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2013
INTRODUÇÃO
Obtendo êxito, essa faixa preta que ele carregará com orgulho na cintura, pois é
fruto de muito treino e dedicação, é o atestado de que detém uma boa qualidade técnica e
moral e buscou, dentro do dojô e fora dele, adequar-se aos princípios éticos e filosóficos
vislumbrados pelo mestre Jigoro Kano ao criar o Judô.
O sensei não diz nada durante vários minutos, esperando. É óbvio que ainda não
está satisfeito. Por fim ele fala: "você ainda não está pronto para a faixa preta.
Volte daqui a um ano."
Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do sensei e mais uma vez
o sensei pergunta: "qual é o verdadeiro significado da faixa preta?"
"A faixa preta representa o começo - o início da jornada sem fim de disciplina,
trabalho e a busca por um padrão cada vez mais alto", responde o aluno.
"Sim. Agora você está pronto para receber a faixa preta e iniciar o seu
trabalho!” Diz o Mestre.
Dessa forma, assim como ocorre nas demais áreas do conhecimento humano,
no Judô a busca pelo aperfeiçoamento é infinita, cujo estágio a ser alcançado por cada um,
depende apenas da dedicação com que se entregam ao estudo e prática da arte, razão pela qual
o reconhecimento aos faixas pretas que continuam trilhando o caminho do progresso técnico,
moral e filosófico, é realizado através da outorga de graus, denominados Dan. Para a outorga
de cada Dan exige-se uma carência mínima entre os exames, objetivando, exatamente, a
maturação dos conhecimentos adquiridos naquele período.
O autor
“Na minha juventude estudei ju-jutsu com muitos mestres eminentes. O vasto
conhecimento deles, fruto de muitos anos de pesquisas diligentes e de ricas experiências, foi
de grande valor para mim. Naquele tempo, cada indivíduo apresentava sua arte como uma
coleção de técnicas e ninguém conseguia perceber o princípio diretivo fundamental que
estava por trás do ju-jutsu.
Após fazer um completo estudo do assunto, pude distinguir esse princípio, que
entendi como sendo universal: fazer o uso mais eficiente da energia física e mental. Com esse
princípio no pensamento, eu fiz revisão de todos os métodos de ataque e defesa que aprendi,
retendo somente aqueles que estavam de acordo com o princípio. Os que não estavam de
acordo eu rejeitei e, em seu lugar, substitui por outras técnicas em que o princípio era
corretamente aplicado. O corpo de técnicas resultantes eu chamei de Judo que é aquele
ensinado no Kodokan para diferenciar do seu antecessor....” .
Como se pode observar, seria impossível falar do Judô, sem comentar sobre
quem foi Jigoro Kano, um homem muito à frente do seu tempo, cujo resumo de sua biografia,
por si só dispensa quaisquer outros comentários sobre as suas qualidades ímpares, dentre elas
as de educador, estudioso e visionário:
1860 - Nasce Jigoro Kano, terceiro filho de Jirosaku Mareshiba Kano em Mikage, distrito de
Kobe/Japão, em um período conturbado politicamente, pois se encerrava o Shogunato
Tokugawa e o Imperador voltava a ter o poder político no Japão.
1871 - Após o falecimento da mãe, no ano anterior, mudou-se com o pai para Tóquio, uma
vez que este assumira um posto oficial no governo.
1875 - Demonstrando aptidão particular, ingressa em uma escola de línguas estrangeiras.
1877 - É admitido na Universidade Imperial de Tóquio, onde passa a estudar Ciências
Políticas, Economia e Educação Moral e Estética. Inicia seus treinamentos de Ju-jutsu com o
mestre Fukuda Hachinosuke, do estilo Tenshin Shinyo.
1881 - Conclui seus estudos na Universidade Imperial de Tóquio, licenciando-se em Letras.
Inicia os estudos do estilo Kito de Ju-jutsu, com o Mestre Likubo Tsunetoshi.
1882 - Ano especialmente movimentado para Jigoro Kano devido a criação do Kodokan,
fundação de outras duas escolas Kano Juku, escola preparatória para crianças, e a Kobukan,
escola para ensino do idioma inglês. Neste mesmo ano Kano se forma em Ciências Estéticas
e Moral e torna-se professor do Colégio dos Nobres..
1884 - Nomeado adido do Palácio Imperial
1886 - Nomeado Vice-Presidente do Colégio dos Nobres.
1889 - Viaja a Europa como adido da Casa Imperial.
1899 - Torna-se Presidente do Butokukai (Centro de Estudos de Artes Marciais do Japão).
1907 - Elabora os três primeiros Katas de Judô.
FUNDAMENTOS TÉCNICOS
ETIQUETA NO DOJO
O Judô começa e termina com cortesia, no início e final de cada aula sempre
existirá o cumprimento entre alunos e professores, estendendo o cumprimento a alunos
antigos e graduados, ou, quando dentro do Dojo, for falar com o seu professor, cumprimente-
o com uma leve inclinação à frente e o som próprio para este cumprimento é O S S ! que é
uma contração da palavra em Japonês “ossishinobu”, equivalente ao nosso bom dia ou boa
tarde.
Quando precisar amarrar a sua faixa, vire-se de frente para a parede, é uma
forma de demonstrar respeito.
Etiqueta vem sendo transmitida, muitas vezes informalmente, de geração para geração, dentro
dos princípios que deram origem ao Judô.
O Rei-Ho - Saudação
Observa-se que para os homens a posição Za-Rei deverá ser feita mantendo-se
uma distância de dois punhos cerrados entre os joelhos. Já as mulheres podem manter os
joelhos juntos.
