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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

FRANCIS RALDI STORCK

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS NO


AMORTECIMENTO DE VAZÕES DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS
PLUVIAIS EM UM CONDOMÍNIO EM CURITIBA (PR)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA
2017

FRANCIS RALDI STORCK

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS NO


AMORTECIMENTO DE VAZÕES DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS
PLUVIAIS EM UM CONDOMÍNIO EM CURITIBA (PR)

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil, do Departamento
Acadêmico de Construção Civil, da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Flavio Bentes Freire

CURITIBA
2017

Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


Campus Curitiba – Sede Ecoville
Departamento Acadêmico de Construção Civil
Curso de Engenharia Civil

FOLHA DE APROVAÇÃO

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE PAVIMENTOS PERMEÁVEIS NO


AMORTECIMENTO DE VAZÕES DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS
PLUVIAIS EM UM CONDOMÍNIO EM CURITIBA (PR)
Por

FRANCIS RALDI STORCK

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da


Universidade Tecnológica Federal do Paraná, defendido no segundo semestre de
2017 e aprovado pela seguinte banca de avaliação:

_______________________________________________
Orientador – Flavio Bentes Freire, Dr.
UTFPR

_______________________________________________
Prof.– André Nagalli, Dr.
UTFPR

_______________________________________________
Prof. – Fernando Oliveira de Andrade, Dr.
UTFPR

OBS.: O documento assinado encontra-se em posse da coordenação do curso.



AGRADECIMENTOS

Sou grata a Deus e a todos aqueles que estiveram comigo ao longo dessa
caminhada. Presto meus agradecimentos à Universidade Tecnológica Federal do
Paraná pela oportunidade de formação acadêmica de qualidade e a todos os
professores que contribuíram significativamente para o meu desenvolvimento; em
especial agradeço ao meu Orientador Flavio pelas sugestões, correções e por toda a
assistência prestada. Sou muito grata também àqueles que estiveram me
incentivando e motivando. Gostaria de agradecer aos meus pais Diva e Ezequiel por
todo o suporte e paciência; agradeço ao Julio pela compreensão, companheirismo e
carinho; agradeço aos meus irmãos Gustavo e Guilherme que me ajudaram quando
necessitei; agradeço aos meus colegas de trabalho por todo o aprendizado que me
foi proporcionado; agradeço ao Iago pelo auxílio e pelas boas conversas, agradeço
também à Melina e à Bruna, amigas que mesmo não estando aqui ao lado, me
motivaram e estiveram presentes nesses anos. A todos vocês, meu muito obrigada!

RESUMO

STORCK, Francis Raldi. Avaliação da influência de pavimentos permeáveis no


amortecimento de vazões de escoamento de águas pluviais em um condomínio em
Curitiba (PR). 2017. 74f. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil,
Departamento de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Curitiba, 2017.

Tem se percebido nos últimos anos um aumento na intensidade e frequência de


eventos naturais extremos que ocasionam danos sociais, ambientais e econômicos.
Dentre os desastres naturais mais impactantes encontram-se as inundações. Com o
aumento da urbanização, maior é a área impermeabilizada do solo, e portanto maior
será o escoamento superficial gerado. Dentre as medidas de controle de inundação,
encontram-se os pavimentos permeáveis, que são medidas não convencionais de
contenção na fonte. Essa tecnologia permite o acréscimo da infiltração dentro dos
loteamentos e ruas, reduzindo a quantidade de água escoada para o sistema público
de drenagem urbana, ou ao menos retardando o pico de vazão. O presente trabalho
utilizou coeficientes de escoamento superficial e outros parâmetros da literatura para
o cálculo das vazões de runoff em um condomínio residencial em Curitiba, caso
fossem substituídos os pavimentos convencionais de asfalto e concreto por
pavimentos permeáveis. Utilizando o método racional foram calculados valores de
vazão de escoamento superficial para diferentes declividades, graus de colmatação
e tipos de pavimentos. Obtiveram-se vazões 11% inferiores aos pavimentos
convencionais no caso mais desfavorável, e 94% inferior em pavimentos permeáveis
recém-construídos. Fez-se também um breve estudo do dimensionamento das
camadas do pavimento permeável, segundo os valores mínimos recomendados pela
NBR16416:2015.

Palavras Chave: Pavimentos permeáveis, Coeficiente de escoamento superficial,


Infiltração

ABSTRACT

STORCK, Francis Raldi. Evaluation of the influence of permeable pavements in


decreasing the runoff of rainwater flow in a condominium in Curitiba (PR). 2017. 74f.
Final Project – Civil Engineering, Civil Construction Department, Federal University of
Technology – Paraná, Curitiba - PR - Brazil, 2017.

In recent years there has been an increase in the intensity and frequency of extreme
natural events that cause social, environmental and economic damages. Floods are
among the most striking natural disasters. With the increase of urbanization, there is
an expansion of impervious surface area, and therefore a greater surface runoff is
generated. As a type of storm water management option, permeable pavements are
unconventional measures of on-site water retention. This technology allows
infiltration to be added within streets and plots of land, reducing the amount of water
drained to the public urban drainage system, or at least slowing down the peak flow.
The present work used surface runoff coefficients and other parameters of the
literature to calculate runoff flows in a residential condominium in Curitiba, adopting
permeable pavements instead of conventional pavements. Using the rational method
flow values for surface runoff were calculated for different slopes, degrees of
clogging and types of pavements. Eleven percent less drainage flow than
conventional pavements was obtained in the worst case, and 94% lower in newly
constructed permeable pavements. A brief study was also carried out on the design
of the permeable pavements layers according to the minimum values recommended
by NBR16416: 2015.

Keywords: Permeable pavements, Runoff coefficient, Infiltration


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Elevação do nível de água em um rio....................................................15


FIGURA 2 - Incremento do nível de água durante inundações, devido à
urbanização................................................................................................................17
FIGURA 3 - Alteração da proporção de infiltração e de escoamento superficial, com
o desenvolvimento da urbanização............................................................................18
FIGURA 4 - Reservatório de detenção, construído na cidade do Rio de
Janeiro........................................................................................................................24
FIGURA 5 - Telhado verde, locado no Parque Tecnológico da UFRJ.......................27
FIGURA 6 - Seção típica de um pavimento permeável.............................................28
FIGURA 7 - Pavimento com placas de concreto permeável......................................29
FIGURA 8 - Peça de concreto permeável, peça com junta alargada e peça com área
vazada........................................................................................................................29
FIGURA 9 - Revestimento de concreto permeável....................................................30
FIGURA 10 - Sistemas de infiltração.........................................................................35
FIGURA 11 - Sugestão de configuração do pavimento em greide inclinado, diferença
do armazenamento temporário da água em greide inclinado ou plano.....................36
FIGURA 12 - Correlação entre a intensidade da precipitação e a taxa de infiltração
para variados níveis de colmatação de pavimentos convencionais com juntas de
4mm e inclinação de 2,5%, para durações de precipitação de 5 e 20
minutos.......................................................................................................................41
FIGURA 13 - Imagem de Satélite da área de estudo.................................................43
FIGURA 14 - Curvas de nível da área em estudo......................................................44
FIGURA 15 - Layout do condomínio..........................................................................45
FIGURA 16 - Indicação das ruas e calçadas do condomínio.....................................46
FIGURA 17- Indicação do sentido do escoamento....................................................51
FIGURA 18- Indicação das declividades....................................................................52
FIGURA 19- Indicação da divisão dos trechos de estudo..........................................53
FIGURA 20- Representação do perfil do pavimento com medidas em
centímetros.................................................................................................................55
FIGURA 21- Mapa de solos do Brasil........................................................................57

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Danos materiais decorrentes de inundações no estado do Paraná, no


período de 1991 e 2012............................................................................................20
GRÁFICO 2 - Mortalidade decorrente de inundações entre os anos 1990 e
1999...........................................................................................................................21
GRÁFICO 3 - Danos humanos decorrentes de inundações bruscas no estado do
Paraná, no período de 1991 e 2012..........................................................................21
GRÁFICO 4 - Escoamento superficial observado nas superfícies ensaiadas...........38
GRÁFICO 5 - Taxa de infiltração de 4 tipos distintos de pavimentos de áreas de
estacionamento..........................................................................................................40

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Exemplos de danos causados por inundações....................................19


QUADRO 2 - Comparativo entre medidas estruturais e não estruturais....................25
QUADRO 3 - Resistência mecânica e espessura mínima do revestimento
permeável...................................................................................................................30

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Especificação do material de rejuntamento...........................................31


TABELA 2 - Distribuição granulométrica recomendada para o material de
rejuntamento..............................................................................................................31
TABELA 3 - Granulometria recomendada para camada de assentamento...............32
TABELA 4 - Especificação para o material de assentamento....................................32
TABELA 5 - Especificação para o material de sub-base e/ou base...........................32
TABELA 6 - Granulometria recomendada para camadas de sub-base e/ou
base............................................................................................................................33
TABELA 7 - Valores típicos de coeficiente de permeabilidade..................................33
TABELA 8 - Coeficientes de escoamento para pavimentos recém construídos e
alguns anos depois com a ocorrência de processo de colmatação...........................39
TABELA 9 - Coeficiente de ajuste da taxa de infiltração em relação a declividade do
terreno........................................................................................................................41
TABELA 10 - Divisão da área de estudo....................................................................44
TABELA 11 - Combinações dos casos de estudo.....................................................46
TABELA 12 - Período de retorno x ocupação da área...............................................50
TABELA 13 - Dimensionamento da base pelos métodos propostos pela ICPI e NBR
16416:2015................................................................................................................54
TABELA 14 - Coeficientes de escoamento máximo adotados..................................56
TABELA 15 - Vazões de escoamento obtidas para diferentes combinações de
pavimento..................................................................................................................58
10

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................12
1.1. OBJETIVOS.............................................................................................13
1.2. JUSTIFICATIVA.......................................................................................13
2. REVISÃO DA LITERATURA.....................................................................15
2.1. INUNDAÇÕES.........................................................................................15
2.1.1. Inundação brusca................................................................................16
2.1.2. Inundação gradual...............................................................................16
2.1.3. Relação entre urbanização e inundação.............................................17
2.2. IMPACTOS DECORRENTES DAS INUNDAÇÕES................................19
2.3. MEDIDAS DE CONTROLE RELACIONADAS À DRENAGEM...............22
2.3.1. Medidas estruturais.............................................................................23
2.3.2. Medidas não estruturais......................................................................24
2.3.3. Medidas não convencionais................................................................26
2.4. PAVIMENTOS PERMEÁVEIS.................................................................27
2.4.1. Composição e tipos de pavimentos ....................................................27
2.4.2. Revestimentos.....................................................................................28
2.4.3. Material de rejuntamento.....................................................................30
2.4.4. Camada de assentamento...................................................................31
2.4.5. Sub-base e/ou base.............................................................................32
2.4.6. Drenos..................................................................................................33
2.4.7. Manta geotêxtil.....................................................................................34
2.4.8. Sistemas de infiltração.........................................................................34
2.4.9. Vantagens e limitações........................................................................35
2.4.10. Estudos de caso................................................................................37
3. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................43
3.1. OBJETO DE ESTUDO.............................................................................43
3.1.1. Caracterização do objeto de estudo....................................................43
3.1.2. Uso e ocupação do solo......................................................................44
3.2. CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DOS PAVIMENTOS......45
3.2.1. Caracterização dos pavimentos........................................................45
3.2.2. Dimensionamento..............................................................................47
3.3. CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS...................................................48
3.3.1. Coeficiente de escoamento superficial..............................................48
3.3.2. Taxa de infiltração.......................................................................... ...49
3.3.3. Intensidade de chuva.........................................................................49
3.3.4. Transformação de chuva em vazão...................................................50
4. RESULTADOS...........................................................................................51
4.1. OBJETO DE ESTUDO..............................................................................51
4.1.1. Caracterização do objeto de estudo.....................................................51
4.1.2. Uso e ocupação do solo.......................................................................52
4.2. CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DOS PAVIMENTOS.......52
4.2.1. Caracterização dos pavimentos.........................................................52
4.2.2. Dimensionamento...............................................................................53
4.3. CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS....................................................55
4.3.1. Coeficiente de escoamento superficial................................................55
4.3.2. Taxa de infiltração...............................................................................56
4.3.3. Intensidade de chuva..........................................................................57
4.3.4. Transformação de chuva em vazão....................................................57
11

5. CONCLUSŌES........................................................................................59
6. SUGESTŌES PARA TRABALHOS FUTUROS.......................................60
REFERÊNCIAS..................................................................................61
APÊNDICE A......................................................................................66
ANEXO A............................................................................................70


