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Adestramento de Cães

Módulo II

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Sumário

Unidade 3 - Alimentação............................................................................................... 3
3.1 – Alimentação Canina ......................................................................................... 4
3.2 – Alimentação Natural......................................................................................... 7
3.3 – Necessidades fisiológicas ................................................................................. 9
Unidade 4 – Adestramento .......................................................................................... 15
4.1 – Adestramento Tradicional............................................................................... 16
4.2 – Adestramento com clicker .............................................................................. 18
4.3 – Exercícios de adestramento básico.................................................................. 21
4.4 – Treinamento avançado de adestramento.......................................................... 29
Encerramento.............................................................................................................. 37
Bibliografia................................................................................................................. 38
Unidade 3 - Alimentação

Olá,

Nesta unidade, falaremos sobre alimentação canina,


qual é a importância de uma dieta balanceada e qual a
recomendação veterinária.

Também veremos alguns mitos e verdades sobre


alimentação canina.

Na sequência, vamos falar da alimentação natural,


que a cada dia ganha novos adeptos, e quais são os
benefícios de alimentar o cão de acordo com seus
antepassados.

Por fim falaremos de necessidades fisiológicas dos cães e daremos dicas para
que seu cachorro sempre use o “banheiro” predeterminado por você.

Bons estudos!

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3.1 - Alimentação Canina

Saber alimentar o cão é um passo muito importante na criação dele. A maioria


dos veterinários recomenda a ração seca industrializada, mas, se o dono preferir
alimentar o cão com comida caseira pode o fazer, desde que faça a escolha correta.

Alimentar cães não é uma tarefa muito fácil, mas isso deve ser pensado antes de
se adquirir um filhote, por isso, só tenha um cão quando tiver a certeza que poderá arcar
com todas as responsabilidades e custos de ter um animal.

Alguns criadores têm optado pela alimentação natural conhecida, como BARF
(traduzida como comida crua biologicamente apropriada). Essa dieta tem bastante
sucesso nos países da Oceania, no Canadá e nos Estados Unidos, à base de carnes,
vísceras, peixes e ovos, tudo cru, com adição de minerais, ácidos graxos e vitaminas.
Os amidos e grãos não são considerados biologicamente apropriados e ficam fora da
dieta.

As maiores vantagens dos cães alimentados com BARF são: gengivas saudáveis
e dentes mais limpos, pois mastigam ossos crus diariamente, além de prevenção de
doenças crônicas.

A água oferecida ao cão deve ser limpa e trocada com frequência para evitar a
formação de algas e proliferação de larvas como as do mosquito da dengue, por
exemplo. Em média, os cães necessitam de sessenta mililitros de água para cada quilo
por dia. Dependendo da qualidade da água encanada da região, o interessante é dar água
filtrada.

Manter a dieta adotada é muito importante, pois evita doenças, como a diarreia,
entre outras adversidades à saúde. Mesmo a troca de marcas e sabores de ração, deve ser
feita de modo gradual, misturando a ração atual com a nova até obter a troca total.

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Algumas pessoas mantêm a dieta do cão com a mesma comida da família, o que
é desaconselhável pelos veterinários, já que temperos fortes, corantes, sal e açúcar são
extremamente prejudiciais ao sistema digestivo do cão, bem como batata, cebola,
repolho e ossos cozidos não devem ser servidos de maneira nenhuma. Uma alimentação
desequilibrada pode causar a queda de pelos, o cão pode ter ferimentos internos e pode
até causar a morte do animal.

A verdade é que a opção mais recomendada por especialistas é a ração seca


industrializada de boa qualidade, dada a sua praticidade, e também é sugerido o
acréscimo de petiscos como recompensa. Vale ressaltar que as especificações quanto à
quantidade diária normalmente impressa na embalagem devem ser seguidas para evitar
a obesidade, doença a qual muitas raças têm predisposição.

O veterinário é quem determina quantas porções o cão comerá por dia. É


recomendável que o cachorro tenha horários para a refeição para evitar a exposição
prolongada do alimento, seja ele seco ou fresco. A exposição do alimento pode atrair
ratos e causar doenças, como leptospirose no cão.

Uma alimentação adequada começa com a limpeza e higiene do prato que ela
será servida, é imprescindível a lavagem dos recipientes a cada refeição com detergente
neutro.

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Mitos e verdades sobre alimentação canina

Há inúmeros mitos que permeiam a nossa alimentação. Quem nunca ouviu dizer
que manga com leite faz mal? Esses mitos caíram por terra com as comprovações
científicas, e a mesma coisa aconteceu com a alimentação canina. A seguir, vamos
entender o que é mito e o que é verdade nesse assunto:

Uma dieta à base de carne crua torna o cão mais agressivo?

Mito, a alimentação não tem nada a ver com agressividade, que é uma questão de
temperamento.

Não deve ser servido leite a cães adultos?

Verdade, os mamíferos param de digerir leite quando adultos, e o organismo acaba


rejeitando, causando diarreias.

Misturar ovo cru na ração deixa o pelo mais bonito?

Mito, esse hábito aumenta a ingestão de proteína na dieta do cão, que fica
desbalanceada e pode causar dermatites.

Cães podem consumir frutas cítricas?

Verdade, o animal saudável deve comer frutas, o pH do estômago canino é mais ácido
que vinagre.

Consumir ossos pode levar o cão à morte?

Verdade, mas só se forem cozidos. Ossos crus têm a capacidade de limpar os dentes
caninos, o único risco de consumo de ossos é o engasgo, por isso sempre supervisione

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seu cão ao oferecer ossos crus. Ossos cozidos podem ser letais, pois se quebram
formando pontas que podem ferir o cão internamente.

A seguir veremos algumas dicas para alimentar um cão idoso:

3.2 - Alimentação Natural

Essa alimentação foi desenvolvida por veterinários australianos em 1990, e, em


pouco mais de vinte anos, já possui adeptos em toda parte do mundo.