As saudações (Rei) inicial e final são momentos especiais num treino de Judô.
Elas requerem o máximo respeito e atenção dos participantes. Apesar de existirem pequenas
variações quanto à pronúncia e uso das palavras, as saudações corretas são aquelas adotadas
pelo Kodokan.
Rei Inicial
Sensei ni - Agora a saudação será feita ao sensei que conduzirá o treino (ou o
mais graduado) e àqueles que estiverem ao seu lado. Este(s) vira(m)-se de frente para os
participantes.
Rei Final
Observações Gerais:
Os comandos de voz do Rei inicial e final serão feitos sempre pelo aluno mais
graduado, perfilado na extremidade direita da primeira fila, de frente para o Shomen.
Quando houver dois Sensei à frente dos participantes, após o último Rei final,
ambos ficam de frente um para o outro e fazem o Za-Rei. Quando houver três ou mais
Senseis, o(s) que estiver(em) ao centro recuam ligeiramente e os da extremidades se voltam
para o centro para fazerem o Za-Rei.
Ao iniciar e terminar um randori, tenha sempre seu Judogi alinhado e sua faixa
correta e firmemente amarrada.
Os chinelos são partes integrantes do seu traje, devendo sempre ser usado
quando sair do Tatame. Nunca se deve transitar sem chinelos fora do dojô e muito menos
adentrar no dojô após a eventualidade de fazê-lo.
A forma correta de arrumar seu Judogi entre um treino e outro, é segurando sua
faixa dobrada em uma das mãos e não sobre o ombro ou pescoço.
Cabelos compridos (de homens e mulheres) devem ser presos de maneira que
não atrapalhem o treino constantemente. Para isso deverá ser usado elástico ou similar
sempre macio e sem partes metálicas ou rígidas.
GRADUAÇÃO:
JIGO HONTAI
(Postura Defensiva)
Migui Jigotai Hidari Jigotai
(Postura Defensiva Direita) (Postura Defensiva Esquerda)
KUMIKATA (Pegadas):
SHINTAI: Movimentos retilíneos realizados para frente, para os lados, diagonal e para trás.
Tsugui Ashi: Quando um dos pés desloca-se, o outro segue seu movimento sem nunca
ultrapassá-lo. Os passos devem ser curtos e os pés nunca devem tocar-se. O movimento pode
ser realizado para frente, como para trás, assim como lateralmente ou em diagonal.
Alguns autores informam que esta foi uma das realizações pedagógicas mais
importantes do Mestre Jigoro Kano, pois proporciona uma visão completa para execução de
uma técnica de projeção, compreendendo todas suas fases. Note-se que na prática os
movimentos não são estanques, mas acontecem numa seqüência lógica e fluída. Essa divisão é
apenas para análise pedagógica do movimento.
Informa esse princípio que devemos posicionar o corpo de forma que este, ao
sofrer o impacto no solo, ofereça uma superfície de contato flexível e de menor sensibilidade
possível. Pelas fotografias abaixo verificamos claramente que não entram em contato com o
solo a cabeça e o calcanhar. As articulações que terão contato com o solo se encontram
relaxadas, sem contração ou mesmo distendidas. Note-se que a superfície do corpo somente
incluirá linhas curvas, amoldando-se ao impacto no solo.
FORMAS DE TREINAMENTO:
UCHIKOMI – Treinamento repetitivo de entrada de quedas sem projeção. Deve ser realizado
de forma contínua, visando correção, coordenação e velocidade no movimento. Praticar pela
direita e pela esquerda.
RANDORI: Treino livre e solto, sem preocupação de cair. Deve-se buscar o ippon e para isso
colocar em prática tudo o que foi aprendido nos treinamentos. No Randori é fundamental
manter a postura e evitar o uso da força. É entendido como o “laboratório” do judoca, pois é o
momento de experimentar novas técnicas, combinações etc. Não deve haver preocupações
com quem vai “vencer” a disputa.
SHIAI: É traduzido geralmente como desafio, mas não está correto, pois desafio seria shobu.
shiai quer dizer “combate de prova”. Tem por finalidade exercitar os efeitos da tensão nervosa
no praticante de Judô, fazendo-o trabalhar seu autocontrole, coragem e superação. No Shiai o
objetivo é a vitória pela habilidade adquirida no Randori.
MA SUTEMI WAZA
SUTEMI WAZA (Técnicas de Sacrifício para trás)
(Técnicas de Projeção com
Sacrifício) YOKO SUTEMI WAZA
(Técnicas de Sacrifício para os lados)
KATAME WAZA
OSSAE WAZA (Técnicas de Imobilizações)
(Técnicas de domínio no solo) SHIME WAZA (Técnicas de Estrangulamentos)
KANSETSU WAZA (Técnicas de Luxações)
GOKIO NO WAZA
Em 1922 o Gokio passou por uma revisão realizada por uma comissão formada
pelos maiores mestres da época, entretanto, estranhamente, apontam certos autores, sem a
participação direta do Professor Jigoro Kano. Nessa revisão foram excluídos alguns golpes e
incluídos outros, perdurando esta última composição do Gokio até a atualidade. Entretanto,
em 1982, ano do seu centenário, o Kodokan resolveu resgatar as oito técnicas anteriormente
excluídas, que passaram a integrar um novo grupo, que passou a ser denominado por alguns
autores estrangeiros de ROKUKIO (6º KYO), conforme pudemos constatar na consulta a
alguns websites de federações européias (Note-se que o próprio Kodokan não apresenta essas
técnicas dessa forma). Recentemente, em pesquisa no website judô information site
(www.judoinfo.com), encontramos esse mesmo grupo de técnicas denominado como
“HABUKARETA NO WAZA”, que podemos traduzir como “técnicas retiradas”, referindo-se
ao Gokio de 1895. Ainda por ocasião da comemoração do centenário da criação do Judô, em
1982, após cuidadosa consideração o Kodokan resolveu também reconhecer um novo grupo
de 17 técnicas, ao que foi denominado SHIMMEISHO NO WAZA, que passou a fazer parte
das técnicas oficialmente reconhecidas por aquela instituição. Em 1997 foram adicionadas a
este grupo mais duas técnicas, a saber: SODE TSURI KOMI GOSHI e IPPON SEOI
NAGUE, perdurando a composição deste acervo, na forma abaixo elencada, até a presente
data.