12

1. INTRODUÇÃO

Os desastres naturais e tecnológicos são fonte tanto de prejuízos


econômicos, quanto sociais e ambientais; em 2016 segundo a Defesa Civil
paranaense, os prejuízos públicos e privados ultrapassaram 820 milhões de reais
(PARANÁ, 2016). Segundo a Organização das Nações Unidas (PILON, 2002),
dentre os desastres naturais, inundações são o tipo mais devastador, atingindo
milhares de pessoas e habitações ao redor do mundo.
Além disso, de acordo com o sistema informatizado da Defesa Civil –
SISDC, no Paraná cerca de 79% dos registros de desastres se relacionam com a
incidência de chuvas. Dentre estes, estão 91 eventos de enxurrada, 6 de inundação
e 45 alagamentos ocorridos em 2016 (PARANÁ, 2016).
A ocorrência de eventos climáticos extremos na América Latina tem
aumentado nos últimos 50 anos em intensidade e frequência (MARENGO, 2009),
devido a uma soma de fatores. Dentre eles destacam-se as mudanças climáticas
globais e as alterações antrópicas, como desmatamento, processo desenfreado de
urbanização, ocupação de áreas de risco e crescente impermeabilização do solo
(GOERL e KOBIYAMA, 2005).
A urbanização das bacias hidrográficas por sua vez, pode desencadear a
modificação dos regimes hidráulicos e desestabilizar encostas, aumentando as
inundações e o perigo de deslizamentos (UNDP, 2004). É sabido que áreas com alta
taxa de impermeabilização do solo contribuem significativamente para ocorrência de
inundações e enchentes, ao passo que áreas com maior cobertura vegetal tem picos
de cheia reduzidos e menor volume de escoamento superficial (KRÜGER e
DZIEDZIC, 2010).
Diferente das ações públicas que estão comumente relacionadas a medidas
estruturais e políticas de controle de drenagem, é possível que sejam adotadas
também medidas que busquem a recuperação das condições de pré-urbanização,
através da utilização de dispositivos de retardo do escoamento e acréscimo de
infiltração que atuem na fonte (ARAÚJO et al., 2000).
A adoção de soluções para a redução da impermeabilização do solo é um
dos caminhos que podem ser tomados na mitigação de enchentes, enxurradas e
inundações. Segundo Acioli (2005), pavimento permeável é uma eficiente técnica de
13

controle na fonte do escoamento superficial, já que funciona como um dispositivo de


acréscimo de infiltração. Os pavimentos permeáveis são capazes de reduzir as
vazões de pico e os volumes de escoamento superficial para níveis iguais e até
mesmo inferiores aos observados antes da urbanização (ARAÚJO et al., 2000).
Segundo os autores, a adoção deste tipo de material traz também resultados no
melhoramento da qualidade da água infiltrada por meio da retenção de sedimentos.
Diante deste contexto, este estudo visa analisar o impacto do uso de
pavimentos permeáveis na redução do escoamento superficial em uma área
residencial em Curitiba.

1.1 OBJETIVOS

Este trabalho visa avaliar a influência da utilização de pavimentos


permeáveis nas vazões de escoamento de águas pluviais de um condomínio em
Curitiba – PR, utilizando para o dimensionamento os requisitos mínimos propostos
pela NBR 16416:2015.
São objetivos específicos desse trabalho:

• Pesquisar coeficientes de escoamento propostos pela literatura;


• Avaliar o desempenho hidráulico de diferentes combinações de pavimentos
permeáveis aplicados à área de estudo;
• Comparar os resultados obtidos com dois métodos distintos de
dimensionamento da camada de base de um pavimento.

1.2 JUSTIFICATIVA

Flemming (2002 apud CEPED UFSC, 2011) afirma que inundações são
fenômenos naturais, portanto não podem ser evitados. No entanto, a proporção dos
seus danos pode ser mitigada.
Para o controle de inundações geralmente podem ser tomadas três tipos de
ações: as medidas estruturais, que se caracterizam por obras de engenharia; as não
estruturais, ações voltadas ao gerenciamento e planejamento do uso do solo; e as
14

não convencionais, que sugerem o controle na fonte, a fim de reduzir os volumes


que seriam escoados a jusante (CANHOLI, 2005).
Dentro das medidas não convencionais, destacam-se os pavimentos
permeáveis, que auxiliam na redução do escoamento superficial, sem que seja
necessária a redução da área útil do pavimento (MARCHIONI e SILVA, 2014).
Ao investir nessa tecnologia que promove a redução do pico de vazão,
haverá por consequência o retardo da chegada da água no sistema de drenagem
pública (CANHOLI,2005; MARCHIONI e SILVA, 2011). Este fator torna-se relevante
em construções com grandes áreas pavimentadas, como estacionamentos de
indústrias, shopping centers e supermercados, pois parte da chuva seria
interceptada dentro dos lotes, reduzindo a vazão a ser coletada pelo sistema.
Outra consequência esperada com o uso destes tipos de pavimentos é a
redução da lâmina d’água sobre as áreas pavimentadas durante eventos
hidrológicos (MARCHIONI e SILVA, 2014), evitando danos e transtornos comuns em
regiões muito impermeabilizadas. Ou seja, pavimentos permeáveis ajudam a mitigar
também alagamentos.
O impacto dos pavimentos permeáveis é de tamanha proporção na
infiltração local que estudos mostram que a taxa de infiltração, com o uso dessa
tecnologia, pode ser até superior a de áreas que se encontram apenas
compactadas, sem nenhum tipo de revestimento ou pavimentação. Ou seja, é
possível com a adoção desses pavimentos caminhar no sentido da retomada das
condições pré-urbanizadas do solo (ARAÚJO et al., 2000).

15

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 INUNDAÇÕES

Inundações são processos naturais, resultante do ciclo hidrológico do


planeta. Segundo a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências dos
Estados Unidos - FEMA (1981), elas passam a se tornar um problema quando
coincidem de ocorrer em locais habitados pelo homem, provocando prejuízos
econômicos e sociais.
Diferente dos alagamentos, que ocorrem em locais isolados dentro do
perímetro urbano, como leito de ruas, inundações ocorrem nas imediações de rios,
lagos, canais ou outros corpos hídricos (CASTRO, 2003).
Segundo Goerl e Kobiyama (2005), enquanto as enchentes se limitam ao
leito do rio; nas inundações o nível da seção transversal do escoamento ultrapassa a
altura da margem, transbordando pela planície de inundação e áreas adjacentes,
conforme é possível observar na Figura 1:

Figura 1: Elevação do nível de água em um rio


Fonte: GOERL e KOBIYAMA, 2005

A magnitude, frequência e duração das inundações são distintas, e estão


associadas às características da bacia e as condições climáticas (FEMA, 1981).
16

Assim sendo, Castro (2003) mostra que é possível classificar uma inundação quanto
a sua magnitude: excepcional, normal ou regular, de grande magnitude, de pequena
magnitude.
De acordo com o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre
Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina - CEDEP UFSC (2011),
inundação pode também ser classificada em termos da sua evolução: inundação
gradual ou inundação brusca, como será abordado adiante.

2.1.1 Inundação brusca

Inundações bruscas (em inglês flash flood) ou popularmente chamadas de


enxurradas, são segundo o CEDEP UFSC (2011) aquelas com ocorrência repentina,
com pouco tempo de alerta para a população da região que será atingida. As
inundações bruscas são estabelecidas por um súbito aumento na elevação da
superfície de água, resultantes geralmente de uma associação entre precipitação
intensa, bacia pequena de acentuadas declividades, com alta proporção de
superfícies impermeáveis (FEMA, 1981). Embora observe-se também sua
ocorrência em bacias planas (GOERL e KOBIYAMA, 2005).
Para Castro (2003), as enxurradas são caracterizadas por repentinas e
violentas elevações dos caudais, que escoam com alta velocidade. Segundo ele,
são provocadas por intensas chuvas de curta duração e geralmente concentradas
em locais de relevo acidentado. Vale notar, que inundações bruscas podem ser
resultado de outros eventos isolados, como rompimento de barragens, liberação
súbita de água de reservatórios, entre outros (NATIONAL DISASTER EDUCATION
COALITATION, 2004).

2.1.2 Inundação gradual

Inundações graduais, em inglês denominadas flood ou flooding, por sua vez,


são aquelas que ocorrem lentamente. A elevação do nível das águas ocorre
paulatinamente até o transbordamento (CEDEP UFSC, 2011). Este tipo de evento
pode ser classificado como uma condição temporária de acumulação de água, que
excede as margens do corpo hídrico (FEMA,1981).
17

Segundo Castro (2003), inundações graduais costumam ser cíclicas e


sazonais, e como estão relacionadas a longos períodos de chuvas contínuas,
evoluem de forma previsível. O mapeamento de fenômenos desta natureza permite
que os órgãos reguladores caracterizem com maior facilidade áreas, que através do
zoneamento, deveriam ser classificadas como não edificáveis.
Em relação aos danos, Goerl e Kobiyama (2005) argumentam que devido a
elevação do nível das águas ser gradual, a ocorrência de mortes é inferior da
advinda de eventos de inundação brusca. No entanto, observam que, por possuir
uma área de abrangência maior, inundações graduais apresentam uma quantidade
total de danos elevada.

2.1.3 Relação entre urbanização e inundação

O processo de urbanização em qualquer local dentro de uma bacia


hidrográfica ocasiona a redução da permeabilidade do solo e gera um aumento do
nível de água durante eventos hidrológicos críticos. Este acréscimo no volume de
água não infiltrada, pode colocar em risco propriedades que antes estavam acima
do nível alcançado pela água durante chuvas intensas (FEMA, 1981). Este efeito
encontra-se esquematizado na Figura 2 a seguir:

Figura 2: Incremento do nível de água durante inundações, devido à urbanização


Fonte: SÃO PAULO, 2012b
18

A FEMA (1981) argumenta ainda que a substituição da camada vegetal


natural por superfícies não porosas e edifícios tem alterado juntamente com outros
fatores, não só a quantidade, mas também a velocidade do escoamento superficial.
Em representação esquemática da Figura 3, a agência apresenta a mudança na
relação entre o volume infiltrado e o volume escoado, ao longo do desenvolvimento
da urbanização de uma bacia.

0 – 20% Escoamento superficial


80 – 100% Infiltração

40 – 50% Escoamento superficial


50 – 60% Infiltração

90 – 100% Escoamento superficial


0 – 10% Infiltração

Figura 3: Alteração da proporção de infiltração e de escoamento superficial, com o


desenvolvimento da urbanização
Fonte: Adaptado da FEMA, 1981

A elucidação deste fenômeno é sugerida por Tucci (1997) através de alguns


fatores ligados a urbanização, que exercem impacto direto ou indireto sobre a
drenagem. Entre eles, estão: a deterioração da qualidade da água, o aumento da
quantidade de sedimentos transportados pela água (lixo), redução da área
permeável pela utilização de pavimentos pouco porosos (concreto, asfalto), projetos
de drenagem ineficientes e a obstrução do escoamento por construções (pontes,
muros, entre outros).
Em estudo realizado em Curitiba na década de noventa, já foi possível
observar os efeitos da urbanização. Tucci (1997) comparou a bacia do rio Belém, até
então, com 40% da sua área impermeabilizada, com outras bacias que não
apresentavam proporções significativas de área urbanizada. Ele observou através
19

da correlação entre a área total da bacia (km2) e a vazão média de cheias (m3), que
a vazão média da bacia urbanizada era 6 vezes superior à das bacias em pré-
desenvolvimento urbano (TUCCI, 1997).
Dado que as características particulares de cada bacia têm grande influência
na sua capacidade de infiltração, seriam encontrados valores mais razoáveis para a
relação urbanização versus escoamento superficial, se comparada uma mesma
bacia ao longo do tempo, em diferentes situações de urbanização. Essa análise foi
feita em um estudo recente realizado em Pequim na China.
XU e ZHAO (2016) compararam as condições de urbanização e escoamento
superficial na cidade entre o ano de 1980 e 2013. Neste período houve uma
majoração de 28,7% da população urbana e um decréscimo de 28% na infiltração
local. Com a análise de vários parâmetros da bacia e das condições hidrológicas,
observou-se que o volume de escoamento superficial aumentou 3,5 vezes, com
variação do coeficiente de escoamento de 0,12 para 0,41 (XU e ZHAO, 2016).

2.2 IMPACTOS DECORRENTES DAS INUNDAÇŌES

Para Petry (2002), perdas causadas pelas inundações são diversas e


incluem mortes humanas, mortes de animais, danos à vegetação e uma grande
variedade de prejuízos econômicos de natureza tangível e intangível, como é
possível observar no Quadro 1:
PERDAS DIRETAS
Perdas tangíveis
Primárias: dano físico à propriedade
Secundárias: custo de recuperação e reconstrução
Perdas intangíveis
Primárias: perda de vidas humanas
Secundárias: doentes e feridos pelas inundações
PERDAS INDIRETAS
Perdas tangíveis
Primárias: interrupção do comércio e tráfego
Secundárias: redução do poder de compra
Perdas intangíveis
Primárias: aumento da vulnerabilidade
Secundárias: emigração e sensação de insegurança
Quadro 1- Exemplos de danos causados por inundações
Fonte: Adaptado de PETRY, 2002
20

Segundo a UNDP (2004) o impacto decorrente de desastres naturais pode


ser medido tanto através dos prejuízos econômicos, quanto pelo número de pessoas
afetadas ou mortas por aquele evento.
Danos materiais são uma parcela dos prejuízos econômicos e como é
possível observar no Gráfico 1, foram registrados no Estado do Paraná, entre os
anos de 1991 e 2012, 39.193 casos de danos à sistemas de infraestrutura e 14.186
à habitações (CEPED UFSC, 2013).

