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PRINCIPIOS DO CONTRATO

 Consensualismo
 Diálogo das fontes
 Função social do contrato
 Autonomia da vontade
 Principio da supremacia da ordem publica
 Principio da relatividade dos efeitos do contrato
 Principio da exceção do contrato não cumprido (exeptio non adimpleti contractus) – nos contratos
com obrigações reciprocas, o descomprimento de um contratante desobriga os demais
 Principio da obrigatoriedade dos contratos
 Principio de revisão dos contratos (Onerosidade excessiva)
 Principio da boa-fé objetiva

CONCEITOS CORRELATOS DA BOA FÉ


1. Venire contra factum propium
2. Supressio
3. Surrectio
4. Tu quoque

PRINCIPIOS DA INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS


Interpretar: precisar o sentido e alcance da declaração de vontade. A interpretação pode ser declarativa,
quando busca descobrir a intenção do contrato, ou constitutiva, quando suprir lacunas ou omissões

 Principio da boa-fé/lealdade
 Principio da conservação (ou aproveitamento dos contratos)
 Principio da interpretação mais favorável ao consumidor

INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS DE ADESÃO


 Interpretação mais favorável ao aderente
 Nulidade de clausulas abusivas

CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO
 Observância de como as partes vinham executando
 Interpretação menos onerosa para odevedor
 Interpretação conjunta
 Obscuridade imputada a quem redigiu o contrato
 Principio da conservação

ATOS UNILATERAIS
1. Promessa de recompensa – exposição publica de interesse de recompensa, cabe arrependimento
publicizado.
2. Gestão de negocio – conduta no interesse presumido do dono do negocio, mas sem sua
autorização. Dono deve reembolsas das despesas feitas
3. Pagamento indevido
4. Enriquecimento sem causa

CONDIÇÃO DE VALIDADE DO CONTRATO


1) Ordem geral – pertinentes a todos os negócios juridicos
2) Ordem especial
A. Consentimento reciproco
B. Acordo de vontades

Divisão dos requisitos:

1) Requisitos subjetivos
a. Capacidade genérica – indígena é capaz, quando for socializado. Nulo (166), Anulavel (171)
b. Capacidade especifica (legitimidade) para contratar
i. Poder de disposição
ii. Outorga uxória
c. Consentimento (de ordem subjetiva) – livre e espontâneo. Pode ter manifestação EXPRESSA ou
TÁCITA. São seus aspectos:
i. Existência e natureza
ii. Objeto
iii. Clausulas
2) Requisitos objetivos
a. Licitude
b. Possibilidade física ou jurídica
c. Determinação do objeto
d. Patrimonialidade
3) Requisitos formais
a. Forma livre – baseada no consensualismo (vertente adotada pelo Brasil, em que o contrato
pode assumir qualquer forma não defesa em lei)
b. Forma especial ou solene – baseada no formalismo – caso do registro de imóvel de mais de
20 salarios mínimos
i. Especial única
ii. Especial múltipla ou plural

NULO OU ANULAVEL?
Quando nulo, é como se o contrato nunca tivesse produzido efeito.

Quando anulado, ele deixa de produzir efeitos a partir daquele momento.

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FORMAÇÃO DOS CONTRRATOS
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE
1. Momento subjetivo (psicológico)
2. Momento objetivo – declaração de vontade

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS


1. Negociações preliminares (fase de pontuação)
- Sem força vinculante
- Projeto, minuto
2. Proposta (feita pelo proponente) – também chamada de oferta ou oblação.
- Declaração recepticia de vontade
- Negócio jurídico unilateral
- Caráter vinculativo
3. Aceitação (declaração)

ELEMENTOS DA PROPOSTA
I) Elementos essenciais
a. Preço
b. Quantidade
c. Tempo de entrega
d. Etc
II) Ser séria e consciente
III) Ser clara, completa e inequívoca

OFERTA ABERTA AO PUBLICO


Não é endereçada a uma pessoa determinada.

PROPOSTA SEM FORÇA VINCULANTE


1. Quando tiver clausula expressa de não vinculação
2. Quando for presumida da natureza do negocio
3. Quando for presumida de circunstancias do caso
i. Se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita
ii. Se feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a
resposta ao conhecimento do preponente
iii. Sem feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta no prazo dado
iv. Se antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação

EFEITOS PERANTE TERCEIROS


Principio da relatividade diz que os contratos só operam efeitos entre as partes. Esse principio é relativizado,
atualmente, pela função social do contrato.

Mesmo dentro dessa relativização, o próprio coloca 3 excecões, situações especiais nas quais o contrato
originário pode estender efeito para outras pessoas:

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1) Estipulação em favor de terceiro – credor convenciona com o devedor que este deverá realizar
determinada prestação em beneficio de outro, que não faz parte da relação jurídica contratual
originária. É o contrato de seguro de vida, que determinado é a partilha entre terceiros.
 Tanto o estipulante como o terceiro podem exigir o cumprimento da obrigação. Mas o 3º não pode
modificar os termos iniciais estabelecidos naquele contrato.
 O estipulante pode substituir o terceiro beneficiário sem anuência deste ou do outro contratante.
Essa modificação pode ser inter vivos ou por disposição de uma vontade (testamento)
2) Promessa de fato de terceiro – aqui o terceiro ingressa não como beneficiário, mas como
obrigado a fazer alguma coisa. Como ninguém é obrigado a aceitar a alteração de seu status
patrimonial e, por isso, o terceiro pode recusar a obrigação estabelecida.
 Se ele não aceita (ex: prometo que o Roberto Carlos fará um show de natal na minha casa), quem
prometeu se torna responsável pelo não cumprimento. No caso de cônjuge, ele pode defender
sua cota-parte dentro do patrimônio, no caso de responsabilidade deste por promessa que ele não
aceitou.
 Caso seja aceita, a pessoa que prometeu deixa de ser responsável pelo inadimplemento, quando
ocorrer. A pessoa que aceitou se obriga.
3) Contrato com pessoa a declarar – uma das partes se reserva a faculdade de determinar no
futuro um terceiro que adquirirá os direitos e assumir as obrigações decorrentes
 No caso de omissão de prazo para essa indicação, ela deve ocorrer em 5 dias.
 Há ineficácia se não houver indicação, se o nomeado recusar ou se o nomeado era incapaz ou
insolvente

CONTRATO DE COMPRA E VENDA


Contrato bilateral pelo qual uma das partes se obriga a transferir o domínio de uma outra à outa, mediante
a contraprestação de certo preço em dinheiro.Art. 481 do CC

OBJETO
Bens de toda natureza:

1. Corpóreos
2. Incorpóreos – a alienação destes traz a expressão cessão (cessão de direitos, de crédito, etc)

NATUREZA OBRIGACIONAL OU REAL?


O contrato de compra e venda tem natureza obrigacional, ou seja: através dele, os contratantes apenas
se obrigam reciprocamente. A transferência, em si, do domínio, não se dá pelo contrato em si (em cujo
caso, o contrato teria CARÁTER REAL), mas sim por outro ato:

1. Tradição (para os móveis) – art. 1267


2. Registro (para os imóveis) – art. 1227

Essa natureza é particularmente importante no direito brasileiro (que reflete o alemão e este, o romano)
porque ajuda a determinar quem sofre as perdas pelo perecimento de um bem, em uma relação de compra

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e venda. Como a perda ocorre para o dono (res perit domino), se houver apenas contrato, e não tradição,
quem deve suportar o prejuízo é o alienante.

 O Contrato de alienação fiduciária é uma exceção, pois transfere o domínio indepentemente da


tradição (art. 1361, CC). Alienação fiduciária é a transferência da propriedade de um bem móvel
ou imóvel do devedor ao credor para garantir o cumprimento de uma obrigação
 Se o alienante, que assumira a obrigação de efetuar a entrega, não a cumpre e aliena o mesmo
bem posteriormente a terceiro, em favor de quem efetua a tradição (procedendo este ao registro
da escritura, se se tratar de imóvel), não tem o primeiro adquirente, mesmo provando haver
concluído o contrato e pago o preço, o direito de reivindicá -lo, mas tão somente o de reclamar
perdas e danos.

COMPRA E VENDA INTERNACIONAL


LINDB: “para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á alei do país em que se constituírem” art. 9º e
“a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente”, podendo
as partes convencionarem diferentemente, desde que não ofendam a soberania nacional, ordem publica
e bons costumes.

