Escreva seu Livro!

Ficção
Como Começar.
Por: Miguel Angel.
ÍNDICE
•Introdução 03
•O Texto Narrativo 04
•Foco narrativo ou ponto de vista do narrador 10
•Tipos de discurso 12
•Unidades narrativas básicas 13
• Sena 15
• Diálogo 16
• Resumo 16
• Uso do tempo narrativo 17
• Elipse 17
• Funcional 17
• Estrutural 17
• Analepse: (flashback) 18
• Prolepse: (flachforward) 18
• Descrição 19
• Estática 20
• Dinâmica 20
• Integrada 20
•Dicas 21
•Em busca da inspiração 24
•Obrigado 29

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Introdução

Olá, vamos conversar um pouco sobre o

texto narrativo, suas artimanhas e algumas dicas
para começar seu livro.
Não se iluda achando que os grandes
escritores vivem de inspiração.
Sentam diante do computador ou de sua
velha maquina de escrever e o livro flui como um
rio caudaloso. Como se diz “1% inspiração, 99%
transpiração”.

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O Texto Narrativo
São elementos básicos da narração:

Enredo (ação), Personagem, Tempo e Espaço.

Para tratar adequadamente esses elementos

básicos, o autor deve responder as seguintes
perguntas ao longo do texto:

O QUÊ? – QUEM ? – COMO?

ONDE? – QUANDO? – POR QUÊ?
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O Texto Narrativo
Veja um exemplo de um esquema que se pode
utilizar antes de começar propriamente a escrever,
para depois manter a o fio da meada:
• O quê? Romance conturbado, que resulta em
crime passional.
• Quem? Misael e Maria Elvira.
• Como? O envolvimento inconseqüente de um
homem de 63 anos com uma prostituta.
• Onde? Lapa, Estácio, Rocha,Catete e vários
outros lugares.
• Quando? Duração do relacionamento: três anos.
• Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.
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O Texto Narrativo
Quanto à estrutura narrativa convencional,
acompanhe a seqüência de ações que compõem o
enredo:
• Exposição: a união de Misael, 63 anos, funcionário
público, a Maria Elvira, prostituta;
• Composição: a infidelidade de Maria Elvira obriga
Misael a buscar nova moradia para o casal;
• Clímax: as sucessivas mudanças de residência,
provocadas pelo comportamento desregrado de Maria
Elvira, acarretam o descontrole emocional de Misael;
• Desfecho: a polícia encontra Maria Elvira assassinada
com seis tiros.
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O Texto Narrativo
Na tentativa de recuperar o sucesso dos filmes do
estúdio para o qual trabalhava, Disney, que vinham de
uma longa linha de fracassos, Christopher Vogler, com
base no livro “O Herói de Mil Faces” de Joseph Campbell,
desenvolveu, primeiro na forma de um memorando para
os roteiristas de sua equipe, e depois como um livro, algo
como uma fórmula, que ficou conhecida como :

A Jornada do Herói

Aproveite e baixe agora nosso infográfico explicativo!

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O Texto Narrativo
Sean Weitner, na revista eletrônica Flak, ironizou a fórmula Disney dos filmes
recentes, resumindo-a no seguinte texto-base a ser preenchido:

“(_PROTAGONISTA_), que é voluntarioso(a) e ingênuo(a), foi criado(a) sem mãe e é um(a)

(_DEFINIÇÃO_) (_ADJETIVO1_) e (_ADJETIVO2_), e por isso é visto(a) como inferior pelo resto de sua
comunidade. Ele(a) entra em contacto com (_GRUPO SUPERIOR_), dos quais um é seu objeto de
afeição, (_PAR_), e outro é o vilão, (_ANTAGONISTA_), que é motivado por cobiça e orgulho.
(_PROTAGONISTA_), auxiliado por um (_AMIGO_), um (_MASCOTE_) e uma musiquinha animada,
quer [favor] aos olhos tanto de sua comunidade quanto do (_GRUPO SUPERIOR_), e portanto
precisa amadurecer e se assemelhar a eles. Ele(a) consegue se superar e amadurece, mas fica tão
acomodado(a) no novo ambiente que (_ANTAGONISTA_) acaba conseguindo (_O DANO
PROVOCADO_) e ameaça toda a (_COMUNIDADE ORIGINAL_). Usando as lições de seu
amadurecimento, (_PROTAGONISTA_) deixa de lado os frutos da inclusão social para combater o
mal. Com uma ajuda nada pequena dos (_AMIGO E MASCOTE_)/(_COMUNIDADE ORIGINAL_), que
acabaram se dando conta que o amadurecimento de (_PROTAGONISTA_) foi em resposta à sua
incapacidade de (_O DEFEITO DELES_), (_ANTAGONISTA_) é derrotado(a). (_PROTAGONISTA_) se
eleva a uma posição de respeito e poder em relação a sua comunidade original, e ele(a) termina
junto com (_PAR_).”
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O Texto Narrativo
Sean Weitner foi bastante irônico, mas de
todos modos sintetizou a ideia de Vogler.
Porem não devemos encarar a “fórmula”
como uma estrutura imutável. Ele é, muito mais,
uma FERRAMENTA, que deve ser adaptada
para nos ajudar a contar uma história.
Ela obviamente não é obrigatória. Se for
usada, não é obrigatório que todas as
estruturas apareçam. Podemos e devermos
usar a imaginação e ousar.

