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MARCOS ORESTE COLPO

IDÉIAS PARA UMA PEDAGOGIA DA DESCONSTRUÇÃO:


DESDOBRAMENTOS DA ONTOLOGIA DE MARTIN
HEIDEGGER

Doutorado em Filosofia da Educação

USP - SÃO PAULO


2007
MARCOS ORESTE COLPO

IDÉIAS PARA UMA PEDAGOGIA DA DESCONSTRUÇÃO:


DESDOBRAMENTOS DA ONTOLOGIA DE MARTIN
HEIDEGGER

Tese apresentada como exigência parcial


para obtenção do grau de doutor em
Filosofia da Educação à Comissão
Julgadora da Universidade de São
Paulo, sob a orientação da Profa. Dra.
Maria Nazaré de Camargo Pacheco
Amaral.

USP - SÃO PAULO


2007
Comissão julgadora:

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Agradecimentos

Gostaria de agradecer a minha orientadora Profa. Dra. Maria Nazaré de Camargo


Pacheco Amaral, pelo acolhimento e pela confiança e liberdade com que
acompanhou meu percurso como pós-graduando da FEUSP, desde o mestrado e
agora no doutorado.

Gostaria de agradecer aos professores que participaram da banca de Exame de


Qualificação, pelas contribuições oferecidas ao meu trabalho, iluminando pontos
que estavam obscuros, fruto da observação cuidadosa, responsável e rigorosa
para melhor compor o tema dessa tese.

Gostaria de agradecer a Olga minha mulher pelo incentivo e apoio nas minhas
apreensões, gestando condições para que eu pudesse realizar este trabalho. Aos
meus filhos Igor, Gustavo e Natalia que mesmo sem saber bem do que se tratava,
respeitaram minha solidão e meu empenho diante do computador.

Gostaria de agradecer aos meus amigos da Associação Brasileira de


Daseinsanalyse, companheiros que desde 1974, cuidam para que a
Daseinsanalyse, tenha o vigor e a inserção devida no âmbito das práticas clínicas
e quem sabe agora também na educação.

Gostaria de agradecer a acolhida que a FEUSP teve para comigo em todo este
percurso, tanto do corpo docente como da secretaria do pós-graduação que
sempre foi muito eficiente e simpática.
RESUMO

A presente tese tem por finalidade propor algumas idéias que possam
sustentar o que denominamos “Pedagogia de Desconstrução”, idéias estas
desdobradas com base na ontologia fundamental de Martin Heidegger, publicada
em 1927 (Ser e tempo) e das publicações realizadas a partir de 1930, que
marcaram a virada (die Kehre) do seu pensamento.
O sentido da palavra desconstrução (Ab-Bau) ou destruição (Detruktion)
em Heidegger está associado à identificação de um modo de pensar
característico do ocidente, denominado pensamento metafísico, que se
estabeleceu a partir de Platão. Tal modo de pensar consolida-se por meio de uma
interpretação objetivada do ser dos entes (Vorhandenheit), cujos desdobramentos
fizeram com que a metafísica esquecesse o fenômeno do mundo, permanecendo
presa ao modelo do ver teorético. O sentido da desconstrução alinha-se com a
tentativa de recuperar a diferença ontológica entre ser e ente, portanto,
desconstruir o modo objetivado de alocar o ser dos entes, meditar sobre o sentido
do ser e re-visitar (An-denken) o pensamento metafísico, desvelando aquilo que
não foi pensado pela educação a partir destas determinações metafísicas.
O modo de pensar metafísico chega à plenitude de suas possibilidades em
nossa época atual, séculos 20 e 21, exercida por dois fenômenos que são: a
ciência e a técnica moderna, que vem impor um modo de ser e pensar sobre
cujas conseqüências Heidegger procurou nos alertar quanto às suas
conseqüências nas significativas conferências realizadas após 1930. Tal modo de
pensar, instrumentado pela eficiência da técnica e da logística dos mercados, nos
enreda numa pseudoproximidade com as coisas e com os outros, entre outros
sintomas que nos fazem adentrar numa noite escura e densa, obscurecendo-nos
o mundo. Podemos testemunhar este mundo obscurecido por meio de alguns
sintomas de nossa época atual, como a massificação dos homens, da fuga dos
deuses, a devastação da terra, a aniquilação da coisa, bem como pela técnica
moderna cuja essência consolida-se como uma contenda, uma provocação do
homem em relação à natureza.
É diante destes alertas demonstrados por Heidegger e testemunhados por
nós que pensamos em propor algumas idéias que possam orientar uma
pedagogia, preocupada em exercer alguns contrapontos aos imperativos de
nossa época atual. Conscientes dos limites deste projeto em consonância com os
entendimentos de Heidegger sobre os limites de nosso empenho em relação à
metafísica, estamos propondo algumas pequenas saídas que se consolidam na
tentativa de resgatar o vigor de um pensar que se realiza na unidade entre ser e
pensar, de “conduzir” (ex-ducere) o ser-aí em direção ao conhecimento de si
mesmo e de voltar-se para uma relação com o real pautada pela poiésis, ou seja,
por uma linguagem e por um fazer que envolve levar à luz o que se apresenta
realizado pela essência da verdade, compreendida como sendo a liberdade de
deixar ser o ente.
É neste âmbito da poiésis que o pensamento e os afazeres dos homens
podem desconstruir o modo de desvelar o ser dos entes, dominado por um
pensamento cuja armação (Gestell) submete as coisas à tríade: exploração,
produção e consumo. O âmbito da poiésis em Heidegger inspira-se no poeta
Hölderlin e com ele gesta-se a possibilidade de um outro modo de relação com o
real, cujos modelos ônticos exercem um contraponto à armação, modelos estes
inscritos no que Heidegger denomina por quadrindade, constituída pelo
espelhamento entre os diferentes envios do ser: a terra; e o céu; os divinos e os
mortais.
SUMMARY

