tipos
celulares, podem ser utilizadas para substituir tecidos danificados, como por
exemplo lesões na medula de pessoas que ficaram paraplégicas.

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Fig. 35: Células-tronco embrionárias são menos diferenciadas do que as células-tronco adultas.

A utilização de células-tronco embrionárias é, no entanto, cercada de


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discussões éticas, uma vez que existem pessoas que consideram o embrião
como um indivíduo portador de direitos e que merece viver. Por outro lado,
grande parte dos embriões utilizados na extração de células-tronco são
aqueles que já seriam descartados em clínicas de fertilização in vitro.
Para evitar a rejeição de um tecido produzido a partir de células-tronco,
uma alternativa é substituir seu material genético pelo da pessoa que
receberá o implante dessas células. Isso caracteriza um tipo de clonagem
chamado clonagem terapêutica, que veremos a seguir.

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CLONAGEM
A clonagem é um processo que ocorre naturalmente em organismos
que realizam reprodução assexuada, como bactérias e várias espécies de
plantas. Ela se caracteriza pela produção de organismos geneticamente
idênticos ao original, ou seja, pela produção de clones. A clonagem pode,
por outro lado, ser realizada artificialmente pelo ser humano, de modo a
multiplicar células ou organismos inteiros que possuam características de
algum interesse que pode ser terapêutico, industrial ou relacionado à
produção de alimentos. Clones de plantas são facilmente obtidos a partir de
mudas, por exemplo. Já clones de animais necessitam de um processo mais
complexo.
O clone animal mais famoso foi a ovelha Dolly, produzida em 1996.
Basicamente o processo consiste em transplantar o núcleo de uma célula
do animal a ser clonado para o lugar do núcleo de um óvulo que é
implantado no útero de uma mãe de aluguel. O clone, portanto, possui as
características do indivíduo que forneceu o núcleo, e não daquele que
forneceu o óvulo e muito menos da mãe de aluguel.

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Fig. 36: Processo pelo qual a ovelha Dolly foi produzida.


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A clonagem realizada para fins de reprodução é a chamada clonagem


reprodutiva e pode ser usada, por exemplo, para multiplicar animais que
são bons produtores de leite. Já a clonagem terapêutica consiste na
produção de tecidos e órgãos para transplante. Isso pode ser realizado pela
utilização de células-tronco e a sua multiplicação para formar os tecidos
necessários.
Há ainda a possibilidade de unir a clonagem à produção de organismos
geneticamente modificados – os transgênicos, sobre os quais falaremos a
seguir.

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DNA RECOMBINANTE E TRANSGÊNICOS


A partir de processos laboratoriais, é possível misturar o DNA de
organismos diferentes, produzindo novas moléculas que passam a ser
chamadas de DNA recombinante. Com isso, os cientistas podem
introduzir genes capazes de produzir substâncias para diversos fins em
organismos de fácil reprodução como as bactérias e obter essas substâncias
em escala comercial. É o caso, por exemplo, da insulina.
A insulina é um hormônio produzido no pâncreas e fundamental para
que a glicose entre nas células do corpo humano. A ausência desse
hormônio provoca a doença chamada diabetes e as pessoas portadoras
precisam injetar doses regulares desse hormônio. A introdução do gene que
codifica a insulina em bactérias, através da tecnologia do DNA
recombinante, faz com que esses organismos passem a produzir insulina
que pode então ser utilizada no tratamento dos diabéticos. Outros
medicamentos também podem ser produzidos dessa forma, assim como
determinadas vacinas como a da hepatite B.

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Fig. 37: Exemplos de utilização da tecnologia do DNA recombinante.

Esses organismos portadores de moléculas de DNA recombinante são


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chamados de organismos geneticamente modificados, também


conhecidos como transgênicos. As plantas transgênicas são especialmente
famosas devido às discussões geradas sobre o seu uso. A tecnologia do DNA
recombinante para produção de transgênicos possibilita a obtenção de
organismos com características que, caso fossem geradas por mutações
aleatórias no material genético, demorariam muito tempo para surgirem.
As plantas transgênicas podem ter sido modificadas para que sejam
resistentes a determinados herbicidas ou ainda para que cresçam mais
rápido, produzam frutos e sementes maiores, floresçam mais vezes ao ano
etc. Essa manipulação genética, por si só, não é capaz de causar nenhum
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dano à saúde dos seres humanos, apesar de muitas pessoas evitarem o


consumo desses produtos.

Fig. 38: Exemplos de plantas transgênicas. A: arroz transgênico com pigmento -caroteno,
convertido em vitamina A pelos seres humanos; B: arroz sem o transgene; C: tomate transgênico
tolerante a sal colocado em solo salino; D: tomate sem o transgene em solo salino.

IDENTIFICAÇÃO POR DNA


Cada ser humano é portador de um conjunto de genes únicos, a não
ser que possua um (ou mais) gêmeos monozigóticos (idênticos). Assim, é
possível utilizar o DNA para a identificação de um indivíduo em diversas
situações como testes de paternidade, investigações criminais e na
identificação de restos mortais.
As regiões do DNA utilizadas para a identificação de indivíduos são,
normalmente, extremamente variáveis (regiões polimórficas). Isso tem
lógica, afinal se as regiões tivessem a mesma sequência de nucleotídeos na
maioria da população, não seria possível diferenciar um indivíduo do outro.
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Essas regiões podem ser extraídas de cromossomos nucleares ou também


do DNA mitocondrial. É importante lembrar que as mitocôndrias são
herdadas através da linhagem materna, então o seu DNA mitocondrial é o
mesmo da sua mãe, da sua avó materna, da sua bisavó materna e assim
sucessivamente (descartando as mutações obviamente).
Na cena de um crime, é possível extrair o DNA dos glóbulos brancos
de uma mancha de sangue por exemplo (hemácias são anucleadas e por
isso não possuem DNA). Esperma, saliva e células da pele também podem
ser usados para a identificação de uma pessoa.

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A amostra de material biológico é então tratada para que as


membranas celulares sejam quebradas e o DNA possa ser isolado. Esse
material genético é, normalmente, copiado diversas vezes por um processo
chamado PCR (reação em cadeia da polimerase) em que basicamente
ocorre um processo muito acelerado de replicação do DNA em laboratório.
Isso facilita a detecção e a visualização desse material genético em outros
testes como na eletroforese em gel.
A eletroforese consiste em colocar as amostras de DNA em um gel
ligado a uma corrente elétrica. As amostras são colocadas próximas ao polo
negativo e são atraídas pelo polo oposto, fazendo com que elas “corram”
no gel. Fragmentos menores correm mais do que os maiores e isso gera um
padrão de bandas de diferentes tamanhos que podem ser comparados com
um padrão para identificação.

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Fig. 39: Funcionamento da eletroforese em gel.

Na identificação de paternidade são colocadas amostras de DNA


nuclear do filho e dos pais e, após a eletroforese é possível comparar seus
padrões de bandas. A presença de uma banda escura na amostra do bebê
tem que ser verificada também na mãe ou no pai, uma vez que a criança

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pode herdá-la de um ou de outro. Por outro lado, a presença de uma banda


escura na amostra do filho e a ausência dessa banda na mãe e no pai podem
indicar que não há relação de parentesco entre os indivíduos em questão.

Fig. 40: No gel de cima estão as amostras da mãe, à esquerda e do pai, à direita. O gel de baixo
contém a amostra do descendente, que corresponde com o padrão visto nos pais.
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Os testes de identificação por DNA, apesar de muito eficazes, não são


100% garantidos. É possível que, dependendo das regiões analisadas do
DNA, o resultado não represente a realidade. Por isso, em investigações
criminais, esses testes não são usados sozinhos como material para
incriminar alguém.

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Finalizamos assim a aula 05 e também o tema Moléculas,


Células e Tecidos. Na aula 06 iniciaremos o estudo da Identidade
dos Seres Vivos. Até lá um bom estudo!

6. QUESTÕES COMENTADAS
1. (ENEM – 1999 Amarela Q28) A sequência abaixo indica de maneira
simplificada os passos seguidos por um grupo de cientistas para a clonagem
de uma vaca:
I. Retirou-se um óvulo da vaca Z. O núcleo foi desprezado, obtendo-se um
óvulo anucleado.
II. Retirou-se uma célula da glândula mamária da vaca W. O núcleo foi
isolado e conservado, desprezando-se o resto da célula.
III. O núcleo da célula da glândula mamária foi introduzido no óvulo
anucleado. A célula reconstituída foi estimulada para entrar em divisão.
IV. Após algumas divisões, o embrião foi implantado no útero de uma
terceira vaca Y, mãe de aluguel. O embrião se desenvolveu e deu origem
ao clone.

Considerando-se que os animais Z, W e Y não têm parentesco, pode-se


afirmar que o animal resultante da clonagem tem as características
genéticas da vaca:
(A) Z, apenas.
(B) W, apenas.
(C) Y, apenas.
(D) Z e da W, apenas.
(E) Z, W e Y.

2. (ENEM – 2003 Amarela Q26) A biodiversidade é garantida por


interações das várias formas de vida e pela estrutura heterogênea dos
habitats. Diante da perda acelerada de biodiversidade, tem sido discutida a
possibilidade de se preservarem espécies por meio da construção de
“bancos genéticos” de sementes, óvulos e espermatozoides.
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Apesar de os “bancos” preservarem espécimes (indivíduos), sua construção


é considerada questionável do ponto de vista ecológico-evolutivo, pois se
argumenta que esse tipo de estratégia

I. não preservaria a variabilidade genética das populações;


II. dependeria de técnicas de preservação de embriões, ainda
desconhecidas;
III. não reproduziria a heterogeneidade dos ecossistemas.

Está correto o que se afirma em:

(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.

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(D) II e III, apenas.


(E) I, II e III.

3. (ENEM – 2005 Amarela Q22) A água é um dos componentes mais


importantes das células. A tabela abaixo mostra como a quantidade de água
varia em seres humanos, dependendo do tipo de célula. Em média, a água
corresponde a 70% da composição química de um indivíduo normal.

Tipo de célula Quantidade de


água
Tecido nervoso – substância cinzenta 85%
Tecido nervoso – substância branca 70%
Medula óssea 75%
Tecido conjuntivo 60%
Tecido adiposo 15%
Hemácias 65%
Ossos (sem medula) 20%
(Fonte: L.C. Junqueira e J. Carneiro. Histologia Básica. 8. ed., Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1985.)
Durante uma biópsia, foi isolada uma amostra de tecido para análise em
um laboratório. Enquanto intacta, essa amostra pesava 200 mg. Após
secagem em estufa, quando se retirou toda a água do tecido, a amostra
passou a pesar 80 mg. Baseado na tabela, pode-se afirmar que essa é uma
amostra de:
(A) tecido nervoso – substância cinzenta.
(B) tecido nervoso – substância branca.
(C) hemácias.
(D) tecido conjuntivo.
(E) tecido adiposo.

4. (ENEM – 2005 Amarela Q37) A Embrapa possui uma linhagem de soja


transgênica resistente ao herbicida IMAZAPIR. A planta está passando por
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testes de segurança nutricional e ambiental, processo que exige cerca de


três anos. Uma linhagem de soja transgênica requer a produção inicial de
200 plantas resistentes ao herbicida e destas são selecionadas as dez mais
“estáveis”, com maior capacidade de gerar descendentes também
resistentes. Esses descendentes são submetidos a doses de herbicida três
vezes superiores às aplicadas nas lavouras convencionais. Em seguida, as
cinco melhores são separadas e apenas uma delas é levada a testes de
segurança. Os riscos ambientais da soja transgênica são pequenos, já que
ela não tem possibilidade de cruzamento com outras plantas e o perigo de
polinização cruzada com outro tipo de soja é de apenas 1%.
A soja transgênica, segundo o texto, apresenta baixo risco ambiental
porque

(A) a resistência ao herbicida não é estável e assim não passa para as


plantas-filhas.
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(B) as doses de herbicida aplicadas nas plantas são 3 vezes superiores às


usuais.
(C) a capacidade da linhagem de cruzar com espécies selvagens é
inexistente.
(D) a linhagem passou por testes nutricionais e após três anos foi aprovada.
(E) a linhagem obtida foi testada rigorosamente em relação a sua
segurança.

5. (ENEM – 2005 Amarela Q44) Os transgênicos vêm ocupando parte da


imprensa com opiniões ora favoráveis ora desfavoráveis. Um organismo ao
receber material genético de outra espécie, ou modificado da mesma
espécie, passa a apresentar novas características. Assim, por exemplo, já
temos bactérias fabricando hormônios humanos, algodão colorido e cabras
que produzem fatores de coagulação sanguínea humana.
O belga René Magritte (1896 – 1967), um dos pintores surrealistas mais
importantes, deixou obras enigmáticas.
Caso você fosse escolher uma ilustração para um artigo sobre os
transgênicos, qual das obras de Magritte, abaixo, estaria mais de acordo
com esse tema tão polêmico?

(A) (B) (C) (D) (E)

6. (ENEM – 2009 Azul Q07) Um novo método para produzir insulina


artificial que utiliza tecnologia de DNA recombinante foi desenvolvido por
pesquisadores do Departamento de Biologia Celular da Universidade de
Brasília (UnB) em parceria com a iniciativa privada. Os pesquisadores
modificaram geneticamente a bactéria Escherichia coli para torná-la capaz
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de sintetizar o hormônio. O processo permitiu fabricar insulina em maior


quantidade e em apenas 30 dias, um terço do tempo necessário para obtê-
la pelo método tradicional, que consiste na extração do hormônio a partir
do pâncreas de animais abatidos.
Ciência Hoje, 24 abr. 2001. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br
(adaptado).

A produção de insulina pela técnica do DNA recombinante tem, como


consequência:

(A) o aperfeiçoamento do processo de extração de insulina a partir do


pâncreas suíno.
(B) a seleção de microrganismos resistentes a antibióticos.
(C) o progresso na técnica da síntese química de hormônios.

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(D) impacto favorável na saúde de indivíduos diabéticos.


(E) a criação de animais transgênicos.

7. (ENEM – 2009 Azul Q41) Uma vítima de acidente de carro foi


encontrada carbonizada devido a uma explosão. Indícios, como certos
adereços de metal usados pela vítima, sugerem que a mesma seja filha de
um determinado casal. Uma equipe policial de perícia teve acesso ao
material biológico carbonizado da vítima, reduzido, praticamente, a
fragmentos de ossos. Sabe-se que é possível obter DNA em condições para
análise genética de parte do tecido interno de ossos. Os peritos necessitam
escolher, entre cromossomos autossômicos, cromossomos sexuais (X e Y)
ou DNAmt (DNA mitocondrial), a melhor opção para identificação do
parentesco da vítima com o referido casal. Sabe-se que, entre outros
aspectos, o número de cópias de um mesmo cromossomo por célula
maximiza a chance de se obter moléculas não degradadas pelo calor da
explosão.

Com base nessas informações e tendo em vista os diferentes padrões de


herança de cada fonte de DNA citada, a melhor opção para a perícia seria a
utilização:

(A) do DNAmt, transmitido ao longo da linhagem materna, pois, em cada


célula humana, há várias cópias dessa molécula.
(B) do cromossomo X, pois a vítima herdou duas cópias desse cromossomo,
estando assim em número superior aos demais.
(C) do cromossomo autossômico, pois esse cromossomo apresenta maior
quantidade de material genético quando comparado aos nucleares, como,
por exemplo, o DNAmt.
(D) do cromossomo Y, pois, em condições normais, este é transmitido
integralmente do pai para toda a prole e está presente em duas cópias em
células de indivíduos do sexo feminino.
(E) de marcadores genéticos em cromossomos autossômicos, pois estes,
além de serem transmitidos pelo pai e pela mãe, estão presentes em 44
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cópias por célula, e os demais, em apenas uma.

8. (ENEM – 2010 Azul Q86) Três dos quatro tipos de testes atualmente
empregados para a detecção de príons patogênicos em tecidos cerebrais de
gado morto são mostrados nas figuras a seguir. Uma vez identificado um
animal morto infectado, funcionários das agências de saúde pública e
fazendeiros podem removê-lo do suprimento alimentar ou rastrear os
alimentos infectados que o animal possa ter consumido.

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Analisando os testes I, II e III, para a detecção de príons patogênicos,


identifique as condições em que os resultados foram positivos para a
presença de príons nos três testes:

(A) Animal A, lamina B e gel A.


(B) Animal A, lâmina A e gel B.
(C) Animal B, lâmina A e gel B.
(D) Animal B, lâmina B e gel A.
(E) Animal A, lâmina B e gel B.

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9. (ENEM – 2010 2ª Aplicação Azul Q50) A utilização de células-tronco


do próprio indivíduo (autotransplante) tem apresentado sucesso como
terapia medicinal para a regeneração de tecidos e órgãos cujas células
perdidas não têm capacidade de reprodução, principalmente em
substituição aos transplantes, que causam muitos problemas devidos à
rejeição pelos receptores. O autotransplante pode causar menos problemas
de rejeição quando comparado aos transplantes tradicionais, realizados
entre diferentes indivíduos. Isso porque as
(A) células-tronco se mantêm indiferenciadas após sua introdução no
organismo do receptor.
(B) células provenientes de transplantes entre diferentes indivíduos
envelhecem e morrem rapidamente.
(C) células-tronco, por serem doadas pelo próprio indivíduo receptor,
apresentam material genético semelhante.
(D) células transplantadas entre diferentes indivíduos se diferenciam em
tecidos tumorais no receptor.
(E) células provenientes de transplantes convencionais não se reproduzem
dentro do corpo do receptor.

10. (ENEM – 2011 Azul Q61) Nos dias de hoje, podemos dizer que
praticamente todos os seres humanos já ouviram em algum momento falar
sobre o DNA e seu papel na hereditariedade da maioria dos organismos.
Porém, foi apenas em 1952, um ano antes da descrição do modelo do DNA
em dupla hélice por Watson e Crick, que foi confirmado sem sombra de
dúvidas que o DNA é material genético. No artigo em que Watson e Crick
descreveram a molécula de DNA, eles sugeriram um modelo de como essa
molécula deveria se replicar. Em 1958, Meselson e Stahl realizaram
experimentos utilizando isótopos pesados de nitrogênio que foram
incorporados às bases nitrogenadas para avaliar como se daria a replicação
da molécula. A partir dos resultados, confirmaram o modelo sugerido por
Watson e Crick, que tinha como premissa básica o rompimento das pontes
de hidrogênio entre as bases nitrogenadas.
GRIFFITHS, A. J. F. et al. Introdução à Genética. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
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Considerando a estrutura da molécula de DNA e a posição das pontes de


hidrogênio na mesma, os experimentos realizados por Meselson e Stahl a
respeito da replicação dessa molécula levaram à conclusão de que:

(A) a replicação do DNA é conservativa, isto é, a fita dupla filha é recém-


sintetizada e o filamento parental é conservado.
(B) a replicação de DNA é dispersiva, isto é, as fitas filhas contêm DNA
recém-sintetizado e parentais em cada uma das fitas.
(C) a replicação é semiconservativa, isto é, as fitas filhas consistem de uma
fita parental e uma recém-sintetizada.
(D) a replicação do DNA é conservativa, isto é, as fitas filhas consistem de
moléculas de DNA parental.
(E) a replicação é semiconservativa, isto é, as fitas filhas consistem de uma
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fita molde e uma fita codificadora.

11. (ENEM – 2011 Azul Q68) Um instituto de pesquisa norte-americano


divulgou recentemente ter criado uma “célula sintética”, uma bactéria
chamada de Mycoplasma mycoides. Os pesquisadores montaram uma
sequência de nucleotídeos, que formam o único cromossomo dessa
bactéria, o qual foi introduzido em outra espécie de bactéria, a Mycoplasma
capricolum. Após a introdução, o cromossomo da M. capricolum foi
neutralizado e o cromossomo artificial da M. mycoides começou a gerenciar
a célula, produzindo suas proteínas.
GILBSON et al. Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically
synthesized Genome. Science, v.329, 2010 (adaptado).

A importância dessa inovação tecnológica para a comunidade científica se


deve à:
(A) possibilidade de sequenciar os genomas de bactérias para serem usados
como receptoras de cromossomos artificiais.
(B) capacidade de criação, pela ciência, de novas formas de vida, utilizando
substâncias como carboidratos e lipídios.
(C) possibilidade de produção em massa da bacteria Mycoplasma
capricolum para sua distribuição em ambientes naturais.
(D) possibilidade de programar geneticamente microrganismos ou seres
mais complexos para produzir medicamentos, vacinas e combustíveis.
(E) capacidade da bactéria Mycoplasma capricolum de expressar suas
proteínas na bactéria sintética e estas serem usadas na indústria.

12. (ENEM – 2012 Branca Q52) O milho transgênico é produzido a partir


da manipulação do milho original, com a transferência, para este, de um
gene de interesse retirado de outro organismo de espécie diferente.
A característica de interesse será manifestada em decorrência:

(A) do incremento do DNA a partir da duplicação do gene transferido.


(B) da transcrição do RNA transportador a partir do gene transferido.
(C) da expressão de proteínas sintetizadas a partir do DNA não hibridizado.
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(D) da síntese de carboidratos a partir da ativação do DNA do milho original.


(E) da tradução do RNA mensageiro sintetizado a partir do DNA
recombinante.

13. (ENEM – 2013 Branca Q64) Cinco casais alegavam ser os pais de um
bebê. A confirmação da paternidade foi obtida pelo exame de DNA. O
resultado do teste está esquematizado na figura, em que cada casal
apresenta um padrão com duas bandas de DNA (faixas, uma para o suposto
pai e outra para a suposta mãe), comparadas à do bebê.

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Que casal pode ser considerado como pais biológicos do bebê?


(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 5.

14. (ENEM – 2013 Branca Q69) A estratégia de obtenção de plantas


transgênicas pela inserção de transgenes em cloroplastos, em substituição
à metodologia clássica de inserção do transgene no núcleo da célula
hospedeira, resultou no aumento quantitativo da produção de proteínas
recombinantes com diversas finalidades biotecnológicas. O mesmo tipo de
estratégia poderia ser utilizada para produzir proteínas recombinantes em
células de organismos eucarióticos não fotossintetizantes, como as
leveduras, que são usadas para produção comercial de várias proteínas
recombinantes e que podem ser cultivadas em grandes fermentadores.
Considerando a estratégia metodológica descrita, qual organela celular
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poderia ser utilizada para inserção de transgenes em leveduras?


(A) Lisossomo.
(B) Mitocôndria.
(C) Peroxissomo.
(D) Complexo golgiense.
(E) Retículo endoplasmático.

15. (ENEM – 2013 Branca Q73) Para a identificação de um rapaz vítima


de acidente, fragmentos de tecidos foram retirados e submetidos à extração
de DNA nuclear, para comparação com o DNA disponível dos possíveis
familiares (pai, avô materno, avó materna, filho e filha). Como o teste com
o DNA nuclear não foi conclusivo, os peritos optaram por usar também DNA
mitocondrial, para dirimir dúvidas. Para identificar o corpo, os peritos
devem verificar se há homologia entre o DNA mitocondrial do rapaz e o DNA

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mitocondrial do(a):

(A) pai.
(B) filho.
(C) filha.
(D) avó materna.
(E) avô materno.

16. (ENEM – 2014 Azul Q69) Em um laboratório de genética


experimental, observou-se que determinada bactéria continha um gene que
conferia resistência a pragas específicas de plantas. Em vista disso, os
pesquisadores procederam de acordo com a figura.

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Do ponto de vista biotecnológico, como a planta representada na figura é


classificada?

(A) Clone.
(B) Híbrida.
(C) Mutante.
(D) Adaptada.
(E) Transgênica.

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17. (ENEM – 2014 Azul Q89) Na década de 1990, células do cordão


umbilical de recém-nascidos humanos começaram a ser guardadas por
criopreservação, uma vez que apresentam alto potencial terapêutico em
consequência de suas características peculiares.
O poder terapêutico dessas células baseia-se em sua capacidade de:

(A) multiplicação lenta.


(B) comunicação entre células.
(C) adesão a diferentes tecidos.
(D) diferenciação em células especializadas.
(E) reconhecimento de células semelhantes.

18. (ENEM – 2015 Azul Q74) A palavra “biotecnologia” surgiu no século


XX, quando o cientista Herbert Boyer introduziu a informação responsável
pela fabricação de insulina humana em uma bactéria, para que ela passasse
a produzir a substância.
Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).

As bactérias modificadas por Herbert Boyer passaram a produzir insulina


humana porque receberam:

(A) a sequência de DNA codificante de insulina humana.


(B) a proteína sintetizada por células humanas.
(C) um RNA recombinante de insulina humana.
(D) o RNA mensageiro de insulina humana.
(E) um cromossomo da espécie humana.

19. (ENEM – 2015 2ª Aplicação Azul Q81) A toxina botulínica


(produzida pelo bacilo Clostridium botulinum) pode ser encontrada em
alimentos malconservados, causando até a morte de consumidores. No
entanto, essa toxina modificada em laboratório está sendo usada cada vez
mais para melhorar a qualidade de vida das pessoas com problemas físicos
e/ou estéticos, atenuando problemas como o blefaroespasmo, que provoca
contrações involuntárias das pálpebras.
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BACHUR, T. P. R. et al. Toxina botulínica: de veneno a tratamento. Revista Eletrônica Pesquisa Médica, n. 1,
jan.-mar. 2009 (adaptado).
O alívio dos sintomas do blefaroespasmo é consequência da ação da toxina
modificada sobre o tecido
(A) glandular, uma vez que ela impede a produção de secreção de
substâncias na pele.
(B) muscular, uma vez que ela provoca a paralisia das fibras que formam
esse tecido.
(C) epitelial, uma vez que ela leva ao aumento da camada de queratina que
protege a pele.
(D) conjuntivo, uma vez que ela aumenta a quantidade de substância
intercelular no tecido.
(E) adiposo, uma vez que ela reduz a espessura da camada de células de
gordura do tecido.

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20. (ENEM – 2016 Azul Q83) O Brasil possui um grande número de


espécies distintas entre animais, vegetais e microrganismos envoltos em
uma imensa complexidade e distribuídas em uma grande variedade de
ecossistemas.
SANDES, A. R. R.; BLASI, G. Biodiversidade e diversidade química e genética. Disponível em:
http://novastecnologias.com.br. Acesso em: 22 set. 2015 (adaptado).
O incremento da variabilidade ocorre em razão da permuta genética, a qual
propicia a troca de segmentos entre cromátides não irmãs na meiose.
Essa troca de segmentos é determinante na
a) Produção de indivíduos mais férteis.
b) Transmissão de novas características adquiridas.
c) Recombinação genética na formação dos gametas.
d) Ocorrência de mutações somáticas nos descendentes.
e) Variação do número de cromossomos característico da espécie.

21. (ENEM – 2016 2ª Aplicação Branca Q89) O paclitaxel é um


triterpeno poli-hidroxilado que foi originalmente isolado da casca de Taxus
brevifolia, árvore de crescimento lento e em risco de extinção, mas agora é
obtido por rota química semissintética. Esse fármaco é utilizado como
agente quimioterápico no tratamento de tumores de ovário, mama e
pulmão. Seu mecanismo de ação antitumoral envolve sua ligação à tubulina
interferindo com a função dos microtúbulos.
KRETZER, I. F. Terapia antitumoral combinada de derivados do paclitaxel e etoposídeo associados
à nanoemulsão lipídica rica em colesterol - LDE. Disponível em: www.teses.usp.br. Acesso em: 29
fev. 2012 (adaptado).
De acordo com a ação antitumoral descrita, que função celular é
diretamente afetada pelo paclitaxel?
a) Divisão celular.
b) Transporte passivo.
c) Equilíbrio osmótico.
d) Geração de energia.
e) Síntese de proteínas.
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COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

01. O animal resultante da clonagem terá as características daquele que


forneceu a ele o material genético contido no núcleo. Esse animal foi a vaca
W. Alternativa B.

02. Ao construir um banco genético, utiliza-se uma amostra de indivíduos


de uma espécie que nunca vão representar a variabilidade genética total
presente nesse grupo, o que do ponto de vista evolutivo é considerado um
ponto questionável. Já do ponto de vista ecológico, é preciso considerar que
esses bancos genéticos não seriam capazes de representar as interações
entre os indivíduos de diferentes espécies e a influência dos fatores
abióticos nos mesmos, ou seja, a heterogeneidade dos ecossistemas. Por
outro lado, não podemos dizer que as técnicas de preservação de embriões

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ainda são desconhecidas. Com isso, as afirmativas I e III estão corretas.


Alternativa C.
03. Essa questão envolve conhecimentos sobre tecidos animais mas, na
verdade, exige apenas um raciocínio matemático do candidato. Assim, se o
tecido pesava 200mg e após a retirada da água passou a pesar 80mg, isso
significa que havia 120mg de água nele. 120/200 = 0,6. Isso quer dizer que
60% do tecido eram compostos por água, o que corresponde ao tecido
conjuntivo. Alternativa D.

04. Como o próprio enunciado já diz: “Os riscos ambientais da soja


transgênica são pequenos, já que ela não tem possibilidade de cruzamento
com outras plantas e o perigo de polinização cruzada com outro tipo de soja
é de apenas 1%.” Isso quer dizer que não há perigo dessa soja cruzar com
espécies selvagens, produzindo híbridos que poderiam se disseminar em
ambientes igualmente selvagens e provocar alterações nas características
das populações naturais de soja. Alternativa C.

05. Os transgênicos são capazes de introduzir características de um ser vivo


em outro, o que, de maneira metafórica, poderia se comparar à figura do
peixe com pernas humanas. Alternativa B.

06. A insulina é um hormônio necessário para a absorção de glicose pelas


células humanas. Pessoas com baixa produção desse hormônio
desenvolvem uma doença chamada diabetes. A produção de insulina por
bactérias, que é uma síntese biológica e não química, representa um
impacto favorável na saúde desses indivíduos. Alternativa D.

07. O enunciado dá a dica ao dizer que o número de cópias de um mesmo


cromossomo por célula maximiza a chance de se obter moléculas não
degradadas pelo calor da explosão. Se pensarmos que, em uma célula,
existem várias mitocôndrias e que os cromossomos nucleares só possuem
um par de cada tipo, isso indica que seria mais fácil utilizar o DNAmt.
Alternativa A. 04178253905

08. Príons são proteínas infectantes capazes de causar doenças como a


Encefalopatia Espongiforme Bovina (Doença da Vaca Louca). Os testes para
rastrear a presença desses príons consistem em: Teste I – retirar uma
amostra do cérebro de uma vaca que tenha morrido e injetá-la em
camundongos. Caso houvesse a morte do camundongo, isso indicaria a
presença de príons patogênicos. Isso ocorreu no animal B. Teste II – aplicar
anticorpos específicos para os príons sobre a amostra de cérebro. Caso
houvesse aglutinação do material, isso significaria a presença de príons.
Isso ocorreu na lâmina A. Teste III – tratar a amostra de cérebro com
proteases (enzimas que quebram proteínas) e submeter essa amostra a
uma corrida em gel de agarose. Caso surgissem bandas nos marcadores
relativos aos príons, isso indicaria a sua presença. Isso ocorreu no gel B.
Alternativa C.

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09. Por serem células do próprio indivíduo e carregarem o mesmo material


genético, as chances de rejeição tornam-se muito menores do que se
fossem utilizadas células de outra pessoa. Alternativa C.

10. No processo de replicação do DNA, as DNA polimerases utilizam ambas


as fitas como moldes. Isso significa que as moléculas filhas serão
compostas, cada uma, por uma fita parental e outra recém sintetizada, o
que confere a esse processo a característica de ser semiconservativa.
Alternativa C.

11. A engenharia genética consiste em manipular os genes e introduzi-los


em outros organismos de modo a fazer com que eles produzam certas
substâncias como medicamentos, vacinas e combustíveis. Na situação
citada no enunciado da questão, todo o genoma de uma bactéria foi
substituído por outro. Alternativa D.

12. O gene introduzido (DNA recombinante) no milho transgênico se liga ao


material genético já presente na célula e passa a ser transcrito e traduzido
normalmente, o que faz com que sua característica seja manifestada.
Alternativa E.

13. O que vemos na figura é o resultado da eletroforese contendo amostras


de DNA dos casais e do bebê. A ideia é comparar o padrão de bandas pretas
do bebê com os supostos pais. A banda preta significa a presença daquele
marcador de DNA específico e, no caso do bebê, ele pode ter sido herdado
do pai, da mãe ou de ambos. Logo, o casal que tiver a compatibilidade
nesses padrões de bandas com o bebê será o casal de progenitores. Ao
observarmos a quarta banda de cima pra baixo, verificamos que o bebê
possui o marcador, mas entre os casais somente o 3 e o 4 poderiam ter
fornecido a ele esse material genético. Se observarmos a sétima banda
então, vemos que somente o casal 3 possui compatibilidade. Para tirar a
dúvida é só comparar cada banda restante e ver que o casal 3 sempre terá
compatibilidade. Alternativa C. 04178253905

14. Entre as organelas citadas, a única que possui material genético próprio
e, por isso, poderia receber transgenes, é a mitocôndria. Alternativa B.

15. As mitocôndrias são passadas de gerações para gerações pela linhagem


materna. Assim, o DNA mitocondrial da vítima só poderia ser comparado
com alguém dessa linhagem: sua mãe, sua avó materna, sua bisavó
materna e assim sucessivamente. Alternativa D.

16. Por possuir material genético proveniente de outra espécie, a planta


passa a ser chamada de transgênica. Alternativa E.

17. As células de cordão umbilical são pouco diferenciadas, o que lhes


confere o potencial de se diferenciarem em diversos tipos celulares,
podendo ser usadas em diversos tratamentos. Alternativa D.
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18. A informação para a produção da insulina está presente no seu


respectivo gene no DNA humano. Assim, ao receberem o DNA codificante
dessa substância, as bactérias passaram a sintetizá-la. Alternativa A.

19. Como o enunciado já diz, o blefaroespasmo provoca contrações


involuntárias das pálpebras. Para aliviar esse sintoma, um fármaco deve
ser capaz de impedir que essas contrações ocorram, ou seja, deve atuar no
tecido capaz de se contrair. Nesse caso, temos apenas o tecido muscular
como possibilidade. Alternativa B.

20. A permuta genética ou crossing-over que ocorre na meiose é


responsável por gerar grande diversidade de gametas devido às infinitas
possibilidades de trocas de fragmentos entre as cromátides não-irmãs.
Alternativa C.

21. Os microtúbulos atuam durante a divisão celular formando as fibras do


fuso mitótico. Alternativa A.

7. Bibliografia consultada

 AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol.3.

 CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

 GARTNER, L.P. & HIATT, J.L. Tratado de Histologia em Cores. Rio


de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

 LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


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Editora Ática, 2014, Vol. 3.

 PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2.

 STARR; EVERS; STARR. Biology Concepts and Applications


Without Physiology. Stamford. Cengage Learning, 2013.

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Aula 06 - Identidade dos Seres Vivos

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 06: Características dos seres vivos;


Sistemática e Taxonomia; Vírus; Reino Monera;
Reino Protoctista; Ciclos de vida.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Características dos seres vivos 01
2. Sistemática e Taxonomia 05
3. Vírus 11
4. Reino Monera 15
5. Reino Protoctista 22
6. Tipos de Ciclo de Vida 28
6. Questões Resolvidas 31
7. Bibliografia consultada 40

1. Características dos seres vivos

Iniciaremos agora o estudo de outro tema da Biologia que é a


Identidade dos Seres Vivos. Para isso, e antes de mais nada, precisamos
saber quais são as características compartilhadas por todos os organismos
(ou quase todos) e que os diferenciam da matéria não viva.
Apesar de termos estudado a Origem da Vida lá na aula 00, não
chegamos a definir o que é um ser vivo. Precisamos, portanto, responder a
essa pergunta: O QUE É VIDA?
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Para identificar o que faz com que algo seja um ser vivo, precisamos
elencar as características compartilhadas por todos os organismos.

a) COMPOSIÇÃO QUÍMICA COMPLEXA: Vimos na aula 03 que a


composição química dos seres vivos é diferente daquela da matéria não
viva. Isso acontece pelos tipos e pelas quantidades de determinadas
moléculas. As principais moléculas orgânicas são os carboidratos, os
lipídeos, as proteínas, os ácidos nucleicos e as vitaminas. Os seres vivos
apresentam também grande quantidade de água e sais minerais.

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b) ALTO GRAU DE ORGANIZAÇÃO: A vida parece estar organizada em


vários níveis hierárquicos formando conjuntos cada vez maiores de
estruturas e organismos. Isso se reflete nos chamados níveis de
organização dos seres vivos. Se tomarmos como ponto de partida os
átomos (hoje sabemos que existem partículas menores do que eles)
veremos que eles se juntam para formar moléculas. Estas, por sua vez,
se unem nas diversas organelas que compõem as células. A célula é
considerada a unidade morfofisiológica dos seres vivos. Isso ocorre
pois ela é a menor estrutura que pode, por si só, formar um organismo.
Essa situação acontece nos seres unicelulares, que possuem somente uma
célula e, nesse caso, ela também representa o nível de organismo. Para a
maioria dos seres pluricelulares, ou seja, aqueles que são formados por
mais de uma célula, essas células se organizam formando tecidos. Como
vimos na aula 05, tecidos são conjuntos de células de estrutura e função
semelhantes que se unem para formar diferentes órgãos. O conjunto de
órgãos em um ser vivo forma os sistemas, como por exemplo o nosso
sistema respiratório. E, finalmente, os sistemas compõem os organismos.
É claro que, para seres mais simples, algumas dessas categorias não
estarão presentes. A partir do nível acima de organismos, ou seja,
população, eles serão fruto de estudo da Ecologia, como vimos na aula 01.
A figura 01 representa os níveis de organização citados.

c) METABOLISMO: Tal como vimos nas aulas 03 e 04, o metabolismo


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compreende o conjunto de todas as reações químicas que ocorrem nas


células e levam à transformação da matéria. Essas reações se dividem em
dois grupos: anabolismo e catabolismo. As reações anabólicas são
aquelas que envolvem a síntese de matéria orgânica, como é o caso da
fotossíntese. As reações catabólicas envolvem a quebra de matéria, como
é o caso da respiração celular.

d) NUTRIÇÃO: A nutrição compreende as formas pelas quais os


organismos adquirem a matéria orgânica que servirá como combustível
para a obtenção de energia química. Ela pode ser autotrófica, onde os

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seres produzem a própria matéria orgânica através de processos como a


fotossíntese e a quimiossíntese; ou heterotrófica onde os organismos
precisam obter os nutrientes orgânicos já prontos na natureza, através da
alimentação.

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Fig. 01: Níveis de organização dos seres vivos.


e) REPRODUÇÃO COM HEREDITARIEDADE: Os seres vivos crescem e
se reproduzem, gerando descendentes que portam as suas características.
Isso ocorre pois sua reprodução conserva as informações contidas no
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material genético, o que implica na transmissão das características


hereditárias. A reprodução pode ocorrer assexuadamente, quando não há
troca de material genético entre indivíduos diferentes e gerando
descendentes idênticos aos progenitores, ou sexuadamente, quando dois
organismos trocam material genético e dão origem a descendentes
diferentes dos progenitores.

f) IRRITABILIDADE: É a capacidade que os seres vivos possuem de reagir


a estímulos ambientais, seja por movimentos, mudando a sua forma, ou
desencadeando processos bioquímicos. Essa característica fica bem visível
nos animais, uma vez que a maioria tem a capacidade de se mover
ativamente. Mas as plantas também são capazes de alterar a posição de
suas folhas, por exemplo, ou controlar a abertura e fechamento dos
estômatos em resposta a alterações de temperatura e umidade.

g) EVOLUÇÃO: Todos os seres vivos se modificam ao longo das gerações,


devido principalmente ao surgimento de variações no seu material genético
de forma aleatória – as mutações, que sofrem ação da seleção natural,
fazendo com que os indivíduos portadores das melhores mutações
sobrevivam mais e se reproduzam mais do que outros.

Essas características são responsáveis pelo fato de os seres vivos


serem tão peculiares e tão diferentes da matéria não viva. No entanto, e
como sempre, existe um grupo de seres que estão no limiar entre a vida e
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a matéria inanimada. Os vírus não possuem a maior parte das


características listadas acima e, por isso, muitos cientistas não os
consideram como seres vivos. Vamos conhece-los melhor mais à frente
nessa aula.

2. Sistemática e Taxonomia

A sistemática é a área da Biologia que estuda a biodiversidade. Para


isso, ela depende da taxonomia para classificar, agrupar e dar nomes aos
seres vivos.

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Desde que o ser humano desenvolveu a curiosidade pelos demais seres


vivos, ele criou sistemas de classificação baseados em diversos critérios.
Por exemplo, podemos classificar os animais em aquáticos, terrestres e
ainda voadores. Isso obviamente geraria grupos com seres muito diversos
e distantes evolutivamente como morcegos e insetos. Outro critério poderia
ser a “utilidade” de um animal para o ser humano (como se isso fizesse
algum sentido). A verdade é que sistemas de classificação baseados em
critérios arbitrários como esses citados acima são sistemas artificiais.
Na história da classificação biológica, há um médico sueco que pode
ser considerado como o pai da taxonomia moderna. Seu nome era Carl von
Linné (Lineu) e, no século XVIII, ele criou um sistema de classificação que
até hoje é utilizado. O critério escolhido por ele para classificar os
organismos era o seu conjunto de características anatômicas. Assim, seres
mais semelhantes eram colocados nos mesmos grupos e seres mais
diferentes eram colocados em grupos diferentes. Surge então um sistema
natural de classificação biológica. Lineu, no entanto, não acreditava que os
organismos se modificavam ao longo do tempo (fixismo), assim como a
maioria dos naturalistas da sua época. Vale lembrar também que quando
Lineu morreu, Lamarck tinha apenas 4 anos e Darwin nem sonhava em
nascer. Lineu era, portanto, fixista (e criacionista obviamente).
Seu sistema de classificação se baseia na espécie como categoria
taxonômica básica. Como vimos na aula 00, a definição biológica de espécie
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diz que ela é um conjunto de indivíduos muito semelhantes capazes de


reproduzir e gerar descendentes férteis em ambientes naturais. Esse
conceito tem limitações pois não pode ser usado para seres que realizam
reprodução assexuada e nem para fósseis. No entanto, é o conceito mais
utilizado pois é o de mais fácil entendimento.
Lineu criou também as demais categorias taxonômicas. Partindo da
espécie, vamos subindo nessas categorias e incluindo cada vez mais
organismos. Assim, as espécies se agrupam em gêneros, que se agrupam
em famílias, que se juntam em ordens, reunidas em classes, que se
unem em filos que formam os reinos. Existem ainda categorias

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intermediárias como as subfamílias, as superordens ou as infraclasses, que


são importantes apenas para os taxonomistas.

CATEGORIAS TAXONÔMICAS
REINO
FILO
CLASSE
ORDEM
FAMÍLIA
GÊNERO
ESPÉCIE
Um belo macete para decorar a ordem das categorias taxonômicas é
utilizando o acrônimo formado por suas iniciais (em azul): REFICOFAGE.
Lembre-se que quanto mais alta for a categoria, mais indivíduos ela inclui.
Por isso, podemos dizer, por exemplo, que dois indivíduos que pertençam
à mesma ordem, pertencem também à mesma classe, filo e reino. No
entanto, não podemos dizer, por exemplo, que dois indivíduos pertencentes
ao mesmo gênero são da mesma espécie já que podem existir diferentes
espécies dentro de um mesmo gênero.

REGRAS DE NOMENCLATURA 04178253905

Lineu também estabeleceu as regras para dar nomes aos seres vivos
e às suas categorias taxonômicas. Isso é importante para que todos os
países, independentemente de suas respectivas línguas, possam utilizar os
mesmos termos para identificar os seres vivos.
 A primeira regra é o uso do latim como idioma para toda a
nomenclatura biológica. O latim foi escolhido por não sofrer
modificações ao longo do tempo, uma vez que é uma língua morta. Além
disso, sua escolha não privilegia nenhuma língua atual. Portanto, todos
os termos utilizados devem estar em latim ou latinizados.

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 Os nomes das categorias de gênero a reino devem sempre ser iniciados


por letra maiúscula. Ex: Carnivora (uma ordem)
 Gêneros e espécies devem ser destacados do texto, seja em itálico ou
sublinhados. Ex: Crotalus (um gênero)
 As espécies são definidas por dois nomes (nomenclatura binomial). O
primeiro termo define o gênero ao qual a espécie pertence (epíteto
genérico) e o segundo termo diferencia as espécies pertencentes ao
mesmo gênero (epíteto específico). O termo específico sempre é iniciado
por letra minúscula. Ex: Canis lupus (lobo)

Vamos a um exemplo da utilização das categorias taxonômicas. Veja


abaixo como fica a classificação do ser humano:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Família: Hominidae
Gênero: Homo
Espécie: Homo sapiens

Existe ainda uma categoria taxonômica chamada subespécie que


representa, na verdade, populações isoladas de uma mesma espécie que
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têm o potencial de formar novas espécies no futuro. Subespécies utilizam


a nomenclatura trinomial. Ex: Naja naja ganjetica e Naja naja indusi – 2
subespécies de uma espécie de serpente.

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Fig. 02: Classificação biológica do urso preto americano.

A sistemática moderna (sistemática filogenética) busca estabelecer as


relações evolutivas entre os seres vivos. Isso se reflete também na forma
como os seres vivos serão classificados, uma vez que os grupos
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taxonômicos devem ser monofiléticos, conforme vimos na aula 00. No


entanto, nem sempre isso acontece, principalmente devido à falta de
informações e de consenso entre os taxonomistas e sistematas. O produto
da sistemática filogenética é uma árvore filogenética ou cladograma, que
representa as relações evolutivas entre os organismos.

5 REINOS E 3 DOMÍNIOS
A sistemática é uma área que sofre constantes mudanças devido ao
avanço de tecnologias de análise molecular, novas descobertas de fósseis e

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diferentes interpretações por parte dos pesquisadores. Isso é refletido na


forma como os organismos são agrupados taxonomicamente. No fim da
década de 60 do século XX, um cientista chamado Robert Whittaker
estabeleceu a classificação dos seres vivos em 5 reinos: Animalia, Plantae,
Protista, Fungi e Monera. Mesmo com algumas modificações posteriores,
esse sistema ainda é amplamente utilizado para classificar os organismos.
Veja no quadro abaixo as principais características desses reinos.

Nº DE TIPO
NOME REPRESENTANTES NUTRIÇÃO
CÉLULAS CELULAR
Autotrófica
Monera Bactérias e árqueas Unicelulares Procarionte ou
heterotrófica
Unicelulares Autotrófica
Protoctista Protozoários e algas ou Eucarionte ou
pluricelulares heterotrófica
Unicelulares
Mofo, cogumelo, Heterotrófica
Fungi ou Eucarionte
levedura por absorção
pluricelulares
Plantae Vegetais Pluricelulares Eucarionte Autotrófica
Heterotrófica
Animalia Animais Pluricelulares Eucarionte
por ingestão

Mais recentemente, no fim da década de 70, o biólogo Carl Woese


propôs um sistema de classificação baseado não em 5 reinos, mas em 3
domínios. Domínios são categorias taxonômicas situadas acima de reinos.
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Os 3 domínios propostos são: Bacteria, Archaea e Eukarya. A diferença


desse sistema reside na separação do reino Monera em 2 domínios, já que
os reinos eucariontes continuam agrupados no domínio Eukarya. Essa
separação é resultado da grande quantidade de diferenças entre bactérias
e árqueas, mesmo todas elas sendo organismos unicelulares procariontes.
Na realidade, as árqueas estão mais próximas evolutivamente dos seres
eucariontes do que das bactérias, conforme o cladograma abaixo.

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Fig. 03: Cladograma representando os 3 domínios de seres vivos.

3. Vírus

Existem alguns seres que não estão enquadrados em nenhum dos três
domínios pois, na verdade, eles ainda são motivo de discussão acerca da
sua inclusão como seres vivos ou não. Esses seres são os vírus e eles
possuem características que os aproximam dos organismos e outras que os
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afastam.
A primeira dessas características é que os vírus são acelulares, ou
seja, não possuem aquilo que é considerado a unidade fundamental de
todos os seres vivos: a célula. Por isso, eles não possuem metabolismo
próprio, não se alimentam, não respiram e nem se reproduzem sozinhos.
Não podem, portanto, ser considerados procariontes e nem eucariontes,
uma vez que não são formados por células. Por outro lado, eles possuem
material genético, assim como todos os organismos e estão também
sujeitos à ação de mutações e da seleção natural. Os vírus, portanto,
evoluem.
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Os vírus são agentes infecciosos capazes de gerar doenças em


qualquer forma de vida do nosso planeta. Estão presentes nos mais
variados ambientes, seja no ar ou na água. Sua estrutura básica é composta
por um capsídeo proteico e, no interior do capsídeo, seu material
genético, que pode ser DNA ou RNA, mas nunca os dois juntos. No interior
do capsídeo, os vírus podem carregar ainda diversas enzimas que exercerão
papel importante no ciclo viral dentro do hospedeiro. Os vírus podem ainda,
externamente ao capsídeo, apresentar um envelope de composição
química lipoproteica, semelhante à composição da membrana plasmática.

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Fig. 04: Componentes básicos de um vírus.

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Fig. 05: Estrutura viral. À esquerda o vírus da gripe e à direita um bacteriófago (vírus que infecta
bactérias).

Assim, podemos ter vírus de DNA ou RNA e vírus envelopados ou não-


envelopados. 04178253905

Para que possam produzir cópias de si mesmo, os vírus precisam


infectar uma célula. No entanto, para cada tipo de vírus existem poucos
tipos específicos de células que servirão de hospedeiras para eles. São, por
isso, parasitas intracelulares obrigatórios e específicos. Isso significa
que, fora de uma célula, os vírus são apenas pedaços de material genético
e proteína vagando pelo ambiente. Essa especificidade entre os vírus e as
células que eles infectam acontece principalmente pela presença de
receptores virais na célula, que reconhecem as proteínas ligantes presentes
no vírus.

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Após esse reconhecimento, o vírus pode entrar na célula hospedeira e


iniciar seu ciclo reprodutivo. A forma como o vírus penetra nas células
depende, entre outras coisas, de sua estrutura. Vírus como os bacteriófagos
apenas injetam seu DNA na célula e o capsídeo fica do lado de fora. Já os
vírus envelopados podem entrar na célula pela fusão do envelope com a
membrana plasmática. Existe ainda a possibilidade de um vírus ser
englobado na sua totalidade através da endocitose. Fato é que após a
penetração do vírus (ou apenas do seu material genético), seu RNA ou DNA
seguirão uma série de passos que resultarão na replicação viral.
No caso de vírus de DNA, seu material genético é incorporado ao DNA
celular, o que faz com que a célula passe a transcrever e traduzir as
informações contidas nele. Assim a célula produzirá novas moléculas de
DNA viral e também formará as proteínas do seu capsídeo.
No caso de vírus de RNA, eles podem servir prontamente para a síntese
de proteínas, atuar como molde para a síntese de um RNA mensageiro
complementar ou ainda sofrer um processo adicional e presente somente
nos vírus chamado transcrição reversa. Os vírus que realizam a transcrição
reversa são chamados de retrovírus. Neles, o RNA serve de molde para a
síntese de um DNA, no processo catalisado pela enzima transcriptase
reversa. Um exemplo de vírus que faz isso é o HIV. O DNA viral, após a
transcrição reversa, pode ser incorporado ao material genético da célula
para ser transcrito e traduzido. Nesse processo é comum que ocorram
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muitos erros de pareamentos, o que gera grande variabilidade genética nos


retrovírus e dificulta bastante o combate às doenças causadas por eles.
A figura 06 resume o ciclo reprodutivo de um vírus desde a sua chegada
à célula hospedeira até a saída de novos vírus para infectar outras células.
Comentaremos sobre a AIDS e outras doenças virais em outra aula do
nosso curso.

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Fig. 06: Ciclo reprodutivo viral simplificado.

4. Reino Monera

O Reino Monera inclui bactérias e árqueas, que são organismos


unicelulares procariontes. Não possuem, portanto, membrana nuclear
(carioteca) nem quaisquer organelas membranosas em suas células. De
acordo com o sistema de classificação por 3 domínios, bactérias e árqueas
estão, respectivamente, no domínio Bacteria e Archaea. São os seres mais
abundantes do planeta e habitam praticamente qualquer local, inclusive o
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corpo humano. Na verdade, existem mais bactérias vivendo no seu corpo


do que o número de células que o compõem. Elas podem apresentar
nutrição heterotrófica ou autotrófica. Quanto à respiração celular,
podem utilizar o gás oxigênio (respiração aeróbica), ou outras
substâncias (respiração anaeróbica) capazes de oxidar a matéria
orgânica para a produção de energia na forma de ATP. Algumas bactérias
podem ainda realizar a fermentação como processo de obtenção de energia,
como é o caso dos lactobacilos. Os componentes básicos comuns aos
procariontes são:
 Membrana plasmática
 Citoplasma
 Material genético
 Ribossomos
 Parede celular

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Fig. 07: Esquema de uma célula procarionte.

Quando falamos em bactérias, pensamos logo em doenças. No


entanto, esses organismos possuem papel ecológico muito importante no
planeta, pois vários deles realizam a reciclagem da matéria orgânica pelo

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processo de decomposição (bactérias saprofágicas). Além disso, existem


várias delas vivendo em mutualismo com outros seres, como as bactérias
fixadoras de nitrogênio que vivem nas raízes das leguminosas e também as
bactérias que fazem a digestão da celulose no sistema digestório de
mamíferos ruminantes. Alguns procariontes são também comensalistas,
como as bactérias que vivem na camada mais externa da nossa pele se
alimentando das células mortas.
Existem, porém, diversas bactérias que vivem parasitando outros
organismos e provocando doenças. Essas doenças, ao contrário das
infecções virais (seres acelulares), podem ser tratadas com antibióticos,
uma vez que esses medicamentos atacam as células bacterianas.
O genoma dos procariontes é, normalmente, composto por um único
cromossomo circular. No entanto, bactérias e árqueas podem apresentar
pequenos fragmentos de DNA chamados plasmídeos que podem conferir
várias características vantajosas aos seus portadores como, por exemplo,
a resistência a antibióticos.

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Fig. 08: Diversidade bacteriana

METABOLISMO BACTERIANO
As bactérias podem apresentar grande diversidade de mecanismos
metabólicos para a obtenção de nutrientes e para a produção de ATP.

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No que diz respeito à sua nutrição, elas podem ser autotróficas


(fotoautotróficas e quimioautotróficas) ou heterotróficas. Já em relação à
obtenção de ATP, elas podem fazer respiração aeróbica, anaeróbica ou
fermentação.

TIPOS DE NUTRIÇÃO
 Fotoautotróficas: produzem seus próprios nutrientes orgânicos
através da utilização da energia do sol no processo de fotossíntese. Suas
moléculas de clorofila ficam em regiões especializadas de sua membrana
plasmática, uma vez que, por serem procariontes, não possuem
cloroplastos. As cianobactérias realizam esse processo e possuem
grande importância ecológica por seres responsáveis por grande parte
da produção de oxigênio atmosférico. Além disso, as cianobactérias são
capazes de realizar a fixação do nitrogênio atmosférico, o que lhes
confere grande autonomia metabólica. Isso faz com que elas tenham
grande capacidade de colonizar ambientes inóspitos, onde não exista
nenhum outro ser vivo.

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Fig. 09: Colônia de cianobactérias. O heterocisto é responsável pela fixação de nitrogênio


atmosférico.

 Quimioautotróficas: Utilizam a energia liberada na oxidação de


moléculas inorgânicas para produzir seus nutrientes orgânicos. As
bactérias nitrificantes, que fazem parte do ciclo do nitrogênio, realizam
esse processo pois oxidam compostos nitrogenados como amônia e íons
nitrito, obtendo energia que será utilizada na produção de seus
nutrientes orgânicos.
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 Heterotróficas: A grande maioria das bactérias realiza esse processo


para obtenção de nutrientes orgânicos, no qual elas precisam buscá-los
já prontos no ambiente. Fazem parte desse grupo as bactérias
decompositoras (saprofágicas) que se alimentam de outros seres
vivos em decomposição e, por isso, realizam a reciclagem da matéria
orgânica, processo essencial para a manutenção da vida na Terra. As
bactérias parasitas, ou seja, aquelas que se alimentam às custas de
outros organismos provocando doenças, também são incluídas nesse
tipo de nutrição.

OBTENÇÃO DE ATP
A partir dos nutrientes orgânicos obtidos através de um dos tipos de
nutrição citados acima, as bactérias produzirão suas moléculas de ATP.
 Respiração Aeróbica: É o processo de respiração celular mais
comum entre os seres vivos. Utiliza o gás oxigênio atmosférico como
aceptor final de elétrons.
 Respiração Anaeróbica: Utiliza compostos diferentes do gás
oxigênio como aceptores finais de elétrons. Além da liberação gás
carbônico, libera também outras substâncias de acordo com o aceptor
final de elétrons utilizado. Por exemplo, algumas bactérias utilizam
sulfatos como aceptores finais de elétrons e liberam gás sulfídrico que
gera odor semelhante ao de ovo podre. Isso pode ser sentido em
locais com alta decomposição anaeróbica de matéria orgânica, como
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lixões.
 Fermentação: Processo de obtenção de ATP menos eficiente do que
a respiração celular. Pode gerar diversos tipos de produtos sendo que
os mais comuns são o etanol (fermentação alcoólica), o ácido láctico
(fermentação láctica) e o ácido acético (fermentação acética). As
bactérias que realizam esses tipos de fermentação possuem
importância na produção de alimentos, como os lactobacilos utilizados
na produção de derivados do leite como iogurtes, coalhada e queijos.

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As bactérias aeróbicas realizam apenas o tipo de respiração celular


correspondente. Já as anaeróbicas podem ser obrigatórias ou
facultativas. As anaeróbicas obrigatórias não sobrevivem na presença de
gás oxigênio. É o caso da bactéria causadora do tétano (Clostridium tetani).
É por isso que ela só consegue se desenvolver em ferimentos profundos,
uma vez que o oxigênio não está presente. É por isso também que
utilizamos água oxigenada para lavar ferimentos. Já as anaeróbicas
facultativas realizam respiração aeróbica em presença de gás oxigênio e,
na sua ausência, fazem fermentação como processo de obtenção de ATP.

REPRODUÇÃO BACTERIANA
As bactérias se reproduzem assexuadamente através da divisão
binária. Elas duplicam seu único cromossomo e dividem-se ao meio
gerando indivíduos geneticamente iguais (clones). Esse processo é rápido
e permite que em poucas horas uma bactéria produza grande quantidade
de descendentes.
Como a reprodução assexuada não gera variabilidade genética, isso é
conseguido através das mutações sofridas no DNA bacteriano e também
através da aquisição de fragmentos de material genético que estejam
disponíveis no ambiente (transformação) ou provenientes de outra bactéria.
O processo pelo qual uma bactéria transfere um fragmento de DNA
(plasmídeo) para outro indivíduo é chamado de conjugação bacteriana.
Quando um bacteriófago atua na transferência dos plasmídeos entre
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bactérias diferentes, esse processo é chamado de transdução bacteriana.

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Fig. 10: Divisão binária em bactérias.

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Fig. 11: Conjugação bacteriana. Uma bactéria transfere um plasmídeo para outra.

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ÁRQUEAS
As árqueas foram consideradas por muito tempo bactérias e, de fato,
elas compartilham uma característica marcante que é o fato de serem
procariontes. Além disso, as árqueas também apresentam um cromossomo
circular e podem conter plasmídeos. No entanto, a constituição química de
sua parede celular e também de sua membrana plasmática é diferente
daquela presente em bactérias. Fato marcante que diferencia esses dois
grupos de procariontes é a configuração do RNA ribossomal que aproxima
mais as árqueas dos eucariontes do que das bactérias.
Elas estão presentes em ambientes hostis e, na maioria dos casos, na
ausência de gás oxigênio. Habitam o sistema digestório de mamíferos, o
fundo dos oceanos, fontes hidrotermais e locais de extrema acidez e
salinidade.
Quanto ao metabolismo, as árqueas também podem ser
fotossintetizantes, quimiossintetizantes ou heterotróficas. A maioria realiza
respiração anaeróbica e algumas delas podem liberar gás metano nesse
processo. São as chamadas metanogênicas. Estão presentes, por exemplo,
no intestino de ruminantes e também de ser humanos. O metano é liberado
através das flatulências desses animais e tem um papel no aumento do
efeito estufa. Na verdade, o metano é muito mais poderoso do que o gás
carbônico no sentido de contribuir para o efeito estufa, mas a sua
quantidade é muito menor na atmosfera. A decomposição anaeróbica por
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parte de árqueas metanogênicas também é responsável pela liberação


desse gás. Esse gás pode ser utilizado em aterros sanitários como
combustível para geração de energia elétrica nos chamados biodigestores.

5. Reino Protoctista

O Reino Protoctista é o primeiro grupo de seres eucariontes que vamos


estudar. Ele inclui os protozoários e as algas, mas, na verdade, ele é um
reino onde os taxonomistas agrupam aqueles seres vivos que não
pertencem a nenhum outro reino. Isso faz com que ele não seja um grupo
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taxonomicamente válido, pois não é monofilético. Atualmente, já existem


propostas de classificação em que o reino Protoctista foi desmembrado em
vários outros reinos. Por enquanto vamos estudar seus representantes
dessa forma.
Por ser o primeiro reino de eucariontes a surgir na história evolutiva, é
interessante que você dê uma relembrada na origem da célula eucarionte e
nos eventos de endossimbiose que levaram ao surgimento das mitocôndrias
e cloroplastos. Isso está lá na aula 03.
Como características gerais do reino, seus representantes podem ser
unicelulares ou pluricelulares, fotoautotróficos ou heterotróficos. Além
disso, podem ser de vida livre ou associados a outros organismos.

PROTOZOÁRIOS
Protozoários são todos unicelulares e heterotróficos. São encontrados
em diversos ambientes como água doce, água salgada e também no solo.
Também podem estar associados a outros seres vivos em diversas relações
como mutualismo, comensalismo e parasitismo. Alguns são encontrados em
associação mutualística com cupins, realizando a digestão da celulose para
esses insetos. Os protozoários parasitas causam diversas doenças como a
malária, Doença de Chagas, amebíase, giardíase, toxoplasmose e
leishmaniose. Comentaremos sobre algumas dessas doenças assim como
as causadas por vírus e bactérias em outra aula.
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Fig. 12: O paramécio é um protozoário muito comum em água doce.

Apresentam diversas estruturas locomotoras como cílios (ex:


paramécio), flagelos (ex: tripanossomo) e pseudópodes (ex: ameba).
Alguns não apresentam estruturas locomotoras, como o plasmódio, que é
o causador da malária.

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Fig. 13: Estruturas locomotoras em prozotoários. A: cílios em paramécio; B: Flagelo em


tripanossomo; C: pseudópodes em ameba.

Sua reprodução é, na maioria dos casos, de forma assexuada por


divisão binária. Em alguns casos dois protozoários podem se unir e formar
um zigoto que sofre meiose e gera novos indivíduos geneticamente
diferentes. Nessa situação, a reprodução é sexuada. Outro tipo de
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reprodução sexuada envolve a troca mútua de material genético no


processo conhecido como conjugação. Repare que a conjugação em
protozoários é diferente daquela em bactérias pois os dois indivíduos doam
e recebem material genético.
Uma característica marcante dos protozoários de água doce é a
presença de uma organela chamada vacúolo pulsátil. Como a água doce
constitui um meio hipotônico em relação ao protozoário, a água entra na
célula constantemente por osmose. Se o protozoário não possuísse nenhum
mecanismo para expulsar o excesso de água, ele acabaria inchando até que

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sua membrana plasmática rompesse e ele morresse. No entanto, o vacúolo


pulsátil ou contrátil tem exatamente esse papel de eliminar a água em
excesso para o ambiente. Ele capta essa substância do citoplasma e, ao
ficar cheio, se contrai e joga a água para fora da célula. Protozoários de
água salgada, por outro lado, não apresentam essa estrutura e, caso
fossem colocados em água doce, não sobreviveriam.

Fig. 14: Ação do vacúolo pulsátil.

ALGAS
As algas podem ser unicelulares ou pluricelulares e a esmagadora
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maioria delas é autotrófica fotossintetizante. Ocupam ambientes marinhos,


de água doce ou locais úmidos como rochas ou troncos. Podem ainda
apresentar-se associadas a outros organismos como as que, junto com
fungos, formam os líquens, em uma associação mutualística.
As algas unicelulares formam, juntamente com as cianobactérias o
fitoplâncton. O fitoplâncton é um dos componentes do plâncton, que é o
conjunto de seres de ambientes aquáticos com pouca capacidade de
locomoção. Eles ficam, portanto, em suspensão na água, e ao sabor do
movimento das correntes. O plâncton é formado pelo fitoplâncton e pelo

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zooplâncton. No zooplâncton estão incluídos os protozoários, os


microcrustáceos, e outros animais com baixa capacidade de locomoção. O
fitoplâncton tem grande importância ecológica pois esses organismos estão
na base das cadeias alimentares aquáticas (por serem produtores) e
são responsáveis por cerca de 90% da produção de gás oxigênio
atmosférico. Eles são, portanto, o verdadeiro “pulmão do planeta”.

Fig. 15: Colônias de algas unicelulares.

Várias algas são importantes economicamente e algumas são utilizadas


como alimentos, como é o caso do nori, alga vermelha muito utilizada na
culinária japonesa.

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Fig. 16: Diversidade de algas pluricelulares.

As algas realizam vários tipos de reprodução, tanto assexuadamente


quanto sexuadamente. As algas unicelulares fazem principalmente
reprodução assexuada por divisão binária, mas também podem agir como
gametas e fundir-se a outro indivíduo gerando um zigoto. Já as algas

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pluricelulares podem reproduzir-se assexuadamente através da


fragmentação, onde um fragmento do talo da alga dá origem a outro
indivíduo, e por esporulação com a produção e liberação de esporos no
ambiente que se desenvolvem em novas algas. Já como reprodução
sexuada, as algas pluricelulares podem realizar um tipo de conjugação e
podem produzir gametas flagelados que se encontram e geram um zigoto.

6. Tipos de Ciclo de Vida

A reprodução sexuada se diferencia da assexuada pela recombinação


do material genético de indivíduos diferentes. Esse processo, que envolve
divisão celular por meiose, gera variabilidade genética tão importante na
evolução dos seres vivos. A reprodução sexuada, na maioria das vezes, pela
produção de células específicas haploides chamadas gametas. O encontro
dos gametas é a fecundação e sempre gera um zigoto diploide. No entanto,
a formação dos gametas e de novos indivíduos apresenta variações de
acordo com os tipos de ciclo de vida que cada espécie apresenta.
Existem três tipos diferentes desses ciclos, que se baseiam na ploidia
do indivíduo adulto. Se você não estiver familiarizado com os termos
haploide e diploide, é interessante revisar a aula 05.

CICLO HAPLONTE
O primeiro ciclo é chamado de haplonte pois o indivíduo adulto é
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haploide. Ele produz gametas por mitose e o encontro de gametas de


indivíduos diferentes gera o zigoto diploide. O zigoto sofre meiose e gera
esporos haploides que se desenvolvem em novos indivíduos haploides
através de sucessivas mitoses no caso de organismos pluricelulares. Esse é
o ciclo da maioria dos protozoários, de algumas algas e de vários fungos.

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Fig. 17: Ciclo haplonte. À direita o ciclo reprodutivo de uma alga haploide. Repare que ela também
realiza reprodução assexuada através da esporulação.

CICLO DIPLONTE
Nesse ciclo o indivíduo adulto é diploide. Ele produz gametas por
meiose, que se juntam na fecundação gerando um zigoto diploide. O zigoto
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se desenvolve em um novo indivíduo adulto através de sucessivas mitoses.


Esse é o ciclo dos animais, como por exemplo o ser humano.

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Fig. 18: Ciclo diplonte apresentado pelos animais.

CICLO HAPLONTE-DIPLONTE – ALTERNÂNCIA DE GERAÇÕES


Esse ciclo é o mais complexo dos três pois nele existe uma alternância
entre indivíduos haploides e diploides. Por isso o nome haplonte-diplonte.
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Nele, o indivíduo haploide, chamado de gametófito, produz gametas por


mitose, que se encontram na fertilização e geram o zigoto diploide. Esse,
por sua vez, se desenvolve, através de sucessivas mitoses, em um indivíduo
diploide, chamado de esporófito. O esporófito produz esporos haploides por
meiose que se desenvolvem em novos indivíduos haploides por meio de
sucessivas mitoses. Esse ciclo ocorre nos vegetais e em algumas algas.

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Fig. 19: Ciclo haplonte-diplonte. À direita um exemplo de alternância de gerações isomórfica em


algas, ou seja, os indivíduos haploides e diploides apresentam a mesma forma.

E com isso vamos finalizando mais uma aula! Na aula 07


falaremos sobre o Reino Fungi e o Reino Vegetal! Até lá e bom
estudo!
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7. QUESTÕES COMENTADAS

01. (ENEM 2011, Azul, Q79) Moradores sobreviventes da tragédia que


destruiu aproximadamente 60 casas no Morro do Bumba, na Zona Norte de
Niterói (RJ), ainda defendem a hipótese de o deslizamento ter sido causado
por uma explosão provocada por gás metano, visto que esse local foi um
lixão entre os anos 1960 e 1980. Jornal Web. Disponível em: http://www.ojornalweb.com.
Acesso em: 12 abr. 2010 (adaptado).
O gás mencionado no texto é produzido
(A) como subproduto da respiração aeróbia bacteriana.
(B) pela degradação anaeróbia de matéria orgânica por bactérias.
(C) como produto da fotossíntese de organismos pluricelulares autotróficos.
(D) pela transformação química do gás carbônico em condições anaeróbias.

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(E) pela conversão, por oxidação química, do gás carbônico sob condições
aeróbias.

02. (ENEM 2014, Azul, Q49) O potencial brasileiro para transformar lixo
em energia permanece subutilizado — apenas pequena parte dos resíduos
brasileiros é utilizada para gerar energia. Contudo, bons exemplos são os
aterros sanitários, que utilizam a principal fonte de energia ali produzida.
Alguns aterros vendem créditos de carbono com base no Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), do Protocolo de Kyoto. Essa fonte de
energia subutilizada, citada no texto, é o
(A) etanol, obtido a partir da decomposição da matéria orgânica por
bactérias.
(B) gás natural, formado pela ação de fungos decompositores da matéria
orgânica.
(C) óleo de xisto, obtido pela decomposição da matéria orgânica pelas
bactérias anaeróbias.
(D) gás metano, obtido pela atividade de bactérias anaeróbias na
decomposição da matéria orgânica.
(E) gás liquefeito de petróleo, obtido pela decomposição de vegetais
presentes nos restos de comida.

03. (ENEM 2008, Amarela, Q29) A biodigestão anaeróbica, que se


processa na ausência de ar, permite a obtenção de energia e materiais que
podem ser utilizados não só como fertilizante e combustível de veículos,
mas também para acionar motores elétricos e aquecer recintos.

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O material produzido pelo processo esquematizado acima e utilizado para


geração de energia é o
(A) biodiesel, obtido a partir da decomposição de matéria orgânica e(ou)
por fermentação na presença de oxigênio.
(B) metano (CH4), biocombustível utilizado em diferentes máquinas.
(C) etanol, que, além de ser empregado na geração de energia elétrica, é
utilizado como fertilizante.
(D) hidrogênio, combustível economicamente mais viável, produzido sem
necessidade de oxigênio.
(E) metanol, que, além das aplicações mostradas no esquema, é matéria-
prima na indústria de bebidas.
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04. (ENEM 1999, Amarela, Q59) A deterioração de um alimento é


resultado de transformações químicas que decorrem, na maioria dos casos,
da interação do alimento com microrganismos ou, ainda, da interação com
o oxigênio do ar, como é o caso da rancificação de gorduras. Para conservar
por mais tempo um alimento deve-se, portanto, procurar impedir ou
retardar ao máximo a ocorrência dessas transformações. Os processos
comumente utilizados para conservar alimentos levam em conta os
seguintes fatores:
I. microrganismos dependem da água líquida para sua sobrevivência. II.
microrganismos necessitam de temperaturas adequadas para crescerem e
se multiplicarem. A multiplicação de microrganismos, em geral, é mais
rápida entre 25ºC e 45ºC, aproximadamente.
III. transformações químicas têm maior rapidez quanto maior for a
temperatura e a superfície de contato das substâncias que interagem.
IV. há substâncias que acrescentadas ao alimento dificultam a
sobrevivência ou a multiplicação de microrganismos.
V. no ar há microrganismos que encontrando alimento, água líquida e
temperaturas adequadas crescem e se multiplicam.
Em uma embalagem de leite “longa-vida”, lê-se: “Após aberto é preciso
guardá-lo em geladeira”
Caso uma pessoa não siga tal instrução, principalmente no verão tropical,
o leite se deteriorará rapidamente, devido a razões relacionadas com
(A) o fator I, apenas.
(B) o fator II, apenas.
(C) os fatores II ,III e V , apenas.
(D) os fatores I,II e III, apenas.
(E) os fatores I, II ,III , IV e V.

05. (ENEM 2010, Amarela, Q49) A cárie dental resulta da atividade de


bactérias que degradam os açúcares e os transformam em ácidos que
corroem a porção mineralizada dos dentes. O flúor, juntamente com o cálcio
e um açúcar chamado xilitol, agem inibindo esse processo. Quando não se
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escovam os dentes corretamente e neles acumulam-se restos de alimentos,


as bactérias que vivem na boca aderem aos dentes, formando a placa
bacteriana ou biofilme. Na placa, elas transformam o açúcar dos restos de
alimentos em ácidos, que corroem o esmalte do dente formando uma
cavidade, que é a cárie. Vale lembrar que a placa bacteriana se forma
mesmo na ausência de ingestão de carboidratos fermentáveis, pois as
bactérias possuem polissacarídeos intracelulares de reserva.
Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br. Acessoem: 11 ago 2010 (adaptado).

cárie 1. destruição de um osso por corrosão progressiva.


* cárie dentária: efeito da destruição da estrutura dentária por bactérias.
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico. Versão 1.0. Editora Objetiva, 2001 (adaptado).

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A partir da leitura do texto, que discute as causas do aparecimento de


cáries, e da sua relação com as informações do dicionário, conclui-se que a
cárie dental resulta, principalmente, de
(A) falta de flúor e de cálcio na alimentação diária da população brasileira.
(B) consumo exagerado do xilitol, um açúcar, na dieta alimentar diária do
indivíduo.
(C) redução na proliferação bacteriana quando a saliva é desbalanceada
pela má alimentação.
(D) uso exagerado do flúor, um agente que em alta quantidade torna-se
tóxico à formação dos dentes.
(E) consumo excessivo de açúcares na alimentação e má higienização bucal,
que contribuem para a proliferação de bactérias.

06. (ENEM 2010, Azul, Q71) O uso prolongado de lentes de contato,


sobretudo durante a noite, aliado a condições precárias de higiene
representam fatores de risco para o aparecimento de uma infecção
denominada ceratite microbiana, que causa ulceração inflamatória da
córnea. Para interromper o processo da doença, é necessário tratamento
antibiótico. De modo geral, os fatores de risco provocam a diminuição da
oxigenação corneana e determinam mudanças no seu metabolismo, de um
estado aeróbico para anaeróbico. Como decorrência, observa-se a
diminuição no número e na velocidade de mitoses do epitélio, o que
predispõe ao aparecimento de defeitos epiteliais e à invasão bacteriana.
CRESTA, F. Lente de contato e infecção ocular. Revista Sinopse de Oftalmologia. São Paulo: Moreira
Jr.,v.04, n.04, 2002 (adaptado).

A instalação das bactérias e o avanço do processo infeccioso na córnea


estão relacionados a algumas características gerais desses microrganismos,
tais como:
(A) A grande capacidade de adaptação, considerando as constantes
mudanças no ambiente em que se reproduzem e o processo aeróbico como
a melhor opção desses microrganismos para a obtenção de energia.
(B) A grande capacidade de sofrer mutações, aumentando a probabilidade
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do aparecimento de formas resistentes e o processo anaeróbico da


fermentação como a principal via de obtenção de energia.
(C) A diversidade morfológica entre as bactérias, aumentando a variedade
de tipos de agentes infecciosos e a nutrição heterotrófica, como forma de
esses microrganismos obterem matéria-prima e energia.
(D) O alto poder de reprodução, aumentando a variabilidade genética dos
milhares de indivíduos e a nutrição heterotrófica, como única forma de
obtenção de matéria-prima e energia desses microrganismos.
(E) O alto poder de reprodução, originando milhares de descendentes
geneticamente idênticos entre si e a diversidade metabólica, considerando
processos aeróbicos e anaeróbicos para a obtenção de energia.

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07. (ENEM 2009, Azul, Q21) Os seres vivos apresentam diferentes ciclos
de vida, caracterizados pelas fases nas quais gametas são produzidos e
pelos processos reprodutivos que resultam na geração de novos indivíduos.
Considerando-se um modelo simplificado padrão para geração de indivíduos
viáveis, a alternativa que corresponde ao observado em seres humanos é:

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08. (ENEM 2007, Amarela, Q33)

São características do tipo de reprodução representado na tirinha:


a) simplicidade, permuta de material gênico e variabilidade genética.
b) rapidez, simplicidade e semelhança genética.
c) variabilidade genética, mutação e evolução lenta.
d) gametogênese, troca de material gênico e complexidade.
e) clonagem, gemulação e partenogênese.

09. (ENEM 2015, 2ª Aplicação Azul, Q64) As superbactérias respondem


por um número crescente de infecções e mortes em todo o mundo. O termo
superbactérias é atribuído às bactérias que apresentam resistência a
praticamente todos os antibióticos. Dessa forma, no organismo de um
paciente, a população de uma espécie bacteriana patogênica pode ser
constituída principalmente por bactérias sensíveis a antibióticos usuais e
por um número reduzido de superbactérias que, por mutação ou
intercâmbio de material genético, tornaram-se resistentes aos antibióticos
existentes. 04178253905

FERREIRA, F. A.; CRUZ, R. S.; FIGUEIREDO, A. M. S. Superbactérias: o problema mundial da resistência a


antibióticos. Ciência Hoje, n. 287, nov. 2011 (adaptado).

Qual figura representa o comportamento populacional das bactérias ao


longo de uma semana de tratamento com um antibiótico comum?

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10. (ENEM 2015, 2ª Aplicação Azul, Q72) Um gel vaginal poderá ser um
recurso para as mulheres na prevenção contra a aids. Esse produto tem
como princípio ativo um composto que inibe a transcriptase reversa viral.
Essa ação inibidora é importante, pois a referida enzima
(A) corta a dupla hélice do DNA, produzindo um molde para o RNA viral.
(B) produz moléculas de DNA viral que vão infectar células sadias.
(C) polimeriza molécula de DNA, tendo como molde o RNA viral.
(D) promove a entrada do vírus da aids nos linfócitos T.
(E) sintetiza os nucleotídeos que compõem o DNA viral.

11. (ENEM 2016, Azul, Q90) Apesar da grande diversidade biológica, a


hipótese de que a vida na Terra tenha tido uma única origem comum é
aceita pela comunidade científica. Uma evidencia que apoia essa hipótese é
a observação de processos biológicos comuns a todos os seres vivos
atualmente existentes. 04178253905

Um exemplo de tal processo é o(a)


a) Desenvolvimento embrionário.
b) Reprodução sexuada.
c) Respiração aeróbica.
d) Excreção urinária.
e) Síntese proteica.

12. (Unifor-CE) Considere três diferentes processos de obtenção de


nutrientes:
I. Absorção de matéria orgânica existente no meio.
II. Síntese de matéria orgânica com utilização da energia liberada em
reações inorgânicas.
III. Síntese de matéria orgânica com utilização da energia luminosa.

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As bactérias são capazes de realizar:


a) Somente I
b) Somente II
c) Somente III
d) Somente I e II
e) I, II e III

13. (UFMG) Em que alternativa as duas características são comuns a todos


os indivíduos do reino Monera?
a) Ausência de núcleo e presença de clorofila
b) Ausência de carioteca e capacidade de síntese proteica
c) Incapacidade de síntese proteica e parasitas exclusivos
d) Presença de um só tipo de ácido nucleico e ausência de clorofila
e) Ausência de membrana plasmática e presença de DNA e RNA

14. (FEI-SP) As células bacterianas podem conter, além de seu


cromossomo, pequenas moléculas de DNA que, geralmente, têm genes que
conferem às bactérias resistência a antibióticos. Essas moléculas de DNA
são chamadas de:
a) Plasmídeos.
b) Fago recombinante.
c) Enzima de restrição.
d) Clone.
e) Transgênicos.

15. (Unifesp-SP) Em uma área de transição entre a mata atlântica e o


cerrado, são encontrados o pau-d’arco (Tabebuia serratifolia), a caixeta
(Tabebuia cassinoides) e alguns ipês (Tabebuia aurea, Tabebuia alba,
Cybistax antisyphillitica). O cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta) é
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também frequente naquela região.


Considerando os critérios da classificação biológica, no texto são citados

a) 3 gêneros e 3 espécies d) 4 gêneros e 4 espécies


b) 3 gêneros e 4 espécies e) 4 gêneros e 6 espécies
c) 3 gêneros e 6 espécies

16. Analise o seguinte esquema como representativo das principais


categorias sistemáticas partindo de reino, e identifique a alternativa
correta. Para efeito de simplificação, cada categoria só está representada
por um subconjunto.

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a) As categorias representadas são: A, filo; B, ordem; C, família; D,


classe; E, Gênero; F, espécie.
b) A figura B representa um filo.
c) A família está representada pela figura C.
d) A figura C representa uma classe.
e) A figura E representa um gênero.

17. Impressionados com a notícia do poder arrasador com que o vírus Ebola
vem dizimando certa população na África, alguns alunos de um colégio
sugeriram medidas radicais para combater o vírus desta terrível doença.
Considerando-se que este agente infeccioso apresenta características
típicas dos demais vírus, assinale a alternativa que contenha a sugestão
mais razoável:

a) cultivar o vírus "in vitro", semelhante à cultura de bactérias, para tentar


descobrir uma vacina.
b) alterar o mecanismo enzimático mitocondrial para impedir o seu processo
respiratório.
c) injetar nas pessoas contaminadas uma dose maciça de bacteriófagos
para fagocitar o vírus.
d) impedir, de alguma maneira, a replicação da molécula de ácido nucléico
do vírus.
e) descobrir urgentemente um potente antibiótico que possa destruir a sua
membrana nuclear.
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18. Para estudar e compreender a variedade de organismos, em todos os


ambientes, tornou-se necessário classificá-los e agrupá-los de acordo com
suas características semelhantes. Sobre este assunto, analise as
alternativas abaixo:
1) A teoria evolucionista estabelece que as diversas espécies de organismos
existentes na Terra evoluíram a partir de ancestrais comuns, por
modificação.
2) A estrutura e anatomia dos seres vivos, a composição química das
proteínas e dos seus genes são critérios utilizados na sua classificação.
3) Whittaker propôs a classificação dos seres vivos em 5 reinos: Monera,
Protista, Fungo, Vegetal e Animal.

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4) 'Musca doméstica' é a grafia correta do nome científico de uma espécie


de mosca.
5) A hierarquia taxonômica é, na seqüência: reino, filo, ordem, classe,
família, gênero e espécie.

Estão corretas apenas:


a) 1, 2 e 3 d) 2, 3 e 5
b) 1, 2, 3 e 5 e) 2, 4 e 5
c) 1, 2 e 4

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES


01. Essa questão pode gerar certa controvérsia, uma vez que, de acordo
com o sistema mais atual de classificação biológica, árqueas e bactérias
fazem parte de domínios distintos. Somente árqueas são capazes de
produzir gás metano através da respiração anaeróbica. Acontece que as
árqueas já foram chamadas de arqueobactérias e eram classificadas junto
com esse outro grupo de procariontes. Alternativa B

02. A liberação de gás metano, na respiração anaeróbica de árqueas (antes


chamadas arqueobactérias) constitui uma fonte de energia sustentável,
sendo esse gás um biocombustível. Alternativa D.

03. O gás metano é liberado na respiração anaeróbica de árqueas


(anteriormente chamadas arqueobactérias) e pode ser usado como
biocombustível. Alternativa B.

04. Essa é uma questão que basta interpretar as informações fornecidas


para resolvê-la. Ela quer saber por que o leite se deteriora mais
rapidamente se deixado em temperaturas quentes. A afirmativa I não se
enquadra pois o leite não fica congelado na geladeira, então a água líquida
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não é um fator preponderante; a afirmativa II está correta pois menciona


o intervalo de temperaturas onde os microrganismos vão se desenvolver
melhor; a afirmativa III também relaciona as transformações químicas com
a temperatura; a afirmativa IV não se enquadra pois estamos falando de
temperatura e não de substâncias adicionadas ao leite; a afirmativa V está
correta pois os microrganismos presentes no ar é que vão se desenvolver
no leite aberto. Alternativa C.

05. Alimentos ricos em açúcar são facilmente digeridos pelas bactérias e


são convertido em ácidos que corroem os dentes provocando as cáries.
Além disso, se não escovarmos corretamente e com frequência os dentes,
possibilitamos o acúmulo dessas bactérias. Alternativa E.

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06. A principal característica relacionada à reprodução das bactérias é que


através da reprodução assexuada, elas conseguem rapidamente originar
grande quantidade de descendentes iguais às células progenitoras. Além
disso, as bactérias realizam diversos processos para a obtenção de ATP,
sendo que algumas conseguem alternar entre respiração aeróbica e
anaeróbica. Alternativa E.

07. Os seres humanos, assim como todos os animais, apresentam ciclo


reprodutivo diplonte. Isso significa que os indivíduos adultos são diploides,
produzem gametas por meiose, que se juntam na fecundação formando o
zigoto, que sofre mitoses e gera um novo indivíduo. O gráfico que
representa esse processo é o C. O gráfico A representa o ciclo haplonte-
diplonte e todos os outros apresentam algum erro em sua configuração.
Alternativa C.

08. Bactérias realizam reprodução assexuada que é caracterizada pela


rapidez, simplicidade e semelhança genética, formando clones. Alternativa
B.

09. Essa questão pode confundir o aluno pela dificuldade de analisar os


gráficos. Vamos utilizar então inicialmente uma informação dada no
enunciado da questão. Ele diz que no organismo de um paciente, a
população de uma espécie bacteriana patogênica pode ser constituída
principalmente por bactérias sensíveis a antibióticos usuais e por um
número reduzido de superbactérias. Ou seja, no primeiro dia de tratamento,
esperamos ver um gráfico que tenha densidade populacional alta de
bactérias sensíveis (I) ao antibiótico e densidade populacional baixa de
bactérias resistentes (II) ao antibiótico. Isso está presente nos gráficos de
letra B, D e E. Em seguida, esperamos que as bactérias sensíveis tenham
uma queda em sua densidade populacional devido à ação do antibiótico, o
que ocorre nos gráficos de letra B e D. Por fim, com essa queda na
densidade populacional das bactérias sensíveis e, consequentemente, com
o aumento dos recursos disponíveis no ambiente, espera-se que as
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bactérias resistentes se multipliquem e aumentem sua densidade


populacional, o que ocorre no gráfico de letra B. Alternativa B.

10. O vírus HIV é um retrovírus, ou seja, seu material genético é um RNA


que, por ação da enzima transcriptase reversa é utilizado como molde a
para a produção (polimerização) de DNA que será incorporado ao material
genético da célula infectada. Alternativa C.

11. Em todos os seres vivos encontramos ribossomos responsáveis pela


tradução das informações provenientes do código genético produzindo
proteínas. Alternativa E.

12. As bactérias possuem a maior diversidade de tipos de metabolismo


entre os seres vivos. Elas podem ser heterotróficas (afirmativa I),

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quimioautotróficas (afirmativa II) e fotoautotróficas (afirmativa III).


Alternativa E.

13. Todos os integrantes do reino Monera são procariontes (ausência de


carioteca) e possuem ribossomos (síntese proteica). Somente alguns
possuem clorofila e são parasitas. Alternativa B.

14. Bactérias e árqueas podem apresentar, além de seu cromossomo único


e circular, outros fragmentos de DNA que podem lhes fornecer vantagens
evolutivas. Esses fragmentos são chamados de plasmídeos. Alternativa A.

15. Gêneros: Tabebuia, Cybistax e Pyrostegia = 3


Espécies: Tabebuia serratifolia, Tabebuia cassinoides, Tabebuia aurea,
Tabebuia alba, Cybistax antisyphillitica e Pyrostegia venusta = 6
Alternativa C.

16. Seguindo a ordem das categorias taxonômicas e partindo do reino


temos: A – filo, B – classe, C – ordem, D – família, E – gênero, F – espécie.
Alternativa E.

17. Vamos analisar cada alternativa: A – está errada pois os vírus não
podem ser cultivados como bactérias uma vez que são parasitas
intracelulares obrigatórios; B – vírus não possuem mitocôndrias; C –
bacteriófagos são vírus que atacam bactérias; E – vírus não possuem
membrana nuclear e nem ao menos uma célula. Alternativa D.

18. A afirmativa 1 está correta pois ela resume o processo de evolução por
seleção de modificações. A afirmativa 2 também está correta pois esses
critérios são fundamentais para o estabelecimento das relações de
parentesco entre os organismos. A afirmativa 3 também está correta, uma
vez que foram esses os 5 reinos propostos por Whittaker. A afirmativa 4
está errada pois os nomes não estão em itálico nem sublinhados e a palavra
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“doméstica” está em português. A afirmativa 5 está errada pois classe vem


antes de ordem. Alternativa A.

7. Bibliografia consultada

 AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol.3.

 CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

 LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 3.

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 PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2.

 STARR; EVERS; STARR. Biology Concepts and Applications


Without Physiology. Stamford. Cengage Learning, 2013.

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Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 07: Análise adaptativa dos seres vivos


(anatomia e fisiologia) - Reino Plantae, Reino
Fungi.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Reino Plantae 01
1.1 Briófitas 07
1.2 Pteridófitas 09
1.3 Gimnospermas 12
1.4 Angiospermas 15
2. Reino Fungi 20
3. Questões Resolvidas 25
4. Bibliografia consultada 33

1. Reino Plantae

Os vegetais são organismos eucariontes pluricelulares fotoautotróficos.


Suas células possuem parede celular de celulose, grandes vacúolos que
podem armazenar diversas substâncias e plastos, que são organelas entre
as quais se incluem os cloroplastos, responsáveis pela fotossíntese. O Reino
Plantae constitui um grupo monofilético que descende de um único
ancestral que era uma alga verde (Reino Protoctista). Esse ancestral era,
portanto, um organismo totalmente dependente da água. No entanto,
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quando falamos sobre o reino vegetal, estamos falando sobre as chamadas


plantas terrestres. Assim, veremos que a conquista do meio terrestre pelas
plantas foi um processo gradativo e muito importante no sucesso evolutivo
desse grupo e isso se reflete numa série de adaptações à vida fora da água.
Mesmo as plantas que atualmente vivem dentro da água, como as vitórias-
régias, descendem de uma linhagem vegetal terrestre.
As plantas compartilham várias características com as algas verdes,
como a parede celular composta por celulose, a reserva de amido e a
presença dos mesmos tipos de clorofila (a e b). Por outro lado, algumas
adaptações são exclusivas do Reino Vegetal, como a cutícula, formada por
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uma cera que reveste externamente a epiderme vegetal, os meristemas


apicais, os gametângios pluricelulares, os esporos revestidos por
esporolenina e a presença de um embrião multicelular dependente do
organismo materno, fato pelo qual as plantas também são chamadas de
embriófitas. As plantas apresentam o ciclo de vida chamado Alternância
de Gerações ou ciclo haplonte-diplonte, no qual existe uma geração com
indivíduos pluricelulares diploides e outra com indivíduos pluricelulares
haploides (Estudamos os ciclos de vida na aula 06). Uma tendência
evolutiva dentro dos diferentes grupos de vegetais é a redução cada vez
maior da fase haploide e a prevalência do indivíduo diploide.

Fig. 01: Alternância de gerações presente nas plantas.


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A nutrição fotoautotrófica explica certas diferenças entre os vegetais e


os animais, pois estes últimos precisam locomover-se ativamente (na
maioria dos casos) para obter seu alimento (nutrição heterotrófica). As
plantas, por outro lado, precisam de luz solar, gás carbônico, água e sais
minerais, os quais elas podem obter sem sair do lugar e, por isso, não
desenvolveram musculatura, órgãos dos sentidos ou sistema nervoso. Além
disso, sua principal reserva energética é o amido, que ocupa
proporcionalmente muito mais espaço do que uma reserva energética
lipídica, presente nos animais. Essa característica também está ligada à

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baixa capacidade de movimento, o que possibilita a prevalência de


organismos mais volumosos.

A CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE


É interessante pensar que, antes da colonização pelos vegetais, os
continentes eram ambientes inóspitos, pois a vida estava concentrada nos
ecossistemas aquáticos. Essa conquista realizada pelas plantas ancestrais
possibilitou a posterior ocupação dos ambientes terrestres também por
animais e outros organismos. Ou seja, se isso não tivesse acontecido há
cerca de 500 milhões de anos, nós não estaríamos aqui agora para conhecer
essa história.
Viver fora da água apresentava muitas vantagens, mas também muitos
desafios. A maior disponibilidade de luz solar e gás carbônico para a
fotossíntese, bem como a ausência de competidores e de herbívoros eram
grandes atrativos para as plantas. Por outro lado, a obtenção e a
manutenção de água passam a ser grandes desafios, uma vez que esse
recurso passa a ser extraído do solo, junto com os sais minerais. Os
vegetais evoluíram, portanto, estruturas voltadas para a absorção de água,
como as raízes. Além disso, o surgimento da cutícula foi fundamental para
diminuir a perda de água pelas folhas.

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Fig. 02: Um estômato aberto, formado por duas células-guardas.

Os estômatos, aberturas presentes na epiderme foliar, controlam a


entrada e saída de gases e, quando abertos, permitem que a água escape
pela transpiração. Por isso, a umidade presente em cada ecossistema é
fator determinante do tempo em que os estômatos podem permanecer
abertos durante o dia. Numa floresta tropical, por exemplo, os estômatos
ficam mais tempo abertos do que em ambientes mais áridos como a
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caatinga. A quantidade e o tamanho das folhas também influenciam na


capacidade da planta de reter água, pois quanto maior a superfície foliar,
maior será a transpiração. Muitas plantas possuem caules capazes de
armazenar água, principalmente em ambientes mais áridos, como é o caso
dos cactos. Ainda quanto a isso, existem outras adaptações favoráveis a
ambientes com pouca água disponível, como: a presença de maior
quantidade de pelos nas gemas apicais para reter a umidade nessas
estruturas e proteger as células meristemáticas em formação; a presença
de células com alto potencial osmótico, forçando a água a permanecer
dentro delas; e a presença de raízes superficiais ocupando uma grande
área. Alguns fatores determinam a abertura dos estômatos. A luminosidade
é um deles, pois em condições ideais de umidade, os estômatos tendem a
se abrir durante o dia e se fechar durante a noite. Isso ocorre pois, como
não há luz durante a noite, não adianta absorver gás carbônico pois não
haverá fotossíntese. Do mesmo modo, a queda na concentração de CO2 nas
folhas estimula a abertura dos estômatos para haver a reposição desse gás.
A baixa disponibilidade de água para as raízes, por outro lado, estimula o
fechamento dos estômatos para que a perda desse recurso seja reduzida.

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Fig. 03: Trocas de substâncias entre plantas e o ambiente.

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Com a absorção de água concentrada nas raízes, um sistema mais


eficiente para o transporte da seiva foi selecionado, surgindo então, as
plantas vasculares, portando vasos condutores de seiva (xilema e floema).
A seiva é capaz de subir pelo corpo da planta devido ao mecanismo de
transpiração-tensão-coesão (ou coesão-tensão). A perda de água
através dos estômatos na transpiração, provoca uma diferença de potencial
hídrico entre as folhas e as raízes, o que gera uma tensão capaz de puxar
a água presente em toda a coluna formada pelos vasos condutores. A seiva
sobe, portanto, com o auxílio da coesão das moléculas da água e também
da sua adesão às paredes das células que constituem o xilema. Esse
processo não envolve o consumo de energia por parte do vegetal.

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Fig. 04: Mecanismo de transpiração-tensão-coesão

Outro desafio fora da água era a sustentação. O desenvolvimento de


estruturas mais rígidas como o colênquima e o próprio xilema,

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possibilitaram o crescimento em altura das plantas. A mobilidade de


gametas e esporos também seria afetada, uma vez que, nas algas verdes,
eles são células flageladas que dependem da água para sua movimentação.
Dentro dos grupos de vegetais é notável a sequência de adaptações que
possibilitaram a total independência da água para a reprodução em plantas
mais derivadas, como o surgimento do pólen e das sementes e também a
prevalência da geração esporofítica em detrimento da gametofítica, já que
os esporos resistem melhor à ausência de água do que os gametas.

GRUPOS ATUAIS DE PLANTAS


Consideramos, didaticamente, quatro grupos componentes do Reino
Plantae: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Veremos as
principais características de cada grupo e como esses organismos se
tornaram cada vez mais especializados em viver fora de ambientes
aquáticos.

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Fig. 05: Relações filogenéticas entre os vegetais atuais.

A análise do cladograma presente na figura 02 nos permite concluir


que entre os grupos atuais de plantas, aqueles que surgiram mais
recentemente foram as gimnospermas e as angiospermas. Isso é refletido

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na presença de novidades evolutivas nesses grupos como é o caso da


semente, representada pelo número 3 no cladograma.

1.1 Briófitas

Esse grupo inclui as linhagens de plantas mais simples e que carregam


características menos derivadas como a ausência de vasos condutores de
seiva. As briófitas são, portanto, plantas avasculares. Por isso, o
transporte de seiva em seus organismos é feito pela difusão, de célula a
célula. Isso é um processo lento e grande fator limitante para o tamanho
desses vegetais. Assim, os representantes desse grupo (musgos, hepáticas
e antóceros), apresentam, em sua grande maioria, estrutura corporal com
apenas poucos centímetros.

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Fig. 06: Superfície coberta por musgos.

A absorção de água e sais minerais nas briófitas é feita por toda a


superfície da planta e elas não formam órgãos especializados como raízes,
folhas e caules. A estrutura básica de uma briófita é formada por rizoides,
cauloides e filoides. Por serem bastante dependentes da água,

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principalmente para a reprodução, as briófitas são encontradas em


ambientes úmidos como a superfície de rochas ou troncos.

Fig. 07: Estrutura básica de um musgo.

As briófitas podem se reproduzir assexuadamente, através da


fragmentação dos indivíduos, por exemplo, ou sexuadamente, com a
produção de gametas. Seu ciclo de reprodução sexuada é o haplonte-
diplonte, como em todas as plantas, mas elas se caracterizam pela grande
predominância da fase gametofítica (haploide) durante sua vida. Utilizando
o musgo como representante desse grupo de vegetais, vemos que, durante
seu ciclo de vida, o esporófito surge sobre o gametófito e depende
nutricionalmente deste último. Os musgos são plantas dioicas, o que
significa que existem gametófitos masculinos (que produzem gametas
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masculinos chamados anterozoides) e gametófitos femininos (que


produzem gametas femininos chamados oosferas). Os anterozoides são
células flageladas, que com o auxílio de gotículas de água da chuva
conseguem atingir o arquegônio do gametófito feminino onde podem
fecundar a oosfera. O zigoto diploide dá origem ao esporófito que cresce no
interior do arquegônio e produz, a partir da meiose, esporos que são
liberados no ambiente e dão origem a novos gametófitos.

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Fig. 08: Alternância de gerações em musgos.

1.2 Pteridófitas

O grupo das pteridófitas tem como representantes as samambaias,


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avencas, cavalinhas, selaginelas e licopódios. Diferentemente das briófitas,


as pteridófitas apresentam vasos condutores de seiva e são por isso
chamadas plantas vasculares assim como as gimnospermas e
angiospermas. No entanto, diferem destes 2 últimos grupos por não
formarem sementes. O xilema exerce papel também na sustentação das
plantas e isso, aliado à maior capacidade de transporte de seiva, possibilita
que as pteridófitas apresentem maior tamanho do que as briófitas.

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Fig. 09: (A) Uma samambaia, (B) Uma folha em desenvolvimento.

Sua estrutura básica é composta por raiz, caule e folhas, sendo que o
caule é, frequentemente, horizontal e chamado de rizoma.

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Fig. 10: Estrutura básica de um esporófito de samambaia.

Muitas realizam reprodução assexuada por brotamento e


fragmentação. Devido à presença de gametas masculinos flagelados, as
pteridófitas dependem da água para sua reprodução sexuada e, por isso,
habitam locais úmidos como florestas tropicais. Muitas são epífitas, vivendo

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sobre outras plantas sem prejudicá-las. Em seu ciclo de vida, o esporófito


é a fase mais duradoura. Ele produz esporos por meiose que se
desenvolvem em gametófitos independentes do esporófito também
chamados de protalos. Os gametófitos de samambaias são hermafroditas,
ou seja, são capazes de produzir tanto gametas masculinos (anterozoides)
quanto femininos (oosferas). Os anterozoides flagelados nadam até os
arquegônios, onde fertilizam as oosferas dando origem a novos esporófitos
que crescem a partir do gametófito. O gametófito então degenera e apenas
o esporófito permanece.

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Fig. 11: Alternância de gerações em uma samambaia.

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1.3 Gimnospermas

O termo gimnosperma significa semente nua e é justamente a


presença da semente, como novidade evolutiva, que diferencia as
gimnospermas (e angiospermas) de pteridófitas e briófitas. Esse grupo
inclui como representantes os pinheiros, as araucárias, as sequoias, as cicas
e outros vegetais, na sua maioria ocupando ambientes temperados.
Formam grandes florestas na Europa e na América do Norte, tendo no Brasil
sua maior representatividade na Mata de Araucárias presente na região Sul.

Fig. 12: As araucárias são as gimnospermas mais representativas no Brasil.

São plantas vasculares e, ao contrário do que acontece em pteridófitas


e briófitas, são independentes da água do meio externo para a reprodução
sexuada. Para isso, apresentam algumas características sendo a principal
delas o grão de pólen. A redução da fase gametofítica chega ao extremo,
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com gametófitos microscópicos.


Tomando o pinheiro como representante, vamos ver como ocorre o seu
ciclo reprodutivo. O pinheiro é o esporófito diploide. Ele, assim como a
maioria das gimnospermas, produz estruturas reprodutivas masculinas e
femininas no mesmo indivíduo chamadas estróbilos em forma de cone (daí
o termo coníferas). Estróbilos femininos produzem esporos femininos que
se desenvolvem em gametófitos femininos. O gametófito feminino produz
a oosfera, que é o gameta feminino. Estróbilos masculinos produzem
grãos de pólen, que são os gametófitos masculinos. Normalmente os

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estróbilos masculinos ficam em ramos mais baixos e os femininos em ramos


mais altos. Isso ocorre para evitar a autofecundação, ou seja, que o pólen
alcance os estróbilos femininos do mesmo indivíduo. Isso é desvantajoso
para a planta em termos de variabilidade genética.

Fig. 13: Estróbilos de pinheiro.

O pólen das gimnospermas é, na grande maioria das espécies


dispersado pelo vento e, ao alcançar o estróbilo feminino ocorre a
polinização. Os gametas masculinos produzidos no interior dos grãos de
pólen não são flagelados e não dependem da água para fecundar a oosfera.
Essa é uma novidade evolutiva importantíssima para a maior capacidade de
ocupação de diferentes ambientes por parte dos vegetais. A fecundação
gera o zigoto que se desenvolve no embrião. O embrião, por sua vez está
envolvido por um tecido de reserva energética que vai nutri-lo até que a
nova planta possa realizar fotossíntese. Externamente, há um revestimento
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que, junto com o embrião e o tecido de reserva forma a semente. A


semente, quando madura, é liberada do interior do estróbilo feminino e
dispersada pelo vento. Ao cair no solo e encontrar condições favoráveis, ela
germina e dá origem a um novo esporófito. Todo o processo desde a
formação dos estróbilos até a formação das sementes leva em torno de 3
anos para ocorrer.

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Fig. 14: Ciclo de vida de um pinheiro.

A grande vantagem das sementes é que elas são estruturas muito


resistentes, pois possuem um revestimento externo rígido e a sua própria
reserva alimentar. Nas plantas sem sementes, a única estrutura de
resistência é o esporo que é unicelular e não possui reserva nutritiva. A
semente pode durar até anos sem que o embrião morra e pode ser levada
por distâncias muito maiores do que os esporos. Definitivamente essa é

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uma das principais características pelo sucesso e predomínio das plantas


com semente nos ecossistemas atuais.

Fig. 15: A semente de gimnosperma é formada pelo embrião, tecido nutritivo e casca.

Algumas sementes de gimnospermas podem ser, inclusive, utilizadas


como alimento para os seres humanos, como é o caso da semente de
araucária, o pinhão.

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Fig. 16: Estróbilos femininos de araucária com várias escamas contendo pinhões no seu interior.

1.4 Angiospermas

As angiospermas constituem o grupo mais abundante de plantas


atuais, contendo cerca de 90% de todas as espécies vegetais. Seu grande
sucesso se deve, em grande parte, ao surgimento da flor e do fruto,

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estruturas exclusivas desse grupo. Apresentam grande diversidade de


tamanho e formas, habitando desde ecossistemas aquáticos até desérticos.
São plantas vasculares com sementes e com a fase esporofítica
extremamente dominante assim como as gimnospermas.

Fig. 17: Diversidade de angiospermas.

Flores e frutos são estruturas de função reprodutiva e têm ligação


direta com a atração de animais. De fato, grande parte das angiospermas
possui polinização realizada com o auxílio de insetos. Uma pequena parte
possui polinização pelo vento, como as gramíneas. Devido a isso, muitas
flores possuem coloração, cheiro e substâncias adocicadas (néctar) que
atraem os animais e fazem com que eles carreguem os grãos de pólen para
outras flores. As flores podem ser hermafroditas (formando esporos tanto
femininos como masculinos) ou possuir sexos separados. Vamos usar uma
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flor hermafrodita como modelo didático para o nosso estudo. Envolvendo o


botão floral aparecem folhas modificadas chamadas sépalas, que são
normalmente verdes. Internamente, aparecem as pétalas, de cores
variadas, para a atração dos polinizadores. A estrutura que forma os
esporos femininos é o carpelo, composto pelo ovário, onde se localizam os
óvulos, o estilete e o estigma, que é a abertura do estilete. A estrutura que
forma os esporos masculinos é o estame, formado pelo filete e pela antera,
local onde se formam os grãos de pólen.
Algumas estratégias foram desenvolvidas nas plantas para evitar a
autofecundação, como o posicionamento de estames mais abaixo do que o

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estigma e o amadurecimento em épocas diferentes de carpelos e estames.


O ideal é que ocorra, portanto, a fecundação cruzada, em que o grão de
pólen de um indivíduo, alcance o estigma de outro indivíduo, o que garante
a variabilidade genética do processo.

Fig. 18: Uma flor hermafrodita.

Os esporos masculinos produzidos por meiose nas anteras dão origem


aos gametófitos masculinos (grãos de pólen). No interior dos óvulos os
esporos femininos dão origem aos gametófitos femininos. Grãos de pólen
carregados pelos polinizadores chegam ao estigma e iniciam a formação do
tubo polínico com o objetivo de promover o encontro dos núcleos
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espermáticos (gametas masculinos) com a oosfera (gameta feminino). Esse


encontro, chamado fecundação gera um zigoto diploide que se desenvolve
no embrião. O embrião é envolvido pelo tecido nutritivo (endosperma) e
pela casca, formando a semente. A semente em formação está localizada
no interior do ovário e é justamente essa estrutura que se desenvolve para
formar o fruto.

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Fig. 19: Ciclo de vida de uma angiosperma.


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Existe grande variedade de frutos, muitos deles contendo acúmulo de


substâncias nutritivas para estimular o seu consumo por animais e a
disseminação das sementes, que não são digeridas. Isso possibilita grande
capacidade de dispersão das sementes em áreas muito mais distantes do
que se elas fossem carregadas pelo vento. Existem algumas angiospermas,
no entanto, que possuem frutos alados especializados na dispersão aérea e
outros ainda, como o coco, especializados na dispersão pela água.

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Fig. 20: Atuação de animais na polinização (A) e na dispersão de sementes (B).

Muitas angiospermas podem se reproduzir de forma assexuada


também e o ser humano tem usado isso há muito tempo como estratégia
para o cultivo de plantas a seu favor. As técnicas de estaquia e enxertia,
por exemplo, são capazes de fazer com que novos indivíduos se originem a
partir de partes de um indivíduo original.
As angiospermas possuem grande valor econômico, pois constituem a
base da alimentação humana. Trigo, milho, arroz, batata, aipim e batata-
doce, todos provenientes de angiospermas, constituem cerca de 80% das
calorias consumidas pelos seres humanos. Muitas espécies são usadas como
temperos e também para produzir bebidas como o chá e o café. A madeira,
proveniente do acúmulo de células de xilema, constitui o material de
construção mais utilizado no mundo, sua queima é fonte de energia e da
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sua polpa é extraído o papel. De grande importância também é a infinidade


de substâncias com valor medicinal extraídas de vegetais e que hoje
compõem diversos remédios que tomamos no dia-a-dia.

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Fig. 21: Quadro resumo da relação entre gametófito e esporófito nos quatro grandes grupos de
vegetais.

2. Reino Fungi

Quando você deixa uma fruta exposta por certo tempo, é comum que
se desenvolvam estruturas aveludadas de diversas cores sobre ela e que
você diga que a fruta “mofou”. Esse mofo, que pode aparecer não só em
alimentos mas também em roupas e até nas paredes úmidas é resultado
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da proliferação de fungos.

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Fig. 22: Alguns representantes do Reino Fungi.

Os fungos são organismos eucariontes com representantes


unicelulares, como as leveduras, e pluricelulares, como os cogumelos e
bolores. Possuem nutrição heterotrófica por absorção, pois liberam
enzimas digestivas na matéria orgânica disponível, reduzindo-a a moléculas
mais simples, que podem ser absorvidas por eles. Assim como nos animais,
seu polissacarídeo de reserva energética é o glicogênio. Descendem de um
ancestral protista unicelular flagelado e, juntamente com os animais e com
os protistas coanoflagelados, formam um grupo monofilético. Duas
características que distinguem os fungos dentro desse grupo composto
também pelos animais e pelos coanoflagelados são a nutrição heterotrófica
por absorção e a parede celular composta por quitina. A quitina, um
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polissacarídeo nitrogenado, também é encontrada no exoesqueleto de


artrópodes.

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Fig. 23: Fungos, animais e coanoflagelados compartilham um único ancestral.

Os fungos pluricelulares são formados por filamentos chamados hifas


que, em conjunto, formam o micélio. As hifas podem apresentar septos
entre as células que separam, mas não totalmente, os conteúdos
citoplasmáticos adjacentes. As hifas que não possuem septos são as
chamadas cenocíticas, e resultam de diversas divisões mitóticas sem a
posterior citocinese. As hifas crescem rapidamente e formam vastas redes
com grande capacidade de absorção de nutrientes.

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Fig. 24: O conjunto de hifas forma o micélio.

Fungos são, normalmente, encontrados em ambientes úmidos, pois


tendem a perder muita água em ambientes secos devido à sua grande razão
área-volume. Podem habitar locais que apresentam desde temperaturas
abaixo de 0°C até os 50°C. Além disso, toleram ambientes hipertônicos, ao

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contrário das bactérias.


A maioria dos fungos se alimenta de matéria orgânica em
decomposição, sendo chamados de sapróbios ou saprofágicos. Possuem
papel ecológico importantíssimo junto com as bactérias na reciclagem dos
nutrientes nos ecossistemas. Alguns desses organismos podem ser
parasitas, se alimentando às custas de outros organismos vivos e podendo
causar doenças ao ser humano como alguns tipos de pneumonia, a
candidíase, o sapinho e o pé-de-atleta. Eles são, também, responsáveis pela
maior parte das doenças de vegetais e, por isso, grandes inimigos dos
agricultores. Existem fungos que realizam interações mutualísticas com
outros organismos como nos líquens, onde eles se juntam a cianobactérias
ou algas e nas micorrizas, onde eles se associam a raízes de plantas. Em
ambas as relações, os fungos fornecem sais minerais e água aos parceiros,
recebendo em troca nutrientes orgânicos produzidos pela fotossíntese.

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Fig. 25: Exemplares de líquens. (A) líquen crostoso, (B) líquen folhoso, e (C) líquen arbustivo.

A reprodução pode ser de forma assexuada, através de brotamento,


fragmentação ou esporulação. Os esporos de fungos ficam em suspensão
no ar e podem viajar grandes distâncias até encontrar um ambiente
favorável para seu desenvolvimento em novos micélios. Alguns fungos

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apresentam estruturas reprodutoras chamadas corpos de frutificação,


como a parte visível dos cogumelos, onde ocorre a produção e liberação de
esporos. Na reprodução sexuada, ocorre a fusão de hifas haploides gerando
hifas diploides que sofrem meiose e produzem esporos.

Fig. 26: As leveduras do gênero Saccharomyces são utilizadas na produção de bebidas alcoólicas.
Na imagem é possível ver várias células se reproduzindo por brotamento.

Vários fungos possuem importância econômica sendo utilizados


principalmente na produção de alimentos e bebidas. Alguns também atuar
na produção de remédios como é o caso do Penicillium, a partir do qual foi
descoberta a penicilina, o primeiro antibiótico obtido pelos seres humanos.
Com relação à indústria alimentícia, os fungos são utilizados principalmente
devido ao seu metabolismo fermentador. Várias leveduras são capazes de,
na ausência do gás oxigênio, realizar a fermentação como processo para
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obtenção de ATP. Elas são utilizadas na produção de pães e bolos, liberando


o gás carbônico responsável por fazer a massa crescer. Vários queijos
também utilizam fungos comestíveis em sua produção como o camembert
e o roquefort. Cervejas e vinhos são produzidos pela fermentação alcoólica
realizada por leveduras do gênero Saccharomyces, que convertem os
açúcares das uvas e do malte em gás carbônico e álcool etílico. Alguns
cogumelos podem, inclusive, ser utilizados diretamente na alimentação,
como o champignon e o shitake, enquanto outros são extremamente tóxicos
podendo inclusive causar a morte de pessoas que os consumam.

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Na aula 08 continuaremos estudando a Identidade dos Seres


Vivos e exploraremos o Reino Animal. Bom estudo a todos!

3. QUESTÕES COMENTADAS
01. (ENEM 1998, Amarela, Q41) Alunos de uma escola no Rio de Janeiro
são convidados a participar de uma excursão ao Parque Nacional de
Jurubatiba. Antes do passeio, eles lêem o trecho de uma reportagem
publicada em uma revista:
“Jurubatiba será o primeiro parque nacional em área de restinga, num braço
de areia com 31 quilômetros de extensão, formado entre o mar e dezoito
lagoas. Numa área de 14.000 hectares, ali vivem jacarés, capivaras,
lontras, tamanduás-mirins, além de milhares de aves e de peixes de água
doce e salgada. Os peixes de água salgada, na época das cheias, passam
para as lagoas, onde encontram abrigo, voltando ao mar na cheia seguinte.
Nos terrenos mais baixos, próximos aos lençóis freáticos, as plantas têm
água suficiente para aguentar longas secas. Já nas áreas planas, os cactos
são um dos poucos vegetais que proliferam, pintando o areal com um verde
pálido.”
Depois de ler o texto, os alunos podem supor que, em Jurubatiba, os
vegetais que sobrevivem nas áreas planas têm características tais como:
(A) quantidade considerável de folhas, para aumentar a área de contato
com a umidade do ar nos dias chuvosos.
(B) redução na velocidade da fotossíntese e realização ininterrupta desse
processo, durante as 24 horas.
(C) caules e folhas cobertos por espessas cutículas que impedem o
ressecamento e a consequente perda de água.
(D) redução do calibre dos vasos que conduzem a água e os sais minerais
da raiz aos centros produtores do vegetal, para evitar perdas.
(E) crescimento sob a copa de árvores frondosas, que impede o
ressecamento e consequente perda de água.
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02. (ENEM 2005, Amarela, Q45) Caso os cientistas descobrissem alguma


substância que impedisse a reprodução de todos os insetos, certamente nos
livraríamos de várias doenças em que esses animais são vetores. Em
compensação teríamos grandes problemas como a diminuição drástica de
plantas que dependem dos insetos para polinização, que é o caso das
(A) algas.
(B) briófitas como os musgos.
(C) pteridófitas como as samambaias.
(D) gimnospermas como os pinheiros.
(E) angiospermas como as árvores frutíferas.

03. (ENEM 2006, Amarela, Q35) Na transpiração, as plantas perdem


água na forma de vapor através dos estômatos. Quando os estômatos estão

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fechados, a transpiração torna-se desprezível. Por essa razão, a abertura


dos estômatos pode funcionar como indicador do tipo de ecossistema e da
estação do ano em que as plantas estão sendo observadas. A tabela a seguir
mostra como se comportam os estômatos de uma planta da caatinga em
diferentes condições climáticas e horas do dia.

Considerando a mesma legenda dessa tabela, assinale a opção que melhor


representa o comportamento dos estômatos de uma planta típica da Mata
Atlântica.

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04. (ENEM 2006, Amarela, Q36) A análise de esporos de samambaias e


de pólen fossilizados contidos em sedimentos pode fornecer pistas sobre as
formações vegetais de outras épocas. No esquema a seguir, que ilustra a
análise de uma amostra de camadas contínuas de sedimentos, as camadas
mais antigas encontram-se mais distantes da superfície.

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Essa análise permite supor-se que o local em que foi colhida a amostra deve
ter sido ocupado, sucessivamente, por
(A) floresta úmida, campos cerrados e caatinga.
(B) floresta úmida, floresta temperada e campos cerrados.
(C) campos cerrados, caatinga e floresta úmida.
(D) caatinga, floresta úmida e campos cerrados.
(E) campos cerrados, caatinga e floresta temperada.

05. (ENEM 2010, 2ª Aplicação, Azul, Q51) Os frutos são exclusivos das
angiospermas, e a dispersão das sementes dessas plantas é muito
importante para garantir seu sucesso reprodutivo, pois permite a conquista
de novos territórios. A dispersão é favorecida por certas características dos
frutos (ex.: cores fortes e vibrantes, gosto e odor agradáveis, polpa
suculenta) e das sementes (ex.: presença de ganchos e outras estruturas
fixadoras que se aderem às penas e pelos de animais, tamanho reduzido,
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leveza e presença de expansões semelhantes a asas). Nas matas


brasileiras, os animais da fauna silvestre têm uma importante contribuição
na dispersão de sementes e, portanto, na manutenção da diversidade da
flora.
CHIARADIA, A. Mini-manual de pesquisa: Biologia. Jun. 2004 (adaptado).

