Computadores

SEGUNDA-FEIRA 1 MARÇO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

O que sucedeu
a Howard Dean
Esther Dyson reflecte sobre
o insucesso do candidato
que mais usou a Web
➜ pág. 4
PUB
Armazenar dados Novo ‘verme’ Color Finesse, da Cinco novos
em rede apaga ficheiros Synthetic Aperture jogos para a PS2
As soluções da HP para as O MyDoom.F, embora a Um ‘shareware’ para editar ‘Kill.switch’,‘Castlevania’,
‘storage area networks’ (SAN) propagar-se menos, é vídeos de forma ainda ‘Sonic Heroes’,‘Mafia’
também nas PME mais perigoso para os PC mais profissional e ‘SpyHunter 2’
➜ pág. 5 ➜ pág. 6 ➜ pág. 10 ➜ pág.11

3GSM, A MAIOR FEIRA MUNDIAL DAS TELECOMUNIC AÇÕES MÓVEIS

Os primeiros telemóveis de terceira

geração e o que virá a seguir
E
NVIAR OU RECEBER SEQUÊNCIAS de
vídeo em tempo real, ou mesmo
ver um programa de TV através
do telemóvel são duas das coisas
novas que os aparelhos da ter-
ceira geração de telecomunicações móveis
— mais conhecida por 3G ou UMTS — nos
proporcionarão em breve. Mas a disponi-
bilidade de uma largura de banda e de
débitos realmente mais elevados (até 384
Kbps) permitirão transformar os novos
telemóveis em pequenos computadores de
bolso, com quase tantas capacidades como
os seus “irmãos mais velhos” da categoria
dos organizadores pessoais. Isto e outras
novidades, de mais longo prazo, estiveram
patentes na passada semana no 3GSM,
em Cannes, no Sul de França.
A edição de 2004 do 3GSM, o maior
certame mundial das telecomunicações
móveis, foi assim o espelho da concreti-
zação próxima das promessas do 3G: da
exposição dos novos modelos
de telemóveis, com todos os RUI JORGE CRUZ
seus recursos multimédia, às em Cannes
centenas de empresas (peque-
nas e pequeninas) que estão a trabalhar
no “software” e nas ferramentas em que
assentarão os serviços da terceira geração
de telecomunicações móveis — e dos quais
dependerá boa parte do sucesso do 3G, ou
seja, da adesão dos utilizadores a uma nova
plataforma tecnológica quando, hoje, o GSM
parece preencher todas as suas necessida-
des (pelo menos, as conhecidas…).
É claro que, nos telemóveis, as novidades
já disponíveis ou a disponibilizar nas próxi-
mas semanas eram todas relativas ao conhe-
cido mundo do GSM e ao do (novo) GPRS
— este quase só oferecido, ainda, aos clientes
empresariais. Os modelos para 3G desven-
dados pelos diferentes fabricantes, como a
Motorola ou a Samsung, por exemplo, têm
o seu lançamento previsto para o segundo
semestre deste ano, em consonância, aliás,
com o arranque dos serviços de UMTS da
maioria dos operadores europeus.
Mas a proximidade do arranque dos
serviços de 3G não significa que todos os
problemas técnicos e de engenharia este-
jam já completamente resolvidos. Numa
das numerosas conferências e debates no
âmbito do certame, David Levin, “chief exe-
cutive officer” (CEO) do consórcio Symbian
— constituído por vários fabricantes de
telemóveis para desenvolver um sistema
operativo com o mesmo nome, dotado de
interface gráfica e que equipa
parte dos novos modelos mais
sofisticados —, alertou para
a necessidade de levar mais
longe os testes de interoperabilidade entre
as diferentes redes dos operadores.
Este reparo de David Levin poderá pare-
cer banal por ser tão lógico: se não houver
uma comunicabilidade fluente entre as redes
dos diversos operadores, as perspectivas de
crescimento do 3G ficarão fortemente limita-
das. O que Levin acrescentou a seguir é que
deu sentido à sua advertência: é ➜ ANDRÉ RUIVO

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜ que se, no GSM, telecomunicações que poderão disponíveis no último trimestre deste uma pergunta a
apenas eram necessários vir a mostrar-se como factores de ano e os seus preços (ainda no segredo
2 mil testes para garantir ruptura da actual convergência dos deuses) não serão inferiores aos dos
a interoperabilidade, no mais ou menos assumida entre actuais modelos de topo de gama — algo
UMTS este número sobe as telecomunicações móveis a que não se poderá “escapar”, agora Amer Husaini
exponencialmente… para e as redes sem fios, como o que os operadores de telecomunicações Vice-presidente da Motorola
dez elevado a 40! Ora, Wi-Fi. Uma dessas normas é deixaram de subsidiar a aquisição de e director da sua área
segundo os fabricantes a designada por High Speed telemóveis confinados às suas redes. de telemóveis na Europa
de telemóveis, os grandes Downlink Package Access A Samsung mostrou em Cannes o
obstáculos a vencer no (HSDPA), que, daqui a algum seu W110, um telemóvel Dual Mode
desenvolvimento dos novos tempo, possibilitará débitos 3G, isto é, compatível com as normas
telemóveis para 3G tiveram na ordem dos 3,5 megabits de terceira geração W-CDMA e CDMA
sobretudo a ver com as redes por segundo (Mbps), quase 2000. À partida em formato bivalve, o Como prevê a Motorola a evolução a
e não com os terminais em dez vezes o nominalmente seu “joelho permite-lhe rodar a metade curto prazo da terceira geração de tele-
si… (ver, na pág. 2, Uma permitido pelo UMTS. do ecrã de tal forma que a visualização comunicações móveis — o chamado 3G
Pergunta a Amer Husaini, Partindo das normas já e a captação pela câmara pode ser par- ou UMTS? Que relação possível vê entre
vice-presidente da Motorola). hoje amplamente usadas, tilhada por várias pessoas que estejam o 3G e as tecnologias sem fios, como o
Mas os testes não poderão a Siemens e a Cisco à volta do utilizador. Wi-Fi? Por fim, que futuro haverá para a
limitar-se à interoperabilidade. Como apresentaram em Cannes Já no segmento “inter- novíssima norma High Speed Downlink
assinala Elliott Drucker, da Drucker os frutos da sua cooperação médio” — dos telemóveis Package Access (HSDPA) — e serão de
Associates, em edição recente da revista nesta arena da convergência com tribanda para GSM e esperar aqui problemas idênticos aos
“Wireless Week”, os operadores deverão — no caso, equipamentos e também para o GPRS —, o verificados no desenvolvimento dos
ter o maior cuidado no uso dos “máxi- “software” para a combi- novo MPx100 da Motorola telemóveis para o 3G?
mos débitos” das suas redes de 3G como nação entre as tecnolo- é uma versão sem ecrã
argumento de venda dos seus serviços. gias IP e W-LAN (redes articulado (ou seja, não
“É indispensável que eles testem cuida-
dosamente os seus sistemas, incluindo os
parâmetros da sua cobertura no interior
sem fios) e as normas
de telecomunicações
móveis GPRS e 3G,
é do estilo bivalve) do já
conhecido MPx200, o pri-
meiro modelo da marca
Do 3G
dos edifícios. Esses testes, sobretudo agrupados numa com o sistema opera-
baseados na medida dos índices de circu-
lação dos dados, deveria ser analisada na
solução chamada
Intelligent Packet
tivo SmartPhone, da
Microsoft. O MPx100, no
e Wi-Fi ao
perspectiva de prever futuras situações Solution (IPS). entanto, traz uma câmara com
de degradação dos débitos à medida que
for aumentando acentuada-
as cargas das suas
mente
Quanto aos telemóveis propriamente
ditos, a Motorola foi, de todos os fabri-
cantes, aquele que
resolução de 1,3 megapixels e dispõe
de conectividade Bluetooth (coisa que
o MPx200 não tem) e deverá aparecer
novo HSDPA
redes.” mais desvendou os nas lojas cerca do Outono. Quanto ao 3G, a visão da Motorola é a visão dos
Além disso, seus futuros modelos Igualmente para o segundo semestre seus clientes, em particular dos operadores de
as limitações ao destinados ao 3G. O do ano mas bem mais inovador — não telecomunicações móveis. O 3G está aí, as suas
investimento por A1000, baseado no sis- só na forma e no “design” como também infra-estruturas bem como os primeiros servi-
parte dos operado- tema operativo Sym- na ergonomia — será o Motorola MPx ços estão a ser implantados na Europa pelos
res no presente ciclo bian e na sua interface (assim, sem designação numérica), operadores de referência. É claro que, dados
económico poderá gráfica, permitirá abrir sugerido como a evolução máxima deste os investimentos envolvidos, os operadores
atrasar a cobertura dos e visualizar documentos conceito assente no sistema operativo estão a começar pelas áreas metropolitanas
respectivos territórios de Word, Excel, Power- SmartPhone e destinado ao GSM (tri- e, nessa medida e porque o 3G e o Wi-Fi são
— e, nessa medida, tornar point e em formato PDF, banda) e GPRS. Fisicamente do tipo tecnologias complementares no mundo das
mais lenta a adesão ao 3G. É certo para além de um “brow- bivalve, o MPx apresenta a particulari- telecomunicações, alguns operadores estão a
que, ao contrário do que se verificou ser” para HTML. Graças dade de também permitir que se rode a implantá-las de forma combinada. Também por
com o GSM (em que todos montaram as ao UMTS, a uma câmara tampa de modo a que se fique com uma isso a Motorola terá em breve no mercado um
suas redes de costas voltadas uns para os de vídeo com resolução de 1,2 espécie de pequeno “computador de telemóvel — o A1000 — capaz de se servir de
outros), hoje os operadores estão a apostar megapixels e “zoom” digital de 4x, e a bolso”, artilhado com um teclado alfanu- ambas as tecnologias 3G e Wi-Fi para enviarem
na partilha possível das infra-estruturas um generoso ecrã , o A1000 possibilitará mérico completo — ou seja, com teclas e receberem dados. E mesmo o novo telemóvel
de 3G. Mas, como os mínimos exigidos uma quase videoconferên- numéricas distintas (em cor e MPx [ver texto ao lado], da Motorola, para além
pelos reguladores — cobertura de 20 por cia, para além de se poder disposição diferenciada) das de funcionar com o GSM e o GPRS [a chamada
cento da população até meados de 2005 ver vídeo e ouvir música alfabéticas. Assim, o MPx geração 2,5], também poderá tirar partido
— não são particularmente ambiciosos, de ficheiros em formato tornará extremamente das comunicações com base na norma Wi-Fi
este factor poderá vir a constituir um MPEG4 e MP3. mais funcional o uso do 802.11b. E estes modelos estão a encontrar
entrave sério a uma adesão alargada Por seu lado, o E1000, telemóvel para a escrita e o muita receptividade entre os operadores.
ao UMTS. também da Motorola e uso de mensagens de correio Pelo meio, está a tecnologia Edge [que alguns
Mas o certame 3GSM, que exibiu igualmente um modelo electrónico ou mesmo para a designam por geração 2,75], que proporciona
uma vitalidade que já não se via há para o 3G, constitui uma redacção de pequenos textos. débitos superiores ao GPRS mas bem inferiores
vários anos, não se limitou a levantar versão mais “para lazer A câmara de vídeo com aos do 3G e que está a constituir uma aposta
um pouco mais o véu acerca do que nós, do consumidor” do A1000, resolução de 1,3 megapixels para alguns operadores — sobretudo nos
utilizadores, poderemos esperar do 3G. com funcionalidades bas- e, para além dos programas EUA e nalguns países europeus, entre outros
Em Cannes, começaram já a despontar tante idênticas às deste do “pacote” Pocket PC, da motivos porque permite um bom compro-
novas tecnologias, desde umas consensu- mas com uma câmara Microsoft, o MPx amplia os misso quando não se tem ainda implantada
ais — como o T-Flash, da SanDisk, que dotada de um “zoom” de seus recursos aplicacionais uma boa infra-estrutura ou a sua capacidade
virá substituir os módulos de memória 8x. Tanto o A1000 como com a possibilidade correr é ainda limitada.
SD (ver caixa) — até novas normas de o E1000 deverão estar código de Java. ● Quanto ao High Speed Downlink Package Access
(HSDPA), serão os maiores operadores a adoptá-
lo, mais depressa nuns países do que noutros.
Dos T-Flash, sucessores dos cartões SD, ao HSDPA Mas trata-se de uma tecnologia muito atraente,
A SanDisk apresentou em Cannes o T-Flash, rum novo em comunicação com ele(s). Este serviço pode ainda pois permite fazer um “download” quase ins-
formato de cartão de memória, destinado a substituir os ser complementado com o uso das vulgares SMS para tantâneo de um livro inteiro num aeroporto,
cartões SD. Mais pequenos que um cartão SIM (daqueles que interpelar um desses interlocutores que não esteja em por exemplo, para se ler durante a viagem. Per-
se põe nos telemóveis), o T-Flash começará por capacidades linha, solicitando-lhe que se ligue. gunta-me se o desenvolvimento dos terminais
entre 16 e 64 MB, e mais tarde chegará a 1 ou 2 GB. Mas talvez a mais revolucionária das inovações para HSDPA terão os mesmos problemas que
Esta drástica redução nas dimensões é interessante para os demonstradas em Cannes venha a ser a nova norma os do 3G: ora estes não tiveram assim tantos
fabricantes de telemóveis, simplificando o “design” dos seus High Speed Downlink Package Access (HSDPA), que, em problemas no seu desenvolvimento. Os que se
modelos e a reduzindo peso e tamanho. Prova disso é o 2005, permitirá débitos na ordem dos 3,5 Mbps, quase verificaram tiveram sobretudo a ver com as peri-
acordo entre a SanDisk e a Motorola, que tem um exclusivo dez vezes o máximo proporcionado pelo 3G, mas que pécias de desenvolvimento e implantação das
nos próximos seis meses para o uso do T-Flash (o que a já poderá vir a atingir os 20 Mbps. O HSDPA suscitou grande redes de UMTS, e com a falta de estabilidade e
aproveitou nos seus modelos A1000 e E1000, para 3G. interesse entre muitos operadores de telecomunicações consistência do seu sinal naquela altura. É claro
Outra novidade foi a (re)emergência do chamado Push- móveis — como é o caso da Optimus, que, segundo que, no desenvolvimento dos novos terminais
To-Talk (PTT), que recupera para o GSM, GPRS e 3G o declarações à Lusa do seu presidente, António Casanova, [os telemóveis], pode sempre haver “bugs” e
velho conceito de “walkie-talkie”. Vários fabricantes, deverá adoptá-lo até final de 2005. dificuldades com as baterias e os consumos
como a Siemens e a Motorola, fizeram demonstrações O HSDPA permitirá usar a rede de 3G e poderá constituir de energia. Mas os principais problemas terão
desta nova forma de comunicar, que consiste num misto uma alternativa à rede de cabo e ao DSL para serviços de sempre a ver com a configuração das redes, as
de “instant messaging” por voz e de teleconferência acesso por banda larga à Net. O presidente da Optimus questões de interoperabilidade entre elas e a
— entre dois utilizadores ou de um para vários. Com explicou à Lusa que esta tecnologia implica apenas a optimização que é sempre necessário fazer para
o PTT, um utilizador subscritor do serviço e com uma instalação de “software” e de uma placa nas antenas de que tudo funcione perfeitamente. ●
lista de interlocutores seus, pode, a qualquer momento, UMTS, excluindo grandes investimentos pelos operadores e
saber quais desses interlocutores está em linha e entrar a compra de novos telemóveis. ● R.J.C. Depoimento colhido por Rui Jorge Cruz