The aim of this thesis is to propose some ideas supporting what we refer to
as “Deconstruction Teaching”, arising from Martin Heidegger’s 1927 work on basic
ontology (Being and Time) and other publications as of 1930, marking the turning
point (die Kehre) in his thinking.
For Heidegger, the meaning of the term deconstruction (Ab-Bau) or
destruction (Detruktion) is associated with a characteristic Western manner of
thinking, known as metaphysical thinking, a concept originally identified by Plato.
This manner of thinking is reinforced through the objective interpretation of the
being of being (Vorhandenheit), an approach whereby metaphysics ignores the
world phenomenon, and remaines mired in the theoretical view model. The
meaning of deconstruction becomes aligned with the attempt to recover the
ontological difference between being and the being and, thus, deconstructs the
objective interpretation of allocating the being of the beings, to meditate on the
meaning of the being and revisiting (An-denken) metaphysical thought, in order to
reveal that which was not considered by education based on these metaphysical
conclusions.
The manner of metaphysical thinking reached the peak of its capacity in our
own times, the twentieth and twenty-first centuries. It was exercised by two
phenomena, science and modern techniques, which themselves imposed a way of
being and of thinking of whose consequences Heidegger strove to warn us in key
talks given after 1930. This way of thinking, led by the efficient techniques and
logistics of the markets, binds us into pseudo-proximity with things and with others,
among other symptoms that thrust us into a dark and dense night, blinding us to
the world. We can witness this obscured world through some of the symptoms of
our time. Examples are the reduction of humans to their lowest common
denominator, the exodus of the gods, the devastation of the earth, the annihilation
of the thing, in addition to modern techniques, whose essence has hardened into
dispute, man provoking nature.
It is thanks to Heidegger’s warnings which we ourselves have also
witnessed, that we decided to present some ideas that could steer teaching, in its
anxiety to place some counterpoints to today’s imperatives. We are aware of the
limits of this project in accordance with Heidegger’s views on the limits of our
performance in relation to metaphysics, and propose some minor solutions that
arose in the attempt to redeem the vigor of a thinking process developed in the
space between to be and to think, of “leading forth” (ex-ducere) being in the
direction of self-knowledge and to return to a relationship with what is real, based
on poiesis. In other words, through a language and through action involving
bringing to light what is realized by the essence of truth, understood as being the
freedom to cease being the being.
It is in this very environment of poiesis that man’s thoughts and actions can
deconstruct the manner of revealing the being of the beings, dominated by a
thought whose configuration (Gestell) submits such things to that trinity of
exploration, production, and consumption. The environment of poesis in Heidegger
was inspired by the poet Hölderlin and it is with him that the possibility of another
relationship with reality is born, one whose ontological models exercise a
counterpoint to this configuration. These models are part of what Heidegger
defines as the “quadrinity”, formed by the reflection of three different aspects of the
being: earth, heaven, the gods, and mortals.

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