Das características de frutos e sementes apresentadas, quais estão


diretamente associadas a um mecanismo de atração de aves e mamíferos?
(A) Ganchos que permitem a adesão aos pelos e penas.
(B) Expansões semelhantes a asas que favorecem a flutuação.
(C) Estruturas fixadoras que se aderem às asas das aves.
(D) Frutos com polpa suculenta que fornecem energia aos dispersores.
(E) Leveza e tamanho reduzido das sementes, que favorecem a flutuação.

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06. (ENEM 2010, 2ª Aplicação, Azul, Q72) A produção de hormônios


vegetais (como a auxina, ligada ao crescimento vegetal) e sua distribuição
pelo organismo são fortemente influenciadas por fatores ambientais.
Diversos são os estudos que buscam compreender melhor essas influências.
O experimento seguinte integra um desses estudos.

O fato de a planta do experimento crescer na direção horizontal, e não na


vertical, pode ser explicado pelo argumento de que o giro faz com que a
auxina se
(A) distribua uniformemente nas faces do caule, estimulando o crescimento
de todas elas de forma igual.
(B) acumule na face inferior do caule e, por isso, determine um crescimento
maior dessa parte.
(C) concentre na extremidade do caule e, por isso, iniba o crescimento
nessa parte.
(D) distribua uniformemente nas faces do caule e, por isso, iniba o
crescimento de todas elas.
(E) concentre na face inferior do caule e, por isso, iniba a atividade das
gemas laterais.
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07. (ENEM 2012, Branco, Q61) A imagem representa o processo de


evolução das plantas e algumas de suas estruturas. Para o sucesso desse
processo, a partir de um ancestral simples, os diferentes grupos vegetais
desenvolveram estruturas adaptativas que lhes permitiram sobreviver em
diferentes ambientes.

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Qual das estruturas adaptativas apresentadas contribuiu para uma maior


diversidade genética?
(A) As sementes aladas, que favorecem a dispersão aérea.
(B) Os arquegônios, que protegem o embrião multicelular.
(C) Os grãos de pólen, que garantem a polinização cruzada.
(D) Os frutos, que promovem uma maior eficiência reprodutiva.
(E) Os vasos condutores, que possibilitam o transporte da seiva bruta.

08. (ENEM 2012, Branca, Q68) Muitas espécies de plantas lenhosas são
encontradas no cerrado brasileiro. Para a sobrevivência nas condições de
longos períodos de seca e queimadas periódicas, próprias desse
ecossistema, essas plantas desenvolveram estruturas muito peculiares.
As estruturas adaptativas mais apropriadas para a sobrevivência desse
grupo de plantas nas condições ambientais do referido ecossistema são:
(A) Cascas finas e sem sulcos ou fendas.
(B) Caules estreitos e retilíneos.
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(C) Folhas estreitas e membranosas.


(D) Gemas apicais com densa pilosidade.
(E) Raízes superficiais, em geral, aéreas.

09. (ENEM 2014, Azul, Q61) Uma região de Cerrado possui lençol freático
profundo, estação seca bem marcada, grande insolação e recorrência de
incêndios naturais. Cinco espécies de árvores nativas, com as
características apresentadas no quadro, foram avaliadas quanto ao seu
potencial para uso em projetos de reflorestamento nessa região.

Qual é a árvore adequada para o reflorestamento dessa região?

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(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5

10. (ENEM 2015, 2ª Aplicação, Azul, Q57) Dentre outras


características, uma determinada vegetação apresenta folhas durante três
a quatro meses ao ano, com limbo reduzido, mecanismo rápido de abertura
e fechamento dos estômatos e caule suculento. Essas são algumas
características adaptativas das plantas ao bioma onde se encontram. Que
fator ambiental é o responsável pela ocorrência dessas características
adaptativas?
(A) Escassez de nutrientes no solo.
(B) Estratificação da vegetação.
(C) Elevada insolação.
(D) Baixo pH do solo.
(E) Escassez de água.

11. (ENEM 2015, 2ª Aplicação, Azul, Q83) A reprodução vegetativa de


plantas por meio de estacas é um processo natural. O homem, observando
esse processo, desenvolveu uma técnica para propagar plantas em escala
comercial. A base genética dessa técnica é semelhante àquela presente
no(a)
(A) transgenia.
(B) clonagem.
(C) hibridização.
(D) controle biológico.
(E) melhoramento genético.

12. (ENEM 2016, Azul, Q75) A figura ilustra o movimento da seiva


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xilêmica em uma planta.

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Mesmo que essa planta viesse a sofrer ação contínua do vento e sua copa
crescesse voltada para baixo, essa seiva continuaria naturalmente seu
percurso.
O que garante o transporte dessa seiva é a
a) Gutação.
b) Gravidade.
c) Respiração.
d) Fotossíntese.
e) Transpiração.

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES 04178253905

01. As áreas planas possuem baixa disponibilidade de água e isso é indicado


pela predominância de cactos nessas regiões, que são vegetais adaptados
a essas condições ambientais. As adaptações presentes nessas plantas são
voltadas para a maior captação da água disponível e para diminuir as perdas
desse recurso. Logo, não é esperada grande quantidade de folhas (pois é
por elas que a maior parte da água é perdida) e nem a redução do calibre
dos vasos condutores, o que poderia prejudicar a eficiência no transporte
de seiva. Nesse tipo de ambiente não há árvores frondosas devido à baixa
umidade e a realização ininterrupta da fotossíntese implicaria em mais
tempo de abertura dos estômatos, possibilitando maior perda de água. A
principal adaptação relacionada a esses tipos de ambientes é a presença de

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cutículas espessas que impedem o ressecamento e a consequente perda de


água. Alternativa C.

02. Apesar de existirem algumas gimnospermas que são polinizadas por


insetos, não é o caso dos pinheiros. Portanto, só restam as angiospermas,
uma vez que os outros grupos não formam grãos de pólen. Alternativa E.

03. Na Mata Atlântica não ocorrem, normalmente, períodos de seca


intensa, e por isso podemos descartar as alternativas A, B e D. Como nesse
tipo de ambiente há boa disponibilidade de água, mesmo durante a seca,
as plantas conseguem manter seus estômatos abertos praticamente
durante todo o dia. Alternativa E.

04. As samambaias, assim como as pteridófitas de uma forma geral,


dependem de água para sua reprodução pois possuem gametas flagelados.
Assim, camadas com a presença de esporos dessas plantas indicam
ambientes úmidos como florestas. Já cactos são característicos de
ambientes mais secos como a caatinga e as gramíneas são comuns em
biomas do tipo savana como o cerrado. Alternativa A.

05. Dentre as alternativas, a única que oferece algum atrativo a aves e


mamíferos é a que fala em frutos com polpa suculenta, uma vez que eles
podem servir de alimento para os animais citados. Alternativa D.

06. O enunciado já informa que a auxina é um hormônio vegetal ligado ao


crescimento desses organismos. Sabemos que os vegetais crescem
naturalmente na vertical, uma vez que são estimulados pelo sol
(fototropismo). Esse estímulo é percebido justamente pela auxina e, caso a
planta não estivesse sendo rotacionada, ela acabaria se dobrando e
crescendo na vertical. No entanto, seu movimento rotacional distribui a
auxina uniformemente e isso faz com que todas as partes cresçam de
maneira igual, e, por isso, na horizontal. Alternativa A.
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07. A diversidade genética ocorre quando há fecundação cruzada, ou seja,


mistura de material genético de indivíduos diferentes. Isso foi garantido
com o surgimento do grão de pólen que é facilmente dispersado tanto pelo
ar quanto por animais polinizadores, o que aumenta a chance de que ele
seja levado até os estróbilos ou flores femininas. Alternativa C.

08. Em ambientes secos, as plantas apresentam uma série de adaptações


no sentido de diminuir a perda de água e proteger suas células contra o
ressecamento. Cascas finas atuariam no sentido contrário ao necessário,
facilitando as perdas de água. As plantas do cerrado apresentam caules
retorcidos (e não retilíneos) devido à ação do fogo que estimula o
surgimento de gemas em locais diferentes dos anteriores. As folhas
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membranosas são mais estreitas e favorecem a maior perda de água pelas


plantas. As raízes são, normalmente, mais profundas, para aumentar a
capacidade de absorção de água. Já as gemas apicais, normalmente,
apresentam densa pilosidade para promover um ambiente úmido para as
células meristemáticas em desenvolvimento. Alternativa D.

09. Se o lençol freático é profundo, a árvore mais adequada também deve


possuir raízes profundas. Folhas cobertas por ceras favorecem a
manutenção da água pelas características impermeabilizantes dessa
substância. A árvore que se encaixa nessas características é a número 2.
Alternativa B.

10. Sabemos que quanto maior a superfície foliar, maior a possibilidade de


perda de água. Assim, folhas reduzidas e que só surgem durante poucos
meses do ano são adaptações para evitar a perda desse recurso. Além
disso, quanto mais tempo os estômatos se mantiverem abertos, maior
também a perda de água. Por fim, caules suculentos contribuem para
armazenar essa substância. Alternativa E.

11. O processo de estaquia desenvolve novos vegetais a partir de partes de


outro indivíduo. Isso gera organismos geneticamente semelhantes, ou seja,
clones. Alternativa B.

12. A água, ao ser eliminada para o ambiente no processo de transpiração,


causa uma diferença de pressão osmótica que é transferida desde as folhas
até a raiz e provoca o movimento da água no interior do xilema.
Alternativa E.

7. Bibliografia consultada

• AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
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2010, Vol.2.

• CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

• LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 2.

• PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2.

• STARR; EVERS; STARR. Biology Concepts and Applications


Without Physiology. Stamford. Cengage Learning, 2013.
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Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 08: Análise adaptativa dos seres vivos


(anatomia e fisiologia) - Reino Animal.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Reino Animal 01
1.1 Poríferos 06
1.2 Cnidários 08
1.3 Platelmintos 11
1.4 Nematódeos 12
1.5 Anelídeos 14
1.6 Moluscos 16
1.7 Artrópodes 19
1.8 Equinodermos 25
1.9 Cordados 26
2. Questões Resolvidas 46
3. Bibliografia consultada 54

1. Reino Animal

Os animais, grupo no qual os seres humanos estão incluídos, são seres


extremamente diversificados com mais de 1 milhão de espécies descritas.
Assim como vegetais, fungos e protoctistas, são eucariontes, ou seja, suas
células possuem um envoltório nuclear, organelas membranosas e
citoesqueleto. Assim como as plantas, todos os animais são pluricelulares.
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Apresentam nutrição heterotrófica, tal como os fungos. No entanto,


enquanto os fungos são heterotróficos por absorção, a maioria dos animais
são heterotróficos por ingestão, uma vez que ingerem seu alimento e,
no interior do seu tubo digestório, quebram os nutrientes obtidos gerando
moléculas menores capazes de serem absorvidas. Esse tipo de nutrição
também está relacionado com o surgimento do tecido muscular e do tecido
nervoso, ligados diretamente à capacidade dos animais de se locomover e
buscar alimento ativamente. Sempre é bom lembrar também que somente
animais e plantas formam tecidos verdadeiros.

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Acredita-se que o ancestral comum a todos os animais era um


protoctista flagelado que formava colônias e permanecia fixo ao substrato.
Os coanoflagelados apresentam células muito semelhantes a algumas
encontradas em poríferos e possuem semelhanças genéticas que os
colocam como grupo irmão dos animais, compartilhando um ancestral
direto com eles.

Fig. 01: Coanoflagelados – grupo irmão dos animais.

Existe uma grande variedade de planos corporais nos animais. Uma


das características que contribuem para isso é a diferença nos padrões de
simetria apresentados em seus corpos. Alguns animais são assimétricos,
como as esponjas do mar. Outros apresentam simetria radial, como as
anêmonas e as águas-vivas. Mas a maioria dos animais apresenta simetria
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bilateral. Isso é uma característica ligada ao modo de vida com locomoção


ativa para buscar alimento. A simetria bilateral divide o corpo em parte
dorsal e ventral, esquerda e direita, e anterior e posterior. Uma tendência
evolutiva dos animais com esse tipo de simetria é a concentração das
estruturas sensoriais na parte anterior do corpo, característica que
chamamos de cefalização e que é vantajosa na busca de alimentos e na
fuga de predadores.

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Fig. 02: Planos de simetria observados em animais.

Alguns animais realizam reprodução assexuada, porém, a maioria


realiza reprodução sexuada com a produção e o encontro de gametas. O
gameta masculino é, normalmente, um espermatozoide haploide flagelado
que fecunda um óvulo haploide imóvel muito maior do que ele, formando
um zigoto diploide. O ciclo reprodutivo dos animais é o diplonte, como
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vimos na aula 06. As sucessivas mitoses sofridas pelo zigoto formam,


normalmente, uma bola oca de células chamada blástula, que também é
uma característica única do Reino Animal. Em todos os filos de animais,
com exceção dos poríferos, a blástula sofre uma invaginação (dobra para o
interior) que dá origem à gástrula. Nessa fase, o embrião é formado por 2
camadas de células chamadas folhetos germinativos. A mais interna é a
endoderme e a mais externa é a ectoderme. A cavidade formada pela
invaginação da blástula se chama arquêntero e a sua abertura se chama
blastóporo. O arquêntero dá origem ao interior do tubo digestório e o

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blastóporo origina a boca (nos animais protostomados) ou o ânus (nos


animais deuterostomados).

Fig. 03: Gástrula de ouriço-do-mar, evidenciando seu blastóporo.

Alguns animais possuem apenas os dois folhetos germinativos citados


acima (endoderme e ectoderme) e são chamados de diblásticos. No
entanto, a maioria possui ainda um terceiro folheto germinativo chamado
mesoderme e por isso recebe o nome de triblásticos. São esses folhetos
que darão origem aos diferentes órgãos e sistemas que compõem um
organismo.
Os animais triblásticos podem apresentar outra cavidade corporal além
do tubo digestivo. Essa cavidade é chamada de celoma e é formada por
tecidos derivados da mesoderme. Animais que não a possuem são
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chamados de acelomados. Existe ainda um grupo de animais chamados


pseudocelomados pois sua cavidade não é completamente revestida pela
mesoderme.

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Fig. 04: Cavidades corporais em animais.

O cladograma abaixo ilustra os principais filos pertencentes ao Reino


Animal. Vamos, a seguir, estudar as principais características de 9 desses
filos: poríferos, cnidários, platelmintos, nematódeos, anelídeos, moluscos,
artrópodes, equinodermos e cordados.

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Fig. 05: Principais filos do Reino Animal.

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1.1 Poríferos

As esponjas-do-mar são animais aquáticos e predominantemente


marinhos, vivendo presos ao substrato (sésseis) isolados ou formando
colônias. São animais simples e possuem características que os diferenciam
dos demais grupos deste reino. Suas células não se organizam em
tecidos e são os únicos animais sem sistema nervoso. Seu
desenvolvimento embrionário não passa da fase de blástula e, por isso,
não há formação do arquêntero e consequentemente não há tubo digestivo.

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Fig. 06: Diversidade de poríferos.

Sua estrutura corporal básica, em sua maioria assimétrica, é formada


por uma camada externa de células chamadas pinacócitos e outra camada
interna de células chamadas coanócitos. Entre essas camadas existem
outros tipos de células como os amebócitos. Entre os pinacócitos, as
esponjas apresentam vários poros por onde a água entra e chega a uma
cavidade interna chamada átrio. Voltados para o interior do átrio estão os
flagelos dos coanócitos, células muito semelhantes às dos coanoflagelados.
Essas células são capazes de absorver seres unicelulares por fagocitose e o

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gás oxigênio presente na água, fundamentais para a sobrevivência do


animal, e por isso as esponjas são consideradas animais filtradores. A
digestão é, portanto, intracelular. Os coanócitos também liberam os
excretas que serão conduzidos até a abertura do átrio chamada ósculo. É
o batimento coordenado dos flagelos dos coanócitos que mantém o fluxo de
água no sentido poros – ósculo. O esqueleto da esponja é formado por
espículas calcáreas ou silicosas.

Fig. 07: Estrutura corporal de um porífero.


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Sua reprodução pode ser de forma assexuada, por brotamento ou


fragmentação, ou sexuada com a produção de gametas. Elas são animais
com grande capacidade de regeneração devido à presença de células pouco
diferenciadas como os amebócitos. A maioria das esponjas é hermafrodita
e, por isso, produz tanto gametas masculinos quanto femininos.
Normalmente, essa produção é realizada em épocas diferentes, para evitar
a autofecundação. Os gametas masculinos (espermatozoides) saem do
animal pelo ósculo e fecundam os óvulos presentes em outra esponja,
dando origem a um ovo que é liberado na água e gera uma larva

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planctônica. Depois de um tempo essa larva se fixa a um novo local e forma


uma nova esponja.

1.2 Cnidários

Os principais representantes desse filo são as águas-vivas, corais e


anêmonas. Todos são animais aquáticos, na sua grande maioria de água
salgada. Apresentam simetria radial, vantajosa para o modo de vida séssil
que boa parte das espécies realiza, uma vez que podem entrar em contato
com o ambiente em várias direções.

Fig. 08: Diversidade de cnidários.

Cnidários são animais diblásticos (ou diploblásticos), pois apresentam


apenas dois folhetos embrionários: a ectoderme e a endoderme. A
ectoderme dá origem à epiderme dos indivíduos adultos, que reveste
externamente o animal. A endoderme dá origem à gastroderme, que
reveste o seu tubo digestivo. Entre essas duas camadas, encontra-se a
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mesogleia, formada por um material gelatinoso. Alguns cnidários secretam


um esqueleto externo calcário, como os corais.

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Fig. 09: Estrutura corporal dos cnidários.

Em algumas regiões do corpo, principalmente em tentáculos próximos


à boca do animal, existem células únicas deste filo chamadas cnidócitos.
Elas atuam na captura de presas e na defesa contra predadores. Essas
células possuem, em seu interior, o nematocisto, estrutura que abriga
uma espécie de chicote que, quando tocado, é disparado e injeta na presa
ou no predador, uma substância tóxica com a propriedade de paralisá-los.

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Fig. 10: Os cnidócitos são células exclusivas do filo Cnidaria.

O alimento é ingerido, portanto, pela boca e é parcialmente digerido


no interior do tubo digestivo. A digestão termina dentro de células da

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gastroderme e por isso dizemos que cnidários possuem digestão


extracelular e intracelular. Não há abertura anal e, por isso, seu sistema
digestório é incompleto. A liberação de resíduos da digestão é feita pela
boca e a distribuição de nutrientes e gases é feita por difusão. Não existem
locais de concentração de estruturas sensoriais e, por isso, seu sistema
nervoso é difuso.
Existem duas formas de vida nesses animais: o pólipo e a medusa.
Pólipos são sésseis ou com pouca capacidade de locomoção tendo a
anêmona como exemplo. Medusas conseguem movimentar-se livremente
na água e seu exemplo é a água-viva. Algumas espécies apresentam
apenas uma dessas formas durante sua vida e outras fazem a alternância
delas.
Os cnidários realizam reprodução assexuada por brotamento e
reprodução sexuada com o encontro de gametas. Nesse caso, a fecundação
é externa e o desenvolvimento é indireto, ou seja, o ovo dá origem a uma
larva que sofre metamorfose e se transforma no adulto.
Os corais possuem grande importância ecológica pois os recifes
formados por eles atuam como grandes berçários para várias espécies de
peixes. São ambientes, portanto, com grande biodiversidade, e grande
disponibilidade de alimentos onde diversas espécies possuem seus nichos
ecológicos. Um detalhe interessante sobre os corais é que eles podem
realizar associações mutualísticas com algas unicelulares chamadas
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zooxantelas, que, através da fotossíntese, fornecem alimento aos cnidários.


Essa relação, no entanto, está sendo prejudicada pelo aumento da
temperatura dos oceanos em decorrência do aquecimento global, que faz
com que as algas morram e, consequentemente, os corais também. Outro
impacto ambiental sobre os corais está ligado ao aumento do gás carbônico
atmosférico, que, ao se dissolver em maior quantidade na água, causa o
aumento da sua acidez, o que corrói a estrutura calcária dos corais.

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1.3 Platelmintos

Os platelmintos são chamados vulgarmente de vermes achatados por


possuírem estrutura corporal achatada dorso-ventralmente. Podem ser de
vida livre, ocupando ambientes aquáticos ou solos úmidos (ex: planária);
ou podem ter um estilo de vida parasita, como a tênia e o esquistossomo,
causadores de doenças no ser humano. Estudaremos as principais doenças
causadas por platelmintos em outra aula.

Fig. 11: Estrutura corporal de um platelminto de vida livre.

Apresentam simetria bilateral, e as espécies de vida livre, que


precisam se movimentar ativamente no ambiente, apresentam
cefalização. Os representantes de vida livre possuem olhos primitivos
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chamados ocelos, capazes de distinguir a luz. Já as formas parasitas,


secretam uma cutícula sobre a epiderme, capaz de resistir à ação de
enzimas digestivas do hospedeiro.
Durante seu desenvolvimento embrionário formam três folhetos
germinativos (endoderme, ectoderme e mesoderme), sendo por isso
animais triblásticos. São animais acelomados e a distribuição de gases
respiratórios e nutrientes é feita por difusão.

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Fig. 12: Platelmintos são triblásticos acelomados.

O sistema digestório é incompleto, pois não há ânus, e os restos da


digestão são eliminados pela boca do animal. O processo de digestão é extra
e intracelular. Platelmintos realizam tanto reprodução assexuada quanto
sexuada. A assexuada ocorre pela fissão do corpo do verme, que regenera
as partes ausentes e dá origem a 2 novos indivíduos. Na reprodução
sexuada ocorre a troca de gametas gerando variabilidade genética.

1.4 Nematódeos

Nematódeos são vermes cilíndricos, de simetria bilateral, que podem


ser de vida livre ou parasitas de animais e até mesmo de plantas. Entre as
parasitoses causadas por eles podemos citar a ascaridíase, a ancilostomose
(amarelão), a filariose, a oxiuríase e a larva migrans cutânea. Falaremos de
algumas dessas doenças em outra aula.

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Fig. 13: Fêmea de Ascaris lumbricoides (lombriga), parasita causador da ascaridíase.

Esses animais são triblásticos pseudocelomados. Ou seja, possuem


uma cavidade corporal preenchida por líquido que atua como esqueleto

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hidrostático, ajuda a acomodar os órgãos internos, facilita a distribuição


de nutrientes e a eliminação de produtos de excreção.

Fig. 14: Nematódeos são triblásticos pseudocelomados.

Como não possuem sistema respiratório, a troca de gases é feita


através da epiderme (respiração cutânea), por difusão. Seu tubo digestório
é completo, com boca e ânus, e a digestão começa fora das células e
termina no seu interior (extra e intracelular). Externamente à epiderme, os
nematódeos secretam uma cutícula, que protege o animal contra o atrito
sofrido durante a locomoção e contra as defesas do hospedeiro, no caso das
formas parasitas. Essa cutícula sofre mudas que permitem o crescimento
do animal.

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Fig. 15: Plano corporal de Trichinella spiralis, um nematódeo parasita.

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Sua reprodução é sexuada, com indivíduos de sexos separados (na


maioria das vezes) e dimorfismo sexual, ou seja, machos e fêmeas
apresentam diferentes aparências. A fecundação ocorre internamente.

1.5 Anelídeos

Anelídeos são animais de vida livre, como as minhocas, ou


ectoparasitas, como as sanguessugas. Apresentam simetria bilateral, são
triblásticos e celomados. Possuem, portanto, uma cavidade corporal
totalmente revestida por tecidos provenientes do mesoderma. Uma
característica marcante deste filo é a segmentação corporal ou metameria,
o que gera o seu padrão anelado. Durante seu desenvolvimento
embrionário, o blastóporo dá origem à boca e, por isso, anelídeos são
animais protostomados.

Fig. 16: Anelídeos são triblásticos celomados.

Possuem tubo digestório completo, com digestão extracelular. Sua


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nutrição pode ser detritívora (como nas minhocas), carnívora ou


hematófaga (nas formas parasitas).
A epiderme é umedecida pela produção de uma camada de muco, que
favorece as trocas gasosas (respiração cutânea). Os gases são
transportados até os tecidos por um sistema circulatório composto por
vasos e estruturas contráteis. Algumas formas aquáticas apresentam
brânquias, que aumentam a superfície para absorção do oxigênio dissolvido
na água.

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Fig. 17: Estrutura corporal de uma minhoca, evidenciando a metameria.

Algumas espécies apresentam sexos separados com fecundação


externa. Outras, como as minhocas, são hermafroditas, e realizam a
fecundação cruzada em que 2 indivíduos recebem e doam espermatozoides.
Também pode haver a reprodução assexuada por brotamento em anelídeos
marinhos como os poliquetos.
Existem três grandes grupos de anelídeos, que são normalmente
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classificados de acordo com a presença e o número de cerdas (estruturas


rígidas de quitina) que possuem na epiderme. Os poliquetos possuem
muitas cerdas e são animais marinhos. Os oligoquetos (minhocas)
possuem poucas cerdas e são predominantemente terrestres. Os
hirudíneos (sanguessugas) não possuem cerdas e ocupam ambientes de
água doce.

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Fig. 18: Diversidade de anelídeos. Repare em B duas minhocas realizando a fecundação cruzada.
(A) poliquetos, (B) oligoquetos, (C) hirudíneo.

As minhocas têm grande importância para o ser humano devido ao seu


papel na qualidade dos solos para a agricultura. Devido à sua alimentação
detritívora, se locomovem pelo solo, abrindo túneis que facilitam a aeração
da terra e a penetração da água, bem como favorecem o crescimento das
raízes de vegetais. Além disso, suas fezes servem como adubo natural
(húmus), que aumenta a disponibilidade de nutrientes para as plantas e
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aumenta a produtividade do solo.

1.6 Moluscos

Moluscos são animais de vida livre que ocupam ambientes marinhos (a


maioria), de água doce ou terrestres. Entre eles podemos citar os caracóis,
os caramujos, as ostras, os mexilhões, os polvos e as lulas. Possuem
simetria bilateral, são triblásticos, celomados e protostomados.
A maioria dos moluscos apresentam um exoesqueleto calcário
incompleto, secretado por células de uma estrutura chamada manto. O
manto é uma dobra da epiderme que forma uma cavidade onde desemboca
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o fim do sistema digestório e do excretor, bem como se localizam as


brânquias, em espécies aquáticas e os pulmões, em espécies terrestres.

Fig. 19: Plano corporal de um molusco.

Seu plano corporal é composto por: cabeça, pé e massa visceral.


Variações nessas estruturas são características de cada grupo dentro do
filo. Em polvos e lulas, por exemplo, o pé se modificou em tentáculos. A
maior parte dos moluscos possui uma estrutura na boca chamada rádula.
Ela é exclusiva desse filo e consiste em um conjunto de dentes de quitina
que são usados para raspar o alimento de rochas e outras superfícies
rígidas.

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Fig. 20: A rádula é uma estrutura única dos moluscos e atua na obtenção de alimentos.

As três principais classes de moluscos são: gastrópodes, bivalves e


cefalópodes. Citamos entre os gastrópodes os caracóis, lesmas e
caramujos. Possuem, com exceção das lesmas, uma concha em espiral

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característica. Bivalves são animais de água doce ou salgada e seus


representantes incluem ostras e mexilhões. Sua concha é composta por
duas partes (valvas) e seu pé é adaptado para a fixação no substrato de
ambientes aquáticos. É a partir de algumas ostras que são obtidas as
pérolas usadas como joias. Cefalópodes são exclusivamente marinhos e são
animais invertebrados que podem atingir grandes tamanhos. Entre eles
citamos os polvos, as lulas e os náutilos. São animais predadores de rápida
locomoção e órgãos sensoriais bem desenvolvidos como os grandes olhos
característicos.

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Fig. 21: Principais classes de moluscos e seus planos corporais.

A reprodução dos moluscos é sexuada podendo haver sexos separados


ou indivíduos hermafroditas.

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1.7 Artrópodes

Os artrópodes constituem o filo de animais mais abundante do planeta.


Com mais de um milhão de espécies descritas, eles são seres com grande
diversidade indo desde moscas, abelhas, formigas e borboletas até lacraias,
camarões, caranguejos, aranhas e escorpiões. Algumas espécies são
ectoparasitas, como carrapatos e piolhos, mas a maioria é de vida livre,
ocupando os mais diversos ambientes.
São animais de simetria bilateral, com cefalização, triblásticos,
celomados, protostomados e com o corpo segmentado. O termo artrópode
significa “pés articulados” e essa é uma característica marcante deste filo.
Os artrópodes apresentam um exoesqueleto completo feito de
quitina, um polissacarídeo. Esse exoesqueleto é rígido e funciona como uma
armadura medieval, com vários pontos de articulação onde diversos
músculos se ligam internamente. Por outro lado, a rigidez do exoesqueleto
impede que o animal cresça. Assim, os artrópodes precisam trocar
periodicamente de exoesqueleto realizando o processo chamado muda ou
ecdise. As mudas são controladas por um hormônio chamado ecdisona e
começam com a deposição de um líquido entre a epiderme e o exoesqueleto
formando um espaço onde será produzido o novo exoesqueleto. Após o
rompimento do esqueleto antigo (exúvia), o artrópode emerge com o novo
esqueleto que, inicialmente, é frágil e flexível, o que possibilita o
crescimento do animal, mas o torna vulnerável a predadores. Após esse
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breve período de crescimento o exoesqueleto endurece e o artrópode fica


sem crescer até a próxima ecdise. Assim, ao contrário do que acontece nos
outros animais, o crescimento dos artrópodes é descontínuo.

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Fig. 22: As mudas permitem o crescimento dos artrópodes que se dá de maneira descontínua.

Nos artrópodes a segmentação corporal se apresenta de maneira


diferente daquela vista nos anelídeos, pois vários segmentos se fundem
formando regiões chamadas tagmas. O padrão de tagmatização é
característico para os diferentes grupos de artrópodes como veremos a
seguir.
Outra característica geral desse filo é o sistema circulatório aberto
ou lacunar. Nele, o sangue é bombeado por um coração e flui para a aorta,
de onde ele é extravasado para lacunas onde banha os tecidos do animal.
Posteriormente, o sangue retorna ao coração através de aberturas e a
circulação é reiniciada. Por essa característica de não circular apenas dentro
de vasos, o sangue dos artrópodes é também chamado de hemolinfa.
Identificamos 5 classes dentro do filo dos artrópodes: Insetos,
Crustáceos, Aracnídeos, Quilópodes e Diplópodes.
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INSETOS
A maior parte de espécies de artrópodes pertence ao grupo dos insetos
que inclui formigas, abelhas, moscas, mosquitos, borboletas, besouros,
percevejos, cupins, libélulas, gafanhotos, entre outros. Seu plano corporal
possui 3 tagmas: cabeça, tórax e abdome. Possuem 3 pares de patas,
sendo por isso incluídos no subfilo Hexapoda nas classificações mais
modernas. Apresentam 1 par de antenas, olhos compostos e a grande
maioria das espécies possui asas em algum momento do seu ciclo de vida.
A capacidade de voar possibilita aos insetos grande mobilidade para buscar
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alimentos, fugir de predadores e encontrar parceiros sexuais.

Fig. 23: Plano corporal de um inseto.

De acordo com o tipo de alimentação, os insetos apresentam diversos


tipos de aparelhos bucais que podem ser especializados para sugar, picar-
sugar, ou mastigar os alimentos. A digestão é realizada totalmente dentro
de um tubo digestório completo (extracelular). No intestino são lançados
também os produtos da excreção compostos principalmente por ácido úrico.
Os insetos apresentam respiração traqueal, que consiste em um
conjunto de aberturas na epiderme (traqueias) que se ramificam e levam o
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ar diretamente até os tecidos onde ocorrem as trocas gasosas. Assim, não


há transporte de gases pela hemolinfa.
A reprodução dos insetos é sexuada, os sexos são separados e a
fecundação é interna. Na maioria dos insetos, o desenvolvimento é indireto
e ocorre a metamorfose, que pode ser completa ou incompleta. Na
metamorfose completa, a partir do ovo eclode uma larva, que se transforma
em pupa e posteriormente em adulto. Os mosquitos, por exemplo, realizam
esse tipo de metamorfose. Já na incompleta, a partir do ovo eclode uma
forma parecida com o adulto chamada ninfa, que posteriormente se

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transforma no indivíduo adulto.

Fig. 24: Metamorfose completa de uma borboleta.

CRUSTÁCEOS
Crustáceos são animais predominantemente marinhos representados
por camarões, lagostas, siris e caranguejos. Algumas espécies são sésseis,
como as cracas, mas a grande maioria tem grande mobilidade, seja no
substrato ou nadando. Algumas formas de tamanho reduzido compõem o
zooplâncton. A maioria das espécies possui corpo dividido em 2 tagmas:
cefalotórax e abdome. Apresentam 2 pares de antenas e o número de
patas é variável. Seu exoesqueleto quitinoso pode ser reforçado por sais de
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cálcio, aumentando a sua rigidez.


Como adaptação à vida aquática, sua respiração é feita por brânquias
e, nesse caso, os gases podem ser transportados pela circulação, devido à
presença de pigmentos respiratórios como a hemocianina e a hemoglobina.

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Fig. 25: Plano corporal de um crustáceo.

Aquele conhecimento popular de que o camarão tem sujeira na cabeça


deve-se ao fato de que as estruturas responsáveis pela excreção dos
crustáceos situam-se nessa região e liberam seus produtos através de poros
situados na base das antenas.
Os indivíduos possuem, em geral, sexos separados e o
desenvolvimento dos novos seres envolve, normalmente, a passagem por
formas larvais.

ARACNÍDEOS
Nesse grupo estão incluídos os escorpiões, as aranhas, os carrapatos
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e os ácaros. São animais terrestres e podem representar perigo para os


seres humanos, principalmente por conta das espécies peçonhentas de
aranhas e escorpiões. Carrapatos são ectoparasitas que se alimentam de
sangue e podem também transmitir doenças como a febre maculosa. Ácaros
são grandes causadores de alergias e podem causar doenças como a sarna.
O plano corporal dos aracnídeos é composto, na maioria das espécies,
por cefalotórax e abdome. Quatro pares de patas estão presentes no
cefalotórax. Uma característica dos aracnídeos é a presença de um par de
quelíceras, na região bucal, que são apêndices adaptados para a
alimentação. No caso das aranhas é através delas que a peçonha é injetada
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nas presas. Aracnídeos não apresentam antenas, mas possuem um par de


pedipalpos, que são apêndices modificados com função tátil em aranhas e
na forma de garras em escorpiões. Na extremidade oposta do corpo,
aranhas possuem as fiandeiras, que liberam as teias. Já os escorpiões
possuem um aguilhão, através do qual eles inoculam sua peçonha.

Fig. 26: Plano corporal de uma aranha.

A respiração dos aracnídeos é traqueal, mas as formas maiores


possuem uma espécie de pulmão foliáceo que aumenta sua capacidade
respiratória. Elas podem apresentar também pigmentos respiratórios para
o transporte de gases na hemolinfa.
A fecundação é interna e os sexos são separados. O desenvolvimento
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pode ser direto ou indireto.

MIRIÁPODES: QUILÓPODES E DIPLÓPODES


Os quilópodes e diplópodes formam o grupo dos miriápodes, que leva
esse nome pela grande quantidade de patas que eles apresentam. Como
representantes dos quilópodes temos as lacraias ou centopeias e entre os
diplópodes temos os piolhos-de-cobra e os gongolos.
São animais terrestres e seu plano corporal é composto por cabeça e
tronco. Nos quilópodes existe um par de patas por segmento e nos

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diplópodes são dois pares por segmento. Quilópodes são animais carnívoros
e peçonhentos, enquanto diplópodes são herbívoros e contribuem para a
adubação do solo. Sua fisiologia é bem semelhante à dos insetos.

Fig. 27: À esquerda um quilópode (lacraia) e à direita um diplópode (piolho-de-cobra).

1.8 Equinodermos

Os equinodermos incluem as estrelas-do-mar, os ouriços-do-mar, as


bolachas-da-praia, os pepinos-do-mar e os ofiúros, entre outros. São
animais triblásticos celomados e deuterostomados, ou seja, o
blastóporo dá origem ao ânus. Apresentam simetria radial, quando adultos
mas essa é uma característica secundária, uma vez que suas larvas
possuem simetria bilateral. A simetria radial é uma adaptação ao modo de
vida bentônico, ou seja, sobre o substrato marinho e com pouco poder de
locomoção. Não há equinodermos de água doce ou terrestres.
Apresentam um endoesqueleto calcário revestido externamente
pela epiderme. Uma característica marcante desse filo é o sistema
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ambulacrário. Ele é formado por vários canais que percorrem o corpo do


equinodermo e por onde circula água do mar. Prolongamentos desses tubos
se estendem para fora do endoesqueleto e são os chamados pés
ambulacrários, utilizados na locomoção desses animais.

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Fig. 28: (A) Plano corporal de uma estrela-do-mar; (B) Larva de estrela-do-mar com simetria
bilateral.

A reprodução desses animais pode ocorrer de forma assexuada, por


fissão, em que uma parte do corpo pode dar origem a um novo indivíduo.
Já a reprodução sexuada acontece com indivíduos de sexo separado,
fecundação externa e desenvolvimento indireto.

1.9 Cordados

O filo dos cordados inclui animais invertebrados como os


cefalocordados (anfioxos) e urocordados (ascídias) e também todos os
vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Apresentam
simetria bilateral, são triblásticos, celomados, deuterostomados e de corpo
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segmentado. Algumas características definem esse filo e estão presentes


em pelo menos algum momento da vida de todos os seus representantes:
- Notocorda: Essa estrutura dá nome ao filo e consiste em um bastão
flexível de células, situado em posição dorsal e que fornece sustentação ao
animal, atuando como ponto de ancoragem para músculos. No anfioxo, a
notocorda é mantida por toda a vida do animal. Nas ascídias, ela é restrita
à região caudal das larvas. Nos vertebrados, ela é substituída pela coluna
vertebral.
- Sistema nervoso dorsal: Ao contrário dos demais animais

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estudados, os cordados apresentam sistema nervoso situado em posição


dorsal e formado por um tubo oco, que se dilata na região anterior do corpo,
devido à cefalização.
- Cauda pós-anal: Na região posterior ao ânus, os cordados
apresentam, de maneira geral, uma cauda musculosa que pode ter diversas
funções relacionadas principalmente à locomoção do animal.
- Fendas faríngeas: Situadas na faringe, essas fendas possuem
função de filtrar o alimento e realizar as trocas gasosas em cefalocordados
e urocordados. Nos peixes, essas fendas abrigam as brânquias, que atuam
na respiração do animal. Em grupos onde a respiração é pulmonar, essas
fendas podem dar origem a estruturas do ouvido, como a tuba auditiva.

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Fig. 29: O anfioxo é um modelo padrão para o estudo dos cordados, uma vez que ele retém todas
as características únicas do filo, mesmo na vida adulta.

Os vertebrados são cordados que possuem crânio e, na grande maioria


das espécies, coluna vertebral, que substitui a notocorda na função de dar
sustentação ao corpo do animal. Veremos, agora, as principais
características dos seus grupos.

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PEIXES
Esse grupo não possui valor taxonômico pois não é monofilético e
inclui, didaticamente os agnatos, os condrictes e os osteíctes. Os
agnatos são vertebrados que não possuem maxila e, por isso, apresentam
uma boca circular sugadora. Seus representantes mais comuns são as
lampreias e algumas espécies são ectoparasitas de outros peixes, a partir
dos quais, elas sugam o sangue para se alimentar.

Fig. 30: Lampreias são agnatos e apresentam boca circular sugadora. Observe as fendas branquiais
nas laterais dos indivíduos.

Os condrictes são chamados de peixes cartilaginosos, pois seu


esqueleto é feito de cartilagem. Seus representantes são os tubarões, as
raias e as quimeras. São animais predominantemente marinhos e muitos
são vorazes predadores ocupando o topo de suas cadeias alimentares.
Possuem uma maxila fixa e outra móvel, com várias fileiras de dentes, que
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são escamas modificadas e sua boca tem uma posição ventral no corpo.
Sua pele é coberta por escamas, que não se destacam, ao contrário
daquelas presentes nos peixes ósseos. Possuem de 5 a 7 fendas branquiais
em cada lado do corpo, que abrigam as brânquias e são capazes de realizar
as trocas gasosas entre a água e o sangue do animal. O gás oxigênio é
absorvido e o gás carbônico é liberado na água. Essas fendas branquiais
não são cobertas por nenhuma estrutura externamente. Sua fecundação é
interna e a maioria das espécies apresenta embriões que se desenvolvem
em um ovo externamente ao organismo materno (ovíparas). Em algumas

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espécies, no entanto, os embriões podem se desenvolver no interior do


corpo das fêmeas (vivíparas).

Fig. 31: Tubarões são peixes de esqueleto cartilaginoso. Repare na boca em posição ventral e as 5
fendas branquiais.

Já os osteíctes são chamados de peixes ósseos, também devido à


natureza de seu esqueleto. Seus representantes incluem a sardinha, o
atum, o bacalhau, o bagre, o linguado, o salmão, o baiacu, o badejo, o
cavalo-marinho, entre outros. Ocupam ambientes de água doce ou água
salgada, o que determina suas estratégias de regulação osmótica. A boca
ocupa uma posição anterior e o seu corpo é, normalmente, revestido por
escamas facilmente destacáveis. Possuem de 4 a 5 fendas branquiais
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cobertas por uma estrutura óssea chamada opérculo.

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Fig. 32: Plano corporal de um peixe ósseo.

Osteíctes apresentam uma bolsa preenchida por gases, chamada


bexiga natatória, que auxilia na flutuabilidade desses animais e, em
alguns casos, pode atuar também na sua respiração. Na maioria das
espécies os gametas são liberados na água e a fecundação é externa. São,
portanto, ovíparos e, dos ovos, eclode um alevino, que consiste numa
forma juvenil do peixe adulto.
Nos peixes de água doce, o seu corpo é mais concentrado em sais do
que a água. Com isso, eles tendem a perder sais por difusão e ganhar água
por osmose através das brânquias. Para contrabalancear isso, eles ingerem
pouca água, liberam uma urina muito diluída e absorvem sais por transporte
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ativo. Já nos peixes de água salgada, o problema é o inverso. Como a água


é mais concentrada do que o corpo do animal, eles tendem a ganhar sais
por difusão e a perder água por osmose através das brânquias. Como
solução, eles bebem água o tempo inteiro, eliminam pouca urina e
bombeiam sais para o meio externo através do transporte ativo. O principal
excreta nitrogenado dos peixes ósseos é a amônia, muito solúvel em água,
enquanto nos peixes cartilaginosos é a ureia.

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Fig. 33: Osmorregulação em peixes ósseos.

Fig. 34: A água entra pela boca do peixe, passa pelas brânquias, onde ocorrem as trocas gasosas,
e sai pelas aberturas dos opérculos.

Tanto peixes cartilaginosos quanto peixes ósseos apresentam uma


estrutura chamada linha lateral, em cada lado do corpo, capaz de perceber
vibrações na água e sons de baixa frequência. Além disso, seu sistema
circulatório também é semelhante nos dois grupos e apresenta o que
chamamos de circulação simples e completa. Simples pois o sangue passa
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apenas uma vez pelo coração em cada ciclo de circulação e completa pois
não há mistura de sangue rico em oxigênio com sangue pobre em oxigênio.
O coração possui duas cavidades (1 átrio e 1 ventrículo) e ele bombeia
sangue pobre em oxigênio para as brânquias, onde é oxigenado. De lá ele
é distribuído para os tecidos do peixe, onde deixa gás oxigênio e recebe o
gás carbônico resultante da respiração celular, retornando ao coração e
reiniciando o ciclo.

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Fig. 35: Circulação sanguínea em peixes.


Com relação à manutenção da temperatura corporal, os peixes são
animais ectotérmicos, pois sua temperatura varia de acordo com o
ambiente e eles não são capazes de regulá-la por intermédio do próprio
metabolismo.

ANFÍBIOS
Entre os anfíbios podemos citar sapos, rãs, pererecas, salamandras e
cobras-cegas. De maneira geral, apresentam uma fase larval aquática
(girino), e uma fase adulta terrestre. Na história evolutiva dos vertebrados,
foram o primeiro grupo de animais a conquistar o ambiente terrestre. Isso
aconteceu devido à presença de pulmões para a respiração aérea e também
ao surgimento de patas adaptadas à locomoção nesse ambiente. Anfíbios,
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répteis, aves e mamíferos são tetrápodes, pois descendem de animais com


quatro patas.

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Fig. 36: Representantes dos anfíbios. Acima à esquerda uma salamandra, acima à direita uma rã, e
abaixo uma cobra-cega.

Por outro lado, apesar da conquista do ambiente terrestre, os anfíbios


ainda precisam da água do meio externo principalmente para a reprodução,
que inclui uma larva aquática. Além disso, a respiração cutânea, como
alternativa à pulmonar, depende de uma pele umedecida e permeável, para
permitir as trocas gasosas. Essa permeabilidade acaba acarretando em
perda de água, o que, de certa forma, limita os anfíbios a ambientes
úmidos. Nos girinos, a respiração é cutânea e branquial.
A transição da forma larval para a forma adulta é chamada de
metamorfose e envolve a degeneração das brânquias, o desenvolvimento
dos pulmões e o crescimento das patas, bem como a perda da cauda em
sapos, pererecas e rãs. De maneira geral, na reprodução, a fêmea é
estimulada pelo macho e libera os óvulos na beira de rios ou lagos. Em
seguida o macho libera os espermatozoides, que fecundam os óvulos e
geram os ovos. Assim, a fecundação é externa e o desenvolvimento
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também (ovíparos).

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Fig. 37: A reprodução e a metamorfose do sapo.

O coração dos anfíbios possui três cavidades: 2 átrios e 1 ventrículo.


O sangue passa duas vezes pelo coração para completa um ciclo de
circulação (dupla) e ocorre a mistura de sangue pobre em oxigênio e
sangue rico em oxigênio no ventrículo (circulação incompleta).

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Fig. 38: Circulação dupla e incompleta dos anfíbios.

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O principal excreta nitrogenado dos girinos é a amônia, por ser mais


solúvel em água e estar relacionada com o ambiente aquático ocupado por
essas formas. Nos anfíbios adultos, o principal excreta é a ureia, que por
ser menos solúvel em água, consegue ser eliminada com menor quantidade
dessa substância.
Anfíbios, assim como os peixes, também são animais ectotérmicos.

RÉPTEIS
Os répteis foram os primeiros vertebrados a conquistar a total
independência do meio aquático para a sua sobrevivência. Várias
adaptações ao modo de vida terrestre estão presentes nesse grupo, como
uma pele grossa e seca que evita a perda de água, um pulmão mais
eficiente que o dos anfíbios, eliminando a respiração cutânea e o ácido
úrico como principal excreta nitrogenado. A vantagem do ácido úrico é que
ele é insolúvel em água e, por isso, pode ser eliminado como uma pasta
sem que ocorra a perda dessa substância.

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Fig. 39: Répteis apresentam pele grossa e queratinizada.

Seus representantes incluem os lagartos, as serpentes, os crocodilos e


as tartarugas, bem como várias espécies extintas incluindo os dinossauros.
Ainda que os répteis tenham surgido como animais terrestres, existe uma
grande diversidade de ambientes ocupados por eles atualmente. As
tartarugas, por exemplo, passam a maior parte de sua vida dentro da água

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enquanto que algumas serpentes vivem em ambientes desérticos.

Fig. 40: Diversidade de répteis.

O coração da maior parte dos répteis apresenta três cavidades: 2 átrios


e 1 ventrículo que apresenta um septo incompleto. Com isso, a circulação
é dupla e incompleta, uma vez que há mistura de sangue pouco oxigenado
com sangue muito oxigenado no interior do ventrículo. Esse processo é
semelhante ao presente em anfíbios. Nos répteis crocodilianos (jacarés e
crocodilos), o septo do ventrículo é completo e, assim, seu coração
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apresenta quatro cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. No entanto, também


pode haver a mistura de sangue devido à ligação entre a aorta esquerda e
a direita, conforme a imagem abaixo.

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Fig. 41: Acima a circulação dupla e incompleta da maioria dos répteis. Abaixo a circulação dupla e
completa dos crocodilianos.

Na reprodução dos répteis, a fecundação é interna, que protege os


gametas contra a desidratação. Tanto répteis quanto aves e mamíferos são
chamados animais amniotas. Isso ocorre pois seu ovo apresenta um anexo
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embrionário chamado âmnio. O âmnio é uma bolsa de água que protege o


embrião contra a desidratação e foi um fator essencial para que os seus
portadores conquistassem totalmente a independência dos ambientes
aquáticos. O ovo amniota também apresenta outros três anexos
embrionários: o saco vitelínico, que nutre o embrião; o alantoide, que
armazena os excretas e atua na respiração do embrião e o córion, que
protege o embrião e também atua na respiração. A casca rígida e porosa é
mais uma característica que protege o embrião e permite as trocas gasosas
necessárias à respiração.

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Fig. 42: Ovo amniota.

A maior parte das espécies é ovípara e, a partir do ovo, eclode uma


forma em miniatura do adulto. Por isso, o seu desenvolvimento é direto.
Os répteis, de maneira geral, não são capazes de manter a
temperatura corpórea através do próprio metabolismo. Por isso, eles são
ectotérmicos, e regulam sua temperatura através do ambiente. Ficam no
sol para se esquentar e vão para a sombra para resfriar seus corpos.

AVES
Se observarmos a árvore filogenética abaixo, veremos que as aves
formam um grupo monofilético com os (demais) répteis. Escrevi a palavra
“demais” entre parênteses, pois filogeneticamente falando, as aves são
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répteis. No entanto, didaticamente, estudamos os dois grupos


separadamente.

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Fig. 43: Árvore filogenética dos amniotas.

A característica mais marcante desse grupo é a capacidade do voo.


Essa forma de locomoção possibilitou às aves a ocupação de maior
diversidade de ambientes, facilitou a busca por alimento, a fuga de
predadores e o encontro de parceiros para reprodução. Com ela, surgiram
diversas adaptações no sentido de tornar o corpo mais leve e aerodinâmico.
O formato fusiforme das aves diminui o atrito do corpo com o ar e favorece
a estabilidade do voo. A transformação dos membros anteriores em asas e
o grande desenvolvimento da musculatura peitoral possibilitam que a ave
alce voo e permaneça no ar. As penas auxiliam a formar uma estrutura
corporal aerodinâmica, ajudam na manutenção do calor, diminuem a perda
de água e protegem a ave. Na região mediana do tórax, existe um osso
esterno bem desenvolvido chamado carena ou quilha, que serve como
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ponto de inserção para a grande musculatura peitoral. Os ossos são leves


e alguns apresentam cavidades internas (ossos pneumáticos) que
diminuem ainda mais o seu peso. A membrana nictitante protege os olhos
das aves da entrada de poeira durante o voo.

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Fig. 44: Adaptações ao voo. Corpo fusiforme, asas, penas e ossos pneumáticos.

Outra característica externa do corpo das aves é a presença de um


bico córneo, com diversas formas relacionadas ao tipo de alimento que a
espécie consome. Os beija-flores, por exemplo, possuem um bico fino e
longo, especializado em sugar o néctar do interior das flores. Já os
papagaios possuem um bico forte e pontiagudo, adaptado a quebrar
sementes e outros alimentos rígidos. A única glândula presente na pele das
aves é a uropigiana, localizada na região caudal. Sua secreção é uma
substância oleosa, que a ave espalha pelas penas com o auxílio do bico e
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isso as impermeabiliza.
Seu sistema digestório pode apresentar estruturas características
como o papo, que consiste em uma dilatação do esôfago usada para
armazenar e amolecer o alimento. Além disso, aves que se alimentam de
grãos apresentam um estômago mecânico chamado moela, que tritura o
alimento.

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Fig. 44: Sistema digestório das aves.

As aves realizam respiração pulmonar. Seus pulmões apresentam


prolongamentos onde não ocorrem trocas gasosas chamados sacos
aéreos. Nesses sacos, a ave armazena ar que possibilita um fluxo
constante para os pulmões. Isso é uma adaptação ao alto consumo de gás
oxigênio realizado durante o voo. Os sacos aéreos também atuam na
dissipação da grande quantidade de calor produzida durante o movimento
no ar.

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Fig. 45: Sistema respiratório das aves.

Sua circulação é dupla e completa, pois seu coração possui quatro


cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. A grande capacidade respiratória e a
circulação completa contribuem para a endotermia apresentada pelas
aves. Elas conseguem, portanto, regular sua temperatura corporal através
de suas reações metabólicas.
O principal excreta nitrogenado das aves, assim como nos répteis é o
ácido úrico, e isso configura mais uma adaptação ao voo visto que essa
substância é pouco solúvel em água e pode ser armazenada num volume

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menor do que a ureia e a amônia.


A reprodução se assemelha à dos répteis, com fecundação interna, ovo
amniota que se desenvolve externamente (ovíparos) e desenvolvimento
direto.

MAMÍFEROS
O último grupo de animais que veremos e também aquele em que nós
estamos incluídos é o dos mamíferos. Principalmente após a extinção dos
dinossauros, os mamíferos sofreram grande diversificação e ocuparam um
grande número de nichos ecológicos deixados vagos pelos répteis extintos.
Apesar de serem animais que surgiram em ambientes terrestres, várias
espécies atuais ocupam ambientes aquáticos como golfinhos, baleias e
focas.

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Fig. 46: Mamíferos apresentam glândulas mamárias.


Várias características morfológicas são únicas desse grupo, como a
presença de pelos de queratina. As glândulas mamárias, que dão nome
ao grupo, são responsáveis pela produção de leite, que alimenta os filhotes
durante o início de suas vidas. Outras glândulas também estão presentes
na pele dos mamíferos, como as sudoríparas (que produzem o suor
atuando no resfriamento do corpo) e as sebáceas, que produzem uma
secreção gordurosa, capaz de impermeabilizar a pele. Existe uma
membrana musculosa que divide a cavidade torácica da cavidade abdominal

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e é chamada diafragma. O diafragma tem papel fundamental nos


movimentos respiratórios. Os dentes dos mamíferos apresentam formas
variadas (heterodontia) e de acordo com o tipo de alimentação do animal.
Carnívoros tendem a ter dentes caninos e incisivos maiores, para cortar a
carne. Já herbívoros tendem a ter molares maiores para macerar os
vegetais. Outra característica marcante dos mamíferos é a presença de uma
camada de gordura abaixo da pele que, juntamente com os pelos, tem papel
na manutenção da temperatura corporal, principalmente em animais de
ambientes frios.

Fig. 47: Heterodontia em mamíferos.

A respiração é pulmonar e sua eficiência é garantida pela grande


ramificação dos pulmões, formando pequenos sacos chamados alvéolos
pulmonares. A circulação é semelhante à das aves, dupla e completa, com
um coração de quatro cavidades. O sistema digestório apresenta
adaptações ao tipo de nutrição. Animais herbívoros normalmente possuem
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um tubo digestório maior, necessário para a melhor digestão e absorção


dos nutrientes presentes nas plantas. O principal excreta nitrogenado
eliminado na urina produzida nos rins é a ureia. Tal como nas aves, os
mamíferos são capazes de regular sua temperatura corporal por meio do
seu metabolismo (endotérmicos).

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Fig. 48: Circulação de aves e mamíferos.

A reprodução acontece com fecundação interna e a grande maioria das


espécies é vivípara. Além dos anexos embrionários presentes nos répteis e
nas aves, existe ainda a placenta, que é responsável por estabelecer a
ligação entre o embrião e o organismo materno e é por onde passam os
nutrientes, os gases respiratórios e os produtos de excreção.
Os mamíferos são divididos em três grupos: Monotremados,
marsupiais e eutérios. Os monotremados são ovíparos e não há mamilos,
sendo o leite liberado através de poros na pele. Seu representante mais
famoso é o ornitorrinco.

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Fig. 49: O ornitorrinco é um monotremado.

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Os marsupiais são vivíparos e apresentam uma placenta rudimentar.


Os filhotes nascem pouco desenvolvidos e completam sua formação numa
bolsa chamada marsúpio, onde estão localizadas as glândulas mamárias.

Fig. 50: O canguru é um marsupial. Seus filhotes completam o desenvolvimento fetal dentro do
marsúpio.

Nos eutérios a placenta é desenvolvida e nesse grupo está a maior


parte dos mamíferos, inclusive os seres humanos.
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Fig. 51: Diversidade de eutérios.

Finalizamos o estudo dos grupos de animais e também a aula


08. No nosso próximo encontro, começaremos a falar sobre a
anatomia e a fisiologia do corpo humano. Grande abraço!

2 QUESTÕES COMENTADAS

01. (ENEM 1998, Amarela, Q42) Alunos de uma escola no Rio de Janeiro
são convidados a participar de uma excursão ao Parque Nacional de
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Jurubatiba. Antes do passeio, eles lêem o trecho de uma reportagem


publicada em uma revista:
“Jurubatiba será o primeiro parque nacional em área de restinga, num braço
de areia com 31 quilômetros de extensão, formado entre o mar e dezoito
lagoas. Numa área de 14.000 hectares, ali vivem jacarés, capivaras,
lontras, tamanduás-mirins, além de milhares de aves e de peixes de água
doce e salgada. Os peixes de água salgada, na época das cheias, passam
para as lagoas, onde encontram abrigo, voltando ao mar na cheia seguinte.
Nos terrenos mais baixos, próximos aos lençóis freáticos, as plantas têm
água suficiente para aguentar longas secas. Já nas áreas planas, os cactos
são um dos poucos vegetais que proliferam, pintando o areal com um verde
pálido.”

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O texto anterior cita alguns exemplos de animais que vivem em Jurubatiba


e podem ser classificados como:
(A) mamíferos, peixes e aves, apenas.
(B) mamíferos, peixes, aves e anfíbios.
(C) répteis, aves e anfíbios apenas.
(D) mamíferos, répteis, peixes e aves.
(E) animais pertencentes a uma só classe.

02. (ENEM 2005, Amarela, Q35) Uma expedição de paleontólogos


descobre em um determinado extrato geológico marinho uma nova espécie
de animal fossilizado. No mesmo extrato, foram encontrados artrópodes
xifosuras e trilobitas, braquiópodos e peixes ostracodermos e placodermos.
O esquema ao lado representa os períodos geológicos em que esses grupos
viveram.

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Observando esse esquema os paleontólogos concluíram que o período


geológico em que haviam encontrado essa nova espécie era o Devoniano,
tendo ela uma idade estimada entre 405 milhões e 345 milhões de anos.
Destes cinco grupos de animais que estavam associados à nova espécie,
aquele que foi determinante para a definição do período geológico em que
ela foi encontrada é
(A) xifosura, grupo muito antigo, associado a outros animais.
(B) trilobita, grupo típico da era Paleozóica.
(C) braquiópodo, grupo de maior distribuição geológica.
(D) ostracodermo, grupo de peixes que só aparece até o Devoniano.
(E) placodermo, grupo que só existiu no Devoniano

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03. (ENEM 2005, Amarela, Q47) Em uma área observa-se o seguinte


regime pluviométrico:

Os anfíbios são seres que podem ocupar tanto ambientes aquáticos quanto
terrestres. Entretanto, há espécies de anfíbios que passam todo o tempo na
terra ou então na água. Apesar disso, a maioria das espécies terrestres
depende de água para se reproduzir e o faz quando essa existe em
abundância. Os meses do ano em que, nessa área, esses anfíbios terrestres
poderiam se reproduzir mais eficientemente são de
(A) setembro a dezembro.
(B) novembro a fevereiro.
(C) janeiro a abril.
(D) março a julho.
(E) maio a agosto.