NATUREZA JURIDICA
I. Bilateral – ou sinalagmático, porque gera obrigações recriprocas
II. Consensual (em regra) – em oposição aos contratos reais, porque se aperfeiçoa com o acordo de
vontades, INDEPENDENTEMENTE da entrega da coisa
III. Oneroso – ambos os contratantes obtêm proveito, correspondendo a um sacrificio
IV. Comutativo (em regra) – conteúdo das prestações recíprocas é certo. Pode se transformar em
aleatório se tiver por objeto coisas futuras ou existentes, mas sujeitas a risco
V. Não solene (em regra) – forma livre (alienação de imóveis é solene)

ELEMENTOS DA COMPRA E VENDA


I. Coisa (res)
II. Preço (pretium)
III. Partes
IV. Consentimento (consensus)
V. ** Forma – não é requisito geral e, portanto, não retira o caráter consensual da compra e venda

Consentimento
Pressupõe a capacidade das partes, que leve ser livre e espontâneo, sob pena de ANULABILIDADE, e deve
recair sobre a coisa e o preço;

 Não basta capacidade genérica, mas sim a capacidade especifica para ALIENAR, porque precisa
haver PODER DE DISPOSIÇÃO do vendedor. Para o comprador, basta a capacidade de origar-se.
 As incapacidades genéricas do art. 3º e 4º do CC não impede que os portadores realizem negócios
jurídicos, desde que sejam supridas pela representação, assistência ou pela autorização do juiz.
 Não tem sido exigido o consenso na compra e venda feita por incapazes, especialmente na compra
de produtos no mercado de consumo para utilização pessoal. Esses fatos negociais são

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classificados como RELAÇÕES CONTRATUAIS DE FATO, que independem da vontade real ou
tática e de capacidade negocial das partes. Ex: não é nula a compra de um sorvete feita por uma
criança de sete anos, embora não tenha capacidade de emitir a vontade qualificada que se exige
nos contratos de compra e venda. Ato-fato jurídico, portanto, ato dotado de aceitação social e
encarado como fato pela lei.

Preço
Sem a fixação do preco, o contrato de compra e venda é nulo (*)

 Preço convencional - fixado pelo livre debate entre contraentes, conforme leis do mercado.
 Preço do custo
 Preço em vigor no dia da expedição
 Melhor oferta
 Preço do costume
 Designada por terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o
terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, SALVO QUANDO acordarem
designar outra pessoa. O terceiro age como MANDATÁRIO, sem capacidade especial.
 Fixação com base em índices ou parâmetros – devem ser suscetíveis de objetiva determinação.
INdices são indicadores de calcula da variação de preços. Parâmetros são referenciais que servem
como indicativos de custo de vida ou de inflação.

(*) O CC/2002 inovou ao possibilitar a venda sem fixação de preço ou critérios para sua determinação,
em cujo caso as partes se sujeitam ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. Havendo
diversidade de preço, prevalece o TERMO MÉDIO. Aqui não há verdadeira indeterminação do preço,
porque ele é tomado a partir de comportamentos habituais dos contraentes.

Não se admite, entretanto, indeterminação absoluta (“pagarás o que quiseres”). Cláusula do tipo é nula
por potestativa.

 O preço deve ser SÉRIO e REAL, correspondente ao valor da coisa, e não vil ou fictício. Essa
correspondência, entretanto, não precisa ser exata, podendo haver a negociação do bem abaixo
ou acima do valor real. O que não se pode é tolerar contratualmente ERRO ou LESÃO (obrigação
a prestação manifestadamente desproporcional por necessidade ou inexperiência)

Forma de pagamento
I. Em dinheiro
II. Redutível a dinheiro – válido uso de titulo de crédito, do qual conste o montante em dinheiro
estipulado
 Se for pago mediante a entrega de um objeto, temos contrato de TROCA ou PERMUTA
 Se for pago mediante a prestação de serviços, o contrato será INOMINADO
 Se for pago parte em dinheiro e parte em outra espécie, a configuração é feita pela predominância
em porcentagem

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A coisa
Deve atender aos requisitos:

I. Existencia – é nula a venda de coisa inexistente, resguardado o direito de negociar a existência


potencial (como safra futura), cuja venda se apresenta como CONDICIONAL. Essa venda se
reputa perfeita desde a data da celebração com o implemento da condição, mas se resolve se não
vier a existir nenhuma quantidade.
i) Atuais e futuras
ii) Corpóreas e incorpóreas (essa venda é denominada cessão)
 Proibida a venda de herança de pessoa viva, pois constitui imoral pacto sucessório.
II. Individuação – objeto determinado ou determinável no momento da execução, pois o contrato
incide sobre a COISA INDIVIDUADA. Coisa incerta ou alternativa pode ser objeto de contrato de
venda, mas a indeterminação cessa com a CONCENTRAÇÃO (individuação do bem).
III. Disponibilidade – não estar fora do comércio, como as coisas insuscetíveis de apropriação
(indisponibilidade natural) e as legalmente inalienáveis (que podem ser inalienáveis por disposição
legal ou por clausula colocada em doação ou testamento). *A coisa litigiosa pode ser alienada,
impedindo ao adquirente apenas a demanda da evicção, se sabia da litigiosidade.
A coisa in commercium pode, ainda, não ser do vendedor (coisa alheia, venda a non domino),
reputando-se anulável o contrato, salvo se ao adquirente estiver de boa-fé, e o alienante adquirir
depois a propriedade.
A eficácia da venda de coisa alheia depende de sua posterior revalidação pela
superveniência do domínio.

Tradição
Pode ser:

1) Real – entrega efetiva e material


2) Simbolica – representada por ato que traduz a alienação (entrega das chaves do apartamento ou de
documentos da coisa)
3) Ficta – caso do constituto possessório ou clausula constituti, que se configura quando, por exemplo,
o vendedor transfere a outro o domínio da coisa mas continua na posse dela, agora na qualidade de
locatário.

Responsabilidade pelos riscos


1. Até a tradição dos moveis e registrodos imóveis, a coisa pertence ao vendedor. Os riscos de
perecer ou se danificar correm por sua conta
2. Os riscos do preço se perder correm por conta do comprador

Partes
Qualquer pessoa, física ou jurídica, sem restrições quanto à capacidade civil.

Capacidade especial (“legitimidade”) – restrições de certas pessoas quanto a prática de certos atos, ou
envolvendo certos bens.

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Ex:

1. Falido, que depende de autorização judicial


2. Incapaz, que depende da regra de tutela
3. Venda para descendentes, que requer autorização dos demais descententes e do cônjuge (quando
em comunhão de bens). Não havendo autorização, o contrato é anulável em até 2 anos.
4. Tutor comprando bens do tutelado
5. Juiz não pode comprar bens que são objeto de juízo na sua jurisdição
6. Venda de imóveis pelo casado precisa de autorização do cônjuge, mesmo que os bens não sejam
comunicaveis

APERFEIÇOAMENTO DO CONTRATO
O contrato de compra e venda não depende de transferência da propriedade. Ao contrário, ele já nasce
perfeito, e dele nasce a obrigação de transferir a propriedade. Por isso mesmo é um contrato CONSENSUAL,
e não real.

CLÁUSULAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA


1. Retrovenda
2. Venda a contento
3. Venda sujeita a prova
4. Preempção (preferencia)
5. Venda sobre documentos

Retrovenda
Vendedor se assegura o direito de reivindicar de volta a coisa, até determinado prazo, devolvendo o valor
pago + despesas feitas com o bem, quando autorizadas pelo vendedor (as benfeitorias necessárias
dispensam autorização)

1. Só existe em contratos de compra e venda de imóveis


2. Prazo máximo de 3 anos para exercer retrovenda, podendo ser pactuado prazo menor
3. Essa informação tem que ser averbada na matricula do imóvel
4. Gera direito de sequela – vendedor desde que dentro do prazo, pode obter o imóvel de quem quer
que o detenha no momento
5. Clausula de retrovenda tem que respeitar direito e obrigações de herdeiros
6. Doutrina defende a impossibilidade de convencionar valor maior do que o vendedor recebeu a ser
devolvido, mas o CC é omisso.

Venda a contento
O comprador pode desfazer o contrato sem justificativa ou anuência do vendedor.