GO-KIO NO WAZA
DAÍ-IKIO - 1º Kio DAÍ-NIKIO - 2º Kio
DE ASHI HARAI KO SOTO GARI
HIZA GURUMA KO UCHI GARI
SASSAE TSURI KOMI ASHI KOSHI GURUMA
UKI GOSHI TSURI KOMI GOSHI
O SOTO GARI OKURI ASHI HARAI
O GOSHI TAI OTOSHI
O UCHI GARI HARAI GOSHI
SEOI NAGUE UCHI MATA
SHINMEISHO NO WAZA
GOKIO NO WAZA
(Desenhos das 40 técnicas básicas)
GOKIO NO WAZA
GOKIO NO WAZA
GOKIO NO WAZA
GOKIO NO WAZA
TAWARA GAESHI
HIKIKOMI GAESHI
OBI OTOSHI
SEOI OTOSHI
UCHI MAKIKOMI
YAMA ARASHI
O SOTO OTOSHI
DAKI WAKARE
Dessa forma, o Judô, em sua constante evolução, chega aos nossos dias com um
acervo de técnicas que foram se desenvolvendo com o passar dos anos, a maioria delas
variantes daquelas principais, que são reconhecidas tanto pelo Kodokan, quanto pela Federação
Internacional de Judô (FIJ), conforme veremos a seguir, incluindo-se aquelas integrantes do
GOKIO, entretanto, dividindo-as por grupo, conforme a parte do corpo predominante na ação:
KATAME WAZA
Com efeito, hoje o Judô detém em seu acervo uma quantidade de técnicas de
Katame Waza, as quais, diferentemente das projeções, não foram classificadas através de um
Gokio, mas sim divididas através de uma forma mais simples, levando-se em conta o tipo de
domínio que é exercido sobre o adversário.
KATAME WAZA
SHIME WAZA
KANSETSU WAZA
Observações:
KATA GATAME
S H I M E W A Z A (12 técnicas)
TSUKOMI JIME
KATA HA JIME
RYOTE JIME
HADAKA JIME
SANKAKU JIME
KATA TE JIME
UDE GARAMI
ENCADEAMENTO DE TÉCNICAS
RENRAKU RENKA WAZA RENZOKU WAZA
1. KO UCHI GARI - IPPON SEOI NAGUE 1. TSURI KOMI GOSHI - TAI OTOSHI
2. SASSAE TSURI KOMI ASHI- O SOTO GARI 2. IPPON SEOI NAGUE - SUMI GAESHI
3. UCHI MATA - KO UCHI GARI 3. UKI GOSHI - HARAI GOSHI
4. O UCHI GARI - TAI OTOSHI 4. O UCHI GARI - KO UCHI GARI
5. IPPON SEOI NAGUE - KO UCHI MAKIKOMI 5. KO SOTO GARI - TANI OTOSHI
6. MOROTE SEOI NAGUE - KO UCHI GARI 6. TAI OTOSHI - UCHI MATA
7. O UCHI GARI - HARAI TSURI KOMI ASHI 7. DE ASHI HARAI - O SOTO GARI
8. KO UCHI GARI - UCHI MATA 8. SUMI GAESHI - TATE SHIHO GATAME
9. MOROTE SEOI NAGUE - O UCHI GARI 9. O SOTO GARI - O SOTO GURUMA
10. KO UCHI GARI - SEOI NAGUE 10. KOSHI GURUMA - SOTO MAKIKOMI
11. O UCHI GARI - UCHI MATA 11. KO UCHI GARI - KUCHIKI TAOSHI
12. O UCHI GARI - HARAI GOSHI 12. KUSHIKI TAOSHI - O UCHI GARI
13. KOSHI GURUMA - O UCHI GARI 13. O UCHI GARI - KO SOTO GAKE
14. TAI OTOSHI - KO UCHI GARI 14. IPPON SEOI NAGUE - KATA GURUMA
KAESHI WAZA
GAESHI WAZA
1. TSURI KOMI GOSHI x USHIRO GOSHI 13. KOSHI GURUMA x YOKO GURUMA
2. UCHI MATA x TAI OTOSHI 14. HARAI GOSHI x TANI OTOSHI
3. KO UCHI GARI x SASSAE TSURI KOMI ASHI 15. KO UCHI GARI x HIZA GURUMA
4. O UCHI GARI x TOMOE NAGUE 16. MOROTE SEOI NAGUE x OKURI ERI JIME
5. KO SOTO GAKE x UCHI MATA 17. MOROTE GARI x TAWARA GAESHI
6. O SOTO GARI x O SOTO OTOSHI 18. KATA GURUMA x TAWARA GAESHI
7. UCHI MATA x TE GURUMA (Sukui Nague) 19. UKI GOSHI x KOSHI GURUMA
8. UCHI MATA x UCHI MATA SUKASHI 20. IPPON SEOI NAGUE x HADAKA JIME
9. KATA GURUMA x HIKIKOMI GAESHI 21. TAI OTOSHI x TSURI GOSHI
10. TAI OTOSHI x YOKO GURUMA 22. DE ASHI HARAI x TAI OTOSHI
11. KOSHI GURUMA x UTSURI GOSHI 23. HANE GOSHI x TANI OTOSHI
12. DE ASHI BARAI x DE ASHI BARAI (Tsubame 24. UKI GOSHI x YOKO WAKARE
Gashi)
KATAS
Jigoro
Kata: A palavra japonesa “kata” é traduzida pelos dicionários como “fôrma” ou “modelo”.
