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Técnicas de Aterramentos Elétricos

engs. Carlos Moreira Leite e Mário Leite Pereira Filho


..---
Técnicas de
~ Resistividade do solo
Estratificac;ao da resistividade
Aterramen tos
Resistencia de aterramento
Projeto de mal has
Elétricos
Materiais para aterramentos
~ Manual dos softwares TecAt-1Ie RSOLO-II ~~~~@
~~~~
~ Exemplos de malhas de diversos tamanhos -.,I
...
+ Software:TecAt-1I v. 1.5 11
+ponlos
medidos Ese para continuar

P1 h]
Curva da
Resistividade
x
Distancia P2 h2
Estratifjca~o
da Resistividade
_d doSolo
100 1 10 100

32 I R [Ohms]
PotM
P2
5760 1 Potenciais de
Gráfico de Passo e
Resisléncia da Malha Toque
241'" x
n° de Hastes Padm

16 2880

1440
Tadm

n° de hastes
10 12 16
o
1 2 3 4 5 6 7 8
n" de divlsoes da malha
9 10 11 12 --
\. Officil'\C\ de M}:'diC\ Editora Ltda. ~~
ISBN BS-B623S-91-6
dados:
~':r&';i-~ ,.;,::¡~ - (011) 253-2741 ír~~o ~c~
~
!"
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.. l. .. ~~... .. F 1.::1 28.8 kbps - 8N1
~ RIP / ANSI J~l~n~l~ ~.~
Técnicas de
Aterramentos
Elétricos
Cálculos,
projetos e
Softwares para
Aterramentos Elétricos

Segunda Ediyao Ampliada e Atualizada


(C) 1996 Carlos Moreira Leite e
Mário Leite Pereira Filho

Todos os direitos reservados - proibida a reproduyao total ou


parcial por qualquer meio sem a autorizayao por escrito dos autores -
respeite os direitos autorais!

0ffici~a de Mydia
Editora Ltda.
r ...

prefácio da 2a edi9ao - 1996


capa e diagramal(ao: Carlos M. Leite
Aproveitamos a oportunidade da impressao desta segunda edi9ao para
efetuar urna atualiza9ao do texto e dos softwares, bem como para ampliar o texto
em algumas áreas que, embora nao fizessem parte do nosso escopo original, por
ilustral(oes e fotos: Carlos M. Leite e Mário Leite Pereira Filho estarem "acima da terra", também careciam de literatura apropriada.

Os softwares TecAt-II e RSOLO-TI, já na versao 1.5, encontram-se


bastante "maduros" e, provavelmente, trata-se da última versao em ambiente DOS,
visto que o TecAt-IV já está em fase final de transcri9ao para o ambiente
Windows.
Dados Internacionais de Cataloga~áo na Publica~áo (CIP)
Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil Estamos também inaugurando, provavelmente, o primeiro livro brasileiro
de engenharia com suporte "On-Line" via computador e modem - mais um
pioneirismo da editora Officina de Mydia! Assim, qualquer comentário,
atualiza9ao, errata ou observa9ao será colocada na conferencia de suporte da
OMOL, a qual também conta com conferencias na área de engenharia elétrica,
Leite, Carlos Moreira
Técnica de aterramentos elétricos : entreoutrasáreasprofissionais- consulteo ApendiceA.
cálculos, projetos e softwares para aterramentos
elétricos / Carlos Moreira Leite e Mário Leite Agradecemos as sugestoes que nos foram enviadas e as colabora90es dos
Pereira Filho. -- Sao Paulo : Officina de Mydia alunos que frequentaram nossos cursos nesse período e esperamos ter respondido
Editora, 1996. as principais aspira90es dos nossos leitores.

Bibliografia. atenciosamente,

1. Linhas elétricas subterraneas 1. Pereira os autores


Filho, Mário Leite. 11. Título.
julho de 1996
96-4538 CDD-621.31923

índices para catálogo sistemático:

1. Aterramento elétrico Engenharia elétrica


621.31923

<i>
-
prefácio da 1a edi9ao - 1995
{Obs: este textofoi atualizado onde aplicável para a 2a edi~iio.J

É notável a falta de literatura brasileira nesta área e em outras


relacionadas diretamente com a seguran~a de vidas humanas e de patrimonio, é
como se gostássemos de viver perigosamente, mas a realidade nao é assim tao
romantica, é apenas o velho truque brasileiro de jogar contra a sorte para
economizar um pouco de trabalho e, talvez, de dinheiro.

Assim, ao invés de, simplesmente, revisar e lan~ar no mercado nosso


software para cálculo de malhas de terra de subesta~oes, optamos por apresentar
um software completo de cálculo e projeto de aterramentos com enfases na
estratifica~ao da resistividade, resistencia de terra, custos de materiais e
instala~oes e eficiencia de projeto, além de um texto abrangente da teoria de
aterramentos e seus projetos.

Ao contrário dos trabalhos anteriores no genero, tanto no Brasil como no


exterior, procuramos, sempre que possível, apresentar os cálculos para solos
estratificados, de forma a conseguir urna precisao de cálculo, projeto, custos e
revisao da malha pronta bem maior do que as técnicas convencionais baseadas em
resistividade homogenea. Como esses cálculos em duas camadas sao bem mais
complexos, fica imprescindível a utiliza~ao do computador para efetuá-Ios; daí a
uniao do livro com os softwares disponíveis no disquete anexo.

Desta forma, surge o livro "Técnicas de Aterramentos Elétricos",


acompanhado do software "TecAt-II" (pronuncia-se "tecáti dois"), com o objetivo
de lan~ar bases mais sólidas para o desenvolvimento dos projetos de aterramento,
hoje tao desprestigiados.

Procuramos concentrar o texto nos conceitos e nos resultados, deixando o


trabalho pesado para o computador realizar; quem se interessar por textos mais
aprofundados, como demonstra~oes matemáticas e casos particulares, pode
encontrá-Ios na bibliografia indicada ao longo do livro. Apesar de ser um software
específico e de baixo custo, o TecAt 11é urna ferramenta de projeto bastante
poderosa, apresentando pouquíssimas limita~oes. Para os leitores que, ainda
assim, necessitarem de maior "poder de fogo", fornecemos, em separado, o
TecAt-IV, com estratifica~ao em até quatro camadas e maior detalhamento e
profundidade nos cálculos de malhas.

<ii>
<iii>
o livro foi dividido em 6 partes lógicas: a parte I trata desde os cálculos conteúdo
até a medi9ao dos resultados, sempre com o cuidado de apresentar um
embasamento teórico para as fórmulas e procedimentos; a parte II trata do projeto
dos sistemas de aterramento: materiais utilizados, objetivos, considera90es
necessárias e, inclusive, desenhos básicos e especifica9ao de materiais (também
disponíveis no disquete anexo);a parte III procura responder as perguntas mais
.I!. parte 1: Teoria e Cálculos
frequentes; a parte IV traz o manual do usuário do software TecAt II; a parte V,
exemplos de projetos completos, desde um aterramento simples até urna malha de . introdm;ao
introdu9ao, 1
grandes dimensoes e a parte VI apresenta um glossário com explana90es mais
precisas de cada termo. o computador nos cálculos e projetos de aterramentos, 2

Embora todos os esfor90s tenham sido efetuados para entregar um . 1 -Necessidade de aterramento
produto completo e sem erros, nao existem softwares sem "bugs", assim como nao o que é aterramento?, 3
existem livros sem en-atas. Consulte, no diquete, o arquivo LEIAME.TXT para surto s em linhas de for9a (alimenta9ao), 3
eventuais atualiza90es que nao estavam disponíveis na data de fechamento desta surto s em linhas de transmissao de dados, 3
edi9ao. descargas atmosféricas (raios), 4
blindagens, 4
Agradecemos antecipadamente as sugestoes que nos forem enviadas para seguran9a contra choques elétricos, 4
o aprimoramento do presente trabalho. curto-circuito fase-terra, 4

Atenciosamente, .2 _ Sistemas de Aterramento B.T. e Prote~ao Pessoal


sistema TN, 5
os autores
sistema TT, 6
mar90 de 1995 tensoes de toque e de passo, 9

. -
3 Resistividade do solo
composi9ao do solo e resistividade, 13
estratifica9ao da resistividade do solo, 15
resistividade aparente, 24
resistividade equivalente, 25
estratifica9ao em tres ou quatro camadas, 26
estimativa simplificada da resistividade, 26

. 4 _ Resistencia de Aterramento: Hastes e Cabos


solo uniforme, 27
solo estratificado em duas camadas, 39
comportamento sob impulso (raios, etc.), 47

<v>
<iv>
· 5 -Malhas de terra para subesta~oes · 10 - Considera~oes construtivas
tipos de correntes para aterra, 53 dimensoes do terreno, 86
correntes de curto-circuito fase-terra, 54 resistividade do solo, 87
cálculo de tensoes de toque e passo e da resistencia pelo IEEE-80, 56 custo e prazo da obra, 87
dimensionamento dos cabos, 61 manuten~ao e expansao, 88
possíveis melhorias no projeto, 63 corrosao do a~o e cobre dentro do concreto, 88
contomando ou rompendo os limites do IEEE-80, 64 corrosao de haste de a~o revestida de cobre, 88
corrosao: conectores x solda, 89
· -
6 Medi~ao da resistencia de terra facilidade de escava~ao e crava~ao, 89
método usual, malhas grandes, solo nao uniforme, 65
instrumentos, 70 · -
11 O valor da resistencia de aterramento requerido para cada caso
necessidade de medi~ao, 71 instala~oes elétricas de baixa tensao, 90
periodicidade das medi~oes, 71 computadores, 90
telecomunica~oes, 91
média e alta tensao, 92
fi parte II - Projetos raios e outras cargas impulsivas, 92

· 12 - Desenhos e fichas de especifica~ao


· 7 -Componentes e Materiais
hastes, 73
Desenhos e fichas, 93

cabos, 74
conectores, 74
· 13 -Documenta~ao
Documenta~ao do projeto
do projeto, 125
solda Exotérmica, 74
po~o de inspe~ao, 76
po~o de aterramento, 76
fi parte III - Perguntas e Respostas
· 8 -Tratamento do solo
durabilidade, 77 · 14 - Respostas as perguntas mais frequentes
corrosao, 77 Cálculos, 127
eficiencia, 77 Normas, 128
tratamento cilíndrico ao longo do comprimento da haste, 78 TecAt-II e RSOLO-II, 130
tratamento com um hemisfério ao redor da cabe~a da haste, 80 Materiais, 131
valetas para cabos horizontais e coroa circular ao redor da haste, 82 Medi~oes, 132
folclore e realidade do tratamento do solo, 83 Malhas, 133

· 9 - Concreto: eletrodos embutidos e uso da armadura


de aterramento
como eletrodo
Ferragem do concreto, 134
Outros eletrodos, 134

eletrodos embutidos em concreto, 84


uso da armadura do concreto como eletrodo de terra, 84
capacidade segura de condu~ao de corrente elétrica, 85

<vi> <vii>
1111. parte IV: Manual dos Softwares TecAt-II e RSOLO-II 1111.
Bibliografía
Bibliografia, 205
. 15 - Manual do usuário: software TecAt-II
Introdu~ao, 137
Upgrades e Licen~a de Uso, 137
Opera~ao geral do software, 137 1111.Apendice A - disco 2 - Acesso a OMOL e SUDorte
Arquivos, 143 On-Line
Edi~ao, 145
Estratifica~ao, 148 Apendice A, 209
Cálculos em 1 ou 2 camadas (solo homogeneo e estratificado), 150
Gráficos e desenhos, 162
Acesso a Teoria, 163
Help, 163
Opera~ao em conjunto cl Windows (tm), 164

. 16 - Manual do usuário: RSOLO-II


interpretac;aoda curva p x D, 166
condic;6esde aplicac;ao, 167
inicializac;ao,169
menu principal, 170
caso típico de análise, 179
mensagens de erro, 181

1111. parte V - Exemplos Práticos de Projetos

· 17 - Exemplos de projetos de aterramentos com uso do computador


Ponto único de terra, até 3 hastes, 183
Malha pequena, até 16 hastes, 187
Anel de terra retangular, com ou sem hastes, 189
Torre de transmissao, 192
Malha de terra pl subestac;ao, 195

1111. parte VI - Glossário de Aterramentos


Glossário, 199

<viii> <ix>
Técnicas de Alerramentn.v Elélricos

parte 1: Teoria e Cálculos


Atencrao: alertamos para o fato de que as deducroes de fórmulas desta
primeira parte podem apresentar um pouco de dificuldade para os leitores nao
acostumados com cálculos matemáticos mais aprofundados; no entanto, urna vez
compreendidos os conceitos envolvidos, a formulacraodeixa de ter importancia
significativa, visto que o software TecAt-TIautomatiza a maioria dos cálculos aqui
encontrados, "encapsulando" e afastando do usuário as tais fórmulas.

Conteúdo da Parte 1:

· Introdu~ao
· 1 - Necessidade de aterramento

· 2 - Sistemas de Aterramento B.T. e Prote~ao Pessoal

· 3 - Resistividade do solo

· 4 - Resistencia de Aterramento: Hastes e Cabos

· 5 - Malhas de terra para subesta~oes

· -
6 Medi~ao da resistencia de terra

<x>
Técnica.f de Aterramento.f Elétrico.f
Parte 1: Teoria e Cálculo.f

introdu<;ao

Em qualquer edifica9ao moderna, encontramos instala90es elétricas,


eletrónicas e mecanicas que necessitam de alguma forma de aterramento, seja para
urna prote9ao em caso de eventual falha de algum sistema, para dissipa9ao de
eletricidade estática ou ainda prote90es contra descargas atmosféricas e surtos de
manobras. Com o adensamento das constm90es e a utiliza9ao cada vez mais
intensa de equipamentos e mídias sensíveis, torna-se imperativo realizar um bom
aterramento das partes envolvidas. Se, por um lado, os materiais utilizados nos
sistemas de aterramento pouco evoluiram nas últimas décadas, dispomos agora de
ferramentas de cálculo muito mais eficientes - o paradoxo é de que utilizamos os
próprios computadores para calcular a melhor forma de protege-los...

Embora os requisitos de aterramento de cada equipamento ou edifica9ao


sejam diferentes, alguns princípios sao universais, assim como urna boa parte dos
problemas. Se conseguirmos equacionar ambos - princípios e problemas - já
teremos encaminhado boa parte da solu9ao.

Sem dúvida, o maior problema refere-se ao solo, com suas


inconsistencias, heterogeneidades e anisotropias, bem como a varia9ao sazonal de
suas propriedades. Nao há segredo, e as fórmulas existentes nao sao mágicas:
trata-se de realizar um modelo matemático que consiga aproximar-se
satisfatoriamente do resultado físico. Quanto é esse satisfatório? Depende do rigor
dos objetivos almejados, bem como dos dados disponíveis; pode ser que 5% de
erro seja mim ou que 20% seja bom. Aliás, como todo o livro fará referencias a
erros relativos e, como o termo erro, em portugues, tem urna conota9ao pejorativa
_ o que nao é nossa inten9ao aqui - vamos, de agora em diante, substituir erro por
desvio.

Outro problema bastante grave é o cultural: como os procedimentos mais


precisos para o dimensionamento de aterramentos requerem capacita9ao
profissional, houve urna dissemina9ao de dois tipos negativos de projetistas: o
pregui90so e o "mágico". Também no aspecto cultural pode-se incluir outros
problemas, como a falta de fluencia dos profissionais brasileiros em outras
línguas, onde se encontra a maior parte das publica90es sérias no genero.

Alguns erros (aqui sao erros mesmo, nao desvios) que ternos encontrado
nas instala90es de aterramento verificadas sao realmente primários, como utilizar
hastes profundas para solos com segunda camada de resistividade maior que a
primeira, ou outras varia90es do mesmo tema, como cravar dezenas de hastes

</>
Parte 1: Teoria e Cálculos Técllicas de Aterramelltos Elétricos

curtas num solo onde a camada menos resistiva encontra-se a urna profundidade
1
1 - Necessidade de aterramento
malOr.

Assim, podemos dizer que ternos problemas naturais e culturais; os


naturais vao sendo contornados com a pesquisa, seja no campo, no laboratório ou
. o que é aterramento?
no computador. Já os problemas culturais, bem, isso fica a cargo dos profissionais Os projetos de instala90es elétricas executados atualmente sempre
do setor, seja isoladamente através de um maior interesse no aprimoramento indicam um ponto de aterramento para a instala9ao. Dependendo do projeto, é
individual, seja em grupo, elaborando normas, pesquisas e troca de informa90es. feita apenas a especifica9ao de um valor em Ohm (0.), por exemplo: 100.,5 o. ou
algum outro valor que, por falta de urna melhor explica9ao, parece ser um
· i.l -O computador nos cálculos e projetos de aterramentos
capricho do projetista.

Aterramento é, essencialmente, urna conexao elétrica aterra, onde o valor


Os heróis que já tentaram realizar um cálculo preciso de aterramentos sem da resistencia de aterramento representa a eficácia desta Iiga9ao: quanto menor a
a utiliza9ao de máquinas e softwares apropriados sabem porque nos referimos a resistencia, melhor o aterramento.
eles por heróis. Já na estratifica9ao da resistividade, mesmo que o profissional
fa9a o seu melhor para saber como utilizar as curvas auxiliares, é bem provável A fun9ao principal de um aterramento está sempre associada a prote9ao,
que, dando-se o mesmo conjunto de dados para quatro projetistas, consigamos uns quer de pessoal ou de equipamentos. Veremos a seguir alguns casos típicos.
oito ou doze resultados diferentes! Vm software, por outro lado, apresentará um
único resultado e, no caso de um bom software, será um resultado considerado
correto, ou seja, dentro das margens de desvio consideradas permissíveis para o
projeto em questao.
. surtos em linhas de for~a (alimenta~ao)
Entende-se por surto (em ingles: surge) urna perturba9ao anormal da
Acumulando mais problemas, ternos que, depois de realizada a corrente ou tensao normalmente esperada em um sistema. Ternos surtos causados
estratifica9ao do solo, nosso herói resolve - afinal, está sendo pago para isso - por manobras na rede, descargas atmosféricas (raios), interferencias
tentar descobrir, ainda que por mera curiosidade, qual será a resistencia de eletromagnéticas, etc..
aterramento de um dado sistema ou, o que é mais prático mas ainda mais
trabalhoso, qual o sistema mais barato e eficiente para se atingir determinada O controle dos surtos dentro de um sistema elétrico é feito através de
resistencia. As fórmulas para solos estratificado sao bastante complexas (como protetores contra sobretensoes, tais como pára-raios de linha, supressores,
veremos mais adiante) e as de solo homogeneo ficam bastante longe da realidade, capacitores, etc.
afinal, os solos quase nunca sao homogeneos.
O aterramento é essencial para a correta opera9ao dos protetores contra
Com bastante paciencia e acesso as fontes, pode-se conseguir trabalhos sobretensoes instalados em redes de alta e baixa tensao, pois estes dispositivos
com referencias teóricas a solu90es para os problemas acima. No entanto, a drenam as correntes dos surtos para a terra, funcionando com urna válvula de
maioria dos papers nao traz a receita para se chegar naqueles resultados escape para as correntes geradas pelas sobretensoes.
maravilhosos...

Ao tongo deste livro, traremos algumas demonstra90es das solu90es,


. surtos em linhas de transmissao de dados
porém, e mais importante, procuramos apresentar o maior número possível de Além dos surtos em linhas de for9a, descritos acima, os modernos
solu90es, nao apenas na teoria mas, principalmente, no software TecAt n,
equipamentos eletrónicos possuem linhas de comunica9ao de dados com outros
inclusive os lados mais práticos da análise de custos e da especifica9ao dos
equipamentos, as quais também estao sujeitas a surtos.
materiais, bem como da documenta9ao do projeto.

<2> <3>
Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

. descargas atmosféricas (raios) 2 - Sistemas de Aterramento B. T. e Prote9ao


A incidencia de raios sobre materiais pouco condutores, tais como telhas Pessoal
ceramicas e alvenaria, provoca rachaduras e estilha~amento nestes materiais. Urna
vez instalado um SPDA (Sistema de Prote~ao contra Descargas Atmosféricas), o As topologias dos sistemas de aterramento em Baixa Tensao, conforme
aterramento é utilizado para dissipar a corrente do raio de forma segura no solo, especificadas pela NBR-54JO [31], tem urna codifica~ao através das letras:
evitando os efeitos térmicos do raio e risco de choque elétrico para as pessoas -
para um estudo completo dos raios, seus efeitos e prote~ao, vide Leite [23].
· Primeira letra: situa~ao da alimenta~ao em rela~ao aterra:
./ T - sistemaaterrado
· blindagens ./ 1- sistemaisolado

Um sistema composto de equipamentos eletronicos sensíveis (EES) está


· Segunda letra: situa~ao das massas em rela~ao aterra:
./ T - massasdiretamenteaterradas
sujeito a interferencias provocadas por campos eletromagnéticos. A blindagem é
um recurso utilizado para minimizar estas interferencias, necessitando de
./ N - massas ligadas ao Neutro
aterramento para estabelecer um potencial zero na blindagem ou para
· Outras letras: condutor Neutro x condutor de Prote~ao
proporcionar um caminho externo para as correntes induzidas.
./ S - Neutro e Prote~ao em condutores distintos
· seguran~a contra choques elétricos ./ C - Neutro e Prote~ao num mesmo condutor (condutor PEN)
./ C - S - Neutro e Prote~ao combinados em urna parte da instala~ao

Instala~6es elétricas em geral apresentam materiais metálicos nao Os sistemas mais comuns sao o TN - em vários sabores - e o TI, ainda
energizados como meio de evitar contato das pessoas com partes energizadas, tais utilizado por algumas concessionárias.
como barramentos de quadros elétricos, interior de equipamentos, etc. Contudo, se
houver urna falha no isolamento destes sistemas os operadores / usuários estarao
sujeitos a choques elétricos, com o consequente risco para as pessoas. O
· 2.1 -Sistema TN (inclui TN-C, TN-S, TN-C-S)
aterramento é utilizado para assegurar que o potencial das partes metálicas Toda corrente de falta fase-massa é urna corrente de curto-circuito. Existe
aterradas fique sempre abaixo do nível dos potenciais perigosos, garantindo assim
um ponto de alimenta~ao diretamente aterrado ligado as massas através de um
a prote~ao das pessoas.
condutor de prote~ao.
· curto-circuito fase-terra · usando TN - S como exemplo

O curto-circuito fase-terra em redes elétricas provoca desbalancemento do Quando há um curto-circuito fase / carca~a metálica de um equipamento
sistema trifásico, sobrecarga nos equipamentos e cabos da rede, comprometendo a aterrado, o percurso da corrente será:
seguran~a da rede elétrica e dos operadores e usuários. Para que haja um
desligamento do trecho da rede afetado, é necessário que a corrente que circula Fase ~ carca~a ~ fio PE ~ neutro do transformador, ver Fig 2.1.
pelo curto-circuito seja superior ao valor de opera~ao dos disjuntores ou fusíveis
de prote~ao. O aterramento do neutro de transformadores e massas metálicas Pode-se observar que nao há resistencias de aterramento no percurso da
fornece um caminho de baixa impedancia para a corrente de curto, possibilitando corrente de curto-circuito, havendo somente as resistencias dos condutores fase e
a opera~ao da prote~ao. terra e a impedancia do transformador (desprezando a resistencia do
»
curto-circuito). O valor da corrente de curto-circuito será:

1cc-- R¡¡+Rft+Ztr
Vrn
[F21. ]
<4> . <5>
--I
Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Alerramenlo.f Elélrico.f

A rigor, necessitarÍamos dos valores das resistencias dos fios fase e terra e As correntes de falta fase-massa sao inferiores a urna corrente de curto,
da impedancia do transformador para um cálculo preciso. Para urna estimativa, porém suficientes para gerar tensoes perigosas. Existe um ponto de alimenta<;ao
podemos considerar que os circuitos de alimenta<;aosao dimensionados para urna diretamente aterrado, mas as massas entao ligadas a eletrodos de aterramento
queda de tensaDda ordem de 5% do valor nominal, portanto a impedancia total do distintos dos da alimenta<;ao.
curto-circuito é da ordem de 5% da impedancia da carga nominal do circuito, ou
colocado sob outra forma, a corrente de curto será da ordem de 20 vezes (1/0,05) a Quando há um curto-circuito fase / carca<;ametálica de um equipamento
corrente nominal do circuito. aterrado o percurso da corrente será:

Supondo que o disjuntor ou fusÍvel esteja corretamente dimensionado, o Fase ~ carca<;a ~ fio PE ~ resistencia de aterramento das massas ~
tempo de abertura será da ordem de 01 ciclo ou 16 ms para disjuntores com resistencia de aterramento do neutro ~ neutro do transformador, ver Fig 2.2.
disparo eletromagnético, garantindo urna interrup<;aorápida do curto-circuito e
protegendo qualquer pessoa que estivesse tocando na carca<;a do equipamento Pode-se observar que, agora, há duas resistencias de aterramento no
naquele momento. percurso da corrente de curto-circuito, mais as resistencias dos condutores fase e
terra e a impedancia do transformador (desprezando a resistencia do
Ressaltamos que o valor da corrente de curto-circuito nao depende do curto-circuito). O valor da corrente de curto-circuito será:
valor da resistencia de aterramento para as configura<;oesTN-S, TN-C ou TN-C-S.