1. Insere uma clausula suspensiva, só se concretizando o contrato uma vez que o comprador
manifeste a concordância ou depois do prazo para exercer o direito potestativo
2. Contrato, durante o período da condição suspensiva, tem efeitos de comodato

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3. Não é possível clausula ad eternum – contrato deve tratar do prazo. Na omissão, o vendedor deve
comunicar ao comprador o tempo outorgado
4. Não pode ser presumido, exige negociação expressa

Venda sujeita a prova


Parecido com a venda a contento. Reserva-se ao comprador o direito de devolver o bem, desde que
apresente um dos seguintes motivos:

1) Bem não tiver as qualidades anunciadas


2) Bem não for idôneo ao fim para que se destina
De resto, segue o mesmo funcionamento da venda a contento

Preempção
Obriga o comprador a, caso queira vender o item dentro do prazo estipulado, oferecer primeiro ao
vendedor

1. Não obriga o comprador a vender


2. Vigencia máxima de 180 dias para móvel e 2 anos para imóvel
3. Prazo para resposta do vendedor a oferta – 3 dias para móvel e 60 dias para imóvel
4. O comprador deve oferecer o bem nas mesmas condições que ofereceria a terceiro
5. Se alterada a oferta e a clausula ainda estiver em vigor, deve ofertar novamente para o vendedor
6. Desrespeitada a preferencia, o vendedor pode exigir perdas e danos. Se o terceiro, novo
comprador, souber do desrespeito à preferencia, deve responder solidariamente quanta as perdas
e danos. Não há, aqui, direito de sequela. Diferente do caso do locatário, que pode exigir o bem,
depositando o valor.
7. Preferencia não transfere, nem para herdeiros

Venda com reserva de domínio


Fica reservado ao vendedor o domínio da coisa até que todo o pagamento seja efetuado. Serve para
viabilizar que o vendedor reaveja a coisa na ocasião de inadimplemento. O comprador tem a posse, ele
usa o bem, mas o domínio é do vendedor.

1. Esse domínio tem reservas – não pode vender novamente, por ex.
2. A partir do inadimplemento, comprador vira dono
3. Só pode ser incluído nos contratos de bens moveis e infungíveis (que não podem ser substituídos)
4. Com o inadimplemento, vendedor pode cobrar o devido integralmente (incluindo parcelas futuras)
ou pedir o bem de volta, devolvendo o dinheiro, retendo o valor necessário para pagar despesas
de depreciação e encargos com a cobrança
5. Antes de reaver o bem, deve levar o contrato a protesto. O protesto não é lavrado antes do
devedor ser avisado, dando a ele mais uma chance de adimplir.
6. Pode gerar direito de sequela, se tiver observado as duas providencias, no contrato:
1) Fazê-lo por escrito
2) Registrar em cartório no domicilio do comprador

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Venda sobre documentos
Objetiva agilizar a venda de bens moveis em poder de terceiros, cuja propriedade esteja reptesentada em
um documento cuja posse seja suficiente para buscar o bem, onde quer que ele esteja

1. Ex: bem em armazém


2. Comprador não analisa o bem em si, apenas seus documentos
3. Há tradição simbólica
4. Comprador não pode se negar a pagar sob o pretexto de defeito na qualidade e quantidade, a não
ser que o defeito esteja comprovado

TIPOS DE VENDA COM TRATAMENTO ESPECIAL


1) Venda por amostra
2) Venda ad mensuram
3) Venda ad corpus
4) Vendas imobiliárias
5) Venda de coisas conjuntas

Venda por amostra


Venda determinada à vista de amostra exibida pelo vendedor, que levou ao consentimento do comprador.
O comprador tem direito à coisa igual a amostra, podendo rejeitar mercadoria entregue propositadamente
diferente.

1. Obrigação de entregar coisa com as mesmas qualidades

Venda ad mensuram
Preço dado por medida de extensão. Caso o imóvel não tenha o tamanho descrito no contrato, são direitos
do comprador:

1. Pedido de complementação da área


2. Resolução do contrato
3. Abatimento proporcional do preço

Também protege o vendedor que entrega mais, caso exponha relevantes motivos para sua ignorância.

Venda ad corpus
Intenção é de negociar certa coisa, sendo a medida da extensão apenas usada para descrevê-la, não
havendo exigência que o tamanho do imóvel seja exatamente o anunciado, não cabendo direito de ação
ao comprador.

4. Na duvida se é ad mensuram ou ad corpus, se a diferença encontrada não for maior que 1/20 –
ad corpus
5. A não ser que o comprador prove que não teria realizado o negocio com conhecimento da diferença

Vendas imobiliárias
A transcrição das certidões negativas de impostos a que possam estar sujeitos, cumprindo esse requisito,
fica o adquirente exonerado de responsabilidade pelos impostos vencidos.

