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5: 35-42, 1 982.
RESUMO: O Pensamento de Pla tão tem o encanto das estátuas de Dédalo: esvai-se pelos mean
dros do discurso, tão logo se pretenda tra var com ele uma relação de domínio. A sua correta interpreta
ção exige que se assuma a Polis com o o lugar na tural no qual emerge, como a limitação que ele se pro
põe superar remontando à Fysis e ao Ser. Fazê-lo importa em captar o movimento que lhe é próprio,
partindo da questão sobre o ente e visualizando a resposta como o enunciado de sua essência, isto é, do
eidos, e de seu fundamento, isto é, do Bem como nome próprio do Ser. Determinando o ente em sua es
sência, o eidos é a medida de toda a adequação, da episteme à Polis.
UNITERMOS: Platão; Aristóteles; Pré-Socráticos; Homero; Hesíodo; ser; ente; eidos; forma;
epÍsteme; ciência; lagos; mythos; mitologia; teologia; idealismo; racionalismo; polis; política; fysis; na
tureza; metafísica; física .
• Comunicação pronunciada pelo autor na mesa de debates sobre " Antiguidade Clãssica : Os impasses do H istoria
dor", durante a VI Jornada de Filoso fia e Teoria das Ciências Humanas na UNESP - Campus de Marília, no dia
23/09/8 1 .
• • Departamento d e Filosofia - Faculdade de Educação, Filosofia, Ciências Sociais e d a Documentação -'- UNESP
- 1 7.S00 - Marília - SP.
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SOUZA NETO, F . D . de - Platão e o pensamento grego. Trans/Form/Ação, São Paulo, 5: 35-42, 1 982.
mínimo a se admitir . Ora, deste mínimo origem, como algo inserto no espaço
decorre o seguinte: só pode haver Ciência tempo (embora a ênfase, por enquanto,
quanto ao objeto de um certo saber se re seja posta no tempo) e o que dela é mais
conhece a racionalidade, advenha esta do próximo são " algo" , são o referente do
sujeito, seja inerente ao próprio objeto, discurso, a "História" em accepção obje
ou associe um e outro fundamento . Pen ti..a. Assim, poe-se a todo o pesquisador
sar um discurso racional sobre um objeto uma questão: o que precisamente tem ele
privado de toda a racionalidade é uma por referente quando diz uma Filosofia
contradição nos termos. Isto quer dizer: "Antiga" . Primeiramente, como já se es
toda ciência e cada ciência pressupõe co clareceu, a sua remota situação "no tem
mo seu campo, objeto ou referente algo po" . Nesse sentido, a Filosofia diz-se his
caracterizado por uma certa ordem , algo tórica, mas ainda em accepção crônica e,
que, de algum modo, transcende a pura portanto, com referência a uma exteriori
indeterminação . Por conseguinte, ser a dade inessencial . Ocorre, então a questão :
História Ciência pressupõe a racionalida quem a produziu? E esta se abre a uma
de do histórico, daquilo "de que" ela é a outra maior: qual o seu processus de pro
" "
loToQla . dução nas dimensões e momentos que o
De forma muito geral, pode-se dizer definem? Em meio a estas questões, nelas
que a História visa a compreender a racio implicada, a questão essencial se formula:
nalidade do devir humano no espaço o que é precisamente esta Filosofia cuj o
tempo . Ora, ao fazê-lo , ela se dá conta processus de produção remonta a momen
que a racionalidade deste mover-se, tos determináveis no tempo e neste se per
de tudo o que o homem é ou realiza, não é faz sob esta ou aquela forma?
o que há de mais accessível . A Racionali
A resposta deve formular-se a partir
dade, a própria Razão de ser do Sujeito
de algo. Este "algo" é, da parte daquele
da Razão, tem escapado não só ao Saber
que se interroga, o que ele próprio define
Imediato, mas mesmo ao esforço
como "Filosofia" . Usou-se, aqui, a pro
mais sistemático . O Debate permanece
pósito e de propósito, o verbo "definir" .