1 - Vrn [F2.2]
figura 2.1 - sistema TN-S cc - Rf¡+Rjt+Ratm+Ratn+Ztr

O valor da corrente de curto-circuito dependerá das resistencias de


aterramento. Deveremos escolher um conjunto valores de resistencia de
aterramento / tipo de dispositivo de prote<;ao que garanta a prote<;ao contra
choques elétricos para as pessoas e a prote<;aodos equipamentos da instala<;ao.

Teremos basicamente duas escolhas: Disjuntor convencional / fusÍveis ou


disjuntores diferencial/residual:

· 2.2.1 Disjuntor convencional no sistema TT

As curvas de corrente / tempo de abertura de disjuntores apresentam


valores típicos de opera<;aodo elemento eletromagnético por volta de 5 a 10 vezes
a corrente nominal, portanto deveremos garantir urna corrente de curto da ordem
de 10 vezes a corrente nominal do disjuntor.

Para um circuito típico de 15 A em 110 V, para obtermos urna corrente de


150 A a resistencia de aterramento total do sistema (desprezando as outras
impedancias) terá que ser inferior a :
¡lO
R alMax = 150 = 0, 730.

< 7>
Técnicas de Aterramento.~ Elétricos
Parte 1: Teoria e Cálculos

corrente de 110 roA para a terra, suficiente para provocar a abertura de um


. . SUpondoque as resistencias de aterramento do neutro e das massas sao disjuntor DR com corrente de 30 mA.
19uals,precisaremos construir dois eletrodos de aterramento com resistencia da
ordemde 0,370, valor extremamentedifícil de ser obtido em campo. Devido a esta característica de ser sensível ao valor da corrente para a
terra, o disjuntor diferencial-residualdeve ser obrigatoriamenteutilizado em
Supondo também que se fa<;:aum aterramento convencional com urna ou sistemas TI, com aterramento do neutro diferente do aterramento das massas
algumas hastes de aterramento, teremos resistencias da ordem de 10 O, o que metálicas e carca<;:asde equipamento.
reduziráo valor da corrente de curto a:
Caso o projetista queira oferecer prote<;:aocontra choques elétricos em
Icc = I~~O = 5, 5A contatos acidentais, o disjuntor diferencial-residual deve ser utilizado mesmo em
sistemas TN.
Mesmo somada com a corrente nominal de carga, o disjuntor pode
demorar minutos para operar ou até mesmo nao operar, submetendo qualquer
pessoa que esteja em contato com a carca<;:ado equipamento a urna tensao figura 2.2 - sistema TI
perigosa.

Considerando as condi<;:oestípicas de instala<;:oeselétricas urbanas, nunca


devemos utilizar disjuntores convencionais em sistemas TT devido ao risco de L1
choque elétrico.
L2
2.2.2 Disjuntor diferencial- residual (DR) no sistema TT
L3
Estes disjuntores foram desenvolvidos especificamente para garantir a N
prote<;:aocontra choques elétricos. A corrente que causa a opera<;:aodo disjuntor
nao é a corrente de carga, mas sim a diferen<;:aentre as correntes de fase e neutro. Icc
equipame
Exemplificando para um circuito fase / neutro; quando nao há
curto-circuito para a terra, toda a corrente de carga que sai pela fase retorna pelo resistencia do resistencia do
neutro e a diferen<;:aé zero; no exemplo anterior, calculamos urna corrente para a aterramento N aterramento PE
terra de 5,5 A; assumindo que nao houve queda de tensao significativa no
transformador, a corrente de fase passará a 20,5A e a corrente no neutro
continuará 15 A, a diferen<;:aentre elas é justamente a corrente que flui para aterra
=
Esquema TT ~
provocando a opera<;:aodo disjuntor DR.

Os modelos comerciais apresentam correntes de opera~ao desde 30 roA


para uso em circuitos de ilumina~ao e tomadas até correntes de 300 mA, utilizadas
em alimentadores ou equipamentos de aquecimento central.
· 2.3 Tensoes de Toque e de Passo
O uso do disjuntor diferencial-residual é urna prote~ao eficaz contra
Vamos definir brevemente as tensoes de toque e de passo - vide fig. 2.3 -
choques elétricos em contatos acidentais, pois, admitindo que a resistencia de urna
pessoa seja da ordem de 10000, caso ela toque urna fase de 110V teremos urna que serao mencionadas mais a frente, quando tratarmos do cálculo de malhas de
aterramento para subesta~oes.

<8> <9>
Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

Quando urna corrente de falta Icc(ou um raio) é descarregada para a malha de urna corrente através das duas pernas, que geralmente é de menor valor e nao é
de aterramento, ternos urna eleva<;ao do potencial em tomo do eletrodo, tao perigosa quanto a tensao de toque, porém ainda pode causar problemas,
formando-se entao um gradiente de queda de tensao cujo ponto máximo está no dependendo do local e da intensidade.
eletrodo e o ponto mínimo é o potencial zero, num local a urna distancia infinita.

Se urna pessoa toca um equipamento aterrado ou o próprio condutor, pode


ser que se estabele<;a- dependendo das condi<;oesde isolamento - urna diferen<;a
de potencial entre a mao e os pés. Consequentemente, teremos a passagem de urna
corrente pelo bra<;o,tronco e pernas; dependendo da dura<;ao e intensidade da
corrente, pode ocorrer fibrila<;aono cora<;ao,com graves riscos.

Esta é a chamada Tensao de Toque, e é particularmente perigosa nas


regioes externas de urna malha de subesta<;ao,principalmente nos cantos.

figura 2.3 - tensoes de passo e de toque

~:g~
" () tY
<> e O
e 11>_
~8.~
'6

~
()
()
......

'\ 11>
"-
"11> 8..8 ~
"
.c
"5 ~ ~ 8-
E ~" 8.~

Se, mesmo nao estando encostando em nada, a pessoa estiver colocada


lateralmente ao gradiente de potencial, estará sujeita a um diferencial de tensao
entre seus pés, a chamada Tensao de Passo; em consequencia, haverá a passagem
< la> <ll>
Parte 1: Teorill e Cálculos
Técllicas de Aterranrell/os Elétricos

,..., 3 - Resistividade do solo É possível imaginar as dificuldades de se conseguir urna amostra


representativa do solo, com composic;ao representativa do todo, compactac;ao
identica, umidade, etc.; assim, veremos que somente é possível obter a
o solo é o meio no qual ficarao imersos os eletrodos de aterramentos, de resistividade de um solo com medic;6esin loco.
forma que suas propriedades elétricas serao determinantes para o
dimensionamentodestes eletrodos. · 3.1 - Composi~ao do solo e resistividade
Como estaremos preocupados com a conduc;ao de corrente pelo solo, a o solo, normalmente, é um condutor de baixa qualidade, com valores
propriedade relevante será a resisti;i~ade, que indicará urna maior ou menor típicos de resistividade na faixa de 100 a 1.000 Ohm.m, enquanto que a do cobre é
resistencia a passagem da corrente eletnca. de 1,67x10-8Ohm.m, ou seja, da ordem de um bilhao de vezes menor. O valor da
resistividade depende da composic;aodo solo, como veremos a seguir.
O conceito físico da resistividade pode ser entendido imaginando um cubo
de solo homogeneo, com arestas iguais a 1 metro; se medirmos a resistencia entre
duas faces opostas do cubo, obteremos um valor de resistencia elétrica R em
· a composi~ao química
Ohms numericamente igual ao da resistividade:
A composic;ao química do solo é complexa, porém as principais
substancias constituintes sao óxido de silício (areia), silicatos de alumínio
R = P , onde p é a resistividade em Ohm.m
(argilas), carbonatos de cá1cio e de sódio e água, de forma que a conduc;ao de
corrente através do solo se faz pelo processo eletrolítico, que necessita de água
figura 3.1 - cubo de 1 m de aresta com duas faces de metal; medindo-se a resistencia
entre elas, obtem-se a resistividade do solo para sua realizac;ao.

A tabela 3.1 mostra a resistividade típica de alguns tipos de solos


(NBR-7117[30J):

Solos aráveis 50 a 500


Argila 300 a 5.000
Areia 1.000 a 8.000
Ca1cário 500 a 5.000
Granito e arenito 100 a 10.000
Basalto 10.000 a 20.000
tabela 3.1 - resistividade de alguns solos em func;aoda
composic;ao
Q
Como pode ser visto na tabela acima, saber a composic;aodo solo também
nao ajuda muito, visto que o valor da resistividade pode variar de até urna ordem
de grandeza)
Assim, para um mesmo eletrodo de aterramento, quanto maior a
resistividade do solo, maior será a resistencia de aterramento desse eletrodo.
· a umidade do solo
< 12> < 13>
Parte 1: Teoria e Cálculos
i Técnicas de Aterramentos Elétricos

A resistividade é bastante sensível ao teor de umidade do solo até um tifura 3.3 - varia~iíoda resistividade da á!!ua com a concentraciío de al!!unssais
resistividadc do solo
valor de 20%; aumentar a umidade acima deste valor provocará varia<;6esmenores
[ Q.m
na resistividade, conforme pode ser observado na figura 3.2 (NBR-7117):

ti~ura 3.2 - varia~iíoda resistividade com o teor de umidade


resistividade do solo
[ Q.m I

15 a 20 %, dependendo
do solo
teor de sais (%]

· heterogeneidade do solo
teor de umidade [%J Finalmente, a composi<;aodo solo nao é homogenea ao longo do terreno;
podemos ter um vale formado por deposi<;aode material trazido por um rio, em
· presen~a de sais cima de urna rocha vulcanica, próximo a urna falha vertical produzida pela
movimenta<;aode placas subterráneas, etc.. Como é impraticável "mapear" o corte
transversal do terreno, costuma-se aproximá-Io para um modelo matemático que
Outro fator que influencia muito a resistividade é a quantidade de sais
traduza o problema de forma computável e com precisao aceitável.
presentes no solo. Convém ressaltar que a resistividade da água pura é quase
infinita, ou seja, a água seria um isolante perfeito caso nao contivesse sais que,
através da ioniza<;ao,permitem a condu<;aode correntes elétricas. No gráfico da · 3.2 -Estratifica~ao da resistividade do Solo
figura 3.3, pode-se ver a influencia de alguns sais adicionados, isoladamente, a
água; num solo real, há urna mistura de sais, conforme o local do terreno e sua Necessitamos do valor da resistividade do solo para o projeto de malhas
"história". de aterramento, devido aos requisitos de valores máximos para a resistencia da
malha, tensao de passo e de toque.

Conhecendo o valor da resistividade e as dimens6es do eletrodo de


aterramento, podemos calcular o valor da resistencia da malha e os potenciais de
toque e de passo, desde que o solo seja uniforme, ou seja, o valor da resistividade
nao varia com a profundidade ou com a distancia horizontal do ponto de medi<;ao.

Esta condi<;aode uniformidade raramente é verdadeira na prática, daí a


necessidade de introduzir o modelo de estratifica~ao da resistividade do solo,

< 14 >
< 15>
Parte/: Teoria e CálculoJ TécllicaJ de AterramelltoJ ElétricoJ

1 Esta medi~ao é realizada conforme a Figura 3.5, alinhando-se 04 hastes


representando o solo por camadas, onde cada camada é uniforme e tem um certo
valor de resistividade e urna determinada espessura. simétricas em rela~ao ao centro, onde as duas hastes internas sao eletrodos de
! medi~ao de potencial e as duas externas sao eletrodos de inje~ao de corrente. O
Embora este modelo nao seja urna representa~ao perfeita do solo real, é valor da resistencia será dado por:
suficiente para os cálculos de urna malha de aterramento.
R= ~v
1
A quantidade de camadas utilizados no modelo é fun~ao da precisao [F 3.1]
desejada para os cálculos, características do solo real e disponibilidade de
ferramentas matemáticas que permitam calcular as grandezas de interesse. No
nosso caso, em geral urna representa~ao em duas camadas é suficiente - ver figura ti ura 3.5
3.4.

fi~ura 3.4- exemplo de estratifica¡;:aodo solo em duas camadas

'11

111

p = 830 Q.m h,= 2.5 m


1
11\

h = infinito P
p = 132 g.m 2 \1/
2 2v
< >
< 2u >

Precisaremos estabelecer urna rela~ao entre o valor da resistencia medida


e o da resistividade correspondente. Calcularemos o valor da diferen~a de
potencial entre as duas hastes de medida em fun~ao das distancias entre as hastes.

Na figura 3.4, representamos o solo por urna primeira camada com Consideremos P = 1>(x) o potencial gerado por urna haste a urna distancia
resistividade de 830 Ohm.m e profundidade de 2.5 metros e urna segunda camada
x. O potencial de cada haste de medi~ao será:
de resistividade 132 Ohm.m e profundidade infinita.

Para executar urna estratifica~ao de solo é necessário fazer urna medi~ao


V+ = 1>(u - v) -1>(u + v)
de campo dos valores da resistividade aparente. Medimos na prática valores de V_ = -1>(u - v) + 1>(u+ v)
resistencia em Ohms e calculamos o valor da resistividade aparente em Ohm.m.
O valor de ~ V = V+ - V_ será:
Há dois métodos principais para medi~ao de resisitividade aparente para
fins de aterramento, o método de Wenner, muito utilizado no Brasil, e o método ~V=2[1>(u-v)-1>(u+v)J [F3.2]
de Schlumberger, mais utilizado nos Estados Unidos.

< /6 > < 17>


Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

A diferen~a entre o método de Wenner e o de Schlumberger é que o de figura 3.6 - esquema de medi¡;:1ioda resistividade do solo através de quatro eletrodos
Wenner tem as hastes separadas por urna mesma distancia d, enquanto que no de igualmente espac;:ados(Wenner)
terrometro
Schlumberger a distancia entre as hastes de potencial costuma ser menor do que a
distancia entre a haste de potencial e a de corrente. Podemos dizer que o método
de Wenner é um caso particular daquele de Schlumberger, com v = e u = 34, 4
ou:

!1VW = 2[ rjJ(á)- rjJ(2á) ] [F 3.3]

Consideremos inicialmente que a regiao condutora da haste é apenas a


ponta, situada a urna profundidadep. Na se~ao 4.1 (ver mais adiante), ternos que o
potencial gerado por um ponto com corrente 1 em outro ponto a urna distancia x
será:
d
( )

+
)
fll
rjJ(x)= 4/t (~
jXf
1
Jx2+4p2
eletrodo$

Substituindo em F 3.2 e F 3.1 teremos:


4/tdR
1 pw(á) = 1+ [F3.5]
2p 2v + 1
_ 1
J
1!!
d2+4p2
IL-
.fd4P2
R(u, v) = 14/t( u2-v2 )
J<u-v)2+4p2 J<u+v)2+4p2
Esta é a fórmula citada na NBR-7117 da ABNT, que normaliza o
Resolvendo em rela~ao a p teremos: procedimento de medi~ao para o Mét<;>dode Wenner. Se o valor de d é muito
maior que o de p, ou p =O,entao a fórmula F 3.5 pode ser simplificada para:
2/tR 1 [F3.4 ]
p(u, v) = u2~v2 + J<u-vi2+4p2 - J<u+v)2+4p2
Pw(á) =2ndR [F 3.6]

Os medidores de resistencia de terra comerciais costumam ter urna escala


Substituindo v= 4e u =34 para o caso de Wenner, ver Fig 3.6, calibrada para resistividade usando esta fórmula. Devido a sua simplicidade, é
teremos: utilizada frequentemente em campo.

Embora normalizada, a fórmula F 3.5 nao é formalmente correta, pois os


eletrodosde medi~aosao de fato hastes e nao pontos. S. Baishiki [38J e outros
investigaram esta questao, chegando a seguinte fórmula para Wenner:
- 2/tpR
pw (á) - 2+E1 d [F3.7]
(
2Ln 1+FJ+2F-E-p

onde:

< 18 > < 19 >


Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

figura 3.7
E=J4+(tYeF=Jl+(ty
Erro (%)
No TecAt-II foi utilizada a fórmula F 3.6, visto que os desvios em relayao ¡' 25.00

a F 3.7 para as distáncias entre hastes comumente utilizadas sao bastante pequenos 20.00
(vide a seguir); caso seja necessário, pode-se acessar diretamente o programa 15.00
10.00 -F3.5 n.61
RSOLO-II (veja capítulo 16), onde está implementada a fórmula F 3.7, porém I

deve-se lembrar de anotar no campo a profundidade de cravayao dos eletrodos. A 5.00


fórmula F 3.7 está sendo implementada para o método de Wenner e para o de 0.00 d.(m)
Schlumberger no programa TecAt-IV versao Windows. Nao faremos aqui a -5.00 4 8 16 32
deduyao para Schlumberger, mas ela pode ser feita a partir da fórmula apresentada -10.00
na seyao 4.1 para o cálculo do potencial gerado por urna haste em outra haste. -15.00
-20.00
Urna seqüencia típica para d no Método de Wenner é 1, 2, 4, 8, 16...
-25.00
metros, conforme recomendayao da NBR-7117 [30J. A Tabela 3.2 mostra urna
comparayao entre os multiplicadores das tres fórmulas, com urna haste de mediyao
de 40 cm de comprimento e diámetro de 1/2", material padrao dos medidores
comerciais, mostrando os erros percentuais em relayao a fórmula F 3.7.
O próximo passo é interpretar a curva de resistividade aparente e estimar
Erro(%) = 100(1 Jó~~la) ~
os valores de resistividade da primeira e da segunda camada e a espessura da
primeira camada. Esta tarefa era executada tradicionalmente com o auxílio de
d F 3.7 F 3.5 erro (%) F 3.6 erro (%) curvas padrao impressas.
0,50 4,02 4,91 (22,29) 3,14 (21,79) I

6,81 7,69 (12,92) 6,28 (7,78) O procedimento tradicional consistia em:


1,00
2,00 12,85 13,39 (4,23) 12,57 (2,22)
(1,14) 25,13 (0,57) - Trayar um gráfico da resistividade obtida em campo em um papel
4,00 25,28 25,57
(0,29) 50,27 (0,14) vegetal na mesma escala das curvas padrao disponíveis.
8,00 50,34 50,48
100,53 (0,03) - Superpor os dois gráficos até que haja um encaixe razoável das duas
16,00 100,57 100,64 (0,07) curvas.
32,00 201,08 201,12 (0,01) 201,06 0,00
- Anotar os valores de Pl (ressitividade da primeira camada), k (fator de
Tabela 3.2 - Comparacao das Fórmulas
reflexao) e h (espessura da primeira camada), onde:
o gráfico da figura 3.7 mostra os erros. Observe que para d = IOp os erro s P2-P¡
já sao da ordem de 1%.
~
k = P2+P¡
Este método é demorado, requer disponibilidade das curvas padrao, com
resultados que dependem muito da pessoa que está interpretando os dados.

Para tornar a interpretayao mais rápida e menos dependente do operador,


desenvolvemos um programa que executa esta tarefa calculando internamente as
curvas padrao e executando urna interpolayao baseada no método dos mínimos
quadrados.
<20>
I < 21>
Técnicas de Aterramentos Elétricos
Parte 1: Teoria e Cálculos

H : Espessura da primeira camada.

A meta é minimizar a somatória dos erros quadráticos relativos, dada por:


Quando o solo tem duas camadas, é possível determinar urna solu~ao
analítica dada por Dawalibi [3] para o caso de Wenner:
[F3.8]
SEQ = L~( 1 - (::¡ J 2 J
[F 3.11]
onde: p"(d)~P1r1+4~:::.L.(~), - J"¡~)' II
N: Quantidade de pontos medidos.
Poi : Resistividadecalculadaparao i-ésimoponto. Para evitar a demora devido ao cálculo numérico da integral da fórmula F
pmi : Resistividademedidano i-ésimoponto. 3.9 ou da somatória infinita de F 3.11, o program RSolo II, utilizado pelo TecAt
para o cálculo de estratifica~ao em duas camadas, usa um método desenvolvido
As curvas padrao sao geradas conhecendo-se a resistividade e a espessura por Ghosh [4J e Koefed [5J, para aplica~6esem Geofísica, utilizando filtros
das camadas, através da fórmula dada por Sunde [2] para a configura~ao de digitais para o cálculo da integral.
Wenner:
A Tabela 3.3 mostra urna compara~ao feita segundo os dados de del
PawCd) = p¡2d J~ K(x)(Jo(xd) -Jo(2xd»dx Alamo [6J com vários casos de estratifica~ao em duas camadas, utilizando o
programa MMT, otimizado para cálculos em duas camadas. Os valores obtidos
Para o caso geral de Schlumberger, teremos: pelo Rsolo II sao mostrados para compara~ao (resistividades em Ohm.m)

[F3.9] Caso Método p1 p2 H(m) SEO


Pas(u, v) = P ¡ ( u2;:2 ) J~ K(x)(Jo(xu - xv) - Jo(xu + xv»dx
O MMT 29,800 5,635 10,238 0,01387
onde: RSolo 11 29,80 5,63 10,24 0,01387
1 MMT 372,729 145,259 2,690 0,00762
pa : resistividade aparente medida. RSolo 11 372,71 145,25 2,69 0,00753
u, v, d : Distancia entre as hastes de medi~ao.
2 MMT 246,836 1058,63 2,139 0,01074
Pl : Resistividade da primeira camada.
K(x) : Fun~ao kemel das camadas. RSolo 11 246,85 1058,61 2,14 0,01074
Jo(Y): Fun~ao de Bessel de primeira classe de ordem zero. 3 MMT 57,344 96,714 1,651 0,02402
x: variável de integra~ao. RSolo 11 57,34 96,71 1,65 0,02402
4 MMT 494,883 93,663 4,370 0,01103
A fun~ao K(x) depende dos valores das resistividades e profundidades do
RSolo 11 494,86 93,66 4,37 0,01103
solo, e pode ser calculada por recorrencia; para o modelo de duas camadas, a
formula dada por Sunde é: 5 MMT 160,776 34,074 1,848 0,01038
RSolo II 160,73 34,00 1,85 0,01036
K(x) = l+kI2e-2xH
l-kI2e-2.tH
[F3.10]
6 MMT 125,526 1093,08 2,712 0,01699

onde: RSolo 11 125,54 1092,88 2,71 0,01700

P2-/JI, - tabela 3.3 - comparaao de resultados MMT x RSOLO-II (TecAt-II)


k 12 = -¡;;¡:¡;¡ e o f ator de refl exao

P2, Pl : resistividades da segunda e primeira camada.


