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Administração

de Garagens
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Administração de Garagens – Brasília:


SEST/SENAT, 2016.

72 p. :il. – (EaD)

1. Garagem - administração. 2. Estacionamento -


administração. I. Serviço Social do Transporte. II.
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III.
Título.

CDU 625.712.63:658

ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 6

Unidade 1 | Introdução à Administração de Garagens de Ônibus 8

1 A Organização Administrativa das Empresas Operadoras de Ônibus 10

1.1 Departamento de Administração 11

1.2 Departamento de Finanças 11

1.3 Departamento de Operação 12

1.4 Departamento de Manutenção 13

2 A Infraestrutura Básica de uma Garagem de Ônibus 13

Glossário 17

Atividades 18

Referências 19

Unidade 2 | Serviços Executados nas Garagens de Ônibus 20

1 Departamento de Manutenção 22

1.1 Divisão Técnico-Administrativa 22

1.2 Divisão de Almoxarifado 23

1.3 Divisão de Ferramentaria 24

1.4 Divisão de Manutenção Mecânica 25

1.5 Divisão de Manutenção Elétrica 26

1.6 Divisão de Borracharia 26

1.7 Divisão de Funilaria e Pintura 27

1.8 Divisão de Lavagem e Lubrificação 27

1.9 Divisão de Abastecimento de Combustíveis 28

Glossário 29

Atividades 30

Referências 31

3
Unidade 3 | Gerenciando os Profissionais das Garagens de Ônibus 32

1 Quais as Funções do Gerente de Garagem de Ônibus? 34

2 Profissionais que Trabalham nas Garagens de Ônibus 37

2.1 Técnico-Administrativos 38

2.2 Profissionais de Manutenção em Geral 38

Glossário 40

Atividades 41

Referências 42

Unidade 4 | Tecnologias Aplicadas ao Gerenciamento de Garagens de Ônibus 43

1 Entendendo a Necessidade de Aplicação de Tecnologias de


Gerenciamento nas Garagens de Ônibus 45

1.1 Cadastro da Frota e Motoristas 45

1.2 Controle da Entrada e Saída de Veículos 46

1.3 Controle de Manutenção 47

1.4 Controle de Combustível 47

1.5 Controle de Suprimentos 47

2 Estrutura Básica de um Sistema de Controle de Manutenção 48

2.1 Ordem de Serviço (OS) 48

2.2 Ficha de Serviços a Serem Executados 48

2.3 Ficha de Serviços de Terceiros 49

2.4 Material Empregado 49

2.5 Tempo Gasto com Mão de Obra 50

3 Controle dos Custos 50

3.1 Controle da Produção de Mão de Obra Direta 50

3.2 Avaliação de Desempenho da Mão de Obra 51

3.3 Cálculo do Índice de Produtividade (P) 51

4
3.4 Cálculo do Índice de Improdutividade (I) 52

3.5 Cálculo do Índice de Horas Perdidas (L) 52

3.6 Cálculo do Índice de Rendimento (R) 53

3.7 Cálculo do Índice de Imobilização (I) 53

Glossário 55

Atividades 56

Referências 57

Unidade 5 | A Filosofia 5S Aplicada à Administração das Garagens de Ônibus 58

1 Conheça a Origem da Filosofia 5S 60

2 Significado dos 5S 60

2.1 Seiri 62

2.2 Seiton 63

2.3 Seiso 65

2.4 Seiketsu 66

2.5 Shitsuke 67

Glossário 68

Atividades 69

Referências 70

Gabarito 71

5
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Desejamos boas-vindas ao Curso de Administração de Garagens! Vamos trabalhar


juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você
já possui!

O curso de Administração de Garagens está dividido em unidades para facilitar o


aprendizado. No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser
abordado e os objetivos que se pretende alcançar.

Contaremos com a carga horária de 30 horas-aula, divididas em 5 unidades de 6 horas-


aula, conforme especificado na tabela a seguir.

Unidade Carga Horária

Unidade 1 | Introdução à Administração de Garagens de


6h
Ônibus

Unidade 2 | Serviços Executados nas Garagens de Ônibus 6h

Unidade 3 | Gerenciando os Profissionais das Garagens de


6h
Ônibus

Unidade 4 | Tecnologias Aplicadas ao Gerenciamento de


6h
Garagens de Ônibus

Unidade 5 | A Filosofia 5S Aplicada à Administração das


6h
Garagens de Ônibus

6
O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e
ajudá-lo na compreensão do conteúdo. Você encontrará, também, situações extraídas
do cotidiano, conceitos, exercícios de consolidação do conteúdo, filmes e links da
Internet para complementar os estudos.

Nesse sentido, esperamos que este curso seja muito proveitoso para você! Nosso
intuito maior é o de apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a
resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho.

Bons estudos!

7
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À
ADMINISTRAÇÃO DE GARAGENS
DE ÔNIBUS

8
Unidade 1 | Introdução à Administração de
Garagens de Ônibus

ff
Como as empresas operadoras do serviço de transporte coletivo
de ônibus se organizam administrativamente? Quais são os
departamentos básicos? Qual a infraestrutura necessária para
uma garagem de ônibus?

É comum o usuário do transporte coletivo de ônibus, de qualquer cidade, não se dar conta
de como funciona a estrutura das empresas que colocam um veículo em operação. No
entanto, é fundamental que até o gerente da garagem de ônibus conheça a estrutura
mínima que deve ser montada.

Para iniciar esta unidade, apresentaremos a organização administrativa das empresas


operadoras de ônibus e a infraestrutura básica de uma garagem de ônibus.

9
1 A Organização Administrativa das Empresas Operadoras
de Ônibus

Antes de adentrarmos no tema de administração de garagens de empresas operadoras


de ônibus, é importante entender como ocorre a organização de tais empresas.

Para a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP, 2016) e Ferraz e Torres


(2004), as empresas prestadoras de serviços de transporte coletivo urbano possuem,
em geral, uma organização baseada em modelo piramidal, cuja estrutura apresenta
uma hierarquia de autoridades bem definida.

Com isso, a distribuição das atividades de comando leva à criação de departamentos e


seções ou divisões que visam racionalizar os trabalhos.

A Figura , a seguir, apresenta o organograma típico de uma empresa de transporte


coletivo urbano.

Fonte: Ferraz e Torres, 2004.

10
Observando a Figura anterior, percebemos que há quatro departamentos básicos nas
empresas: Administração, Finanças, Operação e Manutenção.

Existem, ainda, assessorias especializadas nas áreas Jurídica, de Engenharia, de


Comunicação e de Relações Públicas.

ee
Atente-se para o fato de ser comum as empresas contratarem
serviços especializados, tais como: auditoria, capacitação e
treinamento de pessoal, projetos e estudos diversos.

A Secretaria atende à Direção, controlando a agenda dos diretores, marcando reuniões


e demais eventos, redigindo correspondências, entre outros serviços.

1.1 Departamento de Administração

Para Melter (2010) e Ferraz e Torres (2004), o Departamento de Administração é


responsável pela divisão de pessoal e pela divisão de serviços gerais. A divisão de
pessoal tem a atribuição de controlar as faltas dos funcionários, fazer o controle das
horas trabalhadas, confeccionar a folha de pagamentos, acompanhar os processos
de reclamações trabalhistas, efetivar os programas de capacitação de pessoal, entre
outros.

A divisão de serviços gerais zela pelo controle do patrimônio, dos serviços de


conservação e limpeza, da escala de porteiros, guardas e atendentes, do recebimento
e envio de correspondências, entre outras atividades.

1.2 Departamento de Finanças

Consoante Melter (2010) e Ferraz e Torres (2004), o Departamento de Finanças


engloba as seguintes divisões: tesouraria, contabilidade, compras, pagadoria e controle
financeiro.

11
A divisão de tesouraria está encarregada de: controlar a arrecadação por meios físicos
(papéis) e digitais (sistemas informáticos); conferir e registrar os boletins diários de
movimentação de passageiros dos coletivos, dos guichês de venda de passagens e
vale-transporte; conferir a marcação das catracas de controle do acesso em coletivos,
estações e terminais; e realizar as operações bancárias cotidianas.

aa
Os sistemas de informática ou computacionais da empresa
devem permitir a integração entre seus vários departamentos.
Por exemplo, o Departamento de Operação e o de Manutenção
estão inter-relacionados em seus processos e, por isso, devem
trocar os dados e informações confiáveis.