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4 computadores .3
 release 3.0
Vendas pela Net
sobem nos EUA

As vendas pela Internet

nos EUA subiram 25
por cento no quarto
O que aconteceu
trimestre de 2003, para
o máximo histórico
de 17.200 milhões
de dólares (13.710
milhões de euros), como
a Howard Dean?
anunciou na semana

H
passada o Departamento Á MUITAS INTERPRETAÇÕES da Em terceiro lugar, o dinheiro ainda tem
do Comércio norte- rápida ascensão e queda de um papel marcante. Apesar de toda a expec-
americano. O ritmo Howard Dean, o candidato tativa (que eu partilhei) criada pela aposta
de crescimento das presidencial [norte-americano] da campanha de Dean no protagonismo das
vendas pela Internet que construiu a sua campanha pessoas comuns, uma parte substancial do
superou, em quatro em torno da Internet. Terá o seu meteórico dinheiro angariado foi gasto em publicidade
vezes, o do total das sucesso e o subsequente afundamento cons- — e não a contratar mais pessoas para saber
vendas a retalho (6,2 por tituído apenas mais uma “bolha” da Internet o que pensam os eleitores ou para definir polí-
cento, face ao quarto ou resultado de uma manobra da ala direita? ticas. A organização independente Campaign
trimestre de 2002). As Um candidato que não conseguiu chegar a sê- Media Analysis Group confirmou, em finais
vendas através da Net lo ou eleitores que não o compreenderam? de Janeiro, que Dean gastara 9,2 milhões de
representaram cerca Devo dizer, antes do mais, que faço parte dólares em publicidade desde Junho, mais
de 1,9 por cento do do conselho de directores da Meetup.com, de 2 milhões de dólares para além dos 6,9
conjunto das vendas que desempenhou um papel-chave na orga- milhões despendidos pelo seu adversário
a retalho, o valor mais nização e na recolha de fundos para a cam- mais próximo, o senador John Kerry.
elevado de sempre, e panha de Dean. A Meetup.com começou por Por fim, há uma teoria interessante, de que
E S T H E R D Y S O N
cerca de 0,3 pontos se dedicar, inicialmente, à organização de um dos mais proeminentes defensores é Clay
percentuais acima reuniões presenciais de todo o tipo de grupos Shirky, um guru da Internet: a de que muitas
do valor no período de interesse, desde os utilizadores de Linux Há uma teoria das pessoas activas nas campanhas não se dão
homólogo do ano aos apreciadores dos cães Chihuahua, mas interessante: a de ao trabalho de ir votar, pois consideram que já
anterior. Os descontos, foi rapidamente “ocupada” pelos grupos de deram o seu contributo. Clay Shirky escreveu
a facilidade em efectuar cariz político, que dela fizeram uma ferra-
que muitas das que, no fundo, talvez Howard Dean tenha
as encomendas e o menta essencial para o arregimentar das pessoas activas nas “lançado acidentalmente um movimento
mau tempo que se fez hostes, em particular para a campanha campanhas não se — onde o que conta é a convicção — e não uma
sentir no final de 2003 de Dean. Apoiado pelos seus apoiantes na dão ao trabalho de campanha, onde o que conta é o voto”, e que
ajudaram as vendas Internet, Howard Dean conseguiu reunir
ir votar, pois acham a participação em comunidades “on-line” gera
através da Web a a soma-recorde de cerca de 15 milhões de uma satisfação insular que é, na realidade,
atingirem o seu máximo dólares no terceiro trimestre de 2003. que já deram o uma antítese da acção no mundo real.
histórico. No conjunto Para além de todos os analistas que seu contributo. No Se esta hipótese for verdadeira, ela será
do ano e ainda segundo tornaram públicos os seus comentários em fundo, talvez Howard provavelmente um factor de autocorrecção:
o Departamento de blogues, o outro notável elemento “on-line” Dean tenha ‘lançado qualquer pessoa que quisesse que Dean
Comércio, as vendas pela foi a MoveOn.org, uma rede de mais de 1,7 ganhasse mas que são se deu ao incómodo
Internet cresceram 26 milhões de activistas, que teceram eles acidentalmente um de ir votar deverá reconhecer a falha lógica
por cento, para 54.900 próprios uma nova plataforma para a mili- movimento (onde de tal atitude.
milhões de dólares tância a nível local. Mas todo este frenético o que conta é a
(43.770 milhões de apoio na Internet não consegui traduzir-se convicção) e não uma Quando as conversações continuam
euros) ● em vitórias em tempo real para Dean nas Tenho o maior interesse em ver o que suce-
eleições primárias e, na sequência da sua campanha, onde o derá quando as campanhas chegarem ao seu
Microsoft no Japão derrota no Wisconsin, ele pôs termo à sua que conta é o voto’, e fim e o Meetups.com prosseguir na sua activi-
alvo de busca candidatura presidencial talvez a participação dade com outros grupos de interesses, sobre-
O que se passou, afinal? em comunidades tudo de carácter não político. Tal como nas
A sede da Microsoft Haverá muitas conclusões a tirar associações sem carácter político do mundo
em Tóquio foi sujeita quando se tiver mais informação sobre
‘on-line’ gere uma real, assim poderá o Meetups.com — e outros
a uma busca, na este processo — há ainda muita coisa que satisfação insular que grupos “on-line” auto-organizados de baixo
semana passada, por desconhecemos. Quantos dos que fizeram é, na realidade, uma para cima em vozes coerentes — fazer ouvir a
parte da Comissão do campanha por Dean foram realmente às antítese da acção no sua voz tanto na Net como fora dela.
Comércio Justo do urnas? Quantos dos que frequentaram o Ao fim e ao cabo, a política tem a ver
Japão, com base numa Meetup.com o fizeram apenas para se escla-
mundo real. com as pessoas, não com tecnologia. Dean e
suspeita de violação recerem sobre os assuntos em causa mas outros candidatos usaram a Internet como
da lei antimonopólio, não apoiavam nenhum dos candidatos? uma ferramenta — mas essa ferramenta
de acordo com as Mas alguns pontos parecem evidentes. seus eleitores de forma mais atenta do que deveria, em última análise, conferir poder
autoridades — facto o teria feito uma iniciativa mais convencio- às pessoas, não aos políticos. Será que a
confirmado por O problema do ‘candidato da Internet’ nal, desenvolvida de cima para baixo. experiência de se empenharem politica-
um porta-voz da Em primeiro lugar, pelo menos para os activis- Em segundo lugar, os candidatos mente e depois sofrerem uma desilusão irá
Microsoft do Japão, tas “on-line” , a campanha de Dean era o seu que conseguem suscitar as atenções não tornar essas pessoas mais resolutas e acti-
que negou qualquer próprio movimento de base como o era o pró- são necessariamente aqueles que depois vas na afirmação de uma alternativa? Ou a
irregularidade. A prio Dean. A campanha deu aos seus apoian- colhem os votos. Há um velho ditado: desilusão fará crescer nelas o cepticismo?
empresa era suspeita tes um sentido de participação na comunidade “Uma boa publicidade é a melhor maneira Estou convencida de que o antídoto para
de incluir, nos seus que, no essencial, tem estado quase ausente de matar um mau produto”. Não me vou o cepticismo reside, pelo menos em parte,
contratos com os da política norte-americana. Dean queria dos pôr a discutir se Dean teria ou não dado na comunicação frente a frente. No entanto,
fabricantes japoneses seus seguidores algo mais do que dinheiro: ele um bom presidente, mas parece evidente antes de se verificar a comunicação, os
de computadores pretendia envolvimento activo. que a estridência de Dean — que atraiu apoiantes têm que se identificar e organizar
pessoais, condições Ou foi isso que eles sentiram. Mas, na um núcleo de activos apoiantes — afastou — e a campanha de Dean mostrou-nos como
restritivas irregulares. Bloggercon, uma conferência recente sobre muitos potenciais votantes. A sua capaci- uma Internet outrora anónima pode ser usada
Os contratos imporiam weblogues, eu perguntei a um grupo de ele- dade para falar para certo tipo de pessoas com esse fim. Apesar da desistência de Dean,
aos fabricantes que mentos das diversas campanhas o que é que poderá ter-lhe tornado mais difícil para eu espero que possamos encarar o rebentar da
estes revelassem eles tinham alterado em resposta ao “feed- falar para as restantes. bolha da sua campanha não como um fracasso
informações secretas back” que haviam recebido “on-line”. Eles A grande multidão de potenciais interes- do candidato mas como uma vitória do empe-
acerca dos seus responderam-me que não haviam mexido sados poderá não ter gostado das políticas nhamento cívico — o qual sempre foi o funda-
produtos e, ao nos seus sítios na Web — mas não era isso de Dean, poderá não ter gostado do homem mento das verdadeiras mudanças. ●
mesmo tempo, que que eu estava a perguntar: eu queria saber que aparecia na televisão ou, simples-
prescindissem do se as suas candidaturas haviam alterado as mente, poderá ter-se sentido marginalizado Esther Dyson (edyson@edventure.com) é analista das TI,
qualquer direito suas linhas programáticas. pela relevância da Internet [na campanha] edita o boletim “Release 1.0”, é presidente da EDventure
a processarem a Apesar de alimentada pelo espírito de — ou pela atenção dada à guerra. Ou essas Holdings (organizadora do PC Fórum) e foi,
Microsoft caso esta comunidade e pelo sentimento de camara- pessoas poderão ter pensado que Dean até Novembro de 2000, presidente da Internet
utilizasse essas dagem, a campanha de Dean poderá, ao fim seria mais um factor de divisão do que uma Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN)
informações em e ao cabo, não ter conseguido responder aos força regeneradora. Exclusivo New York Times / PÚBLICO
proveito próprio. ●