04. (ENEM 2005, Amarela, Q57) O desenvolvimento da maior parte das


espécies de insetos passa por vários estágios até chegar à fase adulta,
quando finalmente estão aptos à reprodução.

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Esse desenvolvimento é um jogo complexo de hormônios. A ecdisona


promove as mudas (ecdises), mas o hormônio juvenil impede que o inseto
perca suas características de larva. Com o tempo, a quantidade desse
hormônio diminui e o inseto chega à fase adulta. Cientistas descobriram
que algumas árvores produzem um composto químico muito semelhante ao
hormônio juvenil dos insetos. A vantagem de uma árvore que produz uma
substância que funcione como hormônio juvenil é que a larva do inseto,
ao se alimentar da planta, ingere esse hormônio e

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(A) vive sem se reproduzir, pois nunca chega à fase adulta.


(B) vive menos tempo, pois seu ciclo de vida encurta.
(C) vive mais tempo, pois ocorrem poucas mudas.
(D) morre, pois chega muito rápido à fase adulta.
(E) morre, pois não sofrerá mais mudas.

05. (ENEM 2007, Amarela, Q52) Uma equipe de paleontólogos descobriu


um rastro de dinossauro carnívoro e nadador, no norte da Espanha. O rastro
completo tem comprimento igual a 15 metros e consiste de vários pares
simétricos de duas marcas de três arranhões cada uma, conservadas em
arenito. O espaço entre duas marcas consecutivas mostra uma pernada de
2,5 metros. O rastro difere do de um dinossauro não-nadador: “são as
unhas que penetram no barro — e não a pisada —, o que demonstra que o
animal estava nadando sobre a água: só tocava o solo com as unhas, não
pisava”, afirmam os paleontólogos.
Internet: <www.noticias.uol.com.br> (com adaptações).

Qual dos seguintes fragmentos do texto, considerado isoladamente, é


variável relevante para se estimar o tamanho do dinossauro nadador
mencionado?
(A) “O rastro completo tem 15 metros de comprimento”
(B) “O espaço entre duas marcas consecutivas mostra uma pernada de 2,5
metros”
(C) “O rastro difere do de um dinossauro não nadador”
(D) “são as unhas que penetram no barro — e não a pisada”
(E) “o animal estava nadando sobre a água: só tocava o solo com as unhas”

06. (ENEM 2010, 2ª Aplicação, Azul, Q82) Os corais que formam o


banco dos Abrolhos, na Bahia, podem estar extintos até 2050 devido a uma
epidemia. Por exemplo, os corais-cérebro já tiveram cerca de 10% de sua
população afetada pela praga-branca, a mais prevalente das seis doenças
identificadas em Abrolhos, causada provavelmente por uma bactéria. Os
cientistas atribuem a proliferação das patologias ao aquecimento global e à
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poluição marinha. O aquecimento global reduziria a imunidade dos corais


ou estimularia os patógenos causadores desses males, trazendo novos
agentes infecciosos.
FURTADO, F. Peste branca no mar. Ciência hoje. Rio de Janeiro, v. 42, n. 251, ago. 2008
(adaptado).
A fim de combater a praga-branca, a medida mais apropriada, segura e de
efeitos mais duradouros seria
(A) aplicar antibióticos nas águas litorâneas de Abrolhos.
(B) substituir os aterros sanitários por centros de reciclagem de lixo.
(C) introduzir nas águas de Abrolhos espécies que se alimentem da bactéria
causadora da doença.
(D) aumentar, mundialmente, o uso de transportes coletivos e diminuir a
queima de derivados de petróleo.

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(E) criar uma lei que proteja os corais, impedindo que mergulhadores e
turistas se aproximem deles e os contaminem.

07. (ENEM 2010, 2ª Aplicação, Azul, Q88) As estrelas-do-mar comem


ostras, o que resulta em efeitos econômicos negativos para criadores e
pescadores. Por isso, ao se depararem com esses predadores em suas
dragas, costumavam pegar as estrelas-do-mar, parti-las ao meio e atirá-
las de novo à água. Mas o resultado disso não era a eliminação das estrelas-
do-mar, e sim o aumento do seu número.
DONAVEL, D. A bela é uma fera. Super Interessante. Disponível em:
http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado).
A partir do texto e do seu conhecimento a respeito desses organismos, a
explicação para o aumento da população de estrelas-do-mar, baseia-se no
fato de elas possuírem
(A) papilas respiratórias que facilitaram sua reprodução e respiração por
mais tempo no ambiente.
(B) pés ambulacrários que facilitaram a reprodução e a locomoção do
equinodermo pelo ambiente aquático.
(C) espinhos na superfície do corpo que facilitaram sua proteção e
reprodução, contribuindo para a sua sobrevivência.
(D) um sistema de canais que contribuíram na distribuição de água pelo
seu corpo e ajudaram bastante em sua reprodução.
(E) alta capacidade regenerativa e reprodutiva, sendo cada parte
seccionada capaz de dar origem a um novo indivíduo.

08. (ENEM 2011, Azul, Q87)


Os Bichinhos e o Homem
Arca de Noé
Toquinho & Vinícius de Moraes
Nossa irmã, a mosca
É feia e tosca
Enquanto que o mosquito
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É mais bonito
Nosso irmão besouro
Que é feito de couro
Mal sabe voar
Nossa irmã, a barata
Bichinha mais chata
É prima da borboleta
Que é uma careta
Nosso irmão, o grilo
Que vive dando estrilo
Só pra chatear
MORAES, V. A arca de Noé: poemas infantis. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1991.

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O poema acima sugere a existência de relações de afinidade entre os


animais citados e nós, seres humanos. Respeitando a liberdade poética dos
autores, a unidade taxonômica que expressa a afinidade existente entre nós
e estes animais é
(A) o filo.
(B) o reino.
(C) a classe.
(D) a família.
(E) a espécie.

09. (ENEM 2014, Azul, Q71) Parte do gás carbônico da atmosfera é


absorvida pela água do mar. O esquema representa reações que ocorrem
naturalmente, em equilíbrio, no sistema ambiental marinho. O excesso de
dióxido de carbono na atmosfera pode afetar os recifes de corais.

O resultado desse processo nos corais é o(a)


(A) seu branqueamento, levando à sua morte e extinção.
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(B) excesso de fixação de cálcio, provocando calcificação indesejável.


(C) menor incorporação de carbono, afetando seu metabolismo energético.
(D) estímulo da atividade enzimática, evitando a descalcificação dos
esqueletos.
(E) dano à estrutura dos esqueletos calcários, diminuindo o tamanho das
populações.

10. (ENEM 2015, Azul, Q83) Os anfíbios representam o primeiro grupo


de vertebrados que, evolutivamente, conquistou o ambiente terrestre.
Apesar disso, a sobrevivência do grupo ainda permanece restrita a
ambientes úmidos ou aquáticos, devido à manutenção de algumas
características fisiológicas relacionadas à água.
Uma das características a que o texto se refere é a
(A) reprodução por viviparidade.

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(B) respiração pulmonar nos adultos.


(C) regulação térmica por endotermia.
(D) cobertura corporal delgada e altamente permeável.
(E) locomoção por membros anteriores e posteriores desenvolvidos.

11. (ENEM 2015, 2ª Aplicação, Azul, Q48) O cladograma representa, de


forma simplificada, o processo evolutivo de diferentes grupos de
vertebrados. Nesses organismos, o desenvolvimento de ovos protegidos por
casca rígida (pergaminácea ou calcárea) possibilitou a conquista do
ambiente terrestre.

O surgimento da característica mencionada está representado, no


cladograma, pelo número
(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 5.

12. (ENEM 2016, 2ª Aplicação, Branca, Q57) O ambiente marinho


pode ser contaminado com rejeitos radioativos provenientes de testes com
armas nucleares. Os materiais radioativos podem se acumular nos
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organismos. Por exemplo, o estrôncio-90 é quimicamente semelhante ao


cálcio e pode substituir esse elemento nos processos biológicos.
FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, I. I. L. A contaminação dos oceanos por radionuclídeos
antropogênicos. Química Nova na Escola, n. 1, 1998 (adaptado).
Um pesquisador analisou as seguintes amostras coletadas em uma região
marinha próxima a um local que manipula o estrôncio radioativo: coluna
vertebral de tartarugas, concha de moluscos, endoesqueleto de ouriços-do-
mar, sedimento de recife de corais e tentáculos de polvo.
Em qual das amostras analisadas a radioatividade foi menor?
a) Concha de moluscos.
b) Tentáculos de polvo.
c) Sedimento de recife de corais.
d) Coluna vertebral de tartarugas.
e) Endoesqueleto de ouriços-do-mar.

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COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

01. Dentre os animais citados, todos pertencem ao filo dos cordados. No


entanto, eles são incluídos em várias classes. Jacarés são répteis;
capivaras, lontras e tamanduás são mamíferos; e entre os demais temos
aves e peixes. Alternativa D.

02. Essa questão exige apenas que o aluno consiga interpretar o esquema
fornecido. Ele mostra a ocorrência de grupos de animais ao longo das eras
e períodos geológicos. Dentre esses grupos, todos eles ocorreram durante
o período devoniano. De acordo com a informação dada no enunciado,
foram encontrados fósseis de todos esses tipos de animais durante uma
escavação paleontológica, juntamente com fósseis de uma espécie
desconhecida. Pela lógica, e como os placodermos só ocorreram durante o
devoniano, fica claro que essa nova espécie também ocorreu nesse período.
Alternativa E.

03. Essa questão exige apenas a leitura do gráfico. Se os anfíbios


necessitam de água para a reprodução, faz sentido que isso ocorra durante
os meses com maiores índices pluviométricos. Isso ocorre de novembro a
fevereiro. Alternativa B.

04. O hormônio juvenil faz com que o inseto mantenha suas características
de larva. Com o consumo de uma substância semelhante a esse hormônio,
o inseto nunca chegaria à fase adulta e, por isso, nunca conseguiria se
reproduzir. Alternativa A.

05. Vamos analisar cada alternativa. O tamanho do rastro não é indicativo


do tamanho do animal, uma vez que indica apenas a distância percorrida.
As alternativas C, D e E referem-se à forma do rastro, o que indica o tipo
de locomoção realizado pelo dinossauro e não o seu tamanho. Já a
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alternativa B indica o tamanho da pernada que é diretamente proporcional


ao tamanho do animal que produziu o rastro. Alternativa B.

06. Se a causa da proliferação dos agentes patogênicos é o aquecimento


global, a medida mais apropriada e duradoura para reverter a situação
estaria ligada a isso. Sabemos que a maior causa do aumento da
temperatura do planeta é a queima de combustíveis fósseis e a liberação
de gás carbônico na atmosfera. Logo, a diminuição da queima de derivados
de petróleo e o uso de transportes coletivos teria um maior impacto sobre
essa situação. Alternativa D.

07. Os equinodermos são capazes de se reproduzir assexuadamente por


fissão, em que uma parte do corpo pode dar origem a um novo indivíduo

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completo. Os pescadores, partindo as estrelas-do-mar ao meio,


possibilitavam justamente esse tipo de reprodução. Alternativa E.

08. O poema cita a mosca, o mosquito, o besouro, a barata, a borboleta e


o grilo. Todos eles são insetos, filo dos artrópodes, reino animal. Assim, a
categoria taxonômica que os seres humanos compartilham com esses seres
é o reino. Alternativa B.

09. A maior quantidade de gás carbônico atmosférico também faz com que
aumente a quantidade desse gás dissolvido na água. Como mostrado no
esquema, essas substâncias reagem gerando ácido carbônico, que diminui
o pH do ambiente tornando-o mais ácido. Essa acidez afeta o carbonato de
cálcio que forma os esqueletos dos corais, fazendo com que os indivíduos
morram e suas populações diminuam. Alternativa E.

10. Todas as alternativas se referem a características de organismos


terrestres, com exceção da letra D, pois cobertura corporal delgada e
permeável só é vantajosa em ambientes com grande abundância de água.
Alternativa D.

11. O ovo de casca rígida é uma das características dos animais amniotas
e representa grande vantagem na conquista do ambiente terrestre devido
à presença de anexos embrionários como o âmnio. Essa estrutura está
presente em répteis, aves e mamíferos, ou seja, só pode ser representada
pelo número 3. Alternativa C.

12. Se o enunciado diz que o estrôncio radioativo pode substituir o cálcio


nos processos biológicos, é natural que encontremos maior radioatividade
nos componentes de seres vivos que possuam cálcio em sua composição e
isso só não ocorre nos tentáculos de polvo. Alternativa B.

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3 Bibliografia consultada

• AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol.2.

• CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

• LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 2.

• PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 2 e 3.

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• STARR; EVERS; STARR. Biology Concepts and Applications


Without Physiology. Stamford. Cengage Learning, 2013.

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Aula 09 - Identidade dos Seres Vivos

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 09: Fisiologia Humana: Sistema Digestório,


Circulatório, Respiratório e Urinário.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Sistema Digestório 01
2. Sistema Circulatório 09
3. Sistema Respiratório 20
4. Sistema Urinário 25
5. Questões Resolvidas 31
6. Bibliografia consultada 42

1. Sistema Digestório Humano

Vimos na aula 03 que os seres vivos possuem composição química


complexa e formada por substâncias inorgânicas (água e sais minerais) e
substâncias orgânicas (carboidratos, lipídios, proteínas, ácidos nucleicos e
vitaminas). O ser humano, por ser heterotrófico, se alimenta de outros
seres vivos e utiliza as substâncias que os compõem para extrair energia e
também matéria prima para construir seu próprio corpo.
O sistema responsável por processar o alimento e transformá-lo em
moléculas que possam ser absorvidas pelo corpo é o digestório. A digestão
é, portanto, o processo através do qual conseguimos quebrar os nutrientes
presentes nos alimentos, gerando moléculas menores, capazes de serem
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absorvidas. Veremos agora a anatomia e a fisiologia do sistema digestório,


ou seja, sua forma e funcionamento.

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Fig. 01: Uma visão geral das transformações sofridas pelos alimentos dentro do sistema digestório.

1.1 Anatomia do Sistema Digestório

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Fig. 02: Anatomia do sistema digestório humano.

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O sistema digestório é composto por um tubo, onde o alimento passa,


e por glândulas anexas, que produzem substâncias essenciais à digestão. O
tubo digestório começa na boca, onde estão os dentes e a língua. Os
seres humanos apresentam dentição composta por incisivos, caninos,
pré-molares e molares.

Fig. 03: Seres humanos possuem dentição típica de uma dieta onívora.

Da boca o alimento passa para a faringe e depois para o esôfago,


que desemboca no estômago. Ao sair do estômago o alimento já
parcialmente digerido passa para o intestino delgado, que é dividido em
três partes: duodeno, jejuno e íleo. Depois os restos da digestão passam
para o intestino grosso, e são eliminados através do reto e finalmente
pelo ânus. Como glândulas anexas existem as salivares, que liberam sua
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secreção na boca; o fígado e o pâncreas, que liberam suas secreções no


duodeno.

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Fig. 04: O fígado e o pâncreas são 2 glândulas anexas ao sistema digestório.

1.2 Fisiologia do Sistema Digestório


A digestão começa na boca com a ação mecânica dos dentes auxiliada
pelos movimentos da língua. Os dentes cortam e trituram os alimentos, mas
não os modificam quimicamente. O cheiro e o gosto dos alimentos, sentido
graças às papilas gustativas da língua, estimulam as glândulas salivares a
produzir e liberar saliva na cavidade bucal. Os seres humanos possuem três
pares dessas glândulas: as parótidas, as submaxilares e as sublinguais. A
saliva umedece o alimento e, por conter a enzima amilase salivar, inicia
a digestão do amido e também do glicogênio, ambos polissacarídeos. Da
quebra dessas substâncias são liberadas moléculas de maltose. A amilase
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salivar (ou ptialina) atua no pH neutro da boca, mas desnatura quando


chega ao estômago, devido ao seu pH ácido. Após a mastigação, o alimento
é deglutido e passa para a faringe. Abaixo da faringe, existe uma membrana
cartilaginosa chamada epiglote, que, no momento da deglutição, se fecha
e impede que o alimento entre na laringe, que pertence ao sistema
respiratório. Quando, por algum motivo, esse mecanismo falha e alguma
partícula passa para a laringe, apresentamos o reflexo da tosse, com o
objetivo de eliminar esse objeto.

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Após a faringe, o alimento é conduzido, portanto, para o esôfago, que


é um tubo revestido por musculatura lisa, com a função de transportar o
bolo alimentar até o estômago. Esse transporte é feito por contrações
rítmicas e lentas da musculatura, chamadas movimentos peristálticos,
ou somente peristalse. A peristalse ocorre em todo o tubo digestório e faz
com que o alimento seja conduzido somente na direção boca  ânus.

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Fig. 05: Os movimentos peristálticos impulsionam o alimento pelo tubo digestório.

O estômago consiste em uma dilatação do tubo digestório, onde o


bolo alimentar passa boa parte do tempo, sofrendo ação de substâncias
secretadas no local. O pH do estômago é ácido, com valor em torno de 2, o
que contribui para a eliminação de bactérias e para a atuação de suas
enzimas. Essa acidez é gerada pela liberação de ácido clorídrico na mucosa

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estomacal. O chamado suco gástrico apresenta como principal enzima a


pepsina. Essa enzima é produzida na forma inativa de pepsinogênio e é
ativada pelo ácido clorídrico. A pepsina atua sobre as proteínas, quebrando
ligações peptídicas e produzindo fragmentos proteicos chamados peptonas.
A renina é outra enzima presente no suco gástrico e atua na digestão da
caseína, principal proteína do leite. A renina é produzida em maior
quantidade em recém-nascidos e crianças do que em adultos, justamente
pela relação com a digestão do leite, mais consumido no início da vida. Após
a digestão no estômago, que pode durar mais de quatro horas, a massa
resultante chamada quimo, é liberada aos poucos para o duodeno, através
do esfíncter pilórico. Esfíncteres são musculaturas circulares presentes em
pontos de regulação de fluxo no tubo digestório, como a entrada e a saída
do estômago, entre o intestino delgado e o grosso, e no ânus.
Quando o quimo chega ao duodeno, ele sofre ação de 3 secreções:
suco intestinal, suco pancreático e bile. O suco pancreático possui,
além de enzimas, bicarbonato de sódio, que torna alcalino o pH do conteúdo
intestinal. Isso desnatura as enzimas estomacais e permite a atividade das
enzimas liberadas no duodeno. As proteínas, que começaram a ser
digeridas no estômago, continuam esse processo sob ação da
quimotripsina e da tripsina presentes no suco pancreático, gerando
oligopeptídeos como produtos. Sua digestão termina com a ação das
peptidases presentes no suco intestinal, que reduz os oligopeptídeos a
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aminoácidos isolados. A amilase pancreática continua a digestão dos


polissacarídeos iniciada pela amilase salivar. A digestão dos carboidratos é
finalizada pelas carboidrases presentes no suco intestinal, que liberam os
monossacarídeos que os compõem. O suco pancreático também contém as
nucleases, que digerem o DNA e o RNA, liberando seus nucleotídeos. Os
lipídeos sofrem ação da bile, produzida pelo fígado e armazenada na
vesícula biliar. A bile não apresenta enzimas, e sim sais biliares, que
atuam sobre as gorduras, transformando-as em gotículas menores, no
processo chamado emulsificação. Isso permite que a lipase pancreática
atue de forma mais eficiente sobre os lipídeos e os quebre liberando ácidos

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graxos e glicerol. Após todas essas reações catalisadas pelas enzimas


liberadas no duodeno, o quimo passa a apresentar uma consistência mais
líquida e esbranquiçada, recebendo o nome de quilo.

Secreção Enzimas pH Substratos Produtos


ótimo
Amilase Neutro Polissacarídeos Maltose e glicose
Saliva
salivar
Pepsina Ácido Proteínas Peptonas
Suco
Renina Ácido Caseína Caseína
gástrico
solúvel insolúvel
Tripsina e Básico Proteínas e Oligopeptídeos
quimotripsina peptonas
Amilase Básico Polissacarídeos Maltose e glicose
Suco
pancreática
pancreático
Lipase Básico Lipídeos Ácidos graxos e
pancreática glicerol
Nucleases Básico DNA e RNA Nucleotídeos
Suco Peptidases Básico Oligopeptídeos Aminoácidos
intestinal Carboidrases Básico Dissacarídeos Monossacarídeos

Após a digestão, os nutrientes são suficientemente pequenos para


serem absorvidos através das células intestinais, chegando à circulação.
Com a exceção do álcool, da água e de alguns sais, que podem ser
absorvidos pelo estômago, a grande maioria dos nutrientes terá sua
absorção no intestino delgado. A parede do intestino delgado é repleta de
dobras chamadas vilosidades intestinais. As células que compõem as
vilosidades, por sua vez, também apresentam dobras microscópicas
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chamadas microvilosidades. Essa configuração tem por finalidade ampliar


a superfície de contato com os nutrientes, aumentando assim a eficiência
na sua absorção.

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Fig. 06: A maior parte da absorção de substâncias acontece no intestino delgado.

Os monossacarídeos e os aminoácidos, após serem absorvidos pelas


células intestinais, passam para os capilares sanguíneos adjacentes e são
conduzidos até o fígado pela veia porta-hepática. O fígado tem papel
importante na manutenção dos níveis de glicose circulante no sangue. Ele
armazena glicose na forma de glicogênio e, em situações de baixa na
glicemia (taxa de glicose no sangue), ele repõe essa glicose através da
quebra do glicogênio. Do fígado, monossacarídeos e aminoácidos são
levados ao coração pela veia cava inferior e, de lá, são distribuídos para
todo o corpo.
Após absorvidos, ácidos graxos e glicerol se ligam novamente
formando lipídeos e passam para os vasos linfáticos intestinais. De lá, são
conduzidos ao coração pela veia cava. Como os lipídeos são insolúveis em
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água, após uma refeição rica em gorduras, o sangue fica com uma
aparência leitosa por conta das bolhas formadas por elas.
Após a absorção dos nutrientes, os restos da digestão chegam ao
intestino grosso. Lá, eles permanecem de 1 a 3 dias. Portanto, é impossível
que uma pessoa faça uma refeição e logo após produza fezes que sejam
provenientes daquele alimento. O que acontece é que a peristalse é
estimulada pela presença do alimento no tubo digestório e isso pode
desencadear também o processo de liberação das fezes já presentes no
intestino grosso. Durante a formação do bolo fecal, há grande proliferação

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de microrganismos e absorção de parte da água e dos sais restantes. Por


fim, as fezes são compostas por bactérias, sais, muco, fibras vegetais e
outros elementos que não foram digeridos. Muitas das bactérias presentes
no intestino grosso oferecem benefícios aos seres humanos, como a
produção de vitaminas. Em retorno, nós oferecemos alimento e proteção a
elas. Essas bactérias compõem a chamada flora intestinal e também
evitam a proliferação de outros microrganismos prejudiciais. Quando ocorre
alguma irritação no intestino devido a uma infecção ou substância
prejudicial, a peristalse é acelerada com o intuito de eliminar mais
rapidamente a causa do problema. Assim, os restos da digestão
permanecem por menos tempo no intestino grosso e, com isso, menos água
é absorvida. O resultado é a liberação de fezes mais líquidas em episódios
que chamamos de diarreias. A diarreia carrega também boa quantidade
de bactérias da flora intestinal. Nesse ponto é que entram os remédios à
base de leveduras (Saccharomyces boulardii) com o intuito de restabelecer
a flora intestinal perdida. Por fim, os restos da digestão alcançam a porção
final do tubo digestório, que recebe o nome de reto e, na defecação, as
fezes são liberadas no ambiente passando pelo ânus.
Na região terminal do intestino grosso, existe um prolongamento de
fungo cego chamado apêndice vermiforme. Ele pode ser considerado um
órgão vestigial, pois durante a história evolutiva do ser humano, ele perdeu
gradativamente sua função, associadamente à mudança de padrão
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alimentar dos nossos ancestrais. Sabe-se que hoje o apêndice apresenta


um papel secundário na proliferação de células do sistema imunológico.

2 Sistema Circulatório Humano

A circulação tem como objetivos distribuir nutrientes obtidos na


digestão para todas células do corpo, bem como levar gás oxigênio até os
tecidos, e também hormônios até seus locais de atuação. Por outro lado, é
a circulação que remove dos tecidos o gás carbônico produzido na
respiração celular e também os produtos da excreção, principalmente
amônia e ureia. Além disso, o sistema imunológico utiliza a circulação para

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combater agentes invasores, por intermédio dos glóbulos brancos presentes


no sangue e da produção de anticorpos específicos. Outro papel do sistema
circulatório é auxiliar a manutenção da temperatura corporal, com o
aumento ou a diminuição da circulação periférica. A dilatação dos vasos
sanguíneos da pele aumenta o fluxo de sangue nessa região, aumentando
também a perda de calor para o ambiente, diminuindo a temperatura
corporal. Do mesmo modo, quando o corpo esfria, os vasos periféricos
contraem, diminuindo o fluxo sanguíneo e também a perda de calor.
Nos diversos grupos de animais, existem várias estratégias para
cumprir os objetivos da circulação, indo desde a difusão de substâncias
célula a célula até a sistemas circulatórios onde o sangue é conduzido
apenas no interior de vasos. Esse último é o caso do ser humano, que
apresenta, portanto, um sistema circulatório fechado e com a chamada
circulação dupla, uma vez que o sangue passa duas vezes pelo coração a
cada ciclo completo. Veremos, agora, os componentes do nosso sistema
circulatório, e como eles trabalham em conjunto para atingir seus objetivos.

SANGUE
O sangue é composto por uma parte líquida, o plasma, e por uma
parte sólida que chamamos de elementos figurados. A maior parte do
plasma é composta por água. O restante é constituído por diversas
substâncias dissolvidas como os nutrientes, hormônios, excretas e gases.
Diversas proteínas também são transportadas pelo plasma, sendo que um
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grupo especial delas tem importante função no combate a agentes


infecciosos: as imunoglobulinas (anticorpos).
Os elementos figurados do sangue são três: hemácias, glóbulos
brancos e plaquetas.

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Fig. 07: Componentes do sangue.

As hemácias (ou glóbulos vermelhos) são as células sanguíneas mais


numerosas. Durante o seu desenvolvimento elas perdem seu núcleo e, por
isso, duram apenas cerca de 90 a 120 dias até serem substituídas por outras
produzidas na medula óssea. Sua coloração vermelha é proveniente das
moléculas de hemoglobina, responsáveis pelo transporte do gás oxigênio e
de parte do gás carbônico que circulam no sangue. Na condição chamada
anemia, as pessoas apresentam dificuldade para transportar gás oxigênio
até suas células, em decorrência da diminuição da quantidade de
hemoglobina presente no sangue. Isso pode ocorrer devido à diminuição no
número de hemácias por conta de alguma hemorragia, ou pela deficiência
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de íons ferro, componentes essenciais da hemoglobina. Um fator que pode


alterar a quantidade de hemácias circulantes é a altitude em que o indivíduo
se encontra. Locais mais altos apresentam atmosfera mais rarefeita, com
menor concentração de gás oxigênio. Com isso, pessoas não aclimatadas
podem sentir falta de ar, pois não conseguem oxigenar de maneira correta
suas células. Uma solução para isso é a produção de um número maior de
hemácias, aumentando a eficiência do transporte de oxigênio pelo sangue.
Esse é o motivo pelo qual jogadores de futebol devem chegar com alguns
dias de antecedência em locais de jogos que fiquem em grandes altitudes.

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Os leucócitos (glóbulos brancos) são um grupo de células nucleadas e


maiores do que as hemácias. Sua principal função é atuar na defesa do
organismo contra agentes patogênicos ou substâncias nocivas presentes
nos tecidos. Quando ocorre uma infecção, o número dessas células aumenta
bastante, no intuito de melhor combatê-la.
As plaquetas são fragmentos celulares com a função de atuar na
coagulação do sangue. Esse processo é importante para estancar
sangramentos oriundos de uma lesão. Nessas situações, as plaquetas
iniciam uma série de reações que termina com a produção de uma rede de
proteínas chamadas fibrinas, que envolvem as células sanguíneas e formam
o coágulo. Os portadores de uma doença genética chamada hemofilia, são
incapazes de realizar o processo de coagulação corretamente e podem
sofrer sangramentos prolongados mesmo devido a pequenas lesões.

Fig. 08: Coagulação sanguínea.

CORAÇÃO
O coração humano é um órgão musculoso, oco, situado na região
mediana do peito e levemente apontando para o lado esquerdo. A
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musculatura estriada cardíaca leva o nome de miocárdio. Nosso coração


possui quatro cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. O ventrículo esquerdo
é mais desenvolvido do que o direito, pois ele bombeia sangue para o corpo
todo, ao contrário do direito que bombeia sangue para os pulmões. Entre
os átrios e os ventrículos existem válvulas que impedem o retorno do
sangue no sentido contrário. Do lado esquerdo fica a válvula mitral
(bicúspide) e do lado direito fica a válvula tricúspide. A vascularização do
miocárdio é feita pelas artérias e veias coronárias.

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Fig. 09: Coração humano. AE: átrio esquerdo; AD: átrio direito; VE: ventrículo esquerdo; VD:
ventrículo direito; AA: artéria aorta; AP: artérias pulmonares; VPE: veias pulmonares esquerdas;
VPD: veias pulmonares direitas; VCS: veia cava superior; VCI: veia cava inferior; C: coronárias.

Quando ocorre um entupimento em um desses vasos, uma parte do


coração pode ficar sem receber sangue e, por isso, deixa de ter energia
para se contrair. Essa situação leva ao chamado infarto do miocárdio, que
pode inclusive levar o indivíduo à morte. Esses entupimentos podem ser
decorrentes da deposição de placas de colesterol no interior dos vasos
sanguíneos, na situação chamada aterosclerose.

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Fig. 10: Na aterosclerose, ocorre a deposição de colesterol no interior do vaso sanguíneo, levando
à redução do seu calibre e podendo ocasionar uma obstrução no fluxo sanguíneo.

A contração de cavidades cardíacas é chamada sístole, e o seu


relaxamento é chamado diástole. Assim, quando os átrios estão em sístole,
os ventrículos estão em diástole e vice-versa.

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ARTÉRIAS
As artérias conduzem o sangue do coração para todas as partes do
corpo. Sua parede é mais espessa do que a das veias, pois a pressão do
sangue que circula por elas é maior. As ramificações menores das artérias
são chamadas arteríolas e suas ramificações dão origem ainda aos
capilares sanguíneos. As principais artérias do nosso corpo são a aorta
e as artérias pulmonares, que saem do coração pelo ventrículo esquerdo
e pelo direito, respectivamente.

Fig. 11: Os vasos sanguíneos que compõem nosso sistema circulatório.


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CAPILARES SANGUÍNEOS
Capilares são vasos bem finos, compostos por uma única camada de
células chamada endotélio. Eles banham os tecidos do nosso corpo e, devido
aos espaços entre suas células, permitem a passagem do chamado líquido
tissular, que abastece as células com nutrientes e gás oxigênio e coleta gás
carbônico e excretas. São os capilares que fazem a conexão entre as
arteríolas e as vênulas.

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VEIAS
Veias são vasos de menor espessura e mais superficiais do que as
artérias. Elas conduzem o sangue dos tecidos de volta ao coração. As veias
maiores possuem válvulas que impedem o refluxo do sangue no sentido
contrário. Como a pressão sanguínea nesses vasos é menor, a impulsão do
sangue é possibilitada pela contração da musculatura onde eles estão. É
por isso que é importante, durante viagens muito longas de avião ou ônibus,
levantar e caminhar periodicamente. Esse movimento faz com que as
contrações da musculatura da perna auxiliem a circulação do sangue nesses
locais. As veias de maior calibre do nosso corpo são as veias cavas e as
veias pulmonares.

Fig. 12: As válvulas venosas mantêm o fluxo unidirecional do sangue.

FISIOLOGIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO HUMANO


Podemos dividir nossa circulação sanguínea em dois circuitos: a
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circulação pulmonar (pequena circulação) e a circulação sistêmica (grande


circulação). O circuito completo envolve duas passagens do sangue pelo
coração e, por isso, dizemos que nossa circulação é dupla. Como nosso
coração tem 4 cavidades, não há mistura de sangue arterial (muito
oxigenado) com sangue venoso (pouco oxigenado). Assim, no lado
esquerdo do coração só circula sangue arterial, enquanto que no lado direito
só circula sangue venoso. Tomando como ponto de partida o ventrículo
esquerdo, o caminho que o sangue percorre até retornar a essa cavidade
é: artéria aorta, arteríolas, capilares sanguíneos, vênulas, veias cavas

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(superior ou inferior), átrio direito, ventrículo direito, artérias pulmonares,


pulmões, átrio esquerdo, ventrículo esquerdo. Deixei em vermelho as
partes onde o sangue circulante é rico em oxigênio (sangue arterial) e em
azul as partes onde o sangue é pobre em oxigênio (sangue venoso). Nos
capilares sanguíneos, o sangue arterial perde gás oxigênio para os tecidos
e absorve gás carbônico tornando-se venoso. Nos pulmões ocorre o
processo inverso. Observe que as artérias pulmonares carregam sangue
venoso até os pulmões e as veias pulmonares carregam sangue arterial até
o coração.

Fig. 13: Trajeto realizado pelo sangue no sistema circulatório.

A pressão sanguínea refere-se à pressão com a qual o sangue circula


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nas artérias. Ela é composta por 2 valores que correspondem à pressão


sistólica, ou seja, a maior; e a pressão diastólica, que é o menor valor. A
pressão normal de um indivíduo gira em torno de 120mm Hg (sistólica) e
80 mm Hg (diastólica). É daí que vem a expressão “12 por 8” para dizer
que está tudo ok!
Existem diversos fatores que influenciam na pressão sanguínea de um
indivíduo, como por exemplo o volume de sangue circulante e o calibre dos
vasos sanguíneos. O raciocínio é o mesmo para qualquer tipo de líquido.
Imagine um balão de borracha fechado cheio de água. Se você apertar o

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balão, a pressão da água dentro dele aumentará. Do mesmo modo, se os


vasos sanguíneos se comprimirem (vasoconstrição), o sangue também será
submetido a uma maior pressão. Por outro lado, com a vasodilatação,
diminui a pressão sanguínea. Se a alteração for no volume sanguíneo, a
pressão também será alterada. Por exemplo, ao ingerirmos muito sal,
aumentamos a concentração sanguínea, o que faz com que os vasos
recebam água por osmose vinda dos tecidos. Isso aumenta o volume
sanguíneo e, consequentemente, a pressão sanguínea. É por isso que
pessoas que sofrem de hipertensão não podem consumir alimentos ricos
em sal.

Fig. 14: O sangue entra no coração através dos átrios, passa para os ventrículos e sai pelas
artérias aorta e pulmonares.

O SISTEMA LINFÁTICO
Além dos vasos sanguíneos, nosso corpo conta com uma extensa rede
de vasos chamados linfáticos. Eles transportam um líquido chamado linfa
que é proveniente do líquido tissular que não foi reabsorvido pelos capilares
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sanguíneos. Quando essa drenagem de líquido tissular não é realizada


normalmente, ocorrem os inchaços chamados edemas. A linfa é composta
por plasma e glóbulos brancos, não contendo hemácias. Os vasos linfáticos,
ao contrário dos sanguíneos, possuem fungo cego, e a rede formada por
eles conecta-se às veias provenientes dos braços.

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Fig. 15: Sistema linfático.

Em alguns pontos do sistema de vasos linfáticos, existem estruturas


mais dilatadas chamadas linfonodos. Os linfonodos apresentam papel
importante na identificação e destruição de substâncias e microrganismos
nocivos, uma vez que possuem grande quantidade de leucócitos. Quando
ocorre uma infecção, é comum que os linfonodos próximos ao foco,
aumentem de tamanho, devido à maior proliferação de glóbulos brancos.
Quando isso acontece, temos o aparecimento das chamadas ínguas. Os
linfonodos encontram-se principalmente no pescoço, nas axilas e na virilha.
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A DEFESA DO NOSSO CORPO


Como vimos, os leucócitos do sangue são células que atuam no
combate a agentes nocivos ao nosso organismo. Compõem, portanto, o
nosso sistema imunológico. Os leucócitos são produzidos na medula
óssea, assim como as outras células sanguíneas e, após seu
amadurecimento, caem na circulação e podem se instalar em órgãos como
os linfonodos, as adenoides, as amígdalas (tonsilas), o apêndice vermiforme
e o baço.

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Os leucócitos são capazes de identificar, fagocitar e produzir anticorpos


como resposta a qualquer partícula estranha que se encontre no nosso
organismo. Essas partículas que desencadeiam uma resposta imunológica
são chamadas de antígenos. Os anticorpos são proteínas produzidas pelos
linfócitos (um tipo de leucócito) e são extremamente específicas em relação
ao antígeno que combatem.

Fig. 16: Anticorpos são proteínas da classe das imunoglobulinas. Observe o antígeno ligado à
porção superior direita desse anticorpo.

Após o primeiro contato com um antígeno, existem células de memória


que guardam a informação daquele patógeno e, num segundo contato,
desencadeiam a reposta imunológica muito mais rapidamente, podendo,
inclusive, evitar o desenvolvimento de uma doença. Dizemos, assim, que o
indivíduo desenvolve imunidade àquele patógeno específico. Baseado nisso,
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podemos estimular nosso corpo a produzir anticorpos e células de memória


para um determinado antígeno. Basta injetarmos o antígeno inativo no
nosso corpo para que, assim, a resposta imunológica seja iniciada, mas sem
que desenvolvamos a doença. Esse é o princípio das vacinas. Quando
tomamos uma vacina contra o tétano, por exemplo, estamos recebendo a
sua bactéria inativada. Isso faz com que nossos leucócitos reconheçam o
antígeno, produzam anticorpos contra ele e células de memória. No próximo
contato com essa bactéria, a resposta imunológica será tão rápida, que não
desenvolveremos a doença. A imunização realizada pelas vacinas é
chamada de ativa, pois estimula o organismo a produzir seus próprios
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anticorpos e constitui uma forma de prevenção contra doenças. Em alguns


casos, como após uma picada de cobra, faz-se necessária uma resposta
imunológica imediata. Uma vacina demoraria muito para estimular a
produção de anticorpos e a pessoa poderia morrer muito antes disso
acontecer. Assim, são utilizados os soros, que já contêm anticorpos prontos
e específicos para o antígeno a se combater. Os soros são produzidos a
partir de anticorpos de outros animais e, quando injetados, atuam
prontamente na inativação do antígeno. Como os soros não estimulam a
produção de anticorpos na pessoa que os recebe, dizemos que sua
imunização é passiva.

3 Sistema Respiratório Humano

Todos os seres vivos precisam de alguma forma de obter energia na


forma de ATP para que possam realizar seus processos celulares. A grande
maioria dos seres vivos utiliza o gás oxigênio no processo de oxidação da
matéria orgânica para obtenção do ATP. Os animais apresentam diversas
estratégias para fazer esse gás oxigênio chegar até suas células, mas todas
elas dependem da presença de uma superfície úmida e permeável para que
possa ocorrer a difusão tanto do oxigênio quanto do gás carbônico
produzido na respiração celular. Muitos invertebrados e também alguns
vertebrados como os anfíbios realizam essas trocas gasosas através da pele
(respiração cutânea). Outros, como os insetos, possuem canais espalhados
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no corpo que levam o ar até os tecidos (respiração traqueal). Grande parte


dos animais aquáticos apresentam estruturas capazes de realizar trocas
gasosas na água (respiração branquial). Mas a forma mais adaptada ao
ambiente terrestre e presente nos seres humanos é a respiração
pulmonar.
Veremos agora como é a anatomia e a fisiologia do sistema respiratório
humano.

O CAMINHO DO AR NO SISTEMA RESPIRATÓRIO

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O ar entra, normalmente, pelas narinas, onde é aquecido e umedecido


no seu trajeto dentro das fossas nasais. Os pelos presentes nesse local e
o muco produzido pelas células epiteliais auxiliam na retenção de impurezas
presentes no ar. Dali o ar passa para a faringe, que é compartilhada tanto
pelo sistema respiratório quanto pelo digestório. No fim da faringe, existe
uma membrana cartilaginosa chamada epiglote, que, quando aberta,
permite a passagem do ar para a laringe.
Como vimos anteriormente, a epiglote se fecha quando engolimos o
alimento, fazendo com que ele seja direcionado para o esôfago e não para
a laringe. É na laringe que se situam as pregas vocais. Sua vibração
provocada pela passagem do ar é que gera o som da nossa voz. As peças
cartilaginosas presentes na laringe formam uma proeminência mais
evidente nos homens e chamada vulgarmente de pomo de adão. Da laringe,
o ar passa para a traqueia, que é um tubo com cerca de 10 cm de
comprimento e reforçado por anéis cartilaginosos.
A traqueia se ramifica em dois brônquios, que entram nos pulmões e
se ramificam em bronquíolos cada vez mais finos. Os anéis cartilaginosos
presentes não só na traqueia como nos brônquios e bronquíolos tem papel
importante na manutenção desses tubos sempre abertos. Além disso, eles
apresentam células ciliadas e produtoras de muco em seu epitélio, que
literalmente varrem as impurezas presentes no ar em direção à garganta.
Esse muco com impurezas, ao chegar à faringe é deglutido e vai para o tubo
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digestório. Os pulmões são um par de órgãos esponjosos, sendo que o


direito é um pouco maior do que o esquerdo em decorrência da presença
do coração no interior da caixa torácica. Sua coloração é rosada em pessoas
saudáveis e escurecida em fumantes. As pleuras revestem externamente
os pulmões e auxiliam o seu deslizamento no interior da caixa torácica
durante os movimentos respiratório.

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Fig. 17: Sistema respiratório humano

Nas porções terminais de cada bronquíolo existe um conjunto de


pequenas bolsas chamadas alvéolos pulmonares. Essas estruturas
possuem parede bem fina e são envolvidas por capilares sanguíneos com
os quais ocorre a difusão dos gases respiratórios no processo de hematose.
Na hematose, o gás oxigênio do ar do interior dos alvéolos passa para os
capilares sanguíneos por difusão, uma vez que está mais concentrado no ar
do que no sangue. Nessa situação dizemos que a pressão parcial de gás
oxigênio (pO2) é maior no ar dos alvéolos do que no sangue. Por isso, a
difusão ocorre nesse sentido. O gás carbônico chega ao sangue dos
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capilares alveolares com pressão parcial maior do que a do ar e, por isso,


faz o processo inverso e se difunde do sangue para o ar dos alvéolos.

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Fig. 18: A hematose acontece entre o ar dos alvéolos pulmonares e o sangue dos capilares.

VENTILAÇÃO PULMONAR
Somos capazes de respirar mesmo quando estamos dormindo. Isso
indica que os movimentos respiratórios possuem um componente
involuntário controlado pelo sistema nervoso. É claro que, se quisermos,
conseguimos alterar a frequência respiratória ou até mesmo ficar um tempo
sem respirar, mas chega um momento em que, involuntariamente nossa
musculatura torácica é estimulada a se contrair ou se relaxar para
restabelecer a respiração normal. Esse é o motivo pelo qual pessoas que
morrem afogadas são encontradas com os pulmões cheios de água. Antes
de morrer, involuntariamente elas inspiram e assim a água entra no sistema
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respiratório.
Os músculos responsáveis pela inspiração e expiração são o
diafragma e os músculos intercostais. O diafragma é uma membrana que
separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. Quando ele se contrai,
ele desce e aumenta o volume da caixa torácica. Ao mesmo tempo, os
músculos intercostais também se contraem e contribuem para esse
aumento de volume. Com isso, a pressão dentro dos pulmões fica menor,
e o ar é impelido para o interior do sistema respiratório, durante a
inspiração. Já na expiração, ocorre o inverso, e tanto o diafragma quanto

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os músculos intercostais relaxam diminuindo o volume da caixa torácica.


Isso aumenta a pressão no interior dos pulmões e expulsa o ar que está
contido neles.

O TRANSPORTE DE GASES RESPIRATÓRIOS NO SANGUE


É importante lembrar que cerca de 79% do ar atmosférico
correspondem ao gás nitrogênio, que não é absorvido na respiração. Assim,
os gases que atuarão no processo são o gás oxigênio e o gás carbônico.
Durante a hematose, nos alvéolos, o oxigênio corresponde a cerca de 21%
do ar presente. Aproximadamente 7% desse gás é absorvido, fazendo com
que o ar expirado tenha cerca de 14% de gás oxigênio. Em relação ao gás
carbônico, o ar inspirado chega aos alvéolos com cerca de 0,03% e sai com
cerca de 5,6%.
Ao passar para o sangue, todo o gás oxigênio é captado pelas
hemácias, se liga à hemoglobina (formando a oxiemoglobina) e começa seu
transporte até as células do nosso corpo. Para o gás carbônico, a situação
é diferente. Apenas uma pequena parte se associa à hemoglobina formando
a carboemoglobina. O restante é transportado pelo plasma, principalmente
na forma de íon bicarbonato. Segue abaixo a reação que indica como o gás
carbônico reage com a água do plasma sanguíneo.
CO2 + H2O  H2CO3  H+ + HCO3-
O acúmulo de gás carbônico no organismo leva ao aumento de íons
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hidrogênio e bicarbonato no sangue, fazendo com que o pH se torne mais


ácido. Essa acidez é detectada pelo sistema nervoso, que estimula o
aumento da frequência respiratória para que a situação seja revertida.
Quando o sangue arterial chega aos tecidos, as diferenças de pressões
parciais de oxigênio e gás carbônico fazem com que o oxigênio se difunda
do sangue para os tecidos e o gás carbônico se difunda dos tecidos para o
sangue dos capilares.
Enquanto o gás oxigênio e o gás carbônico se ligam de forma reversível
com a hemoglobina das hemácias, o monóxido de carbono, quando
inalado, inutiliza permanentemente as moléculas de hemoglobina por

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realizar com elas uma ligação estável, gerando a carboxiemoglobina. Se a


pessoa inalar grande quantidade desse gás, ela perde a capacidade de
transportar oxigênio para suas células e pode acabar morrendo por asfixia.
Esse gás é liberado na queima de combustíveis fósseis como a que acontece
em automóveis. É por isso que não se deve permanecer em locais fechados
com o carro ligado por muito tempo, e é por isso também que túneis
possuem grandes circuladores de ar.

4 Sistema Urinário Humano

As células produzem diversas substâncias em decorrência de suas


reações metabólicas. Algumas delas são tóxicas e devem ser eliminadas do
organismo. Chamamos esse tipo de substâncias de excretas, sendo que o
principal grupo deles é o dos excretas nitrogenados. Eles são oriundos
da metabolização de aminoácidos e nucleotídeos, ambas substâncias que
levam nitrogênio em sua composição. Os excretas nitrogenados incluem a
amônia, a ureia e o ácido úrico, que, nessa mesma sequência apresentam
toxicidade indo da maior para a menor. Como a amônia é o excreta mais
tóxico, ela precisa de mais água para ser eliminada do corpo. Por isso, ela
está mais presente na urina de animais aquáticos como peixes e
invertebrados que ocupam ambientes com maior disponibilidade de água.
O ácido úrico é o excreta nitrogenado menos tóxico e, por isso, pode ser
eliminado com pouquíssima água. De fato, animais como répteis e aves
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eliminam uma urina pastosa como adaptação a ambientes terrestres e, no


caso das aves, como uma adaptação ao voo devido ao menor volume a ser
carregado. A ureia é o excreta nitrogenado de toxicidade intermediária e é
a principal substância eliminada na urina de mamíferos, incluindo os seres
humanos.

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Fig. 19: Resíduos metabólicos, com destaque para os excretas nitrogenados.

COMPONENTES DO SISTEMA URINÁRIO HUMANO


Nosso sistema urinário é composto por um par de rins e pelas vias
uriníferas, nas quais incluem-se as pelves renais, os dois ureteres, a
bexiga urinária e a uretra.

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Fig. 20: Sistema urinário humano

Os rins são órgãos em forma de feijão, com aproximadamente 10 cm


de comprimento e cor marrom-avermelhada. Ocupam posição na cavidade
abdominal logo abaixo do diafragma e mais próximos à região posterior do
corpo. É neles que a urina é produzida. A unidade morfofuncional do rim é
o néfron, onde especificamente ocorre o processo de formação da urina.
Cada rim tem cerca de 1 milhão de néfrons que se situam no chamado
córtex renal. A urina produzida neles é coletada pelas pirâmides renais que,
por sua vez conduzem a urina aos cálices renais. Estes desembocam na
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pelve renal, de onde a urina é conduzida aos ureteres e, posteriormente à


bexiga, onde fica armazenada até a sua liberação pela uretra.

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Fig. 21: O néfron é a unidade morfofuncional do rim.

A FORMAÇÃO DA URINA
O sangue chega aos rins através de suas artérias renais, carregando
as substâncias que estejam em excesso no nosso organismo, como sais
minerais, ureia e ácido úrico. As artérias renais se ramificam em arteríolas
e cada uma delas vai suprir um néfron com sangue a ser filtrado. Ao chegar
ao néfron, essa arteríola é chamada de aferente, e entra numa região
chamada cápsula renal. Lá, a arteríola forma um emaranhado de capilares
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chamado glomérulo renal. O sangue que chega a esse local está sob alta
pressão e isso força parte do seu conteúdo para fora dos capilares e para o
interior da cápsula renal (cápsula de Bowman). Esse líquido chama-se
filtrado glomerular e é composto por água, sais, glicose, aminoácidos,
ureia e outras substâncias que sejam suficientemente pequenas para
atravessar a parede dos capilares. O filtrado passa, então, para o túbulo
contorcido proximal, para a alça de Henle e para o túbulo contorcido
distal, até chegar ao ducto coletor. Durante esse caminho, a maior parte
das substâncias úteis ao organismo será reabsorvida pelos capilares

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oriundos da arteríola eferente. Isso inclui toda a glicose, todos os


aminoácidos, todas as vitaminas e a maior parte dos sais minerais. Esse
processo é feito ativamente, com gasto de energia e, consequentemente,
acaba fazendo com que grande parte da água seja também reabsorvida,
uma vez que o sangue dos capilares fica mais concentrado do que a urina
em formação.
Quando, devido a alguma anormalidade, uma substância encontra-se
em quantidade muito elevada no filtrado glomerular, os túbulos renais são
incapazes de reabsorvê-la totalmente e ela acaba sendo eliminada na urina.
É o que acontece com indivíduos diabéticos, devido à alta quantidade de
glicose no sangue.
No túbulo contorcido distal ocorre ainda a absorção ativa de excretas
como o ácido úrico e a amônia, que vão se juntar ao conteúdo do filtrado e
formar a urina, que passa para o ducto coletor. Assim, a urina pronta é
composta principalmente por água e ureia e, em menor quantidade,
amônia, ácido úrico, sais e outras substâncias.
Os capilares oriundos da arteríola eferente se reúnem e formam uma
vênula que ao se juntar com as vênulas de outros néfrons, desemboca na
veia renal que levará o sangue de volta ao coração.
A urina produzida nos rins é armazenada na bexiga, que, quando cheia,
é estimulada a eliminar seu conteúdo via uretra. O controle da micção (ato
de urinar) passa a ser realizado voluntariamente depois de 2 a 4 anos de
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idade, devido ao amadurecimento do sistema nervoso e do controle da


musculatura envolvida no processo.

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Fig. 22: Formação da urina.

O PAPEL DO HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO


Os rins controlam o tempo inteiro a quantidade de substâncias no
nosso organismo, contribuindo intensamente para a homeostase. Quando
determinada substância está em excesso, os rins aumentam sua eliminação
na urina. Isso vale, inclusive, para a água, uma vez que quando ingerimos
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muito líquido nossa urina se torna mais abundante e diluída. O controle


hormonal da reabsorção de água é realizado pelo hormônio antidiurético
(ADH). Quando a concentração do sangue aumenta, devido à baixa ingestão
de água, o ADH é liberado pela hipófise e atua nos túbulos renais
aumentando a reabsorção de água. O resultado é uma urina mais
concentrada e menos abundante. Algumas substâncias são capazes de inibir
a ação do ADH, como o álcool e a cafeína. Isso explica o fato da ingestão
de bebidas alcoólicas aumentar a diurese (produção de urina).

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Vamos ficando por aqui na aula 09 sobre fisiologia humana. Na


aula 10 continuaremos nesse assunto. Bom estudo a todos e até a
próxima!

5. QUESTÕES COMENTADAS

1. (ENEM 1999, Amarela, Q43) A variação da quantidade de anticorpos


específicos foi medida por meio de uma experiência controlada, em duas
crianças durante um certo período de tempo. Para a imunização de cada
uma das crianças foram utilizados dois procedimentos diferentes:
Criança I: aplicação de soro imune.
Criança II: vacinação.
O gráfico que melhor representa as taxas de variação da quantidade de
anticorpos nas crianças I e II é:

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2. (ENEM 2000, Amarela, Q10) A adaptação dos integrantes da seleção


brasileira de futebol à altitude de La Paz foi muito comentada em 1995, por
ocasião de um torneio, como pode ser lido no texto abaixo.
“A seleção brasileira embarca hoje para La Paz, capital da Bolívia, situada
a 3.700 metros de altitude, onde disputará o torneio Interamérica. A
adaptação deverá ocorrer em um prazo de 10 dias, aproximadamente. O
organismo humano, em altitudes elevadas, necessita desse tempo para se
adaptar, evitando-se, assim, risco de um colapso circulatório.”
(Adaptado da revista Placar, edição fev.1995)

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A adaptação da equipe foi necessária principalmente porque a atmosfera de


La Paz, quando comparada à das cidades brasileiras, apresenta:
(A) menor pressão e menor concentração de oxigênio.
(B) maior pressão e maior quantidade de oxigênio.
(C) maior pressão e maior concentração de gás carbônico.
(D) menor pressão e maior temperatura.
(E) maior pressão e menor temperatura.

3. (ENEM 2001, Amarela, Q15) O hemograma é um exame laboratorial


que informa o número de hemácias, glóbulos brancos e plaquetas presentes
no sangue. A tabela apresenta os valores considerados normais para
adultos. Os gráficos mostram os resultados do hemograma de 5 estudantes
adultos. Todos os resultados são expressos em número de elementos por
mm3 de sangue.

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Podem estar ocorrendo deficiência no sistema de defesa do organismo,


prejuízos no transporte de gases respiratórios e alterações no processo de
coagulação sanguínea, respectivamente, com os estudantes
(A) Maria, José e Roberto.
(B) Roberto, José e Abel.
(C) Maria, Luísa e Roberto.
(D) Roberto, Maria e Luísa.
(E) Luísa, Roberto e Abel.

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4. (ENEM 2003, Amarela, Q19) Quando o corpo humano é invadido por


elementos estranhos, o sistema imunológico reage. No entanto, muitas
vezes o ataque é tão rápido que pode levar a pessoa à morte. A vacinação
permite ao organismo preparar sua defesa com antecedência. Mas, se
existe suspeita de mal já instalado, é recomendável o uso do soro, que
combate de imediato os elementos estranhos, enquanto o sistema
imunológico se mobiliza para entrar em ação.
Considerando essas informações, o soro específico deve ser usado quando
(A) um idoso deseja se proteger contra gripe.
(B) uma criança for picada por cobra peçonhenta.
(C) um bebê deve ser imunizado contra poliomielite.
(D) uma cidade quer prevenir uma epidemia de sarampo.
(E) uma pessoa vai viajar para região onde existe febre amarela.

5. (ENEM 2009, Azul, Q03) Estima-se que haja atualmente no mundo 40


milhões de pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a AIDS), sendo
que as taxas de novas infecções continuam crescendo, principalmente na
África, Ásia e Rússia. Nesse cenário de pandemia, uma vacina contra o HIV
teria imenso impacto, pois salvaria milhões de vidas. Certamente seria um
marco na história planetária e também uma esperança para as populações
carentes de tratamento antiviral e de acompanhamento médico.
TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids: desafios e esperanças. Ciência
Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).
Uma vacina eficiente contra o HIV deveria
(A) induzir a imunidade, para proteger o organismo da contaminação viral.
(B) ser capaz de alterar o genoma do organismo portador, induzindo a
síntese de enzimas protetoras.
(C) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, impedindo que este
entre nas células do organismo humano.
(D) ser amplamente aplicada em animais, visto que esses são os principais
transmissores do vírus para os seres humanos.
(E) estimular a imunidade, minimizando a transmissão do vírus por
gotículas de saliva.
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6. (ENEM 2010, Azul, Q62) Para explicar a absorção de nutrientes, bem


como a função das microvilosidades das membranas das células que
revestem as paredes internas do intestino delgado, um estudante realizou
o seguinte experimento:
Colocou 200 ml de água em dois recipientes. No primeiro recipiente,
mergulhou, por 5 segundos, um pedaço de papel liso, como na FIGURA 1;
no segundo recipiente, fez o mesmo com um pedaço de papel com dobras
simulando as microvilosidades, conforme FIGURA 2. Os dados obtidos
foram: a quantidade de água absorvida pelo papel liso foi de 8 ml, enquanto
pelo papel dobrado foi de 12 ml.

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Com base nos dados obtidos, infere-se que a função das microvilosidades
intestinais com relação à absorção de nutrientes pelas células das paredes
internas do intestino é a de
(A) manter o volume de absorção.
(B) aumentar a superfície de absorção.
(C) diminuiravelocidadedeabsorção.
(D) aumentar o tempo de absorção.
(E) manter a seletividade na absorção.

7. (ENEM 2010, 2ª aplicação, Azul, Q66) Segundo Jeffrey M. Smith,


pesquisador de um laboratório que faz análises de organismos
geneticamente modificados, após a introdução da soja transgênica no Reino
Unido, aumentaram em 50% os casos de alergias. “O gene que é colocado
na soja cria uma proteína nova que até então não existia na alimentação
humana, a qual poderia ser potencialmente alergênica”, explica o
pesquisador.
Correio do Estado/MS. 19 abr. 2004 (adaptado).
Considerando-se as informações do texto, os grãos transgênicos que podem
causar alergias aos indivíduos que irão consumi-los são aqueles que
apresentam, em sua composição, proteínas
(A) que podem ser reconhecidas como antigênicas pelo sistema imunológico
desses consumidores.
(B) que não são reconhecidas pelos anticorpos produzidos pelo sistema
imunológico desses consumidores.
(C) com estrutura primária idêntica às já encontradas no sistema sanguíneo
desses consumidores. 04178253905

(D) com sequência de aminoácidos idêntica às produzidas pelas células


brancas do sistema sanguíneo desses consumidores.
(E) com estrutura quaternária idêntica à dos anticorpos produzidos pelo
sistema imunológico desses consumidores.

8. (ENEM 2011, Azul, Q48) A produção de soro antiofídico é feita por


meio da extração da peçonha de serpentes que, após tratamento, é
introduzida em um cavalo. Em seguida são feitas sangrias para avaliar a
concentração de anticorpos produzidos pelo cavalo. Quando essa
concentração atinge o valor desejado, é realizada a sangria final para
obtenção do soro. As hemácias são devolvidas ao animal, por meio de uma
técnica denominada plasmatransferese, a fim de reduzir os efeitos
colaterais provocados pela sangria.
Disponível em: http://www.infobibos.com. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).