Alimentação natural ou BARF


(Comida Crua Biologicamente Apropriada
ou Biologically Appropriate Raw Food)
consiste em servir ao seu cão apenas
alimentos naturais e, na maioria das vezes,
crus com adição de vegetais, carnes,

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vísceras e ossos. Também inclui alimentos que são benéficos ao homem, como iogurte
natural, peixes, óleos vegetais, alho fresco e levedura de cerveja, como foi dito
anteriormente.

Entre as vantagens desta alimentação, podemos destacar:

- Excelente custo x benefício;

- Reduzir o mau cheiro;

- Favorecer a saúde da pele e da pelagem, reduzindo queda de pelos, devido ao


alto teor de proteínas nobres;

- Redução de fezes, que ficam mais secas e com menos odor;

- Respeito à fisiologia e ao metabolismo dos cães;

- Redução dos hábitos de coprofagia (que é o ato de comer as próprias fezes)

- Reduzir o risco de formação de cálculos urinários, infecções urinárias e de


doenças renais;

- Aumento natural da imunidade, evitando e combatendo doenças;

- Manutenção de dentes naturalmente limpos e o hálito fresco;

- Se adapta às condições de idade e de saúde de seu animal;

- Evita o risco de diabetes, devido ao teor reduzido de carboidratos;

- Por ser variada e palatável, o risco do cão enjoar é menor;

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- Benefícios à flora intestinal, pela presença de prebióticos e probióticos;

- Aumento da disposição e vitalidade;

Porém, há algumas controvérsias de veterinários que não são adeptos a essa dieta
que, como quase tudo na vida, também tem desvantagens, dentre elas:

- Ocupa bastante espaço no freezer e o mais recomendado é ter um próprio


espaço para ela;

- O preparo das refeições é trabalhoso;

- Se não balanceada, pode desencadear anorexia, deficiência na imunidade,


osteodistrofias, obesidade, hepatopatia, urolitíase, entre outros distúrbios;

- Caso vá viajar, são poucos os hotéis veterinários que servem alimentação


natural.

3.3 - Necessidades fisiológicas

Não há quem não deseje que seu cão faça suas necessidades em um mesmo
lugar, e são muitas as reclamações, mas com exercícios simples, elaborados pelo
zootecnista Alexandre Rossi conhecido como Dr. Pet, essa atividade será mais simples.
Veja as dicas abaixo.

Que fique claro que quanto antes ensinar ao cão melhor, portanto é ainda filhote
que devemos identificar quando o cão faz suas necessidades. Geralmente, ele faz ao
acordar, antes de descansar e após as refeições. Quando ele der sinais (na maioria das
vezes, o cão rodopia, abre levemente as patas e se afasta) leve-o no colo ao local que foi
designado como banheiro, deixe-o no banheiro e fique por perto até que ele se alivie, ao
fazer a necessidade, recompense-o com o petisco.

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Quando o cão já estiver associando o ato de fazer xix e coco com ganho de
petiscos, ele vai forçar fazer só para ganhar os
petiscos, seja firme e só mostre a recompensa quando
ele terminar. Não se esqueça de acompanhar o cão,
pois se ele ficar sozinho terá medo e vai evitar usar o
local como banheiro.

Na falta de supervisão, caso não possa estar


todos os momentos com o cão, não se esqueça de
deixar tudo acessível a ele, como alimento, cama e
banheiro forrado com algo que absorva o xixi, como
jornal, por exemplo. Nunca deixe tapetes e brinquedos próximos ao espaço dele já que
ele pode associar esse aconchego a sua cama. Esta sim deve ser acolhedora com
brinquedinhos e cobertor.

Ensinamentos úteis

A base do treino é sempre o carinho e os petiscos, por isso, se o cão fizer suas
necessidades no local indesejado, não dê broncas, pois elas são entendidas
equivocadamente pelos filhotes, e, se isso acontecer, eles não vão mais fazer no local
certo, e o treino ficará mais cansativo e difícil.

Relacionamos a seguir sugestões de como ensinar seu cão fazer as necessidades


em local apropriado.

Necessidades fora do lugar

Esse é um problema pelo qual todos os donos de cães passam, principalmente


enquanto o animal é ainda um filhote e ainda não foi condicionado a fazer no lugar certo.
Muitas pessoas gostam de esfregar o focinho do cão onde ele fez o xixi ou cocô, outras
adoram bater nele com jornais ou até mesmo com a mão. Aqui, você verá que não é bem
por aí. Aplicando-se todas as regras, seu ensinamento fica mais fácil. As regras
funcionam tanto para filhotes quanto para adultos.

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Motivos para o cão fazer cocô e xixi:

Necessidades naturais: Os cães precisam fazer suas necessidades. Mas alguns,


principalmente os filhotes, não sabem que existem lugares proibidos, e outros permitidos.
Então, fazem em todos.

Submissão: Cães que urinam na chegada do dono, ou quando o dono fala ou grita
com eles, urinam por submissão. Isso ocorre com cães muito sensíveis, ou cães cujos
donos batem, espancam, gritam etc., e querem demonstrar submissão. Assim, com a
chegada ou grito do dono, o cão quer tanto demonstrar submissão que acaba usando o
artifício de urinar.

Excitação: Alguns cães ficam tão excitados com a chegada ou atenção do dono
que acabam até urinando. Acontece, geralmente, após um período de separação (quando
você chega em casa).

Dominância: É quando os cães começam a "demarcar seu território", urinando


pela casa. Isso, na maioria das vezes, acontece com cães mimados, ou com aqueles que se
julgam o líder da matilha.

Chamar atenção: Alguns cães encontram em urinar no lugar errado o jeito para
chamarem a atenção do dono. Pense no exemplo de uma visita em sua casa: você para de
dar atenção ao cão, para ficar com as visitas. O cão fica indignado, pois quer a atenção
para ele. O que ele faz? Urina no lugar errado, todas as atenções ficarão voltadas para ele,
assim consegue o que queria, ou seja, a sua atenção.