< 22 >
l <23>
Técnicas de Aterramentos Elétricos
Parte 1: Teoria e Cálculos

Podemos observar o excelente desempenho do RSolo-II (TecAt-II) em


todos os casos apresentados. O tempo de processamento foi tipicamente de apenas
A redu9ao para duas camadas é feita tradicionalmente com o
procedimento:
2 segundos em um 486DX4-100.

. 3.3 - Resistividade aparente


1. Mantém-se o valor da resistividade da última camada
2. Reduzimos todas as camadas restantes a urna única camada com espessura
igual a soma das espessuras das camadas e resistividade dada por:
Muitas fórmulas existentes na literatura consideram apenas solo uniforme
para o cálculo de resistencia de aterramento e de potenciais de toque e de passo, H El E2
p; = PI + p:¡ + P3+oo.+
E3 En-l
Pn-I [F 3.12]
tais como as disponíveis em [11](IEEE-80). Assim, é interessante introduzirmos o
conceito de resistividade aparente para urna malha em solo estratificado.
Este método tem o inconveniente de ignorar as dimensoes da malha,
resultando em valores irreais de resistividade, induzindo a um cálculo errado do
Esta resistividade aparente dependerá do tamanho e da profundidade de valor da resistencia da malha.
instala9ao da malha de terra, correspondendo a um solo uniforme no qual a malha
de terra apresentará a mesma resistencia que no solo estratificado.
· 3.4 - Resistividade equivalente
O modelo de resistividade aparente tradicionalmente utilizado por
projetistas foi elaborado por Endrenyi [1]. Este método consiste em calcular a Thapar e Gerez [39] desenvolveram um método que permite o cálculo de
resistencia de um anel de área igual a da malha em questao em solo de duas urna resistividade equivalente para o cálculo de resistencias e potenciais para
camadas, com a malha a urna profundidade igual a metade da espessura da malhas construídas somente com cabos na primeira camada. Esse procedimento,
primeira camada; em seguida é calculada a resistencia do mesmo anel em solo embora com limita90es, atinge bons resultados, e foi implementado no software
TecAt-IV.
uniforme com resisitividade igual a da primeira camada. O valor N obtido nas
tabelas é a rela9ao entre a resistencia calculada em duas camadas e a de solo
uniforme. O valor da resistividade aparente será N vezes a resistividade da Este método consiste em calcular o raio de um disco com área equivalente
primeira camada. Tabelas mais recentes permitem definir a profundidade da a da malha, no caso da resistencia, ou metade da dimensao do mesh (espira da
malha, mas o método é o mesmo. A OP9aode resistividade aparente "Clássica" do malha), para o caso de potenciais, calculando em seguida o valor médio da curva
RSolo-II (vide capítulo 16) usa este método. da resistividade aparente pontual sobre este raio:

Para melhorar o cálculo desta resistividade aparente, calculamos o valor 1.Construir a curva da resistividade pontual pap , dada por:
da resistencia da própria malha em solo estratificado através das fórmula citadas
no capítulo 4. A rela9ao entre as duas resistencias é um novo N' que, multiplicado Pap(d) = 2
Pup(2d)+pu..(d)

pela resistividade da primeira camada, dará o valor exato da resistividade aparente


vista por aquela malha específica. A OP9aode resistividade aparente "Dados da 2. Calcular o raio equivalente:
Malha" do RSolo-II usa este método.
J . .
Area para o caso d e resIstenCiaou
A

Ressaltamos que esta resistividade aparente só é aplicável para o cálculo re = -n


da resistencia da malha, nao sendo aplicável para o cálculo dos potenciais de re = L!{' para o caso do potencial de mesh.
passo e toque.
3. Calcular o valor médio da resistividade pontual:
Quando o solo for estratificado em mais de duas camadas, por exemplo
utilizando o programa RSolo IV ou cálculo gráfico manual, será necessário ppm = ;e S~e Pap(x)dx [F 3.13]
reduzir o número de camadas a duas, perrnitindo assim o cálculo da resistividade
aparente.
<24>
< 25>
J

~
Parte/: Teoria e Cálculos

4. Utilizar o valor de ppm nas fórmulas para solo uniforme do IEEE-80.

Introduzimos duas alterac¡:óesneste método, urna para considerar meshs


retangulares, usando o raio equivalente a área do mesh, outra somando o valor da
profundidade da malha nos limites de integrac¡:ao,pois a malha nao está na
superfície do solo.

Caso a estratificac¡:aotenha sido feito com o TecAt-IV/RSolo-IV, ao


calcular a resistividade equivalente para urna malha, a reduc¡:aodas camadas
também será feita.

· 3.5 Estratifica~ao em tres ou quatro camadas


Caso os requisitos de projeto exijam urna estratificac¡:aoem tres ou quatro
camadas, os softwares TecAt IV I RSOLO-IV permitem esta estratificac¡:ao,
calculando todas as resistividades e espessuras das camadas, permitindo ainda
visualizac¡:aográfica dos resultados tal como o módulo de estratificac¡:aodo
TecAt-11.

· 3.6 Estimativa simplificada da resistividade.


Se o solo for uniforme, é possível conseguir urna estimativa do valor da
resistividade a partir da medic¡:aoda resistencia de urna haste usando um
terrómetro que mede apenas resistencia, a partir da fórmula da resistencia de urna
has te, ver F 4.11 :

21CLR
[F 3.14]
P = Ln(1f )-1

onde:
p : Resistividade estimada em Ohm.m
R : Resistencia da haste em Ohms.
L : Comprimento da haste efetivamente enterrado (m).
d : Diíimetro da haste (m).

Observamos que, embora este método seja eficiente para solos uniformes,
no caso de solos estratificados poderá introduzir erros importantes no valor
estimado da resistividade, e, mesmo para solos uniformes, só deve ser utilizado
para pequenas malhas, tais como triíingulos com 3 hastes ou similares.

<26>
....
Técnicas de Aterramento.~ Elétricos

4 - Resistencia de Aterramentos
· Hastes e Cabos
Os eletrodos de aterramento mais comuns sao as hastes e os cabos. Neste
capítulo, veremos como calcular o valor da resistencia de aterramento destes
eletrodos. As malhas de subesta~6es serao tratadas no capítulo 5.

Na literatura especializada encontram-se várias fórmulas para o cálculo


destas resistencias. Como faremos os cálculos para solos de 2 camadas,
mostraremos o método básico para este cálculo, conhecido como o método do
potencial médio.

Iniciaremos, porém, o cálculo com solo uniforme, para facilitar a


compreensao. Posteriormente, estenderemos as solu~6es para solo em 2 camadas.

Nao detalharemos fórmulas para situa~6es específicas, pois todas as


implementa~6es de fórmulas estarao disponíveis no programa Tec-At, mas
procuraremos evitar aproxima~6es nos resultados, que eram necessárias
anteriormente devido as dificuldades de cálculo existentes.

· 4.1 Solo Uniforme


A Fig. 4.1 mostra urna fonte pontual de corrente colocada na posi~ao x, y
e a urna profundidade z em um solo de resistividade p.

O potencial gerado por esta fonte em um ponto Po em Xo,yo, Zoé dado por:

pl I
v=-4" (-+-:-
r r
]
) [F 4.1]

Onde r é a distancia da fonte de corrente ao ponto calculado e r' a


distancia entre a imagem da fonte de corrente e o ponto calculado. Esta imagem é
criada pela reflexao da fonte 1 no "espelho" formado pela superfície do solo.

As distancias r e r' sao dadas por:

r= .¡(X-XO)2+(y-yo r +(Z-ZO)2
[F 4.2]

r ,=J(X-XO)2 + (Y-Yo r +(Z+ZO)2 [F4.3]


<27>
Parte 1: Teoria e Cálculos
Técnicas de Aterramentos Elétricos

figura 4.2
figura 4.1 - fonte po~tual de corrente em sistema tri-dimensional
y

-z

x
~ ~
~ ~ x
z -~~

Po

---~~~~--~~~ ,~
Po
Zo .J--'-'-"""''''-
-' __-~-_J---'-
Z 2:0 .,, J.J--

Substituindo os valores de r e r' teremos:


4.1.1 Haste vertical em solo uniforme

Consideremos o caso de urna haste de comprimento L. Se injetarmos urna I


L..!!! 2 2 + ] 2 dZ [F 4.5]
corrente 1 na haste, podemos considerar que há urna densidade de corrente Vp = Jo 41rL r J (o-xo)2+( O-Yo) +(z-zo) J<o-xo)2+( O-Yo) +(Z+ZO)2 l
uniforme ao longo do comprimento da haste, por exemplo, se tivermos 12 A em
urna haste de 6 metros, teremos 2 Nm de densidade de corrente. fazendo b2 =X02+ yo2:
A Fig. 4.2 representa urna haste de comprimento L, raio a, colocada em
x=O,y=O,z=O,para simplificar a demonstra~ao. Utilizaremos a fórmula F 4.1 para
pl
JL ---1 +- ]
[F4.6]
Vp = 41rL o ( Jb2+(z-zO)2 J b2+(z+zO)2
)dZ
calcular o potencial gerado por um ponto da haste em um ponto Po,como sugerido
por Dwight[7]. Após a integra~ao, teremos:

Para calcularmos o potencial da haste no ponto Po,basta considerarmos


várias fontes de correntes alinhadas ao longo do comprimento da haste e Vh(PO) = ::L (arcsenh( L~zo ) + arcsenh( L~zo )) [F4.7]
somarmos os potenciais gerados por cada urna no ponto Po. Este processo é feito
através da integral: o primeiro termo representa a contribui~ao da haste e o segundo a
contribui~ao da imagem.

Vp = J~ ::L (+- + +- )dz [F 4.4]


Para obtermos o valor da resistencia da haste, basta calcularmos o
potencial médio na superfície da haste e dividir pelo valor da corrente. Como a
distancia entre a superfície da haste e sua linha central é o raio da haste, faremos
b=a em F 4.7 e integraremos Zode Oaté L, daí:

<28>
< 29>
Técnicas de Aterramell10s Elétricos
Parte 1: Teoria e Cálculos

I¡+h =1 ,I D/L 0,25 0,5 0,75 1 1,5 2 3


Ra 17,19 15,25 14,28 13,68 12,97 12,57 12,13
Onde:
Ra/Ra 1,54 1,36 1,28 1,22 1,16 1,12 1,09

RlI = R12= Rp : Resistencia própria da haste, dada por F 4.9. tabela4.2- Variaao da Resistenciade hastesem linha
R2I = R22 = Rm : Resistencia mútua entre as hastes. com a distanciaentrehastes
V: Potencial nas duas hastes (iguais).
1: corrente total injetada nas duas hastes. figura 4.4
11, h corrente em cada haste.

Resolvendo-se este sistema de 3 equa90ese 3 incógnitas, obtemos o valor RaIR3


da resistencia da associa9ao,dada por: 1.7

R2h = 1::
/--
_ RI'+R..
2 [F 4.14] 1.5

1.3
o valor da resistencia mútua entre as hastes é calculado a partir de F 4.9,
a
fazendo a igual distancia entre as hastes. 1.1

0.9
Generalizando, podemos dizer que a associa9aoentre N hastesdo mesmo
a
tipo é igual somatória da resistencia própria de 1 hastee das resistencias mútuas 0.7
entre as hastes da associa9aodividida pelo número total de hastesN; se tivermos
hastesiguais, o número de combina90es de resistencias mútuas possíveis será: 0.5 DIL
0.25 0.5 0.75 1.5 2 3
M = N(N-I)
2

Este gráfico mostra porque, tradicionalmente, se utiliza urna distancia


RNh =f = RI'+LfN R.. [F 4.15]
entre hastes igual ao comprimento da haste: podemos ver que, em tomo de D/L
= 1,0, a redu9ao do valor da resistencia é pequena, enquanto se utilizarmos valores
Esta fórmula é utilizada no programa Tec-At para calcular a resistencia de
aterramento de hastesem linha. baixos de D/L, estaremos usando o material da haste de forma pouco eficiente.
Por outro lado, se afastarmos mais as hastes, o ganho de redu9ao da resistencia
será mínimo, nao compensando o trabalho e o custo de instalar o cabo de
o gráfico da figura 4.4 mostra a varia9ao da resistencia de 3 hastes em
linha em fun9ao da rela9ao distancia entre hastes 1 comprimento da haste. As
a
interliga9ao; aliás, como veremos mais frente, se o cabo estiver enterrado, ele
fará também parte da malha, que nao será mais urna simples associa9ao de hastes.
hastessao de 3m x 5/8", solo de resistividade 100 .o.m, cravadasna superfície.
Para associa90es densas de hastes, tais como quadrado ou retangulo,
R1= 33,54;
utilizaremos a fórmula desenvolvida por Schwarz [9]:
R3inf=Rd3= 11,18. 8Lh
R h = --1l..- L 2 ')
a ( ( )-1 +
27CLhN n d
2KILh
.fA"; ( r¡:¡
lY
-1
)) [F 4.16]

< 32 > < 33>


J
Parte/: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

1
onde: Neste item, detalharemos as fórmula usadas para calcular a resistencia de
cabos enterrados no solo.
Rah : Resistencia da associa~ao de N hastes
p : resistividade do solo Utilizaremos o mesmo método aplicado para o cálculo da resistencia de
Lh ,d : comprimento e diametro da haste hastes. O cabo é representado por urna linha de corrente horizontal, com
N : Número de hastes em paralelo comprimento L e profundidade P, paralela ao eixo X e com início em x=Oe y=O,
x : Razao aspecto =maior lado / menor lado do retangulo como mostrado na Fig. 4.5.
KI = 1,41-0.04.x fator de corre~ao
A: área delimitada pelas hastes. figura . 4.5

Podemos observar que o primeiro e segundo termos de F 4.16 y


correspondem a resistencia de urna haste, enquanto que o terceiro é urna corre~ao
relacionada com a resistencia mútua entre as hastes.
-p
J
A exatidao de F 4.16 está ligada ao termo das resistencias mútuas. Como l l...

dispomos de ferramentas de cálculo que nao estavam disponíveis na época que


I
.. , I

esta fórmula foi desenvolvida, acrescentamos algumas altera~6es numéricas na I L Xo x


fórmula original para aproximar melhor o efeito das resistencias mútuas:
P
.' ' ..J Po
[F 4.17]
(
Rah = 2n~hN Ln( 8~h) - 1 + ~ ( (iN K; - 1 ) 2 + K~ J J
.......
Onde: -' -' .
.
....
K'¡ = 2,569
+ 0,00155x - 0,0145x2 Zo
l.."'
K'z = -0,0163 - 0,385x - 0,0146x2
Z

4.1.3 Cabos horizontais Integrando ao longo da linha de corrente de O até o comprimento L,


teremos o valor do potencial gerado por um cabo de comprimento L em um ponto
As pequenas malhas usadas para aterramento de computadores, PABX e Po (xo,yo,Zo),inc1uindoa contribui~ao da imagem:
pára-raios sao dimensionadas habitualmente com hastes. Contudo, os cabos que
interligam as hastes estao enterrados no solo. Como esta interliga~ao é feita com pl arcsenh( L;o ) + arcsenh( x; ) +
cabo nu, o cabo se toma um eletrodo de aterramento, contribuindo para reduzir a Vcepo) = 2nL [F 4.18]
resistencia global do sistema. Num edifício aterrado por um anel de cabo nu, para [ arcsenh( L~XO) + arcsenh( x~) 1
os mesmos usos citados acima, o cabo é o principal eletrodo de aterramento,
mesmo que haja a adi~ao de hastes verticais. onde:

As malhas de subesta~6es de energia elétrica sao dimensionadas com


grande uso de cabos para o controle de potenciais na superfície, de forma que os b= Jy'6+ep-zo)2
cabos sao elementos importantes na determina~ao do valor da resistencia de
aterramento. c= Jy'á+(P+zo)z

< 34 > < 35>


Parte 1: Teoría e CálculoJ TécnícaJ de AterramentoJ ElétrícoJ

Para calcularmos o valor da resisténcia do cabo faremos Zo= P, yo=a = raio x : razao aspecto definida em F 4.16.
do cabo e integraremos Xode O até L para obtermos o valor médio do potencial L",
sobre a superfície do cabo, daí, dividindo por 1teremos: a= .fA

Para melhorar a exatidao desta fórmula, introduzimos algumas


" aresenh(.ft) + aresenh( Ja2~P2 ) + modifica<;oes:

Re = 2ñf [ _ ) 1 + (f r - J 1+ (a2~P2) + f + t W+ 4p2 1 [F 4.19J R


" U/e '\ KI K I K3 '\
e= 1IL/e (Ln (7)+ ¡a- 2+a) [F 4.22]

Assumindo queL» P» a teremos: onde:

Re = :L (Ln(~c ) - 1) [F 4.20] K'. = 1.41 - 0.038x - 0.0011x2


K'2 = 8.48 + 0.063x + 0.016x2
onde: K'3 = 11.3 + 0.293x + 0.127x2

Se P=O, entao ternos a '=a válidos para x entre 1 e 5.


caso contrário, al = J2aP .
4.1.5 Associa~ao de cabos e hastes
Esta é a fórmula mais encontrada na literatura para cálculo de resisténcia
de um cabo. A associa<;ao de cabos e hastes em solo uniforme envolve 3 cálculos
diferentes:
o programa Tec-At-II usa a fórmula F 4.19, sem aproxima<;oes.
a)Resisténcia dos cabos
4.1.4 Associa~ao de Cabos b)Resisténcia das hastes
c)Resisténcia mútua entre cabos e hastes
As configura<;oes mais comuns de cabos sao em estrela com vários bra<;os
(também chamados contrapesos), em círculo, triángulo e malhas reticuladas. Os itens a) e b) serao calculados com as fórmulas desenvolvidas nas
Nestes casos o valor da resisténcia mútua deve ser calculado de maneira similar ao se<;oesrespectivas.
mostrado para hastes.
A resisténcia mútua (c) será calculada de acordo com a geometria dos
Para malhas reticuladas em quadrado ou retángulo utilizaremos como eletrodos. Para arranjos tipo hastes e cabos em linha precisaremos calcular a
referéncia a fórmula desenvolvida por Sehwarz [9]: resisténcia mútua entre um cabo e urna haste, enquanto que para malhas cobrindo
urnacertaáreautilizaremosa fórmulapropostapor Sehwarz[9].
Re = 1Ir,JLne~:" ) + K¡a - K2) [F 4.21] A resisténcia da associa<;ao será dada por:
onde: Re+Rh-R~nch
Reh = Re+Rh-2Rmeh [F 4.23]
Ltc : comprimento total dos cabos enterrados.
a' : ver fórmula F 4.20. onde:
Kt : fator definido em F 4.16 para hastes.
K:~ = 5.5 +0.15.x Re : Resisténcia dos cabos

<36> < 37>


Parte 1: Teoria e Cálculo.f Técnica.f de Aterramento.f Elétric().f

Rh : Resistencia das hastes


Rmch: Resistencia mútua entre cabos e hastes.
· 4.2 Solo estratificado em duas camadas
Estudaremos neste item o cálculo das resistencia de aterramento em solo
Quando tivermos hastes em linha interligadas por um cabo, utilizaremos o estratificado em duas camadas.
método do potencial médio, calculando o valor do potencial médio induzido pelo
cabo sobre a superfície da haste, supondo que o cabo está na posi~ao descrita na A principal diferen~a em rela~ao ao solo uniforme sao as reflexoes do
figura 4.5 e que a haste está em Xh, Yh, P:
eletrodo. Em solo uniforme, há apenas urna reflexao do eletrodo, associada a
interface solo / ar. Em solo de 2 camadas, teremos duas interfaces funcionando
Vch = 1-Lh JP P+Lh
Vc(z)dz como "espelhos", urna da superfície do solo com o ar e outra entre os solos de
resistividades diferentes.
L<'-Xh

)+ arcsenh(h )+
Xh

= pl JP+Lh arcsen h(-¡;- Conforme abordagem proposta por Dawalibi [I2J, a figura 4.6 mostra as
4nLeLh P [ + arcsenh( L<,~Xh
) + arcsenh( ~h) ]dz reflexoes de urna fonte de corrente pontual, análoga aquela discutida no início do
[F4.24] item 4.1, situada na primeira camada em x, y, z :
onde:
Le = comprimento do cabo
o potencial gerado pela fonte pontual 1 no ponto Po em Xo, Yo, Zona
Lh = comprimento da haste
primeira camada será agora:

b= Jy~+(p-Z)2 V-.!!!......L -L.


-4/r (
r(H. +
~
r'o- +..:..
K n [...L -L -L.
rn. + rn- + r'n. + r'n-
-L
J)' [F 4.26]

c= Jy~+(p+Z)2 onde:
1'2-1'1
A situa~ao será semelhante aquela descrita na obten~ao da fórmula F 4.19, K=1'2+1'1
exceto que integraremos na dire~ao de z, desde O até o comprimento da
haste.Devido a sua complexidade, com oito termos de funcoes Ln e arctangente, 2 2 2

nao explicitaremos aqui esta fórmula, embora o programa Tec-At a utilize.


rn+=./(x-xo)
(
+ Y-Yo ) +(2nH+z-zo)
o valor da resistencia mútua será entao:

Rehm = 1- Vch
rn_=./(X-~O)2+ (y-yO r +(2nH-z-zo)2

Quando tivermos o caso de malha delimitando urna área a fórmula será: 2 2 2


r' n+=.I(X-xo)
(
+ y-yo
) +(2nH-z+zo)
Rehm= /rr<'1
(Ln( 2~:.,J + KI a - K2 + 1 J [F 4.25]
r' n_=.I(X-xo)2 + (y-yO r +(2nH+z+zo)2

<38> <39>
Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

figura 4.6 - reflex6es de urna fante pantual na prirneira camada -Fonte na camada 1 e ponto na 2
-Fonte na camada 2 e ponto na 1
-2nH->z
u. I'~ -Fonte na camada 2 e ponto na 2
-2nH --.......
Este estudo foi feito por Heppe [13l, ao calcular resistencias mútuas entre
-2nH+z IJ2+ cabos. Apresentaremos as fórmula básicas destes potenciais utilizando a fórmula F
4.26 como referencia, como x e y sao constantes durante as reflex5es, z indicará a
-2H-z u-u.l't_ profundidade da fonte e Zoa profundidade do ponto calculado:
-2H .. -.. -.. --..........
A fun~ao F será definida como:
-2H+z 1'1.
F(u) 1 2 [F 4.27]
J <x-xo)2+(y_yO ) +(U)2
->z

Daí, teremos, para cada situa~ao:


~
,, x
,
z ~ - lo-
r'o- pl i, H F(2nH+z-zo)+F(2nH+z+zo)+
H
2H->zr u.I,_ P2
VII = I~~ rF(z-zo)+F(z+zo)+I.Kn [ +F(2nH-z-zo)+F(2nH-z+zo) ])
2H .. -.. -.. --.......... [F 4.28]
2H+z
1,.

2nH->z
V 12 = Pl(~:K)I (F(z - Zo) + F(z + Zo) + I.Kn[F(2nH + Z - zo) + F(2nH + Z + zo)])
u 12>Ii_

2nH .. -.. -....... [F 4.29]


2nH+z I2r.H+
V - p2(I-K)I F(z - zo) + (1 - K2)F(z + zo) - KF(2H - z + zo) +
22 - 4n r I.
+(1 - K2) KnF(2nH + Z+ Zo) )
[F 4.30]
Os termos dentro da somatória correspondem as imagens da fonte, onde,
para cada reflexao, há multiplica~ao pelo fator de reflexao K. Como o módulo de V2I tem a mesma forma que V12, bastando substituir PI (J +K) por p,
K é sempre menor ou igual al, os termos da somatória decrescem com n até se (J-K).
tomarem desprezíveis frente ao valor atual da somatória, quando entao o cálculo
pode ser interrompido. Para calcular as resistencias de cabos e hastes usaremos os mesmos
processo de integra~ao descritos em 3.1, porém, como pode ser observado nas
Quando houver hastes profundas penetrando na segunda camada, teremos fórmulas F 4.28 a F 4.30, a quantidade de termos é muito grande, de forma que
lue calcular o potencial gerado por fontes na segunda camada, levando a quatro explicitaremos apenas urna fórmula para hastes na superfície para compararmos
)osi~6es relativas da fonte de corrente e do ponto de cálculo do potencial: sua forma com outra disponível na literatura.