aberto. De Hegel aos tempos que correm ,
Definir quer dizer demarcar, estabelecer
reluta-se ainda em se pensar a História co
fronteiras . A grande questão da História
mo o puro domínio da inconstância e do
da Filosofia, visada como Saber, é discer
arbítrio. E , se as Filosofias da História
nir o que lhe cabe considerar e que níveis
não estão mais na ordem do dia, não obs
ou momentos de desigual importância es
tante, faz-se História, faz-se Filosofia e a
ta consideração comporta, bem como
abordagem desta tem por sua via a mais qual a articulação racional destes momen
habitual a sua própria História . Eis a tos . O presente estudo privilegia o "caso"
questão a ser abordada. Ampla em exces
Platão e não por acaso . Visualizado de
so, ela o será, aqui, a partir do caso maisseu exterior, é o Pensamento deste Filóso
restrito da Filosofia Antiga e de seu su fo accessível primeiramente em seus
posto apogeu em Platão. "Diálogos" . Há, depois, a Doxografia,
de Aristóteles e Diógenes Laércio e póste
1 . PLATÃO E A CULTU RA HEL�NI ros . Enfim, há uma " Interpretatio Recep
CA ta" , toda u ' a massa de leituras ainda pos
Denominar uma Filosofia " Antiga " teriores, feitas de concórdia e discórdia, a
já é começar a fazer H istória. Mas, o que seu modo também uma doxografia. O que
faz uma Filosofia " antiga" ? Ao nível de haveria o autor de considerar? Os Diálo
uma generalidade abstrata, o fato de ela gos? É a resposta espontânea, freqüente
remontar no tempo a uma proximidade mente ingênua(6) . Neste caso, o de se as
máxima de uma supo sta origem . Ora, esta sumirem os Diálogos como momento
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isto é, de um discurso que chega ao histo Esta questão não é, porém, debatida
riador em sua tecitura escrita. A conside sob a forma de um Tratado Sistemático e
ração vale para o " Corpus Aristoteli muito menos segundo uma Didática que
cum" e para toda a Filosofia: esta é, em pretenda transferir conhecimentos como
si, um discurso e só como tal pode ser his quem faz a água fluir de um vaso a ou
toriada. Nesse sentido pode-se chegar a tro ( 1 3) . A forma de seu Debate, sabe-se,
um acordo. Mas trata-se de um acordo é o Diálogo . Este, p o r sua vez , não deve
ainda abstrato . Resta saber como realizar ser concebido como um simples gênero,
a obra que se tem por objeto a partir de na acepção meramente formal da P ala
um tal acord o . Com efeito , obtido este, vra: o seu autor é, neles, o M estre mesmo
põe-se a clássica " questão d o Méto da Academia a fazer fluir o P ensamento
do"(5 ) . Esta é tanto mais grave quanto vivo . É no elemento do Diálogo, desde a
menos se crê que não só como " Interpre invenção da Maiêutica, que aflora tudo o
tatio" mas mesmo como simples " inven que vem a ser na Fysis e tudo o que vem a
tio" . ser a Polis. Em verdade, mesmo reconhe
O caso " P latão " é privilegiado na cendo a relatividade de cada homologia
História da Filosofia. Para uma historio considerada em separado, P latão reco
grafia menos preocupada com a Crítica nhece, antes de Aristóteles (3), que a gêne
ao H istoricismo do que com a sua própria se do saber se processa a partir d o que é
racionalidade, nele, P latão , o que se de mais chegado ao homem que a empreen
para é a racionalidade do mundo helêni de. Parte-se daquilo com o que se faz
co. Sem dúvida, também , para ela tudo fronteira : empeiria, a experiência é limita
principia por uma " quaestio disputata " . ção . E o que articula o helênico com a
Do epos homérico a o logos platônico, Fysis e o Ser é a P olis ! P arte-se dela como
caminhou-se. P ode-se pensar que este ca "niQaç" , como Finis e Terminus, como li
minhar foi um mero aglutinar-se, uma mitação . Sobre ela o Pensamento incide
justaposição no tempo do que se acotove primeiro; os primeiros Diálogos debatem
lou no espaço . Mas nada assegura a nin as suas formas e instâncias , valores e figu'
guém que esta confusão sej a mais do que ras o Entretanto , desde o início pode-se no
aparência. O primeiro sinal disto é o pró tar: a força do Diálogo mede-se pela radi
prio despertar no homem da preocupação calidade com que a questão se imposta e
histórica: resta sempre a aporia de o acaso responde. O que se procura é " aUTO TO E:I
jamais poder ser pensado sem a necessida doç . . . , . . . aÕT� T 'IV Id{au" (7) .
de. De qualquer forma, admitida a racio O contexto deixa claro que esta, a
nalidade, pode-se pensar que esta se ins idéia, responde à questão : "-?IÇ nOTI')
taura sob a forma de uma evolução ho ÉOTlV" (8). Em verdade, uma limitação
mogênea ou de uma Dialética na qual, de não é posta se não para ser transgredida:
algum modo, cada momento é o contrário a própria P olis remete a suas raízes na
do que o antecede. Fysis e esta a seu Fundamento : a questão
"o que é" só pode encerrar-se com o des
No que concerne a Platão, admitida velamento do Ser. E o próprio Saber, se,
a última via, ao menos porque m ais ár na condição presente d o homem , não po
dua, este m omento antecedente, mas tam de prescindir da gênese, só se perfaz quan
bém englobante, é uma totalidade concre do a transcende e se eleva ao Bem : o seu
ta : a Polis grega com sua praxis própria, a lugar natural é a verdade deste irradiante .