Gráfico 1- Danos materiais decorrentes de inundações


no estado do Paraná, no período de 1991 e 2012
Fonte: BRASIL, 2013 apud CEPED UFSC, 2013

Danos humanos, afirma o autor (UNDP, 2004), figuram indicadores de


impacto mais confiável do que os dados econômicos, pois esses costumam estar
relacionados às perdas diretas de infraestrutura e bens, sem levar em conta os
efeitos colaterais que os impactos do desastre acarretam sobre o comércio, centros
de pesquisas e a produção de bens e serviços, por exemplo.
Entre os anos de 1990 e 1999 foram observados, como está apontado no
Gráfico 2, os seguintes números de vítimas de inundação ao redor do globo:
21

Gráfico 2- Mortalidade decorrente de inundações entre os anos 1990 e 1999


Fonte: Adaptado de EM-DAT apud UNPD, 2004

No Paraná, segundo apontado no Gráfico 3, o número de vítimas fatais entre


1991 e 2012 não é significativo se comparado com o número de desabrigados e
daqueles que de alguma maneira foram afetados por eventos de inundação brusca.

Gráfico 3- Danos humanos decorrentes de inundações bruscas


no estado do Paraná, no período de 1991 e 2012
Fonte: BRASIL, 2013 apud CEPED UFSC, 2013

Para Osti, Tanaka e Tokioka (2008) a maioria das vítimas de inundações


são pessoas pobres em países subdesenvolvidos, estas mesmo que tenham
22

consciência dos riscos à que se submetem vivendo em áreas inundáveis, não


possuem alternativas para se proteger dos impactos das inundações.
Alguns outros efeitos que podem ser ocasionados pelas inundações são
mencionados por Castro (2003) como o dano às reservas de alimento estocados, a
interrupção da distribuição de energia elétrica, corte da comunicação telefônica,
interrupção do fluxo de transportes, intensificação da ocorrência de acidentes,
aumento do risco de transmissão de doenças veiculadas pela água e de infecções,
danificação de plantações e perda de animais, problemas com a coleta de lixo e a
disposição do esgoto, assim como a distribuição prejudicada de água potável.

2.3 MEDIDAS DE CONTROLE RELACIONADAS À DRENAGEM URBANA

As medidas de controle adotadas têm se alterado no decorrer dos últimos


anos. Se antes, a abordagem Higienista tinha a preocupação de eliminar
rapidamente focos de água parada, com o avanço dos cálculos, a abordagem do
período Racionalista passou a adotar a retificação de córregos e rios, com o
revestimento de suas calhas. A construção de canais e outros mecanismos que
agilizavam o escoamento superficial, transferiam o problema à jusante e geravam
também, segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais - FEAM
(2006), processos erosivos nas margens dos cursos d’água e a eliminação de
ecossistemas aquáticos, sem no entanto, obter resultados efetivos no controle de
enchentes e inundações.
As medidas modernas de controle, que possuem uma abordagem mais
sustentável, passaram a incentivar soluções voltadas ao incremento da infiltração
local, em detrimento da agilização do escoamento superficial (KRÜGER e
DZIEDZIC, 2010); neste contexto estão inseridos os pavimentos permeáveis, que
serão abordados em um tópico posterior.
Para a FEAM (2006) um sistema de drenagem eficiente é aquele que
funciona sem produzir impactos à jusante ou no local. A abordagem atual, na opinião
da fundação, visa a preservação e despoluição dos corpos hídricos, e a manutenção
das várzeas de inundação, evitando obras de estrutura e utilizando esses locais para
fins urbanísticos e de recreação.
23

As diferentes soluções de drenagem serão agrupadas em três categorias


discutidas adiante: medidas estruturais, medidas não estruturais e medidas não
convencionais.
Canholi (2005) sustenta a ideia de que um planejamento consistente da
drenagem urbana incide na combinação harmoniosa das diferentes medidas,
adequando-se aos recursos humanos e materiais disponíveis.

2.3.1 Medidas estruturais

As medidas estruturais, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento


Urbano - SMDU (SÃO PAULO, 2012a), geram interferências nas características do
escoamento, seja direcionando, controlando ou retendo o fluxo das águas pluviais.
Krüger e Dziedzic (2010) comentam ainda que as medidas estruturais
costumam envolver obras que modificam as características hidráulicas dos rios (ex.:
canalizações) ou obras que visam proteger uma determinada área dos efeitos das
inundações (ex.: diques, barragens).
Segundo Canholi (2005), as medidas estruturais podem ser caracterizadas
como intensivas ou extensivas. Dentre as medidas intensivas, destacam-se aquelas
que visam a aceleração do escoamento (CANHOLI, 2005). Embora essa filosofia já
tenha sido há muito abandonada em outros países, a política de controle dos
impactos da drenagem no Brasil ainda encontra-se fundamentada na ideia de
agilizar o escoamento da água precipitada (KRÜGER e DZIEDZIC, 2010). Os
autores argumentam que adoção deste tipo de medida além de gerar o aumento das
inundações à jusante, pode apresentar custo de implantação até dez vezes superior
ao do adotado na implantação de medidas que visem o amortecimento do pico e a
redução da vazão por detenções.
Dentre as medidas intensivas, Canholi (2005) comenta que há também
obras que visam o retardamento do fluxo, como bacias de detenção ou retenção.
Um exemplo mostrado na Figura 4 são os reservatórios de detenção, popularmente
chamados de “piscinões”; que segundo a SMDU (SÃO PAULO, 2012a), podem
representar uma alternativa interessante mesmo no centro de áreas urbanas, sendo
capazes de reduzir o custo do restante do sistema de drenagem.
24

As medidas estruturais extensivas, segundo Canholi (2005), correspondem


ao controle de erosão do solo, à recomposição da cobertura vegetal e a adoção de
pequenos armazenamentos ao longo da bacia.

Figura 4: Reservatório de detenção, construído na cidade do Rio de Janeiro


Fonte: AQUAFLUX, 2016

2.3.2 Medidas não estruturais

As medidas não estruturais foram caracterizadas pela Secretaria Municipal


de Desenvolvimento Urbano de São Paulo da seguinte forma:

As medidas não estruturais são medidas de caráter legal e institucional e


que procuram disciplinar a urbanização, de tal forma a minimizar os seus
efeitos no regime hídrico das bacias. Estas procuram, sem alterar a
morfologia, reduzir os impactos com a aplicação de medidas e princípios
que visam reduzir o risco hidrológico e a interferência causada por ações
antrópicas às condições naturais. As medidas incluem ações como o
zoneamento das áreas de inundação, previsões de cheias, seguros de
inundações, legislação pertinente e sistema de alerta a inundações. Este
último envolve o monitoramento e um sistema de previsão hidrológica. Sua
efetividade depende da participação da população e da fiscalização
constante do crescimento da cidade e da ocupação de áreas de forma
irregular (SÃO PAULO, 2012a, p. 24).

Krüger e Dziedzic (2010) mencionam que, embora as medidas não


estruturais não envolvam obras para modificação de rios, tem igual importância das
medidas estruturais. Pois visam educar a população sobre o impacto negativo que a
geração do escoamento superficial produz, e que é possível conviver com as
enchentes e inundações. Para eles a utilização do mapeamento, do zoneamento, de
25

estruturas à prova de inundações, do estudo de medidas de prevenção e de


sistemas de alerta podem auxiliar nesse processo.
Canholi (2005) analisa que ações não estruturais procuram disciplinar a
ocupação territorial seja através de educação ambiental para controle da erosão, lixo
e poluição ou da regulamentação do uso e ocupação do solo. O autor afirma ainda,
que essas ações podem ser eficazes a custos mais baixos do que medidas
estruturais e possuem horizontes mais longos de atuação.
Dentre as medidas não estruturais, encontram-se ações ligadas à legislação
da ocupação do solo, elaboração de normas e critérios técnicos para estruturas em
áreas inundáveis, seguro enchente, sistema de monitoramento e alerta, entre outros
(SÃO PAULO, 2012a).
No Quadro 2 é possível observar as diferenças entre as medidas não
estruturais e as estruturais, inclusive algumas de suas vantagens e desvantagens.

ESTRUTURAIS NÃO ESTRUTURAIS


Medidas Intensivas Regulamentação
Barragens e reservatórios Legislação
Diques e muros Zoneamento
Canais extravasores Defesa contra inundações
Polders Previsão de cheias
Sistemas de drenagem Sistema de alerta
Classificação
Medidas Extensivas Evacuação
Recuperação das condições naturais da calha Relocação
Proteção contra erosão Seguro
Retardamento do escoamento Governamental
Aumento de infiltração Privado
Obras do sistema de drenagem urbano Misto
Retardamento no escoamento Mudanças ambientais não significativas
Aumento da infiltração Melhora nas relações organizacionais
Algumas
vantagens Atenuação das inundações Eficácia em lidar com inundações e danos
Controle das descargas à jusante
Controle de águas subterrâneas
Redução do valor da propriedade com
Redução da fertilidade das várzeas
aumento da área de várzea não edificável
Algumas Alto potencial de impacto ecológico
desvantagens Necessidade de alto nível de cobertura de
Mudanças morfológicas seguro
Assoreamento
Quadro 2 - Comparativo entre medidas estruturais e não estruturais
Fonte: Adaptado de PETRY, 2002
26

Goerl e Kobiyama (2005) comentam que no Brasil são poucas as


comunidades que possuem sistemas de alerta contra inundações ou que são
educadas de como agir nessas situações. Para os autores, isso reforça a
importância da elaboração de um zoneamento preventivo, a fim de restringir o
acesso às áreas suscetíveis à inundação, suprindo a falta de conhecimento das
medidas preventivas que devem ser tomadas durante a ocorrência de eventos
severos.
Segundo a SMUD (SÃO PAULO, 2012a), para realização do zoneamento e
cumprimento das legislações vigentes, é necessário conhecer a situação atual em
que uma bacia hidrográfica se encontra.

2.3.3 Medidas não convencionais

Canholi (2005) explica que essas medidas se referem a dispositivos, obras


ou conceitos diferenciados que buscam a otimização do sistema de drenagem, mas
que ainda não se encontram amplamente disseminados. Segundo ele, estas
medidas têm como caráter principal o incremento da infiltração, a retenção dos
escoamentos em reservatórios ou o retardamento do escoamento na calha de rios e
córregos.
De acordo com a SMDU (SÃO PAULO, 2012a), medidas de controle na
fonte não convencionais são aquelas tomadas dentro dos loteamentos, como a
adoção de pavimentos permeáveis (ex.: concreto poroso, asfalto drenante),
pequenos reservatórios para a detenção temporária da água de chuva, poços de
infiltração, telhados armazenadores (como telhados verdes), áreas de infiltração
(ex.: gramados, regiões arborizadas), entre outros.
O telhado armazenador ou reservatório é um exemplo de redução dos
impactos ocasionados pela implantação de um edifício sobre o escoamento
superficial (SÃO PAULO, 2012b). Para a secretaria, a adoção deste tipo de
dispositivo tem múltiplas vantagens, como a minimização do pico de chuva, a
redução das dimensões das tubulações de drenagem a jusante, ganhos no
isolamento térmico e acústico da edificação, baixos custos de implantação e
apresenta também uma boa integração nos ambientes urbanos. Como é possível
27

observar na Figura 5, telhados verdes podem ser adotados em telhados planos ou


com declividades inferiores a 5% (SÃO PAULO, 2012b).
Outro tipo de solução ainda não amplamente difundida é a adoção de
pavimentos permeáveis, que será explanada a seguir.

Figura 5: Telhado verde, locado no Parque Tecnológico da UFRJ


Fonte: ZANETTINI ARQUITETURA, 2011

2.4 PAVIMENTOS PERMEÁVEIS

2.4.1 Composição e tipos de pavimentos

Pavimentos são estruturas executadas sobre a terraplenagem a fim de


suportar esforços verticais e horizontais provenientes do tráfego de pedestres e/ou
veículos, distribuindo as cargas ao subleito (ABNT, 2015).
Para Marchioni e Silva (2011) uma seção típica de pavimento permeável é
constituída, como exposto na Figura 6, por revestimento, material de rejuntamento,
camada de assentamento, sub-base e/ou base, manta geotêxtil, além de um sistema
de drenos quando o subleito apresentar baixa permeabilidade.
Se comparado a outros países, os pavimentos permeáveis ainda são uma
tecnologia pouco difundida no Brasil (ACIOLI, 2005), e dentre as variedades de
revestimentos existentes no mercado a grande maioria é feita de concreto. Por
definição, concreto permeável é aquele que possui vazios interligados, permitindo a
percolação da água por ação da gravidade (ABNT, 2015).
28

Um pavimento é considerado permeável por permitir a passagem da água


pelo próprio material do qual é constituído, ou pela geometria das peças ser de tal
forma que, quando o pavimento for executado hajam aberturas, espaços vazados
(FERGUSON, 2005 apud MARCHIONI e SILVA, 2014), que preenchidos por
material de rejuntamento com alto índice de vazios permitirão a infiltração da água.
Além dos pavimentos permeáveis precisarem atender aos esforços de
projeto, eles podem ser classificados segundo a ABNT (2015), quanto ao seu índice
de forma, que corresponde à relação entre o comprimento e a espessura da peça
(desconsiderando-se a espessura dos espaçadores, quando houver).