-Fonte na camada 1 e ponto na 1

<40> < 41 >


Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Alerramentos Elélricos

. 4.2.1 Hastes em solos estratificados 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,1
H (m) 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0
Tagg [lOJ apresenta urna fórmula para hastes na primeira camada: Tagg 118,0 85,6 67,5 56,0 47,9 50,8 46,2 43,9 42,4 41,4 40,6 39,9
TecAt 109,5 79,4 62,7 52,1 44,7 44,3 43,2 42,0 41,1 40,4 39,8 39,3
1'1
([ ( ) -1 ] +Ln=1TLn (.!!{!--1))
4L 00 Kn .!!{!-+I

Rhl = 2nL Ln a [F 4.31] tabela 4.3

o termo entre colchetes representa a resistencia de urna haste de o gráfico da figura 4.7 mostra o comportamento dos valores na transi~ao
comprimento L e raio a, tal como a fórmula F 4.11 de solo uniforme, enquanto L=H.
que a somatória representa a resistencia adicional das imagens.
figura 4.7 - comparativodas fórmulas
Esta fórmula é urna simplifica~ao muito útil para cálculo da resistencia R(Q)
com haste na primeira camada, desde que o comprimento da haste seja menor que 120
0,95 vezes a profundidade H da primeira camada. Mostraremos a seguir a fórmula
completa para este caso utilizada pelo programa Tec-At:
100
Definimos a fun~ao F(x):
80

F(x) = xLn( .Jx2 + a2 - x ) + .Jx2 + a2 [F 4.32]


60
Teremos entao:
40

Rhl = i~L ([ Ln( ~L) - 1] + L:¡ K; (F(2nH + 2L) + F(2nH - 2L) - 2F(2nH)) ) 20
[F 4.33]
o H(m)
o programa Tec-At calcula a resistencia de urna haste cravada em O 1 2 3 4 5 6
qualquer profundidade, penetrando ou nao na segunda camada, sem usar
aproxima~6es.
Podemos observar que, quando a profundidade da primeira camada se
Tagg prop6e a seguinte fórmula para hastes penetrando na segunda aproxima do comprimento da haste, a fórmula de Tagg se afasta do valor correto
camada: da resistencia, evidenciando o limite de sua aplicabilidade.

I+K 2L 2nH+L Observar que, durante a transi~ao da profundidade da haste igual ao


Rh - .J!!...
(
~oo
Kn
12- 2nL I-K+2Kf )([Ln ( a )] + "'n=1 Ln( (2n-2)H+L )) [F 4.34]
comprimento do cabo, os valores calculados pelo Tec-At sao contínuos.

A fórmula utilizada pelo programa Tec-At é similar a F 4.33, com a


diferen~a que sao considerados dois valores de resistividade e de comprimento em
· 4.2.2 -Cabos em solos estratificados
cada camada.
A resistencia de cabos apresentará um comportamento similar ao das
hastes, somando ao valor da resistencia em solo uniforme um fator correspondente
A tabela 4.3 mostra urna compara~ao do valor das fórmulas de Tagg e do
as reflex6es do cabo na segunda camada. Nao explicitaremos fórmula para este
Tec-At, com L = 3m, diametro= 5/8", pl=100 n.m, K = 0.9, cabe~ada haste na
superfície e vários valores de H:
<42> <43>
Parte 1: Teoría e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

cálculo devido a sua extensao, mas ela terá forma semelhante a da fórmula F 4.19, H H-h..
com P sendo refletida 2nH vezes na somatória, tal como mostrado em F 4.27. P = fA ' se P l < P2 , ou p = fA ' se P l > P2
l
Segundo Tagg, a resistencia adiconal de um cabo colocado na primeira Kr = 1+ % L:':I Knq/( q). c = Ln( ~ H ). -- 2

camada devido as reflexoes na segunda camada é dada por: q - Jl+n(np)

ÜlH 2 I(q) é a integral elíptica completa de primeira espécie com parametro q.


I+J( )
RacI = 2nL ~ex>
..!!1... ~n=1 Kn 4Ln L +1
r r 1+ 8~ -4J(~H)' +1 1 Ru é o valor da resistencia de malhas de cabos em solo uniforme de
[F 4.35] resistividade p. dada por F 4.22. Os demais parametros sao os mesmos de F 4.22.

Para obter o valor da resistencia total do cabo deve ser somada o valor da
resistencia em solo uniforme de resistividade p. dada por F 4.19 ou F 4.20.
· 4.2.3.2- Malba de bastes na primeira camada
Nahman propoe a seguinte fórmula:
O cálculo de resistencia de cabos em duas camadas está disponível no
programa TecAt, supondo que o cabo se encontra na primeira camada, caso típico
de aplicayoes reais de projeto. Rahl = 2:2hN(Ln(8~h)-1+~ KIKp( JN -1 rJ [F 4.37]

· 4.2.3 -Associa~oes de cabos e bastes Os termos sao descritos em F 4.16 (para solo uniforme).

Os cálculos de resistencia de hastes e cabo em linha serao calculados . 4.2.3.3 - Malba de bastes atingindo a segunda camada
pelas fórmulas individuais de cabo e haste existentes no Tec-At, tal como feito
para solo uniforme. Neste caso é introduzido um fator de correyao K' p devido ao contato da
haste com duas resistividades diferentes:
Para associayoes de cabos e hastes formando malhas, utilizaremos como
base as fórmulas desenvolvidas por Nahman [14J e [15J, estendendo a aplicayao [F 4.38]
das fórmulas de Schwarz para solo uniforme. Rahl2 = 2:¿hN(Ln( 8~u) -1 ) + n:/x KI (O)K~( JN - 1)2

· 4.2.3.1 -Malba de cabos na primeira camada: onde:


P2 Lh
A fórmula proposta é:
La = L2 + L I Pi' , Lh =L2 +L., pa = P2T;;

'\ PIKI '\ K1(0) = valor de KI para malha na superfÍcie


(
Rac = KrRu + Kp- Kr ) nLcra - ( 2Cx+O
IX ) [F 4.36]
' I-K I 2
Kp=T+ (1 - K) 21"~n=1
~ex>
K n Joarcsen 2 2 t
onde: r (/+02+4n(l+n)p) + J(¡-02+4n(O+n)p ) ld
L. e Lz sao os comprimentos da haste na primeira e segunda camada
respectivamente.
2
~
Kp
4
= 1 +" Ln=1 Kex> n 1 arcsen
Jo r J(¡+1)2+4n(np)+J(¡-O2+4n(np)2
2
1 · -
4.2.3.4 Malbas de Cabos e bastes

A fórmula corrigida para resistencia mútua entre cabos e hastes será:

<44> <45>
Parte 1: Teoria e Cálculos
Técnicas de Aterramentos Elélricos

RmchI2 = :L (Ln( ~I ) +N) + :2clKI (0)( a _ 2~J) ) [F 4.39] figura 4.8 - histograma de desvio da fórmula

N"Casos
Tal como em solo uniforme, a resistencia da associac¡:ao de cabos e hastes
será entao: 2250
2100
1950
RacRahl2-RmchÍ2 1800
Rch 12 = Rac+Rah 12-2Rmch12 [F 4.40] 1650
1500
1350
A utlilizac¡:ao das fórmulas para hastes por leitores da la edic¡:ao 1200
evidenciou que as fórmulas 4.37 e 4.38 apresentam erros elevados para valores de 1050
900
K > 0,9 e com o trecho da haste na segunda camada pequeno. 750
600
Para resolver este problema, desenvolvemos urna fórmula baseada no 450
300
conceito de resistencia mútua exposto em 4.1.2 - Hastes em paralelo, calculando o 150
valor da resistencia própria da haste e da resistencia mútua utilizando a fórmula F o
4.33: <= -35 (.30;.251 (.20;.151 (.10;.51 (0;51 (10;15)
(-35;-30) (-25;-20) (-15;-10) (-5;01 (5;10) > 15
Eno (%)
Rnh = R1h+(N-I),Rm.Kc
N

onde: o desvio padrao do erro é de 3,4 % e o valor médio -0,7 %. Se


considerarmos a regiao de 95 % de confianc¡:a,obteremos um intervalo de -7,4% a
Rnh: Resistencia da associac¡:ao de hastes. 6,0 % de erro, que comparado com as incertezas e variac¡:6essazonais da
N : Número de hastes resistividade do solo, é perfeitamente aceitável para um projeto de malha de
Rm: Resistencia mútua média entre as hastes aterramento.
Kc: Fator de correc¡:aodas distancias mútuas entre hastes

A exatidao desta fórmula foi testada com combinac¡:6esde haste ocupando


urna área retangular de 5 m2 a 3500 m2, relac¡:aoentre comprimento e largura do
· 4.3 -comportamento sob impulso

retangulo variando de 1 a 5, distancia entre hastes variando de metade do Quando a corrente descarregada pela malha é originada por raios, quer por
comprimento da haste até 04 hastes por retangulo, comprimento da haste de 3 m a descarga direta quer pela operác¡:aodos pára-raios de linha do sistema elétrico, a
9 m, altura da primeira camada variando de 1 m a 16 m e fator de reflexao corrente assume urna forma denominada corrente de impulso, caracterizada por
variando de -0,9 a 0,9, gerando um total de 3822 configurac¡:6esdiferentes. um tempo de subida TI e por um de queda ao meio valor T2. A Fig. 4.9 mostra
urna forma de onda típica de impulso.
As resistencias destas configurac¡:6esforam calculadas com um programa
que utiliza o método dos momentos com potencial médio, baseado nos trabalhos A amplitude Ip e o tempo de subida TI sao os parametros mais
de Dawalibi, e comparadas com o resultado da fórmula. A figura 4.8 mostra um importantes para a resposta da malha, pois a amplitude determina a existencia de
histograma dos erros: disrupc¡:aono solo, enquanto que o tempo TI, variando típicamente entre 1 e 10 J..I.s,
é muito menor que os 16 ms de um ciclo de corrente da rede de energia de 60 Hz,
Erro (%) = 100 (1 _ Rf6rmulu
R(.orreto
'\
J tomando a indutancia da malha importante.

<46>
< 47>
Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

figura 4.9 - onda de impulso típica Ri = impedancia de surto.


Vp: Tensao de pico medida sobre o eletrodo de aterramento.
Ip: Corrente de pico injetada no eletrodo de aterramento.

Como o valor do campo elétrico no solo é func;aoda densidade superficial


de corrente sobre os eletrodos, o primeiro passo é definir a área e o comprimento
total de condutores enterrados, criando um parametro adimensional P10:

p? = 0.4517 + 21"Ln(~ ) [F 4.41]

onde:

s: dimensao característica do eletrodo, por exemplo para hastes e cabos é


o comprimento, para um disco e hemisfério é o raio, etc.
Ti T2 A: área total em contato com o solo; por exemplo, para hastes e cabos:
A=21trL.

P10pode ser calculado mais exatamente a partir do valor da resistencia do


Analisaremos dois casos típicos, ambos para solo uniforme; para eletrodos eletrodo calculada no item 4.1, com o índice O se referindo a situac;ao inicial do
pequenos, como as correntes de pico sao elevadas, da ordem de dezenas de leA, eletrodo, sem disrupc;ao:
haverá disrupc;ao do solo, provocando urna diminuic;ao da impedancia de surto;
para malhas grandes, haverá distribuic;ao da corrente pela malha, minimizando ou P o1= R os
iP [F 4.42]
evitando a ocorrencia de disrupc;aono solo; neste caso a impedancia de surto será
maior que a resistencia em 60 Hz.
o valor de campo elétrico que provoca disrupc;ao no solo foi
Como poderá ser observado pelas fórmulas citadas, esta área ainda é parametrizado em func;aode p:
campo de muita pesquisa experimental, nao havendo ainda um método analítico
predominante. Dawalibi apresentou um modelo eletromagnético inovador, porém, Eo = 241po.215 [F 4.43]
devido a sua complexidade e cálculos numéricos intensivos, nao discutiremos
neste texto. onde:
Eo: emkV/m e p emQ.m
· 4.3.1 - Malhas pequenas
o parametro adimensional P20 , func;ao de PIO, permitirá saber se a
Utilizaremos para este caso o método proposto por Chisholm [19J, corrente ultrapassou o valor necessário para provocar disrupc;aono solo:
desenvolvido para análise de aterramento de torres.
P~ = O, 01314(Pd-3.2446 . [F 4.44]
A resistencia sob impulso é definida como:
la = Eo;P~(kA) . [F 4.45]
Ri=Vp/Ip
Se a corrente injetada for menor que o valor de Icr, nao haverá disrup~ao,
onde:
e o valor da impedancia de surto será igual ao valor de R¡ojá calculado.
<48> <49>
Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

Utilizaremos o método de Gupta [21] e [22J, no qual a malha é


Se a corrente exceder o valor de Icr, haverá disrup~ao, e o valor de Ri será representada por parametros de linha de transmissao, desprezando a resisténcia
dado por: própria do condutor e a capacitancia, assumindo um modelo com L e G apenas.

'\ 0.692 Para cálculo do raio equivalente da malha, usa-se o raio de um disco com
R¡ =O,263Eos( E:s2 ) ¡-O.308. [F 4.46] a mesma área da malha, ou:

Como exemplo, vamos calcular o valor da corrente crítica de urna haste de


3m x 5 /8", em solo de 100 Ohm.m, e o valor da resisténcia de impulso com cinco rm= [f F.4.47
vezes o valor da corrente crítica:
o método define um raio efetivo equivalente da malha dado por:
o valor de Rioserá:
Rio=33,5 Ohms, usando F 4.42 teremos: re= K¡pt ;, F 4.48
PIO=1,005
onde:
o valor de Ea será dado por F 4.43: -p/ impulso aplicado no centro da malha:
K = 1,45 - 0,05 . d
Ea= 649 kV/m c = 0,029

o valor de P20será dado por F 4.44 -p/ impulso aplicado no canto da malha:
K = 0,6 - 0,025 .d
P20=0,01289 c = 0,08

o valor de Icr será dado por F 4.45 d: tamanho da sub-malha (mesh)


x: razao aspecto = maior lado / menor lado
Icr=O,75 kA T: tempo de subida da corrente em Ils.

Para 1 = 5 x Icr = 3,76 kA, usando F 4.46 teremos: a Fig. 4.10 mostra o significado das variáveis.

Ri = 20,4 Ohms = 0,61 . Rio Se rm< re , a impedancia será:


, 2.3
Logo, podemos dizer que, oeste caso, houve urna redu~ao de 39% no Z¡ (7l-)
= Roe+O.333 [F 4.49]
valor da resisténcia, devido a ioniza~ao do solo.

· 4.3.2 -Malhas Grandes Se rm>= re , a impedancia será:

Z¡ = Roe+0.333[F 4.50]
Em todos os cálculos anteriores nao foi considerada a indutancia dos
eletrodos; veremos agora o caso de malhas grandes, onde devido a grande Como exemplo, calcularemos a impedancia sob impulso de urna malha de
quantidade de material no solo, nao há disrup~ao, e, particularmente para o caso 40 x 50m, com 10 retículas de 4 x 5m, cabo de 50 mm2,profundidade de 0,5m,
de malhas reticuladas, a indutancia nao é mais desprezível. resistividade de 100 ohm.m, para um impulso de corrente com TI = 21ls

<50> < 51 >


Parte 1: Teoría e Cálculos

figura 4.10

. .. .. .. .
. -.: .
. .,

.d . :b

. .Y.
.. .. .. .. .. ..
x=a/b
.:4 .a ~.

Pela fórmula do item 4.2 teremos:


Ro= 1,03 .Q
rm=25,2m

Pela fórmula F 4.48 teremos:


re= 17,6 m

como rm>= re enHio usaremos F 4.50:

Zi= 1,03 . e 0.333


Zi = 1,03. 1,40 = 1,44 ohms.

Portanto, conclui-se que houve um acréscimo de 40 % em relac¡:aoao valor


da resistencia em 60 Hz.

< 52 >
L.
Técnicas de Aterramentos Elétricos

5 - Malhas de Terra para Subesta<;6es

As fun~6es principais de urna malha de terra sao:

a)Conduzir de forma segura para o solo as correntes de curto-circuitos


para terra, opera~ao de pára-raios ou qualquer fonte de corrente injetada para a
terra.

b)Controlar potenciais de passo e de toque.

c)Receber as liga~6es equipotenciais das massas metálicas.

Para que a malha possa desempenhar estas fun~6es com confiabilidade e


seguran~a, é necessário que seus componentes sejam dimensionados
adequadamente, suportando todas as solicita~6es mecánicas e térmicas que
possam ocorrer durante as situa~6es de falha. Adicionalmente, deve apresentar
desempenho estável com o tempo, resistindo a corrosao e outros fatores
ambientais.

Devemos conhecer a natureza das solicita~6es impostas a malha, e neste


capítulo estudaremos o dimensionamento térmico e mecánico da malha, bem
como aspectos de corrosao.

5.1 Tipos de correntes para aterra

o IEEE-80mostra em detalhes o cálculo de correntes de curto-circuito.


Este cálculo é razoavelmente complexo, requerendo conhecimento das
impedáncias de linhas, transformadores e até de geradores.

Faremos aqui algumas considera~6es gerais sobre estas correntes.

As correntes que circulam para aterra sao causadas principalmente por:

a)Curto-circuitos fase / terra em 60Hz.

Estas sao as correntes que imp6em maior solicita~ao térmica, pois a


dura~ao de um curto pode variar desde 01 ciclo para um disjuntor rápido até 01
segundo na atua~ao da prote~ao de retaguarda após falha da prote¡;ao principal,
com intensidade da ordem de alguns kA.

< 53>
Técnico.\' de Alerramenlos Elélricos
Parte 1: Teoria e Cálculos

b)Correntes de descargas atmosféricas através do pára-raios de linha ou


figura 501 - Corrcntc de curto circulando somcntc na malha.
descarga direta na estrutura da constru<;aoo

Estas correntes podem ter valor bastante elevado, da ordem de até 100 kA,
porém com dura<;ao de algumas dezenas de microsegundos. ------.
le
c)Correntes de sobretensoes de chaveamento descarregadas através do Ponto de curto
pára-raio de linhao
Estrutura
Estas corrente tem valor inferior ao das descargas, porém duram mais Aterrada
tempo, tipicamente da ordem de 1000 microsegundos. Ie~

Analisaremos entao as correntes de curto-circuito, cujas solicita<;oes


térmicas sao maiores. le Malha de terra
'"1Trl',¡n1'¡1'T~"tlntrn"'II.' I ,,," r.." f,¡" ti., 'tIff'\t11'\tT1'\n~TT ,"",,-
+--
5.2 Correntes de curto-circuito fase I terra. le Sem corrente para terra

o primeiro passo será calcular o valor da corrente de curto-circuito que


passará pela malha.
b.l)Corrente de curto passando pela malha e indo para a terra, causando
Deveremos considerar duas situa<;oes distintas: eleva<;aode potencial da malha.
a)Correntes de curto-circuito que circulam pela malha sem que haja saída Neste caso deve ser considerado o efeito de cabos pára-raio solidamente
da corrente para aterra. aterrados ou de blindagens de cabos subterraneos, que podem aumentar ou
diminuir o valor da corrente que passa pela malha de terra.
Esta situa<;aoocorre durante um curto na linha de um secundário com
estrela aterrada de um trafo elevador I rebaixador para urna estrutura de Para projetos industriais de distribui<;aoem tensaD primária, o valor da
sustenta<;aoainda dentro da subesta<;ao,ver Figura 5.1. maior corrente de curto fase-terra é informado pela concessionária de energia
elétrica local. Em Sao Paulo, a E!etropaulo publica um livro de "Instru<;oes
A corrente entrará na malha no ponto da falha e retornará ao neutro do Gerais" [241, onde, embora nao haja especifica<;ao do valor da corrente de
trafo que está conectado a malha.
curto-circuito, é especificado potencia trifásica de interrup<;aodo disjuntor geral
de 250 MVA para 13,8 kV e 500 MVA para 23 kV; adicionalmente, a bitola do
Em geral, esta será a maior solicita<;aotérmica para a malha se o trafo for cabo de aterramento de ve ser de, no mínimo, 25 mm2.
rebaixador e tiver potencia igual a da linha alimentadora.
Para projetos de subesta<;oes de sub-transmissao, a ELETROPAULO
b)Correntes de curto-circuito que passam pela malha e saem para aterra.
publica outro guia para tensaD de 88 I 138 kV [25], onde especifica corrente de
curto-circuito fase-terra de 31,4 kA para a subesta<;ao.
Esta situa<;ao ocorre em subesta<;oes de distribui<;ao ou transmissao
alimentadas por um trafo com estrela aterrada com o curto ocorrendo na linha
alimentadora dentro da subesta<;ao,ou no secundário do trafo de distribui<;aocom
estrela aterrada com o curto ocorrendo na linha de transmissao fora da subesta<;ao,
ver Figura 5.2 para o primeiro caso.
< 54> < 55>
Parte 1: Teoria e Cálculo,f Técnica,f de Aterramento,f Elétrico,f

figura 5.2 - Corrente passando da malha para aterra Por "homogenea", entende-se aqui que, realizadas as medir;oes pelo
método de Wenner (vide capítulo 3), encontram-se valores de resistividade onde,
entre o máximo e o mínimo valor, nao existe diferenr;a maior que 30%, ou seja:

--+ JlnJáx-JI
mi. .100::; 30
le Ponto de curto
Neste caso, define-se resistividade média como a média aritmética das
resistividades medidas.
Estrutura
Aterrada
~le T,afa ~L-LJ
5~ Quando a condir;ao acima nao for satisfeita, mas p, > pz e, ainda, a
profundidade da primeira camada (h,) é maior que a profundidade da malha, ou
seja, a malha encontra-se enterrada totalmente na primeira camada, pode-se
Malha de terra utilizar p, como resistividade média pois, neste caso, estamos
+--
superdimensionando a malha; se, ao contrário, p, < pz, entao o cálculo pelo
le
Corrente le retorna para a subestar;ao alimentadora IEEE-80 estará subdimensionado, e precaur;oes maiores deverao ser tomadas.