Cada causa explicada acima tem sua solução:

Necessidades naturais

Ensine seu cão, desde o mais cedo possível, a fazer suas necessidades no lugar
certo. Esse adestramento serve tanto para filhotes quanto para adultos. Se tiver um quintal

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ou jardim em casa, melhor ainda, ensine-o a fazer lá mesmo. Senão, ensine-o a fazer em
cima de jornais. É aconselhável começar a ensiná-lo a fazer as necessidades no lugar
definitivo.

Use apenas um lugar para que ele defeque e urine, impeça-o a fazê-lo nos outros
lugares e estimule-o a fazer no lugar certo. A melhor forma de ensinar seu cachorro não é
bater nem brigar após ele ter feito a sujeira.

Como agir? Se você surpreendê-lo no ato, pegue-o rapidamente, ou faça barulho


para ver se ele para e leve-o para o lugar certo. Mas se ele já tiver concluído o serviço,
finja que não viu, e não o xingue nem bata nele. Espere ou induza-o a ir para outra parte
da casa, e depois que ele estiver lá, limpe e use um neutralizador de odores. É importante
o uso desse produto, pois os cães naturalmente fazem suas necessidades onde há o cheiro.
É bom lembrar que você deve evitar, ao máximo, que ele faça suas necessidades em lugar
errado, pois ele sente a recompensa de aliviar suas vontades de urinar e defecar. Assim,
você nunca punirá seu cão nesse caso. Sendo assim, ele aprenderá pela rotina.

A rotina: É a forma ideal de ensinar seu cão a fazer seus excrementos no lugar
correto. Ela funciona com você levando seu cão ao lugar certo nos horários estratégicos,
e sempre que ele fizer no lugar certo, ganhará duas recompensas: a de aliviar suas
necessidades e a mais importante, que é a sua atenção. Assim, ele verá que fazendo cocô
e xixi naquele lugar, ganhará sua atenção! Mas como saber a hora que ele vai sentir
vontade de urinar ou defecar? Os filhotes fazem suas necessidades logo antes e logo
depois (+- 6 minutos) de se alimentarem, e logo depois de acordarem. Mas lembre-se de
alimentá-lo nos mesmos horários, todo dia. Leve-o no lugar certo, e estimule-o a fazer lá.

Sempre que ele fizer as necessidades no lugar certo, elogie-o bem. A rotina te
tomará um pouco de tempo, mas você pode fazer um revezamento entre as pessoas da
casa, ficando mais tranquilo. Veja esse esquema de uma rotina para um filhote de dois
meses:

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Horário Ação

Levar o cão ao "banheiro"; dar alimento e água a ele; levá-lo ao


06h00min
"banheiro" outra vez.

09h00min Levá-lo ao "banheiro"

Levá-lo ao "banheiro"; dar alimento e água a ele; levá-lo ao "banheiro"


12h00min
outra vez.

15h00min Levá-lo ao "banheiro"

Levá-lo ao "banheiro"; dar alimento e água a ele; levá-lo ao "banheiro"


18h00min
outra vez.

Levá-lo ao "banheiro"; dar alimento e água a ele; levá-lo ao "banheiro"


21h00min
outra vez.

Antes de
Levá-lo ao "banheiro"
dormir

Lembre-se de que a comida e a água não devem ficar à disposição do cão que
está cumprindo essa rotina, mas em dias muito quentes ou por indicação do veterinário,
deixe a água à disposição. Quando você não puder olhar seu cão, deixe-o em um lugar
onde não é muito prejudicial à realização de suas necessidades, pelo menos para salvar
seu carpete ou tapete.

Mesmo que ele urine ou defeque em um lugar muito absurdo, é melhor não
brigar, pois quanto mais certo for feito o adestramento, mais rápido ele vai aprender. Faça
um esforço e tenha paciência!

No caso dos adultos, a rotina será mais simples, pois eles se alimentam duas
vezes por dia, e fazem suas necessidades três vezes, em média. Aí, você pode arrumar a
rotina do jeito que preferir.
Submissão

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Primeiramente, faça uma reflexão: você tem sido violento demais com seu
cão? A resposta provavelmente é sim. Assim, vá com calma, e, aos poucos, consiga a
confiança de seu cão. Nunca bata nele ou brigue quando ele urinar por submissão, pois
afinal, ele já está demonstrando muita submissão, e não é recomendável reforçar isso.
Isso só piora a situação. Procure abaixar-se para fazer carinho em seu cão; não olhe
diretamente para seus olhos; não caminhe na direção dele olhando para ele; evite passar a
mão na parte de cima de sua cabeça. Prefira passar a mão na parte inferior da cabeça, ou
no peito do cão, pois são lugares menos ameaçadores para ele. Seja mais brando em suas
punições, não grite nem bata nele em nenhum caso. Assim, aos poucos, ele começará a
confiar em você.

Excitação

Não xingue o cão quando ele urinar por excitação, pois você pode estar
aumentando sua ansiedade. Evite excitar seu cão, e antes e após chegar em casa, dê uma
ignorada nele. Isso diminui sua ansiedade e excitação. Assim, ele vai abandonando o
comportamento indesejável.

Dominância

Sua solução é simples: torne-se o líder. Reeduque-o a fazer as necessidades no


lugar certo.

Chamar atenção

Procure não ignorar completamente seu cão no caso de visitas. Tente fazer que
a presença das visitas seja agradável ao cão. Como conseguir isso? Na presença das
visitas, dê petiscos ou brinquedinhos comestíveis ao seu cão. Isso deve melhorar a
situação.
Regressão no aprendizado:

Vários fatores podem causar a regressão no aprendizado do seu cão, como a

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chegada de outros animais, a chegada ou saída de pessoas, problemas de saúde, etc. Em
qualquer caso desses, identifique a causa primeiro, e depois conserte-o. Se você não
conseguir identificar a causa, procure seu veterinário, para que ele veja se não é nenhum
problema de saúde.

Fonte: Clube do Labrador

Unidade 4 - Adestramento

Olá,

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Na última unidade do nosso curso,
veremos a prática de adestramento tradicional e
do adestramento com clicker.

Falaremos da diferença entre os dois


métodos de adestramento e como adequá-lo ao
seu trabalho.

