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I – DAS INTIMAÇÕES
Preambularmente, requer que todas as publicações sejam efetuadas em
nome do Dr. Daniel Garzedin Almeida, OAB/BA 34.032 e do Dr. José Alvino Santos Filho,
OAB/SE 1.367, sob pena de nulidade.
II – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Ainda de forma introdutória, insta observar a ausência de condições da
Requerente de arcar com as custas e despesas processuais, ao menos inicialmente.
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Assim, considerando a momentânea hipossuficiência financeira da
Autora, em face mesmo do objeto do processo, pugna pela prorrogação do pagamento das
custas processuais para o final do processo, prestigiando o direito constitucional de acesso ao
Poder Judiciário.
Não sendo este o entendimento deste M.M. Juízo, o que se admite por
cautela, pugna pela concessão de parcelamento das custas, em dez parcelas iguais, mensais e
sucessivas, com fulcro no art. 98, §6º1, CPC.
1 Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 6o Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de
adiantar no curso do procedimento.
2 Lei Estadual nº3.218/92, Art. 2o - O Fundo Especial para Segurança Pública - FUNESP, tem por finalidade proporcionar recursos
financeiros para promover e manter a operacionalização e modernização do funcionamento e atuação, bem como a renovação
e ampliação do equipamento material, dos órgãos e entidades que integram a estrutura organizacional da Secretaria de Estado
da Segurança Pública.
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2015, foi contemplada com previsão orçamentária específica na Lei Estadual nº8.170/2016 (Lei
Orçamentária Anual para 2017).
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Além do aluguel, convencionou-se que a Acionada deveria arcar com as
despesas de água, energia, gás, esgoto, telefonia e demais encargos incidentes sobre o imóvel
(cláusula 8ª),
Sucede que, a despeito da intempestividade de diversos pagamentos
durante o vínculo contratual (planilha anexa), a inadimplência da Acionada já soma 11 (onze)
meses, fato que motivou o Autor a notificá-la extrajudicialmente em diversas oportunidades,
chegando, inclusive, a solicitar a retomada do imóvel, todas sem sucesso.
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Ora, tal comportamento do Réu afronta a disciplina tanto do parágrafo
terceiro da cláusula terceira, que veda a prorrogação automática do contrato, quanto da
cláusula quarta, que estabelece a obrigação de pagar os aluguéis no prazo e valores ajustados.
Eis os fatos.
IV. DO MÉRITO
IV.1. Do regime jurídico – Aplicação da lei nº8.245/91
Como cediço, não obstante os contratos administrativos serem regidos
pela lei nº8.666/93, os contratos de locação firmados pelo Poder Público se submetem ao
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regramento da lei nº8.245/91 (Lei de locações), notadamente no que tange à ação de despejo
prevista nos arts. 59 e seguintes.
Com efeito, não se observa qualquer passagem na referida lei que exclua
sua aplicação à Administração Pública. Em sentido diametralmente oposto, o art. 63, §3º faz
menção expressa a repartições públicas como destinatárias de seus comandos.
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despejo e da cumulada cobrança Recurso não provido. (TJSP; Apelação
9090023-92.2007.8.26.0000; Relator (a): Silvia Rocha; Órgão Julgador: 29ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Avaré - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento:
09/11/2011; Data de Registro: 10/11/2011)
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10.1 – Além das hipóteses de rescisão unilateral por parte do LOCATÁRIO
enumerado na cláusula anterior, poderá ser rescindido o presente contrato:
I – (...)
III – em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos pelo
LOCATÁRIO;
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Entretanto, certamente vencer-se-ão outros alugueis durante o trâmite deste
feito, razão pela qual o próprio inciso V3 do art. 62 da Lei de locações infirma a obrigatoriedade
de serem aqueles depositados em juízo até a sentença, o que, de logo requer.
Assim, não apenas o inciso IX, §1º, art. 59, Lei de locações conduz ao
despejo da Acionada, mas também o inciso IX do mesmo dispositivo legal, que trata da hipótese
de encerramento do prazo de vigência.