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Venda de coisas conjuntas
Quando se verificar defeito oculto em uma delas, não implicaria na possibilidade de rejeição das demais,
exceto no caso de coisa que, junto as outras, forma uma única coletividade, e o defeito em uma
contaminaria o todo (ex: par de brincos, ou obra literária de 3 volumes)

CONTRATO DE DOAÇÃO
Transferência de bens ou vantagens do patrimônio de uma pessoa para outra, por sua completa
liberalidade.

6. Pode ser celebrado por pessoa jurídica

CLASSIFICAÇÃO
1. Típico
2. Consensual
3. Gratuito (em geral)
4. Unilateral (em geral)
5. Formal
6. Execução imediata ou execução futura

DA GRATUIDADE DA DOAÇÃO
Excepcionalmente, pode haver doação a titulo oneroso, de acordo com o código atual. O doador pode
criar encargo para o donatário, que reverta em seu próprio proveito ou proveito de outros. Quando tem
encargo, a doação também passa a ser BILATERAL

MODALIDADES
1) Pura e simples – mediante liberalidade total, sem modo ou encargo. Pode ser, ainda, CONTEMPLATIVA,
quando é informado o intuito, a razão da doação
2) Modal ou com encargo – é feita por liberalidade, mas contem incumbência atribuída ao donatário.
Havendo descumprimento do encargo, o doador pode solicitar a resolução do contrato
3) Remuneratória – gratidão por serviços ou atos que não precisavam ou já foram recompensados. Ex:
doação ao salva vidas, já remunerado, que salva alguem
4) Subvenção periódica – atos de doação que se repetem no tempo, não extinguindo-se em uma só ação.
Se extingue com falecimento do doador ou donatário, a não ser que no contrato conste previsão
contrária
5) Doação conjuntiva – a mais de uma pessoa. Presume-se divisão proporcional, quando não determinada.
(PS: no caso de divisão conjuntiva para casal, namorte de um, o outro tem direito a essa parte, que
não vai a inventario)
6) Condicional – gravada de condição suspensiva ou resolutiva

ELEMENTOS DA DOAÇÃO
1) Plano de existência
i. Subjetivo – animus donandi
ii. Objetivo – diminuição do patrimônio do doador

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2) Plano de validade
i. Agente capaz – a capacidade do donatário é ampla; mesmo absolutamente incapaz pode
receber doação, ou até mesmo nascituro (condição suspensiva)
ii. Objeto – todos os bens podem ser doados, inclusive bens alheios, desde que venham a ser
seus oportunamente. É ilícita a doação de todos os bens, integralidade do patrimônio, sem
reserva para subsistência. É inoficiosa a doação que atinja a legitima (parte do patrimônio
equivalente a 50%, que interessa aos sucessores obrigatórios). Nesse caso, não é nula a
doação, apenas se desfaz da parte excedente do patrimônio.
iii. Forma – necessariamente por escrito, com exceção de bem móvel, de baixo valor e tradição
imediata. A doação de imóvel acima de 30 salarios, além de forma escrita, deve ser em
escritura publica.
iv. Vontade livre – incapazes não podem doar, nem por meio de representantes, porque não se
pode apreender seu animus donandi
- Pessoas casadas não podem doar bens comuns, exceto quando doação remuneratória e doação
para filhos
- Proibida doação entre concubinos. Essa doação pode ser anulada por herdeiros ou cônjuge em
até 2 anos após dissolução do casamento.
- União estável depois de separação de fato não classifica relação entre concubinos

RESOLUÇÃO DA DOAÇÃO
Se resolve pelos mesmos motivos comuns ao NJ, com duas possibilidades peculiares:

1. Descumprimento do encargo – se não houver prazo, o doador pode notificar judicialmente o


donatário, dando-lhe prazo razoável
2. Revogação por ingratidão (atentada contra doador, cônjuge, ascendente, descendente (até
adotivo) e irmão). Apenas o doador pode postular, exceto no caso de homicídio doloso.
i. Atentar contra a vida, ou cometer homicídio doloso
ii. Cometer ofensa física
iii. Injuria grave ou calunia
iv. Recusa a prestação de alimentos, podendo provê-los
 A decisão revogatória tem eficácia ex nunc, não retroagindo.
 Não se revogam por ingratidão:
i. Remuneratórias
ii. Oneradas com encargo cumprido
iii. Em cumprimento de obrigação natural
iv. Feitas para determinado casamento