Por fim, aprenderemos exercícios


práticos de adestramento em ambos os métodos
relacionados aqui.

Bons estudos!

4.1 - Adestramento Tradicional

O adestramento tradicional consiste em muitos castigos ou punições. Como


metodologia, acredita-se, que para evitar a recorrência de comportamentos indesejados,

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esse é o único jeito. Quase não há recompensas, e a base é a dominância, ou seja, o
condutor é o cão alfa ou líder da matilha. Isso quer dizer que o papel do condutor é
intimidar o cão para que seja controlado.

O resultado não é um trabalho de equipe e, sim, conforme pensam os


especialistas, como escravidão. O treinamento é frustrante, a cada erro ou
incompreensão do cão, ele é punido pelo condutor.

Adestramento de cães adultos

Muitas pessoas acreditam que um cão adulto não possa ser adestrado, o que é um
mito. Sem dúvida, adestrar um cão filhote é muito mais simples, pois ele ainda não
possui manias, sendo assim, mais fácil absorver comandos.

A primeira atitude a ser tomada é


levar o cão à consulta com o veterinário,
para que se verifique a situação das
articulações, ossos, visão e audição, já
que o adestramento exige atividades
físicas que devem respeitar a sua idade.

Comandos vigorosos como “senta


e rola” devem ser evitados, e é papel do adestrador verificar quais exercícios são mais
adequados ao tipo e a idade do cão. Esqueça aquele ditado “Cão velho não aprende
truques novos”, os cães estão sempre abertos a novos aprendizados e técnicas. O clicker
é muito eficiente no treinamento do cão adulto.

É preciso uma maior dose de paciência, calma e dedicação, mas no decorrer do


treinamento, você poderá ver o quanto é gratificante mudar os hábitos de um cão mais
velho.

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Para o cão adulto aprender a dar a pata, o exercício é simples. Pegue a pata do
cão e coloque em sua mão, repetindo o comando firmemente até que ele lhe dê a pata,
assim que o fizer, elogie-o muito e lhe dê a recompensa.

Seja firme nos comandos, ao sair para passear, puxe a guia com força até que ele
obedeça, acostume-o a andar sempre do mesmo lado e não permita que ele pare e
provoque outros cães, o tempo inteiro puxando-o pela coleira. Seguindo esses
conselhos, você certamente terá o cão adulto adestrado, alcançando o seu objetivo.

4.2 - Adestramento com clicker

O adestramento com clicker consiste em um treinamento sem força física, ou


seja, o treinamento é realizado com o cão solto, sem a utilização de enforcadores e
guias. É um método moderno e com muitos adeptos ao redor do mundo. Todos os cães,
sem distinção de raça ou idade, podem ser treinado com clicker.

O clicker é um aparelho desenvolvido especificamente para o adestramento de


animais. Ele é feito geralmente de plástico e possui uma placa de metal que produz um
estalo ao ser clicada. O cão associa o som do clique com a recompensa que ele vai
ganhar.

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Os bons comportamentos são recompensados com petiscos ou brinquedos, e os
maus comportamentos são controlados com as técnicas.

É imprescindível clicar no mesmo momento que o cão tiver o comportamento


desejado.

Seguindo uma sequência gradual, os cães são altamente capazes de assimilar


padrões complexos de comportamento. Por exemplo, se a intenção é que o cão atravesse
um aro, você começa clicando e dando a recompensa pelo ato do cão simplesmente
andar até o aro. Após manter essa ação de andar até o aro, você pode clicar só depois
que ele já estiver colocando a cabeça até a abertura do aro. Em seguida, só clique
quando ele atravessar o aro. As recompensas são dadas à medida que o cão segue os
novos passos, e, a esta fase, dá-se o nome de “ato de moldar”.

A maior parte dos adestradores opta por introduzir o comando após o cão atuar
com certa frequência. Os movimentos podem ser ajustados. Por exemplo, colocar a
recompensa em frente ao focinho e acomodar no chão a recompensa para ensinar o
comando “deitado” em comandos gestuais. Apesar de muitos adestradores acreditarem
que sinais gestuais são mais fáceis de assimilar que os sinais verbais, o ideal é que o cão
seja capaz de compreender ambos.

Quando o cão já apresenta o comportamento desejado, o adestrador já pode


iniciar a utilização do comando para que o cão associe os dois, até que, em certo
momento, o adestrador vai aceitar somente o comportamento apenas quando for
solicitado um comando, e não quando o cão se oferecer de forma espontânea.

Lembrando que o cão só assimila de acordo com o contexto, portanto, pode ser
que o cão entenda um comando num certo local e não o entenda em outro. O animal
pode aprender a sentar quando o adestrador está em pé e pode ficar bem confuso quando
o adestrador pedir o mesmo comando enquanto estiver sentado. Ao iniciar um novo

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comando, os adestradores necessitam adicionar novos comandos para que o cão assimile
a generalização das situações.

Sem dúvidas, há mais facilidade em ensinar um cão a fazer algo bom do que
ensiná-lo a não fazer algo ruim. Quando mudamos um comportamento indesejável em
um cão, devemos considerar primeiramente a recompensa a qual ele está recebendo
quando realiza algo ruim. Certamente, ele deve estar recebendo uma recompensa, caso
contrário, não repetiria o comportamento. Muitas vezes, as recompensas são
involuntárias. Por exemplo, o cachorro pulou e empurrou sua visita, você então o pega
no colo e o leva para a caminha que fica fora de casa. Esse ato de pegar o cão no colo
pode ser associado à recompensa. O cão vai assimilar que todas as vezes que uma visita
chegar, se ele pular nela, será carregado por você.

Deve-se ter atenção para não recompensar os cães por tais comportamentos
negativos. O adestrador deve identificar e eliminar a recompensa acidental. O passo
seguinte é adestrar o cão para que ele realize uma ação que não seja compatível com o
comportamento desejável. Por exemplo, o cão que foi treinado para sentar quando o
dono pega a coleira não pode pular e derrubar o dono ao mesmo tempo em que está
sentado.