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Foco narrativo ou ponto de vista do
narrador.
• Narrador personagem ou participante: foco narrativo em 1ª pessoa.
Quanto conta fatos relativos a si mesmo e 3ª, quando fala de outros.
Geralmente um personagem próximo aos fatos se encaixa melhor. É
um dos personagens do mundo narrado, ele conta a história ao leitor,
com as limitações de alguém imerso naquele mundo.
• Narrador observador: foco narrativo em 3ª pessoa. Este narrador,
não participa dos fatos, não sabe de tudo.
• Narrador onisciente: foco narrativo em 3ª pessoa. Este é semelhante
ao anterior em forma, mas não em conteúdo. O narrador onisciente
sabe de tudo que se passa no mundo narrado, ele pode falar dos
pensamentos, sentimentos dores e desejos das personagens, sem
limitações, pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
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Foco narrativo ou ponto de vista do
narrador.

• Temos ainda um quarto tipo. Para mim, mais moderno,

conheci com George R. R. Martin, em Game of Thrones.
Ponto de vista do personagem. Mas não se trata do narrador
personagem, mas sim de uma mistura do primeiro e segundo
tipos, de onde surge um narrador observador, mas limitado a
compreensão e linguagem do personagem em foco. Se o
foco é uma criança o narrador vê o mudo, experimenta o
mundo, pelos olhos de uma criança e assim vai. É
interessante ler e observar o estilo. É muito envolvente.

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Tipos de discurso.
• direto (diálogo): o narrador reproduz textualmente a fala
da personagem. Mais forte e aproxima emocionalmente o
leitor.
• indireto: o narrador conta o que a personagem fala,
filtrando ou não a fala. Afasta o leitor das personagens e
coloca uma barreira (o narrador) entre os dois.
• indireto livre: a fala da personagem funde-se com a fala
do narrador (parecido com o anterior, porém com o
narrador aparecendo mais).
• do narrador: o narrador conta a história e tece
comentários sobre personagens e acontecimentos.

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Unidades narrativas básicas.

Servem mais que nada, para proporcionar o avanço

da história, mas também para marcar o ritmo, tom e o
equilíbrio do conto ou novela, evitando excesso de diálogos
ou descrições.

Para entender as unidades narrativas básicas, que são

os tijolos com que construímos nossa narrativa, devemos
distinguir entre o tempo real (que se passa para o leitor,
tempo para ler) e o tempo ficcional ou tempo narrativo
(tempo que transcorre na história, que pode se passar em
uma hora, um dia, um século...).
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Unidades narrativas básicas.

O domínio do tempo narrativo é de suma

importância para o autor. Pois este pode atrasar,
acelerar ou equiparar o tempo narrativo ao real,
ou saltar para frente ou para trás, o que tem
diferentes efeitos sobre a narrativa e o leitor.

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Unidades narrativas básicas.

Sena: se conta algo que acontece ao mesmo tempo

que o tempo real, o leitor é testemunha direta dos fatos. O
tempo pode ser manipulado, acelerado ou retardado para
dar destaque a algo, por exemplo, uma espada pode
demorar um parágrafo inteiro para cair sobre a cabeça de
uma personagem, enquanto em sua imaginação e ao seu
redor podem estar acontecendo um montão de coisas. A
sena deve impactar ao leitor de forma especial. A sena
informa ao leitor que algo importante está acontecendo.
Importante não as desperdiçar com acontecimentos
sem importância.
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Unidades narrativas básicas.

Diálogo: é ele mesmo uma sena, pois se

passa em tempo real. Também deve ser relevante,
evitar diálogos banais. Se a fala é banal,
aproveitar para usar a notas do narrador, ou
intervenções de outros personagens, para dar
informação valiosa.

Resumo: o tempo fictício se acelera, conta-

se fatos de forma resumida, usualmente os
diálogos são indiretos.

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Uso do tempo narrativo.
Elipse: omite informação fazendo um salto para a frente no
tempo.
• Funcional: quando se omite informação não
necessária, tipo o personagem deita e dorme e não
precisamos contar nada sobre o que se passou, nem
por resumo.
• Estrutural: quando se omite informação SIM
necessária, tipo o personagem dorme e acorda em
outro lugar em uma circunstancia confusa. Será
necessário explicar o que aconteceu.

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Uso do tempo narrativo.

Analepse: (flashback) interromper o transcorrer da

narrativa para contar algo do passado. Podem ser
memórias, ou fatos relacionados a narrativa.
Prolepse: (flachforward) um salto para contar algo do
futuro da narrativa. Geralmente intimamente ligados ao
ponto em que se dá o salto. Resultado dos acontecimentos
presentes, por exemplo.

É interessante tomar cuidado do ponto onde incluí-las,

para causar o impacto desejado no leitor.