IV.4. Do despejo
Sabe-se que, qualquer que seja o fundamento do término da locação, a
ação cabível para reaver o imóvel é a de despejo, conforme exara o art. 5º, da supracitada lei,
in verbis:
Art. 5º. Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para
reaver o imóvel é a de despejo.
Sobre as ações de despejo, a indigitada norma legal dispõe que será concedida
3 Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de
diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte:
I – (...)
V - os aluguéis que forem vencendo até a sentença deverão ser depositados à disposição do juízo, nos respectivos vencimentos,
podendo o locador levantá - los desde que incontroversos;
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liminar inaudita altera pars para desocupação do imóvel locado em 15 (quinze) dias nas ações
fundadas na falta de pagamento do aluguel e que não seja contratada garantia, ressalvando, no
§3º, o direito do Réu de elidir a desocupação com o depósito da totalidade dos valores devidos.
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo
terão o rito ordinário.
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias,
independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a
caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por
fundamento exclusivo:
I – (...)
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento,
estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por
não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela,
independentemente de motivo.
§1º (..)
§ 3o No caso do inciso IX do § 1o deste artigo, poderá o locatário evitar a rescisão
da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 (quinze) dias
concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de cálculo,
efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores devidos, na
forma prevista no inciso II do art. 62.
Nesse diapasão, uma vez concedida a medida liminar inaudita altera pars
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determinando a desocupação do imóvel, não sendo procedido o depósito aludido no art. 62,
impõe-se o cumprimento do despejo, prosseguindo o feito quanto à cobrança dos alugueres
inadimplidos.
Cumpre aduzir, ainda, que não pode ser a Autora compelida a manter em
seu imóvel inquilino que reiteradamente vem descumprindo com suas obrigações contratuais,
cujo resultado poderá acarretar maiores e mais severos prejuízos à requerente do que aqueles
já demonstrados nos autos.
O perigo de dano, por sua vez, consiste no fato de ser o aluguel do imóvel
sub judice a única fonte de renda da Autora, de modo que o inadimplemento dos alugueis põe
em risco a sobrevivência desta e de todos que dela dependem, notadamente a família do seu
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titular.
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locador, que já está por demais prejudicado com a inadimplência, haja vista que, além de não
ter recebido os aluguéis, ainda teria que desembolsar um valor para garantir a eficácia da tutela
jurisdicional.
Não há, de fato, nenhuma proibição legal a que o locador ofereça como
garantia para o insucesso de sua demanda os aluguéis em atraso, os quais, repita-se,
motivaram o próprio ajuizamento da ação de despejo.
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valor correspondente aos três meses de alugueis, determinando, em seguida, ao locatário, a
desocupação do imóvel, objeto do contrato de locação, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena
de despejo compulsório.
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Sucede que a necessária isonomia entre os contratados da Administração
não está sendo respeitada, vez que há inúmeros outros contratos que estão sendo adimplidos
pela Acionada, ao passo que a presente avença já soma 11 (onze) alugueis não pagos.
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nos endereços mencionados, para que apresentem resposta no prazo legal, sob as penas dos
efeitos da revelia;
e) Seja determinado à Acionada que traga aos autos a lista de
credores atualizada, na forma da Resolução nº296 do TCE-SE;
f) Seja julgada PROCEDENTE IN TOTUM a presente demanda para,
confirmando a medida liminar, ordenar o imediato despejo da Ré do imóvel, declarar
rescindido o contrato firmado entre as partes e condenar a Ré ao pagamento integral
dos alugueis e acessórios inadimplidos, atualmente no valor de R$683.166,26
(seiscentos e oitenta e três mil, cento e sessenta e seis reais e vinte e seis centavos),
ao qual devem ser acrescidos os devidos encargos, além de todos os alugueres que se
vencerem ao longo do processo, até a efetiva desocupação do imóvel;
g) A juntada dos documentos anexos;
h) Provar o alegado por todos os meios de prova em Direito
admitidos, sem exceção;
i) A condenação da Requerida no pagamento das custas e despesas
processuais;
j) Juros de mora, correção monetária e honorários advocatícios,
estes no percentual de 20% (vinte por cento);
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