A intenção do clicker é mostrar comportamento desejado, toda vez que o cão o


realiza, o adestrador clica e imediatamente o recompensa. Depois, quando o cão já
compreende o comando e frequentemente realiza a ação, é possível eliminar o clicker no
treinamento. Também é possível mudar a recompensa que ele gosta muito por algo mais
comum e, posteriormente, por uma recompensa verbal como um elogio, por exemplo.

Recompensas X Punições?

Por que utilizar recompensas no lugar de punições?

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Não há dúvidas de que tanto as recompensas quanto as punições podem ser
reforços eficazes, mas as recompensas costumam ser mais fáceis de serem usadas. Para
ser eficaz, uma punição deve ser imediata, intensa, inevitável e consistente, o que é
extremamente difícil de se conseguir no dia a dia.

É muito fácil estragar uma punição, se não for realizada no momento certo, ou
se utilizar força inadequada ou excessiva. Além disso, os cães costumam associar as
consequências desagradáveis ao adestrador, em vez de associá-las ao comportamento
errado.

Fonte: http://casa.hsw.uol.com.br

4.3 - Exercícios de adestramento básico

A primeira prática a ser seguida é a amizade


com o cão, por isso, é necessário que você caminhe
com o cão, usando sempre a guia. Pode ser que o cão
estranhe as pessoas e os outros animais, caso seja a
primeira vez que ele esteja entrando em contato com
eles, portanto, o importante e imprescindível é
mantê-la. Brinque e converse com o cão, fazendo
elogios e estabelecendo laços de amizade. Não
obrigue-o a andar sem que ele se acostume com a
coleira primeiro.

A entonação de voz é também muito


importante e influenciável no aprendizado do cão. Para elogiar, use um “muito bem!”
de forma serena e pausada, sem se esquecer dos petiscos. Para corrigir um
comportamento indesejado, use um “Não!”, com tom de voz firme e forte. Caso o cão
seja muito sensível, fale com suavidade para não amedrontá-lo, já se ele se mostrar
indiferente mantenha a firmeza.

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Após o costume com a guia, dê o comando “passear”, repetindo várias vezes até
chegar ao local escolhido para os exercícios. Afrouxe a guia, pois o cão deve estar à
vontade. Espere que ele faça as necessidades fisiológicas, caso ele der o sinal de que
quer fazer. Se quiser ir pra outra direção, apenas puxe-o. Jamais permita que ele brigue
com outros cães. Se ele der sinais de que isso vai acontecer, repreenda-o imediatamente.

Observe as orientações a seguir:

• Adestre-o antes das


refeições ou verifique
com o veterinário o
melhor momento para os
exercícios;

• Todos os comandos
deverão ser feitos
utilizando a mão direita;

• Sempre que o cão


realizar corretamente um
exercício, elogie-o no
exato momento;

• Faça os exercícios de adestramento sempre no mesmo local;

• Evite praticar o adestramento caso o sol esteja muito forte;


• Obedeça estritamente a sequência dos exercícios;

• Adestre com prazer, paciência e insistência;

• O cão deve estar saudável;

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• O processo de adestramento deverá ser feito sem a presença de outras pessoas ou
de outros cães para que seu cão não se desconcentre.

Exercícios de adestramento

Segundo o site amor canino, alguns materiais devem estar à mão antes do início
dos exercícios de adestramento tradicional, são eles:

• Guia longa de aproximadamente dez metros;

• Colares: Para cães de pequeno e médio porte, deve ser leve, porém resistentes.

Importante!

Jamais utilize peitoral, colar de couro e nem de metal.

Os exercícios desenvolvidos são:

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1) “Junto”

É imprescindível que o cão


esteja sempre a sua esquerda e com
o ombro encostando-se em sua
perna. Você deve fazer com que o
cão não se desvie, não se adiante ou
se atrase.

Sempre que o cão estiver


parado ao seu lado esquerdo, você deverá regular o colar e segurar a guia. Se o cão for
de porte grande, você deverá segurá-la com as duas mãos. É importante conservar sua
mão esquerda sempre perto do colar.

Dê o comando “junto” e ande em velocidade normal em linha reta. Caso o cão


queira se adiantar, atrasar ou se afastar pela lateral, diga um sonoro “NÃO!” e conduza
a guia na posição correta sem parar de andar. Repita o comando “junto”, e ,se o cão
estiver na posição adequada, elogie-o e faça carícias.

Em casos de correção, a tensão da guia deve variar de acordo com as falhas. Por
exemplo, para adiantamento, tencione a guia para trás, se afastar pela lateral, puxe a
guia para a direita, para atraso, puxe para frente e se cheirar o chão, tencione a guia pra
cima.

Ao dar carinho e elogios, tire sua mão esquerda da guia e faça carícias embaixo
da orelha esquerda do cão. Se o cão for de porte pequeno, abaixe-se e, sem parar de
caminhar, faça um carinho rápido e se levante imediatamente.

Caso precise fazer outra correção, faça sem tirar as mãos da guia, se o cão se
atrasar, assim que puxar a guia em sua direção, bata em sua perna esquerda e ordene

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“junto” sempre andando até que o cão esteja se comportando adequadamente. Sempre o
elogie e caminhe em linha reta e no máximo quarenta passos.

2) “Senta”

Para aplicar o comando “senta”, segure a


guia com a mão direita perto dela, pressione para
cima e, ao mesmo tempo, com os seus dedos
indicadores e o polegar da mão esquerda,
pressione o dorso do cão com suavidade para
baixo até ele se sentar. Faça um elogio, comande
“junto” e dê quatro passos, pare e faça o cão se
sentar ao seu lado esquerdo.

Lembre-se de comandar “junto” todas as


vezes que forem caminhar. Dê alguns passos e
enfatize o exercício de sentar. Ao perceber que o
cão está conseguindo praticar, procure dar apenas um toque leve na guia para cima e
deixe de fazer a pressão no dorso do cão.

Em seguida, não ajude com a guia, e se acaso ele não se sentar, repita o comando
com uma voz mais forte e um leve toque na guia.