Casos excepcionais
 Doador pode estipular clausual de reversão, que estipula que os bens voltam para ele no caso da
morte do donatário. Essa clausula não é valida, quando em beneficio de terceiro
 Doação à entidade futura caduca em 2 anos, caso ela não seja constituída

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CONTRATOS DE TROCA OU PERMUTA
Negocio jurídico em que as partes se obrigam, reciprocamente, a entregar coisas (que não dinheiro)

Relação rem pro re (coisa por coisa) é diferente de rem pro pretio (coisa por dinheiro)

 O contrato de compra e venda não deixa de ser uma espécie peculiar de permuta
 Pelo menos 50% da prestação tem que ser em objeto que não dinheiro. Ex: Em um contrato de
100 reais, 30 pagos em dinheiro e 70 no equivalente em jujubas

CLASSIFICAÇÕES
 Bilateral
 Oneroso
 Comutativo – as obrigações devem equivaler-se juridicamente, sendo imprescindível que cada um
tenha conhecimento das suas próprias prestações
 Informal
 Consensual
 Contrato nominado
 Instantâneo

OBJETO
Tudo que pode ser objeto de compra e venda pode ser objeto de permuta, com exceção do dinheiro.

 Bens frutos de propriedade intelectual


 Bens de propriedade industrial
 Coisas fungíveis podem ser trocadas por coisas infungíveis
 Exige dois bens, não se falando de permuta quando uma prestação é de dar coisa ce a outra é
prestar serviço
 Trocar coisa imóvel por móvel, ou móvel por direito

EFEITOS
Tem os mesmos efeitos da compra e venda

Tem as mesmas garantias implícitas contra evicção e vicio redibitório

DAS GARANTIAS IMPLICITAS


 Garantia contra vicio redibitório
 Garantia contra evicção
 Imprevisão (revisão do contrato)

DOS VICIOS REDIBITORIOS


É um vicio de aproveitamento do direito. São vícios ocultos, que não podiam ser precebidos de cara, mas
que inutilizam, prejudiciam o uso ou valor do direito.

 Considera-se que houve inadimplemento contratual

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Características
 Coisa recebida via contrato comutativo ou doação onerosa
 Defeitos ocultos
 Defeitos já existiam na celebração do contrato e continuam existindo até o momento
 Defeitos graves

Ações cabíveis
1) Redibitoria – rejeitar a coisa e receber o quanto pagou por ela
2) Quanti minoris – abatimento

 Se o alienante agiu de má-fé, cabe perdas e danos


 Se agiu de boa-fé, não cabe perdas e danos

Prazo da ação
 30 dias decadenciais para bens moveis, da descoberta.
 1 ano para bens imóveis, da descoberta
 180 dias / 1 ano para descobrir.

EVICÇÃO
1) Total
2) Parcial – herança
 Há possibilidade de excluir a responsabilidade pela evicção, assim como a de reduzi-la ou reforça-
la
 Para a clausula de exclusão desobrigar o alienante, deve haver indicação do REAL RISCO de
evicção

Requisitos da garantia
1) Perda total ou parcial
2) Onerosidade da aquisição
3) Ignorância doa adquirente da litigiosidade da coisa
4) Anterioridade do direito do evictor

CONTRATO DE LOCAÇÃO
Contrato pelo qual o proprietário de um bem infungível se obriga a ceder esse bem a uma pessoa
(locatário). Esse contrato pode ser por prazo determinado, ou não.

 O locatário se compromete a usufruir da coisa, em face a uma contraprestação (aqui chamada de


aluguel)

CLASSIFICAÇÃO
 Bilateral
 Consensual
 Oneroso
 Comutativo (equilibrada)

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 Informal, em via de regra
 Formal, excepcionalmente

TRATAMENTO LEGISLATIVO
 CC
 Lei de Locações/Lei do Inquilinato
 Estatuto da Terra

Em caso de conflito aparente de normas, como são todas essas leis infraconstitucionais, a saber do mesmo
patamar hierárquico, segue-se o critério da especialidade. Se, por exemplo, o imóvel for localizado em
zona rural, se usa Estatuto de Terra. Se o imóvel estiver localizado em zona urbana, para uso residencial
ou não residencial, se observa a lei de locações.