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
 HP INVESTE EM NOVAS SOLUÇÕES DE INFRA-ESTRUTURAS PARA SAN
As vantagens dos
dados em rede
A
S NOVAS SOLUÇÕES para
armazenamento de dados,
sobretudo para as peque-
nas e médias empresas,
foram o tema de um
evento organizado pela HP, no pas-
sado dia 18, em Lisboa. Entre os novos
produtos e a estraté-
gias a adoptar pelas ISABEL GORJÃO SANTOS
pequenas e médias
empresas (PME), a HP apresentou
as suas novidades em soluções para
infra-estruturas de gestão e comuni-
cação de dados.
A conferência centrou-se sobretudo
nos sistemas de armazenamento de
dados em rede — Storage Area Network
(SAN) —, os quais, segundo os respon-
sáveis da HP, apresentam diversas
vantagens para as empresas. Entre
essas vantagens, estão o facto de se con- armazenamento.
seguir gerir e optimizar rapidamente a
disponibilidade de espaço em disco e de
se assegurar que as principais aplicações de SAN, o armazenamento em disco e o
continuam a funcionar mesmo quando
surge qualquer falha relacionada com
o “hardware”. Para além disso, con-
sidera a HP que os sistemas de SAN
proporcionam um rápido desempenho,
mesmo quando é necessário efectuar
“backups” de informação a horas em
que a empresa ainda se encontra a
funcionar em pleno.
Para explicar as vantagens dos
sistemas de SAN, a HP compara-os
a outras infra-estruturas muito utili-
zadas pelas empresas, as redes locais
— ou Local Area Networks (LAN).
“A LAN permite a múltiplos PC
partilharem recursos de tecnologias
de informação, tais como aplicações,
servidores, ficheiros e impressoras. A
SAN permite serviços semelhantes
AUTORIDADES DOS EUA BLOQUEIAM OPA NOS TRIBUNAIS
Oracle impedida de
comprar a PeopleSoft
O
DEPARTAMENTO de Justiça
norte-americano avançou
na passada quarta-feira,
dia 25, para bloquear
em tribunal a anunciada
aquisição da PeopleSoft pela Oracle
— que, após uma oferta de menos de 6
mil milhões de dólares e face à oposição
de executivos e accionistas principais,
foi sendo sucessivamente aumentada
até atingir os 9400 milhões de dólares.
As autoridades reguladoras deram,
assim, acolhimento aos argumentos da
IBM e da própria PeopleSoft ao longo
de nove meses, considerando que, a
concretizar-se esta aquisição hostil,
ela viria diminuir drasticamente a
competitividade no sector das aplica-
ções empresariais e do “software” para
bases de dados.
Logo a Oracle contestou a decisão
do Departamento de Justiça — apoiada
pelos procuradores de sete estados com
base nas preocupações antimonopolis-
tas e na legislação “antitrust” em vigor
—, classificando-a como “destituída de
fundamento nos factos ou na lei”.
no que toca à partilha de recursos mas
é projectada especificamente para que
os servidores partilhem dispositivos e
‘software’ de armazenamento.”
Segundo a HP, os sistemas de SAN
são muitas vezes encarados como uma
solução apenas acessível a empresas
com orçamentos mais
elevados e recursos
humanos especializa-
dos na área das tecnologias de informa-
ção (TI). Pelo contrário, a HP aconselha
os sistemas de SAN às empresas que
pretendam reduzir os seus recursos
afectos à protecção e gestão de dados,
melhorar o acesso e a possibilidade
de fazer “backups” ou recuperações,
aumentar a capacidade de armazena-
mento e integrar servidores de vários
fornecedores numa solução única de
As soluções da HP incluem cinco com-
ponentes: os servidores, a infra-estrutura
feito em “tape”, e o “software” de gestão.
Servidores oriundos de diferentes
fabricantes, a correrem sistemas ope-
rativos diversos, podem ser agregados
Sendo líder mundial no “software”
para bases de dados e tendo entrado, nos
últimos anos, no fornecimento de aplica-
ções empresariais, a Oracle anunciou em
6 de Junho a sua intenção de adquirir a
PeopleSoft — ela própria um dos maio-
res editores de aplicações empresariais e
que, entretanto, levou a cabo uma fusão
com a J.D. Edwards, o que lhe conferiu o
segundo lugar neste “ranking”. A Oracle
apresentou a sua primeira proposta de
operação pública de aquisição (OPA) à
PeopleSoft quatro dias após esta e a J.D.
Edwards terem anunciado negociações
tendentes à sua fusão.
A proposta da Oracle lançou na
altura grande inquietação entre os
empregados da PeopleSoft devido à
convicção de que a aquisição acar-
retaria uma redução drástica dos
seus quadros de pessoal e do próprio
portfólio de produtos, desenvolvidos
para a gestão financeira e de recursos
humanos com base em plataformas
cliente-servidor. Se se concretizasse
a OPA da Oracle, esta passaria a ter
como principais (e quase únicos) con-
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
numa solução de SAN permitindo a sua
consolidação e a obtenção de maior capa-
cidade — a qual pode ser ampliada com
menores custos ao longo do tempo graças
a esta flexibilidade da infra-estrutura de
SAN. Através do “software” de gestão
integrado, uma solução de SAN permite
a configuração optimizada dos diversos
componentes do sistema, “software”
esse que monitoriza o funcionamento
da infra-estrutura e detecta os pontos
de maior risco ou congestão, que poderão
dar origem a falhas.
Vítor Duarte, gestor de produto das
soluções de armazenamento da HP,
afirmou que as soluções agora apre-
sentadas são “acessíveis à maioria das
empresas portuguesas, que procuram
armazenamento a baixo custo e de
fácil gestão”. Tendo testado as solu-
ções de SAN quanto a funcionalidade,
desempenho e compatibilidade com
diferentes sistemas, os responsáveis
da HP referem que, desta forma, “as
empresas poderão ter a certeza de que
elas funcionam a partir do primeiro dia
e podem ser actualizadas na medida
que as mudanças o exijam”. ●
correntes nos mercados das aplicações
empresariais de grande porte a IBM e
a alemã SAP.
A PeopleSoft, cuja sede é em Ple-
asanton, na Califórnia (EUA), foi fun-
dada em 1988 por Dave Duffield e Ken
Morris, que antes haviam trabalhado
numa empresa chamada Integral
Systems. Esta havia-se especializado
em programas de gestão de recursos
humanos destinados a correrem nos
“mainframes” — e os dois programado-
res decidiram abandoná-la após os res-
ponsáveis da Integral terem rejeitado
as suas propostas de desenvolvimento
de aplicações idênticas para correrem
em redes de servidores e PC.
Em 1991, Duffield e Morris derrota-
ram em tribunal o processo movido pela
Integral Systems e, no ano seguinte,
apresentaram a sua segunda linha
de produtos (que passou a abranger
também a gestão financeira), o que lhes
permitiu ampliar o universo de clientes
possíveis ao sector da saúde, para além
da administração pública e das empre-
sas em geral. ● RUI JORGE CRUZ
dica
Alguns atalhos
de teclado no Excel
Na última dica, vimos alguns atalhos de teclado do Word
específicos da edição de tabelas. Nesta semana, iremos
abordar também alguns atalhos de teclado do Excel,de entre
a enorme quantidade de atalhos deste programa, aqueles
que servem para o utilizador se mover dentro das folhas de
cálculo e para seleccionar células, linhas e colunas.
Numa folha de cálculo, tal como nas tabelas do Word, as
teclas das setas direccionais permitem deslocar o cursor
uma célula para cima, para baixo, para a esquerda ou para
a direita. Para se deslocar o cursor para a célula do início
de uma linha, carrega-se na tecla Home. A combinação de
teclas Ctrl+Home permite deslocar o cursor para a célula
do início da folha de cálculo (linha 1 da coluna A).
A tecla Page Down permite deslocar a visualização
da tabela um ecrã para baixo, ficando seleccionada a
célula correspondente à que estava antes seleccionada
precisamente um ecrã para baixo. Se estiverem selec-
cionadas várias células, fica seleccionada a primeira do
canto superior esquerdo da área antes seleccionada.
A tecla Page Up faz o mesmo para cima, enquanto as
combinações de teclas Alt+Page Down e Alt+Page
Up permitem deslocar um ecrã para a direita e para a
esquerda, respectivamente.
Quando se tem uma folha de cálculo complexa, com
dados inseridos em várias zonas, ao querer apagar uma
linha ou uma coluna de toda a folha, é muito importante
saber se não se vai apagar, inadvertidamente, alguma
informação que não esteja visível. Usando a tecla Ctrl
associada às teclas de setas direccionais, é possível des-
locar o cursor para os limites da área de dados, ou seja,
para o intervalo de células que contêm dados.
Ou seja, estando-se no início de uma parte de uma
linha onde não há dados (ou em qualquer outra parte
da mesma), se se quiser saber se existem dados ocultos
mais à frente, carregando nas teclas Ctrl+seta direccional
para a direita o cursor irá seleccionar a última célula que
contém dados na linha ou, se não houver mais nenhuma
célula com dados, a célula da coluna IV, vazia. Se se usar
a tecla da seta direccional para a esquerda, acontece o
mesmo quanto à primeira célula da linha que contém
dados ou vai-se parar à célula da coluna A vazia. O
mesmo acontece, face a uma coluna, usando as teclas
das setas direccionais para baixo e para cima. Aqui, se não
houver mais células com dados, as células seleccionadas
serão a da linha 65536 ou 1, respectivamente.
À semelhança destas combinações, a combinação
Ctrl+End permite descobrir e seleccionar a última célula
da folha de cálculo, na última linha da coluna utilizada
mais à direita. Na nossa imagem, ao utilizarmos esta
combinação de teclas, descobrimos que o fim da área
de dados ficava na coluna CL, na linha 124.
Especialmente úteis podem ser também os atalhos de
teclados para seleccionar uma linha inteira ou uma coluna
inteira — a fim de alterar a sua formatação em toda a folha
de cálculo, por exemplo. Para seleccionar uma linha, usa-se a
combinação Shift+barra de espaços, enquanto, para selec-
cionar uma coluna, a combinação é Ctrl+barra de espaços.
Para seleccionar toda uma folha de cálculo, a combina-
ção de teclas é Ctrl+T. ● JOSÉ DOUTIL
computadores .5
 virose
MyDoom.F, uma variante que destrói ficheiros
Surgiu, na semana passada, uma nova variante
do MyDoom: a F. Esta versão do “worm”
está programada para desencadear um
ataque do tipo “denial-of-service” (DoS) aos
sítios na Web da Microsoft e da Recording
Industry Association of America (RIAA), que
representa o sector discográfico. Esta variante
do MyDoom não conseguira, até ao final da
semana, espalhar-se tanto quanto a primeira,
tendo as empresas de programas antivírus
classificado a sua perigosidade como de nível
médio. Corroborando esta apreciação, parece
que aqueles ataques não conseguiram “deitar
abaixo” os sítios-alvo.
A principal novidade do MyDoom.F — face às
versões anteriores mas também à maior parte
dos vírus que, nos últimos tempos, têm surgido
— é que ele apaga ficheiros do Word, do Excel,
de fotos e de filmes, escolhidos aleatoriamente
no disco do computador infectado. O
MyDoom.F também abre a porta TCP 1080 das
máquinas infectadas, o que permite ao seu
criador comunicar com estas máquinas. Não
contente com isto, ele abre ainda as portas do
intervalo 3000 a 5000.
O MyDoom.F é propagado através de
mensagens em que o assunto, o texto
e os nomes dos ficheiros anexos são
escolhidos aleatoriamente dentro
de uma lista de opções. Os ficheiros
anexos podem apresentar as
extensões .cmd, .bat, .pif, .com,
.scr, .exe ou .zip.
Devido a estas
características,
os especialistas
em segurança
aconselham a que se
computadores .6
configure os sistemas de protecção de modo
fazerem o “scanning” aos ficheiros anexos das
mensagens de E-mail com extensão .zip.
Quando é executado, ele copia-se a si
próprio para a pasta do sistema com o nome
Hiruszomrk.exe, alterando o registo do
Windows para que seja executado quando este
se inicia. O MyDoom.F tenta ainda interromper
os processos em execução que estejam
relacionados com programas de segurança e
antivírus. Contrariamente às versões anteriores,
o MyDoom.F não tem uma data definida para
se “suicidar”, ou seja, para deixar de se propagar.
Também uma nova
variante do Netsky
A semana que passou viu ainda surgir
mais uma variante do “worm” Netsky,
a C — versão muito semelhante à
anterior, dissecada na Virose da
anterior edição. À semelhança
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
Dia 1
OS VÍRUS DA SEMANA
Tribute.A;B, Acid.A (intended),
WM/Theatre.A, WM/BADBOY.A;B;C,
WM/CVCK1.B;E, W32/PetLil@MM, JS/
Gigger.a@MM, W97M/Shore.p, W97M/
desta e do MyDoom.F, é propagada através Bablas.aj, VBS/Count, W97M/Tarap,
de mensagens cujos assunto, texto e VBS/Bhong, VBS/LoveLetter.bi, W97M/
nomes de ficheiros anexos são escolhidos Change.A, X97M/Hopper.r, W97M/
aleatoriamente de uma extensa lista de Jany.a, W97M/Alamat, W97M/Ekiam,
opções pré-definidas. VBS/Alphae, VBS/Zync, W97M/Kolop,
Os ficheiros anexos podem ser executáveis ou VBS/Aqui
zipados. Na maior parte das vezes, terão, em
Dia 2
qualquer dos casos, duas extensões, sendo VBS/Aqui, W97M/Trugbar.a,
a primeira .txt, .rtf, .doc ou .htm. No caso da W97M/Alamat, W97M/Jany.a, VBS/
versão executável, a segunda extensão pode Baracu.A@mm, Flip, WM/Helper.C;D;E,
ser .exe, .scr, .com ou .pif. WM/Alliance.A
Também à semelhança do seu antecessor,
o Netsky.C procura endereços para onde Dia 3
se enviar dentro de uma longa lista de WM/HELPER.F;G;H, WM/Eraser.A:Tw,
W97M/Alamat, VBS/Aqui
tipos de ficheiros. Os remetentes das
mensagens também são retirados desta
Dia 4
lista. Para dificultar a sua detecção, VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/
ele não se envia para endereços que Eraser.A:Tw, WM/Helper.C;D;E
contenham os seguintes textos: “abuse”,
“fbi”,“orton”,“f-pro”,“aspersky”,“cafee”, Dia 5
“orman”,“itdefender”,“f-secur”,“avp”,“spam”, WM/HELPER.F;G;H, WM/Eraser.A:
Tw, AOS.A, W97M/Jackal.A, JS/
“ymantec”,“antivi” e “icrosoft”.
Gigger.a@MM, W32/Supova.e.worm,
Quando é executado, o Netsky.C W32/Supova.d.worm, W32/
copia-se a si próprio para Urick@MM, W32/Supova.f.worm,
a pasta do Windows com W97M/Alamat, W32/Winur.worm.a,
o nome Winlogon.exe e W32/Winur.worm.b, VBS/Aqui, VBS/
altera o registo do sistema operativo Irvine@MM, VBS/Zync, VBS/Alphae,
para que seja executado sempre que VBS/Count, X97M/Anis, X97M/Hopper.r
ele é iniciado. Também como na variante
Dia 6
B, ele copia-se para todas as pastas que VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/
contenham “shar” no nome usando nomes Eraser.A:Tw, WM/KOMPU.A, WM/
apelativos que induzam os utilizadores das Helper.C;D;E
redes de partilha de ficheiros a copiá-los e a
corrê-los. Dia 7
O Netsky.C foi classificado pelas empresas de WM/Alliance.A, WM/Eraser.A:Tw, WM/
programas antivírus como tendo um nível de ERASER.H, W32/Supova.f.worm, W32/
Supova.d.worm, W32/Supova.e.worm,
perigosidade médio mas inferior ao do seu W97M/Alamat, VBS/Aqui
antecessor. ● JOSÉ DOUTIL
 UM NOVO LIVRO PORTUGUÊS SOBRE BLOGUES
Diário de bordo
pedagógico
W
EBLOGS – Diário de
‘ Bordo” é um livro
que surge num
momento curioso
da blogosfera. Foi
escrito por António Granado, jornalista
de ciência do PÚBLICO, e Elisabete
Barbosa (ex-jornalista), ambos antigos