Caso o cão se sente desalinhado, corrija delicadamente sobre uma das patas, sem
chutar, só encoste e pressione com suavidade a guia para frente. Se ele quiser deitar,
toque a guia para cima.
Terá êxito quando o cão for capaz de sentar sem o comando ou ajuda, sempre
antes de passear ou caminhar com o cão, comande-o para “sentar”.

3) “Fica”

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Quando o cão estiver sentado, segure a guia com a mão esquerda e dê o
comando “fica”. Simultaneamente, com o braço
direito estendido, mão aberta com dedos juntos,
direcionada para o focinho, afaste-se calmamente
até a frente do cão. Se ele for de porte grande,
afrouxe a guia, pois se puxá-la ele vai sair do
lugar.

Corrija-o, forçando a guia para cima, caso


ele saia do lugar ou se levante. Faça com que o
cão se sente e dê o comando “fica” com tom de
voz forte, aproximando a mão em seu focinho.
Após um minuto, retorne-o pela esquerda e em
seguida elogie-o.

Evidencie o “fica”, ande “junto” apenas quatro passos e, assim que ele se sentar,
comande-o para ficar. Esse movimento deverá ser repetido várias vezes. Sempre que ele
completar uma sequência, faça muitas carícias em sua cabeça, para que ele se sinta
importante praticando essas ações. Volte à frente do cão devagar e repita o comando
“fica”.

Gradualmente, aumente a distância e a duração do exercício, até que seja


possível controlar o cão, segurando apenas a ponta da guia. Movimente-se a sua frente
para a direita e esquerda. Dê voltas ao seu redor, sempre a direita do cão. Feito isso,
repita quando for retornar e ao iniciar novo exercício.

5) “Aqui”

Comande para sentar e


ficar. Fique a sua frente e se afaste
o máximo possível. Segurando-o

26
na ponta da guia, estenda o seu braço direito, apontando seu dedo indicador em direção
à cabeça do cão.

Use o comando “aqui” e aponte para baixo. Simultaneamente, dê um leve toque


na guia em sua direção. Quando estiver vindo, bata com a mão direita na perna até o cão
chegar e faça-o se sentar em sua frente. Dê muitos elogios e fique parado por alguns
segundos. Passe a guia para a mão direita e comande “junto”, dando um toque leve na
guia para trás e a sua direita. Quando o cão estiver atrás de você, passe a guia para a
mão esquerda novamente e faça-o sentar ao seu lado.

Reforce o exercício. Assim que o cão for capaz de realizar a atividade com
facilidade, treine o “aqui” nos passeios. Sem utilizar o “senta”, chame-o “aqui”. Você
completará o exercício quando o cão for capaz de passear distraído e obedecer
imediatamente o comando sem tencionar a guia.

Quando o cão já tiver o aprendizado completo é importante:

• Usar a guia longa ou cordinha de náilon para comandá-lo de uma distância


maior;

• Variar a sequência dos exercícios, assim, o cão não será automatizado;

• Jamais permitir que o cão faça um exercício sem o seu comando;

• Fazer os exercícios uma vez por semana em diferentes locais.


Exercícios de adestramento básico e avançado utilizando o clicker

Os exercícios aqui relacionados foram desenvolvidos no Departamento de


Treinamento de San Francisco (SPCA’s) nos Estados Unidos.

Em primeiro lugar, deve-se “carregar o clicker”, ou seja, clicar o aparelho uma


vez e dar um petisco ao cão. Repita o suficiente para que o cão reaja ao clicker, ficando

27
surpreso, mexendo as orelhas ou que fique olhando pra você procurando o petisco.
Quando estiver nesse estágio, já é possível passar para o próximo passo.

Capturando um comportamento:

Aguarde até o cão fazer algo que você goste, por exemplo, levantar uma pata,
sentar, entre outras ações. Clique o aparelho durante tal comportamento e dê a
recompensa ao cão, no caso, petisco ( biscoitos próprios para cães, carne fresca, frutas,
vegetais ou o que o cão preferir). Sempre que ele repetir o comportamento, clique e
recompense. Se por acaso perceber que o cão está distraído para te notar, volte a
carregar o clicker.

O tempo ou timing é o exato momento de clicar, e é muito importante para que o


treinamento dê certo. Imagine que o clicker é uma câmera que captura o momento exato
que o cão está fazendo o que você ordenou.

Não se preocupe em dizer o nome do comando nesse momento, os cães


associam tudo, portanto, dê os comandos e ações corretas.

Guiando um comportamento

Segure o petisco bem na frente do focinho do cão, sem dúvida ele tentará
lamber, mas não deixe. Esse petisco pode ser uma espécie de imã do focinho, já que é
provável que o cão o siga por todo lugar. É possível atrair ou guiar o cão na posição que
você deseja. Por exemplo, você pode guiar um “senta” movendo devagar o petisco do
focinho para trás da cabeça do cão. Mantenha baixo, assim evita que ele pule.

Ao ficar na posição desejada, clique o aparelho e dê a recompensa que está na


sua mão.

28
4.4 - Treinamento avançado de adestramento

Modelando um comportamento

Esta é uma técnica avançada de “capturar”. Comece clicando/recompensando o


sinal menos significativo do comportamento que você deseja alcançar ao final do
treinamento, e depois se concentre em dar pequenos passos até seu objetivo final.

Coisas simples, como o cachorro virar a cabeça para a esquerda devem ser
recompensadas com o uso do clicker. Com esse incentivo, o cão tenderá a virar a cabeça
cada vez mais para a esquerda. A partir dessa evolução, você só passa a
recompensar/clicar quando, além de virar a cabeça para a esquerda e der dois passos e
assim por diante. O importante para a evolução do adestramento, é desafiá-lo.

Certamente, você vai ter um cão que vai dar uma volta inteira em um círculo, e
só vai clicar/recompensar para isso. Então, você vai esperar até que ele faça dois
círculos para clicar/recompensar. Agora, só clique/recompense os círculos mais velozes
para, finalmente, concluir giros delineados.