 Não são regulamentados pela lei de locações:


i. Apart hotéis
ii. Vagas de garagem
iii. Outdoors
iv. Quando o imóvel for cedido pelo poder publico

LOCAÇÃO NO CODIGO CIVIL


Deveres do locador
 Entregar ao locatário a coisa em condição de uso e mantê-la nesse estado (salvo dispositivo
contrario no contrato). Ou seja: a manutenção do bem infungível é naturalmente do locador, a
não ser que do contrato se presuma a inversão desse dever para o locatário.
 Responsabilidade pela deteriorização da coisa, em regra, desde que não tenha transferido a
responsabilidade ou não tenha havido culpa do locatário

Deveres do locatário
 Usar o bem de acordo com a finalidade estipulada (ex: veiculo alugado para passeio, e o locatário
usa para trabalhar)
 Pagar o aluguel correspondente, que, não cumprido, pode levar a resolução do contrato
 Avisar ao locador sobre possível turbação da coisa
 Restituir a coisa locada ao fim do pacto

Prazo
1) Determinado – extingue-se pelo decurso do tempo, independente de notificação. Se ele
permanecer sem oposição, considera-se prorrogado por prazo indeterminado.
2) Indeterminado – se o locador deseja reaver, há necessidade de fazer interpelação, até mesmo
para constituir o devedor em mora

Aluguel-pena
Findo o prazo e não havendo restituição, locador pode definir valor diferenciado de modo a coibir o
locatário a restituir o objeto.

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 Quando o locatário foi constituído em mora, nas situações de caso fortuito e força maior, o
locatário é responsabilizado mesmo assim.

Alienação do bem durante a locação


 O adquirente não é obrigado a respeitar o contrato de locação, salvo se houver clausula expressa
de que deve haver respeito a ele e ele constar de registro em cartório.

Morte de uma das partes


Não é um contrato personalíssimo, podendo transferir aos herdeiros dos direitos e deveres.

Benfeitorias necessárias e uteis


 Benfeitorias necessárias – todas aquelas que são feitas para a conservação do bem. O locatário
tem direito de retenção em todas as necessárias
 Benfeitorias uteis – geram melhoria, aprimoramento do bem. Se forem consentidas pelo locador,
deve o locador fazer ressarcimento.
 Essas são normas de ordem privada, que podem ser acordadas diferenciadamente no contrato.
Ou seja: pode-se afastar a incidência dessa necessidade de ressarcimento.

EMPRÉSTIMO
COMODATO
Empréstimo de bem infungível e inconsumível, em que a coisa emprestada deverá ser restituída.

Natureza jurídica
 Intuito personae – personalíssimo. No caso de morte do comodatário, o contrato se extingue e a
coisa deve retornar ao comodante.
 Gratuito – atenção: excepcionalmente pode-se admitir a imposição de encargo (comodato modal),
como, por exemplo, o pagamento do IPTU, através de clausula expressa
 Real – efeitos somente se aperfeiçoam na entrega da coisa
 Temporário (prazo convencional ou indeterminado)

Ação
Transcorrido o prazo, o bem deve ser devolvido.

 Não o sendo, cabe uma ação de reintegração de posse, SEM PREJUIZO de eventual indenização
por perdas e danos. Em contrato de prazo determinado não há necessidade de constituir o devedor
em mora.
 No caso de contrato indeterminado, se supõe a utilização do bem até atingir o fim desejado. Findo,
é necessária a notificação do devedor para constituir em mora.
 Havendo mora, pode ser estipulador pagamento de “aluguel-pena”, embora não esteja se
convertendo em locação,
 Perde o locatário em mora a exclusão de responsabilidade no caso fortuito ou de força maior.

Deveres e direitos do comodatário


 Guardar e conservar a coisa

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 Não desviar o uso da coisa
 Arcar com despesas de uso e gozo
 Direito de indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias e uteis, além de poder levantar
as benfeitorias voluptuárias
 Havendo pluralidade de comodatários, haverá solidariedade entre eles. Quando houver perda ou
deterioração, aquele que agir com culpa responde por perdas e danos.

MUTUO
Emprestimo de bem fungível e consumível, em que a coisa é consumida e desaparece, devendo ser
devolvida outra de mesma espécie e quantidade.

Natureza
 Unilateral
 Gratuito (em regra)
 Oneroso (exceção)
 Comutativo
 Real

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