Ritual: O kata adquire essa dimensão pelo respeito que envolve, tanto em relação ao público
quanto ao adversário e às próprias formas executadas. A correção, a sinceridade nos gestos e
a tensão do momento fazem dos katas um verdadeiro ritual.
Formas determinadas e imutáveis: As técnicas dos katas foram selecionadas entre as mais
representativas e permanecem sempre as mesmas, inalteradas inclusive nos gestos, movimentos
e seqüência de apresentação.
Medidas: Porque cada passo, cada gesto, cada execução dos katas foi avaliada, calculada e
preparada para ser aplicada dentro de parâmetros rígidos.
Ensaio: Está claro que para as formas constituídas pelos katas serem apresentadas
corretamente, bem sincronizadas e com beleza de estilo, deverão ser treinadas com afinco,
dedicação, paciência e perseverança. Só assim se torna possível aproximar-se da perfeição
almejada.
Concentração: Os lutadores devem dar o maior realismo possível ao “combate” para o que
são absolutamente necessárias toda a atenção e concentração no trabalho a ser realizado.
Perpetuação: A principal função dos katas é justamente buscar a perpetuação da arte que lhes
deu origem, e por isso mesmo continuarão a ser aplicados sempre da mesma maneira, no
mesmo sentido, com os mesmos movimentos e gestos estabelecidos por seus criadores.”“.
NAGUE NO KATA
Trata-se do primeiro kata do Judô. Foi criado por Jigoro Kano por volta de 1890
e é constituído por quinze técnicas de arremesso, as quais se encontram divididas em cinco
grupos de três projeções cada, escolhidas dentre aquelas tidas como as mais representativas de
cada classe – TE WAZA – KOSHI WAZA – ASHI WAZA – MA SUTEMI WAZA e YOKO
SUTEMI WAZA (vide gráfico). As técnicas são executadas tanto pelo lado direito, quanto pelo
esquerdo, conceito este revolucionário para a época em que foi criado, pois nenhuma outra
escola de ju-jutsu adotava esse tipo de treinamento, o que tornou os alunos do Kodokan hábeis
em projetar seus adversários por ambos os lados.
KATAME NO KATA
Também criado por Jigoro Kano, mais ou menos na mesma época que o Nague
no Kata, engloba este kata quinze técnicas de luta no solo (ossae, shime e kansetsu waza),
divididas em três grupos de cinco técnicas cada. Diferentemente do Nague no Kata, neste as
técnicas somente são aplicadas pelo lado direito (vide gráfico às fls. ).
KIME NO KATA
alegando que Kano era bastante conhecedor das técnicas de atemi, próprias do Estilo Tenshyn
Shinyo, sendo, portanto, especialista nesse mister. Entendem que Funakoshi seria, à época da
criação desse kata, muito novo para ensinar o Mestre Kano (Funakoshi era cerca de dez anos
mais novo que Kano e foi trazido de Okinawa sob a tutela do Mestre para mostrar o Karatê ao
Japão, fazendo, inclusive, uma apresentação perante o próprio Imperador, por intermediação de
Kano).
JU NO KATA
KOSHIKI NO KATA
Este kata foi ensinado a Jigoro Kano pelo Mestre Likugo, do estilo Kitô de Jiu-
Jitsu (Kito Ryu). Em razão de apreciá-lo muito, Jigoro Kano resolveu incorporá-lo às técnicas
do Kodokan, por entender que seu treinamento em muito beneficiaria na formação dos judocas.
Na sua forma original, o Koshiki no Kata era praticado com armaduras, entretanto, na
atualidade, ele é praticado com Judogi, esmerando-se Tori e Uke em simular os movimentos
como se as tivesse usando. É composto de vinte e uma técnicas de arremesso, divididas em dois
grupos, sendo um com sete (Omote) e o outro com quatorze (Ura), respectivamente. É um kata
de alto nível, geralmente praticado por Kodanshas. Segundo informam alguns autores, seria o
kata central do estilo Kito Ryu.
ITSUTSU NO KATA
planejamento, o Judô seria praticado do específico para o geral, ou seja, o judoca inicia-se na
arte através treinamento de golpes determinados e vai evoluindo de tal sorte que chegará o
momento em que esse praticante não mais necessariamente utilizará esses golpes específicos
para defender-se, mas sim os princípios e fundamentos que regem o Judô. Neste sentido, nas
nossas pesquisas encontramos um trabalho da Jornalista americana Linda Yiannakis, 3º Dan da
USJA, denominado "The Dynamic Nature of Kata, An Interview with Steve R.