Figura 6- Seção típica de um pavimento permeável


Fonte: MARCHIONI e SILVA, 2011

A seguir serão detalhadas as definições, características e requisitos de cada


um desses componentes necessários para a adequada execução do pavimento.

2.4.2 Revestimentos

Segundo a NBR 16416:2015 (ABNT, 2015) os pavimentos permeáveis


podem ser executados com os revestimentos descritos a seguir.
• Pavimento de Placas de Concreto Permeável: componentes pré-
moldados que não apresentam intertravamento e tem índice de forma
superior a 4, como o apresentado na Figura 7.
29

Figura 7- Pavimento com placas de concreto permeável


Fonte: ABNT, 2015

• Pavimento Intertravado Permeável: pode ser formado por peças pré-


moldadas de concreto permeável, peças de concreto permeável com juntas
alargadas ou ainda peças de concreto permeável com áreas vazadas, como
é possível diferenciar na Figura 8; em todos os casos o índice de forma é
igual ou inferior a 4. Comercialmente os blocos com áreas vazadas são
denominados Blocos Concregrama, e as peças intertravadas de concreto
são conhecidas como Paver.

Figura 8- Peça de concreto permeável, peça com junta alargada e peça com área vazada
Fonte: Adaptado de ABNT, 2015

• Pavimento de Concreto Permeável: pavimento moldado no local, que


permite a percolação da água com facilidade, como é mostrado na Figura 9.
Ele é executado semelhantemente a pavimentos convencionais, no entanto
é subtraída a fração de areia fina na mistura dos agregados (ARAÚJO et al.,
2000).
30

Figura 9- Revestimento de concreto permeável


Fonte: MARCHIONI e SILVA, 2014
Os revestimentos devem ainda atender a norma NBR 16416:2015 nos
quesitos espessura e resistência mecânica. A espessura do revestimento está ligada
à condição de tráfego, como é possível observar no Quadro 3. Vale ressaltar, que o
uso de pavimentos permeáveis é adequado ao tráfego de pedestres e ao tráfego
leve, que é caracterizado quando há um volume médio diário de veículos (VDM)
leves não superior a 400 e um tráfego ocasional de ônibus e caminhões com VDM
de até 20 (ABNT, 2015)

Quadro 3- Resistência mecânica e espessura mínima do revestimento permeável


Fonte: Adaptado da ABNT, 2015

2.4.3 Material de rejuntamento

Quando utilizam-se peças de concreto vazadas ou com espaçadores


emprega-se o material de rejuntamento a fim de garantir o intertravamento das
peças (MARCHIONI e SILVA, 2011). O material utilizado deve preencher as juntas
até 5 mm abaixo do topo do revestimento e deve seguir os requisitos propostos pela
NBR 16416:2015, dispostos na Tabela 1. O rejuntamento é feito com material pétreo
de granulometria aberta e com distribuição conforme a sugerida na Tabela 2.
31

Tabela 1- Especificação do material de rejuntamento

Fonte: Adaptado da ABNT, 2015

Tabela 2- Distribuição granulométrica recomendada para o material de rejuntamento

Fonte: Adaptado da ABNT, 2015

Marchioni e Silva (2011) ressaltam ainda que, nos casos em que a infiltração
do pavimento ocorra pelas juntas, a capacidade de infiltração do material de
rejuntamento é que determinará a capacidade de infiltração do pavimento como um
todo.

2.4.4 Camada de assentamento

É a camada de base granular que tem como função principal fornecer uma
superfície uniforme para o assentamento do revestimento (MARCHIONI e SILVA,
2011); não é necessária quando for utilizado concreto permeável moldado no local.
A camada não compactada deve ter espessura entre 20 e 60 mm com material de
granulometria aberta, conforme recomendado na Tabela 3, seguindo as
especificações da Tabela 4 (ABNT, 2015).
32

Tabela 3 - Granulometria recomendada para camada de assentamento

Fonte: Adaptado da ABNT, 2015

Tabela 4 - Especificação para o material de assentamento

Fonte: Adaptado da ABNT, 2015

2.4.5 Sub-base e/ou base

Estas camadas são projetadas a fim de funcionar como um sistema de


retenção, antes da infiltração da água no solo (FASSMAN e BLACKBOURN, 2010).
A base e sub-base são dimensionadas a partir de dados do subleito, como tipo de
solo, coeficiente de permeabilidade e capacidade de suporte (MARCHIONI e SILVA,
2011). Pela NBR 16416:2015 (ABNT, 2015) estas camadas devem ser executadas
com materiais pétreos de granulometria conforme sugerido na Tabela 6, e deve
atender aos requisitos descritos na Tabela 5.

Tabela 5 - Especificação para o material de sub-base e/ou base

Fonte: Adaptado da ABNT, 2015


33

Tabela 6 - Granulometria recomendada para camadas de sub-base e/ou base

Fonte: Adaptado da ABNT, 2015

2.4.6 Drenos

O coeficiente de permeabilidade do solo está relacionado à velocidade de


percolação da água (PINTO, 2000), ou seja, um solo pouco permeável possui um
baixo coeficiente de permeabilidade. Em solos com esta característica, recomenda-
se o uso de drenos entre a base e o subleito, a fim de evitar que a água infiltrada
pelo pavimento permeável permaneça por muito tempo entre essas camadas,
ocasionando perda de suporte do pavimento (MARCHIONI e SILVA, 2011). Valores
típicos de coeficiente de permeabilidade podem ser vistos na Tabela 7.
Segundo Araújo et al. (2000), o sistema de drenagem é formado por tubos
perfurados, espaçados entre 3 e 8 metros. A água captada pode ser reutilizada ou
destinada posteriormente à rede de coleta de águas pluviais.

Tabela 7- Valores típicos de coeficiente de permeabilidade


Coeficiente de
Material
permeabilidade
-9
Argilas < 10 m/s
-6 -9
Siltes 10 a 10 m/s
Areias -7
10 m/s
argilosas
-5
Areias finas 10 m/s
-4
Areias médias 10 m/s
Areias -3
10 m/s
grossas
Fonte: Adaptado de PINTO, 2000
34

2.4.7 Manta geotêxtil

A utilização da manta, ou também denominado filtro geotêxtil, é


recomendada para prevenir a migração da areia fina para a camada granular
(ARAÚJO et al., 2000), o que ocasionaria a redução da capacidade filtrante do
pavimento e a aceleração do processo de colmatação. A localização ideal para este
componente é variada entre os autores, há aqueles que sustentam sua utilização
sob a camada de assentamento (ARAÚJO et al., 2000; CANHOLI, 2005) e outros
logo acima do subleito (MARCHIONI e SILVA, 2011).

2.4.8 Sistemas de infiltração

Segundo a Norma Brasileira de Pavimentos Permeáveis (ABNT, 2015), os


pavimentos permeáveis podem funcionar por três sistemas distintos de infiltração.
São eles infiltração total, parcial ou sem infiltração, diferenciados na Figura 10.
No sistema de infiltração total a única saída para a água infiltrada é através
do subleito. Com o sistema de reservatório do material granular bem dimensionado,
o sistema promove o controle total da descarga de pico, em chuvas de igual ou
inferior magnitude da de projeto (SUZUKI et al., 2013). Para que este sistema
funcione é necessário que o solo apresente alta permeabilidade.
Quando o lençol freático é elevado ou o solo não possui uma adequada taxa
de infiltração, os autores sugerem a utilização de drenos para escoar o volume de
água não contido no reservatório granular. Esta situação caracteriza-se como um
sistema de infiltração parcial, ou seja, parte da água precipitada chega ao subleito e
parte fica temporariamente retida no pavimento, sendo depois escoada por drenos
(ABNT, 2015).
O último sistema, sem infiltração, é aquele em que a água precipitada
permanece por um tempo retida na estrutura e depois é totalmente escoada pelos
drenos (ABNT, 2015). O sistema sem infiltração é necessário em solos muito
argilosos ou que apresentem baixa taxa de infiltração. Marchioni e Silva (2011)
comentam que esse sistema é recomendado também em situações em que a
infiltração possa promover a contaminação do solo e/ou das águas subterrâneas,
35

fazendo-se necessário então, o acréscimo de uma membrana impermeável ao


conjunto.

Figura 10- Sistemas de infiltração


Fonte: MARCHIONI e SILVA, 2011

2.4.9 Vantagens e limitações

Para Acioli (2005), como estruturas de infiltração os pavimentos auxiliam


tanto na redução das vazões máximas, cumprindo a função de reservatórios de
amortecimento de pico, assim como na redução dos volumes escoados.
Outro importante papel que desempenham é o de controlar os poluentes da
água (ACIOLI, 2005; MARCHIONI e SILVA, 2011), melhorando a qualidade da água
infiltrada e contribuindo para o acréscimo da recarga de água subterrânea (ARAÚJO
et al., 2000).
Uma vantagem citada por Azzout et al. (1994; apud ACIOLI, 2005) é a
possível integração estética que os pavimentos permeáveis podem apresentar nos
ambientes, pois é possível aumentar a área verde do lote, trazendo sua valorização.
Por outro lado, um dos limitantes ao uso de pavimentos permeáveis é o tipo
de solo do local de implantação e suas características. Segundo Araújo et al. (2000),
solos que apresentem composição igual ou superior à 40% de silte e argila
combinados ou 30% de argila não são adequados, pois a taxa de infiltração mínima
que viabiliza a utilização de pavimentos permeáveis é de 7mm/h. Os autores
sugerem que sejam feitas sondagens, pois a camada impermeável ou o lençol
freático não devem estar a menos que 1,2 metros de profundidade abaixo do
pavimento permeável. A NBR 16416:2015 recomenda que o lençol freático esteja no
mínimo a 0,6 metros da base do pavimento (ABNT, 2015).
36

Outra desvantagem é o processo de colmatação que ocorre ao longo do


tempo (JABUR et al., 2015). Em pavimentos com pouca ou nenhuma manutenção,
acredita-se que o preenchimento dos vazios em 10 anos comprometa a capacidade
filtrante do pavimento em cerca de 90% (MARCHIONI e SILVA, 2011), ou seja, a
eficiência do pavimento se reduz ao longo dos anos.
Em pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, um
mesmo pavimento de asfalto poroso estudado logo após sua instalação e alguns
anos mais tarde apresentou um coeficiente de escoamento 4,55 vezes superior ao
inicial (JABUR et al., 2015). Nos pavimentos intertravados os sedimentos se fixam
ao topo do rejunte, sendo assim, feita a substituição do material de rejuntamento,
Marchioni e Silva (2011) comentam que a capacidade de infiltração é devolvida ao
pavimento. A partir destes dados é possível observar que a periódica manutenção é
um fator limitante na eficiência dos pavimentos permeáveis. A fim de antever este
efeito, a ABCP sugere em seu manual a utilização de um coeficiente de segurança
de 80% no dimensionamento de pavimentos permeáveis em que a infiltração ocorra
pelas juntas (MARCHIONI e SILVA, 2011).
Pavimentos permeáveis tem sua eficiência reduzida quando utilizados em
greides inclinados. Marchioni e Silva (2011) comentam que quanto maior a
inclinação, menor é a quantidade de água infiltrada e maior será a parcela de run-off.
Portanto, sugere-se que estes pavimentos não sejam utilizados em inclinações
superiores a 5% (MARCHIONI e SILVA, 2011; ABNT, 2015).
Outra inconveniência da utilização dos pavimentos permeáveis em greides
inclinados é a necessidade de colocação de um anteparo, como esquematizado na
Figura 11, para permitir que a função de reservatório da base seja mantida, evitando
que a água volte à superfície na parte inferior do pavimento.