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A plasmatransferese é importante, pois, se o animal ficar com uma baixa


quantidade de hemácias, poderá apresentar
(A) febre alta e constante.
(B) redução de imunidade.
(C) aumento da pressão arterial.
(D) quadro de leucemia profunda.
(E) problemas no transporte de oxigênio.

9. (ENEM 2011, Azul, Q49) Um paciente deu entrada em um pronto-


socorro apresentando os seguintes sintomas: cansaço, dificuldade em
respirar e sangramento nasal. O médico solicitou um hemograma ao
paciente para definir um diagnóstico. Os resultados estão dispostos na
tabela:

Relacionando os sintomas apresentados pelo paciente com os resultados de


seu hemograma, constata-se que
(A) o sangramento nasal é devido à baixa quantidade de plaquetas, que são
responsáveis pela coagulação sanguínea.
(B) o cansaço ocorreu em função da quantidade de glóbulos brancos, que
são responsáveis pela coagulação sanguínea.
(C) a dificuldade respiratória decorreu da baixa quantidade de glóbulos
vermelhos, que são responsáveis pela defesa imunológica.
(D) o sangramento nasal é decorrente da baixa quantidade de glóbulos
brancos, que são responsáveis pelo transporte de gases no sangue.
(E) a dificuldade respiratória ocorreu pela quantidade de plaquetas, que são
responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue.
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10. (ENEM 2011, Azul, Q53) O vírus do papiloma humano (HPV, na sigla
em inglês) causa o aparecimento de verrugas e infecção persistente, sendo
o principal fator ambiental do câncer de colo de útero nas mulheres. O vírus
pode entrar pela pele ou por mucosas do corpo, o qual desenvolve
anticorpos contra a ameaça, embora em alguns casos a defesa natural do
organismo não seja suficiente. Foi desenvolvida uma vacina contra o HPV,
que reduz em até 90% as verrugas e 85,6% dos casos de infecção
persistente em comparação com pessoas não vacinadas.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 12 jun. 2011.
O benefício da utilização dessa vacina é que pessoas vacinadas, em
comparação com as não vacinadas, apresentam diferentes respostas ao
vírus HPV em decorrência da
(A) alta concentração de macrófagos.

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(B) elevada taxa de anticorpos específicos anti-HPV circulantes.


(C) aumento na produção de hemácias após a infecção por vírus HPV.
(D) rapidez na produção de altas concentrações de linfócitos matadores.
(E) presença de células de memória que atuam na resposta secundária.

11. (ENEM 2011, Azul, Q69) Os sintomas mais sérios da Gripe A, causada
pelo vírus H1N1, foram apresentados por pessoas mais idosas e por
gestantes. O motivo aparente é a menor imunidade desses grupos contra o
vírus. Para aumentar a imunidade populacional relativa ao vírus da gripe A,
o governo brasileiro distribuiu vacinas para os grupos mais suscetíveis.
A vacina contra o H1N1, assim como qualquer outra vacina contra agentes
causadores de doenças infectocontagiosas, aumenta a imunidade das
pessoas porque
(A) possui anticorpos contra o agente causador da doença.
(B) possui proteínas que eliminam o agente causador da doença.
(C) estimula a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.
(D) possui linfócitos B e T que neutralizam o agente causador da doença.
(E) estimula a produção de anticorpos contra o agente causador da doença.

12. (ENEM 2013, Branca, Q48) As serpentes que habitam regiões de


seca podem ficar em jejum por um longo período de tempo devido à
escassez de alimento. Assim, a sobrevivência desses predadores está
relacionada ao aproveitamento máximo dos nutrientes obtidos com a presa
capturada. De acordo com essa situação, essas serpentes apresentam
alterações morfológicas e fisiológicas, como o aumento das vilosidades
intestinais e a intensificação da irrigação sanguínea na porção interna
dessas estruturas. A função do aumento das vilosidades intestinais para
essas serpentes é maximizar o(a)
(A) comprimento do trato gastrointestinal para caber mais alimento.
(B) área de contato com o conteúdo intestinal para absorção dos nutrientes.
(C) liberação de calor via irrigação sanguínea para controle térmico do
sistema digestório.
(D) secreção de enzimas digestivas para aumentar a degradação proteica
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no estômago.
(E) processo de digestão para diminuir o tempo de permanência do alimento
no intestino.

13. (ENEM 2013, Branca, Q60) Milhares de pessoas estavam morrendo


de varíola humana no final do século XVIII. Em 1796, o médico Edward
Jenner (1749-1823) inoculou em um menino de 8 anos o pus extraído de
feridas de vacas contaminadas com o vírus da varíola bovina, que causa
uma doença branda em humanos. O garoto contraiu uma infecção benigna
e, dez dias depois, estava recuperado. Meses depois, Jenner inoculou, no
mesmo menino, o pus varioloso humano, que causava muitas mortes. O
menino não adoeceu.
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 5 dez. 2012 (adaptado).

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Considerando o resultado do experimento, qual a contribuição desse médico


para a saúde humana?
(A) A prevenção de diversas doenças infectocontagiosas em todo o mundo.
(B) A compreensão de que vírus podem se multiplicar em matéria orgânica.
(C) O tratamento para muitas enfermidades que acometem milhões de
pessoas.
(D) O estabelecimento da ética na utilização de crianças em modelos
experimentais.
(E) A explicação de que alguns vírus de animais podem ser transmitidos
para os humanos.

14. (ENEM 2013, Branca, Q62) A imagem representa uma ilustração


retirada do livro De Motu Cordis, de autoria do médico inglês Willian Harvey,
que fez importantes contribuições para o entendimento do processo de
circulação do sangue no corpo humano. No experimento ilustrado, Harvey,
após aplicar um torniquete (A) no braço de um voluntário e esperar alguns
vasos incharem, pressionava-os em um ponto (H). Mantendo o ponto
pressionado, deslocava o conteúdo de sangue em direção ao cotovelo,
percebendo que um trecho do vaso sanguíneo permanecia vazio após esse
processo (H-O).

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A demonstração de Harvey permite estabelecer a relação entre circulação


sanguínea e
(A) pressão arterial.
(B) válvulas venosas.
(C) circulação linfática.
(D) contração cardíaca.
(E) transporte de gases.

15. (ENEM 2013, Branca, Q84) A contaminação pelo vírus da rubéola é


especialmente preocupante em grávidas, devido à síndrome da rubéola
congênita (SRC), que pode levar ao risco de aborto e malformações
congênitas. Devido a campanhas de vacinação específicas, nas últimas
décadas houve uma grande diminuição de casos de rubéola entre as

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mulheres, e, a partir de 2008, as campanhas se intensificaram e têm dado


maior enfoque à vacinação de homens jovens.
BRASIL. Brasil livre da rubéola: campanha nacional de vacinação para eliminação da
rubéola. Brasília: Ministério da Saúde, 2009 (adaptado).
Considerando a preocupação com a ocorrência da SRC, as campanhas
passaram a dar enfoque à vacinação dos homens, porque eles
(A) ficam mais expostos a esse vírus.
(B) transmitem o vírus a mulheres gestantes.
(C) passam a infecção diretamente para o feto.
(D) transferem imunidade às parceiras grávidas.
(E) são mais suscetíveis a esse vírus que as mulheres.

16. (ENEM 2014, Azul, Q75) Um pesquisador percebe que o rótulo de um


dos vidros em que guarda um concentrado de enzimas digestivas está
ilegível. Ele não sabe qual enzima o vidro contém, mas desconfia de que
seja uma protease gástrica, que age no estômago digerindo proteínas.
Sabendo que a digestão no estômago é ácida e no intestino é básica, ele
monta cinco tubos de ensaio com alimentos diferentes, adiciona o
concentrado de enzimas em soluções com pH determinado e aguarda para
ver se a enzima age em algum deles. O tubo de ensaio em que a enzima
deve agir para indicar que a hipótese do pesquisador está correta é aquele
que contém
(A) cubo de batata em solução com pH = 9.
(B) pedaço de carne em solução com pH = 5.
(C) clara de ovo cozida em solução com pH = 9.
(D) porção de macarrão em solução com pH = 5.
(E) bolinha de manteiga em solução com pH = 9.

17. (ENEM 2014, Azul, Q85) Imunobiológicos: diferentes formas de


produção, diferentes aplicações

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Embora sejam produzidos e utilizados em situações distintas, os


imunobiológicos I e II atuam de forma semelhante nos humanos e equinos,
pois
(A) conferem imunidade passiva.
(B) transferem células de defesa.

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(C) suprimem a resposta imunológica.


(D) estimulam a produção de anticorpos.
(E) desencadeiam a produção de antígenos.

18. (ENEM 2015, Azul, Q46) Hipoxia ou mal das alturas consiste na
diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial do organismo. Por essa
razão, muitos atletas apresentam mal-estar (dores de cabeça, tontura, falta
de ar etc.) ao praticarem atividade física em altitudes elevadas. Nessas
condições, ocorrerá uma diminuição na concentração de hemoglobina
oxigenada (HbO2) em equilíbrio no sangue, conforme a relação:
Hb (aq) + O2 (aq) HbO2 (aq)

Mal da montanha. Disponível em: www.feng.pucrs.br. Acesso em: 11 fev. 2015


(adaptado).
A alteração da concentração de hemoglobina oxigenada no sangue ocorre
por causa do(a)
(A) elevação da pressão arterial.
(B) aumento da temperatura corporal.
(C) redução da temperatura do ambiente.
(D) queda da pressão parcial de oxigênio.
(E) diminuição da quantidade de hemácias.

19. (ENEM 2015, Azul, Q67) Durante uma expedição, um grupo de


estudantes perdeu-se de seu guia. Ao longo do dia em que esse grupo
estava perdido, sem água e debaixo de sol, os estudantes passaram a sentir
cada vez mais sede. Consequentemente, o sistema excretor desses
indivíduos teve um acréscimo em um dos seus processos funcionais.
Nessa situação o sistema excretor dos estudantes
(A) aumentou a filtração glomerular.
(B) produziu maior volume de urina.
(C) produziu urina com menos ureia.
(D) produziu urina com maior concentração de sais.
(E) reduziu a reabsorção de glicose e aminoácidos.
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20. (ENEM 2015, 2ª aplicação, Azul, Q47) Durante a aula, um professor


apresentou uma pesquisa nacional que mostrava que o consumo de sódio
pelos adolescentes brasileiros é superior ao determinado pela Organização
Mundial da Saúde. O professor, então, destacou que esse hábito deve ser
evitado. A doença associada a esse hábito é a
(A) obesidade.
(B) osteoporose.
(C) diabetes tipo II.
(D) hipertensão arterial.
(E) hipercolesterolemia.

21. (ENEM 2015, 2ª aplicação, Azul, Q62) Uma enzima foi retirada de
um dos órgãos do sistema digestório de um cachorro e, após ser purificada,

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foi diluída em solução fisiológica e distribuída em três tubos de ensaio com


os seguintes conteúdos:
• Tubo 1: carne
• Tubo 2: macarrão
• Tubo 3: banha
Em todos os tubos foi adicionado ácido clorídrico (HCl), e o pH da solução
baixou para um valor próximo a 2. Além disso, os tubos foram mantidos
por duas horas a uma temperatura de 37°C. A digestão do alimento ocorreu
somente no tubo 1. De qual órgão do cachorro a enzima foi retirada?
(A) Fígado.
(B) Pâncreas.
(C) Estômago.
(D) Vesícula biliar.
(E) Intestino delgado

22. (ENEM 2015, 2ª aplicação, Azul, Q78) De acordo com estatísticas


do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica
morrem. A dengue hemorrágica tem como base fisiopatológica uma
resposta imune anômala, causando aumento da permeabilidade de vasos
sanguíneos, queda da pressão arterial e manifestações hemorrágicas,
podendo ocorrer manchas vermelhas na pele e sangramento pelo nariz,
boca e gengivas. O hemograma do paciente pode apresentar como
resultado leucopenia (diminuição do número de glóbulos brancos),
linfocitose (aumento do número de linfócitos), aumento do hematócrito e
trombocitopenia (contagem de plaquetas abaixo de 100 000/mm3).
Disponível em: www.ciencianews.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).

Relacionando os sintomas apresentados pelo paciente com dengue


hemorrágica e os possíveis achados do hemograma, constata-se que
(A) as manifestações febris ocorrem em função da diminuição dos glóbulos
brancos, uma vez que estes controlam a temperatura do corpo.
(B) a queda na pressão arterial é ocasionada pelo aumento do número de
linfócitos, que têm como função principal a produção de anticorpos.
(C) o sangramento pelo nariz, pela boca e gengiva é ocasionado pela
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quantidade reduzida de plaquetas, que são responsáveis pelo transporte de


oxigênio.
(D) as manifestações hemorrágicas estão associadas à trombocitopenia,
uma vez que as plaquetas estão envolvidas na cascata de coagulação
sanguínea.
(E) os sangramentos observados ocorrem em função da linfocitose, uma
vez que os linfócitos são responsáveis pela manutenção da integridade dos
vasos sanguíneos.

23. (ENEM 2016, Azul, Q65) A formação de coágulos sanguíneos em


veias e artérias é um dos fatores responsáveis pela ocorrência de doenças
cardiovasculares, como varizes, infarto e acidentes vasculares cerebrais. A
prevenção e o tratamento dessas doenças podem ser feitos com drogas

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anticoagulantes. A indústria farmacêutica estimula a pesquisa de toxinas


animais com essa propriedade.
Considerando as adaptações relacionadas aos hábitos alimentares, os
animais adequados ao propósito dessas pesquisas são os(as)
a) Moluscos fitófagos.
b) Moscas saprófagas.
c) Pássaros carnívoros.
d) Morcegos frugívoros.
e) Mosquitos hematófagos.

24. (ENEM 2016, Azul, Q79) Vários métodos são empregados para
prevenção de infecções por microrganismos. Dois desses métodos utilizam
microrganismos vivos e são eles: as vacinas atenuadas, constituídas por
patógenos avirulentos, e os probióticos que contêm bactérias benéficas. Na
figura são apresentados cinco diferentes mecanismos de exclusão de
patógenos pela ação dos probióticos no intestino de um animal.

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Qual mecanismo de ação desses probióticos promove um efeito similar ao


da vacina?
a) 5
b) 4
c) 3
d) 2
e) 1

25. (ENEM 2016, Azul, Q87) Portadores de diabetes insipidus reclamam


da confusão feita pelos profissionais da saúde quanto aos dois tipos de

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diabetes: mellitus e insipidus. Enquanto o primeiro tipo está associado aos


níveis ou à ação da insulina, o segundo não está ligado à deficiência desse
hormônio. O diabetes insipidus é caracterizado por um distúrbio na
produção ou no funcionamento do hormônio antidiurético (na sigla em
inglês, ADH), secretado pela neuro-hipófise para controlar a reabsorção de
água pelos túbulos renais.
Tendo em vista o papel funcional do ADH, qual é um sintoma clássico de
um paciente acometido por diabetes insipidus?
a) Alta taxa de glicose no sangue.
b) Aumento da pressão arterial.
c) Ganho de massa corporal.
d) Anemia crônica.
e) Desidratação.

26. (ENEM – 2016 2ª Aplicação, Branca, Q51) Uma nova estratégia


para o controle da dengue foi apresentada durante o Congresso
Internacional de Medicina Tropical, no Rio de Janeiro, em 2012. O projeto
traz uma abordagem nova e natural para o combate à doença e já está em
fase de testes. O objetivo do programa é cessar a transmissão do vírus da
dengue pelo Aedes aegypti, a partir da introdução da bactéria Wolbachia –
que é naturalmente encontrada em insetos – nas populações locais de
mosquitos. Quando essa bactéria é introduzida no A. aegypti, atua como
uma “vacina”, estimulando o sistema imunológico e bloqueando a
multiplicação do vírus dentro do inseto.
Disponível em http://portalsaude.saude.gov.br. Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).
Qual o conceito fundamental relacionado a essa estratégia?
a) Clonagem.
b) Mutualismo.
c) Parasitismo.
d) Transgênese.
e) Controle biológico.

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES 04178253905

1. Quando se aplica um soro, o que é injetado é uma carga de anticorpos


já prontos. Assim, espera-se que o gráfico comece com um valor alto e vá
diminuindo à medida que os anticorpos vão sendo destruídos. Por outro
lado, quando se aplica uma vacina, o organismo é estimulado a produzir
seus próprios anticorpos. Logo, o gráfico começa com um valor nulo que vai
aumentando à medida que os anticorpos vão sendo produzidos. O gráfico
que corresponde a essa situação é o da alternativa B.

2. Quanto maior a altitude de uma cidade, mais rarefeito é o ar do local.


Isso significa que há menor quantidade de gases disponíveis, inclusive o
oxigênio. Além disso, como a coluna de ar é menor, a pressão atmosférica
também será menor. Alternativa A.

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3. Os glóbulos brancos são as células de defesa do organismo e quem está


com valor abaixo do normal é Maria. O transporte de gases respiratórios é
realizado pelas hemácias e quem está com valor abaixo do normal é José.
A coagulação sanguínea é realizada pelas plaquetas e quem está com valor
abaixo do normal é Roberto. Alternativa A.

4. As vacinas são formas de prevenção, ou seja, devem ser tomadas antes


do contato com o antígeno. Isso deverá acontecer em todas as alternativas
menos a B, uma vez que nesse caso a criança já foi picada e, por isso, já
teve o contato com o antígeno. Nessa situação o soro deve ser aplicado.
Alternativa B.

5. O princípio básico de qualquer vacina é induzir a produção de anticorpos


específicos contra o antígeno em questão. Isso significa que ela deve induzir
a imunidade para que o organismo fique protegido da contaminação viral.
Alternativa A.

6. As microvilosidades intestinais têm como função aumentar a eficiência


da absorção de nutrientes. Isso é realizado pois suas dobras aumentam a
superfície de contato com os nutrientes. Alternativa B.

7. Antígeno é qualquer substância que desencadeie uma reação do sistema


imunológico de um indivíduo. Assim, uma resposta alergênica, depende do
reconhecimento das referidas proteínas como antígenos. Alternativa A.

8. As hemácias são responsáveis pelo transporte de gases respiratórios e,


portanto, sua baixa quantidade interferiria nesse processo. Alternativa E.

9. Os glóbulos vermelhos são responsáveis pelo transporte de gases


respiratórios, os glóbulos brancos são responsáveis pela defesa imunológica
e as plaquetas são responsáveis pela coagulação sanguínea. O sangramento
nasal indica que a coagulação não está sendo realizada de forma adequada
e isso é corroborado pela baixa quantidade de plaquetas no seu
hemograma. Alternativa A. 04178253905

10. Após a vacinação, o indivíduo apresenta células de memória que, no


momento de um novo contato com o antígeno, desencadeiam a resposta
imunológica e a produção de anticorpos de maneira muito mais rápida.
Alternativa E.

11. Vacinas realizam uma imunização ativa, uma vez que, por possuírem o
antígeno inativo, induzem a resposta imunológica e a produção de
anticorpos contra o agente causador da doença. Alternativa E.

12. Tanto as vilosidades intestinais quanto as microvilosidades aumentam


a eficiência da absorção de nutrientes pois criam uma maior área de contato
com eles. Alternativa B.

13. Edward Jenner produziu a primeira vacina da história. Vacinas são

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formas de prevenção contra doenças. Alternativa A.

14. O vaso em questão era uma veia e ele permanecia vazio pois existem
válvulas no seu interior que impedem o fluxo de sangue no sentido
contrário. Alternativa B.

15. Como citado no enunciado, a preocupação maior em relação a essa


doença é com as mulheres gestantes. A vacinação dos homens, portanto, é
para prevenir que eles passem a doença para essas mulheres. Alternativa
B.

16. As enzimas gástricas atuam em pH ácido, eliminando assim as


alternativas A, C e E. Proteases digerem proteínas que são nutrientes
presentes em carnes e não no macarrão, que é rico em carboidratos.
Alternativa B.

17. Tanto o imunobiológico I quanto o II possuem antígenos que, quando


injetados nos organismos, induzem a produção de anticorpos específicos.
Alternativa D.

18. Em maiores altitudes, o ar é rarefeito e com isso a concentração de


gases é menor. Isso faz com que a pressão parcial de oxigênio nos alvéolos
seja menor, diminuindo sua afinidade pela hemoglobina e o seu
consequente transporte. Alternativa D.

19. Quando o organismo tem menor disponibilidade de água, os túbulos


renais são estimulados a reabsorver mais dessa substância. O resultado
disso é uma urina mais concentrada em sais. Alternativa D.

20. O íon sódio, um dos componentes do sal de cozinha, ao ser consumido


em excesso, aumenta a concentração sanguínea e desloca o potencial
osmótico fazendo com que os vasos absorvam mais água. Isso provoca o
aumento do volume do sangue, o que leva à subida da pressão arterial,
podendo gerar um quadro de hipertensão. Alternativa D.
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21. O único órgão onde ocorre digestão ácida (pH 2) de proteínas (carne)
é o estômago. Alternativa C.

22. Os elementos sanguíneos responsáveis pela sua coagulação são as


plaquetas. A sua diminuição (trombocitopenia) pode levar a hemorragias.
Alternativa D.

23. Dentre as opções dadas, somente os mosquitos se alimentam de


sangue (hematófagos) e sabe-se que esses animais possuem
anticoagulantes em sua saliva que impedem a coagulação do sangue de
suas presas durante sua alimentação. Alternativa E.

24. As vacinas estimulam a produção de anticorpos (imunoglobulinas) pelos


linfócitos dos indivíduos que as recebem, o que equivale ao mecanismo

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número 4 dos probióticos. Alternativa B.

25. O hormônio antidiurético (ADH) promove a absorção de água nos


túbulos renais. Uma deficiência nesse hormônio, portanto, causa a maior
eliminação de água na urina, levando à desidratação. Alternativa E.

26. Resolução: A ideia de diminuir ou estabilizar as populações de um ser


vivo com o uso de outros seres vivos está incluída no conceito de controle
biológico. O que ocorre é que a bactéria controla a multiplicação do vírus
da dengue no interior dos mosquitos. Alternativa E.

6. Bibliografia consultada

• AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol.2.

• CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

• LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 2.

• PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 1 e 3.

• STARR; EVERS; STARR. Biology Concepts and Applications


Without Physiology. Stamford. Cengage Learning, 2013.

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Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 10: Fisiologia Humana: Sistema Nervoso,


Sensorial, Endócrino e Reprodutor. Embriologia
Humana. Evolução Humana.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Sistema Nervoso 01
2. Sistema Sensorial 07
3. Sistema Endócrino 13
4. Sistema Reprodutor 20
5. Embriologia Humana 29
6. Evolução Humana 35
7. Questões Resolvidas 45
8. Bibliografia consultada 51

1. Sistema Nervoso

O sistema nervoso é característica exclusiva dos animais e sua


estrutura reflete não só o modo de vida como também o tipo de simetria do
organismo. Por exemplo, animais de simetria radial, como as anêmonas,
possuem um sistema nervoso difuso, ou seja, espalhado uniformemente
pelo corpo, uma vez que seu modo de vida com pouca ou nenhuma
mobilidade faz com que ele receba estímulos ambientais de todas as
direções. Animais que se locomovem ativamente, geralmente apresentam
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simetria bilateral, e com isso vem a cefalização, como já comentamos na


aula 08. Isso leva à concentração das estruturas sensoriais e dos órgãos do
sistema nervoso na porção anterior do corpo.
É através desse sistema que os animais interpretam e reagem a
estímulos ambientais. Ele coordena as diversas funções do organismo,
contribuindo sobremaneira para a sua homeostase.
A célula típica do sistema nervoso é o neurônio. Neurônios são bem
característicos por sua forma diferenciada e eles são capazes de transmitir
os impulsos elétricos que carregam as informações necessárias para as
atividades do organismo. O neurônio apresenta um corpo celular, onde
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está o núcleo e as demais organelas citoplasmáticas; os dendritos que


levam o impulso nervoso até o corpo celular; e o axônio, que leva o impulso
nervoso do corpo celular em direção ao próximo neurônio. Assim, a
informação sempre é conduzida no sentido dendritos  corpo celular 
axônio. Os axônios dos vertebrados são envolvidos externamente por
células (oligodendrócitos) que produzem a bainha de mielina (ou estrato
mielínico). A mielina é uma substância isolante elétrica que faz com que o
impulso nervoso ocorra muito mais rapidamente, uma vez que ele “salta”
de região desmielinizada em região desmielinizada (nódulos de Ranvier).

Fig. 01: Anatomia geral de um neurônio.

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Entre um neurônio e outro existe um espaço chamado fenda


sináptica, onde a natureza do impulso nervoso é química e não elétrica.
Nessa região o axônio libera substâncias chamadas neurotransmissores,
que são captadas por receptores presentes nos dendritos ou no próprio
corpo celular do neurônio seguinte. Exemplos de neurotransmissores são a
dopamina, a serotonina, a adrenalina e a acetilcolina. Quando o impulso
nervoso é transmitido para uma célula muscular, as sinapses são chamadas
junções neuromusculares ou mioneurais.

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Fig. 02: Sinapse.

O sistema nervoso é dividido, anatomicamente, em Sistema Nervoso


Central (SNC), composto pelo encéfalo e pela medula espinal, e em
Sistema Nervoso Periférico (SNP), composto pelos nervos e gânglios
nervosos.

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Fig. 03: Visão geral do sistema nervoso humano.

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O sistema nervoso central é protegido por ossos (crânio e vértebras) e


por três membranas formadas por tecido conjuntivo propriamente dito: as
meninges. Entre as meninges, a mais externa e situada junto aos ossos é
a dura-máter. A mais interna e ligada diretamente ao encéfalo e à medula
se chama pia-máter. Entre as duas fica a aracnoide. No espaço entre a
aracnoide e a pia-máter, fica o líquido cefalorraquidiano, que atua como um
amortecedor contra danos mecânicos ao SNC. O encéfalo é o centro de
controle nervoso do nosso corpo e é formado, entre outras partes, pelo
cérebro, cerebelo e bulbo. Suas regiões interagem para responder aos mais
diversos estímulos ambientais e coordenar as funções corporais. O grande
número de dobras presentes no córtex cerebral humano está associado à
nossa grande capacidade de raciocínio e inteligência. Diferentes partes do
cérebro são responsáveis por diferentes atividades como a memória, a fala,
a consciência, os atos voluntários e as emoções. A medula espinal,
localizada no interior da coluna vertebral, é o grande eixo a partir do qual
distribuem-se os nervos que captam e levam informações de e para todo o
corpo.

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Fig. 04: Encéfalo

A medula apresenta certa capacidade de processamento de


informações independente do encéfalo. Por exemplo, quando encostamos
em uma superfície muito quente, temos o reflexo imediato de afastar a
mão. Isso é realizado sem que tenhamos consciência, justamente porque o

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processamento da informação acontece na medula e desencadeia o


chamado arco-reflexo. Nesse caso, o neurônio sensitivo leva a informação
até a medula, que a interpreta, e envia um estímulo através do neurônio
motor para que o músculo se contraia e você afaste a mão da situação de
perigo. Outro exemplo de arco-reflexo é o reflexo patelar, que ocorre
quando o médico bate com um martelinho no seu joelho e,
involuntariamente, sua perna se move.

Fig. 05: Reflexo patelar: um exemplo de arco-reflexo.


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O sistema nervoso periférico é responsável por conectar o sistema


nervoso central a todas as partes do corpo. Ele é composto pelos nervos,
que podem ter origem no crânio (nervos cranianos) ou na medula espinal
(nervos espinais). Cada nervo é formado pelo agrupamento de dezenas até
centenas de axônios envolvidos por tecido conjuntivo. Os gânglios nervosos
são dilatações onde se localizam os corpos celulares dos neurônios cujos
prolongamentos formam os nervos. Caso ocorra uma lesão na medula
espinal, o fluxo de informações nervosas daquela região para baixo ficará
interrompido e isso pode levar à paraplegia (paralisia dos membros

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inferiores) ou à tetraplegia (paralisia dos membros superiores e inferiores).


O que vai determinar isso é a intensidade do dano à medula e o seu local.
Funcionalmente, o sistema nervoso periférico é dividido em Sistema
Nervoso Periférico Somático e Sistema Nervoso Periférico
Autônomo.
O sistema nervoso periférico somático é formado pelos nervos
responsáveis pelas respostas voluntárias do corpo e por certas respostas
involuntárias como os arcos-reflexos. De maneira geral, o sistema nervoso
somático controla a vida de relação com o ambiente.
O sistema nervoso periférico autônomo (ou visceral) é composto por
nervos e gânglios nervosos responsáveis pelas atividades involuntárias do
organismo e, junto com os hormônios, controla a homeostase. Por exemplo,
a atividade cardíaca, a atividade secretora de glândulas, os movimentos
respiratórios e o peristaltismo são controlados pelo sistema nervoso
autônomo. Ele é dividido ainda em dois grupos de nervos: aqueles que
estimulam o órgão alvo e aqueles que inibem a atividade do órgão em
questão. Temos então o sistema nervoso periférico autônomo simpático e
o sistema nervoso periférico autônomo parassimpático. De maneira geral,
o sistema nervoso simpático prepara o animal para uma situação de perigo.
Assim, ele aumenta a atividade respiratória e cardíaca, dilata as pupilas,
joga glicose no sangue, libera adrenalina, desvia o fluxo sanguíneo para
músculos e cérebro e inibe a atividade do sistema digestório. O sistema
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nervoso parassimpático atua de forma inversa ao simpático, diminuindo a


atividade cardiopulmonar, estimulando os movimentos peristálticos e
fazendo o animal voltar à situação normal com baixo gasto energético.

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Fig. 06: Sistema nervoso periférico autônomo.

2. Sistema Sensorial

Os receptores sensoriais e os órgãos dos sentidos formam o nosso


sistema sensorial. Eles recebem estímulos ambientais externos e internos e
os transmitem ao sistema nervoso, que se encarrega de interpretá-los e
desencadear a resposta adequada. Esses estímulos podem ser luminosos,
mecânicos, sonoros, químicos ou térmicos. Os receptores sensoriais

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internos atuam também na percepção de fome e sede, recebendo


informações sobre o pH do sangue, a pressão arterial, entre outras.

OLHO
O olho é o órgão responsável pelo sentido da visão. Cada globo ocular
situa-se no interior de uma órbita e possui músculos responsáveis pela sua
movimentação. A parte branca do olho é a esclera, que é uma camada
protetora de tecido conjuntivo. Na região mais anterior do olho, a esclera é
transparente e forma a córnea. É através dela que a luz entra no olho.
Após a córnea existe um anel capaz de aumentar e diminuir o tamanho de
sua abertura. Esse anel é a íris, é nela que ficam os pigmentos que dão cor
aos olhos e sua abertura é a pupila. Quanto mais dilatada a pupila, mais
luz entra no olho. O controle da íris é realizado pelo sistema nervoso
autônomo. Após passar pela pupila, a luz atinge uma lente, anteriormente
chamada de cristalino. Essa lente é responsável por focar a imagem e
projetá-la na retina, situada no fundo do olho.

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Fig. 07: Olho humano

A retina contém células sensíveis à luz chamadas cones e bastonetes.


Os cones precisam de mais luz para serem estimulados, mas em
compensação fornecem imagens mais nítidas e coloridas do que os
bastonetes. Existem três tipos de cones em seres humanos e cada um é

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mais sensível a uma faixa de comprimentos de onda de luz. Um é mais


sensível ao vermelho, outro ao verde e outro ao azul. A combinação dessas
cores forma as demais cores que enxergamos. Os bastonetes, por outro
lado, conseguem ser estimulados em condições de menor luminosidade, e
é por isso que em ambientes mais escuros conseguimos distinguir as formas
dos objetos, mas não as suas cores. Tanto bastonetes quanto cones
possuem substâncias derivadas da vitamina A. Portanto, a deficiência dessa
vitamina pode levar inclusive à cegueira.

Fig. 08: A retina recebe e processa a informação visual.

Os estímulos captados pelas células da retina são passados aos


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neurônios que formam o nervo óptico e conduzidos ao encéfalo.

ORELHA
Responsável pela audição, a orelha é dividida em externa, média e
interna. A orelha externa é constituída pelo pavilhão auditivo e pelo
canal auditivo. A forma do pavilhão auditivo está relacionada à captação
e ao direcionamento do som. O canal auditivo é protegido por uma camada
de cera, que retém as impurezas e impede que elas cheguem à orelha
média.

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A orelha média é formada pelo tímpano e por três minúsculos ossos:


o martelo, a bigorna e o estribo. As ondas sonoras que chegam pelo
canal auditivo fazem vibrar a membrana timpânica e essas vibrações são
propagadas pelos 3 ossos da orelha média. É nessa porção da orelha que
existe um canal chamado tuba auditiva, que faz a conexão entre essa
região e a garganta. Isso é importante para que, durante variações de
pressão atmosférica, o ar possa se deslocar para dentro e para fora da
orelha média de modo a acomodar corretamente a membrana timpânica. É
por isso que ouvimos certos estalos quando subimos uma serra de carro,
por exemplo. Devido à tuba auditiva é que, frequentemente, infecções de
garganta passam para a orelha e vice-versa.

Fig. 09: Visão geral da orelha


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Após ser transmitido pelos 3 ossos da orelha média, o estímulo sonoro


passa para a cóclea, que compõe a orelha interna. No interior da cóclea
existe um líquido que, ao vibrar, causa a deformação de uma membrana
que contém células ciliadas. Essas deformações produzem estímulos
nervosos que são enviados ao cérebro e interpretados como sons. A
exposição prolongada a sons altos leva ao desgaste dos cílios presentes
nessas células da orelha média e isso leva à perda da capacidade auditiva.

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Fig. 10: Detalhe do interior da cóclea onde os estímulos sonoros são convertidos em impulsos
nervosos.

A orelha interna também desempenha papel importante na


manutenção do equilíbrio corporal. Em outra região da orelha interna – o
labirinto – também preenchida por um líquido, existem células ciliadas que
são capazes de detectar a orientação corporal. Isso também é auxiliado pela
presença de pequenas partículas de carbonato de cálcio chamadas otólitos,
que se movimentam no líquido do interior do labirinto e, estimulam as
células ciliadas, fornecendo informações sobre a posição do corpo. Doenças
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que atacam o labirinto podem causar tonturas, vertigens, enjoos e


zumbidos.

OLFATO E PALADAR
Os receptores olfatórios e gustatórios são capazes de perceber
estímulos químicos de diferentes substâncias. A diferença básica entre o
olfato e o paladar é que os receptores do primeiro podem ser estimulados
por partículas emitidas por objetos distantes viajando pelo ar, enquanto que
os receptores gustatórios precisam estar em contato direto com o objeto
para serem estimulados.
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Nossos receptores olfatórios situam-se na parte superior de nossas


cavidades nasais, onde há células ciliadas capazes de detectar os estímulos
químicos presentes no ar e transmiti-los como impulsos nervosos ao bulbo
olfatório.

Fig. 11: Os receptores olfatórios localizam-se nas cavidades nasais.

Já os nossos receptores gustatórios se localizam na língua, formando


as papilas gustatórias, dotadas de células capazes de detectar e reconhecer
diversas partículas e perceber quatro tipos de sensações: doce, salgada,
azeda e amarga.

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Fig. 12: Os receptores gustatórios localizam-se na língua.

3 Sistema Endócrino

Quando estudamos o tecido epitelial glandular, vimos que as glândulas


podem ser de três tipos: exócrinas, endócrinas ou mistas. As glândulas
endócrinas são aquelas que lançam suas secreções chamadas hormônios
na corrente sanguínea, enquanto que as glândulas exócrinas lançam suas
secreções em cavidades corporais ou para fora do corpo. Glândulas mistas
possuem uma porção endócrina e outra exócrina, sendo o pâncreas o único
representante no corpo humano.
A endocrinologia estuda justamente essas glândulas endócrinas e suas
secreções, os hormônios. Hormônios são substâncias presentes em
pequena quantidade no nosso corpo, mas que são cruciais para o
funcionamento do corpo humano pois atuam como mensageiros químicos.
Eles são produzidos e liberados por determinadas células, caem na corrente
sanguínea, e vão atuar sobre outras células (células-alvo), modificando o
seu funcionamento. Os hormônios só atuarão sobre as células que
possuírem receptores específicos para eles. Quimicamente, a maior parte
dos hormônios é de natureza proteica, sendo alguns de natureza lipídica
como os esteroides.
O mecanismo de feedback ou retroalimentação é responsável pela
regulação da produção e liberação de muitos hormônios. Como os
hormônios atuam sobre outras células, muitas vezes induzindo a produção
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de outras substâncias, o acúmulo desses produtos na circulação faz com


que a glândula seja inibida (feedback negativo) e deixe de produzir o
hormônio em questão. Por exemplo: a hipófise libera um hormônio
chamado tireotrófico que atua sobre a glândula hipófise estimulando a
produção dos hormônios T3 e T4. O aumento de T3 e T4 no sangue causa
a inibição da liberação de hormônio tireotrófico pela hipófise. Já a
diminuição de T3 e T4 no sangue causa o efeito inverso e mais hormônio
tireotrófico é liberado. Vamos ver agora quais são as principais glândulas
do corpo humano e que hormônios elas produzem.

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Fig. 13: Localização das principais glândulas endócrinas do ser humano.

HIPÓFISE
A hipófise ou pituitária é uma glândula de grande importância no corpo
humano pois ela libera hormônios que controlam as atividades de várias
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outras glândulas. Situada na base do cérebro, se divide em dois lobos. O


anterior é a adenoipófise e o posterior é a neuroipófise.
A neuroipófise, na realidade, secreta hormônios produzidos no
hipotálamo, sendo eles a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH).
A ocitocina tem como células-alvo as do útero, onde ela estimula as
contrações necessárias para o parto, e as das glândulas mamárias, onde
ela provoca a liberação do leite quando o bebê suga a mama. Quanto mais
o bebê sugar, mais ocitocina será produzida, tratando-se assim de um
feedback positivo. Já o ADH, como vimos anteriormente, atua nos túbulos
renais, aumentando a reabsorção de água.
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A adenoipófise recebe estímulos do hipotálamo e é responsável pela


liberação dos hormônios tróficos, que controlam outras glândulas. São eles:
hormônio tireotrófico (TSH), que estimula a glândula tireoide;
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que atua sobre o córtex das
glândulas suprarrenais; hormônio folículo-estimulante (FSH) e
hormônio luteinizante, que atuam sobre os testículos e os ovários. Além
dos hormônios tróficos, a adenoipófise também produz o hormônio do
crescimento (GH), que promove o crescimento das cartilagens, dos ossos
e da maioria dos tecidos; e a prolactina que estimula a produção de leite
nas mulheres.

GLÂNDULA PINEAL
Localizada próximo ao centro do cérebro dos mamíferos, seu hormônio
é a melatonina. A melatonina só é produzida na ausência de luz e, por
isso, a duração dos dias tem influência direta atividade da glândula pineal.
Ela está relacionada, portanto, ao chamado relógio biológico, ao sono do
ser humano e ao ritmo circadiano, que compreende períodos de cerca de
um dia de duração.

TIREOIDE
A glândula tireóidea localiza-se na região da garganta, onde fica a
proeminência laríngea, também conhecida como pomo de adão. Ela produz
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dois hormônios derivados do aminoácido tirosina chamados


triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Ambos atuam estimulando os
processos metabólicos, aumentando o fluxo de sangue para os tecidos, a
respiração celular, os movimentos respiratórios e a frequência cardíaca.
Os hormônios T3 e T4 possuem iodo em sua composição e, portanto,
a deficiência desse elemento na alimentação, pode levar à diminuição na
sua produção. Isso leva ao hipotireoidismo, caracterizado pela apatia,
sonolência, ganho de peso e baixa tolerância ao frio. Além disso, como uma
tentativa de reverter essa situação, a tireoide torna-se aumentada,
provocando um inchaço no pescoço chamado bócio endêmico ou

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carencial. A obrigatoriedade da comercialização de sal de cozinha contendo


iodo visa justamente a prevenir a ocorrência desse tipo de bócio.

Fig. 14: Mulher com bócio carencial, decorrente da baixa ingestão de iodo.

Por outro lado, diferentes fatores podem levar a tireoide a produzir T3


e T4 em excesso. Nesse caso, temos o hipertireoidismo, que provoca
perda de peso, sudorese intensa, pressão alta e a chamada exoftalmia,
quando os olhos da pessoa ficam arregalados, saltando das órbitas. Além
disso, o hipertireoidismo também pode levar ao bócio.
Além do T3 e do T4, a tireoide também produz a calcitonina, que
diminui a quantidade de cálcio no sangue e o deposita nos ossos.

PARATIREOIDES
As glândulas paratireoideas são quatro e situam-se por trás da tireoide.
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Produzem o paratormônio, que tem função contrária à da calcitonina. O


paratormônio responde à diminuição da quantidade de íons cálcio no sangue
e promove a sua retirada dos ossos para reposição no sangue.

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Fig. 15: À esquerda visão anterior da tireoide em posição no corpo. À direita visão posterior da
tireoide, evidenciando as paratireoides.

PÂNCREAS
Como comentamos anteriormente, o pâncreas é uma glândula mista.
Sua porção exócrina lança suas enzimas digestivas no duodeno. Já as
ilhotas pancreáticas, sua porção endócrina, são responsáveis pela produção
de dois hormônios importantíssimos na regulação do equilíbrio glicêmico do
organismo. Um desses hormônios é a insulina, produzida nas células beta
do pâncreas, e que facilita a entrada da glicose nas células para ser usada
na respiração celular. Com isso, a insulina promove a diminuição da
quantidade de glicose no sangue. Além disso, ela estimula a conversão de
glicose em glicogênio no fígado e inibe a gliconeogênese (transformação de
aminoácidos e lipídeos em glicose). O outro hormônio produzido pelo
pâncreas é o glucagon, liberado pelas células alfa e que provoca efeito
contrário ao da insulina. Ele promove o aumento da glicemia, pois estimula
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a glicogenólise (conversão de glicogênio em glicose).

Fig. 16: Visão geral do pâncreas e um corte transversal evidenciando as ilhotas pancreáticas.

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Refeições ricas em carboidratos provocam rápido aumento na glicemia


de um indivíduo. Caso a pessoa não seja capaz de produzir insulina em
quantidades suficientes ou suas células tenham perdido a sensibilidade a
esse hormônio, a glicose vai se acumular no sangue gerando um quadro de
hiperglicemia característico do indivíduo que possui diabetes melito. No
caso da diabetes tipo I (insulinodependente), o indivíduo não produz ou
produz insuficientemente a insulina. No caso da diabetes tipo II, as células
do indivíduo perdem a sensibilidade à insulina e passam a apresentar
dificuldades para absorver glicose. Isso está associado ao sedentarismo, à
má alimentação e à obesidade. Os rins do diabético não conseguem
reabsorver toda a glicose circulante e parte dela acaba saindo na urina. Com
isso, ela acaba puxando muita água por osmose, o que gera desidratação.
Além disso, a pessoa tem sede e fome excessivas, também pelo fato de não
conseguir absorver a glicose e, por ter que obter energia a partir de lipídeos,
acaba perdendo muito peso. Quando não tratada a diabetes pode levar à
cegueira, problemas cardíacos, renais e até à morte.

SUPRARRENAIS
As suprarrenais ou adrenais estão situadas sobre os rins. Elas
apresentam duas regiões distintas, o córtex e a medula, que produzem
diferentes hormônios.
Os hormônios do córtex são os corticosteroides, divididos em
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mineralocorticoides e glicocorticoides, todos derivados do colesterol. Entre


os mineralocorticoides citamos a aldosterona, que aumenta a reabsorção
de íons sódio pelos rins e, consequentemente, a retenção de água, o que
leva ao aumento da pressão sanguínea. Entre os glicocorticoides, o mais
importante é o cortisol. Ele estimula a gliconeogênese (conversão de
aminoácidos e lipídeos em glicose), aumentando a disponibilidade de glicose
no sangue, o que ajuda o indivíduo a suportar períodos sem comida e
estressantes. Outro efeito dos glicocorticoides é diminuir a permeabilidade
dos capilares sanguíneos, gerando um efeito anti-inflamatório.

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Fig. 17: Glândulas suprarrenais e seus hormônios.

A medula das suprarrenais produz dois hormônios: a adrenalina (ou


epinefrina) e a noradrenalina (ou norepinefrina). A noradrenalina tem
como principal função manter a pressão sanguínea em níveis normais. Já a
adrenalina tem papel importante em situações de estresse que podem
incluir momentos de perigo ou de grande emoção. Nesses casos, o sistema
nervoso simpático estimula a suprarrenal a liberar esse hormônio, que
causa o aumento do ritmo cardíaco, o aumento da pressão arterial e a
vasoconstrição periférica, que leva à concentração do sangue nos músculos
e órgãos internos, preparando o indivíduo para uma resposta imediata.

GÔNADAS
As glândulas sexuais serão melhor estudadas no próximo capítulo
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dessa aula, mas vamos comentar o papel endócrino desses órgãos. O


principal hormônio produzido pelos testículos é a testosterona. Ela é
responsável pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos
caracteres sexuais secundários, como o engrossamento da voz, o
desenvolvimento muscular e ósseo e a quantidade e distribuição de pelos
no corpo. Além disso, ela promove o impulso sexual. Como a testosterona
promove o aumento da síntese proteica nos músculos, existem pessoas que
consomem versões sintéticas desse hormônio no intuito de aumentar
rapidamente sua musculatura. Esses produtos são conhecidos como

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esteroides anabolizantes e são extremamente perigosos quando


utilizados sem acompanhamento médico. Eles podem levar a problemas nos
rins, no fígado, no coração e a distúrbios comportamentais como
agressividade e depressão. Além disso, sua utilização pode causar a
esterilidade, por atrofiar os testículos, a impotência sexual e o
desenvolvimento de mamas em homens. Em mulheres pode levar ao
aparecimento excessivo de pelos no corpo, perda de cabelo e diminuição
dos seios.
Os principais hormônios produzidos pelos ovários são o estrogênio e
a progesterona. O estrogênio promove o amadurecimento dos órgãos
genitais femininos, as características sexuais secundárias femininas como o
acúmulo de gordura em partes específicas do corpo, o alargamento dos
quadris e o desenvolvimento das glândulas mamárias. A progesterona atua
na preparação e na manutenção da parede uterina para receber o embrião.

4 Sistema Reprodutor

Os seres vivos apresentam dois tipos básicos de reprodução: a


assexuada e a sexuada. A principal diferença entre elas é que na primeira
não há mistura de material genético entre indivíduos diferentes, o que
ocorre na segunda. Além disso, a reprodução assexuada gera indivíduos
geneticamente iguais àquele que os originou. Já a reprodução sexuada gera
descendentes diferentes dos originais (variabilidade genética) e isso é um
mecanismo extremamente importante para os processos evolutivos.
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A reprodução assexuada nos seres unicelulares ocorre por divisão


binária ou bipartição. Já nos animais pluricelulares, pode ocorrer a
fragmentação ou laceração, em que o corpo se parte em dois ou mais
pedaços e cada pedaço dá origem a um novo indivíduo. Outra forma de
reprodução assexuada em animais pluricelulares é o brotamento, em que,
a partir do indivíduo original, começa a surgir um novo indivíduo que,
posteriormente, se separa.
A reprodução sexuada envolve, geralmente, a formação de gametas e
a fecundação, ou seja, o encontro dos gametas. Gametas são células

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haploides produzidas por meiose, nos animais, no processo chamado


gametogênese. A gametogênese ocorre nas glândulas sexuais ou
gônadas. Os espermatozoides (gametas masculinos) são produzidos nos
testículos enquanto que os óvulos (gametas femininos) são produzidos nos
ovários.
Existe um tipo especial de reprodução em que, apesar de envolver a
produção de gametas, não há a necessidade de dois indivíduos para que ela
ocorra. A partenogênese está presente em vários animais como insetos,
crustáceos e até mesmo répteis. Nela as fêmeas produzem gametas
femininos que se desenvolvem sem a necessidade de um espermatozoide.
Essa reprodução é considerada, portanto, assexuada.

SISTEMA REPRODUTOR HUMANO


As glândulas sexuais masculinas são um par de testículos, que se
acomodam no interior da bolsa escrotal. Sua posição fora da cavidade
abdominal é fundamental para a correta produção de espermatozoides, pois
esse processo ocorre normalmente em temperaturas mais baixas do que no
interior da cavidade abdominal. No interior dos testículos existe grande
quantidade de túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são
produzidos a partir da puberdade. Desse local, os espermatozoides são
conduzidos ao epidídimo, onde adquirem mobilidade e ficam armazenados
até o momento da ejaculação. De cada epidídimo parte um ducto
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deferente, que passa por trás da bexiga urinária. São esses dois canais
que são cortados na cirurgia de vasectomia. Os dois ductos deferentes se
fundem em um ducto ejaculatório, onde são lançadas as secreções das
glândulas seminais e da próstata. O sêmen, composto por
espermatozoides e secreções das glândulas anexas é liberado pela uretra
durante a ejaculação. Existe ainda outro par de glândulas chamadas
bulbouretrais, que produzem uma secreção liberada na uretra durante a
excitação sexual e que lubrifica e limpa o canal uretral. O pênis, por onde
passa a uretra, é o órgão copulador masculino. Ele possui três cilindros de
tecido erétil que, durante a excitação sexual, se enchem de sangue e

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promovem a ereção do órgão, possibilitando a relação sexual.

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Fig. 18: Sistema reprodutor masculino

A espermatogênese ocorre no interior dos testículos e se inicia com


células diploides chamadas espermatogônias. A partir da puberdade, elas

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se multiplicam com maior intensidade e parte delas cresce e transforma-se


em espermatócitos primários. É aí que a meiose produz, para cada
espermatócito primário, quatro espermátides haploides. Cada espermátide
se transforma em um espermatozoide flagelado.
Dois hormônios hipofisários são responsáveis pelo desenvolvimento
das características sexuais masculinas: o hormônio folículo estimulante
(FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Ambos agem sobre as células do
testículo, a partir da puberdade, estimulando a espermatogênese e também
a produção de testosterona, que é um outro hormônio, responsável pelas
características masculinas como distribuição e quantidade de pelos,
desenvolvimento muscular, ósseo, e o tom da voz.

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Fig. 19: Espermatogênese

As glândulas sexuais femininas são um par de ovários. É dentro deles


que ocorre a ovulogênese e também a produção de hormônios sexuais. Para
cada ovário existe uma tuba uterina, que é para onde os gametas
femininos liberados na ovulação são conduzidos. A tuba uterina faz a
conexão entre o ovário e o útero. O útero é um órgão muscular e oco,
dentro do qual o embrião se desenvolve durante a gravidez. A vagina liga
o colo do útero até a parte externa da genitália feminina. É por ela que o

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bebê sai no momento do parto e é também por ela que o pênis entra
durante a relação sexual. A vulva recebe a abertura do canal vaginal e
também a abertura da uretra, que na mulher tem papel apenas relacionado
ao sistema urinário.

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Fig. 10: Sistema reprodutor feminino

A ovulogênese difere em alguns aspectos da espermatogênese.


Primeiro, para cada célula diploide original, apenas um óvulo será formado.
Segundo, ela não ocorre de forma contínua, e sim com a produção e
liberação de apenas um ovócito secundário por mês. O que acontece é que
durante o desenvolvimento embrionário de uma menina, células diploides
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chamadas ovogônias sofrem mitoses até o terceiro mês de gestação. A


partir daí elas crescem, iniciam a meiose, que fica paralisada na prófase I e
passam a ser chamadas de ovócitos primários. Assim, a menina já nasce
com todos os ovócitos primários que ela utilizará durante sua vida. Cada
ovócito primário é envolvido por células foliculares formando o chamado
folículo ovariano. A partir da puberdade, o hormônio folículo
estimulante (FSH) liberado pela hipófise estimula o desenvolvimento de
alguns folículos ovarianos, mas, normalmente, apenas um termina a
primeira divisão meiótica, gerando um ovócito secundário, que estaciona
na metáfase II, e um glóbulo polar que degenera. A ovulação então é a
liberação de um ovócito secundário da parede ovariana, devido ao
rompimento do seu respectivo folículo. Se não houver fecundação, o ovócito
secundário morre aproximadamente 24 horas depois da ovulação. Em caso
contrário, a fecundação faz com que o ovócito secundário termine a
segunda divisão meiótica gerando um óvulo e outro glóbulo polar que
também degenera. As células foliculares que permanecem no ovário
formam o corpo lúteo, que terá função importante caso ocorra a
fecundação.

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Fig. 21: Ciclo ovariano

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Fig. 22: Comparação entre a espermatogênese e a ovulogênese.

Como vimos, uma vez por mês (aproximadamente a cada 28 dias), um


ovócito secundário é liberado pelo ovário. Normalmente, os ovários direito
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e esquerdo alternam os meses de ovulação. Isso é coordenado por dois


hormônios hipofisários: o FSH e o LH. Esses hormônios também preparam
o útero para receber um embrião, em caso de haver fecundação. Se não
houver, o ovócito secundário vai degenerar e o endométrio uterino
desenvolvido vai se soltar e sair através da vagina durante a menstruação.
Isso é uma versão extremamente resumida do que chamamos de ciclo
menstrual. Vamos ver isso mais detalhadamente agora.
O ciclo menstrual envolve hormônios produzidos na hipófise (FSH e LH)
e hormônios produzidos nos ovários (estrogênio e progesterona).

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Normalmente ele leva 28 dias entre o início de uma menstruação e o de


outra. Na primeira metade do ciclo, o aumento nos níveis circulantes de
FSH faz com que o folículo se desenvolva, produzindo estrogênio. O
estrogênio estimula o crescimento do endométrio, porção mais interna do
útero, como preparação para receber o embrião. Aproximadamente 14 dias
após o início do ciclo, por ação do LH, o folículo maduro se rompe e libera
o ovócito secundário na tuba uterina. As células foliculares remanescentes,
estimuladas pelo LH, passam a produzir progesterona, hormônio que
mantém o endométrio espesso e vascularizado durante 14 dias. Se não
houver fecundação, essas células foliculares que recebem o nome de corpo
lúteo, degeneram e interrompem a produção de progesterona, fazendo com
que o endométrio descame e seja liberado na menstruação. Por outro lado,
se houver fecundação, a placenta produz o hormônio chamado
gonadotrofina coriônica (hCG), que impede a degeneração do corpo lúteo e
consequentemente o mantém produzindo progesterona. Isso faz com que
não ocorra a descamação do endométrio, o que levaria à morte do embrião.
A ação do corpo lúteo dura até o terceiro mês de gestação, quando a própria
placenta passa a produzir progesterona e estrogênio.
Assim, se a ovulação ocorre mais ou menos no 14º dia do ciclo
menstrual, existe um período em que a mulher tem muito maiores chances
de engravidar que é o chamado período fértil. Ele compreende três dias
antes e três dias depois da ovulação. Isso porque tanto o ovócito secundário
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quanto os espermatozoides não resistem por muito tempo se não houver a


fecundação.

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Fig. 23: Ciclo ovariano e uterino.

A fecundação é o encontro do espermatozoide com o ovócito


secundário. Ela ocorre, normalmente, no primeiro terço da tuba uterina.
Vários espermatozoides podem chegar a ter contato com a parte externa
do ovócito. Lembre-se que ele é revestido por células foliculares e também
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por uma camada gelatinosa de glicoproteínas. O primeiro espermatozoide


a vencer essas barreiras e se fundir com a membrana plasmática do ovócito
desencadeia diversas reações que impedem que outros espermatozoides o
façam. Nesse momento o ovócito secundário termina a segunda divisão
meiótica e ocorre a cariogamia, ou seja, a fusão dos núcleos dos dois
gametas, formando o zigoto diploide. O espermatozoide contribui então
com o material genético e com os centríolos para a formação do zigoto. Já
o ovócito contribui com todas as outras organelas e, obviamente, seu
material genético. Assim, como as mitocôndrias do zigoto são provenientes
apenas do ovócito, sabemos que o DNA mitocondrial é transmitido apenas

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pela linhagem materna e isso tem sido muito utilizado para fins de
identificação de indivíduos.

5 Desenvolvimento Embrionário

O desenvolvimento do embrião pode ocorrer no interior do organismo


materno ou não. Nesse sentido, animais que apresentam fecundação
externa terão, consequentemente, seu desenvolvimento embrionário no
ambiente externo e recebem o nome de ovulíparos. É o caso de alguns
peixes, anfíbios e muitos invertebrados. Já os ovíparos são aqueles que
apresentam fecundação interna, mas o ovo é eliminado pela fêmea no
ambiente e garante o desenvolvimento embrionário pela presença de
substâncias de reserva. É o caso das aves, muitos invertebrados e a maioria
dos répteis. Os animais ovovivíparos são aqueles em que o embrião se
desenvolve às custas das reservas nutritivas presentes no ovo, mas esse
ovo fica retido no interior do organismo materno. Alguns peixes,
invertebrados e répteis o fazem. Por fim, os vivíparos são aqueles em que
o desenvolvimento do embrião ocorre no interior do organismo materno do
qual depende nutricionalmente. A maioria dos mamíferos são vivíparos,
incluindo os seres humanos.
Os animais com desenvolvimento direto nascem na forma de uma
miniatura do adulto. Isso exige grande quantidade de reservas nutritivas
em seus ovos ou a viviparidade. Já os animais com desenvolvimento
indireto eclodem dos ovos como larvas, formas mais simples do que os
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adultos. Esse tipo de desenvolvimento exige ovos com menor quantidade


de reservas nutritivas. As larvas então se alimentam e sofrem metamorfose
para se transformar nas formas adultas. Anfíbios e muitos invertebrados
apresentam esse tipo de desenvolvimento.
O desenvolvimento embrionário do anfioxo é, normalmente, utilizado
como modelo para estudar o desenvolvimento dos cordados, de maneira
geral. Nele, após a fecundação, o zigoto começa a sofrer diversas divisões
mitóticas até dar origem a uma pequena bola maciça de células chamada
mórula. A continuidade das divisões mitóticas na mórula gera uma bola

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oca e formada por uma única camada de células chamada blástula. A


blástula sofre uma invaginação e origina a gástrula. Nesse momento o
embrião apresenta 2 camadas de células (ectoderme e endoderme) e uma
cavidade interna chamada arquêntero, com uma abertura chamada
blastóporo.

Fig. 24: Gastrulação de um ouriço-do-mar, um animal deuterostomado.

A partir da endoderme surge, nos cordados e demais animais


triblásticos, uma terceira camada de células chamada mesoderme. No
interior da mesoderme forma-se a cavidade do celoma e, em posição
dorsal, surge a notocorda e o tubo neural. Nesse momento, o embrião é
chamado de nêurula e os órgãos começam a ser formados
(organogênese). O tubo neural dará origem ao sistema nervoso. As três
camadas iniciais de células do embrião são chamadas folhetos
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embrionários, e dão origem a todas as estruturas do corpo do animal,


conforme quadro abaixo.
Folheto Embrionário Principais estruturas formadas
Epiderme, glândulas exócrinas, sistema
nervoso, esmalte dos dentes, revestimento
Ectoderme
da boca, do nariz e do ânus, cristalino, retina
e córnea.
Músculos, tecidos conjuntivos, sistema
Mesoderme
cardiovascular, linfático, urogenital.
Revestimento do tubo digestório e do sistema
Endoderme
respiratório, fígado, pâncreas.