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Uso do tempo narrativo.
Descrição: O tempo fictício fica lento em relação ao real.
Serve para situar o leitor no espaço. Devem ser utilizadas com
cuidado, pois muitos leitores acabam perdendo o interesse se forem
muito longas e detalhadas, no caminho inverso, se forem
desprezadas a história perde densidade e fica perdida num limbo
disforme.
Tipos:
Estática - Dinâmica - Integrada

Preferíveis a integrada e a dinâmica. Prefira mostrar do que

dizer. É muito melhor mostrar as reações dos personagens, usar os
sentidos do leitor, do que usar adjetivos.
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Uso do tempo narrativo.
Descrição:
• Estática: o tempo fictício para ou fica
extremamente lento. Não há ação, somente os
detalhes que se descrever. Boa para oferecer
um descanso ao leitor, após um momento de
grande intensidade dramática.
• Dinâmica: a narração segue enquanto se
descreve o entorno.
• Integrada: quando a descrição serve além de
descrever o entorno assim como para fazer a
narrativa avançar.
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Dicas.
TUDO que se escreva com as unidades narrativas básicas,
deve cumprir uma destas tarefas:
• Ajudar no avanço da história e que ela seja
compreendida;
• Ajudar a descrever aos personagens, as relações entre
eles ou os fatos ocorridos;
• Ajudar o leitor a submergir no universo ficcional.

Se algo foi escrito que não cumpre a uma dessas tarefas, o

autor deve estudar a possibilidade de suprimir a sena,
diálogo ou mesmo um personagem inteiro.

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Dicas.
LEMBRE-SE

TUDO ESTÁ A SERVIÇO DA HISTÓRIA QUE SE CONTA.

TODA HISTÓRIA TEM UM MOTIVO, UM PORQUÊ.

TUDO QUE SE PASSA, É PARA LEVÁ-LA A SUA ULTIMA
LINHA, AO DESFECHO!

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Dicas.
Edgar Allan Poe, autor, poeta, editor e crítico literário
americano, mestre do conto, dizia:

“A maioria dos autores, senta-se para escrever sem um

objetivo fixo, confiando na inspiração do momento. Não
devemos portanto, nos surpreender com o fato de que a
maioria dos livros, carecem de valor. Jamais deveria a pena
roçar o papel antes que pelo menos, um propósito muito
bem definido tenha sido estabelecido”.

Depois disso é só planejar, rascunhar, até chegar onde

desejamos.
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Em busca da inspiração.
Grupo Tarefa 1
Para garantir inspiração, precisamos A Tarefa 2
trabalhar.
Vamos escolher um tema para nosso
livro, sobre o qual gostaríamos de ler, Tarefa 1 Grupo
Tarefa 2 B
caso contrário será um trabalho maçante
e acredito, que não é esse o objetivo.
Grupo
Tarefa 1
Ai então começamos nossa busca. C

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Em busca da inspiração.
Existem vários truques para encontrar
Grupo Tarefa 1
inspiração: A Tarefa 2

Podemos recontar uma história, de

maneira diferente. Tarefa 1 Grupo
Tarefa 2 B
Você sabia que Romeu e Julieta escrita
por William Shakespeare, é baseada em
Tristão e Isolda, do poeta Arthur Brooke, Grupo
Tarefa 1
que por sua vez, escreveu inspirado em C

antigas lendas Celtas do século IX?

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Em busca da inspiração.
Grupo Tarefa 1
Títulos de outros livros ou trechos das A Tarefa 2
sinopses. Veja se com o enredo de um, pode
escrever um livro totalmente diferente. Tarefa 1 Grupo
Tarefa 2 B
Encontre uma nova tendência, em qualquer
área do conhecimento e imagine onde vai
Grupo
levar. C
Tarefa 1

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Em busca da inspiração.
Pergunte a si mesmo: E se? E se acontecesse
Grupo Tarefa 1
isso ou aquilo, se alguém lançasse uma bomba A Tarefa 2
nuclear sobre Londres? E se...

Encontre um assunto polêmico, crie dois Tarefa 1 Grupo

Tarefa 2 B
personagens, um de cada lado e conte a
história. Procure não ser tendencioso.
Grupo
Tarefa 1
Crie um personagem obsercado com alguma C

coisa e entre na sua cabeça. Siga os seus

passos nessa obsessão.

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Em busca da inspiração.
Foque numa profissão perigosa, diferente ou
excitante ou tudo junto, invente umas Grupo Tarefa 1
A Tarefa 2
personagens e vá em frente.

Faça um pequeno brainstorm, anote tudo que Tarefa 1 Grupo

vier a sua cabeça, jogue de lado e releia outro Tarefa 2 B

dia. Você pode se surpreender com as coisas

legais que surgem. Grupo
Tarefa 1
C
Agora, depois de começar, siga em frente e
escreva, todos os dias, com disciplina.

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Obrigado.

Siga-me nas redes sociais. Vamos conversar,

trocar ideias. É assim que a gente cresce.

Grande abraço e obrigado pela atenção.

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