Os demais limites nao sao preocupantes, visto que o modelo procura


ajustar-se as dimensoes práticas de malhas de subestar;oes, ao contrário da edir;ao
Observamos que é sempre obrigatório um contato com a concessionária IEEE-80 de 1976, a qual exigia a profundidade da malha (h) menor que 0,25 m:
local, pois os valores de corrente variam de um local para outro, havendo ainda profundidade da malha: 0,25 m < h < 2,50 m
possibilidade de expansao do sistema, o que aumentará a corrente de distancia entre cabos: D> 2,5 m
curto-circuito fase-terra. diametro do cabo: d < 0,25 . h
número de cabos numa direr;ao: n < 26

5.3 Cálculo de tensoes de toque e passo e da resistencia da malha I Corrente de falta que flui para a malha, A
r resistividade média, W.m
Vamos utilizar o método aproximado de cálculo apresentado na norma
rs resistividade do revestimento do solo, W.m
IEEE-80, edir;ao de 1986 (re-impressa em 1991 com mínimas modificar;oes), por
ser de fácil execur;ao, aplicável a modelos computacionais simples e rápidos e, hs . espessura do revestimento do solo, m
principalmente, por ser um método utilizado universalmente, ao menos como t tempo de atuaC(áoda proteC(áo,s
estimativa inicial. Convém lembrar que muitas instalar;oes no Brasil seguiam a h profundidade da malha de cabos, m
edir;ao de 1976 do IEEE-80, já bastante superada; recomendamos revisar o projeto d
dessas malhas pela edir;ao mais recente da norma. diámetro dos condutores, m
A área total da malha, m2
5.3.1 Limites do método aproximado do IEEE-80 D espaC(amentoentre cabos, m
n n° de condutores numa direC(áo
Além de pequenas aproximar;oes no desenvolvimento do modelo e de suas
L comprimento total de condutores, m
fórmulas, o que nos leva a alguns limites práticos de utilizar;ao, a principal
limitar;ao do IEEE-80 refere-se ao uso de urna resistividade homogenea, o que Le comprimento total de cabos, m
dificilmente é encontrado na prática. Lh comprimento total de hastes, m
tabela 5.1 - dados necessários para o cálculo da malha
< ,tí "> <57>
Parte 1: Teor¡a e Cálculos Técnica.f de Aterramentos Elétricos

Kh =)1 +h/ho onde ho = 1 m


5.3.2 Dados necessários para o cálculo
Necessitamos, para o cálculo de Es, do fator:
A tabela 5.1 mostra os dados necessários para o cálculo da malha pelo
IEEE-80: _1. --L ...L n-2
K s-n. 2.h+ D+h+ D' (1 - os
[...L . )] [F 5.5]
5.3.3 Roteiro de cálculo: Tensoes de toque (Em) e passo (Es)
Precisamos, ainda, dos valores:
o processo, como descrito no IEEE-80, é interativo, ou seja, estima-se um
valor inicial para n-e, consequentemente, para DeL - e calcula-se Em e Es; se L =Le + Lh para malhas sem hastes ou somente com hastes internas
nao satisfizer, aumenta-se n e recalcula; se satisfizer com bastante folga, diminui
L = Le + J.J5 Lh para malhas com hastes no perímetro efou nos cantos
n e recalcula para chegar no mínimo valor necessário e suficiente.
VoIta-se, entao, as fórmulas F 5.1 e F 5.2 e calcula-se Em e Es,
o TecAt-II, aproveitando-se da velocidade do computador, calcula todos respectivamente.
os valores para n variando de 2 até 11; compara-se, numa tabela e no gráfico, as
Precisamos, agora, saber quais as tensoes admissíveis que um ser humano
respostas para todos os n com os valores admissíveis e obtem-se,
de tamanho médio pode suportar sem risco grave. Para um adulto de 70kg, essa
instantaneamente, o valor seguro mais económico.
tensao, para a situa~ao de passo, será:
As tensoes tem as fórmulas gerais:
O,157.(IO00+6.CS<hs,k).P.\') [F 5.6]
Es70 = ¡¡;
Em = p.f.K¡.Km [F 5. 1]
e, para urna pessoa com peso de 50 kg, substituir o fator 0.157 por 0.116.
Es = p.f.K¡.Ks [F 5.2]
Analogamente, a tensao admissível para toque é dada por:
Observar que tanto Em quanto Es sao diretamente proporcionais a
resistividade do solo e a rela~ao IIL, a qual indica quantos Ampéres fluem em
cada metro de condutor, ou seja, é a densidade de corrente da malha. Eoo = O,157.(IOOO+l,5.CS<hs,k).P.')
¡¡;
[F 5.7]

O fator Ki, utilizado tanto por Em quanto por Es, é dado por: onde:
Ki = 0.656 + 0.172 . n
ps = resistividade do material da superfície, .o..m
[F 5.3]
ts = tempo de dura~ao do choque, s
Cs = fun~ao de hse k
O fator Km, utilizado no cálculo de Em, é calculado por: obs: Cs = 1 para solo sem revestimento (brita)
I D2 (D+2.h)2 h
Km = T.1r.[]n ( 16.h.d+ 8.D.d - 4.d )+7<;'K¡¡] 8
]
n n.(2.n-1) [F 5.4] Para solos com camada protetora de pedra britada ou outro material, Cs
foi determinado experimentalmente e fornecido na forma de um gráfico na norma
onde: IEEE-80; num estudo mais recente, Thapar[20J sugere urna aproxima~ao analítica
com bons resultados para hs variando de Oa 0.3 metros e k de Oa -0,98:
K¡¡ = 1 para malhas com hastes no perímetro efou nos cantos
K¡¡ = (2.~)2In para malhas sem hastes ou apenas com hastes internas e = ill_
l-k ~nO-k) tan-1 (1dl
b "\¡ - o, 21 .k2(e-7h- e-30h) [F 58]
.

< 58> <59>


Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétrico.f

Ressaltamos que a existencia de urna camada fina de revestimento já é 5.4 Dimensionamento dos cabos
suficiente para reduzir bastante o perigo das tensoes de passo e toque, pois
funciona como um meio semi-isolante entre os pés e o solo mais condutor. Assim, Urna malha de terra é formada, essencialmente, por cabos, hastes e
toma-se importante conhecer o valor correto da resistividade do material (brita, conectores. Para assegurar a confiabilidade da malha durante a vida útil da
etc.) que está sendo utilizado; embora o valor clássico nos exercícios de aplica9ao instala9ao, devemos dimensionar adequadamente a bitola e o material dos cabos,
seja de 3.000 12.m, encontra-se material com resistividade desde 1.000 até 5.000 conectores e hastes.
12.m,o que pode significar urna grande diferen9a nos cálculos.
Os critérios principais sao:
5.3.4 Roteiro de cálculo: Resistencia da malha
- capacidade de condu9ao de corrente: os materiais devem suportar as
Como primeira aproxima9ao, podemos come9ar com a resistencia de um correntes que circularao pela malha sem sofrer danos;
disco metálico a profundidade zero, com área igual a da malha: - corrosao: os materiais devem ter vida útil longa no terreno em questao;
PrK
- resistencia mecanica: os materiais devem suportar os esfor90s mecanicos
R=4.yA [F 5.9] provocados pelas correntes e ainda aqueles associados a movimenta9ao de terra
durante obras, tal como impacto acidental de ferramentas.
onde:
R = resistencia da malha Os aspectos de corrosao serao abordados na parte de projetos, de forma
p = resistividade média que veremos agora a capacidade de transmissao de corrente e a resistencia
mecanica.
A = área da malha
5.4.1 - Critério térmico
Mas, como a malha nao é sólida e sim reticulada, podemos incluir um
termo de corre9ao:
Os dados determinantes para este cálculo sao o valor da corrente de curto,
-P.. rK + P..
R -4.yA o tempo de desligamento da prote9ao e o material do condutor.
L [F 5.10]
O IEEE-80 recomenda a seguinte fórmula para bitola mínima do condutor:
onde L é o comprimento total de cabos enterrados; é fácil notar que, para
L tendendo a infinito, ou seja, com tantos cabos que a malha "vira" urna placa, tcarpr104
voltamos a F 5.9, visto que o termo plL tende a zero. TCAP
A =1. [mm2] [F 4.12]
No entanto, como as mal has estao enterradas e nao na superfície, devemos
incluir a influencia da profundidade da mesma:
(
ln l+Tm-Ta
.Ko+Ta )
onde:
TCAP = 4.184. c. d
R =p[t + J2~.A (1 + I+h~ )] [F 5.11]
1: corrente de curto [kA]
te: tempo de dura9ao do curto (atua9ao da prote9ao) [seg.]
O software TecAt-II, no cálculo SUBESTA<;ÁO (vide capítulo 15) , T m:temperatura máxima permitida do material [0C]
utiliza a fórmula acima e também as fórmulas desenvolvidas no capítulo 4, T a: temperatura ambiente [0C]
levando em conta, dessa forma, a estratifica9ao do solo em duas camadas, ao invés
de considerá-Io homogeneo. Tr:temperatura de referencia para o material [0C]
<Xo:coeficiente térmico da resistividade do material a O °C
ar: coeficiente térmico da resistividade do material em Tr

<60>
< 61 >
TécnícaJ de AterramentOJ ElétrícoJ
Parte f.oTeoría e CálculOJ

Como outro exemplo, para corrente de curto de 5 kA, com tempo de 1 seg
pr: resistividade do material em Tr [¡.tQ.cm]
e usando solda exotérmica, teremos:
Ko: 1 / ar
e: calor específico [cal/g¡OC] A = 3.76.5 = 18.8 mm2.
d: densidade [g/cm3]
Observamos que este valor se aplica ao cabo de interligac;ao entre a
Esta fórmula substitui com vantagens a fórmula de Onderdonk, utilizada carcac;a do equipamento onde ocorreu o defeito e a malha pois, assim que a
na edic;aoanterior (1976) do IEEE-80. corrente chega a malha, haverá distribuic;ao da mesma através dos cabos em
paralelo. Caso nao se conhec;a a divisao da corrente, ou simplesmente se queira
Exemplo: para o cobre com tempera meio duro, usado em cabos, teremos, total seguranc;a no dimensionamento, utiliza-se o valor calculado para toda a
para Ta =40°C e Tr =20°C: malha.
~ = 0.004274
<Xr= 0.00381 5.4.2 - Resistencia mecanica
pr = 1.7774
Ko = 233.97 Este critério depende da experiencia do projetista com o local da
TCAP = 4.184. c. d = 3.422 instalac;ao,tipo de mao-de-obra empregada e condic;oesfuturas de manutenc;ao.É
O valorde Tm , máximatemperaturapermitida,dependerádos materiaise comum, por exemplo, encontrar-se cabos cortados por ferramentas manuais, como
conectores utilizados. O IEEE recomenda: picaretas.

a) para evitar recozimento do cabo ou no caso de se utilizar conector com Sugerimos utilizar valores maiores ou iguais ao obtido com o
cavilha de bronze, usar T m=250 0c. dimensionamento térmico, com urna bitola mínima de 50 mm2 para os cabos
b) para conexoes feitas por brazagem convencional, T m= 450°C. enterrados.
c) para conexoes com solda exotérmica (preferível), Tm = 950°C.
5.5 Possíveis melhorias no projeto
A tabela 5.2 mostra o valor de A [mm2/kA] para os tres valores de Tme
para t=0.5 s e t= 1s, para cabos de cobre nu. É possível melhorar os resultados dos cálculos acima de diversas formas,
entre elas:
Tm
te 250 450 950 uso de hastes adicionais
0,5 4,28 3,37 2,66 indicado no caso de solo estratificado no qual P2< PI. principalmente se a
1 6,06 4,77 3,76 haste penetrar na segunda camada mais condutora, onde o efeito pode ser
tabela 5.2 surpreendente; mas, se P2> PI. o efeito pode até ser inverso; evidentemente, o uso
de hastes tem mais efeito na periferia da malha, onde se encontra a regiao crítica
Por ~xemplo, se nao quisermos recozimento do condutor, para um valor do projeto.
de corrente de 31.4 kA durante 0.5 seg., solicitado em Eletropaulo[25J, a bitola
mínima será: aumento da área da malha
melhora sempre o resultado, independentemente do solo, embora possa
A = 4.28.31.4 = 134.4 mm2. estar limitada pelo espac;o disponível, principalmente em subestac;oes em área
urbana; atentar para o possível fato de complicac;oesem caso de impulsos - vide
Neste caso devemos utilizar a bitola imediatamente superior, ou seja, 150 capítulo 4.
mm2.

< 63>
<62 >
Parte 1: Teoria e Cá[cu[o.f

Outras melhorias sao possíveis, porém requerem um estudo maIS ~


aprofundado, com maior conhecimento do projeto da subesta~ao em estudo.

5.3.6 Contornando ou rompendo os limites do método IEEE-80

Como colocado acima, a principal limita~ao do método refere-se a


utiliza~ao de urna única resistividade homogenea (ou média) para o solo. Ternos
duas abordagens possíveis para este problema, urna resolvendo-o e a outra
contornando o mesmo.

o ideal é obter um método numérico para calcular os potenciais em solo


estratificado, visto que nao se considera praticável a possibilidade de obten~ao de
equa~oes simplificadas para duas ou mais camadas, visto o número de variáveis
envolvidas. No entanto, esta nao é urna tarefa trivial. Estamos trabalhando no
desenvolvimento de um método desses, porém nao o ternos pronto para
publica~ao.

Já o contorno é bem conhecido: obter urna resistividade aparente, ou seja,


qual seria a resistividade de um solo homogeneo equivalente para que urna dada
malha num solo estratificado se comporte como se estivesse enterrada neste solo
homogeneo. A fórmula mais conhecida é a de Endrenyi, a qual, embora tendo
recebido várias críticas, ainda é a mais utilizada (na falta de outra melhor) - para
maiores detalhes, consulte o capítulo 3. Observar que esta resistividade aparente
nao pode ser utilizada para cálculos de potenciais.

Para o TecAt-IV, implementamos um método de cálculo que utiliza


resistividades equivalentes e que fornece bons resultados para resistencia e
potenciais, porém o mesmo nao está disponível no TecAt-II e aplica-se a malhas
planas somente (deve-se desprezar as hastes).

Outro ponto que, as vezes, pode causar problemas, é que o modelo do


IEEE nao se aplica a malhas nao retangulares. O cálculo da resistencia de urna
malha nao retangular nao é muito difícil de ser realizado, mas o cálculo dos
potenciais nao é urna tarefa simples.

<64>
Técnicas de Aterramentos Elétricos

6 - Medic;aoda resistencia de terra


6.1 - método usual

Embora tenham sido propostos outros métodos, o mais utilizado consiste


em medir a resisténcia do aterramento em fun~ao da queda de potencial usando
um terra auxiliar, criando urna estrutura composta por urna haste de inje~ao de
corrente, urna haste de medi~ao de potencial e a resisténcia de aterramento que
está sendo medida - ver Fig 6.1.

figura 6.1 - esquema de medir;aoda resistencia de terra

~
C .
~

l. crava-se urna pequena haste, onde será injetada urna corrente, a urna distancia
suficiente (C);
2. crava-se outra haste, intermediária e alinhada entre o eletrodo e a haste da
corrente (P)
3. mede-se a tensao na haste intermediária
4. divide-se a tensao obtida na haste intermediária pela corrente injetada,
obtendo-se o valor da resisténcia de aterramento Rx.

Convém explicar melhor o que seja urna distancia suficiente, visto ser esta
a origem de muitas dúvidas e erros em medi~6es. Os terrometros (vide abaixo)
vém, geralmente, com cabos para os eletrodos de corrente e de tensao, onde o de
<65>
Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramentos Elétricos

tensaD é metade do de corrente; muitos operadores simplesmente esticam os r : raio do hemisfério equivalente do aterramento
cabos, cravam as hastes e fazem a leitura, o que é totalmente errado! r e : Distancia da haste de corrente ao centro elétrico da malha.
P : Distancia da haste de potencial ao centro elétrico da malha.
A primeira considera~ao importante diz respeito a distancia que o eletrodo
de corrente deve ser cravado. Costuma-se fazer referencia a máxima dimensao do A resistencia correta de um hemisfério de raio r é :
sistema de terra; por exemplo, numa malha de 30 x 40 metros, a maior dimensao P
será de 50 metros (a diagonal do retangulo); estima-se urna rela~ao entre esta Re = 21lr
dimensao e o hernisfério equivalente do aterramento, para que o eletrodo de
corrente esteja afastado o suficiente para nao haver interferencia significativa com daí podemos escrever:
o aterramento. A partir de rela~oes consideradas válidas, obtem-se, de urna tabela,
I I I '\
a distancia mínima procurada. Convém notar que esta distancia deve partir do
centro geométrico da malha, o qual nem sempre é fácil de se determinar.
P P
(
I I 1'\
R = 21lr+ Z; - C-r- p +"GP ) = Re + Re - f-I - f + f-f ( }

Se fizermos variar a distancia P desde zero até a distancia onde foi fazendo f = e e .f =p , teremos, dividindo por Re:
cravado o eletrodo de corrente e medirmos a resistencia em cada ponto, teremos
urna curva do tipo mostrado na figura 6.2 (mais a frente). Pode-se observar, para :c = 1 - ( e~l + * - e~p )
urna distancia suficiente do eletrodo de corrente, um patamar quase plano, que é o .
valor da resistencia procurado. Na prática, o valor de e deve ser grande, da ordem A expressao entre parentesis é a diferen~a entre o valor correto e o
de 30.r, quando será formado o patamar. Como é difícil encontrar espa~o medido. Para urna medi~ao ideal, este valor deve ser zero, portando resolvendo a
disponível para medi~ao, devemos buscar formas mais práticas de medi~ao, mas equa~ao em rela~ao ap obtemos:
sem cometer erros durante a medida.

6.1.1 - Solo uniforme


P= f( %- 1+ J 1 + 4( 1 - ¿. r J [F 6.2]

Tagg [lOJ fez diversos estudos sobre hernisférios equivalentes, Podemosobservarque, se e = f » 1 entao p será dado por:
conc1uindo que o raio do hemisfério equivalente é aproximadamente igual a
metade do maior comprimento da malha. Faremos estudos baseados no raio deste
hemisfério equivalente. p=f(-1+J1+4(1)2 )=f( J5 -1 ) = O,618c[F 6.3]

N o esquema da Fig 6.1, a resistencia medida é Portanto, para urna medi~ao correta do valor da resistencia, devemos
colocar a haste de potencial a urna distancia do centro da malha igual a 61,8% da
R=:f..1 distancia da haste de corrente.

onde 1 é a corrente injetada e Va tensaD medida. Para chegarmos a este valor, consideramos que c»l, a tabela abaixo
mostra o valor de P em percentual de e pra vários valores de c, bem como o erro
o valor de R teórico é dado por: cometido no valor da resistencia se usarmos P =O,618.C - ver tabela 6.1.
P I I I 1'\ Assim, para usarmos a regra de 61,8 % para P, devemos ter e >10 para
R
= Z; (r - C-r- P + c-p } [F6 .1] que tenhamos erros aceitáveis na medi~ao.

onde:
p : resistividade do solo.
< 66> < 67>
Parte 1: Teoria e Cálculos Técnicas de Aterramento.r Elétricos

e =C/r P=%C Erro em P % Erro em R % A princípio este problema seria resolvido facilmente, pois podemos
3 66,7 7,9 -16,7 1 utilizar a Tabela 6.1, obtendo o valor de P correto para a medida. Contudo, por
5 64,3 4,1 -5,01 exemplo para c=5, teremos problema em estimar o valor correto do hemisfério
10 63,0 1,9 -1,11 equivalente e a posiyao do centro elétrico da malha. Para valores pequenos de c,
estas sao as maiores fontes de erro.
20 62,4 0,9 -0,26
tabela 6.1 Estudamos dois métodos, elaborados por Tagg [lOJ e Romano [16J, que
tentam compensar estes erros através da mediyao do potencial em trés pontos,
Para pequenos aterramentos, tal como os utilizados em descidas de O,4.C, 0,6.C e 0,8.C. A partir dos valores R(, Rz e R3, o valor correto é calculado
pára-raios e terras de CPD's, teremos r menor que 5m, daí C deverá ser maior que através da fórmula:
50m. Este valor ainda é possível de realizar na prática, nao havendo problemas
Re= R¡K¡ +R2K2 +R3K3
para mediyao, porém, para grandes malhas com r da ordem de 20 a 50m, teremos
problemas em encontrar espayo disponível.
Os valores dos coeficientes K¡sao:
Assim, se usarmos 50 metros para o eletrodo de corrente, devemos usar
KI Kz K3
30.9 metros para o de tensao. Para malhas grandes, veja item específico a seguir.
Tagg -1,3350 3,0407 -0,7057
6.1.1.1 - Malhas Grandes 0,6809 0,15
Romano 0,1667

Se a distancia do eletrodo de corrente nao for suficiente, teremos, como tabela 6.2 - coeficientes para mediyao de malhas grandes
consequéncia, que a curva nao apresentará um patamar definido - vide figura 6.2.
Os coeficientes usados por Romano com C=5.r permitiram calcular o
figura 6.2 - curvas para diversas distancias do eletrodo de corrente valor correto da resisténcia de aterramento com erro de -3,3 %, enquanto que os
de Tagg calcularam com erro de +6,2 %.
Resistencia
Para valores de C/r maior que 10, os métodos sao equivalentes.
c=20 c=40
6.1.2 - Solo náo uniforme
R carreta
A mediyao da resisténcia de aterramento em solo de duas camadas difere
¡ ..--. .... .... .. .. ..........- .....
da mediyao em solo uniforme devido as reflexoes dos eletrodos na segunda
camada.

\
Patamar quase plano
Dawalibi ({17J e [18]) estudou este caso para pequenos e grandes
eletrododos de aterramento, concluindo que a posiyao correta da haste de
potencial depende do tamanho do eletrodo, da profundidade da primeira camada,
da distancia da haste de corrente e do fator de reflexao.
Distancia
Estas dependéncias múltiplas dificultam um cálculo direto do valor de p,
de forma que sugerimos ao leitor interessado no assunto consultar as referéncias
indicadas.

<68> < 69>


JJarte J: J eorta e Calculos
Técnicas de Aterramentos Elétricos

A Fig. 6.3 mostra a varia9ao de P em fun9ao do fator de reflexao k e da


rela9ao h/D, profundidade da primeira camada I distancia do eletrodo de corrente,
para pequenos eletrodos de aterramento. Exceto no caso de malhas muito grandes, que necessitam de urna fonte
mais forte, o instrumento mais utilizado é o Terrómetro, que é um sistema
figura 6.3 - variac;:aode P para pequenos eletrodos integrado de fonte de energia e medidor da resistencia de terra.
p("/o)
90
0,95 figura 6.5 - circuito equivalente do terrometro
85 0,9
0,85
0,8
80 0,7 'L
0,6
75

70
0,5
0,4
0,3
0,2
~
0,1
k = 00
65

60
¡ -¿,I
-0,2
-0,3
-0,4
55 -0,5
-0,6
-0,7
50 -0,8
'k. -0,95 -0,9
45 -0,95
HID
0.0001 0.001 0.01 0.1 10 100 1000 10000

. 6.2 -instrumentos
figura 6.4 - terrometro
6.3 - necessidade da medi~ao

Conforme comentado anteriormente, o solo, normalmente, nao apresenta


condi90es ideais, como homogeneidade, umidade constante, etc.. Assim, por
melhor que tenha sido o projeto, convém realizar urna medi9ao de verifica9ao.

Posteriormente, é recomendado realizar medi90es periódicas para


acompanhar o desempenho da malha ao longo do tempo - vide a seguir.

6.4 - Periodicidade das medi~óes

Nao há urna exigencia única. A norma NBR-5419/1993, por exemplo,


especifica intervalos de 3 anos no caso geral e de 1 ano nas instala90es mais
críticas, entre cada medi9ao, enquanto outras normas especificam outros períodos,
o que, no entanto, nao impede que se fa9a medi90es em espa90s menores, para um
melhor controle. Os dados devem ser armazenados conforme a tabela 6.3 e
visualizados na forma de um gráfico combinado X-Y com barras verticais, como o
da fig. 6.6, com o valor da resistencia no eixo das ordenadas e o tempo no eixo das
< 70 > abcissas:
< 71>
,....-
Parte 1: Teorill e Cú/cu/O.f

1.991 1.992 1.993 1.994


veráo 5.3 5.5 6.8 8.4
inverno 7.8 7.2 7.8 9.0
tabela 6.3 - Exemplo de tabulaao de valores da resistencia de
aterramento

É interessante, como exposto acima, realizar medi~6es nas esta~6es de


chuva e de seca, altemadamente, o que toma também possível avaHar o
comportamento do terreno local a varia~ao de umidade, nao apenas para a
manuten~ao do aterramento efetuado, mas também para melhor projetar novos
aterramentos na mesma área. Como regra básica, nao se deve fazer medi~6es com
o terreno encharcado; recomenda-se esperar 15 dias (no mínimo uns 10) após a
última chuva.

figura 6.6 - Exemplo de gráfico de registro das medicroesda resistencia de aterramento

10 ----------

:¡¡¡¡::::

1) .... i t
ver Inv ver Inv vcr inv
92 93 94

oS
Caso o valor ultrapasse o especificado no projeto (neste caso, 10 1'2),
convém revisar o projeto da instala~ao.