Figura 11- Sugestão de configuração do pavimento em greide inclinado, diferença do


armazenamento temporário da água em greide inclinado ou plano
Fonte: LEMING et al., 2007
37

2.4.10 Estudos de caso

Embora perceba-se que pavimentos permeáveis já sejam largamente


utilizados em outros países, a quantidade de estudos científicos sobre o
comportamento hidráulico destes ainda é escassa no Brasil. Foram selecionados
alguns estudos, nacionais e estrangeiros, que se mostraram mais relevantes e serão
brevemente comentados a seguir. Dentre os pesquisadores citados estão Castro et
al. (2013), Illgen (2009; 2008; ILLGEN et al. 2007), Acioli (2005) e Araújo et al.
(2000).
Em experimento conduzido no Instituto de Pesquisas Hidráulicas da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) foram realizadas
simulações de chuvas sobre superfícies distintas, a fim de avaliar a eficiência da
adoção de pavimentos permeáveis na redução do escoamento superficial (Araújo et
al., 2000). Para o ensaio foram utilizados um simulador de chuva, quadros metálicos
e áreas de 1m2 de cada um dos seis tipos de revestimentos estudados, sendo
esses: blocos de concreto intertravado com declividade de 2%, blocos de granito
(paralelepípedos) com declividade de 4%, concreto convencional moldado in loco
com declividade de 4%, concreto poroso com declividade de 2%, blocos de concreto
vazados preenchidos com areia e declividade de 2%, além de uma área com
declividade média de 2% de solo argiloso compactado coberto por vegetação
rasteira.
Adotando uma chuva de projeto de 10 minutos com tempo de retorno de 5
anos e utilizando curva i-d-f para Porto Alegre, Araújo, Tucci e Goldenfum (2000)
obtiveram a precipitação de projeto igual a 111,9 mm/h. Ao final dos ensaios os
autores obtiveram os valores de escoamento superficial para cada uma das
superfícies ao longo do tempo, como é possível observar no Gráfico 4. Os
pesquisadores puderam notar que a superfície de cimento considerada impermeável
apresentou um escoamento 44% superior ao observado no solo compactado, os
blocos de concreto intertravado apresentaram acréscimo de apenas 22% e a
observação distinta foi que o pavimento de paralelepípedos gerou um escoamento
superficial 11% inferior ao gerado no solo compactado (Araújo et al., 2000). Os
blocos de concreto vazado com areia e o pavimento de concreto poroso também
apresentaram baixas taxas de escoamento superficial.
38

Gráfico 4- Escoamento superficial observado nas superfícies ensaiadas


Fonte: ARAÚJO et al., 2000

Em outro experimento realizado também no IPH/UFRGS Acioli (2005) fez o


monitoramento de uma área de 264m2 de estacionamento, construída com
pavimentos permeáveis com declividade de 1%, em parte revestidos com blocos de
concreto vazados com preenchimento de grama e em parte com asfalto poroso,
ambos sobre um reservatório de brita de 25 cm, e os blocos assentados sobre 5 cm
de areia. Os pavimentos foram avaliados tanto quanto ao seu dimensionamento,
escolha de materiais e processo construtivo, quanto no seu funcionamento hidráulico
e integridade física ao longo dos 6 meses de monitoramento (ACIOLI, 2005). Para
cada evento de chuva acompanhado nesse período foram analisados a precipitação,
o escoamento superficial e o armazenamento da água infiltrada. A pesquisadora
obteve para 22 eventos, de variadas durações e intensidades de precipitação, uma
média de coeficiente de escoamento superficial de 5,08% ± 3,62 para o pavimento
de asfalto poroso e 2,27 % ± 3,49 para o de blocos vazados, mostrando a eficiência
da adoção de pavimentos permeáveis jovens na redução do escoamento superficial.
No entanto é sabido que esses pavimentos sofrem o processo de
entupimento ao longo do tempo (JABUR et al., 2015), e para avaliar o efeito da
colmatação, foi realizado um novo estudo desses mesmos pavimentos entre os anos
de 2007 e 2009. Com os dados coletados por Castro et al. (2013) as novas médias
39

de coeficiente de escoamento foram de 29,1% ± 20,7 no revestimento com asfalto e


6,5% ± 5,3 com blocos de concreto vazados. No pavimento recém construído o
maior valor obtido por Acioli (2005) de coeficiente de escoamento sobre o asfalto
fora de 13,5%, enquanto o maior valor obtido poucos anos depois, com o processo
de colmatação já em curso, fora de 61,4%. Os dados dispostos na Tabela 8
mostram a influência da falta de manutenção e limpeza sobre o comportamento
hidrológico dos pavimentos permeáveis.

Tabela 8 – Coeficientes de escoamento para pavimentos recém construídos e alguns anos


depois com a ocorrência de processo de colmatação

No Instituto de gerenciamento de águas urbanas da Universidade alemã de


Kaiserslautern estudos tem sido feitos a fim de analisar o processo de infiltração e
escoamento superficial de pavimentos permeáveis. Com a realização de mais de
230 ensaios, tanto em campo quanto em laboratório, e o agrupamento de dados
disponibilizados por outros pesquisadores, realizaram-se análises estatísticas e
modelagens computacionais com o objetivo de determinar as características
primárias da infiltração dos pavimentos. Foram estudados pavimentos em diferentes
inclinações, tipos de solo e configurações da sua estrutura, com o propósito de
sugerir parâmetros e coeficientes, permitindo aos projetistas estimar os processos
de escoamento e infiltração em pavimentos antes da sua construção (ILLGEN,
2008).
Illgen (2008) destaca que são vários os fatores que alteram a taxa de
infiltração de um pavimento, como a duração da precipitação, a colmatação,
impactos mecânicos ao longo da vida útil, entre outros. Segundo o autor, este
parâmetro varia inclusive espacialmente dentro de uma mesma área de estudo,
como pode ser observado no Gráfico 5. Na Figura 12 é possível observar a relação
entre a taxa de infiltração e a intensidade da precipitação para diferentes níveis de
colmatação, nos exemplos são utilizadas precipitações com duração de 5 e 20
40

minutos. É interessante observar que com o aumento da intensidade da chuva, há


também um acréscimo da infiltração, e que no evento hidrológico com duração
menor, a taxa de infiltração foi superior àquela obtida no evento mais longo.
Compilados diversos dados, o autor obteve médias de taxas de infiltração
para situações distintas, que devido ao número de amostras, ensaios e simulações
permitem sua utilização como base para o dimensionamento de pavimentos
permeáveis semelhantes. Para blocos intertravados de concreto com juntas
preenchidas por areia ele obteve uma taxa de infiltração média de 22 mm/h,
enquanto para blocos de concreto vazados preenchidos por grama foram
encontrados 72mm/h (ILLGEN, 2008).

Taxa de infiltração inicial (após 10 min)


Taxa de infiltração (l/s.ha)

Taxa de infiltração final (após 60 min)

Centro Centro Centro Faixa dos Centro Faixa dos


Pneus Centro Faixa dos Centro Faixa
Pneusdos
Pneus Pneus Pneus Pneus

Blocos com juntas de 4mm Blocos com juntas Pavimentos Concreto poroso
de 10 mm especiais

Gráfico 5- Taxa de infiltração de 4 tipos distintos de pavimentos de áreas de estacionamento


Fonte: Adaptado de ILLGEN, 2008
41

Pavimento
Taxa de infiltração (l/s.ha)

Taxa de infiltração (l/s.ha)


novo

Colmatação
moderada

Colmatação
considerável

Colmatação
forte

Linha de
referência

Intensidade de precipitação (l/s.ha) Intensidade de precipitação (l/s.ha)

Figura 12- Correlação entre a intensidade da precipitação e a taxa de infiltração para variados
níveis de colmatação de pavimentos convencionais com juntas de 4mm e inclinação de 2,5%,
para durações de precipitação de 5 e 20 minutos.
Fonte: Adaptado de ILLGEN, 2008

Illgen et al. (2007) afirmam que comparado ao efeito da colmatação, a


inclinação do pavimento apresenta um menor impacto na taxa de infiltração, no
entanto, este não deixa de ser significativo. Nas pesquisas realizadas foi possível
observar que com um aumento da declividade do terreno de 2,5% para 5%, a taxa
de taxa de infiltração teve uma redução entre 5 e 20%, enquanto em pavimentos
com declividade de 7,5%, a redução chegou a ser de até 40% (ILLGEN, 2008). O
autor afirma ainda, que essa variação na taxa de infiltração foi menor, quanto mais
permeável o pavimento, por exemplo, em pavimentos vazados com grama a
redução da infiltração com a variação da declividade foi menor do que em
pavimentos com revestidos com placas. Na Tabela 9 Illgen (2009) propõem um
coeficiente de correção da taxa de infiltração para diferentes declividades e níveis de
colmatação do pavimento.

Tabela 9- Coeficiente de ajuste da taxa de infiltração em relação a declividade do terreno

Fonte: Adaptado de ILLGEN, 2009


42

Quanto ao efeito da umidade inicial do solo o autor não encontrou correlação


matemática entre a porcentagem de água presente na estrutura e a taxa de
infiltração, embora esse impacto não possa ser negado (ILLGEN, 2008).
Os ábacos desenvolvidos por Illgen (2009) para obtenção do coeficiente de
escoamento em para distintas configurações de pavimento, níveis de colmatação e
intensidades de chuva encontram-se no Apêndice A. Estes nomogramas foram
calculados para chuvas com duração de 30 minutos. Para o dimensionamento com
chuvas de projeto diferentes desta, o autor sugere a adoção de um coeficiente de
ajuste a ser definido pelo projetista.

43

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A análise da influência do uso dos pavimentos permeáveis na redução das


vazões de escoamento superficial foi realizada em comparação com o estudo
efetuado por Souza (2013) referente ao mesmo condomínio.

3.1 OBJETO DE ESTUDO

3.1.1 Caracterização do objeto de estudo

O objeto de estudo é um condomínio residencial localizado no bairro


Abranches em Curitiba-PR, conforme ilustrado na Figura 13, próximo à rodovia PR-
092, popularmente conhecida como Rodovia dos Minérios. O empreendimento é
composto por 131 residências em 16 modelos distintos mais quadra esportiva,
piscina, áreas de convivência, bosques, gramados, ruas e calçadas, totalizando uma
área de 4,1 hectares. Atualmente a obra encontra-se em fase de construção e
embora as ruas e calçadas já estejam executadas com materiais impermeáveis, o
estudo em questão visa comparar teoricamente quais seriam as diferenças de
volumes escoados, caso tivessem sido adotados pavimentos permeáveis.

Figura 13- Imagem de Satélite da área de estudo


Fonte: GOOGLE EARTH, 2017
44

Conforme dados levantados por Souza (2013), obtidos do IPPUC (2012), a


caracterização topográfica do terreno indicada na Figura 14 permitiu a determinação
do sentido do escoamento. As declividades das áreas pavimentadas foram
estimadas com o auxílio da ferramenta de elevação do software Google Earth
(2017).

Figura 14 – Curvas de nível da área em estudo


Fonte: Adaptado IPPUC, 2012

3.1.2 Uso e ocupação do solo

O solo tem sua ocupação dividida conforme descrito na Tabela 10 e a forma


como estão distribuídas essas áreas encontra-se ilustrado na Figura 15.
O dimensionamento do sistema de drenagem realizado por Souza (2013) foi
calculado com base nessas áreas. O presente trabalho propõe a alteração de
material nas áreas de calçadas e ruas, atualmente executadas com concreto e
asfalto e que totalizam uma área de 8267,70 m2.

Tabela 10- Divisão da área de estudo

Fonte: SOUZA, 2013


45

Figura 15- Layout do condomínio


Fonte: SOUZA, 2013

3.2 CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DOS PAVIMENTOS

3.2.1 Caracterização dos pavimentos

A locação dos pavimentos dentro do condomínio estão indicadas na Figura


16. Para a área de 2527,9 m2 indicada em azul, que atualmente está executada com
revestimento de concreto impermeável, estudou-se a adoção de pavimentos
revestidos com blocos de concreto intertravados com juntas alargadas e placas de
concreto com juntas estreitas. Não se optou por simular o revestimento com bloco
de concreto vazado, por não se mostrar uma opção que garanta conforto aos
pedestres, já que a superfície formada seria irregular. Não foi considerada também,
a adoção de concreto permeável em blocos ou moldado in loco pelo fato de
apresentarem alto grau de colmatação com o passar do tempo (MARCHIONI e
SILVA, 2014). A limpeza desse material deveria ser feita com equipamento de
46

sucção (ABNT, 2015), tornando-se pouco viável, pois talvez esta forma de limpeza
não garanta o retorno à taxa de infiltração equivalente a de um pavimento recém
construído.


Figura 16- Indicação das ruas e calçadas do condomínio
Fonte: Adaptado de SOUZA, 2013

Já a área de 5739,8 m2 indicada em amarelo foi analisada com o uso de


blocos de concreto vazado preenchidos com areia e blocos de concreto intertravado
com juntas alargadas. Nas pistas de rolamento não se simulou o revestimento com
placas de concreto, por este material não se mostrar adequado em áreas com
tráfego de veículos, devido a distribuição das cargas sobre o pavimento. Também se
optou por não utilizar materiais porosos, pois o acelerado processo de colmatação
devido as partículas trazidas pelos veículos iria reduzir a capacidade infiltrante da
estrutura, como foi observado em alguns estudos já citados. Os casos de estudo,
com as diferentes combinações de pavimentos estão dispostos na Tabela 11.