“bloggers” e participantes activos neste
fenómeno.
O livro surge quando continuam a
aparecer novos blogues (e a desaparecer
muitos outros) em Portugal, quando
a Assembleia da República anunciou
há um ano um espaço deste tipo para
os seus deputados — sem qualquer
resultado visível —, quando se espera a
edição nacional de “O Livro de Bolso do
Weblogue”, de Rebecca Blood (editado em
2002, previsto para Março pela editora
Campo das Letras, e de que se pode ter
uma ideia em www.rebeccablood.net/
handbook/ ), quando surgiram novos
espaços de albergue de blogues, como o
do Sapo ( blogs.sapo.pt ) ou o do Portu- foram capturadas em Dezembro, data
galMail ( www.blog.pt ), entre outros,
mas o primeiro espaço nacional, em
weblog.com.pt, sobrevive
com dificuldades finan- PEDRO FONSECA
ceiras. O seu responsável,
Paulo Querido, é igualmente co-autor do
primeiro livro nacional sobre blogues,
lançado em Outubro de 2003.
O fenómeno dos blogues está a ter
algum impacto noutros países, diferente
do que se verifica por cá. Por exemplo,
no campo da política, a campanha pre-
sidencial nos EUA está a ser acompa-
nhada pelos “watchblogs”, blogues que
“patrulham” o que a comunicação social
diz sobre os diferentes candidatos presi- blogues, uma breve história dos mesmos,
denciais e servem, de algum modo, como
vigilantes dos média — com impactos e
repercussões interessantes nos políticos — partindo depois para a análise do
e jornalistas. Noutra direcção, mais
comercial, o Blogbinders.com iniciou
ESTUDO EVIDENCIOU SERVIÇOS LENTOS E CAROS NO ACESSO À INTERNET
Deco quer padrões de qualidade
A
DECO SUGERE à Anacom,
a autoridade reguladora
das comunicações, a os consumidores” e uma “melhoria das
instituição de padrões
mínimos de qualidade a
serem respeitadas pelos fornecedores
de acesso à Internet (mais conhecidos
pela sigla inglesa ISP), num estudo
em que conclui que o serviço prestado
é “lento e caro”. Na edição de Março
da sua revista “Proteste”, a Deco-
Associação Portuguesa para a Defesa
dos Consumidores denuncia a preva-
lência de “velocidades inferiores às
anunciadas, cláusulas abusivas nos
contratos, preços elevados quando se
ultrapassa os limites de tráfego e uma
assistência técnica cara e ineficaz”.
Para o estudo, mais de 6 mil uti-
lizadores mediram a velocidade das
respectivas ligações entre Outubro
e Dezembro de 2003. “As diferenças
encontradas são inadmissíveis, em
especial nas velocidades mais eleva-
das”, que “chegam a ser menos de
metade do anunciado”, indica a Deco,
citada pela agência Lusa.
uma oferta comercial aos “bloggers” para
criarem livros a partir dos seus textos,
concebidos e pagos pelos autores respec-
tivos mas produzidos pela empresa.
“Weblogs – Diário de Bordo” posi-
ciona-se numa esfera anterior, mais
pedagógica. Foi terminado no final de
2003 e, enquanto algumas imagens
de Outubro o prefácio de Manuel Pinto,
professor na Universidade do Minho (e
igualmente um activo “blo-
gger”), que explica como os
blogues abrem “terreno
para a democratização do acesso à pala-
vra, ao espaço público, ao enriquecimento
da conversação social” e se servem dos
comentário aos assuntos da actualidade
dos média clássicos, numa “dimensão
[que] cria desafios e tensões com os pro-
fissionais do jornalismo”.
Os autores optaram por uma abor-
dagem educativa do fenómeno, dividindo
o livro em capítulos sobre o que são os
como os gerar e manter, a criação de
comunidades e interacção com o público
efeito dos blogues nos campos do jorna-
lismo, das empresas e negócios, e como
Os problemas detectados levam a
Deco a pedir “mais transparência com
infra- estruturas para aumentar a
velocidade de acesso”. “Nesse sentido,
à semelhança do que acontece noutros
sectores, a Anacom deveria impor um
regulamento de qualidade do serviço
que definisse padrões mínimos que os
fornecedores seriam obrigados a respei-
tar, sob pena de serem penalizados.”
Outro problema reside nos valores
que alguns dos serviços analisados
cobram além da mensalidade: “Apenas
em quatro casos a mensalidade implica
tráfego ilimitado. Nos restantes,
existem limites que, por vezes, são
diferentes para tráfego nacional e
internacional, e, quando o utilizador os
ultrapassa, passa a pagar em função da
quantidade de dados transferidos.”
Para a Deco, como a maioria dos
“sites” consultados pelos utilizadores
é internacional, o limite de tráfego cor-
respondente deveria ser superior — o
que nem sempre acontece e pode levar a
contas mensais superiores a 300 euros
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
ferramenta no ensino. Após 70 páginas
dedicadas a estes assuntos, restam
anexos com dicas fáceis e interessantes
para modelar facilmente os blogues
usando a linguagem de programação
HTML, a indicação de sítios na Web
importantes para quem quer saber mais
sobre o assunto e o endereço de alguns
blogues “inspiradores”.
Após a leitura da obra, o leitor ficará
com uma ideia clara sobre as origens do
fenómeno — nomeadamente, quanto ao
esforço feito no difícil estabelecimento das
datas históricas do advento dos blogues,
quer em termos nacionais quer interna-
cionais, bem como à divulgação de algu-
mas polémicas sobre o que é realmente
um blogue, em diversas vertentes.
A forma pedagógica é útil para quem
pretende dedicar-se à criação de blogues
e perceber o fenómeno mas, nomeada-
mente no capítulo III, a descrição das
ferramentas tecnológicas podia ter sido
acompanhada por ecrãs explicativos.
Também no lado da escrita de certos
termos não sofreu qualquer tentativa
de tradução para português — porquê
“weblogs”, só para referir o exemplo
mais visível?
Por outro lado, nota-se a falta de
revisão, que teria evitado uma legenda
errada (na página 22, onde o “Scripting
News” de Dave Winer é identificado como
sendo o endereço de Andrew Sullivan),
forçado o desenvolvimento dos termos
mais técnicos — “scripts CGI”, “Perl
versão 5.004_04 ou maior”, “servers”,
“fotografias pesadíssimas”… — e
demonstrado um esforço para evitar o
envio para a entrada de sítios na Web
quando se faz referência a textos com
ligações concretas (na pág. 58, por exem-
plo, com o cyberjournalists.net). Mas isto
são apenas alguns pormenores irritantes,
numa obra que cumpre plenamente o seu
objectivo didáctico. ●
quando os utilizadores descarregam
ficheiros de grande dimensão.
A Deco critica ainda que — à
excepção do Clix Turbo — o tráfego
incluído na mensalidade mas não uti-
lizado não possa transitar como crédito
para o mês seguinte, referindo ainda a
quantidade de cláusulas abusivas dos
contratos. Alguns, diz, “obrigam a um
compromisso de permanência de um
ano”. “Assim, se o utilizador desistir,
terá de pagar, na mesma, as restan-
tes mensalidades”, indica a Deco, que
recomenda aos consumidores que
analisem bem o contrato proposto pelo
fornecedor de acesso à Internet.
O inquérito aos utilizadores da Net
revelou também deficiências no serviço
de assistência prestado: “A maioria
dos utilizadores recorreu ao telefone
para solicitar ajuda mas apenas num
terço dos contactos o problema ficou
resolvido”, indica a Deco, apontando
também a duração da chamada e a
quantia cobrada “para resolver proble-
mas que, muitas vezes, são da respon-
sabilidade do prestador do serviço”. ●
da.net
Quatro em cada dez organismos da
administração pública já têm banda larga…
Sete em cada dez organismos da administração
pública central permitem que todos os
trabalhadores tenham acesso à Internet — um
indicador que terá crescido 22 pontos percentuais
desde 2000, conforme as conclusões de um
inquérito recentemente divulgado pela Unidade
de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC),
o organismo governamental a quem cabe o
desenvolvimento da sociedade da informação.
Realizado entre Julho e Setembro de 2003, o
estudo mostra ainda que, no período considerado,
42 por cento das repartições de serviços públicos
dispunha já de ligação à Internet por banda
larga. Pela primeira vez, foram contabilizados os
organismos com velocidade de ligação à Internet
superior a 512 kilobits por segundo (Kbps), capaz
de suportar aplicações interactivas que constituam
alternativas “on-line” aos serviços prestados
presencialmente. Um dos objectivos do Governo é
dotar toda a administração pública de acesso por
banda larga à Internet até final do próximo ano, no
âmbito da Iniciativa Nacional para a Banda Larga,
pelo que este indicador foi considerado “animador”
pela UMIC. Dos organismos analisados, 87 por
cento tinha uma presença na Internet através de
uma página da Web — número que se situava nos
71 por cento em 2000 e nos 81 por cento em 2002
— e em 72 por cento dele o acesso à rede estava
disponível a todos os trabalhadores. ●
… mas 58 por cento assinalam falta de
pessoal qualificado em TI
De acordo com o estudo da UMIC, a evolução
destes indicadores poderá estar ligada à introdução
de novas formas de trabalho e organização da
administração pública central, já que a Internet
é usada sobretudo para procurar e recolher
informação ou documentação (84 por cento),
aceder a bases de dados (54 por cento) e na
comunicação interna entre diversos departamentos
dos ministérios (44 por cento). Isto transparecerá
ainda no facto de 72 por cento dos organismos
dispor de pessoal afecto em regime exclusivo às
tecnologias da informação e comunicação ( TIC) e
de 58 por cento afirmarem que a falta deste tipo
de funcionários ter condicionado negativamente
o desenvolvimento das suas actividades. Com
uma evolução positiva em todos os indicadores,
o estudo promovido pela UMIC conclui ainda que
praticamente todos (99 por cento) os organismos
da administração pública central estavam ligados à
Rede no ano passado, quando, em 2000 e em 2002,
este valor permanecera inalterado nos 98 por cento.
Além disso, 95 por cento da administração pública
central dispunha de serviços de correio electrónico
com o exterior — indicador que terá crescido
5 pontos percentuais em três anos. Nas suas
páginas na Web, estes organismos disponibilizam
informação institucional (98 por cento), o
respectivo endereço electrónico para recepção de
mensagens ou pedidos de elementos informativos
(97 por cento) e informação acerca dos serviços por
si prestados (91 por cento). ●
computadores .7
 WEBMANIA
W
WEBBMMAANNI IAA
www.cafebabel.com
C afé Babel — “european youth
webpaper”. Editado em cinco idio-
mas europeus, este jornal electrónico
sobre a actualidade constitui um ver-
dadeiro projecto à escala continental.
Uma rede de 13 redacções, espalhadas
por vários países, participa na elabora-
ção deste projecto. Notícias, análises e
opiniões surgem de todos os pontos da
Europa para se reunirem na “esplanada”
deste café da Torre de Babel. Com o fim
de construir uma opinião pública jovem
europeia através de um “produto editorial
aberto e independente”, este “webzine”
nasceu do sentimento de alguns jovens
(de línguas e culturas diversas, a estu-
darem em Estrasburgo) de que era
necessário colocar em causa, analisar
e estudar o sistema europeu. Assim, “a
eurogeração acorda”, afirmam. ●
www.radiocampusparis.org
N um projecto que conta com o apoio do município de Paris e do sistema de acção social escolar
dir emissões de rádio para serem escutadas em todo o mundo. Esta forma de participação, acção e
construção cultural revelou-se um sucesso entre os jovens. A audição pode ser feita através da Inter-
net acedendo ao sítio, que funciona também como plataforma de comunicação entre o público e
a estação, contendo variada informação (agenda, programação, etc.) e pretendendo acompanhar a
actualidade de vivência, experiência, problemas e reivindicações dos estudantes da cidade. ●
computadores .8
B anda Desenhada. De todos os tama-
nhos e para todos os gostos. Um
grupo de profissionais de uma empresa
de Internet e “design”, amigos e fãs da BD,
decidiu juntar-se e partilhar essa paixão
com o resto do mundo lusófono. O pro-
O BEIJO
jecto simples, que visava apenas colmatar
uma falha na oferta cibernética sobre o
tema em Portugal, transformou-se, sem
que o esperassem, num fenómeno: o sítio
conheceu rápido sucesso e tornou-se
numa referência para os leitores e os pro-
fissionais da edição. Da BD mais “comercial”
à mais “alternativa”, nacional e estrangeira,
o sítio apresenta críticas, textos e “dossiers”
de reflexão técnica, artigos, crónicas, notí-
cias, uma agenda de eventos e exposições,
informação sobre lançamentos, concursos,
galeria de imagens, fórum de discussão e
www.centralcomics.com muito mais. E como nunca se sabe onde se esconde um talento, os visitantes podem enviar trabalhos
mas também participar com textos de opinião, sugestões ou críticas. ● mulher.aranha@publico.pt
www.gilles-jobin.org www.escoladetodos.com www.acm.pt
É um apaixonado da literatura, um
viciado naquilo que ela lhe pode
proporcionar, um romântico da vida, O ciclismo é um desporto que cresce
em número de adeptos. A espec-
um sonhador de convicções fortes? tacularidade das provas mais cotadas,
Então esta página é para si! Partilha que merecem cada vez mais cobertura
de emoções e ideias, através da leitura dos meios de comunicação televisivos,
de trechos de textos de autores, é uma decerto contribui para o fenómeno.
infindável fonte de entretenimento Modalidade de grande exigência física,
para a sua curiosidade. Este é o sítio praticada nos cenários mais variados,
pessoal de um professor canadiano, seduz pelo risco, velocidade e competi-
muito crítico dos métodos de ensino tividade. Esta é a página da Associação
praticados
normalmente
de Ciclismo do Minho, uma fonte de
informação completa e actualizada
nos estabe-
lecimentos
de ensino do
U m conjunto de cinco jovens profes-
sores portugueses afirma querer
ir mais longe e criar uma abordagem
sobre tudo o que se passa sobre duas
rodas com motor humano. A página
festeja agora a ultrapassagem das 50
seu país, em alternativa à experiência da criança e mil visitas. ●
particular no do jovem na escola. Criaram uma banda
que respeita musical e decidiram (re)lançar, através
às línguas. A desta arte, um conjunto de temas peda-
visitar, quase gógicos “difíceis” para debate. Dizem
obrigatoria- abordar problemas como a assiduidade,
mente, a recolha de citações. Mais de a indisciplina, o desinteresse escolar, a
12.859 entradas de 416 autores que violência, a gravidez na adolescência,
prenderão a sua atenção mais do que entre outros, em temas como “A vida é
alguns minutos… ● filha da mãe”, “Bilhete de amor”, “A má
da fita” ou “Expulsos da aula”. O projecto
Escoladetodos.com afirma estar já a
preparar espectáculos, a terminar a gra-
vação e edição de um CD e de um livro.
Na página, é explicado o projecto e nela
consta também informação vária, como
a apresentação da banda, de nome Fer-
nando Pereira & os Stores, e as letras das
músicas. ●
universitário francês, os estudantes das universidades da capital de França podem criar e difun-
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
 .com