O embrião humano chega ao útero cerca de três a quatro dias após a


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fecundação. Em torno de sete a oito dias ele já atingiu o estado de blástula,


que nos mamíferos leva o nome de blastocisto. Nesse momento ocorre a
implantação do embrião no útero, fenômeno chamado nidação. A partir daí
começa a chamada gravidez ou gestação, que dura aproximadamente 9
meses. O blastocisto é composto por células que darão origem ao embrião
propriamente dito e aos tecidos extraembrionários como os que compõem
o saco vitelínico, o cório, o âmnio, o alantoide e a placenta.

Fig. 25: Formação do blastocisto em mamíferos.

Nos mamíferos placentários, como os seres humanos, o saco vitelínico


e o alantoide são reduzidos, uma vez que a nutrição, a respiração e a
excreção do embrião são realizadas pela placenta. A placenta liga-se ao
embrião pelo cordão umbilical, onde se encontram vasos sanguíneos que
levam nutrientes e gás oxigênio para o indivíduo em formação, ao mesmo
tempo em que retiram dele gás carbônico e excretas.

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Fig. 26: Etapas iniciais do desenvolvimento embrionário humano.

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Fig. 27: É através da placenta que o embrião recebe gás oxigênio e nutrientes, bem como elimina
gás carbônico e excretas.

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O quadro abaixo lista os eventos mais marcantes no desenvolvimento


embrionário humano.

Idade do Evento
Embrião
24 horas Primeira divisão do zigoto, com formação de duas células.
3 dias Chegada do embrião à cavidade uterina.
7 dias Implantação do embrião no útero.
Organogênese em curso. Início da formação da notocorda
2,5 semanas e do músculo cardíaco; formação das primeiras células
sanguíneas, do saco vitelínico e do cório.
Formação do tubo nervoso. Primórdios de olhos e orelhas
já são visíveis; diferenciação do tubo digestório, com
3,5 semanas formação das fendas na faringe e início de
desenvolvimento do fígado e do sistema respiratório; o
coração começa a bater.
Aparecimento de brotos dos braços e pernas; formação
4 semanas
das três partes básicas do encéfalo.
Início dos movimentos. Já é possível identificar a presença
de testículos ou ovários; tem início a ossificação; os
2 meses
principais vasos sanguíneos assumem sua posição
definitiva.
O sexo já pode ser identificado externamente; a notocorda
3 meses
degenera.
4 meses A face do embrião assume aparência humana.
Os neurônios tornam-se mielinizados; ocorre grande
3º trimestre
crescimento do corpo.
266º dia Nascimento.

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Fig. 28: Desenvolvimento fetal humano.

Normalmente, nos seres humanos, em cada gestação forma-se um


único embrião. No entanto, existem casos em que mais de um embrião
pode ser formado, dando origem a gêmeos. Pode acontecer de a mulher
liberar dois ou mais ovócitos em um ciclo menstrual. Assim, se eles forem
fecundados, mais de um zigoto se formará e consequentemente mais de
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uma criança nascerá. Nessa situação, falamos em gêmeos dizigóticos e


eles são tão semelhantes quanto dois irmãos que tenham nascido
separadamente. Como são zigotos diferentes, os gêmeos podem ser,
inclusive, de sexos opostos. Em outros casos, pode acontecer de um zigoto
se dividir e dar origem a mais de um indivíduo. Esses indivíduos serão,
portanto, idênticos geneticamente, e são chamados de gêmeos
monozigóticos. Caso essa divisão do zigoto não ocorra completamente,
os indivíduos podem ficar ligados por alguma parte do corpo, formando os
chamados gêmeos unidos.

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Fig. 29: Formação de gêmeos monozigóticos.

6. Evolução Humana

Vimos anteriormente que a vida no planeta Terra surgiu entre


aproximadamente 3,5 e 4,5 bilhões de anos atrás. Desde então nosso
planeta sofreu grandes modificações climáticas e também na posição dos
continentes. A tectônica de placas explica a movimentação das massas
continentais e isso é fundamental para compreendermos a distribuição
espacial dos grupos de seres vivos. Ao longo desses bilhões de anos, vários
episódios de extinções em massa varreram incontáveis espécies das quais
nunca teremos conhecimento. A mais famosa dessas extinções foi a que
ocorreu no fim do período Cretáceo (65 milhões de anos) e causou o
desaparecimento dos dinossauros. Estima-se que cerca de 85% das
espécies foram extintas nesse evento que teve como principal causa a
queda de um asteroide com cerca de 10 km de diâmetro na superfície
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terrestre. Graças a essa extinção, e com o desaparecimento de grandes


predadores, os mamíferos, que haviam surgido no fim do Triássico,
puderam se diversificar e ocupar os nichos ecológicos deixados vagos pelas
espécies extintas.
Os seres humanos estão incluídos entre os primatas, uma ordem de
mamíferos da qual também pertencem os lêmures, társios, Macacos do
Novo Mundo, Macacos do Velho Mundo, gibões, orangotangos, gorilas e
chimpanzés.

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O SER HUMANO NÃO EVOLUIU DO MACACO


Pois é, amigos. Ao contrário do que muitos pensam, o ser humano não
evoluiu do macaco. O que acontece é que as duas espécies de chimpanzés
(Pan troglodytes e Pan paniscus) são os seres atuais mais próximos
evolutivamente dos seres humanos. Isso não quer dizer que evoluímos dos
chimpanzés e sim que compartilhamos um ancestral com eles mais recente
do que com qualquer outro ser ainda existente no nosso planeta. Esse
ancestral viveu há cerca de 5 a 7 milhões de anos e de lá até o surgimento
das espécies atuais, várias outras formas surgiram e foram extintas.

Fig. 30: Filogenia dos primatas

Apesar de apresentarmos grandes semelhanças anatômicas,


fisiológicas e moleculares com os chimpanzés, várias características nos
diferenciam deles, entre as quais destacamos: a proporção entre braços e
pernas, o grau de mobilidade do polegar, a distribuição de pelos corporais,
a dentição e, principalmente, o tamanho do cérebro que é muito maior na
nossa espécie. Nosso grande volume cerebral reflete nossa capacidade de
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raciocínio, manuseio de ferramentas e objetos, previsão de eventos futuros,


emoções, entre outras coisas, que nos distinguem não só dos chimpanzés,
mas também de todos os outros seres vivos. Outra característica
tipicamente humana é sua capacidade de apoiar e locomover apenas sobre
os membros posteriores, ou seja, em uma postura bípede. Outros primatas
antropoides como gorilas e chimpanzés só conseguem andar sobre dois pés
por períodos curtos. As vantagens do bipedalismo incluem ter as mãos livres
para carregar filhos, alimentos e objetos; observar presas e predadores à
distância; locomover-se com menor gasto de energia; e diminuir a absorção

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de calor do chão.
A transição de uma postura quadrúpede para bípede tem ligação,
provavelmente, com as mudanças climáticas ocorridas na África, onde os
ancestrais dos seres humanos surgiram. A gradativa mudança de ambientes
dominados por florestas para savanas acabou por selecionar indivíduos
mais aptos a se locomover em campos abertos e com características
favoráveis a suportar temperaturas mais altas, como uma menor cobertura
de pelos no corpo.

Fig. 31: Diferenças no esqueleto de um gorila e um ser humano bípede.

Outra importante diferença entre os seres humanos e os demais


primatas é que os polegares de nossas mãos são mais longos, fortes e
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móveis. Assim, muitos primatas conseguem ter o que chamamos de pegada


de potência, mas apenas os seres humanos têm uma pegada de precisão
utilizando o polegar e as pontas dos outros dedos para executar
movimentos finos e delicados.

Fig. 32: Seres humanos são capazes de utilizar objetos com precisão.

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Após a separação das linhagens que deram origem aos chimpanzés e


aos seres humanos, várias outras espécies surgiram e fazem parte de nossa
ancestralidade. Ainda existe muito por descobrir e, à medida que novos
fósseis vão sendo encontrados, mais peças são adicionadas a esse quebra-
cabeças. Vamos conhecer os principais candidatos a nossos ancestrais.
Restos de crânios fossilizados de um hominídeo com cerca de 7 milhões
de anos foram encontrados no Chade (região central da África) em 2003.
Eles foram classificados como Sahelanthropus tchadensis e acredita-se que
ele possa ser o mais antigo ancestral da linhagem humana, tendo surgido
logo após a divergência com a linhagem dos chimpanzés. No entanto, não
há consenso acerca disso e outra possibilidade é que S. tchadensis seja
ancestral tanto dos seres humanos quanto dos chimpanzés.

Fig. 33: Crânio fossilizado de S. tchadensis

Outro possível ancestral de nossa espécie é o Orrorin tugenensis, que


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viveu no leste africano há cerca de 6 milhões de anos. Seus fósseis indicam


que ele tinha uma postura ereta e o andar bípede. No entanto, outras
características apontam para um hábito arborícola. O Ardipithecus ramidus,
um pouco mais recente do que o Orrorin (entre 5,8 e 5,2 milhões de anos
atrás) também apresentava características morfológicas de um primata
bípede, mas de hábitos predominantemente arborícolas.
Os australopitecos são o grupo mais bem documentado de hominídeos
primitivos devido à grande quantidade de fósseis descobertos. Viveram na
África entre cerca de 4 e 1,2 milhões de anos atrás e apresentam várias

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espécies dentro do gênero Australopithecus. Seus fósseis revelam uma


tendência a apresentar dentes menores (mais semelhantes aos humanos)
e uma postura mais ereta, porém sem aumento significativo no tamanho
cerebral. Respondendo às mudanças ambientais que causaram a retração
das florestas tropicais, esses hominídeos se adaptaram gradativamente a
deixar as copas das árvores, desenvolvendo uma postura ereta que os
possibilitava encontrar presas e fugir de predadores nas savanas, conforme
já discutimos anteriormente. Uma das espécies de Australopithecus,
provavelmente, deu origem ao gênero Homo, no qual estamos incluídos.

Fig. 34: À esquerda, reconstituição de uma fêmea de Australopithecus afarensis. À direita, crânio
fossilizado de Australopithecus africanus.

Nossa espécie, Homo sapiens, é a única sobrevivente do gênero Homo.


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A característica mais marcante desse grupo é o grande tamanho cerebral,


mas o uso de ferramentas também parece ser determinante em sua
classificação. O mais antigo representante do gênero é o Homo habilis, que
significa “homem habilidoso” em referência às ferramentas de pedra
encontradas junto aos fósseis. Há cerca de 1,8 milhões de anos, surgiu o
Homo erectus, de maior estatura e postura mais ereta do que o H. habilis.
Seu cérebro também era significativamente maior, seus dentes menores e,
restos de alimentos encontrados queimados junto a seus fósseis, revelam
que eles não somente utilizavam ferramentas como podem ter sido os
primeiros hominídeos a cozinhar. O H. erectus é considerado como ancestral
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dos neandertais e do ser humano moderno.

Fig. 35: Crânio de hominídeos extintos. À esquerda Homo habilis e à direita Homo erectus.

O Homo neanderthalensis é a espécie extinta mais próxima


evolutivamente ao H. sapiens. Sua origem remonta a cerca de 200 a 300
mil anos e sua extinção ocorreu há cerca de 28 mil anos. Viveram na África,
Oriente Médio, Europa e Ásia. Comparativamente aos humanos modernos,
tinham um corpo mais baixo, compacto e com ossos mais largos e
musculatura mais desenvolvida. Essa menor relação superfície-volume gera
menor perda de calor, o que os relaciona com a vida em altas latitudes
(clima mais frio). É possível que tenha havido intercruzamento entre eles e
H. sapiens e que, por isso, nossa espécie carregue até hoje parte do DNA
neandertal. Evidências fósseis indicam também que esses hominídeos
poderiam ter pensamento simbólico com cerimônias fúnebres e tenham
inclusive sido capazes de falar.
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Fig. 36: Linha do tempo para algumas espécies de hominídeos. Da esquerda para a direita há uma
tendência ao abandono de hábitos arborícolas e ao predomínio do andar bípede.

SOMOS TODOS AFRICANOS


Nossa espécie surgiu na África há cerca de 200 mil anos. Assim, não
importa se seus antepassados recentes viveram na Europa ou na Ásia. No
fim das contas, todos nós descendemos de humanos africanos. De lá, eles
começaram sua jornada para outros continentes há cerca de 80 a 60 mil
anos, quando provavelmente encontraram neandertais fora da África e
intercruzaram com eles. À medida que pequenos grupos iam se
aventurando cada vez mais longe em busca de alimento, nossa espécie foi
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conquistando áreas cada vez mais distantes do planeta e, ao mesmo tempo,


sofrendo modificações morfológicas, fisiológicas e comportamentais. As
mutações presentes nos diferentes grupos étnicos atuais nos permitem
traçar as rotas de migração de nossos ancestrais. Assim, sabemos que há
cerca de 15 mil anos, nossos antepassados atravessaram uma ligação
atualmente submersa entre a Sibéria e a América do Norte, o que os
possibilitou chegar até a América do Sul em alguns milhares de anos. Como
registros pré-históricos do ser humano, temos não só os fósseis, mas
também diversas ferramentas e ainda as chamadas pinturas rupestres. O

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surgimento da agricultura há cerca de 12 mil anos possibilitou finalmente o


surgimento das primeiras civilizações humanas.

Fig. 37: Mapa de dispersão humana. Os números indicam a idade aproximada do evento.

E assim terminamos o módulo Identidade dos Seres Vivos. Nas


próximas duas aulas falaremos sobre Genética. Bom estudo a todos
e até a próxima!

7. QUESTÕES COMENTADAS

01. (ENEM 1998, Amarela, Q09) Matéria publicada em jornal diário


discute o uso de anabolizantes (apelidados de “bombas”) por praticantes de
musculação. Segundo o jornal, “os anabolizantes são hormônios que dão
uma força extra aos músculos. Quem toma consegue ganhar massa
muscular mais rápido que normalmente. Isso porque uma pessoa pode
crescer até certo ponto, segundo sua herança genética e
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independentemente do quanto ela se exercite”. Um professor de


musculação, diz: “Comecei a tomar bomba por conta própria. Ficava
nervoso e tremia. Fiquei impotente durante uns seis meses. Mas como sou
lutador de vale tudo, tenho que tomar”.
A respeito desta matéria, dois amigos fizeram os seguintes comentários:
I. o maior perigo da auto-medicação é seu fator anabolizante, que leva à
impotência sexual.
II. o crescimento corporal depende tanto dos fatores hereditários quanto do
tipo de alimentação da pessoa, se pratica ou não esportes, se dorme as 8
horas diárias.
III. os anabolizantes devem ter mexido com o sistema circulatório do
professor de musculação, pois ele até ficou impotente.

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IV. os anabolizantes são mais perigosos para os homens, pois as mulheres,


além de não correrem o risco da impotência, são protegidas pelos
hormônios femininos.
Tomando como referência as informações da matéria do jornal e o que se
conhece da fisiologia humana, pode-se considerar que estão corretos os
comentários:
(A) I, II, III e IV.
(B) I, II e IV, apenas.
(C) III e IV, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III, apenas.

O assunto na aula de Biologia era a evolução do Homem. Foi apresentada


aos alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que
relacionava primatas atuais e seus ancestrais. (Use-a para responder as
questões 02, 03 e 04)

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02. (ENEM 1998, Amarela, Q25) Após observar o material fornecido pelo
professor, os alunos emitiram várias opiniões, a saber:
I. os macacos antropóides (orangotango, gorila e chimpanzé e gibão)
surgiram na Terra mais ou menos contemporaneamente ao Homem.
II. alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos
antropóides.
III. na história evolutiva, os homens e os macacos antropóides tiveram um
ancestral comum.
IV. não existe relação de parentesco genético entre macacos antropóides e
homens.
Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que:

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a) todas as afirmativas estão corretas.


b) apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
d) apenas a afirmativa II está correta.
e) apenas a afirmativa IV está correta.

03. (ENEM 1998, Amarela, Q26) Foram feitas comparações entre DNA e
proteínas da espécie humana com DNA e proteínas de diversos primatas.
Observando a árvore filogenética, você espera que os dados bioquímicos
tenham apontado, entre os primatas atuais, como nosso parente mais
próximo o:
a) Australopithecus.
b) Chimpanzé.
c) Ramapithecus.
d) Gorila.
e) Orangotango.

04. (ENEM – 1998 Amarela Q27) Se fosse possível a uma máquina do


tempo percorrer a evolução dos primatas em sentido contrário,
aproximadamente quantos milhões de anos precisaríamos retroceder, de
acordo com a árvore filogenética apresentada, para encontrar o ancestral
comum do homem e dos macacos antropóides (gibão, orangotango, gorila
e chimpanzé)?
a) 5
b) 10
c) 15
d) 30
e) 60

05. (ENEM – 2000 Amarela Q62) O metabolismo dos carboidratos é


fundamental para o ser humano, pois a partir desses compostos orgânicos
obtém-se grande parte da energia para as funções vitais. Por outro lado,
desequilíbrios nesse processo podem provocar hiperglicemia ou diabetes.
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O caminho do açúcar no organismo inicia-se com a ingestão de carboidratos


que, chegando ao intestino, sofrem a ação de enzimas, “quebrando-se” em
moléculas menores (glicose, por exemplo) que serão absorvidas.
A insulina, hormônio produzido no pâncreas, é responsável por facilitar a
entrada da glicose nas células. Se uma pessoa produz pouca insulina, ou se
sua ação está diminuída, dificilmente a glicose pode entrar na célula e ser
consumida.
Com base nessas informações, pode-se concluir que:
(A) o papel realizado pelas enzimas pode ser diretamente substituído pelo
hormônio insulina.
(B) a insulina produzida pelo pâncreas tem um papel enzimático sobre as
moléculas de açúcar.
(C) o acúmulo de glicose no sangue é provocado pelo aumento da ação da
insulina, levando o indivíduo a um quadro clínico de hiperglicemia.

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(D) a diminuição da insulina circulante provoca um acúmulo de glicose no


sangue.
(E) o principal papel da insulina é manter o nível de glicose suficientemente
alto, evitando, assim, um quadro clínico de diabetes.

06. (ENEM 2009, Azul, Q11) Para que todos os órgãos do corpo humano
funcionem em boas condições, é necessário que a temperatura do corpo
fique sempre entre 36ºC e 37ºC. Para manter-se dentro dessa faixa, em
dias de muito calor ou durante intensos exercícios físicos, uma série de
mecanismos fisiológicos é acionada.
Pode-se citar como o principal responsável pela manutenção da
temperatura corporal humana o sistema
(A) digestório, pois produz enzimas que atuam na quebra de alimentos
calóricos.
(B) imunológico, pois suas células agem no sangue, diminuindo a condução
do calor.
(C) nervoso, pois promove a sudorese, que permite perda de calor por meio
da evaporação da água.
(D) reprodutor, pois secreta hormônios que alteram a temperatura,
principalmente durante a menopausa.
(E) endócrino, pois fabrica anticorpos que, por sua vez, atuam na variação
do diâmetro dos vasos periféricos.

07. (ENEM 2009, Azul, Q37) Sabe-se que o olho humano não consegue
diferenciar componentes de cores e vê apenas a cor resultante,
diferentemente do ouvido, que consegue distinguir, por exemplo, dois
instrumentos diferentes tocados simultaneamente. Os raios luminosos do
espectro visível, que têm comprimento de onda entre 380nm e 780nm,
incidem na córnea, passam pelo cristalino e são projetados na retina. Na
retina, encontram-se dois tipos de fotorreceptores, os cones e os
bastonetes, que convertem a cor e a intensidade da luz recebida em
impulsos nervosos. Os cones distinguem as cores primárias: vermelho,
verde e azul, e os bastonetes diferenciam apenas níveis de intensidade,
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sem separar comprimentos de onda. Os impulsos nervosos produzidos são


enviados ao cérebro por meio do nervo óptico, para que se dê a percepção
da imagem.
Um indivíduo que, por alguma deficiência, não consegue captar as
informações transmitidas pelos cones, perceberá um objeto branco,
iluminado apenas por luz vermelha, como
(A) um objeto indefinido, pois as células que captam a luz estão inativas.
(B) um objeto rosa, pois haverá mistura da luz vermelha com o branco do
objeto.
(C) um objeto verde, pois o olho não consegue diferenciar componentes de
cores.
(D) um objeto cinza, pois os bastonetes captam luminosidade, porém não
diferenciam cor.
(E) um objeto vermelho, pois a retina capta a luz refletida pelo objeto,
transformando-a em vermelho.
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08. (ENEM 2010, Azul, Q88) Diversos comportamentos e funções


fisiológicas do nosso corpo são periódicos, sendo assim, são classificados
como ritmo biológico. Quando o ritmo biológico responde a um período
aproximado de 24 horas, ele é denominado ritmo circadiano. Esse ritmo
diário é mantido pelas pistas ambientais de claro-escuro e determina
comportamentos como o ciclo do sono-vigília e o da alimentação. Uma
pessoa, em condições normais, acorda às 8h e vai dormir às 21h, mantendo
seu ciclo de sono dentro do ritmo dia e noite. Imagine que essa mesma
pessoa tenha sido mantida numa sala totalmente escura por mais de quinze
dias. Ao sair de lá, ela dormia às 18h e acordava às 3h da manhã. Além
disso, dormia mais vezes durante o dia, por curtos períodos de tempo, e
havia perdido a noção da contagem dos dias, pois, quando saiu, achou que
havia passado muito mais tempo no escuro.
BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia. São Paulo: Atheneu, 2000 (adaptado).

Em função das características observadas, conclui-se que a pessoa


(A) apresentou aumento do seu período de sono contínuo e passou a dormir
durante o dia, pois seu ritmo biológico foi alterado apenas no período
noturno.
(B) apresentou pouca alteração do seu ritmo circadiano, sendo que sua
noção de tempo foi alterada somente pela sua falta de atenção à passagem
do tempo.
(C) estava com seu ritmo já alterado antes de entrar na sala, o que significa
que apenas progrediu para um estado mais avançado de perda do ritmo
biológico no escuro.
(D) teve seu ritmo biológico alterado devido à ausência de luz e de contato
com o mundo externo, no qual a noção de tempo de um dia é modulada
pela presença ou ausência do sol.
(E) deveria não ter apresentado nenhuma mudança do seu período de sono
porque, na realidade, continua com o seu ritmo normal, independentemente
do ambiente em que seja colocada.

09. (ENEM 2010, 2ª Aplicação, Azul, Q69) A perda de pelos foi uma
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adaptação às mudanças ambientais, que forçaram nossos ancestrais a


deixar a vida sedentária e viajar enormes distâncias à procura de água e
comida. Junto com o surgimento de membros mais alongados e com a
substituição de glândulas apócrinas (produtoras de suor oleoso e de lenta
evaporação) por glândulas écrinas (suor aquoso e de rápida evaporação),
a menor quantidade de pelos teria favorecido a manutenção de uma
temperatura corporal saudável nos trópicos castigados por calor sufocante,
em que viveram nossos ancestrais.
Scientific American. Brasil, mar. 2010 (adaptado).
De que maneira o tamanho dos membros humanos poderia estar associado
à regulação da temperatura corporal?
(A) Membros mais longos apresentam maior relação superfície/volume,
facilitando a perda de maior quantidade de calor.

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(B) Membros mais curtos têm ossos mais espessos, que protegem vasos
sanguíneos contra a perda de calor.
(C) Membros mais curtos desenvolvem mais o panículo adiposo, sendo
capazes de reter maior quantidade de calor.
(D) Membros mais longos possuem pele mais fina e com menos pelos,
facilitando a perda de maior quantidade de calor.
(E) Membros mais longos têm maior massa muscular, capazes de produzir
e dissipar maior quantidade de calor.

10. (ENEM 2010, 2ª Aplicação, Azul, Q78) A cafeína atua no cérebro,


bloqueando a ação natural de um componente químico associado ao sono,
a adenosina. Para uma célula nervosa, a cafeína se parece com a adenosina
e combina-se com seus receptores. No entanto, ela não diminui a atividade
das células da mesma forma. Então, ao invés de diminuir a atividade por
causa do nível de adenosina, as células aumentam sua atividade, fazendo
com que os vasos sanguíneos do cérebro se contraiam, uma vez que a
cafeína bloqueia a capacidade da adenosina de dilatá-los. Com a cafeína
bloqueando a adenosina, aumenta a excitação dos neurônios, induzindo a
hipófise a liberar hormônios que ordenam às suprarrenais que produzam
adrenalina, considerada o hormônio do alerta.
Disponível em: http://ciencia.hsw.uol.com.br. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).

Infere-se do texto que o objetivo da adição de cafeína em alguns


medicamentos contra a dor de cabeça é
(A) contrair os vasos sanguíneos do cérebro, diminuindo a compressão
sobre as terminações nervosas.
(B) aumentar a produção de adrenalina, proporcionando uma sensação de
analgesia.
(C) aumentar os níveis de adenosina, diminuindo a atividade das células
nervosas do cérebro.
(D) induzir a hipófise a liberar hormônios, estimulando a produção de
adrenalina.
(E) excitar os neurônios, aumentando a transmissão de impulsos nervosos.
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11. (ENEM 2012, Branco, Q90) A condição física apresentada pelo


personagem da tirinha é um fator de risco que pode desencadear doenças
como

(A) anemia.
(B) beribéri.
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(C) diabetes.
(D) escorbuto.
(E) fenilcetonúria.

12. (ENEM 2013, Branco, Q61) A pílula anticoncepcional é um dos


métodos contraceptivos de maior segurança, sendo constituída
basicamente de dois hormônios sintéticos semelhantes aos hormônios
produzidos pelo organismo feminino, o estrogênio (E) e a progesterona (P).
Em um experimento médico, foi analisado o sangue de uma mulher que
ingeriu ininterruptamente um comprimido desse medicamento por dia
durante seis meses. Qual gráfico representa a concentração sanguínea
desses hormônios durante o período do experimento?

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13. (ENEM 2015, Azul, Q54) Um importante princípio da biologia,


relacionado à transmissão de caracteres e à embriogênese humana, foi
quebrado com a descoberta do microquimerismo fetal. Microquimerismo é
o nome dado ao fenômeno biológico referente a uma pequena população
de células ou DNA presente em um indivíduo, mas derivada de um
organismo geneticamente distinto. Investigando-se a presença do
cromossomo Y, foi revelado que diversos tecidos de mulheres continham
células masculinas. A análise do histórico médico revelou uma correlação
extremamente curiosa: apenas as mulheres que antes tiveram filhos
homens apresentaram microquimerismo masculino. Essa correlação levou
à interpretação de que existe uma troca natural entre células do feto e
maternas durante a gravidez.

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MUOTRI, A. Você não é só você: carregamos células maternas na maioria de nossos


órgãos. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado).

O princípio contestado com essa descoberta, relacionado ao


desenvolvimento do corpo humano, é o de que
(A) o fenótipo das nossas células pode mudar por influência do meio
ambiente.
(B) a dominância genética determina a expressão de alguns genes.
(C) as mutações genéticas introduzem variabilidade no genoma.
(D) as mitocôndrias e o seu DNA provêm do gameta materno.
(E) as nossas células corporais provêm de um único zigoto.

14. (ENEM 2015, Azul, Q85) Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn
al-Haytham; 965-1040 d.C.) escreveu sua principal obra, o Livro da Óptica,
que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da visão e
outros aspectos da ótica, por exemplo, o funcionamento da câmara escura.
O livro foi traduzido e incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais
pelos europeus. Na figura, retirada dessa obra, é representada a imagem
invertida de edificações em um tecido utilizado como anteparo.

Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido


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corresponde ao(à)
(A) íris.
(B) retina.
(C) pupila.
(D) córnea.
(E) cristalino.

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

01. Vamos analisar as afirmativas: I – a auto-medicação serve para


qualquer tipo de medicamento, não só os com efeitos anabolizantes.
ERRADA II – existe um fator genético e outro comportamental que,
combinados, promovem o crescimento corporal. CORRETA. III – a ereção
do pênis depende do bombeamento de sangue para os tecidos eréteis.

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CORRETA IV – Anabolizantes são tão perigosos para os homens quanto para


as mulheres. ERRADA Alternativa D.

02. Pela interpretação dessa árvore filogenética é fácil descobrir que


alternativas são verdadeiras ou não. Veja que os macacos antropoides e o
ser humano estão mais ou menos na mesma linha horizontal, que
representa o tempo (afirmativa I correta). Não é possível afirmar que uma
espécie extinta descenda de uma espécie atual (afirmativa II errada). Se
continuarmos os ramos dos macacos antropoides e do homem, voltando no
tempo, encontraremos um ponto de encontro recente que corresponde ao
ancestral comum deles (afirmativa III certa) e isso, além de representar
uma relação de parentesco entre esses grupos, representa também a
proximidade entre eles (afirmativa IV errada). Alternativa B.

03. Um detalhe importante no enunciado é “primatas atuais”. Logo, ao


analisarmos a árvore filogenética, o grupo atual que tem o ancestral comum
mais recente compartilhado com os seres humanos é o dos chimpanzés. É
só continuar a linha do Homem e ver qual é o primeiro encontro com outro
ramo. Alternativa B.

04. Mais uma vez, é só continuar a linha correspondente ao ramo do


Homem até encontrar o primeiro nó que engloba todos os macacos
antropoides. Esse encontro ocorre há aproximadamente 15 milhões de
anos. Alternativa C.

05. A insulina promove a entrada de glicose nas células e,


consequentemente, sua diminuição no sangue. Assim, se a quantidade de
insulina circulante diminuir, menos glicose entrará nas células, se
acumulando no sangue. Alternativa D.

06. O controle da temperatura corporal é realizado pelo hipotálamo, região


do encéfalo e pertencente ao sistema nervoso. O estímulo da sudorese faz
com que as glândulas sudoríparas produzam suor, que resfria a superfície
do corpo através da sua evaporação. Alternativa C.
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07. Os bastonetes são células sensíveis à presença de luz mas não são
capazes de distinguir cores. Logo, um objeto branco iluminado com luz
vermelha seria percebido como um objeto cinza por essas células.
Alternativa D.

08. A letra A afirma que o período de sono contínuo da pessoa aumentou,


mas sua duração diminuiu. Seu ritmo circadiano foi bastante alterado, uma
vez que seu período de sono mudou bastante. O enunciado diz que a pessoa
estava em condições normais antes de entrar na sala, o que descarta a
alternativa C. A letra E também está errada pois sabemos que o ritmo
circadiano está relacionado à produção de melatonina, que só ocorre na
ausência de luz. Logo, se a pessoa ficar o tempo todo no escuro, o corpo
não saberá a duração dos dias e perderá a noção de tempo. Alternativa
D.
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09. Nos trópicos, devido às altas temperaturas, adaptações relacionadas à


maior dissipação de calor são mais favoráveis. Assim, descartamos
imediatamente as opções B e C, pois ambas atuam no sentido de reter mais
calor no corpo. Além disso, o tamanho dos membros não tem relação com
a espessura da pele nem com a quantidade de massa muscular. Por outro
lado, eles possuem uma maior relação superfície/volume, o que facilita a
perda de calor. Alternativa A.

10. Vamos analisar as alternativas: B – a adrenalina não proporciona


analgesia; C – a cafeína diminui a atuação da adenosina; D – a produção
de adrenalina não vai diminuir a dor de cabeça; E – o aumento na
transmissão de impulsos nervosos também não vai diminuir a dor de
cabeça; A – a cafeína provoca a vasoconstrição no cérebro e, com isso
diminui a compressão sobre as terminações nervosas, o que alivia a dor.
Alternativa A.

11. A obesidade e o sedentarismo podem levar à diabetes tipo II.


Alternativa C.

12. A ingestão ininterrupta desses hormônios faz com que seus níveis
sanguíneos permaneçam altos, o que exerce feedback negativo sobre os
ovários, glândulas responsáveis pela sua produção. Com isso, não há
alterações em seus níveis, o que pode ser visualizado na alternativa A.

13. Primeiramente, tenha atenção porque a questão está cobrando o


princípio contestado, ou seja, aquele que está sendo questionado pela
presença de células em um organismo que sejam provenientes de outro
indivíduo. Dentre as opções, a única que está relacionada com isso é a letra
E. As outras opções estão relacionadas a mudanças genéticas ou com
relação a organelas.

14. A porção do olho onde as imagens são projetadas é a retina.


Alternativa B.
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8. Bibliografia consultada

• AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol.1 e 2.

• CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

• LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 1 e 2.

• PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 1 e 3.

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Aula 11 - Hereditariedade e diversidade da vida

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 11: Genética Mendeliana, Polialelia,


Grupos Sanguíneos, Interação Gênica,
Pleiotropia

SUMÁRIO PÁGINA
1. Primeira lei de Mendel 01
2. Segunda Lei de Mendel 10
3. Polialelia e Grupos Sanguíneos 13
4. Interação Gênica e Pleiotropia 17
5. Questões Resolvidas 20
6. Bibliografia consultada 28

1. A Primeira Lei de Mendel

As primeiras reflexões sobre a hereditariedade remontam à Grécia


antiga, com Hipócrates e Aristóteles, entre outros, buscando explicar como
os descendentes de um indivíduo apresentavam características
semelhantes às dos seus progenitores. Na idade moderna, vários cientistas
desenvolveram suas teorias para explicar esse fenômeno. Uma delas era a
teoria da pré-formação, que dizia que o ovo fecundado continha um ser pré-
formado em seu interior. No século XIX cientistas como Charles Darwin
acreditavam na teoria da pangênese, na qual os elementos sexuais
possuíam estruturas oriundas de todas as partes do corpo – as gêmulas –
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que seriam então passadas para os descendentes. Havia ainda outra


corrente que dizia que as características hereditárias eram passadas por
fluidos corporais, como o sangue. É daí que vêm as expressões “puro
sangue” ou “sangue azul” ou ainda quando um pai diz que o filho tem o seu
sangue.
Em meio a essas incertezas e antes ainda de Charles Darwin publicar
sua teoria da evolução das espécies, um monge austríaco chamado Gregor
Mendel realizava seus estudos sobre a herança dos caracteres que seriam
a base da genética até os dias de hoje. Mendel realizou vários experimentos
com ervilhas e foi o primeiro a obter resultados conclusivos sobre os
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mecanismos de transmissão de características. Apesar de ter publicado sua


obra em 1866, seu trabalho ficou esquecido até o início do século XX,
quando outros pesquisadores chegaram às mesmas conclusões que Mendel
e reencontraram seus trabalhos realizados mais de 30 anos antes.
Mendel cultivou e reproduziu grande quantidade de plantas de ervilhas
até obter linhagens puras, que só geravam descendentes com as mesmas
características das plantas progenitoras. Ele conseguiu isso através da
autofecundação desses indivíduos. As ervilhas foram escolhidas porque
além de apresentarem fácil cultivo, produzem muitas sementes e possuem
várias características facilmente observáveis como a cor da semente, a cor
da vagem, a cor da flor, entre outras. Mendel obteve sucesso em seus
experimentos pois resolveu estudar uma característica de cada vez. Para
isso ele pegava duas linhagens puras para uma determinada característica.
Por exemplo: plantas de flor púrpura e plantas de flor branca. Essa seria
chamada posteriormente de Geração Parental ou P. Ao cruzar esses dois
grupos, Mendel obteve somente plantas de flor púrpura, na chamada
primeira geração ou F1. Feito isso, Mendel intercruzava indivíduos da
geração F1 e os resultados da geração F2 (segunda geração) eram: 75%
de flores púrpuras e 25% de flores brancas. O aparecimento de flores
brancas na geração F2 mas não na F1 fez com que Mendel concluísse que
o elemento para a cor branca não havia desaparecido. Na verdade, ele seria
inibido pela presença do elemento para a cor púrpura. Assim, a flor púrpura
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seria a característica dominante e a flor branca a característica recessiva.

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Fig. 01: O cruzamento de plantas da geração F1 gerou flores púrpura e brancas na proporção de
3:1, respectivamente.

Mendel repetiu esse experimento para várias outras características,


definindo quais eram dominantes e quais recessivas. Os resultados dos
cruzamentos entre a geração F2 eram sempre os mesmos: uma proporção
de 3 indivíduos contendo a característica dominante para 1 contendo a
característica recessiva. Isso deu origem à Primeira Lei de Mendel que pode
ser enunciada como: “Cada caráter é condicionado por um par de fatores
que se separam na formação dos gametas, nos quais ocorrem em dose
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simples”. Portanto, para que a herança de determinada característica seja


enquadrada na Primeira Lei, essa característica deve ser determinada por
um par de fatores que são recebidos um de cada progenitor e que, caso um
indivíduo possua dois fatores diferentes, um pode ser dominante sobre o
outro. Além disso, esses fatores não se misturam e, durante a formação
dos gametas, se separam, indo apenas um para cada gameta produzido.
Atualmente, podemos explicar as conclusões de Mendel com os
conhecimentos de Biologia Celular e Molecular. Sabemos que as
informações genéticas (hereditárias) estão contidas no DNA que, por sua
vez, está organizado em cromossomos no interior das células. Além disso,
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sabemos que a maioria dos organismos possui um par cromossomos de


cada tipo (cromossomos homólogos) e que um foi herdado do pai e outro
da mãe. Cada gene ocupa seu local específico (lócus) em um cromossomo,
e esse lócus é o mesmo nos dois cromossomos homólogos. Os genes podem
apresentar-se em diferentes versões chamadas alelos, que se situam cada
um em um cromossomo de um mesmo par. Quando um indivíduo possui os
dois alelos iguais, dizemos que ele é homozigoto para aquela
característica. Caso ele tenha herdado alelos diferentes de seus
progenitores, dizemos que ele é heterozigoto. Nos cruzamentos de
Mendel, as linhagens puras eram de homozigotos, enquanto que a geração
F1 era de heterozigotos. Nós representamos os alelos dominantes por letras
maiúsculas e os recessivos por letras minúsculas. Normalmente se usa a
letra correspondente à característica recessiva. Por exemplo: alelo para a
flor branca: “b”; alelo para a cor púrpura: “B”. Sendo assim, indivíduos que
possuam um par de alelos BB (homozigoto dominante) ou Bb (heterozigoto)
terão flores de cor púrpura, uma vez que essa característica é dominante.
Para que as flores tenham cor branca, o indivíduo deve possuir um par de
alelos bb (homozigoto recessivo), uma vez que essa característica é
recessiva e só será manifestada na ausência do alelo dominante. Nesse tipo
de herança, existem, portanto, três genótipos (BB, Bb e bb) e dois
fenótipos (flor branca e flor púrpura). O fenótipo corresponde à expressão
do genótipo e pode também sofrer a influência do ambiente.
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Fig. 02: Proporção fenotípica e genotípica na herança dominante da cor da flor de ervilha.

A maior parte dos seres vivos realiza reprodução sexuada com a


produção de gametas. Nos animais, os gametas são produzidos através da
meiose, como já vimos em aulas anteriores. Você deve se lembrar que, na
primeira divisão meiótica, ocorre o pareamento dos cromossomos
homólogos e sua consequente separação na anáfase I. Com isso, os
gametas carregam apenas um cromossomo de cada tipo (células haploides)
e, por isso, também carregam apenas um alelo para cada gene. Sendo
assim, ainda utilizando o exemplo da cor da flor na ervilha, indivíduos de
genótipo BB podem produzir gametas contendo apenas o alelo B. Indivíduos
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de genótipo Bb terão 50% de gametas portando o alelo B e 50% de gametas


portando o alelo b. Já os indivíduos de genótipo bb formarão 100% dos
gametas contendo o alelo b. Com a fecundação, forma-se um zigoto diploide
que recebe um alelo de cada gameta. Assim, os cruzamentos entre dois
indivíduos podem ser representados através do chamado quadro de
Punnett. Abaixo um exemplo de cruzamento entre um macho e uma fêmea,
ambos heterozigotos para a cor da flor.

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Gametas femininos

B b

masculinos
Gametas
B BB Bb

b Bb bb
Como os dois indivíduos no exemplo acima são heterozigotos, ambos
podem gerar gametas com um ou outro alelo. Assim, os possíveis
resultados de cruzamentos serão: ¼ BB, 2/4 Bb e ¼ bb. Sabendo que o
alelo B é dominante, temos ¾ de descendentes de flor púrpura e ¼ de cor
branca. Isso equivale exatamente às proporções encontradas por Mendel
de 75% e 25% respectivamente.
O tipo de herança visto acima é o que chamamos de dominância
completa, pois a presença de apenas um alelo B é suficiente para que
somente a característica “flor púrpura” seja expressa nos seus portadores.
Existem casos, porém, em que os heterozigotos vão apresentar uma
característica intermediária. Um exemplo disso é a cor da flor maravilha
(Mirabilis sp) em que os homozigotos são vermelhos ou brancos e os
heterozigotos são cor de rosa, ou seja, uma forma intermediária. Essa é a
chamada dominância incompleta. Nesse caso, quando cruzamos dois
indivíduos heterozigotos, os resultados serão conforme o quadro de Punnett
abaixo:
Gametas femininos

V B
masculinos
Gametas

V VV VB
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B VB BB
O alelo V determina a cor vermelha e o alelo B determina a cor branca.
Quando ambos os alelos estão presentes, o fenótipo é rosa. Assim, temos
uma proporção de 25% de flores vermelhas, 50% de flores rosa e 25% de
flores brancas (1:2:1).

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Fig. 03: Exemplo de dominância incompleta.

Existe ainda uma terceira situação chamada codominância em que


cada alelo produzirá uma característica diferente. É o caso do nosso sistema
de herança de grupos sanguíneos. Caso uma pessoa possua os alelos para
o sangue tipo A e para o sangue tipo B, ela terá sangue tipo AB, ou seja, as
duas características serão expressas. Falaremos melhor sobre grupos
sanguíneos mais à frente.
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Alguns alelos podem causar a morte do embrião interferindo


diretamente nos resultados obtidos na prole. São os chamados alelos
letais e podem ser dominantes, quando a presença de apenas um alelo é
suficiente para matar seu portador, ou recessivos, quando a presença de
dois alelos letais é necessária para matar o portador. Quando um gene
possui um alelo letal, os resultados dos cruzamentos apresentam
proporções diferentes. Por exemplo: a cor da pelagem de camundongos é
determinada por um par de alelos. A cor amarela é dominante e a marrom-
acinzentada é recessiva. No entanto, indivíduos homozigotos dominantes

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morrem durante o desenvolvimento embrionário. Observe o cruzamento


abaixo entre dois indivíduos heterozigotos. O alelo AY é dominante e o alelo
A é recessivo.
AYA x AYA

AYAY AYA AYA AA


Esse resultado nos daria as mesmas proporções genotípicas e
fenotípicas de uma herança com dominância completa, mas o que acontece
é que indivíduos de genótipo AYAY não chegam a nascer. Dessa forma,
temos 2/3 dos descendentes de cor amarela (AYA) e 1/3 dos descendentes
de cor marrom-acinzentada (AA).

REGRA DO “E” E REGRA DO “OU”


Como você já deve ter percebido, a Genética é a parte da Biologia que
mais usa cálculos matemáticos, pois trabalha com probabilidades. Assim,
existem duas regras de probabilidades que facilitam nossa vida na hora de
prever os resultados de cruzamentos genéticos. Uma é a regra do “E” e a
outra é a regra do “OU”.
A regra do “E” é usada quando queremos saber a probabilidade de dois
eventos independentes ocorrerem em conjunto. Por exemplo: Qual é a
probabilidade de um casal ter três filhos, sendo os dois primeiros meninos
e o terceiro uma menina? Primeiro vamos analisar as probabilidades
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individuais. Sabemos que o sexo no ser humano é determinado pela


presença do cromossomo Y ou do cromossomo X no espermatozoide que
fecunda o óvulo. A mulher possui genótipo XX para os cromossomos
sexuais, então ela só pode produzir óvulos portando o cromossomo X. Como
o homem possui um genótipo XY, durante a meiose, metade dos
espermatozoides gerados terá o cromossomo X e a outra metade terá o
cromossomo Y. Isso gera uma probabilidade de ½ ou 50% de se formar um
zigoto masculino e também ½ ou 50% de se formar um zigoto feminino.
Voltemos ao nosso problema:

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1º filho: Menino – probabilidade ½


2º filho: Menino – probabilidade ½
3º filho: Menina – probabilidade ½
Já sabemos as probabilidades de cada evento individual, mas agora
queremos saber sua probabilidade em conjunto, ou seja, a probabilidade do
primeiro filho ser menino “E” do segundo filho ser menino “E” do terceiro
filho ser uma menina. Nessa situação basta multiplicarmos as
probabilidades individuais: ½ x ½ x ½ = 1/8
Na regra do “OU” o raciocínio já é diferente. Vimos anteriormente que
as flores maravilha possuem dominância incompleta na sua coloração.
Assim, quando flores heterozigotas (cor de rosa) são cruzadas, surge uma
prole com resultados 25% vermelhas, 50% cor de rosa e 25% brancas. Se
quisermos saber qual é a probabilidade desse cruzamento gerar flores que
não sejam brancas, ou seja, vermelhas “OU” rosa, teremos que somar as
probabilidades individuais: 25% + 50% = 75% (ou em frações ¼ + ½ =
¾).

TRABALHANDO COM HEREDOGRAMAS


Uma maneira muito útil de representar relações de herança genética
em indivíduos é elaborar heredogramas ou árvores genealógicas. Muitas
questões sobre genética já fornecem um heredograma que deve ser
interpretado ou fornecem informações para que você monte um
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heredograma que o auxilie a encontrar a resposta. Abaixo um exemplo de


heredograma que representa do chamado bico de viúva em uma família. O
bico de viúva é um contorno pontiagudo da linha do cabelo no meio da
testa. Mesmo se o heredograma não fornecesse os genótipos dos
indivíduos, poderíamos deduzir que o bico de viúva é determinado por um
alelo dominante. É só observar o casal da segunda geração (ambos com
bico de viúva) e uma de suas filhas sem essa característica. Para que isso
aconteça, a única possibilidade é que os pais sejam heterozigotos (Ww) e a
filha não afetada seja homozigota recessiva (ww). Caso essa característica

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fosse determinada por um alelo recessivo, todos os filhos do casal seriam


iguais aos pais tanto em genótipo quanto em fenótipo.

Fig. 04: Heredograma representando a herança de uma característica dominante. Observe a


simbologia utilizada nesse tipo de diagramas.

2. A Segunda Lei de Mendel

Após obter grande sucesso estudando a herança de uma característica


por vez, Mendel resolveu se dedicar ao estudo da transmissão de duas
características em conjunto, para saber se uma teria influência na outra.
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Ele analisou ao mesmo tempo a cor da semente de ervilha e a sua


rugosidade, realizando cruzamentos entre linhagens puras de sementes
amarelas e lisas com linhagens puras de sementes verdes e rugosas. A
geração F1 obtida era composta totalmente por indivíduos com sementes
amarelas e lisas. Mendel então cruzou as plantas da geração F1 entre si e
obteve o seguinte resultado na geração F2: 9/16 de sementes amarelas e
lisas, 3/16 amarelas e rugosas, 3/16 verdes e lisas, 1/16 verde e rugosa.
Repare que na geração F2 surgiram fenótipos que não estavam presentes
na geração F1 nem na geração parental (amarelas rugosas e verdes lisas).

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Isso indica que houve recombinação entre os genótipos parentais e que a


cor da semente é transmitida independentemente da sua rugosidade.
Essa conclusão ficou conhecida como a lei da segregação
independente ou segunda lei de Mendel, justamente porque: “Em um
cruzamento em que estejam envolvidos dois ou mais caracteres, os fatores
que determinam cada um se separam (se segregam) de forma
independente durante a formação dos gametas, se recombinam ao acaso e
formam todas as combinações possíveis.”
Quando estudamos a divisão celular por meiose, vimos que os
cromossomos homólogos pareiam e se separam de forma independente e
aleatória uns em relação aos outros. Assim, genes ocupando loci (plural de
lócus) em cromossomos diferentes também serão segregados de forma
independente. Assim, quando analisamos a herança de dois caracteres ao
mesmo tempo, temos duas opções: ou raciocinamos com a formação de
todas as combinações de gametas considerando os dois pares de alelos e
construindo o seu quadrado de Punnett ou calculamos as probabilidades
para cada par de alelos separadamente e depois utilizamos a regra do “E”.
Vamos fazer um exemplo para que você entenda. Usando ainda a herança
da cor e rugosidade das sementes de ervilhas, vamos primeiramente
elaborar o quadrado de Punnett com todas as possibilidades de gametas.

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Fig. 05: Quadrado de Punnett para herança de cor e rugosidade na semente de ervilha.

Os resultados obtidos são exatamente os mesmos que Mendel


encontrou, na proporção de 9:3:3:1 para os fenótipos amarela lisa, amarela
rugosa, verde lisa e verde rugosa, respectivamente.
A outra forma de chegar a esse resultado seria fazer os cruzamentos
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para cada característica separadamente:


Vv x Vv: ¼ VV, 2/4 Vv, ¼ vv
Rr x Rr: ¼ RR, 2/4 Rr, ¼ rr
Agora multiplicamos os resultados de todas as possíveis combinações,
usando a regra do “E”, já que queremos saber as probabilidades
relacionadas à cor da semente “E” à rugosidade.
¼ RR  1/16 VVRR
¼ VV X 2/4 Rr  2/16 VVRr
¼ rr  1/16 VVrr

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¼ RR  2/16 VvRR
2/4 Vv X 2/4 Rr  4/16 VvRr
¼ rr  2/16 Vvrr

¼ RR  1/16 vvRR
¼ vv X 2/4 Rr  2/16 vvRr
¼ rr  1/16 vvrr
Isso nos dá a proporção genotípica de 1:2:1:2:4:2:1:2:1. Somando as
proporções relativas a cada fenótipo, teremos:
• Amarelas lisas: 1/16 VVRR + 2/16 VVRr + 2/16 VvRR + 4/16 VvRr =
9/16
• Amarelas rugosas: 1/16 VVrr + 2/16 Vvrr = 3/16
• Verdes lisas: 1/16 vvRR + 2/16 vvRr = 3/16
• Verdes rugosas: 1/16 vvrr
Assim, chegamos novamente à proporção fenotípica de 9:3:3:1.

3. Polialelia e Grupos Sanguíneos

Mudanças aleatórias no código genético (mutações) podem levar ao


surgimento de diferentes alelos para um mesmo gene. O alelo original é
chamado de selvagem e os outros são chamados de mutantes. Quando a
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herança de uma característica é determinada por alelos múltiplos, temos


um caso de polialelia.
Um exemplo de polialelia muito citado é o da cor da pelagem de
coelhos. Nesse sistema o gene em questão possui 4 alelos: C (selvagem ou
aguti), cch (chinchila), ch (himalaia) e c (albino). Veja abaixo como fica a
correspondência entre os possíveis genótipos e seus fenótipos:
Genótipos Fenótipos
CC, Ccch, Cch, Cc Aguti – marrom-escuro
cchcch, cchch, cchc Chinchila – cinza
chch, chc Himalaia – branco com extremidades pretas
cc Albino – todo branco

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Podemos observar que existe uma relação de dominância entre os


alelos representada por C > cch > ch > c. O raciocínio para realizar
cruzamentos nesse tipo de herança é exatamente o mesmo para genes com
apenas dois alelos. A única diferença é na atenção quanto aos fenótipos
produzidos. Por exemplo, um cruzamento entre um coelho aguti de
genótipo Ccch e um coelho chinchila de genótipo cchch vai gerar a seguinte
descendência:
¼ Ccch
½ aguti
¼ Cch

¼ cchcch
½ chinchila
¼ cchch

Outro exemplo de alelos múltiplos é a herança dos grupos sanguíneos


em humanos. Eles são determinados por três alelos que, combinados, dão
origem a quatro fenótipos. Os alelos IA e IB determinam a produção de
glicoproteínas chamadas aglutinogênios e situadas na membrana das
hemácias. O alelo IA determina a produção de aglutinogênio A, o alelo IB
determina a produção de aglutinogênio B e o alelo i não forma nenhum dos
dois aglutinogênios. Os alelos IA e IB são dominantes em relação ao alelo i
e codominantes entre si. As combinações resultantes geram os seguintes
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genótipos e fenótipos:

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Fig. 06: Genótipos e fenótipos dos grupos sanguíneos.

Os aglutinogênios são reconhecidos como antígenos pelo corpo da


pessoa. Assim, um indivíduo de sangue tipo A, por exemplo, vai apresentar
anticorpos contra o algutinogênio B, mas não contra o aglutinogênio A. Pelo
memo raciocínio, um indivíduo de sangue tipo B vai apresentar anticorpos
contra o aglutinogênio A, mas não contra o B. Uma pessoa de sangue tipo
AB não apresentará anticorpos nem contra o aglutinogênio A nem contra o
B. E, por fim, a pessoa de sangue tipo O apresentará anticorpos contra os
dois tipos de aglutinogênio.
Esses anticorpos são chamados de aglutininas e promovem a
aglutinação das hemácias contendo os respectivos aglutinogênios. Isso é
usado quando se quer descobrir o tipo sanguíneo de uma pessoa. Colhe-se
uma amostra de sangue da pessoa e adicionam-se as aglutininas Anti-A e
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Anti-B. Os resultados obtidos estão representados na figura 07.

Fig. 07: Resultados de testes para identificação do tipo sanguíneo.

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Por isso, também, existe um padrão de compatibilidade entre os tipos


sanguíneos que podem ser usados numa transfusão de sangue:
• Os portadores de sangue tipo A só podem receber sangue tipo A ou
sangue tipo O e podem doar para quem tem sangue A ou AB.
• Os portadores de sangue tipo B só podem receber sangue tipo B ou
sangue tipo O e podem doar para quem tem sangue B ou AB.
• Os portadores de sangue tipo AB podem receber sangue de todos os
tipos (receptores universais) mas só podem doar para quem tem
sangue AB.
• Os portadores de sangue tipo O só podem receber sangue tipo O mas
podem doar para todos os grupos (doadores universais).

O sistema Rh também participa da determinação dos grupos


sanguíneos. É ele que define se o sangue vem acompanhado de um “+” ou
de um “-“. Diferentemente do sistema ABO, o sistema Rh é determinado
por apenas um par de alelos (D e d). Pessoas Rh positivas (Rh+) possuem
o antígeno Rh em suas hemácias e podem ter genótipo DD ou Dd. Já as
pessoas Rh negativas (Rh-) não possuem esse antígeno e só podem ter
genótipo dd. Por conta disso, pessoas Rh positivas podem receber sangue
dos dois tipos, mas pessoas Rh negativas só podem receber sangue do seu
tipo. Dessa forma, ao raciocinarmos com os dois sistemas (ABO e Rh),
temos os portadores de sangue AB+ como os verdadeiros receptores
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universais e os portadores de sangue O- como os verdadeiros doadores


universais.
Uma grave condição chamada eritroblastose fetal pode afetar filhos
Rh+ de mães Rh-. O que acontece é que, caso uma mãe Rh- tenha um filho
Rh+, um pequeno contato do sangue fetal com o sangue materno pode
estimular a produção de anticorpos anti-Rh pela mãe. Como esse processo
é demorado, o primeiro filho não terá problemas. Se, em uma segunda
gravidez, novamente o feto for Rh+, os anticorpos maternos vão atravessar
a placenta e causar a aglutinação e destruição das hemácias fetais. Isso

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pode levar à anemia, icterícia, problemas no desenvolvimento cerebral e


até ao aborto involuntário. Como forma de prevenção, logo após o parto de
uma criança Rh+, a mãe Rh- deve receber um soro com anticorpos anti-Rh,
que causa a destruição das hemácias do bebê que tenham passado para o
sangue materno, impedindo a produção de anticorpos por ela. Assim, na
próxima gravidez, não haverá o perigo de ocorrer a doença.
Por fim, caso a situação seja invertida e o feto for Rh-, enquanto a mãe
é Rh+, não haverá nenhum problema pois o bebê só começará a produzir
anticorpos após 6 meses de vida.

4. Interação Gênica e Pleiotropia

Quando mais de um par de alelos trabalham para determinar uma


característica, chamamos isso de interação gênica. As interações gênicas
podem ser epistáticas ou não-epistáticas. No primeiro caso, um gene
inibe a ação do outro e no segundo, os genes se combinam para formar
uma característica.
Um exemplo de interação não-epistática é a herança dos tipos de
cristas de galinhas. Dois pares de alelos se combinam de forma a produzir
quatro fenótipos diferentes: cristas tipo noz, ervilha, rosa ou simples. O
alelo E (dominante) determina a presença da crista tipo ervilha e o alelo R
(dominante) determina a presença da crista tipo rosa. Caso os dois alelos
dominantes estejam presentes, ocorre interação gênica e surge um outro
fenótipo que é a crista tipo noz. Se nenhum dos dois alelos dominantes
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estiver presente, a crista é do tipo simples.


Genótipos Fenótipos
EERR, EeRR, EeRr, EERr Noz
EErr, Eerr Ervilha
eeRR, eeRr Rosa
Eerr Simples

A partir dessas informações, os cruzamentos podem ser efetuados


como se fosse um caso normal de segunda lei de Mendel e, inclusive, as

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proporções fenotípicas encontradas na reprodução de dois duplos


heterozigotos também serão 9:3:3:1.
As interações epistáticas podem ser dominantes, quando apenas um
alelo epistático é necessário para que ocorra a interação gênica, ou
recessivas, quando o alelo epistático precisa estar em dose dupla para
exercer seu efeito inibitório sobre o outro gene. Um exemplo de epistasia
recessiva é a herança da cor da pelagem de camundongos. O alelo c
(recessivo), quando em homozigose, inibe a manifestação de outro par de
alelos que determina a cor do camundongo. Com isso, todos os animais
nessa condição serão albinos. Na presença de um alelo C (dominante), a
pelagem será aguti (dominante) ou preta (recessivo), de acordo com a
presença do alelo A (dominante). Veja abaixo os resultados de um
cruzamento de duplos heterozigotos.

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Fig. 08: Epistasia recessiva na pelagem de camundongos.

Existem características que são determinadas por vários genes, cujos


alelos têm seus efeitos somados. Por isso, seu tipo de herança é
quantitativa e, ao contrário das características analisadas por Mendel,
produz fenótipos de variação contínua. A altura e a cor da pele de seres
humanos são dois exemplos desse tipo de herança. Além disso, essas

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características também são, frequentemente, influenciadas pelo ambiente.


Abaixo, um modelo de determinação da cor da pele em humanos, com três
pares de alelos.

Fig. 09: Herança quantitativa da cor da pele em humanos. Repare que os fenótipos intermediários
são mais frequentes do que os extremos.

Em muitos casos, um único gene influencia várias características, num


efeito chamado pleiotropia, que é o contrário da interação gênica. As
mutações que alteram o gene afetam todas as características ao mesmo
tempo. Muitas desordens genéticas complexas, como a síndrome de Marfan,
são resultado de mutações em genes pleiotrópicos. A síndrome de Marfan
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danifica as fibras elásticas do tecido conjuntivo, o que leva a problemas no


coração, na pele, nos vasos sanguíneos, nos tendões e em outras partes do
corpo. Muitas vezes, essa síndrome é assintomática e, por não ser tratada
adequadamente, pode levar seus portadores à morte pelo rompimento de
grandes vasos sanguíneos como a aorta, por exemplo.

Ficamos por aqui com nossa primeira aula sobre Genética. Bom
estudo a todos e até a próxima!

