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Tipo de trabalho: Resumo Expandido (máximo 5 páginas)

Área: Envelhecimento Humano

O PROCESSO DE ENVELHECER E O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO IDOSA NO


BRASIL1

Franciele Mirian Da Rocha2, Ronaldo Arnold3, Maria Aparecida Santana Camargo 4


1
Revisão bibliográfica realizada para a Disciplina Diversidades Culturais e Interações Sociais do
Programa de Pós-Graduação em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (Mestrado) da
Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ, no ano de 2014.
2
Psicóloga formada pela URI Campus Santo Ângelo – RS, Aluna do Programa de Pós-Graduação
em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (Mestrado) da Universidade de Cruz Alta –
UNICRUZ. E-mail: fmr.psico@hotmail.com
3
Acadêmico do Curso de Bacharelado em Administração, Formação Específica em Administração
pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Campus de Santo Ângelo
e Bolsista de Extensão da URI - SA. E-mail: rarnadm@gmail.com
4
Doutora em Educação pela UNISINOS, Bacharel em Desenho e Plástica pela UFSM. Docente do
Programa de Pós-Graduação em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (Mestrado) da
Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ. E-mail: cidascamargo@gmail.com

INTRODUÇÃO
A reflexão sobre a temática do envelhecimento humano é importante nos dias atuais,
levando em consideração principalmente o crescimento quantitativo da população
idosa e da necessidade inexorável de suscitar discussões e movimentos em prol da
qualidade de vida deste grupo de indivíduos.
No Brasil, segundo o Estatuto do Idoso (2003), o indivíduo com 60 anos é
considerado idoso. Mas isto se torna apenas um número quando se procura explicar
“quem é” a pessoa idosa. Entretanto ser idoso vai além da idade, e para definir a
velhice é necessário considerar os fatores biopsicossociais.
A divisão cronológica da vida humana, por idades, é um conceito relativamente
novo, que foi criado inicialmente ao perceber a infância como um período único e
singular da vida em que as demandas de cuidados e atenção eram diferenciadas.
Pode-se dizer que assim como a infância foi inventada, assim foi a velhice. O
envelhecimento humano é um processo complexo que pode ser explicado através
de alguns conceitos, os quais serão explicitados no decorrer deste trabalho.
Segundo dados do IBGE (1940), em 1940, apenas 4% da população tinha mais de
60 anos. Já na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009, o País
contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou
mais de idade. (IBGE, 2010). E este número só tende a crescer. A expectativa
(IBGE, 2008) é que o número de idosos seja de aproximadamente 65 milhões em
2050.
Tais modificações no padrão demográfico causam mudanças importantes no perfil
epidemiológico e nas características sociais e econômicas da população. A redução
da proporção de crianças faz com que aumente a proporção de adultos e
consequentemente de idosos (CHAIMOWICZ, 2013). Torna-se necessária uma
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adaptação das leis e políticas públicas no sentido de favorecer esta camada da