política, e com suas formas simbólicas e Estas simples considerações esboçam
teóricas, m uito especialmen te a Tragédia a complexidade d o quadro . Platão debate
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exercício com que o escravo faz as vezes do o Mundo G rego . Todavia, para o reali
de prova : uma prova ao vivo ( 1 3) . Desde zar, tem ele que o negar .
então, estava traçado o destino do P lato
Esta negação , para alguns, é a su
nismo. O Banquete é o prelúdio do que es pressão da P olis (26) : no " logos" de P la
ta há de servir: o Fedon e Fedro hão de
tão ela se dissolve, este logos é a forma
traçar uma ontologia da P syché; "A Re
teórica que assinala o momento de sua
pública " VI-VII há de traçar-lhe uma pri
dissolução . Todavia, devidamente lido, o
meira visão sinótica de sua M etodologia
discurso platônico aparece como uma
Geral, a doutrina em que o Logos, como
procura da P olis verdadeira e j usta face à
Via para o Bem, se eleva até a " A IO'ÀElCTllCt1
experiência histórica da H élade . Desde os
ÉntOTI'ÍIJ T} " . Com isto, o Logos, no início seus agentes e instituições, é ela o desafio
procurado como refúgio a p reservar a Al
de que se parte e a que se retoma. E quan
ma contra a cegueira decorrente da con do a questão sobre a Ju stiça se imposta,
templação direta dos entes sensívei s , se então, por inteiro, é ela posta em questão .
desvela capaz de superar a aparência,
Nessa altura, negada como experiência, a
elevando-se ao que efetivam ente é (9) . supressão que esta negação ongma
concebe-se como a via para a verdade que
3. PLATÃO E A P O U S H ISTÓR ICA
lhe é própria. A dissolução do ilusório e
Um outro desafio para a abordagem do sim plesmente aparente tem por escopo
histórica do platonismo consiste em se es o perfeito. Se, como se disse, é a P olis o
tabelecer o nexo entre a forma teórica que elemento em que o Diálogo nasce, é ela
constitui e o Mundo Grego, mas precisa também a proposta e o P rojeto a que ele
mente, o kosmos que, como Polis, emerge chega . Com efeito , a contraproposta à
da " +iíou;" . O próprio P latão fornece o Polis histórica é a P olis segundo o seu Pa·
itinerário que se deve percorrer para esta radigma e o seu Logos ( 1 8) , não o Despo
belecer esta relação, não só com seus es tismo persa ou qualquer forma de Im pe
critos políticos, mas no conj unto de seus rialismo Oriental ( 1 1 ) . Em verdade, se o
diálogos, desde a j uventude aos derradei discurso platônico é a forma teórica a as
ros escritos. Trata-se de toda uma trama sinalar o momento em que a P olis se dis
de nexos, tensões, antagonism o s . U m a solve na transgressão de sua " nCQat;" , isto
leitura atenta p o d e mostrar que a P olis é, em sua experiência, a supressão que ele
platônica, em verdade um logos, quis ser e opera é também o nascimento da P olítica
efetivamente foi a P olis genuinamente como Logos fundado e fundante a assina
grega (23) . Mostrá-lo exige texto e tem p o . lar e dizer que é possível, sob formas a
Certamente, n ã o há q u e o n egar : para descobrir e criar, totalizar na P o lítica co
Platão , a Polis histórica foi sempre a cor mo Praxis todo o fragm entado espectro
ruptela da P olis efetiva, da Polis em seu da prática humana.
"E!ÓOt;" , aquela que, s ó , torna efetivo o
"E!ÓOt;" da " ó tX:rJ " . A História desvela a 4. P LATO N I S M O E H ISTÓRIA
Polis em sua aparência ao imitá-la: esta O desafio representado pelo pensa
aparência só pode iludir se for a aparência mento de P latão é, portanto , geral e espe
da verdadeira Polis: eis o cam inho . Na cial, teórico e prático . É geral, isto é, não
"f.lClCÀrJoía " , -n a assembléia de escopo é uma exclusividade do P latonism o : em
político, ela debate o seu destino; na De toda a Filoso fia depara-se com um discur
mocracia, este Debate põe em confronto a so e, desde então , a sua História passa a
totalidade das formas qye, desde a apa ser a H istória de um Discurso . Simples
rência, conduzem ao " dó o t; " ( 1 6) . Com mente afirmado, isto equivale ao óbvio :
isto, o Platonismo se erg u e com o o term o en tretan to, o q u e seja a His tória de um
racional, lógico, isto é, "Év ÀóY8-l " de to- Discurso e em que medida tem um discur-
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também um interlocutor que vive e se re radicalmente geraram uma abertura que o
nova. Estagirita ocupou de direito , mas que ca
be a todo aquele que assuma em espírito e
Interlocutores e P ersonagens são
verdade a missão de pensar (2) .