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5. QUESTÕES COMENTADAS

01. (ENEM 1999, Amarela, Q29) A sequência abaixo indica de maneira


simplificada os passos seguidos por um grupo de cientistas para a clonagem
de uma vaca:
I. Retirou-se um óvulo da vaca Z. O núcleo foi desprezado, obtendo-se
um óvulo anucleado.
II. Retirou-se uma célula da glândula mamária da vaca W. O núcleo foi
isolado e conservado, desprezando-se o resto da célula.
III. O núcleo da célula da glândula mamária foi introduzido no óvulo
anucleado. A célula reconstituída foi estimulada para entrar em divisão.
IV. Após algumas divisões, o embrião foi implantado no útero de uma
terceira vaca Y, mãe de aluguel. O embrião se desenvolveu e deu origem
ao clone.

Se a vaca Y, utilizada como “mãe de aluguel”, for a mãe biológica da vaca


W, a porcentagem de genes da “mãe de aluguel”, presente no clone será
(A) 0%
(B) 25%
(C) 50%
(D) 75%
(E) 100%

02. (ENEM 2014, Azul, Q79) Em um hospital havia cinco lotes de bolsas
de sangue, rotulados com os códigos I, II, III, IV e V. Cada lote continha
apenas um tipo sanguíneo não identificado. Uma funcionária resolveu fazer
a identificação utilizando dois tipos de soro, anti-A e anti-B. Os resultados
obtidos estão descritos no quadro.

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Quantos litros de sangue eram do grupo sanguíneo do tipo A?


(A) 15
(B) 25
(C) 30
(D) 33
(E) 55

03. (ENEM – 2016 2ª Aplicação, Q85) Um jovem suspeita que não é


filho biológico de seus pais, pois descobriu que o seu tipo sanguíneo é O Rh
negativo, o de sua mãe é B Rh positivo e de seu pai é A Rh positivo. A
condição genotípica que possibilita que ele seja realmente filho biológico de
seus pais é que
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a) o pai e a mãe sejam heterozigotos para o sistema sanguíneo ABO e para


o fator Rh.
b) o pai e a mãe sejam heterozigotos para o sistema sanguíneo ABO e
homozigotos para o fator Rh.
c) o pai seja homozigoto para as duas características e a mãe heterozigota
para as duas características.
d) o pai seja homozigoto para as duas características e a mãe heterozigota
para o sistema ABO e homozigota para o fator Rh.
e) o pai seja homozigoto para o sistema ABO e heterozigoto para o fator Rh
e a mãe homozigota para as duas características.

04. (Mack-2007) Uma mulher casa-se com um homem que apresentou


eritroblastose fetal ao nascer. O parto do primeiro filho transcorre
normalmente, mas o segundo filho apresenta eritroblastose. A respeito
dessa situação, são feitas as seguintes afirmações:
I. Essa mulher é certamente Rh-.
II. A segunda criança é Rh+.
III. O pai das crianças é Rh+.
IV. A primeira criança pode ter provocado a sensibilização da mãe.
Assinale:
a) se todas as afirmativas forem corretas.
b) se somente as afirmativas I e II forem corretas.
c) se somente as afirmativas II, III e IV forem corretas.
d) se somente as afirmativas I e IV forem corretas.
e) se somente as afirmativas III e IV forem corretas.

05. (Mack-2009) O primeiro filho de um casal é diagnosticado como


portador da forma grave da anemia falciforme que, sem tratamento, é letal.
Essa doença é causada por um gene HbS que apresenta uma relação de
codominância com o gene HbA, responsável pela produção de hemoglobina
normal. Sabendo que os indivíduos heterozigotos apresentam a forma
branda da doença, assinale a alternativa correta.
a) Um dos pais dessa criança pode ser normal para a anemia falciforme.
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b) Não há probabilidade de esse casal vir a ter filhos normais.


c) Todo portador da forma branda da doença possui hemoglobina normal
em seu sangue.
d) Todos os avós dessa criança são obrigatoriamente portadores da forma
branda da doença.
e) Um dos pais dessa criança é obrigatoriamente homozigoto.

06. (PUC - SP-2007) Na genealogia abaixo, as pessoas indicadas pelos


números 1, 2, 4, 5 e 7 apresentam uma anomalia condicionada por gene
autossômico dominante. Já as pessoas indicadas pelos números 3 e 6 têm
fenótipo normal.

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Após a análise da genealogia, pode-se concluir que:


a) apenas as pessoas indicadas pelos números 1 e 2 são heterozigóticas.
b) a pessoa indicada pelo número 4 é homozigótica.
c) a pessoa indicada pelo número 3 transmitiu o gene recessivo para seu
descendente indicado pelo número 7.
d) não há possibilidade de a pessoa indicada pelo número 5 ser
heterozigótica.
e) o casal indicado pelos números 6 e 7 não poderá ter descendentes com
fenótipo normal.

07. (VUNESP-2007) O diagrama representa o padrão de herança de uma


doença genética que afeta uma determinada espécie de animal silvestre,
observado a partir de cruzamentos controlados realizados em cativeiro.

A partir da análise da ocorrência da doença entre os indivíduos nascidos dos


diferentes cruzamentos, foram feitas as afirmações seguintes.
I. Trata-se de uma doença autossômica recessiva.
II. Os indivíduos I-1 e I-3 são obrigatoriamente homozigotos dominantes.
III. Não há nenhuma possibilidade de que um filhote nascido do cruzamento
entre os indivíduos II-5 e II-6 apresente a doença.
IV. O indivíduo III-1 só deve ser cruzado com o indivíduo II-5, uma vez que
são nulas as possibilidades de que desse cruzamento resulte um filhote que
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apresente a doença.
É verdadeiro o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) III e IV, apenas.

08. (Mack-2005) O exame para tipagem sanguínea de um casal


apresentou o seguinte resultado:

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Sabendo que a mulher teve eritroblastose fetal ao nascer e seu pai pertencia
ao grupo O, a probabilidade de esse casal ter uma criança AB, Rh+ é de
a) 1/4
b) 1/2
c) 1/8
d) 3/4
e) zero

09. (FMTM-2001) Em certa espécie de cobaia, uma série de alelos


múltiplos controla o pigmento dos pelos. O alelo Gm produz pelo marrom, o
alelo gc produz pelo castanho e o alelo gb produz pelo branco. A relação de
dominância entre os três alelos dessa série é Gm > gc > gb. Considere a
genealogia abaixo.

A probabilidade de 7 x 8, ao se cruzarem, produzirem um animal branco é


de
a) 0 ou 0%.
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b) ¼ ou 25%.
c) ½ ou 50%.
d) ¾ ou 75%.
e) 1 ou 100%.

10. (Mack-2002) As flores da planta maravilha podem ser vermelhas,


brancas ou rosas. As flores vermelhas e brancas são homozigotas, enquanto
as rosas são heterozigotas. Para se obter 50% de flores brancas, é
necessário cruzar:
a) duas plantas de flores rosas.
b) uma planta de flores brancas com outra de flores rosas.
c) uma planta de flores rosas com outra de flores vermelhas.
d) uma planta de flores vermelhas com outra de flores brancas.
e) duas plantas de flores vermelhas.
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11. (Mack-2008) Em algumas espécies de roedores, o padrão da pelagem


(malhada ou uniforme) é condicionado por um par de genes autossômicos
não codominantes. Se dois indivíduos malhados forem cruzados, a prole
obtida será composta por indivíduos de pelagem malhada e uniforme, na
proporção de 2 : 1. Considere as afirmativas abaixo.
I. O gene que determina pelagem malhada é dominante.
II. Um dos dois alelos é letal em homozigose.
III. Se dois indivíduos com pelagem uniforme forem cruzados, toda a prole
será constituída de indivíduos com pelagem uniforme.
Assinale
a) se todas as afirmativas forem corretas.
b) se somente a afirmativa I for correta.
c) se somente as afirmativas I e II forem corretas.
d) se somente a afirmativa III for correta.
e) se somente as afirmativas I e III forem corretas.

12. (Mack-2003) Na espécie humana a acondroplasia é caracterizada


pela presença de braços e pernas anormalmente curtos. Quando a anomalia
é muito grave, os indivíduos possuem genótipo homozigoto dominante e
morrem antes de nascer. A forma branda da doença afeta indivíduos
heterozigotos enquanto os normais são homozigotos recessivos. A
probabilidade de um casal, em que ambos são acondroplásicos, ter uma
criança de sexo feminino normal para a acondroplasia é de:
a) 2/5.
b) 2/3.
c) 1/3.
d) 1/2.
e) 1/6.

13. (FUVEST-2007) Em cães labradores, dois genes, cada um com dois


alelos (B/b e E/e), condicionam as três pelagens típicas da raça: preta,
marrom e dourada. A pelagem dourada é condicionada pela presença do
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alelo recessivo e em homozigose no genótipo. Os cães portadores de pelo


menos um alelo dominante E serão pretos, se tiverem pelo menos um alelo
dominante B; ou marrons, se forem homozigóticos bb. O cruzamento de
um macho dourado com uma fêmea marrom produziu descendentes pretos,
marrons e dourados. O genótipo do macho é
a) Ee BB.
b) Ee Bb.
c) ee bb.
d) ee BB.
e) ee Bb.

14. (UECE-2005) Sabendo-se que a altura humana é determinada por


genes aditivos e supondo-se que 3(três) pares de alelos efetivos
determinam o fenótipo alto de 1,95m; que as classes de altura variam de 5
em 5cm; que o fenótipo baixo é determinado pelos mesmos 3(três) pares
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de alelos não efetivos, realizando-se o cruzamento entre tri-híbridos


espera-se encontrar, na classe de 1,85m uma proporção fenotípica de:
a) 3/32;
b) 15/64;
c) 5/16;
d) 1/64.

15. (Mack-2007) Na espécie humana, a fenilcetonúria é condicionada por


um gene autossômico recessivo, enquanto a polidactilia é devida a um gene
autossômico dominante. Uma mulher normal para a fenilcetonúria e não
polidáctila casa-se com um homem normal para a fenilcetonúria, mas
polidáctilo. O casal tem uma filha com fenilcetonúria e não polidáctila. A
probabilidade de esse casal ter uma criança normal para a fenilcetonúria, e
não polidáctila, é de
a) ¾
b) 1/2
c) 3/8
d) 1/16
e) 2/3

16. (Vunesp-2004) Epistasia é o fenômeno em que um gene (chamado


epistático) inibe a ação de outro que não é seu alelo (chamado hipostático).
Em ratos, o alelo dominante B determina cor de pelo acinzentada, enquanto
o genótipo homozigoto bb define cor preta. Em outro cromossomo, um
segundo lócus afeta uma etapa inicial na formação dos pigmentos dos pelos.
O alelo dominante A nesse lócus possibilita o desenvolvimento normal da
cor (como definido pelos genótipos B_ ou bb), mas o genótipo aa bloqueia
toda a produção de pigmentos e o rato torna-se albino. Considerando os
descendentes do cruzamento de dois ratos, ambos com genótipo AaBb, os
filhotes de cor preta poderão apresentar genótipos:
a) Aabb e AAbb.
b) Aabb e aabb.
c) AAbb e aabb. 04178253905

d) AABB e Aabb.
e) aaBB, AaBB e aabb.

COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

01. Essa questão tem uma série de informações que podem acabar
confundindo o candidato. Então vamos observar com calma. A primeira
informação é que o óvulo da vaca Z teve seu núcleo desprezado, ou seja,
para fins de determinação genética, a vaca Z não está contribuindo
diretamente com seu DNA. O DNA usado está vindo do núcleo de uma célula
da vaca W, que foi injetado no óvulo da vaca Z. Esse óvulo agora passa a
ser uma célula diploide que sofre várias divisões e é implantado no útero
da vaca Y, que não contribui diretamente com DNA. Por fim, o enunciado
supõe que a vaca Y seja mãe biológica da vaca W, que forneceu o DNA para
o embrião, e pergunta qual será a porcentagem de genes da vaca Y no clone
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da vaca W. Ora, se Y é mãe biológica de W, ela passou metade de seus


genes para a filha, ou seja, 50%. Alternativa C.

02. Sabemos que o sangue tipo A possui hemácias com antígenos do tipo
A que, na presença de anticorpos anti-A serão aglutinadas. Já na presença
de anticorpos anti-B, não ocorrerá aglutinação. Assim, o lote que
corresponde a essa situação é o II que tinha 25 L de sangue. Podemos
também identificar os demais lotes como I – sangue tipo B, III – sangue
tipo AB, IV – sangue tipo O e V – sangue tipo B. Alternativa B.

03. Vamos por partes. Primeiramente, em relação ao sistema ABO, o filho


é O (genótipo ii), o pai é B e a mãe é A. Para que o casal tenha tido um
filho O, basta que ambos carreguem o alelo i. Assim, o genótipo do pai seria
IBi e o da mãe seria IAi, ou seja, heterozigotos. Em relação ao fator Rh o
raciocínio é o mesmo. Para que o filho seja Rh negativo, os pais precisam
carregar o alelo recessivo. Como ambos são Rh positivo, eles precisam ser
obrigatoriamente heterozigotos. Alternativa A.

04. Para que ocorra a eritroblastose fetal, é necessário que o filho tenha
Rh+ e a mãe tenha Rh-. Além disso, é preciso que ocorra um primeiro
contato da mãe com o sangue Rh+ para que ela seja sensibilizada, produza
anticorpos anti-Rh e aí, na segunda gestação de um filho Rh+, ocorrerá a
eritroblastose. Sendo assim, todas as afirmativas estão corretas.
Alternativa A.

05. Vamos analisar os possíveis genótipos e seus fenótipos:


• HbSHbS: forma grave da anemia
• HbSHbA: forma branda da anemia
• HbAHbA: indivíduo normal
Como o filho do casal é HbSHbS, sabemos que ambos os pais precisam ser,
no mínimo, portadores da forma branda da doença (HbSHbA) para que cada
um possa passar o alelo HbS para seu filho. Isso já exclui a alternativa A.
Além disso, o cruzamento de heterozigotos tem 25% de chances de gerar
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um descendente normal (HbAHbA), o que invalida a alternativa B. Como os


pais podem ser heterozigotos, apenas um dos avós por parte de pai e de
mãe precisam carregar o alelo HbS, o que faz com que os outros possam
ser normais e isso exclui a alternativa D. Vimos também que os pais podem
ser heterozigotos, não havendo necessidade de um deles ser homozigoto
para que o filho seja HbSHbS. Isso invalida a alternativa E. Por fim, como se
trata de um caso de codominância, ambos os alelos são expressados. Isso
significa que o indivíduo com a forma branda da doença também produz
hemoglobina normal devido à presença do alelo HbA. Alternativa C.

06. Se a anomalia é dominante e não é ligada ao sexo (autossômica), os


indivíduos normais são homozigotos recessivos. Logo, 3 e 6 possuem
genótipo aa. Para que 1 e 2 tenham uma filha de genótipo aa, é necessário
que ambos sejam Aa, para que ambos passem o alelo a adiante. O indivíduo

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7 só pode ser heterozigoto pois seu pai é homozigoto recessivo. Sua mãe
(4) pode ser AA ou Aa, assim como a mulher 5. Com base nessas
informações, a alternativa A é descartada pois outros indivíduos podem ser
heterozigóticos. As alternativas B e D também são descartadas pois a
pessoa 4 e a 5 também podem ser heterozigóticas. A alternativa E é
descartada pois 7 é heterozigótico e 6 é homozigótico recessivo, o que dá
50% de chances do casal ter um descendente normal. Resta então a
alternativa C, uma vez que o indivíduo 3, por ser homozigótico recessivo,
só pode passar o alelo recessivo para seus descendentes.

07. Analisando as afirmativas: I - Uma dica para saber se a herança é


autossômica recessiva é procurar casais normais gerando filhos afetados.
Isso ocorre com os indivíduos II-1 e II-4. CORRETA. II – Os indivíduos I-1
e I-3 devem ser, obrigatoriamente heterozigotos, pois apresentam filhos
homozigotos recessivos. ERRADA. III - Existe sim possibilidade do filho do
casal ter a doença, principalmente por não sabermos qual é o genótipo do
indivíduo II-6. Caso ele e o indivíduo II-5 sejam heterozigotos, o filho terá
25% de chances de ter a doença. ERRADA. IV – Tanto o indivíduo III-1
quanto o II-5 podem ser heterozigotos, e tal cruzamento teria 25% de
chances de gerar descendentes afetados pela doença. ERRADA.
Alternativa A.

08. Primeiramente, temos que descobrir os genótipos do casal. Como o


sangue do homem aglutinou com anticorpos anti-A e anti-B, mas não para
o anti-Rh, isso indica que seu sangue é AB-, cujo genótipo é IAIB, dd. A
mulher tem sangue B+. Como ela teve eritroblastose, isso indica que sua
mãe era Rh-, ou seja, com genótipo dd. Logo, a mulher só pode ser Dd para
o fator Rh. Como o pai dela tinha sangue tipo O, cujo genótipo é ii, ele só
pode ter passado para a filha o alelo i. Assim, o genótipo da mulher é I Bi,
Dd. Fazendo o cruzamento, teremos:
IBi, Dd X IAIB, dd

IBi X IAIB  ¼ IAIB, ¼ IBIB, ¼ IAi, ¼ IBi


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Dd X dd  ½ Dd, ½ dd

Usando a regra do “E”, multiplicamos as probabilidades separadas:


P(AB+) = ¼ x ½ = 1/8 Alternativa C.

09. De acordo com a relação de dominância, os indivíduos brancos possuem


genótipo gbgb, que é o caso dos indivíduos 1, 7 e 10. Por isso, os indivíduos
3, 4, 5 e 6 precisam portar um alelo gb para poderem passá-lo aos
descendentes. Assim, os genótipos de 5 e 6 são Gmgb e gcgb,
respectivamente. Para que o indivíduo 8 possa gerar um descendente
branco, seu genótipo tem que ser Gmgb, o que depende da probabilidade do
indivíduo 6 passar o alelo gb para ele que é de 50% ou ½. Assim, o
cruzamento do indivíduo 7 (gbgb) com o indivíduo 8 (Gmgb) gera

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descendência com 50% de chances de ser marrom e 50% de chances de


ser branco ½. Usando a regra do “E” temos ½ x ½ = ¼. Alternativa B.

10. Esse é um caso de dominância incompleta. Plantas vermelhas possuem


genótipo VV; brancas são BB e rosas são VB. Vejamos as alternativas:
a) VB X VB  25% VV, 50% VB, 25% BB
b) BB X VB  50% VB, 50% BB CORRETA
c) VB X VV  50% VB, 50% VV
d) VV X BB  100% VB
e) VV X VV  100% VV

11. Indivíduos malhados gerando indivíduos uniformes indicam que a


característica “pelagem uniforme” é recessiva e que seus progenitores são
heterozigotos. Logo a pelagem malhada é dominante (afirmativa I correta).
O cruzamento entre dois heterozigotos deveria gerar descendentes com a
proporção fenotípica de 1:2:1. No entanto, a proporção encontrada foi 2:1.
Isso indica que os alelos dominantes, quando em homozigose, são letais e
não geram descendentes viáveis (afirmativa II correta). Como a pelagem
uniforme é recessiva, cruzamentos entre indivíduos com essa característica
sempre vão gerar descendentes iguais aos progenitores (afirmativa III
correta). Alternativa A.

12. O casal é acondroplásico e, portanto, ambos possuem genótipo Aa. O


cruzamento Aa x Aa gera descendentes na proporção: 2/3 Aa, 1/3 aa, já
que o genótipo AA é letal. Como a questão quer uma menina normal,
multiplicamos 1/3 (chance do descendente ser normal) por ½ (chance de
se formar uma menina) = 1/6. Alternativa E.

13. ee_ _  dourado


E_ B_  preto
E_ bb  marrom
Macho ee_ _ X Fêmea E_bb
Para que esse cruzamento gere descendentes marrons, o macho tem que
ter pelo menos um alelo “b” e para que esse cruzamento gere descendentes
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pretos, o macho tem que ter pelo menos um alelo “B”. Logo, seu genótipo
será eeBb. Alternativa E.

14. O cruzamento de dois tri-híbridos será: AaBbCc X AaBbCc. Fazendo o


quadrado de Punnett teremos.

ABC ABc AbC Abc aBC aBc abC abc


ABC AABBCC AABBCc AABbCC AABbCc AaBBCC AaBBCc AaBbCC AaBbCc
ABc AABBCc AABBcc AABbCc AABbcc AaBBCc AaBBcc AaBbCc AaBbcc
AbC AABbCC AABbCc AAbbCC AAbbCc AaBbCC AaBbCc AabbCC AabbCc
Abc AABbCc AABbcc AAbbCc AAbbcc AaBbCc AaBbcc AabbCc Aabbcc
aBC AaBBCC AaBBCc AaBbCC AaBbCc aaBBCC aaBBCc AaBbCC aaBbCc
aBc AaBBCc AaBBcc AaBbCc AaBbcc aaBBCc aaBBcc aaBbCc aaBbcc
abC AaBbCC AaBbCc AabbCC AabbCc aaBbCC aaBbCc aabbCC aabbCc
abc AaBbCc AaBbcc AabbCc Aabbcc aaBbCc aaBbcc aabbCc aabbcc

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Como se trata de uma herança quantitativa e o maior fenótipo é 1,95m,


podemos considerar que são necessários 6 alelos dominantes para que esse
fenótipo seja expressado. Como cada alelo adiciona 5cm, o fenótipo de
1,85m terá 4 alelos dominantes. Contando no quadrado de Punnett,
chegamos aos 15/64. Alternativa B.

15. Fenilcetonúricos: aa Normais: A_


Polidáctilos: B_ Normais: bb

Mulher A_bb X Homem A_B_  Filha aabb


O fato da filha ser duplo homozigota recessiva indica que os pais
apresentam genótipo Aabb e AaBb, respectivamente.
Aa x Aa  ¼ AA, 2/4 Aa, ¼ aa.  ¾ A_
Bb x bb  ½ Bb, ½ bb
P(A_bb) = ¾ x ½ = 3/8

16. A_B_: cinza


A_bb: preto
aa_ _: albino

AB Ab aB ab
AB AABB AABb AaBB AaBb
Ab AABb AAbb AaBb Aabb
aB AaBB AaBb aaBB aaBb
ab AaBb Aabb aaBb aabb

Pelo quadrado de Punnett, os filhotes de cor preta poderão ter genótipos


AAbb e Aabb. Alternativa A.

6. Bibliografia consultada

• AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol. 1 e 3. 04178253905

• CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

• LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 1 e 3.

• PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 1.

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Aula 12 - Hereditariedade e diversidade da vida

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 12: Herança Sexual, Ligação Gênica,


Alterações Cromossômicas, Genética de
Populações

SUMÁRIO PÁGINA
1. Herança Sexual 01
2. Ligação Gênica 04
3. Alterações Cromossômicas 07
4. Genética de Populações 10
5. Questões Resolvidas 12
6. Bibliografia consultada 19

1. Herança Sexual

Sabemos que, na espécie humana, nosso material genético está


dividido em 46 cromossomos (2n = 46). Desses, 44 são chamados de
autossomos e os 2 restantes são os cromossomos sexuais. Existem dois
tipos de cromossomos sexuais: o cromossomo X e o cromossomo Y que
possuem apenas uma parte homóloga. A determinação do sexo é feita pela
presença do cromossomo Y, que contém um gene responsável pelo
desenvolvimento das características masculinas no indivíduo. Logo, um
homem terá cariótipo (conjunto de cromossomos) 44 + XY. Já uma mulher
terá cariótipo 44 + XX. Dessa forma, quando as células germinativas de um
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homem sofrem meiose para gerar espermatozoides, existem duas


possibilidades, cada uma com 50% de chances de ocorrer. Podem ser
formados espermatozoides com cariótipo 22 + X ou com cariótipo 22 + Y.
Por outro lado, as mulheres só podem gerar óvulos carregando o
cromossomo X, já que elas não possuem o cromossomo Y. Assim, é o
espermatozoide que define o sexo do zigoto no momento da fecundação.

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Fig. 01: Sistema XY de determinação sexual.

Na aula anterior, estudamos diversos aspectos na transmissão de


caracteres genéticos presentes em cromossomos autossômicos, ou seja,
que não são ligados à determinação sexual do indivíduo. Como também
existem genes presentes nos cromossomos sexuais que controlam
características não relacionadas à determinação sexual, sua herança acaba
sendo influenciada pelo sexo, como veremos a seguir.

HERANÇA RESTRITA AO SEXO


Genes localizados na porção do cromossomo Y que não possui
homologia no cromossomo X só estarão presentes em homens. Eles são
chamados de genes holândricos e, por só aparecerem em homens,
constituem um tipo de herança restrita ao sexo masculino. Um exemplo é
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o gene SRY que determina a formação dos testículos no desenvolvimento


embrionário.

HERANÇA LIGADA AO SEXO


A herança ligada ao sexo envolve genes situados na porção do
cromossomo X que não possui homologia no cromossomo Y. Com isso,
mulheres terão 2 cópias desse gene por terem 2 cromossomos X, enquanto
homens terão apenas uma cópia. A herança ligada ao sexo pode ser
recessiva ou dominante.

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Supondo que uma doença seja determinada por um alelo recessivo


ligado ao cromossomo X, teríamos as seguintes possibilidades de genótipos
e fenótipos:
XAXA – mulher normal
XAXa – mulher normal portadora
XaXa – mulher afetada
XAY – homem normal
XaY – homem afetado
Repare que, para que uma mulher apresente a doença, ela precisa de
dois alelos recessivos, enquanto que o homem precisa de apenas um.
Assim, as doenças com esse tipo de herança são mais comuns em homens
do que em mulheres, como é o caso do daltonismo, que provoca
dificuldade na distinção de cores, e da hemofilia, que leva à deficiência na
coagulação sanguínea.

Fig. 02: O daltonismo é uma doença causada por um alelo recessivo ligado ao cromossomo X. No
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esquema acima ele é representado pela letra n.

Para distinguir a herança autossômica de uma herança ligada ao sexo,


é interessante analisar se, em um heredograma, existe uma discrepância
significativa no número de homens e mulheres afetados. Caso isso ocorra,
pode haver um indício de que seja uma herança ligada ao sexo que deve
ser confirmado através da identificação dos genótipos dos indivíduos.

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Fig. 03: O heredograma acima mostra a herança do daltonismo em uma família. Note como a
proporção entre homens e mulheres afetados é completamente discrepante.

2. Ligação Gênica

Na aula anterior, vimos que os cromossomos homólogos se separam


independentemente uns dos outros durante a meiose. Assim, genes
situados em cromossomos diferentes também terão sua segregação
independente. Na segunda lei de Mendel, ao estudarmos 2 pares de alelos
em conjunto, e como cada par segrega de forma independente, um
indivíduo duplo heterozigoto pode formar 4 tipos de gametas, nas mesmas
proporções. 04178253905

Segunda Lei de Mendel


Genótipo Gametas Proporção
AB 25%
Ab 25%
AaBb
aB 25%
ab 25%

No entanto, sabemos que cada cromossomo carrega vários genes e,


consequentemente, ao estudarmos diferentes genes em um mesmo

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cromossomo, eles não vão apresentar segregação independente. Nesse


caso, dizemos que os genes estão ligados ou em linkage. Dessa forma,
um indivíduo duplo heterozigoto formaria apenas 2 tipos de gametas.
Vamos supor que um indivíduo tenha recebido de seu pai um cromossomo
contendo os alelos A e B, e de sua mãe o outro cromossomo do par contendo
os alelos a e b, conforme esquema abaixo.

Assim, após a meiose, o indivíduo formaria gametas AB e gametas ab,


na mesma proporção. No entanto, durante a prófase I da meiose, os
cromossomos homólogos podem trocar fragmentos entre si, no fenômeno
chamado permutação ou crossing-over. Dessa forma, o indivíduo do
exemplo acima pode produzir também gametas Ab e aB, mas em menor
quantidade do que os anteriores. Isso diferencia um caso de Segunda Lei
de Mendel para um caso de ligação gênica.
Os gametas formados sem permutação são chamados de gametas
parentais e, no nosso exemplo, seriam AB e ab. Já os gametas que
sofreram permutação nesses alelos, são chamados de gametas
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recombinantes e, no nosso exemplo, seriam Ab e aB. Quanto mais


distantes estiverem dois genes em um cromossomo, maior será a
probabilidade de que ocorra permutação e que eles sofram recombinação.
À essa probabilidade de serem formados gametas recombinantes
chamamos taxa de recombinação. Digamos que no nosso exemplo, um
indivíduo duplo heterozigoto tenha gerado gametas nas seguintes
proporções:

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Exemplo de Ligação Gênica


com Permuta
Genótipo Gametas Proporção
AB 40%
ab 40%
AaBb
Ab 10%
aB 10%

Nessa situação, a taxa de recombinação será de 20%, pois ela é a


soma das probabilidades de serem formados gametas recombinantes. Esse
valor pode ser expresso também em unidades de recombinação (UR),
que equivalem à distância dos genes nos cromossomos em que 1UR = 1%.

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Fig. 04: Exemplo de ligação gênica na mosca Drosophila melanogaster. Os genes para tipo de asa
e cor do corpo estão situados no mesmo cromossomo. O cruzamento entre um duplo heterozigoto
e um homozigoto recessivo gerou descendentes cuja taxa de recombinação foi de 17%.

Quando um indivíduo duplo heterozigoto carrega os alelos dominantes


em um cromossomo e os recessivos no outro (como no nosso exemplo),
dizemos que ele é um heterozigoto cis. Caso o indivíduo carregue um
alelo dominante e um recessivo em cada cromossomo do par de homólogos
ele é chamado de heterozigoto trans. Podemos representar essa
configuração conforme o esquema abaixo.
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3. Alterações Cromossômicas

Diversos fatores como substâncias químicas, radiação ou até mesmo


vírus são capazes de gerar mutações no código genético de um indivíduo.
Essas mutações podem ser gênicas ou cromossômicas. As mutações
gênicas ocorrem quando o DNA se duplica antes da divisão celular. Nesse
processo, podem ocorrer erros de pareamento, que, quando não corrigidos,
podem perdurar nas células daquela linhagem. Caso, uma mutação ocorra
em uma célula germinativa, isso pode dar origem a gametas e,
consequentemente, embriões carregando essa mutação. As alterações
cromossômicas podem ser numéricas ou estruturais.

ALTERAÇÕES NUMÉRICAS
As alterações numéricas consistem na adição ou subtração de
cromossomos inteiros ou até mesmo de genomas inteiros.
Quando o último caso acontece, falamos em euploidias. Esse tipo de
alteração cromossômica leva à produção de células com o número de
conjuntos cromossômicos diferente do normal. Por exemplo: células n
(monoploidia), 3n (triploidia), 4n (tetraploidia) etc.
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Quando um cromossomo aparece em quantidade maior ou menor do


que o previsto, falamos em aneuploidia. Isso pode gerar células com
apenas 1 cromossomo de um tipo (monossomia), com 3 cromossomos de
um tipo (trissomia) ou ainda sem um par de homólogos (nulissomia). As
aneuploidias são causadas por erros durante a divisão celular que levam à
chamada não-disjunção cromossômica. Caso isso ocorra em células
germinativas, a meiose produzirá gametas com número defeituoso de
cromossomos e, se houver fecundação, o zigoto gerado apresentará
também esse problema. A não disjunção pode ocorrer durante a meiose I,

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fazendo com que os cromossomos homólogos não se separem, ou na


meiose II, fazendo com que as cromátides irmãs não se separem.

Fig. 05: Não-disjunção meiótica.

A Síndrome de Down é um exemplo de não-disjunção cromossômica


e seus portadores apresentam trissomia do cromossomo 21. Os afetados
apresentam baixa estatura, pescoço grosso, língua protrusa, mãos curtas e
largas e diversos graus de retardo mental que prejudicam a aprendizagem,
a memória e a linguagem. O cariótipo da pessoa é 47, XX +21 (mulher) ou
47, XY +21 (homem). 04178253905

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Fig. 06: Cariótipo de um homem portador da Síndrome de Down. (47, XY +21)

Quando a disjunção não ocorre em cromossomos sexuais, isso leva ao


aparecimento de síndromes que afetam o desenvolvimento dos caracteres
sexuais do indivíduo. Um exemplo é a Síndrome de Turner, que ocorre
em decorrência da não-disjunção dos cromossomos sexuais na formação do
espermatozoide, fazendo com que ele não carregue nenhum cromossomo
sexual. O resultado é uma mulher de cariótipo 45, X, quase sempre estéril
e com baixo desenvolvimento dos órgãos sexuais.
Outro exemplo é a Síndrome de Klinefelter, que gera indivíduos com
um cromossomo X extra e de genótipo 47, XXY. A presença do cromossomo
Y determina o sexo masculino, mas as características sexuais são pouco
desenvolvidas e o indivíduo tem baixa fertilidade.
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ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS
As alterações estruturais envolvem partes de cromossomos e não
cromossomos inteiros como nas alterações numéricas. Elas podem ser
inversões, deleções, duplicações ou translocações de segmentos.

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Fig. 07: Tipos de alterações cromossomais estruturais.

Em alguns casos, as células alteradas podem dividir-se


indefinidamente e dar origem a neoplasias, que são tecidos com
crescimento anormal. Quando as neoplasias formam massas, elas são
chamadas de tumores. Tumores cancerígenos se diferenciam dos benignos
por terem a capacidade de invadir outros tecidos e gerar novos tumores.
As mutações ocorridas em genes que controlam o reparo do DNA são mais
suscetíveis a gerar neoplasias. Como já foi citado anteriormente, vários
fatores ambientais podem aumentar as chances de ocorrerem mutações e,
consequentemente, se formarem neoplasias, como por exemplo
substâncias presentes nos cigarros, a radiação ultravioleta e vírus como o
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HPV.

4. Genética de Populações

A genética de populações estuda a frequência dos genes e seus


respectivos alelos dentro das populações e como isso varia de geração para
geração. Essas alterações nas frequências gênicas levam à evolução e são
influenciadas por vários fatores. As mutações, por exemplo, podem
modificar as frequências dos alelos dentro das populações. Do mesmo
modo, se um alelo oferecer uma vantagem adaptativa aos seus portadores,

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esses indivíduos terão maiores chances de sobrevivência e reprodução, ou


seja, a seleção natural também provoca alterações nas frequências
gênicas. Além disso, as migrações de indivíduos entre populações
diferentes também são responsáveis por alterar as quantidades de alelos
dentro desses grupos. Um outro fator que também contribui nesse sentido
é a deriva genética, onde o acaso pode levar à morte de mais ou menos
indivíduos portando um determinado alelo. Isso é mais marcante em
populações menores e está ligado também a eventos catastróficos como
enchentes e terremotos, quando ocorrem drásticas reduções populacionais.
Se esses são os fatores que levam, portanto, a alterações nas
frequências gênicas, então se uma população não estiver sujeita a eles, ela
permanecerá em equilíbrio gênico ao longo das gerações. É isso que diz a
lei de Hardy-Weinberg. Para que isso aconteça, a população deve ter um
tamanho grande, para isolar os efeitos do acaso; não podem haver
mutações nem migrações e nem seleção natural; e a população deve ser
panmítica, ou seja, todos os indivíduos têm igual chance de cruzar entre
si.
Se considerarmos um gene com 2 alelos (A e a), podemos concluir que
suas frequências somadas dão 100%, ou seja, f(A) + f(a) = 1. A frequência
do alelo dominante também pode ser chamada de p e a do recessivo pode
ser chamada de q. Dessa forma, p + q = 1. A partir dessa relação, podemos
achar a frequência dos genótipos. Assim, f(AA) = f(A) x f(A) = p2. Isso
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equivale à chance de um indivíduo receber um alelo A de um de seus pais


e outro alelo A do outro progenitor. Do mesmo modo, f(aa) = f(a) x f(a) =
q2. A f(Aa) = 2[f(A) x f(a)] = 2pq, já que existem 2 combinações (A do pai
e a da mãe ou a do pai e A da mãe). Resumindo, temos:
• p+q=1
• f(AA) = p2
• f(Aa) = 2pq
• f(aa) = q2
Essas informações nos permitem comparar as frequências genotípicas
e alélicas que seriam encontradas em uma população em equilíbrio gênico

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com as frequências obtidas na prática, com o objetivo de saber se, ao longo


das gerações, uma população está evoluindo ou não. Mais ainda, essas
alterações podem nos indicar que fator está preponderando nessa evolução,
como a seleção natural ou migrações.

E assim chegamos ao fim do estudo da Genética. Nossa próxima


aula será a última do curso e trataremos de diversos assuntos que
se encaixam no tema Qualidade de Vida das Populações Humanas.
Grande abraço e até lá!

5. QUESTÕES COMENTADAS

01. (ENEM 2006, Amarela, Q34) Em certas localidades ao longo do rio


Amazonas, são encontradas populações de determinada espécie de lagarto
que se reproduzem por partenogênese. Essas populações são constituídas,
exclusivamente, por fêmeas que procriam sem machos, gerando apenas
fêmeas. Isso se deve a mutações que ocorrem ao acaso nas populações
bissexuais. Avalie as afirmações seguintes, relativas a esse processo de
reprodução.
I Na partenogênese, as fêmeas dão origem apenas a fêmeas, enquanto, nas
populações bissexuadas, cerca de 50% dos filhotes são fêmeas.
II Se uma população bissexuada se mistura com uma que se reproduz por
partenogênese, esta última desaparece.
III Na partenogênese, um número x de fêmeas é capaz de produzir o dobro
do número de descendentes de uma população bissexuada de x indivíduos,
uma vez que, nesta, só a fêmea põe ovos.
É correto o que se afirma
(A) apenas em I.
(B) apenas em II. 04178253905

(C) apenas em I e III.


(D) apenas em II e III.
(E) em I, II e III.

02. (ENEM, 2011, Azul, Q65) Em 1999, a geneticista Emma Whitelaw


desenvolveu um experimento no qual ratas prenhes foram submetidas a
uma dieta rica em vitamina B12, ácido fólico e soja. Os filhos dessas ratas,
apesar de possuírem o gene para obesidade, não expressaram essa doença
na fase adulta. A autora concluiu que a alimentação da mãe, durante a
gestação, silenciou o gene da obesidade. Dez anos depois, as geneticistas
Eva Jablonka e Gal Raz listaram 100 casos comprovados de traços
adquiridos e transmitidos entre gerações de organismos, sustentando,

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assim, a epigenética, que estuda as mudanças na atividade dos genes que


não envolvem alterações na sequência do DNA.
A reabilitação do herege. Época, nº 610, 2010 (adaptado).
Alguns cânceres esporádicos representam exemplos de alteração
epigenética, pois são ocasionados por
(A) aneuploidia do cromossomo sexual X.
(B) polipoidia dos cromossomos autossômicos.
(C) mutação em genes autossômicos com expressão dominante.
(D) substituição no gene da cadeia beta da hemoglobina.
(E) inativação de genes por meio de modificações nas bases nitrogenadas.

03. (ENEM, 2014, Azul, Q74)

No heredograma, os símbolos preenchidos representam pessoas portadoras


de um tipo raro de doença genética. Os homens são representados pelos
quadrados e as mulheres, pelos círculos. Qual é o padrão de herança
observado para essa doença?
(A) Dominante autossômico, pois a doença aparece em ambos os sexos.
(B) Recessivo ligado ao sexo, pois não ocorre a transmissão do pai para os
filhos.
(C) Recessivo ligado ao Y, pois a doença é transmitida dos pais
heterozigotos para os filhos.
(D) Dominante ligado ao sexo, pois todas as filhas de homens afetados
também apresentam a doença. 04178253905

(E) Codominante autossômico, pois a doença é herdada pelos filhos de


ambos os sexos, tanto do pai quanto da mãe.

04. (ENEM, 2015, Azul, Q66) A cariotipagem é um método que analisa


células de um indivíduo para determinar seu padrão cromossômico. Essa
técnica consiste na montagem fotográfica, em sequência, dos pares de
cromossomos e permite identificar um indivíduo normal (46, XX ou 46, XY)
ou com alguma alteração cromossômica. A investigação do cariótipo de uma
criança do sexo masculino com alterações morfológicas e comprometimento
cognitivo verificou que ela apresentava fórmula cariotípica 47, XY, +18.
A alteração cromossômica da criança pode ser classificada como
(A) estrutural, do tipo deleção.
(B) numérica, do tipo euploidia.
(C) numérica, do tipo poliploidia.
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(D) estrutural, do tipo duplicação.


(E) numérica, do tipo aneuploidia.

05. (FUVEST-2009) O heredograma ao lado mostra homens afetados por


uma doença causada por um gene mutado que está localizado no
cromossomo X. Considere as afirmações:
I. Os indivíduos 1, 6 e 9 são certamente portadores do gene mutado.
II. Os indivíduos 9 e 10 têm a mesma probabilidade de ter herdado o gene
mutado.
III. Os casais 3-4 e 5-6 têm a mesma probabilidade de ter criança afetada
pela doença.

Está correto apenas o que se afirma em


a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III

06. (UEMG-2008) O heredograma a seguir apresenta um caso familial de


daltonismo, herança determinada por um gene recessivo localizado no
cromossomo X.
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Pela análise das informações contidas no heredograma e de outros


conhecimentos que você possui sobre o assunto, só se pode afirmar
CORRETAMENTE que
a) o indivíduo II.1 tem 50% de chance de apresentar o gene para o caráter.
b) todas as filhas do indivíduo II.2 serão daltônicas.
c) qualquer descendente de II.4 receberá o gene para daltonismo.

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d) o indivíduo II.2 herdou o gene de qualquer um dos genitores.

07. (Mack-2002) Um indivíduo daltônico e não míope, filho de pai míope,


casa-se com uma mulher normal para ambas as características. O casal já
tem uma filha daltônica e míope. Sabendo que o daltonismo é condicionado
por um gene recessivo ligado ao sexo e que a miopia é uma herança
autossômica recessiva, a probabilidade de terem uma menina normal para
ambas as características é de:
a) 3/16
b) 1/4
c) 1/16
d) 1/2
e) 9/16

08. (UFSCar-2001) A hemofilia é uma doença recessiva ligada ao sexo,


que se caracteriza pela dificuldade de coagulação do sangue. Em um casal
em que a mulher é heterozigota para a hemofilia e o marido é normal, a
probabilidade de nascimento de uma criança do sexo masculino e hemofílica
é
a) 1/2.
b) 1/3.
c) 1/4.
d) 1/8.
e) 3/4.

09. (Mack-2005) Assinale a alternativa correta.


a) Os indivíduos com síndrome de Klinefelter possuem cariótipo 47, XXY, e
o cromossomo a mais pode ter sido herdado da mãe ou do pai.
b) Por meio da observação de hemácias da corrente sanguínea, é possível
determinar se um indivíduo tem número normal de cromossomos.
c) Os indivíduos com síndrome de Down apresentam um par de
cromossomos nº 21 a mais. 04178253905

d) As aberrações cromossômicas só podem ser diagnosticadas após o parto.


e) Desde que um indivíduo da espécie humana tenha 46 cromossomos em
suas células, ele será normal.

10. (UNIFESP-2006) Os gatos possuem 38 cromossomos, com o sistema


XX/XY de determinação sexual. No desenvolvimento embrionário de
fêmeas, um dos cromossomos X é inativado aleatoriamente em todas as
células do organismo. Em gatos domésticos, a pelagem de cor preta
(dominante) e amarela (recessiva) são determinadas por alelos de um gene
localizado no cromossomo X. Fêmeas heterozigóticas para cor da pelagem
são manchadas de amarelo e preto. Um geneticista colocou um anúncio
oferecendo recompensa por gatos machos manchados de amarelo e preto.
A constituição cromossômica desses gatos é
a) 37, Y0.

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b) 37, X0.
c) 38, XX.
d) 39, XXY.
e) 39, XXX.

11. (UFPI) Em 1908, os cientistas Hardy e Weinberg formularam um


teorema cuja importância está no fato dele estabelecer um modelo para o
comportamento dos genes nas populações naturais. Se os valores das
frequências gênicas de uma população, observada ao longo de gerações,
forem significativamente diferentes dos valores esperados através da
aplicação do teorema, pode-se concluir corretamente que:
a) a população estudada é infinitamente grande, inviabilizando a aplicação
do teorema.
b) não houve a atuação dos fatores evolutivos sobre a população.
c) a população encontra-se em equilíbrio genético.
d) a população está evoluindo, uma vez que as frequências gênicas foram
alteradas.
e) os cruzamentos nessa população ocorrem ao acaso.

12. (UFMS) De acordo com a lei de Hardy-Weinberg, para que uma


população esteja em equilíbrio genético perfeito é necessário:
I. Ser uma população panmítica, ou seja, ser suficientemente grande para
que os cruzamentos se deem ao acaso.
II. Estar composta por indivíduos de uma mesma espécie que se
reproduzam sexualmente e residam dentro de limites geográficos definidos,
permitindo o intercruzamento.
III. Não sofrer ação (influência) dos denominados fatores evolutivos.
Considerando as proposições I, II e II, é correto afirmar que:
a) todas estão incorretas.
b) somente a I e a II estão corretas.
c) somente a I e a III estão corretas.
d) todas estão corretas.
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13. (MACKENZIE-SP) A sensibilidade (gosto amargo) do ser humano ao


PTC (feniltiocarbamida) se deve a um gene autossômico dominante I e a
insensibilidade, ao seu alelo recessivo i. Sabendo-se que, numa população
de 1200 pessoas, as frequências dos genes I e i são, respectivamente, 0,8
e 0,2, os números esperados de pessoas sensíveis e insensíveis nessa
população são, respectivamente:
a) 1152 e 48.
b) 1008 e 192.
c) 960 e 240.
d) 816 e 384.
e) 768 e 432.

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COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

01. Afirmativa I: Em populações bissexuadas, as chances de nascerem


machos ou fêmeas são as mesmas (50%). Já por partenogênese só nascem
fêmeas. Verdadeira
Afirmativa II: Isso só aconteceria caso a mistura entre as populações
levasse ao desaparecimento das mutações que fazem com que as fêmeas
realizem a partenogênese. Falsa
Afirmativa III: Para simplificar, vamos substituir x pelo número 10. Digamos
que cada fêmea gere 1 ovo por reprodução. Numa população
partenogenética só existem fêmeas, logo serão 10 ovos. Já numa população
bissexuada espera-se que existam 50% de fêmeas e de machos, o que
resultaria em 5 fêmeas e consequentemente 5 ovos. Verdadeira.
Alternativa C.

02. Como o enunciado já diz, a epigenética não causa alterações na


sequência do DNA. Logo, podemos descartar a aneuploidia do cromossomo
X, a poliploidia dos cromossomos autossômicos, a mutação e a substituição
no gene da hemoglobina. A epigenética leva a modificações como a
metilação do DNA e a modificação de histonas, mas sem alterar as
sequências de bases nitrogenadas. Alternativa E.

03. Repare que existe uma quantidade muito maior de mulheres afetadas
(12) do que de homens afetados (3). Isso já nos indica que essa pode ser
uma herança ligada ao sexo. Vamos descartar então as alternativas A e E,
que tratam de herança autossômica. A letra C trata de herança restrita ao
sexo, mas temos várias mulheres afetadas então isso também não pode ser
verdadeiro. Vamos então focar nas alternativas B e D. Caso a herança fosse
recessiva ligada ao sexo, o casal marcado pelo asterisco (feito por mim)
não poderia ter filhas afetadas, pois o homem normal seria X AY e a mulher
afetada XaXa. Logo, suas filhas receberiam o alelo dominante XA do pai e,
por isso, não seriam afetadas. Resta então que a herança seja dominante
ligada ao sexo. Com isso, o pai afetado é XAY e sempre passará o alelo
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dominante para suas filhas, fazendo com que todas elas também sejam
afetadas, conforme representado no heredograma. Alternativa D.

04. O cariótipo nos indica que a criança tem uma alteração cromossômica
numérica, com um cromossomo 18 a mais, ou seja, uma aneuploidia.
Alternativa E.

05. I. Repare que existem casais não afetados pela doença e que têm filhos
afetados. Isso caracteriza uma herança recessiva. Logo, os indivíduos 3 e
12 apresentam genótipo XaY. Ambos receberam o cromossomo mutado de
suas mães, que são, respectivamente, os indivíduos 1 e 6. A mulher 9
possui genótipo XAXa, pois recebeu o alelo mutado do pai (3) e o alelo
dominante da mãe (4). Assim, a afirmativa I está correta. II. Para
calcularmos as probabilidades de 9 e 10 terem herdado o gene mutado,
precisamos dos genótipos de seus pais. Já sabemos que 5 é XAY e 6 é XAXa.
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Fazendo o cruzamento, teremos XAXA, XAXa, XAY, XaY. Sabendo que 10 é


uma mulher, ela teria 50% de chances de ter herdado o gene mutado. Com
relação à mulher 9, sabemos que seu pai é XaY e sua mãe é XAX-, pois não
temos certeza se ela é heterozigota ou homozigota dominante. Assim, o
cruzamento ficaria XAY, X-Y, XAXa, X-Xa. Assim, podemos perceber que todas
as filhas de um homem afetado, serão portadoras do gene mutado, ou seja,
100% de probabilidades. Com isso, a afirmativa II está errada. III. Usando
o cruzamento previamente realizado, sabemos que o casal 5-6 tem 25% de
probabilidade de ter uma criança afetada pela doença. Se a mulher 4 for
homozigota dominante, o casal tem 0% de chances de ter uma criança
afetada. Por outro lado, se ela for heterozigota, o casal tem 50% de chances
de ter uma criança afetada. De qualquer forma, será diferente do casal 5-
6. Portanto a afirmativa III também está errada. Alternativa A.

06. Sabemos que o daltonismo tem herança recessiva ligada ao


cromossomo X. Assim: I.1 tem genótipo XdY, II.2 é XdY e II.4 é XdXd. Para
que II.4 apresente dois alelos recessivos, sua mãe tem que ser portadora
de um deles. Logo, I.2 é XDXd. O indivíduo II.1, por não ser afetado, não
pode carregar o gene para o caráter, o que inviabiliza a alternativa A. Caso
o indivíduo II.2 tenha uma filha com uma mulher não daltônica, essa filha
poderá ser normal também, o que inviabiliza a alternativa B. O indivíduo
II.2 só pode ter herdado o gene para daltonismo de sua mãe, afinal ele é
homem e herdou o Y do seu pai. Como II.4 é XdXd, todos os seus
descendentes também serão portadores do gene para daltonismo.
Alternativa C.

07. Primeiro vamos identificar os genótipos dos pais. Se o homem é


daltônico ele será XdY. Ele não é míope, mas por ser filho de pai míope,
obrigatoriamente será portador do alelo recessivo. Assim, seu genótipo será
Aa. A mulher é normal para ambas as características, mas pelo fato do casal
ter uma filha daltônica e míope, isso indica que a mãe também tem que ser
portadora dos referidos alelos recessivos. Ela será, portanto, XDXd, Aa.
Realizando os cruzamentos, vamos obter:
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¼ XDXd, ¼ XDY, ¼ XdY e ¼ XdXd.


¼ AA, 2/4 Aa, ¼ aa.
Como a questão quer a probabilidade de uma menina normal, teremos ¼
XDXd multiplicado por (¼ AA + 2/4 Aa) = ¼ x ¾ = 3/16. Alternativa A.

08. Mulher XHXh e homem XHY geram: ¼ XHXH, ¼ XHY, ¼ XHXh, ¼ XhY. Isso
nos dá ¼ de probabilidade de nascer um menino hemofílico. Alternativa
C.

09. Hemácias não possuem núcleo, logo não possuem cromossomos. Os


indivíduos com síndrome de Down possuem 1 cromossomo 21 a mais e não
um par. As aberrações cromossômicas podem ser diagnosticadas durante a
gestação. Um indivíduo da espécie humana com 46 cromossomos pode ter,
por exemplo, um cromossomo a mais e outro de outro tipo a menos. Assim,
as alternativas B, C, D e E estão erradas. Na síndrome de Klinefelter, a não
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disjunção pode ter ocorrido tanto na formação do espermatozoide quanto


na formação do óvulo. Alternativa A.

10. Para que um macho tenha coloração manchada de amarelo e preto, ele
precisa ter dois cromossomos X, uma vez que só a heterozigose produz
esse padrão. E, para ser macho, ele precisa de um cromossomo Y. Assim,
ele será 39, XXY. Alternativa D.

11. Todas as alternativas citam condições para que uma população esteja
em equilíbrio de Hardy-Weinberg, com a exceção da letra D, que afirma que
a população está evoluindo, devido às alterações encontradas nas
frequências gênicas. Alternativa D.

12. Uma população em equilíbrio gênico precisa ser grande, panmítica, não
sofrer migrações, mutações nem seleção natural. Alternativa D.

13. f(I) = 0,8 ; f(i) = 0,2


Frequência de insensíveis é igual a f(ii) = 0,2 x 0,2 = 0,04
Frequência de sensíveis é igual a 1 – 0,04 = 0,96
0,96 x 1200 = 1152 (número de sensíveis)
0,04 x 1200 = 48 (número de insensíveis)
Alternativa A.

6. Bibliografia consultada

• AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol. 1 e 3.


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CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

• LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 1 e 3.

• PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 1.

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Aula 13 - Qualidade de vida das populações humanas

Biologia p/ ENEM 2017 (Com videoaulas)


Professor: Daniel dos Reis Lopes

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AULA 13: Principais Doenças que afetam a


População Brasileira, DST´s, Métodos
Contraceptivos, Drogas

SUMÁRIO PÁGINA
1. Princípios Básicos de Saúde 01
2. Principais Viroses Endêmicas no Brasil 04
3. Principais Doenças Bacterianas Endêmicas no Brasil 09
4. Principais Protozoonoses Endêmicas no Brasil 11
5. Principais Verminoses Endêmicas no Brasil 14
6. Doenças Sexualmente Transmissíveis 18
7. Métodos Contraceptivos 21
8. Drogas 24
9. Questões Resolvidas 26
10. Bibliografia consultada 38

1. Princípios Básicos de Saúde

Na aula 02 vimos como o ser humano pode modificar o ambiente onde


vive através das mais diversas formas de poluição. Essas modificações
afetam os recursos que são fundamentais para a sobrevivência e para a
qualidade de vida das pessoas, como o ar, a água e os solos. Estão,
portanto, intimamente relacionadas às condições de saúde enfrentadas
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pelas populações. O uso não sustentável dos recursos naturais e as


desigualdades sociais também são responsáveis pelas condições precárias
de grande parte da população mundial no que diz respeito aos direitos mais
básicos do ser humano. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU),
todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe,
e à sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de
seu controle. Além disso, o acesso à água potável e ao saneamento básico

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também é um direito humano essencial. Tudo isso deve ser garantido pelos
Estados, mas muitas vezes o que vemos é um total descaso com os
cidadãos, o mau uso dos recursos arrecadados com impostos e a má
distribuição de renda.
Quando falamos de saúde, devemos pensar num conceito bem
abrangente, como o que define a Constituição da Organização Mundial da
Saúde (OMS): saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não apenas a ausência de doenças. É importante, portanto, não só
um acompanhamento médico adequado, mas também que o indivíduo
consiga ter uma alimentação balanceada, realizar atividade física regular e
ter momentos de lazer para que seu organismo esteja saudável em todos
os possíveis aspectos.

VEÍCULOS DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS


Podemos adquirir agentes causadores de doenças através de várias
maneiras: partículas em suspensão no ar, contato com saliva e secreções
respiratórias, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com
vetores como artrópodes, moluscos e mamíferos, relações sexuais,
transmissão vertical de mãe para filho, entre outros. Para cada veículo,
teremos estratégias preventivas relacionadas. Nessa aula veremos,
primeiramente, as principais doenças endêmicas no Brasil e divididas por
seus agentes etiológicos: por vírus, bactérias, protozoários e vermes.
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Depois, veremos as principais Doenças Sexualmente Transmissíveis,


separadamente das demais.

ENDEMIA, EPIDEMIA E PANDEMIA


Esses três termos geram bastante confusão, mas são muito
importantes pois estão sempre sendo utilizados na mídia. Vamos ver o
significado de cada um deles.
A endemia refere-se à ocorrência natural de uma doença em um
determinado local com um número constante de casos. Por exemplo:

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podemos dizer que a dengue é endêmica do Estado do Rio de Janeiro. A


malária é endêmica de regiões amazônicas.
Por vezes, uma endemia pode se tornar uma epidemia, que é quando
ocorre um aumento súbito no número de casos de uma determinada doença
em algum local. Temos o exemplo das epidemias de dengue que acontecem
anualmente no verão do Rio de Janeiro. Repare que durante o resto do ano,
ainda existem casos de dengue nessa região, mas no verão há um aumento
súbito que caracteriza a epidemia.
Existem casos em que uma epidemia pode atingir uma região de
grande extensão como um continente ou até mesmo o planeta inteiro.
Nessas situações elas recebem o nome de pandemia. Ao longo da história,
os seres humanos passaram por várias delas, como a pandemia de Gripe
Espanhola em 1918-1919 (associada ao contato entre os combatentes na
1ª Guerra Mundial, o que ajudou a disseminar o vírus), a pandemia de Gripe
Suína em 2009 e a ainda atual pandemia de AIDS.

VACINAS
As vacinas constituem uma das principais formas de prevenção contra
doenças. Elas utilizam os agentes patogênicos atenuados ou inativos de
forma a induzir o organismo produzir anticorpos contra aquele patógeno,
mas sem ter a experiência da doença. Com isso, a pessoa torna-se imune
pelo menos temporariamente e, caso tenha novo contato com aquele
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organismo causador da doença, não desenvolverá os seus sintomas.


A primeira vacina da história foi produzida no século XVIII quando o
médico inglês Edward Jenner inoculou os vírus da varíola bovina em um
menino e, posteriormente o expôs à varíola humana, que ele não
desenvolveu por já estar imune ao seu vírus. Posteriormente, na década de
70 do século XX, a varíola foi completamente erradicada devido à vacinação
em massa dos seres humanos.
Quanto maior for a capacidade de um agente patogênico se modificar,
maior será a dificuldade em se produzir uma vacina contra ele. As vacinas

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contra gripe, por exemplo, devem ser renovadas anualmente, justamente


devido às modificações sofridas pelos vírus.

SOROS
Enquanto a vacina induz a produção de anticorpos pelo próprio
organismo, os soros constituem uma carga de anticorpos aplicada quando
a pessoa já teve contato com o agente patogênico. É, portanto, uma forma
de tratamento e não de prevenção.

2. Principais Viroses Endêmicas no Brasil

GRIPE
É causada pelo Influenzavirus, que apresenta vários subtipos e que não
devem ser confundidos com os vírus que causam o resfriado. Apesar de
terem sintomas parecidos (coriza, obstrução nasal, tosse e espirro), são
doenças diferentes e, normalmente, somente a gripe causa febre.
A transmissão do vírus da gripe se dá por gotículas de saliva contendo
o vírus e propagadas no ar pela tosse ou pelo espirro. O contato com objetos
contaminados e o contato direto com pessoas infectadas também pode
transmitir a doença. Assim, para prevenir o contágio, é importante lavar as
mãos com frequência, cobrir boca e nariz quando tossir ou espirrar, não
partilhar objetos como copos, toalhas e também alimentos, e evitar locais
de grande aglomeração de pessoas.
Como existem muitos tipos de vírus da gripe e como eles se modificam
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muito, as vacinas não duram muito tempo. É por isso que todos os anos
existem campanhas de vacinação contra a gripe direcionada principalmente
aos idosos, mais suscetíveis a desenvolver complicações em decorrência da
doença.
Alguns tipos de gripe são potencialmente mais perigosos. É o caso da
gripe A (H1N1), que causou a pandemia de Gripe Espanhola no início do
século XX e a Gripe Suína de 2009, que provocaram um grande número de
mortes. Outro subtipo do Influenza A (H5N1) provocou a gripe aviária de
2004 com alto índice de letalidade.