Adicione um comando verbal

29
Incentivar o cão é essencial para que o adestramento de concretize de forma
satisfatória. Um truque para fortalecer a ação dos comandos é acioná-los toda vez que o
cachorro, naturalmente, já está prestes a executá-los. Por exemplo, se você perceber que
o cão está prestes a sentar, acione o comando “senta!” Assim, será mais fácil o cão
associar o comando à ação, fortalecendo o adestramento.

Cães não sabem o que são “comandos”. Porém, eles aprenderão que se fizerem
aquele truque quando ouvirem o comando, serão recompensados.

Procure utilizar o comando apenas uma vez, pois se você o fizer repetidas vezes,
o cão vai associar a prática da repetição, considerando que o comando é “senta-senta-
senta”, sendo assim, sempre vai esperar que você dê o comando senta três vezes e só aí
responderá ao comando.

Testando o comando

Fale o comando verbal. Se o cão fizer o truque, clique e dê a ele muitos petiscos,
além de bastante carinho.

Sempre que você gostar muito de algo que seu cão fizer, clique e recompense
com petiscos melhores que os anteriores.

Caso não execute o truque ao seu comando verbal, você se adiantou. Volte aos
passos anteriores com mais calma.

Ignore comportamentos sem o comando

A partir do momento em que o cão começar a fazer os truques sem o seu


comando, pare de clicar/recompensar, até ele ser capaz de fazê-los somente ao seu

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comando. Certamente, você vai notar que o cão o faz várias vezes, mesmo quando não é
recompensado.

Se você deseja manter comportamentos indesejados sob controle, é


imprescindível dar o comando do comportamento indesejado, clicar/recompensar de vez
em quando.

Torne-se um recompensador aleatório

A partir de agora, tente fazer o cão repetir duas ou três vezes o truque antes de
clicar/recompensar.

Elogie dizendo: “muito bem!” a cada vez, só para que o cão saiba que está
fazendo certo. Isso é o que chamamos de “colocar o comportamento em um programa
de reforço variável”. Embora o cão não saiba quando ele vai receber a grande
recompensa, ele vai continuar tentando.

Agora que as recompensas são dadas com menos frequência, poderá exigir mais
do cão, recompense apenas os comandos de “senta!” obedecidos e executados
perfeitamente, ou quando o cão levantar as patas em maior altura. Essa fase é a mais
adequada para aprimorar comportamentos. Há adestradores que preferem aprimorar
comandos antes da adição do comando verbal.

Generalize

É o momento de ensinar ao cão que os comandos devem funcionar em diferentes


locais e fazer com que ele os obedeça aos treinadores, independente do lugar ou com
quais pessoas e animais ele esteja. Para isso, varie os ambientes para tentar, leve-o a
parques, praças etc. Tente com ou sem coleira para que ele atenda aos comandos em
qualquer situação.

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Pode ser que tenha a necessidade de voltar alguns passos, talvez até mesmo
voltar para o passo capturar e guiar, se o nível de distrações for relativamente alto.

Para cada conquista, as recompensas podem ser maiores. O cão irá “generalizar”
o comportamento, e vai assimilar que o comando é importante e não o fato de ele estar
na cozinha, de que está quase na hora do jantar ou que está com a coleira, por exemplo.

Leitura Complementar:

A raça Border Collie

O Border Collie é uma raça desenvolvida durante o século XIX, no norte da Grã-
Bretanha. Os cães dessa raça trabalhavam junto com os criadores de ovelhas,
demonstrando incrível capacidade no trabalho. Os criadores selecionavam os
reprodutores por seu desempenho no pastoreio e não por sua aparência.

Este é um pastor por natureza; caso não tenha ovelhas nem gado para pastorear, ele irá
direcionar seus instintos de pastor para outros animais e até mesmo para as crianças da
casa ou aves no quintal, em caso de áreas rurais.

O cão possui um método único de lidar com os animais. Ele fixa o olhar no
rebanho e se aproxima agachado, como um lobo ou cão de caça, sem nunca desviar o
olhar do animal que parece estar "hipnotizado" pelo cão; os criadores chamam esta
característica do Border de "power eye", que significa "olhos poderosos".

Os Border Collies são cães ativos e dinâmicos, muito trabalhadores e dotados de


grande inteligência e capacidade de aprendizado, raça carinhosa com seus donos e
reservada com estranhos. Além disso, são cães ágeis e possuem um excelente olfato,
sendo uma das melhores raças de cães pastores para lidar com ovelhas, sendo
considerado o cão mais obediente do mundo.

32
Este cão nunca deve ser mantido sem atividade, devendo ser adestrado para lidar
com rebanhos, pois caso não possa gastar sua grande energia se tornará um cão
problemático, o mesmo ocorre com sua inteligência, se não for estimulado pode ficar
entediado e desenvolver problemas de comportamento. Apresenta duas variedades: uma
de pêlo semilongo e outra de pêlo curto.

Características da raça

O Border Collie apresenta grande velocidade e agilidade. Há uma explicação


anatômica para essa superioridade: o fato de eles serem um pouco mais compridos do
que altos auxilia a movimentação e aumenta a agilidade. A extrema facilidade do
Border em mudar de direção é determinada pela coluna vertebral alongada, com maior
distância entre as costelas, que aumenta a agilidade, e pela caixa torácica estreita que
ajuda a proporcionar um equilíbrio físico instável.

A tradição do Border em pastoreio é espantosa. Verificamos a habilidade na


condução de animais (normalmente ovelhas), a integração do cão com o pastor, a
atitude, velocidade, agilidade, resposta aos comandos, concentração, disposição,
movimentação e obediência demonstradas pelo Border.

Há seis comandos básicos para induzir o cão a rodear as ovelhas pela esquerda
ou pela direita, ou andar atrás delas lentamente - go (vá); lay down (deita); stay there
(fique); away to me (para a esquerda); come bye (para a direita); steady (siga ou
mantenha). Além desses comandos, cada treinador adota outros de acordo com a sua
conveniência. Com esses comandos, aliados à natureza pastoreadora do Border, é
possível conseguir que o cão conduza o rebanho a qualquer lugar. Seu instinto é tão
forte que, mesmo longe do campo, o Border costuma pastorear.