A divisão de contabilidade realiza: o registro de todas as despesas e receitas da


empresa; o arquivamento de todos os documentos fiscais e contábeis; os balancetes
econômico-financeiros; e o preenchimento de documentos para recolhimento de
tributos.

A divisão de compras executa: o recebimento dos pedidos de aquisição de materiais;


a contratação de serviços externos; a fiscalização do recebimento dos materiais
adquiridos ou serviços contratados; e a emissão de ordens de pagamentos a serem
enviadas à divisão de pagadoria.

A divisão de pagadoria exerce as seguintes funções: prepara e entrega os pagamentos


a terceiros; salda os compromissos da empresa para com seus empregados, entre
outras.

À divisão financeira compete: a verificação das receitas e despesas; a previsão do fluxo


de investimentos; a realização das aplicações financeiras.

1.3 Departamento de Operação

Segundo Melter (2010) e Ferraz e Torres (2004), o Departamento de Operação é o


incumbido de executar a produção do transporte de passageiros e, em regra, é formado
pelas divisões técnico-administrativa e de tráfego.

12
Na divisão técnico-administrativa, são realizadas as seguintes atividades: definição da
programação operacional das linhas; determinação do número e do tipo de veículo a
ser utilizado; elaboração das tabelas de horários; elaboração das escalas de pessoal;
controle das ocorrências de acidentes e incidentes; medição dos serviços realizados;
controles estatísticos, entre outras.

Na divisão de tráfego, temos o trabalho dos operadores (motoristas e cobradores) e


dos fiscais.

Os motoristas e cobradores são os que realizam, propriamente, o serviço de transporte


dos usuários. Os fiscais fazem a supervisão e o controle da operação, no que se refere ao
cumprimento da programação operacional e às questões disciplinares dos operadores.

1.4 Departamento de Manutenção

Na visão de Melter (2010) e Ferraz e Torres (2004), o Departamento de Manutenção


é responsável por disponibilizar a frota de veículos à operação. As atividades de
manutenção podem ser realizadas nas instalações da própria empresa e/ou nas de
terceiros.

Os serviços realizados no Departamento de Manutenção – situado no complexo das


garagens de ônibus – serão conhecidos com mais detalhes na unidade seguinte.

2 A Infraestrutura Básica de uma Garagem de Ônibus

De acordo com Ferraz e Torres (2004) e Molinero e Arellano (1998), a garagem de uma
empresa de ônibus deve estar localizada o mais próximo possível da área de operação,
a fim de reduzir a quilometragem ociosa da frota nos deslocamentos garagem-linhas,
no início da jornada de trabalho pela manhã e ao final, à noite. Isso serve também para
os casos de troca de veículos devido a defeitos, ida e volta dos veículos extras que
operam somente em períodos de pico, entre outros.

13
A garagem da empresa de ônibus urbano deve ter áreas cobertas,

cc por exemplo, para as oficinas, o almoxarifado e o prédio


administrativo, bem como uma área descoberta para o
estacionamento dos ônibus – durante o dia, para os carros de
reserva e, durante a noite, para toda a frota.

A Proxima figura , é apresentado o exemplo de uma garagem com capacidade para


100 ônibus. Na garagem devem ser previstas áreas para administração, oficinas,
estacionamento, abastecimento, vistoria e outras atividades, sendo recomendável,
como referência, uma área bruta total de cerca de 200 m2/ônibus (FERRAZ; TORRES,
2004).

Como referência, o número aproximado de boxes necessários para cada atividade e o


total das oficinas da garagem de ônibus consta da Tabela 1, seguinte.

Tabela 1: Exemplos de Referência do Número de Boxes em Função do Tamanho da Frota de


Ônibus

Boxes /
50 100 150 200
Frota

Revisão 2 3 4 5

Lubrificação 1 1 2 2

Manutenção
2 4 7 9
corretiva

Funilaria e
2 3 4 5
pintura

Lavagem
1 1 1 1
externa

Estimativa
8 12 18 22
total

% Estimada
em relação 18 12 12 11
à frota

Fonte: adaptado de Torbi, 2014, e Ferraz e Torres, 2004.

14
Exemplo de Layout de Garagem para até 100 Ônibus

Fonte: adaptado de Ferraz e Torres, 2004.

15
Lembre-se de que a manutenção noturna permite reduzir o número total de ônibus
na frota, apresentando, entretanto, maior custo de mão de obra, mais cara no
período noturno. Por isso, muitas empresas operadoras adotam, como rotina, fazer a
manutenção pesada durante o dia e deixar os reparos menores para o período noturno.

No Brasil, segundo o IBGE (2016) e a Associação Nacional das Empresas de Transportes


Urbanos (NTU, 2016), temos uma frota de mais de 387.000 ônibus urbanos, e a
manutenção desses veículos, quanto mais bem realizada, maior é a sua contribuição
para a mobilidade urbana (VASCONCELLOS, 2013).

bb
Acesse os requisitos estabelecidos pela BHTRANS, em Belo
Horizonte-MG, quanto aos aspectos da garagem de ônibus das
operadoras de transporte coletivo (Requisitos Mínimos para a
Prestação dos Serviços – item 1), disponíveis no link a seguir.

h t t p : / / w w w. b h t r a n s . p b h . g ov. b r/ p o r t a l / p a g e / p o r t a l /
p o r t a l p u b l i c o d l / Te m a s / O n i b u s / g e s t a o - t r a n s p o r t e -
onibus-2013/080318_Requisitos_mC3ADnimos_anexo_III.pdf

Resumindo

O entendimento inicial da organização das operadoras de transporte


coletivo permite ao gerente de garagem de ônibus compreender a sua
empresa, do ponto de vista administrativo e hierárquico, de modo que
possa saber quem demandar pela busca de recursos financeiros e
humanos.

Saber relacionar-se com os profissionais de outros departamentos da


empresa é fundamental para o desempenho das atividades do gerente de
garagem e evita perda de tempo e aborrecimentos desnecessários.

Cada órgão regulador e fiscalizador municipal pode estabelecer os


requisitos mínimos para a infraestrutura das garagens de ônibus de suas
operadoras.

16
Glossário

Despesa: são os gastos, desembolsados ou devidos pela empresa, necessários ao


desenvolvimento de suas operações.

Receita: é o dinheiro que a empresa recebe ou tem direito a receber, proveniente das
suas operações.

Tributo: é uma obrigação de pagar, criada por lei, impondo aos indivíduos o dever de
entregar parte de suas rendas e patrimônio para a manutenção e desenvolvimento do
Estado.

17
Atividades

1) Uma empresa operadora de serviços de transporte coletivo

aa não pode apresentar em sua estrutura a Auditoria Interna.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

2) No Departamento de Finanças, a divisão de tesouraria está


encarregada de:

a. ( ) Controlar a arrecadação por meios físicos e digitais.

b. ( ) Conferir e registrar os boletins diários de movimentação


de passageiros.

c. ( ) Realizar as operações bancárias cotidianas.

d. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

3) A infraestrutura de uma garagem de ônibus pode ser


estabelecida pelo empresário sem a necessidade de
atendimento aos requisitos de qualquer órgão municipal.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

18
Referências

ANDRADE, W. M. Filosofia 5S. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.5s.com.


br>. Acesso em: 5 jul. 2016.

ANTP. Associação Nacional de Transportes Públicos. Portal oficial. Portal da internet,


2016. Disponível em: <www.antp.org.br>. Acesso em: 5 jul. 2016.

19
UNIDADE 2 | SERVIÇOS
EXECUTADOS NAS GARAGENS
DE ÔNIBUS

20
Unidade 2 | Serviços Executados nas Garagens de
Ônibus

ff
O que deve ser levado em conta para definir os serviços
prestados nas garagens de ônibus? Como o Departamento de
Manutenção de uma operadora de transporte coletivo pode se
dividir? Quais são as suas funções?

Se quiser verificar a importância do Departamento de Manutenção de uma operadora


de transporte coletivo, experimente fechá-lo. Os ônibus teriam de ir parando devido à
necessidade de reparos, as receitas financeiras não mais existiriam e os usuários – clientes
finais – não podendo comparecer a seus trabalhos e suas empresas, também perderiam
receita gradativamente. Haveria um grande caos urbano.

Nesta unidade, falaremos do Departamento de Manutenção, especialmente de suas várias


divisões e atividades.