sociedade para que tenha qualidade de vida. Outro ponto a ser brevemente
comentado é a mudança e evolução da legislação e políticas públicas que
favorecem os idosos. A partir da criação da Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842,
de 4 de janeiro de 1994), começa a ser dada atenção específica à esta camada da
população.
O sistema capitalista brasileiro de certa forma idolatra a juventude (que produz e
consome) e deprecia os mais velhos, pois neste sistema, quem não produz e
consome em grande quantidade, não tem função. “No sistema ocidental de
produção capitalista, o que se tem é a imagem do velho, discriminado, como o
inativo (improdutivo), „vilão dos cofres públicos‟, representando custos para os
trabalhadores ativos.” (PAULINO, 2007, p.93).
Destarte, a partir da implementação da Política Nacional do Idoso e do Estatuto do
Idoso, muitos direitos foram garantidos aos idosos, além de fomentar na sociedade a
reflexão sobre o contexto no qual se insere o idoso na atualidade e as mudanças
necessárias. O idoso deve ser valorizado como indivíduo provido de sabedoria, com
um mundo subjetivo rico, devido às suas vivências e, além disso, visto como cidadão
capaz, e não obsoleto ou dependente.
O presente artigo tem como objetivo geral, através de um resgate bibliográfico, a
reflexão acerca do conceito de velhice e da vida do idoso brasileiro, no que diz
respeito aos seus direitos (garantidos por lei) e à relação com a sociedade de uma
forma geral.
METODOLOGIA
Vergara (2013) postula que uma taxionomia básica para a pesquisa científica deve
perpassar a pesquisa quanto os seus meios e quanto aos seus fins. Esta pesquisa
quanto seus meios será de natureza bibliográfica, uma vez que se utilizará da
pesquisa de dados já apresentados por outros pesquisadores em bibliografias
correlatas à temática, além das leis que legitimam os direitos dos idosos.
Referente aos fins, esta pesquisa será descritiva, já que apresentará desde o
contexto da criação das leis que aparam aqueles que já alcançaram a longevidade
até as hodiernas perspectivas e proposições para os idosos.
Também se pode dizer que a pesquisa será de cunho qualitativo, o qual, segundo
Godoy (1995), não objetiva enumerar e/ou mensurar os fenômenos, mas descrever
pessoas, locais, processos e interações pelo contato direto do pesquisador com a
situação estudada, buscando compreender os fatos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Devido à evolução das ciências da saúde e tecnologia, o ser humano adquiriu
melhores condições de vida e, consequentemente, maior longevidade. Com o
aumento demográfico dos idosos, e sabendo das suas demandas especiais, se faz
necessário conhecer quais são estas demandas e, não obstante, entender o que é
envelhecer e as implicações deste processo. O envelhecimento humano é um
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processo complexo que pode ser explicado através de alguns conceitos, sendo
alguns deles: idade cronológica, biológica, social e psicológica.
Existem diversas representações sociais sobre a velhice conforme o contexto sócio
histórico da época. Durante bom tempo, o imaginário social ligava o velho à
obsolescência, à estagnação e à doença. Essa representação universaliza aquilo
que é individual: o processo de envelhecimento. Porém, cada ser envelhece
conforme sua história pregressa, ou seja, suas escolhas, possíveis doenças,
contexto sócio histórico, questão financeira, genética, entre outros. Entretanto como
apresenta Beauvoir (1990, p. 32), nos dias atuais, a medicina não mais atribui uma
causa ao envelhecimento. “Ela o considera inerente ao processo da vida, do mesmo
modo que o nascimento, o crescimento, a reprodução, a morte”.
Sabendo que a relação idoso versus sociedade mudou drasticamente com o passar
dos anos, cabe ressaltar que algumas culturas no Brasil sempre cultivaram relações
saudáveis com seus velhos. Tais culturas devem ser estudadas e compreendidas a
fim de que se possam “reproduzir” tais comportamentos positivos em prol da
evolução.
Na cultura indígena Guarani, por exemplo, o idoso é essencial na preservação da
transmissão de conhecimentos como mitologia, rituais, medicina e costumes, pois
são depositários da memória do povo. Ele desempenha funções importantes dentro
da tribo, como aplicar as regras, definir punições, resolver conflitos e organizar a
caça. A importância da figura desses sábios está também na organização e
reorganização social fundamental para a sobrevivência do grupo (PASCHOAL, 2002;
SANTOS, 2007). Já na cultura capitalista, os países “levam em consideração quase
que exclusivamente o interesse da economia, isto é, do capital, e não o das
pessoas” (BEAUVOIR, 1990, p. 277).
Por fim, com o advento do envelhecimento populacional, fez-se imperioso buscar
formas de atendimento às demandas advindas desta camada. A sociedade passou a
refletir mais a respeito do conceito de envelhecimento. Para atender a tais
demandas, com o passar do tempo foram sendo criadas leis que abarcavam
diversos aspectos e necessidades do universo do idoso. No Brasil, através de
legislações específicas, é possível suprir, ainda que por vezes precariamente, essas
demandas.
A implantação da Política Nacional do Idoso é recente (Lei n. 8.842, de 4 de janeiro
de 1994), e a Política Nacional de Saúde do Idoso também (Portaria n.º 1395, de 10
de dezembro de 1999). Ambas têm como objetivo assegurar os direitos dos idosos,
criando um meio propício para a promoção de cidadania, integração e autonomia.
É importante mencionar a Lei Federal nº 8.842 da Política Nacional do Idoso que,
em seu Art. 3º, diz que “o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em
geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos”. Isto é, todos
estão fadados a envelhecer, e é importante conhecer as consequências deste
processo para que ele seja o mais agradável possível.
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Essas Políticas citadas anteriormente servirão de base para a criação de diversas