O Border assume uma pose bastante típica quando trabalha: cabeça para frente,
patas da frente abaixadas e garupa alta; faz isso para impor respeito e intimidar as

33
ovelhas. Mas mesmo os que nunca foram treinados adotam essa posição quando querem
pastorear algo.

A criação do Border foi essencialmente voltada ao trabalho e ainda hoje a raça


não segue um padrão muito rígido. Há criadores contrários a acasalamentos que
privilegiem a estética, que podem comprometer as aptidões para o trabalho. Por outro
lado, cruzamentos visando essas aptidões resultam em tipos físicos variados, mas a raça
sempre foi criada pela sua versatilidade e eficiência, e é assim que as coisas devem
continuar.

A pelagem pode ser curta ou longa, as orelhas eretas ou semi-eretas (o


importante é formarem uma concha acústica que proporcione boa audição); são
permitidas várias marcações, normalmente em preto, marrom, vermelho, e até mesmo
azul merle, sobre fundo branco, que não deve ser predominante. Segundo os criadores,
todas essas variações não comprometem o trabalho do cão.

Obs: Na Universidade de Marília (UNIMAR) tem sido realizado Cursos de Cães


de Pastoreio à medida que fecha turmas de 12 a 15 pessoas, objetivando fomentar a
prática na ovinocultura nacional. Na UNIMAR constantemente tem tido campeonatos
de cães pastoreio, juntamente com as parcerias da Associação Paulista de Pastoreio
(APPAS) e Associação Brasil Border Collie (ABBC).

O uso de cães de pastoreio é imprescindível na ovinocultura, principalmente em


rebanhos maiores, tanto para condução no pasto quanto para o manejo dentro do curral,
proporcionando bem-estar animal e facilidade de manejo.

Figura 1 - O Border Collie ainda carrega traços físicos e comportamentais de seus


antepassados lobos.

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Figura 2 - Filhote de Border Collie iniciando treinamento para pastoreio na Cabanha
UNIMAR.

Figura 3 - Centro de treinamento de cães pastoreio na Cabanha UNIMAR

Figura 4 - Rebanho Suffolk manejado com cães de pastoreio.

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Figura 5 - Border Collie conduzindo gansos.

Figura 6 - Uso de cães de pastoreio nos Bovinos de corte da UNIMAR.

Figura 7 - Campeonato Mundial de cães de pastoreio na Inglaterra (2009).

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Fonte: http://www.farmpoint.com.br/cadeia-produtiva/dicas-de-sucesso/caes-de-
pastoreio-na-ovinocultura-60545n.aspx

Encerramento

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Olá aluno (a)!

Chegamos ao final do curso de adestramento de cães. Durante o curso, você


aprendeu sobre os métodos de adestramento, e que o clicker é o método mais utilizado
atualmente.

Também vimos os diferentes cães de trabalho, como é o treinamento específico


para cada um deles, o diferencial do cão-guia e como se comportar ao se deparar com
um.

Esperamos que no decorrer do curso você tenha aprendido como adestrar um cão
e como cuidar do seu cão de companhia.

Adestrar um cão é importante para que ele siga carreira no trabalho e também
para que sejam educados em nossas casas, quais são as desvantagens em humanizá-lo e
qual é o papel do psicólogo canino.

Continue estudando e se atualizando em assuntos diversos relacionados aos cães.

Sucesso e boa sorte!

Bibliografia

38
Conceito de adestramento >http://adestramento.no.comunidades.net > acesso em
08/05/2012

Treinamentos para cães de trabalho > http://casa.hsw.uol.com.br/treinamento-para-


cachorro1.htm > Acesso em 10/052012

História do adestramento >http://www.saudeanimal.com.br/historia_adestramento.htm


>Acesso em 15/05/2012

Entendendo o
cão>http://www.bichosmania.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2
22&Itemid=50 > Acesso em 15/05/2012

Origem do cão> http://www.vira-lata.com/origem.shtml > Acesso em 16/05/2012

Entendendo o cão >http://www.dogtimes.com.br/lideranca.htm >Acesso em


17/05/2012

Padrão Brasileiro de treinamento para cães de busca, resgate e salvamento>


http://bombeirosanjosdavida.com.br/segunda_entrada/revista/1edicao/conteudo/usodeca
es.php > Acesso em 18/05/2012

Treinamento de cão-guia filhote http://www.iris.org.br >Acesso em 21/05/2012

Linguagem Corporal Canina>http://fazendomidia.blogspot.com.br/2007/10/entendendo-


linguagem-dos-ces.html> Acesso em 22/05/2012

Comportamento Canino
>http://www.oocities.org/br/clubedolabrador/cria/comportamento.htm >Acesso em
22/05/2012

39
Humanização de cães>http://bbel.uol.com.br/variedades/post/entenda-o-
comportamento-de-seu-cao/page2.aspx > Acesso em 23/05/2012

Alimentação Natural para cães>http://caninablog.wordpress.com/2010/05/07/o-segredo-


da-comida-natural-a-diversidade/ >Acesso em 24/05/2012

Alimentação Natural para cães>http://www.euamocaes.com/2010/11/conheca-


alimentacao-natural-para-caes.html >Acesso em 24/05/2012

Adestramento de cães adultos>http://www.portalfilhotes.com.br/adestramento-de-caes-


adultos> Acesso em 25/05/2012

Dicas de adestramento para cães adultos> http://www.mundodastribos.com/dicas-para-


adestrar-caes-adultos.html> Acesso em 25/05/2012

Psicologia Canina >


http://psicologiacaninabauru.blogspot.com.br/> Acesso em 28/05/2012

Psicologia Canina >http://canilethos.com.br/ > Acesso em 28/05/2012

Exercícios de adestramento básico e avançado tradicional e com clicker > www.amor-


canino.blogspot.com > Acesso em 25/05/2012

40

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