< 72> 1
Parte 11: Projetos TéClliUlJ de AlerralllClllo,f Elélrico,\'

7 - Componentes e Materiais
"
Hastes

As hastes sao os elementos mais comuns em pequenos sistemas, sendo


também utilizadas como acessório nos aterramentos maiores; assim, sua
importancia em termos de execucraoe custos é bastante grande.

Embora um eletrodo vertical possa ser elaborado com qualquer metal que
nao sofra corrosao e que tenha resistencia mecanica suficiente para ser cravado no
solo, no Brasil utiliza-se quase que exclusivamente as hastes de acrocobreado,
com os tubos e barras de acrogalvanizado ocupando um distante segundo lugar.
Podem ser usadas também as barras de cobre macicroou de acroinoxidável, porém
estas duas nao tiveram aceitacraono Brasil.

o cobre tem urna dupla funcrao:no topo da haste, facilita urna ligacraonao
galvanica com o cabo de interligacrao;já no solo, atua como protecrao do acro
contra corrosao. A recomendacraomundial especifica urna espessura de camada de
cobre de, no mínimo, 254 11m;no entanto, também sao fabricadas hastes com 12
11mou menos. O mercado até cunhou os termos "alta camada" e "baixa camada",
respectivamente. Como, externamente, nao é fácil de distinguir urna da outra, as
de baixa camada proliferaram bastante. O problema é que, já na hora de cravar no
solo, um revestimento pequeno é facilmente arrancado por qualquer pedra que
esteja no caminho; mesmo que o solo fosse isento de pedras, a corrosao
incumbe-se de destruir a lamina de cobre depositado. Na hora da entrega da obra,
é feita a medicraoda resistencia de terra e tudo vai bem; um ou dois veroes depois,
a haste já se encontra bastante corroída e a resistencia sobe bastante. Embora a
haste de alta camada custe bem mais, em termos relativos, do que a de baixa
camada, a diferencrano custo absoluto total da instalacraoé bastante pequena, nao
havendo qualquer razao, mesmo económica, para utilizar material inferior, visto
que, depois de corroído, terá de ser substituído, com custos totais maiores que
numa primeira instalacrao bem feita. De qualquer forma, a nova norma
NBR-/357//33j obriga a utilizar o revestimento de 254 11m.

As hastes cobreadas sao fabricadas nos diametros comerciais de 112",5/8"


e 3/4", e em comprimentos de 2.4 e 3.0 metros. Para aterramentos mais profundos,
sao fabricadas hastes prolongáveis, com roscas na ponta e na parte superior;
crava-se urna haste de 3 metros, instala-se urna luva roscada e, nesta, urna nova
haste que, ao ser cravada, vai empurrar a primeira; esse procedimento é bem mais
prático do que tentar cravar urna haste contínua de 6 ou 9 metros!

< 73>
Parte 1/: ProjetoJ TécnicaJ de AterramentoJ ElétricoJ

Cabos A solda exotérmica é realizada através da fusao de urna mistura própria,


dentro de um cadinho ou molde de grafite, onde sao colocados também os dois ou
Os cabos sao geralmente utilizados para eletrodos horizontais, visto que, trés elementos a serem soldados.
para instalá-los verticalmente, seria necessário cavar um po<;oou conduzir o cabo
com um tubo ou barra que já seria, por si só, um eletrodo apropriado. No Brasil É necessário um certo cuidado com o molde, que costuma quebrar com
utiliza-se, quase que exclusivamente, cabos de cobre (nu, obviamente), ainda que facilidade se nao for corretamente utilizado. Deve-se também observar as faixas
o a<;o galvanizado seja um concorrente a altura em termos de rela<;ao de diametros dos elementos a soldar que determinado tamanho de molde cobre; a
custolbenefício. As fitas de cobre sao pouco utilizadas na prática, muito embora nao observancia dessa regra provoca vazamentos e/ou soldas fracaso
forne<;amurna baixa impedancia de terra e resisténcia semelhante a um cabo de
mesma se<;ao(pre<;o).Existe ainda urna parcela do mercado que utiliza o a<;o figura 7.1 - solda exotérmica
cobreado, num processo semelhante ao das hastes. Um problema comum em
certas regi6es do Brasil é o roubo de cabos de cobre nu instalados ao tempo e
mesmo os enterrados; nesses locais, torna-se necessário o uso de a<;ogalvanizado.

Quanto a se<;ao,a NBR-5419 (prote<;ao contra descargas atmosféricas)


especifica, para cabos de cobre, um mínimo de 50 mm2, enquanto a NBR-541O
pede um mínimo de 25 mm2. Alguns procedimentos de indústrias, no entanto,
pedem 95 mm2 ou até mais, nao por causa da corrosao, mas por resisténcia
mecanica, em locais sujeitos a obras futuras, prevendo que o cabo possa ser
atingido e rompido por urna enxada ou pá mecanica. lsso parece-nos um exagero
e, embora os cálculos de dimensionamento elétrico determinem dimens6es bem
menores, consideramos que 50mm2 é um bom valor inicial, podendo-se subir a
bitola para 70 mm2 em solos muito corrosivos e documentar corretamente a
instala<;aoda malha para ninguém cavar onde nao deve.

Conectores

Os conectores aparafusados ou por compressao, ou ainda os split-bolt,


cumprem razoavelmente a tarefa de prover a liga<;ao elétrica com pressao e
superfície suficientes, ao menos quando se encontram em local de fácil acesso
para verifica<;aodo contato.

Sob o solo, entretanto, facilmente se instala um processo corrosivo na


interface entre as pe<;as,visto que a umidade pode penetrar livremente e, como o
conector está enterrado, fica impraticável urna inspe<;ao periódica do mesmo.
Assim, as normas proíbem o uso de conectores enterrados, exigindo, nesses casos,
a utiliza<;aode solda exotérmica (veja abaixo).

. Solda Exotérmica

< 74> < 75>


Parte 11: Projetlls
Tél'llil'a,f de Aterramelltlls ElétriclI,f

Po~o de inspe~ao
Cap. 8 - Tratamentodo solo
Serve para tornar acessível (e localizável) um sistema de aterramento, seja
para medi~óes ou inspe~ao periódica. Se for um modelo hermético, pode ser
também utilizado para proteger urna liga~ao por conectar, evitando a corrosao Algumas aplica~óes exijem valores baixos de resistencia de aterramento,
deste. da ordem de alguns Ohms, mesmo com urna pequena área disponível para a
coloca~ao dos eletrodos. Se o solo apresenta resistividade elevada, os eletrodos
Atualmente sao fabricados modelos em plástico e concreto, embora, na convencionais nao permitem alcan~ar o valor da resistencia especificado, ou o
fazem a um custo muito elevado.
prática, também sejam utilizados po~os de inspec;ao improvisados com tubos de
PVC branco (tipo esgoto) de 150 ou 200 mm de diiimetro, o que é urna solU/¡:ao
rápida e barata, porém de baixa qualidade e durabilidade. Nestas condi~óes, urna solu~ao económica é o tratamento do solo, que
consiste na utilizac;ao de meios químicos para reduzir o valor da resistencia de
Po~o de aterra mento aterramento.

No caso de pequenas áreas e/ou alta resistividade do solo, pode-se o princípio de funcionamento consiste, essencialmente, na reduc;ao da
conseguir melhorar o aterramento (vide Parte 1) através de urna haste profunda, resistividade do solo na regiao ao redor do eletrodo de terra, através da adi~ao de
eventualmente com a adic;aode um tratamento do solo. um material adequado, e, como a resistividade do solo original é elevada, o
resultado final corresponde a um "aumento" virtual do diámetro do eIetrodo
As op~óes sao: original, reduzindo-se, consequentemente, o valor da resistencia de aterramento.
haste embutida em concreto
haste envolvida em po~o de gel ou bentonita Os critérios principais para projeto do tratamento sao: durabilidade,
corrosao e eficiencia.
haste tubular perfurada, com gel interno

Caso a resistividade da segunda camada seja superior 11.da primeira, o


· Durabilidade
poc;o "vira" urna valeta, ou seja, o eletrodo deve ser instalado na horizontal, porém
as op~óes e os materiais utilizados sao os mesmos. O tratamento nao pode ser feito com sais solúveis, tal como sal de
cozinha, pois a chuva, com o tempo, lavará o sal do solo, tornando o tratamento
inoperante.

Os materiais utilizados sao misturas tipo gel, com capacidade de reter a


água em seu interior sem permitir a retirada dos materiais salinos; exemplos destes
materiais sao os preparados vendidos especialmente para este fim no comércio, ou
materiais naturais como a bentonita, que é urna argila que, em contato com a água,
aumenta muito de volume (absorvendo a água) e cria urna estrutura tipo gel.

· Corrosao

O tratamento nao pode ser ser agressivo para os materiais dos eletrodos de
terra, pois isto provocará a destruic;ao dos eletrodos com o tempo; este fator deve
ser investigado cuidadosamente nos preparados comerciais. A bentonita nao corrói
os materiais normalmente empregados em aterramento.

< 76 >
· Eficiencia
< 77 >
Parte 11: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

figura 8.1
Se definirmos a rela~ao entre a resistencia do eletrodo depois do
tratamento em rela~ao ao valor inicial como medida da eficiencia, teremos que,
quanto menor esta rela~ao, melhor será a eficácia do tratamento. É importante que (a) (b)~
a medi~ao do valor da resistencia seja feita algumas semanas após o tratamento,
pois os métodos de prepara~ao sempre envolvem uso de água, de forma que
qualquer medi~ao feita logo após o tratamento apresentará valores artificialmente
menores que o valor em regime normal, devido a presen~a da água.
~
Para ilustra~ao, examinaremos o tratamento de urna haste de aterramento L
de 3 m de comprimento e 3/4 " (19 mm) de diametro, tratada com bentonita
formando um cilindro de k vezes o diametro da haste, por toda a extensao da
haste. Pe
Utilizaremos as fórmulas desenvolvidas para aplica~oes com concreto por
Fagan e Lee [37J, aplicáveis também a outros materiais.
L (D)
_.-------------
o conceito básico é que a resistencia de um eletrodo imerso em um
material com resistividade p¡, que por sua vez está inserido em outro meio com
resistividade pe , é equivalente a soma da resistencia do eletrodo no meio Pi mais a
A Tabela 8.1 mostra os valores obtidos para o tratamento de urna haste de
resistencia de um eletrodo com dimensoes do meio p¡ imerso no meio pe.. 5/8" e 3m de comprimento, usando bentonita, admitindo urna resistividade média
para a bentonita de 20 .Q.m, k é a rela~ao D/d, E é a eficiencia do tratamento em
Exemplificando para dois casos típicos de tratamento mostrados na Figura
porcentagem, definida em fun~ao da resistencia inicial Ri e da resistencia final Rf
8.1, a e b, teremos: como:
· Tratamento cilíndrico ao longo do comprimento da haste. E (%)= 100 1- ( %)

Sendo deL o diametro e comprimento da haste, D e p¡ o diametro e k


pe (Q.m) 5 10 20 40
resistividade do material do tratamento, e pe a resistividade do solo, teremos que a
resistencia da haste de acordo com a fórmula do ítem 1.2.5será: 100 20,4 29,1 37,9 46,7
500 24,4 35,0 45,5 56,0
1.000 25,0 35,7 46,4 57,2
p, 8L 8L 8L
Rh = 2nL[Ln (D )- ] p¡
1 + 2nL Ln d

[ ( )- 1]- 2nL[Ln (D )- 1]ou 2.000 25,2 36,1
Tabela 8.1
46,9 57,8

Rh = ¡~LLn( ~ ) + ¡~L[Ln( ~ ) - 1 ] [F 8.1] o gráficoda figura 8.2 permite visualizar melhor o comportamento da
eficiencia.

< 78 > < 79 >


1
Parte 11: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

figura 8.2

E(%) Usando a mesma abordagem para o caso do tratamento cilíndrico, a


60.0 resistencia do trecho da haste dentro do tratamento será:

50.0
/¡ Rh'1 = 2nro
p.
+ p¡
2nr. - p¡
2nro = 2nr.

+ I
(
2nro pe -
A resistencia do trecho da haste (L-ro) fora do tratamento será:
Pi
'\
J

40.0
/~~j Rhe = 2n(L-ro)
p. I Ln 8(L-ro) '\ -
I ( d J I l
A resistencia mútua entre o hemisfério e o trecho externo da haste,
~.o+~~
considerando urna densidade de corrente do hemisfério Jh = 2;r2 será:
20.0
f~"
x -x- 100
pe ---ó- 500
-+-2000
Rm = 2n(~~ro)Ln( ;;, J
I
10.0
A resistencia final da haste com o tratamento hemisférico será, entao:
Rhe.Rhi-Rm2
0.0 I I I i k Rhif - Rhe+Rhi-2Rm [F 8.2]
5 10 20 40
A tabela 8.2 mostra a eficiencia do tratamento para vários valores de
resistividade do solo e diámetros do hemisfério:
· Tratamento com um hemisfério ao redor da cabe~a da haste

Devido as diferentes geometrias envolvidas, consideraremos a parte da D (cm)


haste no interior da coroa como um hemisfério equivalente, permitindo o cálculo pe (n.m) 13 25 50
da resistencia do trecho da haste dentro do tratamento. 100 1,20 5,52 15,82
500 2,73 10,36 26,89
Deveremos considerar, adicionalmente, a resistencia mútua entre o 1000 2,99 11,23 28,82
hemisfério com o tratamento e o trecho da haste fora do tratamento. 2000 3,13 11,70 29,86
Tabela 8.2
A resistencia de um hemisfério de raio r na superfície de um solo de
resistividade r é dada por: o gráfico da figura 8.3 permite visualizar melhor o comportamento da
eficiencia.
fI
R = 2nr
o raio do hemisfério equivalente ao trecho de haste de comprimento ro
será:

ro

re = Lnrx~o J-l
< 80> < 81>
Parte 11: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

E(%)
entanto, O cálculo da melhora obtida nao é tao simples, e as indica<;:oes dos
40.00 fabricantes de aditivos sao desenvolvidas na base de tentativa e erro.

35.00
. Folclore e realidade do tratamento do solo

30.00 -x- 100 Como visto acima e experimentado na prática, o tratamento do solo só
pe -+-500 "funciona", ou seja, somente produz resultados satisfatórios, quando o terreno é
25.00 -O- 2000
bastante mimoNao adianta tratar um terreno de baixa resistividade.

20.00 Nao existem milagres. É comum conseguir melhorias da ordem de 5 a


40% - por exemplo, a resistencia era de 80 Q e reduziu para 50 Q - e esse limite
15.00 pode ser explicado: como a condu<;:aode corrente pela terra dá-se por ioniza<;:ao,
nao adianta esperar que urna regiao bem tratada de alguns metros de diametro e
10.00 pouca profundidade seja equivalente a um solo naturalmente bom, com centenas
de metros cúbicos facilmente ionizáveis em torno do eletrodo. Nao é razoável
esperar que, consideradas exatamente as mesmas condi<;:oes,urna haste tratada de
5.00~~X
x um determinado fabricante equivalha a 10 ou 20 hastes de mesmas dimensoes de
0.00 D(c:m) um outro fabricante.
13 25 50

Existem, sim, varia<;:oes


entre tratamentosde fabricantesdiferentes,mas
estas se devem muito mais a durabilidadee corrosao do que a eficiencia do
tratamento.
Comparandos os valores das tabelas 8.1 e 8.2, podemos constatar que a
eficiencia do tratamento cilíndrico é melhor. Se considerarmos aspectos práticos Reiteramos ainda a necessidade de medi<;:aoda resistencia da malha
de campo, o tratamento tipo hemisfério é o mais utilizado devido a facilidade de tratada ser efetuada com o solo SECO! Para isso, espera-se, comumente, de 10 a
escava<;:ao. 15 dias sem chuva, dependendo da natureza do solo (solos arenosos secam mais
rápido).
Ressaltamos que os valores de eficiencia obtidos em campo serao
melhores que as estimativas apresentadas, pois no solo real há infiltra<;:aodo
tratamento aumentando o diametro e o comprimento efetivo dos eletrodos.

· valetas para cabos horizontais e coroa circular ao redor da haste

Sao outros tratamentos possíveis; para um cabo horizontal, utiliza-se


cavar urna valeta mais larga do que a que seria executada normalmente na
instala<;:aodo cabo, e adiciona-se a bentonita ou gel no espa<;:oliberado,
tomando-se o cuidado de instalar o cabo sobre uns cal<;:os,deixando-o portanto
acima do fundo da valeta e totalmente imerso no solo "bom".

A coroa circular ao redor da haste é um método bastante utilizado e


corresponde aproximadamente ao caso do hemisfério analisado anteriormente; no

<82 > < 83>


--
Parte /1: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

9 - Concreto:eletrodos embutidos e uso da Ainda para o caso da funda9ao com sapatas, é recomendável e, em alguns
armadurade reforgocomo eletrodo de casos obrigatório, realizar urna interliga9ao das mesmas, seja através de urna viga
aterramento tipo baldrame nao estrutural, um cabo enterrado ou mesmo através da ferragem de
urna laje próxima.

9.3 - capacidade segura de condu~áo de corrente elétrica


o concreto, sendo alcalino e higroscópico,quando enterrado, tende a
absorver umidade e apresentar urna resistividade bem baixa, na faixa de 30 a 100
/ Ao conduzir urna carga impulsiva, como um raio, a ferragem do concreto
n.m, melhor do que a maioria dos terrenos normalmente encontrados.
pouco se aquece Leite[27J. Isto deve-se ao pequeno tempo de aplica9ao da carga
9.1 - eletrodos embutidos .em concreto que, embora de até dezenas de kA, fornece pouca energia ao eletrodo, pois
dissipa-se rapidamente.
Logo, se embutirmos um eletrodo de terra em concreto, é de se esperar
Problemas podem ocorrer, no entanto, quando o aterramento destina-se a
urna melhoria do seu desempenho, sendo o equivalente a um "tratamento" do solo
um sistema elétrico, onde a corrente permanece até que o mecanismo de prote9ao
em volta desse eletrodo, ou seja, todo o volume de concreto em torno do eletrodo
consiga atuar. Foram realizadas medi90es por Fagan e Lee [37J (também IEEE
contribui para a melhoria da resistencia - veja capítulo 8.
142 [26]) e concluiu-seque, dependendoda bitola do ferro da armadurae do
9.2 - uso da armadura do concreto como eletrodo de terra número de ciclos até a atua9ao da prote9ao, podemos ter as seguintes correntes
sendo aplicadas com seguran9a na ferragem:
Dadas as observa90es acima, o passo seguinte foi utilizar a própria
diametro da corrente admissível em
ferragem da funda9ao do edifício como eletrodo de aterramento. Pode-se citar barra em Ampéres por metro linear
algumas vantagens, tais como: polegadas 5 ciclos 1 segundo
. é grátis (já está lá, por motivos estruturais) 1/2 367 105
. nao é aparente 5/8 443 128
. é estável e nao requermanuten9ao(exceto,talvez, na conexaoexterna, 3/4 515 151
se nao forem tomados os cuidados básicos)
1 656 190
1 3/8 885 256
Existem alguns tipos básicos de funda90es: utilizando urna viga horizontal
(viga baldrame) ou com urna sapata sob cada coluna; dependendo do solo, a tabela 9.1 - capacidade de condu9ao de corrente
sapata pode ser apenas um bloco ou um bloco sobre um tubulao ou urna estaca; de das barras de refor90
qualquer forma, se a ferragem estiver interligada, ou seja, se a amarra9ao ou do concreto ("rebars") ([26, 37])
soldagem dos ferros garantir a continuidade elétrica ao longo da mesma, o
aterramentopodesercalculado,supondo-se: Nao é recomendada a utiliza9ao da ferragem no caso de dissipa9ao de
correntes contínuas, devido a corrosao que pode ser iniciada - é como urna
. para urna viga baldrame, como se fosse um eletrodo (cabo) horizontal prote9ao catódica agindo ao contrário!
. para urna sapata, tubulao ou estaca, como um eletrodo vertical (haste)

Deve-se desprezar a redundancia de eletrodos: por exemplo, se urna


sapata tiver quatro ferros de 3/4", podemos considerar como tendo apenas um,
visto que a proximidade entre os mesmos anula o efeito da quantidade, poís os
hemisférios de atua9ao serao praticamente um só.
< 84 > < 85>
""'r"

Parte Il: Projetos Técnicas de Aterramenlo,f Elétrico.f

resistividade do solo
10 - Considera90es construtivas
Quando ternos urna segunda camada com resistividade mais baixa
. introdu~ao - caso típico quando da existencia de um len~ol freático, a vantagem está na
utiliza~ao de hastes mais profundas; ao contrário, quando ternos urna camada de
A seguir, iremos verificar as variáveis mais comuns num projeto solo bom sobre rocha, será preferencial utilizar urna malha horizontal.
de aterramento. Note-se que todos os itens sao interdependentes, de modo que, ao
avaliar um deles, devemos necessariamente manter os demais constantes. A o caso mais crítico aqui é o de antenas de telecomunica~ao ou
decisao final para um projeto particular será feita com base no balanceamento torres de linhas de transmissao instaladas no alto de montanhas rochosas, as vezes
dessa variáveis, sendo impossível definir urna fórmula geral. engastadas mesmo na rocha. Nao é possível cravar hastes, e descer com um cabo
I pela encosta do morro aumenta consideravelmente a impedancia do sistema.
dimensoes do terreno Nesses casos, o melhor a fazer é proceder a urna equaliza~ao fina de todo o
sistema e cavar valas horizontais para instalar eletrodos horizontais de baixa
É comum depararmo-nos com problemas razoáveis em rela~ao a impedancia, preenchendo depois essas valas com concreto.
disponibilidade de terreno para efetuar um aterramento satisfatório. Um prédio
comercial sem recuos e sem subsolo, com funda~ao pouco profunda em solo Quando ternos um solo "cravável", porém de péssima (elevada)
arenoso pode parecer um caso crítico, mas nao é difícil encontrar essa situa~ao em resistividade, vimos frequentemente um erro clássico: cravar dezenas de hastes na
cidades litoraneas. Mesmo num local com bom terreno, podemos ter a adi~ao - tentativa de baixar a resistencia, o que, além de nao ocorrer - vide teoria - acaba
nao prevista na constru~ao - de urna emissora de rádio com antena e transmissores também aumentando a impedancia. A melhor saída é, ainda, o tratamento do sol9,
com gel ou mesmo concreto.
sobre um prédio comercial ou mesmo residencial, ou ainda um novo CPD, etc.
custo e prazo da obra
Urna primeira solu~ao, para prédios preferencialmente em fase de
projeto ou início de constru~ao, é a utiliza~ao da ferragem da armadura do
concreto, conforme discutido no capítulo 9, e com conectores apropriados, o menor custo é, obviamente, conseguido quando se utiliza os
procedimento também possível em prédios prontos, desde que se possa medir e/ou componentes naturais da estrutura - ferragens das armaduras, tubula~ao
garantir a continuidade da armadura. Quando existe urna laje no piso mais baixo - subterranea de incendio, etc. A seguir, ternos as hastes verticais, embora a
térreo ou subsolo - basta interligar a ferragem da mesma e teremos a melhor malha vantagem destas sobre as malhas horizontais nao seja muito grande, exceto em
horizontal possível. caso de segunda camada de menor resistividade, quando consideramos o custo'
extra dos po~os de inspe~ao, quando a conexao é feita também com solda
Quanto a eletrodos verticais, além dos naturais porventura exotérmica (sempre preferível aos conectores) e quando se utilizam hastes com a
existentes nas funda~6es, ternos ainda a possibilidade de haver um estaqueamento espessura mínima de cobre recomendada, que é de 254 mm, chamadas
com perfis de a~o que podem ser acessados e interligados (tomar cuidado apenas convencionalmente de "alta camada" - vide capítulo 7.
com a forma~ao de pilhas galvanicas nas conex6es). Finalmente, restam as hastes,
que podem contribuir bastante caso tenhamos urna segunda camada de Costuma-se, também, subestimar o custo do próprio cabo que interliga as
resistividade mais baixa. Estas podem ser instaladas preferencialmente espa~adas hastes, bem com da escava~ao da valeta para instalar o mesmo. Sugerimos,
urnas das outras, conforme visto nas teoria mas, num caso crítico de espa~o, é portanto, efetuar sempre urna compara~ao dos custos, além, claro, da utiliza~ao
possível ter um número mínimo de hastes se as mesmas forem profundas (6 m ou maci~a dos eletrodos naturais da funda~ao.
mais) e instaladas num po~o de solo tratado com gel ou bentonita ou ainda
concreto. Analogamente, os pontos aqui ressaltados para o custo atingem também o
prazo de instala~ao da obra - vide também o item "facilidade de escava~ao e
crava~ao", mais a frente.