21
1 Departamento de Manutenção

Para Melter (2010) e Molinero e Arrellano (1998), o Departamento de Manutenção –


que, normalmente, funciona nas garagens de ônibus – contempla as seguintes divisões:
técnico-administrativa, almoxarifado, ferramentaria, mecânica, elétrica, borracharia,
funilaria e pintura, lavagem e lubrificação e abastecimento.

Como é grande a variedade, para agir com segurança na definição dos serviços
que podem ser oferecidos em uma garagem de ônibus, o gestor de garagem deve
considerar:

• O perfil da frota da empresa;

• A estrutura física disponível;

• O grau de exigência em relação à qualidade dos serviços;

• As tecnologias e equipamentos necessários e disponíveis; e

• A disponibilidade e o perfil da mão de obra.

1.1 Divisão Técnico-Administrativa

Segundo Melter (2010), a divisão técnico-


administrativa é a responsável por:


Elaboração de planos de
manutenção preventiva;


Controle da manutenção
preventiva e corretiva;

• Controle da durabilidade dos


componentes, tais como pneus,
peças e acessórios;

• Consumo de insumos, tais como combustíveis e lubrificantes;

22
• Emissão de ordens de serviço (OSs);

• Acompanhamento da execução dos serviços;

• Fiscalização do trabalho dos funcionários;

• Realização da inspeção na entrada e saída dos veículos da garagem; e

• Controle de gastos com componentes e mão de obra.

Para a realização dessas funções, bem como daquelas de outras

gg
divisões, o Departamento de Manutenção geralmente possui
softwares de manutenção específicos, que auxiliam desde o
acompanhamento das rotinas de manutenção até o desempenho
da frota, propiciando o monitoramento do desempenho
individual de cada ônibus por meio de indicadores de
desempenho (consumo de combustível, lubrificantes, pastilhas
de freio, gastos individuais com manutenção, entre outros).

1.2 Divisão de Almoxarifado

Para Melter (2010), entre as funções da divisão de almoxarifado, podemos elencar:

• O controle do estoque de peças, acessórios e materiais diversos;

• O fornecimento de componentes aos funcionários;

• O fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) aos funcionários;

• A solicitação de compra de novos componentes, quando o estoque alcança o


ponto crítico; e

• A realização de inventário anual de todos os componentes armazenados.

23
O gestor de garagens de ônibus deve estar atento à quantidade de componentes em
estoque, uma vez que estes constituem parte do ativo imobilizado da empresa, ou
seja, dinheiro estocado. Além disso, se o almoxarifado for muito grande, há despesas
com os custos fixos (energia, água) e mão de obra.

Por isso, é fundamental a análise do que é realmente necessário manter em estoque,


principalmente sobre aqueles itens críticos, isto é, aqueles cuja falta pode fazer um
ônibus parar por tempo indeterminado, levando a uma queda nas receitas e multas por
parte do órgão fiscalizador.

Nesse sentido, grandes empresas de ônibus aliam-se a

cc fornecedores de peças e acessórios, que passam a operar na


área física do seu almoxarifado, fornecendo seus próprios
insumos e mãos de obra durante todo o período de operação da
empresa.

1.3 Divisão de Ferramentaria

Para Melter (2010), as atividades principais da divisão de ferramentaria compreendem:

• O controle do uso de ferramentas e equipamentos no trabalho de manutenção;

• A inspeção das ferramentas entregues aos funcionários antes e após o seu uso; e

• A orientação quanto ao uso correto das ferramentas e funcionalidades dos


equipamentos.

ee
Lembre-se de que equipamentos mais caros exigem uma
atenção maior do responsável pela sua guarda e conservação. E
até mesmo tais equipamentos necessitam de manutenção. Por
isso, fique de olho nos manuais do proprietário de tais
equipamentos, que estabelecem os procedimentos de
manutenção periódica.

24
Normalmente, a divisão de ferramentaria também controla a frota de apoio à empresa
e à manutenção e resgate, tais como: carros para uso administrativo, camionetes e
caminhões-guincho.

1.4 Divisão de Manutenção Mecânica

Segundo Melter (2010), a divisão de


manutenção mecânica é responsável pela
manutenção dos sistemas mecânicos dos
veículos, destacando-se:


Motor: cilindros, bloco dos
cilindros, cabeçote, êmbolos,
anéis de vedação, biela, árvore
de manivelas, válvulas, bomba de
combustível, bomba injetora e
injetores, entre outros;

• Sistema de arrefecimento: radiador, fluido de arrefecimento, mangueiras, entre


outros;

• Eixo e suspensão: estabilizadores, amortecedores, cubos de roda, borrachas e


guarnições, entre outros;

• Transmissão e conjunto acelerador: terminais dos ponteiros, alavancas e batentes,


bombas e reguladores, embreagem, entre outros; e

• Freios.

aa
As peças referentes aos sistemas de freios são as mais
demandadas nas oficinais mecânicas de ônibus: pastilhas,
tambores, guarnições, válvulas, entre outros. Por isso, negocie
bem com o seu fornecedor!

25
1.5 Divisão de Manutenção Elétrica

Para Melter (2010), a divisão de manutenção elétrica realiza os serviços nos


componentes elétricos e eletrônicos da frota, englobando:

• Alternadores;

• Baterias;

• Painéis de instrumentos: tacógrafo, indicadores de combustível, de temperatura,


de pressão do óleo do motor e luzes indicadoras;

• Faróis, lanternas e luzes de advertência;

• Sistemas de iluminação interna e acionadores de parada;

• Circuitos elétricos, cabeamentos e conexões; e

• Sistemas de controle e monitoramento da frota.

aa
Em garagens de ônibus, cujas edificações possuem ampla
cobertura, já é comum a utilização de painéis solares, em que a
energia solar captada, depois de convertida em energia elétrica,
é empregada na alimentação de chuveiros dos funcionários e na
iluminação interna das oficinas e pátios.

Por isso, o gestor de garagens deve estar atento ao uso dessa possibilidade que, além
de ajudar no aspecto ambiental, implica em economia significativa nos custos de
energia elétrica.

1.6 Divisão de Borracharia

Na visão de Melter (2010), a divisão de borracharia tem como principal atividade cuidar
dos pneus da frota, realizando:

26
• Calibração;

• Reparos;

• Rodízios; e

• Trocas.

O gerente de garagem pode fazer parceria com uma empresa fornecedora de pneus,
de modo a operar dentro da própria garagem. Isso pode eliminar, completamente, a
necessidade de estoque próprio de pneus.

1.7 Divisão de Funilaria e Pintura

Melter (2010) nos ensina que compete à divisão de funilaria e pintura:

• O desamassamento ou substituição das partes danificadas;

• Serviços de pintura em geral;

• A pintura na parte externa do ônibus de acordo com o padrão da empresa e do


órgão regulador e fiscalizador; e

• O conserto de portas, janelas, bancos e revestimentos.

1.8 Divisão de Lavagem e Lubrificação

A divisão de lavagem e lubrificação é encarregada da limpeza externa e interna dos


ônibus e lubrificação de componentes (MELTER, 2010).

Deve haver o controle de óleo: para o motor, hidráulico da direção, hidráulico de


acionamento de freios, hidráulico de acionamento de embreagem, caixa de marcha e
eixo traseiro (diferencial).

27
No processo de lavagem, podem ser utilizadas a lavagem manual e a lavagem por
equipamentos, quando o veículo passa por um pórtico ou uma sala e os equipamentos
realizam o serviço sem a interferência humana.

A higienização interna é importante para a saúde do motorista e dos passageiros. No


transporte público, o risco de contaminação em massa é grande, pois um passageiro
doente pode passar algum vírus, ou outra doença contagiosa, para diversos usuários.
Por isso, as empresas são obrigadas a realizar a descontaminação, frequentemente.

No processo de lavagem, a dica é reaproveitar a água. Depois de

cc tratada, essa mesma água pode ser reutilizada nas descargas


dos banheiros e na lavagem de pátios e estacionamentos.

1.9 Divisão de Abastecimento de Combustíveis

Ainda na visão de Melter (2010), a divisão de abastecimento de combustíveis cuida de:

• Colocação de combustível nos veículos; e

• Preenchimento dos formulários de controle.

bb
Assista, por meio do link disponível a seguir, à reportagem de
uma operadora de ônibus de Rio das Ostras-RJ, que implantou o
projeto de reaproveitamento de água de lavagem dos veículos.
Chegam a ser economizados 650 mil litros de água por mês.

https://www.youtube.com/watch?v=HAVNhy8C3U0

28
Resumindo

Para definir com mais segurança os serviços a serem realizados na garagem


de ônibus, é preciso considerar, entre outros: o perfil da frota da empresa,
a estrutura física disponível e o grau de exigência em relação à qualidade
dos serviços.