Gateway quer adquirir eMachines...
O fabricante norte-americano de computadores pessoais
Gateway pretende adquirir a sua concorrente eMachines,
negócio que visa a recuperação da sua posição no mercado
dos EUA. A aquisição deverá custar à Gateway cerca de 30
milhões de dólares, em dinheiro, e ainda 50 milhões de
acções. Considerando que, quando as pretensões da Gateway
foram tornadas públicas, as acções da empresa valiam 4,09
dólares, o valor total do negócio deverá aproximar-se dos
234,5 milhões de dólares. O volume de negócios das duas
empresas colocará a futura organização na terceira posi-
ção no mercado norte-americano de PC, ficando em oitavo
lugar na lista dos fabricantes a nível mundial. Esta fusão irá
agora sujeitar-se ao parecer das autoridades reguladoras
mas poderá ficar concluído em poucas semanas. Com esta
aquisição, a Gateway pretende ampliar o seu negócio dos
PC e ter acesso a novos canais de distribuição para equi-
pamentos de electrónica de consumo, como os televisores,
dentro e fora dos EUA. ●
... e duplicar as vendas de PC
Com a aquisição da eMachines, a Gateway poderá dupli-
car o seu volume de vendas de PC de cerca de 2 milhões
para 4 milhões de unidades — assim passando a ocupar
o terceiro lugar no mercado norte-americano, a seguir à
HP e à Dell, com “uma posição muito forte”, como referiu
Ted Waitt, “chief executive officer” (CEO) da Gateway, em
declarações ao “site” noticioso CNet News.com. A eMachines,
por outro lado, foi uma das empresas de computadores
pessoais que mais cresceu nos últimos tempos, nos EUA,
com uma média de crescimento anual de 21 por cento e
um total de 498 mil unidades vendidas, que a coloca entre
os cinco principais fabricantes, segundo a IDC. O acordo
entre as duas empresas estabelece ainda que Ted Waitt,
fundador da Gateway, continuará como presidente da nova
empresa e Wayne Inouye, CEO da eMachines, manterá o
mesmo cargo, enquanto Roderick Sherwood continuará a
ser o “chief financial officer” (CFO) da empresa. ●
Investec e TVTel lançam serviço de ADSL
A Investec, participada da Cofina, lança hoje, em parceria com
a TVTel, um serviço de ADSL que pretende disponibilizar o
acesso à Internet de banda larga em todo o país — anunciou, na
semana passada, o grupo de Paulo Fernandes. O novo serviço,
designado ADSL.XL, surge numa altura em que vários opera-
dores estão a retirar os seus serviços de ADSL do mercado. A
decisão é justificada pelo director da Investec Internet, Nuno
Ribeiro, que considera que “o ADSL é um mercado com elevado
potencial para o grupo Cofina”.“As previsões apontam para um
crescimento na ordem dos 50 por cento no mercado do ADSL
em Portugal para os próximos anos”, acrescentou. Por outro
lado, referiu o mesmo responsável, “as sinergias existentes no
grupo Cofina permitem a adopção de estratégias agressivas,
designadamente no que se refere à distribuição de conteúdos”.
O serviço ADSL.XL dirige-se sobretudo ao mercado residencial
e inclui um alojamento até 100 MB de páginas da Web, tráfego
ilimitado e a criação de 10 caixas de E-mail. O serviço terá um
custo fixo mensal de 42 euros (mais IVA). ●
Colt cresce 14 por cento
A Colt Telecom anunciou os resultados relativos ao quarto
trimestre e ao ano de 2003, ambos terminados a 31 de
Dezembro último, tendo registando um aumento do volume
de negócios de 14 por cento, para cerca de 1747 milhões
de euros. Para Barry Bateman, presidente do Colt Tele-
com Group, a empresa permanece financeiramente forte.
“Reduzimos as despesas operacionais de 300 milhões de
libras (450 milhões de euros) em 2002 para 30,4 milhões
de libras (45,5 milhões de euros) em 2003. Estes números
reforçam o propósito de alcançar um ‘cash flow’ positivo
já em 2005.” Em 2003, a Colt viu também aumentar a sua
carteira de clientes. No final do quarto trimestre, a Colt
tinha 19.565 clientes nos segmentos de rede e soluções de
dados, ou seja, mais 26 por cento que em período idêntico
em 2002. As receitas provenientes de clientes empresariais
aumentaram 16 por cento, com uma subida da facturação
a clientes na ordem dos 17 por cento. ●
Oki Electric cresce 33,3 por cento
A Oki Electric apresentou os seus resultados financeiros
relativos aos três primeiros trimestres do seu ano fiscal de
2003, que termina no final de Fevereiro. A empresa registou
um crescimento de 33,3 por cento nas vendas, comparando
com o mesmo período do ano anterior, o que representa um
crescimento dos lucros antes de impostos de 13.600 milhões
de ienes (102,8 milhões de euros) e de 15.200 milhões de
ienes (115 milhões de euros) nos lucros operacionais. As
vendas totais dos nove meses foram de 428.300 milhões
de ienes (3240 milhões de euros), montante que representa
um crescimento de 18,7 por cento face ao obtido durante o
exercício anterior, no qual a empresa alcançou os 360.900
milhões de ienes (2730 milhões de euros). A Oki Electric
ampliou o seu lucro operacional em 22 mil milhões de ienes
(166,4 milhões de euros) face aos três primeiros trimestres do
ano fiscal anterior. Também os seus lucros antes de impostos
aumentaram em 17.400 milhões de ienes (131,6 milhões de
euros). Com estes resultados, a previsão da empresa para o
fecho do exercício fiscal, no final deste mês, é de vendas de
650.000 milhões de ienes (4916,8 milhões de euros), mais
11 por cento que no ano fiscal anterior. ●
Oracle promove Application Server
A Oracle revelou que o número de clientes que adquiriram o
Oracle Application Server na Europa, Médio Oriente e África
(EMEA) cresceu, no primeiro semestre do ano fiscal de 2004,
40 por cento nos doze meses anteriores a Novembro de 2003.
O Oracle Application Server conta, a nível global, com mais
de 18.800 clientes. Para Andrew Sutherland, vice-presidente
da Oracle na EMEA, “os responsáveis pelas áreas de tecnolo-
gias de informação e gestores estão a ser pressionados para
fazerem escolhas tecnológicas sólidas, que aumentem a fia-
bilidade, escalabilidade, segurança e flexibilidade, ao mesmo
tempo que reduzem custos e acrescentam valor”. O Oracle
Application Server 10g, lançado recentemente, é um produto
de “middleware” que simplifica a administração das aplica-
ções executadas em ambiente de computação em grelha. A
nova versão oferece quase 600 novas funcionalidades, entre
os quais maior integração e uma melhor infra-estrutura de
serviços baseados em tecnologias da Web. ●
Micromuse factura 37 milhões
A Micromuse, fornecedora de “software” que garante às
empresas a disponibilidade da sua infra-estrutura e dos seus
serviços, divulgou os resultados financeiros preliminares
relativos ao primeiro trimestre fiscal de 2004, findo a 31 de
Dezembro 2003. As receitas globais do primeiro trimestre
foram de 37 milhões de dólares. “Estamos satisfeitos com
o desenvolvimento do nosso negócio”, disse Lloyd Carney,
presidente e CEO da Micromuse. “Registámos um cresci-
mento das famílias de produtos, nos mercados verticais e
nas principais regiões geográficas. Os nossos resultados
no primeiro trimestre demonstram que continuamos a
ser reconhecidos pelo retorno imediato que oferecemos
aos nossos clientes e a amplitude, escalabilidade e fácil
utilização das soluções Netcool”. Face ao trimestre findo
em Fevereiro, a Micromuse prevê que as receitas fiscais se
encontrem entre os 38 ou 39 milhões de dólares. ●