< 86 > <87>


Parte ll: ProjetoJ Técnicas de AterramentOJ ElétricoJ

Custo e prazo podem e devem ser bem calculados, seja com urna planilha Através do histórico de medi~oes da resistencia de aterramento (vide
de cálculos (tipo Excel ou Lotus), ou com o software TecAt-IV. capítulo 6), podemos ter urna boa idéia sobre o estado atual das hastes - se a
resistencia come~ar a aumentar muito nas mesmas condi~oes de umidade do solo,
manuten~áo e expansáo é possível que as hastes estejam corroídas e necessitando substitui~ao.
Um sistema de aterramento bem dimensionado deve atender as
necessidades por muitos anos sem necessitar de manuten~ao ou expansao além corrosáo: conectores parafusados x solda exotérmica
dos cuidados normais. No entanto, é comum mudarem as necessidades do sistema,
com amplia~ao da carga instalada ou novos equipamentos mais exigentes. Conexoes enterradas devem, obrigatoriamente, ser realizadas com solda,
visto que nao se pode prever ou verificar a durabilidade de um conector
É relativamente mais fácil encontrar-se urna haste do que um cabo parafusado sob aterra.
horizontal, visto que, normalmente, existe um po~o de inspe~ao instalado
justamente para essa finalidade, enquanto os cabos sao comumente mal Urna solu~ao também utilizada é a instala~ao de conectores dentro de
sinalizados. Se a necessidade é de baixar um pouco a resistencia, podemos, numa caixas de inspe~ao, vedadas e bem sinalizadas, para possibilitar inspe~ao e
malha horizontal, instalar urnas hastes na periferia e, analogamente, numa verifica~ao, bem como efetuar medi~oes de resistencia de terra com o eletrodo
forma~ao de hastes, instalar alguns cabos horizontais em posi~ao radial, desconectado do restante do sistema.
expandindo a área do sistema. Entretanto, se um limite prático já houver sido
alcan~ado devido as outras variáveis do sistema (área do terreno, etc.), resta o facilidade de escava~áo e crava~áo
tratamento do solo ou de parte dele, digamos, alguns po~os tratados contendo
hastes profundas, espalhados pela periferia da malha. Dependendo do local da instala~ao, é possível que haja urna pequena
camada de terra - 1 a 1.5 metros - sobre rocha; neste caso, nao somente é
corrosáo do a~o e cobre dentro do concreto
impossível cravar urna haste, como seria também inútil, visto que a rocha pode ter
urna resistividade até 30 vezes maior que a terra e se aproximar muito dela só vai
Em condi~oes normais, o a~o nao enferruja quando embutido no concreto. piorar o desempenho do sistema. O melhor é utilizar contrapesos (para malhas
Dessa forma, nao é necessária a utiliza~ao de galvaniza~ao ou de verifica~oes menores, tipo torre) ou malha retangular horizontal, sem adi~ao de hastes. Se o
periódicas especiais. solo rochoso estiver já na superfície, deve ser elaborado um estudo mais
aprofundado, mas o mais provável é que seja mais barato e eficiente cavar valetas
Dentro do concreto, o cobre possui urna eletronegatividade bastante para eletrodos horizontais, devidamente preenchidas com material de melhor
semelhante a do a~o, o que elimina, na prática, a ocorrencia de corrosao por pilha resistividade.
galvanica.
Quanto aos cabos instalados em valetas horizontais, o problema mais
comum refere-se a mao-de-obra necessária para escavar nao somente a terra, mas,
corrosáo de haste de a~o revestida com cobre
principalmente, algum cal~amento existente, como urna laje de concreto ou urna
rua asfaltada. O custo e o prazo de execu~ao devem ser balanceados com a
Novamente, deve ser avaliado o processo de fabrica~ao da pe~a. Embora o performance desejada para o sistema; em alguns casos, urna boa saída é cravar
comportamento elétrico da haste nova seja semelhante (para a espessura de hastes espa~adas e interligá-las por um cabo nao enterrado, ou seja, o cabo faz
revestimento recomendada, de 254 flm), a haste revestida com cobre por processo somente a liga~ao elétrica entre as hastes, nao contribuindo efetivamente para o
eletrolítico tem melhor resistencia a corrosao que a haste de a~o encapado com aterramento.
cobre. No Brasil, somente se fabricam hastes revestidas pelo processo eletrolítico
- vide NBR-13571 [33].

< 88> < R9>


TécnicaJ de Aterramentos ElétricoJ
Parte 11: ProjetoJ

Mais importante até que a resistencia, é urna perfeita equipotencializa~ao


11 - Valorda resistencia de aterramento de todos os aterramentos do local, para evitar diferen~as de potencial. Todos os
sistemas de aterramento devem estar interligados. Caso apare~am roídos
necessária para cada caso indesejados no sistema do computador, a conexao com os outros sistemas deve ser
realizada através de um acoplador específico, como o fabricado pela Joslyn
11.1 - instala~óes elétricas de baixa tensáo (USA).

Segundo a NBR-541O / 1990 (antiga NB-3), deve-se conseguir urna Em vista disso, sugerimos um valor básico de 5 a IOn, devidarnente
resistencia de terra da ordem de IOn, visto que o sistema de aterrarnento é o ponderado frente as outras variáveis observadas acima.
mesmo do pára-raios (vide mais abaixo).
11.3- telecomunica~óes
A exigencia pode ser de valores ainda mais baixos, em fun~ao do tipo de
topologia empregada - TI, TN, IT, etc. Veja, no capítulo 2, urna discussao As recomenda~oes do itern referente aos computadores aplicarn-se
detalhada a respeito. igualmente as instala~oes de telecomunica~oes, porém duas observa~oes
adicionais devern ser feitas.
11.2 - computadores
A primeira é de que, embora nao exista urna norma oficial, há urna
Embora nao existam normas a respeito, ou talvez até por isso, há muita tradi~ao prática, inclusive por parte da Telebrás e das estatais subsidiárias, de
confusao quanto a um valor para a resistencia de terra de computadores e outros exigir 5 n de resistencia de aterramento. Embora o valor em si nao seja nenhum
sistemas semelhantes, como PLC (Programmable Logic Controller), SDCD absurdo, já encontramos verdadeiros absurdos na tentativa de alcan~á-lo, como
(Sistema Digital de Controle Distribuido), etc. Alguns fabricantes, menos malhas com centenas de metros de cabo e mais de 100 hastes, tudo concentrado
esclarecidos, chegam a "paranóia" de exigir 1 ou 2 n, negando-se mesmo a manter numa área relativamente pequena, corn valor final da ordem de decepcionantes 15
a garantia do produto caso nao se chegue a esse valor, embora muitos já tenham n... Como visto antes, nao adianta concentrar muitos eletrodos numa pequena
abandonado a prática absurda de exigir aterramentos "isolados". área, além de ser prejudicial - é melhor 20 n com baixa impedanciado que 15
com alta impedancia (e alto custo!).
o que ocorre muito, além da ignorancia, é a má fé de alguns fabricantes
ou representantes de condicionar a garantia a um valor impraticável (e Atualmente, a Telebrás já revisou o valor exigido para um nível coerente,
desnecessário) de resistencia de aterramento; supondo que aterramentos sejam mas muitas empresas e projetistas ainda nao se informaram a respeito e continuam
urna ciencia oculta, esperam que o cliente nao questione essa exigencia e assim utilizando as velhas práticas.
tomam a garantia praticamente inexistente.
A segunda observa~ao refere-se a um aspecto mais da natureza que da
Geralmente, um computador está ligado a um sistema elétrico; logo, como vontade humana: geralmente, procura-se, por motivos óbvios, um local alto para a
visto no item anterior, já deve ter sido conseguido um valor da ordem de IOn, o instala~ao de urna torre; infelizmente, muitos desses lugares altos localizarn-se
que deve ser satisfatório na maioria dos casos. sobre rochas, as vezes com urna pequena camada superficial de terra. É
impraticável cravar hastes nesses locais e, como visto no caso de camada inferior
o perigo da PaBaRAt (Paranóia da Baixa Resistencia de Aterramento) é com resistividade maior, prejudica mais do que ajuda. Outra "solu~ao" nao
de, além do alto custo, se chegar num sistema de aterramento o qual, de tantos recomendada, embora encontrada com certa frequencia, é de estender um cabo
eletrodos utilizados, acabe-se obtendo urna alta impedancia de aterramento, a qual morro abaixo até encontrar um terreno "bom" para o aterramento. Nao há urna
pode ser muito mais prejudicial para os EES (Equipamentos Eletrónicos solu~ao mágica ou única, mas a melhor recomenda~ao é de otirnizar a
Sensíveis) que urna resistencia um pouco maior - vide Emerald Book [28J e equipotencializa~ao do local, com malha de eletrodos horizontais de baixa
Leite[29 J. indutancia (fita de cobre, por exemplo), se possível instalados em valetas
preenchidas com concreto.
<90,:> < 91>

-
Técnica.v de Aterramelllo.v Elétrico.v
Parte 11: Proje/o.f

11.4 - média e alta tensao


12 - Desenhos e fichasde especifica<;ao
de
materiais
Segundo os manuais da Eletropaulo [24J, deve-se conseguir urna
resistencia de terra da ordem de 2 Q para cabines primárias de 13,8 / 23 kV. A seguir, apresentamos desenhos esquemáticos dos conjuntos e pe<¡:as
Quando isso nao for possível, o que é frequente, deve-se procurar a concessionária mais comuns em projetos de aterramentos elétricos, juntamente com sugestoes de
para examinar o caso; o valor real vai depender da localiza<¡:aoda malha em especifica<¡:aopara compra.
rela<¡:aoa subesta<¡:aogeradora da concessionária e da arquitetura da linha ate a
instala<¡:ao. Todos os desenhos estao contidos no disquete em formato .PCX
(reconhecido por qualquer software de desenho/pintura ou por bons processadores
Já para torres de transmissao e distribui<¡:ao,a resistencia deve ser baixa o de texto), e sao instalados pelo programa INSTAL no disco rígido, no diretório
suficiente para evitar o back flashover - vide Chisholm [19J, que é urna descarga \TECA1\PECAS; da mesma forma, as fichas de especifica<¡:aoencontram-se no
de retorno da torre para a fase, quando o potencial se eleva muito por causa da mesmo diretório, no formato .WRI (do Windows Write). Para maiores detalhes
dificuldade de escoamento da corrente pelo solo devido a alta resistencia. sobre a instala<¡:ao,consulte o capítulo 15.
raios e outras cargas impulsivas índice dos desenhos:

Segundo a NBR-5419 / 1993, deve-se obter urna resistencia de Pe~as:


aterramento de 10 Q. Nao se quer dizer, com isso, que um sistema com 15 Q vai TecAt - P - 01 haste de a<¡:ocobreado ou tubo de a<¡:ogalvanizado
causar um acidente de grandes propor<¡:oes,mas que 10 Q é um bom valor, nao TecAt - P - 02 cabo de cobre nu ou de a<¡:ogalvanizado
muito difícil de ser atingido num solo comum se forem observadas outras TecAt - P - 03 terminal para cabo (pressao e aparafusado)
exigencias da norma, como o aterramento através de um anel de cabo nu, TecAt - P - 04 conector U
enterrado em tomo do edifício. TecAt - P - 05 barra chata de cobre, a<¡:oe a<¡:ogalvanizado
TecAt - P - 06 barra circular de cobre, a<¡:oe a<¡:ogalvanizado
TecAt - P - 07 caixa de inspe<¡:ao
TecAt - P - 08 po<¡:ode inspe<¡:ao
TecAt - P - 09 haste prolongável e luva roscada
TecAt - P - 10 conector para haste
TecAt - P - 11 conector split-bolt
TecAt - P - 12 solda exotérmica (em T, topo e X)
TecAt - P - 13 tratamento do solo: valeta
TecAt - P - 14 tratamento do solo: po<¡:ode aterramento

Conjuntos:
TecAt - C - 01 emenda de armadura do concreto
TecAt - C - 02 haste com conector
TecAt - C - 03 haste com solda exotérmica
TecAt - C - 04 anel retangular com ou sem hastes
TecAt - C - 05 malha retangular
TecAt - C - 06 cabos radiais

< Q2 >
< 93>
Parte II: Projetos
Técnicas de Aterramentos Elétricos

Fichas de materiais e conjuntos: tigura 12.1 - Hast, r- --


haste de a~o cobreado ou tubo de a~o galvanizado
cabo de cobre nu ou de a~o galvanizado
terminal para cabo (pressao e aparafusado)
conector U
barra chata de cobre, a~o e a~o galvanizado
barra circular de cobre, a~o e a~o galvanizado
caixa de inspe~ao Corte A - A:
po~o de inspe~ao
haste pralongável e luva rascada
conector para haste
conector split-bolt a) zincada ou cobreada:
solda exotérmica (em T, topo e X)
tratamento do solo: valeta 250 ,/lID

tratamento do solo: po~o de aterramento

r::;f
emenda de armadura do concreto At- -tA
haste com conector
L
haste com solda exotérmica
anel retangular com ou sem hastes
malha retangular
cabos radiais

A qualidade de um desenho "rasterizado" tipo .PCX, distribuido com este


livro, é suficiente para um croquis do memorial de cálculo (vide a seguir); no b)tubo zincado:
entanto, se for exigido um prajeto executivo, recomendamos utilizar o formato
vetorizado (p/ CAD ou software de ilustra~ao), os quais podem ser escalados
(aumentados ou diminuídos) sem perda da qualidade. Os desenhos .PCX foram
realizados na dimensao aproximada impressa no livro. O disquete anexo inclui os
desenhos .PCX; se houverem atualiza~6es, voce poderá fazer o "download" da
"1

n
O
área de suporte da OMOL - vide Apendice A; se, por outro lado, voce fizer alguns
desenhos que queira disponibilizar para os outros leitores, poderá igualmente fazer
o "upload" dos mesmos para a OMOL.

TecAt- p- 01 Haste de aterramento


< 94 >
I s, esc.
< 95>
Técnicas de Aterramentos Elétrico.f
Parte 11: Projetos

fimra 12.2 - Cabo nu fieura 12.3 - Terminal para conexao de cabos

aJ aparafusado

=rd

~
df

b) por compressao

=rd

-++-
df

w
TecAt- p- 02 Cabo nú s I esc. TecAt- p- 03 Terminal para cabo s I esc.
< 96> < 97>
Técnicas de AterramentO.f Elétricos
Parte 1/: Projetos

figura 12.4 - Conector em "U" figura 12.5 - barra chata

a) simples

L
§
d

b) duplo

e "/ ( /A

kJ
§
d

TecAt - P - 04 Conector em "U" TecAt - P - 05 s I esc.


s I esc.
I Barra Chata I

< 98 > <99>


Parte ll: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

fleura 12.6 - barra redonda tie;ura 12,'/- calxaae mspecao

0
t'
'0 $

0 0)
'-
0

o
lJ
TecAt- p- 06 Barra redonda s I ese. TecAt- p- 07 Caixa de inspe-;8o I s I ese.
< 100> < 101>
Técnicas de Aterramentos Elétricos
Parte 11: Projetos

fil!ura ável
figura

h
rr-

L rn
I
luva roscada

haste roscada

TecAt- p- 09 Haste prolongávcl s I ese.


TecAt- p- 00 PO':rode inspe':rao s I ese.
< /03 >
< /02 >
Técnicas de Aterramentos Elétricos
Parte 11: Projetos

fil!ura 12.10 - conector oara haste fil!ura 12.11 - conector solit-bolt

TecAt- P- 11 s I esc.
TecAt- p- 10 Conectar puru huste s I esc. Conector Split - Bolt
< 105>
</04>
Parte 11: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

figura 12.12 - solda exotérmica fil!Ura 12.13 - tratamento do solo Dara cabos

a) em X

~
b) em T

vista por A:
material de enchimento

he hv
e) topo

~.:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
.........................................

.........................................
..........................................
.........................................
..........................................
::::::::::::::::::::::::::::::::::::'.
...................................................................................
..........................................
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

::::::::::::::::::::::::::::::;::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
.........................................
........................................
.........................................
'.:.:.:.:.:.:.:.:.;.;.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.;.;....
w
TecAt - P - 12 Solda exotérmica s I esc. TecAt - P - 13 Valeta pl eletrodo horizontal s I esc.
<106> < 107>
Parte 11: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

fil!ura 12.14 - tratamento do solo vara hastes fil!ura ara continuidade elétrica

material de preenchimento

Al soldada BI Amarrada C) el Conectores

O"

>20
¡¡¡¡¡¡ cm cm cm

... ili!!!

TecAt- p- 101 TecAt- e - 01 Amarra~iío da ferragem s / esc.


PO!;Op/ eletrodo vertical s / esc.
< 108> < 109 >
Técnicas de AterramellloS t:tétricos
Parte 1/: Projelos

filrora 12.16 - coniunto de haste vertical figura 12.17 - coniunto para haste, com solda

po~ de
po~ de Inspe!;ao cabo de Iig8~¡O
Inspe!;ao cabo de Iig8~¡O

solda
conector exotérmlcu

haste de
/ haste de
/
aterra mento
aterra mento

TecAt- e - 03 Haste. solda e PO!;Ode Inspe-;Io s I esc.


TecAt- e- 02 Haste. conector e pO!;Ode inspe!;iio s I esc.
< 110 > <111>
Parte 11: Projeto.r Técnicas de Aterramentos Elétricos

flmra 12.18 - anel retangular com ou sem hastes verticias


fil!ura 12.19 - malha retan guiar horizontal

soldo
exolérmlc8 cobo nú

\
I
/
I
I

I
I
I
I
I
L
I

- -- - -
--+-----
I
I
I
haste .. solda I
. I
I

cabo nú YmItip. I

Xm
tip. b

TecAt- e - 04 Anel retangular com ou sem hastes s I esc.


TecAt- e - 05 Malha de cabos horlzontals s I esc.
< 112 >
1 < 113>
Parte 11: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

fil!1lra 12.20 - cabos em formacao radial (contrapesos) figura 12.21 - ficha de especifica~ao para haste vertical
. Ficha de Especifica~ao: Haste de aterramento

código I desenho:
ecAt-P-Ol

op~óes:
) a.l) cobreada, espessura de camada 254 '..1m
) a.2) zincada
) b) tubo zincado

dimensóes:
) a) d =_ ; h=
) b) de = ; di = ; h=

fabricantes:
cabo nú

/
,
, 12.22 - ficha de especifica~ao para cabo nu
,
, Ficha de Especifica~ao: cabo nu
" código I desenho:
---- ecAt - P - 02

I( L )1
. op~óes:
.=dimensóes:
mm
e¡;ao= mm2

. fabricantes:

TecAt- e - 06 Cabos radlals (contrapesos) s I esc.


Parte 1I: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

fi~ura 12.23 - ficha: terminal para cabo fi~ura 12.25 - ficha: barra chata
Ficha de Especifica\=ao: terminal para cabo Ficha de Especifica\=ao: barra chata

código I desenho: código I desenho:


lrecAt - P - 03 ~ecAt - P - 05

op~óes: . op~óes:
2 a) aparafusado
.

~aterial:
) b) por cornpressao ~cabarnento:
dimensóes: . dimensóes:
cabo = rnrn = rnrn
e~ao cabo = rnrn2 = rnrn
~f = rnrn;n° de fiIroS= [= m

. fabricantes: . fabricantes:

fipura 12.24 - ficha: conector em "U" 12.26 - ficha: barra redonda


Ficha de Especifica\=ao: conector em U Ficha de Especifica\=ao:barra redonda

código I desenho: código I desenho:


lrecAt - P - 04 ecAt - P - 06

op~óes : . aterial:
op~óes:
) a)
r-- ) b) cabarnento:

. dimensóes:
~ =dimensó;~ = rnrn
~= rnrn = m

. fabricantes: . fabricantes:

< 116 > < 117>


Parte ll: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

12.27 - ficha: caixa de inspe~iio 12.29 - ficha: haste prolongável


Ficha de Especifica~ao: caixa de inspe~ao Ficha de Especifica~ao: Hasteprolongável
código I desenho: código I desenho:
ecAt - P - 07 ecAt - P - 09

op~oes: op~oes:
) metálica ) roscada
)PVC ) soldada
dimensoes: dimensoes:
= mm = mm; L = m
= mm
= ° de bastespor ponto: ; n° de luvas:
mm x n° de bastes= comprimentototal= m
. fabricantes: . fabricantes:

12.28 - ficha: po~o de inspe~iio figura 12.30 - ficha: conector para haste
Ficha de Especifica~ao: po~ode inspe~ao , Ficha de Especifica~ao: conectorpara baste
código I desenho: código I desenho:
ecAt - P - 08 !fecAt - P - 10
op~oes: op~oes:
) ferro ) bronze
) plástico ) latao
) concreto ) a~o
) rosca métrica
dimensoes:
) rosca
= mm
= mm dimensoes:
. fabricantes: ~rosc.
= mm
. fabricantes:

< /18 > < /19 >


Técnicas de Aterramentos Elétricos
Parte II: Projetos

12.3] - ficha: split-bolt figura 12.33 - ficha: tratamento do solo horizontal

Ficha de Especifica~ao: split-bolt Ficha de Especifica~ao: tratamentohorizontal

código I desenho: código I desenho:


ecAt - P - 11 ecAt - P - 13

op~oes:
op~oes:
) rosca métrica ) bentonita
) rosca ) gel
)
dimensoes:
= dimensoes:
mm
- mm
= m
rosca
= m
. fabricantes: = m

. fabricantes:

12.34 - ficha: tratamento do solo vertical


12.32 - ficha: solda exotérmica
Ficha de Especifica~ao: solda exotérmica Ficha de Especifica~ao: tratamento vertical

código I desenho: código I desenho:


ecAt - P - 12
ecAt - P - 14

op~oes: op~oes:
)emX ) bentonita
)emT ) gel
) topo )

dimensoes: dimensoes:
mm
= m
= m
. fabricantes: . fabricantes:

'" 1?() '>


< 121 >
Técnicas de Aterramentos Elétr;cos
Parte 1/: Projetos

fipura 12.35 ficha: amarrac,;aoda ferragem fipura 12.36 ficha: conjunto para haste com solda
Ficha de Especificac;ao: amarra~ao da ferragem Ficha de Especificac;ao: haste com solda

código I desenho: código I desenho:


~ecAt - e - 01 ~ecAt - e - 03

op~óes : op~óes:
) soldada
) amarrada ~ ~ porrode insperrao:
) conectores ~ )

dimensóes: dimensóes:
~obreposirrao = mm

. fabricantes: . fabricantes:

figura 12.35 ficha: conjunto para haste com conectar fipura 12.37 ficha: anel retangular
I Ficha de Especificac;ao: haste com conector Ficha de Especificac;ao: anel retan guiar

código I desenho: código I desenho:


~ecAt - e - 02 ~ecAt - e - 04

op~óes : op~óes:
It- ) porro de insperrao: ) hastes de m
) número de hastes:
)

dimensóes: . dimensóes:
l= m
b= m

. fabricantes: . fabricantes:

< 122> < 123 >


Parle 1/: Projelos Técnicas de Alerramenlos Elélricos

12.38 ficha: malha de cabos horizontal

Ficha de Especificac;ao: malha de cabos


13 - Documenta9ao do projeto
código I desenho:
ecAt - C - 05 Urna documenta9ao completa deve incluir os seguintes tópicos:

op~oes: 13.1 - Introdu~áo - especificar:


) solda exotérmica
número de soldas:
) conector cl p090
·· Documentos utilizados (normas, etc.).