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DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA, FEBRE AMARELA


Essas quatro doenças são provocadas por vírus que chamamos
informalmente de arbovírus. Esse termo significa Arthropod Borne
Viruses e deriva do fato de todos eles serem transmitidos por um vetor
artrópode, no caso, um mosquito.
As três primeiras (dengue, chikungunya e zika) são transmitidas pelo
mosquito Aedes aegypti. Estudos recentes apontam que o mosquito comum
(Culex quinquefasciatus) também é capaz de transmitir a zika. Essas três
doenças apresentam sintomas semelhantes, como febre, dor nos músculos
e articulações e manchas avermelhadas no corpo. A dengue pode ainda se
manifestar em uma forma mais agressiva chamada dengue hemorrágica,
que leva a hemorragias na pele, intestino e gengivas e causa a morte dos
pacientes em 10% dos casos.
A incidência de zika em mulheres grávidas está associada com o
aumento no número de crianças nascidas com microcefalia, que é uma
condição em que o tamanho da cabeça é significativamente menor do que
a média. Isso pode levar a diversos problemas neurológicos como o retardo
mental, dificuldades motoras e na fala.

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Fig. 01: Tabela comparativa entre os sintomas da dengue, zika e chikungunya.

O Aedes aegypti é bem adaptado a ambientes urbanos, onde


facilmente consegue se alimentar e se reproduzir. Os machos alimentam-
se apenas de seiva, enquanto que a fêmea precisa também se alimentar de
sangue para poder desenvolver adequadamente seus ovos. Após copular
com um macho e se alimentar de sangue, a fêmea estará apta a realizar
sua desova. Para isso, ela procura um local com água parada,
preferencialmente limpa, e deposita cerca de 100 a 200 ovos por postura.
Em alguns dias os ovos eclodem e as larvas passam a se desenvolver na
água. A transformação até a fase adulta passa ainda por uma fase chamada
de pupa, a partir de onde surgem os mosquitos.

Fig. 02: Mosquito Aedes aegypti. À esquerda larvas e à direita um adulto.

Como é somente a fêmea que se alimenta de sangue, é só ela que


transmite os vírus para as pessoas. Ela pode adquirir o vírus sugando o
sangue de seres humanos infectados, ou por transmissão vertical,
quando os ovos de fêmeas infectadas já estão portando o vírus.
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As medidas preventivas incluem:


• Eliminação de locais de reprodução do mosquito: manter caixas
d´água bem tampadas, não deixar acumular água em garrafas,
pneus, pratos de apoio a vasos de plantas, ralos etc.
• Eliminar os mosquitos com inseticidas
• Utilizar repelentes durante todo o dia
• Instalar redes contra mosquitos nas janelas
• Usar roupas que cubram a maior parte do corpo
• Instalar mosquiteiros principalmente nos berços de bebês

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Já existem vacinas contra as três doenças em fase de testes, mas até


agora nenhuma foi disponibilizada para a população.
Outra doença transmitida pelo Aedes aegypti é a febre amarela. Seus
sintomas são febre, vômito, dor no estômago e lesões no fígado que levam
à icterícia (pele amarelada). Sua prevenção envolve as mesmas medidas
que as citadas para as outras três arboviroses e também inclui uma vacina
que deve ser tomada por quem habita ou visita regiões onde o vírus é
endêmico.

POLIOMIELITE
Essa doença, também conhecida por paralisia infantil, é provocada por
um vírus do gênero Enterovirus. Ele infecta células do trato digestivo, como
as da mucosa da faringe e do intestino. A maioria das infecções é
assintomática, mas em alguns casos o vírus pode atingir a corrente
sanguínea e de lá o sistema nervoso central, onde infecta neurônios
motores e causa fraqueza e paralisia muscular.
A poliomielite é transmitida por via fecal-oral, pois o infectado elimina
os vírus através das fezes, que pode contaminar água e alimentos que serão
ingeridos por outras pessoas. Essa forma de transmissão está associada
principalmente a locais onde não há saneamento básico e as condições de
higiene são precárias. Outra forma de infecção é a oral-oral, na qual o
indivíduo infectado expele o vírus pela tosse, espirro ou até mesmo ao falar.
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A prevenção é feita principalmente através da vacinação de crianças.


Além disso, o saneamento básico e a melhoria nas condições de higiene
também evitam a transmissão da poliomielite.

Fig. 03: Criança sendo vacinada contra a poliomielite.

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RAIVA
A raiva é considerada uma zoonose, pois afeta outros animais além do
ser humano, como cães, gatos, raposas, lobos e morcegos hematófagos. É
causada por um vírus de RNA envelopado que afeta inicialmente os nervos
periféricos, atingindo posteriormente o sistema nervoso central e as
glândulas salivares, local onde ele se multiplica.
Ela é transmitida pela saliva de animais contaminados que entra em
contato com a mucosa do ser humano e pode, na maioria das vezes em que
não é tratada logo de início, levar a óbito. Para essa doença existe uma
vacina que deve ser aplicada nos seres humanos e também nos animais de
estimação.

SARAMPO
O vírus do sarampo é um vírus envelopado de RNA que infecta células
do sistema respiratório humano. A doença causada por ele é extremamente
contagiosa e representa perigo maior para crianças com sistema
imunológico debilitado e desnutridas, sendo, por isso, mais prevalente em
países subdesenvolvidos. Nessas crianças, o sarampo pode abrir caminho
para outras complicações, inclusive causadas por bactérias podendo levar
à morte. É facilmente diagnosticável devido às manchas características na
pele e às manchas brancas no interior das bochechas.
Sua transmissão ocorre pelo contato direto com partículas de saliva ou
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secreções respiratórias infectadas. Ou seja, tossir, espirrar e até falar são


formas de transmitir a doença a outras pessoas. Além disso, objetos
contaminados também podem passar o vírus adiante. O período em que um
doente pode transmitir o vírus a outro indivíduo dura entre quatro a nove
dias e começa antes do surgimento das manchas avermelhadas na pele.
Pelo seu alto potencial de contágio, é importante manter a pessoa infectada
longe de aglomerações. O vírus também pode ser transmitido de mãe para
filho durante a gestação.

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A prevenção do sarampo é realizada por vacina aplicada a crianças em


duas doses durante os cinco primeiros anos de vida e fornece imunidade
para o resto da vida.

3. Principais Doenças Bacterianas Endêmicas no Brasil

TUBERCULOSE
É causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis) e ataca o
sistema respiratório humano, principalmente os pulmões, causando tosse
persistente, febre, emagrecimento, fadiga e, em casos mais avançados a
expectoração com sangue. Se não tratada adequadamente pode levar à
morte.
A tuberculose é transmitida pela inalação de partículas contendo a
bactéria expelida pela tosse ou pelo espirro. Assim, o contágio é mais
provável se houver proximidade com uma pessoa infectada e em locais de
grande aglomeração.
A prevenção é feita através da vacina BCG, aplicada em crianças e
também ao evitar o contato com pessoas portadoras da doença.

MENINGITE MENINGOCÓCICA
A meningite ataca as membranas que envolvem o sistema nervoso
central (as meninges). É causada pela Neisseria meningitidis, o
meningococo, mas existem outras formas da doença causadas por outras
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bactérias e também por vírus. De maneira geral, os sintomas incluem


rigidez dos músculos da nuca, vômitos, febre alta e dores de cabeça intensa.
Pode levar à morte rapidamente e, por isso, o paciente deve ser
hospitalizado tão logo sejam apresentados os sintomas.
É transmitida pela inalação de partículas de saliva ou secreção nasal
de pessoas contaminadas. A vacinação previne contra alguns tipos dessa
doença e deve-se evitar também locais com aglomerações de pessoas e o
contato com portadores da bactéria.

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CÓLERA
É uma doença que afeta principalmente locais com condições precárias
de saneamento básico. Causada pelo Vibrio cholerae, afeta as células do
intestino delgado, fazendo com que elas liberem muita água e sais minerais.
Isso leva a uma rápida desidratação por diarreias intensas e vômitos,
podendo causar a morte em menos de 24 horas.
A transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados
com as fezes de pessoas portadoras da doença (via fecal-oral). Por isso,
como medidas preventivas, podemos citar filtrar e ferver a água consumida,
lavar bem alimentos consumidos crus, utilizando produtos à base de cloro,
lavar as mãos antes de preparar ou consumir alimentos. Existe ainda uma
vacina contra a cólera, mas sua eficácia é relativamente baixa (50%) e seu
efeito dura apenas alguns meses.

TÉTANO
Causado pelo Clostridium tetani e afeta as células do sistema nervoso,
causando fortes contrações musculares, que podem, inclusive, dificultar os
movimentos respiratórios e levar à morte se não houver tratamento. A
bactéria é encontrada no solo ou em objetos enferrujados que, ao
penetrarem no corpo através de ferimentos profundos na pele, podem se
desenvolver, uma vez que dependem de ambientes anóxicos (sem gás
oxigênio) para isso. Sua prevenção é feita através da vacinação, que deve
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ser periodicamente renovada.

LEPTOSPIROSE
É provocada pela Leptospira interrogans, que pode afetar o fígado e os
rins, podendo causar a morte por isso. Sua transmissão é realizada pela
água contaminada com urina de animais portadores da bactéria, como ratos
e cães. A bactéria pode penetrar pela pele ou mucosa da pessoa, ou ainda
se adquirida pela ingestão de água contaminada. Sua incidência é
aumentada durante o verão no Brasil, por conta das fortes chuvas e dos

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constantes alagamentos nas cidades, fazendo com que as pessoas tenham


contato com água e lama onde a Leptospira pode estar presente.
Sua prevenção consiste no uso de equipamentos de proteção como
botas e luvas, para entrar na água e na lama de enchentes, combater os
ratos, principais transmissores da doença e melhorar o saneamento básico,
bem como a drenagem da água pluvial nas cidades.

4. Principais Protozoonoses Endêmicas no Brasil

DOENÇA DE CHAGAS
É provocada por um protozoário flagelado de nome Trypanosoma cruzi
e transmitida principalmente pelas fezes de percevejos triatomíneos
(Triatoma infestans, entre outras espécies), popularmente conhecidos como
barbeiros. O barbeiro, ao se alimentar de sangue de pessoas doentes ou
ainda de outros mamíferos como o macaco e o tatu, adquire o protozoário.
Ao sugar o sangue de outra pessoa, ele defeca e em suas fezes saem os T.
cruzi, que são capazes de penetrar no indivíduo pela ferida da picada,
principalmente pelo fato da pessoa se coçar. Os protozoários começam
então a se multiplicar assexuadamente na pele e, depois, migram através
da circulação até órgãos como o fígado e o coração. Isso pode levar ao
aumento do tamanho do coração e à morte por insuficiência cardíaca.
Parasitas que necessitam de mais de um hospedeiro diferente para
completar seu desenvolvimento são chamados de heteroxenos, como é o
caso do T. cruzi. Aqueles que completam seu desenvolvimento em apenas
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um hospedeiro são chamados de monoxenos.

Fig. 04: Representação do Trypanosoma cruzi.

O barbeiro encontra local com condições ideais para sua reprodução


nas casas de pau a pique, ainda comuns em localidades pobres no interior

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do Brasil. Com isso, as medidas de prevenção incluem não só o uso de


inseticidas, repelentes e redes contra insetos, como também a substituição
do tipo de moradia citado por casas de alvenaria. Fica claro, portanto, que
isso também depende de iniciativas do governo para prover meios à
população carente de obter esse tipo de construções.

Fig. 05: À esquerda um percevejo triatomíneo (barbeiro). À direita, uma casa de pau a pique, local
ideal para a reprodução do barbeiro.

Outras formas de transmissão incluem a ingestão de alimentos


contaminados com as fezes do barbeiro infectado e também durante a
gravidez (pela placenta) e pela amamentação.

MALÁRIA
É causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pela
picada da fêmea do mosquito-prego (Anopheles). Também é um parasita
heteroxeno e tem como hospedeiro definitivo o mosquito-prego. Isso
quer dizer que é dentro do inseto que o protozoário se reproduz
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sexuadamente. O ser humano é o hospedeiro intermediário, pois é onde


o plasmódio se reproduz apenas assexuadamente.
A forma infectante do plasmódio se chama esporozoíto e fica nas
glândulas salivares da fêmea do mosquito-prego. Ao picar uma pessoa, ela
passa os protozoários que, através do sangue, chegam ao fígado e ao baço
onde se reproduzem assexuadamente gerando outra forma do plasmódio
chamada merozoíto. Os merozoítos invadem as hemácias, onde se
multiplicam e as destroem indo invadir outras hemácias. Essa destruição
das hemácias provoca febre alta, tremores e intensa sudorese.

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Eventualmente, surgem nas hemácias formas que não se dividem e dão


origem aos gametócitos, que podem ser ingeridos pelo mosquito-prego e
dar origem a gametas no seu interior, completando o ciclo do parasita.
Os intervalos de ruptura das hemácias e, consequentemente da febre,
são condicionados às espécies de plasmódio. No Brasil existem três
espécies: P. vivax, P. malariae e P. falciparum. O P. vivax tem ciclo febril
com intervalos de 48 horas (febre terçã benigna), o P. malariae tem
intervalos de 72 horas (febre quartã benigna) e o P. falciparum 36 a 48
horas.

Fig. 06: Fêmea do mosquito Anopheles se alimentando de sangue humano.

Não existe vacina contra a malária e a prevenção se dá pelo combate


ao mosquito-prego eliminando os focos de água parada onde eles se
reproduzem, colocando telas em janelas e portas, mosquiteiros em berços
e camas, usando repelente e inseticida.

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR 04178253905

Causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania (L.


braziliensis, L. guyanensis, L. amazonensis) e transmitida pela picada de
fêmeas de mosquitos flebotomíneos do gênero Lutzomya, conhecidos como
mosquitos-palha.
Inicialmente, o parasita causa uma lesão na pele, no local onde ocorreu
a picada do mosquito. Depois de alguns dias surgem lesões na mucosa bucal
e nasal.
Sua prevenção envolve a eliminação de focos de água parada e
medidas como o uso de inseticidas, repelentes e mosquiteiros.

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5. Principais Verminoses Endêmicas no Brasil

a) DOENÇAS CAUSADAS POR PLATELMINTOS


TENÍASE
É causada por duas espécies de tênias, a Taenia saginata e a Taenia
solium. Ambas têm como hospedeiro definitivo o ser humano, mas diferem
quanto aos hospedeiros intermediários. A T. saginata infecta o boi e a T.
solium infecta o porco. No ser humano, a tênia adulta fica alojada no
intestino, onde compete pelo alimento ingerido. Isso leva, normalmente, ao
emagrecimento do portador e pode gerar também diarreia, insônia e
irritabilidade. Geralmente, o doente possui apenas uma tênia no seu
intestino e é por isso que ela também é chamada de solitária. Por ser
hermafrodita, ela produz gametas de ambos os sexos, o que resulta na
autofecundação. Ao defecar, a pessoa elimina milhares de ovos da tênia,
que podem, no caso de não haver saneamento básico, contaminar o solo e
a água. Assim, quando os hospedeiros intermediários se alimentam nesses
locais, eles podem ingerir esses ovos que se alojam na musculatura do
animal e se desenvolvem em uma forma larval do parasita chamada
cisticerco. Quando uma pessoa come a carne desse animal infectado, ela
adquire então a solitária.

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Fig. 07: Representação de uma Taenia saginata.

Assim, como formas de prevenção temos a não ingestão de carnes


cruas ou malcozidas, a fiscalização de matadouros e frigoríficos e o
saneamento básico.
Outra doença causada pela tênia é a cisticercose, que ocorre quando

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uma pessoa ingere os ovos do parasita. Eles podem se desenvolver em


cisticercos e se alojar em locais como os olhos, o cérebro, a pele e músculos.
Essa doença pode levar à morte, dependendo do local onde os cisticercos
se desenvolverem. Como prevenção temos o saneamento básico e medidas
de higiene como lavar as mãos após ir ao banheiro e antes das refeições.

ESQUISTOSSOMOSE
No Brasil é causada apenas pela espécie Schistosoma mansoni, tem
como hospedeiro definitivo o ser humano e como intermediário o caramujo
do gênero Biomphalaria.

Fig. 08: À esquerda, um caramujo Biomphalaria. À direita um casal de esquistossomos. O macho é


maior e tem um sulco onde a fêmea se aloja.

Os vermes se instalam no sistema porta-hepático humano, onde se


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reproduzem sexuadamente. Os ovos são liberados nos capilares intestinais


e, ao passar para o interior do intestino, podem ser liberados com as fezes
do doente. Caso os ovos tenham contato com a água, eles eclodem como
uma larva móvel que nada e penetra no caramujo. Lá, o parasita se
reproduz assexuadamente e dá origem a outro tipo de larva móvel chamado
cercária. Essa é a forma infectante para o ser humano. Ao sair do
caramujo, as cercárias nadam e podem penetrar ativamente na pele ou na
mucosa de um ser humano. Na pessoa, o esquistossomo causa problemas
no fígado e no baço, fazendo esses órgãos crescerem, o que aumenta o
tamanho abdominal gerando a popular “barriga d´água”.
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Como prevenção, citamos o combate ao caramujo Biomphalaria, evitar


rios e lagoas com suspeita da presença do caramujo, ter uma rede de
saneamento para impedir que os ovos cheguem a rios e lagoas, ferver a
água a ser bebida, uma vez que as cercárias também podem penetrar pela
mucosa bucal.

b) DOENÇAS CAUSADAS POR NEMATÓDEOS


ASCARIDÍASE
Essa doença é causada pela lombriga (Ascaris lumbricoides) e trata-se
de um parasita monoxeno, pois há apenas um hospedeiro, no caso o ser
humano. As lombrigas adultas vivem no intestino do infectado, onde ocorre
a reprodução sexuada, o que leva à liberação de ovos nas fezes da pessoa.
Quando não há saneamento básico, esses ovos podem contaminar o solo,
alimentos e a água. Assim, uma pessoa que venha a ingerir esses ovos,
desenvolverá a doença. Dos ovos eclodem larvas no intestino, que iniciam
um longo trajeto pelo corpo da pessoa. Elas passam para os capilares e são
levadas pela circulação até o coração e de lá aos pulmões. Ali elas passam
para os alvéolos e seguem o trajeto bronquíolos, brônquios, traqueia e
laringe. Chegando então à garganta, as larvas são deglutidas e passam para
o esôfago, estômago e finalmente voltam ao intestino onde se instalam
definitivamente como vermes adultos.

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Fig. 09: Lombrigas retiradas do intestino de uma criança.

Seus sintomas são emagrecimento, diarreias, cólicas, prisão de ventre


e, em casos de grande infestação, obstrução intestinal.

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Como medidas preventivas temos o saneamento básico, ferver e filtrar


a água para consumo, lavar bem as mãos após ir ao banheiro e antes das
refeições e também lavar muito bem os alimentos consumidos crus.

ANCILOSTOMOSE
Também chamada de amarelão, essa doença é causada pelo
Ancylostoma duodenale ou pelo Necator americanus. Vivendo no intestino
delgado de seres humanos, os vermes rasgam as paredes desse órgão e se
alimentam de sangue. Isso leva a hemorragias e anemia. Um sintoma bem
característico é a palidez facial, motivo pelo qual a doença é chamada de
amarelão. Além disso, a pessoa tem fraqueza, tontura e desânimo.
Os ovos liberados nas fezes da pessoa infectada se desenvolvem em
larvas no solo. Essas larvas podem penetrar pela pele da pessoa,
principalmente pelos pés descalços. Outra forma de adquirir o parasita é
pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
A prevenção é feita de maneira semelhante à ascaridíase, com o
adicional de se andar calçado, evitando o contato com o verme no solo.

FILARIOSE
Causada pela filária (Wuchereria bancrofti) e transmitida pela picada
do mosquito comum, do gênero Culex. Os vermes adultos se instalam nos
vasos linfáticos das pessoas, causando a sua obstrução e impedindo que o
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líquido tissular seja drenado nesses locais. O seu acúmulo leva então ao
inchaço, principalmente das pernas mamas e escroto, gerando a condição
chamada de elefantíase.

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Fig. 10: Pessoa com elefantíase na perna.

A prevenção inclui o combate ao mosquito, uso de repelentes e


inseticidas, eliminação de criadouros do mosquito, ter um sistema de
drenagem de águas pluviais e o saneamento básico.

6. Doenças Sexualmente Transmissíveis

AIDS
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é causada pelo vírus HIV
(Vírus da Imunodeficiência Humana). Esse vírus, que apresenta 2 tipos
(HIV-1 e HIV-2) é um vírus de RNA envelopado. Além disso, ele é um tipo
especial de vírus de RNA chamado de retrovírus, pois durante seu ciclo
reprodutivo, realiza a chamada transcrição reversa, processo no qual o RNA
serve de molde para a síntese de DNA. O HIV infecta principalmente células
do sistema imunológico humano chamadas linfócitos T CD4. A morte dessas
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células, devido ao ciclo reprodutivo viral, leva ao enfraquecimento do


sistema imunológico da pessoa infectada. Com isso, a pessoa fica mais
vulnerável a outras doenças oportunistas que podem causar a sua morte,
como tuberculose ou pneumonia.
O HIV é transmitido por vários fluidos corporais:
• Sangue
• Sêmen
• Secreção vaginal
• Leite materno

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• Líquido cerebrospinal
• Líquido amniótico
Esses líquidos contaminados, em contato com mucosas como a da
boca, da vagina e do ânus, ou com a pele, caso ela apresente alguma lesão,
podem transmitir o HIV. Assim, a relação sexual, em todas as suas
formas, pode transmitir esse vírus.
Outra forma de transmissão é pelo uso de objetos contaminados
com o sangue de um portador do HIV, como por exemplo alicates de unha,
instrumentos de médicos e dentistas, lâminas de barbear, pinças, agulhas
de tatuadores, entre outros. O compartilhamento de seringas por
usuários de drogas injetáveis também é responsável por boa parte dos
casos de transmissão da doença. No passado, quando a AIDS ainda não era
bem conhecida e os bancos de sangue não tinham muito controle em
relação a ela, algumas pessoas também contraíram a doença em
transfusões de sangue.
O HIV não é transmitido pelo suor, urina ou lágrimas. A saliva só pode
eventualmente transmitir caso haja um ferimento na mucosa bucal e o
sangue contaminado entre em contato com a mucosa da outra pessoa.
Abraços, apertos de mão, compartilhamento de roupas, toalhas e uso
comum de piscinas também não são formas de transmissão do HIV.
Mosquitos também não são capazes de transmitir esse vírus.
Constituem formas de prevenção contra a AIDS: abstinência sexual,
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usar preservativos (masculino ou feminino) durante toda a relação,


esterilizar materiais perfurocortantes, não compartilhar seringas. É
importante que todas as gestantes façam o teste para detectar o HIV, pois,
em caso positivo, existem medicamentos que reduzem significativamente o
risco de transmissão para o bebê. Infelizmente não existem vacinas contra
a AIDS, devido ao fato do vírus HIV, por ser um retrovírus, sofrer
modificações em seu material genético muito rapidamente.

CONDILOMA ACUMINADO

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É causado pelo papilomavírus humano (HPV). A doença se manifesta


na forma de verrugas nos genitais tanto masculinos quanto femininos.
Alguns subtipos do vírus estão ligados à maior incidência de câncer de colo
de útero, motivo pelo qual as mulheres infectadas devem realizar
acompanhamento ginecológico regular.
A transmissão se dá pelo contato sexual entre uma pessoa contendo
uma verruga (que pode ser pequena e imperceptível) e outra sadia. O
detalhe é que o preservativo não previne completamente a transmissão,
uma vez que não protege todo o genital. Por isso é importante que tanto
homens quanto mulheres realizem acompanhamento médico periódico.
Para alguns subtipos do vírus, existe uma vacina que é aplicada
principalmente em meninas antes do início da vida sexual.

SÍFILIS
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) mas também
pode ser passada durante a gestação, da mãe para o feto. É causada pela
bactéria Treponema pallidum que, após cerca de 20 dias a partir do
contágio, causa uma lesão de bordas endurecidas e indolor nos órgãos
sexuais, o chamado cancro duro. Caso não seja tratada, a sífilis pode
comprometer o sistema nervoso, levando a problemas mentais, dificuldades
de coordenação, cegueira e até a morte. A prevenção é feita pelo uso de
preservativos durante as relações sexuais.
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GONORREIA
Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae provoca inflamação na
uretra, próstata e útero. Os sintomas são ardência na uretra e produção de
uma secreção amarelada em ambos os sexos.
Como a transmissão é através da relação sexual, o preservativo é o
modo de prevenção.

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7. Métodos Contraceptivos

Por ano, centenas de milhares de adolescentes brasileiras ficam


grávidas e dão à luz. Na maioria dos casos, isso vem acompanhado de baixa
renda familiar e baixa escolaridade. É importante que se realize um trabalho
de conscientização e instrução tanto de meninas quanto de meninos para
que esses casos diminuam, uma vez que na maioria das vezes a gravidez é
indesejada e gera prejuízos socioeconômicos para a família, como por
exemplo a interrupção dos estudos.
Listamos abaixo os principais métodos para se evitar a gravidez, ou
seja, os métodos contraceptivos.

MÉTODOS NÃO-TECNOLÓGICOS
Esses métodos não utilizam nenhum produto fabricado para esse fim e
são também os menos eficazes. Neles se incluem o coito interrompido e
a tabelinha.
O coito interrompido consiste em não ejacular no interior da vagina.
No entanto, sabe-se que antes da ejaculação é possível que um pequeno
volume de esperma seja liberado, o que já seria suficiente para causar a
gravidez.
O método da tabelinha consiste em não ter relações sexuais durante o
chamado período fértil, que compreende três dias antes e três dias depois
da ovulação. Para aumentar a eficiência do método, pode-se estender esse
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intervalo para sete dias antes e depois. No entanto, isso só funciona se o


ciclo menstrual da mulher for regular e, por isso, esse método também
acaba sendo pouco eficaz.

MÉTODOS DE BARREIRA
Os preservativos ou camisinhas são feitos de látex e formam uma
barreira física que retém o esperma, impedindo que ocorra o encontro dos
gametas. A camisinha masculina deve ser colocada e retirada com o pênis
ereto, para evitar vazamentos. É importante atentar para o prazo de
validade e para o estado de conservação do preservativo, para que não
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ocorram rompimentos da borracha. A camisinha feminina é colocada antes


da relação sexual e consiste em dois anéis revestidos por látex. Um dos
anéis se acomoda no fundo do canal vaginal e o outro fica do lado de fora.
Vale lembrar que os dois tipos são descartáveis e não devem ser utilizados
ao mesmo tempo, pois o atrito pode causar o rompimento da borracha. A
camisinha, além de ser um método contraceptivo, também previne a maior
parte das doenças sexualmente transmissíveis.

Fig. 11: À esquerda, camisinha masculina. À direita, camisinha feminina.

O diafragma é um disco de borracha que é colocado na entrada do


útero antes da relação sexual. Isso impede também que o sêmen atinja o
interior do útero e ocorra a fecundação.

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Fig. 12: Diafragma.

PREVENÇÃO DA OVULAÇÃO
A pílula anticoncepcional é o principal método contraceptivo
hormonal. Ela atua inibindo a ovulação, pois é composta por uma dose de
progesterona e estrogênio. Esses hormônios inibem a produção de FSH e

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LH pela hipófise, o que previne o amadurecimento dos folículos e a sua


consequente liberação na ovulação.

PREVENÇÃO DA IMPLANTAÇÃO
A pílula do dia seguinte libera altas doses de estrogênio e impede a
implantação do embrião no endométrio.
O DIU (dispositivo intrauterino) é uma peça de plástico ou cobre que
se insere no interior do útero. Ele impede a implantação do embrião no
endométrio.

Fig. 13: Dispositivo intrauterino.

TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO
Consistem em intervenções cirúrgicas que eliminam praticamente
qualquer chance de haver fecundação.
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No homem é feita a vasectomia, que consiste no corte dos canais


deferentes, que levam os espermatozoides dos testículos no momento da
ejaculação. Assim o sêmen continua sendo liberado, mas apenas com as
secreções das glândulas seminais, prostática e bulbouretrais.
Na mulher, é feita a ligadura tubária, que consiste em cortar e
costurar as tubas uterinas, interrompendo a conexão entre elas e o útero.
Com isso, os óvulos são produzidos e liberados, mas não conseguem ser
fecundados.

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Fig. 14: Técnicas de esterilização.

8. Drogas

O termo drogas refere-se a qualquer substância capaz de provocar


alterações bioquímicas em um organismo. No entanto, algumas são
especialmente perigosas por atuarem sobre o sistema nervoso central,
causando alterações na consciência e podendo levar à dependência química.
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Nesse capítulo, comentaremos sobre algumas das principais drogas


consumidas no Brasil.

ÁLCOOL
Presente em bebidas como cerveja, vinho e cachaça, é produzido a
partir da fermentação de açúcares por leveduras. É absorvido no intestino
e, em menor parte, no estômago. Quando ingerido com alimentos, sua
absorção ocorre de forma mais lenta. Sua concentração sanguínea atinge o
auge em cerca de meia hora até uma hora e meia após o consumo. Sua
metabolização em compostos menos tóxicos ocorre no fígado.

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Seus efeitos no sistema nervoso central são inibidores e isso faz com
que surjam sintomas como a perda de atenção, falta de coordenação
motora, desequilíbrio, inconsciência, podendo chegar inclusive à parada
respiratória e à morte em grandes concentrações.

NICOTINA
É o princípio ativo do tabaco, com o qual são feitos cigarros e charutos.
Ao ser tragada, a nicotina exerce efeitos sobre o sistema nervoso central,
primeiramente estimulantes e depois tranquilizantes.

CAFEÍNA
Encontrada em várias plantas como a erva-mate, o café, o cacau, o
guaraná e a cola. Tem efeito estimulante sobre o sistema nervoso central.
O consumo excessivo pode levar à irritabilidade, dores de cabeça,
ansiedade e insônia.

THC
O tetraidrocanabinol (THC) é a principal substância psicoativa
encontrada nas plantas do gênero Cannabis, vulgarmente chamada de
maconha. Ele provoca sintomas como dificuldades no movimento e na fala,
diminuição na capacidade de concentração, sensação de bem-estar,
sonolência e aumento do apetite. Normalmente, é a droga ilícita de entrada
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e seu consumo pode acabar levando a drogas mais pesadas como a cocaína
e o crack.

COCAÍNA
Extraída das folhas de coca, produz euforia, ausência de medo,
excitação física e mental, perda do apetite, insônia, delírios, dilatação das
pupilas, tremores e taquicardia. As overdoses normalmente são fatais,
gerando arritmias cardíacas, convulsões e asfixia. Uma forma alternativa ao
pó que é inalado é a cocaína em pedras que recebe o nome de crack e é
fumado em cachimbos.

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E assim chegamos ao fim do nosso curso.

9. QUESTÕES COMENTADAS

Em uma aula de Biologia, o seguinte texto é apresentado:


LAGOA AZUL ESTÁ DOENTE
Os vereadores da pequena cidade de Lagoa Azul estavam discutindo a
situação da Saúde no Município. A situação era mais grave com relação a
três doenças: Doença de Chagas, Esquistossomose e Ascaridíase
(lombriga). Na tentativa de prevenir novos casos, foram apresentadas
várias propostas :
Proposta 1: Promover uma campanha de vacinação.
Proposta 2: Promover uma campanha de educação da população com
relação a noções básicas de higiene, incluindo fervura de água.
Proposta 3: Construir rede de saneamento básico.
Proposta 4: Melhorar as condições de edificação das moradias e estimular
o uso de telas nas portas e janelas e mosquiteiros de filó.
Proposta 5: Realizar campanha de esclarecimento sobre os perigos de
banhos nas lagoas.
Proposta 6: Aconselhar o uso controlado de inseticidas.
Proposta 7: Drenar e aterrar as lagoas do município.

1. (ENEM, 1998, Amarela, Q37) Em relação à Esquistossomose, a


situação é complexa, pois o ciclo de vida do verme que causa a doença tem
vários estágios, incluindo a existência de um hospedeiro intermediário, um
caramujo aquático que é contaminado pelas fezes das pessoas doentes.
Analisando as medidas propostas, o combate à doença terá sucesso se
forem implementadas:
(A) 1 e 6, pois envolvem a eliminação do agente causador da doença e de
seu hospedeiro intermediário.
(B) 1 e 4, pois além de eliminarem o agente causador da doença, também
previnem o contato do transmissor com as pessoas sãs.
(C) 4 e 6, pois envolvem o extermínio do transmissor da doença.
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(D) 1, 4 e 6, pois atingirão todas as fases do ciclo de vida do agente


causador da doença, incluindo o seu hospedeiro intermediário.
(E) 3 e 5, pois prevenirão a contaminação do hospedeiro intermediário pelas
fezes das pessoas doentes e a contaminação de pessoas sãs por águas
contaminadas

2. (ENEM, 1998, Amarela, Q38) Para o combate da Ascaridíase, a


proposta que trará maior benefício social, se implementada pela Prefeitura,
será:
(A) 1
(B) 3
(C) 4
(D) 5
(E) 6

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3. (ENEM, 1998, Amarela, Q39) Você sabe que a Doença de Chagas é


causada por um protozoário (Trypanosoma cruzi) transmitido por meio da
picada de insetos hematófagos (barbeiros). Das medidas propostas no
texto “A Lagoa Azul Está Doente”, as mais efetivas na prevenção dessa
doença são:
(A) 1 e 2
(B) 3 e 5
(C) 4 e 6
(D) 1 e 3
(E) 2 e 3

4. (ENEM, 1999, Amarela, Q62) “Casos de leptospirose crescem na


região. M. P. S. tem 12 anos e está desde janeiro em tratamento de
leptospirose. Ela perdeu a tranquilidade e encontrou nos ratos [...] os vilões
de sua infância. ‘Se eu não os matar, eles me matam’, diz. Seu medo reflete
um dos maiores problemas do bairro: a falta de saneamento básico e o
acúmulo de lixo...” (O Estado de S. Paulo, 31/7/1997.)

“Oito suspeitos de leptospirose. A cidade ficou sob as águas na madrugada


de anteontem e, além de 120 desabrigados, as inundações estão fazendo
outro tipo de vítimas: já há oito suspeitas de casos de leptospirose [...]
transmitida pela urina de ratos contaminados.” (Folha de S. Paulo,
12/2/1999.)

As notícias dos jornais sobre casos de leptospirose estão associadas aos


fatos:

I. Quando ocorre uma enchente, as águas espalham, além do lixo


acumulado, todos os dejetos dos animais que ali vivem.
II. O acúmulo de lixo cria ambiente propício para a proliferação dos ratos.
III. O lixo acumulado nos terrenos baldios e nas margens dos rios entope
os bueiros e compromete o escoamento das águas em dias de chuva.
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IV. As pessoas que vivem na região assolada pela enchente, entrando em


contato com a água contaminada, têm grande chance de contrair a
leptospirose.

A sequência de fatos que relaciona corretamente a leptospirose, o lixo, as


enchentes e os roedores é:

a) I, II, III e IV.


b) I, III, IV e II.
c) IV, III, II e I.
d) II, IV, I e III.
e) II, III, I e IV.

5. (ENEM, 2001, Amarela, Q41) A partir do primeiro semestre de 2000,


a ocorrência de casos humanos de febre amarela silvestre extrapolou as
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áreas endêmicas, com registro de casos em São Paulo e na Bahia, onde os


últimos casos tinham ocorrido em 1953 e 1948. Para controlar a febre
amarela silvestre e prevenir o risco de uma reurbanização da doença, foram
propostas as seguintes ações:

I. Exterminar os animais que servem de reservatório do vírus causador da


doença.
II. Combater a proliferação do mosquito transmissor.
III. Intensificar a vacinação nas áreas onde a febre amarela é endêmica e
em suas regiões limítrofes.

É efetiva e possível de ser implementada uma estratégia envolvendo


(A) a ação II, apenas.
(B) as ações I e II, apenas.
(C) as ações I e III, apenas.
(D) as ações II e III, apenas.
(E) as ações I, II e III.

6. (ENEM, 2002, Amarela, Q44) Uma nova preocupação atinge os


profissionais que trabalham na prevenção da AIDS no Brasil. Tem-se
observado um aumento crescente, principalmente entre os jovens, de
novos casos de AIDS, questionando-se, inclusive, se a prevenção vem
sendo ou não relaxada. Essa temática vem sendo abordada pela mídia:
Medicamentos já não fazem efeito em 20% dos infectados pelo vírus HIV.
Análises revelam que um quinto das pessoas recém-infectadas não haviam
sido submetidas a nenhum tratamento e, mesmo assim, não responderam
às duas principais drogas anti-AIDS. Dos pacientes estudados, 50%
apresentavam o vírus FB, uma combinação dos dois subtipos mais
prevalentes no país, F e B.
Adaptado do Jornal do Brasil, 02/10/2001.
Dadas as afirmações acima, considerando o enfoque da prevenção, e devido
ao aumento de casos da doença em adolescentes, afirma-se que
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I. O sucesso inicial dos coquetéis anti-HIV talvez tenha levado a população


a se descuidar e não utilizar medidas de proteção, pois se criou a ideia de
que estes remédios sempre funcionam.
II. Os vários tipos de vírus estão tão resistentes que não há nenhum tipo
de tratamento eficaz e nem mesmo qualquer medida de prevenção
adequada.
III. Os vírus estão cada vez mais resistentes e, para evitar sua
disseminação, os infectados também devem usar camisinhas e não apenas
administrar coquetéis.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
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7. (ENEM, 2003, Amarela, Q17) Os acidentes de trânsito, no Brasil, em


sua maior parte são causados por erro do motorista. Em boa parte deles, o
motivo é o fato de dirigir após o consumo de bebida alcoólica. A ingestão
de uma lata de cerveja provoca uma concentração de aproximadamente
0,3 g/L de álcool no sangue. A tabela abaixo mostra os efeitos sobre o
corpo humano provocados por bebidas alcoólicas em função de níveis de
concentração de álcool no sangue:

Uma pessoa que tenha tomado três latas de cerveja provavelmente


apresenta
(A) queda de atenção, de sensibilidade e das reações motoras.
(B) aparente normalidade, mas com alterações clínicas.
(C) confusão mental e falta de coordenação motora.
(D) disfunção digestiva e desequilíbrio ao andar.
(E) estupor e risco de parada respiratória.

8. (ENEM, 2003, Amarela, Q18) Após a ingestão de bebidas alcoólicas, o


metabolismo do álcool e sua presença no sangue dependem de fatores
como peso corporal, condições e tempo após a ingestão.
O gráfico mostra a variação da concentração de álcool no sangue de
indivíduos de mesmo peso que beberam três latas de cerveja cada um, em
diferentes condições: em jejum e após o jantar.

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Tendo em vista que a concentração máxima de álcool no sangue permitida


pela legislação brasileira para motoristas é 0,6 g/L, o indivíduo que bebeu
após o jantar e o que bebeu em jejum só poderão dirigir após,
aproximadamente,
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(A) uma hora e uma hora e meia, respectivamente.


(B) três horas e meia hora, respectivamente.
(C) três horas e quatro horas e meia, respectivamente.
(D) seis horas e três horas, respectivamente.
(E) seis horas, igualmente.

9. (ENEM, 2003, Amarela, Q22) A malária é uma doença típica de regiões


tropicais. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no final do século
XX, foram registrados mais de 600 mil casos de malária no Brasil, 99% dos
quais na região amazônica. Os altos índices de malária nessa região podem
ser explicados por várias razões, entre as quais:
(A) as características genéticas das populações locais facilitam a
transmissão e dificultam o tratamento da doença.
(B) a falta de saneamento básico propicia o desenvolvimento do mosquito
transmissor da malária nos esgotos não tratados.
(C) a inexistência de predadores capazes de eliminar o causador e o
transmissor em seus focos impede o controle da doença.
(D) a temperatura elevada e os altos índices de chuva na floresta equatorial
favorecem a proliferação do mosquito transmissor.
(E) o Brasil é o único país do mundo que não implementou medidas
concretas para interromper sua transmissão em núcleos urbanos.

10. (ENEM, 2004, Amarela, Q29) Algumas doenças que, durante várias
décadas do século XX, foram responsáveis pelas maiores percentagens das
mortes no Brasil, não são mais significativas neste início do século XXI. No
entanto, aumentou o percentual de mortalidade devida a outras doenças,
conforme se pode observar no diagrama:

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No período considerado no diagrama, deixaram de ser predominantes,


como causas de morte, as doenças
(A) infecto-parasitárias, eliminadas pelo êxodo rural que ocorreu entre 1930
e 1940.

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(B) infecto-parasitárias, reduzidas por maior saneamento básico, vacinas e


antibióticos.
(C) digestivas, combatidas pelas vacinas, vermífugos, novos tratamentos e
cirurgias.
(D) digestivas, evitadas graças à melhoria do padrão alimentar do
brasileiro.
(E) respiratórias, contidas pelo melhor controle da qualidade do ar nas
grandes cidades.

11. (ENEM, 2005, Amarela, Q21) Cândido Portinari (1903-1962), um dos


mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes
aspectos da nossa realidade em seus quadros.

Sobre a temática dos “Retirantes”, Portinari também escreveu o seguinte


poema:
(....) Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos
Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos
Doloridos como fagulhas de carvão aceso
Corpos disformes, uns panos sujos,
Rasgados e sem cor, dependurados
Homens de enorme ventre bojudo
Mulheres com trouxas caídas para o lado
Pançudas, carregando ao colo um garoto
Choramingando, remelento (....)

(Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1964.)


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No texto de Portinari, algumas das pessoas descritas provavelmente estão


infectadas com o verme Schistosoma mansoni. Os “homens de enorme
ventre bojudo” corresponderiam aos doentes da chamada “barriga d’água”.
O ciclo de vida do Schistosoma mansoni e as condições socioambientais de
um local são fatores determinantes para maior ou menor incidência dessa
doença. O aumento da incidência da esquistossomose deve-se à presença
de
(A) roedores, ao alto índice pluvial e à inexistência de programas de
vacinação.
(B) insetos hospedeiros e indivíduos infectados, à inexistência de
programas de vacinação.
(C) indivíduos infectados e de hospedeiros intermediários e à ausência de
saneamento básico.

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(D) mosquitos, a inexistência de programas de vacinação e à ausência de


controle de águas paradas.
(E) gatos e de alimentos contaminados, e à ausência de precauções
higiênicas.

12. (ENEM, 2007, Amarela, Q22) O Aedes aegypti é vetor transmissor


da dengue. Uma pesquisa feita em São Luís – MA, de 2000 a 2002, mapeou
os tipos de reservatório onde esse mosquito era encontrado. A tabela abaixo
mostra parte dos dados coletados nessa pesquisa.

De acordo com essa pesquisa, o alvo inicial para a redução mais rápida dos
focos do mosquito vetor da dengue nesse município deveria ser constituído
por
(A) pneus e caixas d’água.
(B) tambores, tanques e depósitos de barro.
(C) vasos de plantas, poços e cisternas.
(D) materiais de construção e peças de carro.
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(E) garrafas, latas e plásticos.

13. (ENEM, 2010, Azul, Q46) A vacina, o soro e os antibióticos submetem


os organismos a processos biológicos diferentes. Pessoas que viajam para
regiões em que ocorrem altas incidências de febre amarela, de picadas de
cobras peçonhentas e de leptospirose e querem evitar ou tratar problemas
de saúde relacionados a essas ocorrências devem seguir determinadas
orientações.
Ao procurar um posto de saúde, um viajante deveria ser orientado por um
médico a tomar preventivamente ou como medida de tratamento
(A) antibiótico contra o vírus da febre amarela, soro antiofídico caso seja
picado por uma cobra e vacina contra a leptospirose.

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(B) vacina contra o vírus da febre amarela, soro antiofídico caso seja picado
por uma cobra e antibiótico caso entre em contato com a Leptospira sp.
(C) soro contra o vírus da febre amarela, antibiótico caso seja picado por
uma cobra e soro contra toxinas bacterianas.
(D) antibiótico ou soro, tanto contra o vírus da febre amarela como para
veneno de cobras, e vacina contra a leptospirose.
(E) soro antiofídico e antibiótico contra a Leptospira sp e vacina contra a
febre amarela caso entre em contato com o vírus causador da doença.

14. (ENEM, 2010, Azul, 2ª Aplicação, Q47) Em 2009, o município


maranhense de Bacabal foi fortemente atingido por enchentes, submetendo
a população local a viver em precárias condições durante algum tempo. Em
razão das enchentes, os agentes de saúde manifestaram, na ocasião, temor
pelo aumento dos casos de doenças como, por exemplo, a malária, a
leptospirose, a leishmaniose e a esquistossomose.
Cidades inundadas enfrentam aumento de doenças. Folha Online. 22 abr. 2009. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br. Acesso: em 28 abr. 2010 (adaptado).

Que medidas o responsável pela promoção da saúde da população afetada


pela enchente deveria sugerir para evitar o aumento das doenças
mencionadas no texto, respectivamente?
(A) Evitar o contato com a água contaminada por mosquitos, combater os
percevejos hematófagos conhecidos como barbeiros, eliminar os caramujos
do gênero Biomphalaria e combater o mosquito Anopheles.
(B) Combater o mosquito Anopheles, evitar o contato com a água suja
acumulada pelas enchentes, combater o mosquito flebótomo e eliminar os
caramujos do gênero Biomphalaria.
(C) Eliminar os caramujos do gênero Biomphalaria, combater o mosquito
flebótomo, evitar o contato com a água suja acumulada pelas enchentes e
combater o mosquito Aedes.
(D) Combater o mosquito Aedes, evitar o contato com a água suja
acumulada pelas enchentes, eliminar os caramujos do gênero Biomphalaria
e combater os percevejos hematófagos conhecidos como barbeiros.
(E) Combater o mosquito Aedes, eliminar os caramujos do gênero
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Biomphalaria, combater o mosquito flebótomo e evitar o contato com a


água contaminada por mosquitos.

15. (ENEM, 2010, Azul, 2ª Aplicação, Q47) A Síndrome da


Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é a manifestação clínica da infecção pelo
vírus HIV, que leva, em média, oito anos para se manifestar. No Brasil,
desde a identificação do primeiro caso de AIDS em 1980 até junho de 2007,
já foram identificados cerca de 474 mil casos da doença. O país acumulou,
aproximadamente, 192 mil óbitos devido à AIDS até junho de 2006, sendo
as taxas de mortalidade crescentes até meados da década de 1990 e
estabilizando-se em cerca de 11 mil óbitos anuais desde 1998. [...] A partir
do ano 2000, essa taxa se estabilizou em cerca de 6,4 óbitos por 100 mil
habitantes, sendo esta estabilização mais evidente em São Paulo e no
Distrito Federal.

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Disponível em: http://www.aids.gov.br. Acesso em: 01 maio 2009 (adaptado).

A redução nas taxas de mortalidade devido à AIDS a partir da década de


1990 é decorrente
(A) do aumento do uso de preservativos nas relações sexuais, que torna o
vírus HIV menos letal.
(B) da melhoria das condições alimentares dos soropositivos, a qual
fortalece o sistema imunológico deles.
(C) do desenvolvimento de drogas que permitem diferentes formas de ação
contra o vírus HIV.
(D) das melhorias sanitárias implementadas nos últimos 30 anos,
principalmente nas grandes capitais.
(E) das campanhas que estimulam a vacinação contra o vírus e a busca
pelos serviços de saúde.

16. (ENEM, 2011, Azul, Q64)

O mapa mostra a área de ocorrência da malária no mundo. Considerando-


se sua distribuição na América do Sul, a malária pode ser classificada como
(A) endemia, pois se concentra em uma área geográfica restrita desse
continente.
(B) peste, já que ocorre nas regiões mais quentes do continente.
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(C) epidemia, já que ocorre na maior parte do continente.


(D) surto, pois apresenta ocorrência em áreas pequenas.
(E) pandemia, pois ocorre em todo o continente.

17. (ENEM, 2011, Azul, Q89) Durante as estações chuvosas, aumentam


no Brasil as campanhas de prevenção à dengue, que têm como objetivo a
redução da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus
da dengue.
Que proposta preventiva poderia ser efetivada para diminuir a reprodução
desse mosquito?
(A) Colocação de telas nas portas e janelas, pois o mosquito necessita de
ambientes cobertos e fechados para a sua reprodução.
(B) Substituição das casas de barro por casas de alvenaria, haja vista que
o mosquito se reproduz na parede das casas de barro.

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(C) Remoção dos recipientes que possam acumular água, porque as larvas
do mosquito se desenvolvem nesse meio.
(D) Higienização adequada de alimentos, visto que as larvas do mosquito
se desenvolvem nesse tipo de substrato.
(E) Colocação de filtros de água nas casas, visto que a reprodução do
mosquito acontece em águas contaminadas.

18. (ENEM, 2012, Azul, Q74) A doença de Chagas afeta mais de oito
milhões de brasileiros, sendo comum em áreas rurais. É uma doença
causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida por insetos
conhecidos como barbeiros ou chupanças. Uma ação do homem sobre o
meio ambiente que tem contribuído para o aumento dessa doença é
(A) o consumo de carnes de animais silvestres que são hospedeiros do vetor
da doença.
(B) a utilização de adubos químicos na agricultura que aceleram o ciclo
reprodutivo do barbeiro.
(C) a ausência de saneamento básico que favorece a proliferação do
protozoário em regiões habitadas por humanos.
(D) a poluição dos rios e lagos com pesticidas que exterminam o predador
das larvas do inseto transmissor da doença.
(E) o desmatamento que provoca a migração ou o desaparecimento dos
animais silvestres dos quais o barbeiro se alimenta.

19. (ENEM, 2015, Azul, Q72) Tanto a febre amarela quanto a dengue são
doenças causadas por vírus do grupo dos arbovírus, pertencentes ao gênero
Flavivirus, existindo quatro sorotipos para o vírus causador da dengue. A
transmissão de ambas acontece por meio da picada de mosquitos, como o
Aedes aegypti. Entretanto, embora compartilhem essas características,
hoje somente existe vacina, no Brasil, para a febre amarela e nenhuma
vacina efetiva para a dengue.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde. Dengue: Instruções para pessoal de
combate ao vetor. Manual de Normas Técnicas. Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso
em: 7 ago. 2012 (adaptado).
Esse fato pode ser atribuído à 04178253905

(A) maior taxa de mutação do vírus da febre amarela do que do vírus da


dengue.
(B) alta variabilidade antigênica do vírus da dengue em relação ao vírus da
febre amarela.
(C) menor adaptação do vírus da dengue à população humana do que do
vírus da febre amarela.
(D) presença de dois tipos de ácidos nucleicos no vírus da dengue e somente
um tipo no vírus da febre amarela.
(E) baixa capacidade de indução da resposta imunológica pelo vírus da
dengue em relação ao da febre amarela.

20. (ENEM, 2015, Azul, Q89) Euphorbia milii é uma planta ornamental
amplamente disseminada no Brasil e conhecida como coroa-de-cristo. O

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estudo químico do látex dessa espécie forneceu o mais potente produto


natural moluscicida, a miliamina L.
MOREIRA, C. P. S.; ZANI, C. L.; ALVES, T. M. A. Atividade moluscicida do látex de Synadenium
carinatum boiss. (Euphorbiaceae) sobre Biomphalaria glabrata e isolamento do constituinte
majoritário. Revista Eletrônica de Farmácia, n. 3, 2010 (adaptado).
O uso desse látex em água infestada por hospedeiros intermediários tem
potencial para atuar no controle da
(A) dengue.
(B) malária.
(C) elefantíase.
(D) ascaridíase.
(E) esquistossomose.

21. (ENEM – 2016 2ª Aplicação, Q77) A sombra do cedro vem se


encostar no cocho. Primo Ribeiro levantou os ombros; começa a tremer.
Com muito atraso. Mas ele tem no baço duas colmeias de bichinhos
maldosos, que não se misturam, soltando enxames no sangue em dias
alternados. E assim nunca precisa de passar um dia sem tremer.
ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
O texto de João Guimarães Rosa descreve as manifestações das crises
paroxísticas da malária em seu personagem. Essas se caracterizam por
febre alta, calafrios, sudorese intensa e tremores, com intervalos de 48 h
ou 72 h, dependendo da espécie de Plasmodium.
Essas crises periódicas ocorrem em razão da
a) lise das hemácias, liberando merozoítos e substâncias denominadas
hemozoínas.
b) invasão das hemácias por merozoítos com maturação até a forma
esquizonte.
c) reprodução assexuada dos esporozoítos no fígado do indivíduo infectado.
d) liberação de merozoítos dos hepatócitos para a corrente sanguínea.
e) formação de gametócitos dentro das hemácias.

22. (ENEM – 2016 2ª Aplicação, Q80) Suponha que uma doença


desconhecida esteja dizimando um rebanho bovino de uma cidade e alguns
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veterinários tenham conseguido isolar o agente causador da doença,


verificando que se trata de um ser unicelular e procarionte.
Para combater a doença, os veterinários devem administrar, nos bovinos
contaminados,
a) vacinas.
b) antivirais.
c) fungicidas.
d) vermífugos.
e) antibióticos.

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COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

1. Considerando-se que não existe vacina para a esquistossomose e que


essa doença não é transmitida por mosquitos, eliminamos todas as
alternativas contendo as propostas 1, 4 e 6. Com isso, resta apenas a
alternativa E, uma vez que o esquistossomo precisa passar pelo caramujo
que vive em lagoas para completar seu desenvolvimento.

2. A transmissão da ascaridíase está diretamente relacionada com a


ausência de saneamento básico, pois, nesse caso, as fezes contendo ovos
do parasita podem contaminar água e solo. Assim, a melhor proposta seria
a 3. Alternativa B.

3. As medidas mais efetivas estão relacionadas à eliminação dos insetos


transmissores da doença, ou seja, a proposta 4 e a 6. Alternativa C.

4. As pessoas jogam o lixo em locais indevidos, que se acumula e favorece


a proliferação de ratos; além disso, o lixo entope os bueiros e compromete
o escoamento da água da chuva; quando chove muito e ocorre uma
enchente, as águas espalham o lixo e os dejetos dos animais; finalmente
as pessoas, ao terem contato com a água contaminada na enchente, podem
desenvolver a leptospirose. II, III, I, IV. Alternativa E.

5. Exterminar os animais que servem de reservatório seria uma medida


muito violenta e drástica, que causaria vários impactos ambientais. Por
outro lado, combater o mosquito vetor e aumentar a vacinação seriam
medidas totalmente viáveis. Alternativa D.

6. Analisando as afirmativas, vemos que a II diz que não há prevenção


adequada para a AIDS, quando sabemos que os preservativos fazem esse
papel. Descartamos assim as alternativas B, D e E. De acordo com a
informação dada no texto, os vírus estão mais resistentes. Logo, a única
alternativa que contempla as afirmativas I e III é a letra C.

7. Se uma lata provoca concentração de 0,3g/L de álcool no sangue, 3 latas


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provocam 0,9g/L. Isso inclui os sintomas relativos às três primeiras linhas.


A alternativa que inclui esses sintomas é a letra A.

8. Essa questão é apenas de interpretação de gráfico. Acompanhando a


linha cheia (pessoa que bebeu após o jantar), verificamos que o tempo que
ela leva para atingir concentração de 6g/L de álcool no sangue é de 3 horas.
Já a pessoa que bebeu em jejum levará quatro horas e meia. Alternativa
C.

9. O mosquito-prego necessita de água para se reproduzir. A Amazônia


apresenta elevada pluviosidade, propiciando locais para que essa
reprodução ocorra. Além disso, as altas temperaturas também favorecem a
reprodução do mosquito. Alternativa D.

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10. Analisando o gráfico, percebemos que as doenças infecto-parasitárias


sofreram grande queda no período. Essa queda tornou-se mais acentuada
a partir da década de 50. Isso se deve a melhoras no saneamento básico,
criação de vacinas e antibióticos. Alternativa B.

11. Lembre-se que a esquistossomose não é transmitida por insetos nem


por roedores e nem por gatos. Além disso ela não tem vacinas. Assim, resta
a alternativa C que se refere aos indivíduos infectados, os hospedeiros
intermediários (caramujos) e ao saneamento básico para impedir que fezes
contaminadas cheguem a rios e lagoas.

12. Basta interpretar a tabela e verificar que a maior parte dos mosquitos
encontrados foi em tambores/tanques/depósitos de barro. Alternativa B.

13. A febre amarela possui vacina. Uma picada de cobra deve ser tratada
com um soro. A leptospirose, por ser causada por uma bactéria, pode ser
tratada com antibióticos. Alternativa B.

14. Malária: Combater o mosquito-prego (Anopheles); leptospirose: evitar


o contato com a água suja das enchentes; leishmaniose: combater o
mosquito flebótomo (Lutzomia); esquistossomose: eliminar os caramujos
Biomphalaria. Alternativa B.

15. Sabemos que não há vacinas contra a AIDS, essa doença não tem
relação com melhorias sanitárias nem alimentares e os preservativos não
tornam o vírus menos letal. O que acontece é que drogas mais eficazes
surgiram e diminuíram as taxas de mortalidade devido à doença.
Alternativa C.

16. A malária é endêmica em algumas regiões da América do Sul, como a


Amazônia. Isso quer dizer que ela ocorre em uma área restrita e com
número mais ou menos constante de casos. Alternativa A.

17. Os mosquitos precisam de locais com água parada para se reproduzir.


Logo, remover recipientes que possam acumular água é uma medida para
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diminuir sua reprodução. Alternativa C.

18. Como o barbeiro se alimenta de sangue, quanto mais desequilibrados


seus ambientes naturais estiverem, mais eles vão buscar se alimentar fora
das florestas e, consequentemente de sangue humano. Assim, o
desmatamento tem relação direta com o aumento da doença. Alternativa
E.

19. O vírus da dengue apresenta 4 tipos diferentes e sofre rápidas


mutações, diferentemente do vírus da febre amarela. Alternativa B.

20. Se o produto é moluscicida, isso quer dizer que ele mata moluscos. A
doença cujo hospedeiro intermediário pertence a esse filo é a
esquistossomose, devido ao caramujo Biomphalaria. Alternativa E.

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21. Os merozoítos são uma das formas apresentadas pelo plasmódio no


interior do corpo humano. Essa forma infecta as hemácias e se reproduz no
interior delas assexuadamente. A cada ciclo de reprodução, eles rompem
as hemácias e são liberados na corrente sanguínea juntamente com
substâncias tóxicas que vão causar os episódios de febre característicos da
malária. Alternativa A.

22. Se a doença já está atacando o rebanho, os veterinários não podem


aplicar uma medida preventiva como é o caso das vacinas. Uma vez que o
agente causador é um se unicelular e procarionte, ou seja, uma bactéria, o
medicamento utilizado só pode ser um antibiótico. Alternativa E.

10. Bibliografia consultada

• AMABIS, J.M & MARTHO, G.R. Biologia. São Paulo: Editora Moderna,
2010, Vol. 1 e 3.

• CAMPBELL, NEIL. Biologia, Porto Alegre: Artmed Editora, 2010.

• LINHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. São Paulo:


Editora Ática, 2014, Vol. 1 e 3.

• PURVES, W. K.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H. HELLER, H.C. Vida - A


ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, Vol. 1.

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