Nada adianta a garagem de ônibus dispor de equipamentos e ferramentas


de última geração se não capacita e treina seus profissionais.

O gerente de garagem de ônibus deve possuir espírito inovador,


contribuindo para reduzir custos da empresa e adotando atitudes
ambientalmente sustentáveis. Exemplos: utilização de painéis solares e
reúso da água de lavagem dos veículos.

Glossário

Periódico: que ocorre em intervalos regulares.

Pórtico: portal; espaço coberto que serve de entrada para um espaço aberto entre o
limite de um terreno e a entrada de uma construção ali situada.

29
Atividades

1) Entre as funções da divisão de almoxarifado do

aa Departamento de Manutenção, podemos elencar, exceto.

a. ( ) Controle do estoque de peças, acessórios e materiais


diversos.

b. ( ) Fornecimento de componentes aos funcionários.

c. ( ) Fornecimento de equipamentos de proteção individual


(EPIs) aos funcionários.

d. ( ) Realização de operações bancárias cotidianas.

2) A higienização interna do veículo é importante para a


saúde do motorista e dos passageiros.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

3) Na divisão de borracharia da garagem de ônibus, são


executados os seguintes serviços em relação aos pneus:

a. ( ) Calibração.

b. ( ) Reparos.

c. ( ) Rodízios.

d. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

30
Referências

CAMPOS, R. A Ferramenta 5S e suas Implicações na Gestão da Qualidade Total.


Bauru: Unesp, 2005.

CARVALHO, P. C. O Programa 5S e a Qualidade Total. Campinas: Alínea, 2011.

FERRAZ, A. C. P.; TORRES, I. G. E. Transporte Público Urbano. São Carlos: Rima, 2004.

31
UNIDADE 3 | GERENCIANDO OS
PROFISSIONAIS DAS GARAGENS
DE ÔNIBUS

32
Unidade 3 | Gerenciando os Profissionais das
Garagens de Ônibus

ff
Quais as funções do gerente de garagem de ônibus? Quais as
dificuldades no gerenciamento? E as funções dos demais
profissionais que trabalham nas oficinas?

A garagem de ônibus não é constituída apenas pela infraestrutura, equipamentos e


ferramentas. Um dos seus principais patrimônios são os profissionais que atuam na
empresa, sem os quais não haveria prestação de serviços. E o gerente deve ser o maestro
de toda a orquestra!

Nesta unidade, falaremos das funções desempenhadas pelo gerente da garagem de


ônibus, identificando os principais desafios do gerenciamento e das demais atividades
exercidas pelos profissionais, nas diversas áreas.

33
1 Quais as Funções do Gerente de Garagem de Ônibus?

Consoante Melter (2010) e Molinero e Arrellano (1998), a atividade de gerenciamento


de uma garagem de ônibus envolve muita responsabilidade, uma vez que a manutenção
dos veículos é uma atividade essencial no contexto de prestação de serviços de
transporte público.

O gerente é responsável pela execução


e controle das rotinas de trabalho nas
várias divisões ou oficinas. Em uma
empresa pequena, o acompanha todos
os serviços. Já nas grandes empresas, o
gerente pode contar com encarregados
por cada grupo de atividade, tais
como as divisões, já vistas dentro do
Departamento de Manutenção.

Cada encarregado é responsável pelo serviço e desempenho de sua equipe. Nesses


casos, as atribuições de acompanhamento e controle são divididas com os encarregados,
mas a responsabilidade final pelos resultados continua sendo do gerente!

Além da responsabilidade mencionada, o gerente também pode

gg
assumir responsabilidades como preposto (representante legal)
da empresa perante a justiça e em órgãos governamentais, bem
como assumir responsabilidades sobre ações comerciais, de
treinamento, recrutamento, seleção, entre outras.

Na Tabela 2, a seguir, pode-se conhecer as principais atividades que o gerente de


garagem de ônibus deve desempenhar.

34
Tabela 2: Exemplos de Atribuições do Gerente de Garagem de Ônibus

Atribuições Básicas do Gerente de Garagem de Ônibus

Atividade Descrição

O gerente deve ser o porta-voz da


filosofia de trabalho da empresa para
os colaboradores e para os agentes
externos (fornecedores, terceirizados).
Executar as políticas e programas de É de sua responsabilidade verificar se
trabalho estabelecidos. o padrão dos serviços executados está
seguindo o que foi determinado por seu
superior ou pelo proprietário e se estes
estão de acordo com o regulamento do
órgão regulador e fiscalizador.

Acompanhar o trabalho dos subordinados


levando em conta a necessidade de
Ajudar na seleção e no acompanhamento trabalhar em equipe, a impessoalidade,
do desempenho de seus subordinados a necessidade de formar seu próprio
diretos. substituto e o equilíbrio entre
conhecimento técnico e facilidade de
relacionamento com os outros colegas.

O gerente deve orientar os colaboradores


Coordenar a atuação dos subordinados sobre as políticas e critérios de
diretos e o entrosamento entre eles. relacionamento, estimulando a troca de
informações e experiências na empresa.

O desempenho deve ser acompanhado


Analisar periodicamente o desempenho e analisado para traçar as diretrizes da
operacional e os custos da garagem da empresa e tomar medidas capazes de
empresa. ajustar os serviços para serem cada vez
mais eficientes.

Manter relacionamento com autoridades


Manter contatos institucionais. de fiscalização, fornecedores locais,
entidades de classe e outras garagens.

35
Controlar os procedimentos da operação
e de manutenção por meio de indicadores
Aplicar os controles de operação e
de desempenho, realizando correções
manutenção traçados pela chefia.
necessárias para o bom andamento dos
serviços.

Como a informação é perecível, seu


aproveitamento depende de fontes
alimentadoras disciplinadas e metódicas.
Fornecer informações à chefia superior
O gerente deve armazenar e fornecer
conforme solicitado.
informações sobre as atividades da
empresa conforme programado e
solicitado.

É atribuição do gerente garantir


as condições da infraestrutura e a
existência de equipamentos em perfeito
estado de uso, por meio de manutenção
Manter a estrutura e os equipamentos
adequada, limpeza correta e frequente,
de reparos sempre em condições de uso.
organização dos espaços e qualidade no
Acompanhar e fazer cumprir todas as
ambiente de trabalho. O gerente, ainda,
exigências dos órgãos ambientais.
deve se atentar para os procedimentos
que envolvem as normas ambientais,
evitando causar danos ao meio ambiente,
além de outros prejuízos para a empresa.

O gerente deve controlar ou garantir


o controle de todas as atividades
relacionadas às rotinas de trabalho
Monitorar o período de trabalho do
dos funcionários, evitando problemas
pessoal, o uso de EPIs, o correto manuseio
trabalhistas, danos à saúde e outros
de ferramentas e equipamentos.
problemas que podem comprometer o
bom andamento dos serviços e o bem-
estar dos funcionários.

Fonte: adaptado de Melter, 2010, e Schlüter e Schlüter, 2005.

36
Outro cuidado que o gerente de garagem deve ter é a adequação do número de
profissionais à estrutura disponível e aos serviços oferecidos. É importante não
manter um excesso de profissionais trabalhando em suas oficinas. No entanto, não
se pode perder os clientes internos ou atendê-los de modo inadequado por falta de
profissionais!

aa
A falta de profissionais pode resultar em manutenções
imperfeitas, não cumprimento de prazos, custos desnecessários
e insatisfação! Esses problemas podem gerar danos à imagem
de sua empresa!

2 Profissionais que Trabalham nas Garagens de Ônibus

Para Melter (201o) e Molinero e Arellano


(1998), as atividades desempenhadas
nas garagens de ônibus são vitais para
os serviços de transporte. Porém, uma
empresa é constituída, primeiramente,
de pessoas, porque são elas que utilizam
os recursos para realizar as tarefas. Não
adianta a garagem de ônibus ser bem
estruturada, com equipamentos novos,
sem ter pessoal para trabalhar!

Possuir profissionais qualificados é considerado um fator crítico para o sucesso das


empresas que prestam o serviço de transporte coletivo. São os funcionários que
moldam a imagem de sua empresa, pois executam os serviços cujos resultados são
percebidos pelo cliente final — o usuário dos serviços de transporte!