dimensoes:
· Métodos e bibliografia
Software utilizado
= m Xm= m Devem ser especificados todos os documentos de referencia, como
m Ym= m normas aplicáveis e ano de publica9ao, bem como desenhos existentes que
. fabricantes: serviram de consulta. A bibliografia nao se refere a normas, mas sim a livros e
papers consultados. No caso da utiliza9ao de softwares, deve-se relatar qual o
software e a versao utilizada, visto que, sendo um cálculo automatizado, nao
existe um memorial de cálculo propriamente dito, os softwares imprimem a
resposta mas nao os cálculos intermediários - o que seria inviável, devido a
extensao e complexidade dos mesmos.
12.39 ficha: cabos em forma~ao radial (contrapesos)
Ficha de Especificac;ao: cabos radiais 13.2 - Estratifica~áo - inclui:

código I desenho:
ecAt - C - 06
·· Tabela de medi90es de campo
Curva da resistividade conforme fomecida pelo TecAt-II

op~oes :
·· Croquis da estratifica9ao e
(opcional) os desvios em rela9ao aos valores medidos.
) solda exotérmica
número de soldas: A tabela das medi90es de campo é um dado fundamental do projeto,
) conector cl p090 devendo ser registrados os dados de distancia e de resistencia I resistividade
verificados; se o terreno encontrar-se um pouco úrnido, isso também deve ser
dimensoes: relatado. A curva da resistividade em fun9ao da distancia e o croquis da
= m h= m (profundidade) estratifica9ao permitem visualizar um perfil da resistividade do solo; a impressao
o n= dos desvios é considerada opcional, visto que a curva da resistividade já possui
esta informa9ao em forma gráfica.
fabricantes:
13.3- Dimensionamento da malha

Considera90es de cálculo
OP90es possíveis
Defini9ao da malha final
< 124 > < 125>
Técnicas de Alerramenlos Elélricos

13 - Documentac;ao do projeto
Urna documenta~ao completa de ve incluir os seguintes tópicos:

13.1 - Introdu~ao - especificar:

· Documentos utilizados (normas, etc.).

·
· Métodos e bibliografia
Software utilizado

Devem ser especificados todos os documentos de referencia, como


normas aplicáveis e ano de publica~ao, bem como desenhos existentes que
serviram de consulta. A bibliografia nao se refere a normas, mas sim a livros e
papers consultados. No caso da utiliza~ao de softwares, deve-se relatar qual o
software e a versao utilizada, visto que, sendo um cálculo automatizado, nao
existe um memorial de cálculo propriamente dito, os softwares imprimem a
resposta mas nao os cálculos intermediários - o que seria inviável, devido a
extensao e complexidade dos mesmos.

13.2 - Estratifica~ao - inclui:

·· Tabela de medi~6es de campo


Curva da resistividade conforme fomecida pelo TecAt-II
·· Croquis da estratifica~ao e
(opcional) os desvios em rela~ao aos valores medidos.

A tabela das medi~6es de campo é um dado fundamental do projeto,


devendo ser registrados os dados de distancia e de resistencia / resistividade
verificados; se o terreno encontrar-se um pouco úmido, isso também deve ser
relatado. A curva da resistividade em fun~ao da distancia e o croquis da
estratifica~ao permitem visualizar um perfil da resistividade do solo; a impressao
dos desvios é considerada opcional, visto que a curva da resistividade já possui
esta informa~ao em forma gráfica.

13.3 - Dimensionamento da malha

Considera~6es de cálculo
Op~6es possíveis
Defini~ao da malha final
< 125>
Parte 11: Projetos Técnicas de Aterramentos Elétricos

Aqui entramos numa parte mais subjetiva do projeto, onde o projetista, parte 111- Perguntas e Respostas
baseando-se nas informa90es relatadas em 13.2, deve optar entre as diversas
possibilidades de configura90es de malhas possíveis; sao relatados também os Nesta parte, procuramos responder as perguntas mais comuns sobre
critérios (custo, desempenho, prazo, etc.) que levaram a escolha final. Sao também aterramentos, separando-as em áreas afins.
transcritos os resultados calculados pelo software e os gráficos gerados, que
ajudam a justificar a decisao. Consulte, também, no software TecAt, no menu TEORIA, a oP9ao
RESPOSTAS, onde estao listadas novas questoes que ainda nao estavam
13.4 - Conclusáo
disponíveis na data de impressao do livro; como os disquetes sao gravados em
lotes pequenos, é possível atualizá-los a medida em que sao vendidos, ao contrário
13.5 - Desenhos, caso necessário do livro, o qual é impresso em grandes quantidades a cada edi9ao.

Muitas vezes, um croquis ilustrativo é suficiente para descrever a obra, . 14. Respostas as perguntas mais frequentes (FAQ)
porém alguns clientes podem exigir um projeto executivo, o que deve ser definido
ainda na fase de proposta.

Outras varia90es sao permitidas, porém a rela9ao acima parece-nos bem


completa; alguns clientes podem exigir mais alguma documenta9ao, como
aferi9ao do terrometro, informa90es sobre o software utilizado e, principalmente,
urna medi9ao da resistencia depois da instala9ao da malha.

Veja também, no capítulo 15, como integrar o TecAt-II cl outros


programas em Windows pl elaborar o relatório do projeto.

< 126>
Parte /1/: Perguntas e Respostas Técnicas de Aterramentos Elétricos

1 14 - Respostas as Perguntas mais


I
Frequentes (FAQ)
I

14.1 - Cálculos
I

14.1.1- As fórmulasclássicaspara cálculo de associa~6esde hastes em


solohomogeneoincluema "colabora~ao"do cabo de interliga~aoentreestas?
Nao. Embora os manuais de fórmulas e normas nao contenham referencias
a respeito, a dedu~ao analítica de tais fórmulas mostra que a preocupa~ao foi com
um enfoque na haste ou associa~ao, procurando manter todas as outras variáveis
fixadas, ou seja, como se a interliga~ao se desse por um cabo aéreo ou isolado.

Mesmo as tabelas de fatores práticos de corre~ao nao incluem o cabo pois,


se o fizessem, os valores de resistencia apresentados seriam menores. Este caso é
estudado na Parte 1, quando tratamos da associa~ao entre cabos e hastes.

14.1.2 - Como verificar se um cálculo manual (gráfico) de estratifica~ao


da resistividade, já efetuado, está correto? Posso fazer isso com o TecAt?

Dada a pouca praticidade - para nao falar da total impossibilidade - de se


conseguir um resultado preciso com métodos manuais de ajuste de curvas, é
bastante provável que o resultado obtido esteja com um grau variável, porém
considerável, de imprecisao.

Dispondo-se dos valores medidos de resistividade, fomecidos pelo


terrómetro, calcule a estratifica~ao pelo TecAt e verifique a imprecisao obtida no
ajuste. Como especificado na Parte III, o TecAt utiliza-se do software RSOLO-II,
o qual fomece ajustes ótimos para solos de até duas camadas. Para verificar um
cálculo manual, será necessário utilizar o RSOLO-II de forma interativa - consulte
o capítulo 16, fomecendo a estratifica~ao obtida manualmente e setando o
RSOLO-II para nao prosseguir o cálculo além da primeira intera~ao; desta forma,
o gráfico gerado será o da curva equivalente a estratifica~ao fomecida, porém com
os pontos do terrómetro marcados, facilitando assim a compara~ao.

Já o software TecAt-IV realiza essa verifica~ao diretamente, sem a


necessidade de acessar o R-SOLO de forma separada.

Conforme exposto na Parte 1, caso seja necessário um número maior de


camadas, recomendamos o uso do TecAt-IV/RSOLO-IV, o qual atinge até 4

- < /27>
Parte 111:Perguntas e Respostas Técnicas de Aterramentos Elétricos

camadas; para utiliza<;ao em aterramentos elétricos, nao há necessidade de mais do manuais da Eletropaulo para baixa, média e alta tensao: [36], [24] e [25] e
que quatro camadas. diversas normas práticas da Telebrás.

14.1.3 - Como eu descubro o número de camadas mais apropriado para Nos estados Unidos, a principal norma a respeito é a IEEE-80 186 [1I J,
um determinado solo? re-impressa em 1991 sem altera<;oesperceptíveis, embora muito se tenha discutido
nas reunioes do IEEE a respeito. A principal deficiencia é a aplica<;aodos cálculos
Analisando-se os dados de campo, lidos com o terrometro e plotados num somente a solos praticamente homogeneos. A norma IEEE-8111983 [34J e a
gráfico em escalas log-log. IEEE-81.211991 [35J sao indicadas para maiores detalhes nas medi<;oes de
resistividade e resistencia de terra. O IEEE publica ainda dois guias - o Green
Se a resistividade nao apresentar varia<;aoconsiderável - ou seja, for quase Book (IEEE 142 [26]), para aterramento industrial - e o Emerald Book (IEEE
constante - ao se aumentar a distancia entre os eletrodos do terrometro (e, 1100 [28]), para aterramento e alimenta<;ao de Equipamentos Eletronicos
consequentemente, atingir-se solos mais profundos), pode-se considerar a Sensíveis (EES).
resistividade como sendo homogenea, ou seja, apenas urna camada.
14.2.2 - Normas sao leis?
Se a resistividade come<;arbaixa e depois aumentar e nao mais cair ou, ao
inverso, se come<;aralta, cair e nao mais se elevar, ternos a forma<;aode urna curva As vezes. No Brasil, segundo legisla<;aofederal, sao de uso obrigatório
com um ponto de inflexao, ou seja, ela muda de curvatura urna única vez. O todas as normas que se refiram a equipamentos e procedimentos relacionados com
modelo que melhor se encaixa é o de duas camadas. seguran<;a.Assim, a NBR-541O (NB-3), de instala<;oeselétricas e a NBR-5419, de
prote<;aocontra descargas atmosféricas, encaixam-se nessa categoria, incluindo-se
Sao necessárias tres camadas se houver dois pontos de inflexao, ou seja, aí suas exigencias de aterramentos. O mesmo se aplica as normas das
se a curva come<;ar alta, cair e depois subir novamente ou, ao contrário, se concessionárias, as quais podem se negar a efetuar liga<;oes se o cliente nao
come<;arbaixa, subir e cair de novo. Daí para a frente, considera-se que o número satisfizer as exigencias.
de camadas necessário para modelar a curva é sempre o número de pontos de
inflexao mais 1; por exemplo, para 4 pontos de inflexao, sao necessárias 5 Em outros casos, há urna exigencia nao legal mas de ordem prática, ou
camadas e assim sucessivamente. Para efeito de aterramentos elétricos, 4 seja, por exemplo, um cliente exige a concordancia com determinada norma que
camadas é um número máximo prático bastante bom, sao raros os casos em ele considera mais adequada.
que seriam necessárias 5 ou mais camadas.
14.2.3 _ Devemos interligar todos os aterramentos, mas, e se o fabricante
14.2 - Normas de um equipamento ou a concessionária de energia exigirem um terra isolado?

14.2.1 - Quais as normas que preciso conhecer? Quais as últimas (e Primeiro os fabricantes: a maioria já está conscientizada de que nao é
próximas) atualiza<;oes? possível conseguir um terra isolado e, no máximo, exige alguns cuidados na
interliga<;ao; ternos visto problemas com representantes de equipamentos
No Brasil, infelizmente, as normas de aterramento encontram-se, no importados que, por ignorancia dos procedimentos da própria matriz, fazem
mínimo, defasadas; a NBR-7117 [30J foi publicada em 1981 sujeita a revisao e exigencias desse tipo, ou ainda recusam-se a fornecer garantia se o terra nao for
encontra-se assim até hoje (1996); os fabricantes de hastes e alguns dos principais isolado ou se a resistencia estiver acima de limites arbitrários que nem eles sabem
usuários elaboraram recentemente, pela ANBT, urna norma para hastes cobreadas, de onde vem.
já publicada: é a NBR-13571 [33J, a qual exige, por exemplo, a utiliza<;aode alta
camada de revestimento. Quanto a exigencias de resistencia, ternos referencias na Como é absurdo exigir um aterramento isolado - se aterra fosse isolante,
NBR-5419 I 1993 [32J (Prote<;ao Contra Descargas Atmosféricas) e na aterramentos nem existiriam, certo? - nota-se, em alguns dos casos, a má fé de
NBR-54/011991 [31] (Instala<;oesElétricas de Baixa Tensao). Existem ainda os alguns fabricantes e representantes, tentando se esquivar da garantia em cima de
urna exigencia sem sentido. Um computador nao precisa de um aterramento
< 128> < 129>
,...
Parte //1: PergulI/Us e Respos/Us Técnicas de Aterrumenlos Elétricos

durante seu funcionamento normal, o aterramento está lá para a prote<¡:aodo


operador e para descarga dos elementos de prote<¡:aoem caso de surtos - um aviao Para uso didático, a grande vantagem é de poder visualizar, sem nenhum
nao tem "terra" e seus computadores e rádio funcionam muito bem, mesmo esfor<¡:o,o comportamento de vários tipos e combina<¡:oesde solos e malhas
quando o aviao é atingido por um raio! diferentes. Realizando diversas simula<¡:oesem pouquíssimo tempo, o projetista
adquire um "feeling" de aterramentos que iria levar muito mais tempo para
Quanto as concessionárias, cujas exigencias também nem sempre sao conseguir somente com a experiencia manual.
racionais, o trato é mais político do que técnico.
14.3.3 - Como ajustar o TecAt para profundidade da haste do terrómetro
14.3 - TecAt e RSOLO para pequenos espa<¡:amentos?

14.3.1 - Como obter suporte técnico para o TecAt? A fórmula tradicional: r = 2. 1t . a . R somente é válida para a > 20. lh,
onde a é o espa<¡:amentoentre as hastes e lh é a profundidade da haste do
Em primeiro lugar, envie seu cartao de registro; o suporte somente poderá terrometro efetivamente cravada na terra. Consulte a parte IV, no manual do
ser fornecido a usuários devidamente registrados. A Officina de Mydia Editora dá RSOLO-II, para configurar o comprimento da haste de medi<¡:ao.
suporte técnico as questoes relativas ao funcionamento do TecAt; para tanto,
dirija-se a editora no endere<¡:o: 14.3.4 - Como calcular a estratifica<¡:ao e a resistencia em 4 camadas?

Officina de Mydia Editora Infelizmente, ainda nao existem procedimentos de cálculo para resistencia
a/c: eng. o Carlos Moreira Leite de malhas com hastes verticais em 4 camadas, embora seja apenas urna questao de
r. Maestro Cardim, 560, cj. 26 tempo; o TecAt-IV realiza a estratifica<¡:aoem 4 camadas e, para malhas
Sao Paulo - SP horizontais sem hastes - ou desprezando-se a colabora<¡:ao das mes mas - calcula a
01323-000 resistencia em 4 camadas também; as malhas com hastes sao calculadas em duas
fone/fax: (011) 289 - 7560 camadas, como no TecAt-II.
(chamadas telefOnicas interurbanas devem ser pagas pelo usuário)
e-mail Internet:cmleite@nutecnet.com.br O procedimento convencional de cálculo de resistividades aparentes nao é
OMOL: (011) 253-2741, 8-N-l, 28.8, RIP 2 (consulte apendice A) recomendado, por exigir suposi<¡:oesincompatíveis com a realidade na maioria dos
casos.
Obs: de preferencia ao suporte via e-mail / OMOL. Para dúvidas relativas
a teoria, nao cobertas pelo suporte, encaminharemos o usuário a um consultor 14.4 - Materiais
especializado. Dúvidas resultantes de mau uso do sistema operacional devem ser
resolvidas com o fomecedor do mesmo. 14.4.1 - Qual o procedimento para medir a corrosao em um sistema
enterrado?
14.3.2 - O TecAt pode ser usado profissionalmente ou é apenas um
software didático? A maneira mais prática é medir periodicamente a resistencia; um sistema
corroído certamente irá perder gradualmente seu desempenho, com o consequente
O TecAt-TI, que acompanha o livro (ou será o contrário?) é urna aumento da resistencia - e a causa mais provável disso é a corrosao do mesmo.
ferramenta plenamente profissional (obviamente, existem limita<¡:oes,como em
todo softwarefabricadono mundoaté hoje!).Os autoresdesenvolveramtambémo 14.4.2 - Qual o condutor mais eficiente (em custo, resistencia de
TecAt-IV, que inclui a estratifica<¡:aoda resistividade do solo até 4 camadas e aterramento e impedancia), dada a mesma se<¡:aotransversal: cabo, redondo
análises mais avan<¡:adasde custos e eficiencia, para uso mais pesado, com mais (sólido), tubular ou retangular?
fun<¡:oese exigindo máquinas mais rápidas - para maiores informa<¡:oes,consulte a
Editora no endere<¡:ocitado.
< 130 > < 131>
Técnicas de Aterramentos Elétricos
Parte III: Pergunta.f e Respo.ftas

Na prática, a resisténcia proporcionada por um eletrodo nao varia muito Convém ressaltar que a fórmula da resisténcia da haste sup6e um terreno
com o formato da se~ao; cada eletrodo tem urna ou outra vantagem sobre os homogéneo, o que dificilmente será verdadeiro - daí a imprecisao do método e sua
outros, como flexibilidade, custo, facilidade de compra, etc.. Deve-se destacar utiliza~ao apenas para fins de estimativa.
que, em aplica~6es com Equipamentos Eletrónicos Sensíveis (EES), o condutor
que liga os equipamentos ao sistema de aterramento deve ter a menor impedancia Urna alternativa comum é medir a resistividade num terreno vizinho, onde
possível, daí a recomenda~ao de fitas para essa ligacrao, visto que a secrao seja razoável supor que o solo seja o mesmo.
retangular tem, para urna mesma área, impedancia muito menor que urna secrao
circular. Quanto aos outros fatores, convém fazer urna análise para cada caso 14.5.2 - Como medir a resisténcia num terreno pequeno?
específico.
Em alguns casos críticos, como numa área densamente povoada, por
14.4.3 - O a~o e o cobre nao formam pilha galvanica numa eventual exemplo, a resposta é radical: nao se mede, ponto!
conexao?
De nada adianta ler num terrómetro um número que nao tem nenhuma
Somente na presen~a de umidade e oxigénio. Assim, nao é permitida a significancia física. Se nao tivermos um terreno vizinho "limpo" de outros
utilizacraode um conector aparafusado sujeito a umidade ou em posicraosujeita a aterramentos e canaliza~6es metálicas para efetuarmos a leitura, é muito mais
umidade, por exemplo (a menos que seja do tipo bi-metálico), mas urna solda correto e honesto documentar a impossibilidade de medi~ao e ressaltar os
exotérmica pode ser realizada sem problemas. cuidados tomados no projeto e instala~ao da referida malha de modo a respeitar as
normas e recomendacr6esaplicáveis e calcular urna resisténcia esperada de acordo
14.4.4 - Por qué o alumínio nao é utilizado para aterramentos? com as necessidades.

Por causa da baixa resisténcia do alumínio ao ataque de substancias 14.6 - Malhas de Subesta~óes
corrosivas normalmente presentes no solo. Urna liga de alumínio mais resistente é
geralmente bem mais cara, nao competindo favoravelmente com o cobre. 14.6.1- Numa malha de grandes dimens6es, um equipamento pode estar
localizado relativamente longe do cabo de malha mais próximo;isso pode trazer
14.5 - Medi~óes problemas?

14.5.1 - Como medir a resistividade num terreno pequeno? Para a malha em si, nao. Para o equipamento, depende do equipamento e
do comprimento do cabo de liga~ao, geralmente o fabricante poderá responder a
Para urna aproximacrao mínima da resistividade do solo num terreno urna pergunta específica. Outro possível problema é com a tensao de passo ao
pequeno, deve-se medir até um espacramentoentre hastes do terrómetro de 8 a 10 redor do cabo de ligacrao, que deverá ser verificada. O melhor é, no "mesh"
metros, o que exige urna linha reta de 24 a 30 metros - num terreno maior, respectivo, instalar mais um cabo próximo ao equipamento. Também é comum a
precisamos de 48 metros para um espacramentode 16, de 96 para um espa~amento exigéncia de urna haste na conexao com a malha.
de 32 e de 192 metros em linha reta para um espa~amento de 64 metros (e assim
vaL..). 14.6.2 - Qual a influéncia das hastes na periferia e no interior da malha?

Se for necessária urna estimativa rápida de urna área pequena, é possível De urna maneira geral, hastes na periferia melhoram bastante o
cravar urna haste de, digamos, 2.40 metros, e medir sua resisténcia; aí entra-se ao comportamento da malha, enquanto hastes no interior tem um desempenho menos
contrário na fórmula de resisténcia, ou seja, fornecem-se os valores da haste e da relevante - consulte IEEE-80 [ 11].
resisténcia e obtem-se o valor da resistividade - o TecAt realiza essa operacrao
automaticamente através do menú RESISTIVIDADE / ESTIMATIVA.

< 132> < 133>


Parte /11: Pergunta.~ e Respostas Técnicas de Aterramentos Elétricos

14.7 - Ferragem do concreto 14.8.2 - E os eletrodos tipo pocrotubular, pocrocom cabo vertical, solo
tratado, etc.?
14.7.1 - A ferragem da armadura de concreto nao descola ou derrete com a
passagem da corrente de um raio? Num solo ruim, é possível conseguir melhorias de 40 a 50% na resisténcia
de aterramento (ou seja, até metade do valor original) de um eletrodo através do
Nao. Um raio apresenta urna grande corrente, porém com duracrao aumento de seu diametro, seja fisicamente, com a utilizacraode um tubo de grande
mínima, fenómeno geralmente conhecido com o nome de impulso. Nao sao diametro, seja quimicamente, com a adicraode sais, gel, bentonita, etc., ou mesmo
aplicáveis as fórmulas de transrnissao de calor geralmente utilizadas para regime combinando métodos químicos e físicos. Num solo já bom, a melhora será
permanente. Foram feitos diversos ensaios em laboratório, além da comprovacrao mínima. É falsa a idéia de se conseguir que urna haste da marca X substitua 10 ou
prática em edifícios que receberam descargas para a ferragem, e comprovou-se a 20 hastes da marca Y. Veja mais estudos e detalhes no capítulo 8.
utilizacraosegura da mesma, desde que se possa garantir a continuidade elétrica.

o único problema refere-se a correntes de curto-circuito de longa duracrao


- consulte a Parte 1.

14.7.2 - Existe perigo de corrosao da ferragem com a passagem de


corrente?

Somente com corrente contínua, onde a vantagem da utilizacrao da


ferragem deve ser contrastada com a possibilidade de corrosao; o acrocorroído
possui um volume maior do que o original, causando urna pressao interna no
concreto, a qual pode provocar danos.

14.7.3 - É possível realizar conexoes entre cobre e acro dentro do concreto


sem perigo de corrosao?

Sim. Dentro do concreto, o cobre assume urna eletronegatividade


semelhante a do acro,eliminando assim eventuais problemas.

14.8 - Outros eletrodos

14.8.1 - Placas retangulares de cobre, colocadas vertical ou


horizontalmente, formam bons eletrodos de terra?

Nao, ou, ao menos, nada significativamente melhor que um outro


condutor; há algum tempo, existia urna falsa impressao de que um eletrodo era
tanto melhor quanto maior o peso (e custo!) de cobre que contivesse, mas prova-se
facilmente que a área atingida e a profundidade (esta dependendo do solo) sao
fatores várias vezes mais eficientes que a tamanho do eletrodo em si. Nao tem
mágica: nao é a toa que hastes e cabos sao os eletrodos mais utilizados, visto que
sao os mais eficientes em termos de relacraocusto / benefício.

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