Cunningham", então graduado 6º Dan em Judo pelo Kodokan; 7º Dan em Takagi Ryu Jujutsu
e 6º Dan em Mugen Ryu Karatê, uma das maiores autoridades sobre o assunto nos EUA, que
assim se pronuncia: "... Acredito que na realidade Kano havia planejado para a sua arte
operar na direção oposta, onde você partiria do específico para o geral, e aprenderia a
resumir as técnicas individuais, passando a operar completamente dentro dos princípios. E
quando isso acontecer, você possuirá o verdadeiro domínio dessa arte”.
Existem ainda outros katas criados por grandes mestres de Judô, mas que não são
reconhecidos oficialmente. Dentre estes podemos citar o Hirano no Kata e o Nague Ura no
Kata, que tratam de técnicas de contragolpes (Gaeshi Waza), o primeiro criado pelo Mestre
Tokio Hirano, um dos introdutores do Judô na Alemanha e o segundo pelo Mestre Kyuzo
Mifune, que chegou ao 10º Dan, além do GONOSEN NO KATA, que já fez parte dos katas
oficiais do Kodokan, também constituído por técnicas de contragolpes.
NAGUE NO KATA
(Gráfico das Técnicas)
TACHI WAZA
(Técnicas de Projeção partindo da posição de pé)
SUTEMI WAZA
(Técnicas de Projeção com Sacrifício)
NAGUE NO KATA
(Forma de Execução)
a) Ambos de frente para o Joseki, Tori posicionado do lado direito e Uke do esquerdo em
relação ao mesmo, realizam o cumprimento em Ritsurei, adentram na área de apresentação
com o pé esquerdo e caminham em Ayumi Ashi até o local previamente marcado, onde
param em posição de Tyokuritsu.
b) Realizam o cumprimento em Ritsurei ao Joseki, depois se volta um para o outro.
c) Ajoelham-se, sentam-se sobre os calcanhares, em Seiza e realizam o cumprimento mútuo
em Zarei.
d) Após, levantam-se, executam um passo largo à frente com a perna esquerda e iniciam a
demonstração das técnicas:
1ª SÉRIE - TÊ WAZA
UKI OTOSHI:
Tori se desloca em Ayumi Ashi até ficar aproximadamente 30 cm de Uke.
Com a iniciativa de Uke, executam Kumikata fundamental pela direita e deslocam-se em
Tsugui Ashi (passo emendado). Ao terceiro passo Tori projetará Uke, executando este passo
mais largo e tracionando-o pelo braço direito.
Após o Kake, Tori deverá ficar com a face voltada para frente, sem olhar para Uke. O pé
direito permanecerá “vivo” e a mão esquerda em repouso na coxa esquerda.
O mesmo movimento pela esquerda.
Obs: Uke deverá também executar o terceiro passo mais largo, com um pequeno desvio para a
direita, visando facilitar a execução do Ukemi.
KATA GURUMA:
Uke na sua posição inicial, Tori se aproxima até uma distância de cerca de 30 cm deste,
executam Kumikata fundamental pela direita e se deslocam em Tsugui Ashi, como em Uki
Otoshi. No segundo passo Tori modifica o Kumikata, segurando a manga direita de Uke na
parte superior, levantando o seu braço e iniciando o Kuzushi. No terceiro passo Tori
completa o Kuzushi, puxando a manga direita de Uke para frente, girando o pulso, e depois
se agacha, fazendo a pegada da perna na altura da panturrilha de Uke, aplicando, então, a
projeção. Uke deverá cair com a cabeça próxima ao pé esquerdo de Tori.
O mesmo movimento pela esquerda.
Obs: Tori, no ato da projeção, deverá dobrar um pouco os joelhos e efetuar um giro do tronco
de cerca de 45º graus, para proporcionar um melhor ukemi para Uke.
UKI GOSHI:
Partindo de suas posições iniciais, Tori e Uke caminham rapidamente em direção um ao
outro e, a uma distância de cerca de dois metros, Uke desfere um soco contra a cabeça de
Tori com a mão direita. Tori se defende com um movimento de cabeça, em Tai Sabaki, ao
mesmo tempo em que agarra Uke pela cintura, aplicando a técnica pela esquerda.
O mesmo movimento pela direita, com a diferença de que, desta feita, será executada a
técnica a uma distância de cerca de 1,80 m, sem a caminhada.
Obs: Ao desferir o soco, Uke deverá deixar o braço que não está atacando em posição
favorável para ser agarrado por Tori, visando facilitar a projeção.
HARAI GOSHI:
Uke na sua posição inicial, Tori caminha até uma distância de cerca de 30 cm dele. Nesse
momento executam Kumikata fundamental e deslocam-se em Tsugui Ashi, como em Uki
Otoshi. No segundo passo Tori deverá modificar o Kumikata, levando a mão à altura da
omoplata de Uke. Ao terceiro passo Tori executa o Kuzushi, puxando Uke pela manga
direita, girando o pulso, e empurrando com a mão que está nas costas, quando então aplica a
projeção.
O mesmo movimento pela esquerda.
Obs. Tori deverá ter o cuidado de não agarrar no judogui de Uke com a mão que se encontra
nas costas, no momento em que for projetar.
UCHI MATA:
Uke e Tori, posicionados no centro da área de apresentação, executam Kumikata pela direita
em Migui Shizentai. Nesse momento, Tori faz Uke andar em semicírculo, puxando-o com a
mão da gola. No terceiro movimento Tori dará apenas um meio passo, de modo que Uke,
que executará o passo completo, venha de encontro ao seu quadril, quando então a técnica
deverá ser aplicada.
O mesmo movimento pela esquerda.