Tabela 11- Combinações dos casos de estudo


47

3.2.2 Dimensionamento

Para o dimensionamento dos pavimentos permeáveis foram utilizados os


métodos expostos na NBR 16416:2015 e outros encontrados na literatura. Por
exemplo, a espessura do revestimento será dimensionada com a altura mínima
especificada na NBR 16416:2015 (ABNT, 2015) dado o tipo de pavimento, conforme
o Quadro 3. As espessuras das camadas de rejuntamento e assentamento também
serão adotadas seguindo os valores mínimos dispostos na norma.
Para o dimensionamento da altura da camada de base, a norma sugere a
utilização da Equação 01.

∆!".!!!!!.!"
𝐻𝑚á𝑥 =
!"
(01)

Em que ∆𝑸𝒄 é a precipitação excedente da área de contribuição para a chuva de


projeto expressa em metros; Hmáx é a altura total da camada de base em metros; R é
o quociente adimensional da área de contribuição sobre a área do pavimento; P
expressa em metros é a precipitação de projeto; f em metros por hora é a taxa de
infiltração no solo; Te é o tempo em horas de enchimento da camada; e por fim, Vr é
o índice de vazios da camada.
A precipitação de projeto pode ser relacionada com a intensidade de
precipitação e o período, conforme a Equação 02, os autores sugerem a adoção de
um período de 24h (MARCHIONI e SILVA, 2014) para o cálculo da precipitação.

∆!
𝑖= (02)
∆!

Em que i é a intensidade da precipitação em mm/h, P é a precipitação de projeto em


metros e t é o tempo de chuva considerado em horas.
No entanto, a Interlocking Concrete Pavement Association - ICPI sugere que
a altura máxima da camada granular não ultrapasse o valor obtido pela Equação 03
(MARCHIONI e SILVA, 2014).
!"
𝐻𝑚á𝑥 = 𝑓. !
(03)
48

Em que Hmáx é a altura total da camada de base em metros; f é a taxa de infiltração


no solo em metros por hora; n a porosidade do material em porcentagem e Ts é o
tempo máximo de armazenamento da água no reservatório granular.
Para a determinação da porosidade utilizou-se uma correlação com o índice
de vazios, descrita na Equação 04.
Vr
n= (04)
1+Vr

Na qual Vr é o índice de vazios, e n a porosidade do material, ambos expressos em


porcentagem.
Por fim foram comparados os resultados obtidos pelos dois métodos.

3.3 CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS

3.3.1 Coeficiente de escoamento superficial

Segundo a SMDU (SÃO PAULO, 2012b) o coeficiente de escoamento


superficial é função de diversos fatores, como a intensidade da chuva, a umidade
antecedente, a ocupação e tipo do solo, entre outros. Deste modo, segundo a
Secretaria, a arbitragem de um valor constante de escoamento superficial para
cálculo pode se mostrar pouco representativa e deve ser feita cuidadosamente.
Pavimentos permeáveis ainda são pouco estudados e como têm variadas formas de
execução, apresentam uma gama de distintos coeficientes de escoamento
superficial, específicos para cada situação pesquisada. A análise feita por Illgen
(2008), que utilizou ao todo mais de 350 testes de infiltração, correlacionados com
análises estatísticas e computacionais, proporcionou o agrupamento de dados e a
criação de modelos que representam estatisticamente o comportamento de
pavimentos permeáveis nas condições e parâmetros dispostos. Como neste estudo
não foram realizados ensaios laboratoriais, optou-se por adotar valores retirados dos
ábacos no Anexo A, desenvolvidos por Illgen (2009), que relacionam intensidade de
precipitação e níveis de colmatação, para diferentes declividades e tipos de
revestimentos.
49

3.3.2 Taxa de infiltração

A taxa de infiltração está intimamente relacionada com o tipo de solo sobre o


qual o pavimento será executado. Para a adoção de uma taxa de infiltração sem a
realização de ensaios, foi determinado o tipo de solo do terreno através do Mapa de
Solos do Brasil (IBGE, 2012) e então feita a correlação com a Classificação
hidrológica de Solos (TR-55, 1986 apud SARTORI, 2005).

3.3.3 Intensidade de chuva

Para a cidade de Curitiba existem algumas equações propostas pela


literatura, neste estudo utilizou-se a mesma curva i-d-f adotada por Souza (2013). A
equação utilizada foi desenvolvida com dados obtidos da estação pluviométrica
Curitiba - Prado Velho, nas imediações da PUCPR, entre 1981 e 1999. A Equação
05 proposta por Fendrich (2003) encontra-se disposta abaixo, onde a intensidade da
precipitação i é dada em mm/h, o tempo de retorno T em anos e a duração da
precipitação t é dada em minutos.

i=(5726,64 x T0,159)/(t+41)1,041 (05)

O tempo de retorno adotado por Souza (2013) foi de 5 anos, dado que o
condomínio encontra-se ao lado de uma artéria de tráfego, a Rodovia dos Minérios.
Esta escolha está em conformidade com os valores sugeridos por Tucci (2009) na
Tabela 12.
Para ser possível a comparação com os valores de vazão por ele obtido,
este trabalho também utilizará o tempo de retorno de 5 anos, embora a NBR
16416:2015 proponha para o dimensionamento da base do pavimento permeável
um tempo de retorno mínimo de 10 anos (ABNT, 2015).
A duração da precipitação adotada por Souza (2013) foi baseada na
Equação 06 proposta por Botelho (1998), em que o tempo de concentração de uma
bacia é a soma do tempo de escoamento superficial mais 10 minutos.
50

Tabela 12- Período de retorno x ocupação da área

Fonte: TUCCI, 2009

tc = ts + 10 minutos (06)

Sendo ts o tempo de escoamento superficial dado pela Equação 07, em


minutos.

!".!
𝑡𝑠 = !,!"!!,!.! .(!"".!)!,!"
(07)

Em que L é a distância em quilômetros entre o ponto mais distante e o ponto


considerado; S a declividade média em m/m do trecho L; e P é a porcentagem de
área permeável da bacia. Dado que o condomínio residencial estudado possui
pequenas dimensões se comparado com uma bacia hidrográfica natural, o valor de
ts seria bem pequeno, podendo ser adotado por simplificação somente os 10
minutos restantes na Equação 05, que foi o tempo de concentração da bacia
adotado por Souza (2013).

3.3.4 Transformação de chuva em vazão

Para a determinação da vazão será utilizado o método racional, calculado


através da Equação 08, na qual Q é o valor de vazão máxima em m3/s, C é o
coeficiente de escoamento superficial adimensional, i é a intensidade da chuva em
mm/h e A é a área da bacia hidrográfica em km2.
A adoção deste método é justificada pela área de estudo ser inferior à 3 km2
(SÃO PAULO, 2012b).

Q= 0,278 x C x i x A (08)
51

4 RESULTADOS

4.1 OBJETO DE ESTUDO

4.1.1 Caracterização do objeto de estudo

Com a observação do sentido de escoamento, concebido por Souza (2013)


na Figura 17 e o auxílio da ferramenta do Google Earth (2017) foi possível estimar
as declividades dos pavimentos em estudo, como está representado na Figura 18.
As áreas pavimentadas possuem declividades variando entre 0,83 e 16,21%. Dos
8267,70 m2 de áreas pavimentadas apenas cerca de 17% tem declividade inferior a
5%, ou seja o terreno possui relevo acidentado.
Segundo Marchioni e Silva (2011) e a norma de pavimentos permeáveis
(ABNT, 2015), é recomendável que os pavimentos permeáveis tenham declividades
máximas de 5% para que a velocidade do escoamento superficial não reduza a taxa
de infiltração. Deste modo, a título comparativo, optou-se por realizar os cálculos ora
considerando os pavimentos permeáveis em todas as declividades, ora
considerando somente em declividades inferiores a 5%.


Figura 17- Indicação do sentido do escoamento
Fonte: SOUZA, 2013
52

Figura 18- Indicação das declividades

4.1.2 Uso e ocupação do solo

O solo é ocupado por áreas verdes (30,62%), áreas pavimentadas com


asfalto (13,99%), áreas pavimentadas com revestimentos impermeáveis de concreto
(6,16%), além das residências e demais construções. Vale notar, que as áreas
pavimentadas representam cerca de 42% do total de áreas impermeabilizadas.

4.2 CARACTERIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DOS PAVIMENTOS

4.2.1 Caracterização dos pavimentos

Para facilitar o estudo das vazões, os pavimentos foram divididos em


trechos, indicados na Figura 19, com diferentes áreas e declividades.
53

Em relação às solicitações, o tráfego na rua interna ao condomínio é


considerado leve, pois não há volume diário médio (VDM) de veículos pesados
superior a 20. No pavimento de calçadas o tráfego é prioritariamente de pedestres.

Figura 19- Indicação da divisão dos trechos de estudo

4.2.2 Dimensionamento

Em conformidade com o Quadro 3, para o pavimento da rua revestido com


blocos, vazados ou não, foi adotada a espessura de 80 mm. Já no pavimento das
calçadas com revestimento de placas se optou pela espessura de 60 mm, a mesma
adotada para o revestimento de blocos com juntas alargadas. As resistências
mecânicas características especificadas pela norma e adotadas para esses
pavimentos são de ≥ 35 MPa para os blocos de concreto e ≥ 2 MPa para as placas
de concreto (ABNT, 2015).
Por consequência, a camada de rejuntamento será de 75 mm para o
revestimento com blocos na rua e de 55 mm para os revestimentos executados na
54

calçada, já que a norma prevê a espessura desta camada 5 mm inferior a espessura


do revestimento (ABNT, 2015).
A espessura da camada de assentamento mínima não compactada prevista
por norma é de 20 mm (ABNT, 2015), por isto optou-se pela adoção deste valor.
Por fim, o dimensionamento da espessura da camada de base, com a
utilização dos parâmetros mínimos recomendados pela literatura e pela norma, foi
realizado tanto pelo método proposto pela NBR 16416:2015, quanto pela ICPI. Os
valores de altura máxima, dispostos na Tabela 13, obtidos através dos métodos
citados apresentaram valores bem distintos entre si e nenhum deles se mostrou uma
opção executivamente viável.

Tabela 13- Dimensionamento da base pelos métodos propostos pela ICPI e NBR 16416:2015

Nesse caso, os valores obtidos apontam que para funcionar como estrutura
de infiltração, dadas as condições locais, a camada granular de armazenamento
temporário da água teria que ser profunda. Ou seja, para viabilizar a execução do
pavimento permeável nesse caso em estudo, seria adequada a utilização do sistema
sem infiltração, com uso de drenos, ao invés do sistema com infiltração total.
Sugere-se que seja realizada uma análise mais profunda da configuração das
camadas de base e do dimensionamento dos drenos.
55

Uma representação do perfil dos pavimentos, adotados os valores descritos


anteriormente, estão apresentados na Figura 20.

Figura 20- Representação do perfil do pavimento com medidas em centímetros

4.3 CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS

4.3.1 Coeficiente de escoamento superficial

Com a utilização dos ábacos do Anexo A para cada uma das situações de
estudo, obtiveram-se os valores de coeficiente de escoamento. Nos estudos
realizados por Illgen (2009) alguns pavimentos em idade jovem apresentam valores
nulos de escoamento para baixas intensidades de precipitação. Optou-se nesses
casos pela adoção de um valor mínimo de 0,05, como valor recomendado por
Marchioni e Silva (2014) para o dimensionamento de pavimentos permeáveis de
concreto. Nas simulações em que foram desconsideradas a eficiência na infiltração
de pavimentos com declividades superiores a 5%, adotaram-se valores de
escoamento de pavimentos convencionais.
Os valores máximos de coeficiente de escoamento superficial estão
dispostos na Tabela 14 a seguir. Os demais valores de coeficiente utilizados
encontram-se dispostos no Apêndice A.
56

Tabela 14- Coeficientes de escoamento máximo adotados

4.3.2 Taxa de infiltração

Segundo mapa de solos do Brasil (IBGE, 2012), exposto na Figura 21,


tomadas as coordenadas do terreno em estudo, foi possível descobrir que este
encontra-se localizado em uma região com predominância de Latossolo Vermelho
Amarelo. Sabe-se que este tipo de solo tem como característica o alto grau de
intemperização, e por consequência costuma ser poroso, apresentando alta
permeabilidade (LIMA et al., 2012). Na classificação hidrológica de solos, os
Latossolos Vermelho Amarelo encontram-se entre as categorias A e B, ou seja,
solos que possuem alta (taxa mínima de infiltração > 7,62 mm/h) ou moderada (taxa
mínima de infiltração entre 3,81 e 7,62 mm/h) taxa de infiltração (TR-55, 1986 apud
SARTORI, 2005). Como recomendado na literatura (USEPA,1999; ARAÚJO et al.,
2000), a taxa mínima de infiltração do solo deve ser de 7mm/h para o bom
funcionamento do pavimento permeável, este é o valor adotado para o caso em
estudo, em concordância com o mínimo especificado para a classe hidrológica de
solos A.
57

Figura 21- Mapa de solos do Brasil


Fonte: IBGE, 2012

4.3.3 Intensidade de chuva

Adotando o tempo de retorno de 5 anos, a duração da precipitação de 10


minutos e utilizando a curva i-d-f do Prado Velho, obteve-se uma intensidade de
precipitação de 123,44 mm/h, ou 44,44 L/s.ha.