agenda

DVCon – Design and Verification
Conference & Exhibition
Data: 1-03-2004 a 3-03-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: Angela Brantner
E-mail: angela@mpassociates.com
URL: www.dvcon.org
DB2 & IMS Information Management
Technical Conference
Data: 1-03-2004 a 5-03-2004
Local: Madrid, Espanha
Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21 8927249
E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
URL: www.ibm.com/services/pt/learning/
IT Architect & Professional Leadership
Conference
Data: 15-03-2004 a 18-03-2004
Local: Cannes, França
Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21 8927249
E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
URL: www.ibm.com/services/pt/learning/
isQED 2004 – 5 th International Symposium
on Quality Electronic Design
Data: 22-03-2004 a 24-03-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: Melissa Wilderkehr
E-mail: wilderkehr@isqed.org
URL: www.isqed.org
ISPD 2004 – The International Symposium
on Physical Design
Data: 18-04-2004 a 21-04-2004
Local: Phoenix, Arizona, EUA
Contacto: Patrick H.Madden
URL: www.sigda.org/ispd2003
ASYNC 2004 – The 10th International
Symposium on Asynchronous
Circuits and Systems
Data: 19-04-2004 a 23-04-2004
Local: Hersonissos, Creta, Grécia
Contacto: Maria Prevelianaki
E-mail: maria@ics.forth.gr
URL: www.ics.forth.gr/async2004

WebSphere Portal & Lotus Workplace
Technical Symposium
Data: 2-03-2004 a 5-03-2004
Local: Estugarda, Alemanha
Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21 8927249
E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
URL: www.ibm.com/services/pt/learning/
LATW 2004 – The 5th IEEE Latin-American
Test Workshop
Data: 8-03-2004 a 10-03-2004
Local: Cartagena, Colômbia
Contacto: J. L. Huertas
E-mail: huertas@imse.cnm.es
URL: www.latw.net
Tivoli Technical Conference
Data: 8-03-2004 a 12-03-2004
Local: Noordwijk, Amesterdão, Holanda
Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21 8927249
E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
URL: www.ibm.com/services/pt/learning/
Coll Chips VII – An International Symposium
on Low-Power and High Speed Chips
Data: 14-04-2004 a 16-04-2004
Local: Yokohama, Japão
Contacto: Secretariat
E-mail: cool@coolchips.org
URL: www.coolchips.org
EWME 2004 – 5th European Workshop on
Microelectronics Education
Data: 15-04-2004 a 16-04-2004
Local: Lausanne, Suíça
Contacto: Marie Halm (Local Secretariat)
E-mail: marie.halm@epfl.ch
URL: ewme2004.epfl.ch
DDECS – 7th IEEE Workshop on Design &
Diagnostic of Electronic Circuits & Systems
Data: 18-04-2004 a 21-04-2004
Local: Tatranská Lomnica, Eslováquia
Contacto: Sybille Hellebrand
E-mail: sybille.hellebrand@uible.ac.at
URL: www.ui.savda.sk/DDECS2004
FCCM – The 2004 IEEE Symposium on Field-
Programmable Custom Computing Machines
Data: 20-04-2004 a 23-04-2004
Local: Napa, Califórnia, EUA
E-mail: fccm@fccm.org
URL: www.fccm.org
EDP – Electronic Design Processes 2004
Data: 25-04-2004 a 27-04-2004
Local: Monterey, Califórnia, EUA
E-mail: edps@eda.org
URL: www.eda.org/edps/edp04
VTS - IEEE VLSI Test Symposium
Data: 25-04-2004 a 29-04-2004
Local: Napa Valley, Califórnia, EUA
URL: www.tttc-vts.org
RAW 2004 – 11th Reconfigurable
Architectures Workshop
Data: 26-04-2004 a 27-04-2004
Local: Santa Fe, New Mexico, EUA
Contacto: Jurgen Becker

www.publico.pt
E-mail: becker@itiv.uni-karlsruhe.de
URL: www.ece.lsu.edu/vaidy/raw04

S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4 computadores .9
 S H A R E WA R E
Para uma edição mais
a sério do vídeo digital
O
VÍDEO DIGITAL assumiu
uma importância
muito grande no quo-
tidiano dos utilizado-
res das tecnologias. A
proliferação das máquinas fotográ-
ficas digitais — que são capazes de
gravar vídeos —, das “camcorders”
digitais, quer em formato DV quer
em formato Digital8, trouxeram ao
consumidor qualidade de imagem,
baixo preço e uma maior facilidade
na manipulação das imagens gra-
vadas. Dantes, os vídeos domésticos
eram gravados nas já obsoletas
cassetes de VHS (ou de 8 mm ou
Hi8) e poucas pessoas possuíam os
meios necessários para, após as fil-
magens, procederem à montagem e
edição das imagens a fim de criar um
pequeno vídeo, mais atraente e dinâ-
mico. Mas o vídeo digital permite a
qualquer pessoa com um mínimo de
conhecimentos tornar-se num Spiel-
berg e criar o seu próprio filme.
As câmaras de vídeo digitais
comercializadas hoje em dia podem
ser ligadas aos computadores atra-
vés de um cabo Firewire (também
referido como protocolo 1394 ou
iLink). Desta forma, as imagens com
elas registadas podem ser facilmente
transferidas para o disco rígido do
PC (ou do Macintosh) a fim de serem
manipuladas por um qualquer pro-
grama de edição e pós-produção de
vídeo. No mercado dos PC, alguns
dos mais populares programas de
edição vídeo são o Adobe Première,
o Ulead VídeoStudio, o Main Actor
ou o Sony Vegas Video. Todos eles
permitem aos seus utilizadores orga-
nizarem as imagens,
acertarem diferentes N U N O B E R NARDO
planos, aplicar efeitos
especiais e sonorizar o resultado
final com uma música ao seu gosto.
O artigo desta semana não é,
no entanto, dedicado às aplicações
de edição de vídeo mas, sim, a uma
ferramenta que permitirá melho-
rar a qualidade dessa edição, ou
seja, do resultado final. Um dos
problemas destas novas câmaras
de vídeo digitais reside no seu total
automatismo: todos os parâmetros
de gravação são automáticos, para
que o utilizador não tenha de se
preocupar com a focagem, a “tem-
peratura” da luz ou a iluminação.
O problema é que os sistemas
automáticos são falíveis e nem
sempre fazem aquilo que se pretende.
computadores .10
COLOR FINESSE, DA SYNTHETIC APERTURE
Por isso, é muito natural encontrar
vídeos domésticos com cores altera-
das, rostos com tons de pele que nada
são reais ou imagens muito escuras.
Se este tipo de proble-
mas já aconteceu ao
leitor, as boas notícias
são que estes problemas poderão
ser resolvidos com o Color Finesse.
Este produto da Synthetic Aper-
ture é um utilitário que pode ser
adicionado a uma aplicação de edição
de vídeo (é, portanto, aquilo que nor-
malmente se designa por “plug-in”),
pelo que o seu utilizador necessitará
de possuir uma cópia de um destes
programas: Apple Final Cut Pro no
Macintosh ou Adobe Première Pro
em PC. Ou seja, o Color Finesse não
poderá ser usado com um programa
de edição de vídeo de entrada de
gama, tendo o seu utilizador de
possuir uma ferramenta semipro-
fissional. Mas se os custos são um
entrave à sua utilização, os resul-
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
tados são surpreendentes, pois o
programa permite “limpar” imagens
de vídeo com má iluminação ou má
calibração de cor, transformando-as
em imagens de excelente qualidade.
Uma das funções mais interes-
santes do Color Finesse chama-se
Color Matching e permite calibrar
e acertar a cor de dois planos dife-
rentes, com luz e cor distintas, de
forma a parecer que foram filmados
na mesma altura e com a mesma
iluminação. Este tipo de problemas
geralmente acontece quando se
filma num espaço que está a ser ilu-
minado pelas lâmpadas existentes
no espaço, ao mesmo tempo que está
a entrar luz do dia por uma ou várias
janelas — assim surgem uns tons
bastante azulados devido à entrada
de luz do dia quando a câmara está
calibrada para luz interior.
Outra forma de acertar a cor
dos planos é através da definição do
branco. Para que as pessoas e os objec-
tos possam ter a sua cor natural, o
utilizador pode definir a imagem num
ponto ou zona que está (ou deveria
estar) com um branco normal. A partir
daqui, o programa irá recalcular a cor
de toda as imagens tendo como base
aquele ponto branco. Isto permitirá
transformar imagens com tons de azul
em imagens com cores normais; ou
imagens que estejam muito amarelas
(devido às lâmpadas domésticas) em
imagens mais atraentes.
Estas são apenas algumas das
funcionalidades do Color Finesse
que permitem, de forma simples
e imediata, “salvar” o vídeo do
último aniversário ou da última
festa familiar. No entanto, o uti-
lizador poderá usar todas as fer-
ramentas incluídas no programa
para transformar completamente
as imagens gravadas, aplicando
todo o tipo de filtros a fim de obter
os mais variados efeitos visuais.
Um dos grandes entraves à utili-
zação do programa será o seu preço,
que ronda os 500 euros, aos quais se
deverão acrescentar outros 500 euros
para o Adobe Première Pro. Por este
motivo e atendendo ao facto de que o
leitor poderá encontrar na Web, nos
sítios das respectivas empresas, cópias
de demonstração de cada um dos pro-
gramas, se recomenda vivamente
que copie as respectivas “demos”
para o seu disco e experimente —
livremente durante 30 dias — todas
as funcionalidades que ambos os
programas têm para lhe oferecer
(http://www.synthetic-ap.com/ ; http:
//www.adobe.com/premiere/). ●
FICHA
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
Gráficos à Lapa
Computadores
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Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
 JOGOS
‘KILL.SWITCH’, ‘CASTLEVANIA’, ‘SONIC HEROES’, ‘MAFIA’, ‘SPYHUNTER 2’
Entre o inferno e o céu
O
CATÁLOGO DA PLAYSTATION 2 con-
tinua a enriquecer-se a ritmo
imparável, com o início de
2004 a ser, apesar da acalmia
pós-natalícia, necessariamente
digno de atenção. Embora ainda não tenham
chegado títulos de qualidade indesmentível,
vários há que merecem já atenção dos joga-
dores, até porque variedade não falta.
“Kill.switch”, com uma grafia em que não
há espaço para maiúsculas nem para espaços,
é um dos títulos mais apetecíveis deste ano.
Sem ser radical ou original por aí além, este
jogo de acção na terceira pessoa mostra uma
construção razoável das missões e a inter-
face intuitiva e fácil de usar,
seguindo as normas vigentes MIGUEL
para o género. O nosso “soldado”
anda para os lados, roda, encosta-se às pare-
des e agacha-se para se proteger, tem variadas
armas de tiro rápido, espingardas de precisão
(com mira telescópica) e granadas. O movi-
mento é fluído mas parece que isso foi con-
seguido à custa do detalhe dos cenários (algo
despidos). Mesmo assim, passado um tutorial
que introduz o jogador nos truques do jogo, há
que chegar ao objectivo proposto eliminando
todos os adversários, sofrendo o mínimo de
dados. Com nível de dificuldade médio no
nível normal (existe ainda um “hard” para os
peritos), é daqueles jogos que se vai jogando
com prazer mas sem deslumbrar.
Já “Castlevania”, o primeiro desta série
de grande sucesso (nomeadamente no Game-
Boy Advance, apesar de vir muito mais de A diferença é que, aqui, tudo é traba- Título “Kill.switch”
trás) a sair para a PS2, é um pouco o oposto.
O ambiente gótico do jogo mantém-se, com
lho de equipa. A formação-base (existindo
outras) é composta por Sonic, Tails e Knu-
Estilo Acção 7 /10
Plataforma PS2
aquele visual tão típico dos jogos japoneses, ckles, sendo o jogador a escolher, em cada
mas agora totalmente a 3D, o que obrigou momento, qual é o líder. Dependendo da Produtor Namco
a redesenhar tudo. E com muito bons resul- escolha, temos mais velocidade, força ou Distribuidor Lusomundo
tados, o que, conjugado com o excelente poder de voo, havendo certos obstáculos Edição Fevereiro 2004
som, cativa logo o jogador. Depois, quem que só podem ser ultrapassados com a
se deixar envolver com facilidade naquele escolha certa. A selecção é muito simples e Título “Castlevania”
mundo medieval, gostar de se embrenhar
em labirintos, de pôr à prova a sua capaci-
um código de cores ajuda. Como é tradição,
reside essencialmente em ir do ponto A ao B,
Estilo Acção 7 /10
Plataforma PS2
dade de combate com armas brancas e feiti- seguindo o caminho pré-determinado.
Produtor Konami
ços está em casa. Ou seja, este jogo de acção Naturalmente dirigido a jogadores
tem uma mística que não se esgota apenas mais novos, “Sonic Heroes” pode ser, para Distribuidor Ecofilmes
nos seguidores da série, já que a realização muitos, a descoberta deste universo mítico, Edição Março 2004
é cuidada e vale tudo o que o pois os jogadores dos Sonics da década pas-
CRESPO nome “Castlevania” promete, sada já estarão mais virados para outros Título “Sonic Heroes”
sendo engraçado como remete
para “Devil May Cry”, um jogo que tinha
jogos. É pena que o jogo não inclua o portu-
guês como língua (o que poderá ser funda-
Estilo Acção 7 /10
Plataforma PS2
sido inspirado por… “Castlevania”! Um jogo mental para os sub-10 que queiram jogar)
Produtor Sega
muito virado para a acção, sem grande pro- e podia pedir-se mais animação e detalhe
fundidade mas com a garantia de que há um nos cenários. Mas, principalmente, uma Distribuidor Ecofilmes
vampiro à espreita em cada esquina! música que não soasse tão “demodé”. Edição Fevereiro 2004
Outra longa saga que se estreia na PS2 Ainda vindo dos clássicos, surge
é Sonic, o ícone da Sega. Depois de muitos “SpyHunter 2”, uma grande desilusão. Título “Mafia”
anos de rivalidade, o mais famoso ouriço dos
videojogos rendeu-se às evidências e entrou
Quem conhecia o original das arcadas ou
mesmo o primeiro jogo lançado para as
Estilo Acção 5 /10
Plataforma PS2
cheio de pica (ou picos…) na consola da Sony. consolas de 128 bits esperaria um exce-
Produtor Gathering
“Sonic Heroes” é tudo aquilo que um fã de lente jogo de acção aos comandos de um
Sonic pode esperar: um jogo de acção puro e supercarro capaz de fazer inveja ao James Distribuidor Inforjogos
duro, sem violência, com cenários coloridos, Bond. O veículo equipado com armas Edição Fevereiro 2004
muita animação e ritmo elevado. Há argolas mortíferas, “design” de superdesportivo
para coleccionar, precipícios e abismos para e capacidades de metamorfose (para Título “SpyHunter 2”
ultrapassar, adversários a destruir. estrada, todo o terreno, água ou mesmo
em pseudomoto) está lá, mas a jogabili-
Estilo Acção 5 /10
Plataforma PS2
dade é muito pobre. É verdade que é um
Produtor Midway
jogo arcada mas a condução é completa-
mente irrealista, os adversários dão pouca Distribuidor Ecofilmes
luta e o aspecto visual parece inacabado. Edição Março 2004
O incentivo para continuar a jogar missão
após missão é curto, deixando um gosto a
desperdício de um nome com tradição.
E, por falar em desperdício, não pode muito ilícitas. Mas os gráficos são pobres,
ficar de fora a conversão tardia de “Mafia”, as partes de acção sabem a requentado e
que tanto furor causou no PC, para a PS2. as corridas são um bocejo, apesar da cons-
O ambiente do jogo mantém-se, misturando trução geral quase cinematográfica. Um
os carros da época áurea dos “gangsters” bom conceito deitado às urtigas sem que o
americanos com o seu tipo de actividades jogador perceba bem o que correu mal. ●
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
computadores .11
 J A N E L A I N D I S C R E TA