Obs: Ao ser projetado, Uke deverá apoiar a sua mão livre no quadril de Tori, para facilita o
Ukemi.
URA NAGUE:
Finalizada a projeção anterior e estando Tori e Uke em suas posições iniciais, caminham
rapidamente em direção um ao outro, momento em que Uke ataca Tori com um soco no alto
da cabeça. Tori defender-se-á com esquiva da cabeça e abraçando Uke pela frente, devendo
sua mão esquerda ficar por trás (nas costa de Uke) e a direita na frente (na altura do nó da
faixa de Uke), ao mesmo tempo em que faz o sacrifício, executando a projeção e terminando
em “ponte”.
Uke deverá fazer o Ukemi e ficar deitado ao final.
O mesmo movimento pela esquerda, sem o deslocamento anterior, a uma distância de menos
de 2,0 metros.
Obs: O ataque de Uke deverá ser realizado imediatamente após Tori se levantar da projeção
anterior (Tomoe-Nague) e ficarem de frente um para o outro, num ato contínuo.
SUMI GAESHI:
Uke em sua posição inicial e Tori já posicionado a cerca de 30 cm deste, agarram-se em
Kumikata, com a mão esquerda segurando a manga direita do Judogui e a mão direita
colocada espalmada na altura da omoplata esquerdo, em Migui Jigotai (posição de Fusegui).
Ato contínuo, Tori e Uke se deslocarão e, no segundo passo, Tori fará o Kuzushi, juntando
seus pés dentro das pernas de Uke, mais para o lado direito, oportunidade em que, se
sentando, levará a perna direita ao interior da coxa esquerda de Uke, projetando-o. Uke
executará Zempo Kaiten Ukemi e terminará de pé.
O mesmo movimento pela esquerda.
Obs. Como no Tomoe Nague, Uke deverá, no momento em que Tori estiver sentando, levar sua
perna direita à frente, próxima ao corpo deste, visando facilitar o Ukemi.
YOKO GAKE:
Uke em sua posição inicial, Tori se dirige até ele, se agarram em Kumi-Kata normal e
caminham em Tsugui Ashi (como em Uki Otoshi). No segundo passo Tori deverá iniciar o
Kuzushi, desequilibrando Uke, puxando sua manga direita para baixo e para dentro. No
terceiro passo Tori acentuará o desequilíbrio, forçando o cotovelo de Uke para dentro, de
forma que este fique com o corpo paralelo ao seu, quase na ponta dos pés. Nesse momento
Tori varrerá com sua perna esquerda o pé direito de Uke, mantendo o contato da planta do
seu pé com o tornozelo deste, fazendo o sacrifício, em um movimento rápido, empurrando o
pé de Uke, forçando-o a cair ao seu lado.
Após efetuar a projeção, Tori deverá ficar quase lateralmente, em relação ao Uke, que ficará
com as costas totalmente no tatame.
O pé de Tori não poderá subir no momento da projeção.
O mesmo movimento pela direita.
YOKO GURUMA:
Tori no centro da área e Uke posicionado distante cerca de 1,80m, atacará com um soco,
como em Ura Nague, e Tori se defenderá da mesma forma, com esquiva da cabeça e
agarrando o tronco de Uke. Nesse instante Uke efetuará uma gravata no pescoço de Tori, e
este puxando Uke para si, jogará sua perna direita por entre as pernas daquele, e o
arremessará.
Uke fará o Zempo Kaiten Ukemi e terminará de pé.
O mesmo movimento pela esquerda, com a observação de que Uke será projetado na mesma
direção de quando o foi pela direita.
UKI WAZA:
Uke e Tori agarram-se como em Sumi Gaeshi, em Migui Jigotai, e deslocam-se. No segundo
passo Tori fará Kuzushi, juntando seus pés no meio das penas de Uke, e depois esticará a sua
perna esquerda, puxando a manga direita de Uke, fazendo o sacrifício e projetando-o num
ângulo de aproximadamente 45º. Uke deverá fazer o rolamento (Zempo Kaiten Ukemi) e
terminar de pé.
O mesmo movimento pela esquerda.
Observações:
I. Tanto o Tori quanto o Uke devem utilizar judogui da cor branca. A diferenciação de
cores nas imagens é apenas para fins didáticos, não sendo admitido o uso do judogui
azul em nenhuma hipótese.
III. Ao término de cada série, Uke e Tori deverão se dirigir aos seus respectivos lugares
onde iniciaram o Kata e, de costas um para o outro, arrumarão o Judogui e a faixa
rapidamente, após se voltarão um para outro para dar início à série seguinte, buscando
sincronia nesse movimento.
IV. Ao final do Kake dos sutemis, exceto em YOKO GAKE, Tori deverá largar Uke visando
não atrapalhar a execução do Ukemi.
V. Com exceção do URA NAGUE e YOKO GAKE, nas demais projeções de sacrifício
(sutemi), Uke realizará Zempo Kaiten Ukemi e terminará de pé.
VI. Tori e Uke deverão se preocupar com o deslocamento no tatame (shintai), com a
postura do corpo (Shizei), equilíbrio na execução das técnicas e, principalmente, com a
concentração no momento da execução do Kata.
VII. Visando demonstrar uma boa postura e um bom equilíbrio, Tori deverá adotar a
posição de Jigotai e segurar a manga de Uke com as duas mãos, após a execução das
técnicas de Te, Koshi e Ashi Waza, exceto em Uki Otoshi, obviamente.
