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PICOS, 2017
Picos
2017
Conceição de Cássia Torres Araújo
Francisco Washington Torres Araújo
Márcio José da Silva Rocha
Daniela Cipriano4
Resumo: O suicídio sempre foi um ato que chamou a atenção de toda sociedade
que o presenciava, foi encarado como crime, pecado, ato provindo de doença e
outros. É sabido atualmente que não se pode explica-lo apenas dentro da formula
pura “causa e efeito”, o suicídio se entende mais como uma construção que culmina
no ato de extinguir a própria vida, é necessário, assim, levar em conta todas
influencias, inclusive da filosofia predominante no momento, no caso da atualidade,
a pós-modernidade. O fenômeno “pós-modernidade” pode exerce influencia
significativa sobre os indivíduos da época cabe enfim, analisar qual a direção dessa
influencia e qual os efeitos que produz, para, por fim, oferecer uma intervenção,
neste caso através do próprio Serviço Social, magnitude do conhecimento humano
essa que age justamente em contrapartida aos focos pós-modernos.
Abstract: Suicide was always an act that caught the attention of every society that
was present, was seen as a crime, sin, an act of illness and others. It is now known
that one can not explain it only within the pure formula "cause and effect", suicide is
understood more as a construction that culminates in the act of extinguishing one's
own, it is necessary, therefore, to take into account all influences, including of the
predominant philosophy at the moment, in the present case, postmodernity. The
phenomenon "postmodernity" can exert a significant influence on the individuals of
the time, it is important to analyze the direction of this influence and what effects it
produces, to finally offer an intervention, in this case through Social Service itself,
magnitude of human knowledge that acts precisely in counterpart to postmodern
focuses.
1 INTRODUÇÃO
Em uma espécie de paralelo invertido a essa ação, na idade média não mais
necessariamente se entendia o ato de suicídio como um crime, mas como pecado.
Uma vez que a vida emanava em sua totalidade de Deus, o individuo ao tirar a
própria vida estava se excluindo dos próprios privilégios eclesiásticos como o
sacramento e a sepultura eclesiástica. (NOGUEIRA, 1995).
Durante as longas eras o suicídio foi encarado de maneiras diferentes, hoje
não passa a ser diferente essa multiplicidade de pensamento sobre esse ato.
Entretanto é sabido que o suicídio vem aumentando exponencialmente, cerca de
1,4% do total de mortes mundial é em virtude do suicídio, figurando um milhão de
óbitos por ano, sendo uma das três principais causas de morte entre indivíduos na
faixa etária de 15 a 44 anos de idade. (WHO, 2014). Levando em conta que a visão
de mundo dos indivíduos influencia diretamente a prática dos mesmos, alguns ligam
o aumento exorbitante dos casos de suicídio a perspectivas pós-modernas. Sendo
que nesse pressuposto o ser humano não dispõe mais de um proposito único para
vida, onde Deus foi sobreposto e a ciência perdeu seu status de detentor final da
verdade (HICKS, 2011).
A intensificação dos casos de suicídio teria alguma correlação com a
concepção de mundo pós-moderna?
2 CAUSAS DO SUICÍDIO
Qual seria a natureza do suicídio? Pelo que ele é provocado? Essas são
perguntas que motivaram inúmeras respostas, a partir de cada cosmovisão se tem
uma visão do que seria esse ato. Para Durkheim (2000) O suicídio apesar de poder
ser dividido em categorias – como próprio fez em sua obra – não deixa de ter um
aspecto fundamentalmente social. Qualquer análise que deixe de levar em conta a
relação de individuo e sociedade torna-se incompleta ou insuficiente.
Atualmente, é possível notar principalmente no meio acadêmico uma extensa
ligação entre o suicídio e transtornos mentais. Uma revisão de 31 artigos científicos
publicados entre 1959 e 2001, englobando 15.629 suicídios ocorridos na população
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O ser humano passa a tornar sua existência indispensável por meio daquilo
que ela possui ou pode manipular, sejam pessoas, coisas ou situações, dando todo
o significado de sua vida ao citado acima, estando sempre expostas a tristezas
profundas em virtudes de perdas drásticas. (KELLER, 2016)
Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu uma
lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a gritar incessantemente: “Procuro
Deus! Procuro Deus!”? – E como lá se encontrassem muitos daqueles que
não criam em Deus, ele despertou com isso uma grande gargalhada. Então
ele está perdido? Perguntou um deles. Ele se perdeu como uma criança?
Disse outro. Está se escondendo? Ele tem medo de nós? Embarcou num
navio? Emigrou? – Gritavam e riam uns para os outros. O homem louco se
lançou para o meio deles e trespassou-os com seu olhar. “Para onde foi
Deus?”, gritou ele, “já lhes direi! Nós o matamos – vocês e eu. Somos todos
seus assassinos! Mas como fizemos isso? Como conseguimos beber
inteiramente o mar? Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte? (…)
Não ouvimos o barulho dos coveiros a enterrar Deus? Não sentimos o
cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodressem! Deus está
morto! Deus continua morto! E nós o matamos! Como nos consolar, a nós,
assassinos entre os assassinos? O mais forte e mais sagrado que o mundo
até então possuíra sangrou inteiro sob nossos punhais – quem nos limpará
este sangue? (NIETZSCHE, A Gaia ciência, fragmento 125, p.147-8)
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O que é que nós estamos fazendo diferente nesse sentido? O que fazer
para que a vida miserável que faz com que as pessoas desejem a morte
não permaneça a mesma e para que as pessoas não tenham que suportar
essa condição, pelo bem daquilo que elas mal conhecem, mas que elas
entendem ser necessário? Essas mortes, então, deveriam nos levar a
algumas reflexões que são importantes de serem feitas. Como nós
profissionais da saúde, seja no âmbito da prevenção, seja no âmbito da
promoção da vida estamos agindo? (CFP, 2013, p. 21)
O suicídio para além das causas e influencia que o provocam, não deixa
nunca de ser uma questão social juntamente com relação de saúde pública. Aqui
entra o papel do assistente social que visa trabalhar nos mais variados aspectos de
vulnerabilidade social que, em si, envolvem também atos suicidas. Desde 2004 o
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) vem desenvolvendo medidas voltadas
para a prevenção de suicídios, estabelecendo assim um papel fundamental e direto
entre a assistência social o fenômeno suicida (BRASIL, 2006).
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS