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Direito de Família no Direito Internacional Privado (DIPr)

No Brasil, estamos passando por várias mudanças no conceito de família,


ampliando a sua noção. Esse processo foi consagrado pela Constituição de 1988 e, com
a entrada em vigência do Código Civil de 2003 houve mais modificações nessa área. A
família moderna está bem inserida no plano internacional. Hoje, a comunicação global é
um traço marcante da sociedade e por isso, há mais situações de famílias transnacionais
e por isso, surgem problemas de caráter internacional como: validade do casamento,
regime de bens, à posterior repartição do patrimônio em caso de separação ou divórcio, à
sucessão e às questões relacionadas às crianças. Nesse mundo dito “globalizado”, há a
dicotomia entre direitos individuais e as necessidades específicas do direito de família,
buscando-se uma proteção especial aos interesses do grupo familiar. Os direitos
individuais são de caráter universal, já a família está relacionada à cultura, tradições e
religião de cada sociedade.

O Código Civil de 1917 optou pelo sistema da nacionalidade, mas, foi modificado
pela LICC (Lei de Introdução ao Código Civil), que adota o domicílio como elemento de
conexão do direito brasileiro para a capacidade. O novo Código Civil manteve o sistema
da LICC. Então, será regido pela lei brasileira o estrangeiro aqui domiciliado, sendo
irrelevante para o DIPr brasileiro, em regra, a nacionalidade do indivíduo ou qualquer
disposição proveniente de sua lei nacional. Da mesma forma, pelo artigo 7º da LICC, o
brasileiro domiciliado no exterior não será mais regulado pela lei brasileira no tocante á
sua capacidade e direitos de família, mas sim pela lei de seu domicílio.

15.1 O casamento e seus efeitos para o DIPr

O casamento é um ato complexo para o DIPr. Assim, o caput do art. 7º não é


capaz de solucionar, pela simples aplicação da regra de domicílio todos os problemas de
leis existentes em relação ao casamento. Dessa maneira, nos parágrafos 1º a 6º do artigo
7º há exceções ao critério domiciliar geral, questões que dizem respeito a: celebração;
invalidade; regime de bens, e efeitos do divórcio estrangeiro.

Nas normas de DIPr que cuidam de casamento, há predominância de normas de


caráter unilateral, como por exemplo, a norma do artigo 7º, parágrafo 1º da LICC que
prevê a aplicação da lei brasileira para os casamentos aqui realizados em relação aos
impedimentos dirementes. Somente os parágrafos 3º e 4º são bilaterais.
Capacidade para casar de indivíduo domiciliado no exterior

É aplicada a lei brasileira aos casamentos realizados no Brasil, não só quanto às


formalidades da celebração como também em relação aos impedimentos dirimentes.

É na verdade a aplicação da regra clássica locus regit actum, pela regra de


conexão lex loci celebrationis (lei do local da celebração rege as formalidades do
casamento), que é uma regra de DIPr que protege o favor matrimonii (proteção
constitucional de preservação do casamento).

Houve uma modificação da Introdução ao Código Civil de 1917 sobre os


impedimentos dirimentes. Antes, o artigo 183 sobre o artigo 7° da Lei de Introdução ao
Código Civil cuidava justamente da capacidade de contrair matrimônio. Co o Código Civil
de 2002, o artigo 183 é substituído pelos artigos 1521 e 1523, separando a lista de
impedimentos públicos dos impedimentos relativos, esse último fazendo parte das
cláusulas suspensivas do casamento.

O sistema de DIPr estabelecido pela Introdução ao Código Civil de 1917 utilizava-


se do critério da nacionalidade no que tange a capacidade e direitos de família. Havia
distinção entre a lei aplicável e a celebração e a capacidade.

Em 1942 a LICC mudou o critério para o domiciliar distinguindo a capacidade para


o casamento da regra geral sobre a capacidade civil. Ainda, a norma do artigo 7° §1° da
LICC possui caráter unilateral, ou seja, não há norma de conflito. A lei brasileira aplica-se
a ambos os nubentes, domiciliados ou não no Brasil, tanto para questões da celebração
quanto da capacidade.

15.1.2. Habilitação de nubente divorciado no estrangeiro

Caso o nubente seja divorcia (no exterior) deverá ser feita a homologação
(ratificação, confirmação) pelo foro brasileiro. Isso causou um pouco de polêmica, pois
uma parte dos juristas acham que é desnecessário fazer isso para questões de Estado.
Ou seja, deve ser feita uma diferenciação entre a sentença que produzirá efeitos
imediatos no Brasil , daquelas que são apresentadas como mera prova de determinada
situação já consolidada.

15.1.3 Casamento consular celebrado no Brasil

A única exceção a lex loci celebration é o casamento consular. É um casamento


realizado no território nacional, ou seja, que deveria estar sujeito as normas brasileiras
(segundo o critério do local da celebração), mas é realizado segundo as normas do país
de origem dos nubentes. Para que se possa celebrar o casamento consular, é necessário
que os dois nubentes tenham a mesma nacionalidade. Se eles forem de nacionalidades
diferentes, o casamento perante autoridade consular estrangeira será considerado nulo,
pois não foi celebrado por uma autoridade competente.

Registro do casamento consular no Brasil

A Lei de Registros Públicos não disciplina o registro de casamentos consulares no


Registro de Pessoas Naturais, entretanto, a certidão, como documento de autoridade
estrangeira, deverá sujeitar-se à regra para validade dos documentos estrangeiros em
geral (registro em Títulos e Documentos).

Havendo a naturalização de um dos cônjuges, o casamento em consulado


estrangeiro deverá ser registrado junto ao Registro de Pessoas Naturais.

15.1.4 Casamentos celebrados no exterior

Como já foi dito, a regra lex loci celebrationis regula as formalidades do casamento
e é um dos grandes princípios do DIPr. Sempre é válido em outro país o casamento
celebrado de acordo com a ler do local da realização.

O que a autora procura discutir são os efeitos no Brasil de casamentos realizados


no exterior. É preciso ter registro no Brasil dos assentos de casamentos de brasileiros
realizados no exterior, mesmo que estes brasileiros não morem aqui (nesse caso também
rege o critério de nacionalidade, sendo uma exceção ao critério de domicílio que o Brasil
adota).

Quando se trata de estrangeiros, é preciso registrar a certidão para que haja


validade do casamento aqui no Brasil (mas a inexistência do documento não invalida o
casamento, pois este pode ser comprovado por outros meios).

A Lei do Divórcio foi introduzida aqui em 1977. No sistema brasileiro há duas


modalidades de extinção do casamento: separação judicial (que tem caráter temporário) e
o divórcio (que tem caráter definitivo e irreversível).

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