VIII. As duas primeiras técnicas de Ma Sutemi Waza (TOMOE NAGUE e URA NAGUE),
deverão ser executadas em um ritmo mais rápido, devendo haver certa dinâmica na
transição de uma projeção para outra.
IX. Para execução deste Kata, Uke e Tori deverão realizar um Kumikata leve, diferente
daquele utilizado em Randori e Shiai, como também as técnicas deverão ser executadas
primando-se pela perfeição e equilíbrio, demonstrando as fases de execução (Kuzushi,
Tsukuri e Kake), sem o uso de força desnecessária.
X. Na aplicação das técnicas no Kata devemos nos basear nos princípios basilares do
Judô, utilizando a mínima força e executá-las na sua forma mais clássica. Devemos,
portanto, esquecer os maus hábitos porventura adquiridos no Randori e Shiai.
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KATAME NO KATA
(Forma de Execução)
1. Da mesma forma que no Nague no Kata, Tori posicionado do lado direito do Joseki e Uke
do lado esquerdo, realizam o cumprimento em Ritsurei, adentram na área de apresentação
com o pé esquerdo e caminham em Ayumi Ashi até o local previamente marcado, onde
param em posição de Tyokuritsu.
2. Realizam o cumprimento em Ritsurei ao Joseki, depois se voltam um para o outro.
3. Sentam-se sobre os calcanhares, em Seiza, e realizam o cumprimento mútuo em Zarei.
4. Após, levantam-se, executam um passo largo à frente com a perna esquerda. Nesse
momento Tori e Uke se ajoelharão na posição de Kiyoshi no Kamae, permanecendo pelo
tempo de uma respiração. Então Uke apoiará a mão direita no tatame (ponta dos dedos na
direção do joelho esquerdo) e se deitará ao comprido, com a cabeça voltada para Tori,
deixando a perna direita estirada e a esquerda dobrada, com o joelho para cima.
5. Tori então se levantará e caminhará em Ayumi Ashi, fazendo um semicírculo em direção à
lateral direita de Uke e a uma distância aproximada de 1,80m, se ajoelhará novamente na
posição de Kiyoshi no Kamae e dará dois passos nessa posição para frente, até se aproximar
de Uke, quando fará uma maior abertura do joelho direito (tikama), ajustando a distância do
uke, para então iniciar a primeira técnica:
- Tori pegará no braço direito de Uke com as duas mãos e realizará Kesa Gatame, encostando o
tronco no Uke e dominando o braço do mesmo. Na seqüência, dará um tranco para indicar que
a posição está firme, quando então Uke passará a realizar os seguintes movimentos, no intuito
de se desvencilhar:
1º MOVIMENTO: Uke tenta sair, puxando Tori pela cintura em sua direção, mas este apóia
a mão direita no solo, bloqueando.
2º MOVIMENTO: UKE tenta empurrar Tori no peito com a mão esquerda, mas este faz
pegada firme no ombro de Uke e o puxa contra o seu tronco, baixando a cabeça.
3º MOVIMENTO: UKE faz “ponte”, girando o corpo, tentando levar TORI. Então TORI
troca a posição das pernas, colocando a perna esquerda à frente da direita. UKE desiste,
batendo no corpo de TORI duas vezes.
Após Uke desistir, Tori volta à posição de Kiyoshi no Kamae, recolocando o braço de Uke na
posição inicial, ao longo do corpo.
2) KATA GATAME:
1º MOVIMENTO: UKE tenta sair, girando o corpo, então TORI aperta mais a pegada,
abaixa o tronco e estira mais a perna esquerda.
2º MOVIMENTO: UKE agarra a própria mão direita e empurra a cabeça de TORI com o
cotovelo. Este resiste abaixando a cabeça.
3º MOVIMENTO: UKE faz “ponte” e tenta rodar TORI, mas este abaixa o quadril e troca a
posição das pernas, sentando-se em posição de Kessa, baixando seu centro de gravidade.
Após a desistência de Uke, Tori volta à posição de Tikama, recua dois passos, levanta-se e, em
Ayumi Ashi se desloca para trás de Uke a uma distância de 1,80m, para dar início à técnica
seguinte.
É importante esclarecer que quando houver deslocamentos, seja na direção da cabeça ou da
lateral de Uke, estes serão realizados sempre desta forma: Tori se posicionará a uma distância
de cerca de 1,80m de Uke, se ajoelhará com a perna direita levantada (Kiyoshi no Kamae),
adotará a posição de Tikama (perna direita mais aberta) e executará dois passos na direção de
Uke e adotará novamente, ao final, a posição de Tikama antes de iniciar a técnica, razão pela
qual não mais citaremos este procedimento daqui para frente, por ficar subentendido.
Obs. Ao término de cada série, Tori retorna para o seu local de início e assume a posição de
Kiyoshi no Kamae. Ao mesmo tempo Uke se levanta e igualmente adota a mesma posição,
momento em que ambos arrumam os seus judoguis. Depois Uke volta a deitar-se e Tori se
desloca para sua lateral para dar início à seqüência das técnicas seguintes:
2) HADAKA JIME:
UKE se senta, com o pé direito estirado e o esquerdo dobrado. TORI se aproxima por trás,
coloca a mão esquerda no ombro de UKE, com a palma virada para cima, passando o braço
direito no pescoço de UKE, encontrando a mão que está no ombro, ao mesmo tempo em que
coloca o joelho nas costas do mesmo. Então TORI aplica o estrangulamento, colando a sua
cabeça na de UKE e puxando-o para trás.
UKE deverá segurar o antebraço e o ombro de TORI, fazendo uma pequena resistência e
depois desistirá, batendo duas vezes com o pé direito no tatame.