4.3.4 Transformação de chuva em vazão

Com a utilização do método racional e os coeficientes de escoamento


superficial retirados dos ábacos do Anexo A, foram realizadas duas simulações: uma
considerando permeáveis somente os pavimentos instalados em inclinações
inferiores a 5% e outra considerando os pavimentos permeáveis em todas as
declividades, como citado anteriormente. Tabelas com a disposição de todos os
resultados obtidos encontram-se no Apêndice A. O resumo das vazões por
combinação e tipo de pavimento obtido está disposto na Tabela 15.
58

Tabela 15- Vazões de escoamento obtidas para diferentes combinações de pavimentos

A vazão obtida por Souza (2013) para as calçadas e ruas havia sido de 939
m3/h, enquanto a vazão obtida no pior dos casos neste estudo foi de 834 m3/h. Ou
seja, adotando a situação mais desfavorável, ainda espera-se uma redução de 11%
na vazão de escoamento superficial com a adoção de pavimentos permeáveis ao
invés da pavimentação convencional.
Dado que os pavimentos escolhidos têm a reversão do processo de
colmatação possível através da troca de material de rejuntamento, se feita a devida
manutenção periódica, pode-se considerar que os pavimentos chegam a apresentar
redução de até 94,5% (considerando todas as declividades permeáveis) e até 15,7%
(considerando apenas as declividades inferiores a 5%) na vazão de runoff.
A melhor combinação obtida foi a com blocos vazados na rua e blocos com
juntas alargadas na calçada. Caso tivessem sido calculadas todas as áreas
pavimentadas com uso de blocos vazados, a vazão de escoamento superficial seria
menor que a apresentada, no entanto, optou-se por não utilizar blocos vazados onde
há tráfego de pedestres.
A adoção de revestimentos porosos, como concreto poroso moldado no
local ou blocos de concreto poroso, poderiam apresentar valores ainda inferiores de
escoamento superficial, no entanto têm um processo de manutenção mais
complexo, e ao longo da vida útil tendem a apresentar um grande aumento no
coeficiente de escoamento superficial.
59

5 CONCLUSÕES

Através dos estudos realizados nesse trabalho, chegou-se a conclusão nas


condições estudadas, que a adoção de pavimentos permeáveis reduz de 11% à
94% as vazões de escoamento geradas pela impermeabilização do solo.
Caso sejam realizadas manutenções periódicas, os pavimentos permeáveis
que tenham sido devidamente dimensionados em relação as condições hidrológicas
e de solo locais, apresentaram vazões de escoamento 94% inferiores se
comparadas a áreas com pavimentos impermeáveis.
Uma das limitações observadas no uso desse tipo de estrutura de infiltração
é a declividade do terreno sobre o qual é executada, pois quanto maior a
declividade, maior será a parcela de escoamento superficial gerada. Embora mesmo
com declividades superiores a 5%, os valores obtidos da literatura aliados aos
cálculos realizados para o objeto de estudo, mostraram que os pavimentos
permeáveis ainda apresentam um desempenho de infiltração superior ao de
pavimentos comuns. Deste modo, conclui-se que o uso do pavimento permeável não
se restringiria somente a terrenos planos.
Outra característica que pode inviabilizar a adoção dos pavimentos
permeáveis é o tipo de solo, pois em solos com baixa permeabilidade será
necessária a utilização de um sistema com infiltração parcial, ou sem infiltração,
necessitando a adoção de drenos.
Observou-se também que a norma NBR 16416:2015 fornece apenas
diretrizes gerais, sem disponibilizar parâmetros suficientes para o completo
dimensionamento de um pavimento permeável, ficando a cargo do projetista estimar
valores ou realizar pavimentos-teste para obtenção de parâmetros experimentais.
Conclui-se portanto, que a adoção dessa tecnologia, embora apresente
limitações e dificuldades de dimensionamento, pode se mostrar viável como medida
mitigatória de problemas causados por eventos hidrológicos críticos.
60

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Com base na revisão da literatura, nos cálculos das vazões de escoamento


superficial, assim como nas discussões realizadas neste estudo, são feitas algumas
sugestões para a realização de trabalhos futuros sobre pavimentos permeáveis:
- A realização da análise de custos de implantação de diferentes
tipos de pavimentos permeáveis, a fim de verificar a viabilidade
financeira do uso destes; comparar os custos de implantação de
pavimentos permeáveis com pavimentos comuns;
- A realização de ensaios de infiltração em pavimentos teste com
diferentes declividades para a determinação das taxas de
infiltração;
- A realização de ensaios em pavimentos teste com diferentes
declividades para a determinação dos coeficientes de escoamento
superficial;
- A comparação dos coeficientes de escoamento obtidos em campo
em relação aos propostos pela literatura;
- O estudo da configuração necessária da camada de base, para
que em greides inclinados a capacidade de reservação do
pavimento continue similar a de pavimentos em pequenas
declividades;
- Sugere-se que sejam realizados estudos de infiltração com solos
em diferentes estados de saturação, para análise da influência da
umidade do solo na capacidade infiltrante do pavimento;


61

REFERÊNCIAS

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pavimentos permeáveis de concreto: requisitos e procedimentos. Rio de Janeiro,
2015. 25 p.

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(Mestrado em Engenharia) – Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental, Universidade Federal do RioGrande do Sul, Porto Alegre,
2005.

AQUAFLUX. Piscinão praça de Niterói. [2016]. 1 Figura. Disponível em:


<http://www.aquafluxus.com.br/rio-resiliente-estamos-no-caminho-certo/> Acesso
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CEPED UFSC - Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da


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62

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APÊNDICE A
ANÁLISE DA VAZÃO DE ESCOAMENTO NAS RUAS
Considerando valores mínimos de 0,05 (Marchioni e Silva) e demais do ábaco
Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento
Área do Asfalto Placas com juntas estreitas Blocos com juntas alargadas
Trechos Declividade Impermeável Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão
AutoCad
(Souza, 2013) construído Moderada Consideravél Forte Extrema construído Moderada Consideravé Forte Extrema
l
Área (m2) (%) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h)
a 666,12 13,01% 0,95 78,18 0,05 4,11 0,06 4,94 0,30 24,69 0,56 46,08 0,83 68,30 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,23 18,93
b 480,21 10,07% 0,95 56,36 0,05 2,97 0,06 3,56 0,30 17,80 0,56 33,22 0,83 49,24 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,23 13,64
c 565,13 6,56% 0,95 66,32 0,05 3,49 0,07 4,89 0,28 19,55 0,54 37,70 0,82 57,25 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,20 13,96
d 315,05 4,38% 0,95 36,97 0,05 1,95 0,05 1,95 0,20 7,78 0,50 19,46 0,80 31,14 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,16 6,23
e 267,95 0,83% 0,95 31,45 0,05 1,66 0,05 1,66 0,08 2,65 0,34 11,25 0,72 23,83 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,07 2,32
f 105,96 8,87% 0,95 12,44 0,05 0,65 0,06 0,79 0,30 3,93 0,56 7,33 0,83 10,87 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,23 3,01
g 221,37 9,62% 0,95 25,98 0,05 1,37 0,06 1,64 0,30 8,20 0,56 15,31 0,83 22,70 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,23 6,29
h 511,85 12,47% 0,95 60,07 0,05 3,16 0,06 3,79 0,30 18,97 0,56 35,41 0,83 52,48 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,23 14,54
i 140,19 16,21% 0,95 16,45 0,05 0,87 0,06 1,04 0,30 5,20 0,56 9,70 0,83 14,37 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,23 3,98
j 183,17 14,26% 0,95 21,50 0,05 1,13 0,06 1,36 0,30 6,79 0,56 12,67 0,83 18,78 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,23 5,20
k 695,29 7,57% 0,95 81,60 0,05 4,29 0,07 6,01 0,28 24,05 0,54 46,38 0,82 70,43 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,20 17,18
l 599,55 5,70% 0,95 70,36 0,05 3,70 0,07 5,18 0,28 20,74 0,54 40,00 0,82 60,74 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,20 14,81
m 279,53 8,25% 0,95 32,81 0,05 1,73 0,06 2,07 0,30 10,36 0,56 19,34 0,83 28,66 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,23 7,94
n 237,86 4,48% 0,95 27,92 0,05 1,47 0,05 1,47 0,20 5,88 0,50 14,69 0,80 23,51 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,16 4,70
o 159,43 2,07% 0,95 18,71 0,05 0,98 0,05 0,98 0,08 1,58 0,34 6,70 0,72 14,18 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,07 1,38
p 311,16 8,02% 0,95 36,52 0,05 1,92 0,06 2,31 0,30 11,53 0,56 21,53 0,83 31,91 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,23 8,84

Total 5739,83 673,64 35,45 43,63 189,69 376,78 578,39 35,45 35,45 35,45 35,45 142,97

ANÁLISE DA VAZÃO DE ESCOAMENTO NAS CALÇADAS


Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento
Área do Concreto convencional Placas com juntas estreitas Blocos com juntas alargadas
Trechos Declividade Impermeável Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão
AutoCad
(Souza, 2013) construído Moderada Consideravél Forte Extrema construído Moderada Consideravé Forte Extrema
l
Área (m2) (%) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h)
a 256,23 13,01% 0,85 26,91 0,05 1,58 0,06 1,90 0,30 9,50 0,56 17,73 0,83 26,27 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,23 7,28
b 224,01 10,07% 0,85 23,52 0,05 1,38 0,06 1,66 0,30 8,30 0,56 15,50 0,83 22,97 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,23 6,37
c 246,03 6,56% 0,85 25,84 0,05 1,52 0,07 2,13 0,28 8,51 0,54 16,41 0,82 24,92 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,20 6,08
d 131,86 4,38% 0,85 13,85 0,05 0,81 0,05 0,81 0,20 3,26 0,50 8,14 0,80 13,03 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,16 2,61
e 126,02 0,83% 0,85 13,23 0,05 0,78 0,05 0,78 0,08 1,25 0,34 5,29 0,72 11,21 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,07 1,09
f 41,45 8,87% 0,85 4,35 0,05 0,26 0,06 0,31 0,30 1,54 0,56 2,87 0,83 4,25 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,23 1,18
g 128,34 9,62% 0,85 13,48 0,05 0,79 0,06 0,95 0,30 4,76 0,56 8,88 0,83 13,16 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,23 3,65
h 235,65 12,47% 0,85 24,74 0,05 1,46 0,06 1,75 0,30 8,73 0,56 16,30 0,83 24,16 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,23 6,70
i 56,02 16,21% 0,85 5,88 0,05 0,35 0,06 0,42 0,30 2,08 0,56 3,88 0,83 5,74 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,23 1,59
j 81,75 14,26% 0,85 8,58 0,05 0,50 0,06 0,61 0,30 3,03 0,56 5,66 0,83 8,38 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,23 2,32
k 355,40 7,96% 0,85 37,32 0,05 2,20 0,07 3,07 0,28 12,29 0,54 23,71 0,82 36,00 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,20 8,78
l 293,93 5,70% 0,85 30,87 0,05 1,82 0,07 2,54 0,28 10,17 0,54 19,61 0,82 29,78 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,20 7,26
m 116,89 8,25% 0,85 12,27 0,05 0,72 0,06 0,87 0,30 4,33 0,56 8,09 0,83 11,99 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,23 3,32
n 68,22 4,48% 0,85 7,16 0,05 0,42 0,05 0,42 0,20 1,69 0,50 4,21 0,80 6,74 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,16 1,35
o 62,96 2,07% 0,85 6,61 0,05 0,39 0,05 0,39 0,08 0,62 0,34 2,64 0,72 5,60 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,07 0,54
p 103,18 8,02% 0,85 10,83 0,05 0,64 0,06 0,76 0,30 3,82 0,56 7,14 0,83 10,58 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,23 2,93

Total 2527,94 265,45 15,61 19,36 83,87 166,06 254,79 15,61 15,61 15,61 15,61 63,04
CONTINUAÇÃO (RUAS)
Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento
Área do Blocos vazados Blocos de concreto poroso
Trechos Declividade Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão
AutoCad
construído Moderada Consideravé Forte Extrema construído Moderada Consideravé Forte Extrema
l l
Área (m2) (%) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h)
a 666,12 13,01% 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,05 4,11 0,34 27,98
b 480,21 10,07% 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,05 2,97 0,34 20,17
c 565,13 6,56% 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,05 3,49 0,17 11,87
d 315,05 4,38% 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95
e 267,95 0,83% 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66
f 105,96 8,87% 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,05 0,65 0,34 4,45
g 221,37 9,62% 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,05 1,37 0,34 9,30
h 511,85 12,47% 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,05 3,16 0,34 21,50
i 140,19 16,21% 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,05 0,87 0,34 5,89
j 183,17 14,26% 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,05 1,13 0,34 7,69
k 695,29 7,57% 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,05 4,29 0,17 14,60
l 599,55 5,70% 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,05 3,70 0,17 12,59
m 279,53 8,25% 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,05 1,73 0,34 11,74
n 237,86 4,48% 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47
o 159,43 2,07% 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98
p 311,16 8,02% 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,05 1,92 0,34 13,07