37
Para garantir uma imagem de seriedade, segurança e

cc confiabilidade aos clientes finais – usuários do transporte, sua


empresa precisa ter funcionários preparados e treinados para
oferecer aos clientes um ótimo serviço, e de tal modo que ele
seja claramente percebido. É necessário buscar profissionais
com conhecimento técnico e investir em qualificação e
experiência para as funções!

2.1 Técnico-Administrativos

Consoante Melter (2010), os profissionais que laboram na divisão técnico-administrativa


são responsáveis desde a elaboração dos planos de manutenção preventiva, passando
pela operação de softwares específicos de manutenção, até o controle de gastos com
componentes e mão de obra.

Para a realização dessas funções, tais profissionais devem conhecer muito bem os
veículos e os tipos de serviço oferecidos. Significa que, dentre outras coisas, eles
devem saber quanto tempo leva para trocar o óleo ou um pneu, quantos profissionais
vão estar envolvidos na operação e outras informações relevantes.

2.2 Profissionais de Manutenção em Geral

Nesta categoria, podemos elencar todos os profissionais que trabalham nas divisões de
almoxarifado, ferramentaria, manutenção mecânica, manutenção elétrica, borracharia,
funilaria e pintura, lavagem e lubrificação e abastecimento de combustíveis.

Esses profissionais realizam suas tarefas em lugares fechados ou abertos, com barulhos
característicos de motores, alarmes, ferramentas e equipamentos.

38
aa
Todos esses profissionais devem utilizar os Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) para se protegerem dos diversos
perigos a que estão expostos nas oficinas. Em geral, são
utilizadas luvas, máscaras, protetores auriculares e óculos para
proteger de faíscas, peças que caem dos veículos, barulho
excessivo, entre outros.

Os trabalhadores de manutenção geral devem realizar cursos profissionalizantes


específicos de mecânica veicular, eletricidade veicular, suspensão, borracharia, para
citar alguns.

Dentre as atividades desenvolvidas e que exigem uma contínua e qualificada


capacitação, podemos citar:

• A elaboração de plano de manutenção veicular;

• A realização de manutenção de motores, sistemas e partes do veículo;

• A substituição de peças dos diversos sistemas do veículo;

• A reparação de componentes e sistemas de veículos; e

• A execução de testes de desempenho de componentes e sistemas de veículos.

bb
No link disponível a seguir, assista à reportagem que mostra os
diversos profissionais da garagem de ônibus trabalhando
durante a madrugada.

https://www.youtube.com/watch?v=ObpAPEKHolM

Além desses profissionais, dependendo do porte da garagem de ônibus, podem ser


encontrados os copeiros, auxiliares de limpeza, vigias patrimoniais, estagiários, entre
outros.

39
Resumindo

O gerente da garagem de ônibus é o cartão de visitas da empresa. É ele o


grande maestro que faz todas as equipes trabalharem em harmonia para
atender às necessidades dos seus clientes internos e externos.

Uma boa garagem de ônibus deve possuir profissionais qualificados e


experientes, bem como aptos a atenderem o seu nicho de mercado.

Em uma garagem de ônibus, o almoxarife, por exemplo, tem como principal


função garantir que as peças estejam no momento adequado na mão do
mecânico, sem gastar muito com o estoque.

Glossário

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): refere-se a todo dispositivo ou produto


de uso individual utilizado pelo trabalhador com a finalidade de protegê-lo dos riscos
capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.

Laborar: ocupar-se em algum ofício, trabalho.

40
Atividades

1) O gerente da garagem de ônibus deve orientar os

aa colaboradores sobre as políticas e critérios de relacionamento,


estimulando a troca de informações e experiências na
empresa.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

2) Entre as atribuições básicas do gerente da garagem de


ônibus, citam-se, exceto:

a. ( ) Executar as políticas e programas de trabalho


estabelecidos.

b. ( ) Ajudar na seleção e no acompanhamento do desempenho


de seus subordinados diretos.

c. ( ) Coordenar a atuação dos subordinados diretos e o


entrosamento entre eles.

d. ( ) Financiar os cursos de aperfeiçoamento dos mecânicos


periodicamente.

3) O gerente da garagem de ônibus também pode assumir


responsabilidades como preposto (representante legal) da
empresa perante a justiça.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

41
Referências

FOUNDATION FOR LEAN. Process Implementation Through 5S: Laying the Foundation
for Lean. New York: Productivity, 2016.

HIRANO, H. 5S na Prática. São Paulo: IMAM, 1994.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal oficial. Portal da internet,


2016. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 5 jul. 2016.

42
UNIDADE 4 | TECNOLOGIAS
APLICADAS AO
GERENCIAMENTO DE
GARAGENS DE ÔNIBUS

43
Unidade 4 | Tecnologias Aplicadas ao
Gerenciamento de Garagens de Ônibus

ff
Existem tecnologias para gerenciar uma garagem de ônibus? O
que pode ser informatizado? As oficinas da garagem estão
sendo produtivas? E o que dizer do rendimento da mão de obra
de seus profissionais?

Já se foi o tempo em que a Administração da Garagem de ônibus acontecia por meio de


anotações manuais em pedaços de papel espalhados ao longo da empresa. Uma garagem
de ônibus deve ser bem administrada como qualquer outra empresa, com eficiência e
apresentação de resultados, caso contrário, haverá prejuízo na certa.

Nesta unidade, conheceremos as tecnologias de gerenciamento das garagens de ônibus,


a estrutura básica de um sistema de controle de manutenção, e ainda, ajudaremos a
controlar os custos de mão de obra.

44
1 Entendendo a Necessidade de Aplicação de Tecnologias
de Gerenciamento nas Garagens de Ônibus

Para Melter (2010) e Schlüter & Schlüter (2005), o uso de recursos de informática é
cada vez mais comum no gerenciamento de garagens de ônibus e outros serviços
ligados ao setor de transportes. Programas de computador específicos para o setor –
os chamados softwares – são oferecidos por inúmeros fornecedores, com ferramentas
para vários fins. Sua grande vantagem é dar mais agilidade e precisão às decisões,
reduzindo os custos da empresa.

1.1 Cadastro da Frota e Motoristas

O cadastro da frota e dos motoristas


permite ao gerente de garagem acessar
todos os dados referentes aos veículos
e seus motoristas. Com relação aos
veículos, você pode ter informações tais
como: marca/modelo, ano de fabricação,
número do chassi, data de aquisição,
manutenções requeridas pelo fabricante
do veículo e as datas em que foram
realizadas, histórico das manutenções
realizadas nas oficinas da garagem de
ônibus, quilometragem rodada, profissionais de manutenção que trabalharam no
veículo, consumo de combustível e de lubrificantes, datas de ocorrências importantes
(batidas), principais peças trocadas, gastos com manutenção e mão de obra.

Se bem organizadas e registradas, todas essas informações poderão auxiliá-lo a


perceber o momento correto de substituir determinado veículo da frota, uma vez que
seus custos de manutenção estarão altos demais em relação à sua arrecadação diária.

45
No que tange aos motoristas, o banco de dados pode incluir: nome completo, número
da matrícula na empresa, idade, cursos realizados relacionados à condução do veículo,
horas de trabalho no veículo, histórico de manutenção em relação ao motorista,
eventos observados, gastos com peças e acessórios e mão de obra.

Da mesma forma, se bem organizados e registrados, esse conjunto de informações


pode mostrar ao gerente de Garagem quando é necessário treinar o motorista para
temas específicos, por exemplo, para uma condução mais econômica do veículo ou
direção defensiva.

O cadastro da frota e dos motoristas deve ser cuidado e

cc guardado! A empresa é responsável pelo sigilo dos dados


gerados, especialmente em relação aos motoristas, que devem
ser usados pela empresa de forma adequada e com ética!

1.2 Controle da Entrada e Saída de Veículos

O controle da entrada e saída de veículos representa o cadastro dos veículos que


entraram na garagem de ônibus para realização de algum serviço. Com isso, devem
ser coletados todos os dados necessários desde os referentes ao veículo até os
relacionados ao motorista. Quanto mais informações sobre o defeito apresentado,
mais rápido será o diagnóstico e a realização da manutenção ou reparo necessário.

aa
Quando conclusos os serviços, o responsável pela entrega do
veículo na saída deve conferir, com o motorista que o receber,
todas as suas condições de funcionamento, e registrá-las no
sistema.