4) KATA HA JIME:
TORI se aproxima por trás de UKE, coloca a mão esquerda por baixo do braço esquerdo do
mesmo, segurando sua gola esquerda. Depois passa o braço direito por cima do ombro
direito de UKE e segura a gola esquerda com a mão direita (polegar para dentro). TORI
largará a gola esquerda de UKE e levantará o braço esquerdo do mesmo, colocando a mão
esquerda espalmada na nuca de UKE, imobilizando-o. TORI aplicará a técnica abrindo um
pouco o joelho direito e puxando UKE para esse lado, suspendendo-o um pouco.
UKE deverá segurar o seu próprio braço esquerdo com a mão direita e puxar para baixo,
fazendo uma pequena resistência, e depois desistirá, batendo com o pé no tatame.
1) UDE GARAMI:
TORI se aproxima pelo lado direito de UKE e afasta o braço direito deste. Nesse momento
UKE tenta agarrar a gola de TORI com a mão esquerda, e este se defende, segurando o pulso
de UKE com a mão esquerda, se deitando sobre o tórax do mesmo, imobilizando-o, e
aplicando a técnica. UKE, demonstrando que a técnica foi eficaz, desiste batendo no corpo
de TORI.
5) ASHI GARAMI:
TORI e UKE, ambos de pé, em posição Migui Shizentai, fazem Kumikata.
TORI faz tentativa de TOMOE NAGUE.
UKE se defende abaixando o corpo e levando a perna direita à frente, na altura dos quadris
de TORI.
Neste momento, TORI envolve a perna direita de UKE com sua perna esquerda, faz o apoio
com o pé no quadril e empurra a perna esquerda do mesmo com sua perna direita, aplicando
a técnica.
UKE se rende batendo no tatame.
Tori e Uke voltam à posição inicial em Kiyoshi no Kamae e depois Tikama, se levantam,
dão um passo para trás com a perna direita, ajoelham-se e se saúdam em Zarei.
Depois se levantam, fazem o cumprimento ao Josequi em Ritsurei e recuam até a borda do
tatame, onde fazem o último cumprimento em Ritsurei, saindo do dojo e encerrando a
apresentação do Kata.
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GLOSSÁRIO
ASHI: Pé ou perna; seqüência de passos. JU: Idêntico a JIU = suave, ágil. Também
ATEMI WAZA: Grupo de golpes e significa “dez”.
pancadas sobre centros nervosos vitais do JUDO: “O Caminho Suave”.
corpo humano, que podem provocar fortes JUDOGUI: Indumentária do Judo(calça,
dores, paralisação, perda da consciência ou casaco e faixa).
morte. JUJI: Em cruz, transversal.
AYUMI ASHI: andar, caminhar KAKE: Fase final da projeção.
normalmente, para frente e para trás; KANSETSU: Articulação, junta de ossos.
corrida cadenciada. Também significa KATA: Ombro. Significa também Forma,
marchar. Cerimônia, Ritual.
DO: Caminho, fundamento, ensinamento, KATACHI: Treinamento da forma. Treino
filosofia, direção, linha básica, princípio, de Kata.
método. KIME: Pontos vitais do corpo humano,
FUSEGUI: Defender. Também sacudir. foco, centro, decisão. Ataque rápido com
GAESHI (Kaeshi): contra-ataque, reação; finalização correta.
GAESHI WAZA: Conjunto de todas as KIYOSHI NO KAMAE: Posição ajoelhada,
técnicas de contra-ataque e de reação do em que um joelho fica no chão e outro
Judô. levantado.
GARAMI: Deter, enfaixar, envolver, KODOKAN: Instituto central do Judo, em
imobilizar. Tóquio/Japão.
GATAME: O mesmo que Katame. Segurar, KUMIKATA: Tocar ou agarrar de forma
imobilizar. regular.
GIAKU: Inverso, contra a natureza. KUZURE: Variação, derivação.
GOKIO: Cinco grupos. Abreviação de KUZUSHI: Desequilíbrio.
Gokio no Kaisetsu. MA SUTEMI: Reto para trás.
GOSHIN JITSU: Novo sistema de MIGUI: Direita, à direita.
autodefesa sem armas, desenvolvido com OSSAE: Segurar, imobilizar.
base no antigo Jiu Jitsu, do moderno Judô, RANDORI: Exercícios livres, luta de
Karate e Aikido no Kodokan. treino, forma de treinamento do Judo.
HADAKA: Puro, nu, pelado, despido, livre. REI: Saudação, cumprimento, reverência.
HARA: Barriga. Sentido e ato, expressões de cortesia, do
HIDARI: Esquerda, à esquerda. respeito e da decência íntima.
HIZA: Joelho. RENRAKU: Técnica de combinação.
JIGOTAI: Posição de defesa. Posição RITSUREI: Saudação cortês. Reverência
defensiva. em pé.
JIME(SHIME): Estrangular. SANKAKU: Triângulo.
JIU JITSU: o mesmo que JUJUTSU. SEIZA: Maneira asiática de sentar-se sobre
Primeira forma, ainda válida até hoje, da os calcanhares.
autodefesa japonesa sem armas. SHIAI: Luta competitiva, competição.
Predecessora do JUDO moderno e de outras SHIZENTAI: Posição inicial. Posição
formas de luta. básica natural.
JOSEKI: Lado superior, lugar de honra para
os instrutores.
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Não é vergonha "não saber", vergonha é contentarmo-nos com o pouco que sabemos.
J. Goulart.