Total 5739,83 35,45 35,45 35,45 35,45 35,45 35,45 35,45 35,45 35,45 166,91

CONTINUAÇÃO (CALÇADAS)
Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento
Área do Blocos vazados Blocos de concreto poroso
Trechos Declividade Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão
AutoCad
construído Moderada Consideravé Forte Extrema construído Moderada Consideravé Forte Extrema
l l
Área (m2) (%) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h)
a 256,23 13,01% 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,05 1,58 0,34 10,76
b 224,01 10,07% 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,05 1,38 0,34 9,41
c 246,03 6,56% 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,05 1,52 0,17 5,17
d 131,86 4,38% 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81
e 126,02 0,83% 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78
f 41,45 8,87% 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,05 0,26 0,34 1,74
g 128,34 9,62% 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,05 0,79 0,34 5,39
h 235,65 12,47% 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,05 1,46 0,34 9,90
i 56,02 16,21% 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,05 0,35 0,34 2,35
j 81,75 14,26% 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,05 0,50 0,34 3,43
k 355,40 7,96% 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,05 2,20 0,17 7,46
l 293,93 5,70% 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,05 1,82 0,17 6,17
m 116,89 8,25% 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,05 0,72 0,34 4,91
n 68,22 4,48% 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42
o 62,96 2,07% 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39
p 103,18 8,02% 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,05 0,64 0,34 4,33

Total 2527,94 15,61 15,61 15,61 15,61 15,61 15,61 15,61 15,61 15,61 73,44
ANÁLISE DA VAZÃO DE ESCOAMENTO NAS RUAS
Considerando valores mínimos de 0,05 (Marchioni e Silva) e demais do ábaco, com declividades inferiores a 5%(NBR 16416:2015)
Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento
Área do Asfalto Placas com juntas estreitas Blocos com juntas alargadas
Trechos Declividade Impermeável Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão
AutoCad
(Souza, 2013) construído Moderada Consideravél Forte Extrema construído Moderada Consideravé Forte Extrema
l
Área (m2) (%) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h)
a 666,12 13,01% 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18
b 480,21 10,07% 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36
c 565,13 6,56% 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32
d 315,05 4,38% 0,95 36,97 0,05 1,95 0,05 1,95 0,20 7,78 0,50 19,46 0,80 31,14 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,16 6,23
e 267,95 0,83% 0,95 31,45 0,05 1,66 0,05 1,66 0,08 2,65 0,34 11,25 0,72 23,83 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,07 2,32
f 105,96 8,87% 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44
g 221,37 9,62% 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98
h 511,85 12,47% 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07
i 140,19 16,21% 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45
j 183,17 14,26% 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50
k 695,29 7,57% 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60
l 599,55 5,70% 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36
m 279,53 8,25% 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81
n 237,86 4,48% 0,95 27,92 0,05 1,47 0,05 1,47 0,20 5,88 0,50 14,69 0,80 23,51 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,16 4,70
o 159,43 2,07% 0,95 18,71 0,05 0,98 0,05 0,98 0,08 1,58 0,34 6,70 0,72 14,18 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,07 1,38
p 311,16 8,02% 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52

Total 5739,83 673,64 564,64 564,64 576,47 610,69 651,25 564,64 564,64 564,64 564,64 573,21

ANÁLISE DA VAZÃO DE ESCOAMENTO NAS CALÇADAS


Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento
Concreto convencional Placas com juntas estreitas Blocos com juntas alargadas
Área do
Trechos Declividade Impermeável Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão
AutoCad
(Souza, 2013) construído Moderada Consideravél Forte Extrema construído Moderada Consideravé Forte Extrema
l
Área (m2) (%) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h)
a 256,23 13,01% 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91
b 224,01 10,07% 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52
c 246,03 6,56% 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84
d 131,86 4,38% 0,85 13,85 0,05 0,81 0,05 0,81 0,20 3,26 0,50 8,14 0,80 13,03 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,16 2,61
e 126,02 0,83% 0,85 13,23 0,05 0,78 0,05 0,78 0,08 1,25 0,34 5,29 0,72 11,21 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,07 1,09
f 41,45 8,87% 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35
g 128,34 9,62% 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48
h 235,65 12,47% 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74
i 56,02 16,21% 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88
j 81,75 14,26% 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58
k 355,40 7,96% 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32
l 293,93 5,70% 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87
m 116,89 8,25% 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27
n 68,22 4,48% 0,85 7,16 0,05 0,42 0,05 0,42 0,20 1,69 0,50 4,21 0,80 6,74 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,16 1,35
o 62,96 2,07% 0,85 6,61 0,05 0,39 0,05 0,39 0,08 0,62 0,34 2,64 0,72 5,60 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,07 0,54
p 103,18 8,02% 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83

Total 2527,94 265,45 227,00 227,00 231,41 244,90 261,18 227,00 227,00 227,00 227,00 230,19
CONTINUAÇÃO (RUAS)
Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento
Área do Blocos vazados Blocos de concreto poroso
Trechos Declividade Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão
AutoCad
construído Moderada Consideravé Forte Extrema construído Moderada Consideravé Forte Extrema
l l
Área (m2) (%) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h)
a 666,12 13,01% 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18 0,95 78,18
b 480,21 10,07% 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36 0,95 56,36
c 565,13 6,56% 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32 0,95 66,32
d 315,05 4,38% 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95 0,05 1,95
e 267,95 0,83% 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66 0,05 1,66
f 105,96 8,87% 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44 0,95 12,44
g 221,37 9,62% 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98 0,95 25,98
h 511,85 12,47% 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07 0,95 60,07
i 140,19 16,21% 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45 0,95 16,45
j 183,17 14,26% 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50 0,95 21,50
k 695,29 7,57% 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60 0,95 81,60
l 599,55 5,70% 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36 0,95 70,36
m 279,53 8,25% 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81 0,95 32,81
n 237,86 4,48% 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47 0,05 1,47
o 159,43 2,07% 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98 0,05 0,98
p 311,16 8,02% 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52 0,95 36,52

Total 5739,83 564,64 564,64 564,64 564,64 564,64 564,64 564,64 564,64 564,64 564,64

CONTINUAÇÃO (CALÇADAS)
Coeficiente de escoamento Coeficiente de escoamento
Blocos vazados Blocos de concreto poroso
Área do
Trechos Declividade Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Recém Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão Colmatação Vazão
AutoCad
construído Moderada Consideravé Forte Extrema construído Moderada Consideravé Forte Extrema
l l
Área (m2) (%) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h) (-) (m3/h)
a 256,23 13,01% 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91 0,85 26,91
b 224,01 10,07% 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52 0,85 23,52
c 246,03 6,56% 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84 0,85 25,84
d 131,86 4,38% 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81 0,05 0,81
e 126,02 0,83% 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78 0,05 0,78
f 41,45 8,87% 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35 0,85 4,35
g 128,34 9,62% 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48 0,85 13,48
h 235,65 12,47% 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74 0,85 24,74
i 56,02 16,21% 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88 0,85 5,88
j 81,75 14,26% 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58 0,85 8,58
k 355,40 7,96% 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32 0,85 37,32
l 293,93 5,70% 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87 0,85 30,87
m 116,89 8,25% 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27 0,85 12,27
n 68,22 4,48% 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42 0,05 0,42
o 62,96 2,07% 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39 0,05 0,39
p 103,18 8,02% 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83 0,85 10,83

Total 2527,94 227,00 227,00 227,00 227,00 227,00 227,00 227,00 227,00 227,00 227,00
ANEXO A

Placas com juntas estreitas I Declividade ≤ 2,5% Placas com juntas estreitas I Declividade 2,5 - 5%
Coeficiente de escoamento

Coeficiente de escoamento
Colmatação:
Colmatação:
1 – Extrema
1 – Extrema
2 – Forte
2 – Forte
3 – Considerável
3 – Considerável
4 – Moderada
4 – Moderada
5 – Desprezível
5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Placas com juntas estreitas I Declividade 5 - 7,5% Placas com juntas estreitas I Declividade > 7,5%
Coeficiente de escoamento
Coeficiente de escoamento

Colmatação:
Colmatação:
1 – Extrema
1 – Extrema
2 – Forte
2 – Forte
3 – Considerável
3 – Considerável
4 – Moderada
4 – Moderada
5 – Desprezível
5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Figura XX. Ábacos de correlação do coeficiente de escoamento com nível de


colmatação, declividade e intensidade da precipitação para pavimentos executados
com revestimento de placas com juntas estreitas (espessura da junta: 3-5 mm), com
área permeável inferior ou igual a 3%.
Fonte: Adaptado de ILLGEN, 2009
Blocos com juntas estreitas I Declividade ≤ 2,5% Blocos com juntas estreitas I Declividade 2,5 - 5%
Coeficiente de escoamento

Coeficiente de escoamento
Colmatação: Colmatação:
1 – Extrema 1 – Extrema
2 – Forte 2 – Forte
3 – Considerável 3 – Considerável
4 – Moderada 4 – Moderada
5 – Desprezível 5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Blocos com juntas estreitas I Declividade 5 - 7,5% Blocos com juntas estreitas I Declividade > 7,5%
Coeficiente de escoamento
Coeficiente de escoamento

Colmatação: Colmatação:
1 – Extrema 1 – Extrema
2 – Forte 2 – Forte
3 – Considerável 3 – Considerável
4 – Moderada 4 – Moderada
5 – Desprezível 5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Figura XX. Ábacos de correlação do coeficiente de escoamento com nível de


colmatação, declividade e intensidade da precipitação para pavimentos executados
com revestimento de blocos com juntas estreitas (espessura da junta: 3-5 mm), com
área permeável entre 3 e 6%.
Fonte: Adaptado de ILLGEN, 2009
Coeficiente de escoamento Blocos juntas alargadas I Declividade ≤ 2,5% Blocos juntas alargadas I Declividade 2,5 - 5%

Coeficiente de escoamento
Colmatação: Colmatação:
1 – Extrema 1 – Extrema
2 – Forte 2 – Forte
3 – Considerável 3 – Considerável
4 – Moderada 4 – Moderada
5 – Desprezível 5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Blocos juntas alargadas I Declividade 5 - 7,5% Blocos juntas alargadas I Declividade > 7,5%

Colmatação: Colmatação:
1 – Extrema 1 – Extrema
Coeficiente de escoamento
Coeficiente de escoamento

2 – Forte 2 – Forte
3 – Considerável 3 – Considerável
4 – Moderada 4 – Moderada
5 – Desprezível 5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)


Figura XX. Ábacos de correlação do coeficiente de escoamento com nível de
colmatação, declividade e intensidade da precipitação para pavimentos executados
com revestimento de blocos intertravados com juntas alargadas (espessura da junta:
6-10mm), com área permeável entre 6 e12%.
Fonte: Adaptado de ILLGEN, 2009
Blocos vazados I Declividade ≤ 2,5% Blocos vazados I Declividade 2,5 - 5%
Coeficiente de escoamento

Coeficiente de escoamento
Colmatação: Colmatação:
1 – Extrema 1 – Extrema
2 – Forte 2 – Forte
3 – Considerável 3 – Considerável
4 – Moderada 4 – Moderada
5 – Desprezível 5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Blocos vazados I Declividade 5 - 7,5% Blocos vazados I Declividade > 7,5%

Colmatação: Colmatação:
1 – Extrema 1 – Extrema
Coeficiente de escoamento

2 – Forte Coeficiente de escoamento 2 – Forte


3 – Considerável 3 – Considerável
4 – Moderada 4 – Moderada
5 – Desprezível 5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Figura XX. Ábacos de correlação do coeficiente de escoamento com nível de


colmatação, declividade e intensidade da precipitação para pavimentos de blocos
vazados preenchidos por rocha britada, com área permeável entre 10 e 30%.
Fonte: Adaptado de ILLGEN, 2009
Blocos concreto poroso I Declividade ≤ 2,5% Blocos concreto poroso I Declividade 2,5 - 5%
Coeficiente de escoamento

Coeficiente de escoamento
Colmatação: Colmatação:
1 – Extrema 1 – Extrema
2 – Forte 2 – Forte
3 – Considerável 3 – Considerável
4 – Moderada 4 – Moderada
5 – Desprezível 5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Blocos concreto poroso I Declividade 5 - 7,5% Blocos concreto poroso I Declividade > 7,5%

Colmatação: Colmatação:
1 – Extrema 1 – Extrema
Coeficiente de escoamento
Coeficiente de escoamento

2 – Forte 2 – Forte
3 – Considerável 3 – Considerável
4 – Moderada 4 – Moderada
5 – Desprezível 5 – Desprezível

Intensidade de Precipitação (l/s.ha) Intensidade de Precipitação (l/s.ha)

Figura XX. Ábacos de correlação do coeficiente de escoamento com nível de


colmatação, declividade e intensidade da precipitação para pavimentos porosos
executados com revestimento de blocos de concreto poroso.
Fonte: Adaptado de ILLGEN, 2009

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