46
1.3 Controle de Manutenção

O controle de manutenção engloba o cadastro de solicitação, o registro de ocorrências,


a solicitação de aprovação de serviços pelo encarregado, o apontamento de materiais,
o apontamento de mão de obra interna, o apontamento de serviços externos, o
lançamento de nota fiscal dos serviços externos, dentre outros.

1.4 Controle de Combustível

O controle de combustível diz respeito ao controle das ordens de abastecimento


internas (garagem) e externas (postos de combustíveis), aos requerimentos de
aprovação, ao controle de estoque, ao controle das bombas e ao lançamento das notas
fiscais dos abastecimentos.

1.5 Controle de Suprimentos

O controle de suprimentos abarca a requisição de consumo, a requisição de compra, as


ordens de compra, o controle de aprovação, a baixa direta de estoque das ordens de
serviços, o controle de saldos e custos e alimentação dos sistemas de contabilidade da
empresa.

47
2 Estrutura Básica de um Sistema de Controle de Manutenção

Para Melter (2010), Filho (2010) e Dorigo e Nascif (2009), cada programa de computador
utiliza uma estrutura para controle e gerenciamento de uma garagem de ônibus. A
empresa pode desenvolver seu próprio sistema, de acordo com suas necessidades. No
entanto, podem ser destacados alguns itens comuns a diversos programas.

2.1 Ordem de Serviço (OS)

A Ordem de Serviço é essencial para o acompanhamento da


manutenção, bem como é fonte de informações para o cálculo
do custo operacional.

Deve conter todos os dados do serviço solicitado, bem como sua duração e os
profissionais envolvidos.

2.2 Ficha de Serviços a Serem Executados

Preenchida no ato da inspeção do veículo, geralmente por encarregados das divisões


do Departamento de Manutenção ou seus auxiliares diretos. Indica todos os defeitos
e o tipo de manutenção necessária. Se a frota for grande, aconselha-se determinar o
tempo-padrão para cada tarefa. Também é aconselhável anotar os defeitos verificados
pelo condutor do veículo.

48
2.3 Ficha de Serviços de Terceiros

Necessária nos casos de serviços mais complexos, quando as oficinas da garagem de


ônibus não executam diretamente a atividade, como retífica de motor, mudança de
estofamentos, entre outros. Essa operação deve ser informada ao gerente de garagem,
que pode autorizar que o serviço seja realizado por outra oficina.

2.4 Material Empregado

Formulário reservado para anotações das


peças e materiais utilizados na operação
de manutenção ou reparo. Seu conteúdo
deve ser confirmado por meio da ficha de
requisição de materiais fornecida pela divisão
de almoxarifado de peças, ou pela nota fiscal,
caso não haja em estoque o material utilizado.

bb
Comprar peças de qualidade e com menor custo representa uma
boa estratégia para as oficinas mecânicas. Leia, no link disponível
a seguir, a entrevista sobre a entrada de uma nova empresa
italiana de tubulações e mangueiras para o mercado original e
de reposição.

http://omecanico.com.br/category/revista/258

49
2.5 Tempo Gasto com Mão de Obra

Intervalo de tempo gasto pelos profissionais na atividade de manutenção, registrando-


se os momentos de início e de término de cada operação. Esses valores devem ser
comparados aos valores médios historiados, para análise de produtividade e eficiência.

3 Controle dos Custos

Segundo Melter (2010), Filho (2010) e


Dorigo & Nascif (2009), esse controle
consiste na apropriação dos custos
gerados pelo Departamento de
Manutenção. Trata-se de um quadro
demonstrativo, contendo os vários itens
do custo que, somados, fornecem o
custo da manutenção. É realizado a partir
do preenchimento da ficha técnica do
serviço, ao final de cada manutenção.

3.1 Controle da Produção de Mão de Obra Direta

Deve ser efetuado por meio de um boletim de serviço, que funciona simultaneamente
com a ordem de serviço. É necessário um documento individual por funcionário, no
qual são registradas, em horas, todas suas tarefas diárias, tais como:

• Tempo trabalhado: o tempo em que o funcionário executou qualquer tarefa,


dentro de suas atribuições.

• Tempo ocioso: corresponde ao tempo em que o funcionário ficou à disposição,


por falta de serviço.

50
• Tempo improdutivo: corresponde ao tempo em que o funcionário ficou desviado
de suas atribuições, executando outras que não são comuns em seu trabalho
cotidiano.

• Falta ao serviço: registra os períodos em que o funcionário não se encontrava na


empresa, por motivos de doença, atraso, entre outros.

3.2 Avaliação de Desempenho da Mão de Obra

Os boletins de serviço devem ser enviados diariamente à divisão técnico-administrativa


e registrados na ficha mensal de cada funcionário.

aa
Com os dados coletados, pode-se avaliar o desempenho da mão
de obra e a produção do grupo, para fins de dimensionamento,
bem como para remanejar o pessoal, quando necessário.

3.3 Cálculo do Índice de Produtividade (P)

Calculado em função da relação entre o tempo trabalhado pelo funcionário e seu


tempo disponível, sendo:

Em que:

SV: tempo de serviço no veículo

SB: tempo de serviço na bancada

SE: tempo referente a serviços especiais

DP: tempo disponível

51
3.4 Cálculo do Índice de Improdutividade (I)

É calculado em função das horas improdutivas do empregado:

Em que:

FS: tempo transcorrido na falta de serviço

SO: tempo transcorrido na realização de serviços gerais de oficina

DP: tempo disponível

3.5 Cálculo do Índice de Horas Perdidas (L)

É calculado da seguinte forma:

Em que:

FAD: tempo transcorrido no caso de falta, atraso ou dispensa

DP: tempo disponível

52
3.6 Cálculo do Índice de Rendimento (R)

Cálculo do rendimento da mão de obra. Esse item somente poderá ser utilizado caso a
empresa trabalhe com tempo-padrão para os serviços de manutenção:

Em que:

PV: tempo previsto ou tempo-padrão

3.7 Cálculo do Índice de Imobilização (I)

Para que a disponibilidade do veículo seja controlada, é necessário manter, sob registro,
toda a entrada do veículo em manutenção. Assim sendo, toda vez em que ele estiver
em manutenção, será considerado imobilizado. Esse controle serve para registrar a
entrada e saída de cada veículo na garagem de ônibus e fornecer dados para relatórios
demonstrativos das imobilizações ocorridas.

Para a garagem de ônibus, fica a responsabilidade de manter a

hh
qualidade dos serviços e evitar, ao máximo, a imobilização de
cada veículo. Com o controle, pode-se localizar os pontos de
estrangulamento e racionalizar o fluxo de veículos nos setores
de reparo, visando à minimização dos tempos gastos na
manutenção veicular.

O elemento básico para este planejamento é ter conhecimento da disponibilidade


da frota. Portanto, isso passa a ser um dos objetivos do gerente de garagem e dos
seus encarregados. Tais profissionais devem manter um determinado percentual de
imobilização ao mês para que seus objetivos sejam alcançados. Para isso, podem valer-
se do cálculo do índice de imobilização apresentado a seguir.

53
Com o cálculo desse Índice de Imobilização (I), a empresa pode analisar o desempenho
real e compará-lo com o desempenho previsto, por meio de:

Conhecer os custos envolvidos com a realização de atividades na garagem de ônibus


é indispensável para o controle dos serviços e apuração do resultado do trabalho
realizado. Várias são as decisões a serem tomadas no dia a dia, sendo que essas decisões
implicam em maior e menor custo das atividades e, consequentemente, influenciam no
lucro da empresa.

bb
Assista ao vídeo de apresentação de software de gerenciamento
de oficinas, disponível no link a seguir.

https://www.youtube.com/watch?v=UzuIjKMjORA&list=PLOnF
6sY0TzWg7goKDUh%20DJjB5Ih1PXKiaq&feature=iv&src_
vid=t5QaXgm4rZo&annotation_id=annotation_34%20
69495907

54
Resumindo

As atividades da garagem de ônibus são complexas, pois envolvem vários


profissionais distintos, máquinas e equipamentos, bem como materiais e
ferramentas diversas.

O gerente da garagem de ônibus é o profissional responsável por garantir


que o estabelecimento irá funcionar de modo satisfatório, fazendo com
que as atividades se tornem cada vez mais eficientes e eficazes.

A atenção aos custos relacionados à execução dos serviços é fundamental


para o sucesso da empresa. Cabe ao gerente da garagem ajudar na redução
desses custos, sem prejudicar a qualidade dos serviços prestados. Por isso,
o gerente deve se esforçar ao máximo para entender e colocar em
funcionamento todas as tecnologias em que a empresa investiu, treinando
os empregados para evitar falhas de procedimento.