leis, portarias, decretos e políticas públicas que surgem posteriormente no Brasil.
Algumas delas: Programa Nacional de Cuidadores de Idosos (Portaria
Interministerial MPAS/MS nº 5.153, de 7 de abril de 1999); Normas de
Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso no Brasil (Portaria MPAS/SEAS nº
73, de 10 de maio de 2001); Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (Decreto nº
5.109, de 17 de junho de 2004); Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência
Contra a Pessoa Idosa (Subsecretaria de Direitos Humanos), além dos programas
específicos para diversas doenças.
Este artigo não procura explicar cada item supracitado, mas apenas apontá-los a fim
de se fazer conhecer. Através disso, se pode perceber que nos últimos anos o Brasil
tem feito um movimento no sentido de se preocupar com o idoso, de informar a
população e de promover a saúde coletiva desta parcela de brasileiros que cresce
cada dia mais.
CONCLUSÃO
A velhice é um processo complexo e inevitável. No Brasil, o número de idosos está
crescendo, e com isso, aumenta a necessidade de um olhar especial às demandas
destes indivíduos. Para que o idoso envelheça com saúde, ele deve conseguir
perceber seus potenciais e limitações, e, assim, estruturar sua vida em torno desses
aspectos. Além disso, ele deve levar em conta que possui o amparo das Leis,
decretos, portarias e políticas públicas que foram criados para seu benefício.
Destarte, é preciso mudar o pensamento baseado em apreciações negativas
referentes ao idoso. A valorização social de todo indivíduo, seja ele idoso, jovem,
negro, índio, branco, homossexual, entre outros, é essencial para a evolução de
nossa sociedade. O Estatuto do Idoso resgata os princípios constitucionais que
permitem que seja garantida a dignidade do ser humano, sem discriminação de
origem, raça, sexo, cor e idade conforme o artigo 3º IV da Constituição da República
Federativa do Brasil.
Os novos conceitos de velhice trazem à tona discussões que antes não existiam ou
eram veladas. O interesse nesta área cresceu, fazendo com que nasçam novas
possibilidades para a Terceira Idade. Sendo assim, o reconhecimento do idoso como
agente transformador de sua história e não mais “um sujeito fadado à espera da
morte”, permite que haja novas perspectivas de futuro. De que se pode recomeçar,
mesmo quando se imaginava estar terminando a vida.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento, legislação, contexto sócio histórico, qualidade


de vida.

REFERÊNCIAS
BEAUVOIR, Simone. A Velhice. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1990.
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:


promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4.
ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
_______. Estatuto do Idoso (2003). Lei n°10.741, de 1 de outubro de 2003. Dispõe
sobre o Estatuto do Idoso e das outras Providências. Brasília, DF: Senado Federal,
2004.
_______. Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do
Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Brasília, DF:
Diário Oficial da União, 1994.
CHAIMOWICZ, Fábio. Saúde do Idoso. Belo Horizonte: NESCON UFMG, 2013.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de
Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, abril 1995.
IBGE. Tabela 4 - População presente, por sexo e grupos de idade, Grandes Regiões
e Unidades da Federação População presente, por sexo e grupos de idade total
segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 1940. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/tendencia_demografica/analise_
populacao/1940_2000/tabela04.pdf> Acessado em: 18 de junho de 2014.
_______. Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da
População Brasileira. p. 191, 2010.
_______. Projeção da População do Brasil por sexo e idade- 1980 - 2050 Revisão
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PASCHOAL, Guto. Anciãos transmitem cultura indígena. Portal ComCiência.
Disponível em:
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PAULINO, Luciana Fernandes. Representações Sociais de Velhice, Cegueira e
Direitos Sociais em instituições especializadas em deficiência visual. Disponível em:
<http://teses.ufrj.br/ESS_M/LucianaFernandesPaulino.pdf> Acessado em: 23 de
junho de 2014.
SANTOS, Scheila dos; TORRES-MORALES, Ofelia E. Idosos Indígenas e
Comunicação: olhares e aproximações. Disponível em:
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VERGARA, Sylvia Constant Vergara. Projetos e Relatórios de Pesquisa em
Administração. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2013.
ZIMERMAN, Guite I. Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 2000.

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