EQUIPAMENTO
PC de marca branca com processador Pentium
IV a 1 GHz, 512 MB de RAM, disco de 40 GHz,
monitor Samtron e leitor de CD; colunas de

Agostinho Costa
som e microfone.
Impressora HP 6121
“Scanner” Epson Perfection 1660

PROGRAMAS
Windows XP (sistema operativo), Microsoft
TÉCNICO SUPERIOR DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 51 ANOS Word (texto), Excel (tabelas e quadros),
Outlook Express (E-mail), Internet
Explorer (“browser”), leitores de ecrã Fine
Reader, Hal, Jaws e PT Voz Activa (OCR),

O
S DEDOS ÁGEIS de Agostinho Costa dão as ordens. Um a um, os “Aurélio” (dicionário de português), Skype
programas vão sendo chamados ao ecrã do computador. Uma (comunicação por voz), Nero (gravação de CD).
voz metálica e muito rápida sai das colunas para apresentar
o primeiro: o Hal, um “software” de reconhecimento óptico FICHEIROS
de caracteres — Optical Character Recognition (OCR). Cego Notas Diversas – documentos pessoais
desde os 18 anos, este técnico superior do Ministério da Educação não Bat – ficheiros de “batch”, listagens em MS DOS
perde tempo: com as teclas Ctrl + Shift e O, abre o Outlook Express e Drivers e Aplicativos – executáveis, ficheiros da
verifica a caixa de E-mail. Internet, etc.
Os comandos de teclado Ctrl + Shift e N permitem-lhe entrar, quase Digitalia 1 – Ficheiros de “scanner”
em simultâneo, no programa de “chat” da MSN. A janela abre-se, Agos- Retiro do Livro – pasta de livros digitalizados,
tinho prime as teclas sinalizadas com setas e vai ouvindo os nomes de subdividida em: Livros recebidos, Livros
quem está “on-line”: um primo francês, vários amigos, um vendedor de zipados, Nossa língua (livros portugueses),
telemóveis e outros aparelhos preparados para invisuais, e um aluno de Para leitura, e Listaly (listagem do grupo de
uma escola de Lisboa. discussão Livresco)
Escolhe o último e mete conversa. À medida que tecla, a voz metálica do As minhas cartas – cartas e outros
Hal soletra as letras seleccionadas e, no fim, cada uma das palavras. documentos
“O”, “l”, “á”— “Olá”. Agostinho pergunta ao estudante se “anda As minhas imagens – imagens várias
demasiado ocupado a namorar”, acrescenta à frase a imagem de A minha música – músicas gravadas em
um “smile” maroto e envia a mensagem. ficheiros MP3
A janela fecha-se para Agostinho poder mostrar como digi-
taliza livros no computador. Abre, na página certa, o terceiro
volume da pentalogia de Juliette Benzoni, “A Opala de Sissi”.
Prime-a contra o ecrã do “scanner” e espera uns segundos até
que o seu “software” de OCR converta o texto em sinais sono-
ros. “Página 214”, ouve-se então.
A digitalização de livros é um dos “hobbies” favoritos
de Agostinho Costa: o “scanner” e o computador permiti-
ram-lhe tornar-se completamente autónomo na escolha
das leituras que faz. “Agora já posso ir às livrarias e aos
alfarrabistas do Chiado. E já me oferecem livros.”
A digitalização de um livro de 300 páginas ocupa-lhe
oito a nove horas. Mas Agostinho prefere gastar 16 a eli-
minar cabeçalhos e gralhas, e ficar com a obra completa e
limpa de erros no computador — para depois poder empres-
tar a outros cegos. Pertence a um grupo de discussão na Internet
chamado Livresco, onde troca ideias e “livros digitais”. Este
fórum tem 62 membros, portugueses e brasileiros, de todas as
idades.
O computador e os livros sonoros vieram ocupar o lugar do
“hobby” com que antes ocupava os tempos livres: o xadrez.
Chegou a participar em competições para cegos e a classificar-
se entre os quatro primeiros. Mas, quando começou a explorar
os computadores, desistiu: “A leitura passou a fazer parte dos
serões e o xadrez foi ficando de parte.”
O seu amigo e colega Alberto Mendonça foi o responsável. Foi
ele quem primeiro lhe mostrou um computador e o ensinou a tra-
balhar em MS-DOS — há dez anos. A partir daí, os passos foram
curtos e rápidos: comprou um PC e foi acompanhando as novida-
des de “software” para invisuais que iam surgindo no mercado.
Hoje, o computador faz parte do seu dia-a-dia profissional.
É Agostinho Costa que faz a ligação entre a Direcção Regional
de Educação de Lisboa e os alunos cegos espalhados pelas várias
escolas da região. Faz de tudo um pouco: ensina professores e
alunos a trabalharem com o computador, actualiza os programas
de leitura de ecrã das escolas, configura impressoras de Braille…
Esforça-se agora por convencer os professores de informática a uti-
lizarem mais o teclado e a perceberem como funcionam os leitores
de ecrã para melhor poderem ajudar os alunos invisuais. Uns res-
pondem melhor do que outros.
Tem pena de ter deixado para trás a vida de professor, as aulas
de Filosofia no secundário: “Foram só três anos mas foi uma experi-
ência muito aliciante. Tinha turmas simpáticas, outras muito difí-
ceis, os alunos puxavam muito por mim”. Mas sente-se realizado — o
seu papel é outro, os destinatários são os mesmos: os alunos. Jovens
invisuais que terão o futuro tão mais facilitado quanto melhor soube-
rem utilizar as novas tecnologias. ●

Texto: HELENA VIEGAS

Foto: CARLOS LOPES

computadores .12
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4