Glossário

Dimensionamento: ação de indicar a extensão ou importância de algo.

Ética: conjunto de princípios, normas e regras que devem ser seguidos para que se
estabeleça um comportamento moral exemplar.

55
Atividades

1) A Ordem de Serviço é essencial para o acompanhamento

aa da manutenção, porém, não constitui fonte de informações


para o cálculo do custo operacional da garagem de ônibus.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

2) É preenchida no ato da inspeção do veículo. Indica todos os


defeitos e o tipo de manutenção necessária. Estamos falando
de:

a. ( ) Ficha de Serviços de Terceiros.

b. ( ) Ficha de Material a ser Empregado.

c. ( ) Ficha de Cadastro de Clientes.

d. ( ) Ficha de Serviços a serem Executados.

3) O cadastro da frota e dos motoristas permite monitorar o


desempenho da frota e dos profissionais que conduzem os
veículos.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

56
Referências

FOUNDATION FOR LEAN. Process Implementation Through 5S: Laying the Foundation
for Lean. New York: Productivity, 2016.

HIRANO, H. 5S na Prática. São Paulo: IMAM, 1994.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal oficial. Portal da internet,


2016. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 5 jul. 2016.

57
UNIDADE 5 | A FILOSOFIA 5S
APLICADA À ADMINISTRAÇÃO
DAS GARAGENS DE ÔNIBUS

58
Unidade 5 | A Filosofia 5S Aplicada à Administração
das Garagens de Ônibus

ff
Você sabe qual é a origem da Filosofia 5S? O que significa cada
um dos seus termos? Como fazer para praticar cada um deles?

A Filosofia 5S representa o bom senso — que pode ser ensinado e praticado para o
crescimento humano e profissional na área de manutenção das operadoras de transporte
coletivo. Está diretamente associada à eficiência e eficácia na realização das tarefas
diárias e na busca contínua por excelência nos serviços prestados.

Nesta unidade, vamos iniciar conhecendo a origem da Filosofia 5S. Na sequência, falaremos
sobre o significado de cada um dos termos dos 5S e de como praticá-los.

59
1 Conheça a Origem da Filosofia 5S

De acordo com Andrade (2016) e o Instituto IMAM (1994), a Filosofia 5S surgiu nas
empresas do Japão durante a reconstrução do país, após a Segunda Guerra Mundial,
quando os japoneses receberam orientação de especialistas americanos sobre como
fazer o controle de qualidade.

Assim, os japoneses foram aperfeiçoando os processos industriais dos norte-americanos,


resultando o denominado Total Quality Control (TQC — Controle da Qualidade Total).
O TQC, que teve como uma de suas bases a aplicação da Filosofia 5S, é entendido como
o controle dos processos para assegurar o resultado final, entregando os produtos e
serviços conforme a expectativa do cliente. Repare que, no seu caso, o cliente interno
é o Departamento de Operações e o cliente final da empresa de transporte é o usuário
da prestação dos serviços de transporte coletivo.

2 Significado dos 5S

De acordo com Campos (2005), a função da Filosofia do 5S é sensibilizar as pessoas,


simplificando o aprendizado e a prática dos conceitos e técnicas para a qualidade.
Isso inclui providências tais como: cuidar dos ambientes de trabalho, equipamentos,
materiais e colegas.

Os 5S tiveram origem em cinco palavras japonesas que começam com a letra “S”.
Confira, na Tabela 3, a seguir, o significado de cada termo.

60
Tabela 3: Significado dos 5S

Termo Termo em
Significado
Nipônico Português

Senso de Separar o que é útil do que não é.


Seiri
utilização Melhorar o uso do que é útil.

Senso de Um lugar para cada coisa. Cada coisa


Seiton
organização no seu lugar.

Senso de
Seiso Limpar e evitar sujar.
limpeza

Seiketsu Senso de saúde Padronizar as práticas saudáveis.

Senso de Assumir a responsabilidade de seguir


Shitsuke
disciplina os padrões.

Fonte: adaptado de Andrade, 2016.

Vamos mostrar o que significa cada uma dessas práticas e como podem ser aplicadas
ao seu trabalho de gerente de garagem de ônibus.

61
2.1 Seiri

Seiri refere-se ao senso de utilização. Consiste em deixar, no ambiente de trabalho,


somente o que é extremamente necessário.

Seiri significa usar recursos disponíveis, com bom senso e


equilíbrio, identificando materiais, equipamentos, ferramentas,
informações e dados necessários e desnecessários, descartando
ou dando a devida destinação àquilo considerado desnecessário
ao exercício das atividades.

Mas, como você pode aplicar o seiri nas atividades de uma garagem de ônibus?

Para Campos et al. (2005) e Hirano (1994), você deve aplicar o seiri para eliminar não
apenas os desperdícios de coisas materiais, como também as tarefas desnecessárias,
analisando o trabalho e evitando, com isso, esforços desnecessários. Porém, o senso
de utilização pressupõe que além de identificar excessos e/ou desperdícios, estejamos
também preocupados em identificar “o porquê do excesso” de modo que medidas
preventivas – e não reacionárias — sejam adotadas para que os acúmulos desses
excessos não ocorram novamente.

De modo prático, a Filosofia 5S deve começar a partir de seu lar,

hh
passando pela sua empresa, pela sua mesa de trabalho, até as
instalações das oficinas, pátios e estacionamentos da garagem
de ônibus.

De acordo com Campos (2005), reflita sobre o seu hábito de guardar, que pode ser
resultado do excesso de apego aos bens materiais, constituindo uma barreira. Por isso,
para termos sucesso nesse senso, devemos transpor tais dificuldades, uma vez que o
ponto-chave é saber identificar o que é necessário e descartar o que não mais for útil.
Para implementar o senso de utilização, divida seus objetos em três categorias:

62
• Utilizáveis: aqueles em perfeitas condições de uso, em quantidade adequada e
com frequência de utilização conveniente. Exemplos: pares de sapato na sua casa
que você utiliza frequentemente, caneta dentro do porta-luvas do seu carro e
bloco de anotação para você fazer registros no dia a dia.

• Não utilizáveis: aqueles que parecem desnecessários e, preferencialmente,


que você não vem usando. Exemplos: roupas velhas e que não servem mais,
ferramentas quebradas e que podem causar riscos no uso, pneus velhos.

• Utilização improvável: aqueles sem condições de uso, em quantidade inadequada


caso você fosse usar, e cuja frequência de utilização é muito baixa. Exemplos:
listas de telefone antigas, papéis sem serventia.

2.2 Seiton

Seiton refere-se ao senso de ordenação


e pode ser definido como um otimizador
da área de trabalho porque consiste em
definir critérios e locais apropriados para
estocagem, depósitos de ferramentas e
materiais, armazenamento e fluxo de
informações, ou seja, fazer com que
as coisas necessárias sejam utilizadas
com rapidez e segurança, a qualquer
momento.

Para Moreira (2014) e Campos et al. (2005), com a implementação do senso de utilização,
apenas o essencial para a execução das tarefas permanecerá no seu ambiente de
trabalho. O próximo passo é desenvolver um arranjo físico sistemático para organizar
de maneira mais funcional o local de trabalho, isto é, dispor os recursos eficiente e
eficazmente, a fim de facilitar o fluxo de pessoas, materiais, informação e gerar um
sistema de controle visual.

63
ee
O senso seiton simplesmente apregoa: se você desorganizou,
procure organizar; se desarrumou, procure arrumar; e assim por
diante.

Para implementar o senso de ordenação, sistematização e classificação, confira alguns


procedimentos a serem tomados:

• Reorganize as áreas mais necessitadas de sua casa e de seu trabalho. Exemplos:


em sua casa, coloque brinquedos dos filhos nos lugares separados para esse
fim. As ferramentas e peças sobressalentes da empresa devem ser colocadas e
organizadas, respectivamente, na divisão de ferramentaria e almoxarifado.

• Classifique os objetos (padronizando por nomes) e guarde-os segundo cada


grupo. Exemplos: documentos referentes ao Imposto de Renda; documentos
relacionados ao seu veículo. Na empresa, adote cadastros específicos, físicos e/
ou em meio digital, para a frota.

• Utilize cores fortes e etiquetas para identificação. Exemplos: na empresa,


tenha pastas coloridas de uma determinada cor para guardar os documentos
dos veículos e outras pastas de cores distintas para colocar os documentos
relacionados à manutenção, aquisição de peças, reuniões diárias, entre outros.