também os P ré-Socráticos e, com eles , as
suas respectivas Filosofia s . Mesmo bre
CONCLUSÃO
ves , as considerações aqui tecidas sobre o
" tlóoç" denotam o quanto o Logos pla O diálogo platônico tem de próprio
tônico levou a sério a radicalidade da pretender satisfazer a uma necessidade ra
questão com a qual a Filosofia veio à luz: cional e a uma racionalidade necessária . É
a questão so bre a " áexrf" . É esta radicalida a este título que ele constitui um problema
de que o faz debater o todo representável do teórico : importa determinar o que é essen
Kosmos, remontando da P olis ao Ser . É cial ao diálogo , o que não lhe pode faltar
ela igualmente que o leva a assumir a sua sem uma " + 90Qá" total . Pode-se falar das
mestria e paternidade, mesmo sob pena de leis do Diálogo como se pode falar das leis
vir a cometer um parricídio (23) . P ara ele, do trágico . Mas, onde encontrá-las? Em
é necessário ir além da P ré-Socrática Pós verdade, a teoria platônica do Diálogo
Parmenídea se se quiser fazer face à apo tem a forma de uma prática . Nesse senti
ria eleática cumprindo a exigência de en do, uma caracterização dos " momento s "
contrar um novo " 1lE:90óoç" ( 1 5) . Nesse d e cada " Diálogo " , do s e u " m ovimen
sentido , não é suficiente ir além da pra to " , das exigências impostas à sua conti
xiologia sofística, mas importa superar nuidade, é de capital importância . Sem
todas as restantes soluçõe s : é necessário ela, não se passa de um arranj o m eramen
elevar-se a um Logos mais radical que te te exterior a recobrir um simples monólo
nha um valor de via em que os entes se go .
deixem visar em sua verdade (2 1 ) . E isto, A prática do D iálo g o : eis a questão .
Platão o realiza em permanente D iálogo O Diálogo como todo, na totalidade de
com todo o Pensamento G rego . É nessa seus componentes, na dialética de suas
perspectiva de um Diálogo permanente personagens, cuj os discursos se confron
que cabe dizer uma palavra sobre Aristó tam e interagem , eis o desafi o . O Diálogo
teles . Este assinalou com suficiente clare é como praxis c o essencial ao " vouç" , o
za as suas diferenças em relação ao pensa Diálogo , "dIa + Àoyoç" isto é, a forma
mento do Mestre ( 1 ) . Aqui cabe apenas substanciosa d o " Àoyoç " , a sua forma
ponderar o seguinte : o caráter dialogal do forte, o único devir plenamente capaz do
pensamento platônico , a visão do filósofo Ser . O Diálogo, o Platonismo exposto à
de "A República" mas também de " O História, a opor-lhe o repto de o reencon
Parmênides" e o incansável afã de pensar trar aticulado na letra, na " A.€� IÇ " .
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SOUZA NETTO, F . B . de - Plato and lhe G reek though t . Trans/Form/ Ação, São Paulo, 5: 3 5 -42,
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ABSTRACT: Pla to 's thought is as charming as the sta tues of Dedalus: it disappears into the mean
ders of the discourse, as soon as one proposes to esta blish with it a dominance relationship. The correct
interpretation of Plato 's thought demands the assumption of the Polis as the natural place from which
it emerges, as the limitation which he proposes to surpass remoun ting to the Fysis and to the Being. In
order to do it, it is important to catch its peculiar m o vem en t, starting !rom the question about the being
and visualizing Ú1e answer as the statement of its essence, i. e., of the eidos, and of its founda tion, i. e.,
of Good as the proper name of Being. As it determines the being in its essence, the eidos is the measure
of the whole adequacy, from the episteme to the Polis.
KEY- WORDS: Pia to; Aristotle; Pre-Socratics; Homer; Hesiodo; being; creature; eidos; form;
episteme; science; logos; myth; mythology; theology; idealism; racionalism; polis; politics; fysis; natu
re; metaphysics; physics.
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REFEReNCIAS B I B L I O G RÁFICAS
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