• Utilize quadros de aviso como fonte de informação. Exemplos: você pode colocar,
na sua casa, os horários das atividades de seus filhos. Na empresa, os quadros de
aviso de escalas de profissionais, férias, rotinas de trabalho, metas diárias, entre
outros.

A organização do ambiente de sua casa e de seu trabalho

cc propicia uma gestão mais eficiente, porque se tem melhor uso e


controle dos insumos, força de trabalho e equipamentos
empregados.

64
2.3 Seiso

Para Carvalho (2011) e Campos et al. (2005), como o próprio nome diz, o seiso consiste
em manter limpo o ambiente de trabalho (paredes, armários, gavetas, piso, boleia,
carroceria, lataria). Poeira, lama e lixo nos ambientes de trabalho podem não só
influenciar negativamente na saúde e integridade dos funcionários, como também
causar danos, defeitos e falhas em equipamentos.

aa
A não observância do seiso permite a ocorrência de defeitos nos
equipamentos, indisponibilidade de ferramentas, perdas de
peças e materiais. A essência da prática desse senso não reside
na ação de limpar, e sim na ação de não sujar.

Para implementar esse senso, tenha em


mente as seguintes medidas a serem
tomadas:

• Eduque para a prática do não sujar;

• Comprometa todos os colegas com


a limpeza de cada um;

• Pesquise e extinga as causas da


sujeira;

• Pratique a clareza na comunicação; e

• Tenha em mente que o não sujar vale mais do que o limpar.

Com a aplicação do seiso, você também poderá extinguir a

gg
poluição sonora (vozes altas), visual (desordem) e ambiental
(maledicências), trazendo benefícios para o seu ambiente de
trabalho e para a sua casa.

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2.4 Seiketsu

Conforme a Foundation for Lean (2011) – instituição que se dedica ao estudo da prática
dos 5S — e Campos et al. (2005), o seiketsu é o quarto senso, relacionado à higiene,
saúde e integridade, e é alcançado com a prática dos sensos anteriores. Basicamente,
consiste em garantir um ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes, manter
boas condições sanitárias nas áreas comuns (banheiros, cozinha, copa), zelar pela
higiene pessoal, gerar e disponibilizar informações e comunicados de forma clara e,
no sentido mais amplo do senso, ter ética no trabalho e manter relações interpessoais
saudáveis, tanto dentro quanto fora da empresa.

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O senso seiketsu é de vital importância para assegurar a
manutenção dos 3S iniciais, visto que a melhoria da qualidade
de vida no trabalho estimula a adesão e comprometimento de
todos (com a nova filosofia de trabalho).

Para implementação desse senso, verifique alguns procedimentos que devem ser
adotados:

• Implemente os três primeiros sensos;

• Valorize a sua aparência pessoal e a da empresa;

• Evite todas as formas de poluição;

• Mantenha as condições para colocar em prática o controle visual; e

• Cuide de sua saúde, bem como compartilhe esse cuidado com os seus familiares
e colegas, lembrando-se de manter uma alimentação saudável, fazer exercícios
físicos regulares, bem como exames periódicos, e usar os equipamentos de
proteção individual (EPI).

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2.5 Shitsuke

Para Campos et al. (2005) e Hirano (1994), o shitsuke está associado à autodisciplina,
à educação e ao compromisso. Procura corrigir o comportamento inadequado das
pessoas e consiste em uma nova fase, em que todos devem moldar seus hábitos. Os
funcionários que trabalham na garagem de ônibus devem seguir e comprometer-se
com as normas, os padrões e os procedimentos formais e informais da empresa.

Com a aplicação cotidiana do shitsuke (disciplina), podemos falar

cc que a Filosofia 5S se consolidou. Isso significa que a mudança de


valores está arraigada em toda a organização.

Para a prática do shitsuke, confira algumas ações a serem implementadas:

• Faça com que os erros sejam transparentes e os corrija;

• Deixe claros seus valores;

• Prima por uma comunicação clara e objetiva;

• Tome atitudes ao verificar não conformidades;

• Busque a pontualidade nos seus compromissos; e

• Saiba criticar de forma construtiva.

ee
O shitsuke é o senso cuja prática demonstra a disciplina do seu
praticante no que se refere à aprendizagem e absorção de novos
e bons hábitos, valores, comportamentos e crenças.

bb
Aprenda mais sobre a Filosofia 5S assistindo ao vídeo animado e
explicativo, disponível no link a seguir.

https://www.youtube.com/watch?v=ZFW_dSO7pJ8

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Resumindo

O papel da Filosofia 5S é facilitar o aprendizado e a prática de conceitos e


ferramentas para a qualidade. Isso inclui cuidar dos ambientes de trabalho,
equipamentos, materiais, metodologias, medidas e, especialmente,
pessoas. E, é claro, pode e deve ser aplicada, também, no ambiente
familiar.

A Filosofia 5S é bem prática. Veja que, já na prática do primeiro senso – o


seiri – é importante você separar os objetos em utilizáveis, não utilizáveis e
de utilização improvável. Com isso, você acaba eliminando a bagunça do
seu ambiente de trabalho e da sua casa, bem como, por exemplo, facilitando
as doações para instituições de caridade.

Lembre-se de que, quando o quinto senso shitsuke (disciplina) se consolida,


podemos dizer que a Filosofia 5S como um todo também se consolida. A
consolidação desse senso significa que a mudança de valores está
disseminada e enraizada em toda a organização.

Glossário

Extinguir: dissipar; dissolver; acabar.

Reacionário: contrário; que se opõe a algo.

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Atividades

1) Seiri refere-se ao senso de saúde. Consiste em deixar, no

aa ambiente de trabalho, somente o que não afeta a saúde.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

2) Os resultados da não observância desse senso são quebras


inesperadas de equipamentos, ferramentas não disponíveis,
deterioração de peças e materiais. A filosofia principal desse
senso não consiste no ato de limpar, mas no ato de não sujar.
Estamos falando de qual senso dos 5S?

a. ( ) Seiri

b. ( ) Seiso

c. ( ) Seiton

d. ( ) Seiketsu

3) O senso seiketsu é de vital importância para assegurar a


manutenção dos 3S iniciais, visto que a melhoria da qualidade
de vida no trabalho estimula a adesão e o comprometimento
de todos.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

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Referências

ANDRADE, W. M. Filosofia 5S. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.5s.com.


br>. Acesso em: 5 jul. 2016.

ANTP. Associação Nacional de Transportes Públicos. Portal oficial. Portal da internet,


2016. Disponível em: <www.antp.org.br>. Acesso em: 5 jul. 2016.

CAMPOS, R. A Ferramenta 5S e suas Implicações na Gestão da Qualidade Total.


Bauru: Unesp, 2005.

CARVALHO, P. C. O Programa 5S e a Qualidade Total. Campinas: Alínea, 2011.

FERRAZ, A. C. P.; TORRES, I. G. E. Transporte Público Urbano. São Carlos: Rima, 2004.

FOUNDATION FOR LEAN. Process Implementation Through 5S: Laying the Foundation
for Lean. New York: Productivity, 2016.

HIRANO, H. 5S na Prática. São Paulo: IMAM, 1994.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal oficial. Portal da internet,


2016. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 5 jul. 2016.

MELTER, K. S. Transporte Público Coletivo de Ônibus. São Paulo: EP, 2010.

MOLINERO, A. M.; ARELLANO, I. S. Transporte Público – Planeación, Diseño, Operación


y Administración. México: ICA, 1998.

MOREIRA, M. S. Programa 5S. Nova Lima: Falconi, 2014.

NTU. Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Portal Oficial,


2016. Disponível em: <www.ntu.org.br>. Acesso em: 5 jul. 2016.

SCHLÜTER, G. H.; SCHLÜTER, M. R. Gestão da Empresa de Transporte Rodoviário de


Carga e Logística: a Gestão Focada no Resultado. Porto Alegre: Horst, 2005.

TORBI, M. Reflexões sobre o Transporte Coletivo de Passageiros. São Paulo: EMT,


2014.

VASCONCELLOS, E. A. Mobilidade Urbana: O que Você Precisa Saber. São Paulo: Cia
das Letras, 2013.

70
Gabarito

Questão 1 Questão 2 Questão 3

Unidade1 F D F

Unidade 2 D V D

Unidade 3 V D V

Unidade 4 F D V

Unidade 5 F B v

71

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